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Definição: são rápidas alterações no potencial de membrana que se propagam ao longo da fibra
nervosa. São conduzidos pelo axônio e é o modo os neurônios transmitem informações ao longo de
um longo percurso.
- Uma membrana em repouso, na ausência de estímulos, tende a ficar em seu próprio repouso.
- Estímulos excitatórios ou inibitórios, que geralmente vem dos dendritos, podem modificar o repouso (no
chamado período graduado), que pode ser de despolarização ou hiperpolarização.
- A soma de estímulos excitatórios é geralmente necessária para que o potencial de membrana ultrapasse
o limiar potencial e gere um potencial de ação.
Descrição:
- O formato dos potenciais de ação é bem característico, e começa com a
soma dos potenciais graduados, que atingem o limiar, mas ao invés de
retornarem ao repouso (assim como o potencial graduado), continuam
ascendendo em direção à um potencial de membrana positivo, formando
no topo um patamar bem pequeno. Essa fase é chamada de “Potencial de
Ação Ascendente” ou de “Estágio de Despolarização”.
- Em seguida, ocorre uma fase de queda brusca em direção ao potencial de
repouso. Porém, o potencial de membrana não estaciona no potencial de
repouso, ficando assim mais negativo, formando um pequeno patamar e
retornando aos poucos para o potencial de repouso. Os valores podem
variar, mas estão por volta de -50mV a 40mV (fase de despolarização) e
40mV a -70mV (fase de repolarização) – adotando o potencial de repouso
como -60mV.
- Uma diferença importante entre o potencial de ação e o potencial
graduado é que, no potencial graduado temos uma ação que se deteriora
com o tempo e espaço percorrido. Já no potencial de ação temos uma ação que se prolonga por toda a
fibra nervosa, independente de seu tamanho, sem perda energética.
Princípio do Tudo ou Nada: desde que o estímulo seja capaz de produzir um PA, ele sempre
ocorrerá de forma máxima – não há qualquer modificação de suas características por aumento da
intensidade do estímulo, desde que seja maior ou igual ao potencial de membrana mínimo
necessário para sua produção.
- O tempo de duração de um PA é geralmente o mesmo para um dado neurônio (alguns milissegundos). O
potencial graduado também pode ser rápido, mas também podem durar muito mais tempo (a depender
da duração do estímulo).
- Algumas características que ajudam o PA a se propagar de maneira tão rápida são: axônios/fibras
nervosas com grande diâmetro e presença de filamentos mielinizados (condução saltatória).
Mecanismo de Funcionamento:
- A membrana do axônio tem “canais de vazamento” e os chamados “canais iônicos dependentes de
voltagem” – que se abrem quando o potencial de membrana ultrapassa um determinado valor. É o limiar
potencial que determina se os canais iônicos se abrirão.
- Quando há somação suficiente de potenciais graduados excitatórios na zona de disparo, que nos levam
ao limiar, os canais iônicos (que possuem um mecanismo de reconhecimento da alteração de voltagem) se
abrem (quando o potencial limiar é ultrapassado). Esses canais no cone axônico são os de sódio.
- A zona de disparo (cone axônico) é a região de maior densidade de canais de sódio dependentes de
voltagem, por isso os potenciais de ação têm início nessa região. Com a chegada da somação na zona de
disparo, os canais de sódio dependentes de voltagem se abrem, e as forças eletroquímicas começam a agir,
empurrando sódio para dentro no neurônio através desses canais. A membrana em volta começa a se
despolarizar, visto que há a entrada de muitos cátions num meio antes negativo.
- Essa despolarização se estende em cadeia, desencadeando mais canais de sódio dependentes de
voltagem, que provocam mais despolarizações ao longo da fibra nervosa. Tantos canais vão se abrir que a
permeabilidade ao sódio se eleva drasticamente e a célula, no intuito de se equilibrar no potencial de
membrana do sódio, sai do seu repouso e adota um potencial de membrana positivo, em torno de 50mV.
OBS: Essa fase ascendente do potencial de ação se configura ao contrário do potencial de repouso, visto
que a membrana interna está positiva, e a externa negativa.
- O potencial de ação tem seu ápice em torno de 40mV, o que não é suficiente para o equilíbrio do sódio. A
razão disso é que os canais de sódio começam a se fechar em elevados níveis potenciais, e então aquele
sódio para de influir. Depois que fecham, entram num estado especial chamado de “Estado Desativado”, e
são incapazes de se abrir a qualquer potencial de membrana por um determinado tempo.
- Logo após, o potencial de ação começa a cair tão rápido quanto o potencial de membrana passou do
repouso para o ápice do potencial de ação. Cai em direção ao repouso, porém o ultrapassa negativamente
e volta aos poucos para o repouso, passando pelo período refratário.
- A fase de decaimento se dá em função da saída do potássio do neurônio, por causa das forças
eletroquímicas que atuam sobre ele (força de difusão – bomba de sódio e potássio injeta K + no neurônio,
aumentando sua concentração – e a força elétrica – agora o meio externo é o negativo) através dos canais
de vazamento e pelos canais de potássio dependentes de voltagem (também se abrem com a somação,
mas são um pouco mais lentos).
- O potencial de ação se estabiliza negativamente (abaixo do repouso) porque agora o meio intracelular é
mais negativo novamente, portanto há menos força empurrando o potássio para fora da célula – os canais
de potássio começam a se fechar (também lentamente). O potencial de membrana vai voltando ao
repouso lentamente em decorrência do fechamento dos canais de potássio e a permeabilidade ao potássio
vai retornando ao normal (o que existe no potencial de repouso).
Diâmetro do Axônio: um axônio com menor diâmetro oferece mais dificuldade de propagação do
impulso, como vesículas presentes no citoplasma ou a própria membrana celular.
- A velocidade de propagação do potencial de ação está ligada à velocidade que íons se movem, logo, num
axônio com maior diâmetro, a propagação é mais rápida.