ENFERMAGEM I Prof. Enf. Karen Correia Definição de Neuropsiquiatria
• Subcampo da psiquiatria que enfatiza a
subestrutura somática em que operações mentais e emoções estão baseadas, além dos distúrbios funcionais ou orgânicos do sistema nervoso central que originam, contribuem ou estão associados com distúrbios mentais e emocionais (Dicionário Psiquiátrico de Campbell, 8ªed). Sistema Nervoso
O sistema nervoso consiste em duas partes
principais: o sistema nervoso central (SNC), incluindo o encéfalo e a medula espinal, e o sistema nervoso periférico (SNP), que inclui os nervos cranianos, os nervos espinais e o sistema nervoso autônomo. Sistema Nervoso
A função do sistema nervoso consiste em
controlar as atividades motoras, sensoriais, autônomas, cognitivas e comportamentais (Klein e StewartAmidei, 2012). Sistema Nervoso • O próprio encéfalo contém mais de 100 bilhões de células que ligam as vias motoras e sensitivas, monitoram os processos orgânicos, respondem ao ambiente interno e externo, mantêm a homeostasia e dirigem todas as atividades psicológicas, biológicas e físicas por meio de complexas mensagens químicas e elétricas (Klein e StewartAmidei, 2012). Células do Sistema Nervoso A unidade funcional básica do encéfalo é o neurônio . O neurônio é composto de dendritos, um corpo celular e um axônio. Células do Sistema Nervoso Os dendritos são estruturas semelhantes a ramos, que recebem mensagens eletroquímicas. O axônio é uma longa projeção que leva impulsos elétricos desde o corpo celular. Alguns neurônios apresentam uma bainha mielinizada, que aumenta a velocidade de condução (Hickey, 2009). Células do Sistema Nervoso Os corpos das células nervosas que ocorrem em aglomerados são denominados gânglios ou núcleos. Um aglomerado de corpos celulares com a mesma função é denominado centro (p. ex., o centro respiratório) (Hickey, 2009). NEUROTRANSMISSORES Os neurotransmissores comunicam mensagens de um neurônio para outro ou de um neurônio para uma célula alvo, como as células musculares ou endócrinas. Os neurotransmissores são produzidos e armazenados nas vesículas sinápticas HINKLE;CHEEVER,2020). NEUROTRANSMISSORES • Quando um potencial de ação elétrico se propaga ao longo do axônio e alcança o terminal nervoso, os neurotransmissores são liberados na sinapse (HINKLE;CHEEVER,2020). NEUROTRANSMISSORES O neurotransmissor é transportado por meio da sinapse e liga-se a receptores existentes na membrana da célula pós-sináptica. Um neurotransmissor pode excitar ou inibir a atividade da célula alvo. Em geral, múltiplos neurotransmissores atuam na sinapse neural. Uma vez liberadas, as enzimas destroem o neurotransmissor ou o reabsorvem para dentro do neurônio para uso futuro (HINKLE;CHEEVER,2020). Principais Neurotransmissores Neurotransmissor Origem Ação
Encefalina, endorfina Terminações nervosas na Excitatória; sensação de
medula espinal, tronco prazer, inibe a transmissão encefálico, tálamo e da dor. hipófise.
Ácido gama- Medula espinal. Cerebelo, Inibitória.
aminobutírico núcleos da base, algumas áreas corticais. Neurotransmissor Origem Ação Acetilcolina (principal Muitas áreas do encéfalo; Habitualmente excitatória; transmissor do sistema sistema nervoso os efeitos parassimpáticos nervoso parassimpático). autônomo. são algumas vezes inibitórios (estimulação do coração pelo nervo vago).
Serotonina Tronco encefálico, Inibitória; ajuda a
hipotálamo, corno dorsal controlar o humor e o da medula espinal. sono, inibe as vias de dor. Dopamina Substância negra e Habitualmente inibitória; núcleos da base. afeta o comportamento (atenção, emoções) e os movimentos finos.
transmissor do sistema hipotálamo, neurônios afeta o humor e a nervoso simpático). pós-ganglionares do atividade geral. sistema nervoso simpático. ENCÉFALO
O encéfalo representa aproximadamente 2% do
peso corporal total. Em um adulto jovem médio, o encéfalo pesa aproximadamente 1.400 g, ao passo que, no indivíduo idoso médio, o encéfalo pesa cerca de 1.200 g (Hickey, 2009). ENCÉFALO O encéfalo é dividido em três áreas principais: o cérebro, o tronco encefálico e o cerebelo. O cérebro é constituído de dois hemisférios, o tálamo, o hipotálamo e os núcleos da base. O tronco encefálico é constituído pelo mesencéfalo, ponte e bulbo. O cerebelo localiza-se sob o cérebro e atrás do tronco encefálico (Hickey, 2009). Sistema Nervoso Periférico
O sistema nervoso periférico (SNP) inclui os
nervos cranianos, os nervos espinais e o sistema nervoso autônomo. Nervos Cranianos Doze pares de nervos cranianos emergem da superfície inferior do encéfalo e atravessam as aberturas existentes na base do crânio. Três nervos cranianos são totalmente sensitivos (I, II, VIII), cinco são motores (III, IV, VI, XI e XII) e quatro são sensitivos e motores mistos (V, VII, IX e X) (HINKLE;CHEEVER,2020). Nervos Cranianos • Os nervos cranianos são numerados de acordo com a ordem em que se originam do encéfalo. • Os nervos cranianos inervam a cabeça, o pescoço e as estruturas especiais dos sentidos (HINKLE;CHEEVER,2020). Nervos Cranianos Nervo craniano Tipo Função I (olfatório) Sensitivo Sentido do olfato II (óptico) Sensitivo Acuidade visual e campos visuais III (oculomotor) Motor Músculos que movem o olho e a pálpebra, constrição pupilar, acomodação da lente IV (troclear) Motor Músculos que movem o olho V (trigêmeo) Misto Sensação facial, reflexo córneo, mastigação VI (abducente) Motor Músculos que movem o olho Nervos Cranianos VII (facial) Misto Simetria da expressão facial e movimento muscular na parte superior e inferior da face, salivação e lacrimejamento, paladar, sensação na orelha
VIII (acústico) Sensitivo Audição e equilíbrio
IX (glossofaríngeo) Misto Paladar. Sensação na faringe e na língua, músculos faríngeos, deglutição. Nervos Cranianos X (vago) Misto Músculos da faringe, laringe e palato mole; sensação na orelha externa, faringe, laringe e vísceras torácicas e abdominais; inervação parassimpática dos órgãos torácicos e abdominais
XI (espinal acessório) Motor Músculos
esternocleidomastóideo e trapézio XII (hipoglosso) Motor Movimento da língua Nervos Espinais A medula espinal é composta de 31 pares de nervos espinais: 8 cervicais, 12 torácicos, 5 lombares, 5 sacrais e 1 coccígeo. Cada nervo espinal tem uma raiz ventral e uma raiz dorsal. As raízes dorsais são sensitivas e transmitem impulsos sensoriais de áreas específicas do corpo, conhecidas como dermátomos para os gânglios do corno dorsal (HINKLE;CHEEVER,2020). Nervos Espinais A fibra sensitiva pode ser somática, transportando informações sobre dor, temperatura, toque e sentido de posição (propriocepção) dos tendões, das articulações e superfícies corporais; ou visceral, transportando informações provenientes dos órgãos internos (HINKLE;CHEEVER,2020). Nervos Espinais As raízes ventrais são motoras e transmitem impulsos da medula espinal para o corpo; essas fibras também são somáticas ou viscerais. As fibras viscerais incluem fibras autônomas que controlam os músculos cardíacos e as secreções glandulares (HINKLE;CHEEVER,2020). Sistema Nervoso Autônomo
O sistema nervoso autônomo regula as
atividades dos órgãos internos, como o coração, os pulmões, os vasos sanguíneos, os órgãos digestivos e as glândulas. A manutenção e a restauração da homeostasia interna são, em grande parte, responsabilidade do sistema nervoso autônomo (HINKLE;CHEEVER,2020). Sistema Nervoso Autônomo • Existem duas grandes divisões: o sistema nervoso simpático, com respostas predominantemente excitatórias (mais notadamente a resposta de “luta ou fuga”), e o sistema nervoso parassimpático, que controla principalmente as funções viscerais. Sistema Nervoso Autônomo • O sistema nervoso autônomo inerva a maioria dos órgãos do corpo. • Embora seja habitualmente considerado parte do sistema nervoso periférico, esse sistema é regulado por centros localizados na medula espinal, no tronco encefálico e no hipotálamo (HINKLE;CHEEVER,2020). Referências • HINKLE,J.L.;CHEEVER,K.H.Brunner&Suddarth:TratadodeEn fermagemMédico- cirúrgica.14.ed.RiodeJaneiro:GuanabaraKoogan,2020. • Dicionário Psiquiátrico de Campbell. Robert Jean III Campbell, 8ªed, Outubro de 2003. • Klein, D. G., & StewartAmidei, C. (2012). Nervous system alterations. In M. L. Sole, D. G. Klein, & M. J. Moseley (Eds.). Introduction to critical care nursing (6th ed.). St. Louis: Elsevier Saunders. • Hickey, J. V. (2009). The clinical practice of neurological & neurosurgical nursing (6th ed.). Philadelphia: Lippincott Williams &Wilkins.