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inf>ncia
educar de O a 6 anós
| Maternagem
insolita
Genevieêve Appell
Myriam David
AUTORAS
Myriam David
Genevieve Appell
Maternagem
insólita
São Paulo
omnisciência
2021
Original:
Agradecimentos
(1
Ç (1)
ds ontação Poj
Pikler Brasil
Introdução
Por que... Para quem este livro? 39
paso mac
I. Apresentação de Lóczy 47
II. Princípios diretores 5]
HI. A organização dos grupos 59
IV. Os cuidados 65
V. As brincadeiras livres e as atividades autônomas 83
VI. Outras atividades e relações sociais 107
VII. A estrutura institucional 121
VII. Discussão dos resultados 143
Posfácio
Em resposta a questões que me são colocadas
com frequência | Geneviêve Appell 181
Bibliografia 203
yr
uma grande honra e um enorme prazer ter sido convidado
a escrever o prefácio à nova edição desta obra que foi tão
significativa para muitos entre nós. Há alguns meses, estou na
Presidência da Associação Pikler-Lóczy da França (APLF) e isso é
muito importante para mim, não somente do ponto de vista do
meu percurso profissional, como também do ponto de vista da
minha vida de ser humano, pura e simplesmente.
Não obstante, essa presidência me intimida, posto que bem
sei que nessa função sucedo a duas prestigiosas presidentes, Ge-
neviêve Appell e Françoise Jardin e, por essa razão, se espero me
mostrar digno das funções que me foram confiadas, temo, ao
mesmo tempo, correr o risco de decepcionar.
IO Maternagem Insólita
cm
onde, ao contrário, aprendia-se a ajudar os bebês a construir-se
DB) Aa
e a crescer.
Com frequência, essa frase ressoa em minha memória e sem
dúvida ainda hoje, a distinguir aquilo que tem importância da-
quilo que tem menos.
Foi então assim que aceitei essa presidência com entusiasmo
porque efetivamente penso que, neste mundo, e que é o nosso,
as contribuições do Instituto Pikler são portadoras de uma vi-
são do bebê e do seu desenvolvimento responsável da unidade
da pessoa em devir dos pequeninos, e que, ao mesmo tempo,
Marz
permite-nos zelar por sua liberdade e por sua dignidade no
âmago de uma ética do cuidado que não deixa de me impactar —
e que devo, portanto contribuir para difundi-la na medida de
minhas possibilidades.
Gostaria agora de apresentar alguns exemplos das reflexões
de Lóczy que me parecem cruciais em uma época como a nossa.
Quanto mais uma sociedade é agitada, menos ela tolera crian-
ças agitadas mas, mais ainda, paradoxalmente, ela cria as condi-
ções de suas agitações e até mesmo, de suas hiperatividades. Daí
decorre o aspecto essencial dos trabalhos de Lóczy que insistem
na necessidade do respeito aos ritmos da criança afim de garantir,
muito particularmente, a harmonia de suas aquisições psicomoto-
ras. Mas essa questão vai mais longe ainda. Os jardineiros costu-
mam dizer que não serve para nada puxar as folhas para que elas
cresçam. Sem dúvida, é a mesma coisa no que se refere ao cresci-
mento e maturação psíquicos da criança, que devem vir de dentro
para fora, processos endógenos exigindo o encontro com adultos
que não “forçam a barra” e não funcionam sob o modo da anteci-
pação ansiosa, mas que se mostram apenas atentos para, devagar,
fazer a criança avançar com suficiente tato, leveza e respeito por
sua própria dinâmica. Não se trata de enaltecer a lentidão, mas de
um elogio por levar em conta as especificidades de cada criança,
de cada bebê, o que em si é uma posição que leva à admiração,
ao permitir uma ética do cuidado em acordo com a ética do sujeito,
relação tão importante em nosso contexto sociocultural atual.
12 Maternagem Insólita
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a
Ão final do Colóquio de aniversário de 1996 que evoquei aci-
A)
ma, Serge Lebovici lançou a ideia de que, em família, o fazer-
-com-os-bebês era uma condição prévia para o estar-junto, ao
"ta
passo que em Lóczy, o estar-junto precedia de certa maneira a
possibilidade de fazer-com.
E
Hoje em dia, alguns anos mais tarde, digo a mim mesmo que
estar-junto para trabalhar pelo desenvolvimento e difusão das
ações e ideias conduzidas no Instituto Pikler de Budapeste é uma
2
coisa preciosa à qual estou verdadeiramente feliz em participar,
e, de certa forma, [como] uma espécie de privilégio.
14 Maternagem Insólita
16 Maternagem Insólita
2 3 ssragrE”:
18 Maternagem Insólita
RA
é tanto a dos adultos tomados individualmente, quanto a do gru-
Rr?
po de adultos, o que relativiza muito a questão da composição das
equipes que trabalham com bebês, equipes que, como sabemos,
Te:
são na maior parte das vezes de forte predominância feminina.
De fato, mesmo quando uma equipe é constituída apenas de
mulheres, cada uma delas é sempre portadora de uma bissexua-
lidade psíquica da mesma maneira que o enquadre oferecido às
crianças e, finalmente, também todo o dispositivo educativo,
pedagógico ou terapêutico.
Na realidade, como já vimos, esses componentes bissexuais
enviam para o registro do holding e da continência pela dimen-
são feminina ou materna e para o registro do limite ou da regu-
lação pela dimensão masculina e paterna.
Por isso, é mais a integração desses dois registros que é es-
sencial no cerne de cada adulto, no cerne das relações entre os
diferentes adultos e no cerne do contexto, do que o número res-
pectivo de homens ou mulheres intervindo, na realidade com os
bebês e é a qualidade dessa integração que tornará o bebê mais
ou menos vulnerável ou mais ou menos resiliente.
O contexto dos cuidados realizados em Lóczy se mostra,
sem dúvida, particularmente pertinente para estudar o entre-
laçamento das funções continentes e limitantes dos cuidados
na perspectiva dos trabalhos de Esther Bick, Geneviéve Haag
ou de Didier Houzel, por exemplo, e isso certamente permi-
te aprofundar essa questão sutil, porém difícil, da qualidade
da integração da bissexualidade psíquica; há aqui, no entanto,
uma ameaça interna efetiva sobre a qual convém se mostrar
particularmente vigilante.
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DEITAR
SS
O que D.W. Winnicott aponta, aqui, é que a capacidade de
estar só depende na realidade, fundamentalmente, de um meca-
PST
nismo de interiorização da mãe, cuja ausência externa só poderá
ser suportada pela instauração da sua presença no interior da psi-
ms
que da criança — isso que Myriam David evoca na sua entrevista
LE
com Bernard Martino.
FINE
De outra forma dita, ser capaz de estar só, é no fundo ter os
meios para não estar, graças à presença interna do objeto (primá-
rio) que se ausentou externamente.
Isso corrobora, parece-me, aquilo que Anna Freud também
visava quando, a propósito da maturação das diferentes “linhas
de desenvolvimento” que permitem a aquisição de independên-
cia e autonomia, ela dizia que a criança deveria interiorizar certo
número de funções maternas para, um dia, poder brincar ela
mesma, e por conta própria, de mãe e de criança.
Desejo agora citar Michel Schneider que, num livro con-
sagrado a Glenn Gould (do qual bem conhecemos os aspec-
tos autísticos), nos propõe utilmente distinguir a solidão do
isolamento: “Estar só não é estar na solidão. Eu reservarei a
palavra solidão para falar desse estado onde estamos sem os
outros, certamente, mas onde permanecemos acompanhados
e denominaria isolamento os momentos, esteja eu só ou acom-
panhado, onde a minha própria companhia me falta, os mo-
mentos onde esse “alguém que falta” não é tanto o outro mas
eu mesmo.
Parece-me que há aqui uma indicação muito preciosa quanto
às dificuldades da criança, filha de mãe deprimida em adquirir
essa famosa capacidade de estar só.
De fato, se a solidão corresponde ao estado em que se está
só sem os outros, mas “onde fazemo-nos companhia”, e isso é
porque o objeto ausente foi internalizado com suas próprias ca-
pacidades de continência. A mãe que é antes de tudo um objeto
continente deve assim se tornar um objeto interno contido, mas
que, no entanto, é possível de exercer como (estando) de dentro,
sua própria função de continência.
TE E mera
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28 Maternagem Insólita
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e”
7
vel, e isso por razões tanto extrínsecas quanto intrínsecas.
As razões extrínsecas correspondem ao número atualmente
o MR
decrescente de crianças em instituições de acolhimento, por
e
problemas de recursos financeiros e políticas que são impor-
ae
tantes. A extensão para outros campos de aplicação parece, nes-
se sentido, uma necessidade vital para a própria sobrevivência
dessa experiência.
As razões intrínsecas correspondem ao fato epistemológico
que quer que toda novidade conceitual, desde que ela contenha
realmente uma parte de verdade, não possa jamais ficar estri-
tamente ligada às condições de sua descoberta e inteiramente
dependente delas. Assim como as descobertas metapsicológicas
não podem envolver um status de verdade local a ponto de só
ter valor no cerne do dispositivo divã-poltrona da cura-tipifi-
cada, da mesma forma as aquisições da experiência pikleriana,
sendo efetivamente aceitáveis, podem ser utilizadas em outros
enquadres além do enquadre das instituições de acolhimento.
O fato é que ao se afastar de suas condições de emergência,
toda inovação corre o risco de se diluir, ou de se descaracterizar.
A parentalidade normal, os gêmeos e os trigêmeos, o funcio-
namento das creches, as crianças maiores, as crianças com defi-
ciências, situações de dependência diversas. Temos aqui algumas
temáticas sobre as quais as reflexões oriundas dos trabalhos do
Instituto Pikler poderiam certamente ter muito a contribuir.
Mas sem dúvida, deve-se pensar que a influência pode ser
recíproca no sentido de que se os princípios piklerianos de cui-
dados podem ser úteis à ação nos seus diferentes campos, ao con-
trário, esses outros campos também podem ser úteis ao aprofun-
damento da própria reflexão pikleriana.
Quanto mais jovem é o bebê menos ele é estruturado sob o
modo psicopatológico já fixado, e então é mais fácil a constru-
ção de uma “terceira história” entre ele e os adultos que cuidam
dele (B. Golse). A co-construção dessa “terceira história”, que se
enraíza na história passada da criança e dos adultos e que lhes
abre um espaço de liberdade, me parece está no centro da prática
TM aetee pras
E para concluir...
Antes de tudo é importante não se deprimir.
— oecryerpe
32 Maternagem Insólita
Apre
1 Nesse número não estão compreendidas as crianças que não fizeram parte da pesquisa da OMS.
34 Matrernagem Insólita
Novembro de 1972
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Prefácio da edição brasileira
Sylvia Nabinger
Boa leitura.
Sylvia Nabinger
Presidente da Associação Pikler Brasil
38 Maternagem Insólita
Introdução
Por que... Para quem este livro?
tm
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Foi assim que, passo a passo inicialmente foi redigido o pri-
meiro relatório e depois, por sugestão de Germaine Le Guillant,
este livro. Ele é destinado a descrever as crianças, os cuidados
recebidos, compreender os princípios diretores que incentivam
esse empreendimento, sua modalidade de aplicação e o funcio-
namento dessa instituição. Isto e antes de tudo com o desejo de
contribuir para a melhora em nosso país das condições de vida
oferecidas às crianças pequenas quando, privadas de família ou
afastadas dela, se encontram em instituição.
Na França, a primeira solução encontrada para uma criança
pequena sem família é a adoção e pensamos que essa é de fato a
melhor. Mas, se por um lado, essas crianças são sempre institu-
cionalizadas antes de ser adotadas; por outro lado, muito mais
numerosas são as crianças que, separadas de seu meio familiar de
maneira provisória ou mesmo permanente, não são adotáveis.
Tanto a umas quanto a outras deve-se oferecer um espaço de
acolhimento que seja coletivo ou familiar.
Nossa preferência por crianças muito pequenas é pelo acolhi-
mento familiar porque é mais fácil para a criança ter a possibilidade
de elaborar uma relação afetiva significativa. Entretanto, não cabe
desconhecer as dificuldades do acolhimento familiar que, por falta
de precauções e a partir de uma visão simplificada sobre as relações
maternas substitutivas, pode ser fonte de perturbações. Em particu-
lar, sem estrutura ou contexto adequado é muitas vezes, como todo
acolhimento coletivo, vetor de carências quando entre outros não
são evitadas rupturas repetitivas que anulam o valor do sistema.
Como preservar a saúde mental dessas crianças em acolhi-
mento permanece como um problema urgente posto que muitas
delas, ainda que sejam acolhidas por uma instituição ou uma
família de acolhimento, sofrem de carências afetivas graves e os
fatos mostram como isso é difícil de ser evitado.
Na verdade, essa dificuldade se dá pela natureza do problema,
insuficientemente conhecido e compreendido na sua complexi-
dade. Reina ainda uma diversidade de pontos de vista teóricos
sobre os fatores da carência e sobre os elementos indispensáveis
à construção da personalidade.
42 Maternagem Insólita
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44 Maternagem Insólita
DESERTA
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Introdução. Por que... Para quem este ivo
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PESO ear pmmpememeeom
Apresentação de Lóczy
As crianças
À apresentação das crianças será breve e expressará a primeira
impressão. Efetivamente é o conjunto do relatório que vai per-
mitir compreender quem são essas crianças, as características do
seu desenvolvimento e a vida que levam.
Em junho de 1971, 51 crianças entre recém-nascidas e de 3
a 4 anos vivem em Lóczy. Seus pais não podem assegurar sua
proteção, seja porque faleceram ou estão doentes (tuberculosos,
cardiopatas, doentes mentais), seja porque estão em dificuldades
(alcoolismo, famílias desunidas, mãe solo); algumas poucas são
crianças abandonadas.
As crianças são saudáveis e algumas prematuras.
A grande maioria já chega direto da maternidade, algumas
durante os primeiros meses. Elas deixam a instituição quando
suas famílias estão em condições de recuperá-las ou quando, por
decisões tomadas a respeito delas, podem ser adotadas. Um pe-
queno número permanece até a idade de 3 anos ou um pouco
mais. Se não é encontrada nenhuma solução familiar possível,
as crianças partem para uma instituição para crianças de 3 a 6
anos. Duas saíram em 1971 e nenhuma em 1972.
A saída de uma criança não ocorre exatamente na ocasião
do seu terceiro aniversário. Se um retorno para a família ou a
adoção está previsto para os próximos meses, então ela perma-
nece em Lóczy. Por outro lado, a entrada nas instituições para
crianças de 3 a 6 anos ocorre em setembro, então a criança que
já completou 3 anos espera até essa data.
Embora algumas crianças passem 3 anos em Lóczy, a maioria
delas permanece de um a dois anos.
CECPANTESCADE
Apresentação de Lóczy 47
Os adultos
Cerca de 70 pessoas trabalham em Lóczy. Algumas delas
se dedicam exclusivamente à atividade científica e atuam de
maneira totalmente independente do cotidiano das crianças.
Outras trabalham em tempo integral com as crianças, en-
quanto outras ainda dividem seu tempo entre os dois setores
de atividades.
48 maternagem Insólita
Duas enfermeiras
-* Educadora infantil
Cinco médicas
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Princípios diretores
Princípios diretores 51
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Princípios diretores 53
54 Maternagem Insólita
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que se pode dar, mas o que é oferecido deve ser constante e segu-
ro”, parece ser a regra da casa.
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Princípios diretores 57
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O contexto de vida
Em razão da arquitetura da casa, as crianças e as cuidadoras
mudam de lugar durante a estadia. À medida em que as crianças
crescem, procurando privilegiar lugares sempre mais espaçosos e
abertos para o exterior.
Essas “mudanças” são realizadas levando em conta um con-
junto de precauções destinadas a minimizar, o quanto possível, o
sentimento de estranhamento que podem provocar nas crianças.
A mudança é prevista com antecedência. Os maiores que conhe-
cem bem a casa, podem se preparar ativamente e dela participar.
Nesse dia, as três cuidadoras estão quase sempre presentes.
Não é uma obrigação; mas, conscientes do fato de que é um dia
- o 4
Rd CMEI q ms rare nTes
dim mais fechado com cercas vivas que formam um espaço bem
protegido, porém já maior e um pouco acidentado.
Os grupos E, F gozam de um grande terreno com inclinações,
cantos, pequenos bosques que oferecem muitas possibilidades.
62 Maternagem Insólita
Os Cuidados
* À doçura dos gestos deve ser assinalada posto que, além da sim-
ples gentileza, ela testemunha de um reconhecimento perma-
nente, pelo fato de que a criança é sensível a tudo que é feito para
ela e não pode ser manipulada pela vontade do adulto.
Nada de mudanças bruscas de posição, nada de crianças
carregadas displicentemente, nada de balançar as camas, nada
de corpos e cabeças chacoalhadas fortemente, nada de mu-
dança imprevista da rotina, tudo é suave e feito com atenção.
A maneira de pegar e de deixar os pequenos é uma boa ilus-
tração desse aspecto.
À criança é antes de tudo chamada pelo seu nome, caso ne-
cessário é colocada de barriga pra cima, de frente para a cui-
dadora que procura captar o seu olhar; em seguida ela levanta
levemente o braço da criança para poder segurar sua cabeça
com a mão e sustentá-la perfeitamente; somente depois disso,
a criança é erguida. Para descansar, a mesma doçura e antes de
deixá-la, a cuidadora olha para ela, lhe diz algumas palavras,
” despede-se e, se necessário, lhe dá um cobertor contra o qual
ela se encolhe.
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Os cuidados 69
Os banhos e as trocas
Cada vez que uma criança vai ser vestida, desvestida, trocada,
levada para o banho, ela é tratada de acordo com as atitudes descri-
tas acima. À cuidadora lhe dedica uma atenção constante, respeita
e utiliza sua espontaneidade para realizar seu trabalho, ao mesmo
tempo em que a torna consciente de tudo que está acontecendo.
Os banhos são exemplos ricos desse tipo de cuidado.
72 Maternagem Insólita
Os cuidados 73
As refeições
As dietas, estritamente controladas, são estabelecidas a cada dia
para cada criança e modificadas desde que as observações cotidia-
nas indiquem a necessidade. Para isso, toda manhã o pediatra lê o
caderno de cada criança onde estão registrados: a dieta em curso, a
quantidade de alimento efetivamente consumida e principalmente
Os suplementos recebidos, seu peso, as fezes e diversas outras obser-
Vações que serão examinadas de maneira detalhada no capítulo VII.
- Como já foi dito, a hora da refeição é fixa, e cada criança é ali-
mentada na sua vez, e acordada se necessário, exceto para o lanche.
Os cuidados 75
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As refeições dos menores são preparadas e apresentadas indi.
vidualmente, as dos maiores são preparadas para O grupo e cada
um é servido por sua cuidadora, ou se serve sozinho, mas para
todos, servido na casa ou na parte externa, a alimentação é tra-
zida no banho-maria e permanece quente sem que a cuidadora
tenha que se preocupar com isso.
Uma criança nunca é forçada a comer mais do que tem von-
tade. Ao primeiro sinal de recusa, sem nenhuma tentativa para
que coma mais, sua cuidadora para ou deixa que ela pare de
comer. À regra “nenhuma colher a mais” é levada a sério. Em
contrapartida, se terminada a sua porção e a criança continuar
insatisfeita: para as pequenas é dado um suplemento de suco de
cenoura ou de frutas e para as maiores um suplemento do prato
que acabou de comer.
As sucessivas situações propostas à criança para as suas refei-
ções serão apresentadas através de exemplos.
Até atingir a idade de 2 meses e meio, os bebês são intei-
ramente alimentados no seio, depois parcialmente e progres-
sivamente desmamados em torno dos 5-6 meses. A partir do
momento em que a sua dieta se torna mista, eles são alimen-
tados na colher e no copo. A mamadeira só é utilizada quando
uma criança apresenta necessidades particulares ou não pode
ser amamentada no seio.
Caso contrário, a mamadeira é julgada um intermediário inú-
til. A necessidade de sucção é considerada como satisfeita posto
que a criança é amamentada e tem toda a liberdade de chupar
o que aparece na sua frente durante as suas atividades. Então,
pensa a equipe de Lóczy, por que não lhe apresentar de cara um
conjunto mais avançado de alimentos, que por sinal a criança se
mostra rapidamente hábil em tê-los?
Charles e Melinda são bons exemplos do que acontece.
Charles, 2 meses
76 Maternagem Insólita
Os cuidados 77
78 Maternagem Insólita
Os cuidados 79
Os exames médicos
O mesmo médico acompanha as crianças ao longo da estadia
delas no instituto. Portanto, elas não tardam a reconhecê-lo. A
visita, seja ela de rotina ou porque a criança está doente, é con-
duzida segundo as mesmas regras que a do tratamento. O médi-
co fala, comenta, explica, utiliza os movimentos da criança, faz
com que ela participe. Os gestos são delicados, nada de pressão,
aqui mais uma vez nada de pressa e tudo é feito através de um
contato com a criança.
As crianças também gostam da visita médica, que se torna
um acontecimento feliz. É a ocasião de tomar consciência do seu
corpo e, para os maiores, de nomear as diferentes partes. Além
disso, a criança aprende que se cuidar não é ameaçador e pode
mesmo ser agradável.
Entretanto, em alguns períodos, como para todas as crianças
dessa idade, acontece delas não gostarem nem de serem desves-
tidas, nem tocadas:
“Gyuszi está com febre, precisa ser examinado, ora, nesse mo-
mento ele resiste, não quer ser examinado. Durante muito tempo o
Dr. L. fica em contato com ele, aceita suas recusas sem se opor, inte-
ressado no que ele está fazendo, o deixa brincar com o estetoscópio,
lhe oferece um palito pediátrico. Gyuszi se acalma e acaba até por
cooperar um pouco. Contudo, se encolhe novamente quando do
Es
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re sata
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Os cuidados 81
1 Nota do tradutor: Jardim de infância refere-se a uma pequena casa localizada no pátio da Instituição,
Portanto, não é uma escola de Educação Infantil. Atualmente, esse espaço é chamado de “playroom”, casa
de brincar. A descrição desse espaço encontra-se no capítulo VI - Outras atividades e relações sociais.
O espaço
O espaço, no qual a criança é colocada é cuidadosamente le-
vado em consideração. Ele responde a três exigências:
- ser apenas um pouco mais amplo que o espaço que a criança
pode ocupar para a sua atividade e percorrer, levando em conta
suas possibilidades de locomoção do momento. A criança é então
incentivada a tomar iniciativa sem ser colocada numa situação
de insegurança, pelo fato do espaço ser amplo demais, não conse-
guindo então apreendê-lo na sua totalidade de forma autônoma;
84 Maternagem Insólita
As intervenções do adulto
À preocupação constante em instalar as crianças em condições
as mais favoráveis possíveis para que elas cuidem de si mesmas de
forma autônoma, leva a não interferir de maneira direta no seu
brincar. O único objetivo das intervenções do adulto é no sentido
de manter essas condições adequadas para as atividades iniciadas
por elas. É por isso que a cuidadora nunca propõe uma postura
para a criança: de bruços, sentada ou de pé; ela as escolhe quando
Ee, na
ii
porque e, se ela tem idade para poder se expressar, eventualmen-
int
te deixa que ela mesma escolha as diversas soluções.
rima mio ms
Antes de intervir, a cuidadora, quase sempre, dá um apoio ver.
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bal à criança, e seja qual for a situação, suas intervenções nunca
são rápidas nem precipitadas, posto que ela só se voltará para esta
após ter terminado com a criança que está cuidando no momento.
A constância dos cuidados que elas prestam e o treinamento
oriundo da observação parecem tornar as cuidadoras hábeis em
interpretar aquilo que cada criança tem necessidade em tal mo-
mento e suas intervenções parecem, em geral, oportunas, seja
porque a criança se engaja em uma nova atividade, seja porque,
recolocada na cama, ela dorme rapidamente.
Claro, nem todas as cuidadoras têm a mesma aptidão para
perceber as necessidades das crianças e responder de maneira
adequada. Igualmente, há sempre crianças, uma ou duas em
cada grupo, que passam por momentos difíceis, ligados na maior
parte das vezes ao seu estágio de desenvolvimento e para os quais
ooo".
Ego
88 Maternagem Insólita
para se erguer, depois pega uma pequena argola azul que encon-
tra embaixo dela e a amassa por um tempo antes de descansar
sua cabeça; cansada, de lado ela chupa o dedo até que, vendo
novamente o panínho, se anima « recomeça o movimento.”
Nessa idade nem sempre é fácil distinguir as necessidades das
crianças. É um grupo, O único, onde os choros são frequentes e,
em certos momentos tem uma intensidade dramática inegável.
As cuidadoras estão atentas a esses choros, mas não se deixam
Jevar por esse caráter pungente. Com uma só palavra, um gesto,
elas incentivam a criança a encontrar a calma e só intervém de
maneira mais ativa após um tempo mais ou menos longo, de acor-
do com a idade, e apenas se o choro atinge um real paroxismo.
Grupo B (4 a 8 meses)
“A alegria de rastejar, se deslocar e se encontrar”
O cercado de 4 a 8 meses é mais divertido de observar. Ali estão
espalhados os mais variados objetos: encontramos ainda os panos
coloridos, a bola de fios vime, mas também uma ou duas bolas,
tigelas e cestas de plástico em cores vivas, uma boia, copos de me-
tal, tambores de plástico e alguns bringuedos do tipo chocalho.
O tempo de permanência nesse cercado já é bem maior. Para
as crianças de 5-6 meses, é de uma hora e meia e até mesmo
mais, ou seja, o tempo que a criança fica alegre e bem desperta,
Observamos Mélinda nessa manhã (6 meses e meio)
“Sua cuídadora acaba de colocá-la, ela me dirige um sorriso
charmoso depois rapidamente se coloca de lado. Sem dificuldade
ela pega uma esteira de plástico vermelha e voltando a ficar de
costas a manípula sem dificuldade. O barulho de outra criança
faz com que vire a cabeça, com esforço se estique e arqueada
figue olhando para um lado; interessada na cena fica de barriga
pasa baixo, apoiada sobre as duas mãos €« observando, mas logo
sua atenção se dírige para outro brinquedo e, de maneira hábil,
ela se arrasta nessa direção.
Alguns minutos mais tarde, ela já está perto de Judith que chu-
pa seu dedo esquerdo, o braço direito estendido na horizontal,
vetos ne carpa,
pis pg >
92 Materragem insólita
Grupo € (7 a I4 meses)
“Bons rastejadores na conquista do equilíbrio e à procura
do adulto”.
No terraço, próximos do grupo B, dois cercados acolhem o
grupo C.
As crianças maiores já poderiam se beneficiar do andar tér-
reo, onde estão os cercados mais espaçosos do jardim. Mas, eles
já estão ocupados com outras crianças e uma nova divisão de
quartos, que deve levar em conta a situação geral da casa só será
possível dali a alguns meses.
Preocupada, no entanto, em responder à necessidade de um
espaço mais amplo e mais diversificado, a equipe solicita uma
reestruturação do terraço para o funcionário “faz-tudo”.
Do lado de um dos cercados, ele instala uma porta que, através
de um pequeno degrau, dá acesso ao terraço. Instala barreiras que
fecham o espaço entre os dois cercados. Há lugar para um tanque
de água. O conjunto oferece às crianças novas possibilidades de
atividades e também outras interações com os vizinhos menores,
e quando a cuidadora percebe que elas esgotaram as possibilidades
do cercado, abre a porta que lhes dá acesso a essa parte do terraço.
O material para brincar se assemelha ao do grupo anterior.
Encontra-se alí um número mais significativo de grandes bacias
de plástico que são objeto de inúmeras brincadeiras sem fim com
Razão pela qual estão divididas em dois subgrupos para que não
se sintam incomodadas.
Livres para se movimentar, essas crianças tomam posições va-
riadas e adotam modos de deslocamento que lhe são próprios. A
evolução das crianças nesse contexto costuma ser muito
tomas
diversa.
É interessante notar que se algumas crianças brincam senta-
das, outras não, colocando-se de pé antes mesmo de saber sen-
tar. Como não dominam essa posição, nunca são sentadas com
a ajuda do adulto. Essa posição, elas descobrem posteriormente
quando possuem recursos para isso.
Entre as crianças desse grupo, as interações já são mais im-
portantes e claramente mais determinadas pelo desejo delas que
ES
tos acabam no face a face. Pirouska olha bem para Janosh que,
SRI PR POIS OL
94 Materriagem insólita
E CANIS eeia rm e
solar Dotte (16 meses e meio), outro belo menino, ativo, sensi-
vel, presente com as pessoas e coisas, essa manhã está bastante
suscetível. Sanyi toma a frente da cuidadora e, com um gesto
ao mesmo tempo delicado e brusco, coloca suas duas mãos nas
bochechas dela. A mesma, divertida, fala com ele e sai. Sanvia
segue: impedido pelas barras do cercado ele chama em sua dire-
ção, senta-se pega algumas pinhas que alternadamente morde e
atira longe gritando.
Enquanto isso, Elvira, fugindo de Sanvyi, assim que se senta
fica costas com costas com Marta (15 meses). Elvira se diverte,
apoiando-se nela, falando com a bolsa que manipula ativa e lon-
gamente até o momento em que Marta, olhando para a bolsa
com vontade de pegá-la, morde Elvira, que reage puxando os
ira a
AEERSGI
Rs RES it st
98 Maternagem Insólita
tá ias 4
iididas
' certeza de que ela vai pegá-lo, estica os braços feliz e tagarela muito,
No terceiro dia após a constituição desse novo grupo, as
crianças são consideradas capazes de se beneficiarem de outro
espaço para brincar que será mais adequado às possibilidades de
atividades delas. Trata-se de um recanto do jardim não dividido,
O FERRO PRE
poucos conflitos.
Quanto a Peter, interessado em subir e descer alguns degraus
ele exprime uma alegria imensa quando, do terraço, uma de sus
ex-cuidadoras o estimula e felicita. Ela não demora a se aprox
mar € ficar com ele por dez minutos numa conversa carinhos.
Peter, todo contente, perdeu completamente seu ar reservado€
ERES RN RISE
DEENNÇÃO Bt » Empr rm
e l e ão , no e n t a n
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a p e m a situaç , i c ando tudo po
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e o m i n a f
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s igualm ente educativos. de
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cEuldadora o E.
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elas dividem erenciado de
No jardim, m o se u cante ») bem dif
ntreta nto, te
Cada grupo, e
repouso.
refeição, troca € lhas cadeiras de ca
rro alin hadas
, abana € ve
piscina infantil c e ja e de jo go s variados: tríciclos,
mon t e d e a r
ficam ao | ado de um s, se mpre os cilindros vaza-
n hóezinho
carrinho de pedalar, cami
to de pe qu e n o s o b j e tos para brincar na à reia OU
dos; um conjun
empurrar, puxar e esca lar.
Os grupos não se misturam muito, de te
mpos em tempos uma
ou então tem
E menor observa o que a maior está fa zendo
í
= an
cri
o tomado. Quando uma brincade ira
conjunta é
E | ; entre colegas do mesmo
u r zad
r a a pa rt e da s ve ze s é
gos
paralelos ou alg pen grupo. Quando isso acontece são jo
que não vão falé :
trêsi à s brincadeir as em dupla
Es Isa
“F quatro minutos.
ment o eu as vejoj reunídÍ as em um grupo de
“m apenas u m mmoco
quatro. Elas brinca
m um cachorro grande que está do outro
Dias Cciciad
es sa mem rena Tm o.
RAS RA ar nora
As
brincadeiras livres e as atividades autônomas
. , »
103
iiaalidriaais
TEN
fusão para ela; razão pela qual são tomadas inúmeras precauções
para regular ao mesmo tempo as ocasiões de encontro e a atitude
dos adultos.
Esses encontros sempre ocorrem em situações diferentes das
destinadas aos cuidados de maternagem, que são privilégio ex-
ape empre o e !
1
Ho Matrernagem Insolita .
Edi e a e ip CE ÉS )
1 tia situada no Rio Danúbio, entre Buda e Peste, formada por um grande parque muito frequentado
pela população para lazer e descanso [N.T.).
RO CANT erra
5 DRI Ge ma UT a E DS! OS TP ui rasa
ais
no retorno do passeio, quando novamente passamos pelo local.
bd
Lajos a tira do bolso, me mostra e volta a guardá-la.
O caso resolvido, o grupo continua o passeio. Csaba encontra
da
1 12 Maternagem Insólita
habucaao
MES DITATORIAL
db dna
todos se abaixam, os dedos aproximam-se, algumas palavras
Será que acreditaram tratar-se de um bicho? É um pedaço de
madeira, eles seguem.
Lajos pega diversos galhos, a jovem cuidadora os conta, um
dois, três, todo orgulhoso ele me mostra.
Alguns passos sem parar e é hora de atravessar. Lajos deve jogar
seus galhos; sem dificuldade e cada um dá a mão no seu tempo.
Na calçada diante da casa, as crianças correm. Lajos para,
olha para a varinha que havia me dado, eu a entrego para cle,
ele pega e se afasta contente. Alguns instantes mais tarde, ele me
mostra a pulseira que está no seu bolso. Ainda alguns instantes
e ele chupa alguma coisa, o quê? A jovem cuidadora não percebe +
e Lajos joga fora.
Ainda uma parada para observar as flores e estamos diante
da grade. Joel e, principalmente, Lajos não demonstram a me. +
nor pressa, entretanto, entram sem fazer história. No jardim a
expressão muda completamente, sobretudo a de Csaba que, todo
animado, carrega sua varinha como uma bandeira, sendo ime-
cs
diatamente imitado pelos outros. Em seguida, ele a bate violen-
tamente no chão; os outros fazem a mesma coisa. dd ia
id
Este, o mais jovem (2 anos e 9 meses), permanece mais pró-
ximo do adulto; nesse dia ele me estende a mão com prazer.
Bastante silencioso, parece mais que os outros a acompanharo
movimento.
O retorno em torno das 9h30 é feito sem dificuldades.
O jardim de infância:
att nda
No pátio, um pequeno chalé de madeira bem central e, no en-
tanto, bem escondido em um canto, abriga o jardim de infância.
De pequenas dimensões, o cômodo é quente e acolhedor; es-
tantes o dividem em diversos cantos de brinquedo, o espaço cen-
tral permanecendo mais amplo. Um mobiliário do tamanho das
crianças: mesas, cadeiras, pequenos bancos, um grande tapete
colorido e um material atraente dão vontade de ficar ali.
As crianças gostam muito de ir a esse pequeno chalé. Elas
costumam ir em pequenos grupos de dois ou três, quatro no
máximo e, às vezes, sozinhas. As sessões curtas no início, de
De e mto me e em
Ainda mais
A estrutura institucional
O trabalho em equipe
Sem subestimar a importância da infraestrutura que repre-
sentam, deixaremos de lado os serviços gerais, tal como a admi-
nistração, zeladoria, limpeza, lavanderia, costura e cozinha e nos
concentraremos no exame da equipe formada pelas pessoas que
cuidam das crianças.
Tm em
A descrição da vida das crianças em Lóczy, apresentada nos
a
capítulos precedentes, mostra que a equipe de três cuidadoras
a no Di
dei
responsáveis por um grupo de crianças é o pivô da instituição.
Já dissemos que essas cuidadoras são jovens, em geral com en-
sino médio completo e algumas especializadas no trabalho com
crianças, gozando de boa saúde e outras sem formação.
Athos
Liberadas de todas as tarefas materiais, outras que as dos cui-
dados com as crianças, elas são ajudadas nessa função de cuida-
dora pela orientadora pedagógica de cada grupo, pelas enfermei-
ras e pelos médicos.
As funções e os papéis bem precisos dessas diferentes pessoas
e uma boa articulação entre elas permitem regular questões de
organização e assegurar o apoio médico-pedagógico dos quais
todos necessitam.
Essa articulação se faz nas reuniões ou em conversas individu-
ais, cujo calendário é fixado com antecedência. Algumas reúnem
as pessoas exercendo a mesma função, outras equipes mistas.
ca
dora pedagógi a € uidadora
se u conhe-
No
ela ajuda funcio name
nto
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psicóloga,
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nunca as do seu da visita coti
diana.
nd o ce
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que € ssa funç as
Pode-se conceber
au to fo r ma çã o para às próp ri
um valor de bom
às cuidadoras, tem i ndo adquirir um
gicas, lhes permit
orientadoras pedagó para O trabalho
nça, base indispen sável
conhecimento da cria
científico delas.
fei dessa função, elas são auxilia-
Pa ra progrediri no exercicio
das em dois tipos de reuniões:
- uma sem anal, reunindo
i i ntadoras pedagógicas
todas as orie
ta do-
A
d a , c h e fe das orien
em torno de ecia l i z a am
pe da gó E n ao nzeesp dias, as enfermeiras particip
ras gicas; a cada qu i
dessa reunião;
Ri
ee np Ser
DS
ucional À 23
A estrutura instit
As enfermeiras
SS
Digitalizado com CamScanner
É interessante constatar que mesmo no interior da casa, se
acrescenta ao trabalho pediátrico uma parte de responsabilidade
pedagógica ou social.
Por exemplo, três médicas se dividem entre as crianças, que
acompanham medicamente de maneira regular quando dos exa-
mes mensais, vacinações e, se necessário, dos exames comple-
mentares. Dentre elas, duas são orientadoras pedagógicas de um
grupo e uma delas também é responsável pelas cuidadoras. A
terceira se encarrega das relações com as famílias, e prevê e or-
ganiza o futuro de cada criança. É esse trabalho que chamamos
de “social”. No nosso país, ele seria executado por uma assistente
social. Trataremos disso mais à frente.
Ao lado da Dra. Pikler, a Dra. Falk se envolve em um mesmo
esforço com as responsabilidades médicas, pedagógicas e organi-
zacionais. Efetivamente, a cada dia, ela consulta os cadernos in-
dividuais das crianças, três vezes por semana visita a casa inteira
sendo uma junto com a Dra. Pikler com quem, aliás, se encontra
diariamente para uma atualização curta ou longa de acordo com
os problemas do dia.
A estrutura institucional | 25
Observações cotidianas
Cada criança tem um caderno onde a cuidadora anota,
utilizando um código, uma série de informações referentes:à
alimentação, se está sendo amamentada, o nome da lactante
e sua posição entre as crianças aleitadas por ela; o peso; as
E
Síntese mensal
Cada cuidadora é encarregada de redigir, todos os meses, uma
observação sintética sobre três das nove crianças que estão sob
sua responsabilidade; suas duas colegas de equipe são encarrega-
das cada uma da síntese de três outras.
Essa síntese, registrada em um segundo caderno, relata em seis
a oito páginas, por vezes mais, a vida da criança e de certa forma
apresenta um perfil sobre o mês que passou. Ela cobre as seguin-
tes rubricas: acontecimentos principais ocorridos durante o mês,
estado emocional, relações com os adultos, com outras crianças,
desenvolvimento e comportamento no plano motor, desenvolvi-
mento de manipulação do brincar, da palavra, comportamento
durante os cuidados, aquisição da independência e da autonomia,
sono e hábitos pessoais. Para os maiores, o comportamento no
jardim de infância, na ocasião dos passeios e no desfralde.
E enfim, para todas as crianças, a evolução de problemas que
existiam no mês precedente, os que permanecem, os que surgi-
ram e outras coisas observadas.
A orientadora pedagógica participa dessas sínteses. Ela ajuda
a cuidadora a estruturá-las e traz elementos de conhecimentos
que ela tem da criança, a partir das suas próprias observações e
conversas que teve a respeito dela.
Essas sínteses mensais demandam um enorme trabalho do
qual uma parte é feito no tempo livre da cuidadora. Elas são
consideradas como uma das mais importantes atividades, fazen-
do parte de formação delas. Por um lado, levam-na a especificar
seus conhecimentos gerais sobre o desenvolvimento das crian-
ças, por outro e, sobretudo, conferem uma responsabilidade
complementar às suas três crianças, o que contribui para ampliar
0 seu investimento na relação.
Registros sonoros
Gráfico de desenvolvimento
[ mm
* Erófico nas p. 1284 18
rr ie
CINTAS De vei pe Te me
institucional 129
A estrutura
[3 minha
12 ns passos
de
ol-
sos com apoio
tica em pe com apoio
|-afooj—lroleolrtetorlDiÓO|Ocol-o
Põe-se de joelhos
Destoca-se com quatro a
Senta-se em uma cadeira
Brinca sentada
Poe-se na posicão sentada
Coloca-se em ra semi-sentada
Movimenta-se se arrastando
Desloca-se rolando
Bnnca deitada de bruços
Fica de bruços e se coloca de costas
Coloca-se de bruços
Vira-se de lado
Escova os seus dentes
Lava as suas mãos
Comeca a se lavar
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Deixa-se cuidar
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Calça os sapatos
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Desabotoa
I. Atitudes durante as operações de cuidados
cotidian
A
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Põe-se de joelhos
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D Senta-se em uma cadeira
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B Põe-se na posição sentada
A Coloca-se em semi-sentada
6 Movimenta-se se arrastando
5 Desloca-se rolando
4 Brinca deitada de bru
3 Fica de bruços e se coloca de costas
2 Coloca-se de brucos
| Vira-se de lado
8 Escova os seus dentes
7 Lava as suas mãos
6 C a se lavar
5 Toma a iniciativa brincar
4
3 Bate com as mãos na à
2
| Deixa-se cuidar
Calça os
a
Desabotoa
So
Il. Atitudes durante as ope rações de cuidados
Bebe sozinha ||
Bebe sozinha |
€ inclina sua caneca
Coloca a mão na caneca
Come sozinha sem se
b - Come com code
Legenda
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LULIIIITITIOO
“herseiegaiã =
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vista através
Deservolvimento da inteligência
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Eto Faz perguntas ||
So
qa oq
Eae]
Faz perguntas |
e
5z Comunica-se atraves da fala
ps]
Chama nome
IV, Desenvolr nêento é emissão de som e palavra
Pede ajuda
“Chama à
Narra
Relata um acontecimento
Expressão
Forma palavras ||
wm
Emissão de som
Forma palavras |
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Balbucia
Brinca corn os sons
Emite sons
Uuiza cinco t de palavras
Uuliza quatro upos de palavras
Tipos de
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Legenda
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COCITITITIIO
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coque
Minie
A estrutura institucional | 33
Digitalizado com CamScanner
O trabalho com os pais
O trabalho com os pais deve, de acordo com o caso, permitir fa.
zê-los sentir que eles permanecem sendo os pais de seu filho c, n;
medida do possível, preencher à distância que a separação criou qy
ajudá-los a tomar a decisão da separação definitiva. Por outro ladg,
ele não pode perturbar o contato emocional cuidadora-criança€
correr o risco de entravar a relação que se tece entre elas.
Nos últimos anos, toda a equipe vem dedicando uma atenção
cada vez maior a esse trabalho realizado por um dos médicos,
Desde o momento da chegada da criança, a Dra. Vincze pro.
cura manter ou despertar
o interesse dos pais pelo seu filho,
Mantendo-os informados sobre todos os acontecimentos, através
maio sta mi md
de descrições minuciosas e detalhadas, ela tenta transmitir-lhes
uma imagem vívida da vida e características deles.
damas
As visitas são autorizadas, mas para a maior parte das crianças
rama
pouco frequentes, os pais estando doentes, indisponíveis, mui
ent
to distantes. A Dra. Vincze procura estabelecer um contato com
e dm ia Dim
ideia
aqueles que não vêm espontaneamente.
Agindo com grande prudência, a fim de não reativar senti
mentos de culpa, ela intervém quando a retomada da guarda da
A mi
je si
criança parece possível com a finalidade de ajudá-los a tomar
uma decisão e a realizá-la. Quando fica evidente que a crian:
ça não retornará nunca mais para a família, ela procura evitar
abandonos delongados.
Quando, muito excepcionalmente, as crianças não chegam
diretamente da maternidade e durante certo tempo viveram
com a família, os pais são encorajados, durante os primeiros dias,
a vir frequentemente ver seu filho e a passar alguns momentos
com ele, seja no jardim, seja em uma sala de acolhimento.
O retorno da criança para a família ou a sua saída para um
adotivo são minuciosamente preparados.
ai
DATE remoto
A e 2 A ma Tr
meme
*1 Ver
w
quadro pp. 1362 139 E
* “esa do tradutor: O termo designa um espaço separado, dentro da instituição de acolhimento, no
qual 2 crianças recém-chegadas permanecem por um período antes de serem inseridas em um dos
Expe de crianças.
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PURA ST ATE PATI TND ATT VII MERDA CRT
A estrutura institucional i 37
PRIMEIRO ANDAR
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grupo 6
grupo 4 grupo 5 meses)
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Digitalizado com CamScanner
sa
vi Roma Teses riam
F
possível educar em instituição crianças em seus primeiros
anos de vida e, ao mesmo tempo, manter íntegro o seu capí-
tal de saúde mental até o momento em que elas poderão se bene-
ficiar de uma vida familiar estável? Lóczy obriga a reconsiderar
essa interrogação.
Sua apresentação suscitará, não resta dúvida, numerosas dis-
cussões pelo tanto que aponta de problemas teóricos importan-
tes e também essa tão insólita forma de maternagem, que ques-
tiona fortemente nossas maneiras espontâneas de ser e sentir em
relação às crianças.
Há nessa experiência um lado admirável e um lado inquie-
tante. O que melhor expressa nosso estado de espírito são es-
sas oscilações quando as crianças de Lóczy são comparadas às
crianças com uma vida plena ou então às crianças sem família
e carentes. Para nós, as crianças de Lóczy de certa forma estão
entre as duas. Elas parecem privadas de alguma coisa essencial,
da qual as primeiras se beneficiam. Mas, é pensando nas outras
que somos tomados de admiração porque são poupadas de um
destino terrível e, de longe, ao mesmo tempo lhes são dadas
oportunidades. Ora, sabemos e cabe repetir incansavelmente
que essas crianças carentes durante a primeiríssima infância
ainda são numerosas.
Admiração porque também são numerosas as instituições
de acolhimento conduzidas como se a natureza e a gravidade
dos fatores de carência devessem ser ignoradas e aqueles onde os
motissionais, embora conscientes dos problemas, ficam fechados
em suas dificuldades sem conseguir delas se livrar e se opondo à Hd
A ii
a natureza dessa maternagem e que vemos sob o ângulo das inte-
rações entre a cuídadora e a criança.
Mi a Di ma e
Então seremos capazes de formular hipóteses sobre o seu im-
pacto na estruturação da personalidade da criança e elaborar, para
ii e
concluir, uma avaliação do conjunto desse sistema de cuidados.
dd Te
Lidia imorais
Análise dos fatores de sucesso de Lóczy
Essa instituição é notável sob três aspectos principais: a aceita-
ção das exigências de tal empreendimento, a supressão da maior
parte dos fatores de carência, a instauração de uma maternagem
Lit at
DO
ED ao mr
hi E dba
1º is seir a pretas!
DADA To ds DS Ea et et O Sp
lugar de destaque, faz com que ela tenha existência aos seus pró.
prios olhos, assim como aos olhos da sua cuidadora. Isso permite
mostrar para ela a importância que se atribui ao seu desenvol.
vimento, ao mesmo tempo em que sua cuidadora € ajudada q
tomar consciência disso, € por consequência, a se interessar e fa.
ICT:
STE
es nomerim o vero
TRINTA a am cr
Do Man ED PAS DS
Rm
ressantes. Apesar das aparências, ela dá à criança mais do que
lhe retira. E verdade que traz para ela algumas frustrações em
certos momentos do seu desenvolvimento. Mas, toda educação
necessariamente comporta um pouco disso e parece que há aqui
uma importante compensação: a possibilidade de ter sua cuida-
dora só para si durante os cuidados que, além disso, possuem
um caráter agradável e retorna sempre no momento previsto e
aguardado. Essa certeza desenvolve na criança sua capacidade de
espera. Paralelamente, essa maneira de fazer permite à cuidado-
ra a se dedicar completamente a cada criança no momento dos
cuidados, sem ficar dividida internamente, nem culpada por não
responder às demandas que as outras lhe endereçam de longe e
das quais ela estaria, como todos nós, tentada a se irritar ou, ao
contrário, cederia aqui ou acolá de maneira impulsiva de acordo
com o seu humor e circunstâncias. Sem ser assediada, ela pode
se deixar levar pelo prazer de estar com as crianças umas após
as outras. Tudo isso facilita o surgimento e o desenvolvimento
da relação privilegiada assinalada anteriormente e, ao mesmo
“tempo, estimula indiretamente o desenvolvimento psicomotor
durante os períodos de atividade autônoma.
LES tea MU
dedica
sai para descobrir outro mundo que o do seu grupo ou mesmo da
Min nd ti
instituição. Atividades variadas ampliam progressivamente o seu
universo e se desenvolvem com a preocupação de que a cri
ança
obtenha o máximo de enriquecimento e prazer.
Certamente, a riqueza e a diversidade dos
Ca
acontecimentos
que ocorrem em uma vida familiar não são alcançadas.
Mas, as
a
crianças são poupadas da monotonia e da reclusão, assim
como
da angústia de um enfrentamento solitário com o mundo des-
á
conhecido.
ataiii id
Quanto às relações das crianças entre elas, a rarid
ade dos con-
flitos é o elemento mais surpreendente. Entre 4 e 8 meses,
cada
bebê parece ser para o outro um brinquedo encantador, se en-
contrar é uma fonte de prazer considerável: olhar, tocar. chupar
a mão, O pé, o rosto de um outro e o de si mesmo combina com
o prazer de ser tocado, olhado, chupado.
A partir de S meses, esse prazer conhece eclipses e por ve-
zes as crianças se incomodam. Mesmo assim, a tolerância conti.
nua boa, raramente a cuidadora é levada a intervir e o encontro
com O outro permanece principalmente sendo uma ocasião parz
brincar; O prazer de imitar se torna um novo estimulante.
De 1 a 2 anos aparecem as disputas, como em todas as fases
mas nunca revestida de grande intensidade. Elas param nas ide
des seguintes e, como em toda família, é, sobretudo em tomo
de 3 anos que são observadas as trocas mais importantes e 3
relações claramente preferenciais.
Parece-nos que essa tolerância das crianças entre elas e 20»
pactidade de se aproveitarem umas das outras encontram si
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relaçÇ ão que deforCmrai,ançqas “«éun em ESSO: deve
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entre tipo de investi
o adulto e a
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não pode ver
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Criança qu r SeNti ade e
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que em troc m ais
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Cuidados vetor ão instituc
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Talvez Seja aq p ara as Crianças, de
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Causado às mu Momento de
lhe tes que cu assinalar o dana
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ade quando, só te pequenas
como mãe, ou n d o à di sp osição sua experiência +
apenas o anseio de
em um dia tornar uma moça jovem que pe
nsa ]
-se mãe, espera-s dela
tancamente es e s qu e encontrem espon- +
sa aptidão para amar essas crianças : dica TR ]
tempo mante
Fr uma considerável distância pra A |
Posto que, sem
| quase que inelut pmaição dice de receber io
Ei,
avelmente em GOMEIÇÃO C Situação ID» 4
suportável, e mes o é sua posição ma À
mo trau aviao vo
terna que é coloca o a se não bastasse, |
da em questão e, como :
lhe é censurad
o. «e ser abordada a discu
É partindo desses fa x
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em Re Ae 1 DS 7
Ê 60 Mater Nagem
Insólita
Decano ni Po Lopo e as 2 ÇA ) “ j na
refino pa ea a mp,
En
ei dani
se torna uma ameaça para O conjunto das crianças, O que não
pode ser tolerado.
É, portanto sob um tom de desdramat ização que se quer tran.
quilizador, bem monocórdico, porém afetuoso que a instituição
responde às demandas, alegrias e cóleras das crianças.
Meta tm ma
Os setores privilegiados
Não retornaremos longamente a isso porque ficam evidentes
pelas descrições que foram dadas. O imenso valor atribuído pela
culdadora e pelo conjunto institucional a cada manifestação de
desenvolvimento psicomotor, o fato de que cada uma delas é reto-
mada na interação sob todas as formas, direta durante os cuidados,
e Indireta entre os cuidados, é um potente estimulante do prazer
da criança em exercer novas realizações, se desenvolver,
avançar,
fazer novas explorações, lhe assegurando assim a utilização, o trei-
no e o pleno funcionamento do seu aparelho psicomotor.
É igualmente por essa razão que a atividade autoinduzida é
uma fonte tão grande de satisfação; ela não é abandonada a ela
mesma, mas favorecida, cultivada através de formas sutis de in-
terações indiretas e à distância.
A mesma coisa no que diz respeito ao valor atribuído ao co-
nhecimento de si, do ambiente e à autonomia. Esses interesses
podem constantemente se expressar dando lugar a prazeres mú-
tuos que favorecem o desenvolvimento.
Mas também e, além disso, a limitação firme, constante, sem
falha do investimento da libido na cuidadora favorece, sem dú-
vida, seu deslocamento para as atividades e brincadeiras que são
fortemente Investidas, o que contribui igualmente a promover o
desenvolvimento das crianças.
Em contrapartida, é possível observar domínios inexplora-
dos: é o caso dos jogos simbólicos, do mundo do imaginário e
das criações artísticas. É verdade que as crianças são ainda mui-
to jovens, embora apenas algumas têm mais de 3 anos. Ape-
sar de tudo, não constatamos interações nesse domínio, nem
retomadas de brincadeiras das crianças pelas cuidadoras, nem
Aquisição de disciplinas
É notável constatar que as crianças parecem adotar tranqui-
lamente, como evidente e sem conflito, a maior parte das ro.
tinas de vida que lhes é proposta, seja de hábitos alimentares,
do ritmo de sono, cuidados, de vestimentas e do controle dos
esfíncteres tão bem que dão a impressão de crianças natural.
mente disciplinadas,
A observação mostra que se é dessa forma, por um lado é por
que as rotinas são leves e reajustadas em função das observações
cotidianas. Portanto, clas resultam de uma interação muito estrei-
ta, ainda que indireta entre O comportamento da criança obser
vado pela cuidadora e a resposta desta, Por outro lado, a rotina é
aplicada, com regularidade, pontualidade e calma em uma ordem
rigorosa; não apenas nunca é fonte de conflito entre cuidadora e
criança, como ao contrário, sempre se manifesta sob um modo
que abre um prazer de contato com o adulto durante o qual toda
manifestação de participação ativa da criança para a aquisição€
controle da disciplina é assinalada, valorizada e utilizada,
A aprendizagem do controle dos esfíncteres é um exemplo, À
culdadora tolera sem comentário o tempo que for necessário que
a criança se molhe e se suje. Ela a limpa com doçura, de maneira
agradável para à criança, mas sem prolongar o prazer além do ne
cessário. O interesse ulterior que cla manifesta em relação às suas
produções chama a atenção da cuidadora que, por essa mesma via,
valoriza como uma progressão em relação à atitude de desatenção
que a precedeu. Todas as manifestações da analidade são permiti-
das, nunca proibidas nem consideradas como malvadezas. Natural.
mente encontram os modos de expressão variados que a cuidadora
assinala, sem fazer alarde. Entretanto, de forma privilegiada, são va
lorizados os desejos espontâneos de controle, de ser como as crian»
TRA e mi E remete
a pm
si
de não ficarem fragmentadas em um mundo despedaçado, mas
a mi
de se constituir um “si-mesmo”; a possibilidade também de se
ci peida
sentir “boa”, ou seja de realizar um sólido investimento narcísico
ad nt nc ideia Nba
de base.
Ao lhe oferecer um espaço à altura das necessidades de segu-
rança dela, ao ampliar progressivamente ao ritmo do seu desen-
volvimento, ao mesmo tempo mobiliando-a de objetos e pessoas
susceptíveis de lhe interessar, através dessa maneira de fazer com
ic
que ela tome consciência de seu corpo, do que acontece e vai acon-
GÁS
tecer com ela, do lugar onde se encontra, do desenrolar dos fatos
que lhe dizem respeito, parece claro que foi dado a ela o tempo
necessário para atravessar as diferentes etapas da construção das À a ind
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176 Maternagem In
sólita
sobre esse tema: umas afirmam que são as mães que, por
sua possessividade criam e exacerbam essas necessidades de
dependência, às quais as crianças têm tanta dificuldade para
depois renunciar.
TETE
ESS EPP
UM ETR 4 act
Para concluir...
Para concluir, e apesar das reservas que acabamos de expres-
sar, gostaríamos de novamente dizer sobre todo o valor do mo-
delo institucional realizado em Lóczy. Ele consegue preservar as
crianças de carências graves, lhes assegura um bom desenvolvi-
mento, uma organização do aparelho psíquico delas e possibili-
dades de estabelecer relação com outrem.
Tais resultados serão raramente atingidos porque exigem
que sejam superadas duas séries de obstáculos encontrados com
frequência:
- por um lado, a hesitação, quando não a recusa de todos, nos
diferentes níveis de responsabilidade, em dar prioridade às ne-
cessidades das crianças pequenas. Isto, provavelmente em razão
da imensidão de esforços a serem acionados para satisfazê-las,
mas também de certo ceticismo no que se refere à realidade e
gravidade das carências precoces;
- por outro lado, a dificuldade em admitir que a maternagem
decriança da primeira infância criada em instituição requer uma
competência especial, que necessita aprendizagem e controle, e
não é originário do instinto materno nem da espontaneidade ou
do bom senso de toda mulher dedicada.
Diante do peso dessas limitações e diante da amplidão dos
problemas colocados pela educação de crianças privadas de fa-
mília, sejam elas educadas em instituição ou em acolhimento
familiar, gostaríamos de insistir, como recentemente fez um gru-
| po de especialistas, sobre a necessidade de pesquisar todos os
aee sen
ps somo =
Primeiros encontros
Monique, ou les effets de la carence de solns maternels, filme de Jenny Roudinesco [depois Jenny Aubry,
po vgundo casamento, em 1953, NT.) e Genevitve Appell.
: Esse Instituto secebeu o nome de sua fundadora em 1986: Instituto Pikler.
3a Instituição de acolhimento Amyot (Pouponniêre BCG) onde, Myriam David e Genevitve Appell
Getam continuidade às suas pesquisas financiadas pela OMS, era então dirigido por Malou Klein.
Posfácio 181
Digitalizado com CamScanner
Essa visita ficará em nossas memórias como um 2 ereáncis
de harmonia de pontos de vista e, para Malou Klein « pasa eram +
momentos de perplexidade, até mesmo de estupetação Hero
quando trocamos opiniões sobre os nossos esforços para berrar te
duzir o número de cuidadoras para cada criança assegursnd: “q
estabilidade junto a elas. Esforços acompanhados de me sereia
para favorecer o engajamento como particularmente resrre ro
Harmonia ra ee
É : o |
* »
|
cupação em sustentar a palavra endereçada ao bebé es tí de
que fala Judit Falk quando conta que elas nunca colocam um "rag
em uma posição que ele ainda não sabe se colocar? Ou cias não
lhe oferecem um brinquedo para que ele pegue com suz mães e
consideram que é muito mais útil para o bebé deixar o ty gude -
ao lado dele? Que não lhe é dada nenhuma ajuda em cuz: expo
rimentações para andar porque para ele é bem mais proveitos
seguir em suas tentativas autônomas? Que um solo duro é predeai.
vel a um tapete acolchoado para um bebé colocado no crã ex
Ãos nossos porquês são dadas respostas irritantes porque colocam
em questão maneiras de fazer sobre as quais normaimens não
nos interrogamos. Como a argumentação é testemunha de ==
conhecimento, raramente encontrado, sobre as etapas do dess
volvimento de uma criança bem pequena, é difícil tratá-ia come.
sendo insignificante. Paradoxalmente, isso se acrescenta à tens
porém convida à atenção. Portanto, tentamos ultrapassar o se
recimento e escutar. Judith Falk não ignora e não nega cx pengs
das carências institucionais, simplesmente ela diz que em Lys
eles consideram que podem chegar a erradicá-las. Os mess esc
dos são no mínimo desconcertantes; ao mesmo tempo estão img
da falta de interesse: por exemplo, quando uma cuidadora está em
serviço, ela trabalha sozinha com o seu grupo. Ela fica menos ds
persa, ela consegue controlar melhor os acontecimentos,
mais segurança para as crianças que sabem a quem se endereçal
o grupo é mais calmo. Outras são assinaladas pelo bom senso. nas
taria apenas ter pensado: dar banho em quatro bebes pela
e quatro à noite, instaurar um rodízio regular disposto no
eoseu
a essa extraordi
nária
Posfácio | 83
| 84 Maternagem Insólita
Digitalizado com CamScanner
O mútuo reconhecimento de nossas competências, assim como
os pontos de convergência nos estimulam, Myriam e eu, a dar
continuidade a essa tentativa de “decodificação” do cuidado
oferecido e, sem dúvida, incitam nossas interlocutoras a nos
escutar. Desta vez tivemos tempo para observar e trocar e isso
se revelou capital. Torna-se claro para nós que a relação adul-
to-criança é objeto de muita atenção da parte de Emmi Pikler e
suas colaboradoras e que um conjunto de meios é acionado para
que um acompanhamento, passo a passo, garanta certa qualida-
de. Se espontaneamente isso não provoca um questionamento é
porque se trata de uma “evidência”. É possível cuidar de crianças
pequenas de outra maneira? Atitude evidente para essa equipe,
porém pouco comum e difícil de ser instaurada.
Em paralelo, a importância para o bebê do movimento livre,
que permanece para nós nessa etapa difícil de apreender plena-
mente, retorna de maneira recorrente. Emmi Pikler expõe sua des-
coberta: sem nenhum ensinamento nem ajuda, um bebê acolhido
em condições físicas e afetivas favoráveis passa, ele próprio, da
posição dorsal para andar na posição de pé. Suas pesquisas des-
crevem minuciosamente o desenrolar do processo com as etapas
intermediárias, assim como o desenvolvimento da manipulação
que espontaneamente se inscreve aí. Ela tem certeza de que a
criança ganha com esse desenrolar espontâneo de suas compe-
tências no plano afetivo e cognitivo. Apaixonada por esse tema,
nada mais legítimo que ela retorne a ele com frequência. Contu-
do, compreendemos que isso ultrapassa amplamente o único inte-
resse científico. Para Emmi Pikler, essa liberdade motora é, junto
com a relação, a pedra angular do cuidado. Isso se traduz pela
alternância minuciosamente regulada dos tempos de cuidados
próximos e íntimos, em que a criança goza aqui também de certa
liberdade, e do tempo de brincar do bebê com ele mesmo, estando
à uma pequena distância do adulto. No momento, é o que pode-
mos perceber. Ainda nos serão necessários muitos anos de trocas
para que possamos compreender plenamente a contribuição para
o bebê dessa liberdade psicomotora, sua influência na relação que
se tece com a sua cuidadora e a especificidade desta.
Posfácio 185
ER se a
História do livro
De volta à França, manifestamos o desejo de testemunhar
sobre a originalidade do funcionamento dessa instituição de
acolhimento. A parte descritiva é a mais simples. Sintetizar a
onginalidade desse cuidado e analisar os seus efeitos já é mais
complexo. O método comparativo nos ajuda. Confrontamos o
que vimos em Lóczy com aquilo que assimilamos no âmbito
de nossas pesquisas. Assim, escrevemos o último capítulo “Dis-
cussão dos resultados” como uma espécie de “análise crítica”.
Comudo, faz falta uma conceitualização que permita ao leitor
perceber a coerência que existe entre os múltiplos componentes
desse cuidado e lhe confira, do nosso ponto de vista, esse poder
estruturante para a criança. Faltam igualmente os grandes ei-
15 sobre os quais essa equipe se apoia para tomar as múltiplas
decisões, anódinas em aparência e, no entanto, tão importantes
é presentes todos os dias em uma instituição a respeito de uma
É sego qo asteras se vefesero àu trabalho realizado diretamente com as crianças no Instítuto e não às
Aemuaas comi vtador destenpecthas pelos profissionais que lá atuam.
OMARA
pega DO UMa ride
Posfácio 187
E fudido
insólita, Emmi Pikler aceita redigir o prefácio. Estamos em 1973.
O livro não é muito bem acolhido entre os nossos colegas
pedopsiquiatras, psicólogos, pediatras. Por ele se interessam os
aa ae dadd
educadores de crianças pequenas, puericultoras e auxiliares de
puericultura. Responsáveis de creches, equipes de instituições de
acolhimento, grupos de estudantes em EJEs [educação de crian-
ças pequenas] vão visitar Lóczys. Seminários ocorrem na região
de Val-de-Marne que se mostra receptiva a esse olhar sobreà
criança. Conduzidos por Judit Falk e Anna Tardos, para elaséa
ocasião de expor seus conhecimentos sobre múltiplas pequenas
——
3 Éducateur de Jeunes Enfants é um Certificado profissional obtido após dois anos de formação em
educação de crianças pequenas.
6 Os primeiros grupos a irem a Budapeste foram a equipe do Instituição de acolhimento da Cruz
Vermelha de Beauvais (1976), os alunos da escola de EJE de Aubervilliers (1977) e equipes do
Val-de-Marne, de creches e instituição de acolhimento.
Integração na clínica
Não posso me contentar com o livro. O que penso ter compre-
endido sobre as ideias de Emmi Pikler precisa passar pela prova
da realidade. Nessa época, sou psicóloga na creche de estudantes
dirigida por Colette de Saint-Sauveur. Graças à abertura de espí-
rito da equipe, acionamos certos funcionamentos institucionais
Posfácio 189
E depois...
1984, criação da Associação Pikler-Lóczy da França, Por uma
reflexão sobre a criança».
Essa criação, por iniciativa de Agnês Szanto com um peque-
no grupo de profissionais, é ao mesmo tempo uma abordagem
para apoiar o Instituto Pikler em seu próprio país e uma resposta
à demanda crescente de informação e formação na França. A
associação propõe: estágios, jornadas científicas, tradução, con-
textualização e difusão de artigos e filmes. Ela também organiza
grupos de trabalho para aprofundar a compreensão das ideias de
Emmi Pikler, tendo em vista outras correntes de pensamento:
psicanálise, psicologia, genética e outras. Ela se engaja, junta-
mente com a equipe húngara, em produções comuns, artigos,
filmes e a preocupação com o futuro da transmissão e com a
educação de formadores.
Dois seminários internacionais são organizados, um em Es-
nicux (Bélgica) em 1985 por colegas belgas, outro em Noszvaj
(Hungria) em 1991 pelo próprio Instituto Pikler.
Às décadas de 1990 e 2000 vão trazer três evoluções de grande
importância:
7 Association Pikler-Lóczy France. Pour une réflexion sur Venfant. Presidida por Genevitve Appel
(1964-2002), pela Dra, Françoise Jardin (2002-2007) e depois, em 2007, pelo Pros. Dr, Bernard Guolse,
Dirigida por Miriam Hasse. 20, rue de Dantzig, 75015 - Paris, té: 01 53 68 93 50.
Nota do tradutor: Atualmente, à diretora é Catherine Peyrot.
Eme mr ca ni 6 P rea
Posfácio 191
PN
portadoras de deficiências e mesmo para equipes de instituições
DT NDT DA
que cuidam de adultos dependentes.
— uma nova orientação da atenção prestada às contribuições
de Emmi
Pikler e de suas colaboradoras se impõe. Desta ve Z, pedops
iquiatras,
psicólogos em número mais significativ pro
o curam utilizar esses
NE
novos enfoques sobre o cuidado e acompanh
amento. M as, Sobre-
tudo, após terem ficado sensibilizados pelo asp
ecto institucional
inovador, os especialistas são estimu
lados pelas contribuições que
os “bebês de Lóczy”, tendo cresci
do nesse contexto tão particu.
lar, trazem para a nossa compreensão dos pro
cessos dos prime iros
desenvolvimentos. Este é um momento capital , as
pesquisas do
Instituto Pikler sobre os grandes movimentos,
a manipulação, as
diferentes formas de atenção, a aquisi
ção do controle esfincteria-
no, as relações dos bebês entre eles etc., são
então objetos de (re)
leituras, apresentações, debates e grupos de trabalho.
Essa junção com a pedopsiquiatria, da qual Myri
am Davidé
uma das principais artesãs, é frutuosa. Ela dá lugar
a uma série
de trocas ricas, franco-francesas, franco-húngaras e enfim
in-
ternacionais. Citemos de memória o colóquio APLF-GERPENs
sobre “Valor de observação no acompanhamento do primeiro
desenvolvimento da criança: que observação?”. Ele ocorreu em
1987 em Paris, com ares de precursor. As jornadas de março de
1994 “Do corpóreo ao psíquico” em Paris são dedicadas ao con:
fronto do corpo de ideias subjacentes ao trabalho do Instituto
Emmi-Pikler com outras teorias, notadamente as de Winnicott
Após essas jornadas, grupos de estudos passam a trabalhar. Por
iniciativa do Prof. Serge Lebovici, eles apresentam suas reflexões
pa
o
Digitalizado com CamScanner
da institucionalização vêm mudando, as crianças chegam com
mais idade e algumas permanecem mais tempo. Elas vêm de
suas famílias de origem ou diretamente do hospital, com uma
pesada vivência de sofrimento. À porcentagem de bebês nascidos
com pouco peso é mais importante. O número de bebês com
deficiência aumenta.
O hábito de reunir egressos, cada ano, na primavera se per-
petua e faz sucesso a ponto de não parar de crescer. As crian-
ças esperam por isso e costumam vir com seus pais - biológicos,
adotivos ou de acolhimento. Antigos companheiros de grupo se
encontram. Adolescentes ou jovens adultos vêm acompanhados
de seus namorados ou namoradas para lhes apresentar a casa,
onde eles cresceram e as pessoas que os conheceram quando
eram crianças. Como as cuidadoras atuais e antigas participam
dessas reuniões, os encontros acontecem manifestadamente de
maneira prazerosa. Após essas reuniões ou independentemen-
te delas, alguns egressos solicitam condições mais privativas de
visitas ao Instituto.
A equipe de Lóczy responde a numerosas demandas de for-
mação no próprio Instituto, de diversos países europeus e fora
da Europa. Assim se ampliaram as trocas com uma grande di-
versidade e um número rapidamente crescente de profissionais
na Alemanha, Áustria, Bélgica, Espanha, Holanda, Itália, Suíça,
outros países da Europa, América do Norte e do Sul, Atualmente
existem 13 associações Pikler.
Para facilitar os encontros e enriquecimento mútuo, o Instl-
tuto Pikler, sob a direção de Anna Tardos, organiza novamente
dois simpósios em Budapeste: em 2003 “Crescer sem violência”
e em 2007 “Sentir, compreender, observar, transmitir”. Com tra-
dução simultânea em quatro línguas, eles reúnem cerca de 300
pessoas de vinte e um países. Conferências e ateliês reveladores
dos diferentes ângulos de apreensão das ideias de Emmi Pikler
em função de cada país, mas também da diversidade de setores
de atividades nas quais elas são utilizadas.
Postácio 195
DSd
dois primeiros anos. Em um espaço especialmente preparado,
diiiin
de seis a oito bebês são deixados livres para que cada um Siga a
Crnd
atividade de sua escolha sob o olhar de sua mãe, na maior parte
daé
das vezes, mas também do pai ou de ambos. Duas profissionais
através de intervenções discretas mantêm ao mesmo tempo o
aca
bem-estar das crianças e o interesse dos pais. O objetivo é fa-
zer com que os pais percebam todas as potencialidades do seu
filho, assim como sua capacidade de exercê-las sozinho em um
ambiente adaptado e não longe da sua presença atenta, porém
respeitosa. Tempos de diálogo são previstos, independentes do
tempo dos grupos.
Em 2006, vimos a abertura de uma seção da creche para uma
dezena de crianças com idade entre 1 e 3 anosis. O sucesso foi
tamanho, que uma segunda seção é aberta em 2007.
Em 2008, está prevista a abertura de um lugar de consulta
para os pais.
E a vida continua...
15 Na Hungria, a maior parte das mães utiliza durante o primeiro ano do seu filhoa licença matemidade.
possível até os seus 3 anos. Dessa maneira, a criança entra na creche com cerca de 1 ano.
16 Rent Clément. Parents en souffrance. Paris: Stock-Laurence Pernoud, 1993.
Posfácio 197
Posfácio 199
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compra pelo correio a ser endereçada
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Association Pikler Lóczy de Fra
20, rue de Dantzig
75015 — Paris ;
ation: 01 53 58 93 53
Tel. Service de document
oo fi
FAX: 01 53 689356
Email: pikler-loczyewan
Site: www.pikler.fr
Digitalizado com CamScanner
5. Textos de autores sobre esses temas
ou temas próximos
APPEL, G., DAVID, M. (1995). « Recherce à partir d'un
travail clinique sur les séparations précoces mêre-enfant ». In
BOURGUIGNON, O. ; BYDLOWSKI (dir.). La recherche clinique
en psychopathologie. Paris: PUE, p. 211-238.
Bibliografia 215
tb
ad ii
1969. Moi-même.
a a
1970. La promenade.
Dead sad
Vadulte au cours du bain.
NETO a om mm mm
4 route de Fontainebleau
a
DO e Ei
Bibliografia 219
a
a
e
DAVID, M. (dir.). Le bébé, ses parents, leurs soignants. Le dossier
de Spirale. Toulouse: Érês.
A
o Na
DELOUVIN, D. (dir.). (2006). Des psychologues auprês des tout.
petits, pour quoi faire? Toulouse: Eres, col. « 1001 BB », nº 77,
a A
DUGNAT, M. (dir.). (1997). Le monde relationnel du bébé.
Toulouse: Érês.
BL im Em
re e SO DA NES
Bibliografia 221
nº 120 — Bébés ct jeunes enfants entre eux. Que vivent des bébés
en groupe?, 2º trim. 1993.
Brochuras
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