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Organização Pedagógica - 2024

Princípios e
Práticas

Queridas(os) educadoras(es), com muita alegria desejamos um ótimo início de ano e


apresentamos a seguir, algumas reflexões e sugestões para este momento, de fundamental
importância, para a organização das Unidades Educacionais - UEs.
O ano de 2024 nos apresenta uma nova oportunidade para a consolidação de práticas
pedagógicas em consonância com os princípios e concepções do Currículo da Cidade - Educação
Infantil. Afinal, em 2024, completamos 5 anos da publicação deste documento orientador da
Rede Municipal de Ensino de São Paulo.
Muitos são os investimentos em documentos que colaboram com as ações de formação
para toda a Rede, para que as(os) educadoras(es) da cidade atualizem práticas pedagógicas e
garantam situações de aprendizagens e desenvolvimento que valorizem as narrativas e culturas
infantis para e com os bebês e crianças.
As publicações e formações visam, por meio do aperfeiçoamento da técnica nos
momentos de cuidados pessoais, a partir da concepção de bebês, crianças e infâncias,
estabelecer um diálogo interdisciplinar para e com as educadoras(es), cujo objetivo está no
acesso para os bebês e crianças aos bens culturais. Entendemos que isso é possível através de
experiências significativas, ou seja, que permitam brincar e inspirar a partir dos seus repertórios,
os ampliando com a convivência das(os) educadoras(es) por meio da escuta atenta das
narrativas infantis.
Persistimos na reflexão sobre as práticas pedagógicas realizadas em cada Unidade
Educacional, para que as aperfeiçoem cada vez mais, de modo a articular as experiências e os
saberes dos bebês e crianças aos conhecimentos que circulam na cultura e que sejam a partir
dos seus interesses, de suas histórias e dos seus familiares e responsáveis, ampliando o
repertório para o grupo de bebês e crianças.
A seguir, compartilhamos neste documento sugestões para a organização das equipes
nas UEs.

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Nele, as equipes poderão acessar referenciais teóricos e práticos que potencializam
reflexões acerca do Projeto Político-Pedagógico - PPP, acolhimento, horários coletivos de
formação, Registro, análise da Documentação Pedagógica e (re)planejamento, encontros com
familiares/responsáveis, Plano Formativo, Indicadores de Qualidade da Educação Infantil
Paulistana, Jornada Pedagógica e Articulações para 2024.

Projeto Político-Pedagógico – PPP

Precisamos reconhecer que uma escola pública da infância de qualidade só se efetiva no


encontro de sujeitos que reflitam criticamente sobre seus afazeres e, conjuntamente, busquem
aprimoramento tanto das práticas já validadas como propostas para os desafios que perpassam
os cotidianos das Unidades Educacionais.

Por isso, a elaboração ou redimensionamento do Projeto Político-Pedagógico - PPP deve


ser fruto de uma construção coletiva e participativa, que valorize os processos e os diálogos entre
os membros da equipe, para que sejam alcançados novos objetivos. Sugerimos que, nesse
momento, as equipes gestoras, após análise das Cartas Pedagógicas, tanto de quem saiu como
de quem permanece na UE, analisem criticamente e compartilhem com o grupo, sobre os novos
anseios a serem construídos coletivamente.

Como forma de provocar reflexões, indicamos o vídeo a seguir para que as equipes
possam identificar os ajustes necessários para a elaboração do PPP. Enfatizamos a importância
de as equipes gestoras terem um diálogo fluido, apresentando as concepções de bebês, crianças
e infâncias, de forma a abrangerem o número máximo de pessoas para esse momento.

Destacamos a importância de as equipes considerarem como ocorrem as experiências e


vivências a partir da Lei nº 10.639/2003, que inclui no currículo oficial a obrigatoriedade do
ensino da História e Cultura Afro-brasileira e Africana, da Lei nº 11.645/2008, que torna
obrigatório o estudo da História e Cultura afro-brasileira, destacando-se particularidades dos
povos indígenas, e da Política Municipal para a População Imigrante (Lei Municipal nº
16.478/2016):

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Redimensionamento do PPP 2024

A Coordenadoria dos Centros Educacionais Unificados - COCEU também colabora com esse
momento de organização das Unidades Educacionais ao apresentar reflexões e legislações
acerca das diversas violências às quais os bebês e as crianças da RME podem estar expostos.
Diante disso, é importante as equipes considerarem, dentro de seu planejamento, espaço para
a composição das Comissões de Mediação de Conflitos, que atuam pelo viés das diversas
temáticas da Educação em Direitos Humanos, tais como racismo, bullying, convivência, tendo
como princípio o diálogo horizontalizado, a comunicação não violenta, a empatia, o respeito (Lei
nº 16.134, de 2015; Decreto n° 56.560, de 2015 e Portaria n° 2.974, de 2016).
Para apoiar a comunidade escolar neste processo, conheça as legislações que subsidiam as ações
das Comissões de Mediação de Conflitos nas Unidades Educacionais:

Instrução Normativa n° 35, de 24 de novembro de 2023 - Dispõe sobre o


calendário de atividades para 2024 das Unidades Educacionais da Educação
Infantil das redes direta, indireta e parceira, de Ensino Fundamental anos
iniciais e finais e Ensino Médio, de Educação de Jovens e Adultos e das escolas
municipais de Educação Bilíngue para Surdos da Rede Municipal de Ensino.

• Lei nº 16.134, de 12 de março de 2015. Dispõe sobre a criação das Comissões


de Mediação de Conflitos – CMCs nas escolas da Rede Municipal de Ensino da
Cidade de São Paulo e dá outras providências.

• Decreto nº 56.560, de 28 de outubro de 2015. Regulamenta a Lei nº 16.134,


de 12 de março de 2015, que dispõe sobre a criação da Comissão de Mediação
de Conflitos – CMCs nas escolas da Rede Municipal de Ensino.

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• Portaria SME nº 2.974, de 12 de abril de 2016. Dispõe sobre a implantação
e implementação das Comissões de Mediação de Conflitos – CMCs nas
Unidades Educacionais da Rede Municipal de Ensino, prevista na Lei nº
16.134/2015, regulamentada pelo Decreto nº 56.560/2015, e dá outras
providências.

Participação e Instâncias Participativas

As Unidades Educacionais de Educação Infantil da RME contam com as diferentes


instâncias de participação para o fortalecimento do exercício da gestão democrática: Conselho
de Escola, Associação de Pais e Mestres, Conselho Regional do Conselho de Escola - CRECE,
Assembleias, Conselhos e Grêmios Mirins, com a representação de todos os segmentos
(familiares, estudantes, equipe gestora, quadro de apoio e professoras(es).

Os bebês e as crianças, quando percebem a relevância de sua participação nas decisões


relacionadas ao seu cotidiano e aos seus anseios, expectativas e opiniões, se constituem agentes
participativos. Espera-se que a escuta atenta e ativa das demandas dos bebês e das crianças
norteiem todas as decisões tomadas nessas instâncias, uma vez que os bebês e as crianças são
o centro do currículo.

A experiência da participação evidencia, por si só, o quanto as crianças são potentes no


levantamento de hipóteses, elaboração de propostas e tomadas de decisões. Aprendem desde
muito cedo a participar efetivamente da gestão democrática da escola, aprendendo a expor e
defender suas opiniões e a lidar com conflitos e pontos de vista diversos. A participação é uma
condicionante positiva para uma educação política, pedagógica e social, propiciando uma
convivência harmoniosa, dialógica no processo decisório das questões que permeiam o contexto
escolar.

A partir de 2024, a Secretaria Municipal de Educação tem como objetivo implementar


os Conselhos Mirins/Grêmios Mirins em todas as Unidades de Educação Infantil, CEIs, CEMEIs,
EMEIs e CECIs da RME.

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Acolhimento

As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil – DCNEI


(Brasil, 2010a), em seu artigo sétimo, afirmam que este nível
educacional exerce uma tripla função na sociedade brasileira. A
primeira é a função social do acolhimento dos bebês e das crianças no
sentido de assumir a responsabilidade de cuidá-las e educá-las em sua
integralidade no período em que estão na instituição,
complementando e compartilhando a ação da família/responsáveis
(São Paulo, 2019. p. 23).

O Acolhimento, como um compromisso essencial para o convívio, colabora para a


criação, o fortalecimento dos vínculos e a construção da identidade. Adotando este
compromisso, colaboram para a organização das UEs por respeitar a produção das diferenças,
uma vez que recebemos bebês, crianças, familiares e responsáveis, além de todo o grupo de
educadoras(es) que compõem as UEs.

Vale destacar que este momento de acolhimento precisa ocorrer de janeiro a janeiro,
uma vez que vamos receber, em momentos distintos, bebês e crianças, familiares e
responsáveis, e também teremos a chegada das professoras(es) e outros profissionais das UEs.
Trata-se de uma prática permanente, não apenas nas primeiras semanas do ano letivo. Assim
entram em cena as reflexões de como, em diferentes períodos do ano, a observação e a escuta
atenta impactam a vida de cada sujeito, contribuindo com as vivências junto aos bebês, crianças,
familiares/responsáveis.

Dessa forma, sugerimos o vídeo a seguir e as indicações dos documentos da RMESP que
colaboram com a concepção de acolhimento:

Acolhimento, escuta e garantia de direitos

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Partir do pressuposto do acolhimento como um compromisso essencial para as ações no
cotidiano das UEs, faz com que nos momentos de reflexão dos organizadores do cotidiano
(tempo, espaços, materialidades, interações e narrativas infantis) seja requerido um olhar
atento, minucioso ao máximo de detalhes possíveis, pois assim contribuímos com os princípios
do Currículo da Cidade - Educação Infantil na perspectiva da equidade, inclusão e integralidade.

Nesse sentido, podemos considerar os percursos da Formação da Cidade de 2023, tendo


como foco as(os) professoras(es) a partir de temáticas que dizem respeito à “A educação Infantil
de 0 a 3 anos nos espaços coletivos da cidade de São Paulo” e “A organização de contextos de
aprendizagem e desenvolvimento para crianças de 4 e 5 anos na cidade de São Paulo”.

Sugerimos alguns vídeos:

Cuidados em espaços coletivos: O que são organizadores do cotidiano?

Horários coletivos de formação

Projeto Especial de Ação - PEA das UEs Diretas / Formação Continuada (UEs Parceiras) /
Reuniões Pedagógicas / Horários coletivos/ Jornada Pedagógica / Análise de Documentação
Pedagógica

Os momentos destinados para a formação continuada e coletiva devem estar atrelados


às necessidades de cada Unidade Educacional. O que queremos dizer sobre as necessidades?
Trata-se da identificação de como as relações no cotidiano com os bebês, as crianças e
educadoras(es) vão sendo experienciadas. Assim, a partir da escuta atenta das(os)
educadoras(es) sobre suas dificuldades e avanços, é possível identificarmos temas formativos
que colaboram com o atendimento, aprendizagens e desenvolvimento dos bebês e crianças.

Essa elaboração requer um cuidado minucioso, de escuta do coletivo, mas, por meio de
sucessivos diálogos e respeito com as diferenças, são elaborados temas de formação que
colaboram com as necessidades e desejos dos bebês, crianças e em como as(os) educadoras(es)
podem atender a essas demandas.

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Para isso, se faz necessário recorrer aos planos formativos anteriores, registros da equipe, às
cartas pedagógicas, avaliações e outras documentações que considerarem pertinentes.

Também sugerimos que esses momentos de formação continuada e coletiva envolvam


processos de pesquisa com os brinquedos e materialidades que são ofertados para os bebês e
as crianças, assim como os registros realizados pelas equipes das UEs. Esses momentos tornam-
se, também, instrumentos de observação sobre como os bebês e as crianças aprendem e se
desenvolvem, além do acervo de formação para as(os) professoras(es).

Como aprofundamento para esse momento de brincadeiras e pesquisas, indicamos o


documento Orientações e possibilidades de utilização e exploração do kit pedagógico 2023 -
materiais e materialidades, uma vez que as UEs receberam, ao longo de 2023, materiais e
materialidades diversificados e, com isso, a equipe de formadoras(es) da DIEI apresentam neste
documento referências de artistas, descrição técnica dos materiais e materialidades, ilustrações
com fotos dos bebês e das crianças em sua utilização, além de reflexões sobre o campo das artes
na Educação Infantil.

Indicamos o vídeo sobre o tema do PEA/ Horário de Formação, que traz reflexões sobre
estes momentos.

Projeto Especial de Ação - (Unidades diretas) Plano Formativo - (Unidades parceiras)

Nesse sentido, a equipe da COCEU colabora com esse momento, uma vez que as
demandas oriundas das reuniões realizadas pelas Comissões de Mediação de Conflitos, que
devem ter o olhar para as especificidades da Unidade Educacional, reconhecendo, de modo
preventivo, o que pode ser gerador de violação de direito e, inclusive, uma consequente
violência aos seus bebês e crianças, e as reflexões realizadas a partir das temáticas que são
discutidas podem, também, ser um propulsor para apoiar a elaboração e (re)planejamento do
PEA.

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Para apoiar a comunidade escolar neste processo, a Rede Municipal de Ensino dispõe
de alguns instrumentos:

• Instrução Normativa n° 32, de 24 de novembro de 2023 - Dispõe sobre


o calendário de atividades para 2024 das Unidades Educacionais da Educação
Infantil das redes direta, indireta e parceira, de Ensino Fundamental anos iniciais
e finais e Ensino Médio, de Educação de Jovens e Adultos e das escolas
municipais de Educação Bilíngue para Surdos da Rede Municipal de Ensino.

• Cadernos do Projeto Respeitar é Preciso!

Registro e análise da Documentação Pedagógica e


(re)planejamento

Conforme apresentado na Instrução Normativa SME nº 32 de 24/11/2023, que dispõe


sobre o Calendário de Atividades 2024, estão previstos momentos específicos para Análise da
Documentação Pedagógica produzida pelas(os) educadoras(es) das UEs.

Analisar, dialogar e replanejar as formas como os registros e a documentação pedagógica


permeiam o fazer cotidiano, nas e das Unidades, torna-se fundamental para a busca de
qualificação profissional, identificando nos percursos vividos e refletidos como os organizadores
do cotidiano colaboraram nas aprendizagens e desenvolvimento dos bebês e das crianças,
contribuindo, também, com o processo de reinvenção da ação docente na Educação Infantil, que
compõe um dos capítulos do Currículo da Cidade -Educação Infantil.

A análise e o diálogo devem ser realizados de forma coletiva e olhando os “recortes” que
foram selecionados e organizados para compor a documentação da Unidade, a partir da
Orientação Normativa de Registro na Educação Infantil, que colabora com a formação docente
com o intuito de encontrar possibilidades na Carta de Intenções. Para as Unidades que utilizam
o semanário, é um ótimo momento para iniciarem a transição para o diário de bordo e, para

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quem já realiza esse tipo de registro, para pesquisar livros e outras referências que considerem
pertinentes para ampliação do repertório.

Colabora para esse momento, a partir dos Indicadores de Qualidade da Educação Infantil
Paulistana, na dimensão 6 “Ambientes educativos: tempos, espaços e materiais”, com as
perguntas:

6.1.6 A decoração e os materiais, na composição dos ambientes, respeitam e representam a


diversidade humana e cultural, a autoria e expressão dos bebês e das crianças?

6.1.7 As marcas das criações dos bebês e das crianças são expostas com regularidade
em paredes, painéis e ambientes educativos, de modo a dar visibilidade às culturas infantis?

A seguir, sugerimos vídeos para momentos de diálogo com as equipes das Unidades
Educacionais:

Aprimorando nosso olhar Diário de bordo -


por meio dos relatórios um documento autoral

A gestão pedagógica:
Registro e Organização dos Professores
documentação pedagógica

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Encontros com familiares/responsáveis

Como previsto na IN SME nº 32, de 24/11/2023, que dispõe sobre o Calendário de


Atividades 2024, as UEs irão organizar 5 encontros com familiares/responsáveis durante o ano
de 2024.

Nestes encontros, o acolhimento e a parceria com familiares/responsáveis devem ser


constantes, de janeiro a janeiro, inclusive dando destaque aos aspectos formativos que esses
momentos precisam ter. Assim, é necessário organizar o cotidiano de modo que todas(os)
possam ser escutados e participem dos diferentes momentos que irão acontecer nas UEs.

Para o primeiro encontro, sugerimos uma pauta que ressalta o acolhimento como
estratégia permanente da UE, que respeite a diversidade e as diferenças de quem está
chegando. Os registros podem ser compartilhados com o intuito de ilustrar as experiências,
interações e narrativas dos bebês e das crianças do ano anterior. Este momento é oportuno para
falarmos sobre a importância dos cuidados pessoais, motricidade livre, brincadeiras, leitura
literária e cultura escrita como centralidade da ação docente nos CEIs, CEMEIs e EMEIs.

Neste momento de acolhimento dos familiares e responsáveis, além de significativo,


colaboram para dialogar sobre a nossa intencionalidade na organização do cotidiano,
informando sobre as roupas voltarem com marcas infantis, como terra, areia, tintas e tantas
outras experiências. Ao colocarmos os bebês no chão, não significa abandono, mas garantir os
movimentos livres e a exploração do próprio corpo, uma vez que estão sendo acompanhados
pelas(os) professoras(es) de referência. Sugerimos vídeos para o aprofundamento destas
questões:

Desemparedamento da infância Reflexões sobre o tempo e a escuta

As indicações podem subsidiar a equipe nos diálogos com familiares/responsáveis sobre


princípios, cuidados, organizadores do cotidiano e possibilidades de trabalho na/da Educação
Infantil.

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Os demais encontros com familiares/responsáveis podem comunicar e dar visibilidade
aos percursos vividos por bebês e crianças, suas interações, brincadeiras e descobertas, a partir
dos espaços planejados de forma intencional pela equipe.

Também vale compartilhar os registros de acompanhamento que compõem a


documentação pedagógica de bebês e crianças, sendo importante a dimensão individual e
coletiva dos registros, fruto da observação, escuta e participação de bebês e crianças no
cotidiano.

O encontro com familiares/responsáveis precisa ser um espaço de trocas de vivências,


experiências e aprendizagens dos bebês e crianças, não confundindo com espaço somente de
informes, recados e cobranças.

A postura da equipe precisa indicar um convite à participação e partilha da vida coletiva


vivida pelos bebês e crianças na Unidade de Educação Infantil.

Indicadores de Qualidade da Educação Infantil Paulistana

Como premissa do documento Indicadores de Qualidade da Educação Infantil Paulistana


(São Paulo, 2016), ao longo de 2023, realizamos ações que fossem possíveis de chegar em
diferentes sujeitos, como os familiares e responsáveis, Supervisão Escolar, equipe gestora,
professoras(es) e demais servidores, com intuito de garantir momentos de escuta sobre as
experiências com os Indicadores de Qualidade da Educação Infantil Paulistana.

Em 2023, este documento, tão importante para a RMESP, completou 10 anos de


existência. Com isso, a DIEI não realizou o redimensionamento do documento, para isso, é
necessário mais tempo de diálogo com a RMESP. Sob a assessoria da pesquisadora Bruna
Ribeiro, foi elaborado box comemorativo contendo 10 livretos que possam subsidiar os diálogos
e a formação profissional das educadoras(es) da infância. Nesta perspectiva, este box tem como
objetivo contribuir com o processo de formação, inclusive, apresentando muitas experiências da
Rede.

Assim, produzimos uma carta, com o objetivo de comunicar as ações a partir da análise
e sistematização dos fluxogramas dos 13 Territórios da Cidade. Neste momento de
planejamento de 2024, cabe fazer um balanço do trabalho e explicitarmos as ações promovidas,

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até aqui, com a intenção de suprir parte das demandas externas. Convidamos todas(os) para a
leitura da Carta à RMESP, sobre o que SME/COPED/DIEI tem realizado a partir da leitura e análise
dos fluxos apresentados pelas 13 DREs:

IQs

Jornada Pedagógica

A X Jornada Pedagógica está prevista para acontecer de 24 a 28 de junho, conforme IN


SME nº 32, de 24/11/2023, que dispõe sobre o Calendário de Atividades 2024.

O momento formativo, a ser realizado nos 13 Territórios da Cidade de São Paulo, tem o
objetivo de compartilhar as experiências pedagógicas que evidenciem a consolidação curricular
a partir dos princípios presentes no Currículo da Cidade - Educação Infantil e os demais
documentos orientadores da RMESP.

Articulações para 2024

Enfatizamos a importância e a necessidade, neste momento de organização das Unidades


Educacionais, que as equipes reflitam sobre as suas futuras vivências e experiências com os
bebês e as crianças, a partir dos princípios do Currículo da Cidade - Educação Infantil como a
Equidade, Educação Inclusiva e Educação Integral. Uma vez que adotamos esses princípios
como centralidade na organização do cotidiano, colaboramos para a garantia da proteção e o
direito à vida, às liberdades, à produção de diferenças que, de fato, produzam diferenças nos
mais variados espaços educativos e nas suas relações.

Vale destacarmos, como nos apontam o Currículo da Cidade-Educação Infantil:

Para um bebê ou uma criança, ingressar numa escola de Educação


Infantil significa aprender a conviver na esfera pública, reunir-se com

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outras crianças e adultos, participar de distintos universos materiais e
simbólicos, compartilhar diversidades e constituir perspectivas
comuns a partir de pontos de vista singulares (São Paulo, 2019, p. 20).

Nesse sentido, apresentamos alguns elementos que consideramos fundamentais ao longo


do ano de 2024, uma vez que as equipes das Unidades elaboram a organização do cotidiano,
seja para os momentos de alimentação, cuidados pessoais, na organização dos ambientes, na
sala de referência, na escolha dos brinquedos, nas materialidades ou na apresentação de
brincadeiras tradicionais da infância.
Conforme nos apontam documentos nacionais e municipais, o cuidar e educar são ações
indissociáveis em toda a educação básica, por isso, a(o) professora(or) de referência,
especialmente nos momentos de cuidados pessoais, consegue realizar observações importantes
sobre o desenvolvimento dos bebês e das crianças, uma vez que esses momentos lhes
proporcionam um contato mais direto, permitindo a percepção de alguns sinais importantes,
através das formas de comunicação, quando a(o) professora(or) tenta estabelecer conexão
visual e diálogos, mas não são correspondidas(os).
Esses momentos, além de privilegiar a relação entre a(o) professora(or), os bebês e as
crianças colaboram também para identificarmos situações de violências. Colocamos o link de
acesso a documentos que podem subsidiar as equipes das Unidades, uma vez identificadas essas
situações:

Conhecer para proteger

Ressaltamos também sobre o papel que as(os) estagiárias(os) realizam nas Unidades
Educacionais. O estágio é uma etapa fundamental no processo de aprendizagem e
desenvolvimento profissional, já que propicia oportunidades de se vivenciar, na prática, os
conteúdos acadêmicos adquiridos, além de possibilitar a construção de um trabalho coletivo
com os bebês e as crianças. Por estarem num espaço privilegiado e que atua a partir do tripé:
Ensino, Extensão e Pesquisa, torna-se uma troca importante entre todas(os), por manterem uma
relação dialógica sobre os diferentes saberes e na busca de qualidade das Unidades Educacionais
de Educação Infantil sobre a infância.

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Compromisso com a educação especial na perspectiva da
educação inclusiva

Na Educação Infantil, todos os bebês, crianças e infâncias público da Educação Especial


deverão ter para si elaborado um Plano de Atendimento Educacional Especializado, após feito o
estudo de caso com a participação de toda a equipe das Unidades Educacionais,
independentemente da forma de atendimento (ANEXO III - Portaria nº 8.764/2016). É
importante lembrar que o Plano de AEE orienta que as interações, brincadeiras, linguagens e
práticas culturais (considerando os diferentes tempos e espaços) incorporem a inclusão de
recursos de acessibilidade e enriquecimento curricular para bebês e crianças público da
Educação Especial, quando necessário.

Portaria 8.764/2016

O plano de AEE é a ferramenta de acompanhamento das estratégias construída em


colaboração pela(o) professora(or) regente da classe comum com o professor especialista e
deve ser acompanhada e reavaliada bimestralmente por toda a equipe pedagógica.

A última etapa do processo de encaminhamento para o Atendimento Educacional


Especializado é a escrita do Plano de AEE. O PAAE ou PAAI responsável orientará de acordo com
a Portaria a construção coletiva do documento, elencando objetivos, estratégias, recursos e
demais ações a serem providenciadas pela Unidade para favorecer a eliminação das barreiras
existentes no ambiente educacional.

Dicas para a construção do Plano de AEE

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Você sabia?

Há necessidade de acessibilidade ao brincar. Por exemplo: o bebê e a criança com deficiência


visual precisam que a brincadeira tenha audiodescrição ou brinquedos que tenham relevos
indicando a direção (frente/trás, cima/embaixo) ou/e tenha um “guizo” sonoro para indicar
com barulho a direção que o brinquedo caiu.

● Articulação da equipe das Unidades Educacionais com o PAAI na Educação Infantil:

A articulação da equipe das Unidades Educacionais - gestão e professoras(es) - com a(o)


professora(or) do AEE itinerante (PAAI) visa atender às necessidades específicas dos bebês e
crianças público da Educação Especial, após estudo de caso, contribuindo na identificação e
eliminação das barreiras, articulando na elaboração de estratégias, recursos e materiais
pedagógicos que promovam e possibilitem o acesso ao currículo nos diferentes tempos e
espaços. Além disso, podem participar das discussões sobre as práticas educacionais
desenvolvidas nas UEs, em parceria com a(o) coordenadora(or) pedagógica(o), os familiares e
responsáveis e demais educadoras(es) envolvidos, na construção de ações que garantam a
aprendizagem, o desenvolvimento, a autonomia e a participação plena dos bebês e crianças.

● Articulação da(o) Professora(or) de Apoio e Acompanhamento à Inclusão - PAAI com


o ponto focal da Educação Infantil nas DREs:

As ações da Educação Especial enquanto Modalidade devem estar articuladas com a


Educação Infantil considerando o processo formativo com participação e interlocução de ambas
as frentes (CEFAI/DIPED).

● Apoios (Estagiários e AVEs)

Para o apoio à promoção da autonomia, a RME disponibiliza quando necessário (após


avaliação pedagógica/estudo de caso) estagiárias(os) do programa “Aprender Sem Limite” e
Auxiliares de Vida Escolar - AVEs, com base na condição da funcionalidade, não na condição da
deficiência, os apoios devem ser vistos como transitórios, evitando a tutela, de forma a respeitar
a dignidade inerente à autonomia individual e a individualidade do sujeito.

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Estagiárias(os): são os profissionais que atuam junto a um(a) professor(a) regente da classe
comum que tenham bebês e crianças com deficiência, TEA e/ou Altas Habilidades/SD, dando
apoio ao planejamento e realização das atividades em todos os espaços da Unidade Educacional,
bem como nas ações de intervenção pedagógica e avaliação, sempre sob a orientação do
supervisor de estágio e da(o) professora(or) regente.

AVE: é o profissional que auxilia bebês e crianças que são público da Educação Especial, que não
tenham autonomia para locomoção, higiene e alimentação e/ou que necessitam de apoio na
comunicação verbal e não verbal; e na regulação do comportamento e interação social.

VALE LEMBRAR:

● As atividades de locomoção, higiene e alimentação atribuídas ao AVE poderão ser


desempenhadas em conjunto com os demais profissionais do Quadro de Apoio da UE,
de acordo com as especificidades do atendimento às necessidades dos bebês e
crianças.
● A ausência do AVE não deverá implicar em prejuízo no
atendimento às necessidades de alimentação, higiene e
locomoção dos educandos e educandas, devendo a escola se
organizar conforme o Art. 3º do Decreto 57.379/2016.

● Considerando que as atividades desenvolvidas pela(o) estagiário do quadro


”Aprender Sem Limites” são de apoio à(ao) professora(or) regente da classe, não
haverá sobreposição de recursos humanos, inclusive dos
estagiários do quadro “Parceiros da Aprendizagem”, instituído
pela Portaria nº 1.336/2015, devendo se considerar somente 01
(um) Estagiário por sala de aula.

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O Programa de Alimentação Escolar e Educação Alimentar e
Nutricional - articulação com a CODAE

A Alimentação Escolar na RME da Cidade de São Paulo é considerada uma política pública
de relevância para a saúde, sendo dever da educação municipal fornecê-la com qualidade para
atender a todos bebês, crianças, jovens e adultos matriculados. Sendo sujeitos de direito, nossos
estudantes terão os momentos de refeição que envolvem desde a prática social, perpassando
ao aprendizado e à reflexão sobre os princípios intrínsecos à Educação Alimentar e Nutricional -
EAN.
A Educação Alimentar e Nutricional - EAN, segundo o Currículo da Cidade de São Paulo
para os temas transversais, é um tema inspirador e ao mesmo tempo pedagógico. Por meio da
EAN, é possível promover o diálogo e a reflexão sobre vários temas vinculados à alimentação e
às práticas alimentares, nos seus aspectos sociais, culturais, políticos, ambientais, econômicos e
de saúde contextualizados à realidade e às demandas dos indivíduos e seus territórios. Estas
discussões também podem abranger os demais temas inspiradores que impactam
profundamente as comunidades locais, regionais e globais, como os direitos de bebês, crianças,
adolescentes, jovens e adultos, questões ambientais, direitos humanos, relações étnico-raciais
e cultura afro-brasileira, migrações, povos indígenas, vida familiar e social, consumo e
diversidade cultural, pessoas com deficiências entre outros.
O conceito de EAN presente no Marco de Referência de Educação Alimentar e Nutricional
para as Políticas Públicas, publicado em 2012, é permeado por princípios essenciais como o
Direito Humano à Alimentação Adequada - DHAA e a Segurança Alimentar e Nutricional, e
enfatiza a valorização de todas as dimensões e determinantes da prática e do comportamento
alimentar, não apenas os aspectos biológicos. Portanto, a EAN não deve ser reduzida a um
simples ato de dizer ao outro o que se deve comer, do mesmo modo que a comida não deve ser
percebida somente como um meio para os nutrientes alcançarem os corpos. O propósito
primeiro e último da EAN é promover e proteger o direito à alimentação adequada e saudável.

Na figura a seguir, ilustramos os princípios do Marco de Referência para EAN que devem
ser considerados no planejamento das ações das Unidades.

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Para saber mais:
● Lei nº 11.947, de 16 de junho de 2009.

• Marco de Referência de Educação Alimentar e Nutricional para as Políticas Públicas


(Brasil, 2012).

Educação Alimentar e Nutricional no Currículo

A EAN possibilita ações nas diferentes áreas de conhecimento, componentes


curriculares ou etapas, é importante que todos os educadores prevejam essas ações. O Decreto
Federal nº 11.821, de 12 de dezembro de 2023, reforça a EAN como um dos eixos estratégicos
de promoção da alimentação adequada e saudável no ambiente escolar, compreendendo a
inclusão da temática: no currículo escolar e no PPP da Unidade; em ações de educação

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permanente destinadas a todos os atores educacionais; nas atividades com os estudantes, e em
ações destinadas à comunidade escolar. Tais ações podem contemplar especialmente:

● A inclusão de estudantes com Necessidades Nutricionais Específicas, as especificidades


alimentares de estudantes migrantes e indígenas, e a valorização dos saberes e da
cultura alimentar da comunidade do entorno, como abordado na formação “Restaura!
Comida e Escola”, ministrada para as EMEFs e EMEFMs do Programa São Paulo Integral;
● A articulação com UBS/PSE/PAVS e outros parceiros no âmbito de EAN no território,
avaliação e acompanhamento nutricional dos estudantes;
● O combate à fome e a segurança alimentar e nutricional, tais como a distribuição de
cestas básicas e incentivo ao consumo da alimentação oferecida nas Unidades
Educacionais.

Para saber mais:

● Nota Técnica nº 2810740/2022/COSAN/CGPAE/DIRAE.

● Educação Alimentar e Nutricional: articulação de saberes (Edições UFC, 2018).

● Lei nº 13.666, de 16 de maio de 2018 (Brasil, 2018).

● Guia Alimentar para a População Brasileira (Brasil, 2014).

● Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de 2 Anos (Brasil, 2019).

● Orientação Normativa de Educação Alimentar e Nutricional para Educação Infantil


(São Paulo, 2020).

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● A organização do ambiente de alimentação, materialidades, tempos e interações.
Uma possibilidade é a implantação dos projetos de autosserviço. Acesse mais
informações em:

● Promoção, proteção e estímulo ao aleitamento materno, especialmente nos CEIs,


onde a SME/CODAE incentiva e proporciona formações, encontros e palestras nesta
temática, além dos informes. Acesse mais informações em:

● A exploração sensorial e apresentação dos cardápios e dos alimentos disponíveis nas


Unidades. Trabalhar com diversas linguagens e sentimentos, seja através da fala, da
escrita ou de outros signos, consolidando o protagonismo dos bebês, crianças,
jovens e adultos.

● A formação crítica dos alunos quanto a informações e mensagens sobre alimentação


veiculadas nas mídias. Sugestão de leitura: Revista Qualé 66 - Comer, comer!

● A alimentação na perspectiva da sustentabilidade e combate ao desperdício.


Conhecer a origem dos alimentos e valorizar os alimentos produzidos pela
agricultura familiar, urbana e a produção de alimentos em hortas pedagógicas.

● Cardápio Escolar Sustentável

● A possibilidade de execução de oficinas culinárias integradas e planejadas de acordo


com intencionalidades pedagógicas. Como abordado na formação “Cozinhas e
Infâncias: Articulando Saberes e Práticas de Alimentação Saudável na Educação
Infantil”, ministrada para educadoras(es) das EMEIs e CEMEIs da RME. Consulte
sugestões de receitas:

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A equipe da COCEU colabora nesse momento de organização, ao nos apresentar formas
de Participação e Instâncias Participativas:

As Unidades Educacionais de Educação Infantil da RME contam com as diferentes


instâncias de participação para o fortalecimento do exercício da gestão democrática: Conselho
de Escola, Associação de Pais e Mestres, Conselho Regional do Conselho de Escola - CRECE,
Assembleias, Conselhos e Grêmios Mirins, com a representação de todos os segmentos -
familiares, estudantes, equipe gestora, quadro de apoio e professoras(es).

As crianças e bebês, quando percebem a relevância de sua participação nas decisões


relacionadas ao seu cotidiano e aos seus anseios, expectativas e opiniões, se constituem agentes
participativos. Espera-se que a escuta atenta e ativa das demandas das crianças norteiem todas
as decisões tomadas nessas instâncias, uma vez que os bebês e as crianças são o centro do
currículo.

A experiência da participação evidencia, por si só, o quanto as crianças são potentes no


levantamento de hipóteses, elaboração de propostas e tomadas de decisões. Aprendem desde
muito cedo a participar efetivamente da gestão democrática da escola, aprendendo a expor e
defender suas opiniões e a lidar com conflitos e pontos de vista diversos. A participação é uma
condicionante positiva para uma educação política, pedagógica e social, propiciando uma
convivência harmoniosa, dialógica no processo decisório das questões que permeiam o contexto
escolar.

A partir de 2024, a Secretaria Municipal de Educação tem como objetivo implementar


os Conselhos Mirins/Grêmios Mirins em todas as Unidades de Educação Infantil, CEIs, CEMEIs,
EMEIs e CECIs da RME.

Que este material possa alcançar a todos vocês, professoras e professores da rede
municipal de educação infantil paulistana, e que juntas(os) possamos aprimorar nosso olhar e
fazer diário junto aos bebês e crianças bem pequenas.

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