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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
DE EDUCAÇÃO EM MOÇAMBIQUE
1-Educação e Escola
Entende-se por educação todo um conjunto de formas de actividade humana em que as
relações culturais assimétricas entre os indivíduos determinam a troca de experiências e de
cultura entre as pessoas.
A Educação tem por missão criar entre as pessoas vínculos sociais que tenham a sua origem
em referências comuns. Tem como objectivo essencial o desenvolvimento do ser humano na
sua dimensão social e define-se como veículo de culturas e de valores, como construção
de um espaço de socialização. É um dos maiores trunfos que a sociedade dispõe na
construção de um caminho para o desenvolvimento humano. É a trave mestra de um
desenvolvimento equilibrado que a todos envolve na sua edificação. É, também, um acto
criador que só pode valer na dimensao do que valem aqueles que o fazem existir.
Daí que, pensar na educação nesta era moderna e tambem pensar na Escola, numa
organização singular, que tenha em vista aprendizagens fundamentais consideradas como
pilares do conhecimento, como seja o aprender a conhecer que é a forma de aquisição de
instrumentos de conhecimento, onde cada um aprende a compreender o mundo que o rodeia.
Aprender a fazer que é a forma de estimular a prática dos conhecimentos adquiridos;
aprender a viver em comum que é um dos maiores desafios da Educação numa busca
insana de solidariedade e justiça, de afastamento da violência, da capacidade de evitar
conflitos resolvendo tudo de forma pacífica.
Assim, a escola apresenta-se-nos como um espaço e um tempo por excelência onde o acto
criador que é a educação acontece.
A escola existe, porque os actores, que a fazem ser, dão-lhe vida e vigor num esforço
redobrado, com vista a obter como resultado um indivíduo de grande dimensão e relacional,
um cidadão produtivo, crítico e respeitoso, no sentido do seu desenvolvimento total,
integral como pessoa.
Sem os actores do processo educativo, uma escola é uma casa como qualquer outra, porque
a escola reflecte sempre o modo como os diferentes actores assumem os seus papéis, o
modo como valorizam as várias funções que lhes foram confiadas. A função da escola é,
portanto, a de analisar-se na perspectiva da função que realmente vai cumprindo em
cada momento histórico e cultural concreto. É um dos agentes sociais em que os sujeitos
desenvolvem a sua personalidade, estabelecem as bases de relação entre si e a sociedade e a
cultura, numa perspectiva dinâmica de intercâmbio mútuo de influências de todo o tipo. Na
transmissão de conteúdos e competências e de normas e valores, a escola promove o
Com efeito, a escola constitui o núcleo sobre o qual gravitam os esforços por uma educação
efectiva, que se materializa através de um ensino de qualidade. A escola, que cumpre
cabalmente a sua missão, assume-se como escola de sucesso.
A liderança efectiva da escola revela-se no empenho do director e dos seus adjuntos para a
elevação de qualidade de ensino através de:
2. 2 Ambiente pedagógico
Havendo liderança efectiva na escola, como podemos depreender do que se explicitou
atrás, propicia-se um ambiente pedagógico caracterizado por atitude positiva dos
professores, ordem e disciplina, currículo organizado, louvores e incentivos.
A atitude positiva dos professores manifesta-se pela vontade que têm de ensinar com
sucesso. Para isso, tanto se empenham, estabelecendo para consigo próprios altos padrões
de trabalho e de comportamento. Preparam as lições convenientemente e preocupam - se
por aplicar métodos activos, centrados na actividade do aluno. Só por motivos de força
maior, faltam à escola. E, nestes casos, sempre que possível, com antecedência, informam,
à direcção da Escola, a razão da sua ausência, que se encarrega da sua substituição. Regra
geral, são pontuais. Este empenho é testemunhado pela maioria dos alunos, quer nas
conversas ente si, quer mesmo com os pais e encarregados de educação, enfatizando, com
apreço, a atenção que lhes é individualmente prestada para o seu sucesso escolar. Os
docentes dedicam-se individualmente ao estudo numa perspectiva de permanente auto –
capacitação, esforçando-se por dominar os conteúdos curriculares. Esta iniciativa de auto –
formação é reforçada e apoiada pela partilha e troca de informação ente professores, através
de estreita colaboração, planificação conjunta das lições, bem como de outras actividades
da escola e ainda pela participação activa nos cursos de aperfeiçoamento, promovidos pela
direcção da escola ou por outras entidades.
Os testes finais, a que os estudantes são submetidos, a par da avaliação contínua, revelam
bom desempenho dos discentes. Portanto, os padrões que definem o sucesso académico são
claros e conhecidos por todos os professores e alunos, bem como pelos pais e encarregados
de educação.
Aquela condição pedagógica e todo o conforto mínimo que a escola deve reunir implicam
meios financeiros, de certo modo avultados, mas, muitas vezes escassos.
Com efeito, são os pais e encarregados de educação que asseguram que as crianças venham
à escolas saudáveis e preparadas para a aprender. Portanto, fome e doenças infecto-
contagiosas não constituem problemas para as crianças, estado que pode perturbar
seriamente o processo de ensino - aprendizagem.
Numa situação como a nossa, onde a taxa de incidência da pobreza é de 69,4%, de acordo
com o resultado do inquérito aos Agregados Familiares sobre as Condições de Vida da
População de Moçambique de 1996-1997, agravada pelas calamidades naturais, cheias,
secas, pragas de gafanhotos…, a intervenção dos pais e da comunidade em geral, em
moldes colectivos, reveste-se de capital importância, de modo a garantir que as crianças
Os pais colaboram para o sucesso escolar dos seus filhos, dialogando com eles sobre a
maneira como aprendem na escola, estimulando-os para que repitam as lições e realizem os
trabalhos de casa. Quer dizer, os pais ou os encarregados de educação não sobrecarregam
as crianças com tarefas caseiras, permitindo o equilíbrio entre as actividades domésticas,
brincadeiras próprias de idade e repetição das lições. Esta atitude é muito importante,
sobretudo na relação com as meninas, muitas vezes atarefadas com afazeres de casa.
Só com uma liderança efectiva da escola é possível beneficiar das vantagens que a
colaboração dos pais, encarregados de educação e comunidade em geral oferece.
A base de apoio efectivo é uma política clara sobre a organização e administração das
escolas. Os programas de ensino estabelecem, de uma forma inequívoca, as competências
básicas dos alunos. De um modo geral, a escola dispõe de directrizes claras sobre os
critérios que determinam a sua eficácia.
A direcção da escola está informada sobre a sua responsabilidade perante a instituição, que
dirige e sabe que é na esteira dela que deve prestar contas, envidar esforços para a sua
concretização, incluindo, com esse intuito, a solicitação de apoio de outras estruturas.
3.1-Formação
Os CFPP funcionam actualmente em situação de extrema carência, onde falta quase tudo,
desde as instalações adequadas, beliches, colchões, salas de aula, carteiras, material
didáctico, bibliografia, transportes, alimentação, água, etc, situação que coloca os
respectivos corpos directivos a uma gestão difícil e deficiente.
A Universidade Pedagógica, por não ser uma instituição especializada em Ensino Primário,
os professores por esta formados, enfrentam dificuldades de adaptação nesta área de ensino,
cujo elenco disciplinar é fundamentalmente baseado em metodologias de ensino.
A Produção Escolar que até aproximadamente 1992 participava em cerca de 30 a 50% nas
despesas de alimentação e na manutenção das instalações na maioria dos CFPP, revela-se
hoje difícil a sua prática devido à crescente subida dos custos de equipamentos e de mão-
de-obra que desde então era colocada nas instituições para acompanhar e apoiar os
formandos nas actividades produtivas.
Neste sentido, a escola como uma instituição de transmissão de saberes, baseada numa
intersecção entre o professor e o aluno e, de um modo mais amplo, entre estes e outros
“stakeholders”, como por exemplo os pais e encarregados da educação, os diferentes
grupos de ordem cultural, social, económica política, a Igreja e outras instituições que
influenciam a vida da escola, deve jogar um papel chave na preparação dos cidadãos para,
com inteligência, enfrentarem os principais desafios da sociedade, particularmente no que
respeita ao combate à pobreza absoluta, desenvolvimento sócio-económico, fortalecimento
da unidade nacional e consolidação da paz e da democracia em Moçambique.
A escola é, como dizia Samora Machel, “A Base para o Povo tomar o Poder”. Este
entendimento pode traduzir-se, nos dias de hoje, no importante papel que a escola
desempenha no fornecimento das ferramentas básicas para que as crianças e jovens
adquiram e consolidem os conhecimentos que farão deles homens e mulheres dotados de
capacidade necessária para melhor participarem no desenvolvimento pleno da Nação
Moçambicana.
A escola deve, por conseguinte, ter como principal objectivo assegurar o sucesso educativo
dos seus alunos ajudando-os a encontrar as soluções adequadas para que, individualmente,
sejam capazes de encontrar o melhor caminho para o desenvolvimento das suas
potencialidades cognitivas, tornando-os autores do seu processo de crescimento intelectual
e sócio afectivo nas diversas dimensões do desenvolvimento do ser humano. Isto
pressupõe, também o desenvolvimento de capacidades de relações inter-pessoais, de
comunicação, de liderança, decisão e de auto-confiança. De facto, o que a escola deve
procurar fazer é equipar os seus alunos com instrumentos a que eles possam recorrer para
se tornarem seres/indivíduos capazes de agirem de forma criativa e responsável no
melhoramento das suas condições de vida e na tranformação, para melhor, do meio que os
circunda.
Não é por acaso que a sociedade clama por uma escola que tenha uma acção pedagógia e
formadora baseada numa aprendizagem ligada às necessidades reais de desenvolvimento
local, nacional e internacional. É que, para os pais e para a sociedade a escola só tem valor
se estiver ligada à vida e se, como resultado de terem frequentado a escola, os seus filhos
estiverem habilitados a participar, de forma activa, nas mais diversas áreas de actividade
g) Que aproveitamentos fazem dos saberes que aluno adquire, na família, com os
amigos, etc.
i) O que é que está mal com a escola que temos e como mudar a situação?
3.4- RECOMENDAÇÕES:
Esta adesão poderá influenciar a promoção do statu entre os potenciais candidatos e exercer
pressão para a rápida melhoria das condições de formação de professores.