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FISIOLOGIA

Potencial de ação – Pré-requisito


Quando dizemos que uma célula está em repouso, significa que ela está
polarizada, isto é, as cargas negativas estão mais concentradas no meio intracelular e
as cargas positivas têm maior concentração no meio extracelular. Além disso, no
repouso há maior concentração de íons de potássio dentro da célula e de íons sódio do
lado de fora.
Na membrana das células, podem ser encontrados diferentes tipos de canais,
sendo eles canais passivos (presentes em todo o neurônio), canais químicos (se
concentram nos dendritos e no corpo celular) e os canais voltagem dependentes
(presentes no axônio)
As sinapses são estruturas onde ocorre a comunicação entre o neurônio pré-
sináptico e pós-sináptico. Os neurônios não se tocam, já que existe o espaço da fenda
sináptica entre eles. Dessa maneira, o impulso se propaga sempre no mesmo sentido:
vem através do axônio da célula pré-sináptica chega em sua extremidade e provoca na
fenda a liberação de neurotransmissores, elementos no neurônio pós-sináptico, dando
continuidade à propagação do sinal. Logo, o caminho percorrido pelo impulso é
dendrito - corpo celular – axônio.
O limiar de disparo é o menor estímulo necessário para gerar o potencial de
ação. Quando uma célula excitável é estimulada por outra, o valor de voltagem do
limiar do limiar pode ser alcançado (aprox. -55 mV). Quando isso acontece, os canais
de sódio voltagem dependentes começam a se abrir.
As forças elétrica e química do sódio apontam para dentro da célula, assim, seu
gradiente eletroquímico terá o mesmo sentido. Com a abertura dos canais de NA +
controlados por voltagem, a permeabilidade para este íon aumenta cerca de 5 mil
vezes, gerando uma entrada maciça de sódio na célula. Como o sódio possui carga
elétrica positiva, a sua entrada na célula vai deixando o meio intracelular menos
negativo. Nesse momento, o interior da célula passa a ser positivo e o exterior
negativo (momento da despolarização).
Na despolarização, ao atingir o pico de despolarização de +30 mV, os canais de
sódio se inativam pela ação da proteína inativadora e os canais de potássio voltagem
dependentes vão se abrindo aos poucos, mais lentamente. Como o potássio está mais
concentrado no meio intracelular e o meio extracelular está negativo, tanto a força
química quanto a elétrica vão começar a puxar ele para fora, o que de fato irá
acontecer. Assim, a abertura dos canais de K + voltagem dependentes faz com que o K +
saia da célula. Nessa perspectiva, a saída de cargas positivas da célula deixa o seu
interior menos positivo até que se torne negativo novamente. O meio intracelular fica
negativo e o extracelular positivo, ou seja, a célula volta ao seu estado anterior. Essa
fase é chamada de repolarização.
Ao final da repolarização, os canais de Na+ perdem a inativação e se fecham. Já
os canais de potássio, por sua vez, possuem um fechamento tardio, o que faz com que
os íons continuem saindo da célula, deixando seu interior ainda mais negativo em
relação ao potencial de repouso, o que resulta na hiperpolarização.
Quando todos os canais estão fechados, a bomba de sódio-potássio
reestabelece os níveis de K + e Na+ dentro e fora da célula, restaurando o potencial de
repouso da membrana celular, que é de -70 mV.
AULA 1
 Retroalimentação positiva: mecanismo em que um estímulo
aumenta/potencializa outro. Ex.: aumento da contração para o parto
 Retroalimentação negativa: mecanismo que um estímulo determina o
cessamento de outro. Ex.: hipotálamo  hipófise anterior  tireoide (o
aumento de T3 e T4 comina numa resposta negativa à produção de TSH e, pela
mesma razão, também o TRH)
 Hipotálamo: extremamente importante para o sistema nervoso

AULA 2

Sistema nervoso
 Célula eletronegativa devido P- e S-
 Atração de íons positivos (passagem por canais (K e Na))
 Canal retificador geralmente está aberto (entrada de K+)
 Canais de K: retificadores de impulso; sensível ao ATP; voltagem dependente;
abertura por cálcio
 Canal voltagem dependente varia abertura (Sai)
 Célula não ficará em repouso, pois em vários momentos ocorre potencial de
ação, que ocorre com a abertura de canais de Na + (influxo rápido) retificador e
voltagem dependente fechados, superando o potencial e eletronegatividade
(torna o meio interno eletropositivo e o externo eletronegativo)
 Mg ajuda a manter o canal de Na+ fechado, que não deve ficar aberto
indiscriminadamente pois pode ficar no limiar de disparo e acarretar
problemáticas, como epilepsia.
 Lidocaína ajuda a regular o fechamento dos canais de sódio
 Potencial de ação só se inicia a partir de -55 mV (vários canais de Na + abertos
para chegar) e, se mantiver em -55 mV por um período relativamente grande
serão ocasionadas convulsões
 Repolarização: mudança de polaridade estimula a abertura dos canais de
potássio para que ocorra a repolarização
o Entrada de Cl- na célula (entrada lenta)
o Cl- é importante no sistema nervoso, apenas.
o Volta ao potencial de repouso (porém com os íons no local errado) e
necessidade da bomba de sódio-potássio
 Hiperpolarização ocorre pela entrada lenta do cloro
 Anticonvulsivante causa efeito contrario (retirada de K do meio intracelular e
entrada de Cl)
 Sempre ocorre em potencial de repouso a intervenção
 O potencial de ação nunca é interrompido
 O inibidor do canal de voltagem dependente não permite a saída de K (demora
bem mais para repolarizar), assim, o paciente fica sedado.
 Com a falha do canal de K por mutação ocorre maior efluxo de K (causa
convulsão) por conta da repolarização acelerada.
 Epilepsia (convulsão)
o Elevação do K
o “Zero Mg” (perda do regulador de canais), canal de sódio mais aberto,
canal de K voltagem dependente não faz efluxo (eletropositivo) 
diuréticos, álcool, antidepressivos, chá mate são exemplos de
substâncias que fazem com que ocorra a perda de Mg; reposição de Mg
pode ser feita a partir de folhas verdes e chocolate.
o Redução de Ca2+ (muda a polaridade da célula e aumenta a
concentração de calbidina  segura o cálcio no meio intracelular)
favorece o potencial de ação
o Mutação
 Potencial de ação aumenta a atividade de neurotransmissores receptores
 Neurotransmissor gaba (força a abertura do canal de voltagem dependente
(saída de K) ou atua no influxo de cloro. Intenção de ficar eletronegativo
 Propagação de potencial de ação
o É unidirecional; o influxo de Cl- gera uma hiperpolarização que mantém
esse fluxo unidirecional pois o potencial de ação se inicia por onde é
mais fácil.
o Vitamina B6 é precursora do receptor gaba
o Dipolos estão presentes em nódulos de Ranvier (potencial de ação só
ocorre nos nódulos)
o Mielina acelera a propagação, logo, neurônios mielinizados tem uma
velocidade maior de propagação maior que um que não seja do mesmo
tipo.

AULA 3

Sinapses
 Processo de intercomunicação de neurônios
 Neurulação é o processo de formação de neurônios e, consequentemente, de
sinapses. Ela começa algumas semanas após a concepção e se estende até os
dois anos de vida.
 A partir de 2 anos, inicia-se a “poda sináptica”. Assim, a criança deve ser
estimulada a brincar, aprender e, principalmente, não ficar grandes períodos
em frente as telas. Caso não seja adequadamente estimulada, essas “podas”
serão mais significativas e, assim, alguns cenários clínicos podem se
estabelecer, como o autismo.
 Aos 20 anos ocorre a finalização da poda sináptica.
 Por que ocorrem as podas sinápticas? Como o estímulo às sinapses é
importante? Partindo de uma visão um tanto quanto lamarquista, o sistema
nervoso demanda grande quantidade de energia para se manter em
funcionamento adequado, assim, uma vez que algumas de suas partes não está
sendo devidamente utilizada, ele entende que estas são porções descartáveis e
as descarta com o intuito de economizar energia. Nesse sentido, o estimo às
sinapses é uma maneira de sempre utilizar o sistema nervoso como um todo e
evitar que tal poda aconteça.
 Bebidas alcoólicas: atrapalham o desenvolvimento sináptico
 Como ocorrem as sinapses: elas ocorrem em um conjunto de processos que
não dependem unicamente dos neurônios, sendo estes agentes externos as
células glias (astrócitos e micróglia)
o Os astrócitos ditam o caminho do crescimento a partir de proteínas
sinalizadoras produzidas por eles.
o A micróglia é responsável pela poda sináptica.
o O cálcio é imprescindível para o processo sináptico pois ele faz com haja
uma migração de receptores AMPAR para a membrana do neurônio.
Esses receptores possibilitam a conexão entre as sinapses.
o Com os astrócitos, são formados inúmeros brotos no neurônio que
devem realizar uma “ligação” com outros neurônios, contudo, nem
todos os brotos acabam se ligando. A partir disso, com o intuito de
preservar energia, a micróglia realiza a poda dessas estruturas que
estão avulsas.
 EXEMPLO: um paciente que teve AVC e perde determinada movimentação
passa a ir em fisioterapeuta para realizar uma tentativa de tratamento e
recuperar os movimentos. Como isso é possível já que a região cerebral que
teve o AVC “morreu”? Com os estímulos proporcionados pela fisioterapia, é
estimulada a criação de brotos que proporcionaram a criação de novas sinapses
para a realização dos movimentos desejados. (Obviamente não são todos os
movimentos que são recuperáveis, mas em alguns casos isso é possível).
Neuroplasticidade: capacidade do sistema nervoso central de mudar, adaptar-
se e moldar-se a nível estrutural e funcional ao longo do desenvolvimento
neuronal e quando sujeito é exposto a novas experiências. Esta característica
única faz com que os circuitos neuronais sejam maleáveis, sendo a base da
formação da memória e da aprendizagem, bem como na adaptação a lesões e
eventos traumáticos ao longo da vida.
 As sinapses são formadas e destruidas ao longo de toda vida, o que diferencia o
processo de criação e destruição é justamente o estilo de vida (alimentação,
por exemplo) e a existencia de estimulos ou a falta deles.
 Quanto mais velhos ficamos, mais lentas são as formações sinápticas.
 BDNF: é uma proteína que ajuda na sobrevivência neuronal e na neurogênese.
o Por ser produzido pela musculatura esquelética, a prática de exercícios
aeróbicas implica na produção dessa proteína.
 Os neurônios podem fazem sinapses com inúmeros outros, não existe uma
regra quanto a essa quantidade
 Sinapses elétricas: ocorre quando um neurônio está intimamente ligado ao
outro, ao ponto de não ser possível delimitar de forma precisa onde termina
um e se inicia o outro; propagação de forma continua (não existe retardo);
neurônios sensoriais são exemplos de estruturas que utilizam essa modalidade
de sinapse
o As conexinas são as proteínas que ligam os neurônios que fazem
sinapse elétrica; possibilidade o transporte de impulsos por mais de um
caminho
 Sinapses químicas: a partir da entrada de cálcio no neurônio para que os
neurotransmissores armazenados nas vesículas se prendam na membrana
plasmática e liberem seu conteúdo a partir de uma exocitose.
o Os canais de cálcio se abrem a partir da recepção do potencial de ação
quando ele chega na extremidade do axônio.
o No momento em que entra o cálcio, a sinaptogamina e sinaptobrevina,
que são proteínas presentes na membrana da vesícula, se unem à
sintaxina e a SNAP-25, fazendo com que o conteúdo vesicular seja
extravasado.
o Toxina botulínica (botox) quebra a sinaptogamina, impedindo a fixação
da vesícula à membrana, logo, os estímulos nervosos são impedidos.
 Neurotransmissores excitatórios devem abrir inicialmente os canais de sódio
o Lembrando que dentro dos canais de sódio se encontra o Mg regulando
estes canais.
 Endorfina: abre os canais de potássio voltagem dependentes que estão em
repouso (“forçou a barra” porque não era hora de abrir) e, com isso, induz um
efluxo de potássio do meio intracelular deixando a célula com este meio mais
eletronegativo. Consequentemente o potencial de ação não é proporcionado.
O que isso implica? A exemplo, quando estamos em jogo de futebol e sofremos
algum impacto mais doloroso, essa dor não é percebida no momento, ela só é
percebida depois que essa carga de endorfina abaixa e as condições
neurotransmissoras voltem ao normal.
 GABA: abrem os canais de cloro e fazem com que este íon entre na célula,
deixando-o ainda mais eletronegativa  potencial de ação impedido
 Morfina: ativa o receptor GABA  inibe o potencial de ação
 Somas contrárias de estímulos: um estímulo pode sobrepor a outro, ou mesmo
se inibirem. Exemplo: quando há um corte no dedo e apertamos com bastante
força o local, há uma relativa sensação diminuta de dor.
 Estímulos por facilitação: quando já existe um pré-estímulo e este faz com que
outros venham a acontecer. Exemplo: quando acontece de furarmos o dedo
isso faz com que nós comecemos a sentir o dedo “pulsar” (ocorre por aumento
da sensibilidade proporcionada pelo furo)
 Fadiga sináptica: ocorre quando um estímulo intenso permanece em atividade
por muito tempo, ocasionando o esgotamento dos neurotransmissores. Após a
fadiga sináptica, uma consequência notória é a depressão, uma vez que não é
possível a proporcionar sinapses e a propagação de estímulos
 Potencialização pós-tetânica: é uma forma de facilitação sináptica mais
prolongada. Logo após a fadiga sináptica, a membrana pós-sináptica se torna
excessivamente sensível à estimulação. Supõe-se que o acúmulo de cálcio
dentro dos terminais pré-sinápticos facilite a liberação de neurotransmissores;
receptor do neurotransmissor fica super sensível.
 Alzheimer: ação excessiva da micróglia
 Drogas e álcool destoem celular neurais

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