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Roteiro para monitoria de Fisiologia 2

2018.2 | Prova 1 | Luisa Lage

▪ Revisão: potencial de ação e potencial de repouso; o que significa a célula ficar


mais negativa ou positiva, afinal?

O potencial de ação é uma inversão do potencial de membrana que percorre a membrana de


uma célula. Potenciais de ação são essenciais para a vida animal, porque transportam rapidamente
informações entre e dentro dos tecidos. Eles podem ser gerados por muitos tipos de células, mas são
utilizados mais intensamente pelo sistema nervoso, para comunicação entre neurônios e para
transmitir informações dos neurônios para outro tecido do
Esquema simplificado ilustrando alta organismo, como os músculos ou as glândulas. (WIKIPÉDIA)
concentração de sódio (Na+) fora da
célula e alta concentração de Potássio
(K+) dentro da célula.
Toda a célula viva e em particular as células nervosas
apresentam diferença de potencial elétrico (DDP) entre as faces
interna e externa de sua membrana celular. Essa DDP é gerada
pela diferença na concentração de cargas dentro e fora da
célula. Como o citoplasma contém, proporcionalmente, menor
quantidade de íons positivos que o líquido externo, a superfície
interna da membrana é negativa em relação à externa, no
repouso. (Só Biologia)

É muito importante lembrar que sempre há diferença no gradiente de concentração dos principais íons que
falamos, mesmo no repouso: sódio (mais fora e menos dentro) e potássio (mais dentro e menos fora). Essa
diferença é mantida, com gasto de energia, pela bomba de sódio e potássio. Chamamos de bomba este mecanismo
justamente porque ele consome energia metabólica, dado que esta bomba atuará colocando Sódio onde há muito
sódio e potássio onde há muito potássio.

Potencial de repouso

Potencial de repouso é a diferença de potencial elétrico que as faces internas e externas na


membrana de um neurônio que não está transmitindo impulsos nervosos. O valor do potencial de repouso
é da ordem de -70mV (miliVolts). A existência do potencial de repouso deve-se principalmente a diferença
de concentração de íons de sódio (Na+) e de potássio (K+) dentro e fora da célula. Essa diferença é mantida
por meio de um mecanismo de bombeamento ativo de íons pelas membranas celulares, em que o sódio é
forçado a sair da célula e o potássio a entrar. Apesar do nome, a manutenção do potencial de repouso

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demanda gasto de energia pela célula, uma vez que o bombeamento de íons é um processo ativo de
transporte que consome ATP. (Só Biologia) Nosso potencial de repouso é bem próximo ao potencial de
repouso do K+, também chamado íon repolarizador.

▪ Canais Iônicos
Existem diversos tipos de canais iônicos. Os
que mais falamos são os canais iônicos voltagem
dependentes. O que isso significa? Que estes
canais mudam sua conformação (sua forma), se
abrindo, quando estimulados por uma
determinada voltagem.

O que ocorre, então? Uma despolarização,


ou seja, perda da polaridade (negativa, em
repouso) da membrana, a tornando mais
positiva. Esta voltagem, se alcança o limiar de
disparo, é capaz de abrir canais de sódio
voltagem-dependentes. Como sabemos que a
concentração de sódio extracelular é muitas
vezes maior do que a intracelular, a tendência
do sódio é entrar na célula – e é o que ocorre.

Esta entrada massiva de sódio deixa a célula bem mais positiva; então, é após o pico do potencial
de ação que ocorre uma saída de potássio, repolarizando a célula. Como pudemos ver, o fluxo de íons é
algo extremamente importante nas células, sendo capaz de gerar Potenciais de Ação, hiperpolarizações...
Por isso mesmo que a permeabilidade seletiva para íons, estudada em fisiologia 1, é tão baixa; Como os íons
são cargas elétricas, eles têm grande capacidade de atuar no metabolismo celular – por isso sua entrada
geralmente depende de canais iônicos, bombas, etc., sendo altamente controlada.

▪ Cálcio na
contração muscular
Para que ocorra a
Retículo contração muscular o
Sarcoplasmático sistema depende da
disponibilidade dos íons
cálcio e o relaxamento
muscular depende da
ausência ou diminuição
deste íon. O retículo
sarcoplasmático é quem
regula o fluxo de íons cálcio,
para a realização dos ciclos
de contração muscular.

A despolarização do retículo libera os íons cálcios de forma passiva até os filamentos finos e grossos
dos músculos, ocasionando a contração muscular. A polarização deste retículo transporta os íons cálcio de
volta às cisternas, parando a atividade contrátil do músculo.

Podemos dizer que a contração muscular acontece quando ocorre a interação da actina e a
miosina, que são proteínas contráteis dos músculos. Essa interação ocorre na presença de cálcio intracelular
e energia. A energia necessária para a contração muscular vem da hidrólise do ATP. Já a disponibilidade
de cálcio vem da liberação deste íon do retículo sarcoplasmático, quando despolarizado.

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O cálcio possui a importante função de expor um sítio de ligação da miosina na proteína actina. Como
podemos verificar o cálcio é fundamental para que ocorram as contrações musculares, sem este íon não
ocorrerá contração e a musculatura sempre estará no estado de relaxamento. (Fonte: Portal Educação)

▪ O que é sinapse? E quais as características de sinapses elétricas e químicas?

As diferenças entre sinapses elétricas e químicas são as mais variadas; contudo, ambas ocorrem na
presença do potencial de ação. O PA (potencial de ação) é o estímulo eliciador que, na sinapse
elétrica, passará o estímulo elétrico a diante através das junções comunicantes. Nas sinapses químicas,
é a partir do PA que haverá influxo de Ca2+, mensageiro secundário que atuará na liberação
exocitótica do neurotransmissor.

ELÉTRICAS

Nesse tipo, as células estão praticamente coladas e existe uma abertura, como um canal, que une as
membranas; esses canais são chamados de junções comunicantes. O potencial de ação corre diretamente de
uma membrana para outra, sem precisar do auxílio de mediadores químicos. Essa é a sinapse utilizada pelos
músculos, inclusive o próprio coração utiliza-se da incrível velocidade proporcionada pelas junções, para fazer
com que todas as fibras contraiam ao mesmo tempo de modo ritmado. (Blog Doutor Madrid)

Uma sinapse é formada pela terminação pré-sináptica, fenda sináptica, e a membrana pós-sináptica, sendo
responsável pelo processamento da informação pelo sistema nervoso, podendo ser, dependendo do processo
de transmissão destes sinais, químicas ou elétricas. Nas sinapses elétricas, as correntes iônicas passam
diretamente pelas junções comunicantes até chegarem às outras células. (Brasil Escola)

As sinapses elétricas fazem a propagação elétrica entre as células através de canais que interligam as
mesmas, com um retardo nulo na transmissão. Fisiologicamente, essas sinapses atuam na atividade
sincronizada de grupos de neurônios, células musculares lisas ou cardíacas. Esses canais têm uma condutância
que varia de acordo com o tipo de proteína constitutiva, por onde passam solutos de baixo peso molecular
que irão levar os sinais de uma célula à outra.

Os canais são formados por conexinas, proteínas de 4 alças transmembrânicas, com as terminações N e
C no citosol; sendo que seis destas conexinas formam um conexon. São os conexons destas células vizinhas
que, ao se unirem, formam estes canais de transmissão. (não é necessário saber isto para a prova!)

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O retardo nulo, uma bidirecionalidade, efeito excitatório e uma curta duração fazem com que uma sinapse
elétrica transmita o impulso nervoso de uma célula à outra quase que instantaneamente. Enquanto que nas
sinapses químicas, esse impulso terá de atingir as extremidades do axônio da célula pré-sináptica, para então
ocorrer a liberação de substâncias químicas nos espaços sinápticos, e assim os neurotransmissores se
combinem com receptores presentes na membrana das células pós-sinápticas para então transmitir o impulso
nervoso. (Fonte: Info Escola)

Já as sinapses químicas possuem outras características; são mais complexas e envolvem uma
gama maior de respostas. Contudo, esta forma de comunicação costuma levar mais tempo.

QUÍMICAS

Na sinapse química o terminal pré-sináptico é separado do corpo celular do neurônio pós-sináptico


pela fenda sináptica. O terminal pré-sináptico possui vesículas transmissoras que contém substâncias
transmissoras que serão liberadas na fenda sináptica, essa liberação é controlada por canais
de cálcio dependentes de voltagem. O potencial de ação despolariza a membrana pré-sináptica, os canais de
cálcio se abrem e íons de cálcio entram no terminal pré-sináptico, que se ligam a proteínas especiais,
chamadas de sítio de liberação, que se encontram na superfície interna da membrana pré-sináptica, fazendo
com que esses sítios se abram liberando as vesículas transmissoras, que podem ter função inibitória ou
excitatória. As vesículas transmissoras, liberadas na fenda sináptica, passam para o terminal pós-sináptico.

A membrana do neurônio pós-sináptico possui um grande número de proteínas receptoras, cujas


moléculas podem possuir componentes de ligação onde o neurotransmissor, que está na fenda sináptica, se
liga a um componente ionóforo, que atravessa toda a membrana pós-sináptica até alcançar o interior do
neurônio pós-sináptico. O componente ionóforo pode ser de canal iônico, que permite a passagem de tipos
específicos de íons.

Os canais iônicos podem ser do tipo catiônios, que conduzem íons de sódio, ou do tipo aniônico, que
passam íons cloreto.

Os canais catiônicos permitem a entrada de cargas positivas, promovendo a excitação do neurônio.


Portanto as substâncias transmissoras que abrem esses canais são chamadas de transmissores excitatórios.
Os canais aniônicos permitem a entrada de cargas negativas, promovendo a inibição do neurônio, desse modo
as substâncias transmissoras que abrem esses canais são chamadas de transmissores inibitórios.

▪ Transdução Sensorial
Cones e bastonetes possuem opsina e rodopsina,
respectivamente. Estas proteínas são chamadas de
cromóforos, pois são excitáveis com a luz. Assim,
transformam o estímulo luminoso em elétrico.

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Já os receptores sensoriais, especialmente os mecanoceptores (tato), possuem canais iônicos
sensíveis a estímulos mecânicos. Se o toque realizado deforma em algum nível a membrana, os canais
sensíveis a estímulos mecânicos se abrem, gerando uma despolarização local, que pode abrir canais
iônicos voltagem-dependentes. Se estes canais se abrem, há o potencial de ação, e a informação
sensorial percorre o caminho desde a periferia até o córtex.

Essa informação segue pela via ascendente, pelas estruturas anatômicas que vemos na
imagem. Contudo, é importante esclarecer
que essa via é ascendente sensorial e chega
ao córtex sensorial, diferentemente de um
reflexo de retirada. O reflexo de retirada diz
respeito a informação sensorial de
nocicepção (dor), que chega à medula,
onde se comunica com motoneurônios
(simplificadamente) que geral a contração
muscular, causando a retirada do membro
do estímulo doloroso – como quando
pisamos em um prego, por exemplo.

Este mecanismo reflexo, também


chamado de arco-reflexo, não passa pelo
SNC. Ele se restringe à medula, já que, dessa
maneira, é possível que a resposta seja dada
mais rapidamente – o que é importante, já
que retirar o membro do estímulo doloroso mais rápido significa menos dano ao organismo.

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▪ Seleção natural, evolução e mutações adaptativas;
A ação da seleção natural consiste em selecionar indivíduos mais adaptados a determinada
condição ecológica, eliminando aqueles desvantajosos para essa mesma condição. A expressão mais
adaptado refere-se à maior probabilidade de determinado indivíduo sobreviver e deixar descendentes
em determinado ambiente (Só Biologia).

Quando falamos, na aula, em características


adaptativas, não é porque foram aprendidas.
Foram mutações que ocorram ao acaso, no
material genético dos indivíduos, e que
aumentaram suas chances de sobrevivência – e,
consequentemente, suas chances de gerar
descendentes – em comparação aos indivíduos
sem a mutação. Então, se dizemos que uma característica possui valor adaptativo, é porque, em um
determinado contexto, ela aumenta a probabilidade de sobrevivência do indivíduo.

A resposta aversiva ou de aproximação a determinados substratos pode ser interessante nesse


sentido. Nosso organismo possui preferência pela glicose como fonte de energia, sendo esta de sabor
doce. Assim, quando o animal sente o gosto doce em seu paladar, ele apresenta resposta de
aproximação;

Por sua vez, toxinas comumente possuem sabor amargo. Assim, se o indivíduo sofre uma mutação
em seu material genético e passa a apresentar comportamento aversivo quando entra em contato
com aquele sabor, ele aumenta suas chances de sobrevivência. Justamente por isso dizemos que estas
respostas possuem valor adaptativo.

▪ Acuidade e Sensibilidade no sistema sensorial


A acuidade sensorial diz respeito a capacidade de discriminar dois pontos como diferentes,
enquanto a sensibilidade diz respeito a um receptor sensorial que é ativado com menos estímulo. Assim,
um aparelho auditivo sensível seria aquele capaz de detectar sons mais baixos, enquanto uma
acuidade auditiva seria a capacidade de discriminar dois sons.

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