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TEORIA E QUESTÕES
Canais de Na+ e K+
Os canais de potássio são os canais mais comumente abertos na membrana plasmática de neurônios em
repouso (não estimulados). Como consequência, os neurônios em repouso são mais permeáveis ao K + do
que a qualquer outro íon. Assim, a abertura de canais de potássio é a grande responsável pelo potencial
de membrana. Por que os canais de potássio tornam a membrana permeável ao K +, e por que a bomba de
sódio-potássio mantém a concentração de potássio dentro da célula muito maior que a concentração de K+
fora da célula, o potássio tende a se difundir, de acordo com seu gradiente eletroquímico, para fora da
célula, através de canais. Como os íons K+ positivamente carregados difundem-se para fora da célula,
deixam para trás cargas negativas não balanceadas, gerando um potencial elétrico através da membrana
que tende a puxar íons K+ de volta para dentro da célula.
Aberturas e fechamentos de canais iônicos nas membranas plasmáticas perturbam o potencial de repouso.
Imagine o que aconteceria, por exemplo, se os canais de sódio da membrana plasmática se abrissem. O
Na+ se difundiria de acordo com o gradiente eletroquímico. Como resultado da entrada dos íons Na +, o lado
de dentro da célula se tornaria menos negativo. Quando a parte interna de um neurônio se torna menos
negativa (ou mais positiva) em comparação com sua condição de repouso, essa membrana plasmática
chama-se despolarizada.
Uma mudança oposta no potencial de repouso ocorre se os canais de K + se abrem. Quando aumenta o
efluxo de K+do neurônio, o potencial de membrana se torna cada vez mais negativo, e a membrana
plasmática é dita hiperpolarizada.
A abertura e o fechamento dos canais iônicos, que resultam em mudanças na voltagem através da
membrana plasmática, são os mecanismos básicos pelos quais os neurônios respondem a estímulos, sejam
eles elétricos, químicos ou mecânicos. De que maneira um neurônio usa uma mudança em seu potencial
de repouso para processar e transmitir informação?
Uma mudança no potencial de membrana pode resultar da atividade de uma sinapse. Quando o potencial
de ação, ao longo de um axônio, atinge o terminal axonal, causa a liberação de neurotransmissores
químicos. As moléculas de neurotransmissores difundem-se através de uma pequena fenda entre as
membranas pré e pós-sinápticas e se ligam ao receptor na membrana pós-sináptica. Esses receptores
podem ser canais iônicos, ou controlar canais iônicos indiretamente. Em ambos os casos, o
neurotransmissor causa a abertura do canal, os íons fluem de acordo com seus gradientes eletroquímicos
e o potencial de membrana do neurônio pós-sináptico se altera. Como essa mudança local no potencial de
membrana é comunicada a outras partes da célula?
Uma mudança local no potencial de membrana do neurônio pós-sináptico causa um fluxo de íons que se
propaga e muda o potencial de membrana das regiões adjacentes da membrana. Por exemplo, quando o
Na+ entra nos neurônios pós-sinápticos através dos canais de sódio que se encontram abertos em um local,
estes íons carregados positivamente são atraídos para as áreas adjacentes no lado de dentro da membrana
que está mais negativa, e então ocorre um rápido fluxo de corrente elétrica a partir do ponto onde se abrem
os canais de Na+. Entretanto, este fluxo local de corrente elétrica decai e se espalha, e conseqüentemente
não se propaga para muito longe.
As correntes elétricas não se propagam para muito longe nas células porque as membranas celulares não
são completamente impermeáveis a íons. Uma corrente elétrica viajando ao longo de uma membrana
assemelha-se a água fluindo por uma mangueira furada. O fluxo de corrente elétrica ao longo da membrana
plasmática é útil para transmitir sinais apenas para distâncias muito curtas. Portanto, os axônios não
transmitem informação com fluxo contínuo de corrente elétrica (como os fios de telefone fazem). Entretanto,
o fluxo local de corrente elétrica é parte importante do mecanismo pelo qual os neurônios geram os
potenciais de ação, os verdadeiros sinais de longa distância.
PROF. RENATO MARTINS| DIVERSIDADE MOLECULAR DOS SERES VIVOS – ELETRÓLITOS 6
As membranas podem ser despolarizadas ou hiperpolarizadas
O potencial de repouso é produzido pela abertura de canais de K+. Uma mudança do potencial de repouso para um
potencial de membrana menos negativo, como a que ocorre quando o Na+ entra na célula através dos canais de Na+,
chama-se despolarização. A hiperpolarizaçao ocorre quando o potencial de membrana se torna mais negativo, e
quando mais K+ deixa a célula, através dos canais de K+.
Por que um axônio retorna ao potencial de repouso? Existem dois fatores que contribuem: os canais
voltagem-dependentes de Na+ fecham e os canais voltagem-dependentes de K+ se abrem. Os canais
voltagem-dependentes de K+ se abrem mais lentamente que os de Na+ e permanecem abertos por mais
tempo, permitindo ao K+ levar o excesso de cargas positivas para fora do axônio. Como resultado, o
potencial de membrana retorna a um valor negativo, e usualmente se torna mais negativo que o potencial
de repouso até que os canais de K+ se fechem. Outra característica dos canais de sódio voltagem-
dependentes consiste em que uma vez que abriram e fecharam eles passam por um período refratário de
um a dois milissegundos no qual não podem abrir novamente. Essa propriedade pode ser explicada porque
eles possuem dois portões: um portão de ativação e um portão de inativação. Sob condições de repouso,
o portão de ativação está fechado e o portão de inativação aberto. Com a despolarização da membrana
além do limiar, ambos os canais mudam o seu estado, mas o portão de ativação responde mais
rapidamente. Como resultado, o canal abre-se para a passagem de íon Na+ por um breve momento entre
a abertura do portão de ativação e o fechamento do portão de inativação. O portão de inativação permanece
fechado por um a dois milissegundos, antes de abrir novamente de maneira espontânea; isso explica por
que a membrana tem um período refratário antes de poder disparar outro potencial de ação. Quando o
portão de inativação finalmente se abre, o portão de ativação fecha-se, e a membrana está pronta para
responder novamente ao estímulo despolarizante e desencadear outro potencial de ação. Outro fator que
contribui para o período refratário é a duração da abertura dos canais voltagem-dependentes de K+,
conforme falado anteriormente. A queda no potencial de membrana após um potencial de ação chama-se
pós-hiperpolarização. A diferença da concentração de Na+ através da membrana plasmática dos neurônios
e o potencial de repouso negativo constituem a "bateria" que impulsiona o potencial de ação. Com que
rapidez a bateria descarrega? Pode parecer que um número substancial de íons tenha cruzado a membrana
para que o potencial de membrana mude de -60 mV para +50 mV e volte para -60mV novamente. De fato,
apenas uma pequena porcentagem do Na+ concentrado fora da membrana plasmática se move através
dos canais durante a passagem de um potencial de ação. Assim, o efeito de um simples potencial de ação
nas concentrações de Na+ ou K+ é muito pequeno. É possível, na maioria dos casos, para a bomba de
sódio-potássio manter a "bateria" carregada, mesmo quando o neurônio gera muitos potenciais de ação a
cada segundo.
Você já tocou em algo muito quente e sentiu a dor antes de sentir o calor?
Os potenciais de ação não viajam ao longo de todos os axônios com a mesma velocidade, eles viajam mais
rapidamente em axônios mielinizados do que em axônios não-mielinizados e viajam mais rapidamente em
axônios com diâmetro grande do que em axônios com diâmetro pequeno. Invertebrados não tem mielina e,
portanto, a velocidade de condução dos seus axônios depende principalmente do diâmetro axonal. Os
axônios de invertebrados que transmitem mensagens envolvidas nos comportamentos de fuga são muito
grandes, como, por exemplo, o axônio gigante de lula.
Potenciais de ação podem saltar ao longo dos axônios
No sistema nervoso de vertebrados, o aumento da velocidade do potencial de ação pelo aumento do
diâmetro dos axônios não é praticável, devido ao enorme número de axônios que se necessitam. Por
exemplo, cada um de nossos olhos tem cerca de um milhão de axônios que os conectam ao encéfalo.
Esses axônios conduzem potenciais de ação com aproximadamente a mesma velocidade do axônio gigante
de lula - cerca de 20 metros por segundo - ainda que o diâmetro de cada um desses axônios seja cerca de
200 vezes menor que o diâmetro do axônio de lula. Imagine seus nervos ópticos sendo 200 vezes maiores
que eles são. Cada um teria mais de meio metro de diâmetro! Os vertebrados encontraram um modo
diferente de aumentar a velocidade de condução dos axônios, e essa adaptação é a mielinização.
Quando as células gliais se enrolam ao redor de axônios, cobrindo-os com camadas concêntricas de
mielina, elas deixam porções descobertas espaçadas regularmente, chamadas nodos de Ranvier. A
passagem deíons através das regiões envoltas por mielina reduz-se. Logo, a corrente elétrica pode se
propagar ao longo de maiores distâncias no axônio mielinizado do que ao longo do axônio não-mielinizado.
Além disso, os canais voltagem dependentes concentram-se nos nodos de Ranvier. Deste modo um axônio
pode disparar potenciais de ação apenas nos nodos e estes potenciais de ação não podem ser propagados
às porções de membrana cobertas pela bainha de mielina. As cargas positivas que fluem para dentro do
axônio nos nodos, contudo, fluem internamente na forma de corrente elétrica. Quando a corrente atinge o
próximo nodo, a membrana plasmá- tica do nodo despolariza-se até o limiar e dispara outro potencial de
ação. Portanto, os potenciais de ação parecem pular de nodo a nodo ao longo do axônio. A velocidade de
condução aumenta nesses axônios cobertos por mielina porque a corrente elétrica flui muito mais rápido
através do citoplasma do que com a abertura e fechamento de canais iônicos. Essa forma de propagação
rápida do impulso denomina- se condução saltatória.
Cobrindo o axônio
As células de Schwann produzem camadas de mielina, um tipo de membrana plasmática que permite o isolamento
elétrico do axônio. Nos intervalos entre as células de Schwann — os nodos de Ranvier — o axônio é exposto.
Abaixo, um axônio mielinizado, visto em uma secção transversal com microscopia eletrônica de transmissão.
Você já tocou em algo muito quente e sentiu a dor antes de sentir o calor?
Os neurônios que levam as sensações de dor aguda são mielinizados e transmitem os potenciais
de ação cerca de 10 vezes mais rapidamente que os neurônios não-mielinizados, que transmitem as
sensações de frio e de calor.
Saltadores campeões
Relativamente ao seu tamanho, muitos animais
apresentam habilidade para saltar mais impressionante do
que os humanos. Esta rã do Pacífico (Pseudacris gegilla)
pode saltar distâncias até 20 vezes o comprimento de seu
corpo.
Filamentos deslizantes
O padrão das bandas do sarcômero modifica-se à medida
que encurta. Observações em microscopia eletrônica,
como estas, levaram à hipótese dos filamentos deslizantes
da contração muscular.
Em 1775, um médico inglês soube que uma cigana estava tendo sucesso ao
tratar pessoas com problemas cardíacos usando ervas medicinais. Ele
descobriu que o remédio possuía um extrato da planta dedaleira, Digitalis
purpurea. Essa droga, chamada de digitaleína e ainda utilizada nos dias de
hoje, aumenta as concentrações de Ca2+ nas células musculares cardíacas,
aumentando a intensidade e duração da sístole. O médico enriqueceu, a
cigana não.
Grupo heme
Este grupo está presente na
mioglobina, hemoglobina, citocromos e
muitas outras proteínas (as proteínas
heme). (a)
O heme consiste em uma estrutura de
anel orgânico complexo, a
protoporfirina, que liga um átomo de
2+
ferro no seu estado ferroso (Fe ). O
átomo de ferro tem seis ligações
coordenadas, quatro delas no plano da
molécula da porfirina (e ligadas a ela) e
duas perpendiculares a ela. (b) Na
mioglobina e na hemoglobina, uma das
ligações perpendiculares está ligada a
um átomo de nitrogênio de um resíduo
do aminoácido Histidina. A outra está
“vaga”, servindo de sítio de ligação
para a molécula de O2.
O heme consiste em uma complexa estrutura orgânica em anel, protoporfirina, à qual se liga um único
átomo de ferro no estado ferroso (Fe2+). Esse átomo de ferro tem seis ligações de coordenação, quatro
delas com os átomos de nitrogênio que fazem parte do sistema plano do anel de porfirina e duas
perpendiculares à porfirina. Os átomos de nitrogênio coordenados (que têm caráter de doador de elétrons)
ajudam a prevenir a conversão do ferro do heme para o estado férrico (Fe3+). No estado Fe2+, o ferro liga
oxigênio de forma reversível; no estado Fe3+, ele não liga oxigênio.
Quando o oxigênio se liga, as propriedades eletrônicas do ferro são alteradas; isso leva à mudança de cor
do sangue venoso pobre em oxigênio, roxo-escuro, para o vermelho-brilhante do sangue arterial rico em
oxigênio. Algumas moléculas pequenas, como o monóxido de carbono (CO) e o óxido nítrico (NO),
coordenam com o ferro do heme com maior afinidade do que o O2. Quando uma molécula de CO está
ligada ao heme, o O2 é excluído; por isso o CO é altamente tóxico para os organismos aeróbios. Pelo fato
de envolverem e sequestrarem o heme, as proteínas de ligação ao oxigênio regulam o acesso do CO e de
outras moléculas pequenas ao ferro do heme.
Todas as células devem obter o ferro para a atividade das muitas proteínas que o requerem como cofator.
Em humanos, a deficiência grave de ferro resulta em anemia, em suprimento insuficiente de eritrócitos e
em uma redução da capacidade transportadora de oxigênio que podem ser fatais. O excesso de ferro
também é prejudicial: ele se deposita e danifica o fígado na hemocromatose e em outras doenças. O ferro
ingerido na dieta é transportado na corrente sanguínea pela proteína transferrina e entra nas células por
meio da endocitose mediada pelo receptor de transferrina. Uma vez dentro da célula, o ferro é utilizado na
síntese de grupos heme, citocromos, proteínas Fe-S (ferro-enxofre) e outras proteínas dependentes de Fe,
e o excesso de ferro é armazenado em ligação com a proteína ferritina. Os níveis de transferrina, receptor
de transferrina, e ferritina são, portanto, cruciais para a homeostase celular de ferro.
Coagulação sanguínea
Esquema simplificado.
Coagulação sanguínea
Esquema detalhado.
As células que compõem os organismos multicelulares, a depender do tecido que formam, encontram-se
imersas em uma solução denominada líquido extracelular, cuja concentração de sais pode desencadear
importantes respostas fisiológicas e alterações no líquido intracelular.
Diferentes eletrólitos participam da composição de solutos importantes na osmolaridade, sendo o sódio
(Na+), o mais comum.
Nos seres humanos, por exemplo, a osmolaridade interfere diretamente na pressão arterial, cuja regulação
envolve a participação de íons sódio, água e proteínas como por exemplo, a albumina sérica. Um
mecanismo comum relacionado à regulação da pressão arterial, trata-se do SRAA – Sistema da Renina-
Angiotensina-Aldosterona.
Sistema da Renina-Angiotensina-Aldosterona
1. A diminuição da pressão arterial ocasiona a queda da perfusão renal, ou seja, da quantidade de sangue
que chega aos rins.
2. A queda da perfusão renal leva os rins a produzirem renina.
3. A renina converte o angiotensinogênio produzido no fígado, em angiontensina I.
4. A ECA (Enzima Conversora de Angiotensina), produzida nos rins e pulmões, convertem a angiotensina
I em angiotensina II.
4a. A angiotensina II estimula atividade no sistema nervoso simpático.
4b. A angiotensina II estimula a retenção de água, reabsorção de Na + e Cl- e excreção de K+ nos túbulos
renais.
4c. A angiotensina II estimula a atividade do córtex das glândulas adrenais, favorecendo a secreção do
hormônio mineralocorticoide aldosterona.
4d. A angiotensina II (angio = vaso, tensina = promotor de tensão), promove vasoconstrição de arteríolas,
o que provoca o aumento da pressão sanguínea.
4e. A angiotensina II estimula a neurohipófise ou hipófise posterior a liberar o ADH (Hormônio Antidiurético).
5. A aldosterona estimula a reabsorção de Na+ e excreção de K+ nos túbulos renais.
6. O ADH aumenta a reabsorção de água nas células dos ductos coletores.
7. A retenção de água e sais, o aumento da volemia (volume sanguíneo) e da perfusão, aumentam a
pressão arterial e e inibem a produção de renina pelos rins.
A obtenção de energia perpassa pelos tipos de nutrientes assimilados pelos seres vivos e, em se tratanto
de animais, dos tipos de alimentos mais atrativos para a composição de sua dieta, o que encontra-se
relacionado à percepção dos sabores de tais alimentos. Alguns sistemas sensoriais possuem um único tipo
de receptor celular que utiliza um mecanismo de transdução, como o sistema auditivo, por exemplo.
Entretanto, a transdução gustativa envolve muitos processos e cada sabor básico pode usar um ou mais
desses mecanismos. Estímulos gustativos podem (1) passar diretamente através de canais iônicos
(estímulos salgado e azedo), (2) ligar e bloquear canais iônicos (estímulos azedo ou amargo), (3) ligar e
abrir canais iônicos (alguns aminoácidos), ou (4) ligar-se a receptores de membranas que ativam sistemas
de segundos mensageiros que, por sua vez, abrem ou fecham canais iônicos (estímulos doce, amargo e
umami). Estes são processos familiares, peças funcionais básicas da sinalização em todos os neurônios e
sinapses.
Os eletrólitos e a respiração:
A fibrose cística
O fenótipo clínico dessa doença
genética consiste na presença
incomum de um muco espesso e
seco que recobre a superfície de
tecidos tais como as vias aéreas do
sistema respiratório e os duetos de
glândulas. Nas vias respiratórias,
esse muco espesso obstrui a
passagem de ar e também impede
que os cílios na superfície das células
epiteliais funcionem eficientemente
para varrer para fora as bactérias e
esporos de fungos que entram com o
ar a cada respiração. Os resultados
são infecções recorrentes bem como
insuficiências hepáticas,
pancreáticas e digestivas, causando
desnutrição e crescimento deficiente.
Os indivíduos com fibrose cística
geralmente morrem por volta dos
trinta anos de idade.
Endoesqueletos
OS ELETRÓLITOS E O METABOLISMO
Os eletrólitos e a fotossíntese
Quando a luz encontra a matéria, ela pode ser refletida, transmitida ou
absorvida. Substâncias que absorvem a luz visível são conhecidas como
pigmentos. Diferentes pigmentos absorvem diferentes comprimentos de
onda da luz, e os comprimentos de onda absorvidos desapa recem. Se o
pigmento é iluminado com luz branca, a cor visível é mais refletida ou
transmitida pelo pigmento. (Se um pigmento absorve todos os
comprimentos de onda, ele aparenta ter a cor preta.) Enxergamos o verde
quando olhamos para a folha porque a clorofila absorve a luz azul-violeta e
a vermelha enquanto reflete e transmite a luz verde. Muitos pigmentos
fotossintetizantes são estruturas orgânicas que contém átomos metálicos
como é o caso das clorofilas – pigmentos que apresentam um anel
porfirínico em sua estrutura química. No caso das clorofilas, o átomo
metálico que se encontra ligado ao anel, não é o ferro, mas sim, o magnésio.
Eletrólitos e estômatos
O transporte de K+
(simbolizado pelos pontos)
através da membrana
plasmática e da membrana
vacuolar causa mudanças
de turgor das células-
guarda.
A absorção de ânions,
como malato e íons cloreto
(não mostrados), também
contribuem para a expansão das células-guarda.
O papel da auxina no alongamento celular Uma das principais funções da auxina é estimular o alongamento
de células em partes aéreas jovens em desenvolvimento. Com o movimento descendente da auxina do
ápice da parte aérea para a região de alongamento celular, o hormônio estimula o crescimento celular,
provavelmente pela ligação a um receptor na membrana plasmática. A auxina estimula o crescimento
apenas em uma faixa de concentrações, em torno de 10-8 a 10-4M. Em concentrações mais altas, a auxina
pode inibir o alongamento celular, pela indução da produção de etileno, hormônio que geralmente retarda
o crescimento. Retornaremos a essa interação hormonal quando discutirmos o etileno.
De acordo com o modelo denominado hipótese do crescimento ácido, as bombas de prótons exercem um
papel importante na resposta de crescimento das células à auxina.
Na região de alongamento da parte aérea, a auxina estimula as bombas de prótons (H+) da membrana
plasmática. Esse bombeamento de H+ aumenta a voltagem na membrana plasmática (potencial de
membrana) e diminui o pH na parede celular em poucos minutos. A acidificação da parede ativa proteínas
denominadas expansinas, que rompem as ligações cruzadas (ligações de hidrogênio) entre as microfibrilas
de celulose e outros constituintes da parede celular, afrouxando a sua estrutura. O aumento do potencial
de membrana intensifica a absorção de íons pela célula, causando a absorção osmótica de água e o
aumento do turgor. O aumento do turgor e da plasticidade da parede celular permite o alongamento celular.
Eletrólitos e a regulação do pH
Muitas reações do metabolismo celular ocorrem em faixas adequadas de pH, o qual pode ser regulado por
compostos formados pelo íon fosfato.
H2PO4- ↔ H+ + HPO42-
A glândula tireóide envolve a porção frontal da traquéia e expande-se em dois lobos para cada lado. Dois
tipos celulares na glândula tireóide produzem os hormônios tiroxina e calcitonina. A tiroxina é produzida,
estocada e liberada emvários conjuntos de estruturas arredondadas conhecidos como folículos. Células
nos espaços entre os folículos produzem calcitonina.
A tiroxina, que começa como uma tireoglobilina no lúmen folicular, é composta por duas moléculas de
tirosina ligadas a quatro átomos de iodo.
O folículo também produz e libera triiodotirosina, uma versão da tiroxina que tem somente três átomos de
iodo e denomina-seT3.
QUESTÃO 04
QUESTÃO 02
“O Prêmio Nobel de Química de 2003 foi
(ENEM) A cafeína atua no cérebro, bloqueando outorgado ao descobridor dos canais de água e
a ação natural de um componente químico a um estudioso da estrutura e mecanismos dos
associado ao sono, a adenosina. Para uma célula canais de íons. (...). Metade do prêmio foi
nervosa, a cafeína se parece com a adenosina e outorgada ao químico e médico Peter Agre da
combina-se com seus receptores. No entanto, Universidade Johns Hopkins, em Baltimore,
ela não diminui a atividade das células da mesma EUA, pela descoberta dos canais de água, e a
forma. Então, ao invés de diminuir a atividade por outra metade ao bioquímico e médico Roderick
causa do nível de adenosina, as células MacKinnon da Universidade Rockfeller, em Nova
aumentam sua atividade, fazendo com que os Iorque, EUA, por estudos estruturais e
vasos sanguíneos do cérebro se contraiam, uma mecanísticos de canais de íons.”
vez que a cafeína bloqueia a capacidade da (Química Nova na Escola. Canais de água e de íons,
adenosina de dilatá-los. Com a cafeína N° 18, 2003).
bloqueando a adenosina, aumenta a excitação Sobre os canais de íons, é correto afirmar que
dos neurônios, induzindo a hipófise a liberar o transporte de uma espécie ao longo de um
hormônios que ordenam às suprarrenais que gradiente de concentração é mediado por
produzam adrenalina, considerada o hormônio proteínas canais na membrana, enquanto o
do alerta. transporte contra um gradiente de concentração
Disponível em: http://ciencia.hsw.uol.com.br. Acesso é mediado por bombas na membrana tais como
em: 23 abr. 2010 (adaptado). a ATPase Na+/K+.
PROF. RENATO MARTINS| DIVERSIDADE MOLECULAR DOS SERES VIVOS – ELETRÓLITOS 31
os canais de água são cruciais para a vida, O gráfico no qual cada um dos três sistemas
sendo encontrados em todos os organismos apresenta uma alteração compatível com o efeito
exceto nas bactérias. da substância é o de número:
há muitas proteínas canais de água I II III IV
(aquaporinas) no mundo vivo, sendo que nos
seres humanos existem pelo menos 11
aquaporinas diferentes, porém nas plantas estes
QUESTÃO 07
canais são ausentes. (ENEM) Uma das estratégias para conservação
no caso dos canais de água no pâncreas, seu de alimentos é o salgamento, adição de cloreto
funcionamento é estimulado pelo hormônio de sódio (NaCl) historicamente utilizado por
antidiurético “vasopressina”; pessoas com tropeiros, vaqueiros e sertanejos para conservar
deficiência deste hormônio podem sofrer da carnes de boi, porco e peixe.
doença diabetes insípida, que causa a produção O que ocorre com as células presentes nos
de 10 − 15L de urina por dia. alimentos preservados com essa técnica?
O sal adicionado diminui a concentração de
solutos em seu interior.
QUESTÃO 05 O sal adicionado desorganiza e destrói suas
As curvas A e B representam transportes de membranas plasmáticas.
sódio (Na+) entre os meios intra e extracelulares A adição de sal altera as propriedades de suas
de um neurônio. membranas plasmáticas.
Os íons Na+ e Cl- provenientes da dissociação
do sal entram livremente nelas.
A grande concentração de sal no meio
extracelular provoca a saída de água de
dentro delas.
QUESTÃO 08
A desidratação provocada pela diarreia é ainda a
segunda maior causa de mortalidade infantil no
Brasil. O problema tem sido combatido pela
distribuição de uma mistura de sais considerada
eficaz pela Organização Mundial de Saúde
Pela análise do gráfico e de acordo com seus (OMS) - indicada na tabela a seguir como
conhecimentos, é correto afirmar, EXCETO: teores/OMS - e pela divulgação de receita
A curva A representa transporte ativo. simplificada, conhecida como soro caseiro. A
Em B está ocorrendo difusão através de população de baixa renda e os que pretendem
canais. restringir o uso da alopatia utilizam chás caseiros.
O uso de uma droga que bloqueie a produção Em um estudo que objetivava verificar a
de ATP é essencial para que B ocorra. eficiência dos produtos mais usados no
A transmissão de impulsos nervosos depende tratamento da diarreia infantil, observaram-se os
da alternância entre as curvas A e B. dados contidos na seguinte tabela.
QUESTÃO 06
Um pesquisador verificou que a substância por
ele estudada apresentava como efeito, em meio
de cultura de linfócitos, a diminuição da
concentração intracelular do íon potássio. A
explicação admitida pelo pesquisador para essa
diminuição foi a ocorrência de alterações na
função de, pelo menos, um dos seguintes
sistemas: a bomba de sódio-potássio, os canais
de transporte passivo de potássio ou a síntese de
ATP na célula. Os gráficos a seguir mostram
possíveis alterações nas funções de cada um
A partir dos dados da tabela, marque a alternativa
desses sistemas; o ponto 0 representa a função
INCORRETA.
normal, na ausência da substância estudada, e o
sinal positivo e o negativo representam, Os teores de eletrólitos presentes nas
respectivamente, o aumento e a diminuição da amostras dos chás caseiros variam de planta e
função. são insuficientes para repor os sais minerais
perdidos pelo organismo na diarreia.
A substituição da água do soro caseiro pelos
chás das plantas carqueja e funcho ou pela água
de coco verde leva a uma composição química
mais próxima da estipulada pela OMS do que o
próprio soro caseiro.
O sal de cozinha possui baixos teores de
potássio.
Entre as amostras citadas, o chá de
pitangueira é o mais recomendado para a
recuperação dos impulsos nervosos, nos casos
de desidratação.
QUESTÃO 15
O tecido nervoso é um dos mais especializados e complexos do corpo humano. Por meio dele, percebemos
o mundo, aprendemos e armazenamos memórias. Sua origem é ectodérmica, sendo constituído por células
altamente especializadas, responsáveis pela recepção e resposta adequada aos estímulos, atuando na
condução do impulso nervoso. Em relação às células gliais, estabeleça relação entre o nome, o desenho e
as funções de cada uma.
CÉLULAS DESENHOS FUNÇÕES
QUESTÃO 24
(ENEM) Parte do gás carbônico da atmosfera é absorvida pela água do mar. O esquema representa
reações que ocorrem naturalmente, em equilíbrio, no sistema ambiental marinho. O excesso de dióxido de
carbono na atmosfera pode afetar os recifes de corais.
QUESTÃO 25
A anemia é uma doença que atinge inúmeras pessoas em todo o mundo, mesmo em países desenvolvidos,
trazendo fadigas e diminuição do desempenho físico e cognitivo. O esquema a seguir destaca alguns
fatores envolvidos direta ou indiretamente na eritropoiese.
De acordo com o esquema e seus conhecimentos sobre o assunto, assinale a afirmativa INCORRETA.
Uma das vitaminas mostradas acima é necessária para a síntese de DNA e RNA e sua deficiência
tem profundo efeito na eritropoiese.
A anemia perniciosa surge em consequência de deficiência de uma vitamina necessária para a absorção
de ferro pelo organismo.
Doença renal crônica pode acarretar anemia, que pode ser corrigida pela administração de E.P.O.
recombinante.
Três dos fatores mostrados acima estão envolvidos com a síntese do grupo prostético da hemoglobina.
QUESTÃO 30
Em mamíferos, o controle osmorregulatório envolve diversos mecanismos neurais e endócrinos. Quando
ocorre diminuição da ingestão de sódio, há redução do volume sanguíneo, com consequente redução da
pressão arterial. A redução da pressão arterial leva a um aumento da produção de angiotensina II, que, por
sua vez, atuará em diversos órgãos, conforme quadro abaixo:
QUESTÃO 31
O fluxograma ilustra a participação de alguns órgãos e substâncias (angiotensinogênio, angiotensina,
renina e aldosterona) no controle da pressão arterial humana.
Considere que os números 1, 2 e 3 indicados no fluxograma representem uma ação do tipo estimulante
( + ) ou uma ação do tipo inibidora ( −) e que o aumento da reabsorção de sódio nos túbulos renais promova
um deslocamento hídrico nos túbulos renais.
De acordo com essas informações, assinale a alternativa que indica, correta e respectivamente, o tipo da
ação representada pelos números 1, 2 e 3 e o resultado do deslocamento hídrico.
( + ); ( −); ( + ); aumento da reabsorção de água.
( −); ( −); ( −); aumento da reabsorção de água.
( + ); ( + ); ( + ); aumento da reabsorção de água.
( −); ( + ); ( −); redução da reabsorção de água.
( + ); ( −); ( −); redução da reabsorção de água.
QUESTÃO 36
O mapa mundi a seguir mostra o itinerário da mais importante viagem que modificou os rumos do
pensamento biológico, realizada entre 1831 a 1836. Acompanhe o percurso dessa viagem.
Essa viagem foi comandada pelo jovem capitão FitzRoy que tinha na tripulação do navio H. M. S. Beagle
outro jovem, o naturalista Charles Darwin. No dia 27 de dezembro de 1831, o Beagle partiu de Devonport,
na Inglaterra, rumo à América do Sul com o objetivo de realizar levantamento hidrográfico e mensuração
cronométrica.
Durante cinco anos, o Beagle navegou pelas águas dos continentes e, nesta viagem, Darwin observou,
analisou e obteve diversas informações da natureza por onde passou, o que culminou em várias
publicações, sendo a Origem das Espécies uma das mais divulgadas mundialmente.
Contudo, o legado de Darwin é imensurável, pois modificou paradigmas e introduziu uma nova forma de
pensar sobre a vida na Terra.
Em 2006, completou-se 170 anos do término desta viagem.
Em 13 de abril, durante a sua visita à Fazenda Sossego, Darwin descreve em seu diário de bordo:
A mandioca também é cultivada em larga escala. Todas as partes dessa planta são úteis: os cavalos comem
as folhas e talos, e as raízes são moídas em polpa que, quando prensada, seca e assada, dá origem à
farinha, o principal componente da dieta alimentar no Brasil. É curioso, embora muito conhecido, o fato de
que o suco extraído dessa planta altamente nutritivo é muito venenoso. Há alguns anos, uma vaca morreu
nesta fazenda, depois de ter bebido um pouco desse suco.
A planta descrita por Darwin possui glicosídeos cianogênicos que, ao serem hidrolisados, liberam ácido
cianídrico (HCN). O HCN possui alta afinidade por íons envolvidos no transporte de elétrons, como ferro e
cobre. Assim, a morte do animal citada no texto foi decorrente do bloqueio, pelo HCN,
do ciclo de Calvin.
do ciclo de Krebs.
da cadeia respiratória.
da glicólise.
da fotofosforilação.
QUESTÃO 39
QUESTÃO 41
(ENEM) Os distúrbios por deficiência de iodo
(DDI) são fenômenos naturais e permanentes
amplamente distribuídos em várias regiões do
mundo. Populações que vivem em áreas
deficientes em iodo têm o risco de apresentar os
distúrbios causados por essa deficiência, cujos
impactos sobre os níveis de desenvolvimento
humano, social e econômico são muito graves.
No Brasil, vigora uma lei que obriga os
produtores de sal de cozinha a incluírem em seu
produto certa quantidade de iodeto de potássio.
Essa inclusão visa prevenir problemas em qual
glândula humana?
QUESTÃO 42
Leia o texto a seguir.
A cisplatina é uma droga antineoplásica efetiva
contra vários tipos de cânceres humanos, tais
como de testículo, ovário, cabeça, pescoço e
pulmão. Entretanto, a lesão renal é um dos
principais efeitos colaterais da terapia com a
cisplatina. A gravidade dessa lesão é atribuída ao
dano oxidativo causado pela droga. Contudo, a
administração de antioxidantes é eficiente em
reduzir esse efeito colateral.
REVISTA DE NUTRIÇÃO. Campinas, v. 17, 2004. p.
89-96. [Adaptado].
Os antioxidantes possuem efeito protetor sobre
as células renais, pois
estimulam o processo de oxirredução durante
a respiração celular. Analisando o gráfico e a tabela acima, pode-se
inibem a síntese por desidratação de bases afirmar que os íons representados por I, II e III
nitrogenadas durante a transcrição gênica do são respectivamente:
DNA. Ca+2 , Na+ e K+
aumentam a desnaturação das ligações entre Na+ , K+ e Ca+2
as bases nitrogenadas do DNA. K+ , Ca+2 e Na+
diminuem a produção de radicais livres K+ , Na+ e Ca+2
durante o metabolismo celular. Na+ , Ca+2 e K+
estimulam a saturação da bicamada lipídica da
membrana nuclear. QUESTÃO 45
(ENEM)
QUESTÃO 43 A MONTANHA PULVERIZADA
Uma criança de aproximadamente 1 ano, com Esta manhã acordo e
acentuado atraso psicomotor, é encaminhada não a encontro.
pelo pediatra a um geneticista clínico. Este, após Britada em bilhões de lascas
alguns exames, constata que a criança possui deslizando em correia transportadora
ausência de enzimas oxidases em uma das entupindo 150 vagões
organelas celulares. Esse problema pode ser no trem-monstro de 5 locomotivas
evidenciado no dia, ao se colocar H2O2 em - trem maior do mundo, tomem nota -
ferimentos. No caso dessa criança, a H2O2 "não foge minha serra, vai
ferve". deixando no meu corpo a paisagem
O geneticista clínico explica aos pais que a mísero pó de ferro, e este não passa.
criança tem uma doença de origem genética, é
Carlos Drummond de Andrade. Antologia poética. Rio
monogênica com herança autossômica
de Janeiro: Record, 2000.
recessiva. Diz também que a doença é muito
grave, pois a criança não possui, em um tipo de A situação poeticamente descrita sinaliza, do
organela de suas células, as enzimas que ponto de vista ambiental, para a necessidade de
deveriam proteger contra a ação dos radicais I. manter-se rigoroso controle sobre os processos
livres. de instalação de novas mineradoras.
A organela que apresenta deficiência de enzimas II. criarem-se estratégias para reduzir o impacto
nessa criança é denominada ambiental no ambiente degradado.
lisossoma centríolo III. reaproveitarem-se materiais, reduzindo-se a
complexo de Golgi mitocôndria necessidade de extração de minérios.
peroxissoma É correto o que se afirma
apenas em I.
apenas em II.
QUESTÃO 44 apenas em I e II.
Os sais minerais são de importância vital para o apenas em II e III.
bom funcionamento de diversos processos em I, II e III.
fisiológicos, sendo necessária a reposição da
concentração de cada íon para que seja mantida
a homeostasia do organismo. O gráfico e a tabela
abaixo mostram a concentração e algumas
atividades biológicas de três íons em seres
humanos.