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Disciplina: Fisiologia Humana

Sistema nervoso
Aula 3: Comunicação Neural

Prof.ª Dr.ª Talita Leite Ladeira


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"Qual importância da
transmissão do impulso elétrico
para a homeostasia do corpo?”

Situação-problema:
Um paciente ao realizar tratamento
endodôntico ou qualquer cirurgia necessita
receber anestesia. Você sabe de que forma
a anestesia impede com que ele sinta dor?
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Meio ambiente externo e interno

Existem concentrações
diferentes de íons e outros
elementos no meio
intracelular em relação ao
meio extracelular.
Estados do neurônio

1. Repouso: os canais responsáveis pelo potencial de ação


estão fechados, mas podem
ser abertos a qualquer momento. Interior possui carga - .

2. Ação: estado ativo onde os canais estão abertos.

3. Refratário: os canais não podem ser ativados ou abertos


até um próximo impulso.
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Canais iônicos
Os canais podem estar sempre abertos ou podem ser controlados.

Canal controlado por voltagem

Líquido intracelular tem carga negativa: existem proteínas no interior


que não conseguem atravessar a membrana em razão do seu diâmetro.
Potencial de repouso

• Estado em que o neurônio está em “silêncio”; a célula não está


estimulada.
• Responsáveis pelo potencial de repouso: distribuição irregular de
Na+, Cl- e K+; proteínas negativas interior e bomba de Na+/K+.
• Valor do potencial de repouso: – 70mV. Polarização -.
Potencial graduado
 Sinais elétricos de força variável que percorrem
distância curta e perdem força.
 Normalmente ocorrem apenas nos dendritos e corpo
celular.
 Não propaga impulso para um neurônio adjacente.

 Grande estímulo = grande potencial graduado.


 Baixo estímulo = baixo potencial graduado.
 Estímulo forte o suficiente = início do potencial de ação.
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Potencial de ação – impulso nervoso

• Grandes despolarização que percorrem grandes distâncias


sem perder força.

• Sinais elétricos percorrem o axônio em alta velocidade.

• Fenômeno de natureza eletroquímica: modificações na


permeabilidade da membrana (membrana excitável).

• Há fluxo de íons nos canais: inversão de cargas elétricas.


• Permeabilidade: permite a passagem de íons de um lado
para o outro da membrana.
• Íons = partículas carregadas eletricamente que modificam
o campo elétrico gerado por essas cargas.
• Após o potencial de ação: potencial de repouso (bomba
de Na e K).
Como inicia o potencial de ação?
 Altera o potencial de membrana da fibra nervosa, invertendo
sua polaridade tornando o interior da célula positivo e o
exterior negativo.

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Potencial de ação: Lei do “tudo ou nada”

• Só produz potencial de ção o estímulo do tipo limiar, isto é, tem


que ser suficiente (- 55mV) para abrir os canais de Na+.
• Estímulos sublimiares estão abaixo: não desencadeiam
potencial de ação (LEI DO “TUDO OU NADA”).
• É sempre unidirecional.

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Fases do Potencial de ação
• Repouso: potencial de repouso. Célula polarizada negativamente.

• Despolarização (fase ascendente): alteração da voltagem para um valor


positivo pela entrada de Na+ através dos canais de Na+.

• Repolarização (fase descendente): os canais de Na+ se fecham e os


canais de K+ controlados por voltagem se abrem. Há saída de K+.

• Hiperpolarização: nem todos os neurônios apresentam; é muito rápida.


Os canais de K+ permanecem mais tempo abertos. A voltagem fica mais
negativa que o valor de repouso. Incapaz de conduzir. Entra no período
refratário.
Propagação
Fases do Potencial de ação

Bomba de Na/K
PRA PRR
Períodos refratários - potencial de ação

• Absoluto (PRA): iniciou um potencial de ação, um outro não pode


ser propagado durante as fases de despolarização e repolarização
(2 ms), independente de quão grande seja o estímulo. Inativação
dos canais de Na+.
- Potenciais de ação não se somam.

• Relativo (PRR): pode produzir outro potencial de ação se o


estímulo for maior que o limiar (estímulo supralimiar), antes que
ocorra o potencial de repouso. Ocorre na fase de hiperpolarização.
Propagação do Potencial de ação
Velocidade Tipos de Propagação
A velocidade da propagação do 1. Contínua – neurônios sem
potencial de ação depende: bainha de mielina. Velocidade
1. Diâmetro do axônio: lenta.
> diâmetro → > velocidade. 2. Saltatória – neurônios com
2. Presença de bainha de mielina: bainha de mielina. Velocidade
efeito isolante. alta.

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Propagação do Potencial de ação
Sinapses
Passagem do estímulo nervoso de um neurônio para:
- outro neurônios (SNC),
- músculos,
- glândulas.
Tipos: Elétricas e químicas.

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Sinapse Elétrica
• A corrente elétrica flui diretamente de uma célula para a outra.
• Comunicação entre os citoplasma de 2 células através da junção
de GAP ou comunicante (poros).
• Bidirecional.
• Mais rápida que a sinapse química.
• Comum no SNC e na musculatura lisa e cardíaca.
Sinapse química

• Contato por contiguidade porém,


não por continuidade.

• Espaço entre as membranas: fenda


sináptica.

• Produção de um mensageiro químico: neurotransmissor.

• Receptor de membrana para o neurotransmissor.

• Transmissão unidirecional.
Componentes da sinapse química

1. Elemento pré-sináptico:
neurotransmissor armazenado 1

em vesículas sinápticas.
2
2. Fenda sináptica: espaço entre as
células onde o neurotransmissor 3

será liberado.
3. Elemento pós-sináptico: possui o
receptor específico para o
neurotransmissor.
Etapas da transmissão sináptica:
1. Síntese, transporte a armazenamento do neurotransmissor;
2. Deflagração e controle da liberação do neurotransmissor: entrada
de Ca2+ pelos canais no terminal pré-sináptico.
3. O Ca2+ ativa proteínas responsáveis pela exocitose do
neurotransmissor.
4. Liberação do neurotransmissor na fenda sináptica.
5. Difusão e reconhecimento do receptor do neurotransmissor;
6. Deflagração do potencial de ação na célula pós-sináptica: inibitório
ou excitatório;
7. Desativação do neurotransmissor.
Remoção de neurotransmissores na fenda

De duas formas:

• Degradação enzimática: exemplo


Acetilcolina (ACh) na fenda
sináptica pela acetilcolinesterase.
Ach → (Ch) colina e (A) acetato

• Recaptação ou captura – bomba


de recaptação das aminas.
Potencial pós-sináptico

Resultado da ação do neurotransmissor sobre os


receptores na membrana pós-sináptica.

Ao ser liberado na fenda o neurotransmissor se difunde


e se liga aos receptores pós-sinápticos.

Tipos de resposta elétrica pós-sináptica:


• Excitatória.
• Inibitória.

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Potencial excitatório pós-sináptico (PEPS)

O receptor do neurotransmissor está


acoplado a um canal de Na+ ou Ca2+.

A ligação do neurotransmissor abre o


canal de Na+ e inicia a entrada de Na+
despolarizando a membrana pós-
sináptica.
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Anestésicos locais – Potencial de ação
Os anestésicos locais interagem com os canais de sódio impedindo que
se abram durante a despolarização.
Toxina botulínica

Inibe as proteínas de exocitose do


neurotransmissor que são ativadas
pelo cálcio.

A acetilcolina (neurotransmissor)
não é liberada na fenda sináptica.

Não há ligação do neurotransmissor


com o músculo.
"Qual importância da
transmissão do impulso elétrico
para a homeostasia do corpo?”

Situação-problema:
Um paciente ao realizar tratamento
endodôntico ou qualquer cirurgia necessita
receber anestesia. Você sabe de que forma
a anestesia impede com que ele sinta dor?
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Referência Bibliográfica
 GUYTON, A.C.; HALL, J.E. Tratado de Fisiologia Médica. 11ª ed. Rio de
Janeiro, Elsevier Ed., 2006.

 SILVERTHORN, D.U. Fisiologia Humana: Uma Abordagem Integrada. 7ª


edição. Porto Alegre: Artmed, 2017.

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