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Centro Universitário da Estácio

Cursos de Saúde

Aula 2: Fisiologia do Sistema Nervoso – Parte 1

Disciplina: Fisiologia
Docente: Rita Terezinha de Oliveira Carneiro
Email: biologa.rita.Terezinha@gmail.com
Sistema Nervoso
Sistema Nervoso

Dois tipos celulares:


• Neurônios;
• Células da glia ou gliócitos ou neuroglia
Sistema Nervoso
• Essas células, de tamanho menor que do neurônio, estão ao seu redor e
possuem várias funções, sendo a principal a de dar suporte às funções
neuronais.

• É uma população bem diferenciada, em que se incluem:


• Oligodendrócitos;
• Astrócitos;
• Microglia;
• Células ependimárias;
• Células de Schwann (SNP).
Sistema Nervoso
Oligodendrócitos

• Formam a bainha de mielina no SNC. Seus prolongamentos se enrolam em volta


do axônio.

• A presença de bainha de mielina aumenta a velocidade de condução do potencial


de ação neuronal.
Sistema Nervoso
Astrócitos

• São os mais numerosos e preenchem os espaços entre os neurônios. Localizam-


se entre os neurônios e os vasos sanguíneos do SNC.

• Possuem prolongamentos denominados de pés vasculares que revestem toda a


superfície externa dos capilares do SNC. Auxiliam a formação da barreira
hematoencefálica – barreira entre o sangue e o tecido nervoso.

• Responsável pela nutrição do neurônio.


Sistema Nervoso
Microglia

• Pequenas, alongadas, com prolongamentos curtos e irregulares. São células de


defesa.

• Realizam a fagocitose.

• Quando ativada adquire morfologia semelhante ao macrófago e, assim, ele


realiza a apresentação de antígeno.
Sistema Nervoso
Célula ependimárias

• São células colunares que revestem os ventrículos do cérebro e o canal central


da medula. Formam o plexo coroide, estrutura responsável pela produção do
líquor ou líquido cefalorraquidiano (LCR);

• Possuem cílios em sua extremidade apical que estimula a circulação do líquor.


Sistema Nervoso
Células de Schwann

• Formam a bainha de mielina no SNP. Ao contrário do oligodendrócito cujos


prolongamentos se enrolam,

• Enrola no axônio.
Sistema Nervoso - Neurônio
Função: Receber, integrar e enviar estímulos eletroquímicos;

São células grandes e capazes de produzir potencial de ação (atividade


elétrica).

Cone de implantação
Sistema Nervoso - Neurônio

1. Dendritos – recebem a informação.


2. Corpo celular ou soma – contém o
núcleo e organelas celulares. Também
pode receber informações além de
integrá-las.
3. Axônio – Prolongamento único.
Responsável por levar a informação
integrada pelo neurônio até uma outra
célula qualquer que geralmente recebe o
nome de célula alvo.
4. Cone de implantação – início do axônio
e onde o neurônio produz atividade
elétrica ou potencial de ação.
Sistema Nervoso – Potencial de ação
• O neurônio conduz a informação a longa distância usando sinais elétricos que percorrem
o axônio em alta velocidade, em sentido unidirecional.

• O potencial de ação é um fenômeno de natureza eletroquímica e ocorre devido a


modificações na permeabilidade da membrana do neurônio.

• Essas modificações de permeabilidade permitem a passagem de íons de um lado para o


outro da membrana.

• Como os íons são partículas carregadas eletricamente, ocorrem também modificações no


campo elétrico gerado por essas cargas.

• A membrana do neurônio apresenta a propriedade de excitabilidade – permite ao


neurônio produzir, conduzir e transmitir potenciais de ação.

• Ao atravessar a membrana, um íon gera corrente elétrica. Os canais iônicos possuem um


papel importante na geração do potencial de ação.
Sistema Nervoso – Potencial de ação
Sistema Nervoso – Potencial de ação
Sistema Nervoso – Potencial de ação
• A condução do potencial de ação em axônios com mielina é chamada de
“saltatória”.
• Ocorre nas regiões onde não há bainha – nodo de Ranvier.

Nodo de
Ranvier
Sistema Nervoso – Estados do neurônio

Repouso: os canais responsáveis pelo potencial de


ação estão fechados, mas podem ser abertos a
qualquer momento.

Ação: estado ativo onde os canais estão abertos.

Refratário: os canais não podem ser ativados ou


abertos.
Sistema Nervoso – Estados do neurônio – Potencial de repouso

• Diz que é o estado em que o neurônio está em “silêncio”.


• O neurônio se apresenta polarizado, isto é, há formação de polos ao longo da
superfície de sua membrana.
• Isso ocorre por causa da distribuição irregular dos íons Na+ e K+ e das
proteínas negativas e do trabalho da bomba de Na+/K+.
• O potencial de repouso é gerado e mantido pelo fluxo passivo de íons Na+
(influxo) e K+ (efluxo) através de canais de vazamento ou de repouso (nunca se
fecham).
Sistema Nervoso – Estados do neurônio – Potencial de ação

• O potencial de ação é uma rápida variação do valor do potencial de repouso.

• O valor do potencial de repouso varia de neurônio para neurônio – 70mV.

• Após um estímulo qualquer alcança valores positivos, a voltagem de negativa passa


para positiva.

• Um estímulo para produzir um potencial de ação deve ser do tipo limiar, isto é, tem que
ser suficiente para abrir os canais de Na+ que são controlados por voltagem.

• Quando isso ocorre, o sódio entra através dos canais e provoca um mudança de
voltagem.

• Os estímulos sublimiares estão abaixo e por isso não consegue desencadear um


potencial de ação.
Sistema Nervoso – Estados do neurônio – Potencial de ação

• O potencial de ação é desencadeado por canais diferentes dos canais de repouso.

• São canais controlados por voltagem. Quando a voltagem da membrana se altera, pode
abrir ou fechar o canal que pode ser de Na+ ou de K+, conforme a fase.

• Os estímulos limiares abrem poucos canais de Na+ o que faz com que a voltagem da
membrana se altere localmente e mais canais de Na+, naquela região irão se abrir.
Sistema Nervoso – Fases do Potencial de ação
• Repouso – potencial de repouso. A célula está polarizada – voltagem negativa em
relação ao meio extracelular.

• Despolarização (fase ascendente) – alteração da voltagem para um valor positivo pelo


influxo de Na+ através dos canais de Na+ controlados por voltagem.

• Repolarização (fase descendente) – os canais de Na+ se fecham e os canais de K+


controlados por voltagem se abrem. Há um efluxo de K+.

• Hiperpolarização – nem todos os neurônios apresentam essa fase, que é muito rápida.
Ocorre para o fechamento dos canais de K+ que ainda estão abertos. A voltagem fica
mais negativa que o valor de repouso.
Sistema Nervoso – Fases do Potencial de ação
Sistema Nervoso – Fases do Potencial de ação

Lei do “tudo ou nada” – estímulos


sublimiares não provocam potencial de ação.
Bloqueio da despolarização – não há potencial de
ação da TTX – tetrodo toxina, que bloqueia os canais
de sódio controlados por voltagem.
Sistema Nervoso – Fases do Potencial de ação
Período Refratário
• Absoluto – a célula não consegue produzir outro potencial de ação – não consegue
despolarizar. Os canais de Na+ controlados por voltagem estão inativados.
• Potenciais de ação não se somam. Assegura que seja unidirecional.

• Relativo – a célula pode produzir outro potencial de ação ou despolarizar se o estímulo


for maior que o limiar – estímulo supralimiar.
Sistema Nervoso - Sinapses
• Comunicação feita pelos neurônios
• O tipo de sinapse mais comum é a que ocorre entre um neurônio e sua célula-alvo.
• É o contato entre o neurônio e outra célula do corpo.
• As células-alvo dos neurônios podem ser:
• Neurônios;
• Músculos (todos os tipos);
• Glândulas.
Sistema Nervoso - Sinapses
• São comunicações entre células excitáveis eletricamente – neurônios, músculos e
glândulas.
• No sistema nervoso, é a principal forma de processamento de informações.
• Tipos: Elétricas e químicas.
Sistema Nervoso – Sinapses Elétricas

• O sinal é bidirecional

• Comunicação através das junções GAP ou


comunicantes – permite a passagem do
sinal elétrico de uma célula para outra.

• Junções GAP – conexons – poros entre as


membranas permitindo a comunicação direta
entre os citoplasmas dessas células.
Sistema Nervoso – Sinapses Químicas

• Contato por contiguidade porém, não por


continuidade.

• Espaço entre as membranas denominado


de fenda sináptica.

• Produção de um mensageiro químico


neurotransmissor

• Receptor de membrana para o


neurotransmissor.

• Transmissão unidirecional.
Sistema Nervoso – Sinapses Químicas

Etapas da transmissão sináptica:


1. Síntese, transporte a
armazenamento do
neurotransmissor;
2. Deflagração e controle da
liberação do neurotransmissor;
3. Difusão e reconhecimento do
receptor do neurotransmissor;
4. Deflagração do potencial de
ação na célula pós-sináptica;
5. Desativação do
neurotransmissor.
Sistema Nervoso – Potencial Pós sináptico
É o resultado da ação do neurotransmissor sobre os receptores na membrana póssináptica,
que ao ser liberado na fenda, se difunde e se liga aos receptores pós-sinápticos
desencadeando uma resposta elétrica que pode ser de 2 tipos:

• Excitatória.
• Inibitória.
Sistema Nervoso - Neurotransmissores
Mensageiros químicos produzidos pelos neurônios.
Estão armazenados em vesículas nos botões sinápticos.
Os neurotransmissores são produzidos nas próprias terminações dos axônios por um
complexo de enzimas especializadas e depois são armazenados na vesículas sinápticas.
Sistema Nervoso - Neurotransmissores
Situam-se em 3 categorias:
Aminoácidos: GABA (ácido gama-aminobutírico), Glutamato, Glicina.
Aminas: Acetilcolina, Dopamina, Epinefrina (adrenalina), Norepinefrina (noradrenalina),
Serotonina (5-hidroxitriptamina) e Histamina.
Peptídeos: Colecistocinina, Endorfinas, Encefalinas, entre outros.
Sistema Nervoso - Neurotransmissores
Tabela 4.1
Alguns neurotransmissores e neuromoduladores mais comuns
Neurotransmissores Neuromoduladores

Aminoácidos Aminas Purinas Peptídeos Gases

Ácido -amino- Acetilcolina Adenosina Gastrinas: gastrina, colecistocinina Óxido nítrico (NO)
butírico (GABA) (ACh) (CCK)
Glutamato (Glu) Adrenalina ou Trifosfato de Hormônios da neuro-hipófise: Monóxido de carbono (CO)
Epinefrina adenosina vasopressina, ocitocina
(ATP)
Glicina (Gly) Dopamina Insulinas
(DA)
Aspartato (Asp) Histamina Opióides: encefalinas (Enk), -
endorfina
Noradrenalina Secretinas: secretina, glucagon,
ou peptídeo intestinal vasoativo (VIP)
Norepinefrina
(NA ou NE)
Serotonina (5- Somatostatinas
HT)
Taquicininas: substância P (SP),
substância K (SK)
Referências

GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Tratado de Fisiologia Médica.


11ª edição. Rio de Janeiro, Elsevier Editora, 2006

AIRES, M. de M. et al., Fisiologia. 2ª edição. Rio de Janeiro:


Guanabara-Koogan, 1999.

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