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A célula nervosa: Bases celulares do Sistema Nervoso

Principais tipos de células nervosas

 Neurónios (10%) – cerca de 1000 milhões


 Células da Glia (90%) – cerca de 1.000.000 milhões

Neurónio mais longo

>1m (humanos)

>4m (girafa)

Diâmetro dos neurónios

4 a 100m  desenvolvimento de técnicas de microscopia / histologia (cabelo humano: 18-


180 m)

*coloração de Golgi e coloração de Nissl

Neurónio:

1. Soma ou Corpo Celular


2. Dendrites
3. Axónio Neurites

 Citosol
 Membrana Celular
 Organelos Celulares:
a. Núcleo
b. Citoplasma
i. REL
ii. RER (ribossomas)
iii. Aparelho de Golgi
iv. Mitocôndrias

Neurónios variam na aparência, mas constituição é comum…

 Soma ou Corpo celular: contém o núcleo e organelos


 Dendrites: curtas extensões. recebem sinais dos recetores sensoriais ou outros
neurónios (esses sinais podem resultar em impulsos nervosos que depois são
conduzidos ao axónio).
 Axónio: porção de neurónio que conduz impulsos nevosos. Pode ser muito longo...

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Neurites

Axónio
O Terminal Axónico contem:

 Vesículas sinápticas
 Mitocôndrias

ALGUNS CONCEITOS:

 Sinapse (zona entre 2 neurónios):


o Zona Pré-Sináptica
o Zona Pós-Sináptica
o Fenda Sináptica
 Transmissão Sináptica: Transferência de informação entre neurónios
 Neurotransmissor: Sinal/mensageiro químico que passa entre neurónios

Como se propaga o Impulso Nervoso?

Sinal elétrico => Sinal químico => Sinal elétrico


(pré-sinapse) (sinapse) (pós-sinapse)

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Dendrites:

Dendrites
Neurites
Axónio

O Número de Neurites:

 Unipolar
 Bipolar
 Multipolar

A Estrutura da Arborização Dendrítica:


 Piramidal
 Estrela

O Comprimento:

 Neurónios de projecção (Golgi tipo I)


 Neurónios de circuito local (Golgi tipo II)

O Neurotransmissor libertado:

 Colinérgicos, adrenérgicos, etc.

As Conexões:

 Sensoriais, Motores, Interneurónios

1. Neurónios Sensoriais – recebem impulsos nervosos


(mensagens) de um recetor sensorial e enviam a
informação ao SNC.
2. Interneurónios – dispõem-se inteiramente dentro do SNC. Podem receber o input dos
neurónios sensoriais ou de neurónios motores.
3. Neurónios motores – levam impulsos do SNC para um efector (músculo; glândula) e
desencadeiam ações

Membrana Neural

 Constituída por uma dupla camada de fosfolípidos (5nm)


 Contem Proteínas de membrana
o Canais iónicos
o Bombas iónicas

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Nos NEURÓNIOS/CÉLULAS NERVOSAS, a sua composição e estrutura variam consoante a
“região” da célula

 soma
 axónio
 dendrites

Células da Glia:

 Células nervosas que dão suporte à atividade dos neurónios


 Há diferentes tipos e com diferentes funções:
1. Astrócitos
2. Glia Mielinizada:
a. Oligodendroglia
b. Células de Schwann
3. Microglia
4. Células Epêndimais

Astrócitos

 São os elementos mais numerosos da glia


 Preenchem o espaço entre neurónios
 Regulam do equilíbrio químico extracelular
 Removem os Neurotransmissores (NTs) da fenda sináptica
 Complementam a barreira hemato-encefálica

Glia Mielinizada

 São células que fazem a mielinização de axónios (=“isolamento eléctrico”)


 A mielina ajuda à condução do impulso nervoso aumentando a velocidade de
propagação
 As interrupções da bainha de mielina (“espaços”) chamam-se de Nodos de Ranvier

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Chamam-se de…

1. Oligodendrócitos
a) Se existem no Sistema Nervoso Central (SNC) e Mielinizam vários axónios
2. Células de Schwann
a) Se existem no Sistema Nervoso Periférico (SNP) e Mielinizam partes de um
só axónio

Outros Tipos de Glia…

1. Microglia
 Tem como função a monitorização do SN (células responsáveis pela produção de
fatores de crescimento em caso de lesão)
 Tem a capacidade de fazer fagocitose (ações defensivas).

2. Células epêndimais
 Existem na parede dos ventrículos – no tecido chamado Plexus coroide
 Produzem líquido cefalo-raquidiano (LCR)
 Dirigem a migração celular durante o desenvolvimento do SN

Como se encontra a célula nervosa quando está em repouso?

Sem a passagem de informação (= Sem passar o impulso nervoso)

Como está a sua membrana neural (celular) (=Membrana Neural em Repouso)

Como está o seu interior? Quais os seus constituintes para estar em equilíbrio?

Principais Intervenientes quando a célula nervosa está em repouso (sem a passagem de


informação) - Membrana Neural em Repouso

a) Iões solúveis em água – Fluído salino


b) Membrana da célula
c) Proteínas de Membrana – Canais Iónicos

O que permite aos neurónios usar sinais elétricos?

 O facto de terem uma membrana fosfolipídica que separa o meio interno do meio
externo, que “isola” assim o meio interno
 o facto de ter água, iões e outras moléculas que criam diferença de carga dentro e fora
da célula, por se distribuírem de forma “desigual

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O que permite aos neurónios usar sinais elétricos?

 Membrana fosfolipídica
 Citoplasma e Espaço extracelular
o Contem Água e iões Os iões podem ter:

cargas + (catiões)

ou

cargas – (aniões)

A membrana celular…

 Contem fosfolípidos, que individualizam o meio intracelular


 Contem proteínas “embebidas” na membrana, que constituem canais iónicos, que são
permeáveis a cada tipo de iões ou moléculas
o Há canais abertos, que constituem poros;
o Há canais fechados (contêm portões que só abrem em situações específicas)
o Há bombas iónicas, que funcionam com recurso a energia contra o gradiente
de concentração.
 Contem proteínas sinalizadoras de cada tipo de células

Proteínas Membranares – Canais Iónicos

Canais de Difusão Passiva

 “Poros” – proteínas membranares que formam canais não dependentes de voltagem


o são 40 vezes mais para o ião de Potássio (K+ ) do que para o ião de Sódio (Na+)
 Canais Dependentes de Voltagem (Voltage Gated Channels)
o só existem no axónio do neurónio

Bombas iónicas (transporte ativo)

 Bomba de Sódio-
Potássio
Por cada 3 iões de Na+ que
saem, entram 2 iões de K+

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Como é feito o movimento de iões? Quais as forças exercidas na membrana neuronal?

Força do Gradiente de Concentração

Mais concentrado  Menos Concentrado = Homogeneização

Força Eletrostática (Gradientes elétricos)

Os iões são partículas com carga elétrica e os campos elétricos por elas criado influenciam o
movimento de iões. Os iões são atraídos para o “local” com carga oposta e são
repelidos/afastados pelo “local” de carga igual.

Cargas diferentes atraem-se

Cargas iguais repelem-se

A membrana permite a separação de cargas criando uma Diferença de Potencial (Voltagem - V)


em relação ao exterior da célula

Os canais controlam a passagem de iões através da membrana (Permeabilidade seletiva)


produzindo corrente elétrica (Corrente - I)

Potencial de Membrana – diferença de potencial (voltagem) entre o lado interno da


membrana neuronal e o lado externo. O valor do Potencial de Membrana em Repouso é -
65mV

 O potencial de membrana em repouso é cerca de -65mV


 Este valor é dependente dos potenciais de equilíbrio de cada um dos iões presentes
 As cargas elétricas (catiões e aniões) estão distribuídas de forma desigual entre o
interior e o exterior da célula
 O potássio (K+ ) está mais concentrado dentro da célula nervosa
 O sódio (Na+ ), o Cálcio (Ca2+) e o Cloro (Cl) estão mais concentrados no meio
extracelular

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Membrana Neuronal em Repouso
A célula nervosa em repouso está “desequilibrada”, com distribuição desigual de iões:

 Membrana 40xs mais permeável ao K +


 Existem outros canais (sensíveis à voltagem) fechados em repouso.
 Existem bombas de transporte ativo sempre a funcionar
 K+ mais concentrado no citosol => sai pelos canais permeáveis ao K+ a favor do
gradiente de concentração mas tem tendência a “reentrar” a favor da carga (força
electroestática)
 Interior da membrana fica negativamente carregado (i.e., “menos positivo”) e o K+ vai
ser atraído pelas cargas negativas;

Quando a força do gradiente de concentração iguala força da diferença de potencial (força


electroestática) => atinge-se o Potencial de Repouso (Vm = - 65 mV).

a) permeabilidade da membrana ao K + (40 vezes mais canais/”poros” para o K+


b) bomba de Na+ / K + .está sempre em funcionamento a manter o equilíbrio

Bases celulares do Sistema Nervoso – Transmissão do impulso nervoso


O Potencial de Ação

Este fenómeno pode representar-se graficamente em termos de voltagem medida no interior


da célula em função do tempo.

Potencial de Ação (Fluxo de informação) – Ocorrem PA sucessivos ao longo da membrana 


Sinal nervoso viaja através do neurónio até ao terminal sináptico

Fases do Potencial de Ação

 É um fenómeno que dura cerca de 2 ms


 É unitário e universal
 Consiste na alteração muito rápida do Potencial de Repouso, tal que, por um breve
instante, o citosol fica eletricamente positivo relativamente ao fluido extracelular
 Ocorre após uma despolarização crítica chamada de limiar de disparo (-40/-45 mV)
 A Despolarização é causada pela entrada no citosol de cargas positivas (Na+)
 PA é “tudo-ou-nada”, uma vez que de inicia ocorrem todas as fases com a mesma
sequência

O Potencial de ação – Movimento de iões

CONCEITOS…

Hiperpolarização – Se a célula perder cargas positivas ou ganhar cargas negativas, fica mais
negativa em relação ao exterior.

Despolarização – Se a célula ganhar cargas positivas ou perder cargas negativas, fica mais
positiva em relação ao exterior.

Repolarização – Chama-se repolarização à fase que corresponde à reposição da carga inicial.

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O Potencial de ação – Limiar de Disparo

CONCEITOS…

Se entrarem cargas positivas na célula, ou se saírem cargas negativas a ponto de no interior se


sentir a voltagem de -40mV/-45mV, atinge-se o Limiar de Disparo (ou Limiar de Excitação) e
os canais sensíveis à Voltagem de Na+ (sódio) abrem-se, iniciando-se o Potencial de ação.

Como se pode iniciar o Potencial de ação?

Há vários estímulos capazes de gerar o PA (atingindo o Limiar de disparo):

 Podem ser estímulos, por exemplo, de natureza térmica, mecânica, de pressão,


química, luminosos, elétricos, etc.
 No organismo humano existem “sensores”, normalmente associados a canais iónicos
que são sensíveis a este tipo de estímulos

e.g. canais iónicos de sódio (Na+) sensíveis à distensão (conformação da membrana), canais
iónicos de sódio (Na+) ativados por neurotransmissores, injeção de corrente elétrica por
microelectrodos, etc

Se se “atingir” o limiar de disparo dentro da célula (-40/-45 mV), os canais de Na+ sensíveis à
voltagem (=canais vgNa+) abrem (é a voltagem “ideal” para este tipo de canais funcionarem)

O Potencial de ação – Fases do PA

Repouso – Membrana em repouso (-60/-65 mV), alta permeabilidade ao K+

Despolarização – Entrada de Na+ p/ citosol pelos canais vgNa+  interior +

Repolarização – Saída de K+ do citosol pelos canais vgK+  interior volta a –

Hiperpolarização – interior mais negativo do que em repouso  até ao Potencial de Repouso


novamente (-60/-65 mV)

O potencial de ação é:

 É um fenómeno que dura cerca de 2 ms, em que após se atingir o Limiar de disparo (-
40/- 45 mV) entra Na+ abruptamente dentro da célula tornando o interior positivo.
Como resposta a essa inversão da carga dentro da célula, sai K+ bruscamente pelos
canais sensíveis à voltagem de K+ e pelos “poros”, por forma à célula voltar ao estado
inicial (ficando o interior novamente negativo - -60/-65 mV)
 Este fenómeno ocorre numa porção de célula. Após ser despoletado, vai provocar PA
na porção de célula imediatamente adjacente a essa onde ocorreu (ou está a ocorrer)
 Depois de ocorrer numa porção de célula, essa porção fica inativa, sem a capacidade
de gerar novamente um PA. A essa fase chama-se Período Refratário Absoluto
 O Período Refratário Absoluto é um período necessário essencial para evitar que o PA
“volte para trás no seu percurso”, fazendo assim com que ele só tenha um sentido na
célula
 é um período durante o qual todos os canais de Na+ sensíveis à voltagem estão
bloqueados ou inativos (ou refratários), não reagindo a qualquer alteração de carga
dentro da célula

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Após o Período Refratário Absoluto

 Há um período de “transição” até voltar novamente ao Repouso, que se chama


Período Refratário Relativo.
 é um período durante o qual a maioria dos canais de Na+ sensíveis à voltagem já estão
desbloqueados (como estão em estado de repouso), mas ainda há muitos que estão
inativos (ou refratários) (que não reagem a qualquer alteração de carga dentro da
célula)
 Nesta fase, pode passar/ocorrer PA naquela “porção” de axónio, mas o estímulo tem
que ser maior para abrir os canais que já estão ativos.

Os Canais de Na+ abrem e fecham por resposta a alterações no potencial elétrico da


membrana – “Voltage-Gated”

Em Resumo

 Limiar de disparo (“threshold”) – Vm que provoca a abertura dos canais de Na+ sensiv.
Voltagem (-40/-45 mV)
 Fase Ascendente – Na+ entra abruptamente pelos canais vgNa+ tornando o interior
célula positivo
 Pico – Deixa de entrar Na+ (interior célula positivo)
 Fase Descendente – Canais de Na+ fecham (inativados); Canais de K + sensiv. voltagem
abrem (saída abrupta de K+ pelos canais vgK+ e pelos “poros”)
 Hiperpolarização – Vm desce abaixo do Vm repouso até os canais vgK+ fecharem
novamente e o K+ re-equilibrar pelos “poros”
 Período Refractário Absoluto – Canais de Na+ inactivados;
 Período Refractário Relativo –Vm abaixo do VmRepouso; é necessária uma maior
corrente de despolarização para a membrana atingir o limiar e abrir os canais que já
estão desbloqueados

Condução do Potencial de ação ao longo da membrana do axónio

Condução do Potencial de ação

Como é que se dá a condução do PA ao longo da membrana do axónio?

 Propagação do potencial de ação – Um PA causa a despolarização automática da


secção seguinte da membrana do axónio

Como é que se dá num só sentido?

A membrana da secção anterior está no período refratário!!!

Se o neurónio não for mielinizado, existe propagação linear.

o PA numa secção de 2cm do axónio dura 2ms

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