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Sistema Nervoso: tecido

nervoso e potencial de ação

nathalia.victo@fmu.br
Objetivos de
Aprendizagem:
1. Conhecer a microscopia do SN, caracterizando a
capacidade de transmissão de impulso nervoso;
2. Identificar e compreender as funções das células da glia e
neurônios;
3. Conhecer as etapas do potencial de ação neuronal e da
sinapse;
A principal característica do tecido nervoso é a presença de
células denominadas neurônios. Estes são células com
prolongamentos e que têm a capacidade de serem
estimuladas por substâncias químicas ou estímulos elétricos
geralmente originados em outras células e, por sua vez, gerar
um potencial de ação (“impulso nervoso”). Este é transmitido
ao longo da membrana plasmática que recobre seus
prolongamentos, chegando às extremidades dos
prolongamentos em locais denominados sinapses. Nas
sinapses o potencial de ação pode ser transmitido para outras
células.
COMPONENTES DO TECIDO NERVOSO

Neurônios = células excitáveis: respondem a estímulos do


meio com alterações do potencial elétrico de suas membranas.
Representam 10% das células nervosas.

Células da glia ou Neuroglia = diversos tipos celulares


responsáveis pela sustentação, nutrição e defesa do tecido
nervoso. Representam 90% das células nervosas.
NEURÔNIO
Unidade morfofuncional do sistema nervoso
SUBSTÂNCIA BRANCA E SUBSTÂNCIA CINZENTA
CÉREBRO
As regiões com grande concentração de corpos celulares de neurônios têm
coloração acinzentada, sendo por isso denominadas substância cinzenta do sistema
nervoso central.
Por outro lado, as regiões com uma grande quantidade de prolongamentos de
neurônios possuem grande quantidade de fibras nervosas mielinizadas e por essa
razão apresentam coloração esbranquiçada. Constituem a substância branca do
sistema nervoso central.
O córtex cerebral é formado por substância cinzenta.
Quando observado em aumento pequeno exibe uma grande quantidade de
núcleos. Pertencem a neurônios, a células da neuróglia e em menor número a
células endoteliais de capilares sanguíneos.
Os neurônios podem ser reconhecidos pelos seus núcleos grandes, esféricos, de
cromatina frouxa (pouco corados) e frequentemente contendo nucléolos
volumosos.
A maior parte do conteúdo da substância branca é representado por axônios
mielinizados. Observe que a substância branca tem muito menos núcleos que a
substância cinzenta.
Em sua maioria são núcleos de células da neuróglia. Dentre este grupo de células,
são especialmente numerosos os oligodendrócitos, pois envolvem os
prolongamentos dos axônios.
O tecido observado entre os núcleos exibe claramente um aspecto fibrilar, devido à
grande quantidade de axônios que se dispõem organizadamente na substância
branca.
CEREBELO
O cerebelo é formado por inúmeras folhas paralelas constituídas de tecido nervoso. Pelo
desenho superior pode-se ter uma ideia da estruturação das folhas do cerebelo.
A substância branca tem muitas fibras, pois é o local por onde passam inúmeros axônios.
Além disto há núcleos de células da glia.
A substância cinzenta, podemos ver muitos núcleos de neurônios e de células da glia.
MEDULA ESPINAL
Na substância cinzenta da medula há neurônios motores e também muitos
interneurônios. Os neurônios motores comandam funções importantes do corpo,
tais como contração de músculo liso e esquelético, secreção de glândulas.
A substância escura – ressaltada em rosa escuro
– ocupa a região central da medula, envolvida
pela substância branca, periférica – ressaltada
em cor rosa claro. Conforme a localização dos
cortes transversais da medula espinhal a
substância cinzenta lembra o aspecto de uma
borboleta.

A substância cinzenta ocupa o centro da medula. É mais


corada que a substância branca por que possui grande
quantidade de corpos celulares dos neurônios e de células da
glia, além de grande quantidade de axônios não mielinizados e
de prolongamentos das células da glia.
A substância branca é menos corada e tem um aspecto
rendilhado. A maioria de suas fibras é mielinizada e está
seccionada transversalmente.
Sinapse
São pontos de união entre as células nervosas e entre estas e
as células efetoras (Músculo ou Glândula).

- SINAPSE EXCITATÓRIA
- SINAPSE INIBITÓRIA
Fenda Sináptica
Sinapse Química e Elétrica
• Cérebro
• Coração
• Músculo liso

• Cérebro
• SN Autônomo
• Músculo esquelético
SINAPSE ELÉTRICA – presente em músculos lisos e cardíacos
As sinapses elétricas, mais simples e evolutivamente antigas, permitem a
transferência direta da corrente iônica de uma célula para outra. Ocorrem em sítios
especializados denominados junções gap ou junções comunicantes.
Nesses tipos de junções as
membranas pré-sinápticas e pós-
sinápticas estão separadas por apenas
3 nm. Essa estreita fenda é ainda
atravessada por proteínas especiais
denominadas conexinas a quais
permitem que íons passem
diretamente do citoplasma de uma
célula para o de outra. A maioria das
junções gap permite que a corrente
iônica passe adequadamente em
ambos os sentidos, sendo desta
forma, bidirecionais.
SINAPSE QUÍMICA
Neurotransmissores

https://learn.genetics.utah.edu/content/neuroscience/crossingdivide/
https://www.youtube.com/watch?v=FD8Qaw1TS-k

O conceito de Neurotransmissores é mais empírico do que lógico e mudou ao longo dos anos
com o aumento do conhecimento sobre a transmissão sináptica.

• A substância deve ser sintetizada no neurônio pré-sináptico.


• A substância deve ser liberada do terminal pré-sináptico para exercer um efeito no neurônio
pós-sináptico ou órgão alvo.
• Cada neurotransmissor tem vias de finalização do sinal por mecanismos específicos de
degradação/recaptação.
Fibras nervosas:
As fibras nervosas podem ser mielínicas ou amielínicas. A presença da mielina nas
fibras nervosas influência bastante na condução dos impulsos nervosos. Fibras com
mielina permitem a condução saltatória graças aos nódulos de Ranvier e como
consequência uma velocidade maior na passagem da condução.
- Nós de Ranvier: são indentações na bainha
de mielina que correspondem à região
descoberta do axônio entre 2 células de
Shwannn
- Com o aumento de velocidade ao passar
pela bainha de mielina, o impulso nervoso se
propaga em pulos de um nó de Ranvier a
outro
- mudança de carga de ions negativos e
positivos atraves da bomba de sodio-
potassio, usando ATP
As sinapses podem ser excitatórias ou inibitórias
Sinapse excitatória
Facilita o potencial de ação
Potencial Excitatório Pós-Sináptico
PEPS

Em alguns casos, a alteração torna a


célula alvo mais propensa a disparar
seu próprio potencial de ação. Neste
caso, a mudança no potencial de
membrana é chamada de potencial
excitatório pós-sináptico, ou PEPS.
Sinapse inibitória
Dificulta o potencial de ação
Potencial Inibitório Pós-Sináptico
PIPS

Em outros casos, a mudança torna a célula


alvo menos propensa a disparar um
potencial de ação e é chamada
de potencial inibitório pós-sináptico,
ou PIPS.
CÉLULAS DA GLIA
Além dos neurônios, o tecido nervoso possui uma outra população de células,
denominadas células da glia ou células da neuróglia ou da neuroglia. Exercem
funções importantes no tecido nervoso, tais como suporte e nutrição de neurônios,
isolamento dos neurônios, fagocitose e reparação no tecido nervoso.
Astrócitos
É assim chamado, pois tem a forma de estrela. Recaptura o glutamato no SNC. Apresenta
grande número de prolongamentos citoplasmáticos – alguns ligam-se à neurônios, outros à
capilares sanguíneos;

Divide-se em:
- Protoplasmáticos: encontrados na substância cinzenta.
- Fibrosos: encontrados na substância branca.
- Mistos: na zona de transição das substâncias branca e
cinzenta no SNC

Funções:
- suporte, sustentação e nutrição dos neurônios
- controle da composição iônica e molecular do meio
externo, que influenciam a atividade dos neurônios
- junções comunicantes
- influenciam renovação da mielina nos oligodendrócitos
Os astrócitos protoplasmáticos residem principalmente na substância cinzenta do
sistema nervoso central enquanto que os astrócitos fibrosos estão presentes
principalmente na substância branca.
Oligodendrócitos
São glias de grande importância para os neurônios, pois elas participam na produção da
bainha de mielina no sistema nervoso central (SNC). Seus prolongamentos enrolam-se sobre
os axônios dos neurônios do SNC, formando a Bainha de Mielina.
Estas células, apesar de também presentes na substancia cinzenta, estão presentes em maior
proporção na substância branca do SNC.
Função:
- isolante elétrico
- protege o neurônio e auxilia no desempenho
de suas funções.
Células De Schwann
Cada célula de Schwann forma mielina em torno de um segmento de um único axônio. Seus
prolongamentos enrolam se sobre os axônios dos neurônios do SNP, formando a Bainha de
Mielina dos nervos.

Função:
-isolante elétrico
- protege o neurônio e auxilia no desempenho
de suas funções.
Micróglia
São as menores células do grupo das glias, possuem prolongamentos bem curtos e menos
elaborados, apresentam aspecto espinhoso e pertencem ao sistema mononuclear fagocitário.
Presentes em ambas substâncias do SNC.

Funções:
- células fagocitárias, participam da inflamação e
reparação do SNC, removem os restos celulares
que surgem nas lesões.
- são as responsáveis por reconhecer e fagocitar
antígenos, defendendo o SNC contra invasões.
Células Ependimárias
Células epiteliais colunares que revestem os ventrículos do cérebro e o canal central da
medula espinhal. Podem apresentar cílios.

Função:
- facilitar a movimentação do
líquido cefalorraquidiano.
Avaliação do Aprendizado
1 – Responda:

a) O que é a mielina?
b) Quais células formam a bainha de mielina no sistema nervoso central e
periférico, respectivamente?
c) Como a mielina pode aumentar a condução do impulso nervoso?
d) Como se denomina a região do axônio que não está coberta pela
mielina?

2 – O que são sinapses? Dê um exemplo:

3 – Quais as categorias das sinapses químicas e para que serve os


neurotransmissores?
Assista aos vídeos:
Potencial de Ação - Fisiologia Fácil - https://youtu.be/TRzLf7Zok60

Mecanismo Potencial de Ação - https://youtu.be/2jeufGfsCMs

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