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DISCIPLINA: Adaptação em Audiologia


Docente: Ana Lúcia
Discente: Jocilene Salomão Barbosa

PERDA DE AUDIÇAO
Apesar dos inúmeros efeitos que o som pode causar a uma pessoa - e a cada dia novos
efeitos são constatados pelos pesquisadores - dois são os efeitos que mais problemas trazem à
nossa sociedade: a fadiga mental e física e a perda de audição. Dentro da sábia ordem de equilíbrio
do Universo a defesa do organismo aos sons incômodos ou prejudiciais é a perda da audição.
Certamente a maneira mais prática para não sermos afetados por um som é deixar de ouvi-lo. A
perda de audição é ocasionada principalmente por dois fatores: o envelhecimento natural do ouvido
com a idade, denominada de presbiacusia e a exposição prolongada em níveis superiores a 90 dBA.

Patologias dos Órgãos da Audição

Otites
Inflamação da orelha, pode referir-se à otite externa ou otite média.

Otite da Orelha externa - Inflamação do ouvido externo ocorrendo quando mudanças no


revestimento da apele no meato auditivo permitem o crescimento de bactérias ou fungos,
acompanhada por considerável inchaço das paredes do canal.
Otite Externa Aguda – processo inflamatório da pele do meato acústico externo de origem
infecciosa, causada por retenção de água no meato acústico externo, permanência prolongada de
corpos estranhos, ferimentos ou escoriações do epitélio em conseqüência de atrito no ato de coçar a
orelha, umidade ambiental, corrimentos purulentos crônicos das otites médias.
Otite ceruminosa - Hipersecreção ceruminosa levando a constituição de verdadeira “rolha
de cera”, realizando um fechamento do meato acústico externo. A causa é desconhecida, podendo
ou não, ser devido a estimulação excessiva das glândulas ceruminosas, de 1/3 no meato acústico
externo.
Observação: ambas não são realizados avaliação auditiva, devido o quadro clínico.

Otite da Orelha média – Inflamação do ouvido médio.


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Otite média crônica – inflamações que se mantém por períodos longos. O curso clínico da otite
média é lento, tende a ser persistente e sempre destrutivo. Em geral, os problemas da otite média
aguda podem se resolver dentro de um período de seis semanas. Apresenta fases ou estágios
durante a sua evolução clínica:
 Estágio ativo – onde ocorre a supuração constante;
 Estágio quiescente – fase entre crises de supuração;
 Estágio inativo – fase onde a cavidade timpânica está seca;
 Estágio cicatrizante – a inflamação da orelha.

Otite média serosa – inflamação da orelha média com a presença de fluido ceroso que impede
os movimentos da cadeia ossicular, muitas vezes resultando em acuidade auditiva reduzida de
natureza Condutiva, geralmente causada por bloqueio prolongado da trompa de Eustáquio. São
encontrados durante a avaliação auditiva, com queda nas freqüências graves e médias, agravando-
se, com queda nas freqüências agudas, com grau de leve-moderado, bilateral e curva tipo B com
ausência de reflexo CL.
Otite Média do Lactante – Desenvolve-se em crianças, na fase de 3 meses, causada por
presença de leite depositado na orelha média, devido a tuba da criança ser curta e horizontalizada.
Na avaliação audiológica, geralmente encontrados ausência de reflexo.
Otosclerose (fixação da platina do estribo na janela oval) – formação de osso esponjoso,
afetando a cápsula da orelha média, ao redor do estribo e da janela oval, o osso semelhante à teia
impede o movimento do estribo para janela oval e resulta em uma perda gradual da audição, pode
ser cirurgicamente corrigido. A causa é desconhecida, mas uma predisposição herdade parece estar
presente. Durante a avaliação auditiva, são encontrados timpanometria: tipo As, compliância: valores
abaixo de 0,40cc, reflexo estapédio – CL e IPS ausentes, na fase inicial desta patologia pode ser
encontrado como caract/a o efeito ON-OFF.
Disfunção Tubária – Presença de acúmulo de pressão negativa na orelha média, em
decorrência do mau funcionamento da tuba auditiva. A causa mais comum é em crianças devido a
horizontalização da tuba, hipertrofia de adenóides, podendo ser bilateral e nos adultos geralmente
unilateral, também pode-se encontrar causas como secreção nasofaríngea e em pacientes
fissurados – naso-glossofaríngeo. São encontrados durante a avaliação auditiva, perda Condutiva
leve bilateral e curva tipo C com reflexo CL ausente/presente.
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Desarticulação de cadeia Ossicular – É uma interrupção na articulação normal entre o martelo, a


bigorna e o estribo, sendo mais freqüente na articulação entre a bigorna e o estribo. A causa pode
ser congênita – má formação; adquirida – a mais comum; traumáticas e conseqüência de otites de
repetição. Ocorrendo mais nas idades de 13 a 32 anos de idade, com perda auditiva unilateral.
Achados na avaliação auditiva, com perda Condutiva moderada unilateral e curva de tipo Ad
com reflexo CL ausente/presente.

Otites da Orelha In terna – Quando refere-se a patologia da orelha interna, avaliamos – canais
semicirculares, nervo vestibular, nervo coclear, meato auditivo interno, órgão de corti e órgão
sensorial para equilíbrio, através das “provas audiométricas supralimiares” com finalidade de
detectar e quantificar caract/as tonais de disfunções cocleares e retrococleares. Vejamos algumas
patologias da orelha interna.
Presbiacusia – Ocorre mesmo para as pessoas que não se expõem ao ruído prejudicial e
aumenta com a idade, sendo esse aumento mais pronunciado para as freqüências mais altas.
Ocorre um fato curioso que a presbiacusia para as mulheres é menos pronunciada do que para
os homens. Por exemplo, um homem de 60 anos terá uma perda de audição devido à idade de
cerca de 25 decibéis em 3.000 Hz; uma mulher nessa idade terá perdido apenas cerca de 14
decibéis nessa freqüência. É conhecida também como surdez do idoso, provocada pela deficiência
na irrigação sangüínea da orelha interna, acarretando lesões degenerativas do órgão de corti.
Variando de pessoa para pessoa, sendo que quando ocorre precocemente é considerado
patológico. O quadro clínico, em geral é provocado por lesões degenerativas das células do órgão
de corti, do gânglio espinhal, das vias nervosas e dos centros bulbares e suprabulbares. Provocando
inicialmente surdez para os sons agudos e perda da discriminação da palavra. Segundo
Schucknecht, 1964, classificou a presbiacusia em quatro processos patológicos básicos:
a) sensorial – atrofia do órgão de corti, e alguns casos atrofia do nervo coclear e da espira basal
da cóclea – perdas nas freqüências altas, sem agravamento para comunicação; b) neural – perda de
fibras nervosas ou células no sistema nervoso central – presença de grande dificuldade de
reconhecimento de fala; c) metabólica – alterações nos processos biofísicos ou bioquímicos
envolvidos nos mecanismos de tradução que ocorrem na orelha interna – perda para todas as
freqüências em níveis semelhantes, com dificuldades para reconhecimento de palavras; d) mecânica
– distúrbio, envolvendo os movimentos mecânicos do ducto coclear, alterando a função da
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membrana basilar – presença de perda progressiva e lenta nas freqüências altas, e dificuldades de
reconhecimento de fala. Na avaliação auditiva, são encontrados perda auditiva neurossensorial
bilateral com curva descendente, queda maior nas freqüências agudas, piorando no passar dos anos
auditivo e muitas vezes com curva de tipo A, reflexos presentes ou ausentes, devido a presença de
recrutamento de Metz, que pode ocorrer.
Neurinoma do Acústico – tumor histologicamente benigno que cresce na bainha de Schwann do
VIII par craniano, bem mais freqüente no ramo vestibular (gânglio de Scarpa). Os sintomas
presentes são zumbidos e hipoacusia sensorioneural, unilaterais. O indivíduo apresenta instabilidade
do equilíbrio e, com menos freqüências, crises vertiginosas, mais definidas pelo indivíduo como
tonturas. A surdez pode estala-se de forma repentina ou melhor uma surdez súbita idiopática.
Achados durante a avaliação audiológica, perda auditiva neurossensorial unilateral, com curva
descendente e curva do tipo A, com presença de reflexos estapédios elevados ou ausentes e
fenômeno de adaptação presente.
Ototoxicose – Conhecido pelos estudiosos como ação de qualquer substância, sobre um órgão,
podendo ser muito benéfico ou muito prejudicial, dependendo de alguns fatores. Na orelha interna
ocorre uma surdez sensorioneural, apresentando como manifestação – zumbido, vertigem e várias
formas de D.A. Determinados medicamentos têm a capacidade de provocar lesões na orelha
interna, como por exemplo: antibióticos do grupo dos aminoglicosídeos (neomicina, kanamicina,
gentamicina, entre outros). Há casos como no trauma acústico, que pode Ter ocorrido através do
uso de drogas, devido o indivíduo apresentar uma predisposição ao uso da droga, assim como a
presença de insuficiência renal, que pode ocorrer o acúmulo do medicamento na corrente
circulatória, o mesmos com a presença de hipoacusia, que geralmente aparece no decurso da
administração do medicamento, ou após. Quanto ao uso na gestação pode ultrapassar a placenta e
lesar a cóclea do feto. Achados na avaliação, Ana maioria dos casos perda neurossensorial bilateral
de leve a profundo, sendo que no estágio inicial é encontrados queda maior na freqüências altas, e
com o decorrer do tratamento com medicamentos ototóxicos, pode-se encontrar uma curva
relativamente horizontal, com perda em todas as freqüências e curva tipo A, com reflexos presentes.

Referencias Bibliográficas
1. FROTA, S. Fundamentos em Fonoaudiologia: Audiologia. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro,
1998.
2. SANTOS,T.M.M.,RUSSO,I.C.P. A prática da Audiologia Clínica. Cortez, São Paulo, 1988.

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