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Prof.

João Lopes
Doutorando em Fonoaudiologia
Mestre em Fonoaudiologia
Especialista em Voz
Fonoaudiólogo
 Doenças orgânicas que modificam a vibração das
pregas vocais;

 Alterações Estruturais Mínimas de Cobertura da


Prega Vocal:
◦ Cisto epidermóide;
◦ Sulco vocal;
◦ Ponte de mucosa;
◦ Microdiafragma;
◦ Vasculodisgenesia ou ectasia capilar.

 Aparelhos diagnósticos mais utilizados:


equipamentos endoscópicos rígidos e flexíveis,
além da videoestroboscopia da laringe.
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 Sulco vocal (mais comuns)
◦ Sulco oculto – alteração localizada na camada subepitelial
, caracterizada por fibras colágenas da lâmina própria
mais densa, provocando diminuição de sua mobilidade;
seu diagnóstico só é feito por meio de
videoestroboscopia, que pode demonstrar rigidez da
mucosa da prega afetada.
◦ Sulco –estria menor – invaginação do epitélio provocando
uma pequena cavidade que é identificada na laringoscopia
direta.
◦ Sulco-estria maior – depressão da mucosa em forma de
canaleta, seu comprimento pode variar

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 TRATAMENTO PARA SULCO VOCAL
 Cirúrgico – controverso
 Fonoterapia
◦ Voz encontra-se com qualidade áspera, rouca, soprosa

◦ Higiene vocal;

◦ Melhora do suporte respiratório;

◦ Diminuição da atividade hiperfuncional (retirada de


esforço vocal)

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 CISTO
 VOZ + FENDA+ VASCULODIGENESIA = CISTO

◦ Cavidade fechada delimitada por tecido epitelial;


◦ Cisto de retenção mucoso e cisto epidermóide;
◦ Cisto de retenção – retém acúmulo de material mucoso; é
considerado de origem adquirida e portanto não é uma
AEM;
◦ Cisto epidermóide – localizam-se no espaço de Reinke ou
espaços mais profundos, como o ligamento vocal. A
cápsula do cisto pode se apresentar íntegra ou rompida. É
considerado de origem congênita.

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 TRATAMENTO PARA CISTO VOCAL
 Cirúrgico - resultado nem sempre satisfatório
pois afeta as características da camada superficial
da lâmina própria;
 Hoje em dia não se faz cirurgia para cisto . A
lesão se adere as camadas.

 Fonoterapia
 Disfonia voz grave, dificuldade em regularizar a
intensidade, tensão, aspereza e soprosidade –
enrijecimento da lâmina própria, com fechamento
glótico incompleto.
 Eliminação de esforço vocal.

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 PONTE MUCOSA
◦ eixo de tecido teoricamente idêntico ao da lâmina própria,
revestido por tecido epitelial estratificado;
◦ Tamanho da lesão pode variar;
◦ Associada à outras lesões, como microdiafragma, cisto,
sulco, pólipos, edema de Reinke, entre outras;
◦ Em função de sua forma, é praticamente impossível seu
diagnóstico por vídeoendoscopia;

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 TRATAMENTO PARA PONTE MUCOSA
 Cirúrgico – visa a retirada e redução do processo
inflamatório secundário depois de aumento da
demanda vocal;
 Fonoterapia –
 Impacto vocal – muito variável, depende de
fatores como dimensão da ponte, localização e
grau de processo inflamatório associado; aumento
da rigidez de mucosa.
 Terapia voltada para retirada de esforço vocal,
fadiga, controle da intensidade e frequencia,
eliminação ou diminuição da aspereza e
soprosidade.

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 VASCULODISGENESIA OU ECTASIA CAPILAR
◦ Pequenos vasos dilatados na região superior das pregas
vocais;
◦ Sua trajetória em geral cursa paralela a borda livre, mas
podem ser tortuosos, principalmente quando há presença
de cistos ou sulcos.
◦ Raras vezes aparecem de forma isolada, em cantores
especialmente.

 TRATAMENTO
 CIRÚRGICO – microcauterizações sobre a trajetória do capilar
 FONOTERAPIA – retirada de esforço vocal.

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 MICRODIAFRAGMA LARÍNGEO OU MICROWEB
◦ Pequena membrana de 1 ou 2mm de extensão localizada
na comissura anterior e inserida na borda glótica ou
subglótica das pregas vocais.
◦ Associação comum entre microweb e nódulos vocais.
◦ Cirurgia raramente realizada pois causa sinéquia.
◦ Fonoterapia com objetivo de reduzir impacto vocal.

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 NÓDULOS VOCAIS (organofuncional)
◦ Definição- lesões de massa benignas, bilaterais, de
característica esbranquiçada ou avermelhada, desenvolvem-
se na região anterior das pregas vocais, comum em mulheres
adultas e crianças de ambos os sexos;
◦ Histologia: localizam-se na CSLP e consiste de tecido
edematoso
◦ Podem ser iniciais(recentes) ou velhos(epitélio hipertrofiado e
fibrose)
◦ Etiologia: comportamento vocal inadequado – mau uso e
abuso da voz; uso de voz em grande intensidade, por longo
tempo, frequência fundamental muito grave, competição
sonora, esforço físico concomitante ao uso da voz,
velocidade de fala aumentada, ataques vocais bruscos.
Representam longa história de alterações no comportamento
vocal, com episódios de melhora e piora. Presença de tensão
muscular.
◦ Forma de espinha com ápice definido

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 NÓDULOS VOCAIS
◦ Características vocais – irregularidade vibratória – voz
rouca e soprosa, dependendo do tamanho e tempo do
nódulo (inicial ou velho); frequência fundamental reduzida
(grave) devido à lentidão da vibração (peso)
◦ Presença de fenda triangular, médio posterior, ou fenda
dupla, dependendo do tamanho do nódulo.
◦ Fonoterapia – retirada de esforço vocal

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 PÓLIPOS VOCAIS (ORGANOFUNCIONAL)
◦ Definição: lesões de massa benignas, geralmente unilaterais,
podem ser sésseis ou pediculados, de tamanho variável. Podem
ocorrer em diferentes regiões da prega vocal, mas comumente
na região anterior;
◦ Pólipos sésseis – base alargada e grande aderência na prega
vocal; já os pediculados são conectados a um estreito filamento
de mucosa, podendo apresentar ampla vibração durante a
respiração. Os pólipos são mais frequentes em adultos do sexo
masculino.
◦ Histologia – traumatismos na lâmina própria com uma ruptura
de vaso, deslocando o epitélio para a linha média, configurando
a formação de edema.

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 PÓLIPOS VOCAIS (ORGANOFUNCIONAL)
◦ Etiologia: recente, por pequeno traumatismo, fonatório ou
não, como o RGE. Muitos pólipos são resultado de uma
atividade física intensa e violenta, não habitual, com
elevada pressão subglótica, grito mal dado, aspirações de
substâncias químicas, atividades respiratórias intensas
como esforço utilizado para tocar instrumentos de sopro,
guarda de trânsito.
◦ Características vocais: depende do volume e tamanho do
pólipo; no caso de ser pediculado, a disfonia pode ser
intermitente, paciente refere esforço e fadiga vocal.
◦ Tratamento quase sempre cirúrgico; terapia vocal pré e
pós cirúrgica, pré - com orientações de higiene vocal
pode regredir edema que envolve o pólipo; pós –
geralmente de curta duração para retirada de esforço
vocal.

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 EDEMA DE REINKE (ORGANOFUNCIONAL)
◦ Definição: lesão difusa na CSLP, com acúmulo de fluido. Edema
translúcido, passando a ser avermelhado com o tempo. Pode ser
chamado de degeneração polipóide, hipertrofia edematosa crônica,
polipose difusa ou cordite polipóide. Ocorre em indivíduos adultos de
ambos os sexos, entre 45 e 65 anos de idade, com associação ao uso
abusivo da voz e tabagismo, mais visto em mulheres.
◦ Aspectos histológicos: aumento de fluido na CSLP.
◦ Etiologia: reação natural do tecido ao trauma fonatório associado ao
tabagismo de longa data. Pode estar relacionado ao hipotireoidismo.
Irritantes dispersos no ar, como fumaças industriais e poeira, abuso
vocal e cigarro.

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 EDEMA DE REINKE (ORGANOFUNCIONAL)
◦ características vocais: voz grave para a idade e sexo do paciente e
rouquidão; por vezes creptante, principalmente no sexo masculino,
socialmente considerada sexy e sensual, o que atrasa a busca de
diagnóstico e tratamento adequados. Encontramos também modulação
restrita. Extensão fonatória limitada. Queixa respiratória,
incoordenação fono-respiratória, em casos severos.

◦ TRATAMENTO
◦ Cirúrgico: sucção do edema
◦ Fonoterapia: orientações sobre higiene vocal, hidratação, apoio
emocional à interrupção do cigarro e controle do estresse, além de
retirada de esforço vocal para adequação do movimento muco-
ondulatório da mucosa.

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 GRANULOMA (ORGANOFUNCIONAL)
◦ Definição: lesão de aspecto proliferativo, caracterizado por crescimento
benigno de tecido de granulação hipertrófico. Coloração esbranquiçada,
amarelada ou avermelhada. Situa-se na região posterior da laringe, uni
ou bilateral.
◦ Aspectos histológicos: tecido de granulação, caracterizado por processo
cicatricial de uma superfície cruenta.
◦ Etiologia: funcional, orgânica ou mista.
◦ Funcional: resultado de desvios no comportamento vocal que envolvem
pressão e atrito na região posterior da laringe, durante a fonação.
Característico de indivíduos autoritários e agressivos têm maior
tendência a desenvolver granuloma.
◦ Orgânico: por trauma químico (refluxo gastroesofágico ou inalação de
substâncias irritantes); por trauma direto pós-intubação; granulomas
por cicatrização de áreas cirúrgicas da laringe (laringectomias parciais)
ou traumas externos como socos no pescoço ou acidente
automobilístico.

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 GRANULOMA
◦ Características vocais: emissão grave, tensa, como ataque vocal brusco,
intensidade forte. Qualidade vocal também crepitante, comprimida .
Observa-se também síndrome da tensão músculo-esquelética.. Em casos
de o granuloma não ser de origem funcional, o paciente pode não
apresentar alterações vocais, e sim sensação de corpo estranho, bola na
garganta, impressão de fisgada, pigarro constante, dor à deglutição

◦ TRATAMENTO
◦ Cirúrgico: não garante a resolução do problema por formar mais tecido
fibrótico naquela região.
◦ Fonoterapia: pode ser frustrante; é indicada quando há envolvimento do
comportamento vocal, tanto como fator causal, quanto consequencial.
Deve envolver mudanças no comportamento vocal, como suavização da
emissão.
◦ Há duas abordagens de terapia: de arrancamento (não usada, técnica
para amputar o granuloma “pediculado”) e atradicional

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 LEUCOPLASIA
◦ Definição: placas esbranquiçadas, pela OMS como
qualquer placa branca em superfície mucosa que não se
parece com qualquer outra doença.
◦ Aparece em média próximo aos 40 anos, em ambos os
sexos, com prevalência para homens;
◦ Lesão pré-neoplásica;
◦ Sinônimos: queratose, hiperqueratose, queratose com
atipia celular, paquidermia;
◦ Aspectos histológicos: lesão passa por fases: hiperplasia
generalizada, depois observa-se células com atipias, e
finalmente displasia. Essencial diagnóstico precoce.
◦ Nos fumantes há leucoplasia com espectro de mudanças
teciduais pré-cancerígenas;

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 LEUCOPLASIA
◦ Fatores causais e incidência: fumo apontado como fator
principal; seguido por alterações do comportamento vocal;
vemos também no alcoolismo, deficiências nutricionais e
infecções das vias aéreas superiores;.
◦ Características vocais: voz apresenta-se rouco-áspera,
pelo fato de acometer a cobertura, aumentando a massa e
a rigidez. Apresenta fadiga vocal, cansaço e falta de
resistência ao uso continuado.
◦ Características laringológicas: pregas vocais com áreas
esbranquiçadas, rasas ou discretamente elevadas;
investigação histológica crucial para diagnóstico
diferencial para carcinoma.

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