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Curso de Fonoaudiologia

Unidade Curricular: Anatomia II

AULA 03: BOCA, LÍNGUA E DENTES

Prof.: DIOGO DE SOUZA VARGAS

Itaperuna, 2019
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Da aula
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Seios Paranasais
• Cavidades ocas situadas ao lado das fossas nasais. Comunicam-se com
estas por intermédio de canais e óstios.
• Os chamados Seios Paranasais anteriores (Frontal, Maxilar e Etmóide
anterior) desembocam ao nível do Meato Médio, e os denominados Seios
Paranasais posteriores (Etmóide e Esfenóide) desembocam no Meato
Superior.

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Seios Paranasais - Função
• Diminuir o peso da parte frontal do crânio;
• Aumentar a ressonância da voz;
• Proteger as estruturas intra-orbitais e intracranianas na
eventualidade de traumas, absorvendo parte do impacto;
• Contribui para a secreção de mucos;
• Umidifica e aquece o ar inalado;
• Equilibram a pressão na cavidade nasal durante as variações
barométricas (espirros e mudanças bruscas de altitude).

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Seios Maxilares
• São os maiores dos Seios Paranasais,
estão localizados no interior da Maxila.
Normalmente segmentados por septos
ósseos. Comunicam com a cavidade nasal
através do óstio sinusal maxilar no meato
nasal médio.

• Ao nascimento são pequenos e limitados à


porção medial do osso maxilar, com o
crescimento, expandem-se e ocupam
larga extensão da maxila, alcançando seu
máximo desenvolvimento após a segunda
dentição.

Variam em relação à forma e ao tamanho, podendo, também, apresentar


variações entre os lados direito e esquerdo, em um mesmo indivíduo.
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Seios Frontais

• Localizados no osso Frontal,


superior aos arcos
superciliares, raramente são
simétricos; quase sempre o
septo entre eles está
desviado para um ou outro
lado da linha mediana. Estão
ausentes, ao nascimento; e
começam a se desenvolver No entanto existem fatores que podem
modificar sua morfologia, por exemplo,
após os dois anos. Cessam
aumento da ventilação durante os exercícios
seu crescimento aos 20 físicos em atletas, devido ao aumento da
anos, permanecendo pressão interna das cavidades, promovendo
inalterados durante toda a uma hiperpneumatização dos seios. Outra
vida adulta. forma de alterar a forma desses seios seriam
infecções graves, tumores, fraturas etc.
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Curso de Fonoaudiologia

Unidade Curricular: Anatomia II

AULA 03: BOCA, LÍNGUA E DENTES

Prof.: DIOGO DE SOUZA VARGAS

Itaperuna, 2019
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MM. FACIAIS / MÍMICA
CAVIDADE
ORAL FUNÇÃO BIOLÓGICA (comunicação com o meio externo;
mastigação; deglutição)
BOCA
FUNÇÃO NÃO-BIOLÓGICA (“Bucalidade”; gerar sons)

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REGIÃO PERIORAL E LÁBIOS

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BOCA
• Vestíbulo
• Cavidade Oral Propriamente Dita

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BOCA - Vestíbulo
• Limitado externamente por lábios e bochechas e internamente por
gengivas e dentes;
• Recebe glândulas labiais;
• Ducto Parotídeo se abre no nível do 2º molar superior;
• Comunica-se com cavidade oral por Espaço Retromolar;
• Os Frênulos labiais superior e inferior ficam em posição mediana

Espaço Retromolar

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FRÊNULOS LABIAL

Freio Normal Indicação de Frenectomia

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VESTÍBULO BUCAL

LINHA ALBA DA BOCHECHA -


Hiperqueratinização devido a traumas físicos

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BOCA - Cavidade Oral Propriamente Dita

• Limitada anterior e lateralmente pelas gengivas, dentes e arcos


alveolares; e posteriormente separada da orofaringe pelo istmo das
fauces (arcos palatoglossos).
• Assoalho: diafragma oral (formado pelos MM. Milo-hioideos e
Geniohioideos) e língua. 18
BOCA - Cavidade Oral
Propriamente Dita

– Frênulo da língua (mediano)


– Papila sublingual (abertura gl. Submandibular: posição medial)
– Prega sublingual (abertura gl. Sublingual: posição lateral)

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VARICOSIDADES

SIALOLITÍASE

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ANQUILOGLOSSIA

Anquiloglossia (freio lingual curto/espesso): pode variar de grau leve a


anquiloglossia completa.
Pode causar problemas na fala, na deglutição e problemas periodontais e
na arcada inferior (diastema).
Avaliar o completo desenvolvimento da língua (4-5 anos).
Tratamento: cirúrgico e fonoaudiológico.
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• O MM. Milo-hióideo insere-se em toda extensão da linha milo-hióidea, e
ao encontrar-se com o do lado oposto forma a chamada Rafe Milo-
hióidea (fino cordão tendíneo que vai da mandíbula ao hióide).

• Os MM. Milo-hióideos formam o soalho muscular da boca. 24


LÍNGUA
• Principal órgão do sentido do gosto e um importante órgão da fala, além
de auxiliar na mastigação e deglutição dos alimentos. Localiza-se no
soalho da boca.

• Ápice
• Borda
• Dorso (face superior)
• Superfície inferior
(voltado para o
assoalho da boca)
• Raiz

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LÍNGUA
•Ápice: repousa sobre os
dentes incisivos

•Borda: relaciona-se com


gengivas e dentes

•Dorso: parte oral (2/3 ant.)


separada da faríngea (1/3
post.) por sulco terminal (em
forma de V).
•Forame cego ( origem do
Ducto Tireoglosso no embrião)
– Sulco mediano

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LÍNGUA

• Papilas filiformes: dorso


da parte oral
• Papilas fungiformes:
borda e ápice
• Papilas valadas: papila
circundada por vallum.
No sulco terminal em nº
de 3 a 14
• Papilas folhadas: parte
posterior da borda.

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LÍNGUA PILOSA (NEGRA)
• Acúmulo (excesso de produção ou diminuição da descamação normal) de
ceratina nas papilas filiformes da superfície dorsal da língua (semelhante a
cabelos);
• Fortemente associado ao fumo. Outros possíveis fatores: terapêutica com
antibióticos, higiene oral deficiente, radioterapia, uso de bochechos com
antiácidos ou oxidantes, ou proliferação por bactérias ou fungos.

• Condição benigna,
sem sequela grave
(apenas estética e
halitose);

• Tratamento: remoção
da causa e raspagem
periódica.

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LÍNGUA
*Raiz: repousa sobre o “diafragma oral” (M. Milohioideo).
Passagem de todos os vasos, nervos e músculos extrínsecos.
Não está recoberta por mucosa

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Língua
• A raiz é a parte posterior, por onde se liga ao Osso Hioide pelo MM.
Hioglosso; se liga à Epiglote, por três pregas da mucosa (Pregas
Glossoepiglóticas); ao Palato Mole, pelos Arcos Palato-glossos, e à Faringe,
pelos MM. Constritores Superiores da Faringe.

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Músculos da Língua
• MM. Intrínsecos: longitudinais superior e inferior, transverso e vertical
• MM. Extrínsecos:
– Genioglosso: forma de leque. Origina-se da espinha mental
– Hioglosso: quadrilátero. Origina-se do corno sup. do Hioide.
– Condroglosso:
origem no hióide
- Estiloglosso: origem
no processo estilóide
– Palatoglosso

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Língua - Inervação
– Motora: N. hipoglosso (NC XII).

– Sensitiva
• Parte oral
– Sensibilidade geral
(Aferente Somático
Geral): N. Lingual do
Mandibular
–Gustação (Aferente
Visceral Especial): N.
Corda do Tímpano do
N. Facial
• Parte Faríngea: N.
Glossofaríngeo

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Palato
• 2/3 anteriores: palato duro (formados
pelo processo palatino da maxila e
lâmina horizontal do palatino)
– Seu periósteo contém gls. Palatinas
(mucosas)
– Rafe palatina mediana: termina na papila
incisiva
– Pregas palatinas transversas: contribuem
na fixação dos alimentos durante a
mastigação
– Toro palatino (inconstante)
• 1/3 posterior: palato mole ou véu
palatino

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Palato mole (véu palatino)
– M. da úvula: eleva a úvula
– M. levantador do véu palatino: move o
palato em direção superior e posterior,
durante fonação e deglutição.
• Também é o principal levantador da faringe

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TONSILAS
Constituído de tecido linfóide presente nas mucosas de vários
sistemas do organismo, como por exemplo na mucosa do aparelho
digestivo, respiratório, urinário.
•Situados em locais estratégicos, geralmente sujeitos a entrada de
antígenos (moléculas ou microorganismos) vindos do exterior.
•Na cavidade bucal há várias tonsilas: tonsilas linguais, tonsilas
faríngeas e tonsilas palatinas
•As tonsilas linguais se situam na porção dorso-lateral da língua,
uma de cada lado.
•As tonsilas faríngeas se situam na porção posterior da nasofaringe
(quando inflamada e aumentada de volume era denominada
"adenóide").
•As tonsilas palatinas são as maiores e constituem duas massas
salientes, visíveis na porção dorsal da orofaringe(antigamente
denominadas "amígdalas").

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TONSILAS

AMIGDALITE

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Dentes
• Os dentes são estruturas duras, fixadas nos alvéolos da mandíbula e
maxila que são usados na mastigação e na assistência à fala.
Crianças têm 20 dentes decíduos.
• Adultos normalmente possuem 32 dentes secundários.

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DENTES

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OCLUSÃO (Classificação de Angle)

CLASSE II SUBDIVISÃO II
(ICS VERTICALIZADOS)

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Mordida Aberta Anterior (MAA)
• Esta má oclusão causa grande comprometimento nas funções
mastigatórias e fonatória, por dificultar a apreensão e o corte de
alimentos e a pronúncia de alguns fonemas. Além disso, pode prejudicar a
estética e afetar a auto-estima de quem a possui, o que justifica sua
correção (URSI, 1990; ENGLISH, 2002).
• Diversos fatores podem contribuir para MAA, sendo a presença de hábitos
bucais deletérios apontada como fator decisivo ao seu desenvolvimento
(CHEVITARESE, 2002).

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• O tratamento da Mordida Aberta Anterior deve ser multidisciplinar,
envolvendo principalmente a fonoaudiologia e a utilização de vários
recursos reeducadores e mecânicos. Ainda, é necessário diferenciar a
Mordida Aberta Anterior dentária, esquelética e dentoalveolar, para
que se estabeleçam metas e condutas de tratamento ortodôntico.

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SÍNDROME DO RESPIRADOR BUCAL/ SÍNDROME DA FACE ALONGADA

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RESPIRADOR BUCAL “PURO”
É o indivíduo com impossibilidade total de respirar pelo nariz.
Caracteriza-se resumidamente por:
- Hipoplasia global da mandíbula, com retrognatismo, hipomentorismo e
grande intrusão da arcada inferior;
-Palato ogival (atrésico);
-Alongamento, protrusão da arcada superior;
-Lábio superior curto e espesso;
-Exposição excessiva dos incisivos superiores quando em repouso;
-Nariz curto vertical.

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• O paciente respirador bucal, geralmente, apresenta uma série de
características faciais: narinas estreitas, por não se dilatarem durante a
inspiração, há uma falta de função, acarretando no seu estreitamento; lábios
entreabertos que propiciam a passagem do ar; lábios ressecados devido à falta
de selamento dos lábios e à passagem constante do ar (QUELUZ; GIMENEZ;
2000).

• Os lábios tornam-se hipotônicos na maioria das vezes, pois não exercem sua
função adequada, por estarem entreabertos; expressão inerte e aspecto
abatido do paciente, devido à dificuldade em respirar adequadamente pelas
vias aéreas (PELLIZONE et al., 1996).

• Ainda, existem algumas características intrabucais comuns ao respirador bucal,


tais como: a conformação atrésica da maxila e a falta de selamento labial
induzem à protrusão dos incisivos superiores; a mandíbula permanece
abaixada nos respiradores bucais, portanto a musculatura com maior
tonicidade dos lábios inferiores exerce pressão nas faces vestibulares dos
incisivos inferiores, inclinando-os para lingual; palato ogival, ocasionado pelo
estreitamento transversal da maxila, decorrente da perda do equilíbrio
funcional entre a musculatura peribucal e a língua. Para que ocorra a passagem
do ar pela cavidade bucal, a língua abaixa-se e não imprime no palato a
pressão estimuladora do crescimento transversal da maxila. Essa atresia
transversal maxilar confere uma mordida cruzada posterior, que pode 47
ser
acompanhada ou não pela mordida aberta anterior (ALMEIDA et. al., 2000).
Aleitamento

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Sucção de dedo (digital) (hábito de sucção não nutritivo)

A sucção de polegar acarreta a inclinação dos


incisivos superiores para vestibular e inferiores
para lingual (REIS, et al., 2007).
Hábitos de sucção não nutritivos estão associados
à alta prevalência de más oclusões na dentadura
decídua como a Classe II de Angle, mordida aberta
anterior, aumento do trespasse horizontal,
diminuição da largura do arco maxilar e maior
possibilidade de mordida cruzada posterior.
WARREN et al., (2001

O dedo ou a chupeta, durante a sucção, interpõem-se entre os incisivos superiores e inferiores,


restringindo a erupção destes dentes, enquanto os dentes posteriores continuam a
ERUPCIONAR no sentido vertical. Hábitos de sucção prolongados também criam um obstáculo
mecânico e um errado posicionamento da língua durante a deglutição (POSICIONAMENTO
LINGUAL ATÍPICO). Estas alterações geralmente resultam em MORDIDA ABERTA ANTERIOR
(WALTER; ISSAO; FERELLI). 49

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