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DIGESTÓRIO
NATALIA PAIVA
SEMESTRE III
ANATOMIA
SISTEMA DIGESTÓRIO
® O sistema digestório é um conjunto de órgãos que tem como função a realização da digestão.
• Obter as moléculas necessárias para a manutenção, o
crescimento e as demais necessidades energéticas do
organismo a partir dos alimentos ingeridos.
• A sua extensão vai desde a boca até o ânus (em média 8
metros).
® Consiste no trato digestório e suas glândulas associadas:
• Trato digestório:
o Cavidade oral
o Esôfago
o Estômago
o Intestino delgado
o Intestino grosso
• Glândulas associadas:
o Glândulas salivares
o Fígado
o Pâncreas
® O trato digestório pode ser dividido em:
• Trato digestório alto
o É composto pela boca, faringe, esôfago e estômago.
• Trato digestório baixo
o É composto pelo intestino delgado e grosso.
REGIÃO ORAL
® É na cavidade oral que se sente o sabor dos alimentos e das bebidas e que o alimento é mastigado e manipulado
pela língua.
® A cavidade oral (boca) tem duas partes:
• Vestíbulo da boca:
o O vestíbulo da boca é o espaço semelhante a uma fenda entre os dentes e a gengiva e os lábios e
as bochechas.
o O vestíbulo comunica-se com o exterior através da rima (abertura) da boca.
o O tamanho da rima é controlado pelos músculos periorais:
1. Orbicular da boca (o esfíncter da rima da boca)
2. Bucinador
3. Risório
4. Depressores e elevadores dos lábios (dilatadores da rima).
• Cavidade própria da boca:
o A cavidade própria da boca é o espaço entre as arcadas ou arcos dentais maxilar (superior) e
mandibular (inferior) (arcos alveolares maxilar e mandibular e os dentes que sustentam).
o Limites:
5. Lateral e anteriormente: pelos arcos dentais.
6. Superior: o teto da cavidade oral é formado pelo palato.
7. Posteriormente, a cavidade oral comunica-se com a parte oral da faringe
(orofaringe).
o Quando a boca está fechada e em repouso, a cavidade oral é totalmente ocupada pela língua.
Estruturas:
a. Rima da boca
b. Ângulo da boca
c. Comissura dos lábios
d. Cavidade própria da boca
e. Gengiva labial superior e inferior
f. Túnica mucosa labial e alveolar
g. Frênulo da língua
h. Frênulo do lábio superior e inferior
i. Carúncula sublingual
j. Prega sublingual
k. Óstio do ducto da glândula submandibular
l. Óstio do ducto da glândula sublingual
m. Assoalho da boca
VESTÍBULO DA BOCA
® As gengivas são formadas por tecido fibroso coberto por túnica mucosa.
® A gengiva propriamente dita está firmemente presa aos processos alveolares da mandíbula e da maxila e aos colos
dos dentes.
® Gengiva propriamente dita: adjacentes à língua são as gengivas linguais superior e inferior.
• A gengiva propriamente dita normal é rósea, pontilhada e queratinizada.
® Gengivas labial: adjacentes aos lábios e às bochechas são as gengivas labial ou bucal maxilar e mandibular,
respectivamente.
® A túnica mucosa alveolar é normalmente vermelho-brilhante e não queratinizada.
LÁBIO
® Definição: os lábios são pregas musculofibrosas móveis que circundam a boca, estendendo-se dos sulcos
nasolabiais e narinas lateral e superiormente até o sulco mentolabial inferiormente.
® Músculos: contêm o músculo orbicular da boca.
® Os lábios são cobertos externamente por pele e internamente por túnica mucosa.
• A zona de transição dos lábios (muitas vezes considerada como sendo o próprio lábio), que varia de marrom
a vermelha, continua até a cavidade oral, onde é contínua com a túnica mucosa da boca.
• Essa membrana cobre a parte intraoral, vestibular dos lábios.
• Os frênulos dos lábios são pregas de margem livre da túnica mucosa na linha mediana, que se estendem da
gengiva vestibular até a túnica mucosa dos lábios superior e inferior;
BOCHECHA
® As bochechas têm estrutura quase igual à dos lábios, com os quais são contínuas.
® As bochechas são as paredes móveis da cavidade oral.
® Anatomicamente, a face externa das bochechas constitui a região bucal limitada:
• Anteriormente: pelas regiões oral e mentual (lábios e queixo)
• Superiormente pela região zigomática
• Posteriormente pela região parotideomassetérica e inferiormente pela margem inferior da mandíbula.
® Músculos: os principais músculos das bochechas são os bucinadores.
• Várias pequenas glândulas bucais situam-se entre a túnica mucosa e os músculos bucinadores.
• Superficialmente aos músculos bucinadores há coleções encapsuladas de gordura;
LÍNGUA
® A língua é um órgão muscular móvel recoberto por túnica mucosa que pode assumir vários formatos e posições.
® Uma parte da língua está situada na cavidade oral e a outra na parte oral da faringe.
® Funções:
• Articulação (formar palavras durante a fala)
• Compressão do alimento para a parte oral da faringe como parte da deglutição.
• A língua também está associada à mastigação, ao paladar e à limpeza da boca.
PARTES LÍNGUA:
A língua é dividida em três partes:
Raiz:
® A raiz da língua é a parte posterior fixa que se estende
entre a mandíbula, o hioide e a face posterior, quase
vertical, da língua.
® A túnica mucosa da parte posterior da língua é espessa e
livremente móvel. Não tem papilas linguais, mas os
nódulos linfoides subjacentes conferem a essa parte da
língua uma aparência irregular, em pedra de calçamento.
® Os nódulos linfoides são conhecidos coletivamente como tonsila lingual.
Corpo:
® O corpo da língua corresponde aproximadamente aos dois terços anteriores, entre a raiz e o ápice
Ápice:
® O ápice (ponta) da língua é a extremidade anterior do corpo, que se apoia sobre os dentes incisivos. O corpo e o
ápice da língua são muito móveis.
Fáceis da língua
® A margem da língua que separa as duas faces está relacionada de cada lado com a gengiva lingual e os dentes
laterais.
Dorso:
® A face mais extensa, superior e posterior.
® O dorso da língua é caracterizado por um sulco em forma de V, o sulco terminal da língua, cujo ângulo aponta
posteriormente para o forame cego.
• O sulco terminal divide o dorso da língua transversalmente:
o parte pré-sulcal na cavidade própria da boca
o parte pós-sulcal na parte oral da faringe.
• O sulco mediano divide a parte anterior da língua em metades direita e esquerda.
o A túnica mucosa da parte anterior do dorso da língua é relativamente fina e está bem fixada ao
músculo subjacente.
Inferior:
® A face inferior da língua geralmente descansa sobre o assoalho da boca.
® A face inferior da língua é coberta por túnica mucosa fina e transparente. E
® Essa superfície está unida ao assoalho da boca por uma prega mediana denominada frênulo da língua.
• O frênulo permite o movimento livre da parte anterior da língua.
• De cada lado do frênulo, há uma veia lingual profunda visível através da túnica mucosa fina.
® Há uma carúncula (papila) sublingual de cada lado da base do frênulo da língua, que inclui o óstio do ducto
submandibular da glândula salivar submandibular.
Papilas Linguais:
® Papilas circunvaladas:
• Forma: grandes e com topo plano,
• Localização: situam-se diretamente anteriores ao sulco terminal e são organizadas em uma fileira em
formato de V.
• Características: são circundadas por depressões circulares profundas, cujas paredes estão repletas
de calículos gustatórios. Os ductos das glândulas serosas da língua abrem-se nas depressões
® Papilas folhadas:
• Forma: pequenas pregas
• Localização: laterais da túnica mucosa lingual
MÚSCULOS DA LÍNGUA
® Os músculos da língua não atuam isoladamente e alguns músculos realizam várias ações.
• Partes de um único músculo podem ter ações independentes e diferentes, até mesmo antagonistas.
® Os músculos da língua:
• Músculos extrínsecos: modificam a posição da língua
o Genioglosso, hioglosso, estiloglosso e palatoglosso
• Músculos intrínsecos: modificam seu formato.
o Músculos longitudinais superior e inferior, transverso e vertical
o Os músculos longitudinais superior e inferior atuam juntos para tornar a língua curta e grossa e
para retrair a língua protrusa.
o Os músculos transverso e vertical atuam simultaneamente para tornar a língua longa e estreita.
® Os quatro músculos intrínsecos e quatro músculos extrínsecos em cada metade da língua são separados por um
septo da língua fibroso mediano, que se funde posteriormente com a aponeurose lingual.
Fixação
Músculo Formato e posição Fixação distal Principal(is) ação(ões)
proximal
a
Músculos extrínsecos da língua
Genioglosso Músculo em forma de Por na parte Todo o dorso da língua; A atividade bilateral abaixa a língua, em especial a
leque; representa a maior superior da as fibras inferiores e parte central, criando um sulco longitudinal; a parte
parte da língua mandíbula posteriores fixam-se ao posterior puxa a língua anteriormente para
a
corpo do hioide protrusão; a parte anterior retrai o ápice da língua
protrusa; a contração unilateral desvia (“balança”)
a língua para o outro lado
Hioglosso Músculo fino, quadrilátero Hioide Faces inferiores da parte Abaixa e ajuda a encurtar (retrair) a língua
lateral da língua
Estiloglosso Músculo triangular Processo Laterais da língua Retrai a língua e curva (eleva) suas laterais.
pequeno e curto estiloide posteriormente,
interdigitando-se com o
M. hioglosso
b
Palatoglosso Músculo palatino estreito Palato mole Região posterolateral da Capaz de elevar a parte posterior da língua ou
em formato de meia-lua; língua abaixar o palato mole; mais comumente contrai o
constitui a coluna istmo das fauces
posterior do istmo das
fauces
a
Músculos intrínsecos da língua
Longitudinal Camada fina situada Tela fibrosa Margens da língua e Curva a língua longitudinalmente para cima,
superior profundamente à túnica submucosa e túnica mucosa elevando o ápice e as laterais da língua; encurta
mucosa do dorso da septo fibroso (retrai) a língua
língua mediano
Longitudinal Faixa estreita próximo da Raiz da língua e Ápice da língua Curva a língua longitudinalmente para baixo,
inferior face inferior corpo do hioide abaixando o ápice; encurta (retrai) a língua
c
Transverso Situado profundamente Septo fibroso Tecido fibroso nas Estreita e alonga (protrai) a língua
ao M. longitudinal mediano margens laterais da
superior língua
Vertical As fibras cruzam o Dorso da língua Face inferior das Achata e alarga a língua
músculo transverso margens da língua
INERVAÇÃO DA LÍNGUA
Músculos
® Nervo hipoglosso, NC XII (inervação motora) todos os músculos da língua, com exceção do palatoglosso.
• O músculo palatoglosso é um músculo palatino inervado pelo Nervo Vago NC X.
Dois terços anteriores
® Nervo lingual:
• Ramificação do Nervo trigêmeo, NC V
• Sensibilidade geral (tato e temperatura)
® Nervo corda do tímpano:
• Ramificação do Nervo facial, NC VII
• Sensibilidade especial (paladar)
• Com exceção das papilas circunvaladas.
Terço posterior
® Nervo glossofaríngeo, NC IX (ramo lingual):
• Mucosa do terço posterior da língua
• Papilas circunvaladas são supridas
• Sensibilidade geral e especial.
® Brotos do nervo laríngeo interno, um ramo do nervo vago (NC X), são responsáveis sobretudo pela sensibilidade
geral, mas também por parte da sensibilidade especial, de uma pequena área da língua imediatamente anterior à
epiglote. Esses nervos basicamente sensitivos também conduzem fibras secretomotoras parassimpáticas para as
glândulas serosas na língua.
Sensações do paladar
® Existem quatro sensações básicas de paladar: doce, salgado, ácido e amargo.
• Doce: é detectado no ápice
• Salgado, nas margens laterais
• Sabores ácido e amargo, na parte posterior da língua.
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IRRIGAÇÃO E DRENAGEM
® As artérias da língua são derivadas da artéria lingual, que se origina da artéria carótida externa:
• Artérias dorsais da língua vascularizam a raiz;
• Artérias profundas da língua vascularizam o corpo da língua.
o As artérias profundas da língua comunicam-se entre si perto do ápice da língua.
o O septo da língua impede a comunicação entre as artérias dorsais da língua.
• Artérias sublinguais são responsáveis pela vascularização do assoalho da boca, inclusive das glândulas
sublinguais.
® As veias da língua são as veias dorsais da língua, que acompanham a artéria lingual:
• Veias profundas da língua, que começam no ápice da língua, seguem em sentido posterior além do frênulo
lingual para se unirem à veia sublingual.
® A drenagem linfática da língua é excepcional. A maior parte da drenagem linfática converge para a drenagem
venosa e a acompanha; mas a linfa da extremidade da língua, do frênulo e da parte central do lábio inferior segue
um trajeto independente).
® A linfa da língua segue quatro trajetos:
1. A linfa da raiz drena
bilateralmente para os
linfonodos cervicais profundos
superiores
2. A linfa da parte medial do
corpo drena bilateral e
diretamente para os linfonodos
cervicais profundos inferiores
3. A linfa das partes laterais
direita e esquerda do corpo
drena para os linfonodos
submandibulares ipsolaterais
4. O ápice e o frênulo drenam para os linfonodos submentuais, e a porção medial tem drenagem bilateral.
® Toda a linfa da língua acaba drenando para os linfonodos cervicais profundos e chega, via troncos venosos
jugulares, ao sistema venoso nos ângulos venosos direito e esquerdo.
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Estruturas:
• Partes: Raiz, corpo e ápice
• Faces: Inferior e dorso
• Margem da língua
• Sulco mediano
• Sulco terminal
• Forame cego
• Parte pré-sucal e pós-sucal
• Túnica mucosa da língua
• Papilas linguais
• Tonsila palatina
• Tonsila lingual
• Músculos extrínsecos da língua (genioglosso, hioglosso, estiloglosso e palatoglosso).
• Músculos intrínsecos da língua (músculos longitudinais superior e inferior, transverso e vertical).
• Inervação motora (nervo hipoglosso) e sensitiva (nervo lingual, nervo corda do tímpano, nervo
glossofaríngeo e nervo laríngeo interno)
• Irrigação arterial: Artéria lingual e ramos
• Drenagem venosa: Veia lingual e ramos
GLÂNDULAS SALIVARES
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® Os nervos secretomotores derivam de fibras parassimpáticas craniais do facial; as fibras simpáticas provêm do
gânglio cervical superior.
Glândulas sublinguais:
® São as menores e mais profundas das três glândulas, com seus ductos localizados no assoalho da boca.
® É irrigada pelas artérias sublinguais e submentonianas.
® Os nervos derivam de maneira idêntica aos da glândula submandibular.
FARINGE
® Faringe é a parte expandida superior do sistema digestório, posterior às cavidades nasal e oral, que se estende
inferiormente além da laringe.
® A faringe estende-se da base do crânio até a margem inferior da cartilagem cricóidea anteriormente e a margem
inferior da vértebra C VI posteriormente.
® Interior da faringe. A faringe é dividida em três partes:
Parte nasal da faringe (nasofaringe):
® Posterior ao nariz e superior ao palato mole.
® A parte nasal da faringe tem função respiratória, é a extensão posterior das cavidades nasais.
® O nariz abre-se para a parte nasal da faringe através de dois cóanos.
® O tecido linfoide é agregado em algumas regiões para formar massas denominadas tonsilas.
• A tonsila faríngea (comumente chamada de adenoide quando aumentada) está situada na túnica mucosa
do teto e parede posterior da parte nasal da faringe.
® Há uma projeção lateral da faringe, semelhante a uma fenda, o recesso faríngeo, que se estende lateral e
posteriormente.
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Parte oral da faringe (orofaringe):
® Posterior à boca.
® A parte oral da faringe tem função
digestória.
® Os limites são:
• Superior, palato mole;
• Inferior, base da língua;
• Laterais, arcos palatoglosso e
palatofaríngeo. Estende-se do palato mole até a margem superior da epiglote.
® As tonsilas palatinas são coleções de tecido linfoide de cada lado da parte oral da faringe no intervalo entre os
arcos palatinos.
® A deglutição é o processo completo que transfere um bolo de alimento da boca através da faringe e esôfago para o
estômago. O alimento sólido é mastigado e misturado com a saliva para formar um bolo macio e mais fácil de
engolir.
® A deglutição ocorre em três estágios:
Estágio 1: voluntário; o bolo é comprimido contra o palato e empurrado da boca para a parte oral da faringe,
principalmente por movimentos dos músculos da língua e do palato mole.
Estágio 2: involuntário e rápido; o palato mole é elevado, isolando a parte nasal da faringe das partes oral e
laríngea. A faringe alarga-se e encurta-se para receber o bolo alimentar enquanto os músculos supra-hióideos e os
músculos faríngeos longitudinais se contraem, elevando a laringe
Estágio 3: involuntário; a contração sequencial dos três músculos constritores da faringe cria uma crista peristáltica
que força a descida do bolo alimentar para o esôfago.
Parte laríngea da faringe (laringofaringe):
® A parte laríngea da faringe situa-se posteriormente à laringe, estendendo-se da margem superior da epiglote e das
pregas faringoepiglóticas até a margem inferior da cartilagem cricóidea, onde se estreita e se torna contínua com o
esôfago.
® Posteriormente, a parte laríngea da faringe mantém relação com os corpos das vértebras C IV a C VI. As paredes
posterior e lateral são formadas pelos músculos constritores médio e inferior da faringe.
® Internamente a parede é formada pelos músculos palatofaríngeo e estilofaríngeo.
® A parte laríngea da faringe comunica-se com a laringe através do ádito da laringe em sua parede anterior.
® O recesso piriforme é uma pequena depressão da parte laríngea da faringe de cada lado do ádito da laringe. Esse
recesso revestido por túnica mucosa é separado do ádito da laringe pela prega ariepiglótica.
MÚSCULOS DA FARINGE
® A parede da faringe é excepcional para o trato alimentar, tem uma lâmina muscular formada apenas por músculo
voluntário disposto em uma camada interna de músculo longitudinal e uma camada circular externa.
• A maior parte do trato alimentar é composta de músculo liso, com uma camada de músculo longitudinal
externa e uma camada circular interna.
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® A camada circular externa de músculos faríngeos consiste em três constritores da faringe: superior, médio e
inferior
• A contração dos músculos constritores da faringe é involuntária, de modo que a contração ocorre de modo
sequencial da extremidade superior para a extremidade inferior da faringe, impulsionando o alimento para
o esôfago.
• Os três músculos constritores são supridos pelo plexo nervoso faríngeo formado por ramos faríngeos dos
nervos vago e glossofaríngeo e por ramos simpáticos do gânglio cervical superior
• O plexo faríngeo situa-se na parede lateral da faringe, principalmente sobre o músculo constritor médio.
® Os músculos longitudinais internos são o palatofaríngeo, o estilofaríngeo e o salpingofaríngeo.
• Esses músculos elevam a laringe e encurtam a faringe durante a deglutição e a fala.
Músculo Origem Inserção Inervação Principal ação
Camada externa
Camada interna
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IRRIGAÇÃO E DRENAGEM
® Um ramo da artéria facial, a artéria tonsilar atravessa o músculo constritor superior da faringe e entra no polo
inferior da tonsila palatina e irriga a faringe.
® A tonsila também recebe brotos arteriais das artérias palatina ascendente, lingual, palatina descendente e faríngea
ascendente.
® A grande veia palatina externa (veia paratonsilar) desce do palato mole e passa perto da face lateral da tonsila
antes de entrar no plexo venoso faríngeo.
® Os vasos linfáticos tonsilares seguem em sentido lateral e inferior até os linfonodos perto do ângulo da mandíbula
e o linfonodo jugulodigástrico, denominado linfonodo tonsilar em razão de seu frequente aumento quando a
tonsila está inflamada (tonsilite).
INERVAÇÃO DA FARINGE
® A inervação da faringe (motora e a maior parte da sensitiva) deriva do plexo nervoso faríngeo.
® As fibras motoras no plexo são derivadas do nervo vago (NC X) através de seu ramo ou ramos faríngeos.
• Elas suprem todos os músculos da faringe e do palato mole, com exceção dos músculos estilofaríngeo
(suprido pelo NC IX) e tensor do véu palatino (suprido pelo NC V3).
• O músculo constritor inferior da faringe também recebe algumas fibras motoras dos ramos laríngeos
externo e recorrente do nervo vago.
® As fibras sensitivas no plexo são derivadas do nervo glossofaríngeo.
• Elas são distribuídas para as três partes da faringe.
® Além disso, a túnica mucosa das regiões anterior e superior da parte nasal da faringe é suprida principalmente pelo
nervo maxilar (NC V2).
® Os nervos tonsilares são derivados do plexo nervoso tonsilar formado por ramos dos nervos glossofaríngeo e vago.
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• A aponeurose tem a parte anterior espessa e a parte posterior fina, na qual se funde a uma parte muscular
posterior. Na parte posteroinferior o palato mole tem margem livre curva da qual pende um processo
cônico, a úvula.
® Durante a deglutição:
• Primeiro o palato mole é tensionado para permitir que a língua seja pressionada contra ele, levando o bolo
alimentar para a parte posterior da boca.
• Em seguida, o palato mole é elevado posterior e superiormente contra a parede da faringe, impedindo,
assim, a entrada de alimento na cavidade nasal.
® Na parte lateral, o palato mole é contínuo com a parede da faringe e é unido à língua e à faringe pelos arcos
palatoglosso e palatofaríngeo, respectivamente.
® Há algumas papilas gustativas no epitélio que cobre a face oral do palato mole, a parede posterior da parte oral da
faringe e a epiglote.
® As tonsilas palatinas, frequentemente denominadas “as tonsilas”, são massas de tecido linfoide, uma de cada lado
da parte oral da faringe. Cada tonsila está localizada em uma fossa (seio) tonsilar, limitada pelos arcos palatoglosso
e palatofaríngeo e pela língua.
® Seguindo posteriormente na linha mediana do palato, há uma crista esbranquiçada e estreita, a rafe do palato.
• Pode apresentar-se como uma crista na parte anterior e um sulco na parte posterior.
• A rafe do palato indica o local de fusão dos processos palatinos embrionários.
® O palato mole pode ser elevado de modo a ficar em contato com a parede posterior da faringe.
• Isso fecha o istmo faríngeo e exige que a pessoa respire pela boca.
® O palato mole também pode ser levado para baixo de modo a ficar em contato com a parte posterior da língua.
• Isso fecha o istmo das fauces, de modo que o ar expirado passa pelo nariz (mesmo quando a boca está
aberta) e evita que substâncias na cavidade oral entrem na faringe.
® A tensão do palato mole se dá em nível intermediário, de maneira que a língua pode ser empurrada contra ele,
comprimindo o alimento mastigado e impulsionando-o para a faringe, de onde é deglutido.
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Tensor do véu Fossa escafoide da lâmina N. pterigóideo Tensiona o palato mole e abre
palatino medial do processo medial (um ramo o óstio da tuba auditiva
pterigoide, espinha do do N. mandibular, durante a deglutição e o bocejo
esfenoide e cartilagem da NC V3) via gânglio
Aponeurose
tuba auditiva ótico
palatina
Levantador do Cartilagem da tuba auditiva Eleva o palato mole durante a
véu palatino e parte petrosa do deglutição e o bocejo
temporal
ESÔFAGO
® O esôfago é um tubo muscular (aproximadamente 25 cm de comprimento) com um diâmetro médio de 2 cm, que
conduz alimento da faringe para o estômago.
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® O esôfago normalmente tem três constrições, onde estruturas adjacentes deixam impressões:
• Constrição cervical (esfíncter superior do esôfago): em seu início na junção faringoesofágica, a
aproximadamente 15 cm dos dentes incisivos; causada pela parte cricofaríngea do músculo constritor
inferior da faringe.
• Constrição broncoaórtica (torácica): uma constrição combinada, no local onde ocorre primeiro o
cruzamento do arco da aorta e depois o cruzamento pelo brônquio principal esquerdo;
• Constrição diafragmática (esfíncter inferior): no local onde atravessa o hiato esofágico do diafragma, a
aproximadamente 40 cm dos dentes incisivos.
® O conhecimento dessas constrições é importante ao introduzir instrumentos no estômago através do esôfago e ao
examinar radiografias de pacientes com disfagia (dificuldade para engolir).
® O esôfago segue a curva da coluna vertebral ao descer através do pescoço e do mediastino — a divisão mediana da
cavidade torácica
® Tem lâminas musculares circulares internas e longitudinais externas.
• Terço superior: a lâmina externa consiste em músculo estriado voluntário;
• Terço inferior: é formado por músculo liso.
• Terço médio: tem os dois tipos de músculo.
® O alimento atravessa o esôfago rapidamente em razão da ação peristáltica de sua musculatura, auxiliado pela
gravidade, mas não depende dela (é possível engolir de cabeça para baixo).
® O esôfago está fixado às margens do hiato esofágico no diafragma pelo ligamento frenicoesofágico, uma extensão
da fáscia diafragmática inferior.
• Esse ligamento permite o movimento independente do diafragma e do esôfago durante a respiração e a
deglutição.
® A parte abdominal do esôfago, em forma de trompete, com apenas 1,25 cm de comprimento, vai do hiato
esofágico no pilar direito do diafragma até o óstio cárdico do estômago, alargando-se à medida que se aproxima
em posição anterior e à esquerda na sua descida.
• A face anterior é coberta por peritônio da cavidade peritoneal, contínuo com aquele que reveste a face
anterior do estômago. Encaixa-se em um sulco na face posterior (visceral) do fígado.
• A face posterior da parte abdominal do esôfago é coberta por peritônio da bolsa omental, contínuo com
aquele que reveste a face posterior do estômago.
• A margem direita do esôfago é contínua com a curvatura menor do estômago; entretanto, sua margem
esquerda é separada do fundo gástrico pela incisura cárdica existente entre o esôfago e o fundo gástrico.
® A junção esofagogástrica situa-se à esquerda da vértebra T XI, a linha Z, uma linha irregular em que há mudança
abrupta da mucosa esofágica para a mucosa gástrica, como a junção.
® Imediatamente superior a essa junção, a musculatura diafragmática que forma o hiato esofágico funciona como
um esfíncter inferior do esôfago fisiológico que se contrai e relaxa.
• Exames radiológicos mostram que o alimento para momentaneamente nesse lugar e que o mecanismo
esfincteriano normalmente é eficiente para evitar refluxo do conteúdo gástrico para o esôfago.
• Quando uma pessoa não está comendo, o lúmen do esôfago normalmente encontra-se colapsado acima
desse nível para evitar a regurgitação de alimentos ou suco gástrico para o esôfago.
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IRRIGAÇÃO
® A irrigação arterial da parte abdominal do esôfago é feita pela artéria gástrica esquerda, um ramo do tronco
celíaco, e pela artéria frênica inferior esquerda.
® Esôfago superior (cervical)
• Ramos da a. tireóidea inferior
® Esôfago torácico
• Ramos da aorta e artéria brônquica
® Esôfago distal
• Ramos da a.frênica e a. gástrica E.
® A drenagem venosa das veias submucosas dessa
parte do esôfago se faz para o sistema venoso
porta, através da veia gástrica esquerda, e para o
sistema venoso sistêmico, pelas veias esofágicas
que entram na veia ázigo.
® Veia cava superior
• Plexo da submucosa
® Sistema ázigos
• Esôfago proximal e médio
® Ramos da veia gástrica esquerda
• Esôfago distal
® A drenagem linfática da parte abdominal do esôfago se faz para os linfonodos gástricos esquerdos,
• Os vasos linfáticos eferentes desses linfonodos drenam principalmente para os linfonodos celíacos.
® O esôfago é inervado pelo plexo esofágico, formado pelos troncos vagais (que se tornam os ramos gástricos
anteriores e posterior) e pelos troncos simpáticos torácicos por meio dos nervos esplâncnicos (abdominopélvicos)
maiores e plexos periarteriais ao redor das artérias gástrica esquerda e frênica inferior.
Estruturas
a. Constrição cervical
b. Constrição broncoaórtica
c. Constrição diafragmática
d. Musculatura circular interna e longitudinal externa
e. Musculatura estriada e lisa
f. Porções: cervical, torácica e abdominal
g. Esfíncteres superior e inferior
h. Camadas: Mucosa, submucosa, muscular e adventícia / serosa
i. Hiato esofágico
j. Junção esofagogástrica – Linha Z
k. Irrigação arterial (ramos da artéria tireóidea inferior, ramos a aorta e artéria brônquica e ramos da
artéria frênica e artéria gástrica esquerda)
l. Drenagem venosa (veia cava superior, sistema ázigos, ramos da veia gástrica esquerda / sistema
porta)
m. Drenagem linfática
n. Revisar relações anatômicas
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ESTÔMAGO
® O estômago é a parte expandida do sistema digestório entre o esôfago e o intestino delgado. É especializado para
o acúmulo do alimento ingerido, que ele prepara química e mecanicamente para a digestão e passagem para o
duodeno.
® O estômago mistura os alimentos e atua como reservatório; sua principal função é a digestão enzimática. O suco
gástrico converte gradualmente a massa de alimento em uma mistura semilíquida, o quimo, que passa
rapidamente para o duodeno.
® O estômago vazio tem calibre apenas ligeiramente maior que o do intestino grosso; entretanto, é capaz de se
expandir muito e pode conter 2 a 3 litros de alimento.
POSIÇÃO, PARTES E ANATOMIA DE SUPERFÍCIE DO ESTÔMAGO
® O tamanho, o formato e a posição do estômago podem variar bastante em pessoas com diferentes tipos corporais
(biotipos) e podem mudar até no mesmo indivíduo, de acordo com os movimentos do diafragma durante a
respiração, o conteúdo (vazio ou após uma grande refeição) e a posição da pessoa.
® Na posição de decúbito dorsal, o estômago costuma estar nos quadrantes superiores direito e esquerdo, ou no
epigástrio, região umbilical, hipocôndrio e flanco esquerdos (Figura 2.36A).
® Na posição ereta, o estômago desloca-se para baixo. Em indivíduos astênicos (magros), o corpo gástrico pode
estender-se até a pelve.
O estômago tem quatro partes:
® Cárdia: a parte que circunda o óstio cárdico, a abertura superior do
estômago.
® Fundo gástrico: a parte superior dilatada que está relacionada com a cúpula
esquerda do diafragma, limitada inferiormente pelo plano horizontal do
óstio cárdico.
• A incisura cárdica está situada entre o esôfago e o fundo gástrico.
• O fundo gástrico pode ser dilatado por gás, líquido, alimento ou pela
combinação destes.
® Corpo gástrico: a parte principal do estômago, entre o fundo gástrico e o
antro pilórico
® Parte pilórica: a região afunilada de saída do estômago; sua parte mais larga,
o antro pilórico, leva ao canal pilórico, sua parte mais estreita.
• O piloro é a região esfincteriana distal da parte pilórica.
• É um espessamento acentuado da camada circular de músculo liso que controla a saída do conteúdo
gástrico através do óstio pilórico (abertura inferior do estômago) para o duodeno.
• Há esvaziamento intermitente do estômago quando a pressão intragástrica supera a resistência do piloro.
Normalmente, o piloro encontra-se em estado de contração tônica, de modo que o óstio pilórico é
reduzido, exceto quando dá passagem ao quimo (massa semilíquida).
• A intervalos irregulares, a peristalse gástrica faz o quimo atravessar o canal e o óstio pilórico até o intestino
delgado, onde continua a mistura, digestão e absorção.
O estômago também tem duas curvaturas
® Curvatura menor: forma a margem direita côncava mais curta do estômago.
• A incisura angular, parte inferior da curvatura, indica a junção do corpo gástrico com a parte pilórica do
estômago
® Curvatura maior: forma a margem convexa mais longa do estômago.
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® Em razão dos comprimentos diferentes da curvatura menor à direita e da curvatura maior à esquerda, na maioria
das pessoas o estômago tem formato semelhante ao da letra J.
Interior do estômago
® A superfície lisa da mucosa é coberta por uma camada de muco contínua que protege sua superfície contra o ácido
gástrico secretado pelas glândulas gástricas.
® Quando contraída, a mucosa gástrica forma estrias longitudinais denominadas pregas gástricas, estas são mais
acentuadas em direção à parte pilórica e ao longo da curvatura maior.
® Durante a deglutição, forma-se um sulco ou um canal gástrico temporário entre as pregas longitudinais.
• O canal gástrico se deve à firme fixação da
túnica mucosa gástrica à túnica muscular, que
não tem uma lâmina oblíqua nesse local.
• A saliva e pequenas quantidades de alimento
mastigado e outros líquidos drenam ao longo
do canal gástrico para o canal pilórico quando
o estômago está quase vazio.
• As pregas gástricas diminuem e desaparecem
quando o estômago está distendido.
Relações antômicas
® O estômago é coberto por peritônio, exceto nos
locais em que há vasos sanguíneos ao longo de suas
curvaturas e em uma pequena área posterior ao óstio
cárdico.
® Anteriormente, o estômago relaciona-se com o diafragma, o lobo hepático esquerdo e a parede anterior do
abdome.
® Posteriormente, o estômago relaciona-se com a bolsa omental e o pâncreas; a face posterior do estômago forma a
maior parte da parede anterior da bolsa omental.
® O colo transverso tem relação inferior e lateral com o estômago e segue ao longo da curvatura maior do estômago
até a flexura esquerda do colo.
® O omento é uma extensão ou prega de peritônio em duas camadas que vai do estômago e da parte proximal do
duodeno até os órgãos adjacentes na cavidade abdominal.
• O omento maior é uma prega peritoneal proeminente, que tem quatro camadas e pende como um avental
da curvatura maior do estômago e da parte proximal do duodeno . Após descer, dobra-se de volta e se fixa à
face anterior do colo transverso e seu mesentério
• O omento menor é uma prega peritoneal muito menor, dupla, que une a curvatura menor do estômago e a
parte proximal do duodeno ao fígado Também une o estômago a uma tríade de estruturas que seguem
entre o duodeno e o fígado na margem livre do omento menor.
IRRIGAÇÃO E DRENAGEM
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gastromental direita
o Artéria gastromental esquerda: troco celíaco ››› artéria esplênica ››› artéria gastromental
esquerda.
• Fundo gástrico e a parte superior do corpo gástrico recebem sangue das artérias gástricas curtas e
posteriores.
® As veias gástricas acompanham as artérias em relação à posição e ao trajeto.
• As veias gástricas direita e esquerda drenam para a veia porta;
• As veias gástricas curtas e as veias gastromentais esquerdas drenam para a veia esplênica, que se une à veia
mesentérica superior (VMS) para formar a veia porta.
• A veia gastromental direita drena para a VMS.
• Uma veia pré-pilórica ascende sobre o piloro até a veia gástrica direita. Como essa veia é facilmente visível
em pessoas vivas, os cirurgiões a utilizam para identificação do piloro.
® Os vasos linfáticos gástricos acompanham as artérias ao longo das curvaturas maior e menor do estômago. Eles
drenam linfa de suas faces anterior e posterior em direção às suas curvaturas, onde estão localizados os linfonodos
gástricos e gastromentais.
® Os vasos eferentes desses linfonodos acompanham as grandes artérias até os linfonodos celíacos. A seguir, é
apresentado um resumo da drenagem linfática do estômago:
• A linfa dos dois terços superiores do estômago drena ao longo dos vasos gástricos direito e esquerdo para
os linfonodos gástricos; a linfa do fundo gástrico e da parte superior do corpo gástrico também drena ao
longo das artérias gástricas curtas e dos vasos gastromentais esquerdos para os linfonodos
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pancreaticoesplênicos
• A linfa dos dois terços direitos do terço inferior do estômago drena ao longo dos vasos gastromentais
direitos até os linfonodos pilóricos
• A linfa do terço esquerdo da curvatura maior drena para os linfonodos pancreaticoduodenais, que estão
situados ao longo dos vasos gástricos curtos e esplênicos.
INERVAÇÃO DO ESTÔMAGO
A inervação parassimpática do estômago provém dos troncos vagais anterior e posterior e de seus ramos, que entram
no abdome através do hiato esofágico.
® O tronco vagal anterior, derivado principalmente do nervo vago (NC X) esquerdo
• Entra no abdome como um ramo isolado situado na face anterior do esôfago.
• Segue em direção à curvatura menor do estômago, onde emite ramos hepáticos e duodenais, que se
separam do estômago no ligamento hepatoduodenal.
• O restante do tronco vagal anterior continua ao longo da curvatura menor, dando origem aos ramos
gástricos anteriores.
® O tronco vagal posterior, maior, derivado principalmente do nervo vago direito
• Entra no abdome na face posterior do esôfago e segue em direção à curvatura menor do estômago.
• O tronco vagal posterior envia ramos para as faces anterior e posterior do estômago.
• Emite um ramo celíaco, que segue para o plexo celíaco, e depois continua ao longo da curvatura menor,
dando origem aos ramos gástricos posteriores.
A inervação simpática do estômago, proveniente dos segmentos T6 a T9 da medula espinal, segue para o plexo celíaco
por intermédio do nervo esplâncnico maior e é distribuída pelos plexos ao redor das artérias gástricas e gastromentais.
(Ver também “Resumo da inervação das vísceras abdominais”, mais adiante).
Estruturas
a. Parte anterior relações anatômicas
b. Parte posterior relações anatômicas
c. Curvatura maior
d. Curvatura menor
e. Incisura angular
f. Incisura cárdica
g. Cárdia
h. Óstio cárdico
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i. Fundo gástrico
j. Corpo gástrico
k. Parte pilórica
l. Antro pilórico
m. Canal pilórico
n. Piloro
o. Óstio pilórico
p. Camadas: mucosa, submucosa, muscular e serosa
q. Camada muscular
a. Camada longitudinal
b. Camada circular
c. Camada obliqua
r. Pregas gástricas
s. Omentos maior e menor (projeção de peritônio)
t. Irrigação artérial
u. Drenagem venosa
v. Drenagem linfática
w. Inervação
Artéria Origem Trajeto Distribuição
Tronco celíaco Parte abdominal da Após curto trajeto anteroinferior, bifurca- Esôfago, estômago, parte
aorta (no nível do se nas Aa. esplênica e hepática comum proximal do duodeno,
hiato aórtico) fígado/vias biliares,
pâncreas
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Pancreaticoduodenal A. mesentérica Divide-se nos ramos anterior e posterior Porção distal do duodeno
inferior superior que ascendem de cada lado da cabeça e cabeça do pâncreas
do pâncreas, anastomosando-se com
ramos semelhantes da A.
pancreaticoduodenal superior
INTESTINO DELGADO
O intestino delgado, formado pelo:
• Duodeno
• Jejuno
• Íleo
® É o principal local de absorção de nutrientes dos alimentos ingeridos.
® Estende-se do piloro até a junção ileocecal, onde o íleo une-se ao ceco (a primeira parte do intestino grosso).
® A parte pilórica do estômago esvazia-se no duodeno, sendo a admissão duodenal controlada pelo piloro.
DUODENO
® O duodeno, a primeira e mais curta (25 cm) parte do intestino delgado, também é a mais larga e mais fixa.
® O duodeno segue um trajeto em formato de C ao redor da cabeça do pâncreas.
• Começa no piloro no lado direito e termina na flexura (junção) duodenojejunal no lado esquerdo.
• A junção geralmente assume a forma de um ângulo agudo, a flexura duodenojejunal.
O duodeno é dividido em quatro partes:
26
® Parte superior (1ª):
• É intraperitoneal, curta (aproximadamente 5 cm), essencialmente horizontal, situa-se anterolateralmente
ao corpo da vértebra L I.
® Parte descendente (2ª):
• É retroperitoneal, mais longa (7-10 cm), segue inferiormente ao longo dos lados direitos das vértebras L II
e L III, curvando-se em torno da cabeça do pâncreas;
• Inicialmente se situa à direita e paralela à veia cava inferior.
• Os ductos colédoco e pancreático principal, via ampola hepatopancreática (Ampola de Vater) , entram na
parede posteromedial (Papila duodenal maior)
® Parte horizontal (inferior ou 3ª):
• Com 6 a 8 cm de comprimento, cruza anteriormente à veia cava inferior e aorta, posteriormente à artéria
mesentérica superior (AMS) e veia mesentérica superior (VMS), no nível da vértebra L III.
® Parte ascendente (4ª):
• Curta (aproximadamente 5 cm), começa à esquerda da vértebra L III e segue superiormente até a margem
superior da vértebra L II, 2 a 3 cm à esquerda da linha mediana. Ela passa no lado esquerdo da aorta para
alcançar a margem inferior do corpo do pâncreas.
• Aqui, curva-se anteriormente para unir-se ao jejuno na junção duodenojejunal, que toma a forma de um
ângulo agudo, a flexura duodenojejunal. A flexura é sustentada pela fixação do músculo suspensor do
duodeno (ligamento de Treitz)
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• Artéria mesentérica superior® artéria pancreaticoduodenal
inferior
• As artérias pancreaticoduodenais situam-se na curvatura entre o
duodeno e a cabeça do pâncreas e irrigam as duas estruturas.
® A anastomose das artérias pancreaticoduodenais superior e inferior (i. e., entre o tronco celíaco e a artéria
mesentérica superior) ocorre entre a entrada do ducto biliar (colédoco) e a junção das partes descendente e
inferior do duodeno.
® As veias do duodeno acompanham as artérias e drenam para a veia porta, algumas diretamente e outras
indiretamente, pelas veias mesentérica superior e esplênica.
® Os vasos linfáticos do duodeno acompanham as artérias.
• Os vasos linfáticos anteriores drenam para os linfonodos pancreaticoduodenais, localizados ao longo das
artérias pancreaticoduodenais superior e inferior, e para os linfonodos pilóricos, situados ao longo da
artéria gastroduodenal.
• Os vasos linfáticos posteriores seguem posteriormente à cabeça do pâncreas e drenam para os linfonodos
mesentéricos superiores. Os vasos linfáticos eferentes dos linfonodos duodenais drenam para os linfonodos
celíacos.
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INERVAÇÃO DO DUODENO
® Os nervos do duodeno derivam do nervo vago e dos nervos esplâncnicos (abdominopélvicos) maior e menor por
meio dos plexos celíaco e mesentérico superior.
• Os nervos seguem para o duodeno via plexos periarteriais que se estendem até as artérias
pancreaticoduodenais.
JEJUNO E ÍLEO
® A segunda parte do intestino delgado, o jejuno, começa na flexura duodenojejunal, onde o sistema digestório volta
a ser intraperitoneal.
® A terceira parte do intestino delgado, o íleo, termina na junção ileocecal, a união da parte terminal do íleo e o
ceco.
® Juntos, o jejuno e o íleo têm 6 a 7 m de comprimento, o jejuno representa cerca de dois quintos e o íleo cerca de
três quintos da parte intraperitoneal do intestino delgado.
• A parte terminal do íleo geralmente está na pelve, de onde ascende, terminando na face medial do ceco.
Embora não haja uma linha de demarcação nítida entre o jejuno e o íleo, eles têm características distintas,
que são cirurgicamente importantes.
® O mesentério é uma prega de peritônio em forma de leque que fixa o jejuno e o íleo à parede posterior do
abdome.
• A origem ou raiz do mesentério tem direção oblíqua, inferior e para a direita, cruza (sucessivamente) as
partes ascendente e horizontal do duodeno, parte abdominal da aorta, VCI, ureter direito, músculo psoas
maior direito e vasos testiculares ou ováricos direitos.
• Estende-se da flexura duodenojejunal no lado esquerdo da vértebra L II até a junção ileocólica e a
articulação sacroilíaca direita.
• O comprimento médio do mesentério, desde a raiz até a margem do intestino, é de 20 cm.
• Entre as duas camadas do mesentério estão os vasos mesentéricos superiores, linfonodos, uma quantidade
variável de gordura e nervos autônomos.
® Artéria mesentérica superior (AMS) irriga o jejuno e o íleo via artérias jejunais e ileais.
• A AMS geralmente origina-se da parte abdominal da aorta no nível da vértebra L I, cerca de 1 cm inferior ao
tronco celíaco, e segue entre as camadas do mesentério, enviando 15 a 18 ramos para o jejuno e o íleo.
• As artérias se unem para formar alças ou arcos, chamados arcos arteriais, que dão origem a artérias retas,
denominadas vasos retos.
29
® A veia mesentérica superior drena o jejuno e o íleo.
• Situa-se anteriormente e à direita da AMS na raiz do mesentério.
• A VMS termina posteriormente ao colo do pâncreas, onde se une à veia esplênica para formar a veia porta.
® Os vasos linfáticos especializados nas vilosidades intestinais (pequenas projeções da túnica mucosa) que absorvem
gordura são denominados lactíferos.
• Eles drenam seu líquido leitoso para os plexos linfáticos nas paredes do jejuno e do íleo.
• Por sua vez, os vasos lactíferos drenam para os vasos linfáticos entre as camadas do mesentério.
• No mesentério, a linfa atravessa sequencialmente três grupos de linfonodos:
1. Linfonodos justaintestinais: localizados perto da parede intestinal
2. Linfonodos mesentéricos: dispersos entre os arcos arteriais
3. Linfonodos centrais superiores: localizados ao longo da parte proximal da AMS.
® Os vasos linfáticos eferentes dos linfonodos mesentéricos drenam para os linfonodos mesentéricos superiores. Os
vasos linfáticos da parte terminal do íleo seguem o ramo ileal da artéria ileocólica até os linfonodos ileocólicos.
30
INTESTINO GROSSO
® O intestino grosso é o local de absorção da água dos resíduos indigeríveis do quimo líquido, convertendo-o em
fezes semis-sólidas, que são temporariamente armazenadas e acumuladas até que haja defecação.
® O intestino grosso é formado pelo ceco; apêndice vermiforme; colos ascendente, transverso, descendente e
sigmoide; reto e canal anal.
® O intestino grosso pode ser distinguido do intestino delgado por:
• Apêndices omentais do colo: projeções pequenas, adiposas, semelhantes ao omento
• Tênias do colo: três faixas longitudinais distintas:
(1) tênia mesocólica, à qual se fixam os mesocolos transverso e sigmoide;
(2) tênia omental, à qual se fixam os apêndices omentais; e
(3) tênia livre, à qual não estão fixados mesocolos nem apêndices omentais
• Saculações: saculações da parede do colo entre as tênias
• Calibre (diâmetro interno) muito maior.
® As tênias do colo (faixas espessas de músculo liso que representam a maior parte da camada longitudinal)
começam na base do apêndice vermiforme como a camada longitudinal espessa do apêndice vermiforme que se
divide para formar três faixas.
• As tênias seguem por todo o comprimento do intestino grosso, com alargamento abrupto e nova fusão na
junção retossigmoide, formando uma camada longitudinal contínua ao redor do reto.
• Como sua contração tônica encurta a parte da parede associada, o colo adquire uma aparência sacular ou
“de bolsas” entre as tênias, formando as saculações.
31
® Na dissecção, o óstio ileal entra no ceco entre os lábios ileocólico e ileocecal (superior e inferior), pregas que se
encontram lateralmente e formam cristas chamadas de frênulos do óstio ileal.
® Acreditava-se que quando o ceco fosse distendido ou quando se contraísse, ocorreria contração ativa dos frênulos,
que fecharia a válvula para evitar refluxo do ceco para o íleo. No entanto, a observação direta por endoscopia em
pessoas vivas não confirma essa descrição. O músculo circular é mal desenvolvido ao redor do óstio; portanto, é
improvável que a válvula tenha alguma ação esfincteriana que controle a passagem do conteúdo intestinal do íleo
para o ceco.
® O óstio, porém, geralmente é fechado por contração tônica, apresentando-se como uma papila ileal no lado cecal.
® A papila provavelmente atua como uma válvula unidirecional relativamente passiva, que impede o refluxo do ceco
para o íleo quando houver contrações para impulsionar o conteúdo para o colo ascendente e colo transverso.
® O apêndice vermiforme é um divertículo intestinal cego (6 a 10 cm de comprimento) que contém massas de tecido
linfoide.
® Origina-se na face posteromedial do ceco, inferiormente à junção ileocecal.
® O apêndice vermiforme tem um mesentério triangular curto, o mesoapêndice, originado da face posterior do
mesentério da parte terminal do íleo.
• O mesoapêndice fixa-se ao ceco e à parte proximal do apêndice vermiforme.
® A posição do apêndice vermiforme é variável, mas geralmente é retrocecal.
® A irrigação arterial do ceco é realizada pela artéria ileocólica, o ramo terminal da MAS
® A artéria apendicular, um ramo da artéria ileocólica, irriga o apêndice vermiforme.
® A drenagem venosa do ceco e do apêndice vermiforme segue por uma tributária da VMS, a veia ileocólica.
® A drenagem linfática do ceco e do apêndice vermiforme segue até os linfonodos no mesoapêndice e até os
linfonodos ileocólicos situados ao longo da artéria ileocólica.
• Os vasos linfáticos eferentes seguem até os linfonodos mesentéricos superiores.
® A inervação do ceco e do apêndice vermiforme provém dos nervos simpáticos e parassimpáticos do plexo
mesentérico superior.
32
• As fibras nervosas simpáticas originam-se na parte torácica inferior da medula espinal.
• As fibras nervosas parassimpáticas provêm dos nervos vagos.
• As fibras nervosas aferentes do apêndice vermiforme acompanham os nervos simpáticos até o segmento
T10 da medula espinal.
COLO
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® A drenagem venosa do colo ascendente segue por meio de tributárias da VMS ® veias cólica direita e ileocólica.
® A drenagem linfática segue primeiro até os linfonodos epicólicos e paracólicos, e daí para os linfonodos
mesentéricos superiores.
® A inervação do colo ascendente é derivada do plexo mesentérico superior.
COLO TRASVERSO
® O colo transverso é a terceira parte do intestino grosso, a mais longa e mais móvel.
® Atravessa o abdome da flexura direita do colo até a flexura esquerda do colo, onde se curva para baixo e dá origem
ao colo descendente.
• A flexura esquerda do colo (flexura esplênica) geralmente é superior, mais aguda e menos móvel do que a
flexura direita do colo.
® Situa-se anteriormente à parte inferior do rim esquerdo e fixa-se ao diafragma através do ligamento frenocólico .
® O colo transverso e seu mesentério, o mesocolo transverso, faz uma volta para baixo, amiúde inferior ao nível das
cristas ilíacas.
• O mesentério adere à parede posterior da bolsa omental ou se funde com ela.
• A raiz do mesocolo transverso situa-se ao longo da margem inferior do pâncreas e é contínua com o
peritônio parietal posteriormente.
• Sendo livremente móvel, a posição do colo transverso é variável, geralmente pendendo até o nível do
umbigo (nível da vértebra L III)
34
® A irrigação arterial do colo transverso provém principalmente da AMS ® artéria cólica média
• Entretanto, o colo transverso também pode receber sangue arterial das artérias cólicas direita e esquerda
por meio de anastomoses, parte da série de arcos anastomóticos que coletivamente formam o arco
justacólico (artéria marginal).
® A drenagem venosa do colo transverso é feita pela VMS.
® A drenagem linfática do colo transverso se dá para os linfonodos cólicos médios, que, por sua vez, drenam para os
linfonodos mesentéricos superiores.
® A inervação do colo transverso provém do plexo mesentérico superior via plexos periarteriais das artérias cólicas
direita e média.
• Esses nervos conduzem fibras nervosas simpáticas, parassimpáticas (vagais) e aferentes viscerais.
COLO DESCENDENTE
® O colo descendente ocupa posição secundariamente retroperitoneal entre a flexura esquerda do colo e a fossa
ilíaca esquerda, onde é contínua com o colo sigmoide.
• Assim, o peritônio cobre o colo anterior e lateralmente e o liga à parede posterior do abdome.
COLO SEGMOIDE
® O colo sigmoide, caracterizado por sua alça em forma de S com comprimento variável, une o colo descendente ao
reto.
® O colo sigmoide estende-se da fossa ilíaca até o terceiro segmento sacral (S III), onde se une ao reto.
® O fim das tênias do colo, a aproximadamente 15 cm do ânus, indica a junção retossigmoide.
® O colo sigmoide geralmente tem mesentério longo — o mesocolo sigmoide — e, portanto, tem grande liberdade
de movimento, principalmente sua parte média.
• A raiz do mesocolo sigmoide tem fixação em formato de V invertido, que se estende primeiro medial e
superiormente ao longo dos vasos ilíacos externos e, depois, medial e inferiormente a partir da bifurcação
dos vasos ilíacos comuns até a face anterior do sacro.
• Os apêndices omentais do colo sigmoide são longos; eles desaparecem quando o mesocolo sigmoide
termina.
• As tênias do colo também desaparecem quando o músculo longitudinal na parede do colo se alarga para
formar uma camada completa no reto.
35
® A irrigação arterial do colo descendente e do colo sigmoide provém das artérias cólica esquerda e sigmóidea,
ramos da artéria mesentérica inferior.
® As artérias sigmóideas descem obliquamente para a esquerda, onde se dividem em ramos ascendentes e
descendentes.
• O ramo superior da artéria sigmóidea superior anastomosa-se com o ramo descendente da artéria cólica
esquerda, assim formando uma parte da artéria marginal.
® A drenagem venosa do colo descendente e do colo sigmoide é feita pela veia mesentérica inferior, geralmente
fluindo para a veia esplênica e, depois, para a veia porta em seu trajeto até o fígado.
® A drenagem linfática do colo descendente e do colo sigmoide é conduzida por vasos que seguem até os linfonodos
epicólicos e paracólicos e depois através dos linfonodos cólicos intermediários ao longo da artéria cólica esquerda.
• A linfa desses linfonodos segue para os linfonodos mesentéricos inferiores situados ao redor da AMI.
• Entretanto, a linfa proveniente da flexura esquerda do colo também pode drenar para os linfonodos
mesentéricos superiores.
® A inervação simpática dos colos descendente e sigmoide provém da parte lombar do tronco simpático via nervos
esplâncnicos lombares (abdominopélvicos), do plexo mesentérico superior e dos plexos periarteriais que
acompanham a artéria mesentérica inferior e seus ramos.
® A inervação parassimpática provém dos nervos esplâncnicos pélvicos através do plexo e nervos hipogástricos
(pélvicos) inferiores, que ascendem retroperitonealmente a partir do plexo, independentemente da irrigação
arterial para essa parte do sistema digestório.
RETO E CANAL ANAL
® O reto é a parte pélvica do sistema digestório, mantendo continuidade proximal com o colo sigmoide e distal com o
canal anal.
® A junção retossigmoide situa-se anteriormente à vértebra S III.
• Nesse ponto, as tênias do colo sigmoide afastam-se para formar uma lâmina longitudinal externa contínua
de músculo liso, e os apêndices omentais adiposos são interrompidos.
36
® Três flexuras laterais do reto (superior e inferior no lado esquerdo, e intermediária à direita) agudas podem ser
observadas ao se olhar o reto anteriormente.
• As flexuras são formadas em relação a três invaginações internas (pregas transversas do reto): duas à
esquerda e uma à direita.
• As pregas situam-se sobre partes espessas da lâmina muscular circular da parede retal.
• A parte terminal dilatada do reto, situada diretamente superior ao diafragma da pelve (músculo levantador
do ânus) e corpo anococcígeo, e sustentada por eles, é a ampola do reto.
• A ampola do reto recebe e retém uma massa fecal que se acumula até que seja expelida durante a
defecação.
• A capacidade de relaxamento da ampola do reto para acomodar a chegada inicial e subsequente de
material fecal é outro elemento essencial para manter a continência fecal.
® O peritônio cobre as faces anterior e lateral do terço superior do reto, apenas a face anterior do terço médio e não
cobre o terço inferior, que é subperitoneal.
• Nos homens, o peritônio reflete-se a partir do reto para a parede posterior da bexiga urinária, onde forma o
assoalho da escavação retovesical.
• Nas mulheres, o peritônio é refletido do reto para a parte posterior do fórnice da vagina, onde forma o
assoalho da escavação retouterina.
• Em ambos os sexos, as reflexões laterais do peritônio do terço superior do reto formam as fossas
pararretaism que permitem que o reto se distenda enquanto se enche de fezes.
37
Mesentérica superior Parte abdominal da aorta Segue na raiz do mesentério até a Parte do sistema digestório
junção ileocecal derivada do intestino médio
Ileocólica Ramo terminal da A. Segue ao longo da raiz do mesentério Íleo, ceco e colo ascendente
mesentérica superior e divide-se em ramos ileal e cólico
Mesentérica inferior Parte abdominal da aorta Desce no retroperitônio à esquerda Irriga parte do sistema digestório
da parte abdominal da aorta derivada do intestino posterior
Retal superior Ramo terminal da artéria Desce no retroperitônio até o reto Parte proximal do reto
mesentérica inferior
Retal média Artéria ilíaca interna Segue no retroperitônio até o reto Parte média do reto
Retal inferior Artéria pudenda interna Cruza a fossa isquioanal para chegar Parte distal do reto e canal anal
ao reto
FÍGADO
® O fígado é a maior glândula anexa que existe no corpo, se localiza principalmente no hipocôndrio direito
• Pesa cerca de 1.500 g e representa aproximadamente 2,5% do peso corporal do adulto.
® Com exceção da gordura, todos os nutrientes absorvidos pelo sistema digestório são levados primeiro ao fígado
pelo sistema venoso porta.
® Se estende do 5° espaço intercostal ao nível do mamilo até o rebordo costal, em uma pessoa normal (na infância e
adolescência, estende-se ligeiramente além da borda costal)
® É um órgão parenquimatoso de consistência esponjosa e repleto de sangue → quando o indivíduo está em choque,
a cápsula do fígado se contrai, fazendo com que esse órgão libere maior quantidade de sangue para o organismo.
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® Faz parte do sistema reticulo endotelial e atua no sistema imune filtrando o sangue, recolhendo bactérias e
fazendo fagocitose.
® A unidade funcional do fígado é uma célula chamada hepatócito, que secreta a bile (um emulsificador de gordura,
que faz síntese de vitaminas, de fatores de coagulação e de proteínas → quebra o alimento de macromoléculas em
micromoléculas).
® Armazena Fe, glicogênio, vitaminas A, D, E, K e B12
FACES E RECESSOS
Face Diafragmática
® O fígado tem uma face diafragmática convexa (anterior, superior e algo posterior) e uma face visceral
relativamente plana, ou mesmo côncava (posteroinferior), que são separadas anteriormente por sua margem
inferior aguda, que segue a margem costal direita, inferior ao diafragma.
® A face diafragmática do fígado é lisa e tem forma de cúpula, onde se relaciona com a concavidade da face inferior
do diafragma, que a separa das pleuras, pulmões, pericárdio e coração.
® A face diafragmática do fígado é coberta por peritônio visceral,
exceto posteriormente na área nua do fígado (, onde está em contato
direto com o diafragma.
® A área nua é demarcada pela reflexão do peritônio do diafragma para
o fígado, como as lâminas anterior (superior) e posterior (inferior) do
ligamento coronário.
• Essas lâminas encontram-se à direita para formar o ligamento
triangular direito e divergem para a esquerda a fim de revestir
a área nua triangular
• A lâmina anterior do ligamento coronário é contínua à
esquerda com a lâmina direita do ligamento falciforme.
• A lâmina posterior é contínua com a lâmina direita do omento
menor.
• Próximo ao ápice (a extremidade esquerda) do fígado
cuneiforme, as lâminas anterior e posterior da parte esquerda do ligamento coronário se encontram para
formar o ligamento triangular esquerdo.
• A VCI atravessa um profundo sulco da veia cava na área nua do fígado.
Face Visceral
® A face visceral do fígado também é coberta por peritônio, exceto na fossa da vesícula biliar e na porta do fígado.
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• Uma fissura transversal por onde entram e saem os vasos (veia porta, artéria hepática e vasos linfáticos), o
plexo nervoso hepático e os ductos hepáticos que suprem e drenam o fígado.
® Ao contrário da face diafragmática lisa, a face visceral tem muitas fissuras e impressões resultantes do contato com
outros órgãos.
® Duas fissuras sagitais, unidas centralmente pela porta do fígado transversal, formam a letra H na face visceral.
• A fissura sagital direita é o sulco contínuo formado anteriormente pela fossa da vesícula biliar e
posteriormente pelo sulco da veia cava.
• A fissura umbilical (sagital esquerda) é o sulco contínuo formado anteriormente pela fissura do ligamento
redondo e posteriormente pela fissura do ligamento venoso.
• O ligamento redondo do fígado é o remanescente fibroso da veia umbilical, que levava o sangue oxigenado
e rico em nutrientes da placenta para o feto.
• O ligamento venoso é o remanescente fibroso do ducto venoso fetal, que desviava sangue da veia umbilical
para a VCI, passando ao largo do fígado.
® Além das fissuras, as impressões na face visceral refletem a relação do fígado com:
• Lado direito da face anterior do estômago (áreas gástrica e pilórica)
• Parte superior do duodeno (área duodenal)
• Omento menor (estende-se até a fissura do ligamento venoso)
• Vesícula biliar (fossa da vesícula biliar)
• Flexura direita do colo e colo transverso direito (área cólica)
• Rim e glândula suprarrenal direitos (áreas renal e suprarrenal)
Recessos
® Existem recessos subfrênicos — extensões superiores da cavidade peritoneal — entre o diafragma e as faces
anterior e superior da face diafragmática do fígado.
• Os recessos subfrênicos são separados em recessos direito e esquerdo pelo ligamento falciforme, que se
estende entre o fígado e a parede anterior do abdome.
® A parte do compartimento supracólico da cavidade peritoneal imediatamente inferior ao fígado é o recesso sub-
hepático.
® O recesso hepatorrenal (bolsa de Morison) é a extensão posterossuperior do recesso sub-hepático, situada entre a
parte direita da face visceral do fígado e o rim e a glândula suprarrenal direitos.
• O recesso hepatorrenal é uma parte da cavidade peritoneal dependente da gravidade em decúbito dorsal;
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• O segmento I corresponde ao lobo caudado → é atípico, pois ele possui uma irrigação e drenagem biliar
exclusiva dele.
• Os segmentos II e III correspondem ao lobo esquerdo, e se encontram a esquerda do ligamento falciforme
→ o segmento II é superior e o segmento III é inferior
• Ao lado da vesícula biliar, à sua esquerda, está o segmento IV, que é dividido em superior e inferior
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• Cada lóbulo possui uma veia central
• A partir da veia central, sinusóides e placas de hepatócitos irradiam-se em direção a um perímetro
imaginário extrapolado a partir das tríades portais interlobares.
• Os hepatônios são os minimais hepáticos que, em última análise, levam aos fractais hepáticos(hepatócito,
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PÂNCREAS
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® O pâncreas possui a forma de um “C”, com uma perna alongada e localiza-se totalmente no retroperitônio
® Ele é dividido em 4 partes/porções: cabeça, colo, corpo e cauda
• O colo é curto e fica no local da passagem da veia mesentérica superior e onde a veia esplênica se une com
a veia mesentérica superior, formando a veia porta → essa união ocorre atrás do pâncreas → a face anterior
do colo, coberta por peritônio, está situada adjacente ao piloro do estômago.
• A cabeça do pâncreas é a parte mais expandida da glândula, que é circundada pela curva em forma de C do
duodeno, á direita dos vasos mesentéricos superiores → está firmemente fixada a face medial das partes
descendente e horizontal do duodeno → está apoiada posteriormente na veia cava inferior, artéria e veia
renal direita, e veia renal esquerda → em seu trajeto para se abrir na parte descendente do duodeno, o
ducto colédoco situa-se no sulco na face póstero-superior da cabeça do pâncreas ou incrustado em sua
substância
• O corpo do pâncreas continua a partir do colo e situa-se á esquerda dos vasos mesentéricos superiores,
passando sobre a aorta e a vértebra L2, posteriormente à bolsa omental → a face anterior do corpo do
pâncreas é coberta por peritônio, está situada no assoalho da bolsa omental e forma parte do leito do
estômago → a face posterior do corpo do pâncreas é desprovida de peritônio e está em contato com a
aorta, artéria mesentérica superior, supra-renal e o rim e os vasos renais esquerdos
• A cauda do pâncreas situa-se anteriormente ao rim esquerdo, onde está intimamente relacionado ao hilo
esplênico e à flexura cólica esquerda → é relativamente móvel e passa entre as camadas do ligamento
esplenorrenal com os vasos esplênicos → extremidade da cauda geralmente é romba e voltada para cima.
® A relação principal do pâncreas é com o duodeno; ele se relaciona com as quatro porções do duodeno; mas
também possui íntima relação com o baço, é posterior ao estômago, anterior a veia cava e repousa sobre a 2°
vértebra lombar.
• Quando se identifica na radiografia uma fratura da 2° vértebra lombar, deve-se suspeitar de lesão
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pancreática
• Na duodenopancreatectomia, para se retirar a cabeça do pâncreas cirurgicamente, é preciso fazer a retirada
do duodeno, pois a vascularização dessas duas estruturas é a mesma
• É possível fazer a retirada do corpo, colo e cauda do pâncreas sem fazer a retirada do duodeno
® No trajeto do pâncreas, observa-se um ducto que vai colher todas as substâncias produzidas por ele, tanto
endócrinas como exócrinas, chamado de ducto pancreático principal → ducto pancreático principal se une com o
ducto colédoco formando a ampola hepatopancreática → essa ampola desemboca na 2° porção do duodeno
formando uma estrutura chamada de papila duodenal.
® No pâncreas, existem também ductos pancreáticos acessórios
IRRIGAÇÃO DO PÂNCREAS
® As artérias pancreáticas são provenientes principalmente dos ramos da artéria esplênica, que forma vários arcos
com ramos pancreáticos das artérias gastroduodenal e mesentérica superior → até 10 ramos da artéria esplênica
suprem o corpo e a cauda do pâncreas
® As artérias pancreaticoduodenais superior anterior e superior posterior, ramos da artéria gastroduodenal, e as
artérias pancreaticoduodenais inferiores anterior e posterior, ramos da artéria mesentérica superior, suprem a
cabeça
® Drenagem venosa:
• As veias pancreáticas correspondentes são tributárias das partes esplênica e mesentérica superior da veia
porta; entretanto, a maioria delas drena para a veia esplênica
• As veias pancreáticas drenam o sangue principalmente para as veias esplênicas e veia mesentérica superior
→ mas a maior parte dela drena para a veia mesentérica superior
• A veia esplênica se une com a veia mesentérica superior, formando a veia porta
® Drenagem linfática:
• Os vasos linfáticos pancreáticos acompanham os vasos sanguíneos
• A maioria dos vasos termina nos linfonodos pancreáticos e esplênicos, situados ao longo da artéria
esplênica; alguns vasos terminam nos linfonodos pilóricos
• Os vasos eferentes desses linfonodos drenam para os linfonodos mesentéricos superiores ou para os
linfonodos celíacos através dos linfonodos hepáticos
PERITÔNEO
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® O peritônio consiste em duas lâminas contínuas: o peritônio parietal, que reveste a face interna da parede
abdominopélvica, e o peritônio visceral, que reveste vísceras como o estômago e intestino.
® As duas lâminas de peritônio consistem em mesotélio, uma lâmina de epitélio pavimentoso simples.
• O peritônio parietal tem a mesma vasculatura sanguínea e linfática e a mesma inervação somática que a
região da parede que reveste.
• Como a pele sobrejacente, o peritônio que reveste o interior da parede do corpo é sensível a pressão, dor,
calor e frio, e laceração. A dor no peritônio parietal geralmente é bem localizada, exceto na face inferior da
parte central do diafragma.
® O peritônio visceral e os órgãos que ele cobre têm a mesma vasculatura sanguínea e linfática e inervação visceral.
• O peritônio visceral é insensível a toque, calor e frio, e laceração; é estimulado basicamente por distensão e
irritação química.
• A dor provocada é mal localizada.
• Consequentemente, a dor oriunda de derivados do intestino anterior geralmente é sentida no epigástrio; a
dor proveniente de derivados do intestino médio, na região umbilical; e aquela originada em derivados do
intestino posterior, na região púbica.
® O peritônio e as vísceras estão na cavidade abdominopélvica. A relação entre as vísceras e o peritônio é a seguinte:
• Os órgãos intraperitoneais são quase completamente cobertos por peritônio visceral (p. ex., o estômago e
o baço).
o Intraperitoneal neste caso não significa dentro da cavidade peritoneal (embora o termo seja
usado clinicamente para designar substâncias injetadas nessa cavidade).
o Os órgãos intraperitoneais foram conceitualmente, se não literalmente, invaginados para o saco
fechado, como ao pressionarmos a mão fechada contra uma bola de aniversário cheia.
• Os órgãos extraperitoneais, retroperitoneais e subperitoneais também estão situados fora da cavidade
peritoneal — externamente ao peritônio parietal — e são apenas parcialmente cobertos por peritônio
(geralmente apenas em uma face).
o Órgãos retroperitoneais, como os rins, estão entre o peritônio parietal e a parede posterior do
abdome e só têm peritônio parietal nas faces anteriores (não raro com uma quantidade variável
de gordura interposta). Do mesmo modo, a bexiga urinária subperitoneal só tem peritônio
parietal em sua face superior.
® A cavidade peritoneal está dentro da cavidade abdominal e continua inferiormente até a cavidade pélvica.
• A cavidade peritoneal é um espaço potencial com espessura capilar, situado entre as lâminas parietal e
visceral do peritônio.
• Não contém órgãos, mas contém uma fina película de líquido peritoneal, que é composto de água,
eletrólitos e outras substâncias derivadas do líquido intersticial em tecidos adjacentes.
• O líquido peritoneal lubrifica as faces peritoneais, permitindo que as vísceras movimentem-se umas sobre
as outras sem atrito e permitindo os movimentos da digestão.
• Além de lubrificar as faces das vísceras, o líquido peritoneal contém leucócitos e anticorpos que resistem à
infecção. Os vasos linfáticos, sobretudo na face inferior do diafragma, cuja atividade é incessante, absorvem
o líquido peritoneal.
• A cavidade peritoneal é completamente fechada nos homens. Nas mulheres, porém, há uma comunicação
através do útero.
FORMAÇÕES PERITONEAIS
® A cavidade peritoneal tem um formato complexo. Alguns dos fatos relacionados com isso incluem:
• A cavidade peritoneal abriga uma grande extensão de intestino, a maior parte da qual é revestida por
peritônio
• São necessárias extensas áreas de continuidade entre o peritônio parietal e visceral para dar passagem às
estruturas neurovasculares da parede do corpo até as vísceras
• Os peritônios parietal e visceral que revestem a cavidade peritoneal internamente têm uma área de
superfície muito maior do que a face externa do corpo (pele); portanto, o peritônio é extremamente
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convoluto.
® Vários termos são usados para descrever as partes do peritônio que unem os órgãos a outros órgãos ou à parede
do abdome, e os compartimentos e recessos resultantes.
Mesentério
® O mesentério é uma lâmina dupla de peritônio formada pela invaginação do peritônio por um órgão, e é a
continuidade dos peritônios visceral e parietal. C
® onstitui um meio de comunicação neurovascular entre o órgão e a parede do corpo.
® O mesentério une um órgão intraperitoneal à parede do corpo — geralmente a parede posterior do abdome (p.
ex., o mesentério do intestino delgado)
® Os mesentérios têm um cerne de tecido conjuntivo que contém sangue e vasos linfáticos, nervos, linfonodos e
gordura.
® O mesentério do intestino delgado costuma ser denominado simplesmente “mesentério”; entretanto, os
mesentérios relacionados a outras partes específicas do sistema digestório recebem denominações de acordo —
por exemplo, mesocolos transverso e sigmoide, mesoesôfago, mesogástrio e mesoapêndice.
® O mesocolo transverso (mesentério do colo transverso) divide a cavidade abdominal:
• Compartimento supracólico, que contém o estômago, o fígado e o baço.
• Compartimento infracólico, que contém o intestino delgado e os colos ascendente e descendente.
• O compartimento infracólico situa-se posteriormente ao omento maior e é dividido em espaços infracólicos
direito e esquerdo pelo mesentério do intestino delgado.
• Há comunicação livre entre os compartimentos supracólico e infracólico através dos sulcos paracólicos, os
sulcos entre a face lateral dos colos ascendente e descendente e a parede posterolateral do abdome.
Omento
® O omento é uma extensão ou prega de peritônio em duas camadas que vai do estômago e da parte proximal do
duodeno até os órgãos adjacentes na cavidade abdominal.
• O omento maior é uma prega peritoneal proeminente, que tem quatro camadas e pende como um avental
da curvatura maior do estômago e da parte proximal do duodeno
o Após descer, dobra-se de volta e se fixa à face anterior do colo transverso e seu mesentério
• O omento menor é uma prega peritoneal muito menor, dupla, que une a curvatura menor do estômago e a
parte proximal do duodeno ao fígado
• Também une o estômago a uma tríade de estruturas que seguem entre o duodeno e o fígado na margem
livre do omento menor.
® A bolsa omental é uma cavidade extensa, semelhante a um saco, situada posteriormente ao estômago, omento
menor e estruturas adjacentes,
• A bolsa omental tem um recesso superior, limitado superiormente pelo diafragma e as camadas posteriores
do ligamento coronário do fígado, e um recesso inferior entre as partes superiores das camadas do omento
maior.
• A bolsa omental permite o livre movimento do estômago sobre as estruturas posteriores e inferiores a ela,
pois as paredes anterior e posterior da bolsa omental deslizam suavemente uma sobre a outra.
• A maior parte do recesso inferior da bolsa é separada da parte principal posterior ao estômago após
aderência das lâminas anterior e posterior do omento maior .
• A bolsa omental comunica-se com a cavidade peritoneal por meio do forame omental, uma abertura
situada posteriormente à margem livre do omento menor (ligamento hepatoduodenal). O forame omental
pode ser localizado passando-se um dedo ao longo da vesícula biliar até a margem livre do omento menor.
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Ligamentos
® Um ligamento peritoneal consiste em uma dupla camada de peritônio que une um órgão a outro ou à parede do
abdome:
® O fígado está unido:
• À parede anterior do abdome pelo ligamento falciforme.
• Ao estômago pelo ligamento hepatogástrico, a porção membranácea do omento menor
• Ao duodeno pelo ligamento hepatoduodenal, a margem livre espessa do omento menor, que dá passagem
à tríade portal: veia porta, artéria hepática e ducto colédoco.
• Os ligamentos hepatogástrico e hepatoduodenal são partes contínuas do omento menor e são separados
apenas por conveniência para descrição.
® O estômago está unido:
• À face inferior do diafragma pelo ligamento gastrofrênico
• Ao baço pelo ligamento gastroesplênico, que se reflete para o hilo esplênico
• Ao colo transverso pelo ligamento gastrocólico, a parte do omento maior semelhante a um avental, que
desce da curvatura maior, inferiormente, recurva-se e, então, ascende até o colo transverso.
• Todas essas estruturas têm uma fixação contínua ao longo da curvatura maior do estômago, e todas fazem
parte do omento maior, sendo separadas apenas para fins de descrição.
® Embora os órgãos intraperitoneais possam ser quase totalmente cobertos por peritônio visceral, todo órgão
precisa ter uma área que não é coberta para permitir a entrada ou saída de estruturas neurovasculares.
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FISIOLOGIA
PRINCÍPIOS GERAIS DA FUNCÃO GASTROINTESTINAL
FUNÇÕES
O trato alimentar abastece o corpo com suprimento contínuo de água, eletrólitos, vitaminas e nutrientes. Isso reque:
1. Movimentação do alimento pelo trato alimentar;
2. Secreção de soluções digestivas
3. Digestão dos alimentos;
4. Absorção de água, diversos eletrólitos, vitaminas e produtos da digestão;
5. Circulação de sangue pelos órgãos gastrointestinais para transporte das substâncias absorvidas;
6. Controle de todas essas funções pelos sistemas nervoso e hormonal locais.
ATIVIDADE ELÉTRICA
O músculo liso do trato gastrointestinal é excitado por atividade elétrica intrínseca, contínua e lenta, nas membranas
das fibras musculares. Essa atividade consiste em dois tipos básicos de ondas elétricas:
• Ondas lentas
• Potenciais em ponta
ONDAS LENTAS
® Não são potenciais de ação, são variações lentas e ondulantes do potencial de repouso da membrana.
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A contração do músculo liso ocorre em resposta à entrada de íons cálcio na fibra muscular.
As ondas lentas não estão associadas à entrada de Ca2+ nas fibras do músculo liso, e sim
somente à entrada de Na+, por isso que as ondas lentas não causam contração muscular. É
durante os potenciais em ponta, gerados nos picos das ondas lentas, que quantidades
significativas de íons cálcio entram nas fibras e causam grande parte da contração.
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ESTIMULAÇÃO PARASSIMPÁTICA
® A estimulação parassimpática aumenta a atividade do sistema nervoso entérico.
® A inervação parassimpática do intestino divide-se em:
• Divisões cranianas (nervos vagos – inervação do esôfago, estômago, pâncreas, menos extensas no intestino
delgado, até a 1ª metade do intestino grosso)
• Divisões sacrais (nervos pélvicos – metade distal do intestino grosso e ânus – essas fibras executam os
reflexos da defecação).
® Os neurônios pós-ganglionares do sistema parassimpático gastrointestinal estão localizados nos plexos mioentérico
e submucoso.
® A estimulação desses nervos parassimpáticos causa o aumento geral da atividade de todo o sistema nervoso
entérico, intensificando a atividade da maioria das funções gastrointestinais.
ESTIMULAÇÃO SIMPÁTICA
® A estimulação simpática inibe a atividade do sistema nervoso entérico.
® As fibras simpáticas do trato GI se original da medula espinal, entre os segmentos T5 e L2.
® As fibras pré-ganglionares que inervam o intestino saem da medula, entram nas cadeias simpáticas, lateralmente à
coluna vertebral até as cadeias de gânglios mais distantes.
® O simpático inerva, igualmente, todo o trato GI.
® Os terminais dos nervos simpáticos secretam, principalmente, norepinefrina, e pequenas quantidades de
epinefrina.
® Em termos gerais, a estimulação do sistema nervoso simpático inibe a atividade do trato GI, pelo efeito direto da
norepinefrina na musculatura lisa intestinal (exceto o músculo mucoso, que é excitado) e pelo efeito inibidor da
norepinefrina sobre os neurônios de todo o sistema nervoso entérico.
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® A intensa estimulação do SN simpático pode inibir os movimentos motores do intestino, podendo bloquear a
movimentação do alimento pelo trato GI.
REFLEXOS GASTROINTESTINAIS
® A disposição anatômica do sistema nervoso entérico e suas conexões com os sistemas simpático e parassimpático
suportam três tipos de reflexos que são essenciais para o controle gastrointestinal.
® São os seguintes:
1. Reflexos completamente integrados na parede intestinal do sistema nervoso entérico:
• Incluem reflexos que controlam grande parte da secreção GI, peristaltismo, contrações de mistura, efeitos
inibidores locais, etc.
2. Reflexos do intestino para os gânglios simpáticos pre-vertebrais e que voltam para o TGI:
• Transmitem sinais pro longas distâncias do estômago que causam a evacuação do cólon (reflexo
gastrocólico), sinais do cólon e do intestino delgado para inibir a motilidade e a secreção do estômago
(reflexo enterogastrico) e reflexos do cólon para inibir o esvaziamento de conteúdos do ileo para o cólon
(reflexo colonoileal)
3. Reflexos do intestino para a medula ou para o tronco cerebral que voltam para o TGI:
• Reflexos do estômago e do duodeno para o tronco cerebral que retornam ao estômago para controlar a
atividade motora e secretora gástrica; reflexos de dor que causam inibição geral de todo o TGI; reflexos de
defecação.
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1. MOTILIDADE GASTROINTESTINAL
No trato Gastrointestinal, ocorrem dois tipos de movimentos: movimentos propulsivos, que fazem com que o alimento
percorra o trato com velocidade apropriada para que ocorram a digestão e a absorção, e movimentos de mistura, que
mantêm os conteúdos intestinais bem misturados todo o tempo.
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MOVIMENTOS DE MISTURA
® Os movimentos de mistura diferem nas várias partes do trato alimentar.
® Em algumas áreas, as próprias contrações peristálticas causam a maior parte da mistura
• Quando a progressão dos conteúdos intestinais é bloqueada por esfíncter, de maneira que a onda
peristáltica pode, então, apenas agitar os conteúdos intestinais, em vez de impulsioná-los para frente.
® Em outros momentos, contrações constritivas intermitentes locais “trituram” e “separam” os conteúdos na parede
intestinal.
® Os hormônios gastrointestinais são liberados na circulação porta e exercem as ações fisiológicas em células- alvo,
com receptores específicos para o hormônio.
® Os efeitos dos hormônios persistem mesmo depois de todas as conexões nervosas entre o local de liberação e o
local de ação terem sido interrompidas.
® Gastrina – secretada pelas células “G” do antro do estômago, em resposta a estímulos associados à ingestão de
refeição, como a distensão do estômago, os produtos da digestão de proteínas e o peptídeo liberador de gastrina,
tem a ação de estimulação da secreção gástrica de ácido e estimulação do crescimento da mucosa gástrica.
® Colecistocinina (CCK) – secretada pelas células “I” da mucosa do duodeno e do jejuno, em resposta aos produtos
da digestão de gorduras nos conteúdos intestinais. Esse hormônio contrai fortemente a vesícula biliar, expelindo
bile ao intestino delgado, que tem função de emulsificação de gorduras, permitindo sua digestão e absorção. A CCK
também inibe a contração do estômago, retardando a saída do alimento, assegurando tempo adequado à digestão
de gorduras no trato intestinal superior. A CCK também inibe o apetite, para evitar excessos durante as refeições.
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1. O contato do alimento com o epitélio estimula a função secretora dos estímulos nervosos entéricos:
• Os reflexos nervosos por estímulos táteis, irritação química e distensão da parede do trato GI estimulam as
células mucosas da superfície epitelial e as glândulas profundas da parede do trato GI a aumentar sua
secreção.
2. Estimulação autônoma da secreção:
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INGESTÃO DE ALIMENTOS
A deglutição pode ser dividida em um fase voluntária (oral, inicia o processo de deglutição), fase faríngea (involuntário,
correspondente à passagem do alimento pela faringe até o esôfago) e fase esofágica (involuntário, correspondente ao
transporte do alimento do esôfago ao estômago).
® Fase voluntária (oral)
• Quando o alimento está pronto para ser deglutido, ele é “voluntariamente” comprimido e empurrado para
trás, em direção à faringe, pela pressão da língua para cima e para trás contra o palato.
• Desse modo, a deglutição passa a ser processo inteiramente automático e que, em condições normais, não
pode ser interrompida.
® Fase faríngea
• O bolo de alimento, ao atingir a parte posterior da cavidade bucal e a faringe, estimula as áreas de
receptores epiteliais da deglutição, ao redor da abertura da faringe, especialmente, nos pilares tonsilares e
seus impulsos passam ao tronco encefálico, onde iniciam série de contrações musculares faríngeas
automáticas.
® Fase esofágica
• A função primária do esôfago é conduzir rapidamente o alimento da faringe ao estômago. O esôfago
apresenta dois tipos de movimentos peristálticos: peristaltismo primário e peristaltismo secundário.
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FASES DA DEGLUTIÇÃO
2. FASE FARÍNGEA:
® Fase involuntária
® Ao atingir a parede posterior da cavidade oral e da faringe, o bolo alimentar estimula os receptores epiteliais da
deglutição no istmo das fauces (via nervo trigêmeo e glossofaríngeo), levando às contrações automáticas de
faringe (peristaltismo faríngeo).
® Início do processo de peristaltismo ocorre na faringe (abertura do esfíncter esofágico)
® O centro da deglutição inibe o centro respiratório do bulbo, interrompendo a respiração em qualquer ponto do
ciclo para permitir a deglutição.
® Passos:
1) O palato mole é empurrado para cima, de maneira a fechar a parte posterior da cavidade nasal,
evitando o refluxo do alimento
2) As pregas palatofaríngeas são empurradas medialmente, formando uma fenda que faz a seleção de
alimentos. Ou seja, os alimentos devidamente mastigados conseguem passar.
3) As cordas vocais da laringe se aproximam vigorosamente, e a laringe é puxada, para cima e para frente,
pelos músculos do pescoço. Essas ações, combinadas com a presença de ligamentos que impedem o
movimento para cima da epiglote, fazem com que a epiglote se mova para trás, na direção da abertura
da laringe. Esses efeitos impedem que o alimento passe para o nariz e para a traqueia.
4) O movimento para cima da laringe também puxa e dilata a abertura do esôfago. O esfíncter superior do
esôfago relaxa. O alimento passa livremente.
5) Quando a laringe é elevada e o esfíncter faringoesofágico relaxado, toda a parede muscular da faringe
se contrai, iniciando de cima para baixo, que impulsiona o alimento para o estomago por peristaltismo.
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RESUMINDO: A traqueia se fecha ® O esôfago se abre ® O sistema nervoso da faringe faz uma onde peristáltica
rápida e força o alimento para a parte superior do esôfago.
3. FASE ESOFÁGICA
® Fase involuntária
® O esôfago apresenta dois tipos de movimentos peristálticos: peristaltismo primário e peristaltismo secundário.
Peristaltismo Primário
® O peristaltismo primário é a continuação da onda peristáltica que começa na faringe e se prolonga ao esôfago (em
8 a 10 segundos), durante o estágio faríngeo da deglutição.
® O alimento engolido por um indivíduo em posição ereta, normalmente, é levado para a porção inferior do esôfago
até mais rapidamente do que a própria onda peristáltica por conta do efeito adicional da gravidade, que força o
alimento para baixo.
Peristaltismo Secundário
® Se a onda peristáltica primária não consegue mover, para o estômago, todo o alimento que entrou no esôfago,
ondas peristálticas secundárias resultantes da distensão do próprio esôfago pelo alimento retido continuam até o
completo esvaziamento esofágico.
® Essas ondas são deflagradas por circuitos neurais intrínsecos do sistema nervoso mioentérico por fibras vagais
aferentes e retornam ao esôfago por fibras nervosas eferentes vagais e glossofaríngeas.
® A musculatura da parede faríngea e do terço superior do
esôfago é composta por músculo estriado.
• As ondas peristálticas nessas regiões são
controladas por impulsos em fibras nervosas
motoras de músculos esqueléticos dos nervos
glossofaríngeo e vago.
® Nos dois terços inferiores do esôfago, a musculatura é lisa
e essa porção esofágica é controlada pelos nervos vagos.
® Quando os ramos do nervo vago para o esôfago são
cortados, o plexo nervoso mioentérico do esôfago fica
excitável o suficiente para causar, após vários dias, ondas
peristálticas secundárias fortes, mesmo sem o suporte dos
reflexos vagais. Portanto, mesmo depois da paralisia do
reflexo da deglutição no tronco encefálico, alimento
introduzido por sonda no esôfago, ainda passa rapidamente para o estômago.
® Função do esfíncter esofágico inferior (esfíncter gastroesofágico):
• Localizado cerca de 3 cm acima da sua junção com o estômago, o músculo circular esofágico funciona como
um largo esfíncter esofágico inferior.
61
• O EEI não é um esfíncter verdadeiro, pois não tem uma musculatura espessa e sim é fechado por causa do
hiato esofágico diafragmático.
• O EEI relaxa por ação do óxido nítrico e VIP.
• Nas condições normais, ele permanece tonicamente contraído, mas quando a onda peristáltica da
deglutição desce pelo esôfago, ocorre o “relaxamento receptivo” do EEI, à frente da onda peristáltica,
permitindo a fácil propulsão do alimento deglutido para o estômago.
• A motilidade ocorre no sentido oral>anal, a não ser em casos de vômito.
• Em caso de disfagia, há novas ondas peristálticas, como segunda e terceira, que geram dor e são patológicas
• Raramente, o esfíncter não se relaxa de forma satisfatória, resultando na acalasia.
• As secreções gástricas são muito ácidas, contendo enzimas proteolíticas, portanto, a mucosa esofágica,
exceto nas porções bem inferiores do esôfago, não é capaz de resistir, por muito tempo, à ação digestiva
das secreções gástricas.
• Felizmente, a constrição tônica do EEI evita significativo refluxo do conteúdo gástrico para o esôfago, exceto
em circunstâncias anormais.
® Prevenção adicional do refluxo esofágico por mecanismo semelhante à válvula da porção distal do esôfago – outro
fator que ajuda a evitar o refluxo é o mecanismo semelhante à válvula, de curta porção do esôfago, que se estende
por pouco até o estômago.
• Essa válvula contribui para evitar que a elevação da pressão intra-abdominal force os conteúdos gástricos
de volta ao esôfago. De outra forma, sempre que andássemos, tossíssemos ou respirássemos
profundamente, o ácido gástrico poderia refluir para o esôfago.
LÁBIOS
Lábio leporino: Alteração congênita em que a cavidade oral e nasal, que são separadas pelo
palato, que faz com que as cavidades fiquem abertas.
CAVIDADE ORAL
LÍNGUA
62
Escarlatina
O período de incubação da escarlatina é de 2 a 5 dias.
O Streptococcus pyogenes costuma ser transmitido de uma pessoa para outra através do
contato com secreções das vias respiratórias. Entre as formas possíveis de transmissão da
bactéria estão a tosse, o espirro e o contato com saliva, que pode ser através do beijo, de
gotículas durante a fala ou pelo compartilhamento de copos ou talheres.
É extremamente contagiosa. Apenas 12 horas após ter sido contaminado, o indivíduo já é
capaz de transmiti-la para outras pessoas, mesmo que ainda não tenha desenvolvido
qualquer sintoma. O período de contágio costuma terminar 12 horas após o fim da febre ou
24 horas após o início do tratamento com antibióticos.
GLÂNDULAS SALIVARES:
® Função da saliva: tampão, mucina, antibacteriana, inibe a desmineralização, digestão, lubrificação, antiviral
® Facilita os processos de mistura, mastigação e deglutição
® Ajuda a manter os dentes limpos e a boca, reduzindo o crescimento bacteriano
® A composição da saliva: muco, amilase salivar, água, entre outros.
® Produção serosa e mucosa: enzima hidrólise e muco para umedecer
• Parótida 25%
• Submandibular 70%
• Sublingual 5%
® O alimento precisa ficar um tempo razoavelmente pequeno na boca (1 minuto) para haver quebra e ação de
amilase; no esôfago, esse tempo de passagem é menor ainda (2-3 segundos), a não ser que haja pouca saliva,
dificultando o escorregamento do alimento.
SECREÇÃO DE SALIVA
63
ESÔFAGO
SECREÇÃO ESOFÁGICA
® As secreções esofágicas são totalmente mucosas e fornecem a lubrificação à deglutição.
® O corpo principal do esôfago é revestido com muitas glândulas mucosas simples.
® Na terminação gástrica e em pequena extensão, na porção inicial do esôfago, existem também muitas glândulas
mucosas compostas, cujo muco no esôfago superior evita a escoriação mucosa causada pela nova entrada de
alimento, enquanto o muco no esôfago na junção esofagogástrica protege a parte esofágica da digestão por sucos
gástricos ácidos que, com frequência, refluem do estômago ao esôfago inferior.
ESTÔMAGO
FUNÇÕES MOTORAS:
I- Armazenar grandes quantidades de alimento até que ele possa ser processado.
• A medida que o alimento entra, este acumula-se na porção “oral” (primeiros 2/3) do estômago.
• A medida que o alimento distende a parede do estômago, um reflexo vago- vagal reduz o tônus da parede
muscular para que mais alimento possa ser acomodado até um limite de 0,8 a 1,5 L por 1 a 2h em média.
II – Misturar o alimento com as secreções gástricas formando uma mistura semilíquida chamada quimo.
• As secreções gástricas entram em contato com o bolo alimentar armazenado no estômago e graças a ondas
constritivas peristálticas fracas (ondas de mistura) originadas nas porções médias e superior da parede do
estômago movendo-se na direção do antro.
• A medida que as ondas progridem, estas ganham força, atingindo potencial de ação peristáltica, forçando o
conteúdo antral na direção do piloro.
III- Controlar o fluxo do quimo para o intestino delgado a uma vazão compatível com a digestão e absorção pelo
intestino delgado.
• Função de esvaziamento:
o Bomba Pilórica
o Papel do piloro no esvaziamento -Regulação do Esvaziamento Estomacal
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DILATAÇÃO GÁSTRICA
® A motilina é um hormônio liberado em jejum e que produz movimentos específicos no estômago e intestino
delgado, chamados de complexo migratório mioelétrico. Eliminam resíduos alimentares, fazendo uma espécie de
limpeza.
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Fase 1: Propulsão
® Os sucos digestivos do estômago são secretados pelas glândulas gástricas, presentes em quase toda a extensão da
parede do corpo do estômago.
® Essas secreções entram com o alimento nas proximidades da mucosa do estômago.
® Enquanto o alimento estiver no estômago, ondas constritivas peristálticas fracas, denominadas ondas de mistura,
se iniciam nas porções média a superior da parede gástrica e se deslocam na direção do antro, uma a cada 15 a 20
segundos.
Fase 2: Esvaziamento: primeiro de líquido, seguido por carboidratos, proteínas e gordura (função de peneira). O
esfíncter se fecha antes de todo o quimo ser esvaziado.
® Na maior parte do tempo, as contrações rítmicas do estômago são fracas e servem para misturar o alimento com
as secreções gástricas.
® Entretanto, por cerca de 20% do tempo em que o alimento está no estômago, as contrações ficam mais intensas,
começando na porção média do órgão e progredindo no sentido caudal não mais como fracas contrações de
mistura, mas como constrições peristálticas fortes, formando anéis de constrição que causam o esvaziamento do
estômago; essas contrações são peristálticas intensas, constrições anelar muito fortes que promovem o
esvaziamento do estômago.
® À medida que o estômago se esvazia, essas contrações começam, cada vez mais proximalmente, no corpo do
estômago, levando o alimento do corpo do estômago, misturando-o com o quimo no antro.
® Quando o tônus pilórico é normal, cada intensa onda peristáltica força vários mililitros de quimo para o duodeno.
Assim, as ondas peristálticas, além de causarem a mistura no estômago, também promovem a ação de
bombeamento, denominada “bomba pilórica”
® Fatores gástricos que promovem o esvaziamento
• Volume de alimentos - dilatação da parede gástrica desencadeia reflexos mioentérico locais que acentuam a
atividade da bomba pilorica e ao mesmo tempo inibem o piloro
• Efeito da gastrina - Células G - Gastrina - atua na célula parietal pra produzir mais HCL;, tem como função
preparar o estômago para recebimento alimentar. Promove estimulo da secreção do ácido e crescimento da
mucosa. a gastrina também parece intensificar a atividade da bomba pilorica, provocando esvaziamento
gástrico
® Fatores duodenais poderosas na inibição do esvaziamento gástrico
• Reflexos nervosos enterogástricos duodenais
• Gorduras e CCK (Colecistoquinina)
• Secretina e peptídeo inibidor gástrico (GIP)
• Grau de distensão do duodeno
• Irritação da mucosa duodenal em graus variáveis
• Grau de acidez do quimo duodenal
• Grau de osmolalidade do quimo
® Obs: Quando não tem mais alimento no estômago, ou no intestino delgado, momento de jejum, tenho liberação de
motilina. Isso acontece devido ao complexo migratório mioelétrico. Ele acontece de corpo e piloro no estomago
até a parte final do intestino delgado
Fase 3: Retropropulsão: o fechamento do piloro joga o alimento para o fundo gástrico novamente, auxiliando a
degradação de grandes partículas. Em certos casos, a motilina será necessária para expulsar o quimo.
® À medida que as ondas constritivas progridem do corpo para o antro, ganham intensidade, algumas ficando
extremamente intensas, gerando potente potencial de ação peristáltica, formando anéis constritivos que forçam o
conteúdo antral, sob pressão cada vez maior, na direção do piloro.
® Esses anéis constritivos também têm função importante na mistura dos conteúdos gástricos da seguinte maneira:
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• Cada vez que uma onda peristáltica percorre a parede antral, na direção do piloro, ela comprime o
conteúdo alimentar no antro em direção ao piloro.
• Porém, a abertura do piloro é pequena e apenas alguns mililitros do conteúdo antral são ejetados para o
duodeno, a cada onda peristáltica.
• À medida que cada onda peristáltica se aproxima do piloro, o próprio músculo pilórico muitas vezes se
contrai, o que impede, ainda mais, o esvaziamento pelo piloro. Assim, grande parte do conteúdo antral
premido pelo anel peristáltico é lançada de volta, na direção do corpo do estômago, e não pelo piloro.
• Desse modo, o movimento do anel constritivo peristáltico, combinado com essa ação de ejeção retrógrada,
denominada “retrpulsão”, é mecanismo de mistura, extremamente importante, no estômago.
® Todos os mecanismos que estimulam a hêmese/vômito (ansiedade, luto, dor, drogas, constipação) atuam numa
zona de gatilho, que induz o peristaltismo no sentido oposto.
® Antes, vem salivação e náuseas, então o retroperistaltismo, aumento de pressão abdominal e abertura dos
esfíncteres, gerando o refluxo do conteúdo do TGI.
® Vômito em excesso leva a alcalinização do sangue, devido à alta expulsão de H+.
® Para tentar compensar, aciona-se a bomba H+/K+se e consequentemente, levando a um aumento da taxa de K+ na
célula e diminuição no sangue, ou seja, hipocalemia, que gera diminuição da motilidade do TGI.
SECREÇÃO GÁSTRICA
® Além de células secretoras de muco que revestem toda a superfície estomacal, a mucosa gástrica tem dois tipos de
glândulas tubulares:
• Glândulas oxínticas, localizadas no corpo e fundo do estômago (80%), responsáveis pela formação de ácido,
secretando ácido clorídrico, pepsinogênio, fator intrínseco e muco, e
• Glândulas pilóricas, localizadas no antro do estômago (20%), responsáveis pela secreção de muco, que
protege a mucosa pilórica do ácido gástrico. Também secretam o hormônio gastrina.
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GLÂNDULAS OXÍNTICAS
® Secreções das glândulas oxínticas – uma glândula oxíntica típica contém três tipos celulares:
• Células mucosas do colo: que secretam muco.
• Célula pépticas (principais): que secretam pepsinogênio.
• Células parietais (oxínticas): que secretam ácido clorídrico e o fator intrínseco.
Quando as células parietais são destruídas (ex: gastrite crônica), a pessoa desenvolve não
só acloridria (ausência de ácido gástrico), mas, muitas vezes, também, anemia perniciosa,
pois a maturação das hemácias não ocorre na ausência de estimulação da medula óssea
pela vitamina B12.
68
® Ao mesmo tempo que esses íons H+ são secretados, os íons bicarbonato se difundem ao sangue, para que o
sangue venoso gástrico tenha um pH mais alto do que o sangue arterial, quando o estômago está secretando
ácido.
® A célula parietal tem grandes canalículos intracelulares ramificados, sendo que o HCl é conduzido por esses
canalículos até a extremidade secretora da célula.
® A principal força motriz, para a secreção de HCl, pelas células parietais é a bomba de hidrogênio-potássio
(H+K+ATPase).
® O mecanismo químico para a formação do ácido clorídrico demonstrado a seguir:
• A água, dentro das células parietais, se dissocia em H+ e OH-, no citoplasma, catalisado pela H+K+ATPase.
• Os íons K+, pela bomba de Na+K+ATPase, tendem a vazar ao lúmen e volta pela H+K+ATPase. A
Na+K+ATPase basolateral produz baixa no Na+ intracelular, que é reabsorvido de volta pelos canalículos.
Assim, a maior parte do K+ e do Na+ nos canalículos é reabsorvida para o citoplasma celular, e os íons H+
tomam seus lugares nos canalículos.
Aplicação clínica: o fármaco omeprazol (um “inibidor da bomba de prótons”) inibe a H+/K+-
ATPase e bloqueia a secreção de H+.
• O bombeamento de H+ para fora da célula pela H+K+ATPase permite que o OH- se acumule, e através da
anidrase carbônica, forme o HCO3- com o CO2. O HCO3- é transportado ao fluido extracelular, em troca
com o Cl- que entra na célula e é secretado pelos canalículos de cloreto, resultando em solução concentrada
de HCl nos canalículos.
• A água passa aos canalículos por osmose devido aos íons extras secretados nos canalículos. Assim, a
secreção final do canalículo contém água, HCl (150 a 160 mEq/L), KCl (15 mEq/L) e pequena quantidade de
NaCl.
Para produzir a concentração de hidrogênio tão alta no suco gástrico é necessário o mínimo
de vazamento de volta para mucosa do ácido secretado. A maior parte da capacidade do
estômago de prevenir o vazamento do ácido de volta pode ser atribuído à barreira
gástrica, devido à formação de muco alcalino entre as células epiteliais. Se essa barreira for
danificada, por substâncias tóxicas, como ocorre com o uso excessivo de aspirina ou álcool,
o ácido secretado vaza à mucosa gástrica, lesando-a.
GLÂNDULAS PILÓRICAS
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® Essas células secretam pequena quantidade de pepsinogênio, e quantidade grande de muco, que auxilia na
lubrificação e na proteção da parede gástrica da digestão pelas enzimas gástricas.
® As glândulas pilóricas também liberam o hormônio gastrina, com papel crucial no controle da secreção gástrica.
Fase gástrica – o alimento que entra no estômago excita os reflexos longos vasovagais do estômago ao cérebro, os
reflexos entéricos locais e o mecanismo da gastrina, todos levando à secreção de suco gástrico durante várias horas,
enquanto o alimento permanece no estômago (contribui com cerca de 60% da secreção gástrica).
Fase intestinal – a presença de alimento na porção superior do intestino delgado (duodeno) continuará a causar secreção
gástrica de pequena quantidade de suco gástrico, provavelmente devido a pequenas quantidades de gastrina liberadas
pela mucosa duodenal (contribui com cerca de 10% da secreção gástrica).
70
71
2) A presença de ácidos, gorduras, produtos da degradação das proteínas, líquidos hiper e hiposmóticos ou
qualquer fator irritante no intestino delgado superior causa a liberação dos vários hormônios intestinais.
• Sendo um deles a secretina (estimula a liberação de bicarbonato pelo pâncreas, inibindo a secreção
gástrica), e outros três: GIP, VIP e somatostatina, que também inibem a secreção gástrica através de efeitos
leves a moderados.
ABSORÇÃO
® O estômago é área de pouca absorção no trato GI, já que não há vilosidades típicas da membrana absortiva.
Apenas algumas poucas substâncias, muito lipossolúveis, como o álcool e alguns fármacos (aspirina), são
absorvidas em pequenas quantidades.
INTESTINO DELGADO
® Principais secreções:
• Secreção de muco
• Secreção de cloreto
® Mecanismo de secreção de líquido aquoso ainda não é completamente conhecido, mas acredita-se que envolva
pelo menos dois processos ativos de secreção:
• Secreção ativa de íons cloreto nas criptas
• Secreção ativa de íons bicarbonato, criando um gradiente de potencial elétrico, causando um fluxo
osmótico de água.
® Regulação da secreção do intestino delgado é feita por estímulos locais.
• Os mais importantes são os reflexos nervosos entéricos locais, desencadeados por estímulos táteis ou
irritantes do quimo sobre os intestinos
SECREÇÃO DE MUCO
® Pelas glândulas de Brunner no duodeno:
• Essas glândulas aparecem especialmente entre o piloro do estômago e a papila de Valter, onde a secreção
pancreática e a bile desembocam no duodeno.
• Secretam grande quantidade de muco alcalino em resposta a:
o Estímulos táteis ou irritativos na mucosa duodenal.
o Estimulação vagal, que causa maior secreção das glândulas de Brunner, junto ao aumento da
secreção gástrica
o Hormônios gastrointestinais, especialmente a secretina.
72
• A função deste muco é proteger a parede duodenal da digestão pelo suco gástrico, muito ácido, através de
íons bicarbonato, que se somam aos íons bicarbonato da secreção pancreática e da bile hepática, na
neutralização do HCl que entra no duodeno vindo do estômago.
® A absorção diária no intestino delgado consiste em várias centenas de g de carboidratos, 100 g ou mais de
gorduras, 50 a 100 g de aminoácidos, 50 a 100 g de íons e 7 a 8 L de água.
ABSORÇÃO DE ÍONS
® Mecanismos de absorção:
• Absorção de nutrientes acoplada ao sódio
• Absorção de nutrientes acoplada a prótons
• Absorção de íons cloreto (eletroneutra)
• Absorção de ácido biliar acoplada ao sódio
• Absorção de cálcio e de ferro*
® O sódio é ativamente transportado através da membrana intestinal.
® Sempre que quantidades significativas de secreções intestinais forem perdidas para o meio exterior, como no caso
da diarreia intensa, as reservas de sódio no corpo podem ser esgotadas em níveis letais em questão de horas.
® Normalmente, menos de 0,5% do sódio intestinal é perdido nas fezes, já que o sódio é absorvido rapidamente.
® O sódio tem ainda um papel importante na absorção de açúcares e aminoácidos.
73
® O mecanismo básico de absorção de sódio no intestino é basicamente igual ao da absorção de sódio pela vesícula
biliar e pelos túbulos renais.
® A força motriz da absorção de sódio é dada pelo transporte ativo (ATP) do íon das células epiteliais, através das
membranas basolaterais, aos espaços paracelulares.
® Parte do sódio é absorvida junto ao cloreto, o qual possui carga negativa e se move pela diferença de potencial
transepitelial gerada pelo transporte dos íons sódio. O sódio também é cotransportado através da membrana da
borda em escova por várias proteínas transportadoras específicas, incluindo o cotransportador de sódio-glicose,
cotransportador de sódio-aminoácido e trocador de sódio-hidrogênio, fornecendo, ainda mais, íons sódio aos
espaços paracelulares. Ao mesmo tempo, fornecem absorção ativa secundária de glicose e aminoácidos,
energizada pela bomba Na+K+ATPase na membrana basolateral.
® Este e outros mecanismos de transporte relacionados acoplados a nutrientes, como aqueles impulsionados por
aminoácidos específicos, dependem da baixa concentração intracelular de sódio estabelecida pela Na/K-ATPase
basolateral ativa.
® A captação apical de sódio e de glicose é um processo acoplado que ocorre por meio de um cotransportador, o
cotransportador de sódio-glicose 1 (SGLT-1, de sodium-glucose cotransporter 1).
f. Por meio da ligação do movimento da glicose ao do sódio, a glicose pode se deslocar contra seu
gradiente de concentração, mesmo quando as concentrações luminais desse nutriente estão baixas.
® A glicose absorvida por esse processo é então utilizada pelo enterócito, ou transportada para a corrente sanguínea
para uso em outras partes do corpo por uma via de difusão facilitada denominada transportador de glicose 2
(GLUT-2, de glucose trans- porter 2).
® O processo global é designado como eletrogênico, visto que não há qualquer transporte ativo de um contraíon
para compensar a carga do sódio transportado de maneira ativa.
® O transporte acoplado ao sódio também possibilita a captação ativa de ácidos biliares conjugados, embora, nesse
caso, o mecanismo de transporte esteja restrito ao íleo terminal.
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® O cloreto também é absorvido pela membrana da borda em escova de partes do íleo e do intestino grosso, por
trocador de cloreto-bicarbonato da membrana da borda em escova; o cloreto sai da célula pela membrana
basolateral através dos canais de cloreto.
® Trocadores de íons acoplados na membrana apical transportam o sódio e o cloreto para dentro da célula, em troca
de prótons e íons bicarbonato, respectivamente, e ambos os processos de troca necessitam da atividade do outro.
® De modo notável, a isoforma NHE3 do trocador de sódio-hidrogênio (NHE, de Na+-H+ exchanger), que participa
desse mecanismo de transporte, é inibida pelo AMPc, de maneira que o processo global de transporte
provavelmente possa ser inibido por esse segundo mensageiro. Esse fato tem implicações para a patogenia da
cólera e de outras doenças diarreicas, conforme discutido mais adiante.
75
ABSORÇÃO DE NUTRIENTES
Os carboidratos são absorvidos em sua maior parte como monossacarídeos – o mais abundante dos monossacarídeos
absorvidos é a glicose (80% das calorias absorvidas), já que é o produto final da digestão do carboidrato mais
abundante na dieta, o amido. Os outros 20% consistem em galactose (leite) e frutose (açúcar de cana). Praticamente,
todos os monossacarídeos são absorvidos por processo de transporte ativo.
A glicose é transportada por mecanismo de cotransporte com o sódio – na ausência do transporte do sódio, através da
membrana intestinal, quase nenhuma glicose é absorvida, já que a absorção de glicose ocorre por processo de
cotransporte como sódio. O íon sódio se combina com proteína transportadora, mas essa proteína não transportará o
sódio ao interior da célula, sem que outras substâncias (glicose) também se liguem ao transportador. Com a ligação do
sódio e da glicose, o transportador transporta ambos, simultaneamente, ao interior da célula. Uma vez na célula
epitelial, outras proteínas transportadoras facilitam a difusão da glicose através da membrana basolateral ao espaço
extracelular e, daí, ao sangue. Em suma, é o transporte ativo de sódio através das membranas basolaterais das células
do epitélio intestinal pela bomba de Na+K+ATPase que proporciona a força motriz para mover a glicose também das
membranas.
Absorção de outros monossacarídeos – a galactose é transportada por mecanismo exatamente igual ao da glicose,
enquanto a frutose é transportada por difusão facilitada (e não com o sódio). Grande parte da frutose, ao entrar na
célula, é fosforilada e convertida em glicose, e posteriormente dirige-se ao sangue.
Absorção de proteínas como dipeptídeos, tripeptídeos ou aminoácidos – as proteínas são absorvidas sob a forma de
dipeptídeos, tripeptídeos ou aminoácidos livres. A energia para esse transporte é suprida por mecanismo de
cotransporte com o sódio, à semelhança do cotransporte de sódio com glicose (cotransporte ou transporte ativo
secundário de aminoácidos e peptídeos). Alguns aminoácidos não usam o mecanismo de cotransporte com o sódio,
mas são transportados por proteínas transportadoras da membrana especiais, do mesmo modo que a frutose é
transportada por difusão facilitada. Existem pelo menos cinco tipos de proteínas transportadoras para aminoácidos e
peptídeos nas membranas luminais no epitélio intestinal.
Absorção de gorduras – monoglicerídeos e ácidos graxos livres são imediatamente incorporados na parte lipídica
contra micelas de sais biliares. Desta forma, são carreados à borda em escova das células intestinais. As micelas
penetram os espaços entre os vilos em constante movimento. Os monoglicerídeos e os ácidos graxos se difundem das
micelas às membranas das células epiteliais, o que é possível pois os lipídeos são, também, solúveis na membrana da
célula epitelial. As micelas dos sais biliares continuam no quimo, onde são reutilizadas para a incorporação dos
produtos da digestão de gorduras. As micelas são “carreadoras” importantes à absorção de gorduras. Na presença de
abundância de micelas de sais biliares, aproximadamente 97% da gordura é absorvida; em sua ausência, a absorção é
de apenas 40-50%. Depois de entrar na célula epitelial, os ácidos graxos e os monoglicerídeos são captados pelo
retículo endoplasmático liso da célula; aí, são usados para formar novos triglicerídeos que serão, sob a forma de
quilomícron, transferidos aos lactíferos (vasos linfáticos) das vilosidades. Pelo ducto linfático torácico, os quilomícrons
são transferidos ao sangue circulante.
Absorção de ácidos graxos direta pelo sangue porta – pequenas quantidades de ácidos graxos de cadeias curta e
média são absorvidas, diretamente, pelo sangue porta, em vez de serem convertidas em triglicerídeos e transferidas à
linfa, já que os de cadeia curta são mais hidrossolúveis e não são convertidos a triglicerídeos pelo retículo
endoplasmático. Essas características levam à difusão desses ácidos graxos de cadeia curta das células do epitélio
intestinal, diretamente, ao sangue no capilar das vilosidades intestinais.
INTESTINO GROSSO
MOVIMENTOS DO CÓLON
1. Propulsão: movimento em massa (unidirecional, estimulação mecânica da musculatura intestinal pela distensão.
® Do ceco ao sigmoide
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® Tipo modificado de peristaltismo caracterizado pela seguinte sequencia de eventos: primeiro, anel constritivo em
resposta a distensão ou irritação principalmente no colon transverso. Em seguida nos 20cm ou mais do colon distal
ao anel constritivo as haustracoes desaparecem e ocorre impulsão da massa
® Movimentos de massa duram em média 10-30minutos, cessam e voltam meio dia depois. Apos empurrar a massa
de fezes para o reto surge a vontade de defecar
® Iniciação dos movimentos de massa por reflexos gastrocólicos ou duodenocólicos
® Resultam da distensão do estômago e duodeno
® Transmitidos por meio do SNA
2. Mistura: haustração (fragmentação do quimo, mistura, aumenta o contato com a superfície de absorção).
® Grandes circulações circulares no intestino grosso
® Musculo circular se contrai constringindo o lúmen do colon, ao mesmo tempo o musculo longitudinal que se reúne
em tres faixar (tênias cólicaas) se contrai = haustrações
® Cada haustracao máxima dura cerca de 30s e cessa por 60s
® Ondas se movem lentamente em direção ao anus
® As haustracoes possibilitam que o material fecal entre em contato com a mucosa exposta do intestino grosso
possibilitando que líquidos e substancias sejam reabsorvidos
® A mucosa do intestino grosso tem muitas criptas de Lieberkühn, entretanto, não existem vilos.
® As células epiteliais quase não secretam qualquer enzima. Elas são células mucosas que secretam apenas muco
(secreção preponderante no intestino grosso).
® Esse muco contém quantidade moderada de íons bicarbonato.
® A secreção de muco é regulada, principalmente, pela estimulação tátil direta das células epiteliais que revestem o
intestino grosso e por reflexos nervosos locais que estimulam as células mucosas nas criptas de Lieberkühn.
® A estimulação pelos nervos pélvicos que emergem da medula espinal e que transportam a inervação
parassimpática para a metade a dois terços distais do intestino grosso também pode causar aumento considerável
da secreção de muco, associada ao aumento na motilidade peristáltica do cólon.
77
• Durante a estimulação parassimpática intensa, muitas vezes causada por distúrbios emocionais, tanto muco
pode ser secretado pelo intestino grosso que a pessoa tem movimentos intestinais a curtos períodos (30
minutos); o muco, deste modo, contém pouco ou nenhum material fecal, variando em sua consistência e
aparência.
• O muco no intestino grosso protege a parede intestinal contra escoriações, mas, além disso, proporciona
meio adesivo para o material fecal.
• Ademais, protege a parede intestinal da intensa atividade bacteriana que ocorre nas fezes, e o muco, com
pH alcalino (8 – contém bicarbonato de sódio), constitui a barreira para impedir que os ácidos formados,
nas fezes, ataquem a parede intestinal.
ABSORÇÃO
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DEFECAÇÃO
® Defecação: a chegada de volume de bolo fecal ao reto (agora chamado de fezes) leva a maior pressão no esfíncter
anal interno e a seu relaxamento
• Controle parassimpático à neurônio aferente leva a informação à medula e o neurônio eferente induz o
relaxamento do esfíncter anal interno.
® Essas fezes vão exercer pressão sobre o esfíncter anal externo
• Controle somático à neurônio aferente leva a informação ao córtex e o neurônio eferente motor induz a
contração/relaxamento do esfíncter anal externo (de forma voluntária).
® Esfíncter anal interno: controle pelo SNA simpático/parassimpático (involuntário)
• Controle simpático: contração à nervo esplâncnico sacral
• Controle parassimpático: relaxamento à nervo esplâncnico pélvico
® Esfíncter anal externo: controle somático (voluntário)
• Nervo motor do pudendo: contração e relaxamento do esfíncter anal externo
® Músculo levantador do ânus: controle somático (voluntário)
• Nervo levantador do ânus
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PÂNCREAS
® O pâncreas, localizado sob o estômago é uma glândula composta, com a maior parte de sua estrutura semelhante
à das glândulas salivares.
SECREÇÃO PANCREÁTICA
® As enzimas digestivas pancreáticas são secretadas pelos ácinos pancreáticos, e grandes volumes de solução de
bicarbonato de sódio são secretados pelos ductos pequenos e maiores que começam nos ácinos.
® O produto combinado de enzimas e bicarbonato de sódio flui ao longo do ducto pancreático, que drena para o
ducto hepático, antes de se esvaziar na papila de Vater, envolta pelo esfíncter de Oddi.
® O suco pancreático é secretado em resposta à presença de quimo no duodeno e suas características são
determinadas pelos tipos de alimentos no quimo.
® O pâncreas secreta ainda insulina para o sangue – e não ao intestino – pelas ilhotas de Langherans.
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® Quando o pâncreas é lesado gravemente ou quando ocorre o bloqueio do ducto, grande quantidade de secreção
pancreática, às vezes, se acumula nas áreas comprometidas do pâncreas. Nessas condições, o efeito do inibidor de
tripsina é insuficiente, situação em que as secreções pancreáticas ficam ativas e podem digerir todo o pâncreas, em
questão de poucas horas, causando uma pancreatite aguda (se não for letal, leva à insuficiência pancreática
crônica).
® O cloreto é captado através da membrana basolateral das células epiteliais das criptas pelo cotransportador de
sódio-potássio-2 cloretos (NKCC1, de Na+-K+-2Cl− cotransporter).
® Esse transportador efetua a captação ativa secundária de cloreto para o interior do citosol celular, aproveitando o
gradiente favorável para o movimento de sódio estabelecido pela Na/K-ATPase basolateral.
® O potássio que é cotransportado é reciclado através da membrana basolateral por meio de canais que podem ser
ativados tanto pelo AMPc quanto pelo cálcio.
® Por conseguinte, o cloreto acumula-se no citosol, pronto para sair da célula através da membrana apical, quando
os canais de cloreto são abertos em resposta às vias de segundos mensageiros. Do ponto de vista quantitativo, a
via mais significativa para a saída do cloreto é o canal regulador de condutância transmembrânico da fibrose cística
(CFTR, de cystic fibrosis transmembrane conductance regulator), que já foi encontrado nos ductos pancreáticos.
® Obs: Em resposta a agonistas como o VIP ou as prostaglandinas, os níveis de AMPc aumentam no citosol das
células das criptas, o que, por sua vez, resulta na ativação da proteína-quinase A (PKA, de protein kinase A). Essa
enzima pode fosforilar e, portanto, abrir o canal de cloreto CFTR, resultando em um surto inicial de secreção de
cloreto.
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Como a mucosa do intestino delgado não tem proteção contra a ação do suco gástrico
ácido, o mecanismo de neutralização do ácido é essencial para evitar o desenvolvimento de
úlceras duodenais.
® Diversos estímulos “multiplicam” ou “potencializam” uns aos outros. Desse modo, normalmente a secreção
pancreática resulta de efeitos combinados de múltiplos estímulos básicos.
® As diferenças entre os efeitos estimuladores pancreáticos da secretina e da CCK são a intensa secreção de
bicarbonato de sódio, em resposta ao ácido no duodeno, estimulada pela secretina, o duplo efeito em resposta à
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gordura e a secreção intensa de enzimas digestivas (quando peptonas entram no duodeno), estimulada pela CCK. A
quantidade total secretada por dia fica em torno de 1 L.
Fase gástrica – a estimulação nervosa da secreção enzimática prossegue, representando outros 5 a 10% das enzimas
pancreáticas, secretadas após refeição. Entretanto, mais uma vez pequena quantidade chega ao duodeno devido à falta
continuada de secreção significativa de líquido.
Fase intestinal – depois que o quimo deixa o estômago e entra no intestino delgado, a secreção pancreática fica
abundante, especialmente, por conta da ação do hormônio secretina.
FÍGADO
® Uma das muitas funções do fígado é de secretar bile, normalmente entre 600 e 1000 mL/dia. A bile serve a duas
funções importantes:
• Importante papel na digestão e absorção de gorduras, devido aos ácidos biliares contidos na bile, os quais
ajudam a emulsifica as grandes partículas de gordura a partículas diminutas, cujas superfícies são atacadas
pelas lipases secretadas no suco pancreático e ajudam a absorção dos produtos finais da digestão das
gorduras através da membrana mucosa intestinal;
• Serve como meio de excreção de diversos produtos do sangue, incluindo a bilirrubina, produto final da
destruição da hemoglobina e o colesterol em excesso.
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DIGESTÃO E ABSORÇÃO
® Os principais alimentos que sustentam a vida do corpo podem ser classificados como carboidratos, gorduras e
proteínas, e devem ser digeridos a compostos absorvidos no intestino delgado.
® Hidrólise de carboidratos: quase todos os carboidratos da dieta são grandes polissacarídeos ou dissacarídeos
(combinações de monossacarídeos), ligados uns aos outros por condensação (a junção de dois monossacarídeos
que fora uma molécula de água).
® Hidrólise de proteínas – as proteínas são formadas por múltiplos aminoácidos que se ligam por ligações peptídicas,
com a formação de uma molécula de água (condensação). A digestão se dá por hidrólise, ou seja, as enzimas
proteolíticas inserem, de novo, H+ e OH-, das moléculas de água, nas moléculas de proteína, para clivá-las em seus
aminoácidos constituintes. Todas as enzimas digestivas são proteínas, secretadas por diferentes glândulas
gastrointestinais
® Hidrólise de gorduras – quase todas as gorduras da dieta consistem em triglicerídeos (gorduras neutras) formados
por três moléculas de ácidos graxos condensadas com uma só molécula de glicerol. Durante a condensação, três
moléculas de água são removidas. A digestão dos triglicerídeos, através das enzimas digestivas de gorduras, faz
com que haja reinserção das três moléculas de água na molécula de triglicerídeo e, assim, as moléculas de ácidos
graxos são separadas do glicerol (hidrólise).
CARBOIDRATOS:
Quando os carboidratos são digeridos, o processo se inverte e os carboidratos são convertidos a monossacarídeos,
através de enzimas específicas que realizam hidrólise (dissolução da molécula de água em H+ e OH-).
® Início: amilase salivar, amilase gástrica e amilase pancreática (transformam polissacarídeos em dissacarídeos)
® Final: hidrolases (lactase, glucoamilase, sucrase, dextrinase) nas bordas em escova dos enterócitos hidrolisam os
dissacarídeos.
® Sucrase isomaltase (SI): não detectada no início da vida. Principal responsável pela hidrólise do amigo
® Glucoamilase: hidrólise de maltose e maltotriose
® Dextrinase: hidrolisa dextrina
® Lactase: hidrolisa lactose em galactose e glicose
® Amido à alfa-amilase à alfa-dextrina, maltose, maltotriose à alfa-dextrinase, maltase, sucrase à glicose
® Lactose à lactase à glicose + galactose
® Sacarose à sacarase à glicose + frutose
® Transporte: difusão facilitada
• Sgl1: cotransportador Na e glicose
• Glut5: apenas frutose
- Glicose: entra no enterócito por seu domínio apical por sglt1 e sai por glut2 para sangue
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PROTEÍNAS:
GORDURAS:
® Bile: emulsificação (aumentar superfície de contato das moléculas de gordura, permitindo sua melhor digestão
pela lipase)
- CCK estimula a contração da vesícula biliar e liberação de bile no duodeno
- CCK estimula a produção de mais bile pelo fígado
- CCK estimula a liberação de lipase pancreática no duodeno
® Lipase: hidrolisa a gordura, formando ácidos graxos
• Colesterol esterificado é quebrado em colesterol e ácidos graxos
- Absorção de ácidos graxos: difusão simples
- Absorção de colesterol: canal NPC1L1
® Dentro das células: os ácidos graxos esterificam com glicerol, formando triacilglicerol (triglicerídeos) e o colesterol
esterifica com ácidos graxos, formando colesterol esterificado. Moléculas de triglicérides e colesterol se juntam,
formando o quilomicron, que passa para o sistema linfático (vasos lácteos). Esse quilomicron passa para a corrente
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sanguínea através do ducto torácico esquerdo. Ao longo do percurso ao fígado ele deixa moléculas de triglicerídeos
e chega ao fígado formado principalmente por colesterol e poucos triglicerídeos, onde é degradado.
® Ácidos graxos e colesterol não passam para o sistema porta (a não ser que sejam ácidos graxos de cadeia curta),
indo diretamente para o sistema linfático
® Colecistectomia: cirurgia de retirada da vesícula biliar. Apenas não há armazenagem de bile, mas esta continua a
ser produzida pelo fígado e liberada pelo duodeno. Ao se alimentar com grande quantidade de gordura, a bile
produzida não é suficiente para digerir a gordura totalmente. Resultado: o excesso de oleosidade irrita a mucosa,
aumentando a motilidade do intestino e presença de gordura nas fezes (esteatorreia)
® Absorção de vitamina B12: íleo terminal
DISTURBIOS GASTROINTESTINAIS
CONSTIPAÇÃO:
® Significa movimento lento das fezes pelo intestino grosso, que frequentemente está associada a grande
quantidade de fezes ressecadas e endurecidas no cólon ascendente, que se acumulam por absorção excessiva de
liquido.
® Causas:
• Qualquer patologia dos intestinos que obstrua o movimento do conteúdo intestinal, como tumores
• Hábitos intestinais irregulares;
• Espasmo de pequeno segmento do cólon sigmoide
COLITE ULCERATIVA:
® É uma doença em que áreas extensas das paredes do intestino grosso ficam inflamadas e ulceradas. Com isso,
ocorre um aumento da motilidade do cólon, aumenta também a secreção, gerando quadros de diarreia.
ÚLCERAS PÉPTICAS:
® A úlcera péptica é uma ferida na parede do estômago ou duodeno
® Qualquer patologia dos intestinos que obstrua o movimento do conteúdo intestinal, como tumores;
® Se as úlceras pépticas são encontradas no estômago, elas são chamadas de úlceras gástricas. Se são encontradas
no duodeno, são chamas de úlceras de duodeno (ou duodenais).
® Você pode ter mais que uma úlcera.
® O que causa as úlceras pépticas
• Uma bactéria chamada Helicobacter pylori , ou abreviado H. pylori
• Drogas anti-infalamatórias não esteróides (AINEs) como a aspirina e ibuprofeno
• Outras doenças
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® O seu corpo fabrica ácidos fortes que digerem os alimentos. Uma barreira interna protege o seu estômago e
duodeno contra estes ácidos. Se esta barreira é rompida, o ácido pode lesar as paredes.
® O H. pylori e as AINEs enfraquecem esta barreira permitindo que o ácido atinja as paredes do estômago e
duodeno. O H. pylori é responsável por quase dois terços de todas as úlceras. Muitas pessoas têm a infecção pelo
H. pylori. Mas nem todas que têm a infecção irão desenvolver a úlcera péptica.
® A maiora das outras úlceras são causadas pelas AINEs. Só raramente outras doenças causam úlceras.
® Sangramento: O sangramento de uma úlcera pode ocorrer no estômago ou duodeno e às vezes é o único sinal da
doença. Pode ser lento, causando anemia e fadiga. Outras vezes é mais rápido podendo ser grave (muitas vezes
requerendo internação hospitalar), sendo reconhecido ao se notal fezes enegrecidas, fétidas, com aspecto
lembrando piche, vômitos com conteúdo semelhante à borra de café ou mesmo a presença de sangue "vivo" nas
fezes ou no vômito.
® Perfuração: Quando as úlceras não são tratadas, o ácido gástrico e os sucos digestivos podem literalmente abrir
um buraco na parede do estômago. É uma complicação que ocorre em uma pequena parcela dos doentes, mas que
pode tornar-se grave. Bactérias, alimentos e os sucos gástricos podem extravasar para a cavidade abdominal
causando dor intensa de início súbito. Neste caso, a hospitalização torna-se necessária e o tratamento é
geralmente cirúrgico.
® Obstrução: A inflamação decorrente da úlcera pode causar edema ("inchaço") no local, e a sua cicatrização pode
levar à fibrose. Estes problemas podem levar ao estreitamento da saída do estômago, impedindo a passagem de
alimentos e causando vômitos e perda de peso.
QUESTÕES PERITÔNIO
1) Qual a função do peritônio?
O peritônio é uma membrana serosa com dois folhetos: o parietal e visceral. O folheto parietal forra a camada
abdominal e o folheto visceral reveste as vísceras abdominais em variável extensão, formando uma cobertura completa
para algumas delas (estômago, baço) e incompleta para outras (bexiga, reto). Assim, o peritônio tem as funções de
fixação (sustentação estrutural), lubrificação (secreção de fluido – facilitando o deslizamento dos órgãos), nutrição e
defesa (leucócitos).
Lubrificação à O peritônio produz um plasma (com menos proteínas e menor quantidade de sódio), cuja função é
impedir que, durante a nossa movimentação, as vísceras se atritem. Quanto mais elas sofrem atrito, maior é a chance
de aderências. O fluido, portanto, impede o atrito.
Nutrição à Há vascularização peritoneal, pois o peritônio produz células que precisam ser nutridas.
Defesa à Importância imunológica do peritônio. A célula B1B é um tipo de linfócito extremamente importante na
defesa inata do indivíduo.
*Nem todas as vísceras são recobertas. Os rins, pâncreas, útero e parte do intestino são extraperitoneais.
*Peritônio também armazena gordura!
2) Quais barreiras o soluto deve ultrapassar para ser filtrado do sangue?
Dentre as camadas de resistência à passagem de fluidos e solutos entre sangue e líquido intracavitário, a
principal barreira é o endotélio vascular dos capilares e das vênulas pós-capilares do peritônio. A membrana basal do
endotélio, a matriz intersticial, as células do interstício, o mesotélio e sua membrana basal praticamente não oferecem
dificuldade ao trânsito de pequenas moléculas.
A membrana basal do endotélio é carregada negativamente, assim como a membrana basal encontrada nos
glomérulos.
No interstício há fibroblastos, tecido adiposo.
De fato, são quatro barreiras: Fenda dos endotélios, membrana basal, interstício e mesotélio, que respeitam a lei de
Fick.
3) Como ocorre a movimentação dos solutos através da membrana peritoneal?
De acordo com o Modelo de poros, desenvolvido por Rippe et al., poros de três tamanhos estariam presentes
na membrana, regulando a passagem de moléculas de diferentes raios e massas moleculares. Os poros grandes,
perfariam menos de 0,01% do total de poros e permitiriam a passagem de moléculas com maior massa molecular,
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como as proteínas. Poros pequenos permitiriam a passagem de 99,7% dos pequenos solutos e poros ultrapequenos (ou
ultraporos) permitiriam a passagem exclusiva de moléculas de água.
Posteriormente ao MTP, foi elaborado o conceito de que os danos gerados à MP ao longo do tratamento crônico, como
aumento de sua espessura, neoangiogênese e perda mesotelial, poderiam alterar os parâmetros até então utilizados
em suas simulações. Assim, em um novo modelo, chamado “distributivo”, foi incorporada a distância de cada capilar à
cavidade peritoneal. Essa variável torna-se mais importante com o tempo de tratamento, já que o espessamento da
MP, característico da lesão de longo prazo, faz com que a contribuição de cada vaso ao transporte global de moléculas
seja variável de acordo com sua profundidade no interstício.
No modelo distributivo, o glicocálice endotelial também passou a ser considerado.
4) O que é dialise peritoneal?
Dialise peritoneal é o processo de depuração do sangue no qual a transferência de solutos e líquidos ocorre
através de uma membrana semipermeável (o peritônio) que separa dois compartimentos. Um deles é a cavidade
abdominal, onde está contida a solução de diálise; o outro é o capilar peritoneal, onde se encontra o sangue com
excesso de escórias nitrogenadas, potássio e outras substâncias.
A diálise peritoneal é a filtração artificial do sangue e utiliza a membrana peritoneal do abdome como um filtro. O
dialisado é colocado no interior da cavidade peritoneal e quatro a seis horas depois é drenado. As excretas passam dos
capilares da cavidade peritoneal, através da membrana peritoneal, para o dialisado.
A diálise peritoneal permite que o paciente continue na sua rotina. Ela permite substituir a função dos rins. É fácil,
relativamente barata, mas pode trazer alguns riscos (cateter no peritônio pode levar à infecção) e, cronicamente, leva a
falência da membrana peritoneal.
Benefícios: Melhor controle da anemia, maior flexibilidade nos horários das trocas, maior liberdade para viagens, única
visita por mês para a coleta de exames e consulta médica, preserva por mais tempo a função renal do paciente
(significando maior qualidade de vida), menor instabilidade cardíaca, possibilidade de retorno ao trabalho e estudos,
maior possibilidade de desenvolvimento físico em crianças.
Limitações: Risco de infecção (se não houver os cuidados necessários), necessidade de um cuidador (se deficiência ou
impossibilidade), necessidade de estocar o material de diálise.
5) Qual patologia mais frequente em pacientes em diálise peritoneal?
A patologia mais comum que acomete é a peritonite. Há o espessamento do peritônio com pus, mostrando
uma inflamação e infecção dessa região. Se não romper as membranas peritoneais é chamada de peritonite primária,
mas quando rompe essas membranas, atribui-se o nome de peritonite secundária.
6) O que ocorre com a membrana peritoneal após a diálise peritoneal a longo prazo?
Espessamento da membrana e falta de eletronegatividade.
A longo prazo, a diálise peritoneal pode levar a uma falência da membrana peritoneal. Podem ocorrer alterações como
o desnudamento da camada de células mesoteliais, o espessamento do espaço submesotelial, neoangiogênese e
duplicação da membrana basal capilar.
- Espessamento da membrana peritoneal:
Lesão de longo prazo da diálise peritoneal.
Contribuição de cada vaso ao transporte fica diferente, de acordo com a sua profundidade no interstício.
- Capilares gerados por neoangiogênese, influenciada por TFG-beta e VEGF secundariamente à exposição a ambiente
hiperglicêmico, apresentam glicocálice menos exuberante e facilitam a perda proteica.
7) Caso haja múltiplas trocas de diálise em curto período de tempo (em uma mesma noite, por exemplo) pode haver
repercussão hidroeletrolítica? Explique
A solução padrão de diálise peritoneal contêm 1,75 mmol/L de Ca++ e 0,75 mmol/L de Mg++. As
concentrações iônicas normais desses eletrólitos no plasma são de 1,25 mmol/L para Ca++ e 0,55 mmol/L para Mg++.
Consequentemente, a diálise peritoneal leva à transferência de massa desses eletrólitos, do dialisato à circulação, por
difusão, especialmente quando soluções que induzem pouco transporte convectivo são utilizadas.
8) É preciso cuidado especial para pacientes diabéticos? Justifique
Sim, pois pode ocorrer aumento da glicemia do paciente. O paciente diabético é um paciente mais “inflamado” do que
o normal.
9) A perda de potássio do plasma para o dialisado pode ser influenciada pelo pH da solução de diálise?
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Sim. Para o potássio, o clearance difusivo é de cerca de 17 mL/min na diálise peritoneal intermitente,30 com MTAC
médio entre 12 e 16 mL/min em CAPD, com 24 mL/min na primeira hora. Provavelmente, esses valores são altos por
saída de potássio das células mesoteliais, promovida por um pH baixo e/ou hiperosmolaridade das soluções.
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HISTOLOGIA
Todos os componentes do trato digestivo apresentam certas características estruturais em comum. Trata-se de um
tubo oco composto por um lúmen, ou luz, cujo diâmetro é variável, circundado por uma parede formada por quatro
camadas distintas: mucosa, submucosa, muscular e serosa.
Camada mucosa:
® A camada mucosa é composta por:
• Revestimento epitelial
o As principais funções do revestimento epitelial da mucosa do trato digestivo são:
1. prover uma barreira seletivamente permeável entre o conteúdo do lúmen e os
tecidos do organismo;
2. facilitar o transporte e a digestão do alimento;
3. promover a absorção dos produtos desta digestão;
4. produzir hormônios que regulem a atividade do sistema digestivo.
5. Algumas células contidas nesta camada produzem muco para lubrificação e
proteção.
• Lâmina própria
o Tecido conjuntivo frouxo rico em vasos sanguíneos e linfáticos e células musculares lisas
o Algumas vezes apresentando também glândulas e tecido linfoide
o É uma zona rica em macrófagos e células linfoides, algumas das quais produzem anticorpos
ativamente, Esses anticorpos são principalmente do tipo imunoglobulina A (IgA), que é secretada
para o lúmen ligada a uma proteína produzida pelas células epiteliais do revestimento intestinal.
• Muscular da mucosa
o Separa a camada mucosa da submucosa e geralmente consiste em duas subcamadas delgadas de
células musculares lisas, uma circular interna e outra longitudinal externa.
o Essas subcamadas promovem o movimento da camada mucosa, independentemente de outros
movimentos do trato digestivo, aumentando o contato da mucosa com o alimento.
Camada submucosa
® A camada submucosa é composta por:
• Tecido conjuntivo com muitos vasos sanguíneos e linfáticos e um
• Plexo nervoso submucoso (também denominado plexo de Meissner).
• Esta camada pode conter também glândulas e tecido linfoide.
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Camada muscular
® A camada muscular contém células musculares lisas orientadas em espiral, divididas em duas subcamadas, de
acordo com o direcionamento principal.
• Na subcamada mais interna (próxima do lúmen), a orientação é geralmente circular;
• Na subcamada externa, é majoritariamente longitudinal.
® Entre essas duas subcamadas observa-se o plexo nervoso mioentérico (ou plexo de Auerbach) e tecido conjuntivo
contendo vasos sanguíneos e linfáticos.
• Assim, as contrações da camada muscular, geradas e coordenadas pelos plexos nervosos, impulsionam e
misturam o alimento ingerido no trato digestivo.
• Esses plexos são compostos principalmente por agregados de células nervosas (neurônios viscerais
multipolares) que formam pequenos gânglios parassimpáticos.
• Uma rede rica em fibras pré- e pós-ganglionares do sistema nervoso autônomo e algumas fibras sensoriais
viscerais possibilitam comunicação entre esses gânglios.
• A quantidade de gânglios ao longo do trato digestivo é variável; eles são mais numerosos em regiões de
maior motilidade.
Camada serosa
® A serosa é formada por uma camada delgada de tecido conjuntivo frouxo, revestida por um epitélio pavimentoso
simples denominado mesotélio.
® Na cavidade abdominal, a serosa que reveste os órgãos é denominada peritônio visceral e está em continuidade
com o mesentério (membrana delgada revestida por mesotélio nos dois lados), que suporta os intestinos, e com o
peritônio parietal, uma membrana serosa que reveste a parede da cavidade abdominal.
® Em locais em que o órgão digestivo está unido a outros órgãos ou estruturas a serosa é substituída por uma
adventícia espessa, que consiste em tecido conjuntivo e tecido adiposo contendo vasos e nervos, sem o mesotélio.
CAVIDADE ORAL:
Gengiva e palato duro:
® Epitélio pavimentoso estratificado queratinizado
® A camada queratinizada protege a mucosa oral de agressões mecânicas durante a mastigação
® A lâminina própria nessas regiões contém várias papilas e repousa diretamente sobre o periósteo
Palato mole, lábios, bochecha e o assoalho da boca
® Epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado
® A lâmina própria tem papilas similares às observadas na derme e é contínua com a submucosa, que contém
glândulas salivares menores distribuídas difusamente.
® Nos lábios observa-se uma transição do epitélio oral não queratinizado para o epitélio queratinizado da pele
® O palato mole contém, no seu centro, músculo estriado esquelético e numerosas glândulas mucosas e nódulos
linfoides na submucosa.
LÍNGUA:
® A língua é uma massa de músculo estriado esquelético revestida por uma camada mucosa cuja estrutura varia de
acordo com a região.
® A camada mucosa está fortemente aderida à musculatura, porque o tecido conjuntivo da lâmina própria penetra
os espaços entre os feixes musculares.
® A superfície ventral (inferior) da língua é lisa, enquanto a superfície dorsal é irregular, recoberta anteriormente por
uma grande quantidade papilas.
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• O terço posterior da superfície dorsal da língua é separado dos dois terços anteriores por uma região em
forma de "V''
• Essa região, a superfície da língua apresenta saliências compostas principalmente por dois tipos de
agregados linfoides: pequenos grupos de nódulos e tonsilas linguais, nas quais os nódulos linfoides se
agregam ao redor de invaginações da camada mucosa denominadas criptas.
Papilas
® Papilas são elevações do epitélio oral e lâmina própria que
assumem diversas formas e funções.
® Existem quatro tipos: filiformes, fungiformes, foliadas e
circunvaladas.
® Existem pelo menos cinco qualidades na percepção humana de
sabor:
• salgado, azedo, doce, amargo e o umami
® Todas essas qualidades podem ser percebidas em todas as regiões
da lingua que contêm botões gustativos.
• Esses botões são estruturas em forma de cebola, cada uma
contendo 50 a 100 células.
• O botão repousa sobre uma lâmina basal e, em sua porção apical, as células gustativas têm microvilosidades
que se projetam por urna abertura denominada poro gustativo.
• Muitas das células têm função gustativa, enquanto outras têm função de suporte.
® Numerosas glândulas serosas (glândulas de vonEbner) secretam seu conteúdo no interior de uma profunda
depressão que circunda cada papila. Esse arranjo similar a um fosso possibilita um fluxo contínuo de líquido sobre
uma grande quantidade de botões gustativos ao longo das superficies laterais dessas papilas.
• Este fluxo é importante na remoção de partículas de alimentos da adjacência dos botões gustativos, para
que eles possam receber e processar novos estímulos.
• As glândulas serosas também secretam uma lipase que provavelmente previne a formação de uma camada
hidrofóbica sobre os botões gustativos, o que poderia prejudicar sua função. Além deste papel local, a lipase
lingual é ativa no estômago e pode digerir até 30% dos triglicerídios da dieta.
• Outras glândulas salivares menores de secreção mucosa dispersas pela cavidade oral atuam da mesma
maneira que as glândulas serosas associadas às papilas circunvaladas, auxiliando a função de botões
gustativos encontrados em outras partes da cavidade oral, como, por exemplo, na porção anterior da
língua.
FARINGE:
® A faringe, uma região de transição entre a cavidade oral e os sistemas digestivo e respiratório, forma uma área de
comunicação entre a região nasal e a laringe.
® A faringe é revestida por epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado na região contínua ao esôfago.
® Epitélio pseudoestratificado cilíndrico ciliado contendo células caliciformes nas regiões próximas à cavidade nasal.
® A mucosa da faringe também possui muitas glândulas salivares menores de secreção mucosa em sua lâmina
própria, composta de tecido conjuntivo.
® Os músculos constritores e longitudinais da faringe estão localizados mais externamente a esta camada.
ESÔFAGO:
® O esôfago é um tubo muscular cuja função é transportar o alimento da boca para o estômago.
® De modo geral, o esôfago contém as mesmas camadas que o resto do trato digestivo.
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ESTÔMAGO:
® O estômago é responsável pela digestão parcial dos alimentos e secreção de enzimas e hormônios (funções
exócrinas e endócrinas).
® Trata-se de um segmento dilatado do trato digestivo, cuja função principal é transformar o bolo alimentar em uma
massa viscosa (quimo) por meio da atividade muscular e química.
® A digestão química se deve a:
• continuação da digestão de carboidratos iniciada na boca;
• adição de um fluido ácido (HCl) ao alimento ingerido;
• digestão parcial de proteínas (ação da pepsina);
• digestão parcial de triglicerídios (lipases gástrica e lingual).
® O estômago também produz o fator intrínseco (ver adiante) e hormônios.
® No estômago são identificadas quatro regiões: cárdia, fundo, corpo e piloro (ou antro).
• As regiões do fundo e corpo apresentam estrutura microscópica idêntica e, portanto, apenas três regiões
são consideradas histologicamente.
MUCOSA
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® A mucosa gástrica é formada por epitélio glandular, cuja unidade secretora é tubular e ramificada e desemboca na
superfície, em tuna área denominada fosseta gástrica
® Em cada região do estômago, as glândulas apresentam morfologia característica.
® Todo o epitélio gástrico está em contato com o tecido conjuntivo frouxo (lâmina própria), que contém células
musculares lisas e células linfoides. Separando a mucosa da submucosa adjacente existe uma camada de músculo
liso, a muscular da mucosa.
® As camadas mucosa e submucosa do estômago não distendido repousam sobre dobras direcionadas
longitudinalmente. Quando o estômago está distendido pela ingestão de alimentos, essas dobras se achatam.
® Quando a superfície luminal do estômago é observada ao microscópio em pequeno aumento, numerosas
invaginações do epitélio de revestimento são vistas; são as aberturas das fossetas gástricas.
® O epitélio que recobre a superfície do estômago e reveste as fossetas é colunar simples.
® Todas as células secretam muco alcalino composto por água (95%), glicoproteínas e lipídios. O bicarbonato,
também secretado por essas células, forma um gradiente de pH que varia de 1 (porção luminal) a 7 (superficie
celular).
® A parte do muco que está firmemente aderida ao glicocálice das células epiteliais é muito efetiva na proteção,
enquanto a parte menos aderida (luminal) é mais solúvel, sendo parcialmente digerida pela pepsina e misturada
com o conteúdo luminal. Assim, o muco forma uma espessa camada que protege as células da acidez do estômago.
® As junções de oclusão entre as células superficiais e da fosseta também participam da barreira de proteção na
mucosa gástrica.
® Finalmente, a rede de vasos na lâmina própria e na submucosa possibilita a nutrição e a remoção de metabólitos
tóxicos das células mucosas superfi
Cardia
® A cárdia é uma banda circular estreita, com cerca de 1,5 a 3,0 cm de largura, na transição entre o esôfago e o
estômago.
® Sua mucosa contém glândulas tubulares simples ou ramificadas, denominadas glândulas da cárdia.
® Células secretoras: produzem muco e lisozima (uma enzima que destrói a parede de bactérias)
+ -
® Células parietais: produtoras de H e Cl (que formarão HCl no lúmen) também podem ser encontradas.
CORPO E FUNDO
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® A mucosa nas regiões do fundo e corpo está preenchida por glândulas tubulares, das quais três a sete abrem-se
em cada fosseta gástrica.
® As glândulas contêm três regiões distintas:
• Istmo
o O istmo tem células mucosas em diferenciação que substituirão as células da fosseta e as
superficiais, células-tronco e células parietais (oxínticas).
• Colo
o O colo contém células-tronco, mucosas do colo (diferentes das mucosas do istmo e da superfície)
e parietais (oxínticas);
o Células enteroendócrinas estão distribuídas pelo colo e pela base das glândulas
• Base
o A base das glândulas contém principalmente células parietais e zimogênicas (principais).
o Células enteroendócrinas estão distribuídas pelo colo e pela base das glândulas
® A distribuição dos diferentes tipos celulares epiteliais nas glândulas gástricas não é uniforme.
Células tronco
® Encontradas em pequena quantidade na região do istmo e colo, as células-tronco são colunares baixas com núcleos
ovais próximos da base das células. Estas células apresentam uma elevada taxa de mitoses.
® Algumas células já comprometidas com a linhagem de células superficiais migram nesta direção (incluindo a
fosseta) para repor as células mucosas, que se renovam a cada 4 a 7 dias.
® Outras células-filhas migram mais profundamente nas glândulas e se diferenciam em células mucosas do colo ou
parietais, zimogênicas ou enteroendócrinas.
® Essas células são repostas muito mais lentamente que as células mucosas superficiais.
Células mucosas do colo
® Essas células são observadas agrupadas ou isoladamente entre as células parietais no colo das glândulas gástricas.
® Elas têm formato irregular, com os núcleos na base das células e os grânulos de secreção próximos da superfície
apical.
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® O tipo de mucina secretada é diferente daquela proveniente das células epiteliais mucosas da superfície e tem
inclusive propriedades antibióticas.
Células parietais (oxínticas)
® Células parietais são observadas principalmente no istmo e colo das glândulas gástricas e são mais escassas na
base.
® São células arredondadas ou piramidais, com um núcleo esférico que ocupa posição central e citoplasma
intensamente eosinofílico.
® As características mais marcantes observáveis ao microscópio eletrônico em células que estão secretando
ativamente são a abundância de mitocôndrias (eosinofílicas) e a invaginação circular profunda da membrana
plasmática apical, formando um canalículo intracelular.
® Na célula em repouso, muitas estruturas tubulovesiculares podem ser observadas na região apical logo abaixo da
+ -
membrana plasmática. Nesta fase a célula contém poucos microvilos. Quando estimulada a produzir H e Cl , as
estruturas tubulovesiculares se fundem com a membrana celular para formar o canalículo e mais microvilos,
provendo assim um aumento generoso na superficie da membrana celular.
® A atividade secretora de células parietais é estimulada por vários mecanismos, como o estímulo parassimpático
(terminações nervosas colinérgicas), histamina e um polipeptídio denominado gastrina.
® Gastrina e histamina são potentes estimulantes da produção de ácido clorídrico, sendo ambos secretados pela
mucosa gástrica. A gastrina também apresenta um efeito trófico na mucosa gástrica, estimulando o seu
crescimento.
Células zimogênicas (principais)
® Células zimogênicas predominam na região basal das glândulas gástricas e apresentam todas as características de
células que sintetizam e exportam proteínas.
® Sua basofilia deve-se ao retículo endoplasmático granuloso abundante. Os grânulos em seu citoplasma contêm
uma proenzima, o pepsinogênio.
• O pepsinogênio é rapidamente convertido na enzima proteolítica pepsina após ser secretado no ambiente
ácido do estômago.
• Há sete pepsinas diferentes no suco gástrico humano, e todas ativas em pH menor que 5.
® Em humanos, as células zimogênicas também produzem a enzima lipase.
Células enteroendócrinas
® Células enterro endócrinas são encontradas principalmente próximas da base das glândulas gástricas.
® Diversos hormônios são secretados ao longo do trato gastrintestinal.
• Na região do corpo do estômago, a 5-hidroxitriptamina (serotonina) e a ghrelina são os principais produtos
de secreção.
• No antro, a gastrina (células G) constitui o principal hormônio secretado, e é essencial para diversas funçôes
gástricas.
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® Obs: No piloro, a camada média encontra-se muito mais espessa para formar o esfíncter pilórico.
® O estômago é revestido por uma membrana serosa delgada.
INTESTINO DELGADO
® A parede do intestino delgado é constituída das mesmas quatro camadas que compõem a maior parte do trato GI:
mucosa, submucosa, muscular e serosa.
Camada mucosa:
® As vilosidades e as glândulas intestinais, juntamente com a lâmina própria, o GALT e a muscular da mucosa,
constituem as características essenciais da mucosa do intestino delgado.
• Camada de epitélio (epitélio simples colunar) que contém células absortivas ou enterócitos (células
colunares altas que fazem absorção de nutrientes); células caliciformes (secretam muco); enteroendócrinas
(produzem e secretam hormônios); células de Paneth que secretam lisoenzima - substância antimicrobicida
da imunidade inata); e células M (transportam microrganismos e outras macromoléculas do lúmen
intestinal para as placas de Peyer)
• Lâmina própria (contém tecido conjuntivo frouxo e abundante tecido linfoide associado à mucosa
• Muscular da mucosa: contém duas camadas finas de células musculares lisas - a camada circular interna e a
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99
® Tem duas camadas de músculo liso. A camada externa e mais fina (fibras longitudinais); a camada interna e mais
espessa (fibras circulares). Com exceção da maior parte do duodeno, a serosa (ou peritônio visceral) envolve
totalmente o intestino delgado.
.
INTESTINO GROSSO:
® O epitélio da mucosa do intestino grosso contém os mesmos tipos de células que o intestino delgado, com exceção
das células de Paneth.
® A mucosa do intestino grosso apresenta uma superfície
“lisa” desprovida de pregas circulares e de vilosidades.
® Ela contém numerosas glândulas intestinais tubulares
retas (criptas de Lieberkhün), que se estendem através de toda a
espessura da mucosa.
® As glândulas consistem em epitélio simples colunar, assim
como a superfície intestinal a partir da qual se invaginam. O
exame da superfície luminal do intestino grosso ao microscópio
revela as aberturas das glândulas, que estão dispostas de acordo
com um padrão ordenado.
100
EMBRIOLOGIA
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
® O epitélio do sistema digestório e o parênquima de seus derivados (fígado e pâncreas) se origina do endoderma.
® O tecido conjuntivo, os componentes musculares e os componentes peritoneais se originam do mesoderma.
(recheia as estruturas)
® O sistema intestinal se estende desde a membrana orofaríngea até a membrana cloacal.
® É dividido em intestino faríngeo, intestino anterior, intestino médio e intestino posterior. O intestino dá origem à
faringe e suas glândulas associadas.
Ectoderma: boca e anus
INTESTINO PRIMITIVO
® Se forma na 4ª semana
® Está fechado na sua extremidade cranial pela membrana bucofaríngea e na sua extremidade caudal pela
membrana cloacal.
® Se forma a partir da porção dorsal do saco vitelínico que é incorporado ao embrião.
® O endoderma do intestino primitivo origina o revestimento epitelial da maior parte do sistema digestório e vias
biliares, junto com o parênquima das glândulas (preenchimento da cavidade), principalmente fígado e pâncreas.
® O epitélio das extremidades cranial e caudal é derivado do ectoderma do Estomodeu (boca) e do proctodeu
(fosseta retal), respectivamente.
® Os tecidos muscular, conjuntivo e as outras camadas da parede do trato digestivo são derivados do mesênquima
esplâncnico que circunda o intestino primitivo.
® O desenvolvimento do intestino primitivo e seus derivados, em geral, é discutido em quatro seções:
101
(1) o intestino faríngeo, ou faringe, estende-se da membrana orofaríngea para o divertículo respiratório e é
parte do intestino anterior; essa seção, particularmente importante para o desenvolvimento da cabeça e do
pescoço;
(2) o restante do intestino anterior tem uma posição caudal ao tubo faríngeo e se estende caudalmente até a
evaginação hepática;
(3) o intestino médio começa caudalmente ao broto hepático e se estende até a junção dos dois terços
direitos com o terço esquerdo do colo transverso no adulto;
(4) o intestino posterior se estende do terço esquerdo do colo transverso até a membrana cloacal.
® O endoderma forma o revestimento epitelial do sistema digestório e dá origem a células específicas (parênquima)
das glândulas, como os hepatócitos e as células exócrinas e endócrinas do pâncreas. O estroma (tecido conjuntivo)
das glândulas é derivado do mesoderma visceral. Os componentes musculares, do tecido conjuntivo e peritoneais
da parede do intestino também são derivados do mesoderma visceral.
INTESTINO ANTERIOR
® Origina a faringe, o sistema respiratório inferior, esôfago, estômago, o duodeno (próximo a abertura do ducto
biliar), o fígado, o pâncreas e o aparelho biliar.
® Traqueia e esôfago tem origem comum, a septação incompleta pelo septo traqueoesofágico resulta em estenose
ou atrésia, com ou sem fístula.
® Ex: em um RN que ao ser amamentado, tem falta de ar e começa a fica roxo, engasga, cialorréia -> problemas na
formação do esôfago!
® O divertículo hepático, primórdio do fígado, da vesícula biliar e do sistema de ductos biliares, é um brotamento do
epitélio endodérmico que reveste o intestino anterior.
• Pâncreas é formado pela união do broto pancreático ventral com o broto pancreático dorsal, que se
formam do epitélio de revestimento endordérmico do intestino anterior.
*Procurar sobre pâncreas anular e divisium – que são problemas na união dos brotos.
• Estômago – para ficar na posição anatômica “normal”, é preciso que durante sua formação ocorra uma
rotação sobre seu eixo longitudinal. *Alteração da rotação ou rotação anormal, o paciente apresentará
vômitos persistentes = VOLVO . É mais comum que ocorra em RN, pois em adultos existem os ligamentos
que prendem/seguram o estômago (ligamento gastrofrênico, gastrocólico, gastroesplênico, omento maior,
omento menor – que pode ser divido em hepatoduodenal e hepatogástrico).
*Obs. Volvo sigmóide – cólon sigmoide rotacionado – paciente vomita fezes!
ESÔFAGO
® Quando o embrião tem cerca de 4 semanas, o divertículo respiratório (broto pulmonar) aparece na parede ventral
do intestino anterior, na fronteira com o intestino faríngeo. O septo traqueoesofágico separa gradualmente
102
esse divertículo da porção dorsal do intestino anterior, o qual, desse modo, é dividido em uma porção ventral,
o primórdio respiratório e em uma porção dorsal, o esôfago.
ESTÔMAGO
® Na quarta semana do desenvolvimento, o estômago aparece como uma dilatação fusiforme do intestino anterior.
Durante as semanas seguintes, sua aparência e sua posição se alteram bastante como resultado das diferentes
taxas de crescimento nas várias regiões de sua parede e das mudanças nas posições dos órgãos circunjacentes.
® O estômago gira 90° no sentido horário ao redor de seu eixo longitudinal, fazendo com que seu lado esquerdo se
volte para frente e seu lado direito vire para trás. Assim, o nervo vago esquerdo, que inerva inicialmente o lado
esquerdo do estômago, passa a inervar a parede anterior; de modo semelhante, o nervo vago direito passa a suprir
a parede posterior. Durante essa rotação, a parede do estômago originalmente posterior cresce de modo mais
rápido que a porção anterior, formando as curvaturas maior e menor.
® As extremidades cefálica e caudal do estômago se encontram originalmente na linha média, mas, com a progressão
do desenvolvimento, o estômago gira ao redor do eixo anteroposterior, de maneira que a porção pilórica ou
caudal se move para a direita e para cima, e a porção cardíaca ou cefálica se move para a esquerda e levemente
para baixo. O estômago adota, então, sua posição final, com seu eixo indo da porção esquerda superior para a
direita inferior
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INTESTINO MÉDIO
® Origina o duodeno (mais distal ao ducto biliar), o jejuno, o íleo e 2/3 do cólon transverso. Obs.: começa a formar a
artéria mesentérica superior, que irriga mais ou menos até 2/3 do colo transverso.
® Forma uma alça intestinal em forma de U que se hernia para o cordão umbilical durante a 6ª semana, porque não
existe espaço para ela no abdome. Enquanto está no interior do cordão umbilical, a alça intestinal média roda
cerca de 90º no sentido horário.
® Durante a 10ª semana, os intestinos retornaram para o abdome, rodando outros 180º durante este processo.
® Má rotação e fixação anormal do intestino e onfalocele.
12ª semana- é quando quase todo o intestino já deu origem
*gastroquise; quando a alça fica no cordão umbilical e não volta, sendo um problema no mesoderma.
INTESTINO POSTERIOR
® Origina metade ou apenas 1/3 do cólon transverso, o cólon descendente e o cólon sigmóide.
® A porção inferior do canal anal se desenvolve a partir do proctodeu.
® A porção caudal do intestino posterior, a cloaca, é divida pelo septo urorretal em seio urogenital e reto.
® Ex.: criança começou a urinar fezes -> semelhante ao caso da traqueia e esôfago: reto e bexiga, ou seja, se há
alteração da formação desse septo, pode haver fístula retovesical (principalmente) e atrésia.
® O seio urogenital origina a bexiga e a uretra.
® A interrupção do crescimento e/ou desvio do septo urorretal para uma direção dorsal causam a maioria das
anomalias anorretais.
Revisando:
- ENDODERMA -> EPITELIO DO SIST DIGESTORIO + parênquima dos órgãos
- MESODERMA -> PERITONIO, CONJUNTIVO, MUSCULAR
- Ectoderma -> estomodeu (boca) e proctodeu (ânus)
- Intestino primitivo surge na 4ª semana e é dividido em anterior, médio e posterior.
4ª semana – intestino faríngeo: faringe; intestino anterior: traqueia e esôfago; médio:
estomago, duodeno, pâncreas; posterior: 1/3 distal do colo transverso, sigmoide, septo
urorretal que forma seio urogenital e reto.
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CASOS CLÍNICOS
CAVIDADE ORAL, FARINGE E ESÔFAGO
CASO CLÍNICO 1
Paciente de sexo masculino, 23 anos, queixa-se de dor e edema na região do ângulo da mandíbula à direita, associado a
febre de 38,8ºC há cerca de 3 dias. Relata dificuldade para a abertura portal da boca (trismo), nega história de trauma
no local. Paciente encontra-se em bom estado geral, em fácies de dor, prostado, febril, frequência de 126 bpm, PA
120/80 mmHg, hiperemia em região inframandibular direita associada a calor e edema local, xerostomia, boa higiene
oral, não tem linfonodomegalia.
*Trismo – o paciente não consegue abrir a boca, podendo ser por contração da musculatura. Ao entubar o paciente,
essa região encontra-se toda enrijecida.
*Xerostomia – boca seca, com pouca saliva. Pode ocorrer devido à obstrução do ducto das parótidas, ou pela perda de
função por conta de uma inflamação
*Hiperemia – vermelhidão na pele.
*Enantema – vermelhidão da mucosa, visualizado numa endoscopia, por exemplo.
*Linfonodomegalia – aumento dos linfonodos
*Frequência cardíaca alterada, acima de 100 bpm – resposta à febre e dor
Órgão ou estrutura acometida (diagnóstico anatômico) – glândula parótida (sintoma de inflamação das parótidas –
dificuldade de deglutição, febre), submandibular ou amígdalas (tonsila palatina – visualização de inchaço
inframandibular ou de linfonodos, de secreção de placas). *Não pode ser a glândula sublingual, uma vez que ela está
localizada embaixo da língua.
Diagnóstico:
Hemograma para afastar um quadro infeccioso, quadro bacteriano;
PCR – proteína C reativa (proteína de fase aguda, estando aumentada em casos infecciosos);
A velocidade de hemossedimentação pode ser avaliada: geralmente está aumentada em casos inflamatórios.
Tratamento:
Uso de anti-inflamatório;
Analgésico para a dor;
Se está inflamado, mas não há abcesso ou pus, a antibioticoterapia é desnecessária.
*Presença de secreção esbranquiçada de via aérea superior geralmente indica infecção viral;
*Presença de secreção amarelada não é necessariamente sinônimo de infecção bacteriana, podendo ser viral
CASO CLÍNICO 2
Homem, 57 anos, tabagista, 1 maço de cigarro por dia durante 30 anos. Procurou tratamento odontológico por
alteração na superfície da língua, meio rugosa, alteração de paladar e depois procurou o médico. Ainda relatou a
presença de feridas no local que nunca cicatrizavam, fez uso de antissépticos. Ao exame físico, lesão séssil, superfície
irregular, escamosa, ocupando metade direita da extremidade anterior da língua. Fizeram biópsia e confirmou-se a
suspeita de câncer lingual. Como já havia acometido linfonodos cervicais da região, o paciente foi submetido a
dissecção da lesão e fez a linfadenectomia alargada.
*Linfadenectomia alargada – retirada dos linfonodos acometidos e os próximos da lesão (o termo “alargada” indica que
está retirando mais linfonodos do que os acometidos, devido à suspeita do câncer estar se disseminando).
Extras
1) Paciente que teve AVE (acidente vascular encefálico), e apresenta hemiparesia (somente metade do corpo perdeu a
força). Deve-se avaliar a língua quando ele começa a falar embolado. Pede-se para que ele coloque a língua para fora,
para o céu da boca, para baixo, para o lado, e forçar a bochecha. Avaliar os músculos extrínsecos (modificam a posição
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CASO CLÍNICO 3
Paciente, 47 anos, vem cursando há 2 meses com episódios de pirose e regurgitação. Relata ainda que fez uso de
Ranitidina, ocasionalmente, sem melhora do quadro por completo. Disfagia para sólidos e tosse seca. Ao exame, bom
estado geral, eupneico, afebril, com PA de 110/70 mmHg, frequência de 86 bpm e 18 irpm. Murmúrios vesiculares
presentes bilateralmente, sem ruídos adventícios. Abdome plano, flácido, ruídos hidroaéreos presentes, indolor à
palpação, sem sinais de peritonite.
*Pirose – “queimação” retroesternal. Nem sempre está associada ao refluxo: pode ser uma pirose atípica ou indicar
que o paciente está infartando;
*Azia – epigastralgia do tipo queimação. Geralmente tem a ver com a ação estomacal;
*Dispepsia (síndrome dispéptica – conjunto de sintomas, como a dor epigástrica, a plenitude pós-prandial e a azia);
- Pirose e regurgitação – órgão mais relacionado – esôfago
- Azia com dor mais localizada no epigástrio – órgão mais relacionado – estômago
- Algo atrás do peito – pensar que é algo a mais do que o esôfago
*Doença do refluxo – o alimento está no estômago, com toda a acidez, retorna ao esôfago por meio da HIPOTONIA do
esfíncter esofágico inferior, podendo atingir até mesmo a cavidade oral. Os principais sintomas são a pirose e a
regurgitação;
*Disfagia – dificuldade ao deglutir (alimento “entala”, fica parado, indica uma disfagia mais baixa; se o alimento
promove engasgos, indica uma disfagia mais alta);
*Odinofagia – dor ao deglutir;
*Megaesôfago chagásico – HIPERTONIA do esfíncter esofágico inferior, por conta de uma hipertrofia muscular
(aumento do tônus) e consequente dilatação do tubo esofágico. Isso ocorre devido a uma degeneração da parte
nervosa por toxinas liberadas pelo T. Cruzi;
*Disfagia específica para sólido + tosse – localização mais acometida é a parte distal do esôfago;
*Hérnia de hiato – o estômago sobe devido ao relaxamento da musculatura do diafragma;
*Câncer – quando há crescimento no esôfago, a luz tende a fechar, fazendo com que o paciente apresente disfagia
(sintoma de alarme);
*Globus faríngeo – sensação de que há um bolo preso que sobe e desce, geralmente é decorrente do refluxo
*AINES são fatores de risco à gastrite – influência na COX 1 ou COX 2 (produção de prostaglandinas é bloqueada). O
bloqueio da produção de prostaglandinas inibe a formação do muco no estômago e desregula a secreção de ácido,
aumentando-a.
Tratamento: Antiácidos;
Medicamentos que aumentam a motilidade (pró-cinéticos – estimulam, além da motilidade, a peristalse, as contrações
e o tônus do tecido esofágico – Motilium, Donperidona, Domoprida);
Medicamentos que diminuem a produção de ácido (inibidores da bomba de prótons – H+K+ATPase – Omeprazol;
antagonistas do receptor H2 – Ranitidina);
Exames de imagem
1) Videoglutograma – avalia a deglutição (parte motora e neurológica);
2) Raio-X (enema baritado) – avalia o esôfago, o estômago e o duodeno contrastados. O esofagograma, por sua vez, só
verifica o esôfago contrastado. (Intestino – enema opaco) *Esofagograma – dá contraste (geralmente é bário) e bate o
raio-x. As constrições são vistas nos locais onde a luz diminuiu
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CASO CLÍNICO 4
ID: paciente masculino, 73 anos, branco, casado, engenheiro aposentado, natural e procedente de São Paulo.
QP: dor epigástrica há 2 meses.
HDA: refere que há 2 meses vem cursando com dor epigástrica tipo queimação, de forte intensidade, sem irradiação,
que piora com alguns alimentos específicos e ocasionalmente ele acorda de madrugada por causa dessa dor e relata
que houve uma piora hoje. Refere astenia, náuseas, uma perda ponderal de 3kg durante o período, mas, nega
hematêmese e nega melena.
AP: história de hipertensão há 20 anos em uso de Losartana, tem história de artrose de joelho direito com uso
frequente de anti-inflamatório não esteroide (AINEs) – Diclofenaco de Sódio e nega outras comorbidades e doenças.
AF: filho único, pais falecidos (pai por AVC e mãe por neoplasia).
Boas condições socioeconômicas de moradia, alimentação, etilismo social, nega tabagismo.
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Exame Físico: lúcido, orientado, hipocorado +/4+, anictérico, acianótico, afebril. PA: 115X75mmHg, FC: 96 bpm, FR: 18
rpm.
Murmúrios vesiculares presentes sem ruídos adventícios. Aparelho cardiovascular: ritmo cardíaco regular com bulhas
normofonéticas. TGI: abdome plano, RHA +, doloroso à palpação profunda em região epigástrica, sem visceromegalias
e sem sinais de peritonite. Percussão e peristalse normais. Membros com dor, edema, calor, hiperemia em joelho
direito. Toque retal sem alterações.
*Hematêmese: vômito com a presença de sangue vivo;
*Melena: fezes com a presença de sangue digerido, enegrecidas, com aspecto de borra de café e odor fétido
(geralmente é de aspecto mais pastoso e característico de hemorragia digestiva alta);
*Enterorragia: fezes com a presença de sangue vivo, geralmente em grande quantidade e normalmente proveniente de
hemorragia digestiva baixa (porção final do trato gastrintestinal). Até pode ser do trato intestinal alto, porém, é
necessário que seja em grande volume para acelerar o trato GI e chegar no final na forma de sangue vivo;
*Hematoquezia: presença de raios de sangue nas fezes;
*Perda ponderal: perda significativa de peso em curto período de tempo (ultrapassa 10% do peso – pode indicar
neoplasia);
*Artrose: doença degenerativa;
*Clocking – paciente que acorda durante a madrugada com dor epigástrica ou abdominal (sinal de alarme, maior causa
é duodenal).
(A separação entre o trato digestivo alto e o trato digestivo baixo se baseia através do ligamento de Treitz, encontrado
na “curvinha” do duodeno).
*Membros com dor, edema, calor, hiperemia em joelho direito: indicam sinais clínicos de uma inflamação (sinais
flogísticos). Então, pode-se dizer que o paciente não possui apenas uma artrose, e sim uma artrite, fator que explica o
uso de AINES. A artrite é um quadro agudo que se relaciona com a artrose.
*Toque retal não necessariamente afasta, mas pode indicar que não há sangramento;
*Paciente hipocorado – pode indicar uma anemia (causas: não está se alimentando, não está absorvendo direito os
alimentos, pode ter um sangramento não visível);
*Ruídos hidroaéreos presentes – se estivessem diminuídos, poderia indicar um abdome agudo perfurativo;
*Deve-se saber os sinais de peritonite (pode ser causada por uma diverticulite perfurada): dor abdominal em forte
intensidade, febre, RH - ou abolidos, DB +, abdome distendido, hipertimpânico;
*Sinais hemodinâmicos estáveis
*Dor que piora com a alimentação: úlcera gástrica;
*Dor que melhora com a alimentação: úlcera duodenal (dor em 3 tempos: come, doi e melhora depois)
Fatores de risco para doenças do aparelho digestório:
Mãe com história de neoplasia;
Idade do paciente (idoso);
Uso de Diclofenaco de Sódio (AINE – associado a ulceras e lesão de mucosas);
Etilismo – associado com lesão da mucosa e câncer.
Diagnóstico etiológico: estômago (por conta da dor em queimação)
*Síndrome dispéptica – gastrite não é diagnóstico clínico e sim um diagnóstico endoscópico e anatomopatológico;
*Úlcera péptica ou úlcera duodenal – não se sabe com certeza sua origem;
*H. Pylori pode levar à úlcera e à erosão;
*Pensando-se no paciente do caso acima, o fator de agressão à mucosa gástrica é o uso frequente de AINE.
Imagem de uma úlcera gástrica: estômago
hiperemiado (enantema) com bordas contendo
lesão branca de mucosa – contém fibrina (primeiro
elemento que começa a aparecer em casos
inflamatórios). Úlcera em atividade (inflamada
cheia de fibrina não está cicatrizada e nem
perfurada). Pode ser uma neoplasia. Necessário
realizar uma biópsia.
Tratamento:
Omeprazol: protetor gástrico, inibe a H+K+ATPase (bomba de prótons). Com a inibição dessa bomba, diminui a
produção de ácido clorídrico;
Ranitidina: inibe antagonistas de receptores de histamina H2;
Maalox: alivia os sintomas na hora, apenas, evitando o contato do ácido com a mucosa (barreiras de superfície).
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CASO CLÍNICO 5
Paciente, 67 anos, sexo masculino, vem cursando com azia há cerca de 6 meses, sem melhora com o uso de Omeprazol.
Relata ainda vômitos, alguns episódios de hematêmese, mal-estar e perda ponderal (8 kg durante o período). Nega
outros sintomas. Refere tabagismo (1 maço/dia, há 43 anos) e etilista (bebe 3 doses de destilados aos finais de
semana). Nega comorbidades.
Ao exame físico, paciente encontra-se emagrecido, eupneico, afebril, hipocorado ++/4+, desidratado, PA 110x70
mmHg, FC 86 bpm, FR 18 irpm.
AR e ACV: sem alterações.
Abdome plano, flácido, RHA +, bastante doloroso à palpação em epigástrio, sem sinais de peritonite, DB -.
Diagnóstico etiológico: estômago
HD: úlcera gástrica (?)
Deve-se realizar uma endoscopia digestiva alta, e caso haja ulceração, realizar biópsia. Pode ser uma neoplasia
(hematêmese, perda ponderal, sinais de anemia – hipocorado –, dor à palpação no epigástrio). Além disso, possui
fatores de risco, como tabagismo e etilismo.
CASO CLÍNICO 6
Mulher, 48 anos, foi encaminhada ao serviço de cirurgia geral para ser submetida aos preparativos de uma cirurgia
bariátrica. Refere história de depressão desde o divórcio, aumentando a ingesta calórica desde então. Atualmente
encontra-se com IMC: 42 kg/m2 e refere dificuldades de realização das atividades diárias.
Refere HAS e diabetes mellitus.
Paciente avaliada pela equipe multiprofissional e indicada a derivação gástrica diabsortiva videolaparoscópica...
Anemia perniciosa (deficiência de absorção de B12), deficiência da absorção de proteínas, um pouco de deficiência de
absorção de gorduras.
Intestino delgado e intestino grosso
CASO CLÍNICO 7
Paciente, 27 anos, previamente hígido, vem cursando com há 04 dias com diarreia (fezes líquidas, com sangue e muco,
cerca de 03 a 04 episódios ao dia), associada à dor abdominal tipo cólica, difusa, náuseas e vômitos. Nega outros
sintomas. Nega comorbidades.
Ao exame físico, paciente encontra-se em REG, eupneico, febril, corado, desidratado.
PA 100x70, FC 122 bpm, FR 18 irpm, Sat 98%. AR e ACV sem alterações.
Abdome plano, flácido, RHA+, doloroso à palpação difusa, sem sinais de peritonite. DB-.
Dados importantes: diarreia com muco e sangue, vômito, dor abdominal difusa, febre.
*Fezes enegrecidas, com sangue – melena
*Fezes muito líquidas – principalmente no delgado
*Diarreia de grande volume e poucas vezes – delgado
*Diarreia de pequeno volume e várias vezes – cólon
Tem que perguntar do volume, frequência, coloração, odor, verificar se há resto de alimentos (delgado)
Dados importantes do exame físico – FC e PA aumentadas, RH+ (indica que não há obstrução intestinal; aumentado
indica diarreia).
*Intoxicação alimentar geralmente não dá febre e sangue nas fezes.
*Diarreia aguda – até 15 dias
*Diarreia persistente – após 15 dias
*Se fosse diverticulite, além da dor abdominal e febre, o paciente poderia ser mais constipado do que possuir diarreia.
*Pode ser uma infecção por E. Coli, e uma possível opção de antibiótico é o ciprofloxacino (500 mg de 12 em 12 horas)
(amoxicilina não serve).
*Infecção – lesão na mucosa – quadro de diarreia com bastante líquido. Fisiopatologia da diarreia: alteração de pH –
citocinas e interleucinas inflamatórias que lesam o endotélio – vasodilata – edema local
*Comeu muito e teve diarreia – dor abdominal, cólica, náuseas e diarreia – diarreia osmótica – grande quantidade de
carboidrato que não é totalmente reabsorvida, chega na luz intestinal e puxa água
*Intolerância à lactose (carboidrato) – deficiência da lactase – não consegue absorver e quebrar essa molécula – a
109
lactose chega íntegra no intestino – as bactérias da microbiota fermentam isso – alto poder osmótico – puxa água –
diarreia osmótica – “fezes explosivas” – pH ácido – “assadura”
*Paciente com diarreia após cirurgia – tirou grande parte do delgado, lá é onde absorve mais água – o tempo de
trânsito intestinal (tempo que leva da ingestão do alimento até a produção das fezes – dar um contraste ao paciente
que vê quanto tempo levou do alimento do delgado até o reto) é acelerado (mais líquido chega o cólon pois não há
absorção suficiente no delgado).
*Diarreia secretória – a que não é osmótica
Tratamento: repor a microbiota, antibiótico e antitérmico.
*Quando o quadro infeccioso for viral, geralmente não há febre; quando o quadro infeccioso for bacteriano, há febre,
por isso, deve-se administrar antibioticoterapia.
CASO CLÍNICO 8
Paciente com 73 anos, vem cursando com dificuldade para evacuar há 01 ano, com fezes em cíbalos, associada à
hematoquezia e sangramento anal ao limpar-se. Nega perda ponderal ou outros sintomas. Refere HAS, DM e
dislipidemia, vindo em uso de Lo... 50 mg/L, HCTZ 25 mg/d e me... 850 mg 3x/d.
Ao exame físico, paciente encontra-se em REG, eupneico, afebril, hipocorado, desidratado
PA 140x90 mmHg, FC 82 bpm, FR 18 irpm, Sat O2 97%.
AR e ACV sem alterações
Abdome globoso, flácido, RHA+, doloroso à palpação difusa, sem sinais de peritonite, DB-
Toque retal: presença de fezes endurecidas na ampola retal
*Hematoquezia – raio de sangue nas fezes;
*Enterorragia – sangue puro e volumoso nas fezes;
Dados importantes: idade do paciente, quadro crônico, quando limpa, sangra
Toque retal com presença de fecaloma (dislipidemia pode provocar)
Diagnóstico: constipação intestinal (quando evacua menos que três vezes na semana – depende do formato e da
consistência das fezes, mais ressecada)
Obstrução da luz intestinal – completa ou parcial
Sinais vitais estáveis, não há peritonite, não há perda ponderal
Tratamento: fazer uma lavagem intestinal, orientar o paciente a aumentar a ingestão de líquidos, corrigir a alimentação
do paciente, orientando-o a comer fibras, lactulona (induz a diarreia osmótica, já que não é quebrado e absorvido no
delgado), talvez lactopulga (laxante que produz água por um efeito que não é osmótico, e sim irritativo da mucosa),
tratar a fissura dele com proptil (anestésico) ou medicamentos à base de nitratos.
Extras
3) Paciente com doença celíaca: paciente de 23 anos com história crônica de diarreia, perda ponderal, lesões de pele,
esteatorreia (não absorve gorduras), deficiência de vitamina B, cálcio. Na endoscopia, observa-se uma inflamação
(duodenite), atrofia da mucosa, principalmente na 2ª porção (onde desembocam os ductos colédoco e pancreático
principal – papila duodenal maior – não chegam as enzimas digestivas). Além da atrofia, observa-se que as criptas
hiperplasiadas, por conta da ausência de vilosidades (geralmente há 3 vilosidades para cada cripta; portanto, se perde
uma vilosidade, as criptas aumentam). Isso justifica a diarreia, uma vez que a cripta secreta cloro, sódio, água, etc,
devido à presença de glândulas basais, em vez de reabsorver, promovendo grande quantidade de fluxo ao lúmen.
Portanto, o paciente com diarreia aguda ou doença celíaca também pode ter uma intolerância à lactose secundária.
Isso depende do grau de atrofia.
CASO CLÍNICO 9
Paciente, 82 anos, sexo feminino, vem apresentando há 06 meses alteração do hábito intestinal, com fezes em fita,
associada à hematoquezia. Refere ainda perda ponderal (7 kg durante o período) e inapetência.
Refere HAS e dislipidemia. Não sabe referir os nomes das medicações. Relata tabagismo.
Ao exame físico, paciente encontra-se em REG, emagrecido, eupneico, afebril, hipocorado, desidratado.
PA 130x80 mmHg; FC 96 bpm; FR 20 irpm; Sat O2 98%
AR e ACV sem alterações
Abdome plano, flácido, RHA+, doloroso à palpação difusa, sem sinais de peritonite, DB-
110
Toque retal: sangue no dedo da luva, muco, massa, fecaloma (não justificaria o quadro do paciente, assim como a
hemorroida)
Dados importantes: idade, processo crônico, fezes em fita, perda ponderal, inapetência, abdome plano, flácido e com
ruídos (não está distendido, o que não possibilita uma obstrução abdominal).
Diagnóstico: câncer de cólon sigmoide/reto
*Não espera uma lesão em cólon direito, pois desencadearia uma obstrução intestinal
Poderia ser uma diverticulite perfurada, mas no RX do paciente se observaria líquido na cavidade, sangue ou ar
(presença de pneumoperitônio).
Exemplo de divertículo. Às vezes as fezes ficam nos Exemplo de pólipo. Deve-se
divertículos, formando um avaliar se a lesão é benigna ou
fecalito, e posteriormente um maligna.
fecaloma, que desencadeia um
processo inflamatório.
Exemplo de colite, causada pela
bactéria Clostridium difficilium.
PÂNCREAS E FÍGADO
CASO CLÍNICO 10
Paciente, 42 anos, vendedor, procedente do RJ. Vem cursando há cerca de 3 dias com dor abdominal em região
superior, em faixa, com irradiação para o dorso, associada a náuseas, vômitos, febre e diminuição do volume urinário.
Refere piora do quadro hoje, procurando o PS.
Paciente nega tabagismo e uso de drogadicção. Relata etilismo social.
Relata história de HIV, em tratamento antirretroviral. Refere HAS e dislipidemia (hipertrigliceridemia), em uso regular
das medicações. Nega história de litíase biliar.
Ao exame físico, paciente encontra-se em REG, prostrado, acianótico, anictérico, febril, PA 90x60 mmHg, FC 132 bpm,
FR 22 irpm, temperatura 38º.
AR e ACV sem alterações. Abdome plano, flácido, RHA+, bastante doloroso à palpação HCD e epigástrio, com sinais de
peritonite localizada. Giordano – (exclui pielonefrite)
Extremidades mal perfundidas.
*Órgão acometido – pâncreas (dor em faixa com irradiação para o dorso), quadro agudo (3 dias de doença).
*Não há icterícia – o problema não pode ser da vesícula
*Não apresentou esteatorreia e nem diarreia
*Sinal de Murphy – vesícula
*Febre – taquicardia – aumenta FR – diminui perfusão periférica – indica um quadro inflamatório (resposta sistêmica a
algo inflamatório) – se fosse infecção, deveria haver um foco (ou seja, não dá para saber se tem um quadro de infecção
ou não)
111
Etiologia dessa pancreatite aguda – álcool (tem que saber o quanto ele ingere), tabagismo (porém o paciente nega),
uso de drogas/medicamentos de uma maneira geral (uso do antirretroviral), vírus (no caso do paciente que possui HIV
– outros: citomegalovírus, toxoplasmose). Os mais comuns são álcool e litíase.
*Diminuição do volume urinário – PA caiu – diminuição do FSR – ativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona –
aumenta reabsorção de sódio e água – diminuição do volume urinário numa tentativa de aumentar a pressão
Exames para confirmar o diagnóstico: lipase pancreática, albumina (avalia a função hepática), US de abdome com
contraste (não acessa bem ao pâncreas, que é retroperitoneal, por conta dos gases – o US é bom para avaliar a vesícula,
verificando a presença de cálculos ou não. Não pede com contraste por conta da diminuição do volume urinário –
insuficiência renal), TC (para avaliar o pâncreas), hemograma (verifica se é um quadro inflamatório ou infeccioso),
bilirrubina total, fosfatase, gama gt (não avalia a função hepática – produção proteica, como a albumina, e fatores de
coagulação – só avalia se há lesão ou não), amilase (se estivesse aumentada, estaria junto com a lipase. Se o pâncreas
aparece edemaciado na TC, um dos possíveis tratamentos é cortar a bebida alcóolica, já que ela agride tanto o pâncreas
quanto o fígado; o anti-inflamatório não deve ser utilizado, uma vez que poderá agravar a pancreatite aguda), CD4,
glicemia (o pâncreas altera a insulina e o glucagon), RX de tórax, exame de urina (avalia se há necessidade de
antibiótico).
Para o tratamento, deve-se considerar analgesia, hidratação ao paciente, proteger o estômago (inibidor de bomba de
prótons). Deve-se lembrar de tirar o fator agressor, não agredir mais o pâncreas, hidratar, e avaliar a necessidade do
antibiótico. Tem que restringir a dieta (dieta zero – não pode se alimentar).
Isso não vem ao caso, mas provavelmente a inflamação está na cabeça do pâncreas.
Extra
4) Paciente jovem, com DM tipo 1, possui suas células beta alteradas (produção de insulina). Também ocorre o
comprometimento das células alfa... “Como a DM tipo 1 altera as células alfa? E as células beta? ”
CASO CLÍNICO 11
Paciente, sexo feminino, 43 anos, natural e procedente de SP.
QP: dor abdominal há 2 meses.
HPMA: paciente refere que há cerca de 2 meses vem cursando com dor abdominal tipo cólica, após a ingestão de
alimentos gordurosos, de forte intensidade, em região de hipocôndrio direito (HCD), intermitente, associada à perda
ponderal (3 kg durante o período), náuseas e icterícia flutuante. Relata piora há 1 dia, procurando o PS.
ISDA: relata ainda colúria (urina escura) e acolia fecal (fezes brancas) ocasionalmente. Não sabe referir sobre febre.
Nega vômitos, diarreia ou outros sintomas.
Antecedentes: paciente refere tabagismo (10 maços/ano). Nega etilismo. Nega comorbidades e alergias
medicamentosas.
Ao exame físico, paciente encontra-se em REG, obesa, fáscies de dor, afebril, eupneica, corada, ictérica +/+.
PA 120x70 mmHg, FC 108 bpm, FR 18 irpm.
AR e AVC sem alterações.
Abdome globoso, flácido, RHA +, doloroso à palpação em HCD, sinal de Murphy +.
Extremidades bem perfundidas.
Possibilidade: litíase biliar (coledocolitíase), colecistite.
Dado mais importante que indica comprometimento da via biliar: dor localizada com piora com a ingestão de
gorduras (hormônios CCK, secretina), icterícia, sinal de Murphy +.
*Se não há inflamação da parede, o cálculo não migrou para lugar nenhum, estando parado em seu canto (litíase biliar).
Na litíase, o sinal de Murphy é negativo no exame físico. Quando inflama a parede da vesícula, há colecistite (alitiásica –
não é a pedra que leva à colecistite, como vírus; mas a mais comum é a colecistite litiásica – é a pedra que promove a
inflamação da parede vesicular). No exame físico do paciente com colecistite, há sinal de Murphy positivo. Se o cálculo
para e obstrui o colédoco, o paciente apresenta coledocolitíase, desde modo, o paciente tem icterícia (bile retida –
aumenta a bilirrubina direta – porque ela já foi conjugada no fígado, só não consegue ser liberada). A bilirrubina total é
o somatório da direta e da indireta (avaliar as duas coisas, e depois diferenciar). Se houver obstrução, além da icterícia,
pode haver colúria e acolia fecal, além da esteatorreia. Isso não indica que há necessariamente infecção nessa bile.
Quando a bile que fica presa é infectada, o paciente apresenta febre, icterícia e dor abdominal (o nome dessa tríade é
colergite – charcô). A paciente não apresentou colergite, uma vez que não teve febre. O quadro pode ser inflamatório,
mas não é infeccioso. Na colergite, não precisa haver litíase necessariamente. Qualquer obstrução pode promover essa
doença, não sendo sempre uma pedra, podendo ser um tumor, por exemplo.
112
*“Poderia ser um quadro de hepatite inflamando esse fígado? ” – Na hepatite, geralmente não há dor abdominal,
apesar de haver icterícia, náuseas e vômitos.
*Na microlitíase, há cálculos pequenos, que também podem descer e entupir diretamente os ductos pancreáticos. Não
é mais comum, sendo o mais comum o cálculo maior.
*A tríade da colergite, com um quadro de confusão mental, hipotensão (choque) e inconsciência, causa a pêntade de
Renot.
Levando em conta essas situações, o paciente pode ter coledocolitíase ou colecistite.
Exames necessários ao diagnóstico: hemograma, ureia/creatinina/K, AST/ALT (TGO/TGP), fosfatase alcalina/gama GT,
bilirrubinas, albumina, amilase/lipase, RX de tórax, RX de abdome, USG de abdome, TC de abdome, endoscopia
digestiva.
Bilirrubina: há aumento da bilirrubina direta (a total e a indireta também estão aumentadas: BT 5, BD 3,5, BI 1,5). A
direta está mais aumentada, assim, o problema é pós-hepático;
Fosfatase alcalina e gama GT: FA aumentada (350), GGT aumentada (470);
Albumina: normal (3,8 – função hepática normal – é algo colestático);
Amilase e lipase: normais (50 e 42, respectivamente) – afasta a possibilidade de uma pancreatite associada;
Hemograma: PCR aumentado (42), leucocitose e trombocitose;
Função renal: não interessa saber agora, mas a ureia, a creatinina, o sódio e o potássio estão normais;
RX de tórax: normal, não havendo a presença de pneumoperitônio;
RX de abdome: não ajuda em nada também (não há sinais de perfuração – dá para ver o pneumoperitônio, melhor no
RX de tórax –, íleo paralítico ou obstrução intestinal);
USG de abdome: a parede da vesícula não está espessada (quando inflama, ela fica espessada e mais branca, mais
densa). A vesícula deve estar totalmente preta, em vez de aparecerem as bolinhas no meio. Logo, se essas “bolinhas”
aparecem, é uma litíase;
TC de abdome: aguardando laudo;
Endoscopia digestiva alta: esse paciente não teve indicação de fazer.
Diagnóstico e tratamento – coledocolitíase. Tratar com analgesia, anti-emético, verificar se há indicação de cirurgia
(vai pela endoscopia e tira).
Extra
5) Paciente com cirrose – hepatite – há fibrose – lesão no hepatócito (aumentam as transferases, transaminases ST –
isso não fala nada em relação a função – só se sabe que o fígado está inflamado) – obstrução dos ductos – aumento da
fosfatase e gama GT (enzimas canaliculares) – a bilirrubina pode estar aumentada também (saber se ela já foi
conjugada – direta ou indireta) – alteração da função hepática pelas fibroses – a albumina diminui e o tempo de
protrombina aumenta, pois precisa de fator de coagulação, senão o sangue fica mais ralo (hipoalbuminemia, aumento
dos fatores de coagulação).
*AST e ALT indicam lesão hepatocelular/inflamação – não há alteração da função hepática.
*Colestase – alteração na albumina e fatores de coagulação – alteram a função.
CASO CLÍNICO 12
Paciente, 25 anos, estudante universitário, procedente de MG, vem cursando há cerca de 2 semanas com mal-estar,
astenia, mialgia (dor muscular) e vômitos (3 episódios). Há cerca de 4 dias vem apresentando icterícia, febre não
aferida, diminuição do volume urinário e piora dos sintomas iniciais. Relata ainda dor abdominal em HCD. Nega
diarreia, hematêmese, melena ou outros sintomas.
Paciente nega tabagismo e etilismo.
Ao exame físico, paciente encontra-se em REG, prostrada, acianótica, subfebril, ictérica (++/4+).
PA 100x70 mmHg, FC 124 bpm, FR 20 irpm, temperatura 37,5º.
AR e ACV sem alterações.
Abdome plano, flácido, RHA+, doloroso à palpação difusa, mais em HCD e epigástrio sem sinais de peritonite.
Extremidades aquecidas e bem perfundidas.
Informações sobre o caso: perguntar na anamnese se a paciente viajou recentemente (malária, dengue, rubéola,
toxoplasmose, citomegalovírus – Manaus – comeu algo estranho e apresentou esse quadro depois disso), medicações
em uso (anti-inflamatórios, altas doses de paracetamol, anticoncepcionais), uso de álcool (confirmar) e drogas ilícitas
(bala, doce, cocaína), verificar a presença de hepatite A, B e C (as duas últimas: sexual e sangue). Afastar a possibilidade
de colergite (por conta da tríade). Lembrar das vias biliares (não pensar em câncer por conta do quadro agudo). Pedir
US para verificar o fígado e a via biliar da paciente.
113
Exames laboratoriais: hemograma, PCR, AST/ALT, FA/GGT, BT, amilase/lipase, função renal (ureia, creatinina, K+ e
Na+). Não precisaria de endoscopia para este paciente. Pedir sorologia para hepatite A, B e C (verificar quais sorologias
existem para DM – não cai na prova). Anti-HVA (hepatite A), GHBS (hepatite B).
Poderia ser um cisto ou um nódulo no fígado. Esse mesmo paciente fez um US e veio uma dilatação na região dos vasos
em tal segmento hepático. Não há alterações na via hepática.
“Essa lesão justifica os sintomas do paciente? Explique. ” – Não, pois não há obstrução, a lesão não comprime a via
biliar. Isso não justifica a icterícia. Portanto, o problema está dentro do fígado. Às vezes, faz-se uma TC.
A paciente está com AST e ALT elevadas; e a FA/GGT estão normais. A bilirrubina pode estar aumentada.
CASO CLÍNICO 13
Paciente, 35 anos, mecânico, natural e procedente de SP. Vem cursando há cerca de 04 meses com quadro de azia,
pirose e regurgitação, com piora na última semana. Refere relação com alimentos ácidos e frituras. Nega hematêmese,
melena, dor torácica, vômitos ou outros sintomas.
Paciente nega tabagismo e uso de drogadicção. Relata elitismo social (sic).
Ao exame físico, paciente encontra-se em BEG, eupneico, acianótico, anictérico, afebril. PA: 120x70 mmHg. FC 85 bpm.
FR 18 irpm.
AR e ACV sem alterações. Abdome plano, flácido, RHA+, doloroso à palpação em epigástrio, sem sinais de peritonite.
Giordano – (exclui pielonefrite).
Extremidades bem perfundidas.
Quais os sinais e sintomas mais importantes? Em vermelho.
Quais os achados do exame físico mais importante? Em vermelho (estável, sem peritonite).
Quais os órgãos acometidos? Estômago e esôfago (provavelmente o ácido do estômago está voltando).
Qual é o tipo de epitélio destes órgãos? (Esôfago – estratificado pavimentoso; estômago – epitélio glandular/colunar,
com células parietais no corpo, mucosas, principais – produção de fator intrínseco e pepsina, G – gastrina).
Qual é a irrigação arterial e venosa destes órgãos? Gástricas curtas, gástricas direita e esquerda, gastromentais direita
e esquerda.
Qual o provável mecanismo fisiopatológico que explique os sintomas apresentados pelo paciente? Lesão da mucosa
gástrica e esofágica, aumento da produção de H+.
Quais exames podem ser pedidos? Endoscopia digestiva alta (espera encontrar uma gastrite, uma lesão estomacal,
uma esofagite, uma lesão no esôfago. Um esôfago de Barrett ocorre quando há metaplasia no esôfago, com células
mais resistentes ao ácido. Quando a metaplasia é intestinal, é chamada de Barrett. Quando o epitélio é cárdico, há
outro nome. O esôfago é liso, não tem pregas. Lembrar das três constrições do esôfago. A cor da mucosa do esfíncter
esofágico inferior deixa de ser rósea, com a presença de vasos visíveis, para esbranquiçada, como se o ácido tivesse
queimado o esôfago. Percebe-se a presença de erosões e inflamação: doença erosiva). Não ocorre estenose do EEI, pois
quando há estenose do EEI, percebe-se disfagia e vômitos. Pode fazer um esofagograma (EED) para este paciente.
Qual é o diagnóstico? Doença do refluxo gastroesofágico, dispepsia.
CASO CLÍNICO 14
Paciente 53 anos, vendedora de cosméticos, natural e procedente do RJ. Vem cursando há cerca de 3 meses com
quadro de disfagia para sólidos, associada à perda ponderal (5 kg durante o período), vômitos e halitose. Refere ainda 1
episódio de hematêmese não volumosa. Nega dor torácica, dispneia, azia e outros sintomas.
Paciente tabagista (23 maços/ano) e etilista. Nega uso de drogadicção.
Ao exame físico, paciente encontra-se em REG, emagrecida, eupneia, acianótica, anictérica, afebril. PA 110x70 mmHg.
FC 92 bpm. FR 20 irpm.
AR e ACV sem alterações. Abdome plano, flácido, RHA +. Indolor à palpação, sem sinais de peritonite. Giordano -.
Extremidades bem perfundidas.
Órgão acometido: esôfago. Acredita-se que o estômago não está sendo acometido.
114
HD: A 1ª opção seria neoplasia de esôfago (paciente com perda ponderal, tabagista, idade). Acalasia explica a disfagia,
os vômitos, a halitose (o alimento fica parado e fermenta em contato com as bactérias. Não pode ser divertículo de
Zenker, pois ele acomete o esôfago proximal (junta alimento nessa bolsa, dá mau-hálito, pode ulcerar). Quando pensa
em varizes de esôfago, pensa em hepatopatia crônica (cirrose hepática) ou hipertensão portal. A paciente não tem isso,
pois o exame físico não dá outros sinais de cirrose hepática. Ao pensar em uma disfunção do EEI, ele tem alteração no
tônus – contração do esfíncter – ele não relaxa – o esôfago dilata (associação com megaesôfago) – isso não explicaria a
hematêmese, e poderia dar dor torácica.
Na endoscopia do paciente, espera-se uma lesão
esofágica, em sua região de média para distal. Se a
lesão fosse proximal, o paciente teria dificuldades
na deglutição, e como sintoma, logo de cara,
regurgitaria ou engasgaria com o alimento. Na
imagem apresentada, a mucosa está sangrando
(presença de lesão), irregular. Há obstrução da luz,
que acarreta a disfagia do paciente. No
esofagograma, o esôfago pode estar dilatado ou
com uma lesão irregular.
*Exames que pensam no esôfago: endoscopia (vê anatomia), manometria (avalia motilidade), pHmetria (avalia se o
ácido sobe para o esôfago).
CASO CLÍNICO 15
Paciente, 27 anos, vem cursando há 1 semana (quadro agudo) com quadro de diarreia (fezes líquidas, com sangue e
muco, sem pus, cerca de 4 a 5 episódios, volumosas, sem restos alimentares), associada à dor abdominal, difusa, tipo
cólica, náuseas e febre 38,7ºC. Nega vômitos ou outros sintomas. Relata ingestão de frutos do mar antes do início do
quadro.
Nega comorbidades.
*Quais os sintomas e sinais mais importantes? Em vermelho.
*Qual é o tipo de epitélio presente no órgão acometido? Epitélio cilíndrico simples (intestino delgado).
*Qual é a irrigação arterial e venosa deste órgão acometido? Ramos da artéria mesentérica superior.
*Qual a provável mecanismo fisiopatológico que explique os sintomas apresentados pelo paciente? Diarreia secretória.
*Qual é o diagnóstico? Diarreia aguda infecciosa.
A inflamação parece estar no delgado, porque a diarreia é volumosa. O sangue não permite diferenciar onde está
acontecendo. A não presença de alimentos remete ao grosso, mas deve se lembrar que o intestino delgado é enorme, e
tem muitas regiões, portanto a ausência de alimentos pode remeter à região da valva ileocecal. Se houvesse
esteatorreia, poderia remeter ao duodeno. Quando tem melena, está antes do ângulo de Treitz, mais para baixo pode
ter melena, principalmente na porção proximal do delgado.
Mecanismo fisiopatológico da diarreia, canais (prova) – secretória (endotoxinas produzidas pelos agentes das
infecções) ou osmótica. Tem também a motora, mas não é o caso. Provavelmente é uma diarreia secretória. O
diagnóstico é provavelmente uma diarreia aguda infecciosa. O tratamento consiste em antibióticos (o rotavírus dá
febre também, mas geralmente quando houver febre, há infecção bacteriana – E. coli – gram negativa – ciprofloxacino,
500 mg, 12 em 12 h, associar a probióticos para melhorar a microbiota).
Qual órgão está representado por essas figuras? – A figura A tem pregas, como se fosse um fungo, é o fundo gástrico.
A figura B pode ser o esôfago ou o intestino delgado (lisos, não têm pregas), na 1ª porção duodenal, mas é o esôfago
por conta da saliva. A figura C é o intestino delgado, por causa das pregas circulares, é mais rósea, e há vilosidades
intestinais no fundo. Essa porção está indo para a papila. A figura C é o intestino grosso, porção transversa, dá para ver
as tênias.
CASO CLÍNICO 16
Paciente de 59 anos, sexo masculino, vem apresentando icterícia progressiva há 2 meses, acompanhado de coluria e
acolia fecal, além de perda ponteral (12 kg neste período). Nega febre ou outros sintomas.
Ao exame apresenta-se em REG, descorado +/4+, ictérico +++/4+, afebril.
PA 120x70 mmHg, FC 96 bpm, FR 18 irpm.
Abdome plano, flácido, indolor. Presença do sinal de Courvoiser-Terrier (palpa a vesícula biliar).
115
O colédoco encontra-se dilatado. Nesta colangiografia, a vesícula já encheu.
Importante lembrar para interpretar uma a colangiografia:
116
PERITÔNIO
CASO CLÍNICO 17
Paciente, sexo feminino, 60 anos, doméstica, casada, natural e procedente de SP.
QP: aumento do volume abdominal há cerca de 2 meses.
HMA: paciente refere que há 2 meses vem cursando com aumento progressivo do volume abdominal, associada à dor
abdominal mal caracterizada, náuseas, distensão abdominal e plenitude pós-prandial. Nega vômitos, diarreia,
sangramento gastrointestinal ou outros sintomas.
Paciente refere HAS e DM em uso regular de HCTZ 25 mg/d, Enalapril 5 mg, 12/12h e Metformina 850 mg 3x/dia.
O que acrescentar na história: viagens recentes (não), ingestão de álcool (não), como evacua (normal), histórico de
hepatite (não), se ganhou peso recentemente (sim), cirurgias recentes (nega), uso de outras medicações (tomou
hormônios antes), urina (menos), história ginecológica.
Ao exame físico, paciente encontra-se em REG, emagrecida, acianótica, anictérica, afebril, hipocorada +/4+.
PA 110x70 mmHg, FC 86 bpm, FR 18 irpm, Sat O2 95%.
AR: MV diminuído em bases pulmonares, presença de creptos bilateralmente.
AVC: RCR em 2t BNF sem sopros. Sem estase jugular.
Abdome globoso, distendido, RHA+, presença de piparote positivo, ausência de circulação colateral.
Extremidades bem perfundidas e sem edema.
O que examinar a mais: palpação (presença de massa irregular em flanco esquerdo), toque genital normal, avaliar o
paciente em posição de Schuster (paciente desconfortável), toque retal sem alterações.
HD: câncer de cólon descendente (não é, já que não há sangramentos ou alterações no hábito intestinal), peritonite
crônica (Blumberg negativo).
*O que leva à peritonite (fígado, coração, vasos linfáticos e peritônio).
*O que acomete o peritônio e leva à ascite? Câncer de ovário esquerdo com metástase para peritônio. Não pode ser
ICC, pois além da ascite, a paciente apresentaria outros sinais, como hepatomegalia e estase jugular. Pensar a respeito
da origem da ascite. Poderia ser um câncer de cólon, mas não houve alteração dos hábitos intestinais.
Embriologia
Extra
6) Tanto a traqueia quanto o esôfago se originam do intestino primitivo anterior. Às vezes não ocorre uma separação
entre esses órgãos, portanto, uma criança engasga toda vez que mama, por conta de uma fístula (comunicação da
traqueia com o esôfago). Se a criança começa a produzir muita saliva, ela pode ter uma atresia (órgão não se formou,
não fechou), ou seja, um órgão vai se comunicar com outro órgão ou pode haver uma estenose. (Má formação do
septo traqueoesofágico – a criança nasce, vomita o tempo todo ou saliva muito, tosse, engasga).
7) Quando a criança não tem a rotação do intestino primitivo à formação do estômago, pode ter um volvo.
8) O intestino médio entra pelo cordão umbilical na 6ª semana, faz uma rotação de 90º, e posteriormente, na 10ª
semana, esse intestino para adentra na cavidade e faz uma a rotação de mais de 180º. Deste modo, continua rodando.
É nesse erro que ocorre a onfalocele e a gastrosquise. Se o intestino está no cordão umbilical, e permanece para fora,
não entrando na cavidade, significa que ele não completou a rotação, e a criança irá nascer com o intestino para fora, já
que ele não voltou à cavidade abdominal e não completou a rotação. Mesmo que ele entre, mas não completou a
rotação os órgãos estarão modificados na anatomia, vai estar trocado, não vai estar na posição habitual que a gente
encontra (colo ascendente, transverso e descendente), vai estar trocado isso. Quando há uma rotação e não tenho a
fixação do colo no intestino posso levar alterações como, por exemplo, a onfalocele.No citus inversus não ocorre
rotação (isso é visto nos principais órgãos: coração, fígado, vísceras e intestino).
9) A porção final do intestino inferior vai se formar da cloaca (vem do ectoderma), que já falei. E essa cloaca é dividida
em seio urogenital (forma a bexiga urinária e a uretra) e reto, que são divididas pelo septo uroretal. Se não há divisão
nessas duas estruturas ocorre fístula, portanto, não irá haver separação entre a bexiga e o canal anoretal. Por isso que a
criança pode nascer evacuando pela vagina, ou urinando fezes.
10) Lembrar dos brotos: existem os brotos hepático, pancreático ventral e pancreático dorsal, que se juntam para
formar o pâncreas. Se eles não se juntam, podem causar uma estenose duodenal, formando o pâncreas anular.
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