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Faculdade de Tecnologia e Ciências

Disciplina: Biomorfologia
Prof. Astria Dias Ferrão Gonzales
ENFERMAGEM 1º semestre Turma 1AM

Material de Apoio Didático- Unidade II

TECIDO EPITELIAL

(adaptado de: Guia Prático de Histologia- Escola Paulista de Medicina-UNIFESP- e USP- Instituto de Físiaca de
São Carlos
http://biologia.ifsc.usp.br/bio1/capitulos/cp2parte1.pdf, http://www.virtual.epm.br/material/histologia/)

1 - Características das células epiteliais:


1 - Ausência de substância intercelular: O contato entre as células é feito através do glicocálix. O glicocálix
consiste de proteínas e fosfolipídio conjugados com pequenos polissacarídeos, formando um revestimento
celular externo. Aparentemente tem função de adesão entre as células, podendo simplesmente promover a
proteção mecânica e química para a membrana plasmática.
2 - Presença da Membrana Basal: Todos os epitélios são mantidos por uma membrana basal de espessura
variável. Estas separam os epitélios dos tecidos conjuntivos subjacentes. As membranas basais consistem de
uma condensação da substância fundamental glicoprotéica reforçada por fibras reticulares, que formam um
tecido contínuo com as fibras colágenas do tecido conjuntivo (fig.2.1). difusão de oxigênio e de metabólitos a
partir dos tecidos subjacentes.

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4 - Polaridade celular: a distribuição de organelas nas células obedece a uma polaridade. O pólo basal
corresponde à região que "olha" para a lâmina basal e o pólo apical é a região que está oposta à lâmina basal.
5 - Rede de inervação: sensitiva intra-epitelial, formada por terminações nervosas livres.
6 - Renovação constante pela atividade mitótica contínua das células, isto porque o tecido epitelial é
constantemente esfoliado; apesar de as células epiteliais apresentarem intensa adesão mútua. Esta adesão é
em parte devida ao glicocálix e reforçada por estruturas especiais.
7 - Presença de Funções Celulares Especializadas
7.1 - Nexus: Junções tipo GAP ou de união. Amplas áreas de membranas intimamente opostas onde não ocorre
fusão das membranas plasmáticas. Também permite a transferência de informação e de metabólitos de uma a
outra célula adjacente.
7.2 - Complexo juncional: característica dos epitélios simples, formados por três tipos de estruturas de adesão:
a) Zônula de oclusão ou junção íntima: consistem de pequenas áreas nas quais a parte externa das membranas
plasmáticas opostas acham-se fundidas umas às outras. Entre as áreas de fusão existem áreas às quais a fusão
não ocorreu. A junção íntima isola o espaço intercelular da luz, impedindo a passagem de substância por entre
as células. Tem efeito selador.
b) Zona de adesão ou junção adesiva: áreas nas quais as membranas plasmáticas opostas divergem e não se
evidenciam estruturas entre membranas celulares opostas. No citoplasma adjacente ocorre fina trama de
material filamentoso.
c) Desmossomo: Junção celular constituída por duas placas densas de material citoplasmático, uma em cada
celula adjacente. Situam-se muito próximas uma da outra e apresentam feixes de filamentos. Devido ao fato de
serem estruturas contínuas não impedem o afastamento de membrana celular nos locais onde não estão
presentes e a passagem de material entre as células (figura abaixo)

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TECIDO EPITELIAL DE REVESTIMENTO

A classificação dos epitélios é meramente descritiva e associa o número de camadas de células que os
constituem com a forma das células da camada superficial. As funções das células epiteliais são ignoradas na
sua classificação. Entretanto, a morfologia dos epitélios, muitas vezes correlaciona-se com sua função, assim, os
epitélios simples e pseudo-estratificados estão de uma maneira geral envolvidos com absorção e/ou secreção
enquanto que os epitélios estratificados com impermeabilidade e resistência ao atrito.

EPITÉLIOS SIMPLES E PSEUDO ESTRATIFICADO

Na sequência das quatro primeiras lâminas serão vistos os epitélios referidos como epitélio simples e pseudo-
estratificado os quais são constituídos por uma única camada de células, a qual se apóia na membrana basal.

EPITÉLIO PAVIMENTOSO SIMPLES- Esta lâmina contém uma amostra total de mesentério que é uma
membrana, com pouca espessura, de tecido conjuntivo frouxo recoberta nas suas superfícies, por epitélio
pavimentoso simples, o qual, neste local, recebe o nome de mesotélio. Devido à sua fina espessura, o
mesentério pode ser estudado na sua totalidade, isto é, na sua espessura total não sendo necessário, como nos
demais tecidos a obtenção de cortes finos. Neste preparado o mesentério foi impregnado pela prata que se
deposita nos limites das células epiteliais (mesoteliais). Observe o limite celular (setas). Os núcleos não são bem
evidenciados, uma vez que não foi feita a sua coloração. Note o aspecto do epitélio lembrando um piso revestido
por ladrilhos. Um outro exemplo de epitélio pavimentoso simples é o encontrado revestindo internamente todos
os vasos sangüíneos e linfáticos sendo nesse local denominado endotélio.

FIGURA 1: MESENTÉRIO

EPITÉLIO CÚBICO SIMPLES- Observando a olho nu, perceba que existem na lâmina duas formações, uma
grande, rósea (glândula tireóide) e uma bem menor localizada imediatamente acima desta e corada mais
fortemente em azul (glândula paratireóide). Ao microscópio, focalize a glândula tireóide e em aumento maior
observe os folículos que constituem esta glândula. Os folículos são formados por uma única camada de células
epiteliais cúbicas, o epitélio cúbico simples , cujos núcleos são arredondados e coram-se pela hematoxilina. A
massa acidófila sem estrutura definida no interior do folículo constitui a secreção (tireoglobulina) sintetizada,
secretada e depois retirada do interior do folículo por endocitose por estas mesmas células epiteliais.

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FIGURA 2: - TIREÓIDE H.E

EPITÉLIO CILÍNDRICO SIMPLES- A figura 3 é um corte transversal de intestino na região do jejuno. Focalize a
região mais próxima da luz deste órgão e observe o epitélio cilíndrico simples formado por células altas,
cilíndricas cujos núcleos são localizados na porção basal destas células. Observe que este epitélio não é
homogêneo na sua composição de células. Note a presença de células cilíndricas (os enterócitos) com uma
borda estriada na sua superfície apical denominada borda em escova e outras células epiteliais, as células
caliciformes, em menor número. Observe que as células caliciformes apresentam a sua superfície basal estreita
e a apical expandida lembrando um cálice. O seu núcleo cora-se intensamente e o ápice da célula tem o aspecto
de vazio . Este aspecto no corte ocorre devido à perda do muco hidrossolúvel durante o processo de preparo do
tecido para a histologia. Estas células apresentam uma mínima borda em escova.A delgada linha eosinófila
localizada imediatamente na base do epitélio representa prolongamentos citoplasmáticos laterais, achatados,
dos enterócitos, cuja função é permitir íntimo contato entre estas células .

FIGURA 3 - JEJUNO H.E.

EPITÉLIO CILÍNDRICO PSEUDO-ESTRATIFICADO CILIADO- A olho nu, note que nesta lâmina temos um corte
transversal de um órgão oco e tubular. O exame microscópico, em aumento médio, permite observar que a
porção mais interna é formada por tecido epitelial. Dois tipos de células são encontradas neste epitélio: umas
células altas, cilíndricas, com núcleos alongados e cílios na sua superfície apical e outras células menores com
núcleos pequenos e circulares). Observe que a única camada de células que forma este epitélio apresenta os
seus núcleos distribuídos em diferentes alturas nestas células, dando a falsa idéia de mais de uma camada
celular, devido as várias camadas de núcleos, parecendo ser um epitélio do tipo estratificado, mas como não o é,

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este epitélio é denominado pseudo-estratificado, portanto, epitélio cilíndrico pseudo-estratificado ciliado. Todas
as células deste epitélio estão em contato com a membrana basal. Este epitélio também contém células
caliciformes na sua composição, não observadas aqui.

FIGURA 4 - TRAQUÉIA - H.E.

EPITÉLIOS ESTRATIFICADOS

Na seqüência seguinte de lâminas será estudado o epitélio estratificado o qual se caracteriza por apresentar
mais de uma camada de células, e somente a camada basal apóia-se na membrana basal.

Na classificação deste epitélio, somente o aspecto morfológico das células da camada superficial é considerado.

EPITÉLIO PAVIMENTOSO ESTRATIFICADO- A figura 5 mostra um corte transversal de esôfago. No aumento


menor observe que a porção basal do epitélio, apoiada no tecido conjuntivo apresenta-se mais escura e a
superfície de contato entre estes dois tecidos é irregular, uma vez que o tecido conjuntivo adjacente projeta-se
empurrando o epitélio. O epitélio apresenta várias camadas de células. Observe a grande quantidade de núcleos
basófilos imersos numa massa citoplasmática acidófila. Essa massa constitui o conjunto dos citoplasmas de
todas as células cujos limites não são aqui visíveis. Note, em direção à luz, que os núcleos, em sua maioria, são
esféricos, e em contato com a luz, na camada mais superficial são alongados indicando que as células são
pavimentosas. Trata-se portanto de um epitélio pavimentoso estratificado. As células mais profundas localizadas
na camada basal são pequenas com pouco citoplasma e coram-se mais intensamente devido principalmente à
alta relação núcleo/ citoplasma destas células.

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FIGURA 5 - - ESÔFAGO  H.E.

EPITÉLIO PAVIMENTOSO ESTRATIFICADO QUERATINIZADO- A olho nu, observe que a face convexa deste
corte apresenta-se bastante corada. Com aumento pequeno focalize esta região que constitui o epitélio. A região
mais clara é o tecido conjuntivo. Observe, que diferentemente do esôfago (epitélio pavimentoso estratificado não
queratinizado), a maior parte deste epitélio é constituída por uma camada mais superficial fortemente eosinófila
cujas células sintetizaram e acumularam a proteína queratina. As células da camada superficial não
queratinizada apresentam núcleos alongados, escuros e paralelos à superfície, portanto este epitélio é
pavimentoso estratificado queratinizado. Aqui também o tecido conjuntivo subjacente projeta-se, elevando o
epitélio.

FIGURA 6 - PELE ESPESSA - H.E.

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EPITÉLIO DE TRANSIÇÃO- A olho nu, observe a presença de dois cortes: um alongado, grande e um muito
menor, circular. Observe, ao microscópio, o corte maior, que é a bexiga e com aumento médio note o
revestimento interno como aparece na figura 7. A região rósea formada por células com formas variadas e com
grandes formações claras no interior do citoplasma constitui o epitélio de transição, o qual está apoiado no tecido
conjuntivo. Este epitélio estratificado é diferente dos demais epitélios e é típico das vias urinárias. Ele tem a
capacidade de alterar a quantidade de suas camadas celulares de acordo com o grau de distensão destas vias.
Quando vazios, bexiga e ureter exibem até 8 camadas de células que quando cheios reduzem-se para três
camadas. Note que os núcleos das células são pequenos e circulares próximo ao conjuntivo e maiores em
direção a superfície e as células começam a adquirir um aspecto piriforme (forma de pêra). As células
superficiais são as maiores, bem coradas, em forma de cúpula muitas vezes binucleadas.

FIGURA 7 - BEXIGA E URETER - H.E

TECIDO EPITELIAL GLANDULAR

As células epiteliais especializadas na produção e secreção de enzimas, mucos e esteróides, assim como
transporte de íons possuem características estruturais relacionadas com estas funções e, na maioria das vezes,
agrupam-se formando glândulas com o objetivo específico de produzir uma determinada secreção.

GLÂNDULAS EXÓCRINAS

As glândulas exócrinas são as glândulas que secretam os seus produtos para a superfície epitelial livre através
de um sistema de ductos ou tubos. As primeiras três lâminas contêm cortes de tecidos cujas glândulas exócrinas
foram classificadas de acordo com a estrutura tridimensional das unidades secretoras que as compõem.

GLÂNDULA TUBULOSA

A olho nu, note a presença de três cortes de tecido na lâmina: um  corte maciço e dois tubulares ocos (corte
transversal). Ao microscópio, em aumento menor, focalize o corte oco maior, em região próxima a luz do tubo.
Observe as projeções conhecidas como vilosidades que avançam como dedos para a luz do tubo. Um epitélio

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cilíndrico simples reveste estas projeções e, espalhadas entre estas células cilíndricas, observe as células
caliciformes, consideradas como glândulas unicelulares produtoras de muco. O interior das vilosidades é
constituído por tecido conjuntivo frouxo. Na região mais profunda do conjuntivo observe as glândulas intestinais
ou de Lieberkühn as quais são classificadas como tubulares simples. Observe que estas glândulas abrem-se
para os espaços entre as vilosidades. Abaixo destas, as glândulas com aspecto mais claro constituem as
glândulas duodenais ou de Brünner do tipo tubular ramificada ou tubuloalveolar ramificada

FIGURA 8 - DUODENO - H.E.

Ilhotas de Langherans

Vermelhas –cels alfa


Roxo (no centro) cels beta

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1) TIPOS DE EPITÉLIO
(Extraído de Universidade Católica de Pelotas- Histología Médica Parte II-
http://antares.ucpel.tche.br/histologiamedica/arquivos_word/cap05_tecido_epitelial1.doc)
1) Epitélio de revestimento
1.1) CARACTERÍSTICAS
1. As células formam uma camada contínua revestindo uma superfície interna ou externa;
2. As células são mantidas em suas ligações comuns por pouca substância intercelular;
3. Uma superfície de cada célula é livre e, com freqüência, altamente especializada;
4. A superfície oposta apóia-se em uma membrana basal derivada do tecido conjuntivo subjacente;
5. Vasos sangüíneos estão ausentes;
6. Os epitélios de revestimento estão expostos a agressões físicas e infecções e atuam como camadas
protetoras;
7. Células danificadas são substituídas por novas e figuras mitóticas são comuns
8. Todos os transportes vitais dos corpos se dão através do epitélio (p.ex, alimento digerido, oxigênio, produtos
de excreção e secreções);
9. Alguns epitélios são especializados no recebimento de estímulos.
10. Endotélio é o nome dado ao epitélio que reveste o sistema vascular. Mesotélio é o epitélio que reveste as
paredes e recobre o conteúdo das cavidades torácica, pericárdica e abdominal.

1.2) FUNÇÕES
Revestimento
Absorção
Secreção
Sensorial

1.3) CLASSIFICAÇÃO DOS EPITÉLIOS DE REVESTIMENTO


Os epitélios de revestimento são classificados de acordo com o arranjo ou com a forma dos constituintes
celulares.
CLASSIFICAÇÃO BASEADA NO ARRANJO CELULAR:
a) Epitélio simples: há uma única camada celular
b) Epitélio pseudo-estratificado: parece haver mais de uma camada celular, mas todas as células apóiam-se na
membrana basal
c) Epitélio estratificado: há várias camadas celulares

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CLASSIFICAÇÃO BASEADA NA FORMA DAS CÉLULAS:
1. Epitélio cúbico: formado por células com diâmetros iguais.
2. Epitélio cilíndrico: constituído por células que são mais altas que largas
3. Epitélio de transição: constituído por células que mudam seu formato quando o epitélio é tensionado

Pavimentoso
Simples Cúbico
Cilíndrico

Epitélio de
Revestimento Pseudoestratificado

Pavimentoso
Estratificado Pavimentoso queratinizado
Polimorfo

2) Epitélio Glandular
As glândulas são formadas por um grupo especializado de células especializadas cuja a função é a
secreção. Entende-se por secreção a produção e a liberação pelas células de um fluido contendo substâncias
como muco, enzimas ou um hormônio. Existem dois tipos principais de glândulas:
As glândulas exócrinas: possuem ductos que transportam a secreção glandular para a superfície do corpo ou
para o interior (lúmen) de um órgão cavitário. Ex: glândulas sudoriparas, salivares e intestinais.
As glândulas endócrinas não possuem ductos e sua secreção é liberada diretamente na corrente sangüínea,
onde será distribuída para todo o corpo. A secreção das glândulas endócrinas contém hormônios.
As glândulas exócrinas podem ser classificadas, de acordo com o modo de liberação de sua secreção,
como merócrinas, apócrinas e holócrinas.
Glândula simples é aquela cujo ducto não se ramifica ( ex: glândula sudorípara);
Glândula composta é aquela na qual o ducto ramifica-se, em geral, repetidamente (ex.pâncreas);
Se a unidade secretora da glândula for tubular, a glândula é chamada glândula tubulosa, e se ela for
arredondada, é denominada de acinosa;
Glândulas serosas são aquelas que secretam um fluído aquoso;
Glândulas mucosas são aquelas que secretam um fluido espesso e viscoso, glicoproteico, denominado
muco;
Glândulas seromucosas são compostas por uma mistura de unidades secretoras serosas e mucosas.
As glândulas endócrinas não possuem ductos e sua secreção é liberada diretamente na corrente
sangüínea, onde será distribuída para todo o corpo. A secreção das glândulas endócrinas contém hormônios.

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Tecido Epitelial de Revestimento Simples

Tecido Epitelial de Revestimento Pavimentoso (Endocárdio): O revestimento epitelial interno do coração é


constituído inicialmente por epitélio pavimentoso formado apenas por uma camada de células. Esta
camada epitelial apresenta seus núcleos achatados acompanhando a forma da célula e está associada
ao tecido conjuntivo frouxo. Estes dois tecidos formam o endocárdio.

400X

Tecido Epitelial de Revestimento Cilíndrico Simples: O preparado histológico revela a mucosa da vesícula
biliar mostrando a formação de pregas mucosas revestidas por epitélio cilíndrico simples (seta). As
células deste tipo epitelial apresentam núcleos basais, citoplasma abundante e bem corado e
microvilosidades típicas de células transportadoras de íons.

Vesícula Biliar
400X

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Tecido Epitelial de Revestimento Cúbico Simples: A região medular do rim mostra os túbulos coletores em
cortes longitudinais. O revestimento destes segmentos tubulares é feito pelo epitélio cúbico simples
que como características mostra um glicocálix bem evidente e os núcleos centrais e esféricos.

Tubos Coletores 400X

Tecido Epitelial de Revestimento Estratificado Plano Queratinizado: Corte de pele palmar caracterizada por
apresentar uma espessa camada de queratina fortemente acidófila associada externamente as outras
camadas que integram o epitélio estratificado plano queratirizado.

400X

Epitélio Estratificado Plano não Queratinizado: Corte do esôfago mostrando o revestimento da mucosa
esofágica feita pelo epitélio estratificado plano (barra) não queratinizado. Ausência da camada de
queratina confere uma textura mais homogênea ao tecido epitelial. Abaixo do epitélio está a lâmina
própria constituída de tecido conjuntivo.

400X

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Sistema Tegumentar  
Pele Espessa (ou Lisa):

1) Considerações gerais: Reveste a palma da mão e a planta dos pés. Dividida em Derme camada profunda, e
Epiderme camada superficial. Presença dos plexos subpapilar e cutâneo (dificilmente vizualizados nesta lâmina).
O tecido subcutâneo presente é a hipoderme e não faz parte da pele, é formado por tecido adiposo entremeado
com tecido conjuntivo frouxo. Em algumas Lâminas podem ser vistas terminações nervosas como os
corpúsculos de Vater-Pacini.

2) Epiderme: Camada mais externa da pele formada por epitélio estratificado pavimentoso queratinizado
contendo cinco subcamadas distintas entre si.

a) Estrato basal ou germinativo: Camada mais profunda apoiada em membrana basal bem desenvolvida
formada por células colunares baixas. Não é possível identificar a presença dos melanócitos neste preparado.

b) Estrato espinhoso: Células de forma irregular apresentam prolongamentos citoplasmáticos (visíveis somente
por ME) mantidos pela presença de tonofilamentos que unem através de desmossomas as células entre si
responsáveis pelo aspecto espinhoso das células. É sem dúvida o extrato mais desenvolvido contendo várias
camadas de células.

c) Estrato granuloso: De espessura limitada a duas ou cinco camadas as células apresentam-se achatadas
como mostra o núcleo alongado. A intensa basofilia citoplasmática é causada pelos inúmeros grânulos de
queratoialina que estas células contém.

d) Estrato lúcido: Camada muito delgada identificada por forte acidofilia situada entre a granulosa e a córnea. A
maioria das células não possui núcleo.

e) Estrato córneo Caracterizada por ser constituída basicamente por células mortas e delgadas contendo muita
queratina.

3) Derme: Composta por de tecido conjuntivo fibroelástico altamente vascularizado que apresenta duas camadas
diferentes associadas.

a) Camada reticular: Por ser a camada mais profunda da pele formada por tecido conjuntivo denso não
modelado é responsável por preencher e sustentar, entre outros, as camadas superiores. Apresenta-se rica em
fibras colágenas espessas dispersas irregularmente entremeadas por capilares sanguineos. A maioria das
células presentes são fibrócitos.

b) Camada papilar
Camada abaixo da epiderme constituída por tecido conjuntivo frouxo ricamente vascularizado que em alguns
locais projeta-se na epiderme e formam as papilas dérmicas. As fibras elásticas são mais delicadas e não podem
ser identificadas por HE assim como os macrófagos aí presentes. Podem ser encontrados todos os tipos
celulares encontrados no tecido conjuntivo.

4) Anexos tegumentares:

a) Glândulas sudoríparas: Glândulas exócrinas tubulosas enoveladas. Situam-se na derme profunda


apresentando duas porções caracteristicamente diferentes, as secretoras e as condutoras ou ductais. Nesta
lâmina vê-se segmentos aglomerados de cortes transversais da porção secretora formada por uma camada de

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células cúbicas ou colunares claras circundadas por células mioepiteliais fusiformes. A fraca coloração deve-se
ao glicogênio acumulado. Outro critério utilizado para identificá-las é a relação da espessura da parede da
glândula com o diâmetro do lúmem que se mantêm proporcionais. Por outro lado mais externamente estão as
porções condutoras com lúmem menor e coloração acentuada. Embora incomum em glândulas, neste caso a
porção ductal tem lúmem mais estreito do que a secretora. Obs: Em relação à liberação do produto
secretado ela é classificada em apócrina.

Pele espessa, Corpúsculos de Vater-


epiderme e derme Glândulas sudoriparas Pacini
40X 400X 100X

Pele Pilosa ou Delgada: Lâmina 56 (H.E.) e 56A (Gomori)

1) Epiderme
A camada germinativa é similar à lâmina 54, porém a espinhosa é mais delgada com menos camadas celulares.
O extrato granuloso pode conter uma só camada e às vezes descontínua, associada ao extrato córneo uma vez
que o extrato lúcido é ausente.
Pode ser identificada a presença dos melanócitos através da melanina acumulada em seu citoplasma que
aparece em amarelo escuro.

2) Derme
A derme papilar apresenta-se menos desenvolvida e contém papilas menores e mais afastadas.
Associados aos folículos pilosos encontram-se o músculo eretor do pêlo.

3) Anexos tegumentares
a) Glândula sudorípara
Já descrita na lâmina 54.

b) Glândula sebácea
Glândula exócrina alveolar (ou acinosa) simples.
Esta glândula apresenta um aspecto de saco maciço formado de células pouco coradas pelo acúmulo de
lipídeos e com núcleo central. Elas situam-se próximas dos folículos pilosos onde liberam suas secreções
lubrificando o pêlo.
Obs: Quanto à liberação do produto de secreção esta glândula é classificada em holócrina.

c) Folículo piloso
Formado por invaginação da epiderme (bainha epitelial) e envolvido por tecido conjuntivo contendo
bainhas interna e externa (bainha conjuntiva).

No interior do folículo encontra-se o pêlo que apresenta três camadas, descritas a seguir de dentro para

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fora:
- Medula: queratina mole (rosa) que pode ter queratina ou não.
- Córtex: contém queratina dura (amarela) e melanina (amarela ou preta).
- Cutícula: de difícil visualização por ser muito delgada formada por queratina dura (amarela).

Glândulas sebáceas
e folículos pilosos Folículo Piloso
100X 400X

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