Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Evert
Tradução da Terceira
Edição Americana
Blucher
ANATOMIA
DAS PLANTAS
DEESAU
Blucher
ANATOMIA
DAS PLANTAS
DEESAU
MERISTEMAS, CELULAS E
TECIDOS DO CORPO DA PLANTA:
~
SUA ESTRUTURA, FUNÇAO E
DESENVOLVIMENTO
RAY F. EVERT
Katherine Esau Professor Emérito de Botânica e Patologia de Plantas,
Universidade de Wisconsin, Madison
Trabalho de Tradução
Coordenação da tradução
Carmen Regina Marcati
Trabalho de tradução
Carmen Regina Marcati
Marcelo Rodrigo Pace
Maria das Graças Sajo
Patrícia Soffiatti
Sílvia Rodrigues Machado
Tatiane Maria Rodrigues
Veronica Angyalossy
Anatomia das plantas de Esau, meristemas, células e tecidos do
corpo da planta: sua estrutura, função e desenvolvimento
© 20 13 Ray F. Evert
1ª edição d igital - 2018
Editora Edgard Blücher Ltda.
Todos os direitos reservados pela Editora Edgard Blücher Ltda. Índ ices para catá logo sistemático:
1. Botânica - morfologia
Dedicado a Katherine Esau (in memorian) , mentora e amiga
"Em reconhecimento ao serviço diferenciado prestado à com unidade americana de botânicos, e pela
excelência na sua pesquisa pioneira em estrut ura e desenvolvimento de plantas, tanto básica quanto
aplicada, que se estende por mais de se is décadas, por sua atuação superlativa como educadora, tanto
em classe quanto por meio de seus livros, pelo encorajamento e inspiração que tem dado a uma legião de
jovens, aspirantes a botânicos; por proporcionar um modelo especial para as mulheres na ciência."
Katherine Esau
Dedicatória
Dedicamos est a versão t raduzida do livro "Esau's Plant Anatomy" com o título "Anatomia das Plantas
de Esau" a uma mulher que fez história na área de botânica no Brasil. Professora do Departamento de
Botânica do Instituto de Biociências da USP, São Paulo, foi quem traduziu o livro "Anatomy of Seed Plants"
de Katherine Esau para o idioma português, publicado em 1974 com o título "Anatomia de Plantas com
Sementes", a única obra traduzida de Esau para o nosso idioma. Essa professora, de grande conhecimento
em anatomia de plant as, está complet ando 70 anos de trabalho como docent e na USP e, com mais de 90
anos, a Ora. Berta Lange de Morretes ainda dá aulas e faz pesquisa nessa instituição. Nunca se casou, mas
segundo palavras dela mesma, é casada com a USP (ver reportagem online do Estadão no site http://www.
estadao.com .br/noticias/impresso,a-biologa-que-leciona-na-usp-ha-70-anos,725305,0.htm).
Incansável, amante das plantas, formou a maioria dos anatomistas de plantas do Brasil, tendo orientado
dezenas de Mestres e Doutores. Deu uma grande contribuição científica para o conhecimento da anatomia
e das adaptações das plantas do cerrado. Em reconhecimento a essa importante anatomista, dedicamos a
ela esta obra.
"Pediram que eu escrevesse algumas pa lavras sobre o novo livro publicado por Ray Evert. Li o volume
todinho, da primeira a última frase, e só posso dizer: é uma obra muito bonita. Se nosso magistério do
segundo grau estivesse baseado em livros desse padrão, a situação do ensino seria outra. A clareza e a
objet ividade são modelares, fazem que o aluno queira saber mais."
Vacúolos .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 65
Ribossomos. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 67
REFERÊNCIAS .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 68
Capítulo 5 Meristemas e diferenciação .. .... .... .... .. .................. .......... .. .............. . 143
Meristemas ..... .. ...... .. .......... ........ .......... .. .......... .. ...... .................. . 143
Classificação dos meristemas .... .. ........ .... .... .. .... .. .... ........ ...... .......... . 144
Uma classificação comum dos meristemas se baseia na sua posição no corpo
da planta . .. ...... .. .......... ........ .... ...... .. .......... .. ...... ............ ...... . 144
Os meristemas também são classificados segundo a natureza das células que
dão origem às suas células iniciais ..... .. .............................. .......... .. . 146
Características das células n1eristemáticas ...... ............ ........ .......... .. ...... . 146
Padrões de crescimento nos meristemas .................. .. ...... .. .................. . 148
Atividade meristemática e crescimento da planta ........ .. .......... .............. .. . 149
Diferenciação ....... .......... .................... .......... .. .. .. .. ........ .. .. ............ . 150
Termos e conceitos .... .......... ............ ........ .......... ........ .......... ........ . 150
Senescência (n1orte celular programada) .................... .......... .. .............. . 152
Mudanças celulares na diferenciação ...... .. .................. .......... .. ............ . 154
Um fenômeno citológico comumente observado em células de angiospermas
em diferenciação é a endopoliploidia .. .............. .... ...... .. .. ......... ....... . 154
Uma das prin1eiras mudanças visíveis en1 tecidos em diferenciação é o
aumento desigual no tamanho celula r ................... ........ .................. . 155
O ajuste celular nos tecidos em diferenciação envolve um crescimento
coordenado e intrusivo .................................... ........ .................. . 156
Fatores que causam diferenciação .............................. ........ .................. . 157
Técnicas de cultura de tecidos têm sido úteis na determinação das
necessidades para o crescimento e a diferenciação ......... ........ .................. . 157
A análise do mosaico genético pode revelar padrões de divisão e de destino
celular, em plantas em desenvolviinento .............................................. . 159
A tecnologia genética aumentou drasticamente nossa compreensão sobre o
desenvolvimento da planta . ...... .... .......... .. .... .... .. ........ .... .. .... .. .... .. .. . 160
A polaridade representa um componente-chave na formação do padrão biológico
e está relacionada ao fenômeno ele gradientes .. ............ ...... .. .......... ........ . 161
As células das plantas se diferenciam de acordo com sua posição ............. .. .. .. . 162
12 111 Anatomia das Plantas de Esau
Hormônios vegetais .... .. .......... ........ .. .. ...... .......... .. ...... .. .. ........ ........ . 163
Auxinas ...... .. ...... .. .......... .......... .. .................. ........ .. .. .............. . 164
Citocininas ...................... ...... .... .. .. .......... .... .. .......... .... .......... .. . 165
Etileno ... ........................ ...... ...... .. ................ ............ .. ............ . 166
Ácido abscísico ...... .. .......... .......... .. ................ .. ...... .. .. ................ . 166
Giberelinas ...................... ...... .... .. .. .............. .. .......... .............. .. . 166
REFERÊNCIAS .. .................. ...... .... .. .. .......... .... .. .......... .. .. .......... .. . 167
Capítulo 7 h •
Parenqwma e coIenqwma
h • ...... .... ...... .. ................ .. ........ .. .. .............. . 225
Parênquima ................................................................................ . 225
As células parenquimáticas podem formar massas contínuas como em um tecido
parenquimático ou estar associadas a outros tipos celulares em tecidos
morfologicamente heterogêneos ........................................................ . 226
Conteúdo 111 13
O conteúdo das células parenquimáticas é un1 reflexo das atividades das células .. . 227
A parede celular das células parenquimáticas pode ser delgada ou espessa .. .. .. .. . 229
Algumas células parenquimáticas - células de transferência - contêm
invaginações na parede. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 229
As células parenquin1áticas varian1 enormemente em sua forma e a rranjo.. .. .. .. .. . 231
Alguns tecidos parenquimáticos - aerênquima - contêm espaços intercelulares
particularmente grandes .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 233
Colênquima. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 234
A estrutura das paredes celulares do colênquima é a característica mais
distintiva desse tecido .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 235
Caracteristicamente, o colênquima se encontra em regiões periféricas. .. .. .. .. .. .. . 237
O colênquima parece ser especialmente bem-adaptado para a sustentação de
folhas e caules em crescimento .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 238
REFERÊNCIAS .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 239
Capítulo 11 Xile ma: xilema secundá rio e variações na estrutura da ma deira .. .. .. .. .. .. .. . 359
Estrutura básica do xilema secundário. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 361
O xilema secundário consiste de dois sistemas distintos de células, o axial e o
radial .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 361
Algumas ntadeiras são estratificadas e outras, não. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 362
Os anéis de crescimento resultam da atividade periódica do câmbio vascular .. .. .. . 362
Conforme a madeira se torna mais velha, gradualmente se torna não funcional
em condução e armazenamento . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 366
O lenho de reação é um tipo de madeira que se desenvolve em ramos e caules
inclinados ou curvados . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 368
Madeiras .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 371
A madeira das coníferas é relativamente simples em estrutura .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 372
O sistema axial das coníferas é constituído principalmente ou inteiramente por
traqueídes . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 372
Os raios de coníferas podem ser constituídos por células de parênquima e
traqueídes . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 372
As madeiras de muitas coníferas contêm canais resiníferos.. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 374
A madeira das a ngiospermas é mais complexa e variada do que a das coníferas . .. . 377
Com base na porosidade, dois tipos principais de madeiras de angiospermas são
reconhecidos: com porosidade difusa e anéis porosos ou semiporosos .... .. .. .. .. .. . 378
A distribuição do parênquima axial mostra muitos padrões de gradação . .. .. .. .. .. . 380
Os raios de angiospermas geralmente contêm somente células de parênquima .. .. . 380
Espaços intercelulares semelhantes aos canais resiníferos de gimnospermas
ocorrem na madeira de angiospermas . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 383
Alguns aspectos do desenvolvintento do xilen1a secundário .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 383
Identificação de n1adeira .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 387
REFERÊNCIAS .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 388
Capít ulo 15 Periderme ..... .. ........ .......... .... ........ .................. ............ .............. . 511
Ocorrência .................................... .. .................. .......... .. .............. . 511
Características de seus componentes ... ...... .. .......... ...... .......... .. .. .......... .. . 513
O felogênio é relativamente simples em estrutura .................... ................ . 513
Vários tipos de células do fel ema podem surgir do felogênio ......................... . 513
Existe considerável variação na largura e composição da feloderme ...... .......... . 516
Desenvolvimento da periderme ......... ...... .. .......... .................... .......... .. . 517
Os locais de origem do felogênio são variáveis ........................ ................ . 517
O felogênio tem origem por divisões de vários tipos de células .............. ........ . 519
O tempo de surgimento da primeira e subsequentes peridermes varia .............. . 519
Morfologia da periderme e do ritidoma ................................................... . 522
Poliderme ......... ................................................ .......................... . 524
Tecido protetor en1 monocotileclôneas .......................... .......................... . 524
Periderme ele cicatrização ....................................... .......................... . 525
Lenticelas ................................................................................... . 526
Três tipos estruturais de lenticelas são reconhecidos nas angiospermas
lenhosas ................................................................................. . 527
A primeira lenticela frequentemente surge abaixo elo estômato ..... .. ............ .. . 528
REFERÊNCIAS ............................................................................ . 528
Capítulo 16 Estruturas secretoras externas ........ .. .. .. .... .. .... .. .. .... ...... ...... ...... .. .. . 533
Glândulas de sal .. ........................ ........ .......... ................ .. .. .......... .. . 535
Vesículas de sal secretam em um grande vacúolo central ...... .... .. .. .. .. .......... . 535
Outras glândulas secretam sal diretamente para o exterior .... ...... .... ............ . 536
As glândulas bicelulares elas Poaceal .......................... .................... . 536
As glândulas multicelulares das eudicotiledôneas ................ .. .. ............ . 537
Hidatódios ........................................................ .......................... . 537
Nectários .................................................................................... . 540
Os nectários de Lonicera japonica exudam néctar elos tricomas unicelulares .... . 542
Os nectários de Abutilon striatum exudam néctar a partir de tricomas
multicelulares ........................................................................... . 542
Os nectários de Viciafaba exudam néctar via estômatos ............................ . 543
Os açúcares mais comuns no néctar são sacarose, glicose e frutose .............. .. . 545
Estruturas intermediárias entre nectários e hidatódios .............................. . 547
Coléteres .. .. .......... .. ...... .................... .. .. ...... ...... .... ...... .. .. ............ . 548
Osmóforos ........ .... .. .... .......... .... ...... .... .... .............. ...... .......... .. .. .. . 549
Tricomas glandulares que secretam substâncias lipofílicas ............. ................ . 550
Desenvolvimento dos tricomas glandulares .. .. .......................... .. .. ............ . 551
As estruturas glandulares das plantas carnívoras ........... .. ...... .. .................. . 552
Tricomas urticantes .............................................. .......................... . 554
REFERÊNCIAS .................... .......... .... ............ .... .......................... . 555
Adendo: Outras referências pertinentes não citadas no texto ............... .. .................. .. ...... . 597
Glossário .............. .. ...... .. .... ...... ........ ........ .... .......... ........ .......... .. ...... .......... . 621
Índice onomástico .. .. .......... ...... ............ .. ............ .. ............ .... .......... .... ............ . 649
Já se passaram mais de 40 anos desde a segunda eia disso é o uso menos preciso da terminologia e
edição do livro Anatomia das plantas de Kathe- uma adoção inapropriada de termos animais para
rine Esau. A enorme expansão do conhecimento estruturas de plantas. A pesquisa em estrutura
biológico que tem tomado lugar durante esse pe- de plantas tem beneficiado grandemente as novas
ríodo não tem precedentes. Em 1965, a microsco- abordagens e técnicas agora disponíveis. Muitos
pia eletrônica estava apenas começando para que anatomistas de plantas estão participando efeti-
tivesse um impacto na pesquisa de plantas em ní- vamente na procura da interdisciplinaridade para
vel celular. Desde então, novas abordagens e técni- conceitos integrados de crescimento e n1orfologia.
cas, particularmente aquelas usadas na pesquisa Ao mesmo tempo, anatomistas de plantas que tra-
genética-molecular, têm resultado em uma maior balham com análise comparada continuam a criar
ênfase e tomado a direção para o reino molecular novos conceitos sobre as relações e evolução das
da vida. Conceitos e princípios antigos estão sendo plantas e dos tecidos de plantas com o auxílio de
desafiados virtualmente em todos os níveis, entre- dados moleculares e análises cladísticas. A in-
tanto, geralmente, sem um claro entendimento das tegração da anatomia ecológica e sistemática de
bases sobre as quais aqueles conceitos e princípios plantas - anatomia ecofilética - está provocando
foram estabelecidos. um entendimento mais claro das forças motrizes
Un1 biólogo, independentemente de sua linha por trás das diversificações evolucionárias dos
de especialização, não pode se dar ao luxo de per- atributos da madeira e da folha.
der de vista o organismo como um todo, se o seu Um conhecimento completo da estrutura e de-
objetivo é entender o n1undo orgânico. O conhe- senvolvimento das células e tecidos é essencial para
cimento dos aspectos mais grosseiros da estrutu- uma interpretação realística da função da planta,
ra é básico para a pesquisa e o ensino em todos se a função em causa é fotossíntese, movimento da
os níveis de especialização. A tendência cada vez água, transporte de alimento, ou absorção da água
maior em direção a uma redução da ênfase em e minerais pelas raízes. Um entendimento com-
informações de fato no ensino contemporâneo e a pleto dos efeitos dos organismos patogênicos no
aparente diminuição dos cursos em anatomia e corpo da planta só pode ser alcançado quando se
morfologia das plantas, em muitas escolas e uni- conhece a estrutura normal da planta em questão.
versidades, faz que uma fonte prontamente acessí- As práticas horticulturais, como enxerto, poda,
vel de informação básica em estrutura de plantas propagação vegetativa, e os fenômenos associados
seja mais importante do que nunca. A consequên- à formação de "callus", cicatrização, regeneração,
20 111 Anatomia das Plantas de Esau
e desenvolvimento de raízes e gen1as adventícias, aquele conceito tem evoluído com a disponibilida-
são mais significativos se as características estru- de de metodologias mais sofisticadas. Por todo o
turais subjacentes a esses fenômenos são compre- livro, maior ênfase é dada nas relações estrutura-
endidas apropriadamente. -função do que nas duas edições anteriores. Como
Uma crença comum entre os estudantes e nas edições anteriores, as angiospermas são evi-
igualmente entre muitos pesquisadores é que nós denciadas, mas algumas características de partes
sabemos, virtualmente, tudo o que há para se sa- vegetativas das gimnospermas e das plantas vas-
ber sobre a anatomia das plantas, entretanto, nada culares sem sementes também são consideradas.
poderia estar mais longe da verdade. Embora o es- Esses são ten1pos estimulantes para os botâni-
tudo da anatomia das plantas remonte ao final dos cos. Isso se reflete, em parte, pela grandiosidade
anos 1600, a maioria do nosso conhecimento em da produção de literatura. As referências citadas
estrutura de plantas é baseada em plantas de regi- neste livro representam apenas uma fração do to-
ões temperadas, e geralmente aquelas de interes- tal de artigos lidos para a preparação da terceira
se agronômico. As características estruturais das edição, particularmente para a literatura genética-
plantas que crescem em ambientes subtropicais e -molecular que é citada de fonna mais seletiva. Foi
tropicais são frequentemente caracterizadas como importante não perder o foco na anatomia. Muitas
exceções ou anomalias, em vez de como adapta- das referências citadas na segunda edição foram
ções aos diferentes ambientes. Com a grande di- lidas novamente, em par te para assegurar a conti-
versidade de espécies de plantas nos trópicos, há nuidade entre a segunda e a terceira edições. Um
uma riqueza de informações a serem descobertas grande número de referências selecionadas está
na estrutura e desenvolvimento de tais plantas. listado para dar apoio às descrições e interpreta-
Além disso, como observado pela Dra. Esau no pre- ções, e direcionar a pessoa interessada para uma
fácio da primeira edição de Anatomia das plantas leitura mais ampla. Indubitavelmente, alguns arti-
com sementes (JOHN WILEY & SONS, 1960) "[...] gos pertinentes foram inadvertidamente negligen-
a anatomia das plantas é interessante para o seu ciados. Uma série de artigos de revisão, livros, e
próprio ben1. É uma experiência gratificante acom- capítulos de livros com listas de referências úteis
panhar o desenvolvimento ontogenético e evolucio- estão incluídos. Referências adicionais pertinentes
nário das características estruturais e entender o estão listadas no adendo.
alto grau de complexidade e a regularidade notável Este livro foi planejado principalmente para
na organização da planta". estudantes de nível superior em vários ramos da
O principal objetivo deste livro é fornecer uma ciência elas plantas, para pesquisadores (do nível
base firme nos meristemas, células e tecidos do 1nolecular até a planta toda), e para professores de
corpo da planta, e, ao n1esmo tempo, trazer algo anatomia de plantas. Ao mesmo tempo, um esforço
sobre os muitos avanços pelas pesquisas molecu- foi feito para atrair os estudantes menos avançados
lares na compreensão de sua função e desenvol- apresentando o assunto em um estilo convidativo,
vimento. Por exemplo, no capítulo de meristemas com muitas ilustrações, e para explicar e analisar
apicais, que tem sido o objeto de considerável pes- termos e conceitos à medida que aparecem no tex-
quisa genética-molecular, uma revisão histórica do to. É minha esperança que este livro venha a ilu-
conceito de organização apical é apresentada para minar 1nuitos e a inspirar muitos outros no estudo
fornecer ao leitor uma compreensão do quanto da estrutura e desenvolvin1ento das plantas.
R.F.E.
Madison, Wisconsin
Julho, 2006
-
APRESENTAÇAO
"Esau's Plant Anatomy" de autoria de Ray F. Evert mas incluídas em un1 adendo ao final do livro, que
é uma atualização do livro "Plant Anatomy" de Ka- enriquece enormemente esta obra. Ainda no aden-
therine Esau, o mais in1portante livro sobre ana- do, além da citação das referências separadas por
tomia de plantas mundialmente reconhecido. O capítulos, aquelas de maior in1portância tiveram os
autor ampliou as informações contidas no livro de seus resumos incluídos dando-nos a possibilidade
Esau para uma obra que explora os temas aborda- de saber o foco principal dos artigos.
dos em diferentes níveis, inclusive com informa- Neste livro o leitor poderá procurar as infor-
ções sobre pesquisas de base molecular. É uma mações de que precisa, tanto no conteúdo, que
obra completa em anatomia de plantas na atuali- está na parte inicial do livr o, quanto no índice
dade, sendo de grande valia para o aprimoramento remissivo. O glossário, também ao final do livro,
desse conhecimento aos estudantes de graduação, contempla as definições dos termos em anatomia
pós-graduação, professores e pesquisadores que de plantas.
utilizam esse ramo da botânica como base de seus Aqueles que utilizam a anatomia de plantas
estudos ou pesquisas. Há uma enorme quantida- como base de suas pesquisas encontrarão aqui um
de de referências, muitas delas citadas pelo autor supor te de conhecimentos atualizado e bastante
nos capítulos do livro, e outras tantas não citadas, completo, uma obra de valor inestimável.
As ilustrações formam uma parte importante do manuscrito: Drs. Veronica Angyalossy, Pieter
de um livro em anatomia ele plantas. Estou em dí- Baas, Sebastian Y. Beclnarek, , C. E. J. Botha, Anne-
vida com várias pessoas que gentiln1ente cederam -Marie Catesson, Judith L. Croxdale, Nigel Chaffey,
ilustrações para incluir no livro e com outras, jun- Abraham Fahn, Donna Fernandez, Peter K. Helper,
tamente com editores e revistas científicas, pela Nels R. Lersten, Edward K. Merrill, Regis B. Mil-
permissão em reproduzir de uma forma ou de ou- ler, Thomas L. Rost, Alexander Schulz, L. Anclrew
tra suas ilustrações publicadas. As ilustrações nas Staehelin, Jennifer Thorsch e Joseph E. Varner.
quais as fontes não são indicadas na legenda elas Dois elos revisores, Judith L. Croxclale, que revisou
figuras são originais. Várias figuras são ele meus o Capítulo 9 (Epiderme), e Joseph E. Varner, que
artigos de pesquisa ou de artigos com coautoria revisou o rascunho inicial do Capítulo 4 (Parede
de colegas, incluindo meus estudantes. Um gran- celular), estão agora falecidos. Os revisores forne-
de número de ilustrações é de trabalhos magnífi- ceram sugestões valiosas para o aprimoramento do
cos - ilustrações feitas à mão e micrografias - da livro. A responsabilidade final com os conteúdos do
Dra. Esau. Algumas figuras são ilustrações eletrô- livro, incluindo todos os erros e omissões, entre-
nicas habilmente processadas por Kanclis Elliot. tanto, é 1ninha.
Agradecimentos sinceros são estendidos à Lau- Un1 agradecimento muito especial é conferido à
ra Evert e Mary Evert por sua assistência conl o Susan E. Eichhorn. Sem sua assistência não seria
processo de obter as permissões. possível revisar a segunda edição do livro Esau's
Agradeço as seguintes pessoas, que tão gene- plant anatomy.
rosamente cederan1 seu ten1po para revisar partes
1\.
REFERENCIAS GERAIS
DTGGLE, P. K. e P. K. ENDRESS, eds. 1999. lnt. J KAUSSMANN, B. 1963. Pfl anzenanatomie: unter
Plant Sei. 160 (6, suppl. : Development, Func- besonderer Berücksichtigung der Kultur- und
tion, and Evolution of Symmetry in Plants), Nutzpfl anzen. Gustav Fischer, Jena.
Sl- Sl66.
KAUSSMANN, B. e U. SCHIEWER. 1989. Funktio-
EAMES, A. J. 1961. Morphology of Vascular Plants: nelle Morphologie und Anatomie der Pfl an-
Lower Groups. McGraw-Hill, New York. zen. Gustav Fischer, Stuttgart.
EAMES, A. J. e L. H. MACDANIELS. 1947. An Intro - LARSON, P. R. 1994. The Vascular Cambium. Deve-
duction to Plant Anatomy, 2. ed. McGraw-Hill, lopment and Structure. Springer-Verlag, Berlin.
NewYork.
JVIANSFIELD, W. 1916. Histology of A1edicinal
ESAU, K. 1965. Plant Anatomy, 2. ed. Wiley, New Plants. Wiley, New York.
York.
MAUSETH, J. D. 1988. Plant Anatomy. Benjamin/
ESAU, K. 1977. Anatomy of Seed Plants, 2. ed. Wiley, Cummings, Menlo Park, CA.
NewYork.
METCALFE, C. R. 1960. Anatomy of the Monoco-
ESCHRICH, W. 1995. Funktionelle Pfl anzenanato- tyledons, vol. I, Gramineae. Clarendon Press,
mie. Springer, Berlin. Oxford.
FAHN, A. 1990. Plant Anatomy, 4. ed. Pergamon METCALFE, C. R. 1971. Anatomy of the Monoco-
Press, Oxford. tyledons, vol. V, Cyperaceae. Clarendon Press,
GIFFORD, E . M. e A. S. POSTER. 1989. Morphology Oxford.
and Evolution of Vascular Plants, 3. ed . Free- METCALFE, C. R. e L. CHALK. 1950. Anatomy of
man, New York. the Dicotyledons: Leaves, Stems, and Wood in
HABERLANDT, G. 1914. Physiological Plant Ana- Relation to Taxonomy with Notes on Economic
tomy. Macmillan, London. Handbuch der Pfl Uses, 2 vols. Clarendon Press, Oxford.
anzenanatomie (Encyclopedia of Plant Ana- METCALFE, C. R. e L. CHALK, eds. 1979. Anatomy
tomy). 1922-1943; 1951- . Gebrüder Borntraeger, of the Dicotyledons, 2. ed., vol. I. Systematic
Berlin. Anatomy of Leaf and Stem, with a Brief His-
HARTIG, R. 1891. Lehrbuch der Anatomie und tory of the Subject. Clarendon Press, Oxford.
Physiologie der Pflanzen unter besonderer METCALFE, C. R. e L. CHALK, eds. 1983. Anatomy
Berücksichtigung der Forstgewdchse. Springer, of the Dicotyledons, 2. ed., vol. II. Wood Structu-
Berlin. re and Conclusion of the General lntroduction.
HAYWARD, H. E. 1938. The Structure of Economic Clarendon Press, Oxford.
Plants. Macmillan, New York. RAUH, W. 1950. Morphologie der Nutzpfl anzen.
HIGUCHI, T. 1997. Biochemistry and Molecular Quelle und Meyer, Heidelberg.
Biology of Wood. Springer, Berlin. ROMBERGER, J. A. 1963. Meristems, Growth, and
HOWELL, S. H. 1998. Molecular Genetics of Plant Development in Woody Plants: An Analytical
Development. Cambridge University Press, Cam- Review of Anatomical, Physiological, and Mor-
bridge. phogenic Aspects. Tech. Bull. No. 1293. USDA,
Forest Service, Washington, DC.
HUBER, B. 1961. Grundzüge der Pjl anzenanato-
mie. Springer-Verlag, Berlin. ROMBERGER, J. A., Z. HEJNOWICZ e J. F. HILL.
1993. Plant Structure.· Function and Develop-
IQBAL, M., ed. 1995. The Cambial Derivatives. Ge- ment: A Treatise on Anatomy and Vegetative
brüder Borntraeger, Berlin. Development, with Special Reference to Woody
JANE, F. W. 1970. The Structure of Wood, 2. ed. Plants. Springer-Verlag, Berlin.
Adam and Charles Black, London. RUDALL, P. 1992 .Anatomy of Flowering Plants: An
JEFFREY, E . C. 1917. TheAnatomy ofWoody Plants. Introduction to Structure and Development,
University of Chicago Press, Chicago. 2. ed. Cambridge University Press, Cambridge .
JURZITZA, G. 1987. Anatomie der Samenpfl an- SACHS, J. 1875. Tex t-Book of Botany, Morphologi-
zen. Georg Thieme Verlag, Stuttgart. cal and Physiological. Clarendon Press, Oxford.
Referências gerais 111 27
ESTRUTURA
E DESENVOLVIMENTO
DO CORPO VEGETAL
-
UMA VISAO GERAL
O corpo multicelular e complexo de uma plantavas- dicotonücamente, sem apêndices, a raiz, o caule
cular é o resultado de uma especialização evolutiva e a folha poderiam ser considerados como intima-
de longo prazo - especialização essa que acompa- 1nente inter-relacionados a partir da mesma ori-
nhou a transição de organismos multicelulares que gem filogenética (Stewart e Rothvvell, 1993; Taylor
ocupavam um hábitat aquático para um hábitat e Taylor, 1993; Raven, J. A. e Edwards, 2001). A
terrestre (Niklas, 1997) . As demandas de ambien- origem comum desses três órgãos é ainda mais
tes novos e mais hostis levaram ao estabelecimento óbvia na sua ontogenia (desenvolvimento de uma
de diferenças morfológicas e fisiológicas entre as entidade individual), pois estes são iniciados ao
partes da planta que se tornaram mais ou menos mesmo tempo no embrião, à medida que este se
especializadas com respeito a certas funções. O desenvolve, a partir de um zigoto, em um organis-
reconheci1nento dessas especializações se tornou 1no multicelular. No ápice do ramo, a folha e o caule
definido pelos botânicos por meio do conceito de são formados como uma unidade. Na maturidade,
órgãos vegetais (Troll, 1937; Arber, 1950). Em tanlbém a folha e o caule, imperceptivelmente, con-
um primeiro momento, os botânicos vislumbraram tinuam um no outro, externa e internamente. Pa-
a existência de vários órgãos, mas posteriormente, ralelamente, a raiz e o caule também formam um
à medida que o entendimento das inter-relações continuum - uma estrutura contínua- e possuem
entre as partes da planta se tornou mais evidente, muitas características em comum com respeito à
o número de órgãos vegetativos foi reduzido a três: forma, anatomia, função e 1nodo de crescimento.
raiz, caule e folha (Eames, 1936). Dentro deste A' medida que o embrião cresce e se torna uma
conceito, caule e folha são geralmente tratados em plântula, o caule e a raiz cada vez mais divergem
conjunto, como uma unidade morfológica e funcio- um elo outro em sua organização (Fig. 1.1). A raiz
nal, o ramo. cresce mais ou menos como um órgão cilíndrico
Em estudos evolutivos, pesquisadores postu- ramificado; o caule é composto por nós e entrenós,
lam que a organização da planta vascular ancestral com folhas e ramos conectados aos nós. Finalmen-
era extrema1nente simples, talvez muito parecida te a planta entra no estágio reprodutivo, quando os
àquela da Devoniana Rhynia, que eram plantas ramos fornlam as inflorescências e flores (Fig. 1.2) .
áfilas e sem raízes (Gifford e Foster, 1989; Kenrick A flor pode ser considerada um órgão, mas o con-
e Crane, 1997). Se as plantas com sementes evo- ceito clássico trata a flor como um conjunto de ór-
luíram a partir de plantas ancestrais semelhantes gãos homólogos aos ramos. Esse conceito também
às "rhynias", que consistiam de eixos ramificados implica que as partes florais - algumas das quais
30 111 Anatomia das Plantas de Esau
cotilédones
epicótilo
..., ·.-:"'i:: ·,
' 1: \
.. '
;
A
e
e
D
FIGURA 1.1 FIGURA 1.2
Alguns estágios do desenvolvimento da plântula da Inflorescência e flor da linhaça (Linum usitatissi-
linhaça (Linum usitatissimum). A , semente germi- mum). A , inflorescência, do tipo panícula, com flores
nando. A raiz principal pivotante (abaixo da linha pon- completas mostrando as sépalas e pétalas. B , flor, a par-
tilhada) é a primeira estrutura a romper a testa da se- t ir da qual as sépalas e pétalas foram removidas, para
mente. B, o hipocótilo em alongamento (acima da linha mostrar os estames e o gineceu. As flo res da linhaça
pontilhada) formou um gancho, que subsequentemente geralmente possuem cinco estames fér teis. O gineceu
vai se endireitar, puxando os cotilédones e o ápice cau- consiste de cinco carpelos unidos, com cinco estiletes e
linar acima do solo. C, após a emergência acima do solo, estigmas distintos. C, fruto maduro (cápsula) e sépalas
os cotilédones, que na linhaça persistem por cerca de persistentes. (Desenho feito por Alva D. Grant.)
30 dias, aumentam e engrossam. O epicótilo em desen-
volvimento - o eixo caulinar ou ramo localizado acima
dos cotilédones - está agora evidente entre os cotilédo-
nes. D, o epicótilo em desenvolvimento originou várias
folhas e a raiz principal originou várias ramificações.
(Obtido de Esau, 1977; desenho feito por Alva D. Grant.)
Estrutura e desenvolvimento do corpo veget al - uma visão geral 111 31
são férteis (estames e carpelos) e outras estéreis cativos de inter-relações específicas (por exemplo,
(sépalas e pétalas) - são homólogas às folhas. Am- entre tecidos de armazenamento e vasculares) e
bas, as folhas e as partes florais, são consideradas de funções especializadas (por exemplo, suporte
como originadas a partir de um tipo de sistema de ou armazenamento). Para enfatizar a organização
caules que caracterizaram as primeiras plantas dos tecidos em entidades maiores, demonstrando
vasculares, áfilas e sem raízes (Gifford e Foster, sua continuidade topográfica e revelando a unida-
1989). de básica do corpo vegetal, foi adotada a expres-
Apesar da sobreposição e da continuidade entre são sistema de tecido (Sachs, 1875; Haberlandt,
as características das partes da planta, a divisão 1914; Foster, 1949).
do corpo vegetal em categorias morfológicas como En1bora a classificação das células e dos teci-
raiz, caule, folha e flor (quando presente) é geral- dos seja, de algum modo, arbitrária, para que se
mente utilizada porque mantém em foco as espe- cumpra o objetivo de descrever de maneira ade-
cializações estruturais e funcionais das partes, o quada a estrutura de uma planta, é necessário o
caule para o suporte e a condução, a folha para a estabelecimento de categorias. Além disso, se as
fotossíntese, e a raiz co1no ancoragen1 e absorção. classificações se baseia1n em estudos comparativos
Essa subdivisão não deve ser enfatizada a ponto abrangentes, em que a variabilidade e integração
de obscurecer a unidade essencial do corpo vege- de caracteres são reveladas e interpretadas ade-
tal. Essa unidade é claramente perceptível se uma quadamente, estas não são apenas úteis para as
planta é estudada sob o ponto de vista do seu de- descrições, como também refletem a relação natu-
senvolvimento, uma abordagem que revela a gra- ral entre as entidades classificadas.
dual emergência dos órgãos e tecidos a partir do
corpo indiferenciado do embrião jovem.
O corpo de uma planta vascular é composto
por três sistemas de tecidos
ORGANIZAÇAO INTERNA DO CORPO De acordo com a classificação de Sachs (1875),
VEGETAL baseada na continuidade topográfica dos tecidos, o
O corpo da planta é formado por muitos tipos corpo de uma planta vascular é co1nposto por três
diferentes de células cada uma delas delimitada sistemas de tecidos: o sistema de revestimento, o
pela parede celular, e unida às outras células por vascular e o fundan1ental (ou de preenchimento).
uma substância intercelular unificadora. Dentro O sistema de revestimento compreende a epi-
dessa massa unida, certos grupos de células são derme, que é a cobertura protetora externa pri-
distintos, estrutural e/ou funcionalmente de ou- mária do corpo da planta, e a periderme, o tecido
tros. Esses grupos são tratados como te cidos. As protetor que substitui a epiderme, principalmen-
variações estruturais dos tecidos são baseadas nas te em plantas que desenvolvem um incremento
diferenças das células que os c01npõem e nos tipos secundário em espessura. O sistema vascular
de conexão entre elas. Alguns tecidos são relativa- contém dois tipos de tecidos condutores, o floema
mente simples estruturalmente, pelo fato de se- (condução de alimento) e o xilema (condução de
rem constituídos por apenas um único tipo de cé- água). A epiderme, a peridern1e, o floema e o xile-
lula; outros, que contêm mais de um tipo de célula, ma são tecidos complexos.
são complexos. O sistema fundamental (ou sistema de pre-
O arranjo dos tecidos na planta como um todo, e enchimento) inclui tecidos simples que, de certa
nos seus principais órgãos, revela uma organização 1naneira, compõem a 1natriz fundamental da plan-
estrutural e funcional definida. Os tecidos relacio- ta, mas que, ao mesmo tempo, demonstram vários
nados com a condução de alimento e água - os te- graus de especialização. O parênquima é o tecido
cidos vasculares - formam um sistema ordenado fundamental mais comum. As células de parên-
que se estende continuamente pelos órgãos indivi- quima são caracteristicamente vivas, capazes de
duais e pela planta toda. Esses tecidos conectam crescimento e divisão. Modificações nas células do
os locais de entrada de água e síntese de alimentos parênquima são encontradas nas várias estruturas
com as regiões de crescimento, desenvolvimento e secretoras, que pode1n ocorrer no tecido funda-
armazenamento. Os tecidos não vasculares são mental, como células individuais ou como comple-
igualmente contínuos e os seus arranjos são indi- xos menores, ou maiores de células. O colênqui-
32 111 Anatomia das Plantas de Esau
ma é um tecido composto por células vivas e com vasculares divergem dos feixes caulinares e en-
paredes espessas, intimamente relacionado ao pa- tram na folha ou folhas, conectadas àquele nó, em
rênquima; de fato, esse tecido é comumente con- continuidade com a vascularização da folha (Fig.
siderado uma forma de parênquima especializado 1.5). As extensões formadas a partir do sistema
como tecido de suporte em órgãos jovens. O tecido vascular do caule e que se dirigem às folhas são
fundamental também contém elementos mecâni- denominadas traços foliares, e as amplas lacu-
cos altamente especializados - com paredes espes- nas ou regiões de tecido fundamental no cilindro
sas, duras e geralmente lignificadas - combinadas vascular localizado acima do nível onde os traços
em massas coesas como tecido esclerenquimáti- foliares divergem para as folhas são denominadas
co ou dispersas como células individuais ou ainda, lacunas foliares (Raven et al., 2005) ou regiões
em pequenos grupos de células de esclerênquima. interfasciculares (Beck et al., 1982) . Um traço
foliar se estende desde as suas conexões com um
Estruturalmente, raiz, caule e folha diferem feixe vascular no caule (denonünado feixe cauli-
nar ou feixe axial), ou com outro traço foliar, até
primariamente na distribuição relativa dos a sua entrada na folha (Becket al., 1982).
tecidos vascular e fundamental Comparada ao caule, a estrutura interna da raiz
Dentro do corpo da planta, os vários tecidos é geralmente sin1ples e semelhante àquela do eixo
estão distribuídos em padrões característicos, de- da ancestral (Raven e Edwards, 2001). A sua estru-
pendendo da região, do táxon, ou de ambos. Basi- tura relativamente simples se deve, em grande par-
camente, os padrões são semelhantes pelo fato de te, à ausência de folhas e à correspondente ausên-
que o tecido vascular está imerso no tecido funda- cia de nós e entrenós. Os três sistemas de tecidos,
mental e o tecido de revestimento forma a cober- no estágio primário de crescimento da raiz, podem
tura externa. As principais diferenças na estrutura ser prontamente reconhecidos uns dos outros. Na
da raiz, do caule e da folha residem na distribuição maioria das raízes, os tecidos vasculares formam
relativa dos tecidos vascular e fundamental (Fig. um cilindro sólido (Fig. l.3E), mas, em algumas,
1.3). Nos caules das eudicotiledôneas, por exem- estes formam um cilindro oco ao redor de uma
plo, o tecido vascular forma um cilindro "oco", com medula. O cilindro vascular compreende os teci-
tecido fundamental circundado por este (a medu- dos vasculares e uma ou rnais camadas de células
la), e também localizado entre os tecidos vascu- não vasculares, o periciclo, que nas plantas com
lar e o de revestimento (o córtex) (Figs. 1.3B, C sementes se origina da mes1na porção do ápice ra-
e 1.4A) . Os tecidos vasculares primários podem se dicular que os tecidos vasculares. Na maioria das
apresentar como um cilindro mais ou menos con- plantas com sementes as ramificações ou raízes la-
tínuo dentro do tecido fundamental, ou como um terais derivam do periciclo. Uma endoderme mor-
cilindro formado por cordões discretos, ou feixes fologicamente diferenciada (a camada de células
vasculares, separados uns dos outros por tecido mais interna do córtex nas plantas com sementes,
fundamental. Nos caules das rnonocotiledôneas, os com arranjo compacto) geralmente circunda o pe-
feixes vasculares ocorrem em mais de um anel, ou riciclo. Na região absortiva da raiz, a endoderme é
se distribuem espalhados pelo tecido fundamental caracterizada pela presença das estrias de Cas-
(Fig. 1.4B) . No último caso, o tecido fundamental pary nas paredes anticlinais das células (paredes
não pode ser distinguido como córtex e medula. radiais e transversais, perpendiculares à superfície
Na folha, o tecido vascular forma um sistema anas- da raiz) (Fig. 1.6). Em muitas raízes, a camada de
tomosado de veias, permeando o mesofilo em células 1nais externa do córtex está diferenciada
toda a sua extensão; este é o tecido fundamental em uma exoderme, que também exibe estrias de
da folha, especializado na fotossíntese (Fig. 1.3G) . Caspary. Estas não são apenas um espessamento
O padrão formado pelos feixes vasculares no da parede, n1as uma porção integral da parede ce-
caule reflete a íntima relação estrutural e de de- lular e da substância intercelular, como uma faixa
senvolvimento entre o caule e suas folhas. O termo impregnada por sube1i na e, algumas vezes, por lig-
"ramo" não serve somente como um termo coletivo nina. A presença dessa região hidrofóbica oclui a
para esses dois órgãos vegetativos, mas também passagem de água e solutos pela endoderme e exo-
corno urna expressão de sua íntima associação físi- derme através das paredes anticlinais (Lehmann
ca e ontogenética. Em cada nó, um ou mais feixes et al., 2000).
Estrutura e desenvolvimento do corpo veget al - uma visão geral 111 33
Folha que
envolve o ramo
Raios axilar
vascular
amo axilar - - - - -
Cilindro vascular
Epiderme
~~t{
Xilema secundário
Xilema primário
Cilindro vascular
\
Floema primário
Periciclo
FIGURA 1.3
Organização de uma planta vascular. A , esquema do hábito da linhaça (Unum usitatissinium) em estágio vegeta-
tivo. Secções transversais do caule em B , C, e da raiz em D , E . F, secções longitudinais da porção terminal do caule,
com ápice caulinar e folhas em desenvolvin,ento. G, secção transversal da lâmina foliar. H , secção longitudinal da
porção terminal da raiz, com ápice radicular (coberto pela coifa) e regiões radiculares subjacentes. (A, x 2/6 ; B, E, F, H,
x50; C, x32; D, x7; G, xl 9. A , desenho feito por R. H. Miller.)
34 111 Anatomia das Plantas de Esau
FIGURA 1.4
Tipos de anatomia caulinar em angiospermas. A , secção transversal do caule de Helianthus, uma eudicotiledônea,
com feixes vasculares em unidades distintas formando um único anel ao redor da medula. B, secção transversal do
caule de Zea, uma monocotiledônea, com os feixes vasculares espalhados por todo o tecido fundamental. Os feixes
são mais numerosos próximos à periferia. (Obtido de Esau, 1977.)
rn!'
(Ç >:
.. , ":,
• • 1" ~►
. 1-- r*
~.~
~ ~..·
~ .,. ..- , •;1,.
' ; ~
. ,►\~
. .
,
1,
1
( \
1
Proembrião com duas células Suspensor com célula basal
A B
Cotilédones emergindo
dosperma
e D
FIGURA 1.7
Alguns estágios da embriogênese na bolsa-de-pastor (Capsella bursa-pastoris, Brassicaceae), uma eud icotiledônea,
em secções longitudinais. A , estágio de duas células, resultante da divisão transversal desigual do zigoto em uma cé-
lula apical super ior e uma célula basal inferior; B, proembrião com seis células, que consiste de um suspensor distinto
das duas células terminais, que se desenvolvem no embrião. C, o embrião propriamente dito é globular e possui uma
protoderme, o meristema primário que vai originar a epiderme. D, o embrião no estágio cordiforme, quando ocorre a
emergência dos cotilédones. (Nota: A célula basal do suspensor não é a mesma célula basal do proembrião na fase de
duas células.)
38 111 Anatomia das Plantas de Esau
ma denominado câmbio. O principal câmbio é o Sussex, 1989; Berleth e Sachs, 2001). Além disso,
câmbio vascular, que origina os tecidos vascu- como outros organismos vivos, as plantas exibem
lares secundários (xilema e floema secundários), fenômenos rítmicos, alguns dos quais claramente
resultando no crescimento em espessura do eixo se encaixam na periodicidade do ambiente, o que
(Fig. l.3C, D), que é geralmente acompanhado também indica uma habilidade para medir o tempo
pela atividade do câmbio da casca, ou felogênio, (Simpson et al., 1999; Neff et al., 2000; Alabadi et
que se desenvolve na porção periférica do eixo em al., 2001; Levy et al., 2002; Srivastava, 2002).
expansão e origina a periderme, sistema secun-
dário de revestimento que substitui a epiderme.
O crescimento secundário do eixo pode ser di- REFERÊNCIAS
fuso, por meio de divisões e aumento das células AIDA, M . e M. TASAKA. 2002. Shoot apical meris-
do parênquima do tecido fundamental, sem estar tem formation in higher plant embryogenesis. In:
l'vferistematic Tissues in Plant Growth and De-
relacionado a nenhum meristema especial loca-
velopment, pp. 58- 88, M. T. McManus and B. E.
lizado em uma região restrita do eixo. Esse tipo
Veit, eds. Sheffield Academic Press, Sheffield.
de crescimento secundário foi denominado cres-
ALABADI, D., T. OYAMA, M. J. YANOVSKY, F. G.
cimento secundário difuso (Tomlinson, 1961), HARMON, P. MÁS e S. A. KAY. 2001. Reciprocai
característico de algumas monocotiledôneas, como regulation between TOCJ and LHYICCAJ within
as palmeiras, e algumas plantas que possuem ór- the Arabidopsis circadian clock. Science 293,
gãos tuberosos. 880-883.
Os tecidos produzidos pelo câmbio vascular e ARBER, A. 1950. The Natural Philosophy of Plant
felogênio são relativamente bem delimitados dos Form. Cambridge University Press, Cambridge.
tecidos primários e são denominados tecidos se- BECK, e. B., R. SCHMID e G. W. ROTHWELL. 1982.
cundários. Estes, em conjunto, compõem o cor- Stelar morphology and the prünary vascular sys-
po secundário da planta. A adição secundária tem of seed plants. Bot. Rev. 48, 692-815.
de tecidos vasculares e de revestimento torna BERLETH, T. e T. SACHS. 2001. Plant morphogene-
possível o desenvolvimento de corpos vegetais de sis: Longdistance coordination and local patter-
grande porte, muito ramificados, característico ning. Curr Opin. Plant Biol. 4, 57-62.
das árvores. EAMES, A. J. 1936. Morphology oj Vascular Plants.
Enlbora seja apropriado pensar numa planta Lower Groups. McGraw-Hill, New York.
co1no um organismo que se torna adulto ou ma- ESAU, K. 1977. Anatomy ofSeed Plants, 2. ed. Wiley,
duro, dentro do contexto de que ela se desenvol- NewYork.
ve a partir de uma única célula em uma estrutu- POSTER, A. S. 1949. Practical Plant Anatomy, 2.
ra con1plexa e integrada capaz de se reproduzir, ed. Van Nostrand, New York.
uma planta com semente adulta é um organismo GIFFORD, E. M. e A. S. POSTER. 1989. Morphology
em constante mudança. Ela mantém a capacidade and Evolution of Vascular Plants, 3. ed . Free-
de adicionar novos incrementas ao seu corpo por man, NewYork.
meio da atividade dos meristen1as caulinares e GROFF, P. A. e D. R. KAPLAN. 1988. The relation of
root systems to shoot systems in vascular plants.
radiculares, e de aumentar o volume dos tecidos
Bot. Rev. 54, 387- 422.
secundários por meio da atividade dos meristemas
HABERLANDT, G. 1914. Physiological Plant Ana-
laterais. Crescin1ento e diferenciação requerem a
tomy. Macmillan, London.
síntese e a degradação de material protoplasmáti-
KAPLAN, D. R. e T. J. COOKE. 1997. Fundamental
co e da parede celular, e envolvem a troca de subs- concepts in the embryogenesis of dicotyledons: A
tâncias orgânicas e inorgânicas que circulam pelo morphological interpretation of embryo mutants.
sistema vascular e se difundem de célula a célula Plant Cell 9, 1903-1919.
até seu destino final. Uma variedade de processos KENRICK, P. e P. R. CRANE. 1997. The Origin and
ocorre em órgãos especializados e tecidos, que Early Diversifi cation of Land Plants: A Cla-
provêm as substâncias orgânicas necessárias para distic Study. Smithsonian Institution Press, Wa-
as atividades metabólicas. U1na característica da shington, DC.
planta viva que deve ser ressaltada é que as suas LEHMANN, H., R. STELZER, S. HOLZAMER, U.
constantes mudanças são altamente coordenadas KUNZ e M. GIERTH. 2000. Analytical electron
e acontecem em sequências ordenadas (Steeves e microscopical investigations on the apoplastic
42 111 Anatomia das Plantas de Esau
pathways of lanthanum transport in barley roots. SMITHSON, E. 1954. Development of winged cork in
Planta 211, 816- 822. Ulmus x hollandica l\1ill. Proc. L eeds Philos.
LEVY, Y. Y., S. MESNAGE, J. S. MYLNE, A. R. GEN- Lit. Soe., Sei. Sect., 6, 211- 220.
DALL e C. DEAN. 2002. Multiple roles of Arabi- SRIVASTAVA, L. M. 2002. Plant Growth and Deve-
dopsis VRNl in vernalization and flowering time lopment. Hormones and Environment. Acade-
control. Science 297, 243-246. mic Press, Amsterdam.
NEFF, M. M., C. FANKHAUSER e J. CHORY. 2000. Li- STEEVES, T. A. e I. M. SUSSEX. 1989. Patterns in
ght: An indicator of time and place. Genes Dev. Plant Development, 2. ed. Cambridge University
14, 257- 271. Press, Ca1nbridge.
NIKLAS, K. J. 1997. The Evolutionary Biology of STEWART, W. N. e G. W. ROTHWELL. 1993. Paleo-
Plants. University of Chicago Press, Chicago. botany and the Evolution of Plants, 2. ed. Cam-
POETHIG, R. S., E. H. COE JR. e M. 1\1. JOHRI. 1986. bridge University Press, Cambridge.
Cell lineage patterns in maize embryogenesis: A TAYLOR, T. N. e E. L. TAYLOR. 1993. The Biology
clonai analysis. Dev. Biol. 117, 392-404. and Evolution of Fossil Plants. Prentice Hall,
POLLOCK, E. G. e W. A. JENSEN. 1964. Cell develop- Englewood Cliffs, NJ.
ment during early embryogenesis in Capsella and TOMLINSON, P. B. 1961. Anatomy of the lvlonocoty-
Gossypium. Am. J. Bot. 51, 915-921. ledons. II. Palmae. Clarendon Press, Oxford.
RAVEN, J. A. e D. EDWARDS. 2001. Roots: Evolutio- TROLL, W. 1937. Vergleichende Morphologie der
nary origins and biogeochemical significance. J. hoheren Pjlanzen, Band 1, Vegetationsorgane,
Exp. Bot. 52, 381- 401. Teil 1. Gebrüder Borntraeger, Berlin.
RAVEN, P. H., R. F. EVERT e S. E. EICHHORN. 2005. WEST, M. A. L. e J. J. HARADA. 1993. Embryogene-
Biology oJPlants, 7. ed. Freeman, New York. sis in higher plants: An overview. Plant Cell 5,
SACHS, J. 1875. Text-book of Botany, Morphologi- 1361-1369.
cal and Physiological. Clarendon Press, Oxford.
SIMPSON, G. G., A. R. GENDALL e C. DEAN. 1999.
\Vhen to switch to flowering. Annu. Rev. Cell
Dev. Biol. 15, 519- 550.
CàP. ÍiliULO DOIS
O PROTOPLASTO: ,
MEMBRANA
,
PLASMATICA,
NUCLEO E ORGANELAS
,
CITOPLASMATICAS
As células representan1 as menores unidades es- organismos vegetais ou animais, como um todo,
truturais e funcionais dos seres vivos (Sitte, 1992). devem ser consideradas como a soma das ativida-
Os organismos vivos podem ser constituídos por des de suas células constituintes, em que cada cé-
uma única célula ou por um conjunto de células. lula tem suma importância.
O tamanho, o formato, a estrutura e a função das Na segunda metade do século XIX, foi formula-
células variam bastante. Algumas são 1nensuradas da uma alternativa para a teoria celular. A teoria
em n1icrômetros, outras em 1nilímetros e outras em organísmica estabelece que um organismo não é
centímetros (como as fibras de certas espécies). meramente um grupo de unidades independentes,
Algumas células desempenham várias funções; mas uma unidade subdividida em células que são
outras são especializadas em determinadas ativi- conectadas entre si e atuam de forma coordenada
dades. Apesar da enorme diversidade entre as cé- em favor da harmonia do todo. Uma citação fre-
lulas, elas são similares entre si quanto a sua or- quentemente mencionada é aquela de Anton de
ganização física e suas propriedades bioquímicas. Bary (1879), "é a planta que forma células, e não
O conceito de que a célula é a unidade básica da a célula que forma plantas" (traduzido por Sitte,
estrutura e do funcionamento biológico é baseado 1922). Desde então, muitas evidências foram acu-
na teoria celular, que foi formulada na primei- muladas em favor do conceito organísmico para
ra metade do século XIX por Mathias Schleiden e plantas (veja Kaplan e Hagemann, 1991; Cooke e
Theodor Schwann. Em 1838, Schleiden concluiu Lu, 1922; e Kaplan, 1922; e literatura citada) .
que todos os tecidos vegetais são constituídos por A teoria organísmica é especialn1ente aplicável
células. Um ano mais tarde, Schwann (1839) es- para os vegetais, cujas células não são totalmente
tendeu a observação de Schleiden para os tecidos separadas durante a divisão celular como nos ani-
ani1nais e propôs uma base celular para todos os mais, mas são divididas inicialmente pela inserção
organismos. Em 1858, a ideia de que tais organis- de uma placa celular (Capítulo 4). A separação das
mos vivos são compostos por uma ou mais células células vegetais raramente é completa. Células ve-
assumiu significado ainda maior quando Rudolf getais contíguas permanecem interconectadas por
Virchow generalizou que todas as células surgem cordões citoplasn1áticos conhecidos con10 plasmo-
somente a partir de células preexistentes. Na sua desmos que atravessam as paredes e unen1 todo o
forma clássica, a teoria celular propôs que os cor- corpo da planta em um organismo. De forn1a apro-
pos de todas as plantas e animais são aglomerados priada, as plantas têm sido caracterizadas como
de células diferenciadas, e que as atividades dos organismos supracelulares (Lucas et al., 1993).
44 111 Anatomia das Plantas de Esau
Em sua versão atual, a teoria celular estabele- processos metabólicos. Uma célula é organizada
ce que: (1) todos os organismos são compostos de para armazenar e transferir informações de modo
uma ou mais células, (2) as reações químicas de que seu desenvolvimento e o de seus descendentes
um organismo vivo, incluindo os processos re- possam ocorrer de maneira ordenada. Dessa for-
lacionados à energia e processos biossintéticos, ma, a integridade do organismo, do qual as células
ocorrem dentro das células, (3) as células surgem fazem parte, é mantida.
a partir de outras células, (4) as células contêm a Ao longo dos três séculos que se sucederam
informação hereditária dos organismos dos quais após a primeira observação da estrutura da cor-
elas fazem parte, e essa informação é passada para tiça por Hooke em seu m icroscópio rudimentar,
as gerações seguintes. A teoria celular e a teoria nossa capacidade de visualização das células e
organísmica não são mutuamente exclusivas. Jun- seu conteúdo aumentou drasticamente. Com o
tas, elas fornecem uma visão significativa de es- avanço da microscopia de luz, tornou-se possível a
trutura e função nos níveis celular e organísmico observação de estruturas com um diâmetro de 0,2
(Sitte, 1992). micrômetros (cerca de 200 nanômetros), aumen-
A palavra célula, que significa "pequena cela", tando cerca de 500 vezes a imagem obtida a olho
foi introduzida por Robert Hooke no século XVII nu. Com o n1icroscópio eletrônico de transmissão
para descrever as pequenas cavidades separadas (MET), o problema no limite de resolução impos-
por paredes celulares observadas em cortiça. Mais to pela luz foi reduzido. Entretanto, em virtude de
tarde, Hooke reconheceu que as células vivas em problemas com o preparo de amostras, contraste
outros tecidos vegetais eram preenchidas por "su- e danos causados pela radiação, a resolução nos
cos". O conteúdo das células foi, então, interpreta- estudos de material biológico é de cerca de 2 na-
do como matéria viva e recebeu o nome protoplas- nômetros. Mesmo assim, essa resolução é 100 ve-
ma. Um importante passo no reconhecimento da zes maior que aquela obtida ao microscópio de luz.
co1nplexidade do protoplasma foi o descobrimento No entanto, o MET tem algumas desvantagens: o
do núcleo por Robert Brown em 1831. Essa desco- espécime deve ser fixado e os cortes devem ser
berta foi sucedida pelos relatos de divisão celular. extreman1ente finos. A microscopia de luz, com a
Em 1846, Hugo von Mohl chamou atenção para a utilização de corantes fluorescentes e vários mé-
distinção entre conteúdo protoplasmático e suco todos de iluminação, tem permitido aos biólogos
celular e, em 1862, Albert von Kõlliker usou o ter- a superação desses problemas e a observação dos
mo citoplasma para o material ao redor do núcleo. componentes subcelulares em células vegetais vi-
As inclusões citoplasmáticas mais conspícuas, os vas (Fricker e Oparka, 1999; Cutler e Ehrhardt,
plastídios, foram consideradas simplesmente con- 2000). Merece destaque a utilização da proteína
densações do citoplasma. O conceito de identida- verde fluorescente (GFP), extraída da água-
de independente e continuidade dessas organelas -viva Aequorea victoria, como um marcador fluo-
foi estabelecido no século XIX. Em 1880, Johannes rescente, e o uso do microscópio confocal para vi-
Hanstein introduziu o termo protoplasto para de- sualizar sondas fluorescentes em tecidos intactos
signar a unidade do protoplasma localizada inter- (Hepler e Gunning, 1998; Fricker e Oparka, 1999;
na a parede celular. Hawes et al., 2001). A observação dos componen-
Toda célula viva possui recursos para isolar seu tes subcelu lares em células vegetais vivas vem
conteúdo do meio externo. Uma membrana chama- proporcionando novas e surpreendentes percep-
da membrana plasmática ou plasmalema é res- ções da organização e da dinâmica subcelular.
ponsável pelo seu isolamento. Além da membrana
plasmática, as células vegetais possuem uma pa-
rede celulósica mais ou menos rígida (Capítulo 4) CÉLULAS PROCARIÓTICAS E
localizada externamente à membrana plasmática. EUCARIÓTICAS
A membrana plasmática controla a passagem de Com base no grau de organização interna de suas
substâncias para dentro e para fora do protoplas- células, dois grupos distintos de organismos são
to, tornando possível à célula diferir estrutural e reconhecidos: procariontes e eucariontes. Os pro-
bioquímicamente do meio ao seu redor. Processos cariontes (pro, antes; karyon , núcleo) são re-
intracelu lares podem liberar e transferir a energia presentados por Archaea e Bactéria, incluindo as
necessária para o crescinlento e a manutenção dos cianobactérias, e os e ucariontes (eu, verdadeiro;
O protoplasto : membrana plasmática, núcleo e organelas citoplasmáticas 111 45
( /.
K.~ ,,
' ,
--' .i
1,.,.
~ ;J9-'
;i,
'
:-; y '
.,;i-,
:~.it•
.
. •
>S"'°•
-~":.:-:·: .,
......
"1,· ,
- '\:f ~
~¼<J:,.~
~ . ~ ".t"•i--' i, •'-' ~ r.'"t'!r.
.. .
V
. ..
~ V
. ..
''
:-,
FIGURA 2.2
Ápice de raiz de 1Vicotiana tabacum (tabaco). Secção longitudinal de células jovens. Detalhes: re, retículo endo-
plasmático; m, mitocôndria; n, núcleo; en, envelope nuclear; nu, nucléolo; oi, gota de óleo; p, plastídio; v, vacúolo; pc,
parede celular. (Obtido de Esau, 1977.)
CITOPLASMA
Como já mencionado, o termo citoplasma foi in-
troduzido para designar o n1aterial protoplásmico
que circunda o núcleo. Entidades distintas foram
descobertas nesse material, inicialmente, somente
aquelas que estavam dentro do poder de resolução
do microscópio de luz; mais tarde, entidades me-
nores foram descobertas com o 1nicroscópio eletrô-
nico. Assim, o conceito de citoplasma sofreu uma
evolução; com novas tecnologias, o conceito, sem
dúvida, continuará a evoluir. A maioria dos biólo-
gos atualmente utiliza o termo citoplasma, como Eletronmicrografia que mostra o aspecto trilamelar da
originalmente introduzido por Kõlliker (1862), membrana plasmática (mp) em ambos os lados da pa-
para designar todo o 1naterial circundando o nú- rede de células de folha de Allium cepa. Microtúbulos
cleo, e se referir à matriz citoplasmática, onde o (rnt) em secção transversal podem ser observados em
núcleo, as organelas, os sistemas de membranas e ambos os lados da parede.
as entidades não membranáceas estão suspensas,
como o citosol. Na forma como foi originalmente
definido, o termo citosol foi usado especificamente dúvida, facilita a troca de materiais dentro da célu-
para designar "o citoplasma menos a mitocôndria e la (Reuzeau et al., 1997; Kost e Chua, 2002) e entre
o retículo endoplasmático" em células vivas (Lar- a célula e seu ambiente.
dy, 1965). Substância fundamental citoplas- Os vários con1ponentes do protoplasto são
mática e hialoplas ma são termos que têm sido abordados individualmente nos próximos pará-
usados comunlente pelos citologistas vegetais para grafos. Entre tais componentes existen1 as enti-
designar a matriz citoplasn1ática. Alguns biólogos dades denominadas organelas. Da mesma for-
utilizam o termo citoplasma no sentido de citosol. ma como o termo citoplasma, o termo organela
Em células vegetais vivas, o citoplasma está é usado distintamente por diferentes biólogos.
sempre em nlovinlento; as organelas e outras en- Enquanto alguns restringem o uso do termo or-
tidades suspensas no citosol podem ser obser- ganela para entidades delimitadas por membrana,
vadas sendo arrastadas, de forma ordenada, em tais como plastídios e 1nitocôndrias, outros usam
correntes que se deslocam. Esse movimento, que o termo em um sentido mais amplo para designar
é conhecido como corrente citoplasmática ou também o retículo endoplasmático e o aparato de
ciclose , resulta de uma interação entre feixes de Golgi, além de componentes não membranáceos,
filamentos de actina e as denominadas proteínas tais como microtúbulos e ribossonlos. Neste li-
motoras, miosina, uma molécula proteica com vro, o termo organela é usado no sentido restrito
uma "cabeça" contendo ATPase que é ativada pela (Tabela 2.1). Neste capítulo, serão considerados
actina (Baskin, 2000; Reichelt e Kendrich-Jones, so1nente a membrana plasmática, o núcleo e as or-
2000) . A corrente citoplasmática, u1n processo al- ganelas citoplasmáticas. Os demais componentes
tamente dispendioso em termos energéticos, sem do protoplasto são tratados no Capítulo 3.
48 111 Anatomia das Plantas de Esau
Tabela 2.1 Componentes das células vegetais consistindo de uma bicamada lipídica, em que
proteínas globulares estão embebidas, muitas atra-
Pa rede lamela média
Celular Parede primá ria
vessando a bicamada lipídica e se projetando para
Parede ambos os lados (Fig. 2.4). A porção dessas proteí-
secundária nas transmembrana embebida na bicamada é hi-
Plasmodesmos drofóbica, enquanto a porção ou porções expostas
Protoplasto Núcleo Envelope nuclear
em ambos os lados da membrana são hidrofílicas.
Nucleoplasma As superfícies interna e externa de uma mem-
Cromatina brana diferem consideravelmente na composição
Nucléolo química. Por exemplo, existem dois tipos principais
de lipídios na membrana plasmática das células
Citoplasma Membrana plasmática vegetais - fosfolipídios (os mais abundantes) e
Citosol (substâncias
esteróis (particularmente estig1nasterol) - sendo
fundamentais
citoplasmáticas, que as duas porções da bicamada têm composições
hialoplasma) diferentes desses lipídios. Além disso, as proteínas
Organelas envoltas por transmembrana têm orientações definidas dentro
duas membranas: da bicamada, e as porções que se projetam sobre
Plastídios ambos os lados tên1 diferentes composições de
Mitocôndrias aminoácido e estruturas terciárias. Outras prote-
Organelas envoltas por ínas também estão associadas com as membranas,
uma membrana: incluindo as proteínas periféricas, assim cha-
Peroxissomo madas por não possuírem sequências hidrofóbicas
Vacúolos, delimitados
distintas e, assim, não penetrarem na bicamada
por tonoplasto
Ribossomos
lipídica. As proteínas transmembrana e outras
Sistema de proteínas ligadas a lipídios, aderidas forte1nente
endomembranas à membrana plasmática, são chamadas de pro-
(componentes teínas integrais. Sobre a superfície externa da
principais): me1nbrana plasmática, carboidratos de cadeia cur-
Retículo endoplasmático ta (oligossacarídeos) se ligam a proteínas salien-
Aparato de Golgi tes, formando glicoproteínas. Os carboidratos que
Vesículas formam uma cobertura sobre a superfície externa
Citoesqueleto: da membrana de algumas células eucarióticas de-
Microtúbulos sempenham um papel importante nos processos
Filamentos de actina
de adesão de célula a célula e no "reconhecimen-
to" de moléculas (por exemplo, hormônios, vírus e
antibióticos) que interagem com a célula.
MEMBRANA PLASMÁTICA Enquanto a bicamada lipídica fornece a estru-
Entre as várias membranas da célula, a membrana tura básica e a natureza impermeável das n1embra-
plasmática é a que 1nostra, de forma mais nítida, o nas celulares, as proteínas são responsáveis pela
aspecto escuro-claro-escuro ou a aparência de uni- maioria das funções das membranas. A maioria
dade de membrana em eletronmicrografias (Fig. das membranas é composta de 40% a 50% de lipí-
2.3.; Leonard e Hodges, 1980; Robinson, 1985) . A dios (por peso) e 60% a 50% de proteínas, mas as
membrana plasmática tem diversas funções im- quantidades e os tipos de proteínas em uma mem-
portantes: ( 1) age como mediador do transporte brana refletem sua função. Men1branas envolvidas
de substâncias dentro e fora do protoplasto, (2) na transdução de energia, tais como as membra-
coordena a síntese e organização das microfibrilas nas internas das mitocôndrias e dos cloroplastos,
(celulose) da parede celular, e (3) transduz sinais consistem em cerca de 75% de proteínas. Algumas
hormonais e ambientais envolvidos no controle do das proteínas são enzimas que catalisam reações
crescimento e diferenciação da célula. associadas à membrana, enquanto outras são pro-
A membrana plasmática tem a n1esma estru- teínas transportadoras envolvidas na transfe-
tura básica das membranas internas da célula, rência de moléculas específicas para dentro e para
O protoplasto: membrana plasmática, núcleo e organelas citoplasmáticas 111 49
Carboidrato
Face externa
,-. da célula
' ·.
:· ··.
.-·~\:.•.
., ..... •.
.··"~: ,,..
'
:~~·.
,.···\
:. ••, '
Bicamada
lipídica
Porçao
hidrofóbica
Porção
" Face interna
hidrofílica
da célula
FIGURA 2.4
Modelo do mosaico fluido da estrutura de membrana. A membrana é composta de uma bicamada de moléculas de
lipídios - com suas "caudas" hidrofóbicas voltadas para dentro - e grandes moléculas proteicas. Algumas das pro-
teínas (proteínas transmembrana) atravessam a bicamada; outras (proteínas periféricas) são ligadas às proteínas
transmembrana. Carboidratos de cadeias cur tas estão ligados à maioria das proteínas transmembrana salientes na su-
perfície externa da membrana plasmática. A estrutura como um todo é bem fluida; algumas das proteínas transmem-
brana flutuam livremente na bicamada e, com as moléculas de lipídios, movem-se lateralmente, formando diferentes
padrões, ou "mosaicos"; consequentemente, pode-se imaginar as proteínas como flutuando em um "mar" de lipídios.
(Obtido de Raven et ai. , 1992.)
fora da célula ou da organela. Ainda, outras agem de uma substância através de uma membrana so-
como receptoras recebendo e transduzindo sinais mente em direção ao menor gradiente eletroquí-
químicos a partir do ambiente interno ou externo mico da substância; ou seja, elas são transporta-
da célula. Embora algumas das proteínas integrais doras passivas. As proteínas carregadoras se
aparentem estar firmemente fixadas (talvez no ci- ligam a solutos específicos e passam por uma série
toesqueleto), geralmente a bicamada lipídica é bas- de mudanças conformacionais a fim de transpor-
tante fluida. Algumas das proteínas flutuan1 n1ais tar os solutos através da membrana. As proteínas
ou menos livremente na bicamada; essas proteínas canais formam poros repletos de água que se es-
e as moléculas de lipídios podem se mover lateral- tendem através da membrana e que, quando aber-
mente na bicamada, formando diferentes padrões tos, permitem que solutos específicos (geralmente
ou mosaicos que variam de tempo em tempo e de íons inorgânicos, por exemplo, K+, Na+, Ca2 +, c 1-)
lugar para lugar - por isso o nome mosaico fluido passem através deles. Os canais não estão sempre
para esse modelo de estrutura de membrana (Fig. aber tos ; eles possuem "portões" que se abrem por
2.4; Singer e Nicolson , 1972; Jacobson et al., 1995) . cur to período de tempo e se fecham novamente,
As n1embranas possuem diferentes tipos de pro- um processo chamado "gating".
teínas transportadoras (Logan et al., 1997; Chris- A membrana plasmática e o tonoplasto também
peels et al., 1999; Kjellbom et al., 1999; Delrot et contêm proteínas que formam canais de água, cha-
al., 2001) . Dois tipos são as proteínas carregadoras madas aquaporinas, que, especificamente, facili-
e as proteínas canais que permitem o movimento tam o movimento da água através das membranas
50 111 Anatomia das Plantas de Esau
(Schaffner, 1998; Chrispeels etal., 1999; Maeshima, mática de alguns tecidos (Ratajczak et al., 1999;
2001; Javot e Maurel, 2002). A água passa relativa- Maeshima, 2001) .
mente livre através da bicamada lipídica das mem- O transporte de grandes moléculas, tais como
branas biológicas, porém as aquaporinas permitem a maioria das proteínas e dos polissacarídeos, não
a difusão mais rápida da água através da n1embra- pode ser realizado pelas proteínas transportadoras
na plasmática e do tonoplasto. Em virtude do fato que carrega1n íons e pequenas moléculas polares
que o vacúolo e o citosol devem estar em constante através ela membrana plasmática. Essas 1noléculas
equilíbrio osmótico, o movimento rápido da água grandes são transportadas por meio de vesículas
é essencial. Tem sido sugerido que as aquapori- ou estruturas tipo-sacos que brotam da n1embrana
nas facilitam o fluxo rápido da água do solo para plasmática ou se fundem a ela, um processo cha-
dentro das células da raiz e para o xilema durante mado transporte mediado por vesícula (Battey
períodos de transpiração elevada. As aquaporinas et al., 1999). O transporte de material para dentro
bloqueiam o influxo da água para as células da das células por 1neio de vesículas que brotam da
raiz durante períodos de alagan1ento (Tournaire- membrana plasmática é chamado endocitose e
-Roux et ai., 2003) e desempenham un1 papel na envolve porções da 1nembrana plasmática chama-
prevenção contra a perda de água em arroz (Lian das cavidades revestidas (do inglês, coated pits)
et al., 2004). Além disso, evidências indican1 que (Fig. 2.5; Robinson e Depta, 1988; Gaidarov et al.,
o movimento da água através das aquaporinas au- 1999). Cavidades revestidas são depressões na
menta em resposta a certos estímulos ambientais membrana plasn1ática, que contêm receptores es-
que induzem a expansão e o crescimento celular; a pecíficos (aos quais as moléculas a serem transpor-
expressão cfclica de uma aquaporina de n1embrana
plasmática tem sido relacionada com n1ecanismos
de desdobramento de folhas de tabaco (Siefritz et
al., 2004).
Os transportadores pode1n ser classificados
como uniporters e cotransporters de acordo com
seu funcionamento. Proteína tipo uniporter trans-
porta somente um soluto de un1 lado da n1embrana
para outro. Com proteína tipo cotransporter, a
transferência de um soluto depende da transferên-
cia simultânea ou sequencial de um segundo soluto.
O segundo soluto pode ser transportado na mesma
direção, e, nesse caso, a proteína transportadora é
conhecida como simporter, ou em direção oposta,
como no caso de um antiporter.
O transporte de uma substância contra seu gra-
diente eletroquímico requer a entrada de energia,
e é chamado transporte ativo. En1 plantas, nas
quais a energia é fornecida principalmente por
FIGURA 2.5
uma bomba de prótons alimentada por ATP, es-
pecificamente uma H+ -ATPase ligada à membrana Endocitose em células do capuz da raiz de milho (Zea
(Sze et al., 1999; Pahngren, 2001), a enzima produz mays) após tratamento com nitrato de chumbo. A , de-
um grande gradiente de prótons (íons H+) através pósitos granulares contendo chumbo podem ser vistos
da membrana plasmática. Esse gradiente gera a em duas cavidades revestidas. B, uma vesícula revesti-
força motriz para a absorção de solutos por todos da com depósitos de chumbo. C, nesta imagem, uma das
duas vesículas revestidas se fusionou com uma gran-
os sistemas cotransporte acoplados a prótons. O
de vesícula do Golgi, onde seu conteúdo será liberado.
tonoplasto é a única membrana vegetal que possui Essa vesícula revestida (estrutura escura) ainda con-
duas bombas de prótons, uma H+-ATPase e uma tém depósitos de chumbo, mas parece ter perdido seu
H+-pirofosfatase (H+-PPase) (Maeshima, 2001), revestimento, o qual está logo à sua direita. A vesícula
embora alguns dados indiquem que a H+-PPase revestida à sua esquerda está intacta. (Cortesia de Da-
pode também estar presente na membrana plas- vid G. Robinson.)
O protoplasto : membrana plasmática, núcleo e organelas citoplasmáticas 111 51
tadas dentro da célula precisam estar aderidas), o retículo endoplasmático, de modo que o espaço
cobertas na porção citopolasmática com moléculas perinuclear é contínuo com o lúmen do retículo
de clatrina, uma proteína composta de três ca- endoplasmático. O envoltório nuclear é considera-
deias grandes e três menores de polipeptídeos que, do uma porção especializada, localmente diferen-
juntas, formam uma estrutura tridentada chamada ciada, do retículo endoplasmático. A principal ca-
triskelion. Invaginações das cavidades revestidas racterística do envoltório nuclear é a presença de
se desprendem e formam vesículas revestidas. numerosos e grandes poros nucleares cilíndricos
Dentro da célula as vesículas revestidas perdem que proporciona1n continuidade entre o citosol e
suas coberturas e se fundem com outras estrutu- a substância fundamental, ou nucleoplasma, do
ras delimitadas por membrana (por exemplo, cor- núcleo (Fig. 2.6) . As membranas interna e exter-
pos de Golgi ou pequenos vacúolos). O transporte na são fundidas ao redor de cada poro, formando a
por meio de vesículas em direção oposta é chama- margem de sua abertura. Os complexos de poros
do de exocitose (Battey et al., 1999). Durante a nucleares - os maiores complexos 1nacromolecula-
exocitose, vesículas originadas dentro da célula se res reunidos na célula eucariótica - provocam a pro-
fundem com a 1nembrana plasmática, expelindo trusão do envoltório nos poros nucleares (Heese-
seu conteúdo para fora. -Peck e Raikhel, 1998; Talcott e Moore, 1999; Lee,
Invaginações relativamente grandes da mem- J.-Y., et al., 2000). O complexo de poros apresenta
brana plasmática são frequentemente encontradas formato de anel, consistindo de um canal central
em tecidos preparados para microscopia eletrônica.
Algumas formam bolsas entre a parede celular e o
protoplasto, e podem incluir túbulos e vesículas. Al-
gumas invaginações podem empurrar o tonoplas-
to e penetrar o vacúolo. Outras, chamadas corpos
multivesiculares, são frequentemente separadas
da membrana plasmática e embebidas no citosol ou
aparecen1 suspensas no vacúolo. Formações simila-
res foram observadas pela primeira vez em fungos
e chamadas lomasomas (Clowes e Juniper, 1968).
Corpos multivesiculares em células BY-2 de Nico-
tiana tabacum têm sido identificados co1no com-
partimentos pré-vacuolares na via endocítica para
vacúolos líticos (veja a seguir; Tse et al., 2004).
NÚCLEO
O núcleo, frequentemente a estrutura mais pro-
eminente no protoplasto das células eucarióticas,
desempenha duas funções importantes: (1) con-
trola as atividades da célula, determinando quais
moléculas de proteína e RNA são produzidas pela
célula e quando elas são produzidas, e (2) é o re- 0,5 µm
positório da maior parte da informação genética da
célula, transmitindo-a para as células-filhas duran- FIGURA 2.6
te a divisão celular. A informação genética arma-
zenada no núcleo é chamada de genoma nuclear. Envelope nuclear (en) em perfil (A) e em vista frontal
( B, parte central) mostrando poros (po). O material
O núcleo é delimitado por um par de membra-
eletron-denso nos poros observado em A, aparece em B
nas chamado envoltório nuclear, com un1 espaço com formato de um anel contendo um grânulo central.
perinuclear entre elas (Figs. 2.2 e 2.6; Dingwall O espaço claro entre as membranas em A é chamado
e Laskey, 1992; Gerace e Foisner, 1994; Gant e Wil- de espaço perinuclear. Imagens obtidas de célula pa-
son, 1997; Rose et al., 2004) . Em vários lugares, a renquimática do pecíolo de Mimosa pudica. (Obtido
membrana externa do envoltório é contínua com de Esau, 1977.)
52 111 Anatomia das Plantas de Esau
cilíndrico (o eixo) a partir do qual oito raios (ele- Vicia faba, fava, 12; Brassi ca oleracea, repolho,
mentos verticais) se projetam externamente em 18; Asparagus of.ficinali s, 20; Triticum vulgare,
direção a um colar de entrelaçamento associado à trigo, 42; e Cucurbita maxima, abóbora, 48. As
membrana nuclear que envolve o poro. O complexo células reprodutivas, ou gametas, têm somente me-
de poros permite a passagem livre de certos íons e tade do número de cromossomos característico das
pequenas moléculas através de canais de difusão, células somáticas em um organismo. O número de
que medem cerca de 9 nanômetros de diâmetro. cromossomos nos gametas é haploide ( conjunto
As proteínas e outras n1acromoléculas transporta- único) e designado como n, e o de células somá-
das através dos complexos de poros nucleares são ticas é chamado diploide (conjunto duplo), que é
maiores que o tamanho desse canal. Seu transpor- designado como 2n. As células que têm mais que
te é mediado por um mecanismo de transporte ati- dois conjuntos de cromossomos são chamadas po-
vo altamente seletivo (dependente de energia) que liploides (3n, 4n, 5n, ou mais) .
ocorre através do canal central. O canal central Frequentemente, as únicas estruturas discerní-
tem um diâmetro funcional de até 26 nanômetros veis com o microscópio de luz em um núcleo são
(Hicks e Raikhel, 1995; Gõrlich e Mattaj, 1996; Gõr- corpos esféricos conhecidos como nucléolos (Fig.
lich, 1997). 2.2; Scheer et al., 1993). O nucléolo contém altas
Em células com coloração especial, filamentos concentrações de RNA e proteínas, juntamente
delgados e grânulos de cromatina podem ser dis- com grandes alças ele DNAque emanam de diversos
tinguidos do nucleoplasma. A cromatina é consti- cromossomos. As alças de DNA, conhecidas como
tuída de DNA combinado com uma grande quanti- regiões organizadoras nucleolares, contêm
dade de proteínas chamadas histonas. Durante o grupos de genes RNA ribossômico (rRNA) . Nesses
processo de divisão nuclear, a cromatina se toma locais, RNAs recentemente formados são empa-
progressivamente mais condensada até assumir a cotados com proteínas ribossômicas importadas
forn1a de cromossomos. Cromosson1os (croma- do citosol para formar subunidades ribossômicas
tina) de núcleos em repouso, ou interfase, estão (grandes e pequenas). As subunidades ribossômi-
ligados a um ou mais sítios da membrana interna cas são, então, transferidas, via poros nucleares,
do envoltório nuclear. Antes da replicação do DNA, para o citosol, onde elas são reunidas para formar
cada cromossomo é composto por u1na nlolécula ribossomos. Embora o nucléolo comumente seja
única e longa de DNA, que carrega a informação considerado o sítio de produção de ribossomos, ele
hereditária. Na 1naioria dos núcleos interfásicos, a está envolvido somente em u1na parte do processo.
cromatina é difusa e leve1nente corada. Essa cro- A própria presença de um nucléolo se dá em virtu-
matina clescondensada, chamada eucromatina, de do acúmulo de moléculas que são empacotadas
é geneticamente ativa e está associada co1n altas para formar subunidades ribossômicas.
taxas de síntese de RNA. A cromatina condensada En1 n1uitos organismos diploides, o núcleo con-
remanescente, chamada heterocromatina, é ge- tém um nucléolo para cada conjunto haploide de
neticamente inativa; isto é, ela não está associada cromossomos. Os nucléolos podem se fund ir e
com a síntese de RNA (Franklin e Cande, 1999). De aparecer como uma única estrutura. O tamanho
modo geral, somente uma pequena porcentagem do do nucléolo é um reflexo do nível de sua ativida-
DNA cromossômico total codifica proteínas essen- de. Além do DNA da região organizadora nucleo-
ciais ou RNAs; aparentemente, existe un1 exceden- lar, os nucléolos contêm un1 componente fibrilar
te de DNA nos genomas de organismos superiores formado de rRNA associado com proteínas para
(Price, 1988) . Os núcleos podem conter inclusões formar fibri las, e um componente granular forma-
proteicas de função desconhecida nas formas cris- do de subunidades cromossômicas en1 maturação.
talina, fibrosa ou amorfa (Wergin et al., 1970), além Nucléolos ativos também mostram regiões ligeira-
de "micropuffs" e corpos enovelados compostos de mente coradas comumente referidas como vacúo-
ribonucleoproteínas (Martin et al., 1992). los. Em cultura de células, essas regiões, que não
Organismos diferentes variam no número de deve1n ser confundidas co1n vacúolos delilnitados
cromossomos presentes em suas células so1náticas por membranas encontrados no citosol, podem
(vegetativas, ou células do corpo) . Haplopappus ser vistas sofrendo repetidas contrações, um fe-
gracilis, uma planta anual do deserto, tem 4 cro- nômeno que pode estar envolvido com o transpor-
mossomos por célula; Arabi dopsis thali ana, 10; te de RNA.
O protoplasto: membrana plasmática, núcleo e organelas citoplasmáticas 111 53
As divisões nucleares são de dois tipos: mitose , culas do retículo endoplasmático se unem para for-
durante a qual unl núcleo dá origem a dois núcleos- mar dois envoltórios nucleares, e novos complexos
-filhos, morfológica e geneticamente iguais entre si de poros nucleares são formados (Gerace e Foisner,
e ao núcleo que lhe deu origem; meiose, durante a 1994). Os nucléolos dispersam no final da prófase
qual o núcleo-pai sofre duas divisões, uma das quais (com algumas exceções) e são novamente organiza-
é a divisão reducional. Por um nlecanismo preciso, a dos durante a telófase.
meiose produz quatro núcleos-filhos, cada qual com
metade do nún1ero de cromossomos do núcleo-pai. CICLO CELULAR
Nas plantas, a mitose dá origem a células somáticas Células somáticas em divisão seguem uma sequên-
e aos gametas (núcleos espermáticos e oosfera) , e cia regular de eventos conhecida como ciclo celu-
meiose aos esporos. Em ambos os tipos de divisão lar. O ciclo celular, comumente, é divido em inter-
(com algumas exceções), o envoltório nuclear se fase e mitose (Fig. 2.7; Strange, 1992). A interfase
quebra em fragmentos que são indistintos das cis- precede a mitose, e, na maioria das células, a mi-
ternas do retículo endoplasmático, e os complexos tose é seguida pela citocines e , a divisão da por-
de poros nucleares são desorganizados. Quando no- ção citoplas1nática de uma célula e a separação dos
vos núcleos são organizados durante a telófase, vesí- núcleos-filhos em células separadas (Capítulo 4).
Fase G 1: Duplicação do
tamanho celular; aumento
no núm ero de organelas,
enzimas e out ras moléculas.
FIGURA 2.7
Ciclo celular. A divisão celular, que consiste de mitose (a divisão do núcleo) e citocinese (a divisão do citoplasma),
ocorre depois da finalização das três fases preparatórias (G1, S e G2) da interfase. A progressão do ciclo celular é con-
trolada principalmente em dois pontos, um no final da G1 e outro no final da G2 . Após a fase G2 ocorre a mitose, que
é geralmente seguida pela citocinese. Juntas, mitose e citocinese constituem a fase M do ciclo celular. Nas células de
diferentes espécies ou em diferentes tecidos de um mesmo organismo, as várias fases ocupam diferentes proporções
ao longo do ciclo. (Obtido de Raven et ai., 2005.)
54 111 Anatomia das Plantas de Esau
Por isso, a maioria das células vegetais é uninu- rificação. Essas quinases consistem de uma subu-
cleada. Certas células especializadas podem se nidade CDK catalítica e uma subunidade de ciclina
mostrar multinucleadas somente durante seu de- ativa (Hemerly et al., 1999; Huntley e Murray, 1999;
senvolvimento (por exemplo, endosperma nuclear) Mironov et al., 1999; Potuschak e Doerner, 2001;
ou por toda a vida (por exemplo, laticíferos não ar- Stals e Inzé, 2001) . Auxinas e citocininas estão en-
ticulados). Mitose e citocinese juntas são referidas volvidas no controle do ciclo das células vegetais
como fase M do ciclo celular. (Jacqmard et ai., 1994; Ivanova e Rost, 1998; den
A interfase pode ser dividida em três fases , Boer e Murray, 2000).
que são designadas como Gi, Se G2. A fase G1 (G, As células na fase G1 têm diversas opções. Na
do inglês gap, significa intervalo) ocorre após a mi- presença de estímulo suficiente, elas podem se em-
tose. É um período de intensa atividade bioquími- penhar ainda mais na divisão celular e progredir
ca, durante o qual a célula au1nenta em tamanho e para a fase S. Elas podem fazer uma pausa duran-
as várias organelas, membranas internas, e outros te o ciclo celular e1n resposta a fatores ambientais,
componentes citoplasn1áticos aumentam em nú- como durante a dormência de inverno, e reassumir
mero. A fase S (síntese) é o período de replica- a divisão posteriorn1ente. Esse estado de repouso
ção do DNA. No início da replicação do DNA, um especializado, ou dormência, é frequentemente
núcleo diploide tem DNA 2C (C é o conteúdo ha- chamado fase G0 (fase G-zero). Outros destinos
ploide de DNA); na finalização da fase S, a quanti- incluen1 diferenciação e morte celular progra-
dade de DNA dobra para 4C. Durante a fase S, mui- mada, um programa geneticamente determinado
tas das histonas e outras proteínas associadas ao que pode reger a morte da célula (Capítulo 5; Lam
DNA também são sintetizadas. Seguindo a fase S, et al., 1999).
a célula entra na fase G2 , que é posterior a fase Algu1nas células exibem somente replicação do
S e preparatória para a mitose. As funções princi- DNA e fase G1 sem divisão nuclear subsequente,
pais da fase S são assegurar que a replicação dos um processo conhecido como endorreduplicação
cromossomos se complete e permitir o reparo de (Capítulo 5; D'Amato, 1998; Larkins et al., 2001).
danos do DNA. Os microtúbulos da banda pré-pró- O núcleo único, então, torna-se poliploide (endo-
fase, um anel de 1nicrotúbulos que é localizado nas poliploidia, ou endoploide) . Endoploidia pode ser
adjacências da membrana plasmática e que circun- parte da diferenciação de uma única célula, como
da o núcleo no plano correspondente ao da divisão em tricomas de Arabidopsis (Capítulo 9), ou de
celular, também se desenvolvem durante a fase G2 qualquer tecido ou órgão. Existe uma correlação
(Capítulo 4; Gunning e Sammut, 1990). Durante positiva entre o volume da célula e o grau de poli-
a n1itose, o material genético sintetizado na fase S ploidia na maioria das células vegetais, indicando
é dividido igualmente entre os dois núcleos-filhos, que núcleo poliploide é necessário para a forma-
restaurando o valor do DNA 2C. ção de células vegetais grandes (Kondorosi et al.,
A natureza do controle, ou controles que regu- 2000).
lam o ciclo celular, é basicamente semelhante em
todas as células eucarióticas. No ciclo celular típi-
co, a progressão é controlada nos pontos cruciais PLASTÍDIOS
de transição, chamados pontos de verificação Juntamente com vacúolos e as paredes celulares,
ou pontos de controle (do inglês, checkpoints) os plastídios são componentes característicos de
- primeiro na transição das fases GrS e depois na células vegetais (Bowsher e Tobin, 2001). Cada
transição G2-M (Boniotti e Griffith, 2002). O pri- plastídio é envolvido por um envelope constituí-
meiro ponto de verificação determina se a célula do de duas membranas. Internan1ente, o plastídio
entra ou não na fase S; o segundo determina se a é diferenciado em uma matriz mais ou menos ho-
mitose é iniciada ou não. O terceiro ponto de veri- 1nogênea, o estroma, e um sistema de membranas
ficação, na metáfase, retarda a anáfase se alguns cha1nadas tilacoides. A principal barreira entre
cromossomos não estiverem adequadamente li- o citosol e o estroma plastidial é a membrana in-
gados ao fuso mitótico. A progressão ao longo do terna do envelope plastidial. A membrana externa,
ciclo depende do sucesso na formação, ativação embora seja uma barreira para proteínas citosóli-
e subsequente inativação das proteínas quinases cas, parece ser permeável para solutos com baixo
dependentes da ciclina (CDKs) nos pontos de ve- peso n1olecular (menor que 600 Da), uma hipótese
O protoplasto : membrana plasmática, núcleo e organelas citoplasmáticas 111 55
que deve ser reavaliada (Bólter e Soll, 2001). Tú- Espaço intermembra na
bulos preenchidos com estron1a têm sido observa-
dos emanando da superfície de alguns plastídios.
Tais estruturas, chamadas estrômulos, podem Tilacoide
interconectar diferentes plastídios, tendo sido ob- do granum
servado que permitem a troca de proteínas verdes
fluorescentes entre plastídios (Kõhler et al., 1997; E
:::J
Kõhler e Hanson, 2000; Arimura et al., 2001; Gray e
et al., 2001; Pyke e Howells, 2002; Kwok e Hanson, ....
(1)
(!)
2004) . Em um estudo da biogênese dos estrômulos,
o aumento no comprimento e na frequência dessas mbrana externa
estruturas foi correlacionado com diferenciação do Estroma M em brana interna
cromoplasto; foi proposto que estrômulos aumen-
tam as atividades metabólicas específicas dos plas- FIGURA 2.8
tídios (Waters et ai., 2004). Estrutura tridimensional de um cloroplasto. Note que
Os plastídios são organelas semiautônomas, as membranas internas (tilacoides) não são conectadas
sendo an1plamente aceita sua evolução a partir de ao envelope plastidial. (Obtido de Raven et ai., 1992.)
cianobactérias de vida livre, por meio do processo
de endosimbiose (Palmer e Delwiche, 1998; Mar-
tin, 1999; McFadden, 1999; Reumann e Keegstra, verdes da planta e são particularmente numerosos
1999; Stoebe e Maier, 2002) . De fato , os plastídios e bem diferenciados nas folhas. Nas plantas com
se assemelham a bactérias e1n diversos aspectos. sementes, os cloroplastos geralmente são discoides
Por exemplo, os plastídios, como as bactérias, con- e medem entre 4 e 6 pm de diâmetro. O número
têm nucleoides, que são regiões que contêm DNA. de cloroplastos encontrados em uma única célula
O DNA desses plastídios, como aqueles da bacté- do mesofilo (meio da folha) varia bastante, depen-
ria, encontra-se na forn1a circular (Sugiura, 1989); dendo da espécie e do tamanho da célula (Gray,
além disso, não está associado com histonas. Du- 1996). Uma única célula do n1esofilo de folhas de
rante o curso da evolução, a maioria do DNA do cacau (Cacao theobroma) e Peperomia metallia
endosimbionte (a cianobactéria) foi gradualmente pode conter somente três cloroplastos, enquanto
transferida para o núcleo do hospedeiro; por isso, até 300 cloroplastos ocorrem em uma única célula
o genoma do plastídio atual é bem pequeno, com- do mesofilo da folha de rabanete (Raphanus sa-
parado àquele do genoma nuclear (Bruce, 2000; tivus). As células do mesofilo da maioria das fo-
Rujan e Martin, 2001). Plastídios e bactérias con- lhas examinadas quanto ao desenvolvimento dos
têm ribossomos (ribossomos 70S) que são quase plastídios contêm de 50 a 150 cloroplastos cada
dois terços do tamanho dos ribossomos (ribosso- uma. Geralmente, a superfície mais ampla dos clo-
mos 80S) encontrados no citosol e associados com roplastos se dispõe paralelamente à parede celular,
retículo endoplasmático. (O S significa Svedbergs, preferencialmente nas superfícies celulares adja-
a unidade do coeficiente de sedimentação.) Além centes aos espaços de ar. Eles podem se reorien-
disso, o processo de divisão do plastídio - fissão tar na célula sob a influência da luz - por exemplo,
binária - é morfologicamente semelhante à divisão aglomerando-se ao longo das paredes paralelas à
da bactéria. superfície da folha sob baixa ou média intensida-
de luminosa, otimizando, assim, a utilização da luz
para fotossíntese (Trojan e Gabry~ 1996; Williams
Os cloroplastos contêm clorofila e pigmentos et al., 2003). Sob altas intensidades luminosas po-
carotenoides tencialmente prejudiciais, os cloroplastos podem
Os plastídios maduros são comumente classificados se orientar ao longo das paredes perpendiculares
co1n base nos tipos de pigmentos que contêm. Clo- à superfície ela folha. A faixa azul-UV do espectro
roplastos (Figs. 2.8-2.10), os sítios da fotossínte- é o estímulo mais eficiente para o movimento dos
se, contêm clorofila e pigmentos carotenoides. cloroplastos (Trojan e Gabry~ 1996; Yatsuhashi,
Os pign1entos clorofilianos são responsáveis pela 1996; Kagawa e Wada, 2000, 2002) . No escuro, os
cor verde desses plastídios, que ocorre nas partes cloroplastos se distribuem aleatoriamente ao redor
56 111 Anatomia das Plantas de Esau
Plastoglóbulo
To noplasto
Mem brana
plasmática
r ,,t!- ....
,,-•.'!~
. .... ~
~
Vacúolo
Tilacoide do est roma
Granum
Est roma
Parede
celula r
Parede celular
m
Granum
. .,.
.r• ,
•J,
0,55 µm
A 1 1
FIGURA 2.9
A , cloroplastos dispostos ao longo da parede em uma célula de folha de bolsa-de-pastor (Capsella bursa-pastoris).
As mitocônd rias (m) estão intimamente associadas aos cloroplastos. B, cloroplasto com grana visto de per fil. Imagens
obtidas a par tir de fol ha de tabaco (Nicoti ana tabacum) . ( B, obtido de Esau, 1977.)
de todas as paredes celulares ou sua disposição de- tilacoides do estro ma (ou tilacoides intergra-
pende de fatores locais dentro das células (Haupt na) que atravessan1 o estroma entre os grana e os
e Scheuerlein, 1990) . Provavelmente, o movimento interconectam (Figs. 2.8-2.10) . Os tilacoides do
dos cloroplastos envolve um sistema baseado em grana e do estroma e seus compartimentos inter-
actina-miosina. nos constituem um único sistema interconecta-
A estrutura interna dos cloroplastos é comple- do. Os tilacoides não são fisicamente conectados
xa. O estroma é atravessado por um sistema ela- com o envelope plastidial, mas estão totalmente
borado de tilacoides constituído de g rana (sin- embebidos no estroma. Clorofilas e pigmentos ca-
gular: granum) - pilhas de tilacoides cliscoides rotenoicles - ambos envolvidos na captura ela luz
que se assemelham a uma pilha de moedas - e - estão embutidos, juntamente com as proteínas,
O protoplasto : membrana plasmática, núcleo e organelas citoplasmáticas 111 57
nas membranas dos tilacoides em unidades dis- deo de trânsito (do inglês, trans it peptide).
cretas de organização chamadas fotossistemas. Cada proteína importada para o cloroplasto con-
A principal função dos pigmentos carotenoides é tém um peptfdeo de trânsito específico. O peptf-
a antioxidante, prevenindo danos foto -oxidativos deo de trânsito tanto transporta a proteína para
às moléculas de clorofila (Cunningham e Gantt, os cloroplastos quanto age como mediador na sua
1998; Vishnevetsky et al., 1999; Niyogi, 2000). importação para dentro do estroma onde ele é cli-
Os cloroplastos frequente mente contê1n ami- vado (Flügge, 1990; Smeekens et al. , 1990; Theg
do, fitoferritina (um co1nposto de ferro) e lipídios e Scott, 1993). O transporte através da me1nbrana
na forma de glóbulos chamados plastoglóbulos. do tilacoide é mediado por um segundo peptídeo
Os grãos de amido são produtos de reserva tem- de trânsito revelado quando o primeiro é clivado
porária e se acumulam somente quando a planta (Cline et al., 1993; Keegstra e Cline, 1999) . Evi-
está fotossintetizando ativamente. Eles podem dências indicam que parte da maquinaria protei-
estar ausentes nos cloroplastos de plantas man- ca dos cloroplastos é derivada de uma cianobac-
tidas no escuro por, no mínimo, 24 horas, porém, téria endossimbiótica ancestral dos cloroplastos
reaparecem após a planta receber luz por apenas (Reumann e Keegstra, 1999; Bruce, 2000).
3 ou 4 horas. Além do tráfego regular do núcleo para o clo-
Os cloroplastos nladuros contêm numerosas roplasto, os cloroplastos transmitem sinais para o
cópias de uma molécula circular de DNA plasti- núcleo para coordenar a expressão gênica nuclear
dial e a maquinaria para replicação, transcrição e e cloroplastidial. Além disso, sinais dos plastídios
tradução do material genético (Gray, J. C., 1996) . também regulam a expressão de genes nucleares
Em virtude da capacidade limitada de codificação para proteínas não plastidiais e para a expressão
(aproximadamente 100 proteínas) do cloroplasto, de genes mitocondriais (ver referências em Ro-
a grande maioria das proteínas envolvidas com dermel, 2001) . Os cloroplastos não são apenas sí-
a biogênese e função do cloroplasto é codificada tios de fotossíntese; eles ta1nbém estão envolvidos
pelo genoma nuclear (Fulgosi e Soll, 2001). Essas na síntese de aminoácidos e de ácidos graxos e
proteínas, que são sintetizadas nos ribossomos proporcionam espaço para o acúmulo temporário
citosólicos, são direcionadas para os cloroplas- de amido.
tos como proteínas precursoras con1 o auxílio de
uma extensão amino-terminal chamada peptí-
Sµm
A 1 1
FIGURA 2.10
Estrutura do cloroplasto. A , ao microscópio de luz, o grana dentro dos cloroplastos aparece como pontos arredon-
dados. Esses cloroplastos foram obtidos a partir do cotilédone de Solanum lycopersicum. B, eletronmicrografia de
um cloroplasto de uma célula da bainha do feixe da folha de Zea, mostrando grana em vista superficial. (A , obtido de
Hagemann, 1960.)
58 111 Anatomia das Plantas de Esau
. -;.iiJ
. ', 1
·:,
0,5 µm 0,5 µm
....
.r, .
~
fi'
<
,e ,
0,5µm 0,5µm
FIGURA 2.11
Tipos de cromoplastos. A , cromoplasto globular da pétala de Tagetes (malmeque1'); B , cromoplasto membranoso da
flor de Narcissus pseudonarcissus; C, cromoplasto tubular do fruto de Palisota barteri; D , cromoplasto cristalino
do fruto de Solanum lycopersicum. Detalhes: cr, cristaloides; ol: gota de óleo. (B , reimpresso de Hansmann et ai.,
1987. © 1987, com permissão da Elsevier.; C, de Knoth et ai., 1986, Fig. 7, © 1986 Springer-Verlag; D, de Mohr, 1979,
com permissão da Oxford University Press.)
Todos os plastídios são inicialmente deriva- caule (Mullet, 1988). Zigotos contêm proplastídios
dos de proplastídios que são os precursores de todos os plastídios de
Os proplastídios são plastídios pequenos e inco- uma planta adulta. Na 1naioria das a ngiospermas,
lores encontrados em regiões indiferenciadas do os proplastídios do zigoto provêm exclusivamente
corpo vegetal, tais como raiz e meristen1a apical do do citoplasma da oosfera (Nakamura et al. , 1992).
60 111 Anatomia das Plantas de Esau
FIGURA 2.16
i. .
Ciclo de desenvolvimento do plastídio, iniciando com o
,. desenvolvimento de um cloroplasta a partir de um pro-
~. ~ r,g." !'""' plastídio (A) . Inicialmente, o proplastídio contém poucas
FIGURA 2.14 ou nenhuma membrana interna. B-D, conforme o pro-
Cloroplastos em divisão em folha de Beta vulgaris. Se plastídio se diferencia, vesículas achatadas se desenvol-
o processo de divisão tivesse continuado, os dois plastí- vem a partir da membrana interna do envelope plastidial
dios-filhos teriam se separado no local de estreita cons- e se alinham formando grana e tilacoides do estroma. E ,
trição, ou istmo. Três peroxissomos podem ser vistos à o sistema de tilacoides do cloroplasta maduro se apre-
direita da constrição. senta descontínuo com o envelope. F, G, proplastídios
podem também se desenvolver em cromoplastos e leuco-
plastos. O leucoplasto mostrado aqui é um amiloplasto.
(
As mitocôndrias, assin1 como os plastídios, são no milho, na cebola, na cenoura, na beterraba e nas
organelas semiautônomas, que contên1 os compo- petúnias).
nentes necessários para a síntese de algumas de As mitocôndrias vêm sendo consideradas como
suas próprias proteínas. Um ou mais nucleoides peças-chave na regulação da morte celular progra-
contendo DNA e muitos ribossomos 70S semelhan- mada, denominada apoptose, enl células aninlais
tes àqueles de bactérias são encontrados na matriz (Capítulo 5; Desagher e Martinou, 2000; Ferri e
(Fig. 2.18). O DNA não está associado a histonas. Kroemer, 2001; Finkel, 2001). O gatilho celular pri-
Assim, a informação genética das células vegetais é mário para a apoptose é a liberação do citocromo e
encontrada em três compartimentos diferentes: nú- a partir elo espaço intermembr ana mitocondrial. A
cleo, plastídio e mitocôndria. Os genomas mitocon- liberação do citocromo e parace ser un1 evento crí-
driais das plantas são muito maiores (200-2400 kb) tico para a ativação de proteases catabólicas deno-
do que aqueles de animais (14-42 kb), fungo (18- minadas caspases (proteases cisteínas específicas
176 kb) e plastídios (120-200 kb) (Backert et al., de apoptose). Embora a mitocôndria possa desem-
1997; Giegé e Brennicke, 2001). Sua organização penhar um papel na morte celular programada em
estrutural não está totahnente elucidada. Estão plantas, é improvável que o citocromo e liberado
presentes moléculas de DNA lineares e circulares, esteja envolvido em tal processo (Jones 2000; Xu e
de vários tamanhos, bem como moléculas de DNA Hanson, 2000; Young e Gallie, 2000; Yu et ai., 2002;
mais complexas (Backert et al., 1997). Balk et ai., 2003; Yao et al., 2004).
É amplamente aceito que as mitocôndrias evo-
luíram de a -proteobactérias de vida livre pelo pro-
cesso de endossimbiose (Gray, 1989) . Da mesma PEROXISSOMOS
forma que os cloroplastos, no curso da evolução, o Diferentemente dos plastídios e das mitocôn-
DNA das mitocôndrias foi massivamente transferi- drias, que são delimitados por duas membranas,
do para o núcleo (Adams et al., 2000; Gray, 2000) . os peroxissomos (também chamados microcor-
Evidências também indicam que alguma informa- pos) são organelas esféricas envolvidas por uma
ção genética foi transferida dos cloroplastos para única membrana (Figs. 2.14 e 2.19; Frederick et
as n1itocôndrias durante longos períodos de evolu- ai., 1975; Olsen, 1998). A diferença mais notável
ção (Nugent e Palmer, 1988; Jukes e Osawa, 1990; dos peroxissomos em relação aos plastídios e às
Nakazono e Hirai, 1993) e possivelmente do núcleo mitocôndrias, contudo, é a falta de DNA e ribosso-
para a mitocôndria (Schuster e Brennicke, 1987; mos. Consequentemente, todas as proteínas dos
Marienfeld et al., 1999). Somente cerca de 30 pro- peroxissomos são codificadas no núcleo, e as pro-
teínas são codificadas nos genomas mitocondriais teínas da matriz são sintetizadas nos ribossomos
das plantas. Ao contrário, estima-se que quase livres no citosol e, então, transportadas para os
4.000 proteínas codificadas no núcleo sejam impor- peroxissomos. Um subconjunto de proteínas de
tadas a partir elo citosol. Proteínas mitocondriais 1nembrana peroxissomal pode ser em primeiro lu-
codificadas no núcleo contêm peptídeos sinali- gar direcionado para o retículo endoplasmático e
zadores denonünados pré-sequências em suas transportado deste para o peroxissomo por meio
terminações-N que as direcionam para dentro das de vesículas (Johnson e Olsen, 2001). O tamanho
mitocôndrias (Braun e Schmitz, 1999; Mackenzie e dos peroxissomos varia de 0,5 a 1,5 µm . Eles não
Mclntosh, 1999; Giegé e Brennicke, 2001). possuem men1branas internas e apresentam uma
Informação genética encontrada somente no matriz interna granulosa que, às vezes, contém um
DNA mitocondrial pode ter um efeito sobre o de- corpo cristalino ou amorfo composto de proteína.
senvolvimento da célula. Mais notável é a esteri- De acordo com a opinião prevalecente, os peroxis-
lidade masculina citoplasmática, um traço mater- somos são organelas autorreplicantes, sendo que
nalmente herdado (o DNA mitocondrial é herdado novos peroxissomos se originam a partir daqueles
maternalmente) que impede a produção de pólen preexistentes, por divisão. A existência de uma
funcional, nlas não afeta a fertilidade feminina rota mediada por vesículas a partir do retículo
(Leaver e Gray, 1982) . Por prevenir a autopoliniza- endoplasmático para os peroxissomos tem levado
ção, o fenótipo da esterilidade masculina citoplas- alguns pesquisadores a especular que essas or-
mática tem sido amplamente usado na produção ganelas podem também ser geradas de novo (Ku-
comercial de sementes híbridas Fl (por exemplo, nau e Erdmann, 1998; Titorenko e Rachubinski,
64 111 Anatomia das Plantas de Esau
VACÚOLOS
Além da presença de plastídios e uma parede ce-
lular, o vacúolo é uma das três características que
f,
d istinguem as células vegetais dos animais. Como
.~_:...,,(. .,,.
mencionado, vacúolos são organelas envolvidas por ~ -\:,.:'"""
uma única membrana, o tonoplasto, ou membra-
na vacuolar (Fig. 2.2). São organelas multifun-
cionais e amplamente diversas quanto ao formato,
-~'-1-·
conteúdo, tamanho e d inâmica funcional (Wink,
1993; Marty, 1999) . Uma única célula pode con-
•J~:""""..,.'f
ter mais que um tipo de vacúolo . Alguns vacúolos t'i~f· 1°-i ~
~--.r,-u,.,~~-
~ e:~ ,.!,.
funcionam primariamente como organelas de es- ..t-~r.
'
tocagem, outros como compartimentos líticos. Os :.~\"\i~-:. ·{;
....\-.,,~!t.r..v'"l
, "·
, 'iiil* ,;-:,, ·:fr,,1-
:\: -: ..,~. ~
dois tipos de vacúolos podem ser caracterizados ~ -dt.~·.KJ.~·~
. ;""~:!}ª;_f,:-~~~!-
. .. ' .:.'f'•,-~· .
pela presença de proteínas integrais (intrínsecas) ~ ~~i-~•
,r··.,. vacuo..., ~-,-·
"...\...._ tt-~x:,~o._. J./!.'!
específicas do tonoplasto (do inglês, TIPs): por '~
~ •.
(,,;~~LA'J:~"
. .,..,,
~·~~ ~-!.?;
"I~••
...
.. , .
exemplo, enquanto cx.-TIP está associada ao tono- \?:''.' -:.• :,. ?i-1.~ .,.,,,.~'2-$,._ ~~
r.i_•✓..·. ~A\ 'l'.'J.$~••
plasto de vacúolos armazenadores de proteínas, ..... t
~:.~
~~,.. ,,~... (
~...J,..,'t\ ,1/!
·t~'t, 1-l4~~..
•;"~--. -~~-- 'J
y-TIP se localiza no tonoplasto de vacúolos líticos. ......
, «.~-~-·
;_;.'rfl;J .
Ambos os tipos de TIP podem ocorrer no mesmo ·" '
tonoplasto de vacúolos grandes, aparentemente
como resultado da fusão de dois tipos de vacúolos \ I .,• .,,r;,, ·. ..;. •. ,
~.-l!..:•\i:'.-.1,'7~~f.":-f~...
durante a expansão celular (Paris et al., 1996; Mil- ;,~J..1~33õ'
-.~::i: _,.', ,-...
f.~r-) r' ll
...;~.j ~ ).:-.,-}
~-iJ.~"11.~.
, ,m:1r
tl "'"··
-1";:: ,
·-•"' 'I·
,-;"à-\"}~~
._
- ~ /o~ ~~- ;i;,,.,.,u.':l,
ler e Anderson, 1999). •• ·~ - • Ai '
partir do núcleo. Os aminoácidos, a partir dos quais BALK, J., S. K. CHEW, C. J. LEAVER e P. F MCCABE.
as proteínas são sintetizadas, são transferidos aos 2003. The intermembrane space of plant mitochon-
polirribossomos por RNA transportador localizado dria contains a DNase activity that may be involved
no citosol. A síntese de proteína, conhecida como in programmed cell death. Plant J 34, 573- 583.
tradução, consonte mais energia do que qualquer BASKIN, T. I. 2000. The cytoskeleton. In: Bioche-
outro processo biossintético. Essa energia é gerada mistry and Molecular Biology oj Plants, pp.
202- 258, B. B. Buchanan, W. Gruissem e R. L.
por hidrólise de guanosina trifosfato (GTP).
Jones, eds. American Society of Plant Physiolo-
A síntese de polipeptídeos (proteínas) codifi-
gists, Rockville, MD.
cada pelos genes nucleares é iniciada nos polirri-
BATTEY, N. H., N. C. JAMES, A. J. GREENLAND e
bossomos localizados no citosol e segue uma das C. BROWNLEE. 1999. Exocytosis and endocyto-
duas vias divergentes. (1) Os polirribossomos en- sis. Plant Cell 11, 643-659.
volvidos na síntese de polipeptídeos destinados BOLLER, T. e A. WIEMKEN. 1986. Dynamics of
para o retículo endoplasmático associam-se a essa vacuolar compartmentation. Annu. Rev. Plant
organela logo no início do processo de tradução. Physiol. 37, 137- 164.
Os polipeptídeos e seus polirribossomos associa- BóLTER, B. e J. SOLL. 2001. Ion channels in the
dos são encaminhados ao retículo endoplasmático outer membranes of chloroplasts and mitochon-
por um peptídeo sinalizador localizado no terminal dria: Open doors or regulated gates? EMBO J.
amina de cada polipeptídeo. Os polipeptídeos são 20, 935-940.
transferidos através da membrana para o lúmen do BONIOTTI, M. B. e M. E. GRIFFITH. 2002. "Cross-
RE ( ou estão inseridos nele, no caso das proteínas -talk" between cell division cycle and develop-
integrais) à medida que a síntese de polipeptídeos ment in plants. Plant Cell 14, 11- 16.
progride. (2) Os polirribossomos envolvidos com a BOWSHER, C. G. e A. K. TOBIN. 2001. Compartmen-
tation of metabolism within mitochondria and
síntese de polipeptídeos destinados ao citosol ou
plastids. J. Exp. Bot. 52, 513-527.
para o núcleo, mitocôndrias, plastídios ou pero-
BRAUN, H.-P. e U. K. SCHMITZ. 1999. The protein-
xissomos, permanecem livres no citosol. Os poli- -import apparatus of plant mitochondria. Planta
peptídeos liberados a partir dos polirribossomos 209, 267-274.
livres podem permanecer no citosol ou são des- BRUCE, B. D. 2000. Chloroplast transit peptides:
tinados para componentes celulares apropriados Structure, function and evolution. Trends Cell
(Holtzman, 1992). Os ribossomos livres ou ligados Biol. 10, 440- 447.
a me1nbranas são idênticos estruturalmente e fun- GAMARA, B., J. BOUSQUET, C. CHENICLET, J.-P.
cionalmente, diferindo um do outro somente nas CARDE, M. KUNTZ, J.-L. EVRARD e J .-H. WEIL.
proteínas que eles produzem. 1989. Enzymology of isoprenoid biosynthesis
and expression of plastid anel nuclear genes du-
ring chromoplast differentiation in pepper fruits
REFERÊNCIAS (Capsicum annuum). ln: Physiology, Bioche-
ADAMS, K. L. , D. O. DALEY, Y.-L. QIU, J. WHELAN mistry, and Genetics of Nongreen Plastids,
e J. D. PALMER. 2000. Repeated, recent anel di- pp. 141-156, e. D. Boyer, J. e. Shannon e R. e.
verse transfers of a mitochondrial gene to the nu- Hardison, eds. American Society of Plant Physio-
cleus in flowering plants. Nature 408, 354-357. logists, Rockville, MD.
ARIMURA, S.-I., A. HIRAI e N. TSUTSUMI. 2001. GAMARA, B. , P. HUGUENEY, F. BOUVIER, iVI.
Numerous anel highly developed tubular projec- KUNTZ e R. MONÉGER. 1995. Biochemistry and
tions from plastids observed in tobacco epider- molecular biology of chrmnoplast development.
mal cells. Plant Sei. 160, 449-454. Int. Rev. Cytol. 163, 175-247.
ARIMURA, S.-I., J. YAMAMOTO, G. P. AIDA, M. CARDE, J.-P. 1984. Leucoplasts : A distinct kind of
NAKAZONO e N. TSUTSUMI. 2004. Frequent organelles lacking typical 70S ribosomes and
fusion and fission of plant mitochondria with free thylakoids. Eur. J. Cell Biol. 34, 18-26.
unequal nucleoid distribution. Proc. Natl. Acad. CHEUNG, A. Y., T. MCNELLIS e B. PIEKOS. 1993.
Sei. USA 101, 7805-7808. Maintenance of chloroplast components during
BACKERT, S., B. L. NIELSEN e T. BóRNER. 1997. chromoplast differentiation in the tomato mutant
The mystery of the rings : Structure and repli- Green Flesh. Plant Physiol. 101, 1223-1229.
cation of mitochondrial genomes from higher CHRISPEELS, M. J., N. iVI. CRAWFORD e J. I.
plants. Trends Plant Sei. 2, 477-483. SCHROEDER. 1999. Proteins for transport of wa-
O protoplasto: membrana plasmática, núcleo e organelas citoplasmáticas 111 69
ter and mineral nutrients across the membranes DESAGHER, S. e J .-C. MARTINOU. 2000. Mitochon-
of plant cells. Plant Cell ll, 661- 676. dria as the central control point of apoptosis.
CLINE, K., R. HENRY, C.-J. LI e J.-G. YUAN. 1993. Mul- Trends Cell Biol. 10, 369- 377.
tiple pathways for protein transport into or across DINGWALL, C. e R. LASKEY. 1992. The nuclear
the thylakoid membrane. Elv!BO J 12, 4105- 4114. membrane. Seienee 258, 942- 947.
CLO\1/ES, F. A. L. e B. E. JUNIPER. 1968. Plant ESAU, K. 1977. Anatomy of Seed Plants, 2. ed. Wi-
Cells. Blackwell Scientific, Oxford. ley, New York.
COLLINGS, D. A., J. D. I. HARPER, J. MARC, R. L. FEILD, T. S., D. W. LEE e N. M. HOLBROOK. 2001.
OVERALL e R. T. MULLEN. 2002. Life in the fast Why leaves turn red in autumn. The role of an-
lane: Actin-based motility of plant peroxisomes. thocyanins in senescing leaves of red-osier do-
Can. J Bot. 80, 430- 441. gwood. Plant Physiol. 127, 566- 574.
COOKE, T. J. e B. LU. 1992. The independence of FERRI, K. F. e G. KROEMER. 2001. Mitochondria-
cell shape and overall form in multicellular algae The suicide organelles. BioEssays 23, 111- 115.
and land plants: Cells do not act as building blo- FINKEL, E. 2001. The mitochondrion: Is it central
cks for constructing plant organs. lnt. J Plant to apoptosis? Scienee 292, 624- 626.
Sei. 153, S7- S27. FLÜGGE, U.-I. 1990. Import of proteins into chloro-
CORPAS, F. J ., J. B. BARROSO e L. A. DEL RÍO. plasts. J Cell Sei. 96, 351-354.
2001. Peroxisomes as a source of reactive oxygen FRANKLIN, A. E. e W. Z. CANDE. 1999. Nuclear or-
species and nitric oxide signal molecules in plant ganization and chromosome segregation. Plant
cells. Trends Plant Sei. 6, 145- 150. Cell ll, 523- 534.
CUNNINGHAM, F. X., JR. e E. GANTT. 1998. Ge- FREDERICK, S. E., P. J. GRUBER e E. H. NE\1/COMB.
nes and enzymes of carotenoid biosynthesis in 1975. Plant microbodies. Protoplasma 84, 1- 29.
plants. Annu. Rev. Plant Physiol. Plant Mal. FRICKER, M. D. e K. J. OPARKA. 1999. Imaging te-
Biol. 49, 557- 583. chniques in plant transport: Meeting review. J
CUTLER, S. e D. EHRHARDT. 2000. Dead cells don't Exp. Bot. 50(suppl. 1), 1089- 1100.
dance: Insights from live-cell imaging in plants. FULGOSI, H. e J . SOLL. 2001. A gateway to chlo-
Curr. Opin. Plant Biol. 3, 532- 537. roplasts- Protein translocation and beyond. J
D'AMATO, F. 1998. Chromosome endoreduplication Plant Physiol. 158, 273-284.
in plant tissue development and function. In: GAIDAROV, I., F. SANTINI, R. A. vVARREN e J. H.
Plant Cell Prolife ration and Its Regulation in KEEN. 1999. Spatial control of coated-pit dyna-
Growth and Development, pp. 153- 166, J. A. mics in living cells. Nature CellBiol. 1, 1- 7.
Bryant e D. Chiatante, eds. Wiley, Chichester. GANT, T. M. e K. L. WILSON. 1997. Nuclear assem-
DAVIES, E. e B. A. LARKINS. 1980. Ribosomes. ln: bly. Annu. Rev. Cell Dev. Biol. 13, 669- 695.
The Bioehemistry of Plants, vol. 1, The Plant GERACE, L. e R. FOISNER. 1994. Integral membra-
Cell, pp. 413- 435, N. E. Tolbert, ed. Academic ne proteins and dynamic organization of the nu-
Press, New York. clear envelope . Trends Cell Biol. 4, 127-131.
DE BARY, A. 1879. Besprechung. K. Prantl. Lehrbu- GIEGÉ, P. e A. BRENNICKE. 2001. From gene to
ch der Botanik für mittlere und hõhere Lehrans- protein in higher plant mitochondria. C. R. Aead.
talten. Bot. Ztg. 37, 221- 223. Sei., Paris, Sei. de la Vie 324, 209-217.
DELROT, S., R. ATANASSOVA, E. GOMES e P. GOLDSCHMIDT, E. E. 1988. Regulatory aspects of
COUTOS -THÉVENOT. 2001. Plasma membrane chlorochromoplast interconversions in senescing
transporters: A machinery for uptake of orga- Citrus fruit peel. !sr. J Bot. 37, 123- 130.
nic solutes and stress resistance. Plant Sei. 161, GORLICH, D. 1997. Nuclear protein import. Curr.
391- 404. Opin. Cell Biol. 9, 412- 419.
DEN BOER, B. G. W. e J. A. H. MURRAY. 2000. Trig- GORLICH, D. e I. W. MATTAJ. 1996. Nucleocyto-
gering the cell cycle in plants. Trends Cell Biol. plas1nic transport. Seienee 271, 1513- 1518 .
10, 245-250. GRAY, J. C. 1996. Biogenesis of chloroplasts in hi-
DEPAMPHILIS, e. W. e J. D. PALMER. 1989. Evolu- gher plants. In: Membranes: Speeialized Func-
tion and function of plastid DNA: A review with tions inPlants, pp. 441- 458, M. Smallwood, J. P.
special reference to nonphotosynthetic plants. Knox e D. J. Bowles, eds. BIOS Scientific, Oxford .
ln: Physiology, Bioehemistry, and Genetics of GRAY, J. C., J. A. SULLIVAN, J. M. HIBBERD e M.
Nongreen Plastids, pp. 182-202, C. D. Boyer, J. R. HANSEN. 2001. Stromules: Mobile protrusions
C. Shannon e R. C. Hardison, eds. American So- and interconnections between plastids. Plant
ciety of Plant Physiologists, Rockville, MD. Biol. 3, 223-233.
70 111 Anatomia das Plantas de Esau
GRAY, M. W. 1989. Origin and evolution of mito- are associated with the endoplasmic reticulum
chondrial DNA. Annu. Rev. Cell Biol. 5, 25- 50. and provacuoles of root tip cells. Plant Physiol.
GRAY, M. W. 2000. Mitochondrial genes on the move. 106, 1313- 1324.
Nature 408, 302- 305. HICKS, G. R. e N. V. RAIKHEL. 1995. Protein import
GRONEGRESS, P. 1971. The greening of chromo- into the nucleus: An integrated view. Annu. Rev.
plasts in Daucus carota L. Planta 98, 274-278. Cell Dev. Biol. 11, 155- 188.
GUNNING, B. E. S. 2001. Membrane geometry of HOLTZMAN, E . 1992. Intracellular targeting and
"open" prolamellar bodies. Protoplasma 215, 4-15. sorting. Bio- Science 42, 608-620.
GUNNING, B. E. S. e M. SAMMUT. 1990. Rearran- HóRTENSTEINER, S., E . MARTINOIA e N. AiVIRHEIN.
gements ofmicrotubules involved in establishing 1992. Reappearance of hydrolytic activities and to-
cell division planes start immediately after DNA noplast proteins in the regenerated vacuole of eva-
synthesis and are completed just before mitosis. cuolated protoplasts. Planta 187, 113-121.
Plant Cell 2, 1273- 1282. HU, J., M. AGUIRRE, C. PETO, J. ALONSO, J. ECKER
HAGEMANN, R. 1960. Die Plastidenentwicklung e J. CHORY. 2002. A role for peroxisomes in pho-
in Tomaten- Kotyledonen. Biol. Zentralbl. 79, to1norphogenesis and development of Arabidop-
393- 411. sis. Science 297, 405- 409.
HALE, K. L., S. P. MCGRATH, E. LOMBI, S. M. STA- HUNTLEY, R. P. e J. A. H. MURRAY. 1999. The plant
CK, N. TERRY, I. J. PICKERING, G. N. GEORGE cell cycle. Curr. Opin. Plant Biol. 2, 440- 446.
e E . A. H. PILON-SMITS . 2001. 11olybdenum se- IVANOVA, M. e T. L. ROST. 1998. Cytokinins and the
questration in Brassica species. A role for an- plant cell cycle: Proble1ns and pitfalls of proving
thocyanins? Plant Physiol. 126, 1391-1402. their function. In: Plant Cell Proliferation and
HANSMANN, P., R. JUNKER, H. SAUTER e P. SIT- Its Regulation in Growth and Development,
TE. 1987. Chromoplast development in daffodil pp. 45-57, J. A. Bryant e D. Chiatante, eds. Wi-
coronae during anthesis. J Plant Physiol. 131, ley, Nev.r York.
133-143. JACOBSON, K., E. D. SHEETS e R. SIMSON. 1995.
HANSTEIN, J. 1880. Einige Züge aus der Biologie Revisiting the fluid mosaic model of membranes.
des Protoplasmas. Botanische Abhandlungen Science 268, 1441- 1442.
aus dem Gebiet der Morphologie und Physio- JACQMARD, A., C. HOUSSA e G. BERNIER. 1994.
logie, Band 4, Heft 2. Marcus, Bonn. Regulation of the cell cycle by cytokinins. ln:
HAUPT, W. e R. SCHEUERLEIN. 1990. Chloroplast Cytokinins: Chemistry, Activity, and Func-
movement. Plant Cell Environ. 13, 595- 614. tion, pp. 197- 215, D. W. S. Mok e M. C. Mok, eds.
HAVAUX, M. e K. KLOPPSTECH. 2001. The protec- CRC Press, Boca Raton, FL. JAVOT, H. e C. MAU-
tive functions of carotenoid and fl avonoid pig- REL. 2002. The role of aquaporins in root v.rater
ments against excess visible radiation at chilling uptake. Ann. Bot. 90, 301-313.
temperature investigated in Arabidopsis npq JEDD, G. e N.-H. CHUA. 2002. Visualization ofpero-
and tt mutants. Planta 213, 953-966. xisomes in living plant cells reveals acto-myosin-
HA\VES, e., e. M. SAINT-JORE, F. BRANDIZZI, H. -dependent cytoplasmic streaming and peroxi-
ZHENG, A. V. ANDREEVA e P. BOEVINK. 2001. some budding. Plant Cell Physiol. 43, 384- 392.
Cytoplasmic illuminations: in planta targeting of JOHNSON, T. L. e L. J. OLSEN. 2001. Building new
fl uorescent proteins to cellular organelles. Pro- models for peroxisome biogenesis. Plant Phy-
toplasma 215, 77-88. siol. 127, 731-739.
HEESE-PECK, A. e N. V. RAIKHEL. 1998. The nu- JONES, A. 2000. Does the plant mitochondrion in-
clear pore complex. Plant Mol. Biol. 38, 145-162. tegra.te cellular stress and regula.te programmed
HEMERLY, A. S., P. C. G. FERREIRA, M. VAN MON- cell death? Trends Plant Sei. 5, 225- 230.
TAGU e D. INZÉ. 1999. Cell cycle control and JUKES, T. H. e S. OSAWA. 1990. The genetic code in
plant morphogenesis: Is there an essential link? mitochondria and chloroplasts. Experientia 46,
BioEssays 21, 29-37. 1117- 1126.
HEPLER, P. K. e B. E. S. GUNNING. 1998. Confocal KAGAWA, T. e M. WADA . 2000. Blue light-induced
fluorescence microscopy of plant cells. Proto- chloroplast relocation in Arabidopsis thaliana
plasma 201, 121-157. as analyzed by microbeam irradiation. Plant Cell
HERMAN, E. M. e B. A. LARKINS. 1999. Protein sto- Physiol. 41, 84- 93.
rage bodies and vacuoles. Plant Cell ll, 601-614. KAGAWA, T. e M. WADA . 2002. Blue light-induced
HERMAN, E. M., X. LI, R. T. SU, P. LARSEN, H.-T. chloroplast relocation. Plant Cell Physiol. 43,
HSU e H. SZE. 1994. Vacuolar-type H+ -ATPases 367-371.
O protoplasto: membrana plasmática, núcleo e organelas citoplasmáticas 111 71
KAPLAN, D. R. 1992. The relationship of cells to or- KUROI\.VA, H., T. MORI, M. TAKAHARA, S.-Y. MIYA-
ganisms in plants: Problem and implications of GISHIMA e T. KUROIWA. 2002. Chloroplast di-
an organismal perspective. Jnt. J. Plant Sei. 153, vision machinery as revealed by immunofl uo-
S28- S37. rescence and electron microscopy. Planta 215,
KAPLAN, D. R. e W. HAGEMANN. 1991. The rela- 185- 190.
tionship of cell and organism in vascular plants. KWOK, E. Y. e M. R. HANSON. 2004. Stromules and
BioScience 41, 693- 703. the dynamic nature of plastid rnorphology. J. Mi-
KEEGSTRA, K. e K. CLINE. 1999. Protein import erose. 214, 124-137.
and routing systems of chloroplasts. Plant Cell LAKE, J. A. 1981. The ribosome. Sei. Am. 245 (Au-
11, 557-570. gust), 84-97.
KINDL, H. 1992. Plant peroxisomes: Recent studies LAM, E., D. PONTIER e O. DEL POZO. 1999. Die and
on function and biosynthesis. Cell Biachem. let live- Programmed cell death in plants. Curr.
Funct. 10, 153- 158. Opin. Plant Biol. 2, 502- 507.
KIRK, J. T. O. e R. A. E. TILNEY-BASSETT. 1978. LARDY, H. A. 1965. On the direction of pyridine
The Plastids. Their Chemistry, Structure, nucleotide oxidation-reduction reactions in glu-
Growth, and Inheritance, rev. 2. ed. Elsevier/ coneogenesis and lipo lipogenesis. ln: Control of
North-Holland Biomedical Press, Amsterdam. Energy Metabolism, pp. 245-248, B. Chance, R.
KJELLBOM, P., C. LARSSON, 1. JOHANSSON, M. W. Estabrook e J. R. Williamson, eds. Academic
KARLSSON e U. JOHANSON. 1999. Aquaporins Press, New York.
and water hmneostasis in plants. Trends Plant LARKINS, B. A., B. P. DILKES, R. A. DANTE, C. iVI.
Sei. 4, 308-314. COELHO, Y.-M. \VOO e Y. LIU. 2001. lnvestigating
KLUGE, M., A. FISCHER e 1. C. BUCHANAN- the hows and whys of DNA endoreduplication. J.
-BOLLIG. 1982. Metabolic control of CAM. ln: Exp. Bot. 52, 183-192.
Crassulacean Acid Metabolism, pp. 31- 50, I. P. LEAVER, C. J. e M. W. GRAY. 1982. Mitochondrial
Ting e M. Gibbs, eds. American Society of Plant genome organization and expression in higher
Physiologists, Rockville, MD. plants. Annu. Rev. Plant Physiol. 33, 373- 402.
KNOTH, R., P. HANSMANN e P. SITTE. 1986. Chromo- LEE, D. W. e K. S. GOULD. 2002. Why leaves turn
plasts of Palisota barteri, and the molecular struc- red. Am. Sei. 90, 524-531.
ture of chromoplast tubules. Planta 168, 167- 174. LEE, J.-Y., B.-C. YOO e W. J. LUCAS. 2000. Parallels be-
KOHLER, R. H. e M. R. HANSON. 2000. Plastid tu- tween nuclear-pore and plasmodesmal traff1cking
bules of higher plants are tissue-specific and de- ofinformation molecules. Planta 210, 177- 187.
velopmentally regulated. J. Cell Sei. 113, 81-89. LEONARD, R. T. e T. K. HODGES. 1980. The plasma
KÓHLER, R. H., J. CAO, W. R. ZIPFEL, W. W. WEBB membrane. ln: The Biochemistry of Plants, vol.
e M. R. HANSON. 1997. Exchange of protein 1, The Plant Cell, pp. 163-182, N. E. Tolbert, ed.
molecules through connections between higher Acade1nic Press, New York.
plant plastids. Science 276, 2039- 2042. LIAN, H.-L., X. YU, Q. YE, X.-S. DING, Y. KITAGA-
KONDOROSI, E., F. ROUDIER e E. GENDREAU. WA, S.-S. KWAK, W.-A. SU e Z.-C. TANG. 2004.
2000. Plant cellsize control: Growing by ploidy? The role of aquaporin RWC3 in drought avoidan-
Curr. Opin. Plant Biol. 3, 488-492. ce in rice. Plant Cell Physiol. 45, 481-489.
KOST, B. e N.-H. CHUA. 2002. The plant cytoskele- LJUBESIC, N., M. WRISCHER e Z. DEVIDÉ. 1996.
ton: Vacuoles and cell walls make the difference. Chromoplast structures in Thunbergia fl owers.
Cell 108, 9- 12. Protoplasma 193, 174- 180.
KOZLOWSKI, T. T. e S. G. PALLARDY. 1997. Phy- LOGAN, H., M. BASSET, A.-A. VÉRY e H. SENTE -
siology of Woody Plants, 2. ed. Academic Press, NAC. 1997. Plasma membrane transport systems
San Diego. in higher plants: From black boxes to molecular
KUNAU, W.-H. e R. ERDMANN. 1998. Peroxisome physiology. Physiol. Plant. 100, 1- 15.
biogenesis: Back to the endoplasmic reticulum? LUCAS, W. J., B. DING e C. VAN DER SCHOOT. 1993.
Curr. Biol. 8, R299-R302. Plasmodesmata and the supracellular nature of
KUNTZ, M., J.-L. EVRARD, A. D'HARLINGUE, J.-H. plants. New Phytol. 125, 435- 476.
WEIL e B. CAMARA. 1989. Expression ofplastid l\1ACKENZIE, S. e L. MCINTOSH. 1999. Higher plant
and nuclear genes during chromoplast differen- mitochondria. Plant Cell ll , 571- 586.
tiation in bell pepper (Capsieum annuum) and MADIGAN, M. T., J. M. MARTINKO e J. PARKER.
sunfl ower (Helianthus annuus) . Mal. Gen. Ge- 2003. Brock Biology oflvficroorganisms, 10. ed.
net. 216, 156-163. Pearson Education, Upper Saddle River, NJ.
72 111 Anatomia das Plantas de Esau
MAESHIMA, M. 2001. Tonoplast transporters: or- cell division in plants - The nexus. Plant Cell
ganization and function. Annu. Rev. Plant Phy- 11, 509- 521.
siol. Plant J\1ol. Biol. 52, 469- 497. MIYAGISHIMA, S.-Y., M. TAKAHARA, T. MORI, H.
MANO, S., C. NAKAMORI, M. HAYASHI, A. KATO, KUROIWA , T. HIGASHIYAMA e T. KUROIWA.
M. KONDO e M. NISHIMURA. 2002. Distribution 2001. Plastid division is driven by a complex
and characterization of peroxisomes in Arabi- mechanism that involves differential transition
dopsis by visualization with GFP: Dynamic mor- of the bacterial and eukaryotic division rings.
phology and actin-dependent movement. Plant Plant Cell 13, 2257-2268.
Cell Physiol. 43, 331- 341. MOHR, W. P. 1979. Pigment bodies in fruits of crim-
MARANO, M. R. e N. CARRILLO. 1991. Chromoplast son and high pigment lines of tomatoes . Ann.
formation during tomato fruit ripening. No evi- Bot. 44, 427- 434.
dence for plastid DNA methylation. Plant 1\1ol. M0LLER, I. M. 2001. Plant mitochondria and oxi-
Biol. 16, 11- 19. dative stress: Electron transport, NADPH turno-
MARANO, M. R. e N. CARRILLO. 1992. Constituti- ver, and metabolism of reactive oxygen species.
ve transcription and stable RNA accumulation Annu. Rev. Plant Physiol. Plant Mol. Biol. 52,
in plastids during the conversion of chloroplasts 561- 591.
to chromoplasts in ripening tomato fruits. Plant MULLEN, R. T., C. R. FLYNN e R. N. TRELEASE.
Physiol. 100, 1103- 1113. 2001. How are peroxisomes formed? The role of
MARIENFELD, J., M. UNSELD e A. BRENNICKE. the e ndoplasmic reticulum and peroxins. Tren-
1999. The mitochondrial genome of Arabidopsis ds Plant Sei. 6, 256- 261.
is composed of both native and immigrant infor- MULLET, J. E . 1988. Chloroplast development a nd
mation. Trends Plant Sei. 4, 495-502. gene expression. Annu. Rev. Plant Physiol.
MARTÍN, M., S. :tvIORENO DÍAZ DE LA ESPINA, L. F. Plant 1\1ol. Biol. 39, 475-502.
JIMÉNEZ-GARCfA, M. E. FERNÁNDEZ-GÓMEZ NAKAMURA, K. e K. MATSUOKA. 1993. Protein
e F. J. MEDINA. 1992. Further investigations on targeting to the vacuole in plant cells. Plant
the functional role of two nuclear bodies in onion Physiol. 101, 1-5.
cells. Protoplasma 167, 175- 182. NAKAMURA, S., T. IKEHARA, H. UCHIDA, T. SU-
MARTIN, W. 1999. A briefl y argued case that mi- ZUKI, e T. SODMERGEN. 1992. Fluorescence
tochondria and plastids are descendants of en- microscopy of plastid nucleoids and a survey
dosymbionts, but that the nuclear compartment of nuclease C in higher plants with respect to
is not. Proe. R. Soe. Lond. B 266, 1387- 1395. mode of plastid inheritance. Protoplasma 169,
MARTINOIA, E. 1992. Transport processes in va- 68-74.
cuoles of higher plants. Bot. Aeta 105, 232- 245. NAKAZONO, M. e A. HIRAI. 1993. ldentifi cation
MARTY, F. 1999. Plant vacuoles. Plant Cell 11, 587-599. of the entire set of transferred chloroplast DNA
MATHUR, J., N. MATHUR e M. HÜLSKAMP. 2002. sequences in the mitochondrial genome of rice.
Simultaneous visualization of peroxisomes and 1\1ol. Gen. Genet. 236, 341-346.
cytoskeletal elements reveals actin and not mi- NISHIMURA, M., Y. TAKEUCHI, L. DE BELLIS e I.
crotubule-based peroxisomal motility in plants. HARANISHIMURA. 1993. Leaf peroxisomes are
Plant Physiol. 128, 1031-1045. directly transformed to glyoxysomes during se-
MATILE, P. 1982. Vacuoles come of age. Physiol. nescence of pumpkin cotyledons. Protoplasma
Vég. 20, 303-310. 175, 131-137.
MCFADDEN, G. I. 1999. Endosymbiosis and evolu- NISHIMURA, M., M. HAYASHI, K. TORIYAMA, A.
tion of the plant cell. Curr. Opin. Plant Biol. 2, KATO, S. MANO, K. YAMAGUCHI, 11. KONDO e
513- 519. H. HAYASHI. 1998. Microbody defective mutants
MIERNYK, J. 1989. Leucoplast isolation. In: Physio- of Arabidopsis. J Plant Res. 111, 329-332.
logy, Bioehemistry, and Genetics ofNongreen NIYOGI, K. K. 2000. Safety valves for photosynthe-
Plastids, pp. 15-23, C. D. Boyer, J. C. Shannon e sis. Curr. Opin. Plant Biol. 3, 455-460.
R. C. Hardison, eds. American Society of Plant NUGENT, J. M. e J. D. PALMER. 1988. Location,
Physiologists, Rockville, MD. identity, amount and serial entry of chloroplast
MILLER, E. A. e M. A. ANDERSON. 1999. Uncoating DNA sequences in crucifer mitochondrial DNAs.
the mechanisms of vacuolar protein transport. Curr. Genet. 14, 501- 509.
Trends Plant Sei. 4, 46-48. OLSEN, L. J. 1998. The surprising complexity of pe-
MIRONOV, V., L. DE VEYLDER, M. VAN MONTAGU roxisome biogenesis. Plant Mal. Biol. 38, 163-
e D. INZÉ . 1999. Cyclin-dependent kinases and 189.
O protoplasto: membrana plasmática, núcleo e organelas citoplasmáticas 111 73
size, plastid differentiation status and the den- YAO, N., B. J. EISF ELDER, J. MARVIN e J. T. GRE-
sity of plastids within the cell. Plant J 39, 655- ENBERG. 2004. The mitochondrion- An orga-
667. nelle commonly involved in programmed cell
WERGIN, W. P., P. J. GRUBER e E. H. NEWCOMB. death in Arabidopsis thaliana. Plant J. 40,
1970. Fine structural investigation of nuclear in- 596-610.
clusions in plants . J Ultrastruct. Res. 30, 533- YATSUHASHI, H. 1996. Photoregulation systems
557. fo r light-oriented ch loroplast movement J. Plant
WIEBE, H. H. 1978. The signifi cance ofplant vacuo- Res. 109, 139-146.
les. BioScience 28, 327- 331. YOUNG, T. E . e D. R. GALLIE . 2000. Regulation of
WILLIAMS, \1/. E ., H. L. GORTON e S. M. \VITIAK. programmed cell death in maize endosper m by
2003. Chloroplast movements in the field. Plant abscisic acid. Plant Mal. Biol. 42, 397- 414.
Cell Environ. 26, 2005-2014. YU, X.-H., T. D. PERDUE, Y. M. HEIMER e A. M. JO-
WINK, M. 1993. The plant vacuole : A multifunctio- NES. 2002. Mitochondrial involve1n ent in trache-
nal compar tment. J Exp. Bot. 44 (suppl.), 231- ar y element programmed cell death. Cell Death
246. Differ. 9, 189- 198.
XU, Y. e M. R. HANSON. 2000. Programmed cell de- ZIEGLER, H., E. SCHAFER e M. M. SCHNEIDER.
ath during pollination-induced peta! senescence 1983. Some metabolic changes during chloro-
in Petunia. Plant Physiol. 122, 1323- 1334. plast-chromoplast transition in Capsicum an-
nuum. Physiol. Vég. 21, 485-494.
CàP. ÍiliULO ili@ÊS
O PROTOPLASTO: SISTEMA
DE ENDOMEMBRANAS,
VIAS SECRETORAS,
CITOESOUELETO E
COMPOSTOS ARMAZENADOS
Tatiane Maria Rodrigues e Sílvia Rodrigues Machado
:
@ RE rugoso {3}Domínio de !
"- o
7 RE
ligação mito-
condrial
l
!
O transicional 1 l
'
:
~
•:•:: V: ·::T
temas@ 0 !
:
-
o Golg1 e€ = =~ 3
·S
@ RE formador de
RT - G
•• m .. corpo proteico
@ RE reciclando .,.s J. '''"
lipídio / T
@) - vs
'"'- ,
* - vacuolo
1
t
'
:
:::;-;::::::
@ Plasmodesmo Membrana plasmática
FIGURA 3.1
Um diagrama do sistema de endomembranas, que inclui todas as rr1embranas, exceto aquelas das mitocôndrias, plas-
tídios e peroxissomas. Esse desenho representa 16 tipos de domínios do retículo endoplasmático (RE). Observar a
via secretora descrita aqui, envolvendo o retículo endoplasmático, as cisternas do Golgi e a rede trans -Golgi (RTG).
Outros detalhes: VT: vesícula de transporte; VS: vesícula secretora; MT: microtúbulos; MP: membrana plasmática.
(Obtido de Staehelin, 1997. © Blackwell Publishing.)
. .. h:r.~ ~ ~ ~ ~-~ . . ~
te reestruturado, não se move como o
.~·
fi: .,· ·,
.
~~z,·~
~ -~
.-.. . . - . ~,•.:= '
. '
resto do RE ou das organelas da corrente
~~~~;t,r,;
~ ~ - 1'1:,'.
FIGURA 3.3
Quatro micrografias em microscopia de luz confocal das membranas de RE corticais de células By-2 de tabaco. As
células foram produzidas em meios de cultura contendo 10 ~1g de rodamina 123 por ml. Essas micrografias, obtidas a
cada l minuto de intervalo, ilustram as mudanças que ocorreram para a organização do RE durante esse período de
tempo. (Obtido de Hepler e Gunning, 1998.)
de proteínas. Evidências obtidas do uso de anti- dos dessa mesma maneira pern1anecem dentro do
corpos policlonais indicam que diferentes passos RE e são envolvidos por membranas do RE (Vitale
na síntese de polissacarídeos ocorrem em diferen- et al., 1993).
tes cisternas do Golgi (Moore et al., 1991; Zhang e O transporte das vesículas secretoras para a
Staehelin, 1992; Driouich et al., 1993). Os diferen- membrana plasmática por exocitose deve ser equi-
tes polissacarídeos são empacotados em vesículas librada pela reciclagem equivalente de membranas
secretoras, que migram e se fundem com a n1em- a partir da membrana plasmática pelo processo
brana plasmática (exocitose) . As vesículas, então, de endocitose mediado por clatrina (Battey et al.,
descarregam seu conteúdo e os polissacarídeos 1999; Marty, 1999; Sanderfoot e Raikhel, 1999). A
se tornam parte da parede celular. Em células em reciclagem é essencial para sustentar um sistema
crescimento, as vesículas contribuem para o au- de endomembranas funcional (Battey et al., 1999).
mento da membrana plasmática.
O estágio inicial da glicosilação de proteínas CITOESOUELETO
ocorre no RE rugoso. Essas glicoproteínas são, en- O citoesqueleto é uma rede tridimensional e di-
tão, transferidas do RE para a face eis do Golgi via nâmica de filamentos proteicos que se estendem
vesículas de transição (Bednarek e Raikkhel, 1992; através do citosol e está intimamente envolvido
Holtzn1an, 1992; Schnepf, 1993). As glicoproteínas em muitos processos celulares, incluindo mitose,
passam por outras etapas do processo, atravessan- citocinese, expansão e diferenciação celular, co-
do toda a pilha até a face trans, onde são orde- municação célula a célula e o movimento de orga-
nadas na RTG para encaminhamento ao vacúolo nelas e outros componentes citoplasmáticos de um
ou para secreção na superfície celular. Polissaca- local para outro dentro da célula (Seagull, 1989;
rídeos destinados à secreção na superfície celular Derksen et al., 1990; Goddard et al., 1994; Kost et
também são empacotados em vesículas da RTG. al., 1999; Brown e Lemmon, 2001; Kost e Chua,
Um determinado corpo de Golgi pode processar 2002; Sheahan et al., 2004). Em células vegetais,
simultaneamente polissacarídeos e glicoproteínas. o citoesqueleto é formado por, pelo menos, dois
Glicoproteínas e polissacarídeos complexos des- tipos de filamentos proteicos: os microtúbulos e
tinados à secreção na parede celular são empaco- os filamentos de actina. A presença de filamentos
tados em vesículas não recobertas, ou de superfí- intermediários, que ocorrem em células animais,
cie lisa, enquanto enzimas hidrolíticas e proteínas não foi demonstrada de forma inequívoca nas cé-
de armazenamento (globulinas hidrossolúveis) lulas vegetais. Microscopia de imunofluorescência
destinadas aos vacúolos são empacotadas na RTG
e, mais recentemente, o uso de proteína verde fluo-
em vesículas recobertas por clatrina e vesículas
rescente, marcadora de proteínas do citoesqueleto,
lisas elétron-densas, respectivamente (Herman e
e n1icroscopia confocal, têm possibilitado o estudo
Larkins, 1999; Miller e Andersen, 1999; Chrispeels
da organização tridimensional do citoesqueleto em
e Herman, 2000). A formação de vesículas den- células fixadas e células vivas, e têm contribuído
sas derivadas do Golgi não é restrita a RTG, mas
muito para o entendimento da estrutura e função
também pode ocorrer nas cisternas-eis (Hillmer et
do citoesqueleto (Lloyd, 1987; Staiger e Shliwa,
al., 2001) .
1987; Flanders et al., 1990; Marc, 1997; Collings et
Alguns tipos de proteínas de estocagem (pro-
al., 1998; Kost et al., 1999; Kost et al., 2000);
lanünas álcool-solúveis) formam agregados e são
empacotadas em vesículas no RE, a partir de onde
são transportadas diretamente para os vacúo- Os microtúbulos são estruturas cilíndricas,
los armazenadores de proteínas, sem passar pelo compostas de subunidades de tubulina
Golgi (Matsuoka e Bednaredk, 1998; Herman e Os microtúbulos são estruturas cilíndricas com
Larkins, 1999). Em trigo, por exemplo, uma quan- aproximadamente 24 nanômetros de diâmetro e
tidade considerável de prolaminas se agrega dire- comprimento variável (Fig. 3.5). O comprimento
tamente em corpos proteicos (grãos de aleurona) dos microtúbulos corticais, isto é, microtúbulos lo-
dentro do RE rugoso, e então os corpos proteicos calizados no citoplasma periférico, logo abaixo da
são transportados intactos para os vacúolos, sem membrana plasmática, geraln1ente corresponde à
o envolvimento do Golgi (Levanony et al., 1992). largura da face celular com a qual eles estão asso-
Em milho, sorgo e arroz, corpos proteicos forma- ciados (Barlow· e Baluska, 2000). Cada microtúbulo
82 111 Anatomia das Plantas de Esau
..
;"""~/..... •' ~~ •.
Os n1icrotúbulos são, realmente, estruturas dinâ-
• f,_.. '\:•. micas que passam por sequências regulares de
quebra, reorganização e rearranjo em novas confi-
gurações, ou disposições, em pontos específicos no
ciclo celular durante a diferenciação (Hush et al. ,
1994; Vantard et al., 2000; Azimzadeh et al., 2001).
As configurações mais notáveis no ciclo celular são
o arraJ\jOcortical interfásico, a banda pré-prófase, o
fuso mitótico e o fragmoplasto, que está localiza-
do entre dois núcleos-filhos recém-formados (Fig.
3.6; Capítulo 4; Baskin e Cande, 1990; Barlow e
Baluska, 2000; Kumagai e Hasezawa, 2001).
Os microtúbulos apresentam muitas funções
(vVasteneys, 2004) . Em células em crescimento e
diferenciação, os 1nicrotúbulos corticais controlam
. o alinhamento das microfibrilas de celulose que es-
tão sendo adicionadas à parede, e o sentido da ex-
pansão é controlado, por sua vez, pelo alinhamento
das microfibrilas de celulose na parede (Capítulo
..--, 4; Mathur e Hülskamp, 2002). Além disso, os mi-
. ~
crotúbulos que formam as fibras do fuso mitótico
·'
desempenham uma função no movimento dos cro-
~~ ~"""~.r.~ - ,~/: .f '' ..·,'
J ~"' -~
na), são, como os microtúbulos, estruturas polares O citoesqueleto de actina está envolvido em vá-
co1n extrenüdades positivas e negativas distintas. rias atividades das células vegetais, além do papel
Eles são compostos de 1nonômeros de actina que fundamental que ele desempenha - em associação
se organizam em fil amentos e se assemelham a com as miosinas motoras (Shimmen et al., 2000)
uma hélice de cordão duplo, com diâmetro médio - na corrente citoplasmática e no movimento de
de 7 nanômetros (Meagher et al., 1999; Staiger, plastídios, vesículas (Jeng e Welch, 2001) e outros
2000). Os .filamentos de actina ocorrem individual- componentes citoplasmáticos. Outras funções de-
mente ou em feixes (Fig. 3.7). Esses filamentos monstradas ou sugeridas incluem o estabelecimen-
constituem um sistema de citoesqueleto que pode to da polaridade celular, a determinação do plano
se formar e funcionar independente1nente dos de divisão (por posicionamento da banda pré-pró-
microtúbulos (por exemplo, filamentos de actina fase), sinalização celular (Dnílbak et al., 2004),
conduzem a corrente citoplasmática e a dinâmica crescimento apical de tubos polínicos e pelos radi-
do Golgi). Entretanto, em alguns casos, actina e culares (Kropf et al., 1998), controle cio transpor te
microtúbulos podem atuar juntos no desempenho por plasmodesmos (White et al., 1994; Ding et al.,
de funções específicas. Alguns filamentos de ac- 1996; Aaziz et al., 2001), e os processos de sensibi-
tina estão especialmente associados com micro- lidade mecânica, tais como respostas ao toque em
túbulos e, como os microtúbulos, assumem novas folhas (Xu et al., 1996) e o enrolamento de gavi-
configurações, ou arranjos, em pontos específicos nhas a um suporte (Engelberth et al. , 1995) .
do ciclo celular (Staiger e Schliwa, 1987; Lloyd,
1988; Baluska et al., 1997a; Collings et al., 1998). COMPOSTOS ARMAZENADOS
Em células da região de transição - uma zona pós- Todos os co1npostos armazenados pelas plantas
-mitótica intercalada entre o meristema e a região são produtos do metabolismo. Coletivamente cha-
de alongamento rápido - da extremidade de raiz mados de substâncias ergásticas, esses compostos
de milho em crescimento, a superfície nuclear e o podem aparecer, desaparecer e reaparecer em di-
citoplasma cortical associados com as paredes ter- ferentes épocas da vida de uma célula. A maioria
minais foram identificados co1no as principais re- deles é produto de estocagem, alguns estão envol-
giões de organização dos feixes de filamentos de vidos na defesa da planta, e poucos têm sido ca-
actina (Baluska, 1997a). racterizados como produtos de descarte. Na maio-
84 111 Anatomia das Plantas de Esau
FIGURA 3.7
Filamentos de actina. A , um feixe de filamentos de actina em eletronmicrografia de uma célula foliar de milho (Zea
mays) . B , muitos feixes de filamentos de actina em uma micrografia de fluorescência obtida de uma tricoma no caule
de tomate (Solanum lycopersicum). ( B , obtido de Parthasarathy et ai., 1985.)
ria dos casos, eles formam estruturas visíveis ao lamela comum, formando um grão de anüdo com-
microscópios de luz e/ou microscópios eletrônicos, plexo (Ferri, 1974).
incluindo grãos de amido, corpos proteicos, corpos Os grãos de amido, ou grânulos, varian1 em for-
de óleo, vacúolos preenchidos por tanino e mate- mato e tamanho e comumente mostram lamelação
rial mineral na forma de cristais. Essas substâncias ao redor de um ponto, o hilo, que pode estar no
são encontradas na parede celular, no citosol e em centro do grão ou mais deslocado para um dos la-
organelas, incluindo os vacúolos. dos (Fig. 3.9A). Fraturas, frequentemente a par-
tir do hilo, aparecem durante a desidratação dos
O amido se desenvolve na forma de grãos nos grãos. Todos os grãos consistem de dois tipos de
plastídios moléculas, as cadeias não ramificadas de amilase
Ao lado da celulose, o amido é o carboidrato mais e moléculas de amilopectina ramificadas (Martin
abundante no mundo vegetal. Além disso, é o prin- e Smith, 1995). A lamelação dos grãos de amido
cipal polissacarídeo armazenado nas plantas. Du- é atribuída a uma alternância dessas duas molé-
rante a fotossíntese, amido de assimilação é for- culas de polissacarídeos. A lamelação é acentuada
mado nos cloroplastos (Fig. 3.8) . Mais tarde, ele quando o grão de amido é colocado em água em
é quebrado em açúcares, transportado para as cé- virtude do intumescimento diferencial das duas
lulas armazenadoras e ressintetizado como amido substâncias: a amilase é solúvel em água, e a amilo-
de estocage1n nos amiloplastos (Fig. 3.9). Como pectina não é. A amilase parece ser o componente
mencionado anteriormente, um amiloplasto pode predominante do amido encontrado nas folhas de
conter um (simples) ou mais (co1npostos) grãos de sorgo (Sorghum bicolor) e de milho (Zea mays),
amido. Se muitos grãos de amido se desenvolvem enquanto as sementes contêm de 70% a 90% de
juntos, eles podem se tornar envolvidos por uma amilopectina (Vickery e Vickery, 1981). No amido
O protoplasto: sistema de endomembranas, vias secretoras, citoesqueleto e compostos armazenados 111 85
Parede
celular
FIGURA 3.9
Grãos de amido do tubérculo de batata (Solanum tuberosum) fotografados com luz comum (A) e com luz polarizada
( B). As setas apontam o hilo de alguns grãos de amido em A . Em B, os grãos de amido mostram a figura de uma cruz
de Malta. Cada amiloplasto da batata contém um único grão de amido. (A, B, x620.)
et al., 1981), englobando e digerindo porções do ci- formados dentro de vesículas e podem ou não ser
toplasma. Conforme a germinação progride, os nu- liberados no citosol na maturidade (Marinos, 1965;
merosos vacúolos pequenos podem se fundir e for- Lyshede, 1980). Cristaloides proteináceos também
mar u1n grande vacúolo. Embora corpos proteicos ocorrem no núcleo. Tais inclusões nucleares são de
sejam mais abundantes em sementes, eles também ocorrência comum entre plantas vasculares (Wer-
ocorrem em raízes, caules, folhas, flores e frutos. gin et al., 1970).
Estruturalmente, o corpo proteico mais simples
consiste de uma matriz proteinácea amorfa, deli-
mitada por uma membrana. Outros corpos protei- Corpos de óleo brotam das membranas do RE
cos podem conter um ou mais globoides não protei- liso por um processo mediado por oleosina
náceos (Fig. 3 .10) ou um, ou mais, globoides e um Os corpos de óleo são estruturas ligeiramente
ou mais, cristaloides de proteína, além da matriz esféricas que conferem uma aparência granular ao
proteinácea. Os corpos proteicos podem também citoplasma de uma célula vegetal sob microscopia
conter um grande número de enzimas e quantida- de luz. Em eletronmicrografias, os corpos de óleo
des razoáveis de ácido fítico, um sal de cátion do têm aparência amorfa (Fig. 3.10). Os corpos de óleo
ácido hexafosfórico de mioinositol, que geralmente são amplamente distribuídos pelo corpo da planta,
é estocado nos globoides. O ácido fítico é uma fonte mas são mais abundantes em frutos e sementes.
importante de fósforo durante o desenvolvimento Aproximadamente 45% do peso das sementes de
da plântula. Alguns corpos proteicos contêm cris- girassol, amendoim, linhaça e gergelim é composto
tais de oxalato de cálcio (Apiaceae). de óleo (Somerville e Br0\1/Se, 1991). O óleo fornece
As proteínas podem ocorrer na forma de cris- energia e un1a fonte de carbono para plântulas em
taloides no citosol, como, por exemplo, nas células desenvolvimento.
do parênquima do tubérculo de batata, entre os Os corpos de óleo, tan1bém conhecidos como
grãos de amido de Musa, e no parênquima do fruto esferosomos ou oleosomos, surgem do acúmulo de
de Capsicum. No tubérculo de batata, os cristais moléculas de triacilglicerol em locais especí-
proteicos cuboides são encontrados nas células ficos (domínio 9 do RE, Fig. 3.1) no interior da bi-
abaixo do felogênio. Os cristais aparentemente são camada lipídica do RE (Wanner e Thelmer, 1978;
O protoplasto: sistema de endomembranas, vias secretoras, citoesqueleto e compostos armazenados 111 87
FIGURA 3.10
Feixe vascular in1aturo, rodeado por células de parênquima de reserva, no cotilédone do embrião de Arabidopsis
thaliana. Corpos de óleo (oi) e corpos contendo proteína globoide (pg) ocupam a maior parte do volume das células
procambiais e células do parênquima de reserva. Outros detalhes: te, elemento de t ubo crivado irnaturo; ev: elemento
de vaso imaturo. (Obtido de Busse e Evert, 1999 © 1999 por The University of Chicago. Todos os direitos reservados.)
Ohlrogge e Browse, 1995). Esses locais de acúmulo perma da palmeira Elais , onde as células estavam
de lipídios são definidos pela presença de proteínas preenchidas com cristais curtos de gordura em for-
de membrana integrais com 15 a 25 kDa conhecidas mato de agulha (Küster, 1956). (A distinção entre
como oleosinas, moléculas que faze1n con1 que os gorduras e óleos é essencialmente física, sendo que
corpos de óleo brotem no citosol (Huang, 1996). as gorduras se apresentam sólidas em temperatura
Cada corpo de óleo é envolto por uma única cama- ambiente e os óleos, líquidos.) Os chamados óleos
da de fosfolipídio na qual as oleosinas estão embe- essenciais são óleos voláteis que contribuem para a
bidas (Somerville e Browse, 1991; Loer e Herman, essência ou odor das plantas. Eles são produzidos
1993). As oleosinas e os fosfolipídios estabilizam os por células especiais e excretados para espaços in-
corpos de óleo e previnem sua coalescência (Tzen tercelulares (Capítulo 17). Óleos e gorduras podem
e Huang, 1992; Cummins et al., 1993) . A manuten- ser identificados por uma coloração avermelhada
ção dos corpos de óleo como pequenas entidades quando são tratados con1 Suclan III ou IV.
assegura uma ampla área superficial para a ligação Deve-se, ainda, mencionar as ceras, compostos
de lipases e a rápida mobilização ele triacilgliceróis, lipídicos de cadeia longa, que ocorrem como parte
quando necessário. da cobertura protetora (cutícula) na epiderme de
O armazenamento de lipídios ocorre em quase partes aéreas do corpo vegetal primário e na face
todos os táxons vegetais e, provavelmente, em toda interna da parede primária das células do súber em
célula, pelo menos em pequenas quantidades (Küs- raízes e caules lenhosos. Essas ceras constituem a
ter, 1956). Geralmente eles são encontrados na for- principal barreira contra a perda de água a partir
ma líquida como corpos de óleo. Formas cristalinas da superfície elo corpo vegetal (Capítulo 9) . Pela re-
são raras. Um exemplo foi relatado para o endos- dução da umidade de folhas, as ceras tan1bém re-
88 111 Anatomia das Plantas de Esau
duzem a capacidade de germinação de esporos de vasão ele organismos parasitas por imobilizar en-
fungos e o crescimento de bactérias, o que reduz a zimas extracelulares. As plantas que produzem e
possibilidade de esses agentes causarem doenças. A secretam quantidades substanciais de polifenóis,
maioria das plantas contém pouca cera de valor eco- incluindo os taninos, podem impedir o crescimen-
nômico. Exceções são a palmeira Copernicia ceri- to de outras plantas nas adjacências, um fenômeno
fera, que produz a cera de carnaúba, e Simmondia conhecido como ale lopatia. Os taninos liberados
chinensis (jojoba), cujos cotilédones contêm un1a das folhas em decomposição na água são prejudi-
cera líquida de qualidade semelhante ao óleo de ba- ciais a alguns insetos (Ayres et al., 1997), incluindo
leia (Rost et al., 1977; Rost e Paterson, 1978). larvas ele lepidóptera fitófago (Barbehenn e Mar-
tin, 1994). Eles aparentemente desempenham um
Os taninos ocorrem geralmente em vacúolos, papel importante na seleção do hábitat entre co-
munidades de mosquitos de hidrossistemas Alpi-
mas também são encontrados nas paredes nos (Rey et al., 2000).
celulares Compostos fenólicos, principalmente taninos,
Os taninos são um grupo heterogêneo de substân- são sintetizados em grandes quantidades em folhas
cias polifenólicas, metabólitos secundários impor- de Fagus sylvatica, em resposta ao estresse am-
tantes, com um sabor adstringente e capacidade biental (Bussotti et al., 1988). Inicialmente, eles se
para curtir couro. Eles geralmente são divididos acumulam em vacúolos, especialmente na epider-
em duas categorias, hidrolisáveis e condensados. me superior e no parênquima paliçádico. Em um
Os taninos hidrolisáveis pode1n ser hidrolisados estágio posterior, os taninos parecem ser solubili-
co1n ácido diluído quente para formar carboidra- zados no citosol e retranslocados, eventualmente
tos (principalmente glicose) e ácidos fenólicos. Os impregnando as paredes das células da epiderme
taninos condensados não podem ser hidrolisados. da face superior. A impregnação elas paredes pelos
Em algumas de suas formas, os taninos são bem taninos tem sido interpretada como um mecanis-
conspícuos em material seccionado. Eles aparecem mo ele impermeabilização associado com a redução
como material grosseiro ou, finamente, granular, da transpiração cuticular. O escurecimento asso-
ou como corpos de vários tamanhos com colora- ciado ao crescimento da raiz de Pinus banksia-
ção amarela, vermelha ou marrom. Nenhum teci- na e de eucalipto (Eucaliptus pilularis) ten1 sido
do parece não possuir tanino completamente. Os atribuído à deposição de taninos condensados nas
taninos são abundantes em folhas de muitas plan- paredes das células externas ao cilindro vascular
tas, em tecidos vasculares, na periderme em frutos (McKenzie e Peterson, 1955a, b). As células epi-
verdes, em tegun1entos de sementes e en1 excres- dérmicas e corticais na "zona tanífera" 1narrom das
cências patológicas como galhas (Küster, 1956). raízes são mortas. Taninos condensados também
Eles ocorrem geralmente nos vacúolos (Fig. 2.21), foram encontrados nos espessamentos phi das raí-
mas aparentemente se origina1n no RE (Zobel, zes de Ceratonia siliqua (Pratikakis et al., 1998).
1985; Rao, 1988). Os taninos podem estar presen- Os espessamentos phi são espessamentos de pa-
tes em n1uitas células de u1n determinado tecido rede reticulados ou em faixa nas células corticais
ou isolado em células especializadas (idioblastos de certas gimnospermas (Ginkgoaceae, Arauca-
de tanino) espalhadas por todo o tecido (Gonza- riaceae, Taxaceae e Cupressaceae; Gerrath et al.,
lez, 1966; Yonemori et al., 1997). Além disso, eles 2002) e de poucas espécies de angiospermas, tais
podem estar localizados em células muito grandes como Ceratonia siliqua, Pyrus mallus (Mallus
chamadas sacos taníferos ou em células tubulares domestica) e Pelargonium hortorum (Peterson
(Capítulo 17). et al., 1981) .
A maioria elos extratos usados no processamen-
to de couro em curtumes é proveniente de algu- Os cristais de oxalato de cálcio geralmente
mas eudicotiledôneas, em particular, da madeira,
casca, folhas e/ou frutos de espécies de Anacar- se desenvolvem em vacúolos, mas também
diaceae, Fabaceae e Fagaceae (Haslam, 1981). são encontrados nas paredes celulares e na
Aparentemente, a principal função dos taninos é cutícula
a ele proteção; sua adstringência serve con10 um Os depósitos inorgânicos em plantas consistem
repelente aos predadores e um impedimento à in- principalmente de sais de cálcio e anidridos de sí-
O protoplasto: sistema de endomembranas, vias secretoras, citoesqueleto e compostos armazenados 111 89
FIGURA 3.13
Câmaras cristalíferas no vacúolo de uma célula em desenvolvimento na folha de uva (Vitis vulpine) como observado
com microscópio eletrônico de transmissão. Cada cavidade observada era ocupada por uma ráfide (r). Cada ráfide é
rodeada por uma membrana da câmara cristalífera (seta) . (Obtido de Webb et ai., 1995. © Blackwell Publishing.)
al., 1995). Uma etapa posterior do desenvolvimen- e Pautard, 1970; Kuo-Huang, 1990). Nas células
to pode envolver a deposição de uma parede celu- epidérmicas de Dracaena sanderiana (Pen-
lar ao redor do cristal, isolando completamente o nisi et al., 2001a) e nas esclereides que formam
cristal do protoplasto (Ilarsla et al., 2001). cristais da folha de Nymphaea tetragona, cada
Horner e Wager (1995) reconheceram dois sis- cristal "extracelular" se origina em uma câmara
temas gerais de formação de cristal vacuolar base- cristalífera delimitada por uma bainha inicial-
ado em parte na presença ou ausência de comple- mente conectada com a membrana plasmática
xos de membrana nos vacúolos. Sistema I, que é (Kuo-Huang, 1992; Kuo-Huang e Chen, 1999).
exemplificado pelas drusas em Capsicum e Vitis, Após os cristais serem formados nas esclereides
pelas ráfides em Psycotria e pela areia cristalina de Nymphaea, uma espessa parede secundária é
em Beta, todas eudicotiledôneas, é caracterizado depositada e os cristais são embutidos entre as
pela presença de complexos de men1brana vacuolar paredes primária e secundária.
e de corpos paracristalinos orgânicos que mostram Foi mostrado que a formação de oxalato de cál-
subunidades com grande periodicidade. Sistema cio é um processo rápido e reversível em Lemna
II, que é caracterizado pela ausência de complexos minor (Franceschi, 1989). Com um aumento na
de 1nembrana vacuolar e pela presença de corpos concentração de cálcio exógeno, foram formados
paracristalinos com subunidades bem próximas, feixes de cristais nas células da raiz, 30 minutos
é exemplificado pelos idioblastos contendo ráfi- após o estímulo de indução. Com a fonte de cálcio
des em Typha, Vanilla, Yucca (Horner e Wagner, limitada, os feixes de cristais recentemente forma-
1995), e Dracaena (Pennisi et al., 2001b), todas dos dissolveram ao longo de um período de três
monocotiledôneas. horas. Obviamente, a formação de oxalato de cál-
Embora incomum em fanerógamas, a deposi- cio não é u1n "processo sem saída". Os resultados
ção de cristais na parede celular e na cutícula em desse e outros estudos (Kostman e Franceschi,
vez de vacúolos é frequen te e1n coníferas (Evert 2000; Volk et ai. , 2002; Mazen et ai., 2003) indicam
et al. , 1970; Oladele, 1982). Entre as angiosper- que a formação de cristal é um processo altamente
mas, cristais de oxalato de cálcio foram relatados controlado e pode proporcionar um mecanismo de
na cutícula de Casuarina equisetifolia (Pant et regulação nos níveis de cálcio nos órgãos vegetais.
al., 1975) e de algumas Aizoaceae (Óztig, 1940), Foi mostrado que os idioblastos contendo ráfides
entre a parede primária da célula epidérmica e a de Pistia stratiotes são enriquecidos com calretí-
cutícula en1 Dracaena (Pennisi et al., 2001a), e culo, proteína de ligação ao cálcio, que ocorre em
entre as paredes pri1nária e secundária das as- subdomínios do RE (Quitadamo et ai., 2000; Kost-
troesclereides em Nymphaea e Nuphar (Arnott man et al., 2003; Nakara et al., 2003). Foi proposto
o protoplasto: sistema de endomembranas, vias secretoras, citoesqueleto e compostos armazenados 111 91
que o calretículo está envolvido na manutenção da A sílica é mais comumente depositada nas
baixa atividade do cálcio citosólico, ao passo que paredes celulares
permite o rápido acúmulo do cálcio usado para a Entre as espermatófitas, os depósitos de sílica
formação dos cristais de oxalato de cálcio (Mazen mais densos e característicos ocorre1n nas gramí-
et al., 2003; Nakata et al., 2003) . Outras funções neas (Poaceae), onde podem ser responsáveis por
atribuídas ao processo de calcificação incluem a 5% a 20% do peso seco dos caules (Lewin e Rei-
renloção do oxalato em plantas incapazes de me- mann, 1969; Kaufman et al., 1985; Epstein, 1999).
tabolizá-lo, a proteção contra herbivoria (Finley, Um recorde na quantidade de sílica (41% do peso
1999; Saltz e Ward, 2000; Molano-Flores, 2001), seco) foi registrado em folhas de Sasa veitchii
a estocagem ele cálcio (Ilarslan et al., 2001; Volk (Bambusoideae), que acumula sílica continuamen-
et al., 2002) , a desintoxicação de metais pesados te ao longo de seus 24 meses de vida (Motomura
(veja literatura citada em Nakata, 2003), o aumen- et ai., 2002). Depósitos de sílica também ocorrem
to de força mecânica e de peso do tecido. O peso nas raízes de gramíneas (Sangster, 1978). Em ge-
acrescentado ao tecido pelo oxalato de cálcio pode ral, as monocotiledôneas retêm e depositam n1ais
ser substancial. Oitenta e cinco por cento do peso sílica que as eudicotiledôneas. O acúmulo de sílica
seco de alguns cactos consiste1n em oxalato de cál- nas plantas contribui para a rigidez dos caules e
cio (Cheavin, 1938) . fornece resistência contra ataques de fungos pato-
Dois tipos de idioblastos com ráfides ocorrem gênicos e insetos predadores, além de outros her-
nas folhas de Colocasia esculenta (taro, Sunell e bívoros (McNaughton e Tarrants, 1983). A sílica
Healey, 1985) e D ieffenbachia maculata ( comigo- geralmente forma corpos, chamados corpos de sí-
-ninguénl-pode, Sakai e Nagao, 1980): defensivos lica ou fitólitos, no lúmen da célula (Capítulo 9).
e não defensivos. Os idioblastos defensivos ejetam
Na casca dos frutos de Cucurbita, a lignificação e
forçosamente suas "agulhas" através de papilas
a formação de fitólitos parecem ser geneticamente
com paredes delgadas nas extremidades das célu- ligadas, sendo ambas determinadas por um lócus
las quando as espécies de Araceae são ingeridas
gênico chamado hard rind (Hr) (Piperno et al.,
ou manuseadas a fresco. Os idioblastos com ráfides 2002) . Com a lignificação da casca, a produção de
não defensivos não estão envolvidos com as pro-
fitólitos proporciona defesa mecânica adicional ao
priedades irritantes das aráceas. O ardor provoca-
fruto.
do pelas ráfides das aráceas comestíveis, incluindo
o taro, pode ser devido à dupla ação do formato
das ráfides que perfuram a pele e apresentam uma
substância irritante (uma protease) que causa in-
chaço e dor (Bradbury e Nixon, 1998). Paull et al.
(1999) relatam, entretanto, que essa queimação é
inteiramente devida a uma proteína irritante (de
26 kDa, possivelmente uma cisteína proteinase)
encontrada na superfície das ráfides.
Os cristais de carbonato de cálcio não são
comuns nas plantas com sementes. As formações
de carbonato de cálcio mais conhecidas são os
cistólitos (kustis, saco; lithos, pedra), que são
formados em grandes células especializadas cha-
madas litocistos encontradas no parênquima
fundamental e na epiderme (Fig. 3.14; Capítulo
9) . Os cistólitos se desenvolvem externamente à FIGURA 3.14
me1nbrana plasmática em associação co1n a parede
Cristal de carbonato de cálcio. Secção transversal da
celular do litocisto. Calose, celulose, sílica e subs- parte superior da lâmina foliar de Ficus elastica que
tâncias pécticas tanlbénl entram na composição mostra cistólito claviforme em célula epidérmica ex-
dos cistólitos (Eschrich, 1954; Metcalfe, 1983), que pandida, o litocisto. O cistólito consiste principalmente
ocorre1n em um número limitado (14) de famílias de carbonato de cálcio depositado em um pedúnculo
(Metcalfe e Chalk, 1983). celulósico. (xl 55.)
92 11 1 Anatomia das Plantas de Esau
Tmplications for the role of oleosins and the FRANCESCHI, V. R. 1989. Calcium oxalate forma-
mechanisms of oil-body formation. Plant Mol. tion is a rapid and reversible process in L emna
Biol. 23, 1015-1027. minar L. Protoplasma 148, 130- 137.
DERKSEN, J., F. H. A. WILMS e E. S. PIERSON. FRANCESCHI, V. R. e H. T. HORNER JR. 1980. Cal-
1990. The plant cytoskeleton: Its significance in cium oxalate crystals in plants. Bot. Rev. 46,
plant development. Acta Bot. Neerl. 39, 1-18. 361-427.
DING, B., M.-0. KWON e L. WARNBERG. 1996. Evi- FREY-WYSSLING, A. 1980. Why starch as our main
dence that actin filaments are involved in con- food supply? Ber. Dtsch. Bot. Ges. 93, 281-287.
trolling the permeability of plas1nodesmata in GARCIA-HERDUGO, G., J. A. GONZÁLEZ-REYES,
tobacco mesophyll. Plant J 10, 157-164. F. GRACIA-NAVARRO e P. NAVAS. 1988. Gro-
DRIOUICH, A. e L. A. STAEHELIN. 1997. The plant wth kinetics of the Golgi apparatus during the
Golgi apparatus : Structural organization and cell cycle in onion root meristems. Planta 175,
functional properties. ln: The Golgi Apparatus, 305- 312.
pp. 275-301, E. G. Berger e J. Roth, eds. Birkhau- GERRATH, J. M., L. COVINGTON, J. DOUBT e D. W.
ser Verlag, Basel. LARSON. 2002. Occurrence of phi thickenings is
DRIOUICH, A., L. FAYE e L. A. STAEHELIN. 1993. correlated with gymnosperm systematics. Can.
The plant Golgi apparatus : A factory for complex J Bot. 80, 852-860.
polysaccharides and glycoproteins. Trends Bia- GIETL, C. e M. SCHMID. 2001. Ricinosomes: An or-
chem. Sei. 18, 210-214. ganelle for developmentally regulated program-
DR0BAK, B. K., V. E. FRANKLIN-TONG e C. J. STAI- med cell death in senescing plant tissues. Na-
GER. 2004. The role of the actin cytoskeleton in turwissenschaften 88, 49-58.
plant cell signalling. New Phytol. 163, 13- 30. GODDARD, R. H., S. M. WICK, C. D. SILFLOW e D. P.
DUPREE, P. e D. J. SHERRIER. 1998. The plant Gol- SNUSTAD. 1994. Microtubule components of the
gi apparatus. Biochim. Biophys. Acta (Mol. Cell plant cell cytoskeleton. Plant Physiol. 104, 1- 6.
Res.) 1404, 259-270. GONZALEZ, A. M. 1996. Nectarios extraflorales en
ENGELBERTH, J., G. WANNER, B. GROTH e E. W. Turnera, series Canaligerae y Leiocarpae. Bon-
WEILER. 1995. Functional anatomy of the me- plandia 9, 129- 143.
chanoreceptor cells in tendrils of Bryonia dioi- HASLAM, E. 1981. Vegetable tannins. In: The Bio-
ca Jacq. Planta 196, 539-550. chemistry of Plants, vol. 7, Secondary Plant
EPSTEIN, E. 1999. Silicon. Annu. Rev. Plant Phy- Products, pp. 527-556, E. E. Conn, ed. Academic
siol. Plant Mol. Biol. 50, 641- 664. Press, New York.
ESAU, K. 1977. Anatomy of Seed Plants, 2. ed. Wi- HEPLER, P. K. e B. E. S. GUNNING. 1998. Confocal
ley, Nev.r York. fluorescence microscopy of plant cells. Proto-
ESCHRICH, W. 1954. Ein Beitrag zur Kenntnis der plasma 201, 121-157.
Kallose. Planta 44, 532- 542. HEPLER, P. K. e R. O. WAYNE. 1985. Calcium and
EVERT, R. F., J. D. DAVIS, C. M. TUCKER e F. J. plant development. Annu. Rev. Plant Physiol.
ALFIERI. 1970. On the occurrence of nuclei in 36, 397- 439.
mature sieve elements. Planta 95, 281- 296. HEPLER, P. K., B. A. PALEVITZ, S. A. LANCELLE,
FERRI, S. 1974. Morphological and structural in- M. M. MCCAULEY e 1. LICHTSCHEIDL. 1990.
vestigations on Smilax aspera leaf and storage Cortical endoplasmic reticulum in plants. J Cell
starches. J Ultrastruct. Res. 47, 420-432 . Sei. 96, 355-373.
FINLEY, D. S. 1999. Patterns of calcium oxalate HERMAN, E. M. e B. A. LARKINS. 1999. Protein sto-
crystals in young tropical leaves: A possible role rage bodies and vacuoles. Plane Cell 11, 601-614.
as an anti-herbivory defense. Rev. Biol. Trop. 47, HERMAN, E. M., B. BAUMGARTNER e M. J. CHRIS-
27-31. PEELS. 1981. Uptake and apparent digestion of
FISHER, D. G. e R. F. EVERT. 1982. Studies on the cytoplasmic organelles by protein bodies (pro-
leaf of Amaranthus retrojlexus (Amaranthace- tein storage vacuoles) in mung bean (Vigna ra-
ae): Chloroplast polymorphism. Bot. Gaz. 143, diata) cotyledons. Eur. J Cell Biol. 24, 226-235.
146- 155. HILLMER, S., A. MOVAFEGHI, D. G. ROBINSON e
FLANDERS, D. J., D. J. RAWLINS, P. J. SHAW e e. G. HINZ . 2001. Vacuolar storage proteins are sor-
W. LLOYD. 1990. Re-establishment of the in- ted in the cis-cisternae of the pea cotyledon Gol-
terphase microtubule array in vacuolated plant gi apparatus. J Cell Biol. 152, 41-50.
cells, studied by confocal microscopy and 3-D HOLTZMAN, E. 1992. Intracellular targeting and
imaging. Development 110, 897-903. sorting. BioScience 42, 608-620.
94 111 Anatomia das Plantas de Esau
Casuarina equisetifolia Forst. Ann. Bot. 39, plant sample immunoblotting and immunoloca-
1117- 1123. lization. Plant Sei. 153, 7- 14.
PARTHASARATHY, M. V., T. D. PERDUE, A. WIT- RAO, K. S. 1988. Fine structural details of tannin
ZTUM e J. ALVERNAZ. 1985. Actin network as a accumulations in non-dividing cambial cells.
normal component of the cytoskeleton in many Ann. Bot. 62, 575- 581.
vascular plant cells. Am. J. Bot. 72, 1318-1323. REY, D., J.-P. DAVID, D. MARTINS, M.-P. PAUTOU,
PAULL, R. E., C.-S. TANG, K. GROSS e G. URUU. A. LONG, G. MARIGO e J.-C. MEYRAN. 2000.
1999. The nature of the taro acridity factor. Pos- Role of vegetable tannins in habitat selection
tharvest Biol. Teeh. 16, 71- 78. among mosquito communities from the Alpine
PENNISI, S. V. e D. B. MCCONNELL. 2001. Taxono- hydrosystems. C. R. Aead. Sei., Paris, Sei. de
mic relevance of calcium oxalate cuticular depo- la Vie 323, 391- 398.
sits in Draeaena Vand. ex L. HortSeienee 36, RIDGE, R. W., Y. UOZUMI, J . PLAZINSKI, U. A.
1033- 1036. HURLEY e R. E. WILLIAMSON. 1999. Develop-
PENNISI, S. V., D. B. MCCONNELL, L. B. GOWER, mental t ransitions and dynamics of the cortical
M. E. KANE e T. LUCANSKY. 2001a . Periplasmic ER of Arabidopsis cells seen 'A7ith green fluo-
cuticular calcium oxalate crystal deposition in rescent protein. Plant Cell Physiol. 40, 1253-
Draeaena sanderiana. New Phytol. 149, 209- 1261.
218 . ROST, T. L. e K. E. PATERSON. 1978. Structural and
PENNISI, S. V., D. B. MCCONNELL, L. B. GOWER, histochemical characterization of the cotyledon
M. E. KANE e T. LUCANSKY. 2001b. Intracellular storage organelles of jojoba (Simmondsia ehi-
calcium oxalate crystal structure in Draeaena nensis). Protoplasma 95, 1-10.
sanderiana. New Phytol. 150, 111- 120. ROST, T. L. , A. D. SIMPER, P. SCHELL e S. ALLEN.
PETERSON, C. A., M. E. EMANUEL e C. A. WEER- 1977. Anatomy of jojoba (Simmondsia ehinen-
DENBERG. 1981. The penneability of phi t hi- sis) seed and the utilization of liquid wax during
ckenings in apple (Pyrus malus) and geranium germination. Eeon. Bot. 31, 140-147.
(Pelargonium hortorum) roots to an apoplastic SAKAI, W. S. e M. A. NAGAO. 1980. Raphide struc-
fluorescent dye tracer. Can. J. Bot. 59, 1107- 1110. ture in Diejfenbaehia maeulata. J. Am. Soe.
PIPERNO, D. R., I. HOLST, L. WESSEL-BEAVER e Hortie. Sei. 105, 124- 126.
T. C. ANDRES. 2002. Evidence for the control of SALTZ, D. e D. WARD. 2000. Responding to a three-
phytolith formation in Cueurbita fruits by the -pronged attack: Desert lilies subject to herbivory
hard rind (Hr) genetic locus : Archaeological and by dorcas gazelles. Plant Eeol. 148, 127- 138.
ecological implications. Proe. Natl. Aead. Sei. SANDERFOOT, A. A. e N. V. RAIKHEL. 1999. The
USA 99, 10923- 10928. specifi city of vesicle t rafficking: Coat proteins
PRATIKAKIS, E., S. RHIZOPOULOU e G. K. PSA- and SNAREs. Plant Cell 11, 629-641.
RAS. 1998. A phi layer in roots of Ceratonia si- SANGSTER, A. G. 1978. Silicon in the roots of hi-
liqua L. Bot. Aeta 111, 93-98. gher plants. Am. J. Bot. 65, 929-935.
PRYCHID, C. J. e P. J. RUDALL. 1999. Calcium oxa- SCHNEPF, E. 1993. Golgi apparatus and slime se-
late crystals in monocotyledons : A review of cretion in plants: The early implications and re-
t heir structure and systematics. Ann. Bot. 84, cent models of membrane traffic. Protoplasma
725- 739. 172, 3- 11.
QUADER, H. e E. SCHNEPF. 1986. Endoplasmic re- SEAGULL, R. W. 1989. The plant cytoskeleton. Crit.
ticulum and cytoplasmic streaming: Fluorescen- Rev. Plant Sei. 8, 131- 167.
ce microscopical observations in adaxial epider- SHEAHAN, M. B., R. J. ROSE e D. W. MCCURDY.
mis cells of onion bulb scales. Protoplasma 131, 2004. Organelle inheritance in plant cell division:
250-252. The actin cytoskeleton is required for unbiased
QUADER, H., A. HOFMANN e E. SCHNEPF. 1989. inheritance of chloroplasts, mitochondria and
Reorganization of the endoplasmic reticulum in endoplasmic reticulum in dividing protoplasts.
epiderma! cells of onion bulb scales after cold Plant J. 37, 379-390.
stress : Involvement of cytoskeletal elements. SHIMMEN, T., R. W. RIDGE, I. LAMBIRIS, J. PLA-
Planta 177, 273-280. ZINSKI, E. YOKOTA e R. E. WILLIAMSON. 2000.
QUITADAMO, I. J ., T. A. KOSTMAN, M. E. Plant myosins. Protoplasma 214, 1- 10.
SCHELLING e V. R. FRANCESCHI. 2000. Mag- SOMERVILLE, C. e J . BROWSE . 1991. Plant lipids :
netic bead purification as a rapid and efficient Metabolism, mutants, and membranes. Seience
method for enhanced antibody specifi city for 252, 80-87.
O protoplasto: sistema de endomembranas, vias secretoras, citoesqueleto e compostos armazenados 111 97
STAEHELIN, L. A. 1997. The plant ER: A dynamic ble role in fat utilization in germinating oil seeds.
organelle co1nposed of a large number of discrete Planta 140, 163- 169.
functional domains. Plant J 11, 1151- 1165. WASTENEYS, G. O. 2004. Progress in understan-
STAIGER, C. J. 2000. Signaling to the actin cytoske- ding the role of microtubules in plant cells. Curr.
leton in plants. Annu. Rev. Plant Physiol. Plant Opin. Plant Biol. 7, 651- 660.
A1ol. Biol. 51, 257-288. WEBB, M. A. 1999. Cell-mediated crystallization of
STAIGER, C. J. e M. SCHLIWA. 1987. Actin localiza- calcium oxalate in plants. Plant Cell 11, 751- 761.
tion and function in higher plants. Protoplasma WEBB, M. A., J. M. CAVALETTO, N. C. CARPITA,
141, 1- 12. L. E. LOPEZ e H. J . ARNOTT. 1995. The intra-
SUNELL, L. A. e P. L. HEALEY. 1985. Distribut ion vacuolar organic matrix associated with calcium
of calcium oxalate crystal idioblasts in leaves oxalate crystals in leaves of Vitis. Plant J. 7,
of taro (Coloeasia eseulenta). Am. J Bot. 72, 633-648.
1854- 1860. WERGIN, W. P., P. J. GRUBER e E. H. NEWCOMB.
TZEN, J. T. e A. H. HUANG. 1992. Surface structure 1970. Fine structural investigation of nuclear in-
and properties of plant seed oi! bodies. J. Cell clusions in plants. J. Ultrastruet. Res. 30, 533-
Biol. 117, 327- 335. 557.
VANTARD, M., R. COWLING e C. DELICHERE. WHITE, R. G., K. BADELT, R. L. OVERALL e M.
2000. Cell cycle regulation of the microtubular VESK. 1994. Actin associated with plasmodes-
cytoskeleton. Plant Mal. Biol. 43, 691-703. mata. Protoplasma 180, 169-184.
VARRIANO-MARSTON, E. 1983. Polarization mi- WYMER, C. e C. LLOYD. 1996. Dyna1nic microtubu-
croscopy: Applications in cereal science. ln: New les : Implications for cell wall patterns. Trends
Frontiers in Food Mierostrueture, pp. 71- 108, Plant Sei. l , 222- 228 .
D. B. Bechtel, ed. American Association of Cereal WYMER, C. L., S. A. WYMER, D. J. COSGROVE e
Chemists, St. Paul, MN. R. J. CYR. 1996. Plant cell growth responds to
VICKERY, M. L. e B. VICKERY. 1981. Seeondary externa! forces and the response requires intact
Plant Metabolism. University Park Press, Balti- microtubules. Plant Physiol. 110, 425- 430.
more. XU, W., P. CAMPBELL, A. K. VARGHEESE e J. BRA-
VITALE, A. e J. DENECKE. 1999. The e ndoplasmic AM. 1996. The Arabidopsis XET-related gene
reticulum- Gateway of the secretory pathway. family: Environmental and hormonal regulation
Plant Cell 11, 615-628. of expression. Plant J 9, 879-889.
VITALE, A., A. CERIOTTI e J. DENECKE. 1993. The YONEMORI, K., M. OSHIDA e A. SUGIURA. 1997.
role of the endoplasmic reticulum in protein syn- Fine structure of tannin cells in fruit and callus
thesis, modification and intracellular transport. tissues ofpersimmon.AetaHortie. 436, 403- 413.
J Exp. Bot. 44, 1417-1444. ZHANG, O. F. e L. A. STAEHELIN. 1992. Functio-
VOLK, G. 11., V. J. LYNCH-HOLM, T. A. KOSTMAN, nal compartmentation of the Golgi apparatus of
L. J. GOSS e V. R. FRANCESCHI. 2002. The role plant cells. Plant Physiol. 99, 1070-1083.
of druse and raphide calciu1n oxalate crystals in ZHENG, H. Q. e L. A. STAEHELIN. 2001. Nodal en-
tissue calcium regulation in Pistia stratiotes le- doplasmic reticulum, a specialized form ofendo-
aves. Plant Biol. 4, 34-45. plasmic reticulum found in gravity-sensing root
WANG, Z.-Y., K. S. GOULD e K. J. PATTERSON. tip columella cells. Plant Physiol. 125, 252- 265.
1994. Structure and development of mucilage- ZOBEL, A. M. 1985. Ontogenesis of tannin coe-
-crystal idioblasts in the roots of five Aetinidia nocytes in Sambueus raeemosa L. I. Develop-
species . Int. J Plant Sei. 155, 342-349. ment of the coenocytes from mononucleate tan-
WANNER, G. e R. R. THELMER. 1978. Membranous nin cells. Ann. Bot. 55, 765- 773 .
appendices of spherosomes (oleosomes). Possi-
CàP. ÍiliULO OUàiliF.iO
PAREDE
CELULAR
A presença de uma parede, acima de qualquer ou- transporte e na secreção de substâncias nas plan-
tra característica, distingue a célula vegetal da cé- tas. Evidências experimentais indicam que molé-
lula animal. Sua presença é a base de muitas das culas liberadas de paredes celulares estão envolvi-
características das plantas enquanto organismos. das em sinalização célula a célula, influenciando a
A parede celular é rígida e, portanto, limita o ta- diferenciação celular (Fry et al., 1993; Mohnen and
manho do protoplasto, evitando a ruptura da mem- Hahn, 1993; Pennell, 1998; Braam, 1999; Lisková et
brana plasmática quando o protoplasto amplia seu al., 1999) .
tamanho em decorrência da entrada de água. A Além disso, a parede celular pode desempenhar
parede celular determina fortemente o ta1nanho e um papel na defesa contra bactérias e fungos pa-
a forma da célula, a textura do tecido e a forma fi- togênicos ao receber e processar informações a
nal de um órgão vegetal. Os tipos celulares são fre- partir da superfície do patógeno e transmitir es-
quentemente identificados pela estrutura de suas sas informações para a membrana plasmática da
paredes, refletindo uma estreita associação entre a célula hospedeira. Por meio de processos genes-
estrutura da parede e a função da célula. -ativados, a célula hospedeira pode tornar-se resis-
Considerada por muito tempo como meramente tente ao ataque por meio da produção de fitoale-
um produto inativo do protoplasto, a parede agora é xinas - antibióticos que são tóxicos aos patógenos
reconhecida como um compartimento metabolica- (Darvill e Albershein1, 1984; Bradley et al., 1992;
mente ativo, desempenhando funções específicas Hammerschmidt, 1999) - ou por meio da deposi-
e essenciais (Bolwell, 1953; Fry, 1995; Carpita e ção de substâncias, tais como ligninas, suberina,
McCann, 2000) . Assim, a parede primária da célu- ou calose, que podem agir como barreiras passivas
la - as camadas parietais formadas principalmente à invasão (Vance et al., 1980; Perry e Evert, 1983;
enquanto a célula está aumentando em tamanho - Pearce, 1989; Thonlson et al., 1995).
foi por diversas vezes caracterizada como uma "or- Conceitualmente, os botânicos sempre conside-
ganela vital ou indispensável" (Fry, 1988; Hoson, raram a parede celular como uma parte integral da
1991; McCann et al. 1990), um "compartimento célula vegetal. No entanto, muitos biologistas celu-
subcelular especial fora da menlbrana plasmática'' lares que trabalha1n com célula vegetal têm adota-
(Satat-Jeunemaire, 1992), e u1na "extensão vital do a terminologia empregada para a célula animal
do citoplasma" (Carpita e Gibeaut, 1993). As pare- e se referem à parede celular como uma "matriz
des celulares contêm uma variedade de enzimas e extracelular", indicando que a parede celular en-
desempenhanl papéis importantes na absorção, no contra-se fora da célula vegetal (Staehelin, 1991;
100 111 Anatomia das Plantas de Esau
OH
camadas HO O
triz extracelular das células animais é completa-
mente diferente da parede da célula vegetal, sendo
a primeira formada basicamente de proteínas, e a
última, em grande parte, composta de polissacarí-
H0~:0
O OH
deos; uma célula anin-lal não é definida pela matriz G
extracelular que partilha com as células adjacentes ;,..,...-Macrofibrila
no tecido, enquanto a célula vegetal é definida pela
parede produzida pelo seu protoplasto; as células
animais não são fixas espacialmente, mas podem
se mover em um meio extracitoplasmático pree-
xistente, enquanto as células vegetais não mudam
sua posição dentro de uma "matriz extracelular" -11-+---Microfibrila
comum; a presença de uma parede celular é pré-
-requisito para a divisão celular nas plantas; para
uma célula vegetal crescer e se dividir, a parede D Molécula de
precisa também crescer e se dividir (Suzuki et al., celulose
1998). Além disso, como apontado por Cannolly e
Berlyn (1996), o termo matriz extracelular leva à
confusão que é evitada pelo uso de termos bem es-
tabelecidos em relação à parede celular (discutido
neste capítulo). O termo parede celular continuará
sendo usado neste livro para se referir a esse com-
ponente celulósico distintivo da célula vegetal. E
A
FIGURA 4.2
Esclereide do córtex radicular de abeto (Abies) , visto sob luz não polarizada (A) e polarizada ( B). Em virtude da
natureza cristalina da celulose, a parede celular mostra dupla refração e brilha sob luz polarizada (B). A parede apre-
senta lamelação concêntrica. (Obtido de Esau, 1977.)
A água, mantida localmente na matriz (ver adian- As microfibrilas de celulose estão embebidas
te), representa cerca de dois terços da massa da em uma matriz de moléculas não celulósicas
parede em tecidos em crescimento. As microfibrilas de celulose da parede estão embe-
As microfibrilas de celulose se entrelaçam para bidas em uma matriz de moléculas não celulósicas.
formar filamentos finos que se enrolam uns aos ou- Essas moléculas são os polissacarídeos conhecidos
tros como fios em um cabo. Cada "cabo", ou ma- corno hemiceluloses e pectinas, bem como as pro-
crofibrila, que é visível com o 1nicroscópio de luz, teínas estruturais chamadas glicoproteínas.
mede cerca de 0,5 micrômetro de largura e pode al-
cançar quatro a sete micrômetros de comprimento Principais hemiceluloses
(Fig. 4.1). Moléculas de celulose arranjadas dessa Hemicelulose é um termo geral para um grupo
maneira têm uma resistência à tração (resistência heterogêneo de glucanos não cristalinos que estão
à ruptura) que se aproxinla à do aço (50-160 kg/ firmemente ligados à superfície da celulose, na pa-
mm 2) (Frey-Wyssling, 1976). Microfibrilas de ce- rede celular. A composição das paredes celulares
lulose constituem 20 a 30% do peso seco de uma em hemiceluloses varia bastante nos diferentes ti-
parede primária típica e 40% a 60% do peso da pa- pos de células, e entre táxons. Geralmente, uma he-
rede secundária das células do lenho. micelulose don1ina na maioria dos tipos celulares,
A celulose tem propriedades cristalinas resul- com outras presentes em pequenas quantidades.
tantes do arranjo ordenado das moléculas de ce- Os xiloglucanos são as principais hemicelu-
lulose nas microfibrilas (Smith B. G. et al., 1998) . loses das paredes primárias de eudicotiledôneas
Tal arranjo é restrito a regiões das microfibrilas e cerca de metade das monocotiledôneas (Carpi-
que são referidas como micelas . Cadeias de glico- ta e McCann, 2000), compreendendo cerca de 20
se menos regularmente arranjadas ocorrem entre a 25% do seu peso seco (Kato e Matsuda, 1985).
e ao redor das micelas e constituem as regiões pa- Os xiloglucanos, como a celulose, consistem de ca-
racristalinas da microfibrila. A estrutura cristali- deias lineares ele resíduos de D-glicose con1 liga-
na da celulose torna a parede celular anisotrópica ções ~-(1➔4), com cadeias laterais curtas conten-
e, consequentemente, duplamente refrativa (bir- do xilose, galactose e, frequentemente, uma fucose
refringente) quando obser vada com luz polariza- terminal (McNeil et al., 1984; Fry, 1989; Carpita e
da (Fig. 4.2) . McCann, 2000) . A maioria dos xiloglucanos apa-
102 11 1 Anatomia das Plantas de Esau
1990). Fragmentos de degradação péctica podem 1997) (Capítulo 10). Embora considerada associa-
desempenhar um papel como moléculas sinaliza- da com a lignificação do xilema, foi demonstrado
doras (Aldington e Fry, 1993; Fry et al., 1993). que a deposição de GRPs e lignificação são proces-
sos independentes. Em hipocótilo de feijão, a GRP
Proteínas aparentemente não é produzida pelos elementos
Além dos polissacarídeos descritos anteriormente, traqueais, mas pelas células do parênquima xile-
a matriz da parede celular pode conter proteínas mático, que exporta1n a proteína para as paredes
estruturais (glicoproteínas). As proteínas estru- primárias dos elementos do protoxilema (Ryser e
turais formam quase 10% do peso seco de muitas Keller, 1992) . PRPs têm sido associadas com ligni-
paredes primárias. Entre as principais classes de ficação. Algun,as PRPs constituem parte das pare-
proteínas estruturais estão as proteínas ricas em des celulares de nódulos de raízes de leguminosas
hidroxiprolina (hydroxy-prolin-rich proteins, e podem desempenhar um papel na formação dos
HRGPs), as proteínas ricas em prolina (proli- nódulos (Shovvalter, 1993) .
ne-rich proteins, PRPs), e as proteínas ricas Ao contrário das proteínas listadas aqui, as pro-
e m glicina (glycine-rich prote ins, GRPs). As teínas arabinogalactanas (arabinogalactan
proteínas estruturais são altamente específicas proteins, AGPs), que são amplamente distribuí-
para certos tipos de células e tecidos (Ye e Varner, das no reino vegetal, não têm uma função estru-
1991; Keller, 1993; Cassab, 1998). Relativamente, tural aparente. As AGPs são solúveis e difusíveis, e
pouco se conhece sobre sua função biológica. ocorrem na membrana plasmática, na parede celu-
As proteínas estruturais mais bem caracteriza- lar e nos espaços intercelulares (Serpe e Nothna-
das são as extensinas, uma família das HRGPs, gel, 1999); consequente1nente são boas candidatas
assim chamadas por terem sido originalmente as- para atuar como n,ensageiras em interações célula
sociadas com a extensibilidade das paredes celu- a célula durante a diferenciação. As AGPs são im-
lares, uma ideia que vem sendo abandonada. Pa- portantes para a embriogênese somática da cenou-
rece que a extensina pode desempenhar um papel ra (Daucus carota) (Kreuger e van Holst, 1993),
estrutural no desenvolvimento. Por exemplo, foi no controle da expansão das células epidérmicas
encontrada uma extensina em células epidérmicas de raízes em Arabidopsis thaliana (Ding, L., e
em paliçada e células em ampulheta que compõem Zhu, 1997) e estão envolvidas no crescin,ento api-
as duas camadas celulares mais externas do tegu- cal do tubo polínico do lírio (Lilium longiflorum)
mento seminal da soja (Cassab e Varner, 1987) . Ao (Jauh e Lord, 1996). As AGPs aparentemente de-
possuírem paredes secundárias relativamente es- sempenha1n múltiplos papéis no desenvolvimento
pessadas, essas células oferecem proteção mecâni- das plantas (Majewska-Sawka e Nothnagel, 2000).
ca para o embrião. Un, gene que codifica extensina Outra classe de proteína da parede celular, chama-
em tabaco foi especificamente expressado em uma da expansina (Li et al., 2002), funciona como um
ou duas camadas de células localizadas nos ápices agente de afrouxamento da parede para promover
de primórdios de raízes laterais emergentes. Foi a expansão das células (ver a seguir).
sugerido que a deposição de extensina pode forta- Numerosas enzimas têm sido relatadas em pa-
lecer as paredes celulares e auxiliar na penetração redes primárias, incluindo peroxidases, lacases,
mecânica do córtex e da epiderme (Keller e Lamb, fosfatases, invertases, celulases, pectinases, pec-
1989). tina metilesterases, malato desidrogenases, qui-
Todas as três famílias de proteínas estruturais tinases e (1➔3) P-glucanases (Fry, 1988; Varner
de parede celular - HRGPs, PRPs e GRPs - têm e Lin, 1989) . Algumas enzimas de parede celular,
sido encontradas nos tecidos vasculares de caules tais como as quitinases, (1➔3) P-glucanases e pe-
(Shov.ralter, 1993; Cassab, 1998). As HRGPs são roxidases podem estar envolvidas em mecanismos
principalmente associadas com o floema, o câmbio de defesa das plantas. As peroxidades e as lacases
e o esclerênquima, enquanto as PRPs e as GRPs também podem catalisar a lignificação (Czaninski
têm sido localizadas mais frequentemente no xi- et al., 1993; O'Malley et al., 1993; 0stergaard et al.,
lema. As GRPs têm sido localizadas nas paredes 2000) . A celulase e a pectinase desempenham pa-
primárias modificadas dos primeiros elementos péis importantes na degradação de paredes celu-
traqueais (elementos do protoxilema) (Ryser et al., lares, especialmente durante a abscisão foliar e a
104 111 Anatomia das Plantas de Esau
lm
A
Vista frontal
Celulose
....--._._ • Cadeias de hemicelulose
■-------- Cadeias de hemicelulose entremeadas com microfibrilas
Pectinas, hemiceluloses frouxamente agregadas
B
--- .
lm mp
=
=
-
-=
~
"'~
:-~
·.......·......
J'
--- .
--= n..~~-T
-----··· - ~
.
-- -~
Vista lateral
FIGURA 4.6
Dois modelos de parede celular (primária) em crescimento. No modelo retratado em A , a força mecânica da parede
é atribuída à ligação das microfibrilas de celulose por xiloglucanos que são ligados covalentemente à superfície das
microfibrilas e aprisionados dentro da microfibrila. Pectinas (não mostradas) formam uma matriz coextensiva, onde
a rede celulose-xiloglucano está embebida. O modelo a lternativo apresentado em B difere do modelo mostrado em
A primeiro pela ausência de polímeros que diretamente se ligam às microfibrilas. Em vez disso, hemiceluloses for-
temente unidas, tais como xiloglucanos, são vistas embainhadas em uma camada de polissacarídeos ligados menos
fortemente. Os polissacarídios, por sua vez, estão embebidos ern uma matriz péctica que preenche o espaço entre as
microfibrilas. Detalhes: lm, lamela média; mp: membrana plasmática. (Adaptado de Cosgrove, 1999. Reimpresso, com
permissão, a partir de Annual Review ojPlant Physiology and Plant Molecular Biology, vol. 50, © 1999 por Annual
Reviews. www.annualreviews.org)
das rnicrofibrilas de celulose, e um terceiro (3% do de pectinas, preenchendo os espaços entre as rni-
peso seco da parede) do xiloglucano suposta1nente crofibrilas (Talbott e Ray, 1992). Nesse modelo, a
estaria aprisionado dentro ou entre as rnicrofibrilas resistência da parede pode depender, em parte, da
de celulose. presença de muitas interações não covalentes en-
Em um modelo alternativo de parede primária tre as moléculas da matriz lateralmente alinhadas
(Fig. 4.6B), não existem ligações diretas rnicrofi- (Cosgrove, 1999). É pertinente observar que em
brila-rnicrofibrila. Em vez disso, herniceluloses fir- estudo utilizando espectroscopia de ressonância
memente ligadas às rnicrofibrilas estão envolvidas magnética de 13C nuclear em estado sólido foi en-
por urna camada de herniceluloses fracantentes li- contrada pouca evidência de interação consistente
gadas, que, por sua vez, estão embebidas na matriz entre celulose e herniceluloses nas paredes celu-
Parede celular 111 109
- - Lamela mediana
-
e--
., Parede primária
Parede secundária
Membrana da
ri
e
pontoação
entoações
u-~,Lamela mediana
Cavidade
da
--
1i.--.=-t-Parede primária
.....
Parede secundária
.,....,,_,,,,..~Aréolas
pontoação Membrana da
primária secundária pontoação
D
FIGURA 4.9
Campos de pontoação primária e plasmodesmos. A , célula parenquimática com paredes primá rias e campos de pon-
toação primária, representados como áreas delgadas nas paredes. Como mostrado aqui, os plasmodesmos atravessam
a parede nos campos de pontoação primária. B, células com paredes secundárias e numerosas pontoações. C, um par
de pontoações simples. D, um par de pontoações areoladas. (Obtido de Raven et al., 2005.)
Parede celular 111 111
FIGURA 4.10
Campos de pontoação primária e pontoações. Células parenquimáticas do córtex radicular de Abies (A), xilema de
Nicotiana (B), e Vitis (C). A , vista frontal da rede de celulose; as porções não coradas são aquelas penetradas por
plasmodesmos (não visíveis). B, pontoações em vista frontal e C, em corte. Em C, parede pontoada entre célula pa-
renquimática e vaso. (A, X930; B, Xll00; C, Xl215.)
márias, que são áreas delgadas, sem interrupções, areolada a parede secundária se curva sobre a ca-
na parede primária (Figs. 4.9A e 4.10A). Neste livro, vidade da pontoação e reduz sua abertura em dire-
o termo campo de pontoações primárias é usado ção ao lume da célula. A porção da parede secun-
para descrever tanto uma pontoação primária soli- dária curvada constitui a aréola. Nas pontoações
tária como um grupo de pontoações primárias. Du- simples, não ocorre curvatura da parede. Nas pon-
rante a deposição da parede secundária, as pontoa- toações areoladas, a parte da cavidade encoberta
ções são formadas sobre os campos de pontoações pela aréola é denominada câmara da pontoação,
primárias. Diversas pontoações podem se forntar e o poro na aréola é denominado abertura.
sobre u1n campo de pontoação prilnária. Uma combinação de pontoações simples é cha-
Os plasmodesmos (veja a seguir) estão comu- mada um par de pontoações simples, e de duas
mente reunidos nos campos de pontoação primá- pontoações areoladas opostas, um par de ponto-
ria (Fig. 4.9A). Quando uma parede secundária ações areoladas. Combinações de pontoações
se desenvolve, os plasmodesmos permanecem na simples e pontoações areoladas, chamadas pares
membrana da pontoação como conexões entre os de pontoações semiareoladas, são encontra-
protoplastos de células adjacentes. No entanto, das no xilema. Uma pontoação pode não ter ou-
os plasmodesmos não estão restritos aos campos tra correspondente, como, por exemplo, quando
de pontoação primária, sendo comumente obser- ela ocorre oposta a um espaço intercelular. Tais
vados de forma esparsa através de uma parede de pontoações são chamadas pontoações cegas.
espessura uniforme. Além disso, em muitos casos, Além disso, duas ou mais pontoações podem se
a parede printária é especificamente mais espessa- opor a uma única pontoação em uma célula ad-
da onde ocorrem plasmodesmos. jacente, uma combinação que tem sido chamada
As pontoações variam em tamanho e em deta- pontoação unilateralmente composta.
lhes da estrutura (Capítulos 8 e 10), no entanto, Pontoações simples são encontradas em certas
dois tipos principais são reconhecidos nas células células do parênquima, em fibras extraxilemáticas
com paredes secundárias: pontoações simples e e nas esclereídes (Capítulo 8) . Em uma pontoação
pontoações areoladas (Fig. 4.9C, D). A diferen- simples, a cavidade pode ser uniforme em largura ou
ça básica entre os dois tipos é que na pontoação pode ser ligeiramente mais ampla ou ligeiramente
112 111 Anatomia das Plantas de Esau
. ..... __ .. __
. '•.
·~-·-...-•··
A ( B\
Fragmoplasto
Lamela média
1
''
L l
Parede da
~ célula- - ·;
-mãe 1:;
Nov a ~ ~
·2·:·.•··~<: :·. ~-:.-:.:-..•;•.-:,•.••'• :,:.•,•·······...;
lamela :;.-· ···· •• . ·.•. • !•; : · ~ , ·. •. •, · .·, · . ••• ,•:.?
média ~· .
Parede
- da célula -- ·
-filha
. ;
( t... •, :......,.... ·.... . ...:-;:;: -: :'.)
(
FIGURA 4.12
Formação de parede durante divisão celular. A , formação da placa celular na superfície equatorial do fragrr1oplasto na
telófase. B, C, o fragmoplasto aparece ao longo da margem da placa celular circular (ern vista lateral em B; em vista
frontal em C). D, a divisão celular é completada e cada célula-filha já formou sua própria parede primária (área pon-
tilhada) . E , as células-filhas cresceram, suas paredes primárias se espessaram, e a parede-mãe foi rompida ao longo
das porções laterais das células. (Obtido de Esau, 1977.)
O processo de formação da placa celular é mais parede da célula-1nãe; (5) maturação da placa ce-
complexo e consiste de diversos estágios (Fig. lular em uma nova parede celular. O último estágio
4.14; Samuels et ai., 1995; Staehelin e Hepler, 1996; inclui o fechamento das fenestras. Nesse momento,
Nebenführ et al., 2000; Verma, 2001) : (1) a che- segmentos do retículo endoplasmático t ubular são
gada das vesículas derivadas do Golgi no plano de aprisionados na parede em desenvolvimento e são
divisão; (2) a formação de tubos de 20 nanômetros formados os plasmodesmos. Logo após o desapare-
(tubos de fusão) que brotam das vesículas e se cimento do citoesqueleto do fragmoplasto e o iní-
fundem com outras, dando origem a uma rede tú- cio da maturação da placa celular em raiz ele agrião
bulo-vesicular contínua e entrelaçada, em meio (Lepidium sativum) e milho, a miosina passa a
a uma matriz citoplasmática difusa fibrosa; (3) ser detectada nos plasmoclesmos recém-formados
transformação da rede túbulo-vesicular em uma (Reichelt et al. 1999; Baluska et ai., 2000) . Ao mes-
rede tubular e, então, em uma estrutura seme- mo tempo, feixes de filamentos ele actina parecem
lhante a uma placa fenestrada, durante a qual se tornar ligados aos plasmodesmos.
a matriz densa e os microtúbulos do fragmoplasto Numerosas proteínas estão envolvidas na for-
desaparecem; (4) a formação de numerosas proje- mação da placa celular (Heese et ai., 1998; Smith ,
ções na forma de dedos nas margens da placa celu- L. G., 1999 ; Harper et ai., 2000; Lee, Y. -R. J. e Liu,
lar que se fundem co1n a membrana plasmática na 2000; Otegui e Staehelin, 2000; Assaacl, 2001) .
114 111 Anatomia das Plantas de Esau
A mt
vs
B
íl
Fusão de vesícu las derivadas do Golgi Rede túbulo-vesicular (RTV)
Lamela
média
Tu bo de fusão
pcm
FIGURA 4.14
Estágios do desenvolvimento da placa celular. A , fusão das vesículas secretoras (vs) derivadas do Golgi na zona
equatorial, entre microtúbulos (mt) do fragmoplasto e uma matriz citoplasmática difusa (mf) . B, a fusão de vesículas
originadas do Golgi origina uma rede túbulo-vesicular revestida por uma "cobertura di fusa". C, uma rede tubular
(RT) se forma conforme o lume da rede túbulo-vesicular (RTV) se torna preenchido com polissacarídeos de parede,
especialmente calose. A matriz difusa ao redor da rede e dos microtúbulos desaparece, favorecendo a distinção entre
esse estágio e o da rede túbulo-vesicular. D, a área dos túbulos se expande, formando uma lâmina quase contínua.
Numerosas projeções com formato de dedos se estendem a partir das margens da placa celular e se fundem com a
membrana plasmática (mp) da parede celular-mãe (pcm) no local previamente ocupado pela banda pré-prófase. E ,
maturação da placa celular em uma nova parede celular. (Obtido de Samuels et al., 1995. Reproduzido de The Journal
of Cell Biology 1995, vol. 130, 1345-1357, com permissão de direitos autorais de Rockefeller University Press.)
formação de uma zona de ancoragem nessa junção. A banda pré-prótase prenuncia o plano da
A zona de ancoragem é o ponto inicial para uma futura placa celular
sequência de mudanças na arquitetura fibrilar, le- Antes de a célula se dividir, o núcleo assume uma
vando à fusão e continuidade do esqueleto fibrilar posição apropriada para o evento. Se a célula pres-
das duas paredes. A lamela nlédia da parede da tes a se dividir é altamente vacuolada, uma ca-
célula-mãe, então, produz uma protuberância em 1nada de citoplasn1a, o fragmossomo, espalha-se
forma de cunha que penetra na âncora e progride através do futuro plano de divisão e o núcleo passa
em direção à placa celular.
11 6 111 Anatomia das Plantas de Esau
0
' , ,
---=
A B e D E
FIGURA 4.15
Divisão celular em uma célula altamente vacuolada, A , inicialmente, o núcleo permanece próximo à parede da célula,
que contém um grande vacúolo centraL B , cordões de citoplasma penetram o vacúolo, proporcionando caminhos para
a migração do núcleo para o centro da célula. C, o núcleo atingiu o centro da célula e permanece sustentado por nu-
merosos cordões citoplasmáticos, Alguns dos cordões começam a se fund ir para formar o fragmoplasto por meio do
qual a divisão celular ocorrerá. D, o fragmoplasto, que forma uma can1ada que divide a célula em duas porções, está
completamente formado. E , quando a mitose é completada, a célula se dividirá no plano ocupado pelo fragmoplasto.
(Cortesia de W, H. Freeman; conforme Venverloo e Libbenga, 1987. © 1987, com pernüssão da Elsevier.)
a se localizar nessa camada (Fig. 4.15; Sinnott e entre a extremidade da placa celular-fragmoplasto
Bloch, 1941; Gunning, 1982; Venverloo e Libbenga, e uma rede cortical de actina nas imediações des-
1987). O fragmossomo contém microtúbulos e fila- sa zona (Lloyd e Traas, 1988; Schmit e Lambert,
mentos de actina (Goosen-de Roo et al., 1984), am- 1988; Goodbody e Loyd, 1990). Esses filamentos
bos aparentemente envolvidos com sua formação. provavelmente auxiliam na orientação do cresci-
Além disso, a maioria das células vegetativas con- mento da placa celular, utilizando um mecanismo
tém uma banda pré -prófase, um anel cortical de baseado em actomiosina (Molchan et al., 2002) .
microtúbulos e filamentos de actina, justapostos à Em algumas células vacuoladas o fuso mitótico e o
membrana plasmática, marcando o local em que fragmoplasto são deslocados lateralmente, e a pla-
vai se formar a nova placa celular (Gunning, 1982; ca celular em crescimento se fixa em um lado da
Gunning e Wick, 1985; Vos et. al. , 2004). Análise célula numa fase inicial do desenvolvimento, um
de células em divisão do ápice radicular de Pinus modo de citocinese denominado "citocinese pola-
brutia ao microscópio confocal a laser, usando rizada" por Cutler e Ehrhardt (2002).
técnicas de imunolocalização para identificar mi-
crotúbulos e retículo endoplas1nático (RE), reve- CRESCIMENTO DA PAREDE CELULAR
laram que túbulos de RE formaram uma estrutura Uma vez forntada a placa celular, material parietal
como um anel denso no local da banda pré-prófase adicional é depositado em ambos os lados da pla-
(Zachariadis et al., 2001). O desenvolvimento da ca, resultando no aumento da espessura da nova
"banda de RE pré-prófase" se assemelha muito a divisória. O novo material de parede é depositado
"banda de microtúbulos da pré-prófase", A banda ao redor de cada um dos protoplastos-filhos em um
pré-prófase desaparece após o início do fuso mitó- modelo-mosaico, de modo que as novas paredes
tico e desintegração do envoltório nuclear (Dixit das células meristemáticas são caracterizadas por
e Cyr, 2002), muito antes do início da placa celu- uma distribuição heterogênea de polissacarídeos
lar; contudo, a placa celular em desenvolvimento (Matar e Catesson, 1988).
se funde com a parede-mãe precisamente na zona Materiais da matriz, incluindo glicoproteínas,
demarcada inicialmente pela banda. Filamentos são levados até a parede em vesículas do Golgi. Por
de actina forant encontrados fazendo uma ponte outro lado, microfibrilas de celulose são sintetizadas
Parede celular 111 117
FIGURA 4.16
Criofratura mostrando réplicas das rosetas associadas à biogênese das microfibrilas de celulose em um elemento tra-
queal em diferenciação de Zinnia elegans. As rosetas mostradas aqui estão na superfície da membrana plasmática
mais próxima do citoplasma (face PF) . Muitas rosetas são mostradas ( marcadas por círculos) na m icrografia principal.
O detalhe mostra uma roseta em maior aumento após o sombreamento rotatório de alta resolução à temperatura ultra-
fria com uma quantidade mínima de platina/carbono. (Cortesia de Mark J. Grimson e Candace H. Haigler.)
deArabidopsis sensível a temperatura mostraram Microscopia eletrônica ten1 mostrado que os mi-
que a desorganização ou perda completa dos mi- crotúbulos corticais estão alinhados na face mais
crotúbulos corticais pouco alteraram o arranjo pa- interna da membrana plasmática por ligações cru-
ralelo das microfibrilas de celulose em células de zadas de proteínas (Gunning e Hardham, 1982;
raiz em crescimento (Himmelspach et al., 2003; Vesk et al., 1996). Estudos com membrana plas-
Sugimoto et al., 2003) . mática de tabaco (Marc et al., 1996; Gardiner et
Outras hipóteses têm sido propostas para ex- ai., 2001; Dhonukshe et al., 2003) e Arabidopsis
plicar o mecanismo de deposição das microfibrilas (Gardiner et ai., 2003a) indica1n que essas prote-
de celulose. Uma delas é a hipótese de auto-or- ínas são fosfolipaseD (PLD) com 90-kDa. Sugere-
ganização do cristal líquido . Considerando a -se que a produção de moléculas sinalizadoras de
similaridade de paredes celulares helicoidais (veja ácido fosfatídico (PA) por PLD seja necessária para
a seguir), as 1nicrofibrilas de celulose que não coin- a organização normal dos microtúbulos e, conse-
cidem co1n os microtúbulos corticais, e os cristais quentemente, para o crescilnento normal em Ara-
líquidos colestéricos, Bouligand (1976) propôs que bidopsis (Gardiner et al., 2003a).
a estrutura da parede helicoidal poderia surgir a
partir do princípio da auto-organização de um c1is- A orientação das microfibrilas de celulose
tal líquido. (Veja crítica dessa hipótese por Emons
e Mulder, 2000). dentro da parede primária influencia a dire-
Baskin (2001) propôs um mecanismo de in- ção da expansão celular
corporação de modelo em que a microfibrila Nas células que crescem mais ou menos uniforme-
em formação pode ser orientada por nücrotúbulos mente em todas as direções, as microfibrilas são
ou incorporada na parede celular pela associação depositadas em um arranjo aleatório (multidirecio-
a um arcabouço orientado ao redor tanto das mi- nalmente) forn1ando uma rede irregular. Tais célu-
crofibrilas já incorporadas con10 das proteínas de las são encontradas na medula de caules, tecidos
me1nbrana ou de a1nbas. Nesse modelo, os microtú- de reserva e em cultura de tecidos. Ao contrário,
bulos corticais servem para ligar e orientar os com- em muitas células em alongamento, as microfibri-
ponentes do arcabouço na membrana plasmática. las das paredes laterais são depositadas em ân-
Os microtúbulos não são necessários para a síntese gulos retos (transver sal) ao eixo do alongamento.
ou formação das microfibrilas de celulose. Conforme a parede aumenta em área superficial,
Um modelo geométrico para a deposição das a orientação das microfibrilas mais externas se
microfibrilas de celulose foi formulado a partir de torna aproximadamente longitudinal, ou paralela
observações sobre a estrutura helicoidal da parede ao eixo maior da célula, como se reorientado pas-
(secundária) de pelos radiculares de Equisetum sivamente pela expansão da célula (a hipótese
hyemale (Emons, 1994; Emons e Mulder, 1997, do crescimento multirrede) (Roelofsen, 1959;
1998, 2000, 2001). O modelo, que é puramente ma- Preston, 1982) . O alinhamento longitudinal das
temático, relaciona quantitativamente o ângulo de microfibrilas estimula principalmente a expansão
deposição das microfibrilas de celulose (com relação em uma direção lateral (Abe et al., 1995b).
ao eixo da célula) para (1) a densidade de sinteta- A estrutura das paredes primárias nem sempre
ses ativas na membrana plasmática, (2) a distância é tão simples como as células enquadradas na hi-
entre as microfibrilas individuais dentro de uma ca- pótese do crescimento multirrede. Em muitas cé-
mada, e (3) a geometria da célula. O fator crucial no lulas, a orientação da deposição das microfibrilas
modelo é a junção da trajetória das rosetas, e, conse- 1nuda ritmicamente, resultando em uma parede
quentemente, a orientação das microfibrilas que es- com estrutura helicoidal, que consiste de mi-
tão sendo depositadas, com o número ou densidade crofibrilas de celulose organizadas em uma cama-
de rosetas ativas. Isso possibilita que a célula mani- da espessa de microfribrilas. As microfibrilas de
pule a estrutura da parede, criando variações locais celulose dentro de cada célula permanecem n1ais
controladas do número de rosetas ativas (Emons ou menos paralelas umas em relação às outras em
e Mulder, 2000; Mulder e Emons, 2001; Mulder et cada plano, e formam hélices ao redor da célula.
al., 2004). Um mecanismo defeedback impediria o Entre as camadas sucessivas, o ângulo de incli-
aumento da densidade de rosetas além do máximo nação é alternado com relação àquele da camada
permitido pela geometria da célula. anterior (Satiat-Jeunemaitre et al., 1992; Vian et
Parede celular 111 119
•.
~
,;
~
~
;,,• m •~· ~,
•• ~ - -
:_
~('· .,
..
,...-r-.,.
•;""
il 1·
, , •,
·1
•
,z,~,,,;..,:;,:;:- .
' ! ~ . · .,. ·t• ·•.'•
•
•
'•"~
'
~ "'
• !/
.,.~. ,.,.
' • •
• ,-. •
....
., r,~. ,.,,.,-;~ \
crivados (Deshpande, 1976c). As paredes priiná- ... 'i:).
j ,'"\
...... ~--~..~ .. ·.·;- . •
. . •
, ~~':"" ::.•~
. '1~'~~:_-:.i;~q·.-_:i..'"';fi>)' .
rias das células do colênquima geralmente são ,-Y. ·-~~,.,,.,!,;.
r; ·~',, · : Yí-~~Jf~""'
f.\ I ,lf'•.,i. ;,::,
•,;.,.
descritas como possuindo uma estrutura poli- I•
;· 11 H
'.( r..f/.i
J'j'"l.'il''
-,.;/t
,, lt
lamelada cruzada , em que camadas com micro- ~:-~·- t' ·1
< •
fibrilas orientadas transversalmente se alternam ·•..f•, .
•
com camadas mostrando orientação longitudinal .
ou vertical de microfibrilas. É provável que essas I
orientações representem hélices com inclinação ~ .:.u&,il,,.<,,;l.....~r...,:,i
cepção é provavelmente a regra quando lignina ou pouca ou nenhuma influência sobre a pressão de
cutina são incorporadas na parede. Ambos, xilano turgor. Auxina e giberelinas aumentam a extensi-
e lignina, penetram simultaneamente as paredes bilidade das paredes celulares, enquanto o ácido
secundárias das fibras de Fagus crentata em di- abscísico e o etileno diminuem sua extensibilida-
ferenciação, acumulando sobre ou ao redor das de. Alguns horn1ônios influenciam a organização
microfibrilas recentemente depositadas (A,;1,/'ano et dos microtúbulos corticais. Giberelinas, por exem-
al., 2002). Con1 relação às microfibrilas de celulose, plo, promovem um arranjo transversal, resultando
intussuscepção resultaria em um entrelaçamento em u1n 1naior alongamento.
das fibrilas. Em algumas paredes, as microfibrilas Os mecanismos pelos quais os hormônios alte-
parecem ser entrelaçadas, mas isso provavelmente ram a extensibilidade das paredes celulares ainda
ocorre em virtude da compressão das lamelas du- não são bem conhecidos. A explicação mais coe-
rante a deposição da celulose. rente para o efeito de um hormônio vegetal sobre a
extensibilidade da parede celular é a hipótese do
crescimento ácido (Brett e \,Valdron, 1990; Kuts-
EXPANSÃO DA PAREDE CELULAR chera, 1991), em que a auxina ativa a H+- ATPase
PRIMÁRIA na membrana plasmática. Prótons são bombeados
Expansão, ou, extensão, da parede celular é um a partir do citosol para a parede celular. A resul-
processo complexo que requer respiração, sínte- tante queda do pH parece causar um afrouxamen-
se de polissacarídeos e proteínas, relaxamento to da estrutura da parede, permitindo a extensão
do estresse (afrouxa1nento da estrutura da pare- da rede de polhneros da parede direcionada pelo
de), e pressão de turgor (McQueen-Mason, 1995; turgor. Uma hipótese alternativa considera que a
Cosgrove, 1997, 1998, 1999; Darley et al., 2001) . O auxina ativa a expressão de genes específicos que
relaxamento do estresse é crucial, pois é o meio influenciam a distribuição de novos materiais de
pelo qual a célula diminui seu potencial de água, parede de modo a afetar a extensibilidade desta
levando à absorção de água pelo protoplasto e im- (Takahashi et al., 1995; Abel e Theologis, 1996).
pulsionando a extensão da parede. A taxa na qual Existe pouca evidência experimental para susten-
uma célula individual irá expandir é controlada tar essa segunda hipótese. Ao contrário, não existe
pela (1) quantidade de pressão de turgor dentro dúvida que paredes celulares em crescimento es-
da célula empurrando contra a parede celular e tendem mais rapidamente sob pH ácido (abaixo de
(2) a extensibilidade da parede. A extensibilida- 5,5) do que no neutro.
de, uma propriedade física da parede, refere-se à Uma nova classe de proteínas de parede, cha-
capacidade da parede para expandir ou estender madas expansinas, tem sido considerada como
permanentemente quando uma força é aplicada a os principais mediadores proteicos do crescimen-
ela 1. A parede das células em crescimento exibe to ácido (Cosgrove, 1998, 1999, 2000, 2001; Shieh
uma extensão constante, de longo prazo, conheci- e Cosgrove, 1998; Li et al., 2002). As expansinas
da con10 deformação (Shieh e Cosgrove, 1998). aparentemente causam o deslizamento da parede
Durante o crescimento, a parede primária deve pelo afrouxamento das ligações não covalentes
ceder o suficiente para permitir um grau adequa- entre os polissacarídios de parede. Com base no
do de expansão, enquanto, ao mesn10 tempo, deve primeiro modelo de arquitetura de parede primá-
permanecer forte o suficiente para conter o proto- ria descrita aqui, estudos sugerem que as expan-
plasto. Vários fatores são capazes de influenciar a sinas poderiam estar na interface entre celulose
extensibilidade da parede. Entre tais fatores estão e uma ou mais hemiceluloses. Além do seu papel
os hormônios vegetais (Shibaoka, 1991; Zandomeni no afrouxamento das paredes celulares em tecidos
e Schopfer, 1993) . Embora os hormônios possam em crescin1ento, a expansina está envolvida na ini-
afetar a extensibilidade da parede celular, eles têm ciação foliar (Fleming et al., 1997, 1999; Reinhardt
et al., 1998), na abscisão foliar (Cho e Cosgrove,
1
Heyn (1931, 1940) definiu o termo "extensibilidade" como a 2000), na maturação de frutos (Rose e Bennett,
capacidade da parede em alterar seu comprimento, e fez distin ção 1999; Catalá et al., 2000; Rose et al., 2000; Brum-
entre extensibilidade plástica e elástica. Exten sibilidade plástica
(plasticidade) é a capacidade da parede em se estender de forma mell e Harpster, 2001) e no crescimento de tubos
irreversível; extensibilidade elástica (elasticidade) denota sua polínicos (Cosgrove et al., 1997; Cosgrove, 1998) e
capacidade de se expandir de modo reversível (Kutschera, 1996). de fibras de algodão (Shimizu et al., 1997).
Parede celular 111 121
celular em desenvolvimento (Fig. 4.20) . Os plas- diferentes. De acordo com um mecanismo propos-
modesmos formados durante a citocinese são de- to, o desenvolvimento de plasmodesmos secundá-
nominados plasmodesmos primários . Os plas- rios envolve a atividade localizada de pectinases,
modesmos também podem ser formados de novo hemicelulases e, possivelmente, celulases (enzi-
por meio de paredes celulares existentes. Esses mas que degradam parede) que permitem que cor-
plasmodesmos fonnados após a citocinese são re- dões citoplasmáticos penetren1 paredes intactas. O
feridos como plasmodesmos secundários , e sua controle dessas enzi1nas possivelmente é mediado
formação é essencial para o estabelecimento de pela membrana plasmática (Jones, 1976). Estudos
comunicação entre células ontogeneticamente não realizados en1 culturas ele protoplastos em regene-
relacionadas (Ding, B. e Lucas, 1996) . ração (Monzer, 1991; Ehlers e Kolln1ann, 1996) e
A formação de plasmodesmos secundários ocor- interfaces de enxer tos (Kollmann e Glockmann,
re naturalmente entre células vizinhas de origens 1991) indicam, entretanto, que plasmodesmos se-
. ~ '.
Retículo Membrana
endoplasmático p lasmát ica
FIGURA 4.20
Estágios progressivos da formação da placa celular em células da raiz de alface (Lactuca sativa), mostrando associa-
ção do retículo endoplasmático com a placa celular em desenvolvimento e a origem dos plasmodesmos. A , um estágio
relativamente precoce da formação da placa celular, com numerosas vesículas pequenas de Golgi se fundindo e ele-
mentos de retículo endoplasmático tubular (liso) frouxamente arranjados. B, um estágio avançado da formação da
placa celular revelando uma persistente e estreita relação entre o retículo endoplasmático e as vesículas em processo
de fusão. Cordões de retículo endoplasmático tubular se tornam presos durante a consolidação da placa celular. C,
plasmodesmos maduros constituídos por um canal revestido por membrana e um túbulo, o desmotúbulo, do retículo
endoplasmático. (Obtido de Hepler, 1982.)
124 111 Anatomia das Plantas de Esau
o ~
o o
Raios
a.e1ct-citoplasmático Raio
o
o
o g B
~o
A g Mem brana plasmática
FIGURA 4.23
Representação diagramática de um plasmodesmo pri-
mário em vistas longitudinal (A) e transversal (B) .
Proteínas integrais de membrana globulares (g) estão
localizadas nas superfícies interna e externa da menl-
FIGURA 4.22 brana plasmática e desmotúbulo, respectivamente, e
estão interconectadas por extensões radiais. Note que
Ramificação de plasmodesmos primários. Inicialmente o annulus citoplasmático está dividido em numerosos
não ramificados (A), ramificações se desenvolvem das microcanais.
porções de RE ramificadas na região de recente depo-
sição de material de parede (B) . Detalhes: cg: corpo
de Golgi; vg: vesícula de Golgi; LM : lamela média; NP:
novas camadas de parede subsequentemente formadas; estudos com plasmodesmos primários não ramifi-
MP: membrana plasmática; P: primeira camada de pa- cados. Pouco se conhece sobre a subestrutura de
rede formada. (Obtido de Ehlers e Kollmann, 1996, Fig. plasmodesmos secundários.
35a, b. © 1996, Springer-Verlag.) Os des1notúbulos nem sempre aparece1n com-
pletamente comprimidos. Em alguns plasmodes-
mos, tais como aqueles entre células do mesofilo
apresenta um lume, ou abertura, e a principal rota ou entre células do mesofilo e células da bainha
em que muitas substâncias se movem de célula a do feixe em folhas de milho (Evert et al., 1977) e
célula, via plasmodesmos, é a região entre o desmo- cana-de-açúcar (Robinson-Beers e Evert, 1991), os
túbulo e a membrana plasmática. Essa região, cha- desmotúbulos se mostram comprimidos somente
mada de annulus citoplasmático, é subdividida nas constrições colares; entre as regiões de cons-
em microcanais com 2,5 nanômetros de diâmetro trições colares eles aparecem como túbulos aber-
por partículas globulares embebidas na n-lembrana tos (Fig. 4.25) . Os desmotúbulos dos plasmodes-
plasmática e nos desmotúbulos e interconectadas mos de células dos tricomas foliares de Nicotiana
por extensões radiais (Tilney et al., 1990; Ding, B., clevelandii aparecem abertos em toda sua exten-
et al., 1992b; Botha et al., 1993). Alguns plasmo- são (\1/aigmann et al., 1997).
desmos são bem mais estreitos em suas extremi- Embora um desmotúbulo aberto tenha sido pro-
dades, ou orifícios, formando as chamadas constri- posto como uma via de transporte (Gamalei et al. ,
ções colares. Constrições colares podem resultar, 1994), não há evidências diretas que confirmen1 essa
entretanto, da deposição de calose induzida por hipótese. Pelo contrário, foi mostrado que o trata-
ferimento durante o preparo dos tecidos ou fixa- 1nento osmótico que aumenta o transporte interce-
ção (Radford et al., 1998) . A maioria das informa- lular de sacarose via plasmodesmos em ápice radi-
ções sobre a arquitetura dos plasmodesmos vem de cular de ervilha resulta da ampliação do annulus
126 111 Anatomia das Plantas de Esau
FIGURA 4.25
Plasmodesmos na parede comum entre duas células do
mesofilo foliar de milho (Zea mays). Note a aparência
aberta dos desmotúbulos (setas). Detalhes : re, retículo
endoplasmático; mp: membrana plasmática. (Obtido de
Evert et ai., 1977, Fig. 8. © 1977, Springer-Verlag.)
exudato do floema (seiva do tubo crivado) (Fisher deles usando experimentos de enxer tia para inves-
et al., 1992; Nakamura et al., 1993; Sakuth et al., tigar a autonomia de um mutante foliar dominante
1993; Ishiwatari et al., 1995; Schobert et al., 1995). de tomate, chamado Mouse ears (Me) (Kim, M.,
Uma vez que elementos de tubo crivado maduros et al., 2001) e um segundo sobre o papel do gene
perdem o núcleo e os ribossomos (Evert, 1990), a SHORT-ROOT (SHR) na padronização de raiz de
maioria, se não todas, as proteínas são provavel- Arabidopsis (Nakajima et al., 2010) fornece1n evi-
mente sintetizadas nas células companheiras e, dências a mais para o papel dos plasmodesn1os no
então, transportadas para seus elementos de tubo desenvolvimento.
crivado associados via conexões crivo-plasmo- Até o momento, existe pouca informação dis-
desmos e1n suas paredes comuns (Capítulo 13). ponível sobre o mecanismo pelo qual os plasmo-
Mostrou-se que proteínas encontradas na seiva do desmos dilatam ou sofrem mudanças transitórias
tubo crivado possuem capacidade para aun1entar o na condutividade (propagação) (Schulz, A.,
limite de exclusão de tamanho dos plasmodesmos 1999). Mostrou-se que diversos fatores afetam
do mesofilo e o transporte célula a célula (Bala- o limite de exclusão de tamanho, incluindo n1u-
chandran et al., 1997; lshiwatari et ai., 1998). Em danças nos níveis de Ca2+ citoplasmático (Hol-
abóbora (Cucurbita maxima), todas as proteínas daway-Clarke et al., 2000) e ATPase (Cleland et
da seiva do tubo crivado, independentemente do ai., 1994) . Actina e miosina foram localizadas
tamanho, parecem induzir um aumento similar no em plasmodesmos (White et al., 1994; Radford e
limite de inclusão de tamanho dos plasmodesmos, White, 1998; Overall et al., 2000; Baluska et al.,
de aproximadamente 25 kDa (Balachandran et 2001), e estão envolvidas no controle da permea-
al., 1997). Como algumas dessas proteínas alcan- bilidade dos plasmodesmos. Com relação à actina,
çam até 200 kDa, é provável que seja necessário evidência experimental foi apresentada para o en-
o desdobramento das proteínas maiores para seu volvimento dos filamentos de actina no controle
transporte via plasmodesmos. As chaperonas fo - da penneabilidade de plasmodesmos no mesofilo
ram encontradas na seiva do tubo crivado de diver- de tabaco (Ding et al., 1996). Claramente, existe
sas espécies vegetais (Schobert et al., 1995, 1998), uma estreita relação entre os plasmodesn1os e o
e provavelmente são as mediadoras do processo citoesqueleto (Aaziz et al., 2001).
de desdobra1nento/redobramento das proteínas de A regulação da permeabilidade dos plasmodes-
transporte entre células companheiras e elemen- mos parece ocorrer na região do pescoço (White et
tos crivados (Crawford e Zambryski, 1999; Lee et al., 1994; Blackman et al., 1999) . Alguns dos pes-
ai., 2000). quisadores têm proposto que estruturas tipo es-
O conceito que plasmodesmos desempenham fíncter na região do pescoço dos plasn1odesmos re-
um papel no desenvolvimento é sustentado por gulam o transporte em algumas espécies (Olesen,
estudos moleculares, genéticos e de microinje- 1979; Olesen e Robards, 1990; Badelt et al., 1994;
ção do fator de transcrição vegetal denominado Overall e Blackman, 1996). Paralelos funcionais
KNOTTEDl (KNl). Em milho, o KNl está envol- têm sido notados entre transporte de moléculas via
vido na manutenção do meristema apical do caule plasmodesmos e o transporte de proteínas e ácidos
em um estágio indiferenciado (Sinha et al., 1993). nucleicos via complexos de poros nucleares que
Durante o desenvolvimento, o RNA codificador do permeia1n o envoltório nuclear (Lee et al., 2000).
KNl é encontrado em todas as camadas celulares
do meristema, exceto na camada mais externa
(Ll). A proteína KNl está presente, entretanto, O simplasto reorganiza -se durante o cresci-
em todas as camadas, incluindo a Ll , indicando mento e o desenvolvimento da planta
que a proteína KNl produzida nas camadas mais Estudos de embriões indicam que, no início, todas
internas transita para a camada Ll (Jackson et al., as células do corpo vegetativo são interconectadas
1994). A 1nicroinjeção da proteína KNl nas células por plasmodesmos e integradas em um único sim-
do mesofilo de milho ou tabaco mostra1n que essa plasto (Schulz e Jensen, 1968; Mansfield e Briarty,
proteína pode realmente transitar de célula a célu- 1991; Kim et al., 2002). À medida que a planta re-
la e au1nentar o limite de exclusão de tamanho dos assume seu crescimento e se desenvolve, células
plasmodesmos de 1 kDa para mais de 40 kDa (Lu- ou grupos de células se tornam mais ou n1enos iso-
cas et al., 1995). Dois estudos mais recentes, um ladas simplasticamente, de modo que a planta se
Parede celular 111 129
DING, B. e W. J. LUCAS. 1996. Secondary plasmo- EMONS, A. M. C. e B. M. MULDER. 1997. Plant cell
desmata: Biogenesis, special functions and evo- ,;vall architecture. Comm. Modern Biol. Part
lution. ln: Membranes: Specialized Functions e. Comm. Theor. Biol. 4, 115- 131.
inPlants, pp. 489- 506, M. Smallwood, J. P. Knox EMONS, A. M. C. e B. M. MULDER. 1998. The
e D. J . Bowles, eds. BIOS Scientifi e, Oxford. making of the architecture of the plant cell
DING, B., J. S. HAUDENSHIELD, R. J. HULL, S. ,;vall: How cells exploit geometry. Proc. Natl.
WOLF, R. N. BEACHY e W. J . LUCAS. 1992a. Acad. Sei. USA 95, 7215- 7219.
Secondary plasmodesmata are specific sites of EMONS, A. M. C. e B. M. MULDER. 2000. How the
localization of the tobacco mosaic virus mo- deposition of cellulose microfibrils builds cell
vement protein in transgenic tobacco plants. ,;vall architecture. Trends Plant Sei. 5, 35-40.
Plant Cell 4, 915-928. EMONS, A. M. C. e B. M. MULDER. 2001. Microfi
DING, B., R. TURGEON e M. V. PARTHASARA- brils build architecture. A geometrical model.
THY. 1992b. Substructure of freeze -substituted ln : Molecular Breeding of Woody Plants, pp.
plasmodesmata. Protoplasma 169, 28-41. 111-119, N. Morohoshi and A. Komamine, eds.
DING, B., J. S. HAUDENSHIELD, L. WILLMITZER Elsevier Science B. V., Amsterdam.
e W. J. LUCAS. 1993. Correlation between arres- EMONS, A. M. C., J. DERKSEN e M. M. A. SASSEN.
ted secondary plasmodesmal development and 1992. Do microtubules orient plant cell wall mi-
onset of accelerated leaf senescence in yeast crofibrils? Physiol. Plant. 84, 486-493.
acid invertase transgenic tobacco plants. Plant ENGELS, F. M. e H. G. JUNG. 1998. Alfalfa stem
J 4, 179- 189. tissues: Cellwall development and lignification.
DING, B., M.-O. KWON e L. WARNBERG. 1996. Evi- Ann. Bot. 82, 561-568.
dence that actin filaments are involved in con- ERWEE, M. G. e P. B. GOODWIN. 1985. Syrnplast
trolling the permeability of plasmodesmata in domains in extrastelar tissues of Egeria densa
tobacco mesophyll. Plant J 10, 157- 164. Planch. Planta 163, 9- 19.
DING, B., A. ITAYA e Y.-M. WOO. 1999. Plasmodes- ESAU, K. 1997. Anatomy ofSeed Plants, 2. ed. Wi-
mata and cell-to-cell communication in plants. ley, New York.
Int. Rev. Cytol. 190, 251- 316. ESAU, K. e J. THORSCH. 1985. Sieve plate pores and
DING, L. e J.-K. ZHU. 1997. A role for a rabinogalac- plasmodesmata, the communication channels of
tan-proteins in root epiderma! cell expansion. the symplast: Ultrastructural aspects and deve-
Planta 203, 289- 294. lopmental relations. Am. J Bot. 72, 1641- 1653.
DIXIT, R. e R. J. CYR. 2002. Spatio-temporal rela- ESCHRICH, W. e H. B. CURRIER. 1964. Identifica-
tionship between nuclear-envelope breakdown tion of callose by its diachrome and fluorochro-
and preprophase band disappearance in cultu- me reactions. Stain Technol. 39, 303-307.
red tobacco cells. Protoplasma 219, 116-121. EVERT, R. F. 1990. Dicotyledons. ln: Sieve Ele-
DRAKE, G. 1979. Electrical coupling, potentials, ments: Comparative Structure, Induction
and resistances in oat coleoptiles: Effects of azi- and Development, pp. 103-137, H.-D. Behnke e
de and cyanide. J Exp. Bot. 30, 719-725. R. D. Sjolund, eds. Springer-Verlag, Berlin.
DUCKETT, C. M., K. J. OPARKA, D. A. M. PRIOR, EVERT, R. F., W. ESCHRICH e W. HEYSER. 1977.
L. DOLAN e K. ROBERTS. 1994. Dye-coupling Distribution and structure of the plasmodesma-
in the root epidermis of Arabidopsis is progres- ta in 1nesophyll and bundlesheath cells of Zea
sively reduced during development. Develop- mays L. Planta 136, 77-89.
ment 120, 3247-3255. FERGUSON, C., T. T. TEERI, M. SIIKA-AHO, S. M.
EHLERS, K. e R. KOLLMANN. 1996. Fonnation of READ e A. BACIC. 1998. Location of cellulose
branched plasmodesmata in regenerating Sola- and callose in pollen tubes and grains of Nico-
num nigrum-protoplasts. Planta 199, 126- 138. tiana tabacum. Planta 206, 452- 460.
EHLERS, K. e R. KOLLMANN. 2001. Primary and FISHER, D. B. e K. J. OPARKA. 1996. Post-phloem
secondary plasn1odesmata: Structure, origin, transport: Principies and problen1s. J Exp. Bot.
and functioning. Protoplasma 216, 1- 30. 47 (spec. iss.), 1141- 1154.
EMONS, A. M. C. 1994. Winding threads around FISHER, D. B., Y. WU e M. S. B. KU. 1992. Turno-
plant cells : A geometrical model for microfibril ver of soluble proteins in the wheat sieve tube.
deposition. Plant Cell Environ. 17, 3- 14. Plant Physiol. 100, 1433- 1441.
Parede celular 111 133
early stages of culm development in Dendroca- HAYWOOD, V., F. KRAGLER e W. J. LUCAS. 2002.
lamus asper. Ann. Bot. 95, 619- 629. Plamodesmata: Pathways for protein and ribo-
GRÜNWALD, C., K. RUEL, Y. S. KIM e U. SCH- nucleoprotein signaling. Plant Cell 14 (suppl.),
MITT. 2002. On the cytochemistry of cell wall S303- S325.
formation in poplar trees. Plant Biol. 4, 13- 21. HEESE, M., U. 11AYER e G. J ÜRGENS. 1998.
GU, X. e D. P. S. VERMA. 1997. Dynamics of phrag- Cytokinesis in flowering plants: Cellular pro-
moplastin in living cells during cell plate forma- cess and developmental integration. Curr.
tion and uncoupling of cell elongation from the Opin. Plant Biol. 1, 486- 491.
plane of cell division. Plant Cell 9, 157-169. HEPLER, P. K. 1982. Endoplasmic reticulum in the
GUNNING, B. E. S. 1982. The cytokinetic appara- formation of the cell plate and plasmodesmata.
tus: Its development and spatial regulation. ln: Protoplasma 111, 121-133.
The Cytoskeleton in Plant Growth and Deve- HERTH, W. 1980. Calcofluor white and Congo red
lopment, pp. 229-292, C. W. Lloyd, ed. Acade- inhibit chitin microfibril assembly of Poterioo-
1nic Press, London. chromonas: Evidence for a gap between poly-
GUNNING, B. E. S. e A. R. HARDHAM. 1982. Mi- merization and rnicrofibril formation. J. Cell
crotubules. Annu. Rev. Plant Physiol. 33, 651- Biol. 87, 442-450.
698. HEYN, A. N. J. 1931. Der Mechanisrnus der Zells-
GUNNING, B. E. S. e S. M. WICK. 1985. Prepropha- treckung. Rec. Trav. Bot. Neerl. 28, 113-244.
se bands, phragmoplasts, and spatial control of HEYN, A. N. J. 1940. The physiology of cell elonga-
cytokinesis. J. Cell Sei. suppl. 2, 157-179. tion. Bot. Rev. 6, 515-574.
HA, M.-A., D. C. APPERLEY, B. W. EVANS, I. M. HU- HIGUCHI, T. 1997. Biochemistry and Molecular
XHAM, W. G. JARDINE, R. J. VIETOR, D. REIS, Biology of Wood. Springer-Verlag, Berlin.
B. VIAN e M. C. JARVIS. 1998. Fine structure HIMMELSPACH, R., R. E. WILLIAMSON e G. O.
in cellulose microfibrils: NMR evidence from WASTENEYS. 2003. Cellulose microfibril alig-
onion and quince. Plant J 16, 183- 190. nment recovers from DCBinduced disruption
HAFRÉN, J., T. FUJINO e T. ITOH. 1999. Changes despite microtubule d isorganization. Plant J
in cell vvall architecture of differentiating tra- 36, 565- 575.
cheids of Pinus thunbergii during lignifica- HOLDAWAY-CLARKE , T. L., N. A. WALKER, P. K.
tion. Plant CellPhysiol. 40, 532-541. HEPLER e R. L. OVERALL. 2000. Physiologi-
HAIGLER, C. H. e R. M. BROWN JR. 1986. Trans- cal elevations in cytoplasmic free calcium by
port of rosettes from the Golgi apparatus to the cold or ion injection result in transient closu-
plasnla membrane in isolated mesophyll cells of re of higher plant plasmodesmata. Planta 210,
Zinnia elegans during differentiation to tra- 329-335.
cheary elements in suspension culture. Proto- HORNER, H. T. e M. A. ROGERS. 1974. A compa-
plasma 134, 111-120. rative light and electron microscopic study of
HAMMERSCHMIDT, R. 1999. Phytoalexins: What microsporogenesis in malefertile and cytoplas-
have we learned after 60 years? Annu. Rev. 1nic male-sterile pepper (Capsicum annuum).
Phytopathol. 37, 285-306. Can. J. Bot. 52, 435-441.
HARPER , J. D. I., L. C. FOWKE, S. GILMER, R. L. HOSON, T. 1991. Structure and function of plant
OVERALL e J. MARC. 2000. A centrin homolo- cell walls: Immunological approaches. Int. Rev.
gue is localized across the developing cell plate Cytol. 130, 233-268.
in gyrnnosperms and angiosperms. Protoplas- HOTCHKISS, A. T., JR. 1989. Cellulose biosynthe-
ma 211, 207-216. sis. The tenninal complex hypothesis and its
HATFIELD, R. e W. VERMERRIS. 2001. Lignin for- relationship to other contemporary research to-
mation in plants. The dilemma of linkage speci- pics. ln: Plant Cell Wall Polymers: Biogenesis
ficity. Plant Physiol. 126, 1351-1557. and Biodegradation, pp. 232-247, N. G. Lewis
HAYASHI, T. 1991. Biochemistry of xyloglucans in and M. G. Paice, eds. American Chemical Socie-
regulating cell elongation and expansion. In: ty, Washington, DC.
The Cytoskeletal Basis of Plant Growth and HUSH, J. M., P. WADSWORTH, D. A. CALLAHAM
Form, pp. 131- 144, C. W. Lloyd, ed. Academic e P. K. HEPLER. 1994. Quantification of micro-
Press, San Diego. tubule dynamics in living plant cells using fluo-
Parede celular 111 135
polysaccharides in higher plant cell w·alls. J tion enables the production of a random textu-
PlantRes. 111, 179- 190. re. Cellulose 11, 395- 401.
MCCANN, M. C., B. WELLS e K. ROBERTS. 1990. MÜNCH, E. 1930. Die Stoffbewegungen in der Pft
Direct visualization of cross-links in the prima- anze. Gustav Fischer, Jena.
ry plant cell wall. J. Cell Sei. 96, 323- 334. MURMANlS, L. e R. F. EVERT. 1967. Parenchyma
MCDOUGALL, G. J. e S. C. FRY. 1990. Xyloglucan cells of secondary phloem in Pinus strobus.
oligosaccharides pronlote growth and activate Planta 73, 301- 318.
cellulase: Evidence for a role of cellulase in cell MÜSEL, G., T. SCHl NDLER, R. BERGFELD, K.
expansion. Plant Physiol. 93, 1042-1048. RUEL, G. JACQUET, C. LAPlERRE, V. SPETI-1
MCLEAN, B. G., F. D. HEMPEL e P. C. ZAMBRYSKI. e P. SCI-IOPFER. 1997. Structure and distribu-
1997. Plant intercellular communication via tion of lignin in primary and secondary walls
plasmodesmata. Plant Cell 9, 1043-1054. of maize coleoptiles analyzed by chemical and
MCNElL, M., A. G. DARVlLL, S. C. FRY e P. AL- immunological probes. Planta 201, 146-159.
BERSHElM. 1984. Structure and function ofthe NAKAJlMA, K., G. SENA, T. NAWY e P. N. BEN-
primary cell walls of plants. Annu. Rev. Bia- FEY. 2001. lntercellular movement of the puta-
chem. 5, 625-663. tive transcription factor SHR in root patterning.
MCQUEEN-MASON, S. J. 1995. Expansins and cell Nature 413, 307-311.
wall expansion. J. Exp. Bot. 46, 1639-1650. NAKAMURA, S.-1., H. HAYASHl, S. MOR! e M. CHI-
MEZITT, L. A. e W. J. LUCAS. 1996. Plasmodesmal NO. 1993. Protein phosphorylation in the sieve
cell-to-cell transport of proteins and nucleic tubes of rice plants. Plant Cell Physiol. 34,
acids. Plant Mol. Biol. 32, 251-273. 927-933.
MOHNEN, D. e M. G. HAHN. 1993. Cell ,;vall carbo- NEBENFÜHR, A., J. A. FROHLlCK e L. A. STA-
hydrates as signals in plants. Semin. Cell Biol. EHELIN. 2000. Redistribution of Golgi stacks
4, 93- 102. and other organelles during mitosis and cytoki-
MOLCHAN, T. M. , A. H. VALSTER e P. K. HEPLER. nesis in plant cells. Plant Physiol. 124, 135- 151.
2002. Actomyosin promotes cell plate alignment NELSON, R. S. e A. J. E. VAN BEL. 1998. The mys-
and late lateral expansion in Tradescantia sta- tery of virus trafficking into, through and out of
men hair cells. Planta 214, 683- 693. vascular tissue. Prog. Bot. 59, 476- 533.
MONTlES, B. 1989. Lignins. ln: Methods in Plant NEWMAN, R. H., L. M. DAVlES e P. J. HARRlS.
Biochemistry, vol. 1, Plant Phenolics, pp. 113- 1996. Solid-state 13C nuclear magnetic reso-
157, J. B. Harborne, ed. Academic Press, London. nance characterization of cellulose in the cell
MONZER, J. 1991. Ultrastructure of secondary vvalls of Arabidopsis thaliana leaves. Plant
plasmodesmata formation in regenerating Sola- Physiol. 111, 475-485.
num nigrum-protoplast cultures. Protoplas- NlCHOLSON, R. L. e R. I-IAMMERSCHMlDT. 1992.
ma 165, 86-95. Phenolic compounds and their role in disease
MOORE, P. J. e L. A. STAEHELl N. 1988. lmmuno- resistance. Annu. Rev. Phytopathol. 30, 369-
gold localization of the cell-wall-matrix polysac- 389.
charides rhamnogalacturonan l and xyloglucan OLESEN, P. 1979. The neck constriction in plasmo-
during cell expansion and cytokinesis in Trifo- desmata. Evidence for a peripheral sphincter-
lium pratense L.; implication for secretory pa- -like structure revealed by fixation with tannic
thways. Planta 174, 433-445. acid. Planta 144, 349-358.
MOREJOHN, L. C. 1991. The molecular pharma- OLESEN, P. e A. W. ROBARDS. 1990. The neck
cology of plant tubulin and microtubules. ln: region of plasmodes1nata: general architecture
The Cytoskeletal Basis of Plant Growth and and some functional aspects. ln: Parallels in
Form, pp. 29- 43, C. W. Lloyd, ed. Academic Cell to CellJunctions inPlants andAnimals,
Press, London. pp. 145- 170, A. W. Robards, H. Jongsma, W. J.
MULDER, B. M. e A. M. e. EMONS. 2001. A dyna- Lucas, J. Pitts e D. Spray, eds. Springer-Verlag,
mical model for plant cell ,;vall architecture for- Berlin.
mation. J Math. Biol. 42, 261- 289. O'MALLEY, D. M., R. WHETTEN, W. BAO, C.-L.
MULDER, B., J. SCHEL e A. M. EMONS. 2004. How CHEN e R. R. SEDEROFF. 1993. The role of lac-
the geometrical model for plant cell wall forma- case in lignification. Plant J 4, 751- 757.
13 8 111 Anatomia das Plantas de Esau
OPARKA, K. J., D. A. M. PRIOR e K. M. WRIGHT. PENNELL, R. 1998. Cell walls : Structures and sig-
1995. Symplastic communication between pri- nals. Curr. Opin. Plant Biol. l , 504- 510.
mary and developing lateral roots of Arabidop- PERRY, J. W. e R. F. EVERT. 1983. Histopathology
sis thaliana. J Exp. Bot. 46, 187- 197. of Verticillium dahliae within mature roots
OPARKA, K. J., A. G. ROBERTS, P. BOEVINK, S. of Russet Burbank potatoes. Can. J Bot. 61,
SANTA CRUZ, I. ROBERTS, K. S. PRADEL, A. 3405-3421.
IMLAU, G. KOTLIZKY, N. SAUER e B. EPEL. PICKARD, B. G. e R. N. BEACHY. 1999. Intercellu-
1999. Simple, but not branched, plasmodesmata lar connections are developmentally controlled
allow the nonspecific trafficking of proteins in to help move molecules through the plant. Cell
developing tobacco leaves. Cell 97, 743-754. 98, 5-8.
0STERGAARD, L., K. TEILUM, O. MIRZA, O. POMAR , F., F. MERINO e A. ROS BARCELÓ. 2002.
MATTSSON, M. PETERSEN, K. G. WELINDER, 0-4-linked coniferyl and sinapyl aldehydes in
J. MUNDY, M. GAJHEDE e A. lignifying cell walls are the main targets of the
HENRIKSEN. 2000. Arabidopsis ATP A2 peroxi- Wiesner (phloroglucinol-HCl) reaction. Proto-
dase. Expression and high-resolution structure plasma 220, 17-28.
of a plant peroxidase with implications for ligni- POST-BEITTENMILLER, D. 1996. Biochemistry
fication. Plant Mal. Biol. 44, 231-243. and molecular biology of wax production in
OTEGUI, M. e L. A. STAEHELIN. 2000. Cytokine- plants. Annu. Rev. Plant Physiol. Plant Mal.
sis in fl owering plants: More than one way to di- Biol. 47, 405- 430.
vide a cell. Curr. Opin. Plant Biol. 3, 493-502. POTGIETER, M. J. e A. E. VAN WYK. 1992. Inter-
OVERALL, R. L. e L. M. BLACKMAN. 1996. A mo- cellular pectic protuberances in plants: Their
del of the macromolecular structure of plasmo- structure anel taxonomic signifi cance. Bot.
desmata. Trends Plant Sei. 1, 307-311. Bull. Aead. Sin. 33, 295-316.
OVERALL, R. L. e B. E. S. GUNNING. 1982. Inter- PRESTON, R. D. 1974. Plant cell walls. ln: Dyna-
cellular comnlunication in Azolla roots. II. Elec- mie Aspects of Plant Ultrastruetiire, pp. 256-
trical coupling. Protoplasma 111, 151- 160. 309, A. W. Robards, ed. McGraw-Hill, London.
OVERALL, R. L., R. G. WHITE, L. M. BLACKMAN e PRESTON, R. D. 1982. The case for multinet gro-
J. E. RADFORD. 2000. Actin and myosin in plas- ,;vth in growing walls of plant cells. Planta 155,
modesmata. ln: Aetin: A Dynamie Framework 356-363.
for Multiple Plant Cell Funetion, pp. 497- 515, PRIESTLEY, J. H. e L. I. SCOTT. 1939. The forma-
C. J. Staiger, F Baluska, D. Volkmann e P. W. Bar- tion of a new cell wall at cell division. Proe. L ee-
low, eds. Kluwer/Academic Press, Dordrecht. ds Philos. Lit. Soe., Sei. Sect., 3, 532-545.
PALEVITZ, B. A. e P. K. HEPLER. 1985. Changes RADFORD, J. E. e R. G. WHITE. 1998. Localiza-
in dye coupling of stomatal cells of Allium and tion of a myosinlike protein to plasmodesmata.
Commelina demonstrated by microinjection of Plant J 14, 743-750.
Lucifer yellow. Planta 164, 473-479. RADFORD, J. E., M. VESK e R. L. OVERALL. 1998.
PANTERIS, E ., P. APOSTOLAKOS e B. GALATIS. Callose deposition at plasmodesmata. Proto-
1993. Microtubule organization, mesophyll cell plasma 201, 30-37.
morphogenesis, and intercellular space forma- RAVEN, P. H., R. F EVERT e S. E. EICHHORN. 2005.
tion in Adiantum capillus veneris leafl.ets. Biology ofPlants, 7. ed. Freeman, New York.
Protoplasma 172, 97-110. RECORD, S. J. 1934. Identifieation of the Timbers
PAULY, M., P. ALBERSHEIM, A. DARVILL e W. S. of Temperate NorthAmeriea. Wiley, New York.
YORK. 1999. Molecular domains of the cellulo- REICHEL, C., P. MÁS e R. N. BEACHY. 1999. The
se/xyloglucan network in the cell walls of hi- role of the ER and cytoskeleton in plant viral
gher plants. Plant J. 20, 629- 639. trafficking. Trends Plant Sei. 4, 458- 462.
PEARCE, R. B. 1989. Cell wall alterations and REICHELT, S., A. E. KNIGHT, T. P. HODGE, F.
antimicrobial defense in perennial plants. In: BALUSKA, J. SAMAJ, D. VOLKMANN e J. KEN-
Plant Cell Wall Polymers. Biogenesis and DRICK-JONES. 1999. Characterization of the
Biodegradation, pp. 346- 360, N. G. Lewis e M. unconventional myosin VIII in plant cells and
G. Paice, eds. American Chemical Society, Wa- its localization at the post-cytokinetic cell wall.
shington, DC. Plant J 19, 555- 567.
Parede celular 111 139
REID, J. S. G. 1985. Cell wall storage carbohydrates net,;vork of plant cell walls: Parallels between
in seeds- Biochemistry of the seed "gums" and cell expansion and fruit ripening. Trends Plant
"hemicelluloses." Adv. Bot. Res. 11, 125- 155. Sei. 4, 176- 183.
REINHARDT, D., F. WITTWER, T. MANDEL e C. ROSE, J. K. C., D. J. COSGROVE, P. ALBERSHEIM,
KUHLEMEIER. 1998. Localized upregulation A. G. DARVILL e A. B. BENNETT. 2000. De-
of a new expansin gene predicts the site of leaf tection of expansin proteins and activity du-
formation in the tomate meristem. Plant Cell ring tomate fruit ontogeny. Plant Physiol. 123,
10, 1427- 1437. 1583- 1592.
REIS, D. e B. VIAN. 2004. Helicoidal pattern in se- RUEL, K., O. FAIX e J.-P. JOSELEAU. 1994. New
condary cell walls and possible role of xylans immunogold probes for studying the distribu-
in their construction. C. R. Biologies 327, 785- tion of the different lignin types during plant
790. cell wall biogenesis. J Trace Microprobe Tech.
REUZEAU, C. e R. F. PONT-LEZICA. 1995. Com- 12, 247-265.
paring plant and animal extracellular matrix- RUEL, K., M.-D. MONTIEL, T. GOUJON, L. JOUA-
-cytoskeleton connections-Are they alike? NIN, V. BURLAT e J.-P. JOSELEAU. 2002. Inter-
Protoplasma 186, 113-121. relation between lignin deposition and polysac-
ROBARDS, A. W. e W. J. LUCAS. 1990. Plasmodes- charide matrices during the assembly of plant
mata. Annu. Rev. Plant Physiol. Plant Mol. cell walls. Plant Biol. 4, 2-8.
Biol. 41, 369-419. RYSER, U. e B. KELLER. 1992. Ultrastructural
ROBERTS, K. 1990. Structures at the plant cell localization of a bean glycine-rich protein in
surface. Curr. Opin. Cell Biol. 2, 920-928. unlignified primary walls of protoxylem cells.
ROBERTS, K. 1994. The plant extracellular ma- Plant Cell 4, 773- 783.
trix: ln a new expansive mood. Curr. Opin. RYSER, U., M. SCHORDERET, G.-F. ZHAO, D. STU-
Cell Biol. 6, 688- 694. DER, K. RUEL, G. HAUF e B. KELLER. 1997.
ROBINSON, D. G. 1991. What is a plant cell? The Structural cell-wall proteins in protoxylem de-
last word. Plant Cell 3, 1145- 1146. velopment: evidence for a repair process me-
ROBINSON-BEERS, K. e R. F. EVERT. 1991. Fine diated by a glycine-rich protein. Plant J 12,
structure of plasn1odesmata in mature leaves of 97- 111.
sugarcane. Planta 184, 307-318. SAKUTH, T., C. SCHOBERT, A. PECSVARADI,
RODKIEWICZ, B. 1970. Callose in cell walls during A. EICHHOLZ , E. KOMOR e G. ORLICH. 1993.
megasporogenesis in angiosperms. Planta 93, Specific proteins in the sievetube exudate of
39-47. Ricinus communis L. seedlings: Separation,
ROELOFSEN, P. A. 1959. The plant cell-wall. Han- characterization and in vivo labelling. Planta
dbuch der Pjlanzenanatomie, Band III, Teil 4, 191, 207-213.
Cytologie. Gebrüder Borntraeger, Berlin-Niko- SAMUELS, A. L. , T. H. GIDDINGS Jr. e L. A. STA-
lassee. EHELIN. 1995. Cytokinesis in tobacco BY-2
ROLAND, J. C. 1978. Cell wall differentiation and and root tip cells : A new model of cell plate
stages involved with intercellular gas space formation in higher plants. J Cell Biol. 130,
opening. J Cell Sei. 32, 325-336. 1345-1357.
ROLAND, J. C., D. REIS, B. VIAN, B. SATIAT-JEU- SATIAT-JEUNEMAITRE, B. 1992. Spatial and
NEMAITRE e M. MOSINIAK. 1987. Morphoge- temporal regulations in helicoidal extracellular
nesis of plant cell walls at the supramolecula r matrices: Comparison between plant and ani-
levei: Internai geo1netry and versatility of heli- mal syste1ns. Tissue Cell 24, 315-334.
coidal expression. Protoplasma 140, 75-91. SATIAT-JEUNEMAITRE, B., B. MARTIN e C. HA-
ROLAND, J.-C., D. REIS, B. VIAN e S. ROY. 1989. The WES. 1992. Plant cell wall architecture is reve-
helicoidal plant cell wall as a performing cellulo- aled by rapid-freezing and deepetching. Proto-
se-based composite. Biol. Cell 67, 209- 220. plasma 167, 33- 42.
ROS BARCELÓ, A. 1997. Lignification in plant cell SCHMIT, A.-C. e A.-M. LAMBERT. 1988. Plant ac-
walls . Int. Rev. Cytol. 176, 87- 132. tin filament and microtubule interactions du-
ROSE, J. K. C. e A. B. BENNETT. 1999. Coopera- ring anaphase-telophase transition: Effects of
tive disassembly of the cellulose-xyloglucan antagonist drugs. Biol. Cell 64, 309- 319.
140 111 Anatomia das Plantas de Esau
SCHOBERT, C., P. GROBMANN, M. GOTTSCHALK, -relatecl enzymes in growing cotton fiber cells.
E. KOMOR, A. PECSVARADI e U. ZUR MIE- Plant Cell Physiol. 38, 375- 378.
DEN. 1995. Sieve-tube exudates from Ricinus SHOWALTER, A. M. 1993. Structure anel function
communis L. seedlings contains ubiquitin and of plant cell wall proteins. Plant Cell 5, 9- 23.
chaperones. Planta 196, 205- 210. SINHA, N. R., R. E. WILLIAMS e S. HAKE. 1993. Ove-
SCHOBERT, C., L. BAKER, J. SZEDERKÉNYI, rexpression of the maize homeobox gene, KNOT-
P. GROBMANN, E. KOMOR, H . HAYASHI, M. TED-1, causes a switch from determinate to inde-
CHINO e W. J. LUCAS. 1998. Identifi cation of terminate cell fates. Genes Dev. 7, 787- 795.
immunologically related proteins in sieve-tube SINNOTT, E . W. e R. BLOCH. 1941. Division in va-
exudate collected from monocotyledonous and cuolate plant cells. Am. J Bot. 28, 225-232 .
dicotyledonous plants. Planta 206, 245-252. SMITH, B. G. e P. J. HARRIS. 1999. The polysac-
SCHULZ, A. 1995. Plasmodesmal widening accom- charide composition of Poales cell walls: Poace-
panies the short-term increase in symplasmic ae cell walls are not unique. Biachem. System.
phloen1 loading in pea root tips under osmotic Ecol. 27, 33-53.
stress. Protoplasma 188, 22-37. SMITH, B. G., P. J. HARRIS, L. D. MELTON e R. H.
SCHULZ, A. 1999. Physiological control of plas1no- NEWMAN. 1998. Crystalline cellulose in hydra-
desmal gating. ln: Plasmodesmata: Structure, ted primary cell walls of three monocotyledons
Function, Role in Cell Communication, pp. and one dicotyledon. Plant Cell Physiol. 39,
173-204, A. J . E. van Bel e W. J. P. van Kestern, 711- 720.
eds. Springer, Berlin. SMITH, L. G. 1999. Divide and conquer: Cytokinesis
SCHULZ, R. e W. A. JENSEN. 1968. Capsella em- in plant cells. Curr Opin. Plant Biol. 2, 447-
bryogenesis: The egg, zygote, and young em- 453.
bryo. Am. J Bot. 55, 807-819. SPANSWICK, R. M. 1976. Symplasmic transport in
SEDEROFF, R. e H.-M. CHANG. 1991. Lignin bio- tissues. ln: Encyclopedia of Plant Physiology,
syn thesis . ln: Wood Structure and Composi- n.s., vol. 2, Transport in Plants II, Part B, Tis-
tion, pp. 263- 285, M. Lewin and I. S. Goldstein, sues and Organs, pp. 35- 53, U. Lüttge e M. G.
eds. Dekker, New York. Pitman, eds. Springer-Verlag, Berlin.
SEDEROFF, R. R., J . J. MACKAY, J. RALPH e R. D. STAEHELIN, A. 1991. What is a plant cell? A res-
HATFIELD. 1999. Unexpected variation in lig- ponse. Plant Cell 3, 553.
nin. Curr. Opin. Plant Biol. 2, 145- 152. STAEHELIN, L. A. e P. K. HEPLER. 1996. Cytoki-
SERPE, M. D. e E. A. NOTHNAGEL. 1999. Ara- nesis in higher plants. Cell 84, 821- 824.
binogalactanproteins in the multiple domains STONE, B. A. e A. E. CLARKE. 1992. Chemistry
of the plant cell surface. Adv. Bot. Res. 30, and Biology of (J....::,3) -®-glucans. La Trobe
207-289. University Press, Bundoora, Victoria, Australia.
SHEDLETZKY, E ., M. SHUMEL, T. TRAININ, S. SUGIMOTO, K., R. HIMMELSPACH, R. E. \1/ILLIA-
KALMAN e D. DELMER. 1992. Cell wall struc- MSON e G. O. \.VASTENEYS. 2003. Mutation or
ture in cells adapted to growth on the cellulose- drug-dependent 1nicrotubule clisruption causes
-synthesis inhibitor 2,6-dichlorobenzonitrile. A radial sw·elling without altering parallel cellu-
comparison between two dicotyledonous plants lose microfibril deposition in Arabidopsis root
and a graminaceous monocot. Plant Physiol. cells. Plant Cell 15, 1414-1429.
100, 120-130. SUZUKI, K., T. ITOH e H. SASAMOTO. 1998. Cell
SHIBAOKA, H. 1991. Microtubules and the regula- wall a rchitecture prerequisite for the cell clivi-
tion of cell 1norphogenesis by plant hormones. sion in the protoplasts of white poplar, Populus
ln: The Cytoskeletal Basis of Plant Growth alba L. Plant Cell Physiol. 39, 632-638.
and Form, pp. 159- 168, C. W. Lloyd, ecl. Acade- TAKAHASHI, Y., S. ISHIDA e T. NAGATA. 1995.
mic Press, London. Auxin-regulatecl genes. Plant Cell Physiol. 36,
SHIEH, M. W. e D. J. COSGROVE. 1998. Expansins. 383- 390.
J Plant Res. 111, 149- 157. TALBOTT, L. D. e P. M. RAY. 1992. Molecular size
SHIMIZU, Y., S. AOTSUKA, O. HASEGAWA, T. KA- and separability features of pea cell wall poly-
WADA, T. SAKUNO, F. SAKAI e T. HAYASHI. saccharides. Implications for models of primary
1997. Changes in leveis of mRNAs for cell wall- ,;1,1all structure. Plant Physiol. 98, 357- 368.
Parede celular 111 141
TANGL, E. 1879. Ueber offene Communicationen in fern gametophytes. D evelopment 110, 1209-
zwischen den Zellen des Endospersms einiger 1221.
Samen. Jahrb. Wiss. Bot. 12, 170- 190. TRETHEWEY, J. A. K. e P. J. HARRIS. 2002. Loca-
TAYLOR, N. G., S. LAURIE e S. R. TURNER. 2000. tion of (1➔3) - and (1➔3), (1➔ 4) - ®-D-glucans
Multiple cellulose synthase catalytic subunits in vegetative cell walls of barley (Hordeum vul-
are required for cellulose synthesis in Arabi- gare) using immunogold labelling. New Phytol.
dopsis. Plant Cell 12, 2529- 2539. 154, 347- 358.
TAYLOR, N. G., R. M. HOWELLS, A. K. HUTTLY, K. TUCKER, E. B. e R. M. SPANSWICK. 1985. Trans-
VICKERS e S. R. TURNER. 2003. Interactions location in the staminal hairs of Setereasea
among three distinct CesA proteins essential purpurea. II. Kinetics of intercellular trans-
for cellulose synthesis. Proe. Natl. Aead. Sei. port. Protoplasma 128, 167-172.
USA 100, 1450-1455. TUCKER, J. E., D. MAUZERALL e E. B. TUCKER.
TERASHIMA, N. 2000. Formation and ultrastruc- 1989. Symplastic transport of carboxyfl uores-
ture of lignifi ed plant cell walls. ln: New Ho- cein in staminal hairs of Setereasea purpurea
rizons in Wood Anatomy, pp. 169- 180, Y. S. is diffusive and includes loss to the vacuole.
Kim, ed. Chonnam National University Press, Plant Physiol. 90, 1143-1147.
Kwangju, S. Korea. TURGEON, R. 1996. Phloem loading and plasmo-
TERASHIMA, N., K. FUKUSHIMA, L.-F. HE e K. desmata. Trends Plant Sei. l, 418-423.
TAKABE. 1993. Comprehensive model of the lig- VALLET, C., B. CHABBERT, Y. CZANINSKI e B.
nified plant cell wall. ln: Forage Cell Wall Strue- MONTIES. 1996. Histochemistry of lignin de-
ture and Digestibility, pp. 247-270, H. G. Jung, position during sclerenchyma differentiation in
D. R. Buxton, R. D. Hatfield e J. Ralph, eds. Ame- alfalfa stems. Ann. Bot. 78, 625- 632.
rican Society of Agronomy, Madison, WI. VAN BEL, A. J. E. e W. J. P. VAN KESTEREN, eds.
TERASHIMA, N., J. NAKASHIMA e K. TAKABE. 1999. Plasmodesmata: Strueture, Funetion,
1998. Proposed structure for protolignin in Role in Cell Communication. Springer-Verlag,
plant cell walls . ln: Lignin and Lignan Bio- Berlin.
synthesis, pp. 180- 193, N. G. Lewis e S. Sarka- VANCE, e. P., T. K. KIRK e R. T. SHERWOOD. 1980.
nen, eds. American Chemical Society, Washing- Lignification as a mechanism of disease resis-
ton, DC. tance. Annu. Rev. Phytopathol. 18, 259-288.
TERRY, B. R. e A. W. ROBARDS. 1987. Hydrody- VAN VOLKENBURGH, E., M. G. SCHMIDT e R. E.
namic radius alone governs the mobility of mo- CLELAND. 1985. Loss of capacity for acid-in-
lecules through plasmodesmata. Planta 171, duced wall loosening as the principal cause of
145-157. the cessation of cell enlargement in light-grown
THIMM, J. C., D. J. BURRITT, W. A. DUCKER e L. bean leaves. Planta 163, 500-505.
D. MELTON. 2000. Celery (Apium graveolens VARNER, J. E. e L.-S. LIN. 1989. Plant cell wall ar-
L.) parenchyma cell walls examined by ato- chitecture. Cell 56, 231-239.
mie force microscopy: Effect of dehydration on VENVERLOO, C. J . e K. R. LIBBENGA. 1987. Regu-
cellulose microfi brils. Planta 212, 25-32. lation of the plane of cell division in vacuolated
THIMM, J. C., D. J. BURRITT, I. M. SIMS, R. H. cells. I. The function of nuclear positioning and
NEWMAN, W. A. DUCKER e L. D. MELTON. phragmosome formation. J Plant Physiol. 131,
2002. Celery (Apium graveolens) parenchyma 267-284.
cell walls : Cell walls with minilnal xyloglucan. VERMA, D. P. S. 2001. Cytokinesis and build ing of
Physiol. Plant. 116, 164-171. the cell plate in plants. Annu. Rev. Plant Phy-
THOMSON, N., R. F. EVERT e A. KELMAN. 1995. siol. Plant Mol. Biol. 52, 751-784. VESK, P. A.,
Wound healing in whole potato tubers: A cyto- M. VESK e B. E. S. GUNNING. 1996. Field emis-
chemical, fl uorescence, and ultrastructural sion scanning electron microscopy of microtu-
analysis of cut and bruised wounds. Can. J bule arrays in higher plant cells. Protoplasma
Bot. 73, 1436- 1450. 195, 168- 182.
TILNEY, L. G., T. J. COOKE, P. S. CONNELLY e M. VIAN, B., D. REIS, M. MOSINIAK e J. C. ROLAND.
S. TILNEY. 1990. The d istribution of plasmo- 1986. The glucuronoxylans and the helicoidal
desmata and its relationship to morphogenesis shift in cellulose microfibrils in linden wood :
142 111 Anatomia das Plantas de Esau
Cytochemistry in muro and on isolated mole- pects for functional analysis. Plant Mol. Biol.
cules. Protoplasma 131, 185- 199. 47, 9- 27.
VIAN, B., J.-C. ROLAND e D. REIS. 1993. Primary WILLIAMSON, R. E., J. E. BURN e C. H. HOCART.
cell wall texture and its relation to surface ex- 2002. Towards the n1echanism of cellulose syn-
pansion. Int. J Plant Sei. 154, 1-9. th esis. Trends Plant Sei. 7, 461-467.
VOLK, G. M., R. TURGEON e D. U. BEEBE. 1996. WOLF, S., C. M. DEOM, R. N. BEACHY e W. J. LU-
Secondary plasmodesmata formation in the CAS. 1989. Movement protein of tobacco mosaic
minor-vein phloem of Cucumis melo L. and virus modifies plasmodesmatal size exclusion
Cucurbita pepo L. Planta 199, 425-432. limit. Science 246, 377-379.
VOS, J. \V., M. DOGTEROM e A. M. C. EMONS. WOLTERS-ARTS, A. M. C., T. VAN AMSTEL e J.
2004. Microtubules becon1e more dynamic but DERKSEN. 1993. Tracing cellulose 1nicrofibril
not shorter during preprophase band formation: orientation in inner primary cell walls. Proto-
A possible "search-and-capture" mechanism for plasma 175, 102-111.
microtubule translocation. Cell Motil. Cytoskel. WU, J. 1993. Variation in the distribution of
57, 246-258. guaiacyl and syringyl lignin in the cell walls of
WAIGMANN, E. e P. C. ZAMBRYSKI. 1995. Tobacco hardwoods. Mem. Fac. Agric. Hokkaido Univ.
mosaic virus movement protein-mediated pro- 18, 219- 268.
tein transport between trichome cells. Plant WYMER, C. e C. LLOYD. 1996. Dynamic microtu-
Cell 7, 2069-2079. bules: Implications for cell wall patterns. Tren-
WAIGMANN, E., A. TURNER, J. PEART, K. RO- ds Plant Sei. 1, 222- 228.
BERTS e P. ZAMBRYSKI. 1997. Ultrastructural YE, Z.-H. e J. E. VARNER. 1991. Tissue-specific ex-
analysis of leaf trichome plasma plasmodesmata pression of cell wall proteins in developing soy-
reveals major differences fron1 mesophyll plas- bean tissues. Plant Cell 3, 23- 37.
modesn1ata. Planta 203, 75- 84. YUAN, M., P. J. SHAW, R. M. WARN e C. W. LLOYD.
WALTER, M. H. 1992. Regulation of lignification in 1994. Dynamic reorientation of cor tical micro-
defense. ln: Genes Involved in Plant Defense, tubules, from transverse to longitudinal , in li-
pp. 327- 352, T. Boller e F. Meins, eds. Springer- ving plant cells. Proc. Natl. Acad. Sei. USA 91,
-Verlag, Vienna. 6050- 6053.
WHETTEN, R. W., J. J. MACKAY e R. R. SEDERO- ZACHARIADIS, M., H. QUADER, B. GALATIS e P.
FF. 1998. Recent advances in understanding APOSTOLAKOS. 2001. Endoplasmic reticulum
lignin biosynthesis. Annu. Rev. Plant Physiol. preprophase band in divid ing root-tip cells of
Plant Mol. Biol. 49, 585-609. Pinus brutia. Planta 213, 824-827.
WHITE, R. G., K. BADELT, R. L. OVERALL e M. ZANDOMENI, K. e P. SCHOPFER. 1993. Reorien-
VEST. 1994. Actin associated with plasmodes- tation of microtubules at the outer epidern1al
mata. Protoplasma 180, 169-184. wall of maize coleoptiles by phytochrome,
WILLATS, W. G. T., L. MCCARTNEY, W. MACKIE e blue-light receptor, and auxin. Protoplasma
J. P. KNOX. 2001. Pectin: Cell biology and pros- 173, 103-112.
CàP. ÍiliULO Cl~CO
MERISTEMAS
E DIFERENCIAÇAO
Altura
(cm)
50
y
J
- - ---r-----------1-t---n--- - - - - - - - - - - - - - -
1
I J
/ I
/ p
.,,. .,,..o" /
.0.,,..,,. /
--- --
I
-----
_.JJ
-o---
-----
20
p
. ha ..e'i
.,....... _••. Bain
-----
que já não apresenta1n atividade meristemática. O não pertencem ao mes1no grupo dos meristemas
melhor exemplo de 1neristemas intercalares são apicais e laterais porque não possuem células que
aqueles dos entrenós e bainhas foliares das mono- possam ser chamadas de iniciais.
cotiledôneas, particularmente das gramíneas (Fig. En1 descrições da diferenciação primária de
5.2). Esses tipos de regiões de crescimento contêm ápices caulinares e radiculares, as células iniciais
elementos do tecido de condução diferenciados e suas derivadas imediatas são, frequentemente,
e, ao final, se transformam em tecidos maduros, distinguidas das parcialmente diferenciadas mas
embora suas células parenquimáticas retenham a ainda meristemáticas, dos tecidos subjacentes, sob
capacidade de reassumir o crescimento (Capítulo o nome de promeristema (ou protomeristema;
7). Como meristemas, os meristemas intercalares Jackson, 1953). Os tecidos meristemáticos subja-
146 111 Anatomia das Plantas de Esau
centes são classificados de acordo con1 o sistema cal. Em geral, o procâmbio e os tecidos vasculares
de tecidos que originam, sendo denominados pro- primários dele originados ocorrem em feixes (fas-
toderme, que se diferencia em epiderme, procâm- cículos) mais ou menos já separados uns dos outros
bio (também chamado tecido provascular)1, que por u1n parênquima interfascicular (Fig. 5.3A). Ao
origina os tecidos vasculares primários e o meris- final do crescimento primário, os remanescentes
tema fundamental, precursor do sistema de teci- do procâmbio entre xilema e floema primários se
dos fundamentais. Se o termo meristema é usado tornam a parte fascicular do câmbio. Esse câm-
genericamente, protoderme, procâmbio e meriste- bio é complementado pelo câmbio interfascicular
ma fundamental são denominados meristemas que surge a partir do parênquima interfascicular
primários (Haberlandt, 1914). Em um sentido (Fig. 5.3B). Dessa forma, um cilindro contínuo de
mais restrito de meriste1nas (combinação entre as câmbio (um anel em cor te transversal) é formado,
iniciais e as derivadas imediatas), esses três teci- parcialmente fascicular e parcialmente interfasci-
dos constituem tecidos meristemáticos primários cular em origem. Segundo a definição de meriste-
parcialmente determinados. mas p1imários e secundários, o câmbio fascicular é
Os tennos protodenne, procâmbio e meristema um meristema primário - derivado do meristema
fundamental servem ben1 para descrever o padrão apical via procâmbio - enquanto o câmbio inter-
de diferenciação de tecidos, nos órgãos da planta, fascicular é um meristema secundário - derivado
e se relacionan1 a uma classificação simples e con- do parênquima fascicular que reassumiu atividade
veniente dos tecidos maduros em três sistemas, meristemática secundariamente.
epidérmico, vascular e fundamental, revistos no Em muitas plantas lenhosas, as partes do câm-
primeiro capítulo. Parece indiferente se a proto- bio originadas nas duas regiões se torna1n indis-
derme, o procâmbio e o meristema fundamental tintas en1 estágios tardios de crescin1ento secun-
são chamados meristemas ou tecidos meristemá- dário. Além disso, considerando que trabalhos
ticos, desde que se entenda que o desenvolvimen- com cultura de tecidos mostram que as células ve-
to futuro desses tecidos se encontra determinado, getais retêm seu potencial de crescimento (Stre-
pelo menos em parte. et, 1977), o aparecimento de divisões can1biais no
parênquima interfascicular não indica uma mu-
Os meristemas também são classificados segundo dança maior nas características das células en-
a natureza das células que dão origem às suas cé- volvidas. Dessa forn1a, associar o câmbio vascular
lulas iniciais parcialmente com meristema primário e parcial-
Se as iniciais descendem diretamente de células mente com meriste1na secundário é puramente
embrionárias que não cessaram sua atividade me- teórico. Essa conclusão, entretanto, não invalida
ristemática, o meristema resultante é chamado o valor da classificação dos tecidos maduros em
primário. Se, entretanto, as iniciais se originam primários e secundários, como apresentado no
de células já diferenciadas, que reassumem a fun- Capítulo 1.
ção meristemática, o meristema resultante é cha-
mado secundário. Características das células meristemáticas
O câmbio da casca (felogênio) é um bom exem- Células meristemáticas são fundamentalmente se-
plo de meristema secundário, pois ele se origina da melhantes às células de parênquima jovem. Durante
epiderme ou de tecidos parenquimáticos no córtex a divisão, as células dos ápices caulinares possuem
e nas camadas profundas da casca. O câmbio vas- paredes relativamente estreitas, poucos compostos
cular possui uma origem mais variada e relaciona- armazenados e plastídios no estágio de proplastí-
da com a organização do sistema vascular primário. dios. O retículo endoplasmático aparece em peque-
Esse sistema se diferencia a partir do procâmbio na quantidade e as mitocôndrias possuem poucas
que é, em síntese, derivado de um meristema api- cristas. Os corpúsculos de Golgi e os microtúbulos
encontram-se presentes, como é característico de
1 Alguns pesquisadores distinguem entre células provasculares células com paredes celulares em crescimento. Os
e células procambiais, células provasculares sendo consideradas
como independentes e não células propriamente vasculares, e
vacúolos são pequenos e dispersos.
células procambiais como células que já tenham progredido para As camadas profundas dos meristemas apicais
a diferenciação em xilema e floema (Clay e Nelson, 2007). podem ser mais altamente vacuolizadas e conter
Meristemas e diferenciação 111 147
, - - - - - - Câmbio interfascicular
, - - - - - - - - - - - - - - Câmbio interfascicular
~ - - - - - - - - Roema
1oom7
1 ~ B
FIGURA 5.3
Cortes transversais de caule mostrando estágio jovem (A) e tardio (B) na atividade do câmbio fascicular e interfas-
cicular. A , Lotus corniculatus. B. Medicago sativa, alfafa. (A, cortesia de J.E. Sass; B. de Sass, 1958 © Blackwell
Publishing.)
amido (Steeves et al., 1969). Em alguns táxons, treita (Capítulo 12). Nos períodos de dormência, o
especialmente samambaias, conífer as e Ginkgo, sistema de vacúolos assume a forma de numerosos
células conspicuamente vacuolizadas ocorrem nas vacúolos interconectados. Os vacúolos de inver-
posições mais apicais do domo (Capítulo 6). Antes no, às vezes, contêm polifenóis e corpos proteicos.
que a semente germine, os meristemas dos embri- Nesse período, o retículo endoplasmático é liso e os
ões contêm material de reserva. ribossomos encontram-se livres no citosol.
Durante os períodos de divisão, as células do As células meristemáticas são, geralmente, des-
câmbio apresentam um ou dois vacúolos desenvol- critas como possuindo urn grande núcleo. Entre-
vidos que deslocam o citoplasma denso, portador tanto, a razão entre o tamanho da célula e seu nú-
de retículo endoplasmático rugoso e outros com- cleo - razão citonuclear - varia consideravelmente
ponentes celulares, contra uma parede celular es- (Trombetta, 1942) . Em geral, células meristemáti-
148 111 Anatomia das Plantas de Esau
DIFERENCIAÇÃO
Termos e conceitos diferenciação e morfogênese. Diferenciação se
O desenvolvimento ela planta consiste de três fe- refere à sucessão de mudanças na forma, estrutu-
nômenos intimamente relacionados: crescimento, ra e função elas células originadas pelas derivadas
Meristemas e diferenciação 111 151
Elemento
de vaso Célula companheira
e elemento de
tubo crivado
Célula
meristemática
FIGURA 5.7
Diagrama ilustrando alguns tipos de células que podem se originar a partir das meristemáticas do procâmbio ou do
câmbio. A célula meristemática, ilustrada aqui (no centro) com um único grande vacúolo, é típica do câmbio. Células
procambiais geralmente possuem vários vacúolos pequenos. As células meristemáticas ou as precursoras de todas
essas células possuem genoma idêntico. Os tipos celulares se tornam distintos entre si porque um grupo particular de
gene se expressa em cada tipo. Dentre os quatro tipos de células, ilustrados aqui, as de parênquima são as menos espe-
cializadas. Tanto os elementos de vaso, especializados na condução de água, corno as fibras, especializadas na susten-
tação, não possuem protoplasto na maturidade. Os elementos de tubo crivado maduros, especializados no transpor te
de açúcares e outros compostos, retên1 o protoplasto vivo, mas não possuem núcleo e vacúolo. Eles dependem de suas
células-irmãs, as células companheiras, para exercer suas funções vitais. (Obtido de Raven et ai., 2005.)
maduras, no sentido de teren1 atingido o tipo de anormais como tumores. Tecidos provenientes de
especialização e estabilidade fisiológica que nor- "callus" também podem ser induzidos a crescer
malmente as caracteriza como componentes de um sem sofrer diferenciação.
determinado tecido da planta adulta. A definição O termo co1npetência aparece frequentemente
de maturidade deve considerar que células madu- em discussões sobre diferenciação. Como definido
ras com protoplasto completo pode1n reassumir a por McDaniel (1984a, b), competência se refere
atividade meristemática, quando apropriadamente à habilidade de uma célula se desenvolver e1n res-
estimuladas. O estímulo pode ser induzido por um posta a um sinal específico, como a luz. Isso impli-
ferimento acidental, pela invasão por parasitas e ca que a célula competente é capaz de reconhecer
por uma infecção de agentes patógenos (Beers e o sinal e traduzi-lo para un1a resposta.
McDo,v-ell, 2001). Estresses internos normais que Durante seu desenvolvimento, a planta assume
causam injúria nos tecidos podem provocar re- uma forma específica. Portanto, a planta experi-
ações de crescimento semelhantes a "reações de menta uma morfogênese (da palavra grega que
reparo". Tais reações são comuns em casca, duran- significa forma e origem), termo comumente usa-
te o aumento secundário do eixo em espessura, e do tanto para a forma externa como para a orga-
em regiões de abscisão onde folhas e outros órgãos nização interna e que, con10 no caso da diferen-
normalmente se separam da planta. A estimulação ciação, se refere a todos os níveis de organização,
de células para retomada do crescimento pelo seu dos componentes celulares à planta como um todo.
isolamento da planta, seguido por cultura in vitro, Entretanto, D. R. Kaplan e W. Hagemann (1991)
representa uma técnica experimental útil para o destacan1 que, en1bora alguns aspectos da mor-
estudo da potencialidade meristemática de células fologia e anatomia vegetal estejam relacionados,
maduras (Street, 1977). a diferenciação de células e tecidos segue a orga-
Em estudos sobre células que retomam a ativi- nogênese ou n1orfogênese. Notando a tendência de
dade meristemática, os termos desdiferenciação alguns botânicos em confundir aspectos morfoló-
- perda das características previamente adquiri- gicos con1 anatômicos, na interpretação dos meca-
das - e rediferenciação - aquisição de novas ca- nismos do desenvolvimento da planta, D. R. Kaplan
racterísticas - são comumente usados. O processo (2001) con1enta: "... enquanto a anatomia pode ser
todo refere-se a transdiferenciação. Como dife- detenninada pela morfologia ... , a anatomia não de-
renciação, desdiferencição não é um termo preci- termina a morfologia''.
so. Células em desdiferenciação não revertem ao
estágio de oosfera fertilizada ou mesmo de células Senescência (morte celular programada)
embrionárias, embora possam perder algumas das O fim natural da vida de uma planta, como re-
características especializadas e aumentar a quan- sultado de um processo de senescência, pode ser
tidade de componentes subcelulares, envolvidos na considerado um estágio normal de seu desenvolvi-
síntese de DNA e proteínas. mento, ou seja, uma consequência dos eventos de
Discussões sobre diferenciação podem se refe- diferenciação e maturação (Leopold, 1978; Noo-
rir à determinação (McDaniel, 1984a, b; Lyndon dén e Leopold, 1988; Greenberg, 1996). O termo
1998), fenôn1eno considerado como um dos aspec- senescência significa especificamente uma série
tos ela diferenciação. Determinação significa o de mudanças em um organismo vivo que levam
comprometimento progressivo com uma determi- à sua morte (Noodén e Thompson, 1985; Green-
nada rota de desenvolvimento, que leva ao enfra- berg, 1996; Pennell e Lamb, 1997). A senescência
quecimento ou perda da capacidade de reassumir pode afetar o organismo como um todo ou alguns
o crescimento. Algumas células ficam determina- de seus órgãos, tecidos ou células. Plantas anuais
das mais cedo e mais completamente do que ou- que florescem somente uma vez na vida (mono-
tras, e algumas mantêm sua totipotência depois carpia: frutificação única) entram em senescência
da diferenciação. A diferenciação e o crescimen- dentro de uma estação. Em árvores decíduas, as
to encontram-se associados, e ambos acontecem folhas comumente entram em senescência no final
em todos os níveis morfológicos, ou seja, das es- da estação de crescin1ento, os frutos amadurecem
truturas subcelulares à planta inteira. O cresci- e entram em senescência em poucas semanas e as
mento sem diferenciação aparece em estruturas flores e folhas, em poucos dias. As células individu-
Meristemas e diferenciação 111 153
ais senescentes incluem as células da coifa da raiz, 1977; Thompson et al., 1997). Em folhas de trigo
que constantemente são destacadas pela raiz em naturalmente senescentes, os cloroplastos acumu-
crescimento. Uma vez que a senescência acontece lam lipídios na forn1a de plastoglóbulos, as lamelas
em uma sequência ordenada na vida da planta e re- do grana e do intergrana se distendem e se frag-
presenta um processo de degeneração ativa, ela é mentam em vesículas, o estroma se desintegra e,
considerada um evento controlado geneticamente, finalmente, o envoltório do plastídio se rompe, libe-
ou programado - um processo de morte celular rando o conteúdo das organelas (Hurkman, 1979).
programada (Buchanan-Wollaston, 1997; Noodén Durante a senescência, muitos dos processos bio-
et al., 1997; Dangl et al., 2000; Kuriyama e Fukuda, químicos celulares são direcionados para a recupe-
2002) . ração e redistribuição de metabólitos e materiais
A senescência pode ser controlada por com- estruturais, especialmente das reservas de nitro-
postos químicos, incluindo substâncias de cresci- gênio e fósforo. Os peroxissomos se convertem em
mento, e por condições do ambiente (Dangl et al., glioxissomos, que convertem lipídios em açúcares.
2000). O tratamento de folhas de soja com auxinas Em células verdes, a maioria das proteínas é repre-
e citocininas, por exemplo, previne a senescência, sentada por Rubisco, localizada no estroma do clo-
normalmente induzida pelo desenvolvimento das roplasto. Dessa forma, mais de 100 genes associa-
sementes (Thimann, 1978). As folhas tratadas dos à senescência - cujo nível de expressão se dá
mantiveram sua atividade fotossintética e de assi- durante a senescência foliar - foram identificados
milação de nitrogênio ao invés de perder suas re- em espécies vegetais diversas (ver literatura citada
servas para as estruturas reprodutivas, tornando- em Jing et al., 2003) .
-se senescentes. Em contrapartida, a senescência Outros exemplos de morte celular programada,
pode ser induzida por etileno (Grbié e Bleecker, em plantas, incluem a maturação dos elementos
1995), que estimula a expressão de um conjunto traqueais (Capítulo 10; Fukuda, 1997); a formação
de genes associados à senescência (SAGs, Lohman de aerênquima (Capítulo 7) em raízes e111 resposta
et al., 1994). à deficiência de oxigênio (hipóxia), en1 virtude do
Embora o termo senescência derive do latin se- alagan1ento do solo (Drevr et al., 2000); a destrui-
nesco, ficar velho, ele não é considerado sinônimo ção do suspensor durante a embriogênese (Wred-
da palavra envelhecer (Leopold, 1978; Noodén e le et al., 2001); a morte de três dos quatro megás-
Thompson, 1985; Noodén, 1988) . Como senescên- poros durante a n1egagametogênese; a morte das
cia, envelhecer é parte integrante do ciclo de vida células de aleurona dos cereais devido à grande
de um organismo e não é facilmente distinguível de produção de a -amilase necessária para a quebra
senescência. Envelhecer pode ser definido como o e mobilização do anüdo para fornecer energia, du-
acún1ulo de mudanças que diminuem a vitalidade rante o desenvolvimento da nova planta (Fath et
de um ser vivo, sem ser letal. Envelhecer, entre- al., 2000; Richards et ai., 2001); e a remodelação
tanto, pode levar à senescência. A ambiguidade da no desenvolvimento da forma foliar (Gunawardena
palavra envelhecer te111 sido realçada pelo seu uso et al., 2004). A morte celular programada também
em trabalhos experimentais para indicar a prática exerce unl papel importante na resistência contra
de cultivar segmentos de tecido de armazenamento, patógenos (Mittler et al., 1997). A morte celular
em condições que estimulam o aumento da ativida- rápida - conhecida como resposta hipersensível
de metabólica. Esse tipo de "envelhecimento" deve- ou HR -, que acontece como resposta ao ataque de
ria ser chan1ado rejuvenescimento (Beevers, 1976). patógenos, encontra-se intimamente relacionada à
Mudanças comuns em células senescentes de resistência ativa (Greenberg, 1997; Pontier et al.,
folhas são a diminuição na quantidade de clorofila, 1998; Lam et al., 2001; Loake, 2001) . O processo
o aumento na quantidade de pigmentos vermelhos exato pelo qual o HR resiste ao patógeno é ainda
(antocianinas) e amarelos (carotenoides), a prote- problemático. Tem sido sugerido que o HR mata di-
ólise e a redução da quantidade de ácidos nucleicos retamente o patógeno e/ou limita seu crescimento,
e o aumento na fluidificação da célula (Leopold, interferindo na sua obtenção de nutrientes (Heath,
1978; Huang et al., 1997; Fink, 1999; Jing et al. , 2000) .
2003). A fluidificação encontra-se associada com a A morte celular programada em plantas é desen-
desorganização das membranas lipídicas (Simon, cadeada por sinais hormonais e envolve mudanças
154 111 Anatomia das Plantas de Esau
na concentração citosólica de Ca2+ (He et al., 1996; Um fenômeno citológico comumente observado
Huang et al., 1997) e a ativação de enzimas hidro- em células de angiospermas em diferenciação é a
líticas sequestradas no vacúolo. Com o colapso do endopoliploidia
vacúolo, as enzimas são liberadas, permitindo o A endopoliploidia é uma condição que apare-
ataque ao núcleo e aos componentes citoplasmáti- ce com a replicação do DNA dentro do envoltório
cos do protoplasto. O etileno induz a morte celular nuclear sem a formação de fuso. Dessa forma, o
programada e a formação de aerênquima em raízes DNA recém-formado permanece no mesn10 núcleo,
após hipóxia e, como já comentado, promove a se- que se torna poliploide. Esse tipo de replicação de
nescência foliar (He et al., 1996; Drew et al., 2000). DNA é chamado endociclo (Nagl, 1978, 1981). Em
Quando adicionado às células TBY-2 do tabaco, que alguns endociclos ocorrem mudanças estruturais
acabaram de completar a fase S, o etileno acarre- que lembram as da mitose, com as partes replican-
ta um pico de mortalidade no ponto G2/M do ciclo tes de DNA formando um cromossoma separado
celular , dando suporte à hipótese de que a morte (ciclo endomitótico). O endociclo mais comum em
celular programada pode estar intimamente ligada plantas é a endorreduplicação ou endorreplica-
ao ciclo celular (Herbert et al., 2001). Morte celular ção, no qual nenhuma mudança estrutural seme-
programada em células de aleurona é desencadea- lhante à da mitose acontece (D'Amato, 1998; Traas
da pelo ácido giberélico (Fath et al., 2000), e bras- et al., 1998; Joubês e Chevalier, 2000; Edgar e Orr-
sinosteroides induzen1 a morte celular programada -Weaver, 2001). Durante a endorreduplicação, são
em elementos traqueais (Yamamoto et al., 2001). formados cron1ossomas politênicos. Tais cromosso-
Os termos morte celular programada e apop- mas contêm numerosas faixas de DNA ligadas lado
tose têm sido usados, em geral, como sinônimos. a lado na forma de un1 cabo. Portanto, a politenia
Entretanto, o termo apoptose foi originalmente resulta da replicação do DNA sem a separação dos
proposto para designar aspectos particulares da cromossomas irmãos e sem a mudança no número
morte celular programada em células animais (Ca- cromossômico.
pítulo 2; Kerr et al., 1972; Kerr e Harmon, 1991) . Os endociclos são interpretados, algumas vezes,
Esses aspectos incluem a redução no tamanho do como um fenômeno excepcional sem significado
núcleo, a condensação cromossômica, a fragmen- funcional. De acordo com outra opinião, o cres-
tação do DNA, a redução no tamanho da célula, cimento envolvendo endociclos possui vantagens
projeções da n1embrana e a formação de "corpos importantes, já que dispõe de um mecanismo que
apoptóticos" nos limites da membrana, que são aumenta o nível de expressão gênica (Nagl, 1981;
englobados e degradados pelas células adjacentes. Larkins et al., 2001) . Além disso, durante um en-
Dessa forn1a, nenhuma morte celular progran1ada dociclo, a síntese de RNA não é interrompida como
registrada até agora para plantas apresenta todas no ciclo 1nitótico. Dessa forma, a célula permanece
as características de apoptose (Lee e Chen, 2002; com alta síntese proteica e de RNA, atividades que
Watanabe et al., 2002; e literatura citada). promovem seu crescimento rápido e sua passagem
precoce para o estado funcional. Em contraparti-
Mudanças celulares na diferenciação da, tecidos em crescimento que possuem atividade
Durante a diferenciação, a diversidade histológica 1nitótica mostram um atraso no estabelecimento
resulta das mudanças nas características das célu- da atividade fisiológica. Enquanto, por exemplo, o
las individuais e das alterações na relação intrace- embrião de Phaseolus ainda mostra atividade me-
lular. Os aspectos comuns às células mais ou me- ris temática, o suspensor desse embrião, contendo
nos diferenciadas, incluindo estrutura e função de cromossomos politênicos, é u ma estrutura meta-
seus componentes, encontram-se descritos nos Ca- bolicamente bastante ativa, fornecendo nutrientes
pítulos 2 e 3. As mudanças na estrutura da parede, para o embrião em crescimento.
durante a diferenciação celular, são consideradas Evidências apontam para a existência de uma
no Capítulo 4. O aumento diferencial na espessura correlação positiva entre o nível de ploidia e o ta-
das paredes, primárias e secundárias, as mudan- manho da célula (Kondorosi et al., 2000; Kudo e
ças na textura e química celular e o desenvolvi- Kimura, 2002; Sugimoto-Shirasu et al., 2002). A en-
mento de padrões esculturais especiais promovem dorreduplicação, portanto, pode ser uma estratégia
diferenças entre as células. importante no crescimento celular (Edgar e Orr-
Meristemas e diferenciação 111 155
dem assumir uma forma muito diferente quando O ajuste celular que envolve a intrusão de algu-
comparadas às suas precursoras meristemáticas mas células entre outras é chamado crescimento
(longas fibras do floema primário, esclereídes ra- intrusivo (Sinnot e Bloch, 1939) ou crescimento
mificadas). Muitas, entretanto, se tornam n1enos interposicional (Schoch-Bodmer, 1945). A evi-
modificadas aumentando o número de faces celu- dência desse crescimento se baseia em observa-
lares, mas permanecendo com a forn1a poliédrica ções ao microscópio de luz (Bailey, 1944; Bannan,
(Hulbary, 1944). 1956; Bannan e Whalley, 1950; Schoch-Bodmer e
O arranjo celular predominante nos tecidos Huber, 1951, 1952). É comum entre as iniciais cam-
pode ser determinado pela forma de crescimento biais em alongamento, entre as fibras primárias e
do seu meristema (meristema em fileira, meriste- secundárias dos tecidos vasculares, entre traqueí-
ma em placa). A posição relativa das paredes ce- des, entre laticíferos e entre algumas esclereídes.
lulares, em fileiras contíguas, tambén1 determina O crescimento intrusivo pode ser excepcionalmen-
um aspecto distinto ao tecido (Sinnot, 1960). As te intenso, como em certas Liliaceae lenhosas,
paredes dispostas em ângulo reto em relação às fi- onde as traqueídes secundárias se tornam 15 a 40
leiras celulares podem se alternar ou aparecer num vezes mais longas que suas meristemáticas asso-
mesmo plano. ciadas (Cheadle, 1937). As células em alongamen-
to cresce1n pelos seus ápices (crescimento apicai
O ajuste celular nos tecidos em diferenciação en- intrusivo) usualmente nas duas extremidades. A
volve um crescimento coordenado e intrusivo localização da expressão de um gene específico de
Expansão e mudanças na forma das células, em expansão, na extremidade das células de xilema
um tecido e1n diferenciação, são aco1npanhadas de Zamia e1n diferenciação, indica que expansi-
por mudanças mais ou menos profundas na rela- nas podem estar envolvidas no alongan1ento por
ção espacial entre elas. Um fenômeno familiar é o crescimento intrusivo das paredes primárias des-
aparecimento de espaços intercelulares no ponto sas células (lm et al., 2000) . O material celular por
de união entre três ou mais células (Capítulo 4) . onde a célula em alongan1ento se projeta, provavel-
Em alguns tecidos, a formação de espaços inter- mente, é hidrolisado na frente do ápice intrusivo,
celulares não muda o arranjo geral das células; em e as paredes primárias das células adjacentes se
outros, o aspecto é profundamente alterado (Hul- separam como durante a forn1ação dos espaços in-
bary, 1944). O papel do citoesqueleto, particular- tercelulares (Capítulo 4).
mente dos 1nicrotúbulos e da orientação das micro- Se plasmodesmos encontram-se presentes,
fibrilas de celulose, na forma da célula, é abordado eles são provavel 1nente rompidos pela intrusão
no Capítulo 4. das células em expansão. A separação dos mem-
Com relação ao crescimento da parede celular bros do par de campos de pontoação primária
durante a diferenciação dos tecidos, dois tipos de (Neeff, 1914) indica a ocorrência de tais ruptu-
ajustes intercelulares são observados: (1) as pa- ras. Pares de pontoações aparecem tardiamente
redes de duas células contíguas e em processo de entre células que estabelecem contato por meio
crescimento não se separa1n e se expande1n juntas; do crescimento intrusivo (Bannan, 1950; Bannan
(2) as paredes contíguas se separam e as células e Whalley, 1950). Tais pares de pontoação se ca-
em crescimento se projetam no espaço resultante. racterizam pela presença de plasmodesmos se-
O primeiro método de crescin1ento, originalmente cundários (Capítulo 4). O crescimento intrusivo
denominado crescimento simplástico (Priestley, também se encontra associado à expansão lateral
1930), é comum em órgãos que estão se alongan- da célula que atinge considerável largura, como,
do durante o crescimento primário. Se todas as por exemplo, os elementos de vaso do xilema (Ca-
células em um co1nplexo estão se dividindo ou se pítulo 10) .
algumas células param de se dividir e aumentam Botânicos antigos acreditavam que um cres-
em comprimento e largura, as paredes das células cimento por deslizamento era responsável pelo
contíguas parecem crescer em uníssono, sem sepa- alongamento diferencial ou pela expansão lateral,
ração ou torção. Nesse crescimento coordenado, experimentado por uma célula intrusiva. Em cres-
é possível que parte da parede, comum a duas célu- cin1entos por deslizamento, uma porção da parede
las, se expanda, e parte não. da célula em expansão se separaria e deslizaria
Meristemas e diferenciação 111 157
Expiantes cultivados
em meio com leite de coco
Plantinha
Expiantes
%l? defloema
@
Seção transversal
da raiz principa l
FIGURA 5.9
Desenvolvimento de plantas de cenoura a partir de células em cultura de tecidos. As culturas de células são obtidas a
partir do floemadaraiz tuberosadacenoura. (Adaptado, com permissão, de F. C. Stewart, M. O. Mapes, A. E. Kente R. D.
Holsten, 1964. Crescimento e desenvolvimento de células de plantas em cultura. Science 143, 20-27 © 1964 AAAS.)
vam raízes tuberosas típicas e floresciam. Células particularmente útil no caso de plantas nas quais
isoladas de cenoura podem sofrer outras morfogê- os métodos de cruzamento apresentam sucesso
neses, além de formar "callus" (Jones, 1974). Em limitado, conlo, por exemplo, a planta de batata
geral, células pequenas e esparsamente vacuoliza- (Shepard et al., 1980). Os protoplastos isolados, ao
das se destacam do explante primário e assumem final, regeneran1 a parede celular e podem sofrer
a forma de embrioides, plantinhas que lembram divisões, produzindo uma planta inteira (Power e
embriões zigóticos em desenvolvimento. O proces- Cocking, 1971; Lórz et al., 1979). Atualmente, a en-
so de iniciação e desenvolvimento de embrioides, a genharia genética - aplicação da técnica de DNA
partir de células somáticas da planta, é chamado recombinante - permite que genes individuais
e mbriogênese somática (Griga, 1999). sejam inseridos na célula da planta, com ou sem
Refinamentos nas técnicas tornaram possível o a remoção da parede, de forma simples e precisa
isolamento de protoplastos pela remoção enzimá- (Slater et al., 2003; Pefia, 2004; Poupin e Arce-
tica da parede celular de células individuais. Tais -Johnson, 2005; Vasil, 2005). Além disso, as espé-
protoplastos tornam a membrana plasmática aces- cies envolvidas na transferência dos genes não po-
sível para uma grande variedade de experimentos. dem ser capazes de hibridizar com outras.
Os protoplastos isolados podem ser induzidos a Muitas pesquisas com cultura de células têm
se fundir, produzindo híbridos somáticos, técnica usado anteras e grãos de pólen (Raghavan, 1976,
Meristemas e diferenciação 111 159
• •
FIGURA 5.13
Primeiras dez folhas do eixo principal do caule da planta de batata (Solanum tuberosum) . As folhas experimentaram
uma transição de simples a compostas pinadas. (xO,l. Obtido de ivlcCauley e Evert, 1988.)
célula. O núcleo migra na n1esma direção e, então, tes. Externamente, o desenvolvimento gradual é
se divide. A formação da placa celular separa a fu- visto na mudança da forn1a de folhas sucessivas
tura pequena célula, que vai originar o pelo radicu- ao longo do caule a partir das formas juvenis, em
lar, da célula epidérmica maior, que não origina o geral, menores e mais simples, até formas adultas
pelo (Sinnott, 1960). Diferenças bioquímicas entre maiores e mais elaboradas (Fig. 5.13) . Subsequen-
os dois tipos de células também se tomam eviden- temente, depois que o estágio reprodutivo é induzi-
tes (Avers e Grimm, 1959). A ideia comum é que do, pequenas folhas são gradualmente produzidas
divisões desiguais dependem de uma polarização outra vez, e a série fica completa com as brácteas
no citoplasma, já que não existe evidência de uma da inflorescência que subtendem subdivisões da
distribuição desigual de 1naterial cromossômico inflorescência ou flores individuais.
(Stebbins e Jain, 1960).
A polaridade encontra-se relacionada ao fenô - As células das plantas se diferenciam de
meno de gradiente, já que as diferenças entre os acordo com sua posição
dois polos do eixo da planta aparecem em séries Embora a diferenciação celular dependa do con-
graduais. Existem gradientes fisiológicos, por trole da expressão gênica, o destino da célula da
exemplo, aqueles expressos na taxa de proces- planta - isto é, que tipo de célula ela vai se tornar
sos metabólicos, na concentração de auxinas e na - é determinado por sua posição final no órgão em
concentração de açúcares, no sistema condutor; desenvolvimento. Mesmo pensando que diferentes
também existem gradientes na diferenciação ana- linhagens de células possam se estabelecer, como
tômica e no desenvolvimento de características aquelas em uma raiz, a posição, e não a linhagem,
externas (Prat, 1948, 1951). O eixo da planta mos- detennina o destino da célula. O conceito de que a
tra características anatômicas e histoquímicas de função da célula em um organismo multicelular é
transição na interface raiz-caule. A diferenciação determinada cedo pela sua posição naquele orga-
das derivadas dos meristemas, em geral, ocorre em nismo remonta à metade do século XIX (Vochting,
séries graduais e tecidos adjacentes, mas diferen- 1878, p. 241) . Entretanto, somente no começo de
tes tecidos podem apresentar diferentes gradien- 1970 é que células ocasionalmente fora do lugar,
Meristemas e diferenciação 111 163
observadas em quimeras, ofereceram evidências vegetais. Enquanto alguns horn1ô1üos são produzi-
de que o destino da célula em caule e folha era dos em um tecido e transportados para outro, onde
determinado pela posição e não pela linhagem, promovem uma resposta fisiológica específica, ou-
mes1no em estágios tardios de desenvolvimento tros atuam dentro do mesmo tecido onde são pro-
(Stewart e Burk, 1970). Desde então, evidências duzidos. Nos dois casos, eles ajudam a coordenar
conclusivas, de que a posição de uma célula, e não o crescimento e o desenvolvimento, agindo como
a origem clonai, determina seu destino, têm se acu- 1nensageiros químicos ou sinais entre as células.
mulado a partir de análises de mosaicos genéticos Os hormônios vegetais possuem múltiplas ativi-
(lrish, 1991; Szymkowiak e Sussex, 1996; Kidner dades. Alguns, alén1 de agirem como estimulado-
et al., 2000) . Se uma célula diferenciada é desloca- res, possuem influência inibidora. A resposta a um
da de sua posição original, ela se diferenciará em hormônio particular depende tanto de sua estru-
um tipo celular apropriado à sua nova posição, sem tura química conlo da forma como ele é lido pelo
qualquer efeito na organização da planta (Tilney- tecido-alvo. Um determinado hormônio pode pro-
-Basset, 1986). Experimentos sobre destruição mover diferentes respostas em diferentes tecidos
celular por laser em ápices radiculares de Arabi- ou em diferentes estágios de desenvolvimento de
dopsis (van den Berg et al., 1995) também mos- um mesrno tecido. Alguns hormônios vegetais são
traram que células destruídas podem ser repostas capazes de influenciar a biossíntese de outro ou de
por células de outras linhagens, que respondem se interferir no seu sinal de ação. Os tecidos podem
diferenciando segundo sua nova posição. necessitar de diferentes quantidades de hormô-
Apesar elo destino das células depender ele sua nios. Tais diferenças são chamadas diferenças em
posição dentro da planta, é obvio que as células de- sensibilidade. Dessa forma, os sistemas vegetais
vem ser capazes de se comunicar umas com as ou- podem variar a intensidade do sinal do hormônio
tras, isto é, trocar informações sobre sua posição. alternando sua concentração ou modificando a
As informações sobre a posição desempenham um sensibilidade ao hormônio já presente.
papel na diferenciação de tipos de células fotossin- Tradicionalmente, cinco classes de horn1ônios
téticas da folha de milho (Langdale et al., 1989), vegetais têm recebido a maioria das atenções: au-
no espaçamento de tricomas na epiderme foliar de xinas, citocininas, etileno, ácido abscísico e gibe-
Arabidopsis (Larkin et al., 1996) e na manutenção relinas (Kende e Zeevaart, 1997). Entretanto, tem
de um balanço de tipos celulares no 1neristema api- se tornado cada vez mais claro que sinais quími-
cal ele caules e raízes de Arabidopsis (Scheres e cos adicionais são usados pelas plantas (Creelman
Wolkenfelt, 1998; Fletcher e Meyerowitz, 2000; Irish e Mullet, 1997), incluindo os brassinosteroides
e Jenik, 2001). A base mecânica da sinalização célu- - um grupo de polidroxesteroides de ocorrência
la-célula nas plantas precisa ser elucidada. Alguns natural - identificados em muitas plantas e que pa-
processos de sinalização nas plantas parece1n ser recem ser necessários para o crescimento normal
mediados por receptores transmembranas do tipo da maioria dos tecidos vegetais; o ácido salicílico
quinases (lrish e Jenik, 2001); outros usam plasmo- - um composto fenólico com estrutura similar à da
desmas (Capítulo 4; Zambryski e Crawford, 2000) . aspirina - cuja produção é associada co1n a resis-
tência a doenças e tem sido relacionada a respos-
HORMÔNIOS VEGETAIS tas hipersensíveis; os jasmonatos - uma classe
Os hormônios vegetais ou fitormônios são si- de compostos conhecidos como oxipilinas - que
nais químicos que desempenham um importante exercem um papel na regulação da germinação das
papel na regulação do crescimento e desenvolvi- sementes, no crescimento da raiz, na acumulação
mento e, portanto, são considerados brevemente de proteína armazenada e na síntese de proteínas
aqui (Davies, P. J., 2004; Taiz e Zeiger, 2002; Cro- de defesa; a sistemina - um polipeptídeo 18-ami-
zier et al., 2000; Weyers e Paterson, 2001). O termo noácido - secretada em células que sofreram injú-
hormônio (do grego horman, que significa colocar ria e transportada via floema, para cima até folhas
em movimento) foi adotado da fisiologia animal. A intactas, para ativar defesas contra herbívoros, um
característica básica dos hormônios animais - que fenômeno denominado resistência sistêmica
eles são ativos a certa distância de onde são sinte- adquirida (Hammond-Kosack e Jones, 2000);
tizados - não se aplica igualmente aos hormônios as poliaminas - baixo peso molecular, molécu-
164 111 Anatomia das Plantas de Esau
-~·
', .
:. ,,,."
. . -~ .
',
'
', ~'
/
✓ •
. :' . .
1
1
1 •
• 1
'
1
1
1
''
' '•
1
'1 ., ,,
' 1 // 1 • ,,,.".
' ',:,'
' , ' 1 ,
' 1,
• 't
s ' '''
1
1
A B e D E
FIGURA 5.14
Mudanças graduais nos locais (indicados por círculos maiores) e concentrações (indicadas por círculos menores)
da produção de AIA livre, durante o desenvolvimento do primórdio foliar de Arabidopsis. A produção inicial de AIA
ocorre na(s) estípula(s) (A). As setas mostram a direção do movimento polar basípeto do AIA, na lâmina, descenden-
do dos hidatódios (B-D); as pontas de seta mostram a localização das regiões de produção secundária de auxina livre
na lâmina ( D, E ) . Evidências experimentais indicam que, embora a nervura principal se desenvolva acropetamente
( B), ela é induzida pelo fluxo polar basípeto do AIA. (De Aloni, 2004, Fig. 1 © 2004, com o bondoso consentimento de
Springer Science e Business Media.)
las fortemente básicas - que são essenciais para o et al., 1999; Friml et al., 2002; Marchant et al., 2002;
crescimento e o desenvolvimento, afetando os pro- Friml, 2003; Volger e Kuhlemeier, 2003). O movi-
cessos de 1nitose e n1eiose; e o gás óxido nítrico 1nento constante das auxinas a partir das folhas
(NO) que serve como sinal em respostas de defesa para a região basal de caules leva à formação de um
e hormonais. O NO foi relatado como repressor da fluxo desse hormônio ao longo de fileiras estreitas
transição floral deArabidopsis (He Y. et al., 2004). de células, e resulta na formação de cordões de te-
Nas suas múltiplas atividades, os hormônios inte- cidos vasculares contínuos (Aloni, 1995; Berleth e
ragem entre si; na verdade, é a interação e oba- Mattsson, 2000; Berleth et al., 2000) - a hipótese da
lanço entre as substâncias de crescimento, mais do canalização de Sachs (1981) .
que a ação de u1na única substância, que regulam Tanto em caules como em raízes, o transporte
o crescimento e desenvolvimento normais. polar é sempre basípeto - a partir do ápice do
Nos parágrafos seguintes são abordados alguns caule e folhas para a base do caule e a partir do
aspectos de cada um dos tradicionais grupos de ápice da raiz para sua base (ponto de união en-
hormônios vegetais. tre raiz e caule) . A velocidade do transporte polar
das auxinas - 5 a 20 centímetros por hora - é n1ais
Auxinas rápida do que a taxa de difusão passiva. Além do
A principal auxina de ocorrência natural é o ácido transporte polar das auxinas, foi reconhecido re-
3-indolacético (AIA). O AIA é sintetizado prilna- centemente que a maioria do AIA sintetizado em
riamente em primórdios foliares e folhas jovens, e folhas maduras, aparentemente, é transportada
se encontra envolvido em muitos aspectos do de- por un1a longa distância através da planta de forma
senvolvimento da planta, incluindo a completa po- não polar, via floema, a velocidades consideravel-
laridade do eixo raiz-caule da planta, estabelecida mente maiores do que aquelas do transporte polar.
durante a embriogênese. Essa polaridade estrutural Relativamente altas concentrações de AIA livre
pode ser identificada pelo transporte polar ou uni- têm sido detectadas na seiva do floema (elemento
direcional do AIA na planta. O transporte polar das de tubo crivado) de Ricinus communis, indican-
auxinas se dá de célula a célula por meio da ação do que as auxinas pode1n ser transportadas por
de carregadores de limite da membrana específicos longas distâncias pelo floema (Baker, 2000) . Pes-
para o influxo (AUXl) e efluxo (OIN) (Steinmann quisas adicionais mostram que, em Arabidopsis, o
Meristemas e diferenciação 111 165
influxo do carregador de auxinas AUXl está envol- Evidências experimentais tan1bém têm sido for-
vido com o carregamento do floema na folha e com necidas para o papel do transporte polar das au-
o não carregamento do floema na raiz (Swarup xinas na padronização vascular da folha de arroz
et al., 2001; Marchant et al., 2002) , corroborando (Oryza sativa) (Scarpella et al., 2002). Tem sido
a hipótese do transporte de auxinas pelo floema. proposto que o gene Osbox l do arroz, expresso
Em plantas que experimentam crescimento secun- em células procambiais (Scarpella, et al., 2000),
dário, o transporte de auxinas também ocorre na promove o destino das células procan1biais, au-
região do câmbio vascular (Sundberg et al., 2000). mentando suas propriedades ele condutividade das
Num estudo elegante, utilizando uma combina- auxinas (Scarpella et al., 2002).
ção de procedin1entos moleculares e de localiza- As auxinas fornecem sinais que coordenam
ção, Aloni e colaboradores (2003) demonstraram uma multiplicidade de processos de desenvol-
o padrão de produção de auxinas livres (AIA) em vimento, em vários níveis pelo corpo da planta
folhas de Arabidopsis em desenvolvimento (Fig. (Berleth e Sachs, 2001). Elas têm sido implicadas
5.14). As estípulas são as primeiras regiões de alta na regulação do padrão de divisão, expansão e di-
produção de auxinas livres. Em lâminas em desen- ferenciação celular (Chen, 2001; Ljung etal., 2001;
volvimento, os hidatódios são os locais primários Friml, 2003). Nas folhas deArabidopsis, altos ní-
de alta produção de auxinas livres, primeiro nos veis de AIA são correlacionados com altas taxas
do ápice da lâmina e, então, progressivamente em de divisão celular. Tecidos do mesofilo em divisão
direção à base naqueles ao longo das margens. Tri- contêm níveis de AIA dez vezes mais altos do que
comas e células do mesofilo são locais secundários tecidos crescendo somente por expansão celular.
de produção de auxinas livres. Durante o desen- Embora as folhas mais jovens exibam a maior capa-
volvimento da lâmina, os locais e as concentrações cidade para sintetizar AIA, todas as outras partes
de produção de auxinas mudam do ápice em alon- da planta jovem de Arabidopsis (incluindo coti-
gamento basipetamente para a região ao longo das lédones, folhas em expansão e raízes) mostraram
margens em expansão e, finalmente, para a região uma capacidade de sintetizar AIA de novo (Ljung
central da lâmina. As mudanças ordenadas nas et al., 2001). O gradiente de auxinas, causado pelo
regiões e concentrações de auxina livre provavel- seu movimento polar, oferece um importante si-
mente controlam a formação do padrão de venação nal para o desenvolvimento durante a embriogê-
e a diferenciação vascular na folha, com a intensa nese (Hobbie et al., 2000; Berleth, 2001; Han1ann,
produção de auxinas nos hidatódios induzindo a 2001), para a padronização da vascularização fo-
diferenciação da nervura principal e secundárias liar (Mattsson et al., 1999; Aloni et al. , 2003) e
e a baixa produção de auxinas livres na lâmina para a formação de órgãos laterais em caule e raiz
- particularmente em associação com tricomas - (Reinhardt et al., 2000; Casilniro et al., 2001;
induzindo a diferenciação ele nervuras terciárias, Paquette e Benfey, 2001; Scarpella et al. , 2002;
quaternárias e tern1inações vasculares. Os resul- Bhalerao et al., 2002). As auxinas têm sido re-
tados desse estudo concordam com a hipótese de lacionadas com o geotropismo e o fototropismo
venaçãojoliar proposta por Aloni (2001) para ex- (Marchant et al. , 1999; Rashotte et al., 2001; Mu-
plicar o controle hormonal na diferenciação vascu- day, 2001; Parry et al., 2001) e com a organização
lar em folhas de eudicots. e manutenção dos meristemas apicais de caule e
Um gene chamado HIGHWAYI VASCULAR raiz (Sachs, 1993; Sabatini et al. , 1999; Doerner,
(VHI), cuja expressão é específica para célula pro- 2000a, b; Kerk et al. , 2000). Junto com o etileno,
cambial/provascular, foi identificado em folhas de as auxinas desempenham um importante papel
Arabidopsis em desenvolvimento (Clay e Nelson, no desenvolvimento de pelos radiculares em Ara-
2002). O padrão de expressão do VHJ corresponde bidopsis (Rahman et al., 2002). Algumas outras
àquele ela formação vascular em folhas e1n desen- atividades das auxinas são a inibição do desen-
volvimento e, como destacado por Clay e Nelson volvimento de gemas axilares, como parte do fe-
(2002), é consistente com a hipótese da canaliza- nômeno da dominância apical, e o atraso na abs-
ção da diferenciação vascular padronizada basea- cisão.
da na produção e distribuição das auxinas (Sachs,
1981).
166 111 Anatomia das Plantas de Esau
BANNAN, M. W. e B. E. WHALLEY. 1950. The elon- RO e M. BENNETT. 2001. Auxin t ransport pro-
gation of fusiform cambial cells in Chamaeeypa- motes Arabidopsis lateral root initiation. Plant
ris. Can. J. Res., Seet. C 28, 341- 355. Cell 13, 843-852.
BÁRÁNY, I., P. GONZÁLEZ-MELENDI, B. FADÓN, CHANANA, N. P., V. DHAWAN e S. S. BHOJWANI.
J. MITYKÓ, M. C. RISUENO e P. S. TESTILLA- 2005. Morphogenesis in isolated microspore cul-
NO. 2005. Microspore-derived embryogenesis tures of Brassica juncea. Plant Cell Tissue
in pepper (Capsicum annuum L.) : Subcellular Org. Cult. 83, 169- 177.
rearrangements through development. Biol. Cell CHEADLE, V. I. 1937. Secondary growth by means
97, 709- 722. of a thickening ring in certain monocotyledons.
BASSEL, A. R. e J. H. MILLER. 1982. The effects Bot. Gaz. 98, 535-555.
of centrifugation on asymmetric cell division CHEN, J.-G. 2001. Dual auxin signaling path,1/ays
and differentiation of fern spores. Ann. Bot. 50, control cell elongation and division. J Plant
185- 198. Growth Regul. 20, 255- 264.
BEERS, E. P. e J. M. MCDOWELL. 2001. Regulation CLAY, N. K. e T. NELSON. 2002. VHl , a provascu-
and execution of programmed cell death in res- lar cellspecific receptor kinase that influences
ponse to pathogens, stress and developmental leaf cell patterns in Arabidopsis. Plant Cell 14,
cues. Curr. Opin. Plant Biol. 4, 561-567. 2707-2722 .
BEEVERS, L. 1976. Senescence. In: Plant Bioehe- CLINE, M. G. 1997. Concepts and terminology of
mistry, 3. ed., pp. 771-794, J. Bonner and J. E. apical dominance. Am. J. Bot. 84, 1064-1069.
Varner, eds. Academic Press, New York. CLINE, M. G. 2000. Execution of the auxin replace-
BERLETH, T. 2001. Top-down and inside-out: Di- ment apical dominance experirnent in temperate
rectionality of signaling in vascular and embryo woody species. Am. J Bot. 87, 182- 190.
development. J. Plant Growth Regul. 20, 14-21. COENEN, C. e T. L. LOMAX. 1997. Auxin-cytokinin
BERLETH, T. e J. MATTSSON. 2000. Vascular de- interactions in higher plants: Old problems and
velopment: Tracing signals along veins . Curr. new tools. Trends Plant Sei. 2, 351-356 .
Opin. Plant Biol. 3, 406- 411. COOLBAUGH, R. C. 1985. Sites of gibberellin biosyn-
thesis in pea seedlings. Plant Physiol. 78, 655- 657.
BERLETH, T. e T. SACHS. 2001. Plant morphogene-
sis: Longdistance coordination and local patter- COTTIGNIES, A. 1977. Le nucléole dans le point
végétatif dormant et non dormant du Fraxinus
ning. Curr. Opin. Plant Biol. 4, 57- 62 .
excelsior L. Z. Pjl anzenphysiol. 83, 189-200.
BERLETH, T., J. MATTSSON e C. S. HARDTKE.
CREELMAN, R. A. e J. E. MULLET. 1997. Oiigosac-
2000. Vascular continuity and auxin signals.
charins, brassinolides, and jasmonates: Nontra-
Trends Plant Sei. 5, 387- 393.
ditional regulators of plant growth, development,
BEVAN, M. 2002. Genomics and plant cells : Appli-
and gene expression. Plant Cell 9, 1211-1223.
cation of genomics strategies to Arabidopsis
CROZIER, A., Y. KAMIYA, G. BISHOP e T. YOKOTA.
cell biology. Philos. Trans. R. Soe. Lond. B 357, 2000. Biosynthesis of hormones and elicitor mo-
731-736.
lecules. ln: Biochemistry and Molecular Bio-
BHALERAO, R. P., J. EKLÕF, K. LJUNG, A. MAR- logy of Plants, pp. 850- 929, B. B. Buchanan, W.
CHANT, M. BENNETT e G. SANDBERG. 2002. Gruissem e R. L. Jones, eds. American Society of
Shoot-derived auxin is essential for early lateral Plant Physiologists, Rockville, MD.
root emergence in Arabidopsis seedlings. Plant D'AMATO, F. 1998. Chromosome endoreduplication
J 29, 325-332. in plant tissue development and function. ln:
BLAU, H. M., T. R. BRAZELTON e J. M. WEIMANN. Plant Cell Prol'iferation and Its Regulation in
2001. The evolving concept of a stem cell : Entity Growth and Development, pp. 153- 166, J. A.
or function? Cell 105, 829-841. Bryant e D. Chiatante, eds. Wiley, New York.
BOWMAN, J. L. e Y. ESHED. 2000. Formation and DANGL, J. L., R. A. DIETRICH e H. THOMAS. 2000.
maintenance of the shoot apical meristem. Tren- Senescence and programmed cell death. In: Bio-
ds Plant Sei. 5, 110- 115. ehemistry and Jv!olecular Biology of Plants,
BUCHANAN-WOLLASTON, V. 1997. The molecu- pp. 1044- 1100, B. B. Buchanan, W. Gr uissem e R.
lar biology of leaf senescence. J. Exp. Bot. 48, L. Jones, eds. American Society of Plant Physio-
181- 199. logists, Rockville, MD.
CASIMIRO, I., A. MARCHANT, R. P. BHALERAO, DAVIES, P. J., ed. 2004. Plant Hormones-Biosyn-
T. BEECKMAN, S. DHOOGE, R. SWARUP, N. thesis, Signal Transduetion, Aetion !, 3. ed.
GRAHAM, D. INZÉ, G. SANDBERG, P. J. CASE- Kluwer Academic, Dordrecht.
Meristemas e diferenciação 111 169
DAVIES, W. J. e J. ZHANG. 1991. Root signals and GALLAGHER, K. e L. G. SMITH. 1997. Asymmetric
t he regulation of growth and development of cell division and cell fate in plants. Curr. Opin.
plants in drying soil. Annu. Rev. Plant Physiol. Cell Biol. 9, 842- 848.
Plant Jv/ol. Biol. 42, 55- 76. GALLAGHER, K. e L. G. SMITH. 2000. Roles of pola-
DERMEN, H. 1953. Periclinal cytochimeras and ori- rity and nuclear determinants in specifying dau-
gin of tissues in stem and leaf of peach. Am. J. ghter cell fates after an asymmetric cell division
Bot. 40, 154- 168. in the maize leaf. Curr. Biol. 10, 1229- 1232.
DOERNER, P. 2000a. Root patterning: Does auxin GAUTHERET, R. J . 1977. La Culture des tissus et
provide positional cues? Curr. Biol. 10, R201- des cellules dês végétaux: Résultats généraux
R203. et réalisations pratiques. iVIasson, Paris.
DOERNER, P. 2000b. Plant stem cells: T he only GEIER, T. e H. W. KOHLENBACH. 1973. Ent,1/i-
constant thing is change. Curr. Biol. 10, R826- cklung von Embryonen und embryogenem Kallus
R829. aus Pollenkõrnern von Datura meteloides und
DREW, M. C., C.-J. HE e P. \V. MORGAN. 2000. Pro- Datura innoxia. Protoplasma 78, 381-396.
grammed cell death and aerenchyma formation GIRIDHAR, G. e M. J . JAFFE . 1988. Th igmomor-
in roots. Trends Plant Sei. 5, 123- 127. phogenesis : XXIII. Promotion of foliar senes-
DYER, A. F. 1976 . Modifi cations and errors of mito- cence by mechanical per turbation of Av ena sa-
tic cell division in relation to differentiation. ln: tiva and fo ur other species. Physiol Plant. 74,
Cell Div ision in Higher Plants, pp. 199-249, M. 473-480.
M. Yeoman, ed. Academic Press, London. GRBié, V. e A. B. BLEECKER. 1995. Ethylene regu-
EDGAR, B. A. e T. L. ORR-WEAVER. 2001. Endo- lates the timing of leaf senescence in Arabidop-
replication cell cycles: More fo r less. Cell 105, sis. Plant J. 8, 595- 602.
297-306. GREBE, M., J. Xu e B. SCHERES. 2001. Cell axiality
ESAU, K. 1965. Vascular D1jferentiation in Plants. and polarity in plants- Adding pieces to the pu-
Holt, Reinhart and Winston, New York. zzle. Curr. Opin. Plant Biol. 4, 520-526.
ESAU, K. 1977. Anatomy of Seed Plants, 2. ed. Wi- GREEN, P. B. 1969. Cell morphogenesis. Annu. Rev.
ley, New York. Plant Physiol. 20, 365- 394.
FATH, A., P. BETHKE, J. LONSDALE , R. MEZA-RO- GREEN, P. B. 1976. Growth and cell pattern forma-
MERO e R. JONES. 2000. Programmed cell death tion on an axis: Critique of concepts, terminolo-
in cereal aleurone. Plant Mol. Biol. 44, 255-266. gy, and modes of study. Bot. Gaz. 137, 187-202.
FINK, S. 1999. Pathological and Regenerative Plant GREENBERG, J. T. 1996. Programmed cell death: A
Anatomy. Encyclopedia of Plant Anatomy, Band way of life for plants. Proc. Natl. Acad. Sei. USA
14, Teil 6. Gebrüder Borntraeger, Berlin. 93, 12094- 12097.
FLETCHER, J. C. e E. M. MEYEROWITZ. 2000. Cell GREENBERG, J. T. 1997. Programmed cell death in
signaling within the shoot meristem. Curr. Opin plant-pathogen interactions . Annu. Rev. Plant
Plant Biol. 3, 23-30. Physiol. Plant Mol. Biol. 48, 525-545.
FRIML, J. 2003. Auxin transport- Shaping the GRICHKO, V. P. e B. R. GLICK. 2001. Ethylene and
plant. Curr. Opin. Plant Biol. 6, 7- 12. flooding stress in plants. Plant Physiol. Bia-
FRIML, J., E. BENKOVÁ, I. BLILOU, J . WIS- chem. 39, 1-9.
NIEWSKA, T. HAMANN, K. LJUNG, S. WOODY, GRIGA, M. 1999. Somatic embryogenesis in grain
G. SANDBERG, B. SCHERES, G. JÜRGENS e K. legumes . ln: Advances in Regulation of Plant
PALME. 2002 . AtPIN4 mediates sink-driven au- Growth and Development, pp. 233- 249, M. Str-
xin gradients and root patterning in Arabidop- nad, P. Pecv e E. Beck, eds. Peres P ublishers, Pra-
sis. Cell 108, 661- 673. gue.
FUCHS, E. e J. A. SEGRE. 2000. Stern cells: A new GROTEWOLD, E., ed. 2004. Plant Functional Ge-
lease on life. Cell 100, 143- 155. nomics. Humana Press Inc., Totov.ra, NJ.
FUCHS, M. C. 1968. Localisation des divisions dos GULLINE, H. F. 1960. Experimental morphogenesis
!e méristeme des feuilles des Lupinus albus L., in adventitious buds of flax. Aust. J. Bot. 8, 1-10.
Tropaeolum peregrinum L., Limonium sinya- GUNAWARDENA, A. H. L. A. N., J. S. GREENWOOD
tum (L.) Miller et Nemophila maculata Benth . e N. G. DENGLER. 2004. P rogrammed cell death
C. R. Acad. Sei., Paris, Sér. D 267, 722- 725. remodels lace plant leaf shape during develop-
FUKUDA, H. 1997. Programmed cell death during ment. Plant Cell 16, 60-73.
vascular system formation. Cell Death Differ. 4, HABERLANDT, G. 1914. Physiological Plant Ana-
684-688. tomy. Macmillan, London.
170 111 Anatomia das Plantas de Esau
18, pp. 7-27, H. Smith e D. Grierson, eds. Univer- WILLIAMS, E. G. e G. MAHESWARAN. 1986. Soma-
sity of California Press, Berkeley. tic embryogenesis: Factors influencing coordina-
TROMBETTA, V. V. 1942. The cytonuclear ratio. ted behaviour of cells as an ernbryogenic group.
Bot. Rev. 8, 317- 336. Ann. Bot. 57, 443- 462.
TWELL, D., S. K. PARK e E. LALANNE. 1998. Asym- WlTHERS, L. e P. G. ANDERSON, eds. 1986. Plant
metric division and cell-fate determination in de- Tissue Culture and I ts Agricultural Applica-
veloping pollen. Trends Plant Sei. 3, 305- 310. tions. Butterworths, London.
VAN DEN BERG, C., V. WILLEMSEN, W. HAGE, P. WREDLE, U., B. WALLES e I. HAKMAN. 2001. DNA
WEISBEEK e B. SCHERES. 1995. Cell fate in the fragrnentation and nuclear degradation during
Arabidopsis root meristem determined by di- programmed cell death in the suspensor and en-
rectional signalling. Nature 378, 62- 65. dosperrn of Vicia faba. Int. J. Plant Sei. 162,
VASlL, I. 1991. Plant tissue culture and molecular 1053-1063.
biology as tools in understanding plant develop- YAMAGUCHI, S. e Y. KAMIYA. 2002. Gibberellins
ment and plant irnprovernent. Curr. Opin. Bio- and lightstimulated seed germination. J. Plant
tech. 2, 158- 163. Growth Regul. 20, 369- 376.
VASlL, I. K. 2005. The story of transgenic cereals: YAMAMOTO, R., S. FUJlOKA, T. DEMURA, S.
the challenge, the debate, and the solution- TAKATSUTO, S. YOSHIDA e H. FUKUDA. 2001.
- A historical perspective. ln Vitro Cell. Dev. Brassinosteroid leveis increase drastically prior
Biol.-Plant 4 1, 577-583. to morphogenesis of tracheary elements. Plant
VÕCHTING, H. 1878. Über Organbildung im Pjl Physiol. 125, 556- 563.
anzenreich: Physiologische Untersuchungen YAXLEY, J. R., J. J. ROSS, L. J. SHERRlFF e J. B.
über Wachsthumsursachen und Lebensei- REIO. 2001. Gibberellin biosynthesis rnutations
nheiten. Max Cohen, Bonn. and root development in pea. Plant Physiol. 125,
VOGLER, H. e C. KUHLEMEIER. 2003. Sirnple hor- 627- 633.
rnones but cornplex signaling. Curr. Opin. Plant YONG, J. W. H., S. e. WONG, D. S. LETHAM, e. H.
Biol. 6, 51- 56. HOCART e G. D. FARQUHAR. 2000. Effects of
WATANABE, M., D. SETOGUCHl, K. UEHARA, W. elevated [CO2 ] and nitrogen nutrition on cytoki-
OHTSUKA e Y. WATANABE. 2002. Apoptosis-li- nins in the xylem sap and leaves of cotton. Plant
ke cell death of Brassica napus leaf protoplasts. Physiol. 124, 767- 779.
New Phytol. 156, 417-426. ZAMBRYSKl, P. e K. CRAWFORD. 2000. Plasmodes-
WEISSMAN, I. L. 2000. Stern cells: Units of develo- rnata: Gatekeepers for cell-to-cell transport of
pment, units of regeneration, and units in evolu- developmental signals in plants. Annu. Rev. Cell
tion. Cell 100, 157- 168. Dev. Biol. 16, 393- 421.
WElSSMAN, I. L., D. J. ANDERSON e F. GAGE. 2001. ZÁRSKY, V. e F. CVRC KOVÁ. 1999. Rab and Rho
V
Stern and progenitor cells: Origins, phenotypes, GTPases in yeast and plant cell growth and
lineage cornrnitrnents, and transdifferentiations. morphogenesis. ln: Adv ances in Regulation of
Annu. Rev. CellDev. Biol. 17, 387- 403. Plant Growth and Development, pp. 49- 57, M.
WERNER, T., V. MOTYKA, M. STRNAD e T. Strnad, P. Pecv e E. Beck, eds. Peres Publishers,
SCHMÜLLING. 2001. Regulation of plant grovvth Prague.
by cytokinin. Proc. Natl. Acad. Sei. USA 98, ZEEVAART, J. A. D. e M. TALON. 1992. Gibberellin
10487-10492. mutants in Arabidopsis thaliana. ln: Progress
WETMORE, R. H. e S. SOROKIN. 1955. On the di- in Plant Growth Regulation, pp. 34- 42, C. iVI.
fferentiation of xylem. J. Arnold Arbor. 36, 305- Karssen, L. C. van Loon e D. Vreugdenhil, eds.
317. Kluwer Acadernic, Dordrecht.
WEYERS, J. D. B. e N. W. PATERSON. 2001. Plant
horrnones and the control of physiological pro-
cesses. New Phytol. 152, 375-407.
CàP. ÍiliULO SEIS
MERISTEMAS
API CAIS
Meristema
da medula - >-<
FIGURA 6.2
Ápice caulinar de Pisum (ervilha) . Detalhes celulares em A , diagrama interpretativo em B. O meristema da medula
não mostra forma típica de crescimento. (Obtido de Esau, 1977.)
não e sem considerar se ela origina a epiderme ou superfície. Cada camada da túnica se origina de
algum tecido subepidérmico também. Em muitos um pequeno grupo de iniciais separadas e o corpo
ápices, a epiderme não se origina a partir de uma possui suas próprias inicias, localizadas abaixo da-
camada independente do meristema apical; nes- quelas da túnica. Em outras palavras, o nú1nero de
ses ápices, a protoderme e o dennatogênio podem camadas de iniciais é igual ao número de camadas
coincidir. A pleriblema e o plero1na no sentido de da túnica mais uma, a camada de iniciais do cor-
Hanstein são discerníveis em muitas raízes, mas po. Em contraste com a teoria histogênica, a teoria
raramente encontram-se delimitados em caules. túnica-corpo não implica qualquer relação entre a
Portanto, a subdivisão em dermatogênio, plerible- configuração das células do ápice e a histogênese
ma e pleroma não possui aplicação universal. Mas abaixo dele. Embora a epiderme normalmente se
o defeito fatal da teoria histogênica de Hanstein é diferencie da camada externa da túnica, que então
sua preconcepção de que os destinos das diferen- coincide co1n o dermatogênio de Hanstein, os te-
tes regiões do corpo da planta são determinados cidos subjacentes podem se originar da túnica ou
pela origem dessas regiões no meristema apical. elo corpo, ou ele ambos, dependendo da espécie de
planta e do número de camadas ela túnica.
À medida que mais plantas foram examinadas,
O conceito túnica-corpo na organização api- o conceito túnica-corpo sofreu algumas modifi-
cal se aplica amplamente às angiospermas cações, especialmente com relação à exatidão da
As teorias da célula apical e histogênica foram definição de túnica. Segundo unl ponto de vista,
desenvolvidas com referência aos ápices da raiz e a túnica deveria incluir somente aquelas cama-
do caule. A terceira teoria da estrutura apical, a das que nunca mostram qualquer divisão pericli-
teoria túnica-corpo de Sch1nidt (1924), foi uma nal na posição n1ediana, isto é, acima do nível de
descoberta da observação de ápices caulinares de origem do primórdio foliar (Jentsch, 1957) . Se o
angiospermas. Ela diz que a região inicial do me- ápice contém camadas adicionais paralelas que
ristema apical consiste da (1) túnica, uma ou mais periodicamente dividem periclinalmente, essas
camadas de células periféricas que se dividem em camadas são consideradas do corpo, e a última é
plano perpendicular à superfície do meristema (di- caracterizada como estratificada (Sussex, 1955;
visões anticlinais) e do (2) corpo, um conjunto de Tolbert e Jonhson, 1966). Outros pesquisadores
células de posição aprofundada em que as células tratam a túnica mais livremente e descrevem-na
se dividem en1 vários planos (Fig. 6.2) . Dessa for- como flutuante no número de camadas: uma ou
ma, enquanto o corpo adiciona massa ao meristema mais camadas internas da túnica podem dividir
apical por meio do aumento em volume, a única ou periclinalmente e, então, se tornar parte do corpo
as várias camadas da túnica mantêm sua continui- (Clowes, 1961) . Em virtude dos diferentes usos do
dade sobre a massa crescente pelo crescimento em termo túnica, sua utilidade na descrição acura-
180 111 Anatomia das Plantas de Esau
citológico Zona de
O conceito túnica-corpo, que foi desenvolvido para
ápices caulinares de angiospermas, demonstrou-se "'~
amplamente inapropriado para a caracterização do '
meristema apical das gimnospermas (Foster, 1938, Zona ·
1941; Jonhson, 1951; Gifford and Corson, 1971; Ce-
cich, 1980). Com poucas exceções (Gnetum, Ephe-
'"'~''' ~ \ \
\ \ -
Meristema
em fileira
dra e várias espécies de coníferas), as gimnosper- B
mas não mostram organização túnica-corpo no \
ápice caulinar; isto é, elas não possuem can1adas FIGURA 6.3
superficiais estáveis, dividindo somente anticlinal-
mente. A camada mais externa do meristema apical Ápice caulinar de Pinus strobus em vista longitudinal.
Detalhes celulares em A , diagrama interpretativo em B.
sofre divisões periclinais e anticlinais e adicionam Iniciais apicais adicionam células à camada superficial
células para a periferia e para os tecidos interiores por meio de divisões anticlinais e à zona de células-mãe
do caule. As células da superfície localizadas em po- por meio de divisões periclinais. A zona de células-mãe
sição 1nediana no meristema apical são interpreta- (células com núcleo) adicionam células à zona de tran-
das como iniciais. Estudos de ápices de gimnosper- sição que é formada por células que se dividem ativa-
mas levaram ao reconhecimento de um zoneamento mente e se organizam em séries radiadas a partir da
- chamado zoneamento cito-histológico - basea- zona de células-mãe. O produto dessas divisões forma
do não apenas nos planos de divisão, mas também o meristema em fileira e as camadas subsuperficiais da
na diferenciação citológica e histológica e no grau zona periférica. (A , x 139, como desenhado de um dia-
de atividade meristemática dos complexos de com- positivo de A. R. Spurr; B, de Esau, 1977.)
ponentes celulares (Fig. 6.3). Zoneamento similar,
sobrepondo a organização túnica-corpo, tem sido periférica tipicamente é a mais meristemática das
observado desde então na maioria das angiosper- três e possui os citoplasmas mais densos e as me-
mas (Clowes, 1961; Gifford e Corson, 1971). nores dimensões celulares. Ela pode ser descrita
As zonas citológicas que podem ser reconheci- como um eumeristema. O primórdio foliar e o
das em meristemas apicais de caules variam em procãmbio iniciam aqui, assim como o tecido cor-
grau de diferenciação e nos detalhes dos grupos tical fundamental. Em espécies com organização
de células. O zoneamento pode ser sucintamente túnica-corpo, a zona central corresponde ao corpo
caracterizado pela divisão do meristema apical em e à(s) porção(ões) da(s) camada(s) da túnica que
zona central e duas zonas dela derivadas. Uma recobrem o corpo.
delas, a zona medular, ou meristema medular
(medula) aparece diretamente abaixo da zona
central e encontra-se localizada centralmente no PERGUNTAS SOBRE A IDENTIDADE DAS
ápice. Ela, em geral, se torna a medula depois da INICIAIS APICAIS
ocorrência de uma atividade n1eristemática adicio- O desenvolvimento seguinte na interpretação do
nal. A outra, a zona periférica, ou meristema meristema apical do caule resultou de esforços de
periférico, compreende as outras zonas. A zona citologistas franceses (Buvat, 1955a; Nougarêde,
Meristemas apicais 111 181
to células apicais únicas como grupos de iniciais consiste de tecido pró-vascular (definido como um
apicais foram descritas para a mesma espécie de tecido no estágio inicial de vascularização, e a par-
Lycopodium (Schüepp, 1926; Ha.rtel, 1938) e para tir do qual o câmbio é subsequentemente forn1ado)
algu1nas samambaias eusporangiadas (Campbell, e as células-mãe da medula, que representam adi-
1911; Bower, 1923; Bhambie e Puri, 1985). É prová- ferenciação inicial da medula.
vel, entretanto, que uma única célula apical esteja Embora a célula apical, de ápices de caule e raiz
presente nos ápices caulinares de quase todas as das plantas vasculares sem sementes, tenha sido
plantas vasculares sem sementes (Bierhorst, 1977; considerada, por morfologistas de plantas, como a
White, R. A. e Turner, 1995). fonte de todas as células dos caules e raízes, com
Mais comumente, a célula apical possui a forn1a o advento do conceito de meristema de espera,
piramidal (tetraédrica) (Fig. 6.lA, C). A base da pi- o papel forn1ativo da célula apical começou a ser
râmide é voltada para a superfície livre e os outros questionado. Alguns pesquisadores concluíram
três lados para baixo. Em ápices com célula apical que a célula apical é mitoticamente ativa somen-
tetraédrica, as células derivadas formam um padrão te em plantas bastante jovens, tornando-se de-
ordenado, iniciado pela divisão ordenada das célu- pois mitoticamente inativa e formando um "centro
las apicais : as divisões sucessivas seguem umas às quiescente" comparável ao centro quiescente mul-
outras numa sequência acrópeta ao longo de uma ticelular das raízes das angiospermas. As células
hélice. O termo merófito é usado para designar as apicais de determinadas samambaias foram des-
derivadas unicelulares imediatas de uma célula api- critas como altamente poliploides, em decorrência
cal e também para a unidade estrutural multicelular de endorreduplicação (Capítulo 5), condição que
derivada delas (Gifford, 1983). Células tetraédricas apoiaria o argumento de que as células apicais são
apicais são encontradas em Equisetum e na n1aioria mitoticamente inativas (D'Amato, 1975). Estudos
das samamabaias leptosporangiadas. subsequentes, envolvendo a determinação do índi-
As células apicais podem ter três lados, com ce mitótico, a duração do ciclo celular e da mitose e
dois deles paralelos às novas células formadas. medições do conteúdo de DNA em ápices de caule
Tais células apicais são características de caules e raiz de determinadas samambaias indicam clara-
bilateralmente simétricos como os das samam- mente, entretanto, que a célula apical permanece
baias aquáticas Salvinia, Marsilea e Azolla mitoticamente ativa durante o crescimento ativo
(Guttemberg, 1966; Croxdale, 1978, 1979; Schmi- do caule e da raiz (Gifford et al., 1979; Kurth, 1981) .
dt, K. D., 1978; Lemon e Posluszny, 1977). O ápice Nenhuma evidência de endorreduplicação foi en-
achatado do rizoma de Pteridium tambén1 possui contrada no meristema apical durante o desenvol-
uma célula apical com três lados (Fig. 6. lB, D; Got- vimento. Esses estudos, junto com o "redescobri-
tlieb e Steeves, 1961). mento" de que merófitos são derivados simples da
Alguns autores descreve1n o ápice caulinar célula apical (Bierhorst, 1977), reafinnaram o con-
de samambaias como possuindo um zoneamen- ceito clássico da função da célula apical.
to (McAlpin e White, 1974; White, R. A. e Turner,
1995). De acordo co1n esse conceito, o promeris- O zoneamento encontrado no ápice de Ginkgo
tema é composto de duas zonas ou camadas de
serviu como base para a interpretação do
células meristemáticas, uma superficial e uma
subsuperficial. Subjacente ao promeristema en- ápice caulinar de outras gimnospermas
contram-se zonas meristemáticas distintas "inter- A presença de uma zona citológica no meristema
mediárias entre os tecidos em desenvolvimento apical foi reconhecida pela primeira vez por Pos-
do córtex, do estelo e da medula" (\1/hite, R. A. e ter (1938), no ápice caulinar de Gingko biloba
Turner, 1995). Um segundo conceito, desenvolvido (Fig. 6.7). Em Gingko, todas as células do ápice
em relação aos ápices caulinares de Matteuccia são derivadas de um grupo de iniciais superficiais,
struthipteris e Osmunda cinamomea, conside- chamado grupo inicial apical. O grupo de célu-
ra que o promeristema consiste apenas da carnada las subjacente, originado das iniciais superficiais,
superficial com uma única célula apical (Ma e Ste- constitui a zona central de células-mãe. Todo
eves, 1994, 1995). Imediatamente abaixo da cama- esse conjunto de células, incluindo as derivadas
da superficial encontra-se o tecido pré-estelar, que laterais do grupo de iniciais apicais, é conspícua-
Meristemas apicais 111 185
FIGURA 6.7
Corte longitudinal do ápice caulinar de Gi ngko biloba. O grupo de iniciais apicais (ia) fornece células para a camada
superficial por meio de divisões anticlinais. Ele também fornece células para o grupo de células-mãe centrais (me) por
divisões periclinais. O crescimento em volume se dá por meio do crescimento celular e ocasionais divisões celulares
em vários planos caracterizam a zona central de células-mãe. A maioria das células produzidas nessa zona se desloca
para a zona de transição (tr), onde se dividem pelas paredes periclinais em relação à zona de células-mãe. As deriva-
das dessas divisões formam camadas periféricas subsuperficiais e a futura rnedula, a zona do meristema da medula.
(x430. Obtido de Foster, 1938.)
mente vacuolizado, aspecto associado com os bai- ro de células superficiais formando derivadas para
xos índices de atividade mitótica. Além disso, as as camadas mais profundas, por divisões pericli-
células da zona central de células-mãe geralmente nais. Foster (1941, 1943) interpretou essas várias
possuem paredes espessadas e distintamente pon- camadas e suas derivadas imediatas corno a zona
toadas. As iniciais superficiais apicais e as células- de iniciação; outros restringiram as iniciais a um
-n1ãe centrais constituem promeristemas. Circun- número relativamente pequeno de células superfi-
dando a zona central de células-mãe encontra-se a ciais (Clowes, 1961; Guttenberg, 1961). As deriva-
zona periférica (meristema periférico) e, abai- das periclinais da camada superficial convergem
xo dela, o meristema em fileira ou da medula. para a zona de células-mãe, um padrão aparente-
A zona periférica se origina, em parte, das deri- mente característico das cycas. Em outras plantas
vadas laterais das iniciais apicais e, em parte, das com sementes, as camadas celulares geralmente
células-n1ãe centrais. As derivadas produzidas na divergem no ponto de iniciação. O padrão conver-
base da zona de células-mãe tornam-se células da gente resulta de nun1erosas divisões anticlinais nas
medula à medida que atravessa1n a forma de cres- células da superfície e nas suas derivadas recentes
cimento do meristerna da medula. Durante o cres- - evidência de crescimento da superfície a partir de
cin1ento ativo, uma região de células que possui a um tecido mais profundo. Esse crescimento parece
forma de taça e se divide ordenadamente, a zona estar associado com grandes larguras do ápice. O
de transição, delimita a zona de células-mãe e grupo das células-mãe é relativamente indistinto
pode se estender até a superfície da zona apical. em cycas. A extensa zona periférica se origina das
Os detalhes desse padrão estrutural variam em derivadas imediatas das iniciais superficiais e das
diferentes grupos de gimnospermas. As cycas pos- células-mãe. O meristema da medula é 1nais ou me-
suem ápices bastante largos, con1 urn grande núme- nos evidente abaixo da zona de células-mãe.
186 111 Anatomia das Plantas de Esau
Primórdio foliar
FIGURA 6.9
Corte longitudinal do ápice caulinar de batata (Solanum tuberosum), mostrando a organização túnica-corpo do
meristema apical e dois estágios de iniciação de primórdio foliar; apoio foliar em A e início do crescimento em compri-
mento em B . Uma faixa procambial que irá se diferenciar na folha em desenvolvimento acima pode ser vista embaixo
do apoio foliar. (Obtido de Sussex, 1955.)
Primórdio folia r Ápice aulinar Túnica com uma exemplo, Bowman e Eshed, 2000; Vernoux et al.,
mais Jovem camada
2000a; Clark, 2001).
O estágio de desenvolvimento da planta, em
que o zoneamento é estabelecido no ápice cauli-
nar vegetativo, pode variar entre as espécies. Em
algumas Cactaceae, por exemplo, o zoneamento já
se encontra estabelecido na gern1inação, enquan-
to em outras, somente a organização túnica-corpo
está presente nessa fase (Mauseth, 1978). Em al-
gumas espécies de cactos, o zoneamento não se
completa até que mais de 30 folhas tenham sido
produzidas. Da mesma forma, no ápice caulinar de
Coleus, o zoneamento não é completado até que
cinco pares de folhas tenham sido iniciados (Saint-
-Côme, 1966). Dessa forma, embora o zoneamento
seja um aspecto característico desses meristemas,
em geral, ele não é essencial para a produção foliar
ou para o funcionamento normal dos meristemas.
Sekhar e Sawhney (1985) não foram capazes de re-
conhecer um padrão de zoneamento no ápice cau-
0,1 mm Meristema de
Procâm bio linar de tomate (Solanum lycopersicum).
1----11 espessamento primário
Conforme comentado no Capítulo 5, vários bió-
FIGURA 6.10 logos têm adotado o termo célula-tronco para de-
Corte longitudinal do ápice caulinar de milho (Zea finir as iniciais e/ou suas derivadas recentes, no
mays), uma gramínea panicoide, com túnica de uma meristema apical. Alguns pesquisadores, confusa-
camada. Partes de cada folha aparecem nos dois lados mente, usam os dois termos nas suas descrições
do eixo porque as folhas envolvem o caule na sua exten- do meristema apical do caule. Seguem-se alguns
são horizontal. (Obtido de Esau, 1977.) exemplos. "As células-tronco não são células ini-
ciais permanentes ..." (Fletcher, 2004). "É aceito,
de camadas paralelas, no ápice caulinar, pode variar em geral, que a zona central atua como uma po-
durante a ontogenia da planta (Mia, 1960; Gifford e pulação de células-tronco... originando as iniciais
Tepper, 1962) e sob a influência de mudanças sa- para as duas outras zonas e se mantendo, ao mes-
zonais no crescimento (Hara, 1962). Pode também mo tempo" (Vernoux et ai., 2000a). "A zona central
haver mudanças periódicas na estratificação rela- atua como um reservatório de células-tronco que
cionada à iniciação das folhas (Sussex, 1955). repõe tanto as zonas periféricas como as da medu-
A ideia de que as camadas no meristema apical, la, e que também mantém a sua própria integrida-
com organização túnica-corpo, representam clo- de. Deve ser notado que essas células não atuam
nes distintos é corroborada por observações em ci- como iniciais permanentes, mas têm seu compor-
toquimeras periclinais (Capítulo 5). A maioria das tamento governado de uma forma dependente da
plantas estudadas com relação às citoquimeras é posição" (Bowman e Eshed, 2000). "É amplamente
composta por eudicots com túnica de duas cama- aceito que as células centrais agem como células-
das. Nessas plantas, citoquimeras periclinais mos- -tronco e servem como iniciais ou fonte de célu-
traram claramente a existência de três camadas las para as duas outras zonas do meristema apical
independentes (duas de iniciais da túnica e uma caulinar" (Laufs et ai., 1998a). Embora caracterize
do corpo) no meristema apical (Fig. 5.11; Satina et o meristema apical do caule como "um grupo de
ai., 1940). Essas três camadas são comumente de- células-tronco", outro pesquisador (Meyerowitz,
signadas Ll , L2 e L3, corn a carnada mais externa 1997) chama a zona central de "zona de iniciais".
sendo a Ll e a mais interna, L3. Alguns pesquisa- Alguns pesquisadores notaram a ambiguidade
dores erroneamente chamam o corpo todo de L3, do termo célula-tronco em relação às plantas, e a
em vez de apenas a camada inicial do corpo (por maioria tem evitado seu uso nas descrições do me-
Meristemas apicais 111 189
ristema apical caulinar (Evans, M. M. S. e Barton, O RNA-mensageiro do STM é encontrado nas zo-
1997). Para evitar qualquer confusão inerente ao nas centrais e periféricas de todos os ápices vege-
uso do termo célula-tronco, na botânica, Barton tativos, mas não em primórdios foliares em desen-
(1998) adotou o termo promeristema, que, segun- volvimento (Long et ai., 1996).
do ela, consiste conceitualmente nas iniciais api- Enquanto o gene STM é necessário para o esta-
cais e suas derivadas, "para designar a população belecimento do meristema apical de caules, o gene
hipotética de células ainda não especificadas como WUSCHEL (WUS), com o gene STM, é necessário
folha ou caule...". Isso é inteiramente apropriado para manter a função das iniciais. Em mutantes
porque os termos promeristemas e zona central wus, as iniciais sofrem diferenciação (Laux et al.,
são essencialmente sinônimos. Conforme comen- 1996). A expressão do WUS começa no estágio de
tado previamente, o termo célula-tronco não é ado- 16 células durante o desenvolvimento embrionário,
tado neste livro. antes da expressão do STM, e bem antes do me-
ristema se tornar evidente (Fig. 6.11). Em meris-
O ÁPICE CAULINAR VEGETATIVO DE temas plenamente desenvolvidos, a expressão do
WUS é restrita a um pequeno grupo de células da
ARABIOOPSIS THALIANA zona central abaixo da camada L3 (a camada ini-
O ápice caulinar vegetativo de Arabidopsis pos-
cial do corpo), e persiste por meio do desenvolvi-
sui uma túnica com duas camadas recobrindo um
1nento do caule (Mayer et al., 1998; Vernoux et al.,
corpo superficial (Vaughn, 1955; Medford et al.,
2000a). Dessa forma, o WUS não é expresso dentro
1992). Sobrepondo a organização túnica-corpo,
das iniciais, indicando que a sinalização deve ocor-
encontram-se as três zonas características dos ápi-
rer entre os dois grupos de células (Gallois et ai.,
ces caulinares das angiospermas : uma zona cen-
2002).
tral, com cerca de cinco células de profundidade
e três a quatro células de largura, como observa- Além dos genes promotores dos meristemas,
do em cortes medianos longitudinais; uma zona tais como STM e WUS, outros regulam o tamanho
periférica de células intensamente coradas; e um do meristema reprimindo a atividade das iniciais
meristema da medula. Um estudo morfométrico (Fig. 6.12). São eles os genes CLAVATA (CLV)
do ápice caulinar de Arabidopsis mostrou que o (CLVI, CLV2, CLV3), cujas mutações causam um
índice mitótico (porcentage1n dos núcleos em di- acúmulo de células indiferenciadas na zona cen-
visão num dado momento) na zona periférica é tral, levando a um aumento no tamanho do meris-
aproximadamente 50% maior do que na zona cen- tema (Clark et al., 1993, 1995; Kayes e Clark, 1998;
tral (Laufs et al., 1998b). Inestimáveis informações Fletcher, 2002). O acúmulo de células é aparente-
sobre a função do meristema apical caulinar foram mente devido a uma falha na indução do processo
obtidas por estudos genéticos e moleculares com de diferenciação nas células da zona periférica. A
Arabidopsis thaliana. Somente os resultados de expressão do CLV3 é primaria1nente restrita às ca-
poucos desses estudos serão considerados aqui. madas Ll e L2 e a poucas células da L3 da zona
O meristema apical caulinar primário de Ara- central e, provavelmente, marca as iniciais nessas
bidopsis se torna visível tardiamente na embrio- camadas; as células que expressam o CLVI encon-
genia e depois que os cotilédones iniciaram (Fig. tram-se abaixo das camadas Ll e L2 (Fletcher et
6.1 1; Barton e Poethig, 1993). (Ver Kaplan e Cooke, al., 1999). O WUS é expresso em regiões mais pro-
1997, para discussão da origem do meristema api- fundas do meristema. Foi proposto que as células
cal caulinar e cotilédones durante a embriogênese que expressam o WUS atuam con10 um "centro or-
das angiospermas.) O estabelecimento do meris- ganizador" que confere uma identidade de células
tema apical caulinar envolve a atividade do gene iniciais às suas vizinhas superiores, enquanto os
SHOOTMERISTEMLESS (STM), expresso pri- sinais das regiões CLVIICLV3 agem negativamen-
meiramente em uma ou duas células do estágio te, impedindo essa atividade (Meyerowitz, 1997;
embrionário globular (Long et al., 1996; Long e Mayer et ai., 1998; Fletcher et al., 1999). Mais es-
Barton, 1998). Graves perdas funcionais, por mu- pecificamente, foi proposto que a proteína do CLV3
tações no stm, aparecem em plântulas com raízes, secretada pelas iniciais no ápice se move através
hipocótilos e cotilédones norn1ais, mas se1n meris- do apoplasto e se liga no complexo receptor CLVII
temas apicais caulinares (Barton e Poethig, 1993). CLV2 na membrana plasmática das células subja-
190 111 Anatomia das Plantas de Esau
Hipocótilo
wus
STM~ - - - - - - - - - ~
CLV1 ~ - - - - ~
FIGURA 6.11
Formação do meristema apical caulinar (SAM) durante a embriogênese de Arabidopsis. A primeira indicação do
desenvolvimento do SAM é a iniciação da expressão do WUS no estágio de 16 células, bem antes do SAM se encontrar
discernível. Subsequentemente, começa a expressão do STM e do CLVI . O início da expressão do STM é independente
da atividade do WUS, e a iniciação do CLVI é independente do STM. As barras abrangem os estágios onde o RNA-m
para cada um desses genes é detectado. Note que uma divisão no zigoto origina uma célula apical pequena e uma basal
maior. A célula apical é precursora do embrião propriamente dito. Divisões verticais e transversais da célula apical
resultam em um proembrião com oito células. As quatro células superiores são a fonte do meristema apical e cotilé-
dones, e as quatro inferiores do hipocótilo. A célula mais distal do suspensor filamentoso se divide transversalmente,
e a superior se transforma na hipófise. A hipófise origina as células centrais do meristema apical da raiz e a columela
da coifa. O resto do meristema da raiz e os lados da coifa são derivados do embrião propriamente dito. (Veja Fig. 1.7.)
(A partirt de Lenhard e Laux, 1999. ©1999, com o consentimento de Elsevier.)
reduzida especificamente no ponto de iniciação do iniciação de dois primórdios foliares sucessivos (ou
primórdio foliar. Redução na atividade dos genes pares ou verticilos de primórdios com arranjo foliar
da classe KNOTTEDI, KNATI e STMI (Long e oposto ou verticilado) é designado plastocrono.
Barton, 2000) em Arabidopsis também marca o As mudanças na morfologia do ápice caulinar que
ponto de iniciação dos primórdios. O gene HBKI, ocorrem durante um plastocrono podem ser cha-
encontrado no meristema apical caulinar da co- madas mudanças plastocrônicas.
nífera Picea abies, pode desempenhar um papel O termo plastocrono foi originalmente formula-
similar ao dos genes KNOTTED das angiospermas do em um sentido geral para o intervalo de tempo
(Sundas-Larsson et al., 1998). entre a ocorrência de dois eventos sucessivos e si-
milares, nun1a série de eventos sin1ilares repetidos
Durante todo o período vegetativo, o meriste- periodicamente (Askenasy, 1880). Nesse sentido, o
ma apical caulinar produz folhas numa ordem termo pode ser usado para o intervalo de tempo
regular entre uma variedade de estágios correspondentes
A ordem ou arranjo das folhas no caule é chamada no desenvolvimento de folhas sucessivas, como,
filotaxis (ou filotaxia; do grego phyllon, folha, por exemplo, o início de divisões nos pontos de
e taxis, arranjo: Schwabe, 1984; Jean, 1994) . A origem dos primórdios, o começo do alongamen-
filotaxia mais comum é a espiral, com uma folha to do primórdio a partir do seu apoio e a iniciação
em cada nó formando um padrão helicoidal ao re- da lâ1nina. O plastocrono pode ser usado também
dor do caule e com um ângulo de divergência de para o desenvolvimento de entrenós e de gemas
137,5° entre sucessivas folhas (Quercus, Croton, axilares, para estágios de vascularização do caule
Morus alba, Hectorella caespitosa) . Em outras e para o desenvolvimento de partes florais.
plantas com uma única folha em cada nó, elas se A duração do plastocrono, em geral, é medida
dispõem nun1 ângulo de 180°, separadas e1n duas como correspondente à velocidade de iniciação
fileiras opostas, con10 nas gramíneas. Esse tipo de do primórdio. Sucessivos plastocronos podem ter
filotaxia é chamado dístico. Em algumas plantas, duração igual, pelo n1enos durante uma parte do
as folhas se dispõem a 90° entre si e aos pares crescimento vegetativo de material geneticamente
em cada nó, e a filotaxia é dita oposta (Acer, uniforme e crescendo en1 ambientes controlados
Lonicera). Se cada par sucessivo se dispõe em (Stein e Stein, 1960). O estágio ele desenvolvimen-
ângulo reto em relação ao par anterior, o arranjo to da planta e as condições ambientais, conheci-
é chamado decussado (Labiatae, incluindo Co- damente, afetam a duração dos plastocronos. Em
leus). Plantas com três ou mais folhas em cada nó embriões de Zea mays, por exemplo, plastocronos
(Nerium oleander, Veronicastrum virgini- sucessivos aun1entam de 3,5 a 13,5 dias, enquan-
cum) são consideradas como tendo filotaxia to nas plântulas eles diminuem de 3,6 para 0,5 dia
vert icilada . (Abbe e Phinney, 1951; Abbe e Stein, 1954). Em
Os primeiros eventos histológicos associados Lonicera nitida, a duração dos plastocronos va-
co1n a iniciação foliar são as mudanças na quanti- ria de 1,5 a 5,5 dias aparentemente em relação a
dade e no plano da divisão celular na zona perifé- mudanças na temperatura (Edgar, 1961). A tem-
rica, do meristema apical, levando à formação de peratura também afeta a taxa de iniciação elo pri-
uma saliência (chamada apoio foliar) no lado do mórdio em Glycine max (Snyder e Bunce, 1983)
eixo (Fig. 6.9) . Em caules com folhas de disposi- e Cucumis sativus (Markovskaya et al., 1991) . A
ção helicoidal, as divisões se alternam em setores taxa de produção de folhas também é afetada pela
diferentes, ao redor da circunferência do meriste- luz (Mohr e Pinnig, 1962; Snyder e Bunce, 1983;
ma apical, e o resultante alongamento periódico do Nougarêde et al., 1990; Schultz, 1993). Em arroz, o
ápice é assimétrico, quando visto de cin1a. Em cau- gene PLASTOCRONI (PLAI) encontra-se envolvi-
les com folhas de disposição decussada, o alonga- do na regulação da duração da fase vegetativa pelo
mento é simétrico porque a atividade meristemáti- controle da taxa de produção de folhas no meriste-
ca intensificada ocorre simultaneamente em lados ma (ltoh et al., 1998).
opostos (Fig. 6.13). Portanto, a iniciação de folhas Uma 1nedida do tempo de desenvolvimento, co-
acarreta mudanças periódicas no tamanho e forma mumente utilizada para ápices caulinares, é o fito-
do ápice caulinar. O período ou intervalo entre a crono, que se refere especificamente ao intervalo
192 111 Anatomia das Plantas de Esau
Foi sugerido que variações no estresse local, cria- efluxo de auxinas controlariam sua saída do me-
das pela saliência, desencadeiam as divisões peri- ristema apical caulinar, enquanto carregadores de
clinais normalmente associadas com a formação influxo e efluxo regulariam sua distribuição den-
de um órgão lateral (Green e Selker, 1991; Dumais tro do meristema (Stieger et al., 2002) . Enquanto
e Steele, 2000). o carregador de efluxo desempenha um papel na
A fundamentação para a hipótese das forças redistribuição das auxinas dentro do 1neristema,
biofísicas ve1n, e1n parte, de estudos com a apli- o carregador de influxo presun1ivelmente é neces-
cação localizada de expansina, no meristema api- sário para o posicionamento correto da folha, ou
cal caulinar de tomate, que induz a formação de filotaxia.
crescimentos semelhantes ao das folhas (Fleming O arranjo das folhas é correlacionado com a ar-
et ai., 1997, 1999). Aparentemente, a expansina quitetura do sistema vascular do caule de tal forma
promove a extensibilidade da parede celular na ca- que a relação espacial entre as folhas é parte de um
mada externa da túnica, resultando na formação padrão geral da organização do caule (Esau, 1965;
de uma saliência externa no tecido. Análises com Larson, 1975; Kirchoff, 1984; Jean, 1989). A rela-
hibridização in situ mostraram que genes da ex- ção de desenvolvimento entre as folhas e os traços
pansina se expressam especificamente no local da foliares no caule sugere que as faixas procambiais
iniciação do primórdio, tanto em tomate (Fleming (traços foliares), associadas com o local do primór-
et al., 1997; Reinhardt et al., 1998; Pien et ai., 2001) dio, oferecem uma via de transporte para as au-
como em arroz (Cho e Kende, 1997). Além disso, xinas ou alguma outra substância que pron1ove a
expressão de expansina em plantas transforma- iniciação do primórdio (a "hipótese das faixas pro-
das induziram primórdios a se desenvolverem em cambiais", Larson, 1983). Obviamente, múltiplos
folhas normais (Pien et al., 2001). Esses estudos fatores e eventos encontrain-se envolvidos co1n a
ainda embasam a ideia de que o evento primário na iniciação ordenada das folhas e não se encontram
morfogênese é a expansão do tecido, que, então, é necessariamente limitados à região apical.
subdividido em unidades n1enores por divisão ce-
lular (Reinhardt et al., 1998; Fleming et ai., 1999). ORIGEM DOS RAMOS
Vários estudos têm envolvido as auxinas na re- Nas plantas vasculares sem sementes, tais como
gulação da filotaxia (Cleland, 2001). Em um deles, Psilotum, Lycopodium, Selaginella e algumas
quando ápices vegetativos caulinares de tomate são samambaias, as ramificações ocorrem no ápice
cultivados em n1eio sintético contendo um inibidor sem relação com as folhas (Gifford e Foster, 1989).
específico do transporte de auxinas, a produção de O meristema apical original sofre uma divisão me-
folha foi con1pletamente suprimida, resultando na diana em duas partes iguais, sendo que cada uma
formação de caules áfilos e finos, mas com meris- forma um caule. Esse tipo ou processo ele ramifica-
temas nonnais nos seus ápices (Reinhardt et ai., ção é descrito como dicotômico. Quando um ramo
2000) . A microaplicação de AIA à superfície de se origina lateralmente no ápice, a ran1ificação é
tais ápices reestabeleceu a formação de folha. O chamada monopodial. Ramificação monopodial é
AIA exógeno também induz a formação de flor em o tipo predominante nas plantas com sementes. Os
ápices pin-jormedl (pinl) de inflorescências de ramos comumente se originam como gemas, nas
Arabidopsis. A formação de flores é bloqueada em axilas das folhas, e, nos seus estágios iniciais, são
ápices pinl por causa de uma mutação na possível denominados gemas axilares. A julgar pela maio-
proteína que transporta auxina. O PINI, por sua ria das investigações, o termo axilar é um pouco
vez, é autorregulado em primórdio foliar em desen- impróprio porque as gemas geraln1ente se origi-
volvimento (Vernoux et al., 2000b), indicando que nam no caule (Fig. 6.13E e 6.15) mas se deslocam
uma quantidade suficiente de auxinas deve se acu- para perto da base foliar ou mesmo para a própria
mular para o início da expansão celular e formação folha, por crescimentos de reajustes subsequentes.
do primórdio foliar. Para que as auxinas se acumu- Essas relações foram observadas em samambaias
lem nesse local, elas devem ser transportadas para (\Vardlaw, 1943;), eudicots (Koch, 1893; Garri-
lá a partir de primórdios preexistentes e de folhas son, 1949a, 1955; Gifforcl, 1951) e Poaceae (Evans
em desenvolvimento, que são fontes de auxinas. e Grover, 1940; Sharman, 1942, 1945; McDaniel e
Foi proposto um modelo em que carregadores de Poethig, 1988). Em gramíneas, a ausência de rela-
196 111 Anatomia das Plantas de Esau
ÁPICE RADICULAR
Diferentemente do meristema apical de caules, o
1neristema da raiz produz células não somente em
Gema axilar direção ao eixo, mas também para fora dele, for-
mando a coifa. Por causa da presença da coifa, a
parte distal do meristema da raiz não é terminal,
mas subterminal em posição, já que ele se loca-
liza abaixo da coifa. O ápice da raiz ainda difere
do meristema caulinar por não formar apêndices
laterais comparáveis às folhas e aos ramos. Os ra-
mos das raízes são usualmente iniciados acima da
região de crescimento ativo e se originam endoge-
namente. Por causa da ausência de folhas, o ápice
da raiz não mostra mudanças periódicas na for-
1na e estrutura, como comumente acontece com
o ápice do caule em virtude da iniciação foliar. A
raiz também não forma nós e entrenós, crescendo
0,1 mm
mais uniformemente em comprimento do que o
caule, onde os entrenós se alongam muito mais do
FIGURA 6.17
que os nós. O tipo de crescimento do meristema
Origem da gema axilar em batata (Solanum tubero- da 1nedula é característico do córtex radicular em
sum). Cortes longitudinais de nós mostrando um está- alongamento.
gio jovem (A) e um tardio (B) do desenvolvimento da A parte distal do meristema apical da raiz, assim
gema. (Obtido de Sussex, 1955.) como a do caule, pode ser chamada promeristema
e, como tal, contrasta com os tecidos meristemáti-
cos prin1ários subjacentes. O eixo jovem da raiz é
ciais precoces para a gema em desenvolvimento mais ou menos claramente separado num futuro ci-
(Garrinson, 1949a, b, 1955; Shah e Unnikrishnan, lindro central e num córtex. No seu estágio meris-
1969; Larson e Pizzolato, 1977; Ren1phrey e Stee- temático, os tecidos dessas duas regiões consistem
ves, 1984). Se a gema axilar não for dormente, seu de procâmbio e meristema fundamental, respecti-
crescimento longitudinal é seguido pela iniciação vamente. O termo procâmbio pode ser usado para
do primórdio foliar, con1eçando com os prófilos. o cilindro central inteiro da raiz se esse cilindro
eventualmente se diferenciar em uma estrutura
Os caules podem se desenvolver a partir de vascular sólida. Muitas raízes, entretanto, possuem
gemas adventícias uma medula no centro. Essa região, em geral, é in-
As gemas adventícias aparecem sem uma relação terpretada como um tecido vascular em potencial
direta com o meristema apical. As gemas adventícias que, no curso da evolução, parou de se diferenciar
podem se desenvolver em raízes, caules, hipocótilos co1no tal. Nesse contexto, a medula é considerada
e folhas. Elas se originam em tecidos de callus de parte do cilindro vascular, com origem a partir do
Meristemas apicais 111 199
procâmbio. A ideia contrária é que a medula da raiz quentemente para a descrição das regiões dos te-
seria um tecido fundamental semelhante àquele da cidos da raiz.
medula de caules, e diferenciada a partir do meris- A Figura 6.18 mostra os principais padrões de
tema fundamental. O termo protoderme, se usado relação espacial entre as regiões de tecidos e as cé-
para definir a camada superficial sem considerar lulas do ápice da raiz. Na maioria das samainbaias
sua relação de desenvolvimento com outros teci- e em Equisetum, todos os tecidos são derivados de
dos, pode ser aplicado à camada externa da parte uma única célula apical (Fig. 6.18A, B; Gifford, 1983,
jovem da raiz (Capítulo 9). Usualmente a protoder- 1993). Essas plantas usualmente possuem a 1nesma
me da raiz não se origina a partir de uma camada estrutura tanto na raiz como no caule. Em algumas
separada do promeristema. Ela possui uma origem gimnospermas e angiospermas, todas as regiões de
comum com o córtex e a coifa. tecidos da raiz, ou todas com exceção do cilindro
central, parecem se originar a partir de u1n grupo
A organização apical em raízes pode ser comum de células me1istemáticas (Fig. 6.18C, D);
tanto aberta como fechada em outras, uma ou n1ais dessas regiões podem es-
A arquitetura, ou configuração celular, do meris- tar associadas a iniciais separadas (Fig. 6.18E-H).
tema apical de raízes tem sido estudada mais fre- Os dois tipos de organização são classificados como
quentemente com o objetivo de revelar a origem aberto e fechado, respectivamente (Guttenberg,
dos sistemas de tecidos, servindo para estabelecer 1960). A distinção entre meristemas abertos e fe-
os chamados tipos (Schüepp, 1926; Popham, 1966) chados não é sempre clara (Seago e Heimsch, 1969;
e as discussões das tendências evolutivas na orga- Clowes, 1994). Os dois tipos de meristemas foram
nização apical da raiz (Voronine, 1956; Voronkina, relatados como originados a partir do padrão fe -
1975). Analisando os padrões celulares no meris- chado, em raiz embrionária ou no primórdio de raiz
tema apical, é possível traçar planos de divisão ce- lateral ou adventícia. Durante o subsequente alon-
lular e de direção de crescimento. Em um tipo de gamento da raiz, o padrão fechado pode ser retido
análise, os tecidos em diferenciação são seguidos ou ser substituído pelo aberto (Guttenberg, 1960;
até o ápice da raiz para determinar se células espe- Seago e Heimsch, 1969; Byrne e Heimsch, 1970; Ar-
cíficas representam a fonte de um ou mais desses mstrong e Heimsch, 1976; Vallade et al., 1983; Ver-
tecidos. Dessa forma, conclui-se que a correlação daguer e Molinas, 1999; Baum et al., 2002; Chapman
espacial entre os tecidos e certas células ou grupos et al., 2003). Em ervilha (Pisum sativ um), tanto as
de células do ápice indica uma relação ontogené- raízes embrionárias como as adultas possuem me-
tica entre os dois, ou seja, que as células apicais ristemas abertos (Clowes, 1978b).
funcionam como iniciais. Na maioria das samainbaias, a célula apical é
A análise da origem dos tecidos da raiz, a par- tetraédrica (Gifford, 1983, 1991). Ela se divide em
tir de iniciais distintas do ápice, corresponde ao segmentos, ou merófitos, nas três faces laterais
enfoque usado por Hanstein (1868, 1870) quando (proximais) e produz os tecidos do corpo principal
formulou a teoria histogênica. Como discutido an- da raiz (Fig. 6.18A, B). A coifa possui sua origem
teriormente neste capítulo, Hanstein considerou tanto a partir da quarta face (distal) da célula api-
que o corpo da planta se origina a partir de um cal (Marsilea, Vallade et al., l983;Asplenium, Gi-
meristema massivo que compreende três regiões fford, 1991) como de un1 meristema separado e for-
precursoras de tecidos, os histógenos, cada uma mado precocemente durante o desenvolvimento da
começando con1 uma a muitas iniciais no ápice e raiz (Azolla, Nitayangkura et al., 1980). A célula
organizadas em faixas sobrepostas. Os histógenos tetraédrica apical da raiz de Equisetum contribui
são o dermatogênio (precursor da epiderme), o tanto para o corpo como para a coifa da raiz, mas
pleroma (precursor do cilindro vascular) e o pleri- o desenvolvimento inicial da raiz desse gênero é
blema (precursor do córtex). Embora a subdivisão marcadamente diferente do da maioria das outras
em três histógenos não tenha aplicação universal samambaias (Gifford, 1993). Na medida em que a
- ele é raramente discernível em caules e muitas coifa de Azolla se torna distinta do resto da raiz,
raízes não possuem dermatogênio, no sentido de seu meristema apical é classificado como fechado.
Hanstein (1870), isto é, uma ca1nada independente Alternativamente, o ápice da raiz de Equi setum e
que origina a epiderme - ela tem sido usada fre- de samambaias com células apicais que se dividem
200 111 Anatomia das Plantas de Esau
.:;:: l l. ~~
~
Coifa
Equisetum
··.•·,•.
•' :
·,, ·. = c-=-i
:· .
:_ ·; l'J
:- """''-'
·.:
...-:.::'.. ': :: :: .:-::
... .....
•'
:. :: :
-
~ •,
·. ·:.':.
::}/:. • 1
: ::. ;
-:•::•,-.,e,~ :tf.r::Nõ; ..\ .~:· ::·
t
I
'
1 '
1
1
'
1
columela
I
I
,,'
I I
'
' ,'
,
I
I ,'
e D
Picea
FIGURA 6.18
Regiões do meristema apical e das derivadas em raízes. A, B, cavalinha (Equisetum) . Uma única célula apical (tri-
ângulo preto) é a fonte de todas as par tes da raiz e da coifa. As linhas mais largas em B marcam os limites externos
dos merófitos. Os limites internos de merófitos mais antigos são de difícil determinação. C, D, abeto (Picea) . Todas as
regiões da raiz se originam de um gru po de iniciais. A coifa possui uma columela central de células dividindo transver-
salmente. A columela também origina derivadas, lateralmente. E , F, rabanete (Raphanus) . Três camadas de iniciais.
A epiderme tem uma origem comum com a coifa e se torna delimitada nos lados da raiz por paredes periclinais (setas
em F ) . G, H , grama (Stipa) . Três camadas de iniciais, aquela da coifa formando um caliptrogênio. A epidernle possui
origem comum com o córtex. ( B, a partir de Gifford, 1993; C-H, obtido de Esau, 1977.)
nas quatro faces é classificado como aberto (Clo- daquelas divisões que são responsáveis pelo au-
wes, 1984). mento no número de fileiras verticais de células na
Outro enfoque para uma análise da relação en- região meristemática da raiz. Muitas dessas fileiras
tre os padrões celulares e o crescimento no ápice se dividem em duas e, onde elas o fazem, uma célu-
de raiz é o representado pelo conceito corpo-co- la se divide transversalmente; então, uma das duas
bertura de Schüepp (1917), que enfatiza os planos novas células se divide longitudinalmente e cada
Meristemas apicais 111 201
•,·_-:,: 1
\).\
F
Raphanus
Camada mucilaginosa
{.fi
·:: : ::
.•, ...
·::-:
·:•\•::: Caliptrogênio
Coifa
H
Stipa
FIGURA 6.18
( Continuação)
célula-filha dessa divisão se torna a fonte de uma caracterizado pela presença de três faixas ou ca-
nova fileira. A combinação de divisões transversais madas de iniciais (Fig. 6.20). Uma faixa aparece
e longitudinais resulta numa parede com padrão no ápice do cilindro central, a segunda diferencia
aproximado em T- (ou Y-) e, por essa razão, tais o cór tex e a terceira origina a coifa. O meristema
divisões foram chamadas divisão em T. A direção co1n três faixas pode ser agrupado de acordo com
do traço de cima (barra horizontal) do T varia em a origem da epiderme (a rizoderme de alguns auto-
diferentes partes da raiz. Na coifa, ele é direcio- res: Capítulo 9; Clowes, 1994). Em um grupo, a epi-
nado para a base da raiz, e no corpo, para o ápice derme tem origem comum com a coifa e se torna
(Fig. 6.19) . Enquanto enl algumas raízes existe um distinta somente depois de várias divisões em T na
limite nítido entre o corpo e a coifa (aquelas com periferia da raiz (Figs. 6.18E, F, 6.19C e 6.21A). No
iniciais da coifa separadas), em outras o limite não segundo, a epiderme e o córtex têm iniciais comuns
é nitidamente delimitado (por exe1nplo, em Fagus (Figs. 6.18G, H e 6.21B), enquanto a coifa se origi-
sylvatica, em que a transição entre corpo e coifa é na a partir de suas próprias iniciais que constituem
bastante gradual; Clowes, 1950). o meristema da coifa, ou caliptrogênio ( do grego
Os dois tipos de organização apical nas angios- calyptra, véu e genos, prole; Janczewski, 1874).
permas, o fechado e o aberto, exigem considera- Se a coifa e a epiderme possuem origem comum, a
ções independentes. O padrão fechado é, em geral, camada celular envolvida é chamada dermatoca-
202 111 Anatomia das Plantas de Esau
verdadeiras iniciais, e as que se dividem mais ati- origem e a manutenção do centro quiescente, no
vamente e imediatamente circundant o centro ápice da raiz de milho, são consequentes do supri-
como derivadas, uma ideia proposta antes por Gut- mento polar de auxinas, e que as iniciais da coifa
tenberg (1964). Adotando esse ponto de vista, o desempenham um papel importante na regulação
centro quiescente da raiz é estritamente similar desse movimento polar para o ápice da raiz (Kerk e
à zona central, ou promeristema, do caule, e pode Feldman, 1994). Altos níveis de auxinas acarretam
ser considerado o promeristema da raiz. Alguns elevados níveis de ácido ascórbico oxidase (AAO)
pesquisadores consideram o promeristema da raiz com a resultante diminuição de ácido ascórbico
como comparável ao centro quiescente com suas no centro quiescente. Considerando que o ácido
derivadas i1nediatas, que se divide1n ativamente ascórbico é necessário para transição de G1 para
(Kuras, 1978; Vallade et al., 1983). Nas plantas vas- S, no ciclo celular em ápice de raízes (Liso et al.,
culares sem sementes, o promeristema consistiria 1984, 1988), Kerk e Feldman (1995) propuseram
somente na célula apical. Hoje em dia não existe que a redução nos níveis de ácido ascórbico em ápi-
uniformidade no uso dos termos para descrever a ces de raízes pode ser a responsável pela formação
região que se divide lentamente e suas derivadas e manutenção do centro quiescente. Mais recente-
que se dividem ativamente, nas raízes das plantas mente, Kerk et al. (2000) descreveram que o AAO
com sementes. Mais frequentemente as células que também descarboxila oxidativamente as auxinas
se dividem ativainente e fazem limite com o cen- em ápices radiculares de milho, mostrando un1 ou-
tro quiescente são consideradas como iniciais, e as tro n1ecanismo para regular os níveis de auxinas,
células do centro quiescente, simplesmente como dentro do centro quiescente e de outros tecidos da
células do centro quiescente. raiz. Uma coifa intacta deve estar presente para
Muitas ideias foram expressas para as possíveis que esse processo metabólico aconteça.
causas do aparecimento do centro quiescente em
raiz em crescimento. Segundo uma proposta base- O ÁPICE RADICULAR DE ARABIDOPSIS
ada na análise do padrão de crescimento em ápice THALIANA
de raízes, a quiescência em um local particular do O meristema apical da raiz de Arabidopsis possui
meristema da raiz resulta de uma direção antagô- organização fechada com três camadas de iniciais
nica no crescimento celular, em várias partes do (Fig. 6.24) . A parte inferior, o dermocaliptrogênio,
meristema (Clowes, 1972, 1984; Barlow, 1973), com consiste das iniciais da coifa em columela e das cé-
a coifa ou meristema da coifa sendo particularmen- lulas laterais da coifa e epiderme. A camada do meio
te importantes na supressão do crescimento. Du- consiste das iniciais do córtex (a partir de onde as
rante a embriogênese, o aparecimento do centro células parenquimáticas e as da endoderme do cór-
quiescente coincide com o aparecimento do meris- tex se originam) e a camada superior representam
tema da coifa (Clowes, 1978a, b) . Além disso, como as iniciais do cilindro vascular (periciclo e tecidos
previamente mencionado, se a coifa é removida ou vasculares), algumas vezes erroneamente designa-
danificada, o centro quiescente se torna ativo e das como feixe vascular (van der Berg et al., 1998;
origina um novo meriste1na da coifa, que, por sua Burgeff et al., 2002). No centro da camada do meio
vez, origina uma nova coifa; aquiescência é reto- existe um grupo de quatro células que raramente
mada. Esse comportamento levou Barlow e Adam se dividem, durante o desenvolvimento inicial da
(1989) a sugerirem que a ativação do centro quies- raiz. Vários termos têm sido usados para descrever
cente, depois de injúria ou ren1oção da cobertura, essas células localizadas centralmente, incluindo
resulta de uma interrupção ou modificação no si- "células centrais" (Costa e Dolan, 2000; Kidner et
nal - possivelmente via hormônios - entre a coifa al., 2000), "células do centro quiescente" (Dolan
ou suas iniciais e o centro quiescente. Um possível et al., 1993; van der Berg et al., 1998; Scheres e
candidato para esse hormônio são as auxinas, que Heidstra, 2000), "células iniciais centrais do me1is-
se encontram envolvidas na formação do polo ra- tema fundamental" (Bau1n e Rost, 1997), "iniciais
dicular, durante a embriogênese, e na manutenção centrais do córtex" (Zhu et al., 1998a) e "iniciais
da organização dos tecidos, em raízes de plântu- centrais" (Baum et al., 2002).
las de Arabidopsis (Sabatini et al., 1999; Costa e A origem embrionária da raiz primária de Ara-
Dolan, 2000) . Foi formulada a hipótese de que a bidopsis é bem-documentada (Scheres et al.,
Meristemas apicais 111 207
- - - Epiderme
A
10µm
1 1
Cilindro vascular
-,~- - - - Periciclo
Iniciais do cilindro -f--?--:,--- Camada endodérmica cortical
vascular --------::--t-
.,_.,...,, ~---;'---,;.- Camada cortical parenquimática
-.,:;..---:='---:-----:-- Inicial do córtex
Iniciais da
columela - --"---e~---';:::- - - - - - Coifa lateral/inicial epidérmica
FIGURA 6.24
A , cor te longitudinal mediano do ápice da raiz deArabidopsis. B, desenho do promeristema mostrando a relação en-
tre as camadas de iniciais e as regiões de tecidos da raiz. A camada superior representa as iniciais do cilindro vascular,
a carnada do meio representa as células centrais (asteriscos) e as iniciais do córtex e a camada inferior se referem às
iniciais da columela da coifa e às iniciais das células laterais da coifa e epiderme. As linhas interrompidas indicam os
planos de divisão celular nas iniciais do córtex e nas iniciais da epiderme e das regiões laterais da coifa. (Reproduzido
com consentimento: A , de B , a partir de Schiefelbein et al., 1997. © American Society of Plant Biologists.)
1994). Brevemente, a embriogênese começa com apicais são chamadas hipófise ou células hipofi-
uma divisão transversal assimétrica do zigoto, siárias (Fig. 6.11) . No estágio inicial cordiforme
dando origem ao embrião propria1nente dito e à (estágio triangular) da embriogênese, a hipófise di-
célula basal do suspensor do enlbrião, cttjas células vide-se para formar uma célula em forma de lente
208 111 Anatomia das Plantas de Esau
(côncava), que é a progenitora das quatro células que a organização do ápice se transforma de fecha-
centrais. A célula derivada da hipofisiária inferior da para aberta (Baum et al., 2002) . Conforme co-
origina as iniciais da porção central (columela) da mentado por Baum et ai. (2002), essas mudanças,
coifa. Todas as outras iniciais do meristema são de- co1n a concomitante redução nos plasmodesmas
rivadas do embrião propriamente dito e são reco- (Zhu et al., 1998a), são fenômenos associados com
nhecidas mais tarde durante o estágio cordiforme. a determinação da raiz, o estágio final de desen-
Experimentos com ablação com laser demostra- volvimento do crescimento da raiz. A presença de
ram claramente que a informação posicional desem- raízes printárias determinadas não é particular de
penha um papel mais importante na determinação Arabidopsis. O crescilnento determinado da raiz,
do destino celular do que o relacionamento da linha- associado à transformação na organização do me-
gem celular, na raiz cleArabidopsis (van der Berg et ristema apical, de fechado para aberto, é aparen-
al., 1995, 1997a; Scheres e Wolkenfelt, 1998). Nesses temente um fenômeno comum (Chapman et ai.,
experimentos, células específicas foram removidas 2003).
para observar-se o efeito nas células vizinhas. Por
exemplo, quando as quatro células quiescentes são O CRESCIMENTO DO ÁPICE DA RAIZ
removidas, elas são repostas pelas iniciais do cilin- A região de células que se dividem ativamente - o
dro vascular. Células corticais removidas são repos- meristema apical - se estende em direção à base
tas por células do periciclo que, então, mudam o seu até uma distância considerável do ápice, ou seja,
destino e se comportam como iniciais corticais. até a parte mais velha da raiz. Em unt nível de or-
A remoção de uma única célula do centro quies- ganização, tanto a coifa como a raiz propriamente
cente resulta na parada de divisão celular e na pro- dita podent ser vistas conto consistindo de fileiras
gressão da diferenciação nas células iniciais da co- de células que saíram do pron1eristema. Relativa-
lumela e corticais, com as quais a célula do centro 1nente próximo ao promeristema, algumas fileiras
quiescente fazia contato. Esses resultados indicam se dividem longitudinalmente - tanto radialmen-
que o maior papel das células do centro quiescen- te como periclinalmente - por divisões em T para
te é inibir a diferenciação das células iniciais vizi- originar novas fileiras de células. Tais divisões
nhas por meio de sinais emitidos a partir de uma são chamadas divisões formativas , já que são
única célula (van der Berg et al., 1997b; Scheres e importantes na determinação do padrão de for-
Wolkenfelt, 1998; van der Berg et al., 1998). Are- mação (Gunning et al., 1978). As divisões radiais
moção de uma das células-filhas de uma inicial cor- aumentam o número de células em uma camada
tical não interfere nas divisões subsequentes dessa individual, enquanto divisões periclinais aumen-
inicial, que estavam em contato com outras células tam o número de camadas e, portanto, o diâmetro
corticais filhas de iniciais corticais vizinhas. En- da raiz. Por meio de divisões transversais, o nú-
tretanto, quando todas as células corticais filhas mero de células em cada fileira aumenta. As divi-
são removidas ao redor de uma inicial cortical, sões transversais, chamadas divisões prolifera-
essa inicial se torna incapaz de originar fileiras de tivas, determinam o tamanho do meristema. Em
células corticais parenquimáticas e endodérmicas. algumas raízes, grupos de células de ancestralida-
Aparentemente as iniciais corticais - talvez todas de comum, chamados pacotes celulares, foram
as iniciais - dependem da informação posicional de encontrados nas filei ras (Fig. 6.25; Barlow, 1983,
células-filhas mais maduras, presentes na mesma 1987). Os pacotes derivam, cada um, de uma única
camada celular. Em outras palavras, as iniciais do célula-mãe e são úteis em estudos de divisão celu-
meristema apical da raiz, aparentemente, não pos- lar da raiz.
suem informação de um padrão generativo intrín- En1bora o modelo tradicional da estrutura da
seco (van der Berg et al., 1995, 1997b). Isso con- raiz divida seu ápice em três regiões mais ou me-
traria a ideia tradicional de que os meristemas são nos distintas - divisão celular (meristema), alon-
como máquinas com padrão generativo autônon10. gamento e maturação (Ivanov, 1983) - em un1 mes-
Durante o crescimento da raiz primária de Ara- mo nível ela raiz esses processos se sobrepõem em
bidopsis, as células centrais quiescentes se tornam diferentes regiões de tecidos, em diferentes fileiras
mitoticamente ativas e, com as células iniciais, se de células de uma mesma região do tecido e mes-
tornam desorganizadas e vacuolizadas à medida mo em células individuais. Geraln1ente, o córtex
Meristemas apicais 111 209
1 1
50µm
E
e
FIGURA 6.26
Cortes transversais da raiz de Pisum sativum mostrando as mudanças no desenvolvimento do cilindro e de setores,
em diferentes níveis. Detalhes: co, córtex médio; e, epiderme; cic, córtex interno/periciclo/cilindro de tecidos vas-
culares; mx, metaxilema maduro; cec, coifa/epiderme/cilindro cortical externo; f, setor do floema; me, medula; pf,
protofloema maduro; px, protoxilema maduro; c, coifa; x, setor do xilema. (Obtido de Rost et ai., 1988.)
de divisão celular, o número de células dividindo 1997; Sacks et al., 1997; Beemster e Baskin, 1998).
nos 1neristemas varia amplamente, indicando que a Então, aparentemente, existe uma zona de tran-
raiz deve controlar a saída do ciclo celular, na base sição (Baluska et al., 1996) entre a parte basal do
dos meristemas (Baskin, 2000). Além disso, encon- meristema e a região onde as células expandem ra-
tra-se claramente estabelecido que a divisão celular pidamente ou, para ser mais exato, "onde as células
é contínua mesn10 na região onde o con1primento sofrem sua divisão final e expandem rapidamente"
celular aumenta rapidamente (Ivanov e Dubrovsky, (Beemster e Baskin, 1998). Foi levantada a hipóte-
Meristemas apicais 111 211
se de que as regiões de divisão e alongamento são das paredes celulares e pela deposição de suberi-
unidas e podem, na verdade, constituir uma zona de na - unl processo duplo chamado metacutização
desenvolvimento (Scheres e Heidstra, 2000). - no córtex e na coifa em uma camada de células
O controle da divisão celular e a coordenação que é contínua com a endoderme e que cobre com-
do desenvolvimento entre tecidos e fileiras de célu- pletamente o meristema apical. O último se torna
las na raiz, assim como no corpo da planta, requer então isolado por uma camada protetora em todos
uma co1nunicação célula-célula e parece envolver os lados, exceto em direção à base da raiz. Exter-
movimentos direcionais de sinais que dependem namente esses ápices de raiz são marrons. Quando
da posição, tais como a transcrição de fatores ou o crescimento é reassumido, o envoltório marrom
hormônios (Barlow, 1984; Lucas, 1995; van den é quebrado e o ápice da raiz aparece embaixo dele.
Berg et al., 1995; Zhu et al., 1998a). Uma passagem Estudos em raízes cortadas indicam que as raízes
potencial para o movimento desses possíveis sinais podem apresentar um crescimento rítmico não de-
de posição são os plasmodesmas, que ligam as cé- pendente das mudanças sazonais, mas determina-
lulas simplasticamente. Na raiz de Arabidopsis, as do por fatores internos (Street e Roberts, 1952) .
células iniciais, embora interconectadas uniforme-
mente, possuíam menos plasmodesmos nas suas
REFERÊNCIAS
paredes comuns do que nas paredes entre elas e
ABBE, E. e. e B. o. PHINNEY. 1951. The gro,vth of
suas derivadas (Zhu et al., 1998a, b). A frequência
the shoot apex in maize: Externai features. Am.
de plasmodesmos era a maior ao longo das paredes J Bot. 38, 737-743.
transversais das fileiras de células (plasmodes- ABBE, E. C. e O. L. STEIN. 1954. The growth of the
mos primários). As paredes longitudinais entre as shoot apex in maize: Embryogeny. Am. J. Bot.
fileiras de células e as paredes comuns entre te- 41, 285- 293.
cidos vizinhos são percorridas por plasmodesmos ALLEN, G. S. 1947. Embryogeny and the develop-
secundários. Não surpreendentemente, pequenas ment of the apical meristems of Pseudotsuga.
marcas fluorescentes capazes de se movimentar III. Development of the apical meristems. Am. J
no simplasto foram encontradas se difundindo, Bot. 34, 204-211.
preferencialmente, pelas paredes transversais que ARMSTRONG, J. E. e C. HEIMSCH. 1976. Ontoge-
unem as células do meristema fundamental e suas netic reorganization of the root meristem in the
corticais resultantes (Zhu et al., 1998a). Compositae. Am. J. Bot. 63, 212- 219.
Com o aumento na idade da raiz de Arabidop- ASKENASY, E. 1880. Ueber eine neue Methode,
sis, a frequência de plasmodesmos diminui (Zhu et um die Vertheilung der Wachsthumsintensitat
al., 1998b), um fenômeno associado com a morte in wachsenden Theilen zu bestimmen. Verhan-
celular programada das células externas da coi- dlungen des Naturhistorisch-medicinischen
fa (Zhu e Rost, 2000). Anteriormente, Gunning Vereins zu Heidelberg, n.f. 2, 70-153.
(1978) sugeriu que o tempo limitado de vida, da BALL, E. 1941. The development of the shoot apex
raiz determinada de Azolla pinnata, é devido a and of the primary thickening meriste1n in Pho-
uma senescência programada, associada com uma enix canariensis Chaub., with comparisons to
progressiva diminuição na frequência dos plasmo- Washingtoniafilifera Wats. and Trachycarpus
desmos, entre a célula apical e suas derivadas la- excelsa Wendl. Am. J Bot. 28, 820-832.
terais. A redução na frequência dos plasmodesmos BALL, E. 1972. The surface "histogen" of living
começa ao redor de 30-50 divisões e resulta no iso- shoot apices. ln: The Dynamics of Meristem
lamento do simplasto da célula apical que não se Cell Populations, pp. 75- 97, M. W. Miller e C. C.
divide mais. Kuehnert, eds. Plenum Press, New York.
O ápice da raiz não cresce continuamente em BALUSKA, F., D. VOLKMANN e P. W. BARLOW. 1996.
uma n1esma intensidade, especialmente em plan- Specialized zones of development in roots. View
tas perenes (Kozlowski e Pallardy, 1997). Em abe- from the cellular level. Plant Physiol. 112, 3- 4.
to nobre "noble fir" (Abies procera), por exe1nplo, BARKER, W. G. e F. C. STEWARD. 1962. Growth and
a raiz mostra desaceleração de crescimento peri- development of the banana plant. I. The growing
ódico e possui períodos de dormência (Wilcox, regions of the vegetative shoot. Ann. Bot. 26,
1954). A donnência é precedida pela lignificação 389-411.
212 111 Anatomia das Plantas de Esau
BARLOW, P. W. 1973. Mitotic cycles in root meriste- BAUM, S. F. e T. L. ROST. 1996. Root apical organi-
ms. ln: The Cell Cycle in Development and Di- zation in Arabidopsis thaliana. l. Root cap and
jferentiation, pp. 133-165, M. Balls e F. S. Billett, protoderm. Protoplasma. 192, 178-188.
eds. Cambridge University Press, Cambridge. BAUM, S. F. e T. L. ROST. 1997. The cellular orga-
BARLOW, P. W. 1976. Towards an understanding of nization of the root apex and its dynamic beha-
the behavior of root meristems. J Theoret. Biol. vior during root growth. ln: Radical Biology:
57, 433-451 . Advances and Perspectives on the Function of
BARLOW, P. W. 1978. RNA metabolism in the quies- Plant Roots, pp. 15- 22, H. E. Flores, J. P. Lynch
cent centre and neighbouring cells in the root e D. Eissenstat, eds. American Society of Plant
meristem of Zea mays. Z. Pjlanzenphysiol. 86, Physiologists, Rockville, MD.
147- 157. BAUM, S. F., J. G. DUBROVSKY e T. L. ROST. 2002.
BARLOW, P. W. 1983. Cell packets and cell kinetics Apical organization and maturation of the cortex
in the root meristem of Zea mays. ln: Wurze- and vascular cylinder in Arabidopsis thaliana
ldkologie und ihre Nutzanwendung (Root eco- (Brassicaceae) roots. Am. J Bot. 89, 908- 920.
logy and its practical application), pp. 711-720, BEEMSTER, G. T. S. e T. I. BASKIN. 1998. Analy-
\V. Bõhm, L. Kutschera e E. Lichtenegger, eds. sis of cell division and elongation underlying
Bundesanstalt für Alpenlãndische Landwirts- the developmental acceleration of root growth
chaft Gumpenstein, Irdning, Austria. in Arabidopsis thaliana. Plant Physiol. 116,
BARLOW, P. W. 1984. Positional controls in root de- 1515-1526.
velopment. In: Positional Controls in Plant De- BENFEY, P. N. e B. SCHERES. 2000. Root develop-
velopment, pp. 281-318, P. W. Barlow e D. J. Carr, ment. Curr. Biol. 10, R813-R815.
eds. Cambridge University Press, Cambridge. BHAMBlE, S. e V. PURI. 1985. Shoot and root apical
BARLOW, P. 'vV. 1987. Cellular packets, cell division meristems in pteridophytes. ln: Trends in Plant
and morphogenesis in the primary root meristem Research, pp. 55- 81, C. M. Govil, Y. S. Murty, V.
of Zea mays L. New Phytol. 105, 27-56. Puri e V. Kumar, eds. Bishen Singh Mahendra Pai
BARLOW, P. W. e J. S. ADAM. 1989. The response Singh, Dehra Dun, India.
of the primary root meristem of Zea mays L. to BIENlEK, M. E. e W. F. MlLLlNGTON. 1967. Diffe-
various periods of cold. J Exp. Bot. 40, 81- 88. rentiation of lateral shoots as thorns in Ulex eu-
BARLOW, P. W. e E. R. HINES. 1982. Regeneration ropaeus. Am. J. Bot. 54, 61- 70.
of the rootcap of Zea mays L. and Pisum sati- BIERHORST, D. W. 1977. On the stem apex, leaf
vum L. : A study with the scanning electron mi- initiation and early leaf ontogeny in Filicalean
croscope. Ann. Bot. 49, 521- 529. ferns. Am. J. Bot. 64, 125- 152.
BARLOW, P. W. e E. L. RATHFELDER. 1985. Cell di- BOWER, F. O. 1923. The Ferns, vol. 1, Analytical
vision and regeneration in primary root meriste- Examination of the Criteria of Comparison.
ms of Zea mays recovering from cold treatment. Cambridge University Press, Cambridge.
Environ. Ex p . Bot. 25, 303-314. BOW1\1AN, J. L. e Y. ESHED. 2000. Formation and
BARTON, M. K. 1998. Cell type specification and maintenance of the shoot apical meristem. Tren-
self rene,val in the vegetative shoot apical meris- ds Plant Sei. 5, 110-115.
tem. Curr. Opin. Plant Biol. l , 37-42. BROWN, W. V. , C. HEIMSCH e H. P. EMERY. 1957.
BARTON, M. K. e R. S. POETHIG. 1993. Formation The organization of the grass shoot apex and sys-
of the shoot apical meristem in Arabidopsis tha- tematics . Am. J Bot. 44, 590-595.
liana: Analysis of development in the wild type BRUTNELL, T. P. e J. A. LANGDALE . 1998. Signals
and in the shoot meristemless mutant. Develop- in leaf development. Adv. Bot. Res. 28, 161- 195.
ment 119, 823- 831. BURGEFF, C., S. J. LILJEGREN, R. TAPIA-LÓPEZ,
BASKIN, T. I. 2000. On the constancy of cell division M. F. YANOFSKY e E. R. ALVAREZ-BUYLLA.
rate in the root meristem. Plant Mol. Biol. 43, 2002. MADS-box gene expression in lateral pri-
545-554. mordia, meristems and differentiated tissues of
BATTEY, N. H. e R. F. LYNDON. 1988. Determina- Arabidopsis thaliana roots. Planta 214, 365-
tion and differentiation of leaf and petal primor- 372.
dia in Jmpatiens balsamina L. Ann. Bot. 61, BUVAT, R. 1952. Struct ure, évolution et fonctionne -
9-16. ment du méristeme apical de quelques Dicotylé-
Meristemas apicais 111 213
dones. Ann. Sei. Nat. Bot. Biol. Vég., Sér. 11, 13, CHO, H. T. H. KENDE. 1997. Expression of expan-
199-300. sin genes is correlated with growth in deepwater
BUVAT, R. 1955a. Le méristême apical de la tige. rice. Plant Cell 9, 1661-1671.
IJAnnée Biologique 31, 595-656. CLARK, S. E. 2001. Meristems: Start your signaling.
BUVAT, R. 1955b. Sur la structure et le fonctionne - Curr. Opin. Plant Biol. 4, 28-32.
ment du point végétatif de Selaginella eaules- CLARK, S. E., M. P. Running e E. M. Meyerowitz,
eens Spring var. amoena. C.R. Séanees Aead. 1993. CLAVATA1, a regulator of meristem and
Sei. 241, 1833- 1836. flower development in Arabidopsis. Develop-
BUVAT, R. e L. GENEVES. 1951. Sur l'inexistence ment 119, 397- 418.
des initiales axiales dans la racine d'Allium cepa CLARK, S. E., M. P. RUNNING e E. M. MEYERO-
L. (Liliacées). C.R. Séances Acad. Sei. 232, WITZ . 1995. CLAVATA3 is a specific regulator of
1579- 1581. shoot and floral meristem development affecting
BUVAT, R. e O. LIARD. 1953. Nouvelle constatation the sarne processes as CLAVATAI. Development
de l'inertie des soi-disant initiales axiales dans 121, 2057- 2067.
le méristême radic ulaire de Tritieum vulgare. CLELAND, R. E. 2001. Unlocking the mysteries of
C.R. Séanees Aead. Sei. 236, 1193-1195. leaf primordial formation. Proe. Natl. Aead. Sei.
BYRNE, J. M. e C. HEIMSCH. 1970. The root apex of USA 98, 10981-10982.
Malva sylvestris. I. Structural developmentAm. CLOWES, F. A. L. 1950. Root apical meristems of
J Bot. 57, 1170-1178. Fagus sylvatiea. New Phytol. 49, 248-268 .
CAMEFORT, H. 1956. Étude de lastructure du point CLOWES, F. A. L. 1954. The promeristem and the
végétatif et des variations phyllotaxiques chez minimal constructional centre in grass root api-
quelques gymnospermes. Ann. Sei. Nat. Bot. ces. New Phytol. 53, 108-116.
Biol. Vég., Sér. 11, 17, 1-185. CLOWES, F. A. L. 1956. Nucleic acids in root apical
CAMPBELL, D. H. 1911. The Eusporagiatae. Publ. meristems of Zea. New Phytol. 55, 29- 35.
no. 140. Carnegie Institution of Washington, Wa- CLOWES, F. A. L. 1961. Apieal Meristems. Bota-
shington, DC. nical monographs, vol. 2 . Blackwell Scientific,
CANNELL, M. G. R. e K. C. BOWLER. 1978. Spatial Oxford.
arrangement of lateral buds at the time that they CLOWES, F. A. L. 1967. The functioning of meriste-
form on leaders of Picea and Larix. Can. J For. ms. Sei. Prog. Oxf 55, 529- 542.
Res. 8, 129- 137. CLOWES, F. A. L. 1969. Anatomical aspects of struc-
CANNELL, M. G. R. e C. M. CAHALAN. 1979. Shoot ture and development. ln: Root Growth, pp. 3-19,
apical meristems of Picea sitchensis seedlings W. J. Whittingham, ed. Butterworths, London.
accelerate in growth following bud-set. Ann. CLOWES, F. A. L. 1972. The control of cell prolife-
Bot. 44, 209-214. ration within root rneristems. ln: The Dynamies
CATESSON, A. M. 1953. Structure, évolution et of Jv!eristem Cell Populations, pp. 133-147, M.
fonctionnement du point végétatif d'une Monoco- W. Miller e C. C. Kuehnert, eds. Plenum Press,
tylédone: Luzula pedemontana Boiss. et Reut. Ne,x.r York.
(Joncacées). Ann. Sei. Nat. Bot. Biol. Vég., Sér. CLOWES, F. A. L. 1976. The root apex. In: CellDivi-
11, 14, 253-291. sion in Higher Plants, pp. 254-284, M. M. Yeo-
CECICH, R. A. 1980. The apical meristem. ln: Con- man, ed. Academic Press, New York.
trol of Shoot Growth in Trees, pp. 1-11, C. H. CLOWES, F. A. L. 1978a. Origin of the quiescent
A. Little , ed. Maritimes Forest Research Centre, centre in Zea mays. New Phytol. 80, 409- 419.
Fredericton, N.B., Canada. CLOWES, F. A. L. 1978b. Origin of quiescence at the
CHAMPAGNAT, M., C. CULEM e J. QUIQUEMPOIS. root pole of pea embryos. Ann. Bot. 42, 1237-
1963. Aisselles vides et bourgeonnemt axillai- 1239.
re épidermique chez Linum usitatissimum L. CLOWES, F. A. L. 1981. The difference between open
Jv!ém. Soe. Bot. Fr., March, 122- 138. and closed meristems. Ann. Bot. 48, 761- 767.
CHAPMAN, K., E. P. GROOT, S. A. NICHOL e T. L. CLOWES, F. A. L. 1984. Size and activity of quies-
ROST. 2003. Primary root growth and the pat- cent centres of roots. New Phytol. 96, 13-21.
tern of root apical meristem organization are CLOvVES, F. A. L. 1990. The discrete root epidermis
coupled. J Plant Growth Regul. 21, 287-295. of fl oating plants. New Phytol. 115, 11-15.
214 111 Anatomia das Plantas de Esau
CLOWES, F. A. L. 1994. Origin of the epidermis in EVANS, L. S. e A. R. BERG. 1972. Early histogene-
root meristems. New Phytol. 127, 335-347. sis and semiquantitative histochemistry of leaf
CLOWES, F. A. L. e H. E. STEWART. 1967. Reco- initiation in Triticum aestivum. Am. J. Bot. 59,
very from dormancy in roots. New Phytol. 66, 973-980.
115-123. EVANS, M. M. S. e M. K. BARTON. 1997. Genetics of
COSTA, S. e L. DOLAN. 2000. Development of the angiosperm shoot apical meristem development.
root pole and cell patterning in Arabidopsis Annu. Rev. Plant Physiol. Plant Afol. Biol. 48,
roots. Curr. Opin. Gen. Dev. 10, 405- 409. 673- 701.
CRAFTS, A. S. 1943. Vascular differentiation in the EVANS, M. W. e F. O. GROVER. 1940. Developmen-
shoot apex of Sequoia sempervirens. Am. J. tal morphology of the growing point of the shoot
Bot. 30, 110- 121. and the inflorescence in grasses. J. Agric. Res.
CROXDALE, J . G. 1978. Salvinia leaves. I. Origin 61, 481- 520.
and early differentiation of floating and submer- FELDMAN, L. J. 1984. The development and dyna-
ged leaves. Can. J. Bot. 56, 1982- 1991. mics of the root apical meristem. Am. J. Bot. 71,
CROXDALE, J. G. 1979. Salvinia leaves. II. Mor- 1308-1314.
phogenesis of the floating leaf. Can. J. Bot. 57, FELDMAN, L. J. e J. G. TORREY. 1976. The isola-
1951-1959. tion and culture in vitro of the quiescent center
CUTTER, E. G. 1964. Observations on leaf and bud of Zea mays. Am. J. Bot. 63, 345-355.
formation in Hydrocharis morsus-ranae. Am. FLEMING, A. J., S. MCQUEEN-MASON, T. MAN-
J Bot. 51, 318-324. DEL e C. KUHLEMEIER. 1997. Induction of leaf
CUTTER, E. G. 1965. Recent experimental studies primordia by the cell wall protein expansin .
of the shoot apex and shoot morphogenesis. Bot. Science 276, 1415-1418.
Rev. 31, 7-113. FLEMING, A. J., D. CADERAS, E. WEHRLI, S.
D'AMATO, F. 1975. Recent findings on the organiza- MCQUEEN-MASON e C. KUHLEMEIER. 1999.
tion of apical meristems with single apical cells. Analysis of expansin-induced morphogenesis
G. Bot. !tal. 109, 321- 334. on the apical meristem of tomato. Planta 208,
DAVIS, E. L. , P. RENNIE e T. A. STEEVES. 1979. 166- 174.
Further analytical and experimental studies on FLETCHER, J. C. 2002. The vegetative meristem.
the shoot apex of Helianthus annuus. Varia- In: Meristematic Tissues in Plant Growth
ble activity in the central zone. Can. J. Bot. 57, and Development, pp. 16- 57, M. T. McManus e
971-980. B. E. Veit, eds. Sheffi eld Academic Press, She-
DOLAN, L. e R. S. POETHIG. 1991. Genetic analysis ffield.
of leaf development in cotton. Development su- FLETCHER, J . C. 2004. Stern cell maintenance in
ppl. 1, 39-46. higher plants. ln: Handbook of Stem Cells, vol.
DOLAN, L. e R. S. POETHIG. 1998. Clonai analysis 2., Adult and Fetal, pp. 631-641, R. Lanza, H.
of leaf development in cotton . Am. J. Bol. 85, Blau, D. Melton, M. Moore, E. D. Thomas (Hon.),
315-321. C. Verfaille, I. Weissman e M. West, eds. Elsevier
DOLAN, L., K. JANMAAT, V. WILLEMSEN, P. LINS- Academic Press, Amsterdam.
TEAD, S. POETHTG, K. ROBERTS e B. SCHE- FLETCHER, J. C., U. BRAND, M. P. RUNNING, R.
RES. 1993. Cellular organization of the Arabi- SI1\1ON e E. M. MEYEROWITZ . 1999. Signaling of
dopsis thaliana root. Development 119, 71-84. cell fate decisions by CLAVATA3 inArabidopsis
DUMAIS , J. e C. R. STEELE. 2000. Nev.r evidence for shoot meristems. Science 283, 1911- 1914.
the role of mechanical forces in the shoot apical FOARD, D. E. 1971. The initial protrusion of a leaf
meristem. J. Plant Growth Regul. 19, 7- 18. primordium can form without concurrent peri-
EDGAR, E. 1961. Fluctuations in Mitotic Jndex in clinal cell divisions. Can. J. Bot. 49, 1601- 1603.
the Shoot Apex of Lonicera nitida. Publ. no. l. POSTER, A. S. 1938. Structure and growth of the
University of Canterbury, Christchurch, NZ. shoot apex of Ginkgo biloba. Bull. Torrey Bot.
ESAU, K. 1965. Vascular Differentiation in Plants. Club 65, 531- 556.
Holt, Rinehar t and Winston, New York. POSTER, A. S. 1941. Comparative studies on the
ESAU, K. 1977. Anatomy of Seed Plants, 2. ed. Wi- shoot apex in seed plants. Bull. Torrey Bot.
ley, New York. Club 68, 339-350.
Meristemas apicais 111 215
POSTER, A. S. 1943. Zonal structure and growth of GIROLAMI, G. 1953. Relation between phyllotaxis
the shoot apex in Microcycas calocoma (Miq.) and primary vascular organization in Linum.
A. DC. Am. J Bot. 30, 56-73. Am. J. Bot. 40, 618-625.
FURNER, I. J. e J. E. PUMFREY. 1992. Cell fate in GIROLAMI, G. 1954. Leaf histogenesis in Linum
the shoot apical meristem of Arabidopsis tha- usitatissimum. Am. J. Bot. 41, 264-273.
liana. Development 115, 755-764. GOTTLIEB, J. E. e T. A. STEEVES. 1961. Develop-
GALLOIS, J.-L., C. WOODWARD, G. V. REDDY e R. ment of the bracken fern, Pteridium aquilinum
SABLOWSKI. 2002. Combined SHOOT MERIS- (L.) Kuhn. III. Ontogenetic changes in the shoot
TEMLESS and WUSCHEL trigger ectopic orga- apex and in the pattern of differentiation. Phyto-
nogenesis in Arabidopsis. Development 129, morphology 11, 230- 242.
3207- 3217. GREEN, P. B. 1980. Organogenesis- A biophysical
GARRISON, R. 1949a. Origin and development of view. Annu. Rev. Plant Physiol. 31, 51- 82.
axillary buds: Syringa vulgaris L. Am. J Bot. GREEN, P. B. 1985. Surface of the shoot apex: A
36, 205- 213. reinforcementfield theory for phyllotaxis. J. Cell
GARRISON, R. 1949b. Origin and development of Sei. suppl. 2, 181-201.
axillary buds: Betula papyrifera Marsh. and GREEN, P. B. 1986. Plasticity in shoot development:
Euptelea polyandra Sieb. et Zucc. Am. J Bot. A biophysical view. In: Plasticity in Plants, pp.
36, 379-389. 211-232, D. H. Jennings e A. J. Trewavas, eds.
GARRISON, R. 1955. Studies in the development of Company of Biologists Ltd., Cambridge.
axillary buds. Am. J Bot. 42, 257-266. GREEN, P. B. 1989. Shoot morphogenesis, vegetati-
GIFFORD, E. M., Jr. 1950. The structure and develo- ve through floral , from a biophysical perspective.
pment of the shoot apex in certain woody Rana- In: Plant Reproduction:fromFloral Induction
les. Am. J Bot. 37, 595-611. to Pollination, pp. 58-75, E. Lord e G. Bernier,
GIFFORD, E. M., Jr. 1951. Ontogeny of the vegetati- eds. A1nerican Society of Plant Physiologists, Ro-
ve axillary bud in Drimys winteri var. chilen- ckville, l\1D.
sis. Am. J. Bot. 38, 234- 243. GREEN, P. B. 1999. Expression of pattern in
GIFFORD, E. l\1., Jr. 1983. Concept of apical cells plants: Co1nbining molecular and calculus-
in bryophytes and pteridophytes. Annu. Rev. -based biophysical paradigms. Am. J. Bot. 86,
Plant Physiol. 34, 419- 440. 1059- 1076.
GIFFORD, E. M. 1991. The root apical meristem of GREEN, P. B. e K. E. BROOKS. 1978. Stern formation
Asplenium bulbiferum: Structure and develop- from a succulent leaf: lts bearing on theories of
ment. Am. J Bot. 78, 370- 376. axiation. Am. J. Bot. 65, 13- 26.
GIFFORD, E. M. 1993. The root apical meristem of GREEN, P. B. e J. M. L. SELKER. 1991. Mutual align-
Equisetum diffusum: Structure a nd develop- ments of cell walls, cellulose, and cytoskeletons:
ment. Am. J Bot. 80, 468-473. Their role in meristems. In: The Cytoskeletal
GIFFORD, E. M., Jr. e G. E. CORSON Jr. 1971. The Basis of Plant Growth and Form, pp. 303- 322,
shoot apex in seed plants. Bot. Rev . 37, 143-229. C. W. Lloyd, ed . Academic Press, New York.
GIFFORD, E. M. e A. S. FOSTER.1989. A1orphology GREGORY, R. A. e J. A. ROMBERGER. 1972. The
and Ev olution of Vascular Plants, 3. ed . Free- shoot apical ontogeny of the Picea abies see-
man, New York. dling. 1. Anatomy, apical dome diameter, and
GIFFORD, E. M., Jr. e E. KURTH. 1982 . Quantitative plastochron duration. Am. J. Bot. 59, 587-597.
studies on the root apical meristem of Equise- GROOT, E. P., J. A. DOYLE, S. A. NICHOL e T. L.
tum scirpoides. Am. J. Bot. 69, 464- 473. ROST. 2004. Phylogenetic distribution and evolu-
GIFFORD, E. M., Jr. e H. B. TEPPER. 1962. Ontoge- tion of root apical meristem organization in dico-
netic and histochemical changes in the vegeta- tyledonous angiosperms. Jnt. J. Plant Sei. 165,
tive shoot tip of Chenopodium album. Am. J 97-105.
Bot. 49, 902- 911. GUNCKEL, J. E. e R. H. WETMORE. 1946. Studies
GIFFORD, E. M., Jr., V S. POLITO e S. NITAYAN- of development in long shoots and short shoots of
GKURA. 1979. The apical cell in shoot and roots Ginkgo biloba L. 1. The origin and pattern of de-
of certain ferns: A re-evaluation of its functional velopment of the cortex, pith and procambium.
role in histogenesis. Plant Sei. Lett. 15, 305-311. Am. J. Bot. 33, 285-295.
21 6 111 Anatomia das Plantas de Esau
GUNNING, B. E. S. 1978. Age-related and origin-re- INZÉ e P. FERREIRA. 1995. Dominant negative
lated control of the numbers of plasmodesmata mutants of the Cdc2 kinase uncouple cell divi-
in cell walls of developing Azolla roots. Planta sion from iterative plant development. EMBO J.
143, 181-190. 14, 3925-3936.
GUNNING, B. E. S., J. E. HUGHES e A. R. HAR- IRISH, V. F. e I. M. SUSSEX. 1992 . A fate map of the
DHAM. 1978. Formative and proliferative cell Arabidopsis embryonic shoot apical meristem.
divisions, cell differentiation, and developmental Development 115, 745- 753.
changes in t he meristem of Azolla roots. Planta ITOH, J.-I., A. HASEGAWA, H. KITANO e Y. NAGA-
143, 121- 144. TO. 1998. A recessive heterochronic mutation,
GUTTENBERG, H. VON. 1960. Grundzüge der His- plastochronl, shortens the plastochron and
togenese hoherer Pfianzen. I Die Angiosper- elongates the vegetative phase in rice. Plant Cell
men. Handbuch der Pfianzenanatomie, Band 10, 1511- 1521.
8, Teil 3. Gebrüder Borntraeger, Berlin. IVANOV, V. B. 1983. Growth and reproduction of
GUTTENBERG, H. VON. 1961. Grundzüge der His- cells in roots. ln: Progress in Science Series.
togenese hoherer Pfianzen. II. Die Gymnos- Plant Physiology, vol. 1, pp. 1-40. Amerind Pu-
permen. Handbuch der Pjlanzenanatomie, blishing, New Delhi.
Band 8, Teil 4 . Gebrüder Borntraeger, Berlin . IVANOV, V. B. e J. G. DUBROVSKY. 1997. Estima-
GUTTENBERG, H. VON. 1964. Die Entwicklung der tion of the cellcycle duration in the root apical
\Vurzel. Phytomorphology 14, 265-287. meristem: A model of linkage between cell-cycle
GUTTENBERG, H. VON. 1966. Histogenese der duration, rate of cell production , and rate of root
Pteridophyten, 2. ed . Handbuch der Pfianze- gro,;vth. Int. J Plant Sei. 158, 757-763.
nanatomie, Band 7, Teil 2. Gebrüder Borntrae- JACKMAN, V. H. 1960. The shoot apices of some
ger, Berlin. Ne,;v Zealand gymnosperms. Phytomorphology
HABERLANDT, G. 1914. Physiological Plant Ana- 10, 145- 157.
tomy. Macmillan, London. JACKSON, B. D. 1953. A Glossary ofBotanic Terms
HAGEMANN, R. 1957. Anatomische Untersuchungen with Their Derivation and Accent., 4. ed., rev.
an Gerstenwurzeln. J{ulturpjlanze 5, 75-107. and enl. J. B. Lippincott, Philadelphia.
HALL, L. N. e J. A. LANGDALE. 1996. Molecular ge- JANCZEWSKI, E. VON. 1874. Das Spitzenwachs-
netics of cellular differentiation in leaves. New thum der Phanerogamenwurzeln. Bot. Ztg. 32,
Phytol. 132, 533- 553. 113- 116.
HANSTEIN, J. 1868. Die Scheitelzellgruppe im Ve- JEAN, R. V. 1989. Phyllotaxis : A reappraisal. Can.
getationspunkt der Phanerogamen. ln: Festschr. J Bot. 67, 3103- 3107.
Friedrich Wilhelms Universitát Bonn. Nieder- JEAN, R. V. 1994. Phyllotaxis: A Systemic Study of
rhein. Ges. NaturundHeilkunde, pp. 109-134. Plant Pattern Morphogenesis. Cambridge Uni-
Marcus, Bonn . ver sity Press, Cambridge.
HANSTEIN, J. 1870. Die Entwicklung der keimes JENTSCH, R. 1957. Untersuchungen an den Spros-
der Monokotylen und Dikotylen. In: Botanische svegetationspunkten einiger Saxifragaceen. Flo-
Abhandlungen aus dem Gebiet der J'v!orpho- ra 144, 251-289.
logie und Physiologie, vol. 1, pt. 1, J. Hanstein, JESUTHASAN, S. e P. B. GREEN. 1989. On t he me-
ed. Marcus, Bonn. chanism of decussate phyllotaxis : Biophysical
HARA, N. 1962. Structure and seasona l activity of studies on t he tunica layer of Vinca major. Am.
t he vegetative shoot apex of Daphne pseudome- J Bot. 76, 1152- 1166.
zereum. Bot. Gaz. 124, 30- 42. JOHNSON, M. A. 1951. The shoot apex in gymnos-
HARA, N. 1995. Developmental anatorny of the perms. Phytomorphology l , 188- 204.
t hree-dimensional structure of t he vegetative JOHNSON, M. A. e R. J. TOLBERT. 1960. The shoot
shoot apex. J Plant Res. 108, 115-125. apex in Bombax. Bull. Torrey Bot. Club 87,
HARTEL, K. 1938. Studien an Vegetationspunkten 173- 186.
einheimischer Lycopodien. Beit. Biol. Pjl anz. JONES, P. A. 1977. Development of the quiescent
25, 125-168. center in maturing embryonic radicles of pea
HEMERLY, A., J. DE ALMEIDA ENGLER, C. BER- (Pisum sativum L. cv. Alaska) . Planta 135,
GOUNIOUX, M. VAN MONTAGU, G. ENGLER, D. 233-240.
Meristemas apicais 111 217
KAPLAN, D. R. e T. J. COOKE. 1997. Fundamental toides according to phyllotaxy. Am. J Bot. 62,
concepts in the embryogenesis of dicotyledons : 1084-1099.
A morphological interpretation of embryo mu- LARSON, P. R. 1983. Primary vascularization and
tants. Plant Cell 9, 1903-1919. siting of primordia. ln : The Growth and Func-
KAPLAN, D. R. e W. HAGEMANN. 1991. The rela- tioning of Leaves, pp. 25-51, J. E. Dale e F. L.
tionship of cell and organism in vascular plants. Milthorpe, eds. Cambridge University Press,
BioScience 41, 693-703. Cambridge.
KAYES, J. M. e S. E. CLARK. 1998. CLAVATA2, a LARSON, P. R. e T. D. PIZZOLATO. 1977. Axillary
regulator of meristem and organ development in bud development in Populus deltoides. I. Origin
Arabidopsis. Development 125, 3843- 3851. and early ontogeny. Am. J Bot. 64, 835- 848.
KERK, N. e L. FELDMAN. 1994. The quiescent cen- LAUFS, P., C. JONAK e J. TRAAS. 1998a. Cells and
ter in roots of maize: Initiation, maintenance and domains: Two views of the shoot meristem in
role in organization of the root apical meristem. Arabidopsis. Plant Physiol. Biachem. 36, 33-
Protoplasma 183, 100- 106. 45.
KERK, N. M. e L. J. FELDMAN. 1995. A biochernical LAUFS, P., O. GRANDJEAN, C. JONAK, K. KIÊU e J.
model for the initiation and maintenance of the TRAAS. 1998b. Cellular parameters of the shoot
quiescent center: lmplications for organization of apical meristem in Arabidopsis. Plant Cell 10,
root meristems . Development 121, 2825-2833. 1375-1389.
KERK, N. M., K. JIANG e L. J. FELDMAN. 2000. LAUX, T., K. F. X. MAYER, J. BERGER e G. JÜR-
Auxin metabolism in the root apical meristem . GENS. 1996 . The WUSCHEL gene is required for
Plant Physiol. 122, 925-932. shoot and floral meristem integrity in A rabidop-
KIDNER, C., V. SUNDARESAN, K. ROBERTS e L. sis. Development 122, 87-96.
DOLAN. 2000. Clonai analysis of the Arabidop- LEMON, G. D. e U. POSLUSZNY. 1997. Shoot mor-
sis root confirms that position, not lineage, de- phology and organogenesis of the aquatic floating
termines cell fate. Planta 211, 191- 199. fern Salvinia molesta D. S. Mitchell, examined
KIRCHOFF, B. K. 1984. On the relationship between with the aid of laser scanning confocal microsco-
phyllotaxy and vasculature: A synthesis. Bot. J. py. Int. J. Plant Sei. 158, 693- 703.
Linn. Soe. 89, 37- 51. LENHARD, M. e T. LAUX. 1999. Shoot meristem
KOCH, L. 1893. Die vegetative Verzweigung der formation and maintenance. Curr. Opin. Plant
hõheren Gewachse. Jahrb. Wiss. Bot. 25, 380- Biol. 2, 44- 50.
488. LISO, R., G. CALABRESE, M. B. BITONTI e O. ARRI-
KORN, R. W. 2001. Analysis of shoot apical organi- GONI. 1984. Relationship between ascorbic acid
zation in six species of the Cupressaceae based and cell division. Exp. Cell Res. 150, 314-320.
on chimeric behavior. Am. J Bot. 88, 1945-1952. LISO, R., A. M. INNOCENTI, M. B. BITONTI e O.
KOZLOWSKT, T. T. e S. G. PALLARDY. 1997. Phy- ARRIGONI. 1988. Ascorbic acid-induced pro-
siology of Woody Plants, 2. ed . Academic Press, gression of quiescent centre cells from Gl to S
San Diego. phase. New Phytol . 110, 469-471.
KURAS , M. 1978. Activation of embr yo during rape LOISEAU, J. E . 1959. Observation and expérimen-
(Brassica napus L.) seed germination. 1. Struc- tation sur Ia phyllotaxie et Ie fonctionnement du
ture of embryo and organization of root apical sommet végétatif chez quelques Balsaminacées.
meristem. Acta Soe. Bot. Pol. 47, 65-82 . Ann. Sei. Nat. Bot. Biol. Vég., Sér 11, 20, 1-24.
KURTH, E. 1981. Mitotic activity in the root apex of LONG, J. A. e M. K. BARTON. 1998. The develop-
the water fern Marsilea vestita Hook. and Grev. ment of apical embryonic pattern in Arabidop-
Am. J. Bot. 68, 881- 896. sis. Development 125, 3027- 3035.
LANCE, A. 1957. Recherches cytologiques sur LONG, J. e M. K. BARTON. 2000. Initiation of axilla-
l'évolution de quelques méristeme apicaux et sur ry and fl oral meristems in Arabidopsis. Dev.
ses variations provoquées par traitments photo- Biol. 218, 341- 353.
périodiques. Ann. Sei. Nat. Bot. Biol. Vég., Sér. LONG, J. A., E. 1. MOAN, J. 1. MEDFORD e M. K.
11, 18, 91-421. BARTON. 1996. A member of the KNOTTED
LARSON, P. R. 1975. Development and organization class of homeodomain proteins encoded by the
of the primary vascular system in Populus del- STM gene of Arabidopsis. Nature 379, 66- 69.
218 111 Anatomia das Plantas de Esau
LUCAS, W. J. 1995. Plasmodessmata: Intercellular of WUSCHEL in regulating stem cell fate in the
channels for macromolecular transport in plants. Arabidopsis shoot meristem. Cell 95, 805-815.
Curr. Opin Cell Biol. 7, 673-680. MAZE, J . 1977. The vascular system of the infl ores-
LUXOVÁ, M. 1975. Some aspects of the differentia- cence axis of Andropogon gerardii (Gramine-
tion ofprimary root tissues. ln: The Development ae) and its bearing on concepts of monocotyle-
and Funetion of Roots, pp. 73-90, J. G. Torrey e don vascular tissue. Am. J Bot. 64, 504-515.
D. T. Clarkson, eds. Academic Press, London. MCALPIN, B. W. e R. A. WHITE, 1974. Shoot organi-
LUXOVÁ, M. e A. MURÍN. 1973. The extent and di- zation in the Filicales: The promeristem. Am. J.
fferences in mitotic activity of the root tip of Vi- Bot. 61, 562- 579.
eiafaba. L. Biol. Plant 15, 37- 43. MCCONNELL, J. R. e M. K. BARTON. 1998. Leaf po-
LYNDON, R. F. 1976. The shoot apex. ln : Cell Divi- larity and meristem formation in Arabidopsis.
sion in Higher Plants, pp. 285- 314, M. M. Yeo- Development 125, 2935- 2942.
man, ed. Academic Press, New York. MCDANIEL, C. N. e R. S. POETHIG. 1988. Cell-
LYNDON, R. F. 1994. Control of organogenesis at the -lineage patterns in the shoot apical meristem
shoot apex. New Phytol. 128, 1-18. of the germinating maize embryo. Planta 175,
LYNDON, R. F. 1998. The Shoot Apieal Meristem. 13-22.
Its Growth and Development. Cambridge Uni- f\1CGAHAN, M. W. 1955. Vascular differentiation
versity Press, Cambridge. in the vegetative shoot of Xanthium ehinense.
LYNN, K., A. FERNANDEZ, M. AIDA, J . SEDBROOK, Am. J. Bot. 42, 132-140.
M. TASAKA , P. MASSON e M . K. BARTON. 1999. f\1EDFORD , J. L 1992. Vegetative apical meristems.
The PINHEADIZWJLLE gene acts pleiotropi- Plant Cell 4, 1029-1039.
cally in Arabidopsis development and has over- MEDFORD, J. 1., F. J. BEHRINGER, J. D. CALLOS e
lapping functions with the ARGONAUTEI gene. K. A. FELDMANN. 1992. Normal and abnormal
Development 126, 469- 481. development in the
MA, Y. e T. A. STEEVES. 1994. Vascular differentia- Arabidopsis vegetative shoot apex. Plant Cell 4,
tion in the shoot apex of Matteueeia struthiop- 631- 643.
teris. Ann. Bot. 74, 573- 585. MEYEROWITZ, E. M. 1997. Genetic control of cell
MA, Y. e T. A. STEEVES. 1995. Characterization of division patterns in developing plants. Cell 88,
stelar initiation in shoot apices of ferns . Ann. 299- 308.
Bot. 75, 105- 117. MIA, A. J. 1960. Structure of the shoot apex of
MAJUMDAR, G. P. 1942. The organization of the Rauwoifia vomitaria. Bot. Gaz. 122, 121-124.
shoot in Heraeleum in the light of development. f\11LLINGTON, W. F. e E. L. FISK. 1956. Shoot de-
Ann. Bot. n.s. 6, 49-81. velopment in Xanthium pensylvanieum. I. The
MAJUMDAR, G. P. e A. DATTA. 1946. Developmen- vegetative plant. Am. J. Bot. 43, 655-665.
tal studies. L Origin and development of axillary MIRALLES, D. J., B. C. FERRO e G. A. SLAFER.
buds with special reference to two dicotyledons. 2001. Developmental responses to sowing date
Proe. Indian Aead. Sei. 23B, 249-259. in wheat, barley and rapeseed. Field Crops Res.
MANN, L. K. 1952. Anatomy of the garlic bu lb and 71, 211-223.
factors affecting bud development. Hilgardia 21, f\1OHR, H. e E. PINNIG. 1962. Der Einfluss des Li-
195-251. chtes auf die Bildung von Blattprimordien am
MARKOVSKAYA, E. F., N. V. VASILEVSKAYA e M. Vegetationskegel der Keimlinge von Sinapis
I. SYSOEVA. 1991. Change of the temperature alba L. Planta 58, 569- 579.
dependence of apical meristem differentiation in NELSON, A. J. 1990. Net alignment of cellulose in
ontogenesis of the indeterminate species. Sov. J. the periclinal walls of the shoot apex surface
Dev. Biol. 22, 394- 397. cells of J(alanehoe blossfeldiana. I. Transition
MAUSETH, J. D. 1978. An investigation of the mor- from vegetative to reproductive morphogenesis.
phogenetic mechanisms which control the deve- Can. J. Bot. 68, 2668- 2677.
lop1nent of zonation in seedling shoot apical me- NEWMAN, I. V. 1965. Patterns in the meristems of
ristems. Am. J. Bot. 65, 158-167. vascular plants. III. Pursuing the patterns in the
MAYER, K. F. X., H. SCHOOF, A. HAECKER, M. apical meristems where no cell is a permanent
LENHARD, G. JÜRGENS e T. LAUX. 1998. Role cell. J. Linn. Soe. Lond. Bot. 59, 185-214.
Meristemas apicais 111 219
ROJO, E., V K. SHARMA, V. KOVALEVA, N. V RAI- SCHERES, B. e R. HEIDSTRA. 2000. Digging out
KHEL e J. c. FLETCHER. 2002. CLV3 is locali- roots: Pattern formation, cell division, and mor-
zed to the extracellula r space, where it activates phogenesis in plants. Curr. Topics Dev. Biol. 45,
the Arabidopsis CLAVATA stem cell signaling 207-247.
pathway. Plant Cell 14, 969-977. SCHERES, B. e H. WOLKENFELT. 1998. The Ara-
ROST, T. L. e S. BAUM. 1988. On the correlation of bidopsis root as a model to study plant develop-
primary root length , meristem size and protoxy- ment. Plant Physiol. Biachem. 36, 21-32 .
lem tracheary element position in pea seedlings. SCHERES, B., H. WOLKENFELT, V WILLEMSEN,
Am. J. Bot. 75, 414- 424. M. TERLOUW, E. LAWSON, C. DEAN e P. WEIS-
ROST, T. L., T. J. JONES e R. H. FALK. 1988. Distri- BEEK. 1994. Embryonic origin of the Arabidop-
bution and relationship of cell division and ma- sis primary root and root meristem initials. De-
turation events in Pisum sativum (Fabaceae) velopment 120, 2475- 2487.
seedling roots. Am. J. Bot. 75, 1571- 1583. SCHIEFELBEIN, J. W., J. D. MASUCCI e H. WANG.
RUTH, J., E. J. KLEKOWSKI JR. e O. L. STEIN. 1985. 1997. Building a root: The control of patterning
lmpermanent initials of the shoot apex and di- and morphogenesis during root development.
plonic selection in ajuniper chimera. Am. J. Bot. Plant Cell 9, 1089-1098.
72, 1127-1135. SCHMJDT, A. 1924. Histologische Studien an phanero-
SABATINI, S., D. BEIS, H. WOLKENFELT, J. MUR- gamen Vegetationspunkten. Bot. Arch. 8, 345-404.
FETT, T. GUILFOYLE, J. MALAMY, P. BENFEY, SCHMIDT, K. D. 1978. Ein Beitrag zum Verstandis
O. LEYSER, N. BECHTOLD, P. WEISBEEK e B. von Morphologie und Anatomie der Marsileace-
SCHERES. 1999. An auxin-dependent distal or- ae. Beitr. Biol. Pfi anz. 54, 41-91.
ganizer of pattern and polarity in the Arabidop- SCHOOF, H., M. LENHARD, A. HAECKER, K. F. X.
sis root. Cell 99, 463-472. MAYER, G. JÜRGENS e T. LAUX. 2000. The stem
SACHER, J. A. 1954. Structure and seasonal activity cell population of Arabidopsis shoot meristems
of the shoot apices of Pinus lambertiana and is 1naintained by a regulatory loop between the
Pinus ponderosa. Am. J. Bot. 41, 749- 759. CLAVATA and WUSCHEL genes. Cell 100, 635-
SACHS, R. M. 1965. Stern elongation. Annu. Rev. 644.
Plant Physiol. 16, 73- 96. SCHÜEPP, O. 1917. Untersuchungen über Wachs-
SACKS, M. M., W. K. SILK e P. BURMAN. 1997. tum und Formwechsel von Vegetationspunkten.
Effect of v,ater stress on cortical cell division ra- Jahr b. Wiss. Bot. 57, 17- 79.
tes within the apical meristem of primary roots SCHÜEPP, O. 1926. Meristeme. Handbuch der
of maize. Plant Physiol. 114, 519- 527. Pjl anzenanatomie, Band 4, Lief 16. Gebrüder
SAINT-CÔME, R. 1966. Applications des techni- Borntraeger, Berlin.
ques histoautoradiographiques et des méthodes SCHULTZ, H. R. 1993. Photosynthesis of sun and
statistiques à l'étude du fonctionnement apical shade leaves of field-grown grapevine (Vitis vi-
chez le Coleus blumei Benth. Rev. Gén. Bot. 73, nifera L.) in relation to leaf age. Suitability of
241-324. the plastochron concept for the expression of
SAKAGUCHI, S., T. HOGETSU e N. HARA. 1988. physiological age . Vitis 32, 197-205.
Arrangement of cortical microtubules at the sur- SCHWABE, vV. W. 1984. Phyllotaxis. In: Positional
face of the shoot apex in Vinca major L.: Obser- Controls in Plant Development, pp. 403-440, P.
vations by immunofl uorescence microscopy Bot. W. Barlow e D. J. Carr, eds . Cambridge University
Mag., Tokyo 101, 497- 507. Press, Cambridge.
SATINA, S., A. F. BLAKESLEE e A. G. AVERY. SEAGO, J. L. e C. HEIMSCH. 1969. Apical organiza-
1940. Demonstration of the three germ layers in tion in roots of the Convolvulaceae. Am. J. Bot.
the shoot apex of Datura by means of induced 56, 131- 138.
polyploidy in periclinal chimeras. Am. J Bot. 27, SEELIGER, 1. 1954. Studien am Sprossbegeta-
895- 905. tionskegel von Ephedra fragilis var. campylo-
SCANLON, M. J. e M. FREELING. 1998. The narrow poda (C. A. Mey.) Stapf. Flora 141, 114- 162.
sheath leaf dornain deletion: A genetic tool used SEKHAR, K. N. C. e V K. SAWHNEY. 1985. Ultras-
to reveal developmental homologies among mo- tructure of the shoot apex of tomato (Lycoper-
dified maize organs. Plant J 13, 547- 561. sicon esculentum) . Am. J. Bot. 72, 1813-1822.
Meristemas apicais 111 221
THOMPSON, J. e F. A. L. CLOWES. 1968. The quies- primary root of cork oak (Quercus suber L.).
cent centre and rates of mitosis in the root me- Int. J. Plant Sei. 160, 471-481.
ristem of Allium sativ um. Ann. Bot. 32, 1-13. VERNOUX, T., D. AUTRAN e J. TRAAS. 2000a. De-
TIAN, H.-C. e M. MARCOTRIGIANO. 1994. Cell- velopmental control of cell division patterns in
-layer interactions influence the number and po- the shoot apex. Plant Mol. Biol. 43, 569-581.
sition of lateral shoot meristems in Nicotiana. VERNOUX, T., J. KRONENBERGER, O. GRANDJE-
Dev. Biol. 162, 579-589. AN, P. LAUFS e J. TRAAS. 2000b. PIN-FORMED
TOLBERT, R. J. e M. A. JOHNSON. 1966. A survey 1 regulates cell fate at the periphery of the shoot
of the vegetative apices in the family Malvaceae. apical meristem. Development 127, 5157- 5165.
Am. J. Bot. 53, 961- 970. VORONINE, N. S. 1956. Ob evoliutsii kornei' rastenii'
TUCKER, S. C. 1962. Ontogeny and phyllotaxis of (De l'évolution des racines des plantes). Biul.
the terminal vegetative shoots of Michelia fus- Moskov. Obshch. Jsp. Priody, Otd. Biol. 61,
cata. Am. J. Bot. 49, 722- 737. 47- 58.
VALLADE, J., J. ALABOUVETTE e F. BUGNON. VORONKINA, N. V. 1975. Histogenesis in root apices
1978. Apports de l'ontogenêse à l'interprétation of angiospermous plants and possible ways of its
structurale et fonctionnelle du méristême ra- evolution. Bot. Zh. 60, 170-187.
cinaire du Petunia hybrida. Rev. Cytol. Biol. WARDLAW, C. W. 1943. Experimental and analytical
Vég. Bot. l , 23-47. studies of pteridophytes. II. Experimental obser-
VALLADE, J., F. BUGNON, G. GAMBADE e J. ALA- vations on the development of buds in Onoclea
BOUVETTE. 1983. L'activité édifi catrice du pro- sensibilis and in species of Dryopteris. Ann.
méristême racinaire: Essai d'interprétation mor- Bot. n .s. 7, 357-377.
phogénétique. Bull. Sei. Bourg. 36, 57-76. WARDLAW, C. W. 1949. Experiments on organoge-
VAN DEN BERG, C., V. WILLEMSEN, W. HAGE, P. nesis in ferns. Growth (suppl.) 13, 93-131.
WEISBEEK e B. SCHERES. 1995. Cell fate in the WARDLAW, C. W. 1957. The reactivity of the apical
Arabidopsis root meristem determined by di- meristem as ascertained by cytological and other
rectional signaling. Nature 378, 62- 65. techniques. New Phytol. 56, 221- 229.
VAN DEN BERG, C., W. HAGE, V. WILLEMSEN, WARDLAW, C. W. 1968. Morphogenesis in Plants:
N. VAN DER WERFF, H. WOLKENFELT, H. A Contemporary Study. Methuen, London.
MCKHANN, P. WEISBEEK e B. SCHERES. WEBSTER, P. L. e R. D. MACLEOD. 1980. Charac-
1997a. The acquisition of cell fate in the Arabi- teristics of root apical meristem cell population
dopsis thaliana root meristem. ln: Biology of kinetics : A review of analyses and concepts. En-
Root Formation and Development, pp. 21- 29, viron. Exp. Bot. 20, 335- 358.
A. Altman and Y. \1/aisel, eds . Plenum Press, New WENZEL, C. L. e T. L. ROST. 2001. Cell division pat-
York. terns of the protoderm and root cap in the "clo-
VAN DEN BERG, C., V. 'vVILLEMSEN, G. HENDRI- sed" root apical meristem of Arabidopsis thalia-
KS, P. WEISBEEK e B. SCHERES. 1997b. Short- na. Protoplasma 218, 203-213.
-range control of cell differentiation in the Ara- WENZEL, C. L., K. L. TONG e T. L. ROST. 2001. Mo-
bidopsis root meristem . Nature 39, 287-289. dular construction of the protoderm and periphe-
VAN DEN BERG, C., P. WEISBEEK e B. SCHERES. ral root cap in the "open" root apical meristem of
1998. Cell fate and cell differentiation status in Trifolium repens cv. Ladino. Protoplasma 218,
the Arabidopsis root. Planta 205, 483-491 . 214-224.
VAN LIJSEBETTENS, M. e J. CLARKE . 1998. Leaf WHITE, D. J. B. 1955. The architecture of the stem
development in Arabidopsis. Plant Physiol. apex and the origin and development of the
Biachem. 36, 47- 60. axillary buds in seedlings of Acer pseudoplata-
VAUGHN, J. G. 1955. The morphology and growth of nus L. Ann. Bot. n.s. 19, 437- 449.
the vegetative and reproductive apices of Arabi- WHITE, R. A. e M. D. TURNER. 1995. Anatomy and
dopsis thaliana (L.) Heynh. , Capsella bursa- development of the fern sporophyte. Bot. Rev.
-pastoris (L.) Medic. andAnagallis arvensis L. 61, 281- 305.
J Linn. Soe. Lond. Bot. 55, 279-301. WILCOX, H. 1954. Prirnary organization of active
VERDAGUER, D. e M. MOLINAS. 1999. Develop- and dormant roots of noble fir, Abies procera.
mental anatomy and apical organization of the Am. J. Bot. 41, 812-821.
Meristemas apicais 111 223
PARENOUIMA 1\.
E C0LENOUIMA
Jtju
50µm r~~~
•••••
•
0
o.a• a···
• º·
m o •
_,.,..-, __, .
••
e:,
•q• •
•
100 µm
FIGURA 7.2
Forma e estrutura da parede de células parenquimáticas. (Os conteúdos celulares estão omitidos) . A , B, parênquima
medular do caule de bétula (Betula). Em caules mais jovens (A), as células têm apenas paredes primárias; em caules
mais velhos (B) estão presentes também paredes secundárias. C, D, parênquima do tipo aerênquima ( C), encont rado
em lac unas dos pecíolos e nervuras centrais (D) de folhas de Canna. Tais células possuem muitos "braços". E , célula
de "braços" longos do mesofilo do disco floral de Gaillardia. (Obtido de Esau, 1977.)
especialização para sustentação. Uma categoria de floema são descritas em capítulos à parte, que tra-
parênquima é tão claramente diferenciada como tam destes dois tecidos, e as características mais
um tecido de sustentação que ganha uma denomi- gerais do protoplasto das células parenquimáticas
nação própria, o colênquima, que será considerado são discutidas nos capítulos 2 e 3. Muito da discus-
posteriormente neste capítulo. Células parenqui- são dos capítulos 2 e 3 é relevante para o próximo
máticas podem desenvolver paredes relativamen- tópico.
te espessas e assumir características próprias das
células do esclerênquima (Capítulo 8). O tanino
pode ser encontrado em células comuns do parên- O conteúdo das células parenquimáticas é
quima e em células basicamente parenquimatosas, um reflexo das atividades das células
porém com formas peculiares (vesículas, sacos ou O tecido parenquimático especializado na fotos-
tubos), sendo assim denominados idioblastos. De síntese contém numerosos cloroplastos e é deno-
forma semelhante, certas células secretoras dife- minado clorênquima. O clorênquinta é ntajorita-
rem de outras células parenquimáticas, sobretudo rian1ente encontrado no mesofilo das folhas (Fig.
por sua função; outras são tão modificadas que são 7.3A) , mas os cloroplastos podem ser abundantes
c01numente tratadas como categorias especiais de também no córtex dos caules (Fig. 7.3B). Os clo-
elementos (laticíferos, Capítulo 17) . roplastos podem estar presentes em tecidos ainda
Este capítulo se restringe a considerar o pa- mais interiormente localizados no caule, inclusive
rênquima envolvido com as atividades vegetativas no xilema secundário e até na medula. Geralmente,
mais comuns das plantas, excluindo as meristemá- as células fotossintetizantes são altamente vacuola-
ticas. As células parenquimáticas do xilema e do das e o tecido é permeado por inúmeros espaços in-
228 111 Anatomia das Plantas de Esau
FIGURA 7.6
A , invaginações reticuladas na parede celular de células de transferência do parênquima xilemático em um nódulo
radicular de Vici afaba. As pontas das setas indicam uma nova invaginação na parede depositada sobre a camada da
invaginação mais recente na parede. B, invaginações do tipo flange em células de transferência do parênquima xile-
mático (ctr) de nós vegetativos fraturados longitudinalmente de Triticum aestivum. As invaginações em flange são
ligeiramente paralelas, com espessamentos similares a barras longas (pontas de setas), que são similares aos espes-
samentos da parede do elemento traqueal adjacente (et), porém muito mais delgados. (Obtido de Talbot et ai., 2002.)
produzidos. Nas folhas de Typha latifolia, por (Visser et al., 1996; Shiba e Daimon, 2003) e a for-
exen1plo, os diafragmas consistem inteiramente mação de lenticelas na base do caule e das raízes
de células estreladas alternadas com células vas- mais velhas (Hook, 1984). Em algumas espécies le-
cularizadas (Kaul, 1974). Não obstante as suges- nhosas, o felema aerenquimatoso pode prover um
tões de que o tecido aerenquimático é frequen- caminho alternativo para trocas gasosas entre as
ternente ocupado por água ou um fluido líquido raízes e os caules após a destruição do aerênqui-
(Canny, 1995), há evidências substanciais de que 1na cor tical en1 virtude do crescimento secundário
as lacunas são preenchidas por gases (Constable (Stevens et al., 2002).
et al., 1992; Drew, 1997). A presença de aerênqui-
ma, que é contínuo dos caules às raízes, aumenta COLÊNOUIMA
a difusão de ar a partir das folhas para as raízes e O colênquima é um tecido vivo composto por
permite às plantas que crescem em terrenos ala- células mais ou menos alongadas com paredes
gados ou encharcados manter níveis de oxigênio primárias espessadas (Fig. 7.10). É um tecido
suficientes para que ocorra respiração. O oxigê- simples por consistir de um único tipo de célula
nio que excede aquele consumido pelas células na denominada célula colenquimática. As células
respiração geralmente se difunde da raiz para a colenquin1áticas e parenquimáticas apresentam
atmosfera do solo (Hook et al. , 1971). Isso bene- similaridades tanto fisiológicas quanto estrutu-
ficia a planta por criar uma rizosfera localmente rais. Ambas possuen1 um protoplasma completo
aeróbica num terreno que, ao contrário , seria ana- e capaz de reassumir a atividade meristemática
eróbico (Topa e McLeod, 1986). e seus tipos celulares são geralmente primários
Outro fenômeno de desenvolvimento associado e não lignificados. A diferença entre as duas é
às inundações é a formação de raízes adventícias atribuída, sobretudo, ao espessamento das cé-
FIGURA 7.10
Colênquima (col) do pecíolo da beterraba (Beta) em seção transversal (A) e do caule de videira (Vitis) em seção lon-
gitudina l (B). Outros detalhes: par, parênquima. (><285.)
Parênquima e colênquima 111 235
lulas; além disso, algumas células mais especia- A estrutura das paredes celulares do co-
lizadas do colênquima são mais longas do que a lênquima é a característica mais distintiva
maioria das células parenquimáticas. Quando as
desse tecido
células colenquimáticas e parenquimáticas estão
As paredes das células colenquimáticas são espes-
presentes lado a lado, elas se integram tanto em
sas e brilhantes em secções de material fresco (Fig.
tennos de espessura da parede quanto de fonna.
7.11) e frequentemente possuem um espessamen-
A parede das células parenquimáticas, quando
to desigual. Elas não contêm lignina, mas contêm,
em contato com células colenquimáticas, pode
além de celulose, grandes quantidades de pectina e
ser espessada - "espessamento colenquinlatoso"
hemiceluloses (Roelofsen, 1959; Jarvis e Apperley,
- similarmente àquelas das células colenquimá-
1990). Em algumas espécies, as paredes das célu-
ticas. Ambos os tipos celulares contêm cloroplas-
las do colênquima apresentam uma alternância en-
tos (Maksymowych et al., 1993) . Os cloroplastos
tre camadas ricas em celulose e pobres em pectina,
são mais numerosos nas células colenquimáticas
co1n camadas que são ricas em pectina e pobres em
cuja forma se aproxima das parenquimáticas. As
celulose (Beer e Setterfield, 1958; Preston, 1974;
células longas e estreitas do colênquin1a contêm
Dayanandan et al., 1976). Dado que a pectina é hi-
apenas alguns cloroplastos ou nenhum. Em virtu- drofílica, as paredes das células colenquimáticas são
de das similaridades entre os dois tecidos e a va-
ricas em água (Jarvis e Apperley, 1990). Essa carac-
riabilidade estrut ural e funcional do parênquima,
terística pode ser den1onstrada ao se tratar seções
o colênquima é frequentemente considerado um
frescas de colênquima com álcool. A ação desidra-
tipo de parênquima de células espessas e espe-
tante do álcool causa um encolhi1nento notável das
cializadas para a sustentação. Os termos parên-
paredes colenquimáticas. Ultraestruturalmente, pa-
quima e colênquima também estão relacionados,
redes colenquimáticas de vários tipos foram descri-
sendo que, no último, o início da palavra deriva
tas como apresentando uma estrutura polilamelar
do grego colla, que significa exatamente cola, e se
cruzada (Wardrop, 1969; Chafe, 1970; Deshpande,
refere à forma espessa e brilhante da parede das
1976; Lloyd, 1984) ou helicoidal (Capítulo 4; Vian et
células colenquimáticas.
O colênquima difere do outro tecido de susten-
tação, o esclerênquima (Capítulo 8), quanto à es-
trutura da parede e às condições do protoplasto.
As células colenquimáticas são relativamente ma-
cias, flexíveis, de paredes primárias não lignifica-
das, enquanto o esclerênquima ten1 paredes se-
cundárias, relativamente rígidas, frequentemente
lignificadas. As células colenquimáticas permane-
cem com um protoplasma ativo, capaz de remover
o espessamento da parede quando as células são
induzidas a retomar a atividade meristemática,
como na formação do câmbio da casca (Capítulo
15) ou em resposta a injúrias. As paredes do es-
clerênquima são mais duráveis que aquelas do co-
lênquima, sendo de mais difícil remoção, mesmo
quando o protoplasto permanece na célula. Mui-
tas células do esclerênquima carecem de proto-
plasto na maturidade. En1 algumas células colen-
quimáticas, o produto das divisões transversais
permanece unido, envolvido por un1a parede ce-
FIGURA 7.11
lular comum, derivada da célula-mãe (Majumdar,
1941; Majumdar e Preston, 1941). Tais complexos Seção transversal do colênquima do pecíolo de ruibar-
de células se assemelham às fibras septadas. bo (Rheum rhabarbarum) . Em tecidos frescos como
este, o espessamento desigual das células colenquimá-
t icas ganham uma aparência brilhante. (x400)
236 111 Anatomia das Plantas de Esau
A B e
FIGURA 7.12
O colênquima em caules (seção transversal). Em todos os desenhos, a camada da epiderme está à esquerda. A , Sam-
bucus; espessamento principalmente nas paredes tangenciais (colênquima lamelar) . B, Cucurbita, espessamento
nos ângulos (colênquima angular). C , Lactuca, numerosos espaços intercelulares (indicados pelas setas) e os espes-
samentos mais proeminentes localizados junto aos espaços (colênquin1a lacunar). Cutícula espessa (mostrada em
preto) em A . (Todas, x320.)
al., 1993). Campos de pontoações primárias estão O colênquima pode ou não conter espaços inter-
presentes nas paredes das células colenquimáticas, celulares. Se estiverem presentes espaços no colên-
especialmente naquelas que são mais uniformes em quima do tipo angular, o espessamento da parede
espessura (Duchaigne, 1955). ocorrerá junto aos espaços intercelulares. O colên-
A distribuição do espessamento de parede das quima com essas características de espessamento
células colenquimáticas apresenta diversos pa- da parede algumas vezes é classificado como um
drões (Fig. 7.12; Chafe, 1970). Se as paredes são tipo especial, denominado colênquima lacunar
espessadas de maneira desigual, a porção mais es- (Fig. 7.12C). Quando o colênquima se desenvolve
pessa pode ser, ou aquela dos ângulos, ou aquela sem espaços intercelulares, os cantos onde várias
de duas paredes opostas, as paredes tangenciais células se tocam apresentam um espessamento da
interna e externa (paredes paralelas à superfície lan1ela média. Esse espessamento, muitas vezes, é
de unla determinada porção do vegetal). O colên- exacerbado pelo acúmulo de materiais nos espaços
quima com espessamento das paredes tangenciais intercelulares em potencial. A taxa de acumulação
é denominado colênquima lamelar ou em placas aparentemente é variável, já que os espaços inter-
(Fig. 7.12A). O colênquilna lamelar é especialmen- celulares podem surgir em estágios iniciais do de-
te bem-desenvolvido no córtex caulinar de Sam- senvolvimento, sendo ocluídos posteriormente por
bucus nigra. Ele também pode ser encontrado no substâncias pécticas. Nos locais onde os espaços
córtex caulinar de Sanguisorba, Rheum e Eupa- intercelulares são muito amplos, as substâncias
torium e no pecíolo de Cochlearia armoracia. O pécticas não conseguem preenchê-los e se formam
colênquima com nlaior espessamento nos ângulos cristas ou acúmulos semelhantes a verrugas, que
da célula é comumente denominado de colênqui- se projetam nos espaços intercelulares (Duchaig-
ma angular (Fig. 7.12B). Exemplos de colênqui- ne, 1955; Carlquist, 1956). A presença de espaços
mas angulares podem ser encontrados nos caules intercelulares não é universalmente aceita como
de Atropa belladonna e Solanum tuberosum, as- um critério válido para a distinção dos diferentes
sim como nos pecíolos de Begonia, Beta, Coleus, tipos de colênquima. Formações que poderiam ser
Cucurbita, Morus, Ricinus e Vitis. interpretadas como colênquimas lacunares podem
Parênquima e colênquima 111 237
ser encontradas no córtex do caule de Brunellia de órgãos herbáceos maduros, pouco modificados
e Salvia, assim como em várias Asteraceae e Mal- pelo crescimento secundário ou que carecem total-
vaceae. mente desse crescimento. Ele é o primeiro tecido
Um quarto tipo de colênquima, colênquima de sustentação dos caules, das folhas e de partes
anelar ou anular, é reconhecido por alguns ana- florais, e é o principal tecido de sustentação de
tomistas vegetais (Metcalfe, 1979). Este colênqui- muitas folhas maduras de eudicotiledôneas e de al-
ma é caracterizado por paredes celulares unifor- guns caules verdes. As raízes raramente apresen-
me1nente espessadas e lúmen de contorno mais tam colênquima, mas este pode estar presente no
ou menos arredondado, em seções transversais. A córtex (Guttenberg, 1940), especialmente se a raiz
distinção entre o colênquima anelar e angular não é exposta à luz (Van Fleet, 1950). O colênquima
é claramente definida, já que o grau de espessa- é ausente em caules e folhas de muitas monocoti-
mento restrito aos ângulos do colênquima angular ledôneas que muito cedo desenvolvem o esclerên-
varia em relação à espessura encontrada em outras quima (Falkenberg, 1876; Giltay, 1882). Tecidos
porções da parede. Caso o espessamento geral da colenquimatosos geraln1ente substituem o escle-
parede seja muito acentuado, o espessamento dos rênquima nas junções da lâmina foliar e da bainha
ângulos da célula se torna obscurecido e o lúmen (articulação da lâmina foliar) e em pulvinos das
assume u1n contorno circular, e1n vez de angular folhas de gramíneas (Percival, 1921; Esau, 1965;
(Duchaigne, 1955; Vian et al., 1993). Dayanandan et al., 1977; Paiva e Machado, 2003).
As paredes celulares do colênquima são, em ge- Cordões colenquimatosos enormes se diferenciam
ral, consideradas um exemplo de parede primária em conexão com os feixes vasculares das folhas.
espessa, cujos espessamentos são depositados à A posição periférica do colênquima é extrema-
medida que a célula cresce. Em outras palavras, a mente característica (Fig. 7.13). Esse tecido pode
parede celular aumenta simultaneamente em área estar presente imediatamente abaixo da epiderme
superficial e espessura. Geralmente, é impossível ou estar separado desta por uma ou duas camadas
determinar a quantidade de espessamento que se de parênquima. Sua origem advén1 do meristema
deposita após a célula ter interrompido seu cresci- fundamental. Se o colênquima estiver localizado
mento, de maneira que é impossível delimitar ca- junto à epiderme, a parede tangencial interna da
madas da parede primária e da secundária nessas epiderme pode ser espessada à semelhança das
células. paredes do colênquima. Às vezes, todas as célu-
As paredes do colênquüna podem se modifi- las epidérmicas são colenquimatosas. Em caules,
car em partes mais velhas da planta. Em espécies o colênquima forma, muitas vezes, uma can1ada
lenhosas com crescimento secundário, o colên- contínua ao longo da circunferência do eixo (Fig.
quima segue, ao menos em tempo, o aumento em 7.13C). Eventualmente, ele aparece em cordões,
circunferência do eixo por um crescimento ativo geralmente dentro de cristas visíveis externamen-
com retenção das suas características originais. te, encontradas em muitos caules herbáceos e em
Em algumas plantas (Tilia, Acer, Aesculus), as caules lenhosos que ainda não sofreram cresci-
células do colênquima aumentam, e suas paredes mento secundário (Fig. 7.13D, E). A distribuição
se tornam mais delgadas (de Bary, 1884). Aparen- do colênquima em pecíolos apresenta padrões se-
temente, não se sabe se a redução da espessura da melhantes àqueles encontrados em caules (Fig.
parede se deveria à renlOção de nlaterial desta, ou 7.13A, F). Na lâmina foliar, o colênquima aparece
a alongamento e desidratação. O colênquima pode em cristas que acompanham os feixes vasculares
se transformar em esclerênquima por deposição de maior calibre (nervuras principais), às vezes em
de uma parede secundária lignificada com ponto- ambos os lados, às vezes em somente um dos lados,
ações simples (Duchaigne, 1955; Wardrop, 1969; geralmente o inferior. O colênquima também se di-
Clavin e Null, 1977). ferencia ao longo das margens das lâminas foliares.
Em muitas plantas, o parênquima encontra-
Caracteristicamente, o colênquima se encon- do nas partes mais externas (ao lado do floema)
tra em regiões periféricas ou 1nais internas (ao lado do xilema) de um feixe
O colênquima é um tecido típico de sustentação, vascular, ou que envolve o feixe completamente, é
primeiro, de órgãos em crescimento e, segundo, composto por células longas com paredes primá-
238 111 Anatomia das Plantas de Esau
!I
t,
!~
~
.. -
~--
Pecíolo de
Cucurbita
perficial (Frey-Wyssling e Mühlethaler,
1965) . Em estados mais avançados de
desenvolvimento, o colênquima conti-
nua a ser o tecido de sustentação das
-~-~ ~ · Floema ~'
E Floema ~
partes das plantas (muitas folhas e
Xilema caules herbáceos) que não desenvol-
Xilema vem muito esclerênquima. Em relação
FIGURA 7.13 ao seu papel como tecido de sustenta-
ção, é interessante notar que o espes-
Distribuição do colênquima (hachurado) e do tecido vascular em diver-
sas partes da planta. Seções transversais. (A, B, xl9; C-F, x9,5.) samento da parede do colênquinla, em
partes que estão em desenvolvimento
e estão ao mesmo tempo sujeitas a es-
rias espessas. O espessamento da parede se as- tresse mecânico (exposição ao vento, adição de pe-
semelha àquele do colênquima, especialmente do sos em caules inclinados), se desenvolve antes do
tipo anelar (Esau, 1936; Dayanandan et al, 1976). que em partes livres de estresse (Venning, 1949;
Esse tecido é frequentemente chanlado de colên- Razdorskii, 1955; Walker, 1960). Além disso, ramos
quima, porém, por causa de sua associação com sob estresse podem exibir uma proporção consi-
os tecidos vasculares, ele possui uma história de deravelmente maior de colênquima (Patterson,
desenvolvimento distinta daquela de um colên- 1992). Tais estresses não influencian1 o tipo de co-
quima independente, que se origina do meristema lênquin1a formado. Além de seu papel como tecido
fundamental. É preferível, portanto, referir-se a de sustentação, o colênquima também foi relacio-
tais células alongadas, associadas aos feixes vas- nado à resistência contra a colonização de ervas
culares e de paredes primárias espessas, de célu- de passarinho em carvalhos (Hariri et al., 1992) e
las parenquimáticas colenquimatosas ou células em caules atacados por insetos (Oghiakhe et al.,
parenquimáticas de espessamento colenquimato- 1993).
so, caso se queira ressaltar sua semelhança com o A comparação do colênquima com fibras é par-
colênquima. Essa denominação pode ser aplicada a ticularmente interessante. Em um estudo, os cor-
qualquer célula parenquimática que se assemelhe dões de colênquima se alongaram de 2% a 2,5%
ao colênquima em qualquer porção da planta. antes de romper, ao passo que os cordões de fibras
se estenderam menos de 1,5% antes do rompimen-
Parênquima e colênquima 111 239
DESHPANDE, B. P. 1976. Observations on the fine GUNNING, B. E. S. 1977. Transfer cells and their
structure of plant cell walls. I. Use of permanga- roles in transport of solutes in plants. Sei. Prog.
nate staining. Ann. Bot. 40, 433-437. Oxf 64, 539-568.
DIANE, N., H. H. HILGER e M. GOTTSCHLING. GUNNING, B. E. S. e J. S. PATE. 1969. "Transfer
2002. Transfer cells in the seeds of Boraginales. cells." Plant cells ,'Vith wall ingrowths, speciali-
Bot. J. Linn. Soe. 140, 155-164. DORHOUT, R., zed in relation to short distance transport of so-
F. J. GOMMERS e C. KOLLÓFFEL. 1993. Phloem lutes-Their occurrence, structure, and develop-
t ransport of carboxyfluorescein through toma- ment. Protoplasma 68, 107- 133.
to roots infected with Meloidogyne incognita. GUNNING, B. E. S., J. S. PATE e L. W. GREEN. 1970.
Physiol. Mol. Plant Pathol. 43, 1- 10. Transfer cells in the vascular system of stems :
DRE\.V, M. C. 1992. Soil aeration and plant root me- Taxonomy, association with nodes, and structu-
tabolism. Soil Sei. 154, 259- 268. re. Protoplasma 71, 147- 171.
DREW, M. C. 1997. Oxygen deficiency and root me- GUTTENBERG, H. VON. 1940. Der primar.e Bau
tabolism: Injury and acclimation under hypoxia der Angiospermenwurzel. Handbuch der
and anoxia. Annu. Rev. Plant Physiol. Plant Pjtanzenanatomie, Band 8, Lief 39. Gebrüder
lvfol. Biol. 48, 223-250. Borntraeger, Berlin.
DRE\.V, M. c., C.-J. HE e P. W. MORGAN. 2000. Pro- HARIRI, E. B., B. JEUNE, S. BAUDINO, K . URECH e
grammed cell death and aerenchyma formation G. SALLÉ. 1992. Élaboration d'un coeff1cient de
in roots. Trends Plant Sei. 5, 123-127. résistance au gui chez le chêne. Can. J. Bot. 70,
DUCHAIGNE, A. 1955 . Les divers types de collen- 1239-1246.
chymes chez les Dicotylédones: Leur ontogénie HARRINGTON, G. N., V. R. FRANCESCHI, C. E.
et leur lignification. Ann. Sei. Nat. Bot. Biol OFFLER, J. W. PATRICK, M. TEGEDER, W. B.
Vég., Sér. 11, 16, 455-479. FROMMER, J. F. HARPER e W. D. HITZ. 1997a.
ESAU, K. 1936. Ontogeny and structure of collen- Cell specific expression of three genes involved
chyma and of vascular tissues in celery petioles. in plasma membrane sucrose transport in deve-
Hilgardia 10, 431- 476. loping Viciafaba seed. Protoplasma 197, 160-
ESAU, K. 1965. Vascular Differentiation in Plants. 173.
Holt, Reinhart and Winston, New York. HARRINGTON, G. N ., Y. NUSSBAUMER, X.-D.
ESAU, K. 1977. Anatomy of Seed Plants, 2. ed. Wi- WANG, M. TEGEDER, V. R. FRANCESCHI, W.
ley, Nev.r York. B. FROMMER, J. W. PATRICK e C. E. OFFLER.
FALKENBERG, P. 1876. Vergleichende Untersu- 1997b. Spatial and temporal expression of sucro-
chungen über den Bau der Vegetationsorgane se transport-related genes in developing cotyle-
der Monocotyledonen. Ferdinand Enke, Stutt- dons of Viciafaba L. Protoplasma 200, 35-50.
gart. HOOK, D. D. 1984. Adaptations to flooding with
FENWICK, K. M., M. C. JARVIS e D. C. APPERLEY. fresh water. In: Flooding and Plant Growth, pp.
1997. Estimation of polymer rigidity in cell walls 265-294, T. T. Kozlowski, ed. Academic Press,
of growing and nongrowing celery collenchyma Orlando, FL.
by solid-state nuclear magnetic resonance in HOOK, D. D., C. L. BROWN e P. P. KORMANIK. 1971.
vivo. Plant Physiol. 115, 587-592. Tnductive flo od tolerance in swamp tupelo [Nys-
FREY-WYSSLING, A. e K. MÜHLETHALER. 1965. sa sylvatica var. biflora (Walt.) Sarg.]. J. Exp.
Ultrastructural plant cytology, with an introduc- Bot. 22, 78-89.
tion to molecular biology. Elsevier, Amsterdam. HULBARY, R. L. 1944. The influence of air spaces on
GILTAY, E. 1882. Sur le collenchyme. Arch. Néerl. the threedimensional shapes of cells in Elodea
Sei. Exact. Nat. 17, 432- 459. stems, and a comparison with pith cells of Ailan-
GÓMEZ, E., J. ROYO, Y. GUO, R. THOMPSON e G. thus. Am. J. Bot. 31, 561- 580.
HUEROS. 2002. Establishment of cereal endos- JARVIS, M. C. e D. C. APPERLEY. 1990. Direct ob-
perm expression domains: ldentification and pro- servation of cell wall structure in living plant tis-
perties of a maize t ransfer cell-specific transcrip- sues by solid-state 13C NMR spectroscopy. Plant
tion factor, Zm1\1RP-l. Plant Cell 14, 599-610. Physiol. 92, 61-65.
GRAHAM, L. E. 1993. Origin of Land Plants. Wi- JOSHI, P. A., G. CAETANO-ANOLLÉS, E. T.
ley, New York. GRAHAM e P. M. GRESSHOFF. 1993. Ultrastruc-
Parênquima e colênquima 111 241
ture of transfer cells in spontaneous nodules of MAJUMDAR, G. P. e R. D. PRESTON. 1941. The fine
alfalfa (Medieago sativa) . Protoplasma 172, structure of collenchyma cells in Heracleum
64-76. sphondylium L. Proe. R. Soe. Lond. B. 130,
JUSTIN, S. H. F. W. e \V. ARMSTRONG. 1987. The 201-217.
anatomical characteristics of roots and plant l\1AKSYMOWYCH, R., N. DOLLAHON, L. P. DICOLA
response to soil flood ing. New Phytol. 106, e J. A. J . ORKWISZEWSKI. 1993. Chloroplasts in
465-495. t issues of some herbaceous stems. Aeta Soe. Bot.
JUSTIN, S. H. F. W. e W. ARMSTRONG. 1991. Evi- Pol. 62. 123- 126.
dence for the involve1nent of ethene in aerenchy- MARVIN, J. W. 1944. Cell shape and cell volume re-
ma formation in adventitious roots of r ice ( Oryza lations in the pith of Eupatorium perfoliatum
sativa L.) . New Phytol. 118, 49- 62. L. Am. J Bot. 31, 208- 218 .
KAUFMAN, P. B. 1959. Development of the shoot of MATSUKURA C., M. KAWAI, K. TOYOFUKU, R.
Oryza sativa L.- 11. Leaf h istogenesis. Phyto- A. BARRERO, H. UCHIMIYA e J. YAMAGUCHI.
morphology 9, 297- 311. 2000. Transverse vein differentiation associated
KAUL, R. B. 1971. Diaphragms and aerenchyma in with gas space formation-The rniddle cell layer
Seirpus validus. Am. J Bot. 58, 808-816. in leaf sheath development of r ice. Ann. Bot. 85,
KAUL, R. B. 1973. Development of foliar diaphrag- 19-27.
ms in Sparganium euryearpum. Am. J Bot. MATZKE, E. B. 1940. What shape is a cel!? Teaeh.
60, 944-949. Biol. 10, 34-40.
KAUL, R. B. 1974. Ontogeny of folia r diaphragms in l\1ATZKE, E . B. e R. M. DUFFY. 1956. Progressive
Typha latifolia. Am. J Bot. 61, 318-323. three-dimensional shape changes of dividing
KA\1/ASE, M. 1981. Effect of ethylene on aerenchy- cells within the apical mer istem of Anaeharis
ma development. Am. J Bot. 68, 651-658. densa. Am. J. Bot. 43, 205-225.
KOLLER, A. L. e T. L. ROST. 1988a. Leaf anatomy MCDONALD, R., S. FIEUW e J . W. PATRICK. 1996a.
in Sansevieria (Agavaceae) . Am. J. Bot. 75, Sugar uptake by the der mal transfer cells of de-
615- 633. veloping cotyledons of Viciafaba L. Exper imen-
KOLLER, A. L. e T. L. ROST. 1988b. Structural tal systems and general transpor t proper ties.
analysis of waterstorage tissue in leaves of San- Planta 198, 54- 65.
sevieria (Agavaceae) . Bot. Gaz. 149, 260- 274. MCDONALD, R., S. FIEUW e J. W. PATRICK. 1996b.
KORN, R. W. 1980. The changing shape of plant Sugar uptake by the der mal transfer cells of de-
cells: Transformations during cell proliferation. veloping cotyledons of Vieiafaba L. Mechanism
Ann. Bot. n.s. 46, 649- 666 . of energy coupling. Planta 198, 502- 509.
KOZLOWSKI, T. T. 1984. Plant responses to ftooding METCALFE, C. R. 1979. Some basic types of cells
of soil. Bio- Seienee 34, 162-167. and tissues. ln : Analomy of lhe Dieotyledons,
LIESE, 'vV. e P. N. GROVER. 1961. Untersuchungen 2. ed., vol. 1, Systematie Anatomy of Leaf and
über dem Wassergehalt von indischen Bam- Stem, with a Brief History of lhe Subjeet, pp.
bushalmen. Ber. Dtseh. Bot. Ges. 74, 105-117. 54-62, C. R. Metcalfe e L. Chalk, eds. Clarendon
LIU, L., K.-E. L. ERIKSSON e J . F. D. DEAN. 1999. Press, Oxford.
Localization of hydrogen peroxide production in NETOLITZKY, F. 1935. Das Trophisehe Paren-
Zinnia elegans L. stems . Phytoehemistry 52, ehym. C. Speiehergewebe. Handbueh der
545-554. Pjlanzenanatomie, Band 4, Lief 31. Gebrüder
LLOYD, C. W. 1984. Toward a dynamic helical mo- Borntraeger, Berlin.
dei for the influence of microtubules on wall pat- NIKLAS, K. J. 1992 . Plant Biomechanics: An En-
terns in plants. Int. Rev. Cytol. 86, 1- 51. gineering Approach to Plant Form and Func-
MAAS GEESTERANUS, R. A. 1941. On the develop- tion. University of Chicago Press, Chicago.
ment of the stellate for m of the pith cells of Jun- OGHIAKHE, S., L. E . N. JACKAI, C. J . HODGSON e
cus species. Proc. Sect. Sei. J{ Ned. Akad. Wet. Q. N. NG. 1993. Anatomical and biochemical pa-
44,489- 501;648- 653. rameters of resistance of the wild cowpea, Vigna
MAJUMDAR, G. P. 1941. The collenchyma of Hera- vexillata Benth. (Acc. TVNu 72) to A1aruea tes-
eleum Sphondylium L . Proe. Leeds Philos. Lit. tulalis Geyer (Lepidoptera : Pyralidae) . Inseet
Soe., Sei. Seet. 4, 25-41. Sei. Appl. 14, 315-323.
242 111 Anatomia das Plantas de Esau
ESCLERENOUIMA
O termo esclerênquima se refere a tecidos com- uma célula esclerenquimática de un1a célula paren-
postos por células com paredes secundárias, geral- quimática esclerificada.
mente lignificadas, cujas principais funções são me- As células esclerenquimáticas são, em geral, divi-
cânicas e de sustentação. Espera-se que suas células didas em dois grupos: fibras e esclereídes. As fibras
sejam capazes de resistir a diferentes tensões, como são descritas como células longas, e as esclereídes
aquelas resultantes de alongamento, torção, peso e como células relativamente curtas. As esclereídes,
pressão, sem que haja danos às células de paredes contudo, podem variar de curtas a conspicuamen-
mais macias. A palavra deriva do grego skleros, que te longas, não somente em diferentes plantas, mas
significa "duro", e enchyma, wna infusão, enfatizan- também dentro do mesmo indivíduo. As fibras, si-
do a rigidez das paredes celulares do esclerênqui- 1nilarmente, também podem ser mais longas ou
ma. Individualmente, as células do esclerênquima mais curtas. As esclereídes são geralmente descri-
são denominadas células esclerenquimáticas. tas como possuindo pontoações mais evidentes em
Além de participar dos tecidos esclerenquimáticos, suas paredes que as fibras, mas tal diferença não é
suas células podem aparecer solitárias ou em grupos constante. Às vezes, a origem dos dois tipos de célu-
dentro de outros tecidos, à semelhança das células las é considerada uma característica diferenciado-
do parênquima. No capítulo anterior (Capítulo 7), ra: as esclereídes seria1n derivadas de uma escleri-
ressaltou-se que tanto as células parenquimáticas ficação secundária de células parenquimáticas, ao
quanto as células colenquimáticas podem se tornar passo que as fibras derivariam ele células meriste-
esclerificadas. É especialmente notável que as cé- máticas que, desde cedo, estariam destinadas a ser
lulas parenquimáticas do xilema secundário e suas fibras. Esse critério, contudo, nem sempre se sus-
células condutoras (elementos traqueais) também tenta. Muitas esclereídes se diferenciam de células
possuem paredes secundárias. Assim, paredes se- que, desde cedo, se individualizam como esclereídes
cundárias não são exclusivamente encontradas nas (Camellia, Foster, 1944; Monstera, Bloch, 1946), e
células esclerenquimáticas e, portanto, a delimitação em certas plantas, células parenquimáticas do floe-
entre wna célula tipicamente esclerenquimática de ma se diferenciam e1n células semelhantes a fibras
uma célula parenquimática ou colenquimática escle- somente nas porções do tecido que já não estão
rificada, por um lado, ou de um elemento traqueal, mais envolvidas com condução (Capítulo 14; Esau,
por outro, não é óbvia. Células esclerenquimáticas 1969; Kuo-Huang, 1990). O termo fibroesclereíde
podem ou não reter seu protoplasto quando maduras. é empregado quando é difícil classificar wna célula
Essa variabilidade torna ainda mais difícil distinguir como fibra ou esclereíde.
246 111 Anatomia das Plantas de Esau
FIGURA 8.1
Fibras do floema primário do caule de tília (Tilia americana) vistas tanto em seção (A) transversal quanto (B)
longitudinal. As paredes secundárias espessas dessas fibras longas contêm pontoações relativamente inconspícuas.
Somente uma porção das fibras pode ser vista em ( B) . (A, x430; B, x260)
Caule de
Triticum
Esclerênquima o
Fibras do floema o
Casca o
secundário
f?
o@
Xilema
Córte x
.oo
,V
ºº
Folha de
gramínea
o
o
o
Esclerênquima o
o
D
E <i;
-m"'.:YPJ,;,. - .
Fibras do xilema Fibras do floema
secundário primário
" Esclereídes
'"' """ r -~
Fibras corticais
Fibras
perivasculares 0
!---;r'·- o
o
o
asca G J1 . ..
r ": ~ <I:;: ~°!º• •
u
f@ A;;!~fo~ta @ :
~
Floema - -..y~~-·••-..~~:.~~
@@ ~,
-- ., -•-.
F \~"' H
FIGURA 8.2
Seção transversal dos órgãos vegetais mostrando a distribuição do esclerênquima (em pontilhado), sobretudo fibras, e
do tecido vascular. A , caule de Triticum, o esclerênquima envolve os feixes vasculares e forma camadas na periferia
do caule. B, caule de Sorghum, esclerênquima em bainhas fibrosas junto aos feixes vasculares. C, caule de Tília, fi-
bras no floema primário e secundário e no xilema secundário. D, raiz de Phaseolus, fibras no floen1a prin1ário. E , folha
de gramínea, esclerênquima em cordões abaixo da epiderme abaxial e junto às margens da lâmina foliar. F, caule de
Fraxinus, fibras no floema primár io e xilema secundário; fibras do floema se alter nam com as esclereídes. G, caule de
Gnetum gnemon, fibras no córtex e esclereídes em posição perivascular. H , caule de Aristolochia, cilindro de fibras
internamente à bainha amilífera, em posição perivascular. (A, G, xl4; B, C, F, x7; D, x9.5; E, x29.5; H, xl 3.)
248 111 Anatomia das Plantas de Esau
feixes vasculares possuen1 bainhas de fibras proe- terna (Polygonum, Rheum, Senecio) . Plantas com
minentes, e os feixes da periferia podem estar co- floema interno ao xilema podem ter fibras associa-
nectados irregularmente entre si ou unidos por um das a esse floema (Nicotiana) . Por fim, uma loca-
parênquima esclerificado em um cilindro escleren- lização extremamente característica das fibras em
quimatoso. O parênquima da hipoderme pode ser angiospermas ocorre no xilema primário e secun-
altamente esclerificado (Magee, 1948). Uma hipo- dário, onde poden1 apresentar diferentes arranjos
derme contendo fibras longas, algumas com n1ais (Capítulo 11). Raízes apresentam uma distribuição
de 1 mm de comprimento, foi registrada em Zea das fibras similar àquela dos caules, e podem ter
mays (Murdy, 1960). (A hipoderme é formada por fibras no corpo primário (Fig. 8.2D) e secundário.
uma ou mais ca1nadas de células localizadas abai- Coníferas em geral não possuem fibras no floema
xo da epiderme e distinta das demais células do primário, mas podem possuí-las no floe1na secun-
tecido fundamental presentes ao redor). Nas pal- dário (Sequoia, Taxus, Thuja) . Fibras corticais, às
meiras, o cilindro central é demarcado por uma vezes, estão presentes nos caules (Fig. 8.2G).
zona esclerótica que pode ter vários centímetros
de largura (Tomlinson, 1961). Ela é composta por As fibras podem ser divididas em dois gran-
feixes vasculares com enormes bainhas fibrosas ra- des grupos: xilemáticas ou extraxilemáticas
dialmente estendidas. O parênquima fundamental Fibras xilemáticas são fibras do xilema, e fibras
associado também se esclerifica. Adicionalmente, extraxilemáticas são aquelas situadas fora do xi-
cordões de fibras podem ser encontrados no córtex lema. Dentre as fibras extraxilemáticas se encon-
e alguns no cilindro central. Outros padrões po- tram as fibras do floema. Fibras floemáticas ocor-
dem ser encontrados nas monocotiledôneas, e tais rem em muitos caules. O caule do linho (Linum
padrões podem variar dependendo do nível do cau- usitatissimum) apresenta somente uma faixa de
le dentro da mesma planta (Murdy, 1960). As fibras fibras, várias camadas para o seu interior, locali-
podem ser proeminentes nas folhas das monocoti- zada na periferia do cilindro vascular (Fig. 8.3).
ledôneas (Fig. 8.2E). Nelas, as fibras forman1 bai-
nhas envolvendo os feixes vasculares, ou cordões, Fibras do floema primário
se estendendo entre a epiderme e os feixes vascu-
lares, ou cordões subepidérmicos não associados
com os feixes vasculares.
No caule das angiospermas, as fibras frequente-
Córtex
mente ocorrem na porção mais externa do floema
primário, formando cordões mais ou menos anas-
tomosados, ou em placas tangenciais (Fig. 8.2C,
F) . En1 algumas plantas, nada 1nais alé1n de fibras
periféricas (fibras do floema primário) ocorrem no Floema
floema (Alnus, Betula, L inun, Nerium) . Outras
desenvolvem fibras ta1nbém no floema secundá-
rio, escassas (Nicotiana, Catalpa, Boehmeria)
ou abundantes (Clematis, Juglans, Magnolia,
Quescus, Robinia, Tilia, Vitis). Algumas eudico-
tiledôneas possuem cilindros completos de fibras,
ou próximos ao tecido vascular (Geranium, Pe-
Xilema
largonium, Lonicera, algumas Saxifragaceae,
secundário
Caryophyllaceae, Berberidaceae, Primulaceae),
ou distantes dele, 1nas ainda localizados interna-
mente à camada mais interna do córtex (Fig. 8.2H;
Aristolochia, Cucurbita). Em caules de eudico- FIGURA 8.3
tiledôneas sem crescimento secundário, os feixes Seção transversal do caule de Linum usitatissimum
vasculares isolados podem ser acompanhados por mostrando a posição das fibras do floema primário.
cordões de fibras em ambas as faces , interna e ex- (x320.)
Esclerênquima 111 249
Epiderme
,----.~ -.'·
~::.::.
FIGURA 8.4
Desenvolvimento das fibras do floema primário em Linum perenne L. A , primeiros elementos de tubo estão maduros.
B, C, novos elementos de tubo se diferenciam, enquanto os a ntigos se tornam obliterados. D, células remanescentes
após a obliteração dos elementos de tubo começam a desenvolver paredes secundárias características das fibras do
linho. (A-C, x745; D, x395.)
Essas fibras se originam junto à primeira parte a Sambucus (sabugueiro), Tilia (tília americana),
se diferenciar do fioema (protofioema), mas ama- Liriodendron (tulipeiro americano), Vitis (videi-
durecem como fibras à medida que tal parte do fio- ra), Robinia pseudoacacia (falsa acácia) e muitas
ema interrompe sua função de condução (Fig. 8.4). outras têm tanto fibras do fioema primário quanto
As fibras do linho são, portanto,fibras do floema fibras dofloema secundário, localizadas no fio -
primário ou.fibras do protofloema. O caule de ema secundário (Fig. 8.2C).
250 11 1 Anatomia das Plantas de Esau
FIGURA 8.8
Esclereídes (células pétreas) do tecido fresco do fruto
da pera (Pyrus communis). As paredes secundárias
contêm pontoações simples, conspícuas, com muitas
ramificações, sendo conhecidas como pontoações rami- FIGURA 8.9
ficadas ou ramiformes. Durante a formação dos grupos
de células pétreas na polpa dos frutos da pera, divisões Esclereíde ramificada da folha de nenúfar (Nymphaea
celulares ocorrem concentricamente ao redor de algu- odorata) vista sob luz polarizada. Numerosos diminu-
mas esclereídes formadas anteriormente. As células tos cristais angulares se encontram incluídos nas pare-
recém-formadas se diferenciam em células pétreas, des destas esclereídes. (x230.)
agregando-se aos agrupamentos. (x400.)
100 µm 50µm
Pontoação D
ramificada Pontoação
simples
100 µm
l 00µm
100µm
c;r i IIl 11 r 1 11 1
I t J ( 1 11 1 ,, c7 l
I 1 100 µm I K
FIGURA 8.10
Esclereídes. A , B, células pétreas da polpa do fruto da pera (Pyrus) . C, D, esclereídes do córtex de flor-de-cera
(Hoya), em seção (C) e na superfície ( D) . E , F, esclereídes do pecíolo de Camellia. G, esclereíde colunar com extre-
midades ramificadas do parênquima paliçádico do mesofi lo de Hakea. H, I , esclereídes fibri formes do mesofilo da fo-
lha de oliveira (Olea) . J, K , esclereídes do endocarpo do fruto da maçã (Malus) . L , astroesclereídes do córtex caulinar
de Trochodendron. (Obtido de Esau, 1977.)
Esclereídes em caules
Um cilindro contínuo de esclereídes ocorre na pe-
riferia da região vascular do caule de Hoya car-
nosa, e grupos de esclereídes ocorrem na medula
dos caules de Hoya e Podocarpus. Essas escle-
reídes possuem espessamento moderado e nume-
rosas pontoações (Fig. 8.lOC, D). Quanto à forma
e ao tamanho, elas se assemelham às células pa-
renquimáticas adjacentes. Essa semelhança é fre -
quentemente interpretada como uma indicação de
que tais esclereídes seriam, em sua origem, células
parenquimáticas esclerificadas. Essa esclerifica-
ção, contudo, foi tamanha, que elas estariam mais
bem-agrupadas com as esclereídes do que com as
células parenquimáticas. Esse tipo simples de es-
clereíde exen1plifica o que é uma célula pétrea ou FIGURA 8.11
braquiesclereíde. Astroesclereídes muito ramifica- Folha clarificada de Baronia. Esclereídes (es) na estre-
das são encontradas no córtex do caule de Trocho- midade dos feixes (fv). (x93, obtido de Foster, 1955.)
dendron (Fig. 8.lOL). Esclereídes um pouco menos
exuberantemente ramificadas ocorrem no córtex
do abeto de douglásia (Pseudotsuga taxijàlia). pecíolo de Camellia (Fig. 8.lOE, F) e no mesofi-
lo da folha de Trochodendron. O mesofilo de Os-
Esclereídes em folhas manthus e Hakea contém esclereídes colunares,
As folhas são fontes especialmente ricas em escle- ramificadas em cada terminação, sendo, portanto,
reídes no que diz respeito à variedade de formas, osteoesclereídes (Fig. 8.lOG). Nas folhas de Hakea
apesar de estarem ausentes nas folhas das mono- suaveolens, as esclereídes terminais, aparente-
cotiledôneas (Rao, T. A. e Das, 1979). No mesofilo, mente, desempenham um papel dual, tanto na sus-
dois padrões de distribuição principais são reco- tentação quanto na condução de água. Quando se
nhecidos para as esclereídes: o terminal, comes- deixou que um ramo desconectado da planta-mãe
clereídes confinadas no final das nervações de me- absorvesse uma solução do ftuorocromo sulfato de
nor calibre (Fig. 8.11; Arthrocnemum, Baronia, berberina, a partir de onde foi cor tado, o padrão de
Hakea, Mouriria), e o difuso, com esclereídes fluorescência observado nas folhas indicou que a
solitárias ou grupos de esclereídes dispersos por solução de berberina se moveu a partir das traque-
todo o tecido sem qualquer relação com a termi- ídes dilatadas (traqueoides) das terminações das
nação das nervuras (Olea, Osmanthus, Pseudot- nervuras em direção às paredes das células epidér-
suga, Trochodendron) (Foster, 1956; Rao, T. A., micas superiores, por meio das paredes das escle-
1991). Em algumas estruturas foliares protetoras, reídes pouco lignificadas (Heide-J0rgensen, 1990).
como as escamas que protegem os dentes de alho A partir da epiderme, a solução se deslocou para
(Allium sativum), as esclereídes fazem parte de baixo, em direção às paredes elo parênquin1a pali-
toda a epiderme (Fig. 8.12). çádico. Aparentemente, as esclereídes atuam como
As esclereídes com projeções definidas ou com extensões das nervuras que conduzem água para
somente espículas (projeções curtas, cônicas ou a epiderme e provêm às células do parênquima pa-
irregulares) ocorrem no tecido fundamental do liçádico um suprimento rápido de água. Monstera
256 111 Anatomia das Plantas de Esau
Esclereídes em frutos
As esclereídes ocorrem em várias localida-
des nos frutos. Na pera (Pyrus) e no nlar-
FIGURA 8.12 melo (Cydonia), células pétreas ou bra-
quiesclereídes ocorrem individualmente ou
Esclereídes epidérmicas ern uma escama protetora do bulbo de em grupos ao longo de toda a parte carnosa
Alium sativum (alho). A , seção da escama, com a parede dases-
do fruto (Figs. 8.8 e 8.10A, B). Os grupos de
clereídes pontilhadas. B, vista superficial da escama mostrando
uma camada epidérmica sólida de esclereídes sobrepondo-se umas esclereídes dão às peras sua textura areno-
às outras. (Ambas, x99. Obtido de Esau, 1977; a par tir de Mann, sa característica. Durante a formação dos
1952. Hilgardia 21 (8), 195-251. ©1952 Regents, University of Ca- grupos, divisões celulares ocorrem concen-
li fornia.) tricamente ao redor de algumas esclereídes
formadas anteriormente (Staritsky, 1970).
O padrão radiado das células parenqui-
deliciosa, Nymphaea (nenúfar) e Nuphar (nenú- máticas ao redor dos agrupamentos maduros de
far amarelo) possuem tricoesclereídes típicas com esclereídes se relaciona com seu padrão de desen-
extensões que se estendem por todos os espaços volvimento. As esclereídes da pera e do marmelo,
intercelulares ou câmaras de ar, característicos muitas vezes, apresentam pontoações ramificadas
das folhas dessas espécies. Pequenas esclereídes resultantes da fusão de uma ou mais cavidades du-
prismáticas estão imersas dentro das paredes das rante o espessamento da parede.
esclereídes de Nymphaea (Fig. 8.9; Kuo-Huang, A maçã (Malus) oferece outro exemplo de es-
1992). As esclereídes braciformes podem ser en- clereídes em frutos. O endocarpo cartilaginoso que
contradas nas folhas de coníferas, como em Pseu- envolve as sementes é formado por ca1nadas de es-
dotsuga ta:xifolia. clereídes alongadas, orientadas obliquamente (Fig.
As esclereídes fibrifornles da folha de oliveira 8.l0J, K). As esclereídes também compõem a casca
(Olea europaea) se originam tanto no parênqui- dura de frutos, como as nozes, e o endocarpo pé-
ma paliçádico quanto lacunoso, tendo em média treo de frutos com caroços (drupas). Na drupa de
um milímetro de comprimento e permeando o me- Ozoroa paniculosa (Anacardiaceae), a árvore de
sofilo, formando uma rede densa ou tapete (Fig. resina, que é an1plamente distribuída nas regiões
8.13). Parte dessa rede é formada por esclereídes de savana do sul da África, o endocarpo é forma-
co1n uma fonna em T, cuja parte basal se estende do ele camadas consecutivas de macroesclereídes,
a partir da epiderme superior e parênquima pali- osteoesclereídes, braquiesclereídes e esclereídes
çáelico em direção ao parênquima lacunoso abai- cristalíferas (Von Teichman e Van Wyk, 1993).
Esclerênquima 111 257
ORIGEM E DESENVOLVIMENTO DE
FIBRAS E ESCLEREÍDES
Conforme indicado por sua ampla distribuição por
todo o corpo vegetal, as fibras derivam de vários
meristemas: aquelas do floema e do xilema deri-
vam do procâmbio e do câmbio vascular; a maioria
das fibras extraxilemáticas que não as do floema
derivam do meristema fundamental; e as fibras de
algumas Poaceae e Cyperaceae derivam da pro-
toclerme. As esclereícles também derivam ele dife-
rentes meristemas: aquelas do tecido vascula r se
originam de derivadas procambiais e cambiais; cé-
FIGURA 8.13 lulas pétreas incluídas no tecido da casca derivam
Esclereídes fibriformes de Olea (oliveira), d uplamente do câmbio da casca ou felogênio; as macroesclereí-
refratárias sob luz polarizada, conforme visto em uma des da testa das sementes derivam da protoderme;
folha clarificada. (x57). e muitas outras esclereídes derivam do meristema
fundamental.
O desenvolvimento das fibras, que são geralmen-
Esclereídes em sementes te longas, e das esclereídes longas e bastante rami-
O endurecilnento da testa das sementes durante ficadas envolve ajustes intercelulares notáveis. De
seu amadurecimento frequentemente resulta do interesse particular é o comprimento alcançado por
desenvolvimento de paredes secundárias na epi- fibras do corpo primário do vegetal. Fibras extraxi-
derme e na(s) camada(s) abaixo desta. As semen- lemáticas primárias se iniciam antes ainda do alon-
tes das leguminosas representam um bom exemplo gamento elo órgão, e podem atingir co1nprimentos
desse tipo de esclerificação. Em sementes de feijão consideráveis por alongamento em uníssono com
(Phaseolus), ervilha (Pisum) ou soja (Glycine), outros tecidos do órgão em crescimento. Durante
macroesclereídes colunares formam a epiderme e esse período de crescimento, as paredes das células
esclereídes prismáticas ou osteoesclereídes ocor- adjacentes ficam tão ajustadas que não ocorre se-
rem abaixo da epiderme (Fig. 8.14) . Durante o de- paração das paredes. Esse n1étodo de crescimento
senvolvimento da testa da semente de ervilha, as é denominado crescimento coordenado (Capí-
células protodérmicas, precursoras ontogenéticas tulo 5). Os primórdios de fibras juvenis au1nentam
das macroesclereídes, sofrem numerosas divisões em comprimento sem alterações dos contatos ce-
anticlinais seguidas de alongamento celular e for- lulares, estando ou não as células parenquimáticas
mação da parede secundária (Harris, 1983). As ao redor se dividindo. O crescimento das fibras ex-
precursoras das osteoesclereídes se dividem tanto traxilemáticas prin1árias em uníssono com os ou-
anticlinalmente quanto periclinalmente, mas não tros tecidos de um órgão em crescimento resulta
co1neçam a se diferenciar em osteoesclereídes até em fibras longas, sendo geralmente encontradas em
que as paredes secundárias se depositem nas ma- órgãos longos (Aloni e Gad, 1982).
258 111 Anatomia das Plantas de Esau
Epiderme
Protoderm e
F G
FIGURA 8.14
Esclereídes da testa das sementes de leguminosas. A , B, porção externa da testa da semente de Phaseolus a partir
de seções em dois estágios de desenvolvimento. B, epiderme, uma camada sólida de macroesclereídes. Esclereídes
subepidérmicas têm a maioria dos espessamentos da parede localizados nas paredes anticlinais. C -E , esclereídes de
Pisum; F-H , de Phaseolus. C, F, vista superficial de grupos de esclereídes epidérmicas; D , G, esclereídes epidérmicas;
E , H , esclereídes subepidérmicas. (A, B, xl80; C, F, x440; D, E, G, H = x220)
O enorme comprimento atingido por algumas as extremidades em crescimento das fibras foram
fibras extraxilemáticas primárias não é resultado dissecadas a partir de caules vivos, elas apresen-
apenas do crescimento em extensão coordena- taram paredes delgadas e citoplasma denso (Fig.
do. Posteriormente, os primórdios de fibra alcan- 8.15A-C) com cloroplastos, e não estavam plasmo-
çam um crescimento adicional por crescimento lisadas. Quando as extremidades cessam o cres-
intrusivo (Capítulo 5). Durante o crescimento cimento, tornam-se preenchidas por material de
intrusivo, as células que estão se alongando cres- parede secundária (Fig. 8.15D-F).
ce1n na região dos ápices (crescimento intrusivo Ao contrário das fibras prin1árias, que sofrem
apical), geralmente de ambos os lados, entre as tanto crescimento coordenado quanto crescimen-
paredes de outras células. Durante sua expansão, to intrusivo, as fibras secundárias se originam em
as fibras podem se tornar multinucleadas, como partes dos órgãos que já não mais se alongam, e
resultado de divisões do núcleo sem a formação podem crescer apenas por crescimento intrusivo
de novas paredes celulares. Isso é especiahnente (Wenham e Cusick, 1975). O comprimento das fi-
verdadeiro para as fibras do floema primário. En- bras secundárias do floema e do xilema dependem
quanto a fibra permanece ativa, seu citoplasma do comprimento das iniciais cambiais e da quanti-
apresenta fluxo rotacional, um fenômeno aparen- dade de crescimento intrusivo nos primórdios das
temente relacionado ao transporte intercelular de fibras que se originam das iniciais. As fibras estão
materiais (Worley, 1968). presentes no floema primário e secundário, sendo
O crescimento intrusivo apical foi estudado mais longas no primeiro. Em Cannabis (cânha-
em detalhe em fibras do linho (Schoch-Bodmer e mo), por exemplo, o comprimento das fibras do fio -
Huber, 1951). Por meio de mensurações de entre- ema primário tem, em média, 13 mm, ao passo que,
nós novos e velhos e das fibras presentes nesses no secundário, tem 2 mm (Kundu, 1942) .
entrenós, os autores calcularam que somente por O crescimento intrusivo pode ser identifica-
crescimento coordenado as fibras podiam alcançar do em seções transversais de caules e raízes pelo
de 1 a 1,8 cm de comprimento. Na verdade, eles aparecimento de pequenas células - porções das
encontraram fibras variando de 0,8 a 7,5 cm. As- extremidades em crescimento - entre células mais
sim, comprimentos acima de 1,8 cm devem ter sido largas que são partes dos primórdios de fibras
atingidos por crescimento intrusivo apical. Quando que não estão se alongando. O sistema vascular
Esclerênquima 111 259
..
---- , .. ___., - ----
~
Durante o crescimento intrusivo, quan-
.:· do a ponta da fibra encontra resistência por
"
•: parte de outras células, suas extremidades
'• ·:-V) V)
'
•.'
..• ...
...
"O .~
ro• -
'' se recurvam ou se bifurcam (Fig. 8.151, J).
o..c
•,
- E ••'
Q,)
e: "'
u Assim, encurvamentos ou bifurcações das
.. .ê
'•
V)
(Oo '' extremidades das fibras (e esclereídes) são
:.· •'
.. E => ,,
V .. 0•0.>
uu '
'' evidências adicionais de que houve cresci-
' mento intrusivo. As partes que se alongam
V
1__ '
''
' ' ----- '"
',
'
''
por crescimento intrusivo não desenvolvem
..... o pontoações em suas paredes secundárias e,
'"'
o,,
portanto, servem como parâmetro para ava-
•
--
- "'
o
e:
o
a..
liar a quantidade de alongamento apical (Fig.
Espaço
8.15G-K; Schoch-Bodmer, 1960).
intercelular O crescimento apical intrusivo prolonga-
ft
mm
!í' do das fibras e algumas esclereídes tornam
Material o espessa1nento secundário das paredes
de parede
destas células um fenômeno bastante com-
FIGURA 8.15 plexo. Como mencionado anteriormente, a
Crescin1ento apical intrusivo em fibras caulinares. A-F, do floema parede secundária se desenvolve geralmen-
do linho (Linum p er enne), G-J, do xilema e K , do floema de te sobre a parede primária depois que esta
Sparmanni a (Tiliaceae) . H , J, vista aumentada das partes de última para de se expandir (Capítulo 4) . No
G e I, respectivamente. A-C, as extremidades das fibras (abai- crescimento intrusivo de fibras e esclereídes,
xo) crescendo intrusivamente tem paredes delgadas e citoplasma as partes mais velhas da célula cessam seu
denso. D -F, as extremidades foram preenchidas com material de crescimento, enquanto os ápices continuam
parede após o término do crescimento. G-K, as fibras se esten- a se alongar. As partes mais velhas da célula
deram em ambas as direções a partir da sua posição original no
câmbio (entre as linhas tracejadas). Pontoações ocorrem apenas
(geralmente as porções medianas) começam
nas porções cambiais originais. A fibra floemática ( K ) é consi- a formar as camadas da parede secundária
deravelmente mais longa que as fibras do xilema (G, 1) . (Obtido antes que o crescimento das extremidades
de Esau, 1977; A-F, adaptado de Schoch-Bodmer e Huber, 1951; tenha se completado. A partir da porção me-
G-K, adaptado de Schoch-Bodmer, 1960.) diana da célula, o espessan1ento secundário
progride em direção às extremidades e se
completa somente após essas terem cessado
secundário de Sparmannia (Tiliaceae) oferece seu crescimento.
uma ilustração gráfica desse fenômeno (Fig. 8.16; En1 caules de crescimento rápido, como em rami
Schoch-Bodmer e Huber, 1946) . O alinhamento ra- (Boehmerianivea), as longas fibras do floemapri-
dial ordenado das células do câmbio é substituído mário (40-55 cm) se estendem, durante os estágios
por um padrão e1n 1nosaico no sistema axial do flo - finais de alongamento, por entrenós que já cessa-
ema. Em cada seção transversal, de três a cinco ram seu alongamento (Aldaba, 1927). O acréscimo
extremidades de fibras em crescimento aparecem no comprimento dessas fibras (que inicialmente
junto a uma seção mediana de um primórdio de têm ca. 20 µm) é da ordem de 2.500.000%, um
fibra (indicado com listas diagonais na Fig. 8.16A) processo gradual que aparentemente requer meses
por alongamento intrusivo. O alinhamento radial para se completar. A formação da parede secundá-
do sistema axial do xilema é menos afetado porque ria se inicia na porção basal das células e continua
260 111 Anatomia das Plantas de Esau
Sistema axi
Fibras xilemáticas:
madura, jovem
Raio
I \
Região
cambial
Floema
J
Cam b.10
.~
Xriema
100 f.nTI
Parênquima-,
Raio IV Raio
FIGURA 8.16
Desenvolvimento das fibras do floema e do xilema secundários no caule de Sparmannia (Tiliaceae) em seção trans-
versal (A) e longitudinal radial (B). Em A , de I-IV veem-se as fileiras de células do sistema axial (longitudinal). As
fileiras se alternam com os raios. Tanto o xilema quanto o floema se encontram imaturos próximos ao câmbio. Células
maduras do xilema apresentam paredes secundárias. No floema maduro, as células companheiras pontilhadas auxi-
liam na identificação dos elementos de tubo crivado; paredes secundárias caracterizam as fibras. Células hachuradas
na diagonal representam porções medianas de células de fibra juvenis. Estas são acompanhadas por células de menor
calibre, que são as extremidades de fibras em crescimento intrusivo. As células hachuradas na porção xilemática são
extremidades de fibras em crescimento intrusivo. B , as fibras do xilema se estendem além da região cambial, em am-
bas as direções. (Obtido de Esau, 1977; adaptado de Schoch-Bodmer e Huber, 1946.)
as nervações de menor calibre ainda estão em es- parte do floen1a já não envolvida com o transporte
tágio inteiramente procambial (Foster, 1947) . Elas a longas distâncias (Capítulo 14; Esau, 1969; Nanko,
surgem das mesmas camadas de células que os 1979). Nos carvalhos (Quercus), por exemplo, célu-
cordões procambiais. As tricoesclereídes das raízes las pétreas se diferenciam no floema já com muitos
aéreas de Monstera se desenvolvent a partir de cé- anos, primeiramente nos raios e, posteriormente, no
lulas que, desde o princípio do desenvolvilnento, são tecido de dilatação (tecido envolvido com o aumen-
individualizadas em decorrência de suas divisões to em circunferência da casca) em grupos de tama-
desiguais, polarizadas em fileiras de células corti- nho variável. No floe1na não condutor de algumas
cais (Bloch, 1946). Por outro lado, as esclereídes angiospermas lenhosas, formam-se fibroesclereídes
da folha de Osmanthus são evidentes pela primei- a partir de células parenquimáticas fusiformes ou
ra vez em lâminas foliares com 5-6 cm de compri- elementos individuais de uma série parenquimática.
mento, em um estágio em que a folha já está qua- As fibroesclereídes do floema secundário de Pyrus
se com a metade do seu tamanho final (Fig. 8.17; communis (Evert, 1961) e Pyrus malus (Malus
Griffith, 1968). Nesse estágio, grande parte do xile- domestica) (Evert, 1963) se originam a partir das
ma e floema das nervuras principais já amadureceu séries parenquimáticas na segunda estação após
e as fibras associadas às nervuras são distinguíveis, elas terem derivado do câmbio vascular. Nesse pe-
porém sem espessamentos conspícuos. Esclerifica- ríodo, os elementos individuais da série parenqui-
ção de células parenquimáticas do floema secundá- mática sofrem um intenso crescimento intrusivo e
rio geralmente ocorrem no floema não condutor, a então se forma a parede secundária. No floen1a não
1
100 mm FIGURA 8.17
~ Desenvolvimento de esclereídes na folha de Osmanthusfra-
Camada grans (Oleaceae). A-C, esclereídes em diferenciação, indica-
paliçádica
do pelos núcleos evidentes e pontilhados ao longo da parede;
D, esclereídes madw·as, indicado pelo hachw·ado nas paredes
secundárias. Em todas as ilustrações, o mesofilo e células epi-
dérmicas são marcados com figuras circulares ou ovaladas.
Os diminutos espaços intercelulares característicos do parên-
quima paliçádico foram omitidos. A, uma futura esclereíde é
indicada simbolicamente; esta ainda não se diferenciou das
JJ demais células paliçádicas (ilustrado de um primórdio de 23
mm de comprimento) . B, esclereíde imatura se estende além
100 mm º e da camada em paliçada (lâmina foliar com aproximadamente
Espaços intercelulares 5,5 cm de comprimento) . C, duas esclereídes imaturas atin-
gem a epiderme abaxial crescendo através do parênquima la-
o
cunoso (lâmina foliar com de 10-12 cm de comprimento). O
alongamento das esclereídes requer tanto crescimento coor-
denado quanto crescimento intrusivo apical. A espessura da
lâmina foliar dobra após a iniciação das esclereídes; portan-
-..;::;:oºº
:.a,
•O-«>
(/)
to, parte do crescimento das esclereídes ocorre em uníssono
a, . _
~cÕ
com o crescimento do parênquima paliçádico. O crescimento
a.
das ramificações e da porção da parede em contato com o
mesofilo lacunoso, entretanto, requer crescimento intrusivo
apical. Deposição da parede secundária nessas esclereídes é
- ºº
:-=
o
CI')
uniforme e rápida, não ocorrendo até que a folha atinja seu
•Oc
::::,
(/)
a> o tamanho final. D, esclereídes maduras têm ramificações que
~ "' ura
se estendem paralelas à epiderme e outras projetadas em di-
ato
reção aos espaços intercelulares. As pontoações da parede
Espaços intercelulares D secundária estão localizadas em porções das esclereídes que
não perdem suas conexões com as células adjacentes ao longo
do crescimento. (Obtido de Esau, 1977; adaptado de Griffith,
1968.)
262 111 Anatomia das Plantas de Esau
condutor de Pereskia (Cactaceae), algumas escle- Turner e Hall, 2000; Burk et al., 2001). De interes-
reídes com paredes secundárias com múltiplas ca- se particular é o mutante interfascicular fiber-
madas se tornam subdivididas por septos em com- lessl (ifll), no qual as fibras interfasciculares (ex-
partimentos, cada qual se diferenciando em urna traxilemáticas) não se desenvolvem (Zhong et al.,
esclereíde com paredes secundárias com múltiplas 1997), indicando que o gene INTERFASCICULAR
camadas (Fig. 8.6B; Bailey, 1961). Tais esclereídes FIBERLESSJ (IFLJ), que, posteriormente, desco-
são re1niniscências das fibras septadas dos bambus briu-se ser o mesmo que o REVOLUTA (REV) (Ra-
(Pararneswaran e Liese, 1977). tcliffe et al., 2000), é essencial para a diferenciação
Primórdios de esclereídes não diferem em apa- normal das fibras interfasciculares. Esse gene tam-
rência das células parenquimáticas vizinhas. Ge- bém é necessário para o desenvolvimento normal
ralmente, os primórdios de esclereídes idioblásti- do xilema. O gene IFLIIREV se expressa na região
cas são discerníveis a partir das células vizinhas interfascicular na qual as fibras se diferenciam, as-
por seu tamanho grande, núcleos conspícuos e, sim corno na região vascular (Zhong e Ye, 1999).
em geral, um citoplasma denso (Boyd et al., 1982; Um estudo sobre o transporte polar de auxina re-
Heide-J0rgensen, 1990). velou que o fluxo de auxina através do caule da
inflorescência se reduz drasticamente nos mutan-
FATORES QUE CONTROLAM O DESEN- tes ifll. Além disso, um inibidor do transporte de
auxina alterou a diferenciação normal das fibras
VOLVIMENTO DE FIBRAS E ESCLEREÍDES
Os fatores que controlam o desenvolvimento de fi- interfasciculares nos caules da inflorescência em
plantas selvagens (Zhong e Ye, 2001) . A correlação
bras e esclereídes foram tema de nu1nerosos estu-
aparente entre o fluxo polar reduzido de auxina e
dos experimentais. Estudos de Sachs (1972) e Alo-
ni (1976, 1978) revelaram que o desenvolvimento a alteração na diferenciação das fibras no mutante
das fibras em cordões depende de estímulos origi- ijll sugere que o gene IFLJIREV pode estar en-
nários dos primórdios foliares jovens. A remoção volvido no controle do fluxo de auxina através da
precoce dos primórdios de Pisum sativum evitou região interfascicular. Resultados de um estudo
a diferenciação de fibras; além disso, mudanças na experimental separado (Little et al., 2002), no qual
posição das folhas experimentalmente alteraram o suprimento de auxina foi alterado, claramente in-
a posição dos cordões de fibras (Sachs, 1972). Os dicanl que AIA é necessário para o espessamento
resultados do estudo com Pisum foram confirma- e lignificação das paredes nas fibras interfascicula-
dos em Coleus, no qual também foi demonstrado res do caule da inflorescência deArabidopsis.
que a indução das fibras do floema primá1io é es- Cortes e1n folhas (Camellia japonica, Foard,
tritamente polar, em direção basfpeta das folhas 1959; Magnolia thamnodes, Talauma villosa, Tu-
para as raízes (Aloni, 1976, 1978). Além disso, foi cker, 1975) que normalmente possuem esclereídes
demonstrado que o efeito das folhas na diferencia- marginais induziram a diferenciação de esclereídes
ção das fibras do floerna primário em Coleus pode ao longo das "novas" margens. Quando cilindros de
ser substituído por aplicação de auxina exógena esclerênquima de caules de eudicotiledôneas foram
(AIA) em c01nbinação com giberelinas (GA:i) (Alo- interrompidos por re1noção de uma porção do entre-
ni, 1979). A aplicação de somente AIA induz a dife- nó, a continuidade do cilindro foi restabelecida por
renciação de poucas fibras; somente GA3 não teve meio da diferenciação de esclereídes dentro do calo
qualquer efeito na diferenciação das fibras. Ambos de injúria (Warren \1/ilson et al., 1983). Os resulta-
os hormônios são necessários para o desenvolvi- dos desses experimentos foram interpretados corno
mento das fibras no xilerna secundário de Populus uma evidência da presença de controle posicional no
(Digby e Wareing, 1966). As citocininas originadas desenvolvimento de esclereídes. Nas folhas, células
nas raízes também parecem desempenhar u1n pa- que normalmente se diferenciariam corno células do
pel regulatório no desenvolvimento das fibras do mesofilo, especializadas na fotossíntese, foram indu-
xilerna secundário (Aloni, 1982; Saks et al., 1984). zidas a se desenvolverem corno esclereídes quando
Foram descobertos vários mutantes de Arabi- posicionadas proximamente de u1na margem. Nos
dopsis que afetam o desenvolvimento das fibras na caules, o arranjo elas esclereídes regeneradas tendeu
região interfascicular dos caules das inflorescên- a refletir o cilindro de esclerênquima original (to-
cias (Turner e Sornerville, 1997; Zhong et ai., 1997; talmente ou majoritariamente composto por fibras)
Esclerênquima 111 263
de caules não injuriados. Pesquisas com fatores hor- BLYTH, A. 1958. Origin ofprimar y extraxylary stem
monais indicaram que os níveis de auxina na folha f1bers in dicotyledons . Univ . Calif. Publ. Bot. 30,
influenciam o desenvolvi1nento das esclereídes (Al- 145-232.
-Talib e Torrey, 1961; Rao, A. N. e Singarayar, 1968) . BOYD, D. W., 'vV. M. HARRIS e L. E. iVIURRY. 1982.
Quando a concentração de auxina estava alta, o de- Sclereid development in Camellia petioles . Am.
senvolvimento foi suprilnido, e quando a concentra- J Bot. 69, 339- 347.
ção estava baixa, as paredes celulares permanece- BURK, D. H., B. LIU, R. ZHONG, W. H. MORRISON e
rarn delgadas e não se lignificaram. Curiosamente, a Z.-H. YE. 2001. A katanin-like protein regulates
d iferenciação de esclereídes foi induzida na medula nonnal cell wall biosynthesis and cell elongation.
de Arabidopsis thaliana pela remoção das inflo- Plant Cell 13, 807- 827.
rescências en1 desenvolvimento (Lev-Yadun, 1997). BUTTERFIELD, B. G. e B. A. MEYLAN. 1976. The
A medula de plantas-controle maduras não apresen- occurrence of septate fibres in some New Zea-
tam esclereídes. land woods. N Z. J Bot. 14, 123- 130.
CARPENTER, C. H. 1963. Papermakingfi bers: A
photomicrographic atlas of woody, non-woo-
dy, and man-made fi bers used in paper-
REFERÊNCIAS making. Tech . Publ. 74. State University Colle-
ALDABA, V. C. 1927. The structure and develop- ge of Forestry at Syracuse University, Syracuse,
ment of the cell wall in plants. I. Bast fibers of NY.
Boehmeria and Linum. Am. J Bot. 14, 16-24. CHALK, L. 1983. Fibres. In: Anatomy ofthe Dicoty-
ALONI, R. 1976. Polarity of induction and pattern of ledons, 2. ed., vol. II, Wood Structure and Con-
primary phloem fiber differentiation in Coleus. clusion of the General Introduction, pp. 28-
Am. J. Bot. 63, 877- 889. 38, C. R. Metcalfe e L . Chalk . Clarendon Press,
ALONI, R. 1978. Source of induction and sites ofpri- Oxford.
mary phloem fibre differentiation in Coleus blu- DE BARY, A. 1884. Comparative anatomy of the ve-
mei. Ann. Bot. n .s. 42, 1261-1269. getative organs of the phanerogams and ferns.
ALONI, R. 1979. Role of auxin and gibberellin in Clarendon Press, Oxford.
differentiation of primary phloem fibers . Plant DIGBY, J. e P. F. WAREING. 1966. The effect of ap-
Physiol. 63, 609- 614. plied growth hor mones on ca1nbial division and
ALONI, R. 1982. Role of cytokinin in differentiation the d ifferentiation of t he cambial derivatives.
of secondary xylem fibers . Plant Physiol. 70, Ann. Bot. n .s. 30, 539-548.
1631- 1633. DUMBROFF, E. B. e H. W. ELMORE . 1977. Living
ALONI, R. e A. E. GAD. 1982. Anatomy ofthe prima- fibres are a principal feature of the xylem in see-
ry phloem fiber system in Pisum sativum. Am. dlings of Acer saccharum Marsh. Ann. Bot. n .s.
J. Bot. 69, 979- 984. 41, 471-472 .
AL-TALIB, K. H. e J. G. TORREY. 1961. Sclereid dis- ESAU, K. 1969. The Phloem. Handbuch der Pjlan-
tribution in the leaves of Pseudotsuga under na- zenanatomie, Band 5, Teil 2, Histologie. Gebrü-
t ural and experimental conditions. Am. J. Bot. der Borntraeger, Berlin, Stuttgart.
48, 71-79. ESAU, K. 1977. Anatomy of Seed Plants, 2. ed. Wi-
BAAS, P. 1986. Terminology of imperforate trachea- ley, New York.
ry elements- ln defense of librifor m fibres with ESAU, K. 1979. Phloem. ln : Anatomy of the Dico-
minutely bordered pits. IAWA Bull. n .s. 7, 82-86. tyledons, 2. ed., vol. I, Systematic Anatomy of
BAILEY, I. W. 1961. Comparative anatomy of the le- Leaf and Stem, with a Brief History of the Sub-
af-bearing Cactaceae. II. Structure and distribu- ject, pp. 181- 189, C. R. Metcalfe e L. Chalk. Cla-
tion of sclerenchyma in t he phloem of Pereskia, rendon Press, Oxford.
Pereskiopsis and Quiabentia. J. ArnoldArbor. EVERT, R. F. 1961. Some aspects of cambial deve-
42, 144- 150. lopment in Pyrus communis. Am. J Bot. 48,
BLOCH, R. 1946. Differentiation and pattern in 479- 488 .
lvfonstera deliciosa. The idioblastic develop- EVERT, R. F. 1963. Ontogeny and structure of the
ment of the trichosclereids in the air root. Am. J. secondary phloem in Pyrus malus. Am. J Bot.
Bot. 33, 544-551. 50, 8-37.
264 111 Anatomia das Plantas de Esau
FAHN, A. e B. LESHEM. 1963. Wood fibres vvith li- phyll Phillyrea latifolia: A quantitative approa-
ving protoplasts. New Phytol. 62, 91-98. ch . J Ex p. Bot. 49, 739-746.
FISHER, J. B. e J. W. STEVENSON. 1981. Occurrence KARABOURNIOTIS, G., N. PAPASTERGIOU, E. KA-
of reaction wood in branches of dicotyledons and BANOPOULOU e C. FASSEAS. 1994. Foliar scle-
its role in tree architecture. Bot. Gaz. 142, 82-95. reids of Olea europaea may function as optical
FOARD, D. E. 1959. Pattern and control of sclereid fibres. Can. J Bot. 72, 330-336.
formation in t he leaf of Camellia japoniea. Na- KUNDU, B. C. 1942. The anatomy of two Indian fi
ture 184, 1663- 1664. bre plants, Cannabis and Corehorus with spe-
FOSTER, A. S. 1944. Structure and development of cial reference to the fibre distribution and deve-
sclereids in the petiole of Camellia japoniea L. lopment. J. Jndian Bot. Soe. 21, 93- 128.
Bull. Torrey Bot. Club 71, 302- 326. KUO-HUANG, L.-L. 1990. Calcium oxalate crystals
FOSTER, A. S. 1947. Structure and ontogeny of the in the leaves of Nelumbo nueifera and Nym-
terminal sclereids in the leaf of Mouriria Huberi phaea tetragana. Taiwania 35, 178- 190.
Cogn. Am. J. Bot. 34, 501- 514. KUO-HUANG, L.-L. 1992. Ultrastructural study on
FOSTER, A. S. 1955. Structure and ontogeny of ter- the development of crystal-forming sclereids in
minal sclereids in Boronia serrulata. Am. J. Nymphaea tetragona. Taiwania 37, 104-114.
Bot. 42, 551-560. LEV-YADUN, S. 1997. Fibres and fibre -sclereids in
FOSTER, A. S. 1956. Plant idioblasts : Remarkable wild-type Arabidopsis thaliana. Ann. Bot. 80,
examples of cell specialization. Protoplasma 46, 125-129.
184-193. LITTLE , C. H. A., J. E. MACDONALD e O. OLSSON.
GRJFFITH, M. M. 1968 . Development of sclereids in 2002. Involvement of indole-3-acetic acid in fas-
Osmanthus Jragrans Lour. Phytomorphology cicular and interfascicular interfascicular cam-
18, 75-79. bial growth a nd interfascicular extraxylary fi ber
GRITSCH, C. S. e R. J. MURPHY. 2005. Ultrastruc- differentiation in Arabidopsis thaliana inflo-
ture of fibre and parenchyma cell walls during rescence stems. Int. J Plant Sei. 163, 519-529.
early stages of cuhn development in Dendroea- MAGEE, J. A. 1948. Histological structure of the
lamus asper. Ann. Bot. 95, 619- 629. stem of Zea mays in relation to stiffness of stalk.
HABERLANDT, G. 1914. Physiologieal Plant Ana- Iowa State Coll. J. Sei. 22, 257- 268 .
tomy. Macmillan, London. MANN, L. K . 1952. Anatomy of the garlic bulb and
HARRIS, M., ed. 1954. Handbook ofTextile Fibers. factors affecting bud development. Hilgardia 21,
Harris Research Laboratories, Washington, DC. 195-251.
HARRIS, W. M. 1983. On the development of ma- r.1URDY, W. H. 1960. The strengthening system in
crosclereids in seed coats of Pisum sativum L. the stem of maize. Ann. Mo. Bot. Gard. 67, 205-
Am. J. Bot. 70, 1528-1535. 226.
HARRIS, W. M. 1984. On the development of osteos- MURPHY, R. J. e K. L. ALVIN. 1992. Variation in fi -
clereids in seed coats of Pisum sativum L. New bre wall structure in bamboo. IAWA Bull. n.s. 13,
Phytol. 98, 135-141. 403-410.
HEIDE-J0RGENSEN, H. S. 1990. Xeromorphic le- MURPHY, R. J . e K. L. ALVIN. 1997. Fibre matura-
aves of Hakea suaveolens R. Br. IV. Ontogeny, tion in the bamboo Gigantoehloa scortechinii.
structure and function of the sclereids. Aust. J. IAWA J 18, 147-156.
Bot. 38, 25-43. NANKO, H. 1979. Studies on the development and
HOLDHEIDE, W. 1951. Anatomie mitteleuropais- cell ,1/all structure of sclerenchymatous elements
cher Gehõlzrinden (1nit mikrophotographischem in the secondary phloem of woody dicotyledons
Atlas) . In: Handbueh der Mikroskopie in der and conifers . Ph. D. Thesis. Depar tment of Wood
Teehnik, Band 5, Heft 1, pp. 193- 367. Umschau Science and Technology, Kyoto University, Kyoto,
Verlag, Frankfurt am Main. Japan.
IAWA Committee on Nomenclature. 1964. Interna- NANKO, H., H. SAIKI e H. HARADA. 1977. Develo-
tional glossary of terms used in wood anatomy. pment and structure of the ph loem fiber in the
Trop. Woods 107, 1-36. secondary phloem of Populus euramerieana.
KARABOURNIOTIS, G. 1998. Light-guiding func- l'vlokuzai Gakkaishi ( J Jpn. Wood Res. Soe.)
tion of foliar sclereids in the evergreen sclero- 23, 267-272 .
Esclerênquima 111 265
NEEDLES, H. L. 1981. Handbook ofTex tile Fibers, Naturforseh. Ges. Sehaffhausen 21, 29-43.
Dyes, and Finishes. Garland STPM Press, New SCHOCH-BODMER, H. e P. HUBER. 1951. Das Spit-
York. zenwachstum der Bastfasern bei Linum usita-
OHTANI, J. 1987. Vestures in septate ,;vood fibres. tissimum und Linum perenne. Ber. Sehweiz.
IAWA Bull. n .s. 8, 59-67. Bot. Ges. 61, 377-404.
PARAMESWARAN, N. eW. LIESE. 1969. On the for- SCHWENDENER, S. 1874. Das meehanisehe Prin-
mation and fine structure of septate wood fibres eip in anatomisehen Bau der Monoeotylen
of Ribes sanguineum. Wood Sei. Teehnol. 3, mit vergleiehenden Ausblieken auf die übri-
272- 286. gen Pjtanzenklassen. Wilhelm Engelmann, Lei-
PARAMESWARAN, N. e W. LIESE. 1977. Structure pzig.
of septate fibres in bamboo. Holzforsehung 31, SPERRY, J. S. 1982. Observations of reaction fibers
55- 57. in leaves of dicotyledons. J. Arnold Arbor. 63,
PATEL, R. N. 1964. On t he occurrence of gelatinous 173- 185.
fibres with special reference to root wood. J. STAFF, I. A. 1974. The occurrence of reaction fibres
Inst. Wood Sei. 12, 67-80. in Xanthorrhoea australis R. Br. Protoplasma
PURKAYASTHA, S. K. 1958. Growth and develop- 82, 61-75.
ment of septate and crystalliferous fibres in some STARITSKY, G. 1970. The morphogenesis of the in-
Indian t rees. Proe. Natl. Inst. Sei. India 24B, florescence, flower and fruit of Pyrus nivalis Ja-
239-244 . cquin var. orientalis Terpó. Meded. Landbou-
RAO, A. N. e M. SINGARAYAR. 1968. Controlled di- whogeseh. Wageningen 70, 1-91.
fferentiation of foliar sclereids in Fagraea Jra- TOBLER, F. 1957. Die meehanisehen Elemen-
grans. Ex perientia 24, 298-299. te und das meehanisehe System. Handbueh
RAO, T. A. 1991. Compendium of Foliar Selereids der Pjtanzenanatomie, 2 . ed ., Band 4, Teil 6,
in Angiosperms: Morphology and Taxonomy. Histologie. Gebrüder Bornt raeger, Berlin-Niko-
Wiley Eastern Limited, New Delhi. lassee.
RAO, T. A. e S. DAS. 1979. Leaf sclereids- Occur- TOMLINSON, P. B. 1961. Anatomy of the jvfonoeo-
rence and distribution in t he angiosperms. Bot. tyledons. 2 . Palmae. C!arendon Press, Oxford.
Not. 132, 319- 324. TUCKER, S. C. 1975. Wound regeneration in the la-
RATCLIFFE, O. J., J. L. RIECHMANN e J. Z. ZHANG. mina of magnoliaceous leaves. Can. J. Bot. 53,
2000. INTERFASCICULAR FIBERLESSl is the 1352- 1364.
sarne gene as REVOLUTA. Plant Cell 12, 315-317. TURNER, S. R. e M. HALL. 2000. The gapped xy-
ROLAND, J.-C., D. REIS, B. VIAN, B. SATIAT-JEU- lem mutant identifies a common regulatory step
NEMAITRE e M. MOSINIAK. 1987. Morphogene- in secondary cell wall deposition. Plant J. 24,
sis of plant cell walls at the supramolecular level: 477-488.
Internai geometry and versatility of helicoidal TURNER, s. R. e e. R. SOMERVILLE. 1997. Collap-
expression. Protoplasma 140, 75-91. sed xylem phenotype of Arabidopsis identifies
ROLAND, J.-C., D. REIS, B. VIAN e S. ROY. 1989. The mutants deficient in cellulose deposition in the
helicoidal plant cell wall as a perfor ming cellulo- secondary cell wall. Plant Cell 9, 689-701.
se-based composite. Biol. Cell 67, 209-220. VON TEICHMAN, I. e A. E. VAN WYK. 1993. Onto-
SACHS, T. 1972 . The induction of fibre differentia- geny and structure of the drupe of Ozoroa pani-
tion in peas. Ann. Bot. n.s. 36, 189-197. eulosa (Anacardiaceae). Bot. J. Linn. Soe. 111,
SAKS, Y., P. FEIGENBAUM e R. ALONI. 1984. Re- 253- 263.
gulatory effect of cytokinin on secondary xylem WARDROP, A. B. 1964. The reaction anatomy of ar-
fiber formation in an in vivo system. Plant Phy- borescent angiosperms. ln: The Formation of
siol. 76 , 638- 642. Wood in Forest Trees, pp. 405- 456, M. H. Zim-
SCHOCH-BODMER, H. 1960. Spitzenwachstum und mermann, ed. Academic Press, New York.
Tüpfelverteilung bei sekundaren Fasern von WARREN WILSON, J., S. J. DIRCKS e R. I. GRANGE.
Sparmannia. Beih. Z. Sehweiz. Forstver. 30, 1983. Regeneration of sclerenchyma in wounded
107-113. dicotyledon stems. Ann. Bot. n.s. 52, 295-303.
SCHOCH-BODMER, H. e P. HUBER. 1946. Wachstu- WENHAM, M. \1/. e F. CUSICK. The growth of secon-
mstypen plastischer Pflanzenmembranen. Mitt. dary wood fibres. New Phytol. 74, 247-261.
266 111 Anatomia das Plantas de Esau
EPIDERME
O termo epiderme designa a ca1nada mais ex- em monocotiledôneas perenes que não têm adi-
terna de células no corpo primário da planta. É de- ção secundária para o tecido vascular, 1nas subs-
rivado do grego epi, acima, e derma, pele. Neste tituem a epiderme co1n um tipo especial de peri-
livro, o termo epiderme se refere à camada mais derme (Capítulo 15) . Em raízes e caules lenhosos,
externa de células sobre todas as partes do corpo a epiderme varia em longevidade, dependendo do
primário da planta, incluindo raízes, caules, folhas, tempo de formação da periderme. Mais comumen-
flores, frutos e sementes. A epidenne está ausente te, a peridenne se forma no primeiro ano de cres-
na coifa e não é diferenciada como tal nos meriste- cimento dos caules e raízes lenhosos, mas nume-
mas apicais. rosas espécies arbóreas não produzem periderme
A epiderme do caule se origina da camada ce- até que seus eixos estejam consideravelmente es-
lular mais externa do meristema apical. Nas raí- pessados. Nessas plantas, a epiderme, bem como
zes, a epidenne pode ter uma origem comum com o córtex subjacente, continuam a crescer e, assim,
células da coifa ou se diferenciar a partir da ca- mantêm o ritmo com a circunferência crescente
mada celular mais externa do córtex (Capítulo 6; do cilindro vascular. As células individuais expan-
Clowes, 1994). A diferença na origem da epiderme dem tangencialmente e dividem radialmente. Um
nos caules e raízes tem convencido alguns pes- exemplo de tal crescimento prolongado é encontra-
quisadores que a camada superficial da raiz pode do en1 caules de carvalho listrado (Acer pensyl-
ter seu próprio nome, riz oderme ou epiblema vanicum; syn. A. striatum), em que troncos de
(Linsbauer, 1930; Guttenberg, 1940) . Apesar das quase 20 anos podem alcançar uma espessura de
diferenças na orige1n, existe continuidade entre a quase 20 cm e ainda permanecer com a epiderme
epiderme da raiz e aquela do caule. Se os termos original (de Bary, 1884). As células dessa epider-
epiderme e protoderme, para a epiderme indife- 1ne velha não são mais do que duas vezes tangen-
renciada, são usados em um sentido morfológico- cialmente maiores que as células epidérmicas em
-topográfico, e o problema da origem for ignorado, um eixo conl 5 mm de espessura. Esta relação de
ambos os termos podem ser usados amplamente tamanho mostra claramente que as células epidér-
para se referir ao tecido superficial primário da 1nicas estão se dividindo continuamente enquanto
planta toda. o caule aumenta em espessura. Outro exemplo é
Órgãos com pouco ou nenhum crescimento se- Cercidium torreyanum, uma árvore sem folhas
cundário geralmente retêm sua epiderme enquan- na maioria das vezes, mas com uma casca verde e
to existire1n. Uma exceção notável é encontrada uma epiderme persistente (Roth, 1963).
268 111 Anatomia das Plantas de Esau
175 µm 1
bf
FIGURA 9.1
Secção transversal da folha de milho (Zea mays) mostrando epiderme unisseriada em ambas as faces do limbo. Um
único estômato (seta) pode ser visto aqui. Os feixes vasculares de vários tamanhos são delimitados do mesofilo por
bainha do feixe (bf) proeminente. (Obtido de Russell e Evert, 1985, Fig. 1. © 1985, Springer-Verlag.)
-~ •,.
..
i~I;'I1ft,t:tii:t't;,,t .,
\ : :·
\ ,
A
Células-guarda
jovens
B
FIGURA 9.3
Epiderme múltipla (em ambas as superfícies foliares) em secções transversais de folhas de Ficus elastica em três
estágios de desenvolvimento. A epiderme está pontilhada em A, B e com paredes espessas em C. Parte da folha foi
omitida em C. Desenvolvimento do cistólito: A , a parede espessa no litocisto; B, a haste celulósica aparece; C, car-
bonato de cálcio é depositado na haste. Diferentemente de outras células epidérmicas, o litocisto não sofre divisões
periclinais. (A, x270; B, xl63; C, x234.)
al., 1989; Taylor, M. G. et al., 1993). O pedúncu- volvida nos movimentos foliares circadianos e
lo se origina como uma invaginação cilíndrica da indução fotoperiód ica (Mayer, E. T. et al., 1973;
parede celular. Os litocistos não se dividem, mas Levy e Dean, 1998; Hempel et al. , 2000) . Nas gra-
acompanham o aumento da altura da epiderme, 1níneas marinhas (Iyer e Barnabas, 1993) e outras
chegando a se projetar no mesofilo (Fig. 9.3). Em angiospermas aquáticas submersas, a epiderme
algumas plantas (Peperomia, Fig. 7.4), as células é o principal local de fotossíntese (Sculthorpe,
da epiderme n1últipla permanecem organizadas 1967) . A epiderme é uma camada protetora im-
em fileiras radiais e revelam claramente sua ori- portante contra injúrias induzidas por radiação
gem comum (Linsbauer, 1930). UV-B na região do mesofilo das folhas (Robbere-
As funções comuns da epiderme das partes aé- cht e Caldwell, 1978; Day et al. , 1993; Bilger et al.,
reas da planta estão associadas com a redução da 2001), e em algumas folhas as células epidérmicas
perda de água por transpiração, proteção mecâ- na superfície adaxial agem como lentes, focando
nica e trocas gasosas através dos estômatos. Por luz sobre os cloroplastos das células do parênqui-
causa do arranjo con1pacto das células e da pre- ma paliçádico subjacente (Bone et al., 1985; Mar-
sença de cutícula relativamente resistente, a epi- tin, G. et al., 1989) . Células epidérmicas tanto do
derme também oferece suporte mecânico e acres- caule quanto da raiz estão envolvidas com a ab-
centa rigidez aos caules (Niklas e Paolillo, 1997) . sorção da água e solutos.
Nos caules e coleoptiles, a epiderme, que está sob Embora a epiderme madura seja geralmente
tensão, tem sido considerada como o tecido que passiva com respeito à atividade meristemática
controla o alongamento de todo o órgão (Kuts- (Bruck et al., 1989), ela frequentemente manté1n a
chera, 1992; Peters e Tomos, 1996) . A epiderme potencialidade de crescimento por um longo perí-
é também um compar timento de armazenamento odo. Como mencionado anteriormente, em caules
dinâmico de vários produtos metabólicos (Dietz perenes em que a periderme aparece tardiamen-
et al., 1994) e o local de percepção luminosa en- te, ou nunca se forma, a epiderme continua a se
270 111 Anatomia das Plantas de Esau
Ii ___
cutícula à parede externa. A camada de
~ . .. pectina é contínua com a lamela média
p
entre as paredes anticlinais, onde a cutí-
FIGURA 9.6 cula se estende profundamente, forman-
Estrutura geral da cutícula. Detalhes: CC, camada cuticular ou região do pegs cuticulares.
reticulada, atravessada por microfibrilas de celulose; CP, cutícula pro- A ultraestrutura da cutícula mostra
priamente dita, mostrando estrutura lamelar; PC, parede celular; CE, variação considerável. Dois co1nponentes
cera epicuticular; P, camada de pectina e lamela média; MP, membra- ultraestruturais distintos podem ser en-
na plasmática; T, teicoide. (Obtido de Jeffree, 1986. Reimpresso com contrados na matriz: lame las e fibrilas
permissão de Cambridge University Press.) (Fig. 9.6) . As fibrilas provavelmente são
constituídas principalmente por celulo-
ou como estruturas cristalinas de vários fonnatos se. As espécies vegetais diferen1 quanto à presença
(Fig. 9.7). Entre os formatos n1ais con1uns estão os ou ausência desses componentes. Com base nisso,
tubulares, bastões sólidos, filamentos, placas, fitas Holloway (1982) reconheceu seis tipos estruturais
e grânulos (Wilkinson, 1979; Barthlott et al., 1998; de cutícula. Quando ambos componentes estão
Meusel et al., 2000). Cera epicuticular confere o bri- presentes, a região lamelar corresponde à cutícula
lho de muitas folhas e frutos. O brilho resulta da re- propriamente dita e a região reticulada contendo
flexão e distribuição da luz pelos cristais de cera. fibrilas corresponde à(s) camada(s) cuticular(es) .
A cera epicuticular desen1penha um papel impor- A ultraestrutura da cutícula parece afetar signi-
tante na redução da perda de água via cutícula. A ficantemente sua pern1eabilidade : cutículas com
prática comercial de n1ergulhar uvas em compostos estrutura completamente reticulada são mais per-
químicos que aceleram a secagem dos frutos leva meáveis a certas substâncias que aquelas com uma
ao achatamento das plaquetas de cera e sua orien- região lamelar n1ais externa (Gouret et al., 1993;
tação paralela. Essa mudança provavelmente facili- Santier e Chamel, 1998). De qualquer forma, as
ta o movimento da água do fruto para a atmosfera ceras cuticula res formam a principal barreira con-
(Possingham, 1972). A cera epicuticular também é tra a difusão de água e solutos através da cutícu-
responsável pelo au1nento da capacidade da super- la, sendo, em grande parte, responsáveis por criar
fície epidérmica de escoar água (Eglinton e Hamil- um caminho sinuoso e, consequentemente, um ca-
ton, 1967; Rentschler, 1971; Barthlott e Neinhuis, minho mais extenso para a difusão de moléculas
1997) e, consequentemente, limita o acúmulo de (Schreiber et al., 1996; Buchholz et al., 1998; Buch-
partículas contaminadas e de esporos patogênicos holz e Schõnherr, 2000) . Com base em evidências
trazidos pela água. Uma camada excepcionalmente experimentais (Schõnherr, 2000; Schreiber et al. ,
espessa de cera (de até 5 mm) ocorre em folhas de 2001), Riederer e Schreiber (2001) concluíram que
Klopstockia cerijera, a pahneira de cera dos Andes a água que atravessa a cutícula se difunde como
(Kreger, 1958) e em folhas de Copernicia cerijera, moléculas simples em uma rota chamada lipofílica
a palmeira de cera brasileira, a partir da qual a cera composta por ceras amorfas. Uma fração menor de
Epiderme 111 273
E· ·:··:· .._. ....... _. .. ....._._.·:· ... .... ._._. ............ ...................................... ...... .. ....... .. FCE
.. . . ..... ··"···-······..·······•··•··--... ·-·-· CP
CC
CCE
FCE
CP
FIGURA 9.8
Desenvolvimento da cutícula propriamente dita (CP) e de estágios iniciais do desenvolvimento da camada cuticular
(CC) na parede primária (PP). A-D, conversão da procutícula em cutícula lamelar propriamente dita. Lipídios globu-
lares podem estar envolvidos na formação da cutícula lamelar propriamente dita, corno em E. E , lipídios globulares
recober tos com material elétron-lucente constituem a zona de transição entre cutícula propriamente dita/camada
cuticular. As lamelas podem se tornar menos regulares. Um filme amorfo de cera epicuticular (FCE) aparentemente
está presente na superfície da cutícula propriamente dita. F, incorporação de material da parede primária (PP) na
camada cuticular. Retículos predominantemente radiais alcançam a cutícula propriarnente dita. Cristais de cera epi-
cuticular (CCE) começam a se formar antes do térrnino da expansão celular. (Obtido de Jeffree, 1996, Fig. 2.12a-f. ©
Taylor e Francis.)
cula não se rompe, uma vez que, aparentemente, causam abertura e fechamento do poro. O termo
nenhum micro-organismo possui enzimas para estômato, em grego, significa boca e, convencio-
a degradação de cutina/cutano (Frey-\iVyssling e nalmente é usado para designar o poro e as duas
Mühlethaler, 1959). Enl virtude de sua estabilidade células-guarda. Em algumas espécies, os estôma-
química, a cutícula é preservada como em mate- tos são circundados por células que não diferem
rial fóssil e é muito útil na identificação de espécies das demais células epidérmicas. Essas células são
fósseis (Edwards et al., 1982). Foi demonstrado chamadas células vizinhas. Em outras, as célu-
que as características da cutícula são úteis na ta- las são circundadas por un1a ou mais células que
xonomia de coníferas (Stockey et al., 1998; Kim et diferem no tamanho, na forma, no arranjo e, às ve-
al., 1999; Ickert-Bond, 2000). zes, no conteúdo das células epidérmicas comuns.
Essas células distintas são chamadas células sub-
sidiárias (Figs. 9.5, 9.13, 9.14, 9.15, 9.17A, 9.20 e
ESTÔMATOS 9.21). A função principal dos estômatos é regular
Os estômatos ocorrem em todas as partes a troca de vapor d'água e de C02 entre os tecidos
aéreas do corpo primário das plantas internos da planta e a atmosfera (Hetherington e
Os estômatos são aberturas (o poro estomático) Woodward, 2003).
na epiderme delimitadas por duas células-guarda Os estômatos ocorrem em todas as partes aé-
(Fig. 9.10), que, por mudanças em seu formato, reas do corpo primário da planta, porém são n1ais
Epiderm e 111 275
FIGURA 9.9
Desenvolvimento de filamentos de cera epicuticular na superfície abaxial da bainha foliar de sorgo (Sorghum bi-
color). A, filamentos de cera emergindo das células suberosas adjacentes às células silicosas (cs). Inicialmente, os
filamentos aparecem como secreções circulares. B, corri o desenvolvimento, as secreções aparecem como cilindros
curtos. C, D, com o desenvolvimento contínuo, as secreções formam grupos de filamentos de cera epicuticular. (Obti-
do de Jenks et al., 1994. © 1994 pela Universidade de Chicago. Todos os direitos reservados.)
abundantes nas folhas. As partes aéreas de algu- sativum (Lefebvre, 1985), e Ceratonia siliqua
mas plantas terrestres aclorofiladas (Monotropa, (Christodoulakis et al., 2002) . A densidade esto-
Neottia) e as folhas da família holoparasita Bala- mática varia grandemente nas folhas fotossinteti-
nophoraceae (Kuijt e Dong, 1990) não possuem zantes, em diferentes partes da mesma folha e em
estômatos. Raízes, geralmente, não possuem estô- diferentes folhas da mesma planta, sendo influen-
matos. Foram encontrados estômatos nas raízes da ciada pelos fatores ambientais, como a luz e os ní-
plântula de diversas espécies, incluindo Helian- veis de C02 . Foi sugerido que efeitos ambientais so-
thus annuus (Tietz e Urbasch, 1977; Tarkowska bre o número de estômatos e tricomas podem ser
e Wacowska, 1988), Pisum arvense, Ornithopus mediados pela composição da cera cuticular (Bird
sativus (Tarkowska e Wacowska, 1988), Pisum e Gray, 2003). Estudos mostram que o desenvolvi-
276 111 Anatomia das Plantas de Esau
~cz,~sto
' ~
o , ..
;,
mento dos estômatos em folhas jovens é regulado uma, tanto na superior (folha epiestomática)
por un1 n1ecanismo de percepção da luz e níveis de ou, mais comu1nente, na inferior (folha hipoes-
CO2 ao redor das folhas 1naduras da mesma planta, tomática). Alguns exemplos de densidade esto-
mais do que pelas próprias folhas jovens (Brown- mática (por milímetro quadrado, superfície infe-
lee, 2001; Lake et al., 2001; Woodward et al., 2002} rior/superfície superior), encontrados em Wilmer
A informação captada pela folha madura deve ser e Fricker (1996) são Allium cepa 175/175, Ara-
retransmitida para as folhas em desenvolvimento bidopsis thaliana 194/103, Avena sativa 45/50,
via sinais sistêmicos de longa distância. Nas folhas, Zea mays 108/98, Helianthus annuus 175/120,
os estômatos podem ocorrer em ambas as super- Nicotiana tabacum 190/50, Cornusjlorida 8310,
fícies (folha anjiestomática) ou em somente Quercus velutina 40510, Titia americana 891/0,
Epiderme 111 277
Larix decidua 16/14, Pinus strobus 120/120. Em muns quanto à composição química, sendo mais
geral, a densidade estomática é maior em folhas de permeável à água (Schõnherr e Riederer, 1989).
plantas xeromórficas do que em folhas de plantas Cada célula-guarda tem um núcleo proen1inente,
mesomórficas e hidromórficas (Roth, 1990). Entre numerosas 1nitocôndrias e cloroplastos pouco de-
as plantas aquáticas, os estômatos estão distribu- senvolvidos, onde o amido se acumula durante a
ídos em todas as superfícies das folhas emersas e noite; durante o dia, com a abertura dos estôma-
somente na face superior de folhas flutuantes. As tos, ocorre diminuição na quantidade do ainido
folhas submersas geralmente não possuem estô- estocado. O sistema vacuolar é fragmentado
matos (Sculthorpe, 1967) . Nas folhas de algumas em graus diferentes. A extensão do volume vacuo-
espécies, os estômatos ocorrem em agrupamentos lar difere grandemente en1 estô1natos abertos e
distintos, em vez de estarem uniformemente distri- fechados, ocupando desde uma fração muito pe-
buídos, por exemplo, em Begonia semperjlorens quena do volume celular em estômatos fechados
(2 a 4 por agrupamento) e Saxifraga sarmentosa até 90% em estômatos abertos. Células-guarda em
(cerca de 50 por agrupamento) (Weyers e Meidner, formato de rim, como as de eudicotiledôneas, tam-
1990). bém ocorrem em algumas monocotiledôneas e em
O posicionamento dos estômatos com relação gimnospermas.
às demais células epidérmicas pode variar (Fig. Nas Poaceae e e1n algumas outras famílias de
9.11). Eles podem ocorrer no mesmo nível das cé- 1nonocotiledôneas, as células-guarda são halteri-
lulas epidérmicas adjacentes e podem ser salientes formes; isto é, são estreitas na região mediana e
ou se localizar em um nível inferior ao das demais apresentam extremidades dilatadas (Fig. 9.13).
células epidérmicas. Em algumas plantas, os estô- O núcleo das células-guarda em Poaceae também
matos ocorrem em depressões chamadas criptas apresenta formato de haltere, sendo extremamente
estomáticas, que frequentemente contêm trico- delgado na região mediana e ovoide nas extremida-
mas bastante desenvolvidos (Fig. 9.12) . des. Não se sabe se as células-guarda com formato
de halteres em outras famílias de monocotiledône-
As células-guarda geralmente apresentam as possuem núcleo halteriforme (Sack, 1994). Em
formato de rim Poaceae, a maioria das organelas, incluindo os va-
As células-guarda das eudicotiledôneas geralmen- cúolos, está localizada nas extremidades bulbosas
te apresentam formato de meia-lua com as extre- das células. Além disso, os protoplastos das duas
midades atenuadas (formato reniforme) em vista células-guarda estão interconectados através de
frontal (Figs. 9.10A e 9.llD), e apresentam uma poros nas paredes comuns entre as extremidades
saliência formada por material de parede sobre o dilatadas. Por causa dessa continuidade protoplas-
lado externo ou sobre os lados externo e interno. mática, as células-guarda devem ser consideradas
Em secção transversal, essa saliência se assemelha co1no uma unidade funcional, na qual mudanças
a uma crista. Se duas saliências estão presentes, a de turgor são imediatamente percebidas. A abertu-
mais externa delimita a câmara frontal e a mais ra dos poros resulta do incompleto desenvolvimen-
interna delimita a câmara posterior. Os estômatos to das paredes celulares (Kaufman et al., 1970a;
com duas saliências apresentam três aberturas, Srivastava e Singh, 1972). Existen1 duas células
sendo a mais externa e a mais interna formadas subsidiárias, uma de cada lado do estômato (Figs.
pelas cristas e uma abertura central em um ponto 9.13A e 9.14).
intermediário entre as outras duas formadas pelas Os estômatos da maioria das coníferas estão
paredes das células-guarda opostas. A abertura localizados em depressões e aparecem como se
interna raramente se fecha completamente e, de- fossem suspensos pelas células subsidiárias que
pendendo do estágio de formação do poro, a aber- se arqueiam sobre eles, formando uma cavidade
t ura externa pode ser mais estreita (Saxe, 1979). em forma de funil chamada câmara epistomáti-
As células-guarda são cobertas por cutícula. Como ca (Figs. 9.5 e 9.15; Johnson e Riding, 1981; Rie-
mencionado previamente, a cutícula se estende derer, 1989; Zellnig et al., 2002). Em sua região
através da(s) abertura(s) do estômato e da câma- 1nediana, as células-guarda são elípticas e1n sec-
ra subestomática. Aparentemente, a cutícula das ção transversal e apresentam lúmen estreito. Em
células-guarda difere das células epidérmicas co- suas extremidades, as células-guarda são trian-
278 111 Anatomia das Plantas de Esau
Crista externa--..:. .
Câmara traseirar--i,..-"i
Cutícula
A
Células- Crista interna.__"" E Musa
-guarda
Prunus Pastinaca
Células-guarda ~
0 QS
Hedera
\
a
,,. - 'i'\
•
e-. Poro
B
e Solanum
Células-guarda J
Euonymus
FIGURA 9.11
Estômatos na epiderme abaxial de folhas. A-C, estômatos e algumas células associadas em folha de pêssego seccio-
nada ao longo dos planos indicados em D pelas linhas pontilhadas aa, bb e cc. E-H, J, estômatos de várias folhas,
seccionados no plano aa. I, uma célula-guarda de hera seccionada no plano bb. Os estômatos estão elevados em A, E ,
J . Em H, os estômatos estão levemente elevados, enquanto aparecem em reentrâncias discretas em G e em reentrân-
cias profundas em F. As protrusões com formato de chifres nas células-guarda são secções transversais das cristas.
Alguns estômatos têm duas cristas (E , F, G); outros apresentam somente uma (A , H , J). As cristas são cuticulares
em A , F, H . A folha de Euonymus ( F) apresenta uma cutícula espessa; as células epidérmicas estão parcialmente
ocluídas por cutina. (A -D, F-J, x72; E , x285.)
gulares e possuem lúmen mais amplo. Um aspec- Nas Pinaceae, a câmara epistomática geralmen-
to característico desses complexos estomáticos é te é preenchida com cera epicuticular em forma
que as paredes das células-guarda e das células de túbulos que forma um "tampão" poroso sobre
subsidiárias são parcialmente lignificadas. As o estômato (Johnson e Riding, 1981; Riederer,
regiões não lignificadas das paredes das células- 1989). Os túbulos se originam das células-guarda
-guarda ocorrem nas áreas de contato con1 outras e células subsidiárias. Tampões estomáticos ocor-
células (células subsidiárias e células hipodérmi- rem também em outras coníferas (Podocarpaceae,
cas) onde as paredes são relativamente delgadas. Araucariaceae e Cupressaceae; Carlquist, 1975;
Esses aspectos da parede parecem estar relacio- Brodribb e Hill, 1997) e em duas famílias de an-
nados com os mecanismos de movimento estomá- giospermas sem vasos (Winteraceae e Trocho-
tico nas coníferas. Uma faixa especialmente fina dendraceae). Nas angiospermas que não possuem
não lignificada da parede das células-guarda tam- vasos, os estômatos são tamponados com material
bém faceia o poro. As células-guarda lignificadas alveolar com aspecto semelhante à cera, porém
são raras em angiospermas (Kauf1nann, 1927; Pa- constituído por cutina (Bongers, 1973; Carlquist,
levitz, 1981) . 1975; Feild et al., 1998) .
Epiderme 111 279
-~ ,_i -
Célula 10 mm
subsidiária Célula
Célula - subsidiária
0 -guarda
?i•.,;( •·
.·. e
~ · élula-
C -guarda
~
8
:·;;';;(;%;;;f®
~
o
FIGURA 9.13
Células-guarda halteriformes em arroz (Oriza; Poace-
ae) em (A) vista frontal e (B -D) em secções nos planos
indicados na Figura 9.110 pelas linhas pontilhadas aa, Secção transversal de um estômato fechado na folha de
bb, cc. A , células-guarda em um plano focal alto onde o milho (Zea mays). Cada célula-guarda com parede es-
lúmen não é visível na porção estreita da célula. B, uma pessa está ligada a uma célula subsidiária.
célula-guarda seccionada no plano bb, mostrando o nú-
cleo halteriforme. C, célula seccionada no plano aa. D,
seccionada no plano cc. (Obtido de Esau, 1977.) mais difundida é que os tampões sirvam principal-
mente para restringir a perda de água por transpira-
ção. Embora os tampões de cera exerçam claramen-
A função dos tampões estomáticos não é bem te este papel, Brodribb e Hill (1997) sugeriram que
co1npreendida (Brodribb e Hill, 1997). A sugestão os tampões de cera das coníferas podem ter evoluí-
280 111 Anatomia das Plantas de Esau
Células subsidiárias
f\,<:.: , .:t~.., );
bl '.
.. ~ ~:"
a
~ ~ ~'<f-- e
E
Célula-guarda Porções elásticas
' éla parede
Células A
subsidiárias Célula- C
-guarda
FIGURA 9.15
Estômatos de folhas de coníferas. A , vista frontal da epiderme de Pinus merkusii com dois estômatos em reentrân-
cias profundas. As células subsidiárias e as outras células epidérmicas formam um arco sobre as células-guarda. Estô-
matos e algumas células associadas de Pinus ( B-D) e Sequoia ( E, F ). As linhas pontilhadas em A indicam os planos
de seccionamento em B -F: aa, B, E; bb, D; cc, C, F. (A, xl82; G-D, x308; E, F, x588. A, adaptado de Abagon, 1938.)
do con10 uma adaptação às condições úmidas e ser- das compartilham uma característica marcante -
vem para manter o poro livre de água. Isto poderia a presença de paredes desigualmente espessadas.
facilitar as trocas gasosas e aumentar a fotossínte- Essa característica parece estar relacionada às
se. De modo similar, Field et al. (1998) concluíram mudanças na forma e no volume (e mudanças con-
que os tampões estomáticos cutináceos em Drimys comitantes no tamanho do poro eston1ático), oca-
winteri (Winteraceae) são mais importantes para a sionadas por mudanças no turgor nas células-guar-
atividade fotossintética do que na prevenção contra da. Em células-guarda reniformes, a parede oposta
perda de água. Anteriormente, Jeffree et al. (1971) ao poro (parede dor sal) é geralmente mais fina
calcularam a restrição das trocas gasosas pelos e, portanto, n1ais flexível que a parede que delimita
tampões de cera nos estômatos de Picea sitchen- o poro (par ede ventral) . As células-guarda re-
sis. Os autores concluíran1 que enquanto a taxa de niformes são comprimidas em suas extremidades,
transpiração foi reduzida a quase dois terços, a taxa onde elas estão conectadas uma à outra; além dis-
de fotossíntese foi reduzida a aproximadamente um so, essas paredes comuns às células-guarda per-
terço. Tampões de cera também podem auxiliar na 1nanecem quase constantes em extensão durante
prevenção contra a invasão de fungos via poro esto- as mudanças no turgor. Consequentemente, o au-
mático (Meng et al., 1995). mento no turgor leva ao a rqueamento da parede
dorsal fina , enquanto a parede ventral se torna
reta ou côncava. A célula toda parece se curvar e
As células-guarda têm paredes desigualmen- afastar do poro, fazendo com que este aumente em
te espessadas, com microfibrilas de celulose tan1anho. Mudanças contrárias ocorrem sob dimi-
dispostas radialmente nuição do turgor.
Embora as células-guarda dos principais grupos de Em Poaceae, nas células-guarda com formato
plantas apresentem características peculiares, to- de halteres, a porção mediana apresenta paredes
Epiderm e 111 281
Luz azul e ácido abscísico são sinais impor- tão envolvidas na regulação das atividades desses
tantes no controle dos movimentos estomá- canais (MacRobbie, 1998, 2000) . As células-guarda
respondem a urna gama de estímulos ambientais,
ticos
O transporte de íons potássio (K+) entre células- tais co1no luz, concentração de CO2 e temperatura,
-guarda e células subsidiárias ou células vizinhas além dos hormônios vegetais. O mecanismo comple-
é considerado o fator principal no movimento das xo de movimentos estornáticos é objeto de estudos
células-guarda, sendo que o estômato se abre na e discussões intensivas, que fornecem informações
presença de grandes quantidades de K+. Alguns valiosas para o entendimento da transdução de si-
estudos indicam que K+ e sacarose são os prin- nais em plantas (Hartung et al., 1998; Allen et al.,
cipais osmóticos das células-guarda, sendo K+ o 1999; Ass1nann e Shünazaki, 1999; Blatt, 2000b;
osmótico dominante nos estágios iniciais da aber- Eun e Lee, 2000; Hamilton et al., 2000; Li e Ass-
tura durante o período da manhã, e a sacarose se mann, 2000; Schroeder et al. , 2001).
tornando dominante no início da tarde (Talbott e Embora tenha sido suposto por muito tempo que
Zeiger, 1998). A tomada ele K+ pelas células-guarda o grau de abertura estomática é bastante homogê-
é impulsionada por um gradiente de prótons (H•) neo ao longo da superfície foliar, sabe-se agora que,
mediado por uma H• -ATPase da membrana plas- apesar das condições ambientais praticamente idên-
mática ativada por luz azul (Kinoshita e Shirna- ticas, os estô1natos podem estar abertos em algu-
zaki, 1999; Zeiger, 2000; Assrnann e Wang, 2001; 1nas áreas foliares e fechados nas áreas adjacentes,
Dietrich et al., 2001), e é acompanhada pela torna- resultando em urna condutância estornática desi-
da ele íons cloro (CJ-) e pelo acúmulo de malato 2-, gual (Mott e Buckley, 2000) . A desigualdade esto-
que é sintetizado a partir do amido nos cloroplas- mática te1n sido observada em u1n grande nú1nero
tos das células-guarda. A elevação na concentra- de espécies e fan1ílias (Eckstein, 1997), e é espe-
ção dos solutos resulta em um potencial de água cialmente comum, mas não limitada, às folhas que
mais negativo, que causa o movimento osmótico da estão divididas em compartimentos pelas exten-
água para dentro das células-guarda, levando ao sões da bainha do feixe - porções de tecido fun-
intumescimento e à separação das células-guarda damental que se estendem da bainha do feixe para a
no local do poro. As células-guarda em espécies do epiderme - associadas com a rede de nervuras (Fig.
gênero Allium não possuem amido (Schnabl e Zie- 7.3A; Terashima, 1992; Beyschlag e Eckstein, 2001).
gler, 1977; Schnabl e Raschke, 1980), e aparente- Tais folhas são denominadas folhas heterobári-
mente dependem somente do cloro nas trocas com cas. Nessas folhas, pouca ou nenhuma troca gasosa
K+. O fechamento dos estômatos ocorre quando há ocorre entre o sistema de espaços intercelulares de
perda de c1-, rnalato 2- e K• das células-guarda. En- diferentes con1partirnentos, visto que a folha é es-
tão, com a din1inuição do potencial água, a água sencialmente urna coleção de unidades fotossinte-
se move do protoplasto para a parede das células- tizantes e transpirantes independentes. O padrão e
-guarda, reduzindo o turgor dessas células e levan- a extensão de desigualdade podem diferir entre as
do ao fechamento do poro estomático. superfícies superior e inferior em folhas anfiestomá-
O ácido abscísico (ABA), um honnônio vegetal, ticas (Mott et al., 1993). Fatores de estresse, par-
exerce um papel crucial corno um sinal endógeno ticularmente aqueles que impõem estresse hídrico
que inibe a abertura estomática e induz o fechamen- nas plantas, parecem desempenhar um papel fun-
to estornático (Zhang e Outlaw, 2001; Cornstock, damental na formação de desigualdades (Beyschlag
2002). Os principais sítios ele ação do ABA parecem e Eckstein, 2001; Buckley et al., 1999).
ser os canais de íons na membrana plasmática e no
tonoplasto das células-guarda que levam à perda de
K+ e ânions associados cc1- e maiato 2-) a partir do O desenvolvimento de complexos estomáti-
citosol e do vacúolo. Evidências experimentais in- cos envolve uma ou mais divisões celulares
dicam que o ABA induz um aumento no pH e no assimétricas
Ca2 + citosólico, que age corno um segundo mensa- Os estômatos con1eçam a se desenvolver nas folhas
geiro nesse sistema (Grabov e Blatt, 1998; Leckie et pouco antes elo principal período de atividade me-
al., 1998; Blatt, 2000a; Wood et al., 2000; Ng et al., ristemática na epiderme ser finalizado, e continu-
2001). Diversas fosfatases e quinases tarnbén1 es- am a ser formados ao longo de urna considerável
Epiderme 111 283
FIGURA 9.17
Vista frontal de estômatos em eletronmicrografias de varredura. A , folha de milho (Zea mays) mostrando o arranjo
estomático paralelo típico das folhas de monocotiledôneas. No milho, cada par de células-guarda estreita está associa-
do com duas células subsidiárias, uma de cada lado do estômato. B, folha de batata (Solanum tuberosum) mostrando
arranjo estomático difuso ou aleatório típico das folhas de eudicotiledônea. As células-guarda riniformes da batata
não estão associadas a células subsidiárias. (B, cortesia de M. Michelle McCauley.)
parte da expansão da folha por crescimento celu- dem funcionar como hidatódios (Capítulo 16) .
lar. Em folhas com venação paralela, como na maio- O desenvolvimento dos estômatos começa com
ria das monocotiledôneas, onde os estômatos são uma divisão anticlinal assimétrica ou desigual de
organizados em fileiras longitudinais (Fig. 9.17A), uma célula protodérmica. Essa divisão resulta em
os estágios de desenvolvimento dos estômatos são duas células, uma delas geralmente maior e seme-
observados em sequência nas porções sucessiva- lhante às outras células protodérmicas, e uma se-
mente mais diferenciadas da folha. Essa sequência gunda célula menor, conl citoplasma densamente
é basípeta, isto é, do ápice para a base da folha. Os corado e um núcleo grande. A célula menor é cha-
primeiros estômatos a atingirem a maturidade são 1nada de meristemoide estomática. Em algumas
encontrados no ápice foliar, e os recé1n-formados espécies, a célula-irmã da meristemoide pode se
localizam-se próximos à base da folha. Em folhas dividir novamente de forma assimétrica e originar
com venação reticulada, como na maioria das eudi- outra célula meristemoide (Rasmussen, 1981). De-
cotiledôneas (Fig. 9.17B), estômatos em diferentes pendendo da espécie, a meristemoide pode funcio-
estágios de desenvolvimento ocorrem de modo di- nar diretamente como a célula-mãe das células-
fuso ou em mosaico. Um aspecto notável das folhas -guarda (célula-mãe do estômato) ou dar origem
jovens de eudicotiledôneas é a tendência de ma- à célula-mãe da célula-guarda após divisões adi-
turação precoce de alguns estômatos nos dentes cionais. A formação do complexo estomático re-
foliares (Payne, W. W., 1979). Esses estômatos po- quer a migração do núcleo para locais específicos
284 111 Anatomia das Plantas de Esau
( ..........
... ·-....,;
\, .. ./ ..._.,.)
Célula-mãe /-'\
\ .......✓'
FIGURA 9.18
Estômato de Nicotiana (tabaco) em vista frontal. A , estágios de desenvolvimento: a, b, logo após a divisão que re-
sultou na formação da célula-mãe da célula-guarda; c, a célula-mãe da célula-guarda aumentou de tamanho; d, a
célula-mãe da célula-guarda se dividiu em duas células-guarda ainda completamente unidas, mas com substância in-
tercelular intumescida no local do futuro poro; e, estômato jovem com poro entre células-guarda. B, estômato maduro
na face externa da epiderme adaxial. D, estômato semelhante na face interna da epiderme abaxial. As células-guarda
são elevadas e aparecem acima das células epidérmicas em B e abaixo delas em D. C, células-guarda na face interna
da epiderme. (A, x620; B-D, x490.)
nas células parentais antes da divisão celular e da e formação da cutícula, que finalmente reveste o
precisa localização dos planos de divisão. Dessa poro recém-formado (Sack, 1987). Em Arabidop-
forma, o complexo estomático tem sido objeto de sis, a formação do poro parece envolver o estira-
muitos estudos ultraestruturais, a fim de determi- mento de material elétron-denso no espessamento
nar o papel dos microtúbulos no posicionamento em formato de lente no local do poro (Zhao e Sack,
da placa celular e no formato das células (Palevitz 1999). As células-mãe das células-guarda ocorrem
e Hepler, 1976; Galatis, 1980, 1982; Palevitz, 1982; no mes1no nível das de1nais células epidérmicas ad-
Sack, 1987). jacentes. Vários reajustes espaciais ocorrem entre
Uma divisão simétrica da célula-mãe das célu- as células-guarda e as células epidérmicas adjacen-
las-guarda dá origem a duas células-guarda (Figs. tes e entre a epiderme e o mesofilo (Fig. 9.19), de
9.18A e 9.19A-C), que, por meio de deposição e ex- modo que as células-guarda podem estar elevadas
pansão diferencial de parede, adquirem sua forma ou em nível inferior na superfície da epiderme.
característica. A la1nela média no local do futuro Mesmo nas folhas elas coníferas com suas células-
poro intumesce (Fig. 9.18A, d), e a conexão entre -guarda em depressões profundas, as células-mãe
as células é enfraquecida nesse ponto. As células, estão no mesmo nível das demais células epidér-
então, se separam neste local e assim é formada a micas (Johnson e Riding, 1981). A câmara subes-
abertura estomática (Fig. 9.18A, e). A(s) causa(s) tomática se forma durante o desenvolvimento do
exata(s) da separação das paredes ventrais no lo- estômato, antes da formação do poro estomático
cal do poro ainda não foi(foram) identificada(s), (Fig. 9.19E).
mas três possibilidades têm sido consideradas: Embora os plasmodesmos ocorram em todas as
hidrólise enzimática da lamela média, tensão pro- paredes de células-guarda imaturas, eles se tor-
vocada pelo aumento no turgor na célula-guarda nam obliterados com material de parede conforme
Epiderme 111 285
Célula-mãe Núcleo da metáfase Placa celular las vizinhas tên1 a mesma origem que as
Fragmoplasto
células-guarda (Fig. 9.21); mesoperíge-
na, na qual pelo menos uma das células
....,..... subsidiárias ou vizinhas está diretamente
t~.... ) ~ !) ·;;\.., ) i ~ · ~••' relacionada ontogenetican1ente às célu-
A _.>,;"~~~,-,,.,.
. "-'"'"'-'""'-'~
-
-..:.- , • .,,,.. •• ,:"',, L,
B las-guarda, enquanto as outras possuem
origem diferente.
No desenvolvimento de un1 estômato
com células subsidiárias mesógenas (Fig.
Câmaras subestomáticas 9.20), a célula precursora do con1plexo
estomático (n1eristemoide) é formada por
Crista extern a Clorop lasto
uma divisão assimétrica de uma célula
protodérmica, e duas divisões assimétricas
subsequentes resultam na divisão da célula
precursora em uma célula-mãe das células-
F G -guarda e duas células subsidiárias. Uma
nova divisão simétrica leva à formação de
FIGURA 9.19
duas células-guarda.
Desenvolvimento de estômato em folha de Nicotiana (tabaco) A origem das células subsidiárias perí-
em secções. C, na epiderme adaxial com algumas células em pa- genas é graficamente ilustrada na diferen-
liçada; outros na epiderme abaxial. A-C, célula-mãe das células- ciação de um estômato de gra1nínea (Fig.
-guarda antes e durante sua divisão em duas células-guarda. D, 9.21). A célula meristemoide, que funciona
células-guarda jovens com paredes delgadas. E , as células-guarda diretamente como célula-mãe da célula-
cresceram lateralmente e suas paredes começaram a espessar. A
crista interna e a câmara subestomática foram formadas. F, células- -guarda, é a menor das células-filhas for-
-guarda maduras com cristas superiores e inferiores e paredes de- n1adas por uma divisão assimétrica de uma
sigualmente espessadas. G, uma célula-guarda madura seccionada célula protodérmica. Antes da divisão da
paralelamente ao seu eixo maior e em ângulo reto com a superfície célula-mãe da célula-guarda, as células
foliar. (Todas, x490.) subsidiárias são formadas ao lado dessa cé-
lula menor por divisão assimétrica de duas
células contíguas (células-mãe das células
as paredes se espessam (Willmer e Sexton, 1979; subsidiárias). A divisão da célula-mãe das células
Wille e Lucas, 1984; Zhao e Sack, 1999). O isola- subsidiárias é precedida pela migração de seu nú-
mento simplástico das células-guarda maduras é cleo para um agrupamento de actina ao longo da
bem ilustrado pela incapacidade de corantes flu- parede da célula-mãe das células subsidiárias que
orescentes microinjetados nas células-guarda ou faceia a célula-mãe da célula-guarda. Nas folhas de
nas células adjacentes se moverem através das pa- milho, os fatores determinantes do destino das cé-
redes comuns entre elas (Erwee et al., 1985; Pale- lulas subsidiárias estão aparentemente localizados
vitz e Hepler, 1985). nesse agrupamento de actina e subsequentemente
Como mencionado previamente, as células sub- são transferidos para o núcleo das células-filhas
sidiárias ou células vizinhas podem se originar da em contato com esse agrupamento, logo após o tér-
mesma célula meristemoide que os estômatos ou mino da mitose. Consequentemente, a célula-filha
a partir de células que não são diretamente re- que herda esse núcleo está determinada a se dife-
lacionadas ontogeneticamente com a célula-mãe renciar como célula subsidiária (Gallagher e Smi-
da célula-guarda. Com base nessas informações, th, 2000) . Ajustes no crescimento após a formação
três principais categorias de ontogenia estomáti- das células-guarda fazem que as células subsidiá-
ca são reconhecidas (Pant, 1965; Baranova, 1987, rias apareçam como partes integrais do complexo
1992) : mesógena, na qual todas as células sub- estomático.
sidiárias ou células vizinhas têm orige1n comum
com as células-guarda (Fig. 9.20); perígena,
onde nenhuma das células subsidiárias ou célu-
286 111 Anatomia das Plantas de Esau
)--~A
E
E
Ln
e D
o· A
Célula precursora
da célula-guarda
FIGURA 9.20
Desenvolvimento de estômato com células subsidiárias
mesógenas em folha de Thunbergia erecta. A , a célula
epidérmica se dividiu e originou uma pequena célula E
precursora do complexo estomático. B, a precursora se
dividiu formando uma célula subsidiária. C, a segunda FIGURA 9.21
célula subsidiária e a precursora da célula-guarda se
formaram . D , a formação do complexo estomático foi Desenvolvimento de complexo estomático no entrenó
completada pela divisão da precursora da célula-guar- de aveia (Avena sativa). As células subsidiárias são
da. (Obtido de Esau, 1977; adaptado de Paliwal, 1966.) perígenas. A , as duas células cur tas são precursoras de
células-guarda. B, à esquerda, o núcleo de uma célula
longa está em posição para se dividir e formar uma cé-
lula subsidiária; à direita, a célula subsidiária foi forma-
da. C, precursora da célula-guarda antes da mitose. D,
Diferentes sequências no desenvolvimento precursora da célula-guarda na anáfase. E , o complexo
resultam em configurações diferentes de estomático constituído por duas células-guarda e duas
complexos estomáticos células subsidiárias ainda está imaturo. F, as células do
Os padrões formados pelas células-guarda total- complexo estomático se alongaram. G, o complexo esto-
mente diferenciadas e pelas células ao redor, em mático está maduro. (Obtido de Esau, 1977; de fotogra-
vista frontal, são utilizados com propósitos ta- fias de Kaufman et ai., 1970a.)
xonômicos. É importante notar, entretanto, que
complexos estomáticos maduros semelhantes po-
dem ter sido formados a partir de diferentes ca- paralelas ao eixo maior das células-guarda (Fig.
minhos. Muitas classificações têm sido propostas 9.22C); diacítica, na qual o estômato é rodeado
para os complexos estomáticos maduros em eudi- por um par de células subsidiárias cujas paredes
cotiledôneas, com vários graus de complexidade comuns formam ângulo reto com as células-guarda
(Metcalfe e Chalk, 1950; Fryns-Claessens e Van (Fig. 9.22D); actinocítica, na qual o estômato é
Cotthem, 1973; Wilkinson, 1979; Baranova, 1987, rodeado por um círculo de células em posição ra-
1992). Entre os principais tipos de configurações dial cujos eixos maiores são perpendiculares ao
estomáticas estão a anomocítica, na qual as cé- contorno das células-guarda (Fig. 9.22E); ciclocí-
lulas epidérmicas ao redor das células-guarda não tica (enciclocítica), na qual o estômato é envolvido
são distintas das demais células epidérmicas, isto por um ou dois anéis estreitos de células subsidiá-
é, células subsidiárias estão ausentes (Fig. 9.22A); rias (Fig. 9.22F); tetracítica , na qual o estôma-
anisocítica, na qual o estômato é rodeado por to está envolvido por quatro células subsidiárias,
três células subsidiárias, sendo uma delas bem me- duas laterais e duas polares (terminais), sendo en-
nor que as outras duas (Fig. 9.22B; encontrado em contrada em muitas monocotiledôneas (Fig. 9.23).
Arabidopsis e representantes de Brassicaceae); Uma mesma espécie pode exibir mais de um tipo
paracítica, na qual o estômato é acompanhado de complexo estomático, e o padrão pode mudar ao
de cada lado por un-1a ou mais células subsidiárias longo do desenvolvimento foliar.
Epiderme 111 287
FIGURA 9.22
Epiderme em vista frontal mostrando os principais tipos de configurações estomáticas. (A -D, obtido de Esau, 1977; E ,
Fig. 10.3b e F, Fig. 10.3h redesenhados de Wilkinson, 1979,Anatomy of the Dicotyledons, 2. ed., vol. I, C. R. Metcalfe
e L. Chalk, Eds., con1 permissão de Oxford University Press.)
~
FIGURA 9.26
Eletronmicrografias de varredura de fibras de algodão (Gossypium hirsutum) em desenvolvimento. A , iniciais de
fibras na metade calazal de um óvulo na noite da antese. As iniciais aparecem como minúsculas saliências. B, dois dias
depois da antese, o óvulo está coberto por fibras jovens. (Obtido de Tiwari e Wilkins, 1995.)
l
a fase da maturação segue o espessamento das B Crescimento apicai
~ _........_...... _ ·)
paredes. As fibras morrem, provavelmente por um
.
processo de morte celular programada, e se tornam ················)
desidratadas. FIGURA 9.27
Ruan et al. (2001) encontraram uma correlação
entre a abertura dos plasmodesmos das fibras do Alongamento celular por crescimento apical e difuso.
algodão e a expressão dos transpor tadores de saca- O alongamento das fibras de algodão ocorre uniforme-
rose e K+e genes expansina. Os plasmodesn1os que mente ao longo de seu comprimento, isto é, por cresci-
mento difuso (A). O alongamento de pelos radiculares e
conectam as fibras do algodão com o tegumento da
de tubos polínicos é apical (B) . Se marcações são feitas
semente subjacente foram suprimidos no início da na superfície de cada célula, a distância relativa entre
fase de alongamento, bloqueando completamente as marcações antes e depois do alongamento reflete o
o movimento de carboxifluoresceína (CF) fluores- mecanismo de alongamento. (Taiz e Zeiger, 2002. © Si-
cente impermeável à membrana. Como resultado, nauer Associates.)
soluto vindo das fibras em desenvolvimento foi
deslocado duma rota inicialmente simplástica para
a via apoplástica. Durante a fase de alongamento, 1nos. Consequentemente, os potenciais osmótico e
os genes transportadores de sacarose e de K+ GL- de turgor das fibras foram elevados, direcionando
SUTJ e GhkTJ foram expressos em níveis máxi- a fase de rápido alongamento. Esses resultados su-
292 111 Anatomia das Plantas de Esau
geren1 que o alongamento das fibras de algodão é Os pelos radiculares se desenvolvem acrope-
iniciado por um afrouxamento da parede celular e tan1ente, isto é, em direção ao ápice da raiz. Em
finalizado por um aumento da rigidez da parede e virtude da sequência acrópeta de formação na
perda do alto turgor. Essa impenneabilidade dos maioria das raízes principais de plântulas, os pe-
plasmodesmos das fibras ao CF foi son1ente tempo- los radiculares mostram un1a gradação uniforme
rária; a continuidade simplástica foi restabelecida em tamanho, estando os menores mais próximos
no final da fase de alongamento ou próximo desta. do ápice e os mais longos, em regiões mais distan-
Durante o período de restrição do importe de CF, a tes do ápice. Os pelos radiculares são originados
maioria dos plasmodesmos não ramificados foi mo- como pequenas protuberâncias ou saliências (Fig.
dificada em ramificados. As fibras de algodão em 9.28A) na região da raiz onde as divisões celula-
desenvolvimento representam um excelente siste- res estão diminuindo. Em Arabidopsis, os pelos
ma para o estudo da biossíntese de celulose e dife- radiculares sempre se formam na extremidade da
renciação e crescimento celular (Tiwari e Wilkins, célula mais próxima ao ápice da raiz (Schiefelbein
1995; Pear et al., 1996; Song e Allen, 1997; Dixon et e Somerville, 1990; Shaw et al., 2000), e seu intu-
al., 2000; Kim, H. J., e Triplett, 2001). mescimento no local de origem está intimamente
ligado à acidificação da parede celular (Bibikova et
Pelos radiculares al., 1997). Os locais de origem dos pelos radicula-
Os tricomas das raízes, os pelos radiculares, res também mostram um acúmulo de expansinas
são extensões tubulares das células epidérmicas. (Baluska et al., 2000; Cho e Cosgrove, 2002) e um
Em um estudo envolvendo 37 espécies em 20 fa- aumento de xiloglucanos e na ação da endotrans-
mílias, o diâmetro dos pelos radiculares variou en- glicosilase (Vissenberg et al., 2001) .
tre 5 e 17 micrômetros e seu comprimento entre Diferentemente das fibras de algodão, que exi-
80 e 1.500 micrômetros (Dittmer, 1949). Os pelos bem crescimento difuso, os pelos radiculares são
radiculares são geralmente unicelulares e não ra- células com crescin1ento apical (Fig. 9.27B; Galway
mificados (Linsbauer, 1930). As raízes adventícias et al., 1997). Con10 outras células que crescem pelo
aéreas de J(alanchoe Jedtschenkoi apresentam ápice, como os tubos polínicos (Taylor, L. P., e He-
pelos radiculares 1nulticelulares, enquanto suas pler, 1997; Hepler et al., 2001), os pelos radiculares
raízes adventícias terrestres apresentam pelos em alongamento mostram uma organização polari-
unicelulares (Popham e Henry, 1955). Os pelos zada de seus conteúdos com localização preferen-
absorventes são típicos de raízes, mas expansões cial de certas organelas em partes específicas da
tubulares idênticas a pelos radiculares podem se célula (Fig. 9.28). A parte apical possui vesículas
desenvolver a partir de células epidérmicas nas secretoras derivadas dos corpos de Golgi. As vesí-
porções inferiores do hipocótilo de plântulas (Ba- culas conduzem precursores da parede celular que
ranov, 1957; Haccius e Troll, 1961). Enlbora os pe- são liberados por exocitose na matriz da parede em
los radiculares sejam geralmente de origem epi- desenvolvimento. O influxo de cálcio (Ca2+) no ápi-
dérmica, em Commelinaceae (que inclui Rhoeo ce parece estar intimamente ligado à regulação do
e Tradescantia) "pelos radiculares secundários" processo secretor por n1eio de seu efeito no citoes-
se desenvolvem a partir de células da exoderme queleto de actina (Gilroy e Jones, 2000) . Nos pelos
a vários centímetros a partir do ápice da raiz na radiculares em crescimento, feixes de filamentos
região dos pelos radiculares epidérmicos (primá- de actina se estendem no citoplasma cortical acom-
rios) mais velhos (Pinkerton, 1936). Em mutantes panhando o comprimento dos pelos radiculares e
schizoriza (scz) de Arabidopsis, os pelos radicu- retornam através de um cordão citoplasmático que
lares surgem a partir da camada subepidérmica de entremeia os vacúolos (Figs. 9.28E, F e 9.29A; Ke-
células (Mylona et al., 2002). Considera-se que a telaar e Emons, 2001). O arranjo dos filamentos
principal função dos pelos radiculares é a extensão de actina no ápice é controverso. Alguns relatos
da superfície de absorção da raiz para a entrada de indicam que os filamentos de actina formam uma
água e nutrientes (Peterson e Farquhar, 1996). Os malha tridimensional - um capuz de actina - no
pelos radiculares têm sido identificados como os ápice (Braun et al., 1999; Baluska et al., 2000), en-
únicos produtores de exsudatos da raiz em espé- quanto outros sugerem que os filamentos de actina
cies de Sorghum (Czarnota et al., 2003). estão desorganizados e em pequeno número ou au-
Epiderm e 111 293
A B
FIGURA 9.29
Representações esquemáticas do ápice de um pelo ra-
dicular em crescimento de Nicotiana tabacum. A , dis-
tribuição dos filamentos de actina. B, corrente reversa.
(Obtido de Hepler et ai., 2001. Reimpresso, com permis-
são, de Annual Review of Cell and Developmental
Biology, vol. 17. © 2001 por Annual Reviews. www.an-
nualreviews.org)
FIGURA 9.31
Micrografias eletrônicas de varredura da superfície adaxial da folha de Arabidopsis mostrando (A) estágios da mor-
fogênese do tricoma em uma única folha, e (B) um tricoma maduro com superfície verrucosa. (Cortesia de Jaideep
Mathur.)
buição dos estômatos está ligada ao ciclo celular Nas folhas da monocotiledônea Tradescantia, a
(Charlton, 1990; Croxdale, 2000). atividade das células epidérmicas pode ser separa-
Parece haver pouca dúvida de que um mecanis- da em quatro regiões ou zonas principais: uma zona
mo dependente da linhagem celular seja a principal de divisões proliferativas (o meristema basal), uma
força que determina a distribuição dos estômatos zona sem divisão, onde ocorre a distribuição esto-
nas folhas das eudicotiledôneas (Dolan e Okada, mática, un1a zona de desenvolvimento estomático
1999; Glover, 2000; Serna et ai., 2002). Em Arabi- co1n divisões e uma zona em que ocorre somente
dopsis, por exemplo, o padrão de divisão determi- expansão celular (Chin et al., 1995). A' medida que
nado das células meristemoides resulta em um par novas células se afastam do meristema basal, sua
de células-guarda rodeadas por três células subsidi- posição no ciclo celular aparenten1ente determina
árias relacionadas ontogeneticamente ou de origem se elas se tornarão estômatos ou células epidérmi-
clonal, sendo uma delas bem menor que as outras cas quando elas alcançarem a zona de distribui-
duas (complexo estomático anisocítico; Fig. 9.22B). ção espacial (Chin et al., 1995; Croxdale, 1998).
Consequentemente, cada par de células-guarda é A distribuição dos estômatos en1 Tradescantia
separado de outro par por pelo menos uma célu- também é afetada por eventos desenvolvimentais
la epidérmica. Foram identificados dois mutantes tardios que podem reprimir até 10% das iniciais
de Arabidopsis, two many mouths (tmm) efour estomáticas (células-mãe das células-guarda) em
lips (fip), que interrompem a distribuição nonnal, seu desenvolvilnento (Boetsch et al., 1995). As
resultando no agrupamento de estômatos (Yang e iniciais estomáticas que são inibidas permanecem
Sack, 1995; Geisler et al., 1998). Tem sido proposto mais próximas de suas iniciais vizinhas que a dis-
que TMM é um componente de um complexo re- tância 1nédia entre os estômatos. A inibição lateral
ceptor, cuja função é perceber sinais de posicio- pode estar envolvida nesse processo. As iniciais
namento durante o desenvolvilnento da epiderme reprimidas interrompem suas vias de desenvolvi-
(Nadeau e Sack, 2002). Um terceiro mutante esto- mento e se tornam células epidérmicas ordinárias.
mático de Arabidopsis, descoberto recentemente, Diferentemente da distribuição espacial dos es-
stomatal density and distributionl-1 (sddl-1), tôn1atos nas folhas de Arabidopsis, a distribuição
exibe um aumento de duas a quatro vezes na densi- dos tricomas foliares não depende de um mecanis-
dade eston1ática, sendo que uma parte desses estô- mo baseado na linhagem celular. Como mencionado
matos adicionais ocorre en1 agrupamentos (Berger anteriormente, os tricon1as e as células acessórias
e Altmann, 2000). Aparentemente, o gene SDDJ ao redor não são relacionados ontogeneticamente.
atua na regulação do número de células que par- Não há divisão celular ordenada para fonnar as cé-
ticipam na formação de estôn1atos e o número de lulas localizadas entre os tricomas. É provável que
divisões celulares assimétricas que ocorrem antes interações, ou sinalizações entre as células epidér-
do desenvolvimento estomático (Berger e Altmann, micas em desenvolviinento, determinen1 qual célu-
2000; Serna e Fenoll, 2000) . SDDI é expressado la irá se desenvolver em tricomas. Talvez, os trico-
fortemente em células meristemoides/células-mãe mas em desenvolvimento estimulem um grupo de
das células-guarda e fracamente nas células que as células acessórias e iniba1n outras células (Glover,
circundam. Foi proposto que SDDI gera um sinal 2000) .
que se move das células meristemoides/células- Dois genes, GLABRA] (GLJ) e TRANSPA-
-mãe das células-guarda para as células vizinhas RENT TESTA GLABRA] (TTGJ), foram identifi-
e também estimula o desenvolvimento das células cados con10 sendo necessários para a iniciação do
vizinhas em células epidérmicas comuns ou inibe desenvolvimento dos tricomas e a distribuição dos
sua conversão em meristemoides adicionais (satéli- tricomas na folha de Arabidopsis. Ambos os ge-
tes) (von Groll et al., 2002). A função do SDDI de- nes funcionam como reguladores positivos do de-
pende da atividade do TMM (von Groll et al., 2002). senvolvimento de tricomas (Walker et al., 1999).
(Eventualmente, enquanto a distribuição dos estô- Mutantes de gll e ttgl não produzem tricomas na
matos não é ao acaso nas folhas fotossintetizantes superfície de suas foll1as (Larkin et al., 1994). Um
do tipo selvagem de Arabidopsis, nos cotilédones terceiro gene, GLABRA3 (GL3) , também pode de-
da mesma planta a distribuição estomática é alea- sempenhar um papel na iniciação de tricomas fo-
tória; Bean et al., 2002). liares (Payne, C. T., et al., 2000) . Dois genes são
Epiderm e 111 297
Tipo 2: Na família de angiosperma basal Nymphe- plastídios mais simples, atividade enzimática mais
aceae e algumas famílias de monocotiledôneas, os intensa e maiores quantidades de histonas nucle-
pelos radiculares se originam das células menores, ares, proteína total, RNA e DNA nuclear (Cutter e
originadas de uma divisão assimétrica (Fig. 9.32B). Feldman, 1970a, b) .
As células menores e mais densas formadoras de
pelos radiculares são chamadas de tricoblastos Tipo 3: O terceiro tipo de distribuição celular, no
(Leavitt, 1904). Em algumas famílias (Alismata- qual as células estão arranjadas em fileiras verti-
ceae, Araceae, Commelinaceae, Haemodoraceae, cais compostas inteiramente por células pilífe-
Hydrocharitaceae, Pontederiaceae, Typhaceae e ras menores ou por células não pilíferas n1ais
Zingiberaceae), o tricoblasto localiza-se na extre- longas (Fig. 9.32C), é exemplificado por Arabi-
midade proximal (longe do ápice da raiz) da cé- dopsis e outros membros de Brassicaceae (Corma-
lula protodérmica inicial. Em outras (Cyperaceae, ck, 1935; Bünning, 1951). O padrão em faixas
Juncaceae, Poaceae e Restianaceae), o tricoblasto (Dolan e Costa, 2001) também ocorre em Acan-
localiza-se na extremidade distal (em direção ao thaceae, Aizoaceae, Amaranthaceae, Basellace-
ápice da raiz) (Clowes, 2000). Antes da citocine- ae, Boraginaceae, Capparaceae, Caryophyllaceae,
se, o núcleo migra para a extremidade proximal ou Euphorbiaceae, Hydrophyllaceae, Lin1nanthaceae,
distal da célula inicial. Os tricoblastos apresentam Plumbaginaceae, Polygonaceae, Portulacaceae,
diferenciação citológica e bioquímica considerá- Resedaceae e Salicaceae (Clowes, 2000; Pember-
vel. Em Hydrocharis, por exemplo, os tricoblastos ton et al. , 2001) . An1bos os padrões de distribuição,
diferem de suas células-irmãs alongadas (atrico- em faixas ou não, são encontrados em espécies de
blastos) por possuírem núcleo e nucléolo maiores, Onagraceae e Urticaceae (Clowes, 2000).
298 111 Anatomia das Plantas de Esau
1 10 µm 1
FIGURA 9.33
Secção transversal de urna raiz de Arabidopsis. Urna única cantada de células da coifa circunda a epiderme. As cé-
lulas epidérmicas densamente coradas acima da junção das paredes radiais entre células corticais adjacentes são cé-
lulas que darão origem aos pelos radiculares. As células epidérmicas menos densas são células comuns. (Reimpresso
com permissão de Schiefelbein et al., 1997. © American Society of Plant Biologists.)
Na raiz de Arabidopsis, os tipos de células pilí- Foi demonstrado que proteína do CPC se move das
feras ou não pilíferas são determinados em um pa- células não pilíferas para as células formadoras
drão distinto posição-dependente: células pilíferas de pelos que estão expressando o CPC, onde ela
sempre estão posicionadas sobre a junção das pa- reprime a expressão do GL2 (Wada et al., 2002).
redes radiais (anticlinais) de duas células corticais, Como verificado por Schiefelbein (2003), apesar
enquanto as células não pilíferas localizam-se dire- da distribuição muito diferente de células pilíferas
tamente sobre as células corticais (Fig. 9.33; Dolan na raiz e no caule de Arabidopsis, um mecanismo
et ai., 1994; Dolan, 1996; Schiefelbein et ai., 1997). 1nolecular similar é responsável pela distribuição
Diversos genes estão envolvidos no estabelecimen- de ambos os tipos celulares.
to do padrão de distribuição celular na epiderme Existe uma clara relação entre comunicação
da raiz deArabidopsis, incluindo TTGJ, GL2, WE- simplástica e diferenciação da epiderme na raiz de
REWOLF (WER) e CAPRICE (CPC) . Ent mutan- Arabidopsis. Experimentos com dupla coloração
tes de TTGI, GL2 e WER, todas as células epidér- indicam que, inicialmente, as células epidérmicas
micas produzem pelos radiculares, indicando que da raiz são ligadas simplasticamente (Duckett
TTGI, GL2 e WER são reguladores negativos do et ai., 1994). Entretanto, conforme essas células
desenvolvimento dos pelos radiculares (Galway et avançam pela zona de alongamento e ingressam
al., 1994; Masucci et ai., 1996; Lee e Schiefelbein, na região de diferenciação, onde se diferenciam
1999). De forma contrária, os mutantes de CPC em células pilíferas ou não pilíferas, elas se tor-
não produzem pelos radiculares, enquanto plantas nam simplasticamente isoladas. Células maduras
transgênicas que superexpressam o CPC conver- da epiderme de raiz são simplasticamente isola-
tem todas as células epidérmicas da raiz em célu- das entre si e das células corticais subjacentes. A
las formadores de pelos, indicando que CPC, que é frequência de plasmodesmos em todos os tecidos
predominantemente expresso em células não pilí- ela raiz de Arabidopsis diminui drasticamente
feras, é um regulador positivo do desenvolvimento com a idade ela raiz (Zhu et al., 1998). As células
dos pelos radiculares (Wada et ai., 1997, 2002). A da epiderme do hipocótilo deArabidopsis são co-
expressão do CPC é controlada por TTGI e WER, nectadas simplasticamente, mas são isoladas do
sendo que o CPC promove diferenciação de células córtex subjacente e da epiderme da raiz (Duckett
formadoras de pelos por meio do controle do GL2. et al., 1994).
Epiderme 111 299
OUTRAS CÉLULAS EPIDÉRMICAS ESPE- Valdes-Reyna e Hatch, 1991; Ball et al., 1999).
CIALIZADAS Também chamados de fitólitos (do grego, pedras
Além das células-guarda e vários tipos de trico- vegetais), os corpos de sílica, ou mais exatamente
mas, a epiderme pode conter outros tipos de célu- seu forn1ato variado, desempenham um papel im-
las especializadas. O sistema epidérmico foliar de portante em pesquisas de arqueobotânica e geo-
Poaceae, por exemplo, geralmente contém células botânica (Piperno, 1988; Mulhollancl e Rapp, 1992;
longas e dois tipos de células curtas, as células Bremond et al., 2004). De acordo com Prychid et al.
silicosas e as células suberosas (Figs. 9.9 e 9.34). (2004), o tipo mais comum de corpos de sílica em
Em algumas partes da planta, as células curtas monocotiledôneas é o corpo esférico "semelliante
produzem protuberâncias com formato de papilas, à drusa". Outros formatos incluem o tipo "chapéu"
cerdas, cristas ou pelos acima da superfície foliar. ("coniforme truncado"), o tipo "em forma de calha"
As células epidérmicas de Poaceae são arranjadas e um tipo amorfo fragmentado (areia silicosa). Os
em fileiras paralelas, e a composição dessas fileiras formatos dos corpos de sílica não necessaria1nente
varia enl diferentes partes da planta (Prat, 1948, obedecem ao fonnato das células silicosas que os
1951). A face interna da região basal da bainha fo- contêm.
liar, por exemplo, tem uma epiderme homogênea Pares formados por uma célula suberosa e uma
composta somente por células longas. En1 outras célula silicosa surgem de uma divisão simétrica
regiões da folha, são encontradas combinações de de iniciais das células curtas no meristema basal
diferentes tipos celulares. Fileiras contendo célu- (intercalai) da folha e elo entrenó (Kaufman et al.,
las longas e estômatos ocorrem acima
do tecido assimilatório; somente células Célula longa Célula longa
alongadas ou células alongadas com- Célula Célula Células
silicosa suberosa Cerda Estôma~:~i suberosas
binadas co1n células suberosas ou com
cerdas ou com pares mistos de células ·.•
curtas acompanham as nervuras. No
caule, a composição da epiderme tam-
bém varia, dependendo do nível e da
posição do entrenó na planta. As célu-
las buliformes representam outro tipo
peculiar de células epidérmicas encon-
trado e1n Poaceae e outras monocotile-
dôneas.
1970b, c; La,;vton, 1980) . Dessa forma, as células- As células buliformes são altamente vacuo-
-filhas inicialmente apresentam tamanhos iguais. ladas
A célula superior é a futura célula silicosa, e a in- Células buliformes, literalmente "células com for-
ferior, a futura célula suberosa. A célula silicosa mato de bolhas", ocorrem em todas as ordens de
cresce mais rapidamente que a célula suberosa e monocotiledôneas, exceto em Helobiae (Metcalfe,
geralmente se projeta para fora a partir da superfí- 1960). Elas podem cobrir inteiramente a face supe-
cie da epiderme e para dentro da célula suberosa. rior da lâmina foliar ou ser restritas às reentrâncias
Enquanto as paredes das celulosas silicosas per- entre as nervuras longitudinais (Fig. 9.35). Nesse
manecem relativamente delgadas, as paredes das último caso, as células buliformes formam faixas,
células suberosas se tornam consideravelmente geralmente de muitas células de largura, entre as
espessadas e suberizadas. Conforme a célula si- nervuras. Em secções transversais, a distribuição
licosa se aproxima da maturidade, seu núcleo se das células nessa faixa mostra o formato de um le-
fragmenta e a célula se torna preenchida com um que devido ao fato de que as células medianas são
material fibrilar, podendo ocasionalmente apresen- as maiores e apresentam formato de cunha. As cé-
tar gotículas de óleo, ambas as substâncias rema- lulas buliformes podem ocorrer de ambos os lados
nescentes do protoplasto. Finalmente, o lúmen da da superfície foliar. Elas não são necessariamente
célula silicosa senescente se torna preenchido com restritas à epiderme, mas, às vezes, são acompa-
sílica, que se polimeriza para formar corpos de síli- nhadas por células incolores similares no mesofilo
ca (Kaufman et al., 1985). A célula suberosa retém subjacente.
seu núcleo e citoplasma na maturidade. Tem sido As células buliformes são, sobretudo, armaze-
demonstrado que, em Sorghum, as células sube- nadoras de água e são incolores porque contêm
rosas secretan1 filan1entos tubulares de cera epi- pouca ou nenhuma clorofila. Além disso, taninos
cuticular (Fig. 9.9; McWhorter et al., 1993; Jenks e cristais raramente são encontrados nessas célu-
et ai., 1994). las, embora, como mencionado anteriormente, elas
Corpos de sílica podem ocorrer em outras cé- possam acumular sílica. Suas paredes radiais são
lulas epidérmicas, além das células silicosas, in- delgadas, mas a parede externa pode ser tão es-
cluindo as células epidérmicas longas e as célu- pessa ou mais espessa que a das células epidérmi-
las buliformes (Ellis, 1979; Kaufman et al., 1981, cas comuns adjacentes. Suas paredes são compos-
1985; Whang et al., 1998). Depósitos de sílica são tas por celulose e substâncias pécticas. As paredes
externas são cutinizadas e revestidas pro cutícula.
abundantemente encontrados nas paredes das cé-
Controvérsias envolvem o funcionamento
lulas epidérmicas. Além disso, os espaços entre
das células buliformes. Presume-se que sua súbita
as células subepidérnücas podem ser preenchidos
e rápida expansão durante certo estágio do desen-
com sílica. Várias funções foram propostas para volvimento foliar promova o desdobramento das fo -
os corpos de sílica e para a sílica depositada em lhas, o que faz com que sejam chamadas de células
paredes celulares. Uma função sugerida para a sí- de expansão. Outra ideia é que, por mudanças de
lica das paredes celulares é a de sustentação fo- turgor, essas células desempenhem um papel nos
liar. No Japão, resíduos de sílica são amplamente movimentos de abertura e fechan1ento higroscópico
utilizados como fertilizante no cultivo de arroz. de células maduras; consequentemente, são chama-
As folhas das plantas de arroz que recebem o tra- das também de células motoras. Outros pesquisa-
tamento são mais eretas, permitindo que mais luz dores duvidam que essas células tenham qualquer
alcance as folhas mais basais, resultando no au- outra função além do armazenamento de água. Es-
mento da fotossíntese. A presença de sílica tam- tudos sobre o desdobramento e movin1entos higros-
bém aumenta a resistência a vários insetos, bac- cópicos das folhas de certas gramíneas têm mostra-
térias e fungos patogênicos (Agarie et al. , 1996). do que as células buliformes não estão ativamente
A hipótese de que os corpos de sílica nas células ou especificamente relacionadas com esse fenôme -
silicosas podem atuar como "janelas" e tricomas no (Burstrõm, 1942; Shields, 1651). Com base na
silificados como "tubos de luz" para facilitar a observação de que as paredes externas das células
transmissão da luz para o mesofilo fotossinteti- buliformes geralmente são bem espessas e que seu
zante foi testada e não confirmada (Kaufman et lúmen pode estar preenchido com sílica, Metcalfe
al., 1985; Agarie et al., 1996). (1960) questionou o papel motor dessas células.
Epiderme 111 301
Esclerênquima
0,1 mm
FIGURA 9.35
Secções transversais do limbo foliar de gramínea mostrando localização das células buliformes na face superior da
folha. A , Saccharum (cana-de-açúcar), uma gramínea C4 , e B,Avena (aveia), uma gramínea C3. Note que o mesofilo
e os feixes vasculares estão mais próximos na cana-de-açúcar do que em aveia. (Obtido de Esau, 1977; cortesia de J.
E. Sass.)
- - - - Haste
?f_
_' 3i..
»-✓-·.~
A B
FIGURA 9.36
Desenvolvimento de litocisto em Pilea cadierei. A , a haste do cistólito é iniciada como uma projeção da parede peri-
clinal externa espessada. B, a haste do cistólito cresce para baixo, empurrando a membrana plasmática à sua frente; o
litocisto aumenta bastante de tamanho, e ambos, cistólito e litocisto, assumem formato de um fuso. C, litocisto próxi-
mo à maturidade. Na maturidade, o citoplasma do litocisto ocupa uma fina camada na periferia da célula envolvendo
o cistólito e sua haste. Detalhes : mp, membrana plasmática; t, tonoplasto; v, vacúolo. (A , B , adaptado de Galatis et al.,
1989; C, a partir de fotografia em Watt et ai., 1987, com permissão de Oxford University Press.)
Galatis et al., 1989). Os litocistos em P. cadierei se desenvolvendo. Enquanto coordena seu cresci-
são iniciados por u1na divisão assimétrica de uma 1nento com as células vizinhas em divisão, o lito-
célula protodérmica. A menor das células-filhas cisto se alonga bastante, aparentando se deslocar
pode se diferenciar diretamente em um litocisto para baixo da epiderme. Assim, a célula que era
ou pode sofrer outra divisão para formar um lito- pequena e retangular cresce bastante e se torna
cisto. Em ambos os casos, o litocisto incipiente se fusiforme. O desenvolvimento do cistólito é sin-
torna polarizado conforme o núcleo e a maioria cronizado com o do litocisto, sendo que ambos
das organelas se posicionam próximas à parede crescem em comprimento e em diâmetro juntos.
periclinal interna e a parede periclinal externa O número e a organização dos microtúbulos muda
começa a se espessar. Quando a parede pericli- continuamente conforn1e a diferenciação do li-
nal externa do litocisto en1 diferenciação se torna tocisto progride, indicando que os microtúbulos
cerca de duas vezes mais espessa que a das célu- desempenhan1 um papel importante na morfo-
las protodérmicas ordinárias, a haste do cistólito gênese do litocisto (Galatis et al., 1989). Quando
é iniciada como um taco que cresce para baixo, completamente formado, o corpo do cistólito fu-
empurrando a membrana plasmática à sua frente. siforme pode medir até 200 µm de comprimento
Durante a formação da haste, o litocisto começa e 30 µm de diâmetro, e permanece ligado à sua
a vacuolizar rapidamente, sendo que o sistema região mediana pela haste formada pela parede
vacuolar começa a ocupar todo o espaço celular, periclinal externa. Na maturidade, o corpo do cis-
exceto na área em que a haste e o cistólito estão tólito é fortemente impregnado com carbonato de
Epiderme 111 303
cálcio. Alguns corpos podem conter sílica e são BALL, T. B., J. S. GARDNER e N. AndERSON. 1999.
revestidos por uma bainha de material silicoso Identifying in.florescence phytoliths from selec-
(Watt et al., 1987). ted species of wheat (Triticum monococcum,
O significado fisiológico dos cistólitos ainda T dicoccon, T dicoccoides, and T aestivum)
não é claro. Tem sido sugerido que a formação dos and barley (Hordeum vulgare and H. sponta-
cistólitos pode estimular a fotossíntese por au- neum) (Gramineae) . Am. J. Bot. 86, 1615- 1623.
mentar o fornecimento de dióxido de carbono ou BALUSKA, F., J. SALAJ, J. MATHUR, M. BRAUN,
que eles pode1n ser o produto de um mecanismo F. JASPER, J. SAMAJ, N.-H. CHUA, P. W. BAR-
de desintoxicação similar à forn1ação de grânulos LOW e D. VOLKMANN. 2000. Root hair forma-
de cálcio em células de moluscos (Setoguchi et al., tion: F-actin-dependent tip growth is initiated
1989). by local assembly of profi lin-supported F-actin
meshworks accumulated within expansin-enri-
ched bulges. Dev. Biol. 227, 618- 632.
REFERÊNCIAS BARANOV, P. A. 1957. Coleorhiza in Myrtaceae.
ABAGON, M. A. 1938. A comparative anatomical Phytomorphology 7, 237-243.
study of the needles of Pinus insularis Endli- BARANOVA, M. A. 1987. Historical development of
cher and Pinus merkusii Junghun and De Vrie- the present classification of morphological types
se. Nat. Appl. Sei. Bull. 6, 29-58. of stomates. Bot. Rev. 53, 53-79.
AGARIE, S., W. AGATA, H. UCHIDA, F. KUBOTA e P. BARANOVA, M. 1992. Principies of comparative
B. KAUFMAN. 1996. Function of silica bodies in stomatographic studies of flowering plants. Bot.
the epiderma) system of rice (Oryza sativa L.): Rev. 58, 49-99.
Testing the window hypothesis. J Exp. Bot. 47, BARTHLOTT, W. e C. NEINHUIS. 1997. Purity of
655- 660. the sacred Iotus, or escape from contaminat ion
ALLEN, G. J. , K. KUCHITSU, S. P. CHU, Y. MURATA in biological surfaces. Planta 202, 1- 8.
e J. I. SCHROEDER. 1999. Arabidopsis abil-1 BARTHLOTT, W., C. NEINHUIS, D. CUTLER, F.
and abi2-1 phosphatase mutations reduce abs- DITSCH, I. MEUSEL, I. THEISEN e H. WILHEL-
cisic acid-induced cytoplasmic calcium rises in MI. 1998. Classification and terminology of plant
guard cells. Plant Cell ll, 1785-1798. epicuticular waxes. Bot. J. Linn. Soe. 126, 237-
ANTON, L. H., F. W. EWERS, R. HAMMERSCHMI- 260.
DT e K. L. KLOMPARENS . 1994. Mechanisrns of BASRA, A. S. e C. P. MALIK. 1984. Development of
deposition of epicuticular wax in Ieaves of broc- the cotton fiber. Int. Rev. Cytol. 89, 65-113.
coli, Brassica oleracea L. var. capitala L. New BEAN, G. J., M. D. MARKS, M. HÜLSKAMP, M.
Phytol. 126, 505-510. CLAYTON e J. L. CROXDALE. 2002. Tissue pat-
ARTSCHWAGER, E. 1940. Morphology of t he ve- terning of Arabidopsis cotyledons. New Phytol.
getative organs of sugarcane. J Agric. Res. 60, 153, 461-467.
503-549. BECKER, M., G. KERSTIENS e J. SCHÓNHERR.
ASSMANN, S. M. e K.-I. SHIMAZAKI. 1999. The 1986. Water permeability of plant cuticles: Per-
multisensory guard cell. Stomatal responses to meance, diffusion and partition coefficients . Tre-
blue light and abscisic acid. Plant Physiol. 119, es 1, 54-60.
809- 815. BERGER, D. e T. ALTMANN. 2000. A subtilisin-like
ASSMANN, S. M. e X.-Q. WANG. 2001. From milli- serine protease involved in the regulation of sto-
seconds to millions of years: Guard cells and en- matal density and distribution in Arabidopsis
vironmental responses. Curr. Opin. Plant Biol. thaliana. Genes Dev. 14, 1119- 1131.
4, 421-428. BEYSCHLAG, W. e J. ECKSTEIN. 2001. Towards a
AYLOR, D. E., J.-Y. PARLANGE e A. D. KRIKORIAN. causal analysis of stomatal patchiness: The role
1973. Stomatal mechanics . Am. J. Bot. 60, 163- of stomatal size variability and hydrological he-
171. terogeneity. Acta Oecol. 22, 161- 173.
BAKER, E. A. 1982. Chemistry and morphology of BEYSCHLAG, W., H. PFANZ e R. J . RYEL. 1992. Sto-
plant epicuticular waxes. ln: The Plant Cuticle, matal patchiness in Mediterranean evergreen
pp. 135-165, D. F. Cutler, K. L. Alvin e C. E. Price, sclerophylls. Phenomenology and consequences
eds. Academic Press, London. for the interpretation of the midday depression
304 111 Anatomia das Plantas de Esau
in photosynthesis and transpiration. Planta 187, tance in Southern Hemisphere conifers. Aust. J
546-553. Bot. 45, 657-668.
BIBIKOVA, T. N., A. ZHIGILEI e S. GILROY. 1997. BROWNLEE, C. 2001. The long and short of stomatal
Root hair growth in Arabidopsis thaliana is di- density signals. Trends Plant Sei. 6, 441-442.
rected by calcium and an endogenous polarity. BRUCK, D. K., R. J. ALVAREZe D. B. WALKER.1989.
Planta 203, 495-505. Leaf grafting and its prevention by the intact and
BILGER, W., T. JOHNSEN e U. SCHREIBER. 2001. abraded epidermis. Can. J Bot. 67, 303-312.
UV-excited chlorophyll fluorescence as a tool for BUCHHOLZ, A. e J . SCHÕNHERR. 2000. Thermo-
the assessment of UV-protection by the epider- dynamic analysis of diffusion ofnon-electrolytes
mis of plants. J Exp. Bot. 52, 2007- 2014. across plant cuticles in the presence and absence
BIRD, S. M. e J. E. GRAY. 2003. Signals from the of the plasticiser tributyl phosphate. Planta 212,
cuticle affect epidennal cell differentiation. New 103- 111.
Phytol. 157, 9- 23. BUCHHOLZ, A., P. BAUR e J. SCHÕNHERR. 1998.
BLATT, M. R. 2000a. Ca2+ signalling and control of Differences among plant species in cuticular
guard-cell volume in stornatal movements. Curr. permeabilities and solute mobilities are not cau-
Opin. Plant Biol. 3, 196-204. sed by differential size selectivities. Planta 206,
BLATT, M. R. 2000b. Cellular signaling and volume 322-328.
control in stomatal movements in plants. Annu. BUCKLEY, T. N., G. D. FARQUHAR e K. A. MOTT.
Rev. Cell Dev. Biol. 16, 221-241. 1999. Carbonwater balance and patchy stomatal
BOETSCH, J., J. CHIN e J. CROXDALE. 1995. Arrest conductance. Oecologia 118, 132-143.
of stomatal initials in Tradescantia is linked to BÜNNJNG, E. 1951. Über die Differenziernugsvorgan-
the proximity of neighboring stomata and results ge in der Cruciferenwurzel. Planta 39, 126-153.
in the arrested initials acquiring properties of BURSTRÓM, H. 1942. Über die Entfaltung und Ein-
epidennal cells. Dev. Biol. 168, 28- 38. rollen eines mesophilen Grassblattes. Bot. Not.
BONE, R. A., D. W. LEE e J. M. NORMAN. 1985. Epi- 1942, 351-362.
derma! cells functioning as lenses in leaves of CALVIN, C. L. 1970. Anatomy of the aerial epider-
tropical rain-forest shade plants. Appl. Opt. 24, mis of the mistletoe, Phoradendronjlavescens.
1408- 1412. Bot. Gaz. 131, 62- 74.
BONGERS, J. M. 1973. Epiderma! leaf characters of CÁRDENAS, L., L. VIDALI, J. DOMÍNGUEZ, H. PÉ-
the Winteraceae. Blumea 21, 381- 411. REZ, F. SÁNCHEZ, P. K. HEPLER e C. QUINTO.
BONNETT, H. T., JR. e E. H. NE\1/COMB. 1966. Co- 1998. Rearrangement of actin microfilaments in
ated vesicles and other cytoplasmic components plant root hairs responding to Rhizobium etli
of growing root hairs of radish. Protoplasma 62, nodulation signals. Plant Physiol. 116, 871-877.
59-75. CARLQUIST, S. 1975. Ecological Strategies of Xy-
BOUYER, D., V. KIRIK e M. HÜLSKAMP. 2001. Cell lem Evo lution. University of California Press,
polarity in Arabidopsis trichomes. Semin. Cell Berkeley.
Dev. Biol. 12, 353-356. CHARLTON, \V. A. 1990. Differentiation in leaf epi-
BRAUN, M., F. BALUSKA, M. VON WITSCH e D. dermis of Chlorophytum comosum Baker. Ann.
MENZEL. 1999. Redistribution of actin, profilin Bot. 66, 567-578.
and phosphatidylinositol-4,5- bisphosphate in CHIN, J., Y. WAN, J. SMITH e J. CROXDALE. 1995.
gro,il/ing and maturing root hairs. Planta 209, Linear aggregations of stomata and epiderma!
435- 443. cells in Tradescantia leaves: Evidence for their
BREMOND, L., A. ALEXANDRE, E. VÉLA e J. group patterning as a function of the cell cycle.
GUIOT. 2004. Advantages and disadvantages of Dev. Biol. 168, 39- 46.
phytolith analysis for the reconstruction of Me- CHO, H.-T. e D. J. COSGROVE . 2002. Regulation of
diterranean vegetation: An assessment based on root hair initiation and expansin gene expression
modern phytolith, pollen and botanical data (Lu- in Arabidopsis. Plant Cell 14, 3237- 3253.
beron, France). Rev. Palaeobot. Palynol. 129, CHRISTODOULAKIS, N. S., J. MENTI e B. GALA-
213-228. TIS. 2002. Structure and development of stoma-
BRODRIBB, T. e R. S. HILL. 1997. Imbricacy and sto- ta on the primary root of Ceratonia síliqua L.
matal wax plugs reduce maximum leaf conduc- Ann. Bot. 89, 23-29.
Epiderme 111 305
CLARKE, K. J., M. E. MCCULLY e N. K. MIKL 1979. ®-tubuhn isotypes during cotton fiber develop-
A developmental study of the epidermis of young ment. Plant Physiol. 105, 1347-1353.
roots of Zea mays L. Protoplasma 98, 283-309. DIXON, D. C., W. R. MEREDITH JR. e B. A. TRI-
CLO\.VES, F. A. L. 1994. Origin of the epidermis in PLETT. 2000. An assessment of (-tubulin isotype
root meristems . New Phytol. 127, 335-347. modifi cation in developing cotton fib er. lnt. J.
CLOWES, F. A. L. 2000. Pattern in root meristem Plant Sei. 161, 63-67.
development in angiosperms. New Phytol. 146, DOLAN, L. 1996. Pattern in the root epidermis: An
83- 94. interplay of diffusible signals and cellular geo-
COMSTOCK, J. P. 2002. Hydraulic and chemical sig- metry. Ann. Bot. 77, 547- 553.
nalling in the control of stomatal conductance DOLAN, L. e S. COSTA. 2001. Evolution and gene-
and transpiration. J Exp. Bot. 53, 195- 200. tics of root hair stripes in the root epidennis. J.
CORMACK, R. G. H. 1935. Investigations on the de- Exp. Bot. 52, 413- 417.
velopment of root hair s. New Phytol. 34, 30- 54 . DOLAN, L. e K. OKADA. 1999. Signalling in cell
CROXDALE, J. 1998. Stomatal patterning in mono- type specification. Semin. Cell Dev. Biol. 10,
cotyledons : Tradescantia as a model system. J. 149-156.
Exp. Bot. 49, 279-292. DOLAN, L., C. M. DUCKETT, C. GRIERSON, P.
CROXDALE, J. L. 2000. Stomatal patterning in an- LJNSTEAD, K. SCHNEIDER, E. LAWSON, C.
giosperms . Am. J. Bot. 87, 1069-1080. DEAN, S. POETHIG e K. ROBERTS. 1994. Clo-
CUTTER, E. G. e L. J. FELDMAN. 1970a. Tricho- nal relationships and cell patterning in the root
blasts in Hydrocharis. I. Origin, differentiation, epidermis of Arabidopsis. Development 120,
dimensions and growth . Am. J Bot. 57, 190-201. 2465-2474.
CUTTER, E. G. e L. J. FELDMAN. 1970b. Tricho- DUCKETT, C. M., K. J. OPARKA, D. A. M. PRIOR,
blasts in Hydrocharis. II. Nucleic acids, proteins L. DOLAN e K. ROBERTS. 1994. Dye-coupling in
and a consideration of cell growth in relation to the root epidermis of Arabidopsis is progressi-
endopolyploidy. Am. J. Bot. 57, 202-211. vely reduced during develop1nent. Development
CZARNOTA, M. A., R. N. PAUL, L. A. WESTON e 120, 3247- 3255.
S. O. DUKE. 2003 . Anatomy of sorgoleone-secre- ECKSTEIN, J . 1997. Heterogene Kohlenstoffassimi-
ting root hairs of Sorghum species. Int. J. Plant lation in Blattern hõherer Pflanzen als Folge der
Sei. 164, 861- 866. Variabilitat stomatarer Óffnungsweiten. Cha-
DAY, T. A., G. MARTIN e T. C. VOGELMANN. 1993. rakterisierung und Kausalanalyse des Phano-
Penetration of UV-B radiation in foliage: Eviden- mens "stomatal patchiness ." Ph.D. Thesis, Julius-
ce that the epidermis behaves as a non-uniform -Maximilians- Universitat \.Vürzburg.
filter. Plant Cell Environ. 16, 735-741. ED\VARDS, D., D. S. EDWARDS e R. RAYNER. 1982.
DAYANANDAN, P. e P. B. KAUFMAN. 1976. Tricho- The cuticle of early vascular plants and its evo-
mes of Cannabis sativa L. (Cannabaceae) . Am. lutionary significance. In: The Plant Cuticle, pp.
J Bot. 63, 578-591. 341-361, D. F. Cutler, K. L. Alvin, and C. E. Price,
DE BARY, A. 1884. Comparative Anatomy of the eds. Academic Press, London.
Vegetative Organs of the Phanerogams and EGLINTON, G. e R. J. HAMILTON. 1967. Leaf epicu-
Ferns. Clarendon P ress, Oxford. ticular waxes. Science 156, 1322-1335.
DIETRICH, P., D. SANDERS e R. HEDRICH. 2001. EHLERINGER, J. 1984. Ecology and ecophysiolo-
The role of ion channels in light-dependent sto- gy of leaf pubescence in North American desert
matal opening. J Exp. Bot. 52, 1959- 1967. plants. ln: Biology and Chemistry ofPlant Tri-
DIETZ, K.-J., B. HOLLENBACH e E. HELLWEGE. chames, pp. 113- 132, E. Rodriguez , P. L. Healey
1994. The epidermis of barley leaves is a dyna- e I. Mehta, eds. Plenum Press, Nevv York.
mic intermediary storage compartment of car- EISNER, T., M. EISNER e E. R. HOEBEKE . 1998.
bohydrates, amino acids and n itrate. Physiol. \Vhen defense backfires : Detrimental effect of a
Plant. 92, 31- 36. plant's protective t richames on an insect benefi-
DITTMER, H. J . 1949. Root hair variations in plant cial to the plant. Proc. Natl. Acad. Sei. USA 95,
species . Am. J. Bot. 36, 152-155. 4410-4414.
DIXON, D. C., R. W. SEAGULL e B. A. TRIPLETT. ELLIS, R. P. 1979. A procedure for standardizing
1994. Changes in the accumulation of (- and comparative leaf anatomy in the Poaceae. II. The
306 111 Anatomia das Plantas de Esau
epidermis as seen in sur face view. Bothalia 12, GALWAY, M. E., J. D. MASUCCI, A. M. LLOYD, V.
641-671. WALBOT, R. W. DAVIS e J. W. SCHJEFELBEJN.
ERWEE, M. G., P. B. GOODWIN e A. J. E . VAN BEL. 1994. The TTG gene is required to specify epi-
1985. Cellcell communication in the leaves of derma! cell fate and cell patterning in the Arabi-
Commelina cyanea and other plants. Plant Cell dopsis root. Dev. Biol. 166, 740-754.
Environ. 8, 173-178. GALWAY, M. E., J. W. HECKMAN JR. e J . W. SCHIE-
ESAU, K. 1977. Anatomy of Seed Plants, 2. ed. Wi- FELBEIN. 1997. Gro'\>vth and ultrastructure of
ley, Ne,1/ York. Arabidopsis root hairs: The rhd3 mutation al-
EUN, S.-0. e Y. LEE. 2000. Stomatal opening by fu- ters vacuole enlargement and t ip growth. Planta
sicoccin is accompanied by depolymerization of 201, 209- 218.
actin filaments in guard cells. Planta 210, 1014- GEISLER, M., M. YANG e F. D. SACK. 1998. Diver-
1017. gent regulation of stomatal initiation and pat-
FAHN, A. 1986. Structural and functional proper- terning in organ and suborgan regions of Arabi-
ties of t richomes of xeromorphic plants. Ann. dopsis mutants too many mouths andjour lips.
Bot. 57, 631-637. Planta 205, 522-530.
FAHN, A. e D. F. CUTLER. 1992. Xerophytes. GEITMANN, A. e A. M. C. EMONS. 2000. The
Encyelopedia of Plant Anatomy, Band 13, Teil cytoskeleton in plant a nd fungai tip growth. J
3, Gebrüder Borntraeger, Berlin. Microsc. 198, 218-245.
FEILD, T. S., M. A. ZWIENIECKI, M. J . DONOGHUE GILROY, S. e D. L. JONES. 2000. Through form to
e N. M. HOLBROOK. 1998 . Stomatal plugs of Dri- fu nction : root hair development and nutrient up-
mys winteri (Winteraceae) pr otect leaves from take. Trends Plant Sei. 5, 56-60.
mist but not drought. Proc. Natl. Aead. Sei. USA GLOVER, B. J. 2000. Differentiation in plant epider-
95, 14256-14259. ma! cells. J Exp. Bot. 51, 497-505.
FRANKE, W. 1971. Über die Natur der Ektodesmen GOURET, E., R. ROHR e A. CHAMEL. 1993. Ultras-
und einen Vorschlag zur Terminologie. Ber. Dts- tructure and chemical composition of some isola-
eh. Bot. Ges. 84, 533- 537. ted plant cuticles in relation to their permeability
FRANKS, P. J., I. R. COWAN e G. D. FARQUHAR. to the herbicide, diuron. New Phytol. 124, 423- 431.
1998. A study of stomatal mechanics using the GRABOV, A. e !VI. R. BLATT. 1998. Co-ordination of
cell pressure probe. Plant Cell Environ. 21, signaling elements in guard cell ion channel con-
94- 100. t rol. J Exp. Bot. 49, 351- 360.
FREY-WYSSLING, A. e K. MÜHLETHALER. 1959. GUNNING, B. E . S. 1977. Transfer cells and their
Über das submikroskopische Gesch ehen bei der roles in transport of solutes in plants. Sei. Prog.
Kutinisie rung pflanzlicher Zellwande. Viertel- Oxf 64, 539-568.
jahrsschr. Naturforsch. Ges. Zürieh 104, 294- GUTTENBERG, H. VON. 1940. Der primare Bau
299. der Angiospermenwurzel. Handbuch der Pjl
FRYNS-CLAESSENS, E. e W. VAN COTTHEM. 1973. anzenanatomie, Band 8, Lief 39. Gebrüder
A new classification of the ontogenetic types of Borntraeger, Berlin.
stomata. Bot. Rev. 39, 71-138. HACCIUS, B. e W. TROLL. 1961. Über die sogenann-
GALATIS, B. 1980. Microtubules and guard-cell ten Wurze lhaare an den Keimpfl anzen von Dro-
morphogenesis in Zea mays L. J Cell Sei. 45, sera- und Cuscuta-Arten. Beitr. Biol. Pjlanz.
211-244. 36, 139-157.
GALATIS, B. 1982. The organization of microtubu- HALL, R. D. 1998. Biotechnological applications for
les in guard mother cells of Zea mays. Can. J stomatal guard cells. J E xp. Bot. 49, 369- 375.
Bot. 60, 1148- 1166. HALL, R. D., T. RIKSEN-BRUINSMA, G. WEYENS,
GALATIS, B., P. APOSTOLAKOS e E . PANTERIS. M. LEFEBVRE, J. M. DUNWELL e F. A. KRENS.
1989. Microtubules and lithocyst morphogenesis 1996. S tomatal guard cells are totipotent. Plant
in Pilea eadierei. Can. J Bot. 67, 2788- 2804. Physiol. 112, 889- 892.
GALLAGHER, K. e L. G. SMITH. 2000. Roles for HALLAM, N. D. 1982. Fine structure of the leaf cuti-
polarity and nuclear determinants in specifying cle and the origin of leaf waxes. In: The Plant
daughter cell fates after an asymmetric cell divi- Cutiele, pp. 197-214, D. F. Cutler, K. L. Alvin e C.
sion in the maize leaf. Curr. Biol. 10, 1229-1232. E. Price, eds . Academic Press, London.
Epiderme 111 307
lica in shoots of higher plants. ln: Silieon and LAKE , J. A., W. P. QUICK, D. J. BEERLING e F. T.
Silieeous Struetures in Biologieal Systems, WOODWARD. 2001. Signals from mature to new
pp. 409-449, T. L. Simpson e B. E. Volcani, eds. leaves. Nature 411, 154.
Springer-Verlag, New York. LANNING, F. e. e L. N. ELEUTERIUS . 1989. Silica
KAUFMAN, P. B., P. DAYANANDAN, C. T. FRANKLIN deposition in some C3 and C4 species of grasses,
e Y. TAKEOKA. 1985. Structure and function of sedges and composites in the USA. Ann. Bot. 63,
sílica bodies in the epiderma! system of grass 395-410.
shoots. Ann. Bot. 55, 487- 507. LARKIN, J . C., D. G. OPPENHEIMER, A. M. LLOYD,
KAUFMANN, K. 1927. Anatomie und Physiolo- E. T. PAPAROZZI e M. D. MARKS. 1994. Roles
gie der Spaltõffnungsapparate mit Verholzten of the GLABROUSJ and TRANSPARENT TESTA
Schliesszellmembranen. Planta 3, 27- 59. GLABRA genes inArabidopsis trichome develo-
KAUL, R. B. 1977. The role of t he multiple epidermis pment. Plant Cell 6, 1065- 1076.
in foliar succulence of Peperomia (Piperaceae). LARKIN, J. C., N. YOUNG, M. PRIGGE e M. D. MARKS.
Bot. Gaz. 138, 213- 218. 1996. The control of trichome spacing and number
KETELAAR, T. e A. 11. C. EMONS. 2001. The inArabidopsis. Development 122, 997-1005.
cytoskeleton in plant cell growth: Lessons from LAWTON, J. R. 1980. Observations on the structure
root hairs. New Phytol. 152, 409-418. of epiderma! cells, particularly the cork and síli-
KETELAAR, T., C. FAIVRE-f\1OSKALENKO, J. J. ca cells, from the flowering stem internode of Lo-
ESSELTNG, N. e. A. DE RUIJTER, e. s. GRTER- lium temulentum L. (Gramineae). Bot. J. L inn.
SON, M. DOGTEROM e A. M. C. EMONS. 2002. Soe. 80, 161-177.
Positioning of nuclei in Arabidopsis root hairs : LEAVITT, R. G. 1904. Trichomes of the root in vas-
an actinregulated process of tip growth. Plant cular cryptogams and angiosperms . Proe. Bos-
Cell 14, 2941-2955. ton Soe. Nat. Hist. 31, 273-313.
KIM, H. J. e B. A. TRIPLETT. 2001. Cotton fi ber gro- LECKIE, C. P., M. R MCAINSH, L. MONTGOMERY,
wth in planta and in vitro. Models for plant cell A. J . PRIESTLEY, I. STAXEN, A. A. R. WEBB e A.
elongation and cell vvall biogenesis. Plant Phy- M. HETHERINGTON. 1998. Second messengers
siol. 127, 1361- 1366. in guard cells. J. Exp. Bot. 49, 339- 349.
KIM, K., S. S. WHANG e R. S. HILL. 1999. Cuticle LEE, M. M. e J. SCHIEFELBEIN. 1999. \VEREWOLF,
micromorphology of leaves of Pinus (Pinaceae) a MYBrelated protein in Arabidopsis, is a posi-
in east and south-east Asia. Bot. J. Linn. Soe. tion-dependent regulator of epiderma! cell pat-
129, 55-74. terning. Cell 99, 473-483.
KINOSHITA, T. e K.-I. SHIMAZAKI. 1999. Blue light LEFEBVRE, D. D. 1985. Stomata on the primary
activates the plasma membrane H+ -ATPase by root of Pisum sativum L. Ann. Bot. 55, 337-341.
phosphorylation of the C-terminus in stomatal LESSIRE, R., T. ABDUL-KARIM e e. CASSAGNE.
guard cells. EA1BO J. 18, 5548-5558. 1982 . Origin of the wax very long chain fatty aci-
KORN, R. W. 1972. Arrangement of stomata on ds in leek, Allium porrum L., leaves: A plausible
the leaves of Pelargonium zonale and Sedum model. In: The Plant Cuticle, pp. 167-179, D. F.
stahlii. Ann. Bot. 36, 325-333. Cutler, K. L. Alvin e C. E. Price, eds. Academic
KREGER, D. R. 1958. Wax. In: Der Stoffwechsel Press, London.
sekundarer Pflanzenstoffe. ln: Handbuch der LEVIN, D. A. 1973. The role of t richomes in plant
Pfl anzenphysiologie, Band 10, pp. 249-269. defense. Q. Rev. Biol. 48, 3-15.
Springer, Berlin. LEVY, Y. Y. e C. DEAN. 1998. Control of fl owering
KUIJT, J. e W.-X. DONG. 1990. Surface features of time. Curr. Opin. Plant Biol. 1, 49- 54.
t he leaves of Balanophoraceae- A family wi- LI, J. e S. M. ASSMANN. 2000. Protein phosphoryla-
t hout stomata? Plant Syst. Evol. 170, 29- 35. tion and ion transport: A case study in guard
KUNST, L. e A. L. SAMUELS. 2003. Biosynthesis cells. Adv. Bot. Res. 32, 459-479.
and secretion of plant cuticular wax. Prog. Lipid LINSBAUER, K. 1930. Die Epidermis. Handbuch
Res. 42, 51- 80. der Pflanzenanatomie, Band 4, Lief 27. Born-
KUTSCHERA, U. 1992. The role of the epidermis in t raeger, Berlin.
the control of elongation growth in stems and co- LLOYD, C. W. 1983. Helical microtubular arrays in
leoptiles. Bot. Aeta 105, 246-252. onion root hairs. Nature 305, 311-313.
Epiderme 111 309
ROTH, T. 1990. Leaf Structure of a Venezuelan gration and cytoskeleton in root hairs of radish.
Cloud Forest in Relation to the Microclimate. ln: Structure and Function of Roots, pp. 69-74,
Encyclopedia of Plant Anatomy, Band 14, Teil F. Baluska, M. CV iamporová, O. Gasparíková e P.
1. Gebrüder Borntraeger, Berlin. \1/. Barlow, eds. Kluwer Academic, Dordrecht.
ROW, H. C. e J. R. REEDER. 1957. Root-hair develo- SAXE, H. 1979. A structural and functional study of
pment as evidence of relationships among genera the coordinated reactions of individual Comme-
of Gramineae. Am. J. Bot. 44, 596-601. lina communis L. stomata (Commelinaceae).
RUAN, Y.-L., D. J . LLE\.VELLYN e R. T. FURBANK. Am. J. Bot. 66, 1044- 1052.
2001. The control of single-celled cotton fiber SCHELLMANN, S., A. SCHNITTGER, V. KIRIK,
elongation by developmentally reversible gating T. WADA, K. OKADA, A. BEERMANN, J. THU-
of plasmodesmata and coordinated expression MFAHRT, G. JÜRGENS e M. HÜLSKAMP. 2002.
of sucrose and K+ transporters and expansin. TR!PTYCHON and CAPRICE mediate lateral
Plant Cell 13, 47- 60. inhibition during trichame and root hair patter-
RUSSELL, S. H. e R. F. EVERT. 1985. Leaf vascula- ning in Arabidopsis. ElvlBO J. 21, 5036- 5046.
t ure in Zea mays L. Planta 164, 448-458. SCHIEFELBEIN, J. 2003. Cell-fate specification in
RYSER, U. 1985. Cell wall biosynthesis in differentia- the epidermis : A common patterning mechanism
ting cotton fibres. Eur. J. Cell Biol. 39, 236-256. in the root and shoot. Curr. Opin. Plant Biol. 6,
RYSER, U. 1999. Cotton fiber initiation and histodi- 74-78.
fferentiation. In: Cotton Fibers.· Developmental SCHIEFELBEIN, J. W. e C. SOMERVILLE. 1990. Ge-
Biology, Quality l mprovement, and Textile netic control of root hair development in Arabi-
Processing, pp. 1-45, A. S. Basra, ed. Food Pro- dopsis thaliana. Plant Cell 2, 235-243.
ducts Press, Ne,:v York. SCHIEFELBEIN, J. W., J. D. MASUCCI e H. WANG.
RYSER, U. e P. J. HOLLOWAY. 1985. Ultrastructure 1997. Building a root: The control of patterning
and chemistry of soluble and polymeric lipids in and morphogenesis during root development.
cell walls from seed coats and fibres of Gossy- Plant Cell 9, 1089-1098.
pium species. Planta 163, 151- 163. SCHMUTZ, A., T. JENNY, N. AMRHEIN e U. RYSER.
SACK, F. D. 1987. The development and structure of 1993. Caffeic acid and glycerol are constituents
stomata. ln: Stomatal Function, pp. 59- 89, E. of the suberin layers in green cotton fibres. Plan-
Zeiger, G. D. Farquhar e I. R. Cowan, eds. Stan- ta 189, 453- 460.
ford University Press, Stanford. SCHNABL, H. e K. RASCHKE. 1980. Potassium
SACK, F. D. 1994. Structure of the stomatal complex chloride as stomatal osmoticum in Allium cepa
of th e monocot Flagellaria indica. Am. J. Bot. L., a species devoid of starch in guard cells. Plant
81, 339-344. Physiol 65, 88-93.
SAHGAL, P., G. V. MARTINEZ, e. ROBERTS e G. SCHNABL, H. e H. ZIEGLER. 1977. The mechanism
TALLMAN. 1994. Regeneration of plants from of stomatal movement in Allium cepa L. Planta
cult ured guard cell protoplasts of Nicotiana 136, 37-43.
glauca (Graham). Plant Sei. 97, 199-208. SCHÓNHERR, J. 2000. Calcium chloride penetra-
SANTIER, S., and A. CHAMEL. 1998. Reassessment tes plant cuticles via aqueous pores. Planta 212,
of the role of cuticular waxes in the transfer of 112-118.
organic molecules through plant cuticles. Plant SCHÓNHERR, J. e M. RIEDERER. 1989. Foliar pe-
Physiol. Biochem 36, 225-231. netration and accumulation of organic chemicals
SARGENT, C. 1978. Differentiation of the crossed- in plant cuticles. Rev. Environ. Contam. Toxi-
-fi brillar outer epiderma! wall during extension col. 108, 2- 70.
growth in Hordeum vulgare L. Protoplasma SCHREIBER, L. e M. RIEDERER. 1996. Ecophy-
95, 309- 320. siology of cuticular transpiration: comparative
SATIAT-JEUNEMAITRE, B., B. MARTIN e C. HA- investigation of cuticular water permeability of
WES. 1992. Plant cell wall architecture is reve- plant species from different habitats. Oecologia
aled by rapid-freezing and deepetching. Proto- 107, 426- 432.
plasma 167, 33-42. SCHREIBER, L., T. KIRSCH e M. RIEDERER. 1996.
SATO, S., Y. OGASAWARA e S. SAKURAGI. 1995. Transport properties of cuticular waxes of Fa-
The relationship betw·een growth, nucleus mi- gus sylvatica L. and Picea abies (L.) Karst: Es-
Epiderme 111 313
timation of size selectivity and tor tuosity from root hairs of Medicago truncatula during deve-
diffusion coefficients of aliphatic molecules. lopment and deformation by nodulation factors .
Planta 198, 104-109. Protoplasma 214, 118-127.
SCHREIBER, L., M. SKRABS, K. HARTMANN, P. SOLEREDER, H. 1908. Systematic Anatomy of the
DIAMANTOPOULOS, E. SIMANOVA e J. SAN- Dicotyledons: A Handbook for Laboratories
TRUCEK. 2001. Effect of humidity on cuticular of Fure and Applied Botany. 2 vols. Clarendon
water permeability of isolated cuticular membra- Press, Oxford.
nes and leaf disks. Planta 214, 274- 282. SONG, P. e R. D. ALLEN. 1997. Identifi cation of a
SCHROEDER, J. I., J. M. KWAK e G. J. ALLEN. 2001. cotton fiberspecific acyl carrier protein cDNA by
Guard cell abscisic acid signalling and enginee- differential display. Bioehim. Biophy. Acta-
ering drought hardiness in plants. Nature 410, Gene Struet. Express 1351, 305- 312.
327- 330. SRIVASTAVA, L. M. e A. P. SINGH. 1972 . Stomatal
SCHWAB, B., U. FOLKERS, H. ILGENFRITZ e M. structure in corn leaves. J. Ultrastruet. Res. 39,
HÜLSKAMP. 2000. Trichome rnorphogenesis in 345- 363.
Arabidopsis. Philos. Trans. R. Soe. Lond. B. STEWART, J. MCD. 1975. Fiber initiation on the
355, 879-883. cotton ovule (Gossypium hirsutum L.). Am. J.
SCULTHORPE, C. D. 1967. The Biology of Aquatic Bot. 62, 723-730.
Vascular Plants. Edward Arnold, London. STEWART, J. MCD. 1986. Integrated events in the fl
SEAGULL, R. W. 1986. Changes in microtubule orga- ower and fruit. In: Cotton Physiology, pp. 261-
nization and wall microfibril orientation during 300, J. R. Mauney e J. McD. Stewart, eds. Cotton
in vitro cotton fiber development: An immunofl Foundation, Memphis, TN.
uorescent study. Can. J. Bot. 64, 1373-1381. STOCKEY, R. A., B. J. FREVEL e P. WOLTZ. 1998.
SEAGULL, R. W. 1992. A quantitative electron mi- Cuticle micromorphology of Podocarpus, subge-
croscopic study of changes in microtubule arrays nus Podocarpus, section Seytopodium (Podo-
and wall microfibril orientation during in vitro carpaceae) of Madagascar and South Africa. Int.
cotton fiber developrn ent. J. Cell Sei. 101 , 561- J Plant Sei. 159, 923- 940.
577. SZYMANSKI, D. B., M. D. MARKS, and S. M. WICK.
SERNA, L. e C. FENOLL. 2000. Stomatal develop- 1999. Organized F-actin is essential for normal
ment in Arabidopsis: Hovv to make a functional t richome morphogenesis in Arabidopsis. Plant
pattern. Trends Plant Sei. 5, 458- 460. Cell ll, 2331- 2347.
SERNA, L. , J. TORRES -CONTRERAS e C. FENOLL. TAIZ, L. e E. ZEIGER. 2002. Plant Physiology, 3.
2002. Clonai analysis of stomatal development ed. Sinauer Associates, Sunderland, MA.
and patterning in Arabidopsis leaves. Dev. Biol. TAKEDA, K . e H. SHIBAOKA. 1978. The fine struc-
241, 24-33. t ure of the epiderma! cell wall in Azuki bean epi-
SETOGUCHI, H., M. OKAZAKI e S. SUGA. 1989. Cal- cotyl. Bot. Mag. Tokyo 91, 235-245.
cification in higher plants with special reference TALBOTT, L. D. e E. ZEIGER. 1998. The role of su-
to cystoliths. In: Origin, Evolution, and i'vfo- crose in guard cell osmoregulation . J. Ex p. Bot.
dern Aspeets of Biomineralization in Plants 49, 329-337.
and Animals, pp. 409-418, R. E. Crick, ed. Pie- TARKOWSKA, J. A. e M. WACOWSKA. 1988 . The
num Press, Ne,;v York. significance of the presence of stomata on see-
SETOGUCHI, H., H. TOBE, H. OHBA e M. OKAZAKI. dling roots. Ann. Bot. 61, 305-310.
1993. Silicon-accumulating idioblasts in leaves TAYLOR, L. P. e P. K. HEPLER. 1997. Pollen germi-
of Cecropiaceae (Urticales). J. Plant Res. 106, nation and tube growth. Annu. Rev. Plant Phy-
327- 335. SHAW, S. L., J. DUMAIS e S. R. LONG. siol. Plant Mal. Biol. 48, 461- 491.
2000. Cell surface expansion in polarly gro,;ving TAYLOR, M. G., K. SIMKISS, G. N. GREAVES, M. OKA-
root hairs of Medicago truneatula. Plant Phy- ZAKI e S. MANN. 1993. An X-ray absorption spec-
siol. 124, 959- 969. troscopy study of the structure and transformation
SHIELDS, L. M. 1951. The involution in leaves of cer- of amorphous calcium carbonate from plant cysto-
tain xeric grasses. Phytomorphology l , 225-241. liths. Proc. R. Soe. Lond. B. 252, 75-80.
SIEBERER, B. e A. M. C. EMONS. 2000. Cytoarchi- TERASHIMA, I. 1992. Anatomy of non-uniform leaf
tecture and pattern of cytoplasmic streaming in photosynthesis . Photosyn. Res. 31, 195-212.
314 111 Anatomia das Plantas de Esau
WOOD, N. T., A. C. ALLAN, A. HALEY, M. VIRY- ZELLNIG, G., J. PETERS, M. S. J IMÉNEZ, D. MORA-
-MOUSSAID e A. J. TREWAVAS. 2000. The cha- LES, D. GRILL e A. PERKTOLD. 2002. Three-di-
racterization of differential calcium signalling in mensional reconstruction of the stomatal com-
tobacco guard cells. Plant J 24, 335-344. plex in Pinus canariensis needles using serial
WOOD\1/ARD, F. I., J. A. LAKE e W. P. QUICK. 2002. sections. Plant Biol. 4, 70-76.
Stomatal development and CO2: Ecological con- ZHANG, S. Q. e W. H. OUTLAW JR. 2001. Abscisic
sequences. New Phytol.153, 477-484. acid introduced into the transpiration stream
WU, C.-C. e L.-L. KUO-HUANG. 1997. Calcium crys- accumulates in the guardcell apoplast and cau-
tals in the leaves of some species of Moraceae. ses stomatal closure. Plant Cell Env iron. 24,
Bot. Bull. Acad. Sin. 38, 97- 104. 1045- 1054.
YANG, M. e F. D. SACK. 1995. The too many mou- ZHAO, L. e F. D. SACK. 1999. Ultrastructure of sto-
ths andfour lips mutations affect stomatal pro- matal development in Arabidopsis (Brassicace-
duction inArabidopsis. Plant Cell 7, 2227- 2239. ae) leaves. Am. J. Bot. 86, 929- 939.
YU, R., R.-F. HUANG, X.-C. WANG e M. YUAN. 2001. ZHU, T., R. L. O'QUINN, W. J. LUCAS e T. L. ROST.
Microtubule dynamics are involved in stomatal 1998. Directional cell-to -cell communication in
movement of Vicia Jaba L. Protoplasma 216, the Arabidopsis root apical meristem. II. Dyna-
113-118. mics of plasmodesmatal formation. Protoplasma
ZEIGER, E. 2000. Sensory transduction of blue light 204, 84-93.
in guard cells. Trends Plant Sei. 5, 183-185.
CàP. ÍiliULO DEJ
O xilema é o principal tecido condutor de água 1993). Os termos plantas vasculares e traqueófitas
em un-la planta vascular. Tan,bém está envolvido se referem aos elementos característicos de condu-
no transporte de solutos, na sustentação e no ar- ção do xilema, os elementos traqueais. Por causa
mazenan,ento de nutrientes. Juntamente com o de suas paredes rígidas e persistentes, os elen,entos
floema, o principal tecido condutor de nutrientes, traqueais são mais conspícuos do que os elementos
o xilema forma um sistema vascular contínuo, que crivados do floema, e mais bem preservados em fós-
se estende através de todo o corpo da planta. Por seis, podendo ser estudados com mais facilidade.
serem componentes do sistema vascular, o xilema Portanto, é o xilema, mais do que o floema, que per-
e o floema são denominados tecidos vasculares. mite a identificação das plantas vasculares.
Algumas vezes, os dois juntos são mencionados Com relação ao desenvolvimento, o primeiro
como o sistema vascular. O tenno xilema foi in- xilema se diferencia cedo na ontogenia da planta -
troduzido por Nageli (1858) e é derivado do grego no embrião ou plântula jovem (Gahan, 1988; Busse
xylon, madeira. e Evert, 1999) - e à medida que a planta cresce,
As plantas vasculares, também conhecidas como um novo xilema (juntamente com o floema que o
traqueófitas, formam um grupo monofilético, que acompanha) se desenvolve continuamente a par-
consiste de dois clados que representam as plan- tir das derivadas dos meristemas apicais. Desse
tas vasculares sem sementes (Monilophyta e Lyco- modo, o corpo primário da planta, que é formado
phyta1, que compreendem as samambaias, incluindo pela atividade dos meristemas apicais, é permea-
Psilotum e as cavalinhas), além das gimnospermas do por um sistema contínuo de tecidos vasculares.
e angiospermas, todas com representantes vivos Os tecidos vasculares que se diferenciam no corpo
(Raven et al., 2005) . Paralelamente a isso, existem primário da planta são o xilema primário e o fio-
vários clados de plantas vasculares inteiramente ema primário. O tecido meristemático direta1nen-
extintos (Stewar t e Rothwell, 1993; Taylor e Taylor, te envolvido com a formação desses tecidos, que é
1 No
seu precursor imediato, é o procâmbio. Plantas
original, o autor se refere aos grupos Lycophyta e Pterido-
phyta, entretanto, estudos filogenéticos rec entes (Pryer et ai. vasculares antigas, e muitas contemporâneas (pe-
2001) modificaram esta classificação, e atualmente os grupos que quenas eudicotiledôneas anuais e a maioria das
incluem as antigas pteridófitas são Monilophyta e Lycophyta. monocotiledôneas), são constituídas inteiramente
Pryer, K. M., Schneider, H., Smith, A. R., Cranfill, R., Wolf, P. G., por tecidos primários.
Hunt, J. S., & Sipes, S. D. 2001. Horsetails and ferns are a mono-
phyletic group and the closest living relatives to seed pla nts.
Paralelamente ao crescimento primário, mui-
Nature 409: 618-622. tas plantas sofrem um crescimento adicional que
318 111 Anatomia das Plantas de Esau
Lenho inicial
Plano .
transversal Lenho tardio
amada de crescimento
Fibras
Perid erme
Sistema axial
,, " /
✓/ / /
/ / . :·' )
/6) . ·, :J
Rai , \)~
,, .i;
Xilema secun \' íY \í
li ',' J, JJ~ ~ ~
Planoradia l~,· ,,1. ;l \ 1
,, j • ' \
F<:,:d:' U1h,h~i'r
1~ '
11 1
1 1
Câmbio vascular secundári ' , 1 jl 1
Plano tangencial
Córtex
Periderme
FIGURA 10.1
Diagrama de um bloco de madeira ilustrando as características básicas dos tecidos vasculares secundários - xilema e
floema secundários - e a sua relação espacial um com o outro e com o câmbio que os origina. A periderme substituiu
a epiderme como tecido de revestimento. (Obtido de Esau, 1977.)
promove o alargamento do caule e da raiz após o TABELA 10.1 - Principais tipos celulares do xi lema
crescimento primário (crescin1ento em extensão) secundário
estar finalizado. Esse crescimento é denominado
Tipos celulares Funções principais
crescimento secundário, resultante, em parte, da
atividade do câmbio vascular, o meristema late- Sistema axial
Elementos traqueais
ral que produz os tecidos vasculares secundários,
Traqueídes l. Condução de água;
o xilema secundário e o floema secundário Elementos de vaso J transporte de solutos
(Fig. 10.1) .
Fibras
Estruturalmente, o xilema é um tecido com-
Fibrotraqueídes l Suporte; armazenamento,
plexo, que contém, pelo menos, elementos traque- Fibras libriformes J algumas vezes
ais e células parenquimáticas, mas normalmente
contém outros tipos de células, especialmente cé- Células parenquimáticas } Armazenamento de
Sistema radial (raio) nutrientes; translocação
lulas envolvidas na sustentação. Os tipos princi- Células parenquimáticas de várias substâncias
pais de células encontradas no xi lema secundário Traqueídes em algumas
estão listados na Tabela 10.1. O xilema primário coníferas
e o secundário possuem diferenças histológicas,
mas, em muitos aspectos, os dois tipos se sobre-
põem (Esau, 1943; Larson, 1974, 1976) . Desse
modo, para que a classificação em xilema primá-
rio e secundário seja útil, esta deve ser considera-
da de 1nodo abrangente, relacionando estes dois
componentes do tecido xilemático ao desenvolvi-
mento da planta como um todo.
Xilema: tipos celulares e aspectos do desenvolvimento 111 319
Placa de perfuração
escalariforme 100 µm
1,00 µm
1
Pontoação
voltada
100µm para o
raio
Traqueíde
radial
Ponto ação
areolada
100 µm
e
FIGURA 10.2
Elementos traqueais. A , traqueídes do lenho inicial de uma espécie de pinheiro "sugar pine" (Pinus lambertiana).
B, parte aumentada de A . C- F, elementos de vaso do liriodendro, Liriodendron tulipifera ( C), faia, Fagus gran-
difolia (D), choupo, Populus trichocarpa (E ), ailanto, Ailanthus altissima (F ). (Obtido de Carpenter, 1952; com
permissão de SUNY-ESF.)
320 111 Anatomia das Plantas de Esau
-~
.---~
i
-~--
~--..-,_...~
--·- .-1 • 1
'
20 µm
1f 1 D
•
FIGURA 10.3
Placas de perfuração. Fotomicrografia eletrônica de varredura das paredes terminais perfuradas de elementos de
vaso do xilema secundário. A , placa de perfuração simples, com uma única grande abertura simples, em um elemento
de vaso de Pelargonium. B, barras em forma de escada de uma perfuração escalariforme entre elementos de vaso
em Rhoclodenclron. C, placa de perfuração foraminada, com perfurações circulares, em Ephedra. D, placas de per-
furação escalariforme e reticulada contíguas em Knemafurfuracea. (A- C, cortesia de P. Dayanandan; D, obtido de
Ohtani et ai., 1992.)
322 111 Anatomia das Plantas de Esau
FIGURA 10.6
Pontoações areoladas em traqueídes de coníferas (A , Tsuga; B, Abies; C, Pinus). A , vista superficial de pontoações
com espessamento (toro) na membrana da pontoação. B, C, pares de pontoação em secções com toro (t) na membrana
da pontoação (mp) na posição mediana (B) e pressionado junto à aréola (bem C; par de pontoação aspirado). (A,
xl070; B, C, xl425. A , obtido de Bannan, 1941.)
Enl algumas eudicotiledôneas as cavidades da Dute et al., 1996). Alguns pesquisadores conside-
pontoação e/ou aberturas são inteiramente, ou em ram que não há diferenças entre as guarnições e
parte, margeadas com minúsculas protuberâncias as camadas verrucosas, e recomendam que ambos
na parede secundária (Jansen et al., 1998, 2001). os termos relativos às camadas verrucosas sejam
A maioria delas ramificada ou com forma irregu- substituídos por guarnições e cainadas guarneci-
lar, estas protuberâncias são denominadas guar- das (Ohtani et al., 1984) .
niçõe s , e essas pontoações denominadas ponto- Aparentemente, a maioria das guarnições é
ações guarnecidas (Fig. 10.8). As guarnições constituída principalmente por lignina (Mori et al.,
podem ocorrer enl todos os tipos celulares do xi- 1980; Ohtani et al., 1984; Harada e Côté, 1985). A
lema secundário. Elas não estão apenas associadas ausência de lignina foi relatada para guarnições de
às pontoações, mas podem ocorrer nas superfícies alguns membros de Fabaceae (Raf1jani e Krishna-
internas das paredes, nas placas de perfuração, e murthy, 1988; Castro, 1991). Outros componentes
nos espessamentos helicoidais (ver a seguir) das das guarnições são hemicelulose e pequenas quan-
paredes dos vasos (Bailey, 1933; Butterfield e tidades de pectina; a celulose é ausente (Meylan e
Meylan, 1980; Metcalfe e Chalk, 1983; Carlquist, Butterfield, 1974; Mori et al., 1983; Ra11jani e Krish-
2001) . As guarnições também ocorrem nas pa- namurthy, 1988).
redes das traqueídes das gimnospermas e foram Existe uma correlação marcante entre o tipo
observadas em dois grupos de monocotiledôneas, de placa de perfuração de u1n vaso e pontoações
em algumas espécies de bambus (Parameswaram guarnecidas: praticamente todos os táxons que
e Liese, 1977) e de palmeiras (Hong e Killmann, possuem pontoações guarnecidas possuen1 placas
1992). Protuberâncias diminutas e não ramifica- de perfuração simples (Jansen et al., 2003) . Essa
das, comumente denominadas camadas verruco- correlação, dentre outros fatores, levou à sugestão
sas, também ocorrem nas paredes das traqueídes de que pontoações guarnecidas contribuem para
em gimnospern1as e nas paredes de vasos e fibras a segurança hidráulica, corroborada pelos resul-
em angiospermas (Castro, 1988; Heady et al., 1994; tados de um estudo. Evidência 1nostrou de que as
Xilema: tipos celulares e aspectos do desenvolvimento 111 325
FIGURA 10.7
Fotomicrografia eletrônica de varredura de pontoação areolada no lenho inicial em traqueídes de Pinus pungens.
A aréola foi eliminada e a membrana da pontoação, exposta. A membrana da pontoação consiste de um toro
impermeável e o margo muito poroso. As microfibrilas no margo predominam em arranjo radial. (Cortesia de W. A.
Côté Jr.)
FIGURA 10.8
Pontoações guarnecidas em vasos de Gleditsia triacantha. A , vista da lamela média; B, vista a partir do lúmen do
vaso. O arranjo dessas pontoações é alterno. (Cortesia de P. Dayanandan.)
326 111 Anatomia das Plantas de Esau
Elemento traqueal Elemento traqueal 1988). Os poros maiores são os mais vulneráveis
embolizado fu ncional à entrada de ar. Uma planta está suscetível a esse
modo de embolia a qualquer momento, como quan-
do seus vasos ou traqueídes se tornam preenchidos
AR Água com ar em decorrência de um ferimento físico (por
exemplo, pelo vento ou herbivoria) . Em coníferas,
a fonnação de bolhas de ar provavelmente ocorre
quando a diferença de pressão entre as traqueídes
Membrana
de pontoação
se torna grande o suficiente para deslocar o toro da
sua posição (Sperry e Tyree, 1990).
Discussões consideráveis têm sido realizadas a
respeito dos possíveis mecanismos envolvidos com
a recuperação da condutância hidráulica após um
embolismo no xilema (Salleo et al., 1996; Holbrook
e Zwieniecki, 1999; Tyree et al., 1999; Tibbetts e
E,v-ers, 2000; Zwienieck et al., 2001a; Hacke e Sper-
ry, 2003). Dois mecanismos são relacionados à re-
cuperação da condutividade hidráulica ele árvores
Menisco
Par de pontoações areoladas de faia (Fagus sylvatica) que sofreram embolismo
B pelo inverno (Cochard et al, 2001b). Um mecanismo
FIGURA 10.11
opera no início da primavera, antes cio início ela bro-
tação, e está relacionado com a ocorrência de pres-
Diagrama mostrando par de pontoação areolada entre sões positivas no xilema na base do tronco. As pres-
elementos traqueais, um dos quais está embolizado e, sões positivas no xile1na dissolvem ativamente os
portanto, não funcional (A). B, detalhe da membrana embolismos. O segundo n1ecanismo de recuperação
da pontoação. Quando um elemento traqueal está em-
fica operativo após a brotação e está correlacionado
bolizado, a dispersão do ar para os elementos traqueais
adjacentes é evitada pela tensão superficial do menisco à retomada da atividade cambial. Nesse momento,
ar-água que alarga os poros da membrana da pontoa- os vasos embolizados são substituídos por vasos no-
ção. (Obtido de Raven et ai., 2005.) vos, funcionais. Como percebido por Cocharei et al.
(2001b), os dois mecanismos são complementares: o
primeiro ocorre principalmente na raiz e no tronco,
et al., 1994). Como notado por Sperry e Sullivan e o segundo, principaln1ente nos ramos jovens ter-
(1992), isso pode explicar a tendência ao decrésci- minais. Em outro estudo, os embolismos de inverno
mo no tamanho dos conduítes com o aumento da em ramos de bétula (Betula spp.) e amieiro (Alnus
latitude e altitude (Baas, 1986), a raridade das lia- spp.) foram recuperados pela recarga dos vasos com
nas lenhosas, com seus vasos largos em latitudes a pressão positiva da raiz durante a primavera, en-
elevadas (Ewers, 1985; Ewers et al., 1990), e a do- quanto em ramos de árvores do carvalho gambel
minância das coníferas com suas traqueídes estrei- (Quercus gambelii) ocorreu a recuperação pela
tas, em climas frios (ver Maherali e DeLucia, 2000, produção de novos vasos funcionais para restaurar
e Stout e Sala, 2003, e a literatura citada nesses a condutância hidráulica (Sperry et al., 1994). Da
artigos, para discussões sobre a vulnerabilidade do mesma forma que a faia, a bétula e o amieiro tam-
xilema em coníferas). bém são árvores com porosidade difusa; o carvalho
O estresse hídrico causado pela seca aumenta gambel possui anel poroso.
a tensão na seiva xilemática, ou seja, nos conteú- Embora seja sabido há muito tempo que as pres-
dos fluidos do xilema. Quando essa tensão excede sões positivas elas raízes desempenham um papel
a tensão superficial do menisco que ocorre entre os na recarga dos conduítes embolizados do xilema
poros na membrana, ar pode ser empurrado para (Milburn, 1979), existem trabalhos que mostram
um conduíte funcional (Sperry e 1'yree, 1988). que vasos embolizados podem ser recarregados
Esse processo é conhecido como formação de bo- mesmo na ausência de pressão de raiz e quando
lhas de ar (Zinlmernlann, 1983; Sperry e Tyree, a pressão no xilema é bastante negativa (Salleo
Xilema : tipos celulares e aspectos do desenvolvimento 111 329
et al., 1996; Tyree et al., 1999; Hacke e Sperry, lenho. Dois tipos principais de fibras são reconhe-
2003). Tem sido relatada a ocorrência de embo- cidos: as fibrotraqueídes e as fibras libriformes
lismos diários em muitos vasos em ramos (Canny, (Capítulo 8). Se ambas ocorrem no mesmo lenho, a
1997a, b) e raízes (MacCully et al., 1998; Buchard fibra librifonne é mais longa e, comumente, possui
et al., 1999; McCully, 1999) de plantas herbáceas, paredes mais espessas do que as fibrotraqueídes.
durante a transpiração. Embora seja genericamen- As fibrotraqueídes (Fig. 10.5N, O) possuem pon-
te aceito que a recarga de vasos e1nbolizados com toações areoladas com cavidades menores do que
água ocorra após a parada da transpiração, a recar- as cavidades das traqueídes ou elementos ele vaso
ga de vasos embolizados nessas herbáceas ocorre (Fig. 10.5P, Q) no mesmo lenho. Essas pontoações
enquanto as plantas estão ainda transpirando, e a possuem um canal de pontoação con1 uma abertu-
seiva xilemática se encontra sob tensão. As con- ra externa circular e un1a interna alongada ou em
clusões obtidas a partir desses estudos foram cri- forma de fenda (Capítulo 4) .
ticadas por vários pesquisadores, que contestaram A pontoação em uma fibra libriforme possui
que os embolismos observados eram artefatos re- uma abertura em forma ele fenda em direção ao lú-
sultantes do procedimento de congelamento (crio- men da célula e um canal que se parece com um
microscopia) utilizado nesses estudos (Cochard et funil achatado, mas sem cavidade da pontoação
al., 2001a; Richter, 2001; contudo, ver Canny et al., (Fig. 10.5L, M) . Em outras palavras, a pontoação
2001) . não possui aréolas, é simples. A referência às pon-
As esculturas nas paredes dos vasos e a natu- toações das fibras libriformes como simples impli-
reza das placas de perfuração podem influenciar ca uma distinção mais acurada do que a que existe.
na vulnerabilidade ao embolismo. Foi sugerido, por As células fibrosas do xilema mostram uma grada-
exemplo, que os espessamentos helicoidais podem ção nas sé1ies de pontoações entre aquelas com
reduzir a ocorrência de embolismo pelo aumento aréolas pronunciadas e aquelas com aréolas vesti-
na área superficial dos vasos, deste modo, aumen- giais ou ausentes. As formas intermediárias com
tando a ligação da água com as paredes dos vasos pontoações areoladas reconhecíveis são colocadas,
(Carlquist, 1983). Espessamentos helicoidais tam- por conveniência, na categoria das fibrotraqueídes
bém podem aumentar a capacidade de condução de (Panshin e Zeeuw, 1980).
vasos estreitos, o que explicaria a sua prevalência As fibras de an1bas as catego1ias podem ser sep-
em vasos estreitos do lenho tardio (Roth, 1996). tadas (Capítulo 8). As fibras septadas (Fig. 8.6a;
Placas escalariformes são citadas como mecanis- ver Fig. 10.15), amplamente distribuídas nas eudi-
mos que seguram as bolhas ele ar em elementos cotiledôneas e 1nuito comuns em n1adeiras tropi-
de vaso individuais, evitando o bloqueio do vaso cais, geralmente retêm o seu protoplasto no lenho
inteiro (Zimmermann, 1983; Sperry, 1985; Schul- ativo maduro (Capítulo 11), onde estão envolvidas
te et al., 1989; Ellerby e Ennos, 1998). Embora a nas atividades de armazenamento de materiais de
resistência das placas de perfuração simples ao reserva (Frison, 1948; Fahn e Leshem, 1963). As-
fluxo seja a menor dentre todas, placas ele perfu- sim sendo, as fibras vivas se aproximam das células
ração escalariformes com poucas barras - mesmo parenquimáticas do xilema en1 estrutura e função.
aquelas com perfurações estreitas - representam A distinção entre as duas é particularmente tênue
obstruções pequenas ao fluxo de água (Schulte et quando as células de parênquima desenvolvem
al., 1989). Independente1nente do tipo de placa ele paredes secundárias e septos. A retenção do pro-
perfuração, a maior parte da resistência ao fluxo toplasto pelas fibras é un1a indicação de especia-
nos elementos de vaso parece estar relacionada à lização evolutiva (Bailey, 1953; Bailey e Srivasta-
parede (Ellerby e Ennos, 1998). va, 1962), e onde as fibras vivas estão presentes,
o parênquima axial é pequeno em quantidade, ou
As fibras são especializadas como elementos ausente (Money et al., 1950).
de sustentação no xilema Outra modificação das fibrotraqueídes e das fi-
Fibras são células longas, com paredes secundá- bras libriformes são as chamadas fibras gelatinosas
rias, comumente lignificadas. As paredes variam (Capítulo 8). As fibras gelatinosas (Fig. 8.7; ver Fig.
em espessura, mas são geralmente mais espessas 10.15) são componentes comuns no lenho de rea-
do que as paredes das traqueídes em um mesmo ção (Capítulo 11) en1 eudicotiledôneas.
330 111 Anatomia das Plantas de Esau
As células vivas do parênquima ocorrem tan- va armazenados nas células parenquimáticas tam-
to no xilema primário quanto no secundário bém variam sazonalmente (Fukuzawa et al., 1980;
No xilema secundário, as células parenquimáticas Kozlowski e Pallarcly, 1997b; Hõll, 2000).
estão comumente presentes em duas formas: pa- Taninos e cristais são inclusões comuns (Scur-
rênquima axial e parênquima radial (ver Fig. field et al., 1973; Wheeler et al., 1989; Carlquist,
10.16). As células do parênquima axial são deriva- 2001). Os tipos de cristais e o seu arranjo podem
das das iniciais fusiformes alongadas do câmbio, ser característicos o suficiente para servir na
e, consequentemente, o seu eixo 1naior está orien- identificação de madeiras. Os cristais pris1náticos
tado verticalmente no caule ou na raiz. Se a de- (romboidais) são o tipo de cristal mais comum no
rivada dessa célula cambial se diferencia em uma lenho. Células parenquimáticas que contêm cris-
célula parenquimática sem divisões transversais tais possuem frequentemente suas paredes ligni-
(ou oblíquas), uma célula parenquimática fu- ficadas com espessamentos secundários e podem
siforme é a resultante. Se essas divisões ocorre- ser compartimentalizadas, ou subdivididas, por
rem, uma série parenquimática será formada. septos, onde cada câmara contém um único cris-
Séries parenquimáticas são mais comuns do que tal. As células podem secretar u1na camada de ma-
células parenquimáticas fusiformes. Nenhum dos terial de parede secundária ao redor dos cristais.
dois tipos sofre crescimento intrusivo. As células Geralmente, essa camada ele material de parede é
relativamente delgada, mas, em alguns casos, a ca-
parenquimáticas do raio, derivadas das iniciais ra-
diais relativamente curtas do câmbio, podem ter mada pode ser bem espessa e ocupar grande parte
o seu maior eixo orientado tanto vertical quanto do lúmen da célula entre o cristal e a parede pri-
horizontalntente com relação ao eixo do caule ou mária. Em plantas herbáceas e nos ramos jovens
da raiz (Capítulo 11). de plantas arbóreas, os cloroplastos frequentemen-
te ocorrem nas células parenquimáticas do xilema,
As células parenquimáticas radiais e axiais do
particularmente nos raios parenquimáticos (Wie-
xilema secundário geralmente possuem paredes
be, 1975).
secundárias lignificadas. Os pares de pontoação
entre as células parenquimáticas podem ser areo-
lados, semiareolados ou simples (Carlquist, 2001), Em algumas espécies as células de parên-
embora sejam quase sempre simples (Fig. 10.5H- quima desenvolvem protrusões - ti los - que
J) . Algumas células parenquimáticas depositam penetram nos vasos
paredes secundárias espessas, tornando-se escle- No xilema secundário, ambas as células do parên-
rificadas. Estas são células escleróticas ou escle- quima axial e radial, localizadas próximas aos va-
reídes. sos, podem formar protrusões através das cavida-
As células parenquimáticas do xilema possuem des das pontoações, para o interior do lúmen dos
uma variedade de conteúdos. Estas são particu- vasos quando estes se tornam inativos e perdem a
larmente conhecidas pela reserva de nutrientes sua pressão interna (Fig. 10.12). Essas protrusões
na forma de amido ou lipídios. Em muitas árvores são denominadas tilos (singular: tilo), e as células
decíduas de regiões ten1peradas, o amido se acu- de parênquima que as originam são denominadas
mula no final do verão ou começo elo outono, e de- células de contato (Braun, 1967, 1983), porque
clina durante a dormência à medida que o amido é literalmente estão em contato direto com os vasos
convertido em sacarose nas baixas temperaturas (as células de contato serão abordadas mais adian-
de inverno (Zimmermann e Brown, 1971; Kozlo- te, no Capítulo 11). As células de contato são carac-
wski e Pallardy, 1997a; Holl, 2000). A dissolução terizadas pela presença de uma camada de parede
do amido durante a dormência plena pode ser uma composta por microfibrilas com pouca celulose, em
ação protetora contra injúrias causadas pelo con- arranjo frouxo, ricas em pectinas, depositadas pelo
gelamento (Essiamah e Eschrich, 1985). O amido protoplasto após estar completa a formação da pa-
é ressintetizado e se acumula novamente no final rede secundária (Czaninski, 1977; Gregory, 1978;
da dormência, no início da primavera; subsequen- Mueller e Beckman, 1984). Denominada camada
temente sua quantidade diminui à medida que as protetora, essa camada é comumente depositada
reservas são utilizadas durante o início do período por toda a superfície da parede das células de con-
de crescilnento. Os lipídios e as proteínas de reser- tato, sendo 1nais espessa do lado da célula que está
Xilema : tipos celulares e aspectos do desenvolvimento 111 331
- ·J
...•••
= lYr,'-,.~
----~ D■
. _.•_- -. ,◄
FIGURA 10.12
Tilos (ti) em Vitis (videira, A- C) e Carya ovata (uma espécie de nogueira, D) vasos em secção transversal (A) e
longitudinal (B- D) do xilema. A , esquerda, tilos jovens; à direita, vasos preenchido por tilos. B, continuidade entre
os lúmens dos tilos e célula de parênquima (cp) . C, o núcleo (n) migrou das células de parênquima para os tilos. D ,
fotomicrografia eletrônica de varredura de vaso preenchido por tilos. (A, x290; B, C, x750; D, xl70. D, cortesia de Irvin
B.Sachs.)
adjacente ao vaso, especialmente na membrana da vaso. Em alguns lenhos, eles são formados conforme
pontoação. os vasos cessam a função (Fig. 10.12A, D). Os tilos
Durante a formação dos tilos, ou tilo, a camada são induzidos con1 frequência a se formar prematu-
protetora infla como um tilo através do lúmen do ramente por patógenos de plantas, e podem servir
vaso (Fig. 10.13). O núcleo e parte do citoplasma como um mecanismo de defesa, inibindo a dissemi-
da célula parenquimática geral1nente migram jun- nação do patógeno pela planta como u1n todo, atra-
tamente com o tilo. O crescimento do tilo parece vés do xilema (Beckman e Talboys, 1981; Mueller e
ser hormonalmente controlado (VanderMolen et Beckman, 1984; VanclerMolen et ai., 1987; Clérivet et
al., 1987). Os tilos armazenam uma variedade de al., 2000) . Na banana infectada por Fusarium, uma
substâncias, e podem desenvolver paredes secun- camada protetora não está associada à formação do
dárias. Algunlas, até mesmo, se diferenciam em tilo (VanderMolen et al., 1987) .
esclereídes. Os tilos são raramente encontrados
quando a abertura da pontoação do lado do vaso
é menor do que 10 µm de diâ1netro (Chattaway, ESPECIALIZAÇÃO FILOGENÉTICA DOS
1949), indicando que a formação cio tilo pode ser ELEMENTOS TRAOUEAIS E DAS FIBRAS
fisicamente limitada pelo diâmetro da pontoação O xilema ocupa uma posição privilegiada dentre os
(van der Schoot, 1989). Além de ocorrer no xile- tecidos vegetais pelo fato de que o estudo da sua
ma secundário, os tilos também ocorrem no xilema anatomia veio a desempenhar um papel importan-
primário (Czaninski, 1973; Catesson et al., 1982; te com relação à taxonomia e à filogenia. As linhas
Canny, 1997c; Keunecke et al., 1997). de especialização das várias características estru-
Os tilos podem ser tão numerosos que preen- turais foram mais bem estabelecidas para o xilema
chem con1pletan1ente o lúmen cios ele1nentos de do que para qualquer outro tecido. Dentro das li-
332 111 Anatomia das Plantas de Esau
0
0
0
G)
0
0
0
•
e
K
•
I
•
A H
B e
Elementos de vaso
Fibras
D
G
0
0
E F
Traqueídes
FIGURA 10.14
As principais linhas de especialização dos elementos traqueais e fibras . E - G, traqueídes longas de lenhos primitivos.
(G, reduzida em escala.) E , F, pontoações areoladas circulares; G, pontoações areoladas alongadas em arranjo esca-
lariforme. D - A , evolução das fibras : diminuição do comprimento, redução no tamanho das pontoações areoladas, e
mudança na forma e tamanho das aberturas da pontoação. H - K , evolução dos elementos de vaso: diminuição enl com-
primento, redução da inclinação das paredes terminais, mudança de placa de perfuração escalariforme para simples,
e de pontoações com arranjo oposto para alterno. (Baseado em Bailey and Tupper, 1918.)
334 111 Anatomia das Plantas de Esau
terfsticas que parecem primitivas secundariamen- Tem sido levantada a hipótese de que a condição
te, em virtude da reversão. Os vasos, por exemplo, de ausência de vasos em Winteraceae resultou da
podem ser perdidos pelo não desenvolvimento das perda dos vasos como uma adaptação a ambientes
perfurações em potencial nos elementos de vaso. sujeitos a congelamentos (Feild et al., 2002). Defe-
Em plantas aquáticas, parasitas e suculentas, os va- sas convincentes e elegantes em apoio ao conceito
sos poden1 não se desenvolver ao passo que há uma de irreversibilidade como um todo foram feitas por
redução de seus tecidos vasculares. Essas plantas Baas e Wheeler (1996), e por Carlquist (1996b) .
sem vasos são altamente especializadas qua ndo Se as Angiospermas eram ou não primitivamen-
comparadas às primitivas angiospermas sem vasos, te sem vasos permanece uma questão controversa
exemplificadas por Trochodendron, 3 Tetracen- (Herendeen et al., 1999; Endress et al., 2000). Até
tron, Drimys, Pseudowintera e outras (Bailey, o momento não há evidências no esparso registro
1953; Cheadle, 1956; Lemesle, 1956). Em algumas fóssil de que as angiospermas originalmente não
familias, por exemplo, Cactaceae e Asteraceae, a possuíam vasos. De fato, as angiospermas com va-
degeneração evolutiva dos elementos de vaso envol- sos e lenho bastante avançado ocorrem no Cretáceo
veu um decréscimo em largura de células e o não médio e superior (Wheeler e Baas, 1991), enquanto
desenvolvimento da perfuração (Bailey, 1957; Car- o lenho mais antigo de angiospermas com vasos au-
lquist, 1961) . As células imperfuradas resultantes, sentes são do Cretáceo superior (Poole e Francis,
possuindo o mesmo tipo de pontoação que os ele- 2000) . Dados paleobotânicos podem auxiliar a re-
mentos de vaso do mesmo lenho, são denominadas solver esse problema. A aparente ausência de vasos
traque ídes vasculare s. Outra tendência de espe- em Amborella - considerada por muitos como gru-
cialização desviante pode ser a formação de placas po irmão de todas as angiospermas - sugere que a
de perfuração do tipo reticuladas em uma família condição ancestral das angiospermas era a ausência
filogeneticamente altamente avançada como as As- de vasos (Parkinson et al., 1999; Zanis et al., 2002;
teraceae (Carlquist, 1961). Angiosperm Phylogeny Group, 2003).
Apesar das inconsistências, as grandes tendên- En1bora os elen1entos de vaso tenham evoluí-
cias de especialização do elemento de vaso em do nas angiospermas, as traquefdes foram retidas,
angiospermas estão tão estabelecidas que desem- e estas também sofreram mudanças filogenéti-
penham um papel significativo na determinação cas, tornando-se mais curtas, 1nas não tão curtas
da especialização de outras estruturas do xilema. quanto os elementos de vaso, e as pontoações de
Embora essas grandes tendências na evolução do suas paredes se tornaran1 essencialmente simila-
xilema sejam geralmente consideradas irreversí- res àquelas dos elementos de vaso associados. De
veis, os resultados dos estudos de anatomia eco- modo geral, as traqueídes não aumentaram em
lógica do xilema, que revelaram correlações fortes largura. Elas podem ter sido retidas por razões de
entre a estrutura do lenho e fatores ambientais segurança na condutividade, embora estejam pre-
macroclimáticos (por exemplo, temperatura, sa- sentes em uma proporção relativamente pequena
zonalidade e disponibilidade hídrica), geram dúvi- nas madeiras de grupos atuais.
das sobre a irreversibilidade total das tendências
evolutivas (ver discussão e referências en1 Endress Como elementos de vaso e traqueídes, as fi-
et al., 2000) . A ideia de irreversibilidade também bras sofreram um encurtamento filogenético
foi desafiada por análises cladísticas que indicam Na especialização das fibras do xilema (Fig. 10.14D-
que a ausência de vasos é um estado derivado, em A), a ênfase na função mecânica se tornou aparen-
vez de primitivo (por exemplo, Young, 1981; Dono- te no decréscimo da largura da célula e redução da
ghue e Doyle, 1989; Loconte e Stevenson, 1991). área de parede ocupada pela membrana de pontoa-
ção. Concomitantemente, as aréolas das pontoações
3 Trochodendron (e a família a qual pertence, Trochodendraceae) se tornaram reduzidas e acabaram desaparecendo.
era tido como um grupo basal dentro das angiospermas. Entre- As aberturas internas das pontoações se tornaram
tanto, estudos moleculares recentes demonstraram que este se alongadas e em forma de fenda, em paralelo às mi-
trata, na verdade, de um grupo derivado, que pertence às Eudíco-
tiledôneas (N.T.). An update of the Angiosperm Phylogeny Group
crofibrilas de celulose que compõem a parede. A
classification for the orders and families of floweri ng plants: APG sequência evolutiva foi de traqueídes, passando por
li. Botanical Journal of the Linnean Socíety, 2003, 141, 399-436 fibrotraqueídes, a fibras libriformes. Os dois tipos de
336 111 Anatomia das Plantas de Esau
t,,.
.:.;,.
·,~~
',,(
;di
I
;,;'
.,,
/ ~ \
Elementos de vaso
...."·,'
.
,,
;"~
I
lo.,.
.... .
~...',
I ....
I ........,
1,,.,'
...
1,
......
l
I
fibras se sobrepõem um com o outro e também com 1nelhantes às traqueídes (Fig. 10.16). Um avanço
traqueídes. Por causa da ausência de uma separa- ainda 1naior resulta na retenção dos protoplastos
ção clara entre fibras e traqueídes, os dois tipos de pelas fibras septadas (Money et al., 1950).
elementos foram, em alguns momentos, agrupados A questão das mudanças evolutivas no con-1pri-
sob o termo elementos traqueais imperfurados mento das fibras é muito complexa. O encurtamen-
(Bailey e Tupper, 1918; Carlquist, 1986). As fibras to dos elementos de vaso está correlacionado com
são os elementos de sustentação mais especializa- um encurtamento das iniciais cambiais fusiformes
dos nos lenhos que possuen1 elementos de vaso mais (Capítulo 12), a partir das quais as células axiais do
especializados (Fig. 10.15), enquanto tais fibras es- xilema são derivadas. Portanto, em lenhos com ele-
tão ausentes em lenhos com elementos de vaso se- mentos de vaso mais curtos, as fibras são derivadas
Xilema: tipos celulares e aspectos do desenvolvimento 111 337
, /1
( ~i
; o j
; i
',i ~ioi
o ;
lO l
; •l
lº 1 ; {
' oi
l &t.
1~
f
j
~ ('
! ! 0\
~ ~
l ;
.li'
\:, Células de
parênquima
J
'
l~ axial
\ !
.
Elementos de vaso
'
1
\
~
FIGURA 10.16
Elementos isolados do xilema secundário de Ephedra californica (Gnetales). Lenho primitivo com relativamente
pouca diferenciação morfológica entre os elementos do sistema axial. Fibras típicas estão ausentes. Células de parên-
quima axial e radial possuem paredes secundárias com pontoações simples. As fibrotraqueídes possuem conteúdos
vivos e pontoações com aréolas reduzidas. As traqueídes possuem pontoações com aréolas grandes. Os elementos de
vaso são estreitos, alongados, e possuem placas de pe1furação foraminadas. (Todas, xl55.)
ontogeneticamente de iniciais mais curtas do que neira, as fibras de lenhos especializados são mais
em lenhos primitivos com elementos de vaso mais curtas do que as suas precursoras, as primitivas
longos. Em outras palavras, com o au1nento da es- traqueídes.
pecialização do xilema, as fibras se tornaram n,ais
cur tas. Entretanto, pelo fato de que, durante a sua O XILEMA PRIMÁRIO
ontogenia, as fibras sofrem crescimento intrusivo
enquanto os elementos de vaso quase, ou pratica- Existem algumas diferenças estruturais e de
mente, não sofrem esse tipo de crescin,ento, as fi- desenvolvimento entre as porções iniciais e
bras são mais longas do que os elementos de vaso tardias formadas no xi lema primário
no lenho maduro, e, das duas categorias de fibras, Em termos de desenvolvimento, o xilen,a primá-
as libriformes são as mais longas. De qualquer ma- rio consiste usualmente de uma parte forn,ada
338 111 Anatomia das Plantas de Esau
Células do
floema
colapsadas
Elementos de
tubo crivado
Câmbio
Metaxilema
Elementos do
protoxilena
colapsados
FIGURA 10.17
Feixes vasculares do caule de Medicago sativa (alfafa) em secção transversal. Ilustra fl.oema e xilema primários. O
câmbio não produziu ainda tecidos secundários. O xilema inicial (protoxilema) e o floema (protofloema) não são mais
funcionais em condução. Suas células condutoras tornaram-se obliteradas. Os tecidos funcionais são o metaxilema e
o metafloema. (Obtido de Esau, 1977.)
primeiro, o protoxilema (do grego,proto, primei- mortos e maduros do protoxilema são esticados e
ro), e a parte formada depois, o metaxilema (do acabam sendo destruídos. Na raiz, os elenlentos
grego, meta, após ou além) (Figs. 10.17 e 10.18B). do protoxilen1a frequentemente a1nadurecem além
Embora as duas partes possuam características dessa região de alongamento maior e, portanto, per-
distintas, essas se sobrepõe1n, uma a outra, imper- sistem por mais tempo do que nos caules.
ceptivelmente, de modo que a delimitação entre as O n1etaxilema inicia a diferenciação comumen-
duas é apenas aproximada. te no corpo primário da planta que ainda está em
O protoxilema se diferencia nas partes primárias crescimento, mas amadurece muito depois que o
do corpo da planta que ainda não completaram o seu alongamento está completo. Esse é, portanto, me-
crescimento e diferenciação. Na verdade, no caule e nos afetado pela extensão primária dos tecidos ao
na folha, o protoxilema geralmente amadurece an- redor do que o protoxilema.
tes de esses órgãos sofrerem um alongamento ex- O protoxilema geralmente contém relativamen-
tensivo. Consequentemente, os elementos traqueais te poucos elementos traqueais (traqueídes ou ele-
Xilema : tipos celulares e aspectos do desenvolvimento 111 339
Folhas joven
Base da folha
1 Gema axil ar
Nó4
1
1
1
1
Nó5
1
1
1 1
1
2
3
Anelar
1
~ó6
1
1
1
1
1
1
A D
1
FIGURA 10.18
Detalhes da estrutura e do desenvolvimento do xilema primário. A , diagrama de um ápice caulinar mostrando es-
tágios do desenvolvimento do xilema em diferentes níveis. B- D, xilema primário do ntamona, Ricinus, em secção
transversal (B) e longitudinal (C, D). (Obtido de Esau, 1977.)
mentos de vaso), imersos no parênquima, que é canais abertos, denominados lacunas do proto-
considerado parte do protoxilema. Quando os ele- xilema, circundadas por células de parênquima,
mentos traqueais são destruídos, estes podem se surgem em seu lugar (ver Fig. 13.33B). As paredes
tornar obliterados pelas células do parênquima cir- secundárias dos elementos traqueais não funcio -
cundante. Estas células parenquimáticas podem nais podem ser observadas ao longo da margem da
permanecer com paredes delgadas ou se tornarem lacuna.
lignificados, com ou sem a deposição de paredes O metaxilema, como regra, é um tecido mais
secundárias. Nos caules de muitas monocotiledô- complexo do que o protoxilema, e os seus elementos
neas, os elementos não funcionais são parcialmen- traqueais são geralmente mais largos. Paralelamen-
te colapsados, mas não obliterados. Ao contrário, te aos elementos traqueais e células de parênquima,
340 111 Anatomia das Plantas de Esau
o metaxilema contém fibras. As células de parên- sofrem uma gradação com os tipos ontogenéticos
quima podem estar dispersas junto aos elementos iniciais. As aberturas de um retículo escalarifor-
traqueais ou podem ocorrer em fileiras radiais. Em me da parede secundária podem ser comparadas a
secções transversais, as fileiras de células paren- pontoações, especialmente se alguma aréola está
quimáticas se parecen1 com os raios, n1as secções presente. Inclinações da parede secundária em
longitudinais revelam que são parênquima axial. As forma de aréola são comuns nos vários tipos de pa-
séries radiais frequentemente encontradas no meta- rede secundária do xilema prinlário. Anéis, hélices
xilema, e també1n no protoxilema, levarain pesqui- e as bandas dos espessan1entos escalariforme-reti-
sadores a interpretar o xilema primá1io de muitas culados podem estar conectados à parede primária
plantas como secundário, pois séries radiais são ca- por bases estreitas, de maneira que as camadas de
racterísticas do xilema secundário. parede secundária se alargam em direção ao lú-
Os elementos traqueais do metaxilema são men da célula e se inclinam sobre as partes expos-
mantidos após o crescimento primário estar com- tas de partes da parede primária (ver Fig. 10.25A).
pleto, mas se tornam não funcionais após algum A natureza gradual dos espessa1nentos de pa-
xilema secundário ter sido produzido. Em plantas rede no xilema primário torna in1possível separar
que não possuem crescimento secundário, o meta- tipos distintos de espessamentos de parede do pro-
xilema permanece funcional nos órgãos maduros toxilema e metaxilema com algum grau de consis-
da planta. tência. Mais comumente, os primeiros elementos
traqueais a amadurecer, ou seja, os elementos do
Os elementos traqueais primários possuem protoxilema, possuem uma quantidade mínima de
material de parede secundária. Os espessamentos
uma variedade de espessamentos de parede anelares e helicoidais são predominantes. Esses
secundária tipos de espessamentos não impedem mecanica-
As diferentes formas de parede que aparecem em mente o alongamento dos elementos do protoxile-
séries ontogenéticas específicas indicam um pro- ma durante o crescimento em extensão do corpo
gressivo aumento na extensão da área da pare- primário da planta. A evidência de que tal exten-
de recober ta por material de parede secundária são ocorre é facilmente perceptível no aumento da
(Fig. 10.18). Nos primeiros elementos traqueais distância entre os anéis nos elen1entos de xilema
formados, as paredes secundárias podem ocor- mais antigos, a inclinação desses anéis e o encur-
rer na forma de anéis (espessamento anelar), vamento das hélices (Fig. 10.19).
não conectados uns aos outros. Os elementos que O metaxilema, por ser u1n tecido de xilema que
se diferenciam em seguida possuem um espes- amadurece após o crescimento em extensão, pode
sa1nento helicoidal (espiral ) . Então, seguem ter elementos helicoidais, escalariformes, reticu-
células com espessamentos que podem ser carac- lados e ponteados; um ou mais tipos de espessa-
terizados como helicoidais interconectados (es- mentos podem estar faltando. Se muitos elementos
pessamentos escalariformes) . Estes são sucedi- com espessamentos helicoidais estão presentes, as
dos por células com espessanlentos na forma de hélices dos elementos que se sucedem são n1enos
redes, ou reticulados, e finalmente, por elemen- inclinadas, uma condição que sugere que ocorre
tos pontoados. alguma extensão durante o desenvolvimento dos
Nem todos os tipos de espessamentos secun- primeiros elementos do metaxilema.
dários estão necessaria1nente representados no Existem evidências convincentes de que o tipo
xilema primário de uma planta ou partes de uma de espessamento de parede no xilema primário é
planta, e os diferentes tipos de estrutura de parede fortemente influenciado pelo ambiente interno em
sofrem uma gradação. Os espessamentos em anel que estas células se diferenciam. Espessamentos
podem se interconectar em algumas partes; espes- em anel se desenvolvem quando o xilema inicia o
samentos em anel e helicoidal, e helicoidal e es- seu amadurecimento antes da máxilna extensão
calariformes, podem estar combinados na mesma de parte da planta ocorrer, con10, por exemplo,
célula, assim como a diferença entre escalariforme nos ápices caulinares de plantas com alongamento
e reticulada pode ser tão tênue que os espessamen- normal (Fig. 10.18A, nós 3-5); esses espessamen-
tos podem ser mais bem denominados escalarifor- tos podem estar ausentes se os primeiros elemen-
me-reticulados. Os elementos ponteados também tos amadurecem após esse crescimento estar em
Xilema : tipos celulares e aspectos do desenvolvimento 111 341
t{.....:\:·l .; .'
✓~
•:. ::·.:
'b
'
o't
=
.: .,.
"·
.. o'' o'1
'' o'
'•• Núcleo em p
degeneração
Núcleo
n;
1
'
b q
) ' 1
·' 'p o
' 1
'' '
.. o' o
: •. '
p d
e s Poro €9' D
Local da
placa de Tonoplasto
perfura çã o
FIGURA 10.20
Diagramas ilustrando o desenvolvimento de um elemento de vaso com espessamento secundário em hélice. A , célula
sem parede secundária. B, célula que alcançou largura plena, o núcleo alargado, a parede secundária começou a ser
depositada, a parede primária no local da placa de perfuração aumentou em espessura. C, célula no estágio de lise:
espessamento secundário está completo, o tonoplasto está rompido, o núcleo deformado, parede na local do poro está
parcialmente desintegrada. D , célula madura sem protoplasto, placas de perfuração4 abertas nas duas extremidades,
parede primária parcialmente hidrolizada entre os espessamentos secundários. (Obtido de Esau, 1977.)
todas as organelas complementares (Figs. 10.20 e das paredes radiais (Funada et al., 2000; Funada,
10.21). Cedo na diferenciação de muitos elementos 2002). Mudanças posteriores na orientação dos
traqueais, o núcleo sofre mudanças drásticas em microtúbulos ocorrem durante a formação da pa-
tamanho e nível de ploidia (Lai e Srivastava, 1976). rede secundária, conforme os rnicrotúbulos, agora
A endorreduplicação é comum nos tecidos somáti- arranjados em forma de hélice, nludarn a orienta-
cos da planta (Capítulo 5; Gahan, 1988). Presumi- ção, várias vezes, finalizando em forma de urna
velmente, isso provê a diferenciação dos elementos S-hélice achatada (Funada et ai., 2000; Funada,
traqueais com cópias adicionais de genes para sus- 2002). As mudanças na orientação dos microtú-
tentar a alta demanda para a síntese da parede da bulos se refletem em mudanças na orientação elas
célula e os componentes do citoplasma (O'Brien, rnicrofibrilas de celulose.4
1981; Gahan, 1988). Nos elementos de vaso em diferenciação, os rni-
Após o aumento da célula estar completo, ca- crotúbulos corticais estão concentrados em ban-
madas de parede secundária são depositadas das nos locais de espessamento secundário (Fig.
em um padrão específico ao tipo de elemento 10.22). O retículo endoplasmático é mais conspícuo
traqueal em questão (Figs. 10.20B e 10.21). Um durante a deposição dos espessamentos de parede
dos sinais iniciais de que o elemento traqueal secundária do que anteriormente, e suas saliências
primordial está prestes a iniciar a diferenciação são frequentemente observadas entre os espessa-
é urna modificação na distribuição dos microtú- mentos (Fig. 10.21). Corpos golgianos e vesículas
bulos cor ticais (Abe et ai., 1995a, b; Chaffey et derivadas também são conspícuos durante a for-
ai., 1997a). Em um primeiro momento, os rnicro- mação da parede secundária em elementos de vaso
túbulos estão arranjados desigualmente ao aca- e traqueídes, pois o aparelho de Golgi desempenha
so e ao longo da parede corno um todo (Chaffey, um importante papel na síntese e envio de subs-
2000; Funada et ai., 2000; Chaffey et ai., 2002); tâncias da matriz, notavelmente hemiceluloses,
durante a diferenciação, a sua orientação muda para a parede em formação (Awano et al., 2000,
dinamicamente. Em traqueídes de coníferas em 2002; Sarnuels et al., 2002). O aparelho de Golgi
expansão, por exemplo, a orientação dos rnicro-
4 No original constava"poro", mas o tradutor, por razões didáticas,
túbulos corticais muda progressivamente de lon- preferiu substituir por placas de perfura ção, pois ele se refere à
gitudinal para transversal, facilitando a expansão esta estrutura.
Xilema : tipos celulares e aspectos do desenvolvimento 111 343
FIGURA 10.21
Elemento traqueal da lâmina foliar da beterraba (Beta vulgaris) em diferenciação. O espessamento secundário é
helicoidal (A) com t ransição para escalariforme (B). A , secção através do lúmen da célula. B, secção através de um
espessamento secundário. Detalhes: cabeça da seta, corpos de Golgi; re, retículo endoplasmático; m, rnitocôndria; n,
núcleo; pi, plastídio; ps, parede secundária; v, vacúolo. (Obtido de Esau, 1977.)
FIGURA 10.22
Partes de elementos traqueais em diferenciação de A , feijão (Phaseolus v ulgaris) e, B, beterraba (Beta vulgaris).
Microtúbulos associados com os espessamentos secundários são vistos em secção transversal em A , e em secção lon-
gitudinal em B . Detalhes : re, retículo endoplasmático; cG, corpos de Golgi; mt, microtúbulo; ps, parede secundária.
(Obtido de Esau, 1977.)
O desenvolvimento das aréolas das pontoações lus (Chaffey et al., 1997b, 1999; Chaffey, 2000) é o
se inicia antes do início do espessamento da pa- desaparecimento dos 1nicrotúbulos nos locais onde
rede secundária (Liese, 1965; Leitch e Savidge, as aréolas da pontoação serão formadas. O padrão
1995). A aréola inicial pode ser detectada como fi- alterno do arranjo das pontoações nos elementos
brilas orientadas concentricamente na periferia do de vaso de Aesculus já é detectável desde este
anel da pontoação (Liese, 1965; Murmanis e Sachs, momento inicial (Fig. 10.24). Cada aréola de pon-
1969; In-1amura e Harada, 1973). Durante o início toação incipiente é subsequentemente delimitada
dos estudos de imunofluorescência, bandas circu- pelo anel de microtúbulos, filamentos de actina e
lares de microtúbulos corticais foram encontradas miosina. Conforme ocorre o depósito de parede
ao redor das margens internas das pontoações are- secundária ao redor da abertura e da membrana
oladas em desenvolvimento em traqueídes deAbies da pontoação preexistente, o diâmetro do a nel e a
e Taxus (Fig. 10.23; Uehara e Hogetsu, 1993; Abe abertura da pontoação decrescem, possivelmente
et al., 1995a; Funada et al., 1997) e os elementos pela atividade dos componentes de actina e miosi-
de vaso de Aesculus (Chaffey et al., 1997b). Sub- na que, como sugerido, podem constituir um siste-
sequentemente, filamentos de actina e, depois, fila- ma contrátil actomiosina (Chaffey e Barlow, 2002).
mentos de actina e miosina foram encontrados em Em Aesculus, os locais das pontoações de contato
conjunto com os anéis de microtúbulos nas pontoa- dos vasos podem ser detectados cedo pela pre-
ções areoladas de elementos de vaso de Aesculus e sença de regiões livres de microtúbulos dentro de
Populus, e traqueídes de Pinus (Fig. 10.23; Cha- um conjunto de microtúbulos arranjados ao acaso
ffey et al., 1999, 2000, 2002; Chaffey, 2002; Chaffey (Chaffey et al., 1999). Diferentemente do anel de
e Ba rlow, 2002). microtúbulos associados com as a réolas da pontoa-
Um indicador inicial do desenvolvimento das ção em desenvolvimento, associadas às pontoações
pontoações em traqueídes de coníferas (Funada de contato em desenvolvimento, uma pontoação
et al., 1997, 2000) e elementos de vaso de Aescu- sem aréolas (simples) entre o elemento de vaso e a
Xilema : tipos celulares e aspectos do desenvolvimento 111 345
FIGURA 10.24
Jmunolocalização da tubulina em elementos de vaso deA esculus hippocastanum (castanha-da-índia) em desenvol-
vimento. A , estágio relativamente inicial do desenvolvimento da pontoação areolada. Um anel de microtúbulos marca
o local de desenvolvimento da aréola, que circunda um zona grande livre de microtúbulos. Note que o padrão alterno
de arranjo da pontoação já está aparente. B , em um estágio mais tardio de desenvolvimento do que em A , o diâmetro
do anel de microtúbulos associados à aréola é muito reduzido. (Obtido de Chaffey et al., 1997b.)
ou menos na região da lamela média, onde os ele- através das perfurações estreitas e nas extremida-
mentos traqueais estão em contato com células de des laterais das largas. Uma vez que as tramas ge-
parênquima. A remoção das pectinas por hidróli- ralmente não estão presentes no tecido condutor,
se, nas membranas da pontoação entre vasos, pa- é provável que sejam removidas pela corrente de
rece evitar a presença de hidrogéis nessa região, transpiração (Meylan e Butterfield, 1981). Esse
cujo papel, sugere-se, é o controle do fluxo da seiva mecanismo não explica, contudo, a formação da
através do xilema (Zwieniecki et al., 2001b). perfuração em elementos traqueais isolados em
A hidrólise das paredes primárias não lignifica- cultura (Nakashima et al., 2000) .
das dos elementos do protoxilema de Phaseolus
vulgaris e de Glycine é precedida pela secreção Os hormônios da planta estão envolvidos na
e incorporação de uma proteína rica em glicina diferenciação dos elementos traqueais
(GRPl.8) nas paredes hidrolisadas (Ryser et al., É bastante conhecido que o fluxo polar de auxina,
1997). Deste modo, as paredes dos elementos de a partir das gemas em desenvolvimento e folhas jo-
protoxilema não são apenas remanescentes de vens em direção às raízes, induz a diferenciação dos
alongamento passivo e hidrólise parcial. Sendo não elen1entos traqueais (Capítulo 5; Aloni, 1987, 1995;
c01numente ricas em proteínas, essas paredes pos- Mattsson et al., 1999; Sachs, 2000). Foi sugerido
suem propriedades químicas e físicas especiais. A que um gradiente decrescente na concentração da
proteína rica em glicina também foi observada nas auxina é responsável pelo incremento geral no di-
paredes das células isoladas do mesofilo de Zin- âmetro dos elementos traqueais e um decréscimo
nia, que regeneraram em elementos traqueais (ver na sua densidade das folhas para as raízes (Aloni e
a seguir) (Taylor e Haigler, 1993). Zimmermann, 1983). Con10 determinado na hipó-
Nos locais da perfuração, a parede priinária tese dos seis pontos (Aloni e Zimmermann, 1983),
como um todo desaparece (Figs. 10.20D e 10.25A). enquanto os altos níveis de auxina próximos às fo -
O processo exato pelo qual a trama microfibrilar lhas jovens induzem vasos estreitos, porque estes se
localizada nos locais da perfuração é removida diferenciam rápido, baixas concentrações de auxina
permanece pouco conhecido. Em placas de perfu- levam a uma lenta diferenciação, com maior expan-
ração escalariformes que sofreram lise, finas tra- são da célula antes do início do depósito da parede
mas de fibrilas podem ser observadas comprimidas secundária e, consequentemente, vasos mais largos.
Xilema: tipos celulares e aspectos do desenvolvimento 111 347
..., - ')
•
~ 5µm
-~,~~=~~-----~Q•-------------------
FIGURA 10.25
Partes de elementos traqueais em secções longitudinais de folhas de A , B, tabaco (Nicotiana tabacum) e C, feijão
(Phaseolus vulgaris) mostrando detalhes das paredes. Em A , a parede entre dois elementos traqueais (centro) ilus-
tra o efeito da hidrólise da parede pr imária entre os espessamentos secundários: a parede primária é reduzida a fibri-
las. Em B, a perfuração da parede terminal é delimitada por uma borda elevada, na qual o espessamento secundário
está presente. Em C, a parede primária no local da placa de perfuração 3 ainda não desapareceu. Esta é consideravel-
mente mais espessa do que a parede primá ria em outros locais, e é sustentada pela borda elevada secundariamente
espessada. Detalhes: pp, parede primária; ps, parede secundária. (Retirado de Esau, 1977.)
348 111 Anatomia das Plantas de Esau
Estudos com plantas transgênicas com níveis alte- diferenciação vascular das derivadas cambiais em
rados de auxina confirmam essas relações gerais Aesculus hippocastanum e na transdiferenciação
entre o nível da auxina e a diferenciação dos ele- das células do mesofilo de Zinnia, Chaffey e cola-
mentos traqueais (Klee e Estelle, 1991). Plantas que boradores (Chaffey et al., 1997b) advertiram que é
produzem muita auxina contêm muito mais elemen- questionável se um sistema in vitro será capaz de
tos pequenos no xilema do que as plantas-controle validar as descobertas de sistemas mais naturais.
(Klee et al., 1987) . Do mes1no modo, plantas com Um número de marcadores citológicos, bioquími-
níveis baixos de auxina contêm menos e geralmente cos e moleculares ligados à diferenciação dos ele-
maiores elementos traqueais (Romano et al., 1991). mentos traqueais foi identificado no sistema Zinnia,
A citocinina das raízes pode também ser um facilitando a divisão do processo de transdiferencia-
fator limitante e de controle na diferenciação vas- ção em três estágios (Fig. 10.26) (Fukuda, 1996,
cular. Ela promove a diferenciação dos elementos 1997b). O está gio I inicia imediatamente após a
traqueais em uma variedade de espécies de plan- indução da diferenciação e corresponde ao proces-
tas, mas age somente em con1binação com a auxina so de diferenciação. Esse último envolve eventos
(Aloni, 1995). Na presença da auxina, a citocinina de ferimentos induzidos e a ativação da síntese de
estimula os estágios iniciais de diferenciação vas- proteínas, ambos regulados por hormônios em um
cular. Os estágios posteriores de diferenciação, en- estágio mais avançado no processo de transdiferen-
tretanto, ocor rem na ausência de citocinina. Estu- ciação. O estágio II é definido pelo acúmulo de ge-
dos com plantas transgênicas que produzen1 muita nes transcritos TED2, TED3 e TED4, relacionados
citocinina confirmam o envolvimento da citocinina à diferenciação dos elementos traqueais. Este tam-
como um fator de controle na diferenciação dos va- bém inclui um aumento marcante na transcrição de
sos (Aloni, 1995; Fukuda, 1996). Em outro estudo, outros genes que codifican1 para os componentes do
plantas que produzem muita citocinina continham aparato de síntese de proteínas.
mais e menores vasos do que as plantas controle Durante os estágios I e II ocorrem mudanças
(Li et al., 1992); em outro, a maior produção de ci- drásticas no citoesqueleto. A expressão de genes
tocinina promoveu um cilindro vascular mais es- da tubulina começa no estágio I e continua durante
pesso e com mais elementos traqueais do que os o estágio II, gerando um aumento no número de
controles (Medford et al., 1989). Coletivamente, microtúbulos envolvidos com a formação da pare-
Kuriyama e Fukuda (2001), Aloni (2001) e Dengler de secundária no estágio III. As n1odificações na
(2001) geraram uma revisão abrangente sobre os organização da actina durante o estágio II resul-
fatores envolvidos na regulação do desenvolvimen- tam na formação de cabos espessos de actina que
to dos elementos traqueais e vasculares. funcionam na corrente citoplasmática (Kobayashi
et al., 1987).
No estágio III, a fase de maturação, envolve a
As células isoladas do mesofilo em cultura
formação da parede secundária e autólise, sendo
podem se transdiferenciar diretamente em precedido por um aumento rápido dos brassinos-
elementos traqueais teroides, necessários para a iniciação desse está-
A diferenciação dos elementos traqueais gerou gio final da diferenciação dos elen1entos traqueais
um modelo útil para o estudo da diferenciação e (Yamamoto et al., 2001). Somado a isso, o sistema
da morte programada celular em plantas. Particu- cálcio/cálcio calmodulina (Ca/CaM) pode estar en-
larmente útil tem sido o sistema experimental de volvido na entrada do estágio III (Fig. 10.26) . Du-
Zinnia elegans, onde uma única célula do meso- rante o estágio III, várias enzimas associadas com
filo - na presença de auxina e citocinina - pode a forn1ação da parede secundária e autólise celular
ser induzida a se transdiferenciar (ou seja, desdife- são ativadas (Fukuda, 1996; Endo et al., 2001) .
renciar e então rediferenciai) em elementos seme- As enzimas hidrolíticas se acumulam no vacúolo
lhantes a elementos traqueais sem divisão celular onde são sequestradas do citossol. Estas são libera-
(Fukuda, 1996, 1997b; Groover et al., 1997; Groo- das do vacúolo com a sua ruptura. Dentre as enzin1as
ver e Jones, 1999; Milioni et al., 2001). Notando-se, hidrolíticas está a Zinnia endonuclease 1, cttja fun-
entretanto, que existen1 diferenças significativas ção direta na degeneração do DNA foi demonstrada
no comportamento dos nücrotúbulos corticais e fi- (lto e Fukuda, 2002). Duas enzimas proteolíticas fo -
lamentos de actina durante os estágios iniciais da ran1 detectadas especificamente nos elementos tra-
Xilema : tipos celulares e aspectos do desenvolvimento 111 349
Núcleo Brassinosteróides
Auxina e
CA/CaM
citocinina
de ferimento --~ 1
~·
O------. () : Morte celular
: prog ramada
º]_º_Diferenci ação
o:t
----•
Indução de Colapso do Perda dos
genes vacuolo conteúdos
ri ~ celular re lacionados celulares
a autólise
Vacúo1:\1oro plasto Parede
secundária
Células do mesofil o Células pre cursoras dos elementos tra queais TE
Estágio 1 Estágio li Estágio Ili
FIGURA 10.26
Modelo de diferenciação de elemento traqueal baseado no sistema Zinnia. Células do mesofilo são induzidas a se
desdiferenciar e, então, se diferenciar em elementos traqueais (ET) por ferimento e uma combinação de auxina e
citocinina. O processo de transdiferenciação é dividido nos três estágios mostrados aqui, e resulta em um elemento
traqueal maduro, com uma perfuração em uma das extremidades. (Adaptado de Fukuda, 1997a. Reproduzido com
permissão de Cell Death and Differentiation 4, 684-688. © 1997 Macmillan Publishers Ltd.)
CANNY, M. J. 1997a. Vessel contents of leaves af- CARPENTER, C. H. 1952 . 382 Photomierographs
ter excision- A test of Scholander's assumption. of 91 Papermaking Fibers, r ev. ed . Tech . Publ.
Am. J. Bot. 84, 1217- 1222. 74. State University of New York, College of Fo-
CANNY, M. J. 1997b. Vessel contents during transpi- restry, Syracuse.
ration-Embolisms and r efilling. Am. J. Bot. 84, CASTRO, M. A. 1988. Vestures and thickenings of
1223-1230. the vessel wall in some species of Prosopis (Le-
CANNY, M. J. 1997c. Tyloses and the maintenance guminosae) . /A WA Bull. n.s. 9, 35-40.
of transpiration. Ann. Bot. 80, 565- 570. CASTRO, 1\1. A. 1991. Ultrastructure of vestures on
CANNY, M. J., C. X. HUANG e M. E. MCCULLY. 2001. the vessel wall in some species of Prosopis (Le-
The cohesion theory debate continues. Trends guminosae-Mimosoideae) . IAWA Bull. n.s. 12,
Plant Sei. 6, 454- 455. 425- 430.
CARLQUTST, S. J. 1961. Comparative Plant Ana- CATESSON, A. M., M. MOREAU e J. C. DUVAL.
tomy.· A Guide to Taxonomic and Evolutiona- 1982. Distribution and ultrastructural characte-
ry Application of Anatomical Data in Angios- ristics of vessel contact cells in the stem xylem of
perms. Holt, Rinehart and Winston, New York. carnation Dianthus caryophyllus. IAWA Bull.
CARLQUIST, S. 1962. A theory of paedomorphosis n.s. 3, 11-14.
in dicotyledonous woods . Phytomorphology 12, CHAFFEY, N. J. 2000. Cytoskeleton, cell walls and
30-45. cambium: New insights into secondary xylem di-
CARLQUIST, S. J. 1975. Ecological Strategies of fferentiation . ln: Cell and Molecular Biology of
Xylem Ev olution. University of California Press,
Wood Formation, pp. 31-42, R. A. Savidge, J. R.
Berkeley.
Barnett e R. Napier, eds . BIOS Scientific, Oxford .
CARLQUIST, S. 1983. Wood anatomy of Onagrace-
CHAFFEY, N. 2002. Why is there so little research
ae : Further species; root anatomy; significance
into the cell biology of the secondary vascular
of vestured pits and allied structures in dicotyle-
system of trees? New Phytol. 153, 213- 223.
dons. Ann. Mo. Bot. Gard. 69, 755-769.
CHAFFEY, N. e P. BARLOW. 2002. Myosin, microtu-
CARLQUIST, S. 1986. Terminology of imperforate
bules, and microfilaments: Co-operation betwe-
tracheary elements. /AWA Bull. n.s. 7, 75- 81.
en cytoskeletal components during cambial cell
CARLQUIST, S. 1992. Pit membrane r emnants in
division and secondary vascular differentiation
perforation plates of primitive dicotyledons and
in t rees. Planta 214, 526-536.
their significance. Am. J. Bot. 79, 660-672.
CARLQUIST, S. 1996a. Wood, bark, and stem ana- CHAFFEY, N., P. BARLOW e J. BARNETT. 1997a.
tomy of Gnetales: A summary. Int. J. Plant Sei. Cortical microtubules rea rrange during differen-
157 (6; supl.), S58- S76. tiation of vascular cambial derivatives, microfila-
CARLQUIST, S. 1996b. Wood anatomy of primitive ments do not. Trees 11, 333-341.
angiosperms : New perspectives and syntheses. CHAFFEY, N. J., J. R. BARNETT e P. \1/. BARLOW.
ln : Flowering Plant Origin, Evolution and 1997b. Cortical microtubule involvement in bor-
Phylogeny, pp. 68-90, D. W. Taylor e L. J. Hickey, dered pit formation in secondary xylem vessel
eds. Chapman and Hall, New York. elements of Aeseulus hippocastanum L. (Hip-
CARLQUIST, S. J. 2001. Comparative Wood Ana- pocastanaceae) : A corr elative study using elec-
tomy: Systematie, Eeologieal, and Evolutio- tron microscopy and indirect immunofl uores-
nary Aspects of Dicotyledon Wood, rev. 2. ed. cence microscopy. Protoplasma 197, 64-75.
Springer, Berlin. CHAFFEY, N., J. BARNETT e P. BARLOW. 1999. A
CARLQUIST, S. e D. A. HOEKMAN. 1985. Ecologi- cytoskeletal basis for wood formation in angios-
cal wood anatomy of the woody southern Califor- perm trees : The involvement of cortical micro-
nia flora . IAWA Bull. n.s. 6, 319- 347. tubules. Planta 208, 19- 30. CHAFFEY, N., P.
CARLQUIST, S. e E. L. SCHNEIDER. 2001. Vessels BARLOW e J. BARNETT. 2000. A cytoskeletal
in ferns: structural, ecological, and evolutionary basis for wood formation in angiosperms tr ees :
significance. Am. J. Bot. 88, 1-13. The involvement of microfi laments. Planta 210,
CARLQUIST, S. e E . L. SCHNEIDER. 2002. The tra- 890- 896.
cheid-vessel element transition in angiosperms CHAFFEY, N., P. BARLOvV e B. SUNDBERG. 2002.
involves multiple independent features : Cladistic Understanding the role of the cytoskeleton in
consequences. Am. J. Bot. 89, 185- 195. wood formation in angiosperm trees : Hybrid as-
352 111 Anatomia das Plantas de Esau
roots versus stems of t ropical lianas and other GAHAN, P. B. 1988. Xylem and phloem differentia-
growth forms. IAWA J 18, 261-279. tion in perspective. In : Vascular Differentia-
FAHN, A. 1954. Metaxylem elements in some fami- tion and Plant Growth Regulators, pp. 1-21, L.
lies of the Monocotyledoneae. New Phytol. 53, \1/. Roberts, P. B. Gahan e R. Aloni, eds. Springer-
530-540. -Verlag, Berlin.
FAHN, A. e B. LESHEM. 1963. Wood fibres v.rith li- GlFFORD, E. M. e A. S. FOSTER. 1989. i"\l!orphology
ving protoplasts. New Phytol. 62, 91-98. and Evolution of Vascular Plants, 3. ed . Free-
FElLD, T. S., T. BRODRlBB e N. M. HOLBROOK. man, New York.
2002. Hardly a relict: Freezing and the evolution GREENlDGE, K. N. H. 1952. An approach to the stu-
of vesselless wood in Winteraceae. Evolution 56, dy of vessel length in hardwood species. Am. J
464- 478. Bot. 39, 570- 574.
FOSTER, R. C. 1967. Fine structure of tyloses in GREGORY, R. A. 1978. Living elements of the con-
three species of the Myrtaceae. Aust. J Bot. 15, ducting secondary xylem of sugar maple (Acer
25- 34 saccharum Marsh.). IAWA Bull. 1978, 65- 69.
FRlSON, E. 1948. De la présence d'Amidon dans le GROOVER, A. e A. M. JONES. 1999. Tracheary ele-
Lumen des Fibres du Bois. Bull. Agric. Congo ment differentiation uses a novel mechanism co-
Belge, Brussels, 39, 869-874. ordinating programmed cell death and secondary
FUKAZAWA, K., K. YAMAMOTO e S. lSHIDA. 1980. cell wall synthesis. Plant Physiol. 119, 375-384.
The season of heartwood formation in the genus GROOVER, A., N. DEWlTT, A. HEIDEL e A. JONES.
Pinus. ln: Natural Variations of Wood Pro- 1997. Programmed cell death of plant tracheary
perties, Proceedings, pp. 113-130. J. Bauch ed . elements differentiating in vitro. Protoplasma
Hamburg. 196, 197-211.
FUKUDA, H. 1996. Xylogenesis: Initiation, progres- HACKE, U. G. e J. S. SPERRY. 2001. Functional and
sion, and cell death. Annu. Rev. Plant Physiol. ecological xylem anatomy. Perspect. Plant Ecol.
Plant 1"\lfol. Biol. 47, 299-325. Evol. Syst. 4, 97-115.
FUKUDA, H. 1997a. Programmed cell death during HACKE, U. G. e J. S. SPERRY. 2003. Lirnits to xylem
vascular system formation. Cell Death Differ. 4, refilling under negative pressure in Laurus no-
684- 688. bilis and Acer negundo. Plant Cell Environ.
FUKUDA, H. 1997b. Tracheary element differentia- 26,303- 311.
tion. Plant Cell 9, 1147- 1156. HACKE , U. G., J. S. SPERRY e J. PITTERMANN.
FUKUDA, H., Y. WATANABE, H. KURIYAMA, S. AOYA- 2004. Analysis of circular bordered pit function.
GI, M. SUGIYAMA, R. YAMAMOTO, T. DEMURA e II. Gymnosperm tracheids with torus-margo pit
A. l\11NAMI. 1998. Programming of cell death du- membranes . Am. J Bot. 91, 386-400. HAIGLER,
ring xylogenesis. J Plant Res. 111, 253-256. C. H. e R. M. BROWN JR. 1986. Transport of ro-
FUNADA, R. 2002. Immunolocalisation and visuali- settes from the Golgi apparatus to the plasma
zation of the cytoskeleton in gymnosperms using mem brane in isolated mesophyll cells of Zinnia
confocal laser scanning microscopy. ln: Wood elegans during differentiation to tracheary ele-
Formation in Trees. Cell and Molecular Bio- ments in suspension culture. Protoplasma 134,
logy Techniques, pp. 143-157, N. Chaffey, ed . 111-120.
Taylor e Francis, London. HARADA, H. e W. A. CÔTÉ 1985. Structure ofwood.
FUNADA, R., H. ABE, O. F URUSAWA, H. lMAlZU- ln: Biosynthesis and Biodegradation of Wood
Ml, K. FUKAZAWA e J. OHTANI. 1997. The orien- Components, pp. 1- 42, T. Higuchi, ed. Academic
tation and localization of cortical microtubules in Press, Orlando, FL.
differentiating conifer tracheids during cell ex- HEADY, R. D., R. B. CUNNINGHAM, C. F. DON-
pansion. Plant Cell Physiol. 38, 210- 212. NELLY e P. D. EVANS. 1994. Morphology of v.rarts
FUNADA, R., O. FURUSAWA, M. SHIBAGAKI, H. MIU- in the tracheids of cypress pine (Callitris Vent.).
RA, T. MIURA, H. ABE e J. OHTANI. 2000. The IAWA J 15, 265- 281 .
role of cytoskeleton in secondary xylern differen- HERENDEEN, P. S., E. A. WHEELER e P. BAAS.
tiation in conifers. ln: Cell and Molecular Biology 1999. Angiosperrn wood evolution and the po-
of Wood Formation, pp. 255-264, R. A. Savidge, J. tential contribution of paleontological data. Bot.
R. Barnett e R. Napier, eds. BIOS Scientific Oxford. Rev. 65, 278-300.
3 54 111 Anatomia das Plantas de Esau
LJESE , W. 1965. The fine structure of bordered pits MEYLAN, B. A. e B. G. BUTTERFIELD. 1981. Perfo-
in softwoods. In: Cellular Ultrastructure of ration plate differentiation in the vessels of har-
Woody Plants, pp. 271-290, W. A. Côté Jr., ed. dwoods. ln: Xylem Cell Development, pp. 96-
Syracuse University Press, Syracuse. 114, J. R. Barnett, ed. Castle House Publications,
LJNTON, M. J., J. S. SPERRY e D. G. \.VJLLJAMS. Tunbridge Wells, Kent.
1998. Limits to ,;vater transport in Juniperus MJLBURN, J. A. 1979. Water F low in Plants. Long-
osteosperma and Pinus edulis: Implications for man, London. MILIONI, D., P.-E. SADO, N. J.
drought tolerance and regulation of transpira- STACEY, C. DOMINGO, K. ROBERTS e M. C. MC-
tion. Funct. Ecol. 12, 906- 911. CANN. 2001. Differential expression of celh;vall-
LOCONTE, H. e D. W. STEVENSON. 1991. Cladistics -related genes during the formation of tracheary
of the Magnoliidae. Cladistics 7, 267- 296. elements in the Zinnia mesophyll cell system.
MAHERALI, H. e E. H. DELUCIA 2000. Xylem con- Plant Mol. Biol. 47, 221- 238.
ductivity and vulnerability to cavitation of pon- MJTTLER, R. 1998. Cell death in plants. ln: When
derosa pine grovving in contrasting climates. cells Die. A Comprehensive Evaluation of
Tree Physiol. 20, 859-867. Apoptosis and Programmed Cell Death, pp.
MARTÍNEZ-VILALTA, J., E. PRAT, I. OLIVERAS e 147- 174, R. A. Lockshin, Z. Zakeri, and J. L. Tilly,
J. PINOL. 2002. Xylem hydraulic properties of eds. Wiley-Liss, New York.
roots and stems of nine Mediterranean woody MONEY, L. L., I. W. BAILEY e B. G. L. SWAMY. 1950.
species . Oecologia 133, 19-29. The morphology and relationships of the Moni-
MATTSSON, J., Z. R. SUNG e T. BERLETH. 1999. miaceae. J Arnold Arbor. 31, 372-404.
Responses of plant vascular systems to auxin l\1ORI, N., M. FUJITA, H. HARADA e H. SAIKL 1983.
transport inhibition. Development 126, 2979- Chemical composition of vestures and warts exa-
2991. mined by selective extraction on ultrathin sec-
MCCULLY, M. E. 1999. Root xylem embolisms and tions ( in Japanese). J(yoto Daigaku Nogaku bu
refilling. Relation to water potentials of soil, Enshurin Hohoku (Bull. J(yoto Univ. For.) 55,
roots, and leaves, and osmotic potentials of root 299- 306.
xylem sap. Plant Physiol. 119, 1001- 1008. MUELLER, W. C. e C. H. BECKMAN. 1984. Ultras-
MCCULLY, M. E., C. X. HUANG e L. E. C. LING. 1998. tructure of the cell wall of vessel contact cells in
Daily embolism and refilling of xylem vessels in the xylem of xylem of tomato stems. Ann. Bot.
the roots of fieldgrown maize. New Phytol. 138, 53, 107- 114.
327-342. MURMANIS, L. e 1. B. SACHS. 1969. Structure of pit
MEDFORD, J. 1., R. HORGAN, Z. EL-SAWI e H. J. border in Pinus strobus L. Wood Fiber l, 7- 17.
KLEE . 1989. Alterations of endogenous cytoki- NAGELI, C. W. 1858. Das Wachsthum des Stammes
nins in transgenic plants using a chimeric iso- und der Wurzel bei den Gefasspfl anzen und die
pentenyl transferase gene. Plant Cell 1, 403- Anordnung der Gefassstrange im Stengel. Beitr.
413. Wiss. Bot. l, 1-56.
MENCUCCJNI, M. e J. COMSTOCK. 1997. Vulnera- NAKASHIMA, J ., K. TAKABE, M. FUJITA e H.
bility to cavitation in populations of two desert FUKUDA. 2000. Autolysis during in vitro trache-
species, Hymenoclea salsola and Ambrosia du- ary element differentiation: Formation and loca-
mosa, from different climatic regions. J Exp. tion of the perforation. Plant Cell Physiol. 41,
Bot. 48, 1323- 1334. 1267-1271.
METCALFE, C. R. e L. CHALK, eds.1983.Anatomy NIJSSE, J., G. W. A. M. VAN DER HEIJDEN, W. VAN
oj the Dicotyledons, 2. ed., vol. II. Wood Struc- IEPEREN, C. J. KEIJZER e U. VAN MEETEREN.
ture and Conclusion of the General Introduc- 2001. Xylem hydraulic conductivity related to
tion. Clarendon Press, Oxford. conduit dimensions along chrysanthemu1n ste-
MEYER, R. W. e W. A. CÔTÉ JR. 1968. Formation of ms. J Exp. Bot. 52, 319-327.
the protective layer and its role in tyloses develo- OBARA, K., H. KURIYAMA e H. FUKUDA. 2001.
pment. Wood Sei. Technol. 2, 84- 94. Direct evidence of active and rapid nuclear de-
MEYLAN, B. A. e B. G. BUTTERFIELD. 1974. Occur- gradation triggered by vacuole rupture during
rence of vestured pits in the vessels and fibres of programmed cell death in zinnia. Plant Physiol.
New Zealand woods. N Z. J Bot. 12, 3-18. 125, 615-626.
356 111 Anatomia das Plantas de Esau
O'BRIEN, T. P. 1981. The primary xylem. ln: Xylem SACHS, T. 2000. Integrating cellular and organismic
Cell Development, pp. 14-46, J. R. Barnett, ed . aspects of vascular differentiation . Plant Cell
Castle House, Tunbridge Wells, Kent. Physiol. 41, 649-656.
OHTANI, J., B. A. MEYLAN e B. G. BUTTERFIELD. SALLEO, S., M. A. Lo GULLO, D. DE PAOLI e M. ZI-
1984. Vestures or warts-Proposed terminology. PPO. 1996. Xylem recovery from cavitation-indu-
IAWA Bull. n.s. 5, 3-8. ced embolism in young plants of Laurus nobilis:
OHTANI, J ., Y. SAITOH, J . WU, K. FUKAZAWA e A possible mechanism. New Phytol. 132, 47-56.
S. Q. XIAO. 1992. Perforation plates in Knema SAMUELS, A. L., K. H. RENSING, C. J . DOUGLAS,
furfuraeea (Myristicaceae) . IAWA Bull. n.s., 13, S. D. MANSFIELD, D. P. DHARMAWARDHANA
301- 306. e B. E. ELLIS. 2002. Cellular machinery of wood
PANSHIN, A. J. e C. DE ZEEUvV. 1980. Textbook of production: Differentiation of secondary xylem
Wood Teehnology: Structure, Jdentifi eation, in Pinus eontorta var. latifolia. Planta 216,
Properties, and Uses of the Commereial Woo- 72- 82.
ds of the United States and Canada, 4. ed. Mc- SCHNEIDER, E. L. e S. CARLQUIST. 2000a. SEM
Graw-Hill, New York. studies on vessels of the homophyllous species of
PARAMESWARAN, N. e W. LIESE. 1977. Occurren- Selaginella. Int. J Plant Sei. 161, 967-974.
ce of wa1ts in bamboo species. Wood Sei. Teeh- SCHNEIDER, E. L. e S. CARLQUIST. 2000b. SEM
nol. 11, 313-318. studies on the vessels of heterophyllous species
PARAMESWARAN, N. e W. LIESE . 1981. Torus-li- of Selaginella. J. Torrey Bot. Soe. 127, 263-
ke structures in interfi bre pits of Prunus and 270.
Pyrus. IAWA Bull. n.s. 2, 89-93. SCHNEIDER, E. L. e S. CARLQUIST. 2000c. SEM
PARKINSON, C. L., K. L. ADAMS e J. D. PALMER. studies on vessels in ferns. 17. Psilotaceae. Am.
1999. Multigene analyses identify the three ear- J Bot. 87, 176-181.
liest lineages of extant flowering plants. Curr. SCHULTE, P. J., A. C. GIBSON e P. S. NOBEL. 1989.
Biol. 9, 1485-1488. \Vater fl ow in vessels with simple or compound
PENNELL, R. 1. e C. LAMB. 1997. Programmed cell perforation plates. Ann. Bot. 64, 171- 178.
death in plants. Plant Cell 9, 1157- 1168. SCURFIELD, G., A. J. MICHELL e S. R. SILVA. 1973.
POOLE, 1. e J. E. FRANCIS. 2000. The first record of Crystals in woody stems. Bot. J Linn. Soe. 66,
fossil wood of Winteraceae from the Upper Cre- 277- 289.
taceous of Antarctica. Ann. Bot. 85, 307- 315. SPERRY, J. S. 1985. Xyle1n embolism in the palm
RANJANI, K. e K. V. KRISHNAMURTHY. 1988. Na- Rhapis excelsa. IAWA Bull. n.s. 6, 283-292.
ture of vestures in the vestured pits of some Ca- SPERRY, J. S. e U. G. HACKE . 2004. Analysis of cir-
esalpiniaceae. IAWA Bull. n .s. 9, 31-33. RAVEN, cular bordered pit function. 1. Angiosperm ves-
P. H., R. F. EVERT e S. E. EICHHORN. 2005. Bio- sels with homogeneous pit rnembranes. Am. J
logy of Plants, 7. ed . Freeman, New York. Bot. 91, 369-385.
RICHTER, H. 2001. The cohesion theory debate con- SPERRY, J. S. e N. Z. SALIENDRA. 1994. Intra- and
tinues: The pitfalls of cryobiology. Trends Plant inter-plant variation in xylem cavitation in Betu-
Sei. 6, 456-457. la oeeidentalis. Plant Cell Environ. 17, 1233-
ROMANO, C. P., M. B. HEIN e H. J . KLEE. 1991. 1241.
Inactivation of auxin in tobacco transformed SPERRY, J. S. e J. E. M. SULLIVAN. 1992. Xylem
with the indoleacetic acidlysine synthetase embolism in response to freeze-thaw cycles and
gene of Pseudomonas savastanoi. Genes Dev. water stress in ringporous, diffuse-porous, and
5, 438- 446. conifer species. Plant Physiol. 100, 605- 613.
ROTH, A. 1996. \.Vater transport in xylem conduits SPERRY, J. S. e M. T. TYREE. 1988. Mechanism of
with ring thickenings. Plant Cell Environ. 19, water stress induced xylem embolism. Plant
622-629. Physiol. 88, 581-587. SPERRY, J. S. e M. T.
RYSER, U., M. SCHORDERET, G.-F. ZHAO, D. STU- TYREE. 1990. Water-stress-induced xylem ca-
DER, K. RUEL, G. HAUF e B. KELLER. 1997. vitation in three species of conifers. Plant Cell
Structural cell-wall proteins in protoxylem deve- Environ. 13, 427-436.
lopment: Evidence for a repair process mediated SPERRY, J. S., K. L. NICHOLS, J. E. M. SULLIVAN e
by a glycine-rich protein. Plant J 12, 97-111. S. E. EASTLACK. 1994. Xylem embolism in ring-
Xilema : tipos celulares e aspectos do desenvolvimento 111 357
-porous, diffuse-porous, and coniferous trees of tation. Rijksuniversiteit te Utrecht, The Nether-
northern Utah and interior Alaska. Ecology 75, lands.
1736-1752. VIAN, B., J .-C. ROLAND, D. REIS e M. MOSINIAK.
STEWART, \V. N. e G. W. ROTH\VELL. 1993. Paleo- 1992 . Distribution and possible morphogenetic
botany and the Evolution of Plants, 2. ed . Cam- role of the xylans within the secondary vessel
bridge University Press, New York. wall of linden wood. IAWA Bull. n.s. 13, 269-282.
STOUT, D. L. e A. SALA. 2003. Xylem vulnerability WANG, J ., N. E. IVES e M. J. LECHOWICZ . 1992.
to cavitation in Pseudotsuga menziesii and Pi- The relation of foliar phenology to xylem embo-
nus ponderosa from contrasting habitats. Tree lism in trees. Funct. Ecol. 6, 469- 475.
Physiol. 23, 43- 50. WARDROP, A. B. 1981. Lignification and xylogene-
TAYLOR, J. G. e C. H. HAIGLER. 1993. Patterned sis. ln: Xylem Cell Development, pp. 115- 152.
secondary cell-wall assembly in tracheary ele- J. R. Barnett, ed. Castle House, Tunbridge Wells,
ments occurs in a self-perpetuating cascade. Kent.
Acta Bot. Neerl. 42, 153- 163. WHEELER, E. A. 1983. Intervascular pit membra-
TAYLOR, T. N. e E. L. TAYLOR. 1993. The Biology nes in Ulmus and Celtis native to the United Sta-
and Evolution of Fossil Plants. Frentice Hall, tes. IAWA Bull. n.s. 4, 79-88.
Englewood Cliffs, NJ. WHEELER, E. A. e P. BAAS. 1991. A survey of the
TIBBETTS, T. J . e F. W. EWERS. 2000. Root pressu- fossil record for dicotyledonous wood and its sig-
re and specific conductivity in t emperate lianas: nificance for evolutionary and ecological wood
Exotic Celastrus orbiculatus (Celastraceae) vs. anatomy. IAWA Bull. n.s. 12, 275-332 .
native Vitis riparia (Vitaceae) . Am. J. Bot. 87, WHEELER, E. A., P. BAAS e P. E. GASSON, eds.
1272-1278. 1989. IAWA list of microscopic features for har-
TURNER, S. R. e M. HALL. 2000. The gapped x y- dwood identification. IAWA Bull. n.s. 10, 219-332.
lem mutant identifies a common regulatory step WIEBE, H. H. 1975. Photosynthesis in wood. Phy-
in secondary cell ,;vali deposition. Plant J 24, siol. Plant. 33, 245-246.
477- 488. YAMAMOTO, R., S. FUJIOKA, T. DEMURA, S.
TYREE, M. T. 1993. Theory of vessel-length de- TAKATSUTO, S. YOSHIDA e H. FUKUDA. 2001.
termination: The problem of nonrandom vessel Brassinosteroid leveis increase drastically prior
ends. Can. J. Bot. 71, 297- 302. to mor phogenesis of tracheary elements. Plant
TYREE, M. T., S. D. DAVIS e H. COCHARD. 1994. Physiol. 125, 556- 563.
Biophysical perspectives of xylem evolution: Is YOUNG, D. A. 1981. Are the angiosperms primitively
there a tradeoff of hydraulic effi ciency for vul- vesselless? Syst. Bot. 6, 313- 330.
nerability to dysfunction? IAWA J. 15, 335-360. ZANIS , M. J., D. E. SOLTIS, P. S. SOLTIS, S. MA-
TYREE , M. T., S. SALLEO, A. NARDINI, M. A. Lo THEWS e M. J. DONOGHUE. 2002. The root of
GULLO e R. MOSCA. 1999. Refilling of embolized the angiosperms revisited. Proc. Natl. Acad.
vessels in young stems of laurel. Do we need a Sei. USA 99, 6848-6853.
new paradigm? Plant Physiol. 120, 11-21. ZIMMERMANN, M. H. 1982. Functional xylem ana-
UEHARA, K. e T. HOGETSU. 1993. Arrangement of tomy of angiosperm trees. ln: New Perspectives
cortical microtubu les during formation of borde- in WoodAnatomy, pp. 59-70, P. Baas, ed . Marti-
red pit in the tracheids of Tax us. Protoplasma nus Nijhoff/W. Junk, The Hague.
172 , 145-153. ZIMMERMANN, 11. H. 1983. Xylem Structure and
VAN DER GRAAFF, N. A. e P. BAAS. 1974. Wood the Ascent of Sap. Springer-Verlag, Berlin.
anatomical variation in relation to latitude and ZIMMERMANN, M. H. e C. L. BROWN. 1971. Trees:
altitude. Blumea 22, 101- 121. Structure and Function. Springer-Verlag, New
VANDERMOLEN, G. E. , C. H. BECKMAN e E. RO- York.
DEHORST. 1987. The ultrastructure of tylose for- ZIMMERMANN, M. H. e A. JEJE. 1981. Vessel-leng-
mation in resistant banana following inoculation th distribution in stems of some American woody
with Fusarium oxysporum f. sp. cubense. Phy- plants. Can. J. Bot. 59, 1882- 1892.
siol. lvlol. Plant Pathol. 31. 185-200. ZIMMERMANN, M. H. e D. POTTER. 1982. Vessel-
VAN DER SCHOOT, C. 1989. Determinates of xy- -length distributions in branches, stem, and roots
lem-to-phloem transfer in tomato. Ph.D. Disser- of Acer rubrum L. IAWA Bull. n.s. 3, 103-109.
358 111 Anatomia das Plantas de Esau
SECUNDARIO EVARIAÇOES
NA ESTRUTURA DA MADEIRA
O xilema secundário é formado a partir de um com os raios do corpo secundário. Esta distinção
meristema relativamente complexo, o câmbio, que não é confiável, pois para n1uitas plantas o xilema
consiste de iniciais fusiformes verticalmente alon- primário mostra uma seriação radial das células
gadas e iniciais radiais quadradas ou horizontal- tal corno o secundário (Esau, 1943).
mente (radial mente) alongadas (Capítulo 12). O En1 muitas angiospennas lenhosas, o con1pri-
xilema secundário é, portanto, constituído por dois mento dos elementos traqueais permite separar
sistemas, o axial (vertical) e o radial (horizontal) com confiabilidade o xilema primário do secundá-
(Fig. 11.1), uma arquitetura que não é caracterís- rio, sendo o comprimento dos elementos traqueais
tica do xilema primário. Nas angiospermas, o xi- do xilen1a primário formados por último conside-
lema secundário é comumente n1ais complexo do ravelmente maior do que os primeiros elementos
que o primário, por ter uma variedade mais ampla traqueais formados no xilema secundário (Bailey,
de componentes celulares. 1944). Embora os elementos traqueais com espes-
As esculturas das paredes secundárias dos samentos helicoidais sejam geralmente mais longos
elementos traqueais do xilema primário e secun- do que os ponteados do mesmo xilema primário,
dário foram abordadas no Capítulo 10. Ali se per- esses elementos ponteados são consideravelmen-
cebeu que os elementos do metaxilema formados te mais longos do que os primeiros elementos tra-
posteriormente geralmente se sobrepõem aos ele- queais secundários. A diferença no comprimento
mentos do xilema secundário, pois ambos podem entre os últimos elementos primários formados e
ser similarmente ponteados. Desse modo, o tipo os primeiros elementos secundários pode ser cau-
de pontoação pode ter pouco ou nenhum valor na sada tanto pelo incremento em comprimento das
distinção entre os últimos elementos forn1ados no células do metaxilema durante a sua diferenciação
metaxilema e os primeiros formados no xilema quanto pela ausência de un1 incremento compará-
secundário. vel do comprimento das derivadas cambiais, além
O arranjo das células, observado en1 secções de possíveis divisões transversais das células pro-
transversais, frequentemente é considerado um cambiais envolvidas na sua conversão em células
critério na distinção do xilema primário do secun- cambiais no momento imediatamente anterior à
dário. Diz-se que o procâmbio e o xilema primário iniciação da atividade cambial. Em gimnospermas,
possuem um arranjo celular ao acaso, enquanto o também os últimos ele1nentos primários são geral-
câmbio e o xilema secundário possuem um arranjo mente mais longos do que os primeiros elementos
ordenado, com as células alinhadas paralelamente secundários (Bailey, 1920) .
360 111 Anatomia das Plantas de Esau
-
,
f • ••
l1.• t
¼
i
'. i ,.
$•
Ili
it,
1
Vaso
11 Vaso
1
Iniciais
radiais
Inicial fusiforme
f:,,'li'
Fibra ~o \'o
<?_\'o
Parênquima axial
FIGURA 11.1
Diagrama do bloco de xilema secundário e câmbio vascular de Liriodendron tulipifera L. (tulipeiro), uma angios-
perma lenhosa. O sistema axial consiste de elementos de vaso com pontoações areoladas em arranjo oposto, e paredes
terminais inclinadas com placas de perfuração escalariforme; fibrotraqueídes com pontoações ligeiramente areola-
das; séries parenquimáticas em posição terminal. O sistema radial contém raios heterocelulares (células eretas na
margem, as outras, procumbentes), unisseriados e bisseriados, de várias alturas. (Cortesia de I. W. Bailey; desenhado
por Mrs. J. P. Rogerson, sob a supervisão de L. G. Livingston. Redesenhado.)
A mudança de elementos traqueais mais lon- do xilema secundário para o primário, em uma
gos para mais curtos no início do crescimento determinada espécie este último pode ser menos
secundário é um dos passos para o estabeleci- avançado. Parece que as eudicotiledôneas que não
mento das características maduras do xilema se- são verdadeiramente arbóreas - mesmo que pos-
cundário. Várias outras mudanças acompanham suam crescimento secundário- demonstram uma
esse passo, por exemplo, aquelas que envolvem as retenção das características do xilema primário
pontoações, a estrutura dos raios e a distribuição no xilema secundário (pedomorfose, Carlquist,
do parênquima axial. Com essas modificações, o 1962, 2001). Uma das expressões da pedomorfose
xilema secundário acaba por refletir o nível evo- é uma gradual, en1 vez de abrupta, mudança no
lutivo característico da espécie. Pelo fato de as comprimento dos elementos traqueais.
especializações evolutivas do xile1na progredirem
Xilema: xilema secundário e variações na estrutura da madeira 111 361
ESTRUTURA BÁSICA DO XILEMA SECUN- (Chaffey e Barlo,;v, 2001). Além disso, este sistema
DÁRIO geralmente é conectado, pelos raios, com as células
vivas da medula, do floema e do córtex (van Bel,
O xilema secundário consiste de dois siste- 1990b; Sauter, 2000) .
mas distintos de células, o axial e o radial Cada um dos sistemas possui uma aparência ca-
O arranjo das células no sistema de fileiras verti- racterística nos três tipos de secções empregadas
cais, ou axial, por um lado, e no sistema horizontal, no estudo da madeira. Na secção transversal, ou
ou radial, por outro, constitui uma elas característi- seja, aquela cortada formando um ângulo reto com
cas conspícuas do xilema secundário, ou madeira. relação ao eixo principal do caule ou raiz, as célu-
O sistema axial e os raios são arranjados em dois las do sistema axial são cortadas transversalmente
sistemas que se interpenetram, intimamente inte- e revelam as suas menores dimensões (Figs. 11.2A
grados um ao outro na origenl, estrutura e função. e 11.3A). Em contrapartida, os raios - caracteriza-
No xilema ativo, os raios comumente consistem de dos por possuir comprimento, largura e altura - são
células vivas. O sisten1a axial, dependendo da es- expostos em sua extensão longitudinal em uma sec-
pécie da planta, contém um ou 1nais tipos diferen- ção transversal. Quando raízes e caules são corta-
tes de elementos traqueais, fibras e células de pa- dos ao longo do seu comprimento, dois tipos de sec-
rênquima. As células vivas dos raios e aquelas do ções longitudinais são obtidos: radial (Figs. 11.2B
sistema axial são interconectadas umas às outras e 11.3B; paralelo ao raio) e tangencial (Figs. ll.2C
por numerosos plasmodesmos, portanto a madeira e ll.3C; perpendicular ao raio). Ambos mostram a
é permeada por um sistema tridimensional con- extensão longitudinal das células do sistema axial,
tínuo - um simplasto contínuo - de células vivas mas proporcionam vistas muito diferentes dos raios.
,...- ... .. -
,I
,~ ... -
~
~
~
-
~
~
~
'
..J
•
-...
... .
-
-
lenho tardio
... Raio
.
lenho inicial ----.!+H~-!!-~~
lenho incial
....
•
- ,..
. - --
A-
........
~
-
-.... - .
~
FIGURA 11 .2
1 il!" - - ' ~
Lenho do pinheiro-bravo (Pinus strobus), uma conífera, em secções transversal (A), radial (B) e tangencial (C). O
lenho do pinheiro-bravo é não estratificado. (Todas, xllO.)
362 111 Anatomia das Plantas de Esau
~
as fileiras horizontais estão claramente visíveis, e
;
essa madeira é deno1ninada estratificada (Fig.
11.4; Aesculus, Cryptocarya, Diospyros, Ficus,
~·
.~• 4
'. ~
!. ◄
l;
Raio com
Mansonia, Swietenia, Tabebuia, Tilia, muitas
l:_""I
Asteraceae e Fabaceae) . Em outras, as células de
•• ' canal
uma camada se sobrepõem irregularmente umas
"' resinífero
1 1
~. !,,
,. sobre as outras. Esse tipo de madeira é denomina-
'
da não estratificada (Figs. l l. 2C e l l.3C; Acer;
~ Fraxinus, Juglans, Mangifera, Manilkara, Oco-
tea, Populus, Pyrus, Quercus, Salix, coníferas).
it-i--n iT"i- Raio Secções tangenciais devem ser utilizadas para de-
terminar se uma madeira é estratificada ou não
, 1
estratificada.
Sob o aspecto evolutivo, as madeiras estratifica-
das são mais especializadas do que as não estratifi-
cadas. As estratificadas são derivadas de um câmbio
com iniciais fusiformes curtas e, portanto, possuem
e elen1entos de vaso mais curtos. Em virtude do pe-
-
FIGURA 11 .2 queno alongamento dos elementos de vaso e células
do parênquima axial, se presente algum, após a sua
(Continuação)
origem a partir das iniciais ca1nbiais fusiformes, es-
sas madeiras demonstram muito 1nais a estratifica-
Secções radiais expõem os raios como faixas hori- ção do que as fibras libriformes, fibrotraqueídes ou
zontais que se distribuem pelo sistema axiaL Quan- traqueídes. Os ápices dos elementos traqueais im-
do uma secção radial corta um raio no seu plano perfurados se estenden1 por crescimento intrusivo
mediano, esta revela a altura do raio. Uma secção além dos limites da sua ca1nada e, dessa maneira,
tangencial corta um raio aproximadamente perpen- parcialmente obliteram a demarcação das outras
dicular à sua extensão horizontal e revela sua altura camadas. A condição estratificada é especialmen-
e largura. Portanto, e1n secções tangenciais, é fácil te pronunciada quando a altura dos raios combi-
medir a altura elo raio - isto é geraln1ente feito em nam com aquelas das fileiras horizontais do sistema
termos de número de células - e determinar se o axial, isto é, quando os raios são também estratifica-
raio possui uma ou mais células de largura. dos (Fig. 11.4B) . Vários padrões intermediários são
encontrados entre as madeiras estritamente estra-
Algumas madeiras são estratificadas e ou- tificadas e aquelas estritamente não estratificadas,
tras, não derivadas de longas iniciais fusiformes. As madeiras
A seriação radial de células 1nais ou menos orde- estratificadas são encontradas na eudicotiledôneas,
nada do xilema secundário, observada em secção e são desconhecidas em coníferas.
transversal, é resultado da origem dessas células
a partir de divisões periclinais ou tangenciais das Os anéis de crescimento resultam da ativida-
iniciais cambiais. Na madeira de coníferas essas de periódica do câmbio vascular
séries são mais evidentes ; na madeira das angios- A atividade periódica do câmbio (Capítulo 12),
permas com vasos essas séries podem ser obscu- que é um fenômeno sazonal em regiões tempe-
recidas pelo aumento ontogenético dos elementos radas, relacionado às mudanças no comprimento
Xilema: xilema secundário e variações na estrutura da madeira 111 363
~ ~ - Vaso de
lenho
inicial
GiF'-..-.....;'--- Série
Vaso de parênqui-
lenho inicial mática
Raios
'-m~~""'i"""+-"7Raios
Vasos de
lenho tard io
~!#=~- Vaso de
lenho
inicial
FIGURA 11.5
Anéis de crescimento da madeira, em secções transversais. A , pinheiro-branco (Pinus strobus). Com os vasos au-
sentes, o lenho de coníferas é não poroso. Note os canais resiníferos (setas), que ocorrem, em grande quantidade,
no lenho tardio. B, carvalho americano (Quercus rubra). Como é característico de uma madeira com anel poroso,
os poros, ou vasos (v) do lenho inicial são distintamente maiores do que aqueles do lenho tardio (setas). C, tulipeiro
(Liriodendron tulipijera), uma madeira com porosidade difusa. No tulipeiro, os limites do anel são demarcados por
faixas de células de parênquima marginal (setas).
Os anéis de crescimento são distintos em va- deiras tropicais. Nessas, os limites entre os anéis
riados graus, dependendo da espécie de nladeira e são demarcados por faixas de parênquima axial
também das condições de crescimento (Schwein- produzidas no início e/ou término de uma estação
gruber, 1988). A causa da visibilidade do anel de de crescimento (Boninsegna et al., 1989; Détienne,
crescimento em uma secção de madeira é a dife- 1989; Gourlay, 1995; Mattos et al., 1999; To1nazello
rença estrutural entre o xilema produzido na parte e da Silva Cardoso, 1999). Tais faixas são denomi-
inicial e na tardia da estação de crescimento. Em nadas faixas de parênquima marginal. Suas
madeiras temperadas, o lenho inicial é menos células são frequentemente preenchidas por várias
denso (com células mais largas e paredes propor- substâncias amorfas ou cristais. Faixas marginais
cionaln1ente mais delgadas) do que o lenho tar- de parênquima axial também ocorrem em muitas
dio (com células mais estreitas e paredes propor- árvores temperadas (Fig. l l.5C) .
cionaln1ente mais espessas) (Figs. 11.2A, 11.3A e Os fatores que detenninan1 a mudança das ca-
11.5). Na maioria das espécies, o lenho inicial em racterísticas de lenho inicial para aquelas do lenho
uma determinada estação se combina gradual- tardio são de contínuo interesse para os fisiologis-
mente com o lenho tardio da mesn1a estação, mas tas de espécies arbóreas (Higuchi, 1997) . Embora
o limite entre o lenho tardio de uma estação e o muitos hormônios vegetais estejam associados na
lenho inicial da estação seguinte é bem demarca- formação do lenho inicial e tardio, o caso da auxi-
do. Essas modificações pronunciadas na espessura na (AIA) foi o mais explorado. Foi observado que
da parede e nas dimensões são incomuns en1 ma- a concentração de auxina na zona cambial de uma
366 111 Anatomia das Plantas de Esau
árvore sofre mudanças sazonais, aun1entando da perdem o seu protoplasto antes de começarem a
primavera para o verão e, então, decrescendo para desempenhar seus papéis principais na planta. As
os níveis da primavera com a aproximação do ou- células vivas, que armazenan1 e transportam nu-
tono. No inverno, a concentração de AIA no câmbio trientes (células de parênquilna e algumas fibras),
dormente está em um nível relativamente baixo. são vivas no ápice da atividade do xilema, n1as ter-
A transição de lenho inicial para tardio tem sido minam morrendo. Esse estágio é precedido por
atribuída aos níveis decrescentes de AIA (Larson, numerosas modificações na madeira, que visivel-
1969). Do mesmo modo, quando modificações nas mente diferenciam o alburno ativo do cerne inativo
condições de crescimento resultam em um decrés- (Hillis, 1987; Higuchi, 1997) .
cimo na concentração endógena de AIA mais cedo Alburno, por definição, é a parte da madeira
do que o normal, a transição na formação do le- em uma árvore viva que contém células vivas e
nho inicial para tardio ocorre mais cedo. Contudo, materiais de reserva. Pode ou não ser totalmente
a formação do lenho tardio não pode ser atribuída funcional na condução de água. Por exemplo, em
ao decréscimo de AIA na região cambial em caules uma árvore de 45 anos de Quercus phellos, os 21
de Picea abies (Eklund et al., 1998), e em Pinus anéis de crescimento mais externos contêm célu-
sylvestris, onde foi observado que a concentração las de armazenamento vivas, mas apenas os dois
de auxina aumenta durante a transição do lenho anéis mais externos estão envolvidos com a con-
inicial para tardio (Uggla et al., 2001). A formação dução (Ziegler, 1968) . Todos os 21 anéis são parte
do lenho tardio em Pinus radiata e P. sylvestris do alburno.
foi atribuída por alguns pesquisadores a um au- A 1nodificação mais crítica que ocorre duran-
mento no nível do ácido absicíco endógeno na zona te a conversão de alburno em cerne é a morte das
cambial (Jenkins e Shepherd, 1974; \1/odzicki e Wo- células de parênquin1a e outras células vivas da
dzicki, 1980). madeira. Esta é precedida pela remoção das subs-
A largura de anéis de crescimento individuais tâncias de reserva ou a sua conversão em outras
varia muito de ano para ano em função de fatores substâncias características do cerne. Assim, o cer-
ambientais, como luz, temperatura, chuvas, dispo- ne é caracterizado pela ausência de células vivas e
nibilidade de água no solo e duração da estação de substâncias de reserva. O alburno mais interno - a
crescimento (Kozlowski e Pallardy, 1997). A largu- parte da madeira onde ocorre a formação do cerne
ra de um anel de crescimento pode ser um índice - é denominado zona de transição. A formação
bem acurado da chuva de um ano em particular. do cerne, um tipo de morte celular progran1ada, é
Sob condições favoráveis - ou seja, durante perí- um fenômeno normal na vida de uma árvore, e re-
odos de chuva adequada ou abundante - os anéis sulta da morte fisiológica devida a fatores internos.
de crescimento são largos; sob condições desfavo- Esta ocorre em raízes, tanto quanto em caules de
ráveis, eles são estreitos. O reconhecimento dessas muitas espécies, mas somente na região próxima
relações levou ao desenvolvimento da dendrocro- ao caule (Hillis, 1987). Uma vez iniciada, esta é
nologia, que é o estudo dos padrões de crescimen- contínua por toda a vida da árvore. Com o aumento
to anuais em árvores e o uso dessa informação para da idade, o cerne se torna impregnado por muitos
avaliar as flutuações no clima do passado e na da- compostos orgânicos, como fenóis, óleos, gomas,
tação de eventos em pesquisa histórica (Schwein- resinas, materiais aromáticos e corantes. Esses
gruber, 1988, 1993). As quantidades relativas de compostos são denominados coletivamente por ex-
lenho inicial e tardio são afetadas pelas condições trativos , porque podem ser extraídos da madeira
ambientais e diferenças específicas. com solventes orgânicos (Hillis, 1987). Algumas
dessas substâncias impregnam as paredes; outras
Conforme a madeira se torna mais velha, gra- também penetram no lúmen da célula.
dualmente se torna não funcional em condu- Pelo menos dois tipos de formação do cerne po-
ção e armazenamento dem ser distintos (Magel, 2000 e literatura aí cita-
Os elementos do xilema secundário possuem vá- da). No tipo 1, também denominado tipo-Robinia ,
rias especializações em relação às suas funções. a acumulação de extrativos fenólicos se inicia no
Os elementos traqueais e as fibras, envolvidos, res- tecido da zona de transição. No tipo 2, ou tipo-Ju-
pectivamente, com a condução de água e suporte, glans , os precursores dos fenóis dos extrativos do
Xilema : xilema secundário e variações na estrutura da madeira 111 367
cerne se acumulam gradualmente nos tecidos do que os toros são pressionados às aréolas e fecham
alburno que estão envelhecendo. Enzinlas-chave as aberturas (par de pontoação aspirado, Capítulo
envolvidas na biossíntese de flavonoides (o maior 10) e podem se tornar incrustadas por substâncias
grupo de compostos fenólicos vegetais) e genes semelhantes à lignina e outras (Krah1ner e Côté,
que os codificam estão agora sendo identificados 1963; Yan1amoto, 1982; Fujii et al., 1997; Sano e
no tempo e no espaço (Magel, 2000; Beritognolo et Nakada, 1998). A aspiração das pontoações areo-
ai., 2002 e literatura aí citada) . Duas dessas enzi- ladas parece estar relacionada aos processos que
mas são a fenilalanina amônia-liase (PAL) e chal- causam a secagem da porção central da madeira
cona sintase (CHS). Na verdade, a PAL está envol- (Hanis, 1954). As várias mudanças que ocorrem
vida em dois eventos separados, um relacionado à durante a formação do cerne não afeta1n a dureza
formação de lignina na madeira recém-formada e o da madeira, mas a tornam mais durável do que o
outro relacionado à formação dos extrativos do cer- alburno, menos atacada por vários organismos de-
ne. A CHS, ao contrário, está ativa exclusivamente compositores e menos penetrável a vários líquidos
na zona de transição. A ativação da PAL e da CHS (incluindo preservativos artificiais).
é correlacionada com a acumulação de flavonoides, A proporção de alburno e cerne e o grau de vi-
os quais são sintetizados novamente nas células sibilidade das diferenças entre os dois é altamen-
do alburno que estão sofrendo transformação em te variável em espécies distintas e em diferentes
cerne (Magel, 2000; Beritognolo et ai., 2002). Em- condições de crescimento. Na maioria das árvores,
bora a hidrólise do amido de reserva proveja algum o cerne é normalmente mais escuro em coloração
carbono para a formação dos compostos fenólicos, do que o alburno ao redor. Quando recém-cortado,
a maior parte da síntese destes é dependente da a cor de vários cernes cobre um amplo espectro,
importação de sucrose. Em Robinia, o aumento da incluindo o negro (ébano) de algumas espécies de
degradação enzirnática da sucrose coincidiu com o Diospyros e em Dalbergia melanoxylon; roxa em
aumento das atividades da PAL e da CHS e com a espécies de Peltogyne; vermelha em Simira (Si-
acumulação dos compostos fenólicos dos extrati- ckingia) e Brosimum rubescens; amarela em es-
vos do cerne, o que indica um íntimo envolvimento pécies de Berberis e Cladrastis; e laranja em Dal-
do metabolismo da sucrose con1 a formação do cer- bergia retusa, Pterocarpus e Soyauxia (Hillis,
ne (Magel, 2000). 1987). Algumas árvores não possuem um cerne
A conversão do alburno em cerne pode também claramente diferenciado (Abies, Ceiba, Ochro-
ser acompanhada por uma mudança no conteúdo ma, Picea, Populus, Salix), outras possuem um
de umidade. Na maioria das coníferas, o conteúdo alburno estreito (Morus, Robinia, Taxus), e ou-
de umidade do cerne é consideravelmente menor tras, ainda, possuem um alburno largo (Acer, Dal-
do que aquele do alburno. A situação nas angios- bergia, Fagus, Fraxinus).
permas lenhosas varia dentre as espécies e com a En1 algumas espécies, o alburno é convertido em
estação. Em muitas espécies, o conteúdo de umida- cerne cedo; em outras, demonstra uma grande lon-
de do cerne difere pouco daquele do alburno. Em gevidade. A formação do cerne geralmente se inicia,
algu1nas espécies de certos gêneros (por exen1plo, em espécies de Robinia, entre 3 e 4 anos; em algu-
Betula, Carya, Eucalyptus, Frax inus, Juglans, mas espécies de Eucalyptus, por volta de 5 anos;
Morus, Populus, Quercus, Ulmus), o cerne con- em muitas espécies de pinho, entre 15 e 20 anos;
tém mais umidade do que o alburno. no freixo europeu (Fraxinus excelsior), entre 60 e
Em muitas angiospermas lenhosas, a formação 70 anos; na faia, entre 80 e 100 anos, e em Alstonia
do cerne é acompanhada pelo desenvolvimento scholaris (Apocynaceae, África Ocidental) em mais
de tilos nos vasos (Capítulo 10; Chattaway, 1949). de 100 anos (Dadswell e Hillis, 1962; Hillis, 1987).
Exemplos de madeiras com abundante desenvolvi- A determinação da profundidade do albw·no e o
mento de tilos são aquelas deAstronium,Catalpa, padrão de velocidade da seiva ao longo do raio do
Dipterocarpus, Juglans nigra, Maclura, Morus, xilema são problemas críticos para os pesquisadores
Quercus (espécies de carvalho branco), Robinia e interessados em estimar a transpiração das copas
Vitis. Muitos gêneros nunca desenvolvem tilos. Na e o uso da água da floresta (Wullschleger e King,
madeira de coníferas, as men1branas de pontoação 2000; Nadezhdina et al., 2002). Como notado por
que possuem toros podem se tornar fixas de modo Wullschleger e King (2000), a "A falha no reconhe-
368 111 Anatomia das Plantas de Esau
'
V
FIGURA 11 .9
Secções transversais do lenho de tração (A) e do lenho normal (B) de uma espécie híbrida de álamo (Populus eura-
mericana). As camadas escuras gelatinosas se separaram do resto da parede secundária como fibras gelatinosas (fg).
Outros detalhes : fn, fibra normal; r, raio; v, vaso. (Obtido de Jourez, 1997.)
Xilema : xilema secundário e variações na est rutu ra da madeira 111 371
as novas células são adicionadas pelo câmbio e ten- iniciadas ou paradas durante o desenvolvimento
dem a encolher longitudinalmente durante o ama- da célula (Boyd, 1977; Wilson e Archer, 1977). Por
durecimento de suas paredes (Hejnowicz, 1997). outro lado, Caperson (1960) conclui que a resposta
Realmente, como notado por Huang et al. (2001), que leva à formação do lenho de tração no hipocóti-
em um tronco de unla arbórea com crescimento lo de Aesculus ocorreu apenas nos precursores das
normal vertical, à medida que novos elementos fibras estimulados em um estágio inicial da sua se-
do xilema se tornam lignificados, estes geram um paração do câmbio. E1n Acer saccharum, algumas
estresse de tração, na direção longitudinal, e es- das características anatômicas do lenho de tração
tresse de compressão, na direção tangencial. Essa já estavam aparentes no xilema primário (Kang e
c01nbinação de estresses é repetida e1n cada novo Soh, 1992).
incremento de crescimento, resultando em uma
distribuição regular de estresses que se opõem ao
redor da circunferência do tronco. Como resultado,
MADEIRAS
As madeiras são classificadas como madeira de
os estresses de tração surgem na parte mais exter- coníferas (s oftwoods) ou made ira de folhosas
na do tronco, e o estresse de compressão, na parte
(hardwoods),1 estas últimas são as madeiras de
mais interna. Tem sido atribuído a esses estresses
angiospermas. Os dois tipos de madeira possuem
um auxílio aos troncos das árvores para aguentar diferenças estruturais básicas, mas os termos "sof-
as forças das rajadas de vento e dar resistência twood" e "hardwood" não expressam acuradamen-
contra o rompimento do xilema por congelamento te a densidade relativa (peso por unidade de volu-
durante os invernos severos (Mattheck e Kubler, me) ou dureza da madeira. Por exemplo, uma das
1995). madeiras mais leves e macias é a balsa (Ochroma
Pesquisa envolvendo modificações experimen- lagopus), uma madeira de folhosa tropical. Em con-
tais na posição dos eixos das plantas tem provido trapartida, a madeira de algumas coníferas, como o
evidências de que o estímulo da gravidade e a dis- pinos (Pinus elliotti), são mais duras do que a ma-
tribuição endógena das substâncias de crescimento deira de muitas folhosas. A madeira de coníferas é
são fatores importantes que causam o desenvolvi- mais homogênea em estrutura - com o predomínio
mento do lenho de reação (Casperson, 1965; Wes- de elementos longos e retos. É altamente indicada
ting, 1968; Boyd, 1977). Os prin1eiros experimentos para a produção de papel, onde uma alta dureza
com auxinas e antiauxinas indicaram que o lenho e resistência são necessárias. Muitas n1adeiras de
de tração em angiospermas é formado quando a folhosas comercialn1ente utilizadas são especial-
concentração de auxina é baixa (Morey e Cronshaw, mente fortes, densas, e pesadas por causa de uma
1968; Boyd, 1977). Em contrapartida, foi encon- alta proporção de fibrotraqueídes e fibras librifor-
trado que o lenho de compressão das coníferas se mes (Astronium, Carya, Carpinus, Diospyros,
forn1a em regiões com alta concentração de auxina Guaiacum, Manilkara, Ostrya, Quercus) . As
(Westing, 1968; Sundberg et ai., 1994) . Em um es- principais fontes de madeiras comerciais são as
tudo mais recente, utilizando uma análise de alta coníferas, dentre as gimnospern1as, e as eudicoti-
resolução da distribuição do AIA endógeno através ledôneas, dentre as angiospermas. As monocotile-
dos tecidos da região cambial em árvores de Popu- dôneas arbóreas, ou arborescentes, não produzem
lus tremula e Pinus sylvestris, foi demonstrado um corpo de xilema secundário homogêneo de im-
que o lenho de reação é formado sem qualquer al- portância comercial (To1nlinson e Zimmermann,
teração óbvia no equilíbrio do AIA (Hellgren et al., 1967; Butterfield e Meylan, 1980) . Dentre as mono-
2004). O ácido giberélico (GA 3) e o etileno também cotiledôneas, o colmo do bambu, que possui uma
foram relacionados na formação do lenho de rea- alta relação entre força e peso e é n1ais resiliente do
ção (Baba et al., 1995; Dolan, 1997; Du et ai., 2004). que as madeiras comerciais, tem servido há muito
Quando o lenho de reação é induzido por apenas tempo como a "madeira" da Ásia mais proeminen-
um curto tempo, nas células formadas no começo
e no final do período de indução, podem faltar al- 1 Os termos softwood (madeira macia) e hardwood (madeira dura)
são aceitos sem tradução em nível interna cional, e portanto, não
gumas das características típicas do lenho de tra- são traduzidos litera lmente para o português. Em portu guês, os
ção ou compressão, indicando que a diferenciação anatomistas de madeira utilizam os termos madeira de coníferas
das características do lenho de reação poden1 ser para softwoods, e madeira de folhosas para hardwoods.
3 72 111 Anatomia das Plantas de Esau
te. O colmo do bambu é utilizado na construção de go das n1argens superior e inferior dos pares de
casas, móveis, utensílios, para fazer papel, cobertu- pontoação (Fig. 11.llA, B; Capítulo 10). Outras
ra de assoalhos e como combustível (Liese, 1996; esculturas de parede encontradas pouco frequen-
Chapman, 1997; ver Liese, 1998, para a anatomia temente são as trabéculas , pequenas barras que
dos colmos de bambu). se estendem através do lúmen das traqueídes de
uma parede tangencial até a outra.
A madeira das coníferas é relativamente O parênquima axial pode ou não estar pre-
simples em estrutura sente no lenho de coníferas. Em Podocarpaceae,
A madeira das coníferas é mais simples e mais ho- Taxodiaceae e Cupressaceae, o parênquima está
mogênea do que a da maioria das angiospermas ocasionalmente presente em séries na zona de
(Figs. 11.2, 11.10 e 11.11). A distinção mais impor- transição entre o lenho inicial e o tardio. Como
tante entre os dois tipos de madeira é a ausência séries unisseriadas, são escassos ou ausentes em
de vasos em coníferas e a sua presença na maioria Pinaceae, Araucariaceae e Taxaceae. Em alguns
das angiospermas. Outra característica marcante gêneros, o parênquima axial ou células epiteliais
da madeira de coníferas é a quantidade relativa- são restritas àquelas associadas aos canais de re-
mente pequena de parênquima, particularmente sina (Cedrus, Keteleeria, Picea, Pinus, Larix,
de parênquima axial. Pseudotsuga) . As paredes secundárias ocorrem
nas células epiteliais de Larix, Picea, e Pseudot-
suga.
O sistema axial das coníferas é constituído
principalmente ou inteiramente por traqueí-
des Os raios de coníferas podem ser constituídos
As traqueídes são células longas, que medem cer- por células de parênquima e traqueídes
ca de 2 a 5 mm de comprimento (variação: 0,5 a Os raios de coníferas são constituídos por células
11 mm; Bailey e Tupper, 1918), com suas extre- de parênquima, apenas, ou por células de parên-
midades se sobrepondo às de outras traqueídes quima e traqueídes. Aqueles compostos apenas por
(Fig. 11.2B; Capítulo 10). As extremidades que se células de parênquima são denominados homo-
sobrepõem podem ser curvadas e ramificadas de- celulares ; aqueles que contêm células de parên-
correntes do crescin-lento intrusivo. Basicamente, quima e traqueídes são heterocelulares (Figs.
as extremidades são em forma de cunha, com suas 11.llD e 11.12). As traqueídes radiais parecem cé-
faces pontudas expostas en1 secções tangenciais e lulas de parênquima na forma, mas os protoplastos
as partes sem pontas em secções radiais. As fibro- estão ausentes na maturidade e possuem paredes
traqueídes podem ocorrer no lenho tardio, mas as secundárias com pontoações areoladas. Elas estão
fibras libriformes são ausentes. normalmente presentes nas Pinaceae, exceto em
As traqueídes são interconectadas por pares de Abies, Keteleeria e Pseudolarix, e, ocasional-
pontoações areoladas circulares ou ovais em ar- mente, em Sequoia e na maioria das Cupressace-
ranjo simples, oposto (traqueídes com lúmen lar- ae (Philips, 1948). As traqueídes radiais ocorrem
go do lenho inicial de Taxodiaceae e Pinaceae) ou comumente ao longo das margens (superior e/ou
alterno (Araucariaceae). O número de pontoações inferior) dos raios, com uma ou mais células em
em cada traqueíde pode variar aproximada1nente profundidade, mas pode1n estar dispersas dentre
de 50 a 300 (Stamm, 1946). Os pares de pontoação as camadas de células parenquimáticas.
são mais abundantes nas extremidades das tra- As traqueídes radiais possuem paredes ligni-
queídes que se sobrepõem, e a maioria está con- ficadas. Em algumas coníferas estas paredes são
finada às paredes radiais. As traqueídes do lenho mais espessas e com esculturas, com projeções em
tardio podem apresentar pontoações nas paredes forma de dentes ou bandas que se estendem atra-
tangenciais. Espessamentos helicoidais (Capítulo vés do lúmen da célula. As células parenquimáti-
10) nas paredes ponteadas foram encontrados nas cas de raio possuem protoplastos vivos no alburno
traqueídes de Pseudotsuga, Taxus, Cephalota- e, frequentemente, depósitos resinosos escuros no
xus, e Torreya (Phillips, 1948). cerne. Possuem apenas paredes primárias em Ta-
As traqueídes possuem espessamentos - crás- xodiaceae, Araucariaceae, Taxaceae, Podocarpa-
sula - da lamela média e parede primária ao lon- ceae, Cupressaceae e Cephalotaxaceae (embora a
Xilema: xilema secundário e variações na estrutura da madeira 111 373
Câmbio
enho tardio
Lenho inicia l
/
Iniciais fusiformes Raio
Parênquima
Traqueíde
FIGURA 11.10
Diagrama de bloco do câmbio vascular e xilema secundário da tuia vulgar (Thuja occidentalis L.), uma conífera . O
sistema axial consiste de traqueídes e uma pequena quantidade de parênquima. O sistema radial consiste de ra ios
unisseriados curtos, compostos por células de parênquima. (Cortesia de l. W. Bailey; desenhado por J. P. Rogerson,
sob a supervisão de L. G. Livingston. Redesenhado.)
orientação rnicrofibrilar da parede das células do ceção dos limites superior e inferior (Fig. ll.2C). Os
parênquima radial de Podocarpus amara e Tsu- raios que contên1 canais resiníferos são denomina-
ga canadensis sejam interpretadas corno típicas dos raios fusiformes. Os raios de coníferas com-
de parede secundária; Wardrop e Dadswell, 1953) põem, na média, cerca de 8% do volume da madeira.
e também possuem paredes secundárias em Abie- Cada traqueíde axial está em contato com um
toideae (Bailey e Faull, 1934). ou mais raios (Fig. 11.l l A, B). Os pares de pon-
Os raios das coníferas têm, frequentemente, unla toação entre as traqueídes axiais e as células de
célula de largura (Fig. ll.2C; unisseriado), ocasio- parênquima radial são serniareolados, com a aréola
nalmente com duas células de largura (bisseria- no lado da traqueíde; aquelas entre as traqueídes
dos) e com 1 a 20, ou algumas vezes mais de 50, axiais e radiais são completamente areoladas. As
células de altura. A presença de u1n canal resinífero pontoações entre as células de parênquima radial
em um raio faz com que o raio normalmente unisse- e as traqueídes axiais forrnan1 um padrão tão ca-
riado apareça com várias células de largura, com ex- racterístico em secções radiais que o campo de
3 74 111 Anatomia das Plantas de Esau
Parênquima •
radial As madeiras de muitas coníferas contêm
Parênquima
.....
Traqueíde ra dial radial canais resiníferos
Pontoação Canais resiníferos aparecem como uma caracte-
simples
rística constante nos sistenlas axial e radial das
~ •••,,. Ili
madeiras de gêneros como Pinus (Figs. 11.2A, C
IC
e 11.5A), Picea, Cathaya, Larix e Pseudotsuga
~ Pontoação
Posição do raio areolaaa Traqueíde (Wu e Hu, 1997). Em contraste, canais resinífe-
radial ros nunca ocorrem nas madeiras de Juniperus
e Cupressus (Fahn e Zamski, 1970). Em outros
gêneros, ainda, como Abies, Cedrus, Pseudola-
rix, e Tsuga, estes surgem apenas em resposta à
1~~ 4=- Crássula Tragueíde do lenho injúria. Canais normais são alongados e ocorrem
inicial isolados (Figs. 11.2A e 11.5A); canais traumáticos
são geraln1ente parecidos com cistos e ocorrem
em séries tangenciais (Fig. 11.13; Kuroda e Shima-
ji, 1983; Nagy et al., 2000). Alguns pesquisadores
}1,,,é-- Traqueíde do lenho
~
i
tardio - consideram todos os canais resiníferos da madeira
como traumáticos (Thomson e Sifton , 1925; Ban-
Posição do raio
nan, 1936). Os fenômenos que induzem o desen-
volvimento dos canais traumáticos são numerosos.
I Alguns deles são a formação de ferimentos e injú-
rias abertos e pressão causada por congelamento
e vento. Os diferentes grupos de coníferas não são
parecidos nas suas respostas às injúrias. O gênero
FIGURA 11.11 Pinus parece ser o menos sensível aos fatores ex-
Elementos do xilerr1a secundário de Pinus. A, traqueí- ternos (Bannan, 1936) .
des de lenho inicial e, B do lenho tardio. Paredes radiais Canais resiníferos axiais estão comumente loca-
em vista frontal. C, raio em vista t ransversal como ob- lizados na transição do lenho inicial e tardio ou nas
servado em uma secção tangencial da madeira. D, duas porções do lenho tardio dos anéis de crescimento
células de raio como vistas em secção radial da madei- (Figs. 11.2A e 11.5A; Wimmer et al., 1999 e litera-
ra. Traqueídes em A , B, mostram áreas de contato com tura aí citada). A sua localização e frequência pode
os raios. Pequenas pontoações nessas áreas conectam ser influenciada pela idade cambial e por fatores
as traqueídes axiais com as radiais. Pontoações gran-
des semiareoladas conectam as células de parênquima
climáticos. Em Picea abies, por exemplo, a maioria
radial com as traqueídes axiais. Em outros locais, as dos canais resiníferos axiais e1n anéis de crescilnen-
traq ueídes possuem pontoações com as aréolas comple- to superiores a 10 anos tem mais probabilidade de
tas. (Todas, xl00. A , B , D , adaptadas de Forsaith, 1926; ser encontrada na zona de transição entre o lenho
com permissão de SUNY-ESF.) inicial e o tardio, e aqueles em anéis de crescimen-
to com uma idade cambial jovem, no lenho tardio
(\Vimmer et al., 1999). Foi observado que te1npera-
cruzamento, isso é, o retângulo fornlado pela pa- turas de verão afetam mais a formação dos canais,
rede radial de uma célula de raio contra uma tra- existindo un1a relação direta entre as altas te1npe-
queíde axial é utilizado na classificação e identi- raturas de verão e alta frequência de canais axiais.
Xilema : xilema secundário e variações na est rutu ra da madeira 111 37 5
--r:-=-- Traqueíd e
radial
Parênquima
ra dial
Traqueíd es
~ radiais
Par de pontoações
areoladas
◄•..
J"'"L~ - - Traqu eíd e
axi al
FIGURA 11 .12
Secção radial da madeira do pinheiro-branco (Pinus strobus), mostrando uma porção de um raio que consiste de
células de parênquima com protoplastos (os corpos escuros são os núcleos) e por traqueídes radiais com pontoações
areoladas nas suas paredes. (x450.)
Geralmente, os canais resiníferos surgem como Durante o seu desenvolvimento, os canais resi-
espaços intercelulares esquizógenos pela separa- níferos forman1 uma cobertura, o epitélio, que é
ção das células de parênquima recém-derivadas do geralmente circundado por uma bainha de células
câmbio. Cada canal radial se origina de um canal de parênquima axial que recebe várias denomi-
axial e é contínuo do xilema para o floema, embora nações, como células da bainha, células acompa-
os canais possam não ser abertos na região cam- nhantes ou células subsidiárias (Wiedenhoeft e
bial de espécies alinhadas com células de paredes Miller, 2002). Em Pinus, as células epiteliais pos-
delgadas (Chattaway, 1951; Werker e Fahn, 1969; suem paredes delgadas (Fig. 11.2A), permanecem
Wodzicki e Brown, 1973). A formação de canais ra- ativas por vários anos e produzem abundante resi-
diais do lado floemático da zona cambial pode pre- na. Em Pinus halepensis e Pinus taeda, algumas
ceder aquela dos seus equivalentes do lado xilemá- das células axiais que margeiam o epitélio são de
tico. Foi sugerido que o estímulo para a formação vida curta e depositan1 un1a camada interna su-
do canal afeta primeiro as iniciais radiais e, então, berizada antes de colapsar (Werker e Fahn, 1969;
é conduzido para o interior pelos raios para as célu- LaPasha e Wheeler, 1990). Em Larix e Picea, as
las-mãe das células do sistema axial do xilema. Aí células epiteliais possuem paredes espessas ligni-
o estímulo se espalha verticalmente por certa dis- ficadas, e a maioria destas morre durante o ano de
tância, causando a modificação dos componentes origem. Esses gêneros produzem pouca resina. Pa-
axiais en1 células de canal (Werker e Fahn, 1969). redes espessas, lignificadas, també1n foram repor-
Os canais radiais podem continuar a aumentar em tadas para o epitélio e as células axiais da margem
comprimento com a atividade cambial. Aqueles do emPseudotsuga (Fig. 11.14) e Cathaya (Wu e Hu,
sistema axial são variáveis em altura. Nos anéis de 1997). Os canais de resina tern1inam por se tornar
crescimento mais externos da árvore de pinheiro fechados pelo aumento das células epiteliais. As
com 10 a 23 anos de idade (Pinus taeda), os ca- intrusões semelhantes a tilos são denominadas ti-
nais resiníferos axiais variam em comprimento de loides (Record, 1934). Estas diferem dos tilos pelo
20a5101nm (LaPasha e Wheeler, 1990). fato de não crescerem através das pontoações.
3 76 111 Anatomia das Plantas de Esau
FIGURA 11 .13
Canais resiníferos traumáticos (setas), circundando a zona cambial (zc), no xilema secundário do espruce japonês
(Tsuga sieboldii). Os canais foram induzidos pela inserção de pinos de metal na casca. A , 36 dias após a inserção dos
pinos, com tecido anormal no centro; B, vista mais detalhada, 20 dias após a inserção. (Reproduzido com permissão
de K. Kuroda e K. Shimaji. 1983. Traumatic resin canal formation as a marker of xylem grovvth. Forest Science 29,
653-659. © 1983 Society of American Foresters.)
.........
::.-~.;•
.• :::
. .............
........ ~·
...
....
~
,
... ... _.
i~;;;_:: • ..
:: :;.-:.•.. •• •• ••• ••
... . . . .
:1-:.•. .•::
• ••
":.*,}•.'•,.•,::. :
!~.:-.::.:
... .,..
::-:.•:.,.-
\•
:,
..·•
:, ••
••
••
•••.
•..
••
••
:...•z~..•..• ·••• ::
••• !:..
;;.'i:;.;
...
...
:; ~ ;:..:
•
,:.
..' •• ..
. ....
....
••
::~!.: ::
•
,...'•
~
..•••• .... ;
J
, I
., ~• ,,,
··-· -·· •" ,,,,
I
..•
•l
..•
~
•
••
••
..
••
,
••
- ,
..... .
,,,, o ..•••••
-:.·::~ I
,.......
.....
....... ..- ••••
9
~
I
•
..
: •
:
: -
-,:
•,
1
I
' :\ ! l ,
:
: ;í i ' -:"
. . :
H
::.:::
•• o•••-
!:
~· .......
• .
!·
• • • <)
º"••·
.. ........ .:..
"'::,:.-:.•
,,,""
..... -:.~-:.~~
.. l
K.
~
100 µm J
B I
FIGURA 11 .15
Tipos celulares do xilema secundário como ilustrado pelos elementos dissociados da madeira do Quercus, carvalho.
Várias pontoações aparecem nas paredes celulares. A- C, elementos de vaso largos. D - F, elementos de vaso estreitos.
G, traqueíde. H, fibrotraqueíde. I, fibra libriforme. J, células de parênquima radial. K, série de parênquima axial. (Ob-
tido de Esau, 1977; A- 1, a partir de fotografias de Carpenter, 1952; com permissão de SUNY-ESF.)
A madeira das angiospermas é mais comple- tas Juglandaceae, por exemplo, contêm somente
xa e variada do que a das coníferas fibrotraqueídes dentre os elementos imperforados
A complexidade da madeira de angiospermas se não vivos (Heimsch e Wet1nore, 1939) . A madeira
deve à grande variedade de tipos, tamanhos, for- das angiospermas que não possuem vasos (Ambo-
mas e arranjos dos seus elementos. A madeira de rellaceae, Tetracentraceae, 1'rochodendraceae,2
angiosperma mais complexa, como aquela do car- Winteraceae) parece tão sen1elhante àquela das
valho, pode conter elementos de vaso, traqueídes, coníferas que algumas vezes foram interpretadas
fibrotraqueídes, fibras libriformes, parênquima erroneamente como madeira de conífera. As ma-
axial e raios de diferentes tamanhos (Figs. 11.3 e deiras das angiospermas que não possuem vasos
11.15). Algumas madeiras de angiospermas são,
entretanto, menos complicadas em estrutura. Mui- 2 Ver nota número 3, Capítulo 10.
3 78 111 Anatomia das Plantas de Esau
podem, contudo, ser distinguidas da n1adeira das TABELA 11.1 - Exemplos de madeiras com distintas
coníferas pelos seus raios altos e largos (Wheeler distribuições dos vasos
et al., 1989) .
Com porosidade em anel
Em virtude da complexidade da estrutura da Carya pecan (nogueira-pecã)
madeira das angiospern1as, muitas características Castanea dentata (castanheiro americano)
podem ser utilizadas em sua identificação (Whe- Catalpa speciosa
eler et al., 1989; Wheeler e Baas, 1998). Algu1nas Celtis occidentalis (lódão-bastardo)
das características principais são o tamanho dos Fraxinus americana (freixo americano)
vasos distribuídos em uma camada de crescimento Gleditsia triacanthos (espinheiro-da-virgínia)
(porosidade), o arranjo e o agrupamento dos vasos, Gymnoc/adus dioicus
o arranjo e a abundância do parênquima axial, a Mac/ura pomifera (laranjeira-de-osage)
presença ou ausência de fibras septadas, a presen- Morus rubra (amoreira-preta)
Paulownia tomentosa
ça ou ausência de estrutura estratificada, tamanho
Quercus spp. (carvalho)
e tipos de raios, tipos de placas de perfw·ação nos Robinia pseudoacacia (falsa-acácia)
vasos e tamanho, arranjo e abundância de cristais. Sassafras a/bidum
Ulmus americana (olmo-americano)
Com base na porosidade, dois tipos prin- Com porosidade semidifusa
cipais de madeiras de angiospermas são Diospyros virginiana (caqui)
reconhecidos: com porosidade difusa e anéis Juglans cinerea (nogueira-branca)
Juglans nigra (nogueira-negra)
porosos ou sem1porosos Lithocarpus densiflora (um tipo de carvalho)
A palavra porosidade é utilizada pelos anatomis- Populus deltoides (algodão americano)
tas de madeira para se referir à aparência dos vasos Prunus serotina (cerejeira-negra americana)
em secção transversal (Tabela 11.1). As madeiras Quercus virginiana (um tipo de carvalho)
com poros idade dif usa são aquelas nas quais os Salix nigra (salgueiro-negro)
vasos, ou poros, são n1ais uniformes em tamanho Com porosidade difusa
e distribuição no anel de crescimento (Figs. 11.1 Acer saccharinum (bordo-de-prata)
e ll.5C). Nas madeiras com anéis poros os ( po- Acer saccharum (bordo)
rosidade e m anel) , os poros do lenho inicial são Aescu/us glabra (um tipo de castanha-da -índia)
distintan1ente maiores do que os do lenho tardio, Aesculus hippocastanum (castanha-da-índia)
resultando em uma zona semelhante a um anel no A/nus rubra (amieiro-vermelho)
Betula nigra (bétula ni gra)
lenho inicial e uma transição abrupta entre o lenho
Carpinus caroliniana (uma espécie de choupo)
inicial e o tardio do mesmo anel de crescimento Cornus florida
(Figs. 11.3A e 11.5B). Padrões de gradações ocor- Fagus grandifolia (faia americana)
rem entre os tipos, e madeiras que mostram uma //ex opaca (holly americano)
condição intermediária entre porosidade em anel e Liquidambar styraciflua (carvalho canadense)
porosidade difusa podem ser denominadas como Liriodendron tulipifera (tulipeiro)
ané is semiporosos ou porosidade semidifusa. Magno/ia grandiflora (magnólia-branca)
Além disso, em un1a dada espécie, a distribuição Nyssa sylvatica (tu pelo)
dos vasos pode variar em relação às condições am- Platanus occidentalis (plátano)
bientais e podem mudar com o aumento de idade Ti/ia americana (álamo americano)
da árvore. Em Populus euphratica, a única espé- Umbellularia californica (louro-da-califórnia)
cie de Populus nativa de Israel, um crescimento
vigoroso do caule sob condições de amplo supri-
mento hídrico foi associado a anéis anuais largos em extensão resultou em anéis largos com n1adeira
e madeira de porosidade difusa, enquanto que o de porosidade difusa, enquanto, sob crescimento
alongamento restrito do caule de árvores em locais extensivo restrito, anéis estreitos e madeira com
secos foi associado com anéis anuais estreitos e po- porosidade em anel foram produzidos (Liphschitz,
rosidade em anel ( Liphschitz e Waisel, 1970; Liphs- 1995). Carlquist (1980, 2001) tentou lidar com es-
chitz, 1995). No carvalho com porosidade em anel, ses problemas levando e1n consideração todas as
Quercus ithaburensis, o intensivo crescimento possibilidades de variação de todos os tipos celu-
Xilema : xilema secundário e variações na estrutura da madeira 111 379
lares conhecidos observados nos anéis de cresci- estão envolvidos ao mesmo tempo na condução de
mento. Ele reconhece 15 tipos diferentes de anéis água, e a formação de novos vasos é iniciada após o
de crescimento. final da expansão foliar (Suzuki et al., 1996).
A condição porosa parece ser altamente espe- A porosidade em anel, com a formação de va-
cializada e ocorre em um número relativamente sos largos no início da estação de crescimento, tem
pequeno de madeiras (Metcalfe e Chalk, 1983), sido há muito tempo considerada uma adaptação
sendo a maioria das espécies da zona temperada do para acomodar a alta transpiração e os fluxos que
norte. Alguns anatomistas de madeira consideram prevalecem nesse momento do ano. Os vasos es-
o lenho inicial - a denominada zona porosa - de treitos do lenho tardio são mais importantes mais
madeiras com anel poroso como um tecido adicio- tarde no ano, quando os estresses hídricos são
nal sem um equivalente nas madeiras de porosi- maiores e os largos vasos do lenho inicial são n1ais
dade difusa (Studhalter, 1955), e o lenho tardio, fáceis de se tornar e1nbolizados.
co1nparável ao incremento de crescimento como Dentro dos padrões principais de distribuição
um todo das espécies de porosidade difusa (Chalk, dos vasos, ocorrem pequenas variações na relação
1936). Foi proposto que espécies com anel poro- espacial dos poros uns com os outros. Um poro é
so se originaram de espécies de porosidade difu- denominado solitário quando o vaso é completa-
sa (Aloni, 1991; Wheeler e Baas, 1991). De acordo mente circundado por outros tipos de células. Um
com a hipótese do crescimento limitado de Aloni grupo de dois ou mais poros juntos formam um
(1991), espécies com anel poroso evoluíram de poro múltiplo. Este pode ser um poro múltiplo
espécies de porosidade difusa sob pressões sele- radial, com os poros em un1a fileira radial, ou um
tivas de ambientes limitantes, resultando em uma grupo de poros agrupados irregularmente. Em-
intensidade diminuída do crescimento vegetativo. bora os vasos ou grupos de vasos possam aparecer
Esta última foi acompanhada por uma redução nos isolados em secções transversais da madeira, no
níveis de auxina e no aumento da sensibilidade do espaço tridimensional, os vasos são interconecta-
câmbio ao estímulo relativamente baixo da auxina. dos em vários planos (Fig. 11.16). Em algumas es-
Lev-Yadun (2000), percebendo que várias espécies pécies, os vasos são interconectados somente den-
da flora lenhosa de Israel mudam a porosidade de tro dos incrementas de crescimento individuais;
acordo com as condições de crescin1ento, questio- em outras conexões ocorrem através dos limites
nou os aspectos de sensibilidade da hipótese do dos incrementas de crescimento (Braun, 1959;
crescimento limitado porque esta iria requerer que Kitin et al., 2004). De acordo com Zimmermann
o câmbio de tal árvore modificasse sua sensibilida- (1983), grupos de vasos (vasos múltiplos) são n1ais
de à auxina conforme as mudanças na porosidade. seguros do que vasos solitários porque estes prove-
Os aspectos fisiológicos também apontam para em caminhos alternativos para a seiva xilemática
a natureza especializada das madeiras com anel ultrapassar os embolismos.
poroso. Estas conduzem água quase que inteira- Em um número de angiospermas lenhosas, os
mente no incremento de crescimento mais exter- vasos estão associados às traqueídes vasicên-
no, com mais de 90% da água sendo conduzida nos tricas, geralmente traqueídes com forma irregu-
vasos largos do lenho inicial (Zimmermann, 1983; lar que ocorrem ao redor e adjacentes aos vasos
Ellmore e Ewers, 1985) em velocidades de pico (Fig. 11.3B; Carlquist, 1992, 2001). Embora mais
frequentemente 10 vezes maiores do que nas espé- conhecidas nas madeiras com porosidade em anel
cies de porosidade difusa (Hüber, 1935). Por causa de Quercus e Castanea, as traqueídes vasicêntri-
das grandes larguras, os vasos do lenho inicial de cas também ocorrem em madeiras de porosidade
espécies com anel poroso são especialmente vul- difusa (por exemplo, muitas espécies de Shorea e
neráveis à formação de embolismo (Capítulo 10), Eucalyptus). Elas podem ser consideradas como
e geralmente tornam-se não funcionais durante o células condutoras subsidiárias que assumem opa-
mes1no ano em que são formados. Consequente- pel no transporte de água quando muitos dos vasos
mente, os novos vasos do lenho inicial são produ- embolizam em ten1pos de grande estresse hídrico.
zidos rapidamente a cada ano antes da emergência Provavelmente, as células condutoras mais segu-
de novas folhas (Ellmore e Ewers, 1985; Suzuki et ras (aquelas menos propensas à cavitar e emboli-
al., 1996; Utsumi et al., 1996). Em espécies de poro- zar) encontradas em madeiras que possuem vasos
sidade difusa, vários incrementas de crescimento são as traqueídes vasculares, que parecem elemen-
380 11 1 Anatomia das Plantas de Esau
~- .....
-em-agregados, séries parenquin1áticas agrupa-
lrJ íl íl
<,
ri>
t
t
•
f11 -:: rfi A'i ~~
-~ ....
~~
~1
1/
das em linhas tangenciais curtas descontínuas ou
oblíquas (Fig. 11.17B). O parênquin1a apotraqueal
difuso pode ser esparso. No tipo paratraqueal
- -
~ ~
~
-
~
. - axial está associado aos vasos. As células de parên-
... ~
\\ 1
-
- - ~
I
-
- r- --,/ 1
t
com as células radiais de contato, abaixo. O parên-
quima paratraqueal aparece nas seguintes formas:
paratraqueal escasso, células de parênquima
- - ---
1
....
•v
~
------->!v~
aliforme, parênquima circundando ou de um lado
Face tangencial ..,
do vaso, e com expansões laterais (Fig. ll.17E); e
~4- - - - - - - l m m-
1 confluente, parênquima vasicêntrico ou aliforme
FIGURA 11.16 coalescido formando faixas tangenciais irregu-
Rede de vasos na madeira do Populus com conexões lares ou diagonais (Fig. ll.17F). O parênquima
laterais entre os vasos em ambos os planos, radial e tan- em faixa pode ser principalmente independente
gencial. As dimensões horizontais estão representadas dos vasos (Fig. 11.17G; apotraqueal), associado aos
em uma escala maior do que as ver ticais. As delimita- vasos (Fig. 11.17H; paratraqueal) ou ambos. Este
ções dos elementos de vaso são aproximadas. (Adapta- pode ser reto, ondulado, diagonal, contínuo ou des-
do de Braun, 1959. © 1959, com permissão de Elsevier.) contínuo, e com uma a várias células de largura.
Faixas com mais de três células de largura são ge-
tos de vasos estreitos e são formadas no final de raln1ente visíveis a olho nu. Faixas de parênquima
um anel de crescimento (Carlquist, 1992, 2001). ao final de anéis de crescimento são denominadas
Traqueídes vasculares provee1n máxima seguran- parênquima marginal (Fig. ll.5C) e podem ser
ça para angiospern1as encontradas em regiões com restritas ao final do anel de crescimento (parên-
condições severas de estresse hídrico ao final de quima terminal) ou ao começo de um (parên-
uma estação de crescimento. quima inicial). De acordo com Carlquist (2001),
o parênquima terminal é a forma predominante. O
A distribuição do parênquima axial mostra parênquima axial pode estar ausente ou raro em
uma dada madeira. Sob o ponto de vista evolutivo,
muitos padrões de gradação
os padrões apotraqueal e difuso são primitivos.
Três padrões gerais, ou de distribuição, do parên-
quima axial poden1 ser reconhecidos em secções
transversais: apotraqueal, paratraqueal e em faixas Os raios de angiospermas geralmente con-
(Wheller et al., 1989). Várias combinações desses têm somente células de parênquima
três tipos podem estar presentes em uma dada ma- As células do parênquima radial de angiospermas
deira. No tipo apotraqueal (apo significa, nesse variam em forma, mas duas formas fundamentais
caso, independência de, em grego), o parênquima podem ser distinguidas: procumbentes e eretas
axial não está associado aos vasos, e1nbora alguns (Fig. 11.18). As células procumbentes de raio
contatos ao acaso possam existir. O parênquima possuem seus maiores eixos orientados radial-
apotraqueal é dividido posteriormente em: difuso, mente, e as células eretas de raio possuem seus
séries parenquimáticas solitárias, ou pares de séries maiores eixos orientados verticalmente, ou retas.
Xilema: xilema secundário e variações na estrutura da madeira 111 381
APOTRAQUEAL
" a
o
o
o
o
o
A B
Difuso Difuso em agregados
PARATRAQUEAL
o ~
º~
!',,
C7" 'r
ui
e D E F
Escasso Vasicêntrico Aliforme Confluente
EM FAIXAS
~
1 . ,- ~ - llli!I
,.
"'.,, ~ --- V
1.,-..,
-
r~
V
~ o
- r~ -~
.,'Y"
-
"" 1#
"'
t,,<=
.
~
-
"" o
ô< ~ 11r ( )li
G H
Em faixas Em faixas paratraqueais
apotraqueais e margeando os vasos
FIGURA 11 .17
Distribuição do parênquima axial nas madeiras de A , Alnus glutinosa; B, Agonandra brasiliensis; C, Dillenia
pulcherrima; D, Piptadeniastrum africanum; E , Microberlinia brazzavillensis; F, Peltogyne conjertifolora; G,
Carya pecan; H , Fraxinus sp. Todas secções transversais. (A - F, a partir de fotografias de Wheeler et ai., 1989; G, H ,
a partir da Fig. 9.8C, D, em Esau, 1977.)
As células radiais que aparecem quadradas em res (Fig. 11.18A, B), e aqueles que contêm células
secções radiais da nladeira são denominadas cé- procurnbentes e eretas são denominados hetero-
lulas quadradas de raio, urna modificação das celulares (Fig. ll.18C, D) .
células eretas. Os dois tipos principais de células Em contrapartida aos raios predominante1nen-
do parênquima radial são frequentemente combi- te unisseriados das coníferas, os das angiospermas
nados no mesmo raio, sendo que as células eretas podem ter de urna a mais células de largura (Fig.
ocorrem nas margens superior e inferior do raio. ll.3C); isto é, podem ser unisseriados ou multis-
Nas angiosperrnas, os raios compostos por apenas seriados (raios rnultisseriados com duas células
um tipo de célula são denominados homocelula- de largura são co1nurnente denominados raios bis-
382 111 Anatomia das Plantas de Esau
100mm
seriados ; Fig. 11.1), e variam em altura de uma a porção n1ultisseriada, e células eretas nas partes
muitas células (de uns poucos mm a 3 cm ou mais) . marginais unisseriadas. Ambos os tipos de raios
Os raios multisseriados frequentemente possuem possuem muitas células em altura. A partir dessa
margens unisseriadas. Vários raios individuais po- estrutura primitiva de raio, outros sistemas radiais
dem estar tão intinlamente associados uns com os mais especializados se derivaram. Por exen1plo,
outros que parecem um único raio grande. Estes raios multisseriados podem ser elin1inados (Aes-
grupos são denominados raios agregados (por culus hippocastanum) ou aumentados em tama-
exemplo, muitas espécies de Alnus, Carpinus, nho (Quercus), ou ambos os raios multisseriados
Corylus, Casuarina e algumas espécies sempre- e unisseriados podem decrescer de tamanho (Fra-
-verdes de Quercus) . De um modo geral, os raios xinus) .
das angiospermas correspondem, em média, a 17% A evolução dos raios ilustra de modo marcante
do volume da madeira, comparado com os cerca de a ideia de que as mudanças filogenéticas depen-
8% da madeira de corúferas. Constituindo uma par- dem de sucessivas modificações na ontogenia. Em
te grande da madeira, os raios das angiospermas uma dada n1adeira, a estrutura especializada do
contribuen1 substancialmente para o fortalecimen- raio pode aparecer gradualmente. As can1adas de
to radial da madeira (Burgert e Eckstein, 2001). crescimento iniciais podem ter uma estrutura ra-
A aparência dos raios em secções radiais e tan- dial mais primitiva do que as posteriores, porque
genciais pode ser utilizada como base para a sua o câmbio comumente sofre modificações sucessi-
classificação. Secções radiais devem ser utilizadas vas antes de começar a produzir o padrão de raio
para se determinar a composição celular dos raios, mais especializado. Em algumas espécies especia-
e secções tangenciais para se determinar a largura lizadas com iniciais fusiformes curtas, a madeira
e a altura dos raios. Raios individuais podem ser pode não ter raios ou pode desenvolvê-los apenas
homocelulares ou heterocelulares. O sistema intei- tardiamente (Carlquist, 2001) . A ausência de raios
ro de raios de uma madeira pode ser constituído é um indicador de pedo1norfose. Esta resulta de
por raios homocelulares ou heterocelulares, ou de um atraso nas subdivisões horizontais das iniciais
combinações dos dois tipos. cambiais que fariam a distinção entre as iniciais
As diferentes combinações possuem um sig- fusiformes e as radiais. Virtualmente, em espécies
nificado filogenético. O tecido radial primitivo onde a ausência de raios é total, nenhuma divisão
pode ser exemplificado por aquele de Winteraceae como essa ocorre na duração da atividade cambial,
(Drimys) . Os raios são de dois tipos: homocelular e a maioria, se não todas, são pequenos arbustos
- unisseriados co1npostos por células eretas; e he- ou ervas.
terocelular - multisseriado, c01nposto por células As células do raio compartilham algumas fun-
radialmente alongadas ou quase isodiamétricas na ções com as células do parênquima axial, e tam-
Xilema : xilema secundário e variações na estrutura da madeira 111 383
bém estão envolvidas no transporte radial de panheiras que atuam na troca de açúcares com
substâncias entre o xilema e o floema (van der os elementos crivados no floema (Capítulo 13;
Schoot, 1989; van Bel, 1990a, b; Lev-Yadun, 1995; Czaninski, 1987). Estas diferem das células com-
Keunecke et al., 1997; Sauter, 2000; Chaffey e panheiras, entretanto, pela presença das paredes
Barlow, 2001). Como mencionado anteriormente, lignificadas e pela camada protetora de pectoce-
as células de parênquima radial e axial formam lulose, envolvida na formação dos tilos (Capítulo
um longo tridimensional contínuo simplástico 10). Muitas funções foram sugeridas para a cama-
que permeia os tecidos vasculares, e é contínuo da protetora, além da formação de tilos (Schaffer
via raios do xilema para o floema. O citoesque- e \1/isniewski, 1989; van Bel e van der Schoot,
leto (microtúbulos e filamentos de actina) está 1988; Wisniewski e Davis, 1989). O mais relevante
envolvido no transporte de substâncias dentro para a presente discussão é que a camada prote-
dessas células e associado com a actomiosina dos tora é um meio de manutenção da continuidade
plasmodesmos nas suas paredes comuns, com o apoplástica ao longo da superfície do protoplas-
transporte intercelular (Chaffey e Barlow, 2001). to como um todo, trazendo toda a superfície da
As células radiais - ambas as procumbentes e ere- membrana plasmática, não apenas a parte desta
tas - que estão conectadas pelas pontoações com que está em contato com a membrana porosa da
os elementos traqueais, como seus equivalentes pontoação, em contato con, o apoplasto (Bar-
dentre as células do parênquima paratraqueal, nett et al., 1993) . As células de contato também
funcionam co1no células de contato que contro- diferem das células companheiras pela ausência
la1n a troca de solutos (minerais, carboidratos e de plasmodesmos nas pontoações de contato; as
substâncias orgânicas nitrogenadas) entre o pa- células companheiras possuem numerosas cone-
rênquima de armazenamento e os vasos. Geral- xões poros-plas1nodesmos nas suas paredes co-
mente, as células de contato não funcionam como muns com os elementos crivados (Capítulo 13).
células de armazenamento, embora pequenas As paredes tangenciais das células ele raio con-
quantidades de amido possam ser encontradas têm numerosos plasmodesmos, indicando que o
em algumas células de contato en, certas épo- transporte radial de sucrose e outros metabólitos
cas do ano (Czaninski, 1968; Braun, 1970; Sau- nos raios seja simplástico (Sauter e Kloth, 1986;
ter, 1972; Sauter et al., 1973; Catesson e Moreau, Krabel, 2000; Chaffey e Barlow, 2001).
1985). São as células de parênquima paratraqueal
e dos raios que não possuem contato com os va- Espaços intercelulares semelhantes aos
sos (células is olantes) que funcionam como cé-
lulas de armazenamento. Durante a mobilização canais resiníferos de gimnospermas ocorrem
do amido na primavera, em árvores decíduas da na madeira de angiospermas
zona temperada, as células de contato secretam Os espaços intercelulares ou canais, nas madeiras
açúcares nos vasos para un, rápido transporte até de angiospermas, contêm produtos secundários
as gemas. Esse processo também pode desempe- vegetais, como gomas e resinas (Capítulo 17) . Es-
nhar um papel na recarga com água dos vasos que tes ocorrem em an,bos os sistemas, axial e radial
acumularam gases durante o inverno (Améglio et (Wheeler et al., 1989) e varian, em extensão; al-
al., 2004). guns são mais apropriadamente denominados ca-
Durante as épocas de secreção de açúcar - vidades intercelulares. Os canais e cavidades po-
mais notavelmente um pouco antes e durante o dem ser esquizógenos, mas aqueles formados em
período ele floração - as células de contato exi- resposta à injúria - canais traumáticos e cavi-
bem altos níveis de atividade respiratória e, nas dades - são comumente lisígenos.
pontoações de contato, altos níveis de atividade
da fosfatase. A secreção nos vasos e o transporte
dos solutos a partir destes pelas células de conta- ALGUNS ASPECTOS DO DESENVOLVI-
to são aparentemente realizados pelo mecanismo MENTO DO XILEMA SECUNDÁRIO
de substrato/próton de transporte em conjunto As derivadas que surgem na face interna do câm-
(van Bel e van Erven, 1979; Bonnemain e Fro- bio por divisões tangenciais elas iniciais cambiais
mard, 1987; Fromard et al., 1995). Dessa forma, sofrem complexas mudanças durante o seu desen-
as células de contato são análogas às células com- volvimento nos variados elementos do xilema. O
384 11 1 Anatomia das Plantas de Esau
padrão básico do xilema secundário, com seus sis- partes medianas, mas não nas extremidades, que
temas axial e radial, é determinado pela estrutura se sobrepõem com as dos elementos adjacentes.
do câmbio, a partir do momento em que o câmbio Essas extremidades não são ocupadas pela per-
é composto por iniciais fusiformes e radiais. Tam- furação e são como um alongamento da parede,
bém todas as mudanças na proporção relativa en- apêndices, com ou sent pontoações.
tre esses dois sistemas - por exemplo, a adição e A expansão dos elementos de vaso afeta o ar-
eliminação dos raios (Capítulo 12) - se originam ranjo e a forma das células adjacentes. Essas célu-
no câmbio. las se tornam deslocadas das suas posições origi-
As derivadas das iniciais radiais geralmente so- nais, agrupadas tão junto, que não refletem mais a
frem relativamente poucas modificações durante seriação radial presente na zona cambial. Os raios
a sua diferenciação. As células do raio aumentam também podem ser deslocados da sua posição ori-
radialmente à medida que emergem do câmbio, ginal. As células vizinhas a um elemento de vaso
mas a distinção entre as células eretas e as pro- em expansão se tornam paralelas à superfície des-
cumbentes é evidente no câmbio. A maioria elas se vaso e assumem uma aparência achatada. Mas,
células de raio permanece parenquimática e em- frequentemente, essas células não acompanham
bora algumas desenvolvam paredes secundárias, o aumento na circunferência do vaso e se tornam
os conteúdos não mudam muito. Uma óbvia exce- parcialmente ou co1npletamente separadas umas
ção são as células perfuradas de raio, células das outras. Como resultado, o elemento de vaso em
que pertencem aos raios que se diferenciam como expansão entra em contato com novas células. A
elementos de vaso e conectam os vasos axiais por expansão de um elemento de vaso pode ser visuali-
intermédio elos raios (Fig. 11.19; Carlquist, 1988; zada co1no um fenômeno que , envolve o crescimen-
Nagai et al., 1994; Otegui, 1994; Machado e An- to coordenado e intrusivo. A medida que as células
gyalossy-Alfonso, 1995; Eom e Chung, 1996), e próximas aos elementos de vaso se expandem em
as fibras radiais como as encontradas nos raios uníssono, as paredes comuns de várias células so-
agregados de Quercus calliprinos (Lev-Yadun, frem crescimento coordenado. Durante a separa-
1994b). Mudanças profundas também ocorrem ção das células adjacentes, a parede do elemento
nas traqueídes radiais de coníferas, pois estas de- de vaso penetra por entre as paredes das outras
senvolvem paredes secundárias com pontoações células. Quando o futuro elemento de vaso começa
areoladas e perdem seus protoplastos durante a a se expandir na zona de células-mãe do xilema, a
maturação. produção de células cessa em uma ou mais séries
As mudanças ontogenéticas que ocorrem no adjacentes àquela que conté1n a célula em expan-
sistema axial variam de acordo com o tipo de são. As divisões recomeçam nessas séries após o
célula, e cada tipo possui suas taxas e duração vaso ter se expandido e o câmbio ter sido desloca-
do processo de diferenciação característicos. Ge- do para fora.
ralmente, os elementos de vaso e as células em A separação elas células localizadas próximas a
contato com estes amadurecem mais rapidamen- um vaso em expansão causa o desenvolvimento de
te do que as outras células do xilema e1n desen- células diferentes, com forntas irregulares. Algu-
volvimento (Ridoutt e Sands, 1994; Murakami et mas permanecem parcialmente ligadas às outras
al., 1999; Kitin et al., 2003). As fibras demoram e, à medida que o elemento de vaso continua a se
mais tempo do que outros tipos celulares, parti- expandir, essas conexões se estendem em estru-
cularmente os elementos de vaso, para amadure- turas tubulares. As células ele parênquima e as
cer (Doley e Leyton, 1968; Ridoutt e Sands, 1994; traqueídes que são assim afetadas por ajustes que
Murakami et al., 1999; Chaffey et al., 2002). Os ocorrem durante o desenvolvimento são denomi-
elementos de vaso em desenvolvimento alongam nadas células disjuntivas de parê nquima (Fig.
só um pouco, se o fazem, mas expandem tanto la- 11.20) e traqueídes disjuntivas, respectivamen-
teralmente que geralmente a largura final excede te. Estas são formas de crescimento modificadas
o seu comprimento. Elementos de vaso curtos e das células de parênquima do xilema e traqueídes
largos são característicos de um xilema altamen- do sistema axial.
te especializado. Em muitas espécies de angios- Diferentemente dos elementos de vaso, as tra-
permas, os elementos de vaso se expandem nas queídes e as fibras sofrem relativamente pouco
Xilema : xilema secundário e variações na estrutura da madeira 111 385
100 µm
FIGURA 11 .19
Células perfuradas de raio, com perfurações simples, na madeira da raiz de Styrax camporum. A , secção tangencial
mostrando célula perfurada de raio (ponta de seta) conectando dois vasos verticais. B , secção radial, mostrando célu-
la de raio (ponta de seta) com perfuração na parede radial. C, célula perfurada de raio a partir da madeira n1acerada.
(Obtido de Machado et ai., 1997.)
incremento em largura, mas geralmente se alon- de sua maior largura. O alongamento ocorre por
gam muito mais durante a diferenciação. O grau crescimento apical intrusivo. Nas madeiras extre-
de alongamento desses elementos nos diferentes mamente estratificadas pode haver muito pouco
grupos de plantas varia muito. Nas coníferas, por alongamento, ou mesmo nenhum, de qualquer tipo
exemplo, as iniciais fusiformes são muito longas, de elemento (Record, 1934).
e as derivadas alongam apenas um pouco. Nas an- As madeiras que não contêm vasos mantêm um
giospermas, ao contrário, as traqueídes e fibras se arranjo bem silnétrico das células, pois na ausência
tornam consideravelmente mais longas do que as das células que sofrem muita expansão, a seriação
células meristemáticas. Se o xile1na contém tra- radial original, característica da região cambial,
queídes, fibrotraqueídes e fibras libriformes, estas não é muito perturbada. Ocorre alguma mudança
últimas são as que se alongam mais, embora as no alinhamento como resultado do crescimento
traqueídes atinjam os maiores volumes por causa apical intrusivo das traqueídes axiais.
386 111 Anatomia das Plantas de Esau
do desenvolvimento dos raios (Lev-Yadun, 1994a; locais, a madeira possui propriedades do lenho de
Lev-Yadun e Aloni, 1995). Supõe-se que o fluxo do reação que desviam mais ou menos fortemente das
sinal seja bidirecional, com o etileno se originando características consideradas como típicas do tá-
no fluxo do xilema para o exterior, que controla a xon em questão. Condições ambientais diversas ou
iniciação dos novos raios e o alarga1nento dos já não usuais e métodos impróprios de preparação de
existentes, e o fluxo da auxina para o interior a par- amostras para microscopia também podem obscu-
tir do floema, envolvido na indução dos elementos recer as características de diagnose.
vasculares (traqueídes radiais, células perfuradas Un1 aspecto complicador adicional da identifica-
de raio) e fibras. Contudo, o fluxo radial do etileno ção de madeira é que as características anatômi-
causaria o "distúrbio" do transporte radial de auxi- cas das madeiras são geralmente menos diferen-
na e limitaria a formação dos elementos vasculares ciadas do que as características externas dos taxa
e das fibras nos raios geralmente parenquimáticos envolvidos. Embora madeiras de categorias taxo-
(Lev-Yadun, 2000). nômicas compostas por muitos taxa sejam consi-
Uma grande quantidade de informação é neces- deravelmente diferentes umas das outras, dentro
sária antes de podermos entender a complexidade de grupos de taxa intimamente relacionados, como
do fenômeno do crescimento anual e a determi- espécies, ou mesmo gêneros, a madeira pode ser
nação dos diferentes tipos de células nos tecidos tão uniforme que nenhuma diferença consistente
vasculares. Sem dúvida, outros reguladores do é detectada. Nessas circunstâncias, é imperativo
cresciinento estão envolvidos e a atividade dessas usar uma combinação de características da madei-
substâncias é modificada pelas condições nutricio- ra organolépticas, ou macroscópicas, e microscópi-
nais e pela disponibilidade de água. cas, assim como odor e gosto.
Algumas das características organolépticas da
IDENTIFICAÇÃO DE MADEIRA madeira são cor, grã, textura e desenho (ou fi-
O uso da madeira para fins de identificação requer gura). A cor é variável entre diferentes tipos de
um conhecimento muito bom da sua estrutura e madeira e dentro de un1a mesma espécie. A cor do
dos fatores que a modificam. A busca por caracte- cerne pode ser importante na identificação de uma
rísticas de diagnose é melhor se baseada no exame madeira em particular.
de coleções provenientes de mais de uma árvore da A grã se refere à direção do alinhamento dos
mesma espécie, com apropriada atenção ao local co1nponentes axiais - fibras, traqueídes, elementos
de coleta da amostra na árvore. A madeira adqui- de vaso e células de parênquima - quando conside-
re suas características maduras não no início da rados em conjunto. Por exemplo, quando todos os
atividade cambial, mas nos incrementos de cres- co1nponentes axiais estão orientados mais ou menos
cin1ento posteriores. Isso se deve ao fato de que a em paralelo ao eixo longitudinal do tronco, a grã é
madeira produzida no início da vida de uma parte dita direita. O termo grã espiralada é aplicado
da árvore irá sofrer incrementos progressivos em ao arranjo espiralado dos elementos em uma tábua
dimensões e mudanças correspondentes na forma, ou tronco, que possui uma aparência torcida após a
estrutura e disposição das células nas sucessivas remoção da casca (Fig. 11.21). (Foi sugerido que a
camadas de crescimento (Rendle, 1960). Esta ma- grã espiralada seja uma adaptação das árvores para
deira juvenil é produzida na região ativa da copa, evitar a quebra do caule causada pela torção induzi-
associada con1 a influência, prolongada dos meris- da por ventos; Skatter e Kucera, 1997). Se a orienta-
temas apicais no câmbio. A medida que a copa se ção da espiral é reversa em intervalos mais ou me-
move para cima com o crescimento contínuo, o nos regulares ao longo do mesmo raio, a grã é dita
câmbio próximo à base da árvore se torna menos entrecruzada. O alinhamento dos componentes
influenciado pela região de alongamento da região axiais reflete o alinhamento das iniciais cambiais
da copa e começa a produzir o lenho maduro. (fusiformes) que os originam (Capítulo 12) .
Com o movimento para cima da copa que produz A textura da madeira se refere ao tamanho re-
o lenho juvenil, a produção do lenho maduro pro- lativo e ao grau de variação do tamanho dos ele-
gride para cima. Assim sendo, a madeira de um mentos dentro dos anéis de crescimento. A textura
ramo possui u1na idade ontogenética diferente da de madeiras com faixas largas de vasos largos e
do tronco da mesma árvore. Além disso, em alguns raios largos, como em algumas madeiras com po-
388 111 Anatomia das Plantas de Esau
REFERÊNCIAS
ALONI, R. 1979. Role of auxin and gibberellin in
differentiation of primary phloem fi bers. Plant
Physiol. 63, 609- 614.
ALONI, R. 1987. The induction ofvascular tissues by
auxin. ln: Plant Hormones and Their Role in
Plant Growth and Development, pp. 363-374,
P. J. Davies, ed. Martinus Nijhoff, Dordrecht.
ALONI, R. 1991. Wood formation in deciduous har-
dwood trees. ln: Physiology of Trees, pp. 175-
197, A. S. Raghavendra, ed. Wiley, New York.
ALVES, E. S. e V. ANGYALOSSY-ALFONSO. 2000.
Ecological trends in the wood anatomy of some
Brazilian species. 1. Growth rings and vessels.
IAWA J 21, 3-30.
FIGURA 11 .21 AMÉGLIO, T., M. DECOURTEIX, G. ALVES, V. VA-
Tronco morto de uma árvore de carvalho branco (Quer- LENTIN, S. SAKR, J.-L. JULIEN, G. PETEL, A.
cus alba) a partir do qual a casca caiu, revelando a grã GUILLIOT e A. LACOINTE. 2004. Temperature
espiralada da madeira. effects on xylem sap osmolarity in ,.valnut trees:
Evidence for a vitalistic model of winter e1nbo-
lism repair. Tree Physiol. 24, 785- 793.
rosidade em anel, pode ser descrita como grossa , ASH, J. 1983. Tree rings in tropical Callitris macle-
e aquela de madeiras com vasos pequenos e raios ayana. F. Muell. Aust. J. Bot. 31, 277- 281.
estreitos, como fina . Madeiras onde não há dife- BABA, K.-1., K. ADACHI, T. TAKE, T. YOKOYAMA,
renças perceptíveis entre o lenho inicial e o lenho T. ITOH e T. NAKAMURA. 1995. lnduction of
tension wood in GA3-treated branches of the we-
tardio podem ser descritas como possuindo uma
textura uniforme, enquanto aquelas com diferen-
ças distintas entre o lenho inicial e o tardio em 3 Há duas publicações brasileiras relevantes na identifi-
um anel de crescimento podem ser descritas como cação de madeira, que os tradutores julgaram conveniente
não uniformes. acrescentar. São estas: C0RA0 IN, V. T. R.; MUNIZ, G.I.B.
O desenho (ou figura) se refere aos padrões 1992. Normas e procedimentos em estudos de anatomia da
encontrados nas superfícies longitudinais da ma- madeira: I - Angiospermae, li - Gimnospermae. Brasília.
IBAMA, DIRPED, LPF.19p. (Série Técnica, 15); e MAINIERI,
deira, e depende da grã, da textura e da orientação
C., CHIM EL0, J. P. & ALF0NS0, V. A. 1983. Manual de identi-
da superfície que resultam da serragem. Em um ficação das principais madeiras comerciais brasileiras. São
sentido restrito, o termo "desenho" é utilizado com Paulo: Companhia de Promoção de Pesquisa Científica e
referência às madeiras decorativas, como o olho- Tecnológica do Estado de São Paulo.
Xilema: xilema secundário e variações na estrutura da madeira 111 389
eping type of Japanese cherry, Prunus spachia- BOYD, J . D. 1977. Basic cause of differentiation of
na. Plant Cell Physiol. 36, 983-988. tension wood and compression wood. Aust. For.
BAILEY, I. W. 1920. The cambium and its derivative Res. 7, 121-143.
tissues. II. Size variations of cambial initials in BRAUN, H. J. 1959. Die Vernetzung der Gefasse bei
gym nosperms and angiosperms. Am. J. Bot. 7, Populus. Z. Bot. 47, 421-434.
355-367. BRAUN, H. J. 1970. Funktionelle Histologie der
BAILEY, I. W. 1944. The development of vessels in sekundaren Sprossachse. I Das Holz. Han-
angiospenn s and its significance in morphologi- dbuch der Pjlanzenanatomie, Band 9, Teil 1.
cal research. Am. J Bot. 31, 421- 428. Gebrüder Borntraeger, Berlin.
BAILEY, 1. W. e A. F. FAULL. 1934. The cambium BRAUN, H. J. 1984. The significance of the acces-
and its derivative tissues . IX. Structural variabi- sory tissues of the hydrosystem for osmotic vtater
lity in the redwood Sequoia sempervirens, and shift ing as the second principie of water ascent,
its significance in the identification of the fossil with some thoughts concerning the evolution of
woods. J. ArnoldArbor. 15, 233- 254. t rees. IAWA Bull. n.s. 5, 275- 294.
BAILEY, I. W. e W. W. TUPPER. 1918. Size variation BURGERT, I. e D. ECKSTEIN. 2001. The tensile
in trachear y cells. I. A comparison between the strength of isolated wood rays of beech (Fagus
secondary xylems of vascu lar cryptogams, gym- sylv atica L.) and its signifycance for the biome-
nosperms and angiosperms. Am. Acad. Arts Sei. chanics of living trees. Trees 15, 168-170.
Proc. 54, 149-204. BURKART, L. F. e J. CANO-CAPRI. 1974. Tension
BANNAN, M. W. 1936. Vertical resin ducts in the se- wood in southern red oak Quercus falcata Mi-
condary wood of the Abietineae. New Phytol. 35, chx. Univ. Tex. For. Papers 25, 1-4.
11-46. BUTTERFIELD, B. G. e B. A. MEYLAN. 1980.
BARGHOORN, E. S., JR. 1940. The ontogenetic de- Three-dimensional Structure of Wood: An Ul-
velopment and phylogenetic specialization of trastructural Approach, 2 . ed. Chapman and
rays in t he xylem of dicotyledons . 1. The primiti- Hall, London.
ve ray structure. Am. J. Bot. 27, 918- 928. CALLADO, C. H., S. J. DA SILVA NETO, F. R. SCA-
BARGHOORN, E. S., JR. 1941. The ontogenetic de- RANO e C. G. COSTA. 2001. Periodicity of gro-
velopment and phylogenetic specialization of wth rings in some flood-prone trees of the Atlan-
rays in t he xylem of dicotyledons. II. Modification tic rain forest in Rio de Janeiro, Brazil. Trees 15,
of t he multiseriate and uniseriate rays. Am. J. 492- 497.
Bot. 28, 273-282. CARLQUIST, S. 1962. A theory of paedomorphosis
BARNETT, J. R., P. COOPER e L. J. BONNER. 1993. in dicotyledonous woods. Phytomorphology 12,
The protective layer as an extension of the apo- 30-45.
plast. IAWA J. 14, 163-171. CARLQUIST, S. 1980. Further concepts in ecological
BERITOGNOLO, 1., E. MAGEL, A. ABDEL-LATIF, wood anatomy, ,;vith comments on recent work in
J.-P. CHARPENTJER, C. JAY-ALLEMAND e C. wood anatomy and evolution. Aliso 9, 499-553.
BRETON. 2002. Expression of genes encoding CARLQUIST, S. J. 1988. Comparative wood ana-
chalcone synthase, flavanone 3-hydroxylase tomy: systematic, ecological , and evolut ionary
and dihydrofl avonal 4-r eductase correlates aspects of dicotyledon wood . Springer-Verlag,
with flavanol accumulation during heartwood Berlin, Heidelberg, New York.
formation in Juglans nigra. Tree Physiol. 22, CARLQUIST, S. 1992 . Wood anatomy of Lamiaceae.
291- 300. A survey, ,;vith comments on vascular and vasi-
BONINSEGNA, J. A., R. VILLALBA, L. AMARILLA e centric t racheids . Aliso 13, 309- 338.
J. OCAMPO. 1989. Studies on t ree rings, growth CARLQUIST, S. 2001. Comparative Wood Ana-
rates and age-size relationships of tropical tree tomy: Systematic, Ecological, and Evolutio-
species in Misiones , Argentina. IAWA Bull. n.s. nary Aspects oj Dicotyledon Wood , rev. 2. ed.
10, 161- 169. Springer, Berlin.
BONNEMAIN, J.-1. e L. FROMARD. 1987. Physio- CARPENTER, C. H. 1952 . 382 Photomicrographs
logie compare des cellules cornpagnes du phloê- of 91 Papermaking Fibers, rev. ed. Tech. Publ.
me et des cellules associées aux vaisseaux. Bull. 74, State University of New York, College of Fo-
Soe. Bot. Fr. Actual. Bot. 134 (3/4), 27-37. restry, Syracuse.
390 111 Anatomia das Plantas de Esau
CASPERSON, G. 1960. Über die Bildung von wood formation in Aesculus turbinata seedlin-
Zellwánden bei Laubhõlzern J. Mitt. Festellung gs. IAWA J. 25, 337-347.
der Kambiumaktivitát durch Erzeugen von Re- EKLUND, L., e. H. A. LITTLE e R. T. RIDING. 1998.
aktionsholz. Ber. Dtsch. Bot. Ges. 73, 349-357. Concentrations of oxygen and indole-3-acetic
CASPERSON, G. 1965. Zur Kambiumphysiologie acid in the cambial region during latewood for-
von Aesculus hippocastanum L. Flora 155, mation and dormancy development in Picea
515-543. abies stems . J. Ex p. Bot. 49, 205-21 1.
CATESSON, A. M. e M. MOREAU. 1985. Secretory ELLMORE, G. S. e F. W. EWERS. 1985. Hydraulic
activities in vessel contact cells. !sr. J Bot. 34, conductivity in trunk xylem of elm, Ulmus ame-
157- 165. ricana. IAWA Bull. n.s. 6, 303- 307.
CHAFFEY, N. e P. BARLOW. 2001. The cytoskele- EOM, Y. G. e Y. J . CHUNG. 1996. Perforated ray cells
ton facilitates a three-dimensional symplasmic in Korean Caprifoliaceae. JAWA J. 17, 37- 43.
continuum in the long-lived ray and axial pa- ESAU, K. 1943. Origin and development of prima-
renchyma cells of angiosperm trees. Planta 213, ry vascular tissues in seed plants. Bot. Rev. 9,
811-823. 125-206.
CHAFFEY, N., E. CHOLE\VA, S. REGAN e B. SUN- ESAU, K. 1977. Anatomy of Seed Plants, 2. ed. Wi-
DBERG. 2002. Secondary xylem development in ley, New York.
Arabidopsis: A model for wood formation. Phy- ESAU, K . e \.VM. B. HEWITT. 1940. Structure of end
siol. Plant. 114, 594-600. walls in differentiating vessels. Hilgardia 13,
CHALK, L. 1936. A note on the meaning of the terms 229-244.
early wood and late wood. Proc. Leeds Philos. Lit. FAHN, A. e E. ZAMSKI. 1970. The infl uence ofpres-
Soe., Sei. Sect., 3, 325-326. CHAPMAN, G. P., ed. sure, wind, wounding and gro"vth substances on
1997. The Bamboos. Academic Press, San Diego. the rate of resin duct formation in Pinus hale-
CHATTAWAY, M. M. 1949. The development of tylo- pensis ,;vood. Isr. J. Bot. 19, 429- 446.
ses and secretion of gum in heartwood formation. FAHN, A., E. WERKER e P. BAAS. 1986. WoodAna-
Aust. J. Sei. Res., Ser. B, Biol. Sei. 2, 227- 240. tomy and Jdentification of Trees and Shrubs
CHATTAWAY, M. M. 1951. The development of hori- Jrom Israel and Adjacent Regions. Israel Aca-
zontal canais in rays. Aust. J. Sei. Res., Ser. B, demy of Sciences and Humanities, Jerusalem.
Biol. Sei. 4, 1- 11. FAYLE , D. C. F. 1968. Radial Growth in Tree Roots.
CZANINSKI, Y. 1968. Étude du parenchyme ligneux University of Toronto Faculty of Forestry. Tech.
du Robiner (parenchyme à réserves et cellules Rep. 9.
associées aux vaisseau) au cours du cycle an- FISHER, J. B. e J. W. STEVENSON. 1981. Occurren-
nuel. J. Microscopie 7, 145-164. ce of reaction wood in branches of dicotyledons
CZANINSKI, Y. 1987. Généralité et diversité des and its role in tree architecture. Bot. Gaz. 142,
cellules associées aux éléments conducteurs. 82-95.
Bull. Soe. Bot. Fr. Actual. Bot. 134 (3/4), 19-26. FORSAITH, C. C. 1926. The Technology of New
DADSWELL, H. E. e W. E. HILLIS. 1962. Wood . In: York State Timbers. New York State College of
Wood Ex tractives and Their Signift, cance to Forestry, Syracuse University Tech. Publ. 18.
the Pulp and Paper Industries, pp. 3-55, W. E . FROMARD, L., V. BABTN, P. FLEURAT-LESSARD,
Hillis, ed. Academic Press, New York. J. C. FROMONT, R. SERRANO e J. L. BONNE-
DÉTIENNE, P. 1989. Appearance and periodicity of MAIN. 1995. Control of vascular sap pH by the
gro,;vth rings in some tropical woods. IAWA Bull. vessel-associated cells in woody species (physio-
n.s. 10, 123- 132. logical and im1nunological studies). Plant Phy-
DOLAN, L. 1997. The role of ethylene in the deve- siol. 108, 913- 918.
lop1nent of plant form. J. Ex p. Bot. 48, 201- 210. FUJII, T., Y. SUZUKI e N. KURODA. 1997. Bordered
DOLEY, D. e L. LEYTON. 1968. Effects of growth pit aspiration in the wood of Cryptomeria japo-
regulating substances and water potential on the nica in relation to air permeability. IAWA J. 18,
development of secondary xylem in Fraxinus. 69- 76.
New Phytol. 67, 579-594. GOURLAY, I. D. 1995. Growth ring characteristics
DU, S., H. UNO e F. YAMAMOTO. 2004. Roles of au- of some African Acacia species. J. Trop. Ecol.
xin and gibberellin in gravity-induced tension 11, 121-140.
Xilema: xilema secundário e variações na estrutura da madeira 111 391
HARIHARAN, Y. e K. V. KRISHNAMURTHY. 1995. the study of their role in the exchange between
A cytochem ical study of cambium and its xylary apoplast and symplast of leaves . Plant Soil 196,
derivatives on the normal and tension wood sides 239-244 .
of the stems of Prosopi s julif/,ora (S. W.) DC. KITIN, P., Y. SANO e R. FUNADA. 2003. Three-
Beitr. Biol. Pfl anz. 69, 459-472. -dimensional imaging and analysis of differen-
HARRIS, J. M. 1954. Heartwood formation in Pinus tiating secondary xylem by confocal microscopy.
radiata (D. Don.). New Phytol. 53, 517-524. IAWA J 24, 211-222.
HEIMSCH, C., JR. e R. H. WETMORE. 1939. The KITIN, P. B., T. FUJI!, H. ABE e R. FUNADA. 2004.
significance of wood anatomy in the taxonomy of Anatomy of the vessel network within and be-
the Juglandaceae. Am. J Bot. 26, 651- 660. tween tree rings of Fraxinus lanuginosa (Ole-
HEJNOWICZ, Z. 1997. Graviresponses in herbs and aceae). Am. J. Bot. 91, 779- 788.
trees: A major role for the redistribution of tis- KOZLOWSKI, T. T. e S. G. PALLARDY. 1997. Growth
sue and growth stresses. Planta 203 (suppl. 1), Control in Woody Plants. Academic Press, San
Sl36- Sl46. Diego.
HELLGREN, J. M., K. OLOFSSON e B. SUNDBERG. KRABEL, D. 2000. lnfluence of sucrose on cambial
2004. Patterns of auxin distribution during gra- activity. ln: Cell and Molecular Biology of Wood
vitational induction of reaction wood in poplar Formation, pp. 113-125, R. A. Savidge, J. R. Bar-
and pine. Plant Physiol. 135, 212-220. nett e R. Napier, eds. BIOS Scientific, Oxford.
HIGUCHI, T. 1997. Biochemistry and Molecular KRAHMER, R. L. e W. A. CÔTÉ JR. 1963. Changes
Biology of Wood. Springer-Verlag, Berlin. in coniferous wood cells associated with hear-
HILLIS, W. E. 1987. Heartwood and Tree Ex uda- twood formation . TAPPI 46, 42-49.
tes. Springer-Verlag, Berlin. KRISHNAMURTHY, K. V., N. VENUGOPAL, V. NAN-
HôSTER, H.-R. e W. LIESE. 1966. Über das Vorkom- DAGOPALAN, U. HARIHARAN e A. SIVAKUMA-
men von Reaktionsgewebe in Wurzeln und Asten RI. 1997. Tension phloem in some legumes. J.
der Dikotyledonen. Holzforschung 20, 80-90. Plant Anat. Morphol. 7, 20-23.
HUANG, Y. S., S. S. CHEN, T. P. LIN e Y. S. CHEN. KURODA, K. e K. SHIMAJI. 1983. Traumatic resin
2001. Growth stress distribution in leaning canal formation as a marker of xylem grov.rth.
trunks of Cryptomeriajaponica. Tree Physiol. For. Sei. 29, 653- 659.
21, 261- 266. LAPASHA, C. A. e E. A. WHEELER. 1990. Resin ca-
HÜBER, B. 1935. Die physiologische Bedeutung der nais in Pinus taeda: Longitudinal canal lengths
Ring- und Zerstreutporigkeit. Ber. Dtsch. Bot. and interconnections between longitudinal and
Ges. 53, 711- 719. radial canals. IAWA Bull. n.s. 11, 227- 238.
ISEBRANDS, J. G. e D. W. BENSEND. 1972. Inci- LARSON, P. R. 1969. Wood formation and the con-
dence and structure of gelatinous fi bers within cept of wood quality. Bull. Yale Univ. School
rapid-growing eastern cottonwood. Wood Fiber For. 74, 1-54.
4, 61-71. LEE, P. W. e Y. G. EOM. 1988. Anatomical compa-
JENKINS, P. A. e K. R. SHEPHERD. 1974. Seasonal rison between compression wood and opposite
changes in leveis of indoleacetic acid and absci- wood in a branch of Korean pine (Pinus ko-
sic acid in stem tissues of Pinus radiata. N Z. raiensis) . IAWA Bull. n.s. 9, 275-284.
J For. Sei. 4, 511-519. LEV-YADUN, S. 1994a. Experimental evidence for
JOUREZ, B. 1997. Le bois de tension. 1. Définition et the autonomy of ray differentiation in Ficus
distribution das l'arbre. Biotechnol. Agron. Soe. sycomorus L. New Phytol. 126, 499- 504.
Environ. 1, 100- 112. LEV-YADUN, S. 1994b. Radial fibres in aggregate
KANG, K. D. e W. Y. SOH. 1992. Differentiation of rays of Quercus calliprinos Webb.- Evidence
reaction tissues in the first internode of Acer for radial signal flovt. New Phytol. 128, 45- 48.
saccharinum L. seedling positioned horizon- LEV-YADUN, S. 1995. Short secondary vessel mem-
tally. Korean J Bot. (Singmul Hakhoe chi) 35, bers in branching regions in roots of Arabidop-
211- 217. sis thaliana. Aust. J Bot. 43, 435- 438.
KEUNECKE, M., J. U. SUTTER, B. SATTELMA- LEV-YADUN, S. 2000. Cellular patterns in dicoty-
CHER e U. P. HANSEN. 1997. lsolation and patch ledonous woods: their regulation. ln: Cell and
clamp measurements of xylem contact cells for Molecular Biology of Wood Formation, pp.
392 111 Anatomia das Plantas de Esau
315-324, R. A. Savidge, J. R. Barnett e R. Napier, formation in the woody dicot stem . Plant Jv!ol.
eds. BJOS Scientific, Oxford. Biol. 47, 239-274.
LEV-YADUN, S. e R. ALONI. 1995. Differentiation METCALFE, C. R. e L. CHALK, eds. 1983. Anatomy
of the ray system in woody plants. Bot. Rev. 61, of the Dicotyledons, 2. ed ., vol. II. Wood Struc-
45-84. ture and Conclusion of the General Introduc-
LIESE , W. 1996. Structural research on bamboo and tion. Clarendon Press, Oxford.
rattan for their wider utilization. J. Bamboo Res. MEYLAN, B. A. e B. G. BUTTERFIELD. 1978. The
(Zhu zi yanjiu hui kan) 15, 1- 14. Structure of New Zealand Woods. Bull. 222,
LIESE , W. 1998. The Anatomy of Bamboo Culms. NZDSIR, Wellington.
Tech. Rep. 18. International Network for Bamboo MOREY, P. R. e J. CRONSHAW. 1968. Developmen-
and Rattan (INBAR), Beijing. tal changes in the secondary xylem of Acer ru-
LIPHSCHITZ, N. 1995. Ecological wood anatomy: brum induced by gibberellic acid, various auxins
Changes in xylem structure in Israeli trees. ln: and 2,3,5-tri-iodobenzoic acid. Protoplasma 65,
Wood Anatomy Research 1995. Proceedings of 315- 326.
the International Symposium on Tree Anatomy MURAKAMI, Y. , R. FUNADA, Y. SANO e J. OHTA-
and Wood Formation, pp. 12-15, S. Wu, ed. Inter- NI. 1999. The differentiation of contact cells
national Academic Publishers, Beijing. and isolation cells in the xylem ray parenchy-
LIPHSCHITZ, N. e Y. \1/AISEL. 1970. Effects of en- ma of Populus maximowiczii. Ann. Bot. 84,
vironment on relations between extension and 429-435.
cambial growth of Populus euphratica Oliv. NADEZHDINA, N., J. CERMÁK e R. CEULEMANS.
New Phytol. 69, 1059-1064. 2002. Radial patterns of sap flow in woody stems
LITTLE, C. H. A. e R. P. PHARIS. 1995. Hormonal of dominant and understory species: Scaling er-
control of radial and longitudinal growth in the rors associated with positioning of sensors. Tree
tree stem. ln: Plant Stems: Physiology and Physiol. 22, 907- 918.
Functional Morphology, pp. 281-319, B. L. Gar- NAGAI, S., J. OHTANI, K. FUKAZA\iVA e J. WU.
tner, ed. Academic Press, San Diego. 1994. SEM observations on perforated ray cells.
MACHADO, S. R. e V. ANGYALOSSY-ALFONSO. IAWA J 15, 293- 300.
1995. Occurrence of perforated ray cells in wood NAGY, N. E., V. R. FRANCESCHI, H. SOLHEIM, T.
of Styrax camporum Pohl. (Styracaceae). Rev. KREKLING e E. CHRISTIANSEN. 2000. Wound-
Brasil. Bot. 18, 221- 225. -induced traumatic resin duct development in
MACHADO, S. R., V. ANGYALOSSY-ALFONSO e stems of Norway spruce (Pinaceae) : Anatomy
B. L. DE MORRETES. 1997. Comparative wood and cytochemical traits. Am. J. Bot. 87, 302- 313.
anatomy of root and stem in Styrax camporum NANKO, H., H. SAIKI e H. HARADA. 1982. Struc-
(Styracaceae). IAWA J. 18, 13-25. tural modification of secondary phloem fibers in
MAGEL, E. A. 2000. Biochemistry and physiology the reaction phloem of Populus euramericana.
of heartwood formation. ln : Cell and Molecular Mokuzai Gakkaishi (J. Jpn. Wood Res. Soe.)
Biology of Wood Formation, pp. 363-376, R. 28, 202-207.
A. Savidge, J. R. Barnett e N. Napier, eds. BIOS OTEGUI, M. S. 1994. Occurrence of perforated ray
Scientific, Oxford. cells and ray splitting in Rapanea laetevirens
MATTHECK, C. e H. KUBLER. 1995. Wood: The In- and R. lorentziana (Myrsinaceae). IAWA J. 15,
ternal Optimization of Trees . Springer-Verlag, 257-263.
Berlin. PANSHIN, A. J. e C. DE ZEEUW. 1980. Textbook of
MATTOS, P. PÓVOA DE, R. A. SEITZ e G. I. BOLZON Wood Technology: Structure, Jdent'ification,
DE MUNIZ. 1999. ldentification of annual growth Properties, and Uses of the Commercial Woo-
rings based on periodical shoot growth. In: Tree- ds of the United States and Canada, 4. ed. Mc-
-Ring Analysis. Biological, Methodological, Graw-Hill, New York.
and Environmental Aspects, pp. 139- 145, R. PHILLIPS, E. W. J. 1948. Identification of softwoods
Wimmer e R. E. Vetter, eds. CABI Publishing, by their microscopic structure. Dept. Sei. Jnd.
\1/allingford, Oxon. Res. For. Prod. Res. Bull. No. 22. London.
MELLEROWICZ, E. J., M. BAUCHER, B. SUND- PILATE, G., B. CHABBERT, B. CATHALA, A. YOSHI-
BERG e W. BOERJAN. 2001. Unraveling cell wall NAGA , J.-C. LEPLÉ, F. LAURANS, C. LAPJERRE
Xilema : xilema secundário e variações na estrutura da madeira 111 393
e K. RUEL. 2004. Lignification and tension wood . SCHWEINGRUBER, F. H. 1988. Tree Rings. Basics
C.R. Biologies 327, 889-901. and Applications of Dendrochronology. Rei-
RECORD, S. J . 1934. Identifi,cation of the limbers del, Dordrecht.
of temperate North America, including ana- SCHWEINGRUBER, F. H. 1990. Anatomie europais-
tomy and certain physical properties ofwood. cher Holzer.· Ein Atlas zur Bestimmung euro-
Wiley, Nevv York. paischer Baum-, Strauch-, und Zwergstrauch-
RENDLE, B. J. 1960. Juvenile and adult wood. J. holzer (Anatomy of European ·woods: An atlas for
Inst. Wood Sei. 5, 58- 61. the identification of European trees, shrubs, and
RICHTER, H. G., D. GROSSER, I. HEINZ e P. E. GAS- dwarf shrubs) . Verlag P. Haupt, Bern.
SON, eds. 2004. IAWA list of microscopic featu- SCHWEINGRUBER, F. H. 1993. Trees and Wood
res for softwood identification. IAWA J. 25, 1- 70. in Dendrochronology: Morphological, Ana-
RIDOUTT, B. G. e R. SANDS. 1994. Quantification tomical, and Tree-ring Analytical Charac-
of the processes of secondary xylem fibre deve- teristics Characteristics of Trees Frequently
lopment in Eucalyptus globulus at two height Used in Dendrochronology. Springer-Verlag,
levels. JAWA J. 15, 417-424. Berlin.
ROBARDS, A. W. 1966. The application of the modi- SCHWEINGRUBER, F. H. e W. BOSSHARD. 1978.
.fied sine rule to tension wood production and ec- Mikroskopische Holzanatomie: Formens-
centric growth in the stem of crack willow (Salix pektren mitteleuropaischer Stamm-, und
Jragilis L.). Ann. Bot. 30, 513-523. Zweigholzer zur Bestimmung v on rezentem
ROBERTS, L. W., P. B. GAHAN e R. ALONI. 1988. und subfossilem Material (Microscopic wood
Vascular Differentiation and Plant Growth anatomy: Structural variability of stems and twi-
Regulators. Springer-Verlag, Berlin. gs in recent and subfossil woods from Central
ROBNETT, W. E. e P. R. MOREY. 1973. Wood for- Europe) . Eidgenóssische Anstalt für das Forstli-
mation in Prosopis: Effect of 2,4-D, 2,4,5-T, and che Versuchswesen, Birmensdorf.
TIBA. Am. J. Bot. 60. 745- 754. SCURFIELD, G. 1964. The nature of reaction wood.
SANO, Y. e R. NAKADA. 1998. Time course of the IX. Anomalous cases of reaction anatomy. Aust.
secondary deposition of incrusting materials on J. Bot. 12, 173- 184.
bordered pit membranes in Cryptomeria japo - SCURFIELD, G. 1965. The cankers of Exocarpos
nica. IAWA J. 19, 285- 299. cupressiformis Labill. Aust. J. Bot. 13, 235- 243.
SAUTER, J. J. 1972. Respiratory and phosphatase SHEEN, J., L. ZHOU e J .-C. JANG. 1999. Sugars as
activities in contact cells of wood rays and their signaling molecules. Curr. Opin. Plant Biol. 2,
possible role in sugar secretion. Z. Pjl anzenphy- 410- 418.
siol. 67, 135-145. SHELDRAKE, A. R. 1971. Auxin in the cambium
SAUTER, J. J. 2000. Photosynthate allocation to the and its differentiating derivatives. J. Ex p. Bot.
vascular cambium: facts and problems. ln : Cell 22, 735-740.
and Molecular Biology of Wood Formation, pp. SKATTER, S. e B. KUCERA. 1997. Spiral grain-an
71-83, R. A. Savidge, J. R. Barnett e R. Napier, adaptation of trees to withstand stem breaka-
eds. BIOS Scientific, Oxford. ge caused by wind-induced torsion. Holz Roh-
SAUTER, J. J. e S. KLOTH. 1986 . Plasmodesmatal Werks. 55, 207-213.
frequency and radial translocation rates in ray SPICER, R. e B. L. GARTNER. 2002. Compression
cells of poplar (Populus x canadensis Moench wood has little impact on the water relations of
"robusta"). Planta 168, 377- 380. Douglas-fir (Pseudotsuga menziesii) seedlings
SAUTER, J . J., W. ITEN e M. H. ZIMMERMANN. despite a large effect on shoot hydraulic proper-
1973 . Studies on the release of sugar into the ties. 1Vew Phytol. 154, 633- 640.
vessels of sugar maple (Acer saccharum) Can. STAMM, A. J. 1946. Passage of liquids, vapors, and
J Bot. 51, 1-8. dissolved materials through softwoods. USDA
SCHAFFER, K. e M. WISNIEWSKI. 1989. Develop- Tech. Bull. 929.
ment of the amorphous layer (protective layer) STUDHALTER, R. A. 1955. Tree growth. I. Some
in xylem parenchyma of cv. Golden Delicious ap- historical chapters. Bot. Rev. 21, 1-72.
ple, cv. Loring Peach, and willow. Am. J. Bot. 76, SUNDBERG, B., H. TUOMINEN e C. H. A. LITTLE.
1569-1582. 1994. Effects of indole -3-acetic acid (JAA) trans-
394 111 Anatomia das Plantas de Esau
por t inhibitors N-1- naphthylphthalamic acid and UGGLA, C., E . MAGEL, T. MORITZ e B. SUNDBERG.
morphactin on endogenous IAA dynamics in re- 2001. Function and dynamics of auxin and carbo-
lation to compression wood for mation in 1-year- hydrates during earlywood/latewood transition
-old Pinus sylvestris (L.) shoots. Plant Physiol. in Scots pine. Plant Physiol. 125, 2029-2039.
106, 469-476. UTSUMI, Y., Y. SANO, J . OHTANI e S. FUJIKAWA.
SUNDBERG, B., C. UGGLA e H. TUOMINEN. 2000. 1996. Seasonal c hanges in the distribution of wa-
Cambial growth and auxin gradients. ln : Cell ter in t he outer growth rings of Fraxinus man-
and Molecular Biology of Wood Formation, pp. dshurica var. japonica: A study by cryo-scan-
169- 188, R. A. Savidge, J. R. Barnett e R. Napier, ning electron microscopy. IAWA J 17, 113- 124.
eds. BIOS Scientific, Oxford. VAN BEL, A. J. E. 1990a. Vessel-to-ray transpor t:
SUZUKI, M., K. YODA e H. SUZUKI. 1996. Pheno- Vital step in nitrogen cycling and deposition.
logical comparison of the onset of vessel fo rma- ln: Fast Growing Trees and Nitrogen Fixing
tion between ring-porous and diffuse-porous Trees, pp. 222- 231, D. Werner and P. Müller, eds.
deciduous trees in a Japanese temperate forest. Gustav Fischer Verlag, Stuttgart.
IAWA J 17, 431-444. VAN BEL, A. J. E. 1990b. Xylem-phloem exchange
TAKABE, K., T. MIYAUCHI e K. FUKAZAWA. 1992. via the rays: the undervalued route of transpor t.
Cell wall for mation of compression wood in Todo J Ex p. Bot. 41, 631-644 .
fir (Abies sachalinensis)- I. Deposition of VAN BEL, A. J. E . e C. VAN DERSCHOOT. 1988. Prima-
polysaccharides. IAWA Bull. n.s. 13, 283-296. ry function of the protective layer in contact cells:
THOMSON, R. G. e H. B. STFTON. 1925. Resin ca- Buffer against oscillations in hydrostatic pressure
nais in the Canadian spruce (Picea canadensis in the vessels? IA WA Bull. n.s. 9, 285-288.
(Mil!.) B. S. P.)-An anatomical study, especially VAN BEL, A. J. E. e A. J. VAN ERVEN. 1979. A model
in relation to t raumatic effects and their bearing for proton and potassium co -transport during
on phylogeny. Philos. Trans. R. Soe. Lond. Ser. t he uptake of glutamine and sucrose by tomato
B 214, 63-111. internode disks. Planta 145, 77-82.
TIMELL, T. E . 1981. Recent progress in the chemis- VAN DER SCHOOT, C. 1989. Determinates of xy-
t ry, ultrastructure, and formation of compression lem-to-phloem transfer in tomato. Ph.D. Disser-
wood. The Ekman-Days 1981, Chemistry and tation. Rijksuniversiteit te Utrecht, The Nether-
Morphology of Wood and Wood Components, lands.
SPCI, Stockholm Rep. 38, vol. 1, 99- 147. VETTER, R. E. e P. C. BOTOSSO. 1989. Remarks on
TIMELL, T. E. 1983. Origin and evolution of com- age and growth rate determination of Amazo-
pression wood. Holzforschung 37, 1- 10. nian trees. IAWA Bull. n .s. 10, 133- 145.
TOMAZELLO, M. e N. DA SILVA CARDOSO. 1999. WARDROP, A. B. e H. E. DADSWELL. 1953. The
Seasonal variations of the vascular cambium of development of the conifer tracheid. Holzfors-
teak (Tectona grandis L.) in Brazil. ln : Tree- chung 7, 33-39.
-ring Analysis: Biological, Methodological, WARREN WILSON, J. e P. M. WARREN WILSON.
and Environmental Aspects, pp. 147-154, R. 1984. Control of t issue patterns in normal de-
\Vimmer and R. E. Vetter, eds. CABT Publishing, velopment and in regeneration. In: Positional
Wallingford, Oxon. Controls in Plant Development, pp. 225-280, P.
TOMLINSON, P. B. e M. H. ZIMMERMANN. 1967. Barlow and D. J. Carr, eds. Cambridge University
The "wood" of monocotyledons. Bulletin [IAWA) Press, Cambridge.
1967/2, 4- 24. WERKER, E . e A. FAHN. 1969. Resin ducts of Pinus
TUOMINEN, H., L. PUECH, S. FINK e B. SUND- halepensis Mill. : Their structure, development
BERG. 1997. A radial concentration gradient of and pattern of arrangement. Bot. J Linn. Soe.
indole-3-acetic acid is related to secondary xy- 62, 379- 41 1.
lem development in hybrid aspen. Plant Physiol. WESTING, A. H. 1965. Formation and function of
115, 577- 585. compression wood in gymnosperms. Bot. Rev.
UGGLA, C., T. MORITZ, G. SANDBERG e B. SUND- 31, 381- 480.
BERG . 1996. Auxin as a positional signal in pat- WESTING, A. H. 1968. Formation and function of
tern formation in plants. Proc. Natl. Acad. Sei. compression wood in gymnosperms. II. Bot. Rev.
USA 93, 9282-9286. 34, 51-78.
Xi lema: xilema secundário e variações na estrut ura da madeira 111 39 5
WHEELER, E. A. e P. BAAS. 1991. A sur vey of the region of Pinus sylvestris, and its contribution
fossil record for dicotyledonous wood and its sig- to t he hypothesis of a late-wood control system
nificance for evolutionary and ecological wood in conifers . Physiol. Plant. 48, 443-447.
anatomy. /AWA Bull. n .s. 12, 275-332 . WORBES, M. 1985. Structural and other adaptations
WHEELER, E. A. e P. BAAS. 1998. Wood identifica- to long-term flooding by t rees in Central Amazo-
tion- A review. I AWA J 19, 241-264. nia . Amazoniana 9, 459-484.
WHEELER, E. A., P. BAAS e P. E. GASSON, eds. WORBES, M. 1989. Growth rings, increment and
1989. IAWA list of microscopic features for har- age of trees in inundation forests, savannas and
dwood identification. /AWA Bull. n .s. 10, 219- 332. a mountain forest in the Neotropics. I AWA Bull.
WIEDENHOEFT, A. C. e R. B. MILLER. 2002. Brief n.s. 10, 109- 122.
comments on the nomenclature of softwood axial WORBES, M. 1995. How to measure growth dyna-
resin canais and t heir associated cells. IAWA J. mics in t ropical trees- A reviev,. IAWA J 16,
23, 299- 303. 337- 351.
WILSON, B. F. e R. R. ARCHER. 1977. Reaction WU, H. e Z.-H. HU. 1997. Comparative anatomy of
wood: induction and mechanical action. Annu. resin ducts of the Pinaceae. Trees 11, 135-143.
Rev. Plant Physiol. 28, 23-43 WULLSCHLEGER, S. D. e A. W. KING. 2000. Radial
WILSON, B. F. e B. L. GARTNER. 1996. Lean in red variation in sap velocity as a function of stem
alder (Alnus rubra) : Growth stress, tension diameter and sapwood thickness in yellow-po-
wood, and righting response. Can. J For. Res. plar t rees. Tree Physiol. 20, 511-518.
26, 1951-1956. YAMAMOTO, K. 1982. Yearly and seasonal process
WJMMER, R., M. GRABNER, G. STRUMIA e P. R. of maturation of ray parenchyma cells in Pinus
SHEPPARD. 1999. Significance of ver t ical resin species. Res. Bull. Coll. Exp. For. Hokkaido
ducts in the tree rings of spr uce. ln: Tree-ring Univ. 39, 245-296.
Analysis: Biologieal, j\.fethodologieal and En- YOSHIZAWA, N., M. SATOH, S. YOKOTA e T. IDEI.
vironmental Aspeets, pp. 107-118, R. Wimmer 1992 . For mation and structure of reaction wood
and R. E. Vetter, eds. CABI Publish ing, Walling- in Buxus microphylla var. insularis Nakai.
fo rd, Oxon. Wood Sei. Teehnol. 27, 1- 10. ZIEGLER, H. 1968.
WISNIEWSKI, M. e G. DAVIS. 1989. Evidence for the Biologische Aspekte der Ker nholzbildung (Bio-
involvement of a specific cell wall layer in regula- logical aspects of hear twood formation) . Holz
t ion of deep supercooling of xylem parenchyma. Roh- Werks. 26, 61- 68.
Plant Physiol. 91, 151-156. ZIMMERMANN, M. H. 1983. Xylem Structure and
WODZICKI, T. J. e C. L. BROWN. 1973. Cellular di- the Aseent ofSap. Springer-Verlag, Berlin .
fferentiation of the cambium in the Pinaceae. ZIMMERMANN, M. H., A. B. WARDROP e P. B.
Bot. Gaz. 134, 139-146. TOMLINSON. 1968. Tension wood in aerial roots
WODZICKI, T. J. e A. B. WODZICKI. 1980. Seasonal of Fieus benjamina L. Wood Sei. Teehnol. 2,
abscisic acid accumulation in stem and cambial 95-104.
CàP. ÍiliULO DOZ ~
CÂMBIO VASCULAR
Periderme
A B
FIGURA 12.1
Secções transversais do caule (A) e raiz (B) de Tilia, cada um com periderme e vários incrementas de tecidos vascula-
res secundários. O câmbio vascular forma uma bainha cilíndrica contínua sobre o xilema secundário. (A, x9.7; B, x27.)
foi determinado como células longas, pontiagudas, Sequoia sempervirens, 8,70 (Bailey, 1923); Pi-
achatadas tangencialmente, com uma média de 18 nus strobus, 3,20; Ginkgo, 2,20; Myristica, 1,31;
faces (Dodd, 1948). Pyrus, 0,53; Populus, 0,49; Fraxinus, 0,29 ; Ro-
As iniciais fusiformes dão origem a todas as binia, 0,17 (Bailey, 1920a). As iniciais fusiformes
células do xilema e do floema que estão arranja- variam em comprimento nas espécies, em parte
das com o seu eixo longo paralelo ao eixo longo do em relação às condições de crescimento (Pompa-
órgão no qual estas ocorren,; em outras palavras, rat, 1974). Elas tambén, mostram modificações no
elas dão origem ao sistema longitudinal ou axial comprimento associadas aos fenômenos de desen-
do xilema e do floema (Fig. 12.2D). Exemplos de volvimento em uma única planta. Geralmente, o
elementos nesses sistemas são os elementos tra- comprimento das iniciais fusiformes aumenta com
queais, as fibras, e as células do parênquima axial a idade do eixo, mas depois de alcançar um certo
no xilema; elementos crivados, fibras , e células do máximo, permanece relativamente estável (Bai-
parênquima axial no floema. As iniciais radiais dão ley, 1920a; BoPhard, 1951; Bannan, 1960b; Ghou-
origem às células do raio que são os ele1nentos do se e Yunus, 1973; Ghouse e Hash1ni, 1980a; Khan,
sistema radial (o sistema dos raios) do xilema e do K. K., et al., 1981; Iqbal e Ghouse, 1987; Ajmal e
floema (Fig. 12.2E; Capítulos 11, 14). Iqbal, 1992). Após alcançar o máximo em compri-
As iniciais fusiformes mostram uma ampla mento, as iniciais fusiformes em algumas espécies
gama de variação nas suas dimensões e volume. (por exemplo, Citrus sinensis, Khan, M. A., et al.,
Algumas dessas variações dependem da espécie 1983) podem passar por um decréscimo gradual,
de planta. Os números seguintes, expressados em mas lento, no comprimento, com o aumento da cir-
milhnetros, exemplificam diferenças nos compri- cunferência do eixo. Em algumas espécies o com-
mentos das iniciais fusiformes em várias plantas: primento da inicial fusiforme tende a au1nentar do
Câmbio vascular 111 399
•
•
•
Iniciais fusiformes - - - - - - ~
topo para a base do caule, alcançando um máximo característico de plantas com iniciais fusiformes
e então declinando ligeiramente na base (Iqbal e curtas. Os câmbios não estratificados são comuns
Ghouse, 1979; Ridoutt e Sands, 1993). O tamanho em plantas conl iniciais fusiformes longas, que têm
das iniciais fusiformes também pode variar duran- as terminações fortemente sobrepostas (Fig. 12.4).
te a estação de crescilnento (Paliwal et al., 1974; Tipos intermediários de arranjo ocorrem em dife-
Sharma et al., 1979). As mudanças no tamanho rentes plantas. O câmbio de Fraxinus excelsior é
das iniciais fusiformes trazem mudanças similares um mosaico de áreas estratificadas e não estratifi-
nas células do xilema e do floema derivadas des- cadas (Kravvczyszyn, 1977) . O câmbio estratifica-
sas iniciais. O tamanho final de suas derivadas, en- do, que é mais comum em espécies tropicais do que
tretanto, depende, somente em parte, das iniciais em temperadas, é considerado filogeneticamente
cambiais porque mudanças no tamanho também mais avançado do que o não estratificado, sendo
ocorrem durante a diferenciação das células. que a evolução do não estratificado para o estra-
tificado foi acompanhada pelo encurtamento das
O câmbio pode ser estratificado ou não es- iniciais fusiformes (Bailey, 1923). Como as iniciais
tratificado fusiformes, as radiais podem ser estratificadas ou
O câmbio pode ser estratificado ou não estratifica- não estratificadas.
do, como visto em secções tangenciais, dependen- As células fusiformes do câmbio vascular são
do se as células estão arranjadas em faixas hori- arranjadas compactamente. Se os espaços inter-
zontais. Em um câmbio estratificado as iniciais celulares via raios continuam radialmente entre o
fusiformes estão arranjadas em faixas horizon- xilema e o floema, isso tem sido, há muito tempo,
tais, com as terminações das células de uma faixa objeto de debate (Larson, 1994) . Espaços interce-
aproximadamente no mesmo nível (Fig. 12.3). É lulares foram encontrados entre as iniciais radiais
4 00 111 Anatomia das Plantas de Esau
\ 1 1 •
"
:1, j
1
1 r/
1
,.
.
'
'
j
~
• 1
( .
l
". I Iniciais
ffiffi~mi_, Iniciais
\ radiais
radiais ' 1.
' .:
1
... 1
I
.
J 1
Iniciais
Iniciais
fusiformes fusiformes
1 1
I': . .
\ '1 1
1 ' • • • 1 ' 11-1 •. ! .,
l ~ • 1 1 't a ' 1f
Câmbio estratificado em Robinia pseudoacacia, visto Câmbio não estratificado em maçã (Malus domestica),
em secção tangencial. Em um câmbio tal corno esse, as visto em secção tangencial. Em um câmbio tal como
iniciais fusiformes estão arranjadas em can1adas hori- esse, as iniciais fusiformes não estão arranjadas em ca-
zontais nas superfícies tangenciais. (xl25.) madas horizontais como visto nas superfícies tangen-
ciais. (xl25.)
1 mm
- - -- - - - - - - - - -- 1
~ ~·ff:7·
IIJl9
Ra io-----t=rii--
il__Jmi;1, 1.:~: -J -"•
.;. ;n;;a....
Ig ;
· :l
'
.'l:,i ,11u1
/. 1! { : .
·ri l 1
:
; l;J·:::. ;. ;: .
'
... . ,,
.. .
I ' • - I
..,.
t:' 1,~ ·.. : .. '
Xilema------~f'i
·r~, ~ I;
B
_l
FIGURA 12.5
Tecidos vasculares e câmbio em caule de pinos (Pinus sp., uma conífera) em secção transversal (A) e radial ( B).
(Fonte: Esau, 1977.)
FIGURA 12.6
Secções transversais de tecidos vasculares e câmbio dormente em caules de (A) Titia americana e (B) rr1açã (Malus
domestica). A zona cambial dormente em T americana consiste de apenas uma ou duas camadas de células, em
maçã consiste de várias camadas (5 a 11). Dois incrementos de crescimento (ic) do floema secundário, com células
vivas, elementos de tubo crivados e suas células companheiras (floema condutor), em repouso podem ser vistos na
secção de T americana (A) . Um único incremento do floema - delimitado acima por uma faixa de fibro esclereídes
(fe) - está presente na secção de maçã (B) . O incremento na secção da maçã consiste totalmente de floema não con-
dutor: seus elementos crivados estão mortos e suas células companheiras (não discerníveis) se colapsaram. Outros
detalhes: c, células que contêm cristais; cc, células companheiras; zc, zona cambial; f, fibras; p, célula parenquimática;
r, raio; e, elemento crivado; x, xilema. (A, x300; B, x394.)
vavelmente nunca há un1a camada de iniciais cam- assim tem muitas características em comum com
biais sem interrupção ao redor do eixo (Timell, os meristemas apicais (Capítulo 6). Em ambos, é
1980; Wloch, 1981). Além disso, uma dada inicial extrema1nente difícil de distinguir as iniciais de
pode parar de participar nas divisões aditivas e ser suas derivadas recentes, as derivadas em ambos
deslocada pela sua derivada, que, então, assume o sendo mais ou menos meristemáticas, e as iniciais
papel de uma inicial cambial. em ambos estão continuamente trocando de posi-
As iniciais cambiais não são entidades perma- ções e sendo deslocadas. Tem sido sugerido que a
nentes no câmbio, mas temporárias, transientes de passagem da função de inicial de uma célula cam-
duração relativa1nente curta, cada uma das quais bial para outra pode ajudar a evitar o acúmulo de
executa uma "função de inicial" (Newman, 1956; 1nutações prejudiciais que potenciahnente pode-
Mahmood, 1990), função que é perpetuada e her- riam ocorrer após centenas ou milhares de ciclos
dada por um "herdeiro" ou uma inicial cambial, mitóticos em iniciais permanentes de espécies de
uma depois da outra (Newman, 1956). O câmbio vida longa (Gahan, 1988, 1989).
Câmbio vascular 111 403
INICIAIS VERSUS SUAS DERIVADAS DI- Wloch e Polap, 1994) e pares de células no lado
RETAS do floen1a em Tilia cordata (Wloch e Zagórska-
As iniciais não podem ser diferenciadas de suas -Marek, 1982; Wloch e Polap, 1994). Uma evidência
derivadas diretas por características citológicas. para a presença de pares de células também tem
Isso é verdade tanto para o câmbio que se divide sido encontrada no floema secundário de Pyrus
malus (Malus domestica) (Evert, 1963a). A falha
ativamente quanto para o câmbio dormente em
que mais de uma camada de células indiferen- ou dificuldade na identificação das quatro de Sanio
ciadas ocorre entre os elementos completamente ou grupos de quatro que estão se expandindo em
diferenciados de xilema e floema. A maioria das outras angiospermas lenhosas (folhosas) pode ser
tentativas para identificar as iniciais cambiais tem atribuída a uma c01nbinação de fatores, incluindo
sido feita para coníferas. A primeira tentativa nes- a relativamente poucas camadas de células encon-
se sentido foi baseada em diferenças na espessura tradas no câmbio dormente de algumas espécies
das paredes tangenciais nas células do câmbio de de folhosas, a maneira menos ordenada de divisão
Pinus sylvestris (Sanio, 1873). Sanio notou que celular que ocorre no câmbio ativo das folhosas
após a formação da placa celular cada uma das no- (comparado com a sucessão regular de divisão ce-
vas células-filhas fechou seu protoplasto co1n uma lular encontrada no câmbio de coníferas), e adis-
parede primária nova esclarecendo o porquê de torção das fileiras radiais de células que ocorrem
as paredes radiais na zona cambial serem sempre externamente às células do câ1nbio ativamente em
muito mais espessas do que as paredes tangen- divisão, de folhosas com extensivo crescimento in-
ciais, e o porquê de as paredes tangenciais varia- trusivo e expansão lateral das derivadas do xilema.
ren1 em espessura. A célula inicial em cada fileira O "encaixotamento" dos protoplastos-filhos,
radial tinha uma parede tangencial extra espessa. que tem sido usado efetivamente em coníferas para
Sanio também notou que os locais onde as paredes identificar iniciais cambiais, foi questionado por
tangenciais se encontram com as paredes radiais e Catesson e Roland (1981) em seus estudos com vá-
que forn1am ângulos arredondados são mais velhos rias folhosas decíduas. Eles não encontraram evi-
do que aqueles que se unem às paredes radiais em dência para a deposição de uma parede primária
ângulos agudos. Usando esse critério, Sanio reco- completa ao redor de cada protoplasto-filho após a
nheceu grupos distintos de quatro células na zona divisão periclinal (ou seja, após a formação de uma
cambial. Agora chamado de "quatro de Sanw", nova parede tangencial). Em vez disso, eles encon-
cada grupo de quatro células consiste da inicial, traram uma distribuição heterogênea de polissaca-
sua derivada direta, e duas células-filhas. Quando rídeos ao redor de cada um dos protoplastos-filhos,
o xilema está sendo formado, as células-filhas se com lise e deposição de polissacarídeos ocorrendo
dividem un1a vez mais produzindo quatro células simultaneamente. Utilizando uma extração leve
do xilema, conhecidas como as quatro que se ex- e técnicas citoquímicas a um nível ultraestrutu-
pandem ou alargam (Fig. 12.7; Mahmood, 1968). ral, Catesson e Roland (1981; ver também Roland,
A presença das quatro de Sanio na zona ca1nbial e 1978) encontraram paredes tangenciais de célu-
de grupos de quatro que se expandem no xilema las can1biais jovens compostas de um esqueleto
em diferenciação de coníferas tem, desde então, de microfibrilas soltas e uma matriz rica em pec-
sido confirmada (Murmanis e Sachs, 1969; Mur- tinas altamente "metiladas" e a maior parte das
manis, 1970; Tilnell, 1980). Grupos de quatro não paredes radiais compostas de hemiceluloses. As
têm sido reconhecidos no lado do floema; lá, as cé- paredes tangenciais jovens não apresentavam uma
lulas parecem ocorrer em pares. lamela média reconhecível, enquanto as paredes
Exceto para Quercus rubra (Murmanis, 1977) radiais apresentavam uma estrutura clássica em
e Tilia cordata (Wloch, 1989, como citado por três partes (parede primária-lamela média-parede
Larson, 1994), as quatro de Sanio têm sido iden- primária), a lamela média contendo uma grande
tificadas so1nente en1 coníferas (Timell, 1980; quantidade de pectinas acídicas (Catesson e Ro-
Larson, 1994). Grupos de quatro células se expan- land, 1981; Catesson, 1990). Grandes porções de
dindo têm sido encontradas no lado do xilema em paredes radiais ativamente se expandindo - por-
Populus deltoides (Isebrands e Larson, 1973) e ções provaveln1ente plásticas e extensíveis - apa-
em Tilia cordata (Wloch e Zagórska-Marek, 1982; receram completamente desprovidas de celulose.
4 04 111 Anatomia das Plantas de Esau
f 8
d
[:]
G
~
a
[I]
f E- -=
e
a ~
d
t
~
12
d
~
G 8
ª[] ·sa
e
e O] e
d
1
-
m, 1
~
t
-- 8
e=] 'EB :0 :EB
e
g
63 D
e
~
e- g
bI m 1 b I d 1
b b
t
b
A B e D E F G
FIGURA 12.7
Sequência teórica de eventos durante a produção de xilema secundário em cada um dos protoplastos das novas
células-filhas que está fechado por uma nova parede primária. As iniciais sucessivas na produção do xilema são de-
signadas como i, i1, i 2, e i 3 ; as células-mãe do xilema como d e d 1 ; e as células derivadas de um par de células-filhas
corno t. A inicial original antes da divisão é encontrada na coluna A . Sua divisão dá origem à inicial que a sucede i 1 e na
célula-mãe m (coluna B), cada uma dessas então se expande para um tamanho de pré-divisão (coluna C ). Na coluna
D, i 1 j á se dividiu em i 2 e m1, em se dividiu para produzir um par de células-filhas d. O grupo de quatro células nas
colunas D e E correspondem às quatro de Sanio. Nas colunas F e G podem ser reconhecidas tanto as quatro de Sanio
quanto as quatro em expansão. (Redesenhado de A. Mahmood. 1968. Australian Journal ofBotany 16, 177-195, com
permissão da publicação CSIRO, Melbourne, Australia. © CSJRO.)
Estudos de imunolocalização no câmbio vascular zadas para identificar as iniciais (Newman, 1956;
de raízes principais de Aesculus hippocastanum Philipson et al., 1971), mas divisões anticlinais das
(Chaffey et al., 1997a) suportam os pontos de vista iniciais cambiais nunca são frequentes, e as deriva-
de Catesson e seus colegas (Catesson et al., 1994), das cambiais podem também se dividir anticlinal-
com respeito à composição das paredes das células mente (Cumbie, 1963; Bannan, 1968; Murmanis,
cambiais. 1970; Catesson, 1964, 1974).
Outros critérios, além da espessura diferencial Como notado por Catesson (1994), a dificuldade
da parede celular, têm sido utilizados na tentativa em reconhecer as iniciais cambiais é consequên-
ele identificar as iniciais cambiais. Bannan (1955) cia ele uma quase total ignorância dos eventos mo-
relatou que a inicial em funcionamento poderia ser leculares ligados à produção das derivadas e dos
identificada nas secções radiais de Thuja occiden- passos iniciais da diferenciação das derivadas. Os
talis por serem ligeiramente mais curtas do que as primeiros marcadores reconhecíveis, no nível de
contíguas derivadas células-mãe do xilema. New- microscopia ele luz e eletrônica, são o alargamen-
man (1956) usou a célula 1nenor no raio, a qual ele to e o espessamento da parede celular. Durante o
considerou conlo a inicial radial, para identificar as alarganlento e o espessamento os processos bio-
iniciais nas fileiras vizinhas de células fusiformes químicos que leva1n à determinação e diferencia-
em Pinus radiata. As células cambiais que sofre- ção celular já estão em curso. Estudos prelimina-
ram recentemente divisão anticlinal têm sido utili- res da estrutura, composição e desenvolvimento
Câmbio vascular 111 405
da parede celular têm fornecido alguma ideia das Eventos no câmbio das coníferas podem ser
primeiras mudanças na parede celular das deriva- seguramente inferidos a partir de mudanças no
das cambiais, incluindo as diferenças na biossín- número e orientação de traqueídes porque as tra-
tese inicial do esqueleto microfibrilar nas paredes queídes sofre1n relativamente pouco alongamento
das células das derivadas dos lados do xilema e do (crescimento intrusivo apical) e expansão lateral
floema (Catesson, 1989; Catesson et al., 1994; Ba1er durante a diferenciação. Diferentemente, o padrão
et al., 1994), e mudanças no arranjo dos microtú- cambial, em geral, não é ben1 preservado no xile-
bulos corticais das células dormentes do câmbio, ma secundário das folhosas. O alongamento das
de paredes espessas, para as células que estão se fibras nas folhosas é geralmente muito maior do
dividindo ativamente, de paredes finas, e para as que o alongamento elas traqueídes nas coníferas.
derivadas cambiais em diferenciação (Chaffey et Esse alongamento, juntamente com uma expan-
al., 1997b, 1998). são lateral considerável dos elementos de vaso em
Estudos bioquímicos e de imunolocalização da diferenciação, impede a observação completa na
pectina no cânlbio vascular de Populus spp, indi- continuidade das mudanças can1biais em tal xile-
cam que diferenças na distribuição e composição ma secundário. Em algumas folhosas, entretanto,
da pectina podem ser utilizadas como marcadores a camada terminal do xilema em cada anel anual
iniciais da diferenciação celular tanto do xilema preserva um padrão celular que existia no câmbio
quanto do floema (Guglielmino et al., 1997b; Er- quando aquela camada foi formada (Hejnowicz e
mel et al., 2000; Follet-Gueye et al., 2000). Esses Krawczyszyn, 1969; Krawczyszyn, 1977; Wloch et
estudos confirmam os resultados de um estudo an- al., 1993). Assim, as camadas terminais do xilema
terior indicando que a distribuição da pectina e a dos anéis anuais sucessivos podem ser usadas para
localização do cálcio nas células do lado do xilema determinar mudanças estruturais periódicas que
diferem das do lado do floema em u1n estágio muito tenham ocorrido no câmbio. Nas folhosas, mudan-
inicial (Baier et al., 1994). A imunolocalização de ças podem ser seguidas por meio da orientação e
pectina metil esterase, que controla o grau de me- posições relativas (separação e união) elos raios
tilação e a plasticidade das paredes celulares, tam- do xilema (Krawczyszyn, 1977; \1/loch e Szendera,
bém revelou uma distribuição diferente das enzi- 1992). Em ainda outras, mudanças no desenvolvi-
mas nas células cambiais e suas derivadas diretas mento do câmbio podem ser detern1inadas a partir
que estão se dividindo ativamente (Guglielmino et de estudos de secções tangenciais seriadas do flo-
al., 1997a). Inicialmente, as enzimas ocorreram ex- ema, que fornecem grandes quantidades de floema
clusivamente nos corpúsculos de Golgi, mais tarde, relativamente não distorcido co1n incrementos em
tanto nos corpúsculos de Golgi quanto nas junções crescimento facilmente distintos que se acumulam
das células, indicando que a atividade da pectina na casca (Evert, 1961).
metil esterase neutra pode tambén1 ser considera- As divisões que aumentam o número de iniciais
da um marcador precoce de diferenciação nas de- são chamadas divisões multiplicativas (Ban-
rivadas cambiais (Micheli et al., 2000). nan, 1955). Em espécies que têm o câmbio estrati-
ficado (câmbio que tem iniciais fusiforn1es curtas),
MUDANÇAS NO DESENVOLVIMENTO as divisões multiplicativas são, em sua n1aioria,
Como o xilema secundário aumenta em espessu- divisões anticlinais radiais (Fig. 12.8A; Zagórska-
ra, o câmbio é deslocado para fora e sua circun- -Marek, 1984). Assim, duas células aparecem lado
ferência aumenta. Esse aumento é acompanhado a lado onde uma estava presente anteriormente, e
pela divisão das células, mas em espécies arbóreas cada uma delas aumenta tangencialmente. Um leve
também envolve um fenômeno complexo de cres- crescimento intrusivo apical recupera as extremi-
cimento intrusivo, perda de iniciais, e formação dades pontiagudas das células-filhas. Nas eudico-
de iniciais radiais a partir das iniciais fusiformes. tiledoneas herbáceas e arbustivas as divisões anti-
As mudanças no câmbio são refletidas pelas mu- clinais são frequentemente laterais; o que significa
danças nas fileiras radiais das células no xilema que elas se interceptam duas vezes com a mesma
ou floema como visto em secções tangenciais se- parede celular-mãe (Fig. 12.8B; Cumbie, 1969).
riadas. Acompanhando essas mudanças, é possível Nas espécies que têm o câmbio não estratificado
reconstruir os eventos passados no câmbio. (câmbio co1n iniciais longas), as iniciais se divi-
406 111 Anatomia das Plantas de Esau
e D E
A B
E
E
F G
FIGURA 12.8
Divisão e crescimento das iniciais fusiformes. Inicial dividida: A , por parede anticlinal radial; B, por parede anticlinal
lateral; C-E , por várias paredes anticlinais oblíquas. F, G, divisão anticlinal oblíqua é seguida por crescimento intrusivo
apical (os ápices crescendo estão pontilhados). H, I, bifurcação das iniciais fusiformes durante crescimento intru-
sivo (Juglans). J-L, intrusão de iniciais fusiformes dentro dos raios (úiriodendron). (Todas em vista tangencial.)
(Obtido de Esau, 1977.)
dem pela formação de paredes anticlinais mais ou nais criando novas iniciais cambiais estão restritas
menos inclinadas ou oblíquas (Fig. 12.8C-E; divi- às iniciais cambiais: somente iniciais cambiais po-
sões p seudotransversais), e cada nova célula se dem gerar iniciais cambiais.
alonga por crescimento intrusivo apical. Como re- Existe urna ampla gama de variação na razão
sultado desse crescimento, as novas células irmãs das iniciais radiais para iniciais fusiformes; por
se depositam lado a lado no plano tangencial (Fig. exemplo, as iniciais fusiformes constituem 25% da
12.8 F, G) e assim elas aumentam a circunferên- área cambial em Dillenia indica (Ghouse e Yu-
cia do câmbio. Durante o crescimento intrusivo, as nus, 1974) e 100% nas sem raio Alseuosmia ma-
extremidades das células podem se bifurcar (Fig. crophylla eA. pusilla (Paliwal e Srivastava, 1969).
12.8H, I). As iniciais radiais também se dividem A razão das iniciais radiais para iniciais fusiformes
anticlinaln1ente radialmente nas espécies que têm tende a aumentar com a idade do caule, mas alcança
raios multisseriados. Embora tanto as células-mãe um limite além do qual este não muda, resultando
do xilema quanto as do floema possam, algumas em uma proporção de células de raio característica
vezes, se dividir anticlinalmente, divisões anticli- das espécies (Ghouse e Yunus, 1976; Gregory, 1977).
Câmbio vascular 111 407
A formação de novas iniciais radiais a partir menos em angiospermas (Evert, 1961; Cumbie,
de iniciais fusiformes ou de seus segmentos 1963, 1984; Cheadle e Esau, 1964). A perda de ini-
ciais fusiformes é normalmente gradual. Antes que
é um fenômeno comum
uma inicial seja eliminada do câmbio, seus precur-
A adição de novas iniciais radiais mantém uma
constância relativa na razão entre os raios e os sores falhanl ao se expandirem de forma normal
componentes axiais do cilindro vascular (Braun, - possivelmente pela diminuição em tamanho por
1955). Essa constância resulta da adição de novos meio da perda de turgor - e se tornam anorn1ais
raios à medida que a coluna do xilema aumenta em no seu formato. As divisões periclinais desiguais
circunferência; ou seja, novas iniciais radiais apa- separam tais células em derivadas menores e maio-
recem no câmbio. Essas novas iniciais radiais são res, sendo a menor a que pennanece como inicial
derivadas das iniciais fusiformes. (Fig. 12.l0C, G) . Assim, gradualmente, a inicial em
As iniciais dos novos raios unisseriados podem declínio é reduzida em tamanho, particularmen-
surgir corno células únicas que são destacadas das te em comprimento (Fig. 10.l0D-F). Algumas das
extremidades ou das laterais das iniciais fusifor- iniciais curtas falham na maturidade; o que signi-
mes (coníferas, Braun, 1955) ou por divisões trans- fica que elas são perdidas totalmente elo câmbio
versais dessas iniciais (eudicotiledôneas herbáceas por amadurecerem em elementos do xilema ou do
e arbustivas, Cumbie, 1967a, b, 1969). A origem dos floema. Outras se tornam iniciais radiais co1n ou
raios, entretanto, pode ser um processo altamen- sem divisões adicionais. Nas secções transversais
te complicado que envolve subdivisão transversal a perda de iniciais é revelada por descontinuidades
das iniciais fusiformes em várias células, perda de nas fileiras radiais de células (Fig. 12.l0A) . O es-
alguns dos produtos dessas divisões, e a transfor- paço deixado por uma inicial em declínio é preen-
mação de outras em iniciais radiais (Braun, 1955; chido pela expansão lateral e/ou pelo crescimento
Evert, 1961; Rao, 1988). Em coníferas e eudicoti- intrusivo das iniciais sobreviventes. Em Hibiscus
ledôneas, novos raios unisseriados começam corno lassiocarpus (Cumbie, 1963), Aeschynomene
raios de uma a duas células de altura e somente hispida (Butterfield, 1972), eAeschynomene vir-
gradualmente atingem a altura típica para a espé- ginica (Curnbie, 1984) - todas as três eudicotile-
cie (Braun, 1955; Evert, 1961). dôneas herbáceas - não há perda total de iniciais
O aumento em altura dos raios ocorre pela fusiformes, somente a conversão de iniciais fusi-
união de iniciais radiais recém-formadas com as forrnes em iniciais radiais.
já existentes, por meio de divisões transversais A perda de iniciais fusiforrnes está associada
de iniciais radiais, e por meio da fusão de raios co1n as divisões anticlinais que dão surgimento às
localizados um em cima do outro (Fig. 12.9). Na novas iniciais. A produção de novas iniciais resulta
formação de raios nlultisseriados estão envolvidas geralmente em um número de células muito aci-
divisões radiais anticlinais e fusões de raios late- ma do necessário para a expansão adequada em
ralmente próximos. Há indicação de que, no pro- circunferência. Esse excesso em produção é acom-
cesso de fusão, algumas iniciais fusiformes que se panhado por uma perda massiva, de tal forma que
intervêm entre os raios são convertidas em iniciais o ganho líquido representa somente uma parte pe-
radiais por divisões transversais; outras são des- quena do número produzido. A perda parece estar
locadas para o xilema ou floema e são assim per- relacionada ao vigor de crescimento. Em Thuja
didas da zona inicial. O processo reverso, divisão occidentalis a taxa de sobrevivência foi de 20%
de raios, também ocorre. Um método comum de quando o incremento anual de xilema foi de 3mm
tal divisão envolve o rompimento de um painel de de largura, enquanto com incrementos mais bai-
iniciais radiais por urna inicial fusiforme que se in- xos a taxa de perda e a de nova produção foi quase
tromete entre as iniciais do raio (Fig. 12.81-L). Em igual (Bannan, 1960a). A acomodação para o au-
algu1nas espécies, os raios são cortados por meio mento em circunferência provavelmente ocorreu
da expansão ele iniciais do raio para o tamanho de por meio do alongamento das células. Em Pyrus
uma fusiforme. communis, a perda total de novas iniciais fusifor-
O fenômeno de perda de iniciais tem sido estu- 1nes foi calculada em 50%; aproximadamente ou-
dado extensivamente em coníferas (Bannan, 1951- tros 15% foram transformados em iniciais radiais
1962; Forward e Nolan, 1962; Hejnowicz, 1961) e (Fig. 12.11; Evert, 1961). Consequentemente, so-
4 08 111 Anatomia das Plantas de Esau
A B e 6 D E F
.. ...
. .
H I J K L
FIGURA 12.9
Desenhos de secções tangenciais seriadas do floema de pera (Pyrus communis) para ilustrar as mudanças do desenvolvi-
mento no câmbio. Em ambas as séries (A-E ; F-L) cada secção sucessiva está mais próxima do câmbio. A-D ; F-K represen-
tam as derivadas das iniciais cambiais; E e L estão no câmbio. Células pontilhadas marcam a origem da inicial radial. As
células do parênquima estão com núcleo; elementos de tubo crivados, células do raio, e células cambiais estão sen1 núcleo.
Nas séries A-E , novos raios iniciais surgem de um segmento cortado do lado de uma inicial fusiforme ( B) . Nas séries F-L,
novas iniciais do raio surgem de dois modos: de um segmento cortado da extremidade de uma inicial fusiforme (G) e atra-
vés de uma redução no comprimento de uma inicial fusiforme relativamente curta seguido pela sua conversão para inicia.is
radiais (J, K ) . Notar a maneira pela qual o raio a.tingiu sua altura em L. (Todas, x260. A partir de Evert, 1961.)
Câmbio vascular 111 409
Células cambiais
Câmbio
Floema +-++Xilema Células crivadas
Células crivadas
-füt-Mais longas} l
n O~111 1 .. . Células-irmãs [
u ais curtas I FI
1 oema
O Xil ema e 1 >
B 1 0
1
1
o 1
1
Inicial cambial
o~ : E
1
1
1
G e '
F
FIGURA 12.10
Câmbio vascular de Th'U(}a occidentalis. A , secção transversal mostrando relação do xilema e floema para o câmbio. A
fileira radial descontínua é representada no xilema e no floema mas não no câmbio - perda da inicial fusiforme. B-G,
secções radiais. B, diferenças nos comprimentos das células na zona cambial. C, estágio inicial do encurtamento das
células cambiais por divisão periclinal assimétrica. D , estágio anter ior, e E - G, estágios poster iores no encurtamento
das iniciais fusiformes para as dimensões das iniciais radiais. (A partir de Bannan, 1953, 1955.)
mente em torno de 35% das novas iniciais que sur- culares secundários (Bannan e Bayly, 1956) . Como
gira1n por meio de divisão anticlinal sobreviveram mencionado anteriormente, as divisões anticlinais
e repetir am o ciclo de alongamento e divisão. Em são seguidas pelo alongamento intrusivo das célu-
Liriodendron, a perda de iniciais por amadureci- las resultantes. A direção desse alongamento pode
mento e pela conversão em iniciais radiais quase se ser pola r. En, Thuja occidentalis, por exemplo, foi
igualou à adição de novas iniciais fusiformes para encontrado um alongamento consideravelmente
o câmbio (Cheadle e Esau, 1964) . Uma evidência maior para baixo do que para cima (Bannan, 1956).
considerável indica que após divisão anticlinal, Em um estudo posterior com 20 espécies de coní-
tanto em coníferas quanto em angiospermas le- feras, Bannan (1968) encontrou que e1n algumas
nhosas, as células-irmãs mais longas e com os con- áreas do câmbio a menor das duas células-irmãs
tatos mais extensivos com raios são as que tendem foi a mais provável de sobreviver, enquanto que em
a sobreviver (Bannan, 1956, 1968; Bannan e Bayly, outras á reas o reverso foi o verdadeiro. Embora va-
1956; Evert, 1961; Cheadle e Esau, 1964) . Ten, sido riação considerável tenha ocorrido dentro de uma
sugerido que as iniciais fusiformes con, n,aior con- única árvore, existiu uma tendência geral dentro
tato com raios sobrevivem porque estão em melhor da espécie para manter as células-irmãs menores
posição para competir por água, alimento e outras ou maiores que tinham a melhor chance de sobre-
substâncias necessárias para o crescimento (Ban- vivência. O alongamento da célula é predominan-
nan, 1951), e que a seleção das iniciais fusiformes temente basípeto quando a célula menor tende a
irmãs mais longas contribui para a manutenção de sobreviver e predominante1nente acrópeto quando
um comp1imento celular eficiente nos tecidos vas- a célula maior sobrevive.
41 O 111 Anatomia das Plantas de Esau
a •••
b -------- -- ----- - --- - ---- - ------ --------
403J:l(,.
1-- - --- --~ .'236
Jü ___
-------- --------
342 > 10
,~o_
e •••I ••• ... 228
'- 2 13
d ~-- - - - 259 "~.. .J:."i. ------- -------- - ----- -
e 449 •
'-. '> 44 817 ·--
2 13
-::::
----
f
639 ...
4$4
~
479 ' ...
\211$4
~r ------
761 1 .........
,
"" ,, ...
. .....
...
&."I T I , . ~
563--· -
J
..
, ie9 '-358
2~ 1------ l!_O_ R
••• ,
k 1~ 1 I
3 9◄
'- 3!>0
~2!!.
22 1
r 2-'~
-
n
,1e
-- -- ' )8 1
,Lll, -- ----
m "º -
6621•n
' ... .,
.... 1160
n
o
------ ' - 14~
)' ' , n ~
479 .., 2 ....
'}20 > 27
131
641 1 '- ◄ 2A
p 4i5 •
q
..., i36
'-. 371
R -,,,12.
r .....
1e,, 2, , .
- 20 0
.,....
~
t
--- - - -- - - ------ ----- --- - - -- ••• ~
396
' 41 ~
3131
, · 190
!13 3 I
, ai
FIGURA 12.11
Diagrama ilustrando as mudanças no desenvolvimento que ocorreram acima de um período de sete anos em uma área
do câmbio vascular de pera (Pyrus comm unis) como determinado de secções tangenciais seriadas do floema secun-
dário. Cada série linear horizontal retrata as mudanças que ocorreram dentro de um grupo de iniciais relacionadas
durante o período de sete anos. A bifurcação de uma linha horizontal representa a divisão de uma inicial; um ramo
lateral indica uma divisão que produziu um segmento do lado de uma inicial. As linhas tracejadas marcam as iniciais
que faltam, e a terminação dessas linhas denota o desaparecimento das iniciais do câmbio. A letra R significa a trans-
formação de uma inicial fusiforme para uma ou mais iniciais radiais. As linhas verticais identificam os incrementos de
crescimento anuais. Nenhuma tentativa foi feita para indicar diferenças nas larguras dos incrementos de crescimento.
O incremento de crescimento mais velho (mais distante do câmbio) está à esquerda. (Obtido de Evert, 1961.)
O crescimento intrusivo das iniciais cambiais cimento relacionado com a produção sazonal de
fusifo rmes é geralmen te pensado como um fenô- xilema e floema (Braun, 1955; Evert, 1961, 1963b;
meno que ocorre entre as paredes radiais, com Bannan, 1968) . Nas plantas com câmbio não es-
pouca ou nenhuma mudança na inclinação da cé- tratificado, esse tempo, com relação às divisões,
lula. Sob tais circunstâncias os pacotes de células indica que o câmbio contém, em média, iniciais
orig inados de uma d ada inicial esta riam localiza- fusiformes mais curtas logo depois que essas divi-
dos na mesma fileira radial. Entretanto, o cresci- sões acontecem e mais compridas antes. Posterior-
mento intrusivo das terminações das células ini- mente, as novas células sobreviventes se alongam
ciais pode ocorrer en tre as paredes periclinais das de tal forma que o comprimento médio das iniciais
fileiras de células vizinhas, trazendo mudanças na aumenta até um novo período de divisões que se
inclinação da célula o que resulta no deslocamen to segue próximo ao término da estação de cresci-
dos pacotes nos planos tangenciais. Sob essas cir- mento. Essa flutuação no comprimento médio das
cunstâncias uma fileira única de células pode con- iniciais fusiformes é refletida na variação do com-
sistir de pacotes com origens de diferentes iniciais primento de suas derivadas (Tabela 12.1) . Em ár-
cambiais (Wloch et al., 2001) . vores jovens e que estão crescendo vigorosamente,
Nas árvores com taxas de crescimento modera- as divisões a nticlinais são menos restritas ao final
do, a maioria das d ivisões multiplicativas (an ticli- da estação de cresci1nento e podem ser frequen tes
nais) ocorre ao final do período de nláximo cres- durante todo o período de crescimento.
Câmbio vascular 111 411
l
Z a S, e vice-versa. A escala e os aspectos temporais '
'\.'· \
dessas mudanças determinam se a grã da nladeira é 1
1
direita, espiral, ondulada, ou entrecruzada, ou n1es- 1
1
FIGURA 12.13
Câmbio dormente (A) e ativo ( B) de Tília americana visto em secções tangenciais. Notar a aparência de contas das
paredes radiais das células fusiformes dormentes em A , e o fragmoplasto (setas) em células fusiformes se dividindo
em B. (Ambas, x400.)
mudanças são basicamente similares, tanto para pequenos (Fig. 12.14). Os vacúolos comu1nente
as espécies folhosas quanto para as coníferas. Al- contêm material proteináceo, outros podem conter
gumas mudanças - tais como o grau de vacuolação polifenóis (taninos) . Lipídios na forn1a de gotas são
e armazenamento de produtos - estão associadas produtos comuns armazenados nas células cam-
com a aclimatação ao frio (endurecimento) ou desa- biais dormentes. Geralmente seu ciclo é o oposto
climatação (perda de dureza) e têm sido descritas ao do amido. Por exemplo, enquanto as gotas de
para outros tecidos (Wisnievvski e Ashworth, 1986; lipídios são numerosas nas células cambiais dor-
Sagisaka et al., 1990; Kuroda e Sagisaka, 1993). mentes em Robinia pseudoacacia, os grãos de
As células do câmbio donnente são caracteri- amido estão ausentes nessas células (Farrar e
zadas pela densidade de seus protoplastos e pela Evert, 1997a). O reverso é verdadeiro nas células
espessura de suas paredes, mais notavelmente das do câmbio ativo. A hidrólise do amido durante a
suas paredes radiais, que têm uma aparência de transição para a dormência pode ser um compo-
contas quando vistas nas secções tangenciais (Fig. nente de um mecanismo de tolerância ao congela-
12.13A). A aparência de contas é devida à presença mento nas árvores de zona temperada, os açúcares
de campos de pontoação primária que se alternam resultantes servindo como crioprotetores.
com as áreas espessadas da parede. Durante a transição para a dormência e espes-
Tanto as células fusiformes quanto as radiais samento das paredes das células do câmbio, a ati-
do câmbio dormente contêm numerosos vacúolos vidade do Golgi é alta e a membrana plasmática
Câmbio vascular 111 413
' V
• •
r
V
"
2pm
*
B
,, ,_.....,
1
FIGURA 12.15
Vistas radiais de células fusiformes no câmbio ativo de Robinia pseudoacacia. A , vista da zona cambial mostran-
do células fusiformes altamente vacuoladas, uninucleadas. Setas apontam para paredes tangenciais recentemente
formadas . B, vista do fragmoplasto (cabeças de seta) e placa celular em desenvolvimento em células fusiformes em
d ivisão. O fragmossomo é representado pela região do citoplasma antes do fragmoplasto (asterisco) . Outros detalhes:
n, núcleo; v, vacúolo. (Obtido de Far rar e Ever t, 1997b, Figs. 2 e 17. © 1997, Springer-Verlag.)
rante a primavera e o verão (Bailey, 1920b). Nas mo no diâmetro dos nucléolos que assumem uma
folhosas Acer pseudoplatanus (Catesson, 1980) aparência de repouso, indicativo de um estado de
e Tectona grandis (Dave e Rao, 1981), o cessar baixa síntese de RNA. Mudanças sinülares no com-
da atividade cambial é seguido por um decrésci- portamento nuclear foram observadas em Abies
Câmbio vascular 111 41 5
balsamea (Mellerowicz et al. , 1993). Flutuações ao microscópio de luz. É provável que a aparência
no conteúdo do DNA também foram demonstradas multinucleada resulte de diân1etros radiais estrei-
nas células cambiais fusiformes de abeto (Melle- tos de células fusiformes exatamente sobrepostas,
rowicz et al., 1989, 1990, 1992; Lloyd et al., 1996) . cujos núcleos se encontram próximos, no mesmo
Ao final da estação de crescimento (setembro em plano focal (Farrar e Evert, 1997b). Utilizando
Central New Brunswick, Canada) a interfase do microscopia de varredura confocal a laser, que
núcleo no abeto permaneceu na fase G1e no nível claramente permitiu que fossem distinguidas as
DNA 2C até depois de dezembro, quando a síntese camadas de células adjacentes no cân1bio, e a de-
de DNA (fase S) foi retomada. Os níveis de DNA terminação o número de núcleos por célula, Kitin
fora1n máxilnos no início da atividade cambial em e colaboradores (Kitin et al., 2002) foram capazes
abril. Eles decresceram durante a estação de cres- de mostrar que as células fusiformes no câmbio de
cin-tento cambial e alcançaram níveis mínimos em Kalopanax pictus são exclusivamente uninuclea-
setembro. das. A condição supostamente multinucleada das
A condição uninucleada das células cambiais fu- células fusiformes nas espécies arbóreas precisa
siformes foi primeiro reconhecida por Bailey (1919, ser reexaminada criticamente.
1920c) e, desde então, tem sido aceita de modo ge- Pouca informação está disponível sobre a dis-
ral por outros pesquisadores. Relatos ocasionais de tribuição e frequência de plasn1odesmos nas pare-
células fusifonnes multinucleadas têm aparecido des das células cambiais. E1n Fraxinus ex celsior,
na literatura (Patel, 1975; Ghouse e Khan, 1977; a frequência de plasmodesmos tem sido relatada
Hashmi e Ghouse, 1978; Dave e Rao, 1981; Iqbal e ser maior nas paredes tangenciais entre as célu-
Ghouse, 1987; Venugopal e Krishnamurthy, 1989). las fusiformes (Goosen-de Roo, 1981). Em Robinia
Em tais casos a suposta condição multinucleada foi pseudoacacia (Farrar, 1995), plasmodesmos es-
detectada em secções tangenciais do câmbio vista tão espalhados por todas as paredes tangenciais
41 6 111 Anatomia das Plantas de Esau
entre as células fusiformes; ou seja, não estão tangenciais do câmbio (Fig. 12.16A). Depois que
agregados em campos de pontoação primária. Di- as paredes laterais são cortadas pela placa celu-
ferentemente, os plasmodesmos, nas paredes tan- lar - mas antes que as extremidades das células
genciais entre as células de raio, estão agregados sejam alcançadas - o fragmoplasto aparece como
em campos de pontoação primária. Além disso, duas barras que cortam as paredes laterais (Fig.
os plasmodesmos estão agregados, em campos de 12.16A). Nas secções radiais, os fragmoplastos são
pontoação primária nas paredes radiais, entre to- vistos em vista seccional. Lá, eles têm um contorno
das as combinações de células na região cambial: quase do formato de uma cunha, sendo claramente
entre células fusiformes, entre células radiais, e en- convexo de frente e afilado na parte de trás ao lon-
tre células fusiformes e radiais. A frequência de go da placa celular (Figs. 12.15B e 12.16B-D).
plasmodesmos (plasn,odesmos por micrômetro de Tanto a calose quanto a miosina têm sido imu-
interface da parede celular) é maior nas paredes nolocalizadas na placa celular das células cam-
tangenciais entre as células do raio. As menores biais fusiformes, mas não na porção da placa que
frequências plasmodesmatais ocorrem nas paredes se forma dentro elo fragmoplasto, nas raízes e ápi-
tangenciais entre as células fusiformes. ces caulinares de Populus tremula x P tremu-
loides, Aesculus hippocastanum, e Pinus pi-
CITOCINESE DAS CÉLULAS FUSIFORMES nea (Chaffey e Barlow, 2002). Tubulina e actina,
Como discutido previamente (Capítulo 4), muito diferentemente, foram amplamente confinadas ao
antes da iniciação da citocinese em células vege- fragmoplasto, enquanto que os filamentos de ac-
tais relativamente pouco vacuoladas, o núcleo mi- tina estavam localizados ao lado da placa celular
gra para o centro da célula. Os filamentos de cito- em crescimento, exceto para a porção da placa que
plasma que suportam o núcleo então se agregam se forma dentro elo fragmoplasto. Foi sugerido que
e1n uma placa citoplas1nática, o fragmossomo, que um sistema contráctil actomiosina pode desem-
corta a célula no plano que passa a ter posterior- penhar um papel de empurrar o fragmoplasto em
mente placa celular. Além do posicionamento nu- direção às paredes da célula parental (Chaffey e
clear e formação do fragmossomo, uma banda pré- Barlow, 2002).
-profase de microtúbulos é geralmente formada, Poucos estudos ultraestruturais foram publica-
marcando o plano da placa celular futura. Assiin, dos sobre a divisão celular em células fusiformes
tanto o fragmossomo quanto a banda pré-profase grandes, altamente vacuoladas, do câmbio vascular
definem o mesn,o plano. (Evert e Deshpande, 1970; Goosen-de Roo et al.,
A citocinese das células fusiformes no câmbio 1980; Farrar e Evert, 1997b; Rensing et al., 2002).
vascular é de interesse especial por causa do maior Esses estudos revelaram que a ultraestrutura e a
comprimento dessas células, que são altamente va- sequência de eventos da mitose e da citocinese em
cuoladas, comparadas com as de menores dimen- dividir as células fusiformes são essencialmente
sões que são a maioria das células vacuoladas das similares aqueles observados durante a divisão de
plantas. (As células fusiformes podem ser centenas células mais curtas, com duas exceções. Em cin-
de vezes mais longas do que são largas radialmen- co das espécies exan,inadas - Tilia americana,
te.) Ainda, quando uma célula cambial fusiforme Ulmus americana (Evert e Deshpande, 1970),
se divide longitudinalmente, deve formar uma Robinia pseudoacacia (Farrar e Evert, 1997b),
nova parede celular ao longo do seu comprimento Pinus ponderosa e P. contorta (Rensing et al.,
total. Em tal divisão, inicialmente o diâmetro do 2002) - bandas pré-profase parecem não existir
fragmoplasto é muito mais curto do que o compri- nas células fusiformes, embora tais bandas tenham
mento da célula (Fig. 12.16). Consequentemente sido encontradas em células do raio em divisão de
o fragmoplasto e a placa celular alcançam as pa- três espécies de folhosas. Além disso, nas mesmas
redes longitudinais da célula fusiforme logo após cinco espécies, fragmossomos não se estendem em
a mitose, mas o progresso do fragmoplasto e da todo o comprimento das células em divisão. Em
placa celular para as extremidades da célula é um vez disso, nas células fusiformes dessas espécies,
processo extenso. Antes que as paredes laterais o fragmossomo é representado por uma placa cito-
sejam alcançadas, o fragmoplasto aparece como plasmática larga que migra para as extremidades
uma aréola sobre os núcleos-filhos nas secções da célula antes da formação do fragmoplasto. É
Câmbio vascular 111 417
Inicial
fusiforme
Fragmoplasto
Fragmoplasto
A B e D
FIGURA 12.16
Citocinese em câmbio vascular de Nicotiana tabacum vista em secções tangencial (A) e radial ( B-D) do caule. Pla-
cas celulares parcialmente formadas em superfície (A) e de lado (B) . C, estágio inicial da divisão; D , estágio posterior.
(A, B, x120; C, D, x600.)
pertinente notar que Oribe et al. (2001), utilizan- uma camada citoplasmática perfurada, fina locali-
do imunofluorescência e microscopia de varredura zada no plano da futura placa celular e continham
confocal à laser, também não encontraram evidên- tanto microtúbulos quanto feixes de filamentos de
cia da presença de bandas pré-profase nas células actina. Embora Arend e Fromm (2003) tenham es-
cambiais fusiforn1es de Abies sachalinensis; por tabelecido que nas células fusiformes de Populus
outro lado, bandas pré-profase fora1n observadas trichocarpa "o fragmossomo forma um filamento
nas células cambiais radiais. citoplasmático longo, dilatado por toda a célula",
Bandas pré-profase, que consistem por relati- ainda se faz necessária a documentação adequada
vamente de um pequeno número de microtúbulos, que apoie essa declaração.
têm tido ocorrência relatada nas células fusifor-
mes de Fraxinus excelsior (Goosen-de Roo et al., ATIVIDADE SAZONAL
1980). Grupos de microtúbulos semelhantes, rela- Nas espécies lenhosas perenes de regiões tempe-
tivamente pequenos, foram encontrados ao longo radas, períodos de crescimento e reprodução se
das paredes radiais das células fusiformes em Ro- alternam com períodos de relativa inatividade du-
binia pseudoacacia, mas não foram interpretados rante o inverno. A periodicidade sazonal também
co1no bandas pré-profase (Farrar e Evert, 1997b). encontra sua expressão na atividade cambial, e
Por outro lado, fragmossomos aparentemente es- ocorre tanto e1n espécies decíduas quanto enl sem-
tendidos foram ilustrados em secções radiais de pre-verdes. A produção de novas células pelo câm-
células fusiformes no câmbio vascular de Fraxi- bio vascular diminui ou cessa totalmente durante
nus excelsior (Goosen-de Roo et al., 1984). Os a dormência, e os tecidos vasculares amadurecem
fragmossomos ligados ao tonoplasto consistiam de mais ou menos próximos às iniciais cambiais.
41 8 111 Anatomia das Plantas de Esau
A presença de xilema em diferenciação tem mas coníferas foi 6:1 em Cupressus sempervirens
também sido utilizada como indicação de ativi- (Liphschitz et ai., 1981), 10:1 em Pseudotsuga
dade cambial por um conceito de longa data, em menziesii (Grillos e Smith, 1959), 14:1 em Abies
que a produção de xilema e floema começa simul- concolor (Wilson, 1963), e 15:1 e1n uma Thuja
taneamente, ou que a produção do xilema antece- occidentalis que cresce vigorosamente (Bannan,
de a do floema. Em n1uitas espécies não há uma 1955). Por outro lado, na folhosa tropical Mimu-
regularidade na localização das primeiras divisões sops elengi (Ghouse e Hashmi, 1983), quantidades
periclinais, e duas ou mais células fusiformes em quase iguais de xilema e floema foram produzidas,
uma dada fileira radial podem começar a se dividir e em Polyalthia longifolia, a produção de floema
simultaneamente. As primeiras divisões aditivas excedeu a do xilema por pelo 1nenos 500 micrôme-
podem ocorrer tanto na direção do xilema quan- tros por ano (Ghouse e Hashmi, 1978). A Figura
to na direção do floema, dependendo da espécie. 12.18 mostra o tamanho relativo dos últimos incre-
Qualquer estudo abrangente da atividade cambial, mentes formados de xilema e floema em Populus
entretanto, exige consideração tanto da produção tremuloides e Quercus alba. Em ambas as espé-
do xilema quanto da produção do floema. cies a razão xilema para tloema foi 10:1.
O reconhecimento dos tempos relativos do ini- O tamanho do incremento em crescimento pode
ciar e cessar da produção do xilema e do floema variar 1nuito ao redor da circunferência de um cau-
é geralmente confundido pela presença, na zona le, de uma parte de uma secção transversal para
cambial, de células-ntãe do floema (ver a seguir) outra. Em Pyrus communis, o tamanho do incre-
e/ou do xilema que estão em repouso (Tepper e mento de floema produzido durante u1n ano variou
Hollis, 1967; Zasada e Zahner, 1969; Imagawa e pouco de uma parte de uma secção transversal
Ishida, 1972; Suzuki et al., 1996), e que não se dis- para outra, enquanto a quantidade sazonal de xi-
tinguem das iniciais, só completando a sua diferen- lema variou muito (Evert, 1961). Similarmente, em
ciação na primavera. É geralmente incerto se os Thuja occidentalis, o incremento anual de floema
autores distinguem entre a maturação de elemen- foi mais ou menos o mesmo, independentemente
tos que estavam em repouso e a produção, e sub- do tamanho do incremento correspondente em xi-
sequente diferenciação, das células formadas por lema (Bannan, 1955).
nova atividade can1bial. Alén1 disso, com relação ao En1bora o tamanho relativo dos incrementes de
cessar da produção de tecido vascular, os termos xilema e tloema não tenha sido registrado, o núme-
produção e diferenciação são geraln1ente usados ro de traqueídes produzidos anualmente por árvo-
intercambiavelmente, assim uma distinção clara res de Picea glauca crescendo no Alaska e New
nem sempre é feita entre a produção de novas cé-
England foram os mesmos, mesmo embora o pe-
lulas pela divisão celular e a subsequente diferen-
ríodo da atividade cambial tenha sido muito n1ais
ciação dessas células. A diferenciação do xilema e
curto no Alaska (65° N) do que em New England
do floema pode continuar por algum tempo depois
(43º N) (Gregory e Wilson, 1968). O abeto bran-
que a divisão celular tenha terminado e por isso a
co do Alaska se adaptou à estação de crescimento
presença de células en1 diferenciação não pode ser
utilizada com segurança como indicação de ativi- mais curta aumentando a taxa de divisão celular
dade cambial. So1nente a presença de figuras mi- na zona cambial.
A taxa de divisão periclinal de iniciais radiais
tóticas e/ou fragmoplastos pode seguramente ser
utilizada como sinal da atividade cambial. é geralmente baixa quando comparada com a das
iniciais fusiformes. Em Pyrus malus (Malus do-
mestica) a divisão periclinal das iniciais radiais
O tamanho do incremento de xilema produzi- não iniciou até cerca de um mês e meio após o iní-
do durante um ano geralmente excede ao do cio das divisões periclinais nas células fusiformes
floema (Evert, 1963b). Isso coincidiu com o início da pro-
Em Eucalyptus camaldulensis a produção celu- dução do xilema. Antes disso as células radiais da
lar para o xilema foi cerca de quatro vezes a produ- zona cambial apenas alongaram-se radialmente,
ção para o floema (\Vaisel et ai., 1966), e em Carya mantendo-se com o aumento no crescimento radial
pecan cerca de cinco vezes (Artschwager, 1950). que ocorreu principalmente para o lado do floema.
A razão xilema para floema observada para algu- O máximo de divisões das iniciais radiais ocorreu
420 111 Anatomia das Plantas de Esau
Tabela 12.3 - Atividade cambial e períodos de iniciação da produção do novo floema (F) e xilema (X) em angios-
permas lenhosas de zona temperada
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Pyrus communis * F X
Malus sy/vestris *F X
Populus tremuloides * p X
Parthenocissus inserta *F X
'
Acer negundo X
Ti/ia americana F F
1(
Vitis riparia R k
í
Quercus sppª F
X
ti 1
~
U/mus americanaª
• Espécies de anéis porosos
* Primeiros elementos crivados funcionais surgem das cé lulas-mãe do floema que ficam em
repouso na margem mais externa da zona cambial
R Reativação
Nenhum elemento crivado maduro em repouso
■ Alguns elementos crivados maduros estão presentes por todo o ano
Fontes: Pyrus communis - Evert, 1960; Pyrus malus - Evert, 1963b; Populus tremu/oides - Davis e Evert, 1968; Parthenocissus inserta - Davis e Evert, 1970; Rhus
glabra- Evert, 1978; Robinia pseudoacacia- Derr e Evert, 1967; Celastrus scandens- Davis e Evert, 1970; Acer negundo- Tucker e Evert, 1969; Ti/ia americana-
Evert, 1962; Deshpande, 1967; Vitis riparia- Davis e Evert, 1970; Quercus spp. - Anderson e Evert, 1965; Ulmus americana- Tu cker, 1968.
Nota: Nas espécies com nenhum elemento crivado em repouso, os primeiros elementos crivados funcionais na primavera se originam das células-mãe do fio ema
que estão em repouso na margem mais externa da zona cambial. Em duas espécies ( Ti/ia americana e Vitis riparia), que têm alguns elementos crivados maduros
presentes por todo o ano, os elementos crivados que estão em repouso desenvolvem calose de dormência nas suas placas crivadas e áreas laterais crivadas no
final do outono; os elementos crivados dormentes são reativados na primavera antes da renovação da atividade cambial. Os períodos de cessar da produção e
da diferenciação de xilema e floema não estão indicados.
Tabela 12.4 - Atividade cambial e períodos de iniciação da produção e diferenciação do novo floema (f) e xilema
(x) em algumas coníferas de zona temperada
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Picea mariana +r X
1
Pinus sppª +I X
• Pinus banksiana, P. resinosa, P. strobus
+ Células-mãe do floema na margem mais externa da zona cambial começam a se diferenc iar
■ Alguns elementos crivados maduros estão presentes por todo o ano
Fontes: Abies ba/samea - Alfieri e Evert, 1973; Larix laricina - Alfieri e Evert, 1973; Picea mariana - Alfieri e Evert, 1973; Pinus spp. - Alfieri e Evert, 1968.
Nota: Nessas espécies algumas das últimas cél ulas crivadas formadas permanecem funcionais no inverno até novos elementos crivados se diferenciarem na
primavera. Os primeiros elementos crivados novos na primavera surgem das células-mãe do floema que estão em repouso na margem mais externa da zona
cambial. Os tempos do cessar da prod ução e diferenciação do floema e do xilema não estão indicados.
tra os resultados de alguns desses estudos. É ins- resta tropical úmida da Bacia Amazônica (Mainie-
trutivo comparar os resultados desses estudos em re et al., 1983) e para apenas 15% nas da Malásia
contrapartida como aqueles das folhosas tempera- (Koriba, 1958). Em um estudo da flora lenhosa do
das (Tabela 12.2). Nota: (1) Os períodos de ativi- Sul da Flórida, com um elemento predominante do
dade cambial são relativamente mais longos nas Oeste Indiano, em 59% das espécies tropicais fal-
espécies tropicais, comparados com as espécies tavam anéis de crescimento, aparentemente como
temperadas; (2) somente Liquidambarformosa- resultado de uma atividade cambial contínua, mes-
na, u1na espécie subtropical de Taiwan, não tem 1no embora o clima fosse n1arcantemente sazonal
elementos crivados maduros presentes no floema (Tomlinson e Craighead, 1972). Em algumas es-
por todo o ano; (3) nas espécies tropicais de po- pécies tropicais (por exemplo Shorea spp.; Fujii
rosidade difusa, variabilidade considerável existe et al., 1999) a divisão celular no câmbio, embora
nos tempos relativos de iniciação da produção do contínua por todo o ano, desacelera sazonalmente
novo xilema e floema. Polyalthia exibe dois pe- o suficiente de tal forma que os limites de cresci-
ríodos de produção do floema, um antes e outro mento são indistintos no xilema. Virtualmente ne-
depois de um período de produção de xilema. Em nhuma informação está disponível com relação aos
Mimusops e Delonix nova produção de xilema é tempos relativos de produção de xilema e floema
iniciada antes da de floema, por pouco mais de um nas espécies tropicais que exibem atividade cam-
mês e1n Mimusops, mas por cinco meses em Delo- bial contínua.
nix; e (4) nas espécies tropicais de anéis porosos O curso anual da atividade cambial pode ser-
nova produção e diferenciação de xilenla e floema vir como um indicador da origem geográfica de
começam quase simultaneamente da mesma forma uma espécie (Fahn, 1962, 1995; Liphschitz e
que as espécies temperadas de anéis porosos. Lev-Yadun, 1986). Isso é exemplificado pelo cur-
Em algumas espécies de plantas tropicais, as cé- so anual de atividade cambial em várias plantas
lulas cambiais se dividem mais ou menos continua- lenhosas que crescem em regiões do Mediterrâ-
mente e os elementos de xilema e floema passam neo e de deserto (Negev) de Israel. A faixa de
por diferenciação gradual. Con1 base na ausência temperatura nessas regiões é tal que a ativida-
de anéis de crescimento distintos no xilema, tem se de cambial pode ocorrer o ano todo, desde que
estimado que cerca de 75% das árvores que cres- tal atividade seja uma característica genética
cem em florestas tropicais úmidas da Índia exibem da planta. Em regiões de deserto, entretanto, a
atividade cambial contínua (Chowdhury, 1961). A quantidade de água disponível no solo se torna
porcentagem dessas árvores cai para 43% na fio - o fator principal no controle da atividade cam-
Câmbio vascular 111 423
Tabela 12.5 -Atividade cambial e períodos de iniciação da produção e diferenciação do novo floema (F) e
xi lema (X) em algumas folhosas tropicais.
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Liquidambar formosa na * 1 X
Polyalthia longifolia + F X F
Mimusops elengi + F
Delonix regia + 1( F
Grewia tiliaefoliaª R+
Pterocaria stenopteraª
Tectona grandis ª ,
Fontes: Liquidambar formosana - Lu e Chang, 1975; Polyalthia longifolia - Ghouse e Hashmi, 1978; Mimusops elengi - Ghouse e Hashmi, 1980b, 1983; Oelonix
regia - Ghouse e Hashmi, 1980c; Grewia ti/iaefo/ia - Deshpande e Rajendrababu, 1985; Pterocarya stenoptera - Zha ng et ai., 1992; Tectona grandis- Rao e Dave,
1981; Rajp ut e Rao, 1998b; Rao e Rajput, 1999.
Nota: Das espécies representadas aqui, somente Liquidambar formosana não tem elementos crivados maduros presentes todo o ano. Po/ya/thia /ongifolia exibe
dois períodos de produção do floema. Os tempo de cessar da produção e da diferenciação do floema e xilema não estão indicados.
bial. Plantas de origem do Med iterrâneo tem- O ri tmo anual da atividade cambial foi com-
perado (Cedrus libani, Crataegus azarolus, parado em Proustia cuneifolia e Acacia ca-
Quercus calliprinos, Q. ithaburensis, Q. bois- ven, dois arbustos típicos de matorral na região
sieri, Pistacia lentiscus, e P. palaestina), que semiárida do Chile central (Aljaro et al. , 1972).
crescem na região Mediterrânea de Israel, exi- Proustia, un1 arbusto decíduo de local seco,
bem um ciclo anual de atividade cambial, com mostra um ritmo cambial típico do deserto, al-
um período dormente, similar aquele de seus tamente sensível à precipitação, e com atividade
homólogos crescendo na zona temperada fria limitada em períodos de precipitação adequada
do Norte (Fahn, 1995). Duas plantas de origem (Fahn, 1964). Eles perdem suas folhas no início
australiana (Acacia saligna e Eucalyptus ca- da estação seca, início do verão, e permanecem
maldulensis), que també1n crescem em região dormentes até o início da estação úmida no in-
Mediterrânea, exibem atividade cambial durante verno. Acacia, uma sempre-verde, exibe ativi-
a maior parte ou o ano todo, como suas homó- dade cambial por quase todo o ano. Acredita-se
logas do Hemisfério Sul. Plantas de origem Su- que a adaptação em Acacia consiste no desen-
daniana e Sahara Árabe, que crescem en1 Negev volvimento de raízes longas capazes de tocar a
também exibem uma atividade cambial n,ais ou água subterrânea. Embora ambos os arbustos
menos contínua. Elas sobrevivem no deserto, ou cresçam juntos, eles têm estratégias diferentes
porque têm raízes profundas e cresce1n em leitos para as 1nesmas condições xéricas.
que estão secos, exceto na época das chuvas, ou
crescem em dunas de areia ou salinas.
4 24 111 Anatomia das Plantas de Esau
1894; Mer, 1892; Chalk, 1927; Lodewick, 1928; (Egierszdorff, 1981) . Foi concluído que a auxina
Fahn, 1962). Muito das pesquisas em crescimen- armazenada no tronco durante o inverno permitiu
to cambial foi realizado com o interesse principal a iniciação de divisões independentemente do su-
na formação da madeira (Atkinson e Denne, 1988; primento de auxina do topo. Estudos envolvendo o
Suzuki et al., 1996). Desde que a formação da ma- isolamento de pedaços de casca e1n vários lados de
deira seja uma consequência da atividade cambial, árvores de Populus tremuloides (Evert e Kozlo-
não é in1provável que muitos dos relatos que des- wski, 1967) e Acer saccharum (Evert et al. , 1972)
crevem o início do crescimento radial realmente à altura do peito, em vários períodos durante as es-
descrevam o início da produção do xilema. tações de dormência e crescimento, também indi-
Un1 estudo detalhado sobre a iniciação da ativi- caram que um estímulo se movendo para baixo das
dade cambial na espécie de porosidade difusa Ti- gemas e1n expansão não é necessário para iniciar
lia americana revelou que o início da divisão ce- a atividade cambial. Em todas as árvores de álamo
lular e o início da diferenciação vascular não estão e em metade dos bordo-açucareiros, o isolamento
restritos às regiões vizinhas às gemas (Deshpande, da casca durante a estação dormente (em novem-
1967). A iniciação da divisão celular ocorreu em bro, fevereiro, ou março) não evitou a iniciação da
muitas áreas diferentes no câmbio em todos os ní- atividade cambial nas áreas isoladas. A atividade
veis da árvore. As primeiras mitoses foram poucas, cambial normal e o desenvolvimento do floema
espalhadas e descontínuas, e difíceis de se detec- e do xilema foram impedidos nas áreas isoladas,
tar em secções transversais, requerendo a observa- entretanto, indicando que a atividade normal e o
ção de muitas secções longitudinais. As primeiras desenvolvimento necessitam de um suprimento de
divisões celulares ocorreram no câmbio ao mesmo substâncias reguladoras translocadas dos ápices
tempo em que a atividade mitótica começou nas caulinares.
gemas. O início da diferenciação das derivadas re-
centemente produzidas pelo câmbio em elementos
de xilen1a e floema foram também generalizadas e REFERÊNCIAS
ocorreram por todo o sistema caulinar en1 áreas
AJMAL, S. e M. IQBAL . 1992. Structure of the vas-
anteriormente "despertadas". Aparentemente, a cular cambium of varying age and its derivati-
atividade cambial adicional foi influenciada pe- ve tissues in the stem of Ficus rumphii Blume.
los ápices caulinares que estavam se expandindo. Bot. J. Linn. Soe. 109, 211-222.
Uma aceleração acentuada na atividade cambial ALFIERI, F. J. e R. F. EVERT. 1968. Seasonal deve-
ocorreu em ápices caulinares de um ano de ida- lopment of the secondary phloem in Pinus. Am.
de abaixo das gemas foliares (locais de formação J. Bot. 55, 518-528.
de folhas), mais notadamente abaixo dos traços de ALFIERI, F. J. e R. F. EVERT. 1973. Structu re and
ge1na. Logo, u1n gradiente de atividade cambial foi seasonal development of the secondary phloem
estabelecido ao longo do eixo, com maior atividade in the Pinaceae. Bot. Gaz. 134, 17-25.
ocorrendo no caule de um ano de idade e menor ALFIERI, F. J. e R. I. KEMP. 1983. The seasonal
atividade ocorrendo em caules sucessiva1nente cycle of phloem development in Juniperus cali-
mais velhos. Gradualmente, a aceleração da ativi- fornica. Am. J. Bot. 70, 891-896.
dade cambial se espalha para os níveis mais baixos ALFIERI, F. J. e P. M. MOTTOLA. 1983. Seasonal
da árvore. O que no passado se considerava uma changes in the phloem of Ephedra californica
iniciação basípeta da atividade cambial pode, em Wats. Bot. Gaz. 144 , 240-246.
vez disso, ser uma aceleração basípeta da atividade ALJARO, M. E., G. AVILA, A. HOFFMANN e J. KUM-
cambial. MEROW. 1972. The annual rhythm of cambial ac-
A atividade cambial podendo ser iniciada sem tivity in two woody species of the Chilean "ma-
auxina ou com um estímulo emanando das gemas torral." Am. J. Bot. 59, 879-885.
encontra suporte nos resultados de estudos de ANDERSON, B. J. e R. F. EVERT. 1965. Some as-
anelamento e isolamento da casca. Em um caule pects of phloem development in Quercus alba.
de Pinus sylvestris de nove anos de idade, ane- Am. J. Bot. 52 (Abstr.), 627.
lado durante o inverno, a atividade can1bial ocor- AREND, M. e J. FROMM. 2000. Seasonal variation
reu abaixo do anelamento na primavera seguinte in the K, Ca and P content and distribution of
426 11 1 Anatomia das Plantas de Esau
plasma membrane H+ -ATPase in the cambium BANNAN, M. W. 1956. Some aspects of the elonga-
of Populus trichocarpa. Jn: Cell and Molecu- tion of fusiform cambial cells in Thuja occiden-
lar Biology of Wood Formation, pp. 67-70, R. talis L. Can. J. Bot. 34, 175-196.
A. Savidge, J. R. Barnett e R. Napier, eds. BIOS BANNAN, M. W. 1960A. Cambial behavior with re-
Scientific, Oxford. ference to cell length and ring width in Thuja
AREND, M. e J. FROMM. 2003. Ultrastructural occidentalis L. Can. J. Bot. 38, 177-183.
changes in cambial cell derivatives during xylem BANNAN, M. W. 1960B. Ontogenetic trends in co-
differentiation in poplar. Plant Biol. 5, 255-264. nifer cambium with respect to frequency of an-
AREND, M., M. H. WEISENSEEL, M. BRUMMER, ticlinal division and cell length. Can. J. Bot. 38,
W. OSSWALD e J. H. FROMM. 2002. Seasonal 795-802.
changes of plasma membrane H+ -ATPase and BANNAN, M. W. 1962. Cambial behavior with refe-
endogenous ion current during cambial gro,;vth rence to cell length and ring width in Pinus stro-
in poplar plants. Plant Physiol. 129, 1651-1663. bus L. Can. J. Bot. 40, 1057-1062.
ARTSCHWAGER, E. 1950. The time factor in the di- BANNAN, M. W. 1968. Anticlinal divisions and the
fferentiation of secondary xylem and secondary organization of conifer cambium. Bot. Gaz. 129,
phloem in pecan. Am. J. Bot. 37, 15-24. 107-113.
ATKJNSON, C. J. e M. P. DENNE. 1988. Reactivation BANNAN, M. W. e J. L. BAYLY. 1956. Cell size and
of vessel production in ash (Fraxinus excelsior survival in conifer cambium. Can. J. Bot. 34,
L.) trees. Ann. Bot. 61, 679-688. 769-776.
BATER, M., R. GOLDBERG, A.-M. CATESSON, M. BARNETT, J. R. 1981. Secondary xylem cell develo-
LJBERMAN, N. BOUCHEMAL, V. MJCHON e c. pment. ln: Xylem Cell Development, pp. 47-95,
HERVÉ DU PENHOAT. 1994. Pectin changes in J. R. Barnett, ed. Castle House, Tunbridge Wells,
samples containing poplar cambium and inner Kent.
bark in relation to the seasonal cycle. Planta BARNETT, J. R. 1992. Reactivation of the cambium
193, 446-454. inAesculus hippocastanum L.: A transmission
BAILEY, 1. W. 1919. Phenomena of cell d ivision in electron microscope study. Ann. Bot. 70, 169-
t he cambium of arborescent gy1nnosperms and 177.
their cytological signifi cance. Proe. Natl. Aead. BOJ3HARD, H. H. 1951. Variabilitat der Elemente
Sei. USA 5, 283-285. des Eschenholzes in Funktion von der Kambiu-
BAILEY, 1. W. 1920A. The cambium and its deriva- mtatigkeit. Sehweiz. Z. Forstwes. 102, 648-665.
tive tissues. II. Size variations of cambial initials BOUTIN, B. 1985. Étude de la réactivation cambia-
in gymnosperms and angiosperms. Am. J. Bot. le chez un arbre ayant un bois à zones poreuses
7, 355-367. (Castanea sativa) et deux autres au bois à po-
BAILEY, I. W. 1920B. The cambiurn and its derivative res diffus (Betula verrucosa, Acer campestre) .
tissues. III. A reconnaissance of cytological phe- Can. J. Bot. 63, 1335-1343.
nomena in the cambium. Am. J. Bot. 7, 417-434. BRAUN, H. J. 1955. Beitrage zur Ent,;vicklungsges-
BAILEY, 1. W. 1920C. The formation of the cell pia- chichte der Markstrahlen. Bot. Stud. 4, 73-131.
te in the cambium of higher plants. Proc. Natl. BUTTERFIELD, B. G. 1972. Developmental changes
Acad. Sei. USA 6, 197-200. in the vascular cambium of Aeschynomene his-
BAILEY, I. W. 1923. The cambium and its derivati- pida Willd. N. Z. J. Bot. 10, 373-386.
ves. IV. The increase in girth of the cambium. CATESSON, A.-M. 1964. Origine, fonctionnement et
Am. J. Bot. 10, 499-509. variations cytologiques saisonniêres du cambium
BANNAN, M. W. 1951. The annual cycle of size de l~eer pseudoplatanus L. (Acéracées) . Ann.
changes in the fusitorm cambial cells of Chama- Sei. Nat. Bot. Biol. Vég. Sér. 12 , 5, 229-498.
eeyparis and Thuja. Can. J. Bot. 29, 421-437. CATESSON, A. M. 1974. Cambial cells. ln: D ynamic
BANNAN, M. W. 1953. Further observations on the Aspeets of Plant Ultrastructure, pp. 358-390, A.
reduction of fusiform cambial cells in Thuja oe- W. Robards, ed. McGraw-Hill, New York.
eidentalis L. Can. J. Bot. 31, 63-74. CATESSON, A.-M. 1980. The vascular cambium. ln:
BANNAN, M. W. 1955. The vascular cambium and Control of Shoot Growth in Trees, pp. 12-40, C.
radial growth in Thuja occidentalis L. Can. J. H. A. Little, ed. Maritimes Forest Research Cen-
Bot. 33, 113-138. tre, Fredericton, N. B.
Câmbio vascular 111 427
CATESSON, A.-M. 1984. La dynamique cambiale. vatives . In: Biology of Root Formation and De-
Ann. Sei. Nat. Bot. Biol. Vég. Sér. 13, 6, 23-43. velopment, pp. 52-54, A. Altman and Y. Waisel,
CATESSON, A. M. 1987. Characteristics of radial eds. Plenum Press, New York .
cell walls in the cambial zone. A means to locate CHAFFEY, N. J ., P. W. BARLOW e J . R. BARNETT.
the so-called initials? ! A WA Bull. n .s. 8 (Abstr.), 1998 . A seasonal cycle of cell wall structure is ac-
309. companied by a cyclical rearrangement of corti-
CATESSON, A.-M. 1989. Specific characters of ves- cal microtubules in fusiform cambial cells within
sel primary w·alls during the early stages of wood taproots of Aesculus hippocastanum (Hippo-
differentiation. Biol. Cell. 67, 221-226. castanaceae). New Phytol. 139, 623-635.
CATESSON, A. M. 1990. Cambial cytology and bio- CHAFFEY, N., P. BARLOW e J. BARNETT. 2000.
chemistry. ln: The Vascular Cambium, pp. 63- Structurefunction relationships during seconda-
112, M. Iqbal, ed. Research Studies Press, Taun- ry phloem development in an angiosperm tree,
ton, Somerset, England. Aesculus hippocastanum: Microtubules and
CATESSON, A.-IvI. 1994. Cambial ultrastructure and cell walls. Tree Physiol. 20, 777-786.
biochemistry: Changes in relation to vascular CHAFFEY, N., P. BARLO\.V e B. SUNDBERG. 2002.
tissue differentiation and the seasonal cycle. lnt. Understanding the role of the cytoskeleton in
J Plant Sei, 155, 251-261. wood formation in angiosperm trees : Hybrid as-
CATESSON, A. M. e J. C. ROLAND. 1981. Sequential pen (Populus tremula x P tremuloides) as the
changes associated with cell wall formation and model species Tree Physiol. 22, 239-249.
fusion in the vascular cambium. !AWA Bull. n .s. CHALK, L. 1927. The growth of the wood of ash
2, 151-162. (Fraxinus excelsior L. and F oxycarpa Willd.)
CATESSON, A. M., R. FUNADA, D. ROBERT-BABY, and Douglas fi r (PseudotsugaDouglasii Carr.).
M. QUINET-SZÉLY, J. CHU-BÂ e R. GOLDBERG. Q. J For. 21, 102-122 .
1994. Biochemical and cytochemical cell vvall CHEADLE, V. I. e K. ESAU. 1964. Secondary phloem
changes across the cambial zone. !AWA J 15, 91- of L iriodendron tulipifera. Calif. Univ. Publ.
101. Bot. 36, 143-252.
CHAFFEY, N. J. 2000. Cytoskeleton, cells walls and CHO\.VDHURY, K. A. 1961. Growth rings in tropical
cambium: New insights into secondary xylem di- trees and taxonomy. 1O. Pacific Science Con-
fferentiation. ln: Cell and Molecular Biology of gress Abstr., 280.
Wood Formation, pp. 31-42, R. A. Savidge, J. R. COCKERHAM, G. 1930. Some observations on cam-
Barnett e R. Napier, eds . BIOS Scientific, Oxford. bial activity and seasonal starch content in sy-
CHAFFEY, N. e P. W. BARLOW. 2000. Actin in the camore (Acer pseudo platanus) . Proc. Leeds
secondary vascular system of woody plants. In: Philos. Lit. Soe., Sei. Sect., 2, 64-80.
Actin: A Dynamic Framework for Multiple CUMBIE, B. G. 1963. The vascular carnbium and xy-
Plant Cell Functions, pp. 587-600, C. J. Stai- lem development in Hibiscus lasiocarpus. Am.
ger, F. Baluska, D. Volkman e P. W. Barlow. eds. J Bot. 50, 944-951.
Klu,1/er Academic, Dordrecht. CUMBlE, B. G. 1967a. Development and structure
CHAFFEY, N. e P. BARLOW. 2002. Myosin, microtu- ofthe xylem in Canavalia (Leguminosae) . Bull.
bules, and microfi laments : Co-operation betwe- Torrey Bot. Club 94, 162-175.
en cytoskeletal components during cambial cell CUMBIE, B. G. 1967B. Developmental changes in
division and secondary vascular differentiation the vascular cambium in L eitneria jloridana.
in trees. Planta 214, 526-536. Am. J. Bot. 54, 414-424.
CHAFFEY, N., J. BARNETT e P. BARLOW. 1997A. CUMBIE, B. G. 1969. Developmental changes in
Endomembranes, cytoskeleton, and cell walls: the vascular cambium of Polygonum lapathifo-
Aspects of the ultrastructure of the vascular lium. Am. J Bot. 56, 139-146.
cambium of taproots of Aesculus hippocasta- CUMBIE, B. G. 1984. Origin and development of the
num L. (Hippocastanaceae) . !nt. J Plant Sei. vascular cambium inAeschynomene virginica.
158, 97-109. Bull. Torrey Bot. Club 111, 42-50.
CHAFFEY, N., J. BARNETT e P. BARLOW. 1997B. DAVE, Y. S. e K. S. RAO. 1981. Seasonal nuclear
Arrangement of microtubules, but not microfila- behavior in fusiform cambial initials of Tectona
ments, indicates determination of cambial deri- grandis L. f. Flora 171, 299 -305.
428 11 1 Anatomia das Plantas de Esau
DAVIS, J. D. e R. F. EVERT. 1968. Seasonal develo- cal Society of America, Miscellaneous Series,
pment of the secondary phloem in Populus tre- Publ. 156 (Abstr.), 25.
muloides. Bot. Gaz. 129, 1-8. EVERT, R. F. e B. P. DESHPANDE. 1970. An ultras-
DAVIS, J. D. e R. F. EVERT. 1970. Seasonal cycle of tructural study of cell division in the cambium.
phloem development in woody vines. Bot. Gaz. Am. J. Bot. 57, 942-961.
131, 128-138. EVERT, R. F. e T. T. KOZLOWSKI. 1967. Effect of
DERR, W. F. e R. F. EVERT. 1967. The cambium and isolation of bark on cambial activity and develo-
seasonal development of the phloem in Robinia pment of xylem and phloem in trembling aspen.
pseudoacacia.AmJ Bot. 54, 147-153. Am. J Bot. 54, 1045-1055.
DESHPANDE, B. P. 1967. Initiation of cambial acti- EVERT, R. F., T. T. KOZLOWSKI e J. D. DAVIS. 1972.
vity and its relation to primary growth in Tilia Influence of phloem blockage on cambial grovtth
americana L. Ph.D. Dissertation. University of of sugar maple. Am. J Bot. 59, 632-641.
Wisconsin, Madison. EWERS, F. W. 1982. Secondary growth in needle le-
DESHPANDE, B. P. e T. RAJENDRABABU. 1985. aves of Pinus longaeva (bristlecone pine) and
Seasonal changes in the structure of the secon- other conifers : Quantitative data. Am. J. Bot. 69,
dary phloem of Grewia tiliaefolia, a deciduous 1552-1559.
tree from India. Ann. Bot. 56, 61-71. FAHN, A. 1962. Xylem structure and the annu-
DODD, J. D. 1948. On the shapes of cells in the cam- al rhythm of cambial activity in woody species
bial zone of Pinus silvestris L. Am. J Bot. 35, of the East Mediterranean regions. News Bull.
666-682. [IAWA] 1962/1, 2-6.
EGIERSZDORFF, S. 1981. The role of auxin stored FAHN, A. 1964. Some anatomical adaptations of de-
in scotch pine trunk during spring activation of sert plants. Phytomorphology 14, 93-102.
cambial activity. Biol. Plant. 23, 110-115. FAHN, A. 1995. Seasonal cambial activity and phyto-
ELLIOTT, J. H. 1935. Seasonal changes in the de- geographic origin of woody plants: A hypothesis.
velopment of the phloem of the sycamore, Acer !sr J Plant Sei. 43, 69-75.
Pseudo Platanus L. Proc. Leeds Philos. Lit. FAHN, A. e E. WERKER. 1990. Seasonal cambial ac-
Soe., Sei. Sect., 3, 55-67. tivity. ln: The Vascular Cambium, pp. 139-157,
ERMEL, F. F., M.-1. FOLLET-GUEYE, C. CIBERT, B. M. lqbal, ed. Research Studies Press, Taunton,
VIAN, C. MORVAN, A.-M. CATESSON e R. GOLD- Somerset, England.
BERG. 2000. Differential localization of arabinan FARRAR, J. J. 1995. Ultrastructure of the vascular
and galactan side chains of rhamnogalacturonan cambium of Robinia pseudoacacia. Ph.D. Dis-
1 in cambial derivatives. Planta 210, 732-740. sertation. University of Wisconsin, Madison.
ESAU, K. 1977. Anatomy of Seed Plants, 2. ed. Wi- FARRAR , J . J. e R. F. EVERT. 1997a. Seasonal
ley, New York. changes in the ultr astructure of the vascular
EVERT, R. F. 1960. Phloem structure in Pyrus com- cambium of Robinia pseudoacacia. Trees 11,
munis L. and its seasonal changes. Univ. Calif. 191-202.
Publ. Bot. 32, 127-194. FARRAR, J . J. e R. F. EVERT. 1997b. Ultrastructure
EVERT, R. F. 1961. Some aspects of cambial deve- of cell division in the fusiform cells of the vas-
lopment in Pyrus communis. Am. J. Bot. 48, cular cambium of Robinia pseudoacacia. Trees
479-488. 11, 203-215.
EVERT, R. F. 1962. Some aspects of phloem develo- FOLLET-GUEYE, :M. L., F. F. ERMEL, B. VIAN, A. M.
p1nent in Tilia americana. Am. J Bot. 49 (Abs- CATESSON e R. GOLDBERG. 2000. Pectin remo-
tr.), 659. delling during cambial derivative differentiation.
EVERT, R. F. 1963a. Ontogeny and structure of the ln: Cell and Molecular Biology of Wood Forma-
secondary phloem in Pyrus malus. Am. J Bot. tion, pp. 289-294, R. A. Savidge, J. R. Barnett e
50, 8-37. R. Napier, eds. BIOS Scientific, Oxford.
EVERT, R. F. 1963b. The cambium and seasonal de- FORWARD, D. F. e N. J. NOLAN. 1962. Growth and
velopment of the phloem in Pyrus malus. A m. J morphogenesis in Canadian forest species. VI.
Bot. 50, 149-159. The significance of specific increment of cambial
EVERT, R. F. 1978. Seasonal development of the area in Pinus resinosa Ait. Can. J Bot. 40, 95-
secondary phloem in Rhus glabra L. Botani- 111.
Câmbio vascular 111 429
FUJIT, T., A. T. SALANG e T. FUJIWARA. 1999. Gro- GHOUSE, A. K. M. e M. YUNUS. 1974. The ratio of
wth periodicity in relation to the xylem develo- ray and fusifor m initials in some woody species
pment in three Shorea spp. (Dipterocarpaceae) of the Ranalian complex. Bull. Torrey Bot. Club
gro\>ving in Sarawak. ln : Tree-ring Analysis: 101, 363-366.
Biological, lvfethodological and Environmen- GHOUSE, A. K. M. e M. YUNUS. 1976. Ratio of ray
tal Aspects, pp. 169-183, R. Wimmer e R. E. Vet- and fusiform initials in the vascular cambium of
ter, eds. CABl Publishing, Wallingford, Oxon. certain leguminous trees. Flora 165, 23-28.
FUNADA, R. e A. M. CATESSON. 1991. Partia! cell GOOSEN-DE ROO, L. 1981. Plasmodesmata in the
wall lysis and the resumption of meriste1natic cambial zone of Fraxinus excelsior L. Acta Bot.
activity in Fraxinus excelsior cambium. IAWA Neerl. 30, 156.
Bull. n.s. 12, 439-444. GOOSEN-DE ROO, L. , C. J. VENVERLOO e P. D. BUR-
FUNADA, R., O. FURUSAWA, M. SHIBAGAKl, H. GGRAAF. 1980. Cell division in h ighly vacuolated
MIURA, T. MIURA, H. ABE e J. OHTANI. 2000. plant cells. In: Electron Microscopy 1980, vol. 2,
The role of cytoskeleton in secondary xylem di- Biology: Proc. 7 Eur. Congr. Electron Microsc.,
fferentiation in conifers. ln: Cell and Molecular pp. 232-233. Hague, The Netherlands.
Biology of Wood Formation, pp. 255 -264, R. GOOSEN-DE ROO, L., R. BAKHUIZEN, P. C. VAN
A. Savidge, J. R. Barnett e R. Napier, eds. BIOS SPRONSEN e K. R. LIBBENGA. 1984. The pre-
Scientific, Oxford. sence of extended phragmosomes containing
GAHAN, P. B. 1988. Xylem and phloem differentia- cytoskeletal elements in fusiform cambial cells
tion in perspective. ln: Vascular Differentia- of Fraxinus excelsior L. Protoplasma 122, 145-
tion and Plant Growth Regulators, pp. 1-21, L. 152.
\1/. Roberts, P. B. Gahan e R. Aloni, eds. Springer- GREGORY, R. A. 1977. Cambial activity and ray cell
Verlag, Berlin. abundance in Acer saccharum. Can J. Bot. 55,
GAHAN, P. B. 1989. Ho'A' stable are cambial initials? 2559-2564.
Bot. J. Linn. Soe. 100, 319-321. GREGORY, R. A. e B. F. WILSON. 1968. A compari-
GHOUSE, A. K. M. e S. HASHMI. 1978. Seasonal son of cambial activity of white spruce in Alaska
cycle of vascular differentiation in Polyalthia and New England. Can. J. Bot. 46, 733-734.
longifolia (Annonaceae). Beitr. Biol. Pjl anz. GRILLOS, S. J. e F. H. SMITH. 1959. The secondary
54, 375-380. phloem of Douglas fir. For. Sei. 5, 377-388.
GHOUSE, A. K. M. e S. HASHMI. 1980A. Changes in GUGLIELMINO, N., M. LIBERMAN, A. M. CATES-
the vascular cambium of Polyalthia longifolia SON, A. MARECK, R. PRAT, S. MUTAFTSCHIEV
Benth. et Hook. (Annonaceae) in relation to the e R. GOLDBERG. 1997A. Pectin methylesterases
gir th ofthe t ree. Flora 170, 135-143. from poplar cambium and inner bark: Localiza-
GHOUSE, A. K. M. e S. HASHMI. 1980B. Seasonal tion, properties and seasonal changes. Planta
production of secondary phloem and its Iongevi- 202, 70-75.
ty iJ1 Mimusops elengi L. Flora 170, 175-179. GUGLIELMINO, N., M. LIBERMAN, A. JAUNEAU, B.
GHOUSE, A. K. M. e S. HASHMI. 1980C. Longevity VIAN, A. M. CATESSON e R. GOLDBERG. 1997b.
of secondar y phloem in Delonix regia Rafin. Pectin immunolocalization and calcium visuali-
Proc. lndian Acad. Sei. B, Plant Sei. 89, 67- zation in differentiatmg derivatives from poplar
72. cambium. Protoplasma 199, 151-160.
GHOUSE, A. K. M. e S. HASHMI. 1983. Periodicity of HARRIS, J. 1\1. 1989. Spiral Grain and Wave Phe-
cambium and of the formation of xylem and phlo- nomena in Wood Formation. Springer-Verlag,
em in Mimusops elengi L. , an evergreen me1n- Berlin.
ber of tropical India. Flora 173, 479-487. HARTIG, R. 1892. Ueber Dickenwachsthum und
GHOUSE, A. K. M. e M. 1. H. KHAN. 1977. Seasonal Jahrringbildung. Bot. Z. 50, 176- 180, 193- 196.
variation in the nuclear number of fusiform cam- HARTIG, R. 1894. Untersuchungen über die Ents-
bial initials in Psidium guajava L. Caryologia tehung und die Eigenschaften des Eichenholzes.
30, 441-444. Forstlich-Naturwiss. Z. 3, 1-13, 49-68, 172-191,
GHOUSE, A. K. M. e M. YUNUS. 1973. Some aspects 193-203.
of cambial development in the shoots of Dalber- HASHMI, S. e A. K. M. GHOUSE . 1978. On the nucle-
gia sissoo Roxb. Flora 162, 549-558. ar number of the fusiform initials of Polyalthia
430 11 1 Anatomia das Plantas de Esau
longifolia Benth . and Hook. J lndian Bot. Soe. resting bud. Gardens' Bull. Straits Settlements
57 (suppl.; Abstr.), 24. 17, 11-81.
HEJNO\1/ICZ, Z. 1961. Anticlinal d ivisions, intrusive KOZLOWSKI, T. T. e S. G. PALLARDY. 1997. Growth
gro\.vth, and loss of fusiform initials in nonsto- Control in Woody Plants. Academic Press, San
ried cambium. Acta Soe. Bot. Pol. 30, 729-748. Diego.
HEJNOWICZ, Z. 1971. Up,1/ard movement of the do- KRABEL, D. 2000. Influence of sucrose on cambial
main pattern in the cambium producing wavy activity. ln: Cell and Molecular Biology of Wood
grain in Picea excelsa. Acta Soe. Bot. Pol. 40, Formation, pp. 113-125, R. A. Savidge, J . R. Bar-
499-512. nett e R. Napier, eds. BIOS Scientific, Oxford.
HEJNOWICZ, Z. e J. KRAWCZYSZYN. 1969. Orien- KRAWCZYSZYN, J. 1977. The transition from nons-
ted morphogenetic phenomena in cambium of toried to storied cambium in Fraxinus excel-
broadleaved trees. Acta Soe. Bot. Pol. 38, 547- sior. I. The occurrence of radial anticlinal divi-
560. sions. Can J Bot. 55, 3034-3041.
HEJNOWICZ, Z. e B. ZAGÓRSKA-MAREK. 1974. KRAWCZYSZYN, J. e J. A. ROMBERGER. 1979.
Mechanism of changes in grain inclination in Cyclical cell length changes in wood in relation
wood produced by storeyed cambium. Acta Soe. to storied structure and interlocked grain. Can.
Bot. Pol. 43, 381-398. J Bot. 57, 787-794.
HELARIUTTA, Y. e R. BHALERAO. 2003. Between KURODA, H. e S. SAGISAKA. 1993. Ultrastructural
xylem and phloem : The genetic control of cam- changes in cortical cells of apple (lv!alus pumila
bial activity in plants. Plant Biol. 5, 465-472. Mil!.) associated with cold hardiness. Plant Cell
Il\1AGAWA, H. e S. ISHIDA. 1972. Study on the wood Physiol. 34, 357-365.
formation in t rees. Report III. Occurrence of LACHAUD, S. 1989. Participation of auxin and abs-
the overwintering cells in cambial zone in seve- cisic acid in the regulation of seasonal variations
ra! ring-porous trees. Res. Bull. Gol. Exp. For. in cambial activity and xylogenesis. Trees 3, 125-
Hokkaido Univ. (Enshurin J(enkyu hohoku) 137.
29, 207-221. LACHAUD, S. e J.-L. BONNEMAIN. 1981. Xylogenê-
IQBAL, M. e A. K. M. GHOUSE. 1979. Anatomical se chez les Dicotylédones arborescentes. I. Mo-
changes in Prosopis spicigera with growing dalités de la remise en activité du cambium et de
girth of stem. Phytomorphology 29, 204-211. la xylogenêse chez les Hêtres et les Chênes âgés.
IQBAL, M. e A. K. M. GHOUSE. 1987. Anatomy of the Can. J Bot. 59, 1222-1230.
vascular cambium of Acacia nilotica (L.) Del. LACHAUD, S., A.-M. CATESSON e J.-L. BONNE -
var. telia Troup (Mimosaceae) in relation to age MAIN. 1999. Structure and functions of the vas-
and season. Bot. J Linn. Soe. 94, 385-397. cular cambium. C.R. Acad. Sei. Paris, Sei. de la
ISEBRANDS, J. G. e P. R. LARSON. 1973. Some ob- Vie 322, 633-650.
servations on the cambial zone in cottonwood. LARSON, P. R. 1994. The Vascular Cambium:
JAWA Bull. 1973/3, 3-1 1. Development and Structure. Springer-Verlag.
KHAN, K. K. , Z. AHMAD e M. IQBAL. 1981. Trends Berlin.
of ontogenetic size variation of cambial initials LAWTON, J. R. 1976. Seasonal variation in the se-
and their derivatives in t he stem of Bauhinia condary phloem from the main trunks of willow
parviflora Vahl. Bull. Soe. Bot. Fr Lett. Bot. and sycamore t rees. New Phytol. 77, 761-771.
128, 165-175. LIPHSCHITZ, N. e S. LEV-YADUN. 1986. Cambial
KHAN, M. I. H., T. O. SIDDIQI e A. H. KHAN. 1983. activity of evergreen and seasonal dimorphics
Ontogenetic changes in the ca1nbial structure of around the Mediterranean. JAWA Bull. n.s. 7,
Citrus sinensis L. Flora 173, 151-158. 145-153.
KITIN, P., Y. SANO e R. FUNADA. 2002. Fusiform LIPHSCHITZ, N., S. LEV-YADUN e Y. WAISEL. 1981.
cells in the cambium of Kalopanax pictus are The annual rhythm of activity of the lateral me-
exclusively mononucleate. J Exp. Bot. 53, 483- ristems (cambium and phellogen) in Cupressus
488. sempervirens L. Ann. Bot. 47, 485-496.
KORIBA, K. 1958. On the periodicity of tree-growth LITTLE, C. H. A. e R. P. PHARIS. 1995. Hormonal
in the tropics, \1/ith reference to the mode of control of radial and longitudinal growth in the
branching, the lea.f-fall, and the formation of the tree stem. In: Plant Stems.· Physiology and
Câmbio vascular 111 431
Functional Morphology, pp. 281-319, B. L. Gar- MICHELI, F., M. BORDENAVE e L. RICHARD. 2000.
tner, ed. Academic Press, San Diego. Pectin methylesterases: Possible markers for
LLOYD, A. D., E . J. MELLEROWICZ, R. T. RIDING e cambial derivative differentiation? In: Cell and
C. H. A. LITTLE. 1996. Changes in nuclear geno- 1\1olecular Biology of Wood Formation, pp.
me size and relative ribosomal RNA gene content 295-304, R. A. Savidge, J. R. Barnett e R. Napier,
in cambial region cells of Abies balsamea shoots eds. BIOS Scientific, Oxford.
during the development of dormancy. Can. J. MURl\1ANIS, L. 1970. Locating the initial in the vas-
Bot. 74, 290-298. cular cambium of Pinus strobus L. by electron
LODEWICK, J. E . 1928. Seasonal activity of the microscopy. Wood Sei. Technol. 4, 1-14.
cambium in some northeastern trees. Bull. N.Y. MURMANIS, L. 1977. Development ofvascular cam-
State Gol. For. Syracuse Univ. Tech. Publ. No. 23. bium into secondary t issue of Quercus rubra L.
LU, C.-Y. e S.-H. T. CHANG. 1975. Seasonal activity Ann. Bot. 41, 617-620.
of the cambium in the young branch of Liqui- MURMANIS, L. e I. B. SACHS. 1969. Seasonal deve-
dambarformosana Rance. Taiwania 20, 32-47. lopment of secondary xylem in Pinus strobus L.
MAHMOOD, A. 1968. Cell grouping and primary Wood Sei. Technol. 3, 177-193.
wall generations in the cambial zone, xylem, and NEWMAN, I. V. 1956. Pattern in meristems of vas-
phloem in Pinus. Aust. J Bot. 16, 177-195. cular plants-1. Cell partition in the living apices
MAHMOOD, A. 1990. The parental cell walls. In: and in the cambial zone in relation to the con-
The Vascular Cambium, pp. 113-126, M. Iqbal, cepts of initial cells and apical cells. Phytomor-
ed. Research Studies Press, Taunton, Somerset, phology 6, 1-19.
England. ORJBE, Y., R. FUNADA, M. SHIBAGAKI e T. KUBO.
MAINIERE, C., J . P. CHIMELO e V. A. ALFONSO. 2001. Cambial reactivation in locally heated ste-
1983. Manual de identificação das principais ms of the evergreen conifer Abies sachalinensis
madeiras comerciais brasileiras. Ed. Promo- (Schmidt) Masters. Planta 212, 684-691.
cet., Publicação IPT 1226, São Paulo. PALIWAL, G. S. e N. V. S. R. K. PRASAD. 1970. Se-
MELLEROWICZ, E. J., R. T. RIDING e C. H. A. LIT- asonal activity of cambium in some tropical tre-
TLE. 1989. Genomic variability in the vascular es. I. Dalbergia sissoo. Phytomorphology 20,
cambium of Abies balsamea. Can. J. Bot. 67, 333- 339.
990-996. PALIWAL, G. S. e L. M. SRIVASTAVA. 1969. The
MELLEROWICZ, E. J., R. T. RIDING e C. H. A. LIT- cambiu1n of Aleuosmia. Phytomorphology 19,
TLE. 1990. Nuclear size and shape changes in 5-8.
fusiform cambial cells ofAbies balsamea during PALIWAL, G. S., V. S. SAJWAN e N. V. S. R. K. PRA-
the annual cycle of activity and dormancy. Can SAD. 1974. Seasonal variations in the size of the
J Bot. 68, 1857-1863. cambial initials in Polyalthia longifolia. Curr.
MELLEROvVICZ, E. J., R. T. RIDING e e. H. A. LIT- Sei. 43, 620-621.
TLE. 1992. Periodicity of cambial activity inAbies PALIWAL, G. S., N. V. S. R. K. PRASAD, V. S. SA-
balsamea. II. Effects of temperature and photo- JWAN e S. K. AGGAR\1/AL. 1975. Seasonal activi-
period on the size of the nuclear genome in fusi- ty of cambium in some tropical trees. II. Polyal-
form cambial cells. Physiol. Plant. 85, 526-530. thia longifolia. Phytomorphology 25, 478-484.
MELLEROWICZ, E. J., R. T. RIDING e C. H. A. LIT- PATEL, J. D. 1975. Occurrence of multinucleate fu-
TLE. 1993. Nucleolar activity in the fusiform siform initials in Solanum melongea L. Curr.
cambial cells of Abies balsamea (Pinaceae): Sei. 44, 516-517.
Effect of season and age. Am. J. Bot. 80, 1168- PHILIPSON, W. R., J. M. WARD e B. G. BUTTER-
1174. FIELD. 1971. The Vascular Cambium: Its De-
MELLEROWICZ, E . J., M. BAUCHER, B. SUND- velopment and Activity. Chapman and Hall,
BERG e vV. BOERJAN. 2001. Unravelling cell wall London.
formation in the woody dicot stem. Plant J\1ol. POMPARAT, M. 1974. Étude des variations de la lon-
Biol. 47, 239-274. gueur des trachéides de la tige et de la racine
MER, E. 1892. Reveil et extinction de l'activité cam- du Pin maritime au cours de l'année: Influence
biale dans les arbres. C.R. Séances Acad. Sei. des facteurs édaphiques sur l'activité cambiale.
114, 242-245. Ph.D. Thêse. Université de Bordeaux.
432 111 Anatomia das Plantas de Esau
sored Publ. No. 44 of the Southern Forest Tree WLOCH, W. 1976. Cell events in cambium, connec-
Improvement Committee. ted with the formation and existence of a whirled
SUZUKI, M., K. YODA e H. SUZUKI. 1996. Pheno- cell arrangement. Acta Soe. Bot. Pol. 45, 313-326.
logical comparison of the onset of vessel forma- WLOCH, W. 1981. Nonparallelism of cambium cells
tion between ring-porous and diffuse-porous in neighboring rows. Aeta Soe. Bot. Pol. 50, 625-
deciduous trees in a Japanese temperate forest. 636.
IAWA J 17, 431-444. WLOCH, W. T. 1989. Chiralne zderzenia komórko-
TEPPER, H. B. e C. A. HOLLIS. 1967. Mitotic reacti- we i v,rzór domenowy w kambium lipy (Chiral cell
vation of the terminal bud and cambium of white events and domain pattern in the cambium of
ash. Science 156, 1635-1636. lime). Dr. Hab. Univ. S' la,ski w Katowicach.
TIMELL, T. E. 1980. Organization and ultrastructure WLOCH, W. e E. POLAP. 1994. The intrusive gro,i17th
of the dormant cambial zone in compression wood of initial cells in re-arrangement of cells in cam-
of Picea abies. Wood Sei. Technol. 14, 161-179. bium of Tilia cordata Mill. Acta Soe. Bot. Pol.
TOMLINSON, P. B. e F. C. CRAIGHEAD SR. 1972. 63, 109-116.
Growth-ring studies on the native trees of sub- WLOCH, W. e W. SZENDERA. 1992. Observation of
-tropical Florida. ln: Research Trends in Plant changes of cambial domain patterns on the basis
Anatomy-J{A. Chowdhury Commemoration of primary ray development in Fagus silvatiea
Volume, pp. 39-51, A. K. M. Ghouse e Mohd Yu- L. Aeta Soe. Bot. Pol. 61, 319-330.
nus, eds. Tata McGraw-Hill, Bombay. WLOCH, W. e B. ZAGÓRSKA-MAREK. 1982. Re-
TUCKER, C. M. 1968. Seasonal phloem development construction of storeyed cambium in the linden.
in Ulmus americana. Am. J. Bot. 55 (Abstr.), Acta Soe. Bot. Pol. 51, 215-228.
716. WLOCH, W., J. KARCZEWSKI e B. OGRODNIK.
TUCKER, C. M. e R. F EVERT. 1969. Seasonal de- 1993. Relationship between the grain pattern in
velopment of the secondary phloem in Acer ne- the wood, domain pattern and pattern of gro,i17th
gundo Am. J. Bot. 56, 275-284. activity in the storeyed cambium of trees. Trees
VENUGOPAL, N. e K. V. KRISHNAMURTHY. 1989. 7, 137-143.
Organisation of vascular cambium during diffe- WLOCH, W., E. 11AZUR e P. KOJS. 2001. Intensive
rent seasons in some tropical timber trees. Nord. change of inclination of cambial initials in Picea
J. Bot. 8, 631-638. abies (L.) Karst. tumours. Trees 15, 498-502.
VILLALBA, R. e J. A. BONINSEGNA. 1989. Dendro- ZAGÓRSKA-MAREK, B. 1984. Pseudotransverse di-
chronological studies on Prosopisfl exuosa DC. visions and intrusive elongation of fusiform ini-
IAWA Bull. n.s. 10, 155-160. tials in the storeyed cambium of Tilia . Can. J
WAISEL, Y., I. NOAH e A. FAHN. 1966. Cambial ac- Bot. 62, 20-27.
tivity in Eucalyptus camaldulensis Dehn. : II. ZAGÓRSKA-11AREK, B. 1995. Morphogenetic wa-
The production of phloem and xylem elements. ves in cambium and fi gured wood formation. ln:
New Phytol. 65, 319-324. Encyclopedia of Plant Anatomy Band 9, Teil 4,
WILCOX, H., F. J. CZABATOR, G. GIROLAMI, D. E. The Cambial Derivatives, pp. 69-92, M. Iqbal,
MORELAND e R. F SMITH. 1956. Chemical de- ed. Gebrüder Borntraeger, Berlin.
barking of some pulpwood species. State Univ. ZASADA, J. C. e R. ZAHNER. 1969. Vessel element
N.Y. Col. For. Syracuse. Tech. Publ. 77. development in the early\.vood of red oak (Quer-
WILSON, B. F. 1963. Increase in cell \i17all surface cus rubra) . Can. J Bot. 47, 1965-1971.
area during enlargement of cambial derivatives ZHANG, Z.-J., Z.-R. CHEN, J .-Y. LIN e Y.-T. ZHANG.
inAbies concolor. Am. J. Bot. 50, 95-102. 1992. Seasonal variations of secondary phloem
WISNIEWSKI, M. e E. N. ASHWORTH. 1986. A com- development in Pterocarya stenoptera and its
parison of seasonal ultrastructural changes in relation to feeding of Kerria yunnanensis. Acta
stem tissues of peach (Prunus persica) that Bot. Sin. (Chih wu hsüeh pao) 34, 682-687.
exhibit contrasting mechanisms of cold hardi-
ness. Bot. Gaz. 147, 407-417.
CàP. ÍiliULO ili@EZê
FLOEMA: TIPOS
CELULARES E
ASPECTOS DO
DESENVOLVIMENTO
O fl.oema, embora corretantente denominado de como o xilema, pode ser classificado como primário
principal tecido condutor de nutrientes das plantas ou secundário com base no tempo de seu apareci-
vasculares, tem, na vida da planta, uma função mui- mento em relação ao desenvolvimento da planta ou
to maior que essa. Uma vasta gama de substâncias é o órgão como um todo. O floema primário inicia-
transportada no floema. Entre essas substâncias -se no embrião ou plântulas jovens (Gahan, 1988;
estão os açúcares, aminoácidos, micronutrientes, Busse e Evert, 1999), é adicionado constantemen-
lipídios (principalmente na forma de ácidos gra- te durante o desenvolvimento do corpo primário
xos livres; Madey et al., 2002), hormônios (Baker, da planta, e completa a sua diferenciação quando
2000), estíinulos florais (florígeno; Hoffmann-Ben- o corpo primário da planta está inteiramente for-
ning et al., 2002), e numerosas proteínas e RNAs mado. O floema primário é derivado do procâmbio.
(Schobert et al., 1998), sendo que algumas delas, O floema secundário (Capítulo 14) origina-se do
junto com os hormônios, os estímulos florais e asa- câmbio vascular e reflete a organização desse me-
carose (Chiou e Bush, 1998; Lalonde et ai., 1999), ristema em possuir os sistemas axial e radial. Os
atuam como moléculas informativas ou sinaliza- raios floemáticos são contínuos através do câmbio,
doras (Ruiz-Medrano et al., 2001). Apelidado de com os do xilema fornecendo um caminho para o
"super via expressa de informação" (Jorgensen et transporte radial de substâncias entre os dois teci-
al., 1998), o floema desempenha um papel impor- dos vasculares.
tante na comunicação entre os órgãos e na coor- En1bora o floen1a geralmente ocupe uma po-
denação dos processos de crescimento da planta. sição externa ao xilema, no caule e na raiz, ou
A sinalização à longa distância nas plantas ocorre abaxial (na superfície inferior) em folhas e ór-
predominantemente através do fl.oema (Crawford e gãos sen1elhantes às folhas, em muitas famílias
Zambryski, 1999; Thompson e Schulz, 1999; Ruiz- de eudicotiledôneas (por exemplo, Apocynace-
-Medrano et al., 2001; van Bel e Gaupels, 2004). O ae, Asclepiadaceae, Convolvulaceae, Cucurbita-
floema tantbém transporta um grande volume de ceae, Myrtaceae, Solanaceae, Asteraceae) parte
água para frutos, folhas jovens e órgãos de armaze- do fl.oema também está localizado no lado oposto
namento, como os tubérculos. (Ziegler, 1963; Pate, (Fig. 13.1). Os dois tipos de fl.oema são denomi-
1975; Lee, 1989, 1990; Araki et al., 2004; Nerd e nados de floema externo e floema interno, ou
Neumann, 2004). floema intraxilemático, respectivamente. O
Como regra, o floema está associado espacial- floema interno é, em grande parte, prin1ário em
mente ao xilema no sistema vascular (Fig. 13.1) e, desenvolvimento (em algumas espécies perenes a
436 11 1 Anatomia das Plantas de Esau
~ ~ ~ - - F eixe vascular
~>:----Córtex - -- -./,
& ~-B,-----Floema externo
o
.. ---~
::.:;~;~:_-=-~~~--
..xi lema
Floema in
4--~~ ;,LL~~~L-- Cavidad
• : ,fi\ ª "'~
• ,···,-., ':- ·'·g-;·-
., -
1-:?.~.L""':.-"":_ - ::::» Tubos crivados
.,......;
- - Fibras perivasculares
. .
Córtex
A
FIGURA 13.1
A , secção transversal do caule de Cucurbita. Trepadeira herbácea com feixes vascula res separados, cada um com
floema nos lados opostos ao xilema (feixes bicolaterais) . A região vascular é delimitada na par te externa por esclerên-
quima (fibras perivasculares). O córtex é composto de parênquima e colênquima. Há uma epiderme. Uma cavidade
substituiu a medula. Pequenos cordões extrafasciculares de tubos crivados e células companheiras atravessam o
parênquima da região vascular e do cór tex. B, secção transversal do feixe vascular de Cucurbita mostrando o fioema
externo e interno. Geralmente um câmbio vascular se desenvolve entre o fioema externo e o xilema, mas não entre o
fioema interno e o xilema. (A, x8; B, xl 30.)
adição de floema interno continua no estágio se- Tubos crivados, que formam conexões laterais
cundário de crescimento do eixo) e começa a se entre seus similares do floema primário de feixes
diferenciar posterior mente ao floema externo e vasculares longitudinais, são comuns nos entrenós
geralmente também posteriormente ao protoxile- e pecíolos de muitas espécies de plantas com se-
ma (Esau, 1969). Uma notável exceção é encon- 1nentes (Figs. 13.lA e 13.2; Aloni e Sachs, 1973;
trada nas nervuras de pequeno porte das folhas Oross e Lucas, 1985; McCauley e Evert, 1988; Aloni
de Cucurbita pepo, nas quais o floema adaxial e Barnett, 1996). Esses tubos, mencionados como
(na superfície superior) se diferencia antes do fio- anastomoses floemáticas, também conectam
ema abaxial (Turgeon e Webb, 1976) . Em cer tas o floema interno com o externo em caules (Esau,
famílias (por exemplo, Amaranthaceae, Chenopo- 1938; Fukuda, 1967; Bonnemain, 1969) e o floema
diaceae, Nyctaginaceae, Salvadoraceae), o câm- adaxial com o abaxial em folhas (Artschwagner,
bio, além de produzir floema externamente e xile- 1918; Hayward, 1938; McCauley e Evert, 1988). Em
ma internamente, periodicamente forma cordões um estudo sobre o significado funcional das anas-
ou camadas de floerna para o interior do caule, de tonloses floemáticas en1 caules ele Dahlia pinna-
modo que os cordões de floema ficam imersos no ta (Aloni e Peterson, 1990), descobriu-se que elas
xilema. Tais cordões de floema são referidos como não atuan1 sob condições normais. Entretanto,
floema incluso, ou floema interxilemático. quando os cordões longitudinais foran1 injuriados,
Floema : tipos celulares e aspectos do desenvolvimento 111 437
©:
crivado (Ever t, 1990a).
Elementos crivados indiferencia-
dos contêm todos os componentes
100 µm celulares de , uma célula vegetal indi-
A
ferenciada. A medida que se diferen-
ciam, os elementos crivados sofrem
FIGURA 13.3
profundas mudanças, sendo que as
Tipos celulares do floema secundário de uma eudicotiledônea, Robinia principais são a quebra do núcleo e
pseudoacacia. A-E , vistas longitudinais; F-J, secções transversais. A , do tonoplasto e a formação de áreas
J , fibra. B, elemento de tubo crivado e células companheiras. F, elemen- nas paredes, isto é, as áreas crivadas,
to de tubo crivado no plano da placa crivada e célula companheira. C , G, com poros que aumentam o grau de
células parenquimáticas do fioema (série parenquimática em C) . D, H , continuidade en tre os elementos cri-
células parenquimáticas com cristal. E , I, esclereídes. K-M, células de
raio em secções tangencial (K ), radial (L) e transversal (M ) do floema.
vados conectados no sen tido ver ti-
(Obtido de Esau, 1977.) cal e lateral. Enquanto os elementos
traqueais sofrem mor te celular pro-
gramada - uma total autofagia - re-
sultando na perda integral dos conteúdos proto-
TABELA 13.1 - Principais tipos celulares do floema plas1náticos, nos elementos crivados ocorre uma
secundário autofagia seletiva (Fig. 13.5). Na maturidade,
Tipos celulares Funções principais o protoplasto do elemento crivado retém a mem-
brana plasmática, o retículo endoplasmático,
Sist ema axial plastídios, e mitocôndrias, t odos ocupando uma
Elementos cri vados posição parietal (ao longo da parede) dentro da
Células crivadas
(em gimnospermas)
célula.
Condução de nutrientes
Elementos de tubo a longa distância;
crivado com células Sinalização a longa O ELEMENTO DE TUBO CRIVADO DAS
companheira s distância ANGIOSPERMAS
(em angios permas)
O elemento de tubo crivado das angiospermas ca-
Célula de esclerênquima racteriza-se pela presença de placas crivadas, que
Su porte; são porções da parede que apresentam áreas criva-
Fibras
Esclereídes } Algumas ve zes armazena -
mento de nutrientes
das com poros maiores que os das áreas crivadas
~"
1::1>
e
EW
.....
e
&
Ol>
e"'
4:li'
[§] .,, .,,,
0P
,2
~ "'
<>
~
o
~ "'
~ 'flr <P
@
. '9'
·'
.
H
6â1
iW1
1i
02
ê'],.\;.
.
. F Áreas crivadas
. laterais
.
Q oo
a
o
1\j Células
100 µm
~ C companheiras
8
A
FIGURA 13.4
Variações na estrutura dos elementos crivados. A , célula crivada de Pinus pinea, com raios associados, em secção
tangencial. Os outros são elementos de tubo crivado com células companheiras em secções tangenciais das seguintes
espécies: B ,Juglans hindsii; C,Malus domestica, D,Liriodendron tulipijera; E ,Acerpseudoplatanus; F, Cryp-
tocarya rubra; G, Fraxinus americana; H , Wisteria sp. Em B-G, as placas crivadas aparecern em vista lateral e as
áreas crivadas são n1ais espessas do que as outras regiões da parede em decorrência da deposição de calose. (Obtido
de Esau, 1977.)
de outras partes da parede da mesma célula. Com mática, inicialmente denominada de mucilagem4) .
relativas poucas exceções (por exemplo, elementos Juntamente com as placas crivadas e a proteína-P,
de protofloen1a em raízes de Nicotiana tabacum, os elementos de tubo crivado estão associados às
Esau e Gill, 1972; elementos de metafloema em células companheiras, que são células parenqui-
caule aéreo da holoparasita Epifagus virginiana, máticas especializadas, intimamente relacionadas
Walsh e Popovich, 1977; elementos crivados em ontogênica e funcionalmente aos elementos de tubo
muitas paln1eiras, Parthasarathy, 1974a, b; Lemna crivado. O termo complexo elemento de tubo-
minor, Melaragno e Walsh, 1976; e todos os mem- -célula companheira, ou complexo elemento
bros de Poaceae, Evert et al., 1971b; Kuo et al., 1972;
4 Otermo "slime", cuja tradução é mucilagem, é mantido pelo
Eleftheriou, 1990), os protoplastos dos elen1entos autor neste texto original, mais adiante, com a conotação de 'slime
de tubo crivado contêm proteína-P (proteína floe - plugs".
440 111 Anatomia das Plantas de Esau
Plasmosdesmos
~
Poro 1
@ iéil~
o
cfJ'
o
Parede . . •t o
o
nacarada @
'-.!. . .
D
o o
o
1 \
o o
Vacúolo •
X1 r}-l
'"'!li~
7)J.:
Mito w.
o .
cônd J-,
-b '
·º ~ ~/, -
h~
Calose j
A B e D
FIGURA 13.5
Diagramas que ilustram a diferenciação de um elemento de tubo crivado, A , precursor do elemento de tubo crivado
em divisão. B, após a divisão: elemento de tubo crivado com parede nacarada e corpúsculo de proteína-P; precursor
da célula corr1panheira em divisão (pontilhado). C, núcleo em degeneração, tonoplasto em parte rompido, proteína-P
dispersa; cavidades medianas nas fu turas placas crivadas; duas células companheiras (pontilhado). D , elerr1ento de
tubo crivado maduro; poros abertos nas placas crivadas; estes estão margeados pela calose e alguma proteína-P. Além
dos plastídios, estão presentes mitocôndrias. Nenhum retículo endoplasmático é mostrado. (Obtido de Esau, 1977.)
crivado-célula companheira, é gerallnente usa- des dos elementos de tubo crivado usualmente são
do para se referir a um elemento de tubo crivado e distintanlente mais espessas do que as das células
sua(s) célula(s) companheira(s) associada(s). parenquimáticas vizinhas, unl caráter que pode fa-
cilitar o reconhecimento do elemento de tubo cri-
vado.
Em alguns táxons as paredes do elemento de Enl muitas espécies, as paredes dos elementos
tubo crivado são notavelmente espessas de tubo crivado consistem de duas camadas dis-
As paredes dos elementos de tubo crivado geral- tintas morfologicamente, uma camada mais exter-
mente são descritas como primárias e, com testes na relativa1nente fina e uma camada mais interna
microquímicos padrão, geralmente dão reações mais ou menos espessa. Em secções frescas, a ca-
positivas somente para celulose e pectina (Esau, 1nada interna diferenciada exibe un1a aparência
1969). Nas folhas de gramíneas, os últimos tubos brilhante ou cintilante e, por isso, recebeu o nome
crivados formados dos feixes longitudinais têm de parede nacarada (tendo um brilho perolado).
geralmente paredes celulares relativamente espes- A camada nacarada contém menos celulose do que
sas (Fig. 13.6). Em algumas espécies - Triticum a camada externa da parede, e é pobre em pectina
aestivum (Kuo e O'Brien, 1974), Aegilops como- (Esau e Cheadle, 1958; Botha e Evert, 1981). Às
sa (Eleftheriou, 1981), Saccharum officinarum vezes, a camada nacarada é tão espessa que quase
(Colbert e Evert, 1982), Hordeum vulgare (Dan- obstrui o lúmen da célula. Embora alguns pesqui-
nenhoffer et al., 1990) - essas paredes são ligni- sadores tenham classificado essa camada como se-
.ficadas. Embora variáveis em espessura, as pare- cundária, seu compor tamento é bem variável. Em
Floema: tipos celulares e aspectos do desenvolvimento 111 441
FIGURA 13.7
Secções tra nsversal (A) e longitudi-
nal radial (B) do floema secundár io
de Magnolia kobus. Note a espessa
camada interna da parede (n, ca-
mada nacarada) dos tubos crivados.
(Obtido de Evert, 1990b, Figs. 16.19
e 16.20. © 1990, Springer-Verlag.)
FIGURA 13.8
Eletronmicrografia de um tubo crivado da cevada (Hor-
deum vulgare), como visto em secção transversal de um
feixe longitudinal da folha. A superfície mais interna da
parede, marcadamente mais elétron-densa do que o resto
da parede, é mais espessa nos sítios das conexões poro-
-plasmodesmos (setas) com elementos parenquimáticos.
Outros detalhes: re, retículo endoplasmático; m, mitocôn-
dria. (Obtido de Evert e Mierzwa, 1989, Fig. 2. © 1989,
Springer-Verlag.)
0,38 µm
Floema: tipos celulares e aspectos do desenvolvimento 111 443
Em preparações rotineiras do floema condutor, radas, essa calose de dormê ncia é depositada no
os poros das áreas crivadas são envolvidos pela outono e depois removida no início da primavera
calose, um constituinte de parede (Capítulo 4). A durante a reativação dos ele1nentos crivados dor-
maioria da calose, se não toda, associada aos ele- mentes, que estavam em repouso.
mentos condutores de tubo crivado é depositada
em resposta à injúria mecânica ou outro tipo de es- A calose aparentemente atua no desenvolvi-
tímulo (Evert e Derr, 1964; Esau, 1969; Eschrich, mento dos poros das áreas crivadas
1975). Nem toda a calose associada aos poros das Nos elementos de tubo crivado jovens, a área cri-
áreas crivadas é a tal calose de injúria. A calo- vada (ou áreas) da placa crivada incipiente é pe-
se normalmente se acumula nas placas crivadas e netrada por um número variável de plasmodesmos,
áreas crivadas laterais de elementos crivados em cada qual associado a u1na cisterna de retículo en-
senescência (Fig. 13.10). Essa calose definitiva doplasmático em ambos os lados da parede (Fig.
desaparece algum tempo depois da morte do ele- 13.llA). As regiões dos poros incialmente tornam-
mento crivado. A calose geralmente é acumulada -se distinguíveis do resto da parede com o surgi-
nas placas crivadas e áreas crivadas laterais dos 1nento da calose abaixo da membrana plasmática
elementos de tubo crivado do floema secundário em torno de cada plasmodesmo, em a1nbos os lados
que funcionam por mais de uma estação de cres- da parede. O depósito de calose pareado, usual-
cimento (Davis e Evert, 1970). Nas regiões tempe- 1nente deno1ninado de plaquetas, assume a forma
444 111 Anatomia das Plantas de Esau
~~
Pjtt' • .,.
~
~ . l,
_. .
/
r
i
FIGURA 13.11
Placas crivadas em desenvolvimento em elementos de tubo crivado dos entrenós do algodão (Gossypium hirsutum),
como visto em secções (A , B , D, F ) e em vista superficial (C, E ). A , um plasmodesmo, que marca a região de um
futuro poro. Alguma calose (c) foi depositada abaixo das cisternas do retículo endoplasmático (re) . B , C, plaquetas
de calose (c) circundam os plasmodesmos (pd) nas regiões dos poros. D, E , poros iniciaram o seu desenvolvimento
com o alargamento do canal do plasmodesmo. F, placa crivada madura com poros aber tos (po), envoltos por pequenas
quantidades de calose e preenchida com proteína-P. Outros detalhes: dt, desmotúbulo; lm, lamela média. (Obtido de
Esau e Thorsch, 1985.)
As mudanças na aparência dos plastídios, que senvolvimento do tubo crivado. Conforme o plas-
inicialmente são similares na aparência aos das tídio do tubo crivado amadurece, seu estroma
células vizinhas, são indicadores iniciais do de- torna-se menos denso, e podem surgir inclusões
446 111 Anatomia das Plantas de Esau
FIGURA 13.12
Vista longitudinal de elemento de tubo crivado jovem (TC) e célula companheira (CC) da folha do tabaco (Nicotiana
tabacum) . Pontas de seta marcam os plasmodesmos que podem ser discernidos nas duas extremidades (futuras pla-
cas crivadas) do elemento de tubo crivado e na parede comum entre o elemento de tubo crivado e a célula companhei-
ra (regiões das futu ras conexões poro-plasmodesmos) . Numerosos vacúolos pequenos (v) ocorrem acima e abaixo do
núcleo do elemento de tubo crivado. (Obtido de Esau e Thorsch, 1985.)
características dos plastídios (Fig. 13.13A-D). Até tubo crivados maduros, o estroma é elétron-trans-
esse momento, é frequentemente difícil distinguir parente, e frequentemente as membranas internas
os plastídios das mitocôndrias. Nos elementos de (tilacoides) são esparsas. Os plastídios dos tubos
Floema: tipos celulares e aspectos do desenvolvimento 111 447
~
~1i:,..•· -:<..
: ~.'» .
;: ~
{.i ,,,,,.,,,""" l~
t7~i"
•
.. _;,, .• ·! } ; ,
• '> ·~· ~ º "t'-t- t; ~ 1 ..;., •
. .:;. . <. , •• · ~.!J_\ ~-,< ~~ ...,..;:..,:
~ ~~
. ' .
,:
';.
\
.
'
. .,,; ..
..-- . ~
•
'
> ' • ~ '
~.'
- •. ,.,,....,.,..., ... ~ -
.'
' ..,. 0,56 P.1'1 ª""-·~.,.;. · -
~
. . :--~✓- .
~'Ü'
• '\•
r
1
-f
>
1, ~- - ,,
('
.~
FIGURA 13.13
Plastídios do tubo crivado. Plastídios tipo-S imaturo (A) e maduro (C) do ápice radicular do feijão (Phaseolu s); plas-
tídios do tipo-P imaturo (B) e maduro (D) com cristais proteicos cuneiformes (inclusões densas) , no ápice radicular
da cebola (Allium). E , plastídios do tipo-P, com inclusões de proteínas filamentosas (f), no tubo crivado da folha do
espinafre (Spinacia) . Outros detalhes : re, retículo endoplasmático; a, amido; p, parede.
crivados ocorrem em dois tipos básicos, tipo-S (S,5 tipo-S ocorre em duas formas, uma delas contém
amido) e tipo-P (P, proteína) (Behnke, 1991a). O somente amido (Fig. 13.13A, C); a outra é desti-
tuída de qualquer inclusão. O tipo-P existe em
5 S correspondente a "starch", ou seja, amido. seis formas e contém um ou dois tipos de inclusões
448 111 Anatomia das Plantas de Esau
FIGURA 13.14
Elementos de tubo crivado imaturos e maduros no floe- camada parietal do citoplasma. O núcleo (n) neste ele-
ma do caule da abóbora (Cucurbi ta maxima), como mento começou a degenerar e é pouco discernível. Série
visto em secções longitudinal (A) e transversal (B , C). de células companheiras (cc) acompanha os elementos de
A , dois elementos de tubo crivado imaturos (à direita e tubo crivado maduros, na extrema direita e à esquerda.
no centro) contêm numerosos corpúsculos de proteína- O tampão de proteína-P (tp) pode ser visto no elemento
-P (setas) . Os corpúsculos de proteína-P no elemento de tubo crivado abaixo, à esquerda. B, dois tubos criva-
de tubo crivado à direita começaram a se dispersar na dos imaturos. Corpúsculos grandes de proteína-P (setas)
podem ser vistos no tubo crivado à esquerda, e uma pla-
ca crivada imatura (sirnples) em vista frontal no elemento
. ~'"""- - ·~ ~'!':'° à direita, acima. As células densas, pequenas, são células
companheiras. C, dois elementos de tubo crivado maduros.
Um tampão de proteína-P (tp) pode ser visto no elemento
de tubo crivado à esquerda, uma placa crivada madura no
elemento à direita. As células densas pequenas são células
companheiras. (A, x300; B, C, x750.)
FIGURA 13.15
Eletronmicrografia de porção da placa crivada madura de
Cucurbi ta em vista superficial. Os poros estão envolvi-
" >·.(\_::i:·· '' dos por um cilindro de calose (c) e membrana plasmática
) '
,"•}!/
~~ ~,.,
~ X '
(não indicada) . Elementos do retículo endoplasmático (re)
e proteína-P (pp) são também encontrados ao longo das
, ' -~J.l!!Í ;i
0J '"' margens dos poros. (Obtido de Ever t et ai., 1973c, Fig. 2.
1
....,,..À"' r -. © 1973, Springer-Verlag.)
Floema: tipos celulares e aspectos do desenvolvimento 111 449
FIGURA 13.16
Proteína-P. Elementos de t ubo crivado de Poinsettia (A), Nicotiana tabacum (B), Nelumbo nucifera ( C), e Cucur-
bita pepo ( D) . A , porção de um corpúsculo de proteína-P mostrando filamentos t ubulares. B, em maior aumento,
exudato de floema corado negativamente revela a estrutura em dupla hélice do filamento de proteína-P. C, Proteína-P
acumulada em um poro da placa crivada mostra estrias horizontais nos filamentos estendidos; calose (c) envolvendo
o poro abaixo da membrana plasmática (mp). D , secção transversal mostrando porções da parede (p) e a camada
parietal de citoplasma do elemento de t ubo crivado maduro (acima) . A camada parietal nesta vista consiste da mem-
brana plasmática (mp), porções descontínuas do retículo endoplasmático (re), e proteína-P (pp). Conexões poro-
-plasmodesmos poderr1 ser vistas na parede do elerr1ento de t ubo crivado (lado do poro) -célula companheira (lado
dos plasmodesmos) . Outros detalhes : po, poro; pd, plasmodesmos. (B, reimpresso de Cronshaw et ai. , 1973. © 1973,
com permissão de Elsevier; C, obtido de Esau, 1977; D, obtido de Evert et ai., 1973c, Fig. 6. © 1973, Springer-Verlag.)
450 111 Anatomia das Plantas de Esau
proteicas (cristais, Fig. 13.13B, D, e/ou filamentos, tubular, com subunidades arranjadas em héli-
Fig. 13.13E). Duas das seis formas também contêm ce (Fig. 13.16A-C). Os filamentos de proteína-P
amido. Todas as monocotiledôneas têm plastídios em Cucurbita maxima são compostos de duas
tipo-P, e aqueles que contêm somente cristais pro- proteínas muito abundantes: proteína floe1náti-
teicos cuneados (Fig. 13.13B, D) são dominantes ca 1 (PPl), um filamento proteico de 96kDa, e a
(Eleftheriou, 1990). Diferentemente do amido co- proteína floemática 2 (PP2), uma lecitina dimé-
mum, o amido do tubo crivado cora mais para o rica de 25kDa que se liga de forma covalente à
vermelho-amarronzado do que para o azul-ene- PPl. Os padrões de localização da proteína e do
grecido com iodo (I 2KI). O amido do tubo crivado RNAm indicam que a PPl e PP2 são sintetizadas
de Phaseolus vulgaris é uma molécula altamente nas células companheiras de con1plexos elemento
ramificada, do tipo amilopectina, com numerosas crivado-célula companheira em diferenciação e
ligações ~(1~6) (Palevitz e Newcomb, 1970). Di- maduros e que formas polimerizadas de proteína-
ferenças dos plastídios nos elementos crivados são -P se acumulam nos elementos de tubo crivado du-
taxonomicamente úteis (Behnke, 1991a, 2003). rante a diferenciação (Bostwick et al., 1992; Clark
Outro indicador do início do desenvolvimento et al., 1997; Dannenhoffer et al., 1997; Golecki et
do elemento de tubo crivado é a aparência da pro- al., 1999). Aparentemente as subunidades de PPl
teína-P, que inicialmente se torna perceptível com e PP2, sintetizadas nas células companheiras, são
o microscópio de luz como corpúsculos discretos, transportadas para os elementos de tubo crivado
um ou mais por célula (Fig. 13.14A, B). Os corpús- via conexões poro-plasmodesmos de suas paredes
culos de proteína-P surgem depois que o precursor em comum. Até o mo1nento a função dos filamen-
do elemento de tubo crivado se divide e dá origem tos de proteína-P permanece incerta. Foi sugerido
a uma ou mais células companheiras. A maioria das que a PPl atua em selar os poros da placa crivada
espécies tem corpúsculos dispersos de proteí- de elementos injuriados, representando a primeira
na-P. Pequenos inicialmente, esses corpúsculos de linha de defesa dos tubos crivados contra a perda
proteína-P aumentam de tamanho (Fig. 13.14A, B) de assin1ilados, com a calose de injúria suportan-
e, por fim, começam a se dispersar, formando séries do as defesas em taxas variáveis (Evert, 1990b).
ou redes na camada parietal do citoplasma. Nesse A função da lecitina (PP2) não é menos incerta.
momento, o núcleo começa a degenerar. Depois Subunidades de PP2 foran1 encontradas em mo-
que o tonoplasto desaparece, a proteína-P disper- vimento na corrente de assimilados da fonte para
sa é encontrada e1n uma posição parietal no lú1nen o dreno (ver a seguir) e circulando entre elemen-
celular e nos poros da placa crivada (Figs. 13.15 e tos crivados e células companheiras (Golecki et
13.16D; Evert et al., 1973c; Fellows e Geiger, 1974; al., 1999; Dinant et al., 2003). Genes do tipo PP27
Fisher, D. B., 1975; Turgeon et al., 1975; Lawton, D. foram identificados em 16 gêneros de plantas com
M., e Newman, 1979; Deshpande, 1984; Deshpande sementes, incluindo uma gimnospern1a (Picea
e Rajendrababu, 1985; Russin e Evert, 1985; Kno- taeda) e quatro gêneros de Poaceae, e nenhum
blauch e van Bel, 1998; Ehlers et al., 2000), tendo- deles contém PPl. Um gene tipo PP2 também foi
-se tomado os cuidados em perturbar o floema o encontrado e1n un1a planta não vascular, o n1usgo
menos possível durante a amostragem. Se não, com Physcomitrella patens. Parece que proteínas ex-
a liberação dos conteúdos do elemento de tubo cri- pressas pelo gene tipo PP2 podem ter proprieda-
vado pela alta pressão hidrostática no momento em des que não são exclusivamente relacionadas à PPl
que os tubos crivados são injuriados, a proteína- ou a funções vasculares específicas (Dinant et al. ,
-P pode se dispersar pelo lúmen ou acumular, por 2003) . Foi sugerido que PP2 pode atuar na imobili-
força da corrente, como tampão de proteína-P6 zação de bactérias e fungos em regiões lesadas ou
no lado da placa crivada afastado da região de libe- como uma âncora para as organelas que persistem
ração da pressão. ao longo das paredes em elementos de tubo crivado
Em nível de microscopia eletrônica, a proteína- maduros e condutores. Estruturas pequenas, simi-
-P geralmente aparece em filamentos de forma lares a grampos, sugeridas como responsáveis pela
6 O autor mantém a terminologia " slime plugs", que na tra dução
foi modifi cada para tampão de proteína-P, termo mais aceito em 7 Do original em inglês: Genes PP2-Like = genes que expressam
nosso idioma {N.T.). uma proteína quinase PP2.
Floema : tipos celulares e aspectos do desenvolvimento 111 451
, ·('ffl•
<J.
~i:-4«
. 13
' &':'W,
1:' •
... .
~;· . :r.-.
.~ -~ --~
1':}. ••
.. ~.
:'t.'✓-
•.t,!f/j:- .,}.'l,m',:
.-.,,;.,.
'<.<.'-,(.
. ,.~ v
•
., •i;J;.Jr
.• ,,
•~·
;i,,!:"- .l ;l:
jt ••
~~ t~ .i ,:,
,.i-- :;.• (t~
>'l
.
r
' a .;
• i ~•,-•
•••qJ:~; ; •;. ..
~rJ:i,-:!ir ; .• ~"1:.:~ .
1•~;j, .. ~
,-y ~-~ ,.,,,-:.,,,;_ .:.!', .!,;
,. ~ ~J ~f,!'.,l ... ::-,,...... ~
•• .., C' ~.-r-..;,,,.c:,.~·;,,.~
..~,
...'i'.,., , .;,.
"""'... ...
4-$;'
..."
•. . ·l"
.
FIGURA 13.17
Corpúsculos não dispersos de proteína-P. A , Quercus alba. Corpúsculo esférico composto próximo à placa crivada em
um elemento de tubo crivado maduro. B, Quercus alba. Detalhe do corpúsculo esférico. C, Rhus glabra. Corpúsculo
esférico composto em um elemento de tubo crivado maduro. Descritos como "estrelados" por Deshpande e Evert (1970).
D, Robinia pseudoacacia. Vista transversal de corpúsculo em forma de fuso em um elemento de tubo crivado imaturo.
E , R. pseudoacacia. Vista longitudinal do corpúsculo em forma de fuso em um elemento de tubo crivado maduro. F,
Tília americana. Porção de corpúsculo esférico composto. A região periférica (acima) é composta por componentes em
forma de bastão; a região central, mais densa, (abaixo) mostra pouca ou nenhuma subestrutura. Os corpúsculo esféricos
de Quercus e Tília já foram considerados como um nucléolo extrudado. (A-C, e F, reimpresso de Deshpande e Evert,
1970. © 1970, com permissão de Elsevier; D, E , obtido de Evert, 1990b, Figs. 6.16 e 6.17. © 1990, Springer-Verlag.)
452 111 Anatomia das Plantas de Esau
posição periférica dos componentes nos elementos nuclear é por cromatólise, um processo envolven-
crivados maduros, foram encontradas nos elemen- do a perda de conteúdos coráveis (cromatina e nu-
tos de tubo crivado de Viciafaba e Lycopersicum cléolo) e consequente ruptura do envelope nuclear
esculentum (Ehlers et al., 2000). A natureza quí- (Fig. 13.18B). A degeneração picnótica, durante
mica destes "grampos" é desconhecida. a qual a cromatina forma uma massa muito densa
Em alguns táxons (principalmente famílias antes da ruptura do envelope nuclear, foi reportada
lenhosas), a proteína-P dispersa parcialmente ou ocorrer, principalmente, na diferenciação dos ele-
não (corpúsculos não dispersos de proteína- mentos de tubo crivado do protofloema.
-P, Fig. 13.17; ver também 13.36A; Behnke, 1991b). No momento em que os núcleos começam a de-
Inclusões citoplasmáticas, uma vez consideradas generar, as cisternas do retículo endoplasmático
como nucléolos extravasados, são exemplos des- começam a formar pilhas (Figs. 13.18A e 13.19A).
se tipo de proteína-P (Deshpande e Evert, 1970; Durante o processo de empilhamento, o retículo
Esau, 1978a; Behnke e Kiristis, 1983). Frequen- endoplasmático começa a migrar em direção à pa-
temente citados como exemplos de corpúsculos rede e os ribossomos desaparecem das superfícies
não dispersos de proteína-P são os corpúsculos que estão frente a frente em un1a pilha, embora
cristalíferos de proteína-P fusiformes, com ou sem material elétron-denso, possivelmente enzimas, se
cauda, encontrados en1 Fabaceae, anteriormente acumule entre as cisternas (Fig. 13.19A, B). Os ri-
denominados de corpúsculos persistentes de mu- bossomos das superfícies externas das membranas
cilagem pelos microscopistas de luz (Esau, 1969). das pilhas desaparecem concomitantemente com
Foi demonstrado, entretanto, que esses corpúscu- os ribossomos livres do citoplasma. Com o pros-
los de proteína-P são capazes de sofrer rápidas e seguimento da maturação do elen1ento de tubo
reversíveis conversões, controladas pelo cálcio, do crivado, o retículo endoplasmático, agora comple-
"estado dormente" condensado para o estado dis- tamente liso, pode sofrer modificações adicionais
perso, no qual obstruem os tubos crivados (Kno- assunündo formas do tipo enrolada, entrelaçada
blauch et al., 2001). A dispersão dos cristaloides é ou tubular. Na maioria dos elementos de tubo cri-
engatilhada pelo deslocan1ento da membrana plas- vado totalmente maduros, o retículo endoplasmáti-
mática e mudança abrupta do turgor. Foi sugerido co está representado predominantemente por uma
que a habilidade da proteína-P em mudar entre dis- rede complexa - um sistema anastomosado parie-
persa e condensada pode fornecer um mecanismo tal - que se situa próximo à membrana plasmática,
eficiente no controle da condutividade do elemento junto com as organelas sobreviventes e a proteína-
crivado (Knoblauch et. ai., 2001) . Quatro formas -P. Somente dois tipos ele organelas são mantidos,
principais de corpúsculos não dispersivos de pro- os plastíclios e as mitocôndrias (Fig. 13.19C). Nem
teína-P podem ser reconhecidas nos elementos de rnicrotúbulos nem filan1entos de actina foram vis-
tubo crivado de eudicotiledôneas: fusiformes, es- tos em microfotografias eletrônicas de elementos
férico composto, em forma de haste, e semelhan- de tubo crivados maduros, embora ambas, actina
te a roseta (Behnke, 1991b). A grande maioria dos e profilina, que estariam envolvidas na regulação
corpúsculos proteicos não dispersos é de origem da polimerização dos filamentos de actina (Staiger
citoplasmática. Corpúsculos proteicos nucleares et al., 1997), foram encontradas em altos níveis no
não dispersos foram encontrados em duas famílias exsudado de tubo crivado (Guo et al., 1998; Scho-
de eudicotiledôneas, Boraginaceae e Myristicaceae bert et al., 1998).
(Behnke, 1991b), e na famíl ia de monocotiledônea As duas membranas limitantes, membrana plas-
Zingiberaceae (Behnke, 1994). mática e tonoplasto, mostram comportamentos
contrastantes. Enquanto a membrana plasmática
persiste como urna n1embrana seletivamente per-
A degeneração nuclear pode ser cromatolíti- meável, o tonoplasto se rompe e a delimitação en-
ca ou picnótica tre vacúolo e citoplasma parietal desaparece. Com
Um dos principais eventos das etapas finais da on- o ajuste do lúmen elos elen1entos ele tubo crivado
togênese do elemento crivado é a degeneração do sobrepostos e o desenvolvimento dos poros da placa
núcleo. Na maioria das angiospermas - tanto em crivada desobstruídos entre eles, os tubos crivados
eudicotiledôneas (Evert, 1990b) quanto em mono- tornam-se un1 conduto ideal para o fluxo ele solução
cotiledôneas (Eleftheriou, 1990) - a degeneração da corrente de assimilados (Fig. 13.15 e 13.20) .
Floema: tipos celulares e aspectos do desenvolvimento 111 453
FIGURA 13.18
A , elemento de tubo crivado imaturo do protofloema na raiz do tabaco (Nicotiana tabacum) . O empilhamento do
retículo endoplasmático (re) começou, e a maioria dos plastídios (pl) e mitocôndrias (m) está começando a se dis-
tribuir ao longo da parede. O núcleo (n) começou a perder os conteúdos coráveis, e as regiões dos poros das placas
crivadas em desenvolvimento, em ambas as extremidades, estão marcadas pela presença de pares de plaquetas de
calose. Um único plasmodesmo (pd) atravessa as plaquetas, uma plaqueta de cada lado da parede. Outros detalhes:
cg, corpúsculo de Golgi; p, parede entre células de parênquima. B, núcleo parcialmente colapsado (n) em elemento de
tubo crivado imaturo em um estágio posterior em relação a A. As organelas estão agora localizadas ao longo da parede
(p) . (Reimpresso de Esau e Gill, 1972. © 1972, com permissão de Elsevier.)
4 54 111 Anatomia das Plantas de Esau
,,_
. '"' - .
~ . . ... .
... ---- ""'· ' ~ - _J~, .: . ...
FIGURA 13.19
Secções transversais de elementos de tubo crivado do protofloema da raiz de tabaco, imaturos (A, B) e maduros (C)
(Nicotiana tabacum) . A , as cisternas do retículo endoplasmático (re) e as organelas (mitocôndria, m, e plastídios, pi)
já se encontram em uma posição periférica. Cor púsculos de Golgi (cg) e ribossomos abundantes ainda estão presen-
tes. B, detalhe das cisternas do retículo endoplasmático. C, o elemento de t ubo crivado maduro possui uma aparência
transparente. Outro detalhe: p, parede. (A , B, reimpresso de Esau e Gill, 1972. © 1972, com permissão de Elsevier.)
Floema : tipos celulares e aspectos do desenvolvimento 111 455
..
'
.
. ..
·., . . ...,,~,.... .
·:t·..
·. .
.~({ .
2,40 µm 1, 18 µm
1 1 1 1
FIGURA 13.20
Secções longitudinais de porções de elementos de tubo crivado maduros, mostrando a distribuição parietal dos conl-
ponentes citoplasmáticos e placas crivadas com poros desobstruídos. A , Cucurbita maxima. Setas apontam para
a proteína-P. Outros detalhes: CC, célula con1panheira; CP, célula parenquimática. B, Zea mays. Elen1entos de tubo
crivado típicos de monocotiledôneas, conto os do milho, que contêm plastídios de tipo-P (pi), corn cristais de proteína
cuneados. O milho, um membro de Poaceae, não possui proteina-P. (A , obtido de Evert et al., 1973c, Fig. 11. © 1973,
Springer-Verlag; B, cortesia de Michael A. \1/alsh.)
•
•
•
"
•:,
•
•
D E F
0 e Vitis
Daucus
...
....
. ..
....
•....
A B
Ti/ia americana Eucalyptus .
.•
G H I
Calycanthus occidentalis Pyrus communis
FIGURA 13.21
Células companheiras (vistas longitudinais). A , elemen tos de t ubo crivado de Tilia americana com células compa-
nheiras (pontilhadas) que se estendern por todo o comprimento do ele1nento, de placa a placa crivada. B , elemento
de tubo crivado de Eucalyptus, com urna série longa de célu las companheiras. Os corpúsculos densos próximos às
placas crivadas são corpúsculos não dispersos de proteína-P, uma vez considerados nucléolos extrudados. C, elemento
de tubo crivado de Daucus (cenoura), com uma série com três células companheiras. Os pequenos corpos próximos
às placas crivadas são plastídios com amido; o corpo grande é proteína-P. D -F, porções de elementos de tubo crivado
de Vitis; células companheiras hachuradas. G, elementos de tubo crivado com células companheiras de Calycanthus
occidentalis; H , 1, porções de elemen tos de tubo crivado de Pyrus communis, com células companheiras . (A, x255;
B, x230; C, x390; D-F, x95; G-I, xl75. A , obtido de Evert, 1963. © 1963 pela University of Chicago. Todos os direitos
reservados; B, obtido de Esau, 1947; C , adaptado de Esau, 1940. fíilgardia 13(5), 175-226. © 1940 Regents, Univer-
sity of California; D-F, obtido d e Esau, 1948. l-filgardia 18(5) , 217-296. © 1948 Regents, University of California; G,
reproduzido com permissão da University of California Press: Cheadle e Esau, 1958. Univ. Calif. Publ. Bot. © 1958,
The Regents of the University of California; H, I, reproduzido com permissão da University of California Press: Evert,
1960. Univ. Calif. Publ. Bot. © 1960, The Regents of the University of California.)
ocorrem em séries verticais (séries de células 13.21A); outras são mais curtas que o elemento de
companheiras; Fig. 13.21B, C), que é o resultado tubo crivado (Fig. 13.21D-I; Esau, 1969). A relação
de divisões de sua precursora imediata. As células ontogenética das células companheiras com os ele-
companheiras também variam em tamanho. Algu- mentos de tubo crivado geralmente é considerada
mas - tanto as células individuais como as em séries como uma característica específica dessas células,
- são do mesmo comprin1ento que o elemento de embora alguns elementos parenquin1áticos frequen-
tubo crivado com as quais estão relacionadas (Fig. temente considerados como células companheiras
Floema : tipos celulares e aspectos do desenvolvimento 111 457
podem não serem derivados da mesma célula-mãe nificadas e, geralmente, as células companheiras
que seus elementos de tubo crivado associados (por colapsam quando seus elementos de tubo crivado
exemplo, em nervuras longitudinais da lâmina foliar associados morrem. A esclerificação de células
de milho; Evert et ai., 1978). A relação, entretanto, c01npanheiras foi referida no floema não condu-
é típica em angiospermas, e a presença de células tor de Carpodetus serratus (Brook, 1951) e Tilia
companheiras está incluída na definição do elemen- americana (Evert, 1963). Nas nervuras de peque-
to de tubo crivado contrapondo-se com a célula cri- no porte ele folhas maduras de várias eudicotileclô-
vada. neas herbáceas, as células companheiras possuem
Enquanto o protoplasto do elemento de tubo projeções irregulares de material de parede, que
crivado sofre uma autofagia seletiva e assume uma é típico de células de transferência (ver a seguir;
aparência transparente durante sua ontogenia, o Pate e Gunning, 1969) .
protoplasto da célula companheira geralmente au- Considerando que no elemento de tubo criva-
menta em densidade conforme chega à maturidade. do maduro falta o núcleo e ribossomos, há muito
O aumento em densidade é devido, em parte, a um se pressupõe que esses elementos dependam das
aumento na densidade da população de ribossomos células companheiras para sua subsistência, e que
(polissomo) e em parte ao aumento na densidade as moléculas informacionais, proteínas e ATP ne-
do próprio citosol (Behnke, 1975; Esau, 1978b). A cessários para sua manutenção são liberados via
célula companheira madura também contém nume- conexões poro-plasmodesmos (referidas como
rosas mitocôndrias, retículo endoplasmático rugoso, "unidades poro-plasmoclesmos" por alguns pes-
plastídios, e um núcleo proeminente. Nos plastídios quisadores; van Bel et al., 2002) das paredes tubo
das células companheiras caracteristicamente fal- crivado-células companheiras. A interdependência
ta amido, embora exista1n algu1nas exceções: (por dessas duas células é ainda apoiada pelo fato de
exemplo, em Cucurbita, Esau e Cronshaw, 1968; que ambas param de funcionar e morrem ao mes-
Amaranthus, Fisher, D. G., e Evert, 1982; Solanum, mo tempo. Claramente a célula companheira é o
McCauley e Evert, 1989). As células são vacuoladas sistema de suporte da vida do ele1nento ele tubo
em vários graus. crivado.
As células companheiras estão intimamente co- Microinjeções com sondas fluorescentes mar-
nectadas com seus elementos de tubo crivado por cadas nas células companheiras ou nos tubos cri-
numerosas conexões citoplasmáticas, consistindo vados revelaram que o tamanho linüte ele exclu-
de um poro do lado da parede do elemento de tubo são dos plasmodesmos nos complexos maduros de
crivado e plasmodesmos muito ramificados no lado tubo crivado-célula companheira é relativamente
da célula companheira (Fig. 13.22). Durante o de- grande - entre 10 e 40 kDa - e que o 1novimento
senvolvimento dessas conexões, uma calose apare- entre a célula companheira e o elemento de tubo
ce na região do futuro poro na parede do lado do crivado ocorre em ambas as direções (Kempers e
elemento de tubo crivado (Fig. 13.22A). A fornlação van Bel, 1997). Uma forte evidência indica que as
do poro é iniciada com o desenvolvi1nento de uma proteínas sintetizadas nas células companheiras
cavidade mediana na região da lamela média, e a circulam entre as células companheiras e os ele-
fornlação de plasmodesmos ramificados está asso- mentos de tubo crivado (Thonlpson, 1999), e que
ciada com o incremento da parede celular no lado plantas transgênicas que expressam a proteína
da célula companheira (Deshpancle, 1975; Esau e verde-fluorescente (PVF) - presumivelmente sin-
Thorsch, 1985). Portanto, esses plasmodesmos ra- tetizada nas células companheiras - demonstra-
mificados não são plasmodesmos secundários, mas ram o movimento da PVF através da planta pela
sim plasmoclesmos primários modificados (Capítulo corrente de assi1nilados (Imlau et ai., 1999). So-
4). Presume-se geralmente que a rede parietal de mente foran1 identificadas poucas das estimadas
retículo endoplasmático do elemento de tubo criva- 200 proteínas endógenas solúveis presentes no ex-
do maduro esteja conectada com o retículo endo- sudado do floema ou seiva do tubo crivado. Entre
plasmático da célula c01npanheira via clesmotúbulos elas estão as ubiquitinas e as chaperonas, que es-
na parede da célula companheira. tariam envolvidas na movimentação de proteínas
Caracteristicamente, as paredes das células nos elementos de tubo crivado maduros (Schobert
co1npanheiras não são nem esclerificadas nem lig- et al., 1995). Enquanto algumas proteínas floemá-
4 58 111 Anatomia das Plantas de Esau
"
....,••.
1'r,eJ/
..,.
t~ ..;!'...
~·,i"t"·
~
~
-:ü~
't"f.~,.'•
•-,:•1.
1~ts· - ,~
't'"
SE
. B
'··'
.. ·"'
...,.,. ,".:ti
'
• '
re
0,15pm
ET e CC ET 1 1 D
FIGURA 13.22
Vistas longitudinais de conexões poro-plasmodesmos. A , conexões imaturas e B , maduras nas paredes dos elementos
de tubo crivado e células companheiras nos entrenós do algodão (Gossypium hir sutum). Note os plasmodesmos
ramificados no lado da parede da célula companheira. A , durante o desenvolvimento, a deposição de calose é limitada
aos plasmodesmos (futuros poros) no lado da parede do elemento de tubo crivado. B, neste elemento de t ubo crivado
maduro o poro é parcialmente contraído pela (presumivelmente) calose de injúria. C, conexões poro-plasmodesmos
nas porções espessadas da parede celular do elemento de t ubo crivado-célula companheira numa nervura de menor
por te da folha do algodão americano (Populus deltoides). Os plasmodemos são altamente ramificados na parede da
célula companheira. D, conexões poro-plasmodesmos na parede em comum entre um elemento de tubo crivado e a cé-
lula companheira em uma nervura da folha da cevada (Hordeum vulgare) . Um agregado do retículo endoplasmático
associado com os poros do lado do elemento de tubo crivado. Detalhes: c, calose; CC, célula companheira; dt, desmo-
túbulo; re, retículo endoplasmático; mp, membrana plasmática; ET, elemento de tubo crivado. (A , B, obtido de Esau
e Thorsch, 1985; C, obtido de Russin e Evert, 1985; D , obtido de Evert et ai., 1971b, Fig. 4. © 1971, Springer-Verlag.)
Floema : tipos celulares e aspectos do desenvolvimento 111 459
ticas podem atuar como moléculas de sinalização a de uma membrana de permeabilidade seletiva é
longa distância, muitas provavelmente têm função essencial para a osmose, que é a força geradora
na manutenção dos elementos de tubo crivado. para o mecanisn10 operar; daí a necessidade de
um conduto vivo. Em relação ao mecanismo de
O MECANISMO DE TRANSPORTE FLOE- fluxo sob pressão gerado osmoticamente, amem-
,
MATICO EM ANGIOSPERMAS brana plasmática é o componente celular mais im-
Originalmente proposto por Ernst Münch (1930) e portante. A água entra e sai do tubo crivado por
modificado por outros (ver a seguir; Crafts e Crisp, osmose ao longo de todo seu comprin1ento. Pou-
1971; Eschrich et al., 1972; Young et al., 1973; van cas, se algumas, das moléculas de água originais
Bel, 1993), o mecanismo de fluxo sob pressão que entram no tubo crivado na fonte encontram
gerado osmoticamente é amplamente aceito seu caminho até o dreno, porque elas são troca-
para explicar o fluxo de assimilados através dos das por outras moléculas de água que entram no
tubos crivados das angiospermas entre as fontes tubo crivado a partir do apoplasto floemático ao
dos assimilados e os sítios de utilização, ou os dre- longo do caminho (Eschrich et al., 1972; Phillips
nos, desses assimilados. Os assimilados seguem e Dungan, 1993). A água que sai do tubo crivado
um padrão fonte-dreno. As principais fontes (rede no dreno é recirculada no xilema (Kõckenberger
de exportadores) de assimilados são as folhas fo - et al., 1997) . Ao longo de todo o caminho, os foto-
tossintetizantes, embora os tecidos de reserva assimilados originados das folhas são removidos
possam atuar como importantes fontes. Todas as para manter os tecidos maduros e suprir as neces-
partes da planta incapazes em adquirir sua pró- sidades de tecidos em crescilnento (por exemplo,
pria nutrição podem atuar como drenos, incluindo o câmbio vascular e suas derivadas imediatas).
tecidos meristemáticos, partes subterrâneas (por Além disso, quantidades substanciais de fotoas-
exemplo raízes, tubérculos, rizomas), frutos , se- similados geralmente escapam, ou vazam, dos tu-
mentes, e a maioria das células parenquimáticas bos crivados ao longo do caminho (Hayes et al.,
do córtex, medula, xilema e floema. 1987; Minchin e Thorpe, 1987).
Explicando de maneira simplificada, o meca- O funcionamento do floema na distribuição de
nismo de fluxo sob pressão gerado osmoticamente fotoassimilados por toda a planta depende da coo-
opera como segue (Fig. 13.23). Açúcares entram peração entre os elementos de tubo crivado e suas
nos tubos crivados na fonte pron1ovendo um au- células companheiras (van Bel, 1996; Schulz, 1998;
mento de concentração de soluto nesses tubos. Oparka e Turgeon, 1999). A natureza da coopera-
Com o aumento da concentração do soluto, o po- ção é refletida em parte pelo tamanho relativo dos
tencial h ídrico diminui, e a água elo xilema entra tubos crivados e células companheiras ao longo
no tubo crivado por osmose. A remoção do açú- do caminho. No floema coletor das nervuras de
car no dreno tem o efeito oposto. Lá, a concen- pequeno porte de folhas fontes (as pequenas ner-
tração do soluto cai, o potencial hídrico aumenta vuras embebidas no mesofilo ou tecido fundamen-
e a água deixa o tubo crivado. Com o movimento tal fotossintetizante) as células companheiras são
da água para o interior do tubo crivado na fonte geralmente maiores que os seus ele1nentos de tubo
e a sua saída no dreno, as moléculas de açúcar crivado, geralmente diminutos (Fig. 13.24-13.26;
são carregadas passivamente pela água ao longo Evert, 1977, 1990b) . A diferença de tamanho é
de um gradiente de concentração por um fluxo de considerada um reflexo da ativa atuação das célu-
volume, ou massa, entre a fonte e o dreno (Es- las companheiras na coleta ou retirada (contra um
chrich et al., 1972). gradiente de concentração) de fotoassimilados,
No modelo original do fluxo sob pressão de que serão, então, transferidos para os elementos de
Münch, os tubos crivados foran1 considerados tubo crivado via conexões poro-plasmodesmos das
como condutos impermeáveis. Na verdade, o tubo paredes tubo crivado-célula companheira. Esse
crivado entre a fonte e o dreno é delimitado por processo ativo é denominado carregamento do
uma membrana de permeabilidade seletiva, a floema (ver a seguir).
membrana plasmática, não somente na fonte e no No descarregamento do floema elos drenos
dreno, mas ao longo de todo o caminho (Eschrich terminais, as células companheiras são muito re-
et al. , 1972; Phillips e Dungan, 1993) . A presença duzidas ou totalmente ausentes (Offler e Patrick,
460 11 1 Anatomia das Plantas de Esau
Fluxo de
água entre o
xilema e o
floema
Tubo
crivado
88
LJ Célula companheira
Célula
fotosintética
da fo lha
• •• • •
• -~rn<J-• • •
• •
• • -+;;:rn<]- • • •
Vacúolo
• • •• •
:1i---<l
BB
- • · 1-+-----t----
• ••
•
n Fonte
• Fluxo da solução
de açúcares da
fonte para o dreno
na corrente de
assimilados
• •
• • •
••
• • •
•
• • •
t
Vaso r Célula Tubo
da raiz crivado
Fluxo de água na Dreno
corrente de t ra nspiração
FIGURA 13.23
Diagrama do mecanismo da pressão de fluxo osmoticamente gerada. Os pontos representam as moléculas de açúcar
que têm sua origem nas células fotossintetizantes da folha (fonte). O açúcar é carregado no tubo crivado via células
companheiras da fonte. Com o aumento na concentração de açúcares, o potencial da água diminui e a água entra no
t ubo cr ivado por osmose. O açúcar é removido (descarregado) no dreno, e a concentração de açúcar cai; como resulta-
do, o potencial da água aumenta, e a água sai do tubo crivado. Com o movimento da água para dentro do tubo crivado
na fonte e para fora dele no dreno, as moléculas de açúcar são transportadas passivamente ao longo do gradiente de
concentração entre a fonte e o d reno. A água entra e sai do tubo crivado ao longo da rota da fonte para o d reno. Evidên-
cias indicam que poucas, se alguma, das moléculas originais de água que entram nos t ubos crivados na fonte o fazem
em direção ao dreno, porque estas são trocadas com outras moléculas de água que entram no tubo crivado a partir do
apoplasto do floema ao longo dessa rota. (A partir de Raven et ai., 2005.)
Floema : tipos celulares e aspectos do desenvolvimento 111 461
...
<
i
1 .•
pf
bf
,i .
_,,,. .!o.:.'\
• :.{,:o
bf
bf
2
1 µm 1
FIGURA 13.25
Secção transversal de porção da nervura de menor porte da folha da beterraba (Beta vulgaris) . Neste plano de secção
a nervura contém quatro tubos crivados (t) e sete células companheiras "ordinárias" (cc), isto é, células cornpanheiras
sem projeções da parede. Esta é uma nervura de menor calibre do tipo 2 e um carreador do floema apoplástico. Outros
detalhes: bf, célula da bainha do feixe; pf, célula do parênquima floemático; et, elemento traqueal; pv, célula do parên-
quima vascular. (Obtido de Evert e Mierzwa, 1986.)
A FOLHA FONTE E O FLOEMA DA NERVU- mente, a maior nervura se estende ao longo do eixo
RA DE PEQUENO PORTE da folha como uma nervura mediana. A nervura
Como mencionado anteriormente, folhas 1naduras 1nediana, junto com seu tecido fundamen tal asso-
fotossintetizantes são as principais fontes da plan- ciado, forn-la a assim denominada nervura central
ta. Na maioria das angiospermas, que não monoco- de tais folhas. Outras nervuras um pouco menores
tiledôneas, os feixes vasculares, ou nervuras, da fo - ramificando-se a partir da nervura mediana tam-
lha estão arranjados em um padrão ramificado, com bém estão geralmente associadas ao tecido da ner-
sucessivas nervuras ramificando-se de outras um vura central. Todas as nervuras associadas com as
saliências que se sobressaem na superfície da folha
pouco maiores. Esse tipo de arranjo das nervuras é
conhecido como venação reticulada. Frequente- (mais comuns na superfície inferior da folha) são
denominadas nervuras principais. As pequenas
Floema : tipos celulares e aspectos do desenvolvimento 111 463
FIGURA 13.26
Secção transversal de uma porção de uma nervura de pequeno porte da folha da tagete (Tagetes patula). Neste plano
de secção, a nervura contém dois tubos crivados (te) e três células companheiras (cc) com invaginações da parede,
isto é, as células companheiras são células de transferência, ou células do tipo-A (Pate e Gunning, 1969). Esta é uma
nervura de pequeno porte tipo 2b e um carregador apoplástico do floema. Outros detalhes: cb, célula da bainha do
feixe; cpf, célula parenquimática do flo ema; t, elemento traqueal; cpv, célula parenquimática vascular.
nervuras da folha que estão mais ou menos embe- As nervuras de pequeno porte cumprem o prin-
bidas no tecido do mesofilo e não estão associadas cipal papel na coleta de fotoassimilados. Antes de
co1n as saliências são denominadas de nervuras serem retirados pelos complexos de tubo crivado-
de pequeno porte. As nervuras de pequeno por- -célula conlpanheira das nervuras de pequeno por-
te estão completamente envolvidas pela bainha do te, os fotoassimilados produzidos nas células do
feixe consistindo de células compactamente arran- mesofilo e destinados a serem exportados a partir
jadas. Em folhas de eudicotiledôneas, as células da da folha precisam antes atravessar as bainhas dos
bainha do feixe co1numente são parenquilnáticas feixes que os envolvem. A partir dos tubos crivados
e podem ou não ter cloroplastos. O xilema geral- das nervuras de pequeno porte, os fotoassimilados,
mente ocorre na superfície superior da nervura e o que estão em solução na seiva do tubo crivado, flui
floema na superfície inferior (Figs. 13.25 e 13.26). pelas nervuras sucessivamente mais largas e final-
464 111 Anatomia das Plantas de Esau
mente pelas nervuras principais - transporte nas consideradas como carregadoras simplásticas, e as
nervuras - para a exportação a partir da folha. Por- espécies do tipo 2, com escassez de tais conexões,
tanto, a corrente de assimilados é análoga à uma como carregadoras apoplásticas (Gamalei, 1989,
bacia hidrográfica onde pequenas correntes vão ali- 1991, 2000; van Bel, 1993; Grusak et al., 1996; Tur-
mentando sucessivamente maiores correntes. geon, 1996).
Embora o mecanismo do carrega1nento apo-
plástico há muito seja bem conhecido (ver a se-
Vários tipos de nervuras de pequeno porte
guil), u1na explicação para o carregamento sim-
ocorrem em folhas de dicotiledôneas plástico envolvendo transpor te ativo através dos
As nervuras de pequeno porte das folhas de "dico- plasmodesmos é inexistente. Con10 observado por
tiledôneas" (magnoliídeas e eudicotiledôneas) va- Turgeon e Medville (2004), "o transporte ativo de
riam em sua estrutura e no grau da continuidade pequenas moléculas através dos plasmodesmos é
simplástica de seus con1plexos de tubo crivado- desconhecido, e a difusão contra um gradiente de
-célula companheira com outros tipos de células concentração é impossível".
da folha. Em algumas plantas, a frequência dos
plasmodesmos entre as células da bainha do feixe
e as células companheiras é abundante ou mode- As espécies tipo 1 com células companheiras
rada, enquanto em outras, os plasmodesmos não especializadas, denominadas células inter-
são frequentes nessa interface (Gamalei, 1989, mediárias, são carregadoras simplásticas
1991). Nesse sentido, dois tipos básicos de nervu- As nervuras de pequeno porte de algumas espé-
ras de pequeno porte foram reconhecidos (Gama- cies do tipo 1 são caracterizadas pela presença de
lei, 1991). Aqueles com abundantes plasn1odesmos células companheiras especializadas denominadas
na interface bainha do feixe-célula companheira células intermediárias (Fig. 13.24). Geralmente
(>10 plasmodesmos por µm2 de interface) são de- são células grandes tendo citoplasma denso com
nominados de tipo 1 e aqueles com poucos plas- um extensivo labirinto de retículo endoplasmático,
modesmos na interface são denominados t ipo 2. numerosos vacúolos pequenos, plastídios imaturos
As nervuras de pequeno porte tipo 1 são denomi- e campos de plasmosdemos altamente ramifica-
nadas de abertas, e as do tipo 2, fechadas. As dos que se conectam às células da bainha do feixe
nervuras com moderado contato plasmodesmá- (Turgeon et al., 1993). Somente oito famílias com
tico entre as células da bainha do fe ixe e as cé- células intermediárias "verdadeiras" foram iden-
lulas companheiras (<10 plasmodesmos por µ.m2 tificadas até o mon1ento: Acanthaceae, Celastra-
de interface) são intermediárias entre os tipos 1 ceae, Cucurbitaceae, Hydrangaceae, Lamiaceae,
e 2 e são denominadas tipo 1-2a (Arabidopsis Oleaceae, Scrophulariacae e Verbenaceae (ver re-
thaliana é uma espécie tipo 1-2a; Haritatos et al., ferências em Turgeon e Medville, 1998, e Turgeon
2000). Duas subcategorias do tipo 2 são distingui- et ai., 2001) .
das: tipo 2a , com esporádicos contatos plasmo- A presença de células intermediárias se1npre
desmáticos (<l por µm 2 de interface), e tipo 2b, está correlacionada com o transpor te de grandes
com quase sem contatos plasmodesmáticos (<0,1 quantidades de rafinose, estaquiose, além de al-
por µ.m2 de interface) . Assim, o intervalo da fre- guma sacarose (Turgeon et al., 1993). As espé-
quência plasmodesmática na interface bainha do cies com células intermediárias são consideradas
feixe-célula companheira entre o tipo 1 e o tipo 2b como carregadoras simplásticas (Turgeon, 1996;
é cerca de 3 ordens de magnitude. Beebe e Russin, 1999), e foi proposto um meca-
Em virtude da grande variação, entre espécies, nismo de armadilha de polímero para explicar
na frequência de plasmodesmos na interface bai- o carregamento do floema envolvendo as células
nha do feixe - célula companheira das nervuras intermediárias (Turgeon, 1991; Haritatos et ai.,
de pequeno porte - se originou o conceito de que 1996). Resumindo, a sacarose sintetizada no me-
existen1 dois mecanismos de carregan1ento do floe- sofilo se difunde via plasmodesmos, das células
ma: o simplástico e o apoplástico (van Bel, 1993). do mesofilo para as células da bainha do feixe, e,
As espécies tipo 1, com abundantes plasmodesmos em seguida, para as células intermediárias. Nas
conectando as células companheiras das nervuras células intermediárias, a rafinose e a estaquiose
de pequeno porte con1 as bainhas dos feixes, são são sintetizadas a partir da sacarose, manten-
Floema : tipos celulares e aspectos do desenvolvimento 111 465
do, assim, o gradiente de concentração entre as enquanto emArabidopsis (Stadler e Sauer, 1996;
células do mesofilo e as células intermediárias. Gottwald et al., 2000) e Plantago major (Stadler
As moléculas de rafinose e estaquiose são muito et al. , 1995), o transportador de sacarose (SUC2)
grandes para se difundirem de volta, por meio dos é especificamente expressado nas células compa-
plasmodesmos, para as células da bainha do feixe nheiras. A H+-ATPase da membrana plasmática
e, portanto, se acumulam de forma a aumentar a também foi localizada nas células companheiras
concentração nas células intermediárias. Das cé- de Arabidopsis (DeWitt e Sussman, 1995). A lo-
lulas intermediárias, a rafinose e a estaqu iose se calização diferenciada do transportador de saca-
difundem para os tubos crivados por meio das co- rose pode indicar que, em alguns carregadores
nexões poro-plasmodesmos de suas paredes em apoplásticos, a retirada de sacarose ocorre via
comum e são levadas para a corrente de assimila- membrana plasmática do elemento crivado e em
dos pelo fluxo de massa. outros, via membrana plasmática das células com-
Os dados sobre espécies tipo 1 que não apre- panheiras. Assim, ao contrário daquelas espécies
sentam células intermediárias são limitados. tipo 1, nas quais o açúcar é concentrado pela ener-
As poucas espécies desse tipo que foram inves- gia usada na síntese de rafinose e estaquiose nas
tigadas são carregadoras apoplásticas. Nestas, células intermediárias, as espécies tipo 2 usam a
incluem-se Liriodendron tulipifera (Magnolia- energia para concentrar o açúcar via um cotrans-
ceae) (Goggin et al., 2001), Clethra barbinervis8 porte sacarose-próton na membrana plasmática.
e Liquidambar stryraciflua (ambas Altingiace- As células companheiras das nervuras de pe-
ae) (Turgeon e Medville, 2004). As três espécies queno porte do tipo 2a têm paredes lisas e fre-
transportam sacarose quase exclusivamente. Ob- quentemente são referidas como células com-
via1nente, somente a frequência dos plasmosdes- panheiras comuns (Fig. 13.25). Aquelas das
mos não pode ser usada como uma indicadora da nervuras de pequeno porte do tipo 2b têm proje-
estratégia de carregamento do floema. Os resulta- ções das paredes e, portanto, são células de trans-
dos de tais estudos motivaram Turgeon e Medville ferência (Fig. 13.26).
(2004) a proporem que o carregamento simplásti- En1 algumas espécies, dois tipos de células de
co pode estar restrito a espécies que transportam transferência ocorrem no .floema das nervuras de
polímeros em quantidade, tais como os oligossaca- pequeno porte. Designadas tipo-A e tipo-B (Pate
rídeos, da família rafinose, e que outras espécies, e Gunning, 1969), as primeiras são células com-
não ilnportando o número de plasmodesmos de panheiras e as últimas são células de parênquima
suas nervuras de pequeno porte, podem carregar floemático. Ou células-A ou células-E, ou ambas,
via apoplasto. pode1n estar presentes na nervura de pequeno
porte (Fig. 7.5), dependendo da espécie.
As espécies com nervuras de pequeno por- As nervuras de pequeno porte de Arabidopsis
thaliana, uma espécie tipo 2a, têm células tipo-B
te tipo 2 são carregadoras apoplásticas e células companheiras con1uns (Haritatos et al.,
Como mencionado anteriormente, o mecanismo
2000). Observando que células tipo-B formam nu-
de carregamento apoplástico está bem estabele- merosos contatos tanto com as células da bainha
cido. A sacarose é o principal açúcar a ser trans-
quanto com as células companheiras, Haritatos et
portado por carregadores apoplásticos. O carre-
al. (2000) sugeriram que a rota mais provável de
gamento apoplástico de moléculas de sacarose
transporte de sacarose nas nervuras de peque-
envolve o cotransporte sacarose-próton, que é no porte em Arabidopsis é da bainha do feixe
energizado pela ATPase da membrana plasmática
para as células do parênquima floemático (célu-
e mediado pelo transportador da sacarose loca- las tipo-B) por n1eio dos plasmodesmos, seguida
lizado na membrana plasmática (Lalonde et al.,
pelo fluxo para o apoplasto através da membrana
2003). Na batata, no tomate e no tabaco, o trans-
plasmática que delimita as projeções da parede e
portador de sacarose da folha (SUTl) se localiza é carregada por um mediador para os complexos
na membrana plas1nática do elemento crivado,
elemento ele tubo-célula crivada.
não na da célula companheira (Kühn et al., 1999),
FIGURA 13.29
Secções transversais de células crivadas maduras no hipocótilo de Pinus resinosa. A , mostra núcleo necrótico (n)
margeado por um grande agregado de retículo endoplasmático (re). B, ilustra a distribuição típica dos componentes
celulares das células crivadas maduras, incluindo retículo endoplasmático (re), mitocôndria (m), e plastídios (pi).
Note a aparência lamelar das paredes (p) . (Obtido de Neuberger e Evert, 1974.)
go da vida da célula crivada (Neuberger e Evert, la nas áreas crivadas das células crivadas senes-
1975, 1976; Schulz, 1992). Numerosos elementos centes, e finalmente desaparece após a morte da
do retículo endoplasmático tubular atravessam célula crivada.
os poros delineados pela membrana plasmática
e cavidades medianas, unificando os agregados Entre as gimnospermas há pouca variação na
de ambos os lados da parede (Fig. 13.30) . Note diferenciação das células crivadas
que diferente dos poros das áreas crivadas das Da mesma fornla como ocorre com os elementos
angiospermas, que são contínuos através da pa- de tubo crivado jovens, as células crivadas jovens
rede em comum, os poros das áreas crivadas das contêm todos os componentes característicos de
gimnospermas se prolonga1n apenas até a metade células vegetais nucleadas jovens. De forma seme-
da cavidade mediana. A calose pode ou não con- lhante, a célula crivada passa por uma autofagia
tornar os poros das células crivadas condutoras e, seletiva durante a maturação, resultando em de-
quando presente, provavelmente é uma calose de sorganização e/ou desaparecimento da maioria dos
injúria. A calose definitiva geralmente se acunlu- componentes celulares, incluindo núcleo, ribosso-
470 111 Anatomia das Plantas de Esau
gados do retículo endoplasmático que circundam En1 muitas eudicotiledôneas algumas células
as áreas crivadas (Sauter, 1976, 1977). Tal papel parenquimáticas podem se originar das n1esmas
para o retículo endoplasmático ainda é sustentado células-mãe que os elementos de tubo crivado
pelo seu tingimento com o corante catiônico DiOC (mas antes que as células companheiras sejam
(Schulz, 1992). O DiOC presumivelmente 1narca formadas) . Células parenquimáticas, principal-
membranas que possuem um significativo poten- mente aquelas relacionadas ontogeneticamente
cial de membrana com uma carga negativa em seu com os elementos de tubo crivado, podem mor-
interior (Matzke e Matzke, 1986). Foi sugerido que rer no final do período funcional dos elementos
o retículo endoplasmático das células crivadas é de tubo crivados a que estão associadas. Assim,
capaz de regular o gradiente a longa distância de as células parenquimáticas podem interagir junto
assimilados reestabelecendo o gradiente em cada com as células companheiras na sua relação com
dreno (Schulz, 1992). Schulz (1992) notou que (1) os elementos de tubo crivado, e ambas não são
a atividade dos nucleosídeos trifosfatases nos com- sempre distinguíveis uma da outra mes1no em ní-
plexos ou agregados de retículo endoplasmático, vel de microscópio eletrônico (Esau, 1969) . As cé-
(2) a presença de um gradiente de prótons atra- lulas parenquimáticas quanto mais próximas on-
vés dessas membranas e (3) a grande superfície togeneticamente aos ele1nentos de tubo crivado,
de men1brana sugerem que o transporte do floema tanto mais se assemelham às células companhei-
em gimnospermas não apenas dependa do carre- ras tanto em aparência quanto em frequência das
gamento na fonte folhas e descarregamento nos conexões citoplasmáticas com os elementos de
drenos, mas também necessita de passos que con- tubo crivado. A conexão simplástica das células
somem energia ao longo do caminho do transporte. parenquimáticas con1 os elementos de tubo cri-
vado é ampliada largamente, porém, através das
CÉLULAS PARENOUIMÁTICAS células companheiras.
O floema possui uma quantidade variável de célu- No floema condutor, o parênquima floemático
las parenquimáticas diferentes das células com- e as células do parênquima radial aparentemente
panheiras e das células de Strasburger. Células apresentam paredes primárias não lignificadas.
parenquimáticas contendo várias substâncias, tais Em alguns casos, onde as células parenquimáticas
como amido, taninos e cristais, são componentes estão em contato com as fibras, estas podem de-
comuns no floema. Células parenquimáticas que senvolver paredes secundárias lignificadas. Após o
formam cristais podem ser subdivididas em célu- tecido parar de conduzir, as células parenquimá-
las n1enores, cada qual contendo um único cristal ticas podem permanecer imutáveis ou podem se
(Fig. 13.3D) . Tais células cristalíferas subdividi- tornar esclerificadas. Em muitas plantas, eventu-
das estão comumente associadas a fibras ou escle- ahnente o felogênio origina-se no floema (Capítulo
reídes e possuem paredes secundárias lignificadas 15). Este é formado pelo parênquima floemático e
(Nanko et al., 1976). pelo parênquima radial.
As células parenquimáticas do floema primário
são alongadas e estão orientadas, como os elemen- CÉLULAS ESCLERENOUIMÁTICAS
tos crivados, com o seu maior eixo paralelo com a A estrutura fundan1ental de fibras e esclereídes,
extensão longitudinal do tecido vascular. No floe- sua origem e seu desenvolvimento foram abordados
ma secundário (Capítulo 14), as células parenqui- no Capítulo 8. As fibras são componentes comuns
máticas ocorrem em dois sistemas: o sistema axial tanto do floema primário quanto do secundário. No
e o radial, e são classificadas como células do pa- floema primário, as fibras ocorrem na porção n1ais
rênquima axial , ou células parenquimáticas externa do tecido; no floema secundário, ocorrem
do floema e células do parênquima radial. O em vários padrões de distribuição entre as outras
parênquima axial pode ocorrer em série parenqui- células floemáticas do sistema axial. Em algumas
máticas ou como células parenquimáticas únicas, plantas, as fibras são geralmente lignificadas; em
fusiformes. Uma série parenquimática resulta de outras, não. As pontoações em suas paredes são
divisões de uma célula precursora em duas ou mais geralmente simples, mas podem ser levemente
células. As células parenquin1áticas radiais consti- areoladas. As fibras poden1 ser septadas ou não
tuem os raios floemáticos. septadas e podem ser vivas ou não na maturidade.
Floema : tipos celulares e aspectos do desenvolvimento 111 473
As fibras vivas funcionam con10 células de reser- elemento crivado (por exen1plo em Vitis, Esau,
va como são no xilema. Fibras gelatinosas também 1948; no metafloen1a de palmeiras, Parthasarathy
ocorrem no floema. Em muitas espécies, as fibras e Tomlinson, 1967). Em Smilax rotundifolia é a
primárias e secundárias são longas e usadas como célula companheira que forma tiloides, que pos-
fonte comercial de fibra (Linum, Cannabis, Hi- teriormente pode se tornar esclerificada (Ervin
biscus) . e Evert , 1967). Em um estudo sobre o floema se-
As esclereídes também são frequentemente en- cundário de seis árvores florestais da Nigéria, fo-
contradas no floema. Podem ocorrer em combina- ram encontrados tiloides no floema secundário de
ção com fibras ou estarem isoladas, e podem estar todas as árvores que normalmente formam tilos
presentes tanto no sistema axial quanto no radial (Lawton e Lawton, 1971).
do floema secundário. As esclereídes geralmente Os elementos crivados de vida mais curta são
se diferenciam em porções mais velhas do floema, aqueles do protofloema, que em seguida são subs-
como resultado da esclerificação das células pa- tituídos pelos elementos crivados do metafloema.
renquimáticas. Essa esclerificação pode ou não ser Em partes da planta com pouco ou nenhum cres-
precedida pelo crescimento intrusivo das células. cimento secundário, a maioria dos elementos cri-
Durante tal crescimento, as esclereídes tornam- vados do metafloema permanece funcional pelo
-se geralmente ramificadas ou podem se alongar. A tempo de vida da parte onde ocorrem, uma ques-
distinção entre fibras e esclereídes nem sempre é tão de meses. Nos rizomas de Polygonatum cana-
precisa, especialmente se as esclereídes são longas liculatum e Typha latifolia e nos caules aéreos
e afiladas. As células intermediárias são denomi- de Smilax hispida e Smilax latifolia (todas as
nadas de fibroesclereídes. quatro espécies são monocotiledôneas perenes),
muitos elementos de tubo crivado do metafloema
LONGEVIDADE DOS ELEMENTOS permanecem funcionais por dois ou mais anos
CRIVADOS (Ervin e Evert, 1967, 1970). Em Smilax hispida
O comportamento dos elementos crivados e célu- alguns elementos de tubo crivado maduros de 5
las vizinhas, durante a transição da condição de anos ainda estavam vivos (Ervin e Evert, 1970).
floema condutor a não condutor, foi identificado Isto é inexpressivo quando comparado com os ele-
há muito tempo (Esau, 1969). Frequentemente o mentos de tubo crivados viventes por décadas de
primeiro sinal do término da função dos elemen- algun1as palmeiras (Parthasarathy, 1974b).
tos crivados é o surgin1ento da calose definitiva Em muitas espécies de angiospermas lenhosas
nas áreas crivadas. A calose, que pode ser acun1u- de região temperada, os elementos de tubo criva-
lada em grandes quantidades, geralmente desapa- do do floema secundário funcionam somente du-
rece completamente algum tempo depois que os rante a estação na qual são formados, tornando-se
conteúdos protoplasmáticos do elemento crivado não funcionais no outono, de forma que no floema
se degeneraram. Como mencionado previamente, faltam tubos crivados maduros vivos durante o
a morte dos elementos crivados é acompanhada inverno (Capítulo 14) . Padrões similares de cres-
pela morte de suas células companheiras ou de cünento foran1 reportados para algumas espécies
Strasburger e algumas vezes também de outras subtropicais e tropicais. Por outro lado, em algu-
células parenquimáticas. Com a perda da pressão mas angiospermas lenhosas um grande número
de turgor pela degeneração dos ele1nentos criva- de elementos de tubo crivado secundários pode
dos e ajustes de crescimento dentro do tecido, os funcionar por duas ou mais estações (por exem-
elementos crivados e as células parenquimáticas plo, por cinco anos em Tilia americana, Evert,
intimamente relacionadas podem colapsar e se 1962; 10 anos en1 Tilia cordata, Holdheide, 1951),
tornarem obliterados. Entretanto, os elementos tornando-se dormentes no final do outono e rea-
crivados podem permanecer abertos e se enche- tivados na primavera. No floema secundário das
rem de ar. Tiloides (protrusões de células paren- folhas aciculares de Pinus longaeva, células cri-
quimáticas contíguas, semelhantes à tilos) podem vadas individuais vive1n 3,8 a 6,5 anos (Ewers,
invadir os lúmens dos elementos crivados mortos 1982).
ou simplesmente empurrar a parede do elemento
crivado para um lado, provocando o colapso do
474 111 Anatomia das Plantas de Esau
0,33 µrn
I;,.,
(.
t
,i~. po
•
e. 0,68 µrn
., 1
FIGURA 13.32
• D
Eletromicrografia dos poros das áreas crivadas de algumas plantas vasculares sem sementes. A , na pteridófita eus-
porangiada Botrychium virginianum os poros são preenchidos por numerosas membranas, aparentemente do retí-
culo endoplasmático t ubular. B, poro preenchido por retículo endoplasmático na parede entre os elementos crivados
maduros no caule aéreo da cavalinha Equisetum hyemale. C, poros não ocluídos (po) na parede entre os elementos
crivados maduros do cormo de Isoetes muricata. D, poro preenchido por retículo endoplasmático na parede entre os
elementos crivados no caule aéreo de Psilotum nudum. Os corpos elétron-densos em A , B, e D são esferas refrativas.
(A , obtido de Evert, 1976. Reproduzido com permissão da editora; B, obtido de Dute e Evert, 1978. Com permissão da
Oxford University Press; C, obtido de Kruatrachue e Evert, 1977; D, obtido de Perry e Evert, 1975.)
ELEMENTOS CRIVADOS DE PLANTAS distribuição dos poros das áreas crivadas, isto é,
na presença (elementos de tubo crivado) ou na au-
VASCULARES SEM SEMENTES
sência (células crivadas) de placas crivadas. Com
Antes do uso do microscópio eletrônico no estudo
do tecido floemático, a distinção entre elementos poucas exceções, nos elementos crivados das plan-
de tubo crivado e células crivadas era feita, prin- tas vasculares sem sementes, ou criptógamas vas-
culares, clara1nente faltam placas crivadas e, por
cipalmente, com as diferenças no tamanho e na
conseguinte, foram designados como células cri-
476 111 Anatomia das Plantas de Esau
FIGURA 13.34
Diferenciação do floema primário, em secções transversais dos ápices caulinares Vitis vinifera. A , dois cordões pro-
cambiais, um com um tubo crivado e o outro com vários. B, feixe vascular com muitos tubos crivados de protofloema.
Alguns destes estão obliterados. Protoxilema presente em A , B. C, tubos crivados do protofloema estão obliterados e
o metafloema está diferenciado (metade inferior da figu ra) . O protofloema está representado por primórdios de fibras.
O metafloema consiste por tubos crivados, células companheiras, parênquima floemático e células parenquimáticas
de maior tamanho contendo taninos. (Todas, x600. Obtido de Esau, 1948. Hilgardia 18 (5), 217-296. © 1948 Regents,
University of California.)
floema se diferencia mais tarde e, em planta sem giospermas são normalmente estreitos e incons-
crescimento secundário, constitui o único floema pícuos, mas eles são enucleados e possuem áreas
condutor e1n partes das plantas adultas. crivadas con1 calose. Células companheiras podem
Os elenlentos crivados do protofloema de an- estar ausentes do protofloerna tanto na raiz quan-
478 111 Anatomia das Plantas de Esau
~ - - - B aiha amilífera
Fibras do protofloema
Metafloema
Floema secundário
FIGURA 13.36
Floema da folha do feijão (Phaseolus vulgaris). A , secção longitudinal mostrando parte de um tubo crivado com
dois elementos de tubo crivado completos e dois incompletos (etc). Célula companheira em cc. Corpos de proteína-
-P não dispersivos, em forma de fuso em três dos elementos. B , secção transversal incluindo o protofloema não mais
conductor com fibras, metafloema e pouco floema secundário. Elementos crivados em etc, células companheiras em
cc. (Obtido de Esau, 1977.)
Como o metafloema amadurece após o crescimen- vos após a diferenciação dos elementos condutores
to en1 comprimento dos tecidos circundantes ter sido secundários. Em tais plantas, os elementos crivados
completado, este permanece como um tecido condu- do metafloema podem ser parcialmente esmagados
tor por mais tempo que o protofloema. Algumas eudi- ou completamente obliterados.
cotiledôneas herbáceas e a maioria das monocotiledô- Os elementos crivados do metafloema são comu-
neas não produzem tecidos secundários e dependem mente mais longos e mais largos do que aqueles do
inteiramente do metafloema para o transporte do protofloema, e suas áreas crivadas são mais distin-
assimilado depois que seus corpos se encontram tas. Células companheiras e parênquima floemá-
plenamente desenvolvidos. Em espécies lenhosas e tico estão presentes regularmente no metafloema
herbáceas que possuem crescimento secundário, os de eudicotiledôneas (Fig. 13.36A). Nas monocoti-
elementos crivados do metafloema tornam-se inati- ledôneas os tubos crivados e células companheiras
480 111 Anatomia das Plantas de Esau
Behnke, and R. D. Sjolund, eds. Springer-Verlag, CATESSON, A.-M. 1982. Cell wall architecture in
Berlin. the secondary sieve tubes of Aeer and Populus.
BEHNKE, H.-D. 1991a. Distribution and evolution of Ann. Bot. 49, 131-134.
forms and types of sieve-element plastids in di- CHAUVEAUD, G. 1902a. De l'existénce d'éléments
cotyledons. Aliso 13, 167-182. précurseurs des tubes criblés chez les Gymnos-
BEHNKE , H.-D. 1991b. Nondispersive protein bo- permes. C.R. Aead. Sei. 134, 1605-1606.
dies in sieve elements: A survey and review of CHAUVEAUD, G. 1902b. Développement des élé-
t heir origin, distribution and taxonomic signifi- ments précurseurs des tubes criblés dans le
cance. JAWA Bull. n.s. 12, 143-175. Thuia orientalis. Bull. Mus. Hist. Nat. 8, 447-
BEHNKE, H.-D. 1994. Sieve-element plastids, nucle- 454.
ar crystals and phloem proteins in the Zingibera- CHAUVEAUD, G. 1910. Recherches sur les tissus
les. Bot. Aeta 107, 3-11. t ransitoires du corps végétatif des plantes vas-
BEHNKE, H.-D. 2003. Sieve-element plastids and culaires. Ann. Sei. Nat. Bot. Sér. 9, 12, 1-70.
evolution of monocotyledons, with emphasis on CHEADLE, V. I. 1948. Observations on th e phloem
Melanthiaceae sensu lato and Aristolochiaceae- in the Monocotyledoneae. II. Additional data on
-Asaroideae, a putative dicotyledon sister group. the occurrence and phylogenetic specialization
Bot. Rev. 68, 524-544. in structure of the sieve t ubes in the metaphlo-
BEHNKE, H.-D. e U. KIRITSIS. 1983. Ultrastructure em. Am. J. Bot. 35, 129-131.
and d ifferentiation of sieve elements in primitive CHEADLE , V. I. 1956. Research on xylem and phlo-
angiosperms. I. Winteraceae. Protoplasma 118, em-Progress in fifty years. Am. J. Bot. 43, 719-
148-156. 731.
BEHNKE , H.-D. e G. S. PALIWAL. 1973. Ultrastruc- CHEADLE, V. I. e K. ESAU. 1958. Secondary phloem
ture of phloem and its development in Gnetum of the Calycanthaceae. Univ. Calij Publ. Bot.
gnemon, \.Vith some observations on Ephedra 24, 397-510.
eampylopoda. Protoplasma 78, 305-319. CHEADLE , V. I. e N. W. UHL. 1948. The relation of
BONNEMAIN, J.-1. 1969. Le phloême interne et le metaphloem to the types of vascular bundles in
phloême inclus des dicotylédones : Leur histo- the Monocotyledoneae. Am. J. Bot. 35, 578-583.
génêse leur physiologie. Rev. Gén. Bot. 76, 5-36. CHEADLE, V. I. e N. B. WHITFORD. 1941. Observa-
BOSTWICK, D. E., J. M. DANNENHOFFER, M. I. tions on the phloem in t he Nlonocotyledoneae. I.
SKAGGS, R. M. LISTER, B. A. LARKINS e G. A. The occurrence and phylogenetic specialization
THOMPSON. 1992. P umpkin phloem lectin genes in structure of the sieve tubes in the metaphlo-
are specifically expressed in companion cells. em. Am. J. Bot. 28, 623-627.
Plant Cell 4, 1539-1548. CHIOU, T.-J. e D. R. BUSH. 1998. Sucrose is a signal
BOTHA, C. E. J. 1992. Plasmodesmatal distribution, molecule in assirnilate partitioning. Proe. Natl.
structure and frequency in relation to assimi- Aead. Sei. USA 95, 4784-4788.
lation in C3 and C4 grasses in southern Africa. CLARK, A. M., K. R. JACOBSEN, D. E. BOSTWJCK,
Planta 187, 348-358. J. M. DANNENHOFFER, M. I. SKAGGS e G. A.
BOTHA, C. E. J. e R. F. EVERT. 1981. Studies on Ar- THOMPSON. 1997. Molecular characterization
temisia afra Jacq.: The phloem instem and leaf. of a phloem-specifi c gene encoding the f1lam ent
Protoplasma 109, 217-231. protein, phloem protein l (PPl), from Cueurbi-
BROOK, P. J. 1951. Vegetative anatomy of Carpo- ta maxima. Plant J. 12, 49-61.
detus serratus Forst. Trans. R. Soe. N. Z. 79, COLBERT, J . T. e R. F. EVERT. 1982 . Leaf vascula-
276-285. ture in sugarcane (Saeeharum offieinarum L.).
BUSSE, J. S. e R. F. EVERT. 1999. Pattern of diffe- Planta 156, 136-151.
rentiation of the first vascular elements in the CRAFTS, A. S. e C. E. CRISP. 1971. Phloem trans-
embryo and seedling of Arabidopsis thaliana. port in plants. F reeman, San Francisco.
Jnt. J. Plant Sei. 160, 1-13. CRAWFORD, K. M. e P. C. ZAMBRYSKI. 1999. Plas-
CARLQUIST, S. 1961. Comparative Plant Ana- modesmata signaling: Many roles, sophisticated
tomy: A Guide to Taxonomie and Evolutiona- statutes. Curr. Opin. Plant Biol. 2, 382-387.
ry Applieation of Anatomieal Data in Angios- CRESSON, R. A. e R. F. EVERT. 1994. Development
perms. Holt, Rinehart and Winston, New York. and ultrastructure of the primary phloem in the
4 82 111 Anatomia das Plantas de Esau
shoot ofEphedra viridis (Ephedraceae) . Am. J. tins (phloem protein 2) in angiosperms. Plant
Bot. 81, 868-877. Physiol. 131, 114-128.
CRONSHAW, J., J. GILDER e D. STONE. 1973. Fine DUTE, R. R. e R. F. EVERT. 1978. Sieve-element on-
structural studies of P-proteins in Cucurbita, togeny in the aerial shoot of Equisetum hyema-
Cucumis, and Nicoti ana. J. Ultrastruct. Res. le L. Ann. Bot. 42, 23-32.
45, 192-205. EHLERS, K., M. KNOBLAUCH e A. J. E. van BEL.
DANNENHOFFER, J. M., W. EBERT Jr. e R. F. 2000. Ultrastructural features of \1/ell-preserved
EVERT. 1990. Leaf vasculature in barley, Hor- and injured sieve elements : Minute clamps keep
deum vulgare (Poaceae) . Am. J. Bot. 77, 636- the phloem transport conduits free for mass flo,1/.
652. Protoplasma 214, 80-92.
DANNENHOFFER, J. M., A. SCHULZ, M. I. SKA- ELEFTHERIOU, E. P. 1981. A light and electron mi-
GGS, D. E. BOSTWICK e G. A. THOMPSON. 1997. croscopy study on phloem differentiation of the
Expression of the phloem lectin is developmen- grass Aegilops comosa var. thessalica. Ph.D.
tally linked to vascular differentiation in cucur- Thesis. University of Thessaloniki. Thessaloniki,
bits. Planta 201, 405-414. Greece.
DAVIS, J. D. e R. F. EVERT. 1970. Seasonal cycle of ELEFTHERIOU, E. P. 1990. Monocotyledons. ln: Sie-
phloem development in woody vines. Bot. Gaz. ve Elements. Comparative Structure, Induction
131, 128-138. and Development, pp. 139-159, H.-D. Behnke and
DEN OUTER, R. W. 1983. Comparative study of the R. D. Sjolund, eds. Springer-Verlag, Berlin.
secondary phloem of some woody dicotyledons. ERVIN, E. L. e R. F. EVERT. 1967. Aspects of sieve
Acta Bot. Neerl. 32, 29-38. element ontogeny and structure in Smilax ro-
DEN OUTER, R. W. 1986. Storied structure of the tundifolia. Bot. Gaz. 128, 138-144.
secondary phloem. IAWA Bull. n.s. 7, 47-51. ERVIN, E. L. e R. F. EVERT. 1970. Observations on
DESHPANDE, B. P. 1974. Development of the sieve sieve elements in three perennial monocotyle-
plate in Saxif raga sarmentosa L. Ann. Bot. 38, dons. Am. J. Bot. 57, 218-224.
151-158. ESAU, K. 1938. Ontogeny and structure of the phlo-
DESHPANDE, B. P. 1975. Differentiation of the sieve e1n of tobacco. Hilgardia 11, 343-424.
plate of Cucurbita. A further view. Ann. Bot. 39, ESAU, K. 1939. Development and structure of the
1015-1022. phloem tissue. Bot. Rev. 5, 373-432.
DESHPANDE, B. P. 1976. Observations on the fine ESAU, K. 1940. Developmental anatomy of the fl
structure of plant cell walls. III. The sieve tube eshy storeage organ of Daucus carota. Hilgar-
wall in Cucurbita. Ann. Bot. 40, 443-446. dia 13, 175- 226.
DESHPANDE, B. P. 1984. Distribution of P-protein ESAU, K. 1947. A study of some sieve-tube inclu-
in mature sieve elements of Cucurbita maxima sions. Am. J Bot. 34, 224-233.
seedlings subjected to prolonged darkness. Ann. ESAU, K. 1948. Phloem structure in the grapevine,
Bot. 53, 237-247. and its seasonal changes. Hilgardia 18, 217-296.
DESHPANDE, B. P. e R. F. EVERT. 1970. A reeva- ESAU, K. 1950. Development and structure of the
luation of extruded nucleoli in sieve elements. J. phloem tissue. II. Bot . Rev. 16, 67-114.
Ultrastruct. Res. 33, 483-494. ESAU, K. 1957a. Phloem degeneration in Gramineae
DESHPANDE, B. P. e T. RAJENDRABABU. 1985. affected by the barley yellow-dwarf virus. Am. J.
Seasonal changes in the structure of the secon- Bot. 44, 245-251.
dary phloem of Grewia tiliaefolia, a deciduous ESAU, K. 1957b. Anatomic effects of barley yellow
tree from India. Ann. Bot. 56, 61-71. dwarfvirus and maleic hydrazide on certain Gra-
DEWITT, N. D. e M. R. SUSSMAN. 1995. Immu- mineae. Hilgardia 27, 15-69.
nocytological localization of an epitope-tagged ESAU, K. 1969. The Phloem. Encyclopedia ofPlant
plasma membrane proton pump (H+-ATPase) Anatomy. Histologie, Band 5, Teil 2. Gebrüder
in phloem companion cells. Plant Cell 7, 2053- Borntraeger, Berlin.
2067. ESAU, K. 1977. Anatomy of Seed Plants, 2. ed. Wi-
DINANT, S., A. M. CLARK, Y. ZHU, F. VILAINE, J.- ley, New York. ESAU, K. 1978a. The protein in-
C. PALAUQUI, C. KUSIAK e G. A. THOMPSON. clusions in sieve elements of cotton (Gossypium
2003. Diversity of the superfamily of phloem lec- hirsutum L.). J. Ultrastruct. Res. 63, 224-235.
Floema: tipos celulares e aspectos do desenvolvimento 111 483
ESAU, K. 1978b. Developmental features of the pri- EVERT, R. F. 1980. Vascular anatomy of angiosper-
mary phloem in Phaseolus v ulgaris L. Ann. mous leaves, with special consideration of the
Bot. 42, 1-13. maize leaf. Ber. Dtsch. Bot. Ges. 93, 43-55 .
ESAU, K. e V. I. CHEADLE. 1955. Significance of cell EVERT, R. F. 1990a. Seedless vascular plants. Jn: Sie-
divisions in differentiating secondary phloem. ve Elements. Comparative Structure, Induc-
Acta Bot. Neerl. 4, 348-357. tion and Development, pp. 35-62, H.-D. Behnke,
ESAU, K. e V. I. CHEADLE. 1958. Wall thickening in and R. D. Sjolund, eds. Springer-Verlag, Berlin.
sieve elements. Proc. Natl. Acad. Sei. USA 44, EVERT, R. F. 1990b. Dicotyledons. ln: Sieve Ele-
546-553. ments. Comparative Structure, lnduction
ESAU, K. e V. I. CHEADLE. 1959. Size of pores and and Development, pp. 103-137, H.-D. Behnke e
t heir contents in sieve elements of dicotyledons. R. D. Sjolund, eds. Springer-Verlag, Berlin.
Proc. Natl. Acad. Sei. USA 45, 156-162. EVERT, R. F. e W. F. DERR. 1964. Callose substance
ESAU, K. e J. CRONSHAW. 1968. Plastids and mi- in sieve elements. Am. J. Bot. 51, 552-559.
tochondria in the phloem of Cucurbita. Can. J. EVERT, R. F. e R. J. MIERZWA. 1986. Pathway(s)
Bot. 46, 877-880. of assirnilate movement from mesophyll cells to
ESAU, K. e R. H. GILL. 1972. Nucleus and endoplas- sieve tubes in the Beta vulgaris leaf. In: Plant
mic reticulum in differentiating root protophlo- Biology, vol. 1, Phloem Transport, pp. 419-432,
em of Nicotiana tabacum. J. Ultrastruct. Res. J. Cronshaw, W. J . Lucas e R. T. Giaquinta, eds.
41, 160-175. Alan R. Liss, New York.
ESAU, K. e J. THORSCH. 1984. The sieve plate of EVERT, R. F. e R. J. MJERZWA. 1989. The cell wall-
Echium (Boraginaceae) : Developmental aspects -plasmalemma interface in sieve tubes of barley.
and response of P-protein to protein digestion. J. Planta 177, 24-34.
Ultrastruct. Res. 86, 31-45. EVERT, R. F. e W. A. RUSSJN. 1993 . Structurally,
ESAU, K. e J. THORSCH. 1985. Sieve plate pores and phloe1n unloading in the maize leaf cannot be
plasmodesmata, the communication channels of symplastic. Am. J. Bot. 80, 1310-1317.
t he symplast: Ultrastructural aspects and deve- EVERT, R. F., C. J\1. TUCKER, J. D. DAVIS e B. P.
lop1nental relations. Am. J. Bot. 72, 1641-1653. DESHPANDE. 1969. Light microscope investiga-
ESAU, K., V. I. CHEADLE e E. M. GIFFORD JR. tion of sieve-element ontogeny and structure in
1953. Comparative structure and possible trends Ulmus americana. Am. J. Bot. 56, 999-1017.
of specialization of the phloem. Am. J. Bot. 40, EVERT, R. F., B. P. DESHPANDE e S. E. EICHHORN.
9-19. 1971a. Lateral sieve-area pores in woody d icoty-
ESCHRICH, \V. 1975. Sealing systems in phloem. In: ledons. Can. J Bot. 49, 1509-1515.
Encyclopedia of Plant Physiology, n .s. vol. l. EVERT, R. F., W. ESCHRICH e S. E. EICHHORN.
Transport in plants. I. Phloem Transport, pp. 1971b. Sieveplate pores in leaf veins of Hordeum
39-56, Springer-Verlag, Berlin. v ulgare. Planta 100, 262-267.
ESCHRICH, W., R. F. EVERT e J. H. YOUNG. 1972. EVERT, R. F., e. H. BORNMAN, V. BUTLER e M. G.
Solution fl ow in tubular semipermeable membra- GJLLJLAND. 1973a. Structure and development
nes. Planta 107, 279-300. of t he sieve-cell protoplast in leaf veins of We-
EVERT, R. F. 1960. Phloem structure in Pyrus com- lwitschia. Protoplasma 76, 1-21.
munis L. and its seasonal changes. Univ. Calif. EVERT, R. F., C. H. BORNMAN, V. BUTLER e M. G.
Publ. Bot. 32, 127-196. GJLLJLAND. 1973b. Structure and development
EVERT, R. F. 1962 . Some aspects of phloem develo- of sieve areas in leaf veins of Welwitschia. Pro-
p1nent in Tilia americana. Am. J. Bot. 49 (Abs- toplasma 76, 23-34 .
t r.), 659. EVERT, R. F., W. ESCHRICH e S. E. EICHHORN.
EVERT, R. F. 1963. Sclerifi ed companion cells in 1973c. P-protein distribution in mature sieve ele-
Tilia americana. Bot. Gaz. 124, 262-264. ments of Cucurbita max ima. Planta 109, 193-
EVERT, R. F. 1976. Some aspects of sieve-element 210.
structure and development in Botrychium vir- EVERT, R. F., W. ESCHRICH e W. HEYSER. 1978.
ginianum. !sr. J. Bot. 25, 101-126. Leaf structure in relation to solute t ransport and
EVERT, R. F. 1977. Phloem structure and histoche- phloem loading in Zea mays L. Planta 138, 279-
mistry. Annu. Rev. Plant Physiol. 28, 199-222. 294.
484 11 1 Anatomia das Plantas de Esau
EVERT, R. F., W. A. RUSSIN e A. M. BOSABALIDIS. GAMA LEI, Y. 1991. Phloe m loading a nd its develop-
1996a. Anatomical and ultrastructural changes ment related to plant evolution from trees to her-
associated with sink-tosource transition in develo- bs. Trees 5, 50-64.
ping maize leaves. Int. J Plant Sei. 157, 247-261. GAMALEI, Y. 2000. Comparative anatomy and phy-
EVERT, R. F., W. A. RUSSIN e C. E. J. BOTHA. 1996b. siology of minor veins and paraveinal parenchy-
Distribution and frequency of plasmodesmata in ma in the leaves of dicots. Bot. Zh. 85, 34-49.
relation to photoassimilate pathways and phloem GILLILAND, M. G., J. VAN STADEN e A. G. BRU-
loading in the barley leaf. Planta 198, 572-579. TON. 1984. Studies on the translocation system
E\1/ERS, F. W. 1982. Developmental and cytological of guayule (Parthenium argentatum Gray).
evidence for mode of origin of secondary phloem Protoplasma 122, 169-177.
in needle leaves of Pinus longaeva (bristlecone GOGGIN, F. L., R. MEDVILLE e R. TURGEON. 2001.
pine) and P. jlexilis. Bot. Jahrb. Syst. Pjlan- Phloem loading in the tulip tree : Mechanisms
zengeseh. Pjlanzengeogr. 103, 59-88. and evolutionary implications. Plant Physiol.
FELLOWS, R. J. e D. R. GEIGER. 1974. Structural 125, 891-899.
and physiological changes in sugar beet leaves GOLECKI, B., A. SCHULZ e G. A. THOMPSON. 1999.
during sink to source conversion. Plant Physiol. Translocation of structural P proteins in the
54, 877-885. phloem. Plant Cell 11, 127-140.
FISHER, D. B. 1975. Structure of functional soybean GOTTWALD, J. R., P. J. KRYSAN, J. C. YOUNG, R.
sieve elements. Plant Physiol. 56, 555-569. F. EVERT e M. R. SUSSMAN. 2000. Genetic evi-
F ISHER, D. B. e K. J. OPARKA. 1996. Post-phloem de nce for the in planta role of phloem-specifi e
transport: Principies and problems. J Exp. Bot. plasma membrane sucrose transporters. Proe.
47, 1141-1154. Natl. Aead. Sei. USA 97, 13979-13984.
FISHER, D. G. 1986. Ultrastructure, plasmodesma- GRUSAK, M. A., D. U. BEEBE e R. TURGEON.
tal frequency, and solute concentration in green 1996. Phloem loading. In: Photoassimilate D is-
areas of variegated Coleus blumei Benth. lea- tribution in Plan ts and Crops: Souree-Sink
ves. Planta 169, 141-152. Relationships, pp. 209-227, E. ZAMSKI e A. A.
FISHER, D. G. e R. F. EVERT. 1982. Studies on the SCHAFFER, eds. Dekker, New York.
leaf of Amaranthus retrojl exus (Amaranthace- GUO, Y. H., B. G. HUA, F. Y. YU, Q. LENG e C. H. LOU.
ae): u ltrastructure, plasmodesmatal frequency 1998. The effects of microfilament and microtu-
and solute concentration in relation to phloem bule inhibitors and periodic electrical impulses
loading. Planta 155, 377-387. on phloem transport in pea seedling. Chinese
FRITZ, E., R. F. EVERT e W. HEYSER. 1983. Micro- Sei. Bull. (I{exue tongbao) 43, 312-315.
a utoradiographic studies of phloem loading and HARITATOS, E ., F. KELLER e R. TURGEON. 1996.
t ransport in the leaf of Zea mays L. Planta 159, Raffinose oligosaccharide concentrations mea-
193-206. sured in individual cell and tissue types in Cueu-
FRITZ, E., R. F EVERT e H. NASSE. 1989. Loading mis melo L. leaves: Implications for phloem loa-
and transport of assimilates in different maize ding. Planta 198, 614-622.
leaf bundles. Digital image analysis of 14C-mi- HARITATOS, E., R. MEDVILLE e R. TURGEON.
croautoradiographs. Planta 178, 1-9. 2000. Minor vein structure a nd sugar transport
FUKUDA, Y. 1967. Anato1nical study of the internai in Arabidopsis thaliana. Planta 211, 105-11 1.
phloem in the stems of dicotyledons, w ith special HAYES, P. M., C. E . OFFLER e J. W. PATRICK. 1985.
reference to its histogenesis. J Fac. Sei. Univ. Cellular structures, plasma membrane surface
Tokyo, Sect. III. Bot. 9, 313-375. areas and plasmodesmatal frequencies of the
GAHAN, P. B. 1988. Xylem and phloem differentia- stem of Phaseolus vulgaris L. in relation to ra-
tion in perspective. ln: Vascular Differentia- dial photosynthate transfer. Ann. Bot. 56, 125-
tion and Plant Growth Regulators, pp. 1-21, L. 138.
W. Roberts, P. B. Gahan e R. Aloni, eds. Springer- HAYES, P. M., J. W. PATRICK e C. E. OFFLER. 1987.
-Verlag, Berlin. The cellular path,vay of radial transfer of pho-
GAMALEI, Y. 1989. Structure and function of leaf tosynthates in sterns of Phaseolus vulgaris L. :
minor veins in t rees and shrubs. A taxonomic re- Effects of cellular plasmolysis and pchloromercu-
view. Trees 3, 96-110. ribenzene sulphonic acid. Ann. Bot. 59, 635-642.
Floema: tipos celulares e aspectos do desenvolvimento 111 485
HAY\.VARD, H. E. 1938. Solanaceae. Solanum tube- non-invasive measurement of phloem and xylem
rosum. ln: The Structure of Economic Plants, water flow in castor bean seedlings by nuclear
pp. 514 -549. Macmillan, New York. magnetic resonance microimaging. Planta 201,
HOFFMANN-BENNING, S., D. A. GAGE, L. MCIN- 53 -63.
TOSH, H. KENDE e J. A. D. ZEEVAART. 2002. KRUATRACHUE, M. e R. F. EVERT. 1977. The late-
Comparison of peptides in the phloem sap of ral meristem and its derivatives in the corm of
flowering and non-flowering Perilla and lupine Isoetes muricata. Am. J. Bot. 64, 310 -325.
plants using microbore HPLC follov.red by ma- KÜHN, C., L. BARKER, L. BURKLE e W. B. FROM-
trix-assisted laser desorption/ionization time-of- MER. 1999. Update on sucrose transport in hi-
-flight spectrometry. Planta 216, 140-147. gher plants. J. Exp. Bot. 50 (spec. iss.), 935-953.
HOLDHEIDE, W. 1951. Anatomie mitteleuropais- KÜHN, C., M.-R. HAJIREZAEI, A. R. FERNIE, U.
cher Gehõlzrinden (mit mikrophotographischem ROESSNER-TUNALI, T. CZECHOWSKI, B. HIR-
Atlas). ln: Handbuch der lvlikroskopie in der NER e W. B. FROMMER. 2003. The sucrose
Technik, Band 5, Heft 1, pp. 193-367, H. Fr eund, t ransporter StSUTl localizes to sieve elements
ed. Umschau Verlag, Frankfurt am Main. in potato t uber phloem and influences tuber phy-
IMLAU, A., E. TRUERNIT e N. SAUER. 1999. Cell- siology and development. Plant Physiol. 131,
-to-cell and long-distance trafficking of the green 102-113.
fluorescent protein in the phloem and symplas- KUO, J. 1983. The nacreous walls of sieve elements
mic unloading of t he pr otein into sink tissues. in sea grasses . Am. J. Bot. 70, 159-164.
Plant Cell 11, 309-322 . KUO, J. e T. P. O'BRIEN. 1974. Lignified sieve ele-
JACOBSEN, K. R., D. G. FISHER, A. MARETZKI e ments in the wheat leaf. Planta 117, 349-353.
P. H. MOORE. 1992. Developmental changes in KUO, J., T. P. O'BRIEN e S.-Y. ZEE. 1972. The trans-
the anatomy of the sugarcane stem in relation to verse veins of the wheat leaf. Aust. J. Biol. Sei.
phloem unloading and sucrose storage. Bot. Acta 25, 721-737.
105, 70-80. KURSANOV, A. L. 1984. Assimilate Transport in
JORGENSEN, R. A., R. G. ATKINSON, R. L. S. FORS- Plants, 2. r ev. ed. Elsevier, Amsterdam.
TER e W. J. LUCAS. 1998. An RNA-based infor- LALONDE , S., E. BOLES, H. HELLMANN, L. BA-
mation superhighway in plants. Science 279, RKER, J. W. PATRICK, W. B. FROMMER e J. M.
1486-1487. WARD. 1999. The dual function of sugar carriers :
KEMPERS, R. e A. J. E . VAN BEL. 1997. Symplasmic t ranspor t and sugar sensing. Plant Cell 11, 707-
connections between sieve element and compa- 726.
nion cell in the stem phloem of Viciajaba have LALONDE, S., M. TEGEDER, M. THORNE-HOLST,
a molecular exclusion limit of at least 10 kDa. W. B. FROMMER e J . \.V. PATRICK. 2003. Phloem
Planta 201, 195-201. loading and unloading of s ugars and aminoacids.
KNOBLAUCH, M. e A. J. E. VAN BEL. 1998. Sieve Plant Cell Env iron. 26, 37-56.
tubes in action. Plant Cell 10, 35-50. LAWTON, D. M. e Y. M. NEWMAN. 1979. Ultrastruc-
KNOBLAUCH, M., W. S. PETERS, K. EHLERS e A. J. ture ofphloem in young runner-bean stem: Disco-
E. VAN BEL. 2001. Reversible calcium-regulated very, in old sieve elements on the brink of collap-
stopcocks in legume sieve tubes. Plant Cell 13, se, of parietal bundles of P-protein tubules linked
1221-1230. to the plasmalemma. New Phytol. 82, 213-222.
KNOP, C., O. VOITSEKHOVSKAJA e G. LOHAUS. LAWTON, J. R. e J. R. S. LAWTON. 1971. Seasonal
2001. Sucrose tra nspor ters in two members of variations in the secondar y phloem of some fo-
the Scrophulariaceae with different types of rest trees from Nigeria. New Phytol. 70, 187- 196.
t ransport sugar. Planta 213, 80-91. LEE, D. R. 1989. Vasculature of the abscission zone
KNOP, C., R. STADLER, N. SAUER e G. LOHAUS. of tomato fruit: implications fo r transpor t. Can.
2004. AmSUTl, a sucrose transporter in collec- J Bot. 67, 1898-1902.
tion and transpor t phloem of the putative sym- LEE, D. R. 1990. A unid irectional water fl ux model
plastic phloem loader Alonsoa meridionalis. of fruit growth. Can. J. Bot. 68, 1286-1290.
Plant Physiol. 134, 204-214. LUCAS, W. J . e V. R. FRANCESCHI, 1982 . Organi-
KOCHENKERGER, W., J. M. POPE, Y. XIA, K. R. JE- zation of the sieve-element walls of leaf minor
FFREY, E . KOMOR e P. T. CALLAGHAN. 1997. A veins. J. Ultrastruct. Res. 81, 209-221.
486 11 1 Anatomia das Plantas de Esau
ROTH, T. 1981. Structural patterns of t ropical barks. NO e W. J. LUCAS. 1998. Identificat ion of im-
In: Encyclopedia of Plant Anatomy, Band 9, munologically related proteins in sieve-tube
Teil 3. Gebr üder Borntraeger, Berlin. exudate collected from monocotyledonous and
RUIZ-MEDRANO, R., B. XOCONOSTLE-CÁZARES dicotyledonous plants. Planta 206, 245-252.
e W. J. LUCAS. 2001. The phloem as a conduit for SCHULZ, A. 1990. Con ifers . In : Sieve Elements.
inter-organ com munication. Curr. Opin. Plant Comparative Structure, Induction and De-
Biol. 4, 202-209. velopment, pp. 63-88, H.-D. Behnke e R. D. Sjo-
RUSSELL, S. H. e R. F. EVERT. 1985. Leaf vascula- lund, eds. Springer-Verlag, Berlin .
t ure in Zea mays L. Planta 164, 448-458. SCHULZ, A. 1992. Living sieve cells of conifers as
RUSSIN, W. A. e R. F. EVERT. 1985. Studies on the visualized by confocal, laser-scanning fluores-
leaf of Populus deltoides (Salicaceae) : Ultras- cence microscopy. Protoplasma 166, 153-164.
t ructure, plasmodesmatal frequency, and solute SCHULZ, A. 1998. Phloem. Structur e related to
concentrations. Am. J Bot. 72, 1232-1247. function. Prog. Bot. 59, 429-475.
SAUTER, J. J. 1974. Structure and physiology of SRIVASTAVA, L. M. 1970. The secondary phloem of
Strasburger cells. Ber. Dtsch. Bot. Ges. 87, 327- Austrobaileya scandens. Can. J Bot. 48, 341-
336. 359.
SAUTER, J. J. 1976. Untersuchungen zu r Lokalisa- STA DLER, R. e N. SAUER. 1996. The Arabidopsis
tion von Glycerophosphatase-und Nucleosidtri- thaliana AtSUC2 gene is specifically expressed
phosphatase-Aktivitat in Siebzellen von Larix . in companion cells . Bot. Acta 109, 299-306.
Z. Pjl anzenphysiol. 79, 254-271. STADLER, R., J. BRANDNER, A. SCHULZ, M.
SAUTER, J. J., 1977. Electron microscopical lo- GAHRTZ e N. SAUER. 1995. Phloem load ing by
calization of adenosine triphosphatase and t he PmSUC2 sucrose carrier from Plantago ma-
®-glycerophosphatase in sieve cells of Pinus jor occurs into companion cells . Plant Cell 7,
nigra var. austriaca (Hoess) Battoux . Z. Pjlan- 1545-1554.
zenphysiol. 81, 438-458. STAIGER, C. J., B. C. GIBBON, D. R. KOVAR e L.
SAUTER, J. J. e H. J. BRAUN. 1968. Histologische und E. ZONIA. 1997. Profilin and actin-depolymer i-
cytochemische Untersuchungen zur Funktion der zing factor : Modulators of actin organization in
Baststrahlen von Larix deeidua Mill., unter be- plants. Trends Plant Sei. 2, 275-281.
sonderer Berücksichtigung der Strasburger-Zel- THOMPSON, G. A. 1999. P-protein t rafficking thr ou-
len. Z. Pjlanzenphysiol. 59, 420-438. gh plasmodesmata. ln: Plasmodesmata: Strue-
SAUTER, J. J. e H. J. BRAUN. 1972. Cytochemische ture, Function, Role in Cell Communication,
Untersuchung der Atmungsaktivitat in den Stras- pp. 295-313, A. J. E. van Bel e W. J. P. van Keste-
burger-Zellen von Larix und ihre Bedeutung für ren, eds. Springer, Berlin.
den Assimilattransport. Z. Pflanzenphysiol. 66, THOMPSON, G. A. e A. SCHULZ. 1999. Macromole-
440 -458. cular trafficcking in the phloem. Trends Plant
SCHMITZ, K., B. CUYPERS e M. MOLL . 1987. Pa- Sei. 4, 354-360.
t hway of assimilate transfer between mesophyll TURGEON, R. 1991. Symplastic phloem loading and
cells and minor veins in leaves of Cucumis melo t he sinksource transition in leaves: A model. In:
L. Planta 171, 19-29. Recent Advances in Phloem Transport and
SCHNEIDER, H. 1945. The anatomy of peach and Assimilate Compartmentation, pp. 18-22, J.
cherry phloem. Bull. Torrey Bot. Club 72, 137- L. Bonnemain, S. Delrot, W. J. Lucas e J. Dainty,
156. eds. Ouest Editions, Nantes, France .
SCHNEIDER, H. 1955. Ontogeny of le1non t ree bark. TURGEON, R. 1996. Phloem loading and plasmo-
Am. J. Bot. 42, 893-905. desmata. Trends Plant Sei. 1, 413-423.
SCHOBERT, C., P. GROEMANN, M. GOTTSCHALK, T URGEON, R. e R. IvIEDVILLE. 1998. T he absence
E. KOMOR, A. PECSVARADI e U. ZUR MIEDEN. of phloem loading in willow leaves. Proe. Natl.
1995. Sieve-tube exudate fromRieinus eommu- Aead. Sei. USA 95, 12055-12060.
nis L. seedlings contains ubiquitin and chapero- TURGEON, R. e R. MEDVILLE. 2004. Phloem loa-
nes. Planta 196, 205-210. ding. A reevaluation of the relationship between
SCHOBERT, C., L. BAKER, J. SZEDERKÉNYI, P. plasmodesmatal frequencies and loading strate-
GRO13MANN, E . KOMOR, H. HAYASHI, M. CHI- gies . Plant Physiol. 136, 3795-3803.
488 11 1 Anatomia das Plantas de Esau
TURGEON, R. e J. A. WEBB. 1976. Leaf development potato involves a switch from apoplastic to sym-
and phloem transport in Cucurbita pepo : Matu- plastic phloem unloading. Plant Cell 13, 385-
ration of the minor veins. Planta 129, 265-269. 398.
TURGEON, R., J. A. WEBB e R. F. EVERT. 1975. Ul- WALSH, M. A. e J. E. MELARAGNO. 1976. Ultras-
trastructure of minor veins of Cucurbita pepo tructural features of developing sieve elements
leaves. Protoplasma 83, 217-232. in L emna minor 1 .- Sieve plate and lateral sie-
TURGEON, R., D. U. BEEBE e E. GO\1/AN. 1993. The ve areas. Am. J. Bot. 63, 1174-1183.
intermediary cell: Minor-vein anatomy and raffi- WALSH, M. A. e T. M. POPOVICH. 1977. Some ultras-
nose oligosaccharide synthesis in Scrophularia- tructural aspects of metaphloem sieve elements
ceae. Planta 191, 446-456. in the aerial stem of the holoparasitic angios-
TURGEON, R., R. MEDVILLE e K. C. NIXON. 2001. perm Epifagus virginiana (Orobanchaceae).
The evolution of minor vein phloem and phloem Am. J. Bot. 64, 326- 336.
goading. Am. J Bot. 88, 1331-1339. WARMBRODT, R. D. 1985a. Studies on the root of
VAN BEL, A. J. E. 1993. The transport phloem. Spe- Hordeum vulgare L.- Ultrastructure of the se-
cifics of its functioning . Prog. Bot. 54, 134-150. minal root with special reference to the phloem.
VAN BEL, A. J. E. 1996. Interaction between sieve Am. J. Bot. 72, 414-432.
element and companion cell and the consequen- WARMBRODT, R. D. 1985b. Studies on the root
ces for photoassimilate distribution. Two struc- of Zea mays L.-Structure of the adventitious
tural hardware frames ,'Vith associated physiolo- roots with respect to phloem unloading. Bot.
gical software packages in dicotyledons? J. Exp. Gaz. 146, 169-180.
Bot. 47 (spec. iss.), 1129-1140. WJLLENBRINK, J. e R. KOLLMANN. 1966. Über
VAN BEL, A. J. E. e F. GAUPELS. 2004. Pathogen-in- den Assimilattransport im Phloem von Metase-
duced resistance and alarm signals in the phlo- quoia. Z. Pjlanzenphysiol. 55, 42-53.
em. Mol. Plant Pathol. 5, 495- 504. YOUNG, J. H., R. F. EVERT e W. ESCHRICH. 1973.
VAN BEL, A. J. E. e H. V. M. VAN RIJEN. 1994. Mi- On the volume-flo"v mechanism of phloem trans-
croelectroderecorded development of the sym- port. Planta 113, 355- 366.
plasmic autonomy of the sieve element/compa- ZAHUR, M. S. 1959. Comparative study of seconda-
nion cell complex in the stem phloem of Lupinus ry phloem of 423 species of woody dicotyledons
luteus L. Planta 192, 165- 175. belonging to 85 families. Cornell Univ. Agric.
VAN BEL, A. J. E., K. EHLERS e M. KNOBLAUCH. Exp. Stan. Mem. 358. New York State College of
2002. Sieve elements caught in the act. Trends Agriculture, Ithaca.
Plant Sei. 7, 126- 132. ZIEGLER, H. 1963. Die Ferntransport organischer
VIOLA, R., A. G. ROBERTS , S. HAUPT, S. GAZZA- Stoffe in den Pflanzen. Naturwissenschaften
NI, R. D. HANCOCK, N. MARMIROLI, G. C. MA- 50, 177-186.
CHRAY e K. J. OPARKA. 2001. Tuberization in
CàP. ÍiliULO CàliOFaiZ~
FLOEMA:, FLOEMA
SECUNDARIO E
-
VARIAÇOES NA SUA
ESTRUTURA
Pelo fato de o floema secundário ser derivado do largas de floema inicial, seguidas por uma faixa
câmbio, o arranjo das células é similar àquele do tangencial mais ou menos contínua de parênqui-
xilema secundário. Um sistema vertical ou axial de 1na e, finalmente, por várias camadas de células
células, derivado das iniciais fusiformes do câmbio, crivadas do floema tardio, consideravelmente
é atravessado pelo sistema horizontal ou radial de- mais estreitas (Holdheide, 1951; Alfieri e Evert,
rivado das iniciais radiais (Fig. 14.1). Os principais 1968, 1973). Em Ulmus americana, umafolhosa1
co1nponentes do sistema axial são os elementos de zona temperada, os elementos de tubo criva-
crivados (células crivadas ou elementos de tubo do, que ocorren1 em faixas tangenciais mais ou
crivado, estes últimos com células companheiras), menos distintas, variam gradualmente em largu-
células parenquimáticas e fibras. Aqueles do siste- ra, de elementos do floema inicial relativamente
ma radial são as células parenquimáticas radiais. largos até elementos do floema tardio mais es-
Arranjos estratificados, não estratificados e treitos. Em Citharexylum myrianthum (Ver-
tipos intermediários de células do floema podem benaceae) e Cedrelafissilis (Meliaceae), ambas
ser encontrados em diferentes espécies de plantas. folhosas tropicais brasileiras, os elementos criva-
Como no xilema, o tipo de arranjo é determinado, dos formados no floema tardio, que ocorrem em
primeiro, pela morfologia do câmbio (ou seja, se é grupos esparsos, são distintamente mais estrei-
ou não estratificado) e, segundo, pelo grau de alon- tos radialmente elo que os elementos formados no
gamento dos vários elementos do sisten1a axial du- floema inicial, e podem ser usados de forn1a con-
rante a diferenciação do tecido. fiável para delin1itar as camadas de crescimento
Muitas coníferas e angiospermas lenhosas no floema (Veronica Angyallossy, comunicação
mostram uma divisão do floema secundário em pessoal) . Em Pyrus communis e Malus domes-
camadas anuais de crescimento (Huber, 1939; tica, uma faixa de futuras fibroesclereídes e cé-
Holdheide, 1951; Srivastava, 1963), embora essa lulas cristalíferas fica en1 repouso, em um esta-
divisão seja menos clara do que no xilema secun- do meristemático, próximo ao câmbio e, quando
dário e possa ser obscurecida por condições de amadurece, pode servir como um marcador para
crescilnento. As camadas de crescimento do floe- delimitar as sucessivas camadas de crescimen-
ma são distinguíveis se as células do floema inicial to (Evert, 1960, 1963) . Muitas gimnospermas2
se expandem mais intensamente do que aquelas
do floema tardio. Em Pinaceae, são formadas vá- 1 Ver nota número 1, Capítulo 11.
rias camadas de células crivadas relativamente 2 Ver nota número 1, Capítulo 1.
490 111 Anatomia das Plantas de Esau
Parênquima
Fibras Céllula Fibras
companheira Raio
Raio Câmbio
Parênquima
floemático
Áreas
crivadas
l\' ~: i:::
:
:~ ~: ~(::
• (\
o '' ~) . .
'.'tl-;1\,,-.:# 1'/./I , ' " '
-~~ ;
~~
o : -: e. [
.,, .. :
• :--~~E : ....,_,. ,.
;,. ~
o " t:
.t ~ f;· ; . ;,: :.
., :.:: {;r •
~)f: f\ o . ! :·
VJ,t:] •
.'?; ::;: :
o : t 'I i::
.. !l(i.!t \'
•
vn\1.
:, . :
••
l!· :,.J
u~
• • ~ ti
~ -(4 : •
! :
!~i
: •
• • •
• • • ~ ,J
11 . !~r
: ·:~!~, N-· ;_,.- \/!\!
. :. '::
• •
o
•
•
o
o
;~ 9
~;
;· :...
\ ::' ::
• •
••
{) ·. ;·..:
.:: :; : .•
:1 ~:
\~·: J~
i)i/)j •
::\: trur
:: \:
.:•• •'
i ~' :~
~;
1i- : :
1$, . :
\/'.\ \/ ..
t'< : :
Iniciais
Ri o Iniciais l fusiformes
A Células crivadas fusiformes B Tubo crivado
FIGURA 14.1
Diagrama de bloco do floema secundário e câmbio vascular de A , Thuja occidentalis (tuia), uma conífera, e de B,
Liriodendron tulipifera (tulipeiro), uma folhosa. (Cortesia de I. \V Bailey; desenhado por J. P. Rogerson sob a super-
visão de L. G. Livingston. Redesenhado.)
e angiospermas formam faixas tangenciais de fi- e mais estreitas e com paredes mais finas no fl.oe-
bras no floema secundário. O número dessas fai- ma tardio. Tal padrão foi observado em Chama-
xas não é necessariamente constante de estação ecyparis lawsoniana (Huber, 1949), Juniperus
em estação e, portanto, elas não podem ser utili- communis (Holdheicle, 1951) e Thuja occidenta-
zadas de modo seguro para determinar a idade do lis (Bannan, 1955). Em angiospermas, a primeira
tecido floemático. Nas coníferas com fibras floe- faixa ele fibras ele floema formada em uma dada
máticas, contudo, as fibras podem ser mais largas camada de crescimento é frequentemente mais
e possuir paredes mais espessas no fl.oema inicial, larga que a faixa formada por último (por exem-
Floema: floema secundário e variações na sua estrutura 111 491
plo, en1 Robinia pseudoacacia, Derr e Evert, de floema secundário morto, con1primidas entre ca-
1967; e Tilia americana, nas quais as primeiras madas de periderme, e de tecidos vivos dentro da
faixas de elementos de tubo crivado formadas são periderme mais interna (ver Fig. 15.1). A periderme
também frequentemente mais largas do que as mais interna e os tecidos do eixo isolados por ela
faixas formadas subsequentemente, Evert, 1962). podem ser combinados sob a designação de casca
O colapso dos elementos crivados no floema não externa. O floema vivo subjacente pode ser desig-
condutor e as modificações concomitantes em al- nado como casca interna. As cascas interna e ex-
gu1nas outras células - notavelmente o aumento terna não podem ser distinguidas em cascas que
em largura das células parenquimáticas - contri- possuem apenas uma periderme superficial. Ape-
buem para obscurecer as diferenças estruturais nas a casca interna é considerada neste capítulo.
que possan1 existir nas diferentes partes de uma r
camada de crescimento no seu início. FLOEMA DE CONIFERA
Os raios do floema são contínuos em relação Em coníferas, o floema secundário é similar ao xi-
aos raios do xilema, já que an1bos surgem de um lema secundário na relativa simplicidade de sua
grupo comum de iniciais radiais no câmbio. Jun- estrutura (Fig. 14.lA; Srivastava, 1963; den Outer,
tos, eles constituem os raios vasculares. Próximo 1967). O sistema axial contém células crivadas e
ao câmbio, os raios do xilema e do floema, de ori- células parenquimáticas, algumas das quais podem
gem comun1, são normalmente idênticos em altura ser diferenciadas como células de Strasburger. Em
e largura. Contudo, a parte mais velha do raio floe- Pinaceae, as células de Strasburger do sistema axial
mático, que é deslocada para fora pela expansão do comumente ocorre1n como placas radiais de células,
corpo secundário da planta, pode crescer conside- que são derivadas de iniciais fusiformes em declí-
ravelmente em largw·a. Antes que os raios floemá- nio de comprimento (Srivastava, 1963). Fibras e es-
ticos se dilatem, suas variações em forma e tama- clereídes também podem estar presentes. Os raios
nho são semelhantes àquelas dos raios xilemáticos são unisseriados e contêm células parenquimáticas
na mesma espécie. Os raios floemáticos podem ser e células de Strasburger, se estas células estiverem
unisseriados, bisse1iados ou multisseriados. Eles presentes na espécie. Mais comumente, as células
variam em altura, e raios baixos e altos podem es- de Strasburger estão localizadas nas 1nargens dos
tar presentes na mesma espécie. raios, contudo, ocasionalmente elas podem ser en-
Os raios podem ser compostos de um tipo de contradas no meio do raio. Onde células radiais de
célula ou podem conter ambos os tipos de célula, Strasburger ocorrem no lado do floema em relação
procumbentes ou eretas. Os raios floemáticos não ao cân1bio, traqueídes radiais ocorrem no lado do
atinge1n o mesmo comprimento que os raios xile- xilema, exceto em Abies, que raramente possui
máticos porque o câmbio produz menos floema do traqueídes radiais. A disposição das células é não
que xilema. Esses raios também não são tão longos estratificada. Canais resiníferos normalmente estão
porque as porções externas do floema são comu- presentes tanto no sistema axial como no radial.
mente eliminadas por meio da atividade do felogê- Canais de resina também podem ser induzidos a
nio, ou câmbio da casca, o meristema lateral que se formarem em reação a ferimentos mecânicos ou
produz a periderme (Capítulo 15). químicos ou por injúrias causadas por insetos ou pa-
Algumas vezes, quando se trata de caules e raí- tógenos. Esses canais de resina traumáticos formam
zes, é conveniente tratar o floema e todos os teci- redes tangenciais que se anastomosam (Yamanaka,
dos localizados ao seu exterior con10 uma unida- 1984, 1989; Kuroda, 1998) .
de. O termo não técnico casca é empregado para As células crivadas das coníferas são elemen-
esse propósito (Fig. 14.2). Em caules e raízes que tos delgados e alongados, comparáveis às iniciais
possuem apenas tecidos primários, casca se refe- fusiformes das quais são derivadas (Fig. 13.4A e
re geralmente ao floema primário e ao córtex. Nos 14.lA). As células crivadas se sobrepõem umas às
eixos em um estado secundário de crescimento, a outras em suas extremidades finais, e cada uma
casca pode incluir o floema primário e secundá- está em contato com vários raios. As áreas criva-
rio, quantidades variadas de córtex e a periderme. das ocorrem quase exclusivamente nas paredes
Em caules e raízes velhos, a casca pode consistir radiais. São particularmente abundantes nas ex-
inteiramente de tecidos secundários, de can1adas tremidades finais, que se sobrepõem às das outras
492 111 Anatomia das Plantas de Esau
FIGURA 14.2
Secção transversal da casca de caule de um Liriodendron tulipifera com 18 anos de idade. Exceto pelo córtex (co) e
remanescentes do fl.oema primário, como evidenciado pela presença das fibras do fl.oema primário (f ), essa casca - to-
dos os tecidos externos ao câmbio vascular - consiste quase inteiramente por fl.oema secundário; a periderme original
ainda está presente externamente ao cór tex. Somente urna porção muito estreita (0,1 mm de largu ra) do floema próxi-
mo ao câmbio (c) contém tubos crivados vivos, maduros, correspondendo ao floerna condutor (fc), o resto do floen1a é
não condutor. Alguns raios (r) são dilatados. Outro detalhe : x, xi lema. (x37. Reproduzido com perrnissão da University
of California Press: Cheadle e Esau, 1964. Univ. Calif, Publ. Bot. © 1964, The Regents of the University of California.)
FIGURA 14.3
Secções transversais do floema secundário de Pinus. O floema condutor (fc) é muito menor em quantidade do que
o não condutor (apenas uma parte dele é mostrada nestas figuras), onde todas as células crivadas estão colapsadas
(eco) e somente as células do parênquima axial (pa) e radial (r) estão intactas. Em A (Pinus strobus), as células do
parênquima axial estão arranjadas em faixas tangenciais e separam o floema inicial do floema tardio em cada incre-
mento. Porções de 7 incrementas de crescimento podem ser vistas aqui. Em B (Pinus sp.), as células do parênquima
axial estão espalhadas. Outros detalhes: c, câmbio; ccr, célula crivada; x, xilema; em A , as setas apontam para a calose
definitiva. (A , obtido de Esau, 1977; B , obtido de Esau, 1969. www.schweizerbart.de)
polifenólicas nas células parenquin1áticas axiais tracelular, nas paredes celulares. Nos caules de
de Picea abies desempenham comprovadamen- coníferas, os cristais em combinação com as fi-
te um papel fundamental na defesa contra orga- leiras de fibras (onde estão presentes) fornecem
nismos invasivos tais como o fungo da mancha uma barreira eficiente contra pequenos insetos
azul, Ceratocystis polonica (Franceschi et al., perfuradores de casca (Hudgins et al., 2003).
1998). Cristais de oxalato de cálcio são comuns A distribuição das células no floema das coníferas
no floema secundário de coníferas (Hudgins et apresenta dois padrões principais. Nas Pinaceae,
al., 2003). Nas Pi naceae, os cristais se acumu- que apresentam uma consistente ausência de fi-
lam intracelularmente no parênquima cristalífe- bras, o padrão é determinado pelo arranjo relativo
ro; nas não Pinaceae o acúmulo de cristal é ex- das células crivadas e das células parenquimáti-
494 111 Anatomia das Plantas de Esau
!1
;
! 01
l 01:
B
FIGURA 14.4
Vistas radiais mostrando a distribuição das conexões simplásticas entre as células crivadas (cc1) e as células radiais
próximas ao câmbio. A , em Pseudotsuga taxifolia tais conexões (setas) ocorrem entre as células crivadas e - as cé-
lulas radiais de Strasburger (crS), mas não entre as células crivadas e as células de raio do floema (crf) . B, em Tsuga
canadensis as conexões simplásticas (setas) ocorrem entre as células crivadas e todas as células radiais, tanto as
de Strasburger quanto as radiais comuns do floema. Outros detalhes: c, câmbio; pa, célula de parênquima axial; t,
traqueíde; crx, célula de parênquima do xilema. (Obtido de den Outer, 1967.)
cas axiais. As células parenquimáticas axiais po- Considerando as gimnospermas como um todo,
dem formar faixas tangenciais unisseriadas com den Outer (1967) reconheceu uma tendência evo-
faixas de células crivadas tão largas que as cé- lutiva no floema secundário em direção a uma
lulas crivadas tornam-se os elementos básicos do maior organização, regularidade e repetição. O
sistema axial (Fig. 14.3A). As células crivadas po- autor agrupou os tecidos em três tipos:
dem formar faixas muito mais estreitas, com ape-
nas uma a três células em largura. As faixas pa- 1. Tipo Pseudotsuga taxifolia (algumas Pi-
renquimáticas algumas vezes são irregulares, ou naceae pertencem a esse tipo), com o subtipo Tsuga
as células parenquimáticas estão distribuídas de canadensis (as outras Pinaceae estão agrupadas
maneira tão esparsa, que uma alternância radial neste subtipo). O sistema axial consiste principal-
com faixas de células crivadas mal é distinguível. mente de células crivadas, entre as quais as poucas
Nas Taxodiaceae, Cupressaceae, e partes das Po- células parenquimáticas ocorren1 em faixas tangen-
docarpaceae e Taxaceae, as fibras estão presen- ciais descontínuas (Fig. 14.3A) ou difusas, formando
tes de forma consistente, e o padrão característi- uma rede de células parenquimáticas (Fig.14.3B).
co é baseado em uma sequência regular de faixas No tipo Pseudotsuga taxifolia as células parenqui-
tangenciais unisseriadas alternadas entre fibras , máticas radiais são conectadas simplasticamente às
células crivadas, células parenquimáticas, células células crivadas apenas indiretamente por meio das
crivadas, fibras, e assim por diante, nessa ordem células de Strasburger (Fig. 14.4A), enquanto que,
(ver Fig. 14.5B). Ocorrem distúrbios no padrão e no subtipo Tsuga canadensis, tanto as células pa-
a sequência é nlenos regular em algu1nas famí- renquilnáticas radiais quantos as células Strasbur-
lias do que em outras. Um padrão específico pode ger são conectadas diretamente às células crivadas
não ser discernível (algumas Araucariaceae, por (Fig. 14.4B). Com exceção das placas radiais de cé-
exen1plo, Agathis australis, Chan, 1986) ou este lulas, as células de Strasburger ocorrem quase ex-
pode se desenvolver conforme o caule envelhece. clusivamente nos raios.
Floema : floema secundário e variações na sua estrutura 111 495
2. Tipo Ginkgo biloba (inclui, além de Ginkgo fibras no floema secundário. Os cristais podem ser
biloba, Cycadaceae, Araucariaceae, e partes de tão abundantes que contribuem consideravelmen-
Podocarpaceae e Taxaceae). O sistema axial con- te para o suporte mecânico da casca, resultando
siste de faixas de células crivadas e faixas de cé- até mesmo em uma casca dura na ausência de es-
lulas parenquimáticas em proporções quase iguais clerênq uima (Roth, 1981). A casca das árvores de
(Fig. 14.5A). Apenas ocorrem células floemáticas florestas tropicais úmidas, em particular, tem sis-
axiais de Strasburger; estas formam longas séries temas secretores bem desenvolvidos (Roth, 1981).
longitudinais dentro das faixas de células paren-
quimáticas do floema. Os padrões formados pelas fibras podem ser
de significância taxonômica
3. Tipo Chamaecyparis pis ifera (inclui Uma das diferenças mais conspícuas na aparência
Cupressaceae, Taxodiaceae e partes de Podocar- da casca e do floema secundário de diferentes es-
paceae e Taxaceae). O sistema axial consiste de pécies resulta da distribuição das fibras, e os pa-
uma sequência regular de tipos celulares alternados drões formados por estas são úteis para identifi-
(Fig. 14.5B) . As células de Strasburger ficam geral- cação (Holdheide, 1951; Chattaway, 1953; Chang,
mente espalhadas entre as células parenquimáticas, 1954; Zahur, 1959; Roth, 1981; Archer e van Wyk,
isoladas, nunca em longas séries longitudinais. 1993; den Outer, 1993). Em certas angiospermas,
as fibras são difusas ou irregularmente dispersas
Assim, nesta suposta série evolutiva, o nível de entre outras células do sistema axial (Fig. 14.6B;
organização do floema secundário aumenta. Este Campsis, Tecoma, Nicotiana, Cephalanthus,
começa com um sistema axial que consiste princi- Laurus). Em outras, as fibras ocorrem em faixas
palmente de células crivadas e uma dispersão de tangenciais, alternando mais ou menos regular-
células parenquimáticas e esclereídes e culmina mente com faixas que contêm os tubos crivados
em um composto por uma sequência regular repe- e componentes parenquimáticos do sistema axial
tida de camadas tangenciais unisseriadas de fibras, (Fig. 14.6C; Castanea, Corchorus, Lirioden-
células crivadas, células parenquimáticas, fibras e dron, Magnolia, Robinia, Tilia, Vitis) ou podem
assim por diante. estar, de certa forma, espalhadas. As fibras podem
ser tão abundantes que os tubos crivados e células
FLOEMA DE ANGIOSPERMA parenquimáticas ocorrem como grupos pequenos
O floema secundário das angiospennas mostra cercados por fibras (Fig. 14.6D; Carya, Eucalyp-
uma nlaior variedade de padrões de arranjos ce- tus, Ursiniopsis). Em algumas espécies, células
lulares e mais variações nos componentes do que esclerenquimáticas, geralmente esclereídes ou fi-
o floema das coníferas. São encontrados arranjos broesclereídes, diferenciam-se apenas na porção
estratificados, intermediários, e não estratifica- não condutora do floenla (Prunus, Pyrus, Sorbus,
dos das células, e os raios podem ser unisseriados, Laburnum,Aesculus). As fibras septadas de Vitis
bisseriados ou multisseriados. Elementos de tubo são células vivas relacionadas com o armazena-
crivado, células companheiras e células paren- mento de amido.
quimáticas são elementos constantes do sistema
axial, n1as fibras podem estar ausentes (Fig. 14.6A; Os elementos de tubo crivado secundários
Aristolochia, Austrobaileya, Calycanthus spp., mostram variação considerável em forma e
Drimys spp., Rhus typhina). Ambos os sistemas distribuição
podem conter esclereídes, estruturas secretoras de Os tubos crivados e células parenquimáticas axiais
origem esquizógena e lisfgena, laticíferos e varia- mostran1 inter-relações axiais variadas. Algumas
dos idioblastos, células individualizadas com con- vezes os tubos crivados ocorrem em fileiras radiais
teúdos especializados, tais como óleo, mucilagem, longas e contínuas, ou podem formar faixas tangen-
tanino e cristais. A formação de cristais é comum ciais com faixas similares de parênquima. Quando
e pode ocorrer en1 série de células parenquimáti- o floema possui faixas tangenciais de fibras alter-
cas, células parenquimáticas radiais ou em células nadas com faixas de elementos de tubo crivado e
esclerenquimáticas. Séries subdivididas de parên- parênquima associado, os tubos crivados são comu-
quima cristalífero geralmente circundam feixes de mente separados das fibras e dos raios por parên-
496 111 Anatomia das Plantas de Esau
FIGURA 14.5
Secções transversais de floema secundário. A , de um ramo de Ginkgo biloba. Células crivadas (ccr) e células de pa-
rênquima axial (pa) em camadas. Células crivadas parcialmente colapsadas, principalmente no floema mais antigo.
Células de parênquima túrgidas. Em caules mais velhos, as camadas, ou faixas, de células crivadas e parênquima axial
são mais óbvias do que aqui. B, do caule de Taxodium distichum. Células se alternam radialmente em sequência de
fibra (f), célula crivada (ccr), célula parenquimática (pa), célula crivada (ccr), fibra (f), e assim por diante. No floema
não condutor (acima), as células crivadas estão colapsadas pelas células de parênquima aumentadas. Outros detalhes:
c, câmbio; r, raio; x, xilema. (A , x600; B, x400. Obtido de Esau, 1969. www.schweizerbart.de)
quima. As faixas de parênquima axial fonnam uma renquimáticas são tão abundantes que constituem
rede contínua em conjunto con1 os raios (Ziegler, a matriz do floema condutor (den Outer, 1993).
1964; Roth, 1981) . Existem variações consideráveis Muitas angiospermas lenhosas possuem floema não
na proporção das células parenquimáticas em rela- estratificado, com elementos de tubo crivado alon-
ção a outros tipos celulares do sistema axial. Em gados contendo predominantemente placas criva-
lianas tropicais, tais como Datura, as células pa- das compostas nas paredes terminais inclinadas
Floema: floema secundário e variações na sua estrutura 111 497
FIGURA 14.6
Floema secundário de uma angiosperma lenhosa em secções transversais. A , Drimys winteri, que não possui fibras.
As células grandes são células secretoras. B, Campsis, fibras (f) isoladas espalhadas. C, Castanea, fibras (f) em faixas
paralelas tangenciais. D , Carya, fibras (f) circundam grupos de elementos cr ivados (ec) e células parenquimáticas.
(Fig. 14.7A; Betula, Quercus, Populus, Aesculus, (Fig. 14.7B; Behnke, 1986) Winteraceae (Behnke e
Tilia, Juglans, Liriodendron). Em alguns gêne- Kiritsis, 1983) e Pomoideae (Evert, 1960, 1963), há
ros, as áreas crivadas das placas crivadas são dis- uma distinção menor entre os dois tipos de áreas
tintamente mais diferenciadas do que as áreas cri- crivadas. Paredes terminais levemente inclinadas
vadas laterais. Em outras, com paredes terminais (Fagus, Acer) e transversais (Fig.14.8; Fraxinus,
muito inclinadas, como naquelas deAustrobaileya Umus, Robinia) geralmente possuem placas cri-
498 111 Anatomia das Plantas de Esau
pa
FIGURA 14.7
Secções tangenciais do floema secundário não estratificado de Liriodendron tulipijera (A) e Austrobaileya scan-
dens ( B), ambas com elementos de tubo crivado com placas crivadas compostas (pc) nas paredes terminais inclina-
das. Várias placas crivadas podem ser vistas em A , uma única placa crivada em B. As placas crivadas muito inclinadas
deAustrobaileya possuem numerosas áreas crivadas (pontas de setas). Outros detalhes: f, fibra; pa, célula de parên-
quima axial; col, célula oleífera no raio; r, raio. (A , xl00; B, x413. B, Prancha3D obtida de Esau, 1979, Anatomy of the
Dicotyledons, 2. ed., vol. I, C. R. Metcalfe e L. Chalk, eds., com permissão da Oxford University Press.)
vaclas simples. Os elementos ele tubo crivado indi- placas crivadas compostas são formadas nos lados
viduais são relativamente curtos em tais plantas, e largos das extremidades em formato de cunha e são,
se o floema é derivado de um câmbio com iniciais portanto, observadas em vistas frontais nas secções
curtas, o floema pode ser mais ou menos nitida- radiais, e em vistas laterais em secções tangenciais.
mente estratificado (Fig. 14.8B; den Outer, 1986). Como mencionado previamente, os raios do floema
Se os elementos de tubo crivado possue1n paredes secundário são comparáveis aos raios do xilema da
terminais inclinadas, as extremidades das células 1nesma espécie, mas podem se tornar dilatados nas
têm uma fonna aproxi1nada de cunha e são de tal partes mais velhas do tecido. O grau dessa dilata-
forma orientadas que o lado largo da cunha fica ex- ção é altamente variável. A extrema dilatação de
posto na seção radial, e o estreito na tangencial. As certos raios é uma das características mais cons-
Floema: floema secundário e variações na sua estrutura 111 499
FIGURA 14.8
Floema secundário da falsa-acácia (Robinia pseudoacacia). A , secção transversal mostrando parte de uma faixa de
tubos cr ivados funcionais. Muitos dos elementos de tubo crivado (etc) foram seccionados próximos ao plano de suas
paredes terminais, revelando as placas crivadas simples (pontas de seta). Os elementos de tubo crivado do incremento
de floema do ano anterior (acima) estão colapsados e obliterados (setas); abaixo está uma faixa de fibras (f) . B, secção
tangencial, revelando a natureza estratificada desse floema. As pontas de seta apontam as placas crivadas. Os corpos
escuros nos elementos de tubo crivado são corpos de proteína-P não dispersos. Outros detalhes : cc, célula companhei-
ra; pa, célula parenquimática; r, raio. (A , x370; B , xl80. A , obtido de Evert, 1990b, Fig. 6.1. © 1990, Springer-Verlag;
B, cortesia de William F. Derr.)
pícuas do floema de Tília (ver Fig. 14.16). Os raios pécies (Capítulo 11). Anlbos os tipos de elementos
largos separam em blocos o sistema axial junto podem servir para interconectar os seus respecti-
com os raios não dilatados se estreitando em dire- vos elementos condutores em qualquer lado de um
ção à periferia do caule. raio. Elementos de tubo crivado arranjados radial-
Ele1nentos de tubo crivado, tanto solitários mente também ocorrem em alguns raios do floema
como em grupos, são encontrados nos raios do flo- (Rajput e Rao, 1997; Rajput, 2004). Se os elemen-
e1na de alguns eudicotiledôneas (por exemplo, na tos de tubo crivado têm a sua origem a partir de cé-
Fig.14.9, Vitis vinijera, Esau, 1948; Calycanthus lulas de raio propriamente ditas ou de células po-
occidentalis, Cheadle e Esau, 1958; Strychnos tencialmente radiais (Cheadle e Esau, 1958) é uma
nux-vomica, Leucosceptrum cannum, Dahlia questão problemática. Células semelhantes foram
imperialis, Gynura angulosa, Chavan et al., encontradas nos raios do floema de Malus domes-
1983; Erythrina indica, Acacia nilotica,Tectona tica e, por meio do exame de secções tangenciais
grandis, Rajput e Rao, 1997). Esses "elementos seriadas, descobriu-se que são derivadas de iniciais
crivados de raio" são análogos às assi1n chamadas fusiformes que reduziram gradualmente seu com-
células perfuradas de raio (elementos de vaso) primento e sua forma alongada, algumas das quais
encontradas nos raios xilemáticos de algu,nas es- finalnlente se converteram em iniciais de raio que,
500 111 Anatomia das Plantas de Esau
FIGURA 14.10
Secção transversal do floema secundário do caule de Thuja occidentalis. O sistema axial consiste de uma sequência
regular de tipos celulares alternados: fibra (f), célula crivada (cc1), célula parenquimática (pa), célula crivada (ccr),
fibra (f), e assim por diante. A última divisão periclinal de uma derivada cambial comumente origina ou uma célula
crivada e uma fibra, ou uma célula crivada e a precursora de uma série parenqumática. A célula crivada é a célula mais
externa nas duas situações. Outros detalhes: c, câmbio; r, raio; x, xilema. (x600. Obtido de Esau, 1969. www.schwei-
zerbart.de)
'~f2:1:(· f)t,z,0
·rI;r; (·~l' (·!l' fl1 0
,Jlill,b·t& 'b'}L:}h(
gJ( 1 ( ~ Q" 6 )e( 7
1 2 3 4 5 6 7
a
b
n 1
n
e li 1 11
d FIGURA 14.12
e
..
.. 11 .
.
l 11 Secção transversal do floema secundário da falsa-acá-
f 11 cia (Robinia pseudoacacia) mostrando em grande
1
11 parte o floema condutor (fc) . A atividade carnbial resul-
9
LJ 1
Li tou na produção de três novas faixas de tubos crivados
B (te) e duas de fibras (f). Os t ubos crivados do floema
FIGURA 14.11 não condutor (indicados por setas) colapsaram. Outros
detalhes: zc, zona cambial; xd, xilema em diferencia-
Floema secundário de J'víalus domestica. Análise de ção; r, raio. (xl50.)
uma fileira radial de derivadas cambiais. A , desenhos
a-g ilustram a fileira radial em secções transversais re-
alizadas nos níveis indicados pelas posições de a-g em ma secundário porque não há critérios ade-
B. Em A , células parenquimáticas estão com núcleos, quados para categorizá-las, tanto com base no
elementos crivados numerados, e células companheiras
seu tempo de maturação quanto em suas ca-
com pontinhos. Em B, as linhas sólidas numeradas re-
presentam os elementos crivados, as linhas pontilhadas
racterísticas morfológicas (Esau, 1969). Em-
as células companheiras, e as linhas tracejadas as cé- bora existam muitos tipos intermediários, as
lulas parenquimáticas. Agrupamentos estão indicados, células esclerenquimáticas do floema secundá-
em parte, pelas linhas horizontais que conectam as cé- rio comumente são classificadas como fibras,
lulas relacionadas. (x393. Obtido de Evert, 1963.) esclereídes e fibroesclereídes, co1no segue:
FIGURA 14.13
Floerna secundário de Abies sachalinensis var. mayriana em secções transversal (A) e longitudinal radial (B) do
caule. Camadas tangenciais com urna célula de largura de células parenquirnáticas axiais (pa) se alternam com ca-
madas de células crivadas (cc1). No floema não condutor, as células parenquimáticas originarn esclereídes torcidas.
Outros detalhes: c, câmbio; ed, esclereídes em diferenciação; em, esclereídes maduras; r, raios; x, xilema. (Ambas,
x92. Obtido de Esau, 1969. www.schweizerbart.de)
maturidade. Ainda que células contendo cristais maturam no floema condutor. A esclereíde típica
possam acompanhar esclereídes ou fibroesclere- é mais curta que uma fibra, tem um lúmen celular
ídes, células cristalíferas subdivididas são geral- mais largo, e uma parede celular grossa, frequen-
mente encontradas ao longo das margens das fai- temente com múltiplas camadas atravessadas por
xas de fibras. pontoações simples conspícuas que se rainificam
Esclereídes se desenvolvem principalmente no (pontoações ramificadas). Variam de braquiescle-
floema não condutor pela modificação das células reídes não ramificadas (células pétreas) a formas
parenquimáticas axiais ou radiais já diferenciadas. torcidas irregularmente, tais como aquelas encon-
Algumas, contudo, são logo individualizadas como tradas emAbies (Fig. 14.13) e casca de Eucalyp-
primórdios de esclereídes próximos ao câmbio e tus (Chattaway, 1953,1955a).
504 111 Anatom ia das Pl antas de Esau
jan.
fev. dez.
i - - - - - out
maio
)Uíl. ago.
jul.
FIGURA 14.14
Diagrama que interpreta o crescimento sazonal do floema secundário do caule de Pyrus communis (pera) . (Repro-
duzido com permissão da University of California Press : Evert, 1960. Univ. Calif Publ. Bot. © 1960, The Regents of
the University of California.)
JU íl.
maio
está se
,oe~ª •1and o
F,I
abr.
L - - - - -ma r.
out. fev.
nov. jan.
dez.
FIGURA 14.15
Diagrama que interpreta o crescimento sazonal do floema secundário do caule de Vitis vinifera (videira). (Obtido de
Esau, 1948. Hilgardia 18 (5), 217-296. © 1948 Regents, University of California.)
últinlo permanecenl vivas e funcionais durante o crivados são reativados na primavera, a calose de
inverno até novas células crivadas se diferencia- dormência é removida. Esse padrão ocorre, por
rem na primavera (Alfieri e Evert, 1968, 1973). Em exemplo, no fl.oema de Tilia, cujos elementos cri-
Juniperus californica, todas as células crivadas vados podem funcionar por cerca de 5 anos em
da camada fl.oemática do ano anterior permane- T americana (Evert, 1962) e 10 anos em T cor-
cem em um estado 1naduro e funcional durante o data (Holdheide, 1951), em Carya ovata, com
inverno (Alfieri e Kemp, 1983). Um padrão similar elementos crivados funcionando por 2 a 6 anos
ao encontrado na maioria das coníferas é demons- (Davis, 1993b), e em Vitis (Esau, 1948; Davis e
trado pelas folhosas de regiões temperadas com Evert, 1970) e nos caules bianuais de Rubus al-
anéis porosos, Quercus alba (Andersen e Evert, legheniensis (Davis, 1993a), com elementos cri-
1965) e Ulmus americana (Tucker, 1968). Um vados que funcionam por 2 anos (Fig. 14.15). Um
número relativamente grande de elementos criva- padrão similar de dormência e reativação aparen-
dos pode permanecer funcional por uma ou duas temente ocorre no floema de Grewia tiliaefolia,
estações em certas espécies. Em algumas espé- uma árvore decídua tropical da Índia (Deshpande
cies temperadas a calose de dormência se forma e Rajendrababu, 1985) . A auxina está envolvida
no outono nas áreas crivadas dos elementos cri- na remoção da calose de dormência dos tubos cri-
vados que irão permanecer em um estado dor- vados secundários de Magnolia kobus (Aloni e
mente durante o inverno. Quando os elenlentos Peterson, 1997) .
506 111 Anatomia das Plantas de Esau
Em virtude da largura relativan1ente estreita do Pode haver uma defasagem entre o tempo em
incremento anual do floema e sua vida funcional que os elementos crivados param de conduzir e sua
geralmente curta, a camada de floema condutor efetiva morte, mas os vários sinais do estado inativo
ocupa somente uma pequena proporção da casca. dos elementos crivados são prontamente identifica-
Huber ( 1939) encontrou que a espessura, em milí- dos. As áreas crivadas ou estão cobertas por uma
metros, do floema condutor é de 0,23 a 0,325 para 1nassa de calose (calose definitiva) ou inteiramente
Larix e 0,14 a 0,27 para Picea. Alguns exemplos da livres dessa substância; a calose finalmente desa-
largura em milímetros para o floema condutor em parece dos elementos crivados velhos e inativos.
espécies decíduas são 0,2 para Fraximus ameri- Os conteúdos dos elementos crivados podem estar
cana e 0,35 para Tectona grandis (Zimmermann, completamente desorganizados ou podem estar au-
1961); 0,2 a 0,3 para Quercus, Fagus, Acer, e Be- sentes e as células preenchidas por gás. As células
tula; 0,4 a 0,7 para Ulmus e Juglans; e 0,8 a 1,0 companheiras e algumas células parenquimáticas
para Salix e Populus (Holdheide, 1951). Todos das angiospermas, e as células de Strasburger das
esses exemplos são para árvores de zona tempe- coníferas, cessam de funcionar quando seus ele-
rada exceto para a Tectona grandis (teca), cuja mentos crivados associados n1orrem. A determina-
casca contém uma quantidade modesta de floema ção do estado não condutor do floema é particu-
condutor. Teca aparentemente contrasta fortemen- larmente certa se os elementos crivados estão n1ais
te con1 Dipterocarpaceae, que foram citadas por ou menos colapsados ou obliterados. Em algumas
possuírem faixa de floema condutor de 5 a 6 mm espécies não há um lin1ite óbvio entre o floeina co-
de largura (Whitmore, 1962) . Esta última informa- lapsado e não colapsado (por exemplo, em Euony-
ção serviu para alin1entar a crença de que a casca mus bungeamus, Lin e Gao, 1993; Leguminosae
de árvores tropicais geralmente continha faixas arborescentes, Costa et al., 1997; Eucalyptus glo-
substancialmente mais largas de floema condutor bulus, Quilhó et al., 1999) . Em outras, os elemen-
do que suas correspondentes de zona temperada. tos crivados permanecem intactos por vários anos
Entretanto, a acurácia das medidas de Whitmore depois que morrem e podem não colapsar até que
(1962) foi questionada (Esau, 1969). Roth (1981) sejam separados da casca interna pela atividade do
observou que o floema condutor ocupa somente felogênio. Portanto, a sugestão de os termos "floe-
uma porção muito pequena da espessura da casca ma colapsado" e "não colapsado" serem usados no
interna de árvores da Guiana Venezuelana4. O mes- lugar de "floema condutor" e "não condutor" (Tro-
mo é verdadeiro para a casca de Citharexylum ckenbrodt, 1990) não foi adotada neste livro.
myrianthum e Cedrelafissilis do Brasil (Veroni-
ca Angyallossy, comunicação pessoal). Elementos O floema não condutor difere estruturalmente
de tubo ocupam de 25% a 50% do flo ema condutor do floema condutor
de angiospermas lenhosas. Os fenômenos responsáveis pelas diferenças es-
truturais do floema condutor e não condutor po-
FLOEMA NÃO CONDUTOR dem ser colocados em quatro categorias: (1) o
A parte do floema na qual os elementos crivados colapso dos elementos crivados e algumas das
cessaram de funcionar pode ser referida como células associadas a eles; (2) o crescimento por
floema não condutor. Esse termo é preferível dilatação resultado da expansão e divisão celular
ao ambíguo termo "floema não funcional" por- das células parenquin1áticas, axiais ou radiais ou
que parte da casca interna, na qual os elemen- ambas (pode ocorrer somente expansão celular);
tos crivados estão mortos e não conduzem mais, (3) a esclerificação, isto é, o desenvolvimento de
comumente retém células parenquimáticas axiais parede secundária nas células parenquilnáticas; e
e radiais. Essas células continuam a armazenar (4) o acúmulo de cristais (Esau, 1969). As carac-
amido, taninos e outras substâncias até que o te- terísticas do floema não condutor como um todo
cido é separado da parte viva da casca pela ativi- são variáveis nas diferentes plantas, refletindo a
dade do felogênio. forma e o grau no qual cada um dos quatro fenô-
1nenos é expresso. Em certas angiospermas, como
4 Território guianês reinvindicado pela Venezuela, denominado de Liriodendron, Tilia, Populus e Juglans, a for-
Guaiana Essequiba. ma dos tubos crivados sem função n1uda pouco,
Floema: floema secundário e variações na sua estrutura 111 507
axial e radial podem se tornar esclerificadas. ANDERSON, B. J. e R. F. EVERT. 1965. Some as-
Um tipo de esclerificação é o desenvolvimento pects of phloem development in Quercus alba.
de fibroesclereídes a partir de células do parên- Am. J. Bot. 52 (Abstr.), 627.
quima axial que sofrem crescimento intrusivo e ARCHER, R. H. e A. E. VAN \1/YK. 1993. Bark struc-
depósito de paredes secundárias na porção mais ture and intergeneric relationships of some
interna do floema não condutor. Alguns exemplos southern African Cassinoideae (Celastraceae).
de espécies con1 fibroesclereídes, como mencio- IAWA J 14, 35-53.
nado por Holdheide (1951), são Ulmus scabra, BANNAN, M. W. 1955. The vascular cambium and
Pyrus communis, Malus domestica, Sorbii,S radial growth in Thuja occidentalis L. Can. J.
aucuparia, Prunus padus, Fraxinus excelsior Bot. 33, 113-138.
e Fagus sylvatica. O desenvolvimento de escle- BEHNKE, H.-D. 1986. Sieve element characters and
reídes é comum nos raios e no tecido de dilatação the systematic position of Austrobaileya, Aus-
do sistema axial. Na n1aioria dos casos a esclerifi- trobaileyaceae- With comments to the distri-
cação é precedida pela expansão celular. Cresci- bution and defi nition of sieve cells and sieve-
mento intrusivo també1n pode ocorrer, resultando -tube members. Plant Syst. Evol. 152, 101-121.
em paredes curvas e onduladas. A esclerificação BEHNKE, H.-D. e U. KIRITSIS. 1983. Ultrastructure
do floen1a não condutor pode continuar indefini- and differentiation of sieve elements in primitive
tivamente, produzindo massas de esclereídes. O angiosperms. I. Winteraceae. Protoplasma 118,
esclerênquima em Fagus pode constituir 60% do 148-156.
tecido (Holdheide, 1951). Em certas cascas tro- CHAN, L.-L. 1986. The anatomy of the bark of Aga-
picais, como a do tipo Licania, o esclerênquima this in New Zealand. IAWA Bull. n.s. 7, 229-241.
pode cobrir 1nais de 90% da área transversal no CHANG, Y.-P. 1954. Anatomy of common North
floema não condutor (Roth, 1973). American pulpwood barks. TAPPI Monograph
O floema não condutor também acumula vá- Ser. No. 14. Technical Association of the Pulp
rias substâncias como cristais e substâncias fenó- and Paper Industry, Ne,.v York.
licas. Embora cristais ocorram no floema condu- CHATTAWAY, M. ·M. 1953. The anatomy of bark. I.
tor, eles geralmente se acumulam em células que The genus Eucalyptus. Aust. J. Bot. 1, 402-433.
delimitam as que estão sofrendo esclerificação e, CHATTAWAY, M. M. 1955a. The anatomy of bark. III.
portanto, os cristais podem ser particularmente Enlarged fi bres in the bloodwoods (Eucalyptus
conspícuos no floema não condutor. Os tipos e spp.) Aust. J. Bot. 3, 28-38.
d istribuição dos cristais são suficientemente ca- CHATTAWAY, M. M. 1955b. The anatomy of bark.
racterísticos para serem usados em estudos com- VI. Peppermints, boxes , ironbarks, and other eu-
parativos (Holdheide, 1951; Patel e Shand, 1985; calypts with cracked and furrowed barks . Amt.
Archer e van Wyk, 1993). J Bot. 3, 170-176.
CHAVAN, R. R., J. J. SHAH e K. R. PATEL. 1983. Iso-
lated sieve tube(s)/elements in the barks of some
REFERÊNCIAS angiosperms. IAWA Bull. n.s. 4, 255-263.
ALFIERI, F. J. e R. F. EVERT. 1968. Seasonal deve- CHEADLE, V. 1. e K. ESAU. 1958. Secondary phloem
lopment of the secondary phloem in Pinus. Am. of the Calycanthaceae. Univ. Calif. Publ. Bot.
J Bot. 55, 518-528. 24, 397-510.
ALFIERI, F. J. e R. F. EVERT. 1973. Structure and CHEADLE, V. 1. e K. ESAU. 1964. Secondary phloem
seasonal develop1nent of the secondary phloem of L iriodendron tulipifera. Univ. Calif. Publ.
in the Pinaceae. Bot. Gaz. 134, 17-25. Bot. 36, 143-252.
ALFIERI, F. J. e R. 1. KEMP. 1983. The seasonal COSTA, C. G., V. T. RAUBER CORADIN, C. M.
cycle of phloem development in Juniperus cali- CZARNESKI e B. A. DAS. PEREIRA. 1997. Bark
fornica. Am. J. Bot. 70, 891-896. anatomy of arborescent Leguminosae of cerrado
ALONI, R. e C. A. PETERSON. 1997. Auxin prome- and gallery forest of Central Brazil. IAWA J. 18,
tes dormancy callose remova! from the phloem of 385-399.
l'vfagnolia kobus and callose accumulation and DAVIS, J. D. 1993a. Secondary phloem development
early,.vood vessel differentiation in Quercus ro- cycle in biennial canes of Rubus allegheniensis.
bur. J. Plant Res. 110, 37-44. Am. J. Bot. 80 (Abstr.), 22.
Floema: floema secundário e variações na sua estrutura 111 509
DAVIS, J. D. 1993b. Seasonal secondaryphloem develo- and Development, pp. 103-137, H.-D. Behnke e
pment in Carya ovata. Am. J Bot. 80 (Abstr.), 23. R. D. Sjolund, eds. Springer-Verlag, Berlin.
DAVIS, J. D. e R. F. EVERT. 1970. Seasonal cycle of FRANCESCHI, V R., T. KREKLING, A. A. BERRY-
phloem development in woody vines. Bot. Gaz. MAN e E. CHRISTIANSEN. 1998. Specialized
131, 128-138. phloem pare nchyma cells in Nonx.ray spruce (Pi-
DEN OUTER, R. VI. 1967. Histological investigations naceae) bark are an important site of defense re-
of the secondary phloern of gymnosperms. l'vfeded. actions. Am. J. Bot. 85, 601-615.
Landbouwhogesch. Wageningen 67-7, 1-119. HOLDHEIDE, W. 1951. Anatomie rnitteleuropais-
DEN OUTER, R. W. 1986. Storied structure of the cher Gehõlzrinden (mit mikrophotographischem
secondary phloem. IAWA Bull. n.s. 7, 47-51. Atlas) . In: Handbuch der A1ikroskopie in der
DEN OUTER, R. W. 1993. Evolutionary trends in Technik, Band 5, Heft 1, pp. 193-367, H. Freund,
secondar y phloem anatomy of t rees, shrubs and ed. Umschau Verlag, Frankfurt am Main.
climbers from Africa (mainly lvory Coast) . Acta HUBER, B. 1939. Das Siebrõhrensystem unserer
Bot. Neerl. 42, 269-287. Baume und seine jahrezeitlichen Veranderun-
DERR, W. F. e R. F. EVERT. 1967. The cambium and gen. Jahrb. Wiss. Bot. 88, 176-242.
seasonal development of the phloem in Robinia HUBER, B. 1949. Zur Phylogenie des Jahrringbaues
pseudoacacia. Am. J Bot. 54, 147-153. der Rinde. Svensk Bot. Tidskr. 43, 376-382.
DESHPANDE, B. P. e T. RAJENDRABABU. 1985. HUDGINS, J. W., T. KREKLING e V R. FRANCES-
Seasonal changes in the structure of the secon- CHI. 2003. Distribution of calcium oxalate crys-
dary ph loem of Grewia tiliaefolia, a deciduous tals in the secondar y ph loem of conifers : a cons-
tree from India. Ann. Bot. 56, 61-71. titutive defense mechanism? New Phytol. 159,
ESAU, K. 1948. Phloem structure in t he grapevine, 677-690.
and its seasonal changes. Hilgardia 18, 217-296. KURODA, K. 1998. Seasonal variation in traurnatic
ESAU, K. 1964. Structure and development of the resin canal forrnation in Chamaecyparis obtusa
bark in dicotyledons. In: The Formation of phloern. IAWA J. 19, 181-189.
Wood in Torest Trees, pp. 37-50, M. H. Zimmer- LIESE, W. e V MATTE. 1962. Beitrag zur Rindena-
mann, ed. Acade1nic Press, New York. natomie der Gattung Dacrydium. Forstwiss.
ESAU, K. 1969. The Phloem. Encyclopedia of Centralbl. 81, 268-280.
Plant Anatomy. Histology, Band. 5, Teil 2. Ge- LlN, J.-A. e X.-Z. GAO. 1993. Anatomical studies on
brüder Borntraeger, Berlin. secondar y phloern of Euonymus bungeanus.
ESAU, K. 1977. Anatomy of Seed Plants, 2. ed. Wi- Acta Bot. Sin. (Chih wu hsüeh pao) 35, 506-
ley, New York. 512 .
ESAU, K . 1979. Phloem. ln : Anatomy of the Dico- PATEL, R. N. e J. E . SHAND. 1985. Bark anatomy of
tyledons, 2nd ed., vol. I. Systematic Anatomy Nothofagus species indigenous to New Zealand.
of Leaf and Stem, with a Brief History of the N. Z. J. Bot. 23, 511-532.
Subjecl, pp. 181-189, C. R. Metcalfe e L. Chalk, QUILHÓ, T., H. PEREIRA e H. G. RICHTER. 1999.
eds. Clarendon Press, Oxford. Variability of bark structure in plantation-grown
ESAU, K. e V. I. CHEADLE. 1955. Significance of cell Eucalyptus globulus. IAWA J. 20, 171-180.
divisions in diffe re ntiating secondar y phloem . RAJPUT, K. S. 2004. Occurrence of radial sieve ele-
Acta Bot. Neerl . 4, 348-357. rnents in the secondary phloern rays of sorne tro-
EVERT, R. F. 1960. Phloern structure in Pyrus com- pical species. !sr. J. Plant Sei. 52, 109-114.
munis L. and its seasonal changes. Univ. Calif RAJPUT, K. S. e K. S. RAO. 1997. Occurrence of sie-
Publ. Bot. 32, 127-196. ve elements in phloern rays. IAWA J. 18, 197-201.
EVERT, R. F. 1962 . Some aspects of phloem develo- ROTH, I. 1973. Estructura anatómica de la corteza
pment in Tilia americana. Am. J Bot. 49 (Abs- de algunas especies arbóreas Venezolanas de Ro-
t r.), 659. saceae. Acta Bot. Venez. 8, 121-161.
EVERT, R. F. 1963. Ontogeny and structure of the ROTH, I. 1981. Structural patterns of tropical barks.
secondar y phloem in Pyrus malus. Am. J Bot. ln: Encyclopedia of Plant Anatomy, Band. 9,
50, 8-37. Teil 3. Gebrüder Borntraeger, Berlin.
EVERT, R. F. 1990. Dicotyledons. ln: Sieve Ele- SCHNEIDER, H. 1955. Ontogeny of lemon t ree bark.
ments. Comparative Structure, Induction Am. J. Bot. 42, 893-905.
51 O 111 Anatomia das Plantas de Esau
SRIVASTAVA, L. M. 1963. Secondary phloem in the YAMANAKA, K. 1989. Formation of traumatic phlo-
Pinaceae. Univ. Calif. Publ. Bot. 36, 1-142. em resin canais in Chamaecyparis obtusa.
TROCKENBRODT, M. 1990. Survey and discussion IAWA Bull. n.s. 10, 384-394.
of the terminology used in bark anatomy. IAWA ZAHUR, M. S. 1959. Comparative study of seconda-
Bull. n .s. 11, 141-166. ry phloem of 423 species of vroody dicotyledons
TUCKER, C. M. 1968. Seasonal phloem development belonging to 85 families. Cornell Univ. Agric.
in Ulmus americana. Am. J Bot. 55 (Abstr.), 716. Expt. Stan. Mem. 358. New York State College of
WHITMORE, T. C. 1962. Studies in systematic bark Agriculture, Ithaca.
morphology. I. Bark morphology in Dipterocarpa- ZIEGLER, H. 1964. Storage, mobilization and distri-
ceae. New Phytol. 61, 191-207. bution of reserve material in trees. ln: The For-
YAMANAKA, K. 1984. Normal and traumatic resin- mation of Wood in Forest Trees, pp. 303-320, iVI.
-canals in the secondary phloem of conifers. H. Zimmermann, ed. Academic Press, Nev,r York.
Mokuzai gakkai shi (J Jpn. Wood Res. Soe.) ZIMMERMANN, M. H. 1961. Movement of organic
30, 347-353. substances in trees. Science 133, 73-79.
CàP. ÍiliULO OUlf'NZ~
PERi DERME
A periderme é um tecido protetor de origem se- Como mencionado no Capítulo 14, o termo casca
cundária. Substitui a epiderme em caules e raízes, é , às vezes, usado para caules e raízes, no estágio
que aumentam em espessura por meio do cresci- primário de crescimento. Nesse caso, inclui o floe-
mento secundário. Estruturalmente, a periderme ma primário, o córtex, e a epiderme. Entretanto,
consiste de três partes: o felogênio, ou câmbio em virtude do arranjo radialmente alternado do
da casca, que é o meristema que produz a perider- xilema e do floema em raízes em estágio primário
me; o felema, comumente chamado súber, produ- de crescimento, o floema primário de uma raiz não
zido pelo felogênio para o exterior; e a feloderme, pode ser adequadamente incluído com o córtex sob
um tecido que por vezes se asse1nelha ao parênqui- o termo casca.
ma cortical ou floemático e consiste dos derivados A estrutura e o desenvolvimento da periderme
internos do felogênio. são mais bem conhecidos em caules e raízes. Logo,
O termo periderme deve ser distinguido do ter- a maior parte da informação sobre peridernle
mo não técnico casca (Capítulo 14). Embora a pa- presente neste capítulo se refere a caules, exceto
lavra casca seja usada, muitas vezes de forma im- quando as raízes são mencionadas explicitamente.
própria, é um termo útil se devidanlente definido.
Casca pode ser mais apropriadamente usada para OCORRÊNCIA
designar todos os tecidos externos ao câmbio vas- A formação ele periclerme é um fenômeno comum
cular. No estágio secundário, a casca inclui o floe- em raízes e caules de angiospermas e gimnosper-
ma secundário, o tecido primário, que pode ainda mas 1 lenhosas. A periderme também ocorre em
estar presente externamente ao floema secundá- eudicotiledôneas herbáceas, especialmente nas
rio, a periderme e os tecidos mortos externos à partes mais velhas do caule e da raiz. Algumas
periderme. A ' medida que a periderme se desenvol-
monocotiledôneas tê1n periderme, e outras um tipo
ve, esta separa, por meio de uma camada morta diferente de tecido protetor secundário. As folhas
de células do súber, quantidade variável de tecido normalmente não produzem periderme, embora
primário e secundário do eixo da planta, dos teci- catafilos de gemas de inverno sejam exceções em
dos vivos subjacentes. As camadas de tecido que se algumas gimnospermas e angiospermas lenhosas.
separam morrem, diferenciando a casca externa A formação da peridernle em caules de plantas
morta da casca interna viva (Fig. 15.1) . O termo lenhosas pode ser consideravelmente retardada, se
técnico para a casca externa é ritidoma. O floe-
ma condutor é a porção mais interna da casca viva. 1 Ver nota número 1, Capítulo 1.
512 111 Anatomia das Plantas de Esau
FIGURA 15.1
Secção transversal da casca e parte do xilema secundário de um caule velho de tília (Tilia americana) .
Várias peridermes (setas) podem ser vistas na casca mais externa (ce) na porção superior da secção. As
peridermes na tília forman1 camadas que se sobrepõem, característica de uma casca em escama. Para o in-
terior da casca mais externa está a casca mais interna (ci), que consiste principalmente por floema não con-
dutor. O floema condutor compreende uma camada pequena de células contíguas ao câmbio vascular (cv) . A
casca n1ais interna é bem distinta do xilema (x) que cora mais suavemente no terço inferior da secção. (xl 1.)
co1nparada co1n a dos tecidos vasculares secundá- A periderme se desenvolve em superfícies que
rios. É possível que nen1 sequer se desenvolva, em- são expostas após a abscisão de partes das plantas,
bora o caule continue a aumentar em espessura. Em como folhas e ramos. A formação da periderme é,
tais casos, os tecidos exteriores ao câmbio vascular, também, um importante estágio no desenvolvimen-
incluindo a epiderme, aumentam no mesmo ritmo to de camadas protetoras perto de tecidos danifi-
do eixo da circunferência (espécies deAcacia,Acer, cados ou necrosados (periderme de cicatrização ou
Citrus, Eucalyptus, Ilex, Laurus, Menispermum, súber de cicatrização), seja como resultado de dano
Viscum) . As células individuais se dividem radial- mecânico (Tucker, 1975; Thomson etal., 1995; Oven
mente e se expandem tangencialmente. et al., 1999) ou invasão de parasitas (Achor et al.,
Periderm e 111 51 3
FIGURA 15.3
Variação em estrutura do felema em caules. A , B, Rhus typhina. Fele1na em secções transversal (A) e
radial (B) do caule mostram camadas de crescimento reveladas pela alternância de células mais estreitas
e células mais largas. C, bétula (Betula populifolia). Felema com células de paredes espessas e camadas
de crescimento conspícuas; secção radial. D, Rhododendron maximum. Felema heterogêneo que consiste
por células de diferentes tamanhos; esclereídes compõem algumas das camadas de células pequenas; sec-
ção radial. E , F, Vaccinium corymbosum. Felema em secções radial (E , células com coloração clara no
meio) e tangencial (F). As células do felema variam em forma em E . (Obtido de Esau, 1977.)
Células do súber possuem, geralmente, paredes elétron-lucentes (Fig. 4.5; Thomson et al., 1995).
celulares suberizadas. A suberina geralmente ocor- Células do súber podem ter paredes espessas ou fi-
re como uma lamela distinta que cobre a superfície nas. Em células de paredes espessas, uma camada
interna da parede primária de celulose original. A de celulose lignificada ocorre na superfície interna
suberina possui uma aparência lamelada sob o mi- da lamela de suberina, que é então embebida entre
croscópio eletrônico porque consiste de uma alter- duas camadas de celulose. Células do súber podem
nância de camadas elétron-densas com camadas ter paredes espessadas de forma regular ou irregu-
Periderme 111 515
faixas de células de paredes espessas e delgadas, quimáticos quanto esclerenquimáticos (Fig. 15.5).
termina com uma ou mais camadas de células A esclerificação de toda ou parte da feloderme é
cristalíferas (Grozdits et al., 1982). É questioná- comum em cascas ele árvores tropicais. As esclereí-
vel se todas as camadas de crescimento represen- des podem ter paredes uniformemente espessadas
tam incrementos anuais. ou paredes espessadas em forma de U, e camadas
O súber usado comercialmente como rolha de de células de paredes delgadas não lignificadas e
cortiça vem do sobreiro, Quercus suber, que é podem se alternar com camadas de células escle-
nativo da região Mediterrânea. Esse súber, que renquimáticas lignificaclas.
consiste de células de paredes delgadas com lú- Algumas plantas não possuem feloderme al-
men preenchido por ar, é altamente impermeável guma. Em outras, esse tecido tem uma a três, ou
à água e gases e resistente a óleo. É leve e possui mais, células em espessura (Fig. 15.6) . O número
a qualidade de ser isolante térmico. O primeiro de células da feloderme na 1nesma ca1nada de peri-
felogênio surge no primeiro ano de crescimento derme pode mudar um pouco, à medida que o cau-
da planta, na camada celular imediatamente sob le envelhece. En1 Tilia, por exemplo, a feloderme
a epiderme (Graça e Pereira, 2004). O primeiro pode ter u1na célula em espessura no primeiro ano,
súber produzido pela árvore do sobreiro possui duas no segundo, e três ou quatro posteriormente.
pouco valor comercial. Quando a árvore tem cer- As peridermes subsequentes forn1adas abaixo da
ca de 20 anos, a periderme original é removida, e primeira, nos últimos anos, contên1 a mesma quan-
um novo felogênio é formado no córtex, a somente tidade de feloderme quanto a primeira, ou menos.
alguns milímetros do local do prilneiro. O súber Uma feloderme relativamente espessa foi obser-
produzido pelo novo felogênio acumula-se rapi- vada em caules e raízes de certas Cucurbitaceae
damente, e após cerca de nove anos é espesso o (Dittmer e Roser, 1963). Em certas gimnospermas,
suficiente para ser desprendido da árvore (Costa a feloderme é muito larga; em Ginkgo, podem ser
et ai., 2001) . Novamente, um novo felogênio surge contadas até 40 camadas de células. Nas cascas de
abaixo do anterior e, somente após outros nove várias árvores tropicais, as peridermes têm fele-
anos, o súber pode ser retirado novamente. Esse mas muito finos e a feloderme é a principal cama-
procedimento pode ser repetido em intervalos de da protetora. Em Myrcia amazonia, por exemplo,
o felema tern somente uma camada de célula em
aproximadamente nove anos até a árvore com-
espessura. Felodermes extremamente espessas fo-
pletar cerca de 150 anos. Após várias retiradas,
ram observadas em algumas árvores tropicais. Por
os novos felogênios surgem no floema não condu-
exemplo, em Ficus sp. a feloderme ocupava n1ais
tor. O súber maduro é um tecido compressível e
de um terço de toda a espessura da casca, e em
resiliente. As valiosas propriedades comerciais
Brosimum sp. dois terços de toda sua espessura
- impermeabilidade à água e qualidades isolan- (Roth, 1981).
tes - também tornam o súber eficiente con10 uma Ao contrário dos arranjos geralmente compac-
camada protetora na superfície da planta. O teci- tos das células do felema, as células da feloderme
do morto, que se isola por meio da periderme, se possuem inúmeros espaços intercelulares. Além
soma ao efeito isolante do súber. disso, as células da feloderme - especialmente
aquelas das primeiras peridermes - poden1 conter
Existe considerável variação na largura e numerosos cloroplastos e serem fotossintetica-
composição da feloderme 1nente ativas. Essa é uma característica aparente-
A feloderme é geralmente retratada como cons- 1nente comum em coníferas (Godkin et al., 1983).
tituída por células que se assemelham às células Também foram encontrados cloroplastos na felo-
corticais ou células parenquimáticas do floema, e derme de Alstonia scholaris (Santos, 1926), Ci-
distinguível das últin1as somente por sua posição trus limon (Schneider, 1955) e Populus tremu-
nas mesmas fileiras radiais que as células do fele- loides (Pearson e Lawrence, 1958). Os elen1entos
ma. Na realidade, células semelhantes em aparên- parenquimáticos da feloderme podem exercer a
cia àquelas do felema podem ser encontradas na função de depósito, principalmente de amido. A
feloderme, embora as da feloderme não possuam feloderme pode também originar novas camadas
paredes suberizadas. Muitas coníferas possuem fe- de felogênio, como mencionado no caso do limoei-
lodermes que consistem tanto de elementos paren- ro (Schneider, 1955).
Periderm e 111 517
FIGURA 15.5
Diagrama de bloco da porção mais externa de tecidos da casca (ritidoma) do caule de uma espécie de Pi-
nus. A seta aponta para o exterior do caule. Uma única periclerme, que consiste de felenla, felogênio e felocler-
me, está mostrada aqui, onde em ambos os lados o floema não condutor consiste de células crivadas colapsadas
(ccc) e células de parênquima axial alargadas (cp). O felema consiste de células com paredes delgadas (1) e
células pétreas com paredes espessas (2), que em vista tangencial se parecem com rodas de engrenagem en-
trelaçadas. A feloderme consiste de células não expandidas com paredes espessas (3) e ele células expandidas
com paredes delgadas (4). Outros detalhes: rf, raio fusiforme; ru, raio unisseriado. (Obtido ele Howard, 1971.)
Cutícula Ep·
Feloderme
FIGURA 15.6
ceira camada cortical inicia o desenvolvimento da caule. Em Acer negundo, quatro a seis anos são
periderme (Quercus suber, Robinia pseudoaca- necessários antes que o felogênio forme um anel
cia, Gleditschia triancanthos e outras Fabaceae; contínuo em volta do caule (Wacowska, 1985). Em
espécies de Aristolochia, Pinus e Larix). En1 ou- algumas espécies há relação positiva entre as pri-
tras ainda, o felogênio se origina perto da região meiras regiões de surgimento do felogênio e a lo-
vascular ou diretamente no floema (Fig. 15.8; Ca- calização de trico1nas, com as primeiras divisões
ryophyllaceae, Cupressaceae, Ericaceae, Chenopo- envolvidas com a origen1 do felogênio ocorrendo
diaceae, Berberis, Camellia, Punica, Vitis) . Se a imediatamente abaixo dos tricomas (Arzee et al.,
primeira periderme é seguida por outras, estas se 1978). As peridermes sequenciais aparecem geral-
formam repetidamente - mas raramente em cada mente como camadas descontínuas, mas sobrepos-
estação - em camadas do córtex ou do floema su- tas (Figs. 15.1 e 15.9B). Essas camadas com for-
cessivamente mais profundas. Como mencionado ma aproximada de conchas se originam próximas
anteriormente, o desenvolvimento do súber pode às fendas de peridermes que se sobrepõe1n (Fig.
ocorrer no interior do xilema (súber interxilemáti- 15.9A). As peridermes sequenciais também podem
co, Mosse Gorham, 1953; Ginsburg, 1963). ser contínuas ao redor da circunferência ou, pelo
O primeiro felogênio origina-se ou de maneira menos, em partes consideráveis da circunferência
uniforme em volta da circunferência do eixo ve- (Fig. 15.9C).
getal ou em áreas localizadas e se torna contínuo O crescimento secundário dos tecidos vascu-
em decorrência da expansão da atividade meris- lares e a formação de peridern1e são comuns em
temática. Quando a atividade inicial é localizada, raízes lenhosas de angiospermas e coníferas. Na
as primeiras divisões são frequentemente aquelas maioria das raízes, a primeira periderme se origina
relacionadas com a fonnação de lenticelas (ver a em uma região profunda do eixo, geralmente no pe-
seguir). A partir das margens dessas estruturas, as riciclo, porén1 pode surgir perto da superfície por
divisões se espalham em volta da circunferência do exemplo, em algumas árvores e plantas herbáceas
Periderme 111 51 9
A B
Floema secundário
e periderme
Periderme
e D
FIGURA 15.8
Origem da primeira periderme na videira (Vitis vinifera) como visto em secções transversais. A , caule de
planta jovem sem periderme. B, caule mais velho, de planta jovem, com periderme originada no floen1a pri-
mário. As séries de células com paredes espessas são fibras do floema prün ário. As células não esclerificadas
externas à periderme morreram e colapsaram. C, caule mais velho de planta jovem com periderme, formando
um cilindro completo ao redor do caule. A epiderme e o córtex foram obliterados. D, caule com um ano de
idade com periderme externa ao floema secundário. (A , x90; B, xl l5; C, x50; D, xlO. A , Prancha 4B e C, D,
Prancha 5A , B obtido de Esau, 1948. Hilgardia 18 (5), 217-296. © 1948 Regents, University of California.)
Periderme 111 521
...
. -
I ~ - -
-
~1- + '
~ ~.::·
--·-·.
·,_
- -... .- -- .. .
$ ·• ,,
, .
....
( . .~ ,.
. ~
~ "f r .
., --=- -. .
--· ,.,. - .
........;
· -.,;,·
.,.;..--::... < ..
-~· " 'f,"...,._:.- - -~
-~ -~
----- -~
# ------ - ~ . , ... ~ -
_.,. _, , .,-:o -
FIGURA 15.10
Casca de quatro espécies de folhosas decíduas. A , casca em placas da nogueira americana (Carya ovata).
B, casca profundamente sulcada do carvalho negro (Quercus velutina) . C, "casca" fina, que se desprende
da bétula (Betula papyrifera) . As camadas que se desprendem da bétula, na verdade, ocorrem no limite
entre as células estreitas e as largas do felema. As marcas horizontais na superfície da casca são lenticelas.
D , casca em escama do plátano (Platanus occidentalis) .
O descamamento pode ter diferentes bases es- trataria, entre fibras e parênquima do floema. O
truturais. Se células de parede delgada do súber súber é geralmente um tecido forte e mantém a
ou de feloides estão presentes nas peridermes casca persistente, mesmo se ocorrerem profundas
do ritidoma, as escamas podem esfoliar ao longo fendas (espécies de Betula, Pinus, Quercus, Ro-
dessas regiões. Rompimentos no ritidoma podem binia, Salix, Sequoia). Tais cascas se desgastam
acontecer também por meio de células de tecidos sem formar escamas.
que não da periderme. Em Eucalyptus, quebras
podem acontecer por meio de células parenquimá-
ticas do floema (Chattaway, 1953), e em Lonicera
524 111 Anatomia das Plantas de Esau
0,1 mm 0,1 mm
Córtex
Poli derme
Endoderme
FIGURA 15.11
Poliderme da raiz do morango (Fragaria) em secções transversais. A , raiz no estágio inicial do cresci-
mento secundário. O felogênio está sendo originado, mas o córtex permanece intacto. B, raiz mais velha. A
camada larga de poliderme foi formada pelo felogênio. As células que compõem as faixas coradas em escuro
na poliderme são suberizadas. Essas células se alternam com células não suberizadas. Ambos os tipos de
células são vivos. Células suberizadas mortas formam a cobertura mais externa. Não há córtex presente.
(Obtido de Nelson e Wilhelm, 1957. Hilgardia 26 (15), 631-642. © 1957 Regents, University of California.)
1.>t
~·,
o de de Felogênio
himento p ento Camadas de fechamento
beriza do ado
FIGURA 15.14
Lenticelas em secções transversais de caules. A , B, abacate (Persea americana). Lenticela jovem em
A , mais velha em B. Não há camadas de fechamento presentes. C, sabugueiro (Sambucus canadensis).
Lenticela com uma camada compacta de células suberizadas interior ao tecido de preenchimento frouxo
não suberizado. D, faia americana (Fagus grandifolia). Lenticela com camadas de fechamento. (A , B, D,
obtido de Esau, 1977.)
desde estrutur as pouco visíveis sem ampliação paredes mais finas e serem radialmente alongadas,
àquelas com 1 cm ou mais en1 comprimento. Elas em vez de apresentarem o achatan1ento radial como
ocorrem sozinhas ou en1 fileiras. Fileiras verticais as células do felema de muitas espécies. Nas lenti-
de lenticelas frequentemente ocorrem opostas aos celas do tubérculo de batata, a microscopia eletrô-
raios vasculares largos, mas, em geral, não há uma nica de varredura revelou a presença de projeções
relação quanto à uma posição fixa entre lenticelas de cera nas paredes das células em frente aos espa-
e raios. ços intercelulares (Hayward, 1974). Essa cera pode
O felogên io de uma lenticela é contínuo com o atuar na regulação da perda de água do tubérculo
da periderme suberificada, mas geralmente se cur- e no impedi1nento de entrada de água, e possíveis
va para o interior de forma a aparecer localizada patógenos, através das lenticelas.
mais profundamente (Fig. 15.14). O tecido frouxo
formado pelo felogênio da lenticela em direção ao Três tipos estruturais de lenticelas são reco-
exterior é o tecido complementar ou de preen- nhecidos nas angiospermas lenhosas
chimento (Wutz, 1955); o tecido formado em dire- O primeiro e mais sin1ples tipo de lenticela em an-
ção ao interior é a feloderme. giospermas lenhosas é exemplificado em espécies
O grau de diferença entre o tecido de preenchi- de Liriodendron, Magnolia, Malus, Persea (Fig.
mento e o felema vizinho varia nas diferentes espé- 15.14A, B), Populus, Pyrus e Salix, e possui um
cies. Nas gimnospermas o tecido de preenchimento tecido de preenchimento composto de células su-
é composto dos mesmos tipos de células do felema. berizadas. Esse tecido, enlbora possua espaços in-
A principal diferença entre os dois consiste em que tercelulares, pode ser mais ou menos compacto e
o tecido da lenticela possui espaços intercelulares. pode apresentar can1adas de crescimento anuais,
As células das lenticelas também pode1n apresentar com tecido mais frouxo de paredes mais delgadas
528 111 Anatomia das Plantas de Esau
surgindo inicialmente e tecido mais compacto com vez mais profundamente no parênquima cortical e
paredes ntais espessas posteriormente. se tornam orientadas periclinalmente. Assim, es-
Lenticelas do segundo tipo, como as encontra- tabelece-se um meristema que se divide periclinal-
das em espécies de Fraxinus, Quercus, Sam- mente, ou seja, o felogênio da lenticela. À medida
bucus (Fig. 15.14C) e Tili a, consistem principal- que o tecido de preenchimento aumenta em quan-
mente em uma massa de tecido de preenchimento tidade, esse rompe a epidern1.e e se projeta acima
não suberizado, estruturado mais ou menos frou- da superfície. As células expostas morrem, mas
xamente. No fim da estação, o tecido de preenchi- são substituídas por outras que se desenvolvem a
mento é substituído por uma camada de células partir do felogênio. Por meio de divisões que pro-
suberizadas mais compacta. duzem células para o interior, o felogênio abaixo
O terceiro tipo, ilustrado por lenticelas de espé- da lenticela forma a feloderme, geralmente mais do
cies de Betula, Fagus (Fig. 15.14D), Prunus e Ro- que o felogênio que está abaixo do súber.
binia, apresenta o maior grau de especialização. O As lenticelas são mantidas na periderme en-
tecido de preenchimento é composto de camadas, quanto esta continua a crescer, e novas surgem,
onde o tecido frouxo não suberificado se alterna de tempos em tempos, por meio da mudança na
regularmente com o tecido compacto suberificado. atividade do felogênio, substituindo a formação
O tecido co1npacto forma as camadas de o clusão, do felema pela do tecido da lenticela. As perider-
ou de fechame nto, cada qual com uma a várias mes mais profundas também possuem lenticelas.
células em espessura, que mantém unido o tecido Em cascas que se separa1n em forma de escan1as,
frouxo, geralmente em camadas com várias células as lenticelas se desenvolvem na periderme recém-
em espessura. Vários estratos de cada tipo de teci- -exposta. Se a casca é aderente e fissurada, as
do podem ser produzidos anualmente. As camadas lenticelas ocorrem na porção inferior dos sulcos.
de oclusão são sucessivamente rompidas pelo novo As lenticelas em cascas de superfície ásperas não
crescimento. são facilmente vistas. As lenticelas do ritidoma
Em Picea abies, uma conífera, o felogênio ge- são basicamente similares àquelas da periderme
ralmente produz uma camada nova e única de inicial, mas seu felogênio é menos ativo e, portan-
oclusão por ano (Rosner e Kartush, 2003). A pro- to, não são tão diferenciadas. Se o súber é maciço,
dução de novo tecido de preenchimento, que co- as lenticelas são contínuas por toda a espessura
meça na primavera, finalmente rompe a camada de do tecido, uma característica bem representada
oclusão formada durante a estação de crescimento pelo súber comercial (Quercus suber), no qual as
anterior. A diferenciação de uma nova camada de lenticelas são visíveis como finas linhas marrons
oclusão se dá no fim do verão. Assim, as lenticelas em secções transversais e radiais. Uma vez que
são mais permeáveis entre o período de ruptura essas lenticelas são porosas, as rolhas de garra-
da camada de oclusão previamente formada e o de fas são cortadas verticalmente a partir das peças
diferenciação de uma nova camada. Esse período de súber, de modo que as lenticelas se estendam
corresponde ao período mais ativo de produção de transversalmente através delas.
madeira do P. abies (Rosner e Kartush, 2003) .
REFERÊNCIAS
A primeira lenticela frequentemente surge ACHOR, D. S., H. BRO\VNING e L. G. ALBRIGO.
abaixo do estômato 1997. Anatomical and histochemical effects of fe-
Em peridermes originadas nas camadas subepi- eding by Citrus leafminer larvae (Phylloenisti s
dérmicas, a primeira lenticela geralmente surge eitrella Stainton) in Citrus leaves . J. Am. Soe.
sob os estômatos. Podem surgir antes que o cau- Hortie. Sei. 122, 829-836.
le termine seu crescimento primário e antes que ALONI, R. e C. A. PETERSON. 1991. Naturally oc-
a periderme se origine (Fig. 15.14A), ou lentice- curring periderm tubes around secondary phlo-
las podem surgir simultaneamente ao término do em fibres in the bark of Vitis vinifera L. IAWA
crescimento primário. As células parenquiináticas Bull. n.s. 12, 57-61.
ao redor da câmara subestomática dividem-se em ANGELES, G. 1992. The periderm of flooded and
vários planos, a clorofila desaparece, e um tecido non-flooded Ludwigia oetovalvis (Onagra-
frouxo e sem cor se forma. As divisões se dão cada ceae). IAWA Bull. n.s. 13, 195-200.
Periderme 111 529
GEIBEL, M. 1998. Die Valsa-Krankheit beim Stei- eh, F icus sycomorus, and Platanus acerifolia.
nobst-biologische grundlagen und Resisten- IAWA Bull. n.s. 12, 62-66.
zforschung. Erwerbsobstbau 40, 74-79. LIPHSCHITZ, N., S. LEV-YADUN e Y. WAISEL. 1981.
GIL, G. F., D. A. URQUIZA, J . A. BOFARULL, G. The annual rhythm of activity of the lateral me-
MONTENEGRO e J. P. ZOFFOLI. 1994. Russet ristems (cambium and phellogen) in Cupressus
development in the "Beurre Bosc" pear. Acta sempervirens L. Ann. Bot. 47, 485-496.
Hortic. 367, 239-247. LIPHSCHITZ, N., S. LEV-YADUN, E. ROSEN e Y.
GINSBURG, C. 1963. So1ne anatomic features of WAISEL. 1984. The annual rhythm of activity of
splitting of desert shrubs. Phytomorphology 13, the lateral 1neristems (cambium and phellogen)
92-97. in Pinus halepensis Mill. and Pinus pinea L.
GODKIN, S. E., G. A. GROZDITS e C. T. KEITH. IAWA Bull. n.s. 5, 263-274.
1983. The periderms of three North American LIPHSCHITZ, N. , S. LEV-YADUN e Y. WAISEL. 1985.
conifers. Part 2. Fine structure. Wood Sei. Tech- The annual rhythm of activity of the lateral me-
rwl. 17, 13-30. ristems (cambium and phellogen) in Pistacia
GOLINOWSKI, W. O. 1971. The anatomical structure lentiscus L. IAWA Bull. n.s. 6, 239-244.
of the common fi r (Abies alba Mill.). I. Deve- MCKENZIE, B. E. e C. A. PETERSON. 1995. Root
lopment of bark tissues. Acta Soe. Bot. Pol. 40, browning in Pinus banksiana Lamb. and Eu-
149-181. calyptus pilularis Sm. 2 . Anatomy and per-
GRAÇA, J. e H. PEREIRA. 2004. The periderm deve- meability of the cork zone. Bot. Acta 108, 138-
lopment in Quercus suber !AWA J 25, 325-335. 143.
GROH, B., e. HÜBNER e K. J. LENDZIAN. 2002. Wa- l\1ORGENSEN, H. L. 1968. Studies on the bark ofthe
ter and oxygen permeance of phellems isolated cork bark fir: Abies lasiocarpa var. arizonica
from trees: The role of,1/axes and lenticels. Plan- (Merriam) Lemmon. I. Periderm ontogeny. J
ta 215, 794-801. Ariz. Acad. Sei. 5, 36-40.
GROZDITS, G. A., S. E. GODKIN e C. T. KEITH. MORGENSEN, H. L. e J. R. DAVID. 1968. Studies on
1982. The periderms of three North American the bark of the cork fi r: Abies lasiocarpa var.
conifers. Part I. Anatomy. Wood Sei. Technol. arizonica (Merriam) Lemmon. II. The effect of
16, 305-316. exposure on the time of initial rhytidome forma-
HAWKINS, S. e A. BOUDET. 1996. Wound-induced tion. J Ariz. Acad. Sei. 5, 108-109.
lignin and suberin deposition in a woody angios- MORRIS, L. L. e L. K. MANN. 1955. Wound healing,
perm (Eucalyptus gunnii Hook.) : Histochemis- keeping quality, and compositional changes du-
try of early changes in young plants. Protoplas- ring curing and storage of sweet potatoes. Hil-
ma 191, 96-104. gardia 24, 143-183.
HAYWARD, P. 1974. Waxy structures in the lenticels MOSS, E. H. e A. L. GORHAM. 1953. Interxylary
of potato tubers and their possible effects on gas cork and fi ssion of stems and roots. Phytomor-
exchange . Planta 120, 273-277. phology 3, 285-294.
HOLDHEIDE, W. 1951. Anatomie mitteleuropais- MULLICK, D. B. 1971. Natural pigment differences
cher Gehõlzrinden (mit mikrophotographischem distinguish fi rst and sequent periderms of coni-
Atlas) . In: Handbuch der J'vfikroskopie in der fers through a cryofixation and chemical techni-
Technik, Band 5, Heft 1, pp. 195-367, H. Freund, ques. Can. J. Bot. 49, 1703-1711.
ed. Umschau Verlag, Frankfurt am Main. MULLICK, D. B. e G. D. JENSEN. 1973. New con-
HOWARD, E. T. 1971. Bark structure of the southern cepts and terminology of coniferous periderms:
pines. Wood Sei. 3, 134-148. Necrophylactic and exophylactic periderms.
KHAN, M. A. 1996. Bark: A pointer for tree identi- Can. J Bot. 51, 1459-1470.
fication in fi eld conditions. Acta Bot. Indica 24, MULLICK, D. B. e G. D. JENSEN. 1976. Rates ofnon-
41-44. -suberized impervious tissue development after
KRAHMER, R. L. e J. D. WELLONS. 1973. Some wounding at different times of the year in three
anatomical and chemical characteristics of Dou- conifer species. Can J. Bot. 54, 881-892.
glas-fir cork. Wood Sei. 6, 97-105. NELSON, P. E. e S. vVILHELM. 1957. Some anatomic
LEV-YADUN, S. e R. ALONI. 1991. \Vound-induced aspects of the strawberry root. Hilgardia 26,
periderm tubes in the bark of Melia azedara- 631-642.
Periderme 111 531
ESTRUTURAS
SECRETORAS EXTERNAS
Secreção se refere ao fenômeno complexo de se- nectários, canais de resina, laticíferos e outras. Na
paração de substâncias do protoplasto ou seu iso- realidade, as atividades secretoras ocorrem em
lamento em partes do protoplasto. As substâncias todas as células vivas como parte cio metabolis-
secretadas podem ser íons excedentes que são re- mo normal. Secreção caracteriza várias etapas no
movidos na forma de sais, assimilados excedentes acúmulo de depósitos temporários em vacúolos e
que são eliminados como açúcares ou como subs- outras organelas, na mobilização de enzimas envol-
tâncias da parede celular, produtos secundários do vidas na síntese e quebra de componentes celula-
metabolismo que não são utilizáveis ou apenas par- res, na troca de materiais entre organelas e no fe-
cialmente utilizáveis fisiologicamente (alcaloides, nômeno de transporte entre células. A ocorrência
taninos, óleos essenciais, resinas, vários cristais), generalizada do processo secretor nas células vivas
ou substâncias que têm un1a função fisiológica não pode ser perdida de vista quando as estruturas
especial após serem secretadas (enziinas, hormô- secretoras especializadas são estudadas.
nios) . A remoção ele substâncias que não mais par- As estruturas secretoras visivelmente diferen-
ticipam no metabolismo de uma célula é, às vezes, ciadas ocorrem em várias formas. Estruturas se-
referida como excreção. Na planta, contudo, não é cretoras altamente diferenciadas constituídas de
possível fazer uma clara distinção entre excreção 1nuitas células são referidas como glândulas (Fig.
e secreção (Schnepf, 1974). A mesma célula pode 16.lF); as mais sin1ples são qualificadas corno
acumular metabólitos secundários não utilizáveis glandular, tais corno pelos glandulares, epidern1e
e metabólitos primários que são reutilizados. Além glandular ou células glandulares (Fig. 16.lA-E). A
cio mais, o exato papel ele muitos rnetabólitos se- distinção, no entanto, é vaga e urna variedade de
cundários, talvez da maioria, é desconhecido. Nes- estruturas secretoras, grandes e pequenas, sim-
te livro o termo secreção inclui a secreção no senti- ples ou mais elaboradas, são geralmente denomi-
do estrito e excreção. Secreção abrange a remoção nadas glândulas.
de material da célula (tanto para a superfície da As glândulas variam amplamente com relação
planta ou para espaços intercelulares) e o acúmulo ao tipo de substância que secretam. As substân-
ele material secretado em alguns co1npartimentos cias que são secretadas podem ser supridas direta
da célula. ou indiretamente às glândulas pelos tecidos vas-
As discussões do fenômeno da secreção em plan- culares, corno no caso das glândulas de sal, hida-
tas geralmente enfatizam atividades de estruturas tódios e nectários. Tais substâncias são nada ou
secretoras especializadas como pelos glandulares, muito pouco modificadas pelas próprias estruturas
53 4 111 Anatomia das Plantas de Esau
lOµn
I
A 8
Ráfides
100 µm
FIGURA 16.1
Estruturas secretoras. A-C tricomas glandulares da folha de lavanda (Lavandula vera) com cutícula não distendida
(A) e d istendida (B, C) pelo acúmulo de secreção. D, tricoma glandular da folha de algodão (Gossypium). E, tricoma
glandular com cabeça unicelular no caule de Pelargonium. F, glândula perolada da folha de videira (Vitis vinifera) .
G, tricoma urticante de urtiga (Urtica urens). (Obtido de Esau, 1977.)
secretoras. Contrariamente, as substâncias secre- tros componentes celulares varia de acordo com a
tadas podem ser sintetizadas pelas células que substância particular secretada (Fahn, 1988). Por
constituem a estrutura secretora, como as células exemplo, células secretoras de mucilagem são ca-
de mucilagem, as glândulas de óleo e as células racterizadas pela abundância de corpos de Golgi,
epiteliais dos canais de resina. As glândulas po- que estão envolvidos na produção de mucilagem e
dem ser bastante específicas em suas atividades, na eliminação da mucilagem a partir do protoplas-
como indicado pelo predomínio de um composto to via exocitose. A característica ultraestrutural
ou um grupo de compostos no material expor ta- mais comum das células que secretam substâncias
do por uma determinada glândula (Fahn, 1979a, lipofílicas é a abundância de retículo endoplasmá-
1988; Kronestedt-Robards e Robards, 1991). Algu- tico, em grande parte associado espacialmente
mas glândulas secretam principalmente substân- com plastfdios portadores de material osnüofíli-
cias hidrofílicas (afinidade pela água), outras co. Ambos, plastídios e retículo endoplasmático
libera1n principahnente substâncias lipofílicas (e possiveln1ente outros componentes celulares)
(aversão a água). E, ainda, outras glândulas secre- participam na síntese de substâncias lipofílicas. O
tam quantidades iguais de substâncias hidrofílicas retículo endoplasmático pode também estar envol-
e lipofílicas; assim, nem sempre é possível classifi- vido com o transpor te intracelular de substâncias
car uma determinada glândula como estritamente lipofílicas de seus locais de síntese para a membra-
hidrofílica ou estritamente lipofílica (Corsi e Bot- na plasmática.
tega, 1999; Werker, 2000). Nosso entendimento dos processos envolvidos
As células envolvidas com processos de secre- com a eliminação de secreções a partir de células
ção geralmente possuem protoplasto denso com é proveniente, em grande parte, do estudo das mu-
mitocôndrias abundantes. A frequência de ou- danças ultraestruturais associadas com o desen-
Estruturas secretoras externas 111 535
volvimento das células secretoras. Os n1étodos de (Lüttge, 1983; Batanouny, 1993). A secreção de
eliminação da secreção a partir do protoplasto da íons pelas glândulas de sal é o mecanismo n1ais
célula secretora podem ocorrer de várias manei- bem conhecido para a regulação do conteúdo de
ras. Um dos métodos, chamado secreção granu- sal da parte aérea das plantas. A composição da so-
lócrina, ocorre quando a eliminação ela secreção lução salina secretada depende da composição do
se dá por meio da fusão de vesículas secretoras ambiente radicular. Além do Na+e c1-, outros íons
com a membrana plasmática, ou seja, por exoci- encontrados nas soluções secretadas pelas glân-
tose. O segundo método, denominado secreção dulas de sal incluem o Mg 2 +, K+, so~-. N03, Po~-,
écrina, envolve a passagem direta de moléculas Br- e HC03 (Thomson et al., 1988). Não existe uma
pequenas ou íons através da membrana plasmá- clara distinção entre glândulas ele sal e hidatódios,
tica. Esse processo é passivo quando controlado uma vez que o fluido secretado pelos hidatódios
por gradientes de concentração, ou ativo quando frequentemente também contém sais. Ao contrário
requer energia metabólica. Células que secretam dos hidatódios, não existe conexão direta entre as
substâncias hidrofílicas, por exemplo, aquelas em glândulas de sal e os feixes vasculares. Glândulas
glândulas secretoras de sal ou de carboidratos, po- de sal geralmente são encontradas nas halófitas
dem estar diferenciadas como células de transfe- (plantas que crescem em ambientes salinos), e
rência caracterizadas por projeções da parede que ocorrem em pelo menos 11 famílias de eudicotile-
aumentam a superfície da membrana plasmática dôneas e em un1a família de monocotiledônea, nas
(Pate e Gunning, 1972). A secreção granulócrina Poaceae (Gramineae) (Fahn, 1988, 2000; Batanou-
e a secreção ecrina são classificadas como sendo ny, 1993). Elas variam em estrutura e nos métodos
do tipo merócrina (separar). As substâncias se- de liberação do sal.
cretadas de algumas glândulas são completamente
liberadas somente mediante a degeneração ou lise Vesículas de sal secretam em um grande
das células secretoras. Esse tipo ele secreção, de- vacúolo central
nominado holócrino, pode ser precedido por se- As glândulas de sal das Chenopodiaceae, incluin-
creção merócrina. do essencialmente todas as espécies de Atriplex
Em muitas plantas o fluxo de substâncias se- (do inglês, saltbush, arbusto de sal), são tricomas
cretadas de volta para a planta via apoplasto, ou compostos de um pedúnculo com uma ou mais cé-
parede celular, é impedido pela cutinização das lulas e uma grande célula vesicular terminal, que
paredes de uma camada de células semelhante à na maturidade contêm u1n grande vacúolo central
endoderme, localizada abaixo das células secreto- (Fig. 16.2) . A vesícula e as células elo pedúnculo
ras. Em tricomas secretores as paredes laterais das são cobertas externamente por cutícula e as pa-
células do pedúnculo são geraln1ente cutinizadas. redes laterais da célula do pedúnculo (ou a célula
A presença dessa barreira apoplástica, semelhante peduncular mais basal, se o pedúnculo consiste de
a uma vedação (semelhante à calafetagem), indi- mais que uma célula) tornam-se co1npletamente
ca que o fluxo de substâncias secretadas ou seus cutinizadas (Thomson e Platt-Aloia, 1979). Existe
precursores para o interior das células secretoras continuidade sin1plástica entre as células da glân-
deve seguir uma via simplástica. Essas células dula e as células do mesofilo das folhas. Parte dos
cutinizadas têm sido denominadas "células de bar- íons transportados na corrente transpiratória ao
reira", um nome descritivo. final chega até a célula terminal da glândula atra-
O restante deste capítulo será dedicado a exem- vés do protoplasto e plasmodesmos. Lá, os íons são
plos específicos de estruturas secretoras encontra- secretados no vacúolo central. Finalmente a célula
das na superfície da planta. No capítulo seguinte vesicular colapsa e o sal é depositado na superfície
(Capítulo 17), serão apresentados exemplos de da folha (secreção holócrina). Existe um conside-
estruturas secretoras internas (isto é, estruturas rável gradiente positivo de concentração de sal das
secretoras embutidas nos diferentes tecidos). células do mesofilo em direção às células da glân-
dula, indicando que a deposição de íons no vacúo-
GLÂNDULAS DE SAL lo da célula vesicular é um processo que conson1e
Plantas que crescem em hábitats salinos desen- energia (Lüttge, 1971; Schirmer e Breckle, 1982;
volveram inúmeras adaptações ao estresse salino Batanouny, 1993).
536 11 1 Anatomia das Plantas de Esau
Cutíc ula •
(secreto ral - - - - -~ : ... ,:, ...
,' ,...: : ::::7,~-
,' -~~i!b,,,. ~', . ,,#
\
\
' 1
1'
Vacúol o o Paredes
permeáveis
o a solutos--~~ 1 1 ,
11 '
11 '
Paredes. . ?~ ?/ ,' ,'
Célula vesicular _.....,,.~~---- 1mpermeave1s /,' ! ,
a solutos ,._,.,,..,, -- ' '
Célula do pedúnculo ---i0
~~+"r~~ > ·
Epiderme -
Hipoderme
.,
Mesofilo .,
Bainha do feixe - - -
Xilema
FIGURA 16.2
Diagrama de tricoma secretor de sal em parte da folha
de Atriplex (erva-sal) . A seta longa indica o caminho
do movimento de íons a partir do xilema para a célula
vesicular do tricoma. As setas cur tas indicam liberação
de íons para dentro do vacúolo. (Obtido de Esau, 1977.) ..
FIGURA 16.3
Modelo da relação estrutura-função em glândula de
Outras glândulas secretam sal diretamente sal bicelular de Cynodon. Plasmodesmos (p) ocorrem
para o exterior entre a célula basal (CB) e todas as células adjacen-
tes, incluindo a célula capuz (CC). A única parte im-
As glândulas bicelulares das Poaceae permeável da parede da glândula ocorre na região do
As glândulas anatomicamente mais simples que eli- pescoço da célula basal, onde a parede é lignificada. O
minam sal diretamente para o exterior, são aquelas protoplasto da célula basal é caracterizado pela pre-
das Poaceae. As 1nais extensivamente estudadas sença de numerosas invaginações longas da membrana
sob o ponto de vista ultraestrutural são aquelas de plasmática (mp) que se originam perto da junção das
Spartina, Cynodon, Distichlis (Thomson et al., duas células glandulares. Essas membranas de particio-
1988) e Sporobolus (Naidoo e Naidoo, 1998). Tam- namento estão intimamente associadas com muitas mi-
bém denominado micropelos, as glândulas consis- tocôndrias (m) e microtúbulos (não mostrados aqui). A
tem apenas de duas células, uma célula basal e célula capuz, que é relativamente não especializada se
uma célula apical em forma de capuz (do inglês, comparada com a célula basal, contém um complemen-
to normal de organelas, incluindo vacúolo (v) de tama-
cap cell) (Fig. 16.3). Uma cutícula contínua cobre
nhos variáveis. As setas curtas indicam fluxo de solutos
a parte saliente externa da glândula e suas célu- transmembrana dependente de energia do lúmen das
las epidérmicas adjacentes. Ao contrário de outras membranas de particionamento para o citoplasma da
glândulas de sal e tricomas secretores em geral, célula basal; as setas longas, a rota de transporte pas-
as paredes laterais da célula basal não são cuti- sivo para as membranas de particionamento; os traços
nizadas. Ambas as células não contêm um grande longos, o caminho do fluxo de difusão através do sim-
vacúolo central. As duas principais características plasto; os t raços curtos, fluxo pressurizado da solução
distintivas da célula apical são um grande núcleo de sal a partir da câmara coletora (co) através dos poros
e uma cutícula expandida, que se separa sob pres- na cutícula distendida. (Obtido de Oross et ai., 1985;
são do fluido da parede da célula apical, formando reproduzido com a permissão do editor).
uma câmara coletora. Aberturas finas ou poros,
através dos quais a água salgada é eliminada, pe- terística distintiva da célula basal é a presença de
netram a cutícula nessa região. A principal carac- numerosas e extensivas invaginações da n1.em-
Estruturas secretoras externas 111 537
A B
FIGURA 16.6
Hidatódio na folha de batata (Solanum tuberosum) . A , clarificação do ápice de um folíolo terminal mostrando nervu-
ra mediana (nm) e nervuras terminais (nt) convergindo para form ar um hidatódio. B, secção tra nsversal de hidatódio
no ápice do folíolo terminal. O estômato gigante associado com hidatódio está aberto (seta); uma célula-guarda está
colapsada. Outros detalhes : e, epitema; t, elemento traqueal. (A, xl61; B, x276. Obtido de McCauley e Evert, 1988. Bot.
Gaz. © 1988 pela University of Chicago. Todos os direitos reservados.)
Estruturas secretoras externas 111 539
/----~r- -
1 .\_ / /
são aqueles encontrados nas pontas elas gavinhas
de Vitis vinifera.
A água proveniente de hidatódios pode conter
r
vários sais, açúcares e outras substâncias orgâni-
\
cas. A água eliminada pelos hidatódios das folhas
de Populus deltoides contém concentrações va-
riáveis de açúcares, que Curtis e Lersten (1974) ._ I
/
B
chamaram de néctar. Os autores consideraram que -~,.
Populus possui um tipo bastante especializado de FIGURA 16.7
hidatódio que pode também funcionar como um Hidatódios tipo tricomas na folha de Rhinanthus mi-
nectário sob certas condições. Produtos da guta- nar. A , micrografia eletrônica de varredura mostrando
ção podem causar injúria às plantas por meio da numerosos hidatódios tipo tricomas na superfície infe-
acumulação e concentrações ou através da intera- rior da folha. As estruturas maiores apontadas são tri-
ção com pesticidas (Ivanoff, 1963). comas unicelulares. B, secção longitudinal mostrando
hidatódios tipo t ricomas maduros, os quais são estru-
Haberlandt (1918) fez uma distinção entre hi- turas com seis células. Cada tricoma consiste de quatro
datódios passivos, como aqueles descritos acima, células capuz, uma célula do pé e uma célula epidérmi-
e hidatódios ativos. Os hidatódios ativos, denomi- ca basal. (A, xl25; B, x635. Obtido de Ponzi e Pizzolon-
nados hidatódios tipo tricomas, são tricomas go, 1992.)
glandulares que secretam soluções de sais e ou-
tras substâncias (Fig. 16.7; Heinrich, 1973; Ponzi e
Pizzolongo, 1992). (Wilson et al., 1991). Após um evento de gutação,
Embora os hidatódios geralmente estejam asso- como no início da manhã, bactérias patogênicas
ciados com a eliminação de água da planta, tem suspensas no líquido gutado podem ser trazidas
sido mostrado que em muitas espécies xerofíticas de volta para o interior do hidatódio onde elas se
de Crassula os hidatódios funcionam na absorção multiplicam e então invadem o xilema, causando
de névoa condensada ou água de orvalho (Martin doenças (Guo e Leach, 1989; Carlton et al., 1998;
e von Willert, 2000). Além disso, tem sido propos- Hugouvieux et al., 1998). A gutação de hidatódios
to que os hidatódios na margem dentada da folha de plantas aquáticas submersas está envolvida no
de Populus balsamifera funcionam na recupera- mecanismo de transporte acrópeto (para cima) de
ção de solutos a partir da corrente de transpiração água através da planta (Pedersen et al., 1977).
540 11 1 Anatomia das Plantas de Esau
Nectários
,..___, A
Estamonódios
,\..:'O': .;:
..\" .' ..,'
.:
H
FIGURA 16.8
Nectários. Secções longitudinais (A, C-L) e transversais (B) de flores. Septais, em Liliales, Narcissus (A) e Gladi o-
lus (B); C, externos, na base dos estames (Thea, Theales); D, anel na base do ovário (Euyra, Theales); E , anel abaixo
dos estames (Coccoloba, Polygonales); F, disco abaixo do ovário (Jatropha, Euphorbiales); G, disco entre o ovário
e os estames (Perrotteti a , Celastrales); H, disco acima do ovário ínfero (Mastixia, Umbellales); I, agrupamento de
tricomas na base da sépala (Corchorus, Tiliales); J, revestindo o receptáculo floral (Prunnus, Rosales); K , esta-
mes modificados, estaminódios (Cinnamomum, Laurales); L , glândulas nas bases dos estames (Linus, Geraniales).
(Adaptado de Brown, 1938.)
Cutícula -...;
Secreção
Vacúolos =-..,loc+-0
B e '
Protu be rã nc ias
da parede
.:_ l!i1l!!)r~
---rtVtl
: -,~,
/Pré-nectar
·:
Cutícula - ~/
10 µm
1
Fluxo de pré-nectar J
via plasmodesmos --1/::.1-r,;......_J..'{
Impregnação
da parede
Célula do -
pendúnculo
A 1
Célula 8
basal
FIGURA 16.12
Modelo da relação estrutura-função nos tricomas secretores de néctar de Abutilon striatum. A , foi proposto que
o pré-nectar se move para o simplasto do tricoma via numerosos plasmodesmos na parede transversal da célula do
pedúnculo, cujas paredes laterais são cutinizadas e consequentemente impermeáveis. B, em cada célula do tricoma,
pré-nectar é transportado a partir do citoplasma em direção ao retículo secretor. Nesse estágio, ocorre uma filtração
definindo a composição química dos produtos secretados. A sacarose é parcialmente hidrolisada em glicose e frutose.
Não foi determinado se isso ocorre na membrana ou dentro da cavidade da cisterna. Conforme o carregamento para
dentro do retículo secretor continua, uma pressão hidrostática se acumula até que o néctar é compelido em direção a
parede celular permeável (apoplasto) entre a membrana plasmática e a cutícula. O acúmulo contínuo da pressão nesse
compartimento alcança o nível em que um poro se abre na cutícula na célula apical o néctar é liberado para o exterior.
(Obtido de Robards e Stark, 1988.)
estômatos grandes e modificados ocorrem no ápi- do que no disco. O nectário é vascularizado exclu-
ce da projeção (Fig. 16.13B), estando ausentes nos sivamente por floema que se origina a partir dos
demais locais da projeção e no disco. As células feixes vasculares destinados aos estames. Alguns
epidérmicas da projeção possuem invaginações ao tubos crivados termina1n no disco, mas a maior
longo de suas paredes externas. O disco consis- parte do floema penetra a projeção formando um
te de 9 ou 10 camadas subepidérmicas de células cordão central (Fig. 16.14) que se estende para até
nectaríferas relativamente pequenas e com arranjo 12 células abaixo da extremidade da projeção. Os
compacto. As invaginações parietais se desenvol- elementos de tubo crivado são acompanhados por
vem nas proximidades dos espaços intercelulares células companheiras grandes, densamente cora-
na base da projeção e nas células da própria pro- das e com paredes labirínticas. Embora o aparato
jeção, onde os espaços intercelulares são maiores de Golgi não seja bem desenvolvido nas células epi-
e as invaginações parietais são mais abundantes dérmicas e nectaríferas da projeção, as cisternas
Estruturas secretoras externas 111 545
A B
FIGURA 16.13
Eletronmicrografias de varredura do nectário floral de Viciafaba. A , base de uma flor dissecada, mostrando um disco
nectarífero (D) ao redor do gineceu (G), dando origem a uma projeção (Pj) com numerosos estômatos (E) em seu
ápice; parte do cálice (Ca) está evidente. B, ápice da projeção do nectário mostrando muitos estômatos. As células-
-guarda (CG) estão ao redor de poros grandes (asteriscos) . (Ambas, x310. Obtido de Davis et al., 1988.)
do retículo endoplasmático são bem proeminentes Pequenas quantidades de outras substâncias como
e frequentemente estão en1 íntin1a associação com aminoácidos, ácidos orgânicos, proteínas (princi-
a membrana plasmática dessas células. Essas ca- palmente enzimas), lipídios, íons minerais, fosfa-
racterísticas ultraestruturais favorecem a existên- tos, alcaloides, fenólicos e antioxidantes também
cia de um mecanismo de secreção granulócrina. pode estar presentes (Baker e Baker, 1983a, b;
Isso contrasta com a condição no nectário foliar Fahn, 1979a; Bahadur et al. , 1998).
de Trifolium pratense, outra leguminosa, na qual O néctar tem sua origem no floema co1no a seiva
parece não ocorrer a proliferação do retículo endo- do tubo crivado, que se move simplasticamente dos
plasmático. Assim, Eriksson (1977) concluiu que tubos crivados para as células secretoras. Ao lon-
um mecanismo secretor écrino ocorre no nectário go do caminho, o pré-néctar pode ser modificado
de Trifolium. Razem e Davis (1999) chegaram a no tecido nectarífero por atividade enzimática ou
uma conclusão similar para o nectário floral de Pi- mesmo após sua secreção pela reabsorção de néc-
sum sativum. Somente sacarose foi encontrada no tar (Nicolson, 1995; Nepi et ai., 1996; Koopowitz e
néctar floral de Viciafaba (Davis et al., 1988). Marchant, 1998; Vesprini et ai., 1999). A reabsor-
ção de néctar ajuda a minimizar o roubo de néctar
Os açúcares mais comuns no néctar são por opor tunistas não polinizadores e recuperar al-
sacarose, glicose e frutose guma energia armazenada nos açúcares.
Com base em relações quantitativas entre a saca- Uma única maneira de liberação do néctar é
rose e glicose/frutose, três tipos de néctar podem encontrada em alguns gêneros neotropicais, prin-
ser distintos : (1) sacarose-dominante, (2) glicose- cipalmente andinos, de Melastomataceae (Vogel,
-dominante e (3) aquele com uma taxa igual de 1997). A maioria dos membros dessa família não
sacarose para glicose/frutose (Fahn, 1979a, 2000). possui nectários florais, porém, a maioria deles
546 111 Anatomia das Plantas de Esau
oCarpelo Estame
Carpelo
Nectário
lateral -----
FIGURA 16.15
Diagrama floral estilizado de Brassica rapa e B. na-
pus, mostrando localização dos nectários laterais e me-
dianos. (Davis et ai., 1966, com permissão de Oxford
University Press.)
FIGURA 16.16
Nectário floral lateral deBrassica napus. A , eletronmicrografia de varredura de nectário lateral mostrando numero-
sas estômatos abertos na superfície do nectário. Note a discreta depressão na região mediana do nectário. B, secção
longitudinal mostrando que cordões de floerna (FI) penetram o interior da glândula. As pontas de setas apontam para
a depressão da superfície do nectário. C, secção oblíqua de um dos lóbulos do nectário mostrando elementos de tubo
crivado (ET) e células companheiras (CC) densamente coradas. Note estômato aberto (ponta de seta) na superfície
do nectário. (A, x200; B, xllO; C, xll3. Obtido de Davis et ai., 1986.)
flor feminina produz néctar mais doce com menor Estruturas intermediárias entre nectários e
conteúdo proteico que a flor masculina (Nepi et al. , hidatódios
1996). Como n1encionado anteriormente, os hidatódios
Em muitas plantas, o pré-néctar em formação nas folhas de Populus deltoides, que gutam água
no floen1a se acumula como grãos de amido nos contendo concentrações variáveis de açúcar, agem
plastídios das células nectaríferas. Em consequên- como nectários sob certas condições, como consi-
cia da hidrólise, o amido fornece a principal fonte derado por Curtis e Lersten (1974). Os hidatódios
de açúcar durante a antese (Durkee et al., 1981; e nectários extraflorais são estrutural e funcional-
Zere Fahn, 1992; Belmonte et al., 1994; Nepi et al., 1nente intermediários em muitas plantas (Janda,
1996; Gaffal et al., 1998). 1937; Frey-Wyssling e Hausermann, 1960; Pate e
Gunning, 1972; Elias e Gelbancl, 1977; Belin-De-
poux, 1989). Nas folhas de Impatiens baifourii
548 111 Anatomia das Plantas de Esau
OSMÓFOROS
A fragrância das flores é comumente produzida por
substâncias voláteis - principalmente terpenoides e
e compostos aromáticos - distribuídos na epider-
me de partes do perianto (Weichel, 1956; Vainstein
et al., 2001). Em algumas plantas, no entanto, a fra- FIGURA 16.18
grância se origina em glândulas especiais conheci-
das como osmóforos, um termo derivado da pala- Flores tratadas com vermelho-neutro para localização
vra Grega osmo, odor, e pherein, carregar. O termo dos osmóforos (pontilhados) - partes florais contendo
foi primeiro usado por Arcangeli e1n 1883 (como tecido secretor responsável pela emissão de fragrân-
cia. A , Spartiumjunceum; B, Platanthera bifolia; C,
citado em Vogel, 1990) para a espádice perfuma- Narcissus jonquilla; D, Lupinus cruckshanksii; E ,
da de certos membros de Araceae. As fragrâncias Dendrobium minax. (A partir de Vogel, 1962.)
são atrativas aos polinizadores. Algumas abelhas
(machos de euglossine) presunüvelmente usam a
fragrância produzida por osmóforos da subtribo daquela do tecido fundamental subjacente ou pode
Stanhopeinae (Orchidaceae) como um precursor ocorrer variação gradual imperceptível entre elas
para um ferormônio sexual (Dressler, 1982). (Curry et al., 1991) . O tecido glandular pode ser
Exemplos de osmóforos são encontrados em As- compacto ou ser permeado por espaços intercelu-
clepiadaceae, Aristolochiaceae, Calycanthaceae, lares. Em Ceropegia elegans (Asclepiadaceae), as
Saxifragaceae, Solanaceae, Araceae, Brumannia- camadas glandulares mais internas são vasculari-
ceae, Iridaceae e Orchidaceae. Várias partes flores zadas com terminações vasculares formadas ape-
podem ser diferenciadas em osmóforos, os quais nas por floema, uma condição encontrada em ou-
podem assumir a forma de abas, cílios ou esco- tros osmóforos, de acordo com Vogel (1990). Vogel
vas. A extensão da espádice das Araceae chamada (1990) sugeriu que, em Ceropegia, a camada epi-
apêndice (Weryszko-Chn1ielewska e Stpiczylika, dérmica do osmóforo tenha a função de acumular
1995; Skubatz et al., 1996) e o tecido que atrai in- e liberar as fragrâncias e que a maior parte da sín-
setos nas flores de Orchidaceae (Pridgeon e Stern, tese dessas substâncias ocorra em outras camadas
1983, 1985; Curry et al., 1991; Stpiczylika, 1993) glandulares. Os estômatos ocorrem na superfície
são osmóforos. Os osmóforos podem ser identifica- do osmóforo.
dos pela coloração com vermelho neutro em flores As células elo osmóforo contêm numerosos
totalmente submersas em un1a solução do corante amiloplastos e mitocôndrias. O retículo endoplas-
(Fig. 16.18; Stern et al., 1986). mático, particularmente o liso, é abundante, mas
Os osmóforos consistem de tecido glandular ge- os corpos de Golgi são escassos. Grãos de amido
raln1ente com diversas camadas celulares em pro- e gotículas de lipídio são abundantes nas células
fundidade (Fig. 16.19). A can1ada mais externa é glandulares no início da atividade secretora. Apre-
formada pela epiderme que é coberta por uma fina sença de gotas de lipídio no citosol e de plastogló-
cutícula. A densidade das duas a cinco camadas bulos nos amiloplastos comumente está associada
subepidérmicas pode diferir consideravehnente com a produção ela fragrância (Curry et al., 1991) .
550 111 Anatomia das Plantas de Esau
. .0
.
~. ~o
•o
. ,P
ºº~ Q
• • • J
1): • o •, o()
-~. .'.;_ "' -~•º•
li&.~ ,
FIGURA 16.19
Secções ao longo do tecido secretor do osmóforo de uma flor de Ceropegia stapeliaeformis. A , no início da a_tivi~ade
secretora, com muito amido. B, após emissão da fragrância: células secretoras com densidade citoplasmática reduzida
e depleção de grãos de amido no tecido abaixo da epiderme. (A partir das fotografias de Vogel, 1962.)
..
20 µm
1 ) .
.
...
~-
,
.
•
.• --~:
. •.·
-,n ~
FIGURA 16.21
Estágios sucessivos do desenvolvimento de t ricoma glandular de folha de Origanum x intercedens, em secções
transversais. (Obtido de Bosabalidis e Exarchou, 1995. © 1995 por The University of Chicago. Todos os direitos re-
servados.)
para capturar a presa. Elas consistem en1 uma gran- de três compartimentos funcionais: (1) uma célula
de célula basal localizada na epiderme, uma célula basal reservatório, (2) un1a célula intermediária
longa peduncular e uma célula columelar que sus- com características endodérmicas e (3) um grupo
tenta uma cabeça geralmente composta de 16 célu- de células da cabeça secretora. As paredes late-
las secretoras dispostas radialmente. As células da rais da célula intermediá ria (endodermoide) são
cabeça são caracterizadas pela presença de grandes completamente cutinizadas formando "estrias de
mitocôndrias com cristas bem desenvolvidas, uma Caspary", às quais a membrana plasmática está
população conspícua de corpos de Golgi com muitas fortemente aderida. A célula intermediária contém
vesículas associadas e paredes radiais labirínticas. depósitos de lipídios em abundância e numerosas
Enquanto a superfície externa das células secreto- mitocôndrias. Na matw·idade, a cutícula das célu-
ras tem, na n1elhor das hipóteses, uma cutícula pou- las secretoras da cabeça é descontínua. Durante a
co desenvolvida, as paredes laterais da célula basal maturação, as células da cabeça secretora formam
são completamente cutinizadas. uma camada especial, chamada camada viscosa,
Tem sido dada uma atenção maior às glândulas entre a membrana plasmática e a parede celular.
sésseis, digestivas de Pinguicula (Heslop-Harri- Essa camada atua na estocagem de enzin1as diges-
son e Heslop-Harrison, 1980, 1981; Vassilyev e Mu- tivas aparentemente sintetizadas no retículo endo-
ravnik, 1998a, b). Essas glândulas são compostas plasmático rugoso das células da cabeça e transfe-
554 111 Anatomia das Plantas de Esau
A 1,0 mm
FIGURA 16.22
A armadilha de Utricularia. A , diagrama da morfologia externa da armadilha. A porta de entrada (p) está no lado
dorsal distal do pedúnculo (pd) . Diversas asas (a) e um rostro (r) ocorrem próximos à porta de entrada; acredita-se
que essas estruturas podem direcionar a presa para a entrada. B, estrutura da porta de entrada em secção longitudi-
nal (exterior da armadilha para a direita, interior para a esquerda) . A porta (p) consiste em duas camadas de células
(não mostradas) com grupos de glândulas em formato de domo em sua superfície externa. A porta é mostrada entre-
aberta (seta clara) como se a presa estive começando a ativá-la. O epitélio (e) de revestimento consiste de tricomas
glandulares justapostos ordenadamente dispostos, os quais formam uma camada de pseudoepiderme que se estende
da entrada da porta em direção à sua aba interna. As glândulas da porta e as células terminais do epitélio apresentam
cutícula rompida após a liberação da mucilagem. A entrada apresenta várias células em espessura e carrega tricomas
bífidos (b) em sua superfície. (Obtido de Fineran, 1985. Reproduzido com permissão do editor.)
ridas para a camada viscosa e vacúolos. Durante a são considerados emergências por envolverem
maturação, o retículo endoplasmático rugoso das camadas celulares epidérmicas e subepidérmicas
células secretoras quadriplica seu volu1ne. Tem (Thurston, 1974, 1976).
sido sugerido que enzimas digestivas podem ser Os tricomas urticantes de Urtica (urtiga) consis-
transferidas diretamente do retículo endoplasmá- tem em quatro regiões morfologicamente distintas:
tico para vacúolos e camada viscosa através da (1) um ápice esférico, (2) um pescoço, (3) uma has-
continuidade das membranas do retículo com o to- te que lembra um tubo capilar fino e (4) unla base
noplasto e 1nembrana plasmática (Vassilyev e Mu- bulbosa sustentada por um pedestal derivado de
ravnik, 1988a). Acredita-se que o aparato de Golgi células epidérmicas e subepidérmicas (Fig. 16. lG;
esteja envolvido com a secreção de enzimas em Thurston, 1974; Corsi e Garbari, 1990). A parede da
Pinguicula. As células secretoras permanecem célula apical dos tricomas urticantes é silicificada e
altamente ativas durante o período da digestão extremamente frágil, de modo que quando o pelo é
da presa e absorção de nutrientes. Após o ciclo de tricoma, o ápice esférico quebra no pescoço deixan-
digestão e absorção, processos destrutivos carac- do uma borda afiada. Essa borda prontamente pene-
terísticos de células senescentes são iniciados nas tra a pele e a pressão sobre a base bulbosa não sili-
glândulas (Vassilyev e Muravnik, 1988b). cificada força o líquido para o interior do ferimento.
Os tricomas urticantes de Urtica contêm hista-
TRICOMAS URTICANTES 1nina, acetilcolina e serotonina. É questionável, no
Os tricomas urticantes ocorrem em quatro fa- entanto, se essas substâncias são as responsáveis
mílias de eudicotiledôneas: Urticaceae, Euphor- pela irritação (Thurston e Lersten, 1969; Pollard e
biaceae, Loasaceae e Hydrophyllaceae. Embora Briggs, 1984). Te1n-se presumido que os tricomas
comumente interpretados como tricomas, eles urticantes atuem na proteção contra herbívoros.
Estruturas secretoras externas 111 555
ESAU, K. 1977. Anatomy of Seed Plants, 2. ed. Wi- mical composition in six Ipomoea species (Con-
Jey, New York. volvu laceae) in relation to pollinators . Ann. Bot.
FAHN, A. 1953. The topography of the nectary in 94, 269-280.
t he flower and its phylogenetic trend. Phytomor- GERSBACH, P. V. 2002. The essential oi! secretory
phology 3, 424-426. structures of Prostanthera ovalifolia (Lamia-
FAHN, A. 1979a. Secretory Tissues in Plants. Aca- ceae). Ann. Bot. 89, 255-260.
demic Press, London. GERSHENZON, J., 11. MAFFEI e R. CROTEAU.
FAHN, A. 1979b. Ultrastructure of nectaries in rela- 1989. Biochemical and histochemical localiza-
tion to nectar secretion. Am. J Bot. 66, 977-985. tion of monoterpene biosynthesis in the glandu-
FAHN, A. 1987. Extrafloral nectaries of Sambucus lar trichomes of spearmint (Mentha spicata).
niger L. Ann. Bot. 60, 299-308. Plant Physiol. 89, 1351-1357.
FAHN, A. 1988. Secretory tissues in vascular plants. GERSHENZON, J., M. E. MCCONKEY e R. B. CRO-
New Phytol. 108, 229-257. TEAU. 2000. Regulation of monoterpene accu-
FAHN, A. 1998. Nectaries structure and nectar se- mulation in leaves of peppermint. Plant Physiol.
cretion. ln: Nectary Biology: Structure, Func- 122, 205-213.
tion and Utilization, pp. 1-20, B. Bahadur, ed. GONZÁLEZ, A. M. 1998. Colleters in Turnera and
Dattsons, Nagpur, India. Piriqueta (Turneraceae) . Bot. J. Linn. Soe.
FAHN, A. 2000. Structure and function of secretory 128, 215 -228 .
cells. Adv. Bot. Res. 31, 37-75. GUNNJNG, B. E. S. e J. E. HUGHES . 1976. Quanti-
FAHN, A. e T. RACHMJLEVJTZ. 1970. Ultrastructu- tative assessment of symplastic transport of pre-
re and nectar secretion in Lonicera japonica. -nectar into the trichomes ofAbutilon nectaries.
Jn: New Research in Plant Anatomy, pp. 51-56, Aust. J. Plant Physiol. 3, 619-637.
N. K. B. Robson, D. F. Cutler e 11. Gregory, eds. GUO, A. e J. E. LEACH. 1989. Examination of rice
Academic Press, London. hydathode water pores exposed to Xanthomo -
FAHN, A. e C. SHJMONY. 1996. Glandular trichomes nas campestris pv. oryzae. Phytopathology 79,
of Fagonia L. (Zygophyllaceae) species: Struc- 433-436.
ture, development and secreted materiais. Ann. HABERLANDT, G. 1918. Physiologische Pflanzena-
Bot. 77, 25-34. natomie, 5. ed. W. Engelman, Leipzig .
FAHN, A. e C. SHIMONY. 1998. Ultrastructure and HAUSERMANN, E. e A. FREY-WYSSLING. 1963.
secretion of the secretory cells of two species of Phosphatase-Aktivitát in Hydathoden. Proto-
Fagonia L. (Zygophyllaceae) . Ann. Bot. 81, 557- plasma 57, 371-380.
565. HEIL, M., A. HILPERT, R. KRÜGER e K. E. LINSEN-
FIGUEIREDO, A. C. e M. S. S. PAIS. 1994. Ultras- MAIR. 2004. Competition among visitors to ex-
tructural aspects of the glandular cells from the trafloral nectaries as a source of ecological costs
secretory trichomes and from the cell suspension ofan indirect defence. J. Trop. Ecol. 20, 201-208.
cultures of Achillea millefolium L. ssp. millefo- HEINRICH, G. 1973. Die Feinstruktur der Trichom-
lium. Ann. Bot. 74, 179-190. -Hydathoden von Monarda fi stulosa. Proto-
F JNDLAY, N. e F. V. MERCER. 1971. Nectar produc- plasma 77, 271-278.
tion in Abutilon. I. Movement of nectar through HEINRJCH, G., H. W. PFEJFHOFER, E. STABEN-
the cuticle. Aust. J. Biol. Sei. 24, 647-656. THEINER e T. SAWJDIS. 2002. Glandular hairs
F JNERAN, B. A. 1985. Glandular trichomes in Utri- of Sigesbeckia jorullensis Kunth (Asteraceae):
cularia: a review of their structure and function. Morphology, h istochemistry and composition of
Isr. J. Bot. 34, 295-330. essential oi!. Ann. Bot. 89, 459-469.
FREY-WYSSLING, A. e E. HAUSERMANN. 1960. HESLOP-HARRISON, Y. e J. HESLOP-HARRISON.
Deutung der gestaltlosen Nektarien. Ber. 1980. Chloride ion movement and enzyme secre-
Schweiz. Bot. Ges. 70, 150-162. tion from the digestive glands of Pinguicula.
GAFFAL, K. P., W. HEIMLER e S. EL-GAMMAL. 1998. Ann. Bot. 45, 729-731.
The floral nectary of Digitalis purpurea L., struc- HESLOP-HARRISON, Y. e J. HESLOP-HARRI-
ture and nectar secretion. Ann. Bot. 81, 251-262. SON. 1981. The digestive glands of Pinguicu-
GALETTO, L. e G. BERNARDELLO. 2004. Floral la: Structure and cytochemistry. Ann. Bot. 47,
nectaries, nectar production dynamics and che- 293 -319.
558 111 Anatomia das Plantas de Esau
cies of sectio Tricalysia and sectio Rosea. Bull. SKUBATZ, H., D. D. KUNKEL, W. N. HOWALD, R.
Jard. Bot. Natl. Belg. 57, 39 -208. TRENKLE e B. MOOKHERJEE. 1996. The Sauro-
ROST, T. L. 1969. Vascular pattern and hydathodes matum guttatum appendix as an osmophore: Ex-
in leaves of Crassula argentea (Crassulaceae). cretory pathways, composition of volatiles and at-
Bot. Gaz. 130, 267-270. tractiveness to insects. New Phytol. 134, 631-640.
RUDALL, P. 2002 . Homologies of inferior ovaries SPERLICH, A. 1939. Das trophische Parenchym.
and septal nectaries in monocotyledons. Int. J. B. Exkretionsgewebe. Handbuch der Pflanze-
Plant Sei. 163, 261-276. nanatomie, Heft 3, Band 4, Histologie. Gebrü-
SAJO, M. G., P. J RUDALL e C. J. PRYCHID. 2004. der Borntraeger, Berlin.
Floral anatomy of Brorneliaceae, with particular STERN, W. L. , K. J. CURRY e W. M. vVHITTEN. 1986.
reference to the evolution of epigyny and septal Staining fragrance glands in orchid fl owers.
nectaries in commelinid monocots. Plant Syst. Bull. Torrey Bot. Club 113, 288-297.
Evol. 247, 215-231. STERN, W. L., K. J. CURRY e A. M. PRIDGEON.
SAvVIDIS, TH. 1991. A histochemical study of necta- 1987. Osmophores of Stanhopea (Orchidaceae).
ries of Hibiscus rosa-sinensis. J. Exp. Bot. 42, Am. J. Bot. 74, 1323-1331.
1477-1487. STPICZYN SKA, M. 1993. Anatomy and ultrastruc-
SAWIDIS, TH., E. P. ELEFTHERIOU e I. TSEKOS. ture of osmophores of Cymbidium tracyanum
1987a. The floral nectaries of Hibiscus rosa- Rolfe (Orchidaceae) . Acta Soe. Bot. Pol. 62, 5-9.
-sinensis. I. Development of the secretory hairs. STPICZYN, SKA, M., K. L. DAVIES e A. GREGG.
Ann. Bot. 59, 643-652. 2004. Nectary structure and nectar secretion in
SAWIDIS, TH., E. P. ELEFTHERIOU e J. TSEKOS. Maxillaria eoecinea (Jacq.) L. O. Williams ex
1987b. The floral nectaries of Hibiscus rosa-si- Hodge (Orchidaceae) . Ann. Bot. 93, 87-95.
nensis. II. Plasmodesmatal frequencies . Phyton THOMAS, V. 1991. Structural, functional and phylo-
(Horn) 27, 155-164. genetic aspects of the colleter. Ann. Bot. 68, 287-
SAWIDIS, TH., E. P. ELEFTHERIOU e I. TSEKOS. 305.
1989. The floral nectaries of Hibiscus rosa-si- THOMSON, W. W. e L. L. LIU. 1967. Ultrastructural
nensis. III. A morphometric and ultrastructural features of the salt gland of Tamarix aphylla L.
approach. Nord. J. Bot. 9, 63-71. Planta 73, 201-220.
SCHIRMER, U. e S.-W. BRECKLE. 1982. The role THOMSON, W. W. e K. PLATT-ALOIA. 1979. Ultras-
of bladders for salt remova! in some Chenopo- t ructural transitions associated with the deve-
diaceae (mainly Atriplex species). ln: Contri- lopment of the bladder cells of the trichomes of
butions to the Ecology of Halophytes, pp. 215- Atriplex. Cytobios 25, 105-114.
231, D. N. Sen e K. S. Rajpurohit, eds. W. Junk, THOMSON, W. W., W. L. BERRY e L. L. LIU. 1969.
The Hague . Localization and secretion of salt by the salt
SCHNEPF, E. 1974. Gland cells. In: Dynamic As- glands of Tamarix aphylla. Proc. Natl. Acad.
pects of Plant Ultrastructure, pp. 331-357, A. W. Sei. USA 63, 310 -317.
Robards, ed. McGraw-Hill, London. THOMSON, W. \1/. , C. D. FARADAY e J. W. OROSS.
SHIMONY, C. e A. FAHN. 1968. Light- and electron- 1988 . Salt glands . ln: Solute Transport in Plant
microscopical studies on the structure of salt Cells and Tissues, pp. 498-537, D. A. Baker e J.
glands of Tamarix aphylla L. Bot. J. L inn. Soe. L. Hall, eds. Longman Scientific and Technical,
60, 283-288. Harlow, Essex.
SINGSAAS, E. L. 2000. Terpenes and the thermoto- THURSTON, E. L. 1974. Morphology, fine structure,
lerance of photosynthesis. New Phytol. 146, 1-3. and ontogeny of the stinging emergence of Urti-
SKUBATZ, H. e D. D. KUNKEL. 1999. Further stu- ca dioica. Am. J. Bot. 61, 809-817.
dies of the glandular tissue of the Sauromatum THURSTON, E. L. 1976. Morphology, fine structure
guttatum (Araceae) appendix. Am. J. Bot. 86, and ontogeny of the stinging emergence of Tra-
841-854. gia ramosa and T saxicola (Euphorbiaceae).
SKUBATZ, H., D. D. KUNKEL e B. J. D. MEEUSE. Am. J. Bot. 63, 710-718.
1993. Ultrastructural changes in the appendix of THURSTON, E. L. e N. R. LERSTEN. 1969. The rnor-
the Sauromatum guttatum inflorescence du- phology and toxicology of plant stinging hairs.
ring anthesis. Sex. Plant Reprod. 6, 153-170. Bot. Rev. 35, 393 -412.
Estruturas secretoras externas 111 561
TÓTH-SOMA, L. T., N. M. DATTA e Z. SZEGLETES. VOGEL, S. 1990. The role of scent glands in polli na-
1995/1996. General connections between latex tion. On the structure and function of osmopho-
and nectar secretional systems of Asclepias res. S. S. Renner, sei. ed. Smithsonian Institution
syriaca L. Acta Biol. Szeged. 41, 37-44. Libraries and National Science Foundation, Wa-
TUCKER, S. C. e L. L. HOEFERT. 1968. Ontogeny shington, DC.
of the tendril in Vitis vinifera. Am. J Bot. 55, VOGEL, S. 1997. Re1narkable nectaries: structure,
1110-1119. ecology, organophyletic perspectives. I. Substitu-
TURNER, G., J. GERSHENZON, E. E. NIELSON, J. tive nectaries. Flora 192, 305-333.
E. FROELICH e R. CROTEAU. 1999. Limonene VOGEL, S. 1998. Remarkable nectaries: Structure,
synthase, the enzyme responsible for monoter- ecology, organophyletic perspectives. IV. Mis-
pene biosynthesis in peppermint, is localized cellaneous cases. Flora 193, 225-248.
to leucoplasts of oil gland secretory cells. Plant WADDLE, R. M. e N. R. LERSTEN, 1973. Morpho-
Physiol. 120, 879-886. logy of discoid flo ral nectaries in Leguminosae,
TURNER, G. W., J. GERSHENZON e R. B. CROTE- especially tribe Phaseoleae (Papilionoideae).
AU. 2000. Development of peltate glandular tri- Phytomorphology 23, 152-161.
chomes of peppermint. Plant Physiol. 124, 665- WEICHEL, G. 1956. Natürliche Lagerstatten athe-
679. rischer Õle . Jn: Die dtherischen Óle, 4. ed ., Band
TURNER, J. e., J. K. HEMPHILL e P. G. MAHLBERG. 1, pp. 233-254, E. Gildemeister e Fr. Hoffmann,
1980. Trichomes and cannabinoid content of de- eds. Akademie-Verlag, Berlin.
veloping leaves and bracts of Cannabis sativa L. WERKER, E. 2000. Trichome diversity and develop-
(Cannabaceae) . Am. J Bot. 67, 1397-1406. ment. Adv. Bot. Res. 31, 1-35.
VAINSTEIN, A., E. LEWINSOHN, E. PICHERSKY e WERKER, E. e A. FAHN. 1981. Secretory hairs of
D. WEISS. 2001. Floral fragrance : New inroads !nula viscosa (L.) Ait.-Development, u ltras-
into an old commodity. Plant Physiol. 127, 1383- tructure, and secretion. Bot. Gaz. 142, 461-476.
1389. WERKER, E., E. PUTIEVSKY, U. RAVID, N. DUDAI
VASSILYEV, A. E. e L. E. MURAVNIK. 1988a. The e 1. KATZIR. 1993. Glandular hairs and essential
ultrastructure of t he digestive glands in Pingui- oil in developing leaves of Ocimum basilicum L.
cula vulgaris L. (Lentibulariaceae) relative to (Lamiaceae) . Ann. Bot. 71, 43-50.
t heir function. I. The changes during matura- WERYSZKO-CHMIELEWSKA, E. e M. STPICZYN ,
tion. Ann. Bot. 62, 329-341. SKA. 1995. Osmophores of Amorphophallus ri-
VASSILYEV, A. E. e L. E. MURAVNIK. 1988b. The vieri Durieu (Araceae) . Acta Soe. Bot. Pol. 64,
ultrastructure of the digestive glands in Pingui- 121-129.
cula vulgaris L. (Lentibulariaceae) relative to WILSON, T. P., M. J. CANNY e M. E. MCCULLY. 1991.
their function. II. The changes on stimulation. Leaf teeth, transpiration and the retrieval of apo-
Ann. Bot. 62, 343-351. plastic solutes in balsam poplar. Physiol. Plant.
VESPRINI, J. L., M. NEPI e E. PACINI. 1999. Nectary 83, 225 -232.
structure, nectar secretion patterns and nectar ZER, H. e A. FAHN. 1992. Floral nectaries of Ros-
composition in two Helleborus species. Plant marinus ofjicinalis L. Structure, ultrastructu-
Biol. 1, 560-568. re and nectar secretion. Ann. Bot. 70, 391-397.
VOGEL, S. 1962 . Duftdrüsen im Dienste der Bestau- ZIMMERMANN, J. G. 1932. Über die extrafloralen
bung. Über Bau und Funktion der Osmophoren. Nektarien der Angiospermen. Beih. Bot. Cen-
Mainz: Abh. Mathematisch-Naturwiss. Klasse 10, tralbl. 49, 99-196.
1-165.
CàP. ÍiliULO DEZESSGiliG
ESTRUTURAS
SECRETORAS INTERNAS
No capítulo anterior, foram descritos exemplos uma mistura de substâncias, sendo muitas delas
específicos de estruturas secretoras encontradas não identificadas. De qualquer forma, as célu-
na superfície da planta. Este capítulo é dedicado às las secretoras, assim como as cavidades e os ca-
estruturas secretoras internas (Fig. 17.1), inician- nais secretores, são importantes como caracteres
do com os tipos específicos de células secretoras diagnósticos em estudos taxonômicos (Metcalfe e
internas. Chalk, 1950, 1979) .
Células com cristais (Capítulo 3) são frequente-
CÉLULAS SECRETORAS INTERNAS mente tratadas como idioblastos secretores (Fos-
Com base na variabilidade e localização dos tecidos ter, 1956; Metcalfe e Chalk, 1979). Algumas delas
secretores no corpo das plantas vasculares, Fahn não são diferentes das outras células parenquimá-
(2002) sugeriu que durante o curso da evolução ticas ao redor, n1as outras são consideravelmente
tecidos secretores com função de proteção tenham modificadas, por exemplo, os litocistos (células
sido originados a partir do mesofilo foliar - como com cistólitos) das folhas de Ficus elastica (Capí-
em algumas pteridófitas - em duas direções. Uma tulo 9) e células co1n ráfides contendo mucilagem
das direções foi do mesofilo para fora, em direção (Fig. 17.lB). As células com cristais podem morrer
da epiderme e seus tricomas, como em muitas an- após a deposição do cristal ou cristais ser finaliza-
giospermas; a outra foi do mesofilo para dentro, em da. Nos tecidos vasculares secundários uma célula
direção ao floema primário e secundário, e em algu- que fonna cristais pode se dividir em células me-
mas coníferas, para o xilema secundário também. nores. Em outro tipo de modificação, o cristal é en-
As células secretoras internas possuem uma volto por parede celulósica que o segrega da parte
ampla variedade de conteúdos: óleos, resinas, viva do protoplasto.
mucilagens, gomas, taninos e cristais. As células Células com enzima mirosinase foram identifi-
secretoras geralmente aparecem como células es- cadas nas famílias Capparidaceae, Resedaceae e
pecializadas. Tais células são, então, chamadas Brassicaceae, mas são principahnente encontra-
de idioblastos, mais especificamente idioblas- das em Brassicaceae (Fahn, 1979; Bones e Iversen,
tos secretores. As células secretoras poden1 ser 1985; Rask et al., 2000). A mirosinase se localiza em
grandes, especialn1ente em comprimento, sendo um grande vacúolo central de idioblastos chan1ados
chamadas de sacos ou tubos. As células secreto- células de mirosina. A mirosinase hidrolisa gli-
ras geralmente são classificadas com base em seus cosinolatos en1 agliconas que se decompõen1 para
conteúdos, mas muitas células secretoras contêm formar produtos tóxicos como isotiocianatos (gás
564 111 Anatomia das Plantas de Esau
FIGURA 17.1
Vár ias estruturas secretoras internas. A , células de óleo em secção tangencial de raio floemático de Liriodendron. B,
idioblasto contendo muci !agem e ráfides em secção radial do floema de Hydrangea paniculata. C, cavidade secretora
(glândula de óleo) em folha de limão (Citrus) (porção superior da folha à direita) . D, canais de mucilagem na medula
do caule de tília americana (Tilia) em secção transversal. E , células de tanino na medula caulinar de sabugueiro
(Sambucus) em secção transversal. F, canais secretores esquizógenos em secção transversal do floema não condutor
de Rhus typhina. (A-C, E , F, Esau, 1977.)
mostarda), nitritos e epitionitritos que podem de- quimáticas comuns. EmArabidopsis, as células de
sempenhar importantes papéis na defesa da planta mirosina ocorrem no parênquima do floema e as cé-
contra insetos e microrganismos (Rask et al., 2000). lulas contendo glicosinolatos, chamadas células S
Somente danos aos tecidos podem levar a essa re- por serem ricas em enxofre, localizam-se no tecido
ação porque enzima e substrato ocorrem em dife- fundamental externo ao .floema (Fig. 17.2; Koroleva
rentes células, a mirosinase na célula de mirosina e et ai., 2000; Andréasson et al., 2001). As duas célu-
os tioglicosídeos aparentemente em células paren- las, entretanto, podem estar em contato direto uma
Estruturas secretoras internas 111 565
"'
lla,11.) -.
<
~ l-:.
- --
m
t...
\
----....,
Células de mirosina (m) em limbo de folha jovem (A, B) e no
pecíolo (C, D) deArabidopsis. Células-S (c-s) são mostradas
en1 C e D (A-C, micrografias de luz; D , eletronmicrografia). A ,
corte paradérmico do limbo foliar mostrando floema (f) e duas
1 """--- células de mirosina alongadas e relativamente amplas. B , cor-
ep
1,.
FIGURA 17.3 ...
Desenho esquemático de uma célula de óleo em folha
de Laurus nobiolis (Lauraceae). Detalhes: cp: cúpu-
la; ep: célula epidérmica; ol: gota de óleo; s, camada de
suberina na parede. (Maron e Fahn, 1979. © Blackwell
Publishing.)
0,38 µm
1 1
.~
-..
'
·r ~
- - ..,
P ,
'-.. <lo • , '
, .
-~.·- .
,
~..1· ~ ~ .:.t.
FIGURA 17.8
Secção transversal de célula epitelial após recente divisão em canal secretor maduro de Rhus glabra. As gotas osmio-
fílicas (os) tais como aquelas observadas nessas células são secretadas para o lúmen do canal. Concomitantemente,
as camadas parietais (p) que faceiam o lúmen se desintegram e formam, juntamente com as gotas osmiofílicas secre-
tadas, a goma-resina. (Fahn e Evert, 1974.)
tocôndrias e, em alguns casos, no envelope nucler ultraestrutural quantitativo das células epiteliais
(Fahn e Evert, 1974; Fahn, 1979, 1988b; \1/u, H., e dos canais secretores no floe1na primário de Rhus
Hu, 1994; Castro e DeMagistris, 1999). A maioria toxicodendron, Vassilyev (2000) concluiu que o
dos pesquisadores aponta o método granulócrino retículo endoplasmático rugoso e o aparato de Gol-
de secreção de resina, seja por exocitose, seja por gi estão envolvidos na secreção de glicoproteínas
invaginações da membrana plasmática que circun- por exocitose de grandes vesículas, e o retículo en-
da1n as gotículas de resina e as separam do proto- doplasmático liso tubular é o principal responsável
plsto (Fahn, 1988a; Babu et al., 1990; Arumuga- pela síntese e transporte intracelular de terpenos.
samy et al., 1993; Wu, H., e Hu, 1994). Eliminação Os peroxissomos estão supostamente envolvidos
écrina também pode ocorrer (Bhatt e Ram, 1992; na regulação da síntese de terpenos. Os plastídios,
Nair e Subrahmanyam, 1998). O complexo de Gol- aparentemente, não participam ativanlente do pro-
gi claran1ente está envolvido com a síntese e se- cesso secretor.
creção de goma polissacarídica que é depositada
por exocitose como novas camadas de parede. A O desenvolvimento das cavidades secretoras
. ,
goma no lúmen dos canais se origina diretamente parece ser esqu1zogeno
das camadas parietais mais externas (Fig. 17.8), As cavidades secretoras ocorrem nas famílias
enquanto ao mesn10 tempo, novos materiais de pa- Apocynaceae, Asclepiadaceae, Asteraceae, Eu-
rede são adicionados à superfície interna da pare- phorbiaceae, Fabaceae, Malvaceae, Myrtaceae, Ru-
de celular (Fahn e Evert, 1974; Bhatt e Shah, 1985; taceae e Tiliaceae (Metcalfe e Chalk, 1979). Assim
Bhatt, 1987; Venkaiah, 1990, 1992). Em um estudo como para o desenvolvimento de canais, existem
Estruturas secretoras internas 111 57 1
al., 1998).
O conceito de desenvolvimento lisígeno
para cavidades foi questionado por Turner lOµm
e colaboradores (Turner et al., 1998; Tur- 1
, FIGURA 17.10
Estágios do desenvolvimento esquizógeno das cavidades se-
cretoras trabeculares das folhas de Psoralea macrostachya.
A , células protodérmicas em paliçada no estágio inicial do de-
senvolvimento. B, as células protodérmicas alongadas come-
çam a se separar esquizogenamente (seta superior). Abaixo
das trabéculas em desenvolvimento, as futuras células hipo-
dérmicas (seta inferior) se dividiram recentemente. C, a se-
paração das trabéculas (seta superior) continua a ocorrer e as
células da camada hipodérmica (seta inferior) se expandem
lateralmente. D , cavidade madura em secção transversal mos-
t rando porções da trabécula (seta à direita) e bainha hipodér-
mica (seta à esquerda). (Turner, 1986).
)
FIGURA 17.11
Uma cavidade trabecular madura em folha clarificada
de Psoralea macrostachya. (Turner, 1986.)
■
r
- - ~
- -
ratocystis polonica (Christiansen et al., 1999). 1
Os canais traumáticos de goma-resina no xile-
r. . 1
-
.
&
- ,,
~
,\ \
--- . .. -
..... ....
ceae) e os canais traumáticos de goma no floema
secundário de Moringa oleifera (Moringaceae)
são iniciados por autólise das células do parên-
- '
I'-
..._
-
,-..,
.,r-..
'
....,,
-
-
'j
~
~
- ..
'-'
~
--
"-../
r
3
t'\
Or-·,..:"- '·--
vj
quima axial (Babu et al., 1987; Subrahmanyam e
~ >---.., ,_ - V j -;::
'R
""" ~-
i
1
Shah, 1988). O lúmen de ambos os canais é revesti- _J •
~ '-'
1
~ ,, 1 , 1'!::;J
~
~
''
-
tólise e liberam seus conteúdos para o interior do
canal. Os canais traumáticos de goma formados no
xilema secundário de Sterculia urens (Sterculia-
-
V
~
'.'.: 8
;!. - f
.
1 I
'
J-
,,...... h
.........
.
..
•
-
·200ÍJl!l
~
~ 1
1--'
-
\ & •
LATICÍFEROS
Os laticíferos são células ou séries de células in-
terligadas que contêm um fluido chan1ado látex
(plural, látices) e forman1 siste1nas que permeiam
vários tecidos do corpo da planta. A palavra laticí-
fero e sua forma adjetivada são derivadas da pala-
vra látex, que significa suco em latim.
En1bora as estruturas contendo látex sejam cé-
lulas isoladas ou séries de células conectadas, am-
bos os tipos frequentemente produzem sistemas
complexos de estruturas em forma de tubo nos
quais o reconhecimento dos limites das células in-
dividuais é altamente problemático. O termo lati-
cífero, portanto, parece mais útil se aplicado tanto
FIGURA 17.13
para uma célula isolada ou uma estrutura resul-
Kino veias maduras em secção transversal do lenho de tante da fusão de células. Um laticífero unicelular
Eucalyptus. (x43. Cor tesia de Jugo Ilic, CSIRO, Aus- pode ser qualificado, com base na origem, como
trália.) um laticífero simples, e a estrutura derivada da
união de células, como um laticífero composto.
As kino veias são um tipo especial de canais Os laticíferos variam muito em sua estrutura,
traumáticos da mesma forma como o látex varia em sua compo-
Qualquer discussão sobre canais traumáticos es- sição. O látex pode estar presente nas células co-
taria incompleta sem a menção às kino veias, que muns do parênquima - no pericarpo de Decaisnea
se formam frequentemente no lenho do gênero insignis (Hu e Tien, 1973), na folha de Solidago
Eucalyptus em resposta a ferilnento ou infecção (Bonner e Galston, 1947) - ou pode ser formado
fúngica (Fig. 17.13; Hillis, 1987). As kino veias em sisten1as de tubos ramificados (Euphorbia)
tan1bém ocorrem no floema secundário de alguns ou anastomosados (Hevea) . As células comuns do
membros do subgênero Symphyomyrtus de Eu- parênquima com látex e os sistemas laticíferos ela-
calyptus (Tippett, 1986). No xilema e no floema, borados apresentam uma variação gradual entre si
as kino veias são iniciadas pela lise das faixas de com tipos intermediários de estruturas que apre-
parênquima produzidas pelo cân1bio vascular. Em- sentam vários graus de especialização morfológi-
bora referido como goma no passado, a kino con- ca. Os idioblastos com látex (Jatropha, Dehgan e
tém polifenóis, alguns dos quais são taninos. Os Craig, 1978) também intergradam com certos idio-
polifenóis se acumulam no parênquima traumático blastos que contêm taninos, 1nucilagem, proteínas
e são liberados no futuro lúmen do canal quando as e outros compostos. A situação é complicada ainda
células do parênquima se rompem (secreção holó- mais pela ocorrência de tubos taníferos (Myristi-
crina) . As kino veias comumente formam uma rede caceae, Fujii, 1988) e canais esquizógenos (Kisser,
tangencialmente anastomosada densa. No mesmo 1958) e lisígenos (Mammilaria, Wittler e Mau-
período em que a prin1eira kino está sendo libe- seth, 1984a, b) contendo látex. Assim, laticíferos
rada, as células do parênquima ao redor do lúmen não podem ser precisamente delin1itados.
do canal se dividem repetidamente e formam um As plantas que contêm látex incluem cerca de
"câmbio" periférico. As derivadas desse "câmbio" 12.500 espécies em 900 gêneros. As plantas em
acumulam polifenóis. Elas finalmente também se questão incluem mais de 22 famílias, a maioria
rompem adicionando seu conteúdo ao kino já pre- eudicotiledôneas e poucas monocotiledôneas (Me-
sente no lúmen do canal. No estágio final, o "câm- tcalfe, 1983). Os laticíferos também ocorrem na gi-
bio" periférico produz diversas camadas de célu- 1nnosperma Gnetum (Behnke e Herrmann, 1978;
las suberizadas na forma de uma periderme típica Carlquist, 1996; Tomlinson, 2003; Tomlinson e Fi-
(Skene, 1965). O etileno, de origem microbiana ou sher, 2005) e na pteridófita Regnellidium (Labou-
do hospedeiro, pode estimular a fonnação de kino riau, 1952). As plantas que contêm látex variam de
veia após injúria (Wilkes et al., 1989). pequenas herbáceas anuais (Euphorbia) a gran-
Estruturas secretoras internas 111 575
Laticíferos anastomosados articulados em Lactuca scariola. A , secção transversal do caule. Os laticíferos estão ex-
ternos ao floema. B, C, aspectos longitudinais dos laticíferos em tecido parcialmente macerado ( B) e secção (C) do
caule. Podem ser observadas perfurações nas paredes dos laticíferos em B. (C, de Esau, 1977.)
des árvores como a seringueira (Hevea). As plan- células individuais que, por meio de crescimento
tas portadoras de látex ocorrem em todas as partes contínuo, se desenvolvem em estruturas seme-
do mundo, porém os tipos arborescentes são mais lhantes a tubos, frequentemente muito ramifica-
comuns na flora tropical. dos, mas normalmente eles não sofrem fusões com
outras células semelhantes (Fig. 17.15). Eles são
Com base na sua estrutura, os laticíferos simples quanto à origem, e geralmente surgem no
corpo primário da planta.
são agrupados em duas classes principais:
Ambos os laticíferos, articulados e não articula-
articulados e não articulados dos, variam no grau de complexidade de sua estru-
Os laticíferos articulados (isto é, laticíferos in- tura. Alguns dos laticíferos articulados consistem
terligados) são compostos quanto à origem e con- de cadeias longas de células ou tubos compostos
sistem de cadeias longitudinais de células em que não ligados entre si lateralmente; outros formam
as paredes que separam as células individuais ou anastomoses laterais com cadeias de células seme-
permanecem intactas, tornan1-se perfuradas ou lhantes ou tubos, todos unidos em uma estrutura
são completamente removidas (Fig. 17.14) . A per- em rede ou retículo. As duas formas de laticíferos
furação ou reabsorção das paredes transversais são denominadas laticíferos articulados não
origina laticíferos em forma de tubos e, quanto sua anastomosados e laticíferos articulados
origem, assemelham-se aos vasos do xilema. Os anastomosados, respectivamente.
laticíferos articulados podem se originar tanto no Os laticíferos não articulados também variam
corpo primário e secundário das plantas. Os lati- no grau de complexidade de sua estrutw·a. Alguns
cíferos não articulados se originam a partir de se desenvolvem em tubos longos, mais ou menos
576 111 Anatomia das Plantas de Esau
Meristema apical
E
E
"'
ci
FIGURA 17.15
Laticíferos ramificados não articulados de Euphorbia sp. A , embrião. O retângulo indica o local de origem dos laticí-
feros . B, secção dos laticíferos mostrando a condição multinucleada. C, secção paradérmica de uma folha mostrando
laticíferos se ramificando no parênquima esponjoso. (Esau, 1977; A , B, cortesia de K. C. Baker.)
retos, enquanto outros ramificam repetidamente, phorbiaceae, por exemplo, Euphorbia tem laticífe-
cada célula assim fonnando um sistema imenso de ros não articulados, enquanto Hevea possui laticí-
tubos. Os non1es apropriados para essas duas for- feros articulados. As folhas da maioria das espécies
mas de laticíferos são: laticíferos não articula- de Jatropha (também uma Euphorbiaceae) con-
dos não ramificados e laticíferos não articu- têm laticíferos articulados e não articulados, além
lados ramificados, respectivamente. Os últimos de idioblastos, que contêm látex que são interme-
incluem as mais longas das células vegetais. diários co1n os laticíferos (Dehgan e Craig, 1978).
A lista dos vários tipos de laticíferos na Tabela Em Hevea, Manihot e Cnidoscolus os laticíferos
17.1 mostra que o tipo de elemento laticífero não é articulados nas folhas formam ramos que crescem
constante em uma determinada família. Nas Eu- de modo intrusivo e se ramificam por todo o meso-
Estruturas secretoras internas 111 577
TABELA 17.1 Exemplos dos vários tipos de terpretação ele tendências evolutivas (Mahlberg
laticíferos por família e gênero et al., 1987; Fox e French, 1988). Presume-se, no
geral, que laticíferos articulados e não articulados
Anastomosado articulado
Asteraceae, tribo Cichorieae (Cichorium, Lactuca,
tenham evoluído independentemente um do ou-
Scorzonera, Sonchus, Taraxacum, Tragopogon) tro e representem origens polifiléticas dentro das
Campanulaceae, as Lobelioideae plantas vasculares. No entanto, à medida em que
Caricaceae (Carica papaya) ambos os tipos ele laticíferos podem sofrer cresci-
Paraveraceae (Argemone, Papavei) mento intrusivo, como indicado aqui, eles não po-
Euphorbiaceae (Hevea, Manihot) dem ser tão divergentes como comumente se acre-
Araceae, as Colocasioideae dita (Rudall, 1987) . En1bora os laticíferos sejam
considerados recentemente como tipos celulares
Não anastomosado articulado evoluídos, os registros fósseis indicam que formas
Convolvulaceae (Convolvulus, Dichondra, lpomoea) não articuladas já estavam presentes em uma plan-
Papaveraceae (Chelidonium) ta arborescente do Eoceno (Mahlberg et al., 1984).
Sapotaceae (Achras sapata, Manilkara zapota)
Araceae, as Calloideae, Aroideae, Lasioideae,
O látex varia no aspecto e na composição
Philodendroideae
Liliaceae (Allium)
O termo látex se refere ao fluído que pode ser
Musaceae (Musa) extraído de um laticífero. O látex pode ser trans-
parente (Morus, Humulus, Nerium oleander, a
maioria das Araceae) ou leitoso (Asclepia, Eu-
Ramificado não articulado
phorbia, Ficus, Lactuca). Apresenta cor marrom-
Euphorbiaceae (Euphorbia)
Asclepiadaceae (Asclepias, Cryptostegia) -amarelada em Cannabis e amarela ou laranja nas
Apocynaceae (Nerium oleander, Allamanda violaceae) Papaveraceae. O látex contém várias substâncias
Moraceae (Ficus, Broussonetia, Maclura, Morus) em solução e suspensão coloidal: carboidratos,
Cyclanthaceae ( Cyclanthus bipartitus) ácidos orgânicos, sais, esteróis, gorduras e mucila-
gens. Entre os componentes mais comuns do látex
Não ramificado não articulado estão os terpenoicles, sendo a borracha (cis-1,4-
Apocynaceae ( Vinca) -poli-isopreno) um dos seus representantes mais
Urticaceae (Urtica) conhecidos. A borracha se origina como partícu-
Cannabaceae (Humulus, Cannabis) las no citosol (Coyvaerts et al., 1991; Bouteau et
al. 1999), enquanto outras partículas contendo
filo (Rudall, 1987). Esses ran1os não possuem sep- terpenoides se originam em pequenas vesículas.
tos e virtualmente não é possível distingui-los dos À medida em que os laticíferos se aproximam da
laticíferos não ar ticulados em Euphorbia. Ramos 1naturidade, as várias partículas são liberadas para
igualn1ente ramificados também ocorrem na me- o interior de um grande vacúolo central (d'Auzac
dula e no cór tex dos caules. et al. , 1982). Muitas outras substâncias são encon-
Estudos sistemáticos comparativos de laticífe- tradas nos látices, tais como glicosícleos cardíacos
ros são escassos, e o possível significado filogené- (em representantes de Apocynales), alcaloides
tico das variações no grau de sua especialização (morfina, codeína e papaverina na papoula, Papa-
ainda é obscuro. Uma pesquisa sistemática da ver somniferum), canabinoides (Cannabis sa-
ocorrência de laticíferos articulados, anasto1nosa- tiva), açúcar (em representantes de Asteraceae),
dos em folhas e inflorescências de 75 gêneros de grandes quantidades de proteínas (Ficus callosa)
Araceae, a maior família ele monocotiledôneas la- e taninos (Musa, Aroideae). Cristais de oxalato e
ticíferas, afirmou a in1portância da morfologia dos maiato podem ser abundantes no látex. Grãos de
laticíferos na sistemática desta família (French , amido ocorrem em laticíferos de alguns gêneros de
1988). Os laticíferos anastomosados são limitados Euphorbiaceae (Biesboer e Mahlberg, 1981a; Mahl-
à subfamília Colocasioideae e a Zomicarpa (Aroi- berg, 1982; Rudall, 1987; Mahlberg e Assi, 2002)
deae). As características químicas dos laticíferos, e naqueles de Thevetia peruviana (Apocynace-
além das morfológicas, são de aplicação potencial ae, Kumar e Tandon, 1990) . Os grãos de amido em
como um auxílio na delimitação dos taxa e na in- Thevetia são osteoides (forma de osso), enquanto
578 111 Anatomia das Plantas de Esau
ª------- F
renciação dos laticíferos articulados, e a pectina-
se com o crescimento intrusivo dos laticíferos não
articulados (Sheldrake, 1969; Sheldrake e Moir,
1970; Wilson et al., 1976; Allen e Nessler, 1984).
e Os laticíferos frequentemente abrigam bacté-
rias e tripanossomatídeos flagelados do gênero
Phytomonas. Os laticíferos de plantas de Cha-
maesyce thymifolia aparentemente saudáveis
D abrigam ambos os tipos de organismos (Da Cunha
et al., 1998; 2000). Uma bactéria obrigatória do
laticífero (um parente de Rickettsia) foi encon-
FIGURA 17.16 trada em associação com uma doença de papaia
Formatos dos grãos de amido em laticíferos não articu- (papaya bunchy top - PBT), uma das principais
lados de Euphorbiaceae. A , grão em forma de bastonete doenças de Carica papaya na América tropical,
de Euphorbia lathuris . B, grão fusiforme de E. myr- a qual durante muito tempo foi considerada ser
sinites. C, D, grãos discoides de E. lactea . E , grão em causada por um fitoplasma (Davis et al., 1998a, b).
formato de osso de E . heterophylla. F, G, grãos em for- Caso seja comprovado que esta é a causa do PBT,
mato de osso de E. pseudocactus e Pedilanthus tithy- isso representaria o primeiro exemplo de um pató-
maloides, respectivamente. (Obtidos das fotografias de geno de plantas habitando laticífero. Parasitas tri-
Biesboer e Mahlberg, 1981b). panossômicos de laticíferos de Euphorbia pinea
são transmitidos pelo "bicho da abóbora" (Steno-
em Euphorbiaceae assumem várias formas - bas- cephaens agilis) e têm sido cultivados com su-
tão, fuso, osso, discos e formas intermediárias - e cesso in vitro em 1neio líquido. Nem todas as ten-
podem se tornar muito grandes (Fig. 17.16). Grãos tativas de cultivo de flagelados tripanossômicos
de amido pequenos foram observados nos plastí- que habitam laticíferos têm sido bem-sucedidas. A
dios de laticíferos em diferenciação deAllamanda associação de Phytomonas staheli residente de
violacea (Apocynaceae; Ina1ndar et al., 1988). As- laticífero com doenças dos coqueiros e dendezei-
sim, os látices contêm uma ampla gama de n1etabó- ros foi claramente estabelecida (Parthasarathy et
litos secundários, nenhum dos quais é mobilizável al., 1976; Doller et al., 1977), mas a patogenicidade
ou capaz de voltar a participar do metabolismo da desse organisn10 ainda não foi provada.
célula. Além disso, nunca foi observada a mobiliza- O conteúdo dos laticíferos está sob considerá-
ção do amido do látex (Nissen e Foley, 1986; Spila- vel turgor (Tibbitts et al., 1985; Milburn e Rana-
tro e Mahlberg, 1986). singhe, 1996) . Assim, se um laticífero é cortado,
No látex há uma variedade de enzimas , in- um gradiente de turgor é estabelecido e o látex
cluindo a enzin1a proteolítica papaína em Carica flui en1 direção a extremidade aberta (Bonner e
papaya e hidrolases lisossomais como fosfatase Galston, 1947) . Esse fluxo afinal cessa, e subse-
ácida, RNAase ácida, e protease ácida em Ascle- quentemente, o turgor é restaurado . O fluxo do lá-
pias curassavica (Giordani et al., 1982). Foi de- tex do laticífero cortado é semelhante à exudação
tectada atividade da celulase e da pectinase no da seiva do tubo crivado quando um tubo crivado
látex dos laticíferos articulados de Lactuca sati- é cortado (Capítulo 13). Em ambos os casos esse
va (Giordani et al., 1987). Em outros estudos, no fenômeno contribui para a dificuldade na obten-
entanto, a atividade da celulase foi encontrada ção de preservação do protoplasto maduro (Con-
exclusivamente no látex de laticíferos articulados don e Fineran, 1989a) .
(Carica papaya, Musa textilis, Achras sapota e
varias espécies de Hevea; Sheldrake, 1969; Shel-
Os laticíferos articulados e não articulados
drake e Moir, 1970) e atividade da pectinase em
látex de laticíferos não articulados (Asclepias aparentemente diferem citologicamente uns
syriaca, Wilson et ai., 1976; Nerium oleander, dos outros
Allen e Nessler, 1984). Esses resultados levaram Inicialmente, os laticíferos articulados e não arti-
à sugestão de que a celulase está relacionada com culados exibem núcleo proeminente e citoplasma
Estruturas secretoras internas 111 579
denso rico em ribossomos, retículo endoplasmático duras dos laticíferos não articulados. Os núcleos
rugoso, corpos de Golgi e plastídios. A diferencia- persistentes em Euphorbia pulcherrima foram
ção dos laticíferos não articulados é acompanhada descritos como degenerados (Fineran, 1983). Em
por divisões nucleares que resultam em uma con- Nerium oleander o protoplasto maduro é des-
dição cenocítica (Stockstill e Nessler, 1986; Muru- crito como contendo núcleos de aspecto normal
gan e Inamdar, 1987; Roy e De, 1992; Balaji et al., e o "complen1ento usual de organelas" (Stochstill
1993). Os laticíferos articulados, nos quais as sé- e Nessler, 1986). Em contraste, e1n Chamaesyce
ries de células se uniram pela dissolução de suas thymifoli a foi relatada a degeneração total elos
paredes comuns, comumente são caracterizados núcleos e organelas (Da Cunha et al., 1998). É
como n1ultinucleados, porém a chamada condição perfeitamente possível que alguma da variação ci-
multinucleada nesses laticíferos não é o resultado tológica relatada para laticíferos não articulados
de multiplicação elo núcleo, mas sim da fusão ele seja um reflexo do grau de preservação ele seus
seus protoplastos. protoplastos.
À medida que o desenvolvimento avança, nu- Os relatos sobre a diferenciação de laticíferos
merosas vesículas, frequentemente denominadas articulados são bastante uniformes. A autofagia
vacúolos pequenos, aparecem em ambos os tipos resulta em total eliminação dos núcleos e organe-
de laticíferos (Fig. 17.17). Aparenten1ente origina- las celulares. Conforme os laticíferos articulados
das do retículo endoplasmático, elas contêm uma atingem a maturidade o tonoplasto desaparece e
variedade ele substâncias - algumas contêm partí- o lúmen das células se torna preenchido com ve-
culas de látex, outras alcaloides, papaína - depen- sículas e partículas ele látex (Fig. 17.18; Condon
dendo da espécie. Muitas são vesículas lisossomais e Fineran, 1989a, b; Griffing e Nessler, 1989). So-
envolvidas com a degeneração gradual da maioria, mente a membrana plasmática permanece intacta
ou de todas as organelas citoplasmáticas por pro- e funcional (Zhang et al., 1983; Alva et al., 1990;
cessos autofágicos. As vesículas lisossomais, ou Zeng et al., 1994).
microvacúolos, no látex ele Hevea são geralmente A maioria dos laticíferos apresenta paredes
referidas como lutoides (Wu, J. -L., e Hao, 1990; primárias não lignificadas de espessura variável.
d'Auzac et al., 1995) . Conforme a autofagia conti- A lignificação das paredes dos laticíferos foi regis-
nua, os componentes citoplasmáticos remanescen- trada por alguns pesquisadores (Dressler, 1957;
tes assumem distribuição periférica, resultando Carlquist, 1996). Em umas poucas espécies os la-
na formação de um grande vacúolo central preen- ticíferos desenvolvem paredes muito grossas (nos
chido com uma variedade de substâncias. caules ele Euphorbia abdelkuri, Ruclall, 1987)
A extensão da degeneração dos componentes consideradas por alguns pesquisadores como se-
citoplasmáticos difere entre laticíferos articulados cundárias (Solereder, 1908). Em Codiaeum va-
e não articulados, embora essa variação aparen- riegatum os laticíferos em folhas jovens se trans-
temente exista entre laticíferos não articulados. formam em esclereídes nas folhas velhas (Rao e
A maioria dos laticíferos não articulados maduros Tewari, 1960) e A. R. Rao e Malaviya (1964) suge-
possui um grande vacúolo central, sendo obser- riram que as esclereídes nas folhas de muitas Eu-
vada a presença de membrana plasmática e tono- phorbiaceae podem ser laticíferos esclerificaclos.
plasto nos laticíferos ele Nelumbo nucifera (Esau Rudall (1994), observando que as folhas de mui-
e Kosakai, 1975), Asclepias syriaca (\1/ilson e tos gêneros de euforbiáceas não possuem laticífe-
Mahlberg, 1980), Euphorbia pulcherrima (Fig. ros, mas possuem esclereícles altamente ramifica-
17.17D; Fineran, 1982, 1983) e Nerium olean- das com estrutura e distribuição semelhantes a
der (Stockstill e Nessler, 1986) . Nesses laticíferos dos laticíferos, sugeriu que, em algumas ocasiões,
a matriz líquida do látex pode ser considerada o essas esclereídes podem ser homólogas aos laticí-
suco celular do laticífero. Somente em Chama- feros. As paredes dos laticíferos articulados nas
esyce thymifolia foram relatados laticíferos não Convolvulaceae são suberizadas, isto é, contêm
articulados sem um tonoplasto quando "comple- lamelas de suberina (Fineran et al., 1988). Muito
tamente diferenciados" (Da Cunha et al., 1998). raramente, foram observados plasmocles1nos nas
Embora em número reduzido, algu1nas organelas e paredes con1uns entre laticíferos e outros tipos de
núcleos aparentemente persistem nas porções ma- células.
580 111 Anatomia das Plantas de Esau
,.. .
1
'-'
"•.
·~•,.
.1l
.
.... , ••
.
,,.
·-.
,r- .,
,.
, ~b
FIGURA 17.17
Estágios tardios do desenvolvimento dos laticíferos não ar ticulados de Euphorbia pulcherrima. A , massa citoplas-
mática isolada no vacúolo central. Numerosas partículas de látex ocorrem em pequemos vacúolos e no vacúolo central
(acima à direita) . Mitocôndria (m), dictiossomos (d) ou corpos de Golgi e ribossomos também estão presentes no
citoplasma. B, porção do citoplasma periférico adjacente ao vacúolo central em um laticífero próximo da maturidade.
Alguns pequenos vacúolos periféricos se fund iram ao vacúolo central (setas) e liberaram suas par tículas de látex. C,
secção transversal de um laticífero próximo ao estágio final da diferenciação, com restos citoplasmáticos em degene-
ração, incluindo um núcleo (seta) no grande vacúolo central. D, secção longitudinal de região madura de um laticífero.
O vacúolo central contínuo contérn agrupamentos de partículas de látex e restos do citoplasma em degeneração. O
citoplasma periférico do laticífero é mais elétron-denso que o citoplasma das células parenquimáticas adjacentes.
(Fineran, 1983, com permissão de Oxford University Press.)
Estruturas secretoras internas 111 581
Cotilédone
100 i,m
FIGURA 17.19
do floema primário (Artsch\"lager, 1946). Além dis- Na parte aérea os tubos podem se estender por al-
so, a continuidade entre os ramos dos laticíferos na guma distância no caule e também divergir para
medula e córtex, estabelecido através das regiões as folhas (Vinca). Os laticíferos também podem se
interfasciculares durante o crescimento primário, originar nas folhas, independentemente daqueles
aparentemente não é rompida pela atividade do formados no caule (Cannabis, Eucommia).
câmbio vascular durante o crescimento secundá-
rio. As partes do laticífero localizadas no câmbio Laticíferos articulados
parecem alongar por crescimento localizado (cres- As iniciais dos laticíferos articulados poden1 ou não
cimento intercalar) e finalmente tornam-se incor- ser visíveis no embrião maduro, mas elas se tornam
poradas no floe1na e xilema secundários (Blaser, claramente visíveis logo após o início da germina-
1945). Em Croton spp., foram registrados laticí- ção da semente. Nas Cichorieae (Scott, 1882; Ba-
feros dos tecidos primários penetrando o câmbio ranova, 1935), Euphorbiaceae (Scott, 1886; Rudall,
vascular e o xilen1a secundário (Rudall, 1989). Em 1994) e Papaveraceae (Thureson-Klein, 1970), as
Croton condupli catus, as iniciais do raio no câm- iniciais aparecem na região do protofloema elo te-
bio vascular ocasionalmente são convertidas a ini- cido procambial ou periférico a ele nos cotilédones
ciais laticíferas e crescem intrusivamente entre as e eixo hipocotiledonar. As iniciais nos cotilédones
células dos raios floemáticos de modo semelhante estão mais desenvolvidas nesse estágio. As iniciais
a um laticífero não articulado (Rudall, 1989). Um são organizadas em fileiras longitudinais mais ou
sistema laticífero secundário, produzido pelo câm- menos discretas, porém a formação de protuberân-
bio vascular, foi registrado em Morus nigra (van cias laterais resulta em um sistema anastomosado.
Veenendaal e den Outer, 1990). Anteriormente a Em Hevea brasiliensis, as paredes entre as pro-
esses dois relatos, geralmente se aceitava que lati- tuberâncias laterais tornam-se perfuradas antes
cíferos não articulados se originava1n somente em das paredes transversais entre as iniciais (Scott,
tecidos primários, de modo distinto dos laticíferos 1886). Onde as fileiras de iniciais ficam lado a lado,
articulados, que podem ter origem primária e se- partes da parede comum tornam-se reabsorvidas.
cundária. Com a quebra das paredes laterais e transversais,
Os laticíferos não articulados são comuns nos as células são unidas em um sistema de tubos com-
raios do xilema secundário e ocorrem em gêneros postos. Conforme a planta se desenvolve a partir
de Apocynaceae, Asclepiadaceae, Euphorbiaceae do embrião, os tubos se estendem pela diferencia-
e Moraceae (Wheeler et al., 1989). Geralmente, ção de mais células meristemáticas em elementos
presume-se que os laticíferos penetrem os raios laticíferos. Assim, os laticíferos se diferenciam
a partir da medula. Os laticíferos não articulados acropetanlente nas partes da planta recentemen-
axiais (dispersos entre as fibras) são conhecidos te formadas, e se prolongam no próprio eixo e nas
somente para o xilema secundário de Moraceae. folhas, nas flores e nos frutos. A direção ela diferen-
Em algun1as espécies lianescentes de Gnetum, os ciação é sen1elhante àquela dos laticíferos ramifi-
laticíferos não articulados foram observados no te- cados não articulados, porém, ocorre pela conver-
cido conjuntivo - parênquima entre cilindros vas- são sucessiva ele células en1 elementos laticíferos,
culares sucessivos - onde eles seguem um curso em vez de por crescimento apical intrusivo. Como
vertical (Carlquist, 1996). mencionado previamente, os laticíferos articulados
Os laticíferos não articulados não ramificados de Hev ea, Manihot e Cnidoscolus formam ra-
mostram um padrão mais simples de crescimento mos intrusivos alongados ela mesma maneira que
que o tipo ramificado (Zander, 1928; Schaffstein, os laticíferos não articulados. Esses ramos, que se
1932; Sperlich, 1939). Os primórdios desses lati- ramificam por todo o mesofilo foliar, também pe-
cíferos foram reconhecidos, não no embrião, mas netram o córtex e a medula de plantas desses três
no caule em desenvolvimento (Vinca, Cannabis) gêneros (Rudall, 1987). O desenvolvimento de la-
ou no caule e raiz (Eucommia). Novos primórdios ticíferos articulados do tipo não anastomosado é
se originam repetidamente abaixo dos meristemas semelhante àquele de laticíferos anastomosados,
apicais e cada um alonga em um tubo não rami- exceto pela ausência de conexões laterais entre os
ficado, aparentemente por uma combinação de vários tubos (Fig. 17.21; Karling, 1929). Em alguns
crescimento intrusivo e crescimento coordenado. gêneros (Allium, Fig. 17.22, Hayward, 1938; Jpo-
584 111 Anatomia das Plantas de Esau
W,l!',~'
no floema secundário. Esse desenvolvimento foi in-
vestigado em algun1 detalhe nas raízes carnosas de
Tragopogon (Scott, 1882), Scorzonera (Barano-
va, 1935) e Taraxacum (Fig. 17.23; Artschwager
e McGuire, 1943; Krotkov, 1945). Fileiras longitu-
dinais de derivadas de iniciais cambiais fusiformes
..
, ,·
fundem-se em tubos por meio da reabsorção das
11
,~ \ ~
:l 'J..I_
paredes terminais. Conexões laterais são estabe-
·: .,~)
:'\1M lecidas - diretamente ou por meio de protuberân-
ttH-.:>
. i
,; ~,
'J \. ;
E cias - entre os tubos em diferenciação no mesmo
, ~ (. . .V.·
't
• . ,; t plano tangencial. O tecido formado pelo câmbio
) %J.;
:~i:.
> .,-.:
consiste de uma série de camadas concêntricas
;;~ ' i de laticíferos, células parenquimáticas e tubos cri-
. ,1
vados (com células companheiras) . Os laticíferos
B de uma camada concêntrica raramente se juntam
com aqueles de outra camada concêntrica. Os raios
do parênquima atravessam todo o tecido em uma
direção radial. O sistema laticífero que faz com que
Hevea brasiliensis seja uma proeminente produ-
G
tora de borracha é o sistema secundário que se
desenvolve no floe1na secundário (Fig. 17.24), que
FIGURA 17.21 também consiste de camadas alternadas de laticí-
Desenvolvimento de laticífero articulado emAchras sa- feros articulados, células de parênquima e tubos
pata (Sapotaceae) em secções longitudinal (A , B, D-G) crivados (Hébant e de Fay, 1980; Hébant et al.,
e transversal (C) . A , fileira vertical de células laticífe- 1981). No floema secundário de Manilkara zapota
ras jovens (a partir das setas em diante) com paredes (Sapotaceae), a fonte do látex con1ercial da qual o
terminais intactas. B , a fi leira de células se converteu chiclete é obtido, alguns raios são compostos in-
em vaso laticífero pela dissolução parcial das paredes teiramente de laticíferos (Mustard, 1982). Com a
terminais. Remanescentes das paredes terminais in- dilatação desses raios nos ramos mais velhos, suas
dicam articulação entre membros do laticífero. Em C, terminações anastomosam, perdem sua identidade
células achatadas circundam o laticífero. D-G, estágios
n perfuração das paredes terminais. A parede que será
e forn1am uma massa de laticíferos secundários in-
perfurada se torna intumescida ( D) e então se rompe terna à periderme. Os laticíferos dos sistemas axial
( E-G) . (Adaptado de Karling, 1929.) e radial são interconectados.
Os laticíferos de Papaver somniferum ocor-
rem no floema e se tornam particularmente bem
moea, Hayward, 1938; Alva et al., 1990), as células desenvolvidos no mesocarpo cerca de duas sema-
do tipo não anastomosado retêm suas paredes ter- nas após a queda das pétalas (Fairbairn e Kapoor,
minais. 1960). Nesse período, as cápsulas são coletadas
Laticíferos articulados, assim como os não arti- para a extração do ópio. Nas folhas de Cichorieae,
culados, mostram vários arranjos dentro do corpo os laticíferos acompanham os feixes vasculares, ra-
da planta e uma frequente associação com o flo - mificam mais ou menos profusamente no mesofilo
ema. No corpo primário das Cichorieae (Astera- e alcançam a epiderme. Os pelos do invólucro floral
ceae), os laticíferos aparecem na periferia externa das Cichorieae são diretamente conectados com
do floema e dentro do próprio floema. Nas espécies laticíferos pela quebra das paredes em comu1n, e
com floema interno, os laticíferos também estão as- como resultado, o látex prontamente é liberado
sociados com esse tecido. Os laticíferos externos desses pelos quando eles são quebrados (Sperlich,
e internos são interconectados através das áreas 1939). De fato, na realidade, esses pelos represen-
interfasciculares. tam tenninações do sistema laticífero.
As Cichorieae tambén1 produzem laticíferos du- Entre as monocotiledôneas, os laticíferos de
rante o crescimento secundário, principalmente Musa estão associados com os tecidos vasculares
Estruturas secretoras internas 111 585
o
•o ''
•
o ' e
FIGURA 17.22
Laticíferos articulados em Allium. A, secção transversal do catafilo carnoso de A . cepa, mostrando epiderme com
estômato e poucas células do mesofilo e um laticífero com uma parede terminal em vista frontal. B, C, laticíferos em
folhas de A . sativum em secções transversal (B) e tangencial (C) . B, parênquima paliçádico abaixo da epiderme. Os
laticíferos ocorrem na terceira camada do mesofilo, não estando em contato com os feixes vasculares. C, os laticíferos
aparecem como tubos contínuos, exceto nos locais onde as paredes terminais (ar ticulação) entre as células superpos-
tas são visíveis. A parede terminal não é perfurada. (A , x300; B , C, x79. B, C, desenho a partir de fotomicrografias
cedidas por L. K. Mann.)
nos ferimentos foi sugerido que o amiloplasto do ARTSCHWAGER, E. e R. C. MCGUIRE. 1943. Con-
laticífero pode ter desenvolvido uma função secun- tribution to the morphology and anatomy of the
dária como um componente no mecanismo de cica- Russian dandelion (Taraxacum kok-saghyz).
trização do ferimento (Spilatro e Mahlberg, 1990). USDA, Washington, DC. Tech. Bu ll. No. 843.
A borracha, cuja síntese despende 1nuita energia ARUMUGASAMY, K., K. UDAIYAN, S. MANIAN e
representa outro enigma. Uma vez que ela não V SUGAVANAM. 1993. Ultrastructure and oi! se-
pode ser metabolizada, qual seu valor para a plan- cretion in Hiptage sericea Hook. Acta Soe. Bot.
ta? Foi sugerido que a borracha ocorre con10 uma Pol. 62, 17-20.
resposta à produção de fotossintatos e1n excesso D'AUZAC, J., H. CRÉTIN, B. MARIN e C. LIORET. 1982.
e, assim, representaria um "transbordamento" me- A plant vacuolar system: The lutoids from Hevea
tabólico (Paterson-Jones et al., 1990) . O potencial brasiliensis latex. Physiol. Vég. 20, 311-331.
de utilização das plantas produtoras de borracha D'AUZAC, J., J.-C. PRÉVÔT e J.-L. JACOB. 1995.
e de látex como dreno para dióxido de carbono at- What's new about lutoids? A vacuolar system mo-
mosférico, um gás estufa, tem sido observado por dei from Hevea latex. Plant Physiol. Biochem.
Hunter (1994). Os laticfferos, sem dúvida, servem 33, 765-777.
como sistemas para sequestrar metabólitos secun- BAAS, P. e M. GREGORY. 1985. A survey of oil cells
dários tóxicos que podem funcionar como proteção in the dicotyledons with comments on their re-
contra h erbívoros (Da Cunha et al., 1998; Raven placement by and joint occurrence with mucilage
et al., 2005). Na medida em que acumulam mui- cells. Isr. J. Bot. 34, 167-186.
tas substâncias que são comumente reconhecidas BABU, A. M. e A. R. S. MENON. 1990. Distribution of
como excretas, os laticiferos parecem se encaixar gum and gum-resin ducts in plant body: Certain
melhor na classe de estruturas excretoras. familiar features and their significance. Flora
184, 257-261.
REFERÊNCIAS BABU, A. M., G. M. NAIR e J . J . SHAH. 1987. Trau-
ADIWILAGA, K. e A. KUSH. 1996. Cloning and cha- matic gumresin cavities in the stem of Ailanthus
racterization of cDNA encoding farnesyl diphos- excelsa Roxb. IAWA Bull. n.s. 8, 167-174.
phate synthase from rubber tree (Hevea brasi- BABU, A. M., P. JOHN e G. M. NAIR. 1990. Ultras-
liensis) . Plant Mol. Biol. 30, 935-946. tructure of gum-resin secreting cells in the pith
ALLEN, R. D. e C. L. NESSLER. 1984. Cytochemical of Ailanthus excelsa Roxb. Acta Bot. Neerl. 39,
localization of pectinase activity in laticifers of 389-398.
Nerium oleander L. Protoplasma 119, 74-78. BACKHAUS, R. A. 1985. Rubber formation in plants-
ALVA, R., J. MÁRQUEZ-GUZMÁN, A. MARTÍNEZ- - A minireview. !sr. J. Bot. 34, 283-293.
-MENA e E. M. ENGLEMAN. 1990. Laticifers in BACKHAUS, R. A. e S. WALSH. 1983. The ontogeny
the embryo of Jpomoea purpurea (Convolvula- of rubber formation in guayule, Parthenium ar-
ceae). Phytomorphology 40, 125-129. gentatum Gray. Bot. Gaz. 144, 391-400.
ANDRÉASSON, E., L. B. J0RGENSEN, A.-S. BAKKER, M. E. e P. BAAS. 1993. Cell walls in oil
HÕGLUND, L. RASK e J. MEIJER. 2001. Diffe- and mucilage cells. Acta Bot. Neerl. 42, 133-139.
rent myrosinase and idioblast distribution in BAKKER, M. E. e A. F. GERRITSEN. 1989. A sube-
Arabidopsis and Brassica napus. Plant Phy- rized layer in the cell wall of mucilage cells of
siol. 127, 1750-1763. Cinnamomum. Ann. Bot. 63, 441-448.
ANONYMOUS. 1977. Guayule : An Alternative BAKKER, M. E. e A. F. GERRITSEN. 1990. Ultras-
Source of Natural Rubber. [National Research tructure and development of oi! idioblasts inAn-
Council (U. S.) . Pane! on Guayule.] National Aca- nona muricata L. Ann. Bot. 66, 673-686.
demy of Sciences, Washington, DC. BAKKER, M. E., A. F. GERRITSEN e P. J. VAN DER
ARTSCHWAGER, E. 1945. Growth studies on guayu- SCHAAF. 1991. Development of oi! and mucilage
le (Parthenium argentatum). USDA, Washing- cells in Cinnamomum burmanni. An ultras-
ton, DC. Tech. Buli. No. 885. tructural study. Acta Bot. Neerl. 40, 339-356.
ARTSCHWAGER, E. 1946. Contribution to the mor- BALAJI, K., R. B. SUBRAMANIAN e J . A. INAMDAR.
phology and anatomy of Cryptostegia (Cryptos- 1993. Occurrence of non-articulated laticifers in
tegia grandijlora). USDA, Washington, DC. Streblus asper Lour. C:Moraceae). Phytomor-
Tech. Buli. No. 915. phology 43, 235-238.
Estruturas secretoras internas 111 5 89
BARANOVA, E. A. 1935. Ontogenez mlechnoc syste- plasts from Hevea. Bioelectrochem. Bioenerg.
my tau-sagyza (Scorzonera tau-saghyz Lipsch . 48. 135-139.
et Bosse.) (Ontogenese des Milchsaftsystems bei CARLQUIST, S. 1996. Wood, bark and stem anatomy
(Scorzonera tau-saghyz Lipsch. et Bosse.) Bot. of New· World species of Gnetum. Bot. J Linn.
Zh. SSSR 20, 600-616. Soe. 120, 1-19.
BEHNKE , H.-D. e S. HERRMANN. 1978. Fine struc- CARR, D. J. e S. G. M. CARR. 1970. Oi! glands and
ture and development of laticifers in Gnetum ducts in Eucalyptus l'HÉrit. II. Development and
gnemon L. Protoplasma 95, 371-384. structure of oi! glands in the embryo. Aust. J.
BHATT, J . R. 1987. Development and structure of Bot. 18, 191-212.
primary secretory ducts in the stem of Com- CASS, D. D. 1985. Origin and development of the
miphora wightii (Burseraceae). Ann. Bot. 60, nonarticulated laticifers of Jatropha dioica.
405-416. Phytomorphology 35, 133-140.
BHATT, J. R. e H. Y. M. RAM. 1992. Development CASTRO, M. A. e A. A. DE MAGISTRIS. 1999. Ultras-
and ultrastructure of primary secretory ducts in t ructure of foliar secretory cavity in Cupressus
the stern of Semecarpus anacardium (Anacar- arizonica var. glabra (Sudw.) Little (Cupressa-
diaceae) . IAWA Bull. n .s. 13, 173-185. ceae) . Biocell 23, 19-28.
BHATT, J. R. e J. J. SHAH. 1985. Ethephon (2-chlo- CHARON, J., J. LAUNAY e E. VJNDT-BALGUE-
roethylphosphonic acid) enhanced gum-resino- RIE. 1986. Ontogenese des canaux sécréteurs
sis in mango, Mangifera indica L. Indian J d'origine primaire dans le bourgeon de Pin ma-
Exp. Biol. 23, 330-339. ritime. Can. J Bot. 64, 2955-2964.
BIESBOER, D. D. e P. G. MAHLBERG. 1981a. A com- CHRISTIANSEN, E., P. KROKENE, A. A. BERRY-
parison of alpha-amylases from the latex of t hree MAN, V. R. FRANCESCHI, T. KREKLING, F.
selected species of Euphorbia (Euphorbiaceae) . LIEUTIER, A. LÓNNEBORG e H.
Am. J Bot. 68, 498-506. SOLHEIM. 1999. Mechanical injury and fungai in-
BIESBOER, D. D. e P. G. MAHLBERG. 1981b. Lati- fection induce acquired resistance in Non;vay
cifer starch grain morphology and laticifer evo- spruce. Tree Physiol. 19, 399-403.
lution in Euphorbia (Euphorbiaceae). Nord. J. CHYE, M.-1., C.-T. TAN e N.-H. CRUA. 1992. Three
Bot. 1, 447-457. genes encode 3-hydroxy-3-methylglutaryl-coen-
BLASER, H. W. 1945. Anatomy of Cryptostegia zyme A reductase in Hevea brasiliensis. hmgl
grandifl ora with special reference to t he latex and hmg3 are differentially expressed. Plant
system.Am. J Bot. 32, 135-141. lvfol. Biol. 19, 473-484.
BONES, A. e T.-H. IVERSEN. 1985. Myrosin cells CONDON, J. M. e B. A. FINERAN. 1989a. The effect
and myrosinase. !sr. J Bot. 34, 351-376. of chemical fixation and dehydration on the pre-
BONNER, J. 1991. The history of rubber. In: Guayu- servation of latex in Calystegia silvatica (Con-
le: Natural Rubber. A Technical Publication volvu laceae) . Examination of exudate and latex
with Emphasis onRecent Findings, pp. 1-16, J. in situ by light and scanning electron microsco-
\1/. Whitworth e E. E. Whitehead, eds. Offi ce of py. J Exp. Bot. 40, 925-939.
Arid Lands Studies, University of Arizona, Tuc- CONDON, J. M. e B. A. FINERAN. 1989b. Distri-
son, and USDA, Wash ington, DC. bution and organ ization of articulated laticifers
BONNER, J. e A. W. GALSTON. 1947. The physiology in Calystegia silvatica (Convolvulaceae). Bot.
and biochemistry of rubber formation in plants. Gaz. 150, 289-302.
Bot. Rev. 13, 543-596. CORNISH, K., D. J. SILER, O.-K. GROSJEAN e N.
BOSABALIDIS, A. e I. TSEKOS. 1982. Ultrastruc- GOODMAN. 1993. Fundamental siinilarities
t ural studies on the secretory cavities of Citrus in rubber particle architecture and function in
deliciosa Ten. II. Development of t he essential three evolutionarily divergent plant species. J.
oil-accumulating central space of the gland and Nat. Rubb. Res. 8, 275-285.
process of active secretion. Protoplasma 112, CORNISH, K., D. F. WOOD e J. J. WINDLE. 1999.
63-70. Rubber particles from four different species,
BOUTEAU, F., O. DELLIS, U. BOUSQUET e J. P. examined by transmission electron microscopy
RONA. 1999. Evidence of multiple sugar uptake and electron-paramagnetic-resonance spin la-
across the plasma membrane of laticifer proto- beling, are found to consist of a homogeneous
590 111 Anatomia das Plantas de Esau
rubber core enclosed by a contiguous, monolayer DOLLET, M., D. CAMBRONY e D. GARGANI. 1982.
biomembrane. Planta 210, 85-96. Culture axénique in vitro de Phytomonas sp.
COYVAERTS, E ., !VI. DENNIS, D. LIGHT e N.-H. (Trypanosomatidae) d'Euphorbe, transmis par
CHUA. 1991. Cloning and sequencing of the Stenocephalus agilis Scop (Coreide) . C. R.
cDNA encoding the rubber elongation factor of Acad. Sei., Paris, Sér. !!! 295, 547-550.
Hevea brasiliensis. Plant Physiol. 97, 317-321. DRESSLER, R. 1957. The genus Pedilanthus (Eu-
CRETIN, H. 1982. The proton gradient across the phorbiaceae) . Contributions from the Gray
vacuo-lysosomal membrane of lutoids from the Herbarium of Harvard University 182, 1-188.
latex of Hevea brasiliensis. 1. Further evidence ESAU, K. 1977. Anatomy of Seed Plants, 2. ed. Wi-
fo r a proton-translocating ATPase on the vacuo- ley, New York.
-lysosomal membrane of intact lutoids. J. Mem- ESAU, K. e H. KOSAKAI. 1975. Laticifers in Nelum-
brane Biol. 65, 175-184. bo nucifera Gaer tn.: Distribution and structure.
CURTIS, J . D. e N. R. LERSTEN. 1994. Develop- Ann. Bot. 39, 713-719.
mental anatomy of internai cavities of epiderma! FACCHINI, P. J. e V. DE LUCA. 1995. Phloem-specifi
origin in leaves of Polygonum (Polygonaceae) . c expression of tyrosine/dopa decarboxylase ge-
New Phytol. 127, 761-770. nes and the biosynthesis of isoquinoline alkaloi-
DA CUNHA, M., C. G. COSTA, R. D. MACHADO e F. ds in opium poppy. Plant Cell 7, 1811-1821.
C. MIGUENS. 1998. Distribution and differentia- FAHN, A. 1979. Secretory Tissues in Plants. Aca-
tion of the laticifer system in Chamaesyce thy- demic Press, London.
mifolia (L.) Millsp. (Euphorbiaceae). Acta Bot. FAHN, A. 1988a. Secretor y tissues in vascular
Neerl. 47, 209-218. plants. New Phytol. 108, 229-257.
DA CUNHA, 11., V. M. GOMES, J . XAVIER-FILHO, M. FAHN, A. 1988b. Secretory tissues and factors infl
ATTIAS, \1/. DE SOUZA e F. C. MIGUENS. 2000. uencing their development. Phyton (Horn) 28,
The laticifer system of Chamaesyce thymifolia: 13-26.
a closed environment for plant trypanosomatids. FAHN, A. 2002. Functions and location of secretory
Biocell 24, 123-132. tissues in plants and their possible evolutionary
DATTA, S. K. e S. DE . 1986. Laticifer differentiation t rends. !sr. J. Plant Sei. 50 (suppl. 1), S59-S64.
of Calotropis gigantea. R. Br. Ex Ait. in cultu- FAHN, A. e J. BENAYOUN. 1976. Ultrastructure of
res. Ann. Bot. 57, 403-406. resin ducts in Pinus halepensis. Development,
DAVIS, M. J., J. B. KRAMER, F. H. FERWERDA e B. possible sites of resin synthesis, and mode of its
R. BRUNNER. 1998a. Association of a bacterium elimination from the protoplast. Ann. Bot. 40,
and not a phytoplasma with papaya bunchy top 857-863.
disease. Phytopathology 86, 102-109. FAHN, A. e R. F. EVERT. 1974. Ultrastructure of the
DAVIS, M. J ., Z. YING, B. R. BRUNNER, A. PANTO- secretor y ducts of Rhus glabra L. Am. J. Bot.
JA e F. H. FERWERDA. 1998b. Rickettsial relati- 61, 1-14.
ve associated with papaya bunchy top disease. FAHN, A. e E . ZAMSKI. 1970. The infl uence ofpres-
Curr. Microbial. 36, 80-84. sure, wind, wounding and gro\.vth substances on
DE BARY, A. 1884. Comparative Anatomy of the the rate of resin duct formation in Pinus hale-
Vegetative Organs of the Phanerogams and pensis wood. !sr. J. Bot. 19, 429-446.
Ferns. Clarendon Press, Oxford. FAIRBAIRN, J . W. e L. D. KAPOOR. 1960. The latici-
DE FAY, E., C. SANIER e C. HÉBANT. 1989. The dis- ferous vessels of Papaver somniferum L. Plan-
t ribution of plasmodesmata in the phloem of He- ta Med. 8, 49-61.
vea brasiliensis in relation to laticifer loading. FINERAN, B. A. 1982. Distribution and organization
Protoplasma 149, 155-162. of non-articulated laticifers in mature tissues of
DEHGAN, B. e M. E. CRAIG. 1978. Types of latici- poinsettia (Euphorbia pulcherrima Willd.).
fers and cr ystals in J atropha and their taxono- Ann. Bot. 50, 207-220.
mic implications. Am. J. Bot. 65, 345-352. FINERAN, B. A. 1983. Differentiation of non-arti-
DOLLET, M., J. GIANNOTTI e M. OLLAGNIER. culated laticifers in poinsettia (Euphorbia pul-
1977. Observation de protozaires fl agellés dans cherrima Willd.) . Ann. Bot. 52, 279-293.
les t ubes cribles de Palmiers à huile malades. C. FINERAN, B. A., J. M. CONDON e M. INGERFELD.
R. Acad. Sei., Paris, Sér. D 284, 643-645. 1988 . An impregnated suberized wall layer in la-
Estruturas secretoras internas 111 591
ticifers of the Convolvulaceae, and its resemblan- HAN, K.-H., D. H. SHIN, J. YANG, I. J. KIM, S. K.
ce to that in walls of oil cells. Protoplasma 147, OH e K. S. CHOW. 2000. Genes expressed in the
42-54. latex of Hevea brasiliensis. Tree Physiol. 20,
FOSTER, A. S. 1956. Plant idioblasts : Remarkable 503-510.
examples of cell specialization. Protoplasma 46, HAO, B.-Z. e J.-L. WU. 2000. Laticifer differentiation
184-193. in Hevea brasiliensis.· Induction by exogenous
F OX, M. G. e J. C. FRENCH. 1988. Systematic occur- jasmonic acid and linolenic acid. Ann. Bot. 85,
rence of sterols in latex of Araceae : Subfamily 37-43.
Colocasioideae. Am. J Bot. 75, 132-137. HAYWARD, H. E. 1938. The Structure of Economic
FRENCH, J. C. 1988. Systematic occurrence of Plants. Macmillan, New York.
anastomosing laticifers in Araceae. Bot. Gaz. HÉBANT, C. e E. DE FAY 1980. Functional organi-
149, 71-81. zation of the bark of Hevea brasiliensis (rubber
FUJII, T. 1988. Structure of latex and tanniniferous t ree) : A structural and histoenzymological stu-
tubes in tropical hardwoods. (Japanese with En- dy. Z. Pjlanzenphysiol. 97, 391-398.
glish summary.) Bull. For. For. Prod. Res. Inst. HÉBANT, C., C. DEVIC e E. DE FAY. 1981. Organisa-
No. 352, 113-118 tion fonctionnelle du tissu producteur de l'Hevea
GEDALOVICH, E. e A. FAHN. 1985a. The develop- brasiliensis. Caoutchoucs et Plastiques 614,
ment and ultrastructure of gum ducts in Citrus 97-100.
plants for med as a resu lt of brown-rot gummosis. HILLIS, W. E. 1987. Heartwood and Tree Ex uda-
Protoplasma 127, 73-81. tes. Springer-Verlag, Berlin.
GEDALOVJCH, E. e A. FAHN. 1985b. Ethylene and HU, C.-H. e L.-H. TJEN. 1973. The formation of rub-
gum duct formation in Citrus. Ann. Bot. 56, 571- ber and differentiation of cellular structures in
577. the secretory epidermis of fruits of Decaisnea
GILLILAND, M. G. e J. VAN STADEN. 1983. Detec- fargesii Franch. Acta Bot. Sin. 15, 174-178.
tion of rubber in guayule (Parthenium argenta- HUNTER, J. R. 1994. Reconsidering the functions of
tum Gray) at the ultrastructural level. Z. Pjlan- latex. Trees 9, 1-5.
zenphysiol. 110, 285-291. HUSEBYE, H., S. CHADCHAWAN, P. WINGE, O. P.
GILLILAND, M. G., M. R. APPLETON e J. VAN STA- THANGSTAD e A. M. BONES. 2002. Guard cell-
DEN. 1988. Gland cells in resin canal epithelia in and phloem idioblast-specific expression of thio-
guayule (Parthenium argentatum) in relation to glucoside glucohydrolase 1 (myrosinase) inAra-
resin and rubber production. Ann. Bot. 61, 55-64. bidopsis. Plant Physiol. 128, 1180-1188.
GIORDANI, R., F. BLASCO e J.-C. BERTRAND. 1982. INAMDAR, J. A., V. MURUGAN e R. B. SUBRAMA-
Confirmation biochimique de la nature vacuolai- NIAN. 1988. Ultrastructure of non-articulated
re et lysosomale du latex des laticifêres non arti- laticifers in Allamanda violacea. Ann. Bot. 62,
culés d'.Asclepias curassavica. C. R. Acad. Sei., 583-588.
Paris, Sér. III 295, 641-646 . JACOB, J. L., J. C. PRÉVÔT, R. LACOTE, E. GOHET,
GIORDANI, R., G. NOAT e F. MARTY. 1987. Com- A. CLÉMENT, R. GALLOIS, T. JOET, V. PUJADE-
par tmentation of glycosidases in a light vacuole -RENAUD e J. D'AUZAC. 1998. Les mécanismes
fraction from the latex of Lactuca sativa L. In: biologiques de la production de caoutchouc par
Plant Vacuoles : Their Importance in Solute Hevea brasiliensis. Plant. Rech. Dév. 5, 5-13.
Compartmentation in Cells and Their Applica- JOEL, D. M. e A. FAHN. 1980. Ultrastructure of the
tions in Plant Biotechnology. NATO ASI Series, resin ducts of Mangifera indica L. (Anacard ia-
vol. 134, pp. 383- 391. B. Marin, ed. Plenum Press, ceae) . 1. Differentiation and senescence of the
NewYork. shoot ducts. Ann. Bot. 46, 225-233.
GREGORY, M. e P. BAAS. 1989. A survey of mucila- JOSEPH, J. P. , J. J. SHAH e J. A. INAMDAR. 1988.
ge cells in vegetative organs of the dicotyledons. Distribution, development and structure of re-
!sr. J Bot. 38, 125-174. sin ducts in guayule (Parthenium argentatum
GRIFFING, L. R. e G. L. NESSLER. 1989. Immuno- Gray). Ann. Bot. 61, 377-387.
localization of the major latex proteins in develo- KARLING, J. S. 1929. The laticiferous system of
ping laticifers of opium poppy (Papaver somni- Achras zapota L. I. A preliminary account of the
Jerum) . J Plant Physiol. 134, 357-363. origin, structure, and distribution of the latex
592 111 Anatomia das Plantas de Esau
vessels in the apical meristem. Am. J Bot. 16, LOTOCKA, B. e A. GESZPRYCH. 2004. Anatomy of
803-824. the vegetative organs and secretory structures of
KASTELEIN, P. e M. PARSADI. 1984. Observations Rhaponticum carthamoides (Asteraeae) . Bot.
on cultures of t he protozoa Phytomonas sp. J Linn. Soe. 144, 207-233.
(Trypanosomatidae) associated with the latici- l\1AHLBERG, P. G. 1959. Karyokinesis in the non-
fer Allamanda cathartica L. (Apocynaceae) . -articulated laticifers of Nerium oleander L.
De Surinaamse Landbouw 32, 85-89. Phytomorphology 9, 110-118.
KAUSCH, A. P. e H. T. HORNER. 1983. The deve- MAHLBERG, P. G. 1961. Embryogeny and histoge-
lop1nent of mucilaginous raphide crystal idio- nesis in Nerium oleander. II. Origin and deve-
blasts in young leaves of Typha angustifolia L. lopment of the non-articulated laticifer. Am. J.
(Typhaceae) . Am. J Bot. 70, 691-705. Bot. 48, 90-99.
KAUSCH, A. P. e H. T. HORNER. 1984. Differentia- MAHLBERG, P. G. 1963. Development ofnon-articu-
tion of raphide crystal idioblasts in isolated root lated laticifer in seedling axis of Nerium olean-
cultures of Yucca torreyi (Agavaceae) . Can. J der. Bot. Gaz. 124, 224-231.
Bot. 62, 1474-1484. MAHLBERG, P. G. 1982. Comparative morphology
KISSER, J. G. 1958. Die Ausscheidung von atheris- of starch grains in latex from varieties of poin-
chen Ólen und Harzen. ln: Handbuch der Pjl settia, Euphorbia pulcherrima Willd. (Euphor-
anzenphysiologie, Band 10, Der Stoffwechsel biaceae) . Bot. Gaz. 143, 206-209.
sekundarer Pjl anzenstoffe, pp. 91-131, Sprin- MAHLBERG, P. G. e L. A. ASSI. 2002. A new shape
ger-Verlag, Berlin. of plastid starch grains from laticifers of Anthos-
KOROLEVA, O. A., A. DAVIES, R. DEEKEN, M. R.
tema (Euphorbiaceae). S Afr J Bot. 68, 231-
THORPE, A. D. TOMOS e R. HEDRICH. 2000.
233.
Identification of a new glucosinolate-rich cell
MAHLBERG, P. G., D. W. FIELD e J. S. FRYE . 1984.
type in Arabidopsis flower stalk. Plant Physiol.
Fossil laticifers from Eocene brown coai deposits
124, 599-608.
ofthe Geiseltal.Am. J. Bot. 71, 1192-1200.
KROTKOV, G. A. 1945. A review of literature on Ta-
MAHLBERG, P. G., D. G. DAVIS, D. S. GALlTZ e G.
raxacum koksaghyz Rod. Bot. Rev. 11, 417- 461.
D. MANNERS. 1987. Laticifers and the classifica-
KUMAR, A. e P. TANDON. 1990. Investigation on
tion of Euphorbia: The chemotaxonomy of Eu-
the in vitro laticifer differentiation in Thevetia
peruviana L. Phytomorphology 40, 113-1 17. phorbia esula L. Bot. J. Linn. Soe. 94, 165-180.
LABOURIAU, L. G. 1952. On the latex of Regnelli- MANN, L. K. 1952. Anatomy of the garlic bulb and
dium diphyllum Lindm. Phyton (Buenos Ai- factors affecting bulb development. Hilgardia
res) 2, 57-74. 21, 195-251.
LEE, K . B. e P. G. MAHLBERG. 1999. Ultrastructure MARIANI, P., E. M. CAPPELLETTI, D. CAMPOCCIA
and development of nonarticulated laticifers in e B. BALDAN. 1989. Oil cell ultrastructure and
seed lings of Euphorbia maculata L. J Plant development in Liriodendron tulipifera L. Bot.
Biol. (Singmul Hakhoe chi) 42, 57-62. Gaz. 150, 391-396.
LEONG, S. K., W. LEONG e P. K. YOON. 1982. Har- MARON, R. e A. FAHN. 1979. Ultrastructure and
vesting of shoots for rubber extraction in Hevea. development of oil cells in Laurus nobilis L. le-
J. Rubb. Res. Jnst. Malaysia 30, 117-122. aves. Bot. J Linn. Soe. 78, 31-40.
LERSTEN, N. R. e J. D. CURTIS . 1987. Internai se- METCALFE, C. R. 1983. Laticifers and latex. ln:
cretory spaces in Asteraceae: A revie,v and origi- Anatomy of the Dicotyledons, 2. ed ., vol. II,
nal observations on Conyza canadensis (Tribe Wood Structure and Conclusion of the Gene-
Astereae). La Cellule 74, 179-196. ral Introduction, pp. 70-81, C. R. Metcalfe e L.
LERSTEN, N. R. e J. D. CURTIS. 1989. Foliar oil re- Chalk, eds. Clarendon Press, Oxford.
servoir anatomy and distribution in Solidago ca- METCALFE, C. R. e L. CHALK. 1950. Anatomy
nadensis (Asteraceae, tribe Astereae) . Nord. J. of the Dicotyledons, 2 vols. Clarendon Press,
Bot. 9, 281-287. Oxford.
LLOYD, F. E. 1911. Guayule (Parthenium argen- METCALFE, C. R. e L. CHALK, eds. 1979. Anatomy
tatum Gray): A rubber-plant of the Chihuahuan of the Dicotyledons. vol. I. Systematic A natomy
Desert. Carnegie Institution of Washington, Wa- of Leaf and Stem, with a Brief History of the
shington, DC., Publ. No. 139. Subject. Clarendon Press, Oxford.
Estruturas secretoras internas 111 593
MILBURN, J. A. e M. S. RANASINGHE. 1996. A com- RAO, K. S. 1988. Fine structural details of tannin
parison of methods for studying pressure and solu- accumulations in non-dividing cambial cells.
te potentials in xylem and also in phloem laticifers Ann. Bot. 62, 575-581.
of Hevea brasiliensis. J Exp. Bot. 47, 135-143. RASK, L., E. ANDRÉASSON, B. EKBOM, S. ERI-
MURUGAN, V. e J. A. INAMDAR. 1987. Studies in KSSON, B. PONTOPPIDAN e J. MEIJER. 2000.
the laticifers of Vallaris solanaeea (Roth) O. Myrosinase: Gene family evolution and herbivore
Ktze. Phytomorphology 37, 209-214. defense in Brassicaceae. Plant Mol. Biol. 42, 93-
MUSTARD, M. J . 1982. Origin and distribution of 114.
secondary articulated anastmnosing laticifers in RAVEN, P. H., R. F. EVERT e S. E. EICHHORN. 2005.
Manilkeara zapota van Royen (Sapotaceae). J Biology of Plants, 7. ed. Freeman, New York.
Am. Soe. Hortie. Sei. 107, 355-360. RODRIGUEZ-SAONA, C. R. e J. T. TRUMBLE. 1999.
NAIR, M. N. B. e S. V. SUBRAHMANYAM. 1998. Ul- Effect of avocadofurans on larval survival, gro-
trastructure of the epithelial cells and oleo-gu- wth, and food preference of the generalist herbi-
mresin secretion in Boswellia serrata (Bursera- vore, Spodoptera exígua. Entomol. Exp. Appl.
ceae) . /AWA J. 19, 415-427. 90, 131-140.
NAIR, G. M., K. VENKAIAH e J. J. SHAH. 1983. Ul- RODRIGUEZ-SAONA, C., J. G. MILLAR, D. F. MAY-
trastructure of gum-resin ducts in cashew (Ana- NARD e J. T. TRUMBLE. 1998. Novel antifeedant
eardium oeeidentale). Ann. Bot. 51, 297-305. and insecticidal compounds from avocado idio-
NESSLER, C. L. 1994. Sequence analysis of two new blast cell oil. J. Chem. Eeol. 24, 867-889.
members of the major latex protein gene fami ly ROY, A. T. e D. N. DE. 1992. Studies on differentia-
supports the triploid-hybrid origin of the opium tion of laticifers through light and electron mi-
poppy. Gene 139, 207-209. croscopy in Calotropis gigantea (Linn.) R. Br.
NISSEN, S. J. e M. E. FOLEY. 1986. No latex starch Ann. Bot. 70, 443-449.
utilization in Euphorbia esula L. Plant Physiol. RUDALL, P. J. 1987. Laticifers in Euphorbiaceae- A
81, 696-698. conspectus. Bot. J. Linn. Soe. 94, 143-163.
PANCORO, A. e M. A. HUGHES. 1992. In-situ locali- RUDALL, P. 1989. Laticifers in vascular cambium
zation of cyanogenic ®-glucosidase (linamarase) and "vood ofCroton spp. (Euphorbiaceae). IAWA
gene expression in leaves of cassava (Manihot Bull. n.s. 10, 379-383.
eseulenta Cranz) using non-isotopic riboprobes. RUDALL, P. 1994. Laticifers in Crotonoideae (Eu-
Plant J. 2, 821-827. phorbiaceae): Homology and evolution.Ann. Mo.
PARHAM, R. A. e H. M. KAUSTINEN. 1977. On the Bot. Gard. 81, 270-282.
site of tannin synthesis in plant cells. Bot. Gaz. SCHAFFSTEIN, G. 1932. Untersuchungen an un-
138, 465-467. gegliederten l\1ilchrõhren. Beih. Bot. Zentralbl.
PARTHASARATHY, M. V., W. G. VAN SLOBBE e C. 49, 197-220.
SOUDANT. 1976. Trypanosomatid flagellate in SCOTT, D. H. 1882. The development of articulated
the phloem of diseased coconut palms. Seienee laticiferous vessels. Q. J. Mierose. Sei. 22, 136-
192, 1346-1348. 153.
PATERSON-JONES, J. C., M. G. GILLILAND e J. SCOTT, D. H. 1886. On the occurrence of articula-
VAN STADEN. 1990. The biosynthesis of natural ted laticiferous vessels in Hevea. J. Linn. Soe.
rubber. J Plant Physiol. 136, 257-263. Lond., Bot. 21, 566-573.
PLATT, K. A. e W. W. THOMSON. 1992. Idioblast oil SETIA, R. C. 1984. Traumatic gum duct formation
cells of avocado : Distribution, isolation, ultras- in Stereulia urens Roxb. in response to injury.
tructure, histochemistry, and biochemistry. Int. Phyton (Horn) 24, 253-255.
J. Plant Sei. 153, 301-310. SHELDRAKE, A. R. 1969. Cellulase in latex and
RAO, A. R. e M. MALAVIYA. 1964. On t he latex-cells its possible significance in cell d ifferentiation.
and latex of Jatropha. Proe. lndian Acad. Sei., Planta 89, 82-84.
Seet. B, 60, 95-106. SHELDRAKE, A. R. e G. F. J. MOIR. 1970. A cellu-
RAO, A. R. e J. P. TEWARI. 1960. On the morphology lase in Hevea latex. Physiol. Plant. 23, 267-277.
and ontogeny of the foliar sclereids of Codiaeum SISWANTO. 1994. Physiological mechanism related
variegatum Blume. Proe. Natl. Inst. Sei. lndia, to latex production of Hevea brasiliensis. Bul.
Part B, Biol. Sei. 26, 1-6. Biotek. Perkebunan 1, 23-29.
594 11 1 Anatomia das Plantas de Esau
SKENE, D. S. 1965. The development of kino veins TIPPETT, J. T. 1986. Formation and fate of kino
in Eucalyptus obliqua L'Hérit. Aust. J. Bot. 13, veins in Eucalyptus L'Hérit. IAWA Bull. n.s. 7,
367-378. 137-143.
SKUTCH, A. F. 1932. Anatomy of the axis of the ba- TOMLINSON, P. B. 2003. Development of gelatinous
nana. Bot. Gaz. 93, 233-258. (reaction) fi bers in stems of Gnetum gnemon
SOLE REDER, H. 1908. Systematic Anatomy of the (Gnetales). Am. J. Bot. 90, 965-972.
Dicotyledons: A Handbook for Laboratories TOMLINSON, P. B. e J. B. FISHER. 2005. Develop-
of Pure and Applied Botany. 2 vols. Clarendon ment of nonlignified fibers in leaves of Gnetum
Press, Oxford. gnemon (Gnetales). Am. J. Bot. 92, 383-389.
SONG, Y.-H., P.-F. WONG e N.-H. CHUA. 1991. Tissue TRACHTENBERG, S. e A. FAHN. 1981. The mucila-
culture and genetic transformation of dandelion. ge cells of Opuntiafi cus-indica (L.) Mill.- De-
Acta Horti. 289, 261-262. velopment, ultrastructure, and mucilage secre-
SPERLICH, A. 1939. Das trophische Parenchym. tion. Bot. Gaz. 142, 206-213.
B. Exkretionsgewebe. Handbuch der Pftanze- TURNER, G. W. 1986. Comparative development of
nanatomie, Band 4, Teil 2, Histologie. Gebrüder secretory cavities in tribes Amorpheae and Pso-
Borntraeger, Berlin. raleeae (Leguminosae : Papilionoideae). Am. J.
SPILATRO, S. R. e P. G. MAHLBERG. 1986. Latex Bot. 73, 1178-1192.
and laticifer starch content of developing leaves TURNER, G. W. 1994. Development of essential oil
of Euphorbia pulcherrima. Am. J. Bot. 73, secreting glands from leaves of Citrus limon
1312-1318. Burm. f. , and a reexam ination of the lysigenous
SPILATRO, S. R. e P. G. MAHLBERG. 1990. Charac- gland hypothesis. Ph.D. Dissertation, University
terization of starch grains in the nonarticulated of California, Davis.
laticifer of Euphorbia pulcherrima (Poinset- TURNER, G. W. 1999. A brief history of the lysige-
tia). Am. J. Bot. 77, 153-158. nous gland hypothesis. Bot. Rev. 65, 76-88.
STOCKSTILL, B. L. e C. L. NESSLER. 1986. Ul- TURNER, G. W., A. M. BERRY e E. M. GIFFORD.
trastructural observations on the nonarticula- 1998. Schizogenous secretory cavities of Citrus
ted, branched laticifers in Nerium oleander L. limon (L.) Burm. f. anda reevaluation of the ly-
(Apocynaceae). Phytomorphology 36, 347-355. sigenous gland concept. lnt. J. Plant Sei. 159,
SUBRAHMANYAM, S. V. e J. J. SHAH. 1988. The 75-88.
metabolic status of traumatic gum ducts in Mo- VAN VEENENDAAL, W. L. H. e R. W. DEN OUTER.
ringa oleifera Lam. IAWA Bull. n. s. 9, 187- 1990. Distribution and development of the non-
195. -articulated branched laticifers of Morus nigra
SURI, S. S. e K. G. RAMAWAT. 1995. ln vitro hormo- L. (Moraceae) . Acta Bot. Neerl. 39, 285 -296.
nal regulation of laticifer differentiation in Calo- VASSILYEV, A. E. 2000. Quantitative ultrastructu-
tropis procera. Ann. Bot. 75, 477-480. ral data of secretory duct epithelial cells in Rhus
SURI, S. S. e K. G. RAMAWAT. 1996. Effect of Calo- toxicodendron. lnt. J. Plant Sei. 161, 615-630.
tropis latex on laticifers differentiation in callus VENKAIAH, K. 1990. Ultrastructure of gum-resin
cultures of Calotropis procera. Biol. Plant. 38, ducts in Ailanthus excelsa Roxb. Fedds. Re-
185-190. pert. 101, 63-68.
THOMSON, W. W., K. A. PLATT-ALOIA e A. G. EN- VENKAIAH, K. 1992. Development, u ltrastructure
DRESS. 1976. Ultrastructure of oi! gland develo- and secretion of gum ducts in Lannea coroman-
p1nent in the leaf of Citrus sinensis L. Bot. Gaz. delica (Houtt.) Merr. (Anacardiaceae). Ann.
137, 330-340.
o
Bot. 69, 449-457.
THURESON-KLEIN, A. 1970. Observations on the VENKAIAH, K. e J. J. SHAH. 1984. Distribution, de-
development and fine structure of the articula- velopment and structure of gum ducts in Lan-
ted laticifers of Papaver somniferum. Ann. Bot. nea coromandelica (Houtt.) Merr. Ann. Bot.
34, 751-759. 54, 175- 186.
TIBBITTS, T. W., J. BENSINK, F. KUIPER e J. HOBÉ. VISCHER, W. 1923. Über die konstanz anatomischer
1985. Association of latex pressure with tipburn und physiologischer Eigenschaften von Hevea
injury of lettuce. J. Am. Soe. Hortic. Sei. 110, brasiliensis Müller Arg. (Euphorbiaceae). Verh.
362-365. Natjorsch. Ges. Basel 35 (1) , 174-185.
Estruturas secretoras internas 111 595
WANG, Z.-Y., K. S. GOULD e K. J. PATTERSON. WU, H. e Z.-H. HU. 1994. Ultrastructure of the resin
1994. Structure and development of mucilage- duct initiation and formation in Pinus tabulae
-crystal idioblasts in the roots of f1ve Aetinidia Jormis. Chinese J. Bot. 6, 123-128.
species . Int. J Plant Sei. 155, 342-349. WU, J .-1. e B.-Z. HAO. 1990. Ultrastructural observa-
WERKER, E. e A. FAHN. 1969. Resin ducts of Pinus tion of differentiation laticifers in Hevea brasi-
halepensis Mill.- Their structure, development liensis. Acta Bot. Sin. 32, 350-354.
and pattern of arrangement. Bot. J. Linn. Soe. YAMANAKA, K. 1989. Formation of traumatic phlo-
62, 379-411. e1n resin canais in Chamaecyparis obtusa.
WHEELER, E. A., P. BAAS e P. E. GASSON, eds. IAWA Bull. n.s. 10, 384-394.
1989. IA'vVA list of microscopic features for har- ZANDER, A. 1928. Über Verlauf und Entstehung
dwood identification. IAWA Bull. n.s. 10, 219-332. der Milchrõhren des Hanfes (Cannabis sativa).
WILKES, J., G. T. DALE e K. M. OLD. 1989. Produc- Flora 123, 191-218
tion of ethylene by Endothia gyrosa and Cytos- ZENG, Y., B.-R. JI e B. YU. 1994. Laticifer ultrastruc-
pora eucalypticola and its possible relationship t ural and immunocytochemical studies ofpapain
to kino vein formation in Euealyptus maculata. in Carica papaya. Acta Bot. Sin. 36, 497-501.
Physiol. Mol. Plant Pathol. 34, 171-180. ZHANG, W.-C., W.-M. YAN e C.-H. LOU. 1983. Intra-
WILSON, K. J. e P. G. MAHLBERG. 1980. Ultrastruc- cellular and intercellular changes in constitution
t ure of developing and mature nonarticulated during the development of laticiferous system in
laticifers in the milkweed Aselepias syriaca L. garlic scape. Acta Bot. Sin. 25, 8-12.
(Asclepiadaceae) . Am. J Bot. 67, 1160-1170. ZOBEL, A. M. 1985a. Ontogenesis of tann in coe-
WILSON, K. J., e. L. NESSLER e P. G. MAHLBERG. nocytes in Sambucus raeemosa L. I. Develop-
1976. Pectinase in Aselepias latex and its possi- ment of the coenocytes from mononucleate tan-
ble role in laticifer growth and development. Am. nin cells. Ann. Bot. 55, 765 -773.
J Bot. 63, 1140-1144. ZOBEL, A. M. 1985b. Ontogenesis of tannin coe-
WITTLER, G. H. e J. D. MAUSETH. 1984a. The ul- nocytes in Sambucus racemosa L. II. Mother
t rastructure of developing latex ducts in Mam- tannin cells. Ann. Bot. 56, 91-104.
millaria heyderi (Cactaceae) . Am. J. Bot. 71, ZOBEL, A. M. 1986a. Localization of phenolic com-
100-110. pounds in tannin-secreting cells from Sambu-
WITTLER, G. H. e J . D. MAUSETH. 1984b. Schizo- cus racemosa L. shoots. Ann. Bot. 57, 801-810.
geny and ultrastructure of developing latex ducts ZOBEL, A. M. 1986b. Ontogenesis of tannin-contai-
in lvfammillaria guerreronis (Cactaceae). Am. ning coenocytes in Sambucus racemosa L. III.
J Bot. 71, 1128-1138. The mature coenocyte. Ann. Bot. 58, 849-858.
ADENDO:
OUTRAS REFERÊNCIAS
PERTINENTES NÃO CITADAS
NO TEXTO
ton in plant cell signaling. New Phytol. 163, 13- ticulum bodies provides an alternate pathway for
30. (Revisão) protein transfer to the vacuole. Plant Physiol.
EHRHARDT, D. e S. L. SHAW. 2006. Microtubule 136, 3440-3446. (Atualização)
dynamics and organization in the plant cortical HOWITT, C. A. e B. J. POGSON. 2006. Carotenoid
array. Annu. Rev. Plant Biol. 57, 859-875. (Re- accumulation and function in seeds and non-
visão) -green tissues. Plant Cell Environ. 29, 435-445.
EPIMASHKO, S., T. MECKEL, E. F JSCHER- (Revisão)
SCHLIEBS, U. LÜTTGE; G. THIEL. 2004. Two HSIEH, K. e A. H. C. HUANG. 2004. Endoplasmic re-
functionally different vacuoles for static and dy- ticulum, oleosins, and oils in seeds and tapetum
namic purposes in one plant mesophyll leaf cell. cells. Plant Physiol. 136, 3427-3434. (Atualiza-
PlantJ 37, 294-300. (Dois grandes tipos inde- ção)
pendentes de vacúolos o correm nas células HUGHES, N. M., H. S. NEUFELD e K. O. BURKEY.
do mesofilo da anêmona da terra "common 2005. Functional role of anthocyanins in high-
ice plant" Mesembryanthemum crystalli- -light winter leaves of the evergreen herb Galax
num, na qual a fotossíntese prossegue via urceolata. New Phytol. 168, 575-587. (Resulta-
metabolismo ácido das crassuláceas. Um se- dos sugerem que as antocianinas funcionam
questra permanentemente grandes quanti- como atenuantes da luz e podem também
dades de NaCI para propósitos osmóticos e contribuir para o conjunto antioxidante
para proteger o protoplasto da toxicidade nas folhas de inverno.)
do NaCI; o outro acumula o C02 adquirido HUSSEY, P. J. 2004 . The Plant Cytoskeleton in
noturnamente como maiato e remobiliza o Cell Differentiation and Development. Annu-
maiato durante o dia.) al Plant Reviews, vol. 10. Blackwell/CRC Press,
FRANCESCHI, V. R. e P. A. NAKATA. 2005. Calcium Oxford/Boca Raton. (Revisão)
oxalate in plants : formation and function. Annu. HUSSEY, P. J., T. KETELAAR e M. DEEKS. 2006.
Rev. Plant Biol. 56, 41-71. (Revisão) Control of the actin cytoskeleton in plant cell
GALILI, G. 2004. ER-derived compartments are growth. Annu. Rev. Plant Biol. 57. On line.
formed by highly regulated processes and have (Revisão)
special functions in plants. Plant Physiol. 136, JOLIVET, P., E. ROUX, S. D'ANDREA, M. DAVAN-
3411-3413. (Estado da arte) TURE , L. NEGRONI, M. ZIVY e T. CHARDOT.
GELDNER, N. 2004. The plant endosomal system - its 2004. Protein composition of oil bodies in Ara-
structure and role in signal transduction and plant bidopsis thaliana ecotype WS. Plant Physiol.
development. Planta 219, 547- 560. (Revisão) Biochem. 42, 501-509. (As oleosinas repre-
GUNNING, B. E. S. 2005. Plastid stromules : video sentam até 79% das proteínas do corpo de
microscopy of their outgrowth, retraction, ten- óleo; uma oleosina de 18,5 kDa foi o produ-
sioning, anchoring, branching, bridging, and to mais abundante e ntre elas.)
tip-shedding. Protoplasma 225, 33-42. JÜRGENS, G. 2004. Membrane trafficking in plants.
GUTIERREZ, C. 2005. Coupling cell proliferation Annu. Rev. Cell Dev. Biol. 20, 481-504. (Revi-
and development in plants. Nature Cell Biol. 7, são)
535-541. (Revisão) KAWASAKI, M., M. TANIGUCHI e H. MIYAKE. 2004.
HARA-NISHIMURA, I., R. MATSUSHIMA, T. Structural changes and fate of crystalloplastids
SHIMADA e M. NISHIMURA. 2004. Diversity during growth of calcium oxalate cr ystal idio-
and for mation of endoplasmic reticulum-derived blasts in Japanese yam (Dioscorea japonica
compartments in plants. Are these compart- Thunb.) tubers. Plant Prod. Sei. 7, 283 -291. (Os
ments specific to plant cells? Plant Physiol. 136, cristaloplastídios, semelhantes aos vacúo-
3435-3439. (Atualização) los pequenos e/ou vesículas, incorporados
HASHIMOTO, T. e T. KATO. 2006. Cortical control nos vacúolos centrais dos idioblastos cris-
of plant microtubules. Curr. Opin. Plant Biol. 9, talíferos, estão envolvidos aparentemente
5-11. (Revisão) na formação de cristais de oxalato de cál-
HA\VES, C. 2005. Cell biology of the plant Golgi cio.)
apparatus. New Phytol. 165, 29-44. (Revisão) KIM, H., M. PARK, S. J. KIM e 1. HWANG. 2005.
HERMAN, E. e M. SCHMIDT. 2004. Endoplasmic re- Actin filaments play a criticai role in vacuolar
ticulum to vacuole trafficking of endoplasmic re- trafficking at the Golgi complex in plant cells.
Adendo: out ras re ferências pertinentes não citadas no texto 111 599
Plant Cell 17, 888-902. (As funções exerci- cumu lation of toxic metais. Russ. J. Plant Phy-
das pelos filamentos de actina no tráfico siol. 51, 281-285. (Microanálise de raios X de
intercelular foram estudadas com o uso de cristais de oxalato de Caem folhas de plan-
latrunculina B, um inibidor do agrupamen- tas expostas a 5 µg/ml de AI incorporado
to de filamentos de actina, ou mutantes de aos cristais sugere uma possível contribui-
actina que rompem os filamentos de actina ção para a formação do cristal de oxalato
quando superexpressados.) no sequestro e tolerância de alguns metais
KLYACHKO, N. L. 2004. Actin cytoskeleton and the tóxicos.)
shape of the plant cell. Russ. J. Plant Physiol. MECKEL, T., A. C. HURST, G. THIEL e U. HOMANN.
51, 827-833. (Revisão) 2005. Guard cells undergo constitutive and pres-
KREBS, A., K. N. GOLDIE e A. HOENGER. 2004. sure-driven membrane turnover. Protoplasma
Complex formation with kinesin motor domains 226, 23-29. (Revisão)
affects the structur e of microtubules . J. Mol. l\lIIYAGISHIMA, S.-Y. 2005. Origin and evolution of
Biol. 335, 139-153. (A interação entre cine- the chloroplast division machinery. J. Plant Res.
sina e tubulina indica que os microtúbulos 118, 295-306. (Revisão)
desempenham um papel ativo nos processos M0LLER, S. G., ed. 2004. Plastids. Annual Plant
intracelulares por meio de modulações de Reviews, vol. 13. Blackwell/CRC Press, Oxford/
sua estrutura central.) Boca Raton. (Revisão)
LEE, M. C. S., E. A. MILLER, J. GOLDBERG, L. ORCI MOTOMURA, H., T. FUJII e M. SUZUKL 2006. Sí-
e R. SCHEKMAN. 2004. Bi-directional protein lica deposition in abaxial epidermis before the
t ransport between the ER and Golgi. Annu. Rev. opening of leaf biades of Pleioblastus chino (Po-
Cell Dev. Biol. 20, 87-123. (Revisão) aceae, Bambusoideae). Ann. Bot. 97, 513-519.
LEE, Y.-R. J. e B. LIU. 2004. Cytoskeletal motors in (Os tipos celulares na epiderme da folha de
Arabidopsis. Sixty-one kinesins and seventeen bambu são classificados em três grupos, de
myosins. Plant Physiol. 136, 3877-3883. (Atu- acordo com o padrão de deposição de sílica.)
alização) OVECKA, M., L LANG, F. BALUSKA, A. ISMAIL, P.
LERSTEN, N. R. e H. T. HORNER. 2004. Calcium ILLES e 1. K. LICHTSCHEIDL. 2005. Endocytosis
oxalate crystal macropattern development du- and vesicle trafficking during tip growth of root
ring Prunus virginiana (Rosaceae) leaf gro- hairs. Protoplasma 226, 39-54. (Com o uso de
wth. Can. J Bot. 82, 1800-1808. (Esse estudo corantes marcadores fluorescentes de endo-
descreve , em detalhe, a iniciação e o desen- citose FMI - 43 e FM4 - 64, a endocitose foi
volvimento progressivo de todos os com- localizada nas extremidades dos pelos ra-
ponentes do macropadrão de cristais nas diculares vivos de Arabidopsis thaliana e
folhas de "choke-cherry". As drusas estão Triticum aestivum. O retículo endoplasmá-
confinadas ao caule, pecíolo e nervuras fo- tico não estava envolvido no tráfico de en-
liares, enquanto os cristais prismáticos es- dossomos. O citoesqueleto de actina estava
tão localizados nas estípulas, cicatrizes de envolvido com a endocitose, tanto quanto
gemas e lâmina foliar.) com o tráfico de membrana.
MACKENZIE, S. A. 2005. Plant organella r protein PARK, M. , S. J. KIM, A. VITALE e L HWANG. 2004.
targeting: a traffic plan still under construction. ldentification of the protein storage vacuole and
Trends Cell Biol. 548-554. (Revisão) protein targeting to the vacuole in leaf cells of
MALIGA, P. 2004. Plastid transfor mation in higher three plant species. Plant Physiol. 134, 625-
plants. Annu. Rev. Plant Biol. 55, 289-313. (Re- 639. (O tráfico de proteína para os vacúolos
visão) que armazenam proteínas [PSV] foi investi-
MAPLE, J . e S. G. M0LLER. 2005. An emerging pic- gado nas células de folhas de Nicotiana ta-
t ure of plastid division in h igher plants. Planta bacum, Phaseolus vulgaris e Arabidopsis.
223, 1-4. (Revisão) As proteínas podem ser transportadas para
MATHUR, J . 2006. Local interactions shape plant o PSV por caminhos dependentes do Golgi
cells. Curr. Opin. Cell Biol. 18, 40-46. (Revi- e independentes do Golgi, dependendo da
são) carga das proteínas individuais.)
MAZEN, A. M. A. 2004. Calcium oxalate crystals in REISEN, D., F. MARTY e N. LEBORGNE-CASTEL.
leaves of Corchorus olitorius as related to ac- 2005. New insights into the tonoplast architec-
600 111 Anatomia das Plantas de Esau
ture of plant vacuoles and vacuolar dynamics les in soybean root meristem. F olia Histochem.
during osmotic stress. BMC Plant Biol. 5, 13 [13 Cytobiol. 42, 57-61. (Supõe-se que os vacúo-
pp.]. (O processamento 3-D de um tonoplas- los do núcleo podem estar envolvidos na
to marcado com GFP fornece construções intensificação do transporte pré-ribossomo
visuais do vacúolo da célula vegetal e for- para fora do nucléolo.)
nece detalhes da natureza do dobramento TAKEMOTO, D. e A. R. HARDHAM. 2004. The
e arquitetura do tonoplasto. A unidade do cytoskeleton as a regulator and target of biotic
vacúolo é mantida durante a aclimatação ao interactions in plants. Plant Physiol. 136, 3864-
estresse osmótico.) 3876. (Atualização)
ROSE, A., S. PATEL e I. MEIER. 2004. The plant nu- TIAN, W.-M. e Z.-H. HU. 2004. Distribution and ul-
clear envelope. Planta 218, 327- 336. (Revisão) t rastructure ofvegetative storage proteins in Le-
SAKAI, Y. e S. TAKAGI. 2005. Reorganized actin fi - guminosae. I AWA J. 25, 459-469. (Ver este ar-
laments anchor chloroplasts along the anticlinal tigo e artigos citados nele para a presença
walls of Vallisneria epiderma! cells under high- de proteínas armazenadas tanto em plantas
-intensity blue light. Planta 221, 823- 830. (Luz lenhosas temperadas quanto tropicais.)
azul de alta intensidade [BL] induziu reor- TREUTTER, D. 2005. Significance of flavonoids in
ganização dinâmica dos filamentos de ac- plant resistance and enhancement of their bio-
tina nas camadas citoplasmáticas que tan- synthesis. Plant Biol. 7, 581-591. (Revisão)
genciam a parede periclinal mais externa e VITALE, A. e G. HINZ. 2005. Sorting of proteins to
a parede anticlinal [lado A]. A resposta de storage vacuoles : how many mechanisms? Tren-
prevenção induzida por BL dos cloroplastos ds Plant Sei. 10, 316-323. (Revisão)
aparentemente incluem tanto a ancoragem WADA, M. e N. SUETSUGU. 2004. Plant organelle
dos cloroplastos dependentes da fotossínte- positioning. Curr. Opin. Plant Biol. 7, 626-631.
se quanto os dependentes da actina no lado (Revisão)
A das células epidérmicas.) WASTENEYS, G. O. 2004. Progress in understan-
SAMAJ, J., N. D. READ, D. VOLKMANN, D. MENZEL ding the role of microtubules in plant cells. Curr.
e F. BALUSKA. 2005. The endocytic network in Opin. Plant Biol. 7, 651-660. (Revisão)
plants. Trends in Cell Biol. 15, 425-433. (Re- WASTENEYS, G. O. e M. FUJITA. 2006. Establishing
visão) and maintaining axial growth: wall mechanical
SHAW, S. L. 2006. Imaging the live plant cell. Plant properties and the cytoskeleton. J Plant Res.
J 45, 573-598. (Revisão) 119, 5-10. (Revisão)
SHEAHAN, M. B., D. W. MCCURDY e R. J. ROSE. WASTENEYS, G. O. e M. E. GALWAY. 2003. Remo-
2005. Mitochondria as a connected population: deling the cytoskeleton for growth and form:
ensuring continuity of the mitochondrial genome an overview with some new views. Annu. Rev.
during plant cell dedifferentiation through mas- Plant Biol. 54, 691-722. (Revisão)
sive mitochondrial fusion. Plant J 44, 744-755. YAMADA, K., T. SHIMADA, M. NISHIMURA e I. HA-
(Esse estudo altamente informativo indica RA-NISHIMURA. 2005. A VPE family supporting
que a fusão regulada no desenvolvimento various vacuolar functions in plants . Physiol.
assegura a continuidade do genoma mito- Plant. 123, 369-375. (Revisão)
condrial.)
SHEAHAN, M. B., R. J. ROSE e D. W. MCCURDY.
2004. Organelle inheritance in plant cell d ivision: CAPÍTULO 4
the actin cytoskeleton is requi.red for unbiased ABE, H. e R. FUNADA. 2005. Review -The orienta-
inheritance of chloroplasts, mitochondria and tion of cellulose microfibrils in the cell walls of
endoplasmic reticulum in d ivid ing protoplasts. t racheids in conifers. A model based on observa-
Plant J. 37, 379-390. tions by field emission-scanning electron micros-
SMITH, L. G. e D. G. OPPENHEIMER. 2005. Spatial copy. IAWA J 26, 161-174. (Revisão)
control of cell expansion by the plant cytoske- BALUSKA, F., J . SAMAJ, P. WOJTASZEK, D. VOLK-
leton. Annu. Rev. Cell Dev. Biol. 21, 271-295. MANN e D. MENZEL. 2003. Cytoskeleton-plasma
(Revisão) membrane-cell wall continuum in plants. Emer-
STEPINSKI, D. 2004. Ultrastructural and autora- ging links revisited. Plant Physiol. 133, 482-491.
diographic studies of the role of nucleolar vacuo- (Revisão)
Adendo: out ras re ferências pertinentes não citadas no texto 111 601
BASKIN, T. I. 2005. Anisotropic expansion of the quantitativa dos defeitos gerados de morl-
plant cell wall. 2005. Annu. Rev. Cell Dev. Biol. 1- em bandas pré-profase, fusos, e fragmo-
21, 203-222. (Revisão) plastos de células que estão se dividindo
BRUMMELL, D. A. 2006. Cell wall disassembly in sugere que o comprimento do microtúbulo
ripening fruit. Funet. Plant Biol. 33, 103-119. seja um determinante crítico da estrutura,
(Revisão) orientação e função do fuso e do fragmo-
BURTON, R. A., N. FARROKHI, A. BACIC e G. B. plasto.)
FINCHER. 2005 . Plant cell wall polysaccharide KIM, 1., K. KOBAYASHI, E. CHO e P. C. ZAMBRYSKI.
biosynthesis: real progress in the identification 2005. Subdomains for transpor t via plasmodes-
ofparticipating genes. Planta 221, 309-312. (Re- mata corresponding to the apical-basal axis are
latório de progresso) established during Arabidopsis embryogenesis.
CHANLIAUD, E ., J. DE SILVA, B. STRONGITHARM, Proe. Natl. Aead. Sei. USA 102, 11945-11950.
G. JERONIMIDIS e 1\1. J. GIDLEY. 2004. Mecha- (Uma evidência é apresentada indicando
nical effects of plant cell wall enzymes on cellu- que a comunicação célula-a-célula via plas-
lose/xyloglucan composites. Plant J. 38, 27-37. modesmos transmite informação da posição
(Uma evidência direta in vitro é fornecida crítica para o estabelecimento do padrão
sobre o envolvimento das enzimas xiloglu- do corpo axial durante a embriogênese em
canas-específicas da parede celular em mu- Arabidopsis.)
danças mecânicas que seguem os processos KIM, 1. e P. C. ZAMBRYSKI. 2005. Cell-to-cell com-
de crescimento e remodelagem da parede munication via plasmodesmata during Arabi-
celular vegetal.) dopsis embryogenesis. Curr. Opin. Plant Biol.
DIXIT, R. e R. J. CYR. 2002. Spatio-temporal rela- 8, 593-599. (Revisão)
tionships between nuclear-envelope breakdown LLOYD, C. e J. CHAN. 2004. Microtubules and the
and preprophase band d isappearance in cultu- shape of plants to come. Nature Rev. 1\rfol. Cell
red tobacco cells. Protoplasma 219, 116-121. Biol. 5, 13-22 . (Revisão)
(Aparentemente existe uma relação causal MARCUS, A. 1., R. DIXIT e R. J. CYR. 2005. Narro-
entre a quebra do envelope nuclear e o de- wing of the preprophase microtubule band is not
saparecimento da banda pré-profase.) required for cell division plane detennination in
DONALDSON, L. e P. XU. 2005. l\1icrofibril orien- cultured plant cells . Protoplasma 226, 169-174.
tation across the secondary cell wall of radiata (Embora os microtúbulos da banda pré-
pine tracheids. Trees 19, 644-653. -profase não marquem diretamente o local
FLEMING, A. J., ed. 2005. Intereellular Communi- de divisão nas células BY-2 em cultura de
eation in Plants. Annual Plant Reviews, vol. tabaco, eles são necessários para o posicio-
16. Blackwell/CRC Press, Oxford/Boca Raton. namento acurado do fuso.)
FRY, S. C. 2004. Primary cell wall metabolism : tra- MARRY, M., K. ROBERTS, S. J. JOPSON, I. M. HU-
cking t he careers of wall polymers in living plant XHAM, M. C. JARVIS, J . CORSAR, E. ROBERT-
cells. New Phytol. 161, 641-675. (Revisão) SON e M. C. MCCANN. 2006. Cell-cell adhesion
JAMET, E., H. CANUT, G. BOUDART e R. F. PONT- in fresh sugar-beet root parenchyma requires
-LEZICA. 2006. Cell wall proteins: a new insight both pectin esters and calcium cross-links. Phy-
t hrough proteomics. Trends Plant Sei. 11, 33- siol. Plant. 126, 243-256. (A adesão de célula-
39. (Revisão) -a-célula em parênquima na raiz de beterra-
JÜRGENS, G. 2005. Cytokinesis in higher plants. ba depende de polímeros de ligação cruzada
Annu. Rev. Planl Biol. 56, 281-299. (Revisão) de ester e Ca2 + .)
JÜRGENS, G. 2005. Plant cytokinesis: fission by fu- MULDER, B. M. e A. M. C. EMONS. 2001. A dynamic
sion. Trends Cell Biol. 15, 277-283. (Revisão) model for plant cell wall architecture formation.
KAWAMURA, E., R. HIMMELSPACH, 1\1. C. RASH- J 1\rfath. Biol. 42, 261-289. (Um modelo mate-
BROOKE, A. T. WHITTINGTON, K. R. GALE, mático dinâmico é apresentado que explica
D. A. COLLINGS e G. O. WASTENEYS. 2006. a arquitetura da parede da célula vegetal.)
MICROTUBULE ORGANIZATION 1 reg ulates OPARKA, K. J. 2004. Getting the message across :
structure and function of microtubule arrays du- how do plant cells exchange macromolecular
ring mitosis and cytokinesis in the Arabidopsis complexes? Trends Plant Sei. 9, 33-41. (Revi-
root. Plant Physiol. 140, 102-114. (Uma análise são)
602 111 Anatomia das Plantas de Esau
epiderme da raiz revelou que a expressão EVANS, L. S. e R. K. PEREZ. 2004. Diversity of cell
do gene GL3 e EGL3 e o acúmulo de RNA lengths in intercalary meristem regions of gras-
ocorre preferencialmente nas células dos ses: location of the proliferative cell population.
pelos em desenvolvimento. A proteína GL3 Can. J. Bot. 82, 115-122. (Nem todas as célu-
foi encontrada movendo-se das células pi- las parenquimáticas dos meristemas inter-
líferas para células que não pilíferas. Os calares se proliferam rapidamente.)
resultados desse estudo sugerem que o acú- FLEMING, A. J. 2005. Formation of primor dia and
mulo de GL3/EGL3 nas células que adotam phyllotaxy. Curr. Opin. Plant Biol. 8, 53-58.
o destino de não se desenvolverem em pelo (Revisão)
é dependente da especificação do destino FLEMING, A. J. 2006. The co-ordination of cell di-
da célula pilífera.) vision, differentiation and morphogenesis in the
BOZHKOV, P. V., M. F. SUAREZ, L. H. FILONO- shoot apical meristem : a perspective. J. Ex p.
VA, G. DANIEL, A. A. ZAMYATNIN JR., S. Bol. 57, 25-32 . (Dados obtidos de uma série
RODRIGUEZ-NIETO, B. ZHIVOTOVSKY e A. de experimentos apoiam uma visão orga-
SMERTENKO. 2005. Cysteine protease mcll-Pa nísmica da morfogênese da planta e a ideia
executes progr a1nmed cell death during plant que a parede celular desempenha um papel
embryogenesis. Proc. Natl. Acad. Sei. USA 102, fundamental no mecanismo pelo qual este é
14463-14468. Os resultados desse estudo es- alcançado.)
tabelecem a metacaspase como um execu- FLEMING, A. J . 2006. The integration of cell pro-
tor da morte celular programada [PCD ) du- liferation and growth in leaf morphogenesis. J.
rante a partição do embrião e fornece uma Plant Res. 119, 31-36. (Revisão)
ligação funcional entre PCD e a embriogê- FLETCHER, J. C. 2002. Shoot and floral meristem
nese nas plantas.) mainte nance in Arabidopsis. Annu. Rev. Plant
CANALES, C., S. GRIGG e M. TSIANTIS. 2005. The Biol. 53, 45-66. (Revisão)
formation and patterning of leaves: recent ad- FRIML, J., P. BENFEY, E. BENKOVÁ, M. BENNETT,
vances. Planta 2221, 752-756. (Revisão) T. BERLETH, N. GELDNER, M. GREBE, M. HEIS-
CARLES, C. C., D. CHOFFNES-INADA, K. REVIL- LER, J. HEJÁTKO, G. JüRGENS, T. LAUX, K. LIN-
LE , K. LERTPIRIYAPONG e J. C. FLETCHER. DSEY, W. LUKOWITZ, C. LUSCHNIG, R. OFFRIN-
2005. ULTRAPETALAl encodes a SAND domain GA, B. SCHERES, R. SWARUP, R. TORRES-RUIZ,
putative transcriptional regulator that controls D. WEIJERS e E . ZAZÍMALOVÁ. 2006. Apical-basal
shoot and floral meristem activity in Arabidop- polarity: why plant cells don't stand on their heads.
sis. Development 132, 897-911. Trends Plant Sei. 11 , 12-14. (Os autores criti-
CASTELLANO, M. M. e R. SABLOWSKI. 2005. In- cam a terminologia anatômica apical-basal.)
tercellular signaling in the transition from stem GRAFI, G. 2004. How cells dedifferentiate: a lesson
cells to organogenesis in meristems. Curr. Opin. from plants. Dev. Biol. 268, 1-6. (Revisão)
Plant Biol. 8, 26-31. GRANDJEAN, O., T. VERNOUX, P. LAUFS, K. BEL-
CHANG, C. e A. B. BLEECKER. 2004. Ethylene bio- CRAM, Y. MIZUKAMI e J. TRAAS. 2004. In vivo
logy. More than a gas. Plant Physiol. 136, 2895- analysis of cell division, cell growth, and diffe-
2899. (Estado da arte) rentiation at the shoot apical meristem in Ara-
CHENG, Y. e X. CHEN. 2004. Posttranscriptional bidopsis. Plant Cell 16, 74-87. (A microscopia
control of plant development. Curr. Opin. Plant confocal, combinada com proteínas verde
Biol. 7, 20-25. (Revisão) fluorescentes e corantes vitais, foi usada
dEL RfO, L. A., F. J. CORPAS e J. B. BARROSO. 2004. para visualizar os meristemas apicais cauli-
Nitric oxide and nitric oxide synthase activity in nares vivos. Os efeitos de várias drogas mi-
plants. Phytochemistry 65, 783-792. (Revisão) tóticas no desenvolvimento do meristema
DHONUKSHE, P., J. KLEINE-VEHN e J . FRIML. indicam que a síntese do DNA desempenha
2005. Cell polarity, auxin transport, and cytoske- um papel importante no crescimento e na
leton -mediated division planes : who comes first? formação de padrões.)
Protoplasma 226, 67-73. (Revisão) GRAY, J., ed. 2004. Programmed cell death in plants.
DOLAN, L. e J. DAVIES. 2004. Cell expansion in Blackwell/ CRC Press, Oxford/Boca Raton.
roots. Curr. Opin. Plant Biol. 7, 33-39. (Revi- HAIGLER, C. H., D. ZHANG e C. G. WILKERSON.
são) 2005. Biotechnological improvement of cotton fi-
Adendo: outras re ferências pertinentes não citadas no texto 111 605
bre maturity. Physiol. Plant. 124, 285-294. (Re- lá não foi detectada a atividade dehidroge-
visão) nase piruvato. Os autores postulam que mo-
HAKE, S., H. M. S. SMITH, H. HOLTAN, E. MAG- dificações da função mitocondrial são cen-
NANI, G. MELE e J . RAMIREZ. 2004. The role trais para o estabelecimento e manutenção
of knox genes in plant development. Annu. Rev. do QC.)
Cell Dev. Biol. 20, 125-151. (Revisão) JIANG, K. e L. J. FELDMAN. 2005. Regulation of
HARA-NISHJMURA, T., N. HATSUGAI, S. NAKAU- root apical meristem development. Annu. Rev.
NE, M. KUROYANAGI e M. NISHIMURA. 2005. Cell Dev. Biol. 21, 485-509. (Revisão)
Vacuolar processing enzyme: an executor of JIMÉNEZ, V. M. 2005. Involvement of plant h ormo-
plant cell death. Curr. Opin. Plant Biol. 8, 404- nes and plant growth regulators on in vitro so-
408. (Revisão) matic embryogenesis. Plant Growth Regul. 47,
HAUBRICK, L. L. e S. M. ASSMANN. 2006. Brassi- 91-110. (Revisão)
nosteroids and plant function: some clues, more JING, H.-C. , J. HILLE e P. P. DIJKWEL. 2003. Ageing
puzzles. Plant Cell Environ. 29, 446-457. (Re- in plants : conserved strategies and novel pa-
visão) t hways. Plant Biol. 5, 455-464. (Revisão)
HÓRTENSTEINER, S. 2006. Chlorophyll degrada- JONGEBLOED, U., J . SZEDERKÉNYI, K. HARTIG,
tion during senescence. Annu. Rev. Plant Biol. C. SCHOBERT e E. KOMOR. 2004. Sequence of
57. On line. (Revisão) morphological and physiological events during
HUANG, T., H. BóHLENIUS, S. ERIKSSON, F. natural ageing and senescence of a castor bean
PARCY e O. NILSSON. 2005. The mRNA of the leaf: sieve tube occlusion and carbohydrate ba-
Arabidopsis gene FT moves from leaf to shoot ck-up precede chlorophyll degradation. Physiol.
apex and induces flowering. Science 309, 1694- Plant. 120, 338-346. (O bloqueio do floema
1696 . (Os dados sugerem que o mRNA FT antecede e pode ser causal para a degrada-
seja um componente importante do sinal ção da clorofila na senescência da folha.)
"florígeno" que se move da folha ao ápice JóNSSON, H., M. HEISLER, G. V. REDDY, V. AGRA-
caulinar via elementos de tubo crivado do WAL, V. GOR, B. E. SHAPIRO, E. MJOLSNESS
floema. É possível que a proteina FT esteja e E. M. MEYEROWITZ. 2005. Modeling the or-
também se movendo e seja responsável pela ganization of the WUSCHEL expression domain
indução floral. Ver também Abe et al., 2005, in the shoot apical meristem. Bioinformatics 21
e Huang et al., 2005.) (suppl. 1): i232-i240. (São apresentados dois
INGRAM, G. C. 2004. Between the sheets : inter-cell- modelos com relação à organização do do-
-layer communication in plant development. Phi- mínio da expressão do WUSCHEL no meris-
los. Trans. R. Soe. Lond. B 359, 891-906. (Re- tema apical caulinar de Arabidopsis thalia-
visão) na.)
IVANOV, V. B. 2004. Meristem as a self-renewing JORDY, M.-N. 2004. Seasonal variation of organoge-
systems: maintenance and cessation of cell pro- netic activity and reserves allocation in the shoot
liferation . Russ. J. Plant Physiol. 51, 834-847. apex of Pinus pinaster. Ait. Ann. Bot. 93, 25-
(Revisão) 37. (Conclui-se que, dependendo dos locais
JAKOBY, M. e A. SCHNITTGER. 2004. Cell cycle de acúmulo dentro do meristema apical e do
and differentiation. Curr. Opin. Plant Biol. 7, estágio do ciclo de crescimento anual, lipí-
661-669. (Revisão) dios, amido, e taninos podem estar envolvi-
JENIK, P. D. e M. K. BARTON. 2005. Surge and des- dos em diferentes processos, por exemplo,
troy: the role of auxin in plant embryogenesis. energia e materiais estruturais liberados
Development 132, 3577-3585. (Revisão) pela síntese de lipídios na primavera con-
JIANG, K., T. BALLINGER, D. LI, S. ZHANG e L. tribuindo para o alongamento do caule e/ou
FELDMAN. 2006 . A role for mitochondria in the comunicação célula-a-célula.)
establishment and maintenance of the maize KAWAKATSU, T., J.-I. ITOH, K. MIYOSHI, N. KURA-
root quiescent center. Plant Physiol. 140, 1118- TA, N. ALVAREZ, B. VEIT e Y. NAGATO. 2006.
1125. (As mitocôndrias no centro quiescente PLASTOCHRON2 regulates leaf initiation and
[QC] da raiz de milho [Zea mays] mostra- maturation in rice. Plant Cell 18, 612-625. (Os
ram reduções marcantes nas atividades das autores propõem um modelo no qual o plas-
enzimas do ciclo do ácido tricarboxílico, e tocrono é determinado por sinais a partir
606 111 Anatomia das Plant as de Esau
de folhas imaturas que agem autonomamen- proach from genes to organisms. Can. J Bot. 83,
te de forma não celular no meristema api- 1207-1221. (Revisão)
cal caulinar para inibir a iniciação de novas LARKIN, J. C., M. L. BROvVN e J . SCHIEFELBEIN.
folhas.) 2003. How do cells know what they want to be
KEPINSKI, S. 2006. Integrating hormone signaling when they grow up? Lessons from epiderma! pat-
and patterning mechanisms in plant development. terning in Arabidopsis. Annu. Rev. Plant Biol.
Curr. Opin. PlantBiol. 9, 28-34. (Revisão) 54, 403-430. (Revisão)
KESKITALO, J., G. BERGQUIST, P. GARDESTROM LAZAR, G. e H. M. GOODMAN. 2006. 1'\tlAXl, a regu-
e S. JANSSON. 2005. A cellular timetable of lator of the flavonoid pathway, controls vegetati-
autumn senescence. Plant Physiol. 139, 1635- ve axillary bud outgrowth in Arabidopsis. Proc.
1648 . (Mudanças no pigmento, no teor de Natl. Acad. Sei. USA 103, 472-476. (Os resulta-
metabólitos e nutrientes, na fotossíntese e dos desse estudo levam os autores a especu-
na integridade da célula e organela foram lar que MAXJ poderia reprimir a protrusão
acompanhadas em folhas senescentes de da gema axilar via regulação da retenção da
uma árvore de álamo [Populus tremula] de auxina flavonoide-dependente na gema e no
rápido crescimento no outono.) caule subjacente.)
KIEFFER, M., Y. STERN, H. COOK, E. CLERICI, LEIVA-NETO, J. T., G. GRAFI, P. A. SABELLI, R. A.
e. MAULBETSCH, T. LAUX e B. DAVIES. 2006. DANTE, Y. WOO, S. MADDOCK, W. J. GORDON-
Analysis of the transcription factor \.VUSCHEL -KAMM e B. A. LARKINS. 2004. A dominant ne-
and its functional hmnologue in Antirrhinum gative mutant of cyclin-dependent kinase A re-
reveals a potential mechanism for their roles in duces endoreduplication but not cell size or gene
meristem 1naintenance. Plant Cell 18, 560-573. expression in 1naize endosperm. Plant Cell 16,
(Os resultados desse estudo sugerem que 1854-1869. (Um nível reduzido de endoredu-
WUS funciona pelo recrutamento de corre- plicação não afetou o tamanho da célula e
pressores transcripcionais para reprimir os teve pouco efeito no nível de expressão do
genes alvo que promovem a diferenciação, gene do endosperma.)
assegurando, assim, a manuntenção da cé- LJUNG, K., A. K. HULL, J. CELENZA, M. YAMADA,
lula do caule.) M. ESTELLE, J. NORMANLY e G. SANDBERG.
KONDOROSI, E . e A. KONDOROSI. 2004. Endoredu- 2005. Sites and regulation of auxin biosynthesis
plication and activation of the anaphase-promo- in Arabidopsis roots. Plant Cell 17, 1090 -1104.
ting complex during symbiotic cell development. (Uma fonte importante de auxina foi identi-
FEBS L ett. 567, 152-157. (A endoreduplicação ficada na região meristemática da extremi-
é uma parte integral da diferenciação da cé- dade da raiz primária e nas extremidades
lula simbiótica durante o desenvolvimento das raízes laterais que estão emergindo. Um
do nódulo fixador de nitrogênio.) modelo é apresentado de como a raiz prima-
KWAK, S.-H., R. SHEN e J. SCHIEFELBEIN. 2005. ria é suprida com auxina durante o desen-
Positional signaling mediated by a r eceptor-like volvimento inicial da plântula.)
kinase in Arabidopsis. Science 307, 1111-1113. LUMBA, S. e P. MCCOURT. 2005. Preventing leaf
KWIATKOWSKA, D. 2004. Structural integration identity theft with hormones. Curr. Opin. Plant
at the shoot apical meristem: mode ls, measure- Biol. 8, 501-505. (Revisão)
ments, and exper iments. Am. J Bot. 91, 1277- MATHUR, J . 2006. Local inter actions shape plant
1293. (Revisão dos aspectos mecânicos do cells. Curr Opin. Cell Biol. 18, 40-46. (Revi-
crescimento do meristema apical caulinar.) são)
KWIATKOWSKA, D. e J . DUMAIS. 2003. Growth MCSTEEN, P. e O. LEYSER. 2005. Shoot branching.
and mor phogenesis at the vegetative shoot apex Annu. Rev. Plant Biol. 56, 353-374. (Revisão)
of Anagallis arvensis L. J Exp. Bot. 54, 1585- MÜSSIG, C. 2005. Brassinosteroid-promoted gro-
1595. (A geometria e expansão da superfície wth. Plant Biol. 7, 110-117. (Revisão)
do ápice caulinar são analisadas com o uso NEMOTO, K., I. NAGANO, T. HOGETSU e N. MIYA-
de um método de réplica não destrutivo e MOTO. 2004. Dynamics of cortical microtubules
um algorítmo de reconstrução em 3-D.) in developing maize internodes. New Phytol.
LACROIX, C., B. JEUNE e D. BARABÉ. 2005. Enca- 162, 95-103. (A orientação dos microtúbulos
sement in plant morphology: an integrative ap- corticais nas células do meristema interca-
Adendo: out ras re ferências pertinentes não citadas no texto 111 607
lar, originado de células com microtúbulos por um efeito separado, de longo prazo, na
orientados ao acaso e que permaneceram taxa de divisão celular.)
não modificados por toda a proliferação das REINHARDT, D. 2005. Phyllotaxis - a new chapter
células internodais.) in an old tale about beauty and magic numbers.
PONCE, G., P. W. BARLOW, L. J. FELDMAN e G. I. Curr. Opin. Plant Biol. 8, 487-493. (Rev isão)
CASSAB. 2005. Auxin and et hylene interactions REINHARDT, D., E.-R. PESCE, P. STIEGER, T.
control mitotic activity of the quiescent centre, MANDEL, K. BALTENSPERGER, M. BENNETT,
root cap size, and pattern of cap cell differentia- J. TRAAS, J. FRIML e C. KUHLEMEIER 2003.
tion in maize. Plant Cell Environ. 28, 719-732. Regulation of phyllotaxis by polar auxin trans-
(O controle do tamanho, forma e estrutu- port. Nature 426, 255-260. (Os resultados
ra da coifa da raiz envolve interações entre desse estudo mostram que PINl e auxina
a coifa da raiz [RCJ e o centro quiescente desempenham um papel central na padrão
[QCJ. Resultados de experimentos com filotático em Arabidopsis. PINl, por outro
etileno e o inibidor de auxina polar, ácido lado, responde a informação do padrão filo-
1-N-naftilftalamico [NPAJ sugere que o QC tático, indicando que a filotaxia envolve um
garante uma distribuição interna ordenada mecanismo de feedback. Com base nesses
de auxina e, assim regula não somente os resultados e em outros dados experimen-
planos de crescimento e divisão tanto no tais, os autores propõem um modelo para a
próprio ápice da raiz quanto no meristema regulação de filotaxia em Arabidopsis.)
RC, mas também regula o destino da célu- RODRfQUEZ-RODRfGUEZ, J. F., S. SHISHKOVA, S.
la no RC. O etileno aparentemente regula NAPSUCIALYl\1ENDIVIL e J. G. DUBROVSKY.
o sistema de redistribuição de auxina que 2003. Apical meristem organization and lack of
reside no RC.) establishment of the quiescent center in Cacta-
RANGANATH, R. M. 2005. Asymmetric cell divi- ceae roots with determinate growth. Planta 217,
sions in flowering plants - one mother, "two- 849-857. (O estabelecimento de um centro
-many" daughters. Plant Biol. 7, 425-448. (Re- quiescente é necessário para a manutenção
visão) do meristema apical e do crescimento inde-
REDDY, G. V, M. G. HEISLER, D. W. EHRHARDT terminado da raiz.)
e E. M. MEYEROWITZ. 2004. Real-time linea- SAMPEDRO, J., R. D. CAREY e D. J. COSGROVE.
ge analysis reveals oriented cell divisions as- 2006. Genome histories clarify evolution of the
sociated with morphogenesis at the shoot apex expansin superfamily: new insight from the po-
of Arabidopsis thaliana. Development 131, plar genome and pine ESTs. J Plant Res. 119,
4225-4237. (Uma técnica de imagem ao vivo 11-21. (Revisão)
baseada em microscopia confocal tem sido SCHILMILLER, A. L. e G. A. HOWE . 2005. Systemic
utilizada para analisar o crescimento em signaling in the wound response. Curr. Opin.
tempo real por monitoramento das divisões Plant Biol. 8, 369-377. (Uma breve revisão no
das células individuais no meristema apical papel do ácido jasmônico e da sistemina na
caulinar [SAM) de Arabidopsis thaliana. resposta a ferimentos.)
As análises revelaram que a atividade de SHOSTAK, S. 2006. (Re)defining stem cells. BioEs-
divisão celular no SAM está sujeita a ati- says 28, 301-308. (O autor discute a confu-
vidade temporal e coordenada através de são que existe atualmente no uso do termo
camadas de células clonalmente distintas) célula-tronco.)
REDDY, G. V e E. M. MEYEROWITZ . 2005. Stem- STEFFENS, B. e M. SAUTER. 2005. Epiderma!
-cell homeostasis and growth dynamics can cell death in rice is regulated by ethylene, gib-
be uncoupled in the Arabidopsis shoot apex. berellin, and abscisic acid. Plant Physiol. 139,
Science 310, 663-667. (É mostrado que o gene 713-721. (A indução da morte celular progra-
CLAVATA3 [CLV3] restringe seu próprio mada [PCDJ de células epidérmicas que co-
domínio de expressão [a zona central, CZJ brem primórdios de raízes adventicias em
por prevenir a diferenciação da zona peri- arroz de várzea [Oryz a sativa] é induz ida
férica [PZJ, que circunda a CZ, dentro das por submersão. A indução de PCD é de-
células CZ e restringe de for1na geral o ta- pendente do sinal de etileno e é promovida
manho do meristema apical caulinar [SAM] posteriormente pela giberelina [GAJ, o eti-
608 111 Anatomia das Plantas de Esau
GRITSCH, C. S., G. KLEIST e R. J. MURPHY. 2004. que despolimerizou a maioria dos microtú-
Developmental changes in cell wall structure of bulos.)
phloem fibres of the bamboo Dendrocalamus BERGMANN, D. C. 2004. Integrating signals in sto-
asper. Ann. Bot. 94, 497-505. (A natureza mul- matal development. Curr. Opin. Plant Biol. 7,
tilaminada da estrutura da parede celular 26-32. (Revisão)
variou consideravelmente entre as células BÜCHSENSCHÜTZ, K., I. MARTEN, D. BECKER,
individuais e não estava especificamente K. PHILIPPAR, P. ACHE e R. HEDRICH. 2005.
relacionada à espessura da parede celular.) Differential expression of K+ channels between
MALIK, A. I., T. D. COLMER, H. LAMBERS e M. guard cells and subsidiary cells within the maize
SCHORTEMEYER. 2003. Aerenchyma forma- stomatal complex. Planta 222, 968-976. (A in-
tion and radial 02 loss along adventitious roots teração entre as células subsidiárias e as
of wheat with only the apical root portion expo- células-guarda é baseada na sobreposição,
sed to 02 deficiency. Plant Cell Env iron. 26, bem como na expressão diferencial, de ca-
1713-1722. (O aerênquima formado quando nais de K+ nos dois tipos de células do com-
somente parte do sistema radicular estava plexo estomático do milho.)
exposto à deficiência de 0 2 foi mostrado ser DRISCOLL, S. P., A. PRINS, E. OLMOS, K. J. KU-
functional na condução de 0 2 .) NERT e C. H. FOYER. 2006. Specification of ada-
PURNOBASUKI, H. e M. SUZUKI. 2005. Aerenchy- xial and abaxial stomata, epiderma! structure
ma tissue development and gas-pathway structu- and photosynthesis to CO2 enrichment in maize
re in root of Av icennia marina (Forsk.) Vierh. leaves. J. Exp. Bot. 57, 381-390. (Os resultados
J Plant Res. 118, 285-294. (O desenvolvimen- deste estudo indicam que folhas de milho
to do aerênquima foi devido à formação de ajustam a suas densidades estomáticas por
espaços intercelulares esquizógenos. A se- meio de mudanças no número de células da
paração celular ocorreu entre as colunas epiderme mais do que nos números de estô-
das células longitudinais resultando na for- matos.)
mação de espaços intercelulares longos ao FAN, L.-M., Z.-X. ZHAO e S. M. ASSMANN. 2004.
longo do eixo da raiz. Esses espaços inter- Guard cells: a dynamic signaling model. Curr.
celulares longos estavam interconectados Opin. Plant Biol. 7, 537-546. (Revisão)
por poros ou canais pequenos abundantes, GALATIS, B. e P. APOSTOLAKOS. 2004. The role of
de origem esquizógena.) the cytoskeleton in the morphogenesis and func-
SEAGO, J . L., JR., L. C. MARSH, K. J. STEVENS, tion of stomatal complexes. New Phytol. 161,
A. SOUKUP, O. VOTRUBOVÁ e D. E. ENSTONE. 613-639. (Revisão)
2005. A re-examination of th e root cortex in we- GAO, X.-Q., C.-G. LI, P.-C. WEI, X.-Y. ZHANG, J.
tland flowering plants with respect to aerenchy- CHEN e X.-C. WANG. 2005. The dynamic chan-
ma. Ann. Bot. 96, 565 -579. (Revisão) ges of tonoplasts in guard cells are important for
TOMLINSON, P. B. e J. B. FISHER. 2005. Develop- stomatal movement in Vicia faba. Plant Phy-
ment of nonlignified fibers in leaves of Gnetum siol. 139, 1207-1216.
gnemon (Gnetales). Am. J. Bot. 92, 383-389. (As HERNANDEZ, M. L., H. J. PASSAS e L. G. SMITH.
fibras de paredes espessadas não lignifica- 1999. Clonal analysis of epidermal patterning du-
das nas folhas de Gnetum gnemon podem ter ring maize leaf development. Dev. Biol. 216, 646-
uma função hidráulica além da mecânica.) 658. (Resultados de clones analisados mos-
tram claramente que a linhagem não conta
para o padrão linear de estômatos e células
CAPÍTULO 9 buliformes, implicando que a informação da
ASSMANN, S. 1\1. e T. 1. BASKIN. 1998. The function posição deve direcionar os padrões de dife-
of guard cells does not require an intact array of renciação desses tipos de células em milho.)
cortical microtubules. J. Exp . Bot. 49, 163-170. HOLROYD, G. H., A. M. HETHERINGTON e J. E.
(As células-guarda mediaram a abertura es- GRAY. 2002 . A role for the cuticular waxes in the
tomática em resposta à luz ou fusicoccina, environmental control of stomatal development.
e mediaram o fechamento estomático em New Phytol. 153, 433-439. (Revisão)
resposta a escuridão e cálcio, independen- ICPN WORKING GROUP: M. MADELLA, A. ALE-
temente da presença de 1 mM de colchicina XANDRE e T. BALL. 2005. International code for
61 O 111 Anatomia das Plantas de Esau
phytolith nomenclature LO. Ann. Bot. 96, 253- the cytoskeleton-plasma membr ane-cell wall
260. (Esse artigo propõe um protocolo fácil continuum in root hair tips. J Exp. Bot. 48,
de seguir e internacionalmente aceito para 1881-1896. (Revisão)
descrever e nomear fitolitos.) MIYAZAWA, S.-I., N. J. LIVINGSTON e D. H. TUR-
KOl\1/AI, H., K. NAKAMINAMI, M. SEO, W. MIT- PIN. 2006. Stomatal development in new leaves
SUHASHI, T. TOYOMASU e T. KOSHIBA. 2004. is related to t he stomatal conductance of ma-
Tissue-specific localization of an abscisic acid tur e Ieaves in poplar (Populus trichocarpa
biosynthetic enzyme, AAO3, in Arabidopsis. x P. deltoides). J Exp. Bot. 57, 373-380. (Os
Plant Physiol. 134, 1697-1707. (Os resultados resultados desse estudo sugerem que o de-
indicam que o ABA sintetizado no sistema senvolvimento da célula da epiderme e o de-
vascular é transportado para vários tecidos senvolvimento do estômato são regulados
e células alvo. As células-guarda são capa- por diferentes mecanismos fisiológicos. A
zes de s intetizar o ABA.) condutância estomatal das folhas maduras
KOUWENBERG, L. L. R., W. M. KÜRSCHNER e aparentemente tem um efeito regulador no
H. VISSCHER. 2004. Changes in stomatal fre- desenvolvimento dos estômatos de folhas
quency and size during elongation of Tsuga he- em expansão.)
terophylla needles. Ann. Bot. 94, 561-569. (O MOTOMURA, H., T. FUJII e M. SUZUKI. 2004. Sílica
estômato aparece primeiro na região apical deposition in r elation to ageing of leaf tissues in
da acícula e, então, se espalha basipeta- Sasa veitchii (Carriêre) Rehder (Poaceae: Bam-
mente. Embora o número de fileiras estomá- busoideae) . Ann. Bot. 93, 235-248. (Duas hipó-
ticas não mude durante o desenvolvimento teses sobre a deposição de sílica foram tes-
da acícula, a densidade estomática decresce tadas: a primeira, que a deposição de sílica
não linearmente com o aumento da área da ocorre passivamente como um resultado da
acícula, até cerca de 50 % da área final da absorção de água pelas plantas, e a segun -
acícula. A formação dos estômatos e das cé- da, que a deposição de sílica é controlada
lulas epidérmicas continua até a completa pelas plantas. Os resultados indicam que o
maturação da acícula.) processo de deposição diferiu dependendo
LAHAV, M., M. ABU-ABIED, E. BELAUSOV, A. do tipo de célula.)
SCHWARTZ e E. SADOT. 2004. Microtubules of NADEAU, J. A. e F. D. SACK. 2003. Stomatal develo-
guard cells a re light sensitive. Plant Cell Phy- pment: cross talk puts mouths in place. Trends
siol. 45, 573-582. (Os microtúbulos [MTs] Plant Sei. 8, 294-299. (Revisão)
nas células-guarda de folhas de Commelina PEI, Z.-M. e K. KUCHITSU. 2005 . Early ABA signa-
communis incubadas na presença de luz fo- ling events in guard cells. J Plant Growth Re-
ram organizados em feixes paralelos retos e gul. 24, 296-307. ( Revisão)
densos; no escuro eles ficaram menos retos PIGHIN, J. A., H. ZHENG, L. J. BALAKSHIN, 1. P.
e estavam orientados ao acaso próximo aos GOODMAN, T. L. WESTERN, R. JETTER, L.
poros do estômato. Similarmente, em Ara- KUNST e A. L. SAMUELS. 2004. Plant c uticular
bidopsis, os MTs das células-guarda esta- lipid export requires an ABC t ransporter. Scien-
vam organizados em arranjos paralelos na ce 306, 702-704. (O transportador ABC CER5
luz, mas desorganizados no escuro.) localizado na me1nbrana plasmática de célu-
LUCAS, J. R., J. A. NADEAU e F. D. SACK. 2006. Mi- las da epiderme de Arabidopsis está rela-
crotubule arrays and Arabidopsis stomatal deve- cionado à saída de cera para a cutícula.)
lopment. J Exp. Bot. 57, 71-79. (Durante o de- RICHARDSON, A., R. FRANKE, G. KERSTIENS,
senvolvimento do estômato em Arabidopsis M. JARVIS, L. SCHREIBER e W. FRICKE. 2005.
as bandas pré-profase dos microtúbulos es- Cuticular wax deposition in growing barley (Hor-
tão corretamente localizadas longe do estô- deum vulgare) leaves commences in relation to
mato e dos dois tipos de células precursoras, the point of emergence of epiderma! cells from
indicando que todos os três tipos de células the sheaths of older leaves. Planta 222, 472-
participam de um caminho de sinalização in- 483. (Os resultados indicam que as camadas
tercelular que orienta o local da divisão.) cuticulares são depositadas ao longo da fo-
MILLER, D. D., N. C. A. DE RUIJTER e A. M. C. lha de cevada em crescimento, independen-
EMONS. 1997. From signal to form: aspects of temente da idade da célula ou do estágio de
Adendo : outras referências pertinentes não citadas no texto 111 611
desenvolvimento. Além disso , a referência por folha permaneceu constante. Além dis-
aponta para a deposição de cera que parece so, concentrações da maioria dos flavonoi-
ser o ponto de emergência das células para des da superfície da folha individual corre-
a atmosfera.) lacionou-se positivamente com a densidade
SCHREIBER, L. 2005. Polar paths of diffusion do tricoma glandular dentro da e spécie .
across plant cuticles: new evidence for an old hy- Aparentemente , o papel funcional dos tri-
pothesis. Ann. Bot. 95, 1069-1073. () (Coletâ- comas é provavelmente mais importante
nea botânica) nos estágios iniciais do desenvolvimento da
SERNA, L. 2005. Epiderma! cell patterning and di- folha de betula.)
fferentiation throughout the apical-basal axis of VAN BRUAENE, N., G. JOSS e P. VAN OOSTVELDT.
the seedling. J Ex p. Bot. 56, 1983-1989. (Revi- 2004. Reorganization and in vivo dynam ics ofmi-
são) crotubules during Arabidopsis root hair deve-
SERNA, L., J. TORRES -CONTRERAS e e. FENOLL. lopment. Plant Physiol. 136, 3905-3919. (Esse
2002. Specification of stomatal fate in Arabi- estudo fornece novas ideias a respeito dos
dopsis: evidences for cellular interactions. New mecanismos de [re]organização dos micro-
Phytol. 153, 399-404. (Revisão) túbulos [MT] durante o desenvolvimento
SHI, Y.-H., S.-W. ZHU, X.-Z. MAO, J.-X. FENG, Y.-M. do pelo radicular em Arabidops i s thalia-
QIN, L. ZHANG, J. CHENG, L.-P. WEI, Z.-Y. WANG na. Os dados mos tram como os MTs s e reo-
e Y.-X. ZHU. 2006. Transcriptome prof11ing, mole- rientam após contato aparente com outros
cular biological, and physiological studies reveal MTs e dão suporte a um modelo para o ali-
a major role for ethylene in cotton fiber cell elon- nhamento de MT baseado em reorientação
gation. Plant Cell 18, 651-664. (Os resultados repetida da dinâmica de crescimento dos
deste estudo indicam que o etileno desem- MT.)
penha um papel importante na promoção WU, Y., A. C. MACHADO, R. G. WHITE, D. J.
do alongamento da fibra do algodão, e que LLEWELLYN e E. S. DENNIS. 2006. Expression
o etileno pode promover o alongamento da profiling identifies genes expressed early during
célula pelo aumento da expressão de sinta- lint fibre initiation in cotton. Plant Cell Phy-
se sacarose, tubulina e genes de expansão.) siol. 47, 107-127. Tanto o fator de transcri-
SHPAK, E. D., J. M. 11CABEE, L. J . PILLITTERI e K. ção GhMyb25 quanto o gene homeodomínio
U. TORII. 2005. Stomatal patterning and diffe- foram predominantemente específicos do
rentiation by synergistic interactions of receptor óvulo e foram regulados positivamente no
kinases. Science 309, 290-293. (Os resultados dia da antese em iniciais de fibras relativas
desse estudo sugerem que família ERECTA às celulas epidérmicas do óvulo não fibro -
[ER] rica em leucina repetem quinases tipo sas adjacentes. Medidas do te or de DNA in-
receptor [LRR-RLKs] e juntas agem como dicam que as iniciais das fibras sofrem en-
reguladores negativos do des envolvimento doreduplicação de DNA.)
estomático em Arabidops is.). YANG, H.-M., J.-H. ZHANG e X.-Y. ZHANG. 2005. Re-
TANAKA, Y., T. SANO, M. TAMAOKI , N. NAKAJI- gulation mechanisms of stomatal oscillation. J
MA, N. KONDO e S. HASEZA\.VA. 2005. Ethylene Integr. Plant Biol. 47, 1159-1172. (Revisão)
inhibits abscisic acidinduced stomatal closure
in Arabidopsis. Plant Physiol. 138, 2337-2343.
(Os resultados indicam que o etileno atras a CAPÍTULOS 10 E 11
o fechamento do estômato, inibindo o cami- BUCCI, S. J., F. G. SCHOLZ, G. GOLDSTEIN, F. C.
nho sinalizador do ABA.) MEINZER e L. DAS. L. STERNBERG . 2003. Dy-
VALKAMA, E., J.-P. SALMINEN, J. KORICHEVA e K. namic changes in hydraulic conductivity in pe-
PIHLAJA. 2004. Changes in Ieaf trichomes and tioles of two savanna tree species : factors and
epicuticula r flavonoids during leaf development mechanisms contributing to the refilling of em-
in three birch taxa. Ann. Bot. 94, 233-242. bolized vessels. Plant Cell Environ. 26, 1633-
(As densidades dos tricomas, tanto glandula- 1645. (Esse es tudo apresenta evidência que
res quanto não glandulares, decresceram a formação e reparo do embolismo são dois
marcantemente com a expansão da folha, fenômenos distintos controlados por dife-
enquanto que o número total de tricomas rentes variáveis, o grau de embolismo sendo
612 111 Anatomia das Plant as de Esau
tion to the light environment in species with quase simultaneamente ao longo do eixo do
differing mechanisms of phloem loading. Proc. caule.)
Natl. Acad. Sei. USA 102, 12968-12973. (A habi- FRANCESCHI, V. R., P. KROKENE, E. CHRISTIAN-
lidade de regular a fotossíntese em respos- SEN e T. KREKLING. 2005. Anatomical and che-
ta ao ambiente a luz [crescimento sob luz mical defenses of conifer bark against bark bee-
baixa ou alta ou quando transferido de luz tles and other pests. New Phytol. 167, 353-376.
baixa para alta) foi comparado entre carre- (Revisão)
gadores apoplásticos [ervilha e espinafre) FRANCESCHI, V. R., P. KROKENE, T. KREKLING
e carregadores simplásticos [abóbora e Ver- e E. CHRISTIANSEN. 2000. Phloem parenchyma
bascum phoeniceum]). cells are involved in local and distant defense
AYRE, B. G., F. KELLER e R. TURGEON. 2003. responses to fungai inoculation or bark-beetle
Symplastic continuity between companion cells attack in Norway spruce (Pinaceae) . Am. J. Bot.
and the translocation stream: long-distance 87, 314-316.
transport is controlled by retention and retrieval GARNIER, M., S. JAGOUEIX-EVEILLARD e X.
mechanisms in the phloem. Plant Physiol. 131, FOISSAC. 2003. Walled bacteria inhabiting the
1518-1528. (É proposto um modelo no qual phloem sieve tubes. Recent Res. Dev. Microbial.
o transporte de oligossacarídeos é uma es- 7, 209-223. (Malicutes [espiroplasmas e fito-
tratégia adaptativa para melhorar a reten- plasmas) , nos quais falta a parede celular,
ção de fotoassimilado, e, assim, a eficiência são as bactérias mais comuns que habitam
de translocação, no floema.) os elementos de tubo crivado. Bactérias
BARLOW, P. 2005. Patterned cell determination in com parede também habitam elementos de
a plant tissue : the secondary phloem of trees. tubo crivado. Elas pertencem a diferentes
BioEssays 27, 533-541. (Supõe-se que em con- subclasses da subdivisão Proteobacteria.
junto com os valores posicionais conferidos Este artigo apresenta uma visao global das
pela distribuição gradual radial de auxina, Proteobacterias restritas ao floema.)
divisões celulares em posicões particula- GOULD, N., M. R. THORPE, O. KOROLEVA e P. E.
res dentro do câmbio são suficientes para H. f\1INCHIN. 2005. Phloem hydrostatic pressure
determinar não somente cada um dos tipos relates to solute loading rate : a direct test of the
de células do floema , mas também o seu pa- Münch hypothesis. Funct. Plant Biol. 32, 1019-
drão de diferenciação recorrente dentro de 1026. (O papel da absorção de solutos em
cada fileira radial.) criar uma pressão hidrostática associada
BOVÉ, J. M. e M. GARNIER. 2003. Phloem- and xy- com o fluxo do floema foi testado em folhas
lem-restricted plant pathogenic bacteria. Plant adultas de cevada e "sow thistle".)
Sei. 164, 423-438. (Revisão) HANCOCK, R. D., D. MCRAE, S. HAUPT e R. VIOLA.
CARLSBECKER, A. e Y. HELARIUTTA. 2005 . Phlo- 2003. Synthesis ofL-ascorbic acid in the phloem.
em and xylem specification: pieces of the puzzle BMC Plant Biol. 3 (7) (13 pp.]. (A síntese ativa
emerge . Curr. Opin. Plant Biol. 8, 512-517. (Re- de ácido L-ascórbico foi detectada nos exu-
visão) datos vasculares ricos do floema em frutos
DUNISCH, O. , M. SCHULTE e K. KRUSE. 2003. Cam- de Cucurbita pepo e demonstrada em feixes
bial growth of Swietenia macrophylla King do floema isolados de Apium graveolens.)
studied under controlled conditions by high re- HôLTTÀ, T., T. VESALA, S. SEVANTO, M.
solution laser measurements. Holzforschung 57, PERÀMÀKI e E. NIKINMAA. 2006. Modeling xy-
196-206. (A expansão radial da célula após lem and phloem water flows in trees according
a dormência cambial ocorreu primeiro nos to cohesion theory and Münch hypothesis. Trees
elementos de tubo crivado em contato com 20, 67-78. (Fluxos de água e solutos no siste-
as células do parênquima radial; do lado do ma acoplado de xilema e floema foram mo-
xilema, a expansão radial dos vasos e do pa- delados juntos, com previsões para mudan-
rênquima paratraqueal foi induzido quase ças no diâmetro do xilema e de todo o caule.
simultaneamente ao longo da circunferên- Com o modelo, os autores foram capazes de
cia do caule. A expansão celular radial das produzir circulação de água entre o xilema
derivadas do floema e do xilema, formadas e o floema como apresentado pela hipótese
logo após a reativação cambial, foi induzida de Münch.)
Adendo: out ras re ferências pertinentes não citadas no texto 111 617
HSU, Y.-S., S.-J. CHEN, C.-M. LEE e L.-1 . KUO- temina, o primeiro sinal da linha de defesa
-HUANG. 2005. Anatomical characteristics of em resposta a herbivoria e ataques de pa-
t he secondary phloem in branches of Zelkova tógenos.)
serrata Makino. Bot. Bull. Acad. Sin. 46, 143- THOMPSON, M. V. 2006. Phloem : the long and the
149. (Nenhuma diferença óbvia na espes- short ofit. Trends Plant Sei. 11, 26 -32. (O autor
sura ocorreu entre o floema secundário do apresenta três metáforas para o transporte
lado de cima [floema de reação] e do lado de no floema pretendendo ajudar a construir
baixo [floema oposto] de ramos inclinados. uma ferramenta teórica acurada do com-
Fibras gelatinosas, que ocorreram tanto no portamento temporal, a longa distancia do
floema de reação quanto no floema oposto, floema - uma ferramenta que não depende
foram formadas mais cedo e ocuparam uma do turgor diferencial como uma variável im-
área maior no lado de cima. Adicionalmen- portante de controle. Notando que a regula-
te, os elementos crivados no lado de cima ção molecular de troca de soluto no floema
foram mais longos e mais largos do que os fará sentido somente na luz de seu compor-
do lado de baixo.) tamento a longa distância dependente da
LANGHANS, M., R. RATAJCZAK, M. LÜTZELS- anatomia, o autor enfatiza a necessidade
CHWAB, W. MICHALKE, R. WÃCHTER, E. FIS- de um novo compromisso significativo para
CHER-SCHLIEBS e C. I. ULLRJCH. 2001. Immu- o estudo da anatomia quantitativa do floe-
nolocalization of plasma-membrane H+ -ATPase ma.)
and tonoplast-type pyrophosphatase in the plas- TURGEON, R. 2006. Phloem loading: how leaves
ma membrane of the sieve element-companion gain their independence. BioScience 56, 15-24.
cell complex in the stem of Ricinus communis (Revisão)
L. Planta 213, 11-19. (A membrana plasmáti- VAN BEL, A. J. E . 2003. The phloem, a miracle of
ca [PM] H+ -ATPase e a pirofosfatase [PPa- ingenuity. Plant Cell Environ. 26, 125-149. (Re-
se] tipo tonoplasto foram imunolocalizados visão)
por epifluorescência e pela microscopia de VOITSEKHOVSKAJA, O. V., O. A. KOROLEVA, D.
varredura a laser confocal [ CLSM] sob mar- R. BATASHEV, C. KNOP, A. D. TOMOS, Y. V.
cação simples ou dupla com anticorpos mo- GAivIALEI, H.-\1/. HELDT e G. LOHAUS. 2006.
noclonais e policlonais específicos. A ava- Phloem loading in two Scrophulariaceae spe-
liação quantitativa por fluorescência CLSM cies . What can drive symplastic flow via plas-
revelou ambas bombas simultaneamente no modesmata? Plant Physiol. 140, 383-395. (lt
elemento crivado PM.) is concluded that in both Alonsoa meridio-
LOUGH, T. J . e W. J. LUCAS. 2006. Integrative plant nalis and Asarina barclaiana apoplastic
biology: role ofphloem long-distance macromole- phloem loading is an indispensable mecha-
cular trafficking. Annu. Rev. Plant Biol. 57. On nism and that symplastic entrance of so-
line. (Revisão) lutes into the phloem may occur by mass
MACHADO, S. R., C. R. MARCATT, B. LANGE DE flow.) (Concluiu-se que tanto em Alonsoa
MORRETES e V. ANGYALOSSY. 2005. Compa- meridionalis quanto em Asarina barclaia-
rative bark anatomy of r oot and stem in Styrax na o carregamento apoplástico do floema é
camporum (Styracaceae) IAWA J. 26, 477-487. um mecanismo indispensável e que a entra-
MINCHIN, P. E. H. e A. LACOTNTE. 2005. New un- da simplástica de solutos no floema pode
derstanding on phloem physiology and possible ocorrer por fluxo de massa.)
consequences for modeling long-distance carbon VON ARX, G. e H. DIETZ. 2006. Growth rings in
t ransport. New Phytol. 166, 771-779. (Revisão) the r oots of temperate forbs are robust annual
NARVÁEZ-VASQUEZ, J. e C. A. RYAN. 2004. The markers. Plant Biol. 8, 224-233. (Os anéis de
cellular localization of prosystemin : a functional crescimento no xilema secundário das raí-
role for phloem parenchyma in systemic wound zes de herbáceas temperadas do norte repre-
signaling. Planta 218, 360 -369. (As células do sentam incrementos de crescimento anuais
parênquima do floema nas lâminas foliares, robustos. Assim, eles podem ser usados de
pecíolos, e caules de Lycopersicon esculen- forma confiável em estudos cronológicos de
tum [Solanum lycopersicum] são os locais herbáceas de questões relacionadas a idade
para a síntese e processamento de prosis- e crescimento em ecologia vegetal).
618 111 Anatomia das Plant as de Esau
WALZ, C., P. GIAVALISCO, M. SCHAD, M. JUEN- narina alcaloide relacionadas são restritas
GER, J. KLOSE e J. KEHR. 2004. Proteomics à região parietal dos elementos crivados
of cucurbit phloem exudate reveals a network adjacentes ou proximais aos laticíferos.)
of defence proteins. Phytochemistry 65, 1795- CARTER, C., S. SHAFIR, L. YEHONATAN, R. G.
1804. (Foram identificadas 45 proteínas di- PALMER e R. THORNBURG. 2006. A novel role
ferentes de exudatos de floema de Cucumis fo r proline in plant floral nectars. Naturwis-
sativus e Cucurbita maxima; a maioria de- senschaften 93, 72-79. (O néctar do tabaco
las foram relacionadas a reações de estres- ornamental e dois insetos que polinizaram
se e defesa.) espécies perenes selvagens de soja contêm
WU, H. e X.-F. ZHENG. 2003. Ultrastructural studies altos níveis de prolina. Pelo fato de os in-
on the sieve elements in root protophloem ofAra- setos, tais como abelhas melíferas, prefe-
bidopsis thaliana. Acta Bot. Sin. 45, 322-330. rirem néctar rico em prolina, os autores
ZHANG, L.-Y., Y.-B. PENG, S. PELLESCHI-TRAVIER, hipotetizam que algumas plantas oferecem
Y. FAN, Y.-F. LU, Y.-M. LU, X.-P. GAO, Y.-Y. SHEN, tal néctar como mecanismo para atrair os
S. DELROT e D.-P. ZHANG. 2004. Evidence for polinizadores visitantes.)
apoplasmic phloem unloading in developing ap- CHEN, C.-C. e Y.-R. CHEN. 2005. Study on laminar
ple fruit . Plant Physiol. 135, 574-586. (Dados hydathodes of Ficus formosana (Moraceae). I.
estruturais e experimentais indicam cla- Morphology and ultrastructure. Bot. Bull. Acad.
ramente que o descarregamento do floema Sin. 46, 205-215. (Os hidatódios laminares de
nos frutos de maçã seja apoplástico e for- F. formosana estão distribuídos em duas
nece informação tanto nas características séries lineares, um de cada entre a margem
estruturais quanto moleculares envolvidas
e nervura mediana, na superfície adaxial.
no processo.)
Eles estão localizados em malhas de nervu-
ras com várias terminações, e consistem em
CAPÍTULO 15 epitema, traqueídes, uma camada de reves-
LANGENFELD-HEYSER, R. 1997. Physiological timento delimitadora, e poros de água [cé-
functions of lenticels. ln: Trees - Contributions lulas-guarda permanentemente abertas].
to Modern Tree Physiology, p. 43-56. H. Ren- Foram observadas numerosas invagina-
nenberg, W. Eschrich e H. Ziegler, eds. Backhuys ções da membrana plasmática nas células
Publishers, Leiden, The Netherlands. do epitema, indicativo de endocitose.)
MANCUSO, S. e A. M. 11ARRAS. 2003. Different pa- DAVIES, K. L., M. STPICZY SKA e A. GREGG. 2005.
t hways of t he oxygen supply in t he sapwood of Nectarsecreting flor al stomata in Maxillaria an-
young Olea europaea trees. Planta 216, 1028- ceps Ames & C. Schweinf. (Orchidaceae). Ann.
1033. (Em horário diurno, quase todo o oxi- Bot. 96, 217-227. (O néctar aparece como
gênio presente no alburno foi trazido pelo gotículas que são exudadas pelos estôma-
fluxo da transpiração, não pelo transporte tos modificados nos quais as aberturas se
gasoso via lenticelas.) tornam quase completamente cobertas por
WAISEL, Y. 1995. Developmental and functional as- uma camada de cutícula.)
pects of the periderm. In: The Cambial Deriva- DE LA BARRERA, E. e P. S. NOBEL. 2004. Nectar:
tives, p . 293-315, M. lqbal, ed . Gebr üder Borntra- properties, floral aspects, and speculations on
eger, Berlin. origin. Trends Plant Sei. 9, 65-69.
EL MOUSSAOUI, A., M. NIJS, C. PAUL, R. WIN-
CAPÍTULOS 16 E 17 TJENS, J. VINCENTELLI, M. AZARKAN e Y.
BIRD, D. A., V. R. FRANCESCHI e P. J. FACCHINI. LOOZE. 2001. Revisiting the enzymes stored in
2003. A tale of three cell types : alkaloid biosyn- the laticifers of Carica papaya in the context
thesis is localized to sieve elements in opium of their possible participation in the plant defen-
poppy. Plant Cell 15, 2626-2635. (A marcação ce mechanism. Cell. Mol. Life Sei. 58, 556-570.
imunofluorescente, usando anticorpos pu- (Revisão. Vesículas do Golgi podem contri-
rificados, mostrou que três enzimas chave, buir para um processo granulócrino.)
uma das quais é a redutase codeinona, en- FEILD, T. S., T. L. SAGE, C. CZERNIAK e W. J . D.
volvida na biossíntese de morfina e sangui- ILES . 2005. Hydathodal leaf teeth of Chloran-
Adendo: out ras re ferências pertinentes não citadas no texto 111 619
adaxial Posicionado em direção ao eixo. É o opos- analogia Termo relativo a estruturas com mesma
to de abaxial. Em relação à folha, relativo à super- função, mas de origem filogenética distinta.
fície superior ou "ventral". anastomose Termo relativo a células ou cordões
adventício Relativo a uma estrutura que surge de células que são interconectados entre si como,
em um local diferente do usual, como as raízes que por exemplo, nas nervuras das folhas.
se originan1. a partir de caules ou folhas, em vez anatomia Estudo das estruturas internas de um
de originarem-se a partir de outras raízes, gemas organismo; morfologia é o estudo das estruturas
que se desenvolvem em folhas ou raízes em vez de externas.
desenvolverem-se na axila das folhas nos ramos.
ane l de cre scimento Camada de crescimento do
aerênquima Tecido parenquimático que contém xilema ou floema secundário, como visto e1n sec-
espaços intercelulares particularmente grandes, ção transversal de caule ou raiz; pode ser uma ca-
de origem esquizógena, lisígena ou rexígena. mada (ou anel) anual ou umafalsa camada (ou
alburno Parte externa do lenho caulinar ou radi- anel).
cular que contén1 células vivas e reservas; pode ou angios perma Grupo de plantas cujas sementes
não atuar na condução de água. Geralmente tem estão inseridas dentro de um ovário maduro (fru-
coloração mais clara que o cerne. to).
622 11 1 Anatomia das Plantas de Esau
câmbio não estratificado Câmbio no qual as ini- canal de resina traumático Um canal de resina
ciais fusiformes e radiais não estão arranjadas em que se desenvolve em resposta a injúria.
fileiras horizontais quando visto em superfície tan- canal secretor Refere-se comumente a un1 canal
gencial. esquizógeno e contén1 uma secreção derivada das
624 111 Anatomia das Plantas de Esau
células (células epiteliais) que revestem o canal. célula companheira Célula de parênquima espe-
Ver epitélio. cializada, associada a um elemento de tubo crivado
cariocinese Divisão de um núcleo, distinta da di- no floema de angiospermas, que surge a partir da
visão da célula, ou citocinese. Também denomina- mesma célula-mãe que o elemento de tubo crivado.
da mitose. célula crivada Tipo de elemento crivado que pos-
casca Termo não técnico aplicado a todos os te- sui áreas crivadas relativamente indiferenciadas
cidos externos ao câmbio vascular ou xilema; em (com poros estreitos), com estrutura bem unifor-
árvores mais velhas, pode ser dividido em casca me em todas as paredes; isto é, não há placas criva-
externa morta e casca interna viva, que consiste das; encontrado no floema de gimnospermas.
do floema secundário. Ver também ritidoma. célula de contato Célula de parênquima paratra-
casca em ane l Tipo de ritidoma que resulta da queal ou radial em contato direto com os vasos ou
formação de peridermes sucessivas, aproximada- fisiologica1nente associada a estes. E1nbora consi-
mente concêntricas ao redor do eixo. deradas análogas às células companheiras no fio-
ema por alguns autores, as células de contato não
casca em escama Tipo de ritidoma em que as apresentam a mesma origem nem a mesma função
peridermes subsequentes se desenvolvem como das células companheiras.
estratos restritos que se sobrepõem, cada um rom-
pendo para o exterior uma massa de tecido em for- célula de mirosina Célula que contém mirosina-
ma de escama. ses, que são enzimas que hidrolisam glicosinolatos.
Ocorre principalmente em Brassicaceae.
casca externa Em árvores velhas, a parte morta
da casca; a periderme mais interna e todos os teci- célula de mucilagem Célula que contém muci-
dos externos a esta; também denominada ritido- lagem ou gomas ou carboidrato similar, caracte-
ma. Ver também casca. rizado pelas propriedades de intumescimento em
água.
casca interna Em árvores velhas, a parte viva da
casca; a casca interna à periderme mais interna. célula de raio procumbente Nos tecidos vascu-
Ver também casca. lares secundários; célula de raio que possui o seu
maior eixo na direção radial.
cavidade secretora Refere-se comumente a um
espaço lisígeno e contém secreção derivada das cé- célula de raio quadrada No sistema vascular
lulas que se romperam na formação da cavidade. secundário, célula de raio aproximadamente qua-
drada quando vista e1n secção radial. (Considerada
célula Unidade estrutural e fisiológica de um or- do 1nesmo tipo morfológico que a célula ereta de
ganismo vivo. A célula vegetal consiste de proto- raio.)
plasto e parede celular; células mortas consistem
somente de parede celular, ou parede celular e al- célula de sílica Célula preenchida com sílica,
gumas inclusões inorgânicas. como na epiderme das gramíneas.
célula acessória Ver célula subsidiária. célula de Strasburger No floe1na das gimnos-
permas; algumas células parenquimáticas radiais
célula albuminosa Ver célula de Strasburger. e axiais especial e funcionalmente associadas
célula apical Célula solitária que ocupa a posição com as células crivadas, semelhantes às células
distal em um meristema apical da raiz ou do ramo, companheiras das angiospermas, mas que não se
usualmente interpretada como sendo a célula ini- originam das mesmas células precursoras que as
cial no meriste1na apical; típica de plantas vascula- células crivadas. Também denominadas células
res sem sementes. albuminosas.
célula buliforme Uma célula epidérmica volumo- célula de transferência Célula parenquimática
sa presente, com outras células similares, em filei- co1n projeções (ou invaginações) que aun1entam
ras longitudinais em folhas de gramíneas. Também a superfície da membrana plasmática. Parece ser
chamadas células motoras, em virtude de sua pos- especializada para transferência de solutos a curta
sível participação no mecanismo de enrolamento e distância. Células sen1 projeções da parede podem
desenrolamento de folhas. também ter a função das células de transferência.
Glossário 111 625
célula do súber Célula do felema derivada do fe- célula motora Ver célula buliforme.
logênio, morta na maturidade, com paredes sube- célula parenquimática Geralmente uma célula
rizadas; tem função protetora porque suas paredes não distintamente especializada com um proto-
são altamente impermeáveis à água. plasto nucleado envolvida em uma ou mais das vá-
célula ereta de raio Nos tecidos vasculares se- rias funções fisiológicas e biomecânicas da planta.
cundários, célula de raio orientada com a sua maior Varia em tamanho, forma e estrutura ela parede.
dimensão axialmente (verticalmente no eixo) . célula parenquimática esclerificada Uma cé-
célula esclerenquimática Célula de tamanho e lula parenquimática que se torna uma esclereíde
forma variáveis, que possui uma parede secundá- pela deposição de parede secundária espessa.
ria mais ou menos espessa, geralmente lignificada. célula pétrea Ver braquiesclereíde.
Pertence a uma categoria de células de sustentação
e pode, ou não, possuir protoplasto na maturidade. célula precursora Uma célula que origina outras
por divisão.
célula fe loidal Célula do felema (súbe1) distinta
das demais por não possuir suberina em suas pare- célula secretora Uma célula viva especializada
des. Pode ser uma esclereíde. na secreção ou excreção de uma ou mais substân-
cias, frequentemente, orgânicas.
célula fotossintética Uma célula com cloroplas-
tos envolvida na fotossíntese. célula subsidiária Uma célula epidérmica asso-
ciada com o estômato e morfologicamente distinta
célula fusiforme Célula alongada com as extre- das células epidérmicas comuns. Também denomi-
midades afiladas. nada célula acessória.
célula intermediária Células companheiras es- células de sustentação Ver tecido de sustenta-
pecialmente grandes com campos de plasmodes- ção.
mos muito ramificados que se conectam a elas a
partir das células da bainha do feixe; a sua presen- células fundadoras Um grupo ele células na zona
ça está relacionada com o transporte de grandes periférica do meristema apical envolvido com a ini-
quantidades de rafinose e estaquiose. ciação de um primórdio foliar.
e na condução, e onde materiais de reserva foram coifa Uma n1assa de células que reveste o meriste-
removidos ou convertidos em substâncias caracte- ma apical da raiz.
rísticas do cerne; geralmente ele cor mais escura colê nquima Tecido de sustentação composto de
do que o alburno funcional. células vivas mais ou 1nenos alongadas com espes-
ciclose Corrente de citoplasma em uma célula. samento desigual das paredes primárias não ligni-
cilindro central Termo de conveniência e1npre-
ficaclas. Comum em regiões em crescimento primá-
rio de caules e folhas.
gado para os tecidos vasculares e seu tecido fun-
dainental associado em raízes e caules. Refere-se colê nquima angular Uma forma de colênquima
às mesmas partes da raiz e do caule designadas na qual os espessamentos primários da parede são
estelo. mais proeminentes nos ângulos nos quais várias
células estão unidas.
cilindro vascular Região vascular do eixo. Termo
usado como sinônilno de estelo ou cilindro cen- colênquima em placa Ver colênquima lamelar.
tral ou em um sentido mais restrito excluindo a colênquima lacunar Colênquima caracterizado
medula. pela presença de espaços intercelulares e com os
cisterna Um compartimento de membrana e for- espessan1entos de parede voltados para estes es-
mato de sacos achatados con-10 no retículo endo- paços.
plasmático, corpos de Golgi ou tilacoides. colênquima lamelar Um tipo de colênquima no
citocinese Processo de divisão de uma célula, dis- qual os espessamentos de parede são depositados
tinto de divisão do núcleo, ou cariocinese (mito- majoritariamente nas paredes tangenciais.
se) . coléter Um apêndice n1ulticelula r (emergência)
citoesquele to Rede tridimensional flexível de mi- formado por epiderme e tecidos subepidérmicos.
crotúbulos e filamentos de actina (microfilamen- Produzem secreções pegajosas e são comuns nas
tos) no interior das células. escamas das gen1as e folhas jovens.
cistólito Um concrescimento de carbonato de columela Parte central da coifa onde as células es-
cálcio sobre uma excrescência da parede celular. tão arranjadas em fileiras longitudinais.
Ocorre em uma célula denominada litocisto. compartimento lisossomal Uma região no pro-
citologia A ciência que trata da célula. toplasto ou na parede da célula onde estão locali-
zadas hidrolases ácidas capazes de digerir consti-
citoplasma Matéria viva de uma célula, excetuan-
tuintes do citoplasma e metabólitos. É delilnitado
do-se o núcleo.
por membrana única no protoplasto e usualmente
citoplasma parietal Citoplasma localizado próxi- constitui o sisten1a vacuolar. Outro termo é com-
mo à parede celular. partimento lítico.
citoquimera Uma quimera possuindo combina- compartimento lítico Ver compartimento lisos-
ções de camadas de células com núcleos diploides somal.
e poliploides. Ver também quimera. complexo estomático Estômato e células epidér-
citosol Matriz do citoplasma onde o núcleo, várias micas associadas que podem ser geneticamente e/
organelas e sistemas de membranas estão embe- ou fisiologican1ente relacionadas às células-guar-
bidos. Também chamado ele substância citoplas- da. Também denominado aparato estomático.
máticafundamental e hialoplasma.
conceito de histógeno Conceito de Hanstein que
clorênquima Tecido parenquimático contendo declara que os três sistemas de tecidos primários
cloroplastos; mesofilo ela folha e outros parênqui- na planta - a epiderme, o córtex e os tecidos vas-
mas vereies. culares com os tecidos fundamentais associados
cloroplasto Um plastídio com clorofila contendo - originam-se de meristemas distintos, os históge-
tilacoides organizados em grana e tilacoides inter- nos, nos meristen1as apicais. Ver histógeno.
grana (ou tilacoides do estron1a) embebidos e1n um conceito túnica-corpo Um conceito de organiza-
estrema. ção do meristema apical do caule de acordo com o
Glossário 111 627
qual esse meristen1a é diferenciado em duas regi- tecido fundamental que ocorren1 ao longo da ner-
ões distinguíveis pelo seu método de crescimento: vura principal, geralmente do lado de baixo da fo-
a periférica - túnica - , onde uma ou mais camadas lha.
de células que mostram crescimento em superfície cotilédone Folha do embrião; geralmente absorve
(divisões anticlinais), e a interior - corpo - , uma nutrientes nas monocotiledôneas e armazena nu-
massa de células que mostra crescilnento em volu- trientes nas demais angiospermas.
me (divisões e1n vários planos) .
crássulas Espessamentos de material intercelular
cordões de fibras associadas aos feixes Escle- e parede primária ao longo das margens superior
rênquima ou parênquin1a colenquimatoso que apa- e inferior de um par de pontoações nas traqueídes
rece como uma capa sobre o xilema e/ou floema de gimnospermas. Também denominadas barras
nos feixes vascula res em secção transversal. de Sânio.
corpo O núcleo, ou parte central, em um meriste- crescimento Aumento irreversível no tamanho
ma apical coberto pela túnica e que mostra cresci- por divisão celular e/ou expansão celular.
mento em volume resultante de divisões celulares
em vários planos. crescimento coordenado Crescimento das célu-
las de maneira que não há separação elas paredes,
corpo de Golgi Um grupo de sacos ou cisternas
o contrário do crescimento intrusivo.
discoides achatadas, frequentemente ramificadas
em túbulos nas extremidades; funciona como cen- crescimento determinado Crescimento de dura-
tro coletor e empacotador envolvido em atividades ção limitada, característico ele meristemas florais e
secretoras. Ta1nbém chamados dictiossomos. folhas.
corpo de proteína-P Agregado de proteína-P. crescimento indeterminado Crescimento irres-
trito ou ilimitado, como no meristema apical ve-
corpo primário Parte da planta, ou a planta intei- getativo que produz indefinidamente um número
ra, se não ocorre crescimento secundário, origina- irrestrito de órgãos laterais.
da no embrião e nos meristemas apicais e tecidos
meristemáticos derivados, composta de tecidos crescimento intercalar Crescimento por divisão
primários. celular que ocorre a alguma distância do meriste-
ma em que a célula se originou.
corpo primário da planta Ver corpo primário.
crescimento interposicional Ver crescimento
corpo prolamelar Corpo semicristalino encon- intrusivo.
trado em plastídios desenvolvidos na ausência de
luz. crescimento intrusivo Um tipo de crescimen-
to em que a ponta da célula que está crescendo
corpo secundário Parte do corpo da planta que adentra por entre outras células que se separam
é adicionado ao corpo primário pela atividade dos ao longo da lan1ela média. Também chamado cres-
meristemas laterais, câmbio vascular e felogênio. cimento interposicional.
Consiste nos tecidos vasculares secundários e pe-
riderme. crescimento primário Crescimento de raízes, e
partes vegetativas e reprodutivas sucessivamente
corpo secundário da planta Ver corpo secun- formadas, a partir do mon1ento da sua iniciação
dário. pelos meristemas apicais, até a sua completa ex-
córtex Região de tecido de preenchimento primá- pansão. Tem o seu começo nos meristemas api-
rio entre o sistema vascular e a epiderme e1n caules cais e continuam nos seus meristemas derivados,
e raízes. Termo também utilizado para se referir à protoclerme, meristema funcla1nental e procâmbio,
região periférica do protoplasto de uma célula. assim como nos tecidos primários parcialmente di-
costela Uma saliência alongada, como aquela ao ferenciados.
longo das nervuras maiores na face inferior de uma crescimento secundário Em gimnospermas, na
folha. maio1ia das magnoliícleas e eudicotiledôneas e al-
costela da nervura Em uma folha, saliências de gumas monocotiledôneas. Tipo ele crescin1ento ca-
racterizado pelo aumento em espessura do caule e
628 111 Anatomia das Plantas de Esau
da raiz, resultante da formação de tecidos vascula- derivada Uma célula produzida por divisão de
res secundários pelo câmbio vascular. Comumente uma célula meristemática e que segue o caminho
acompanhado pela atividade do câmbio da casca da diferenciação sendo acrescentada ao corpo da
(felogênio), que forma a periderme. planta; sua célula-irmã permanece no meristema.
cre scimento secundário anômalo Termo de dermatogênio Meristema formador da epiderme,
conveniência que se refere a formas de crescimen- originado a partir de iniciais independentes no me-
to secundário diferentes dos mais comuns. ristema apical. Um dos três histógenos, pleroma,
cre scimento simplástico Ver crescimento coor- periblema e dermatogênio, de acordo com Hans-
denado. tein.
criptas estomáticas Uma depressão na folha desdifere nciação Uma reversão na diferenciação
onde a epiderme contém estômatos. de uma célula ou tecido que se presume ocorrer
quando uma célula já diferenciada retoma a ativi-
crista Dobramentos da membrana interna em uma dade meristemática.
mitocôndria.
desenvolvimento Mudança na forma e complexi-
cristal acicular Cristal em forma de agulha. dade de un1 organismo ou parte dele desde o seu
cristaloide Cristal proteico menos angular que início até a maturidade; combinado com cresci-
um cristal mineral e que intumesce na água. mento.
crivo pontoado Um arranjo de pequenas ponto- desenvolvimento (ou diferenciação) acrópe-
ações em agrupamentos semelhantes a peneiras. to (a) Produzido ou que se diferencia em direção
ao ápice de um órgão. É o oposto de basípeto, mas
cromatólise Degeneração nuclear que envolve a
perda de conteúdos estáveis (stainable) (croma- o mesmo que basifugo.
tina e nucléolo) e, por fim, a ruptura do envelope desenvolvimento basífugo Ver desenvolvimen-
nuclear. to acrópeto.
cromoplasto Um plastídio que contém pigmentos desenvolvimento (ou diferenciação) basípe-
diferentes da clorofila, geralmente pigmentos caro- to(a) Produzindo ou se diferenciando em direção
tenoides amarelos e laranja. à base de um órgão. O oposto de acrópeto e basí-
cutícula Camada gordurosa ou cerosa sobre a pa- fugo.
rede externa da célula epidérmica, formada por desenvolvimento centrífugo Referente a teci-
cutina e cera. dos produzidos ou que se desenvolvem em direção
cuticularização Processo de formação da cutícu- ao exterior.
la. desenvolvimento centrípeto Referente a teci-
cutina Uma substância gordurosa complexa con- dos produzidos ou que se desenvolvem em direção
sideravelmente impermeável à água; presente nas ao interior.
plantas como uma impregnação da parede das cé- desfibragem ou desfibramento Processo de libe-
lulas epidérmicas e como uma camada separada, a ração dos feixes de fibras de outros tecidos. Algu-
cutícula, sobre a superfície externa da epiderme. mas vezes esse processo ocorre pela ação de mi-
cutinização Processo de impregnação com cuti- crorganismos, causando, em um ambiente úmido
na. adequado, a desintegração das células 1nais frágeis
ao redor das fibras.
desmotúbulo Túbulo que atravessa um canal do
D plasmodesmo unindo o retículo endoplasmático de
decussado Arranjo das folhas aos pares alterna- duas células adjacentes.
dos em ângulo reto. diafragmas na medula Camadas transversais
degeneração picnótica Degeneração nuclear du- (diafragmas) de células de paredes firmes que se
rante a qual a cromatina forma uma massa muito alternam com regiões de células de paredes macias
densa antes da ruptura do envelope nuclear. que podem colapsar com a idade.
Glossário 111 629
dicotiledóneas Termo obsoleto utilizado para elemento crivado Célula do tecido floemático
se referir a todas as angiospermas com exceção envolvida con1 a condução vertical principal de
das monocotiledôneas; caracterizadas por possuir nutrientes. Classificados em células crivadas,
dois cotilédones. Ver também eudicotiledôneas e nas gimnospermas, e elementos de tubo crivado,
magnoliídeas. nas angiospennas.
dictiossomo Ver corpo de Golgi. elemento de tubo crivado Um dos componentes
celulares de uma série de um tubo crivado. Mos-
diferenciação Uma mudança fisiológica e morfo-
tra uma diferenciação mais ou menos pronunciada
lógica que ocorre em uma célula, um tecido, um entre as placas crivadas (poros largos) e as áreas
órgão, ou uma planta durante o desenvolvimento crivadas laterais (poros estreitos). Também mem-
desde um estágio meristemático, ou juvenil, até o bro de tubo crivado e o obsoleto segmento de tubo
estágio maduro ou adulto. Geralmente associado crivado.
co1n um aumento na especialização.
elemento de vaso Um dos componentes celulares
dilatação Crescimento do parênquima por divi- de um vaso.
sões celula res na medula, raios ou sistema axial
nos tecidos vasculares; causa o incremento na cir- elemento traqueal Termo geral para as células
cunferência da casca de caules e raízes. condutoras de água, traqueícle ou elemento de vaso.
distal Distante do ponto de origem. Oposto de elementos do floema Células do floema.
proximal. elementos do xilema Células que compõe1n o te-
dístico Arranjo das folhas em duas fileiras verti- cido xilemático.
cais; arranjadas no mesmo plano. embriogênese (ou embriogenia) A formação do
divisão transversal (da célula) Com referência embrião.
à célula, uma divisão perpendicular ao eixo longi- embrioide Um embrião, frequentemente indistin-
tudinal da célula. Com referência à parte da planta, to de um embrião normal, que se desenvolve a par-
uma divisão da célula perpendicular ao eixo longo tir de uma célula somática em vez de uma célula
da parte da planta. ovo, comum en1 cultura de tecido.
dominância apical Influência exercida por uma enciclocítico Ver estômato ciclocítico.
gema apical na supressão do crescimento de gemas endocitose Entrada de material nas células por
laterais ou axilares. meio de invaginação da membrana plasmática; se
dorsal Equivalente a abaxial no uso botânico. o material é sólido, o processo é denominado fa-
gocitose; se o material é dissolvido, o processo é
drusa Um cristal de oxalato de cálcio globular,
denominado pinocitose.
composto, com numerosos cristais se projetando
de sua superfície. endoderme Camada do tecido de preenchimen-
to que forma uma bainha ao redor da região vas-
dueto Ver canal. cular, possuindo estrias de Caspary nas paredes
anticlinais; pode desenvolver parede secundária
mais tarde. Constitui-se na camada mais interna
E do córtex nas raízes e nos caules das plantas com
ectodesmo Ver teicoide. sementes.
eixo caulinar Porções acin1a elo solo, como caule endodermoide Que se parece com a endoderme.
e folhas, de uma planta vascular.
endógeno Que surge a partir de um tecido locali-
eixo hipocótilo-radicular Eixo do embrião ou zado muito internamente, como uma raiz lateral.
plântula que consiste do hipocótilo e do 1neristema
endorreduplicação ( endorreplicação) Um ciclo
radicular ou radícula, se presente. de replicação do DNA em que não ocorrem mudan-
elaioplasto Um tipo de leucoplasto que armazena ças estruturais como na mitose; durante a endorre-
óleo. duplicação, são formados cromossomos politênicos.
630 111 Anatomia das Plantas de Esau
enucleado Que não possui núcleo. escutelo Cotilédone do embrião das Poaceae espe-
entrenó Região entre nós sucessivos de um caule. cializado na absorção ele reservas do endosperma.
envoltório nuclear Membrana dupla que envolve espaço intercelular Um espaço entre duas ou
mais células em um tecido; pode ter origem esqui-
o núcleo de uma célula.
zógena, lisígena, esquizolisígena ou rexígena.
e pible ma Termo utilizado algumas vezes para a
espaço perinuclear Espaço entre as duas mem-
epiderme da raiz. Ver também rizoderme.
branas que formam o envoltório nuclear.
epicótilo Parte superior do eixo de u1n embrião
especialização Mudança na estrutura de uma
ou plântula, acima dos cotilédones (folhas embrio-
célula, um tecido, um órgão vegetal, ou da planta
nárias) e abaixo da próxima folha ou folhas. Ver
toda associada com uma restrição de funções, po-
também plúmula. tencialidades ou adaptabilidade a condições variá-
epiderme A camada mais externa ele células no veis. Pode resultar em 1naior eficiência com relação
corpo da planta, de origem primária. Se ela é mul- a certas funções específicas. Algumas especializa-
tisseriada (epiderme múltipla), somente a cama- ções são irreversíveis, outras reversíveis.
da mais externa irá se diferenciar como uma epi- especializado Refere-se a (1) organismos que
derme típica. possuem adaptações especiais a um determina-
epiderme múltipla Um tecido com duas ou mais do hábitat ou modo de vida; (2) células ou tecidos
camadas de células derivadas da protoderme; so- com un1a função característica que os distinguem
mente a camada mais externa se diferencia em epi- de outras células ou tecidos com funçõ es mais ge-
derme típica. neralizadas.
epitélio Uma camada compacta de células, fre- espessame nto anelar da parede da célula Em
quentemente com função secretora, revestindo elementos traqueais do xilema; parede secundária
uma superfície livre ou uma cavidade. depositada na forma de anéis.
epitema Mesofilo ele um hidatóclio que atua na se- espessamento escalariforme da parede da
creção ele água. célula Em ele1nentos traqueais do xilen1a; pare-
de secundária depositada sobre a parede primária,
e sclereíde Uma célula esclerenquimática, variada formando um padrão em forma de escada. Seme-
em suas formas, porém geralmente não muito alon- lhante a uma hélice curta com as curvas conecta-
gada e que possui uma parede secundária espessa, das a intervalos.
lignificada e com muitas pontoações.
espessamento escalariforme-reticulado da
esclereíde fibriforme Uma esclereíde muito lon- parede da célula Em elementos traqueais do xile-
ga e delgada, semelhante a uma fibra. ma; espessamento secundário intermediário entre
esclerê nquima Tecido composto de células escle- escalariforme e reticulado.
renquimáticas. Também é um termo coletivo para e spessame nto espiral da parede da célula Ver
tratar de todas as células esclerenquimáticas de espessamento helicoidal da parede da célula.
uma planta ou órgão. Inclui fibras, fibroesclereí-
des e esclereídes. e spessamento helicoidal da parede da célula
Em elementos traqueais do xilema; parede secun-
e sclerê nquima pericíclico Ver esclerênquima dária depositada sobre a parede primária ou se-
perivascular. cundária como un1a hélice contínua. Também de-
esclerênquima perivascular Esclerênquima nominado espessamento de parede em espiral.
localizado na periferia do cilindro vascular e não espessamento reticulado da parede da célula
originado do floema. Termo alternativo, esclerên- Em elementos traqueais do xilema; parede secun-
quima pericíclico. dária depositada sobre a parede primária, forman-
esclerificação Ato de ser transformado em escle- do um padrão em forma de rede.
rênquima, isto é, desenvolver paredes secundárias, espessamento secundário Usado para a depo-
co1n ou sem lignificação. sição de material de parede celular secundária e
Glossário 111 631
afiladas e pontoações areoladas, com aberturas de floema secundário Tecido floemático formado
lenticulares a fendilhadas. pelo câmbio vascular durante o crescimento se-
cundário em uma planta vascular. Diferenciado em
filamento de actina Um filamento proteico he-
sistemas axial e radial.
licoidal de 5 a 7 nanômetros (nm) de espessura,
c01nposto de moléculas globulares de actina; um florígeno Um hormônio hipotético presumivel-
importante constituinte de todas as células eucari- mente relacionado à indução do florescimento.
óticas. També1n chamado de microfilamento. fotoperiodismo Resposta a duração e hora do dia
filiforme Em forma de fio. e da noite expressa e1n aspectos do crescimento,
desenvolvimento e florescimento nas plantas.
filocrono Intervalo entre o apareci1nento ou emer-
gência de folhas sucessivas na planta intacta. fotorrespiração Atividade oxigenase da Rubisco
combinada com a via de recuperação de carbono,
filogenia Relações evolutivas entre organismos; a consumindo 0 2 e liberando C02 ; ocorre quando a
história do desenvolvimento de um grupo de orga- Rubisco se liga a 0 2 em vez de C02 .
nismos. '
fragmoplasto Estrutura fibrosa (visível ao mi-
filotaxia (ou filotaxis) Modo em que as folhas croscópio de luz) que se forma entre os núcleos fi-
estão arranjadas no eixo de um caule. lhos na telófase e na qual a partição inicial (placa
fitômeros Unidades, ou módulos, produzidos re- celular) é formada, com a divisão da célula-mãe
petitivamente pelo ápice vegetativo do caule. Cada em duas (citocinese). Aparece no início como um
fitômero consiste de um nó, com sua folha, um en- fuso conectado aos dois núcleos, porém mais tarde
trenó subjacente e uma gema na base do entrenó. se espalha lateralmente na forma de um anel. Con-
siste de microtúbulos.
flobafenos Derivados anidros de taninos. Subs-
tâncias amorfas, de coloração amarela, vermelha fragmossomo Camada de citoplasma formada
ou marrom, muito conspícuas quando presentes através da célula onde o núcleo se torna localizado
nas células. e se divide. O plano equatorial do futuro fragmo -
plasto coincide com o plano da can1ada citoplas-
floema Principal tecido condutor de nutrientes mática.
das plantas vasculares, composto, principalmente,
de elementos crivados, diversos tipos de células de
parênquima, fibras e esclereídes. G
floema externo Floema primário localizado ex- gema acessória Gema localizada acima ou ao
ternamente ao floema primário. lado de uma gema axilar.
floema incluso Floema secundário incluído den- gema axilar Gema na axila de uma folha.
tro do xilema secundário de algumas eudicotiledô- genoma Totalidade da informação genética conti-
neas. O termo substituifloema inter xilemático. da no núcleo, plastídio ou mitocôndria.
floema interno Floema prin1ário localizado in- genômica Campo da genética que estuda o conte-
ternamente ao xilema primário. O termo substitui údo, organização e função da informação genética
jloema intrax ilemático. no genoma.
floema interxilemático Ver jloema incluso. genótipo Constituição genética de um organismo;
floema intraxilemático Ver jloema interno. contrastado comfenótipo.
floema primário Tecido floe1nático que se di- germinação Retomada do crescimento pelo em-
ferencia a partir do procâmbio durante o cresci- brião na semente; também o início do crescimento
mento primário e a diferenciação de uma planta de um esporo, grão de pólen, ge1na ou outra estru-
vascular. Comumente dividido em protofloema, tura.
formado primeiro, e no m etajloema, formado pos- gimnosperma Uma planta c~jas sementes não
teriormente. Não diferenciado em sistemas axial e estão protegidas em um ovário; as coníferas são o
radial. grupo mais conhecido.
634 111 Anatomia das Plantas de Esau
glândula Um estrutura secretora multicelular. hilo (1) A parte central de um grão de an1ido ao
glioxissomo Um peroxissomo contendo enzimas
redor da qual as camadas de amido são arranjadas
concentricamente; (2) a cicatriz deixada pelo des-
necessárias à conversão de gorduras em carboidra-
tacamento do funículo em uma semente.
tos.
hiperplasia Refere-se mais comumente a uma
goma Um termo não técnico aplicado a materiais
1nultiplicação excessiva de células.
resultantes da ruptura de células vegetais, princi-
palmente de seus carboidratos. hipertrofia Refere-se mais con1umente a expan-
são anormal. Hipertrofia de uma célula ou suas
goma de cicatrização Goma formada como resul- partes não envolve divisão celular. A hiper trofia de
tado de alguma injúria. Ver goma. um órgão pode envolver a expansão e a multiplica-
gomose Sintoma de uma doença caracterizada ção anormal de células (hiperplasia) .
pela formação de goma, a qual pode se acumular hipocótilo Porção axial do embrião ou plântula
em cavidades ou canais ou aparecer na superfície localizada entre o cotilédone ou cotilédones e ara-
da planta. dícula.
grana (sing. granum) Subunidades de cloroplas- hipoderme Camada ou can1adas de células sob a
tos vistas como grânulos verdes sob microscopia epiderme, distinta das células do tecido funda1nen-
de luz e corno pilhas de cisternas discoides, os tila- tal abaixo.
coides, sob microscopia eletrônica; o grana contém
hipófise A célula superior do suspensor a partir da
clorofilas e carotenoides e são os locais de reações
qual se forma parte da raiz e da coifa no embrião
luminosas na fotossíntese.
de angiospermas.
gravitropismo Crescimento no qual a direção é histogênese A formação de tecidos (por isso, his-
determinada pela gravidade. togenética) que tem a ver com a origem ou a for-
gutação Exsudação de água a partir do xilema em mação dos tecidos.
folhas; causada por pressão da raiz. histogenética Ver histogênese.
histógeno Termo de Hanstein para designar um n1e-
ristema no ápice do caule ou da raiz que forma um
H
hadroma Os elementos traqueais do xilema e cé-
sistema de tecido definitivo no corpo da planta. Três
histógenos foram reconhecidos: dermatogênio, pe-
lulas parenquemáticas associadas; as células espe-
riblema e pleroma. Ver definição desses termos.
cificamente de supor te estão excluídas do termo
(fibras e esclereídes). Ver também leptoma. homologia Uma condição indicativa de mesma
origem, filogenética ou evolutiva, mas não necessa-
hemicelulose Um termo geral para um grupo he- riamente a mesma na estrutura e/ou função atual.
terogêneo de glucanos não cristalinos finnemente
unidos na parede celular. hormônio Substância orgâ nica produzida geral-
mente em quantidades diminutas em uma parte
hialoplasma Ver citosol. do organismo, a partir da qual é transportada para
hidatódio Modificação estrutural de tecidos vas- outra parte desse organismo, onde terá um efeito
culares e fundamentais, geralmente na folha, que específico; os hormônios funcionam como sinais
permite a liberação da água através de um poro na químicos altamente específicos entre as células.
epiderme; pode ter função secretora. Ver epitema.
hidrófita Planta que necessita de um grande su-
primento de água e pode crescer parcialmente ou
1
idioblasto Uma célula que difere acentuadamente
inteiramente submersa na água.
na forma, tamanho ou conteúdo, das outras células
hidromórfico Refere-se às características das hi- no mesmo tecido.
drójitas.
incremento Em crescimento, uma adição ao cor-
higromórfico Sinônimo de hidromórjico. po da planta pela atividade de um meristema.
Glossário 111 635
madeira com porosidade difus a Xilema secun- tipo de unidade de membrana. Também denomi-
dário, onde os poros (vasos) são distribuídos com nada plasmalema.
relativa uniformidade ao longo de uma camada de membrana vacuolar Ver tonoplasto.
crescimento ou mudam de tamanho gradualmente,
a partir do lenho inicial para o tardio. membro de tubo crivado Ver elemento de tubo
crivado.
madeira com porosidade em anel Xilema se-
cundário, onde os poros (vasos) do lenho inicial meristema apical Um grupo de células meriste-
são distintamente n1aiores do que os do lenho tar- máticas localizado no ápice de raízes e caules que,
dio, e formam uma zona bem definida ou anel, em por divisões, produz os precursores dos tecidos
secção transversal. primários de raízes e caules; pode ser vegetati-
vo, iniciando os tecidos vegetativos e órgãos, ou
madeira de coníferas Nome comumente utiliza- reprodutivo, iniciando os tecidos reprodutivos e
do para a madeira das coníferas. órgãos.
madeira de folhosas Nome comumente aplicado
meriste ma axilar Meristema localizado no axila
para as madeiras de árvores de n1agnoliídeas ou de uma folha e que dá origem à gema axilar.
eudicotiledôneas.
meriste ma de espessamento primário Um me-
madeira estratificada Madeira onde as células ristema derivado do meristema apical e responsá-
axiais estão arranjadas em faixas horizontais nas vel pelo aumento prin1ário em espessura do eixo
superfícies tangenciais; os raios também podem caulinar. Pode parecer como uma zona distinta
estar arranjados dessa forma (os raios sozinhos tipo manto. É frequentemente encontrado en1 mo-
podem estar estratificados). nocotiledôneas.
madeira não e stratificada Xilema secundário no meristema de preenchimento Ver meristema
qual as células axiais e radiais não estão arranjadas fundamental.
em faixas horizontais nas superfícies tangenciais.
meris tema em costela Um tecido meristemático
madeira porosa Xilema secundário que possui em que as células se dividem perpendicularmen-
vasos. te ao eixo longitudinal de um órgão e produz um
magnoliídeas Um clado, ou uma linha evolutiva, c01nplexo de fi leiras verticais paralelas ("costelas")
das angiospermas, que leva às eudicotiledôneas. de células. Particulannente co1num no meristema
As folhas da maioria das magnoliídeas possuem fundamental de órgãos que assumem a forma cilín-
células de óleo contendo éster. drica. Ver meristema em.fileira.
manto Camadas mais externas de um tipo de me- meristema em fileira Ver meristema em coste-
ristema apical que 1nostra um arranjo de células la.
em camadas. meristema em flanco Um termo in1próprio usado
matriz Geralmente, se refere a um meio no qual com referência à região periférica de um meriste-
algo está embebido. ma apical. O uso da palavra flanco implica que a
entidade possui frente e verso. O termo deve ser
medula Tecido de preenchimento localizado no
substituído por meristema periférico.
centro de un1 caule ou raiz. A homologia entre a
medula do caule e da raiz é incerta. meris tema em massa Um tecido meristemático
em que as células se dividem em vários planos de
meiose Duas divisões nucleares sucessivas em que
modo que o tecido aumenta em volume.
o número de cromossomos é reduzido de diploide
para haploide e ocorre segregação dos genes. meriste ma em placa Um tecido meristemáti-
co que consiste de camadas paralelas de células
membrana da pontoação Parte da camada in-
que se dividem somente anticlinalmente, com
tercelular e da parede celular primária que limita
referência à superfície ampla do tecido. Carac-
externamente a câmara da pontoação.
terística do meristema fundamental de par tes
membrana plasmática Membrana única que de- da planta que assumem a forma plana como uma
limita o citoplasma próximo a parede celular. Um folh a.
638 111 Anatomia das Plantas de Esau
meristema fundamental Meristema primário ou necessárias para a vida da planta; exemplos são os
tecido meristemático derivado do meristema api- açúcares, os aminoácidos, as proteínas e os ácidos
cal, que origina os tecidos fundamentais. nucleicos.
meristema intercalar Tecido meristenlático, que metabólitos secundários Moléculas que apre-
é derivado do meristema apical e continua sua ati- sentam distribuição restrita, dentro da planta
vidade meristemática a alguma distância daquele e entre as diferentes plantas; importante para
meristema; pode estar intercalado entre tecidos já a sobrevivência e propagação das plantas que as
diferenciados. produzem; existem três classes principais - alca-
meristema isolado Uma região n1eristemática, loides, terpenoides e fenólicos. Também denomi-
com potencial para forn1ar uma gen1a axilar, que se nados produtos secundários.
torna descontínua do meristema apical em decor- metacutização Deposição de lamela de suberina
rência da vacuolização (diferenciação) das células nas células mais externas do ápice radicular, as
intervenientes. quais deixam de ser ativas em crescimento e ab-
meristema lateral Um meristema localizado em sorção no final da estação de crescimento. Suberi-
paralelo com os lados do eixo; refere-se ao câmbio zação tardia.
vascular efelogênio, ou câmbio da casca. metafloema Parte do floema primário que se di-
meristema primário Frequentemente usado ferencia após o protofloema e antes do floema se-
para cada um dos três tecidos meristemáticos de- cundário, se este for formado em um determinado
rivados do meristema apical: protoderme, meriste- táxon.
ma fundamental e procâmbio. metaxilema Parte do xilema primário que se di-
meristema residual Usado no sentido de resíduo ferencia após o protoxilema e antes do xilema se-
da parte menos diferenciada do meristema apical. cundário, se este for forn1ado em um determinado
Um tecido que relativamente é mais meristemático táxon.
do que os tecidos em diferenciação abaixo do me- micelas Regiões nas microfibrilas de celulose nas
ristema apical. Dá origem ao procâmbio e ao tecido quais as moléculas de celulose são arranjadas pa-
fundamental interfascicular. ralelamente entre si, de modo a formar uma rede
meristema vascular Termo geral aplicado a pro- cristalina.
câmbio e câmbio vascular. microcorpo Ver peroxissomo.
meristemas Região embrionária relacionada pri- microfibrila Um componente filamentoso da pa-
mariamente com a formação de novas células. rede celular, que consiste de moléculas de celulose
meristemoide Uma célula ou um grupo de células visível somente com o microscópio eletrônico.
que constitui um local ativo de atividade meriste- microfilamento Ver.filamento de actina.
mática em um tecido composto de células mais ve-
lhas, diferenciadas. micrômetro Um milésimo de milímetro; também
chamado de mícron ou micra. Símbolo µm .
merofito Derivado unicelula r imediato de uma cé-
lula apical e as unidades estruturais multicelulares mícron Ver micrômetro.
derivadas deles. microtúbulos Túbulos não membranosos com
mesofilo Parênquima fotossintetizante de uma lânú- cerca de 25 nanômetros (nm) de diâmetro e com-
na foliar, localizado entre as duas faces da epiderme. primento indefinido. São localizados no citoplasma
na célula eucariótica em repouso, geralmente per-
mesófita Uma planta que necessita de um ambien- to da parede celular, e formam o fuso meiótico ou
te não muito úmido nem muito seco. mitótico e o fragmoplasto na célula em divisão.
mesomórfico Termo que se refere aos aspectos mitocôndria Organela delimitada por dupla mem-
estruturais das mesóficas. brana relacionada à respiração; contém enzimas,
metabólitos primários Moléculas que são en- sendo a principal fonte de ATP em células não fo-
contradas em todas as células vegetais e que são tossintetizantes.
Glossário 111 639
nectário extrafloral Nectário que ocorre em organela Un1 corpo distinto dentro do citoplasma
uma parte da planta que não a flor. Ver também de uma célula, com função especializada; especifi-
nectário. camente, delimitada por membrana.
nectário floral Ver nectário. organismo Qualquer matéria individual viva, uni-
celular ou multicelular.
nervação estriada Ver nervação paralela.
órgão Uma parte distinta e visivelmente diferen-
nervação paralela Nervuras principais de uma ciada de uma planta, tal como raiz, caule, folha ou
lâmina foliar arranjadas aproximadamente em partes de uma flor.
paralelo un1as às outras, embora convergentes na
órgãos axiais Raiz, caule, inflorescência ou eixos
base e no ápice da folha.
florais com seus apêndices.
nervura Um cordão de tecido vascular em um ór-
ortóstica Uma linha vertical ao longo da qual se
gão achatado, como uma folha. Portanto, a venação
inserem uma série de folhas ou escamas sobre um
da folha.
eixo de um caule ou órgão caulinar. Termo fre-
nervuras de pequeno porte Feixes vasculares quentemente aplicado de forma incorreta a filota-
foliares pequenos, localizados no mesofilo e cir- xia em espiral ou parástica.
cundados por uma bainha; estão envolvidos na dis-
osteoesclereídes Esclereídes com uma forma de
tribuição da corrente de transpiração e na coleta osso, tendo um centro colunar e ambas as extremi-
dos produtos da fotossíntese. dades mais amplas.
nervuras principais Feixes vasculares foliares
maiores, que correspondem à porção da folha que
640 111 Anatomia das Plantas de Esau
parênquima paratraqueal Parênquima axial no periderme Tecido protetor secundário que subs-
xilema secundário associado com vasos e outros titui a epiderme em caules e raízes, raramente em
elementos traqueais. Inclui aliforme, conjluente, outros órgãos. Constituído porfelema (súber),fe-
e vasicêntrico. logênio (câ1nbio da casca) efeloderme.
parênquima paratraqueal aliforme No xile- periderme de cicatrização Periderme formada
ma secundário; grupos de células parenquimáti- em resposta a ferimento ou outro tipo de injúria.
cas axiais que possuem extensões tangenciais em
peroxissomo Uma organela esférica delimitada
forma de alas, em secção transversal. Ver também
por membrana única; algumas estão envolvidas na
parênquima paratraqueal e parênquima para-
fotorrespiração e outras (denominadas glioxisso-
traqueal vasicêntrico.
mos) co1n a conversão de gorduras e1n açúcares
parênquima paratraqueal confluente No xile- durante a gern1inação das sementes. Também de-
ma secundário; grupos de células de parênquima nominadas microcorpos.
axial coalescidos, formando faixas tangenciais ou
pinocitose Ver endocitose.
diagonais irregulares, quando vistos em secção
transversal. Ver também parênquima paratra- placa celular Uma divisória que aparece durante
queal e parênquima paratraqueal aliforme. a telófase entre os dois núcleos formados durante
parênquima paratraqueal vasicêntrico Parên- a mitose (e meiose) e indica o estágio inicial da di-
quima axial no xilema secundário que forma bai- visão de uma célula (citocinese) por meio de uma
nhas completas ao redor dos vasos. Ver parênqui- nova parede celular; é formada no fragmoplasto.
ma paratraqueal. placa crivada Parte da parede de um elemento de
parênquima radial Células parenquimáticas de tubo crivado que possui apenas uma (placa criva-
raio no sistema de tecidos vasculares secundários. da simples) ou mais (placa crivada composta)
Contrastante com o parênquima axial. áreas crivadas altamente diferenciadas.
parênquima terminal Verfaixas marginais. placa crivada composta Placa crivada composta
por várias áreas crivadas em um arranjo escalari-
parênquima vertical Ver parênquima axial. forme ou reticulado.
pedomorfose Atraso no avanço evolutivo de al- placa crivada escalariforme U1na placa crivada
gumas características quando comparada com composta por áreas crivadas alongadas arranjadas
outras, que resulta em uma combinação de carac- paralelamente em um padrão semelhante a uma
terísticas juvenis e avançadas na mesma célula, te- escada.
cido ou órgão.
placa crivada reticulada Uma placa crivada
pelo radicular Um tipo de tricoma na epiderme c01nposta por áreas crivadas arranjadas de modo a
da raiz, que é uma simples expansão de uma célula formar um padrão semelhante a rede.
epidérmica e está relacionado com a absorção de
solução do solo. placa crivada simples Placa crivada composta
por apenas uma área crivada.
periblema O meristema que forma o córtex. Um
dos três histógenos, pleroma, periblema e der- placa de perfuração Parte da parede de um ele-
matogênio, de acordo com Hanstein. mento de vaso que e perfurada.
periciclo Parte do tecido do preenchimento do placa de perfuração escalariforme Tipo de
estelo localizado entre o floema e a endoderme. placa de perfuração de um elemento ele vaso do xi-
Regulannente presente nas raízes das plantas com lema multiperfurada, onde perfurações alongadas
sementes, ausente na maioria dos caules. estão arranjadas paralelas umas às outras, de ma-
neira que as barras de parede entre elas formam
periclinal Refere-se comumente à orientação da
um padrão em forma de escada.
parede celular ou plano de divisão celular; paralelo
com a circunferência ou superfície mais próxima placa de perfuração múltipla A placa de perfu-
de um órgão. Oposto de anticlinal. Ver também ração de um elemento de vaso do xilema que apre-
tangencial. senta mais de uma perfuração.
642 111 Anatomia das Plantas de Esau
pleroma O meristema que forma o núcleo do eixo pontoação aspirada Em madeira de gimnosper-
composto de tecidos vasculares primários e tecido mas; pontoação areolada na qual a n1embrana da
fundamental associado tal como medula e regiões pontoação está lateralmente deslocada e o toro
interfasciculares. Um dos três histógenos, plero- bloqueia a abertura.
ma, periblema e dermatogênio, de acordo com pontoação cega Uma pontoação sem sua comple-
Hanstein. mentar na parede adjacente, que pode estar volta-
plúmula Parte do caule jovem acima dos
da para o lúmen da células ou um espaço interce-
cotilédone(s); a primeira gema de um embrião. Ver lular.
também epicótilo. pontoação escalariforme Nos elementos tra-
poliderme Tipo de tecido protetor no qual as célu- queais do xilema; pontoações alongadas arranja-
las suberizadas se alternam com células parenqui- das paralelas umas às outras de modo a formar um
máticas não suberizadas, e anlbas possuem proto- padrão em forma de escada.
plastos vivos. pontoação guarnecida Pontoação areolada com
polimerização União química de monômeros, projeções que se forman1 a partir da parede secun-
tais como glicose ou nucleotídeos, resultando na dária em direção à cavidade.
formação ele polímeros, como amido, celulose ou pontoação intervascular Pontoação entre ele-
ácido nucleico. mentos traqueais.
Glossário 111 643
ráfides Cristais, em forma de agulha, que ocorrem rediferenciação Uma inversão na diferenciação
comumente em feixes. em uma célula ou tecido, e subsequente diferencia-
ção em outro tipo de célula ou tecido.
raio Tecido variável em altura e largura, formado
pelas inicias radiais do câmbio vascular e que se região interfascicular Região de tecidos loca-
estende radialmente no xilema e no floema secun- lizados entre os feixes vasculares (fascículos) em
dários. um caule. Também denominada raios medulares.
raio agregado Nos tecidos vasculares secundá- região organizadora do nucléolo Uma área es-
rios; grupo de raios pequenos arranjados de tal pecial dos cromossomos associada c01n a formação
maneira que parecem ser um único raio grande. do nucléolo.
raio bisseriado Raio no tecido secundário com região ou zona perimedular Região periférica
duas células de largura. da medula. Também chamada de bainha medu-
lar.
raio do floema A porção de um raio vascular loca-
lizada no floema secundário. retículo Uma rede.
raio do xilema Parte de um raio vascular que retículo endoplasmático (geralmente abrevia-
está localizada no xilema secundário. do para RE) Um sistema de membranas forman-
do compartimentos cisternoides ou tubulares que
raio heterocelular Raio dos tecidos vasculares permeia1n o citosol. As cisternas parecem como
secundários compostos por células de mais de um membranas pareadas em perfil. As membranas po-
formato; em a ngiospermas, células procumbentes dem ser cobertas por ribossomos (RE rugoso) ou
e quadradas ou eretas; em coníferas, células de pa- não (RE liso) .
rênquima e traqueídes radiais.
rexígeno Relativo a u1n espaço intercelular origi-
raio homocelular Raio do tecido vascular secun- nado a partir da ruptura das células.
dário composto por células de apenas um forma-
to : em angiospermas, de células procumbentes, ou ribossomo Um componente celular composto de
quadradas ou eretas; em coníferas, por células pa- proteína e RNA e relacionado com síntese de pro-
renquimáticas apenas. teína. Ocorre no citosol, núcleo, plastídios e mito-
côndrias.
raio medular Ver região interfascicular.
ritidoma Termo técnico para a casca externa, que
raio multisseriado Raio do tecido vascular se- consiste de periderme e tecidos isolados por esta,
cundário com poucas a 1nuitas células de largura. que podem ser tecidos corticais e do flo ema .
raio unisseriado Nos tecidos vasculares secun- rizoderme Camada superficial primária da raiz. O
dários, raio com apenas uma células de largura. uso do termo implica que essa camada não é ho-
raio vascular Um raio no xilema secundário ou móloga com a epiderme do caule. Ver também epi-
no floema secundário. blema.
Glossário 111 645
sistema axial Todas células vasculares secundá- súber de cicatrização Ver periderme de cica-
rias derivadas a partir elas iniciais cambiais fusi- trização.
formes e orientadas com as suas maiores dimen- súber estratificado Tecido protetor encontra-
sões em paralelo com o eixo principal do caule ou do em monocotiledôneas. As células suberizadas
ela raiz. Outros termos: sistema vertical e longi- ocorrem em fileiras radiais, cada uma consistindo
tudinal. de várias células - todas derivadas de uma única
sistema de endomembrana Coletivamente, as célula.
me1nbranas celulares que formam um continuum súber interxilemático Súber que se desenvolve
(membrana plasmática, tonoplasto, retículo endo- dentro elo xilema.
plasmático, corpos de Golgi e envoltório nuclear). suberina Substância graxa na parede ela célula elo
sistema de preenchimento Todos os tecidos de tecido da cortiça e na estria ele Caspary da endo-
preenchimento da planta. derme.
646 111 Anatomia das Plantas de Esau
táxon (pl. taxa) Qualquer uma das categorias tecidos vasculares secundários Tecidos vas-
(espécie, gênero, família etc.) em que organismos culares (ambos xilema e floema) formados pelo
vivos são classificados. câmbio durante o crescimento secundário em uma
planta vascular. Diferenciado em siste1nas axial e
tecido Grupo de células organizadas em uma uni- radial.
dade estrutural e funcional. As células componen-
tegumento da semente Tegumento externo da
tes podem ser parecidas (tecido simples) ou varia-
semente derivado do tegumento ou tegumentos do
das (tecido complexo).
óvulo. Também chamado testa.
tecido caloso Ver calo.
teicoide Um espaço linear na parede externa da
tecido complementar Ver tecido de preenchi- epiderme em que a estrutura fibrilar é mais frouxa
mento. e aberta do que em outras partes da parede. Subs-
tecido complexo Tecido que consiste de dois ou
titui o termo ectodesmo.
mais tipos celula res; epiderme, periderme, xilema tilacoides Estruturas membranosas em forma de
e floema são tecidos con1plexos. sacos (cisternas) no cloroplasto a rranjadas em pi-
Glossário 111 647
lhas (grana) e presentes isoladamente no estroma traqueíde axial Traqueíde do sistema axial do xi-
(tilacoide do estroma) que faz a conexão entre os lema; em contraste com as traqueídes radiais.
grana. traqueíde radial Traqueíde en1 um raio. Encon-
tilo (pl. tilos) No xilema, a protrusão de células trada no xilema secundário de certas coníferas.
parenquimáticas (axiais ou radiais) através da ca-
tricoblasto Comumente usado para a célula na
vidade da pontoação em uma célula traqueal, blo-
epiderme da raiz que dá origem a um pelo radicu-
queando parcial ou completamente o seu lúmen. O
lar.
crescimento é antecedido pela deposição de uma
camada especial de parede adjacente à célula pa- tricoesclereídes Um tipo de esclereíde braciforme,
renquimática que forma a parede do tilo. geralmente co1n ramificações semelhantes a pelos
que se estenden1 pelos espaços intercelulares.
tiloides Protrusões que se parecem com tilos.
Exemplos são as protrusões de células parenqui- tricoma Uma excrescência da epiderme. Os trico-
máticas nos elementos crivados do floema e das mas variam em tamanho e complexidade e incluem
células epiteliais nos duetos resiníferos. pelos, escamas e outras estrutw·as e podem ser
glandulares.
tonoplasto Membrana citoplasmática que limita o
vacúolo. Un1 tipo de unidade de membrana. tricoma glandular Um tricoma com un1a cabeça
uni ou multicelular, composta de células secreto-
toro (pl. toros) Parte central espessada da n1em-
brana da pontoação em uma pontoação areola- ras; geralmente sustentada por um pedúnculo de
células não glandulares.
da, que consiste principalmente de lamela média
e duas paredes primárias. Típica de pontoações tricoma peitado Um tricoma constituído de uma
areoladas em coníferas e outras gimnospermas; placa discoide de células suportada por um pedún-
também encontradas em várias espécies de eudi- culo ou ligado diretamente a célula peduncular ba-
cotiledôneas. sal.
totipotente Potencial de u1na célula vegetal de se tricoma s ecretor Ver tricoma glandular.
desenvolver em u1na planta inteira.
tropismo Refere-se ao movimento ou crescimen-
trabécula Parte arredondada da parede celular to em resposta a um estímulo externo; o local do
que se estende radialmente através do lúmen de estímulo é que determina a direção do movimento
uma célula. Em iniciais e derivadas do câmbio vas- ou crescilnento.
cular nas plantas com sementes.
tubo crivado Séries de ele1nentos de tubo crivado
traços de ramos Feixes vasculares conectando o arranjados uns sobre os outros pelas extremida-
tecido vascular do ramo e aquele do caule princi- des, conectados através das placas crivadas.
pal. Eles são os traços foliares das primeiras folhas
túnica Camada ou camadas periféricas en1 um
(profilos) do ramo.
meristema apical de um caule com células que se
traço foliar Um feixe vascular localizado no caule dividem no plano anticlinal e assim contribuem
que se estende e se conecta com a unidade vascu- para o crescimento em superfície do 1neristema.
lar da folha; u1na folha pode ter um ou mais traços Forma um manto sobre o corpo.
foliares.
transecção Ver secção transversal.
traqueal Tenno antigo para vaso do xile1na, que
u
unidade de membrana Um conceito histórico de
sugere uma semelhança à traqueia de um animal. estrutura básica de membrana visualizando duas
traqueíde Um ele1nento traqueal do xilema que camadas de proteína e uma camada interna de
não possui perfurações, ao contrário de um ele- lipídios, as três camadas formando uma unidade.
mento de vaso. Pode ocorrer no xile1na primário O termo continua sendo útil para descrever mem-
e secundário. Pode ter qualquer tipo de espessa- branas seccionadas (perfis), exibindo duas linhas
mento da parede secundária encontrado em um escuras separadas por um espaço claro, como visto
elemento traqueal. com o microscópio eletrônico.
648 111 Anatomia das Plantas de Esau
Aaziz, R., 83, 92, 128, 129 Aitken, J ., 133 Al-Talib, K. H., 263, 263
Abagon, M. A., 280, 303 Ajmal, S., 398, 425 Altmann, T., 296, 303, 314
Abbe E. e., 191, 211 Alabadi, D., 41, 41 Altschuler, Y., 94
Abbe L. B., 468, 480 Alabouvette, J ., 222 Alva, R., 579,584, 588
Abdel-Latif, A., 389 Alami, I. , 352 Alvarez, R. J., 304
Abdul-Karim, T., 308 Albersheim, P., 99, 131 , 134, 136- Alvarez-Buylla, E. R., 212
Abe, H., 109, 117-119, 129, 130, 138 Alvernaz, J ., 96
342,344, 349, 353, 429 Albrigo, L. G., 528 Alves, E. S., 320, 326, 350, 364, 388
Abel, S., 120, 129 Aldaba, V. C., 259, 263 Alves, G., 388
Abeles, F. B., 166, 167 Aldingten, S., 103, 129, 133 Alvin, K. L., 250,251, 264
Achor, D. S., 512, 528 Alexandre, A., 304 Amakawa, T., 173
Adachi, K., 388 Alfieri, F. J., 93, 420-422, 425 , 504, Amarilla, L., 389
Adam, J. S., 206, 212
508 Amasine, R. M., 171
Alfonso, V. A., 431
Adams, K. L., 63, 68, 356 Ambronn, H., 239, 239
Ali-Khan, S. T., 309
Adams, M. E., 555 Améglie, T., 352,383, 388
Aljaro, M. E., 423, 425
Adiwilaga, K., 586, 588 Amelunxen, F., 551, 555
Adler, H. T., 221
Allan, A. e., 315 Ammerlaan, A., 242
Allen, G. J., 282, 303, 313
Agarie, S., 300, 303 Amor, Y., 117, 131
Allen, G. S., 203, 211
Agata, W., 303 Amrhein, N., 70, 312
Allen, N. S., 92
Aggarwal, S. K., 431 Anderson, B. J., 421, 425,505, 508
Allen, R. D., 290,292, 313, 578, 588
Aguirre, M., 70 Andersen, D. J., 175
Allen, S., 96
Ahmad, Z., 430 Anderson, M. A., 65, 72, 81, 95
Aloni, E ., 167
Ahn, S. M., 170 Andersen, N., 303
Aloni, R., 164-166, 167,257,262,
Ahn, Y. H., 432 Anderson, P. G., 157, 175
263, 265 ,346,348, 349, 350,379,
Aida, G. P., 68 386,387, 388, 392, 393 ,437, 480, André, J. P., 242
Aida, M., 36, 41, 218 505, 508,513, 528, 530 Andréasson, E., 564, 565, 588, 593
Ait-ali, T., 173 Alonso, J., 70 Andreeva, A. V., 70, 79, 80, 92
650 11 1 Anatomia das Plantas de Esau
Batanouny, K. H., 535, 555 Bennett, M. J., 168, 171 , 172 , 174 Bitonti, M. B., 217
Battey, N. H., 50, 51, 68, 81, 92, 193, Bensend, D. W., 370, 391 Black, C. C., 432
212 Bensink, J., 594 Blackman, L. M., 128, 130, 137
Baucher, M., 392, 431 Berg, A. R. , 163, 193, 206, 208, 211, Blakeslee, A. F., 173, 220
Baudino, S., 240 214 Biasco, F., 591
Baum, S. F., 199,202,206,208,209, Berger, D., 296, 303, 314 Blaser, H. W., 583, 589
212, 220, 546, 555 Berger, J ., 217 Blatt, M. R., 282, 304, 306, 307
Baurngartner, B., 93 Bergfeld, R., 137 Blau, H. M., 144, 168, 171, 214
Baw·, P., 304 Bergounioux, C., 216 Bleecker, A. B., 153, 169
Bayly, I. L., 409, 426 Beritognolo, I., 367, 389 Blevins, D. G., 102, 130
Beachy, R. N., 124, 131, 137, 138, Be1jak, P., 556, Bligny, R., 7 4
141 Berleth, T., 41, 41, 164, 165, 168, BWou, 1., 169
Bean, G. J., 296, 303 172, 355
Bloch, R., 11 6, 139, 156, 174,245,
Beardsell, D. V., 546, 555 Berlin, J. D., 290, 311 261,263
Bechtold, N., 173, 220 Berlyn, G., 100, 131 Blom, e. W. P. M., 242
Beck, C. B., 32, 41 Bernardello, G., 540, 557 Blundell, T. L., 314
Becker, M., 273, 303 Bernards, M. A., 106, 130 Blyth, A., 250, 263
Becker, P., 326, 350 Bernier, G., 70, 215 Boe1jan, W., 392, 431
Beckman, C. H., 330,331, 350, 355, Berry, A. M., 594 Boetsch, J., 296, 304
357 Berry, J. A., 310 Boevink, P., 70, 80, 92, 137
Bedinger, P. A., 131 Berry, W. L , 560 Bofarull, J. A., 530
Bednarek, S. Y., 23, 81, 92, 95 Berryman, A. A., 509, 589 Boles, E., 485
Beebe, D. U., 141,464, 480, 484, Bertrand, C., 555
488 Boller, T., 66, 68, 141
Bertrand, J.-C, 591 Bolognesi-Winfield, A. C., 314
Beeckman, T., 168
Bethke, P., 169 Bõlter, B. , 55, 68
Beemster, G. T., 210, 212, 603
Bette1idge, C. A., 92 Bolwell, G. P., 99, 130
Beer, M., 235, 239
Beyschlag, W., 282, 303 Bolzon de Muniz, G. I., 392
Beerling, D. J ., 308
Bhalerao, R. P., 165 , 168, 171 , 430 Bone, R. A., 269, 304
Beermann, A., 312
Bhambie, S., 184, 212 Bones, A. M., 563, 589, 591
Beers, E. P., 152, 168
Bhatt, J. R., 596,570, 589 Bongers, J. M., 278, 304
Beevers, L., 153, 168
Bhojwani, S. S. 168 Boninsegna, J. A., 365, 389, 418,
Behnke, H.-D., 132, 447, 450, 452,
457,468,470,474, 480,480,481,
Bibikova, T. N., 292, 304 433
481 ,482,483,487,497, 508,509, Bidney, D. , 174 Boniotti, M. B., 54, 68
574, 589 Bienert, G. P., 74 Bonke, M., 171
Beh1inger, F. J., 218 Bieniek, M. E., 196 , 212 Bonnemain, J.-L., 383, 389, 390,
Beis, D., 173, 220 Bierhorst, D. W., 25, 184, 212,332, 424, 430,436, 481,487
Belczewski, R. F., 309 341, 350 Bonner, J., 168, 574, 578, 586, 589
Belin-Depoux, M., 547, 555 Biesboer, D. D., 577, 578, 589 Bonner, L. J., 389
Belrnonte, E. , 547, 555 Bigelow, W. C., 307 Bonnett, H. T., Jr. , 304
Benayoun, J., 345,350,569, 590 Biggs, A. R., 525, 529 Boot, K. J. M., 173
Benfey, P. N., 137, 155, 165, 167, Bilger, W., 269, 304 Borchert, R., 525, 529
171-173,204, 212, 220 Bilisics, L., 136 Bordenave, M., 431
Bengochea, T., 226, 239 Bird, S. M., 275, 304 Borger, G. A., 519, 529
Benhamou, N., 104, 129 Bisgrove, S. R., 94, 597 Bõrner, T. , 68
Benková, E., 169 Bishop, G., 168 Bornman, C. H., 483
Bennett, A. B., 120, 130, 138 Bisseling, T. , 309 Bornman, J. F., 309
652 11 1 Anatomia das Plantas de Esau
Bosabalidis, A. M., 484,537, 551- Brennicke, A., 63, 69, 72, 74 Bw·geff, C., 206, 212
553, 555, 589 Breton, C., 389 Burgert, 1., 382, 389
BoBhard, W., 398, 426
Brett, e., 102, 120, 130 Bw·ggraaf, P. D., 429
Bosshard, W., 388, 393
Bostock, R. M., 525, 526, 529 Brewin, N. J., 104, 131 Bw·k, D. H., 262, 263
Bostwick, D. E., 450, 481, 482 Briarty, L. G., 128, 136 Bw·k, L. G., 162, 174
Botha, C. E. J., 23, 125, 130, 440, Briggs, D., 554, 559 Bw·kart, L. F., 370, 389
467, 481 , 484
Brodribb, T., 278, 279, 304, 353 Bw·kle, L., 485
Botosso, P. C., 364, 394
Brook, P. J., 457, 481 Bw·lat, V., 138
Bottega, S., 534, 555
Burman, P., 220
Bouchemal, N., 426 Brooks, K. E ., 194, 215
Bw·n, J. E., 141
Bouché-Pillon, 136 Brouillet, L., 538, 555
BwTitt, D. J ., 140
Boudet, A., 525, 530
Brown, C. L., 240, 357, 395 Bw·strõm, H., 300, 304
Bouligand, Y., 118, 130
Brown, K. M., 171 Bush, D. R., 435, 481
Bow·ett, T. M., 551, 555
Brown, R. C., 81, 92, 597 Busse, J. S., 87, 92, 317, 350,435,
Bow·que, C. P. A., 309
481
Bow·quin, V., 121, 130 Brown, R., 44
Bussotti, F., 88, 92
Bousquet, J., 68 Brown. R. M., Jr., 117, 133, 135, Butler, V., 483
Bousquet, U., 589 330,343, 353,375 Butterfield, B. G., 251, 263, 324, 346,
Bouteau, F., 577 350, 355, 356,371,388, 389,392,
Brown, W. H. , 555
Boutin, B , 424, 426 407, 426, 431
Brown, W. V., 166,187, 212
Bouvier, F., 68 Buvat, R., 177,180,181, 212, 213
Bouyer, D., 295, 304 Browning, H., 528 Byrne, J. M., 199, 213
Bowen, W. R., 522, 529 Brownlee, C., 68, 92,276, 304
Bower, F. O., 184, 212 Browse, J ., 86, 87, 95, 96 Caderas, D., 132, 214
Bowler, K. C., 197, 213 Caetano-Anollés, G., 240
Bruce, B. D., 55, 57, 58
Bowman, J . L., 25, 160, 168, 188, Cahalan, C. M., 192, 213
212, 546, 555 Bruck, D. K., 269, 304
Calabrese, G., 217
Bowsher, C. G., 54, 62, 68 Brumer, H., 130 Caldwell, M. M., 269, 311
Boyd, D. W., 262, 263 Brummell, D. A., 120, 130 Callado, e. H., 364, 389
Boyd, J. D., 368,371, 389 Callaghan, P. T. , 485
Brummer, M., 426
Braam, J ., 97, 99, 121, 130 Callaham, D. A., 94, 134, 170
Brunner, B. R., 590
Braat, P., 314 Callos, J. D., 218
Bradbury, J. H. , 91, 92 Brutnell, T. P., 190,2 12
Calvin, C. L., 105, 130, 239,271,
Bradley, D. J., 99, 130 Bruton, A. G., 484 304, 314
Brand, U., 214 Buchanan-Bollig, I. C., 71 Camara, B., 58, 71
Brandizzi, F., 70, 597 Cambrony, D., 590
Buchanan-Wollaston, V., 153, 168
Brandner, J ., 487 Camefort, H., 181, 213
Buchard, C., 329, 350
Braun, E. J., 555 Campbell, D. H , 184, 213
Braun, H. J., 330, 350, 374, 379, 380, Buchholz, A., 272, 304 Campbell, P., 97, 121, 130
383, 389,407,410, 426,471, 487 Buckeridge, M. S., 102, 130 Campoccia, D., 592
Braun, H.-P., 63, 68 Cande, W. Z., 52, 69, 82, 92
Buckley, T. N., 282, 304, 310
Braun, M., 292, 303, 304 Cannel, M. G. R., 192, 197, 213
Bugnon, F., 222
Brazelton, T. R., 168 Canny, M. J ., 234, 239, 329, 331,
Breckle, S.-Vv., 535, 560 Bunce, J. A., 191, 221 350, 351, 561
Bremond, L., 299, 304 Bünning, E., 297, 304, 309 Cano-Capri-J., 370, 389
Índice Onomástico 111 653
Cao, J ., 71 Chalk, L., 26, 91, 95, 95,241,251, Cho, H. T. , 120, 131, 195, 213, 292,
Capek, P., 136 263,263,286,287, 309,314,324, 304
355,379, 390, 392,425, 427,498, Choat,B.,326,352,354
Cappelletti, E. M., 592
509,563,565,566,569,570,592,
Carde, J. P., 58, 68 Cholewa, E., 390
592
Cardemil, L., 555 Chory, J ., 42, 70
Chamei, A., 272, 306, 312
Cárdenas, L., 293, 304 Chow, K., 591
Champagnat, M., 197, 213
Cardon, Z. G., 310 Chowdhury, K. A., 422, 427, 433
Chan, L.-L. , 494, 508
Carlquist, S., 25, 236, 239, 320, 324, Chrispeels, M. J ., 49, 50, 68, 81, 85,
Chanana,N. P.,158, 168
326, 329, 330, 332, 334-336, 341, 92, 93
Chang, H.-M., 106, 139
351,356,360,378-380,382,384, Christiansen, E., 392, 509, 573, 589
389,480, 481,574,579,583, 589 Chang, S.-H., T., 423, 431
Christie1nin, M., 130
Chang, Y.-P., 495, 508, 515, 522, 529
Carlton, M. R., 353 Christodoulakis, N. S., 275, 304
Chapman, G. P., 372, 390
Carlton, W. M., 539, 555 Christou, P., 171
Chapman, K., 199,208, 213
Carpenter, C. H., 252, 263, 319, 351 Chu, S. P., 303
3TT, 389 ' Charlton, W. A., 296, 304
Chua, N.-H., 47, 64, 70, 71, 81, 94,
Carpita, N. C., 97, 99, 101,102, 130, Charon, J., 569, 589
295, 303, 309, 589, 590, 594
136 Charpentier, J .-P., 389
Chu-Bâ, J., 427
Can, D. J ., 172,212,220,394,571 Charvat, 1., 345, 352
Chung, Y. J ., 384, 390
CaIT, S. G. M., ,571 Chattaway, M. M., 331, 352, 367,
Chye, M. L. , 586, 589
Carrillo, N., 58, 72 375, 390,495,503,507, 508,515,
523, 529, 331, 352 Cibe1t, C., 428
Casero, P. J ., 168, 171
Chauveaud, G., 478, 481 Citovsky, V., 127, 131
Casimiro, 1. , 165, 168, 171
Chavan, R. R., 499, 508 Clark, A. M., 450, 481 , 482
Casperson, G., 371, 390
Cheadle, V. 1., 156, 168, 332, 335, Clark, S. E., 104, 188, 189, 213
Cass, D. D., 581, 589 352, 407,409,427,440,441,443, Clarke, A. E., 140, 190
Cassab, G. 1., 103, 130 456,474,480, 481 , 483,492,499, Clarke, J ., 222, 297
Cassagne, C., 308 501, 508, 509,525
Clarke, K. J ., 305
Cassin1eris, L. U., 82, 92 Cheavin, W. H. S., 91, 92,
Clausen, T. P., 92
Castro, M. A., 110, 130, 324, 351, Chen, C.-L., 130, 137
Clay, N. K., 165, 168
555,570, 589 Chen, J.-G., 609
Clayton, M., 303
Catalá, c., 120, 130 Chen, L. , 170
Cleland, R. E., 128, 131, 140, 195,
Catesson, A.-M., 23, 114,116, 131, Chen, S. S., 391
213
136, 181, 213, 242,331, 350, 351 , Chen, S.-C., G., 165, 168, 171
383, 390,401,403,404,405,411, Clemens, S., 309
Chen, S.-J ., 90, 94, 106, 617
413,414,420, 426, 427, 429, 430, Clément, A., 591
441, 481 Chen, Y. S., 391, 597
Clé1ivet, A., 331, 352
Cathala, B., 392 Chen, Z.-r., 433
Cline, K., 57, 69, 71, 150, 168
Cavaletto, J . M., 97 Cheniclet, C., 68
Clowes, F. A. L., 51, 69, 177-181,
Cecich, R. A., 180, 213 Cheung,A. Y,58, 68, 307 183, 185, 199-206, 213, 214, 222,
Ceriotti, A., 97 Chevalier, C., 154, 170 267,297, 305
Chew, S. K., 68 Cochard, H., 326-329, 352, 357,
Cermák, J., 392
Chialva, F., 558 612, 613
Ceulemans, R., 392
Chiang, S. H. T., 515, 521, 524, 529 Cockerham, G., 420, 427
Chabbe1t, B., 140, 392
Chimelo, J. P., 388, 431 Cocking, E. c., 158, 173
Chadchawan, S., 591
Chin, J., 296, 304 Coe, E. H., J r., 42, 172
Chafe, S. C., 119, 130, 235, 236, 239
Chino, M., 134, 137, 139, 487 Coelho, C. M., 71, 171
Chaffey, N. J., 23, 25, 11 9, 130, 342-
346, 348, 351 , 352,353,361,383, Chiou, T.-J. , 435, 481 Coenen, C., 166, 168
384, 390,404,405,413,416, 427 Chiu, S.-T, 352 Cohen, L., 529
654 111 Anatomia das Plant as de Esau
Colbert, J . T., 404, 467, 481 Crawford, N. M., 68 D'Amato, F., 54, 69, 168, 214
Coleman, C. M., 323, 352 Crawford, R. M. M., 233, 242 Da Cunha, M., 558,578,579, 581,
Collings, D. A., 64, 69, 81, 83, 92, Creelman, R. A., 163, 168 588, 590, 619
133, 601 Cresson, R. A, 468,470,471, 481 da Silva Cardoso, N., 365, 394
Collins, C. C., 311 Crétin, H., 586, 588, 590 da Silva-Neto, S. J., 558, 619
Comai, L., 221 Crisp, C. E ., 459,471, 481 Dadswell, H. E., 367, 373, 390, 394
Comstock, J . P., 282, 305,327, 352 , Cronshaw, J., 371, 392,449,457, Dahiya, P., 104, 131
355 482, 483 Daimon, H., 234, 242
Condon, J. M., 578,579,581, 589, Cross, R. H. M., 130 Dale, G. T., 595
590 Croteau, R. B., 551,552, 556-559, Dale, J. E., 134, 217
Connelly, P. S., 140 561 Daley, D. O., 68
Connolly, J . H ., 100, 131 Croxdale, J., 23, 184, 214, 296, 303- Dangl, J . L., 153, 168
Constable, J. V. H., 234, 239 305
Daniel, G., 129, 350, 604
Cook, C. \1/., 170 Crozier, A., 163, 168
Daniels, M. J ., 558
Cooke, T. J., 35, 41 , 43, 69, 140, 189, Cruden, R. W., 540, 556
217 Danilova, M. F., 551, 552, 556
Cruiziat, P., 352
Coolbaugh, R. C., 166, 168 Dannenhoffer, J . M., 440,441,450,
Cuerrier, A., 555
466, 481, 482
Cooper, P., 389 Cui, X., 135
Dante, R. A., 71 , 17 1
Cormack, R. G. H., 297, 305 Culem, C., 213
Darley, C. P., 102, 120, 131, 135
Comish, K., 587, 589 Cumbie, B. G., 404,405,407, 427
Darvill, A. G., 99, 131, 134, 136-138
Corpas, F. J, 64, 69, 604 Cummins, 1., 87, 92
Das, S., 255, 265
Corsar, J., 174, 601 Cunningham, F., X., Jr. 57, 69
Datta, A., 196, 218
Corsi, G., 534, 554, 555, 556 Cunningham, R., B., 353
Datta, N. M., 561
Corson, G. E., Jr., 180, 181, 187, 215 Cunie, A. R. , 170
Datta, S. K., 587, 590
Cosgrove, D. J., 97, 102,108,120, Currier, H. B., 104, 132
121, 131, 138, 139, 170,292, 304, d'Auzac, J ., 577, 579, 586, 588, 591
Curry, K. J., 549, 550, 556, 560
607 Dave, Y. S., 414, 415, 423, 427, 432
Curtis, J. D., 539, 547, 556, 558,
Costa, A., 516, 529 David, J.-P., 96
572, 590, 592
Costa, C. G., 389,506, 508, 590 David, J . R., 519, 530
Cusick, F., 258, 265
Costa, S., 206, 214, 297, 305 Davies, A., 592
Cutler, D. F., 25, 288, 303, 305, 306,
Côté, W. A., Jr., 324,325, 353,355, 306-309,557, 612 Davies, E., 69
355,367,391 Davies, K. L., 560, 618
Cutler, S. R., 44, 69, 116
Cottignies, A., 147, 168 Davies, L. M., 137
Cutter, E. G., 25,177,181,196, 197,
Coutand, C., 352, 612 214,297, 305 Davies, M . S., 170
Coutos-Thévenot, P., 69 Cuttriss, A. J., 73 Davies, P. A., 540, 556
Covington, L., 93 Cuypers, B., 487 Davies, P. J., 25, 163, 166, 167, 168,
Cowan, J. R., 306, 312 Cvrcková, F., 129, 157, 175 350
Cowling, R., 97 Cyr, R. J., 97, 116, 117, 132, 133, Davies, \1/. J, 168, 307, 604
Coyvaerts, E., 577, 586, 590 136, 309, 597, 601 Davis, A. R., 540, 543, 545- 547, 556,
Craft, C. C., 529 Czabator, F. J., 433 620
Crafts, A. S., 194, 214, 459, 468, Czaninski, Y., 103, 131, 140, 330, Davis, D. G., 592
471, 480, 481 331,343, 350, 352,383, 390 Davis, E . L ., 214
Craig, M. E., 574, 576, 590 Czarneski, C. M., 508 Davis, G., 388, 395
Craighead, F. C, 422, 433 Czarnota, M. A., 292, 305 Davis, J. D., 93,181,383,418,420,
Grane, P. R. 1., 29, 41 Czechowski, T., 485 421, 428,443, 482, 483,505, 508,
Crawford, K. M., 127, 128, 131, 163, 559
170,175, 435, 481, 603 Davis, M. J., 578, 590
Índice Onomástico 111 655
Duckett, C. M., 129, 132, 298, 305 Eleftheriou, E. P., 439,440,450, 452, Eschrich, W., 26, 91, 93, 104, 132,
Dudai, N., 561 467,478, 482, 560 330, 352,443,459, 483, 488,618
Duffy, R. M., 232, 241 Eleuterius, L. N., 299, 308 Eshed,Y., 160, 168,188, 212, 555
Duke, S. O., 305, 550, 556 EI-Garnrnal, S., 557 Esseling, J. J., 308
Dumais, J., 195, 214, 313, 606 EUas, T. S., 540,547, 548,555, 556 Essiarnah, S, 330, 352
Dumbroff, E. B., 251, 263 Ellerby, D. J ., 329, 352 Essner, E., 64, 74
Dunahay, T. G., 95 Elliott, J. H., 420, 428 Estelle, M., 170, 348, 354, 606
Dungan, S. R., 459, 486 Ellis, B. E ., 356 Eun, S.-0., 282, 306
Dunwell,J. M., 159, 174, 306 Ellis, R. P., 299,300, 305 Evans, B. W., 133
Dupree, P., 80, 93, 602 Ellmore, G. S., 390 Evans, D. E., 92, 558, 597
Dw·achko, D. M. , 131 Elmore, H. W., 379 Evans, L. S., 193, 214, 604
Dw·kee, L. T., 547, 556 El-Sawi, Z., 355 Evans, L. T., 171
Dw·so, N. A., 136 Emanuel, M. E., 96 Evans, M. M. S., 189, 196, 214
Dute, R. R., 60, 323, 324, 352, 475, Emery, H . P., 212 Evans, f\1. W., 195, 214
482 Emons, A. M. C., 117-119, 132, 136, Evans, P. D., 353
Duval, J . C., 351 141,292,293, 306, 308, 309, 311, Evert, R. F., 42, 73, 85, 87, 90, 92,
313, 314, 601, 608, 610 93,99, 104, 124-126, 128, 132,
Dyer, A. F., 150, 169
Endo, S., 348, 349, 352 136, 137, 138, 140,162, 172, 173,
Dzerefos, C. M , 513, 529
Endress, A. G., 594 261, 263,268, 312,3 17, 350, 356,
Endress, P. K., 26, 335, 352 400,401,403,405,407-422,425,
Eames, A. J., 26, 29, 41 425, 428, 433,435,436,438-444,
Engelberth, J., 83, 93 448-452, 455-459, 462, 466-471, 473,
Easseas, C., 288, 307
Engels, F. M., 105, 132 475,476,478, 481-488,489,491,
Eastlack, S. E ., 357
Engleman, E. M., 588 497,499,500,502,504,505, 508,
Ebe1t, W., Jr., 482 509,513, 528, 529, 531 ,538, 559,
Engler, G., 216
Ecker, J., 70 569, 570, 590, 593
Engstrõm, P., 221
Eckstein, D., 382, 389 Evett, C., 170
Ennos, A. R., 326,329, 352, 354
Eckstein, J., 282, 303, 305 , Evrard, J.-L., 68, 71
Eorn, Y. G., 369, 384, 390, 391
Edgar, B. A, 154, 169 Ewers, F. W., 303,320,322,328,
Epel, B. L., 92, 129, 137
Edgar, E., 191, 214 352, 353, 357,379, 390,397, 428,
Epstein, E., 91, 93 473, 484, 608, 612
Edwards, D., 29, 32, 42,274, 305
Erdmann, R., 63, 71 Exarchou, F., 552,553, 555
Edwards, D. S., 305
Eriksson, K.-E. L., 241
EgUnton, G., 272, 305
Eriksson, M., 545, 556 Facchini, P. J. , 587, 590, 618
Eguchi, T., 480
Eriksson, S., 593, 605 Fadón, B., 167
Ehrhardt, D. W., 44, 69, 119, 131 ,
Ermel, F. F., 405, 428 Fahn, A., 26,251, 264,288, 306,
598, 607
Ervin, E . L. , 473, 482 309, 332, 353, 374-376, 388, 390,
Eichholz, A., 139
Erwee, M. G., 126, 129, 132,285, 394,411,422,423,425, 428, 433,
Eichho1n, S. E., 42, 73, 138, 173, 534,535,537,540-543,545,547,
306
356, 483, 486, 559, 593 552, 557, 559-561, 563,565, 566,
Esau, K., 41, 69, 93, 132, 149, 169,
Eisfelder, B. J., 75 569-571, 573, 590-592, 594, 595
193, 214,237,238, 240,245,250,
Eisner, M., 305 254,256,259,260,261, 263,306, Fairbairn, J . W., 584, 590
Eisner, T. , 288, 305 318,342, 352, 359, 386, 390, 406, Faivre-Moskalenko, C., 308
Ekbom, B., 593 428, 436, 438-441, 443-446, 449, Faix, O., 138
452-454, 456-458, 472-474, 476-480,
Eklõf, J., 168, 171 Falk, H., 74
481-483, 492, 493, 496, 498-503,
Eklund, L., 366, 390 505-507, 508, 509, 520, 529, 557, Falk, R. H., 220
Eklund, M., 130 579, 590 Falkenberg, P., 237, 240
El Hadidi, M. N , 529, 529 Esch, J. J ., 314 Fankhauser, C., 42
Índice Onomástico 111 657
Faraday, C. D., 560 Flanders, D. J., 81, 93 F1iml, J., 164, 165, 169, 174, 604,
Farquhar, G. D., 175, 304, 306, 312 Fleming, A. J., 120, 132, 135, 195, 607
Farquhar, M. L., 292, 293, 311 214,219, 601 , 604 F1ison, E., 329, 353
Farrar, J. J ., 4 11-418, 428 Fletcher, J. C., 163, 169, 188-190, Fritz, E., 466, 467, 484
214, 220, 604, 608 Froelich, J. D., 561
Fasseas, C., 264
Fleurat-Lessard, P., 390 Froese, C. D., 174
Fath, A., 153, 154, 169
Flügge, U.-I., 57, 69 Frohlick, J. A., 95, 137
Faull, A. F., 373, 389
Flynn, C. R., 72 Fromard, L., 383, 389, 390
Faye, L., 93
Foard, D. E., 194, 214, 262, 264 Fromm, J., 413, 417, 425, 426
Fayle, D. e. F., 368, 390, 612
Foisner, R. , 51, 53, 69 Frommer, W. B., 240, 485
Feigenbaum, P., 265
Foley, M. E., 578,587, 593 Fromont, J. C., 390
Feild, T. S., 67, 69,278, 306, 335,
353, 618 Folkers, U., 313 Froux, F., 352
Feldman, L. J. , 170, 204, 206, 214, Follet-Gueye, M.-L., 405, 428 F1y, S. C., 99, 101-103, 129, 132-
217, 218,297, 305, 307,605, 607 Foreman, D. R., 309 134, 136, 314, 601-603
Feldmann, K. A., 218 Forrester, A. M., 131 F1ye, J. S., 592
Fellows, R. J., 450, 484 Forsaith, C. C., 374, 390 F1yns-Claessens, E., 286, 306
Felton, M., 556 Forster, R. L. S., 485 Fuchs, E., 144, 169
Fenoll, C., 292, 313, 611 Forward, D. F. , 407 Fuchs, M. C., 149, 169
Fenwick, K. M., 239, 240 Foster, A . S., 26, 29, 3 1, 41, 180, Fujii, T., 367, 390, 391, 422, 428,
Ferguson, C., 104, 132 184, 185,195, 214, 215,245,254, 574, 591, 599, 610
255,26 1, 264,332, 353, 591 Fujikawa, S., 394
Fernandez, A., 218, 602
Foster, R. C., 353 Fujino, T., 107, 117, 133
Fernández-Gómez, M. E., 72
Fowke, L. C., 134, 556 Fujioka, S., 175 , 357
Fernie, A. R., 485
Fowler, M. R., 174 Fujita, M., 129, 350, 355, 360, 600,
Ferreira, P. C. G., 70, 216
Fox, M. G., 577, 591 602
Ferri, K. F., 63, 69
Franceschi, V. R., 89, 90, 93-97, 240, Fujiwara, T., 131 , 134, 428
Ferri, S., 84, 93 392,441, 485,493, 509, 589, 598, Fukazawa, K., 129, 349, 353, 356,
Ferro, B. C., 218 616, 618 392, 394
Ferwerda, F. H., 590 Francis, D., 170 Fukuda, H., 153, 169, 171, 175,345,
Field, D. W., 595 Francis, J. E., 335, 356 348,349, 352-357, 613, 614
Fieuw, S., 241 Franke, R., 531 Fukuda, Y., 436, 484
Figueiredo, A. C., 552, 557 Franke, W., 271, 306 Fukushima, K., 140
Findlay, N., 542, 543, 557 Franklin, A. E., 52, 69 Fulgosi, H., 57, 69
Fineran, B. A., 552, 554, 557, 578- Franklin, e. I., 94, 308 Funada, R., 129, 342, 344, 349, 353,
581, 589, 590 Franklin-Tong, V. E., 93, 597 391, 392, 413, 427, 429-431 , 600,
Fink, S., 153, 169, 394 613, 614
Franks, P. J., 281, 306
Finkel, E., 63, 69 Furbank, R. T., 312
Fray, R. G., 75
Finley, D. S., 91, 93 Fw·ner, I. J ., 195, 215
Frederick, S. E., 63, 69
Fiorani, F., 170 Furusawa, O., 353, 429
Freeling, M., 171, 193, 220
Fischer, A., 71 Freeman, J. D., 352
Fisher, D. B., 128, 129, 132, 450, Gaal, D. J ., 556
French, J. C., 577, 591
461, 484 Gabrys, H. , 55, 74
Frevel, B. J., 313
Fisher, D. D., 117, 132 Gad, A. E., 257, 263
Frey-Wyssling, A., 93, 101, 107, 109,
Fisher, D. G., 85, 93, 457,466, 484 110, 132,238, 240,274, 306,547, Gadella, T. W. J., 131
Fisher, J. B., 252, 264, 320, 352, 557 Gaffal, K. P., 547,557
353,370, 390,574, 594, 609 Fricker, M., 276, 314 Gage, D. A., 485
Fisk, E. L., 193 , 218 Fricker, M. D., 44, 69 Gage, F., 175
658 11 1 Anatomia das Plantas de Esau
Gahan, P. B., 317, 342, 353, 353, Geisler, !11., 296, 306 Glick, B. R., 166, 169
393,402, 429,429,435, 484,484 Geisler- Lee, C. J., 114, 133 Glockrnann, e., 123, 135
Gahrtz, M., 487 Geitmann, A., 293, 306 Glover, B. J., 295, 296, 306
Gaidarov, I., 50, 69 Gelband, H., 547, 548, 556 Goddard, R. H., 81, 93
Gajhede, M., 137 Geldner, N., 174, 598, 604 Godkin, S. E., 516, 530
Galatis, B., 129, 137, 141 , 284, 302, Gendall, A. R., 42 Goedhar t, J., 131
304, 306, 310, 602, 609 Gendreau, E., 71 , 171, 174 Goessens, G., 73
Galetto, L., 540, 557 Genevês, L., 181, 213 Goggin, F. L., 465, 484
Galili, G., 94, 598 George, G. N., 70 Gohet, E., 591
Galitz, D. S., 592 Gerace, L., 51, 53, 69 Goldberg, R., 102, 133, 426-429,
Gallagher, K., 155, 161, 169,285, Gerbeau, P, 74 352
306 Goldschmidt, E. E., 58, 69
Gerrath, J. M., 88, 93
Gallagher, L. A., 95 Golecki, B. , 450, 484
Gerritsen, A. F., 565, 567, 588
Gallie, D. R., 63, 75 Golinowski, W. O., 521, 530
Gersbach, P. V., 551, 557
Gallois, J .-L., 189, 215 Gomês, E., 69
Gershenzon, J ., 551, 557, 559, 561
Gallois, R., 591 Gomes, V M., 558, 590, 619
Geszprych, A., 569, 592
Galston, A. W., 574, 578, 589 Gómez, E., 240
Gharyal, P. K., 129
Galway, M. E., 292,298, 306, 309, Gommers, F. J ., 240
Ghouse, A. K. M., 398, 399, 406, 415,
600 Gonzalez, A. M., 88, 93, 548, 557,
419,423, 429, 430,433
Galweiler, L., 174 603
Giannotti, J ., 590
Gamalei, Y. V., 125, 133,464, 466, González-Melendi, P., 167
Gibbon, B. C., 487
484, 617 González-Reyes, J. A., 93
Gibeaut, D. M., 99, 102, 130
Gambade, G., 222 Goodbody, K. C., 116, 133
Giblin, E. M., 309
Gan, S., 171 Goodin, J. R., 288, 310
Gibson, A. C., 356
Gant, T. M., 51, 69 Goodman, N., 589
Giddings, T. H., Jr., 117, 133, 139
Gantt, E., 57, 69 Goodwin, P. B., 126, 129, 132, 133,
Giegé, P, 63, 69
Gao, X.-Z., 506, 509 306
Gier th, M., 41
Garbaii, F., 554, 556 Goosen-de Roo, L., 166, 133, 415-
Gietl, C., 78, 93
Garcia-Herdugo, G., 80, 93 417, 429
Gifford, E. M., 26, 29, 31, 41 , 177,
Gardin er, J . C., 117, 118, 82, 133 Gorham, A. L., 513, 518, 530
180, 181,183, 184,187,188,195,
Gardner, J . S., 303 196, 199,200,203,205, 215, 219, Gõrlich, D , 52, 69
Gargani, D., 590 332, 353, 483, 594 Gorton, H. L., 75
Ga1Tison, R. , 195-197, 215 Gil, G. F., 513, 530 Goto, K., 314, 603
Gartner, B. L., 369,370,392, 393, Gilder, J., 482 Goto, N., 173
395,430 Gill, R. H., 439, 453, 454, 483 Gottlieb, J. E., 184, 215
Gasson, P. E ., 354, 357, 393, 395 , Gillett, E. C., 219 Gottschalk, M., 139, 487
595, 612 Gilliland, M. G., 441, 483, 484,569, Gottschling, M., 240, 608
Gaupels, F., 435, 488 587, 591 , 593 Gottwald, J. R., 465, 484
Gautheret, R. J., 157, 169 Gilrner, S., 134 Goujon, T., 138
Gazzani, S., 488 Gilroy, S., 292, 293, 304, 306, 597 Gould, K. S., 67, 71, 97, 595
Gearhart, J., 171 Giltay, E ., 237, 240 Gouret, E., 270,272, 306
Gedalovich, E., 573, 591 Ginsbw·g, C., 513, 518, 530 Gourlay, I. D., 365, 390
Geibel, M, 513, 530 Giordani, R., 578, 591 Gout, E., 74
Geier, T. , 159, 169 Gi ridhar, G., 157, 169 Gowan, E., 488
Geiger, D. R., 450, 484 Girolami, G., 193, 215, 433 Gower, L. B., 96
Geiger, J.-P., 352 Gieason, M. L. , 555 Grabner, M., 395
Índice Onomástico 111 659
Grabov, A., 282, 306 Groh, B., 526, 530 Haccius, B., 292, 306
Grabski, S., 126, 133 Grõnegress, P., 58, 70 Hacke, U. G., 323, 326-329, 353,
Graça, J., 516, 530 Groot,E.P.,203, 213, 215 356, 612-614
Grace, J. B., 239 Groover, A., 345, 348, 349, 353 Haecke r, A., 160, 169, 218, 220
Gracia-Navarro, F., 93 Grosjean, O.-K., 589 Hafrén, J ., 105,107,109,117, 133
Grahan1, E. T., 240 Gross, K., 96 Hage, W., 175, 222
Graham, L. E., 225, 240 Grosser, D., 393 Hagemann, R., 57, 70, 202, 216
Graham, N., 168 Grofsmann, P., 139, 487 Hagen,ann, W., 43, 71 , 152, 170,
Grandjean, O., 217, 222, 604 Grossoni, P., 92 194, 217
Grange, R. I. , 265 Grotewold, E., 160, 169 Hagen, G., 355
Gravano, E., 92 Grover, F. O., 195, 214 Haigle r, C. H., 117, 133,343,346,
353, 357, 604
Gray, J. e., 55, 57, 69, 252, 314 Grover, P. N., 228, 241
Hajirezaei, M .-R., 485
Gray, J. E., 275, 304, 310 Grozdits, G. A., 516, 530
Hake, S., 134, 136, 139, 221, 605
Gray, M. W., 63, 70, 71 Gruber, P. J., 69, 75 , 97
Hakman, I. , 175
Grbié, V., 153, 169 Grünwald, C., 104-106, 133
Hale, K. L., 66, 70
Greaves, G. N., 313 Grusak, M. A., 464, 484
Haley, A., 315
Grebe, M., 161, 169, 174 Gu, X., 114, 133
Hall, L. N., 193, 216
Green, L. v,,r,, 240 Guglielmino, N., 405, 429
Hall, M., 262, 265, 349, 357
Green, P. B., 149, 169, 194, 195, Guiamét, J. J. , 172
215 , 216, 221 Hall, R. D., 270, 306
Guilfoyle, T., 173, 220
Greenberg, J. T., 75, 152, 153, 169 Hallahan, D. L., 555
Guilfoyle, T. J., 350
Greene, B., 221 Hallam, N. D., 273, 306
Guilliot, A., 388
Greenidge, K. N. H., 322, 353 Halpe rin, W., 157, 169
Guiot, J., 304
Greenland, A. J., 68, 92 Hamann, T., 165, 169, 603
Gulline, H. F., 161, 169
Greenwood, J. S., 169 Hamilton, D. W. A., 282, 307
Gunawardena, A. H. L. A. N., 153,
Greger, M., 558 169 Hamilton, R. J., 272, 305
Gregg, A., 560 Gunckel, J. E., 194, 215 Hammerschrrüdt, R., 99, 106, 134,
137, 303,525, 530
Gregory, M. , 311, 352, 557, 565- Gunning, B. E . S., 44, 54, 60, 70, 80,
567, 588, 591 93,1 16, 118,126, 133, 134, 137, Hammond-Kosack, K., 163, 170
Gregory, R. A., 183, 215, 330, 353, 141,205,208,211, 216,229,230, Han, K.-H., 587, 591
406,419, 429 240, 242 ,27 1, 306,457,463,465, Hancock, R. D., 488, 616
486,535,541,543,547, 556, 557,
Gresshoff, P. M., 240 Hanhart, C. J., 171
559, 598
Grichko, V. P. , 166, 169 Hansen, M. R., 69
Guo, A., 539, 557
Grierson, C. S., 305 , 308 Hansen, U. P, 354, 391
Guo, F., 170
Griffing, L. R., 579, 591 Hansmann, P, 58, 59, 70, 71
Guo, Y., 240
Griffith, M. E., 54, 68 Hanson, J. B., 149, 170
Guo, Y. H., 452, 484
Griffith, M. M., 261, 264 Hanson, M. R., 55, 63, 71, 75
Gupta, P. K., 170
Griga, M., 158, 169 Hanstein, J., 44, 70, 178, 179, 199,
Guttenberg, H. von, 183, 185, 186,
Grill, D., 169 216,216
193, 194,196, 199,202,203,206,
Grillos, S. J., 419,420, 429 216,237, 240,267, 306 Hao, 8.-Z., 579, 587, 591 , 595
Grimm, R. B., 161, 167 Hao, Y., 170
Grisebach, H., 105, 133 Ha, M.-A., 100, 133 Hara, N., 181, 187, 188, 216, 220
Gritsch, C. S., 109, 133,251, 264, Haberlandt, G., 26, 31, 41 , 146, 169, Harada, H., 264, 324, 344, 353-355,
609 178,216,246, 264,539, 557 392, 486
Groff, P. A., 40, 41 Hable, W. E., 94, 597 Harada, J. J., 36, 42
660 11 1 Anatomia das Plant as de Esau
Hara-Nislúmw·a, I., 72, 598, 600, 605 Hayashi, M., 40, 41 Henry, R. D., 292, 311
Harberd, N. P., 173 Hayashi, T. , 102, 139 Hepler, P. K., 44, 70, 78, 79, 80, 93,
Hardham, A. R., 118, 133, 216, 600 Hayes, P. M., 459, 461, 489 94,1 12, 113,123, 129, 134, 136,
137, 140,170,284,285,292-294,
Hardtke, C. S ., 169 Hayes, T. L., 310
304, 307, 310, 313
Hariharan, U., 391 Hayward, H. E., 358, 402, 583-585
Herbe1t, R. J., 154, 170
Hariharan, Y., 369, 391 591 '
Heredia, A., 314
Hariri, E. B., 238, 240 Hayward, P., 527, 530
Herendeen, P. S. , 335, 354
Haritatos, E., 464, 465, 484 Haywood, V., 122, 127, 135
Herlt, A . J ., 171
Harmon, B. V, 154, 170 He, C.-J., 153, 169, 170, 240
Herman, E. M., 66, 67, 70 81 85
Harmon, F. G., 41 He, L .-F., 140 ' ' '
87, 92-94, 598
Harper, J. D. I., 69, 113, 130 133 He, Y., 163, 170
Hermann, S. M., 556
134 ' ' Heady, R. D., 324, 353
Herrmann, S., 574, 589
Harper, J. F., 240 Healey, P. L., 91, 97,288, 305 314
314 ' ' Herth, W., 117, 134
Harpster, M. H., 120, 130
Hervé d u Penhoat, C., 133, 426
Harrington, G. N., 230, 240 Heath, M. e., 153, 170
Heslop-Harrison, J., 553, 557
Harris, H., 151, 170 Hébant, C., 584, 586, 590, 591
Heslop-Harrison, Y., 553, 557
Harris, J. M., 298, 318, 367, 391 Hebard, F. V., 239
Hess, W. M., 314
Harris, M., 252, 264 Heckman, J. W., Jr., 306
Hetherington, A. M., 274, 307 308
Harris, P. J., 102, 129, 137, 139, Hedrich, R., 305, 592, 609 310, 609 ' '
140, 311 Heese, M., 113 , 134 Hetherington, P. R., 133
Harris, \V M., 257, 263, 264 Heese-Peck, A., 51, 70 Hewitt, Wm. B., 386, 390
Hartel, K., 184, 216 Heide-J0rgensen, H. S., 255, 262, Heyn, A. N. J ., 120, 134
Hartig, R., 424, 429 264,273, 307
Heyser, \1/. , 132, 483, 484
Hartley, B. J ., 130 Heidel, A., 353
Hibberd, J. M., 69
Hartmam1, K., 313, 531 Heidstra, R., 206,21 1, 220
Hicks, G. R., 52, 70
Hartung, W., 282, 307 Heil, M., 540, 557
Hicks, M. A., 174
Hasegawa, A., 236 Heimer, Y. M., 75
Higashiyama, T., 72
Hasegawa, O., 139 Heimler, W., 557
Higuchi, T. , 26, 105, 134, 353, 365
Hasenstein, K. H., 271, 311 Heimsch, e., 199, 211-213 > 220 > 366, 391 '
Hasezawa, S., 82, 94, 611 377, 391
Hilger, H. H. , 240, 608
Hashmi, S., 398,415,419,423, 429 Hein, M. B. , 354, 356
Hilhorst, H. W. M., 171
Haslam, E., 88, 93 Heinrich, G., 539, 550, 557
Hill, J . F., 242
Hatch, S. L., 299, 314 Heinz,I., 393
Hill, R. S., 278, 279, 304, 307, 308
Hatfield, R. D., 104, 134, 139, 140 Hejnovvicz, Z., 26, 242, 281, 307,
Hille, J ., 170, 605
368,371, 391,405,407,411 , 430
Hattori, K. , 270, 307 Hillis, W. E., 366, 367, 390, 391, 573
Helariutta, Y., 171, 424, 430, 616
Haudenshield, J. S., 131 574, 591 '
Hellgren, J . M., 371, 391
Hauf, G., 139, 365 Hillmer, S., 74, 81, 93
Hellmann, H., 485
Haupt, S., 488, 616 Hills, A., 307
Hellwege, E., 305
Haupt, W., 56, 70 Hills, M. J., 92
Hemerly, A. S ., 54, 70, 194, 216
Hausermann, E ., 538,547, 557 Hilpert, A., 557
Hempel, F. D., 135 , 136, 269, 307
Havaux, M., 67, 70 Himmelspach, R., 118, 134, 140,
Hemplúll, J . K., 561 601, 602
Hawes, C. R., 44, 92, 139, 312, 558,
598 Hendriks, G., 222 Hinchee, M. A., 354
Hawkins, S., 525, 530 Henning, F., 352 Hines, E. R., 205, 212
Hayashi, H., 41 , 72 , 134, 137 139 Henriksen, A., 137 Hinz, G. , 73, 93, 600
487 ' ' Hem·y, R., 69 Hirai, A., 63, 68, 72
Índice Onomástico 111 661
Hirano, H., 134 Horsch, R. B., 354 Husebye, H., 565, 591
Hirner, B., 485 Hõrtensteiner, S., 67, 70, 605 Hush, J. M., 82, 94, 119, 134
Hitz, W. D., 240 Hosokawa, S., 173 Huttly, A. K., 140
Hobbie, L., 165, 170 Hoson, T., 99, 102, 134, 314 Huxham, I. M., 133, 601
Hobbs, D. H., 92 Hosoo, Y., 343, 354 Hwang, I., 135 , 589, 599
Hobé, J ., 594 Hõster, H. R., 368, 391
Hocart, C. H., 141, 175 Hotchkiss, A. T., Jr., 117, 134 Tauk, L., 311
Hodge, T. P., 138 Houssa, C., 70 IAWA Committee on Nomenclat1u·e,
Hodges, T. K., 48, 71 Howald, W. N., 560 250, 264,320, 354
Hodgson, C. J ., 241 Howard, E. T. , 515,517, 530 Ickert-Bond, S. M., 274, 307
Hoebeke, E. R., 305 Howard, R. J ., 555 Idei, T., 395
Hoefert, L. L., 539, 561 Howells, C. A., 55, 73 Iiyama, K., 105, 134
Hoekman, D. A., 326, 351 Howells, R. M., 140 Ikeha.ra, T., 72
Hoffmann, A., 425 Hsu, H.-t., 70 Ila.rslan, H., 91, 94
Hoffmann, N. L., 354 Hu, C.-H., 574, 591 Iler, R., 307
Hoffmann-Benning, S., 435, 485 Hu, J., 64, 70 Ilgenfritz, H., 313
Hofmann, A., 96 Hu, Z.-H., 374, 375, 395, 570, 595 Im, K.-H., 156, 170
Hõfte, H., 174, 602, 603 Hua, B. G., 484 Ima.ga.wa, H., 419, 430
Hogan, B., 171 Huang, A . H. C., 87, 94, 97, 598 Imai, T. , 354
Hoge, J . H. C., 173 Huang, C. X., 351, 355 lmaizumi, H., 129, 349, 353
Hogetsu, T., 220,344, 357, 606 Huang, F -Y., 153, 170 Ima.mw·a, Y. , 344, 354
Hõglund, A.-S., 588 Huang, R.-F., 315 lmla.u,A., 137,457, 485
Holbrook, N. M., 69, 306, 328, Huang, Y. S., 368,371, 391 lnamdar, J. A., 555,578, 579,581,
352-354, 358 Hüber, B., 379, 391 588, 591, 593
Holcroft, D. fl1., 74 Huber, B., 489, 490, 505, 509 lngerfeld, M., 590
Holdaway-Clarke, T. L., 128, 134 Huber, P., 156, 173, 258-260, 265 lnnocenti, A. M., 217
Holdheide, W., 250, 264,473, 485, Hübner, C., 530 International Rice Genome Sequenc-
489,490,495,505-508, 509,522, Hudak, K. A., 174 ing Project, 160, 170
530 Hudgins, J . W., 493, 509 Inzé, D., 54, 70, 72, 74, 168, 216,
Hõll, W., 330, 354 603, 608
Hueros, G., 240
Hollenbach, B., 305 Iqbal, M., 398,399, 415, 425,427,
Hughes, J . E ., 216, 543, 557
Hollis, C. A., 419, 433 428, 430,431,433, 531 , 615,618
Hughes, M. A., 587, 593
Holloway, P. J., 272, 291, 307, 312 Irish , V. F., 163, 170, 196, 216
Hugouvieux, V., 539, 558
Holst, 1. , 96 Isebrands, J. G., 370, 391,403, 430
Hugueney, P., 68
Holsten, R. D., 158, 174 Ishida., S., 140, 353,419, 430
Hulbary, R. L., 156, 170, 232, 240
Holtzman, E., 68, 70, 8 1, 93 Ishii, T., 102, 134
Hull, R. J ., 131
Holzamer, S ., 41 Ishiwatari, Y., 128, 134
Hülskamp, M., 72, 82, 95, 154, 170,
Honda, C., 134 Itaya, A., 124, 132, 134
174,293- 295,297, 303, 304, 307,
Hong, L. T. , 324, 354 309, 312, 313 Iten, W., 393
Hong, Y., 174 Hun1mel, K., 288, 314 Ito, J ., 348, 354
Hong, Z., 133 Hunt, L., 310 ltoh, J .-I., 191,216, 605
Hook, D. D., 2 17,234, 240 Hunter, J. R., 588, 591 Itoh, T., 117, 133, 135, 140, 388
Hooke, R., 44 Huntley, R. P., 54, 70 lvanoff, S. S., 539, 558
Horgan, R., 355 Hurkman, W. J , 153, 170 Ivanov, V. B., 208,210, 216, 605
Horner, H. T., 89, 90, 93, 94, 104, Hw·ley, U. A., 96 lvanova, M., 54, 70
134,548, 558,567, 592, 599, 619 Hw·witz, L. R., 170 Iversen, T.-H., 563, 589
662 11 1 Anatomia das Plantas de Esau
Kramer, J . B., 590 Kuo-Huang, L.-L., 90, 94, 245, 253, LaMing, F. C., 299, 308
Krawczyszyn, J., 399,405,41 1, 430 256, 264,301, 315, 617 Lanza, R., 144, 171
Kreger, D. R., 272, 308 Kuras, M., 206, 217 Laosinchai, W., 135
Krekling, T. , 392, 509, 589, 616 Kurata, T. , 314 LaPasha, C. A., 375, 376, 391
Krens, F. A., 306 Kuriyama, H., 153, 171 , 348, 353, Lapierre, e., 137, 392
Kreuger, M., 103, 135
354, 356, 614
Lardy, H. A., 47, 71
Kuroda, H., 412, 430
Kreunen, S. S., 73 Larkin, J. e., 155, 163, 171,293,
Krikorian, A. D., 281, 303 Kuroda, K., 374, 376, 391 , 509 294,296, 308
Krishnamurthy, K. V., 324, 356, 369, Kuroda, N., 390 Larkins, B. A., 54, 66, 67, 69-71, 8 1,
370, 391 , 415, 433 Kuroiwa, H., 60, 71 , 72 85, 93, 154, 171, 481
Kroemer, G., 63, 69 Kuroiwa, T., 71, 72 Larsen, P., 70
Krokene, P., 589, 616 Kursanov, A . L., 471, 485 Larson, D. W., 93
Kronenberger, J., 222 Kurth, E., 184, 205, 215, 217 Larson, P. R., 193, 195, 198, 217,
Kronestedt-Robards, E. C., 534, 546, Kush, A., 586, 588 318, 354,366, 391,399,403,411,
550, 558 418, 430
Kusiak, C., 482
Kropf, D . L., 83, 94, 597 Küster, E., 87-89, 94 Larsson, e., 71
Krotkov, G. A., 584, 592 Laskey, R., 51, 69
Kutschera, U., 120 , 121, 135 , 212,
Kruatrachue, M., 475, 485 269 , 308 Lauber, 1\11. H., 114, 135
Kruger, H., 273, 307 Kutuzov, M. A., 92 Laufs, P., 188, 189, 217, 222
Krüger, R., 557 Kwak, J. M., 313 Launay, J ., 589
Krysan, P. J. , 484 Kwak, S.-S., 71 Lam-ans, F., 392
Ku, M. S. B., 132 Kwok, E. Y., 55, 71 Lam·ie, S., 140
Kuba ková, M., 136 Kwon, M.-0., 93, 132 Laux, T., 160, 169, 171,189, 190,
Kubler, H., 371, 392 217, 218, 220
Kubo, T., 431, 613 Labouriau, L. G., 574, 592 Lawrence, B. M., 551, 558
Kubota, F., 303 Lachaud, S., 41 1,415,424, 430 Lawrence, D. B., 516, 531
Kucera, B., 387, 393 Lacointe, A., 388, 617 Lawrence, M. E ., 60, 73
Kuchitsu, K., 303, 610 Lacote, R., 591 Lawson, E., 220, 305
Kudo, N., 154, 171 Lai, V. , 342, 354 Lawton, D. M., 450, 485
Kuhlemeier, C., 132, 138, 164, 173, Lake,J.A.,67, 71,276, 308, 315 Lawton, J. R., 300, 308, 420, 430,
175, 214, 219, 221 , 607 392,450, 485
Lalan ne, E., 175
Kühn, C., 461,465, 485 Lawton, J. R. S., 450, 485
Lalonde, S., 435, 465, 485
Kuijt, J., 275, 308 Lawton, M., 171
Lam, E., 54, 71, 153, 171, 172
Kuiper, F., 594 Laxalt, A. M., 131
Lam, T. 8 .-T., 134
Kulow, C., 136, 309 Lazarow, P. B., 64, 73
Lamb, C. J., 95,103, 130, 135, 172,
Kumagai, F., 82, 94 345, 356 Le Gall, K., 352
Kumar, A, 577, 592 Lambert., A.-M. , 80, 99 Leach, J. E., 539, 557
Kumar, K. V., 212, 301, 311 Lambi.ris, L, 96 Leaver, C. J., 63, 68, 71
Kummerow, J., 425 Lancashire, J. R., 326, 354 Leavitt, R. G., 297, 308
Kunau W.-H., 63, 71 Lance, A., 181, 217 Lechowicz, M. J., 357
Kundu, B. C., 258, 264 Lancelle, S. A., 93, 94 Leckie,C. P.,282, 308, 310
Kunkel, D. D., 550, 560 Lane, B., 171 Lee, D. R., 435, 485
Kunst, L., 273, 308, 309, 610 Langdale, J. A., 163, 171,190, 193, Lee, D. W., 67, 69, 71 , 304
Kuntz, M., 58, 58, 71 212, 216 Lee, J.-H., 540, 559
Kunz, U., 41 Lange, B. M., 551, 558 Lee, J.-Y., 51, 71,128, 135
Kuo, J., 439~41, 467, 485 Langhans, M., 167 Lee, K. B., 582, 592
Índice Onomástico 111 665
Lee, !11. M., 298, 308 Li, Y., 103 , 120, 135, 348, 355 Lloyd, F. E., 569, 592
Lee, P. W., 369, 391 Lian, H.-L., 50, 71 Lo, S. \1/., 74
Lee, R.-H., 154, 171 Liao, H., 221 Lo Gullo, M. A., 356
Lee, Y., 282, 306 Liard, O., 181, 213 Loake, G., 153, 171
Lee, Y.-R. J ., 11 3, 135 Libbenga, K. R., 116, 133, 141, 429 Loconte, H., 335, 355
Lefebvre, D . D., 275, 308 Liberman, M., 426, 429 Lodewick, J. E. , 425, 431
Lefêbvre, M., 306 Lichtscheidl, I. K., 78, 79, 93, 94 Loer, D. S., 87, 94
Lehmann, H., 32, 41 Liedvogel, B., 74 Logan, H., 49, 71
Leisner, S. M., 127, 135 Liese, W., 228, 241,251,262, 265, Lohaus, G., 485
Leitch, M. A., 344, 354 323,324,344, 355, 356, 368,372, Lohman, K. N, 153, 171
391, 392 ,507, 509
Lemesle, R., 335, 355 Loiseau, J. E., 181, 127
Lieutier, F., 589
Lemmon, B. E., 81, 92 Lomax, T. L., 166, 168
Light, D., 590
Lemoine, D., 352 Lombi, E., 70
Liljegren, S. J ., 212
Lemon, G. D., 184, 217 Long, A., 96
Lin, J .-A., 506, 509
Lendzian, K. J., 530 Long,J.A., 189, 191,196, 217
Lin, J .-y., 433
Leng, Q., 484 Long, S. R. , 313
Lin, L.-S., 103, 140
Lenhard, M., 190, 217, 218, 220 Longstreth, D. J., 239
Lin, T. P, 391
Lens, F., 354 Lõnneborg, A., 589
Linder, C. R., 135
Lensky, Y., 559 Lonsdale, J ., 169
Ling, L. E. C., 355
Leonard, R. T., 48, 71 , 559 Lopez, F., 352
Linsbauer, K., 267-269, 292, 308
Leong, S . K., 587, 592 Lopez, L. E., 57, 97
Linsenmair, K. E., 557
Leong, \1/., 592 Lord, E. M., 103, 134
Linssen, P. \1/. T. , 121, 135
Leopold, A. e., 152, 153, 171 , 172 Lõrz, H., 158, 171
Linstead, P, 214, 305, 310
Leplé, J .-C., 392 I:.otocka, B., 569, 592
Linton, M. J ., 327,355
Lerdau, M., 550, 558 Lou, C. H., 484, 595
Lioret, C., 588
Lersten , N . R., 230, 242,539,543, Lovell, P. H., 311
Liphschitz, N., 378, 392,419,422,
547-459, 554, 556, 558, 560,561, Low, N. H., 556
430,521, 529-531
572, 590, 592
Lisková, D., 99, 136 Lu, B., 43, 69
Leshem, B., 251, 264,329, 353
Liso, R., 206, 217 Lu, C.-Y., 423, 431 , 524, 529
Lessire, R., 273, 308
Lister, R. M., 481 Lucansky, T. , 96
Letham, D. S., 165, 171, 175
Little, e. H. A., 262, 264, 386, 390, Lucas, W. J., 43, 71, 122, 123, 127,
Levanony, H., 8 1, 85, 94 392, 393,424, 430, 431 128, 129, 131 , 134-136, 138, 139,
Levin, A., 311 Litvak, M., 558 141,211, 218, 223,285,314, 315,
Levin, D. A., 288, 308 436,441, 485-487
Liu, B., 113, 135, 263
Levy, S., 102 , 104, 135 Lukaszewski, K. M., 102, 130
Liu, L., 239, 241
Levy, Y. Y., 41, 42,269, 308 Lukowitz, W., 114, 135, 136
Liu, L. L., 537, 560
Lev-Yadun, S., 263, 264, 379, 383, 384, Lüttge, U., 535, 558
Liu, N . Y., 170
387, 391, 392,422, 430,513, 530 Luu, 0.-T., 74
Liu, Y., 71 , 171
Lewin, J., 91, 94 Luxová, M., 209, 218
Ljubesic', N., 58, 71
Lewinsohn, E., 561 Lynch, J., 166, 171
Ljung, K., 165, 168, 169, 171 , 174
Lewis, N . G., 105, 106, 130, 135 Lynch, M. A., 95
Llewellyn, D. J., 312
Leyser, O., 173, 220 Lynch-Holm, V. J., 97
Lloyd, A. D., 415, 424, 431
Leyton, L., 384, 390 Lyndon, R. F., 152, 171, 177, 181,
Lloyd, A . M ., 306, 308, 310
Li, C.-i., 69 182,192,193,194, 212, 218
Lloyd, e. W,, 81, 82, 83, 93, 94, 97,
Li, J. , 282, 308 116,117,1 19, 133, 136, 141,235, Lynn, K., 193, 194, 218
Li, X., 70, 74 241, 308, 309 Lyshede, O.B.,86, 94,271,273, 309
666 111 Anatomia das Plant as de Esau
Ma,J., 157, 171 Manners, G. D., 592 Martinoia, E., 65, 70, 72
Ma, Y., 184, 218 Mano, S., 33, 64, 72 Mar tinou, J.-C., 63, 69
Maas Geesteranus, R. A., 232, 241 Mansfield, S. D., 356 Martins, D ., 96
MacAdam, J . W, 109, 136 Mansfield, S. G., 128, 136 Marty, F., 65, 72, 81, 95, 591
MacDonald, J. E., 264 Mansfield, T. A., 281, 309 Marvin, J., 75
Machado, R. D., 590 Mapes, M. O., 158, 174 Marvin, J . \1/., 232, 241
Machado, S. R., 237, 242, 384, 385, Marano, M. R., 58, 72 Más, P., 41 , 138
392 Maraschin, S. F., 158, 171 M.asson, P., 218
Machray, G. C., 488 Marc, J., 69, 81, 82, 94, 118, 133, Mastronarde, D. N., 95
MacKay, J. J., 139, 141 134, 136 fv1asucci, J. D ., 220, 298, 306, 309,
Mackenzie, S., 62, 63, 72 Marchan t, A., 164, 165, 168, 171, 312
Mackie, W., 141 172 , 174 Masuta, C., 134
Maclean, S. F., Jr., 92 Marchant, T. A., 545, 558 Matar, D., 114,116, 136
MacLeod, R. D ., 209, 222 Marcotrigiano, M., 159, 172, 192, Mathews, S., 357
222 :rvl.athur, J., 64, 72, 82, 94, 95, 295,
MacRobbie, E. A . C., 282, 309
Marcus, A . J., 281, 309 303, 309
Madey, E., 435, 486
Mareck, A., 429 Mathur, N ., 72
Madigan, M. T., 45, 72
Maretzki, A ., 485 M.atile, P., 66, 72
Maeda, E., 467, 486, 538, 558
Marginson, R., 540, 559 Matoh, T., 102, 136
Maeda, K., 538, 558
Mariani, P., 565, 592 Matsuda, K ., 101, 135
Maeshima, M ., 50, 72
Marienfeld, J., 63, 72 Matsukura, C., 233, 241
Maffei , M., 552, 557, 558
Marigo, G , 96 Matsunaga, T., 134
Magee, J. A., 248, 264
Marin, B., 588 Matsuoka, K., 65, 72, 81, 95
Magel , E. A ., 366, 367, 389, 392,
394 Marinas, N. G., 86, 95 Mattaj, I. W., 52, 69
Maherali, H. , 328, 355 Markovskaya, E. F., 191, 218 Matte, V, 507, 509
Maheswaran, G., 157, 175 Marks, M. D., 171, 303, 308, 309, Matter n, V G., 55 1, 559
313, 314 Mattheck, C, 371, 392
Mahlberg, P. G., 301, 309, 561, 577-
582, 587,588, 589, 592, 594, 595 Markstadter, C., 309
Mattoo, A. K., 166, 172
Mahmood, A., 401- 404, 431 Marnúroli, N ., 488 Mattos, P. Póvoa de, 365, 392
Mahõnen, A . P., 166, 171 Maron, R., 565,566, 592
Mattsson, J., 164, 165, 168, 172,
Maier, U.-G., 55, 74 Marques, N., 555 346, 355
M.ainjer e, e, 422, 431 Márquez-Guzmán, J., 588 Mattsson, O., 137
Majewska-Sawka, A., 103, 136 Marqw s, R. J., 540, 556 Matzke, A. J. M., 472, 486
Majumdar, G. P., 196, 218, 235, 241 Martienssen, R., 310 Matzke, E. B. , 232, 241, 270, 309
Maksymowych, R., 235, 241 Martin, B. , 92, 139, 312 Matzke, M. A ., 472, 486
Malamy, J., 173, 220 Martin, C., 84, 95 Maw·el, C., 50, 70, 74
Malaviya, M., 579, 593 Martin, C. E., 539, 559 Mauseth, J. D., 188, 218, 574, 595
Malik, C. P., 290, 303 Martin, G., 269, 305, 309 Mauzerall, D., 140
Malik, K. A., 270, 309 Martin, J . T., 272, 309 May, S. T., 171
Maltby, D., 104, 136, 290, 309 Martin, M., 52, 72 Mayer, K. F. X., 189, 217, 218, 220
Mande!, T., 132, 138, 173, 214, 219 Martin, M . M., 88, 92 Mayer, U., 134- 136
Mangol d, S., 174 Martin, W., 55, 72, 73 Mayer, W., 269, 309
Maruan, s., 588 Martinez, G. V, 312 Maynard, O. F., 593
Mann, L . K., 204, 218, 256, 264, Martínez-Mena, A., 588 Mayr, S., 352
526, 530, 585, 592 Martínez-Vilalta, J., 327, 355 fv1aze, J. , 194, 218, 219
Mann, S., 313 Martinko, J. M., 72 Mazen, A. M. A., 89-9 1, 95
Índice Onomástico 111 667
Mazur, E., 433 Meagher, R. B., 83, 95 Micheli, F., 405, 431
Mazurkiewicz, A. M., 95 Medford, J. I., 177, 183, 189, 217, Michell, A. J., 356
McAinsh, M. R., 308, 310 218,348, 355 Michon, V., 133, 426
McAJpin, B. W., 184, 218 Medina, F. J., 72 Miernyk, J., 58, 72
McAndrew, R. S., 60, 73 Medville, R., 464-466, 484, 487, 488 :rvlierzwa, R. J., 441, 442, 462, 483
McCabe, P. F., 68 Meehl, J. B., 95 Miguens, F. C., 590
McCann, M. C., 99, 101, 107, 130, Meekes, H., 293, 309, 314 Miki, N. K., 305
136, 174, 355 Meeuse, B. J . D., 550, 559, 560 Ivfilborrow, B. V., 166, 172
McCartney, L., 141 Meidner, H., 277, 281, 314 Milburn, J. A., 328, 355, 578, 593
McCask:ill, D., 551, 559 Meier, I., 73 Milioni, D., 348, 355
McCauley, M. M., 93 , 162, 172,283, Meijer, A. H., 173 Millar, A. A., 273, 309
436,457, 486,538, 559, Meijer, J., 588, 593 :rvlillar, J . G., 593
McChesney, J. D., 525, 529
Meir, S ., 170 Miller, D. D., 293, 309
McConkey, M. E., 551, 557, 559
Meir, T., 559 Miller, E. A., 65, 72, 81, 95
McConnell, D. B., 89, 96
Meisel, L., 172 :Miller, J. H., 161, 168
McConnell, J. R., 196, 218
Melaragno, J . E. , 439,444, 486, 488 Miller, M. E., 352
McCully, M. E., 305, 329, 350, 351 ,
Melcher, P. J ., 358 Miller, R. B., 368, 375, 395
355, 561
Mellerowicz, E. J., 130, 386, 392, Miller, R. H., 273, 309
McCtu·dy, D. W., 96, 242
415,424, 431 M_illington, W. F., 212, 218
McDaniel, C. N., 152, 172,193, 195,
Melton, D., 139 Mills, L., 310
218
Melton, L. D., 140 Minami, A., 353
McDonald, R., 230, 241
Mencuccini, M., 327, 355 Minchin, P. E. H., 459, 486
McDougall, G. J., 102, 136
Meng, F.-R., 280, 309 Miralles, D. J ., 192, 218
McDowell, J. M., 152, 168
Menon, A. R. S., 569, 588 Mironov, V., 54, 72
McDowell, L. M., 556
Menti, J ., 304 Ivlirza, O., 137
McFadden, G. I., 55, 72
Menzel, D., 304 Miséra, S., 170, 307
McFarland, K. e., 134
Mer, E., 425, 431 Mita, N., 95
McGahan, M. W., 193, 218
Mercer, F. V., 542, 543, 557 Mitosinka, G. T., 301, 310
McGovern, M., 170
Meredith, W. R., Jr. , 305 Mitsuishi, Y., 133
McGrath, S. P., 70
Merino, F., 137 fvlittler, R., 153, 172, 345, 355
McGuire, R. C., 584, 585, 588
Mesnage, S., 42 Mitykó, J ., 167
Mclntosh, L., 62, 63, 72, 485
Metcalfe, C. R., 91, 95,237, 241, Miw·a, H., 353, 429
McKay, Ivl. J., 174
286,299,300, 309,324, 355,379, Miw-a, T. , 353, 429
McKenzie, B. E., 88, 95,524, 530 392,498,563,565,566,569,570,
McKhann, M., 222 574, 592 Miyagishima, S.-y., 60, 71, 72
Mc K.inney, E. C., 95 Meusel, I., 272, 303 , 309 Miyake, H., 467, 486
McLean, B. G., 129, 136 Meyer, F. J ., 524, 531 Miyauchi, T. , 394
McLeod, K. W., 234, 242 Meyer, R. W., 355 fvlizukami, Y., 155, 172
McManus, M. T., 143, 172 Meyerowitz, E. M., 163, 169, 188, Mo, B., 74
McNally, J. G., 73 189, 213, 214, 218 Moan, E. I. , 217
McNaughton, S. J., 91, 95 Meylan, B. A., 251, 263, 324, 346, Mohnen, D., 99, 136
McNeil, M., 101, 136 350, 355 , 356,371,388, 389, 392 Mohr, H., 191, 218
McNellis, T., 68 Meyran, J .-C., 96 Mohr, W. P., 59, 72
McQueen-Mason, S. J., 120,121, Meza-Romero, R., 169 Moir, G. F. J ., 578, 593
131, 132, 136, 214, 219 Mezitt, L. A., 127, 136 :rvlolano-Flores, B., 91, 95
McWhorter, C. G., 300, 309 Mia, A. J. , 188, 218 Molchan, T. M., 116, 136
668 11 1 Anatomia das Plant as de Esau
Molder, M., 186, 219 Moss, E. H., 513, 518, 530 Nagato, Y. , 216
Molinas, M., 199, 222 Mota, L., 555 Nageli, e., 317, 355
Moll, M., 487 Motomw·a, H., 91, 95 Nagl, W., 154, 155, 172
Mollenhauer, H . H., 77, 95 Mott, K. A., 382, 304, 310 Nagy, N. E., 374, 392
M0ller, I. M., 62, 72 Mottola, P. M., 421, 425 Naidoo, G., 536, 537, 559
Monéger, R. , 68 Motyka, V., 175 Naidoo, Y. , 536, 537, 559
Money, L. L ., 329, 336, 355 Movafeghi, A., 93 Nair, G. M., 569, 588, 593
Monson, R. , 558 Mozafar, A ., 288, 310 Nair, M . N. B., 570, 593
Montenegro, G., 530 Muday, G. K., 165, 172, 173 Nakada, R., 367, 393
Montezinos, D., 130, 136, 309 Mueller, \V C., 330, 331, 355 Nakajima, K., 128, 137
Montgomery, L., 308 MühJethaler, K., 238, 240, 274, 306 Nakamori, C., 72
Montiel, M.-D., 138 Mulder, B. t,,1., 118,119, 132, 136 Nakarr1w·a, G. R., 301, 310
Monties, B., 104, 105, 136, 140 Mulholland, S. C., 299, 310 Nakamw·a, K., 65, 72
Monzer, J., 123, 135, 136 Mullen, R. T., 64, 69, 72 Nakan1ura, S., 59, 72
Mookhe1jee, B., 560 Muller, P. , 171 Nakamw·a, S.-i., 128, 134, 137
Moore, M., 171 Mullet, J. E., 59, 72, 163, 168 Nakamw·a, T., 388
Moore, M. S., 51 , 74 Mullick, D. B., 521, 522, 525, 530 Nakashin1a, J ., 140, 346, 349, 355
Moore, P. H., 485 Münch, E., 122, 136, 459, 466, 486 Nakata, P. A., 91, 94, 95
Moore, P. J., 81, 95,102, 136 Mundy, J ., 137 Nakazono, M., 63, 68, 72
Moore, R. C., 309 Munnik, T., 131 Nandagopalan, V., 391
Morales, D., 315 Murakarni, Y., 384, 392 Nanko, H. , 250, 261 , 264, 370, 392,
Moreau, M., 351, 383, 390 Murashige, T., 157, 172 472, 486
Morejohn, L. C., 136 Napier, R., 172
Murata, Y. , 303
Moreland, D. E., 433 Napoli, e. A., 150, 172
Muravnik, L. E., 553, 554, 561
Morelli, G., 310 Nardini, A., 357
Murdy, W. H., 248, 264
Moreno, S. N. J ., 74 Nasse, H., 484
Murfett, J., 173, 220
Moreno, U., 174 Nautiyal, D. D., 95
Murín, A., 209, 218
Moreno Díaz de la Espina, S., 72 Navas, P., 93
Murmanis, L., 124, 136,344, 355 ,
403, 404, 431 Nawy, T., 137
Morey, P. R., 370, 371, 392, 393
Murphy, D. J ., 92 Naylor, J. M. , 174, 219
Morgan, P. W., 167, 169, 170, 240
Murphy, R. J ., 109, 133,251, 264 Nebenführ, A., 80, 95, 11 3, 137
Morgensen, H. L., 519, 530
Murray, J. A. H., 54, 69, 70 Needles, H. L., 252, 265
Mori, H., 150, 174
Murry, L. E., 263 Neeff, F., 156, 172
Mori, N., 324, 355
Murugan, V., 579,581, 591, 593 Neff, M. M., 41, 42
Mori, S., 134, 137
Neinhuis, e., 272, 273, 303, 309,
Mori, T., 71, 72 Müsel, G., 105, 137
310
Morita, K., 314 Mustard, M. J ., 584, 593
Nelson, A. J., 194, 218
Moritz, T. , 171 , 394 Mutaftschiev, S., 242, 429
Nelson, C. J. , 109, 136
Morré, D. J., 77, 95 Mylne, J. S., 42
Nelson, P. E., 524, 530
Morrell, C. K., 314 Mylona, P., 292, 310 Nelson, R. S., 129, 134, 137
Morris, L. L., 526, 530 Nelson, T., 121, 124, 127
Monison, W. H., 263 Nadeau, J. A., 171, 296, 310 Nemoto, K., 134
Morvan, C., 133, 428 Nadezhdina, N., 367, 392 Nepi, M., 545,547, 559, 561
Mosca, R., 357 Nagai, S., 384, 392 Nerd, A., 435, 486
Moser, 1., 309 Nagao, M. A., 91, 96 Nessler, C. L., 578, 579, 587, 588,
Mosiniak, M., 138, 141 , 265, 357 Nagata, T., 140 591, 593, 594, 595
Índice Onomástico 111 669
Netolitzky, F., 228, 241 O'Brien, T. P., 342, 343, 356, 440, Orr-Weaver, T. L., 154, 169
Neuberger, D. S., 468-470, 486 467, 485,524, 531 Osawa, S., 63, 70
Neumann, P. M., 435, 486 O'Keefe, D. P., 555 Osborn, J . M., 273, 310
Newcomb, E . H., 69, 75, 97, 293, O'JVlalley, D. M., 103, 129, 137 Oshida, M., 97
304,450, 486 O'Neill, D. P. , 173 Osswald, W., 426
Newman, I. V., 182, 218, 402, 404, O'Neill, M. A., 134 0stergaard, L., 103, 137
431 O'Quinn, R. L., 223, 315 Osteryoung, K. \1/., 60, 62, 73
Newman,R.H., 109, 137, 139, 140 Obara, K., 349, 356 Otegui, M. S., 82, 95, 11 3, 137,384,
Newn1an, Y. M., 450, 485 Ocampo, J., 389 392
Newton, R. J ., 170 Offler, C. E., 240, 242, 459, 484, Otto, B., 74
Ng, C. K.-Y., 282, 310 486 Outlaw, W. H., Jr., 282, 315
Ng, Q. N., 241 Ogasawara, Y., 312 Ouzts, e., 309
Nguyen, L., 136 Oghiakhe, S., 238, 241 Ovadis, M., 74
Nichol, S. A., 213, 215 Ogrodnik, B., 433 Oven, P., 512, 525, 531
Nichols, K. L. , 357 Oh, S. K., 591 Overall, R. L., 69, 97, 126, 128, 129,
Nicholson, R. L., 106, 137,525, 530 Ohashi, Y., 297, 310 130, 134, 137, 138,141
Nicole, M., 352 Ohba, H., 313 Owen, T. P., J r., 288, 310
Nicolson, G. L., 49, 74 Ohlrogge, J., 87, 95 Owens, J. N., 186,194, 219
Nicolson, S. W., 545, 559 Oh tani, J., 129,251, 265,321,324, Oyama, T., 41
Nielsen, B. L., 68 349, 353 , 356, 392, 394, 429 Oztig, O. F., 90, 95
Nielson, E. E., 561 Ohtsuka, W., 175
Nijsse, J ., 326,327, 355 Oka, A., 310 Pacini, E., 559, 561
Niklas, K. J., 29, 42,229, 241 , 269, Okada, K. , 296, 305, 312, 314 Padhya, M. A., 270, 311
310 Okazaki, M., 313 Pais, M. S. S., 551,552, 555, 557
Nishikubo, N., 130 Okuyama, T., 354 Paiva, E . A. S., 237, 242
Nishimw·a, M., 64, 72 Oladele, F. A., 90, 95 Pakhomova, M. V., 133
Nissen, S . J., 578, 587, 593 Old, K. M., 595 Palauqui, J.-C., 482
Nitayangktu·a, S., 199, 215 , 219 Olesen, P., 128, 137 Palevitz, B. A., 93, 129, 137, 278,
Nixon, K. C., 488 Oliveira, A., 529 284,285, 310,450, 486
Nixon, R. \1/., 91, 92 Oliveras, 1., 355 Paliwal, G. S., 286, 310, 399, 406,
Niyogi, K. K., 57, 72 Ollagnier, M., 590 418, 431, 432,470, 481
Noah, I., 433 Olofsson, K., 391 Pallardy, S. G., 66, 71 ,211, 217,330,
Noat, G., 591 Olsen, L. J., 63, 64, 70, 73 354,366, 391 ,424, 430
Nobel, P. S., 356 Olsson, O., 264 Palme, K., 169, 174
Nolan, N. J ., 407, 428 Ongaro, V., 135 Palmer, J. D., 55, 60, 63, 68, 72, 73,
Noodén,L.D.,152, 153, 172 Oono, Y., 173
356
Norman, J. M ., 304 Palmer, R. G., 94
Oparka, K. J., 44, 69, 92, 124,126,
Nothnagel, E. A., 103, 136, 139 129 , 132, 137, 305,459,461, 484, Palmgren, M. G., 50, 73, 74
Nougared e, A., 180, 18 1,183, 191, 486, 488 Pammenter, N. W., 556
219 Oppenheime r, D. G., 295, 308, 310 Pancoro, A., 587, 593
Nowack, L. M., 486 Orchard, C. B., 170 Panshin, A. J ., 329, 356, 388, 392
Nugen t, J . M., 63, 72 Oribe, Y., 417, 431 Pant, D. D., 90, 95 , 285, 310
Null, R. L., 237, 239 Orkwiszewski, J . A. J., 241 Panteris, E ., 122, 129, 137,270,
Nussbaumer, Y., 240 Orlich, G., 139 306, 310
Oross, J . W., 60, 73,436, 486, 436, Pantoja, A., 590
537, 559, 560 Paolillo, D. J., Jr., 269, 310
670 111 Anatomia das Plant as de Esau
Paparozzi, E. T., 308 Pearce, R. B., 99, 137 Phillips, E . W. J. , 372, 392
Papastergiou, N., 264 Pearcy, R. W., 67, 73 Phillips, R. J. , 459, 486
Paquette, A. J., 165, 172 Pearson, L. C., 5 16 , 531 Philosoph-Hadas, S., 170
Paradis, J. C., 556 Peait, J., 141 Phinney, B. O., 191, 211
Parameswaran, N., 251,262, 265, Pecsvaradi, A., 139, 487 Piattelli, M., 66, 73
323, 356 Pedersen, O., 538, 539, 559 Pichersky, E., 561
Paré, P. W., 550, 559 Pedersen, R., 171 Pickard, B. G., 73, 124, 137
Parham, R. A., 568, 593 Peeters, M.-C., 290, 311 Pickering, I. J., 70
Pa1is, N., 65, 73 Pei, Z.-M., 170 Piekos, B ., 68
Paris, S., 174 Peiffer, M., 352 Pien, S., 195, 219
Park, H., 61, 73 Pellerin, P., 134 Pien-o, A., 170
Park, S. K., 175 Pierson, E. S., 93
Pemberton, L. M. S., 297, 311
Parke, R. V., 186, 219 Pigliucci, M., 144, 172
Pemberton, R. W., 540, 559
Parker, J ., 72 Pilate, G., 369, 392
Pena, L., 158, 172
Parkinson, C. L., 335, 356 Pillai, A., 203, 219
Pennell, R., 99, 137
Parks, D. W., 221 Pillai, S. K., 202, 203, 219
Pennell, R. I., 152, 172,345, 356
Parlange, J.-Y., 281, 303 Pilon-Smits, E . A . H., 70
Pennisi, S. V., 89, 90, 96
Parry, G., 165, 172 Pinkerton, M. E., 292, 311
Percival, J., 237, 242
Parsadi, M., 592 Pinnig, E., 191, 218
Perdue, T. D., 75, 96
Pa1thasa.rathy, M. V., 84, 96, 131, Pino!, J., 355
Pereira, B. A. da S., 508
439,473,474, 486,578, 593
Pereira, H., 509, 516, 529, 530 Piperno, D. R., 91, 96,271,299,301,
Pascal, K.-C., 171 311
Pastuglia, ivL, 92 Pérez, H., 304
Pittermann, J., 353
Pate, J. S., 229, 230, 240, 242, 435, Perktold, A., 315
Pizzolato, T. D., 198, 217
457,463,465, 486,535,547, 559 Perrin, A., 538, 559
Pizzolongo, P., 230, 242, 539, 559
Patel, J. D., 197, 221,415, 431 Perrot-Rechenmann, C., 171, 172
Platt, K. A., 565, 566, 593
Patel, K. R., 508 Perry, J. W., 99, 104, 137, 352,475,
Platt-Aloia, K. A ., 535, 556, 560,
Patel, R. N., 252, 265 , 508, 508, 515, 486 594
531 Pesacreta, T. C., 271, 311 Plazinski, J ., 96
Patel, S., 73 Petel, G., 388 Pocock, S., 525, 531
Paterson, K. E., 88, 96 Petering, L. B., 307 Poethig, R. S., 36, 42, 159, 160, 161,
Paterson, N. W., 163, 175 Peters, J., 315 172,189,193,195, 212, 214, 218,
Paterson-Jones, J. C., 588, 593 Peters, \1/. S., 269, 311, 485 219, 305
Patrick, J . W., 240, 241,459,461, Petersen, M., 137 Pogson, B. J., 73
484- 486 Peterson, C. A., 88, 95, 96, 436, 437, Polap, E., 403, 41 1, 433
Patterson, K. J., 97, 595 480,505, 508,513,524, 528, 530 Polito, V. S., 215
Patterson, M . R., 238, 242 Peterson, R. L., 203, 219, 242, 292, Pollard, A . J ., 554, 559
Paul, R. N., 305 , 309 293, 311 , 556 Pollock, E. G., 36, 42
Paull, R. E ., 91, 96 Peterson, S., 556 Pomar, F. , 106, 137
Pauly, M., 107, 137 Peto, e., 70 Pomparat, M., 398, 431
Pautard, F. C. E., 90, 92 Pfanz, H., 303 Pontier, D., 71, 153, 173
Pautou, M.-P., 96 Pfeifhofer, H. W., 557 Pont-Lezica, R. F., 100, 138
Payne, C. T., 296, 310 Pfluger, J., 135 Pontoppidan, B., 593
Payne, \V. W., 283, 289, 310 Pharis, R. P., 386, 392, 424, 430, Ponzi, R., 230, 242, 539, 559
Pear, J . R., 292, 310 432 Poole, 1., 335, 356
Pearce, K. J. , 309 Philipson, W. R., 404, 431 Pope, J. M., 485
Índice Onomástico 111 671
Popham, R. A., 180, 199, 202, 219, Qiu, Y.-L., 68 Raskin, 1., 550, 559
292, 311 Quader, H., 79, 94, 96, 141 Rasmussen , H., 283, 311
Popovich, T. M., 439, 488 Quick, W. P., 308, 315 Ratajczak, R., 50, 73
Posluszny, U., 184, 217 Quilhó, T. , 506, 509 Ratcliffe, O. J ., 262, 265
Possingham, J . V., 60, 73, 272, 311 Quinet-Szély, M., 427 Rathfelder, E. L., 205, 212
Post-Beittenmiller, D., 106, 138 Quinto, e., 304 Rauber Coradin, V. T. , 508
Potgieter, M. J ., 122, 138 Quiquempois, J., 213 Rauh, W., 150, 173,183, 219
Potikha, T. S., 291, 311 Quitadamo, I. J., 90, 96 Raven, J. A., 29, 32, 42
Potrykus, 1., 171 Raven, P. H., 32, 42, 138, 173, 317,
Potter, D., 322, 358 Rabinowitch, H. D., 546, 559 327, 356, 486,540, 559,588, 593
Potuschak, T., 54, 73 Rachmilevitz, T., 542, 543, 557 Raven, P. R., 73
Pouchnik, D., 558 Rachubinski, R. A., 63, 74 Ravid, U., 561
Poupin, M. J., 158, 173 Radford, J. E., 104, 125, 128, 137, Rawlins, D. J., 93, 309
Power, J. B., 158, 173 138 Ray, P. M., 108, 140
Pradel, K. S., 137 Raghavan, V., 158, 173 Rayner, R., 305
Prasad, N. V. S. R. K., 418, 431 Ragusa, S., 311 Razdorskii, V. F., 238, 242
Prat, E., 355 Rahman, A., 165, 173 Razem, F. A., 545, 559
Prat, H., 145,162, 173,299, 311 Raikhel, N. V., 51, 52, 70, 8 1, 92, 96, Read, S. M., 132
Prat, R., 133,232, 242, 429 220 Reader, R. J., 242
Prather, B. L., 352 Rajendrababu, T., 423, 428,450, Record, S. J ., 112, 138,375,385,
Pratikakis, E., 88, 96 482,505, 509 393
Preston, R. D., 100, 118, 138, 235, Rajput, K. S., 400, 418, 423, 432, Reddi, e. S., 555
241, 242 499, 509 Reddy, A. S. N., 294, 311
Prévôt, J .-C., 588, 591 Raju, J. S. A., 555 Reddy, G. V., 215
Price, H. J., 52, 73 Raju, M. V. S., 204, 205, 219 Redman, A. M., 92
Pridgeon, A. M., 549, 550, 559, 560 Ralph, J., 139 Redway, F. A., 270, 311
Priestley, A . J ., 308 Ram, H. Y. M., 569, 570, 589 Reeder, J . R., 297, 312
Priestley,J. H., 114, 138,156, 173, Ramawat, K. G., 587, 594 Rees, A. R., 197, 219
194, 198, 219 Ramayya, N., 548, 559 Reeve, R. M., 193, 219
Prigge, M., 114, 171, 308 Ramesh, K., 270, 311 Regan, S., 390
Prior, D. A. M., 132, 137, 305 Ramsey, J . C., 290, 311 Reichardt, P. B., 92
Prychid, C. J., 89, 96,299, 311, 560 Ranasinghe, :rvt S., 578, 593 Reichel, e., 127, 138
Pryer, N. K., 92 Ranjani, K., 324, 356 Reichelt, S., 47, 73, 113, 138
Psaras, G. K., 96 Rao, A. N., 263, 265 Reid, J. B., 173-175
Puech, L., 394 Rao, A. R., 579, 593 Reid, J . S. G, 102, 138
Pujade-Renaud, V., 591 Rao, B. H., 30 1, 311 Reimann, B. E. F., 91, 94
P umfrey, J. E., 196, 215 Rao, K. S., 88, 96,407,414, 415, Reinhardt, D ., 120, 138,165, 173,
Purcell, L. C., 233, 239 418,423, 427, 432,499, 509,568, 194, 195, 219, 221
Purdue, P. E., 64, 73 593 Reis, D., 109,119, 133, 138, 141 ,
Puri, V., 184, 212 Rao, T.A. ,254,255, 265 242, 265, 357
P urkayastha, S . K., 251, 265 Rapisarda, A., 301, 311 Reisner, V>I. H., 556
Putievsky, E ., 561 Rapp, G., Jr., 299, 310 Remphrey, W. R., 196, 197, 198, 219
Pyke, K. A., 55, 60, 73, 75 Rappert, F. , 183, 219 Rendle, B. J., 387, 393
Pylatuik, J. D., 556 Raschke, K., 281,282, 311, 312 Rennie, P. , 174, 214
Rashotte, A. M., 165, 173 Rensing, K. H., 356,4 11,416, 432
Rask, L., 563, 564, 588, 593 Rentschler, E., 272, 311
672 11 1 Anatomia das Plantas de Esau
Saiki, H., 264, 355, 392, 486 Santrucek, J ., 313 Schmid, R., 41
Saint-Cõme, R., 183, 188, 220 Sa.rgent, C., 270, 312 Schmidt, A., 179, 192, 197, 220
Saint-Jore, C. M., 70 Sasamoto, H., 140 Schmidt, K. D., 184, 220
Saitoh, Y., 356 Sass, J. E., 144, 147, 173 Schmidt, M. G., 140
Sajo, M. G., 540, 560 Sassen, M. M. A., 132 Schmit, A.-C. , 116, 139
Sajwan, V. S., 431 Satiat-Jeunemaitre, B., 118, 119, Schmitt, U., 133
Sakaguchi, S., 194, 220 138, 139, 265,270, 312 Schmitz, K., 461, 466, 487
Sakai, F., 139 Sa.tina., S., 160, 173, 188, 220 Schmitz, U. K., 63, 68
Sakai, V-l S., 91, 96 Sato, S., 293, 312 Schmülling, T., 166, 173, 175
Sakakibara, H., 166, 173 Satoh, M., 395 Schmutz, A., 291, 312
Sakr, S., 388 Sattelmacher, B., 354, 391 Schnabl, H., 282, 312
Saks, Y. , 262, 265 Sa.uer, N., 137, 465, 485 , 487 Schneider, E . L., 332, 351 , 356
Sakuno, T., 139 Sauter, H. , 70 Schneider, G., 273, 311
Sakuragi, S., 312 Sauter, J. J ., 361,383, 393,471,472, Schneider, H., 480, 487,507, 509,
487 516, 531
Sakuth, T. , 128, 139
Sa.vidge, R. A., 344, 354, 424, 432 Schneider, K., 317
Sala, A. , 328, 357
Sawhney, V. K., 188, 220, 556 Schneider, M. M., 75
Salaj, J ., 303
Sawidis, Th., 543, 557, 560 Schnep~E., 79,81, 94, 96,533, 560
Salang, A. T., 428
Sa.xe, H., 277, 312 Schnittger, A., 294, 307, 312
Salema, R., 513, 531
Sa.xena., P. K., 309 Schobert, C., 128, 129, 139, 435,
Saliendra, N. Z., 322, 356
Scanlon, M. J ., 193, 220 452,457, 487
Sallé, G., 240
Scarano, F. R., 389 Schoch-Bodmer, H., 156, 157, 173,
Salleo, S., 328, 356, 357
Sca.rpella, E., 165, 173 258-260, 265
Salmon, E. D. , 92
Schafer, E., 75 Schols, P., 354
Saltveit , M. E ., Jr., 167
Scha.ffer, K., 383, 393 Schõnherr, J ., 272, 277, 303, 304,
Saltz, O., 91, 96 312
Schaffner, A. R., 50, 73
Samaj, J., 138, 303 Schoof, H., 190, 218, 220
Schaffstein, G., 583, 593
Sammut, M., 54, 70 Schopfer, P., 120, 137, 141
Scheer, U., 52, 73
Samuels, A. L., 104, 113- 115, 139, Schorderet, M., 139, 356
Schel, J., 136
273, 308,342, 356,41 1, 432
Schell, P., 96 Schreckengost, W. E., 310
Sanchez, C., 558
Schelling, M. E., 96 Schreiber, L., 271-273, 304, 311-
Sánchez, F., 304 313, 525, 531
Schellma.nn, S., 297, 312
Sandberg, G., 168, 169, 171, 174, Schreiber, U., 271
394 Schenck, H., 233, 242
Schroeder, J. 1., 69, 282, 303, 313
Sanderfoot, A. A., 81 , 96 Scheres, B., 155, 163, 169, 173,
175,204,206,208,211, 212 , 220, Schüepp, O., 149, 174,184, 199,
Sanders, O., 305 200,202, 220
222
Sand-Jensen, K., 559 Schulte, P. J., 329, 356
Scheuerlein, R. , 56, 70
Saneis, R., 384, 393, 399, 432 Schultz, H. R., 191, 220
Schiefelbein, J. W., 207, 220,292,
Sangster, A. G., 91, 96 298, 306, 308, 309, 312 Schulz, A., 126, 128, 139, 435, 459,
Sanier, C., 590 Schindler, M., 129, 133 468-470,472, 482, 484, 487
Sanio, e., 403, 432 Schindler, T., 137 Schulz, R., 128, 139
Sano, Y., 367, 391- 394, 430 Schipper, O., 135 Schuster, W., 63, 74
Santa Cruz, S., 92, 137 Schirmer, U., 535, 560 Schwab, B., 295, 313
Santier, S., 272, 312 Schleiden , M. J ., 43, 74 Schwabe, W. W., 191, 220
Santini, F., 69 Schliwa, !11., 83, 97 Schwalm, K., 167
Santos, J. K., 516, 531 Schmid, M., 78, 93 Schwann, Th., 43, 74
674 111 Anatomia das Plant as de Esau
Schwarz, H., 135 Shaiman, B. e., 193, 195, 197, 221 Simon, E . W., 153, 174
Schweingruber, F H., 365, 366, 388, Shaw, P. J., 93, 141, 309 Simon, R., 190, 214, 221
393 Shaw, S. L., 292, 293, 313 Simper, A. D., 96
Schwendener, S ., 246, 265 Sheahan, fvl. B., 81, 96 Simpson, G. G., 41, 42
Scott, D . H., 583, 584, 593 Shedletzky, E., 107, 139 Sims, I. M., 140
Scott, L . I., 114, 138, 219 Sheen, J., 386, 393 Simson, R., 70
Scott, N. W., 174 Sheets, E. D., 70 Singarayar, M., 263, 265
Scott, S. V., 57, 74 Sheldrake, A. R., 386, 393, 578, 593 Singer, S. J ., 49, 74
ScuJthorpe, C. D., 269, 277, 313 Shepard, J. F., 158, 174 Singh, A. P., 277, 313
Scurfield, G., 330, 356, 370, 393 Shepherd, K. R., 366, 391 Singh, D. P., 167, 174
Seago, J. L., 199, 220 Sheppard, P. R., 395 Singh, H ., 186, 221
Seagull, R. W., 81, 96, 290, 305, 313 Sherrier, D. J ., 80, 93 Singh, S., 95
Sedbrook, J., 218 Sherriff, L. J., 167, 174, 175 Singsaas, E. L., 550, 560
Sederoff, R. R., 104, 106, 129, 137,
Sherwood, R. T., 140 Sinha, N. R., 128, 135, 139, 190,
139, 141 221
Shiba, H., 234, 242
Sedgley, M., 559
Shibagaki, M., 353, 429, 431 Sinnott, E. W., 116, 139, 161, 174
Seeliger, 1., 186, 220
Shibaoka, H., 92, 120, 139, 270, Sisson, W. E., Jr., 420, 432
Segre, J. A., 144, 169
313, 354 Siswanto, 586, 593
Seitz, R. A., 392
Shieh, M. W., 120, 139 Sitte, P. , 43, 44, 58, 70, 71 , 74
Sekhar, K. N. C., 188, 220
Shields, L . M ., 300, 313 Sivakumari, A., 391
Selker, J. M . L ., 194, 195, 215, 221
Shimabuku, K., 202, 221 Sivaramakrishna, D., 526, 531
Semeniuk, P., 174
Shimaji, K., 374,376, 391 Sjutkina, A. V., 133
Sena, G., 137
Shimazaki, K .-I., 282, 303, 308 Skaggs, rvr. I., 481, 482
Sennerby-Forsse, L., 411, 420, 424,
Shimizu, Y., 120, 139 Skatter, S., 387, 393
432
Shimizu-Sato, S., 150, 174 Skene, D. S., 574, 594
Sentenac, H., 71
Shimmen, T., 83, 96, 314 Skrabs, M., 313
Serna, L., 296, 313
Shimony, e., 537, 552, 557, 560 Skctbatz, H., 549, 550, 560
Serpe, M. O., 103, 139
Shimura, Y., 314 Skutch, A. F., 585, 594
Se1Tano, R., 390
Shin, D. H., 591 Slafer, G. A., 218
Setia, R. C., 573, 593
Setoguchi, D., 175 Shortle, W. C., 531 Slater, A., 158, 174
Setoguchi, H., 268,301,303, 313 Showalter, A. M., 103, 104, 139 Slováková, L., 136
Setterfield, G., 235, 239 Shtromberg, A . Ya., 397, 432 Smart, C., 219
Seufferheld, M., 45, 74 Shuel, R. W., 556 Smeekens, S., 57, 74
Sexton, R., 285, 314 Shumel, M., 139 Smets, E., 352, 354
Sha, K., 135 Siddiqi, T. O., 430 Smirnoff, N., 233, 242
Shah, J. J ., 196-198, 221 , 508, 569, Sieberer, B., 293, 313 Smith, A. M., 84, 95
570,573, 588, 589, 591, 593, 593 Siefritz, F., 50, 74 Smith, B. G., 101,102,109, 139
Shahin, E., 174 Sifton, H. B., 374, 394 Smith, D. L., 314
Shand, J. E., 508, 509 Siika-aho, M., 132 Smith, F H., 419,420, 429
Shannon, J. C., 58, 74 Siler, D. J., 589 Smith, J., 304
Sharkey, D. E., 136 Silflow, C. D., 93 Smith, J. A., 66, 74
Sharma, D. D., 432 Silk, W. K., 220 Smith, J. G., 307
Sharma, H. K., 399, 432 Silva, S. R., 356 Smith, L. G., 112,113, 139,155,161,
Sharma, R. K., 230, 242 Simanova, E., 313 169,190,194, 221,285, 306
Sharma, V. K., 220 Simldss, K., 313 Smith, M. D., 174
Índice Onomástico 111 675
Smith, R. F., 433 Stadler, R., 465, 485, 487 Stone, B. A., 104,117, 129, 131 ,
Smith, W. L., Jr., 529 Staehelin, L. A., 77, 78, 79, 81, 93, 134, 140
Smithson, E., 35, 42, 522, 531 95, 97,99,102, 104,112,113,117, Stone, D., 482
133, 135-137, 139, 140 Stõsser, R., 524, 531
Smyth, D. R., 546, 555
Staff, I. A., 252, 265 Stout, D. L., 328, 357
Snow, M., 194,196, 221
Staiger, C. J ., 81, 83, 93, 97, 452, Stpiczynska, M., 542, 549, 560, 561
Snow, R. , 194, 196, 221
487
Snowden, K. C., 172 Strange, C., 53, 74
Stalker, D. M., 310
Snustad, D. P., 93 Strasbw·ger, E., 397, 432
Stals, H., 54, 74
Snyder, F. W., 191, 221 Street, H. E., 146, 152, 157, 159,
Stamm, A. J., 372, 393 174,211 , 221
Sodmergen, T., 72
Stanley, e. M., 73 Strnad, M., 175
Soh, W. Y., 371, 391 Staritsky, G., 256, 265 Strumia, G., 395
Solereder, H., 301, 313, 524, 531, Stark, M., 543, 544, 559
579, 594 Studer, D., 139, 356
Stauber, E. J ., 558
Solh eim, H. , 392, 589 Studhalter, R. A ., 379, 393
Staxen, I. , 308
Soliday, e. L., 106, 135 Su,R. T., 7O
Stebbins, G. L., 162, 174 Su, W.-A., 71
Soll, J., 55, 57, 68, 69
Steele, C. R., 195, 214
Soltis, D. E., 357 Subratunanyam, S. V., 570, 573, 593,
Steer, M. \1/., 314 594
Soltis, P. S., 357
Steeves, T. A., 41, 42, 146, 174, 178, Subramanian, R. B., 555, 558, 591
Soma, K., 181, 221
184, 196- 198,205, 214, 215, 218, Suga, S ., 313
Somerville, C , 86, 87, 96, 292, 312 219, 221, 223
Sugavanam, V., 588
Somerville, C. R., 262, 265 Stein, D. B., 191, 193, 221
Sugimoto, K., 118, 140
Sone, Y., 133 Stein, O. L. , 191, 193, 221, 220, 221
Sugimoto-Shirasu, K., 154, 174
Song,P,290,292, 313 Steinmann, T., 135 , 164, 174
Sugiw-a, A., 97
Song, Y.-H., 586, 594 Stelzer, R., 41
Sugiw·a, M., 55, 74
Soni, S. L., 307 Sterling, e., 194, 221
Sugiyama, M., 353
Sonobe, S., 314 Stermer, B. A., 526, 529
Sugiyama, T. , 173
Sorokin, S., 161, 175 Stern, W. L., 549, 550, 556, 559, 560
Sullivan, J. A., 69
Soudant, e., 593 Steucek, G. L., 221
Sullivan, J. E. M, 327, 328, 356, 357
Spaink, H. P., 171 Stevens, K. J ., 234, 242
Sundaresan, V., 170, 217
Spanswick, R. M., 126, 139, 140 Stevens, R. D., 170
Sundás-Larsson, A., 191, 221
Sperlich, A., 538, 560, 583, 584, 587, Stevenson, D. W., 355
Sundberg, B. , 130, 165, 174, 192,
594 Stevenson, J. W., 252, 264,370,390 221, 352,371,386, 390-394,424,
Sperry, J. S., 252, 265, 322, 326- 329, Steward, F. e., 157, 174, 196, 211 427, 431, 432
352- 357 Stewart, D., 314 Sundberg, M. D., 192, 221
Speth, V., 137 Stewart, H. E., 205, 214 Sunderland, N., 159, 174
Spicer, R., 369, 393 Stewart, J. McD., 290, 313 Sunell, L. A., 91, 97
Spielhofer, P., 94, 309 Stewart, R. N., 159, 162, 174, 181, Sung, S.-J. S., 424, 432
Spilatro, S. R., 578, 587, 588 594 193, 221
Sung,Z.R., 172,355
S1inivasan, N., 314 Stewart, W. N., 1, 13, 255, 268, 289
Sw·i, S. S., 587, 594
S1ivastava, L. M., 41, 42, 277, 313, Steyn, W. J ., 67, 74
Sussex, I. M., 41, 42, 159, 160, 163,
329,342, 350, 354,406, 431,474, Stieger, P. A., 195, 221 172, 174,178, 179,187, 188,193,
487,489,491,509, 515, 531 Stobbs, L. W., 525, 529 196,198,205, 216, 219, 221
Stabentheiner, E., 557 Stockey, R. A., 274, 313 Sussman, M. R., 465, 482, 484
Stacey, N. J., 174, 355 Stockstill, B. L., 579, 594 Sutka, M., 74
St.ack, S. M., 70 Stoebe, B., 55, 74 Sutter, J . U., 354, 391
676 11 1 Anatomia das Plantas de Esau
Suttle, J. C., 166, 172 Tang, C.-S., 96 Thompson, G. A., 129, 435, 457,
Suzuki, H., 394, 433 Tang, R.-H., 170 481, 482, 484, 487
Suzuki, K., 100, 140 Tang, Z.-C., 71 Thompson, J. , 205, 222
Suzuki, M., 95, 173,379, 394,419, Tangi, E., 122, 140 Thompson, J. E., 152, 153, 172, 174,
425, 433 486
Tani, e., 92
Suzuki, T., 72 Thompson, R., 240
Taniguchi, M., 173
Suzuki, Y., 390 Thomson, J., 171
Tapia-López, R., 212
Svenson, M., 221 Thomson, N., 96, 106, 140, 512, 5 14,
Tarkowska, J. A., 275, 303
525, 531
Swam, S. M., 174 Tarrants, J. L. , 91, 95
Thomson, R. G., 374, 394
Swamy, B. G. L., 355, 526, 531 Tasaka, M., 36, 41, 218
Thomson, W. W., 288, 310, 314, 535,
Swamy, N. R., 555 Taylor, D. C., 309
537, 555 , 556, 559, 560, 565, 566,
Swarup, R., 164, 168, 172, 174 Taylor, E. L., 29, 42, 317, 332, 357 571, 593, 594
Svlingle, C. F., 198, 219 Taylor, J. G., 346, 357 Thorne-Holst, M., 485
Swords, K. M., 95 Taylor, J. J., 266 Thornton, J. I., 301, 310
Sylvester, A. W., 221 Taylor, L. P., 292, 313 Thorpe, M. R., 459, 486, 592
Symons, G. M., 173 Taylor, M. G., 269, 313 Thorsch, J., 124, 134, 444, 445, 446,
Sysoeva, M. I., 218 Taylor, N. G, 117, 133, 140 357,358, 483
Sze, H., 50, 70, 74 Taylor, T. N., 29, 42, 273, 310, 312, Thumfahrt, J., 312
• o
Szederkényi, J., 139, 487 332, 357 Thureson-Klem, A., 583, 594
Szegletes, Z., 561 Tee1i, T. T., 130, 132 Thurston, E. L. , 554, 560
Szendera, W., 405, 433 Tegeder, M., 240, 485 Tiagi, B., 230, 242
Szymanski, D. B., 295, 313 Teilum, K. , 137 Tian, H.-C., 196, 222
Szymkowiak, E. J. , 159, 163, 174 Tepper, H. B., 188,197, 215, 221, Tibbetts, T. J., 328, 357
419, 433 Tibbitts, T. W., 578, 594
Tachibana, T., 314 Teraslúma, I., 282, 313 Tien, 1.-H., 574, 591
Taiz, L., 64, 74, 163, 174,291, 313 Teraslúma, N., 104, 105, 140 Tietz, A., 275, 314
Takabe, K., 129, 140, 350, 355,369, Terlouw, M., 220 Tilney, L. G., 125, 140
370, 394 Terry, B. R., 126, 140 Tilney, M . S., 140
Takahara, M., 71, 72 Teny, N., 70 Tilney-Bassett, R. A. E., 58, 60, 71,
Takahashi, Y., 120, 140 Testillano, P. S., 167 159, 174
Takatsuto, S., 175, 357 Tewari, J. P., 579, 593 Timell, T. E.,368, 394,402,403
Take, T., 388 Thangstad, O. P., 591 433
Takeda, K., 270, 313 Theg, S. M., 57, 74 Tippett, J. T., 524, 531, 574, 594
Takei, K., 173 Theisen, 1. , 303 Titorenko, V. I., 63, 74
Takeoka, Y., 94, 307, 308 TheiBen, G., 160, 174 Tiwa1i, S. C., 290, 292, 314
Takeuchi, Y., 72 Thelmer, R. R., 86, 97 Tobe, H., 313
Talbert, P. B., 196, 221 Theobald, W. L., 288, 289, 314 Tobin, A. K., 54, 62, 68
Talbot, M. J., 230,231, 242 Theologis, A., 120, 129 Tobler, F., 246, 265
Talbott, L. D ., 108, 140, 282, 313 Thielke, C., 187, 221 Tokumoto, H., 290, 314
Talboys, P. W., 331, 350 Tlúmann, K. V., 153, 174 Tolbert, N. E., 64, 74
Talcott, B., 51, 74 Tlúmm, J . e., 100, 140 Tolbert, R. J., 178, 179, 216, 222
Tallrnan, G., 312 Thiry, M., 73 Tomazello, M., 365, 394
Talon, M., 167, 175 Thomas, E. D , 171 Tominaga, M., 293, 314
Tan, C.-T., 589 Thomas, H., 168 Tominaga, R., 314
Tandon, P., 572, 592 Thomas, V., 548, 560 Tomlinson, P. B., 41, 42 ,248,251,
Índice Onomástico 111 677
265 ,287,288, 314,371, 394, 395, Tupper, W. W., 332, 336, 350, 372 , 135, 137, 140,230, 242, 306,361,
422, 423,473, 486,525, 531,574, 389 383, 394,435,450,457,459,46 1,
594 Turgeon, R., 127, 129, 131 , 135 , 464, 485, 488
Tomos, A. D., 592 140, 141,230, 243,436,450,459, Van Cotthem, W., 286, 306
Tomos, D., 269, 311 464-466, 484, 486, 487 van den Berg, C., 163, 175,211,222,
Tong, K. L., 222 Turley, R. B., 290, 314 222
Topa, M. A., 234, 242 Turner, A., 141 Van der Graaff, N. A., 326, 357
Torelli, N., 531 Turner, G. W., 551, 561, 571, 594 van der Heijden, G. W. A. M., 355
Toriyama, K., 72 Turner, J. C., 552, 561 van der Krol, A., 74
Torres-Contreras, J. , 313 Turner, M. D., 184, 222 van der Schaaf, P. J., 588
Torrey, J. G., 204, 214,263, 263 Turner, S. R., 133, 140, 262, 265, van der Schoot, C., 71, 136,331,
349, 357 357, 383, 394
Tóth-Soma, L. T., 541, 561
Turzanska, M., 181, 223 van der \1/erff, N., 222
Tournaire-Roux, C., 50, 74
1\vell, D., 155, 175 van Oijk, A. A., 242
Toyofuku, K., 241
Tyree, M. T., 320,327,328,329, 353, van Erven, A. J., 382, 394
Traas, J. A., 92, 116, 136, 174, 222,
356, 357
293, 314 Van Fleet, D. S., 237, 242
Tzen, J . T. , 87, 97
Trachtenberg, S ., 566, 594 Van Gestel, K., 62, 74
Trainin, T., 139 van Holst, G.-J., 103, 135
Uchida, H., 72, 303
T:release, R. N., 64, 72, 74 van leperen, W., 355
Uchimiya, H., 241
Trenkle, R., 560 van Kesteren, W. J . P., 122, 140
Udaiyan, K., 588
Trethewey, J. A. K., 102, 140 van Lijsebettens, rvr., 190, 222
Uehara, K., 175, 344, 357
Trewavas, A. J ., 144, 149, 170, 174, van Meeteren, U., 355
315
Uggla, e., 174,366,386, 394, 432 Van Montagu, M., 70, 72, 216
Uh!, N. W, 474,480, 484
'Ii'iplett, B. A., 292, 305, 308 van Rijen, H. V. M, 461, 488
'Ii·ockenbrodt, M., 506, 509, 525,
Ullrich, e. r., 167 van Slobbe, W. G., 593
531 Unnikrishnan, K., 196-198, 221
van Spronsen, P. C., 133, 429
'Ii·ojan, A., 55, 74 Uno, H., 390
van Staden, J., 484, 587, 591 , 593
Troll, W., 29, 42, 292, 306 Unseld, M., 72
van Veenendaal, W. L. H., 581, 583,
'Ii·ombetta, V. V., 147, 174 Uozurni, Y., 96 594
Truernit, E., 485 Uphof, J . e. Th., 288, 314 Van Volkenbm·gh, E., 121, 140
Trumble, J . T., 566, 593 Urbasch, 1., 275, 314 van Wyk, A. E., 122, 138, 256, 265,
Tsai, S.-L., 529 Urech, K., 240 495,508, 508,515, 529
Tse, Y. C., 51, 74 Urquiza, D. A., 530 Vance, e. P., 99, 106, 140
Tsekos, l , 560,571, 589 Uru u, G., 96 VanderMolen, G. E., 331, 357
Tsuda, M., 350 Utsumi, Y., 379, 394 Vantard, M., 82, 97
Tsururni, S., 173 Vargheese, A. K., 97
Tsutsumi, N., 68 Vainstein, A., 74, 549, 561 Varner, J . E., 103, 130, 140, 141
Tucker, C. M., 93,418, 433 , 483, Valdes-Reyna, J ., 299, 314 Varriano-Marston, E ., 85, 97
505, 509,512, 531 Valente, M. J., 352 Vasil, I. K., 157, 158, 175
Tucker, E. B., 126, 140 Valentin , V., 388 Vasilevskaya, N. V., 218
Tucker, J. E., 126, 140 Vallade,J., 199,203,204,206,209, Vassilyev, A. E ., 553, 554, 561, 570,
222 594
Tucker, S. C., 193, 222,262, 265,
539, 561 Vallet, e., 105, 140 Vaughn, J. G., 189, 222
Tumlinson, J. H., 550, 559 Valster, A. H., 136 Vaughn, K. C., 290, 314
Tuominen, H., 174,386, 393, 394, van Amstel, T., 141 Veit, B. E., 134, 143, 172, 222
432 van Bel, A. J. E., 122, 127, 129, 133, Véla, E., 304
678 111 Anatomia das Plantas de Esau
Venkaiah, K., 569, 570, 593, 594 Vogelmann,T. C., 305, 309 Wang, H., 220, 312
Venning, F. D., 238, 242 Vogler, H., 175 Wang, J., 326, 357
Venugopal, N., 391,415, 433 Voitsekhovskaja, O., 485 Wang, M., 171
Venverloo, C. J ., 116, 141, 429 Vojtassák, J., 136 Wang, S. e., 515,521, 529
Verbelen, J.-P., 74, 135, 314 Volk, G. M., 90, 91, 97, 129, 141 Wang, X.-C., 315
Verdaguer, D., 199, 222 Volkmann, D., 92, 129, 138, 211 , Wang, X.-O., 240
Verfaille, C., 171 303 Wang, X.-Q., 282, 303
Vergara, C. E., 130 von Fircks, H. A., 420, 432 Wang, Z.-Y. , 89, 97,567, 595
Verma, D. P. S., 113, 114, 133, 141 von Groll, U., 296, 314 Wanner, G., 86, 93, 97
Vermeer, J., 203, 219 von Kblliker, A., 44, 47 Ward, D., 91, 96
von Mohl, H., 44 Ward, J. M., 431, 485
Vermerris, W., 104, 134
Vernoux, T., 188, 189, 195, 222 Von Teichman, I., 256, 265 Wardlaw, C. W., 177,194,195,197,
von Willert, D. J., 539, 559 222
Véry, A.-A., 71
von Witsch, M., 304 Wardrop, A. B., 119, 130,235,237,
Vesk, M , 97, 129, 138, 141
Voronine, N. S ., 199, 222 242,251, 265,343, 357,373, 394,
Vesk, P. A., 118, 141
Voronkina, N. V., 199, 222 395
Vesprini, J. L., 542, 545, 561 Wareing, P. F., 262, 263, 424, 432
Vos, J. W., 116, 141
Vetter, R. E., 364, 392
Warmbrodt, R. D., 461, 488
Vian, B., 109, 118, 83, 119, 133, 138, Warn, R. M., 141
141,235,237,239, 242, 265,326, Wacowska, M., 275, 313, 513, 518,
531 Warnberg, L., 93, 132
357, 428, 429
Wada, M., 55, 70, 71 Warren Wilson, J ., 262, 265, 386,
Vickers, K., 140 394
Wada, T., 298,312 , 314
Vickery, B., 84, 97 Wanen Wilson, P. M., 386, 394
Waddle, R. M., 543, 561
Vickery, M. L., 84, 97 Warren, R. A., 69
Wadsworth, P., 94, 134
Vidali, L., 304, 307 Wasteneys, G. O., 82, 97, 134, 140
Wagner, B. L., 90, 94
Vieira, M. C. F., 74 Watanabe, M., 153, 175
Wagner, G. J., 288, 314
Vietor, R. J., 133 Watanabe, Y., 175, 353
Waigmann, E., 125, 127, 141
Vilaine, F., 482 Waters, M. T., 55, 75
Waisel, Y., 378, 392, 429, 430, 433 ,
ViJhar, B., 170 515,519,521, 529- 531 Watson, M. D., 92
ViJlalba, R., 389, 418, 433 Waizenegger, I., 135 Watt, W. M., 301,303, 314
Villena, J. F., 271, 314 Wajirna, T. , 480 Wayne, R. O., 79, 93
Vinckier, S., 354 Wakabayashi, K., 314 Webb, A. A. R., 308
Vindt-Balguerie, E., 589 Walbot, V., 306 Webb, J., 233, 242
Viola, R., 461, 488 Waldron, K., 102, 120, 130 Webb, J. A., 436, 242
Virchow, R., 43, 74 Walker, A. R., 296, 304 Webb, M. A., 89, 92, 97
Viry-Moussaid, M., 315 Walker, D. B., 314 Webb, W. W., 71
Vischer, W., 586, 594 Walker, N. A., 134 Webster, P. L., 209, 222
Vishnevetsk'Y, M., 57, 74 Walker, R. A., 92 Weerakoon, N. D., 133
Vissenberg, K., 292, 314 Walker, W. S., 238, 242 Weerdenberg, C. A., 96
Visser, E. J. W., 234, 242 Walles, B., 175 Wehrli, E., 132, 214
Vitale, A., 77, 81, 85, 97 Walsh, M. A., 439, 444, 486, 488 Weichel, G., 549, 561
Vitha, S., 92 Walsh, S., 587, 588 Weil, J.-H., 68, 71
Võchting, H., 162, 175 Walter, M. H., 105, 141 Weiler, E. W., 93
Voesenek, L. A. C. J., 242 Wan, Y., 304 Weimann, J. M., 168
Voets, S., 311 Wand, S. J. E., 74 Weisbeek, P., 74, 173, 175, 220,
Vogel, S., 545, 548-551, 559, 561 Wang, C.-G., 230, 242 222
Índice Onomástico 111 679
Weisenseel, M. H., 426 Wilcox, H., 203,21 1, 222,418, 433 V.'loch, W., 402,403,405,410,411,
Weiss, D., 561 Wildeman, A. G., 197, 223 433
Weissman, I. L., 144, 171, 175 Wildung, M . R., 558 Wodzicki, A. B., 366, 395
Welch, D. R., 307 Wilhelm, S., 524, 530 Wodzicki, T. J., 366,375, 395
Welch, M. D., 83, 94 Wilhelmi, H., 303 Wolbang, C. M., 173
\1/elinder, K. G., 137 Wilkes, J., 574, 595 Wolf, S., 127, 131, 141
WeUons, J. D., 515, 530 Wilkins, T. A., 290, 291, 292, 314 Wolff, e. F., 178, 223
WeUs, B., 136 Wilkinson, H. P., 272,286,287, 314 Wolkenfelt, H., 163, 173, 208, 220,
Wenham, M . \V, 258, 265 Wilkinson, S., 307 222
Wenzel, e. L., 202,203, 222 Willats, W. G. T., 102, 141 Wolkinger, F., 251, 266
Wergin, W. P., 52, 75, 86, 97 Wille, A. C., 285, 314 Wolters-Arts, A. M . C., 119, 141
Werker, E., 375,376, 390, 394,411 , Willemse, M. T. M., 559 Woltz, P., 313
428,534,551,552, 561,569, 595 Willemsen, V., 175, 214, 220, 222 Wong, P.-F., 594
\1/erner,T., 166, 175 Willenbrink, J., 471, 488 Wong, s. e., 175
Wernicke, W., 122, 135, 171 Woo, Y-M., 71 , 132, 134, 171
Williams, D. G., 355
Weryszko-Chmielewska, E., 549, 561 Wood, D. F., 589
Williams, E. G., 157, 175 , 555
Wessel-Beaver, L., 96 Wood, N. T., 282, 315
Williams, R. E., 139
\1/est, M., 171 Woodward, C., 215
Williams, \V E., 55, 75
West, M. A. L ., 36, 42 Woodward, F. 1., 274, 276, 307, 308,
Williams, \V T., 229, 242
\Vesting, A. H., 368, 371, 394 315
Williamson, R. E., 96, 117, 134, 140,
\1/eston, L. A., 305 141 Woodward, S., 525, 531
Wetmore, R. H., 161, 175, 215,377, Willis, e. L., 174 Woody, S., 169
391 Willmer, C. M., 285, 314 Worbes, M., 364, 395
Weyens, G., 306 Willmitzer, L., 131 Worley, J. F., 258, 266
\1/eyers, J. D. B., 163, 175,277,281, Wilms, F. H. A., 93 Wredle, U., 153, 175
314 Wlight, K. M., 137
Wilson, B. F., 368,370,371, 395,
Whalley, B. E., 156, 167 419, 429, 433 Wrischer, M., 71
\1/hang, S. S., 300, 308, 314 Wilson, C. A., 271, 314 Wu, C.-C., 301, 315
Wheeler, E . A., 320, 323, 330, 335, Wilson, K. J., 578, 579, 595 Wu, H., 374, 375, 395, 569, 570, 595
350, 354, 357,375,376,378,379,
383,388, 391 , 395,583, 595 Wilson, K. L ., 51, 69 Wu, J., 104, 141, 356, 392
Whelan, J., 68 Wilson, T. P., 539, 561 Wu, J.-1., 579, 587, 591, 595
Whetten, R. W., 104, 137, 141 Winlmer, R., 374, 395 Wu, Y, 132
White, D. J. B., 193, 194, 222 Wirnmers, L. E., 230, 243 WuUschleger, S. D., 367, 395
White, R. A., 172, 184, 218, 222 Windle, J. J ., 589 Wutz, A., 527, 531
White, R. G., 83, 97, 128, 129, 137, Winge, P., 591 Wyllie, A. H., 170
138, 141 Wink, M., 65, 75 Wymer, C. L., 82, 97,1 17, 119, 141
Whitford, N . B., 443,474, 481 Wisniewska, J., 169 Wymer, S. A., 97
Whitmore, T. C., 506,507, 510, 522, Wisniewski, M., 383, 393, 395, 412, Wyrzykowska, J., 219
531 433
Whitney, N. J ., 309 Withers, L., 157, 175 Xavier-Fillio, J., 590
Whitten, W. M., 560 Witiak, S. .M., 75 Xi, X.-Y., 230, 242
\1/ick, S. M., 93, 116, 133, 313 Witkowski, E. T. F., 513, 529 Xia, Y., 485
\1/iebe, H. H., 65, 75, 330, 357 Wittler, G. H., 574, 595 Xiang, Y., 129
Wiedenhoeft, A. C., 375, 395 Wittwer, F., 138, 219 Xiao, S. q., 356
Wien1ken, A., 66, 68 Witzturrt, A., 96 Xoconostle-Cázares, B., 487
680 111 Anatomia das Plant as de Esau
Xu, J., 169 Yoshinaga, A., 392 Zeng, Y., 579, 595
Xu, \V, 83, 97 Yoshizawa, N ., 368, 395 Zer, H., 547, 561
Xu, Y., 63, 75 Young, D. A., 335, 357 Zhang, D., 95
Young, J. e., 484 Zhang, F., 310
Yamaguchi, J., 241 Young, J. H., 459, 483, 488 Zhang, G. F., 81, 97
Yamaguchi, K., 72 Young, N., 171 , 308 Zhang, J., 166, 168
Yamaguchi, S., 167, 175 Young, T. E., 63, 75 Zhang, J. Z., 265
Yamamoto, E., 105, 135 Yu, B., 595 Zhang, M., 136, 309
Yamamoto, F., 390 Yu, F. Y., 484 Zhang, S. Q., 282, 315
Yamamoto, J., 68 Yu, R., 281, 315 Zhang, W.-C., 579, 595
Yamamoto, K., 352, 353, 367, 395 Yu, X., 71 Zhang, Y.-T., 433
Yamamoto, R., 154, 175, 357 Yu, X.-H., 63, 75 Zhang, Z.-J., 423, 433
Yamanaka, K., 491, 510, 573, 595 Yuan, J.-G., 69 Zhao, G.-F., 139, 356
Yan, W.-M., 591 Yuan, M., 119, 141, 315 Zhao, L., 284, 285, 315
Yang, J., 591 Yunus, D., 531 Zhao, M., 74
Yang, M., 296, 306, 315 Yunus, M., 398, 406, 429, 522, 531 Zheng, H. Q., 70, 78, 97
Yang, Z., 170 Zhigilei, A., 304
Yanofsky, M. F., 212 Zachariadis, M., 116, 141 Zhong, R., 262, 263, 263, 266
Yanovsky, M. J. , 41 Zachgo, S ., 309 Zhou, L ., 393
Yao, N., 63, 75 Zagórska-Marek, B., 181, 223,403, Zhu, J.-K., 103, 132
405, 411, 430, 433
Yatsuhashi, H., 55, 75 Zhu, T., 206,208,211, 223,298, 315
Zahner, R., 419, 433
Yaxley, J. R., 167, 175 Zhu, Y., 482
Zahur, !11. S., 474, 488, 495, 510
Ye, Q., 71 Ziegler, H., 58, 75, 282, 312, 366,
Zambryski, P. C, 127, 128, 131 , 135, 395,435, 488,496, 510
Ye, Z.-H., 103, 141 ,262, 263, 266
136, 141,163, 175,435, 481 Zimmermann, J. G., 540, 561
Ying, Z., 590
Zamora, P. M., 320,341, 350
Yocum, C. S., 307 Zimmermann, M. H., 320, 322, 328,
Zamski, E., 374, 390, 484, 573, 590 329,330,346, 350, 357,368,371,
Yoda, K., 394, 433
Zander, A., 583, 595 379, 393, 394, 395,506, 510
Yokota, E ., 96, 314
Zandomeni, K., 120, 141 Zimmermann, W., 192, 196, 223
Yokota, S., 322
Zanis, M. J., 335, 357 Zipfel, W. R. , 71
Yokota, T., 168
Zársky, V., 157, 175 Zippo, M., 356
Yokoyama, T., 388
Zasada, J. C., 419, 433 Zobel, A . M., 88, 97, 568, 595
Yonernori, K., 88, 97
Zee, S.-Y., 485 Zoffoli, J. P., 530
Yong, J. W. H., 166, 175
Zeevaart, J. A. D., 163, 167, 170, Zonia, L. E., 487
Yoo, B.-C., 71, 135 175, 485 Zupancic, M., 531
Yoon, P. K., 592 Zeiger, E., 64, 74, 163, 174,282, zur Mieden, U , 139, 487
York, W. S., 137 291, 313, 315
Zwieniecki, M. A., 306, 328, 346,
Yoshida, M., 354 Zelcer, A., 170 352, 354, 358
Yoshida, S., 175, 357, 480 Zellnig, G., 277, 315
,
INDICE
REMISSIVO
Números em negrito indicam figu ras, além da descrição do assunto, e as fig uras envolvendo t áxons
a -proteobactérias, origem da mito- plantas vasculares sem semen- fusiformes, compor tamento n uclear,
côndria, 63 tes, 183, 184 414,415
Abacaxi (ver Ananas comosus) vegetativo, 182-191 Abies concolor, ápice caulinar, 186
Abelhas, euglossine e osmóforos, 549 zona central, 180, 181, 187, 188 razão xilema para floema, 419
Abertura da pontoação, 111 zona de transição, 185 Abies procera, dormência da raiz,
Abertura externa da pontoação, 112 Abies, meristema apical, da raiz, 211
Abertura interna da pon toação, 112 203 Abies sachalinensis, traqueídes da
Aberturas apicais, do hidatódio, 537 ápice caulinar, 186 madeira de compressão, 369, 370
Abeto (ver Abies procera) campos de pontoação primária células cambiais fusiformes e
em células parenquimáticas do radiais, 417
Abeto (ver Abies sachalinensis)
córtex radicular, 111 d isposição dos microtúbulos, 119
Abeto (ver Picea)
cerne, 366 floema secundário, 503
Abeto-da-noruega (ver Picea abies)
cristais prismáticos no parênqui- Abietoideae, 372
Abies, 186 ma do floema da raiz, 89 Abóbora (ver Cucurbita maxima)
angiosperma, 187-189 desenvolvimento da pontoação, Abóbora (ver Cucurbita pepo)
Arabidopsis, 189-191 342
Abscisão, 512
célulaS-Hlãe, 184, 185 epiderme na raiz, 203
Abutilon pictum, tricomas secreto-
fase de área máxima, 192 esclereíde, 101
res de néctar, 543
fase de á rea mínima, 192 esclereídes na casca, 503
Abutilon striatum, nectários flo-
forma e tamanho, 183 felema, 515 rais, 542, 544
gimnosperma, 184, 185 periderme, primeira superficial, Acacia caven, ritmo anual da ativi-
Ginkgo, 184 519 dade cambial, 423
Hypericum, 192 pontoações areoladas dos ele- Acacia nilotica, elementos de tubo
meristen1a periférico (zona) , mentos traqueais, 322 crivado nos raios do floema, 499
180, 184,185 traqueídes radiais, ausência de, Acacia raddiana, felogênio/câmbio
mudanças plastocrõnicas, 191, 372,491 vascular, período(s) de atividade,
193 Abies alba, felogênio/câmbio vascu- 521
organização tú nica-corpo, 179, lar, período(s) de atividade, 521 Acacia saligna, ciclo anual da
180, 181, 186-189 Abies balsamea, células cambiais atividade cambial, 423
682 111 Anatomia das Plantas de Esau
Acacia, nectários extraflorais, 540 Ácido 3-indolacético (AIA) (ver Agathis, ápice caulinar, 186
aumento na espessura da casca, Auxina) Agave americana, cutícula, 271
512 Ácido abscísico, 166 Agave, fibras, 252
Acanthaceae, nervuras de pequeno Ácido desoxirribonucléico (DNA), 45 parênquima de a rmazenamento
porte, tipo 1, com células intermedi- na mitocôndria, 62 de água, 228
árias, 464 Ácido fítico, 86 Agentes do afrouxamento da pare-
distribuição espacial da epider- de primária, 121
Ácido poligalacturônico, 102
me da raiz, 297, 297
Ácido ribonucleico (RNA), 45 Agonandra brasiliensis, parênqui-
Acer, pontoação alterna, 323 ma axial, distribuição na rriadeira,
Ácido salicílico, 163
alburno, 367 381
Acidocalcissomos, 45
aumento no espessamento da Agrobacterium tumejaciens, e
casca,512 Ácidos nucléicos, 45 mutantes "knockout", 160
colênquima, 237 Actina filamentosa (actina F) (ver bactéria com acidocalcissomos,
Filamentos de actina) 45
filotaxia, 191
Aegilops comosa, paredes do tubo causa de galha-da-coroa, 45
madeira não estratificada, 362
crivado, 439
placas crivadas simples, 497 Agropyron repens, desenvolvimen-
Aequorea victoria, fonte de proteí- to da gema lateral, 197
Acer campestre, reativação cam- na fluorescente verde (GFP), 44
bial, padrão, 424 Agrupamento de poros, 379
Aerênquima, 233, 234, 513
Acer negundo, felogênio, origem do Ailanthus altíssima, elemento de
Aeschynomene hispida, conversão vaso, 319
primeiro, 518 da inicial fusiforme em inicial(is)
câmbio vascular/espaços inter- Ailanthus excelsa, canais de gomo-
radial(is), 407
celulares, 400 -resina, traumáticos, 573
Aeschynomene virginica, con-
Acer pensylvanicum, epiderme, 267 Ailanthus, células parenquimáti-
versão da inicial fusiforme em
inicial(is) radial(is), 407 cas, formato das, 232
Acer platanoides, cutícula, 271
Aesculus, colênquima, 237
Ailanto (ver Ailanthus altíssima)
Acer pseudoplatanus, casca, não
fibrosa, 522 desenvolvimento da placa de Aizoaceae, cristais de oxalato de
perfuração, 344 cálcio na cutícula, 90
células cambiais fusiformes,
compor tamento nuclear, 414 distribuição espacial da epider-
desenvolvimento da pontoação,
elemento crivado, 439 343 me na raiz, 297, 297
floema secundário, padrão das Ajuste celular d urante diferencia-
iniciação foliar, 193
fibras, 495 ção do tecido, 156, 157
tempo de iniciação de produção
formação da madeira de tração, Alburno, 366
do xilema e floema, 420
371 Albw·no/cerne, proporção de,366, 367
Acer rubrum, tamanho do elemen-
to traqueal em relação à localização madeira estratificada, 362 Alchornea sidifolia, anéis de cres-
na planta, 322 placas crivadas compostas, 497 cimento, 364
Acer saccharum, reativação cam- Aldrovanda, armadilhas dentadas,
Aesculus hippocastanum, desen-
bial, 425 volvimento da pontoação areolada, 552
câmbio vascular/espaços inter- microtúbulos no, 346 Alelopatia, 88
celulares, 400 alinhamento de microtúbulos, Alfa tubulina, 82
n1adeira de tração no xilema 119 Alisn1ataceae, distribuição espacial
primário, 371 câmbio vascular, 404 da epiderme da raiz, 297, 297
raios, madeira, 382 diferenciação vascular das deri- Alismatidae, ausência de oxalato de
Acer striatum, epiderme, 267 vadas cambiais, 346 cálcio, 89
Achillea millefolium, desenvolvi- fragmoplasto na célula cambial Allamanda violacea, grãos de
mento do tricoma glandular, 552 fusiforme, 416 amido em látex, 578
Achras sapota, atividade celulase raios multisseriados, ausência Allamanda, coléteres, 548
em látex, 578 de,382 Allium, células guarda, 282
desenvolvimento do laticífero, Agathis australis, floema secundá- interpretação do ápice radicular,
584 rio, distribuição das células no, 494 202
Índice Remissivo 111 683
laticíferos, 583, 584, 585 plasto com amido de assimilação, ápice radicular, 198-203
plastídios no tubo crivado, 447 85 ápices caulinares/teoria histogê-
Allium cepa, laticífero articulado, Amaranthus, plastídios em células nica, 178
585 companheiras, 457 as grandes tendências na evolu-
densidade de estômatos, 276 Amaryllidaceae, desenvolvimento ção do elemento de vaso, 331-
do estômato, 287 337
membrana plasmática, 47
Amborella, ausência de vasos em, ausência de vasos, 278, 335, 377
microtúbulos na extremidade
radicular, 82, 83 335 camada verrucosa, 324
Amborellaceae, madeira, 377 células perfuradas de raio, 384
Allium porrum, movimento da
mitocôndria, 64 Ameixa (ver Prunus domestica) cicatrização de ferimentos em
Allium sativum, laticífero articula- Amendoim (ver Arachis hypogaea) caules, 525-526
do, 585 Amido, 84, 85 distribuição espacial da epider-
centro quiescente, 205 armazenado, 84 me na raiz, 297-298, 297
esclereídes, 255, 256 de assimilação assimilatory, 84 elementos de tubo-crivado, 437,
meristema apical da raiz, 204 Amido de assimilação, 85 438-455, 451, 453-455
Alnus glutinosa, parênquima axial, Amilase, 84, 85 embriogênese, 35, 36
distribuição na madeira, 381 Amilopectina, 84, 85 especialização evolutiva das
Alnus, raios agregados, 382 fibras, 335
Amiloplasto, 58, 60, 84
condutividade hidráulica, 328 esporófito, 40
Anabasis, periderrne, primeira
fibras, 248 superficial, 519 fibras, 248, 249
Aloe aristata, célula epidérmica da Anacardiaceae, esclereídes, 256 fibras, padrões no floema secun-
folha, 270 dário, 495
canais secretores, 568, 569, 569
Aloe, parênquima de armazenamen- tanino, 88 floema, secundár io, 495-500
to de água, 228 folhosas, 371
Anacardium occidentale, canais
Alonsoa meridionalis, células secretores, desenvolvimento dos, incrementos de crescimento no
companheiras em nervu ras de me- 569 floema, 489, 490
nor porte, 466 lignina, 105
Anacharis, iniciação foliar/orien-
Alonsoa warscewiczii, células tação das microfibrilas de celulose, madeira de tração, 368, 370, 371
companheiras em nervuras de me- 194
nor porte, 466 madeira, 362,371, 377-383
Análise clonai, 160 mecanismo de transporte no
Alseis labatioides, aerênquima do
Ananas comosus, fibras, 252 floema, 459-461, 460
súber, 513
Anatomia do caule, tipos de, 32 meristema apical duplo, 182
Alseuosmia macrophylla, razão
inicial radial para inicial fusiforme, Andropogon gerardii, iniciação organização apical túnica-cor po,
406 foliar, 194 179, 187-189
Alseuosmia pusilla, inicial radial Andropogon, fibras, 246 paredes secundár ias das células,
para inicial fusiforme, 406 Anéis de crescimento, 362 102
Alstonia scholaris, 367 fatores responsáveis pela perio- proplastídios, origem no zigoto,
feloder me, 516 dicidade dos, 365, 366 59-60
Alstroemeria, iniciação foliar, 194 hormônios implicados na forma- protoxilema/metaxilema de, 341
ção do lenho inicial e tardio, 365 t raqueófitas, 317
Altingiaceae, nervuras de menor
por te, 465 Anéis dos plastídios em divisão, 60 zoneamento cito-histológico do
Altura relativa do meristema no Anel anual (camada), 364, 365, 405 ápice caulinar, 180
ápice da raiz, 209 Anel anual falso, 364 Annona, paredes das células das
Amaranthaceae, floema, incluso Anel anual múltiplo, 364 sementes, 102
(interxilemático), 436 Anel inicial, 181 Annonaceae, células de mucilagem,
distribuição espacial da epider- Angiospermas, células companhei- 566
me na raiz, 297, 297 ras, 455-457, 456, 458 Annulus citoplasmático, 125, 126
Amaranthus retrojlexus, cloro- anatomia caulinar, 34 Antiporter, 50
684 111 Anatomia das Plantas de Esau
traq ueídes, 372 Asclepias syriaca, laticíferos, 578 na regulação da filotaxia, 195
Archaea, célula, 44 atividade pectinase em látex, na transição do lenho inicial
Ardisia, células parenquimáticas 578 para o lenho tardio, 365
que secretam material resinoso, 568 Asclepias, látex, 577 no desenvolvimento da esclereí-
Áreas crivadas, 437, 438, 439, 443 Asparagus, endosperma, 229 de, 263
Arecaceae, ausência de periderme epiderme do caule, 228 no desenvolvimento da fibra do
de cicatrização, 526 floema primário, 262
Asparagus ojficinales, núrr1ero de
Arecales, paredes primárias das cromossomos, 52 no desenvolvimento da madeira
células, 102 de reação, 371
Asplenium, ápice radicular, 199
Areia cristalina, 89 no desenvolvimento das fibras no
Asteraceae, colênquima, 237
xilema secundário, 262
Aristolochia, fibras, 248, 247 açúcares no látex, 577
produção de auxina livre (AIA)
felogênio, origem do primeiro, canais (dutos) secretores, 569 no desenvolvimento das folhas
518
cavidades secretoras, 569, 570 de Arabidopsis, 164, 164
floema não-condutor, 506 sinais que coordenam os proces-
desenvolvimento do tricorria
floema secundário, 495 glandular, 552 sos do desenvolvimento, 165
periderme, 518 floema, externo e interno, 435 t ransporte polar e não polar da,
Aristolochia brasiliensis, xilema madeira estratificada, 362 164
secundário, elernentos do, 336 Avaceae, ápice radicular, 202
nectários florais, 540
Aristolochiaceae, osmóforos, 549 Aveia (ver Avena sativa)
raízes com dermatocaliptrogê-
Armadilhas adesivas, 552 nio, 202 Avena, células buliformes, 3 01
Armadilhas dentadas, 552 traqueídes vasculares, 335 lâmina foliar, 3 01
Armadilhas de sucção, 552 tricomas glandulares, 550 Avena sativa, amiloplastos no
Aroideae, laticíferos, 577 Astroesclereíde, 253 endosperrna, 58
taninos em látex, 577 Astronium, tilos, 367 densidade estomática, 276
Arranjo das folhas (ver também madeira, 371 desenvolvimento do estômato,
Filotaxia), 191 283
Atricoblastos, 297
Arroz (ver Oryza sativa) feixes vasculares, 476
Atriplex, glândulas de sal (trico-
Arroz de profundidade, etileno e Avicennia, glândulas de sal, 537
mas), 288, 535, 536
crescimento do caule, 166 Azadirachta indica, câmbio vas-
Atropa belladonna, colênquima, 236
Arthrocnemum, esclereídes, 255 cular/espaços intercelulares, 400
Austrobaileya scandens, floema
Arundinoideae, distribuição espa- Azolla, célula apical, 184, 199
secudário, não estratificado, 498
cial da epiderme da raiz, 297, 297 ápice radicular, 199
elementos de tubo crivado do
Árvore da resina (ver Orozoa pani- floema secundário, 474 frequência de plasmodesmos/
culosa) idade da raiz, 211
Austrobaileya, placas crivadas
Ascarina scandens, células corn- compostas, 497 Azotobacter vinelandii, microgra-
panheiras de nervuras de menor fia eletrônica, 45
floema secundário, 495
porte, 466 Azul de anilina, alcalino como fluro-
Austrobaileyales, vasos em, 332
Ascarina, células companheiras de cromo, 104
nervuras de menor porte, 466 Autofagia seletiva do protoplasto do
Azul de resorcina como um d iacro-
elemento cr ivado, 438
Asclepiadaceae, laticíferos, 582, 583 rno, 104
AUXl, carregador para influxo da
cavidades secretoras, 570 Bactéria, célula, 44, 45, 45, 60
auxina, 164
floema, externo e interno, 435 nos laticíferos, 578
Auxina, 164, 165
laticíferos nos ra ios do xilema, Bainha do feixe, 4 61, 462, 463, 464
como sinal hormonal envolvido
583 Balanophoraceae, estômatos, au-
no controle da atividade cambial
osmóforos, 549 e desenvolvimento vascular, 386, sência de, 275
produtores de borracha, 586 424,425 Baloghia lucida, laticíferos entre
Asclepias curassavica, hidrolases na diferenciação do elemento células epidérmicas de, 582
lisossomais em látex, 578 traqueal, 346 Balsa (ver Ochroma lagopus)
686 111 Anatomia das Plantas de Esau
Calamus, vime, 252 Camadas Sl , S2, S3 da parede se- produção do xilema secundário
Caliptrogênio, 201, 203 cundária, 109 e floema secundário, 419, 421,
Câmara coletora de glândula de sal 422,423
Callitriche platycarpa, atuação do
etileno no crescimento do caule, 166 de duas células, 537 reativação do, 413, 418, 423, 424
Calose de ferimento, 125, 443 Câmara cristalífera, 89, 90 relações causais na atividade,
Câmara subestomática, 271, 272 424-425
Calose definitiva, 443, 450
Câmbio (ver também Felogênio e tentativa de identificação das
Calose, 104, 437, 443 iniciais, 401-405
Câmbio vascular), crescimento da
definitiva, 443, 444 gema e reativação do câmbio, 424, Camellia, periderrne, inicial, 518
dormência, 443 425 esclereídes, 245, 254, 255
durante a microsporogênesis e atividade sazonal do câmbio felogênio, origem do primeiro,
megasporogênesis, 104 vascula r, 417-423 518
durante o desenvolvimento da comparação com meristemas Camelliajaponica, desenvolvi-
placa celular, 104, 114 apicais, 402 mento do esclereíde, 262
durante o desenvolvimento do domínios, 411 Campo de cruzamento, 373, 374
poro do crivo, 443, 444, 445 função inicial, 402 Campo de pontoação, primária, 110,
ferimento (injúria), 104, 443, 525 Câmbio da casca (ver Felogênio) 111
nas fibras do algodão, 104, 290 Câmbio fascicular, 146, 147, 148 Campo de pontoações primárias,
no desenvolvimento do tubo Câmbio interfascicular, 146, 147 111, 112
polínico, 104 Campsis, floema secundário, 497
Câmbio vascular (ver também Câm-
Calotropis, laticíferos, 587 bio), 41, 318, 397-433 floema secundário, padrão de
Calycanthaceae, células de óleo, 565 atividade sazonal nas regiões fibra, 495
osmóforos, 549 temperadas, 417-421, nas regiões Cana de açucar (ver Saccharum
Calycanthus occidentalis, células tropicais, 421, 422, 423 ojficinarum)
companheiras, 456 ativo, 412, 413, 414, 414 Canais secretores, 564, 568, 569,
citocinese, 416-417 570
elementos de tubo crivado nos
raios do floema, 499 crescimento da gema e atividade Canal (duto) de goma traumático,
cambial, 424 573
Calycanthus, flo ema secundário,
495 crescimento intrusivo, 405, 407, Canal de goma, 569
Calystegia silvatica, laticífero, 581 410 t raumático, 573
Camada de crescimento, na perider- divisão celular, 400-405 Canal de gomo-resina, 569, 570
me, 515 divisões aditivas, 400 Canal de mucilagem, 564
na madeira, 362, 364, 365, 366 divisões multiplicativas, 405, 410 Canal de resina, desenvolvimento
no floema, 489, 490 domínios, 411 em Anacardiaceae, 569
Camada de pectina, da epiderme, dormente, 412, 412, 413 em eudicotiledôneas, 568
272 fascicu lar e interfascicular, 146, no floerna de coníferas, 491
Camada limitante, em ferimento, 147,148 no floema secundário, 573, 573
525,526 formação do xilema secundário no lenho de coníferas, 374, 375,
Camada protetora, de parede celu- e floema secundário, 400,401, 376
lar de contato, 330, 331 402 traumático, no lenho de conífera,
Camadas cuticulares, 271, 272 iniciais, 397, 399, 400, 405, 406, 374,375
Camadas da túnica, número de nos 407 Canal esquizógeno, 564, 568, 569
ápices caulinares das angiosper- mudanças desenvolvimentais, Canavalia, madeira estratificada,
mas, 187 405-411 364
Camadas de fechamento, 527, 528 mudanças sazonais na ultraes- Cânhamo-da-nova-zelândia (ver
Camadas Ll, L2, L3, envolvimento trutura celular, 41 1,412,413, Phormium tenax)
na iniciação do primórdio foliar, em 414,415,416,417 Canna, aerênquima, 227
eudicotiledôneas e monocotiledône- organização, 397-400 células do parênquima do meso-
as, 193 perda de iniciais, 407-410 fi lo, 232
688 111 Anatomia das Plantas de Esau
buliforme, 300, 301 Célula de mucilagem, 566 células intermediárias, 461, 464,
cenocítica, 567, 579 Célula de transferência tipo-A, 463, 465
colênquima, 38, 234-239 465 como sistema de suporte à vida
Célula de transferência tipo-B, 465 do elemento de tubo crivado, 457
con1panheira, 439, 440, 446,
448,455,457-459,466,467 Célula do colênquima, 234 conexões citoplásmicas com os
elernentos de tubo crivado, 457-
de contato, 287, 288, 330, 380, Célula do pelo, 297
459
383 Célula do raio, perfurada, 384, 385 paredes, 457
de transferência, 229-231 eretas, 380 séries, 456, 456
epidérmica, 270-274, 299-303 fibras radiais, 384 Células cristalíferas, 438, 472, 489,
esclerenquimática, 245-266 procumbente, 380, 381, 382 495
especialização, 143, 151, 151 quadradas,381 Células crivadas, 39, 437, 467-470
eucariótica, 44, 46 Célula eucar iótica, 45, 46 das coníferas of conifers, 491
intern1ediária, 461, 464, 465 Célula fusiforme do parênquima, desenvolvimento do poro da área
meristemática, 146, 147, 148 330,385 crivada em, 468
multinucleada, 258, 567, 579 Célula inicial, 178 diferenciação, 469, 470
parênquima, 225-234 Célula intermediária, 461, 464, 465 estado nucleado, 469
procariótica, 44, 45 Célula mãe de estômato (ver Célula paredes das, 468, 469
secretora, 533-535, 563-568 guarda mãe) plastídios das, 469, 470
sílica, 275, 299, 299 Célula parenquimática, 31, 38, 225 retículo endoplasmático das,
Strasburger (albuminosa), 467, câmara cristalífera, 438,472,495 467, 468,469,470
470 disjuntiva, 384 Células curtas, no sistema epidér-
fusiforme, 330 mico de Poaceae, 299
súber (felema), 513, 514, 515, 516
Célula perfurada do raio, 384, 385 Células da bainha, margeando os
subsidiária, 271, 274, 275, 279,
canais resiníferos, 375
280,286 Célula procariótica, 44, 45
Células de barreira, nos tricomas
taninífera, 567, 568 Célula quadrada de raio, 381 secretores, 535
Célula acessória, do tricoma de Célula radial procumbente, 380, 381 Células de expansão, 300
Arabidopsis, 294 Célula suberosa, 275, 299, 299, 300 Células de mirosina, 563, 564
Célula albuminosa (ver Célula de Célula vesicular, de vesículas de sal,
Strasburger)
Células de óleo, 498, 564, 565, 566
535
Célula apical, de samambaias, 183, Células de Strasburger (albumino-
Célula-mãe da célula-guarda, 283 sas), 467-468, 470
199 Célula pétrea, 253, 255 Células de tanino como tubos, 564,
do ápice caulinar, plantas vascu-
Célula tanífera, 567 567, 568
lares sem sementes, 178, 183,
184 Células animais, 144 Células de transferência, 229-231
do proembrião, 35, 37 Células BY-2 (cultura de tabaco), aparato parede-membrana, 229,
80, 114, 154 230,231
Célula basal, do proembrião, 35, 37
Células BY-2 do tabaco, 80, 114, 154 em glândulas secretoras de sal
de glândulas de sal com duas de Tamarix, 537
células, 537 Células cambiais, distribuição e
freqüência de plasmodesmos nas em hidatódios, 538
Célula buliforme (motor), 300, 301 paredes das, 415 ern nectários, 542
Célula cenocítica, 567, 568 Células coletoras de glândulas de em nódulos radiculares de Vicia
Célula da coifa da glândula de sal de sal multicelulares, 537 faba, 231
duas células, 536 Células com r áfides, 89 localização,230
Célula da hipófise, 190, 207 Células companheiras, 38,439,440, na epiderme de folhas, 271
Célula de contato, no estômato, 287, 446, 448, 455-459 nas nervuras de Sonchus dera-
288 ausência no protofloema, 478 ceus, 230
no xilerr1a, 330, 380, 383 células de tr ansferência tipo-A, t ipo A, tipo B no floema de ner-
Célula de esclerênquima, 32, 38, 245 463,465 vuras de menor calibre, 465
690 111 Anatomia das Plantas de Esau
tipo flange, 230, 231 Células vizinhas, de estômatos, 274, Cerne, 366
tipo reticulado, 230, 231 287 formação do tipo Robinia e tipo
Células disjuntivas de parênquima, Células-mãe centrais, 180, 184, 185, Juglans, 366
384 186 teor de umidade do, 367
Células do corpo da planta, 143 Celulose, 100, 101 Ceropegia elegans, osmóforos, 549
Células do floema, 39, 437, 438 Centeio (ver Secale) Ceropegia stapeliaejormis, osmó-
obliteração de, 473, 476, 477 Centro de construção mínimo da foros, 550
raiz, 204 CesA glicosiltransferases, 117
Células epidérmicas, paredes celu-
lares, 270, 274 Centro de organização microtubular Chamaecyparis lawsoniana,
(COMT) (local de nucleação), 82 incrementes de crescimento do
con1uns, 269-274
Centro quiescente, 180, 181, 203, floema, 490
conteúdo, 270
205,206
c utícula, 271-274 Chamaecyparis obtusa, canais de
capacidade para renovar a ativi- resina t raumáticos do floema, 573
estômato, 274-287 dade, 205
Chamaecyparis pisifera, tipo de
tricomas, 287-295 causas do surgimento, 206 floema secundário, 495
Células eretas de raio, 380, 382 localização das iniciais em, 205, Chamaesyce thymifolia, laticífe-
Células fundadoras, 193 206 ros, 579
Células-guarda (ver também Estô- na raiz primária deArabidopsis, laticíferos que abrigam bactérias
matos), 275, 276, 277-282 205,208 e tripanossomatídeos flagelados,
coníferas, 271, 277, 280 período de origem, 203, 205 578
eudicotiledôneas, 278, 283 similaridade com a zona central Cheiranthus cheiri, ápice caulinar,
formato de rim, 276, 277, 278 do caule, 206 181
paredes celulares, 277-281 Cephalanthus, floerna secundário, Chenopodiaceae, felogênio, origem
padrão de fibra, 495 do primeiro, 518
Poaceae,277, 279, 283
Cephalotaxaceae, parênquima floema, incluso (interxilemáti-
Células iniciais, 144
radial na madeira, 372 co), 436
Células isolantes, 383
Cephalotaxus drupacea, ápice glândulas de sal, 535
Células longas, no sistema da epi- caulinar, 186
derme da fol ha em Poaceae, 299, Chenopodiales, nectários flora is,
Cephalotaxus, traqueídes, 372 540
299
Cera cuticular (intracuticular), 271 Chenopodium, tricoma, 289
Células meristemáticas (vertam-
bém Iniciais), características das, Cera epicuticular, 271, 273, 274, Chloridoideae, distribuição espacial
146, 147 275 da epiderme da raiz, 297, 297
Células motoras, 300 Ceras, 87, 106, 271 Cianobactéria, 44
Células não-pilíferas , 297 c uticulares e epicuticulares, 271,
origem dos plastídios das, 54
273, 275
Células parenquimáticas com "bra- Cichoriae, iniciais do laticífero, 583
ços" ("estrelada"), 227, 232 síntese das, 273
laticíferos no corpo primário, no
Células parenquimáticas do xilema, Ceratocystis polonica, fungo da
floema secundário, 584
330,331 mancha azul, 493, 573
Ciclo celular, 53-54
funções, 382, 383 Ceratonia síliqua, peridermes,
subsequentes,519,521,522 Ciclose, 47
Células precursoras do floema, 478
células taniníferas, 568 Cinnamomum burmanni, células
Célu las-S ( células contendo gl icosi- de óleo, 566, 567
nolatos, altamente ricas em enxo- espessamento em phi, 88
estômatos nas raízes, 275 Cinnamomum, estaminóides, 541
fre), 564, 565
felema, 516 Ciperáceas, parede das células epi-
Células silicosas, 275, 299
dérmicas, 271
Células soquetes, tricomas em Ara- felogênio/câmbio vascular,
período(s), 521 Cisternas, 77, 78
bidopsis, 294
Células subsidiárias dos estômatos, Cercidium torreyanum, epiderme, Cistólitos, 91, 268, 301, 302
27~278, 279, 280, 281,282, 283 267 pelos, 301
Células t ronco, 144, 188 Gereis canadensis, drusas, 89 significado fisiológico dos, 303
Índice Remissivo 111 691
recuperação seguido ao embolis- peridermes, inicial e seqüencial, Cor po da planta, como um organis-
mo, 328 519,521 mo supracelular, 127
Conexões citoplasmáticas com as pontoações areoladas nas tra- estrutura e desenvolvimento, 29-
células crivadas, 467, 470 queídes, 324 42
papeldas,470-471 raios, madeira, 372, 373 organização interna, 31-33
Coníferas, meristerna apical das, traqueídes radiais, 372 plano, 35
146, 191 traqueídes, condutividade hi- Cor po primário da planta, 40
câmbio vascular, 490 d ráulica das, 327, 328, 328 Corpo prolamelar, 60
câmbio, eventos no, 405 traqueídes, distribuição dos Corpo proteico, 81, 85, 87
canais resiníferos, 374-376, 376, microtúbulos nas, 342
Corpo secundário da planta, 41
568 traqueídes, pares de pontoações
Corpos de óleo, 46, 86, 87
células cambiais fusiformes, areoladas, 323, 324, 325
em sementes, 86
núcleo das, 413 Coniferil, 104
Corpos de pigmentos (cr istais de
células-guarda, 277, 283 Coniferophyta, pontoações areola-
caroteno), 55, 56
das, 323
complexos estomáticos, 282 Corpos de proteína-P, dispersos,
Constrições colares dos plasmodes-
coníferas, 371 450, 448, 449
mos, 125
cristais de oxalato de cálcio na não-dispersos, 452, 451
Convolvulaceae, nectários crípticos,
parede celular e cutícula, 90 Corpos de sílica (fitólitos), 91, 299,
540
cristais na parede celular/cutícu- 300
floema, externo e interno, 435
la, 90 Corpos golgianos (pilhas de Golgi,
laticíferos, 579, 581
deposição da parede secundária dictiossomos), 79
nas traqueídes, 109 Convolvulus arvensis, endoderme,
em estruturas secretoras, 534
36
desenvolvimento da gema late- em nectários, 542
ral, 195 Copernicia cerifera, cera de car-
naúba, 88 em pelos radiculares, 292
feloder me, 516 em secreção de mucilagem, 534,
cutícula (cera), 272
fibras, 248, 249 566
Corchorus capsularis, fibras ma-
floema, secundário, 489, 490, cias (liber ianas), 252 movimento dos, 80
491-495 Corpos multivesiculares, 51
Corchorus, nectário floral, 541
formato dos ápices caulinares Corrente citoplasmática (ver Ciclo-
floema secundário, padrão de
vegetativos, 182 se)
fibra,495
iniciais cambiais, identificação Corrente citoplasmática (ciclose),
Cordiaeum variegatum, laticífe-
das, 403 47
ros, 579
iniciais cambiais, sobrevivência Corrente de fonte reversa, 293
laticíferos entre as células epi-
das, 407, 409 dérmicas, 582, 582 Córtex, na raiz, 32, 33
lenticelas, 528 Cordões parenquimáticos, 330, 384 no caule, 32, 33
madeira de compressão, 368, Cordyline terminalis, súber, estra- Corylus, raios agregados, 382
369, 369,371 tificado, 525 Costela, na folha, 237, 246
madeira de reação (compres- Cordyline, súber, estratificado, 525
são), 368,369 Cotilédones, 30, 36, 37
Cornus florida, densidade estoma- Cotranspor ters, 50
madeira não estratificada, 362 tal, 276
madeira, 361, 361, 362, 365, Coutarea hexandra, aerênquima
Cornus rasmosa, câmbio vascular/ do súber, 513
371-376 espaços intercelulares, 400
madeira, sistema axial da, 372 Crassula argentea, hidatódios, 539
Cornus stolonifera, atuação das
organização do ápice caulinar, antocianinas, 66 Crassula, hidatódios de espécies
186 xerofíticas, 539
câmbio vascular/espaços inter
or igem dos proplastíd ios no zigo- celulares, 400 Crassula/crassulae, 323, 372, 374
to, 59 Corpo (ver também Conceito Crassulaceae, hidatódios, 539
or igem dos raios, 407 túnica-corpo), 179, 187 idioblastos com tanino, 567
Índice Remissivo 111 693
Crataegus azarolus, ciclo anual da no parênquima do xilema, 330 placas crivadas, áreas crivadas
atividade cambial, 423 nos sistemas de formação do laterais, 443
Crescimento apical intrusivo, 156, vacúolo, 89, 90 plastídios nas células compa-
258, 259, 260 Cristalinidade da celulose, 101 nheiras, 457
Crescimento aposicional da parede, Cristalóides, proteína, 86 xilema, 386
119 Cucurbita maxima, número de
Cristas, na mitocôndria, 62, 62
Crescimento centrífugo da placa cromossomos, 52
Cromatina, 52
celular, 112 elementos de tubo crivado, 455
Cromoplasto, 58, 59
Crescimento coordenado, 156, 257 elerr1entos de tubo crivado/placa
desenvolvimento, 58
dilatação, 507, 508 crivada, 448
função, 58
intercalar, 144, 145 placa crivada, 455
tipos de, 58
intrusivo, 156, 258, 259, 260, 261, proteína-P, 450
262 Cromoplastos cristalinos, 58, 59
proteínas da seiva do tubo criva-
primário, 40 Cromoplastos globulares, 58, 59 do/plasmodesmos, 128
secundário, 40, 41 Cromoplastos membranosos, 58, 59 Cucurbita pepo, células compa-
Crescimento e desenvolvimento, Cromoplastos tub ulares, 58, 59 nheiras de nervuras de pequeno
controle por hormônios de plantas, Cromossomo bacteriano, 45 porte, 466
163-167 Cromossomos, 52 composição do néctar, 546
Crescin1ento intercalar, 144, 145 Croton, laticíferos em tricomas de, elementos crivados do protofloe-
Crescimento interposicional (ver 582, 582 ma, 476
Crescimento intrusivo) filotaxia, 191 nervuras, de menor por te da
Crescimento intrusivo, 156, 258 folha, 436
laticíferos no câmbio vascular e
apical, 156, 258 xilema secundário de, 583 proteína-P, 449
nos laticíferos, 576, 581, 582, Croton conduplicatus, laticíferos Cucurbitaceae, ausência de oxalato
583,584 derivados das iniciais radiais, 583 de cálcio, 89
Crescimento por deslizamento, 156 Cryptocarya rubra, elemento de floema, externo e interno, 435
Crescimento por intussuscepção da tubo cr ivado, 439 nervuras de pequeno porte, tipo
parede, 119 Cryptocarya, madeira estratifica- 1, com células intermediárias,
da, 362 464
Crescimento primário, 40
Cryptomeria japonica, traq ueídes, Cultura de tecidos, 157-159
Crescimento secundário, 41, 397,
491 diferenciação, 343 Cupressaceae, floema secundário
Cryptostegia grandiflora, produ- tipo Chamaecyparis pisijera, 495
difuso, 41
tor de borracha, 586 casca anelar, 522
Crescimento secundário difuso, 41
Cryptostegia, laticíferos no floema espessamentos em phi, 88
Crescimento, coordenado, 156,257
secundário, 582 felogên io, origem do primeiro, 517
Crescimento simplástico (ver Cres-
Cucumis melo, células companhei- floema secundário, distribuição
cimento coordenado)
ras das nervuras de pequeno porte, das células no, 491
Cripta estomática, 277 466
parênquima radial na madeira,
Criptógamas vasculares (ver Plan- nervuras de pequeno por te, 461 373
tas vasculares sem sementes)
Cucumis sativus, iniciação do parênquima, axial na madeira,
estratificado e não estratificado, primórdio foliar, 191 372
399, 400,405,410,411
Cucurbita, calose nos poros criva- tampões dos estômatos, 278
Cristais de carbonato de cálcio, 91 dos em desenvolvimento, 104
traqueídes radiais, 372
Cristais p rismáticos, 89 caule e feixe vascular, 436
Cupressus, canais resiníferos, au-
Cristais, oxalato de cálcio, 88-91 colênquima, 235, 236, 238 sência de, 374
na parede celular e cutícula, 90 fibras, 248 ápice caulinar, 187
no floema de angiosperm as, 495 floema secundário, 500 Cupressus sempervirens, felogê-
no floema de conífera, 491 lignificação e formação do fitóli- nio/câmbio vascular, período(s) de
no parênquima do floema, 472 to em fruto, 91 atividade, 521
694 111 Anatomia das Plantas de Esau
razão xilema para floema, 419 cromoplastos cristalinos, 58 Dieffenbachia maculata, idioblas-
Cúpula da célula oleífera, 565, 566 c ultura de tecido, 158 tos com ráfides, 91
Cutano, 271, 273 Decaisnea insignis, células paren- Diferenciação, 150-156
Cutícula, 106, 271-274 quimáticas contendo látex, 574 ajuste intercelular, 156
a cutícula propriamente dita, 271 Deformação nas paredes da célula de tecidos, 155
componentes ultraestruturais em expansão, 120 fatores causais em, 156-163
(lamelas e fibrilas), 272 Degeneração picnótica do núcleo do gradientes, 161
formação da, 272, 273 elemento crivado, 452, 469, 470 mudanças celulares em, 154-157
Cuticularização, 271 Degeneração por cromatólise do nú- posição e informação posicional,
cleo do elemento crivado, 452, 453 162,163
Cutina, 106,271 ,273
Delonix, tempos de iniciação da Dilatação, crescimento, 507, 508
síntese da, 273
produção do xilema e do floema, meristema, 507
Cutinização, 272 422
Cycadaceae, floema secundário do Dillenia indica, razão inicial fusi-
Dendranthema x grandijlorum, forme para inicial radial, 406
tipo Ginkgo biloba, 495 condutividade hidráulica, 326
Cycas revoluta, largura do ápice Dillenia pulcherrima, parênqui-
Dendrobium minax, osmóforos, ma axial, distribuição na madeira,
caulinar, 183 549 381
Cycas, cavidades secretoras, 571
Dendrocronologia, 366 Dionaea, a rn1adilhas dentadas, 552
Cycas, formato do ápice caulinar Densidade estomática, 76-277, 296
vegetativo, 183 Diospyros, endosperma, 229
DENSIDADE ESTOMÁTICA E O cerne,367
Cyclamen persicum, filocrono, 192
GENE DISTRIBUTIONl (SDDl), madeira estratificada, 362
Cydonia, braquisclereídes, 256 envolvimento no desenvolvimento
Cynodon, glândulas de sal, 536, do estômato, 296 madeira, 371
536 plasmodesmos, 122
Densidade relativa do lenho, 371
Cyperaceae, or igem da primeira, Diplóide, 52
Derivadas das iniciais, 143, 181, 185,
257 400 Diplotropis purpurea, felema, 515
compr imento do vaso, 322 das células vizinhas dos estôma- Dipterocarpaceae, floema condutor,
desenvolvimento do estômato, tos, 286, 287, 288 506
287 Dermatocaliptrogênio, 202 Dipterocarpus, tilos, 367
distribuição espacial da epider- em Arabidopsis, 206-208 Distichlis, glândulas de sal, 536
me da raiz, 297, 297 Divisão anticlinal, 148, 148, 149
Dermatogênio, 178, 199
suberina em paredes celulares Divisão celula r, 112-116
da bainha do feixe, 106 Desdiferenciação, 150
em célula altamente vacuolada,
Dahlia imperialis, elementos de Desenvolvimento litocisto-cistólito
115, 116
tubo crivado nos raios do floema, em Pilea, 301, 302
no câmbio vascular, 400, 401,
499 Desfibragem ou desfibramento, na 402
Dahlia pinnata, anastomoses no extração de fibras, 246
Divisão do raio, 407
floema, 436-437, 437 Desigualdade estomática, 282
Divisão periclinal, 148, 149
Dalbergia melanoxylon, cerne, Deslizamento da casca, 418
367 Divisão pseudotransversal das ini-
Desmotúbulo, 124, 125, 126 ciais cambiais, 406
Dalbergia retusa, cerne, 367 Deterrninação, 152 Divisão radial, 148
Dalbergia, alburno, 367 Dia fragmas, 233 Divisão tangencial, 148
Darlingtonia, jarros, 552 Dianthus caryophyllus, desen- Divisão transversal (transversa),
Datura, citoquimeras periclinais, volvimento da placa de perfuração, 148
160 345 Divisões aditivas do câmbio, 400
parênquima do floema, 495, 496 Dianthus, configuração estomatal, Divisões assimétricas das células,
Daucus carota, atuação dos AGPs, 287 em desenvolvimento dos complexos
103 Dictiossomos (ver Corpos Golgia- estomáticos, 282-286, 284 , 285,
Daucus, células companheiras, 456 nos) 286
Índice Remissivo 111 695
Estrut uras intermediárias nectá- elementos de tubo crivado nos sistema vascular primário, 35
rios-hidatódios, 547 raios do floema, 498 tanino, 88
Estruturas secretoras externas, iniciação foliar, 193 tricomas glandulares, 550-552
533-561 metafloema, 478,479, 480 vasos en1, 331, 332
Estruturas secretoras internas, nervuras de menor porte, 464- xiloglucanos nas paredes primá-
563-595 467 rias das células, 101-102
Estruturas secretoras, 35 origem dos novos raios, 407 Eugenia, felema, 515
externas, 533-561 súber interxilemático, 513 Eumeristen1a, 148, 180
internas, 563-595 súber, alado, 522 Euonymus alatus, súber alado, 522
Etileno, 166, 233 Eudicotiledôneas, fibras macias Euonymus bungeanus, floema
no desenvolvimento da madeira (liberianas), 252 secundário, 506
de reação, 371 anatomia do caule, 34 Euonymusfortunei, células com-
Eucalyptus, casca, descamamento, cau le, 31, 32 panheiras das nervuras de menor
523 porte, 466
células de transferência, 230
ausência de periderme, 512 Euonymus, estômato, 278
células-guarda, 277
cavidades secretoras, 571 Eupatorium, colênquima, 236
complexos estomáticos, 282-283,
células companheiras, 456 286 células parenquimáticas, forma-
cerne, 367 comprimento do vaso nas espé- to das, 232
desenvolvimento da glândula de cies lenhosas, 320, 322 Euphorbici, nectários do ciátio, 540
óleo, 571, 571 distribuição espacial da epider- iniciais do laticífero, 581
esclereídes na casca, 503 me da raiz, 297, 298, 297 látex, 577
felema, 515 embriogênese, 35 laticíferos, 575-576, 576, 582
kino veias, 574, 574 estômatos, 282-283 Euphorbia abdelkuri, laticíferos,
padrão da fibra no floema secun- fibras septadas, 251 579
dário, 495 fibras,246,248,250,251,252 Euphorbia esula, centro quiescen-
raios dilatados, 507 formato do ápice caulinar vege- te, 205
ritidoma, 523 tativo, 182-183 Euphorbia heterophylla, grão de
traqueídes vasicêntricas, 379 glândulas de sal, multicelular, amido no laticífero, 578
Eucalyptus camaldulensis, ciclo 537 Euphorbia lactea, grão de amido
anual da atividade cambial, 423 hidatódios em plantas de água no laticífero, 578
razão xilema para floema, 419 doce,537 Euphorbia lathuris, grão de amido
Eucalyptus globulus, floema se- nectários florais, 540 no laticífero, 578
cundário, 506 número de camadas da túnica, Euphorbia myrsinites, grão de
Eucalyptus pilularis, taninos con- 187 amido no laticífero, 578
densados nas paredes das células origem dos ramos, 195 Euphorbia pinea, laticíferos que
da raiz, 88 padrão do estômato, 295 abrigam parasitas tripanossômicos,
Eucariotos, célula, 44, 45 578
paredes da célula da sernente,
Eucommia, primórdio do laticífero, 102 Euphorbia pseudocactus, grão de
583 amido no laticífero, 578
pectinas nas paredes primárias
Eucromatina, 52 das células, 102 Euphorbia pulcherrima, nectários
extraflorais, 542
Eudicotiledôneas, células da bainha pedomorfose, 360
do feixe, 464 diferenciação do laticífero, 580
pelos urticantes, 534, 554
células de mucilagem, 566-567 laticíferos, 579
pontoações guarnecidas, 324,
cicatrização de ferimento, 525 325 Euphorbiaceae, súber aculeado, 522
cor pos de proteína-P, não disper- proteínas nas paredes das célu- amido no látex, 577, 578
sa, 452 las, 103, 104 cavidades secretoras, 570
elementos crivados do protofloe- raízes com dermatocaliptrogê- distribuição espacial da epider-
ma, 476-478 nio, 201 me da raiz, 286, 297
698 111 Anatomia das Plantas de Esau
Fibras, 38, 245, 246-252 Fibras liberianas, 252 em nectários, 541, 544, 545, 546,
classificação, 248-251 Fibras pericíclicas, 250 547
conlerciais, 252 Fibras perivasculares, 250 externo, 435
comparação com células colen- Fibras radiais, 384 fibras, 248, 249
quimáticas, 235, 238, 246 Fibroesclereídes, 245 incluso (interxilemático), 436
corticais, 247, 248 no floema, 489, 502, 503, 507 interno (intraxilemático), 436
da folha, 248, 252 Fibrotraqueídes, 250 marcadores iniciais na diferen-
da madeira, 250 ciação do, 404
Ficus, cistólito, 301
distribuição no corpo da planta, epiderme, múltipla, 268 mecanismo de transporte em
246, 247, 248 angiospern1as, 459-461
feloder me, 516
do floema primário (protofloe- mecanismo de transporte em
látex, 577 gi n1nospermas, 471-472
ma), 246, 248, 248, 249
madeira estratificada, 362 papeldo,435
do floema, 247,248,249,491, proteínas no látex, 577
493,495, 496, 497 posição em relação ao xilema,
Ficus calosa, látex, 577 435
do linho, 33
Ficus elastica, cistólito, 91, 269 primário, 317,435,476, 478-480
duras,252
epiderme, múltipla, 268, 269 secundário, 317, 435, 489-531
especialização filogenética das,
no xilema, 333, 335 litocistos, 563 tipos de células do, 39, 437, 438
extraxilemáticas, 248,249,250, Figura, na madeira, 388 Floerna, fibras, 248, 249, 472, 490
251 Filamentos de actina (ver também esclereídes, 472, 490, 503
fatores que controlam o desen- Micro.filamentos e Actinafilamen- Floema abaxial, 435, 436
tosa), 45, 82, 83, 84,112,116
volvimento, 262, 263 Floema colapsado, não-colapsado,
Filamentos intermediários, 81 506
gelatinosas, 251
Filocrono, 191 Floema condutor, 504-506
liberianas, 252
Filotaxia, 191, 194 dormência e reativação dos ele
librifor mes, 250
auxina na regulação da, 194 mentos crivados, 505
macias, 252
correlação com a a rq uitetura do proporção de casca, 505, 506
origem e desenvolvimento, 257- sistema vascular, 194
262 Floema funcional (ver Floema
tipos de, 191 condutor)
percicíclicas, 250
Filotaxia decussada, 191, 192 Floema incluso (interxilemático),
perivasculares, 250
Filotaxia em espiral, 191 436
septadas,251, 251
Filotaxia oposta, 191 Floema interno (intraxilemático),
xilemáticas, 248, 250, 329 435
Filotaxia vertici lada, 191
Fibras comerciais, 252 Floema intraxilemático (interno),
Filotaxis dística, 191
Fibras cor ticais, 247, 250 435
Fissão binária, 55, 60
Fibras do floema primário, 246, Floema não-colapsado, 506
Fitoalexinas, 99
247,248 Floema não-condutor, 506, 507
Fitoferritina, 57
origem no protofloema de eudi- acúmulo de cristal, 506
cotiledôneas, 249-250 Fitólitos (corpos de sílica), 91, 299
diferenças estr uturais com rela-
Fibras do floema secundário, 248 Fitômero, 182
ção ao floema condutor, 506, 507
Fibras extraxilemáticas, 248, 249, Fitoplasma e laticíferos, 578,
esclerificação do, 506
250 Floema (ver também Floema se-
Floema não-funcional (ver Floema
cundário), 31, 39, 435-488, 489-510
Fibras gelatinosas, 251,252,369, não-condutor)
370 anastomoses , 436
Floema primár io, 317, 435, 476-480
em ramos e caules não inclina- carregamento, 459, 464
Floema secundário, 318, 435,
dos, 370 coletor, 459 489- 510
na madeira de tração, 370 descarregamento, 459 camadas anuais de crescimento,
no floema secundário, 369, 370 descarregamento,459 489,490
700 111 Anatomia das Plantas de Esau
Gnetum gnemon, fibras e esclereí- Hakea suaveolens, esclereídes, 255 Hidatódios vs. glândulas de sal, 535
des, 247 Hakea, esclereídes, 254, 255 Hilo, nos grãos de amido, 84, 86
Goma de ferimento, 573 Halófitas, 535 Hipocótilo, 30, 36
Goma, 569, 573 Haloxylon, periderme, primeira Hipoderme, 268, 271
Gomose, 573 super ficial, 519 Hipótese da auto-organização do
Gossypium, cutícula, 271 Haploide, 52 cristal líquido, 118
desenvolvimento da fibra, 289- Haplopappus gracilis, número de Hipótese de crescimento ácido, 120
292, 291 cromossomos, 52 Hipótese do alinhamento, 117
embriogênese, 35 "hard rind" (!-Ir), 91 Hipótese do cordão procambial, 195
fibras, 252 Hectorella caespitosa, filotaxia, 191 Hipótese do crescimento limitado,
floema secundário, 500 Hedera, estômatos, 278 na porosidade da madeira, 379
iniciação foliar, 193 Helianthus, óleo, 86 11ippuris, formato do ápice vegeta-
tricoma glandular, 534 tivo, 183
anatomia do caule, 34
Gossypium hirsutum, fibras, 291 Histogênese, 150
Helianthus annuus, estômato nas
conexões poro-plasmodesmos, raízes, 275 Histógenos, 178, 199
458 densidade estomatal, 276 Histonas, 45, 52
desenvolvimento da placa criva- Helleborus, nectários florais, 542 11ordeum vulgare, crescimento do
da, 445 ápice radicular, 209
Helobiae, células buliformes, ausên-
Grã direita, 387 cia de, 300 cilindro vascular, raiz, 478
Grã entrecruzada, 387 Hemiceluloses, 101, 102, 107, 108 conexões poro-plasmodesmos,
Grã espiralada, 387, 388 458
Heracleum, origem da gema axilar,
Grã, da madeira, 387 elemento crivado, 442
196
Grama-do-campo (ver Agropyron feixe vascular, 441
Herbáceas, laticíferos, 574
repens) fi locrono, 191
Heterocromat ina, 52
Gramineae (ver Poaceae) paredes do tubo crivado, 440,
Hevea, atividade da celulase no
Gramíneas (ver Poaceae) 441
látex, 579
Gramíneas marinhas, epiderme, 269 Hormônios (ver 1-Jormônios das
laticíferos, 575, 577 plantas)
Grana, em cloroplasto, 56, 57 Hevea brasiliensis, arranjo dos
Hormônios vegetais (fitormônios),
Granum do cloroplasto, 56, 57, 57, laticíferos na casca, 586 163-167
58 borracha, principal fonte de, Hortelã (ver Mentha spicata)
Grão de aleurona (ver também Cor- 586-587
pos proteicos), 81, 85 Hoya carnosa, esclereídes, 255
desenvolvimento do laticífero,
Grãos de a mido, 84 1-loya, esclereides, 254
583
Graptopetalum, iniciação da folha/ Humulus, colênquima, 238
sistema laticífero, 584
orientação das microfibrilas de látex, 577
Hialoplasma, 47
celulose, 194 t ricomas, 290
Hibiscus, células de mucilagem,
Grewia tiliaefolia, elementos cri- Hydrangaceae, nervuras de menor
567
vados funcionais presentes por todo porte, tipo 1, com células intermedi-
o ano, 505 cavidades secretoras, 571
árias, 464
Grupo inicial apical, no ápice cau li- fibras do floema, 472, 473 11ydrangea paniculata, idioblasto
nar, 184, 186 Hibiscus lasiocarpus, conversão de mucilagem, 564
Guaiacum, madeira, 371 da inicial fusiforme para inicial Hydrocharis, ápice radicular, 202
Guarnições, 324, 326 radial, 407
distribuição espacial da epider-
Gutação, 537, 538 Hibiscus rosa-sinensis, nectários me da raiz, 297, 297
florais, 543
Gynura angulosa, elementos de Hydrocharitaceae, ápice radicular,
tubo crivado nos ra ios flo ema, 499 Hidatódios, 537,538, 539 202
Haemodoraceae, distribuição espa- laminar, 538, 539 distribuição espacial da epider-
cial da epiderme da raiz, 297, 297 tricoma, 539, 539 me da raiz, 297, 297
Índice Remissivo 111 703
Hydrophyllaceae, distribuição espa- taxa de divisão periclinal, 419 Juglans hindsii, elemento crivado,
cial da epiderme da raiz, 297, 297 Inicial cambial fusifor me, 397, 398, 439
pelos urticantes, 554 399, 400 Juglans nigra, madeira de reação,
Hypericaceae, poliderme, 524 citocinese, 416-417 368
canais secretores, 569 condição uninucleada da, 415 madeira de tração, 368
Hypericum uralum, iniciação divisões anticlinais (pseudo tilos, 367
foliar, 192 transversais), 406 Juncaceae, tecido protetor, 524
origem da gema axilar, 196 variações sazonais do núcleo da, desenvolvimento dos estômatos,
Hypericum, cavidades secretoras, 413 287, 287
571 Insetos e nectários, 540 distribuição espacial da epider-
Idioblasto, cristal, 89, 91 me da raiz, 297, 297
Instabilidade dinâmica dos microtú-
cristal-mucilagem, 564 bulos, 82 suberina na parede das células
da bainha do feixe, 106
esclereíde, 254, 579 Inter fase, 54
J unções comunicantes, 122
laticífero, 575, 577 Intermediários entre hidatódios e
Juncus, células parenquimáticas da
secretor, 563 nectários, 547
medula, 232
tanino, 567 Iodeto de potássio (1 2KI), 85
Juniperus, canais resiníferos,
ldioblasto cristalífero, 89 Iodido de diexiloxacarbocianina ausência de, 374
Idioblastos de mucilagem e cristal, (DiOC), 79
ápice caulinar, 186
564,567 Jpomoea, nectários en, cripta, 540
Juniperus californica, elementos
Idioblastos de ráfides, 90 laticíferos, 583, 584 crivados funcionais por todo o ano,
Idioblastos silicificados, 301 lpomoea batatas, periderme, feri- 504
Idioblastos taníferos, 88, 567 mento, 526, 526 tempo de iniciação da produção
Iridaceae, osmóforos, 549 do xilema e do floema, 420
Ilex, forma de espessamento da
casca,512 desenvolvimento do estômato, Juniperus communis, incremen-
286, 287 tos de crescimento do floema, 490
Impatiens, iniciação foliar, 193
Isoeta (ver Isoetes) Juta (ver Corchorus capsularis)
paredes das células das semen-
tes, 102 Isoetes muricata, poros da área Kalanchoe, desenvolvimento do
crivada, 475 primórdio foliar, 193
Impatiens balfourii, gradação
nectário para hidatódio, 548 Isoetes, ápice caulinar, 183 iniciação foliar/orientação das
microfibrilas de celu lose, 194
Iniciais, 144 Jarro, de plantas carnívoras, 552
Kalanchoefedtschenkoi, pelos
no mer istema apical caulinar, Jasmonatos, 163 radiculares, 293
181 Jatropha, nectário floral, 541 Kalopanax pictus, núcleo da célula
no meristema apical radicular, laticíferos, 576 cambial fusiforme, 415
204,205,206
laticíferos idioblásticos, 574 J(eteleeria, células epiteliais dos
perda de, do câmbio vascular, canais de resi na, 372
Jatropha dioica, iniciais do laticí-
407-410
fero, 574, 581 t raqueídes radiais, ausência de,
radiais, 397, 398, 399, 400, 407 372
Jojoba (ver Simmondia chinensis)
Iniciais apicais, 180-182, 180 Kino veias, 574
Juglandaceae, madeira, 377
nos ápices caulinares de conífe- Kino, 574
ras, 186 Juglans, placas crivadas compos-
tas, 497 J(lopstockia cerifera, cutícula
Iniciais cambiais, 397-399, 400 (cera), 272
cer ne, 366
tentativas de identificar no câm- l(nemafu1juracea, placa de perfu-
bio vascular, 403-405 divisão e crescimento das ini-
ciais fusiformes, 406 ração, 321
Iniciais radiais, 397, 399, 400 KNOTTEDl (KNl), marcador
fibras, 248
formação de novas iniciais ra- molecular precoce da iniciação do
diais, 407-410 fioema condutor, 506 pr imórdio foliar, 190
proporção de iniciais fusiformes, floema não-condutor, 506 de tamanho dos plasmodesmos,
406 madeira não estratificada, 362 128
704 111 Anatomia das Plantas de Esau
Membranas, 45, 48-51 derivadas do, 181, 185 Microfibrilas, 100, 107, 108
modelo mosaico-fluido, 49, 49 duplo, 182 Microfilamentos (ver Filamentos
potencial elétrico, 45 evolução do conceito, 178-180 de actina)
Menispermum, modo de aumento iniciais nos, 180-182 Micropelos (glândulas de sal de
de espessura, da casca, 512 duas células), 536
monopodial, 182
Menta (ver lvfentha piperita) Microscópio de luz, resolução, 44
mudanças plastocrônicas no,
Mentha piperita, tricomas gla ndu- 191, 192, 193, 193 .Microscópio eletrônico de transmis-
lares, 551 são, resolução do, 44
na flor, 40
Mentha spicata, tricomas glandu- na raiz, 40, 198-208 Microtúbulos corticais, em elemen-
lares, 551 tos traqueais em diferenciação, 342,
no ápice caulinar, 36, 182-190 343,344, 3 44 , 345
Mentha, colênquima, 238
no embrião, 35, 36, 40 Microtúbulos, 45, 47, 81, 82
Meristema da medula (ver Meriste-
simples, 182 arranjo, 82, 83
ma em costela)
tipo túnica-corpo, 179, 187, 188, banda pré-prófase, 82, 83, 115,
Meristema de espera, 181, 181
190, 192 116
Meristema em fileira (medular, zona
em costela) no ápice caulinar, 149, zoneamento cito-histológico, 180 corticais, 82, 83, 116, 117
180, 185, 187 Mer istemas secundários, 146 fragmoplasto, 82, 83
Meristema em fi leira (ver Meris- Meristemático e crescimento da fragmossomo, 116
tema em costela, Meristema da planta, 146-150
funções, 82
medula) Merófitas, 178, 184, 199, 200
fuso mitótico, 82, 83
Meristema em placa, 149, 149 Mesembryanthemum, parênqui-
ma (tecido de a rmazenamento de nas fibras em desenvolvimento
Meristema fundamental, 36, 146
água), 228 do algodão, 290, 291
Meristema intercalar, 144, 145
Mesofilo, 32, 33 nos pelos em desenvolvimento
Meristema isolado, 196 das raízes, 293
Meristema lateral, 144,397 Metabólitos secundários, 88
nos tricomas em desenvolvimen-
Meristema medular, 181 Metacutização, 211
to da folha deArabidopsis, 295
Meristema periférico (zona periféri- Metafloema, 476, 477, 478 Mimosa pudica, núcleo, 51
ca), no ápice caulinar 180, 185, 186, delimitação do floema secundá
tanino na célula da folha, 66
187 rio, 480
Mimosaceae, aerênquima do súber,
Meristema primár io, 36, 146 Metameristema, 178
513
Meristemas (ver também Meriste- Metasequoia glyptostroboides,
Mimulus cardinalis, células com-
ma apical), 143-150 velocidade de transporte dos assi- panheiras de nervuras de menor
apical, 36, 144 milados, 471
calibre, 466
classificação, 144-146 câmbio vascular/espaços inter-
Mimusops, períodos de produção
celulares, 400
conceito de, 143, 144 de xilema e floema, 423
Metaxilema, 338, 339, 338 , 33 9,
dilatação, 507 razão xilema para floema, 422
340,341
em costela (em fileira), 149 Mirosina, 47, 62, 64, 83
Método cinemático, 209
intercalar, 144, 145 Mirosinase, 563, 564, 565
Metroxylon sagu, amido de sagu,
isolados, 196 85 Mitocôndr ia, 48, 56, 62-63
latera l, 144, 397 Micelação radial das paredes das DNAde, 63
massas, 148, 149 células-guarda, 281, 281 estr utura tridimensional de, 62
padrões de crescimento, 148, 149 Micelas, 100, 101 evolução a partir de
placa, 149 Micheliafuscata, iniciação foliar, <X-proteobactérias de vida livre,
primários, 36, 145, 146 193 63
secundário, 146 Microberlinia brazzavillensis, movimento, 62
Meristemas apicais (ver também parênquima axial, distribuição na papel na apoptose, 63
Ápice radicular e Ápice caulinar), madeira, 3 81 Mitose (cariocinese) (ver também
36, 144, 177-223 Microcorpos (ver Peroxissomos) Divisão Celular), 53, 112
708 111 Anatomia das Plantas de Esau
Modelo geométrico para deposição paredes celulares primárias de Morus nigra, iniciais de laticíferos,
das microfibrilas de celulose, 118 comelinídeas, 102 581
Modelo mosaico-fluido da estrut ura pectina nas pareces celulares sistema laticífero secundár io,
da membrana, 49, 49 primárias de, 102 583
Moléculas de triacilglicerol, 86 periderme, 512 Ivlosaicos genéticos, 159, 162
Monocarpia, 152 proteínas nas paredes celulares, Mouriria, esclereídes, 255
Monocotiledoneae, epiderme, múlti- 103 Mouriria huberi, esclereídes,
pla, 268 raízes com caliptrogênio, 201 desenvolvimento de, 261
células-guarda, 277 sistema vascular, 466 Ivlovimento estomático, 281, 282
Monocotiledôneas, meristema api- súber estratificado, 525 dinâmica do microtubúlo, 281
cal, 202 tecidos de proteção, 512, 524, papel da luz azul e do ácido absí-
anatomia do caule, 34 525 sico no, 282
caule, 32, 34 vasos em, 331 papel da parede celular no, 281,
células buliformes, 299, 300, 301 velame, 268 282
células de tr ansferência, 230 xiloglucanos em paredes celula- Mucilagem (ver proteína-PJ
células-guarda, 277 res primárias de, 101 Mudanças do plastocrono, no ápice
Monotropa, estômatos, ausência caulinar, 191, 192, 193, 194
cicatrização de ferimentos, 525
de,275 Musa, laticíferos, 584
complexos estomáticos, 282,
283,287 Monstera deliciosa, tricoesclereí- corpos proteicos, 86
des, 255-256 estômatos, 278
cor pos de sílica (fitólitos), 299
Monstera, esclereídes, 245 formação de tilose, 331
crescimento secundár io, 41
esclereídes, desenvolvimento de, origem de gemas laterais, 196
desenvolvimento dos estômatos,
260 taninos no látex, 577
286
Moraceae, cistólitos, 301 Musa textilis, atividade da celulase
elementos de tubo crivado, ten-
dências na especialização de, epiderme, múltipla, 268 no látex, 578
474 hidatódios, 539 fibras (folha), 252
embriogênese, 35 iniciais de laticíferos, 581 Mutantes "knockout", 160
esporófito, 35 laticíferos nos raios do xilema, Myoporum, cavidades secretoras,
estômatos, 282 583 571
fibras no caule, 246, 248 laticíferos, 581 Myrcia amazonica, feloderme, 516
fibras rígidas (folha), 252 Morfogênese, 152 Myristica, iniciais fusiformes, com-
Morango (ver Fragaria) pr imento das, 398
folha, 252
Moringa oleifera, canais de goma, Myristicaceae, corpos proteicos,
formatos de ápice caulinar vege- nucleares não-dispersos, 452
tativo, 183 t raumáticos, 573
Moringaceae, canais de goma, trau- tubos taníferos, 574
guarnecimento, 324
máticos, 573 l\1yrsinaceae, nódulos bacterianos
hidatódios em plantas de água foliares, 549
doce, 538 Morte celular programada, 54, 152,
153, 154 Myrsine australis, felogênio, ori-
iniciação foliar, 191 gem do primeiro, 517
de elementos traqueais, 345, 348
meristema intercalar, 144, 145 Myrsine, células parenquimáticas
exemplos de, 153
metafloema, 478, 479 secretoras de resina, 568
nectários septais, 540 sinais hormonais na, 153
Myrtaceae, composição do néctar,
Morus, colênquima, angular, 236 546
número de camadas da túnica,
187 alburno, 366 cavidades secretoras (de óleo),
origem de gemas laterais, 196 cerne, 366 570,571
padrão epidérmico em raiz, 297- látex, 577 floema, externo e interno, 435
298, 297 tilos, 367 idioblastos taníferos, 567
padrões estomáticos, 295 Morus alba, filotaxia, 190 poliderme, 524
Índice Remissivo 111 709
diferenciação da célula crivada, elemento crivado, 439 Piperaceae, epiderme, múltipla, 268
470 felogênio/câmbio vascular, Piptadeniastrum ajricanum,
epiderme da raiz, 203 período(s) de atividade, 521 parênquima axial, distribuição no
estômatos, 271, 280 fragmoplasto das células cam- lenho, 381
felema, 515 biais fusiformes, 416 Piriqueta, coléteres, 548
felogênio, origem do primeiro, Pinus ponderosa, células cambiais Pistacia lentiscus, ciclo anual da
518 fusifor mes, divisão, 416 atividade cambial, 423
floema não condutor, 506 ápice caulinar, 186 felogênio/câmbio vascular
período(s) de atividade, 521'
floema secundário, 493 Pinus pungens, pontoação areola-
da, 325 Pistacia palaestina, ciclo anual da
formação do cerne, 367 atividade cambial, 423
Pinus radiata, identificação das
lenho de reação, 368 iniciais cambiais, 404 Pistia stratiotes, idioblastos com
meristema apical da raiz, 203 formação do lenho tardio, 366 ráfides, 90
pontoações areoladas em tra- Pinus resinosa, epiderme, 271 Pistia, ápice da raiz, 202
queides, 324 Pisum, cera epicuticular, 273
células crivadas, 469, 470
súber, 522 ápice caulinar, 179
conexões célula crivada-célula
tecidos vasculares e câmbio no de Strasburger, 468 esclereídes, 257, 258
caule, 401
folha, 271 Pisum arvense, estômatos nas
xi lema secundário, elementos raízes, 275
Pinus strobus, plasmodesmos ra-
do, 374
mificados, 124 Pisum sativum, desenvolvimento
Pinus banksiana, taninos conden- de fibras, 262
anéis de crescimento do lenho
sados nas paredes das células da '
365 alinhamento de microtúbulos
raiz, 88 119 '
densidade estomática, 277
Pinus brutia, "banda pré-prófase ápice da raiz, 199
RE", 116 extremidade do caule, 180
floema secundário, 493 células de transferência, aparato
Pinus contorta, células cambiais membrana-parede das, 230, 231
fusiformes, divisão, 416 iniciais fusiformes, comprimento
das,398 crescimento da extremidade da
Pinus elliotti, lenho, 371 raiz, 209
Pinus halepensis, células epiteliais lenho, 361, 362
desenvolvimento da raiz, 210
dos canais de resina, 375 raio do lenho, 375
estômatos nas raízes, 275
canais de resina, 573 Pinus sylvestris, auxina e desen-
volvimento vascular, 386 nectário floral, 545
felogênio/câmbio vascular,
formação de lenho de reação, paredes celulares do caule 107
período(s) de atividade, 521 '
371 Pittosporaceae, epiderme, múltipla,
sisterna de canais de resina, 376 268
Pinus lambertiana, traqueide do formação do lenho tardio, 366
iniciais cambiais, identificação Placa celular, 112, 114 , 115, 116
lenho inicial, 319
de,403 desenvolvimento, 112-116
ápice caulinar, 186
iniciais fusiformes , 397, 398 Placa crivada composta 439 441
Pinus longaeva, longevidade das ' ' '
periderme, primeira, 521 442, 498
células crivadas, 473
reativação cambial, 425 Placa crivada simples, 439, 441, 499
Pinus merkusii, estômatos, 280
Pinus taeda, células epiteliais dos Placa crivada, 438, 441, 497
Pinus mugo, largura do ápice cau-
linar, 183 canais de resina, 375 composta, 439,441,443, 498
proteína tipo-extensina na pare- diferenciação, 441,444, 445
Pinus pinaster, canais de resina,
569 de celular secundária, 104 simples, 439, 441, 499
Pinus pinea, desenvolvimento da sistema de canais de resina, 376 Placa de perfuração escalarifo rme,
pontoação areolada, proteínas do Pinus thunbergii, parede celular 320, 321
citoesqueleto durante, 345 primária, 109 resistência ao fluxo da água, 329
câmbio vascular/espaços inter- camada parietal S2 de traquei- Placa de perfuração foram inada,
celulares, 400 des, 105 320, 321
714 111 Anatomia das Plantas de Esau
Placa de perfuração múltipla, 320, frequência de no crescimento Pleroma, 178, 179, 199
321 da raiz deAzolla, 211, na raiz de Plurnbaginaceae, tricomas glandu-
Placa de perfuração reticulada, 320, Arabidopsis, 21 1, 298 lares, 550
321 funções do, 126-128 padrão da epiderme na raiz, 297,
Placa de perfuração simples, 320, limite do tamanho de exclusão 297
321 dos, 127 Plúmula, 40
Placas de perfuração em elementos na distribuição de vírus vegetais, Pluritotipotência, 144
de vaso, 320, 321 127, 127
Poaceae, fibras, origem das, 257
desenvolvimento, 345, 346, 347 nas glândulas bicelulares de sal,
células-guarda, 277, 279, 280
Planta "adulta", 41, 151 537
cicatrização de ferimentos, 526
Planta da borracha (ver Ficus no floema secundário de 1-levea,
elastica) 586 desenvolvimento estomático,
287, 288
Plantago major, como um carrega- no tráfego de proteínas endóge-
dor apoplástico, 465 nas, 127, 128 elementos do tubo crivado, 439,
455
funções da, 48 papel no desenvolvimento, 90, 91
genes PP2, 450
Plantas aéreas, 288 primário e secundário, 123
glândulas de sal, bicelulares,
Plantas CAM, ácido málico no va- propagação por, 128
535-537
cúolo, 66 ramificação dos, 123, 124 hidatódios, 538
Plantas com sementes fósseis, tra- secundários complexos, 124
queídes, 332 nervuras de pequeno por te, 466
via para transporte, 126, 127 origem dos ramos, 195, 196
Plantas com sementes, meristema Plasticidade, no desenvolvimento
apical, 148, 178, 182 padrão da epiderme na raiz, 297,
vegetal, 144 297
or igem das gemas axilares, 196 da parede celular, 120, 121
ramificação monopodial, 195 raiz com caliptrogênio, 202
Plastídio do tubo crivado tipo-P, sílica, 91
Plantas vasculares sem sernentes 447, 447, 455
(criptógamas vasculares) 317 sistema de epiderme foliar de,
Plastídio do tubo crivado tipo-S,
ápices caulinares, 183- 184 299
447, 447
célulaapical, 178, 183 suberina nas paredes celulares
Plastídios dos tubos crivados, 444,
da bainha do feixe, 106
elementos crivados, 437-438, 445, 447
475 tecidos de proteção, 524, 525
Plastídios, 54-61
esporófito, 40 tubos crivados do metafloema,
ciclo de desenvolvimento, 61
466, 467
origem dos ramos, 195, 196 divisão, 60
Poales, ausência de oxalato de cál-
poros da área crivada, 4 75 genoma, 55 cio em algumas famílias, 89
que não possui centros quies- tipo-P e tipo-S, 447, 447, 450, paredes celulares primárias, 102
centes, 205 455, 469, 470
Podocarpaceae, parênquima axial
teoria da célula apical, 178 PLASTOCJ-JRONl (PLAJ) controle no lenho, 372
vasos em, 332 da produção de folhas, 191 floema secundário tipo Chama-
Plantas vasculares, 317 Plastocrono, 191, 192, 193 ecyparis pisijera, 495
Plântula, 30, 36 duração do, 191, 192 floerna secundário tipo Ginkgo
Plaquetas de calose, 443, 445 Plastoglóbulos, 57, 58 biloba, 495
Plasrnodesrnos, 43, 44,1 11 , 122-129 Platanthera bifolia, osrnóforos, floerna secundário, distribuição
arquitetura, 125-, 126 549 das células no, 491
comunicação célula-a-célula, 126 Platanus, casca, intermediár ia raio parenquirnático no lenho,
em glândulas multicelulares de escarna/anel, 522 372
sal de eudicotiledôneas, 537 tricoma, 289 tampões estomáticos, 278
em nectários de Abutilon, 543, Platanus occidentalis, casca, 523 Podocarpus amara, parênquima
544 Plectranthus ornatus, tricomas radial no lenho, 373
em vesículas de sal, 535 glandulares, 551 Podocarpus, esclereídes, 255
Índice Remissivo 111 715
Portulacaceae, padrão da epiderme Proteína verde fluorescente (GFP), Proustia cuneijolia, ritmo anual
na raiz, 297, 297 44 de atividade cambial, 423
Pré-sequências, 63 Proteína-P, 439, 450 Prunus, delimitação do floema
Pressão positiva da raiz, papel na PPl e PP2, 450 primário e secundário, 480
recarga dos conduítes embolizados Proteínas, na formação da placa cavidades secretoras, 571
do xilema, 328 celular, 113, 114 estômatos, 278
Primeira periderme, 517-522 na parede celular, 103, 104 lenticelas, 528
Primórdio da fibra, 258 na semente, 84 nectário floral, 541
Primórdio foliar, 191, 192, 193-195 no citosol, 86 padrão das fibras do floema
associação com feixes procam- tipo de armazenamento, 85 secundário, 495
biais (traços de folha), 193, 194 Proteínas arabinogalactanas periderme, 519
expressão do gene expansina no (AGPs), 103 Prunus domestica, lenticelas em
local da iniciação, 195 Proteínas de armazenamento, 81, frutos, 526
iniciação na ausência da divisão 85, 87 Prunus padus, fibroesclereídes no
celular, 194 Proteínas de movimento, 127 floema secundário, 507, 508
iniciação nas angiospermas, 193 Proteínas de transporte, 48 Pseudolarix, traqueides do raio,
locais relacionados com a filota- Proteínas integrais (intrínsecas) do ausência de, 372
xia, 194 tonoplasto (PIT), 48, 282 canais de resina, 374
nas gimnospermas, 194 Proteínas integrais, 48 Pseudotsuga, células epiteliais dos
origem relacionada à filotaxia do Proteínas rnotoras, 47 canais de resina, 372, 375
ápice caulinar, 194 canais de resina, 374
Proteínas periféricas, 48
relação com meristema apical, epiderme da raiz, 203
Proteínas quinases dependentes da
192
ciclina (CDKs), 54 esclereídes, 255
Primulaceae, fibras, 248
Proteínas rica em prolina (PRPs), felema, 515
Procâmbio, 36, 146, 317 103 meristema apical da raiz, 203
cordões precoces (traços folia- Proteínas ricas em glicina, 103 t raqueídes, 372
res), 193, 194
Proteínas ricas em hidroxiprolina Pseudotsuga menziessi, iniciação
na raiz, 198, 199 (HRGPs), 103 foliar, 194
no embrião, 36, 37 Proteínas transmembranas, 48 felema, aumento do crescimento,
Procariontes, célula, 44, 45 canal, 49 515
Procutícula, 273 carregadoras, 49 períodos de iniciação do xilema
Prófilos, 198 Proteinoplastos, 58 e produção do floema, 420
Prolaminas solúveis em álcool, 81, Protoderme, 36, 37, 146, 178 proporção xilema-floerr1a, 419
85 na raiz, 199 Pseudotsuga taxijolia, iniciação
Promeristema, 145, 177 no embrião, 36, 37, 190 foliar, 194
no ápice caulinar de Arabidop- Protofilamentos, 82, 83 canais de resina, 376
sis, 189, 190 células crivadas-células radiais,
Protofloema, 476
no ápice caulinar de gimnosper- conexões simplásticas, 494
mas, 184 delimitação do metafloema, 480
esclereídes, 255
no ápice caulinar de samam- fibras, 249, 478, 479
t ipo de floema secundário, 494,
baias, 183 pólos, 478, 478 494
no ápice da raiz, 198, 199, 208 Protomeristema (ver Promeristema) Pseudowintera, angiospermas sem
sinônimo de zona central, 188 Protoplasrna, 44 vasos,335
Proplastídio, 59, 60, 61 Protoplasto, 44 Psilotum, origem dos ramos, 195
Prosopis, fibras gelatinosas, 370 Protoxilema, 338, 339, 340, 341 ápice caulinar, 183
Proteína FtsZ, 60 lacuna, 338,339, 476 Psilotum nudum, poros da área
Proteína KNOLLE, na formação da na raiz, 338 crivada, 477, 475
placa celular, 114 obliteração, 338 vasos em, 332
Índice Remissivo 111 717
Rhus typhina, felema, aumento no células cambiais, dormentes, 412 paredes do elemento de tubo
crescimento, 514, 515 células fusiformes, 414 crivado, 440
canais secretores, 564 corpo de proteína-P, não disper- plasmodesmos, 125, 126
floema secundário, 495 so, 451 Sacos secretores, 563
Rhynia, 29 felema, 515 Sagu (ver Metroxylonsagu)
Ribes, iniciação foliar/ orientação felogênio, origem do primeiro, Salicaceae, distribuição espacial
das microfibrila de celulose, 194 518 de células epidérmicas da raiz, 297,
periderme, inicial, 521 felogênio/câmbio vascular, 297
Ribossomos, 45, 67, 68 período(s) de atividade, 521 Salix, floema condutor, 506
bacteriano, 45, 55 floema secundário, 499, 502 cerne,367
mitocondrial, 63, 64 paredes celulares cambiais, fibras gelatinosas, 370
plastidial, 55 freq uência plasmodesmos, 415 lenticelas, 527
Ricinus, colênquima, 236 tipos celulares do floema secun- madeira não estratificada, 362
dár io, 438
xi lema primário, estr utura e súber, 523
desenvolvimento do, 339 Rosaceae, nectáriosflorais, 540
Salix babylonica, nervuras de
Ricinus communis, transporte de idioblastoscontendotaninos, 567 pequeno porte, coleta de fotoassi-
auxina no floema, 164 poliderme, 524 milados pelas, 466
elementos traqueais do protoxi- raízes com dermatocaliptrogê- Salix dasyclados, início da produ-
lema, 341 nio, 202 ção de xilema e floema, 420
endosperma, 78 Rosales, nectários florais, 541 Salixfragilis, início da produção
Ritidoma, 511 Rosetas (ver Complexos de celulo- de xilema e floema, 420
morfologia de, 522, 523 se-sintase) Salix nigra, câmbio vascula r /
Rizoderme, 267 Roystonea, perider me, 524 espaços intercelulares, 400
Robinia,casca,523 Rubiaceae, nódulos bacterianos da Salix viminalis, reativação cam-
alburno, 366 folha, 548 bial, padrão de, 424
fibras, 248 aerênquima da casca, 513 início da produção de xilema e
coléteres, 548 floema, 420
floema condutor, 502
Rubus, casca, 526 Saltbush, arbusto de sal (ver Atri-
floema não condutor, 502, 506
plex)
formação do cerne, 366, 367 Rubus allegheniensis, elementos
de tubo crivado funcionais presen- Salvadoraceae, floema, incluso (in-
iniciais fusiformes, comprimento terxilemático), 436
tes durante um ano, 505
das, 398
Ruibarbo (ver Rheum rhabarba- Salvia, colênquima, 237
lenticelas, 528
rum) Salvinia, célula apical, 184
padrão de fibras do floema se-
cundário, 495 Rutaceae, cascas acu leadas, 522 Sarnambaias, 318
placas crivadas simples, 497 cavidades secretoras, 570 ápice radicular, 199
tilos, 367 Sacarose, papel no metabolismo ápices caulinares, zonação em,
cambial, 424 183
Robinia pseudoacacia, 499
Saccharum, epiderme, 299 célula apical dos ápices caulina-
aumento no crescimento do floe-
ápice caulinar, 187 res, 183 e de ápices radiculares
ma, 491
fibras, 246 199
câmbio ativo, 418
lamina foliar, 301 meristema apical do ápice cauli-
câmbio dormente, 413 na r, 183 e radicula r 199
câmbio estratificado, 400 Saccharum ojficinarum, células
buliformes, 301 origem dos ramos, 195, 196
câmbio vascular em relação aos poros da á rea crivada, 476, 475
tecidos derivados, 399 cloroplastos estiolados, 61
corpo prolamelar, 61 Sambucus, colênquima, 236,238
câmbio vascular/espaços inter-
celulares, 400 elementos de tubo crivado das células de tanino, 564
células cambiais fusiformes, em ner vuras de pequeno por te, 467 células taníferas tubulares, 567
divisão, 416, 417, 418 fibras (folha), 252 fibras, 249
720 111 Anatomia das Plantas de Esau
floema, externo e interno, 435 bainha de fibras, 247 Súber comercial, 516
osmóforos, 549 fibras, 246 Súber estratificado, 525
raízes com dermatocaliptrogê- pelos radiculares, 292 Súber interxilemático, 513
nio, 201-202 Sorghum bicolor, células Súber, comercial (ver Quercus
Solanales, nectários florais, 540 suberosas, 273 suber)
Solanum, plastídios das células filamentos de cera epicuticular, Suberina, 106
companheiras, 457 273, 275 Suberização, 106
estômatos, 278 Sorghum vulgare, corpos protei- Substância intercelular (ver Lame-
Solanum lycopersicum, carrega- cos, 81 la média)
dores apoplásticos, 465 proteínas de a rmazenamento, 85 Substâncias ergásticas, 83
cloroplasto, 57 Sorgo (ver Sorghum vulgare) "Sugar pine" (ver Pinus lamber-
cromoplasto cristalino, 58, 59 Soyauxia, cerne, 367 tiana)
cutícula, 271 Sparganium emersum, hidató- Suspensor, 35, 37
expressão do gene da expansina dios, 538 Swietenia, madeira estratificada,
/iniciação do primórdio foliar, Sparmannia, fibras, crescimento 362
195 das, 259, 260 Symphonia globulifera, anéis de
feixes de filamentos de actina, Spartina, glândulas de sal, 536 crescimento, 364
84 Spartiumjunceum, osmóforos, Symphyomyrtus, kino veias, 574,
parênquima, 226 549 574
plasmodesmos, 128 Spinacia oleracea, mitocôndria, Tabaco (ver Nicotiana tabacum)
62 Tabebuia, madeira estratificada,
Solanum tuberosum, amiloplastos
no tubérculo, 86 Spinacia, plastídios do tubo criva- 362
do, 447 Tabebuia cassinoides, growth
ápice caulinar, 187
Sporobolus, glândulas de sal, 536 ri ngs, 364
cicatrização de ferimento em
tubérculos, 525-526 Stanhopeinae, osmóforos, 549 Tabebuia umbellata, growth rings,
Stellaria media, gemas axilares, 364
colênquima, 236
197 Tagetes, cromoplastos globulares,
estômatos, 283 59
Stenocephalus agilis, vetor de
grãos de amido, 86 parasitas tripanossômicos, 578 Tagetes patula, nervure de peque-
hidatódios, 538 Sterculia urens, canais resiníferos, no porte, 463
lamelas de suberina nas paredes t raumáticos, 573 Talauma, periderme e ritidoma,
das células do súber, 106 Sterculiaceae, canais resiníferos, 521
origem das gemas axilares, 198 t raumáticos, 573 Talauma villosa, desenvolvimento
primeiras dez folhas da planta, Stipa, meristema apical e região das esclereídes, 262
162 derivativa na raiz, 201 Tamaricaceae, glândulas de sal, 537
tubérculos, armazenamento de Stipa tenacíssima, fibras (folha), Tamarindus indica, câmbio vas-
água em, 228 252 cular /espaços intercelulares, 400
Solidago canadensis, espaços Stratiotes, ápice radicular, 202 Tamarisco (ver Tamarix aphylla)
secretores, foliares, 572 Strelitzia reginae, secreção de Tamarix aphylla, glândulas de sal,
Solidago, látex presente em células néctar, 546 537, 537
de parênquima, 574 Strychnos nux-vomica, elementos Tampão de mucilagem, 448, 450
Sonchus deraceus, células de de tubo crivado nos raios floemáti- Tampão estomático, 278
transferência, 230 cos, 499
Taninos, 66, 88
Sorbus aucuparia, fibroesclereí- Stryphnodendron microsta-
funções, 88
des no floema secundário, 507 chyum, nectários extra-florais, 540
na parede celular, 88
Sorbus, floema secundário, padrão Styrax camporium, células
das fibras, 495 perjuradas de raio na madeira no vacúolo, 66
Sorghum, células suberosas, 300, da raiz, 385 Taninos condensados, 88
275 Súber alado, 522 Taninos hidrolisáveis, 88
722 111 Anatomia das Plantas de Esau
Traqueídes vasicêntricas, 379 parede do t ubo crivado, 440 Turneraceae, coléteres, 548
Traqueófitas, características das, Triticum vulgare, número de cro- T WO MANY MOUTHS (TMM), no
317 mossomos, 52 desenvolvimento da epiderme, 296
Tricoblasto, 297 senescência foliar, 154 Typha latifolia, aerênquima, 234
Tricoesclereídes, 253, 254 vacúolos de armazenamento de elementos de tubo-crivado do
Tricoma glandular capitado, 551 proteína, 81, 85 metafioema, longevidade dos,
Tricoma glandular peltado, 550, 551 Triticum, fibras, 247 473
Trochodendraceae, tampões esto- Typha, idioblastos contendo ráfi-
Tricoma simples (não ramificado),
289, 290 matais, 278 des, 90
Tricomas (ver também Pelos), 287 madeira, 377 Typhaceae, tecido protetor, 524
categorias morfológicas, 289 Trochodendron, astroesclereíde, distribuição espacial da epider-
254 me na raiz, 297, 297
distribuição espacial nas folhas,
295 angiosperma sem vasos, 335 UDP-glicose, 117
em plantas car nívoras, 552 esclereídes difusos, 255 Ulmaceae, cistólitos, 301
Tropaeolum, paredes das células Ulmus, floema condutor, 506
funções, 288
glandular, 289, 550-552 da semente, 102 cerne,367
Tricomas com dois a cinco braços, cron1oplastos tubulares, 58 placas crivadas simples, 497
289 Tsuga, pontoações areoladas nas sistema vascular primário no
Tricomas dendríticos (ramificados), t raqueídes, 324 caule, 36
289, 289 canais de resina, 374 súber, alado, 522
Tricomas estrelados, 289 Tsuga canadensis, pontoações Ulmus americana, súber em cau-
Tricomas glandulares, 534 areoladas e resistência ao fluxo de les submersos, 513, 515
desenvolvimento, 551, 552 água,326 câmbio vascular/espaços inter-
conexões simplásticas células celulares, 399
substâncias lipofílicas de secre-
ção, 550,551 crivadas-células do raio, 494 células cambiais fusiformes, em
parênquima radial na madeira, divisão, 416
Tricomas glandulares, 550
372 elementos crivados funcionais
nervuras de pequeno por te, tipo presentes por todo o ano, 504
1, com células intermediárias, subtipo de floema secundário,
464 494 elementos de tubo crivados, não
Tsuga heterophylla, ápice caulinar, fu ncionais, 444
raízes com dermatocaliptrogê-
nio, 202 186 incrementos de crescimento no
Tsuga sieboldii, canais de resina, floema, 489
Tricomas peitados (escamas), 289,
290 t raumáticos, 376 Ulmus scabra, fibro-esclereídes no
Tubo crivado, 39, 437, 460 floema secundário, 507
Tricoma urticante, 534, 554
de paredes finas e de paredes Umbellales, nectários florais, 540,
Trifolium pratense, nectário floral,
espessas nas nervuras de peque 541
545
no por te de Poaceae, 467 Unidade de membrana, 45, 48
Trifolium repens, ápice radicular,
203 Tubos de fusão, na formação da Uniporters, 50
placa celular, 115 Ursiniopsis, floema secundário,
Trigo (ver Triticum vulgare)
Tubos secretores, 563 padrão de fibras, 495
Tripanossomatídeos flagelados nos
laticíferos, 578 Tuia (ver Thuja occidentalis) Urtica urens, pelos urticantes, 534
Triplochiton, madeira estratifica- Tulipa, cromoplastos globulares, 58 Urtica, pelos urticantes, 554
da, 364 Tulipeiro-americano (ver Lirioden- Ur ticaceae, cistólitos, 301
Triticum aestivum, hidatódios, dron e Liriodendron tulipifera) distribuição espacial da epider-
538 Túnica, definição de, 179 me na raiz, 297, 298
células de transferência, 231 Túnica-corpo, organização, 179, 188 hidatódios, 537
filocrono, 191 padrão de crescimento em algu pelos urticantes, 554
iniciação das folhas, 192 mas coníferas e Gnetophyta, 186 Ur tiga (ver Urtica)
Índice Remissivo 111 725
primário, 337, 338, 339, 341 cor pos de proteína, 81, 85 Zingiberales, paredes primárias das
secundário, 318, 359-395 densidade estomatal, 220 células, 102
sistema axial, 372, 375, 377, 378- elementos de tubo crivado, 455 cicatrização de ferimento, 525
380 endocitose, 50 Zinnia, expressão genética em
sistema radial (raios), 359, 372- epiderme da folha, 283 células do xilema em diferenciação,
374, 380-383 156
estômatos, 279, 283
Xilema primário, 337-341 células do mesofilo em cultura,
extremidade da raiz, 204 157
distinção do secundário, 341,
feixes de filamentos de actina, diferenciação do elemento
359,360 84 t raqueal, de células do mesofilo
ti los em, 330 fibras (folha), 252 em cultura, 348, 349, 349
Xilema secundário (ver também
fibras, 246, 248 mor te celular programada, 157
Madeira e Xilema), 318, 359-396
folha, secção transversal da, 268 Zinnia elegans, rosetas, 117
desenvolvimento, 383-387
grãos de amido, 84 Zomicarpa, laticíferos, anastomo-
distinção do xilema primário,
iniciação foliar, 191, 193 ses, 577
341,359,360
inter pretação do ápice radicular, Zona cambial, 401
marcadores iniciais de diferen-
ciação no, 405 202 Zona central, no ápice caul inar, 180,
largura do ápice caulinar, 183 181, 187, 188
produção, 419, 420, 421, 422,
423,425 meristema apical radicular, 202, Zona de células-mãe central no
203 ápice caulinar, 184
raios, 372, 373, 380-383
nervuras de menor por te (feixes Zona de transição entre alburno e
sinal hormonal (AIA) durante o
vasculares pequenos), 466, 467 cerne,366
desenvolvimento, 386, 387
placa crivada, 455 Zona em concha, na gema axilar,
sistemas axial e radial, 359, 361
plasmodesmos, 125, 126, 128 197
tamanho do incremento, 419,420
proteína de armazenamento, 85 Zona porosa do anel poroso da ma-
Xiloglucanos, 101, 102 deira, 378
como carboidrato ar mazenado proteína KNl, 128
Zona tanífera das raízes, 88
principal nas paredes celulares ribossomos, 67
Zona transicional, no meristema
de a lgumas sementes, 102 tubos crivados do metafloema de apical, 185
Yucca, súber, estratificado, 515 ner vuras de menor por te, 466,
467
Zonas de transfusão, em glâ ndulas
idioblastos contendo ráfides, 90 de sal multicelulares das eudicotile-
Zea mays, feixes de filamento de Zebrina, leucoplastos, 60 dôneas, 537, 537
actina em extremidades de raiz, 83 Zigoto, 35 Zoneamento cito-histológico, no
anatomia caulinar, 34 Zingiberaceae, corpos de proteína, ápice caulinar, 180, 184, 185, 186
ápice caulinar, 188 nuclear não-dispersa, 452 configuração sobrepondo a orga-
centro quiescente, 205, 206 distribuição espacial da epider- nização túnica-corpo, 187-189
me na raiz, 297, 297 Zygophyllaceae, tricomas glandula-
con1pr imento dos plastocronos,
191 raízes com caliptrogênio, 202 res, 550