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Faculdade de Enfermagem Nova Esperança

Curso em Bacharelado em Fisioterapia

MAITLAND

Profª. Dra. Simoni Teixeira Bittar


Objetivo
 Reconhecer sinais e sintomas relacionados à lesão
articular;
 Reconhecer as indicações, contra indicações e precauções
da técnica;
 Reconhecer as técnicas: PA central, PTransversa, PA
unilateral;
Roteiro
 Definição do Método de Maitland;
 Abordagem do Maitland: avaliação, exame físico, técnica;
 Breve apresentação sobre dermátomos;
 Detalhamento do exame subjetivo;
 Precauções e Contra indicações ao Maitland;
 Aspectos importantes do exame físico;
 Graus e efeitos dos movimentos graduados;
 Indicações dos graus de movimentos;
 Técnicas PAC, PT, PAU.
Breve Histórico
 Geoffrey Douglas Maitland (1954);
 Faculdade de Medicina da Universidade de Adelaide, desenvolveu o uso de
técnicas de mobilização articular passiva e avaliação clínica de pacientes
com problemas músculo-esqueléticos;
 Introduziu a ideia de como movimentos oscilatórios suave podem ser usado
antes da manipulação para conseguir ultrapassar a barreira patológica;
 Maitland (1961) escreveu um artigo que enviou a Sociedade de Fisioterapia
da Austrália: "Os Problemas do Ensino de Manipulações Vertebrais“;
 Apresentou manipulação X mobilização;
 Um forte defensor das técnicas macias no tratamento da dor, em adição às
técnicas mais enérgicas usados para aumentar o movimento passivo
vertebral.
Definição Técnica Maitland
 Trata-se de um método de manipulações articulares
compreendido por avaliação e tratamento das disfunções
articulares tanto da coluna vertebral como das articulações
periféricas;
 Sistema de avaliação rigoroso;
 Técnicas de tratamento podem ser graduadas de acordo com
o estágio da patologia, o que torna a manipulação confortável
para o paciente;
Avaliação Técnica
(comunicação)

Exame Físico
Exame subjetivo:
- Determinar o tipo e a intensidade da dor;
- Determinar os fatores que contribuem para a inflamação;
- Determinar a área da dor e comportamento relativo ao diagnóstico, por
local, problemas dos nervos periféricos e segmentos corporais
(dermatómos),

Exame objetivo:
- Localizar a lesão;
- Qualidade da sinergia do movimento, força, etc;
OBS: o tto manipulativo pode ser utilizado mesmo sem ter um diagnóstico
preciso, desde que os sintomas sejam provenientes de um problema
músculo-esquelético, e não de uma patologia severa.
Dermátomo: é uma área da pele que é
inervada por fibras nervosas que se originam
de um único gânglio nervoso dorsal
(sensitivo). Cada dermátomo é nomeado de
acordo com o nervo espinhal que o inerva.
Exame Subjetivo
Comportamento dos Sintomas
Ela é constante?
(qualidade)

SIM NÃO
Ela varia em intensidade? 1-o que faz essa dor
aparecer? (T1)
2-avalie a severidade:
limitante ou incomodante?
3-quanto tempo ela dura?
NÃO (T2)
SIM Quer dizer que 4-o que ajuda diminuí-la?
O que a faz piorar? não piora de
Qto tempo ela dura 5-quanto tempo vc fica livre
nenhum jeito?
(T1, T2, T3)? Obs: contra- dela? (T3)
indicação.
Exame subjetivo:
História da Moléstia Pregressa

Quando isso começou?

Como isso começou? Teve


algum macro ou microtrauma?

Progresso desde então, a dor


piorou, melhorou ou manteve?

Fez tto anteriores (quais


resultados), Tomou
medicamentos? Fez cirurgia?
Contra indicações à Mobilização:
 Compressão da cauda equina: ↓ sensibilidade perineal, ↓
sensibilidade bilateral MMII, perda da propriocepção,
incontinência urinária (S2-S4);
Perguntas especiais:
-O senhor tem alguma doença?
-Faz uso prolongado de algum medicamento?
-Vc tem perda total de sensibilidade da perna? É simétrica?
-A sua urina escapa? Qdo a dor é maior, vc perde mais urina? A perda
da urina começou junto com a dor?
-Qdo passa papel higiênico na região genital tem alguma dormência?
-Tem dificuldade em andar à noite, no escuro, qdo se levanta para ir ao
banheiro?
Contra indicações à Mobilização:

 Fraturas recentes;
 Compressão da medula espinhal;
 Doença ativa das vértebras: tuberculose, espondilite
anquilosante, infecções, tumores;
 Tonturas posicionais (doença da artéria basilar ou
subluxação cervical);
 Dor severa nas raízes dos nervos (realizar somente tração
até que alivie a irritabilidade);
 Osteoporose severa ou quem faz uso de corticóide.
Precauções à Mobilização e Contra indicações à
Manipulação:
 Dor não diagnosticada, não explicada e não proveniente de incidentes;
 Grande sobrecarga psicológica;
 Osteoporose em adultos jovens;
 Espondilite anquilosante ativa; Espondilolistese;
 Instabilidade (não fazer grau V, lesão em chicote);
 Últimos dois meses de gestação e após 2 meses do parto;
 Irritação aguda da raiz nervosa;
 Compressão aguda da raiz nervosa (pode irritar mais);
 Adolescentes e crianças (quadros crônicos);
 Síndrome do chicote aguda;
 Artrite reumatoide ativa (depois que sair da fase ativa pode fazer grau II);
 Trauma recente da cabeça;
 Síndrome de Down.
Exame Físico:
 Palpação das articulações: DOR/ Espasmo local,
 Encontrar os sinais comparáveis: (tentar reproduzir a dor)
-movimento limitado com dor/ espasmo;
-movimento limitado sem dor, porém em um nível espinhal apropriado
(saber se a lesão é originária da coluna ou das articulações periféricas),
-verificar dissinergia durante o movimento,

Sinal de compressão: tratar a dor (grau I e II), caso não


haja melhora utilizar a técnica de “abertura do forame”.
Dor é geralmente percebida (referida) no nível
segmentar embrionário, procure a fonte da dor naquele
segmento e não esqueça as vísceras.
Pontos Gatilhos e Padrões de dor referida (Travell and
Simons, 1983).
Exame Físico:
 As reações autonômicas e musculares ocorrem, em
resposta à lesão no nível segmentar da coluna vertebral:
-Observar as alterações nos padrões de movimento no nível
apropriado,
-Sentir as alterações na posição de uma vértebra,
-Observar as alterações na qualidade do meio do arco e final
do arco,
-Sentir as alterações na textura tecidual,
-Observar regiões sensíveis,
-Reproduzir a dor,
Obs: importante para prescrição das técnicas de Maitland
diagnosticar a área e comportamento da dor.
Exame Físico:
 Articulações anormais:
1) DOR: - em repouso, em movimento, sensação final do
movimento (macia, firme ou dura),
2) Movimento ativo alterado: reação à dor, medo, sentimento
de apreensão (inibição, proteção muscular, perda da
sinergia),
Movimentos graduados:
 GRAUS:
I) Movimento minúsculo no início do arco;
II) Movimento grande livre de dor e resistência, no meio do
movimento,
III) Movimento grande no final do arco,
IV) Movimento minúsculo no final do movimento ( e um
pouco além),
V) Movimento “minúsculo” de alta velocidade no final do
arco.
Movimentos Graduados:
 EFEITOS:
I) Aumento da entrada de informações sensoriais através de
mecanoreceptores (ativação das comportas medulares:
fibras A-beta são ativadas por mecanoreceptores que estão nos
ligamentos e cápsula articular, o que excitam a substância
gelatinosa que inibe a informação dolorosa que sobe para o
córtex).
II) O mesmo do grau I + Estimulação do retorno venoso e linfático
(diminuição do edema e respostas inflamatórias locais através
do bombeamento de fluidos que ajudam a drenar as
substâncias químicas que geram a dor).
Movimentos Graduados:
 EFEITOS:
III) O mesmo do grau II + estresses nos tecidos encurtados
por aderências (ocorre grande facilitação neuromuscular, pois
atinge elevado número de mecanoreceptores que libera o
movimento).
IV) Estresses teciduais que movimentam estruturas para
posições discretamente diferentes (produz efeito CREEP-
deformação elástica no tecido conectivo denso).
V) “Quebra de aderências” que impedem o movimento,
atividade do OTG para inibição de músculos ao redor das
articulações (que podem alterar drasticamente a posição do
tecido).
Obs: as técnicas de mobilização e manipulação podem ser feitas
tanto de maneira fisiológica como acessória.
Indicações dos Graus de Movimento:
 Graus I e II: alívio da dor e inflamação.
(3x 30seg cada, sem provocar irritação),
(lembrar que existe uma causa mecânica oculta p/ o ciclo da
inflamação/dor),
(I- indicado para dor severa que não responde à morfina).
 Graus III,IV e V: problemas de rigidez.
(3x 1 min combinar movimento acessório e fisiológico, exceto
na coluna)
(usados para alívio de problemas mecânicos na articulação,
aderências capsulares grosseiras até corpos livres de menisco
provocando bloqueio),
(grau III- é uma técnica de combinação, usada para rigidez e
inibe a produção da dor),
(grau V- não pode ser usado na direção do sinal doloroso,
sempre fazer na direção do arco de movimento livre e nunca no
lado do movimento restrito).
Técnicas e símbolos:
Pressão póstero-anterior central

Pressão transversa

Pressão póstero-anterior unilateral

I, II, III e V: a favor do desvio,


IV: contra o desvio.
Técnicas de Maitland:
 PAC nos processos espinhosos:
-Indicação: dor central ou simétrica e espasmo muscular;
-A técnica de tto é a mesma utilizada para avaliar;
-Graus I, II, III ou IV.

 PT nos processos espinhosos:


-Indicação: desvio lateral de processos vertebrais, empurre na
direção do desvio. É uma técnica indireta, usar grau III por 1
min se não melhorar, num segundo momento fazer ao
contrário do desvio (Grau IV);
-Dor unilateral: empurrar na direção da dor.
Técnicas de Maitland:
 PA unilateral (PA no processo transverso):
-Indicações: excelente técnica para tratar espasmo intra-
segmentar profundo,
-Dor unilateral: tratar no lado da dor, pode variar o ângulo de
pressão com reação do paciente,
-Mesma técnica da PAC porém aplicada no processo
transverso.
Referências Bibliográficas:
 Geoff Maitland et al. Maitland Manipulação Vertebral. 7ªed. Elsevier.
São Paulo. 2007.
 Banks K., Hengeveld E. Maitland. Guia Clínico para Fisioterapeutas.
Manipulação Periférica e Vertebral. Revinter. 2014.
 KISNER, C; COLBY, L.A. Exercícios Terapêuticos. Fundamentos e
Técnicas. 6ª ed. São Paulo: Editora Manole, 2015.
 Navega M.T, Tambascia R.A. Efeitos da terapia manual de Maitland em
pacientes com lombalgia crônica. Ter Man. 2011; 9(44):450-456.
Mto obrigada!!!!
Email: simonibittar@hotmail.com

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