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FERNANDÓPOLIS – FEF
FONOAUDIOLOGIA
ALUNA: ___________________________
2004
Patologias dos Órgãos da Audição 1
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
HAWKE, M. Guia clínicos para as afecções do ouvido. Gower Medical Publishing, 1987.
NORTHERN, J.L. et DOWNS, M.P. Audição em crianças. 3.ed. São Paulo: Manole, 1989.
RUSSO, I. P. et SANTOS, T.M.M. A práticas da audiologia clínica. 4.ed. São Paulo: Cortez,
1993.
RUSSO, I. P. et SANTOS, T.M.M. Audiologia infantil. 4.ed. São Paulo: Cortez, 1994.
OBJETIVO
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
2. MEMBRANA TIMPÂNICA
2.1. PERFURAÇÃO DE MEMBRANA TIMPÂNICA
2.2. TIPOS DE PERFURAÇÃO DE MEMBRANA TIMPÂNICA:
a) Perfuração da Membrana de Schrapnell
b) Perfuração na Parte Inferior
c) Perfuração na Parte Anterior Perfuração na Parte Posterior
d) Perfuração na Parte Central
e) Perfuração Marginal
3. ORELHA MÉDIA
3.1. OTITE MÉDIA AGUDA SIMPLES
3.2. OTITE MÉDIA DO LACTENTE (Otoantrite)
3.3. OTITE MÉDIA AGUDA NECROSANTE
3.4. OTITE MÉDIA CRÔNICA
a) Não-Supurativa:
a.1) Otite Média Crônica Simples
a.2) Otite Média Crônica Secretora ou Serosa
b) Supurativa:
Patologias dos Órgãos da Audição 3
4. ORELHA INTERNA
4.1. OTOSPONGIOSE COCLEAR
4.2. PRESBIACUSIA
4.3. PAIR
4.4. TRAUMA SONORO OU ACÚSTICO
4.5. SCHWANNOMA OU NEURINONA DO ACÚSTICO
4.6. DOENÇA DE MÉNIÉRE
4.7. OTOTOXICIDADE
4.8. PERDA AUDITIVA SÚBITA IDIOPÁTICA
4.9. SÍFILIS
4.10. DIABETES MELLITUS
4.11. OUTRAS ALTERAÇÕES ENCONTRADAS EM OI:
a) Fístula Perilinfática
b) Malformações Congênitas
c) Icterícia Neonatorum
d) Rubéola Congênita
e) Caxumba
f) Doenças Virais
g) Esclerose Múltipla
h) Traumas Cranianos
i) Deficiência Auditiva Sensorioneural Hereditária
j) Tumores Intracranianos Que Afetam O Sistema Auditivo Central
k) Alterações Vasculares
l) Alterações Labirínticas
- NERVO FACIAL
1. PARALISIA DO NERVO FACIAL
- PROCESSAMENTO AUDITIVO
- VERTIGEM
- ZUMBIDO
- ILUSTRAÇÕES GERAIS
Patologias dos Órgãos da Audição 4
1. OSSO TEMPORAL
Fica na parte lateral do crânio, contém o CAE (está presente no 2/3 de sua parte
interna), toda a OM e OI, parte do VII par (nervo facial) e do VIII par (nervo vestibulo-coclear)
do nervo craniano, artéria carótida interna e o bulbo da jugular.
O osso temporal possui 4 porções (escamosa, timpânica, petrosa e mastóidea) e 3
processos (saliências – mastóidea, estilóidea e zigomática).
2. ORELHA HUMANA
A orelha humana é de grande complexidade anatomofuncional, cuja função é auditiva
(transmissão de ondas sonoras nas freqüências de 20 a 20.000 Hz – no homem) e de equilíbrio
(captação da pressão da gravidade e do deslocamento do corpo no espaço).
É dividida em OE, OM e OI. As OE e OM permitem ao som do meio aéreo chegar
adequadamente ao meio líquido, onde estão imersas as células sensoriais da cóclea, que
captam essa energia sonora.
- Parte Tensa: Camada média fibrosa que não ocupa a porção mais inferior da membrana,
estando ausente na sua porção superior; é ela que confere consistência própria à
membrana com suas fibras radias e não radiais. É responsável pela transmissão da
vibração sonora para a OM.
- Tensor do Tímpano: Situa-se num semicanal localizado acima da tuba auditiva, seguindo
direção paralela à mesma.
Os ossículos são:
- Martelo: É o maior e o mais lateral de todos os ossículos e está ligado a MT. É formado
por cabeça, colo, cabo e dois processos (lateral e anterior). É na região do colo que se
insere o tendão do músculo tensor do tímpano. Mede cerca de 8 a 9 mm e está suspenso
pelo ligamento anterior.
- Bigorna: Mede aproximadamente 7 mm, mas é o mais longo. Consiste num corpo e três
processos (curto, longo e lenticular). Seu corpo articula-se com a cabeça do martelo e seu
processo lenticular articula-se com o estribo.
- Estribo: É o menor dos três ossículos, mede em torno de 3,3 mm e tem a forma de um
estribo. É constituído por cabeça, base, dois ramos e uma platina. A base do estribo se
encontra fixada à borda da janela oval pelo ligamento anular.
a) Labirinto Anterior ou Coclear: É uma estrutura que se parece com um cone achatado,
helicoidal com cerca de 2 ou 3 espirais. No eixo ósseo central conhecido como modíolo
encontram-se vasos que irrigam a cóclea, as fibras nervosas do ramo coclear do VIII par e
o gânglio espiral (células bipolares) e também apresenta uma expansão perpendicular da
base ao ápice do modíolo, denominada de lâmina espiral. Em torno da lâmina espiral
situa-se o canal coclear, que tem início na parte anterior do vestíbulo. A lâmina divide
incompletamente o canal em duas porções: uma superior, a escala ou rampa vestibular,
e uma inferior, a escala ou rampa timpânica. Ambas contêm perilinfa que penetra no
labirinto através do aqueduto coclear. As duas escalas unem-se no helicotrema, situado
no ápice da cóclea. Da lâmina espiral partem duas membranas, uma como continuação da
lâmina, completando a separação entre as duas escalas, a membrana basilar, e outra
com um ângulo de aproximadamente 30º em relação à primeira, a membrana vestibular
ou membrana de Reissner. Essas duas membranas delimitam um espaço triangular, o
ducto coclear ou escala/rampa média. Junto ao canal, entre duas membranas, situa-se o
ligamento espiral, sobre o qual está uma estrutura ricamente vascularizada e de grande
atividade metabólica, a estria vascular. Essa estria produz o líquido que preenche a
escala média, a endolinfa. É graças a essa composição iônica da endolinfa que existe o
potencial endococlear, fundamental para a transformação mecano-elétrica da energia
sonora que ocorre no interior das células ciliadas. Sobre a membrana basilar, estão as
células ciliadas banhadas pela perilinfa; há uma coluna de células ciliadas internas e três
colunas de células ciliadas externas, todas apoiadas sobre as células de sustentação.
Um espaço triangular (túnel de Corti) separa as células ciliadas internas das externas.
Acima das células ciliadas há uma membrana tectória (estrutura gelatinosa), onde os
cílios mais longos das células ciliadas externas estão imersos. O conjunto de células
sensoriais, células de sustentação e a membrana tectória constitui o órgão de Corti.
apresenta uma dilatação, conhecida como ampola, em uma das extremidades, onde estão
as cristas ampulares contendo as células ciliadas. Os cílios estão imersos na cúpula,
uma estrutura semelhante à membrana tectória (da cóclea). Os corpos dos neurônios
vestibulares estão situados no CAI, no gânglio vestibular (de Scarpa), sendo que o
segmento axonal distal vai fazer sinapse com as células ciliadas, e o segmento proximal irá
construir o nervo vestibular, que inerva os estímulos aos núcleos vestibulares localizados
no soalho do IV ventrículo. (Aceleração linear do corpo – percepção da posição do corpo
no espaço em plano vertical, sofrendo os efeitos da gravidade).
- Vestíbulo: É uma grande cavidade cheia de perilinfa situada entre os CSC e a cóclea. No
interior dessa estrutura, existem duas bolsas membranosas contendo endolinfa: uma
póstero-superior, o utrículo e, outra ântero-inferior, o sáculo. Tanto o utrículo quanto o
sáculo contêm as células sensoriais localizadas na mácula, com os cílios imersos na
membrana otolítica, que contém otólitos. O sáculo e o utrículo comunicam-se através
dos ductos utricular e sacular, cuja união forma o ducto endolinfático. Este segue em
direção posterior, passando por dentro do arco do CSC posterior, através do aqueduto do
vestíbulo e terminando numa dilatação, o saco endolinfático que está situado
medialmente ao seio sigmóide e apresenta uma função secundária na absorção do líquido
endolinfático.
(Aceleração angular do corpo – percepção dos movimentos rotatórios e da velocidade de
deslocamento, não sofre os efeitos da gravidade).
2.7. INERVAÇÃO
A orelha humana é inervada pelo VIII par craniano é também conhecido como nervo
vestibulo-coclear que leva as informações ao SNC.
1. FISIOLOGIA DA AUDIÇÃO
O som é uma energia vibratória com fase de compressão e de rarefação (movimento
sinusoidal) que penetra pelo CAE e incide na MT, sendo transmitido aos ossículos, conferindo
movimento de pistão à platina do estribo. No homem, a freqüência audível varia de 20 a 20.000
Hz, sendo que essa vibração sonora é transformada em energia elétrica na OI, que é enviada
ao SNC com todas as suas características de intensidade, freqüência, harmonia, atingindo o
cérebro no giro temporal transverso anterior (área auditiva primária), quando o som é
percebido.
ORELHA EXTERNA:
- O pavilhão apresenta o papel de localizar o som no sentido vertical, o sentido horizontal é
dado pela bilateralidade das orelhas, além de captar as ondas sonoras;
- O tragus protege o CAE;
- O CAE protege as estruturas mais profundas e conduz a vibração sonora até a MT, além
de ajudar na ressonância do som.
ORELHA MÉDIA:
- É transmitir adequadamente a energia sonora do meio aéreo (OE) ao meio líquido (OI), por
isso é conhecido como o transformador mecânico.
- Como a transmissão direta dissipa grande parte de energia dois mecanismos foram criados
para garantir eficácia da transmissão sonora (ar – água). Essa multiplicação de pressão
permite força necessária para que a energia sonora possa chegar e criar onda sonora na
perilinfa da cóclea. Os mecanismos são:
a) Mecanismo de Redução de Área: Ocorre uma diferença de diâmetro entre a área da
MT (55 mm2) e da janela oval (3,2 mm 2), portanto, a pressão que incide sobre a janela
oval é 17 vezes maior que a da MT.
ORELHA INTERNA:
- A vibração sonora ampliada 22 vezes pela estrutura timpanossicular da OM, chega ao
vestíbulo criando ondas na perilinfa e na membrana basilar deslocado as células ciliadas
externas da sua posição de repouso.
- Como os cílios mais longos dessas células estão imersos na membrana tectória o
deslocamento traciona esses cílios, levando à contração ativa e à distensão dessas
células. Isso amplia o movimento da membrana basilar ao mesmo tempo em que
especifica a freqüência, colocando as células ciliadas internas em funcionamento com
entrada de íons de sódio e de potássio no interior dessas células ativando os
neurotransmissores situados na base das mesmas. Esses neurotransmissores ativam a
sinapse com o dendrito do nervo coclear, cujo corpo está situado no modíolo da cóclea e
os axônios proximais constituem o nervo coclear, que são ativados e levam os impulsos
elétricos sonoros ao SNC.
Patologias dos Órgãos da Audição 10
Mecanismo de Condução Óssea: Até agora verificamos a transmissão por via aérea
(VA) do estímulo sonoro, porém as estruturas da OI podem ser estimuladas através de
vibrações que a energia provoca nos ossos do corpo humano. Os mecanismos de condução
óssea podem ser classificados em três grupos:
a) Compressão e Descompressão do Crânio: O crânio vibra de maneira diferente para
cada freqüência do estímulo sonoro. Estes movimentos causam a compressão dos líquidos
intralabirínticos no mesmo padrão vibratório e com isso ocorre a alteração do repouso das
células ciliadas do órgão de Corti.
b) Inércia da Cadeia Ossicular: O crânio vibra como um todo e como a cadeia ossicular
encontra-se suspensa dentro da cavidade timpânica, a vibração do crânio faz com que a
platina do estribo seja movimentada sobre a janela oval provocando a alteração dinâmica
dos líquidos do OI.
1. ANAMNESE: São dados do paciente para ajudar a chegar ao diagnóstico. São perguntas
feitas de maneira simples e diretas. As perguntas mais comuns são:
- Idade e sexo do paciente;
- Qual a queixa;
- Há quanto tempo que está com a queixa;
- Se a queixa é bilateral;
- Se o ouvido tem vazado;
- Quais os outros sintomas relacionados a hipoacusia;
- Se teve algum fator desencadeante;
- Qual a profissão e há quanto tempo exerce essa função;
- Se está exposto a ruídos intensos.
- Exame da Tuba Auditiva: Para verificar se a tuba está funcionante, ou seja, se está
ocorrendo a passagem de ar da nasofaringe para a OM. Os métodos para se examinar a
tuba auditiva visam insuflar o ar para dentro da tuba. Há três métodos de insuflação:
- Manobra de Valsalva: Consiste em jogar ar dentro da OM, sobre pressão realizada
pelo próprio paciente (fecha a boca, tampa o nariz e solta o ar dos pulmões para a
nasofaringe sem deixar escapar o ar pela boca e/ou nariz, como se estivesse
segurando um espirro). Isso cria uma pressão dentro da nasofaringe fazendo a tuba se
abrir. Também utilizamos a imitanciometria para verificar o funcionamento da tuba
(pesquisa da função tubária), ela pode estar funcionante (aberta), semi-funcionante ou
fechada.
- Sonda de Itard: Ela é introduzida pela narina e levada até a abertura da tuba auditiva
nasofaringe e é injetado ar para dentro da OM.
- Testes com Diapasão (Rinne, Bing, Weber e Schwabach): Permite realizar estudos
quantitativo e qualitativo da audição, além de ajudar no topodiagnóstico;
- Equilíbrio: Verificar a integridade das estruturas dos CSC e órgãos otolíticos através dos
exames:
- Testes do equilíbrio estático e dinâmico;
- Testes de função cerebelar;
- Testes vestibulares: estudo do nistagmo através da eletronistagmografia (ENG) e
vetoeletronistagmografia (VENG).
Patologias dos Órgãos da Audição 13
1. ORELHA EXTERNA
Furúnculo OD.
- Otorréia purulenta;
- Paralisia facial periférica (VII) e de alguns nervos cranianos (IX, X, XI e XII pares);
- Meningite;
- Osteomielite de osso temporal;
- Morbidade (5%) e crescente se associado a outra patologia;
- Presença de carcinoma deve ser avaliado.
- TRATAMENTO:
- Uso de medicamentos a base de antibióticos e nos casos mais graves utilizar a
internação para um procedimento sistêmico. Tratamento cirúrgico é indicado nos casos
de retirada da necrose, mas é considerado muito agressivo.
- ACHADOS AUDIOLÓGICOS E IMITANCIOMÉTRICOS:
- Não são realizadas as avaliações devido à sintomatologia.
v
Patologias dos Órgãos da Audição 18
Exostoses múltiplas.
Patologias dos Órgãos da Audição 19
Mirigite bolhosa.
2. MEMBRANA TIMPÂNICA
MEMBRANA TIMPÂNICA: É formada por duas partes. A primeira, superior as pregas maleolares
anterior e posterior são a parte flácida e a segunda, inferior, é a parte tensa que está
firmemente aderida ao anel timpânico. A parte tensa do tímpano é composta por três camadas.
A camada externa ou epitelial é derivada do epitélio estratificado do CAE e a camada interna é
semelhante ao restante da mucosa que reveste a cavidade timpânica. A camada intermediária,
ou fibrosa, é composta de fibras elásticas e de colágeno, dispersos circular e radialmente. Já a
membrana de Schrapnell tem a camada externa e interna. A irrigação vascular da MT é
realizada através dos ramos da artéria maxilar e sua inervação é proveniente dos nervos vago,
glossofaringeo e trigêmeo.
b) Perfuração na Parte Inferior: Tem pouca ação geralmente causando perda em torno de
25 a 30 dB. Queda maior nos graves.
d) Perfuração na Parte Posterior: Desenvolve perda significativa podendo atingir até 55 dB.
É comum ser encontrada em otite média, colesteatoma secundário.
e) Perfuração na Parte Central: Pode ser seca ou úmida, com ou sem secreção. Acarreta
perda chegando até 60 dB, tanto para freqüências graves quanto para agudas, pois
chegam todos os quadrantes. Pode ser encontrada em otite média aguda necrosante, otite
média colesteatomatosa secundária e otite crônica supurada simples.
Tubinhos de ventilação.
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3. ORELHA MÉDIA
- Diarréia crônica;
- Vômitos;
- Perda rápida de peso;
- Não tem dor, pois a necrose está lesionando células;
- Prurido, otorréia purulenta.
- DIAGNÓSTICO (otoscopia):
- MT abaulada ou normal com ausência do triângulo luminoso;
- Choro ao pressionar o tragus
- TRATAMENTO:
- Orientações à mãe quanto à posição da mamada;
- Prescrição de analgésico e antibiótico;
- Paracentese.
- ACHADOS AUDIOLÓGICOS E IMITÂNCIOMÉTRICOS:
- Pode-se realizar o screening audiométrico podendo dar alterado com ausência de
reflexos;
- Imitanciometria não realizada.
a) NÃO-SUPURATIVA:
a.1) OTITE MÉDIA CRÔNICA SIMPLES
- CONCEITO:
- É quase sempre secundária a uma OMAnecrosante ou OMAguda que deixa com
seqüela uma PMT. É secundária, pois quando há PMT a membrana fica aberta
deixando que o líquido fique dentro da OM o que vai infectando cada vez mais o
mesmo.
- Caracteriza-se pela PMT persistente;
Patologias dos Órgãos da Audição 25
- Vai da MT até a tuba auditiva ou até a mastóide o que poderia levar a uma mastoidite
crônica. A mastoide é pneumatizada com ar ocorrendo uma OMCsimples que vai
acabar com o ar da mastóide e a infecção que ocorre pode levar à uma fibrose, sendo
esta ficando dura, ocorrendo assim a mastoidite crônica, que pode complicar levando à
uma infecção das meninges.
- ETIOLOGIA:
- IVAS ou infecção nos seios paranasais
- Aparecimento de secreção purulenta permanente ou retornar por resfriados ou
exposições à água.
- SINTOMATOLOGIA:
- Não tem dor;
- Hipoacusia;
- Na maioria dos casos, não tem secreção purulenta não fétida.
- DIAGNÓSTICO (otoscopia):
- PMT;
- Forro mucoso que fica edemaciado e hiperemiado
- TRATAMENTO:
- Prescrição de analgésico e antibiótico;
- Indicação de cirurgia (timpanoplastia).
- O fechamento da PMT pode ocorrer de forma espontânea depois que a infecção for
controlada com uma formação de uma película epitelial fina e transparente chamada de
neotimpano ou placas de calcificação (timpanoesclerose).
- ACHADOS AUDIOLÓGICOS E IMITÂNCIOMÉTRICOS:
- Perda condutiva plana podendo chegar em alguns casos SN e/ou mista. A perda vai
variar de acordo com o grau decorrente da PMT e da presença de líquido na OM. O
grau é moderado;
- Não realiza a imitanciometria devido a PMT, faz-se a pesquisa da função tubária.
b) SUPURATIVA:
b. 1) OTITE MÉDIA CRÔNICA NÃO-COLESTEATOMATOSA
- CONCEITO:
- As lesões histopatológicas vão além das simples lesões na mucosa, ocorrendo
alterações na estrutura óssea com lesões osteolíticas determinadas pela necrose nos
tecidos, representando uma fase mais avançada com seqüelas nas estruturas da OM.
- É diferenciado da OMCsimples devido à presença de supuração quase que constante,
podendo ou não ser fétida e é resistente à tratamentos clínicos medicamentosos.
- ETIOLOGIA:
- IVAS ou infecção nos seios paranasais
- Aparecimento de secreção purulenta permanente ou retornar por resfriados ou
exposições à água.
- SINTOMATOLOGIA:
- Não tem dor;
- Hipoacusia;
- Presença de secreção
- DIAGNÓSTICO (otoscopia):
- PMT
- TRATAMENTO:
- Prescrição de analgésico e antibiótico;
- Indicação de cirurgia (timpanoplastia ou mastoidectomia).
- ACHADOS AUDIOLÓGICOS E IMITÂNCIOMÉTRICOS:
- Perda condutiva plana podendo chegar em alguns casos SN e/ou mista. A perda vai
variar de acordo com o grau decorrente da PMT e da presença de líquido na OM. O
grau é moderado;
- Não realiza a imitanciometria devido a PMT, faz-se a pesquisa da função tubária.
Patologias dos Órgãos da Audição 27
- COMPLICAÇÒES DO COLESTEATOMA:
a) Meningite Otogênicas: Quando tem colesteatoma em cima da cabeça do martelo,
leva a uma erosão do teto da caixa timpânica levando infecção para a fossa cerebral
média, causando uma meningite, ocorre um abcesso (bolsa de pus encapsulado).
b) Surdez: hipoacusia do tipo condutiva e/ou PSN (destruição das células da cóclea).
c) Fístulas (comunicação): é mais comum em PSN, o crescimento do colesteatoma
pode levar a erosão do CSC horizontal, causando assim uma fístula (sintoma –
tontura).
Patologias dos Órgãos da Audição 28
d) Paralisia Facial: O nervo facial tem uma capa óssea, se o colesteatoma destruir essa
capa, vai ocorrer PFP.
Colesteatoma.
- SINTOMATOLOGIA:
- Hipoacusia;
- Zumbido;
- Paracusia de Willis (ouve melhor em ambientes ruidosos);
- Tontura não rotatória de intensidade leve-moderada (PSN)
- DIAGNÓSTICO (otoscopia):
- MT normal podendo ser visível uma mancha vermelha no promontório pela
transparência da MT devido a congestão vascular;
- CT (topodiagnóstico)
- TRATAMENTO:
- Clínico (medicamentoso): Inibidores de reabsorção óssea;
- Cirúrgico: PC pura ou mista de grau moderado para o fechamento da GAP. Em casos
de perda bilateral opera-se o lado pior e após 6 meses a 1 ano realiza a cirurgia do
outro lado. É contra-indicado para casos com PSN.
- Estapedectomia: Remoção do estribo e da sua platina e colocação de uma
prótese articulada na bigorna que se estende até a janela oval.
- Estapedotomia: É colocado um pistão de teflon e/ou metal que se articula com a
apófise descendente da bigorna e se encaixa em orifício realizado
aproximadamente na região central da platina do estribo.
- ACHADOS AUDIOLÓGICOS E IMITÂNCIOMÉTRICOS:
- Audiometria: Perda condutiva progressiva, de grau leve-moderado e bilateral
(podendo ser simétricas). A evolução da perda é irregular dependendo da evolução do
quadro e nunca é reversível espontaneamente.
- Otospongiose estapediana isolada: Inicialmente a PC é mais acentuada nas
freqüências graves (ascendente). Com a evolução do quadro a curva se horizontaliza,
nos estágios avançados da doença a curva fica descendente, terminando às vezes em
PSN.
- Otospongiose coclear e mista: PSN e mista respectivamente.
- A discriminação vocal está preservada, ou melhor, que as expectativas para
determinadas PSN.
- Entalhe de Carhart: Nas fases iniciais, nota-se uma PSN na freqüência de 2.000 Hz
até no máximo de 20 dB.
- Imitanciometria: Curva tipo Ar com reflexo CL ausente. Nas fases iniciais pode estar
presente o efeito on-off, traduzindo uma alteração da movimentação ântero-posterior
da platina do estribo.
- Testes com diapasão:
- Rinne negativo (há diminuição do tempo normal de percepção sonora pela via
aérea);
- Schwabach prolongado (há aumento de tempo de percepção óssea);
- Weber (lateralizado para o lado mais hipoacústico).
- DIAGNÓSTICO (otoscopia):
- MT retraída;
- TRATAMENTO:
- Clínico (medicamentoso).
- ACHADOS AUDIOLÓGICOS E IMITÂNCIOMÉTRICOS:
- Audiometria: Perda condutiva leve, bilateral, ascendente, (queda em graves – rigidez),
(queda em agudos – massa).
- A discriminação vocal está preservada;
- Imitanciometria: Curva tipo C com reflexo CL ausente/presente.
- Testes com diapasão:
- Rinne indiferente se for bilateral;
- Schwabach prolongado (há aumento de tempo de percepção óssea);
- Weber indiferente se for bilateral.
- TRATAMENTO:
- Cirúrgico (exérese do tumor).
- ACHADOS AUDIOLÓGICOS E IMITÂNCIOMÉTRICOS:
- Audiometria: Perda condutiva leve, SN ou mista (dependendo do tamanho e local do
tumor), unilateral, plana.
- A discriminação vocal está preservada ou alterada (depende do topodiagnóstico);
- Imitanciometria: A agulha “pulsa” nesta pesquisa, reflexo CL ausente/presente.
Glomo timpânico.
4. ORELHA INTERNA
As patologias da OI, geralmente, podem ser divididas em dois grupos diferenciados por
algumas características audiométricas. São eles: sensorial e neural.
a) Disacusia Sensorial (cóclea): Decorre de lesões localizadas nas células ciliadas e de
sustentação do órgão de Corti e as características audiométricas em geral são:
- Prova de Rinne positiva patológica (encurtada);
- Prova de Schwabach (encurtada);
- Prova de Weber lateralizada para o ouvido normal ou menos acometido;
- Recrutamento (reações de intolerância à sons intensos) e diplacusias (distorção da
sensação sonora) presentes;
- Discriminação vocal diminuída (o paciente ouve, mas não entende);
- Curva audiométrica do tipo descendente;
- Prova de SISI positiva;
- TDT (adaptação auditiva) dentro da normalidade;
- As principais patologias sensoriais são:
- Presbiacusia;
- Trauma sonoro;
- Ototoxicidade;
- Doença de Méniére;
- Surdez Súbita;
- Caxumba;
- Síndrome de Alport e da Rubéola Congênita;
- Surdez metabólica e vascular.
b) Disacusia Neural (nervo auditivo): Decorre de lesões das células bipolares do gânglio
espiral de Corti, nas neurofibrilas do nervo acústico, nos nervos cocleares bulbares e das
vias cocleares centrais e as características audiométricas em geral são:
- Prova de Rinne positiva patológica (encurtada);
- Prova de Schwabach (encurtada);
- Prova de Weber lateralizada para o ouvido normal ou menos acometido;
- Recrutamento e diplacusias ausentes;
- Discriminação vocal muito diminuída sendo incompatível com a áudio;
- Curva audiométrica do tipo descendente;
- Prova de SISI negativa;
- TDT (adaptação auditiva) positivo;
- As principais patologias neurais são:
- Herpes Zoster;
- Meningite;
- Presbiacusia;
- Trauma sonoro;
- Malformações Congênitas;
- Icterícia;
- Neurinoma do Acústico.
- Hipoacusia SN;
- Zumbido;
- Paracusia de Willis (ouve melhor em ambientes ruidosos);
- Tontura não rotatória de intensidade leve-moderada (PSN)
- DIAGNÓSTICO (otoscopia):
- MT normal;
- CT (topodiagnóstico)
- TRATAMENTO:
- Clínico (medicamentoso): Inibidores de reabsorção óssea;
- ACHADOS AUDIOLÓGICOS E IMITÂNCIOMÉTRICOS:
- Audiometria: Perda SN progressiva, de grau leve-moderado e bilateral (podendo ser
simétricas).
- A discriminação vocal está preservada, ou melhor, que as expectativas para
determinadas PSN.
- Imitanciometria: Curva tipo A com reflexo CL ausente.
4.2. PRESBIACUSIA
- CONCEITO:
- “Audição de velho”; alteração auditiva que surge com a idade mais avançada;
- É o declínio da audição, que envelhece como tudo o mais no organismo;
- Com a idade, vão se instalando alterações estruturais em todo aparelho auditivo:
- Enrijecimento e aumento do pavilhão da orelha;
- Atrofia ou presença de flacidez da parede do CAE;
- Acumulo excessivo de cerume;
- Diminuição das fibras elásticas (espessamento) da MT;
- Os ossículos se tornam osteoporóticos;
- Limitação da articulação da cadeia ossícular;
- Alterações orgânicas do OI e das vias auditivas centrais.
- Apresenta-se sob os tipos histopatológicos que podem apresentar-se de maneira
isolada ou combinados:
- Sensorial: Caracteriza-se por atrofia (sem causa conhecida) lenta e progressiva
das células ciliadas e de sustentação do órgão de Corti. A perda auditiva é SN,
abrupta, quase vertical, acima de 2.000 Hz, que se inicia em geral, por volta de 45
– 50 anos; discriminação vocal é boa; o recrutamento é presente e o reflexo pode
está ausente nas freqüências agudas. Os pacientes não se adaptam à prótese
auditiva.
- Neural: Caracteriza-se pela lesão degenerativa dos neurônios cocleares e da via
auditiva central, ocorrendo em idades avançadas. A perda auditiva é SN
descendente; discriminação vocal é ruim e o reflexo pode está ausente nas
freqüências agudas. Os pacientes não se adaptam à prótese auditiva.
- Da estria ou Metabólica: Caracteriza-se pela presença de manchas atróficas nas
espiras média e apical da estria vascular (função metabólica), geralmente ocorre
com pessoas da mesma família na faixa da 5ª/6ª década da vida. As células
ciliadas do órgão de Corti e o gânglio espiral estão normais. A perda auditiva é SN
plana; discriminação vocal é excelente e o reflexo pode está presente. Os
pacientes se adaptam à prótese auditiva.
- Condutiva ou Mecânica: Caracteriza-se pela atrofia da cóclea que acarretariam
modificações nas propriedades físicas do ducto coclear (ruptura do ducto), cuja
rigidez aumenta e altera o movimento mecânico da membrana basilar, justificando
a deficiência auditiva. A perda auditiva é SN descendente; discriminação vocal é
boa e o reflexo pode está presente. Os pacientes se adaptam à prótese auditiva.
- ETIOLOGIA:
- Influências ambientais, infecciosas, traumas.
- SINTOMATOLOGIA:
- Hipoacusia SN;
- Zumbido;
- Vertigem;
- Desconforto em ambiente ruidoso;
- Dificuldade em entender o que se é falado, às vezes.
- DIAGNÓSTICO (otoscopia):
Patologias dos Órgãos da Audição 34
- Provas vestibulares;
- Exame radiológico (CT).
- TRATAMENTO:
- Cirúrgico.
- ACHADOS AUDIOLÓGICOS E IMITÂNCIOMÉTRICOS:
- Audiometria: Perda SN progressiva, descendente (é a mais comum, mais pode ser de
U invertido, plana...) de grau leve-moderado e unilateral.
- A discriminação vocal está incompatível com a áudio e muito ruim;
- Imitanciometria: Curva tipo A com reflexo CL presente ou ausente nas freqüências
agudas muito abruptas.
4.7. OTOTOXICIDADE
- CONCEITO E ETIOLOGIA:
- Caracteriza-se a uma reação tóxica não desejada nos sistemas auditivos ou
vestibulares.
- Podem ser causadas por uma grande variedade de substâncias:
- Antibióticos;
- Aminoglicosídeos;
- Diuréticos;
- Arsênico;
- Álcool;
- Tabaco;
- Chumbo;
- Monóxido de Carbono;
- Mercúrio;
- Aspirina;
- Quinino;
- Mostarda nitrogenada.
- A audição pode melhorar ou não com a suspensão do uso da droga.
- Os fatores que podem influenciar o desenvolvimento da um perda auditiva por agentes
ototóxicos incluem potencial de toxicidade do agente, dosagem absoluta, duração e
método de exposição, normalidade da função renal, uso prévio ou simultâneo de outras
drogas ototóxicas e suscetibilidade individual;
- Os danos são em nível coclear (células ciliadas externas e espiral basal) e degeneração
neural;
- Os agentes ototóxicos alcançam a OI através da corrente sangüínea e acumulam-se nessa
região;
- Processo metabólico.
- Congênita (ingestão de algum ototóxico durante a gestação) e adquirida (qualquer idade);
- SINTOMATOLOGIA:
- Hipoacusia;
- Zumbido;
- Vertigem (se atingir o sistema vestibular).
- DIAGNÓSTICO (otoscopia):
- MT normal;
- Bateria audiológica;
- Realização de audiometrias de controle.
- TRATAMENTO:
Patologias dos Órgãos da Audição 38
4.9. SÍFILIS
- CONCEITO:
- É uma infecção sistêmica crônica causada pela bactéria Treponema palllidum;
- Na orelha humana ocorre a deformidade ou a destruição da cápsula ótica óssea, atrofia
do órgão de Corti e hidropsia endolinfática do labirinto membranoso;
- Apresenta-se de forma:
- Congênita (infecção intra-uterina como conseqüência da sífilis da mãe)
- Adquirida
- Incidência: Maior no sexo masculino, mas a hipoacusia ocorre na maioria no sexo
feminino.
- A hipoacusia em pessoas com sífilis pode ocorrer em qualquer idade.
- A evolução da sífilis é flutuante e progressiva.
- ETIOLOGIA:
- Bactéria Treponema palllidum
- SINTOMATOLOGIA:
- Hipoacusia;
- Zumbido
- DIAGNÓSTICO (otoscopia):
- Testes sorológicos
- MT normal;
- Bateria audiológica;
- Realização de audiometrias de controle.
- TRATAMENTO:
Patologias dos Órgãos da Audição 39
- Medicamentoso.
flutuante, sendo progressiva chegando à totalidade. Pode ser uni ou bilateral. Para a
confirmação da deformidade é necessário a realização de RX, CT e eletrococleografia.
- Síndrome de Waardenburg: Caracteriza-se por heterocromia da íris (azul de um lado e
marrom do outro), faixa de cabelo branco no centro da testa e prega ou dobra cutânea no
canto interno dos olhos. Associa-se a PSN congênita decorrente da atrofia do órgão de
Corti e da estria vascular, com redução da população de células do gânglio espiral de Corti.
É de caráter familiar.
- Síndromes Gerais: As mais conhecidas são:
- Sd Alport
- Sd Anemia de Fanconi
- Sd Apert
- Sd de Cockayne
- Sd de Crouzon
- Sd de Down
- Sd de Duane
- Sd de Goldenhar
- Sd de Möbius
- Sd de Pendred
- Sd de Pierre Robin
- Sd de Treacher Collins
- Sd de Turner
- Lista completa em Northern, J. et Downs, M. Audição em crianças – Apêndice dos
distúrbios auditivos, 372 – 392p.
c) ICTERÍCIA NEONATORUM: Normalmente 85% das pessoas são Rh+, enquanto apenas 15%
são Rh-. Decorre da incompatibilidade entre o fator Rh- da mãe e o Rh+ do feto, do que
resulta formação de anticorpos no organismo materno, os quais atravessam a barreira
placentária e vão inter-relacional com o fator Rh+ do feto. Isso ocorre da segunda gestação
em diante. Dessa inter-relação antígeno-anticorpo, surge hemólise das hemácias
(eritroblastose fetal) com subseqüente liberação de bilirrubina que se deposita na pele e
nos núcleos de base do cérebro (kernicterus). A eritroblastose só se instala após o
nascimento do feto e os núcleos cocleares do bulbo podem ser lesados, resultando numa
surdez profunda principalmente nas freqüências altas. Atualmente, são raros os casos
devido ao uso da vacina prévia da mãe com fator Rh-.
d) RUBÉOLA CONGÊNITA: Gestante que contrai rubéola até o terceiro mês de gestação corre
o risco de acarretar lesões do neuroepitélio do órgão de Corti do embrião, evitando o seu
desenvolvimento e provocando surdez congênita SN de grau severo-profundo. As outras
características são: presença de catarata e cardiopatia, além de alterações como baixo
peso, anemia, retardo psicomotor e mental. Atualmente, são raros os casos de rubéola
congênita devido ao uso da vacina prévia da mãe (pelo menos 1 ano a 6 meses antes de
engravidar).
h) TRAUMAS CRANIANOS: Podem causar diversos tipos de distúrbios labirínticos. O grau mais
leve é a VPPB e o mais grave é a fratura de rochedo que se comporta de forma
semelhante à vertigem súbita idiopática podendo também apresentar PFP.
- Neurinoma do Acústico.
- As principais afecções vestibulares centrais (ocorre às dissociações audiovestibulares) são:
- Schwannoma Vestibular;
- Meningeoma;
- Cisto de Aracnóide;
- Processos Degenerativos (Esclerose Múltipla);
- Processos Vasculares (Insuficiência Vertebrobasilar);
- Síndrome de Wallenberg;
- Doença de Arnold-chiari.
Patologias dos Órgãos da Audição 43
NERVO FACIAL
- CONCEITO E ETIOLOGIA:
- São perdas aparentemente que não podem ser atribuídas a uma etiologia orgânica
ou a uma mudança estrutural;
- São conhecidas como pseudo-hipoacusias, simulação (encontrada na PAIR) e
alterações psicogênicas não orgâncias;
- Pode estar relacionada a fatores monetários, estresse emocional, desejo de
situações específicas (serviço militar). Em crianças está relacionada ao ato de
chamar a atenção;
- As motivações para este tipo de perda podem ser inconscientes ou conscientes;
- Pode ser bilateral ou unilateral;
- O aparecimento da perda é súbita.
- SINTOMATOLOGIA:
- Hipoacusia;
- Zumbido;
- DIAGNÓSTICO (otoscopia):
- MT normal;
- Bateria audiológica;
- Testes de Lombard e Stenger.
- Realização de audiometrias de controle.
- TRATAMENTO:
- Terapia psicológica.
- ACHADOS AUDIOLÓGICOS E IMITÂNCIOMÉTRICOS:
- Audiometria: Normal ou com qualquer tipo de hipoacusia
- A discriminação vocal está incompatível com a áudio, geralmente são bons;
- Imitanciometria: Curva tipo A com reflexo presente.
Patologias dos Órgãos da Audição 45
PROCESSAMENTO AUDITIVO
Diz respeito à percepção auditiva via o sentido da audição e ocorre no sistema auditivo.
A localização sonora que se manifesta através de olhar em direção à fonte sonora parece ser
um processo importante no desenvolvimento da percepção espacial e no desenvolvimento da
atenção seletiva. As estruturas responsáveis são componentes sensoriais e neurais.
A habilidade do ser humano em prestar atenção ao som e discriminar os sons e vozes
está presente desde cedo. O desenvolvimento das habilidades auditivas depende da interação
das habilidades inatas e das experiências com o meio. A habilidade envolvida na organização
da informação auditiva ou habilidade auditiva perceptuais é conhecida como processamento
auditivo central.
Dentro das funções auditivas temos o reconhecimento, a compreensão e memória. A
audição é o principal meio pelo qual a linguagem é adquirida, para que isso ocorre o sistema
auditivo tem que estar íntegro.
O sistema auditivo analisa os sons da fala identificando acusticamente os fonemas da
língua a que está exposto. A informação sensorial auditiva que chega numa orelha é
transmitida principalmente pelo lobo temporal contralateral.
O distúrbio da audição pode envolver dois aspectos: a perda auditiva que se refere na
incapacidade de detectar a energia sonora e a desordem do processamento auditivo central
que se refere à inabilidade de interpretar padrões sonoros.
O processamento é avaliado através de testes especiais utilizando sons verbais e não
verbais, competição sonora, avaliação dicótica e monótica.
Patologias dos Órgãos da Audição 46
VERTIGEM
ZUMBIDO
b) Sensorioneural (ZSN):
- Advém da disfunção do órgão de Corti, do nervo coclear ou nas estruturas auditivas do
SNC;
- O ZSN gerado na cóclea atinge os núcleos auditivos no tronco encefálico, chegando ao
córtex auditivo cerebral, onde há percepção e reconhecimento desse fenômeno. Este
estímulo irradia para o sistema límbico, onde gera associações emocionais.
- Quanto maior o estímulo, maior é o desconforto, porém, em algumas situações, pequenos
estímulos podem causar grandes desconfortos, depende do estado emocional do paciente.
- Está associada a PSN, tontura, alteração neurovegetativas;
- As principais causas são as mesmas que originam PSN e vertigem:
- Ototoxicose;
- Trauma Sonoro;
- Presbiacusia;
- Schwannoma Vestibular;
- Doença de Méniére;
- Otospongiose Coclear;
- Trauma craniano;
- Fístula Perilinfática;
- Intolerância Alimentar.
- O diagnóstico é feito através da análise integrada de todas informações como:
- Anamnese Dirigida;
- Exame Físico Geral;
- Exame Otoneurológico;
- CT e ressonância;
- Exame Laboratorial
- O tratamento é bem diversificado, mas geralmente é medicamentoso ou cirúrgico (injeção
intratimpânica de gentamicina ou corticosteróides).
Patologias dos Órgãos da Audição 48
ILUSTRAÇÕES GERAIS
ORELHA HUNAMA
Patologias dos Órgãos da Audição 50
ILUSTRAÇÕES GERAIS
ORELHA HUNAMA
Patologias dos Órgãos da Audição 51
ILUSTRAÇÕES GERAIS
MEMBRANA TIMPÂNICA
ILUSTRAÇÕES GERAIS
CÓCLEA (VISTA INTERNA) CORTES SECCIONAL DA CÓCLEA
ILUSTRAÇÕES GERAIS
VESTÍBULO SACO ENDOLINFÁTICO
ILUSTRAÇÕES GERAIS
VIA AUDITIVA AFERENTE
Patologias dos Órgãos da Audição 55
ILUSTRAÇÕES GERAIS
VIA AUDITIVA EFERENTE
Patologias dos Órgãos da Audição 56
ILUSTRAÇÕES GERAIS
CURVAS TIMPANOMÉTRICAS
Patologias dos Órgãos da Audição 57
- PAVILHÃO DA ORELHA
- VESTÍBULO
Patologias dos Órgãos da Audição 60
- VIAS COCLEARES
- VIAS VESTIBULARES