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FERNANDÓPOLIS – FEF
FONOAUDIOLOGIA
ALUNA: ___________________________
2005
Técnicas Audiológicas - Perda Auditiva Induzida pelo Ruído (PAIR) 1
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
NUDERMANN, A. A. Perda auditiva induzida pelo ruído. Porto Alegre: Baggagem, v.1, 1997.
NUDERMANN, A. A. Perda auditiva induzida pelo ruído. Rio de Janeiro: Revinter, v.2, 2001.
OBJETIVO
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
RUÍDO X BARULHO
- Ruído: Impossível de ser medido pelo decibelímetro. É impossível avaliara seu espectro de
freqüência;
- Barulho: Espectro de freqüências aleatórias, no entanto é possível de ser medido.
RUÍDO: É usado para descrever um som indesejado. Por exemplo: buzina, explosão, barulho
de trânsito, máquinas. Para o som ser percebido é necessário que esteja dentro da faixa de
freqüência captável pelo ouvido humano normal que varia em média de 16 a 20.000 Hz.
Também é necessário uma certa variação de pressão para percepção desse som.
Os ruídos podem ser mais lesivos (são de pouca freqüência no limite com o tom puro
e concentram a energia em um grupo pequeno de células) ou menos nocivos (contém muitas
freqüências e se dispersam por muitas células ciliadas).
São características do ruído:
- Intensidade: É a quantidade de energia vibratória que se propaga nas áreas próximas a
uma fonte emissora e é expressa em termos de energia (watt/m 2) ou em termo de pressão
(N/m2 ou Pascal).
- Freqüência: É representada pelo número de vibrações completas em um segundo sendo
expressa em Hertz (Hz).
MEDIÇÃO DO SOM
Todo processo de medição consiste em calcular quantas vezes uma determinada
unidade de medida está contida na grandeza a ser medida.
- Pressão Sonora: A pressão sonora no ar representa a variação de pressão atmosférica
em relação a um valor de referência percebida pelo ouvido. A sua unidade de medida é o
Pascal (Pa).
- Nível de Pressão Sonora (NPS): A faixa de audibilidade percebida pelo ouvido humano
varia de 0,00002 (N/m2) – mínima pressão perceptível à freqüência de 1KHz), até os
valores muitos elevados atingindo 200 (N/m2) – limiar de dor.
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- Nível Equivalente (Leq – fator de correção = q): Como os níveis de ruído variam de
maneira aleatória no tempo utiliza-se medir o nível equivalente expresso em dB que
representa a média da energia sonora durante o intervalo de tempo (t). Na maioria dos
países europeus o q é igual a 3 e no Brasil o q é igual a 5. O Leq é um ruído flutuante
correspondente por definição do nível de ruído constante que no intervalo de tempo
considerado apresenta a mesma energia.
- Dose de Ruído: É uma variante do nível equivalente, com tempo de medição fixado em 8
horas (considerado para definição dos limites de tolerância).
- Freqüência da Onda Sonora: Para que a onda sonora possa causar sensação auditiva é
necessário que ela oscile entre 16 a 20.000Hz. A sensibilidade auditiva não é igual para
todas as freqüências e nem é igual para todas as pessoas, variando também com a idade.
EQUIPAMENTOS DE MEDIÇÃO
a) Decibilímetro: O medidor de nível de pressão sonora registra de forma direta o nível de
pressão sonora de um fenômeno acústico e é expresso em dB. São dotados de filtros de
ponderação divididos em 4 tipos: A, B, C e D, sendo que o mais utilizado é o filtro A, pois
apresenta resposta mais próxima do ouvido. Este filtro avalia melhor em que medida a energia
sonora distribuída em várias freqüências pode ser responsável pela alteração da audição. Os
medidores são dotados ainda de circuitos de respostas divididos em três tipos, que são:
- Fast ou Rápida: Usado para medir ruídos contínuos e também para determinar valores
extremos de ruídos intermitentes.
- Slow ou Lenta: Usado em situação de grande flutuação. É o habitualmente o mais usado.
- Impulso: Usado para ruídos de impacto. Quando o aparelho não é dotado deste circuito
usa-se a resposta fast e o filtro de ponderação C.
FONTES DE RUÍDO
- Variam de acordo com o seu tipo e posição de trabalho;
- Entre as fontes de ruído encontradas temos: tipos de máquinas, distribuição geográfica das
máquinas, variabilidade da fonte, duração de diversas fases de ruído e pausas;
- A posição das máquinas também influencia na fonte de ruído;
- Ela pode ser fixa, móvel (mais definida) e móvel não definida;
- Exemplos de ruído de alguns ambientes de trabalho:
- Metalúrgica: 95 a 100 dB;
- Beneficiamento de Pedras: 100 a 118 dB;
- Indústria Têxtil: 101 a 105 dB;
- Vidreira: 100 a 110 dB;
- Gráfica Rotativa: 95 a 100 dB.
RUÍDO X SOLVENTES
TOXICOLOGIA OCUPACIONAL
- Agentes Tóxicos: Todo e qualquer agente químico que introduzido e/ou absorvido pelo
organismo provoca efeitos nocivos ao sistema biológico
- Intoxicação: Conjunto de sinais e sintomas que revelam as alterações no sistema
biológico.
LT – LIMITE DE TOLERÂNCIA
Considerações:
- O LT refere-se à uma única substância, perdendo a exatidão quando ocorre mistura de
agentes;
- Não considerar variações de exposição (ritmo de trabalho, deslocamento do trabalhador);
- Os LT são geralmente adotados de outros países, sem considerar as diferenças sócio-
econômicas, nível educacional e condições termológicas do processo produtivo.
- O LT é apenas um indicativo, pois não é seguro além de ser muito antigo.
TIPOS DE AGENTES
- Dissulfeto de carbono (industria têxtil):
- Sulkowski, 1979: Aumento da prevalência de perdas vestibulares;
- Morata, 1989: Aumento da prevalência de perda auditiva, maior gravidade e instalação
mais precoce;
- Hirata, 1992: (só solvente): Exposição crônica afeta vias auditivas em nível de tronco
cerebral.
- Mistura de solventes:
- Maior prevalência de perda em indivíduos expostos mesmo com ruído não elevado;
- Alterações no BERA maiores que na audiometria tonal;
- Os danos cocleares são menos significativos que o do sistema auditivo central.
FORMAS DE CONTROLE
- Informações;
- Substituição do solvente;
- Mecanismo de exaustão e ventilação;
- Inclusão dos trabalhadores expostos só a solventes nos PCAs;
- SESMT: Serviço de engenharia, segurança e medicina do trabalho;
OBS:
- Perda por solventes tem configuração idêntica à PAIR;
- As mulheres são mais resistentes ao ruído que os homens.
Técnicas Audiológicas - Perda Auditiva Induzida pelo Ruído (PAIR) 7
TRAUMA ACÚSTICO
Patologia mecânica provocada por um som explosivo, instantâneo com pico de pressão
sonora que exerce 140 dB, ou seja, quando uma importante concentração de potência sonora é
aplicada num único momento.
A energia acústica pode distender os delicados tecidos da OI, além dos seus limites de
elasticidade, com rompimento e laceração desses tecidos. Ocorre instantaneamente e resulta
em perda auditiva imediata.
Pode ocorrer lesão na OM (desarticulação de cadeia, PMT) até patologias de OI. O
trauma pode ser considerado ocupacional quando ocorre dentro do ambiente de trabalho.
- Sensação de Plenitude Auricular: Paciente refere que após algum tempo passado em
ambiente com níveis elevados de ruído, tem a impressão de ouvido cheio ou tampado.
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b) NÃO AUDITIVOS:
- Transtornos da Comunicação: Este fato proporciona um conseqüente isolamento social
do indivíduo. As dificuldades nas interações familiares, no lazer, no trabalho e na vida
social concorrem para uma baixa qualidade de vida.
- Alterações no Sono: O barulho perturba o sono REM, sem acordar o indivíduo, mas
causando irritabilidade, cansaço e dificuldade de concentração. Como o ruído interfere na
profundidade, na qualidade e na duração do sono, um número significativo de interrupções
desta natureza pode trazer efeitos desastrosos ao dia-a-dia do indivíduo, com visíveis
interações em seu trabalho e mesmo em sua vida social. Sabe-se ainda que ruídos
escutados durante o dia podem atrapalhar o sono de horas após. Os pacientes reclamam
de insônia, dificuldade para iniciar o adormecimento e despertares freqüentes o que
determina o cansaço no dia seguinte.
SAÚDE – TRABALHO
“O trabalho que ultrapassar a mera atividade instrutiva é assim a força que criou a espécie
humana e a força pela qual a humanidade criou o mundo como conhecemos”.
Braverman, 1987.
TRABALHO
É uma atividade que altera o estado natural dos materiais encontradas na natureza
para melhorar a sua utilidade.
“O trabalho como atividade proposital orientada pela inteligência é produto especial dos
seres humanos”.
É a capacidade de confrontar o que quer com o que faz.
MEDICINA DO TRABALHO: Médico dentro da empresa para atender os dentes. Não havia
relação das doenças com o trabalho. O médico exercia um papel clínico dentro da empresa.
LEGISLAÇÃO
Antigamente existia apenas o Ministério do Trabalho para fazer as fiscalizações gerais
sobre o ambiente de trabalho e as agressões à saúde.
Atualmente, há o Ministério da Saúde:
- Constituição Federal: Explicações gerais mais generalizadas;
- Constituição estadual: Explicações mais detalhadas da constituição federal;
- Leis 8.080: Leis explicam mais detalhes da constituição estadual.
O Ministério da Previdência (antigamente junto com o Ministério do Trabalho) é uma
“seguradora” para o trabalhador nas questões de incapacidade para o trabalho. Diz se aquele
trabalhador faz jus ao seguro ou não.
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FLUXOGRAMA DO INSS
INSS: É para a perícia definir a incapacitação do trabalhador; o quanto a lesão ocasionou em
prejuízo na vida do trabalhador.
b) DISSIMULAÇÃO: A pessoa tem uma patologia auditiva e simula não tê-la, com a
finalidade de obtenção de emprego, aprovação em concurso ou ascensão profissional. Às
vezes, se beneficiam da inexperiência dos examinadores para burlar a avaliação auditiva
admissional.
Importante:
- Os exames podem ser subjetivos e objetivos;
- O examinador tem que ter competência, perspicácia, experiência e sociabilidade para lidar
com esse tipo de problema;
- A avaliação correta, não prejudica o indivíduo (ao contrário do que se pensa), pois evita o
agravamento de uma deficiência auditiva, aumentando seu aproveitamento em áreas onde
possa produzir melhor, sem os inconvenientes, para si para a empresa, que esse
agravamento poderia acarretar, ou seja, só beneficia os envolvidos (empregado e
empregador);
- Nunca atender pessoas sob perícia num consultório ou clínica particular – periciados
tentam envolver o perito de maneira financeira ou emocional;
- Não temer ao exame, por este ser ocupacional e/ ou pericial.
Métodos de Diagnósticos Dessas Patologias: São métodos informais e formais. O conjunto
de provas, associado à experiência e sensibilidade do examinador é que poderá levar a uma
conclusão adequada.
b) FORMAIS: São métodos com respostas mais amplas, diretas e objetivas. São eles:
- Audiometria Tonal Repetida: Repete-se o exame audiométrico, por via aérea, algumas
vezes com intervalos de dias, oscilando entre horários de uma avaliação e outra.
- Pesquisa do SRT: Realiza-se o teste do SRT, onde temos visto muitos casos de
simulação em que as respostas à audiometria tonal limiar situam-se numa faixa acima de
80 dB, com SRT entre 20 e 25 dB, evidenciando não ser real a perda auditiva relatada
(áudio boa / SRT ruim; áudio ruim / SRT bom).
- Métodos Eletrofisiológicos: O paciente participa apenas passivamente, uma vez que são
obtidos potenciais no nível da OM. Esses potenciais se classificam em três tipos:
- Potenciais de Curta Latência: Eletrococleografia e Audiometria de Tronco Cerebral
(BERA);
- Potenciais de Média Latência: Logons;
- Potenciais de Longa Latência: P300 e Audiometria Cortical.
- BERA: É utilizado com maior freqüência devido a riqueza de informações e por
facilidade de execução. Um resultado normal do BERA indica que o sistema
auditivo até o tronco cerebral está funcionando adequadamente. Uma ausência de
respostas não significa que o paciente seja inteiramente surdo, pode haver uma
perda auditiva severa, com conservação parcial da faixa de sons graves e médios.
As respostas do BERA traduzem-se por uma série de ondas numeradas em
algarismos romanos segundo a classificação de Jewett:
- Onda I: Cóclea;
- Onda II: Núcleos auditivos no assoalho do IV ventrículo;
- Onda III: Complexo olivar superior;
- Onda IV: Lemnisco lateral;
- Onda V: Colículo inferior;
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- Otoemissões Acústicas (Kemp, 1978): Tem sua origem na atividade das células ciliares
externas do órgão de Corti e resultam do processo biomecânico das células. Quando os
mecanismos da OM estão inalterados, a ausência das emissões é geralmente associada à
uma perda de audição coclear leve ou maior que leve. Em pacientes expostos a níveis
elevados de ruído, as OEA são afetadas antes mesmo do aparecimento dos sintomas
subjetivos, como os tinidos e dos sinais audiométricos demonstrando-se a agressão às
células ciliadas externas. A utilização das OEA pode ser eficaz na detecção precoce da
PAIR, além de monitorar a audição.
Existem quatro classes de OEA:
- Espontâneas:
- Surgem na ausência de estimulação acústica externa;
- Ocorrência – 40 a 60% normais;
- Amplitude – 14 a 20 dB;
- OD – mais emissões que OE;
- Mulheres – mais emissões que homens.
- Evocadas transitórias:
- São obtidas com o uso de estímulos de curta duração – clicks;
- Latência de resposta – 3 a 15 ms;
- Resposta ampla – 800 a 6Khz;
- Amplitude decresce com o aumento da idade (RN: 20 dBNPS, adulto: 10 dBNPS e
adultos: 6 dBNPS)
- Estímulo freqüência:
- Evocadas pela apresentação de tons puros contínuos);
- Produto de distorção:
- Provocado pela presença simultânea de dois tons puros.
- O exame tem que ser feito por uma fonoaudióloga ou por um ORL;
- Condições e procedimentos:
1) Identificação do trabalhador com documento oficial que contenha a fotografia;
2) Anamnese clínica e histórico ocupacional;
3) Otoscopia ou meatoscopia no momento do exame;
4) Calibração do audiômetro (calibração biológica) – Norma ISO 389/64 ou ANSI S3.6/69,
guardando o registro;
5) Eletroacústica a cada 5 anos (guardar o registro);
6) Orientação ao trabalhador quanto à sistemática do exame;
7) Pesquisa de VA e VO quando necessário;
8) Logoaudiometria (SRT, IPRF);
9) Imitanciometria (critério de acordo com a empresa);
10) Periodicidade: Pré admissional, 6 meses após a admissão, anual a partir de então e
demissional;
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11) A ficha do registro audiométrico deve conter no mínimo: nome, idade, identificação do
examinado, data do exame, nome e assinatura contendo registro profissional do
examinador, equipamento utilizado, traçado audiométrico, calibração e observações;
12) O laudo fonoaudiológico deve conter o tipo e o grau da perda auditiva;
13) Na presença de qualquer perda auditiva o diagnóstico nosológico deve ser feito pelo
médico.
- Médias dos Limiares por Grupos de Freqüências: São de uso um pouco mais
trabalhoso e por isso menos populares.
- Fletcher (1929): Quem primeiro introduziu a fórmula para se calcular a perda auditiva
em percentuais a partir da média aritmética dos limiares audiométricos de 500Hz, 1K e
2KHz. Este método fez permanecer por muito tempo o conceito de que as freqüências
de 500Hz, 1K e 2KHz representariam a capacidade de se ouvir bem os sinais de fala,
mas não está sendo aceito nos dias de hoje, pois muitos estudos têm demonstrado que
as perdas tonais nas altas freqüências comprometem a compreensão de fala em
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- Tempest (1977): Com seu esquema de 7 pontos ou 7 graus calcula a média aritmética
dos limiares de 500Hz, 1K e 2KHz em uma coluna e o lado melhor em 4K e 6KHz
numa outra coluna e indica os níveis de handicap (desvantagem) ocasionados pelos
respectivos graus da perda pelo aprofundamento do entalhe audiométrico.
Pela nova NR-7 cabe ao médico do trabalho a escolha do critério a ser adotado para a
classificação das audiometrias podendo escolher outros critérios desde que tenha base
científica. O exame analisado por qualquer um dos três critérios (Merluzzi, Pereira e Costa) é
seguro desde que seguida às orientações e limitações citadas por seus autores.
Todas as classificações audiométricas significam na prática uma tentativa de
simplificação, portanto, nenhuma delas satisfaz totalmente e sempre será possível um
especialista perceber incorreções numa ou noutra classificação.
O mais importante do que classificar corretamente é a adoção de condutas médicas
administrativas coerentes.
Quando se atualiza?
- Sempre que houver mudança das informações contidas nas seções administrativas,
ambientais ou biológicas;
- Não havendo mudanças, a atualização será feita pelo menos uma vez ao ano, na mesma
época em que forem apresentados os resultados da análise global do desenvolvimento do
PPRA e demais programas ambientais.
Quem fiscaliza?
- O próprio trabalhador (via CIPA ou individualmente);
- Sindicato;
- Auditor Fiscal da Previdência Social;
- Médico Perito do INSS;
- Ministério Público;
- Auditor Fiscal do Trabalho.
O mais comum é PCA, conhecido como um conjunto de medidas coordenadas que tem
por objetivo impedir que determinadas condições de trabalho provoquem a deterioração dos
limiares auditivos de um grupo de trabalhadores. As medidas devem ser coordenadas, pois
isoladamente não apresentam efetividade.
Os agentes ocupacionais encontrados são: ruídos, agentes químicos, radiações
ionizantes, acidentes como traumatismo cranioencefálicos, barotraumas e outros.
É um programa que previne não só problemas auditivos como aqueles que não são.
Envolve a atuação de uma equipe multidisciplinar (medicina, engenharia do trabalho,
fonoaudiologia, treinamento e administração).
Um PCA tem um custo aparentemente elevado, pois se faz necessário a atuação de
técnicos para a elaboração do projeto de acústica e adequação da situação do suposto
problema encontrado, além disso, há o custo com protetores auriculares individuais, exames
audiométricos, consultas médicas, treinamento, sem contar na supostas indenizações
pleiteadas na justiça.
Num PCA o fluxo de informações deve ser multidirecional entre os profissionais da área
médica e os da área de engenharia. A interdependência das atividades implantadas é real e
sua correta valorização determina o sucesso ou o fracasso do programa.
As particularidades de cada empresa devem ser respeitadas sempre.
- Medidas Administrativas:
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e) Avaliação do PCA: Uma análise detalhada fornece instrumentos para diversas decisões
dentro do programa: áreas prioritárias para a intervenção ambiental, trabalhadores que
merecem a atenção educacional diferenciada e a eficácia das medidas adotadas. Se os
resultados desta análise forem agrupados por setores, por funções ou por grupos
homogêneos de exposição traz melhores resultados. Para se obter essas informações, é
necessário classificar os resultados dos exames e adotar um critério de analise evolutiva. O
critério mais difundido internacionalmente é o Working Group S12 do American National
Standard Institute (ANSI), que consiste em um critério simplificado de avaliação da eficácia
do PCA. Em resumo, é proposto que se estabelece o percentual anual de trabalhadores de
uma organização que apresenta pioras audiométricas de pelo menos 15 dB em no mínimo
uma das freqüências de 500 a 6.000Hz em qualquer das orelhas. Se este percentual for
menor do que 20% o programa é considerado aceitável. Essa análise é feita através das
audiometrias seqüências e de referência.
OBS: A conservação dos registros é feita através da sistematização dos dados obtidos nas
etapas anteriores, de modo a subsidiar as ações de planejamento e controle do PCA.
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CONDUTAS NA PAIR
Nossa legislação prevê que o ruído deve ser eliminado na fonte, no meio e por último
caso no trabalhador. Quando a única solução técnicas é a proteção do receptor (trabalhador)
devemos utilizar o recurso do PCA. A norma regulamentadora (NR-6) é sobre os EPIs.
TIPOS DE PROTETORES
São divididos em três tipos:
a) Extra Auriculares: São compostos por duas conchas plásticas com bordas revestidas
tendo no interior material atenuante de ruído que deve cobrir totalmente o pavilhão
auricular e uma haste de material resistente que faz a compressão do crânio.
- Vantagens:
- Podem ser colocados em qualquer pessoa;
- Podem ser visualizados à distância, permitindo tomar providências para realizar a
comunicação oral;
- Torna-se fácil a fiscalização do seu uso correto;
- Podem ser ajustados mesmo utilizando luvas;
- É o melhor em atenuação de ruído;
- São confortáveis em ambientes frios;
- O capacete facial deve pode ser acoplado (mas pelo fabricante);
- O custo inicial de implantação é maior, mas sua vida útil é longa;
- Há peças de reposição
- Fácil remoção;
- É recomendável para áreas sujas.
- Desvantagens:
- Problemas com a armazenagem (por ser grande);
- Podem interferir no uso de máscaras e óculos (principalmente soldador);
- Acarretam problemas de espaço em locais pequenos e confinados;
- Geram desconforto pelo peso do protetor;
- São desconfortáveis em ambientes quentes.
- Desvantagens:
- São fáceis de perder e esquecer;
- Difícil de serem fiscalizados por ser pequeno;
- Devem ser limpos e higienizados freqüentemente;
- Difíceis de manipular com luvas e mãos sujas;
- Podem causar lesão no CAE.
c) Semi-inserção: São compostos por duas olivas ou dois obturadores do CAE sem que haja
penetração e uma haste plástica tensora que oferece uma compressão dos obturadores no
CAE.
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- Vantagens:
- Baixo custo, havendo reposição de olivas;
- Confortável no frio e no calor;
- Fácil de transportar;
- Não interfere em qualquer outro EPI;
- Podem ser observados a distancia;
- Não acarretam problemas em locais apertados;
- Podem ser manipulados com luvas;
- Recomendado tanto para áreas limpas quanto para áreas sujas;
- Indicado para trabalhadores que trocam com freqüência setores ruidosos por
silenciosos.
- Desvantagens:
- Não há.
ATENUAÇÃO DE PROTETORES
Os métodos para verificação da real atenuação proporcionada pelos protetores
auriculares são os testes de cabeça artificial ou ouvido eletrônico e o teste ao vivo. Os
fabricantes devem fornecer a atenuação média, o desvio padrão e o número único do nível de
redução do ruído, além do nome do laboratório e a norma utilizada para obter esses valores.
(ficha técnica).
CONDUTA MÉDICA
Sempre que um trabalhador estiver exposto a ruído superior a 85 dB o uso do EPI está
indicado. A escolha do tipo de equipamento a ser utilizado deverá ser orientada pelo médico do
trabalho, pelo higienista ou pelo engenheiro de segurança. Dependendo do nível de pressão
sonora ambiental (ruído superior a 100 dB) devemos indicar a utilização dos dois tipos de
protetores concomitantemente o intra e o extra auricular.
- Lesões da ATM: O ponto de articulação temporomandibular pode ser afetado por lesões
inflamatórias, infecciosas ou tumorais. Aparece com sintomas de dificuldade de movimento
da mandíbula, otalgias, zumbido, vertigem, plenitude auricular. Os EPIs são contra-
indicados quando o indivíduos estiver sobre o efeito dessas manifestações clínicas;
- Dermatite de Contato: São relatados em pacientes que utilizam plugs de borracha. São
conhecidos como eczema de CAE, não correspondem ao tratamento de corticóide e
podem manter-se em atividade enquanto não for suspenso o uso do EPI;
- Desconsiderando os casos legais, são poucas as razões capazes de impedir o seu uso.
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REABILITAÇÃO AUDITIVA
Não deve levar em conta somente os problemas auditivos, mas sim desenvolver
habilidades necessárias para uma adequada comunicação. Na PAIR, o problema de saúde é
definido operacionalmente em termos de desabilidades auditivas, isto é, redução nas
habilidades de ouvir e se comunicar.
O seu objetivo é reinstalar as habilidades satisfatórias para a comunicação, para
prevenir as várias conseqüências dos problemas que já foram discutidos em sinais e sintomas
de aspectos psicossociais da PAIR.
A primeira atitude é a seleção, indicação e adaptação do AASI. O indivíduo é relutante
em aceitar o problema auditivo e é mais forte em relação ao uso de AASI, pois, mostrará
claramente a perda auditiva levando a rejeição do aparelho carregando o estigma de surdez.
Uma outra dificuldade enfrentada é o fator de problemas de comunicação em ambientes
ruidosos levando o indivíduo achar que o problema não é com a audição, mas, com o ambiente
onde ele se encontra. Este dado dificulta a seleção do melhor aparelho, uma vez que o ruído
ambiental também será amplificado dificultando ainda mais a compreensão de fala.
ADAPTAÇÃO
É a orientação e aconselhamento que fornece explicações, suporte e orienta as
opções, atitudes e comportamentos dos deficientes auditivos e/ou suas famílias. Destina-se a
capacitar o indivíduo a encontrar as soluções para suas dificuldades facilitando a resolução de
seus problemas.
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ILUSTRAÇÕES GERAIS
CRITÉRIO DE MERLUZZI
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ILUSTRAÇÕES GERAIS
CLASSIFICAÇÃO DE PEREIRA
CRITÉRIO DE COSTA
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ILUSTRAÇÕES GERAIS
DECIBILÍMETROS
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ILUSTRAÇÕES GERAIS
DOSÍMETRO
ONDAS DO BERA
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ILUSTRAÇÕES GERAIS
AUDIOMETRIA AUTOMÁTICA DE VON BÉKÉSY
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ILUSTRAÇÕES GERAIS
FICHA DO PPP
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ILUSTRAÇÕES GERAIS
MODELO DE ANAMNESE OCUPACIONAL
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ILUSTRAÇÕES GERAIS
MODELO DE AUDIOMETRIA OCUPACIONAL