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Disciplina: Biofísica

Aula 4: Audição é a nossa percepção de som

Apresentação
Nesta aula, iremos estudar os aspectos da audição, as estruturas que fazem parte do aparelho
auditivo do ser humano e a percepção do som a partir das ondas sonoras. Estudaremos, pois, o
mecanismo que traduz as ondas sonoras em estímulo elétrico.

Acompanharemos o caminho percorrido pelo estímulo elétrico até o sistema nervoso central, pelo
ramo coclear do nervo vestibulococlear, para que possa ocorrer o reconhecimento e a interpretação
do estímulo.

Por m, identi caremos os principais tipos de surdez que causam grande prejuízo na interação do
homem com o meio externo.

Objetivos
Identi car as estruturas anatômicas do aparelho auditivo e sua divisão;
De nir o mecanismo de tradução da onda sonora em estímulo elétrico;
Reconhecer o mecanismo da audição;
Distinguir os principais tipos de surdez.
Orelha
A orelha é o órgão do corpo humano encarregado de transformar as diferenças de pressão
das ondas sonoras (som) em pulsos elétricos, que são enviados ao cérebro para
reconhecimento e interpretação.

Ela é dividida em orelha externa, orelha média e orelha interna. Veremos cada uma delas
com detalhes mais adiante.

 Legenda: Funcionamento da audição (Fonte:


https://goo.gl/ckr2by <https://goo.gl/ckr2by> )

Na orelha externa e na média ocorrem processos mecânicos, enquanto na

orelha interna, ocorrem processos mecânicos e elétricos.


Comentário

Em 2001, a Sociedade Brasileira de Anatomia passou a designar como orelha todo o


órgão auditivo.

A parte visível e externa é chamada de pavilhão auricular.


Partes da orelha
Vamos estudar mais detalhadamente o órgão auditivo?

Para facilitar o estudo, dividimos em três partes:

Orelha externa

Orelha média

Orelha interna

 Perda auditiva

Vejamos agora as especi cidades de cada uma:

Orelha externa

É formada pelo pavilhão auricular (parte externa e mais visível) e pelo canal auditivo
externo (meato acústico externo). Por estar em contato com o meio externo, é nesse
compartimento que incide o estímulo produzido por uma fonte sonora.

O canal tem aproximadamente 2,5cm de comprimento e 0,7cm de diâmetro e termina


na membrana timpânica (tímpano). Protege o tímpano esquentando o ar e impedindo,
pela presença de pelos e de cerúmen, a entrada de partículas e insetos.
Orelha média

A membrana timpânica é o início da orelha média, uma cavidade cheia de ar


contendo três pequenos ossos: martelo, bigorna e estribo.

Também fazem parte da orelha média:

Membrana timpânica: as ondas sonoras provocam variações de pressão que, ao se


chocarem com o tímpano, produzem vibração;

Ossículos: formam uma cadeia que se estende da membrana timpânica até a janela
oval e seguem a sequência martelo, bigorna e estribo;

Músculos: dois músculos fazem parte da orelha média, o tensor do tímpano e o


estapédio (menor músculo estriado do corpo humano). A contração simultânea
desses músculos aproxima os ossículos e estira o tímpano;

Tuba auditiva: meio de comunicação entre a orelha média e a nasofaringe. Essa


estrutura tem a função de igualar a pressão do ar em ambas as faces do tímpano e
se abre durante bocejos e deglutição.

Orelha interna

Composta por três partes que atuam na audição (cóclea) e no equilíbrio (vestíbulo e
canais semicirculares), assunto da nossa próxima aula.

Cóclea: suas paredes limitam três tubos enrolados em espiral e cheios de endolinfa,
em torno de um eixo central (modíolo). Nesse local, a energia transportada pelo
estímulo sonoro será convertida em sinal elétrico.

Estruturas do sistema nervoso


As estruturas do sistema nervoso também participam da audição. Vejamos duas
importantes estruturas e seus papéis nesse processo:
Nervo auditivo
A porção coclear do nervo vestibulococlear (VIII par craniano) é responsável por conduzir o
estímulo elétrico, originado nos letes nervosos ligados à cóclea, ao encéfalo (sistema
nervoso central).

Centros auditivos cerebrais


Região do córtex cerebral com função auditiva, chamado de ,córtex auditivo.

Na gura a seguir, podemos observar o caminho percorrido pelo sinal elétrico gerado no nervo
auditivo, após a transformação do estímulo mecânico na cóclea.

Isso explica, também, porque a orelha interna é a mais complexa de todas as três partes do
aparelho auditivo, já que está ligada diretamente ao encéfalo pelo nervo vestibulococlear.

É importante ressaltar que o encéfalo faz parte do sistema auditivo, pois é ele que decodi ca os
impulsos elétricos gerados na orelha interna.

Sem as áreas cerebrais responsáveis pela audição, os sons não teriam sentido.

 Legenda: Sistema Nervoso Auditivo (Fonte:


https://goo.gl/QyZN1t
<http://www.crcpr.org.br/new/content/publicacao/revista/revista136/evidencias_das_partidas.htm>
)
Tipos de surdez

 Perda auditiva (Fonte: Shutterstock / Africa Studio)


Para concluirmos nossos estudos sobre a audição, vejamos os tipos de surdez existentes:

Surdez de transmissão ou condução


Ocorre quando há impedimento da passagem das ondas sonoras através da orelha externa e
média.

Surdez sensorioneural ou de percepção


Quando existe uma lesão no aparelho auditivo ou nas vias e nos centros nervosos, deve-se ao
aumento do limiar de excitabilidade para produzir os potenciais de ação que se propagam pelo
nervo.

Surdez central
Quando há lesão das vias nervosas centrais ou do córtex cerebral.

Atividade
1 - O aparelho auditivo é divido em partes ou compartimentos, quais são?
2 - Onde ocorre a tradução da onda sonora em estímulo elétrico?

3 - Quais os tipos mais comuns de surdez e o local onde ocorrem?

Referências

HENEINE, I. F. Biofísica básica. São Paulo: Atheneu, 2002.

MOURÃO JÚNIOR, C. A.; ABRAMOV, D. M. Curso de Biofísica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2010.

OLIVEIRA, J. R. de; WÄCHTER, P. H.; AZAMBUJA, A. A. Biofísica: para ciências biomédicas. 2. ed.
Porto Alegre: EDIPUCRS, 2004.

PASSOS, E. C. Comportamento ótico do olho humano e suas ametropias. Caderno de Física da


UEFS, v. 6 (01 e 02), p. 7-18, 2008.

RODAS DURÁN, J. E. Biofísica: fundamentos e aplicações. São Paulo: Pearson, 2010.

RUI, L. R. A física na audição humana. Textos de apoio ao professor de Física, Porto Alegre: UFRGS,
Instituto de Física, Programa de Pós-Graduação em Ensino de Física, 2007.

Próximos Passos

• O sistema vestibular, que, juntamente com outros, é responsável pelo equilíbrio;

• As vias do equilíbrio e sua projeção para o sistema nervoso.

• As disfunções do sistema vestibular.

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