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AUDIÇÃO E ORELHA

PROF. DR. ANGELO DURSO

A audição não está no ouvido, mas sim no cérebro. Nesse sentido, o ouvido se trata apenas de um
transformador de energia mecânica em estímulo elétrico e, quando acontece algum problema nesse
processo de transformação, caracteriza-se um problema de audição.

O ouvido é divido em partes: ouvido externo, médio e interno. Dentro do ouvido interno que ocorrem as
sinapses, onde tudo que é ouvido como onda mecânica é transformado em informação. Por exemplo, um
problema no cérebro, independentemente de ter um ouvido perfeito, não possibilita entender a informação.

O ouvido externo é formado pelo pavilhão auricular e pelo canal auditivo, e é revestido por pele. Todos os
problemas do ouvido externo são problemas de pele, por isso que muito remédios usados por otorrinos,
são remédios que os dermatologistas também usam. Após isso possui o tímpano, que separa o ouvido
externo do médio.

O ouvido médio possui um revestimento semelhante ao do nariz. Embora alguns sintomas tenham a
mesma queixa do que problemas no ouvido externo, como ouvido tampado e dolorido, o tratamento é
diferente devido ao revestimento.

O ouvido interno é mais difícil de tratar, o qual transforma a onda mecânica em estímulo elétrico para
chegar na área auditiva do cérebro.

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O som é uma onda mecânica realizada pela compressão de ar. No nosso dia-a-dia, são duas principais
unidades do som: Hertz (frequência = grave ou agudo) e volume (intensidade). A intensidade diz se o
som é alto ou se é baixo. O som grave, por exemplo, tem uma frequência mais baixa e isso é determinado
dentro da cóclea de acordo com onde está o estímulo da onda, se é de baixa ou de alta frequência, vai
estimular uma parte da cóclea. Isso é muito importante na clínica, pois, geralmente, começa-se a perder a
percepção de sons agudos, por isso que pessoas mais idosas dizem: “não precisa gritar, pois não estou
surdo”. Nesse sentido, a pessoa idosa escuta, mas não consegue entender.

A audiometria mede a capacidade de audição, de forma que separa a orelha direita da esquerda,
começando do zero, aumentando a frequência do som e comparando as duas orelhas. O primeiro ponto
audível é o limiar auditivo.

No nosso dia-a-dia, predomina-se sons graves. [Professor mostra o gráfico das frequências que compara
os sons das vogais e das consoantes]. Se a pessoa perde a capacidade de ouvir a partir de 1000 Hz, ela
vai escutar e não vai entender, ou seja, é uma perda discriminatória.

As ondas passam pela orelha externa, ou seja, ela apenas conduz o som. Os animais possuem a
capacidade de mexer a orelha, a fim de amplificar a capacidade auditiva, diferentemente dos humanos.
Além disso, a orelha externa também possui função de defesa por possuir um canal pequeno, além da
curva mais interna e o trago. Então a principal função da orelha externa é só conduzir o som e proteger o
sistema auditivo, o que ocorre por possuir um “buraco pequeno” no espaço entre a concha e o trago e a
presença de uma curva. Ex.: casos de crianças que inserem corpo estranho, entrada de bichos. Esse
espaço pequeno evita a entrada de coisas maiores.

USO DO COTONETE: se é usado até o momento e não houve problemas pode continuar usando. Mas o
cotonete só empurra a cera para dentro. A princípio sua fabricação destinava-se à limpeza de nariz de
criança, mas posteriormente passou a ser utilizado também para a orelha. Muitos pacientes negam o uso
ou relatam um uso menos frequente do que realmente fazem, mas sabemos que há ligação direta entre o
uso constante de cotonete com casos de cera impactada.

O ouvido médio, por sua vez, é diferente e serve para amplificar o som, com seus ossículos e a
membrana. O tímpano e o estribo se assemelham a pregos (o prego entra sem necessidade de muita
força ao martelar porque a cabeça é maior enquanto a ponta é menor → ao martelar, toda força da cabeça
vai para a ponta e ele entra), ou seja, a diferença de ar entre membrana timpânica e o estribo fazem com
que o som entre e amplifique.

O ouvido médio é uma “caixa cheia de ar”, possui apenas um “desafogo” que vai equalizar a pressão, que
é a tuba auditiva. A partir daqui já está quase dentro do cérebro.

A audição é uma troca de energia sonora, é uma onda mecânica. Na orelha média ainda é uma onda
mecânica. Na orelha interna é uma onda mecânica, mas já se torna uma energia hidráulica porque no
ouvido interno nós temos líquido, a linfa. Assim, em vez de “andar no ar” o som irá “andar no líquido”, o
que é mais difícil e tem maior resistência, sendo necessário que esse som seja amplificado anteriormente,
pois, no líquido perderá potência, desse modo, mesmo que ocorra perda de potência, o indivíduo não
escutará mal. Então a orelha externa e a orelha média vão conduzir e amplificar o som para chegar nesse
ponto com uma certa potência.

Quem tem problema nas orelhas média ou externa tem um problema de condução, uma perda condutiva.
Já quem tem um problema a partir daqui, da cóclea para o nervo, tem um problema neurossensorial,
sem se relacionar com a condução, mas sim com a transformação dessa energia mecânica em energia
elétrica. Quando está dentro do cérebro o problema é na sinapse.

Quais desses problemas é mais difícil de ser arrumado? O mecânico é mais fácil, basta trocar um osso por
outro. No caso da sinapse, não é possível mexer com nervos, tornando-se mais difícil.

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[Professor mostra vídeo de como é a otoscopia e em um dos lados há a membrana timpânica perfurada]. A
otoscopia é o ato de visualizar o ouvido. É possível ver a orelha externa com presença de pelos, a tuba
auditiva, o tímpano e a luz passando por ele.

✓ Tipos de perda
• Perda condutiva: Geralmente resumida a orelha externa e orelha média. A perda condutiva pode resultar
de corpo estranho, excesso de cera e membrana timpânica perfurada. Tudo que estiver relacionado a
orelha externa e média.

A orelha externa apresenta cera e pelos, sendo que a cera retém poeira e micróbios que eventualmente
poderiam entrar na orelha. A cera se altera de acordo com a raça, por exemplo, orientais apresentam cera
mais farinácea e amarela enquanto descendentes de italianos e portugueses apresentam a cera mais
escura.

Um artigo recente apresentou o ‘ceronograma’. Exame que por meio da coleta da cera de ouvido é
possível realizar o diagnóstico de câncer precoce.

Pessoas com pele muito seca, produzem menos cera e possuem uma tendência maior de apresentar otite,
infecção. O excesso de cera também pode ser prejudicial. O ouvido externo é autolimpante, sendo a
descamação da pele responsável de jogar a cera para fora. Ao usar cotonete a cera é empurrada para
dentro formando uma rolha.

Se o paciente relata dor e dificuldade para escutar e ao analisar a orelha não há presença de corpo
estranho ou excesso de cera, o problema deve ser investigado a fundo. Se for o caso de uma rolha de
cera, basta retirá-la com cureta, aspiração ou lavagem. A lavagem é realizada com soro ou água em uma
temperatura morna, para evitar a tontura.

[Professor mostra vídeo de lavagem]. O rapaz chegou com sensação de ouvido tampado. Existem algumas
opções como seringas (no postinho é usada a de número vinte), curetas e lavador de ouvido. O importante
é a temperatura da água não ser muito quente e nem muito fria para não dar tontura.

• Perda neurossensorial: Está relacionada a cóclea e ao nervo.

• Perda mista: O problema acomete tanto a área condutiva quanto a neurossensorial. •


Perda central: Está relacionada ao cérebro.

A medicina atual pode resolver problemas condutivos, neurossensoriais e mistos. A perda neurossensorial
não apresenta melhora satisfatória, existindo a possibilidade de implantes cerebrais, geralmente em
pacientes com outras comorbidades.

Pergunta do aluno: Por que temos a sensação de tontura quando lavamos o ouvido? Porque a diferença
de temperatura causada pela água muito quente ou fria estimula o labirinto.

A obstrução de objeto no ouvido não é emergência, diferente de obstrução no nariz que o corpo estranho
pode ir para o pulmão. Apenas pilha no ouvido que é necessário retirar com urgência, pois é erosiva.

✓ Problemas na orelha externa:


o Otite externa difusa aguda:

É a ‘’otite do nadador’’. Ocorre com frequência no verão.


Otite média e externa possuem os mesmos sintomas: ouvido tampado e dor.
Fatores de risco: trauma e banho de mar.
Problemas: otorreia, edema, secreção, pus e, em casos mais avançados, pode chegar a desenvolver
linfonodomegalia.

✓ Problemas na orelha média:


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o Membrana timpânica:

A membrana timpânica separa orelha externa da média, protegendo e amplificando o som, sendo
constituída de 3 camadas (interna, externa e a média constituída de tecido elástico) e conectada com o
martelo, bigorna e estribo. Qualquer problema na orelha média causara dano na amplificação do som,
assim, terá perda na audição condutiva.

Para o bom funcionamento do ouvido médio, a tuba auditiva, que liga o ouvido médio com a nasofaringe,
precisa estar em bom estado, pois ela equaliza as pressões, percebemos quando estamos no avião,
mergulhamos ou descemos a serra.

A pressão atmosférica é 1atm, sendo o ouvido uma caixa de ar com a mesma pressão da atmosfera. Em
voos a pressão é menor, sendo 0,5atm, logo, o excedente de pressão sai pela tuba auditiva, equivalendo a
0,5atm a pressão do ouvido quando o avião está subindo. Nas descidas dos voos, a pressão atmosférica
estará subindo e, com isso, pressionando a membrana timpânica. Se a tuba auditiva está em adequado
estado, a pressão do ouvido é equalizada. Em danos na tuba auditiva, não é possível equalizar a pressão,
assim, a pressão irá pressionar a membrana do tímpano, que sangrará e terá uma grande dor, tampando o
ouvido.

A orelha média transforma as vibrações sonoras em mecânicas. Faz isso através da movimentação dos
ossículos que funcionam como alavanca, aumentando a força de vibração das ondas mecânicas e
amplificando as vibrações, isso ocorre devido a diferença da área da membrana timpânica com o estribo.

o Otite externa aguda:

Ocorre no inverno, após gripe ou resfriado. Secreções do nariz podem subir para o ouvido médio
preenchendo-o. Nesse caso, a tuba auditiva não conseguiu evitar a entrada da secreção no ouvido,
rompendo o tímpano.

Pacientes relatam: “eu estava quase sarando da gripe e agora meu ouvido está doendo e eu estou ouvindo
mal, estou surdo. De repente a noite fez ‘bop’ e começou a vazar catarro, melhorou a dor, mas eu estou
surdo”. → ISSO É UMA OTITE MÉDIA AGUDA, vem depois de uma gripe, de um resfriado. A tuba auditiva
não conseguiu equalizar as pressões, não conseguiu evitar que a secreção (o catarro) do nariz subisse
para o ouvido médio. E chega como uma “panela de pressão”, como o tímpano é a estrutura mais frágil,
se rompe. Quando fizer uma otoscopia, o conduto está bonito, mas o tímpano está rompido e o paciente
tem perda auditiva condutiva.

Quando a membrana timpânica fura, na maioria das vezes, fecha-se em 90 dias e é bem restaurada. É
necessário tratar e não deixar entrar água no ouvido, pois, se entrar água, vai para dentro do ouvido médio
e fica ali inflamando, podendo causar uma otite média crônica, quando o tímpano não fecha e, nesse caso,
precisa operar.
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o Otite média crônica:

Permanência de uma perfuração na membrana timpânica por mais de 90 dias.

Por que tem pessoas que tem uma tendência maior a ter otite média? Geralmente ocorre em crianças,
pois, a tuba auditiva delas são menores e mais horizontais, então é mais fácil o catarro subir e mais difícil
de descer, e também com quem tem muito problema nasal, como rinite, polipose, sinusite, porque é todo o
mesmo revestimento no ouvido médio e no nariz.

o Otosclerose:

É a doença do Beethoven, porém, acontece mais em mulheres. Por algum motivo, que ainda não se sabe
muito a respeito, o estribo que tem que ser empurrado para impulsionar a cóclea fica travado por fazer
‘tipo’ uma artrose, levando o paciente a ter uma perda de audição. Para correção, é necessário usar
aparelho auditivo ou realizar uma cirurgia para tirar o estribo e colocar uma prótese. É uma doença
autossômica e dá
uma perda condutiva por uma alteração da ossificação da janela oval, que é a do estribo.

[Professor mostra vídeo sobre a doença]. O som é conduzido através do pavilhão auricular para dentro do
ouvido, viajando pelo conduto auditivo até chegar na membrana timpânica que vai vibrar com o som,
transformando de energia sonora em energia mecânica, essa vibração é transdutida para o interior do
ouvido porque a membrana timpânica está conectada a uma cadeia ossicular com 3 ossículos (martelo,
bigorna, estribo) que conduzem essa vibração para dentro da orelha interna. A otosclerose é uma doença
causada pela fixação do estribo, que é o último desses ossículos, e ele deixa de vibrar adequadamente,
dessa forma, o som não é conduzido corretamente para dentro da orelha interna, e isso leva a uma perda
da orelha auditiva, a correção passa pela remoção desse ossículo por uma prótese semelhante a ele,
fazendo com que volte a funcionar.

Se a pessoa tiver muita infecção de ouvido, o tímpano fica furado e faz uma erosão/desgaste desses
ossículos e eles ficam desarticulados. O que mais facilmente se desarticula é a bigorna, o ramo que
comunica com o estribo. Ao fazer uma erosão, esses ossículos não se comunicam mais, perdendo a
capacidade de condução. Para correção, é necessário fazer uma reconstrução ossicular. Faz-se uma
cirurgia dentro do ouvido e coloca uma prótese entre um ossículo e outro, é feita com microscópio e é bem
delicada, reconstituindo bem a audição.

✓ Problemas na orelha interna:

A orelha interna faz a transformação da energia mecânica em estímulo elétrico. É formada pela cóclea e
pelos canais semicirculares, de onde sai o nervo sensitivo que é o vestibulococlear. Então, muitos
problemas que se tem em audição, também vai afetar o equilíbrio. Um exemplo de doença é a labirintite,
que dá tontura e parece que o ouvido tampa, por ser um sistema fechado e se comunicar, além de o nervo
auditivo andar
junto com o vestibular (vestibulococlear).

o Deficiências auditivas: as principais neurossensoriais:

PRESBIACUSIA: perda auditiva induzida por ruído.

OTOTOXIDADE: perda de audição pelo uso de medicação. Existe uma enorme lista de remédios que
podem causar ototoxicidade (ex.: anticoncepcional, AAS). Na anamnese deve-se ficar atento e fazer a
pergunta “você começou a tomar algum remédio diferente?” quando o paciente relatar perda de audição.
Pois os pacientes subestimam muitas vezes os remédios mais importantes para a ototoxicidade, por
exemplo, os manipulados, que são uma “bomba” e são drogas que podem causar a perda de audição.
Muitas vezes o primeiro sintoma é zumbido.

PAIR: perda decorrente da exposição ao ruído. É importante para quem trabalha em lugares ruidosos.
Deve ter um técnico que mede os decibéis do lugar, para ver se é muito barulhento ou não. Mas
precisa-se de um tempo prolongado parra desenvolver Pair, normalmente é relatado um zumbido por ficar
exposto muito

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tempo no local e, então, o indivíduo começa a não escutar bem. As perdas são mais em agudos, 3 mil e 6
mil Hz, o paciente não percebe que está perdendo a audição. Pois, nessa faixa de Hz é difícil a pessoa
perceber.

OBS: Já uma perda em 250-500 Hz a pessoa percebe na hora, sente que está tampado o ouvido (como
quando coloca um cotonete, machuca ou faz um barotrauma e a pressão não equaliza).

TRAUMA ACÚSTICO: (prof. dá exemplo do filme “o pianista”, quando explode o apartamento, da tontura e
ele ouve um ‘pimmmm’). Isso acontece com rojão, bombas, armas. Ex.: quando vai numa festa e fica do
lado da caixa de som e no outro dia no ouvido fica ‘pimmmm’. Geralmente, o zumbido já melhora no outro
dia, por ser uma perda reversível de audição. Só inchou a cóclea.

Mas pode ficar irreversível quando as células ciliadas que ficam na cóclea, que são o início do nervo, se
perdem e, até hoje, não é possível recuperá-las. A cóclea tem as células ciliadas externas e internas, as
internas que são o início do nervo coclear e as externas estão lá para ajudar a interna a funcionar. Nesse
trauma tem-se uma exposição súbita de sons e perda de audição imediata, pode ter ruptura de membrana
timpânica ou desarticulação de cadeia ossicular.

Professor conta exemplo do rapaz que recebeu um beijo no ouvido e rompeu a membrana timpânica.

Tem uma perda que pode ser transitória que é ATLA, Alteração Transitória do Limiar Auditivo. É até 80
decibéis, frequência aguda.

Por que a frequência que se perde com o tempo é aguda? Porque a cóclea é um órgão espiral que dá
duas voltas e meia no eixo, parece um caracol. A frequência dos agudos está no começo e o grave está
no pico da cóclea. Então, se há exposição a ruídos, com o envelhecimento, começa a perder a frequência
aguda, pois sempre é o mais exposto a trauma acústico e a frequência grave é preservada. Se fosse o
contrário, mais pessoas precisariam usar aparelho. As células ciliadas que são responsáveis pelo agudo,
ficam mais perto do estribo.

Hoje, quem usa fones de ouvido vai se acostumando e, com o passar do tempo, vai aumentando o volume.

PRESBIACUSIA: É o envelhecimento da audição. A exposição ao ruído é cada vez maior e a população


está ficando mais velha. As causas são multifatoriais: metabólicas, vascular, genéticas e múltiplas. Está
aumentando porque a população de idosos está crescente e, como estão ouvindo menos, começam a se
isolar e não querer conversar.

Na presbiacusia, deve-se ficar alerta para doenças que com alteração na circulação no final, como aquelas
relacionadas a tireoide, pressão alta e diabetes.

O tratamento é prevenção, mas é difícil. Pois, as pessoas continuam com atos errados, como utilizar o fone
de ouvido, por exemplo, e começam a perder em agudos, como já dito anteriormente. A reabilitação é feita
com o uso dos aparelhos de educação sonora, como a prótese auditiva. Precisa-se reabilitar o mais cedo
possível, pois cada área cerebral recebe um estímulo de frequência. Se vai perdendo em uma área, vai
perdendo estímulo e vai ficar hipoestimulada e, quando coloca o aparelho nessa área, o paciente não
gosta, porque está acostumado com o silêncio.

Tem um caso de um homem que colocou implante coclear e fala que no início foi legal, que escutava bem
e começou a escutar músicas e gostar. No final, ele concluiu que na maior parte do tempo não usa
aparelho, pois gosta de silêncio.

Então, se de repente o som aumentar 20 Decibéis é muito ruidoso, podendo causar dor de cabeça e
desconforto. Por isso, quanto mais cedo estimular a pessoa que tem perda de audição a usar o aparelho,
menos atrofiada fica aquela parte cerebral e mais habituada ela estará, além de haver menos
consequências da perda de audição, como depressão, diminuição da capacidade intelectual, desânimo e
isolamento.

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Na perda neurossensorial se usa um aparelho de audição, as próteses auditivas. Então, chega um limite
em que a perda é muito importante e o aparelho não consegue abdicar muito o som, assim, os pacientes
vão perdendo a audição.

Antigamente, havia pessoas que nasciam sem a audição, porém não se realizava o teste da orelhinha na
época e, desse modo, não se descobria. Pois, não tinha como falar com o bebê e ele responder. Algumas
mães descobriam com 3 ou 4 meses, enquanto outras, que eram mais desatentas, descobriam com 2
anos.

Atualmente, faz-se o teste da orelhinha, que é o exame que vai ver como estão as células ciliadas
externas. Caso dê algo, repete-se com 30 dias. Antes, quando as pessoas nasciam surdas, continuavam
assim.

Com a Libras (Língua Brasileira de Sinais), a comunicação tornou-se mais fácil. O implante coclear fez as
pessoas ouvirem. Mas, muitas pessoas que não ouviam, não quiseram colocar o implante, pois
conseguiam se comunicar. E nem todos podem usar o implante.

O que é o implante? Quando se tem uma perda total da cóclea, é necessário estimular direto o nervo.
Então, a prótese auditiva é um microfone que amplifica o som. Muitos diziam que era um “ouvido biônico”.
Há um certo preconceito com quem usa aparelho. O implante é usado quando a prótese auditiva não
funciona. Ele funciona no lugar da cóclea, substituindo toda a parte condutiva, estimulando o nervo de
forma direta.
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