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1 REVISÃO DA LITERATURA
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Graduação. Especialização. Mestrando em Tecnologias Emergentes em Educação pela Must University.
E-mail.
frequências testadas são só as de fala e são consideradas com audição normal as que
apresenta respostas de até 20 dB (RUSSO; LOPES, 2007)
O ouvido é constituído por três partes básicas - o ouvido externo, o ouvido médio
e o ouvido interno. Cada parte tem uma função específica para interpretar o som. O ouvido
externo recolhe o som e transporta-o através de um canal até ao ouvido médio. O papel
do ouvido médio é converter a energia das ondas sonoras em vibrações internas nas
estruturas ósseas do ouvido médio, e finalmente converter estas vibrações em ondas de
compressão que são transmitidas para o ouvido interno. O papel do ouvido interno é
converter a energia das ondas de compressão dentro do fluido em impulsos nervosos que
podem ser transmitidos para o cérebro (LACERDA, 2016).
O ouvido externo consiste no ouvido e num canal auditivo de aproximadamente 2
cm. O papel do ouvido é proteger o ouvido médio e evitar danos no tímpano. O ouvido
também direciona as ondas eléctricas que chegam ao ouvido para o canal auditivo e
membrana timpânica do ouvido médio. Devido ao comprimento do canal auditivo, é
capaz de amplificar sons com uma frequência de aproximadamente 3.000 hertz (VILLAS
BÔAS, 2014).
O ouvido médio é uma cavidade cheia de ar, constituída pela bigorna e três
pequenos ossos interligados - a aurícula, o osso portal e o estribo. A membrana do
tímpano é uma membrana muito durável e bem esticada que vibra quando as ondas a
atingem. Além disso, a força de vibração da bigorna é aproximadamente 15 vezes maior
do que a da membrana do tímpano, uma vez que as ondas de pressão que incidem sobre
uma grande área da membrana do tímpano estão concentradas numa área mais pequena
da bigorna (LOURÊDO; OLIVEIRA, 2015).
O ouvido interno é constituído pela cóclea, o canal semicircular e o nervo auditivo.
A cóclea e o canal semicircular estão cheios de líquido. O fluido e as células nervosas no
canal semicircular não têm função na audição; atuam simplesmente como acelerómetros
para detectar movimentos acelerados e manter o equilíbrio no corpo. A cóclea é um órgão
em forma de caracol que se pode esticar até 3 cm. Além de estar cheia de fluido, a
superfície interna da cóclea contém cerca de 20.000 células nervosas que desempenham
a função mais crucial na nossa capacidade de audição (LACERDA, 2016).
Segundo Silverthorn (2017), a posição dos três ossos ligados do ouvido médio
forma uma espécie de 'alavanca' para aumentar a força da vibração, de modo que muito
pouca energia sonora é perdida devido ao atrito. Se um som for de uma frequência tão
elevada que provoque danos no ouvido interno, os pequenos músculos do ouvido médio
puxam os ossos e reduzem o seu movimento para proteger o sistema auditivo de mais
danos.
Fisiologicamente, o ouvido humano tem os seguintes papéis: canal anterior:
responsável por detectar a rotação durante os movimentos da cabeça para a frente e para
trás; canal posterior: responsável por detectar a inclinação durante os movimentos da
cabeça para a direita ou para o ombro esquerdo; canal lateral: responsável por detectar a
rotação durante os movimentos da cabeça para a direita ou para a esquerda (VILLAS
BÔAS, 2014).
Este é um sistema muito interessante no nosso sistema auditivo porque é como ter
um sistema de coordenadas tipo XY Z para a nossa cabeça, o que nos dá um sentido de
direção e equilíbrio, conceitos que são extremamente importantes para que possamos
realizar as atividades diárias com eficácia (LACERDA, 2016).
Para realizar a Triagem Auditiva Neonatal (TAN), os princípios recomendados a
seguir são: o processo de triagem tem de ser sensível e específico; devem estar disponíveis
recursos para diagnóstico e tratamento; e os custos têm de ser proporcionais aos resultados
esperados. Esta ação precisa de ser aceite pelos profissionais, pela população e pelas
organizações de serviços da rede na área, assegurando que a assistência flua no momento
certo e a um custo adequado (SILVERTHORN, 2017).
No entanto, nem todas as maternidades ligadas à rede mãe-bebé são capazes de
realizar testes e reteste do pequeno ouvido, nem é garantido que serão realizados testes
automáticos BAEP-A ou em modo de rastreio para crianças com indicadores de risco. É,
portanto, necessário criar um fluxograma para o Risco para Deficiência Auditiva e com
Indicadores de Risco para Deficiência Auditiva (IRDA), sem e com indicadores de risco
de défices auditivos para assegurar que o diagnóstico seja feito no momento certo e com
o custo certo (VILLAS BÔAS, 2014).
A aspiração das vias aéreas superiores tem como principal finalidade manter essa
região livre de secreções para garantir a ventilação e oxigenação adequadas e prevenir
infecções nos nonatos, sendo indicadas para pacientes que não conseguem expelir com
eficácia os fluidos amnióticos após o nascimento (SETTE, 2009).
Para o procedimento são necessários diversos materiais, entre eles seringa com
soro fisiológico, estetoscópio, sonda de aspiração adequada ao paciente, aspirador e
frasco coletor de secreções. Além disso, são necessários par de luvas estéreis, óculos de
proteção, máscara facial descartável, e avental, além de aparelho para ventilação com
reservatório (ambu) adequado ao tamanho do paciente, rede de gás testada, gaze,
algodão e álcool 70 (SETTE, 2009).
O ato de aspiração oro-traqueal pode parecer simples, mas ainda apresenta alguns
riscos. Estes incluem: laringoespasmos, infecções, brococonstrição, trauma da mucosa
traqueal, ansiedade, hipertensão arterial, hipóxia, arritmias cardíacas, cianose e parada
cardiorrespiratória. Além disso, sabe-se que a aspiração causa tosse paroxística e estimula
a produção de secreção (SETTE, 2009).
Segundo Potter (2013), a aspiração ocorre de duas formas, gástrica de e vias
aéreas. A primeira envolve a remoção de secreções mucosas do sistema digestivo do
recém-nascido. Já a aspiração das vias aéreas pode ocorrer de duas formas, uma em que
envolva apena a extração por sonda, cuidadosamente, do muco do interior de cada
bochecha, boca e nariz sem nunca penetrar na orofaringe, a outra é a aspiração oro-
traqueal que inicia a introdução da sonda pela boca até o início da traqueia que é de onde
inicia-se o procedimento de aspiração subindo até a boca. O excesso de secreção que
obstrui a respiração é a única situação em que se pode aplicar essa técnica. No entanto,
se executado mal, a aspiração oro-traqueal pode causar parada respiratória e arritmia
cardíaca que resultam em consequências terríveis.
Na pediatria, a aspiração das vias respiratórias é um procedimento utilizado
rotineiramente nos hospitais para as manter livres de qualquer obstrução, particularmente
secreções. Observou-se que, num hospital universitário, esta técnica era executada de
formas diferentes por profissionais de enfermagem no mesmo turno. Serve para eliminar
muco/secreções das vias aéreas neonatais; - Manter uma troca gasosa adequada; - Reduzir
a pressão inspiratória máxima e a resistência das vias aéreas ou aumentar o conforto
dinâmico; - Promover o repouso dos músculos respiratórios suplementares; - Melhorar a
relação ventilação-perfusão (CRESTANI, et al., 2016).
Uma sonda aspira muco na boca, dentro de cada bochecha, sem se aproximar da
faringe. As narinas também são aspiradas, uma de cada vez. Se não for feita corretamente,
esta técnica pode levar a uma paragem respiratória em casos extremos e até desencadear
arritmias cardíacas. A sonda deve ser introduzida na cavidade nasal, o dispositivo de
sucção (borracha) é fixado no ponto de fixação à sonda para evitar traumas, e a sonda é
avançada em direção à parte posterior da garganta num ligeiro ângulo descendente,
seguindo o curso natural das narinas (ABEP, 2015).
A aspiração de secreções endotraqueais pode levar a sérias complicações tais
como: arritmias cardíacas, laringoespasmo, trauma na mucosa traqueal, microinfiltração,
hipoxemia, dessaturação de oxigénio, bradicardia, hipertensão, aumento da pressão
intracraniana, infecção, ansiedade, e alterações na pressão parcial. A inalação pode causar
diminuição da frequência cardíaca, espasmo laríngeo, diminuição da pressão sanguínea e
dificuldade de sucção em bebês (POTTER, 2013).
O som é uma onda que pode viajar pelo ar e por outros meios a partir das vibrações
das suas moléculas. Sentimos o som quando este atinge os nossos aparelhos auditivos, é
convertido num estímulo eléctrico e direcionado para o nosso cérebro, que o interpreta.
Os seres humanos podem ouvir uma gama de frequências sonoras, chamada espectro
audível, que se estende de aproximadamente 20 Hz a 20.000 Hz. Os sons com frequências
inferiores a 20 Hz são conhecidos como infra-sons, enquanto que os sons com frequências
superiores a 20.000 Hz são conhecidos como ultrassons. Outros animais, tais como cães,
gatos e morcegos, são capazes de ouvir uma gama muito mais vasta de frequências
(BARNETT-COWAN, 2013).
A velocidade a que as ondas sonoras viajam depende inteiramente das
propriedades do meio em que se encontram; no ar, a velocidade do som é de
aproximadamente 340 metros por segundo. Como o som tem propriedades de onda, pode
sofrer vários fenómenos tais como reflexão, refracção, difração e interferência. Neste
último caso, duas ou mais ondas sonoras podem ser canceladas ou adicionadas em
conjunto, dependendo da sua localização (LACERDA, 2016).
As vibrações das ondas sonoras percorrem um meio para produzir sons audíveis
para o ouvido humano. Os humanos percebem o som a frequências entre 20 Hz e 20.000
Hz. No entanto, estes valores mudam com a idade, onde a presbiopia (perda de audição)
pode existir. No ouvido externo, o som (energia acústica) é captado pela aurícula, que
atua como um funil para melhor focalizar a recolha do som. Os estímulos sonoros são
dirigidos para o canal auditivo externo, onde são amplificados. Esta estrutura também
serve para ajudar a localizar a fonte sonora (pela pressão exercida sobre o ouvido pelo
som) (POTTER, 2013).
O som passa através do canal auditivo externo e depois através da membrana
timpânica, onde é convertido em energia mecânica e transmitido às tuberosidades
auditivas. O ouvido externo tem também uma função protetora para o sistema auditivo:
existem glândulas capilares, sebáceas e cerúmen presentes para evitar a entrada de agentes
patogénicos e corpos estranhos; há também controlo de temperatura e humidade. Os
estímulos chegam à membrana timpânica, que vibra e se move para dentro e para fora do
ouvido médio (como um pistão). A estrutura da tuberosidade auditiva transmite as
vibrações através da base do estribo e do osso portal para o talo do ouvido, onde são
transmitidas pelo fluido presente na cóclea, a estrutura do ouvido interno (BARNETT-
COWAN, 2013).
A Triagem Auditiva Neonatal (TAN) foi criada em 1998 pela Dra. Cristina
Simonek, uma audiologista do Instituto Nacional de Estatística (INE), a fim de
popularizar a despistagem auditiva de recém-nascidos utilizando um método tecnológico
avançado chamado emissões otoacústicas evocadas (EOA). Desde 1987, o Programa de
Rastreio Auditivo Neonatal tem vindo a ser gradualmente implementado no Brasil. Esta
prática tem sido amplamente discutida na literatura e tem sem dúvida proporcionado às
crianças um diagnóstico auditivo cada vez mais precoce (CRESTANI, et al., 2016).
Contudo, embora o rastreio auditivo dos recém-nascidos seja uma ação preventiva
cuja importância é inegável, ainda não se tornou uma ação de saúde aceitável para todos
os recém-nascidos, especialmente se considerarmos as ações de saúde pública. No
entanto, com a implementação das diretivas ministeriais do Ministério da Saúde
relacionadas com a saúde auditiva, fizemos grandes progressos na área da saúde auditiva,
que é hoje considerada como uma política pública (SILVERTHORN, 2017).
A conclusão do rastreio auditivo dos recém-nascidos, que ainda é feito nos
primeiros 30 dias de vida, proporciona um diagnóstico auditivo atempado e beneficia
assim o bem-estar das crianças, tornando o seu desenvolvimento global e linguístico
comparável ao da audição de crianças. A importância do diagnóstico precoce tem sido
reconhecida e referenciada pela prática pediátrica desde há muito tempo. No entanto, a
compreensão pelos pediatras dos procedimentos e técnicas disponíveis e o
comportamento pós-triagem mais apropriado continuam a ser controversos (LACERDA,
2016).
Nos Estados Unidos, nos primeiros quatro anos do estudo, de 1993 a 1996,
verificou-se que duas em cada 1000 crianças tinham perda auditiva e que a idade em que
a perda auditiva foi identificada e interveio tinha diminuído. Em 1998, o Grupo de Apoio
à Triagem Auditiva Neonatal Universal (GATANU) foi criado no Brasil para aumentar a
sensibilização para os problemas auditivos nas crianças e para a detecção e intervenção
precoce. O TANU é um direito dos recém-nascidos, garantido pela Lei Federal 12.303
desde 2010. É uma estratégia que deve ser levada a cabo em todos os recém-nascidos para
identificar aqueles que são susceptíveis de ter uma deficiência auditiva à nascença
(ABEP, 2015).
Os audiologistas desempenham um papel importante em todas as fases do
processo de detecção, diagnóstico e intervenção precoce no processo de alterações
auditivas. Artigo 2 - Os profissionais referidos no artigo 1º que estão legalmente
habilitados a realizar exames audiológicos são terapeutas da fala ou médicos. Os recém-
nascidos e bebês com IRDA devem receber acompanhamento e monitorização do
desenvolvimento da audição para reduzir problemas de saúde nestes bebês e para
proporcionar uma aprendizagem e desenvolvimento linguístico adequados (CRESTANI,
et al., 2016).
Os indicadores de Risco para a Deficiência Auditiva (IRDA) considerados neste
artigo, dando prioridade à literatura nacional, centram-se em: preocupações dos pais sobre
o desenvolvimento da criança, audição, fala ou linguagem; história familiar de surdez;
prematuridade; peso à nascença inferior a 1500 gramas; permanência na unidade de
cuidados intensivos (UCI) por mais de 5 dias; uso de drogas ototóxicas; ventilação
mecânica; hiperbilirrubinemia; anomalias craniofaciais envolvendo o ouvido e ossos
temporais; síndromes relacionadas com síndromes associadas à perda de audição;
doenças genéticas (sífilis, toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus e vírus da
imunodeficiência humana - HIV); traumatismo craniano; quimioterapia; presença
bacteriana ou viral pós-natal (citomegalovírus, herpes, sarampo, varicela e meningite);
pontuação de Apgar de 0 a 4 no minuto 1 ou de 0 a 6 no minuto 5 (3), para além do uso
de álcool ou drogas durante a gravidez (4) (SILVERTHORN, 2017).
REFERÊNCIAS
VILLAS BÔAS, Newton. Conecte Tópicos de física 2 – 2. ed. - São Paulo: Saraiva,
2014.