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Os Chacras e a Umbanda

Sabemos que na nossa religião de Umbanda a principal prática da caridade é por meio das
manifestações mediúnicas, e a mais comum dentro dos terreiros, tendas e centros é a
incorporação. Temos alguns irmãos que ainda acreditam que durante a incorporação nosso
espírito sai de nosso corpo físico para dar então passagem para a entidade, guia espiritual,
mentor, eguns, etc., numa espécie de possessão, o que na verdade raramente pode acontecer.
E devemos desmistificar isso por intermédio de estudos sobre a mediunidade. Durante o ato
da incorporação são englobadas muitas funções mentais, físicas e até mesmo emocionais, ou
seja, durante a incorporação dois espíritos não podem "ocupar" um mesmo corpo, já dizia a lei
da física, e por esse motivo vamos analisar como funciona este processo.

Como havíamos falado em capítulos anteriores, nossos chacras são como receptores de
energia e, durante a incorporação, eles estão diretamente ligados às entidades. Para
compreendermos melhor, vamos entender como funciona nosso corpo físico. Nosso cérebro é
um dos órgãos mais importantes para o funcionamento de nosso corpo, ele praticamente
controla tudo o que fazemos, desde movimentos, pensamentos, memórias, até outras funções
que de maneira consciente não temos o menor controle. É nele que está a sede motora
consciente e inconsciente de nosso corpo. Nosso cérebro é tão completo e misterioso que
nem os cientistas conseguiram descobrir toda a capacidade a que esse órgão pode chegar, por
esse motivo ele é imensamente complexo. Quase tão importante quanto o cérebro é o sistema
nervoso, no qual o cérebro e a medula espinhal formam nosso

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sistema nervoso central, Ao longo do comprimento da medula espis nhal saem nervos
semelhantes a fios que se dividem e se ligam quase todas as partes do corpo. Esses nervos
transportam mensagens dos órgãos e dos sentidos para o cérebro, além de outras instruções
para outras partes do corpo.
Até aqui explicamos o conceito básico de como funciona o nosso corpo físico, certo? Agora
vamos correlacionar isso com o processo espiritual da incorporação. Sabemos que temos os
três corpos, corpo astral (perispírito), duplo etérico e o corpo físico (corpo material), e nesse
momento a entidade se aproxima do mé_ dium e conecta-se aos chacras, estabelecendo uma
conexão ainda maior no chacra coronário. Com isso a entidade emana suas ener_ gias e
manipula no cérebro as informações que serão passadas para o corpo físico do médium; essas
informações serão transmitidas diretamente ao sistema nervoso central. Ali nessa região, a
entidade passará todos os efeitos físicos que provêm dela para o médium, efetuando a
comunicação direta, inclusive sua forma de falar, de andar, seus trejeitos, desejos e
sentimentos, lembrando que isso só é possível porque os outros chacras principais também
estão conectados à entidade.

Toda manifestação mediúnica pode ser facilitada por


meio de ferramentas que ajudem nossos chacras a se
alinharem, limparem, equilibrarem e entrarem na frequência
do trabalho que será realizado ali no terreiro. Dentre essas
ferramentas podemos destacar algumas:
Canto e Atabaque: já é de sabedoria de muitos que o canto e o atabaque trazem uma
vibração necessária e muito importante para uma gira de Umbanda. E quando nos
referimos à mediunidade, essa importância toma um tamanho ainda maior, sendo
considerada um dos mais importantes fundamentos na Umbanda.

Assim como na cultura indiana, na qual os estudos sobre os


chacras praticamente se iniciaram, temos também os mantras,
que são palavras sagradas que mencionadas durante 108 vezes
causam um efeito vibratório no corpo espiritual do praticante; o
mesmo acontece com nossos pontos cantados, favorecendo a
incorporação e trazendo determinada força para aquele
ambiente, no caso o terreiro de Umbanda. O modo de cantar e
como serão entoadas as cantigas e as letras influenciam de
maneira incisiva o correr do trabalho. Por este motivo o Ogã
deve ser muito
Os Chacras e a Umbanda

bem selecionado, pois é por meio dele que toda a magia


vai acontecer, podendo purificar o ambiente, muitas
vezes até os chacras dos médiuns e consulentes presentes
ali.
O uso do atabaque na Umbanda também ajuda no processo de sincronização do ritmo
cardíaco de todas as pessoas no terreiro, ou seja, age diretamente no chacra cardíaco,
mexendo principalmente em suas emoções e sentimentos. Conecta cada indivíduo ao
sagrado, tornando possível que tanto pessoas muito agitadas, como muito sonolentas tenham
seu ritmo cardíaco normalizado. Resumidamente, os Ogãs transmitem a vibração da
espiritualidade superior pelos atabaques, criando um campo energético favorável à atraçâo
de determinados espíritos.
Cantar e bater palmas juntos faz com que a vibração das pessoas entre na mesma faixa de
frequência vibratória para o trabalho que será realizado, ajudando assim no afastamento
de maus espíritos, diluindo miasmas, larvas astrais e criando toda uma atmosfera psíquica
com condições ideais para a realização das práticas espirituais. Os pontos cantados,
quando citados e vibrados de coração aberto e com amor, atuam diretamente nos chacras
superiores, notavelmente no cardíaco, laríngeo e frontal, ativando-os naturalmente e
melhorando a sintonia com a espiritualidade superior, assim como os toques dos
atabaques atuam também nos chacras inferiores, como o plexo solar, sexual e base,
criando condições ideais para a prática da mediunidade de incorporação.

Banhos e Ervas: o banho de ervas já faz parte do preceito umbandista e praticamente do


dia a dia do médium. Os banhos de ervas são praticamente um ritual em que utilizamos os
elementos da natureza com o intuito de realizar uma limpeza de campo áurico e de nossos
chacras, e têm como principal finalidade nos limpar de energias negativas, afastar
influências espirituais negativas, reequilibrar, melhorar nossa sintonia com a mediunidade
e auxiliar a desobstrução dos chacras. Não somente os médiuns ativos na Umbanda devem
tomar banhos de ervas, mas todos em geral também podem e devem se beneficiar deste
poder natural.

Os banhos e as ervas possuem propriedades específicas que trazem para nossos corpos
espirituais o aumento e a melhora da nossa capacidade de conexão com a espiritualidade.
Podemos tratar não
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somente da questão mediúnica relacionada aos nossos guias espirituais, mas também dos
seres da natureza que de alguma forma se ligam aos nossos corpos mental e emocional. As
ervas são grandes magnetizadoras de vibrações para nossos chacras, principalmente aos
chacras cardíaco e coronal, trazendo muitas vezes a sensação de limpeza, purificação, ânimo,
alegria e clareza mental. Muitos banhos e ervas melhoram, facilitam e estimulam a nossa
mediunidade, pois seu campo vibratório é sutil, favorecendo o contato com nossos corpos
espirituais e elevando assim nossas vibrações com nossos guias espirituais e Orixás.

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