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A Umbanda é uma religião naturalmente ritualística, isto é, seus fundamentos são absorvidos

através da prática, saindo do campo mental e materializando-se através de rituais.


Um dos fundamentos importantes, dentro da Umbanda, é a manipulação de energias através
dos elementos da natureza, visando o equilíbrio de seus praticantes. Um dos importantes
rituais e que será objeto deste pequeno estudo, é o banho ritualístico.
Antes de adentrar diretamente no assunto sobre banhos ritualísticos, faz-se necessário
comentar alguns outros tópicos, que tem relação direta ou indireta com os banhos.

Os tópicos serão :

- ANATOMIA ESPIRITUAL HUMANA;


- OS ELEMENTOS DA NATUREZA;
- AS ERVAS;
- BANHOS RITUALÍSTICOS.

ANATOMIA ESPIRITUAL HUMANA:

O ser humano é constituído de vários corpos, cada um tendo suas próprias funções e níveis
energéticos, indo do mais denso (corpo físico) ao mais sutil (corpo mental).
Os corpos que serão objetos de estudo, serão o corpo físico e o corpo astral ou perispírito.

Banhos Ritualísticos

O Corpo Físico:
É o nosso veículo de expressão com o mundo material. É constituído por energia condensada,
isto é, energia que vibra em baixíssima freqüência. Este corpo é reflexo direto de nosso corpo
espiritual. Assim, qualquer desequilíbrio no corpo astral, o corpo físico refletiria através de
doenças, desequilíbrios mentais, desequilíbrios orgânicos, gasto energéticos excessivos, etc. O
corpo físico é constituído de órgãos que compõe vários sistemas, temos, então, o sistema
respiratório, digestivo, ganglionar, etc. Todo este organismo consome energia e é mantido
através de processos respiratórios e alimentares, pelo lado material. Pelo lado espiritual este
organismo físico é mantido pelo corpo astral, que envia-lhe

Os Chacras:
Os chacras são os Centros Vitais de Forças, responsáveis pela captação das energias fluídicas
incumbidas de irrigar, tanto o corpo físico como o corpo astral. Através deles, trocamos
energias com o meio ambiente. Cada chacra tem cor própria e pode variar de acordo com a
própria vibração de cada pessoa. Nas pessoas apegadas à matéria, as cores dos chacras,
apresentam escuras e nas pessoas mais espiritualizadas, as cores são brilhantes.
Os chacras são conhecidos há milênios. Consideramos que o número de chacras principais é
sete.

Chacra Coronal :
Situado no alto da cabeça. É o chacra que capta as energias vindas do plano espiritual. Através
dele, recebemos os contatos mediúnicos. É o elo entre a mente espiritual e o cérebro.
Cor deste chacra quando está em equilíbrio : Branca, Dourada ou Violeta.

Chacra Frontal :
Situado na fronte, entre os olhos. É considerado por muitos como o Terceiro Olho, já que é o
chacra da intuição. É o chacra da clareza mental e espiritual. Responsável pela vidência,
audiência e intuição, no campo da mediunidade.
Cor deste chacra quando está em equilíbrio : Azul.

Chacra Laríngeo :
Situado na altura da garganta. Também conhecido como Cervical. É o chacra da comunicação.
Do dar e receber.
Cor deste chacra quando está em equilíbrio: Azul Claro.

Chacra Cardíaco :
Situado na altura do coração. É o chacra da harmonização. Responsável pelo equilíbrio, emoções
e sentimentos.
Cor deste chacra quando está em equilíbrio : Rosa e Verde.

Chacra Gástrico :
Situado na altura do baço e estômago. É o chacra das vibrações afetivas do ambiente.
Conhecido também como Solar ou Solear.
Cor deste chacra quando está em equilíbrio: Amarela.

Chacra Esplênico :
Situado na altura do umbigo. Também chamado de Umbilical. É o chacra onde as energias
densas se localizam.
Cor deste chacra quando está em equilíbrio : Laranja.

Chacra Básico:
Situado na altura dos aparelhos genitais. Também conhecido como Genésico ou Sacral. É o
chacra que controla as funções genitais, procriadoras e estímulos sexuais. Responsável em
receber a energia Kundalini, que reativa os demais chacras.
Cor deste chacra quando está em equilíbrio : Vermelha.

O Eixo Energo-Magnético:
Este eixo é como um “tubo” energético que liga todos os chacras. Através deste eixo que
recebemos a Kundalini, de baixo para cima, onde todos os chacras são reativados.
Recebemos as vibrações do plano astral superior, de cima para baixo, onde vamos nos
reequilibrando e nos ligamos, através deste eixo, com o baixo astral, de baixo para cima, onde
os espíritos endurecidos, mandam os seus “dardos” de energias deletéricas, no intuito de
desequilibrar a nossa “casa” mental. Enfim, de cima para baixo recebemos a nossa redenção e
de baixo para cima recebemos a nossa condenação.
A Aura:
A aura é uma espécie de membrana energética que reveste os corpos físico e astral. Está numa
distância média de uns 15 centímetros dos corpos. Através de nossos pensamentos, ações e
sentimentos, somos identificados pelo nosso nível evolutivo, pois o aura reflete-nos através de
cores. Quanto mais brilhantes e claras as cores, mais estamos em equilíbrio espiritual, quanto
mais apagado a cor do aura, mais materializados estamos.
A aura é o elemento responsável pela troca energética entre nós e o ambiente.
Larvas astrais, formas-pensamento, dados energéticos, baixas vibrações, etc., vão se
impregnando em nosso aura à medida que vamos convivendo e passando por diversos ambientes.
A aura estando “contaminada”, os chacras também o serão e as conseqüências serão distúrbios,
doenças, desequilíbrios em nosso organismo físico.
Cabe a nós portanto, manter este complexo mecanismo de troca energética (chacras e aura),
limpos e desobstruídos de qualquer energia negativa.
Esta limpeza, pode ser feita através de várias formas, combinadas ou não.
Passes energéticos e magnéticos, orações, conduta moral adequada, bons pensamentos,
defumações, banhos ritualísticos, velas, ir a sítios energéticos da natureza (praia, cachoeiras,
matas, etc.), etc

Pólos Energéticos:

Além, dos aspectos já mencionados, é importante, também entender a anatomia espiritual, sob
o aspecto dos pólos energéticos. Todo corpo energético é igual a uma pilha elétrica, onde
temos, os pólos positivo e negativo, coexistindo para manter o equilíbrio neutro.
O lado Direito do corpo, a fronte e a linha média do peito e do ventre tem polaridade positiva,
(conforme mostra a figura ao lado), assim, a parte frontal do corpo, tem o predomínio do pólo
positivo.
O lado esquerdo, a nuca e a coluna vertebral, tem a polaridade negativa, assim a maior parte
das costas, tem a predominância da polaridade negativa.
Os pólos negativos, não tem efeito prejudicial no organismo, pois não tem relação com as
energias negativas, estas sim, são prejudiciais ao organismo dos seres.
Se notarmos, os chacras tem, pela frente, a polaridade positiva e por trás a negativa.

Se, num passe, colocarmos a mão esquerda (-) nas costas (-) e a direita (+) na parte frontal (+),
ativamos as energias, pois há excitação, aquecimento, força e sono magnético. Se efetuarmos o
passe com as mãos invertidas, ou seja a direita (+) nas costas (-) e a esquerda (-) na frente (+) ,
criamos um desbloqueio no fluxo energético, acalmando os chacras, causando a calma e o
descongestionamento energético.
Cada um destes métodos tem a sua eficiência, ora ativando, ora acalmando os centros de
forças.
Rotação Magnética dos Corpos:

Além da polaridade mencionada, há também, a rotação magnética dos corpos. Baseado no


mesmo princípio químico, em que os átomos tem um dos seus elementos, o elétron, gravitando
magneticamente, em volta do núcleo atômico (prótons e neutrons), produzindo a chamada
rotação magnética, temos nos corpos astrais, esta rotação. O sentido da rotação, difere entre
um ser encarnado num corpo masculino de um ser encarnado num corpo feminino.
Temos, assim a Rotação em Sentido Horário para os homens e Rotação em Sentido Anti-
Horário para as mulheres.
Esta rotação é importante pois determina em que sentido magnético vibra um corpo astral. Por
esta razão, aliada a outras, é que a troca de energias sexuais entre indivíduos de sexos opostos
são sadias, pois um complementa o outro nesta troca, já que os fluxos energéticos, gravitam em
sentidos opostos. Já a troca sexual entre casais homossexuais (do mesmo sexo) é perniciosa,
sob o aspecto energético, pois há consumo energético excessivo, já que estas trocas não se
efetuam de maneira perfeita, causando ainda mais distúrbios sexuais.

- O Elementos da Natureza:

A Umbanda, religião ligada aos Orixás e a natureza, tem como fundamentos a utilização de
elementos da natureza, que são “regidos” pelos Orixás.
Os elementos são:
AR
TERRA
FOGO
ÁGUA
Estes elementos podem estar reunidos ou não em diversos rituais Umbandistas, no intuito de
manipulação de energias.
Em todo Universo, temos o Prana ou Éter Vital, que é energia essencial para a manutenção da
vida em vários níveis energéticos. O Prana é absorvido pelos elementos da natureza e por nós
direta ou indiretamente.
A respiração, o “banho” de sol, a alimentação adequada, são alguns dos meios desta absorção
energética.
Nos rituais de Umbanda, podemos manipular, então os elementos da natureza e o Prana,
através de vários rituais. Alguns exemplos :

A vela votiva – Temos os elementos Fogo, Ar, Água e Terra. O Fogo consome o Ar e a resina da
vela (Terra) e transforma a Água, contida na resina da vela, em vapor. Isto apenas falando
materialmente deste ritual, sem contar o aspecto religioso e mágico.
A defumação – Temos o Fogo, Ar, a Terra e a Água envolvidos. A Água e a Terra, estão
contidos nas ervas defumadas.
Como podemos constatar, estes elementos estão sempre presentes nos rituais, sendo
essenciais para o bom êxito de cada ação ritualística.
A magia, contida em muitos rituais Umbandistas, tem a necessidade de elementos materiais de
ligação entre a matéria e o plano espiritual.
Devido às nossas necessidades materiais, precisamos nos equilibrar espiritualmente, usando
elementos materiais. O plano espiritual, então, fazem-nos utilizar de rituais utilizando a
matéria, ou seja, aquilo que temos em mão.
Os ciclos da natureza e os astros influenciam a vida de todos os seres vivos, aqui na Terra, pois
regulam toda a vida, trazendo o equilíbrio. Devemos entender o máximo possível sobre estas
influências, pois é de grande importância, obter o melhor resultado na extração e manipulação
energética

As Ervas:

O elemento vegetal é muito importante para a manutenção e equilíbrio dos seres vivos. Através
de processos variados os vegetais retiram o Prana da natureza, seja através do Sol, da Lua,
dos planetas, da terra, da água, etc. São portanto, grandes reservas de éter vital e que
através dos tempos, o ser humano, descobriu estas propriedades. Usamos os vegetais, desde a
alimentação até a magia, sempre transformando a energia vital, através de processos e rituais.
Os vegetais são diretamente influenciados pela natureza. A lua e o sol, são os astros que muito
influenciam a absorção do Prana e devemos conhecer estas influências. Uma delas, estaremos
enfocando, que é a influência lunar sobre os vegetais.
As quatro fases lunares, que tem duração de sete dias cada, faz-se necessário conhecê-las,
pois em duas fases existe o que chamamos de quinzena positiva, propícia para a colheita de
ervas para rituais diversos na Umbanda (banhos, defumações, etc.) e nas outras duas temos a
quinzena negativa, pois a concentração de éter, nas folhas, frutos e flores, é muito baixa.

Lua Minguante:

Nesta fase lunar, o Prana concentra-se na raiz, vitalizando-a, permitindo que ela extraia os
nutrientes necessários do solo.

Não é uma fase propícia para a colheita de ervas, pois está na quinzena negativa.

Lua Nova:

Esta fase lunar, caracteriza-se pela “ausência” da lua.


É a primeira fase da quinzena positiva, pois o éter vital concentra-se na parte superior do
vegetal, isto é, nas folhas, frutos, flores e caules superiores. Assim, é uma das fases propícias
para a colheita de elementos vegetais.

Lua Crescente:

É a fase complementar, ou segunda fase da quinzena positiva. O éter vital, ou corrente Prânica,
ainda está nas folhas, flores e frutos. Está se dirigindo das extremidades das plantas para o
seu centro.

Lua Cheia:
É a fase que está na quinzena negativa, não sendo o melhor ciclo para a colheita de ervas, para
efeitos ritualísticos, pois o Prana ou éter vital, está no caule principal e dirige-se às raízes,
para completar o ciclo.
Existe também a questão das ervas solares e as ervas lunares, onde colhemos as solares
durante o dia e as lunares durante a noite.
Os vegetais são de maneira geral, condensadores das energias solares e cósmicas. Há ervas que
recebem influxos mais diretos de certos planetas ou luminares, sendo, portanto, ervas
particulares desses planeta
Os corpos celestes são a concretização de certas Linhas de Forças de um determinado Orixá,
assim, por extensão, temos ervas de determinado Orixá.

- Banhos Ritualísticos:

Os banhos ritualísticos de uma maneira geral, são rituais, onde utilizamos determinados
elementos da natureza, de maneira ordenada e com conhecimento de causa, com o intuito de
troca energética entre o indivíduo e a natureza, afim de fornecer-lhe equilíbrio energético e
mental.
Estes banhos prestam-se para limpar as energias negativas, livrar as pessoas de influências
negativas, reequilibrar a pessoa, aumentar a capacidade receptiva do aparelho mediúnico, já
que os chacras serão desobstruídos, enfim, tem grande importância na manutenção dos corpos.
Embora o banho utiliza-se de elementos materiais, que serão jogados sobre o corpo físico, a
contraparte etérica será depositada sobre os chacras, corpo astral e aura que receberão
diretamente o Prana ou éter vital, bem como a parte astral dos elementos densos.
Não somente os médiuns ativos na Umbanda devem tomar determinados banhos, mas todos nós,
em geral, podemos usá-los

Temos algumas categorias de banhos :

a) Banhos de Descarrego;
b) Banhos de Defesa;
c) Banhos de Energização;
d) Banhos de Fixação.

a) Banhos de Descarrego:
Esta categoria de banho, conhecido também como banho de descarga ou desimpregnação
energética é o mais comum e mais conhecido.
Estes banhos servem para livrar o indivíduo de cargas energéticas negativas. Conforme
vivemos, vamos passando por vários ambientes, trocamos impressões com todo o tipo de
indivíduo e como estamos num planeta atrasado em evolução espiritual, a predominância do mal
e de energias negativas são abundantes. Todo este egrégora formado por pensamentos, ações,
vão criando larvas astrais, miasmas e todo a sorte de vírus espirituais que vão se aderindo ao
aura das pessoas. Por mais que nos vigiemos, ora ou outra caímos com o nosso nível vibratório e
imediatamente estamos entrando neste egrégora. Se não nos cuidarmos, vamos adquirindo
doenças, distúrbios e podemos até sermos obsediados.
Há dois tipos de banhos de descarrego :

a1) Banho de Sal Grosso;


a2) Banho de Descarrego com Ervas.

a1) Banho de Sal Grosso:


Este é o banho mais comumente utilizado, devido à sua simplicidade e eficiência. O elemento
principal que é o sal grosso, é excelente condutor elétrico e “absorve” muito bem os átomos
eletricamente carregados de carga negativa, que chamamos de íons. Como, em tudo há a sua
contraparte etérica, a função do sal é também tirar energias negativas aderidas no aura de
uma pessoa. Então este banho é eficiente neste aspecto, já que a água em união como o sal,
“lava” todo o aura, desmagnetizando-o negativamente.
O preparo deste banho é bem simples, basta, após um banho normal, banhar-se de uma mistura
de um punhado de sal grosso, em água morna ou fria. Este banho é feito do pescoço para baixo,
não lavando os dois chacras superiores (coronal e frontal).
O porquê de não poder lavar os chacras superiores, está ligado ao fato de serem estes chacras
ligados à coroa da pessoa, tendo que ser muito bem cuidada, já que é o elo de ligação, através
da mediunidade, entre a pessoa e o plano astral superior.
Após o banho, manter-se molhado por alguns minutos (uns 3 minutos) e enxugar-se sem
esfregar a toalha sobre o corpo, apenas secando o excesso de umidade. O melhor é não se
enxugar, mas vai de cada um.
Algumas pessoas, neste banho, pisam sobre carvão vegetal ou mineral, já que eles absorverão a
carga negativa.
Este banho é apenas o banho introdutório para outros banhos ritualísticos, isto é, depois do
banho de descarrego, faz-se necessário tomar um outro banho ritualístico, já que além das
energias negativas, também descarregou-se as energias positivas, ficando a pessoa
desenergizada, que só é conseguido com outro tipo de banho.
Este banho, não deve ser realizado de maneira intensiva (do tipo todos os dias ou uma vez por
semana), pois ele realmente tira a energia do aura, deixando-o muito vulnerável.
Existem pessoas que usam a água do mar, no lugar da água e sal grosso.

a2) Banho de Descarrego com Ervas:


Este banho é mais complexo e menos conhecido do que o de sal grosso. A função deste banho é
a mesma que a do sal grosso, só que tem efeito mais duradouro e conseqüências maiores.
Quando uma pessoa está ligada à uma obsessão e larvas astrais estão ligadas a ela, faz-se
necessário um tratamento mais eficaz. Determinadas ervas, são naturalmente descarregadoras
e sacodem energeticamente o aura de uma pessoa, eliminando grande parte das larvas astrais e
miasmas. Algumas ervas que são muito boas para este banho : arruda, guiné, espada de São
Jorge, aroeira, folhas de fumo, etc.

b) Banho de Defesa:
Este banho serve de manutenção energética dos chacras, impedindo que eles se impregnem de
energias nocivas em determinados rituais. Por exemplo, quando vamos realizar alguma oferenda
numa cachoeira, é importante que nos “fechemos” para determinadas vibrações que podem
estar abundantes num sítio energético, já que além de nós, todo o tipo de pessoa vai até estes
lugares para pedidos escusos, com entregas “pesadas”.
Usamos, também, quando vamos conhecer um outro terreiro e não sabemos se ele é ou não
idôneo, pois, infelizmente, ainda existem aqueles que usam o nome da Umbanda para
comercializar a fé alheia.
Quando vamos num sítio energético para determinados rituais com ou sem incorporação, enfim,
“fechamos” os nossos chacras.

Até mesmo para nos prevenirmos para os trabalhos com os Exús Guardiões, já que todo o tipo
de problemas e situações estarão presentes na assistência.
As ervas para estes banhos, podem ser aquelas relacionadas ao próprio Orixá regente da
pessoa, ou aquelas que uma entidade receitar.

c) Banho de Energização:
Após tomarmos um banho de descarrego, é importante que restabelecemos o equilíbrio
energético, através de um banho de energização. Este banho reativa os centros energéticos e
refaz o teor positivo do aura. É um banho que devemos usar quando vamos trabalhar
normalmente em giras de direita, ou mesmo, após uma gira em que o ambiente ficou carregado.
Também, podemos usá-lo regularmente, independente se somos ou não médiuns.
Um bom e simples banho : pétalas de rosas brancas ou amarelas, alfazema e alecrim.

d) Banho de Fixação:
Este banho é usado para trabalhos ritualísticos e fechados ao público, onde se prestará a
trabalhos de magia, iniciação ou consagração. Este banho é realizado apenas por quem é
médium e irá realizar um trabalho aprofundado, onde tomará contato mais direto com as
entidades elevadas. Este banho “abre” todos os chacras e a percepção mediúnica fica
aguçadíssima.
As ervas utilizadas para este tipo de banho estão diretamente relacionadas ao Orixá regente
do médium e à entidade atuante. São assim receitados apenas por um verdadeiro chefe de
terreiro ou médium-magista ou pela própria entidade.

- PREPARAÇÃO DOS BANHOS:


Em todos os banhos, onde se usam as ervas, devemos nos preocupar com alguns detalhes :

· A colheita deve ser feita em fases lunares positivas, devido a abundância de Prana;
· Ao adentrar numa mata para colher ervas ou mesmo num jardim, saudamos sempre Oxóssi e
Ossaim que é responsável pelas folhas (no Candomblé é um Orixá, mas considero-o como um ser
encantado, com responsabilidades e atuações limitadas);
· Antes de colhermos as ervas, toquemos levemente a terra, para que descarreguemos nossas
mãos de qualquer carga negativa, que é levada para o solo;
· Não utilizar ferramentas metálicas para colher, dê preferência em usar as próprias mãos, já
que o metal faz com que diminua o poder energético das ervas;
· Normalmente usamos folhas, flores, frutos, pequenos caules, cascas, sementes e raízes para
os banhos, embora dificilmente usamos as raízes de uma planta, pois estaríamos matando-a;
· Colocar as ervas colhidas em sacos plásticos, já que são elementos isolantes, pois até
chegarmos em casa, estaremos passando por vários ambientes;
· Lavar as ervas em água limpa e corrente;
· Os banhos ritualísticos, devem ser feitos com ervas frescas, isto é, não se demorar muito
para usá-las, pois o Prana contido nelas, vai se dispersando e perde-se o efeito do banho;
· A quantidade de ervas, que irão compor o banho , são 1 ou 3 ou 5 ou 7 ervas diferentes e afins
com o tipo de banho. Por exemplo, num banho de defesa, usamos três tipos de ervas (guiné,
arruda e alecrim);
· Não usar aqueles banhos preparados e vendidos em casas de artigos religiosos, já que
normalmente as ervas já estão secas, não se sabe a procedência nem a qualidade das ervas,
nem se sabe em que lua foi colhida, além de não ter serventia alguma, é apenas sugestivo o
efeito.
· Alguns banhos, são feitos com água fria e as plantas são masceradas com as próprias mãos e
só depois, se for o caso, adicionar um pouco de água quente, para suportar a temperatura da
água.
· Banhos feitos com água quente, devem ser feitos por meio da abafação e não fervimento da
água e ervas, isto é, esquenta-se a água, até quase ferver, apague o fogo, deposite as ervas e
abafe com uma tampa, mantenha esta imersão por uns 10 minutos antes de usar. Alguns dizem
que a água quente não é eficiente para um banho, mas esquecem que o elemento Fogo, também
faz parte dos rituais de Umbanda. A água aquecida “agita” a mistura, liberando o Prana das
ervas.
· Acender uma vela para o anjo de guarda e manter-se em oração e concentração, já que se
está realizando um ritual.
· Os banhos não devem ser feitos nas horas abertas do dia (06 horas, 12 horas ou meio-dia, 18
horas e 24 horas ou meia-noite), pois as horas abertas são horas “livres” onde todo o tipo de
energia “corre”. Só realizamos banhos nestas horas, normalmente os descarregos com ervas,
quando uma entidades prescrever (normalmente um Exú).
· Não se enxugar, esfregando a toalha no corpo, apenas, retire o excesso de umidade, já que o
esfregar cria cargas elétricas (estática) que podem anular parte ou todo o banho.
· Embora todo o corpo será banhado, a parte da frente do corpo é que devemos dar maior
atenção, já que estão as “portas” dos chacras, além da parte frontal possuir uma maior
polaridade positiva, que tem propriedades elétricas de atrair as energias negativas e que são
eliminadas com o banho, recebendo carga positiva e aceleradora.

· Após o banho, é importante saber desfazer-se dos restos das ervas. Aquilo que ficou sobre o
nosso corpo, nós retiramos e juntamos com o que ficou no chão. Colocamos tudo num saco
plástico e despachamos aquilo que é biodegradável, em água corrente.

- OUTROS BANHOS:

Além destes banhos preparados, podemos contar com outros tipos de banhos, que podem ter
algum efeito, dependendo da maneira que os encaremos :

Banhos Naturais:

São banhos que realizamos em sítios energéticos, onde as energias estão em abundância. Neste
caso, não precisamos em nos preocupar em não molhar os chacras superiores (coronal e
frontal), localizados na cabeça, é uma ótima chance de naturalmente tratar da “coroa”, claro
que se efetuarmos em locais livres da poluição.

Dentre eles podemos destacar :

Banhos de Mar:
Ótimos para descarrego e para energização, principalmente sob a vibração de Yemanjá.
Podemos ir molhando os chacras à medida que vamos adentrando no mar, pedindo licença para o
povo do mar e para Mamãe Yemanjá. No final, podemos dar um bom mergulho de cabeça,
imaginando que estamos deixando todas as impurezas espirituais e recarregando os corpos de
sutis energias. Ideal se realizado em mar com ondas e sob o sol.

Banhos de Cachoeira:
Com a mesma função do banho de mar, só que executado em águas doces. A queda d’água
provoca um excelente “choque” em nosso corpo, restituindo as energias, ao mesmo tempo que
limpamos toda a nossa alma. Saudemos, pois Mamãe Oxum e todo povo d’água. Ideal se tomado
em cachoeiras localizadas próximas de matas e sob o sol.

Banhos de rios e lagoas:


Tem também grandes propriedades, desde que não estejam poluídos. Saudemos Nanã Buruquê.

Banhos artificiais:
São ótimos também para levantar o bom ânimo de qualquer ser, desde que sejam encarados de
maneira respeitosa. Podem servir como descarregos, relaxantes, estimulantes, etc., embora
não podemos considerá-los ritualísticos.

Alguns deles :
Banhos de chuveiros ou duchas:
São excelentes, restituem a leveza e tranqüilizam. Se forem frios, estimulam, se quentes,
relaxam. Pode-se usar, sabonetes naturais com ervas.
Banhos de banheira:
São excelentes para o relaxamento e descarga energética. Se usarmos os sais de banho são
ótimos relaxantes. Hidromassagens são tranqüilizantes e fornecem renovação para todo o
corpo. Claro que este banho não devemos efetuar em locais onde o sexo corre “solto”, como
motéis. O ideal é fazê-los no próprio lar.
Banhos Turcos ou de mangueira:
São banhos realizados com um jato potente de água, normalmente frio. São estimulantes e
trazem bom ânimo. A própria mangueira do quintal é ótima para este tipo de banho, que torna
até uma sadia brincadeira, envolvendo adultos e crianças.
Banhos de piscinas:
Também são ótimos banhos para relaxamento e reparo do ânimo de qualquer um. Se a água
estiver quente, relaxa, se estiver fria, estimula.

Apesar do que tudo que aqui foi escrito, vale lembrar que o assunto pode ser aprofundado em
vários aspectos. Não me preocupei em receitar banhos com determinadas ervas, pois, isto deve
ser feito por pais e mães no santo e entidades, já que eles têm vasta experiência em cada tipo
de banho e sabem recomendar as melhores ervas, o melhor método. A intenção foi apenas
demonstrar a importância que os banhos tem sobre todos nós, principalmente para aqueles que
são Umbandistas e praticam estes rituais. Além de criar nas mentes daqueles que sejam
adeptos da Umbanda, a consciência de que não cultuamos uma religião fetichista, mas uma
religião que sabe integrar o espírito com a própria natureza e indiretamente com Deus, com os
Orixás e todo o plano astral, porque é isto que eles querem de nós, que sejamos libertos das
amarras da matéria e nos voltemos a Eles de maneira mais natural possível.
Qualquer crítica ou sugestão será muito bem-vinda, já que não tenho a pretensão de saber
tudo, apenas me esforço para distribuir o pouco conhecimento que detenho

Texto JUS

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