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MEDIUNIDADE

NA UMBANDA
EBOOK SEMANA 4
DICAS PARA A LEITURA
DESSE EBOOK SUMÁRIO
CAPÍTULO 1
Este eBook é um PDF interativo. Isso quer dizer que Chakras na Umbanda............................................................3
aqui, além do texto, você também vai encontrar links e CAPÍTULO 2
um sumário clicável. Árvore sem raiz não gera frutos...............................................6

CAPÍTULO 3
Do que a Umbanda precisa?...................................................8
Na parte inferior de cada página, temos um botão
CAPÍTULO 4
que leva você, automaticamente, de volta ao Sumário. Glândula Pineal..................................................................10
Assim como no Sumário você pode clicar em cada CAPÍTULO 5
Uma Cosmogênese Umbandista.............................................12
capítulo e ir diretamente para a parte do eBook que
CAPÍTULO 6
quer ler. Os Tronos de Deus..............................................................15

CAPÍTULO 7
Sempre que o texto estiver assim, quer dizer que ele é O Mistérios das Energias Básicas...........................................17

um link. Você pode clicar sempre que quiser! CAPÍTULO 8


Os Três Estados da Criação..................................................19
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las correspondentes. Vibrando em sintonia uns com os outros, sob o poder direciona-
dor da mente, estabelecem, para o nosso uso, um campo eletromagnético, no qual

CHAKRAS o pensamento move energias em circuito fechado. É fundamental estudar e conhecer


os chakras, diretamente ligados a nossas emoções, as energias que absorvemos e

NA UMBANDA nosso padrão mental. Temos sete corpos etéricos, que lembram as camadas de uma
cebola (no entanto, um não acaba onde o outro termina) cada um destes corpos
POR ALEXANDRE CUMINO ou camadas tem maior afinidade com um dos sete chakras principais, que os dá
sustentação.
Conhecidos e estudados há milênios, receberam este nome
por seu formato circular (chakra do sânscrito quer dizer roda).
Nossa posição mental determina o “peso” (densidade) do “corpo espiritual”, simples
É por meio dos chakras que nosso corpo energético absorve
questão vibratória. Cada um respira em certo tipo de onda/vibração. Tal seja a
e irradia prana (energia, princípio vital, axé, ki), que é desa-
viciação do pensamento em um sentido da vida, tal será a desarmonia no chakra
gregado e partido em micropartículas energéticas, que nada
correspondente, comprometendo a vibração pessoal e as trocas de energia que,
mais são que os fatores formadores da Energia Divina. Este
quando em equilíbrio, acontecem naturalmente.
processo funciona de forma análoga ao aparelho digestivo,
no qual a energia “bruta” é absorvida pelos chakras que
• Coronário: Logo acima de nosso “Ori” (posição vertical, se projeta para cima),
em primeira instância já funcionam como filtros, cada um
como que uma coroa junto da glândula pineal, regido pelo SENTIDO DA FÉ, é
absorve o que lhe é peculiar, desde que esteja funcionando
congregador, recebe em primeiro lugar os estímulos do espírito, comandando os
normalmente, em harmonia.
demais e vibrando com eles em regime de justa interdependência. É onde se assenta
a ligação com a mente, sede da consciência. A este chakra é que se chama “Coroa
Nosso corpo de matéria rarefeita (corpo espiritual, psicosso-
do médium”.
ma, duplo etérico ou perispírito) é regido por sete chakras,
• Frontal: contíguo ao coronário, fica entre as sobrancelhas (posição horizontal, se
localizados nas ramificações dos plexos nervosos e glându-
projeta para frente e para trás), glândula pituitária, regido pelo SENTIDO DO CO-

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NHECIMENTO, é expansor, ordena as diferentes tador, regula a distribuição e a circulação adequa- 5° chakra esplênico - relacionado à linha da evo-
percepções, como visão, audição, o tato e a vasta da dos recursos vitais. lução (telúrica) Obaluayê e Nanã Buroquê 6o
rede de processos da inteligência que dizem res- • Básico: se localiza logo abaixo do santuário do chakra umbilical - relacionado à linha do equilíbrio
peito à palavra, à cultura, à arte e ao saber. Aí sexo (posição vertical, se projeta para baixo), regi- (ígnea) Xangô e Egunitá
reside o comando de nossos poderes psíquicos. do pelo SENTIDO DE CRIAÇÃO, é gerador, tem- 7o chakra básico - relacionado à linha da gera-
• Laríngeo: na altura da garganta (posição hori- plo moderador de formas, estímulos e muito ligado ção (aquática) Iemanjá e Omulu
zontal, se projeta para frente e para trás), glândula às sensações físicas.
tireoide, regido pelo SENTIDO DA LEI, é ordena- Estes são os sete chakras maiores e sua vibração
dor, ligado ao poder da palavra e vontade divi- Assim vemos que cada um desses chakras tem uma natural, em cada encarnação eles assumem pa-
na, tem muito a ver com a colocação do ser na afinidade maior com uma das sete vibrações origi- drões diferentes de energia, pois encarnamos para
sociedade. nais e uma das sete linhas de umbanda; nenhum aprender e vivenciar novas experiências.
• Cardíaco: altura do coração (posição horizon- pertence exclusivamente a um só ORIXÁ, no entan-
tal, se projeta para frente e para trás), regido pelo to, é possível identificar a qual vibração cada um Assim em cada encarnação surge toda uma com-
SENTIDO DO AMOR, é agregador, ligado aos pertence: binação de Orixás em relação aos chakras, de
sentimentos e sistema circulatório. 1o chakra coronário - relacionado à linha da maneira que esta combinação crie uma situação
• Umbilical: um pouco abaixo do umbigo (posi- Fé (cristalina) Oxalá e Logunan (Oyá-Tempo) 2o propícia a ajudar na evolução do ser. Assim ve-
ção horizontal, se projeta para frente e para trás), chakra frontal - relacionado à linha do Conheci- mos os chakras que já têm um padrão vibratório
regido pelo SENTIDO DA JUSTIÇA, é equilibrador mento (vegetal) Oxóssi e Obá próprio, como mostrado acima, sobrepostos pela
e trabalha com a reflexão no ser. 3o chakra laríngeo - relacionado à linha ordena- energia do Orixá que se faz presente em cada um
• Esplênico: altura do baço, nas gônadas (posi- dora (eólica) Ogum e Iansã deles, onde: o primeiro e último chakras se abrem
ção horizontal, se projeta para frente e para trás), 4° chakra cardíaco - relacionado à linha do Amor em posição vertical, os outros cinco são horizon-
regido pelo SENTIDO DE EVOLUÇÃO, é transmu- (mineral) Oxum e Oxumaré tais e bipolares, se abrem para frente e para trás.

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“E nenhum desses chakras pertence exclusivamente a um só Orixá, mas sim uma configuração propícia para a encarnação, lembrando uma “carta as-
dependendo do Orixá que fatorou e rege a ancestralidade da pessoa, aí tral” onde os planetas mostram os caminhos e dons adquiridos, e os campos
esse é o regente do Ori, da cabeça do médium e do chakra coronal. E a serem trabalhados.
nesse mesmo chakra os outros Orixás estarão presentes como qualidades Tomemos um exemplo: Uma pessoa que tem Oxóssi regendo o chakra co-
secundárias, pois a principal sempre será a do Orixá que o fatorou.” ronal traz uma natureza regida pelo raciocínio, pela irradiação do conheci-
mento que é expansora; tendo Oxalá como regente do chakra frontal, sua
Assim temos como Orixá principal no chakra coronal, a flor de lótus, nosso natureza será qualificada pelo fator da fé... Logo, teremos Oxóssi regendo
Orixá ancestral (junto do recessivo, forma o casal de Orixás Ancestrais, que e Oxalá direcionando um indivíduo que ligado verticalmente à irradiação
são os únicos que não mudam sua posição de encarnação para encarna- do conhecimento será atraído pelas coisas religiosas pela corrente horizon-
ção), como Orixá principal na abertura de frente do frontal temos nosso tal cristalina da fé... Teremos à nossa frente alguém com natureza íntima
Orixá de frente, como principal, na abertura de trás do frontal fica nosso especulativa nos assuntos da fé, será um teólogo, um místico, um sacerdote
Orixá de juntó (adjunto ou ajuntó). ou profundo religioso... Os outros Orixás complementarão o perfil de nos-
so modelo... O que nos lembra mais uma vez a astrologia, pois se nosso
Em volta da irradiação do orixá principal temos outras seis, que no Ori dá irmão não for contra sua natureza será alguém realizado, emocionalmente
formação ao que vemos como a “coroa do médium”... a força que o rege falando...
na cabeça... O Orixá Ancestral traz a natureza mais íntima do médium,
o Orixá de frente direciona o campo de conhecimentos os quais devemos Este texto é uma adaptação do que nos é mostrado nas páginas 45 a
absorver na encarnação (amor, fé, justiça, ordem...) e que estarão mais em 48 do livro “Orixás Ancestrais”, Psicografado por Rubens Saraceni, Editora
evidência no comportamento e arquétipo do filho (é o Orixá que se mostra Madras.
em primeiro lugar como “pai de cabeça” do médium), o Orixá de juntó
aparece como equilibrador do emocional e com todos os outros forma toda Um abraço a todos, Alexandre Cumino.

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diunicamente e espiritualmente num determinado terreiro passaria ali por todas as


etapas do seu desenvolvimento mediúnico, iniciações espirituais e magísticas, sem


ARVORE ‘
SEM RAIZ
contar a necessidade de ter que conviver rotineiramente com as atividades do ter-
reiro para poder, através da prática aliada aos estudos internos, ir amadurecendo
e evoluindo como instrumento de Lei.

˜ GERA FRUTOS
NAO Minimamente são necessários sete anos de exercício mediúnico e religioso para
o indivíduo ser considerado ou mesmo “coroado” com alguma responsabilidade
Ditado pelo espírito Sr. Caboclo Tupinambá maior dentro da corrente mediúnica, e com apenas 14 anos de prática intensa na
POR RODRIGO QUEIROZ
mediunidade ou na dirigência de uma corrente mediúnica o indivíduo poderá ser
consagrado um Sacerdote da Lei de Umbanda, e assim sucessivamente.
Corriqueiramente ocorre algo estranho dentro da Umbanda
em seus milhares de templos, terreiros e tendas. É a disso- Tudo isso normalmente ocorria dentro de um mesmo terreiro e pelas mãos do seu
ciação angustiante e incompreensível de filhos espirituais, Sacerdote Iniciador, salvo quando a mudança de terreiro ocorria por motivo de
afastam-se de seus sacerdotes e templos de origem para fatalidades, como o fechamento de um terreiro, falecimento do dirigente, enfim.
aventurarem-se numa rotina de “macaco” pulando de “galho Sobretudo preservava-se o sentimento de família astral.
em galho” (terreiro em terreiro) para mais tarde tentar o seu
próprio terreiro e, infelizmente, na maioria das vezes gerar Obviamente os tempos mudaram, tudo evolui rapidamente e as mentes retrógradas
só transtorno na sua vida e na vida daqueles que incauta- e paralisadoras que não querem participar da evolução serão naturalmente esque-
mente se envolvem com o indivíduo que foi cegado muitas cidas e deixadas para trás, no entanto, alerto sobre o comportamento imediatista e
vezes pela vaidade, orgulho ou sentimentos mal resolvidos, orgulhoso em muitos dos casos.
agindo por impulsos ou mesmo numa tentativa de provar a si
mesmo que a “razão” sempre esteve a seu lado. Hoje um desentendimento qualquer entre filho e pai no santo é motivo de dissocia-
ção. Um desacordo nos costumes ou crenças acaba com a lealdade e a fidelidade
Organizando este discurso, quero dizer que o processo ini- do filho com o terreiro, muitos poderiam ser os exemplos. O que não ocorre é uma
ciático dentro da Umbanda é algo rígido e longo. Porém, postura madura com a intenção real de acertar os desentendimentos.
parece que solidez e persistência têm sido presentes em par-
cos filhos de Umbanda num mundo tecnológico em que tem Acontece que em todos eles imperam a insensatez em uma das partes, a falta de
se criado a cultura das facilidades imediatas. transparência ofuscada pelo orgulho, pela vaidade ou mesmo pelo negativo instinto
Até um tempo atrás, um filho de Umbanda que nascia me- de desagregar.

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Não digo que os processos precisam ser como na antiguidade dos benefícios espirituais, são os frutos que só aparecem em
medieval, quando o discípulo era simplesmente submisso ao árvores que têm raiz, e não a esquecem como não deixam de
mestre. Aliás, nas verdadeiras relações entre mestre e discípulo cuidar jamais.
sempre reinou a fraternidade, respeito, lealdade e troca de
conhecimentos. Só poderá produzir bons frutos aqueles médiuns e filhos de
Umbanda que não esquecem e honram sua origem, que não
Mesmo quando por algum motivo o discípulo era forçado a tentam vender a ideia de que nasceram prontos ou que não
distanciar do seu mestre, não se perdia por isso a raiz, o papel tiveram origem nas mãos de guias espirituais e de um sacer-
real entre um e outro. dote.

O terreiro de Umbanda é como uma árvore, nasce primei- É natural ocorrerem conflitos nas relações, ou mesmo a disso-
ro semeado e cultivado pela espiritualidade regente de um ciação, porém a negação e depreciação da origem resultam
médium que já está pronto espiritualmente e consciencialmen- no corte da raiz espiritual e, portanto, no ressecamento de uma
te para agregar pessoas e dirigir a espiritualidade daqueles árvore que jamais produzirá frutos.
que se aproximarem dele. Vai desenvolvendo sua raiz que
tem um ponto de origem, o terreiro anterior, o sacerdote do A Umbanda é uma religião de liberdade, que capacita os
novo sacerdote, que o consagrou e o reconheceu como um indivíduos a usar sua potências espirituais e materiais em be-
multiplicador da Umbanda. Esta árvore vai sendo cercada por nefício do todo. De modo que todos têm algo a oferecer. Isso
ervas daninhas e parasitas naturais, se bem preparado, o sa- não significa confundir liberdade com libertinagem mediúnica.
cerdote eliminará tudo com tranquilidade para que esta árvore
prospere e cresça saudavelmente. Vai crescendo conforme as Respeito, sensatez, honra, lealdade e transparência são valo-
pessoas vão cultivando e fortalecendo este terreiro, os galhos res intrínsecos à Umbanda. Luz e força a todos que são filhos
vão aparecendo e depois de muito trabalho e tempo, quando diletos da Umbanda.
outros médiuns estão amadurecidos e alimentados pela força
da árvore (terreiro e sacerdote), então começa a multiplicação Caboclo Tupinambá Dezembro 2009.

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digo que a Umbanda precisa de Filhos!”


Silêncio repentino no ambiente.

DO QUE A UMBANDA Naturalmente os filhos ficaram surpresos e ansiosos para a conclusão desta afirma-
ção.

PRECISA? Pai João pitou, pensou, pitou, sorriu e continuou:


“É isso, a Umbanda precisa sobretudo de FILHOS.

POR RODRIGO QUEIROZ


Porque um filho jamais nega sua mãe, sua origem, sua natureza. Quando alguém
questiona vocês sobre o nome de sua mãe, vocês procuram dar um outro nome a
Dia destes, ao final de uma gira de desenvolvimento me- ela que não seja o verdadeiro? Um filho nem pensa nisso, simplesmente revela a
diúnico, manifestou-se Pai João de Angola, o Preto Velho verdade. Assim é um verdadeiro Filho de Umbanda, não nega sua religião, nem
regente da casa. conseguiria, pois seria o mesmo que negar a origem de sua vida, seria o mesmo
que negar o nome de sua mãe.
Como de costume, acendeu seu cachimbo, cumprimentou
os presentes e chamou todos para bem perto dele, e após Um filho de Umbanda, dentro do terreiro limpa o chão com devoção e não como
se acomodarem ele pediu que todos respondessem uma per- uma chata necessidade de faxinar.
gunta simples: Um filho de Umbanda dá o melhor de si para e pelo terreiro, pois sente que ali, no
“– Do que a Umbanda precisa?” terreiro, ele está na casa de sua mãe.
E assim um a um foram respondendo: “- Mais união...” Um filho de Umbanda ama e respeita seus irmãos de fé, pois são filhos da mesma
“– Mais estudo...” mãe e sabem que por honra e respeito a ela é que precisam se amar, se respeitar
“– Mais divulgação...” e se fortalecer.
“– Mais respeito...” Um filho de Umbanda sente naturalmente que o terreiro é a casa de sua mãe, onde
“– Mais reconhecimento...” ele encontra sua família e por isso quando não está no terreiro sente-se ansioso para
Mais, mais e mais... retornar, e sempre que lá está é um momento de alegria e prazer.
Um filho de Umbanda não precisa aprender o que é gratidão. Porque sua entrega
Após todos manifestarem suas opiniões, Pai João sorriu e verdadeira no convívio com sua mãe, a Umbanda, já lhe ensina por observação o
disparou: que é humildade, cidadania, família, caridade e todas as virtudes básicas que um
“– Muito se diz do que a Umbanda precisa, não é? E eu filho educado carrega consigo.

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Um filho de Umbanda não espera ser escalado ou designado por uma ordem superior para fazer e co-
laborar com o terreiro, ele por si só observa as necessidades e se voluntaria, pois lhe é muito satisfatório
agradar sua mãe, a Umbanda.

Um filho de Umbanda sabe o que é ser Filho e sabe o que é ter uma Mãe.

Quando a Umbanda agregar em seu interior mais Filhos que qualquer outra coisa, estas necessidades
que vocês tanto apontam como união, respeito, educação, ética, enfim, não existirão, pois isto só existe
naqueles que não são Filhos de fato.
Tenham uma boa noite, meus filhos!”
Pai João pitou mais uma vez e desincorporou.

Diante dele, seus filhos, com olhos marejados, rosto rubro, agradeciam a lição. Saravá a Umbanda, salve
a sabedoria, salve os Pretos Velhos.

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migrações das andorinhas ou das tartarugas, por exemplo. E há ainda funções mui-
to intrigantes relacionadas a esse ponto no centro do cérebro. “A pineal é capaz

ˆ
GLANDULA
de captar campos eletromagnéticos não apenas desta dimensão, onde vivemos,
que é a terceira, mas também de outras dimensões do Universo, acessando campos
espirituais e sutis”, conta Sérgio Felipe de Oliveira, psiquiatra, mestre em ciências

PINEAL
pela Universidade de São Paulo e diretor-clínico do Instituto Pineal-Mind, de São
Paulo. Segundo a Teoria das Supercordas, da física quântica, existem ao menos 11
dimensões diferentes no Universo e é possível a comunicação entre elas. Em outras
AUTOR DESCONHECIDO – PUBLICADO NO JUS DE AGOSTO DE 2003 palavras: a pineal é capaz de detectar dimensões invisíveis aos olhos comuns, e
esse pequeno radar está relacionado a fenômenos como clarividência (vidência de
Tão pequena quanto uma ervilha e na forma de pinha – daí acontecimentos ainda não ocorridos), telepatia (comunicação por meio do pensa-
o seu nome –, a glândula pineal é considerada como um mento) e capacidade de entrar em contato com outras dimensões (mediunidade).
terceiro olho, pois tem a mesma estrutura básica de nossos
órgãos visuais. Acreditava-se, até há pouco, que era um ór- FEITO DE CRISTAL
gão atrofiado, um olho não desenvolvido, de funções inde-
Após analisar a composição da glândula pineal, o cientista Sérgio Felipe de Oli-
finidas. Mesmo assim, despertou o interesse dos cientistas,
veira detectou na sua estrutura cristais de apatita, mineral também encontrado na
que descobriram funções relacionadas à física e aos fenô-
menos paranormais. natureza sob a forma de pedras laminadas. Segundo suas pesquisas, esse cristal
capta campos eletromagnéticos. “E o plano espiritual age por meio desses campos.
ANTENA PARABÓLICA A interferência divina sempre acontece obedecendo as leis da própria natureza”,
Constataram que, como uma antena, a pineal, também cha- esclarece Sérgio Felipe, que é diretor-presidente da Associação Médico-Espírita
mada de epífise, é capaz de captar radiações eletromagné- de São Paulo (Amesp). “Os médiuns, pessoas capazes de entrar em contato com
ticas da lua – que regula ciclos menstruais, por exemplo –, as outras dimensões espirituais, apresentam maior quantidade de cristais de apatita
radiações eletromagnéticas vindas do sol e ainda despertar na pineal. Os iogues e místicos, que experimentam estados de meditação e êxtase
a produção de certas substâncias neurotransmissoras, que profundos, têm menor quantidade”, atesta Sérgio Felipe. E ninguém pode aumentar
estimulam a atividade física e mental. Também é a glândula ou diminuir essa concentração de cristais, garante o psiquiatra – ela é uma carac-
pineal que ativa a produção de hormônios sexuais no início terística biológica, assim como a cor dos olhos e cabelos. Sérgio explica que a
da puberdade, iniciando-se assim o ciclo da reprodução hu- glândula é um receptor poderoso, mas quem decodifica as informações recebidas
mana. Nos animais (sim, ela também está presente neles), são outras áreas do cérebro, como o córtex frontal cerebral. “Sem essa interação,
capta os campos eletromagnéticos da Terra, orientando as as informações recebidas não são compreendidas. É por isso que os animais não

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podem decodificá-las: as outras partes do cérebro deles não têm esse atri- chakra do terceiro olho, que fica na testa, um pouco acima da linha das
buto”, conclui. sobrancelhas, e o chakra coronário, no topo da cabeça. Esses dois cen-
tros, que captam e transmitem energia vital, dizem os indianos, revelam
ONDE MORA A ALMA
informações espirituais que influem em nossas ações e escolhas. “O chakra
No Ocidente, a importante função dessa glândula foi descrita no livro “A
do terceiro olho é responsável pela clarividência e pela criatividade. O
Terceira Visão” (ed. Nova Era), escrito por um inglês que adotou o pseudô-
nimo de Lobsang Rampa. O filósofo e matemático francês René Descartes centro coronário nos reabastece de energia cósmica e nos dá força espiri-

(1596-1650) também se curvou ao fascínio da pineal. Na sua famosa tual”, explica a professora de ioga Alda Biggi, do Centro Vishnu de Hatha
“Carte a Mersenne”, escrita em 1640, ele afirmava que existe no cérebro Yoga, em São Paulo. As cores relacionadas ao chakra que fica no alto da
uma glândula que é o local onde a alma se fixa mais intensamente. As re- cabeça são o branco, o violeta e o dourado. “Está ligado ao canal central
ligiões também consideram o terceiro olho como um centro de percepção de energia que passa pela coluna vertebral”, diz a professora. Ele rege a
espiritual.
glândula pineal, que, para os hindus, é o principal órgão do corpo. “É a
representação do céu dentro do homem e está associada às qualidades
Para os espíritas – A doutora Marlene Nobre, médica e diretora do jor-
mais puras e elevadas que temos dentro de nós”, conta Alda. Já o chakra
nal Folha Espírita, conta que as funções espirituais e psíquico-espirituais da
do terceiro olho está ligado à tonalidade azul-índigo e à glândula pituitária,
pequena glândula eram consideradas pelo fundador do espiritismo, Allan
que também fica no cérebro. “Ele influencia todas as formas de expressão,
Kardec (1804-1869), no século 19, e foram descritas no livro “Missionários
capacidade artística e intelectual”, complementa.
da Luz” (ed. FEB), psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier
(1910-2002) e publicado pela primeira vez em 1958. “Segundo o livro,
a melatonina, o hormônio segregado pela pineal, gera os impulsos para Para os cristãos – “Ela representa o Filho de Deus em nós, nossa consciên-

as experiências que promovem seu desenvolvimento espiritual”, finaliza a cia espiritual e amorosa, alimentada pela vontade divina que nos chega

médica. dos céus e o amor que vem do nosso coração”, diz Amarilis de Oliveira,
doutora em psicologia e diretora do Instituto Cisne de Pesquisas, em São
Para os hindus – Na antiga tradição da Índia, dois chakras, ou centros Paulo, dedicado a estudos na área da inteligência espiritual. “Ela é a única
de energia, são responsáveis pelo desenvolvimento da espiritualidade: o glândula do corpo diretamente ligada à Consciência Superior.”

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servarem o conhecimento, muito se perdeu sobre os Orixás e só uns poucos deles


tornaram-se bem conhecidos e tiveram seus Cultos tradicionais preservados desde

ˆ
UMA COSMOGENESE
1780 até 1908, quando foi fundada a Umbanda por Pai Zélio de Moraes.
Assim, muitas das coisas que se sabia sobre eles dentro dos seus cultos tradicionais
na Nigéria não chegaram até nós ou haviam sido adaptadas conforme foi possível.

UMBANDISTA
Daí, para os primeiros umbandistas, não havia muito sobre os Orixás à disposição,
e se um Caboclo identificava-se como de Ogum, de Xangô etc. os seus médiuns fi-
cavam sem muitas informações seguras sobre esses Orixás, e quase todos recorriam
POR RUBENS SARACENI aos santos católicos sincretizados com eles como forma de conhecê-los.

A Umbanda é uma renovação do tradicional culto às divin- E os santos católicos tiveram suas historias popularizada pelos umbandistas, que as
dades africanas, englobados na classificação “cultos das passavam de mão em mão para poderem ensinar os novos médiuns, sendo que os
nações”, assim denominado porque cada povo possuía sua santos sincretizados com os Orixás tornaram-se muito populares e muito cultuados
religião própria, com seus ritos específicos, mas que man- no Brasil devido à compra de suas imagens para os altares umbandistas.
tinham uma analogia muito grande, tanto na preparação
sacerdotal quanto organizacional, de seus panteões divinos. Esse conhecimento bem “terra” sobre os Orixás predominou no 1º século de exis-
Com o passar dos anos o Panteão Nagô dos povos nige-
tência da Umbanda, graças ao sincretismo e ao que se sabia sobre os santos
rianos ou de língua Yorubá acabou se destacando no Brasil
católicos.
e se impondo sobre os demais, pois os Orixás populariza-
ram-se com a vinda de muitos escravos nigerianos, trazidos
Ao estudioso da Umbanda, basta consultar os livros de muitos autores umbandistas
principalmente para a Bahia a partir do final do século XVIII
para confirmarem o que até aqui afirmamos.
e início do século XIX.

Sua classe sacerdotal era mais organizada e destacou-se Não havia um conhecimento profundo sobre os Orixás, e o que se sabia ou se
muito rapidamente e mais ainda no decorrer dos séculos escrevia sobre eles não saía desse nível “terra” do conhecimento.
XIX e XX, espalhando o Culto aos Orixás para todo o Brasil,
adaptando-os conforme foi possível e procurando conservar Antes de terem se espalhado pelo mundo todo, os Orixás só haviam sido cultuados
o máximo possível do conhecimento sobre eles. pelos povos Nagôs ou Nigerianos... E na língua Yorubá.

Sendo a transmissão oral a forma que possuíam para pre- Mas um conhecimento novo sobre os Orixás começou a ser aberto por um espírito

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chamado “Pai Benedito de Aruanda”, e ensinado por seu médium psicógra- umbandista.
fo e fundador do Colégio de Umbanda Sagrada. Ainda que se sirva da base Yorubana na nomenclatura do seu Panteão Divi-
no e das qualidades dos Orixás e tudo o mais, deve preservar a “essência”
E isso, sem que ele fosse Teólogo ou formado em qualquer Escola Iniciática, desse conhecimento que nos chegou através da transmissão oral para que
Esotérica ou Ocultista, mas criando uma base para o estudo doutrinário e o culto aos Orixás se perpetuasse no tempo e servisse de ponto de parti-
teológico umbandista. da para o surgimento de novas religiões fundamentadas neles, tal como
Judaísmo preservou sua cosmogênese que, posteriormente, fundamentou o
Toda religião tem sua cosmogênese ou gênese divina, que descreve para Cristianismo e o Islamismo, grandes religiões da atualidade, muito maiores
os seus seguidores a forma como Deus criou o “mundo”. em número de seguidores.

A Umbanda por ser a somatória de várias doutrinas e rituais religiosos, tanto Como qualquer uma das antigas cosmogêneses só agradaria um número
pode escolher a cosmogênese dos povos Nagô, quanto aos Cultos Indí- limitado de seguidores da Umbanda, após observar a religião em seu lado
genas Brasileiros, assim como pode servir-se da Judaica, incorporada pelo material por muito tempo, os “espíritos superiores” que a fundaram através
Cristianismo, pois essas três religiões estão presentes devido à manifestação de Pai Zélio de Morais liberaram todo um conhecimento ainda não dispo-
dos Caboclos e Pretos-velhos, dentro de uma moral Cristã. nível até então no plano material que fundamenta todas as suas práticas
religiosas e magísticas sem, em momento algum, contradizer ou negar a
Também pode recorrer à cosmogênese da última religião de guias espiritu- essência da cosmogênese Yorubana ou Nagô.
ais hindus, chineses etc.
Até porque esse não é o propósito deles, e sim fundamentar tudo o que foi
Mas sempre será uma adaptação de cosmogêneses alheias, muitas delas já preservado e o que não chegou ao Brasil e só existe na Nigéria.
extintas no plano material.
A cosmogênese disponibilizada pelos espíritos mentores da religião umban-
Portanto, por ser a somatória do conhecimento de espíritos doutrinados em dista não se fundamenta em mitos ou lendas, e sim no estudo profundo e
outras religiões, a Umbanda não pode e não deve optar por nenhuma delas elevadíssimo desenvolvido nas escolas espirituais existentes nos planos mais
porque não seria aceita por todos os umbandistas, com cada um tendo seu elevados do nosso Planeta, estudo esse desenvolvido por espíritos que já
mentor espiritual formado por alguma das outras religiões do passado ou não encarnam mais, porque ascencionaram à 7a faixa vibratória positiva
da atualidade. da dimensão humana da vida e hoje atuam em beneficio da humanidade
Logo, a Umbanda tem que ter sua própria cosmogênese, genuinamente através de suas hierarquias ou correntes espirituais, que chegam até o plano

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material através dos guias espirituais dos médiuns umbandistas e dos protetores espirituais que todo ser encarnado
possui.
Essa cosmogênese é tão abrangente que explica a religião Umbanda, todos os Orixás cultuados nela, todas as
linhas de trabalhos espirituais, todas as ancestralidades dos filhos dos Orixás, todas as práticas religiosas e ma-
gísticas realizadas na Umbanda e pelos umbandistas.
Também explica as cores, o uso de colares, de fitas, de cordões, de toalhas, de flores, de pedras, de ervas, de
velas, de líquidos, de pós, de pembas, de pontos riscados e cantados etc.
Enfim, ela explica a existência dos seres e das coisas criadas por Deus, assim como explica porque cada pessoa,
seja umbandista ou não, possui ligação com os Sagrados Orixás e deles pode servir-se, mesmo que não tenha
sido iniciada na Umbanda e nada saiba sobre eles, as divindades, mistérios que governam a Criação Divina.

Alguns dos livros que trazem esse conhecimento novo seguem abaixo:
• Umbanda Sagrada
• Tratado Geral de Umbanda Orixás Ancestrais
• Orixá Exu
• Orixá Pomba-gira
• Orixá Exu Mirim
• Livro de Exu
• Doutrina e Teologia de Umbanda Teogonia de Umbanda
• Código de Umbanda
• Gênese de Umbanda
• Formulário de Consagrações Umbandista Iniciação à Escrita Mágica Simbólica Código da Escrita Mágica
Simbólica
• Tratado de Escrita Mágica etc.
Todos editados pela Madras Editora.
Pai Rubens Saraceni

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mento Mineral. Um “deus” dos vegetais é uma de suas partes, que são os Vegetais.
Um “deus” dos cristais é uma de suas partes, que são os Cristais.

OS TRONOS
Um “deus” do tempo é uma de suas partes, que é o Tempo.
Um “deus” dos animais, dos répteis, das aves, das montanhas, dos mares, dos rios,
dos lagos, das cachoeiras, dos cemitérios, da chuva, dos ventos, do sol, dos raios

DE DEUS
etc. não é Deus, e sim algumas de suas muitas partes.
Deus, nosso Divino Criador, é em si tudo e todos e está em tudo e é o princípio de
tudo, e todos provêm Dele.

Deus é em si o todo! Mas o todo é formado por muitas


Já não se questiona a Unidade e o Princípio, no entanto todos reconhecem que há
partes. Cada parte é um aspecto da criação, e Deus está
uma miríade de seres divinos espalhados pela criação e que ou são os regentes de
em todas elas ao mesmo tempo porque é Onipresente. A
uma de suas partes ou são guardiões dos seus mistérios sagrados.
onipresença de Deus é incontestada, e todas as religiões
organizadas a têm como dogma.
Ninguém duvida da existência dos Anjos, pois estão descritos na Bíblia, assim como
os Tronos, os Arcanjos, os Serafins etc.
O Panteísmo tem sua origem nesse fato, verdadeiro, e funda-
Ninguém duvida da existência dos Devas porque estão descritos nos livros sagrados
menta sua crença de que, se Deus é onipresente e está em
hinduístas.
tudo e todos ao mesmo tempo, então se pode cultuá-Lo por
Ninguém duvida da existência dos Orixás porque estão descritos nos livros sagrados
meio daquela com que melhor se afinizar.
e na tradição oral nigeriana. E assim com todas as atuais religiões!

Isso é verdadeiro, ainda que nunca devamos nos esquecer


Mas muitos duvidam da existência das cosmogonias antigas, tais como a egípcia,
de que uma parte não é o todo e sim só uma de suas partes.
Um “deus” do fogo não é Deus, mas uma forma de cultuá-Lo grega, babilônica ou caldeia, nórdica, caucasiana, mongólica, romana, cartagine-
por meio de uma de suas partes, que é o elemento Fogo. sa, havaiana, polinésia, indígenas americanas (índios americanos e canadenses,
Um “deus” da água é uma de suas partes, que é o elemento astecas, maias, incas, índios tupis-guaranis), africanas em geral (muitas) etc.
Água.
Um “deus” da terra é uma de suas partes, que é o elemento Algumas religiões atuais atribuem a si o domínio da verdade, e é pura perda de
Terra. tempo argumentar que o tempo todo Deus tem amparado a todos por meio de suas
Um “deus” do ar é uma de suas partes, que é o elemento Ar. muitas divindades, não importando para Ele como isso vem acontecendo no decorrer
Um “deus” dos minerais é uma de suas partes, que é o ele- dos tempos e das muitas culturas e religiões já desaparecidas.

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Muitos denominam as religiões e culturas antigas de atrasadas, arcaicas, Existem Tronos para todas as funções divinas sustentadoras dos meios e
pagãs, selvagens, primitivas etc. e nomeiam-se evoluídos, salvos, eleitos, dos seres.
privilegiados, escolhidos etc.
Logo, os Tronos exercem funções e os nomeamos por elas. O homem
Tudo nesse campo, tão concreto e tão abstrato ao mesmo tempo, obe- que constrói casa é um construtor. Só que para construir uma casa seu
dece aos que estão comandando a humanidade, e não adianta discutir construtor precisa ter uma equipe de profissionais especializados, tais
quem está certo ou errado, mas devemos discutir o que nos influencia como o pedreiro, o carpinteiro, o serralheiro, o eletricista, o encanador,
realmente, e quem conduz a nós e à nossa evolução a partir do lado o pintor etc., e cada um deles tem seus auxiliares, especializados ou
invisível da criação, e como podemos acessá-Lo e direcionar Seus pode- não.
res em nosso auxílio e benefício. Já comentamos os Tronos de Deus em
vários dos nossos livros e os temos descrito como a classe de divindades Cada um desses profissionais contribui com sua parcela de trabalho para
sustentadoras da criação e da evolução dos seres. que uma casa esteja pronta para ser habitada.

Aqui, porque se trata de um livro que comenta e descreve a magia Com os Tronos acontece a mesma coisa e o Trono Construtor dos meios
simbólica, nós os comentaremos a partir de suas funções originais na destinados aos seres é uma emanação onisciente, onipotente e onique-
criação para que, após entendê-los, compreendam a magia riscada sim- rente de Deus. Um Trono é um poder. Logo, Trono e poder são sinônimos.
bólica e sagrada. O Trono Construtor é uma manifestação de Deus e o temos como res-
ponsável pela construção dos meios nos quais os seres vivem e evoluem
Comecemos por assim descrevê-los: Os Tronos são seres divinos assenta- continuamente.
dos nos muitos níveis vibratórios da criação e têm como funções divinas
dar sustentação aos meios, amparar os seres nos seus muitos estágios Fonte: “Tratado de Escrita Mágica Simbólica”. Rubens Saraceni. Ed. Ma-
evolutivos. dras.

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espiritual, onde tudo o que existe obedece a outro padrão vibratório, ainda que
tudo seja sustentado pelo mesmo tipo de magnetismo do plano material.

O MISTÉRIO
Se a dimensão humana tem sua base no plano material, cujo amálgama energético
é gerador de uma energia classificada como sétupla, existem outras dimensões
onde a base é formada de energias puras, energias estas que estão na origem do

DAS ENERGIAS
nosso “mundo” material.


Nós já comentamos sobre as sete dimensões básicas e não vamos nos repetir aqui.

BASICAS Apenas vamos mostrar onde as energias delas atuam na vida e evolução dos seres
humanos, que estão espalhados nesse composto energético que os hindus chamam
de “prana”, outros chamam de éter, energia vital etc.
POR RUBENS SARACENI

Sim, este nosso “prana” é um amálgama energético formado de muitos tipos de


energias. E, ainda que na origem de tudo só exista uma energia viva que deno-
Nosso planeta é formado por muitos tipos de compostos
minamos de divina, dependendo do padrão vibratório por onde Deus a emana,
energéticos:
então vão surgindo energias puras, já passíveis de classificação como fatores, ou
Aquáticos: água doce, salgada, mineral etc.
energias fatorais.
Minerais: minérios, metais, silicatos etc.
Ígneos: magma, carvões minera e vegetal etc.
Nós temos sete energias básicas formando nosso composto sétuplo, as quais já
Telúricos: areia, saibro, terra etc.
comentamos diversas vezes. Vamos aqui mostrar onde elas atuam em nossa vida:
Vegetais: madeira, folhagens, gramíneas etc.
• 1ª Energia Básica Cristalina: esta energia é fundamental às operações no campo
Eólicos: ar, gases etc.
religioso e é a energia básica da Fé. Ela alimenta nossos sentimentos religiosos e
Cristalinos: pedras, gemas, cristais etc.
sustenta nossa evolução nesse sentido da Vida.
• 2ª Energia Básica Mineral: esta energia é fundamental às operações no campo
Enfim, nosso planeta é energia condensada em estado de
do amor. Ela alimenta nossos sentimentos fraternais e sustenta nossas concepções,
repouso, mas que também energiza o meio
servindo-nos com seu magnetismo agregador.
ambiente, tornando-o próprio para a vida como a conhece-
• 3ª Energia Básica Vegetal: esta energia é fundamental às operações mentais no
mos.
campo do raciocínio. Sua expansividade serve para alimentar nosso raciocínio e
Mas esse nosso planeta não se resume só à sua dimensão
aguçar nossa percepção, dando leveza e agilidade à nossa mente. O intelecto
material, porque temos uma contraparte

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absorve esta energia, pois é ela que o alimenta. é absorvido pelos nossos chakras e é internalizada e armazenada
4ª Energia Básica Ígnea: esta energia é fundamental ao equilíbrio nos órgãos energéticos dos sentidos, os quais são usados em nossas
mental no campo da razão. A absorção dela é vital para que alcan- operações mentais relativas aos sete sentidos da Vida, que são estes:
cemos um ponto de equilíbrio em todos os sentidos da Vida. Assim Sentido da Fé ou religiosidade
como cada substância tem seu ponto de equilíbrio, medido em graus Sentido do Amor ou concepção
Celsius ou Fahrenheit, nós também temos esse ponto. E dependendo Sentido do Conhecimento ou raciocínio
da absorção dessa energia ígnea, tanto podemos acelerar quanto Sentido da Justiça ou razão
paralisar nosso racional, deixando de usar a razão e recorrer à Sentido da Lei ou ordenação
emoção ou aos instintos. Sentido da Evolução ou saber
5ª Energia Básica Eólica: esta energia é fundamental ao arejamento Sentido da Geração ou criatividade
mental e ao equilíbrio emocional. Se absorvemos muito, tornamo-nos
emotivos e “aéreos”, mas se absorvemos pouco, tornamo-nos densos Esses sentidos estão relacionados com os Tronos de Deus, que são
e “bitolados”. Ela areja nossa mente, direciona nossa evolução e manifestadores divinos dessa qualidade d’Ele.
fortalece nossos sentimentos virtuosos.
6ª Energia Básica Telúrica: esta energia é fundamental para a es- Portanto, quando se sentirem fragilizados em algum desses sentidos,
tabilidade do ser. Se absorvemos muito, nos “petrificamos”, tornan- é recomendado que oferendem aos
do-nos conservadores, ou dogmáticos; se absorvemos pouco, aí nos
desestabilizamos e nos tornamos muito liberais ou libertinos. Sagrados Orixás relacionados a ele e clamem pela sua atuação
7ª Energia Básica Aquática: esta energia é fundamental à criativida- direta e ostensiva, pois assim logo será alcançado um reequilíbrio
de do ser, se absorvida na quantidade certa. Se absorvemos pouco, energético.
deixamos de ser criativos; se absorvemos demais, nos tornaremos
devaneadores. Este reequilíbrio é condição básica para a elevação do ser e para a
aceleração da evolução espiritual.
Aí têm uma descrição sucinta das sete energias que formam o com-
posto energético sétuplo que todas as pessoas absorvem aqui no Texto extraído do livro “Gênese Divina de Umbanda Sagrada”, psi-
plano material, energias estas que estão diluídas no “prana”, o qual cografado por Rubens Saraceni, Editora Madras.

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guardadas as diferenças, são tão complexos quanto a física e a química, estudadas


no plano material.

OS TRÊS ESTADOS Física:


Para as “ondas vibratórias”.

˜
DA CRIAÇAO
Química:
Para os “fatores de Deus”.

POR RUBENS SARACENI Observem que os físicos e os químicos vêm desenvolvendo o conhecimento humano
de forma maravilhosa e, de tempo em tempo, surpreendem a humanidade com a
Em um livro de nossa autoria (O Livro das Velas) começamos descoberta de leis e princípios que tanto respondem a muitas indagações, como
a mostrar as irradiações das chamas das velas e as denomi- imediatamente são aplicadas na vida criando novos conhecimentos e novos pro-
namos de ondas vibratórias. dutos.
Em outros dos nossos livros, abrimos um pouco mais o Misté- Assim, o sobrenatural vai cedendo seu lugar ao natural porque se tornou compreen-
rio das Vibrações Divinas e tudo foi assumindo forma. sível e foi colocado sob determinado controle (o da ciência).
Chegamos a comparar as ondas vibratórias aos genes, pois Mas, se assim tem acontecido com todas as ciências acadêmicas terrenas, o mes-
tal como eles, elas têm funções e realizam ações específicas mo não se aplicava com as coisas religiosas e magísticas, sempre relegadas ao
na criação, porque cada modelo de onda transporta uma sobrenatural.
energia específica que é capaz de realizar um trabalho só
seu. No nosso modelo de abordagem e de comentários sobre o universo divino, o natu-
ral, o espiritual e o magístico é racional e aos poucos vem delineando-os sob uma
Sempre de forma didática e prática, desenvolvemos comen- nova visão ou ângulo de observação.
tários sobre as ondas vibratórias e a energia transportada Quando alguém dizia que tal folha ou erva é de um orixá e se perguntado por que
por cada uma delas denominando-as de “Fatores de Deus”. ela é desse orixá e não de outro, e ouvimos como resposta que ela é dele porque
Em vários livros de nossa autoria os fatores são nomeados é, pois foram os “mais velhos” que ensinaram isso, ficava uma fresta para a dúvida,
com o nome de verbos, assim como são classifi- cadas as porque faltava toda uma explicação que se justifica tal afirmativa.
ondas vibratórias, tornando fácil o entendimento de tão com-
plexo mistério de Deus. Pacientemente, e de livro em livro, toda uma ciência e um modelo explicativo foi
Os mistérios das ondas vibratórias e dos fatores de Deus, tomando forma e criando um modelo racional fundamentador das afirmações corre-

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tas, dos nossos “mais velhos” que, se eram verdadeiras, no entanto, -geradores.
sofriam pela falta de um “modelo explicativo e fundamentador”. O que justifica essa afirmação é o fato de seres humanos só gera-
Quando, após a publicação de vários livros teóricos e didáticos, rem seres humanos, só bovinos gerarem bovinos, só equinos gerarem
toda uma ciência divina delineou-se tudo foi sendo explicado e fun- equinos, etc., entre os mamíferos, mas de espécies diferentes.
damentado. – Já entre os vegetais, que também têm seus princípios criadores-ge-
radores específicos e fundamentados em Deus (pois todos concorda-
Então, chegamos a um modelo padrão que responde à maioria das mos que ele criou e gerou tudo), eles também têm suas identidades
perguntas e fundamenta quase tudo o que está na Umbanda, e o que próprias e uns são classificados como pertencentes a uma espécie e
se usa nos trabalhos espirituais e magísticos dentro e fora dos seus outras a outras.
centros. Observação: “Aqui não usaremos os nomes científicos e sim os popu-
lares para nomearmos tudo e todos”.
O modelo é este:
- Olorum (Deus) é o princípio de tudo e está em tudo o que criou e Porque cada espécie vegetal tem seu princípio criador-gerador em
gerou de si. Como Deus criou e gerou tudo, Ele é o princípio de tudo Deus, elas também têm suas identidades e individualidades que as
e tudo se inicia Nele. distinguem entre si.
– Também, se observarmos os minérios e as rochas veremos que
Porque tudo se inicia em Deus então tudo tem seu princípio e está cada espécie tem seu princípio criador- gerador específico que a
fundamentado Nele. Logo, tudo tem seu princípio criador e gerador. individualiza e a identifica separando-a das outras espécies.
– O mesmo ocorre com as aves, com os peixes, com os répteis, com
Esse princípio criador-gerador que cada uma das coisas criadas por os..., etc.
Deus traz em si, distingue-a e diferencia-a de todas as outras e dá-lhe E cada coisa criada e gerada por Deus traz em si seu princípio cria-
uma individualização que facilita sua identificação, sua classificação dor-gerador que tanto a identifica, a classifica e a denomina, indivi-
e sua denominação. dualizando-a, assim como a impede de, a partir de si, criar e gerar
– Nós, os seres racionais, em nosso planeta e em seu lado material, outras coisas ou outras espécies.
nos identificamos como humanos, nos classificamos como mamíferos Com isso a criação e o geracionismo original e fundamentado em
e nos denominamos como seres humanos, separando-nos de outras Deus está garantido, não se desvirtuando e não degenerando nada
espécies cria- das por Deus em outros dos seus princípios criadores- e ninguém.

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– O conservacionismo é um dos princípios existentes em Deus. – Logo, o que encontramos, identificamos, individualizamos, classificamos e
O nosso modelo contempla três estados para tudo o que Deus criou e gerou: nomeamos em um dos três estados da criação também existe nos seus dois
• Estado divino outros estados, ainda que, por nos encontrarmos em um deles, os outros dois
• Estado espiritual não nos sejam visualizáveis ou acessíveis.
• Estado natural E, como tudo tem sua origem e seu princípio sustentador em Deus a unidade
No estado divino tudo é divino. No estado espiritual tudo é espiritual. No é mantida, pois é uma espécie não gera outra, mas só a sua, mantendo-se
estado natural tudo é natural. única na Criação.

O que é divino mostra-se como divino. O que é espiritual mostra-se como Daí, com essa forma de identificação, classificação e denominação enten-
espiritual. O que é natural mostra-se como natural. dida, basta recorrermos a um modelo científico para agruparmos e nomear-
– Tudo o que existe em um dos estados das coisas criadas e geradas por mos as coisas criadas e geradas por Deus, para chegarmos aos princípios
Deus também existe nos outros dois estados, mas já se mostrando no estado gerais ou universais e aos princípios específicos e limitados a uma espécie.
em que se encontra. – Como cada espécie de vegetal tem seu princípio criador-gerador especí-
A partir daí, então, só há um mesmo princípio que cria, gera e dá susten- fico, mas todos são classificados como vegetais, então temos um princípio
tação a uma coisa (uma espécie) no seu estado divino, no espiritual e no geral e universal, sustentador de todos os princípios específicos vege- tais
natural, pois a razão e a lógica nos faz crer que não poderia haver três que os individualizam, os classificam e os nomeiam.
princípios (um para cada estado) para uma mesma espécie, porque aí não – E o mesmo acontece com os minérios, rochas, aves, peixes, etc.
manteriam a correspondência identificatória, classificatória e denominativa. Logo, ao invés de estudarmos Deus através de muitos princípios específicos,
o nosso modelo recomenda fazê-lo a partir dos princípios gerais e univer-
E, finalmente chegamos a essa afirmativa: – Deus é único e é em si o prin- sais.
cípio de tudo.
– Tudo, por ter origem em Deus e por ter sido criado e gerado em um princí- E, como a Umbanda é regida pelo Setenário Sagrado, nos afixamos em
pio específico, o traz em si e tanto tem sua individualização sustentada por sete princípios gerais e universais sustentadores do que se mostra aos nossos
Ele, como pode ser identificado, classificado e denominado por Ele. olhos na natureza terrestre (o estado natural) em seu lado material.
– E, porque tudo se mostra nos três estados, mas cada coisa gerada e – Temos um princípio vegetal sustentando os vegetais.
criada por Deus o é em um princípio único, então um único e específico – Temos um princípio mineral sustentado os minerais, etc.
princípio sustenta, identifica, classifica e nomeia cada coisa (espécie) nos
seus três estados (o divino, o espiritual e o natural). Daí englobamos tudo em sete princípios gerais e universais, que são estes:

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• Princípio cristalino sete princípios gerais e universais. Nós os denominamos dessa forma:
• Princípio mineral • Seres ou espécies espirituais cristalinos
• Princípio vegetal • Seres ou espécies espirituais minerais.
• Princípio ígneo • Seres ou espécies espirituais vegetais.
• Princípio eólico • Seres ou espécies espirituais ígneos.
• Princípio telúrico • Seres ou espécies espirituais eólicos
• Princípio aquático • Seres ou espécies espirituais terrenos
• Seres ou espécies espirituais aquáticos
Esses sete princípios englobam tudo o que se mostra em seu estado natural e
conseguimos identificar, classificar e nomear cada coisa (ou espécie) criada Mas, como para cada estado, cada coisa tem sua forma de mostrar-se,
e gerada por Deus nesse estado. ainda que o seu princípio geral e único seja o mesmo, então transformamos
• Os cristais, individualizados, formam a natureza em sua parte cristalina. gradativamente o modelo natural, para os sentidos da vida, também englo-
• Os minérios formam a parte mineral da natureza. bados pelo Setenário Sagrado, e que são estes:
• Os vegetais formam a parte vegetal da natureza. • Sentido da Fé ao princípio criador, gerador e sustentador dos cristais ou
• As temperaturas das coisas formam a parte ígnea da natureza. das rochas.
• Os gases formam a parte eólica da natureza. • Sentido do Amor ao princípio criador, gerador e sustentador dos minerais.
• Os solos formam a parte terrena da natureza. • Sentido do Conhecimento ao princípio criador, gerador e sustentador dos
• Os líquidos formam a parte aquosa da natureza. vegetais.
• Sentido da Razão ou da Justiça ao princípio criador, gerador e sustenta-
Esses sete princípios gerais e universais são os sete princípios criadores-ge- dor das temperaturas.
radores existentes em Deus pa- ra o estado natural, que estão no Setenário • Sentido do Caráter ou da Lei ao princípio criador, gerador e sustentador
Sagrado. da ordem.
• Sentido da Sabedoria ou da Evolução ao princípio criador, gerador e
E, como tudo que se encontra em um estado (aqui, o natural) encontra-se sustentador da evolução das espécies e das passagens de um estado para
nos outros dois, mas mostra-se em acordo com eles, e mantêm-se sustentados outro.
pelos mesmos princípios gerais e específicos, então basta transpormos esse • Sentido da Criação e da Geração ao princípio criador, gerador e susten-
Setenário Sagrado para o estado espiritual que encontraremos pessoas, tador da multiplicação das espécies.
animais, aves, répteis e etc. (que são seres espirituais) sustentados por esses Nos seres humanos, essa transposição do que existe e se mostra no estado

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natural, gerou arquétipos físi- cos e psicológicos, sendo que aqui daremos cristal, mineral, vegetal, fogo, ar, terra e água.
só o segundo, pois o primeiro já é de conhecimento geral. • No estado espiritual temos os espíritos associados aos elementos através
• Sentido da Fé a seres religiosos; dos sentidos: da fé, do amor, do conhecimento, da justiça, da lei, da evolu-
• Sentido do Amor a seres agregadores ção e da geração.
• Sentido do Conhecimento a seres expansores • No estado divino temos os sete mistérios maiores sustentadores da vida,
• Sentido da Justiça a seres equilibradores que nos permitem associá-los aos poderes emanados por Deus e nos permi-
• Sentido da Lei a seres ordenadores tem identificar, classificar e nomear suas divindades regentes:
• Sentido da Evolução a seres transmutadores • Mistério da Fé Divindade da Fé
• Sentido da geração a seres geracionistas • Mistério do Amor Divindade do Amor
• Mistério do Conhecimento Divindade do Conhecimento
A partir do estabelecimento de um modelo analógico, passamos a recor- • Mistério da Justiça Divindade da Justiça
rer à analogia para identificarmos as coisas e seus princípios criadores-ge- • Mistério da Lei Divindade da Lei
radores-sustentadores-identificadores-classificadores-nomeadores. Até aqui • Mistério da Evolução Divindade da Evolução
temos isto: • Mistério da Geração Divindade da Geração
Fé – Religiosidade – Cristais
Amor – União – Minerais Conhecimento - Expansão - Vegetais Justiça – Estas divindades-mistérios podem ser identificadas, classificadas e nomeadas,
Equilíbrio – Temperaturas Lei – Ordem – Gases mas só através do estado natural, porque nele suas vibrações divinas estão
Evolução – Transmutação – Terras Geração – Geracionismo – Águas dando sustentação à formação e manutenção dos elementos, e que também
são os captadores, os absorvedores, os concentradores, os condensadores e
Essa correspondência analógica nos mostra sete sentidos, sete aspectos os irradiadores dela para os seres e para os meios.
dos seres e sete elementos da na- tureza terrestre.
– Como as vibrações de uma divindade-mistério, que é em si uma manifesta-
Como tudo o que se mostra no estado natural também se mostra nos ção de Deus e rege um dos sete sentidos da vida, quando entram no estado
outros dois ainda que em acordo com o estado onde está se mostrando, natural da criação fazem surgir um dos sete elementos, que as captam e as
então podemos transpor esses sete sentidos para o estado divino da cria- irradiam para os seres e para os meios, então, por analogia, temos como
ção, que encontraremos seres divinos que também se adaptam a ele e identificar, classificar e nomear cada uma delas, que são estas:
nos permitem identificá-los, classificá-los e nomeá-los. • Irradiação da Fé
• No estado natural temos os elementos formadores da natureza terrestre: • Irradiação do Amor

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• Irradiação do Conhecimento • Irradiação da Justiça • Divindade-mistério do Amor


• Irradiação da Lei aos Orixás do Amor
• Irradiação da Evolução
• Divindade-mistério do Conhecimento aos Orixás do Conhecimento
• Irradiação da Geração
• Divindade-mistério da Justiça

Daí, como os meios naturais se mostram energeticamente de várias formas, aos Orixás da Justiça
gerando meios diferentes, foi preciso estudar aqueles onde cada uma dessas • Divindade-mistério da Lei
irradiações mais se destacavam e mais facilmente podiam ser estudadas. aos Orixás da Lei
• Divindade-mistério da Evolução
Isso, essa necessidade nos levou às dimensões elementais, onde o elemento
aos Orixás da Evolução
resultante da vibração divina predominam e identificam, classificam e no-
meiam cada uma delas, ao que nelas existe, aos seres que nelas vivem e às • Divindade-mistério da Geração
suas divindades naturais regentes. aos Orixás da Geração
• O estado divino da criação nos é invisível e, por ser um estado puramente
mental, nos é inacessível. Por correspondência temos isto:
• O estado natural da criação, por ser energético, magnético, vibratório e
• A Divindade-mistério da Fé é um mistério de Deus que, manifestado, é
elemental tanto nos é visível quanto acessível.
um mental divino universal onipotente, onisciente e oniquerente, que rege
Daí, foi só um passo adentrarmos nas dimensões elementais básicas e iden-
tificarmos, classificarmos e no- mearmos tudo e todos, a partir do nosso o sentido da fé, irradia suas vibrações para o estado natural e faz surgir
entendimento espiritual. a dimensão elemental cristalina, onde predomina uma energia específica
condensada nos cristais (nas rochas) e que, quando absorvida pelos seres
Com um modelo analógico pronto tudo ficou fácil e resultou numa tabela
espirituais desperta no íntimo delas sentimentos de fé, de fraternidade e
comprovável.
de confiança. Essa Divindade-mistério identificada, classificada e nomeada
Com esta tabela, uma correspondência pode ser estabelecida, bastou subs-
tituir os nomes das divindades mistérios por orixás para surgir um panteão Orixá da Fé, rege integralmente o sentido da fé e pontifica a irradiação da
divino que nos é compreendido e que, no estado natural pode ser visuali- fé, pois a é em si.
zado e descrito: • Como toda irradiação divina tanto é ativa como passiva, ela tem dois
• Divindade-mistério da Fé aos Orixás da Fé polos que a projetam para tudo e para todos.

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• Como esses polos só podem ser visualizados e estudados no estado natu- está em um estado mostra-se nos outros dois, ou seja:
ral da criação, nesse podem ser identificados, classificados e nomeados os • O que está nos seres de natureza divina mostra-se nas divindades e nos
orixás naturais responsáveis por eles e pela manutenção do equilí- brio em espíritos.
suas irradiações (ativa e passiva). Simplificando, temos isto:
• Como esses orixás naturais podem ser visualizados nós os identificamos, • Divindade-mistério regente do sentido da Fé aos orixás regentes da fé aos
classificamos e nomeamos co- mo Orixás da Fé. seres de natureza divina sustentadores da Fé aos seres naturais cristalinos a
• Como uma irradiação tem dois polos, no polo ativo da fé identificamos espíritos regidos e sustentados pelo sentido da Fé.
um orixá feminino que classificamos como orixá feminino da fé e o nomea- Em sentido contrário (do micro para o macro) já que podemos visualizar,
mos Oyá-Logunan. identificar, classificar e nomear os seres espirituais, os naturais, os de nature-
za divina, as divindades naturais em ativos e passivos e em mascu- linos e fe-
No polo passivo identificamos um orixá masculino que classificamos como mininos, também podemos fazer o mesmo com a Divindade-mistério da Fé.
orixá masculino da fé e o nomeamos Oxalá.
A visualização desses orixás não pode ser direta, porque eles são em si um E o fazemos desta forma:
estado natural da criação: o cristalino. • A Divindade-mistério da Fé, denominado Orixá da Fé é em si um mistério
Nós os visualizamos, estudamos, identificamos, classificamos e nomeamos maior de Deus, porque traz em si o duplo aspecto dele e de sua criação.
através dos seres naturais, que são membros de suas hierarquias. E isto foi Tanto é ativo quanto passivo; tanto é masculino como feminino e, em si,
possível, porque o que se mostra em um estado está nos outros, e vice-versa. essa dualidade o caracteriza como criador e gerador, predicado este só
encontrado em Deus.
Os membros das hierarquias naturais são nomeados seres naturais de natu- Logo, o Orixá-mistério da Fé é Deus manifestado em um dos sete sentidos
reza divina ou orixás naturais. Já, os seres da natureza regidos e amparados da vida, criando, gerando e sustentando tudo e todos criados e gerados
por eles são nomeados seres de natureza espiritual. por Ele nesse sentido.
Também encontramos uma correspondência direta entre os seres de nature-
za divina e os de natureza espiritual, confirmando mais uma vez que o que A correspondência direta entre o Orixá da Fé, as divindades naturais cris-

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talinas, os seres divinos cristalinos, a dimensão elemental cristalina, os seres pois até nossa personalidade íntima, nossos gostos, humor e predileções,
naturais cristalinos, os espíritos regidos pelo sentido da fé, os elementos da encaixam-se dentro desse modelo identificatório, classificatório e nomeador.
natureza condensadores das vibrações divinas e seus irradiadores naturais, Só não vê e não o aceita, quem não quer ou ainda é extremamente igno-
podem ser comprovadas até um certo nível ou estado da criação (o natu- rante sobre Deus e seus mistérios.
ral), porque dali em diante só o processo analógico nos permite identificar,
classificar, nomear e estudar, pois dali em diante tudo se torna invisível aos Umbanda é religião; tem seus mistérios; tem seus fundamentos; está funda-
nossos olhos e impenetráveis à nossa mente. mentada em Deus e os três estados da criação estão tão visíveis dentro de
um terreiro de Umbanda que só não os vê quem não quer.
Mas a regra de ouro que nos ensina que o que está em Deus está na sua • O estado divino mostra-se nos poderes sustentadores da Umbanda e nos
criação e nas suas criaturas (os três estados), justifica a nossa certeza na trabalhos realizados dentro dos seus templos.
divindade dos Sagrados Orixás, nos seus poderes, nos seus domínios, nas • O estado natural mostra-se no espaço material e nos elementos usados
suas regências e nas suas ascendências sobre nós, os espíritos humanos. pelos guias espirituais e pelos seus médiuns.
Também justifica o culto religioso e o auxílio magístico dirigido a eles, pois • O estado espiritual mostra-se nos guias e nos médiuns, todos espíritos e
de verdade, neles tudo encontra fundamentação elemental, natural, espiri- todos em correspondência direta com os dois outros estados, pois se não
tual e divina. houvesse essa correspondência um orixá não poderia incorporar em um mé-
dium e, através deste, atuar no “lado de fora” da criação, uma vez que ele
Até nossas filiações por orixás, está fundamentada nesse modelo desenvolvi- vive no estado natural e manifesta de si os poderes existentes no lado divino.
do por nós, pois se temos na regência dos sete sentidos, das sete vibrações,
das sete irradiações e dos sete elementos e das sete dimensões elementais Umbanda tem fundamentos. Só é preciso conhecê-los!
básicas suas regências e suas presenças divinas, não há como não estar
ligado e estar sendo ampa- rado por um deles. Este é um texto inédito de Rubens Saraceni que estará no seu próximo lan-
çamento pela Editora Madras, “O Livro de Oferendas e Assentamentos na
Tudo é uma questão de deixar as emoções humanas de lado e usar a razão, Umbanda”.

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#EUSOUUMBANDA

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