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SENTIDOS TIPO ORIXÁ


1. PALADAR MATERIAL ALMAS, PRETOS-VELHOS
2. OLFATO MATERIAL OXÓSSI
3. VISÃO MATERIAL OGUM
4. AUDIÇÃO MATERIAL XANGÔ
5. TATO MATERIAL IBEJI
6. CLARIVIDÊNCIA EXTRA SENSORIAL SENHORAS (OXUM, IEMANJÁ, IANSÃ, NANÃ)
7. INTUIÇÃO MATERIAL OXALÁ

ORIXÁ FRUTAS
OXALÁuva, pêra, maçã, damasco, melão, figo
Todas as frutas cítricas- limão, tangerina,
SENHORAS
laranja, sapoti, nêspera, mangaba, jenipapo
goiaba, amora, pitanga, groselha, cereja,
IBEJI
jabuticaba, grumixama
marmelo, mamão, melão, melancia, abiu,
XANGÔ
abricó, caqui, fruta-de-conde
graviola, banana (exceto d'água), ameixa,
OGUM pitomba, ciriguela, abacate, abiu, lima-da-
pérsia
coco, cana-de-açúcar, camboatá, sapucaia,
OXÓSSI
cacau, caju, mangaba
jaca, abacaxi, cajá-manga, manga, carambola,
ALMAS fruta-pão, morango, banana d'água (especifica
para Exus)
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DISCRIMINAÇÃO DAS HORAS NA UMBANDA

HORAS SEMANA
- Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo Observ.
Espaço de 15 minutos após às 0hs até 00:15hs Negativa
Até 1h Almas Ogum Xangô Oxóssi Oxalá Senhoras Ibeji Positiva
De 1 às 2hs Oxóssi Xangô Ibeji Ogum Almas Oxalá Senhoras Positiva
De 2 às 3hs Ogum Ibeji Senhoras Xangô Oxóssi Almas Oxalá Positiva
De 3 às 4hs Xangô Senhoras Oxalá Ibeji Ogum Oxóssi Almas Positiva
De 4 às 5hs Ibeji Oxalá Almas Senhoras Xangô Ogum Oxóssi Positiva
De 5 às 6hs Senhoras Almas Oxóssi Oxalá Ibeji Xangô Ogum Neutra
De 6 às 7hs Oxalá Oxóssi Ogum Almas Senhoras Ibeji Xangô Positiva
De 7 às 8hs Almas Ogum Xangô Oxóssi Oxalá Senhoras Ibeji Positiva
De 8 às 9hs Oxóssi Xangô Ibeji Ogum Almas Oxalá Senhoras Positiva
De 9 às 10hs Ogum Ibeji Senhoras Xangô Oxóssi Almas Oxalá Positiva
De 10 às 11hs Xangô Senhoras Oxalá Ibeji Ogum Oxóssi Almas Positiva
De 11 às
Ibeji Oxalá Almas Senhoras Xangô Ogum Oxóssi Positiva
11:45hs
De 11:45hs às
Espaço de de tempo de hora fechada Negativa
12:15hs
De 12:15hs às
Senhoras Almas Oxóssi Oxalá Ibeji Xangô Ogum Positiva
13hs
De 13 às 14hs Oxalá Oxóssi Ogum Almas Senhoras Ibeji Xangô Positiva
De 14 às 15hs Almas Ogum Xangô Oxóssi Oxalá Senhoras Ibeji Positiva
De 15 às 16hs Oxóssi Xangô Ibeji Ogum Almas Oxalá Senhoras Positiva
De 16 às 17hs Ogum Ibeji Senhoras Xangô Oxóssi Almas Oxalá Positiva
De 17 às 18hs Xangô Senhoras Oxalá Ibeji Ogum Oxóssi Almas Neutra
De 18 às 19hs Ibeji Oxalá Almas Senhoras Xangô Ogum Oxóssi Positiva
De 19 às 20hs Senhoras Almas Oxóssi Oxalá Ibeji Xangô Ogum Positiva
De 20 às 21hs Oxalá Oxóssi Ogum Almas Senhoras Ibeji Xangô Positiva
De 21 às 22hs Almas Ogum Xangô Oxóssi Oxalá Senhoras Ibeji Positiva
De 22 às 23hs Oxóssi Xangô Ibeji Ogum Almas Oxalá Senhoras Positiva
De 23 às
Ogum Ibeji Senhoras Xangô Oxóssi Almas Oxalá Positiva
23:45hs
De 23:45hs às
Espaço de tempo de hora fechada Negativa
00:15hs
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ORIXÁ ESPAÇO DE ATUAÇÃO ACENTUADA ATRIBUTO


De 17 de dezembro (A Anterior) à 07 de janeiro (A
OXALÁ FORTALEZA
Posterior)
OXÓSSI De 08 de janeiro à 14 de fevereiro CONSELHO
XANGÔ De 15 de fevereiro à 05 de abril SABEDORIA
OGUM De 06 de abril à 02 de maio JUSTIÇA
ALMAS De 03 de maio à 28 de maio PUREZA
XANGÔ De 29 de maio à 05 de julho SABEDORIA
NANÃ De 06 de julho à 04 de agosto RESPEITO
IEMANJÁ De 05 de agosto à 17 de setembro RESPEITO
IBEJI De 18 de setembro à 12 de outubro ENTENDIMENTO
XANGÔ De 18 de setembro à 22 de outubro SABEDORIA
ALMAS De 23 de outubro à 18 de novembro PUREZA
OXUM De 18 de novembro à 10 de dezembro RESPEITO
IANSÃ De 18 de novembro à 10 de dezembro RESPEITO

ORIXÁS ELEMIN
OXALÁ GABRIEL
OXUM
IEMANJÁ
RAFAEL
IANSÃ
NANÃ
IBEJI JORIEL
XANGÔ MIGUEL
OGUM SAMUEL
OXÓSSI ISMAEL
ALMAS IRAMAEL

ELEMENTO ONDE ATUAM OS ENCANTADOS ORIXÁ


LUZ Tempo (horário) Oxalá
ÁGUA Marés, rios, cachoeiras e tempestades Senhoras
TERRA Calmarias Ibeji
PEDRA Odores, umes Xangô
FERRO Frio, inclusive dos metais Ogum
MATA Brisa, cheiro de mato Oxóssi
FOGO Raios, centelhas, incêndios Almas
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Chacras Cores no corpo Vibrações de cor pura Pétalas etéreas Planeta regente
Coronário Branco ou
Branco 48 Sol
OXALÁ Dourado
Frontal Amarelo
Amarelo 48 Lua
SENHORAS c/raias azuis
Cervical Azul
Vermelho 16 Mercúrio
IBEJI Violeta
Cardíaco Amarelo
Verde 12 Júpiter
XANGÔ c/raias azuis
Solar Amar./
Laranja 10 Marte
OGUM Verm.
Esplênico Vermelho
Azul 6 Vênus
OXÓSSI Violeta vivo
Sacro Vermelho
Violeta 4 Saturno
ALMAS com ton. Azuis
Chacras Atributos Alternativas Ativação corresp. Dia
Coronário Paciência
Fortaleza Cérebro 6a
OXALÁ ou Ira
Frontal Firmeza
Respeito Fronte sinus Sáb
SENHORAS ou leviandade
Cervical Esperança Faringe
Entendimento Dom
IBEJI ou receio e laringe
Cardíaco Humildade Coração
Sabedoria 4a
XANGÔ ou Soberba Ap. Circ.
Solar Generosidade Fígado
Justiça 3a
OGUM ou Egoísmo Ap. Dig.
Esplênico Prudência Baço
Conselho 5a
OXÓSSI ou Relaxamento Supra-renal
Sacro Castidade Pélvicos
Pureza 2a
ALMAS ou Imoralidade Ap. Genital
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Trono da Fé Cristalino (essência da congregação)- Pai Oxalá e Mãe Oyá


Trono do Amor Mineral (essência da união)- Mãe Oxum e Pai Oxumaré
Trono do Conhecimento Vegetal (essência do direcionamento) – Pai Oxossi e Mãe Obá.
Trono da Justiça Ígnea (essência da razão) – Pai Xangô e Mãe Egunitá
Trono da Lei Eólica (essência da ordem) – Pai Ogum e Mãe Iansã
Trono da Evolução Telúrica (essência da sabedoria)- Pai Obaluayê e Mãe Nanã
Trono da Geração Aquático (essência da vida)- Mãe Yemanjá e Pai Omulu.
Orixás Universais: São considerados passivos pois atuam no sentido de ressaltar as qualidades já
encontradas no ser, são multi-coloridos e assim valorizando as cores originais de algo ou alguém;
irradiam-se em todos os padrões vibratórios e chegam a todos. Oxalá. Oxum. Oxóssi. Xangô. Ogum.
Obaluayê. Yemanjá.
Orixás Cósmicos: São considerados ativos pois atuam de forma intensiva a fim de transformar o ser,
são monocromáticos e “impõem as suas cores a tudo o que tocam ou transpassam” chegando a
alterar a cor original de algo ou alguém; irradiam-se em um único padrão vibratório e só chegam a
quem estiver vibrando no mesmo padrão. Oyá Tempo Logunam. Oxumaré. Obá. Egunitá. Yansã.
Nanã Buruquê. Omulu. Entende-se por Trono / Orixá Universal aquele que é Regente e atua de
forma passiva e por Trono / Orixá Cósmico aquele que é Guardião e atua de forma ativa. Ex: No
Divino Trono da Justiça, o Sagrado Pai Xangô é o Trono Masculino e Universal, atua de forma
passiva, como a chama abrasadora. A Sagrada Mãe Egunitá é Cósmica, atua de forma ativa,
como o fogo consumidor. O Senhor Orixá Exu / Trono da Vitalidade e a Senhora Orixá Pombogira /
Trono dos Desejos, atuam externamente nos domínios de todos os Tronos anteriormente descritos,
amparando-os e guardando-os.

PAI OXALÁ – TRONO DA FÉ: IRRADIAR A CONGREGAÇÃO, e o POLO POSITIVO do Trono e é


MULTICOLORIDO e UNIVERSAL.

Universo. 

Na Umbanda, Oxalá é o Espaço Infinito onde tudo existe e acontece. Por isso, Ele recebe oferendas
nos espaços abertos (mirantes, campos, campinas, jardins e espaços floridos etc.). Pai Oxalá (o
Espaço Infinito) e Mãe Logunan (o Tempo Infinito) formam o eixo Espaço-Tempo que sustenta a
Criação.  Quando associado à Criação do mundo e da espécie humana, Oxalá representa o
Princípio Masculino da Criação, “o Pai” ou “o aspecto Pai” do Divino Criador; enquanto Yemanjá
representa o Princípio Feminino da Criação, “a Mãe” ou “o aspecto Mãe” do Criador. Paralelamente,
vemos que na África todas as lendas que relatam a Criação do mundo passam necessariamente por
Oxalá, que foi o primeiro Orixá concebido por Olodumare (Deus), encarregado de criar não só o
Universo, como todos os seres e todas as coisas que existiriam no mundo. É o Princípio Gerador em
potencial, o responsável pela existência de todos os seres do céu e da terra. É o que permite a
concepção, no sentido masculino do termo.
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A cor branca- Há muitos nomes para esta Divindade: Orixá n’ti alá; Orixá n’lá; Orixalá, Òrìsànlá ou
Orixanlá; Obatalá; Oxalá. Seu nome, como o dos demais Orixás, vem da cultura Nagô-Yorubá,
porque é nesta cultura que as Divindades são chamadas de Orixás. Oxalá, a tradução possível do
nome vem de contrações da expressão “Orixá n’ti alá” (pronuncia-se: orixá intí alá), que significa: “o
Orixá que veste o branco”. Embora no Islã a palavra “Alá” seja o Nome de Deus, aqui nesta
expressão Yorubá ela quer dizer branco, a cor branca. A expressão “Orixá n’ti alá” sofreu uma
contração e ficou: “Orixá n’lá” (pronúncia: orixá inlá), com igual significado. Nova contração gerou o
termo “Orixalá”, utilizado como sinônimo de “o maior dos Orixás” ou “o Orixá dos Orixás”.
Finalmente, outra contração deu origem ao nome “Oxalá”, que também significa “o Orixá que veste o
branco” ou “o Orixá do branco”. Outro nome para Oxalá é “Obatalá”, que se traduz como “o rei que
se veste de branco” (Obá= rei), também derivado da expressão “Orixá n’ti alá”.

Sua cor é o branco, que é a soma de todas as cores, é a cor da paz, se diz que a Bandeira da
Umbanda, que é branca, é “a Bandeira de Oxalá”.  Na cultura Nagô-Yorubá e no Candomblé do
Brasil há os chamados “Orixás Funfuns”, conjunto de Orixás que vibram na cor branca ou dentro do
axé branco.  Entre eles temos Oxalá e Orumilá, que são ligados por um aspecto: Orumilá é o Orixá
do Oráculo ou da Revelação, que desvenda o passado, o presente e o futuro; e Oxalá, na
Umbanda, ao polarizar com Logunan, na Linha do Tempo, também atua na relação entre
presente/passado/futuro.

Elementos e Pedras- o primeiro Elemento associado a Oxalá é o Cristalino; este Orixá tem atuação
Magnetizadora nos demais Elementos.  Logo, o Magnetismo de Oxalá está presente em todos os
Elementos (cristais, minerais, vegetais, fogo, ar, terra e água), não temos uma única pedra
associada a Oxalá (pois Ele magnetiza todos os minerais, todas as pedras). Mas o Cristal é o mais
adequado para representá-Lo, porque todo cristal é translúcido, é transparente, é o mais próximo da
cor branca de Oxalá; e isto simboliza também a pureza que existe em todos os elementos criados
por Deus, já que todos recebem o Magnetismo de Oxalá.

Segundo ANGÉLICA LISANTY, as pedras brancas pertencem a Oxalá, pois na cor branca encontra-
se a fusão dos Sete Raios: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, índigo, violeta. E os principais
minerais das pedras brancas são: chumbo, prata, estanho, magnésio, potássio e cálcio.
ANGÉLICA ensina que o Cristal, em especial, é o grande irradiador dos Sete Raios e, através da Fé,
alimenta e realimenta a todos os outros Orixás. Cristal Branco Translúcido é a maior fonte de
irradiação das Qualidades Divinas do Trono Oxalá, sendo o maior irradiador energético em potencial,
pois multiplica em muitas vezes a ação de outras pedras. Representa a Luz Divina em Si, capaz de
tocar a todos os corações, iluminando-os através da Fé. A energia do Cristal é dual (Geradora e
Receptora), estando ligada ao elemento Água, que é regido pela Lua. O Cristal Branco é
considerada como “a Pedra de Deus”. Pode ser utilizado em magias que atraiam: a Paz, a Proteção,
a Iluminação, a Sensitividade, a Cura, bem como o desenvolvimento dos sentidos e pensamentos
superiores. ANGÉLICA LISANTY indica outras pedras relacionadas a Oxalá: Selenita; Galena;
Calcita Ótica; as pedras brancas translúcidas; as pedras brancas leitosas: Albita ou Pedra da Neve,
Dolomita Branca e Quartzo Branco Leitoso. ( “Os Cristais e os Orixás”, Angélica Lisanty, Madras
Editora, 2008, páginas 87/88, 112/114.)

Na Umbanda, Oxalá é associado ao Sol, ao planeta Terra e ao número 01.  Por força das
peculiaridades do Seu magnetismo e da Sua atuação no despertar da Fé nos seres humanos, é
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associado à luz do meio-dia, o Sol está no seu esplendor e, segundo antigas Tradições, as Energias
Angelicais mais puras e intensas estão atuando sobre o nosso planeta, purificando a tudo e a todos,
pela dissolução das energias densas, portanto, esse horário é excelente para nos dirigirmos ao Pai
Oxalá, agradecendo e pedindo Suas bênçãos, fazendo um banho, defumação, firmando uma vela
branca, oferecendo flores brancas etc., cobrindo a cabeça com um pano branco (algodão, linho etc.).

Na Umbanda, o Orixá Oxalá é sincretizado com Jesus Cristo, cuja imagem é colocada em lugar de
honra nos Centros, em local elevado e geralmente destacada com iluminação.  Mas Oxalá não é
Jesus, como Jesus não é Oxalá.  Jesus tem algumas das Qualidades de Oxalá; e isto faz Dele uma
Manifestação do Orixá Oxalá.  Homenageia-se Oxalá na representação daquele que na Tradição
Católica foi o “filho dileto de Deus entre os homens”, no íntimo desse sincretismo, a herança da
tradição africana: “Jesus foi um enviado, foi carne, nasceu, viveu e morreu entre os homens”;
enquanto Oxalá coexistiu com a formação do mundo, era ou existia muito antes de Jesus.  Segundo
textos antigos, o nome “Cristo” significa cristal ou cristalino; e esta é a referência de todos os Mestres
da Luz que encarnaram para guiar a humanidade. 

As ondas magnetizadoras de Pai Oxalá despertam a ética e a iluminação filosófica nos seres, ou
seja, a base das religiões. Algumas dessas ondas chegam até aos nossos olhos cruzadas; fato que
tornou o símbolo da cruz como referência ao Mestre Jesus Cristo. Para os Católicos, Jesus Cristo é
Deus encarnado, é a segunda Pessoa da Trindade (Pai/Filho/Espírito Santo); para os Hindus, é um
Avatar, um Mestre Ascensionado; para os Espíritas, é um Mestre da humanidade. Já na Umbanda
Jesus é reverenciado como um Manifestador do Trono da Fé, um Filho Iluminado de Oxalá que
encarnou para direcionar as pessoas nos caminhos da Fé, por meio do amor que leva à fraternidade,
ao perdão, ao arrependimento, à paz etc.  Sob a Regência de Oxalá, Jesus nos indicou a melhor
forma de evolução, que é praticar a caridade: doar com a direita, trilhando o Caminho da Luz, como
fez o Divino Mestre, para, com a esquerda, recebermos na eternidade. E a maior caridade que se
pode praticar dentro da Religião é dar às pessoas um sentido para as suas vidas, pelo despertar da
Fé.

Não possui mais poderes que os outros nem é hierarquicamente superior, mas é respeitado por
todos, pois representa o patriarca, o chefe da família.  Oxalá é o detentor do poder procriador
masculino.  É alheio a todo o tipo de violência, de disputas e brigas. Gosta de ordem, da limpeza e
da pureza. 
Seu dia é a sexta-feira. E os seus filhos devem vestir-se de branco neste dia. 

A designação de “Funfun” deve-se ao fato de a cor branca se configurar como a cor da Criação,
guardando a essência de todas as demais. O branco representa todas as possibilidades, a base de
qualquer criação. Eram 154, aproximadamente, os Orixás Funfuns. Mas no Brasil e em Portugal
esse número se reduziu significativamente, pois todos os Orixás Funfuns foram reunidos em Oxalá e
divididos em várias qualidades das suas duas configurações principais: Oxalufã e Oxaguiã. Oxalufã,
o Oxalá mais velho e paciente, é o pai de Oxaguiã que, por sua vez, é o Oxalá jovem e guerreiro. 

No Xirê (festa em homenagem aos Orixás), Oxalá é homenageado por último porque é o grande
símbolo da síntese de todas as origens. Ele representa a totalidade. Ele é o único Orixá que, como
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Exu, reside em todos os seres humanos. Todos são seus filhos, todos são irmãos. No Candomblé,
apresenta-se também de duas maneiras: o Moço, Oxaguiam; e o Velho, Oxalufam. O símbolo do
primeiro é uma idá (espada); e o do segundo é uma espécie de cajado em metal, chamado ôpá xôrô
(opaxorô, na forma aportuguesada).  Em suas diversas mutações, temos: ►na Nação Ketu:
Oxanguian, Oxalufá, Obatalá e Oduduwá; ►na Nação Angola: Lemba, Lembarangaga e
Guaratinhanha. Em todas elas é o Senhor da Vida, também chamado "Senhor da boa argila", devido
a uma antiga lenda na qual Oxalá usava este material para criar os seres humanos. Na África, é
Òrìsànlá ou Obàtálá (Obá N´ti alá), "O Grande Orixá”, "O Rei do Pano Branco”. Na mitologia Yorubá,
é o criador do mundo, dos homens, animais e plantas. Foi o primeiro Orixá criado por Olodumare e é
considerado o maior, o mais velho dos Orixás, o Rei de vestes brancas, raiz de todos os outros
Orixás. É o pai de Oxalufam (que, por sua vez, é o pai de Oxaguiam).
Oxalá representa o elemento fundamental dos primórdios: massa de ar e massa de água, a pró-
forma e a formação de todo tipo de criaturas no Aiyê (a Terra) e no Orun (o Céu).  Ao incorporar-se,
assume duas formas: Oxaguiã, jovem guerreiro, e Oxalufã, o velho apoiado num bastão de prata
(apoxorô ou ôpá xôrô).  Na África, todos os Orixás relacionados com a Criação são designados pelo
nome genérico de Orixá Funfun. O mais importante deles chama-se Orixalá (ou seja, o Grande
Orixá), que nas terras de Igbó e Ifé é cultuado como Obatalá, “o Rei do Pano Branco”.  O nome
Orixalá foi contraído e deu origem à palavra Oxalá, e foi com este nome que a grande Divindade-Pai
passou a ser conhecida. 
Na África e no Candomblé do Brasil, Oxalá representa a massa de ar, as águas frias e imóveis do
começo do mundo; controla a formação de novos seres; é o Senhor dos vivos e dos mortos, preside
o nascimento, a iniciação e a morte. É o responsável pelos defeitos físicos, e é corcunda porque
recusou-se a fazer uma oferenda de sal numa cabaça e Exu castigou-o, pregando-lhe a cabaça nas
costas, razão pela qual não come sal: comer sal para ele constitui um ato de alto canibalismo. Ele
deu a palavra ao homem e durante suas festas não se fala, durante três semanas tudo é silêncio,
pois a palavra é dele.

Sua maior festa é uma cerimônia chamada "Águas de Oxalá", que diz respeito à lenda dos sete anos
do seu encarceramento no reino de Oyó, culminando com a cerimônia do "Pilão de Oxaguian", para
festejar a volta do pai. Esse respeito advém da sua condição, delegada por Olorun, da criação e
governo da humanidade. Sua saudação mais frequente é: Êpa Babá!  Seus domínios são o poder
procriador masculino, a Criação, a vida e a morte (como fim pacífico de todos os seres). Seu cajado,
o opaxorô, tradicionalmente era feito dos galhos de atori (planta cujo nome científico é “Glyphaea
lateriflora abraham”). Este cajado simboliza a criação do mundo e do ser humano, bem como a
sabedoria dos anciãos; servindo de apoio para locomoção do Orixá que é o mais velho de todos e
considerado “o pai da criação”.

Festas para Oxalá: 1- As “Águas de Oxalá”- No Candomblé, como em outras religiões de origem
africana, acredita-se que cada pessoa tem um Orixá específico que fornece padrões de
comportamento e conduta aos seus filhos. Ao aproximar-se de Oyó, Oxalá avistou o cavalo branco
que havia dado de presente a Xangô. Como estava todo sujo, os soldados de Xangô o julgaram
ladrão do animal; e Oxalá foi levado à prisão do palácio e lá esquecido por sete anos.  Durante este
período, o reino de Xangô entrou em decadência, sofrendo a pior seca, que comprometeu toda a
colheita. Epidemias, doenças e mortes se sucederam com freqüência, fazendo com que o povo se
revoltasse contra Xangô. Sem saber o que fazer, Xangô procura um Babalaô da região, que faz o
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jogo e lhe diz: “Um homem que usa roupa branca foi preso injustamente. O que está acontecendo é
uma revolta natural pela injustiça cometida”. Xangô vai então às prisões para averiguar e descobre,
entre os presos, o próprio pai. Entristecido, ele pune os soldados pela injustiça cometida contra
Oxalá e lhe rende homenagens: carrega Oxalá nas próprias costas até ao palácio, cuida de banhá-lo
e vesti-lo com as roupas mais brancas que existem e depois realiza uma grande festa em sua
homenagem. Desfeita a injustiça, tudo voltou à normalidade: a chuva chegou, as culturas de
alimentos prosperaram e as enfermidades cessaram.

A cerimônia das “Águas de Oxalá” rememora este episódio mítico com uma procissão que
representa a viagem de Oxalá. Trata-se de um cerimonial complexo que se estende por dezessete
dias e que constitui um marco nas práticas e rituais do ano litúrgico do Candomblé. Durante esse
período, os fiéis adotam um comportamento reservado, cauteloso e de muita concentração. O
calendário das cerimônias afro-brasileiras costuma iniciar-se em 13 de janeiro com a “Festa das
Águas de Oxalá”, celebração que visa pedir purificação e paz para as divindades. A partir da
última quinta-feira de setembro alguns Terreiros passam a reviver a “odisséia” de Oxalá. (Fonte: “A
Festa das Águas de Oxalá: a Religiosidade e o Patrimônio Afrobrasileiro”, Texto das Historiadoras-
Doutoras Amanda Palomo Alves e Sandra Pelegrini, publicado no site
http://www.dhi.uem.br/gtreligiao/pdf/st1/.)

Ainda sobre esta Festa, o Monge Beneditino MARCELO BARROS, do Mosteiro de Goiás, escreveu
um artigo interessante. Diz ele, em síntese: “Como todo mito, este também é simbólico e aberto. Não
é respeitoso reduzir a pura lenda um fato acreditado em uma religião. Todo mito é mais do que
lenda. Independentemente da sua veracidade histórica, esta visita de Oxalá a Xangô significa que a
justiça divina (Xangô) liberta a bondade providencial do Criador (Oxalá), que vem sobre o
mundo como águas benfazejas”. (Fonte: http://www.caribenet.info/oltre 06 barros oxala.asp, “As
Águas de Oxalá”, Marcelo Barros.)

1- Oxalá cria a Terra: No começo, o mundo era todo pantanoso e cheio d’água, um lugar inóspito e
sem nenhuma serventia.  Acima dele havia o Céu, onde viviam Olorum e todos os Orixás, que às
vezes desciam para brincar nos pântanos insalubres. Desciam por teias de aranha penduradas no
vazio. Ainda não havia terra firme, nem o homem existia. Um dia Olorum chamou à sua presença
Orixanlá (Oxalá), o Grande Orixá. Disse-lhe que queria criar terra firme lá embaixo e pediu-lhe que
realizasse tal tarefa. Para a missão, deu-lhe uma concha marinha com terra, uma pomba e uma
galinha com pés de cinco dedos. Oxalá desceu ao pântano e depositou a terra da concha. Sobre a
terra pôs a pomba e a galinha, e ambas começaram a ciscar. Foram assim espalhando a terra que
viera na concha, até que a terra firme se formou por toda parte.

Oxalá voltou a Olorum e relatou-lhe o sucedido. Olorum enviou um camaleão para inspecionar a
obra de Oxalá e ele não pôde andar sobre o solo que ainda não era firme. O camaleão voltou
dizendo que a Terra era ampla, mas ainda não suficientemente seca. Numa segunda viagem o
camaleão trouxe a notícia de que a Terra era ampla e suficientemente sólida, podendo-se agora
viver em sua superfície. O lugar mais tarde foi chamado Ifé, que quer dizer ampla morada. Depois
Olorum mandou Oxalá de volta à Terra, para plantar árvores e dar alimentos e riquezas ao homem.
E veio a chuva para regar as árvores. Foi assim que tudo começou. Foi ali, em Ifé, durante uma
semana de quatro dias, que Oxalá criou o mundo e tudo o que existe nele.
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2- Obatalá cria o homem: Num tempo em que o mundo era apenas a imaginação de Olodumare, só
existia o infinito firmamento e abaixo dele a imensidão do mar.  Olorum, o Senhor do Céu, e
Olocum, a Dona dos Oceanos, tinham a mesma idade e compartilhavam os segredos do que já
existia e ainda existiria. Olorum e Olocum tiveram dois filhos: Orixalá, o primogênito, também
chamado Obatalá, e Odudua, o mais novo. Olorum-Olodumare encarregou Obatalá, o Senhor do
Pano Branco, de criar o mundo, dando-lhe poderes para isso.  Obatalá foi consultar Orunmilá, que
lhe recomendou fazer oferendas para ter sucesso na missão. Mas Obatalá não levou a sério as
prescrições de Orunmilá, pois acreditava somente em seus próprios poderes. Odudua observava
tudo atentamente e naquele dia também consultou Orunmilá, o qual assegurou que se ele fizesse as
oferendas prescritas, seria o chefe do mundo que estava para ser criado. A oferenda consistia em
quatrocentas mil correntes, uma galinha com pés de cinco dedos, um pombo, um camaleão e
quatrocentos mil búzios. Odudua fez as oferendas. 

Chegado o dia da criação do mundo, Obatalá se pôs a caminho até a fronteira do além, onde Exu é
o guardião. Obatalá não fez as oferendas nesse lugar, como estava prescrito. Magoado com a
insolência, Exu usou seus poderes contra Oxalá, provocando-lhe muita sede. Para aplacar a sede,
Oxalá tocou com seu bastão no tronco de uma palmeira e dela jorrou vinho em abundância. Ele
bebeu vinho até embriagar-se e adormecer na estrada, à sombra da palmeira de dendê,
abandonando o saco da criação que recebera de Olorum.  Odudua, que tudo acompanhava,
apanhou o saco da criação, foi até Olorum e lhe contou o ocorrido. Então, Olorum-Olodumare
confiou-lhe a criação do mundo. Com as quatrocentas mil correntes Odudua fez uma só e por ela
desceu até a superfície do mar. Sobre as águas sem fim, abriu o saco da criação e deixou cair um
montículo de terra. Soltou a galinha de cinco dedos e ela voou sobre a terra, pondo-se a ciscá-la,
espalhando a terra na superfície da água. Odudua exclamou: “Ilè nfé!”, que significa: “A Terra se
expande!”, frase que depois deu nome à cidade de Ifé, a qual está exatamente no lugar onde
Odudua fez o mundo. Em seguida, Odudua apanhou o camaleão e o fez caminhar naquela
superfície, demonstrando a firmeza do lugar. Obatalá continuava adormecido. E Odudua partiu para
a Terra para ser seu dono. Então Obatalá despertou, tomou conhecimento do ocorrido e foi contar
tudo a Olodumare, que lhe disse: “O mundo já está criado. Perdeste uma grande oportunidade”.
Como castigo, Olodumare proibiu Obatalá e seus descendentes de beberem vinho de palma para
sempre. Mas a missão não estava ainda completa e Olodumare deu outra dádiva a Obatalá: a
criação de todos os seres vivos que habitariam a Terra. E assim Obatalá criou todos os seres vivos e
criou o homem e a mulher. Obatalá modelou em barro todos os seres humanos; e o sopro de
Olodumare os animou. O mundo agora se completara. E todos louvaram Obatalá.

3- Obatalá cria Icu, a Morte: Quando o mundo foi criado, coube a Obatalá a criação do homem. O
homem foi criado e povoou a Terra.  Cada natureza da Terra, cada mistério e segredo, tudo foi
governado pelos Orixás. Com atenção e oferendas aos Orixás, tudo o homem conquistava. Mas os
seres humanos começaram a se imaginar com os poderes que eram próprios dos Orixás. Deixaram
de fazer oferendas. Imortais que eram, pensavam em si mesmos como deuses. Não precisavam de
outros deuses. Cansado dos desmandos humanos, Obatalá decidiu viver com os Orixás no espaço
sagrado que fica entre o Aiê (a Terra) e o Orum (o Céu). E Obatalá decidiu que os homens deveriam
morrer; cada um num certo tempo, numa certa hora.  Então Obatalá criou Icu, a Morte,
encarregando-a de fazer morrer todos os humanos, porém impondo-lhe uma condição: só
Olodumare podia decidir a hora de morrer de cada homem. A Morte leva, mas a Morte não decide a
hora de morrer. O Mistério Maior pertence exclusivamente a Olorum.
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4-Oxalá molda o ser humano com o barro: Dizem que quando Olorum encarregou Oxalá de fazer o
mundo e modelar o ser humano, o Orixá tentou vários caminhos: tentou fazer o homem de ar, como
Ele. Não deu certo, pois o homem logo se desvaneceu; tentou fazer de madeira, mas a criatura ficou
dura; de pedra a tentativa ainda foi pior; fez de fogo e o homem se consumiu. Tentou azeite, água e
até vinho de palma, e nada. Foi então que Nanã Burucu veio em seu socorro: apontou para o fundo
do lago com o seu ibiri, seu cetro e arma, e de lá retirando uma porção de lama. Nanã deu a Oxalá a
porção de lama, o barro do fundo da lagoa onde Ela morava. Oxalá criou então homem e o modelou
no barro. Com o sopro de Olorum, o homem caminhou e com a ajuda dos Orixás povoou a Terra.
(Fonte das lendas: “Mitologia dos Orixás”, Reginaldo Prandi, 2005, Editora Companhia das Letras,
páginas 502/507.)

5-Oxalá desvenda os mistérios da vida e da morte: Esta lenda é contada no Candomblé: Oxalá era
marido de Nanã, a Senhora do Portal da Vida e da Morte, da fronteira da nossa dimensão para
outras. Por determinação de Nanã, somente os seres femininos tinham o acesso àquele Portal. Esta
determinação servia para todos, inclusive para o próprio Oxalá. Durante muito tempo assim foi. 
Porém, Oxalá não se conformava em não poder conhecer o Portal, não só porque era marido de
Nanã, como por sua própria importância no panteão dos Orixás. Pensou e pensou, até que
encontrou a melhor forma de burlar as determinações da esposa. Não fugindo de sua cor branca,
vestiu-se de mulher, colocou o Adê (coroa) com os “chorões” no rosto (próprio das Iabás), e se
aproximou do Portal, satisfazendo, enfim, sua curiosidade. Mas foi surpreendido por Nanã, que se
aproximou e determinou: “―Já que te vestiste de mulher para desvendar um segredo importante,
vou compartilhá-lo contigo. Terás a incumbência de ser o principio do fim, aquele que tocará o
cajado três vezes no solo para determinar o fim de um ser. Porém, jamais conseguirás te desfazer
das vestes femininas e daqui para frente terá todas as oferendas fêmeas!” E Oxalá, conhecido por
Oxalufan, passou a receber oferendas não mais como os demais Orixás masculinos, e sim de cabras
e galinhas, como as Iabás. E jamais se desfez das vestes de mulher. Em compensação,
transformou-se no Senhor do princípio da morte e conheceu todo o seu segredo. Oxalá, portanto, é o
fim. Não o fim trágico, mas pacífico, de tudo o que existe no mundo. E por isso merece todo o
carinho que lhe damos. Por isso, é o nosso salvador, nosso conselheiro, aquele que vem nos
momentos de angústia para trazer algo de que o mundo precisa demasiadamente: a Paz.

Divindades assemelhadas: Apolo ou Febo- Divindade grega, filho de Zeus com Leto. É o deus da
Luz Solar, da música, das artes e da medicina. Senhor do Oráculo de Delfos. Divindade radiante,
sempre moço e belo. Traz pureza, tranquilidade e espiritualidade. Hélios- Divindade grega. Era o
próprio Sol, representado como um jovem com raios de luz saindo da cabeça. É considerado
também aquele que traz a Luz, a iluminação. Brahma- É a primeira pessoa da Trindade Hindu
(Brahma, Vishnu e Shiva). É o primeiro criado; o criador, incriado, do Universo. Costuma se
manifestar com quatro cabeças, simbolizando os quatro Vedas (livros sagrados para os hindus) e as
quatro yugas (eras, ciclos de tempo e realidade pelas quais passa a humanidade). Tendo quatro
braços, segura em cada uma das mãos: um colar de oração hindu (símbolo da tranquilidade da
mente), uma colher e ervas (símbolo dos rituais), o Kamandalu (pote com água, símbolo da
renúncia) e os Vedas (símbolo do conhecimento).

Suria- Divindade hindu. O deus Sol. É a alma suprema dos Vedas e deve ser adorado por todos os
que desejam libertar-se da ignorância. Varuna- Divindade hindu. Seu nome provém da raiz verbal
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“vr”, que significa cobrir, circundar. Circunda o Universo e tem como atributo a soberania. Através do
Sol, ele controla tudo e, desta maneira, fez três mundos, habitando em todos eles: céu, terra e o
espaço intermediário de ar onde o vento é o sopro de Varuna. Sua morada é o Zênite, mansão de
mil portas, onde fica sentado e tudo observa; à sua volta ficam seus informantes que inspecionam o
mundo e não se deixam enganar. Seu poder e conhecimento são ilimitados; inspeciona o mundo,
sendo o Senhor das leis morais. Já foi um Deus Único e Celeste, perante a criação; com o tempo
tornou-se Divindade das águas, rios e oceanos. Rá- Divindade egípcia. É o princípio da Luz,
simbolizado pelo Sol; é mais do que o próprio Sol. É ele quem penetra no disco solar e lhe confere a
luz. Adorado como uma das maiores Divindades egípcias, é muitas vezes associado ao nome do Ser
Supremo, para lhe conferir este “status”, como Atun-Rá ou Amon-Rá.

Khnum- Deus local do alto Egito, simbolizado com cabeça de carneiro. Tinha aspectos de criador,
sendo possuidor de um torno de oleiro, onde modelara o corpo de todos os homens. Baldur ou
Balder- Divindade nórdica masculina cujo nome significa “distribuidor de todo o bem”. Filho de Odim
com a Deusa-Mãe Frigg. Conhecido como: deus Sol, o todo radiante, de beleza incomparável; a
deidade boa, pura e carismática; deus pacífico; “o bem amado”, “o santo”, “o único sem pecado”;
“deus da bondade”. Brán- Divindade celta. Conhecido como “o abençoado”, é o deus da profecia,
das artes, dos líderes, da guerra, do sole da música. É muito cultuado no País de Gales. Dagda-
Divindade celta que aparece como grande pai de todos, chamado de “o bom deus”. Seu poder
aparece como um sopro que torna os agraciados em trovadores. Anu- Divindade sumeriana. É o pai
das Divindades, é o próprio céu, Divindade do firmamento estrelado, o que reina na esfera superior.
Adorado por sumérios, acádios e assírio-babilônicos como a Divindade maior, por vezes visto como
o Deus Supremo. Senhor dos anjos e dos demônios, de todas as potências inferiores e superiores. 

Nusku- Divindade sumeriana. Deus da luz, adorado ao lado do deus da Lua, em Harran e Neirab.
Vizir de Anu e de Ellil. Tem como símbolo uma lâmpada.

Utu- Divindade sumeriana, o deus Sol. Traz o título de “meu sol” (“majestade”), como eram
chamados os reis e deuses chefes de panteão. 

Shemesh- Divindade hebraica. Aparece com raios flamejantes saindo de seus ombros, saltando
sobre montanhas com uma espada flamejante de serra nas mãos e uma tiara de fogo na cabeça.
Também simboliza o Sol. É a mesma Divindade arábica Shams.

Inti- Divindade inca do Sol, também chamado de “Servo de Viracocha”. Protetor da casa real, onde o
imperador era chamado de “filho de Inti”. É o grande doador da vida e da luz. Divindade popular mais
importante, tendo seu culto estabelecido em vários templos. 

Kinich Ahau- Divindade maia do sol, muito ligado ao Deus Criador Itzamná.

(Fonte: “Deus, “Deuses” e Divindades”, Alexandre Cumino, Madras Editora, 2004, páginas 81/84.)

As Irradiações Universais de Pai Oxalá são retas e contínuas, projetando-se de forma passiva a
todos, o tempo todo.  Já as irradiações Cósmicas de Mãe Logunan são projetadas em espiral e
alcançam os seres que se desvirtuaram no campo da religiosidade, para corrigi-los. Oxalá é o calor
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das estrelas. E Logunan é o frio do espaço cósmico; Oxalá é o calor do sol da Fé. E Logunan é o frio
do vácuo religioso; Oxalá é abrasador. E Logunan é enregelante; Oxalá é a fé permanente. E
Logunan é a alternância religiosa; Oxalá é o raio reto, o caminho reto que conduz a Deus. E Logunan
é a espiral, a onda circular que colhe todos os que se desviaram da retidão religiosa, para recolocá-
los nesse caminho reto, o único que nos leva para Deus. (“Gênese Divina de Umbanda Sagrada”,
Rubens Saraceni, Madras Editora, 2005, páginas 215/217).

A Essência Cristalina de Pai Oxalá contém dois Fatores: o Magnetizador e o Congregador, que estão
na base da Criação. Seu Fator Puro é o Magnetizador, sem o qual nada existiria em nosso planeta,
já que a Vida se sustenta por vibração magnética.  Seu Fator Misto é o Congregador, que tem por
função reunir tudo e todos numa mesma direção e objetivo maior, dando forma e mantendo a
estrutura de todas as coisas e seres. Mãe Oyá Religiosidade = tendência religiosa Irradiação
Cristalizadora– torna a religiosidade sólida e transparente. Irradiação Descristalizadora– quebra,
destroe conceitos solidificados e deturpados da religiosidade. Irradiação Magnetizadora– atrai a
religiosidade. Irradiação Desmagetizadora– afasta os aspectos deturpados da religiosidade.

Oxalá é o próprio Magnetismo, doa Magnetismo a todos os seres e coisas. “Gênese Divina de


Umbanda Sagrada”, RUBENS SARACENI explica a Gênese do Planeta Terra a partir do
Magnetismo do Divino Trono das Sete Encruzilhadas, e isto nos ajuda a compreender as
peculiaridades e a importância do Fator Magnetizador de Pai Oxalá para a existência da vida
planetaria: “A ciência divina nos diz que desde o assentamento do divino Trono das Sete
Encruzilhadas neste ponto do universo, pelo Divino Criador, já se passaram cerca de treze bilhões
de anos, sendo que nos primeiros quatro bilhões o nosso planeta se parecia com uma estrela azul,
mas que cintilava outras cores. Este período foi o tempo que o divino Trono das Sete Encruzilhadas
passou “absorvendo” energias, através do seu poderoso magnetismo cósmico. Fato este que deu
início aos choques “nucleares” geradores de explosões gigantescas e geradoras de novas ondas
eletromagnéticas hiper-carregadas de energias, visíveis desde outras constelações. 

Com o tempo, o núcleo magnético do planeta foi alcançando um ponto de equilíbrio, as ondas
eletromagnéticas foram perdendo força e as energias foram se condensando em torno do eixo
magnético planetário. Então, o planeta que era uma massa incandescente com pequena
“reatividade” começou a perder calor para o geladíssimo espaço cósmico, que é o absorvente natural
do excesso de calor dos corpos celestes. Tanto isso é verdade, que o brilho que vemos nas estrelas
é energia que flui com as ondas eletromagnéticas, mas que vai sendo diluída no espaço cósmico.
Mas as ondas eletromagnéticas geradas no interior delas, e que nos chegam, são absorvidas pelo
magnetismo planetário e o recarregam, mantendo-o em equilíbrio vibratório. Já o excesso é lançado
fora pelos pólos magnéticos (norte-sul), mantendo constante o campo em torno do planeta. 

(...) Assim que o divino Trono das Sete Encruzilhadas alcançou seu limite máximo em sua
capacidade de absorver energias, as reações foram diminuindo e só restou uma bola incandescente
cercada de vapores (gases) cujos elementos (átomos) foram se combinando e dando origem a
moléculas mais pesadas que se precipitavam sobre a superfície incandescida.  Pouco a pouco, com
a perda de calor para o gelado espaço cósmico, a crosta foi se resfriando e se solidificando, até que
se tornou densa o suficiente para reter em sua superfície as moléculas que iam se formando nas
camadas gasosas mais elevadas. Mas o interior incandescido, que era energia pura, criava e ainda
cria pressão, elevando para a superfície os átomos hiper-aquecidos.  O (...) processo de
resfriamento do nosso planeta Terra durou mais de três bilhões de anos e as ligações atômicas
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comandadas pela imanência do divino Trono das Sete Encruzilhadas deram origem a muitos tipos de
moléculas, que deram origem a muitas substâncias. Umas sólidas, outras líquidas e outras gasosas. 

(...) Tal como acontece durante a fecundação do óvulo pelo sêmen e toda uma cadeia genética
geradora é formada e ativada, o mesmo ocorreu quando um ser divino (o divino Trono das Sete
Encruzilhadas) magnetizou-se e se polarizou dentro do ventre da Mãe Geradora (a natureza cósmica
de Deus). Então se criou um magnetismo novo que, tal como um feto, começou a absorver os
nutrientes da Mãe Geradora (o Cosmo). O feto alimenta-se de sua mãe e o mesmo fez o divino
Trono das Sete Encruzilhadas e sua parte geradora, que é uma individualização da parte feminina do
Divino Criador (a Natureza).  Enquanto o divino Trono das Sete Encruzilhadas crescia
magneticamente, o planeta se energizava (materializava).  (...) O divino Trono das Sete
Encruzilhadas é o magnetismo que sustenta a existência do planeta em suas muitas dimensões. Já
a sua contraparte natural é a individualização e repetição “localizada” da natureza cósmica de Deus
ou de Sua parte feminina, que é um ventre gerador de vida.  (...) Na gênese de um corpo humano, a
par da herança genética dos pais, o sêmen do homem tem um magnetismo análogo ao do divino
Trono das Sete Encruzilhadas que atrai as energias (nutrientes); enquanto o magnetismo do óvulo
da mulher é análogo ao da mãe geradora (cosmos) que vai agregando e distribuindo os nutrientes,
segundo um código preestabelecido. Esta é a razão de todos os planetas serem “redondos”. Eles
são formados dentro de um tipo de magnetismo ovular (de óvulo ou ovo). Nesse magnetismo
planetário, os eixos são do divino Trono das Sete Encruzilhadas. Já o magnetismo que os reveste e
retém em cada camada os elementos, estes são o da Divina Mãe Geradora, ou sua natureza divina. 
Só quando estes dois magnetismos se fundem surge algo, tal como só quando o macho se une com
a fêmea (copula) uma nova vida é gerada. Tudo se repete e tudo se multiplica, bastando sabermos
que é assim que tudo acontece dentro de Deus, porque Ele é o eixo da geração e a própria geração
em Si mesmo. Ele tanto é o macho quanto a fêmea. Mas quando Se individualiza, aí assume a Sua
dualidade e biparte-Se em ativo e passivo, positivo e negativo, irradiante e absorvente, macho e
fêmea.  E foi o que aconteceu aqui na Terra, porque da união magnética do divino Trono das Sete
Encruzilhadas com a “mãe natureza” surgiu um planeta magnífico e único no nosso sistema solar”.
(Obra citada, Madras Editora, 2005, páginas 22/35.)

Sustentar a todos que têm fé, a Irradiação da paz, da harmonia, da tranquilidade, da serenidade, da
esperança, da humildade, da pureza, do perdão, da piedade, da misericórdia, da compaixão, da fraternidade,
da irmandade, da compreensão, da tolerância, da conciliação, da resignação etc. A Regência de Oxalá em
nossas vidas se manifesta na necessidade de nos congregarmos, isto é, de nos unirmos a pessoas que
tenham as mesmas idéias e ideais.  A Vibração de Oxalá habita em cada um de nós, porém velada pela
nossa imperfeição, pelo nosso grau de evolução. É “o nosso Deus interior”, a voz da consciência que tenta
nos conduzir por caminhos luminosos, pois traz consigo a memória de outros tempos, o conhecimento
empírico, o conhecimento adquirido por experiências anteriores. 

O trono da fé rege a fé como um todo, rege a capacidade de acreditar no que vemos, no que não
vemos, de acreditar naquilo que talvez a ciência não explique, mas respeite. A Fé está dentro de
cada um de nós (até mesmo em um ateu). O trono da fé é o mais importante dos tronos, pois todos
os demais advêm deste. É este o trono iniciador do mundo, da existência, da vida, dos seres, do
universo. No Candomblé, o trono da Fé se divide em subdivisões: Oxaguiã (Oxalá Novo), Oxalufã
(Oxalá velho), etc. Se você tratar Oxalá como Oxaguiã, lhe caberá fazer uma entrega de Inhame
com Wagi em determinada situação (seja no Candomblé ou no Umbandomblé), porém se você tratar
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Oxalá como Oxalá (Umbanda) tal entrega não se aplica. Nas duas primeiras, poderão ter filhos de
cabeça deste Orixá e até incorporação dos caboclos de Oxalá ou o próprio (na concepção de cada
casa), porém na Umbanda não há este tipo de prática. O trono da fé é exatamente o regulador disso.
Você vai fazer e frequentar uma religião que lhe desperte o "Oxalá" que está dentro de você! E não
estamos falando de incorporação, mas de vibrar na energia deste trono sagrado. Seja Umbanda,
Umbandomblé, Candomblé, Catolicismo, Budismo, outros, tendemos a ir onde a energia da fé nos
toca, nos direciona, nos guia e nos faz sentir realizados espiritualmente. Na Umbanda branca
dificilmente há um filho com Oxalá como Orixá de cabeça, pois temos-o como um trono neutro,
central e independente dos demais. Você pode ser filho de Ogum, Oxossi, Xango, Yansã, Yemanjá,
Oxum, etc...e nunca deixará de ser filho de Oxalá!

Pai Oxalá rege o Sentido da Fé, que é fundamental para a existência de uma religião. Sem Fé não
há religião.  Mas o Sentido da Fé não gera apenas aquele sentimento de caráter religioso ou de
crença religiosa. Também abrange o ato de crer, de acreditar, sem o qual mais nada existe. Quem
não tem o Sentido da Fé bem desenvolvido acaba por não crer em si mesmo, não encontra valor ou
significado para a própria vida e não consegue crer em algo além da existência material. Esta
pessoa terá pouca autoestima e autoconfiança e pode se deixar dominar pela ansiedade, pelo medo
etc. Por não crer, também não tem o Sentido do Amor bem desenvolvido, já que só podemos
desenvolver amor a partir do momento em que acreditamos em alguém ou em algo. Sem Fé e sem
Amor, não há Conhecimento verdadeiro. Sem a Fé, o Amor e o Conhecimento não há Lei e nem se
aplica Justiça. Faltando isso, não há Evolução e nem a Geração de mais nada... Em resumo: Oxalá
está no Sentido da Fé, que é o principal Sentido da Vida, pois sem a Fé nada mais existe ou tem
fundamento, é a base da Criação, é “o Senhor das Formas”, o Orixá da Plenitude, o Orixá que
representa o Espaço Infinito onde tudo existe e acontece e onde tudo será acomodado no
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três formas diferentes, ou seja: Oxalá Menino - OXAGUIAN - Sincretizado no Menino Jesus de
Praga. Oxalá Velho - OXALUFAM - Sincretizado por Jesus Cristo no Monte das Oliveiras. Oxalá
(Morto) - OXALÁ - Sincretizado por Jesus Cristo, depois de morto. O Governado excelso da 2 a
Galáxia. Filho puro de Oxalá, não vibra, portanto não recebe incorporação. Jamais se deve
representar Oxalá por uma cruz, pois ela representa as Almas que passaram na carne
(Reencarnações). Elemento e Força da natureza correspondente à esta linha, é o ÉTER e a LUZ.
Dia da semana de melhor vibração: sexta-feira. Chakra atuante: coronário. Planeta regente: Sol
Nota musical: si. Cor vibratória: cristalino, com raias douradas. Cor representativa: branco
(roupas, etc.). Cor da Guia (colar): contas brancas leitosas (miçangas). Saudação: Babá-Ekê ou
Aê-Babá.

Negativo: Seu OMULÚ. Amalá: para Oxalá não se dá amalá, faz-se agrado com uma mesa de
frutas, que não podem ter espinhos nem farpas: manga, abacaxi, morango, carambola, cajá-manga,
etc. Otí : água mineral, vinho branco e vinho tinto (Sangue de Cristo). Local de entregas: campo
gramado, limpo. Cor: Dourado, branco. Pedras: Cristais, principalmente o cristal branco. Erva:
Boldo do Chile. Função: Irradiar o sentido da fé, da congregação, da confiança no Divino/a.
Elemento: cristal. Essência: Magnetizadora.

Quando devemos evocar o amparo do pai Oxalá? - Quando perceber que falta fé na sua vida,
quando a esperança fica baixa, não há vontade de se conectar com o Divino/a. Oferenda: Poderá
ofertar a ele flores brancas, coco verde, mel, vela branca ou dourada. Ponto de forças: Todos os
templos, lugares puros como bosques, jardins, praias limpas. Água de cabeça: Água de fonte com
rosas brancas e folhas de manjerona maceradas e curtidas por 24 horas. Abre o mental para as
irradiações da fé. Portal de libertação: Portal do Raio Branco Chakra: Coronário. Frase: Eu desejo
potencializar a minha confiança em Deus/ Deusa com a finalidade de me unir com outros irmãos que
se afinizam com a minha essência.
confiança. Irradiação magnetizadora– atrai a fé. Irradiação cristalizadora– torna a fé sólida e
transparente. Irradiação congregadora– convoca, reúne as pessoas pela fé.

Para um mesmo problema, orixás diferentes propõem respostas diferentes – e raramente há um


acordo social no sentido de estabelecer uma das saídas como correta e a outra não. Oxalá não tem
mais poderes que os outros nem é hierarquicamente superior, mas merece o respeito de todos por
representar o patriarca, o chefe da família. Oxalá é o que traz consigo a memória de outros
tempos, as soluções já encontradas no passado para casos semelhantes, merecendo,
portanto, o respeito de todos numa sociedade que cultuava ativamente seus ancestrais. Ele
representa o conhecimento empírico, neste caso colocado acima do conhecimento especializado
que cada Orixá pode apresentar: Ossaim, a liturgia; Oxóssi, a caça; Ogum, a metalurgia; Oxum, a
maternidade; Iemanjá, a educação; Omolu, a medicina,...É o princípio gerador em potencial, o
responsável pela existência de todos os seres do céu e da terra. É o que permite a concepção no
sentido masculino do termo.

Oxalá é o pai de todos os Orixás, excetuando-se Logunedé, que é filho de Oxóssi e Oxum, e Iemanjá
que tem uma filiação controvertida, sendo mais citados Odudua e Olokum como seus pais, mas
efetivamente Oxalá nunca foi apontado como seu pai.
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AS CARACTERÍSTICAS DOS FILHOS DE OXALÁ: As características tão bem sintetizadas por


Monique Augras ao descrever a dança de Oxalá (no ritual de nação) definem bem o arquétipo
psicológico a ele associado. São caracteres encontrados nos arquétipos ocidentais também em
relação à figura paterna. Oxalá é o pai dos Orixás e, por extensão, de toda a humanidade.
Estabelece, pois, entre si e os outros, uma aura não de temeridade (já que não é nada inseguro),
mas sim de respeito e carinho. Os filhos de Oxalá, portanto, são pessoas tranqüilas, com tendência à
calma, até nos momentos mais difíceis; conseguem o respeito mesmo sem que se esforcem
objetivamente para obtê-lo. São amáveis e pensativos, mas nunca de maneira subserviente. Às
vezes chegam a ser autoritários, mas isso acontece com os que têm Orixás guerreiros ou autoritários
como adjutores (ajuntós). Sabem argumentar bem, tendo uma queda para trabalhos que impliquem
em organização. Gostam de centralizar tudo em torno de si mesmos. São reservados, mas
raramente orgulhosos. Seu defeito mais comum é a teimosia, principalmente quando têm certeza de
suas convicções; será difícil convencê-los de que estão errados ou que existem outros caminhos
para a resolução de um problema.

No Oxalá mais velho (OXALUFÃ) a tendência se traduz em ranzinzice e intolerância, enquanto no


Oxalá novo (OXAGUIÃ) tem um certo furor pelo debate e pela argumentação. Para Oxalá, a idéia e o
verbo são sempre mais importantes que a ação, não sendo raro encontrá-los em carreiras onde a
linguagem (escrita ou falada) seja o ponto fundamental. Fisicamente, os filhos de Oxalá tendem a
apresentar um porte majestoso ou no mínimo digno, principalmente na maneira de andar e não na
constituição física; não é alto e magro como o filho de Ogum nem tão compacto e forte como os
filhos de Xangô. Às vezes, porém, essa maneira de caminhar e se postar dá lugar a alguém com
tendência a ficar curvado, como se o peso de toda uma longa vida caísse sobre seus ombros,
mesmo em se tratando de alguém muito jovem.

As características dos filhos de OXALÁ: são pessoas respeitadas, tranquilas, calmas até nos
momentos mais difíceis, amáveis e pensativos; podendo, às vezes, ser autoritários. 
São muito dedicados e caprichosos, mantêm tudo sempre bonito, limpo. Respeitam a to-
dos, mas exigem ser respeitados. Sabem argumentar bem, tendo uma queda para trabalhos que
impliquem em organização. Gostam de centralizar tudo em torno de si mesmos. São reservados,
mas raramente orgulhosos. Seu defeito mais comum é a teimosia, principalmente quando têm
certeza de suas convicções; será difícil convencê-los de que estão errados ou que existem outros
caminhos para a resolução de um problema. No Oxalá mais velho (Oxalufã) a tendência se traduz
em ranzinze e intolerância; enquanto no Oxalá novo (Oxaguiã) essa tendência gera certo furor pelo
debate e pela argumentação.

Costuma-se dizer também que os filhos de Oxalufã (o Oxalá Velho) seriam mais calmos, bondosos e
tolerantes, mas com boa capacidade de liderança, dado ao seu forte magnetismo (carisma). Já os
filhos de Oxaguiã (o Oxalá Moço) seriam altos e robustos, elegantes, de porte majestoso e olhar ao
mesmo tempo altivo e travesso, e amigos das mulheres. Embora guerreiros, não são agressivos.
Alegres, gostam profundamente da vida. Revelam-se, às vezes, irônicos, maliciosos, prolixos e
brincalhões.  Para os filhos de Oxalá, a idéia e o verbo são sempre mais importantes que a ação;
não sendo raro encontrá-los em carreiras onde a linguagem (escrita ou falada) seja o ponto
fundamental.

Fisicamente, os filhos de Oxalá tendem a apresentar um porte majestoso, principalmente na maneira


de andar. Na constituição física, o filho de Oxalá não é alto e magro como os filhos de Ogum, nem
tão compacto e forte como os filhos de Xangô. Às vezes, porém, essa maneira de caminhar e de se
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postar dá lugar a alguém com tendência a ficar curvado, como se o peso de toda uma longa vida
caísse sobre seus ombros, mesmo em se tratando de alguém muito jovem. Para que o filho de Oxalá
tenha uma vida melhor, deve procurar despertar em seu interior a alegria pelas coisas que o cercam
e tentar ceder à sua natural teimosia. No geral, os filhos de Oxalá são idealistas e defensores dos
injustiçados. São muito intuitivos quanto ao futuro. Seu pensamento original antecipa-se ao de sua
época. Têm espírito brilhante e facilidade de argumentação. São generosos e até pródigos.

Oferendas: 1-Toalha ou pano de cor branca; velas brancas; frutas brancas (melão, goiaba, etc.);
vinho branco doce ou suave; flores brancas (todas); fitas brancas; linhas brancas; comidas brancas
(canjica, arroz doce, coalhada adocicada, etc.); pães; mel; farinha de trigo (para circular e fechar por
fora as oferendas); coco seco e sua água colocada em copos; coco verde com uma tampa cortada e
um pouco de mel derramado dentro da sua água; água em cálices ou copos; pedras de cristais de
quartzo branco (se for solicitado); pembas brancas (em pedra ou em pó); milho verde em espiga, cru
e ainda leitoso. (Fonte: “Rituais Umbandistas - Oferendas, Firmezas e Assentamentos”, Rubens
Saraceni, Editora Madras.)

2- Faça um círculo com sete velas brancas e coloque ao centro frutas diversas, coco verde aberto,
mel e flores, tudo bem arrumado, e faça seus pedidos em oração e cantos a este amado Orixá.
(Fonte: “Código de Umbanda”, Rubens Saraceni, Madras Editora.) 3- Um coco verde fechado e um
coco verde aberto (separar as águas); mel; uvas brancas, pêssegos, goiaba branca, maracujá,
carambola, vinho branco; rosas brancas, palmas brancas, crisântemos brancos; sete velas brancas.
Forrar o chão com as pétalas das rosas brancas e sobre elas dispor as frutas. Circundar com as
palmas e crisântemos, as bebidas (água dos dois cocos e vinho) e o mel. Em torno, firmar as velas,
saudando o Divino Pai Oxalá e fazendo o pedido específico.

Onde oferendar Oxalá: Nos campos abertos, bosques, praias limpas e jardins floridos.  Quando
oferendar Oxalá: - Para ter fé, esperança, paz, serenidade. - Para acalmar alguma situação ou
alguém. - Para despertar a fé de alguém.

Firmeza para Oxalá: Um pilão e uma quartinha branca com água. Amaci: 1-Água mineral com boldo
e flor de laranjeira macerados e curtidos por 24 horas. 2- Água da fonte com pétalas de rosas
brancas e manjerona, maceradas e depois curtidas por 24 horas.

Cozinha ritualística: 1-CANJICA- Canjica branca cozida coberta com algodão, folhas de saião ou
claras em neve, com um cacho de uva branca por cima de tudo. Regar com mel. 2-ACAÇÁ-
Cozinhar 1/2 kg de farinha de milho branca, como um angu ou mingau. Deixe esfriar um pouco e
faça bolinhos. Em algumas Casas se põe, às colheradas, em folhas de bananeira passadas ao fogo
e enrola-se. Serve-se depois de frio. 3-MUNGUNZÁ, mugunzá, ou mucunzá (da língua Quimbundo:
“mu'kunza” = milho cozido)- Alimento ritual feito de grãos de milho branco cozidos em água com
açúcar, algumas vezes com leite de coco e de gado, com pequena quantidade de água de flor de
laranjeira. É servido aos adeptos com bastante caldo e ao Orixá bem compactado, em forma de ebô.

Chakra: Coronário associado ao Sentido da Fé. É o primeiro chakra a receber os estímulos do


espírito. Abre-se em forma de funil para o Universo, representando a ligação entre o ser humano e o
Divino. É considerado o centro energético mais importante do corpo humano (a Energia Vital entra
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pelo Chakra da Coroa e se espalha aos demais chakras).  É representado por uma coroa, capacete
ou flor de lótus que se abre para o céu, como símbolo do despertar da espiritualidade e da
consciência humana.  Na Umbanda, este chakra é chamado de “a coroa do médium”. Glândula
relacionada: Pineal (ou epífise), semelhante a uma antena, a pineal capta radiações
eletromagnéticas da lua (que regula ciclos menstruais, por exemplo) e as radiações eletromagnéticas
do sol; desperta a produção de certas substâncias neurotransmissoras que estimulam a atividade
física e mental; ativa a produção de hormônios sexuais no início da puberdade, dando início ao ciclo
da reprodução humana. Está presente também nos os animais, captando os campos
eletromagnéticos da Terra e orientando as migrações das andorinhas e das tartarugas, por
exemplos.  Dr. Sérgio diz que: “A pineal é capaz de captar campos eletromagnéticos desta dimensão
e também de outras dimensões do Universo, acessando campos espirituais e sutis. Ela capta
vibrações que estão além da realidade física e por isso está associada aos fenômenos mediúnicos
(clarividência, telepatia etc.), já que a mediunidade é justamente a capacidade de entrar em contato
com energias de dimensões não-físicas. Isso acontece porque a glândula pineal tem cristais de
apatita na sua estrutura. O cristal de apatita capta campos eletromagnéticos, sendo que o plano
espiritual age por meio desses campos. A interferência Divina sempre acontece obedecendo às leis
da própria natureza. Os médiuns, pessoas capazes de entrar em contato com outras dimensões,
apresentam maior quantidade de cristais de apatita na pineal. Os iogues e místicos têm menor
quantidade. E ninguém pode aumentar ou diminuir essa concentração de cristais, pois ela é uma
característica biológica, assim como a cor dos olhos e dos cabelos. A glândula é um receptor
poderoso. Mas quem decodifica as informações recebidas são outras áreas do cérebro, como
o córtex frontal cerebral. Sem essa interação, as informações recebidas não são compreendidas.
Por isso, os animais recebem tais informações, mas não as decodificam, já que as outras partes do
cérebro deles não têm esse atributo”. 

Cor de vibração do coronário: Violeta, que é a freqüência mais alta ou mais elevada entre as sete
cores do arco-íris. Bom funcionamento deste chakra- Quando equilibrado e aberto, ele nos faz
perceber que a nossa essência é espiritual, que a Luz Divina está em nós, que somos parte do Todo
da Criação. Deixamos de ser meros receptores da energia vital, passando também a irradiá-la aos
outros seres vivos e ao planeta. Isso nos permite atingir níveis superiores de meditação.  Quando o
coronário se desenvolve de forma simultânea com o chakra frontal, a pessoa apresenta grande
capacidade de raciocínio e de intuição. Mau funcionamento deste chakra- Em desequilíbrio, não
permite que a pessoa tenha grande abertura mental, abundância ou "iluminação interior". O medo
pode dominar a vida dessa pessoa, trazendo-lhe desarmonia interior, infelicidade e desilusão, que se
difundirão aos demais chakras, desequilibrando-os, podendo gerar doenças de foro mental, fobias,
dores de cabeça ou enxaquecas de difícil tratamento. 

Conforme Angélica Lisanty, as pedras relacionadas ao Chakra da Coroa são: 1-SELENITA: faz a
nossa conexão com os Sete Raios; 2-CRISTAL: tem poder purificador. Bom para rituais de conexão
com a Espiritualidade; 3-PEDRAS LEITOSAS: Quartzo branco leitoso; Raolita ou Howlita (muito boa
para acalmar, sossegar e pacificar pessoas muito inquietas, ansiosas e nervosas); Calcita ótica
branca (boa para meditação).

Partes do corpo regidas pelo chakra coronário: Cérebro, cerebelo. Bebida: Água mineral; água
de coco; vinho branco doce; vinho tinto doce; “águas de Oxalá” (deixar uma porção de canjica de
molho em água mineral ou de coco e depois utilizar essa água; ou cozinhar a canjica e utilizar a
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água do cozimento); champanhe branco. Animais: Pomba Branca, Caramujo, Coruja branca.
Comidas: Canjica, Acaçá, Mungunzá. Frutas: Uvas verdes, coco seco, coco verde, pera, maçã
verde, damasco, melão, bergamota, pêssego, lima doce, laranja mimo do céu, goiaba branca, frutas
de polpa branca em geral, frutas suaves em geral, nozes, castanhas, amêndoas. Legumes, raízes e
verduras: Berinjela, gengibre, agrião.
Alguns Caboclos de Oxalá: Pena Branca, Flecha Branca, Montanha Branca, Folha Branca, Lua
Branca, Caboclo das Sete Encruzilhadas, Caboclo Tupã, Caboclo Tupi, Caboclo Tupinambá,
Caboclo Sol, Caboclo Girassol, Caboclo Gira-Mundo, Caboclo Vira Mundo, Caboclo Urubatão da
Guia, Caboclo Ubirajara da Guia, Caboclo Sete Flechas da Guia, Caboclo Sete Estrelas, Caboclo
Sete Penas Brancas.
LINHA DE OXALÁ: Caboclo Tupi - Representante de Oxalá na Linha das Almas. Caboclo Guarani -
Representante de Oxalá na Linha de Oxóssi. Caboclo Aymoré - Representante de Oxalá na Linha de
Ogum. Caboclo Guaracy - Representante de Oxalá na Linha de Xangô. Caboclo Ubiratã -
Representante de Oxalá na Linha de Ibeji. Caboclo Ubirajara - Representante de Oxalá na Linha de
Senhoras. Caboclo Urubatão da Guia - Comando da Linha de Oxalá
CABOCLOS OXALÁ: Caboclo Flecha Branca. Caboclo Pena Branca. Caboclo Areia Branca.
Caboclo Flecheiro de Aruanda (Oxossi e Oxalá). Caboclo Girassol. Caboclo das sete estrelas
EXUS LIGADOS A OXALA: Exu Gira Mundo. Exu Lúcifer. Exu Maioral. Exu Rei Exu Vira Mundo.
Exu Sete Sombras. Exu Pagão.
LINHA DE OXALÁ: 7 - Exu Sete Encruzilhadas: Comando negativo da linha de Oxala. Exu 7
pembas representante negativo na linha das senhoras. Exu Sete Pembas: Representante negativo
na linha das Senhoras. Exu Sete Ventanias: Representante negativo na linha de Ibeji. Exu 7 Poeiras:
Representante negativo na linha de Xangô. Exu 7 Chaves: Representante negativo na linha de
Ogum. Exu 7 Capas: Representante negativo na linha de Oxóssi. Exu 7 Cruzes da Calunga:
Representante negativo na linha das Almas.
Alguns Exus de Oxalá: Exu Abre Tudo, Exu Arrebata Tudo, Exu Corta Tudo, Exu Desmancha
Tudo, Exu Encruza Tudo, Exu Gira-Mundo, Exu Guarda Tudo, Exu Lúcifer, Exu Maioral, Exu Rei das
Almas, Exu Rei das Sete Encruzilhadas, Exu Rei das Trevas, Exu Sete Cabeças, Exu Sete
Encruzilhadas, Exu Sete Estrelas, Exu Sete Coroas, Exu Sete Infernos, Exu Sete Sombras, Exu
Tranca Tudo, Exu Vira Mundo.
Orixala, ododua: jefe caboclo urubatao da guia , exu 7 encruzilhadas. Caboclo guaracy, exu 7
poeiras. Caboclo guarany, exu 7 capas. Caboclo aimore, exu 7 chaves. Caboclo tupy, exu 7 cruzes.
Caboclo ubiratan, exu 7 pembas. Caboclo ubirajara, exu 7 ventanias.

Sincretismo religioso: Jesus Cristo. Dia de Oxalá: 25 de Dezembro (Natal e nascimento de Jesus).


Dia da semana: Sexta – feira. Vela: Branca. Fio de conta: Branco ou transparente. Banhos
Indicados: Rosa Branca (Para limar, fortalecer e desenvolver a coroa, pode ser usado na cabeça),
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Colonia (Para desenvolvimento mediúnico e aumento de intuição, pode ser usado na cabeça),
Tapete de Oxalá, etc. Saudação: Epê, Epê Babá! Oxalá é meu pai! Epa Babá! Campo de força e
entregas: Campos abertos, jardins, praias limpas de areia branca, bosques ou praças floridas. 
Chacra: Cronário. Animais que representam a presença de Oxalá: Pomba Branca, Caramujo, Coruja
Branca. (lembrando que na Umbanda não há matança de animais).  Número: Oxalá na Umbanda
tem número 1. No Candomblé geralmente Oxalufã é representado pelo 10 e Oxaguiã pelo 08.  
Quizilas: Bebida alcoólica, roupas escuras (em rituais de Oxalá), dendê, carvão, etc.  SÍMBOLOS
PONTO RISCADO: Estrela de David. Cruz. Estrela de cinco pontas. Pomba. Riscos análogos a
energia do espírito santo

TRONO Masculino da Fé: Fator Puro: Magnetizador. Fator Misto: Congregador. Essência:
Cristalina. Polariza com Oyá Tempo. Cor: Branco, dourado, transparente. Fio de Contas: Contas e
Miçangas brancas e leitosas. Firmas Brancas. Ferramentas: Jóias em prata, caramujo, sol, cajado,
pomba de prata, moedas e búzios. Para Oxalá de Oromilaia acrescentamos olhos de prata. 

Ervas: 1-Adriano Camargo relaciona estas ervas para Oxalá: Quentes ou agressivas: Açoita
cavalo, erva de bicho, mamona, orégano, alho, fumo (tabaco), comigo ninguém pode.  Mornas ou
equilibradoras: Alcachofra, alcaçuz, alecrim, alfazema, aquiléia (mil folhas), bardana, boldos
(todos), girassol, hortelã, incenso (folhas da planta), levante, manjericão, manjerona, rosa branca,
sálvia, tomilho, folha da costa (ou saião). Frias ou específicas: Algodoeiro, angélica, anis estrelado,
artemísia, cravo da Índia, ipê roxo, jasmim, laranjeira, louro, noz de cola (ou obi), pichuri, saco-saco,
sândalo, verbena. 2- Mais ervas de uso comum: Agapanto branco (ou lírio africano), aguapé (golfo
de flor branca), alecrim (da horta, de tabuleiro, do mato etc.), angélica, alfavaca, arruda, baunilha,
barba de velho, colônia, camomila, chapéu de couro, capim limão, coentro, camélia, cambará,
carnaubeira, crisântemo branco, erva cidreira, erva-doce, eucalipto, erva de Santa Luzia, fava de
tonca (ou cumarim ou cumaru), folha de uva branca, folha do cravo, folha da fortuna, funcho, gerânio
branco, goiabeira branca (folhas), malva branca, maracujá (flores), macela, neve branca, palmas
brancas, palmas de Jerusalém, patchuli, poejo, salsa da praia, Tapete de Oxalá (é um tipo de Boldo,
mas NÃO é o “boldo do Chile”), umbuzeiro. 
Oxala: Ervas Quentes: descarregar,punir,redimir,resfriar,retificar,retrair,esterilizar,tragar,cristalizar(no
sentido de paralisar),assumir(responsabilizar),...Ervas Mornas:
Pacificar,abrandar,amparar,compreender,clarear,conceder,congregar,homogenizar,irradiar,perdoar,s
olucionar,restituir,vitalizar,vivificar,beneficiar,...

Símbolos: Estrela de cinco pontas (que desperta a Magia da Fé no ser humano); cruz; a pomba
branca da paz. Ponto na Natureza: Praias desertas, colinas descampadas, campos, campinas,
parques, bosques, montanhas, mirantes; qualquer lugar limpo e agradável. Flores: Rosas brancas,
de preferência sem espinhos, e todas as flores que sejam dessa cor (lírio branco, lírio da paz, palma
branca, margarida branca, copo de leite etc.); girassol; jasmim; lágrima de Cristo. Essências: Aloés,
almíscar, lírio, benjoim, flores do campo, flores de laranjeira. Pedra: Cristal branco- Minério: Ouro-
Metais: Prata, platina, ouro (branco e amarelo). Saudação: Exê Uêpe Babá, Oxalá é meu Pai; Êpa,
êpa Babá (viva o Pai). Planeta: Sol. Dia indicado para a consagração: todos- Hora: 12 horas. Dia
indicado para a consagração: domingo- Hora indicada: 06 horas. Dia da Semana: Todos,
especialmente a Sexta-Feira.
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León. Chakra coronario. Pineal. Color amarillo oro. Domingo. 9-12 horas. Ángel Gabriel. Fuego. Sol.
Geometría: punto. Metal: oro. Sitio vibratorio: naturaleza. Vino blanco. Hierbas: arruda, cidreira,
alecrim, levante, maracuja, girasol, guine hortela, jazmin. Esencia: flor de laranjeira, sandalo,
heliotropio.
Saudação: Exeeu baba! Ponto de Força: Campo aberto. Oferendas/Rituais: Pai Oxalá: Velas branca,
melão, coco verde, mel e flores brancas..

Números: Na Umbanda, Oxalá é associado ao número 01. No Candomblé, Oxalufã (o Oxalá Velho)
é associado ao número 10, enquanto Oxaguiã (o Oxalá Jovem) é associado ao número 08.
Data Comemorativa: 25 de Dezembro. Sincretismo: Na Umbanda: Jesus Cristo. No Candomblé: 
-Oxalá Obocum, Oxalá Olocum e Oxaguiã: Menino Jesus de Praga;  -Oxalufã: Senhor do Bonfim;-
Oxalá Dacum e Oxalá Jobocum: Sagrado Coração de Jesus; -Oxalá de Oromilaia: Espírito Santo ou
Santa Luzia.

Qualidades: No Candomblé, encontramos algumas Qualidades (ou caminhos) de Oxalá: 1-Oxalá


Ajagemo: Durante a sua festa anual em Edé, dança-se e se representa com mímicas um combate
entre ele e Oluniwi, no qual este último sai vencedor. 2-Oxalá Akire ou Ikire: É um valente guerreiro,
muito rico, que transforma em surdo e mudo a quem o negligencia. 3-Osalá Alase ou Olúorogbo:
Salvou o mundo fazendo chover num período de seca. 4-Oxalá Etéko: Caminha com Oxaguiã, é
inquieto. Vive nas matas e recebe oferenda de todo o tipo de carne branca. 5-Oxalá Eteto Obá
Dugbe: Outro guerreiro, ligado a Orixalá. 6-Oxalá Lejugbe: É muito confundido com Oxalufan, por ser
vagaroso e indeciso. Recebe oferendas com Yemanjá e Oxalufan. Suas oferendas incluem todo tipo
de carne branca. 7-Oxalá Obatalá: É o mais velho dos Orixás. O grande Rei Branco; raiz de todos os
outros Oxalás. É o pai de Oxalufan (que, por sua vez, é o pai de Oxaguiã). Sendo muito grande e
poderoso, Obatalá não se manifesta, pois sua palavra transforma-se imediatamente em realidade.
Representa a massa, o ar, as águas frias e imóveis do começo do mundo; controla a formação dos
novos seres, é o Senhor dos vivos e dos mortos.

8-Oxalá Okó: Divindade da agricultura e colheita dos inhames novos e da fertilidade da terra. Orixá
Nagô, pouco conhecido no Brasil, pois na época da chegada dos escravos consideraram, em seu
lugar, a Ogum como Orixá da agricultura e a Obaluaiyê como Orixá dos grãos. Quando se manifesta
leva um cajado de madeira que revela sua relação com as árvores. Traz uma flauta de osso que
lembra sua relação com a sexualidade e a fertilidade. É confundido com Oxalá, pois se veste de
branco. Seu opaxorô, no Brasil, é confeccionado em madeira. 9-Oxalá Olofon Ajigúna Koari: Aquele
que grita quando acorda (conhecido pelo nome de Oxalufan). 10-Oxalá Orinxalá, Orixalá ou Obatalá:
É casado com Yemanjá e suas imagens são colocadas lado a lado e cobertas com traços e pontos
desenhados com efum (giz branco, pemba branca), no Ilésin (local de adoração). 11-Oxalá Oxalufã
(Orixá Olú Fon): Orixá velho e sábio, cujo templo é Ifón pouco distante de Oxogbô; sua cerimônia de
saudações é de dezesseis em dezesseis dias. Orixá muito velho, lento. Dança apoiado no opaxoró.
Detesta a violência, disputas e brigas. Não come sal e nem dendê; não aceita cores fortes,
principalmente o vermelho. A ele pertencem os metais e substâncias brancas. Não suporta cavalos.

12-Oxalá Osoguiã ou Oxaguian (também chamado de Ogiyan Ewúlee Jiigbo): Orixá jovem e
guerreiro, cujo templo principal se encontra em Ejigbô. Tomou o título de Eleejigbô, Rei de Ejigbô.
Uma de suas características é o gosto pelo inhame pilado (lyán), que lhe valeu o apelido de “Orisa-
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Je-Iyán” ou “Orisájiyan”. É o único que tem autorização de enfeitar seus colares brancos com pedras
azuis, chamadas Seguy. Está ligado ao culto de Iroko e dos espíritos, assim como à fertilidade e ao
culto ao inhame. É o pai de Oxossi Inlé e recebe oferendas com Ogunjá, Oxossi Inlé, Airá, Exu, Oyá
e Onira. Tem forte ligação com Yansã e com Exu. Seus filhos devem evitar brigas e mentiras e,
principalmente, devem respeito a Ogum. (Fonte: http://juntosnocandomble.blogspot.com)

Incompatibilidades: No Candomblé, são observadas algumas incompatibilidades (quizilas,


proibições ou euós) em relação ao Orixá Oxalá: vinho de palma, dendê, carvão, roupa escura, cor
vermelha, cachaça, bichos escuros. E para Oxalufã, o Velho, também as lâminas.

Pai Oxalá - Trono Masculino da Fé Oxalá é o Trono Natural da Fé e seu campo de atuação
preferencial é a religiosidade dos seres, aos quais ele envia o tempo todo suas vibrações
estimuladoras da fé individual e suas irradiações geradoras de sentimentos de religiosidade. Fé! Eis
o que melhor define o Orixá Oxalá. Sim, amamos irmãos na fé em Oxalá. O nosso amado Pai da
Umbanda é o Orixá irradiador da fé em nível planetário e multidimensional. Oxalá é sinônimo de fé.
Ele é o Trono da Fé que, assentado na Coroa Divina, irradia a fé em todos os sentidos e a todos os
seres. Nada ou ninguém deixa de ser alcançado por suas irradiações estimuladoras da fé e da
religiosidade. Jesus Cristo é um Trono da Fé de nível intermediário dentro da hierarquia de Oxalá. E
o mesmo acontece com Buda e outras divindades manifestadoras da fé, pois muitos Tronos
Intermediários já se humanizaram para falar aos homens como homens

Oxalá irradia fé o tempo todo e Oiá absorve as irradiações religiosas desordenadas vibradas pelos
religiosos desequilibrados. Ela se contrapõe a ele porque a atuação dela é no sentido de absorver os
excessos religiosos vibrados pelos seres que se excedem nos domínios da fé. Já Oxalá irradia fé e
estimula a religiosidade o tempo todo, a todos.

Oxalá: não deixar um só ser sem o amparo religioso dos mistérios da Fé. Mas nem sempre o ser
absorve suas irradiações quando está com a mente voltada para o materialismo desenfreado dos
espíritos encarnados, os próprios seres se afastam da luminosa e cristalina irradiação do divino
Oxalá… e entram nos gélidos domínios da divina Oiá, a Senhora do Tempo e dos eguns negativados
nos aspectos da fé.

Oferendamos Oxalá quando necessitamos fortalecer ou despertar em nosso íntimo os sentimentos


de fé, paciência, tolerância, perdão e compaixão. Quando precisamos colocar em nossas vidas mais
esperança e confiança.

Oiá-Tempo - Logunan - Trono Feminino da Fé: não estamos falando na mesma Iansã Oiá. a Mãe
Oiá Tempo atua no Tempo Cronológico,ou seja Eras Passadas, Presentes e Futuras,já a Mãe Iansã
- Oiá atua sobre os Tempos Climáticos como as tempestades,ventanias,... Oiá é a orixá do Tempo e
seu campo preferencial de atuação é o religioso, onde ela atua como ordenadora do caos religioso.
O “Tempo” é a chave do mistério da Fé regido pela nossa amada mãe Oiá, porque é na eternidade
do tempo e na infinitude de Deus que todas as evoluções acontecem. Oiá é a regente cósmica da
linha da Fé, e tempo é o vazio cósmico onde são retidos todos os espíritos que atentam contra
os princípios divinos que sustentam a religiosidade na vida dos seres. “Tempo”, eis as
qualidades, atributos e atribuições negativas de Oiá, de que tanto falamos e alertamos aos supostos
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pais de Santo ou magos negros que recorrem ao “Tempo” para prejudicar seus semelhantes com
seus ebós sujos e suas magias negras. Oiá é a orixá regente do pólo negativo da linha da Fé,
Quando Oiá “vira no tempo”, seja contra um seu filho direto quanto um seu filho indireto (que têm a
coroa regida por outros orixás), então sua vida entra em parafuso e só deixará de rodar quando
esgotar tudo de desregrado e desvirtuado que nela existia. Mãe religiosa por sua excelência divina,
mas mãe rigorosa por sua natureza cósmica, cujo principal atributo junto dos espíritos humanos é o
de esgotar o lobo sanguinário que oculta-se por baixo da pele de cordeiro. Enquanto Oxalá é
irradiante, Oiá é absorvente, e enquanto os filhos de Oxalá são extrovertidos, os de Oiá são
introspectivos e até um tanto tímidos, pois a natureza forte de sua mãe divina exige deles uma certa
“beatitude” já que, das mães divinas, ela é a mais ciumenta por seus filhos amados e a mais rigorosa
com os seus filhos relapsos. ela é assim, é porque ela é a orixá que, junto com Oxalá, rege a
primeira linha de Umbanda, que é a linha da Religiosidade.

Linha: Cristalina. Pedra: Quartzo fumê Rutilado, Sodalita. Irradiação: Fé.


Vela/Cor: Branca, preta, Azul escuro. Sincretismo: Joana D’arc. Saudação: Olha o Tempo!.
Ponto de Força: Campo aberto. Oferendas/Rituais: Mãe Oiá: Velas branca, azul escuro, prata,
coco seco, licor de anis, maracujá maduro, abacaxi, carambola. Pode oferendá-la no tempo.

oferendamos Oyá quando necessitamos despertar ou equilibrar a religiosidade cuando está


desvirtuada pelo fanatismo, ausente ou até pela má utilização da fé. É Oyá quem absorve os
excessos da fé. A Ela também solicitamos envolver, purificar e redirecionar, com suas ondas
espiraladas, os eguns perdidos no tempo, aqueles espíritos que ha muito tempo vagam no
astral, que já se encontram perdidos e com seus mentais vazios tornando-se alvos fáceis para as
grandes quiumbas que os escravizam e os utilizam para o mal. Ela também recolhe aqueles
que nos acompanham desde muito tempo, de vidas passadas, e que por um sentimento de
vingança emocional nos envolvem desequilibrando-nos até hoje. Ela é a Dona do Tempo
cronológico.

Ervas Quentes(Descarrego):Cânfora,cipó suma,eucalipto,orégano,bambu(folhas),pinhão


branco,tiririca,chorão(salgueiro),... Verbos atuantes nas ervas
quentes:resfriar,retornar,girar,inverter,paralisar(no tempo),congelar,virar,voltar,puxar,esgotar,

Ervas Mornas(Equilibradoras):Benjoim,chapéu de couro,hortelã(mentas),nóz de


cola(obi),sabugueiro,rosa amarela,girassol,peregun rajado(dracena),incenso folhas(ibosa),limão
folhas,cipó prata,erva de santa luzia,imburana sementes,losna,pichuri,verbena,capuchinha,mil
folhas,sensitiva,...Verbos Atuantes nas ervas mornas:Conduzir,gostar,encontrar(ligado a
fé),levar(adiante),fluir(no tempo),adiantar(no
tempo),acelerar,temporizar,trazer,levar(adiante),nivelar,graduar,eternizar,...

Oyá-Tempo está assentada negativo (cósmico) do Trono, ordenadora do caos religioso, Absorve a fé
em desequilíbrio, para reconduzir os seres ao caminho do equilíbrio. Ela é o próprio espaço-tempo
onde tudo se manifesta. Por isso dizemos que é uma Divindade atemporal, é em Si o próprio Tempo,
não está sujeita ao Tempo, mas rege o seu sincronismo. Nossa relação ou noção de espaço-tempo
depende da movimentação dos astros no espaço, e daí vêm os conceitos de dia e noite, bem como o
nosso senso cronológico. Simbolizada pela espiral do Tempo, manifesta-Se em todos os locais,
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assim como Oxalá.

Ela pune quem se aproveita com más intenções das Qualidades relacionadas com a Fé e a
Religiosidade. Tempo é ”o vazio cósmico” onde são retidos todos os espíritos que atentam
contra os princípios divinos que sustentam a religiosidade na vida dos seres.
Oxalá é o Sol da vida enquanto Oyá é o Tempo, onde tudo se realiza. Oxalá é a Fé abrasadora
enquanto Oyá é o gélido Tempo, onde são desmagnetizados os seres desequilibrados nas
coisas da Fé. Oxalá é o Pai amoroso que fortalece o íntimo dos seres e os conduz ao encontro do
Divino Criador enquanto Oyá é o Tempo por onde caminham os seres que estão buscando o
Criador. Oxalá é a Fé de Deus nos Seus filhos enquanto Oyá-Tempo é o rigor divino para com os
filhos que Lhe voltaram as costas.

Oxalá é o Orixá da Fé enquanto Oyá é o Orixá do Tempo, pois é o tempo que atua no ser,
acelerando sua busca pela Fé ou afastando-o das coisas religiosas, direcionando sua evolução
para outros sentidos da Vida. Oxalá é passivo no seu magnetismo de corrente contínua, cuja
irradiação estimuladora da Fé chega a todos o tempo todo enquanto Oyá é ativa no seu magnetismo
de corrente alternada, onde uma onda espiralada estimula a religiosidade, enquanto a outra onda
esgota a espiritualidade na vida dos seres emocionados, fanatizados ou desequilibrados. Enquanto
Oxalá é irradiante, Oyá é absorvente.

FILHOS DE OYÁ TEMPO: são introspectivos e até um tanto tímidos, pois a natureza forte de sua
Mãe Divina exige deles uma certa “beatitude”, já que, das Mães Divinas, Ela é a mais rigorosa com
os seus filhos relapsos.  São Simpáticos, discretos, silenciosos, observadores, amigos e
conselheiros, emotivos, mas guardam suas emoções para si ao invés de exterioriza-las, lutadores e
muito sinceros. Podem ser Retraídos, ciumentos, possessivos, evasivos, fugidios, descrentes,
desconfiados, não perdoam uma ofensa, mesmo que for inconsciente. São glaciais nos seus
envolvimentos emocionais. Apreciam as coisas religiosas, o estudo, a música suave ou romântica,
um pouco de isolamento, conversas construtivas, a companhia de pessoas discretas e de homens e
mulheres maduros, reservados e amorosos.

QUANDO FIRMAR PARA OYÁ: Para cortar magias negras. Para afastar eguns. Para
“congelar” atuações de magos negros. FIRMEZA PARA OYÁ: Bambu, cristal Fumê e cabaça
com água.

ALGUNS CABOCLOS DE OYÁ-TEMPO:Caboclo Gira Mundo, Caboclo do Tempo, Caboclo (ou


Cabocla) Lua, Caboclo Sete Luas (de Oxalá e Oyá-Tempo). Os Caboclos Velhos também recebem
uma regência da Mãe Oyá-Tempo, dentro do Mistério Ancião (atravessaram o Tempo, adquiriram a
experiência e o saber, aprimoraram a Fé e a Religiosidade, e atuam nesses campos).

CABOCLOS DE OYÁ: Caboclo da lua. Caboclo gira mundo. Caboclo sete luas.
EXUS DE OYÁ: Exu Vira Mundo. Exu Sete Porteiras da Religiosidade. Exu do Tempo.

ALGUNS EXUS E POMBA GIRAS DE OYÁ-TEMPO:EXUS: Exu Vira Mundo, Exu Gira Mundo, Exu
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do Tempo, Exu Porteira da Religiosidade, Exu chave da Religiosidade, Exu 7 Chaves da


Religiosidade (de Oxalá e Oyá), Exu 7 Chaves da Fé e da Religiosidade (de Oxalá e Oyá), Exu 7
Porteiras da Religiosidade (de Oxalá e Oyá). Os Exus Velhos também recebem uma regência de
Oyá-Tempo, da mesma forma que os Caboclos Velhos. E esses nomes ou denominações de Exus
também podem ser aplicados às Pomba Giras de Oyá-Tempo: Pomba Gira do Tempo, Pomba Gira
Chave da Religiosidade etc.. A Senhora Pomba Gira Maria Padilha é regida pelo Mistério do Tempo
e atua sobre os desequilíbrios no campo da Fé e da Religiosidade, cortando as ilusões.
CARACTERÍSTICAS DE PONTO DE FORÇA: OYÁ (OU LOGUNAM): Trono: Fé. Orixá
regente: Oyá. Sincretismo religioso: Santa Clara. Dia de Oxalá: 11 de Agosto. Dia da semana: Todos
os dias.  Vela: Branca, Prateada ou Fumê.  Fio de conta: Branco, fumê ou prateado. Banhos
Indicados: Anis estrelado, eucalipto e alecrim.  Saudação: Olha o tempo minha mãe.  Campo de
força e entregas: Campos abertos, Bambuzais (talvez por isso a confusão com Yansã) e expostos ao
tempo (dia, noite, etc), trópicos da terra (trópico de câncer, capricórnio), etc.  Chacra: Cronário.
Animais que representam a presença de Oxalá: Corujas.  Número: 10. Quizilas: Coisas estragadas
(alimentos, etc). SÍMBOLOS DE OYÁ PRESENTES EM PONTO RISCADO: Espiral, Ampulhetas
Símbolo do infinito, Círculos infinitos (por exemplo, um Exu faz um tridente em forma de círculo e o
garfo cela terminando no cabo dando a sensação de que não tem começo ou fim).

LINHA DE TRABALHO QUE DÁ SUSTENTAÇÃO: Linha dos Ciganos e Boiadeiros. Cor:Fumê,


prateado, preto e branco, azul escuro. Aqui, a cor branca simboliza a presença de todas as cores; e
a cor preta simboliza a ausência de todas as cores e representa o aspecto de absorção e
esgotamento da religiosidade desvirtuada e dos excessos cometidos em nome da Fé.  Fio de
Contas:Contas e Missangas de suas cores. Ferramentas :Ampulheta, Bambu.
Ervas:Eucalipto, Alecrim, Anis. Simbolos:Aspiral. Ponto na Natureza:Campo Aberto ao Tempo.
Flores:flores do campo, rosas amarelas, palmas amarelas. Essências:Eucalipto, Alecrim.
Pedras:Quartzo Fumê e Cristais com incrustações e Sodalita. Metais e Minérios:Estanho. Dia
indicado para consagração: 3ª feira. Horário: 13 horas. Saúde:cérebro superior e olho direito.
Planeta:Cosmos. Dia da Semana:todos os dias da semana. Horário: 21 horas. Chacra:Coronário.
Saudação:Olha o Tempo Minha Mãe! Bebida:licor de anis, água mineral e água de chuva.
Animais:Coruja Comidas:canjica enfeitada com coco ralado ou tirinhas de coco; acaçás de leite ou
acaçás de milho branco.  Números: 10. Data Comemorativa:11 de Agosto. Sincretismo:Santa
Clara  e Santa Joana D´ark

MÃE OYÁ – TRONO DA FÉ: Orixá ABSORVENTE , do TRONO DA FÉ, ABSORVER OS


EXCESSOS NA FÉ, e o POLO NEGATIVO do Trono e é MONOCROMÁTICA e CÓSMICA.
Cor: Azul escuro. Pedras: Quartzo- rutilado. Erva: Rosa Branca. Função: Consumir os excessos
cometidos em nome da fé, grande combatente de magias negras. Atemporalidade. Elemento:
Cristal. Essência: Cristalizadora. Quando evocar o amparo do Mãe Oyá: Quando perceber que
tem excedido nos caminhos da fé, quando suspeitar que possa estar sendo alvo de qualquer tipo de
magia, maldição. Ela consumirá todo excesso. Oferenda: Poderá ofertar velas azul-escuras ou
brancas, flores brancas. Ponto de forças: O tempo, ela é a dona do tempo. Água de cabeça: Água
de chuva com folhas de eucalipto e pétalas de rosa maceradas e curtidas por sete dias. Portal de
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libertação: Portal do Raio Branco. Chackra: Coronário Frase: Eu deixo ir embora toda falta de
confiança concretizando em mim o acreditar.
MÃE OYA – Nossa querida Mãe, é a grande responsável pelo consumo dos excessos na “fé”. Ela
através de seu rodamoinho paralisa todos que excedem ou atentam contra a fé. Todo fanático
fatalmente será paralisado pela Mãe Oyá. É também grande combatente da magia negra, neutraliza
essas forças negativas, bem como paralisa quem evoca o mal. Os “mercadores da fé”, ou seja,
aquelas pessoas que tentam vende-la , ou comprá-la, certamente cedo ou tarde cairão no domínio
dessa nossa amada Mãe.

PAI OXUMARÉ- TRONO DO AMOR: Orixá ABSORVENTE , do TRONO DO AMOR, ABSORVER


OS EXCESSOS “COMETIDOS EM NOME DO AMOR” compõe o POLO NEGATIVO do Trono e
suas irradiações são MONOCROMÁTICAS e CÓSMICAS. Cor: Azul claro, fruta cor. Pedras:
Azurita. Erva: Pariparoba. Função: Consumir os excessos cometidos em nome do “amor”, dilui as
mágoas as depressões, intolerância, desamor, indiferença. Ondas vibratórias e seus signos:
Elemento: Mineral. Essência: Renovadora. Quando evocar o amparo do Pai Oxumaré? Quando
necessitar renovar seus sentimentos, diluir mágoas, tristezas, sentimentos duros e rígidos, trabalha
atuando contra a depressão, baixa estima. Oferenda: Melão, velas azuis. Ponto de forças:
Cachoeiras, campos floridos. Água de cabeça: Água de cachoeira com folhas de louro e pétalas de
flores variadas curtidas por três dias. Portal de libertação: Portal do Raio Rosa. Chakra: Cardíaco.
Frase: Eu desejo renovar meus sentimentos com a finalidade de alcançar uma nova consciência de
Amor Divino pautada na tolerância e na compaixão. Quero me livrar da depressão.

Yori, oxum:parecen verdaderos niños. Manipulan con destreza las fuerzas de la mente, del corazón
de las personas, neutralizan verdaderas demenandas provenientes del submundo astral y repulsan
entidades viciadas que vienen de las zonas subcrostais as quais querem vampirizar e robotizar por
meio de subjugacao. Coordinan las actividades de los exus guardianes o exus de la lei en el
combate incesante contra los magos negros de las regiones interiores del planeta en trabajo en
conjunto con Ogum , a veces bajan a esas regiones en busca de rescates para la reencarnacion de
criaturas decaídas y orgullosas pero ya vencidas las cuales son internadas en las reencarnaciones.

Pai Oxumaré Renovação = dar um aspecto novo. Irradiação Renovadora - dá aspecto novo aos
sentimentos. Irradiação Diluidora– dissolve os aspectos negativos antes de renová-los. Irradiação
Agregadora - une, junta os sentimentos renovados.

Pai Oxumarê-Trono Masculino do Amor: atuando, reformulando, renovando conceitos, dogmas,


religião, a vida em si !!! Quando estamos estagnados, ou impedidos de crescer e evoluir por algum
motivo tanto interno quanto externo entra em ação, nos recolocando no caminho correto.
Oxumaré rege sobre a sexualidade e seu campo preferencial de atuação é o da renovação dos
seres, em todos os aspectos. O aspecto positivo de Oxumaré, que nos chega através das lendas dos
orixás, é que ele simboliza a renovação. o aspecto mais negativo é que ele é andrógino, parte macho
e parte fêmea.

Oxumaré, tal como revela a lenda dos orixás , e a renovação continua, mas em todos os aspectos e
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em todos os sentidos da vida de um ser. Sua identificação com Dã, a Serpente do Arco-íris es
porque irradia as sete cores que caracterizam as sete irradiações divinas que dão origem às Sete
Linhas de Umbanda. E ele atua nas sete irradiações como elemento renovador. Oxumaré é a
renovação do amor na vida dos seres. E onde o amor cedeu lugar à paixão, ou foi substituído pelo
ciúme, então cessa a irradiação de Oxum e inicia-se a dele, que é diluidora tanto da paixão como do
ciúme. Ele dilui a religiosidade já estabelecida na mente de um ser e o conduz, emocionalmente, a
outra religião, cuja doutrina o auxiliará a evoluir no caminho reto.
Ele, que é bondade, amor e misericórdia, os conduz às divindades naturais (que são os orixás), os
conduz ao espiritismo e a muitas outras doutrinas para ver se encontram uma onde suas naturezas
ativas absorvam irradiações luminosas.Mas, quando vê que eles não se adaptam em nenhuma
delas, ativa seu pólo cósmico, e um de seus aspectos negativos logo os arrasta para um de seus
reformatórios religiosos, para que eles voltem a trilhar o caminho reto. E se o aspecto negativo
ativado não conseguir reconduzi-los ainda na carne, não desistirá, mesmo depois de desencarnar.

Renovação, eis a palavra chave que bem define o divino Oxumaré que, em seu aspecto negativo,
tem um mistério escuro chamado por nós de "Sete Cobras" ou "Sete Caminhos Tortuosos", que é
por onde transitam todos os seres que saíram do caminho reto e entraram nos desvios da vida, que
sempre conduzem aos caminhos da morte.

Linha: Mineral. Pedra: Opala, fluorita, cianita azul. Irradiação: Amor. Vela/Cor: Branca ou Azul
Celeste. Sincretismo: São Bartolomeu. Saudação: Arroboboi! Ponto de Força: Cachoeira.
Oferendas/Rituais: Pai Oxumaré: Velas branca, azul claro, verde, dourada, vermelha, roxa,
marrom, amarela (amarradas todas juntas), melão, champanhe rose, maracujá, fitas coloridas, flores
do campo. Pode oferendá-lo numa cachoeira.

oferendamos Oxumaré quando é necessário diluir sentimentos que estão desequilibrados,


sentimentos viciados, dolorosos por ex.: sentimento da paixão, desejo, solicitamos que renove o
nosso emocional trazendo a pureza dos sentimentos pois ser o Orixá da renovação do amor. Ao
trazer a cura emocional Ele é capaz automáticamente de curar o físico, sendo assim, oferenda-se
Oxumaré também para socilitar a cura.

Ervas Quentes(descarrego):Angico,buschinha do norte,dandá,espinheira


santa,orégano,urucum,valeriana,picão preto.
Verbos atuantes nas ervas quentes:calar,enraizar,densificar,resolver,diluir,...Ervas
Mornas(Equlibradoras):Açafrão raiz,angélica raiz,barbatimão,canela,carapiá raiz,carqueja
amarga,chapéu de couro, gengibre,guarná semente,hibisco flor,imburana
semente,manjerona,marapuama,dente de leão,bálsamo,catinga de mulata,serralha,pinhão
branco,peregun rajado(dracena),umbaúba,milho,pacová,...Verbos atuantes nas ervas
equlibradoras:cadenciar,colorir,renovar,rejuvenescer,restaurar,abrilhantar,...

OXUMARÊ: Não se pode nem dizer que seja um Orixá masculino ou feminino, pois ele é as duas
coisas ao mesmo tempo; metade do ano é macho, a outra metade é fêmea. Por isso mesmo a
dualidade é o conceito básico associado a seus mitos e a seu arquétipo. Essa dualidade onipresente
faz com que Oxumarê carregue todos os opostos e todos os antônimos básicos dentro de si: bem e
mal, dia e noite, macho e fêmea, doce e amargo, etc... Nos seis meses em que é uma divindade
masculina, é representado pelo arco-íris que, segundo algumas lendas é a ponte que possibilita
que as águas de Oxum sejam levadas ao castelo no céu de Xangô. Por essa lenda, é atribuído a
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Oxumarê o poder de regular as chuvas e as secas, já que, enquanto o arco-íris brilha, não pode
chover. Ao mesmo tempo, a própria existência do arco-íris é a prova de que a água está sendo
levada para os céus em forma de vapor, onde então se aglutinará em forma de nuvem, passará por
nova transformação química recuperando o estado líquido e voltará à terra sob essa forma,
recomeçando tudo de novo: a evaporação da água, novas nuvens, novas chuvas, etc.. Nos seis
meses subseqüentes, o Orixá assume forma feminina e se aproxima de todos os opostos do que
representou no semestre anterior. É então, uma cobra, obrigado a se arrastar agilmente tanto na
terra como na água, deixando as alturas para viver sempre junto ao chão, perdendo em
transcendência e ganhando em materialismo. Sob essa forma, segundo alguns mitos, Oxumarê
encarna sua figura mais negativa, provocando tudo que é mau e perigoso.

o que se pode abstrair de contradições como as que apresenta Oxumarê é que este é o Orixá do
movimento, da ação, da eterna transformação, do contínuo oscilar entre um caminho e outro
que norteia a vida humana. É o Orixá da tese e da antítese. Por isso, seu domínio se estende a
todos os movimentos regulares, que não podem parar, como a alternância entre chuva e bom tempo,
dia e noite, positivo e negativo. Conta-se sobre ele que, como cobra, pode ser bastante agressivo e
violento, o que o leva a morder a própria cauda. Isso gera um movimento moto-contínuo pois,
enquanto não largar o próprio rabo, não parará de girar, sem controle. Esse movimento representa a
rotação da Terra, seu translado em torno do Sol, sempre repetitivo- todos os movimentos dos
planetas e astros do universo, regulados pela força da gravidade e por princípios que fazem esses
processos parecerem imutáveis, eternos, ou pelo menos muito duradouros se comparados com o
tempo de vida médio da criatura humana sobre a terra, não só em termos de espécie, mas
principalmente em termos da existência de uma só pessoa. Se essa ação terminasse de repente, o
universo como o entendemos deixaria de existir, sendo substituído imediatamente pelo caos. Esse
mesmo conceito justifica um preceito tradicional do Candomblé que diz que é necessário alimentar e
cuidar de Oxumarê muito bem pois, se ele perder suas forças e morrer, a conseqüência será nada
menos que o fim da vida no mundo.

Enquanto o arco-íris traz a boa notícia do fim da tempestade, da volta do sol, da possibilidade de
movimentação livre e confortável, a cobra é particularmente perigosa para uma civilização das
selvas, já que ela está em seu hábitat característico, podendo realizar rápidas incertas.

Oxumarê é uma divindade originária da cultura do Daomé, região centro-norte da África. Há séculos
tal civilização foi dominada pelos iorubas, povo mais primitivo no sentido de organização social e
visão religiosa, mas, em compensação, mais poderoso em termos de organização militar. Como
aconteceu com Roma e Grécia, a dominação de uma sociedade menos rica em produções culturais
ou no terreno da superestrutura em geral fizeram com que os mitos dos daomeanos não fossem
apenas reprimidos, pelo contrário, os iorubas não tentaram impor sua cultura ao povo dominado.
Ficaram na verdade impressionados com sua cosmologia e tentaram assimilá-la, principalmente nas
figuras que não fossem formas semelhantes a divindades que também possuíssem. Oxumarê foi um
desses casos. O princípio da dualidade dos iorubas fazia parte dos Orixás-crianças (Ibeji) – A
dualidade que eles representam, porém, é mais próxima do comportamento contraditório e
irresponsável em termos ético das crianças, ainda não reprimidas pela codificação social. Já a
dualidade de Oxumarê é mais abrangente e até mesmo metafísica, pois representa os ciclos que
não estão ao alcance do ser humano. Oxumarê, Iroco, Omolu, Obaluaê e Nanã, os Orixás do Daomé
mais conhecidos e cultuados, castigam quando dispostos ou provocados, mas raramente se
arrependem e não possuem as falhas humanas, visíveis e humanizadoras das figura do panteão
ioruba.
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CARACTERÍSTICAS DOS FILHOS DE OXUMARÊ: Como é comum a todas as divindades


originárias do Daomé (cultura jeje) é relativamente difícil estabelecer um arquétipo específico de
comportamento associado ao Orixá, já que ele é misterioso e cheio de sombras e mitos. Os filhos de
Oxumarê são bem mais difíceis de serem reconhecidos dos os guerreiros filhos de Iansã, os
calmos e sábios filhos de Oxalá e os maternais e familiares filhos de Iemanjá, por exemplo.
Para o renomado pesquisador Pierre Verger, por exemplo, Oxumarê pode ser associado à
riqueza: Oxumarê é o arquétipo das pessoas que desejam ser ricas; das pessoas pacientes e
perseverantes nos seus empreendimentos e que não medem sacrifícios para atingir seus objetivos.

Já Monique Augras, segundo sua visão a respeito dos filhos de Oxumarê, eles costumam possuir o
dom da vidência. Quando vivia na terra, Oxumarê previa tudo, adivinhava o que ia acontecer, a tal
ponto que não era mais possível viver. Os deuses então decidiram mantê-lo afastado dos homens,
pois a clarividência total acaba transformando-se em maldição. A Seu pedido, Oxumarê obteve a
autorização de descer na terra de três em três anos. Verger acrescenta que Oxumarê está associado
ao misterioso, a tudo que implica o conceito de determinação além dos poderes dos homens, do
destino, enfim: É o senhor de tudo o que é alongado. O cordão umbilical, que está sob seu controle,
é enterrado geralmente com a placenta,s ob uma palmeira que se torna propriedade do recém-
nascido, cuja saúde dependerá da boa conservação dessa árvore.

Assim, ao arquétipo de comportamento associado à figura desse Orixá complexo está a tendência à
renovação, a compulsividade à mudança. Seus filhos estão entre aquelas pessoas que, de
tempos em tempos, mudam tudo em sua vida: mudam de casa, de amigos, de emprego, como se
ciclos se sucedessem sempre, obrigatoriamente, exigindo e provocando rompimento com o
passado e iniciando diuturnamente a busca de um novo equilíbrio que deverá persistir até num novo
momento de ruptura, desintegração e substituição. Mutabilidade, reinício é seu princípio básico,
aproximando-o dos mitos ocidentais referentes ao planeta Plutão, o astro da morte, da destruição, da
revolução como forma de renascimento e ressurreição. Também são apontados nos filhos de
Oxumarê certos traços de orgulho e de ostentação, algo que os aproxima do clichê do novo-rico,
exibicionista, quando surge um grave problema para alguém de sua amizade, e que precisa
efetivamente da sua ajuda. A androginia do Orixá, por vezes é estendida a seus filhos. Estes,
segundo algumas correntes, seriam bissexuais em potencial, mas essa interpretação não é aceita
universalmente. Fisicamente, os filhos de Oxumarê tendem a se movimentar extremamente leve,
pouco levantando os pés do chão. Têm em comum com a cobra a facilidade em serem silenciosos,
armarem seus botes na vida sem que as pessoas em torno se apercebam disso e só atacando seus
inimigos quando têm plena certeza da vitória, que a vítima está encurralada num território que não é
o seu.

OXUM, trono do amor: Òsun, Aziri (jejes), Acoçapatá (fanti-ashanti), Kissimbi (bantos). A Orixá
Oxum é a Divindade que está assentada no pólo positivo o Trono Mineral, o Trono do Amor e atua
na vida dos seres estimulando em cada um os sentimentos de amor, fraternidade e união.
Elemento: mineral, junto com Oxumaré, forma uma linha vertical cujas vibrações, magnetismo e
irradiações planetárias atuam sobre os seres, estimulado os sentidos de amor e acelerando a união
e a concepção dos seres.
Bela, vaidosa e sensual, Oxum é a deusa do amor e a mais feminina de todas as divindades da
Umbanda. Rege a fertilidade e o poder de gestação.
É a senhora das águas doces, que irrigam os campos, garantindo fartura, e também do ouro. Por
isso, identifica-se com todas as manifestações de riqueza. Ela dá de beber às folhas de Ossain, aos
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animais e plantas de Oxóssi, esfria o aço forjado por Ogum, lava as feridas de Obaluaiê, compõe a
luz do arco-íris de Oxumarê. Oxum está em tudo, pois, se amamos algo ou alguém é porque ela está
dentro de nós. Como o rio, que sempre caminha pro mar, a Oxum da Umbanda está diretamente
ligada à Rainha do Mar, encabeçando a legião das sereias de águas doces.
Oxum é a força dos rios, que correm sempre adiante, levando e distribuindo pelo mundo sua água
que mata a sede. É a Mãe da água doce e Rainha das cachoeiras. Orixá da prosperidade e da
riqueza interior, ela é a manifestação do Amor, puro, real, maduro, sensível e incondicional, por isso
é associada à maternidade e ligada ao desenvolvimento da criança ainda no ventre da mãe. É
Oxum que gera o nascimento de novas vidas que estarão no período de gestação numa bolsa de
água – como ela, Oxum, rainha das águas. É Oxum que “tomará conta” até o nascimento,
quando, então, entrega à Iemanjá, que será responsável pelo destino daquela criança. Oxum é a
mãe das crianças, seres inocentes e sem maldade, zelando por elas desde o ventre até que
adquiram a sua independência. Os seus filhos são a sua maior riqueza. O casamento, o ventre, a
fecundidade e as crianças são de Oxum, assim como, talvez por conseqüência, a felicidade.
Oxum é o amor, é a capacidade de sentir amor. Ela é o elo que une os Seres sob uma mesma
crença, trazendo a união espiritual. É o elo que une dois Seres sob o mesmo amor, agregando-os
onde se dá inicio à concepção de uma nova vida. Ela é quem agrega os bens materiais que torna um
ser rico, portanto, é conhecida como Orixá da Riqueza, Senhora do Ouro e das Pedras Preciosas.
ARQUETIPO DOS FILHOS DE OXUM: Os filhos de Oxum amam espelhos, jóias caras, ouro, são
impecáveis no trajar e não se exibem publicamente sem primeiro cuidar da vestimenta, do cabelo e,
as mulheres, da pintura.  As pessoas de Oxum são vaidosas, elegantes, sensuais, adoram perfumes,
jóias caras, roupas bonitas, tudo que se relaciona com a beleza.  Talvez ninguém tenha sido tão feliz
para definir a filha de Oxum como o pesquisador da religião africana, o francês Pierre Verger, que
escreveu: "o arquétipo de Oxum é das mulheres graciosas e elegantes, com paixão pelas jóias,
perfumes e vestimentas caras. Das mulheres que são símbolo do charme e da beleza. Voluptuosas
e sensuais, porém mais reservadas que as de Iansã. Elas evitam chocar a opinião publica, á qual
dão muita importância. Sob sua aparência graciosa e sedutora, escondem uma vontade muito forte e
um grande desejo de ascensão social". 

Os filhos de Oxum são mais discretos, pois, assim com apreciam o destaque social, temem os
escândalos ou qualquer coisa que possa denegrir a imagem de inofensivos, bondosos, que
constroem cautelosamente. A imagem doce, que esconde uma determinação forte e uma ambição
bastante marcante.  Os filhos de Oxum têm tendência para engordar; gostam da vida social, das
festas e dos prazeres em geral. Gostam de chamar a atenção do sexo oposto. O sexo é importante
para os filhos de Oxum. Eles tendem a ter uma vida sexúal intensa e significativa, mas diferente dos
filhos de Iansã ou Ogum. Representam sempre o tipo que atrai e que é, sempre perseguido pelo
sexo oposto. Aprecia o luxo e o conforto, é vaidoso, elegante, sensual e gosta de mudanças,
podendo ser infiel. Despertam ciúmes nas mulheres e se envolvem em intrigas.

Na verdade os filhos de Oxum são narcisistas demais para gostarem muito de alguém que não eles
próprios, mas sua facilidade para a doçura, sensualidade e carinho pode fazer com que pareçam os
seres mais apaixonados e dedicados do mundo. São boas donas de casa e companheiras.  São
muito sensíveis a qualquer emoção, calmos, tranqüilos, emotivos, normalmente têm uma facilidade
muito grande para o choro. O arquétipo psicológico associado a Oxum se aproxima da imagem que
se tem de um rio, das águas que são seu elemento; aparência da calma que pode esconder
correntes, buracos no fundo, grutas tudo que não é nem reto nem direto, mas pouco claro em termos
de forma, cheio de meandros. Faz parte do tipo, uma certa preguiça coquete, uma ironia persistente,
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porém discreta e, na aparência, apenas inconseqüente. Pode vir a ser interesseiro e indeciso, mas
seu maior defeito é o ciúme. Um dos defeitos mais comuns associados à superficialidade de Oxum é
compreensível como manifestação mais profunda: seus filhos tendem a ser fofoqueiros, mas não
pelo mero prazer de falar e contar os segredos dos outros, mas porque essa é a única maneira de
terem informações em troca.

É muito desconfiado e possuidor de grande intuição que muitas vezes é posta à serviço da astúcia,
conseguindo tudo que quer com imaginação e intriga. Os filhos de Oxum preferem contornar
habilmente um obstáculo a enfrentá-lo de frente. Sua atitude lembra o movimento do rio, quando a
água contorna uma pedra muito grande que está em seu leito, em vez de chocar-se violentamente
contra ela, por isso mesmo, são muito persistentes no que buscam, tendo objetivos fortemente
delineados, chegando mesmo a ser incrivelmente teimosos e obstinados.  Entretanto, ás vezes,
parece esquecer um objetivo que antes era tão importante, não se importando mais com o mesmo.
Na realidade, estará agindo por outros caminhos, utilizando outras estratégias.  Oxum é assim:
bateu, levou. Não tolera o que considera injusto e adora uma pirraça. Da beleza à destreza, da
fragilidade à força, com toque feminino de bondade

LINHA DE TRABALHO QUE DÁ SUSTENTAÇÃO: Pomba-Giras e Crianças. Fator :Agregador,


Conceptivo. Essência:Mineral: Elemento:Água Doce. Cor:Rosa, Azul ou Dourado,Amarelo. Fio de
Contas Contas e Missangas de suas cores, búzios. Ferramentas :Espelho. Simbolos:Coração e
Cachoeira. Ponto na Natureza:Rios e Cachoeiras. Flores:Lirios, Rosas Cor de Rosa e Amarela.
Essências:Lirio e Rosa. Pedras:Quarzto Rosa, Ametista, Rubi. Metais e Minérios:Cobre, Ouro,
Prata. Saúde:Coração e Aparelhos Reprodutivos. Planeta:Venus. Dia da Semana:Sábado. Chacra
Cardíaco. Saudação:Ai-ie-iô (ou Ora Ieiêô). Bebida:Champagne Animais:Pomba Rola. Comidas:
Omolocum. Ipeté. Quindim (Em algumas casas: banana frita, moqueca de peixe e pirão feito com a
cabeça do peixe)

Números:5. Data Comemorativa:8 de Dezembro, 12 de outubro. Sincretismo: Nas religiões afro-


brasileiras é sincretizada com diversas Nossas Senhoras, na Bahia: Nossa Senhora das Candeias
ou Nossa Senhora dos Prazeres. No Sul do Brasil: Nossa Senhora da Conceição, no Centro-Oeste e
Sudeste:Nossa Senhora ou Nossa Senhora Aparecida.  Incompatibilidades: Abacaxi e Barata.
Qualidades: Apará, Ijimum, Iápondá, Ifé, Abalu, Jumu, Oxogbo, Ajagura, Yeye Oga, Yeye Petu,
Yeye Kare, Yeye Oke, Yeye Oloko, Yeye Merin, Yeye Àyálá, Yeye Lokun, Yeye Odo

MÃE OXUM – TRONO DO AMOR: Orixá IRRADIANTE, do TRONO DO AMOR, IRRADIAR O AMOR
DIVINO, compõe o POLO POSITIVO do Trono e suas irradiações são MULTICOLORIDAS e
UNIVERSAIS. Cor: Rosa. Pedras: Quartzo rosa. Erva: Erva-doce. Função: Irradiar o amor
universal, a tolerância, a compaixão. Ondas Vibratórias e seus signos: Elemento: Mineral.
Essência: Conceptiva. Quando devemos evocar o amparo da Mãe Oxum? Quando precisar unir
as pessoas, quando notar que está sem paciência e tolerância, necessitando de Amor. Oferenda:
Velas brancas, azuis e rosas, flores, frutos, essência de rosas, licores e champanhe depositados no
pé de uma cachoeira. Ponto de forças: Rios de águas minerais, cachoeiras, pedreiras. Água de
cabeça: água de cachoeira com pétalas de rosas brancas maceradas e curtidas por 3 dias Portal de
libertação: Portal do Raio Rosa. Chackra: Cardíaco. Frase: Eu desejo receber o Amor Divino, afim
de unificar esse poder, trazendo a tolerância e a compaixão para a minha vida.

MÃE OXUM – É a grande responsável pelo amor universal, o Amor que dela é irradiado transcende
o da nossa concepção de Amor, não envolve posse, ou ciúme, é livre e fraterno. Muito carinhosa a
Mãe Oxum irradia a tolerância e desperta a consciência do amor próprio, pois somente aquele que
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se ama pode amar e ensinar o amor. Conduz, executa, enfim trabalha sempre com a leveza do
amor.

Mãe Oxum Amor = sem morte – sentimento que transcende à morte. Irradiação Conceptiva - faz
nascer o amor. Irradiação Energizadora– dá poder a ação de amar. Irradiação Agregadora– une,
junta em nome do amor.

OXUM: "Ai Ei Eiô, Mamãe Oxum" Oxum é o nome de um rio em Oxogbo, região da Nigéria. É ele
considerado a morada mítica da Orixá. Apesar de ser comum a associação entre rios e Orixás
femininos da mitologia africana, Oxum é destacada como a dona da água doce e, por extensão, de
todos os rios. Portanto seu elemento é a água em discreto movimento nos rios, a água
semiparada das lagoas não pantanosas, pois as predominantemente lodosas são destinadas
à Nanã e, principalmente as cachoeiras são de Oxum, onde costumam ser-lhe entregues as
comidas rituais votivas e presentes de seus filhos-de-santo. Oxum tem a ela ligado o conceito de
fertilidade, e é a ela que se dirigem as mulheres que querem engravidar, sendo sua a
responsabilidade de zelar tanto pelos fetos em gestação como pelas crianças recém-nascidas, até
que estas aprendam a falar.

Nanã é a matriarca velha, ranzinza, avó que já teve o poder sobre a família e o perdeu, sentindo-se
relegada a um segundo plano. Iemanjá é a mulher adulta e madura, na sua plenitude. É a mãe das
lendas – mas nelas, seus filhos são sempre adultos. Apesar de não ter a idade de Oxalá (sendo a
segunda esposa do Orixá da criação, e a primeira é a idosa Nanã), não é jovem. É a que tenta
manter o clã unido, a que arbitra desavenças entre personalidades contrastantes, é a que chora, pois
os filhos adultos já saem debaixo de sua asa e correm os mundos, afastando-se da unidade familiar
básica. Para Oxum foi reservado o posto da jovem mãe, da mulher que ainda tem algo de
adolescente, coquete, maliciosa, ao mesmo tempo que é cheia de paixão e busca
objetivamente o prazer. Sua responsabilidade em ser mãe se restringe às crianças e bebês.
Começa antes, até, na própria fecundação, na gênese do novo ser, mas não no seu
desenvolvimento como adulto. Oxum também tem como um de seus domínios, a atividade sexual e
a sensualidade em si, sendo considerada pelas lendas uma das figuras físicas mais belas do
panteão mítico iorubano.

Oxum é ambiciosa; cor: azul-claro com raias de ouro. Segundo a tradição ioruba, seu metal: cobre –
mas a correlação com o ouro não está basicamente errada, pois, de acordo com os historiadores, o
cobre era o metal mais caro conhecido naquela região. Oxum portanto, gosta das riquezas materiais,
mas não numa perspectiva de usura nem uma mesquinhez de quem quer ter riquezas para escondê-
las. A iniciação (na Umbanda ou no Candomblé) é um nascimento e o poder da fecundidade tem de
estar presente, pois Oxum mostrou que a menstruação, em vez de constituir motivo de vergonha e
de inferioridade nas mulheres, pelo contrário proclama a realidade do poder feminino, a possibilidade
de gerar filhos.

Existem 16 tipos diferentes de Oxum, das quase adolescentes até as mais velhas, sendo portanto 16
o número sagrado da mãe da água doce. Diz a lenda que as mais velhas moram nos trechos mais
profundos dos rios, enquanto as mais novas nos trechos mais superficiais. Entre essas 16, três são
marcadas como guerreiras (Apara, a mais violenta, Iê Iê Kerê, que usa arco e flecha, e Ié Ié
Iponda, que usa espada), mas a maior parte delas é mais pacífica, não gostando de lutas e
guerras, desde Oxum Obotó, muito suave e feminina, até a versão mais velha, a não menos vaidosa
Oxum Abalo. Além disso, o fluir nada fixo da água doce pelos diversos caminhos, a maneabilidade
do elemento se manifestam no comportamento de Oxum. Sua busca de prazer implica sexo e
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também ausência de conflitos abertos – é dos poucos Orixás iorubas que absolutamente não gosta
da guerra.

CARACTERÍSTICAS DOS FILHOS DE OXUM: O arquétipo psicológico associado a Oxum se


aproxima da imagem que se tem de um rio, das águas que são seu elemento; aparência da calma
que pode esconder correntes, buracos no fundo, grutas – tudo que não é nem reto nem direto, mas
pouco claro em termos de forma, cheio de meandros. Os filhos de Oxum preferem contornar
habilmente um obstáculo a enfrentá-lo diretamente, por isso mesmo, são muito persistentes no que
buscam, tendo objetivos fortemente delineados, chegando mesmo a ser incrivelmente teimosos e
obstinados. A imagem doce, que esconde uma determinação forte e uma ambição bastante
marcante, colabora a tendência que os filhos de Oxum têm para engordar; gostam da vida social,
das festas e dos prazeres em geral. O sexo é importante para os filhos de Oxum. Eles tendem a ter
uma vida sexual intensa e significativa, mas diferente dos filhos de Iansã ou Ogum.

Os filhos de Oxum são mais discretos, pois, assim com apreciam o destaque social, temem os
escândalos ou qualquer coisa que possa denegrir a imagem de inofensivos, bondosos, que
constroem cautelosamente. Na verdade os filhos de Oxum são narcisistas demais para gostarem
muito de alguém que não eles próprios – mas sua facilidade para a doçura, sensualidade e carinho
pode fazer com que pareçam os seres mais apaixonados e dedicados do mundo. Faz parte do tipo,
uma certa preguiça coquete, uma ironia persistente porém discreta e, na aparência, apenas
inconseqüente. Verger define: O arquétipo de Oxum é o das mulheres graciosas e elegantes, com
paixão pelas jóias, perfumes e vestimentas caras. Até um dos defeitos mais comuns associados à
superficialidade de Oxum é compreensível como manifestação mais profunda: seus filhos tendem a
ser fofoqueiros, mas não pelo mero prazer de falar e contar os segredos dos outros, mas porque
essa é a única maneira de terem informações em troca.

Mãe Oxum - Trono Feminino do Amor Trono irradiador do Amor Divino e da Concepção da Vida
em todos os sentidos. Como “Mãe da Concepção” ela estimula a união matrimonial, e como Trono
Mineral ela favorece a conquista da riqueza espiritual e a abundância material, Trono Regente do
pólo magnético irradiante da linha do Amor e atua na vida dos seres estimulando em cada um os
sentimentos de amor, fraternidade e união. Seu elemento é o mineral e, junto com Oxumaré, forma
toda uma linha vertical cujas vibrações, magnetismo e irradiações planetárias multidimensionais
atuam sobre os seres e os estimula os sentimentos de amor e acelera a união e a concepção. Na
Coroa Divina, a Orixá Oxum e o Orixá Oxumaré surgem a partir da projeção do Trono do Amor, que
é o regente do sentido do Amor.
Oxum assume os mistérios relacionados à concepção de vidas porque o seu elemento mineral atua
nos seres estimulando a união e a concepção. Todos devem saber que a água é o melhor condutor
das energias minerais e cristalinas. Por esta sua qualidade única, surgem diversos tipos de água,
sendo que a água “doce” dos rios é a melhor rede de distribuição de energias minerais que temos na
face da Terra. E o mar é o melhor irradiador de energias cristalinas. Saibam que a energia irradiada
pelo mar é cristalina e a energia irradiada pelos rios é mineral. E justamente neste ponto, surgem
confusões quando confundem a Orixá Oxum com Yemanjá. A energia mineral está presente em
todos os seres e também em todos os vegetais. E por isto Oxum também está presente na linha do
Conhecimento, pois sua energia cria a “atração” entre as células vegetais carregadas de elementos
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minerais. Já em nível mental, a atuação pelo conhecimento é uma irradiação carregada de essências
minerais ou de sentimento típicos de Oxum, a concepção em si mesma.
Saibam que a Ciência dos Orixás é tão vasta quanto divina, e está na raiz do todo o saber, na
origem de todas as criações divinas e na natureza de todos os seres. É na Ciência dos Orixás que
as lendas se fundamentam, e não o contrário. Leiam e releiam estes comentários até entenderem
esta magnífica ciência divina e apreenderem suas chaves interpretadoras da ciência dos
entrecruzamentos. Se conseguirem estas duas coisas, temos certeza que daí por diante entenderão
porque a rosa vermelha é usada como presente pelos namorados e a rosa branca é usada é usada
pelos filhos quando presenteiam suas mães. Ou porque se oferece rosas vermelhas para oferendar
pomba-gira, rosas brancas para Yemanjá e rosas amarelas para oferendar Oxum, ou rosas “cor de
rosa” para as crianças (Erês). Saibam que, se todas são rosas, no entanto os pigmentos que as
distinguem são os condutores de “minerais” e de energias minerais. Para um leigo, todas são rosas.
Mas para um conhecedor, cada rosa é um mistério em si mesma. E o mesmo acontece com cada
cor, certo?
Logo, o mesmo acontece com cada Orixá Intermediário, que são mistérios dos Orixás Maiores.
Saibam também que todo jardim com muitas roseiras é irradiador de essências minerais que tornam
o ambiente um catalisador natural das irradiações de amor da divindade planetária que,
amorosamente, chamamos de Mamãe Oxum. Outra coisa que recomendo aos Umbandistas é: por
que vocês, ao invés de oferecerem rosas às suas Oxuns, não plantam perto das cachoeiras mudas
de roseiras? As rosas murcham e logo apodrecem. Mas uma muda de roseira cresce, floresce,
embeleza e vivifica o santuário natural dessas nossas mães do Amor.
Divindades : Oxum. Linha: Mineral. Pedra: Ametista, Safira, Quartzo rosa. Irradiação: Amor.
Vela/Cor: Rosa, amarela, Azul claro, dourada. Sincretismo: N. S. Conceição, N. S. Aparecida.
Saudação: Oraaeieu!. Ponto de Força: Rios; cachoeira. Oferendas/Rituais: Mãe Oxum: Velas rosa,
amarela e azul claro, flores diversas, morango, cereja, maçã, champanhe rose. Pode oferendá-la
numa cachoeira. OXUM – oferendamos Oxum pedindo que Ela amoleça o nosso ou outros corações,
a fim de se tornarem mais amorosos. Pedimos a Ela que estimule a união através dos sentimentos
de amor puro e fraternal. Só através do amor puro é que a verdadeira união acontece e essa união
vale em todos os sentidos (profissional, social, familiar, etc). Com essa união vem a felicidade, ou
seja, a verdadeira prosperidade é concedida a nós. Portanto Ela é a Mãe da Concepção, aquela que
tudo concede quando há amor.
Ervas Quentes(Descarrego):Cipó cabeludo,cipó seda,buchinha do norte,...Verbos atuantes nas ervas
quentes:amolecer,aprofundar,aproximar,misturar,confundir,expulsar,empedrar,estreitar,corroer(pelas
águas),granular(reduzir a grãos),... Ervas Mornas(Equilibradoras):Alfavaca,calêndula flor,camomila
flor,canela,carqueja amarga,catuaba-pau de resposta,damiana,graviola folha,imburana
semente,laranjeira folha,macela flor,manjericão,melissa folha,menta,pata de vaca,poejo,... Verbos
atuantes nas ervas
mornas:abastar,prosperar,conceber,florescer,agregar,unir,aproximar,flexibilizar,melhorar,receber,...
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OXUM: Elemento e Força da natureza correspondente à Oxum é a força da cachoeira. Dia da


Semana: Ela atua todos os dias da semana de 0hs às 6:00hs, porém seu dia de maior vibração é o
Sábado. Chakra atuante: frontal. Planeta regente: Lua - no quarto de cheia. Nota musical: lá
Cor vibratória: azul (céu). Cor representativa: azul (céu) - (roupas, etc.). Cor da guia (colar): azul e
branco. Saudação: Ai-ê-eu (olha eu). Negativo: Dona Maria Padilha. Amalá: moqueca de peixe e
pirão (feito com a cabeça do peixe). Otí: água mineral. Comando da falange de Oxum: Cabocla
Jupissiára. Local de entregas: cachoeiras. Representação no ponto riscado: coração ou cachoeira

Trono Masculino e Universal do Conhecimento / Sagrado Pai Oxossi tem como vibraçãoa
vegetal, porém, o Trono Feminino e Cósmico do Conhecimento / Sagrada Mãe Obá tem como
vibração a telúrica (terra). Trazendo-os para a natureza, no elemento vegetal, ela seria representada
pela raiz de uma árvore, por exemplo.

PAI OXOSSI – TRONO DO CONHECIMENTO: Orixá IRRADIANTE, do TRONO DO


CONHECIMENTO, IRRADIAR O CONHECIMENTO DIRECIONADO, compõe o POLO POSITIVO do
Trono e suas irradiações são MULTICOLORIDAS e UNIVERSAIS. Cor: Verde. Pedras: Quartzo
verde. Erva: Eucalipto. Função: Irradiar o conhecimento, sentido de direção, a certeza. Elemento:
Vegetal. Essência: Expansora. Quando devemos evocar o amparo do pai Oxossi? Quando
precisar tomar alguma decisão, necessitar da certeza, para receber o conhecimento de maneira
direcionada e clara percebendo as manipulações. Oferenda: Velas brancas e verdes, cerveja, vinho
doce e licor de caju, flores do campo e frutas variadas, depositados em bosques e matas. Ponto de
forças: Bosques e matas, todo lugar que há predominância das plantas. Água de cabeça: Água de
fonte com guiné macerada e curtida por 3 dias. Portal de libertação: Portal do Raio Verde.
Chackra: Frontal. Frase: Eu desejo receber o conhecimento divino em sua melhor forma,
direcionando minha busca interior com a finalidade de seguir o caminho que a mim pertence.

OXÓSSI: pertence ao Plano 2 da Umbanda, e representa o CONSELHO na acepção da palavra. Na


linha de Oxóssi apresentam-se três tipos de Entidades, a saber: 1) Caboclo do mato. 2) Caboclo de
rio. 3) Curumim (filho de caboclo de mato ou de rio, criança). Elemento e Força da natureza: as
matas. Dia da Semana: quinta-feira. Chakra atuante: esplênico. Planeta regente: Vênus. Nota
musical: ré. Cor vibratória: azul. Cor representativa: verde (roupas, etc.). Cor da guia (colares): verde
e branco. Saudação: Okê Caboclo. Negativo: Exu Marabô. Amalá: milho cozido com mel de abelha,
mandioca cozida e todas as frutas. Otí: cerveja branca, vinho tinto ou aluá (cachaça de milho)
Local de entrega: matas (ou ao pé de uma árvore). Na representação dos pontos riscados, são
usados três tipos de símbolos como a seguir:

PAI OXOSSI – Pai Oxossi é o grande regente do conhecimento. Também possui propriedades
curadoras, suas irradiações podem proporcionar a cura espiritual. Os caboclos intermediários são
seus maiores representantes, pois em uma gira dificilmente convoca-se os Seres Intermediadores –
(caboclos naturais)- isso porque esses quase nunca falam, comunicam-se através de mantras,
sendo que os caboclos intermediários possuem a abertura para a comunicação através da fala. Fica
fácil compreender porque isso acontece: o conhecimento pode ser levado de uma forma mais eficaz
através da comunicação falada. Isso não quer dizer que não seja importante a incorporação de
Seres Intermediadores (caboclos naturais) e Encantados de Pai Oxossi.
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Pai Oxossi Expandir = difundir, espalhar, estender. Irradiação Direcionadora– direciona o


conhecimento, dá rumo. Irradiação Racinalizadora - inclina à reflexão sobre determinado
conhecimento. Irradiação Energizadora– faz circular a irradiação do conhecimento.

1. LINHA DE OXÓSSI

Representante
7 - Exu da Campina negativo na linha de
Oxalá
Representante
6 - Exu Bauru negativo na linha das
Senhoras
Representante
5 - Exu Lonan negativo na linha de
Ibeji
Representante
4 - Exu Capa Preta negativo na linha de
Xangô
Representante
3 - Exu Pemba negativo na linha de
Ogum
Comando negativo
2 - Exu Marabô
da linha
Representante
1 - Exu das Matas negativo na linha das
Almas

Oxossi, osase: tauro, libra. Chakra esplénico. Bazo. Verde. Viernes. 6-9
horas. Ángel Ismael. Tierra, aire. Venus. Hexagrama, 6. Cobre. Sitio
vibratorio: Mata y tierra. Vino tinto, charuto.

LINHA DE OXÓSSI: Caboclo Arruda - Representante de Oxóssi na Linha das


Almas. Caboclo Pena Verde - Comando da Linha de Oxóssi. Caboclo
Araribóia - Representante de Oxóssi na Linha de Ogum. Caboclo Cobra Coral
- Representante de Oxóssi na Linha de Xangô. Caboclo Guiné -
Representante de Oxóssi na Linha de Ibeji. Cabocla Jurema - Representante
de Oxóssi na Linha das Senhoras. Caboclo Pena Branca - Representante de
Oxóssi na Linha de Oxalá
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OXÓSSI: O PERFIL DO ORIXÁ: Numa visão antropológica, os Orixás são vibrações de energia,
cada uma numa faixa própria, com as quais os seres humanos se identificam, o que justifica a
existência de "filhos" de diferentes Orixás. Assim os filhos de Oxóssi, são aqueles cujo metabolismo
básico e características de personalidade herdadas geneticamente mais se identificam com uma
matriz, o próprio Oxóssi, que se manifesta em ambientes como florestas cerradas, parques onde
animais são preservados, espaços enfim, de contato entre o homem e os animais. Numa visão
teológica, os Orixás são divindades a serem respeitadas e cultuadas por seus filhos, que com eles
entrariam em contato através de diferentes rituais disseminados na cultura tribal africana e que no
Brasil estão agrupados sob o rótulo de uma religião, a Umbanda e o Candomblé. Cada divindade
possui lendas que justificam seu destino e principalmente o arquétipo de comportamento à ela
associado.

A Umbanda cultuada no Brasil é uma síntese de diversas manifestações diferentes da África, unindo
preceitos e práticas que no continente negro se manifestam em povos isolados. Há porém, uma
corrente predominante, a dos iorubas ou nagôs. Sua visão do mundo material e sobrenatural foi a
que mais se espalhou, tanto no centro-sul da África, como no Brasil, e os Orixás mais populares são
dela originados.Os rituais Jeje, do Daomé (atual República do Benin), também encontraram espaço,
principalmente porque tiveram de lutar contra mitos antagônicos dos iorubas; na verdade, o Daomé
foi, há muitos séculos, dominado politicamente por um povo de civilização mais recente, os iorubas.
Assim como Roma se comportou em relação aos mitos gregos, assimilando-os gradativamente e
adaptando-os as suas próprias necessidades, os iorubas assimilaram usos, costumes e Orixás
daomeanos, como Nanã, Iroco, Omulu e outros. Uma diferença, porém, sempre existiu para uem se
propusesse a analisá-los.

Os mitos iorubas manifestavam grande vitalidade, envolvendo personalidades extrovertidas como


Exu. Já os Orixás daomeanos são mais frios, vindos de uma cultura mais hierarquizada, onde os
deuses são vistos de maneira um pouco ameaçadora e coercitiva; não costumam ter o senso de
humor dos iorubas, sua flexibilidade, onde contendas difíceis às vezes são resolvidas por palavras
hábeis. O mundo dos daomeanos é mais soturno, discreto, perigoso. Nesse sentido, dois Orixás
iorubas fogem da tradição básica: o mago Ossaim, o solitário senhor das folhas, e Oxóssi, o caçador.
Ambos são irmãos de Ogum na maior parte das lendas e possuem em comum o gosto pelo
individualismo e o ambiente que habitam; a floresta virgem, as terras verdes não cultivadas. A
floresta é a terra do perigo, o mundo desconhecido além do limite estabelecido pela civilização
iorubana, é o que está além do fim da aldeia. Os caminhos não são traçados pelas cabanas, mas
sim pelas árvores, o mato invade as trilhas não utilizadas, os animais estão soltos e podem atacar
livremente. É o território do medo.

Oxóssi é o Orixá masculino ioruba responsável pela fundamental atividade da caça. Por isso na
África é também cultuado como Ode, que significa caçador. É tradicionalmente associado à lua e,
por conseguinte, à noite, melhor momento para a caça. Oxóssi e Ossaim têm na floresta o próprio
fim, nela se escondem. O primeiro para capturar os animais, o segundo para poder estudar sozinho
e recolher as folhas sagradas. Oxóssi e Ossaim representam as formas mais arcaicas de
sobrevivência, a apologia da caça em detrimento da agricultura, a apologia da magia e do ocultismo
em detrimento da ciência. Ao mesmo tempo, Oxóssi está mitologicamente muito próximo de Ogum,
como conciliando o novo e o velho, as novas atividades com as tradicionais. Na Umbanda, recebe o
título de Rei das Matas, sendo à ele consagrada a cor verde. Já no Candomblé, a cor verde é
consagrada a Ossaim por sua proximidade com as folhas, ficando o azul para Oxóssi, um azul pouco
mais vivo e claro que o de Ogum, numa transição cromática.
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Outro dado que identifica e aproxima Oxóssi de Ogum, é o fato de ambos representarem atividades
e possuírem temperamentos próprios de uma mesma faixa etária, a juventude (mas não a
adolescência, pois são mitos adultos, viris), onde a energia se expressa fisicamente. Assim como o
irmão ligado à guerra, Oxóssi é um Orixá que vive ao ar livre e está sempre longe de um lar
organizado e estável. Seu combate cotidiano, entretanto, está nas matas, caçando os animais que
vão garantir a alimentação da tribo, sendo por isso consagrado como protetor dos caçadores e
eterno provedor da subsistência do gênero humano. Protege tanto o que mata o animal como o
próprio animal, já que é um fim nobre a morte de um ser para servir de alimento para outro. Protege
os antagonistas, o caçador, e a caça, pois são seres do mesmo espaço, a floresta. Por isso Oxóssi
nunca aprova a matança pura e simples, para ele a morte dos animais deve garantir a comida para
os humanos ou os rituais para os deuses, sendo símbolo de resistência à caça predatória. O
conceito de liberdade e independência para Oxóssi é muito claro. Sua responsabilidade principal
com relação ao mundo é garantir a vida dos animais para que possam ser caçados. Em alguns
cultos de Umbanda, também se atribui à ele o poder sobre as colheitas, já que agricultura foi
introduzida historicamente depois da caça como meio de subsistência.

Segundo Pierre Verger, o culto a Oxóssi é bastante difundido no Brasil mas praticamente esquecido
na África. A hipótese do pesquisador francês é que Oxóssi foi cultuado basicamente no Keto, onde
chegou a receber o título de rei. Essa nação, porém foi praticamente destruída no século XIX pelas
tropas do então rei do Daomé. Já no Brasil, o Orixá tem grande prestígio e força popular, além de um
grande número de filhos. Seus símbolos são ligados à caça: No Candomblé, possui um ou dois
chifres de búfalo dependurados na cintura. Na mão, usa o eruquerê (eiru), que são pelos de rabo de
boi presos numa bainha de couro enfeitada com búzios. O mito do caçador explica sua rápida
aceitação no Brasil, pois identifica-se com diversos conceitos dos índios brasileiros sobre a mata ser
região tipicamente povoada por espíritos de mortos, conceitos igualmente arraigados na Umbanda
popular e nos Candomblés de Caboclo, um sincretismo entre os ritos africanos e os dos índios
brasileiros, comuns no Norte do País.

Talvez seja por isso que, mesmo em cultos um pouco mais próximos dos ritos tradicionalistas
africanos, alguns filhos de Oxóssi o identifiquem não com um negro, como manda a tradição, mas
com um Índio. Seu objeto básico é o arco e a flecha, o ofá e o damatá. Oxóssi é o que basta a si
mesmo. A ele estiveram ligados alguns Orixás femininos, mas o maior destaque é para Oxum, com
quem teria mantido um relacionamento instável, bem identificado no plano sexual, coisa importante
tanto para a mãe da água doce como para o caçador, mas difícil no cotidiano, já que enquanto ela
representa o luxo e a ostentação, ele é a austeridade e o despojamento.

Orixá Oxossi - Trono do conhecimento: O Orixá Oxóssi é Unigênito e é a própria Onisciência de


Deus, ele é o detentor de todo o conhecimento para a criação de todo o Universo e de tudo que
existe nele. Oxossi é o Orixá caçador dos conhecimentos e nos instiga a buscar isso, quando Oxóssi
atira sua flecha ele não erra o alvo e traz em sua ponta todo o conhecimento doutrinário necessário
para não haver estagnação e paralisação mental dos seres, Oxóssi atua estimulando o ser a buscar
o conhecimento para seu aprimoramento e evolução  e também ao ser usar esse conhecimento
adquirido em beneficio da coletividade. Suas irradiações vegetais fazem brotar em nosso intimo a
busca pelo conhecimento, pela vida e evolução,nos fortalecendo o mental e nos desligando do
emocional fragilizado e irracional, a caça pela sabedoria é doutrinadora portanto auxilia a Lei e a
Justiça em se realizarem, sem conhecimento nenhum ser é equilibrado , justo e respeitador, e isso
dentro dos limites de cada ser.
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Oxóssi é mantenedor dos mistérios da natureza que aos poucos são revelados aos seres, por isso
uma imensa parte da riqueza de alimentos, cura e equilíbrio natural esta nas matas,vegetais, frutos
que é seu campo de vibração energética vegetal preferencial e natural, ele resguarda os mistérios e
vai os revelando a humanidade aos poucos conforme necessário , é o conhecimento que faz uma
espécie evoluir e se fortalecer em seu meio, mesmo que em nível animalesco ou de plenitude
consciêncial , desde um inseto a um ser angelical, pois da necessidade surge a evolução, toda
espécie só evolui quando colocada em condições diferentes para qual ela foi preparada e é com seu
conhecimento intimo que ela se supera e melhora toda a sua espécie, desde o micro ao macro.
Pai Oxóssi - Trono Masculino do ConhecimentoOxóssi é o caçador por excelência, mas sua
busca visa o conhecimento. Logo, é o cientista e o doutrinador, que traz o alimento da fé e o saber
aos espíritos fragilizados tanto nos aspectos da fé quanto do saber religioso.
O Orixá Oxóssi é tão conhecido que quase dispensa um comentário. Mas não podemos deixar de
fazê-lo, pois falta o conhecimento superior que explica o campo de atuação das hierarquias deste
Orixá regente do pólo positivo da linha do Conhecimento. O fato é que o Trono do Conhecimento é
uma divindade assentada na Coroa Divina, é uma individualização do Trono das Sete Encruzilhadas
e em sua irradiação cria os dois pólos magnéticos da linha do Conhecimento. O Orixá Oxóssi rege o
pólo positivo e a Orixá Obá rege o pólo negativo. Oxóssi irradia o conhecimento e Obá o concentra.
Oxóssi estimula e Obá anula. Oxóssi vibra conhecimento e Obá absorve as irradiações
desordenadas dos seres regidos pelos mistérios do Conhecimento. Oxóssi é vegetal e Obá é
telúrica. Oxóssi é de magnetismo irradiante e Obá é de magnetismo absorvente. Oxóssi está nos
vegetais e Obá está em sua raiz, como a terra fértil onde eles crescem e se multiplicam. Oxóssi é o
raciocínio hábil e Obá é o racional concentrador.

Divindades: Oxóssi. Linha: Vegetal. Pedra: Esmeralda, Quartzo verde. Irradiação: Conhecimento.
Vela/Cor: Verde, Branca. Sincretismo: São Sebastião. Saudação: Okearô! Ponto de Força: Matas e
Campinas. Oferendas/Rituais: Pai Oxóssi: Velas verde, verde limão, branca, frutas variadas, vinho
doce, cerveja branca, milho (cozido só na água), moranga, flores do campo. Pode oferendá-lo em
uma mata ou bosque.

OXOSSI – oferendamos Oxossi para que ele nos ajude no raciocínio consciente, ou seja, para que
ele nos traga o conhecimento, o esclarecimento e a sabedoria em todos os sentidos da vida. A Ele
também solicitamos a coragem, a rapidez, o espírito caçador para as novas empreitadas. Pedimos
que sustente nossa caminhada espiritual com sabedoria e que cure nossos mentais desequilibrados.
Oxossi é um Orixá guerreiro, que nos traz a força da atitude, a força da vontade, enfim, é o Orixá que
nos ajuda naquilo que mais precisamos para evoluir: O Conhecimento. É um Orixá que tem como
domínio as matas e ervas e por isso propicia também a cura energética e mental
Ervas Quentes(Descarrego):Guiné,picão preto,buchinha do norte,cânfora,espinheira santa,jurema
preta casca,comigo ninguém pode,vence tudo,...Verbos atuantes nas ervas
quentes:identificar,dividir,amarrar(cipó),explorar,contrair,deslocar,...Ervas
Mornas(Equilibradoras):abacateiro,abre caminho,alecrim do norte,alecrim
comum,alfavaca,aquiléia,arnica do mato,chá verde,café folha,cana do brejo,capim cidreira,carqueja
amarga,cipó caboclo,cipó cravo,cipó s.joão,confrey,hortelã,ipê roxo,jurubeba mista,louro,manga
folha,manjericão,samanbaia,sene,... Verbos atuantes nas ervas
mornas:Expandir,direcionar,propiciar,fornecer,tornar hábil,suprir,caçar,curar,...
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Oxóssi é a Divindade que está assentada no pólo positivo do Trono do Conhecimento. Oxóssi irradia
o Conhecimento e atua em nosso mental estimulando nossa busca pelo conhecimento no sentido
mais amplo da palavra, de modo a expandir todos os Sentidos da nossa vida. Ele também ampara
os seres que fazem bom uso dos conhecimentos adquiridos (aplicando-os para a própria evolução e
no esclarecimento e auxílio ao próximo). Por isso, Oxóssi representa o arquétipo do Grande
Caçador: aquele que vai buscar e nos traz o Conhecimento e respostas inteligentes às nossas
necessidades de aprendizado e evolução. Oxóssi é o raciocínio hábil, o cientista, o doutrinador, é o
grande comunicador, é a Divindade da Expansão.
É o Senhor do Reino Vegetal, dono de todos os frutos, ervas e flores e de toda a vida existente nas
florestas, campos, matas e adjacências. É o Senhor da fauna e da flora planetárias. Seu primeiro
Elemento de atuação é o Vegetal (que nos purifica, limpa, nutre e cura) e o seu segundo Elemento é
o Ar (que leva, espalha e expande).
Trono Feminino do Conhecimento. Linha: Conhecimento. Fator: Concentrador (fator puro) e
Expansor (fator misto). Atributo: Atua no Raciocínio e dá concentração. Sentido: Conhecimento.
Essência:Terra. Elemento: Terra e Vegetal. Polariza com Oxóssi. Cor: Magenta (a cor que dá
estabilidade, firmeza e razão); também o verde junto com o marrom e o vermelho junto com o
branco.

Ervas: As raízes em geral (porque nascem e vivem na terra, nos domínios da Mãe Obá); babosa,
alecrim, manjericão, hortelã, dandá da costa (ou tiririca), aspargo, urtiga, folhas de abacaxi, salsa,
imburana, folhas da abóbora, salsaparrilha, espada de Santa Rita, alho, golfo de flor (de qualquer
cor), candeia, nega-mina, folha de amendoeira, alfavaca (obs.: a alfavaca é um tipo de manjericão),
peregum roxo. Símbolos: espada (idà), escudo e coroa de cobre e um ofá (arco e flecha). Ponto na
Natureza: Beira da Mata. Flores: rosas brancas, flores do campo, amor perfeito, rosas e palmas
vermelhas. Pedras: Calcedônia, madeira fossilizada, turmalina verde, jaspe madeira. Dia indicado
para a consagração: 2ª-feira- Hora indicada: 22 horas. Metais e Minérios: Cobre. Hematita. Dia
indicado para a consagração: sábado- Hora indicada para a consagração: 15 horas. Saúde: o
cérebro inferior, o olho esquerdo, os ouvidos, o nariz e o sistema nervoso. Planeta: Urano

Dia da Semana: Quarta Feira. Chacra: Frontal. Saudação:"Salve a Divina Mãe Obá!" - Resposta:
"Akirô Obá-Yê!";  Obá XÍ! ou Obá Xirê!. Bebida: vinho tinto licoroso; água com hortelã macerada e
adoçada com mel ou com açúcar; água de coco; sumo de hortelã, alecrim e manjericão; água
mineral. Comidas: coco verde, romã, abacaxi, moranga, manga, ameixa preta, tangerina, maçã,
amendoim, mandioca, cenoura.

Números:7 e seus múltiplos. Data Comemorativa: dia 30 de Maio. Sincretismo: Na Umbanda, Mãe
Obá é celebrada no dia 30 de maio, sincretizada com Santa Joana D’Arc. No Candomblé, é
sincretizada também com Santa Catarina. Qualidades:Obá Gideo 2) Obá Rewá
Tenha conhecimento não só como intelectual, mas também como controle emocional, humildade,
respeito, educação, ou seja sabedoria , se tratando de animais o conhecimento é tido como o instinto
de sobrevivência e adaptação. Oxóssi é a luz da sabedoria que ilumina nossas vidas, é a caça pelo
aprimoramento, é a sabedoria carismática e conselheira que fortalece o individuo em prol do coletivo,
o alimento da alma, que guia o ser em sua capacidade intelecta plena a caminho do Criador. Oxóssi
é sustentador do mistério dos Caboclos na Umbanda, e esses trazem o conhecimento, e a sabedoria
de forma humana e renovada em prol daqueles que buscam o seu auxilio.
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Data Comemorativa: 20 de Janeiro. Cor: Verde. Pontos de força: Matas e bosques. Símbolos: Arco e


Flecha, Penas, 7 Flechas. Pedras: Quartzo Verde, Esmeralda, Jade, Amazonita, Turquesa, Calcita
Verde. Ervas: Alfavaca do Campo, Arruda Miúda, Cipó Caboclo, Capim Cidrão, Taioba, Amoreira
(folhas), Guiné e Língua de Vaca. Flores: Flores Nativas do campo. Frutas: Cana de Açúcar,
Abacaxi, Laranja, Limão, Caju, Acerola, Cacau, Frutinhas do Mato (abiu, bacuri, murici, pequi entre
outras). Bebidas: Cerveja Clara, Vinho Branco, Garapa, Licores de Fruta em geral.
CARACTERÍSTICAS DOS FILHOS DE OXÓSSI: O filho de Oxóssi apresenta arquetipicamente as
características atribuídas do Orixá. Representa o homem impondo sua marca sobre o mundo
selvagem, nele intervindo para sobreviver, mas sem alterá-lo. Oxóssi desconhece a agricultura, não
muda o solo para ele plantar, apenas recolhe o que pode ser imediatamente consumido, a caça. No
tipo psicológico a ele identificado, o resultado dessa atividade é o conceito de forte independência e
de extrema capacidade de ruptura, o afastar-se de casa e da aldeia para embrenhar-se na mata,
afim de caçar. Seus filhos, portanto são aqueles em que a vida apresenta forte necessidade de
independência e de rompimento de laços. Nada pior do que um ruído para afastar a caça, alertar os
animais da proximidade do caçador. Assim os filhos de Oxóssi trazem em seu inconsciente o gosto
pelo ficar calado, a necessidade do silêncio e desenvolver a observação tão importantes para seu
Orixá.

Geralmente Oxóssi é associado às pessoas joviais, rápidas e espertas, tanto mental como
fisicamente. Tem portanto, grande capacidade de concentração e de atenção, aliada à firme
determinação de alcançar seus objetivos e paciência para aguardar o momento correto para agir.
Sua luta é baseada na necessidade de sobrevivência e não no desejo de expansão e conquista.
Busca a alimentação, o que pode ser entendido como sua luta do dia-a-dia. Esse Orixá é o guia dos
que não sonham muito, mas sua violência é canalizada e represada para o movimento certo no
momento exato. É basicamente reservado, guardando quase que exclusivamente para si seus
comentários e sensações, sendo muito discreto quanto ao seu próprio humor e disposição.

Os filhos de Oxóssi, portanto, não gostam de fazer julgamentos sobre os outros, respeitando como
sagrado o espaço individual de cada um. Buscam preferencialmente trabalhos e funções que
possam ser desempenhados de maneira independente, sem ajuda nem participação de muita gente,
não gostando do trabalho em equipe. Ao mesmo tempo , é marcado por um forte sentido de dever e
uma grande noção de responsabilidade. Afinal, é sobre ele que recai o peso do sustento da tribo.

Os filhos de Oxóssi tendem a assumir responsabilidades e a organizar facilmente o sustento do seu


grupo ou família. Podem ser paternais, mas sua ajuda se realizará preferencialmente distante do lar,
trazendo as provisões ou trabalhando para que elas possam ser compradas, e não no contato íntimo
com cada membro da família. Não é estranho que, quem tem Oxóssi como Orixá de cabeça, relute
em manter casamentos ou mesmo relacionamentos emocionais muito estáveis. Quando isso
acontece, dão preferência a pessoas igualmente independentes, já que o conceito de casal para ele
é o da soma temporária de duas individualidades que nunca se misturam. Os filhos de Oxóssi,
compartilham o gosto pela camaradagem, pela conversa que não termina mais, pelas reuniões
ruidosas e tipicamente alegres, fator que pode ser modificado radicalmente pelo segundo Orixá
(ajuntó). São pessoas tipicamente extrovertidas, gostando de viver sozinhas, preferindo receber
grupos limitados de amigos. É portanto, o tipo coerente com as pessoas que lidam bem com a
realidade material, sonham pouco, têm os pés ligados à terra.

CARACTERÍSTICAS DOS FILHOS DE OXÓSSI: Os filhos de Oxóssi apresentam características do


arquétipo atribuído ao Orixá. Representam o homem impondo sua marca sobre o mundo selvagem,
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nele intervindo para sobreviver, mas sem alterá-lo.  No positivo: São joviais, rápidos e espertos,
mental e fisicamente. Cheios de iniciativa, dotados de um espírito curioso e observador, estão
abertos a novas descobertas e novas atividades e são geralmente desbravadores, pioneiros. Têm
grande capacidade de concentração e de atenção, firme determinação de alcançar seus objetivos e
paciência para aguardar o momento correto para agir. Lidam bem com a realidade material, têm os
pés ligados à terra, o que não quer dizer que sejam ambiciosos em demasia.  Possuem extrema
sensibilidade, qualidades artísticas, criatividade e gosto apurado. Sua estrutura psíquica é emotiva e
romântica. São discretos, não gostam de fazer julgamentos sobre os outros e respeitam muito o
espaço individual de cada um.  Independentes, não apreciam muito os trabalhos em equipe. Mas
têm grande senso de dever e de responsabilidade, principalmente em relação aos cuidados para
com a família (pois o “caçador” tem a responsabilidade de sustentar a tribo).  entem a necessidade
do silêncio para desenvolver a capacidade de observação, e neste aspecto são reservados. Isso
pode levá-los ao rompimento de laços, o que não quer dizer que sejam instáveis em seus amores. 
Fisicamente, tendem a ser magros, um pouco nervosos, mas controlados. 

No negativo: Tornam-se muito solitários, fechados, introvertidos, críticos, respondões, brigam por
qualquer motivo e podem tornar-se vingativos.

LINHA DE TRABALHO QUE DÁ SUSTENTAÇÃO: Caboclos. OFERENDA: Local: bosques e matas.


Material: Velas brancas, verdes e cor-de-rosa; cerveja branca, vinho doce e licor de caju; flores do
campo, ervas e frutas variadas. COZINHA RITUAL: 1) Axoxô- Milho vermelho levemente cozido em
água com um pouco de amendoim. Esperar esfriar e colocar sobre palha de milho ou numa gamela.
Enfeitar com fatias de coco; 2) Quibebe- Refogar cebola picadinha na manteiga, até dourar. Juntar
tomates picadinhos, pimenta malagueta e uma abóbora cortada em pedaços, um pouco de água, sal
e açúcar. Tampar a panela e cozinhar em fogo lento até que a abóbora esteja bem macia. Amassar
um pouco e o colocar sobre folhas de abóbora ou numa gamela; 3) Pamonha - Ralar espigas de
milho verde não muito fino. Escorrer o caldo e misturar o bagaço com coco ralado (sem tirar o leite
do coco), temperando com sal e açúcar. Enrolar pequenas porções em palha de milho e amarrar
bem. Cozinhar numa panela grande, em água fervente com sal, até que desprenda um bom cheiro
de milho verde; 4) Moranga levemente aferventada em água e depois aberta no topo. Aferventar
espigas de milho e colocar dentro da moranga. Regar com mel e enfeitar com morangos e cravos da
Índia; 5) Milho verde ligeiramente cozido (grãos) e amendoim levemente torrado. Colocar sobre
palha de milho. Regar com mel, cobrir com coco ralado e enfeitar com morangos ou com carambolas
fatiadas; 6) Moranga com canjica amarela. Cozinhar ligeiramente a moranga e abrir no topo. Colocar
sobre palha de milho ou ervas frescas e variadas. Aferventar a canjica, escorrer e colocar na
moranga. Regar com mel, cobrir com coco ralado e enfeitar com cravos da Índia; 7) Purê de abóbora
ou de moranga, feito com caldo de cana e mel. Colocar sobre folhas de abóbora. Enfeitar com frutas
ou com pedaços de cana-de-açúcar; 8) Batata doce cozida ou assada (ou purê da batata, feito com
leite de coco), regada com mel. Oferendar sobre folhas de batata doce ou sobre ervas variadas e
frescas. 9) Abacate com amendoim: cortar ao meio o abacate e retirar o caroço. Nesse espaço,
colocar os amendoins inteiros e crus, regados com mel. Servir sobre folhas de abacate ou ervas
frescas e variadas;  10) Paçoca de amendoim: amendoim torrado, moído e misturado com mel, até
formar uma paçoca. Servir sobre ervas frescas e variadas; 11) Mandioca, cenoura, pepino- legumes
com ação decantadora. Oferendar sobre a rama (folhas) da cenoura; 12) Milho vermelho levemente
cozido e depois refogado com cebola ralada, camarão, sal e azeite de dendê. Enfeitar com fatias de
coco sem casca e oferendar sobre palha de milho;
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Receitas de aluá de abacaxi e de milho: a) Aluá de abacaxi- Ingredientes: Cascas de 2 abacaxis bem


maduros e lavados; 2 litros de água mineral ou filtrada; 1 xícara de açúcar mascavo; 6 cravos-da-
índia; 1 colher (chá) de gengibre ralado.  Preparo: Coloque as cascas de abacaxi numa tigela grande
e cubra com água. Cubra a vasilha com pano limpo e deixe descansar até o dia seguinte. Junte os
demais ingredientes e deixe descansar por mais um dia. Coe a bebida para uma jarra e deixe na
geladeira até o momento de servir. b) Aluá de milho- Ingredientes: 5 espigas grandes de milho;
açúcar mascavo; água; gengibre. Preparo: Torre uma parte do milho, sem deixar pipocar. A outra
parte fica ao natural. Triture o milho torrado e coloque junto com o milho natural numa vasilha de
barro para fermentar durante um mínimo de sete dias. Junte o açúcar mascavo para apressar a
fermentação. Já fermentado, coe e ponha um pouco de gengibre amassado e açúcar a gosto.

ALGUNS CABOCLOS DE OXÓSSI: Arranca Toco (Ogum/Oxóssi), Araribóia (Ogum/Oxóssi), Cobra


Coral (Xangô/Oxóssi), Caboclo Guiné, Caboclo Arruda, Pena Branca (Oxalá/Oxóssi), Pena Verde,
Pena Azul (Oxóssi/Iemanjá), Cabocla Jurema, Pena Dourada (Oxóssi/Oxum), Tupinambá
(Oxalá/Oxóssi), Tabajara, 7 Flechas (Oxalá/Oxóssi), Tupiára, Tupiaçu, Caboclo da Mata Virgem
(Oxóssi/Oxum), Caboclo Rei da Mata (Oxalá/Oxóssi), Caboclo Pery, Caboclo Rompe Folha
(Ogum/Oxóssi), Caboclo Coqueiro, Caboclo 7 Palmeiras (Oxalá/Oxóssi), Caboclo Folha Verde,
Caboclo Rompe Mato (Ogum/Oxóssi), Caboclo Guarani (Oxalá/Oxóssi), Caboclo Jupissiara, Caboclo
Tupã, Caboclo Ibiratam, Caboclo 7 Penas das Matas (Oxalá/Oxóssi). Observação: Em geral, os
nomes em tupi-guarani são de Caboclos de Oxóssi.

ALGUNS EXUS DE OXÓSSI: Marabô, Tronqueira (Ogum/Oxóssi/Obaluayê), Exu Mangueira, Exu 7


Folhas Verdes (Oxalá/Oxóssi), Exu Folha Verde, Exu das Matas, Exu Cipó, Exu Samambaia, Exu
Pantera Negra (Oxóssi/Omolu), Exu 7 Garras (Oxalá/Oxóssi), Exu Pimenta (Oxóssi/Xangô), Exu
Arranca Toco (Obaluayê/Ogum/Oxóssi), Exu Quebra Galho (Oxóssi/Ogum) , Exu Abre Mata
(Oxóssi/Ogum), Exu Rompe Mato (Ogum/Oxóssi), Exu da Moita, Exu das Campinas (Oxóssi/Oxalá),
Exu do Pantanal (Oxóssi/Nanã), Exu 2 Tocos (Oxóssi/Omolu) , Exu Folha Seca (Oxóssi/Omolu), Exu
Gato, Exu Gato Preto (Oxóssi/Omolu), Exu Pantera, Exu Pena de Coruja, Exu Pena de Urubu
(Oxóssi/Omolu), Exu Pena Preta (Oxóssi/Omolu), Exu Selvagem, Exu 7 Folhas (Oxalá/Oxóssi), Exu
7 Folhas Secas (Oxalá/Oxóssi/Omolu), Exu 7 Tronqueiras (Oxalá/Oxóssi/Obaluayê), Exu Tranca
Matas (Ogum/Oxóssi), Exu Coquinho, Exu Coqueiro, Exu Coquinho dos Infernos, Exu da Campina
(Oxalá/Oxóssi). Observação: Em geral, os nomes de felinos e outros animais são de Exus de Oxóssi.

ALGUMAS POMBAGIRAS DE OXÓSSI: Esmeralda, Maria Padilha das Matas, Pombagira das


Matas, Pombagira Rainha das Matas. 

TRONO:Trono Masculino do Conhecimento. Linha:Conhecimento. Fator:Direcionador (fator puro) e


Expansor (fator misto). Essência:Conhecimento/raciocínio. Elemento:Vegetal e Ar. Polariza com Obá
Cor:Verde, azul-escuro, magenta. Fio de Contas de cristal ou de pedras verdes, ou então de
sementes. Ferramentas :Arco e Flecha, Penas,Facão. Simbolosarco e flecha (Ofá) e um rabo de boi
(Eruexim). Ponto na Natureza:As matas. Flores plantas, ervas e flores nativas (do campo). Essências
Pedras: quartzo verde, esmeralda, jade, amazonita, turquesa, calcita verde. Dia indicado para a
consagração: 3ª-feira. Hora indicada para a consagração: 09 horas. Metais e Minérios: Bronze
(latão), Manganês- Dia indicado para a consagração: 3ª-feira. Hora indicada para a consagração: 08
horas. Saúde: cérebro inferior, olho esquerdo, ouvidos, nariz e sistema nervoso. Planeta:Mercúrio. .
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Dia da Semana:Quarta Feira. Chacra:Frontal.

Saudação: "Salve nosso Pai Oxóssi!"- Resposta: "OKÊ ARÔ!", ou então: “OKÊ, OXÓSSI!”- Do
Yorubá: Okê= monte; Arô = título honroso dado aos caçadores. O significado da saudação seria:
“Salve o maior dos caçadores!”; ou “Salve o grande caçador!” Bebida: aluá, mate (chá) com mel,
cerveja branca, vinho tinto doce, vinho tinto rascante, batida de mel, vinho branco, licor de caju,
garapas, vinhos doces, genebra, bebidas fermentadas e licores de frutas em geral. .Comidas:
abacate, abacaxi, abio, abóbora, amendoim, bacaba, bacuri, banana, butiá, cacau, caju, camboatá,
cana-de-açúcar, carambola, cenoura, coco verde, coco seco, fruta do conde, goiaba, guabiroba,
laranja, maçã, mandioca, mamão, manga, mangaba, melão, milho verde, moranga, morango, murici,
nêspera (ameixa branca), pepino, pequi, sapucaia, siriguela.

Números:05. Data Comemorativa:20 de janeiro. Sincretismo:São Sebastião. Incompatibilidades:Mel.


Qualidades: YBUALAMO, INLE, DANA DANA, AKUERERAN, OTYN, MUTALAMBO, GONGOBILA,
KOIFÉ, AROLÉ, WAWA, WALÈ, OSEEWE ou YGBO, OFÀ, TÁFÀ-TÁFÀ, ERINLÉ, TOKUERÁN,
OTOKÁN SÓSÓ
Mãe Obá-Trono Feminino do Conhecimento Obá é a orixá que aquieta e densifica o racional dos
seres, já que seu campo preferencial de atuação é o esgotamento dos conhecimentos desvirtuados.
Comentar sobre nossa amada mãe Obá é motivo de satisfação, pois, nas lendas, resumem sua
existência ao papel de esposa repudiada por Xangô. Mas, justiça lhe seja feita, as lendas vêm sendo
repetidas a tanto tempo, e às vezes de forma tão empobrecida pelas transmissões orais que, até
como lendas, deixam a desejar e mostram como é deficiente o conhecimento sobre o campo de
ação dos orixás. Saibam que a orixá Obá que nós conhecemos e aprendemos a amar e reverenciar
é uma divindade regida pelos elementos terra e vegetal, e forma com Oxóssi a terceira linha de
Umbanda Sagrada, que rege o Conhecimento. Oxóssi está assentado no pólo positivo e irradiante
desta linha e Obá está assentada em seu pólo negativo ou cósmico, que é absorvente. Esta lenda,
na verdade, refere-se a um rei que, como herdeiro das qualidades de Xangô, tinha várias esposas,
que também se apresentavam como herdeiras das qualidades das orixás femininas. E, se o que esta
lenda conta é verdade, no entanto só se refere a personagens humanos que eram tidos na conta de
semideuses. Mas é só, porque esta história de orixá disputar pelejas tipicamente humanas e carnais,
está mais para coisas humanas de que mistérios divinos. E, não tenham dúvidas de que os orixás
são mistérios divinos que foram, em muitos casos, descaracterizados pelas próprias lendas, que
visam eternizá-los na mente e nos corações humanos.

Saibam que Obá é uma orixá cósmica cujo elemento original é a terra, pois ela é orixá telúrica por
excelência e atua nos seres através do terceiro sentido da vida, que é o Conhecimento, que
desenvolve o raciocínio e a capacidade de assimilação mental da realidade visível, ou somente
perceptível, que influencia nossa vida e evolução continua. Já o seu segundo elemento é o vegetal.
Enquanto o orixá Oxóssi, o mitológico caçador, estimula a busca do conhecimento (evolução), Obá
atrai e paralisa o ser que está se desvirtuando justamente porque assimilou de forma viciada os
conhecimentos puros.

O culto à orixá Obá iniciou-se a quatro milênios atrás com a irradiação simultânea de uma de suas
qualidades ou aspectos, a várias partes do mundo, quando, então, ela se humanizou. E se nossa
amada mãe Obá já recolheu boa parte de seus filhos encantados que se espiritualizaram, muitos
ainda estão evoluindo nos dois lados da dimensão humana. Muitos dos seus filhos são, hoje e na
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Umbanda, alguns dos mais silenciosos exus e das mais discretas pomba-giras, dos mais aguerridos
caboclos e caboclas, resolutos nas suas ações, precisos nos seus conselhos, e não são de muita
conversa quando sentem que o conhecimento que trazem não é assimilado por seus médiuns ou
pelas pessoas que os consultam. Agora, deixando os aspectos individuais ou comentários de apoio,
o fato é que nossa amada mãe Obá é uma divindade planetária, regente do pólo negativo da linha do
Conhecimento, que é a terceira linha de forças de Umbanda Sagrada. Ela e Oxóssi formam esta
linha e atuam em pólos opostos: enquanto ele estimula a busca do conhecimento, ela paralisa os
seres que se desvirtuaram justamente porque adquiriram conhecimentos viciados, distorcidos ou
falsos.

O campo onde Obá mais atua é o religioso. Como divindade cósmica responsável por paralisar os
excessos cometidos pelas pessoas que dominam o conhecimento religioso, uma de suas funções é
paralisar os conhecimentos viciados e aquietar os seres antes que cometam erros irreparáveis. O ser
que está sendo atuado por Obá começa a desinteressar-se pelo assunto que tanto o atraia e torna-
se meio apático, alguns até perdendo sua desvirtuada capacidade de raciocinar. Então, quando o ser
já foi paralisado e teve seu emocional descarregado dos conceitos falsos, ai ela o conduz ao campo
de ação de Oxóssi, que começará a atuar no sentido de redirecioná-lo na linha reta do
conhecimento. É certo que esta atuação que descrevemos é a que Obá realiza através do seu
aspecto positivo ou luminoso, por onde fluem suas qualidades, atributos e atribuições positivas. Mas
como todo orixá cósmico, ela também possui seus aspectos negativos, que ativa sempre que é
preciso acelerar a paralisação de um ser que, com seus conhecimentos, está prejudicando muitas
pessoas e atrapalhando suas evoluções pois está induzindo-as a seguirem em uma direção contrária
à que a Lei Maior reservou-lhes.

Saibam que todas as doutrinas religiosas rígidas e rigorosas com seus adeptos têm a sustentá-las a
silenciosa atuação de nossa amada mãe Obá. E, porque ela atua de forma silenciosa e vai
paralisando os seres que dão mau uso ao dom do raciocino e aos conhecimentos adquiridos, e atua
preferencialmente no campo religioso, então está na hora de resgatar os aspectos luminosos dessa
amada mãe cósmica e lançar no lixo religioso a lenda que denigre sua imagem humana, pois foi por
amor a nós, espíritos humanos, que ela se humanizou e ajudou a acelerar nossa evolução.

OBÁ – oferendamos Obá para pedir concentração mental e quietude racional, ajudando a boa
memória e a capacidade de assimilação mental. No entanto, a Ela também solicitamos que nos
ajude a eliminar pensamentos negativos ligado aos dogmas e conhecimentos errôneos, pedimos que
nos ajude a esquecer aquilo que nos negativa. Obá, com sua ação discreta e firme, estimula nossa
interiorização favorecendo o auto conhecimento e paralisando todas as formas viciadas de
conhecimentos. Essa Orixá nos traz o sentido do “chão firme”, portanto, devemos clamá-la naqueles
momentos em que nos encontramos sem chão ou aéreos demais, precisando de concentração e
firmeza de pensamento. 
  
Ervas Quentes(Descarrego):Dandá,peregun(dracena)roxo,confrei,valeriana,buchinha do norte,... 
Verbos atuantes nas ervas quentes:condensar,calar,engrossar,cravar,pregar,racionalizar,...  
Ervas Mornas(Equilibradoras):Tamarindo(casca do fruto),trapoeraba,rabanete(Folhas),limão
cravo,menta,pata de vaca,salsaparrilha,coentro,catinga de mulata,... Verbos atuantes nas ervas
mornas:aprender,concentrar,conhecer,estudar,fertilizar,saber,raciocinar,... 
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OBÁ : Mãe Obá é a Divindade que está assentada no pólo negativo (isto é, absorvedor) da Linha do
Conhecimento, que é a terceira Linha de Umbanda, onde polariza com Pai Oxóssi.  Ela e Oxóssi
atuam em pólos opostos: Oxóssi estimula a busca do Conhecimento porque é o pólo positivo ou
irradiante; enquanto Obá, como pólo absorvedor, paralisa os seres que se desvirtuaram por
adquirir conhecimentos viciados, distorcidos ou falsos ou ainda por fazerem mau uso do
conhecimento. Obá é o Orixá que mostra a verdade e que nos ajuda a manter firmes os nossos
objetivos, nosso raciocínio, nossa concentração e determinação.  Como Orixá Cósmico, Obá
corrige toda expansão desvirtuada, todo conhecimento falso, ilusório, mentiroso. 

Obá retira o poder de concentração e objetividade dos seres desvirtuados (como os falsos
conhecedores e os soberbos que se apoderam do conhecimento para ter domínio sobre os outros) e
então eles começam a perder o foco, a concentração, a linha de raciocínio. O ser que está sendo
atuado de forma cósmica por Obá começa a perder interesse pelo assunto que tanto o atraía e se
torna apático. Então, quando aquele ser já foi paralisado e teve seu emocional descarregado dos
conceitos falsos, Obá o conduz ao campo de ação de Oxóssi, que começará a atuar para
redirecioná-lo na linha reta do Conhecimento. O campo onde Obá mais atua é o religioso. Como
Divindade Cósmica responsável por paralisar os excessos cometidos pelas pessoas que dominam o
conhecimento religioso, Ela paralisa os conhecimentos viciados e aquieta os seres, antes que
cometam erros irreparáveis. 

Todas as doutrinas religiosas que são rígidas e rigorosas com seus adeptos têm a sustentá-las a
silenciosa atuação de nossa amada Mãe Obá.  O culto a Obá iniciou-se milênios atrás, com a
irradiação simultânea de uma de suas qualidades ou aspectos a várias partes do mundo, quando
então Ela se humanizou.  Nossa amada Mãe Obá já recolheu boa parte de seus filhos encantados
que se espiritualizaram, mas muitos ainda estão evoluindo nos dois lados da dimensão humana
(como encarnados e como desencarnados).  Muitos dos seus filhos hoje atuam na Umbanda como
silenciosos Exus e discretas Pombagiras, também como Caboclos e Caboclas aguerridos e resolutos
nas suas ações, precisos nos seus conselhos, mas de pouca conversa quando sentem que o
conhecimento que trazem não é assimilado por seus médiuns ou pelos consulentes. O elemento
principal de Obá é a terra úmida e fértil que dá sustentação aos vegetais; e o segundo elemento da
sua atuação é o vegetal. No elemento terra Obá atua para aquietar e densificar o racional dos seres.
Pelo elemento vegetal, Obá atrai e paralisa os seres que estão se desvirtuando no caminho do
Conhecimento. 

Mas sua atuação não é somente para corrigir e paralisar negatividades. Como Divindade de Deus,
Mãe Obá nos ampara e nos dá sustentação no Sentido do Conhecimento, sempre que nos
mostramos de coração limpo e com boas intenções. Assim, quando temos boa intenção em aprender
algo e queremos usar aquilo de forma positiva, mas sentimos dificuldade de aprender, Obá nos
ampara e nos dá concentração. Ela também ajuda os seres bem intencionados que tenham
dificuldade de encontrar o “foco” da vida, que vivam em confusão mental e se dispersem com
facilidade, dando-lhes concentração e objetividade. Obá é terra, é concentração, mas também é vista
como Mãe-Orixá guerreira, séria, brava, objetiva, lembra uma professora rígida e exigente,
concentrada e um pouco fechada.  Obá é associada ao número 14 e ao planeta Urano.
Características dos filhos de Obá: No positivo: São pessoas lutadoras, bravas, muito zelosas com
seus pertences, dedicadas e muitas vezes ingênuas, principalmente em relação ao amor e às
amizades. Humildes, resignadas, esperançosas, boas ouvintes e conselheiras, são capazes de dar o
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próprio pão a alguém que não tenha nada para comer. São pessoas de grande valor e dedicação e
tendem a alcançar seus ideais.  Um tanto agressivas, às vezes são pouco compreendidas. Gostam
das coisas práticas, apreciam a vida doméstica e a segurança do lar. Muito reservadas com suas
amizades, preferem não falar de si mesmas e desconfiam ao primeiro sinal de alerta interior.  Não
gostam de pessoas soberbas, arrogantes e vaidosas, nem de lugares ou reuniões agitados e de
conversas vazias e vulgares. No negativo: São intrigantes, ciumentas, ficam remoendo uma ofensa
recebida, são cruéis e traiçoeiras e se vingam na primeira oportunidade que surgir.

Oferenda: 1 coco verde aberto (separar a água); a água do coco verde com folhas de hortelã
quinadas e em seguida adoçada com mel; vinho tinto licoroso; raízes e ervas; 1 kg de canjica
amarela levemente aferventada em água mineral, escorrida e depois regada com mel; flores do
campo; 7 velas verde-escuro, e 7 magenta (ou vermelhas); 2 folhas de bananeira; um pedaço de
tecido de cor magenta (ou vermelho) e outro, do mesmo tamanho, na cor verde escuro. Local para a
oferenda: a beira da mata. Preparação: Separar todo o material e elevar o pensamento à Divina Mãe
Obá, pedindo que nos dê sua licença e sua bênção para o que vamos fazer. Montagem: Estender os
panos na terra, em forma de estrela (o magenta em cima do verde) e sobre eles abrir as folhas de
bananeira. Dispor os elementos sobre estas folhas, tendo os panos embaixo. Despejar a água de
coco com hortelã e mel dentro do coco e colocá-lo no centro da oferenda. Rodear o coco com a
canjica amarela. Em volta, distribuir as raízes e as demais ervas. Fazer novo círculo, agora com as
flores. Por fora da oferenda montada, firmar as velas, alternando 1 verde e 1 magenta. 

Circular tudo com o vinho licoroso, despejando-o com a mão direita sobre a terra e saudando a
Divina Mãe Obá: “Akirô Obá-Yê!” Dar 3 voltas sobre a oferenda, no sentido horário, derramando o
vinho e fazendo a saudação. Pedir a Obá que nos dê proteção, foco, concentração e objetividade na
vida, e que Ela nos mostre sempre a verdade e nos livre dos enganos e dos enganadores.

Observação:Conforme o ensinamento do professor Rubens Saraceni, sempre que fazemos oferenda


à Mãe Obá também podemos levar um pedaço de carne bovina para saudar o Sr. Exu da Terra, que
é o Guardião Planetário de Obá. Isso será feito antes de colocarmos a oferenda para Obá. Então,
chegando ao lugar escolhido na beira da mata, e à esquerda do ponto aonde iremos oferendar Obá,
primeiro saudamos e pedimos licença ao Sr. Exu e à Senhora Pombagira guardiões daquele ponto
de força, derramando pinga e sidra na terra e ali firmando 1 vela preta e 1 vela vermelha. Damos 7
passos à frente, sempre à esquerda do local onde será colocada a oferenda de Obá e ali cavamos
um buraco na terra, nele colocando a carne que oferecemos ao Sr. Exu Guardião Planetário da
Terra.  Depois, cercamos o buraco com 7 velas pretas e 7 vermelhas, saudando o Sr. Exu Guardião
Planetário da Terra. Podemos dizer: “Laroyê, Senhor Exu Guardião Planetário da Terra! Exu
Guardião da Terra é modjubá!” Apenas o saudamos, em sinal de respeito, NÃO fazemos pedido
algum a Ele, pois é um Guardião Planetário!  Feito isto, damos 7 passos à frente e à direita, para
então montar a oferenda de Mãe Obá.
MÃE OBÁ – TRONO DO CONHECIMENTO: Orixá ABSORVENTE , do TRONO DO
CONHECIMENTO, tem como função ABSORVER OS EXCESSOS NO CONHECIMENTO compõe o
POLO NEGATIVO do Trono e suas irradiações são MONOCROMÁTICAS e CÓSMICAS. Cor:
Magenta. Pedras: Amazonita. Erva: Hortelã. Função: Consumir os excessos cometidos em nome
do conhecimento, dilui as manipulações do conhecimento divino, mas além de absorver ela também
fixa, tem a função de fixar no mental o conhecimento adquirido. Elemento: Vegetal. Essência:
Concentradora. Quando evocar o amparo da Mãe Obá? Quando necessitar fixar os conhecimentos
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que aprendeu, ou quando ficar confuso no raciocínio. Oferenda: Coco verde, vinho licoroso e água
com hortelã macerada, mel ou açúcar, velas brancas, magentas e verdes. Ponto de forças: Campos
e jardins floridos. Água de cabeça: Água de rio com pétalas de rosa branca e folhas de alecrim
maceradas e curtidas por 24 horas. Portal de libertação: Portal do Raio Verde. Chakra: Frontal.
Frase: Eu desejo fixar no meu mental o conhecimento que se afiniza com a minha essência,
deixando ir aquilo que não combina com a minha alma.

MÃE OBÁ – Orixá que possui uma função muito importante para nós, a de fixar o conhecimento.
Apesar de pertencer ao Trono Vegetal possui íntima ligação com a terra (que faz a semente brotar e
contribui para a fixação da planta). Aqueles que estão estudando deverão sempre procurar conectar-
se com Ela.

Mãe Obá Concentrar = reunir em um centro. Irradiação Afixadora – torna fixo o conhecimento, a
reflexão. Irradiação Concentradora – reúne as informações recebidas.

Alguns procedimentos para saudar Mãe Obá:  a) Colocar um pouco de água mineral nas mãos e
elevar o pensamento à Mãe Obá. Derramar 3 vezes um pouco de água no chão, com respeito e
reverência, dizendo: “Akirô Oba-Yê” (nas 3 vezes). Esta saudação funciona como um mantra e
significa: “Eu saúdo o Seu Conhecimento, Senhora da Terra!”; ou: “Eu saúdo a Terra, Senhora do
Conhecimento!“ Isso pode ser feito também no Terreiro, na frente do Altar. b) Colocar na frente do
nosso Altar doméstico uma bacia de ágata (ou louça branca) com água mineral e hortelã fresca
quinada (picada com as mãos) e macerada (deixada em repouso na água por algumas horas).
Ofertar e consagrar à Mãe Obá, pedindo amparo, proteção, firmeza e concentração nos objetivos.
No Terreiro, isso é feito na frente do Altar. c) Colocar na frente do Altar (doméstico, ou então do
Terreiro), com a mesma finalidade, uma tigela branca (ou alguidar) com terra vegetal e acender na
terra 1 vela para Mãe Obá, pedindo bênçãos, proteção e concentração (foco, objetividade na vida).
Alguns Caboclos de Obá: Caboclo da Terra (de Obá e Omolu), Caboclo Raiz (de Obá e Oxóssi),
Caboclo 7 Raízes (de Oxalá, Oxóssi e Obá), Caboclo Treme Terra (de Obá e Omolu), Caboclo Terra
Roxa (de Obá e Omolu)

Alguns Exus e Pombagiras de Obá: 7 Raízes (de Oxalá/Oxóssi/Obá), da Terra (de Obá e Omolu),
Treme Terra (Obá/Omolu), da Terra Roxa (Obá e Omolu).

Algumas comidas rituais de Obá: Moranga com camarão: 1 moranga; 500g de camarão limpo; um
maço de espinafre (ou de taioba, ou de mostarda); 01 cebola ; dendê.  Cozinhar ligeiramente a
moranga inteira. Depois, abrir um círculo em cima da moranga, tirar a tampa e as sementes. Cortar a
verdura em tiras, refogar com cebola, dendê e os camarões. Colocar o refogado dentro da moranga.
Oferendar sobre folhas de hortelã fresca. Moranga com frutas: Cozinhar ligeiramente uma moranga,
tirar a tampa e remover as sementes. Dentro da moranga, colocar frutas, já cortadas e em camadas,
assim: 1 pera, 1 maçã, 1 cacho de uva branca, 1 melão, 1 manga. Cobrir cada camada de fruta com
açúcar cristal. A última camada deve ser coberta de açúcar. Oferendar sobre folhas de hortelã fresca
misturadas com as sementes retiradas da moranga. Abará: São bolinhos feitos com a massa de
feijão fradinho já levemente cozido e temperado com um pouquinho de dendê. Moldar os bolinhos,
enrolar em folha de bananeira e cozinhar em banho-maria. Acarajé: Massa: 500g feijão fradinho, 3
cebolas raladas, 1 colher de sopa de sal, 1 garrafa de dendê Deixar o feijão de molho de véspera.
Retirar o olhinho preto e a pele dos feijões. Triturar. Temperar com cebola e sal. Bater bem, com
colher de pau, até virar um creme. Reservar a massa para fritar. Molho: 500g de camarão; 2
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pimentas malaguetas, 1 cebola ralada, coentro fresco picado, 1 xícara de dendê. Misturar bem.
Levar ao fogo por uns 10 minutos. Fritar a massa às colheradas, em azeite de dendê quente,
dourando os dois lados. Abrir os acarajés com uma faca e recheá-los com o molho. Oferendar num
prato de papelão forrado com folhas de alface. Ou colocar os bolinhos diretamente sobre folhas de
verduras (alface, mostarda, taioba, etc.). Ovos: Passar no azeite de oliva uma cebola picadinha, com
uma pitada de sal, apenas para murchar. Quebrar ali alguns ovos, acrescentar mais um fio de azeite.
Deixar fritar um pouco. Os ovos ficam com as gemas ligeiramente moles. Decorar com hortelã
picadinha, cheiro-verde e orégano, a gosto. Colocar os ovos sobre um creme de mandioca cozida,
amassada e passada ligeiramente no azeite de oliva com cebola picadinha. Oferendar sobre folhas
de bananeira.

OSSÂIM: O PERFIL DO ORIXÁ: Ossâim é o Orixá masculino de origem nagô (ioruba) que como
Oxóssi, habita a floresta. É bastante cultuado no Brasil, sendo conhecido por diversos nomes,
Ossonhe, Ossãe e Ossanha, a forma mais popular. Por causa do som final da palavra, é
freqüentemente confundido com uma figura feminina. Não é um dos Orixás que possuem mais filhos-
de-santo: pelo contrário, seus filhos são do tipo raro, bem menos numerosos em qualquer sociedade.

É o Orixá da cor verde, do contato mais íntimo e misterioso com a natureza. Seu domínio estende-se
ao reino vegetal, às plantas, mais especificamente às folhas, onde corre o sumo. Por tradição, não
são consideradas adequadas pelo Candomblé mais conservador, as folhas cultivadas em jardins ou
estufas, mas as das plantas selvagens, que crescem livremente sem a intervenção do homem. Não
é um Orixá da civilização no sentido do desenvolvimento da agricultura, sendo como Oxóssi, uma
figura que encontra suas origens na pré-história.

As áreas consagradas a Ossâim nos grandes Candomblés, não são jardins cultivados de maneira
tradicional, mas sim os pequenos recantos, onde só os sacerdotes (mão de ofá) podem entrar, nos
quais as plantas crescem da maneira mais selvagem possível. Graças a esse domínio, Ossâim é
figura de extrema significação, pois praticamente todos os rituais importantes utilizam, de uma
maneira ou de outra, o sangue escuro que vem dos vegetais, seja em forma de folhas ou infusões
para uso externo ou de bebida ritualística. Segundo algumas lendas, Ossâim era dono de todos os
vegetais. Esse poder concentrador, porém, fazia os outros Orixás dependerem dele em quase todos
os litígios. Como os orgulhosos deuses do panteão africano raramente se submetem a qualquer tipo
de autoridade, a rebelião era latente, até Iansã, a senhora dos ventos, libertar uma forte corrente de
ar (ou mesmo um furacão, conforme a versão), fazendo as folhas voarem. Com isso, elas foram
divididas entre todos os Orixás, de acordo com a esfera da atividade humana que controlassem.
Algumas plantas, entretanto, continuaram sob o domínio de Ossâim, justamente as mais secretas,
utilizadas tanto nos processos de cura, como nos de adivinhação.

Seja filho de Oxalá ou de Nanã, ou de qualquer outro Orixá, uma pessoa sempre tem de invocar a
participação de Ossâim ao utilizar uma planta para fins ritualísticos, pois, se os vegetais foram para o
domínio de outras divindades, a capacidade de retirar delas sua força energética básica, continua
sendo segredo de Ossâim .Por isso não basta possuir a planta exigida como ingrediente de um prato
a ser oferecido ao Orixá, ou de qualquer outra forma de trabalho mágico no Candomblé. A Colheita
das folhas já é completamente ritualizada, não se admitindo uma folha colhida de maneira aleatória.
Antes de tocá-la, o sacerdote (mão de ofá) tem de colocar no chão, dinheiro ou outros objetos
secretos de culto como oferenda para a divindade, que assim assegura que a vibração básica da
folha permaneça, mesmo depois de ela ter sido afastada da planta e, portanto do solo que a
vitalizava.
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Se cada ser humano é individualizado pela soma das características e presenças energéticas de
seus próprios Orixás (ELEDÁ = PAI, MÃE, 1o e 2o Juntós) também troca energia com as outras
fontes que regularizam e ditam normas de seu relacionamento com as outras áreas do
conhecimento. Ossâim tem uma aura de mistério em torno de si e a sua especialidade, apesar de
muito importante, não faz parte das atividades cotidianas, constituindo-se mais numa técnica, um
ramo do conhecimento que é empregado quando necessário o uso ritualístico das plantas para
qualquer cerimônia litúrgica, como forma condutora da busca do equilíbrio energético, de contato do
homem com a divindade. Essa é a justificativa para o pequeno número de filhos de Ossâim.

AS CARACTERÍSTICAS DOS FILHOS DE OSSÂIM: A pessoa cujo Orixá de cabeça seja Ossâim é
considerada pelo culto um filho do Orixá, ou seja, alguém que carrega manifestações de
temperamento e uma visão de mundo coerente com as de energia-base, que é o próprio Orixá.
Segundo o pesquisador francês Pierre Verger, um apaixonado pelo Candomblé, que é inclusive um
iniciado, o arquétipo psicológico associado a Ossâim é o das pessoas de caráter equilibrado,
capazes de controlar seus sentimentos e emoções. Os filhos de Ossâim são aqueles que não
permitem que suas simpatias e antipatias subjetivas e individuais intervenham em suas decisões ou
influenciem as suas opiniões sobre pessoas e acontecimentos. Essa capacidade de discernimento
frio e racional, porém, é o responsável pela sua falta de interesse. O tipo de Ossâim é o mais
reservado, pouco intervindo em questões que não lhe digam respeito. Não é introvertido, mas não se
faz notar pela atividade social. Certa aura de mistério ou pelo menos uma reserva sobre o próprio
passado, podem estar presentes, sem chamar a atenção e evitando que alguém conheça detalhes
sobre sua vida pregressa, a qual geralmente esconde alguma falta importante do passado,
possivelmente já esquecida. O filho de Ossâim, tem certa atração pela religiosidade e pelos aspectos
ritualísticos da realidade em geral. A ordem, os costumes, as tradições e os gestos marcados e
repetitivos, o fascinam, não no sentido especificamente reacionário das pessoas que querem a
repetição das mesmas e imutáveis relações sociais ad eternum, mas nos que elas tem de místico, de
teatral. É, conseqüentemente, meticuloso, nunca se deixando levar pela pressa ou pela ansiedade,
pois é, caprichoso.

Pai Xangô - Trono Masculino da Justiça: Xangô é o Orixá da Justiça e seu campo preferencial de
atuação é a razão, despertando nos seres o senso de equilíbrio e eqüidade, já que só
conscientizando e despertando para os reais valores da vida a evolução se processa num fluir
contínuo. O Trono Regente Planetário se individualiza nos sete Tronos Essenciais, que projetam-se
energética, magnética e vibratoriamente e criam sete linhas de forças ou irradiações bipolarizadas,
pois surgem dois pólos diferenciados em positivo e negativo, irradiante e absorvente, ativo e passivo,
masculino e feminino, universal e cósmico. Uma dessas projeções é a do Trono da Justiça Divina
que, ao irradiar-se, cria a linha de forças da Justiça, pontificada por Xangô e Egunitá (divindade
natural cósmica do Fogo Divino). Na linha elemental da Justiça, ígnea por excelência, Xangô e
Egunitá são os pólos magnéticos opostos. Por isto eles se polarizam com a linha da Lei, que é eólica
por excelência. Logo, Xangô polariza-se com a eólica Iansã e Egunitá polariza-se com o eólico
Ogum, criando duas linhas mistas ou linhas regentes do Ritual de Umbanda Sagrada.

O Orixá Xangô é o Trono Natural da Justiça e está assentado no pólo positivo da linha do Fogo
Divino, de onde se projeta e faz surgir sete hierarquias naturais de nível intermediário, pontificadas
pelos Xangôs regentes dos pólos e níveis vibratórios intermediários da linha de forças da Justiça
Divina. Estes sete Xangôs são Orixás Naturais; são regentes de níveis vibratórios; são
multidimensionais e são irradiadores das qualidades, dos atributos e das atribuições do Orixá maior
Xangô. Eles aplicam os aspectos positivos da justiça divina nos níveis vibratórios positivos e
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polarizam-se com os Xangôs cósmicos, que são os aplicadores dos aspectos negativos da justiça
divina. Como, na Umbanda, quem lida com os regentes desses aspectos são os Exús e as Pomba-
Giras.

Os Xangôs intermediários, tal como todos os Orixás Intermediários, possuem nomes mântricos que
não podem ser abertos ao plano material. Muitos os chamam de Xangô da Pedra Branca, Xangô
Sete Pedreiras, Xangô dos Raios, etc. Enfim, são nomes simbólicos para os mistérios regidos pelos
Orixás Xangôs Intermediários. Só que quem usa estes nomes simbólicos não são os regentes dos
pólos magnéticos da linha da Justiça, e sim os seus intermediadores, que foram “humanizados” e
regem linhas de caboclos que manifestam- se no Ritual de Umbanda Sagrada comandando as linhas
de trabalhos de ação e reação. Eles são os aplicadores “humanos” dos aspectos positivos da justiça
divina.

Logo, se alguém disser: “Eu incorporo o Xangô tal”, com certeza está incorporando o seu Xangô
individual, que é um ser natural de 6° grau vibratório, ou um espírito reintegrado às hierarquias
naturais regidas por estes Xangôs. Nem no Candomblé se incorpora um Xangô de nível
intermediário ou qualquer outro Orixá desta magnitude. O máximo que se alcança, em nível de
incorporação, é um Orixá de grau intermediador. Mas no geral, todos incorporam seu Orixá individual
natural, ou um espírito reintegrado às hierarquias naturais e, portanto, um irradiador de um dos
aspectos do seu Orixá maior. Temos, na Umbanda, os: Xangôs da Pedra Branca, Xangôs da Pedra
Preta, Xangôs das Sete Pedreiras, Xangô das Sete Montanhas, etc.

Que são todos eles, Orixás Intermediadores e regentes de subníveis vibratórios ou regentes de pólos
energo-magnéticos cruzados por muitas correntes eletromagnéticas, onde atuam como aplicadores
dos mistérios maiores, mas já em pólos localizados em subníveis vibratórios. E todos estes Xangôs
intermediadores são regentes de imensas linhas de trabalho, ação e reação. Ou não é verdade que
temos caboclos da Pedra Branca, da Pedra Preta, do Fogo, etc.? Meditem muito sobre o que aqui
comentei, pois em se tratando de Orixás, é preciso conhecê-lo a partir da ciência divina ou nos
perdemos no abstracionismo e na imaginação humana. Reflitam bastante e depois consultem seus
mentores espirituais acerca do que aqui estou ensinando, irmão em Oxalá.

Divindades: Xangô. Linha: Ígnea. Pedra: Jaspe, pirita, pedra do sol, Olho de Tigre. Irradiação:
Justiça. Vela/Cor: Vermelha, Marrom, Dourada. Sincretismo: São Jerônimo. Saudação: Caô
Cabecilê! Ponto de Força: Pedreiras, Montanhas. Oferendas/Rituais: Pai Xangô: Velas vermelha,
branca e marrom, manga, uva niágara, cerveja escura, vinho tinto doce, flores vermelhas. Pode
oferendá-lo numa pedreira, montanha.

XANGÔ – um dos Orixás mais temidos pelo fato de ser Ele o determinador da Justiça e quem ativa a
Lei em nossas vidas, fazendo valer o ponto que diz “quem deve paga e quem merece recebe”.
Portanto, oferendar Xangô é muito forte e muito especial, é nesse momento que devemos baixar
nossas cabeças e permitir que seja feita a vontade de Deus e não a nossa. E é esse o “espírito da
coisa”: não se oferenda Xangô para pedir a nossa justiça, mas a justiça Divina. Infelizmente, isso
pouco acontece pois as pessoas estão viciadas em seus desejos e julgamentos e vão logo aos pés
do Grande Rei Xangô pedir seus desejos, o que é um grande erro. Devemos oferendar Xangô para
buscar e pedir equilíbrio entre a razão e a emoção, a justiça, a sensatez, a razão, a determinação e a
coragem para recebermos aquilo que merecemos. Pedimos a Ele que nos mantenha sensatos e
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livres de quaisquer julgamentos, tanto os que emitimos quando os que recebemos. 


    
Ervas Quentes(Descarrego):Angico,aroeira,arruda,jurema preta,urucum,garra do diabo,folha do
fogo,pára raio,urtiga(lenho).  Verbos atuantes nas ervas
quentes:purificar,sacudir,tremer,arder,endurecer,derreter,dissolver.  Ervas
Mornas(Equilibradoras):barba de velho,barbatimão,café folha,carapiá raiz,cipó cravo,cipó
s.joão,hibisco flor,ipê roxo,manjericão roxo,noz de cola-obi seco,pau pereira,quebra pedra,romã
casca do fruto,beterraba folhas,girassol flor,lantana. Verbos atuantes nas ervas
mornas:equlibrar,racionalizar,reforçar,proteger,energizar,... 

XANGÔ – SÀNGÒ: é a Divindade que está assentada no pólo positivo ou irradiante da 4ª. Linha de
Umbanda, que é a da Justiça Divina. Como Orixá Universal, Xangô traz a Qualidade da Justiça
Divina e a irradia o tempo todo na Criação para dar equilíbrio, estabilidade e harmonia a tudo e a
todos. É o Orixá do equilíbrio, da estabilidade e da razão. Sustenta e ampara os seres que vivem o
Sentido da Justiça de forma equilibrada. Seu campo preferencial de atuação é a razão. Absorvendo
as Irradiações de Pai Xangô, o ser é purificado em seus sentimentos e se torna racional, ajuizado e
um ótimo equilibrador do meio em que vive e dos seres à sua volta. Podemos ver manifestações
dessa Qualidade Divina através da atuação dos Caboclos de Xangô, que têm procedimentos justos,
retos e equilibrados. Na Linha da Justiça, Pai Xangô forma um par puro com o Orixá Feminino
Egunitá, pois ambos atuam pelo elemento Fogo. 

Além disso, Xangô também polariza com Iansã (Trono Feminino da Lei), formando com Ela uma
Linha Mista, uma vez que atuam por elementos diferentes: Xangô é o  Fogo e Iansã é o Ar que
expande esse Fogo Divino. Isso acontece porque há uma ligação estreita entre Justiça e Lei e,
portanto, também entre as atuações dos Orixás Regentes de cada uma dessas Linhas (Xangô e
Egunitá na Linha da Justiça; Ogum e Iansã na Linha da Lei).  Xangô está em tudo que gera
habilidade no trato das relações humanas ou nos governos, de um modo geral.  Xangô é a ideologia,
a decisão, a vontade, a iniciativa. É a solidez, a organização, o trabalho, a discussão pela melhora, o
progresso social e cultural, a voz do povo, o levante, a vontade de vencer. Também é o sentido de
realeza, o espírito nobre das pessoas, o poder de liderança.  O aspecto da razão aparece bem
destacado no sincretismo de Xangô com São Jerônimo, pois na imagem umbandista de São
Jerônimo se vê a figura de um leão colocado ao lado do Santo, onde o leão simboliza a razão acima
do instinto, pois Xangô nos chama à razão. E aqui há outro aspecto interessante: essa imagem
umbandista apresenta São Jerônimo segurando uma pedra na mão (que seria a pedra de raio de
Xangô) e tendo no colo os Dez Mandamentos e um livro onde está escrito: “Juízo Final”. Essa
presença dos Dez Mandamentos na imagem associa Xangô a Moisés, pois foi Moisés quem recebeu
as Tábuas da Lei, nas quais os Dez Mandamentos teriam sido escritos a fogo pelas mãos de Deus,
segundo a versão católica. Vale lembrar que na imagem católica de São Jerônimo este aparece
segurando apenas a Bíblia, pois São Jerônimo traduziu a Bíblia para o latim, de modo que os leigos
pudessem entendê-la. Já na imagem umbandista de São Jerônimo, está o livro escrito “Juízo Final”,
livro que seria “a Bíblia” de Xangô, uma referência direta à Justiça Divina que este Orixá representa. 

Para Xangô, a Justiça está acima de tudo e sem ela nenhuma conquista vale a pena: o respeito pelo
rei é mais importante que o medo. É o protetor dos juízes e operadores do Direito em geral.
Invocamos Pai Xangô para devolver o equilíbrio e a razão aos seres exageradamente emocionados
e desequilibrados. Também para clamar pela Justiça Divina, visando ao corte de demandas
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cármicas, de magias negras etc., para recuperamos o equilíbrio e a saúde espiritual, mental,
emocional e física. Além disso, tudo o que se refere a estudos, a disputas judiciais, a contratos e a
documentos “trancados” pertence ao campo de atuação de Pai Xangô. 

Quando pedimos a intervenção da Justiça Divina é preciso lembrar que ela vai atuar em primeiro
lugar em nós mesmos, verificando o quanto temos sido justos com a nossa própria vida e com os
nossos semelhantes. A balança da Justiça pesa os dois lados de uma questão. E a machadinha
dupla de Xangô corta tudo que não esteja de acordo com a Justiça Divina, para só então trazer o
equilíbrio, a razão e a estabilidade, sempre de acordo com a nossa necessidade e o nosso
merecimento. Na Umbanda, temos Pai Xangô Maior, que é o Trono Masculino da Justiça, integrante
da Coroa Planetária. E temos os Xangôs da Pedra Branca, da Pedra Preta, das Sete Pedreiras, das
Sete Montanhas etc., que regem imensas Linhas de Trabalho, ação e reação, como os Caboclos da
Pedra Branca, Caboclos da Pedra Preta, Caboclos do Fogo. Esses “Xangôs” são Orixás
Intermediadores e regem subníveis vibratórios ou pólos cruzados por muitas correntes
eletromagnéticas, onde atuam como aplicadores dos Mistérios Maiores, mas já em pólos localizados
em subníveis vibratórios. 

Xangô é associado aos números 3, 6 e 12, bem como ao Sol e ao planeta Júpiter. Seu primeiro
elemento de atuação é o Fogo (que aquece, purifica, sustenta e acalenta) e o seu segundo elemento
é o Ar (que expande o Fogo).

Características dos filhos de Xangô: Fisicamente, um filho de Xangô tem o corpo muito forte e com
tendência à obesidade. Mas sua boa constituição óssea suporta o físico avantajado. No positivo: Os
filhos de Xangô têm muita energia, auto-estima e a consciência de serem importantes e respeitáveis.
São fortes, um tanto autoritários, ousados, cheios de iniciativa, obstinados, agem com estratégia e
conseguem o que querem. Sua postura é sempre nobre, com a dignidade de um rei. Tudo o que
fazem marca de alguma forma sua presença. Fazem questão de viver ao lado de muita gente e não
gostam de ser esquecidos. Muito racionais e meditativos, quando emitem sua opinião é para
encerrar o assunto. Conscientemente, são incapazes de ser injustos com alguém. O poder e o saber
são os seus grandes objetivos.

Quem tem a proteção de Xangô sente que nada nem ninguém abatem um filho desse Orixá. Podem
até conseguir levá-lo ao fundo do abismo, mas depois de algum tempo ele renasce com mais vigor e
volta a enfrentar o mundo de peito aberto, sem medo.

Os filhos de Xangô estão sempre cercados de muitas mulheres. Mas a tendência é que aqueles que
decidem ao seu lado sejam sempre homens. Quando se apaixonam, fazem de tudo para conquistar
a pessoa amada. Têm um forte senso de justiça, sabem ouvir, ponderar e apaziguar. Não toleram
mentiras, desonestidade e corrupção.  São passivos, racionais, meditativos, observadores, atentos,
pouco falantes e geniais.  Apreciam a leitura, a música, os discursos, a boa companhia e a
companhia de mulheres vivas e ligeiras, o aconchego do lar e a boa mesa. Gostam de se vestir bem,
mas com sobriedade. Não apreciam festas arrivistas, reuniões emotivas, companhias
desequilibradas e pessoas apáticas, egoístas e soberbas. No negativo: Tornam-se calados e
fechados, não abrem mão das suas opiniões, são ranzinzas, vingativos e intratáveis.
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Quando oferendar: Para pedir a cura de desequilíbrios emocionais, o desenvolvimento do senso de


justiça e agir com a razão equilibrada; para obter o amparo da Justiça Divina em todas as situações
de conflitos e quando estamos sendo alvo de magias negativas ou sofrendo atuações negativas
cármicas; para obter auxílio em questões judiciais que estejam se arrastando; para obter a expansão
equilibrada e estável dos nossos projetos de vida. Também para agradecer a proteção recebida em
qualquer dessas situações. Oferenda: Velas brancas, vermelhas e marrons; cerveja escura, vinho
tinto doce e licor de ambrosia; flores diversas (cravos vermelhos, flores do campo marrons ou
vermelhas, palmas vermelhas, rosas vermelhas, etc.). Também é costume incluir-se numa oferenda
para Xangô o dendê, pimentas dedo de moça e cumbucas com álcool, tudo simbolizando o elemento
fogo.  Local para a oferenda: uma cachoeira, montanha ou pedreira.

Cozinha ritualística: 1) Amalá - É feito de várias maneiras. Dois exemplos: a) Cortar em lascas 12
quiabos e colocar numa gamela. Acrescentar 1 colher de sopa de açúcar cristal e cerca de 1 copo de
água, aos poucos. Apoiar a gamela na altura do peito (tórax) e bater a mistura com a mão direita,
saudando o Orixá e a Ele apresentando os elementos, e fazendo seus pedidos. A mistura vai
“espumar” um pouco e vai engrossar ligeiramente; b) Amalá feito com quiabo cortado, que é
acrescentado a um refogado de cebola ralada, camarão, sal, dendê (ou azeite doce). Oferecer numa
gamela forrada com massa de acaçá ou recoberta de orégano.  2) Caruru: 250 g de camarão seco, 1
xícara de castanha de caju moída, igual medida de amendoim torrado e moído, 1 cebola ralada, 3
tomates sem pele e sem semente, 1 maço de cheiro verde picado, 1 litro de água fervente, 1 kg de
quiabo cortado em cruz, sal e pimenta-do-reino, 1 xícara de dendê. Lave o camarão para retirar o
excesso de sal e deixe de molho por 1 hora. Passe no liquidificador. Junte a castanha, o amendoim,
a cebola e os tomates picados e bata de novo. Adicione o cheiro verde picadinho e reserve. Lave
bem os quiabos, escorra, coloque-os em água fervente e ponha sal e pimenta. Ferva por 10 minutos.
Acrescente a mistura de camarão e temperos. Deixe no fogo por 20 minutos, mexendo sempre. Nos
5 minutos finais, junte o dendê. Acompanhamentos: arroz, farofa de dendê, vatapá, xinxim de
galinha. Servir numa gamela forrada com folhas de louro fresco e polvilhada com orégano.

3) Rabada com polenta- Ingredientes: tomate, cebola, pimenta dedo de moça, azeite de dendê (para
os refogados); 1 rabada; 1 kg de quiabos; 1 polenta. Preparo: Refogar tomate, cebola e pimenta
dedo de moça, num pouquinho de dendê. Cozinhar a rabada e separar o caldo. Preparar à parte
uma polenta e colocar numa gamela. Colocar os pedaços da rabada sobre a polenta. No caldo que
ficou do cozimento da rabada, cozinhar ligeiramente os quiabos cortados em rodelas. Separar 12
quiabos inteiros e crus, para a decoração. Colocar o quiabo refogado por cima da rabada que está
na gamela. Decorar com os 12 quiabos inteiros, com as pontas para fora. Esses 12 quiabos
simbolizam os 12 Ministros ou as 12 Qualidades de Xangô. Regar com um fio de dendê.
Observação: Pode-se substituir a rabada por carne de peito de boi. 4) Quiabo refogado em rodelas e
enfeitado com 12 camarões cozidos e passados no azeite de dendê. 5) Dobradinha temperada com
cebola passada no dendê e enfeitada com 12 pimentas dedo de moça.

Alguns Caboclos de Xangô:  Caboclo 7 Montanhas (de Oxalá e Xangô), Caboclo 7 Pedreiras
(Oxalá/Xangô), Caboclo da Pedra Preta (Xangô/Omolu), Caboclo da Pedra Branca (Oxalá/Xangô),
Caboclo do Fogo, Caboclo Pedra do Sol, Caboclo Pedra de Fogo, Caboclo Rompe Montanha
(Ogum/Xangô), Caboclo Rompe Serra (Ogum/Xangô), Caboclo Pedra Vermelha (Oxalá/Xangô),
Caboclo do Sol, Caboclo Caramuru.
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Alguns Exus de Xangô: Exu Labareda, Exu Pedra Negra, Exu da Pedra Preta, Exu 7 Montanhas,
Exu das Pedreiras, Exu do Fogo, Exu Pinga Fogo, Exu Brasa, Exu 7 Fagulhas, Exu Pedra do Fogo,
Exu Corta-Fogo, Exu Pimenta, Exu 7 Pedreiras.

Trono Masculino da Justiça: Linha :Justiça. Fator: Graduador (fator puro) e Equilibrador (fator
misto). Essência: Ígnea. Elemento: Fogo e Ar. Polariza com Egunitá (formando um par puro no
elemento Fogo) e também com Iansã (formando um par misto, onde Xangô é o Fogo e Iansã é o Ar).

Cor: Marrom, dourado, vermelho, vermelho e branco. Fio de Contas: Marrons leitosas; ou marrons e
vermelhas alternadas; ou vermelhas e brancas alternadas. Ferramentas: O machado de dois gumes
(Oxé) e a balança. Símbolos: O machado duplo ou de dois cortes (Oxê), a estrela de seis pontas, a
balança, o Livro das Leis. Ponto na Natureza: As montanhas, as pedreiras, a beira da cachoeira.
Flores: Flores do campo marrons e vermelhas, cravos vermelhos e brancos, palmas e rosas
vermelhas. Essências: Mirra, cravo. Pedras: Jaspe vermelho, bauxita, pedra do sol. Dia indicado
para consagração: 4ª-feira. Hora indicada: 07 horas. Metais e Minérios: Metais: Cobre, bronze, latão.

Minério: Pirita- Dia indicado para consagração: 5ª-feira- Hora indicada: 09 horas. Saúde: Próstata,
testículos, ovários, rins, bexiga, intestinos grosso e delgado, apêndice, vértebras lombares, área
pélvica e os líquidos do nosso organismo (sangue, sucos gástricos, esperma e o processo
relacionado com o ciclo menstrual feminino). Planeta:Júpiter e Sol. Dia da Semana:Quinta Feira.
Chacra:Umbilical

Saudação: “Kaô Kabecile!” (ou Kawó kabiyèsílé!), que significa: “Venham ver o Rei descer sobre a
terra!”  Bebida: Cerveja preta, vinho tinto doce, vinho tinto seco, licor de ambrosia, água mineral.
Animais: Leão, tartaruga, carneiro. Comidas: Goiaba vermelha, marmelo, limão, mamão, manga
rosa, ameixa preta, pêssego, melão, melancia, abio, abricó, caqui, fruta do conde, cajá-manga (ou
cajamanga), jambo, jerimum, quiabo. Números:03, 06 e 12. Data Comemorativa:24 de junho.
Sincretismo: São João Batista, celebrado em 24 de junho. Também São Jerônimo (Xangô Agodô).
Alguns o sincretizam ainda com São Pedro e com Moisés. Incompatibilidades: Caranguejo, doenças.

Qualidades: Alufan – Veste branco e suas ferramentas são prateadas. É idêntico a um Airá e às
vezes é confundido com Oxalufan. Alafin - É o dono do palácio real, governante de Oyó. Vem numa
parte de Oxalá e caminha com Oxaguian. Afonjá – É o Xangô da casa real de Oyó. Fulmina seus
inimigos com o raio, pois recebeu o talismã mágico de Iansã, a mandado de Obatalá. Recebe
oferendas com Yemanjá, sua mãe. Está sempre em disputa com Ogum, ora pelo amor da mãe,
Yemanjá, ora pelo amor de Iansã, Oxum e Obá, suas eternas mulheres. É o Patrono de um dos
terreiros mais tradicionais e antigos da Bahia, o Axé Opô Afonjá.  Aganju – Significa terra firme. Tem
perna de pau e é casado com Yemanjá. É o filho mais novo de Oranian. É aquele que leva o coração
do inimigo na ponta da lança. Agogo / Agodo / Ogodo – Inclinado a dar ordens e a ser obedecido, foi
ele quem raptou Obá. Recebe oferendas com Yemanjá. Segura dois Oxês (machados). Sua pedra
de raio tem dois gumes. Lança raios e fogo sobre seu próprio reino e o destrói. Baru – Veste-se de
marrom e branco. Recebeu de Oxalá um cavalo branco como presente. Passado um tempo, Oxalá
voltou ao reino de Xangô Baru, onde foi aprisionado por sete anos num calabouço. Calado no seu
sofrimento, Oxalá provocou a infertilidade da terra e das mulheres de Baru. Com a ajuda dos
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babalawôs, Xangô Baru descobriu seu pai, Oxalá, preso no palácio. Naquele dia mesmo, Baru e seu
povo vestiram-se de branco e pediram perdão ao grande Orixá da Criação. Neste mito, Xangô surge
como um rei humilde e solidário com a causa de seu povo. Badè – Corresponde ao Xangô jovem dos
nagôs. É o irmão de Loko. Usa roupa azul com faixa atada atrás. Jakuta – É aquele que atira as
pedras, é a encarnação dos raios e trovões. É a própria ira de Olorun, o Deus Criador. Seu reino foi
atacado por guerreiros de povos distantes, quando seus súditos descansavam e dançavam ao som
dos tambores. Houve muita correria, mortes e saques. Jakuta escapou para a montanha, seguido de
seus conselheiros, de onde acompanhava o sofrimento de seu povo. Irado, chamou Iansã, sua
mulher, que chegou com o vento, a tempestade e seus raios. Os raios de Iansã caíram como pedras
do céu, causando medo aos invasores, que fugiram em debandada. Mais uma vez, Jakuta foi
acudido por Iansã, que lhe deu o poder sobre as pedras de raio. 

Koso ou Obakossô – Em sua passagem pela cidade de Kossô, Xangô recebe o nome de Obakossô,
ou seja, o rei de Kossô. Depois de passar por Tapá, Xangô refugiou-se na cidade de Kossô, mas a
dor de haver destruído seu povo o levou a suicidar-se. No momento da morte de Xangô, Iansã
chegou ao Orum e, antes que Xangô se tornasse um egun, pediu a Olodumare que o transformasse
num Orixá. E assim, diz o mito, Xangô tornou-se um Orixá.  Oranifé – É o justiceiro reto e impiedoso,
que mora na cidade de Ifé. É muito conhecido pelo seu temperamento imperioso e viril.  Não perdoa
os erros de seus filhos. Airá Intile – É o filho rebelde de Obatalá. É dele o mito que conta a primeira
vez que Airá Intile se submeteu a alguém. Airá tinha sempre ao pescoço colares de contas
vermelhas que Obatalá desfez, alternando as contas encarnadas com as contas brancas dos seus
próprios colares. Obatalá entregou a Intile o seu novo colar, vermelho e branco. Daquele dia em
diante, todos saberiam que ele era seu filho. Para terminar, Obatalá fez com que Airá Intile o levasse
de volta ao seu palácio pelo rio, carregando-o nas costas.

Airá Igbonam (Agoynham) ou Ibonã – É considerado o pai do fogo. Tanto é assim, que na maioria
dos terreiros, no mês de junho de cada ano, acontece a fogueira de Airá, rito em que Ibonã, sempre
acompanhado de Iansã, dança e canta sobre as brasas escaldantes das fogueiras. Airá Mofe, Osi ou
Adjaos – É o eterno companheiro de Oxaguiã. Os Airás são as qualidades de Xangôs muito velhos.
Vestem-se de branco, usam segi (contas azuis), em lugar dos corais vermelhos, e são originários da
região de Savê. Mas há quem considere que Airá seria um Orixá diferente, e não uma qualidade de
Xangô.

Mãe Egunitá-Trono Feminino da Justiça: Egunitá é o Orixá Cósmico


aplicador da Justiça Divina na vida dos seres racionalmente desequilibrados. Fogo, eis o mistério de
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nossa amada mãe Egunitá, regente cósmica do Fogo e da Justiça Divina que purifica os excessos
emocionais dos seres desequilibrados, desvirtuados e viciados. Os hindus nos legaram uma
divindade cósmica do fogo, punidora das falhas, dos erros e das paixões humanas por excelência.
Kali, no panteão hindu, é uma divindade temida e evitada por todos os que desconhecem seu
mistério e o porquê de sua existência em oposição à de Agni, o Senhor do Fogo Divino, do fogo da
Fé.?
O fato é que todas as irradiações divinas, enquanto são apenas essências, são neutras. Mas quando
se condensam e dão origem aos elementos, ai se polarizam em todos os sentidos e assumem
naturezas bem distintas. Pois aí, no fogo, surgem Agni e Kali. Ele é o fogo em seu aspecto positivo e
ela o é em seu aspecto negativo, ou o fogo da purificação das ilusões humanas. Agni é o fogo da fé
e Kali é o fogo das paixões humanas. Agni é pólo masculino e Kali é pólo feminino. Agni é passivo e
irradiante e Kali é ativa e atratora. Agni ilumina o ser e Kali o toma rubro. Agni é o raio dourado e Kali
é o raio rubro. Agni é a serpente flamigea da Fé e Kali é a serpente rubra da paixão. Agni é a chama
que aquece e Kali é o braseiro que queima.
Esperamos que tenham entendido que, se recorremos às divindades hindus Agni e Kali, foi para
mostrar como um mesmo elemento possui dois pólos, duas naturezas, duas formas de nos alcançar
e de nos estimular ou de nos paralisar; de acelerar ou paralisar nossa evolução; de estimular nossa
fé ou de esgotar nossos emocionais desequilibrados. Agora, coloquem no lugar de Agni o nosso
amado orixá Xangô e no lugar de Kali a nossa amada mãe Egunitá e teremos os mesmos aspectos
divinos, mas irradiados por divindades humanizadas em solo africano. Teremos a linha pura do fogo
elemental, cujas energias incandescentes e flamejantes tanto consomem os vícios quanto estimulam
o sentimento de justiça, que são as qualidades, atributos e atribuições de Xangô e Egunitá: aplicar a
Justiça Divina em todos os sentidos da vida!
Afinal, ou entendemos as divindades a partir da ciência ou até o ano 3000 d.C. ainda estaremos
adorando-as somente através dos fenômenos da natureza. E não é isto que elas desejam de nós, e
não foi para isto que deram inicio à sua renovação através da Umbanda, certo? Nossa mãe Egunitá
é fogo puro e suas irradiações cósmicas absorvem o ar pois seu magnetismo é negativo e atrai este
elemento, com o qual se energiza e se irradia até onde houver ar para dar-lhe esta sustentação
energética e elemental.
Como Egunitá (fogo) é feminina, ela se polariza com Ogum (ar), que é masculino e lhe dá a
sustentação do elemento que precisa, mas de forma passiva e ordenada. Só assim suas irradiações
acontecem de forma ordenada e alcançam apenas o objetivo que ela identificou. Se ela polarizasse
com Iansã, suas energias não seriam irradiadas porque aconteceria uma propagação delas na forma
de labaredas, já que as duas são de magnetismo e elemento feminino. Eis ai a chave das
polarizações, que obedecem a uma ordenação das irradiações através dos magnetismos.
O inverso acontece com Ogum, que é passivo e só se torna ativo em seu segundo elemento, que é o
fogo que o alimenta, aquecendo-o e energizando suas irradiações. Ogum, enquanto aplicador da Lei,
atua nos campos da justiça como aplicador das sentenças. Logo, se Ogum absorver o fogo de
Xangô, que também é passivo em seu magnetismo, este fogo só irá consumir o ar de Ogum e não
irá gerar a energia ígnea que fluiria como calor através das irradiações retas do seu magnetismo,
que é passivo. Ogum é passivo no magnetismo eólico e ativo em seu segundo elemento, que é o
fogo que energiza (aquece) o ar. Ogum irradia em linha reta (irradiação continua). Xangô irradia em
linha reta (irradiação continua). Iansã irradia em espirais (irradiação circular). Egunitá irradia por
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propagação (irradiação propagada). Xangô polariza com Iansã, e suas irradiações passivas se
tornam ativas no ar (raios); Egunitá polariza com Ogum, e suas irradiações por propagação
magnética assumem a forma de fachos flamejantes.
Observem que Lei e Justiça são inseparáveis e para comentarmos Egunitá temos de envolver
Ogum, Xangô e Iansã, que são os outros três orixás que também se polarizam e criam campos
específicos de duas das Sete Linhas de Umbanda. Ela é cósmica (negativa) e seu primeiro elemento
é o fogo, que se polariza com seu segundo elemento que é o ar. Portanto, como o fogo é o elemento
da linha da Justiça, ela é uma divindade que aplica a Justiça Divina na vida dos seres. E, porque o ar
é o seu segundo elemento, que a alimenta e energiza e é o elemento da linha da Lei, ela é uma
divindade que aplica a justiça como agente ativa da Lei e consome os vícios emocionais e os
desequilíbrios mentais dos seres.
Os vícios emocionais tornam os seres insensíveis à dor alheia. Os desequilíbrios mentais
transformam os seres em tormentos para seus semelhantes. As divindades têm uma função a
realizar e nós sempre seremos beneficiários de sua atuação. Quando nos paralisam, também estão
nos ajudando, pois estão evitando que continuemos trilhando um caminho que nos conduzirá a um
ponto sem retorno. Ela é a executora da Justiça Divina nos campos da Lei, regidos por Ogum no
pólo positivo da linha pura da Lei.
Divindades: Egunitá. Linha: Ígnea. Pedra: Topázio Imperial, Ágata do fogo. Irradiação: Justiça.
Vela/Cor: Laranja, Dourada. Sincretismo: Santa Sara Kali. Saudação: Kaliyê! Ponto de Força: Campo
aberto, Pedreira. Oferendas/Rituais: Mãe Egunitá: Velas laranja, vermelha e dourada, tangerina,
mexerica, laranja, laranja kinkan, licor de menta, flores vermelhas e laranja. Pode oferendá-la no
campo aberto, pedreira.
EGUNITÁ – mesmo sabendo que poucos conhecem ou cultuam essa Orixá, vale a pena dizer que
Ela é o fogo vivo e divino, portanto a oferendamos quando queremos que essa ação do fogo queime
e consuma todas as energias negativas, todos os excessos emocionais e todos os cordões
negativos que nos envolvem e envolvem nossas casas. Ela também ajuda a consumir energias de
vícios.
Ervas Quentes(Descarrego):Arruda,buchinha do norte,cânfora,eucalipto,jurema
preta,urucum,fumo(tabaco),pára raio,tiririca,comigo ninguém pode,limão,...Verbos atuantes nas
ervas quentes:queimar,consumir,aquecer,fundidor,fusor,...Ervas Mornas(Equilibradoras):Açafrão
raiz,alfavaca,arnica do mato,calêndula flor,canela,artemísia,carapiá raiz,chapéu de couro,cipó são
joão,erva de santa maria/mentruz,girassol-semente c/casca,guaraná semente,incenso resina,laranja
amarga-casca fruto,imburana semente,laranjeira folha,louro,...Verbos atuantes nas ervas
mornas:energizar,inflamar,excitar,estimular,...

Mãe Egunitá é a Divindade Cósmica assentada no pólo negativo (absorvedor) do Trono da Justiça
Divina. Na Umbanda, Egunitá é cultuada como o Orixá Cósmico que consome os vícios e
desequilíbrios e faz a purificação dos templos religiosos, do íntimo dos seres e das suas moradas.
Ela atua para nos defender das magias negativas e das injustiças, mas sempre a partir de uma
autopurificação, para então nos renovar. Isto é, primeiro Ela faz uma purificação em nós mesmos,
para nos renovar: purificação de conceitos e idéias antigas aos quais nos apegamos e que nos
prejudicam; purificação dos nossos vícios de comportamento etc. Mãe Egunitá nos traz uma face
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que faltava no estudo dos Orixás, como Divindade do Fogo Purificador e Renovador. Antes das
informações trazidas por Pai Benedito de Aruanda, através da psicografia de Rubens Saraceni, não
havia na Umbanda um estudo sobre um Orixá que representasse o Fogo da Purificação, o Fogo que
destrói os desequilíbrios para trazer a renovação do ser. Esta renovação é justamente o aspecto
característico da atuação de Mãe Egunitá e faz parte do seu culto, inclusive diferenciando-o de cultos
anteriores, como veremos a seguir.
O culto de Orixá vem da África, da cultura Nagô-yorubá. E nessa cultura não havia um Orixá que
representasse a Mãe do Fogo. Falava-se numa “Iansã do Fogo” (Iansã-Egunitá ou Oyá-Egunitá)
como uma Qualidade de Iansã, mas não se tratava de outro Orixá. Dentro dos Cultos de Nação, é
muito antigo e de acesso restrito o culto de Iansã do Fogo, pois somente poderia ser praticado por
uma menina virgem de 11 anos de idade, mediante oferenda específica, a qual exigia que se
colhessem flores cortadas numa época determinada e dentro de alguns preceitos. Já na Umbanda o
culto à Mãe Egunitá é bem diverso, dentro dos conceitos que Pai Benedito de Aruanda expôs.
Primeiro, porque se trata de outro Orixá, de outra Divindade, não mais apenas de uma Qualidade de
um Orixá já cultuado (no caso, Iansã). Depois, é preciso lembrar que essas Mães atuam de forma
diferente: Iansã é movimentadora e direcionadora; enquanto Egunitá representa o Fogo Divino que
consome os vícios e desequilíbrios, purificando e renovando os seres perante a Justiça e a Lei
Divinas e lhes dando equilíbrio em todos os Sentidos da vida. Ou seja, “Iansã do Fogo” não é o Orixá
Egunitá de que nos fala Pai Benedito de Aruanda. Pela mediunidade de Rubens Saraceni, Pai
Benedito trouxe a informação de que no Astral se conhece uma Divindade Feminina do Fogo cujo
nome sagrado não chegou ao nosso meio, mas que podemos chamá-la de Mãe Egunitá. Daí é que
vieram o seu nome e o seu culto específico na Umbanda, como a Mãe do Mistério do Fogo.
Ainda dentro dos conceitos dos Cultos de Nação, outra Divindade Feminina que pode ser associada
ao elemento Fogo é “Oxum do Fogo”, uma Qualidade da Mãe Oxum. Mas aí estamos falando de um
“fogo líquido”, também diferente do Fogo Purificador de Egunitá, o qual tem o poder de consumir
tudo no local onde se condensou. Por outro lado, o sincretismo de Egunitá com Santa Sara Kali está
ligado à idéia do “fogo destruidor” da Divindade Kali, cultuada na Índia. Mas o Fogo de Egunitá não
apenas destrói negatividades e desequilíbrios: ele corta o que não é benéfico, mas para renovar,
diferencial importante na atuação do Orixá Egunitá. Para que Egunitá atue em nossa vida, basta que
nos tornemos emocionalmente desequilibrados, irracionais, presos a conceitos que afrontam a Lei e
a Justiça Divinas, e aí receberemos sua atuação Cósmica, para nos purificar e renovar. Seu Fator
ígneo consome tudo ou retira o calor de tudo, resfriando o objeto sob sua atuação e paralisando
seus desequilíbrios. Ela purifica os excessos justamente para renovar o ser.
Egunitá é associada ao Sol, ao planeta Júpiter e ao número 9. Na Linha da Justiça, Egunitá polariza
com Xangô. Formam um par puro do Fogo. Ele é o Pai e Ela é a Mãe desse Mistério. Mas há outras
polarizações, que nascem da interação entre os campos da Justiça e da Lei: existe uma estreita
ligação entre Justiça e Lei, pois quando se fala em Justiça logo se pensa na Lei que dá base para a
atuação da Justiça; e quando se fala em Lei logo se pensa na Justiça que aplica a Lei. Pois bem.

Na Linha da Justiça da Umbanda temos o par puro do Fogo nos Orixás Xangô e Egunitá. E na Linha
da Lei temos o par puro do elemento Ar nos Orixás Ogum e Iansã. Xangô e Ogum são Orixás
Universais e têm atuação passiva, isto é, irradiam de forma contínua e dão sustentação e amparo a
todos os seres que vivem com equilíbrio os Sentidos da Justiça e da Lei, mas não forçam ninguém a
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isso. Já Egunitá e Iansã são Orixás Cósmicos e atuam basicamente atraindo os seres que se
desequilibraram nestes Sentidos da vida, para corrigi-los e recolocá-los num caminho reto; embora
também amparem aqueles que os vivem com equilíbrio.
Esses quatro Orixás atuam de forma conjunta, entrelaçada, porque Justiça e Lei são inseparáveis.
De modo que também formam pares mistos: a) Xangô com Iansã; e b) Ogum com Egunitá. Iansã
atua ao lado de Xangô como aplicadora da Lei nos campos da Justiça; e Egunitá atua ao lado de
Ogum como aplicadora da Justiça nos campos da Lei. Portanto, Mãe Egunitá polariza com Xangô
(par puro do Fogo e da Justiça) e também com Ogum (par misto Ar e Fogo, na Linha da Lei). O Ar de
Ogum ordena, alimenta e expande o Fogo de Egunitá; e o Fogo Purificador de Egunitá consome e
aquece o Ar de Ogum, de modo que se complementam. Portanto, é na obra psicografada por
Rubens Saraceni que encontramos o conceito e fundamentação sobre o Orixá Egunitá, a seguir
resumidos: Egunitá é nossa amada Mãe da Purificação. Regente Cósmica do Fogo e da Justiça
Divina, é o Fogo que purifica os sentimentos desvirtuados, é a consumidora dos vícios e
desequilíbrios e das energias dos seres fanáticos, apaixonados e emocionalmente desequilibrados.
Na África, Ela aparece como uma das Qualidades de Iansã; mas é em Si uma Divindade de mesmo
nível, é Orixá.
Como Orixá Cósmico, Egunitá é sempre ativa e atuante no combate às magias negativas ativadas
contra as pessoas, suas moradas e templos. Sua ação é fulminante. Sua energia é abrasadora e
consumidora das concentrações energéticas negativas dos mais variados tipos (como formas
pensamento, miasmas e larvas astrais), sendo temida pelos devedores da Lei e da Justiça. Em suas
falanges de auxiliares incluem-se milhares de guerreiras da luz portadoras de espadas flamejantes,
poderosos instrumentos no combate às trevas da ignorância. Nas linhas auxiliares da Esquerda a
Pombagira do Fogo é uma de suas guardiãs trabalhando para as Linhas de Umbanda. Mesmo
aqueles que não a conhecem, saibam que Egunitá os conhece e os tem como filhos; e se estiverem
passando por dificuldades, diante da maldade gratuita, com certeza esta Mãe pode ajudá-los.
Egunitá e Xangô são Orixás Solares e formam um par puro do Fogo e da Justiça: Pai Xangô é a
chama que aquece o racional dos seres e abrasa os sentimentos íntimos relacionados com as coisas
da Justiça; Mãe Egunitá é o fogo da purificação, que consome os vícios e esgota o íntimo dos seres
viciados. Xangô gera o equilíbrio da Justiça; Egunitá gera o fogo que consome os desequilíbrios.
Xangô é a chama universal; Egunitá é a labareda cósmica. Xangô é o raio solar gerador de vida;
Egunitá é a chama solar que consome todos os elementos, em sua massa incandescente. Xangô é
abrasador; Egunitá é incandescente. Xangô é passivo e seu magnetismo gira para a direita; Egunitá
é ativa e seu magnetismo gira para a esquerda. Xangô irradia-se em raios retos; Egunitá irradia-se
por propagação. Xangô é irradiação contínua e chega a todos o tempo todo; Egunitá propaga-se de
forma Cósmica e suas fagulhas ígneas imantam tudo o que está desequilibrado, até se formar uma
condensação magnética ígnea, com labaredas cósmicas que consomem os desequilíbrios, anulando
sua causa e paralisando quem estava desequilibrado.
Lei e Justiça são inseparáveis e para comentarmos Egunitá temos de envolver Ogum, Xangô e
Iansã, os outros três Orixás que também se polarizam e criam campos específicos nas Linhas da
Justiça e da Lei. Xangô e Ogum irradiam em linha reta (irradiação contínua, passiva ou Universal).
Iansã irradia em espirais (irradiação circular, ativa ou Cósmica). Egunitá irradia por propagação
(irradiação propagada, ativa ou Cósmica). Xangô polariza com Iansã, e suas irradiações passivas se
tornam ativas no Ar (raios). Egunitá polariza com Ogum e então suas irradiações por propagação
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magnética assumem a forma de fachos flamejantes. Ogum lhe dá a sustentação do elemento Ar, que
alimenta e também ordena as Irradiações de Egunitá como agente aplicadora da Justiça nos campos
da Lei. O inverso acontece com Ogum, que é passivo no elemento Ar e só se torna ativo no Fogo,
que é o seu segundo elemento; pois o Fogo de Egunitá alimenta o Ar de Ogum, aquecendo-o e
energizando suas irradiações. Polarizada com Ogum, Egunitá aplica a Justiça nos campos da Lei
Divina e consome os vícios emocionais e os desequilíbrios mentais que tornam os seres insensíveis
à dor alheia e os transformam em tormentos para os seus semelhantes. As Divindades têm uma
função a realizar, da qual nós sempre seremos beneficiários. Quando nos paralisam, Elas também
estão nos ajudando, evitando que continuemos trilhando um caminho que nos conduzirá a um ponto
sem retorno.
Há milênios existe na Índia o culto às Divindades Kali e Agni. No panteão hindu, Agni é o Fogo no
aspecto positivo e Kali é o Fogo em seu aspecto negativo (purificação das ilusões humanas). Agni é
o Fogo da fé e Kali é o Fogo das paixões humanas. Agni é o pólo masculino e Kali é o pólo feminino.
Agni é passivo e irradiante e Kali é ativa e atratora. Agni ilumina o ser e Kali o toma rubro. Agni é o
raio dourado e Kali é o raio rubro. Agni é a serpente flamígea da Fé e Kali é a serpente rubra da
paixão. Agni é a chama que aquece e Kali é o braseiro que queima. Recorremos às Divindades
hindus Agni e Kali para mostrar como um mesmo elemento possui dois pólos, duas naturezas, duas
formas de nos alcançar e estimular, ou então de nos paralisar; de acelerar, ou de paralisar nossa
evolução; de estimular nossa fé, ou de esgotar nossos emocionais desequilibrados. Agora, se
colocarmos no lugar de Agni o nosso amado Orixá Xangô e no lugar de Kali a nossa amada Mãe
Egunitá, teremos os mesmos aspectos divinos, mas irradiados por Divindades humanizadas em solo
africano. Teremos a Linha pura do Fogo Elemental, cujas energias incandescentes e flamejantes
consomem os vícios e estimulam o sentimento de justiça. As qualidades, atributos e atribuições de
Xangô e Egunitá são estas: aplicar a Justiça Divina em todos os Sentidos da Vida.
Da leitura desse texto, podemos fazer uma observação: Cada povo, cada cultura enfim, percebe ou
entende e cultua as Divindades de Deus conforme a sua visão particular de mundo e de vida. Pois
Deus não cria Divindades “especiais” para cada religião inventada pelo homem. Nós é que
interpretamos a mesma Divindade ou o mesmo Mistério Divino de formas diferentes. Nenhuma
religião é ”dona” das Divindades ou “dona da verdade”. Mas todas as religiões são igualmente
importantes em agrupar pessoas com pensamentos e entendimentos afins a respeito do Criador e da
Criação. No final das contas, cada um de nós “olha para Deus de baixo pra cima”, vislumbrando a
Criação como podemos, a partir da nossa realidade humana e tentando entender tudo a partir dessa
perspectiva. E por isso a nossa visão será sempre limitada. Há outras realidades, outras dimensões
etc. Alguém já disse: “Há mais coisas entre o céu e a terra do que sonha a nossa vã filosofia”.
Apenas o Criador pode olhar o Todo de uma posição equidistante (e o desenho de um círculo com
um ponto no meio representa isto: Deus, o Pai-Mãe de tudo e de todos, colocado na Criação numa
posição igual para todos, a uma mesma distância, sem ter “privilegiados”).
Enfim, nem todos cultuam o Orixá Egunitá, mesmo na Umbanda. Muitos permanecem cultuando
“Iansã do Fogo”. Haveria certo e errado, nessa questão? Pensamos que não. O importante é
caminharmos no sentido de buscar um entendimento da vida e de nós mesmos, como algo que vai
muito além da carne e dos sentidos físicos. Fazer isso de forma sincera, de todo o coração, e com
amor pela nossa vida e pela Vida Maior. E sempre respeitando as crenças alheias. O importante é
que os Orixás nos amam, nos conhecem e nos reconhecem como Seus filhos, independente do
modo como nos dirigimos a Eles. Como Divindades de Deus, os Orixás zelam pela Criação desde
sempre e para sempre. A maneira pela qual entendemos Deus e Suas Divindades não Os modifica,
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não modifica e não diminui o Poder de Deus e nem o Amor das Divindades para com todos os seres
da Criação.
Características dos filhos de Egunitá: No positivo: São pessoas ativas, emotivas, impulsivas,
reparadoras, falantes e geniosas. Apreciam as conversas reservadas; os espetáculos emotivos; as
reuniões de estudo, de orações, políticas; a companhia de pessoas passivas e de homens que as
incandesçam. Gostam de passear, de se vestir bem e com roupas coloridas ou de cores fortes. Não
apreciam pessoas presunçosas, arrivistas (inescrupulosas) e preguiçosas, bem como festas
monótonas, conversas tolas, comidas insossas e bebidas adocicadas. No negativo: tornam-se
egoístas, briguentas, intrigantes, vingativas, insensíveis e teimosas.
Modelos de Oferendas: 1- Fazer um círculo com 7 velas brancas, 7 vermelhas e 7 de cor laranja (ou
amarelas). Dentro deste círculo, colocar rosas vermelhas (ou flores do campo vermelhas e/ou
alaranjadas). Despejar um pouco de licor de menta dentro do círculo das flores. Cortar ao meio um
maracujá e colocar as duas metades dentro do círculo de flores: uma com água e a outra com azeite
de dendê (ou com azeite de oliva consagrado). Firmar as velas e pedir a bênção da Mãe Egunitá. 2-
Um copo com licor de menta, um copo com água mineral e um copo com vinho tinto; 1 pemba
branca e 1 vermelha; palmas vermelhas e flores cor laranja; 1 vela palito de cada uma destas cores:
laranja, vermelha, branca, amarela e azul escuro. Fazer um círculo com as flores e no meio dele
formar um triângulo com os copos das bebidas. Dentro deste triângulo, colocar as pembas. Circular
tudo com as velas, dispondo-as de forma alternada (laranja, vermelha, branca, amarela, azul). Firmar
as velas e fazer o pedido à Mãe Egunitá. 3- Velas de cor laranja, vermelha e dourada; frutas: laranja,
tangerina, mexerica, laranja kinkan; bebida: licor de menta; flores vermelhas e laranja. (Do site do
Templo da Luz Dourada, de Mãe Mônica Berezutchi.) 4- Do livro “Doutrina e Teologia de Umbanda
Sagrada”, de Rubens Saraceni: Elementos: um copo com licor de menta; um copo com água; 1
pemba branca, 1 pemba vermelha; 7 velas vermelhas, 7 velas douradas, 7 velas azuis, 7 velas
amarelas e 13 velas brancas. Montagem: Fazer uma cruz com as velas brancas, colocando 7 na
vertical e 3 de cada lado, na horizontal. No canto superior direito da cruz, colocar as 7 velas
douradas. Isso vai formar um triângulo com as velas brancas do centro superior e as do braço direito
superior (horizontal) da cruz. Dentro dele, colocamos o copo com licor de menta;
No canto inferior direito da cruz, colocar as 7 velas azuis. Isso vai formar outro triângulo, este com as
velas brancas da vertical inferior e as do braço direito horizontal da cruz. Dentro deste triângulo
colocamos a pemba branca. No canto superior esquerdo da cruz, colocar as 7 velas vermelhas. Elas
vão se juntar às velas brancas da parte vertical superior da cruz e às velas brancas do braço
horizontal esquerdo da cruz, formando outro triângulo de velas. Dentro dele, colocamos o copo com
água; No canto inferior esquerdo da cruz de velas brancas, colocamos as 7 velas amarelas. Isso vai
formar mais um triângulo de velas. Dentro dele, colocamos a pemba vermelha. Em seguida, cercar a
oferenda com palmas vermelhas. Depois, saudar Mãe Egunitá e pedir a proteção almejada. Sempre
que oferendamos o Orixá Egunitá, antes devemos fazer uma oferenda à Senhora Pombagira do
Fogo. Esta oferenda será posta à esquerda do lugar escolhido para a oferenda ao Orixá (ex.: 7
passos à esquerda), e com estes elementos: rosas vermelhas, velas vermelhas e champanhe rosê.
Cozinha ritualística: 1- Fava vermelha: Cozinhe ligeiramente uma porção de fava vermelha apenas
em água. Escorra. Em outra panela, refogue 1 dente de alho picadinho, 1 cebola picadinha e 1
colher de azeite de oliva (ou de dendê). Acrescente sal a gosto e refogue ligeiramente a fava já
cozida. Decorre uma gamela com tiras de cenoura e pedacinhos de gengibre, ou então com flores
vermelhas ou de cor laranja, e aí coloque a oferenda.
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2- Laranja com gengibre: Use 1, 3 ou 9 laranjas. Lave e seque as laranjas. Descasque, retire as
sementes e reserve a casca. Corte cada uma das laranjas em 9 tiras ou pedaços. Prepare uma calda
(com água e açúcar), leve ao fogo e deixe começar a engrossar. Coloque as laranjas nessa calda
para aferventar (uns 5 minutos) e acrescente gengibre em pedacinhos ou em pó. Retire. Sirva numa
gamela (de madeira) forrada com as cascas de laranja que estavam reservadas (corte as cascas em
tiras, ou em pedacinhos, como preferir). Decore com pedaços de gengibre. [*Obs.: A mesma receita
pode ser feita com limão, no lugar da laranja.] 3-Moranga com peito de boi- Ingredientes: 1 moranga;
meio quilo de carne de peito de boi; tomate, cebola, dendê; meio quilo de fava vermelha; cheiro-
verde, orégano. Preparo: Cortar uma tampa da moranga e retirar as sementes. Lavar e cozinhar por
uns 10 minutos (numa panela com água suficiente para cobrir a moranga). Reservar. Cozinhar a fava
apenas com água, por uns 10 minutos. Escorrer a água e reservar a fava cozida. Refogar a cebola e
o tomate picadinhos e ali cozinhar o peito de boi cortado em cubinhos, por uns 10 minutos.
Acrescentar 1 colher de sopa de dendê e temperos (cheiro-verde, orégano), para finalizar. Colocar a
carne na moranga e cobrir com a fava. Oferendar num prato de papelão forrado com folhas de
cenoura (a rama da cenoura).
4- Feijão de corda- Ingredientes: meio quilo de feijão de corda; meio quilo de quiabo cortado em
rodelas; 1 cebola picada; azeite de dendê. Preparo: Cozinhar o feijão apenas em água, por 10
minutos. Escorrer e reservar. Refogar ligeiramente o quiabo com a cebola, o dendê e o feijão cozido.
Colocar tudo numa gamela, ou num prato de papelão. Forre o vasilhame escolhido com folhas de
agrião (ou com galhos de arruda) previamente lavadas. Colocar a oferenda e regar com dendê. 5-
Sobre um punhado de folhas de arruda previamente lavadas e enxutas (ou sobre rama de cenoura),
oferendar nove acarajés. Enfeitar com flores vermelhas ou de cor laranja, ou ainda com girassóis.
Alguns Caboclos de Egunitá: Caboclo Mata de Fogo (mata=Oxóssi; fogo= Egunitá), Caboclo do Fogo
(de Xangô e Egunitá), Caboclo Pedra do Fogo (de Oxalá, Xangô e Egunitá), Caboclo Folha de Fogo
(folha=Oxóssi; fogo= Xangô e Egunitá).
Alguns Exus de Egunitá: Exu do Fogo (de Xangô e Egunitá), Exu Folha de Fogo (folha= de Oxóssi; e
fogo= de Xangô e Egunitá), Exu Corta Fogo (corta= de Ogum; e de Xangô e Egunitá= fogo), Exu
Labareda (Xangô e Egunitá).
Algumas Pombagiras de Egunitá: Pombagira do Fogo, Pombagira Fogueteira (de Egunitá e Iansã),
Pombagira Machado do Fogo (de Xangô e Egunitá).

TRONO FEMININO DA JUSTIÇA: Fator Purificador (fator puro) e Equilibrador (fator misto). Campos
de atuação Justiça e Lei. Elemento: Fogo (1º Elem.) e Ar (2º Elem.). Polariza com Xangô (par puro
do Fogo e da Justiça); e também com Ogum (par misto Ar/Fogo da Lei e da Justiça). Atributo:
Justiça, Purificação. Ação: Consumidora, purificadora e energizadora. Cor: Laranja, dourado,
vermelho. Fio de Contas: Feito de cristal ou de pedras laranja; ou bicolor laranja e vermelho; ou
bicolor laranja/dourado.. Ferramentas: Taça, espada e caldeirão feitos de cobre. Símbolos: A
espada; a estrela de 6 pontas cruzada ao centro; o raio. Ponto na Natureza: As pedreiras e os
caminhos. Flores: Lírio cor de laranja, girassol, begônia, flores do campo de cor laranja ou vermelha,
rosas e palmas vermelhas. Essências: Laranja, tangerina, cravo, canela, gengibre, rosa vermelha.
Pedras: Ágata de fogo, topázio e calcita laranja. Dia indicado para a consagração: 3ª-feira. Hora
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indicada para a consagração: 23 horas. Metais e Minérios: Metal: Cobre. Minério: Magnetita. Dia
indicado para a consagração: 5ª-feira. Hora indicada para a consagração: 17 horas. Chacra
:Esplênico. Saúde: Portais de Cura Estômago, fígado, vesícula biliar e sistema nervoso. Calcita
laranja (pedra), rodelas de limão cravo, velas laranja, velas vermelhas, carvão mineral e azeite de
dendê (cf. Adriano Camargo). Planeta: Sol e Júpiter. Dia da Semana: 5ª-feira. Saudação: “Kali-Yê,
minha Mãe!” Bebida: Licor de menta, suco de laranja, suco de limão, suco de tangerina, suco de
gengibre. Comidas: Caqui, manga, morango, tangerina, laranja, limão cravo, melão, mamão,
mexerica, gengibre, moranga, cenoura, quiabo, fava vermelha.
Número : 09. Data Comemorativa: 24 de maio. Sincretismo: Santa Sara Kali, celebrada na Umbanda
em 24 de maio. Também sincretiza com Santa Brígida.

PAI XANGÔ – TRONO DA JUSTIÇA: Orixá IRRADIANTE, do TRONO DA JUSTIÇA , IRRADIAR O


EQUILÍBRIO, compõe o POLO POSITIVO do Trono e suas irradiações são MULTICOLORIDAS e
UNIVERSAIS. Cor: Vermelho. Pedras: Olho de tigre. Erva: Manjericão. Função: Irradiar o sentido
da justiça, razão e equilíbrio. Elemento: Fogo. Essência: Equilibradora. Quando devemos evocar
o amparo do pai Xangô? Quando estivermos passando por alguma injustiça, quando não
conseguimos pensar diante de uma situação que nos traz desequilíbrio. Oferenda: Velas brancas,
vermelhas, marrom, cerveja escura, vinho tinto doce, licor de Ambrósia, flores diversas, tudo
depositado em uma cachoeira, montanha ou pedra. Ponto de forças: Pedreiras e montanhas. Água
de cabeça: Água de cachoeira com hortelã macerada e curtida por 3 dias. Portal de libertação:
Portal do Raio Vermelho. Chakra: Plexo Solar. Frase: Eu desejo ter o equilíbrio Divino, com a
finalidade de desenvolver a minha racionalidade e conduzir a minha existência de forma justa.

PAI XANGÔ – Justiça!!!!! Esse é o melhor sinônimo para descrever a atuação desse Orixá. Cabe a
nós ressaltar que por muitas vezes o que temos como justo não corresponde com a Justiça Divina.
Seu símbolo o machado demonstra as 2 medidas. Segue agora alguns trechos da obra Orixás
Ancestrais7 que fala um pouco sobre a justiça Divina: “Ninguém pode desafiar o Criador sem
responder com a anulação do seu livre- arbítrio.” “Quem não tem uma lei a regê-lo , será regido
pelos sem lei.” “Quem se equilibra, jamais será um desequilibrado.” “Quem encontrar a Lei, irá
querer viver ao seu lado” “Quem domina as trevas, faz dela seu aliado” Enfim, são infinitas
afirmações que podem ilustrar um pouco daquilo que chamamos de Justiça Divina.

Pai Xangô Equilibrar = conserva ou restitui o equilíbrio = estabilidade mental e emocional.


Irradiação Purificadora - Tornar puro, livrar ou desembaraçar de circunstâncias que alteram,
corrompem. Irradiação Graduadora – regula, proporciona a justiça. Irradiação Equilibradora – restitui
o equilíbrio.

XANGÔ
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O PERFIL DO ORIXÁ: é um Orixá bastante popular no Brasil e às vezes confundido como um Orixá
com especial ascendência sobre os demais, em termos hierárquicos. Essa confusão acontece por
dois motivos: em primeiro lugar, Xangô é miticamente um rei, alguém que cuida da administração, do
poder e, principalmente, da justiça – representa a autoridade constituída no panteão africano. Ao
mesmo tempo, há no Norte do Brasil diversos cultos que atendem pelo nome de Xangô. No
Nordeste, mais especificamente em Pernambuco e Alagoas, a prática do candomblé recebeu o
nome genérico de Xangô, talvez porque naquelas regiões existissem muitos filhos de Xangô entre os
negros que vieram trazidos de África. Na mesma linha de uso impróprio, pode-se encontrar a
expressão Xangô de caboclo, que se refere obviamente a um culto sincretizando influências do culto
original (candomblé ou umbanda) com cerimônias e mitos dos indígenas da região, também
chamado de candomblé de caboclo. Na mitologia, é atribuído a Xangô (enquanto homem, ser
histórico) o reinado sobre a cidade-estado de Oyó, posto que conseguiu após destronar o próprio
meio-irmão Dada-Ajaká com um golpe militar. Por isso, sempre existe uma aura de seriedade e de
autoridade quando alguém se refere a Xangô. Xangô é pesado, íntegro, indivisível, irremovível; com
tudo isso, é evidente que um certo autoritarismo faça parte da sua figura e das lendas sobre suas
determinações e desígnios, coisa que não é questionada pela maior parte de seus filhos, quando
inquiridos. Suas decisões são sempre consideradas sábias, ponderadas, hábeis e corretas.Ele é o
Orixá que decide sobre o bem e o mal. Ele é o Orixá do raio e do trovão. Miticamente, o raio é uma
de suas armas, que ele envia como castigo. Ninguém, porém, deve temer sua cólera como uma
manifestação irracional.

Xangô tem a fama de agir sempre com neutralidade (a não ser em contendas pessoais suas,
presentes nas lendas referentes a seus envolvimentos amorosos e congêneres). Seu raio e eventual
castigo são o resultado de um quase processo judicial, onde todos os prós e os contras foram
pensados e pesados exaustivamente – a famosa balança da Justiça. Seu Axé, portanto está
concentrado nas formações de rochas cristalinas, nos terrenos rochosos à flor da terra, nas
pedreiras, nos maciços. Suas pedras são inteiras, duras de se quebrar, fixas e inabaláveis, como o
próprio Orixá. Numa visão litúrgica um pouco mais restrita e mais apegada às lendas de origem dos
Orixás, um filho de Xangô não se pode contentar apenas com uma pedra vinda de uma pedreira ou
de uma montanha para guardar numa vasilha o seu assentamento. Xangô não contesta o status de
Oxalá de patriarca da Umbanda, mas existe algo de comum entre ele e Zeus, o deus principalda rica
mitologia grega. O símbolo do Axé de Xangô é uma espécie de machado estilizado com duas
lâminas, que indica o poder de Xangô, corta em duas direções opostas. O administrador da justiça
nunca poderia olhar apenas para um lado, defender os interesses de um mesmo ponto de vista
sempre. Numa disputa, seu poder pode voltar-se contra qualquer um dos contendores, sendo essa a
marca de independência e de totalidade de abrangência da justiça por ele aplicada. Segundo Pierre
Verger, esse símbolo se aproxima demais do símbolo de Zeus encontrado em Creta.

Outra informação de Pierre Verger especifica que esse oxé parece ser a estilização de um
personagem carregando o fogo sobre a cabeça; este fogo é, ao mesmo tempo, o duplo machado, e
lembra, de certa forma a cerimônia chamada ajerê, na qual os iniciados de Xangô devem carregar
na cabeça uma jarra cheia de furos, dentro da qual queima um fogo vivo, demonstrando através
dessa prova, que o transe não é simulado. Xangô então, é o administrador que se curva à
experiência e sabedoria do velho Oxalá, o símbolo do poder em toda sua plenitude, mas que deve
ser acatado por Xangô quando em suas decisões intervir. Xangô portanto, já é adulto o suficiente
para não se empolgar pelas paixões e pelos destemperos, mas vital e capaz o suficiente para não
servir apenas como consultor. Outro dado saliente sobre a figura do senhor da justiça é seu mau
relacionamento com a morte. Se Nanã é como Orixá a figura que melhor se entende e predomina
sobre os espíritos de seres humanos mortos, Eguns, Xangô é que mais os detesta ou os teme. Há
quem diga que, quando a morte se aproxima de um filho de Xangô, o Orixá o abandona, retirando-se
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de sua cabeça e de sua essência. Deste tipo de afirmação discordam diversos babalorixás ligados
ao seu culto, mas praticamente todos aceitam como preceito que um filho que seja um iniciado com
o Orixá na cabeça, não deve entrar em cemitérios nem acompanhar a enterros.

CARACTERÍSTICAS DOS FILHOS DE XANGÔ: Para a descrição dos arquétipos psicológico e


físico das pessoas que correspondem a Xangô, deve-se ter em mente uma palavra básica: Pedra. É
da rocha que eles mais se aproximam no mundo natural e todas as suas características são
balizadas pela habilidade em verem os dois lados de uma questão, com isenção e firmeza granítica
que apresentam em todos os sentidos. Atribui-se ao tipo Xangô um físico forte, mas com certa
quantidade de gordura e uma discreta tendência para a obesidade, que se ode manifestar menos ou
mais claramente de acordo com os Ajuntós (segundo e terceiro Orixá de uma pessoa). Por outro
lado, essa tendência é acompanhada quase que certamente por uma estrutura óssea bem-
desenvolvida e firme como uma rocha. Tenderá a ser um tipo atarracado, com tronco forte e largo,
ombros bem desenvolvidos e claramente marcados em oposição à pequena estatura; Por essas
qualidades, é relativamente fácil para os iniciados descobrirem que tal pessoa é de Xangô, pela
aparência e modo de andar, o que é mais difícil para tipos pouco mais sutis e mistos como Oxum,
Ossaim e Omolu. A mulher que é filha de Xangô, pode ter forte tendência à falta de elegância. Não
que não saiba reconhecer roupas bonitas – tem, graças à vaidade intrínseca do tipo, especial
fascínio por indumentárias requintadas e caras, sabendo muito bem distinguir o que é melhor em
cada caso. Mas sua melhor qualidade consiste em saber escolher as roupas numa vitrina e não em
usá-las. Não se deve estranhar seu jeito meio masculino de andar e de se portar e tal fato não deve
nunca ser entendido como indicador de preferências sexuais, mas, numa filha de Xangô é um
processo de comportamento a ser cuidadosamente estabelecido, já que seu corpo podeaproximar-se
mais dos arquétipos culturais masculinos do que femininos; ombros largos, ossatura desenvolvida,
porte decidido e passos pesados, sempre lembrando sua consistência de pedra.

Em termos sexuais, Xangô é um tipo completamente mulherengo. Seus filhos, portanto, costumam
trazer essa marca, sejam homens, sejam mulheres (que estão entre as mais ardentes do mundo).
Os filhos de Xangô, não costumam ser conhecidos socialmente como um tipo dado a aventuras. Não
são os mitos sexuais de sua sociedade e é para muito poucos amigos que confessam suas
conquistas, pois não faz parte de suas necessidades se auto-afirmar através desse expediente. São
honestos e sinceros em seus relacionamentos mais duradouros, porque para eles sexo é algo vital,
insubstituível, mas o objeto sexual em si não é merecedor de tanta atenção depois de satisfeito
desejo.

Psicologicamente, os filhos de Xangô apresentam uma alta dose de energia e uma enorme auto-
estima, uma clara consciência de que são importantes, dignos de respeito e atenção, principalmente,
que sua opinião será decisiva sobre quase todos os tópicos – consciência essa um pouco
egocêntrica e nada relacionada com seu real papel social. Os filhos de Xangô são sempre ouvidos;
em certas ocasiões por gente mais importante que eles e até mesmo quando não são considerados
especialistas num assunto ou de fato capacitados para emitir opinião. A postura pouco nobre dos
filhos de Xangô e seu cultivo de hábitos considerados aristocráticos ou pouco burgueses, é resultado
dessa configuração psicológica.

Porém, o senhor de engenhoque habita dentro deles faz com que não aceitem o questionamento de
suas atitudes pelos outros, especialmente se já tiverem considerado o assunto em discussão
encerrado por uma determinação sua. Gostam portanto, de dar a última palavra em tudo, se bem
que saibam ouvir. Quando contrariados porém, se tornam rapidamente violentos e incontroláveis.
Nesse momento, resolvem tudo de maneira demolidora e rápida mas, feita a lei, retornam a seu
comportamento mais usual. Em síntese, o arquétipo associado a Xangô está próximo do déspota
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esclarecido, aquele que tem o poder, exerce-o inflexivelmente, não admite dúvidas em relação a seu
direito de detê-lo, mas julga a todos segundo um conceito estrito e sólido de valores claros e pouco
discutíveis É variável no humor, mas incapaz de conscientemente cometer uma injustiça, fazer
escolha movido por paixões, interesses ou amizades.

Xangô é o Orixá julgador, destruidor, inteligente, impulsivo, violento. Representa o poder


transformador do fogo, é o padroeiro dos intelectuais e artistas. Seu número simbólico é o doze,
assim como doze são os ministros, Obas, de Xangô. Apesar de discordarmos da visão privilegiada
do fogo como elemento de Xangô, insistimos que a pedra é seu símbolo básico, mais redutor e mais
abrangente ao mesmo tempo.

MÃE EGUNITÁ – TRONO DA JUSTIÇA: Orixá ABSORVENTE , do TRONO DA JUSTIÇA, tem


como função ABSORVER OS EXCESSOS NA JUSTIÇA compõe o POLO NEGATIVO do Trono e
suas irradiações são MONOCROMÁTICAS e CÓSMICAS. Cor: Laranja. Pedras: Ágata fogo. Erva:
Carqueja. Função: Consumir os excessos cometidos em nome da justiça, consome todo tipo de
negativismo plasmado no corpo físico ou espiritual, purifica tudo através do Fogo Divino. Elemento:
Fogo. Essência: Energizadora. Quando evocar o amparo da Mãe Egunitá? Quando quiser
consumir todos os excessos e injustiças,paralisações mentais, irracionalidade. Oferenda: Velas
laranja, vermelha e marrom. Ponto de forças: Montanhas e pedreiras Água de cabeça: Água de
fonte com pétalas de rosas cor- de – rosa, folhas de alecrim e arruda maceradas e curtidas por 3
dias. Portal de libertação: Portal do Raio Vermelho Chakra: Plexo Solar. Frase: Eu necessito da
força do fogo transformador para consumir meus negativismos autogerados, e assim livre das
minhas próprias influências negativas poder manter meu equilíbrio pessoal.

MÃE EGUNITÁ – Excelente combatente dos aspectos negros que envolvem o ser. Na Índia é
cultuada como a Deusa Kali. Assim como o Pai Oxumaré seus mistérios ainda não foram
desvendados. Sua atuação se dá sempre através do Fogo Divino. Suas irradiações são
extremamente fortes e quentes.

Mãe Egunitá Energizar = faz circular a irradiação da justiça Irradiação Consumidora – extingui
pela energia do fogo Irradiação Energizadora – faz circular o fogo consumidor Irradiação Graduadora
– regula

Xango, iansa: piscis, sagitario. Chacra cardiaco. Timo. Marron, viernes. 15-18 horas. Ángel: Mikael.
Agua y fuego. Jupiter. Sitio vibratorio: piedras, Pedreira. Estaño. Cuadrado. Cerveza negra, vino
tinto. Charuto. Caboclo chefe: xango kao, exu giramundo. Xango pedra preta, exu meia noite. Xango
7 cachoieras, exu quebra pedra. Xango 7 pedreiras, exu ventania. Xango pedra branca, exu
mangueira. Xango 7 montanhas, exu corcunda. Xango agodo, exu das pedreiras.

LINHA DE XANGÔ: Xangô Abomi - Representante de Xangô na Linha das Almas. Xangô Aganjú -
Representante de Xangô na Linha das Almas. Xangô Alafim - Representante de Xangô na Linha de
Ogum. Xangô Kaô - Comando da Linha de Xangô. Xangô Agojo - Representante de Xangô na
Linha de Ibeji. Xangô Alufam - Representante de Xangô na Linha das Senhoras. Xangô Agodô -
Representante de Xangô na Linha de Oxalá

2. LINHA DE XANGÔ
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7 - Exu Pedreira Representante negativo na linha de Oxalá


6 - Exu Calunga Representante negativo na linha das Senhoras
5 - Exu Corcunda Representante negativo na linha de Ibeji
4 - Exu Gira Mundo Comando negativo da linha
3 - Exu Meia-noite Representante negativo na linha de Ogum
2 - Exu Mangueira Representante negativo na linha de Oxoce
1 - Exu Ventania Representante negativo na linha das Almas

XANGÔ: pertence ao Plano 4 da Umbanda. Representa a JUSTIÇA, na acepção da palavra.


Elemento e força da natureza: as pedras (vivas), pedreiras à beira mar, etc. Dia da semana: quarta-
feira. Chakra atuante: cardíaco. Planeta regente: Júpiter. Nota musical: fá. Cor vibratória: verde-
musgo. Cor representativa: marrom e todas suas nuanças. Cor da guia (colar): marrom e branco.
Saudação: Kaô Cabecile. Negativo: Exu Gira-mundo. Amalá: rabo de vaca, quiabo e camarão. Otí:
cerveja preta. Local de entrega: pedreira. A pedra de Xangô para estar viva, tem que estar com limo,
lodosa, pois que seca ela morrerá, por essa razão, deve-se manter o OTÁ de Xangô, sempre imerso
n'água, acrescentando sempre, não trocar a água. Na representação dos pontos riscados, são
usados três tipos de machados, como a seguir:

PAI OGUM– TRONO DA LEI: Orixá IRRADIANTE, do TRONO DA LEI, IRRADIAR A ORDEM,
compõe o POLO POSITIVO do Trono e suas irradiações são MULTICOLORIDAS e UNIVERSAIS.
Cor: Azul escuro e vermelho. Pedras: Hematita. Erva: Louro. Função: Irradiar a ordem e a
potencialização dos seres. Ondas Vibratórias e seus signos: Elemento: Ar. Essência:
Ordenadora. Quando devemos evocar o amparo do pai Ogum? Quando precisarmos de ordem
na nossa vida, ou quando necessitarmos de potência, ou seja, força (interior). Oferenda: Velas
branca, vermelha e azul-escuro, cerveja, vinho licoroso, flores diversas, cravos, tudo depositado nos
campos, caminhos e encruzilhadas. Ponto de forças: Campos, caminhos e encruzilhadas, linhas de
trem (perigoso despacho nesse local – não é recomendado). Água de cabeça: Água de rio com
folhas de pinheiro maceradas e curtidas por 7 dias. Portal de libertação: Portal do Raio Amarelo.
Chakra:Laríngeo. Frase: Eu desejo estar harmonizado (a), ordenando a minha vida espiritual, com a
finalidade de potencializar o meu poder pessoal, para assim contribuir de forma mais fortalecida com
o Todo.
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Mãe Iansã - Trono Feminino da Lei Iansã é a aplicadora da Lei na vida


dos seres emocionados pelos vícios. Seus campo preferencial de atuação é o emocional dos seres:
ela os esgota e os redireciona, abrindo-lhes novos campos por onde evoluirão de forma menos
“emocional”. o comentário sobre o orixá Egunitá já abordamos nossa amada mãe lansã. Logo, aqui
seremos breves em nosso comentário sobre ela, que também foi analisada no capitulo reservado ao
orixá Ogum. Como dissemos antes, lansã, em seu primeiro elemento, e ar e forma com Ogum um
par energético onde ele rege o pólo positivo e é passivo pois suas irradiações magnéticas são retas.
lansã é negativa e ativa, e suas irradiações magnéticas são circulares ou espiraladas. Observem que
lansã se irradia de formas diferentes: é cósmica (ativa) e é o orixá que ocupa o pólo negativo da
linha elemental pura do ar, onde polariza com Ogum. Já em seu segundo elemento ela polariza com
Xangô, e atua como o pólo ativo da linha da Justiça, que é uma das sete irradiações divinas.

Na linha da Justiça, lansã é seu aspecto móvel e Xangô é seu aspecto assentado ou imutável, pois
ela atua na transformação dos seres através de seus magnetismos negativos. lansã aplica a Lei nos
campos da Justiça e é extremamente ativa. Uma de suas atribuições é colher os seres fora-da-Lei e,
com um de seus magnetismos, alterar todo o seu emocional, mental e consciência, para, só então,
redirecioná-lo numa outra linha de evolução, que o aquietará e facilitará sua caminhada pela linha
reta da evolução. As energias irradiadas por lansã densificam o mental, diminuindo seu magnetismo,
e estimulam o emocional, acelerando suas vibrações. Com isso, o ser se torna mais emotivo e mais
facilmente é redirecionado. Mas quando não é possível reconduzi-lo à linha reta da evolução, então
uma de suas sete intermediárias cósmicas, que atuam em seus aspectos negativos, paralisam o ser
e o retém em um dos campos de esgotamento mental, emocional e energético, até que ele tenha
sido esgotado de seu negativismo e tenha descarregado todo o seu emocional desvirtuado e viciado.

Nossa amada mãe Iansã possui vinte e uma lansãs intermediárias, que são assim distribuídas: Sete
atuam junto aos pólos magnéticos irradiantes e auxiliam os orixás regentes dos pólos positivos, onde
entram como aplicadoras da Lei segundo os princípios da Justiça Divina, recorrendo aos aspectos
positivos da orixá planetária Iansã. Sete atuam junto aos pólos magnéticos absorventes e auxiliam
os orixás regentes dos pólos negativos, onde entram como aplicadoras da Lei segundo seus
princípios, recorrendo aos aspectos negativos da orixá planetária Iansã. Sete atuam nas faixas
neutras das dimensões planetárias, onde, regidas pelos princípios da Lei, ou direcionam os seres
para as faixas vibratórias positivas ou os direcionam para as faixas negativas. Enfim, são vinte e uma
orixás lansãs intermediárias aplicadoras da Lei nas Sete Linhas de Umbanda. Como seus campos
preferenciais de atuação são os religiosos, não é de se estranhar que nossa amada mãe lansã
intermediária para a linha da Fé nos campos do Tempo seja confundida com a própria Oiá, já que é
ela quem envia ao tempo os eguns fora-da-Lei no campo da religiosidade. lansã do Tempo, não
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tenham dúvidas, tem um vasto campo de ação e colhe os espíritos desvirtuados nas coisas da Fé,
enviando-os ao Tempo onde serão esgotados.

Mas, não tenham dúvidas, antes ela tenta reequilibrá-los e redirecioná-los, só optando por enviá-los
a um campo onde o magnetismo os esvazia quando vê que um esgotamento total em todos os sete
sentidos é necessário. E isto o Tempo faz muito bem! Já lansã Bale, do Bale, ou das Almas, é outra
intermediária de nossa mãe maior lansã que é muito solicitada e muito conhecida, porque atua
preferencialmente sobre os espíritos que desvirtuam os princípios da Lei que dão sustentação à vida
e, como vida é geração e Omulú atua no pólo negativo da linha da Geração, então ela envia aos
domínios de Tatá Omulú todos os espíritos que atentaram contra a vida de seus semelhantes ao
desvirtuarem os princípios da Lei e da Justiça Divina.

Logo, seu campo escuro localiza-se nos domínios do orixá Omulú, que rege sobre o lado de “baixo”
do campo santo. Mas também são muito conhecidas as lansãs intermediárias Sete Pedreiras, dos
Raios, do Mar, das Cachoeiras e dos Ventos (lansã pura). As outras assumem os nomes dos
elementos que lhes chegam através das irradiações inclinadas dos outros orixás, quando surgem as
Iansãs irradiantes e multicoloridas. Temos: o uma Iansã do Ar. o uma Iansã Cristalina. o uma lansã
Mineral. o uma Iansã Vegetal. o uma lansã Ígnea. o uma lansã Telúrica. o uma lansã Aquática. Bom,
só por esta amostra dos múltiplos aspectos de nossa amada regente feminina do ar, já deu para se
ter uma idéia do imenso campo de ação do mistério “Iansã”. O fato é que ela aplica a Lei nos
campos da Justiça Divina e transforma os seres desequilibrados com suas irradiações espiraladas,
que o fazem girar até que tenham descarregado seus emocionais desvirtuados e suas consciências
desordenadas! Não vamos nos alongar mais, pois muito já foi dito e escrito sobre a “Senhora dos
Ventos”.

Divindades: Iansã. Linha: Eólica. Pedra: Citrino. Irradiação: Lei. Vela/Cor: Amarela, Dourada,
Vermelha. Sincretismo: Santa Bárbara. Saudação: Eparrei! Ponto de Força: Campo aberto.
Oferendas/Rituais: Mãe Iansã: Velas amarela, vermelha, champanhe branca, licor de menta ou anis,
flores amarelas, manga, maracujá doce, uva niagra. Pode oferendá-la no campo aberto, pedreiras,
campo santo, beira-mar, etc.

YANSà– oferendamos Yansã para pedir movimento e direção em todos os sentidos da vida, a Ela
solicitamos que nos envolva com sua Força guerreira para nos ajudar em nossas mudanças e
conquistas, portanto, a oferendamos quando estamos com nossas vidas estagnadas, quando nos
encontramos depressivos, sem energia, sem direção, perdidos e cheios de dúvidas, afinal Yansã é a
manifestação da alegria e da paixão pela vida e pelo que faz. Pedimos também a força e o
movimento de Yansã para que envolva e encaminhe todos os eguns, espíritos negativos que
desvirtuam nossa caminhada material, emocional e espiritual, direcionando-os aos domínios de
Obaluayê ou Omulu onde serão conduzidos aos seus lugares de merecimento. Ela esgota os seres e
os redireciona, abrindo novos caminhos por onde evoluirão de forma menos emocional. Yansã é a
orixá do Tempo climático, Senhora dos ventos, dos raios, do movimento e da direção.

Ervas Quentes(Descarrego):Buchinha do norte,cânfora,espada de sta Bárbara,quebra


demanda,mamona,picão preto,bambú,fumo(tabaco),pára raio,tiririca,vence demanda,pinhão roxo.
Verbos atuantes nas ervas quentes:arrastar,arrebatar,dissipar,fulminar,remover,...Ervas
Mornas(Equilibradora):Pitanga folhas,peregun rajado,alfavaca,calêndula,camomila,cana do
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brejo,capuchinha,cidreira,cavalinha,chapéu de couro,cipó cravo,cipó s.joão,santa luzia,girassol


semente,imburana,jurubeba,laranjeira,losna,sabugueiro,folha do fogo,pinhão branco.
Verbos atuantes nas ervas mornas:mover,movimentar,direcionar,espalhar,empurrar,agir,vibrar,...

Mãe YANSÃ é a Divindade que está assentada no pólo negativo (absorvedor) e cósmico da Linha da
Lei, onde atua de forma ativa, para absorver os desequilíbrios cometidos no campo da Lei e da
Justiça Divinas e reconduzir os seres ao equilíbrio. A Divindade Yansã é a Qualidade Direcionadora
de Deus, que atua de forma permanente em toda a Criação para que tudo e todos possam evoluir.
Tudo na Criação Divina é direcionado para um caminho de evolução. Assim, Yansã é a força móvel
que direciona a Fé (campo de Oxalá), a Justiça (campo de Xangô), a Evolução (campo de
Obaluayê), a Geração (campo de Iemanjá), a Agregação (campo de Oxum), a Lei (campo de Ogum).
Pai Ogum é o aspecto fixo da Lei, a irradiar continuamente as Vibrações Divinas da Lei Maior e com
elas amparando e sustentando a tudo e todos de forma passiva (sem forçar ninguém). E Mãe Yansã
é o aspecto móvel da Lei, que entra em ação para corrigir os desvirtuamentos dos seres neste
Sentido da Vida e recolocá-los no caminho reto, de modo que também a Justiça Divina seja
obedecida e aplicada. Pois quando a Lei não é cumprida, a Justiça também é desrespeitada. Como
Orixá Cósmico, Yansã pune quem desvirtua ou se aproveita dessas Qualidades Divinas com más
intenções. Seu campo preferencial de atuação é o emocional dos seres. Como Divindade
Direcionadora e Movimentadora, Mãe Yansã retira os seres de um caminho de estagnação evolutiva
(provocada por seus desequilíbrios emocionais) e ajuda a encaminhá-los, cortando os seus
excessos emocionais e colocando-os no caminho correto a seguir.
Além de corrigir excessos no campo da Lei e da Justiça, Yansã é o Orixá que dá amparo àqueles
que vivem em obediência à Lei e à Justiça Maiores, protegendo-os e combatendo as injustiças que
estejam enfrentando (projeções mentais negativas externas, magias negativas etc.). Sua atuação é
Cósmica, ativa, negativa, mobilizadora e emocional, mas não é inconseqüente ou emotiva, porque
Ela é o Sentido da Lei, e a Lei não é apenas punidora, mas também direcionadora. É a mais
guerreira de todos os Orixás Femininos. Yansã atua na Linha da Justiça ao lado de Xangô, e
também na Linha da Lei ao lado de Ogum. Com Pai Xangô, Ela forma uma Linha polarizada ou mista
Justiça/Lei, na qual Ele atua pelo elemento Fogo e Ela atua pelo elemento Ar. Já com Pai Ogum,
Yansã forma um par puro na Linha da Lei, ambos atuando pelo elemento Ar.
Na Lei: Mãe Yansã é Movimentadora, é a Lei atuando para redirecionar os seres que se
desequilibraram; e Pai Ogum é o princípio ordenador inquebrantável. Nos elementos: Pai Ogum é o
ar que refresca e a brisa que acalenta; e Mãe Yansã é o vendaval que desaba, e a ventania que faz
tudo balançar. Na Fé: Ogum é o princípio a ser obedecido; e Yansã é a novidade que renova a Fé na
mente e no coração dos seres. Na vida: Yansã é a busca de melhores condições de vida para os
seres. Na Criação Divina: Ogum é a defesa de tudo o que foi criado; e Yansã é a busca de
adaptação do ser ao meio onde vive. Na Irradiação da Lei, Ogum é passivo. Seu magnetismo irradia-
se em ondas retas, em corrente contínua, e seu núcleo magnético gira para a direita (sentido
horário). Seu Fator é Ordenador. Já Yansã é ativa, pois seu magnetismo irradia-se em ondas curvas,
em corrente alternada, e seu núcleo magnético gira para a esquerda (sentido anti-horário). Seu Fator
é Direcionador. Ogum é a Lei, a via reta.
Mas Yansã é o próprio sentido de direção da Lei, pois Ela é um Mistério que só entra na vida de um
ser caso a direção que ele esteja dando à sua evolução e à sua religiosidade não siga a linha reta
traçada pela Lei Maior. Neste caso, a Qualidade Direcionadora de Mãe Yansã envolve o ser numa
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de suas espirais, impondo-lhe um giro completo e transformador dos seus sentimentos viciados.
Com isso, Ela o recoloca no caminho reto da vida; ou então, se necessário, o lança no Tempo, onde
a sua religiosidade desvirtuada será paralisada e esgotada. Neste último caso, os seres ficam retidos
“no Tempo”, até esgotarem os vícios e desequilíbrios que afetavam suas mentes, seu emocional e
seus campos energéticos. Por esse motivo é que a Divina Mãe Yansã tem uma atuação
importantíssima sobre os eguns, que são espíritos endurecidos no mal: Ela os recolhe, paralisa, e os
remete ao Tempo, nos domínios da Mãe Oyá-Tempo (Logunan), para que ali eles sejam
completamente esgotados dos seus desequilíbrios. Só depois disso é que aquele ser- que
deliberadamente praticou o mal por muitas e muitas vezes, ao ponto de “endurecer no mal”, como se
costuma dizer-, somente depois de esgotado ou esvaziado da maldade que criou, é que o ser estará
em condições de ser redirecionado, para recomeçar sua caminhada evolutiva.
Na Linha da Justiça, Yansã é seu aspecto móvel, pois atua na transformação dos seres, absorvendo
seus magnetismos negativos; e Xangô é seu aspecto passivo, assentado ou imutável, a irradiar
continuamente a Vibração da Justiça e do Equilíbrio Divinos para toda a Criação. Sempre que a
Justiça Divina é ativada, tanto o seu pólo passivo quanto o seu pólo ativo são ativados, e aí surge
Yansã, a Regente da Lei nos campos da Justiça. A natureza eólica (=do ar) de Yansã expande o
fogo de Xangô. Assim, logo que o ser é purificado de seus vícios (pelo fogo de Xangô), Yansã entra
na vida daquele ser e o redireciona e o reconduz para outro campo, no qual retomará sua evolução.
O primeiro elemento de Yansã é o Ar, que movimenta e sustenta o Fogo. Pois Yansã é movimento o
tempo todo. O Fogo é, portanto, o segundo elemento de atuação desta Divindade.
Como aplicadora da Lei nos campos da Justiça, Yansã é extremamente ativa. Uma de suas
atribuições é colher os seres fora da Lei, alterar todo o seu emocional, mental e consciencial, para
então redirecioná-los numa outra linha de evolução, que os aquietará e facilitará suas caminhadas
pela linha reta da evolução. Quando não é possível reconduzi-los, então uma das Intermediárias
Cósmicas de Yansã paralisa os seres desequilibrados, retendo-os num dos campos de esgotamento
mental, emocional e energético, até que eles tenham sido completamente esgotados dos seus
negativismos e tenham descarregado todo o seu emocional desvirtuado e viciado. Mãe Yansã Maior
(ou Yansã Planetária) possui vinte e uma Yansãs Intermediárias, que são assim distribuídas:
- Sete atuam junto aos pólos magnéticos irradiantes, auxiliando os Orixás Regentes dos pólos
positivos (Orixás Universais), como aplicadoras da Lei, recorrendo aos aspectos positivos do Orixá
Yansã Planetário; - Sete atuam junto aos pólos magnéticos absorventes, auxiliando os Orixás
Regentes dos pólos negativos (Orixás Cósmicos), como aplicadoras da Lei, recorrendo aos aspectos
negativos do Orixá Yansã Planetário; - Sete atuam nas faixas neutras das dimensões planetárias,
regidas pelos princípios da Lei, onde ou direcionam os seres para as faixas vibratórias positivas ou
os direcionam para as faixas negativas. São vinte e uma Yansãs Intermediárias, aplicadoras da Lei
nas Sete Linhas de Umbanda, e seus campos preferenciais de atuação são os religiosos.
Justamente por atuarem de modo especial no campo religioso, Mãe Yansã Intermediária para a
Linha da Fé nos campos do Tempo (Yansã do Tempo) às vezes é confundida com o Orixá Oyá-
Tempo, já que é Yansã quem envia ao Tempo os eguns fora da Lei no campo da religiosidade.

Yansã do Tempo tem um vasto campo de ação e colhe os espíritos desvirtuados nas coisas da Fé,
enviando-os ao Tempo, onde serão esgotados. Antes disso, Ela tenta reequilibrá-los e redirecioná-
los, só optando por enviá-los a um campo onde o magnetismo os esvazia quando vê que um
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esgotamento total nos sete Sentidos é necessário. Outra Intermediária de Mãe Yansã Maior é Yansã
Balé (do Balê ou das Almas), que é muito solicitada e muito conhecida porque atua
preferencialmente sobre os espíritos que desvirtuam os princípios da Lei que dão sustentação à vida.
E como vida é Geração e Omolu atua no pólo negativo (Cósmico) da Linha da Geração, então Yansã
Balé envia aos domínios de Tatá Omolu todos os espíritos que atentaram contra a vida de seus
semelhantes ao desvirtuarem os princípios da Lei e da Justiça Divina.
Também são muito conhecidas as Yansãs Intermediárias Sete Pedreiras, dos Raios, do Mar, das
Cachoeiras e dos Ventos (Yansã pura). As outras Yansãs Intermediárias assumem os nomes dos
elementos que lhes chegam através das irradiações inclinadas dos outros Orixás. E assim temos:
uma Yansã do Ar, uma Yansã Cristalina, uma Yansã Mineral, uma Yansã Vegetal, uma Yansã Ígnea,
uma Yansã Telúrica, uma Yansã Aquática. Este resumo pode nos dar uma idéia do quanto somos
amparados, protegidos e sustentados pelo Divino Criador, por Seus Tronos e Suas Divindades, de
uma forma tão Perfeita que a nossa mente limitada não alcança. Acontece, às vezes, de nos
sentirmos desanimados, diante de situações que nos parecem injustas (traições, magias negativas,
difamações, injúrias, ataques gratuitos contra o nosso trabalho religioso etc.). Nesses momentos, é
importante lembrar que os Sagrados Orixás da Lei e da Justiça Divinas e todos os Sagrados
Regentes dos demais Sentidos da Vida e Seus respectivos Intermediários estão em permanente
atuação para nos defender e proteger, retendo nas malhas da Lei e da Justiça todo aquele que
atentar contra a nossa vida, o nosso equilíbrio e a nossa evolução.
Para o nosso próprio equilíbrio e bem-estar, que possamos cultivar o hábito de fazer orações diárias
em louvor e gratidão ao Divino Criador, aos Seus Divinos Tronos, aos Sagrados Orixás e a todas as
Divindades presentes na Criação, velando por nós, nos guiando, nos direcionando, nos corrigindo,
nos amparando, nos protegendo e nos defendendo, a cada instante da nossa existência. Isto nos dá
uma dimensão da importância de nossas vidas perante o Supremo Arquiteto do Universo e nos
ajuda a valorizar também a importância de cada momento vivido.
Características dos filhos de Yansã: Para os filhos de Yansã, viver é uma grande aventura. Enfrentar
os riscos e desafios da vida são os prazeres dessas pessoas. Escolhem seus caminhos mais por
paixão do que por reflexão. Não ficam em casa, vão à luta e conquistam o que desejam. São
atiradas, extrovertidas e diretas, jamais escondem seus sentimentos. Entregam-se a súbitas paixões
e de repente esquecem, partem para outra, e o antigo parceiro é como se nunca tivesse existido.
São extremamente fiéis à pessoa que amam, mas só enquanto amam. Os relacionamentos longos
só acontecem em suas vidas quando controlam seus impulsos, sendo então capazes de viver para o
resto da vida ao lado da mesma pessoa. São audaciosas e ciumentas. Vaidosas, altruístas e
inteligentes, são tagarelas, alegres e animadas, fazem festa com tudo. Comunicam-se facilmente e
falam alto. Otimistas, despachadas e carinhosas, têm excelente disposição. Tomam decisões
rápidas e têm alto poder de imaginação. Têm um forte dom para a magia e uma incrível capacidade
de adaptação. Trabalhadeiras, dedicam-se inteiramente àquilo que gostam. Tendem a ser
autoritárias e possessivas. Seu temperamento muda repentinamente, sem que ninguém esteja
preparado para essas guinadas.
Na condição de amigos, revelam-se pessoas confiáveis. Mas, cuidado: os mais prudentes não
ousariam confiar-lhes um segredo, pois se mais tarde acontecer uma desavença, um filho de Oyá
não pensará antes de usar, como arma, tudo o que lhe foi contado. Seu comportamento pode ser
explosivo como uma tempestade, ou calmo como uma brisa de fim de tarde. Só uma coisa os tira do
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sério: mexer com um filho seu é o mesmo que comprar uma briga de morte, pois na defesa dos filhos
batem em qualquer um, crescem no corpo e na raiva, não têm medida...
Quando oferendar: Para pedir direcionamento em qualquer setor da nossa vida; para obter equilíbrio
emocional (quando a pessoa está muito alterada em suas emoções); para obter o amparo da Lei e
da Justiça Divinas em qualquer situação conflituosa; para pedir proteção contra atuações negativas
externas; para não ceder à tentação de revidar o mal que alguém nos tenha feito; para fazer
movimentar e superar situações de estagnação que estejam se arrastando em algum setor da vida
da pessoa. Oferendas: 1- Três velas brancas, três amarelas e três vermelhas; champanhe branco;
licor de menta e licor de anis ou de cereja; rosas e palmas amarelas. Montagem: Dispor as flores em
círculo. Se a pessoa está pedindo auxílio para problemas internos (bloqueios íntimos, excessos
emocionais etc.), as flores devem ser colocadas voltadas para dentro. Se a pessoa pede auxílio para
problemas externos a ela, colocar as flores apontando para fora. Dentro do círculo das flores,
despejar os licores. Em torno, firmar as velas, alternando as cores (1 branca/1 amarela/1 vermelha).
Circundando toda a oferenda, derramar o champanhe.
2- 7 velas amarelas (ou vermelhas); 7 bananas descascadas e cortadas no sentido do comprimento;
7 pedaços de canela colocados em volta ou então sobre as bananas; mel para regar as bananas;
palmas amarelas e/ou girassóis circundando as frutas; champanhe branco; 1 prato de papelão,
pétalas de rosas amarelas e/ou vermelhas e folhas de laranjeira. Dispor as frutas no prato de
papelão forrado com pétalas de rosas e as folhas de laranjeira(ou diretamente sobre as pétalas e
ervas). Colocar as flores em volta. Circundar tudo com champanhe branco (ou então colocar a
bebida em 7 metades de maracujás limpas, sem a polpa). 3- Uma folha de bananeira; mel; canela
em pó; 7 mangas descascadas e inteiras, regadas com mel; 7 maracujás inteiros; 7 copinhos com
água de chuva; 7 velas brancas, 7 velas amarelas e 7 vermelhas. Montar a oferenda sobre a folha de
bananeira regada com mel e canela em pó (ou então sobre folhas de laranjeira ou até sobre pétalas
de rosas na cores branca, amarela e vermelha). Colocar as frutas no centro, circular com os 7 copos
com água de chuva. Circundar tudo com 7 velas brancas, 7 velas amarelas e 7 vermelhas (alternar:
1 vela branca/1 vela amarela/ 1 vela vermelha).
Cozinha ritualística: 1-Acarajé: 500g feijão fradinho, 3 cebolas raladas, 1 colher de sopa de sal, 1
garrafa de dendê. Deixar o feijão de molho de véspera. Retirar o olhinho preto e a pele. Triturar.
Temperar com cebola e sal. Bater bem, com colher de pau, até virar um creme. Reservar a massa
para fritar. Fazer um molho: 500g de camarão seco, torrado e moído; 2 pimentas malaguetas, 1
cebola ralada, coentro fresco bem batido, 2 xícaras de dendê. Misturar tudo muito bem. Levar ao
fogo por uns 10 minutos. Fritar a massa às colheradas, em azeite de dendê quente, dourando os
dois lados. Abrir os acarajés com uma faca e rechear com o molho. Servir quente. Oferendar num
prato de papelão coberto com folhas de alface. Ou colocar diretamente sobre a alface (ou outra
verdura). 2- Bobó de camarão: Temperar cerca de 1 quilo e meio de camarões médios com sal,
pimenta, o suco de 2 limões, 1 maço de cheiro verde, 1 folha de louro picada e 2 cebolas raladas.
Deixar em repouso por uns 30 minutos. Depois, refogar em 5 colheres (sopa) de óleo. Acrescentar 2
pimentões (sem pele e picadinhos) e 8 tomates (picados, sem pele e sem semente). Tampar e deixar
apurar em fogo baixo por uns 15 minutos. Cozinhar cerca de 1 kg de mandioca e 500g de
mandioquinha, separadamente. Depois bater no liquidificador, com 2 copos de leite de coco. Juntar
esse creme ao refogado de camarão e apurar mais um pouco. Acrescentar 2 colheres (sopa) de
dendê e um pouco de molho de pimenta vermelha, a gosto. Deixar apurar por uns 5 minutos. Servir
quente, com arroz branco ou com acaçá. 3- Abará: - Ingredientes: 500 g feijão fradinho; 6 folhas
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médias de bananeira cortadas em pedaços de 10 x 20 cm; 2 cebolas em pedaços; 250 gramas de


camarão seco defumado, sem casca; 1 colher (chá) de gengibre ralado; dendê.
Deixar o feijão de molho na véspera. Retirar as cascas que se soltarem, lavar bem e coar. Bater no
liquidificador até ficar bem quebrado Reservar. Cozinhar a folha de bananeira no vapor por uns 4
minutos (até começar a murchar) e reservar. Bater o feijão, a cebola, o camarão e o gengibre no
liquidificador, até ficar uma massa homogênea. Juntar o dendê e misturar bem. Enxugar bem as
folhas de bananeira. Em cada uma, colocar uma colher da massa. Numa das pontas, sobreponha
um lado da folha sobre o outro. Dobre as laterais para o centro, como uma flecha. Dobre para baixo.
Repita a operação com a outra extremidade. Cozinhar os abarás no vapor por 30 minutos, ou até
dobrarem de volume. Recheio: Passar o camarão no liquidificador. Fritar a cebola no dendê, até
murchar. Juntar o camarão e refogar por uns 10 minutos, em fogo baixo. Se secar, junte um pouco
de água. Cortar o abará ao meio e rechear. Servir frio ou quente, na folha de bananeira.
4- Nove espigas de milho ligeiramente cozidas e regadas com mel. Oferendar sobre folha de
bananeira. 5-Maçãs: Nove maçãs inteiras, com casca e bem lavadas; rosas vermelhas e pedaços de
canela para decorar; mel o suficiente para regar. Colocar as maçãs numa panela com água apenas
para uma leve fervura (amolecer levemente). Retirar as maçãs, colocar numa bandeja ou prato de
vidro ou de louça. Regar com mel e enfeitar com as rosas vermelhas e a canela. 6-Pepinos: Nove
pepinos (do tipo gordinho), azeite de oliva, azeite de dendê e flores do campo amarelas e vermelhas
(ou rosas) para decorar. Cortar os pepinos (com casca e já lavados) em rodelas de espessura
média. Colocar o pepino fatiado num alguidar, em camadas. Cada camada de pepino precisar ser
regada: primeiro, com um fio de azeite de oliva; depois, com um fio de dendê. Enfeitar com as flores.
Alguns Caboclos de Yansã: Caboclo 7 Ventanias (de Oxalá e Yansã), Caboclo Ventania, Caboclo
Gira-mundo (de Oxalá e Yansã- “mundo”=espaço= Oxalá; e “gira”=movimento=Yansã), Caboclo ou
Cabocla dos Ventos, Caboclo 7 Pedreiras (de Oxalá e Yansã), Caboclo Pedra Amarela (de Oxalá e
Yansã).
Alguns Exus de Yansã: Exu 7 Chifres (de Oxalá=7; e de Yansã= chifre), Exu 7 Fagulhas (Oxalá,
Xangô e Yansã), Exu Gira-mundo (de Oxalá e Yansã), Exu 7 Giras (de Oxalá e Yansã), Exu 7
Poeiras (de Oxalá, Omolu e Yansã), Exu Mangueira, Exu Corta Ferro (de Yansã e Ogum), Exu 7
Pedreiras (de Oxalá e Yansã).
Algumas Pombagiras de Yansã: Pombagira dos Ventos, Pombagira Ventania, Pombagira Fogueteira
(de Egunitá e Yansã), Pombagira das 7 Giras (de Oxalá e Yansã), Pombagira Gira-mundo (de Oxalá
e Yansã), Pombagira da Rosa Amarela.
TRONO Feminino da Lei: Linha/Sentido: Lei. Campos de atuação Lei e Justiça Divinas. Atributo:
Lei/Direcionamento. Fator: Fator puro: Movimentador. Fator composto ou misto: Ordenador.
Essência:Eólica (Ar). Elemento: Ar. Polariza com Ogum, na Linha da Lei, formando um par puro no
elemento Ar. Também polariza com Xangô, na Linha da Justiça, formando um par misto nos
elementos Fogo/Ar. Cor: Amarelo. Também o vermelho. Fio de Contas: Amarelas; ou amarelas e
brancas; ou amarelas e vermelhas. Ferramentas: -Eruexim ou iruexim (chibata feita de rabo de
cavalo e/ou de búfalo e atada a um cabo de osso, de madeira ou de metal, que Yansã segura em
uma das mãos, quando dança, para impor respeito, proporcionar vento e espantar e/ou encaminhar
os eguns. É o signo de poder yorubá); -Espada flamejante de cobre, que faz dela a guerreira do
fogo. (O cobre é um elemento metálico, de cor castanho-avermelhada, maleável, sendo um condutor
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de eletricidade e de calor.); -Dois chifres de búfalo- Símbolos de virilidade. Quando emitem som, eles
proporcionam a fecundidade.
Símbolos: Espada, cálice, raio, os chifres de búfalo, alfanje, adaga de cobre, eruesin ou eruexin
(espécie de chicote confeccionado com pelos de rabo de cavalo e encravados em um cabo de cobre,
utilizado pela Divindade para "espantar os eguns"). Ponto de força na Natureza: As pedreiras e os
caminhos. Flores: Palmas amarelas e vermelhas, rosas amarelas e vermelhas, açucena, tulipa,
primavera, impatiens. Essências: Mirra, canela, cravo, pitanga. Pedras: Citrino, cristal com enxofre.
Dia indicado para a consagração da pedra: 5ª-feira. Hora indicada: 16 horas. Metais e Minérios:
Metal: Cobre. Minério: Níquel. Dia indicado para a consagração: domingo. Hora indicada: 16 horas.
Saudação: "Salve a nossa Mãe Yansã!"- Resposta: "EPARREI, YANSÃ!" Planeta:Marte e o Sol. Dia
da Semana: Terça-feira. Chacra: Laríngeo ou da garganta. Saúde: Portais de Cura Glândula tireóide,
garganta, ouvidos, pescoço, voz, maxilares, tubos branquiais, traquéia, parte superior dos pulmões,
braços, esôfago. No aspecto emocional, diz respeito à nossa capacidade de comunicar e expressar
a nossa vontade (saber dizer “sim” e “não”) e de nos colocarmos perante a sociedade. Água de
chuva, velas amarelas e vermelhas, pimentas amarelas, pedaços de bambu, flores (cf. Adriano
Camargo).
Bebida: Champanhe branco, licor de cereja, licor de anis, licor de menta, vinho rosê, água de chuva.
Animais: Búfalo, borboleta, Comidas: Abacaxi, manga rosa, romã, pitanga, maçã vermelha, cereja,
mamão, melão, moranga, pêssego, pitanga, caju, melancia, banana ouro, banana nanica, cenoura
com mel, jambo, tangerina, laranja Bahia (laranja de umbigo), limão, uva rosa, cereja, grãos. (Obs.: A
banana tem um simbolismo particular, pela cor amarela da casca e pelo formato da fruta, que lembra
as “espirais” de Yansã.) Números: 13 e 09. Data Comemorativa. O dia 04 de dezembro. Sincretismo:
Santa Bárbara, celebrada em 04 de dezembro. Também é sincretizada com Santa Brígida.
Incompatibilidade: Carneiro
Qualidades: 1-Oyà Biniká; 2-Oyà Seno; 3-Oyà Abomi; 4-Oyà Gunán; 5- Oyà Bagán; 6- Oyà Onìrá; 7-
Oyà Kodun; 8- Oyà Maganbelle; 9- Oyà Yapopo; 10- Oyà Onisoni; 11- Oyà Bagbure; 12- Oyà Tope;
13- Oyà Filiaba; 14- Oyà Semi; 15- Oyà Sinsirá; 16- Oyà Sire; e 17- Oyà Gbale ou Igbale (aquela que
retorna à terra), que se subdivide em: Oyà Gbale Funán; Oyà Gbale Fure; Oyà Gbale Guere; Oyà
Gbale Toningbe; Oyà Gbale Fakarebo; Oyà Gbale De; Oyà Gbale Min; Oyà Gbale Lario; Oyà Gbale
Adagangbará. Estas Oyàs estão ligadas ao culto dos mortos. Quando dançam, parecem expulsar as
almas errantes com seus braços. Têm forte fundamento com Omolu, Ogum e Exu.

Pai Ogum - Trono Masculino da Lei Ogum é o Orixá da Lei e seu


campo de atuação é a linha divisória entre a razão e a emoção. É o Trono Regente das milícias
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celestes, guardiãs dos procedimentos dos seres em todos os sentidos. Ogum é sinônimo de lei e
ordem e seu campo de atuação é a ordenação dos processos e dos procedimentos. O Trono da Lei
é eólico e, ao projetar-se, cria a linha pura do ar elemental, já com dois pólos magnéticos ocupados
por Orixás diferenciados em todos os aspectos. O pólo magnético positivo é ocupado por Ogum e o
pólo negativo é ocupado por Iansã. Esta linha eólica pura dá sustentação a milhões de seres
elementais do ar, até que eles estejam aptos a entrar em contato com um segundo elemento. Uns
têm como segundo elemento o fogo, outros têm na água seu segundo elemento, etc. Portanto, na
linha pura do “ar elemental” só temos Ogum e Iansã como regentes. Mas se estes dois Orixás são
aplicadores da Lei (porque sua natureza é ordenadora), então eles se projetam e dão início às suas
hierarquias naturais, que são as que nos chegam através da Umbanda. Os Orixás regentes destas
hierarquias de Ogum e Iansã são Orixás Intermediários ou regentes dos níveis vibratórios da linha de
forças da Lei. Saibam que Oxalá tem sete Orixás Intermediários positivos e tem outros sete
negativos, que são seus opostos, e tem sete Orixás neutros; Oxum tem sete Orixás intermediárias
positivas e tem outras sete negativas, que são suas opostas; Oxóssi tem sete Orixás intermediários
positivos, sete negativos, que são seus opostos, e tem sete outros que formam uma hierarquia
vegetal neutra e fechada ao conhecimento humano material; Xangô tem sete Orixás intermediários
positivos e tem sete negativos, que são seus opostos.

E o mesmo acontece com Obaluaiê e Yemanjá. Agora, Ogum e Iansã são os regentes do mistério
“Guardião” e suas hierarquias não são formadas por Orixás opostos em níveis vibratórios e pólos
magnéticos opostos, como acontece com outros. Não, senhores! Ogum e Iansã formam hierarquias
verticais retas ou seqüenciais, sem quebra de “estilo” , pois todos os Oguns, sejam os regentes dos
pólos positivos, dos neutros ou tripolares, ou dos negativos, todos atuam da mesma forma e movidos
por um único sentido: aplicadores da Lei! Todo Ogum é aplicador natural da Lei e todos agem com a
mesma inflexibilidade, rigidez e firmeza, pois mão se permitem uma conduta alternativa. Onde
estiver um Ogum, lá estarão os olhos da Lei, mesmo que seja um “caboclo” de Ogum, avesso às
condutas liberais dos freqüentadores das tendas de Umbanda, sempre atento ao desenrolar dos
trabalhos realizados, tanto pelos médiuns quanto pelos espíritos incorporadores. Dizemos que Ogum
é, em si mesmo, os atentos olhos da Lei, sempre vigilante, marcial e pronto para agir onde lhe for
ordenado.

Divindades: Ogum. Linha: Eólica. Pedra: Rubi, granada, hematita. Irradiação: Lei. Vela/Cor: Azul
escuro, Vermelha, Branca, Prata. Sincretismo: São Jorge. Saudação: Ogumyê! Ponto de Força:
Encruzilhada, campo aberto, beira de estrada. Oferendas/Rituais: Pai Ogum: Velas azul escura,
vermelha e prata, cerveja branca, vinho tinto suave, manga, figo, uva niagra, fruta do conde, flores
cravos, antúrio. Pode oferendá-lo numa encruzilhada, campo, caminhos.
  
OGUM – falar desse Orixá é falar de coragem, lei, ordem, ordenação, retidão e determinação,
portanto oferendamos Ogum para receber em nosso íntimo esses atributos e para manifestá-los em
todos os sentidos das nossas vidas, sejaprofissional, material, emocional ou espiritual. Quando o
oferendamos pedimos também que nos envolva com sua força guerreira, solicitamos a abertura de
nossos caminhos e a proteção de seus Guardiões da Lei. Ogum não julga nada nem ninguém pois
esta atribuição pertence a Xangô. Ogum é quem aplica a Lei, portanto oferendar Ogum no sentido de
submissão à Lei Maior e à Justiça Divina (ou seja, submissão a Deus) é dar as costas para receber
os “chicotes” da Lei. Esses doem, mas são necessários para cessar nossas dividas cármicas
acelerando nossa evolução espiritual. Feliz daquele que tem coragem, amor e fé suficientes para
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sentir tão grande Poder e Ação, fazendo valer o ponto: “o que se ganha de Ogum só Ogum pode
tirar”. É por isso que dizemos que Ogum é quem ativa nossas próprias demandas como também é o
único que tem o Poder de ordenar a quebra de nossas demandas, tudo pela determinação da Lei de
Deus. 
    
Ervas Quentes(Descarrego):Espada de S.Jorge,aroeira,espinheira santa,eucalipto,guiné,olho de
cabra,pinhão roxo,valeriana,garra do diabo,lança de S.Jorge,espada de sta Bárbara,quebra
demanda,picão preto,bambú,pára raio,tiririca,limão,vence demanda,... Verbos atuantes nas ervas
quentes:prender,conter,cortar,despedaçar,acorrentar,destruir,arrasar,...Ervas
Mornas(Equilibradoras):Abre caminho,aniz estrelado,assa peixe,café folha,capim cidreira,carqueja
amarga,catuaba-pau de resposta,cavalinha,damiana,gengibre,levante,manga folha,marapuama-
quebra facão,menta,pau pereira,pau tenente,pitanga
folha,colônia,peregun(dracena)verde,peregun(dracena)rajada,... Verbos atuantes nas ervas
equilibradoras:ordenar,induzir,conduzir,encaminhar,fortalecer,proceder,readaptar,recalibrar,... 
  
Pai Ogum é a Divindade que está assentada no pólo positivo (irradiante) da Linha da Lei.
Representa a Ordenação Divina, o Governo da Lei Maior em toda a Criação. Suas Irradiações
contínuas amparam e sustentam aqueles que vivem dentro da Lei e da Ordem Divinas e também
socorrem aos que necessitam desse amparo. Ogum é a Lei, cujo símbolo é a espada, que por sua
vez representa o caminho reto, a retidão de caráter, a honra, a honestidade. Perante a Lei não existe
“mais ou menos”, não se pode ser “mais ou menos honesto”: ou se está no caminho reto,
respeitando a Lei Divina, a si mesmo e ao próximo, ou não se está. Por isso se diz que os filhos de
Ogum são taxativos: não hesitam em “comprar batalhas” para defender os amigos e aqueles que
agem com respeito à Lei de Deus e ao próximo, mas se afastam dos que agem com desonestidade
e deslealdade.

Ogum é o Senhor dos caminhos e realiza a abertura de caminhos, a ordenação, o afastamento da


desordem e do caos, o corte das atuações negativas, mas tudo a partir do equilíbrio íntimo dos seres
perante a Lei Divina. A primeira “batalha” que Pai Ogum nos ensina a realizar é vencer os vícios e a
desordem interna para que, uma vez equilibrados, possamos atrair situações e relacionamentos
ordenados, livres da desordem que nasce do desrespeito à Lei Maior e à Justiça Divina. Lei e Justiça
são interligadas, não se pode obter o amparo da Justiça Divina sem viver em obediência às Leis da
Criação. O dragão subjugado por São Jorge e por São Miguel Arcanjo, que sincretizam com Ogum,
representa exatamente o trabalho pela vitória sobre as nossas trevas interiores. O dragão é o
símbolo da maldade, dos vícios, das negatividades, do ego exacerbado, da vaidade extrema, da
ganância etc. Vencendo “o dragão”, sob o amparo de Ogum, nos habilitamos a atrair situações
favoráveis, sob o amparo da Lei. Porque a Lei atua sem cessar, irradiando-se para toda a Criação.
Sintonizados com a Lei, alcançamos o amparo da Lei e da Justiça do Criador. Então, os inimigos
terão olhos, mãos, pés e armas, mas não conseguirão nos enxergar, não poderão nos tocar e nem
nos alcançar ou ferir, como diz um ponto cantado.

Seu primeiro elemento de atuação é o Ar e o 2º. Elemento é o Fogo. Na Linha pura da Lei Ogum faz
par com Yansã, ambos atuando pelo elemento Ar.  Também faz par com Egunitá, a Mãe do Fogo e
da Justiça, aqui formando com Ela uma Linha polarizada ou mista Lei/Justiça, pelos elementos
Ar/Fogo. Nos elementos, Ogum é o ar que refresca e a brisa que acalenta. Na Lei, Ogum é o
princípio ordenador inquebrantável. Na Criação Divina, Ogum é a defesa de tudo o que foi criado, é a
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defesa da vida. Na Irradiação da Lei, Ogum é passivo, pois seu magnetismo irradia-se em ondas
retas, em corrente contínua, e seu núcleo magnético gira para a direita (sentido horário). Seu Fator
Ordenador nos ajuda a vencer nossas trevas e bloqueios interiores (as verdadeiras demandas) e nos
protege dos obstáculos externos, quando vivemos de acordo com os ditames da Lei Divina. Ogum é
a Lei, é a via reta. É associado a Marte e ao número 7. Na Bahia Ogum sincretiza com Santo Antonio
de Pádua. Nos demais Estados, em geral é sincretizado com São Jorge e celebrado em 23 de abril.

A respeito do sincretismo de Ogum com São Jorge, FERNANDO FERNANDES, no excelente artigo
“Astrologia e Mitos Religiosos”, comenta: “O simbolismo, aliás, não poderia ser mais adequado: São
Jorge veste uma armadura de guerra (a proteção necessária para atuar em ambientes inferiores) e
monta um cavalo branco (as forças da matéria e o lado animal da personalidade, já purificados - por
isso a cor branca - e colocados a serviço de desígnios elevados). Utiliza a lança e a espada (um
símbolo do direcionamento da energia) e consegue vencer o dragão (as forças das trevas).”
Em seguida, o referido autor fala sobre características de Ogum na Umbanda e no Candomblé e sua
associação ao planeta Marte: ”A espada está ligada ao Orixá de três formas: por ser guerreiro e
caçador, Ogum rege as armas em geral; por ser ferreiro, é fabricante de objetos de metal; e,
finalmente, é o orixá regente do ferro, matéria-prima para a maioria das armas. Como símbolo, a
espada representa a energia mobilizada e direcionada para cortar o avanço do mal. Basta lembrar
outra lenda, criada num ambiente bem diferente do que estamos tratando: a história céltica do Rei
Artur que, munido da espada mágica Excalibur e sob a orientação de um iniciado, o Mago Merlin,
combate as forças malignas acionadas por temíveis feiticeiros. Excalibur é o instrumento do combate
da magia branca contra a magia negra. A espada de Ogum tem o mesmo significado.

Cabe observar também que o ferro é o elemento químico essencial para a formação dos glóbulos
vermelhos. Da mesma forma como sua carência torna o indivíduo anêmico, a carência da raiz
energética de Ogum cria uma espécie de anemia espiritual, ou seja, uma falta de coragem e de
disposição para lutar pelo próprio desenvolvimento. É por causa dessa função revitalizadora que
Ogum é apresentado nos mitos africanos como o orixá que vem na frente, o pioneiro na tarefa de
descer à Terra e acordar os homens. Trata-se, evidentemente, de uma função típica de Áries e
Marte.

(...) Ogum muitas vezes é invocado como se fosse uma espécie de guarda-costas celeste, um orixá
que, se devidamente agradado, tomará partido em favor do filho de fé e voltará sua fúria contra os
inimigos. (...) As concepções mais elaboradas, entretanto, não vêem o orixá como um ser a serviço
dos interesses do homem, nem disposto a tomar partido em seus conflitos. Em essência, as lutas de
Ogum processam-se dentro da própria alma, que traz simultaneamente o dragão e a serpente das
tendências inferiores assim como o germe da Divindade. Invocar Ogum significa ativar as energias
vitais que estão adormecidas na alma, despertar a parcela divina presente em cada ser humano e
mobilizar a força necessária para avançar.”

Em seguida, ele comenta o ponto cantado que diz: “Cavaleiro supremo/mora dentro da lua /Sua
bandeira divina/ é o manto da Virgem pura”, acrescentando: “A lenda de São Jorge, que não tem
qualquer origem no culto dos orixás, mas sim no Cristianismo Popular, atribui-lhe o domínio da Lua,
onde ele estaria em permanente combate com o dragão. É interessante notar que o símbolo da Lua,
do ponto de vista astrológico, não é o desenho da Lua Cheia, mas do Crescente, que é formado por
dois semi-círculos. Enquanto o círculo - o Sol - representa o espírito enquanto instância permanente
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e perfeita, o semicírculo é a alma, ou seja, o espírito ainda submetido às experiências da evolução,


aprisionado nas sombras da própria ignorância e no vendaval das paixões ainda não dominadas. A
Lua não tem brilho próprio, apenas refletindo a luz do Sol. Da mesma forma, para tomar de
empréstimo uma concepção do pensamento hinduísta, a alma que perambula nas experiências de
aprendizagem expressa apenas um reflexo provisório de sua verdadeira identidade, que só brilhará
de forma pura quando o espírito transcender o ciclo das reencarnações e alcançar os planos mais
elevados da absoluta ausência de forma, no mental superior.

Há um ditado do Catolicismo Popular que afirma que Maria é o atalho para Jesus. Da mesma
maneira, muitos astrólogos medievais viam a Lua como um caminho para o Sol, assim como, na
concepção hinduísta, a vida sob o domínio da emoção e dos sentimentos é a etapa necessária para
a vida no plano da criação pura. Voltando aos astrólogos da Idade Média, era comum em textos da
época a referência ao mundo sublunar para falar da mutável e inconstante realidade terrena, em
contraste com a atemporalidade da perfeição espiritual simbolizada pelo Sol. Em todas as religiões
antigas, a Lua e o Sol constituem um casal divino, cujo melhor exemplo é o mito de Ísis e Osíris no
Egito. No sincretismo afro-brasileiro, a associação é com Iemanjá e Oxalá, identificados, aliás, com
Nossa Senhora e Jesus Cristo. Mas por que razão Ogum, orixá de conotação nitidamente masculina,
assim como São Jorge, santo militar e pertencente a um universo dominado pelos homens, surgem
tão freqüentemente relacionados à Lua e aos orixás femininos das águas, como Iemanjá e Oxum?

Há, pelo menos, duas explicações possíveis: em primeiro lugar, as demandas que Ogum enfrenta
pertencem todas ao domínio das paixões inferiores, como o ódio, a inveja, o ciúme e o egoísmo.
A Lua, cuja permanente mudança de fases bem representa a instabilidade da alma humana, é o
campo de batalha onde os instintos precisam ser vencidos para que brilhe a natureza solar. Em
segundo lugar, podemos lembrar o princípio da complementaridade dos opostos: masculino e
feminino são polaridades que não podem existir de forma exclusiva, sem a complementaridade do
outro pólo. Ogum, que carrega consigo tantas qualidades positivamente masculinas, como a força, a
coragem, a energia do fogo e a carga de agressividade necessária para qualquer realização, precisa
do tempero da receptividade, da doçura, da paciência e da devoção, atributos femininos dos orixás
das águas. Sem esse tempero, o resultado é desequilíbrio.

Os mitos africanos, ao mostrarem um Ogum guerreiro, violento, destruidor e, ao mesmo tempo,


incapaz de compreender a alma feminina (ele perde, sucessivamente, suas esposas para Xangô),
não estão falando verdadeiramente do orixá, mas de sua manifestação imperfeita e desequilibrada
no próprio ser humano. Na medida em que as qualidades precisam ser integradas e harmonizadas,
os conflitos míticos entre os orixás dramatizam exatamente a luta por essa integração interior, na
busca da totalidade psíquica. O Ogum do sincretismo afro-brasileiro, que trabalha harmoniosamente
associado a Oxum e Iemanjá, como demonstram os pontos, já expressa, pois, uma concepção mais
integrativa do que aquela presente nas lendas iorubanas. O ponto atribui uma característica feminina
à bandeira de São Jorge: não é mais o estandarte de guerra, mas o próprio manto da Virgem.

Em todos os pontos em que Ogum aparece associado ao princípio feminino, seja sob a forma da
Virgem Maria, de Iemanjá ou de Oxum, o sentido é sempre o da força dirigida pela sabedoria, a
energia de luta colocada a serviço da misericórdia. Trata-se de um belo simbolismo que reúne
elementos das tradições cristã e iorubana.”
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As Características Dos Filhos De Ogum: Não é difícil reconhecer um filho de Ogum. Tem um
comportamento extremamente coerente, arrebatado e passional, aonde as explosões, a obstinação
e a teimosia logo avultam, assim como o prazer com os amigos e com o sexo oposto. São
conquistadores, incapazes de fixar-se num mesmo lugar, gostando de temas e assuntos novos,
conseqüentemente apaixonados por viagens, mudanças de endereço e de cidade. Um trabalho que
exija rotina, tornará um filho de Ogum um desajustado e amargo. São apreciadores das novidades
tecnológicas, são pessoas curiosas e resistentes, com grande capacidade de concentração no
objetivo em pauta; a coragem é muito grande. Os filhos de Ogum custam a perdoar as ofensas dos
outros. Não são muito exigentes na comida, no vestir, nem tão pouco na moradia, com raras
exceções. São amigos camaradas, porém estão sempre envolvidos com demandas.

Divertidos, despertam sempre interesse nas mulheres, tem seguidos relacionamentos sexuais, e não
se fixam muito a uma só pessoa até realmente encontrarem seu grande amor. São pessoas
determinadas e com vigor e espírito de competição. Mostram-se líderes natos e com coragem para
enfrentar qualquer missão, mas são francos e, às vezes, rudes ao impor sua vontade e idéias.
Arrependem-se quando vêem que erraram, assim, tornam-se abertos a novas idéias e opiniões,
desde que sejam coerentes e precisas. s pessoas de Ogum são práticas e inquietas, nunca "falam
por trás" de alguém, não gostam de traição, dissimulação ou injustiça com os mais fracos.

Nenhum filho de Ogum nasce equilibrado. Seu temperamento, difícil e rebelde, o torna, desde a
infância, quase um desajustado. Entretanto, como não depende de ninguém para vencer suas
dificuldades, com o crescimento vai se libertando e acomodando-se às suas necessidades. Quando
os filhos de Ogum conseguem equilibrar seu gênio impulsivo com sua garra, a vida lhe fica bem mais
fácil. Se ele conseguisse esperar ao menos 24 hs. para decidir, evitaria muitos revezes, muito
embora, por mais incrível que pareça, são calculistas e estrategistas. Contar até 10 antes de deixar
explodir sua zanga, também lhe evitaria muitos remorsos. Seu maior defeito é o gênio impulsivo e
sua maior qualidade é que sempre, seja pelo caminho que for, será sempre um Vencedor.

A sua impaciência é marcante. Tem decisões precipitadas. Inicia tudo sem se preocupar como vai
terminar e nem quando. Está sempre em busca do considerado o impossível. Ama o desafio. Não
recusa luta e quanto maior o obstáculo mais desperta a garra para ultrapassá-lo. Como os soldados
que conquistavam cidades e depois a largavam para seguir em novas conquistas, os filhos de Ogum
perseguem tenazmente um objetivo: quando o atinge, imediatamente o larga e parte em procura de
outro. É insaciável em suas próprias conquistas. Não admite a injustiça e costuma proteger os mais
fracos, assumindo integralmente a situação daquele que quer proteger. Sabe mandar sem nenhum
constrangimento e ao mesmo tempo sabe ser mandado, desde que não seja desrespeitado. Adapta-
se facilmente em qualquer lugar. Come para viver, não fazendo questão da qualidade ou paladar da
comida. Por ser Ogum o Orixá do Ferro e do Fogo seu filho gosta muito de armas, facas, espadas e
das coisas feitas em ferro ou latão. É franco, muitas vezes até com assustadora agressividade. Não
faz rodeio para dizer as coisas. Não admite a fraqueza e a falta de garra.

Têm um grave conceito de honra, sendo incapazes de perdoar as ofensas sérias de que são vítimas.
São desgarrados materialmente de qualquer coisa, pessoas curiosas e resistentes, tendo grande
capacidade de se concentrar num objetivo a ser conquistado, persistentes, extraordinária coragem,
franqueza absoluta chegando à arrogância. Quando não estão presos a acessos de raiva, são
grandes amigos e companheiros para todas as horas. É pessoa de tipo esguio e procura sempre
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manter-se bem fisicamente. Adora o esporte e está sempre agitado e em movimento, tendem a ser
musculosos e atléticos, principalmente na juventude, tendo grande energia nervosa que necessita
ser descarregadas em qualquer atividade que não implique em desgastes físicos.
Sua vida amorosa tende a ser muito variada, sem grandes ligações perenes, mas sim superficiais e
rápidas.

Cozinha ritualística: Cará com Dendê e Mel Lave um inhame em sete águas (sete vezes), depois
coloque numa gamela de madeira ou alguidar. Com uma faca (obé), bem afiado, corte-o na vertical.
Na banda do lado esquerdo se passa dendê e na do lado direito mel. Paliteiro de Ogum Cozinhe um
Cará com casca e tudo. Coloque numa gamela de madeira ou alguidar. Espete palitos de Mariô por
toda a superfície. Pode regar com dendê ou mel. Feijão Mulatinho Cozinhe o feijão mulatinho (ou
cavalo) e tempere-o com cebola refogada no dendê, coloque em um alguidar e enfeite com 7
camarões fritos no dendê. Feijão para Ogum Ingredientes: 500g de feijão cavalo, 1 cebola, 1 vidro de
dendê, 7 camarões grandes. Preparo: Cozinhe ligeiramente o feijão e tempere-o com cebola
refogada no dendê. Coloque em um alguidar forrado com folhas de louro e enfeite com os camarões
passados no dendê. Vatapá de Ogum Ingredientes: Azeite de dendê; 2 cocos; 500 g de camarão
seco; 500 g de camarão fresco; 500 g de garoupa (ou outro peixe em postas); 250 g de amendoim
torrado (ou, se preferir, 100 g de castanha de caju torrada); 12 pães pequenos amolecidos em água;
2 cebolas grandes; 2 dentes de alho . Preparo: Tire o coco da casca. Lave, rale, aqueça em banho-
maria, então esprema num guardanapo o leite puro extraído.  Junte ao bagaço do coco dois copos
de água quente e esprema novamente. Repita o processo mais uma vez, cuidando de deixar
separados os leites (deixar em vasilhames separados o primeiro leite do coco, o segundo e o
terceiro). Bata no liquidificador ou triture 2 cebolas grandes, 2 dentes de alho e o camarão seco.
Depois triture o pão amolecido. Cozinhe o peixe e o camarão frescos com pouco tempero, sem
tomate. Refogue o amendoim, a cebola, o alho e o camarão seco. Depois junte o pão. E vá então
juntando o segundo leite, depois o terceiro, enquanto for preciso, até dar consistência. Também se
pode juntar um pouco da água onde foram cozidos o peixe e o camarão, se for preciso. Quando
estiver tudo quase cozido, junte o leite puro, ou seja, o “primeiro leite tirado do coco, depois o peixe
em lascas e o camarão fresco. Ao colocar o pão, tempere com sal e não pare de mexer, para não
embolar. Junte azeite de dendê em quantidade suficiente. (A consistência deve ser para comer com
garfo.) Sirva com angu de arroz, conforme a receita a seguir:

Angu de arroz: Desmanche um punhado de farinha de arroz em leite de coco frio. Tempere com sal
e leve ao fogo para cozinhar, sem parar de mexer. Quando estiver cozido, pode juntar o leite de coco
puro, fervendo por mais um ou dois minutos. Despeje em forma molhada, deixe esfriar e desenforme
num prato. Este angu é o acompanhamento correto do vatapá. Peixe de água salgada assado e
recheado com amendoins inteiros e crus e com um punhado de grãos de milho previamente
aferventados. Servir sobre folhas de louro fresco. Enfeitar com tiras de coco, fatias de manga espada
e rodelas de rabanete. Inhame assado e rodeado de feijão fradinho levemente torrado. Servir sobre
folhas de manga ou de louro fresco. Farofa de feijão (fradinho, branco, ou feijão cavalo). Cozinhar
ligeiramente o feijão com água e sal, tendo o cuidado de conservar os grãos inteiros. Escorrer e
reservar. Numa panela à parte, derreter um pouco de toucinho (banha de porco) com rodelas de
cebola. Quando a cebola começar a dourar, joga-se um punhado de farinha de mandioca para torrar
e por ultimo o feijão, misturando tudo. Servir sobre um punhado de ervas (quebra demanda, louro,
guiné, folhas de manga etc.) e enfeitar com pimentas dedo de moça. Costela de boi assada com
fatias de inhame ou de batata. Oferendar sobre ervas frescas (pode ser num alguidar forrado com as
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ervas), rodear com farinha de mandioca e com um punhado de pipoca feita no dendê.

Farofa de inhame-Assar ou cozinhar um inhame grande e fatiá-lo em sete partes. Misturar um


punhado de farinha de milho amarela. Regar com mel. Oferendar sobre um maço de ervas frescas
(ver as ervas do Orixá). Pode-se enfeitar com cravos vermelhos (flor) ou então com 21 cravos da
Índia (a especiaria). Mingau forte: Ingredientes: 7 camarões frescos; 2 copos de água de coco verde
(ou de leite de coco); 1 inhame pequeno cozido e amassado; um pouquinho de farinha de mandioca
e um punhado de amendoins inteiros e crus. Preparo: Lavar os camarões, passar num suco de limão
e cozinhar ligeiramente na água (ou leite) de coco. Retirar os camarões do caldo que ficou e
reservar. Levar o caldo ao fogo bem baixo, acrescentar a o inhame já amassado e a farinha,
mexendo por minutos, para engrossar. Fora do fogo, misturar os camarões, com cuidado para não
quebrarem. Oferendar sobre ervas frescas e enfeitar com os amendoins.

Oferenda para Ogum: - Cerveja branca, cravos vermelhos, uva rubi, figo, manga espada, velas
branca, vermelha e azul escuro, tudo depositado em um campo aberto, pois seu ponto de força são
todos os caminhos abertos. Onde oferendar: Num campo, caminho ou encruzilhada. Quando Firmar
para Ogum Para abertura de caminhos, situações de perigo, ordenando e direcionando quando se
sentir sem rumo, cortando e anulando magias negativas, nos trazendo potência, força de seguir em
frente e proteção em todos os sentidos. Firmeza para Ogum: 3 pedras de granada pequenas, 1
pedaço de ferro, uma vela de 7 dias azul escuro, sendo feita desta forma – as pedras dispostas em
triângulo, no centro a vela de 7 dias azul escura e do lado da vela o pedaço de ferro, embaixo da
vela seu nome ou foto e você montará esta firmeza no seu congá ou no solo.

Alguns Caboclos de Ogum: Rompe Mato (Ogum/Oxóssi), Ubirajara Peito de Aço (e Linha de
Caboclos Peito de Aço), Timbiri, Humaitá, Tira-Teima, Araguari, Sete Espadas (Oxalá/Ogum), Sete
Lanças (Oxalá/Ogum), Sete Escudos (Oxalá/Ogum), Araribóia, Jupiara, Guerreiro, Quebra Pedras
(Ogum/Oxum), Pedra Azul (Oxalá/Ogum), Rompe Terras (Ogum/Omolu), Arranca Toco
(Ogum/Omolu), Quebra Toco (Ogum/Omolu), Pena Azul (Oxóssi/Ogum).

Alguns Exus de Ogum: Tranca Ruas, Sete Facas (Oxalá/Ogum), Sete Espadas (Oxalá/Ogum), 7
Ferraduras (Oxalá/Ogum), Exu Ferrolho (Ogum/Oxum), Exu 7 Correntes (Oxalá/Ogum/Oxum), Exu
Trinca Ferro (Omolu/Ogum), Exu do Ferro, Exu Corta Fogo (Ogum/Xangô), Exu Pé de Ferro, Exu
Garra de Ferro

TRONO Masculino da Lei. Linha/Sentido Lei. Atributo: Lei/Ordenação. Campo de atuação Lei e
Justiça. Fator Potencializador (fator puro) e Ordenador (fator misto). Essência: Eólica. Elementos:
Primeiro elemento: Ar. Segundo elemento: Fogo. Polariza com Yansã (par puro na Linha da Lei, pelo
elemento Ar) e com Egunitá (par misto na Linha da Justiça, elementos Ar/Fogo) Cor: Azul escuro,
vermelho, prateado. Fio de Contas: Contas de cristal ou de porcelana vermelhas e brancas ou
vermelhas e azuis escuras alternadas. Ferramentas: Lança, espada, enxada, torquês, facão, ponta
de flecha e enxó, símbolos de suas atividades.  Símbolos: Espada, lança, escudo. Ponto na
Natureza: Os caminhos, campos e as encruzilhadas. Flores: Cravo vermelho, rosa vermelha, antúrio
vermelho. Essências:Cravo, benjoim. Pedras: Granada, hematita, magnetita, rubi, sodalita. Dia
indicado para a consagração: 5ª-feira. Hora indicada: 06 horas. Minério: Ferro- Dia indicado para
consagração: 4ª-feira- Hora indicada: 10 horas. Planeta: Marte. Dia da semana: 3ª-feira. Saúde:
Glândula tireóide, garganta, ouvidos, pescoço, voz, maxilares, tubos branquiais, traquéia, parte
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superior dos pulmões, braços, esôfago. No aspecto emocional, diz respeito à nossa capacidade de
comunicar e expressar a nossa vontade (saber dizer “sim” e “não”) e de nos colocarmos perante a
sociedade. Chacra: Laríngeo ou da garganta.

Saudação: Ogum-Yê! Patacori Ogum! Bebida: Vinho tinto, cerveja branca, vinho tinto licoroso, água
de rio, água mineral. Animais: Cachorro, galo vermelho, serpente. Comidas: Maçã, graviola,
carambola, limão, romã, melão, melancia, manga espada, banana, pitomba, siriguela, uva vermelha,
uva verde, abacate, abio, lima da pérsia, cereja, ameixa vermelha, milho, coco, morango, marmelo,
cana-de-açúcar, laranja ácida, caqui, inhame, feijão cavalo, feijão fradinho, feijão branco, farinha de
milho, farinha de mandioca, fava, rabanete, abobrinha.

Número 7. Data Comemorativa: 23 de abril. Sincretismo: São Jorge. Na Bahia é também sincretizado
com Santo Antonio de Pádua. Incompatibilidades: Quiabo 

Qualidades: Ògún Meje – O mais velho de todos, a raiz dos outros. Aspecto do Orixá que lembra sua
conquista da sétima aldeia, chamada Ire (Meje Ire), onde deixou o filho Adahunsi em seu lugar. Ògún
Je Ajá ou Ogúnjá – Nome que deriva de sua preferência em receber cães como oferenda. Um mito
liga-o a Oxaguiã e a Yemanjá quanto à sua origem e como ele ajudou Oxalá. É um Ògún
particularmente combativo. Veste-se de verde escuro e usa contas verdes. Dizem que acompanha
Ogúnté. Ògún Ajàká – É o “verdadeiro Ògún guerreiro”, que em princípio se veste de vermelho. Teria
sido rei de Òyó e irmão de Sàngó. É um tipo particularmente agressivo de Ògún, um militar
acostumado a dar ordens e a ser obedecido, seco e voluntarioso. Ògún Xoroke ou Ògún Soroke
(soro = falar; ke= mais alto) - Apelido que Ògún ganhou, devido à sua condição extrovertida. Usa
contas de um azul escuro que se aproxima do roxo. Xoroke é um Ògún que tende a confundir-se
com Esú, agitado, instável, suscetível e manhoso. Ògún Meme – Veste-se de verde e usa contas
verdes, como Ogunjá, mas de um tom diferente. Ògún Wori ou Warri– É um Ògún dado à feitiçaria,
ligado ao màriwò, aos antepassados. Tem temperamento difícil, suscetível, autoritário, espírito
dogmático. Ògún Lebede (Alagbede) – É o Ògún dos ferreiros, marido de Yémánjá Ogúnté e pai de
Ògún Akoro. Representa um tipo mais velho de Ògún, trabalhador consciencioso, severo, ciente de
seus deveres e dos seus direitos, exigente e rabujento. Ògún Akoró – É filho de Ogúnté e o irmão de
Oxóssi, ligado à floresta. Akoró é um tipo de Ògún jovem e dinâmico, entusiasta, era empreendedor,
cheio de iniciativa, protetor seguro, amigo fiel e muito ligado à mãe. Ògún Oniré – É o título de Ògún
filho de Oniré, quando passou a reinar em Irê (Oni = senhor; Irê = aldeia; o dono de Iré). É um Ògún
antigo, que desapareceu debaixo da terra. Usa também contas verdes. Guerreiro impulsivo, é o
cortador de cabeças,ligado à morte e aos antepassados; impaciente, arrebatado, não pensa antes
de agir, mas acalma-se rapidamente.

Ògún Olode – Destaca a sua condição de chefe dos caçadores, originário de Kétu. Não come galo
por ser um animal doméstico. Amigo do mato, dos animais, conhecedor dos caminhos, é um guia
seguro. Seu temperamento solitário assemelha-se ao de Oxóssi. Ògún Popo – O nome de Ògún
quando foi à terra dos Jeje. Ogun Waris – Nessa condição o Orixá apresenta-se muitas vezes, com
forças destrutivas e violentas. Segundo os antigos, a louvação “patakori” não lhe cabe, pois ao invés
de agradá-lo, o aborrece. Ògún Masa – Um dos nomes bastante comuns do Orixá. Segundo os
antigos, é um aspecto benéfico do Orixá quando assim se apresenta. Há vários nomes de Ògún em
alusão a cidades onde houve o seu culto (Ògún Ondo, Ògún Ekiti etc.). O Orixá possui vários nomes
na África e no Brasil e com isso ganha as suas particularidades.
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PAI OGUM – Muito conhecido e cultuado, nosso querido Pai Ogum é o grande executor da Lei
Divina, ou seja, o Universo é regido por lei própria, e o Pai Ogum é que proporciona a execução
dessa Lei. Na maioria dos trabalhos espirituais ele é chamado antes de todas as linhas, isso
acontece porque ele é o grande ordenador cósmico, suas irradiações preparam o terreiro para os
trabalhos, ordenando tudo. Para aqueles que desejam “abrir os caminhos”, o trabalho com o Pai
Ogum pode ser muito eficaz, pois suas irradiações ordenam as energias tirando do caminho todos os
empecilhos, desde que, seja do vosso merecimento, é claro.

OGUM: pertence ao Plano 3 da Umbanda. É o Orixá guerreiro, que faz cumprir a justiça ditada por
Xangô, combate as demandas, e é um Orixá muito belicoso. Elemento e força da natureza: todos os
metais, siderurgia, etc. Dia da Semana: terça-feira. Chakra atuante: solar. Planeta regente: Marte.
Nota musical: mi. Cor vibratória: laranja. Cor representativa: vermelho (roupas, etc.). Cor da guia
(colar): vermelho e branca. Saudação: Ogum-Iê. Negativo: Exu Tranca-ruas. Amalá: feijão fradinho,
lombo e linguiça. Otí: cerveja branca. Local de entregas: praia ou campina. A representação de
pontos riscados é feita por espadas:
a) A espada do vértice do triângulo só é usada para demandas ou cobranças rápidas e de perto. b) A
lança do ângulo b, só é usada para demandas ou cobranças longas, demoradas e distantes. c) A
espada do ângulo c, é usada exclusivamente para apresentação, sendo também chamada de
espada de desfile. Pelo exposto, Ogum tem duas armas de ataque e uma de apresentação, e como
proteção, usa Capacete (Elmo) e Escudo.

OGUM
O PERFIL DO ORIXÁ: Divindade masculina ioruba, figura que se repete em todas as formas mais
conhecidas da mitologia universal. Ogum é o arquétipo do guerreiro. Bastante cultuado no Brasil,
especialmente por ser associado à luta, à conquista, é a figura do astral que, depois de Exu, está
mais próxima dos seres humanos. Foi uma das primeiras figuras do candomblé incorporada por
outros cultos, notadamente pela Umbanda, onde é muito popular. É Sincretizado com São Jorge ou
com Santo Antônio, tradicionais guerreiros dos mitos católicos, também lutadores, destemidos e
cheios de iniciativa.

A relação de Ogum com os militares (é considerado o protetor de todos os guerreiros) tanto vem do
sincretismo realizado com São Jorge, sempre associado às forças armadas, como da sua figura de
comandante supremo ioruba. Dizem as lendas que se alguém, em meio a uma batalha, repetir
determinadas palavras (que são do conhecimento apenas dos iniciados), Ogum aparece
imediatamente em socorro daquele que o evocou. Porém, elas (as palavras) não podem ser usadas
em outras circunstâncias, pois, tendo excitado a fúria por sangue do Orixá, detonaram um processo
violento e incontrolável; se não encontrar inimigos diante de si após te sido evocado, Ogum se
lançará imediatamente contra quem o chamou. Ogum não era, segundo as lendas, figura que se
preocupasse com a administração do reino de seu pai, Odudua; ele não gostava de ficar quieto no
palácio, dava voltas sem conseguir ficar parado, arrumava romances com todas as moças da região
e brigas com seus namorados.

Não se interessava pelo exercício do poder já conquistado, por que fosse a independência a ele
garantida nessa função pelo próprio pai, mas sim pela luta. Ogum, portanto, é aquele que gosta de
iniciar as conquistas mas não sente prazer em descansar sobre os resultados delas, ao mesmo
tempo é figura imparcial, com a capacidade de calmamente exercer (executar) a justiça ditada por
Xangô. É muito mais paixão do que razão: aos amigos, tudo, inclusive o doloroso perdão: aos
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inimigos, a cólera mais implacável, a sanha destruidora mais forte. Segundo as pesquisas de
Monique Augras, na África, Ogum é o deus do ferro, a divindade que brande a espada e forja o ferro,
transformando-o no instrumento de luta. Assim seu poder vai-se expandindo para além da luta,
sendo o padroeiro de todos os que manejam ferramentas: ferreiros, barbeiros, tatuadores, e, hoje em
dia, mecânicos, motoristas de caminhões e maquinistas de trem. É, por extensão o Orixá que cuida
dos conhecimentos práticos, sendo o patrono da tecnologia. Do conhecimento da guerra para o da
prática: tal conexão continua válida para nós, pois também na sociedade ocidental a maior parte das
inovações tecnológicas vem justamente das pesquisas armamentistas, sendo posteriormente
incorporada à produção de objetos de consumo civil, o que é particularmente notável na industria
automobilística, de computação e da aviação.

Assim, Ogum não é apenas o que abre as picadas na matas e derrota os exércitos inimigos; é
também aquele que abre os caminhos para a implantação de uma estrada de ferro, instala uma
fábrica numa área não industrializada, promove o desenvolvimento de um novo meio de transporte,
luta não só contra o homem, mas também contra o desconhecido. É pois, o símbolo do trabalho, da
atividade criadora do homem sobre a natureza,da produção e da expansão, da busca de novas
fronteiras, de esmagamento de qualquer força que se oponha à sua própria expansão. Tem, junto
com Exu, posição de destaque logo no início de um ritual. Tal como Exu, Ogum também gosta de vir
à frente. A força de Ogum está tanto na coragem de se lançar à luta como na objetividade que o
domina nesses momentos (e o abandona nos momentos de prazer e gozo). É fácil, nesse sentido,
entender a popularidade de Ogum: em primeiro lugar, o negro reprimido, longe de sua terra, de seu
papel social tradicional, não tinha mais ninguém para apelar, senão para os dois deuses que
efetivamente o defendiam: "Exu (a magia) e Ogum (a guerra)"; segundo Pierre Verger. Em segundo
lugar, além da ajuda que pode prestar em qualquer luta, Ogum é o representante no panteão
africano não só do conquistador mas também do trabalhador manual, do operário que transforma a
matéria-prima em produto acabado: ele é a própria apologia do ofício, do conhecimento de qualquer
tecnologia com algum objetivo produtivo, do trabalhador, em geral, na sua luta contra as matérias
inertes a serem modificadas .

Ogum gosta do preto no branco, dos assuntos definidos em rápidas palavras, de falar diretamente a
verdade sem ter de preocupar-se em adaptar seu discurso para cada pessoa.

Ogum gosta de dormir no chão, precisa que o corpo entre em contato sempre direto com a natureza
e dispensa roupas elaboradas e caras, que possam ser complicadas de vestir ou que exijam muito
espaço na mochila. Não tem compromisso com ninguém, nem com seus próprios objetos.

A violência e a energia, porém não explicam Ogum totalmente. Ele não é o tipo austero, embora
sério e dramático, nunca contidamente grave. Quando irado, é implacável, apaixonadamente
destruidor e vingativo; quando apaixonado, sua sensualidade não se contenta em esperar nem
aceita a rejeição. Ogum sempre ataca pela frente, de peito aberto, como o clássico guerreiro.
Existem sete tipos diferentes de Ogum, mas Ogum Xoroquê merece um destaque específico, pois é
um Orixá masculino duplo, ou seja possui duas formas diferentes de manifestação. É associado à
irmandade e afinidade estreita de Ogum com Exu, pois passa seis meses do ano como Ogum e os
outros como Exu, sendo considerado guerreiro feroz, irascível e imbatível.
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CARACTERÍSTICAS DOS FILHOS DE OGUM: Não é difícil reconhecer um filho de Ogum. Tem um
comportamento extremamente coerente, arrebatado e passional, aonde as explosões, a obstinação
e a teimosia logo avultam, assim como o prazer com os amigos e com o sexo oposto. Os homens e
mulheres que têm Ogum como seu Orixá de cabeça, vão ter comportamentos diferentes, de acordo
com os segundos e terceiros Orixás que os influencia "ajuntós" (adjutores). De qualquer forma , terão
alguns traços comuns: são conquistadores, incapazes de fixar-se num mesmo lugar, gostando de
temas e assuntos novos,conseqüentemente apaixonados por viagens, mudanças de endereço e de
cidade. Um trabalho que exija rotina, tornará um filho de Ogum um desajustado e amargo. São
apreciadores das novidades tecnológicas, são pessoas curiosas e resistentes, com grande
capacidade de concentração no objetivo em pauta; a coragem é muito grande, a franqueza absoluta,
chegando mesmo à falta de tato.

Pai Ogum Ordenar = pôr em ordem, determinar que se faça. Irradiação Ordenadora – determina
a organização das energias. Irradiação Potencializadora – torna forte, potente (que pode).

Ogum, Oba: chefe: caboclo Ogum Dile, Exu Tranca ruas. Caboclo rompe mato, exu veludo. Beira
mar, tira toco. De male, exu porteira. Caboclo pena mege, exu limpa tudo. Caboclo yara, exu tranca
rua, caboclo matinata, exu tira teimas.

3. LINHA DE OGUM

7 - Exu Tira-teimas Representante negativo na linha de Oxalá


6 - Exu Tira-toco Representante negativo na linha das Senhoras
5 - Exu Limpa-trilhos Representante negativo na linha de Ibeji
4 - Exu Tranca-gira Representante negativo na linha de Xangô
3 - Exu Tranca-ruas Comando negativo da linha
2 - Exu Veludo Representante negativo na linha de Oxóssi
1 - Exu Porteira Representante negativo na linha das Almas

LINHA DE OGUM: Ogum Megê - Representante de Ogum na Linha das Almas. Ogum Rompe Mato
- Representante de Ogum na Linha de Oxóssi. Ogum Guerreiro - Comando da Linha de Ogum.
Ogum de Nagô - Representante de Ogum na Linha de Xangô. Ogum Dilê - Representante de Ogum
na Linha de Ibeji. Ogum Beira Mar - Representante de Ogum na Linha das Senhoras. Ogum de Malê
- Representante de Ogum na Linha de Oxalá

Ogum: aries, escorpion. Plexo solar. Pancreas. Color: rpjp. Terca feira. 3-6 horas. Ángel Samuel.
Elemento fuego, agua. Planeta: marte. Geometría: heptagrama, 7. Metal: hierro. Sitio vibratorio:
agua. Bebida: cerveza blanca, vino tinto, charuto que es defumador, esterilizador, disipador, no se
fuma. Esencias: clavo, tuberosa, aloes. Hierbas: samambaia do mato, tulipa, 5 folhas, rubi, macae.
90

IANSÃ:
O PERFIL DO ORIXÁ: é um Orixá feminino muito famoso no Brasil, sendo figura das mais populares
entre os mitos da Umbanda e do Candomblé em nossa terra e também na África, onde é
predominantemente cultuada sob o nome de Oyá. É um dos Orixás do Candomblé que mais
penetrou no sincretismo da Umbanda, talvez por ser o único que se relaciona,, na liturgia mais
tradicional africana, com os espíritos dos mortos (Eguns), que têm participação ativa na Umbanda,
enquanto são afastados e pouco cultuados no Candomblé. Em termos de sincretismo, costuma ser
associada à figura católica de Santa Bárbara, talvez por causa do raio, já que a santa é sempre
invocada para proteger um fiel de uma tempestade. O mesmo acontece com Oyá, que deve ser
saudada após os trovões, não pelo raio em si (propriedade de Xangô ao qual ela costuma ter
acesso), mas principalmente porque tem sido Iansã uma das mais apaixonadas amantes de Xangô,
o senhor da justiça não atingiria quem se lembrasse do nome da amada. Ao mesmo tempo, ela é a
senhora do vento e, conseqüentemente, da tempestade.

Nas cerimônias da Umbanda e do Candomblé, Iansã, ela surge quando incorporada a seus filhos,
como autêntica guerreira, brandindo sua espada, ameaçando os outros, prometendo a guerra,
sempre guerreira e, ao mesmo tempo, feliz. Ela sabe amar, e gosta de mostrar seu amor e sua
alegria contagiantes da mesma forma que desmedida com que exterioriza sua cólera. Como a maior
parte dos Orixás femininos cultuados inicialmente pelos nagôs (ou iorubas, outro nome para a
mesma cultura) é a divindade de um rio conhecido internacionalmente como rio Niger, ou Oyá, pelos
africanos, isso, porém, não deve ser confundido com um domínio sobre a água. A figura de Iansã
sempre guarda boa distância das outras personagens femininas centrais do panteão mitológico
africano, se aproxima mais dos terrenos consagrados tradicionalmente ao homem, pois está
presente tanto nos campos de batalha, onde se resolvem as grandes lutas, como nos caminhos
cheios de risco e de aventura - enfim, está sempre longe do lar; Iansã não gosta dos afazeres
domésticos.

É extremamente sensual, apaixona-se com freqüência e a multiplicidade de parceiros é uma


constante na sua ação, raramente ao mesmo tempo, já que Iansã costuma ser íntegra em suas
paixões; assim nada nela é medíocre, regular, discreto, suas zangas são terríveis, seus
arrependimentos dramáticos, seus triunfos são decisivos em qualquer tema, e não quer saber de
mais nada, não sendo dada a picuinhas, pequenas traições. É o Orixá do arrebatamento, da paixão.

CARACTERÍSTICAS DOS FILHOS DE IANSÃ: Arquetipicamente, Iansã é a mulher guerreira que,


em vez de ficar no lar, vai à guerra. São assim os filhos de Iansã, que preferem as batalhas grandes
e dramáticas ao cotidiano repetitivo. Costumam ver guerra em tudo, sendo portanto competitivos,
agressivos e dados a ataques de cólera. Ao contrário, porém, da busca de certa estratégia militar,
que faz parte da maneira de ser dos filhos de Ogum, que enfrentam a guerra do dia-a-dia, os filhos
de Iansã costumam ser mais individualistas, achando que com a coragem e a disposição para a
batalha, vencerão todos os problemas, sendo menos sistemáticos, portanto, que os filhos de Ogum.

São quase que invariavelmente de Iansã, os personagens que transformam a vida num buscar
desenfreado tanto de prazer como dos riscos. São fortemente influenciados pelo arquétipo da deusa
aquelas figuras que repentinamente mudam todo o rumo da sua vida por um amor ou por um ideal.
Faz parte dos filhos de Iansã a maior arte dos militantes políticos não-cerebrais por excelência. Ao
mesmo tempo, quando rompem com uma ideologia e abraçam outra, vão mergulhar de cabeça no
novo território, repudiando a experiência anterior de forma dramática e exagerada, mal
reconhecendo em si mesmos, as pessoas que lutavam por idéias tão diferentes. Talvez uma súbita
conversão religiosa, fazendo com que a pessoa mude completamente de código de valores morais e
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até de eixo base de sua vida, pode acontecer com os filhos de Iansã num dado momento de sua
vida.

Da mesma forma que o filho de Iansã revirou sua vida uma vez de pernas para o ar, poderá
novamente chegar à conclusão de que estava enganado e, algum tempo depois, fazer mais uma
alteração - tão ou mais radical ainda que a anterior. O temperamento dos que têm Oyá como Orixá
de cabeça, costuma ser instável, exagerado, dramático em questões que, para outras pessoas não
mereceriam tanta atenção e, principalmente, tão grande dispêndio de energia. São do tipo Iansã,
aquelas pessoas que podem ter um desastroso ataque de cólera no meio de uma festa, num
acontecimento social, na casa de um amigo - e, o que é mais desconcertante, momentos após
extravasar uma irreprimível felicidade, fazer questão de mostrar, à todos, aspectos particulares de
sua vida. Como esse arquétipo que gera muitos fatos, é comum que pessoas de Iansã surjam
freqüentemente nos noticiários. Ao mesmo tempo, é um caráter cheio de variações, de atitudes
súbitas e imprevisíveis que costumam fascinar (senão aterrorizar) os que os cercam e os grandes
interessados no comportamento humano. Os Filhos de Iansã são atirados, extrovertidos e
chocantemente diretos. Às vezes tentam ser maquiavélicos ou sutis, mas só detidamente. A longo
prazo, um filho de Iansã sempre acaba mostrando cabalmente quais seus objetivos e pretensões.
Eles têm uma tendência a desenvolver vida sexual muito irregular, pontilhada por súbitas paixões,
que começam de repente e podem terminar mais inesperadamente ainda. São muito ciumentos,
possessivo, muitas vezes se mostrando incapazes de perdoar qualquer traição - que não a que ele
mesmo faz contra o ser amado. Ao mesmo tempo, costumam ser amigos fiéis para os poucos
escolhidos ara seu círculo mais íntimo.

Um problema, porém, pode atrapalhar tudo: a inconstância com que vê sua vida amorosa; outros
detalhes podem também contaminar os aspectos profissionais. Todas essas características criam
uma grande dificuldade de relacionamentos duradouros com os filhos de Iansã. Se por um lado são
alegres e expansivos, por outro, podem ser muito violentos quando contrariados; se têm a tendência
para a franqueza e para o estilo direto, também não podem ser considerados confiáveis, pois fatos
menores provocam reações enormes e, quando possessos, não há ética que segure os filhos de
Iansã, dispostos a destruir tudo com seu vento forte e arrasador.

MÃE IANSÃ – TRONO DA LEI: Orixá ABSORVENTE, do TRONO DA LEI, ABSORVER OS


EXCESSOS NA LEI compõe o POLO NEGATIVO do Trono e suas irradiações são
MONOCROMÁTICAS e CÓSMICAS. Cor: Amarelo. Pedras: Citrino. Erva: Losna. Função: Trazer o
movimento, dando direção à ordem. Consome os excessos cometidos em nome da “Lei”. É a grande
arrebatadora de espíritos desordenados, enviá-os para sua dimensão de origem. Elemento: Ar.
Essência: Movimentadora. Quando evocar o amparo da Mãe Iansã? Quando estiver muito apático
(a), necessitando de movimento poderá também ser evocada se perceber que está sendo atuado (a)
por seres que não estão de acordo a sua linha de afinidade. Oferenda: velas, branca, amarela e
vermelha, champanhe branca, licor de menta, anis ou de cereja, rosas e palmas amarelas tudo
depositado no campo aberto. Ponto de forças: cemitério, beira-mar e campo aberto. Água de
cabeça: água de cachoeira, rio, fonte ou de chuva com rosas brancas, guiné e alecrim maceradas e
curtidas por 7 dias. Portal de libertação: Portal do Raio Amarelo. Chakra Laríngeo. Frase: Eu
necessito do movimento para ordenar a minha vida.

MÃE IANSÃ – A Mãe Iansã também trabalha com as irradiações da ordem, porém atua dando
movimento às coisas estagnadas. Por pertencer ao pólo absorvente movimenta consumindo os
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excessos cometidos em nome da Lei. Muito conhecida e cultuada na Umbanda Sagrada essa Orixá
também já sofreu deturpação em relação à sua influencia nas pessoas. Os regidos pela Mãe Iansã,
ao contrário do que costuma ser divulgado, não são agressivos, mal educados, que resolvem as
suas dificuldades na porrada, são apenas pessoas agitadas, pois a irradiação da Mãe Iansã é o
movimento que pressupõe a agilidade. Não podemos culpar os Orixás por aspectos negativos que
nós mesmos carregamos.

IANSÃ: O elemento e força da natureza correspondente Iansã, são as tempestades, raios e ventos.
Dia da semana: Ela atua todos os dias da semana das 12:00hs às 18hs, porém o seu dia de maior
vibração são a quarta-feira e o sábado. Chakra atuante: frontal e cardíaco. Planeta regente: Lua (no
quarto de nova) e Júpiter. Cor vibratória: amarelo-ouro. Cor representativa: amarelo (roupas, etc.)
Cor da guia (colar): amarelo e branco. Saudação: Heparrei. Negativo: Dona Maria Mulambo. Amalá:
acarajé (não suporta abóbora). Otí: champanhe (exclusivamente). Comando da falange de Iansã:
Cabocla Jussara. Local de entregas: beira de praia com pedras ou pedreira. Representação no ponto
riscado: raios

Mãe Iansã Direcionar = dá rumo às ordens. Irradiação Movimentadora - agita a ordem em várias
direções. Irradiação Direcionadora – dá rumo às ordens, à lei.

Trono Masculino e Universal da Evolução / Sagrado Pai Obaluayê tem como vibraçãotelúrico -
aquática (terra-água), enquanto o Trono Feminino e Cósmico da Evolução / Sagrada Mãe Nanã tem
como vibração aquático - telúrica (água-terra). Trocando em miúdos, ele é ativo na vibração telúrica
e passivo na vibração aquática e ela é ativa na vibração aquática e passiva na vibração telúrica.

PAI OBALUAYÊ– TRONO DA EVOLUÇÃO: Orixá IRRADIANTE, do TRONO DA EVOLUÇÃO,


IRRADIAR A TRANSFORMAÇÃO, compõe o POLO POSITIVO do Trono e suas irradiações são
MULTICOLORIDAS e UNIVERSAIS. Cor: Violeta Pedras: Obsidiana Erva: Capim Santo Função:
Irradiar a transformação, nivela os seres, os dirige para a sua dimensão de merecimento. Elemento:
Terra. Essência: Transmutadora. Quando devemos evocar o amparo do pai Obaluayê? Quando
precisarmos transformar ciclos em nossa vida, mudar as condições das coisas. Oferenda: Velas
brancas, vinho rose-licoroso, água potável , coco fatiado com mel e pipocas, rosas, margaridas e
crisântemos, tudo depositado no cruzeiro do cemitério, à beira mar ou à beira de um lago. Ponto de
forças: Cemitérios, lagos e mar. Água de cabeça: Água de fonte, rio ou lago, com folhas de louro e
manjericão maceradas por três dias.. Portal de libertação: Raio violeta. Chakra: Umbilical. Frase:
Eu desejo transformar aquilo que prendo a mim, mas que já não mas me pertence, com a finalidade
de caminhar rumo à consciência plena das coisas Divinas.

PAI OBALUAYÊ - Orixá regente dos mistérios da transmutação. A maior mudança que pode ocorrer
com um ser é sem dúvida a morte. Dessa forma esse Orixá atua muito sobre as questões que
envolvem a morte. Essa morte que nos referimos não é somente a morte física, mas de qualquer
aspecto que envolve a mudança interior principalmente. Matar, ou morrer em algum aspecto como
forma de evolução. Um dos símbolos do Pai Obaluayê retrata muito bem essa realidade, a pipoca. A
pipoca representa a transformação. Do grão de milho duro, e sem vida surge uma grande flor
branca, transformada através do fogo. Até hoje quando desejamos trabalhar com as forças do Pai
Obaluayê podemos utilizar como elemento transformador a pipoca. O Pai Obaluayê, assim como o
Pai Oxossi e a Mãe Nanã, possuem irradiações altamente curadoras. Também pode ser evocado em
caso de doenças.
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Pai Obaluayê Transmutar = faz mudar, transforma. Irradiação Decantadora – limpa os aspectos
que impedem a evolução. Irradiação Transmutadora – transforma as situações, emoções e
sentimentos com a finalidade de evolução. Irradiação Estabilizadora – torna a evolução certa e
consolidada. Irradiação Esgotadora – põe fim as energias negativas que impedem a evolução.
Irradiação Graduadora – regula a Evolução. Irradiação Evolutiva – proporciona a evolução – avançar.
Irradiação Niveladora- iguala o ser à sua afinidade para que este evolua.

NANÃ

O PERFIL DO ORIXÁ: Esta é uma figura muito controvertida do panteão africano. Ora perigosa e
vingativa, ora praticamente desprovida de seus maiores poderes, relegada a um segundo plano
amargo e sofrido, principalmente ressentido, Nanã possui não dois lados, como tantos Orixás, mas
sim um Orixá dentro do outro, um conceito que foi sendo gradativamente substituído por outro,
dando margem a muita confusão e contestação no jeito de se defini-la. Nanã, é um Orixá feminino de
origem daomeana, que foi incorporado há séculos pela mitologia ioruba, quando o povo nagô
conquistou o povo do Daomé (atual Republica do Benin) , assimilando sua cultura e incorporando
alguns Orixás dos dominados à sua mitologia já estabelecida.

Resumindo esse processo cultural, Oxalá (mito ioruba ou nagô) continua sendo o pai e quase todos
os Orixás. Iemanjá (mito igualmente ioruba) é a mãe de seus filhos (nagô) e Nanã (mito jeje) assume
a figura de mãe dos filhos daomeanos, nunca se questionando a paternidade de Oxalá sobre estes
também, paternidade essa que não é original da criação das primeiras lendas do Daomé, onde
Oxalá obviamente não existia. Os mitos daomeanos eram mais antigos que os nagôs (vinham de
uma cultura ancestral que se mostra anterior à descoberta do fogo). Tentou-se, então, acertar essa
cronologia com a colocação de Nanã e o nascimento de seus filhos, como fatos anteriores ao
encontro de Oxalá e Iemanjá. Muitas pesquisas apontam ainda que os iorubas começaram a ter um
conceito de Deus Supremo antes inexistente, e que esse conceito pode (fato não comprovado) ser
conseqüência da influência dos maometanos do norte da África sobre a população negra mais
próxima. Assim Nanã assume, como outros Orixás femininos, o conceito de maternidade como
função principal.

É neste contexto, a primeira esposa de Oxalá, tendo com ele três filhos: Iroco (ou Tempo), Omolu
(ou Obaluaê) e Oxumarê. Pierre Verger aponta que Nanã, no culto daomeano, teria um posto
hierárquico semelhante ao de Oxalá ou até mesmo do Deus Supremo Olorum. Neste contexto, era
uma figura feminina mas às vezes também alguém acima das distinções macho e fêmea, pois
constituía, num par completo, pai e mãe unificados de todas as coisas, fossem os seres humanos,
fossem os Orixás. Nanã faz o caminho inverso da mãe da água doce. É ela quem reconduz ao
terreno do astral, as almas dos que Oxum colocou no mundo real. É a deusa do reino da morte, sua
guardiã, quem possibilita o acesso a esse território do desconhecido. A senhora do reino da morte é,
como elemento , a terra fofa, que recebe os cadáveres, os acalenta e esquenta, numa repetição do
ventre, da vida intra-uterina. É, por isso, cercada de muitos mistérios no culto e tratada pelos
praticantes da Umbanda e do Candomblé, com menos familiaridade que os Orixás mais
extrovertidos como Ogum e Xangô, por exemplo.

Muitos são portanto os mistérios que Nanã-terra esconde, pois nela entram os mortos e através dela
são modificados para poderem nascer novamente. Só através da morte é que poderá acontecer para
cada um a nova encarnação, para novo nascimento, a vivência de um novo destino – e a
responsável por esse período é justamente Nanã. Ela é considerada pelas comunidades da
Umbanda e do Candomblé, como uma figura austera, justiceira e absolutamente incapaz de uma
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brincadeira ou então de alguma forma de explosão emocional. Por isso está sempre presente como
testemunha fidedigna das lendas. Jurar por Nanã, por parte de alguém do culto, implica um
compromisso muito sério e inquebrantável, pois o Orixá exige de seus filhos-de-santo e de quem o
invoca em geral a mesma e sempre relação austera que mantém com o mundo.

CARACTERÍSTICAS DOS FILHOS DE NANÃ: Uma pessoa que tenha Nanã como Orixá de cabeça
(mãe no Eledá), pode levar em conta principalmente a figura da avó: carinhosa às vezes até em
excesso, levando o conceito de mãe ao exagero,mas também ranzinza, preocupada com detalhes,
com forte tendência a sair censurando os outros. Não tem muito senso de humor, o que a faz
valorizar demais pequenos incidentes e transformar pequenos problemas em grandes dramas. Ao
mesmo tempo, tem uma grande capacidade de compreensão do ser humano, como se fosse muito
mais velha do que sua própria existência. Por causa desse fator, o perdão aos que erram e o
consolo para quem está sofrendo é uma habilidade natural. Nanã, através de seus filhos-de-santo,
vive voltada para a comunidade, sempre tentando realizar as vontades e necessidades dos outros.

Às vezes porém, exige atenção e respeito que julga devido mas não obtido dos que a cercam. Não
consegue entender como as pessoas cometem certos enganos triviais, como optam por certas
saídas que para um filho de Nanã são evidentemente inadequadas. É o tipo de pessoa que não
consegue compreender direito as opiniões alheias, nem aceitar que nem todos pensem da mesma
forma que ela. Suas reações bem equilibradas e a pertinência das decisões, mantém-nas sempre no
caminho da sabedoria e da justiça. Todos esses dados indicam também serem os filhos de Nanã,
um pouco mais conservadores que o restante da sociedade, desejarem a volta de situações do
passado, modos de vida que já se foram. Querem um mundo previsível, estável ou até voltando para
trás: são aqueles que reclamam das viagens espaciais, dos novos costumes, da nova moralidade,
etc... Quanto à dados físicos, são pessoas que envelhecem rapidamente, aparentando mais idade do
que realmente têm.

MÃE NANÃ – TRONO DA EVOLUÇÃO: Orixá ABSORVENTE, do TRONO DA EVOLUÇÃO,


ABSORVER OS EXCESSOS NA EVOLUÇÃO compõe o POLO NEGATIVO do Trono e suas
irradiações são MONOCROMÁTICAS e CÓSMICAS. Cor: Lilás. Pedras: Ametista. Erva: Guiné.
Função: Decantar paralisações na evolução. Elemento: terra Essência: Decantadora Quando
evocar o amparo da Mãe Nanã? Quando notar que as coisas não fluem em sua evolução normal,
estão paradas estagnadas, nada se transforma. Oferenda: Velas brancas, roxas, lilás e rosa,
champanhe rose, calda de ameixa ou de figo, melancia, uva fogo, ameixa e melão, tudo depositado
à beira de um lago ou mangue. Ponto de forças: Lago e mangue. Água de cabeça: Água de rio ou
lago com crisântemos e guiné macerados e curtidos por 72 horas. Portal de libertação: Portal do
Raio Violeta. Chakra: Frontal, laríngeo, plexo solar, umbilical e cardíaco. Frase: Eu desejo decantar
do meu corpo espiritual toda a paralisação no sentido da evolução, despertando no meu espírito toda
a consciência do meu caminho, da minha essência e missão, podendo agora evoluir dentro daquilo
que realmente me pertence.

MÃE NANÃ – Orixá do pólo absorvente do Trono da Evolução, sua função é decantar, limpar os
resíduos de impureza do ser, para que este possa evoluir. Seus mistérios também são muito
fechados, Mãe Nanã é conhecida como vovozinha, pois a maioria dos seres que trabalham nessa
linha apresenta-se com o corpo espiritual de uma idosa.
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Mãe Nanã Decantar = limpar. Irradiação Decantadora – limpa as influências negativas. Irradiação
Evolutiva- absorve os negativismos que impedem a evolução. Irradiação Transmutadora-
proporciona a mudança com a absorção dos aspectos que a impedem.

NANÃ: Elemento e força da natureza correspondente à Nanã, são todas as águas e também o fluído
animal. Dia da semana: Ela atua todos os dias das 18hs às 0hs, porém seus dias de maior vibração,
são os sábados e domingos. Chakra atuante: frontal e cervical. Planeta regente: Lua (no quarto
crescente) e Mercúrio. Cor vibratória: violeta ou roxo. Cor representativa: roxa (roupas, etc.). Cor da
guia (colar): roxa e branca. Saudação: Saluba Nanã. Negativo: Nanã Burucum (vide nota *). Amalá:
caruru sem azeite e bem temperado. Otí: água mineral, água natural ou champanhe. Local de
entrega: igual ao das Almas. Comando da falange de Nanã: Cabocla Janaína Representação no
ponto riscado: uma cruz. Nanã é conhecida por dois nomes: Nanã Buruque, a positiva, Avó de
Oxalá e Nanã Burucum, a negativa, Mãe de todo Exu. Ela é conhecida por dois nomes, pois ela
comanda o ponto 0 na escala das freqüências, sendo portanto o ponto de partida e retorno das ditas
freqüências; porém não são duas, mas sim uma única vibração. Na época de Lua Cheia, não se
deve apanhar água na cachoeira, pois virá com lama e sedimentos. Na época de Lua Minguante
pode-se entregar descargas, porém nunca iniciar qualquer trabalho, pois o mesmo estará fadado ao
fracasso.

Yorima, naña burucum: Hierbas: eucalipto, trompeta, BANANEIRA, TAMARINDO, ALFAVACA


SETE SANGRIAS, GUINE, VASSOURA PRETA O BRANCA. ESENCIA: VIOLETA, JUNQUILHO,
EUCALIPTO, ALFAZEMA, CIDREIRA, alecrim. Chefe: pai guine, exu pinga fogo. Pai congo de
aruanda, exu lodo. Pai arruda, exu brasa. Pai tome, exu come fogo. Pai benedito, exu aleba. Pai
joaquin, exu bara. Vovo maria conga, exu caveira. Capricornio, acuario. Chakra basico. Color blanco,
negro. Suprarrenales. Sabado. 21-24 horas. Angel Yramael. Tierra, aire. Saturno. Pentagrama, 5.
Chumbo. Sitio vibratorio: tierra, naturaleza. Vino tinto, charuto. Las hierbas secarlas en la sombra
para que el sol no le quite sus propiedades, eucaliptu esterilizacao, lavanda para todos los orixas.
Albahaca, romero son energizantes. Sal grosso es muy esterilizante, no se puede usar todos los
días.

Yori: jefe: tupanzinho, exu tiriri. Yariri, exu mirim. Ori, exu toquinho. Yan, exu ganga. Damiao, exu
manguinho. Doum, exu lalu. Cosme, exu veludinho da meia noite. Geminis, virgo. Laríngeo. Tiroide.
Color roza, azul de bebe. Cuarta feira. 12-15 horas. Ángel Yoriel. Tierra, aire, agua, fuego, eter.
Metal mercurio. Planeta mercurio. Sitio vibratorio: jardín, parques. Triangulo, 3. Bebida refrigerante,
dulces, miel.
IEMANJÁ
96

O PERFIL DO ORIXÁ: Comparada com as outras divindades do panteão africano, o Orixá feminino
ioruba Iemanjá é uma figura extremamente simples. Ela é uma das figuras mais conhecidas nos
cultos brasileiros, com o nome sempre bem divulgado pela imprensa, pois suas festas anuais
sempre movimentam um grande número de iniciados e simpatizantes, tanto da Umbanda como do
Candomblé. Pelo sincretismo, porém, muita água rolou. Os jesuítas portugueses, tentando forçar a
aculturação dos africanos e a aceitação, por parte deles, dos rituais e mitos católicos, procuraram
fazer casamentos entre santos cristãos e Orixás africanos, buscando pontos em comum nos mitos.

Para Iemanjá foi reservado o lugar de Nossa Senhora, sendo, então, artificialmente mais importante
que as outras divindades femininas, o que foi assimilado em arte por muitos ramos da Umbanda.

Mesmo assim,não se nega o fato de sua popularidade ser imensa, não só por tudo isso, mas pelo
caráter, de tolerância, aceitação e carinho.É uma das rainhas das águas, sendo as duas salgadas:
as águas provocadas pelo choro da mãe que sofre pela vida de seus filhos, que os vê se afastarem
de seu abrigo, tomando rumos independentes; e o mar, sua morada, local onde costuma receber os
presentes e oferendas dos devotos. São extremamente concorridas suas festas. É tradicional no Rio
de Janeiro, em Santos (litoral de São Paulo) e nas praias de Porto Alegre a oferta ao mar de
presentes a este Orixá, atirados à morada da deusa, tanto na data específica de suas festas, como
na passagem do ano. São comuns no reveillon as tendas de Umbanda na praia, onde acontecem
rituais e iniciados incorporam caboclos e pretos-velhos, atendendo a qualquer pessoa que se
interesse.

Na África, a origem de Iemanjá também é um rio que vai desembocar no mar. De tanto chorar com o
rompimento com seu filho Oxóssi, que a abandonou e foi viver escondido na mata junto com o irmão
renegado Ossaim. Iemanjá se derreteu, transformando-se num rio que foi desembocar no mar. É a
mãe de quase todos os Orixás de origem ioruba (com exceção de Logunnedê), enquanto a
maternidade dos Orixás Daomeanos é atribuída a Nanã. É portanto semelhante às outras mães da
água, o que é compreensível, já que as diferentes tribos e nações acabaram por desenvolver o culto
a um Orixá feminino específico, que relacionavam com um rio da região. No caso de Iemanjá, as
lendas africanas já a identificavam com o mar, como podemos perceber pela narrativa recolhida por
Pierre Verger:

Iemanjá seria a filha de Olokum, deus (no Daomé, atual Benin) ou deusa (em Ifé) do mar. Em uma
história de Ifé ela aparece casada pela primeira vez com Orunmilá, senhor das adivinhações, depois
com Olofin, rei do Ifé, com o qual teve supostamente dez (10) filhos. Iemanjá, cansada de sua
permanência em Ifé, foge mais tarde em direção ao oeste. Outrora, Olokum lhe havia dado, por
medida de precaução, uma garrafa contendo um preparado (...) com a recomendação de quebrá-la
no chão em caso de extremo perigo. E assim Iemanjá foi instalar-se no Entardecer-da-Terra, o
Oeste. A lenda diz que Olofin, rei de Ifé, lançou o exercito à sua procura, o que fez Iemanjá, no
esconderijo, quebrar a garrafa. Teria, então, na mesma hora, se formado um rio que a tragou,
levando-a para Okum, o oceano – morada de seu pai Olokum. Apesar dos preceitos tradicionais
relacionarem tanto Oxum como Iemanjá à função da maternidade, pôde estabelecer-se uma boa
distinção entre esse conceitos. As duas Orixás não rivalizam (Iemanjá praticamente na rivaliza com
ninguém, enquanto Oxum é famosa por suas pendências amorosas que a colocaram contra Iansã e
Oba). Cada uma domina a maternidade num momento diferente.
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CARACTERÍSTICAS DOS FILHOS DE IEMANJÁ: No arquétipo psicológico, expandem-se as


características insinuadas pela descrição dos mitos e lendas de Iemanjá. Também fica fácil entender
os conceitos principais se mantivermos a comparação com o Orixá Oxum. Como os filhos da mãe da
água doce, os de Iemanjá, também gostam de luxo, das jóias caras e dos tecidos vistosos. Gostam
de viver num ambiente confortável e, mesmo quando pobres, pode-se notar uma certa sofisticação
em suas casas, se comparadas com as demais da comunidade de que fazem parte. Enquanto os
filhos de Oxum são diplomatas e sinuosos, os de Iemanjá se mostram mais diretos. São capazes de
fazer chantagens emocionais, mas nunca diabólicas. A força e a determinação fazem parte de seus
caracteres básicos, assim como o sentido da amizade e do companheirismo. Como são pessoas
presas ao arquétipo da mãe, a família e os filhos têm grande importância na vida dos filhos de
Iemanjá. A relação com eles pode ser carinhosa, mas nunca esquecendo conceitos tradicionais
como respeito e principalmente hierarquia.

São pessoas que não gostam de viver sozinhas, sentem falta da tribo, inconsciente ancestral, e
costumam, por isso casar ou associar-se cedo. Não apreciam as viagens, detestam os hotéis,
preferindo casas onde rapidamente possam repetir os mecanismos e os quase ritos que fazem do
cotidiano. Apesar do gosto pelo luxo, não são pessoas obcecadas pela própria carreira, sem grandes
planos para atividades a longo prazo, a não ser quando se trata do futuro de filhos e entes próximos.

Todos esses dados nos apresentam uma figura um pouco rígida, refratária a mudanças, apreciadora
do cotidiano. Ao mesmo tempo, indicam alguém doce, carinhoso, sentimentalmente envolvente e
com grande capacidade de empatia com os problemas e sentimentos dos outros. Mas nem tudo são
qualidades em Iemanjá, como em nenhum Orixá. Seu caráter pode levar o filho desse Orixá a ter
uma tendência a tentar concertar a vida dos que o cercam - o destino de todos estariam sob sua
responsabilidade. Os filhos de Iemanjá demoram muito para confiar em alguém, bons conhecedores
que são da natureza humana. Quando finalmente passam a aceitar uma pessoa no seu verdadeiro e
íntimo círculo de amigos, porém, deixam de ter restrições, aceitando-a completamente e
defendendo-a, seja nos erros como nos acertos, tendo grande capacidade de perdoar as pequenas
falhas humanas. Um filho de Iemanjá pode tornar-se rancoroso, remoendo questões antigas por
anos e anos sem esquecê-las jamais.

MÃE YEMANJÁ – TRONO DA GERAÇÃO: Cor: Azul clara. Pedras: Sodalita. Erva: Erva cidreira e
alfazema. Função: Gerar a vida, a existência, o ser, pode trabalhar no sentido de despertar nas
pessoas a importância da vida, da existência e de ser o que é. É responsável também por toda a
criatividade. Elemento: Água. Essência: Geradora. Quando devemos evocar o amparo da Mãe
Yemanjá ? - Quando precisarmos ter criatividade, para gerar em nós sentimentos, atitudes, e
qualquer outra irradiação necessária para a nossa existência. Oferenda: Velas brancas, azuis e
rosa, champanhe, calda e ameixa, pêssego, melão, rosas e palmas brancas, tudo depositado à
beira-mar. Ponto de forças: Mar. Água de cabeça: água de fonte, ou do mar, com erva cidreira
macerada e curtida por sete dias sete dias. Portal de libertação: Portal do Raio Azul. Chakra:
Básico. Frase: Eu desejo ter internalizado a força criativista, para nunca deixar paralisar em meu
espírito a criatividade e o carisma.

MÃE IEMANJÁ - Orixá muito conhecida por ser a Mãe de todos Orixás, e não é por acaso, pois sua
regência é do Trono da Geração. Assim é a partir dela que tudo se cria, que surge a vida. Como já
citado anteriormente o mar é o berço da vida, os primeiros sinais de vida surgiram dele e é por esse
motivo que essa irradiação é por excelência aquática.
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Mãe Iemanjá Gear = faz surgir, dá vida. Irradiação Criativista – proporciona o aumento da
criatividade. Irradiação Geradora – dá vida.

Yemanja, oxumare: higienizam completamente o campo mental dos mediuns, neutralizan correntes
vampirizantes que se projetam sobre os mediuns ou ambientes. Trabalham no campo mental e astral
usando os influxos do magnetismo lunar e os deslocamentos de massas liquidas a través dos
oceanos, equilibram e neutralizam forcas hidroteluricas movimentadas por entidades das trevas.
Hierbas reciben influencias d ela luna: hojas, flores de rosas, hojas de avenca, panaceia, hojas y
flores de violeta, verbena, azucena, rosa. Jefe: cabocla yara, exu pomba gira. Cabocla estrella do
mar, exu carangola. Cabocla do mar, exu ma cangira. Cabocla indaia, exu nangue. Cabocla iansa,
exu mare. Cabocla nana burucum, exu gerere, cabocla oxum, exu do mar. Signo cancer. Chakra
frontal. Hipófisis. Color azul. Segunda feira. 18-21 horas. Ángel Rafael. Elemento agua. Luna. Metal
plata. Sitio vibratorio: rio, mar, playa. Geometría: recta, 2. Bebida: champagne, vino blanco.

IEMANJÁ: elemento e força da natureza são as águas verdes (mares e


oceanos). Dia da Semana: Ela atua todos os dias da semana de 6:00hs às
12:00hs, porém o seu dia de maior vibração é o sábado. Chakra atuante:
frontal. Planeta regente: Lua (no quarto minguante). Nota musical: lá
Cor vibratória: azul translúcido. Cor representativa: branco azulado (roupas,
etc.). Cor da guia (colar): cristal (branco). Saudação: Ó dociaba ou Oiá.
Negativo: Dona Pomba-gira. Amalá: vatapá ou manjar de milho branco. Otí:
água mineral ou champanhe. Comando da falange de Iemanjá: Cabocla
Jandira. Local de entregas: beira das praias. Representação no ponto
riscado: ondas (vide abaixo)
Orixá Iemanjá – Trono da Geração: Iemanjá é uma Orixá Feminina que rege a Geração da vida em
todos os planos de vida e consciência, o amparo a vida em todas suas formas. O principal elemento
dessa orixá é a água salgada , água do mar , o mar ocupa a maior parte do nosso planeta e por essa
junção de água e sal forma um potente campo energético espiritual e material que equilibra o planeta
e sustenta uma imensidão dos portais multidimensionais que na Terra estão, essa energia é
importante nos dois lados tanto no material quanto no espiritual,  o mar por si só já mantém a vida ,
influencia largamente nos ciclos de chuva, está alinhado com as correntes de vento e é um dos polos
magnéticos que guia os animais na migração, se você reparar cada elemento de cada Orixá está
diretamente ligado ao equilíbrio do planeta Terra, desequilibre um só e todo o sistema natural
eclodirá em catástrofes naturais.

Segundo alguns livros o mar em sua parte espiritual habita uma quantidade de seres vivos muito
maior do que dezenas de  bilhões de seres e não é diferente no lado material, a associação de
Geração e vida a Iemanjá é correta pois sem o mar não haveria vida na Terra. Iemanjá é a Orixá que
resguarda toda forma de vida e da origem a ela, é a água que vivifica e o pai Omolu é a terra que
amolda os viventes. O culto a Iemanjá é um dos mais antigos da terra , até mesmo dos mais antigos
registros africanos que cultuam os orixás a no mínimo 5 mil anos, podemos dizer isso devido ao fato
do ser humano ter o habito de se dirigir ao mar para comemorações, festejar e glorificar, e isso é
inconsciente e acontece em todo o planeta, é exatamente energético atração por energias
acolhedoras e maternais de mãe Iemanjá.
As vibrações de Iemanjá são ondulantes assim como as ondas do mar, essas vibrações se infiltram
no emocional do médium e do consulente diluindo travas emocionais e fermentando mais o amor e o
carisma afim de reequilibrar a pessoa nesse sentido. Iemanjá é vida, geração e também criatividade
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pois toda forma de vida precisa de adaptação e faz isso com a criatividade , inteligência sadia em pró
da continuidade da vida, essa vibração interage nos seres de forma continua e se intensifica quando
o ser retorna para o caminho de luz. Iemanjá é a rainha do mar, pois o rege, o mar é um altar aberto
a todos, o maior santuário natural do planeta e nele se diluem energias densas, trévicas,emocionais
abalados e desesperados, e tudo isso se deve a energia salina que cura enfermidades do espírito
,queima larvas astrais, e acolhe espíritos desesperados não é a toa que o mar também é chamado
de calunga grande, pois em sua parte espiritual há diversos portais que guiam esses espíritos
diretamente ao seu plano natural espiritual.

As linhas de trabalhos espirituais onde atuam os guias na Umbanda que são regidos
predominantemente por Iemanjá é a linha das Sereias e dos Marinheiros, atuam diretamente com a
regência de Iemanjá primeiramente e depois com regências posteriores de outros orixás que vão
graduando a coroa de trabalho da entidade espiritual, essas linhas das águas trabalham
disseminando esse fator de proteção e geração da vida, com trabalhos de descarregos e da
criatividade com trabalhos de abertura dos caminhos tudo isso junto com as vibrações ondulantes
que vão arquitetando o terreno emocional do ser para dar impulsos aos demais trabalhos.
Iemanjá é vida e geração! Salve a Rainha do mar, senhora das ondas e da vida!
Data Comemorativa: 08 de Dezembro. Cor: Azul Claro, Prata e Cristalino. Pontos de força: Mar.
Símbolos: Lua Minguante, Diamante, Ondas e Peixes. Pedras: Pérola, Água Marinha, Turquesa,
Quartzo Azul, Topázio Azul e pedras azuis em geral. Ervas: Alfazema, Anis Estrelado, Musgo
Marinho, Pata de Vaca, Papoula, Erva Cidreira, Alga Marinha e Camomila. Flores: Rosas e Palmas
Brancas, Flor de Laranjeira, Orquídeas, Crisântemos Brancos, Hortênsia, Azaléia e Lótus Branco.
Frutas: Melancia, Melão, Nêspera, Mangaba, Jenipapo, Uvas Brancas e Pera. Bebidas: Champanhe
Branco, Água Mineral, Calda de Pêssego, Água de Arroz e Água de Canjica.

 Pai Obaluaiê-Trono Masculino da Evolução: Obaluaiê é o Orixá que atua na Evolução e seu
campo preferencial é aquele que sinaliza as passagens de um nível vibratório ou estágio da
evolução para outro. O Orixá Obaluaiê é o regente do pólo magnético masculino da linha da
Evolução, que surge a partir da projeção do Trono Essencial do Saber ou Trono da Evolução. O
Trono da Evolução é um dos sete Tronos essenciais que formam a Coroa Divina regente do planeta,
e em sua projeção faz surgir, na Umbanda, a linha da Evolução, em cujo pólo magnético positivo,
masculino e irradiante, está assentado o Orixá Natural Obaluaiê, e em cujo pólo magnético negativo,
feminino e absorvente está assentada a Orixá Nanã Buruquê. Ambos são Orixás de magnetismo
misto e cuidam das passagens dos estágios evolutivos.
Ambos são Orixás terra-água (magneticamente, certo?). Obaluaiê é ativo no magnetismo telúrico e
passivo no magnetismo aquático. Nanã é ativa no magnetismo aquático e passiva no magnetismo
telúrico. Mas ambos atuam passivamente, o outro atua ativamente. Nanã decanta os espíritos que
irão reencarnar e Obaluaiê estabelece o cordão energético que une o espírito ao corpo (feto), que
será recebido no útero materno assim que alcança o desenvolvimento celular básico (órgãos físicos).
É o mistério “Obaluaiê” que reduz o corpo plasmático do espírito até que fique do tamanho do corpo
carnal alojado no útero materno. Nesta redução, o espírito assume todas as características e feições
do seu novo corpo carnal, já formado.
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Muito associam o divino Obaluaiê apenas com o Orixá curador, que ele realmente é, pois cura
mesmo! Mas Obaluaiê é muito mais do que já o descreveram. Ele é o “Senhor das Passagens” de
um plano para outro, de uma dimensão para a outra, e mesmo do espírito para a carne e vice-versa.
é um Trono Divino que cuida da evolução dos seres, das criaturas e das espécies, e que esqueçam
as abstrações dos que se apegaram a alguns de seus aspectos negativos e os usam para assustar
seus semelhantes. Estes manipuladores dos aspectos negativos do Orixá Obaluaiê certamente
conhecerão os Orixás cósmicos que lidam com o negativo dele. Ao contrário dos tolerantes Exús da
Umbanda, estes Obaluaiês cósmicos são intolerantes com quem invoca os aspectos negativos do
Orixá maior Obaluaiê para atingir seus semelhantes. E o que tem de supostos “pais de Santo”
apodrecendo nos seus pólos magnéticos negativos só porque deram mau uso aos aspectos
negativos de Obaluaiê… Bem, deixemos que eles mesmos cuidem de suas lepras emocionais.
Divindades: Obaluaiê. Linha: Telúrica. Pedra: Turmalina Negra. Irradiação: Evolução. Vela/Cor:
Branca ou Branca e Preta, Violeta. Sincretismo: São Lázaro. Saudação: Atotô! Ponto de Força:
Cruzeiro do Campo Santo. Oferendas/Rituais: Obaluaiê: Velas branca, violeta, branca e preta,
pipoca, coco fatiado coberto com mel, água potável colocados em copo, vinho rose licoroso, rosas
brancas, margaridas, crisântemo. Pode oferendá-lo no cruzeiro do cemitério, beira mar ou beira de
um lago. 
OBALUAYÊ – oferendamos este Orixá para pedir que Ele nos ajude em nossa evolução espiritual e
que nos traga a sabedoria junto com a paciência – a sapiência. Ele é o Senhor das Passagens,
portanto é ele quem permite a nossa passagem de um nível para outro, isso quer dizer que é ele
quem nos conduz e quem abre as porteiras em nossas mudanças de estágios ou graus espirituais,
por isso é a Ele que clamamos quando nos encontramos estagnados e paralisados. Também é Ele
quem nos conduz nas mudanças de estado encarnado para desencarnado e vice-versa, ou seja, é
ele quem acolhe os espíritos que acabaram de desencarnar, assim como conduz os espíritos que
irão reencarnar. A Ele pedimos estabilidade, proteção e sabedoria anciã. Também pedimos para
transmutar e transformar nossos sentimentos, portanto, é Ele quem permite e proporciona a cura da
alma. 
Ervas Quentes(Descarrego): Alho desidratado ou casca de alho,cebola desidratada ou a casca da
cebola,cipó cruz,valeriana,garra do diabo,mamona,picão preto,fumo(tabaco),chorão. Verbos
atuantes nas ervas quentes:Contagiar,decantar,transmutar. Ervas Mornas(Equilibradoras):Barba de
velho,sálvia,damiana,salsaparrilha,sete sangrias,trapoeraba,sabugueiro flor,beterraba folhas,catinga
de mulata,ipê roxo,lantana,umbaúba,arroz,velame...Verbos atuantes nas ervas
mornas:Estabilizar,flexibilizar,curar,sanar,sarar,converter...
Obaluayê é a Divindade que está assentada no pólo positivo ou irradiante da Linha da Evolução, que
é a sexta Linha de Umbanda. É o Trono Masculino da Evolução, que representa e irradia a Vibração
Divina que promove a Evolução contínua de todos os seres e elementos da Criação. Como Orixá
Universal, Obaluayê irradia, o tempo todo, Sagradas Energias que nos fazem dar um passo à frente;
inclusive transmutando ou modificando de forma positiva todo e qualquer sentimento, pensamento
ou energia contrária à nossa evolução. Essa atuação se dá por meio da luz violeta, essencialmente
transmutadora, a freqüência mais alta de todas as cores do arco-íris. Por trás da simplicidade com
que o Divino Pai Se manifesta entre nós, está presente “a chama violeta”, preciosa e Divina.
Muito associam Obaluayê apenas à idéia do Orixá Curador, “o Médico Sagrado da Umbanda”, que
Ele realmente é. Mas Obaluayê representa mais que isto: Ele é o Senhor das Passagens de um
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plano para outro, de uma dimensão para outra, de um estado ou condição para outra, e mesmo do
espírito para a carne e vice-versa, pois atua diretamente no processo reencarnatório. É um Trono
Divino que cuida da evolução dos seres, das criaturas e das espécies, por meio da irradiação dos
Fatores Transmutador e Evolucionista. O Fator Transmutador de Pai Obaluayê tem por função
transmutar não apenas uma situação particular da nossa vida, como também a de transmutar a ação
dos outros Fatores: é a Transmutação Divina atuante em toda a Criação. Transmutar significa
transformar o negativo em positivo. Já o seu Fator Evolucionista ou Evolutivo tem por função criar as
condições necessárias para a evolução dos seres, correspondendo, portanto, à Presença da
Evolução atuante na Criação.
Na Umbanda, Obaluayê é geralmente sincretizado com São Roque e com São Lázaro. Em poucas
regiões do país seu sincretismo é com São Sebastião. São Roque, celebrado em 16 de agosto, é o
santo católico protetor contra a peste e também o padroeiro dos inválidos e dos cirurgiões. Sua
imagem mostra que tem ferimentos nas pernas; ao seu lado aparece um cachorro. Por sua vez, São
Lázaro é um santo católico muito invocado para a cura de dores morais e físicas, sendo festejado em
17 de dezembro. Sua imagem mostra o santo coberto de feridas e um cachorro que lambe essas
feridas. Observa-se que o cachorro, que aparece ao lado dos dois santos, é um animal que também
entra no Mistério de Obaluayê e de Omolu.
O nome Obaluayê significa: “o Rei e Senhor da Terra” (Oba=Rei; Lu= Senhor; Ayê= Terra).
Obaluayê é o Rei e Senhor do elemento terra e da matéria ou do mundo material. É conhecido como
o Rei das Almas do Ayê, o Senhor das Almas. O Trono da Evolução é um dos sete Tronos
Essenciais que formam a Coroa Divina Regente do nosso planeta. Na Umbanda, ele projeta a Linha
da Evolução, que é regida por Obaluayê (Orixá Masculino e Universal) e Nanã (Orixá Feminino e
Cósmico).
Obaluayê e Nanã são Orixás que cuidam das passagens dos estágios evolutivos de todos os seres e
elementos. Dão a sustentação energética Divina para que alcancemos o próximo passo do caminho
evolutivo, para a subida dos degraus do caminho da evolução. Eles nos encaminham para dar o
passo à frente e deixar para trás o que não serve mais para a nossa vida, despertando em nosso
íntimo o desapego, a perseverança, a humildade, a paciência, a sabedoria adquirida com a
experiência etc. Por isso, Obaluayê e Nanã regem o Mistério Ancião, dentro do qual trabalham os
Pretos Velhos. O Mistério Ancião também está ligado aos Orixás Oxalá e Oyá-Tempo, envolvendo
as noções de Espaço-Tempo. Este Mistério de Deus está voltado para a estrutura daqueles que se
manifestam como “Velhinhos”- trazendo Sabedoria, Paciência, Experiência, Vivência, ausência de
ansiedade diante do tempo e tudo o que representa a libertação pelo conhecimento verdadeiro, um
conhecimento adquirido e posto na prática, trazendo a Sabedoria. O “Velho” (curvado, com o
caminhar lento etc.) é o arquétipo daquele que passou pelas eras e se estabilizou no tempo,
carregando Conhecimento e Sabedoria. O “Velho” é aquele que nos faz acreditar, que nos emociona
e que nos convence porque toca lá dentro da nossa alma. Quem nunca se emocionou diante da
Simplicidade, da Humildade e do extremado Amor de um Preto Velho? Quantas vezes “o olhar” de
um Preto Velho transformou vidas, trouxe esperança, abrandou corações? Os Pretos Velhos
carregam justamente o magnetismo da Sabedoria, da Humildade e da Bondade, com o poder
transformador das Energias que lhes são características e que provêm das Irradiações do Sagrado
Trono da Evolução.
Evoluir é sair de um nível de consciência e alcançar outro, alcançar outra realidade. Evoluir é fazer
uma passagem de uma condição para outra condição melhor. Obaluayê é o Orixá que nos ajuda a
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fazer a passagem, já que passagem é aqui sinônimo de evolução. O maior simbolismo de passagem
é o desencarne, a passagem do mundo material para o mundo espiritual. Logo, o campo santo ou
cemitério é um lugar sagrado, é o sítio sagrado de Obaluayê, assim como de Nanã Buroquê e de
Omolu. O cemitério é “a casa de Obaluayê”, para onde todos nós iremos um dia. Precisamos
aprender a enxergar o cemitério como lugar sagrado, aprender a ver a Presença de Deus e de
Obaluayê naquele lugar sagrado que está destinado a receber nossos restos mortais, afastando
idéias de medo e temor, que não se justificam mais nos tempos de agora.
Os pontos de força de Pai Obaluayê são o cemitério (a calunga pequena) e a beira  mar, este
chamado também de calunga grande (porque nele eram jogados os corpos dos escravos mortos nas
viagens forçadas da África para o Novo Mundo). No processo da reencarnação, é também marcante
a Presença de Pai Obaluayê e de Mãe Nanã. A reencarnação é a passagem do ser do plano
espiritual para a realidade material.
O Mistério Obaluayê reduz o corpo plasmático do espírito ao tamanho do corpo carnal alojado no
útero materno. Nesta redução, o espírito assume todas as características e feições do seu novo
corpo carnal, já formado. O Divino Pai Obaluayê estabelece o cordão energético que une o espírito
ao corpo (feto). E Mãe Nanã decanta o mental dos espíritos que irão reencarnar, apagando a
memória das suas encarnações anteriores, para que possam recomeçar de forma proveitosa.
Obaluayê é associado à Sabedoria, à Maturidade e à Ponderação, bem como aos planetas Saturno
e Júpiter. Seu número é o quatro, que representa: o mundo material; os 4 pontos cardeais; os 4
elementos; o Alto/Embaixo/Direita/Esquerda; o quadrado. Simboliza a concretização do Divino no
plano material. Seu primeiro elemento é a terra e o 2º elemento é a água.
Obaluayê e Nanã são Orixás que atuam magneticamente nos elementos terra e água. Obaluayê é
ativo no elemento terra e passivo no elemento água. É um Orixá terra/água. Inversamente, e como
seu par complementar, Mãe Nanã é ativa no elemento água e passiva no elemento terra. Ela é um
Orixá água/terra.
Características dos filhos de Obaluayê: No positivo, os filhos de Obaluayê são cordiais, corteses,
falantes, criativos, elegantes e generosos. Apreciam a boa mesa, as bebidas suaves, as festas, as
roupas elegantes, as viagens e reuniões animadas e companhias interessantes. Gostam de ser o
centro das atenções. Não apreciam a monotonia, o silêncio, a solidão, as companhias tolas ou
inconseqüentes e o trabalho repetitivo ou em ambientes fechados. Os filhos de Obaluayê são
pessoas que ocultam sua individualidade sob uma máscara de austeridade. Apresentam pouco
brilho em seus rostos e um semblante sério, com raros momentos de descontração. Parecem
carregar todo o sofrimento do mundo. Adoram fazer caridade e aliviar o sofrimento das pessoas. São
capazes de se consagrar ao bem-estar dos outros, fazendo completa abstração de seus próprios
interesses e necessidades. Por isso, têm muita afinidade com profissões ligadas à área da saúde.
Têm dificuldade em se relacionar, pois são muito fechados e de pouca conversa.
Geralmente apaixonam-se por pessoas totalmente diferentes de si próprias, isto é, por figuras
extrovertidas e sensuais. Gostam de ver o ser amado brilhar, embora sintam uma espécie de inveja
do seu jeito extrovertido, coisa que para eles é difícil. Os filhos de Obaluayê são irônicos, secos e
diretos. Não são de levar desaforos para casa e nem de falar pelas costas. Odeiam fofocas e
vulgaridades do gênero. A solidão é muito peculiar a essas pessoas, devido à sua própria
personalidade. São pessoas firmes e decididas, que lutam para conseguir seus objetivos. Muito
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independentes, têm a necessidade de crescer por suas próprias forças e recursos. Não costumam
sentir medo da morte, pois têm a convicção íntima de que ela é apenas uma renovação.
Uma característica negativa que pode aparecer nos filhos de Obaluayê é o masoquismo: não se
sentem satisfeitos quando a vida corre tranquila, precisam mostrar seu sofrimento e às vezes
exageram nesse tipo de comportamento. Podem atingir situações materiais invejáveis e, um belo dia,
rejeitar todas essas vantagens em virtude de escrúpulos imaginários.
Oferenda: Velas brancas e violetas e ou bicolores branco/preto; vinho rosê licoroso, água potável,
água de coco, mel; uma porção de pipocas estouradas na areia ou em azeite de oliva virgem; coco
seco fatiado e coberto com mel e pipocas; rosas, margaridas e crisântemos brancos ou de cor lilás.
Montagem: Cobrir o solo com as pipocas, no formato de uma cruz, e sobre ela dispor o coco fatiado
coberto com mel e pipocas. Em torno, despejar os líquidos. Circular com as flores. Firmar as velas,
fechando com elas toda a oferenda. Local da oferenda: No cruzeiro do cemitério, à beira-mar ou à
beira de um lago.
Quando oferendar: Em toda situação na qual precisemos superar uma grande dificuldade, para
alcançar uma condição melhor. Exemplos: para atravessar uma doença de difícil tratamento; para
obter a cura de males físicos e morais; para enfrentar e superar vícios; para superar pensamentos,
sentimentos e emoções negativos que se repetem; para recuperar autoestima e autoconfiança; para
superar qualquer atuação negativa que esteja nos atingindo (magias negativas, projeções mentais
negativas etc.). Pedir ao Divino Obaluayê que nos dê sabedoria, paciência e tranquilidade para
enfrentar e superar aquela condição negativa e assim alcançarmos um estágio mais favorável,
evoluindo até chegar à cura. A cura é sempre um processo interno, pois depende primeiro que o
indivíduo se disponha intimamente a modificar suas reações aos problemas externos, para então
conseguir superá-los definitivamente.
Cozinha ritualística: 1- Arroz branco ligeiramente cozido e coberto com pipocas feitas no azeite de
oliva. Cobrir o arroz com a pipoca. Enfeitar com fatias de pão integral (ou de pão preto) regadas com
azeite de oliva, cuidadosamente cortadas em forma de cruz. 2-Milho de pipoca estourado numa
panela com areia. Depois de peneirar a areia, essa pipoca é colocada num alguidar ou tigela (de
louça branca ou de barro) e enfeitada com uma bisteca de porco passada no dendê e com
pedacinhos de coco. Também se usa colocar apenas tirinhas de coco sobre a pipoca. 3-Costela de
porco com fava branca: Cozinhar ligeiramente meio quilo de costela de porco. Refogar no dendê,
com 1 cebola roxa picadinha, e reservar. Em separado, cozinhar por alguns minutos meio quilo de
fava branca e escorrer a água. Aquecer um pouquinho de azeite de dendê e nele passar
ligeiramente a fava. Colocar a fava numa vasilha de louça branca ou então num alguidar forrado com
folhas de taioba ou folhas de mostarda. Sobre a fava, colocar a costela de porco. 4- Purê de
mandioca com feijão preto: Cozinhar a mandioca, amassar e preparar o purê: refogar no azeite de
oliva 1 cebola picada (branca ou roxa), colocar a mandioca, uma pitada de sal e um pouco de leite,
mexendo até dar o ponto. Em separado, cozinhar ligeiramente o feijão preto e escorrer a água.
Refogar em azeite de oliva com cebola picada e uma pitada de sal. Forrar uma louça branca ou um
alguidar com folhas frescas de sálvia e por cima colocar: na metade do vasilhame, o purê de
mandioca; na outra metade, o feijão. (Fica um prato “branco e preto”.) 5- Estourar pipocas no azeite
de oliva consagrado e com elas formar quatro fios de pipoca (enfiando-as em pedaços de linha
branca ou violeta). Dispor os fios de pipoca em forma de cruz e rodear com crisântemos brancos.
Aspergir água de coco em torno (colocar um pouco de água de coco na boca e ir “soprando”, para
que ela vá caindo em volta da cruz).
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Caboclos de Obaluayê: Caboclo Beira-Mar (regência de Yemanjá e Obaluayê), Caboclo Guiné


(Oxóssi/Obaluayê), Caboclo Arruda (Oxóssi/Obaluayê). Também os Caboclos Velhos ou Pajés
Curadores: Caboclo Pena Branca Velho (Oxalá/Obaluayê), Caboclo Tupinambá Velho
(Oxalá/Obaluayê) etc.
Exus de Obaluayê: Exu das Almas, Exu Caveira (Omulu/Obaluayê), Exu Bananeira, Exu Molambo,
Exu Porteira, Exu Sete Porteiras, Exu do Lodo (de Obaluayê,Yemanjá e Nanã).

TRONO Masculino da Evolução: Fator Transmutador (Fator Puro) e Evolucionista (Fator Misto)
Elemento: Terra (1º. Elemento) e água (2º. Elemento). Polariza com Nanã. Cor Branco, violeta,
prateado, bicolor branco/preto. Fio de Contas: Contas brancas e pretas; ou de contas brancas com
listras pretas; ou de contas brancas e vermelhas entremeadas de búzios. Ferramentas: O xaxará
(espécie de vassoura de fios de palha da costa e enfeitada com búzios); o manto e o capuz de palha
da costa. Símbolos: O cruzeiro; a cruz; o octógono (a “cruz” de oito braços, cujo desenho lembra um
asterisco); a palha da costa. Ponto na Natureza: O cemitério (a calunga pequena) e o mar (a calunga
grande). Flores: Crisântemos (de cor branca e ou lilás), violetas, flores do campo e margaridas.
Essências: Alecrim, guiñé. Pedras: Turmalina negra, basalto. Dia indicado para a consagração da
pedra: 2ª feira- Hora indicada: 11 horas.
A Turmalina Negra transforma campos magnéticos negativos em positivos. Em nosso corpo, temos:
do lado esquerdo, íons negativos (carga negativa eletromagnética, o que não significa “negativo de
ruim”), é o nosso lado Yin ou receptivo (por onde recebemos influências do Universo). Se tivermos
excesso desses íons negativos, sentiremos o corpo pesado e para ter equilíbrio podemos usar uma
turmalina negra, pois ela absorve o excesso de íons negativos e os transforma em íons positivos,
equilibrando-nos. Do lado direito do nosso corpo temos cargas positivas ou íons positivos, é nosso
lado Yang ou ativo. Um excesso de íons positivos faz a pessoa ficar “fora do ar”. E a turmalina preta
também traz equilíbrio, absorvendo o excesso de íons positivos e transformando-os em íons
negativos, equilibrando nossa carga eletromagnética. A turmalina preta também ajuda a tirar dores e
inchaços (no joelho, por exemplo), retirando o excesso de íons que ali se localizou. Fonte: Angélica
Lisanty.
Metal e Minérios: Minério - Cassiterita- Dia indicado para a consagração: sábado- Hora indicada: 11
horas. Metal: Chumbo. Chakra: Esplênico (na altura do baço). Glândula relacionada: Pâncreas, que
desempenha um papel importante na digestão dos alimentos e na secreção de insulina pelo
organismo. Saúde: Abdomem, estômago, fígado, parte inferior das costas, sistema digestivo, sistema
nervoso central, bílis e bexiga. Planeta: Saturno e Júpiter. Dia da Semana: Sábado (Umbanda)
Segunda Feira (Candomblé). Saudação: Salve nosso Pai Obaluayê! Resposta: - Atotô, Obaluayê!
(Significa: Silêncio, o Velho e Sábio chegou e deve-se fazer silêncio diante d’Ele). Bebida: Vinho rosê
licoroso, água potável ou mineral, água de coco, suco de laranja lima (também conhecida como
serra d’água, é uma laranja bem docinha), café, café com aguardente, café com canela. Animais:
Cachorro. Comidas: Pipocas, fruta do conde, abacaxi, uva preta, coco seco, ameixa escura,
amendoim, café, carambola, mandioca, amendoim, milho verde, laranja lima (ou serra d’água).
Números:04. Data Comemorativa: 16 de agosto. Sincretismo: São Roque, celebrado em 16 de
agosto. Também sincretiza com São Lázaro, este festejado em 17 de dezembro.
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Incompatibilidades: No Culto de Nação e no Candomblé os fiéis respeitam algumas “quizilas” ou


incompatibilidades em relação a Obaluayê: carne de carneiro; peixe de água doce e de pele lisa;
caranguejo; banana-prata; jacas; melões; abóboras e frutos de plantas trepadeiras; o agbalín
(antílope); a galinha de angola (sonu); e um peixe chamado sosogulo, cujas espinhas são
atravessadas. As oferendas indicadas são os cabritos, galos, feijão e inhame, além da tradicional
pipoca (doburu ou deburu).

Mãe Nanã Buruquê-Trono Feminino da Evolução:


A orixá Nanã rege sobre a maturidade e seu campo preferencial de atuação é o racional dos seres.
Atua decantando os seres emocionados e preparando-os para uma nova “vida”, já mais equilibrada.
A orixá Nanã Buruquê rege uma dimensão formada por dois elementos, que são: terra e água. Ela é
de natureza cósmica pois seu campo preferencial de atuação é o emocional dos seres que, quando
recebem suas irradiações, aquietam-se, chegando até a terem suas evoluções paralisadas. E assim
permanecem até que tenham passado por uma decantação completa de seus vícios e desequilíbrios
mentais. Nanã forma com Obaluaiê a sexta linha de Umbanda, que é a linha da Evolução. E
enquanto ele atua na passagem do plano espiritual para o material (encarnação), ela atua na
decantação emocional e no adormecimento do espírito que irá encarnar. Saibam que os orixás Obá
e Omulú são regidos por magnetismos “terra pura”, enquanto Nanã e Obaluaiê são regidos por
magnetismos mistos “terra-água”. Obaluaiê absorve essência telúrica e irradia energia elemental
telúrica, mas também absorve energia elemental aquática, fraciona-a em essência aquática e a
mistura à sua irradiação elemental telúrica, que se torna “úmida”. Já Nanã, atua de forma inversa:
seu magnetismo absorve essência aquática e a irradia como energia elemental aquática; absorve o
elemento terra e, após fracioná-lo em essência, irradia-o junto com sua energia aquática.
Estes dois orixás são únicos, pois atuam em pólos opostos de uma mesma linha de forças e, com
processos inversos, regem a evolução dos seres. Enquanto Nanã decanta e adormece o espírito que
irá reencarnar, Obaluaiê o envolve em uma irradiação especial, que reduz o corpo energético, já
adormecido, até o tamanho do feto já formado dentro do útero materno onde está sendo gerado.
Este mistério divino que reduz o espírito ao tamanho do corpo carnal, ao qual já está ligado desde
que ocorreu a fecundação do óvulo pelo sêmen, é regido por nosso amado pai Obaluaiê, que é o
“Senhor das Passagens” de um plano para outro. Já nossa amada mãe Nanã, envolve o espírito que
irá reencarnar em uma irradiação única, que dilui todos os acúmulos energéticos, assim como
adormece sua memória, preparando-o para uma nova vida na carne, onde não se lembrará de nada
do que já vivenciou. É por isso que Nanã é associada à senilidade, à velhice, que é quando a pessoa
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começa a se esquecer de muitas coisas que vivenciou na sua vida carnal. Portanto, um dos campos
de atuação de Nanã é a “memória” dos seres. E, se Oxóssi aguça o raciocínio, ela adormece os
conhecimentos do espírito para que eles não interfiram com o destino traçado para toda uma
encarnação.
Em outra linha da vida, ela é encontrada na menopausa. No inicio desta linha está Oxum
estimulando a sexualidade feminina; no meio está Yemanjá, estimulando a maternidade; e no fim
está Nanã, paralisando tanto a sexualidade quanto a geração de filhos. Nas “linhas da vida”,
encontramos os orixás atuando através dos sentidos e das energias. E cada um rege uma etapa da
vida dos seres. Logo, quem quiser ser categórico sobre um orixá, tome cuidado com o que afirmar,
porque onde um de seus aspectos se mostra, outros estão ocultos. E o que está visível nem sempre
é o principal aspecto em uma linha da vida. Saibam que Nanã em seus aspectos positivos forma
pares com todos os outros treze orixás, mas sem nunca perder suas qualidades “água-terra”. Já em
seus aspectos negativos, bem, como a Umbanda não lida com eles, que os comente quem lidar,
certo?
Divindades: Nanã Buruquê. Linha: Telúrica. Pedra: Rubelita, ametista. Irradiação: Evolução.
Vela/Cor: Lilás, prata. Sincretismo: Sant´ Ana. Saudação: Salubá Nanã!. Ponto de Força: Lagoa e
Mangues. Oferendas/Rituais: Mãe Nanã: Velas lilá, branca, prata, melancia, melão, ameixa, ameixa
em calda, jabuticaba, figo, champanhe rose, vinho licoroso rose, flor do campo lilás, colônia branca e
lilás, quaresmeira, violeta, azaléia, hortênsia. Pode oferendá-la num lago ou mangue.
NANà– oferendamos Nanã para solicitar que Ela decante nossos sentimentos e lembranças
negativas, que nos ajude a esquecer as mágoas, o rancor, a dor, etc. A Ela pedimos maturidade e
mobilidade para viver em harmonia e com sabedoria
Ervas de Mãe Nanã Buruquê: Ervas Quentes(Descarrego):Cipó suma,pinhão roxo,chorão e peregun
roxo. Verbos atuantes nas ervas quentes:afogar,decantar,alagar. Ervas
Mornas(Equilibradoras):Alafavaca,alfazema,assa peixe,bardana folhas,camomila flor,cana do
brejo,capim rosário,confrei,erva de santa maria/mentruz,hibisco flor,mulungu casca/raiz,noz
moscada,sete sangrias,trapoeraba. Verbos atuantes nas ervas equlibradoras:
apaziguar,regenerar,renovar,converter,amadurecer,...
Nanã é a Divindade que está assentada no pólo negativo (ou absorvedor) da Linha da Evolução, que
é a sexta Linha de Umbanda, na qual polariza com Pai Obaluayê. Seu campo preferencial de
atuação é o emocional dos seres desequilibrados que, ao receberem suas Irradiações, se aquietam;
e podem ter suas evoluções paralisadas, se necessário, até passarem por uma decantação completa
de seus vícios e desequilíbrios mentais. As Irradiações de Mãe Nanã contêm duas Qualidades
Divinas que nos induzem a evoluir: a maleabilidade e a decantação. Através delas, Nanã transmuta
as energias negativas e paralisantes geradas por conceitos negativos e errôneos que os seres
desenvolvem a respeito das coisas Divinas (sentimentos, pensamentos, emoções, atos etc.), de
modo a reequilibrá-los e então reconduzi-los a um caminho de evolução. Nanã manifesta essas duas
Qualidades ao mesmo tempo e por isso dizemos que é um Orixá Cósmico dual.
A primeira Qualidade de Nanã (maleabilidade) vai desfazendo o que está paralisado ou petrificado
nos seres, dando-lhes maleabilidade. Quanto o ser estaciona num padrão vibratório negativo
(pensamentos, sentimentos, crenças e emoções), insistindo em condutas igualmente negativas, ele
se petrifica, fica impermeável às sugestões do Bem. Neste caso, ele será atraído para o campo de
Mãe Nanã, para readquirir maleabilidade. E a segunda Qualidade de Mãe Nanã (decantação) vai
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decantando os seres dos seus vícios, desequilíbrios e negativismos, fazendo uma espécie de
filtragem dessas energias desequilibradas.
Isso acontece porque Ela é um Orixá “água-terra”. O seu primeiro elemento de atuação é a água e o
segundo é a terra. O elemento água dá maleabilidade ao que estava endurecido (“amolece”, torna
permeável, permite adquirir e absorver outros valores). Então, a terra se junta à água, formando “um
barro” que absorve os negativismos decantados. Isto gera condições para dar estabilidade àquilo
que ficou de positivo após a decantação. E uma vez que “o positivo” foi estabilizado no ser, ele
poderá recomeçar sua evolução.
Mãe Nanã atua por atração magnética sobre os seres cuja evolução está paralisada e cujo
emocional está desequilibrado. Ela os atrai magneticamente, para operar o processo de: a) dar
maleabilidade àqueles seres- quebrando seus vícios e desfazendo suas resistências e
negatividades; também “amolecendo” e dissolvendo os medos ou bloqueios inexplicáveis, de fundo
inconsciente, e as memórias traumáticas do ser; b) decantar todo esse negativismo- que vai se
soltando, e vai se depositar no fundo “do barro” (encontro dos elementos água e terra, que
constituem Seus domínios); c) e, finalmente, dar estabilidade ao que ficou de positivo em todo este
processo, para que o ser retome sua evolução de forma equilibrada, aqui o entregando aos domínios
de Obaluayê.
Em todas as situações, temos duas opções básicas: a) decidir trilhar o caminho do Bem, respeitando
a Ordem Divina; caso em que os Orixás Universais (irradiantes, positivos) irão “nos puxar para cima”,
potencializando os pontos fortes que já desenvolvemos e, através deles, nos ajudando a evoluir e
vencer nossas dificuldades. Neste caso, os Orixás Cósmicos nos darão amparo também,
protegendo-nos de ataques externos, magias negativas etc., uma vez que são os pares
complementares dos Universais; b) ou estacionar num caminho negativo; caso em que os Orixás
Cósmicos (absorvedores, negativos) irão nos atrair diretamente para os seus campos absorvedores
de atuação, ali esgotando nosso negativismo, até recuperarmos o equilíbrio e voltarmos ao amparo
dos Universais.
Isso explica as diferentes atuações de Pai Obaluayê (Universal) e de Mãe Nanã (Cósmica), que se
complementam, na Linha da Evolução. Nanã faz com que os seres retomem sua evolução,
decantando-os de todo o negativismo, afixando-os no seu “barro” (água + terra) e deixando-os
prontos para a atuação de Obaluayê, que os irá remodelar e estabilizar, para colocá-los novamente
em movimento numa senda evolutiva. A Energia de Nanã é Decantadora por excelência. Seu Fator
Puro é o Decantador, que nos faz evoluir. Então, o outro Fator de Nanã é o Evolutivo (Fator Misto).
Os lagos, mangues e os grandes rios que correm tranquilamente são Pontos de Força de Mãe Nanã.
Vamos pensar num lago. Um lago tem a superfície calma, de águas tranquilas, que parecem estar
paradas. Mas ele puxa para o fundo qualquer coisa que nele seja atirada, ele decanta
silenciosamente. Assim é a Energia de Nanã, a Mais Velha das Mães das Águas. Diferente de Mãe
Oxum, simbolizada pelas cachoeiras, que são rápidas e representam a Energia da Mãe Jovem.
Diferente também de Yemanjá, a Grande Mãe, simbolizada pela imensidão do mar. Todas Elas lidam
com as nossas emoções, porque a água está relacionada ao emocional. E Nanã representa a
calmaria, a decantação das nossas emoções e sentimentos; motivo pelo qual Ela também pode nos
curar, já que muitas doenças têm forte cunho emocional (raiva, inquietação, impaciência, ansiedade,
nervosismo, ciúme, inveja etc.). Decantando nossos vícios e desequilíbrios emocionais e mentais,
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Nanã nos acalma e nos transforma. Transformados interiormente, entramos no caminho da cura. Em
outras palavras: evoluímos.
Como portadora dessas Qualidades, Nanã também é o Mistério de DEUS que atua sobre o espírito
que vai reencarnar. No processo da reencarnação, o Orixá Nanã dilui todos os acúmulos energéticos
daquele ser e decanta todos os seus sentimentos, mágoas e conceitos. Em consequência, Ela
adormece (“apaga”) a memória daquele espírito. E quando o espírito adormece em sua memória,
entra a atuação de Pai Obaluayê, que é o Regente desse Mistério, para reduzi-lo ao tamanho do feto
que está no útero da mãe, aonde o espírito irá se alojar para renascer; e, ao renascer, não se
lembrará de nada do que vivenciou anteriormente.
Portanto, um dos campos de atuação de Nanã é a “memória” dos seres. E, se Oxóssi aguça o
raciocínio, Ela adormece os conhecimentos do espírito, para que não interfiram com o destino
traçado para a sua nova encarnação. É por isso que Nanã é associada à senilidade, à velhice,
período no qual a pessoa começa a se esquecer de coisas que vivenciou na atual encarnação. Mãe
Nanã rege também sobre a maturidade. Em outra linha da vida, encontramos sua atuação na
menopausa. No inicio desta linha está Oxum, estimulando a sexualidade feminina; no meio está
Yemanjá, estimulando a maternidade; e no fim está Nanã, paralisando tanto a sexualidade quanto a
geração de filhos. Mas esta paralisação nada tem de negativo, pois faz parte do processo natural da
vida e ainda facilita a canalização daquelas energias (antes concentradas na função procriadora)
para outros campos e horizontes.
Nanã, em seus aspectos positivos, forma pares com os outros treze Orixás, sem nunca perder suas
qualidades “água-terra”. Ela favorece a Evolução em todos os Sentidos da vida. Nanã é “a mais
velha das Mães”, é nosso aconchego, é a experiência, a sabedoria, a paciência, é nossa Divina
“Avozinha”. Daí o seu sincretismo com Nossa Senhora de Santana, a santa católica que foi a avó de
Jesus. Mãe Nanã é associada aos planetas Saturno e Vênus e também aos números 06 e 13.
Características dos filhos de Nanã: No positivo, os filhos de Nanã são pessoas extremamente
calmas. No modo de agir, e até fisicamente, aparentam mais idade. São lentas no cumprimento das
suas tarefas, parecem ter a eternidade à sua frente. Agem com benevolência, dignidade e gentileza.
Gostam de crianças e as educam com excesso de doçura e mansidão, assim como fazem as avós.
São bondosos, decididos, simpáticos, mas principalmente respeitáveis. Agem com segurança e
majestade. Suas reações bem equilibradas e a pertinência das suas decisões mantêm-nas sempre
no caminho da sabedoria e da justiça. O tipo psicológico dos filhos de Nanã é introvertido e calmo,
temperamento severo e austero. Podem até ser um tanto rabugentos, motivo pelo qual às vezes são
mais temidos do que amados. As pessoas que têm Nanã como Orixá de cabeça podem lembrar
principalmente a figura da avó: carinhosa, às vezes até em excesso; levam o conceito de mãe ao
exagero. Mas também podem ser ranzinzas e preocupadas com detalhes, inclinando-se a censurar
os outros. Não têm muito senso de humor e tendem a valorizar demais pequenos incidentes e a
transformar pequenos problemas em grandes dramas. Ao mesmo tempo, têm uma grande
capacidade de compreensão do ser humano, como se fossem muito mais velhas. Por isso, têm uma
habilidade natural para perdoar aos que erram e para consolar quem está sofrendo. Voltados para a
comunidade, sempre tentam realizar as vontades e necessidades dos outros. Porém, exigem a
atenção e o respeito que julgam devidos, quando não os recebem das pessoas à sua volta.
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Os filhos de Nanã são um pouco mais conservadores do que o restante da sociedade. Parecem
desejar um mundo previsível, estável ou até voltado para trás; reclamam dos novos costumes, da
nova moralidade etc. Muito compenetrados e responsáveis, não conseguem entender como algumas
pessoas cometem enganos triviais ou como adotam comportamentos e atitudes que lhes parecem
evidentemente inadequados. Assim, têm dificuldade em compreender direito as opiniões alheias e
em aceitar que nem todos pensem como eles.
No negativo, os filhos de Nanã podem ser teimosos e ranzinzas, daquelas pessoas que adiam muito
uma decisão, ou que guardam por longo tempo um rancor. Podem apresentar precocemente
problemas de idade, como a tendência a viver no passado, de recordações. Fisicamente, tendem a
apresentar infecções reumáticas e problemas nas articulações em geral. A filha de Nanã pode ter
uma aparência que, no seu modo de pensar, não tem maiores atrativos. Isso tende a fazê-la sentir
medo de amar, de ser abandonada e sofrer, por não confiar na própria sexualidade; então, irá
dedicar sua vida ao trabalho, à vocação, à ambição social.
Oferenda: Velas brancas, lilases e cor-de-rosa; champanhe rosado; calda de ameixa ou de figo; soda
limonada; melancia, uva, figo, ameixa e melão; folha de bananeira para forrar o solo. Lavar e secar a
folha de bananeira. Umedecer um tufo de algodão em azeite de oliva (de preferência, já consagrado)
e untar a folha de bananeira já limpa. Dispor as frutas no centro da folha. Circular com as bebidas,
despejando-as diretamente no solo. Firmar as velas rodeando toda a oferenda. Local para a
oferenda: À beira de um lago ou mangue.
Quando oferendar: Para aprender a agir com paciência, sabedoria e perseverança diante de
obstáculos; para a cura de males físicos, morais e espirituais; para superar vícios e padrões
negativos de sentimentos, pensamentos e emoções; para vencer bloqueios internos (fobias, medos
injustificáveis); para superar lembranças traumáticas ligadas a experiências da encarnação atual;
para nos desapegarmos do passado (em todos os sentidos e aspectos), a fim de nos situarmos no
presente, aceitando a vida como ela se apresenta no momento, mas sempre trabalhando por
melhorar aquilo que podemos melhorar (interna e externamente). Em pedidos de proteção para a
família, os filhos, as crianças em geral, as gestações difíceis e os partos. Em todas as situações em
que nos deparamos com dificuldades para seguir um caminho de evolução.
Cozinha ritualística: 1-Feijão preto com purê de batata doce roxa: Cozinhar por uns 15 minutos o
feijão e escorrer a água, para então refogá-lo em dendê e cebola roxa picada. Reservar. Em
separado, cozinhar a batata doce, amassar e fazer o purê, adicionando um pouco de leite de coco e
de mel. Colocar o feijão num alguidar forrado com folhas de bananeira (ou de taioba ou de
mostarda). Em volta, colocar o purê e decorar com tirinhas de coco. 2-Quirela: Meio quilo de quirela
branca (milho quebradinho) cozida. Escorrer a água. Refogar no azeite de oliva 1 cebola roxa e, em
seguida, juntar a quirela. Colocar num prato ou num alguidar forrado com folhas de mostarda ou de
taioba. Cobrir com coco ralado e flores de cor lilás. 3-Canjica branca cozida em leite de coco e
açúcar (mugunzá). Oferendar sobre folha de bananeira regada com mel. Polvilhar a canjica com
canela (ou colocar sobre ela pedacinhos de canela, se não quiser usar canela em pó). Enfeitar com
coco ralado, uvas brancas e uvas escuras. 4-Arroz branco com folhas de taioba (ou de mostarda ou
de espinafre). Passar muito rapidamente a verdura em azeite de oliva e uma pitada de sal. Desligar o
fogo e tampar a panela. Em separado, cozinhar um pouco de arroz branco e colocar num alguidar
forrado com folhas de beterraba. Deixar um buraco no meio do arroz e ali colocar a verdura. Enfeitar
com beterraba cortada em fatias finas (rodeando a borda do alguidar).
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5-Berinjela com inhame- Cortar a berinjela em quatro, na vertical, e aferventar. Em separado,


cozinhar ligeiramente um inhame cortado em rodelas e com a casca. Cozinhar tudo apenas em
água. Colocar num alguidar forrado com folhas de berinjela e regar com mel. 6-Sarapatel- Lavar bem
os miúdos de porco e depois passá-los em água e limão. Cortar em pedaços pequenos e temperar
com coentro, louro, cravos da índia, caldo de limão e sal. Cozinhar. Quando estiver macio, juntar
sangue de porco e ferver. Servir num alguidar, sobre uma porção de arroz branco. Polvilhar com
farinha de mandioca e azeite de oliva. 7-Paçoca de amendoim- Amendoins torrados e moídos,
misturados com farinha de mandioca crua, açúcar e uma pitada de sal. Colocar num alguidar forrado
com folhas de bananeira (ou outra erva de Nanã). 8-Aberum- Milho torrado e pilado ou moído, do
qual se faz um fubá, acrescentando-se açúcar ou mel. Colocar sobre folha de bananeira untada com
azeite de oliva
Alguns Caboclos de Nanã: Caboclo Terra Roxa (de Omolu e Nanã), Caboclo dos Lagos, Caboclo
Pedra Roxa (Oxalá/Nanã), Caboclo do Mangue, Caboclo Arco-Íris (todos os Orixás), Caboclo da
Lagoa, Caboclo 7 Lagoas (de Oxalá e Nanã), Caboclo 7 Lagos (Oxalá/Nanã).
Alguns Exus de Nanã: Exu do Lodo (de Obaluayê, Iemanjá e Nanã), Exu 7 Lagoas (Oxalá/Nanã),
Exu do Lago, Exu do Poço, Exu Terra Roxa (de Omolu e Nanã), Exu da Pedra Roxa (Oxalá e Nanã),
Exu dos 7 Lagos (de Oxalá e Nanã).

TRONO Feminino da Evolução: Linha Evolução (6ª Linha de Umbanda). Fatores Decantador (Fator
Puro) e Evolucionista (Fator Misto). O Fator Decantador tem por função decantar as energias
emitidas pelos outros Fatores, ou mesmo decantá-los de um lugar onde estão concentrados e
recolhê-los em si mesmos, anulando-os. O Fator Evolucionista ou Evolutivo tem por função criar as
condições para a evolução dos seres.
Sentido/Essência: Evolução/Decantação/Transmutação. Elemento: Primeiro elemento: água.
Segundo elemento: terra. Polariza com Obaluayê Cor: Lilás (voltada para o Sentido da Evolução,
tem a função de trazer carinho, ternura, maturidade etc.). também o roxo e o rosa. Fio de Contas:
Contas, firmas e miçangas de cristal lilás; ou de contas de porcelana branca com listras roxas.
Ferramentas: Bastão ou cajado curvo feito de hastes da folha da palmeira de dendê (o Ibirí).
Símbolos: 1-A cruz. 2-Alua minguante. 3-O ibirí- um cajado feito da fibra central da folha da palmeira
de dendê. Dizem que esse cajado nasceu junto com Nanã, na sua placenta. Representa a multidão
de eguns, que são seus filhos na terra dos homens; e Nanã o carrega como se mimasse uma
criança. 4-Os búzios- que simbolizam a morte (por estarem vazios), mas também a fecundidade
(porque lembram os órgãos genitais femininos). De búzios são feitos os colares chamados brajás,
dois a dois, que seus filhos usam cruzados no peito. 5-O grão- símbolo que melhor sintetiza Nanã,
pois todo grão tem de morrer para germinar. Na tradição africana, Nanã é o Orixá que assegura uma
vida saudável e com bastante força àqueles que a respeitam; pode ajudar as mães numa gestação
difícil; mas sua principal função é garantir o grão e “o pão” de cada dia a todos que fazem por
merecer. 6-Um coração com uma cruz dentro- símbolo usado mais modernamente e que representa
o Amor e o Mistério da Cruz atuando para a nossa Evolução. É uma alusão também à Qualidade de
Nanã como a Divina “Vovó” que é sábia, experiente e severa, porém amorosa, ao nos encaminhar
para a evolução.
Ponto de força na Natureza: Lagos, águas profundas, mangues, pântanos, cemitério. Flores:
Crisântemo branco e lilás; campânula; trapoeraba; manacá da serra; hibisco; violetas; flores do
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campo de cor lilás; lírio; orquídea; narciso; begônias. Essências: Guiné; noz moscada; camomila;
cravo. Pedras: Ametista, fluorita lilás, rubelita, sugilita. Dia indicado para a consagração: 4ª feira.
Hora indicada: 19 horas. Metal e Minérios: Metal: Latão ou Níquel. Minério: Prata. Dia indicado para
consagrar: 2ª feira. Hora indicada: 18 horas. Chakra: Esplênico (na altura do baço). Glândula
relacionada: Pâncreas, que desempenha um papel importante na digestão dos alimentos e na
secreção de insulina pelo organismo. Saúde: Abdomem, estômago, fígado, parte inferior das costas,
sistema digestivo, sistema nervoso central, bílis e bexiga. Portais de cura (cf. Adriano Camargo):
Folhas de chorão, agulhas antigas, água mineral ou de rio; velas lilases. Dia da Semana: A 6ª feira é
usualmente o dia consagrado a Nanã (regência de Vênus, planeta ao qual é associada, e que inspira
o amor, a paciência, a calma, o cuidado com a família e os filhos). Também lhe são dedicados: a 2ª
feira (regência da Lua, ligada à água, que é o principal elemento deste Orixá); e ainda o sábado
(regência de Saturno, ao qual Ela também se relaciona, e que está ligado à terra, que é o segundo
elemento de Mãe Nanã). Planeta: Saturno e Vênus. Saudação: Salve nossa Mãe Nanã! Resposta:
“Saluba, Nanã!” (Diz-se que é o equivalente a “Salve!”. No Candomblé, porém, esta saudação tem
este significado: “Com Nanã, nos refugiaremos da morte”.) Bebida: Champanhe rosado; água
mineral, de rio ou de lago; calda de figo e de ameixa escura; limonada; suco de laranja lima (ou serra
d’água); sumo de guiné (macerar guiné em água mineral ou em água de rio ou de lago, e depois
coar). Animais: Galinha branca; pata branca; cabra branca; rã. Comidas: Laranja lima, figo, ameixa,
melancia, uva escura, melão, limão, fruta do conde, coco seco, banana da terra, frutas aquosas em
geral, mandioca, inhame, batata doce de casca roxa, berinjela, arroz. Números: 06 e 13. Data
Comemorativa: 26 de julho. Sincretismo: Nossa Senhora de Santana.
Incompatibilidades: No Culto de Nação e no Candomblé, os fiéis respeitam algumas
incompatibilidades ou proibições (“quizilas” ou euós) em relação a Nanã: quanto ao consumo de
pimenta e camarão; quanto ao uso de lâminas e instrumentos de ferro; bem como a ficar em
multidões.
Qualidades: Nanã Abenegi: Dessa Nanã nasceu o Ibá Odu, que é a cabaça que traz Oxumarê,
Oxossi Olodé, Oya e Yemanjá; Nanã Adjaoci ou Ajàosi: É a guerreira e agressiva que veio de Ifé, às
vezes confundida com Obá. Mora nas águas doces e veste-se de azul; Nanã Ajapá ou Dejapá: É a
guardiã que mata, vive no fundo dos pântanos, é um Orixá bastante temido, ligado à lama, à morte, e
à terra. Veio de Ajapá. Está ligada aos mistérios da morte e do renascimento. Destaca-se como
enfermeira; cuida dos velhos e dos doentes, toma conta dos moribundos. Nela predomina a razão;
Nanã Buruku ou Búkùú: Também é chamada Olú waiye (senhora da terra), ou Oló wo (senhora do
dinheiro) ou ainda Olusegbe. Este Orixá veio de Abomey; ligado à água doce dos pântanos, usa um
ibirí azul; Nanã Obaia ou Obáíyá: É ligada à água e à lama. Mora nos pântanos; usa contas cristal,
vestes de cor lilás e veio do país Baribae; Nanã Omilaré: É a mais velha, acredita-se ser a
verdadeira esposa de Oxalá. Associada aos pântanos profundos e ao fogo. É a dona do universo, a
verdadeira mãe de Omolu Intoto. Veste musgo e cristal; Nanã Savè: Veste-se de azul e branco e usa
uma coroa de búzios; Nanã Ybain: É a mais temida. Orixá da varíola. Usa cor vermelha. É a
principal, recebe oferendas direto na lagoa, dando origem a outros caminhos. Para chamá-la, a ekeji
tem que ir batendo com seus otás para fazê-la pegar suas filhas; Nanã Oporá: Veio de Ketu, coberta
de òsun vermelho. É a mãe de Obaluaiyê. Ligada à terra, temida, agressiva e irrascível; Nanã Xalá:
Muito ligada ao Branco e a Oxalá; Nanã Asainan ou Asenàn; Nanã Iyabahin ou Lànbáiyn. Outros
nomes, títulos ou qualidades: Inselè; Sùsùré; Elegbé; Bíodún; ìkúrè; Asaiyó.
Trono evolucao ou telurico: Pai Obaluayê no polo Masculino, Mãe Nanã Buruquê no polo feminino.
elemento é a Terra, representa a evolução dos seres, o sentido da vida irradiando os fatores
112

transmutador e evolucionista. Obaluayê irradia energias que nos fazem dar um passo à frente,
crescer, evoluir, superarmo-nos sermos cada vez melhores nos diferentes aspectos da vida. Por
outro lado, o seu fator transmutador possibilita transformar o negativo em positivo. Isso significa que
através de sua energia conseguimos transformar um sentimento negativo em positivo, de algo ruim
fazer algo bom, “de um limão fazer uma limonada”. Evolução não é diminuir os problemas e sim
tornar-se tão forte ou tão maior que os problemas já não nos parecem tão grandes, de maneira que
isso se alcança transmutando estes problemas em aprendizado.
Obaluayê também é relacionado à cura, ou seja, irradia energias relacionadas a cura de males
físicos e espirituais. Aqui cabe uma questão interessante. Quem nunca escutou um caso de uma
pessoa gravemente doente, mas que, após determinado acontecimento mudou de postura e passou
a “querer melhorar”, “querer se curar”, e a partir de então, conseguiu superar os males que lhe
afligiam. É algo relativamente comum. É possível relacionar esta melhora à “sintonia com a
irradiação do Pai Obaluayê.
 Irradiação: Transmutação e Evolução. Campo de atuação: Transformação e Evolução dos seres.
Elemento: Terra. Cores: Violeta, o branco, o prateado e o bicolor branco/preto. Data comemorativa:
16 de agosto. Dia da semana: Segunda-feira. Sincretismo: São Roque (também com São Lázaro,
celebrado em 17/12).

OMOLU/OBALUAÊ (o senhor das doenças): PERFIL DO ORIXÁ: Esta pesquisa se dedica ao


Orixá da Doença ou Orixá da Varíola. Ambos os nomes surgem quando nos referimos à esta figura,
seja Omolu seja Obaluaê. Para a maior parte dos devotos do Candomblé e da Umbanda, os nomes
são praticamente intercambiáveis, referentes a um mesmo arquétipo e, correspondentemente, uma
mesma divindade. Já para alguns babalorixás, porém, há de se manter certa distância entre os dois
termos, uma vez que representam tipos diferentes do mesmo Orixá. São também comuns as
variações gráficas Obaluaê e Abaluaê. Em termos mais estritos, Obaluaê é a forma jovem do Orixá
Xapanã, enquanto Omolu é sua forma velha. Como porém, Xapanã é um nome proibido tanto no
Candomblé como na Umbanda, não devendo ser mencionado pois pode atrair a doença
inesperadamente, a forma Omulu é a que mais se popularizou e acabou sendo confundida não
apenas com a forma mais velha do Orixá, mas com sua essência genérica em si. Esta distinção se
aproxima da que existe entre as formas básica de Oxalá: Oxalá (o Crucificado), Oxaguiã a forma
jovem e Oxalufã a forma mais velha.

A figura de Omulu-Obaluaê, assim como seus mitos, é completamente cercada de mistérios e


dogmas indevassáveis. Em termos gerais, a essa figura é atribuído o controle sobre todas as
doenças, especialmente as epidêmicas. Faria parte da essência básica vibratória do Orixá tanto o
poder de causar a doença como o de possibilitar a cura do mesmo mal que criou. Em algumas
narrativas mais tradicionalistas tentam apontar-se que o conceito original da divindade se referia ao
deus da varíola, tal visão porém, nos parece uma evidente limitação. A varíola não seria a única
doença sob seu controle, simplesmente pôr ser a epidemia mais devastadora e perigosa que
conheciam os habitantes da comunidade original africana, onde surgiu Omulu-Obaluaê, o Daomé.

Assim, sombrio e grave como Iroco, Oxumarê (seus irmãos) e Nanã (sua Mãe), Omulu-Obaluaê é
uma criatura da cultura jeje, posteriormente assimilada pelos iorubas. Enquanto os Orixás iorubanos
são extrovertidos, de têmpera passional, alegres, humanos e cheios de pequenas falhas que os
identificam com os seres humanas, a figuras daomeanas estão mais associadas a uma visão
113

religiosa em que distanciamento entre deuses e seres humanos é bem maior. Quando há
aproximação, há de se temer, pois alguma tragédia está para acontecer, pois os Orixás do Daomé
são austeros no comportamento mitológico, graves e conseqüentes em suas ameaças. A visão de
Omulu-Obaluaê é a do castigo. Se um ser humano falta com ele ou um filho-de-santo seu é
ameaçado, o Orixá castiga com violência e determinação, sendo difícil uma negociação ou um
aplacar, mais prováveis nos Orixás iorubas. Pierre Verger, nesse sentido, sustenta que a cultura do
Daomé é muito mais antiga que a ioruba, o que pode ser sentido em seus mitos: A antigüidade dos
cultos de Omolu- Obaluaê e Nanã (Orixá feminino), freqüentemente confundidos em certas partes da
África, é indicada por um detalhe do ritual dos sacrifícios de animais que lhe são feitos. Este ritual é
realizado sem o emprego de instrumentos de ferro, indicando que essas duas divindades faziam
parte de uma civilização anterior à Idade do Ferro e à chegada de Ogum.

Como parte do temor dos iorubas, eles passaram a enxergar a divindade (Omulu-Obaluaê) mais
sombria dos dominados como fonte de perigo e terror, entrando num processo que podemos chamar
de malignação de um Orixá do povo subjugado, que não encontrava correspondente completo e
exato (apesar da existência similar apenas de Ossâim). Omulu-Obaluaê seria o registro da
passagem de doenças epidêmicas, castigos sociais, já que atacariam toda uma comunidade de cada
vez. Existe uma grande variedade de tipos de Omulu-Obaluaê, como acontece praticamente com
todos os Orixás. Existem formas guerreiras e não guerreiras, de idades diferentes, etc.., mas
resumidos pelas duas configurações básicas do velho e do moço. A diversidade de nomes pode
também nos levar a raciocinar que existem mitos semelhantes em diferentes grupos tribais da
mesma região, justificando que o Orixá é também conhecido como Skapatá, Omolu Jagun,
Quicongo, Sapatoi, Iximbó, Igui.

CARACTERÍSTICAS DOS FILHOS DE OMOLU-OBALUAIÊ: Ao senhor da doença é relacionado


um arquétipo psicológico derivado de sua postura na dança: se nela Omulu-Obaluaê esconde dos
espectadores suas chagas, não deixa de mostrar, pelos sofrimentos implícitos em sua postura, a
desgraça que o abate. No comportamento do dia-a-dia, tal tendência se revela através de um caráter
tipicamente masoquista. Pierre Verger define os filhos de Omolu como pessoas que são incapazes
de se sentirem satisfeitas quando a vida corre tranqüila para elas. Podem até atingir situações
materiais e rejeitar, um belo dia, todas essas vantagens por causa de certos escrúpulos imaginários.
São pessoas que, em certos casos, se sentem capazes de se consagrar ao bem-estar dos outros,
fazendo completa abstração de seus próprios interesses e necessidades vitais.

No Candomblé, como na Umbanda, tal interpretação pode ser demais restritiva. A marca mais forte
de Omolu-Obaluaê não é a exibição de seu sofrimento, mas o convívio com ele. Ele se manifesta
numa tendência autopunitiva muito forte, que tanto pode revelar-se como uma grande capacidade de
somatização de problemas psicológicos (isto é, a transformação de traumas emocionais em doenças
físicas reais), como numa elaboração de rígidos conceitos morais que afastam seus filhos-de-santo
do cotidiano, das outras pessoas em geral e principalmente os prazeres. Sua insatisfação básica,
portanto, não se reservaria contra a vida, mas sim contra si próprio, uma vez que ele foi
estigmatizado pela marca da doença, já em si uma punição.

Em outra forma de extravasar seu arquétipo, um filho do Orixá , menos negativista, pode apegar-se
ao mundo material de forma sôfrega, como se todos estivessem perigosamente contra ele, como se
todas as riquezas lhe fossem negadas, gerando um comportamento obsessivo em torno da
necessidade de enriquecer e ascender socialmente. Mesmo assim, um certo toque do recolhimento
e da autopunição de Omolu-Obaluaê serão visíveis em seus casamentos: não raro se apaixonam por
figuras extrovertidas e sensuais (como a indomável Iansã, a envolvente Oxum, o atirado Ogum) que
ocupam naturalmente o centro do palco, reservando ao cônjuge de Omulu-Obaluaê um papel mais
114

discreto. Gostam de ver seu amado brilhar, mas o invejam, e ficam vivendo com muita insegurança,
pois julgam o outro, fonte de paixão e interesse de todos. Assim como Ossâim, as pessoas desse
tipo são basicamente solitárias. Mesmo tendo um grande círculo de amizades, freqüentando o
mundo social, seu comportamento seria superficialmente aberto e intimamente fechado, mantendo
um relacionamento superficial com o mundo e guardando sua intimidade ara si própria. Não raro são
pessoas que julgam. Ter características detestáveis, que vivem criticando, motivo de vergonha. O
filho do Orixá oculta sua individualidade com uma máscara de austeridade, mantendo até uma aura
de respeito e de imposição, de certo medo aos outros. Pela experiência inerente a um Orixá velho,
são pessoas irônicas. Seus comentários porém não são prolixos e superficiais, mas secos e diretos,
o que colabora para a imagem de terrível que forma de si próprio.

Um último, mas importante detalhe; em diversas de suas lendas, o Orixá da varíola é apresentado
como uma divindade que perdeu uma perna. Isso se refletiria em seus filhos como um defeito
congênito em uma das pernas ou a tendência a sofrer, durante sua vida, por um problema de relativa
gravidade em seus membros inferiores, a partir de quedas ou desastres que podem ou não ser
curados e ultrapassados.

Trono Masculino e Cósmico da Geração e Criatividade / Sagrado Pai Omulu tem como
vibração a telúrica (terra), enquanto o Trono Feminino e Universal da Geração / Sagrada Mãe
Yemanjá tem como vibração a aquática (água). Trazendo-os para a natureza, ela é representada
pela água do mar e ele pela areia (terra). Os Sagrados Orixás Omulu e Obá são telúricos puros
(terra pura), enquanto os Sagrados Orixás Obaluayê e Nanã são mistos terra-água e água-terra.

PAI OMULU – TRONO DA GERAÇÃO: Orixá ABSORVENTE, do TRONO DA GERAÇÃO


ABSORVER OS EXCESSOS NA GERAÇÃO, compõe o POLO NEGATIVO do Trono e é
MONOCROMÁTICA e CÓSMICA. Cor: Roxa. Pedras: Ônix. Erva: Alecrim. Função: Absorve os
excessos cometidos contra a vida. Elemento: Terra. Essência: Estabilizadora. Quando evocar o
amparo do Pai Omulu? Quando perceber que pode estar cometendo excessos em relação à vida,
quando a sua criatividade estiver sendo maléfica. Oferenda: Velas roxa, violetas e lilás, crisântemos
brancos. Ponto de forças: Mar, praia. Água de cabeça: Água de fonte com crisântemos brancos
macerados e curtidos por 7 dias. Portal de libertação: Portal do Raio Azul. Chakra: Básico. Frase:
Eu desejo que em mim seja paralisado todo o aspecto negativo da criatividade e toda a vontade
negativa em relação à vida.

PAI OMULU – Esse Orixá é muito confundido com o Pai Obaluayê, e nós explicamos o motivo: a
manifestação dos dois são muito similares. Os dois trabalham com os aspectos da morte. O Pai
Omulu rege os mistérios da morte no sentido de serem o oposto da vida, da geração.

Pai Omulu Estabilizar = consolidar . Irradiação Desernegizadora - tira o excesso de energia.


Irradiação Esgotadora- põe fim às energias que atrapalham a geração. Irradiação Estabilizadora –
consolida.

Omolu é o orixá que rege a morte ou o instante da passagem , do plano material para o espiritual o
desencarne. Ele na linha da Geração forma um par energético,magnético e vibratório com Iemanjá
pois ela gera a vida e ele paralisa os seres que atentam contra os princípios que dão sustentação as
manifestações da vida. Omolu esta ligado ao recolhimento dos espíritos caídos,pois acolhe em seus
domínios todos os espíritos que atuaram fora da lei e justiça divina. Omolu, como força cósmica e
115

mistério divino, é a energia que se condensa em torno do fio de prata que une o espírito e o seu
corpo físico,e o dissolve no momento do desencarne ou passagem de um plano para o outro, esse é
um dos exemplos da atuação de Omolu no que se diz ao processo do desencarne. Para não
confundir Omolu e Obaluae basta lembrar que Omolu esta é o Orixá que rege a Geração Divina e
Obaluae a Evolução , ambos atuam no encarne e desencarne porem em etapas diferentes, ambos
atuam na cura porem de formas diferentes.

A vida na terra é apenas um estágio no qual devemos adquirir compreensão para evoluir nossa
consciência .Com a morte,muda apenas a vibração, pois o plano de vida passa a ser o espiritual.
Portanto vida e morte constituem um único ciclo de vida, no qual o nascimento corresponde a
entrada na vida material, e a morte o retorno a  vida espiritual unicamente. Pai Omolu é o orixá fiel e
depositário dos corpos,quando o espírito se desprende dele.Ele é o orixá da terra, que nos aguarda
até que retornemos a vida espiritual desprendendo todos os laços fluídicos que ligam o corpo
espiritual a carne . Esse retorno do corpo a natureza e do espirito ao plano espiritual é da natureza
universal para os seres que evoluem utilizando a encarnação que nada mais é do que a densificação
do espírito para controlar um corpo e vivenciar situações que instigam o espírito a tomar decisões,
isso da parâmetros para evoluir ou regredir, os vícios materiais podem atrasar em milênios a
evolução do espírito,  emocionais desregulados com ódio e ganância densificam ainda mais o
espíritos e o leva a locais umbralinos após o desencarne . Pai Omolu de seu ponto de forças no
campo santo ( cemitério) ,coordenas as almas após o desencarne de acordo com a obra de cada um
e a lei e justiça divina, colocando e migrando cada um a seu local.

Senhor Omolu rege todos os executores dentro da Lei dentro da linha das Almas e é ele mesmo o
executor de todos os seres caídos de forma a recondicionar e preparar dimensões e locais afim de
recuperar tais espíritos caídos. Como Omolu está ligado a Geração também possui vibrações de
cura de enfermidades principalmente quando ela ainda está somente no espírito e não se
transbordou ao corpo material que é onde Obaluae atua mais amplamente, vejamos que todas as
funções dos Orixás e seus meios estão interligados formando uma verdadeira rede, sistema, lei e
equilíbrio, uma forma cientifica quando estudada a fundo o transcorrer das vibrações e energias que
mantém o universo em evolução e expansão. Pai Omolu é mais amplamente cultuado na Esquerda
da Umbanda devido a sua associação de proteção e recondicionamento dos espíritos caídos e como
a esquerda tem uma vibração mais densa, la ele é assentado e incorporado aos trabalhos
espirituais.
O fato é que Omolu é um Orixá e tem sua função divina de suma importância pois está ligado
diretamente com o equilíbrio das orbes terrestres onde encarnam os seres pois ele prepara
ambientes para os desequilibrados estagnar e se reequilibrar antes de encarnar, portanto de forma
globalizada Omolu rege também a geração de locais e adequados aos seres e seus meios de vida.
Que Omolu nos ampare e proteja nessa vida e em outras! Salve o Senhor das Almas ,da Morte e da
Vida!
Trono geracao ou aquatico, Omolu: Omulu no polo negativo, Mãe Yemanjá. O trono da geração é
o trono da vida e a água obviamente está em relação direta com ela. As primeiras formas de vida no
planeta terra surgiram na água. Nós mesmos passamos nove meses na água antes de nascermos,
nossos corpos físicos são compostos por setenta por cento de água. Em suma, somente onde há
água pode haver vida. Omulú é regente do equilíbrio na criação divina, o guardião da vida. Possui
116

um magnetismo absorvedor de toda energia e sentimento desequilibrado. A irradiação do Pai Omulu


atrai para o seu campo todos os seres que se desequilibram e passam a atuar de forma desvirtuada,
atentando contra qualquer um dos sentidos da vida.
 
O que isto significa? Omulu é o paralisador de todas energias nocivas provindas de desequilíbrio do
ser. Isso se traduz em todas as formas de descontrole e vicitudes. É difícil explicar como esta
vibração atua. Omulú é um guardião da lei, e na lei da criação, “a semeadura é livre e a colheita é
obrigatória”. Então uma, mas não a única das formas de atuação desta energia pode ser associada à
purgação de todos sentimentos negativos até que os mesmos se esgotem e o ser possa começar a
atuar em seu reequilíbrio, desta vez, sendo influenciada pelo polo positivo da lei. E isto pode ser
traduzido em dor e sofrimento. Mas é muito importante ressaltar que isso não significa nenhum
castigo divino ou algo do tipo. Isso não existe. Colhemos o que plantamos e o sofrimento é um mal
necessário para nosso reequilíbrio. Certo? Desta forma existem espíritos que atuam nos dois lados
da lei. Recomendo a leitura do livro “Diálogo com um e Executor” de Rubens Saraceni para entender
melhor esta questão.
Omulu também está relacionado à transição, à passagem de um plano para o outro, de um estado
para o outro, também por isso foi relacionado à “morte” uma vez que rege o que na verdade ela é, a
passagem de um estado para o outro. E isto dá-se de acordo com nosso estado vibratório, onde a
energia de Omulu também atua em nosso “encaminhamento” para um local compatível com nosso
estado. Também por isso que o Cemitério que considerado o ponto de força deste Orixá. Pai Omulu
também é relacionado à doença, ou seja, neste caso, o oposto da cura. E isso faz muito sentido,
uma vez que ele está no polo oposto de Pai Obaluayê. E, estando no polo negativo, irradia a força
inversa. Podemos relacionar com a pessoa que fica doente e já se entrega, perdendo as
esperanças, deprimindo-se e piorando cada vez mais. E isto é ruim? Não, uma vez que tudo faz
parte da lei e podemos escolher de que forma lidamos com o mal, neste caso a doença. O retorno
vem de acordo com nossas atitudes e merecimento. Por vezes é necessário sofrermos, nos
desiludirmos para, posteriormente, retomarmos a caminhada com energia renovada.
 Irradiação: Geração. Campo de atuação: Paralisador, gerando Estabilidade e Equilíbrio.
Elementos: Telúrico (da Terra). Cores: Roxo (também branco/preto/vermelho ou branco/preto
juntos). Data comemorativa: 02 de novembro. Dia da semana: Segunda-feira. Sincretismo: São
Bento
Data Comemorativa: 02 de Novembro. Cor: Roxo, Branco ou Preto/Branco (Bicolor). Pontos de
força: Cemitério, a Esquerda do Cruzeiro, Areia (beira-mar). Símbolos: Cruz, Foice e Pipocas.
Pedras: Ônix, Pedras Roxas, Cacochinita, Manganês, Potássio e Zinco. Ervas: Carapiá, Cipó
Cabeludo, Sandá, Erva de bicho, Orégano, Alcachofra, Capim Rosário, Sete Sangrias, Agoniada,
Guararema, Palha da Costa e Vassoura Preta. Flores: Quaresmeira, Cravo Vermelho, Rosas
Brancas e Palmas. Frutas: Banana da Terra, Abacaxi e Laranja Lima. Bebidas: Vinho Tinto, Bebidas
e sumos de suas próprias ervas.
 

 
117

Exu mirim: mezcla de exu con ere. Onza: mezcla de ere con caboclo. Irradian ou canalizam as duas
líneas para a pessoa. Desobsessao: caboclo com preto velho. Exu: magia. Caboclo: saude. Quando
sao duas entidades trabalhando junta como exu mirim e uma fusao. Amarracao: ere trabalha o
emocional da pessoa, exu trabalha a magia.
Creando uma lamina de aco (azo) no subsolo de tres mil metros cuadrados ao redor da nossa casa,
protecao do subsolo para que as energias inferiores nao infiltrem, pirámide dourada de base
quadrada de protecao sobre os tres mil metros cuadrados en torno de esta casa
Criando uma lamina de aco no subsolo de este apartamento com pulsos de 1,2,3, 4,5,6,7,8,9,10.
Criando una pirámide dourada de base quadrada de protecao xobre todo o apartamento
1,2,3,4,5,6,7,. Ativando a cor vibracional na cor…1,2,3. Instalando a fragrancia vibracional da minha
casa….1,2,3. Instalando a energía do vento solar para a queima de miasmas, fluidos etéreos, como
um remolinho entra dentro da pirámide. Instalando uma cachoeira de agua cristica para os procesos
de limpeza, procesos de banhos entidades,…criando um escudo de luz azul, parede azul de
protecao em torno de toda esta egregora que funciona como uma barrería energética para evitar
ataques energéticos. Pasar uma rede magnética, tela magnética para arrastar entidades.
Maha chohan chefe de todos os raios. Voce e homem ou mulher? Cual e sua ligacao com tal
persona? Voce e desencarnado? Pode ser obsesao feito por outro encarnado mandou. Verifica
quem esta na outra ponta do cordao, pode ser um irmao, familiar, e faz desdoblamento de corpos
que vem a obsesionar a essa pessoa. Os corpos que se podem desdobrar e o corpo mental inferior,
superior ou o corpo astral. Geralmente e um dos corpos mentais. Verificar si esta no umbral,
obsessor onde esta? Onde voce esta? Tira do umbral, porque ele esta no umbral, vai curar o ser.
Charcos umbralinos: bolsoes, saia de ese campo nergetico que voce esta, vem para ca.
Comando star her: rescata seres umbral, falange de maría conga, tb resgata, comando ashtar,
comando acarion ajuda a protegerse, com um artefactode protecao, como uma armadura de ferro.
Cria um campo de protecao de luz azul falange arcángel miguel que protejam ese campo y depoies
rescatam as pessoas que estao aprisionadas nas mazmorras, charcos, laberintos traiz pro campo de
protecao. Cura, reconstitucao, transmutacao da realidad da pessoa.
Evoco a energía da linha
Pirámide trina grupal em torno de cada mesa e em torno de cada grupo. Pirámide de transporte azul
arcángel miguel
118

HORAS ABERTAS: positivas para a feitura de qualquer dos trabalhos: Mentalização . Vidência.
Irradiação. Jogo de Búzios. Agrados. Amalás. Amacís. HORAS FECHADAS: nenhum dos atos
ritualísticos ou litúrgicos podem ser efetuados. São os 15 minutos anteriores e posteriores à HORA
PEQUENA e à HORA GRANDE, ou seja de 11:45hs às 12:15hs, de 23:45hs às 00:15hs; horas que
são destinadas à entrega de EBÓS, DESCARREGOS, ou o emprego da Força Negativa para a
prática do Bem. HORAS NEUTRAS: são aquelas em que qualquer tipo de Ato Litúrgico ou
Ritualístico é dado à cada um segundo, o seu mérito, muito utilizadas no Esoterismo, classificadas
como HORAS TERÇAS e HORAS NONAS (6hs e 18hs).
CALENDÁRIO PERMANENTE

PARA CONSULTAS NA UMBANDA E DETERMINAÇÃO DO ELEDÁ DE CADA SER


ANOS MESES
1901 - 2000 J F M A M J J A S O N D
- 25 53 81 4 0 0 3 5 1 3 6 2 4 0 2
- 26 54 82 5 1 1 4 6 2 4 0 3 5 1 3
- 27 55 83 6 2 2 5 0 3 5 1 4 6 2 4
- 28 56 84 0 3 4 0 2 5 0 3 6 1 4 6
01 29 57 85 2 5 5 1 3 6 1 4 0 2 5 0
02 30 58 86 3 6 6 2 4 0 2 5 1 3 6 1
03 31 59 87 4 0 0 3 5 1 3 6 2 4 0 2
04 32 60 88 5 1 2 5 0 3 5 1 4 6 2 4
05 33 61 89 0 3 3 6 1 4 6 2 5 0 3 5
06 34 62 90 1 4 4 0 2 5 0 3 6 1 4 6
07 35 63 91 2 5 5 1 3 6 1 4 0 2 5 0
08 36 64 92 3 6 0 3 5 1 3 6 2 4 0 2
09 37 65 93 5 1 1 4 6 2 4 0 3 5 1 3
10 38 66 94 6 2 2 5 0 3 5 1 4 6 2 4
11 39 67 95 0 3 3 6 1 4 6 2 5 0 3 5
12 40 68 96 1 4 5 1 3 6 1 4 0 2 5 0
13 41 69 97 3 6 6 2 4 0 2 5 1 3 6 1
14 42 70 98 4 0 0 3 5 1 3 6 2 4 0 2
15 43 71 99 5 1 1 4 6 2 4 0 3 5 1 3
16 44 72 00 6 2 3 6 1 4 6 2 5 0 3 5
17 45 73 - 1 4 4 0 2 5 0 3 6 1 4 6
18 46 74 - 2 5 5 1 3 6 1 4 0 2 5 0
19 47 75 - 3 6 6 2 4 0 2 5 1 3 6 1
20 48 76 - 4 0 1 4 6 2 4 0 3 5 1 3
21 49 77 - 6 2 2 5 0 3 5 1 4 6 2 4
22 50 78 - 0 3 3 6 1 4 6 2 5 0 3 5
23 51 79 - 1 4 4 0 2 5 0 3 6 1 4 6
119

24 52 80 - 2 5 6 2 4 0 2 5 1 3 6 1

DIAS DA SEMANA
D 1 8 15 22 29 36
S 2 9 16 23 30 37
T 3 10 17 24 31 -
Q 4 11 18 25 32 -
Q 5 12 19 26 33 -
S 6 13 20 27 34 -
S 7 14 21 28 35 -

Modo de usar: Ex.: Que dia da semana foi o 14 de junho de 1966? Siga a linha onde se encontra o
ano 1966 até a coluna do mês de junho, encontrando aí o algarismo 3. À este algarismo some o
número do dia de nascimento (14) no que resulta o algarismo 17. Localizando este número na tabela
dos Dias da Semana, verificará que corresponde à terça-feira. O Calendário acima apresentado
deverá ser utilizado para conhecer-se o ELEDÁ de uma pessoa, o que deverá ser feito sabendo-se:
dia, mês, ano e hora do nascimento. Entende-se por nascimento o momento em que o nascituro sai
do ventre materno, não importando se naturalmente ou através de cirurgia, se na data mais ou
menos prevista ou se antecipada por movimentação do destino. Vamos citar dois exemplos
explicativos:

João de Tal, nascido em 8 de dezembro de 1998. Qual seria seu Eledá? Indo-se à primeira tabela
encontramos o no 2 que somado ao dia do nascimento dará 10, portanto terça-feira, tendo como Pai
OGUM. Quanto à Mãe, varia conforme o horário de nascimento, ou seja: De 00:01 às 06:00hs seria
filho de OXUM. De 06:01 às 12:00hs seria filho de IEMANJÁ. De 12:01 às 18:00hs seria filho de
IANSÃ. De 18:01 às 00:00hs seria filho de NANÃ

Quanto ao 1o Adjutor, seria da seguinte forma: 1o - Se nascesse antes das 12:00hs, recuaria na
semana até encontrar um Orixá masculino ou seja: OXALÁ. 2o - Se nascesse após às 12:01hs,
adiantaria na semana até encontrar um Orixá masculino ou seja: XANGÔ. Quanto ao Adjutor Auxiliar
(ou Ascendente) seria da seguinte forma: 1 o - Se nascesse antes das 12:00hs, recuaria na semana
até encontrar um segundo Orixá masculino ou seja: OXÓSSI. 2o - Se nascesse após às 12.01hs,
adiantaria na semana até encontrar o segundo Orixá masculino ou seja: XANGÔ.

Nota: Na Umbanda Racional, consideramos três dias na semana neutros para classificar o Eledá
(Pai, Mãe e Adjutores) ou seja a Cúpula de Comando de cada Ser, como abaixo especificado:
2ª feira - Dia das Almas - não se deve preparar a Cabeça de ninguém com o comando desta linha.
Domingo - Dia de Ibeji - Linha independente, mas que como na vida material deve ser sempre
tutelada por um adulto. Sábado - Dia dedicado exclusivamente às quatro Senhoras da Umbanda
(Oxum, Iemanjá, Iansã e Nanã) portanto sem Orixá masculino.

RELAÇÃO DAS ERVAS POR ORIXÁS


LINHA DE OXALÁ: arruda, arnica, laranja da terra (folhas), hortelã, poejo, girassol, vassoura
branca, erva de Oxalá, erva cidreira, alecrim do campo, levante, alecrim miúdo, bambu (folhas), erva
quaresma.
120

LINHA DAS SENHORAS: lágrimas de Nossa Senhora (folhas), mastruço, rosa branca (folhas),
pariparoba, orirí de Oxum, erva-de-santa-luzia, espada-de-santa-bárbara, trevo (folhas), quina roxa,
abóbora dantas, vitória-régia, açucena, erva-de-santa-bárbara, malva rosa, suma roxa.

LINHA DE IBEJI: amoreira (folhas), alfazema, salsaparrilha, manjericão, ipecacuanha, anil (folhas),
capim pé-de-galinha, arranha gato.

LINHA DE XANGÔ: limoeiro (folhas), erva lírio, café (folhas), saião (folhas), erva-de-são-joão, abre
caminho, quebra mandinga, erva de Xangô, quebra-pedra, Rui Barbo, louro, aperta ruã, Maria Nera,
erva Moura, Maria Preta, erva de bicho.

LINHA DE OGUM: comigo ninguém pode, espada de Ogum, lança de Ogum, flecha de Ogum, cinco
folhas, jurupitã (folhas), jurubeba (folhas), musgo (marinho), ipê (folhas), losna, romã (folhas),
sabugueiro, erva-de-coelho.

LINHA DE OXÓSSI: picão do mato, cipó caboclo, barba de milho, mil folhas, funcho, fava de
quebranto, gervão roxo, tamarindo (folhas), alecrim do mato, boldo, malvarisco, sete sangrias, unha
de vaca, azedinha, chapéu de couro, grama barbante.

LINHA DAS ALMAS: café (grão), guiné pipíu, arruda (folhas), cambará, sete folhas, aroeira (folhas),
erva grossa, vassoura preta, cravo de defunto, mal com tudo, cipó cabeludo.
PEDRAS DOS ORIXÁS: PAI OXALÁ: QUARTZO BRANCO,CRISTAL,GALENA,CALCITA
ÓPTICA,DIAMANTE,TOPÁZIO BRANCO,PEDRA DA NEVE OU ALBITA,HOWLITA BRANCA; MÃE
OYÁ LOGUNAN: CRISTAL FUMÊ RUTILADO,CRISTAL FUMÊ,SODALITA,CRISTAL FANTON; PAI
OXÓSSI: QUARTZO VERDE,TURMALINA VERDE,ESMERALDA,AMAZONITA,CRISOPÁZIO; MÃE
OBÁ: MADEIRA PETRIFICADA,ROSA DO DESERTO; MÃE OXUM: QUARTZO ROSA,TURMALINA
ROSA,LEPDOLITA,REDOCROSITA,LABRADORITA; PAI OXUMARÊ: FLUORITA ARCO
ÍRIS,TURMALINA MELANCIA,LABRADORITA. PAI XANGÔ: JASPE VERMELHO,OLHO DE
TIGRE,GRANADA,PIRITA,ESTAUROLITA,BRONZITA,BAUXITA; MÃE EGUNITÁ: ÁGATA DO
FOGO,CALCITA LARANJA,TOPÁZIO IMPERIAL; PAI OGUM: HEMATITA,SODALITA,CIANITA
AZUL,GRANADA,MAGNETITA,AZURITA; MÃE IANSÃ: CITRINO,HELIODORO,ENXOFRE; PAI
OBALUAIÊ: TURMALINA NEGRA,QUARTZO BRANCO,BASALTO; MÃE NANÃ BURUQUÊ:
AMETISTA,FLUORITA LILÁS,SUGILITA,MICA LILÁS,CHAROITA; MÃE YEMANJÁ: ÁGUA
MARINHA,TOPÁZIO AZUL,CALCEDÔNIA,QUARTZO AZUL: PAI OMULÚ: ÔNIX,CACOCHINITA.
PEDRAS DOS GUIAS ESPIRITUAIS: PRETOS VELHOS: TURMALINA BRANCA,JASPE
ZEBRA,VASSOURA DE BRUXA(CIANITA PRETA); PRETOS VELHOS QUIMBANDEIROS:
AMETISTA,CACOCHINITA; CRIANÇAS: QUARTZO BRANCO,QUARTZO AZUL,QUARTZO
ROSA,QUARTZO VERDE,CITRINO; BAIANOS: QUARTZO BRANCO LEITOSO,CRISTAL,JASPE
VERMELHO,GRANADA,PIRITA,CITRINO,TOPÁZIO IMPERIAL; CIGANOS: QUARTZO BRANCO
LEITOSO,ESMERALDA,TURMALINA VERDE,CITRINO,PIRITA,GRANADA,OLHO DE TIGRE;
MARINHEIROS: ÁGUA MARINHA,TOPÁZIO AZUL,QUARTZO AZUL,CALCEDÔNIA,VASSOURA
DE BRUXA,TURMALINA NEGRA; CABOCLOS: AS MESMAS USADAS PARA PAI OXÓSSI E MÃE
OBÁ; BOIADEIROS: DRUZA DE CRISTAL,DRUZA DE AMETISTA,CITRINO,ÁGATA
PRETA,CALCITA LARANJA,SODALITA; EXÚS: ÁGATA PRETA,ÔNIX PRETO,TURMALINA
NEGRA,VASSOURA DE BRUXA,QUARTZO FUMÊ,MICA PRETA,OBSIDIANA PRETA,LACTERITA
121

VERMELHA(YANGUI); POMBA GIRA: MICA ROSA,CORNALINA,GRANADA,GEODOS DE ÁGATA


DO FOGO.
FONTE:LIVRO CRISTAIS E OS ORIXÁS - EDITORA MADRAS - ANGÉLICA LISANTY.

IBEJI: As crianças são Orixás que pertencem ao Plano 5. É uma falange de


espíritos que assumem em forma e modos, a mentalidade infantil. Como no
plano material, também no plano espiritual, a criança não se governa, tem
sempre que ser tutelada. É a única linha em que a comida de santo (amalá),
leva tempero especial (açúcar). É conhecido nos terreiros de NAÇÃO
(Candomblé), como ÊRES. Na representação nos pontos riscados, Ibeji é livre
para utilizar o que melhor lhe aprouver, porém normalmente são usados dois
símbolos, em conjunto ou isolados, que são o Sol e a Lua. A linha de Ibeji é
tão independente quanto a linha de Exu. O elemento e força da natureza correspondente à Ibeji, são
todos, pois ele poderá, de acordo com a necessidade, utilizar qualquer dos elementos. Dia da
semana: domingo. Chakra atuante: cervical. Planeta regente: Mercúrio. Nota musical: Sol. Cor
vibratória: vermelho. Cor representativa: rosa e azul escuro (roupas, etc.). Cor da guia (colar): contas
rosas e brancas, azuis e brancas, ou ainda, rosas, brancas e azuis em conjunto. Saudação: Ori
Beijada. Negativo: Exu Tiriri. Amalá: doce de qualquer qualidade. Otí: guaraná, soda, água c/açúcar
ou refrescos. Comando da falange: Doum
Local de entregas: jardins floridos ou beira de praia.

LINHA DE IBEJI: Yarirí - Representante de Ibeji na Linha das Almas. Crispiniano - Representante de
Ibeji na Linha de Oxóssi. Crispim - Representante de Ibeji na Linha de Ogum. Orí - Representante de
Ibeji na Linha de Xangô. Doum - Comando da Linha de Ibeji. Damião - Representante de Ibeji na
Linha das Senhoras. Cosme - Representante de Ibeji na Linha de Oxalá

4. LINHA DE IBEJI

7 - Exu Veludinho da Meia-noite Representante negativo na linha de Oxalá


6 - Exu Manguinho Representante negativo na linha de Senhoras
5 - Exu Tiriri Comando negativo da linha
4 - Exu Lalú Representante negativo na linha de Xangô
3 - Exu Toquinho Representante negativo na linha de Ogum
2 - Exu Mirim Representante negativo na linha de Oxoce
1 - Exu Ganga Representante negativo na linha das Almas
122

ALMAS: pertencem ao 1o Plano da Umbanda. Aí se encontram os Pretos-


velhos, as Almas Cativas, as Almas Penadas e os Exus (batizados e
coroados). O Orixá das Almas é Seu Obaluaê (São Lázaro ressuscitado),
porém na Calunga Pequena (cemitério) é subordinado de seu Omulú.
O Exu batizado, muitas vezes se apresenta como Preto-velho Cruzado,
sendo que 70% dos Pretos-velhos que incorporam nos terreiros, são Exus
batizados, que por evolução e mérito tem permissão para assim o fazer.
Elemento e Força da natureza: o fogo e a Terra. Dia da semana: segunda-feira. Chakra atuante:
básico ou sacro. Planeta regente: Saturno. Nota musical: dó. Cor vibratória: violeta. Cor
representativa: roxa ou carijó (roupas, etc.). Cor da guia (colares): preta e branca ou lágrimas de
Nossa Senhora. Saudação: Adorê às Almas. Negativo: Exu Pinga-fogo. Amalá: carne seca, assada
na brasa, com farofa de farinha de mandioca torrada, peixe assado na brasa e mingau das Almas.
Otí: café preto (forte, frio e sem açúcar), vinho tinto, vinho moscatel com mel de abelhas, cachaça
com mel, etc. Local de entrega: onde for determinado pela Entidade. As Almas se dividem em:
Santas, Benditas, Missionárias, Evolutivas, Apenadas, Zombeteiras e Trevosas. Na representação
dos pontos riscados, são usados três tipos de símbolos, como a seguir.

LINHA DAS ALMAS: Vovó Maria Conga - Comando da Linha das Almas. Vovó Arruda -
Representante das Almas na Linha de Oxóssi. Pai Benedito - Representante das Almas na Linha de
Ogum. Pai Tomé - Representante das Almas na Linha de Xangô. Pai Joaquim - Representante das
Almas na Linha de Ibeji. Rei Congo - Representante das Almas na Linha das Senhoras. Pai Guiné -
Representante das Almas na Linha de Oxalá.

5. LINHA DAS ALMAS

7 - Exu Pinga-fogo Representante negativo na linha de Oxalá


6 - Exu Alebá Representante negativo na linha das Senhoras
5 - Exu Bára Representante negativo na linha de Ibeji
4 - Exu Come-fogo Representante negativo na linha de Xangô
3 - Exu do Lodo Representante negativo na linha de Ogum
2 - Exu Brasa Representante negativo na linha de Oxóssi
1 - Exu Caveira Comando negativo da linha

SENHORAS: são pertencentes ao Plano 6, segundo na escala hierárquica na Umbanda e se divide


em quatro ramificações: OXUM, IEMANJÁ, IANSÃ e NANÃ

LINHA DAS SENHORAS: Cabocla Janaina - Representante das Senhora na Linha das Almas.
Cabocla Jupissiara - Representante das Senhoras na Linha de Oxóssi. Cabocla Jupiara -
Representante das Senhoras na Linha de Ogum. Cabocla Jussara - Representante das Senhoras na
Linha de Xangô. Cabocla Jacira - Representante das Senhoras na Linha de Ibeji. Cabocla Jandira -
Comando da Linha das Senhoras. Cabocla Jupira - Representante das Senhoras na Linha de
Oxalá.
123

6. LINHA DAS SENHORAS

7 - Exu Maré Representante negativo na linha de Oxalá


6 - Dona Pomba-gira Comando negativo da linha
5 - Exu Má-canjira Representante negativo na linha de Ibeji
4 - Exu Carangóla Representante negativo na linha de Xangô
3 - Exu Naguê Representante negativo na linha de Ogum
2 - Dona Maria Mulambo Representante negativo na linha de Oxóssi
1 - Dona Maria Padilha Representante negativo na linha das Almas

Plano 7 OXALÁ SILFOS


Plano 6 SENHORAS ONDINAS ou NINFAS
Plano 5 IBEJI FADAS
Plano 4 XANGÔ SALAMANDRAS
Plano 3 OGUM ELFOS
Plano 2 OXÓSSI GNOMOS ou DUENDES
Plano 1 ALMAS AVISSAIS

OBÁ: O PERFIL DO ORIXÁ: Orixá yoruba semelhante à Oya. Orixá do rio Obá, foi a terceira das
esposas de Xangô, e também mulher de Ogum. Segundo uma lenda de Ifá, Obá era muito enérgica
e forte, mais que alguns orixás masculinos, vencendo na luta, Oxalá, Xangô e Orunmilá. A rivalidade
surgiu entre ela e Oxum. Esta jovem e elegante. Obá mais velha e sem muita vaidade, mas com
pretensão ao amor de Xangô. Sabendo o quanto este era guloso, procurava sempre surpreender os
segredos da receitas de cozinha utilizada por Oxum, que irritada decidiu-se pregar-lhe uma peça,
quando um dia pediu-lhe que viesse assistir a preparação de determinado prato, que, segundo
Oxum, Xangô, o esposo comum, adorava. Quando Obá chegou, Oxum, estava com a cabeça
coberta com um pano que lhe escondia as orelhas, e, cozinha uma sopa na qual boiavam dois
cogumelos. Oxum mostrou dizendo que havia cortado as próprias orelhas, colocando na sopa, para
preparar o prato predileto de Xangô. Quando lhe foi servido, tomou com apetite e satisfação,
retirando-se, todo gentil na companhia de Oxum. Na semana seguinte que era a vez de Obá cuidar
de Xangô, decidiu fazer a receita predileta de Xangô, cortou uma de suas orelhas e cozinhou com a
sopa. Xangô ficou repugnado e furioso com a cena. Neste momento apareceu Oxum, retirou seu
lenço, onde Obá viu que as orelhas de Oxum nunca haviam sido cortadas, sendo por esta caçoada,
seguiu-se violenta luta corporal, Xangô mostrou toda sua irritação e furor. Oxum e Obá, fugiram
apavoradas e transformaram-se nos rios que levam seus nomes.

Motivo pelo qual, quando Obá se manifesta em alguma das suas iniciadas, leva a mão para cobrir a
orelha esquerda, ou ata-se um torço (turbante), a fim de esconder uma das orelhas. Sua cor é
vermelha. Sua saudação: Oba sire (Obá xirê).

QUALIDADES: Obá Gideo: Xangô, Oyá, Oxum = Iemanjá. Obá Rewá: Oyá e Xangô
124

ARQUÉTIPO: São pessoas valorosas e incompreendidas. Suas tendências são um pouco viril. As
suas atitudes militantes e agressivas são conseqüências de experiências infelizes ou amargas por
elas vividas. Os seus insucessos devem-se, freqüentemente, a um ciúme um tanto mórbido.
Entretanto, encontram compensação para as frustações sofridas em sucessos materiais, onde a sua
avidez de ganho e o cuidado de nada perder dos seus bens tornam-se garantia de sucesso.

PARTICULARIDADES: DIA: quarta-feira. DATA: 30 e 31 de maio. METAL: cobre. COR: marrom


rajado. PARTES DO CORPO: audição, orelha e junto com EWA, protege o consciente. SÍMBOLO:
ofangi (espada) e um escudo de cobre. SACRIFÍCIO: = (Oyá) ELEMENTO: fogo
FOLHAS: Candeia, negamina, folha de amendoeira.

IBEJI (o Orixá-criança): O PERFIL DO ORIXÁ: Ibeji, o único Orixá permanentemente duplo,


aproxima-se de Exu pelo seu comportamento arquetípico independente. É formado por duas
entidades distintas e sua função básica é indicar a contradição, os opostos que coexistem. Num
plano mais terreno, por ser criança. A ele é associado a tudo o que se inicia: a nascente de um rio, o
germinar das plantas, o nascimento de um ser humano. Seus filhos são pessoas com o
temperamento infantil, brincalhonas, sorridentes, irrequietas, de muita energia nervosa. Como marca
física, aparentam menos idade do que realmente possuem. São muito dependentes em seus
relacionamentos emocionais, quase sempre teimosos e possessivos. Ágeis no caminhar, não têm
paciência para ficar parados por muito tempo. Odeiam profissões burocráticas e preferem os
esportes onde descarregam a e energia e possam competir ou as carreiras que possibilitem algum
prazer lúdico. São muito cativantes e carinhosos, com uma sensibilidade sempre à flor da pele; por
isso mesmo, magoam-se com facilidade, exageram as contrariedades e agressões que recebem e
se deixam levar por mal-entendidos. Gostam de vinganças, que costumam ser rápidas e esquecidas.
Tendem a simplificar as coisas, reduzindo o comportamento dos outros a princípios simplistas como
"gosta de mim – não gosta de mim".

Como a maior parte das crianças, gosta de estar em meio a muita gente. As pessoas da Umbanda
freqüentemente temem Ibeji: poderoso como todo o Orixá, a criança-divindade, entretanto, entende
os pedidos de maneira simplista, o que pode levar a conseqüências não previstas pelas entidades
em geral. Por outro lado, têm a reputação de ser extremamente fiéis às pessoas que conquistam sua
confiança. No dia de Ibeji, 27 de setembro (o mesmo de Cosme e Damião, com quem são
sincretizados), é costume as casas de culto abrirem suas portas e oferecerem mesas fartas de doces
e comidas para as crianças, elevadas à condição de representantes na terra do Orixá. Qualquer
participação de Ibeji em cerimônias, dá um toque alegre e inconseqüente à ela, sendo freqüente que
as comidas ritualísticas a eles oferecidas recebam enfeites como fitas de cetim em cores vivas. A
Ibeji se oferece todas as cores vivas e as roupas de seus filhos, em cerimônia, são multicoloridas.
São homenageados aos domingos, recebendo como comidas rituais, doces, bolinhos, balas, e
refrigerantes.

A saudação ao Ibeji é Beje ó ró La ó.

OTÁ - A PEDRA FUNDAMENTAL - PRINCIPAIS PEDRAS DOS ORIXÁS E GUIAS ESPIRITUAIS: tá


- o início dos assentamentos. Por Rubens Saraceni, Retirado do J.U.S. - Pertencente ao livro
"Oferendas e Assentamentos na Umbanda" Um assentamento começa a ser construído sem pressa
pelo médium, peça a peça, até que ele tenha no mínimo sete elementos do Orixá, todos já
consagrados, tanto no seu ponto de forças, quanto no seu centro de Umbanda. Não é preciso
esperar abrir o centro para começar a constituí-lo rapidamente. Um dos primeiros elementos é o Otá
125

ou pedra do seu Orixá. O Otá equivale a "pedra fundamental" das grandes construções civis ou de
grandes templos erigidos no plano material pelas mais diversas religiões. Cada Orixá tem a sua
pedra (as) e é por ela que o médium deve começar a constituição dos fundamentos do
assentamento do seu próprio Orixá. Nos relatam os nossos mais velhos que, durante o período da
escravidão, quando se realizava a cerimônia de iniciação dos noviços, estes iam mata adentro à
procura do seu Otá ou pedra do seu Orixá, e voltavam só ao amanhecer, já com ela entre as mãos.
Dali em diante, ela seria o mais poderoso elo de ligação com seu Orixá. Seria conservada com zelo
e alimentanda periodicamente para manter integralmente seu axé (poder).
Normalmente ela era condicionada em uma quartinha de barro, pois a louça era um artigo raro e
caro, inacessível às classes menos favorecidas. Panelas, vasos, tigelas, canecos, e outros utensílios
feitos de barro cozido, eram comuns e de uso cotidiano, não só pelos indígenas, uma vez que os co-
lonizadores mais pobres também usavam utensílios de barro cozido. Eram os vasilhames e uten-
sílios mais populares e mais baratos naquela época, certo? Hoje, quando você tem os mesmos
utensílios em louça, pode usá-los à vontade. Até porque as quartinhas de barro precisam passar por
um envernizamento externo e por um revestimento oleoso interno, para que a água ou outra bebida
colocada dentro dela não seja absorvida pelo barro e, sob temperaturas elevadas evapore
completamente. Então, como atualmente você não precisa sair às escondidas e em altas horas da
noite para encontrar na escuridão o seu Otá ou pedra do seu Orixá, recomendamos que a encontre
num rio ou cachoeira pedregosa e ali, calmamente, escolha-o e assim, recolha-o levando-o para
casa já envolto em um pedaço de pano com a cor do seu Orixá. Mas lembre-se: Não é só chegar até
o leito pedregoso do rio, catar uma pedra rolada, envolvê-la num pano e ir embora. Não mesmo! Há
todo um ritual que deve ser cumprido à risca se quiserem que seus Otás tenham axé ou poder de
realização. Abaixo vamos descrevê-lo:
1- Encontrar um trecho de rio de águas limpas que seja pedregoso; 2- Numa margem dele, oferendar
nossa mãe Oxum e pedir-lhe licença para recolher dos seus domínios o Otá do seu Orixá. 3 -
Depois, oferende o seu Orixá na outra margem ou, se for na mesma, faça-a mais abaixo da oferenda
que fez para a Senhora Oxum. 4 - Já com a oferenda feita, derrame no rio uma garrafa de champag-
ne ou outra bebida doce e 7 punhados de açúcar, oferecendo-os aos Seres das Águas, pedindo-lhes
licença para entrar no rio e recolher seu Otá. 5 - Isto feito, o médium deve entrar no leito do rio e pro-
curar uma pedra rolada que o atraia mais que as outras e, quando encontrá-la, deve pedir licença à
Mãe e aos Seres da Àgua para pegá-la para si. 6 - Após pegá-la, deve elevá-la com as duas mãos
acima da cabeça e, como numa oração, dizer estas palavras: "Meu Pai (ou Mãe) Orixá tal, eis a pe-
dra de axé, o meu Otá! Abençoe-o com tua luz, com teu manto divino e com teu axé, tornando-a, a
partir de agora, minha pedra sagrada!" 7 - Após fazer essa primeira consagração a pessoa deve ir
até onde está a oferenda da Mãe Oxum e apresentá-la segurando-a na palma das mãos unidas em
concha, dizendo-lhe estas palavras: "Minha Mãe Oxum, apresento-lhe meu Otá. Abençoe-o, minha
amada Mãe!" 8 - Após receber a benção da Mãe Oxum, a pessoa deve dirigir-se até onde está a
oferenda do seu Orixá, colocá-la dentro dela e fazer esse pedido: "Meu Pai (minha Mãe) Orixá tal,
peço-lhe que aqui, dentro da sua oferenda, consagres essa pedra de forças, esse meu Otá". 9 -
Após esse pedido, a pessoa deve aguardar uns 10 minutos para recolhê-la e envolvê-la no pedaço
de pano na cor do Orixá. Mas antes, deve dizer estas palavras: "Meu Pai (minha Mãe), peço-lhe
licença para recolher meu Otá com seu axé, e envolvê-lo nesse pedaço de pano que simboliza seu
manto protetor para que eu possa levá-la para minha casa protegida e ocultada dos olhares alheios".
10 - Recolha-a e embrulhe-a com o pano. Então peça licença e vá para casa.
126

Chegando em casa, risque um símbolo do seu Orixá, coloque-o dentro dele; acenda uma vela de 7
dias e coloque-a dentro dele. Invoque seu Orixá, pedindo-lhe que alimente-a com sua luz viva, só
recolhendo-a e guardando-a em um local adequado quando a vela for toda queimada. Caso queira,
poderá pegar uma tigela de louça colocar dentro dela um pouco de água e macerar um punhado de
folhas do Orixá para, em seguida colocar dentro o seu Otá, iluminar com uma vela de sete dias e
pedir-lhe que incorpore-lhe seu axé vegetal. Após sete dias com o Otá imerso no caldo vegetal
poderá lavá-lo em água corrente que o axé vegetal do Orixá terá sido incorporado a ele. Só então, a
pessoa poderá alimentá-lo com a bebida do Orixá. Para alimentá-lo poderá fazê-lo derramando-a na
mesma tigela usada para as ervas. O procedimento é idêntico: Coloca-se a bebida; a seguir coloca-
se o Otá; cobre-se a tigela com o pano na cor do orixá; ilumina-se com uma vela de 7 dias e faz-se
uma oração para que o Orixá alimente-o com o axé da sua bebida. Após sete dias, retire o Otá, lave-
o em água corrente e coloque-o dentro de uma quartinha de louça ou de barro cerâmico; Encha-a
com água engarrafada adquirida no comércio pois não contêm cloro e coloque-a, já tampada, em
seu altar, oratório ou em um local onde só você mexa. Então, periodicamente, troque a água ou
complete-a, que seu Otá passará a atuar em seu benefício, atuando como um ponto de força do seu
Orixá.

Quando vier a fazer o assentamento dele, coloque nele a sua quartinha com seu Otá dentro dela,
passando a alimentá-la com ela já assentada em definitivo. Aí está seu verdadeiro e genuíno "Otá"!
Temos ouvido relatos de que alguns dirigentes espirituais adquirem no comércio algumas pedras
roladas ou pedregulhos, já manuseados por outras pessoas e, num ritual simples colocam-nos
dentro da quartinha dos seus filhos espirituais onde, daí em diante estes passarão a alimentá-la
periodicamente como se tivessem de fato o axé dos Orixás deles. Mas isto não é verdadeiro e sim,
assemelha-se a uma simpatia, que tanto pode funcionar como não. Um Otá genuíno só deve ter a
mão do seu dono e só deve ter a vibração do seu Orixá. Qualquer outra vibração incorporada ao Otá
de uma pessoa influirá negativamente sobre ele e sobre o seu dono, assim como sobre o próprio
Orixá. Isto acontece quando quem participou da consagração do Otá fica de mal humor; com raiva;
com ódio dele; com antipatia por ele, etc. Um Otá é algo pessoal e não deve ser manipulado por
mais ninguém além do seu dono e só deve conter suas vibrações e as do seu Orixá. Além do mais,
caso a quartinha com o Otá fique nas dependências do Templo que a pessoa freqüenta, várias coi-
sas podem influir sobre ela e ele tais como: - Caso o Templo esteja sendo demandado os donos dos
Otás também serão atingidos. - Caso virem as forças assentadas ou firmadas no Templo, as dos
donos dos Otás também serão viradas. - Caso prendam as forças assentadas ou firmadas no
Templo, as dos donos dos Otás também serão presas.
Caso o dirigente fique com ódio de um médium seu, poderá atingí-lo através do seu Otá, e qualquer
outros elementos pessoais colocados dentro da quartinha (pois há os que colocam um chumaço de
cabelo, retirado do ori do seu filho de santo). Recomendamos às pessoas que forem prejudicadas
dessa forma que comprem 7 quartinhas de louça; consigam 7 líquidos diferentes, tais como: mel,
bebida do seu orixá, água doce, água salgada, água com ervas maceradas, água com pemba
branca ralada misturada e água de côco. Com esses sete líquidos engarrafados separadamente,
devem ir até uma cachoeira e nela fazer uma oferenda a Mãe Oxum. Após fazer a oferenda devem
pedir-lhe licença para colher 7 pedras no leito da cachoeira. Após colhê-las colocá-las dentro das 7
quartinhas e acrescentar um pouco de água da cachoeira. A seguir, colocar as quartinhas em círculo
e derramar dentro de cada uma o líquido de uma garrafa. Acender 7 velas amarelas juntas no centro
127

do círculo das quartinhas; acender 7 vermelhas do lado de fora do círculo de quartinhas, uma para
cada uma.
Na seqüência, fazer essa oração poderosa ajoelhado diante do círculo de quartinhas: "Minha amada
e misericordiosa Mãe Oxum, clamo-lhe nesse momento em que sofro um ato de injustiça, que a
Senhora ative o seu Sagrado Mistério das Sete Quartinhas e, em nome do Divino Criador Olorum, de
Oxalá, da Lei Maior e da Justiça Divina, que essa injustiça seja cortada, anulada e retardada, e que,
quem a fez contra mim seja rigorosamente punido por Olorum, por Oxalá pela Lei Maior e pela
Justiça Divina, assim como pelo Orixá, pelo Exu Guardião, e pela Pombagira Guardiã dela, que
assim, punida rigorosamente, nunca mais use do seu conhecimento para prejudicar-me e a ninguém
mais. Peço-lhe também, que tudo o que essa pessoa fez e desejou contra mim, contra minhas forças
espirituais e contra meu Orixá, que na Lei do Retorno seja voltado integralmente contra ela, punindo-
a rigorosamente por ter me faltado com o respeito e com a fraternidade humana que deve reinar em
nossa vida. Peço-lhe também que essa pessoa seja punida com a retirada dos seus poderes e
conhecimentos pessoais, assim como, que dela sejam afastados todos os seus filhos espirituais e
seus amigos, para que não venham a ser vítimas da perfídia, da traição e do ódio dela por quem a
desagrada. Peço-lhe também que os Orixás e os Guias Espirituais de todos os filhos espirituais
dessa pessoa maligna sejam alertados da perfídia dela e tomem as devidas providências para
protegerem-se, e aos seus filhos, da traição e da falsidade dessa pessoa indigna perante os
Sagrados Orixás, o Divino Criador, Olorum, a Lei Maior e a Justiça Divina, e todos os umbandistas.
Que a Lei Maior e a Justiça Divina comecem a atuar e só cessem suas atuações quando ela pedir-
lhes perdão pela injustiça cometida. Ou, caso ela não o faça, então atuem pondo-a para fora da
Umbanda para que nunca mais manche-a com sua perfídia, traição e falsidade. Peço-lhe e peço a
todos os poderes invocados aqui, que me protejam de todos os atos negativos que essa pessoa
traiçoeira e perfídia venha a intentar contra mim, minhas forças, meu Orixá, minha vida e família,
assim como vos peço que cada ato dela feito contra mim de agora em diante seja virado e seja
revertido contra ela, punindo-a ainda mais. Amém"!
Essa oração é tão poderosa, que imediatamente a pessoa que cometeu o ato indigno de atingir um
filho espiritual, as suas forças espirituais e ao seu Orixá, começa a ser punida de tal forma, que em
pouco tempo, ou ela desfaz o mal feito e pede perdão ao atraiçoado ou sua vida terá uma reviravolta
tão grande que acabará afundando em sua maldade. É a justa punição para quem ousa atingir o
orixá alheio. Essa magia e essa oração forte não deve ser usada para futricas e intrigas pessoais
pois nossa amada Mãe Oxum não está à nossa disposição para essas coisas e sim, ela nos concede
a ativação do seu Sagrado Mistério das Sete Quartinhas para que atos indignos cometidos contra
nossos Guias e Orixás sejam punidos rigorosamente. Bem, após essa magia para a defesa de
vítimas de trabalhos para atingí-las a partir do seu Otá, continuemos com os comentários sobre a
"pedra fundamental" dos médiuns umbandistas. Saibam que um Otá (ou pedra de força) também
pode ser encontrado e recolhido em outros lugares além do leito dos rios. Pedras são encontradas
na terra, no sopé das montanhas, em pedreiras, etc. Se a sua pedra de forças (aquela que o atraiu)
for encontrada dentro de uma mata ou bosque, aí você deve pedir licença ao Orixá Oxóssi para
recolhê-la e consagrá-la ao seu Orixá. Se ela foi encontrada na terra, em algum campo aberto, peça
licença ao Orixá da terra, Omulú. Se ela for encontrada no sopé de uma montanha, ou mesmo nela,
peça licença ao Orixá Xangô. Se ela for encontrada em uma pedreira, peça licença ao Orixá Yansã.
Se ela for encontrada nas margens de um lago ou do estuário de um rio, peça licença ao Orixá Nanã
Buruquê. Se ela for encontrada nas margens ou no fundo de uma lagoa, peça licença ao Orixá Obá.
128

Se ela for encontrada a beira mar ou mesmo dentro das suas águas, peça licença ao Orixá Iemanjá.
Se for "encontrada" no comércio de pedras, aí é problema seu, certo? Afinal, um Otá genuíno não é
uma pedra semi-preciosa e sim, é um eixo rolado ou um pequeno geodo ainda na natureza e que
não passou de mão em mão. Quando a "pedra ideal" é encontrada, como que por acaso, e o
médium não estava ali com a finalidade de encontrar seu Otá, mas deseja recolhê-la e levá-la para
sua casa porque "sente" que ela tem algum poder ou finalidade mágica, este deve ajoelhar-se perto
dela e, dependendo do campo vibratório em que ela se encontra, ali deve fazer uma oração ao Orixá
regente dele e pedir-lhe permissão para recolhê-la e levá-la para sua casa pois já se estabeleceu
uma afinidade entre ambos.
Se você ainda não souber que tipo de afinidade se criou, recolha-a, e leve-a embora. Guarde-a e
aguarde, porque pode ser que mais adiante um guia espiritual manifeste-se e lhe dê orientações
sobre ela e como tratá-la dali em diante. Agora, se em todo o lugar da natureza que você for,
encontrar uma ou mais pedras que o atraiam intensamente, aí já se trata de uma coisa pessoal e o
melhor a fazer é tornar-se um colecionador de pedras ornamentais ou raras.

VITALIDADE. Orixá Exu – O Trono da Vitalidade Por Alexandre Cumino


Sabemos que Deus é um só manifesto por meio de muitos nomes diferentes, que implicam culturas
e formas diversas de entendimento e concepção do que Ele vem a ser. Também podemos
caracterizar este fato como essência e forma, Deus é “Essencia” que se manifesta por diferentes
“Formas”, segundo a cultura e o perfil coletivo e individual. Por esta razão é tão importante que
hajam muitas religiões, pois cada uma atende umas maneira diversa de entender e expressar a
realidade em que vivemos e o sagrado que permeia esta realidade. As formas mudam e assim
podemos dizer que uma forma não é igual a outra ou que são “coisas” distintas, sem medo de errar,
mas ao mesmo tempo são de mesma essência. Poderão dizer que Alá é diferente de Adonai e este
de Braman, Tupã, Olorum, Ptah, Wakan Tanka, Jah... sim são diferentes na forma, desde a
diferença na lingua e cultura de origem até a diferença ritual e doutrinaria de cada religião se
conectar ou relacionar-se com Deus, por estas formas variadas. Logo UM não é a “mesma coisa”
que OUTRO, mas guardam a mesma “essência primeira” e “original”. É Deus em suas variadas
formas, em todos os casos acima e muitos outros estamos nos referindo ao mesmo “Principio –
Essência”. Com as Divindades de Deus se dá o mesmo fenômeno, uma mesma essência se
manifesta por formas e culturas variadas, se assim não fosse a cada religião criada pelo homem
Deus haveria de criar novas Divindades. Logo não são “culturalmente” as mesmas, mas guardam
uma mesma essência, uma mesma origem comum, a que podemos chamar de “Tronos de Deus”. O
que aqui tem o significado de “Divindades de Deus” em sua forma pura, na essência, em Deus,
antes da nomeação e aculturação de cada um com nomes e formas. O termo “Trono” já existe na
129

cultura Judaico-cristã, mas aqui foi “re-significado” para identificar a Divindade em sua essência
original, que em cada cultura recebe diferentes nomes e formas.
O maior mitólogo que tenho conhecimento chama-se Joseph Campbell e em seus trabalhos afirma
que “os mitos se repetem nas culturas diversas”, o homem os repete pois eles trazem “chaves de
interpretação” de nossa realidade. Quando um mito se repete ele apresenta um mesmo arquétipo,
perfil ou qualidade, segundo um dos mais importantes Mestres da Psicologia Carl Gustav Jung estes
arquétipos estão no inconsciente coletivo, ou seja em uma “memória inconsciente” que não pertence
a ninguém e ao mesmo tempo pertence a todos. Em diferentes culturas se apresentam os mesmos
arquétipos. Mircea Eliade o maior de todos os pesquisadores e estudiosos de História das Religiões
de forma comparada, afirma que os “fatos religiosos” se repetem ao infinito.
Estas repetições se dão porque tudo tem uma mesma origem divina que se repete nas diversas
culturas, o que vem do alto se multiplica no meio, Rubens Saraceni e Pai Benedito afirma quem
“Deus cria e se multiplica o tempo todo”, “Deus cria em si e a partir de si, em si mesmo Ele cria as
Divindades e a partir de si cria os seres em evolução e suas realidades ou mundos”, ao mesmo
tempo ele está em tudo e todos pois: “somos uma parte d’Ele e Ele é, todos nós, por inteiro”. Alguns
Umbandistas do passado acreditavam que a origem comum dos “fatos religiosos” que se repetem
estava no mundo objetivo e cultural, daí surgiu a teoria do AUMBANDÃ (Primeiro Congresso de
Umbanda 1941), como fonte original de todas as religiões a ser restaurada pela Umbanda. A
“constatação” do que seria um fato se deu por reconhecer que a Umbanda faz repetir o que já se
praticava nas mais diversas religiões. A repetição se dá de forma natural pois a origem é divina, dos
dons, arquétipos, divindades assim como das chaves de interpretação dos mitos que revelam e
ocultam ao mesmo tempo os mistérios do Macro (Deus) e do Micro (Homen).
Como os estudos de religião e a interpretação dos fatos religiosos evoluem, surgem novas formas de
abordar e interpretar os mistérios, de dentro para fora da religião e de fora para dentro da mesma.
Assim temos olhares de história, sociologia, antropologia... e teologia para estudar estes
fenômenos.Também surgem novas palavras para definir novos conceitos até então inéditos, como
os exemplos abaixo:
Orixá Exu: Sei que para alguns ainda é difícil entender a diferença entre Orixá Exu e Entidade Exu.
O Orixá Exu é a nossa forma de entender uma divindade de Deus, a Divindade ou “Trono da
Vitalidade”, aquele que dá vitalidade à toda a criação. A entidade exu é um espírito humano que
trabalha com este mistério, todos os exus de Umbanda, todas as entidades exu, trabalham sob o
amparo e sustentação do Orixá Exu. Podemos dizer que o Orixá Exu está para as entidades Exu,
assim como Oxossi está para os Caboclos, Obaluayê está para os Pretos-velhos ou Ibeji está para
as Crianças. Também já foram pensados sincretismos de santos com Orixá Exu, como o próprio
Expedito, Santo Antônio, São Pedro e até Menino Jesus em alguns lugares do Caribe, no qual Exu
não foi demonizado e guarda em um de seus aspectos a forma jovial e inocente, que justifica sua
irreverência e traquinagens mitológicas. Algo semelhante se dá com Khrisna criança que se diverte
com as próprias estripulias ou com Hermes grego que ainda criança faz mil e uma artes e até rouba
os rebanhos de seu irmão Apolo.
No caso do Orixá Exu ou Trono da Vitalidade, trata-se de uma divindade que atua em todas as
vibrações, em todas as linhas a partir de si mesmo ou por meio dos outros Orixás. Mas este já é
assunto para outro texto, ou ainda para a leitura dos títulos Livro de Exu – O Mistério Revelado e
Orixá Exu (Rubens Saraceni – Ed. Madras). Quanto a Divindade ou Trono da Vitalidade também
130

assume nomes diferentes e formas variadas nas diversas culturas, é para nós o Orixá Exu.
Encontrar suas manifestações diversas é trabalho de pesquisa muito enriquecedor pois estudar
outras manifestações do mesmo mistério nos traz maior compreensão sobre o mesmo. O conteúdo
abaixo faz parte do título Deus, Deuses, Divindades e Anjos , do excelente autor Alexandre Cumino,
eu mesmo, rs. Os resultados são fruto dos estudos de “Teologia de Umbanda Sagrada”, no tema
“Orixás – Teogonia de Umbanda” e assunto “Estudo Comparado dos Orixás”.
Orixá Exu – O Trono Masculino da Vitalidade: Por Alexandre Cumino Exu, Shiva, Hermes, Pã,
Príapo, Dionísio, Min, Bes, Seth, Savitri, Lóki, Baal, Shulpae, Shullat, Kanamara Matsuri, Baco, Anzu,
Comentários.
Exu — Divindade africana, da cultura Nagô que predomina na região da atual Nigéria e parte da
Republica Popular do Benim. É o Trono da Vitalidade e também um Trono Tripolar (vitaliza,
desvitaliza ou neutraliza toda e qualquer ação).
Orixá Exu tem origem Nagô, onde é Divindade fálica, age também no sentido do vigor físico e
espiritual. Seu nome, na língua Yorubá, quer dizer Esfera, mostrando ser uma Divindade que atua
em Tudo e em todos os campos. Considerado o mensageiro dos outros Orixás, Exu vitaliza ou
desvitaliza qualquer um dos sete sentidos, sendo muito evocado e muito atuante pela abrangência
de seu mistério. O tridente, ferramenta de Exu na Umbanda, nunca teve conotação negativa, pelo
contrário. O Tridente sempre foi algo divino nas culturas pagãs anteriores ao Cristianismo, por isso a
cultura católica fez questão de pregar o inverso, para facilitar a conversão de seus fiéis e fazer com
que esquecessem os mistérios a que tinham acesso direto. Agora o único acesso a qualquer mistério
estaria na mão de um Sacerdote Católico. Podemos citar o uso de Tridente por Zeus, Netuno, Tritão,
Posseidon e Shiva, entre outros. Esses tridentes mostram o valor divino concedido a eles; a trindade;
o alto, o meio e o embaixo; Céu, Mar e Terra; Luz, sombra e trevas; Pai, Mãe e Filho; etc. Na cultura
católica, essa trindade perde toda sua relação com o tridente e aparece apenas como Pai, Filho e
Espírito Santo, deixando de lado o elemento feminino, tão importante, que se concentrará na figura
de Maria, Mãe de Jesus. Assim, Exu evoca seu mistério do vigor e o mistério tridente já tão
deturpado em nossa cultura, mas de grande valor como mistério divino, pois trás em si poder de
realização, desde que manifesto da forma correta.
Elegbara – Também conhecido como Elegba, Legba, Elebá, Lebá, Elegua, Légua e outros é
divindade da cultura Gêge, Vodun, na língua Fon. Seu nome significa Poderoso , tem em si todas as
qualidades do Orixá Exu, e de cultura tão próxima na África houve também sincretismos. Elebara é
sinônimo de Exu e tornou-se na cultura Yorubá, também, uma das qualidades do Orixá Exu.
Comentários: O Trono Masculino da Vitalidade, Exu, tem sido muito mal compreendido desde que
fomos dominados por uma cultura que vê a união carnal como pecado original. A região sacra do
corpo humano tornou-se algo a ser escondido como vergonhoso. A fertilidade divina perde sua
relação com o vigor físico, logo as Divindades fálicas são mal compreendidas e facilmente
associadas a algo negativo. Espiritualmente o órgão sexual, responsável pela concepção, geração,
multiplicação e perpetuação da espécie é divino, sem dúvida, sendo algo negativo a “bestialização”
do que nos foi reservado para o Amor. Logo, a vitalidade, o vigor e o estímulo são algo essencial
para a vida, pois é aplicado não apenas com conotação sexual e sim em todos os campos da vida,
pois uma pessoa desvitalizada ou desestimulada, rapidamente, vai perdendo a vontade de viver.
131

Bibliografia: Deus, Deuses, Divindades e Anjos. Alexandre Cumino, Ed. Madras

ORIXALÁ: O senhor da força, o senhor do poder da vida. Esta linha é supervisionada por
Jesus Cristo (OXALÁ), representa o Princípio, o reflexo de Deus. É a Luz refletida que
coordena as demais vibrações originais (demais linhas). Esta linha tem como Chefes
principais os Orixás menores (1º Grau) Caboclo Urubatão da Guia, Caboclo Ubirajara ,
Caboclo Ubiratan, Caboclo Aymoré, Caboclo Guaracy, Caboclo Guarany e Caboclo Tupy. Mas
existem os demais guias que pertencem a esta linha e trabalham na caridade, são eles:
Caboclo Pena Branca, Caboclo Águia Branca, Caboclo Tupã, Caboclo Rompe Nuvem, Caboclo
Tamoio, Caboclo Gira Sol e outros. O astro que rege esta linha é o Sol e tem como guardião o anjo
Gabriel.

OGUM: Senhor dos caminhos; os desbravador dos caminhos; senhor do ferro; Esta linha é
conhecida também como Linha de São Jorge no sincretismo. A vibração de Ogum é o fogo da
Salvação ou da Glória, o Mediador, o controlados dos choques conseqüentes ao Karma. É a
linha das demandas da Fé, das aflições, das lutas, das batalhas, etc.. Esta linha te como hefes
principais os Orixás Menores de (1º Grau), Caboclo Ogum de Lei, caboclo Ogum Yara,
Caboclo Ogum Megê, Caboclo Ogum Rompe Mato, Caboclo Ogum de Malê, Caboclo Ogum
Beira-Mar e Caboclo Ogum Matinata.

OXÓSSI: O Orixá Odé, o Orixá caçador, senhor da fartura 'a mesa, senhor da caça; Esta linha
é conhecida também como linha de São Sebastião no sicretismo. A vibração de Oxossi é a
Ação Envolvente ou circular dos viventes na terra, ou seja, o Caçados de Almas que atende
na doutrina e na Catequese. É a vibração que influencia no misticismo das Almas, que
doutrina e interfere nos males físicos e psíquicos. Esta linha tem como Chefes Principais os
Orixás Menores (1º Grau) Caboclo Arranca-Tronco, Cabocla Jurema, Caboclo Araribóia,
Caboclo Tupynambá, Caboclo Arruda, Caboclo Pena Branca e Caboclo Cobra Coral.

XANGÔ: A força do trovão e o fogo provocado pelos relâmpagos quando (diz uma lenda que
"sem Iansã, Xangô não faz fogo ... ") chegam 'a Terra; Esta Linha é conhecida também como
linha de São Jerônimo no sincretismo, linha do Povo, Linha das Cachoeira. A vibração de
Xangô é a Coordenação da Lei Karmânica, é o dirigente das Almas, o Senhor da Balança
Universal, que afere o nosso estados espiritual. Esta Linha tem como Chefes principais os
Orixás Menores ( de 1º Grau) Caboclo Xangô-Kaô, Caboclo Xangô Sete Montanhas, Caboclo
Xangô sete Pedreiras, Caboclo Xangô da Pedra Preta, Caboclo Xangô da Pedra Branca,
Caboclo Xangô Sete Cachoeiras e Caboclo Xangô-Agodô.

YORIMÁ: Esta linha é conhecida também como Linha de São Cipriano no sincretismo, Linha
das Almas, Linha dos Pretos-Velhos. A vibração de Yorimá é a Potência da palavra Lei, Ordem
Iluminada da Lei . Esta linha é composta dos primeiros espíritos que foram verdadeiros
magos que usam da roupagem fluídica de Pretos-Velhos, ensinando as verdadeiras
“mirongas” sem deturpações. São os Mestres da Magia e experientes devido as seculares
encarnações. Esta linha tem como Chefes principais os Orixás Menores (1º Grau) Pai Guiné,
Pai Tomé, Pai Arruda, Pai Congo de Aruanda, Mãe Maria Conga, Pai Benedito e Pai Joaquim.
132

YORI: Esta linha é conhecida também como Linha de São Cosme e Damião no sincretismo,
Ibejada, Linha das Crianças e outras. A vibração de Yori é a Potência em ação da Luz
Reinante ou a Potência em Ação pelo verbo, Reino de Deus. Esta linha tem como Chefes
principais os Orixás menores ( de 1º Grau) Tupanzinho, Ori, Yariri, Doum, Yari, Damião e
Cosme.

YEMANJÁ: a rainha dos peixes das águas salgadas; Esta linha é conhecida também como
Linha de Nossa Senhora da Conceição no sincretismo, Linha de Oxum, Linha do Povo D
´Agua, Linha do povo do Mar ( sereias, Marinheiros), e outras. A vibração de Yemanjá é o
principio que atua na natureza. O Eterno Feminino, a Divindade da Fecundação, da Gestação,
etc. Esta linha tem como Chefes principais os Orixás Menores ( de 1º Grau), Cabocla Yara,
Cabocla Indayá, Cabocla Nana, Cabocla Estrela do Mar, Cabocla Oxum, Cabocla Iansã e
Cabocla Sereia do Mar.

Os espíritos militantes da Umbanda só usam os mesmos nomes dos seus Chefes Principais,
até quando são de 4º Grau, quer dizer, até quando são Guias (Chefes de Grupamento). Daí
para baixo, até 7 º Grau não seguem esta regra, variando seus nomes mas tendo a mesma
ligação afim.

Oxum: Orixá das águas doces;

Iansã: Orixá dos ventos, chuvas fortes, os relâmpagos; (mutações e mudanças).

Ossãe: o Orixá das folhas e, sem folhas, nada é possível na Umbada ou no Candomblé; o
dono, preservador, das matas e florestas, das folhas medicinais, das ervas de culto;

Obá: Orixá guerreiro, a força da libertade;

Nanã: senhora do lodo, das águas lodosas da junção entre o rio e o mar, fonte de vida, e
também senhora da morte;

Obaluayê: "O dono da Terra, o Senhor da Terra"; o Orixá das doenças, senhor dos mortos
(pois conta uma lenda que Obaluayê foi o único Orixá que dominou a morte, Iku); é aquele
que tira a doença, mas também aquele que dá a doença.

Oxumaré: é o Orixá do arco-íris, um dos pontos de ligação entre o Aye (a Terra) e o Orun (o
Céu); também representa a fartura, o bem estar.
133

Omumu: Orixá de transformação energética, de toda energia produzida e forma natural e


artificial. Orixá da transição para a vida astral. Senhor dos segredos da vida e da morte.
Mestre das almas. Se exu é o grande manipulador das forças de magia, o Sr. Omulu é o
mestre. Quando desencarnamos tem sempre um enviado de Omulu do nosso lado. Reino
calunga pequena (cemitério).

OS ORIXÁS QUE REGEM OS NOSSOS CHAKRAS

É sabido que o corpo físico possui canais de comunicação com os corpos sutis, que são
chamados chakras. Citaremos, a seguir, a correspondência dos 7 chakras principais com os
Orixás que influenciam nos mesmos. As cores dos Chakras formam as cores dos setes raios,
que, por conseguinte representa o arco íris, no qual relaciona-se com Oxumarê - o Orixá que
serve de ligação entre o corpo físico e o astral.

Chakra Básico Plexo Sacro - YORIMÁ - seus regentes é Nanã e Oxumarê. Fortalece a vida
física e estimula o sistema nervoso, favorecendo a sobrevivência. Sua debilidade pode causar
abatimento físico e moral. Chakra Esplênico - OXOSSI - localiza-se acima do umbigo.
Relaciona-se com todo o organismo, controla os rins e os principais órgãos do abdome. O
134

Orixá regente é Exu e Ogum. Chakra Umbilical ou Plexo Solar - OGUM- próximo ao umbigo.
Atua nas funções digestivas, intestino, fígado, baço, estômago. Influem no subconsciente,
ilumina a mente. Está relacionado ao sentimento e às emoções - Orixá regente: Iansã e Xangô.

Chakra Cardíaco - XANGÔ - atua na zona do coração, estimula a nutrição a vitalidade,


atividade mental e do sistema circulatório, imunológico e endócrino. Controla o pensamento,
amor, harmonia interior, Orixá regente - Oxum e Oxossi. Chakra Laríngeo - YORI - localizado
na garganta - próximo ao Pomo de Adão - comanda a palavra e sua manifestação física,
sistema respiratório, cordas vocais e o metabolismo - domínio sobre o astral. Orixá regente -
Iansã, Oxumaré e Ogum. Chakra Frontal - YEMANJÁ - ou 3a. Visão - fica no centro da testa
entre as sobrancelhas, influencia o crescimento vital e espiritual, o despertar deste chakra
produz respeito, equilíbrio, abstinência, dignidade, bons sentimentos, relacionamento com o
corpo espiritual, representa a visão e a intuição e olfato, sendo o "centro" da inteligência e da
Paranormalidade. - Orixá regente: Oxaguiã, Oxum, Oxalufan. Chakra Coronário - ORIXALÁ -
localizado no alto da cabeça. "Foco radiante de energias". Domínio sobre a consciência (força
espiritual universal) - Orixá regente: Orixá Orí ou Orixalá. Dependendo de cada pessoa e da
sua consciência, irradia com mais ou menos força, tanto negativa como positivamente.

Orixá Sincretizado Como: Comemoração

Exu* Santo Antônio 13 de Junho


Iansã Santa Barbara 4 de Dezembro
Iemanjá Nossa Senhora dos Navegantes 15 de Agosto
(Gloria)
Nanã Nossa Senhora de Sant'Anna 26 de Julho
Oba Joana d'Arc 30 de Maio
Obaluayê São Roque 16 de Agosto
Ogum São Jorge 23 de Abril
Oxalá Jesus Cristo 25 de Dezembro
Omulu São Lázaro 17 de Dezembro
Oxossi São Sebastião 20 de Janeiro
Oxum Nossa Senhora da Conceição 8 de deDezembro
Oxumaré São Bartolomeu 24 de Agosto
Xangô São Jerônimo 30 de Setembro

Dentro do trabalho da "Umbanda de pretos-velhos", as linhas assim estão dispostas:

Orixás componentes à
Linha Falangeiros ou falange subordinada
linha
Linha de Oxalá Todos os Orixás Guias Flangeiros de Oxalá, guias mais
comuns: Pretos-Velhos, Caboclos e
135

Crianças.
Marinheiros, Sereias, Ondinas, Caboclos
Linha de Iemanjá ou
Oxum, Nanã, Obá e de Iemanjá, Falangeiros do Orixá
Yemanjá
Oxumaré Iemanjá, Guias Falangeiros de Iemanjá.
Falangeiros do Orixá Xangô, Guias
Falangeiros do Orixá Xang,Caboclos de
Linha de Xangô Iansã Xangô, falange do Oriente.
Guias mais comuns: Caboclos e
Baianos.
Falangeiros do Orixá Ogum, Guias
Falangeiros do Orixá Ogum, Falangeiros
Linha de Ogum   em geral.

Falangeiros do Orixá Oxossi, Guias


Falangeiros do Orixá Oxossi,
Linha de Oxossi   Falangeiros em geral, guias mais
comuns: Caboclos, Boiadeiros e
Baianos.
Linha de Almas ou Pretos-
Velhos Interagem
(Linha Africana ou dos
Pretos-velhos.
Ancestrais - Babalorixás, com a Linha do Orixá
Yalorixás, Sacerdotes Omulu.
diversos)
Pretos-velhos e Caboclos, curadores e
Linha de Omulu Obaluayê mandingueiros,
Exus e Pombogiras.
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