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Desenvolvimento Mediúnico
TU 21-5 - Vol 1
Desenvolvimento Mediúnico – Umbanda Sagrada
Sumário
PROPOSTA ........................................................................................................................... 4
SOMOS UMBANDA ............................................................................................................. 5
O QUE É UMBANDA?......................................................................................................... 6
O que é, e o que não é umbanda!........................................................................................................... 19
Umbanda eu sou......................................................................................................................................... 19
Umbanda não sou.... .................................................................................................................................. 20
Uma religião simples e complexa ao mesmo tempo: ....................................................................... 20
AS UMBANDAS DENTRO DA UMBANDA ................................................................... 21
O QUE NÃO É UMBANDA ............................................................................................... 33
TERREIRO DE UMBANDA - OLHAR DE DENTRO .................................................... 40
Banho de defesa ......................................................................................................................................... 40
Firmeza de força ......................................................................................................................................... 40
Preceito ......................................................................................................................................................... 41
Chegar no Terreiro ..................................................................................................................................... 45
Vestimenta - Qual o significado da roupa dos médiuns? ...................................................................... 45
Elementos de trabalho; ............................................................................................................................. 48
Os Colares de contas; ............................................................................................................................... 48
Para que servem os Colares Contas ou Guias ................................................................................... 51
As Cores de Colares ou Guias. ............................................................................................................... 52
Na confecção dos colares, algumas regras devem ser seguidas: ................................................ 54
Conservação do Colar de Contas ou Guia .......................................................................................... 55
Fazendo o mesmo para Guia ou Colar de Esquerda. ....................................................................... 56
Egrégora e Corrente................................................................................................................................... 56
Palmas e cantos, atabaques e sons na umbanda.............................................................................. 60
Bater palmas no Terreiro: conheça sua importância........................................................................ 61
Atabaques na Umbanda: função ritualística e importância ............................................................ 64
O que é a Curimba na Umbanda ............................................................................................................. 66
Trabalhadores da Curimba....................................................................................................................... 67
Mulheres na Curimba................................................................................................................................. 68
Espiritualidade e Curimba ........................................................................................................................ 69
Médiuns Auxiliares/ Cambonos .............................................................................................................. 70
O sacerdote .................................................................................................................................................. 70
Mãe pequena ou pai pequeno .................................................................................................................. 70
Médiuns de incorporação ......................................................................................................................... 70
Médiuns em desenvolvimento ................................................................................................................ 71
Saudações Orixás............................................................................................................................................ 71
Desenvolvimento Mediúnico – Umbanda Sagrada
Oxalá .............................................................................................................................................................. 71
Logunã ........................................................................................................................................................... 71
Oxum .............................................................................................................................................................. 71
Oxumaré ........................................................................................................................................................ 71
Oxóssi ............................................................................................................................................................ 71
Obá ................................................................................................................................................................. 71
Xangô ............................................................................................................................................................. 71
Egunitá .......................................................................................................................................................... 72
Ogum.............................................................................................................................................................. 72
Iansã ............................................................................................................................................................... 72
Nanã Buroquê .............................................................................................................................................. 72
Obaluaiê ........................................................................................................................................................ 72
Iemanjá .......................................................................................................................................................... 72
Omolu ............................................................................................................................................................ 73
Exú .................................................................................................................................................................. 73
Pombagira .................................................................................................................................................... 73
Exú Mirim ...................................................................................................................................................... 73
Saudações Linhas de Trabalho (Entidades) ............................................................................................. 73
Caboclo ......................................................................................................................................................... 73
Preto Velho ................................................................................................................................................... 74
*Saudação só verbal .................................................................................................................................... 74
Preceito, a questão não é proibir, mas compreender e conscientizar. ........................................ 74
EQUIPE DE DESLIGAMENTO ........................................................................................ 78
MEDIUNIDADE ................................................................................................................... 79
Alguns tipos de mediunidade....................................................................................................................... 85
O médium inconsciente? ............................................................................................................................... 87
Nunca está totalmente consciente .............................................................................................................. 89
Aprendizado - consciência ou semiconsciência é oportunidade ....................................................... 90
Será que estou realmente em um transe mediúnico? ................................................................................. 98
Campo mediúnico do médium ..................................................................................................................... 98
ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO MEDIUNICO ..................................................... 104
1 - A TEORIA: .................................................................................................................................................. 104
2) QUESTIONAMENTOS ............................................................................................................................... 105
3) PRIMEIROS CONTATOS: ......................................................................................................................... 105
4) A INCORPORAÇÃO: .................................................................................................................................. 106
5) A COMUNICAÇÃO: .................................................................................................................................... 106
6) O MEDIUM PRONTO: ................................................................................................................................ 106
Desenvolvimento Mediúnico – Umbanda Sagrada
PROPOSTA
A proposta do Curso Preparatório para Médiuns de Umbanda Sagrada, é sair da
superfície e buscar profundidade onde só o conhecimento pode nos levar a construir
uma cultura de umbanda em cada um de nós, em nosso sentir.
Propomos descobrir que, Umbanda é muito mais que uma religião é um ideal. Sim
um ideal, uma cultura, uma nova forma de você ver e interpretar você mesmo, a vida
e o universo. Nós não estamos na Umbanda, a Umbanda está em nós, nós somos a
Umbanda!
Estudar e praticar mediunidade umbandista é de grande importância, necessário e
pertinente!
Este curso é o resultado de observações, da busca de conhecimento, estudos,
vivência, aprendizados, e revelações dos guias que tem por objetivo a clareza e
respeito desse sentido: a Mediunidade.
Nesse tempo compreendemos que existe dois grandes grupos dentro da
Umbanda:
Um grupo que acredita no estudo umbandista e outro que não acredita no estudo.
Para muitos o estudo na forma de curso é novidade, já que hoje tivemos uma
grande popularização do conhecimento umbandista em forma de curso.
Houve tempo em que nada se ensinava sobre a religião de Umbanda, muitos se
justificavam dizendo que seus ensinamentos são um segredo (eró), o praticante
(médium , “cavalo de umbanda”) permanecia aguardando o momento em que “O
Segredo” poderia se abrir a ele. Ao questionar sobre os ensinamentos ou sobre
algum fundamento era comum ouvir a frase: “Você ainda não está pronto ou ainda
não é o momento de você saber sobre isso”.
O fato é que muitos foram preparados (ou “despreparados”) desta forma dentro da
Umbanda, muitos ouviram estas frases a vida inteira e hoje apenas fazem repetir a
mesma frase, acompanhada de um ar de mistério e olhar inquisidor, para os que
estão sob a sua orientação (ou “desorientação”).
Ainda existem muitos médiuns que não sabem explicar a relação entre Santos
Católicos e Orixás existente na Umbanda, seja ela de Sincretismo ou de Co-
participação no culto a Deus, suas divindades e seus mensageiros.
Outros fazem confusão entre o que é um Orixá como Oxalá e Deus, que pode ser
chamado de Zambi, Tupã, Olorum ou Olodumarê. Confunde-se ainda os conceitos e
dogmas católicos com os fundamentos de Umbanda.
Desenvolvimento Mediúnico – Umbanda Sagrada
Muitos batem cabeça e não sabem porque estão fazendo isso, sacerdotes que não
tem segurança ou não entendem mesmo o porquê se realizar rituais de batizado,
casamento e encomenda fúnebre. Confunde-se Umbanda, Candomblé e Espiritismo
(Kardecismo).
SOMOS UMBANDA
Algumas pessoas são Umbanda, outras pessoas estão na Umbanda.
Nós não estamos na Umbanda, a Umbanda está em nós!
A questão não é viver a Umbanda, é ser Umbanda. Umbanda não é uma coisa que
você faz, Umbanda é algo que você é.
Nossa forma de viver, de pensar, de agir é Umbanda. Umbanda é religião também,
não apenas.
Desenvolvimento Mediúnico – Umbanda Sagrada
Umbanda é também uma cultura, um estilo de vida. Algumas pessoas são
Umbanda, outras pessoas estão na Umbanda.
Mas para aqueles que são Umbanda ela se amolda, a Umbanda amolda a sua
maneira de ver, e isso acontece de tal maneira como incorporar um Caboclo.
Quando você está incorporado, você não sabe se é você ou o Caboclo. Você se
perde no Caboclo, o Caboclo se perde em você. E você não sabe mais onde você
começa, onde termina, ou o Caboclo.
Então, podemos responder como é nossa vida? “Ótima, somos felizes, Umbanda
é um caminho para a felicidade. ”
O QUE É UMBANDA?
Dia 15 de Novembro de 1908, um jovem de 17 anos, Zélio de Moraes está diante
de velhos senhores de cabeça branca. O rapaz, faz uma afirmação muito forte. Ele
diz assim: “Falta uma flor”.
Pense! Naquele universo espírita, Zélio diz falta uma flor. O que Zélio poderia dizer
sobre o que estava faltando lá? Nada.
O que Zélio tinha de formação espiritual, religiosa, mediúnica, cultural, para dizer
que faltava uma flor naquele lugar? Nada.
Quando Zélio disse que falta uma flor aqui, aquilo foi intuição, inspiração, insight.
Alguém tem dúvida que antes de entrar ali dentro o Caboclo das Sete Encruzilhadas
já estava acompanhando ele?
Ao dizer: aqui falta uma flor, essa flor é a Umbanda. A Umbanda é a flor que faltava.
Por isso que fala que a Umbanda é a flor do jardim dos Orixás. A flor representa a
natureza e aquilo que não pode ser dito.
Ao dizer: Aqui falta uma flor. Qual é significado?
Essa flor é a Umbanda. A Umbanda é a flor que faltava. Por isso que fala que a
Umbanda é a flor do jardim dos Orixás. A flor representa a natureza e aquilo que não
pode ser dito.
A Umbanda cria um universo cultural com sua simbologia, com seu altar, com seu
Caboclo, com seu Preto Velho, com seu cachimbo, com seu charuto, com a pemba,
com a vela, com o ponto riscado, a Umbanda cria um universo que vai além das
palavras. É um universo mágico.
Quando você entra nesse universo que é o Terreiro, o Centro, a Casa, o Templo,
a Tenda, então, tudo ali transpira, transborda Umbanda além de qualquer discurso
ou palavra. Isso tudo, essa mágica, essa magia, a flor.
A Umbanda é a flor de Deus, a flor dos Orixás”.
Desenvolvimento Mediúnico – Umbanda Sagrada
Existe um simbolismo muito forte, aquele momento de fundação da Umbanda com
o Zélio de Moraes. Zélio de Moraes teve ataques como a família fala, ele passou
muito mal.
Estava doente, vamos dizer assim. Uma doença do que, do corpo? Da alma? Uma
doença espiritual? Mediúnica?
Zélio de Moraes passou por um conjunto de sintomas antropológicos. Um conjunto
de sintomas que fazem parte da história do ser humano no mundo, é existencial.
Isso quer dizer que, aquilo pelo qual Zélio de Moraes passou, o homem, a mulher
passa, desde que nós existimos nesse planeta, nesse mundo, nessa realidade.
Zélio passou por essa situação e isso é um modelo para a Umbanda, falamos:
Há aqueles que chegam pelo amor e aqueles que chegam pela dor. É
antropológico, histórico, faz parte do ser humano.
Não podemos esquecer. Zélio de Moraes passou por isso”. Assim afirma o caboclo
das Sete Encruzilhas em um dos áudios da Lilian Ribeiro.
Esse rapaz incorpora um espírito e esse espírito foi Frei Gabriel Malagrida, ainda
queimado na Santa Inquisição, um intelectual.
Quem era Frei Gabriel de Malagrida? Um intelectual, um filósofo, um sacerdote,
um homem ilustre que tinha uma cabedal de conhecimento teórico, de informação,
de tudo.
Uma referência humana com relação a fé, amor e caridade. Ele foi em vida, mas
ele pediu, me chame de Caboclo das Sete Encruzilhadas.
Então, ele não queria que fosse exaltado a sua personalidade. Ele não queria ser
exaltado pela sua identidade ilustre em uma de suas encarnações.
Ele preferiu ser um anônimo. E toda vez que o Caboclo das Sete Encruzilhadas
dava um discurso, no final ele dizia: “Eu sou o menor dos espíritos. Caboclo das Sete
Encruzilhadas”.
Esse é o modelo da Umbanda. O Caboclo é um anônimo, porque quando um
espírito incorpora você não sabe quem ele é. Ele fala: “Eu sou o Caboclo Pena
Dourada, Pena Verde, Pena Roxa. Eu sou o Caboclo Sete Flechas, Sete Montanhas.
O Sete Folhas, o Folha Seca. Eu sou o Caboclo da Mata.”
Você não sabe quem ele é. Ele é um anônimo.
Esse nome: Caboclo Sete Flechas, esse nome é simbólico, é uma simbologia. E
quando ele incorpora e fala: Me chame de Caboclo das Sete Encruzilhadas, Caboclo
quer dizer homem simples.
Desenvolvimento Mediúnico – Umbanda Sagrada
O Zélio não sabia nada cerca de Umbanda, 7 Linhas de Umbanda, 7 vibrações, de
nada. Ele era um jovem de uma família Católica. Incorpora um espírito, que fala me
chamo Caboclo das Sete Encruzilhadas.
A semente das 7 Linhas da Umbanda está no nome do Caboclo fundador da
religião.
Poder ter esse olhar é algo que permite entender a grandeza dessa religião.
A Umbanda é maior que o meu Terreiro, do que o seu terreiro. A Umbanda é maior
do que todos os Terreiros, a Umbanda é maior do que todos os umbandistas juntos.
No momento que entendermos essa transcendência, essa grandiosidade da
religião de Umbanda, então, nós começamos a entender um pouquinho melhor, de
fato, o que é Umbanda.
Se você perguntar a um espírita o que é religião ele vai dizer que “religião é aquilo
que tem um ritual, uma formalidade. Espiritismo é uma religião, afinal de contas se
você pergunta “qual a sua religião” e a pessoa responde: “sou espírita”.
Se antes você era Espírita e hoje você é Umbandista, para construir a identidade
umbandista você precisa desconstruir a identidade espírita.
Quantos de nós estudaram em Colégios de Padres, de Freiras, Católicos? Ou
mesmo em Colégios do Estado que tinha uma aula de religião e a base toda era
Católica.
Se você quiser criar uma identidade Umbandista você precisa desconstruir a velha
identidade Católica. Velha no sentido do que vinha antes.
Se você era Ateu, desconstrua sua identidade para construir outra.
Identidade católica ou valores católicos, são tão fortes e enraizados em toda a
sociedade, que leva as pessoas a pensarem no que vem a ser religião, na maioria
das vezes permeia os valores do catolicismo.
Hoje quando você diz: eu sou Umbandista.
As pessoas não fogem mais, elas estão morrendo de curiosidade para
saber o que é isso.
Onde você frequenta? Você é médium? Você incorpora? O que é isso?
Umbanda é uma religião? Que religião é essa? Umbanda e Candomblé é a mesma
coisa? Essa é uma religião brasileira? Isso é uma coisa do escravo?
É aquele negócio de Orixá? De Santo? Minha vó incorporava um Preto Velho, será
que isso é Umbanda?
Nós já ouvimos, e você, está preparado para responder as perguntas?
Desenvolvimento Mediúnico – Umbanda Sagrada
Porque é muito simples. Se Umbanda é a sua religião, o mínimo que se espera é
que você saiba explicar alguma coisa sobre a Umbanda.
Por isso, faz muita diferença a gente ter esse tipo de estudo teórico, do fundamento
da religião, uma reflexão sobre a religião.
São Tomás de Aquino diz assim: “Religião é religar a Deus”. Inclusive o termo
religião passa a ser sinônimo de Religar, o Religare.
Será que isso define o que é religião? Não. É muito bonito, é uma das formas de
pensar religião. Eu posso dizer sim que religião é religar a Deus, no entanto, religião
é muito mais, não apenas isso, nem exclusivamente isso.
Vamos ao exemplo: Budismo. Em sua essência o Budismo é uma religião que não
tem proposta de religar ninguém a nada.
O Budismo não afirma que Deus existe e nem que Deus não existe.
O Budismo não traz o conceito teológico sobre Deus, apenas pretende trazer uma
filosofia para se livrar do sofrimento e alcançar iluminação.
Quem é que vai negar que Budismo é religião!? Temos o Jainísmo com a mesma
essência.
Existem várias religiões que não tem livro sagrado, mandamentos, que não tem
essa mesma estrutura de Templo Católico.
A Sinagoga, que é muito mais uma casa de oração. A Mesquita que é uma casa
de oração. A igreja Católica tem um Templo. Para o Judaísmo um Templo era o
Templo de Jerusalém.
E o que é religião afinal? É difícil de explicar o que é religião para outra pessoa.
Por ter o conceito do que é sociologicamente, antropologicamente,
psicologicamente, religiosamente, teologicamente, doutrinariamente.
Afinal de contas, como definir o que é religião?
Primeiro, religião é aquilo que você pratica em grupo. Aquilo que você pratica
sozinho é espiritualidade.
Quando o mesmo grupo possui uma mesma doutrina, que dá um sentido para a
vida, ali já tem uma religião. E isso evidenciado, se torna mais forte e concreto no
momento que o grupo cria um ritual, e estabelece por exemplo, um Templo.
Não importa se tem livro sagrado, se existe mandamento, não importa se está
religando ou não a Deus.
Não importa se a cultura é africana, se é brasileira, europeia.
Desenvolvimento Mediúnico – Umbanda Sagrada
Se existe um grupo de pessoas com a mesma doutrina, ali já tem uma religião e
ponto final.
Religião é religar a Deus, também, mas não apenas isso.
Religião é também uma instituição de abertura de sentido.
Religião é o que dá sentido à vida. Isso é religião.
Umbanda é religião! Porque é constituída de pessoas que tem uma mesma
doutrina, uma mesma fé.
É constituída por um grupo de pessoas que estabelece um ritual, Templo, altar,
dirigente, aquele que naquele momento representa o sacerdote da religião.
Umbanda tem todas as características de religião.
O que é uma Seita? Essa palavra Seita é uma palavra que antigamente tinha uma
conotação e hoje em dia tem outra conotação.
Porque antigamente você tinha uma religião oficial, por exemplo, uma nação inteira
era Católica. Todos eram obrigados a serem católicos.
Esses grupos de pessoas que saiam do catolicismo, é chamado de Sectário, de
Sectarismo, grupo separado.
Eles se separavam de uma religião oficial, e criavam um culto paralelo. Isso era
chamado de Seita. Todas as grandes religiões começaram como um Seita.
Mestre Jesus criou uma Seita Cristã. Essa Seita cristã vai se tornar uma grande
religião trezentos anos depois. O imperador de Roma, Constantino, cria, ou ele dá
licença e autorização a base para criar o Catolicismo.
Catolicismo é sincretismo? Sim. Por que?
Porque você pega uma cultura Romana, mistura com uma cultura Judaica e então
você tem Catolicismo. A Igreja Católica Apostólica Romana. Isso é sincretismo.
Toda a estrutura sacerdotal do Catolicismo é uma estrutura romana, Templo
Católico e imagens dos Santos são com base na estrutura romana, dos Deuses, das
Divindades gregas, porque no Judaísmo não tem imagem. Isso é sincretismo.
Assim nasce uma religião, assim nascem todas as religiões. Porque nada nasce
do nada.
No entanto, Jesus era tratado quase como um judeu marginal, porque o centro do
Judaísmo está em Jerusalém capital, e Jesus vem da periferia, homem do povo, fala
a língua do povo.
E é muito engraçado ver quando as pessoas dizem, Jesus não era Cristão. Buda
não era Budista, Maomé Mohamed não era Muçulmano, mas Jesus era Judeu.
Desenvolvimento Mediúnico – Umbanda Sagrada
Jesus conhece toda aquela cultura Judaica, não é um sacerdote.
Dentro do judaísmo ele é um Mestre, pode ser considerado um Rabi, um profeta
popular.
Ele envolve a multidão com seu carisma. No entanto, Jesus rasga as páginas da
Torá, que é o Livro Sagrado dos Judeus.
Jesus rasga as páginas do Velho Testamento, o Pentateuco: Gênese, Êxodo,
Levíticos, Números e Deuteronômio.
Jesus rasgou metaforicamente no momento em que ele diz: “Atire a primeira pedra
quem não tem pecado”. Ele rasgou a lei. Porque aquilo não era apenas uma questão
religiosa, aquilo era a Lei. Era a constituição daquele povo.
Quando diz: “Dê a outra face”, ele rasgou outra vez, porque no Velho Testamento
está escrito: Olho por Olho, Dente por Dente.
Alguém não entendeu essa parte? “Não vim contradizer a lei”, ele não veio
contradizer a Lei Maior. Porque a lei que está escrita lá naquelas páginas ele rasgou.
Ele trabalhou no sábado e alguém diz: “Jesus, você e seus discípulos estão
trabalhando no sábado?”, e ele diz: “O homem não foi feito para o sábado, o sábado
foi feito para o homem”.
Então, há restrições no Judaísmo do que se pode comer, não se come carne de
porco por exemplo, não se come peixe sem escama.
E perguntam: “Jesus, o que você está comendo?”, e ele diz: “Mais vale o que sai
pela boca do que o que entra”.
Então, metaforicamente ele está rasgando a lei. Ele é um judeu e ali ele tem um
grupo de pessoas seguindo-o. Jesus tem um grupo de judeus sectário.
Quem era Moisés?
Moisés é um Africano, Semita, que foi criado como Judeu. Moisés é alguém que
fugiu da casa dos Egípcios e foi encontrar Séfora, a sua esposa, e encontra Jetro, o
seu sogro que é um Sacerdote Africano, um Sacerdote Etíope.
Moisés vai aprender religião com esse Sacerdote, vai voltar para o povo Semita,
que é a origem do Judaísmo. Tendo como base de formação a cultura Egípcia. Isso
não é sincretismo?
Então, quando alguém lhe falar que Umbanda é Sincretismo, não diminua o que
você pensa da sua religião. Apenas observe que todas as religiões nascem de outras
religiões anteriores. Sincretismo é uma coisa muito natural.
O que é Umbanda? A pergunta não é nova. Desde seu nascimento, umbandistas
e não umbandista procuram responder a esta pergunta.
Desenvolvimento Mediúnico – Umbanda Sagrada
Ao longo destes 100 anos de Umbanda no Brasil, é possível colher diversas
respostas, sob diferentes pontos de vistas, paradigmas e interesses.
A História da Umbanda nos ajuda a entender que as diferentes interpretações, do
que é Umbanda, também são influenciadas por questões regionais, sociais, políticas,
econômicas e culturais.
As respostas para esta pergunta ora se contradizem, ora se complementam.
“A Umbanda é um ritual religioso tão grande que nem que mil mãos escrevessem
por mil anos ininterruptos esgotariam seus mistérios”
Rubens Saraceni. Umbanda o Ritual do Culto à Natureza, 1995.
“Umbanda é a manifestação do espírito para a caridade” Caboclo das Sete
Encruzilhadas em seu médium Zélio de Moraes (15 de Novembro de 1908).
“Umbanda é Amor e Caridade” Mãe Zilméia de Moraes em seus vários
depoimentos para a Revista Espiritual de Umbanda, nas comemorações dos 97
anos de Umbanda.
“Umbanda é a Escola da Vida”; “Umbanda é coisa séria, para gente séria”
Caboclo Mirim e seu médium Benjamim Figueiredo (Tenda Mirim, 1924).
A antropóloga Patricia Birmam afirma que Umbanda possui unidade e
diversidade, e que “há, pois, uma certa unidade na diversidade. ”
O sociólogo Lísia Nogueira Negrão e a antropóloga Maria Helena Vilas Boas
Concone concordam que a Umbanda é “um sistema religioso estruturalmente
aberto” o que praticamente justifica esta diversidade de formas.
É constante a busca para entender o Uno e o Diverso na Umbanda.
O nosso olhar do Uno pode ser o UM e o diverso pode ser a BANDA; um não
vive sem o outro, assim como são indispensáveis no Universo. A unidade é
essência e a diversidade é a forma.
A Umbanda está em constante construção, transformação e adaptação.
Este entendimento é extremamente necessário para uma melhor compreensão
da mesma. Não podemos, no entanto, fugir de sua unidade-essência há muito
definida por seu fundador.
Desta maneira em todas as diversas formas de explica-la deve ser possível
identificar sua essência-una. Falar de Umbanda é falar da vida e do ser humano
que é em si uno e diverso.
UMBANDA É RELIGIÂO! Não deveriam existir dúvidas quando a isso, no entanto
muitas pessoas não sabem o que é religião.
Desenvolvimento Mediúnico – Umbanda Sagrada
Então! Religião é um grupo de pessoas que tem uma mesma doutrina, uma
mesma fé, que idealizaram um ritual e pratica aquele ritual.
Você conseguiu entender do olhar da Umbanda o que é religião?
Você consegue explicar que Umbanda é uma religião?
Você consegue dizer que Umbanda não precisa de livro sagrado, de
mandamento, que não precisa ter a estrutura da igreja católica?
Você consegue entender também, que mesmo que haja uma manifestação do
Caboclo das Sete Encruzilhadas dentro de uma sessão espírita, isso não faz com
que a Umbanda seja uma Religião do Espiritismo?
Perguntamos a vocês!
Talvez, não devemos nós Umbandistas falarmos sobre nós mesmos?
É muito comum ver um espírita explicando o que é Umbanda, um candomblecista
explicando o que Umbanda.
É muito comum ver um evangélico explicando o que ele acha que é Umbanda.
Quem deve explicar a Umbanda é o umbandista. Somos os únicos que
podemos.
Ai! Você está na Umbanda, crê, que precisa ser batizado na Católica, ou você
está na Umbanda, tem medo do pecado e do inferno Católico.
Você está na Umbanda, mas pensa no Karma, com aquele peso que existe no
Espiritismo. É um conceito do Espiritismo.
Você está na Umbanda, mas batiza seus filhos na igreja católica. É um conceito
Católico. Ou você está na Umbanda e tem medo da quizila do Orixá. É um conceito
do Candomblé.
Então! Se assim acontece, você está na Umbanda. Ser Umbanda é pensar com
cabeça de Umbandista. Pense nisso!
Umbanda de onde vem? Brotou do chão, nasceu, caiu? Reviveu, ressuscitou? De
Atlântida, da Lemúria? Da terra, do céu? De onde vem a Umbanda afinal? Qual é a
origem da Umbanda?
Umbanda veio de Deus, do astral, dos anjos, dos espíritos, das entidades.
Umbanda é o que? Religião. Religião é coisa de gente encarnada.
Sempre, quando você falar de religião será possível buscar a história.
Os fatos históricos de uma família que até hoje mantém os trabalhos espirituais
ativos. Do primeiro Templo de Umbanda: Tenda Espírita Nossa Senhora da
Piedade, existe até hoje. Tudo isso tem início em 1908.
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Pouquíssimos anos depois da Abolição da Escravatura, em uma recém
constituída República.
O país até então era oficialmente católico, apenas depois do Brasil República que
você pode ter alguma manifestação que não seja católico.
E ali, pontualmente, em 1908, esse rapaz de então 17 anos, praticamente um
adolescente.
Está certo que hoje em dia adolescência vai até quase os 30 anos né.
Mas naquela época já poderíamos dizer que o menor de idade, Zélio de Moraes
tinha dores pelo corpo, falava de uma maneira esquisita, acordava no meio da noite
falando se comportando de uma maneira que a família não entendia.
A família deu um termo técnico para isso: Zélio de Moraes tinha “ataques”. E o
que fazer com esse menino? Que tinha ataques, que passava mal.
O que ele tem? Será que está doente? Então Zélio foi levado ao seu tio Dr
Epaminondas, que não por acaso tomava conta de um hospício, cuidava de loucos.
Para lá Zélio Fernandino de Moraes foi levado e após receber o jovem rapaz, de
avaliar, de estudar, observar, devolveu Zélio para a família.
E disse que ele não estava doente, ele não tem nada que a medicina possa
explicar. Então, se ele não está doente ele deve estar endemoniado.
O próprio Zélio de Moraes é quem conta que então foi levado para um padre para
ser exorcizado.
E ali foi exorcizado uma, duas, três vezes. Isso ele conta com as próprias
palavras na entrevista para o Atila Nunes, entrevista Gira de Umbanda.
Isso também foi registrado por Pai Ronaldo de Linhares, conversando com Zélio
de Moraes. Então, não é uma achologia, são fatos.
Zélio foi exorcizado, e os padres também disseram que não tinha nada para
exorcizar, e que ele não estava endemoniado.
Sua mãe então o levou a uma benzedeira. A benzedeira incorporava um espírito.
A benzedeira incorporou uma entidade chamada Tio Antônio, e este disse a esse
rapaz que ele tinha uma missão.
Mais ou menos isso, olhou, benzeu e disse que ele tinha uma missão, sem
explicar qual era. E ele continuou tendo problemas, ataques, passando mal.
No dia 15 de Novembro de 1908, data da Proclamação da República, então
alguém, amigo da família frequentava o espiritismo de Kardec.
Um dia antes, Zélio acordou no meio da noite: “Amanhã estarei curado”.
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Levado ali no Centro Espírita, ainda com dor e dificuldades, o jovem que ninguém
sabia mais o que fazer com ele. A família do Zélio era Católica, não era espírita.
Porque se fosse espírita ele não teria sido levado para padre, para médico, depois
para benzedeira.
Então, esse foi o último recurso, levar ele para o Espiritismo.
Pensa comigo....
A benzedeira incorporava um espírito. Já tinha incorporações de
espíritos, certo? A benzedeira incorporou uma entidade chamada Tio
Antônio...., e este disse a esse rapaz que ele tinha uma missão.
E ele continuou tendo problemas, ataques, passando mal.
Veja! Porque se a família fosse espírita ele não teria sido levado para padre, para
médico, depois para benzedeira.
Quando chega lá, Zélio de Moraes não conhece ninguém, não conhece aquilo.
O Caboclo das Sete Encruzilhadas em um desses áudios que foi gravado pela
Lilian Ribeiro e que faz parte do nosso conteúdo aqui, o próprio Caboclo das Sete
Encruzilhadas diz que: “Aquele ambiente era um ambiente de velhos senhores”.
Pense, hoje em dia, diante de velhos senhores, alguém com 17 anos de idade já é
visto como um moleque, imagina naquela época como era.
Zélio chega, e deve ter se sentido muito mal naquele ambiente, com certeza ele
não se sentiu bem. Zélio teve um insight, uma iluminação, teve um momento que
ele saiu dele mesmo e precisava externar o que estava acontecendo.
E não aguentando aquele ambiente sufocante, tem necessidade de sair para fora
do salão, onde irá começar a sessão espírita.
Busca uma flor e volta com a frase: “Aqui falta uma flor”. Onde ele coloca essa
flor? Em cima da mesa. No espiritismo acontece diante de uma mesa,
provavelmente tem uma água para fluidificar.
Zélio deve ter colocado essa flor dentro da água. Zélio se sentiu mal e se ele foi
buscar uma flor dizendo que faltava diante daqueles velhos senhores,
provavelmente ele tenha sentido um mal estar.
O ambiente é inóspito. A sessão espírita começa e os médiuns começam a
receber espíritos. De negros que haviam sido escravizados no Brasil.
Eles estavam incorporando ali. E alguém está mandando eles embora. É nesse
clima que Zélio de Moraes incorpora um espírito também, e esse espírito que
incorpora em Zélio questiona: “Porque é que expulsam esses humildes?
Desenvolvimento Mediúnico – Umbanda Sagrada
Olha a construção da frase na boca de um adolescente naquele ambiente. Então,
ele, o espírito que está incorporado no Zélio, e com certeza Zélio também concorda,
que estão convidando a se retirar pessoas humildes.
Por que mandam embora esses humildes? Por que eles não são filósofos,
professores, europeus, não tem classe, são espíritos de negros, espíritos que eram
escravos, ignorantes.
Mas aquele que incorpora no Zélio, vê grande valor e qualidades neles, do ponto
de vista da humildade. Olha que loucura.... os médiuns começam a receber
espíritos. De negros que haviam sido escravizados no Brasil. Eles estavam
incorporando ali. E alguém está mandando eles embora.
Olha que loucura.... os médiuns começam a receber espíritos. De negros que
haviam sido escravizados no Brasil. Eles estavam incorporando ali. E alguém está
mandando eles embora.
Há um médium clarividente na sessão. Então, o clarividente questiona: “Quem é
você? ”. Mas imagina hoje em dia: Qual é a sua irmão? O que você está pensando
em vir aqui colocar regra? O que você está falando? Quem é você?
“Me chame Caboclo das Sete Encruzilhadas, porque não haverá caminhos
fechados para mim”. Perceba! Não é um nome de batismo. E o clarividente está
olhando e diz: “Por que você está dizendo que é um Caboclo, se eu estou lhe
vendo com vestes clericais? ”, ou seja, vendo ele vestido como um sacerdote
católico.
O Caboclo responde: “O que você vê são reminiscências de uma outra vida. ”
Porque eu fui Frei Gabriel de Malagrida. Queimado na Santa Inquisição, por haver
previsto o terremoto de Lisboa”. É muita informação.
Está chegando agora na Umbanda? Começou a estudar Umbanda agora? Você
veio do Catolicismo, do Espiritismo? Você que está na Umbanda a bastante tempo,
já fez uma reflexão profunda sobre isso?
Então, quando um espírito incorpora você não sabe quem ele é, você precisa
perguntar para saber. Um clarividente viu que ele estava vestido como um
sacerdote católico, mas ele falou: “eu sou espírito, tive várias encarnações. Você
está vendo a forma que tive em uma das encarnações”, mas e daí.
Eu sou um espírito. Em outra encarnação eu posso ter sido Egípcio, em outra
Africano, Europeu e em uma das minhas encarnações eu fui índio.
Você não está vendo minha forma de índio, mas fui índio. Sou espírito, e venho
como quiser. Ele então, escolheu se manifestar como Caboclo diante dos negros
que estavam sendo expulsos.
Desenvolvimento Mediúnico – Umbanda Sagrada
Muda tudo na Umbanda. Porque ele poderia ter escolhido vir como filósofo,
professor, doutor, como Gabriel Malagrida, que era tudo isso junto. Mas ele
escolheu ser índio, Caboclo.
Ele escolheu também ser o menor dos espíritos, que assim que o Caboclo das
Sete Encruzilhadas se referia a si mesmo: como o menor dos espíritos.
E ele diz: “Amanhã na casa de aparelho, desse médium, desse jovem rapaz, vai
haver uma mesa posta e nós vamos iniciar uma nova religião.
E lá todo mundo pode vir. Com quem sabe mais nós vamos aprender, com quem
sabe menos nós vamos ensinar.
Mas não vamos bloquear ninguém, todo mundo vai ter a sua chance de se
manifestar”.
O chefe da sessão, seu José de Souza questiona: “E já não tem muita religião?
Você não acha que será mais uma religião? Para que mais uma?”
E o Caboclo diz: “Já não basta fazer diferença entre as pessoas aqui na Terra,
vocês querem levar essa diferença para a além da vida, para além da Terra, para
além da morte? Então é uma boa razão para uma nova religião”.
Você ter essa liberdade. Liberdade, pense nisso. Então, ele anuncia: “Cada
cume, cada montanha, cada canto, essa religião irá anunciar a chegada de uma
nova religião”.
E no dia seguinte, na família de Zélio de Moraes conta-se que tinha muita gente.
Que o Caboclo das Sete Encruzilhadas deu a hora em que ia chegar e ele chega.
Naquela data é dito que ele fez várias previsões sobre a Primeira Guerra
Mundial, sobre a Segunda Guerra Mundial, de várias coisas. No meu ponto de vista
não é o mais importante.
Durante a vida de Zélio de Moraes e o Caboclo das Sete Encruzilhadas há fatos
e há feitos milagrosos, mas não é o ponto aqui. O ponto é, que no dia seguinte ele
incorpora e dá as normas da nova religião. Diz como será a sessão, o ritual.
E naquele dia também o Caboclo das Sete Encruzilhadas desincorpora e
incorpora o Preto Velho que trabalharia para o resto da vida junto a Zélio de
Moraes, até seu desencarne em 1975.
O Pai Antônio estabelece o uso do cachimbo, das guias. Traz o Culto aos Orixás
para a Umbanda. Todo mundo quer saber como chega o culto aos Orixás na
Umbanda, chega pelo Pai Antônio.
E logo em seguida o Caboclo das Sete Encruzilhadas também adota o uso de
guias, a relação com os Orixás e com os Santos Católicos.
Desenvolvimento Mediúnico – Umbanda Sagrada
Não é a incorporação do Caboclo das Sete Encruzilhadas que marca a iniciação
de uma nova religião. Não é porque ele falou que ia trazer uma nova religião, que
tem uma nova religião.
Há uma nova religião porque ele, o Caboclo, além de falar e se manifestar, ele
construiu e idealizou como é o Templo e o ritual.
Reflexão: você pode ir a uma roça de Candomblé e encontrar um Caboclo
incorporado. Sim. Isso é Candomblé, Caboclo pode vir
Ir a um trabalho de Catimbó e encontrar um Caboclo incorporado. Isso é
Catimbó, Caboclo pode vir mas continua sendo Catimbó.
Alguém diz: “Antes do Zélio alguém já incorporava Caboclo. Ótimo. Mas não era
em um Terreiro de Umbanda. Provavelmente em uma Macumba Carioca.
Macumba era o nome que realmente se dava a um ritual afro brasileiro que
acontecia lá no Rio de Janeiro, com uma influência maior da cultura Banto.
O nome Macumba é o nome de um tambor, tinha dança, despacho, entrega na
encruzilhada ficou conhecida como macumba. Umbanda não é Macumba, virou
título de livro. Ótimo, eu recomendo, muito boa a leitura.
Está lá, isso é história, são fatos, a família está lá para quem quiser ver, para
quem quiser conversar e conhecer.
Umbanda é religião e tem fundamento. Umbanda é religião e só pratica única e
exclusivamente o bem. Umbanda é religião, portanto tem história.
Umbanda é Religião! Umbanda é a espiritualidade praticada por uma
comunidade que possui os mesmos valores. Umbanda é onde esta comunidade
deposita a sua fé, congregando-se em torno de uma mesma doutrina.
Umbanda é um conjunto de valores, de teorias e práticas que dá um sentido para
a vida de seus praticantes. Umbanda direciona e amolda o sentido para a vida e
nos faz sentir vivos.
Umbanda é um espelho da cultura e do universo brasileiro. Quanto mais a gente
estuda a Umbanda, mais descobre que não sabe nada; quanto mais a gente
estuda, mais ainda vê que tem a estudar.
Umbanda tem matéria de conhecimento e autoconhecimento para muitas vidas
de trabalho.
E como diz Rubens Saraceni: "Umbanda é a religião dos mistérios de Deus, um
culto à natureza. Umbanda é uma religião que prega as mesmas virtudes e busca a
mesma paz de espírito que todas as outras religiões.
Desenvolvimento Mediúnico – Umbanda Sagrada
Em suas práticas, o bom senso, o respeito, a ética e a moral são conceitos tão
válidos e importantes quanto em qualquer outro segmento.
Embora não esteja codificada nem dogmatizada, a Umbanda acredita que somos
conscientes do que é bom ou não para nós e para o outro, e assim a Umbanda
prega a regra de ouro de todas as religiões: "Não faça ao outro o que não quer
que façam a você".
E mesmo não registrando mandamentos, é certo que tem a máxima de Cristo
como princípio fundamental, o que muitos consideram como o grande mandamento:
"Amar ao próximo como a si mesmo".
No entanto, o amor não funciona por meio de ordens e mandamentos; antes de
amar ao próximo é fundamental amar a si mesmo, caso contrário não há amor para
o próximo.
Os guias de Umbanda sabem disso e, por esta razão, não se baseiam em
ordens, mandamentos e dogmas, mas sim na conscientização do ser.
A grande base da Umbanda é nos tornar conscientes de nós mesmos, do outro e
do mundo à nossa volta.
Mesmo com toda esta flexibilidade e liberdade, é possível dar algumas diretrizes
do que é, e do que não é Umbanda.
O que é, e o que não é umbanda!
Umbanda é para Minha Fé,
Umbanda é para Meu Amor,
Umbanda é para Meu Autoconhecimento,
Umbanda é para Meu Equilíbrio,
Umbanda é para Minha Disciplina,
Umbanda é para Minha Evolução,
Umbanda é para Minha Vida...
Não tem a Umbanda melhor, nem a Umbanda certa ou correta, nem a errada.
A outra parte, onde estão os médiuns, em que na maioria dos Templos esses
médiuns se vestem de branco.
Entre esses médiuns estão aqueles que tem mediunidade de incorporação
desenvolvida, que vão incorporar as Entidades para dar consulta, essa é a
organização.
Depois Pai Antônio traz o culto aos Orixás, isso também faz parte da unidade da
Umbanda. O sincretismo, o culto de Orixás, tudo isso é estabelecido, montado o
ritual em 1908.
Até 1918 a Umbanda existia somente na Tenda Espírita Nossa Senhora da
Piedade.
Desenvolvimento Mediúnico – Umbanda Sagrada
Em 1918 Zélio recebeu a incumbência de multiplicar, de abrir mais 7 Tendas de
Umbanda, e de preparar outras pessoas para ter mais Tendas além das 7 Tendas.
Essa, que deveria ser considerada a Umbanda tradicional, que é uma Umbanda
que só existe ali praticamente, daquele jeito.
E Zélio de Moraes costumava falar de Umbanda Branca, termo que vem desde
os primórdios. O branco de alguma maneira simbolizava algo bom.
Assim como falar Umbanda Sagrada, não é somente essa Umbanda que é
sagrada, todas as Umbandas são sagradas. Para eles era a mesma coisa dizer
Umbanda branca ou a Linha branca de Umbanda e demanda. Também é essa a
referência.
E a Umbanda não tem esse conceito teológico do pecado. Tem aquilo que você
fez que é bacana, aquilo que não é bacana. Aquilo que fez bem para o outro, aquilo
que não fez bem para você. Nascemos para errar.
Você não pode viver com culpa e peso de tudo o que você faz de errado porque
você nasceu para errar.
Então, quando você alivia a culpa, alivia o peso e entende que você errou e vai
errar, fica muito mais fácil acertar. Quando não tem o peso do Karma, da culpa,
dogma ou tabu, você é livre, é leve”
Ter identidade de umbandista, o pensar umbandista e ser umbandista é
libertador. Porque a Umbanda não tem dogma, tabu, porque a Umbanda não crê
em pecado.
E a Umbanda não tem esse conceito teológico do pecado. Tem aquilo que você
fez que é bacana, aquilo que não é bacana. Aquilo que fez bem para o outro, aquilo
que não fez bem para você. Nascemos para errar.
Você não pode viver com culpa e peso de tudo o que você faz de errado porque
você nasceu para errar.
Desenvolvimento Mediúnico – Umbanda Sagrada
Então, quando você alivia a culpa, alivia o peso e entende que você errou e vai
errar, fica muito mais fácil acertar. Quando não tem o peso do Karma, da culpa,
dogma ou tabu, você é livre, é leve.
Então, em 1924 Benjamim devido ter sido desenvolvido por Zélio de Moraes ficou
como apto como dirigente espiritual, Benjamim funda a Tenda Espírita Mirim, que
existe até hoje.
Ali Benjamim com o Caboclo Mirim criou uma nova maneira de fazer a Umbanda.
Historicamente em 1924 a partir da Tenda Mirim, começou a diversidade na
Umbanda.
Zélio de Moraes nunca criticou, vamos entender isso.
Quem está a frente é o Pedro Miranda, ela funciona onde é a Tenda Espírita São
Jorge, uma das sete Tendas fundadas pelo Zélio de Moraes.
A Federação que foi responsável pelo primeiro Congresso de Umbanda, quem
mais articulou esse Congresso de Umbanda foram os dirigentes das Tendas do
Zélio e Benjamim Figueiredo, mais o seu corpo da Tenda Espírita Mirim.
Desenvolvimento Mediúnico – Umbanda Sagrada
No primeiro Congresso de Umbanda surgiram várias teorias sobre a religião de
Umbanda e havia uma preocupação, no Rio de Janeiro antes de existir a Umbanda,
existia a Macumba Carioca, um tipo de culto afro brasileiro e que esse culto
começou a se “umbantizar”.
O Espiritismo de Allan Kardec foi aceito muito antes do que a Umbanda. Aceito
legalmente, para ter estatuto, documento, porta aberta, para dizer: aqui tem um
Centro Espírita.
O que quer dizer que foi Fundada uma Federação em 1939? Quer dizer que
naquela época Zélio de Moraes, Benjamim Figueiredo, aquela cúpula toda, já
tinham aberto o caminho para regularizar oficialmente, no cartório, um Templo de
Umbanda e funcionar regular.
Ali estamos e 1940 e há uma preocupação de dizer isso não é Umbanda, então,
você vê o primeiro Congresso de Umbanda e muitos chamaram de processo de
“embranquecimento” da Umbanda.
Porque havia uma preocupação em dizer: isso aqui não é uma coisa africana.
Desenvolvimento Mediúnico – Umbanda Sagrada
A preocupação era misturar a Umbanda com a Macumba Carioca, que seria
misturar a Umbanda com o Candomblé, ou com aquele Candomblé com Caboclo
também.
Então, pelo contrário, com o tempo que a Umbanda foi cada vez bebendo mais
em uma cultura afro. Isso sim.
E agora, já é fato uma Umbanda mais afro. Essa Umbanda mais afro tem nome:
Umbanda Omolokô.
A Umbanda que vai se aproximar muito do culto afro, algo que as vezes você não
sabe onde começa e termina a Umbanda e onde começa e termina o culto afro.
É o que por exemplo no Sul, Florianópolis,Umbanda de Almas e Angola. A
Umbanda de Almas e Angola se aproxima um pouco dessa Umbanda Omolokô e de
uma Umbanda afro. Então, temos Umbandas.
Na década de 1950 vai aparecer o primeiro livro de Umbanda Esotérica, de
Oliveira Magno. Começa a ser pensada a Umbanda Esotérica.
Você tem Aluísio Fontenelle que não defende uma Umbanda esotérica, mas a
maneira dele pensar a Umbanda é muito próximo do conceito que irá se firmar na
Umbanda esotérica e que depois terá o ápice na obra do da Matta, com Umbanda
para todos nós de 1956 onde ele diz literalmente só que é Umbanda esotérica.
Pelo fato que da Matta publicou 9 títulos de Umbanda, começando pelo Umbanda
de todos nós. Então, ele se torna um grande defensor desse segmento: Umbanda
esotérica e iniciática.
Desenvolvimento Mediúnico – Umbanda Sagrada
Na década de 50 também teremos o grande defensor da Umbanda afro no Rio de
Janeiro, o grande mestre da Umbanda Omolokô: Tata Tancredo, que também
escreveu muitos livros e títulos.
Ele era um jornalista que chegou lá em 1918 para fazer uma reportagem. Em
1924 Leal de Souza já está desenvolvido e já é dirigente espiritual. Leal de Souza
é o responsável pela Tenda Espírita Nossa Senhora da Conceição.
A ideia dele era apenas dizer que toda Umbanda é sagrada, gostava de enfatizar,
Umbanda é Sagrada. Nunca houve essa intenção, alias, na obra do Rubens, no
livro Umbanda Sagrada, ele diz: “o termo correto para a Umbanda deveria ser
natural.
Umbandas, é um problema?
Não, não é um problema. Porque você faz a sua Umbanda, como você achar
melhor.
E a cada dia que eu vou no Terreiro eu sou mais Umbanda, sou um pouco
diferente.
Umbanda não é uma religião que eu pratico, já é algo que habita em mim. Então
há mesmo, dentro da Umbanda, aqueles que dizem Umbanda é um clube, o terreiro
é um clube.
Há aqueles em que a Umbanda é um passatempo, um entretenimento. Há
aqueles que dizem que a Umbanda é uma coisa que ele faz, aqueles que a
Umbanda é a religião que ele vai, e aqueles que é Umbanda.
Todos estão em uma fase, de um processo que digo que é supernatural. Um dia
a Umbanda foi algo que eu praticava, algo que eu fazia, a religião que eu ia.
Então, quando eu passo a refletir sobre o que isso significa de fato e vou então
fazer um mergulho reflexivo e dedicar muito tempo em reflexões, em colocar em
pratica aquilo que aprendo no terreiro.
Jesus Cristo, da
Igreja Católica.
Jesus Cristo da
Igreja Batista é
outro. Na Igreja
Evangélica, no Espiritismo, na Umbanda é
outro? Não, Jesus é um só, mas cada religião irá
o tratar de uma forma diferente.
O sacrifício animal para uma cultura afro que vamos entender essa cultura Afro
Nagô Yorubá, a cultura Afro Jeje, cultura Afro Bantu, Angolana, onde há sacrifício
animal, ela é contemporânea, do mesmo período, do mesmo contexto de uma
cultura Afro presente no Velho Testamento, onde também há sacrifício animal.
Depois, com a figura de Cristo simbolizando o último cordeiro é que você irá
entender que o Cristianismo não tem sacrifício animal porque o próprio Cristo é o
último cordeiro.
Então, a Umbanda é tão Cristã que ela também não vai adotar o sacrifício animal
como um fundamento.
Mas ela entende esse elemento Afro, assim como o Cristianismo entende o
elemento Judaico, nas origens e nas raízes que dão formação a ela.
Vender como, já que o dinheiro do europeu não valia nada na África? Então,
pessoas eram trocadas por bugiganga, por pinga, por coisas, vendidas,
negociadas, e o europeu instrumentalizou, armou os africanos, para que eles
empreendessem cada vez mais essa guerra, esse comércio de pessoas, que foi o
período da escravidão.
O português, o espanhol, o holandês chegavam na África e compravam as
pessoas na condição de escravos. Colocavam elas dentro de um navio chamado
Tumbeiro, e as pessoas vinham em uma condição miserável da África para o Brasil,
Desenvolvimento Mediúnico – Umbanda Sagrada
atravessando esse oceano como um bicho, um animal, pior até de como se trata
um animal.
Para chegar no Brasil e ser vendido para a produção de cana, café, para
trabalhar na casa grande, enfim, e junto com o africano, junto com o negro, com o
escravo, veio sua cultura, sua religiosidade, sua religião.
O culto de Orixá vem do Nagô Iorubá que está mais na região da Nigéria. Aqui no
Brasil, na Bahia vai predominar o culto de Orixá, porque tem mais quantidade de
origem Nagô Iorubá.
No Maranhão você terá uma predominância Jeje, nasce ali o Tambor de Mina,
que é um culto também de Voduns.
No Rio de Janeiro prevaleceu uma cultura Banto e ali nasceu algo chamado de
Macumba, a Macumba carioca, essa que tem no Rio de Janeiro é um trabalho
espiritual afro brasileiro com uma influência Banto, que é muito aberto, muito
inclusivo.
O Orixá incorpora para dançar, para trazer seu axé, não dá consulta e se
manifesta de maneira diferente a qual ele se manifesta na Umbanda.
O Candomblé tem uma estrutura própria de linguagem que muitas vezes você
deve aprender a falar o Iorubá, deve rezar em Iorubá, as estruturas de oferendas
onde se trabalha muito com comidas.
Chegamos ao final.
Dia de Trabalho
Banho de defesa
Nos dias de trabalho, os banhos podem ser apropriados para cada linha de
trabalho (gira).
Para preparar seu banho, você precisará ter as ervas frescas lavada ou ervas
secas, água quente (um litro será suficiente) uma bacia (pode ser de ágata ou uma
tigela de vidro) e uma vela palito (na cor usada para linha de trabalho).
Coloque as ervas na bacia, acrescente a água quente, acenda a vela e faça sua
firmeza. Deixe a vela iluminando seu banho, até acabar.
Verifique a temperatura da água, se estiver na temperatura agradável (se for
preciso aquecer, coloque em uma caneca e aqueça no fogão) tome seu banho de
higiene e depois derrame a água preparada com as ervas do ombro para baixo ou
segundo orientação do dirigente da casa.
Firmeza de força
Antes de sair de casa o médium deverá firmar velas, para direita e para
esquerda. Caso não possa firmar velas na sua casa, poderá fazer no terreiro.
Direita: Acender uma vela palito branca, na sua firmeza de direita, perto da sua
vela de Anjo de Guarda e do copo com água e faça seu pedido de proteção para o
trabalho (gira).
Anjo de Guarda – atua irradiando luz de dentro para fora.
Esquerda: Acenda uma vela palito vermelha e preta, na sua firmeza de esquerda
e faça seu pedido de proteção para o trabalho (gira).
Guardião – absorvendo as trevas de fora para dentro.
Desenvolvimento Mediúnico – Umbanda Sagrada
Preceito
Compreender e conscientizar não é proibir.
Abstinência de bebida alcoólica, 24 horas antes dos trabalhos espirituais é para
garantir o envolvimento da consciência, antes e durante o trabalho espiritual.
Referente a relação sexual é porque ninguém sabe que tipo de relação sexual
que você tem, com quem, se ela é boa ou se é ruim. Na relação sexual há uma
troca de energia, e se você teve relação sexual 24 horas antes, a energia da outra
está em você e sua energia ficou nela. Você pode trazer a energia da pessoa ou
ficar sem a sua energia, sentindo se exausto para o trabalho.
O mais importante sobre a carne vermelha para o médium que vai incorporar é
que a carne é de difícil digestão, podendo levar até três horas e meia
para digerir um bife médio.
Sabemos que existem vários estudos sobre a energia da carne vermelha e
tambem sobre a consciência pelos animais, mais isso é uma opção de vida de cada
um.
Boas atitudes.
O cuidado com os pensamentos, palavras e ações não só nas horas que
antecedem o trabalho espiritual, mais no dia a dia de um médium, é a primeira boa
atitude a ser repensada.
Trabalhar a boa energia para irradiar um bem-estar, para si e para os próximos.
Ingerir alimentos leves e beber bastante água no dia do trabalho, ajuda a ter uma
circulação energética melhor na incorporação.
A questão não é proibir, mas compreender e conscientizar.
Entrar no terreiro é algo que começa muito antes da sua presença física naquele
lugar. Você já está entrando no terreiro, muito antes de chegar lá fisicamente,
está se preparando para isso.
Ao adentra no ritual é muito maior do que o espaço e o tempo. Ou seja, aquilo
que você vai praticar, realizar, ir ao encontro é maior do que o endereço físico do
terreiro e muito mais do que aqueles instantes, minutos ou horas em que você faz
parte da gira.
Principalmente ao médium, seja um médium de incorporação, cambones ou
ogãs, geralmente há um pedido de que 24 horas antes você se abstenha de
bebida alcoólica, de carne, principalmente de carne vermelha e relação sexual.
Porque!
Do que adianta você 24 horas antes não beber e todos os outros 6 dias da
semana você encher a cara! Não funciona. A questão não é proibir, é
compreender.
A questão de não ter relação sexual é porque ninguém sabe que tipo de relação
sexual que você tem, com quem, se ela é boa ou se é ruim.
Na relação sexual há uma troca de energia, então, se você teve relação sexual
24 horas antes, a energia da outra pessoa está em você e sua energia ficou nela.
Trazendo para o terreiro a energia de outra pessoa, ou ficar sem sua energia, e
dependendo do trabalho mediúnico que irá realizar, você também pode estar
exausto, cansado, relaxado demais e com carência da sua própria energia que
ficou com a outra pessoa.
A carne vermelha é um ponto importantíssimo aos vegetarianos, existe toda uma
teoria vegetariana a cerca da energia da carne. Existe toda uma teoria a cerca da
vida dos animais, respeitamos que cada um viva segundo sua consciência.
O mais importante sobre a carne para o médium que vai incorporar: a carne é de
difícil digestão.
As carnes vermelhas para digeri-las, o estômago precisa de quase o dobro de
ácido que usa para a mesma quantidade de pão, por exemplo. Dependendo do
metabolismo, uma pessoa pode levar até três horas e meia para digerir um bife
médio.
Esse é o ponto mais importante em relação a carne vermelha.
Veja! Hitler era vegetariano, então se abster de comer carne vermelha será
porque não tem mais vontade de comer, mas não é se proibir de alguma coisa
que faz de você uma pessoa melhor, espiritualizado.
Também não adianta evitar a carne vermelha e você comer uma lasanha 4
queijos inteira logo antes de ir para uma sessão mediúnica.
Também experimente e diga como fica sua energia quando nos conscientizamos
e aplicamos os preparos antes do trabalho.
Então temos 3 preceitos com conscientização ou proibições, a carne, o sexo e a
bebida alcoólica
Por dentro do terreiro começa com esse preparo, você está na sua casa se
preparando. Isso tem a ver com sua alimentação, com seu relacionamento, visão
de mundo.
Qual é a importância de um trabalho mediúnico? Se sua conclusão for “É muito
importante”. Então cada coisa que você melhorar trará excelência para sua
vivencia espiritual como médium.
Agora você vai entrar fisicamente. Você já começou essa entrada no momento
em que está em sua casa se preparando um dia antes.
Você dormiu e acordou, é dia de gira, dia de sessão, dia de branco, dia de ir no
terreiro, então é um dia em que você deve ter um cuidado especial.
Do que adianta não comer carne, não beber, não ter relação, tomar banho de
erva, acender vela para o anjo da guarda e acordar com o mau humor do “cão”,
pisa no rabo do gato, discuti com a sogra, briga com a esposa, manda para
aquele lugar em pensamentos o patrão, destrata o cliente ou vizinho.
Vai de condução ou carro para o terreiro, xingando o trânsito e tudo o mais.
Não adianta. Não adiantou nada. Não serve para nada se você não entender que
aquele dia deve ser mais tranquilo.
Sabe por que? Porque você não consegue estar tranquilo o tempo todo, nem
todos os dias, então, ao menos no dia de ir ao terreiro você se esforce para ter
um dia mais tranquilo, para chegar bem no terreiro, com uma energia boa.
Para você estar pronto e preparado para levar o seu melhor para dentro do
terreiro.
O Templo é a casa do Divino. O Templo é a residência do Sagrado. O Templo é o
local onde o Santo do Santo está assentado.
O Templo é a casa de oração onde esta erigido o altar, do alto do Altíssimo,
Deus. Santos, Anjos e Orixás.
Desenvolvimento Mediúnico – Umbanda Sagrada
O Templo é o local onde vamos ao encontro do que há de melhor em você, em
mim, em todos nós, ao encontro de nós mesmos, ao encontro de Deus, dos
Orixás, do Sagrado.
O Templo é o local físico onde nos reunimos, nos encontramos para dar um
sentido à vida. É o terreiro de Umbanda, não importa se é pequeno, no quintal de
casa, um quarto ou uma sala em que você mexe nos cômodos, ou se é um
grande Templo onde todos se reuniram e construíram. Importa a energia. Importa
você entender que aquele lugar é sagrado.
Aquele lugar passa por um ritual de consagração e faz desse lugar, o sagrado, é
importante compreender isso.
Quando você chega no endereço físico do Templo, então você pode entrar com
sua matéria naquele endereço material, mas não é isso.
Aprende a ser humilde, a ter reverência, a pedir licença, a entender que antes de
entrar no sagrado você deve abaixar-se, ajoelhar se, isso é um gesto de
consciência, de atenção plena.
Chegar no Terreiro
Saudar os pontos de força da Casa:
Entrada (Zé Pelintra – Salve a Malandragem);
Tronqueira (Exu, Pombagira e Mirins);
Cruzeiro (Santas Almas Benditas e Omolu - Atotô);
Porteira (Orixás da Casa);
Congar (Olorum, Orixás e suas Entidades – Bater Cabeça);
Tambores (Cabloco Ogã);
Altar Cigano (Egunitá (Santa Sara Kali), Cigano e Cigana da Casa e seu Cigano
e Cigana - Optchá)
Umas das dúvidas que permeiam a consulência e as pessoas que visitam o terreiro
de Umbanda é o traje do sacerdote e da corrente mediúnica.
E é de se entender essa curiosidade, afinal, em toda gira lá estão sacerdote e
corrente mediúnica trajados em um branco impecável e bem-apessoados em suas
indumentárias. Mas, por que eles se vestem assim? Existe uma razão? Um
fundamento?
Para entender um pouco mais sobre isso elencamos alguns tópicos.
GUARDA ROUPA DIFERENTE
As vestes usadas nos trabalhos mediúnicos não devem em hipótese alguma ser
usadas em outras ocasiões, ou seja, seu pano de cabeça, sua calça ou saia e etc
não devem servir para um passeio no parque ou qualquer outra ocasião senão a de
terreiro.
Desenvolvimento Mediúnico – Umbanda Sagrada
Portanto é comum que os médiuns cheguem a casa com roupas comuns e só no
templo trocam-as para os trajes adequados. Isso faz parte do respeito e a
distinção entre o sagrado e o profano com o qual cada casa precisa se atentar.
Por isso se você for a casa de um médium de Umbanda (que se empenha em ter
essa relação com a sua roupa ritualística) provavelmente verá suas vestes de
terreiro separadas das do guarda-roupa comum.
TUDO BEM LIMPINHO
É premissa para todo mundo andar limpo, mas essencialmente as roupas usadas
nos trabalhos mediúnicos devem ser higienizadas todas as vezes em que forem
usadas. Desta forma um médium nunca vestirá algo que já tenha sido usado em
outras giras sem que estas passem pela lavagem.
A razão disso é que fazendo a assepsia da indumentária, o médium
consegue eliminar energias e cargas negativas que podem ter se hospedado
na roupa, é comum também que algumas pessoas as defumem antes de guarda-
las. Contudo, não descartamos que isso é também uma questão de higiene
extremamente necessária já que o médium trabalha muito próximo dos
consulentes.
TODAS AS CORES EM UMA
O branco é a cor oficial da Umbanda, não só por representar a paz, mas também
pelo sentido que possui relacionado aos fundamentos da religião. Um deles é que o
branco é o resultado da união de todas as cores refletidas, sugerindo assim o que
são as premissas da Umbanda: a junção de influências em uma só crença, a união
de todos os orixás em um só Deus e de todas as linhas de trabalho em um só
objetivo o da caridade-amor.
A cor também contribui terapeuticamente, auxiliando na concentração e inspirando
bons fluidos, além de que o branco é a cor de Pai Oxalá, regente da fé, do sentido
religioso e da criação deste mundo.
Desenvolvimento Mediúnico – Umbanda Sagrada
TORÇO E FILÁ
Tanto torço como o filá tem como função proteger a coroa ou ori (cabeça) da
pessoa. O conceito de coroa possui interpretações diferentes dentro da umbanda e
demais religiões, sendo o mais comum na Umbanda a explicação onde diz-se que a
cabeça é um ponto de contato entre o astral e nós. Seria como se o médium
recebesse a energia astral por meio da coroa para só depois emanar aos
consulentes.
Elementos de trabalho;
Os Colares de contas;
O uso de colares, pulseiras e talismãs é tão antigo quanto a própria humanidade.
Desenvolvimento Mediúnico – Umbanda Sagrada
Todos os povos antigos pesquisados adotavam o uso de colares confeccionados
com sementes, pedras roladas, seixos, dentes de animais, pérolas, penas, pedaços
de ossos ou de madeiras esculpidas, conchas, unhas de certos animais, cabelos
humanos ou crinas de animais trançados, etc.
São tantas as coisas usadas na confecção de colares que não nos é possível listar
todas. O uso com respeito de colares confeccionados de forma rudimentar se perde
no tempo, tendo começado em eras remotas, quando ainda vivíamos em cavernas
ou éramos nômades, mas precisávamos de protetores contra o mundo sobrenatural
inferior ou contra o perigo de animais e insetos venenosos ou os malefícios feitos
por outras pessoas, etc.
Então, que fique claro aos umbandistas que o uso de colares ou "guias de
proteção" não é uma coisa só da Umbanda ou dos cultos afros aqui estabelecidos.
Inclusive, os índios americanos também usavam e ainda usam colares, braceletes,
pulseiras e talismãs, tal como fazia e faz o resto da humanidade.
Os padres da Igreja Católica usam rosários, crucifixos pendurados no pescoço (um
colar, certo?), escapulários, etc., assim como todos os sacerdotes da maioria das
religiões atuais o fazem com seus colares consagrados. Enfim, não há nada de
excepcional, incomum ou fetichista no fato de os médiuns umbandistas usarem
colares de proteção ou de trabalhos espinituais quando incoporados pelos seus
guias.
O uso de colares era tão comum na Antiguidade que originou a ourivesaria e a
joalheria como indústrias manufaturadoras de colares, pulseiras, Draceletes,
talismãs, tiaras, etc., para atender aos sacerdotes e aos fiéis ais abastados que
preferiam ter objetos de proteção confeccionados com Pedras e metais preciosos e
de difícil aquisição pelo resto dos membros dos clas ou tribos do passado.
Reis, rainhas, príncipes, imperadores, ministros, etc., que formavam a elite dos
povos antigos, não usavam colares comuns ou de fácil confecção, mas recomiam a
artesãos especializados para confeccioná-los, tomando a precaução de terem
colares únicos e de mais ninguém. Cadáveres eram enterrados com colares,
talismãs, etc., pois precisavam proteger seus espíritos no mundo dos "mortos",
assim como haviam precisado deles aqui no mundo dos "vivos", e isso acontece até
os dias de hoje na cultura ocidental crist, na qual o uso antigo de colares mágicos e
protetores perdeu seus fundamentos, sendo substituídos por gravatas, lenços,
cachecóis, fitas, etc. que envolvem o pescoço dos vivos e dos cadáveres, certo?
Portanto umbandistas, não se sintam constrangidos (as) por usar em público
colares ou "guias", pois não é em nada diferente do que todo mundo faz.
O comentado até aqui é história e fato comprovável observando os sacerdotes e
fiéis de todas as religiões que, sem se aperceberem disso, usam esse recurso
mágico para se proteger do mundo sobrenatural. Logo, o uso c guias ou colares,
Desenvolvimento Mediúnico – Umbanda Sagrada
braceletes, pulseiras, tiaras (proteção à cabeça ou coroa), etc., tem fundamento
mágico e deve ser entendido e aceito por todos os umbandistas como um dos
fundamentos mágicos da nossa religião.
Desde do seu início, fomos instruídos a usá-los pelos nossos guias espirituais, que
os consagram e os usam durante os passes mágicos energéticos dados nos
consulentes em dias de trabalho.
Só que a maioria dos umbandistas compra colares, braceletes, pulseiras, talismãs,
etc. sem saber ao certo quais são seus poderes ou usos mágicos. E vemos muitos
médiuns com muitos colares belíssimos no pescoço, mas que, se perguntados
sobre o porquê de usarem tantos de uma só vez, responderão que seus guias
espirituais lhes pediram.
E, se perguntados sobre os fundamentos de cada um deles, infelizmente não
saberão dizer quais são, porque isso não é ensinado regularmente na Umbanda e o
pouco que sabem foi ensinado por seus guias espirituais. Na Umbanda não existem
muitas pessoas preocupadas com os seus fundamentos divinos, espirituais,
mágicos, litúrgicos, etc., e todos querem resultados" e ponto final.
Só que isso, essa falta de preocupação com os fundamentos, está deixando de
lado importantes conhecimentos e fazendo com que objetos mágicos sagrados
sejam utilizados de forma profana e objetos profanos sejam usados como se
fossem sagrados, pois já não há informações correntes e de fácil acesso aos
médiuns umbandistas, ensinando-os corretamente e esclarecendo sobre quando e
como usar colares, braceletes, pulseiras, talisms, etc.
Recomendamos a leitura do livro “CONSAGRAÇÕES UMBANDISTAS” de Rubens
Saraceni.
Bem, vamos aos fundamentos ocultos dos mistérios dos colares, dos braceletes,
das pulseiras, dos anéis, das tiaras e dos talismãs.
1- Um colar, anel, bracelete, pulseira e tiara ou "coroa'" é em si um "círculo"
2- Por círculo estável entendam aquele que tem forma imutável (anéis e
coroas).
3- Por círculo maleável entendam aquele que é flexível e movimenta-se, abre-se
ou fecha-se segundo os movimentos do seu possuidor, (colares, braceletes e
pulseiras).
4- O círculo é um espaço mágico. E, porque é um, então pode ser consagrado e
usado para uma ou mais funções pelo seu possuidor porque torna-se em si
um espaço mágico ativo e funcional muito prático e fácil de ser usado.
5- E certo que esse fundamento só era conhecido dos grandes magos da era
cristalina e perdeu-se quando ela entrou em colapso, restando o conhecimento
aberto ou popular de que eram poderosos protetores contra inveja, mau-
olhado, fluidos e vibrações negativos, encostos espirituais e magias negativas.
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Para que servem os Colares Contas ou Guias
Um colar é em si um círculo e é um espaço mágico poderoso, se for consagrado
corretamente.
Então, supondo que os seus colares tenham sido consagrados corretamente,
vamos aos comentários necessários para que você comece a usá-los com mais
respeito e trate-os como objetos sacros de sua religião: a Umbanda.
Bem, o fato é que o círculo é um espaço mágico, e um colar é um círculo, ainda
que maleável, pois se movimenta ao redor do pescoço da pessoa que o está
usando. Por isso, chamamos os colares de círculos maleáveis.
E, por ser um espaço mágico fechado, se devidamente consagrado, é um espaço
mágico permanente e que "trabalha'" o tempo todo recolhendo e enviando para
outras dimensões ou faixas vibratórias as cargas energéticas projetadas contra o
seu usuário. Como ele é um círculo, então o espaço mágico formado dentro dele é
multidimensional e interage com todas as dimensões, planos e faixas vibratórias,
enviando para eles as cargas energéticas projetadas contra seu usuário.
E quando o seu usuário o coloca no pescoço, ele começa a puxar para dentro do
espaço mágico (que é em si) as irradiações projetadas desde outras faixas
vibratórias negativas, dimensões ou planos da vida. recolhendo-as e enviando-as
de volta às suas origens.
Consagrar uma guia, como são chamados os colares dentro da Umbanda, é um
procedimento correto, pois somente ele estando consagrado poderá ser usado
como protetor ou instrumento mágico nas mãos dos guias espirituais.
O procedimento regular tem sido o de lavá-los (purificação), de iluminá-los com
velas (energização) e de entregá-los nas mãos dos guias espirituais para que sejam
cruzados (consagração). Eventualmente são deixados nos altares por determinado
número de dias para receber uma imantação divina que aumenta o poder
energético deles.
Os guias espirituais sabem como consagrá-los espiritualmente, imantando-os de
tal forma que, após cruzá-los, estão prontos para ser usados pelos médiuns como
filtros protetores ou pelos seus guias como instrumentos mágicos, ainda que só
uma minoria dos guias os utilize efetivamente com essa finalidade e a maioria os
prefira como para-raios protetores ou descarregadores das cargas energéticas
negativas trazidas para dentro dos locais de trabalhos espirituais pelos seus
consulentes.
Os procedimentos consagratórios dos colares usados pelos umbandistas têm
sido estes e poucos têm mais alguns outros.
Desenvolvimento Mediúnico – Umbanda Sagrada
Eles têm ajudado os médiuns durante seus trabalhos e auxiliado os consulentes
a se proteger das pesadas projeções fluídicas que recebem de pessoas ou espíritos
no dia a dia.
Mas esses cruzamentos ou consagrações, com finalidades especificas e com
imantação espiritual, são apenas o lado aberto ou exotérico. Numa escala de 0 a
100, só obtêm 10% do poder dos mesmos objetos que se forem consagrados
internamente ou receberem uma consagração completa, terão 100% de poder.
Os guias espirituais, quando consagram colares para os seus médiuns ou para
os consulentes, para serem usados como protetores, imantam esses colares com
uma vibração específica que os tornam repulsores ou anuladores de projeções
energéticas negativas, mas não os tornam espaços mágicos em si porque, para
fazerem isso, teriam de ir a locais específicos da natureza e, ali, abrir campos
consagratórios também específicos, ou durante o ritual de consagração do amaci,
imanta-los no momento de lavar o ori e as vibrações divinas dos seus Orixás
correspondentes, dotando-os de poderes mágicos multidimensionais.
Mas, como os fundamentos consagratórios internos estavam fecha dos ao plano
material até agora, então eles faziam isso de forma velada quando seus médiuns
iam oferendá-los, ou aos Orixás, nos campos vibratórios na natureza.
Os guias espirituais sempre respeitaram o silêncio sobre a consagração interna e
sempre fizeram o que tinham de fazer de forma que os seus médiuns não
percebiam que, ao tirarem os colares do pescoço, trabalhando-os na verdade
estavam imantando-os com as vibrações elementais e divinas existentes nos
pontos de forças da natureza.
Então, agora você já sabe que o seu colar de cascalho de pedra, cristais,
porcelana, sementes, dentes, etc. não é só um adereço de enfeite ou identificador
dos seus Orixás ou de seus guias espirituais, mas que, se corretamente
consagrado, é um espaço mágico circular, certo? E também sabe que, se for
confeccionado com elementos colhidos na natureza, ê mais poderoso que os feitos
com elementos artificiais ou industrializados.
As Cores de Colares ou Guias.
POR RUBENS SARACENI
Comentar sobre as cores do Orixás é o mesmo que tentar equilibrar-se e manter-se
ereto na crista de uma onda ou parar todos os movimentos no meio de um ciclone,
pois nenhum Orixá tem uma única cor.
Afinal todo Orixá é um mistério em si mesmo, e, por ser um mistério, por sua
própria essência divina, assume a cor que lhe atribuem, além de todas as outras,
pois um mistério é a Manifestação Divina do Divino Criador, tornada visível aos
olhos humanos, os quais, por mais que estudem, jamais serão capazes de penetrar
no interior de um mistério para desvendá-lo.
Em verdade, um Orixá irradia todas as cores, pois irradia em todas as sete faixas
ou padrões vibratórios, e cada tipo de vibração, ao graduar a velocidade do giro,
pode ser para mais ou para menos, dá uma cor a cada um dos elementos
irradiados na forma de energias.
Por isso, uns dizem que Ogum é azul e outros dizem que é vermelho. Ou uns dizem
que Xangô é vermelho e outros dizem que é marrom.
Logo, discutir a cor dos Orixás é um assunto ainda desconhecido no plano material.
O comprimento de onda ou a velocidade da irradiação é que determina se uma
energia irradiada é azul, verde ou vermelha. E o comprimento de onda ou
velocidade obedece ao tipo de elemento e ao padrão vibratório da faixa por onde
ele está sendo irradiado.
Portanto, fiquem com as cores que já se tornaram padrão, e está tudo certo para os
nossos amados Orixás, uma vez que eles querem vê-los a partir de sua fé, que
deve ser pura e imaculada.
As contas, miçangas, pedras, cascalho, etc. são enfiadas uma a uma no fio.
Toda guia deve ser fechada, consagrada e cruzada pelo chefe de terreiro, seja pela
Mãe/Pai Espiritual ou pelos Guias Espirituais Chefes de seu terreiro.
As guias têm que ser consagradas esotericamente e podem ser cruzadas com
pemba, amaci com as ervas do Orixá, etc.
Ter uma guia no pescoço, sem esta estar consagrada e imantada não representa
nada, energeticamente falando. Seria apenas mais um colar.
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Como na Umbanda não são cultuados regularmente, alguns orixas foram
incorporados por nós, pois ocupam polos energo-magnéticos nas Sete Linhas de
Umbanda. Então vamos dar as suas cores:
Nesse último caso, você pode tentar novamente refazer a guia, limpando-a ou
reimantando-a, mas não há extrema necessidade. O uso constante da guia também
irá impregná-la com suas energias psíquicas, o que fará com que ela tenha uma
maior afinidade com as suas práticas espirituais ou mágicas e acabe sendo mais
efetiva.
Egrégora e Corrente
-“Olha a corrente, gente! Vamos concentrar”!
É muito comum ouvir essa frase durante as giras de Umbanda.
Você sabe realmente o que isso quer dizer? Muitos (até as que falam) não sabe!
O que é essa tal de “corrente”? Será uma corrente de ferro ou de fibras que se forma
no invisível? Será uma corrente que vai prender os espíritos?
Será? Será?
Vou tomar como exemplo uma gira de Umbanda, vamos considerar um grupo de
10 pessoas e partir do princípio de que TODAS ESTÃO UNIDAS POR UM MESMO
IDEAL. Isso é à base de tudo! Assim criamos a egrégora como já vimos antes (pela
união dos pensamentos direcionados aos mesmos fins), cada vez mais energias de
mesma sintonia são atraídas para o ambiente.
Essas energias somadas atuam imediatamente nas pessoas que ali estão, e em
alguns casos, se for bem forte já começam a operar alguns “milagres”, desde que as
pessoas estejam em estado de recepção (concentradas no ritual e ansiando por
receberem um bem).
Se um espirito inferior for atraída para dentro da egrégora, ele fica de certa forma
subjugado pela força desta e desse modo se consegue lhes dar um melhor
encaminhamento para outros planos espirituais.
As entidades afins usam parte dessa energia para auxiliar os que ali estão na
medida de suas possibilidades.
Por outro lado, se a corrente ou egrégora das “giras” não for suficiente, várias
complicações podem acontecer com o passar do tempo, sendo que, o (a) dirigente,
por ser o centro maior das atenções e para quem convergem as maiores quantidades
de energia ali geradas e mesmo as trazidas pelos assistentes, é quem sofre, por
assim dizer, as maiores consequências dos trabalhos realizados sem a devida
segurança.
3) Problemas com médiuns e/ou assistência com relação até mesmo à integridade
física, pois não é raro em sessões dessa natureza, haverem manifestações
turbulentas de entidades descontroladas e médiuns idem.
Energia positiva atrai energia positiva (o oposto também vale). Pensamentos (que
geram energia) positivos atraem energias e fatos positivos
Egrégoras são energias que podem ser geradas e fortalecidas a cada dia. Se serão
positivas ou negativas, dependerá de quem as criará.
Egrégoras (se positivas) são de utilidade total em qualquer reunião para trabalhos
mediúnicos. Quanto mais fortes, maior o auxílio que podem prestar.
Egrégoras formam-se até mesmo em sua casa, seu ambiente de trabalho, etc. Só
que nesses casos, como não costuma haver um direcionamento das energias que a
formaram (a não ser em poucos casos), elas correm o risco de serem negativas.
Grupos desunidos, por mais forte que queira parecer o dirigente, estarão sempre
a um passo da derrota em função de não conseguirem gerar o ambiente propício
para a presença de Verdadeiros Espíritos Guias.
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A disciplina e a união em torno de objetivos comuns são partes sólidas da base
que construirá o verdadeiro Templo ou Casa de Umbanda – aquele onde
comparecerão sempre os Verdadeiros Amigos Espirituais.
O adepto umbandista deve ser forte e persistente na prática do bem, uma vez
convicto do que é e do que pratica. VIGIEMOS NOSSOS PENSAMENTOS!
Término do Trabalho
Organização dos elementos de trabalho
Saudar o Congar
Saudar a Tronqueira
Neste universo, bater palmas no Terreiro é algo tão importante quanto a Curimba.
As palmas são a extensão do coro, do que está sendo cantado.
Outra curiosidade sobre palmas é que, para alguns estudiosos, nossas mãos
também têm chacras, ou seja, carregam nossa energia. Logo, se batemos palmas
emanando boa energia com nossos movimentos de mãos e sons da boca, estamos
emanando, irradiando, expandindo nossas intenções no ambiente. É sintonia de
energia! São as pessoas doando suas energias para a Gira, para os Orixás e para
os Guias.
Bater palmas faz a musicalidade religiosa fluir, faz a energia ficar cada vez mais
forte. Quem ainda não sabe os Pontos pode começar se interessando pelo ritmo
das palmas. Não bata palmas só quando for seus Orixás ou seus Guias de
afinidade: bata palmas para todos os Orixás e Guias da Casa, isso é muito
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importante e fundamental para a força da Gira, além de dizer muito sobre a postura
do médium.
Bater palmas no Terreiro faz a musicalidade religiosa fluir, faz a energia ficar cada
vez mais forte. Lembremos sempre que “tudo é energia”, portanto não se acanhe:
se está na Umbanda, bata palmas sempre!
Para acelerar mais ainda o processo, usa-se o atabaque, pois o som emitido pelo
atabaque ajuda a igualar o ritmo cardíaco de todas as pessoas no terreiro, fazendo
com que, por exemplo, para quem chega muito afobado, o ritmo cardíaco é
normalizado, diminuindo a afobação, ou para quem chega muito para baixo, com o
aumento do ritmo cardíaco, ajuda na elevação da autoestima. Com base nisso, por
estarmos cantando e batendo palmas, além de estarmos mudando nossa
frequência, também estamos praticando caridade, por já estar ajudando outras
pessoas.
Com todos participando, batendo palmas e cantando, o clima do terreiro já fica
muito melhor, pois todos estão ajudando, focados num mesmo objetivo.
Trabalhadores da Curimba
O que é a Curimba começa a ficar claro, certo?
Falando agora da função de atabaqueiro e curimbeiro, ou simplesmente da
função de Ogã como popularmente as pessoas chamam na Umbanda, enfatizamos
a importância deles serem bem preparados para exercerem tal função.
Infelizmente ainda hoje a mentalidade de que o Ogã é “qualquer um que não
incorpore” persiste. Mas afirmamos que o Ogã é peça fundamental dentro do ritual
e é também um médium intuitivo que tem como função comandar todo o “setor” da
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Curimba. Por isso faz-se necessário que seja escolhido uma pessoa séria,
estudada, conhecedora dos fundamentos da religião.
Além disso, o ideal é que o “neófito” que busca ser um novo Ogã procure uma
escola de Curimba, onde aprenderá os fundamentos, os toques de Nação e “como”,
“o quê” e “quando” cantar.
Dessa forma, a Curimba geralmente é composta de: Ogãs Curimbeiros (somente
canto), Ogãs Atabaqueiros (somente percussão) e Ogãs Curimbeiros e
Atabaqueiros (canta e toca percussão).
Analogamente, a Curimba de um Terreiro exerce uma função de suma
importância. Pois todo o andamento dos trabalhos (Gira) é ligado diretamente a
Curimba.
Entretanto, vale também lembrar que a palavra “Ogã”, é de origem Iorubá.
Aliás, significa em nossa língua “Senhor da minha Casa”.
Portanto, a Curimba deve ser encarada como uma função de grande honra e
importância.
Certamente é obrigação de todo Ogã conhecer os diversos ritmos dos
Pontos e o momento certo de cantá-los.
Acima de tudo, devem também saber o nome de todas as entidades espirituais
que trabalham em seu Terreiro.
Igualmente, devem saber distinguir rapidamente uma entidade de outra, e saber
sempre, na ponta da língua, todas as saudações destinadas aos Guias, protetores
e Orixás.
Todavia, é muito importante que o Ponto seja cantado de forma correta.
Nem todos os instrumentos são utilizados nos Terreiros e Centros; o mais comum
é a utilização somente dos atabaques.
Mulheres na Curimba
Dizer o que é a Curimba passa pelas mulheres. Sim, porque as mulheres
também podem ser atabaqueiras e curimbeiras, SIM!
O “cargo” de Ogã vem do Candomblé e apenas é dado a pessoas do sexo
masculino. A mulher no Candomblé não toca atabaque, em razão de alguns
dogmas da religião, principalmente em relação à menstruação.
Na Umbanda não nos importam dogmas e conceitos do Candomblé, mas sim
seguimos os nossos, passados diretamente pelos nossos Guias e mentores.
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Nunca vimos um Caboclo ou Preto Velho proibindo mulher de tocar atabaque.
Por isso afirmamos que na Umbanda mulher toca e canta sim e, diga-se de
passagem, muitas vezes melhor do que os próprios homens!
Espiritualidade e Curimba
Por fim, para entendermos o que é a curimba em sua totalidade, queremos fazer
alguns comentários acerca da espiritualidade que guia os trabalhos da Curimba.
Muitas Linhas de Umbanda existem no astral e trabalham ativamente nele.
Existem muitas Linhas de Caboclos, Exus, Pombagiras, etc, que por motivos
próprios trabalham nos “bastidores”, sem incorporarem ou tomarem a “linha de
frente” dos trabalhos espirituais.
Também existe uma corrente de espíritos que auxilia nos toques e cantos da
Curimba. São mestres na música de Umbanda, verdadeiros guardiões dos
mistérios do “som”. Normalmente apresentam-se com a aparência de homens e
mulheres negras, com forte complexão física para os homens, e bela, mas
igualmente forte para as mulheres. Seus trajes variam muito, indo desde a
roupagem mais simples como um “escravo” da época colonial, como até mesmo o
terno e o vestido branco.
São espíritos bondosos, muito alegres e divertidos, que com o cantar encantam a
muitos no astral. Alguns se fazem presentes auxiliando o toque, outros o canto e
outros ainda auxiliam a manutenção da energia e sua dissipação dentro do Terreiro.
Muitas vezes chega a acontecer uma espécie de “incorporação” desses Guias
com os Ogãs, inspirando-os a determinados toques e cantos. Qualquer pessoa com
experiência em Curimba pode relatar casos aonde um Ponto vem na hora que ele é
necessário e depois você simplesmente o esquece. Isso acontece sobre inspiração
desses mentores.
Algumas vezes também, em festas de Umbanda e dos Orixás, onde muitos se
reúnem, percebemos que diversos espíritos chegam portando seus “tambores
astrais”, percutindo-os a partir do astral, ajudando na sustentação e na energia das
festividades, potencializando ainda mais os toques dos atabaques e as energias
movimentadas. Isso é muito comum, por exemplo, nas festividades de Iemanjá, no
fim do ano.
Quando os Guias incorporados fazem sua saudação à frente dos atabaques,
estão saudando as pessoas que tocam, estão pedindo para que as forças
movimentadas pela Curimba sejam benéficas a todos, mas estão também
saudando e agradecendo a toda essa corrente de trabalhadores “anônimos” do
astral.
Desenvolvimento Mediúnico – Umbanda Sagrada
Estão percebendo como muita coisa foge aos nossos sentidos em uma
“simples” e humilde Gira de Umbanda?
Curimba e desenvolvimento
Compreender o que é a curimba também está ligado a entender sua função no
desenvolvimento mediúnico.
Sabemos que esse universo sobre o que é a Curimba muitas vezes é pouco
explicado, e muitos chegam a defender a abolição dos atabaques dos Centros de
Umbanda. A isso os próprios Guias e mentores de Umbanda respondem, tanto
incentivando os toques e trazendo mentores nesse “campo”, como também abrindo
turmas de estudo de Umbanda e desenvolvimento mediúnico, onde percebemos
claramente que o “animismo” acontece por despreparo do médium, falta de estudo
ou orientação e não pelo uso de atabaques.
Colocar a culpa nos atabaques é como “tampar o sol com a peneira”. Afinal,
como explicado aqui, o atabaque quando bem utilizado é ótima ferramenta para o
desenvolvimento mediúnico.
O sacerdote
Também chamado de pai de santo ou mãe de santo, provedor ou provedora,
dirigente ou zelador ou zeladora, é o responsável por cuidar de todo o
funcionamento do culto e da casa, especialmente no cuidado espiritual dos demais
membros do terreiro. É ele ou ela quem delimita as regras da casa e impõe a
disciplina.
Médiuns de incorporação
São aqueles que trabalham dando passes e consultas para aqueles que visitam
ou frequentam a casa através de seus guias espirituais.
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Médiuns em desenvolvimento
São aqueles que, como o nome já diz, estão desenvolvendo, se preparando para
se tornarem médiuns de incorporação e cumprir a função.
Saudações Orixás
Oxalá
Termo: Epá Babá - Exê Babá
Significado: O senhor realiza - Obrigado Pai
Expressão Corporal: braços abertos com as mãos espalmadas para o alto.
Logunã
Termo: Oiá Tempo
Significado: Olha o tempo, minha mãe
Expressão Corporal: movimento circular de uma das mãos apontando para o alto
com o dedo indicador.
Oxum
Termo: Ora ie iê ô
Significado: Olha por nós mãezinha
Expressão Corporal: mãos espalmadas e na altura da cintura fazendo
movimentos circulares simultaneamente.
Oxumaré
Termo: Arroboboi
Significado: Salve o Senhor das águas supremas
Expressão Corporal: juntar de mãos (não cruzar os dedos) à frente do peito e
dando uma pequena distância do corpo.
Oxóssi
Termo: Okê Arô
Significado: Dê seu brado, Majestade
Expressão Corporal: punhos cruzados com o dedo indicador extendido, mãos na
altura da cintura.
Obá
Termo: Akiro Obá Yê
Significado: Eu saúdo o seu conhecimento, Senhora da Terra
Expressão Corporal: tocar o chão três vezes com as mãos.
Xangô
Termo: Kaô Kabecilê
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Significado: Permita-me vê-lo, Majestade
Expressão Corporal: tocar a testa com a mão direita, ao mesmo tempo que a
esquerda toca a nuca. Fazer esse movimento, alternando entre mão direita/testa,
mão esquerda/nuca e mão direita/ nuca, mão esquerda/ testa.
Egunitá
Termo: Kali Yê, minha Mãe
Significado: Salve a Senhora Negra, Minha Mãe
Expressão Corporal: com uma das mãos para cima fazer os movimentos para
frente e para trás três vezes.
Ogum
Termo: Patakori Ogum - Ogum Yê
Significado: Salve o cortador de cabeças - Salve Ogum
Expressão Corporal: braços cruzados a frente do peito, com os dedos mindinho,
anelar e do meio encolhidos e os indicadores e polegares estendidos.
Iansã
Termo: Eparrei
Significado: Salve o raio, Iansã
Expressão Corporal: faça o movimento de “mais ou menos” com uma das mãos
para o alto e rápido ou também com as mãos espalmadas acima da cabeça, com
movimentos de “mãos trêmulas” e fazendo movimentos circulares.
Nanã Buroquê
Termo: Saluba Nanã
Significado: Salve a Mãe das águas pantaneiras
Expressão Corporal: braços abertos e mãos espalmadas para baixo, fazendo
movimento circulares.
Obaluaiê
Termo: Atotô
Significado: Peço quietude meu Pai
Expressão Corporal: fazer uma cruz no chão com a mão direita.
Iemanjá
Termo: Odoyá - Odocyabá
Significado: Salve a Senhora das águas
Expressão Corporal: mãos espalmadas para cima na altura da cintura fazendo
movimentos circulares ou apenas braços abertos com as mãos para o alto.
Desenvolvimento Mediúnico – Umbanda Sagrada
Omolu
Termo: Atotô
Significado: Peço quietude meu Pai
Expressão Corporal: fazer uma cruz no chão com a mão esquerda.
Exú
Termo: Laroyê Exú! Exú Mojubá
Significado: Eu me curvo a Ti, grande mensageiro
Expressões Corporais:
1 – Dedos cruzados com as mãos voltadas para o solo, dedão esticados para o
solo, fazendo movimentos circulares.
2 – Mãos parcialmente fechadas (encolhidas) apontada para o solo, dedos
retraídos. Encosta-se as costas das mãos ou os punhos um no outro, três vezes.
Pombagira
Termo: Laroyê - Salve as moças
Significado: Salve Pombagira
Expressão Corporal: dedos cruzados com as mãos voltadas para o solo, fazendo
movimentos circulares.
Exú Mirim
Termo: Laroyê, Exú Mirim
Significado: Olhe por mim, Exú Mirim
Expressão Corporal:
1 – Dedos cruzados com as mãos voltadas para o solo, dedão esticados para o
solo, fazendo movimentos circulares.
2 – Mãos parcialmente fechadas (encolhidas) apontada para o solo, dedos
retraídos. Encosta-se as costas das mãos ou os punhos um no outro, três vezes.
Saudações Linhas de Trabalho (Entidades)
Caboclo
Termo: Okê Caboclo
Significado: Dê seu brado, Caboclo
Expressão Corporal: braços direito a frente do peito, com os dedos mindinho e
anelar encolhidos e os do meio, indicadores e polegares estendidos e braço
esquerdo para trás, com os dedos na mesma posição dos da frente.
Desenvolvimento Mediúnico – Umbanda Sagrada
Preto Velho
Termo: Adorei as Almas
Significado: Salve as almas
Expressão Corporal: fazer uma cruz com as pontas dos dedos no chão com a
mão direita.
*Saudação só verbal
Erê
Termo: Oni Beijada (Salve as crianças)
Baianos
Termo: Salve Nosso Senhor do Bonfim
Boiadeiros
Termo: Xetruá (Salve aquele que tem braço forte)
Marinheiros
Termo: Salve a Marujada
Malandros
Termo: Salve a Malandragem
Ciganos
Termo: Optchá (Salve o belo)
Preceito, a questão não é proibir, mas compreender e
conscientizar.
Entrar no terreiro é algo que começa muito antes da sua presença física naquele
lugar. Você já está entrando no terreiro, muito antes de chegar lá fisicamente,
está se preparando para isso.
Ao adentra no ritual é muito maior do que o espaço e o tempo. Ou seja, aquilo
que você vai praticar, realizar, ir ao encontro é maior do que o endereço físico do
terreiro e muito mais do que aqueles instantes, minutos ou horas em que você faz
parte da gira.
Principalmente ao médium, seja um médium de incorporação, cambones ou
ogãs, geralmente há um pedido de que 24 horas antes você se abstenha de
bebida alcoólica, de carne, principalmente de carne vermelha e relação sexual.
Porque!
A questão de não ter relação sexual é porque ninguém sabe que tipo de relação
sexual que você tem, com quem, se ela é boa ou se é ruim.
Na relação sexual há uma troca de energia, então, se você teve relação sexual
24 horas antes, a energia da outra pessoa está em você e sua energia ficou nela.
Trazendo para o terreiro a energia de outra pessoa, ou ficar sem sua energia, e
dependendo do trabalho mediúnico que irá realizar, você também pode estar
exausto, cansado, relaxado demais e com carência da sua própria energia que
ficou com a outra pessoa.
A carne vermelha é um ponto importantíssimo aos vegetarianos, existe toda uma
teoria vegetariana a cerca da energia da carne. Existe toda uma teoria a cerca da
vida dos animais, respeitamos que cada um viva segundo sua consciência.
O mais importante sobre a carne para o médium que vai incorporar: a carne é de
difícil digestão.
As carnes vermelhas para digeri-las, o estômago precisa de quase o dobro de
ácido que usa para a mesma quantidade de pão, por exemplo. Dependendo do
metabolismo, uma pessoa pode levar até três horas e meia para digerir um bife
médio.
Esse é o ponto mais importante em relação a carne vermelha.
Veja! Hitler era vegetariano, então se abster de comer carne vermelha será
porque não tem mais vontade de comer, mas não é se proibir de alguma coisa
que faz de você uma pessoa melhor, espiritualizado.
A quem duvida. Vamos dizer, coma a carne vermelha e venha para o trabalho
mediúnico e nos diga. Você se sente bem, ou se sente mal?
Desenvolvimento Mediúnico – Umbanda Sagrada
Também não adianta evitar a carne vermelha e você comer uma lasanha 4
queijos inteira logo antes de ir para uma sessão mediúnica.
Também experimente e diga como fica sua energia quando nos conscientizamos
e aplicamos os preparos antes do trabalho.
Por dentro do terreiro começa com esse preparo, você está na sua casa se
preparando. Isso tem a ver com sua alimentação, com seu relacionamento, visão
de mundo.
Agora você vai entrar fisicamente. Você já começou essa entrada no momento
em que está em sua casa se preparando um dia antes.
Você dormiu e acordou, é dia de gira, dia de sessão, dia de branco, dia de ir no
terreiro, então é um dia em que você deve ter um cuidado especial.
Do que adianta não comer carne, não beber, não ter relação, tomar banho de
erva, acender vela para o anjo da guarda e acordar com o mau humor do “cão”,
pisa no rabo do gato, discuti com a sogra, briga com a esposa, manda para
aquele lugar em pensamentos o patrão, destrata o cliente ou vizinho.
Vai de condução ou carro para o terreiro, xingando o trânsito e tudo o mais.
Não adianta. Não adiantou nada. Não serve para nada se você não entender que
aquele dia deve ser mais tranquilo.
Sabe por que? Porque você não consegue estar tranquilo o tempo todo, nem
todos os dias, então, ao menos no dia de ir ao terreiro você se esforce para ter
um dia mais tranquilo, para chegar bem no terreiro, com uma energia boa.
Para você estar pronto e preparado para levar o seu melhor para dentro do
terreiro.
Quando você chega no endereço físico do Templo, então você pode entrar com
sua matéria naquele endereço material, mas não é isso.
Ir ao Templo é levar toda sua espiritualidade, mediunidade e ancestralidade e
entrar pelo lado sagrado do Templo. É entrar em outro lugar que não é o lugar
físico.
Como é que se faz para entrar pelo lado sagrado do Templo? Você se ajoelha,
faz o sinal da cruz no chão, que simboliza o pedido de licença as forças do alto,
embaixo, da esquerda e da direita.
Você verbaliza que está pedindo licença para entrar nesse Templo, pede licença
a Oxalá, a Olorum.
Em alguns Templos se pede licença a Olorum, Oxalá, Ifá, Zambi, Deus e aos
Guias e mestres protetores dessa casa. Não importa, chegou no Templo você
deve prestar uma reverência.
Aprende a ser humilde, a ter reverência, a pedir licença, a entender que antes de
entrar no sagrado você deve abaixar-se, ajoelhar se, isso é um gesto de
consciência, de atenção plena.
Então você está entrando em um lugar sagrado, e isso muda tudo, muda a sua
relação com o Templo, com os Orixás, com os guias, sua relação com o sagrado.
EQUIPE DE DESLIGAMENTO
As cinco tarefas da equipe de desligamento
Somente alguns espíritos encarnados têm a capacidade de auto desligamento, ou
seja, de desligar os laços que o prendem ao corpo físico.
A grande maioria precisa de ajuda e amparo, pois o processo de desligamento é
difícil para nós, que ainda estamos ligados "vibratoriamente" ao planeta.
Por esse motivo existe na espiritualidade equipes especializadas no desligamento.
Elas realizam suas tarefas de acordo com o merecimento dos espíritos que estão
desencarnando.
Quando o espírito é merecedor do auxílio que chamaremos de completo, eles
realizam as seguintes tarefas:
1- Preparação
O ambiente doméstico, os familiares e o próprio espirito que desencarnará em
breve recebem visitas quase que diárias para auxílio magnético e preparação.
Alguns recebem uma aparente melhora para consumação das suas últimas tarefas
e para o último Contato com os que lhe são queridos.
2- Proteção
Existem vampiros, obsessores e equipes das trevas especializadas em
"vampirizar" os recém desencarnados.
A equipe espiritual tem como tarefa proteger o corpo físico e etérico (até o
desligamento total) e o espírito contra as investidas das trevas.
3- Encaminhamento
Os espíritos recém-desencarnados são auxiliados para o encaminhamento ao local
onde serão amparados, seja um Posto de Socorro, uma Colônia Espiritual ou,
infelizmente, largados ao léu, isso só acontece com os que não podem ser auxiliados,
devido a grandes débitos ou apego em que se encontra.
Ninguém pode ser levado para planos superiores do Astral sem estar preparado.
4- Cortando os laços
Desenvolvimento Mediúnico – Umbanda Sagrada
E comum a presença de espírito amigo ou familiar da última encarnação durante
O desligamento.
A maior parte dos espíritos de nível "médio" de evolução se mantém mais ou
menos conscientes do que acontece (depende o grau de desprendimento e
evolução).
Por isso a presença da mãe, filho(a), irmão, etc, tranquiliza o espírito em processo
de desencarnação.
5 – O rompimento do cordão de prata
A grande maioria dos espíritos em processo de desencarne ainda se acha ligada
de alguma forma à matéria física, seja por amor à família, aos bens, preocupações
com os que vão deixar, etc.
Em vista disso o processo desencarnatório é gradual e o rompimento do cordão
de prata, última etapa no processo de desligamento, só é realizado (na maioria dos
casos) após algum tempo.
No livro Voltei e Obreiros da Vida Eterna (ambos de Francisco Cândido Xavier) os
espíritos são amparados por familiares, mãe e filha, respectivamente.
O tamanho das equipes é variado e geralmente organizado para amparar grupos
de espíritos que desencarnarão em um período específico.
Junto a equipe de desligamento encontram-se os amigos espirituais dessa ou de
outras vidas, os familiares, os amigos espirituais de trabalho (no caso de médiuns),
etc.
Não tenha medo de morrer e voltar pra casa. Muita paz a todos!
Fonte: Grupo Socorrista Obreiros do Senhor Jerônimo Mendonça Ribeiro.
MEDIUNIDADE
Quando um sofre, todos sofrem. Quando um é feliz, todos são. Tudo é UM, tudo é
BANDA, tudo é UMBANDA.
Quando conseguirmos unificar, religar, unir UM e BANDA, alcançaremos o ideal
maior da UMBANDA.
Dessa união, da percepção de que somos UM com Tudo e Todos, nasce a mais
bela de todas as doutrinas.
A maioria vem para Umbanda por causa da mediunidade. Afinal existe o comentário
muito usado de quem vem pelo amor e quem vem pela dor.
Desenvolvimento Mediúnico – Umbanda Sagrada
Se você não desenvolver a sua mediunidade, sua vida não vai melhorar. Sua vida
não vai para frente se você não vier para o terreiro.
Sua vida não vai sair de onde está se você não incorporar seus guias. Você precisa
trabalhar para seu guia evoluir.
É um peso, um carma! A mediunidade é seu carma, porque na vida passada você
foi ruim, safado, sem vergonha, pilantra.
Antes de encarnar você assinou um contrato que você seria um médium. Será?
Será que é isso mesmo? Será que a mediunidade é um peso, um carma, algo que
você assinou um documento.
Será que você veio médium porque era ruim na outra vida? Então todo mundo que
é médium aqui é porque fez mal a alguém na outra vida?
E agora temos que fazer o bem? Fazer o bem é uma obrigação?
Quantas dúvidas de mediunidade nós temos? O que você vê, o que enxerga? Qual
é nossa percepção?
Será que vemos tudo o que é possível ver? Será que ouvimos tudo o que é
possível ouvir? Será que falamos tudo o que é possível falar?
Será que pensamos e sentimos tudo o que é possível? O que é afinal ter olhos para
ver, boca para falar e ouvido para ouvir?
Ver o que muito não veem, ouvir o que muitos não ouvem, falar além daquilo que
você acredita que é possível dizer.
Isso também é mediunidade, quando você vai além de você mesmo.
Desenvolvimento Mediúnico – Umbanda Sagrada
Quando teu olhar, sua audição, sua sensibilidade, até seu olfato, transcende, vai
além de si, é mediunidade.
A Umbanda vai além do espiritismo, Umbanda vai além do espírito, além de uma
realidade unicamente espiritual. Nós somos corpo, mente, espírito, emoção e muito
mais. Mediunidade é ir além, além da matéria, além do que é palpável, além desse
mundo.
Como diria Pai Ronaldo Linares: “Não estamos loucos, apenas descobrimos que
somos médiuns”.
Se você dorme e sonha com alguém que já se foi, avó, avô, bisavô, com seu
mentor, com seu guia e ele te dá em sonho uma informação real de outro mundo,
outra vida, outro ano, outra realidade. É mediunidade!
E a primeira coisa e mais importante é que tudo o que dissermos aqui não será
suficiente para explicar o que é a incorporação.
Todos são médiuns! Nem todos são médiuns de incorporação ou psicografia, mas
todos sentem de alguma forma o que é do mundo astral.
Sentir uma presença indesejada, uma energia ruim ou boa, por exemplo, é uma
experiência mediúnica.
Quantas vezes acordamos muito bem e durante o dia nós encontramos “aquele”
amigo que só faz reclamar da vida, o Hard, (Quem se lembra do desenho animado
da dupla Lippy e Hard? “Eu sei que não vai dar certo... Oh... Vida... Oh... céus...
Oh... azar...! ”).
“Vir pela dor” pode significar suprir a necessidade de um sentido para a vida, ou a
cura para as dores físicas, morais, emocionais e espirituais.
A Umbanda, através dos seus guias e mentores abrem fazem o médium despertar
para uma nova consciência, onde descobrirá maneiras de viver melhor, com mais
qualidade de vida em qualquer circunstância. Isso implica no aprendizado constante
de valores maiores que tudo aquilo que pode ser passageiro nesta vida.
Desenvolvimento Mediúnico – Umbanda Sagrada
Alguns tipos de mediunidade
Incorporação – também chamada de
“psicofonia”, é o ato de dar a passividade para
que espíritos se comuniquem com os demais
através de seu corpo e principalmente que
possa se manifestar verbalmente através do
médium. É a mediunidade mais comum dentro
dos centros de Umbanda.
A grande diferença entre psicofonia e
incorporação é que esta última vai além da
“fala mediúnica” para afirmar-se como uma caracterização total da
entidade com a matéria de seu médium.
A entidade incorporada se comporta como se estivesse encarnada no
corpo de tal médium.
O que é preciso para incorporar?
Em primeiro lugar é preciso manter a mente aberta e querer viver
plenamente esta experiência. Trata-se de um processo em que poderá
haver a necessidade de lidar com seus próprios bloqueios e dificuldades.
Desenvolver a mediunidade é descobrir esta parceria e descobrir como
se relacionar de uma forma tranquila com algo tão complexo, louco ou
quase surreal como a incorporação de um outro ser em seu corpo e
ainda compartilhar seus sentimentos e pensamentos com os sentimentos
e pensamentos deste outro, que na verdade é um mestre para a vida.
Psicografia –é a escrita mediúnica, em que os espíritos escrevem
através do médium.
Que consagrou o médium Chico Xavier,
apesar de ele ter manifestado em vida quase
todos os tipos de mediunidade (com mais de
460 livros psicografados pelos espíritos),
característica dos nossos irmãos Kardecistas
e que hoje tem aparecido na Umbanda através
de nosso irmão Rubens Saraceni (mais de 70
livros psicografados e algo em torno de trinta
editados).
Desenvolvimento Mediúnico – Umbanda Sagrada
Pictografia – pintura mediúnica. Muito bem apresentada por Gaspareto.
Pintura mediúnica, na qual um espirito toma a função motora do médium,
de forma mecânica para pintar uma tela que demonstre a imortalidade da
alma daquele artista que se manifesta.
Clariaudiência – audição mediúnica, dom de ouvir a voz dos espíritos.
Clarividência – é a visão mediúnica, quando se vê o “mundo astral”.
Vidência – visão mediúnica com imagens que se formam mentalmente e
que têm algum contexto com a realidade ou o mundo astral.
Inspiração ou irradiação – quando sutilmente e conscientemente o
médium recebe comunicações do astral.
Desdobramento ou projeção astral – ainda conhecido como viagem
astral, é o ato de sair do corpo material com seu corpo perispiritual para
realizar tarefa no astral, a maioria de nós a realiza naturalmente
enquanto dorme, tem ainda pequena diferença da projeção mental em
que apenas a mente, sem o invólucro perispiritual, vai até certo local
buscar informações e viver certa experiência.
Muito estudada e difundida por Wagner Borges (www.ippb.org.br), que
faz “viagem astral” espontaneamente desde criança e ensina as pessoas
a fazerem também.
Psicometria – é uma leitura do registro astral e temporal que fica em
cada objeto revelando seu histórico.
Psicofonia – é a fala mediúnica, a comunicação por meio do aparelho
vocal do médium.
Xenoglossia – é o ato de falar em outras línguas, como na noite de
pentecostes.
Clariolfativo – capacidade de sentir aromas do mundo espiritual.
Clarigustativo – capacidade de sentir o gosto de algo não material.
Materialização – De pessoas ou objetos, acontece com médiuns que
tem o dom de doar muito plasma de si e este vai recobrindo o corpo
perispiritual até que se veja nitidamente sua presença no mundo físico
material (ficou muito conhecida por médium Peixotinho, de Macaé, RJ,
Desenvolvimento Mediúnico – Umbanda Sagrada
que a realizou na década de 1950: Chico Xavier também realizou
sessões com seu grupo e outras junto com o próprio Peixotinho).
Existe ainda a materialização por transporte de objetos, um pouco
diferente de plasmar, quando o médium tem o dom de desmaterializar
algo em algum local físico e materializar em outro local. Muito conhecida
através da médium Adelarzil (faz materializações no algodão).
Telecinesia – é o dom de realizar efeitos físicos, como mover objetos ou
apagar luzes.
Podemos considerar ainda o benzimento como um fenômeno mediúnico,
já que envolve entidades do astral e movimentação de forças espirituais.
Esses dons não deixam de ser metafísicos; aqui são colocados todos
como mediúnicos por estarem sob orientação e direção de entidades
guias no astral.
O médium inconsciente?
E aí todo mundo quer ser médium inconsciente e tem uma aura que o médium
inconsciente é o médium infalível, aquele médium forte e o médium consciente não,
é mais café com leite, mas fraquinho.
Onde iremos chegar com isso? O que é afinal, o médium inconsciente? Você
somente sabe uma única coisa, o médium inconsciente é aquele que quando
desincorpora ele fala: Não lembro. Só isso.
No momento em que ele está incorporado você não sabe como está acontecendo,
você não sabe qual a mecânica da incorporação.
Porque ele pode ter uma mesma mecânica, uma mesma estrutura, mesma
fisiologia mediúnica de incorporação, igual ao médium semiconsciente e quando
desincorpora ele diz: não lembro de nada.
Então, isso basta para dizer que ele é inconsciente, quer dizer, ele não se lembra.
Existe um mito de que o médium inconsciente não atrapalha o trabalho do guia e o
médium inconsciente atrapalha.
É como se o médium inconsciente fosse alguém que você tira totalmente dali, como
se a manifestação fosse pura, sem ele. Não há manifestação pura. Você sempre
está ali, mesmo inconsciente, inconscientemente você está ali. Você é um filtro, não
tem o Guia sem você.
A Entidade incorporada está usando o seu mundo, a sua realidade, sua linguagem.
Se esse espírito é um Caboclo, ele fala que é o Caboclo Tupinambá, Aimoré, Pena
Desenvolvimento Mediúnico – Umbanda Sagrada
Branca, Ubirajara, Urubatão. Cabocla Jandira, Jacira, Indaiá. Você não sabe, as
Entidades de Umbanda são anônimas.
Ele diz: Eu fui Gabriel de Malagrida, mas me chame Caboclo das Sete
Encruzilhadas. Não é nome, isso é apenas uma identidade de energia, de vibração,
Pena Verde, Pena Amarela, Roxa, é anônimo, você não sabe quem ele é.
Eles tiveram muitas vidas, e as vidas que eles tiveram não é a sua vida. Então, a
Entidade que chega para incorporar toma ciência do seu mundo, da sua realidade,
do seu universo e geralmente o seu Guia é seu Mestre pessoal, ele acompanha sua
encarnação.
Ele utiliza sua garganta, sua voz, para falar, seus olhos para ver, suas mãos. Não
tem uma pureza na manifestação, o que tem é um aprendizado. Aprender a ficar
quietinho observando.
O Guia está falando a partir do seu mundo, mesmo que você esteja dormindo. Tem
algo em você que dorme, mas tem algo em você que não está dormindo porque
quando você dorme você sonha, e no sonho quer dizer que há uma atividade
acontecendo. Mas você é inconsciente, mas tem uma atividade.
O inconsciente diz respeito a uma função cerebral, então no córtex superior você
não está atento, mas em uma função cerebral mais límbica você está ali.
Há casos com o da médium francesa, o livro é “No mundo das Ilusões”, em que
os espíritos se materializavam e iam conversar. Iam até apertar as mãos.
Isso está registrado, tem livro, tem fotos, depois posso enviar para engrossar a
bibliografia. Da Editora Lake, tem o livro Materializações Luminosas, no Youtube,
Desenvolvimento Mediúnico – Umbanda Sagrada
Google, você encontrará as fotos das materializações desse médium Peixotinho, e
vai encontrar várias outras.
Você precisa ter um médium doador de plasma, aí ele fica todo branquinho e
algumas vezes esse fluído que materializa ele, é como se escorresse de tal forma
que dá a impressão de que o espírito está com um véu ou com um lençol.
E daí você entende aqueles desenhos animados de filme de terror em que o morto
aparece coberto de um lençol. Isso é um efeito, um fato.
Enfim, por isso esse livro foi escrito, pois são as dúvidas de todos nós, como um
livro em que eu gostaria de ter lido quando cheguei na Umbanda e é um livro que
deveria se torna leitura obrigatória para quem está em desenvolvimento mediúnico
na Casa de José e Maria e hoje já é leitura obrigatória no desenvolvimento
mediúnico e um monte de Templos, Tendas e Centros porque aqui estão todas as
dúvidas básicas em que todo mundo passará.
Por que? Porque eu estava alterado. Estar incorporado é estar em transe, é estar
em estado de consciência alterada. Então, jamais você será totalmente consciente.
Para você ser totalmente consciente deveria ser apenas uma psicofonia: “Olha, o
Caboclo 7 Pedreira está aqui e dará uma mensagem para vocês”. “Meus filhos, eu
sou o Caboclo 7 Pedreira e vim aqui para dar uma mensagem para vocês de o
quão rico é a oportunidade desse encontro.
Só se for assim, apenas a fala. No momento que tem o transe, uma caracterização,
você não é mais você, não sei se sou eu ou se é o guia, é transe, você está
semiconsciente.
Desenvolvimento Mediúnico – Umbanda Sagrada
Ao desincorporar você se lembra de algumas coisas. É como alguém que acorda
de uma noite de sonho e diz: “Sonhei que estava na Aruanda e o Caboclo me dizia
tal coisa”. Você não se lembra exatamente de tudo.
As vezes você acorda e sabe que sonhou mas não lembra o que. É desesperador.
Você sabe, eu sonhei, eu sei que tive uma sonho muito doido mas não lembro.
O que faz você esquecer? É aquele choque anímico do acordar, quando você
acorda é como se sua mente entrasse em conflito e aí ela joga toda aquela
informação para seu inconsciente, porque como é possível você ter vivido algo se
estava dormindo.
É fácil você entender isso, que no momento em que você desincorpora, enquanto
está incorporado naquela viagem do eu, o guia, o guia está lá, parece que estou
sonhando, embriagado, tem a impressão de que vê tudo, mas quando
desincorpora, imediatamente parte daquilo vai embora.
Jamais você desincorporado vai procurar o consulente para discutir um assunto que
ele contou para seu Caboclo.
Ele não contou para você! Se você incorporado viu alguma coisa agradeça ao seu
Guia, ele deixou você ver porque isso é um aprendizado.
Os ensinamentos que as Entidades dão para cada consulente, começam a ser para
você. Nesse momento você tem a oportunidade de transformar sua vida, a
oportunidade de renascer, de compreender que aquela Entidade é o seu Mestre
pessoal.
Tudo o que ele fala, tudo o que faz para ajudar o outro, na verdade está sendo feito
para ajudar você. Você é o primeiro beneficiado. Por mais que se diga que a
Umbanda é a manifestação do espírito para a prática da caridade, o primeiro a
receber a caridade é o médium.
Para o meu Caboclo ajudar a alguém, primeiro ele incorpora em mim. Nesse
momento a incorporação do Caboclo já é uma caridade, a maior caridade.
A maior caridade que alguém pode fazer por você é despertar, acordar. O Caboclo
é um despertador, ele vem para te acordar e essa é a função de um Mestre na sua
vida, ele faz isso por você.
Nada pode ser mais lindo, mais rico, nem mais encantador. Você está diante da
maior oportunidade da sua vida, olhar o mundo pelos olhos do Caboclo.
A Umbanda permite isso, que você veja o mundo com os olhos de um Preto Velho,
pelos olhos de um Caboclo, pelos olhos de um Erê, da criança.
Para o meu Caboclo ajudar a alguém, primeiro ele incorpora em mim. Nesse
momento a incorporação do Caboclo já é uma caridade, a maior caridade.
A maior caridade que alguém pode fazer por você é despertar, acordar. O Caboclo
é um despertador, ele vem para te acordar e essa é a função de um Mestre na sua
vida, ele faz isso por você.
Nada pode ser mais lindo, mais rico, nem mais encantador. Você está diante da
maior oportunidade da sua vida, olhar o mundo pelos olhos do Caboclo.
A Umbanda permite isso, que você veja o mundo com os olhos de um Preto Velho,
pelos olhos de um Caboclo, pelos olhos de um Erê, da criança.
E a Umbanda permite que você sinta com o coração de criança, e aí nesse
momento, aquela inocência também passa a ser um pouco sua. Agora, que o Preto
Velho incorporou, você tem a oportunidade de incorporar no seu ser a sabedoria do
Preto Velho.
Desenvolvimento Mediúnico – Umbanda Sagrada
Agora que o Caboclo veio, você tem a oportunidade de ser também um pouco
Caboclo, de ser como um herói, um guerreiro, de ser um caçador, porque você está
de encaboclando, você está recebendo o axé.
Não incorpore apenas o Caboclo, incorpore os valores das Entidades. Não
incorpore Umbanda, seja a Umbanda.
Acorde, desperte, ouça o canto da sereia que te leva, que te encanta, que te mostra
um outro mundo, um outro olhar. Quando isso acontece há um brilho no seu olhar.
E quando alguém lhe perguntar qual é sua religião, você diz Umbanda, e esse
brilho no teu olhar não deixa dúvida, esse negócio é muito bom.
E todos aqueles que ouvirem dizer que você é Umbanda, todos, sem exceção, vão
querer saber o que é isso. Ninguém irá se afastar, as pessoas terão é muita
curiosidade.
O MÉDIUM
O médium é o elo mais frágil de uma
corrente espiritual porque muitas das
suas dificuldades materiais ou
desequilíbrios emocionais interferem
no seu desenvolvimento mediúnico ou
suas práticas espirituais.
As dificuldades materiais são: o
desemprego, dívidas, insatisfação com
o atual emprego, dificuldades nos
negócios, empreitadas que não dão
certo, prejuízos inesperados, doenças
familiares etc.
Desenvolvimento Mediúnico – Umbanda Sagrada
Os desequilíbrios emocionais são: discórdias familiares insolúveis,
rebeldia, imaturidade para entender sua mediunidade, incapacidade em
lidar com os aspectos mediúnicos de sua religiosidade, gênio agressivo,
não atenção ao seu mediunismo que afeta seu sistema nervoso,
impetuosidade, desarmonias domésticas, incapacidade de assumir uma
postura “íntima” de respeito às normas dos templos, não assimilação
natural das orientações doutrinárias, fobias etc.
Saibam que as dificuldades materiais são temporárias, e assim que o
médium superá-las recuperará seu entusiasmo e desejo de ser útil aos
seus semelhantes. Já os desequilíbrios emocionais são de difícil solução
porque, em certos aspectos, as pessoas não se apercebem da existência
deles, e até acham que é implicância dos outros, quando os alertam para
que se trabalhem e aperfeiçoem-se nos campos onde mais eles são
visíveis.
Até tem aqueles que, caso insistamos nos alertas, revoltam-se e
começam a vibrar ódio ou antipatia por quem só os está alertando
porque quer vê-los bem e em harmonia com a vibração da corrente
sustentadora dos trabalhos espirituais.
Normalmente, o médium novo vai sendo modelado pelo comportamento
dos mais velhos. Mas, por possuir sua natureza íntima, também vai
modelando-a segundo o novo em sua vida que lhe está sendo mostrado.
A partir destas duas “modelagens” aflorará um médium equilibrado
e capaz de manter sua individualidade e integrá-la naturalmente à
corrente a que pertence.
Mas em muitos casos a formação religiosa anterior do médium trabalha
contra ele, já que ele internalizou comportamentos dissonantes com a
doutrina que está sendo passada nesse novo estágio de sua evolução
espiritual.
Ele nada faz para assumir uma postura mais afinizada com sua nova
condição religiosa, pouco contemplativa e bastante ativa, pois não está
indo ao seu centro só para rezar e sim para “trabalhar”.
O médium tem dificuldade em entender que todo o seu psiquismo precisa
ser trabalhado lentamente e ir sendo adaptado à sua nova condição: a de
membro ativo de uma corrente espiritual.
Desenvolvimento Mediúnico – Umbanda Sagrada
E mesmo os espíritos que irão atuar através do novo médium terão que
adaptar-se à corrente que os recebeu e os aceitou como seus novos
membros.
Então é comum surgirem insatisfações de ambos os lados, tanto a
corrente espiritual quanto os doutrinadores, o novo médium e seus guias
costumam chocar-se, pois o novo tem dificuldade em submeter-se ao
mais velho tanto quanto este tem dificuldade em lidar com quem não se
“enquadra” automaticamente numa postura e comportamento já
sedimentado no tempo e tido como norma de conduta dentro do espaço
religioso construído a duras penas e sustentado com muito esforço pela
corrente espiritual e pelos médiuns mais antigos, que há anos estão
sustentando com amor e dedicação integral todo um trabalho em
benefício da coletividade.
O médium novo, ou se intimida e bloqueia seu próprio desenvolvimento mediúnico
e sua efetiva integração ao corpo mediúnico da casa, ou tenta impor dentro dela
seus distúrbios comportamentais e seus vícios emocionais, também se
desarmonizando e bloqueando o aflorar natural de duas faculdades mediúnicas.
Temos também o caso dos médiuns que já realizaram outras práticas místicas,
iniciáticas ou espiritualistas, e, ao invés de guardá-las para si até incorporarem
novas práticas, já aprovadas e comprovadamente eficazes pelo espiritismo de
Umbanda, tentam remodelá-las, ou seja, tentam adaptar as práticas de Umbanda
às suas práticas espiritualistas anteriores.
Com isso, criam uma miscelânea que só na cabeça deles está ordenada, se é que
está, mas para os que o acolhem tudo parece confuso. Mas, se isto acontece, é
porque temos dificuldades em entender o universo religioso como muito parecido
com o de um estudante universitário que deixou de estudar química e começou a
estudar matemática pura.
Então o médium já desenvolvido, que por alguma razão trocou de centro, tem de
entender que mudou o campo onde aplicava seus valores e entrou em outro onde
eles não têm a mesma grandeza ou aplicação, pois no novo centro eles têm a
grandeza e as aplicações que hes deu quem os desenvolveu.
Desenvolvimento Mediúnico – Umbanda Sagrada
O correto, neste caso, é o médium incorporar os novos valores e suas aplicações, e
enriquecer ainda mais suas práticas espirituais, pois sempre terá em si mesmo os
seus antigos valores espirituais. O errado é não só não absorver os novos valores
da casa que o acolheu, adaptando-se às suas normas comportamentais, como
ainda tentar impor os seus a quem já está com seus valores “assentados”.
E aí, a solução é o mentor lançar mão de um recurso extremo, que é confiar seu
médium a um espírito pouco evoluído, para que este cuide dele, pois ainda suporta
a vibração de pensamentos negativos. Mas, em último caso, o mentor recolhe-se à
sua faixa vibratória na Luz e confia o seu médium à Lei Maior e à Justiça Divina,
que o assumirá efetivamente, e daí em diante o médium só irá incorporar espíritos
afins com seu padrão vibratório e moral.
E quase sempre são “eguns” fora da Lei que atuam nesses médiuns ou são
quiumbas, obsessores, zombeteiros, perseguidores, vingativos etc., que levarão o
médium a um tormento ou ao descrédito.
E não raro, após este recolhimento do mentor, o médium que foi reprovado entra
numa fase de descrença e desencanto com sua mediunidade, afastando-se dos
centros. Então vai procurar auxílio em alguma outra religião onde qualquer contato
com o mundo espiritual é condenado.
Lembre-se de que seus irmãos encarnados não têm como ver seu íntimo e nem
podem ouvir seus pensamentos. Mas, tanto Deus quanto seus mentores podem, e
tudo farão para auxiliá-lo neste seu sacerdócio.
Quanto aos médiuns que só têm voz para criticar os trabalhos espirituais ou seus
irmãos na corrente mediúnica, estes estão perdendo seu tempo, porque a luz que
conquistam durante os trabalhos perdem-na com o desserviço que prestam às
trevas da discórdia.
Desenvolvimento Mediúnico – Umbanda Sagrada
Quanto aos que acham que já fazem muito, indo só aos trabalhos espirituais e não
se preocupando com as necessidades da casa ou dos seus irmãos, na mesma
medida receberão da espiritualidade em geral, e dos seus mentores, quando suas
provações os assoberbarem.
Não escraviza o médium, apenas exige dele uma conduta de acordo com o que
esperam os espíritos que pode meio dele atuam no plano material, nada adianta
alguém ser médium e não assumir conscientemente sua mediunidade e suas
responsabilidades.
Aos poucos, o indivíduo começa a assimilar O que ocorre consigo e como sua
mediunidade responde aos "estímulos" gerados pela sua dedicação e envolvimento
comamediunidade.
Para isso, compreendemos que o desenvolver da mediunidade, no caso a
incorporação, ocorre por etapas.
1 - A TEORIA:
Por mais que o desenvolvimento esteja direcionado à prática da incorporação, o
primeiro ato é entender o que é Umbanda, o que não é Umbanda, o que é
mediunidade e todos os assuntos que a envolvem.
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Comumente, indivíduos que estão nesta etapa, cultivam consigo um repertório de
dogmas, tabus e crenças limitantes provenientes de outras culturas e religiões.
2) QUESTIONAMENTOS
A máxima para o desenvolvimento: "Para desenvolver é preciso se envolver".
Nesta etapa, a entrega de si mesmo é imprescindível. Dar permissividade e estar
aberto para todos os sentidos que o cercam, sem expectativas.
Estar desperto a qualquer sinal que lhe será indicado à percepção extra-sensorial.
Vale ressaltar que, neste momento, a intenção não é sentir a manifestação do Guia
e sim, estar entregue, sem bloqueios. Logo, o contato é a consequência.
E neste momento que os primeiros questionamentos práticos começam a surgir,
como: "O que estou sentindo é o Guia?" "Será que é coisa da minha cabeça?" "Sou
eu ou é o Guia?" e "Será que já estou incorporado?".
E comum, nesta fase, o individuo julgar-se impaciente e incapaz de incorporar e até
buscar recursos para agilizar a incorporação.
Desenvolver a resiliência é imprescindível para vencer esta etapa.
Entregar-se de mente, corpo e alma é a premissa.
3) PRIMEIROS CONTATOS:
E no inesperado que moram os primeiros contatos com os Guias espirituais.
Por meio de sonhos, intuições, pontos cantados, evocações e outros meios, os uias
começam a dar seus primeiros sinais.
Na prática do desenvolvimento, arrepios, movimentos singelos e alguns passos
começam a fazer parte da dinâmica.
É importante não rejeitar nenhuma intuição ou suposta 'vontade' de realizar algum
tipo de movimento.
Pode ser este o primeiro passo dado pelo Guia em contato como médium.
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4) A INCORPORAÇÃO:
Eis o ápice do processo do desenvolvimento: a incorporação, momento em que a
manifestação ocorre e o espírito incorpora.
As dúvidas ainda são frequentes, visto que agora o indivíduo percebe que, mesmo
incorporado, ele continua em contato com mundo.
Julgamentos como "incorporação forte e fraca" começam a fazer parte do critério de
auto avaliação.
5) A COMUNICAÇÃO:
Após a incorporação dada de forma completa, ou seja, além da presença há
movimentos, danças, brados e outras características individualizadas em cada linha
de trabalho, o Guia começa a projetar suas primeiras mensagens.
Este é o momento em que cessam as buscas por evidências e nos deparamos com
falas e pensamentos nunca antes passados pela nossa mente.
6) O MEDIUM PRONTO:
Os termos "médium firme", "médium pronto" ou ainda "incorporação firme" fazem
menção ao indivíduo que já recebe seus guias e Orixás de modo natural.
Os Guias já se identificam e se comunicam naturalmente; suas mensagens são
completamente compreensíveis e o médium tem autonomia para incorporar seus e
desenvolver atendimentos aos consulentes.
Por mais que haja um momento que se entenda o médium como "pronto", jamais
haverá qualquer conclusão deste processo.
O desenvolvimento é uma prática continua, pois sempre haverá o que aprender e
vivenciar com as manifestações dos Guias e Orixás.
Com o passar do tempo, o médium conclui que o aprendizado se renova a cada
manifestação espiritual e percebe necessidade do estudo teórico e prático continuo.