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Teologia

de
Umbanda
Aula 04

Terreiro de Umbanda 7 Pilares de


Aruanda
Turma I 21/22
Capítulo II
Mediunidade
2 – Tipos de Mediunidade

2.1 Mediunidade;

2.2 Clarividência;

2.3 Vidência;

2.4 Clariaudiência;

2.5 Clariolfato e Clarigustativos;

2.6 Psicografia;

2.7 Telecinesia;

2.8 Materialização;

2.9 Desdobramento;

2.9.1 Irradiação;

2.9.2 Incorporação;

2.9.3 Texto complementar – Xamanismo

2.9.4 Texto Complementar - Ectoplasma


Mediunidade
A mediunidade é faculdade inerente ao ser humano, portanto, desde os primórdios dos tempos, ela
existe.
Não é apenas a habilidade de manter contato com espíritos, é também uma forma de manter contato
com outras realidades diferentes das que estamos habituados.

O médium é o “meio”, o que intermedeia a comunicação de natureza variada. Allan Kardec tornou
conhecida a palavra mediunidade. A prática mais antiga de mediunidade é o Xamanismo.

A manifestação mediúnica remonta a remotos tempos, com os antigos Xamãs* que também eram
magos. No Xamanismo o transe, o ritual, as visões e a busca por respostas às mais comuns
perguntas sobre a vida são formas de trabalhar a mediunidade.

Xamãs* – texto complementar no término desse capítulo.


Mediunidade
Todos os seres humanos são médiuns, porém, nem todos são médiuns de
incorporação, mesmo porque existem vários tipos de mediunidade, mas todos,
em maior ou menor grau, são médiuns.

Em todos os tipos de mediunidade é de fundamental importância o


autoconhecimento, o estudo e o bom e correto uso da faculdade que se é
portador, para tanto, é preciso tempo, paciência, perseverança e humildade.

São vários os tipos de mediunidade, abaixo seguem alguns exemplos:


Mediunidade – Clarividência
Clarividência

É a capacidade de ver o mundo espiritual, de ver os espíritos. A responsável


por isso é a glândula pineal, chamada de “terceiro olho”, é uma glândula que
se concentra bem no centro da testa, a estrutura dessa glândula é como se
fosse a estrutura de um olho. Ela se chama pineal porque ela tem a forma de
uma pinha. A sua constituição física é formada de pequenos cristais.

* Olho de Hórus - Algumas pessoas acreditam que o olho de Hórus é uma


representação da glândula pineal, que se encontra no cérebro e produz
melatonina. No âmbito mais místico, alguns autores chamaram esta glândula
de "terceiro olho", indicando que era responsável pela ligação entre o corpo
e a alma.
Mediunidade – Vidência
Vidência

A vidência são imagens que se formam na mente da pessoa,


diferente da clarividência que é a glândula pineal, terceiro olho,
vendo o mundo espiritual. Essas imagens se formam como uma tela
mental, isso é vidência. A premonição está inserida nessa categoria
de mediunidade. A vidência também está relacionada à
“psicometria”, que é a capacidade de pegar um objeto que pertenceu
à alguém ou que esteve em algum lugar e fazer uma leitura do que
foi que aconteceu com aquele objeto.
Mediunidade – Clariaudiência
Clariaudiência

“Os que possuem clariaudiência ouvem a voz dos Espíritos; algumas vezes é
uma voz íntima que se faz ouvir no foro interior, outras vezes é uma voz
exterior, clara e distinta como a de uma pessoa viva; os médiuns audientes
podem, desta forma, entrar em conversação com os espíritos”. Livro dos
Médiuns

Esse é um evento momentâneo e passageiro, ou seja, os médiuns audientes


não escutam a todo instante as vozes dos espíritos: isto é essencial, pois
diversas almas nos rodeiam neste mundo, e ouvi-las o tempo todo poderia
perturbar seriamente os clariaudientes. Por este motivo, o médium audiente
possui defesas psíquicas que funcionam como filtros, evitando que o dom da
clariaudiência fuja do controle.
Mediunidade – Clariolfato, Clarigustativo e Xenoglassia

Clariolfato e Clarigustativos

Clariolfativo e Clarigustativos é a capacidade de sentir odores e


sabores que não estão materializados nesse plano. É aquele que
pode sentir, pela faculdade mediúnica, os cheiros do ambiente
ou os aromas que as entidades espirituais exalam (clariolfato).

Xenoglossia
Resumidamente, a xenoglossia pode ser tipificada como a
capacidade que o médium desenvolve de falar em línguas. Esses
dialetos são desconhecidos ao médium e até mesmo ao linguajar
humano.
Mediunidade – Psicografia
Psicografia

A psicografia é a escrita mediúnica e existem vários tipos ou formas de


manifestar a psicografia. A maioria dos médiuns de psicografia recebe, das
entidades espirituais, um fluxo de informações, essas informações passam
pela mente do médium e ele vai escrevendo muitas vezes com as suas
palavras. O que é diferente da psicografia mecânica, praticamente uma
psicografia de efeito físico, que é o tipo de psicografia que Chico Xavier
tinha, no qual a entidade desincorporada psicografava com a sua própria
caligrafia isso é muito raro.
Mediunidade – Pictografia
Pictografia

Pictografia é a pintura mediúnica. Nessa categoria, quase todos os


médiuns são de efeito físico, ou seja, a entidade espiritual guia as mãos
do médium sem que o mesmo interfira. Existem médiuns que pintam
através da clarividência, porém é uma pintura diferente da
pictografada.
Mediunidade – Telecinesia e Materialização
Telecinesia

Telecinesia é a capacidade de mover coisas, de movimentar coisas, estourar uma lâmpada, por
exemplo, de fazer um banco se mexer, de fazer uma porta fechar essa é uma capacidade
chamada “telecinesia”. A mediunidade de efeito físico é uma forma de telecinesia, como no
filme “Poltergeist”, por exemplo.
Materialização

Alguns médiuns conseguem materializar objetos e outros, através de seu ectoplasma*, espíritos.
No Brasil um médium chamado Peixotinho materializou alguns espíritos. A faculdade de
materialização é impressionante. Alguns médiuns conseguem materializar os espíritos de tal
forma que é possível até mesmo abraçá-los, sentir sua presença e toque. Outros, ao
materializarem objetos, são capazes de trazer para o local onde se encontram materiais usados
em magia negra, por exemplo, contra a pessoa que ali, com o médium, tenha ido se consultar.

Ectoplasma é uma substância semimaterial fluídica, expelida pelos médiuns, utilizada para a produção de fenômenos
mediúnicos de efeitos físicos, por exemplo, a materialização de Espíritos e mediunidade de cura
Mediunidade – Desdobramento
Desdobramento / Projeção astral
Nesse tipo de mediunidade o perispírito ou a alma da pessoa se projeta para fora do corpo
realizando a conhecida viagem astral.
Esse desdobramento ocorre quando o espírito da pessoa tem alguma tarefa no astral e se
“desliga” temporariamente do seu corpo físico para executa-la.
O desdobramento espiritual acontece, na maior parte das vezes, durante o sono, sendo que alguns
pessoas possuem essa faculdade mediúnica mais acentuada.
1. Desdobramento espiritual consciente
O que classifica esse fenômeno é a capacidade de se lembrar da experiência fora do corpo.
No desdobramento espiritual consciente, o indivíduo também consegue ver seu corpo a partir do
momento em que seu Espírito se desliga e, ainda, tem a sensação de estar flutuando.
2. Desdobramento espiritual inconsciente - Sonhos
O desdobramento espiritual inconsciente é o oposto do consciente.
Nele, o indivíduo não se recorda do que aconteceu na vivência fora do corpo ser refletida em
forma de intuições e sensações.
Mediunidade – Irradiação
Irradiação
Quando um médium está, por exemplo, dando uma palestra ou conversando com alguém ele fica
irradiado.
Ele não está incorporado, mas ele está irradiado, ou seja, irradiado é: não apenas você ter uma inspiração,
não apenas você ter uma intuição, mas você ficar tomado de uma energia, de uma vibração.
Você fica irradiado, envolvido por aquela energia e com essa energia você também sente a mensagem, os
pensamentos, a comunicação de um mentor espiritual e dizemos que a pessoa está “irradiada”
. A irradiação é a comunicação com os Mestres Ascensionados, por exemplo.
Mediunidade – Incorporação
Incorporação:

A manifestação mediúnica mais comum a Umbanda e a qual também se deve a sua fundação e sustentação
é a incorporação.
O ato de incorporar uma entidade, consiste em fazer a conexão entre os chakras do médium e os do guia.
Desta forma, no momento da incorporação nosso espírito continua “habitando” o corpo físico.
Mediunidade e a Umbanda
Podemos classificar os dons mediúnicos racionalmente, porém nunca seremos capazes de abranger todas as faculdades mediúnicas.

O que nos foi permitido descortinar, até o momento, provavelmente ainda é muito pouco e, talvez, o outro tanto, ainda não nos é
permitido, ou conveniente, conhecer.

A mediunidade na Umbanda é potencializada pelos recursos que utiliza, como pontos riscados,
som, ervas, magia. Umbanda não é apenas mediunidade.

A Umbanda é uma religião que tem uma ritualística forte e riquíssima, nela, a mediunidade de incorporação é a mais comum.
Xamanismo
Apesar de o conceito de xamanismo ser muito estudado na atualidade, ele é, de certa forma, incompreendido pelas pessoas de modo
geral. À primeira vista, quando falamos em xamanismo, tomamos como referência os pajés nas tribos nativas. Mas o termo não se
refere apenas às culturas indígenas americanas, mas a um conjunto de crenças ancestrais, que mesclam diversas heranças. A prática
xamânica é uma conjuntura que compõe todas as práticas ancestrais que mantêm relação com o sagrado, divindades, espíritos e estados
de consciência. Portanto, ela não se refere a um determinado povo ou cultura.
O termo foi cunhado por antropólogos, em adaptação da fonética siberiana que designa o xamã como “aquele que se comunica com os
espíritos”. As raízes do termo são arcaicas e alguns antropólogos acreditam que elas recuam tão longe quanto a própria consciência
humana, tendo origem há 40.000 ou 50.000 anos, na idade da pedra. O xamanismo é objeto de estudos em vários continentes e seus
traços são percebidos em diversas religiões.
O xamanismo deve ser visto como um fenômeno em constante transformação e que, mais recentemente, se expandiu para as cidades.
Assim, os estudos dividem o tema em xamanismo arcaico (clássico) e o xamanismo urbano (também chamado de neoxamanismo). O
xamanismo, de modo geral, relaciona-se a vários campos, através de ritos e processos de cura.
Em sua origem, o xamanismo tem como sacerdote o xamã, que é um indivíduo que faz o intermédio entre sua comunidade e o mundo
espiritual. Ao xamã é atribuída a competência de curar, operar milagres e realizar feitos ditos impossíveis. É ainda um poeta, sacerdote e
místico. Nas tradições xamânicas, o xamã passa por um despertar, que pode variar em três caminhos: “transmissão hereditária, vocação
espontânea e vontade própria”. Esse despertar é manifestado por uma crise, uma ruptura provisória do equilíbrio espiritual do futuro
xamã. A iniciação dá-se pela cura e pelo poder de autocura. O processo de iniciação é árduo e visa fazer esquecer a vida passada (em
um processo simbólico de morte e ressurreição). Finalizado o processo, ele passa a ser visto pela comunidade como uma alma do outro
mundo. Ele adquire a habilidade de explorar o mundo espiritual conscientemente, realizando assim seu trabalho.
Xamanismo
O xamã adquire também uma linguagem para se comunicar com os espíritos, inclusive os espíritos dos animais.
A linguagem é aprendida através de um mestre ou por meios próprios, diretamente com os espíritos. Aprender a
linguagem dos animais simboliza conhecer os segredos da natureza. Simboliza ainda a abertura de um portal
com o mundo espiritual. Com um animal o xamã pode ir a lugares onde somente os espíritos dos mortos têm
acesso. O xamã pode ser classificado, então, como um líder, possuidor de um dom sobrenatural, qualidade que
lhe dá intuição e poder para dirigir diversas práticas religiosas. Ele atende às necessidades psicológicas e
espirituais de sua comunidade. É visto como alguém que pode restabelecer o contato entre domínios separados,
como o profano e o sagrado, a saúde e a doença, o conhecido e desconhecido, o agressor e o ofendido, o natural
e o sobrenatural. E também exerce a função de mediador com o mundo invisível, visando restabelecer o
equilíbrio.
O papel do xamã não é um fenômeno homogêneo, mas um que está em construção contínua, dependente das
ações dos sujeitos sociais em contextos particulares. O xamanismo deve ser visto, portanto, como um fenômeno
constantemente em mudança, que emerge das interações entre fatores sociais, culturais, históricos e
demográficos em situações específicas. O xamanismo não conhece fronteiras, nem nacionais, nem tribais.
Mas apesar da diversidade, um elemento que consideramos comum entre os xamãs é a arte de entrar em estados
alterados de consciência – mais recentemente chamado de estados ampliados de consciência – habilidade
tipicamente ligada à jornada xamânica. Nesses estados, também chamados de estados de êxtase, os xamãs têm
propriedade para viajar entre as zonas cósmicas (céu, terra e inferno). Nessas viagens os xamãs reconstituem e
harmonizam o meio em que habitam.
Ectoplasma
Um dos elementos bioenergéticos mais utilizados por Pretos-Velhos, Caboclos, Erês e Exus, seja em atividades curativas, harmonizatórias e também em neutralização de
demandas, é o nominado Ectoplasma.
O Ectoplasma sempre despertou um grande interesse por parte das religiões mediúnicas e de cientistas de todo o mundo. Ele é uma substância material, visível ou não,
consoante sua quantidade e densidade, absorvida/produzida pelo corpo humano a partir da fusão e posterior metabolismo de quatro fluidos, quais sejam: fluidos astrais
(química astral), fluidos da natureza (raios solares, raios lunares, gases etc.), fluidos orgânicos e fluidos inorgânicos de nosso planeta (minerais, vegetais e animais). É de
conhecimento também que o Ectoplasma localiza-se nas células humanas, constituindo-se como parte etérica das mesmas. Esta matéria, que em alguns casos de acúmulo
excessivo, apresenta-se como uma geleia viscosa, de cor branca, semilíquida e que sai através dos principais orifícios do corpo humano (boca, narinas, ouvidos etc.), é um dos
elementos integrantes de nosso corpo vital (duplo etérico), sendo o envoltório intermediário entre o perispírito (corpo astral) e o corpo físico. É o dinamizador da parte
biofisiológica do ser humano encarnado.
Segundo o médico e naturalista francês Paul Gibier, o Ectoplasma é encontrado em maior quantidade na altura dos centros de força (chakras) umbilical (solar) e básico.
Os Pretos-Velhos, Caboclos, Erês e Exus costumam utilizar o Ectoplasma de seus médiuns para os mais variados fins (vale lembrar que Espíritos não têm corpo vital, logo
não têm Ectoplasma). Nos trabalhos de cura, costumam aplicá-lo nos centros de força dos assistentes, a fim de reequilibrar-se o fluxo energético (absorção e emanação de
energias). Nos processos de cura espiritual, o fluido vital será o principal elemento a ser transfundido para o enfermo. Quem o possui em melhor condição pode doá-lo àquele
que necessita dele e fazer retornar à saúde uma criatura doente. Nos processos de “moratória espiritual”, onde o encarnado recebe permissão para continuar na Terra por mais
alguns anos, estará ele recebendo determinada carga de fluido vital para renovar as suas reservas já combalidas.
Nos trabalhos direcionados ao desmanche de baixa magia, as entidades potencializam a substância ectoplasmática, deslocando-se a lugares onde está a origem material da
feitiçaria (objetos vibratoriamente magnetizados), passando a manipular tais materiais, desmagnetizando-os e neutralizando as demandas.
Devido aos Espíritos utilizarem o Ectoplasma humano em algumas tarefas onde há a necessidade deste fluido vital, muitos médiuns, ao término de uma Gira, sentem-se
fatigados, cansados, exauridos de energia, e com apetite aguçado. Esta situação ocorre, em grande parte e em vários graus, conforme a quantidade sorvida, em razão da
retirada de parte do Ectoplasma do médium por parte dos espíritos trabalhadores. É um acontecimento natural, facilmente dirimido pela ingestão de líquidos como água,
sucos e alimentação e, quando possível, um ligeiro repouso. Após um curto espaço de tempo, o Ectoplasma volta a seu nível normal. O Ectoplasma ainda é assunto a ser mais
explorado. A cada dia surgem novas informações sobre este nobre fluido que é de suma importância para a Humanidade. O que se deve ter em mente, principalmente por
parte dos médiuns sérios, é que a maior qualidade do fluido vital ectoplasmático está diretamente ligada aos hábitos do indivíduo, enquanto membro de uma sociedade
heterogênea.
Portanto, é de suma importância que não se abuse de bebidas alcoólicas, fumo e sexo, que, se ingeridos ou praticados em demasia, poderão influenciar na maior ou menor
eficácia de determinados trabalhos espirituais.

Todavia, esta carga de fluido vital poderá sofrer alterações durante a existência (para mais ou para menos). O perfeito funcionamento dos órgãos poderia renová-lo; assim
como também poderia sofrer um processo de deterioração em consequência de uma vida atormentada moral e emocionalmente.

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