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DE
UMBANDA
SEMANA 01
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SUMÁRIO
A religião Umbanda........................................08
Gênese divina de
Umbanda Sagrada...........................................39
Uma cosmogênese
Umbandista.....................................................86
Os Tronos de Deus..........................................98
7 mistérios.....................................................107
Estudo histórico das
Sete Linhas de Umbanda...............................125
Pioneiros na Umbanda:
uma rota literária...........................................173
Frei Malagrida Jesuíta...................................206
Em defesa do estudo e do conhecimento
da religião de Umbanda................................214
Quando você responde Sim,
Sou Umbandista!..........................................236
Uma carta de Bezerra de Menezes................233
O que a Umbanda tem a oferecer?................244
Umbanda e os quatro
caminhos de Deus.........................................256
Eu Sou Umbandista.......................................268
Do que a Umbanda
precisa?.........................................................280
ENTIDADES DE UMBANDA
SEMANA 01
03
Saudações!
Desde que cheguei na Umbanda sempre me coloquei
pos na Umbanda”.
SARAVÁ UMBANDA!
Rodrigo Queiroz
A RELIGIÃO
UMBANDA
ENTIDADES DE UMBANDA
08 SEMANA 01
A
Umbanda uma religião brasileira, tem na
sua origem conceitos questionáveis e vem
sendo tema de estudos e profundos deba-
tes.
Estes conceitos variam de uma suposta origem na
antiga Atlântida vindo de desenvolvendo até culmi-
nar no adventos do dia 15 de Novembro de 1908
quando ocorre a manifestação do Sr. Caboclo das
Sete Encruzilhadas através do então jovem Zélio
Fernandino de Morais em Niterói, Rio de Janeiro
que contava com seus 17 anos membro de uma fa-
mília tradicionalmente católica. Nesta ocasião este
espírito, o Caboclo, anuncia que veio para fundar
uma nova religião cujo nome seria UMBANDA.
Nossa história
Um som envolvente ecoava pelos terreiros des-
te Brasil, atraindo milhares de pessoas do simples
ao abastado, do doutor ao iletrado, todos com suas
aflições e dores buscavam nas casinhas do tambor a
orientação, e quem sabe a cura para seus males.
Por outro lado, penso que assim tinha que ser, por-
que ainda hoje, 99 anos após a fundação desta reli-
gião, temos uma comprovação histórica da veraci-
dade deste fato, ainda que muitos queiram falar ser
a Umbanda originária disto ou daquilo, até mesmo
que seja milenar.
va menção ao espiritismo.
andar aleijados.
Saravá Umbanda!
A
qui consta a apresentação e uma parte do
texto sobre a “Gênese do Planeta Terra”,
editado por Alexandre Cumino:
do espírito.
***
As informações aqui contidas vieram diretamente do
Magno Colégio de Umbanda Sagrada, astral, dirigi-
do pelo nosso amado mestre-mago Seiman Hamiser
yê, também conhecido na Umbanda como Senhor
Ogum Megê “Sete Espadas da Lei e da Vida”, um
trono humanizado e espiritualizado.
N
ós sabemos que o “universo” dos Orixás
é vastíssimo e isto tem intrigado uns e
confundido outros estudiosos deste mis-
tério do Criador.
Sim, porque muitos julgam que a história da huma-
nidade começou a alguns milhares de anos após o
dilúvio, tal como está escrito na Bíblia.
um macro átomo.
Geradora (o Cosmo).
em Si mesmo.
Ele tanto é o macho quanto à fêmea. Mas quando se
individualiza aí assume a Sua dualidade e biparte-Se
em ativo e passivo, positivo e negativo, irradiante e
absorvente, macho e fêmea.
A
Umbanda não possuía uma explicação
só sua sobre o “início dos tempos” e os
umbandistas recorriam às gêneses alheias
para comentar alguma coisa a respeito.
A ideia de fazer algo nesse sentido e suprir essa la-
cuna surgiu em 1992 e, pouco tempo depois, come-
çou a tomar corpo junto com outra lacuna, até então
não percebida pelos umbandistas: o Estudo Teológi-
co Regular.
necessidades teológicas.
RUBENS SARACENI
ENTIDADES DE UMBANDA
76 SEMANA 01
A
Umbanda é uma renovação do tradicional
culto às divindades africanas, englobados
na classificação “cultos das nações”, assim
denominado porque cada povo possuía sua religião
própria, com seus ritos específicos, mas que manti-
nham uma analogia muito grande, tanto na prepara-
ção sacerdotal quanto organizacional, de seus pante-
ões divinos.
RUBENS SARACENI
ENTIDADES DE UMBANDA
86 SEMANA 01
D
eus é em si o todo! Mas o todo é formado
por muitas partes. Cada parte é um aspec-
to da criação, e Deus está em todas elas ao
mesmo tempo porque é Onipresente. A onipresença
de Deus é incontestada, e todas as religiões organi-
zadas a têm como dogma.
elemento Fogo.
Um “deus” da água é uma de suas partes, que é o
elemento Água.
Um “deus” da terra é uma de suas partes, que é o
elemento Terra.
Um “deus” do ar é uma de suas partes, que é o ele-
mento Ar.
Um “deus” dos minerais é uma de suas partes, que é
o elemento Mineral. Um “deus” dos vegetais é uma
de suas partes, que são os Vegetais.
Um “deus” dos cristais é uma de suas partes, que são
os Cristais.
Um “deus” do tempo é uma de suas partes, que é o
Tempo.
Um “deus” dos animais, dos répteis, das aves, das
montanhas, dos mares, dos rios, dos lagos, das
cachoeiras, dos cemitérios, da chuva, dos ventos, do
sol, dos raios etc. não é Deus, e sim algumas de suas
muitas partes.
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ALEXANDRE CUMINO
ENTIDADES DE UMBANDA
94 SEMANA 01
S
ão muitos os mistérios do Criador, são infi-
nitos assim como Ele é, no entanto podemos
identificá-los a partir de nossa visão humana
e classificá-los para poder estudá-los de uma forma
um pouco mais “cartesiana”, que se não é o ideal, no
entanto é a única forma de poder identificá-los em
grupos e a partir daí então enumerá-los por afinidade
ou ainda por identificação de mistério.
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lução.
Recomendo a quem queira se aprofundar nestes mis-
térios a Obra “Gênese Divina de Umbanda Sagrada”
e “Orixás – Teogonia de Umbanda” ambos do autor
Rubens Saraceni / Editora Madras.
“O Número 7”
O autor Albany Braz em seu livro “O Número 7”
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lidades.
SETE MISTÉRIOS
Sete Tronos Puros = Quatorze Tronos Polarizados
ENTIDADES DE UMBANDA
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ALEXANDRE CUMINO
ENTIDADES DE UMBANDA
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C
om estas palavras, no dia 15 de Novembro
de 1908, se apresentou a entidade que, por
meio de Zélio de Moraes, fundaria a Um-
banda no Brasil.
Desde então o número sete tem sido fundamental
para entender a religião, de tal maneira que surge
uma classificação, chamada de Sete Linhas de Um-
banda, onde se acomodam Orixás, Santos, Anjos Ar-
canjos e Entidades Espirituais, relacionando-se com
cores, pedras, ervas, dias da semana, notas musicais
e o que mais se puder agrupar nesta escala.
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banda.
• 1ª Linha de OXALÁ:
Jesus – branco
• 2ª Linha de OGUN:
São Jorge – vermelho
• 3ª Linha de EUXOCE:
São Sebastião – verde
• 4ª Linha de XANGÔ:
São Jeronymo – roxo
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• 5ª Linha de NHÁ-SAN:
Santa Bárbara - amarela
• 6ª Linha de AMANJAR:
N. S. da Conceição – azul
• 7ª Linha de SANTO
Capítulo II
“A LEI DE UMBANDA
E A LEI DA QUIMBANDA”
“Não se deve dizer – Linha de Umbanda -, mas sim,
- Lei de Umbanda -;
Linhas são as 7 divisões de Umbanda.”
- 2ª Linha de IEMANJÁ:
dirigida pela Virgem Maria
- 3ª Linha do ORIENTE:
dirigida por São João Batista
- 4ª Linha de OXÓCE:
dirigida por São Sebastião
- 5ª Linha de XANGÔ:
dirigida por São Jerônimo
- 6ª Linha de OGUM:
dirigida por São Jorge
• 1. Céu
• 2. Terra
• 3. Água
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• 4. Fogo
• 5. Mata
• 6. Mar
• 7. Almas
• 1ª S. JOÃO BATISTA:
“Xangô-Kaô” (Xangô maior), Rosa
• 2ª SANTA CATARINA DE ALEXANDRIA:
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“Yanci”, Azul
• 3ª CUSTÓDIO – COSME E DAMIÃO:
“Ibejês”, Branco
• 4ª S. SEBASTIÃO:
“Oxóce”, Verde
• 5ª S. JORGE:
“Ogum”, Vermelho Escarlate
• 6ª S. JERÔNIMO:
“Xangô”, Roxo Violeta.
• 7ª S. LÁZARO:
“Ogum de Lei”
Guias Chefes:
Ogum Rompe Mato – Sete Flechas – Caboclo Pena
Vermelha – Caboclo Ipê – Caboclo Araxá – Caboclo
Nanzan – Caboclo Pena Branca – Caboclo Mirim
– Ogum da Lua – Ogum Megê – Ogum da Mata –
Ogum Yara – Ogum Beira Mar – Ogum da Montanha
– Ogum Sete Cachoeiras – Ogum Cavaleiro – Ogum
do Congo – Ogum da Lagoa – Ogum da Angola etc.
Guias: Caboclo Miramar – Caboclo Sete Caminhos
– Caboclo Gurupí – Caboclo Vigilante – Caboclo da
Lua – Caboclo Flecha de Ouro – Caboclo das Sete
Espadas – Caboclo Tietê – Caboclo Araçá – Caboclo
Rio Negro – Caboclo Tupiniquim – Caboclo Tupiára
– Caboclo Tocantins – Caboclo Solimões – Caboclo
Araraquara – Caboclo Pirajá – Caboclo Paraguaçu –
Caboclo Jaguaribe etc.
• 1ª Linha, Sentido da Fé e
Elemento Cristalino:
Orixás Oxalá e Logunan (Oyá-Tempo)
• 2ª Linha, Sentido do Amor e
Elemento Mineral:
Orixás Oxum e Oxumaré
• 3ª Linha, Sentido do Conhecimento
e Elemento Vegetal:
Orixás Oxóssi e Obá
• 4ª Linha, Sentido da Justiça
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e Elemento Fogo:
Orixás Xangô e Iansã
• 5ª Linha, Sentido da Lei
e Elemento Ar:
Orixás Ogum e Egunitá
• 6ª Linha, Sentido da Evolução
e Elemento Terra:
Orixás Obaluayê e Nanã Buroquê
7ª Linha, Sentido da Geração
e Elemento Água:
Orixás Iemanjá e Omulu
Lei de Umbanda:
- Espiritismo – Magia Branca.
Lei de Quimbanda:
Espiritismo - Magia Negra.”
A LINHA DE IEMANJÁ
A Linha de Iemanjá chefiada por Santa Maria, mãe
de Jesus Cristo, é constituída da seguinte forma:
1. Legião das Sereias – Chefe AXÚN ou Oxún
2. Legião das Ondinas – Chefe NANÁ ou NANA
BURUCÚ
3. Legião das Caboclas do Mar – Chefe INDAIÁ
4. Legião das Caboclas dos Rios – Chefe IARA
5. Legião dos Marinheiros – Chefe TARIMÁ
6. Legião dos Calunguinhas – Chefe CALUNGUI-
NHA
7. Legião da Estrela Guia – Chefe MARIA MA-
DALENA
A LINHA DO ORIENTE
A Linha do Oriente, que é chefiada por São João Ba-
tista, é constituída pelas seguintes Legiões:
1. Legião dos Indus:
Chefiada por ZARTÚ
2. Legião de Médicos e Cientistas:
Chefiada por JOSÉ DE ARIMATEIA e bafejada pelo
ARCANJO RAFAEL
3. Legião de Árabes e Marroquinos :
Chefiada por JIMBARUÊ
4. Legião de Japoneses, Chineses:
Chefiada por ORI DO ORIENTE
ENTIDADES DE UMBANDA
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A LINHA DE OXÓCE
ENTIDADES DE UMBANDA
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A LINHA DE XANGÔ
A Linha de Xangô, São Jerônimo, por ele mesmo
chefiada, é a Linha da Justiça. Esta Linha é compos-
ta das seguintes Legiões:
1. Legião de INHASÃ
2. Legião do CABOCLO DO SOL E DA LUA
3. Legião do CABOCLO PEDRA BRANCA
4. Legião do CABOCLO DO VENTO
5. Legião do CABOCLO DAS CACHOEIRAS
6. Legião do CABOCLO TREME-TERRA
7. Legião dos PRETOS - QUEGUELÊ
LINHA DE OGUM
A Linha de Ogum, São Jorge, é dividida em sete Le-
giões, cujos chefes têm o nome de Ogum, seguido
de um sobrenome especial; assim temos:
1. Ogum BEIRA-MAR
2. Ogum ROMPE-MATO
3. Ogum IARA
4. Ogum MEGÊ
5. Ogum NARUÊ
6. Ogum de MALEI
7. Ogum de NAGÔ
PAI FRANCISCO
7. Legião do Povo de Guiné:
ZUN-GUINÉ
ALEXANDRE CUMINO
ENTIDADES DE UMBANDA
SEMANA 01
157
E
xistem diferentes formas de abordar a his-
tória da religião, diferentes pontos de vista
e interpretações variadas dos mesmos fatos.
Proponho, aqui, convidá-los para uma viajem no
tempo, por meio dos primeiros autores umbandistas,
que vão da década de 1930 à primeira metade da dé-
cada de 1950. A partir da segunda metade da década
de 1950, 60 e 70 surgiu uma grande quantidade de
outros autores, os quais boa parte de sua literatura
ainda é disponível e conhecida. Logo é possível sen-
tir falta de um ou outro autor, no entanto o que cabe
no objetivo deste texto é justamente aqueles que
desconhecemos, os quais mesmo em sebos haverá
grande dificuldade de encontrar.
“A IDEIA DO CONGRESSO
O conceito alcançado entre nós pelo Espiritismo de
Umbanda...
(...) Sua prática variava, entretanto, segundo os co-
nhecimentos de cada núcleo, não havendo, assim, a
necessária homogeneidade de práticas, o que dava
motivo à confusão por parte de algumas pessoas me-
nos esclarecidas, com outras práticas inferiores de
ENTIDADES DE UMBANDA
SEMANA 01
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espiritismo.”
DISCURSO INAUGURAL
Pronunciado pelo 1° Secretário da Federação Espí-
rita de Umbanda, Sr. Alfredo António Rego, na reu-
nião de 19 de Outubro de 1941.
do Kimbanda.
Lourenço Braga publica UMBANDA E QUIM-
BANDA, seu “trabalho apresentado” no Primeiro
Congresso de Umbanda, 1941; estranhamos não ser
citado em nenhum momento no livro do Congresso.
Lourenço Braga é o primeiro a dividir as Sete Linhas
em quarenta e nove Legiões. Podemos considerá-lo
um pioneiro, com um trabalho hercúleo que foi a
organização destas legiões que seriam copiadas por
muitos autores posteriores a ele, sem que seu nome
fosse citado. Assim como a teoria do AUMBANDÃ,
do Primeiro Congresso de Umbanda, também apare-
ceria em obras posteriores sem os devidos créditos
ao idealizador (Diamantino Trindade, Delegado da
Tenda Mirim para o Primeiro Congresso de Umban-
da).
Publica também:
Práticas de Umbanda, 1951; Umbanda e Ocultismo,
1952; Ritual Prático de Umbanda, 1953; Antigas
Orações da Umbanda, sd.; Umbanda e seus Comple-
xos, sd.; Pontos Cantados e Riscados de Umbanda,
sd.
Exu, sd.
ALEXANDRE CUMINO
ENTIDADES DE UMBANDA
SEMANA 01
187
N
o ano de 1689, às margens do rio Como,
na Vila de Monagio, nascia um meni-
no que recebeu o nome de Gabriel Ma-
lagrida (que significa ‘’As Vozes Harmoniosas de
Deus”).
N
essas terras, Gabriel pregou internando-
-se no sertão, enfrentando sérios perigos
e vencendo com a fibra de quem se jul-
gava destinado a cumprir uma missão superior no
Planeta, uma missão de conquistar almas para o Céu.
Apresentava evidentes sintomas mediúnicos ouvin-
do vozes misteriosas e chegou mesmo a pensar que
operava milagres.
N
o dia 1° de novembro de 1755, Lisboa
foi destruída por um terremoto. Correu o
boato que a catástrofe era castigo do céu.
Pombal mandou publicar um folheto escrito por um
padre, explicando o fenômeno e as causas naturais
que o determinaram. Gabriel apareceu em público
com um opúsculo, onde procurava corrigir o teor da
publicação. Nesse opúsculo, Gabriel afirmava que o
terremoto era verdadeiramente um castigo do céu.
Pombal enfurecido mandou queimar o opúsculo e
desterrou Gabriel para Setúbal.
ALEXANDRE CUMINO
ENTIDADES DE UMBANDA
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195
H
ouve um tempo em que nada se ensina-
va sobre a religião de Umbanda, muitos
se justificavam dizendo que seus ensina-
mentos eram um segredo (eró), e o praticante, tam-
bém conhecido como médium ou “cavalo de Um-
banda” permanecia aguardando o momento em que
“o segredo” poderia ser revelado a ele. Ao questio-
nar sobre os ensinamentos ou sobre algum funda-
mento, era comum ouvir a frase: “Você ainda não
está pronto, ou ainda não é o momento de você saber
sobre isso”. O fato é que muitos foram preparados
(ou “despreparados”) desta forma dentro da Umban-
da. Muitos ouviram estas frases a vida inteira e hoje
apenas fazem repetir a mesma frase, acompanhada
de um ar de mistério e olhar inquisidor, para os que
estão sob a sua orientação (ou “desorientação”).
Conhecemos muitos médiuns que não sabem expli-
ENTIDADES DE UMBANDA
196 SEMANA 01
SIM
SOU UMBANDISTA
C
onheço muitos Umbandistas e quando são
questionados sobre qual é a sua crença a
maioria diz: “Sou espírita”, outros “Sou
católico” e poucos “Sou Umbandista”.
ALEXANDRE CUMINO
ENTIDADES DE UMBANDA
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213
N
o ano de 2008, estreou o longa-metra-
gem “Bezerra de Menezes – O Diário
de um Espírito”, que teve grande audi-
ência nas salas de cinema de todo o país. Um dos
momentos tocantes do filme é quando o Dr. Bezerra
de Menezes responde a uma carta de seu amigo So-
ares, que o recrimina por haver abraçado a doutrina
espírita. Esta réplica tornou-se um livro, que recen-
temente foi publicado pela FEB, com o título “Uma
carta de Bezerra de Menezes”, do qual destacamos
alguns trechos que demonstram como o estudo e a
pesquisa da religião e história mundiais foram ins-
trumentos valiosos para que Bezerra de Menezes de-
fendesse sua crença na reencarnação:
BEZERRA DE MENEZES
E OS MISTÉRIOS
DA REENCARNAÇÃO
ENTIDADES DE UMBANDA
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215
O
s Vedas, livro sagrado dos hindus, consig-
nam inúmeras manifestações, como esta:
“Eis-me, de novo, revestido de um cor-
po”.
O Bhagavad Gita, no Shastah e no Colégio de Manu,
manifesta-se positivamente. No Shastah se encon-
tram mil passagens como esta: “Eu tenho muitos re-
nascimentos; e tu também Arjuna”. “Como trocamos
por novos os vestidos usados, assim a alma deixa os
corpos gastos para vestir outros”.
O Budismo é, como sabe, um ramo do Bramanis-
mo, assente sobre a mesma base: a pluralidade de
existências, que se procura evitar pelo nirvana, ou
existências sem consciência.
...
Os gregos e romanos acreditavam nas vidas múlti-
plas.
Louis Ménard, falando da metempsicose, diz:
ENTIDADES DE UMBANDA
21 6 SEMANA 01
...
Santo Agostinho, no livro I das Confissões, expri-
me-se assim: “Antes do tempo que passei no seio de
minha mãe, não terei estado em outra parte e sido
outra pessoa?”.
...
Mais completa prova de que Jesus admitia as reen-
carnações só esta: Nicodemos pediu-lhe explicações
sobre a vida futura e o Senhor respondeu: Em verda-
de, em verdade te digo: ninguém poderá ter o Reino
do Céu, sem renascer de novo.
FERNANDO SEPE
ENTIDADES DE UMBANDA
SEMANA 01
223
H
oje em dia, quando falamos em religião,
os questionamentos são diversos. A prin-
cipal questão levantada refere-se à fun-
ção da mesma nesse início de milênio. Tentaremos
nesse texto, de forma panorâmica, levantar e propor
algumas reflexões a esse respeito, tendo como foco
do nosso estudo a Umbanda.
FERNANDO SEPE
ENTIDADES DE UMBANDA
234 SEMANA 01
P
odemos dizer, inspirados pela doutrina hin-
du, que quatro são os caminhos que levam
a Deus: o conhecimento, o amor, a ação e o
exercício espiritual. Creio que esse tipo de conside-
ração é de extrema importância e possa ser utilizado
como base para pensarmos o caminho umbandista.
Mas, primeiramente, apresentemos resumidamente
esses quatro caminhos:
MONICA BEREZUTCHI
ENTIDADES DE UMBANDA
246 SEMANA 01
A
doutrina nos desperta a capacidade e a
compreensão e nos traz ensinamentos que
nos toca profundamente modificando nos-
so íntimo. São regras, condutas e explicações que
são facilitadoras de nossas práticas rituais e litúrgi-
cas aplicadas no nosso dia a dia umbandista.
Mas, com um profundo pesar muitos irmãos ainda
não conseguiram assumir sua escolha religiosa de
ser umbandista.
• defumação,
ENTIDADES DE UMBANDA
SEMANA 01
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RODRIGO QUEIROZ
ENTIDADES DE UMBANDA
SEMANA 01
257
D
ia destes, ao final de uma gira de desen-
volvimento mediúnico, manifestou-se Pai
João de Angola, o Preto Velho regente da
casa.
Como de costume, acendeu seu cachimbo, cumpri-
mentou os presentes e chamou todos para bem perto
dele, e após se acomodarem ele pediu que todos res-
pondessem uma pergunta simples:
dade de faxinar.
Um filho de Umbanda dá o melhor de si para e pelo
terreiro, pois sente que ali, no terreiro, ele está na
casa de sua mãe.
Um filho de Umbanda ama e respeita seus irmãos de
fé, pois são filhos da mesma mãe e sabem que por
honra e respeito a ela é que precisam se amar, se res-
peitar e se fortalecer.
Um filho de Umbanda sente naturalmente que o ter-
reiro é a casa de sua mãe, onde ele encontra sua fa-
mília e por isso quando não está no terreiro sente-se
ansioso para retornar, e sempre que lá está é um mo-
mento de alegria e prazer.
Um filho de Umbanda não precisa aprender o que é
gratidão. Porque sua entrega verdadeira no convívio
com sua mãe, a Umbanda, já lhe ensina por obser-
vação o que é humildade, cidadania, família, carida-
de e todas as virtudes básicas que um filho educado
carrega consigo.
ENTIDADES DE UMBANDA
260 SEMANA 01