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Sol
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
O Sol não possui uma superfície definida como planetas rochosos possuem, e, nas partes
exteriores, a densidade dos gases cai aproximadamente exponencialmente à medida que se vai
afastando do centro.[37] Mesmo assim, seu interior é bem definido. O raio do Sol é medido do
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centro solar até o limite da fotosfera. Esta última é simplesmente uma camada acima do qual gases
são frios ou pouco densos demais para radiar luz em quantidades significativas, sendo, portanto, a
superfície mais facilmente identificável a olho nu.[38]
O interior solar possui três regiões diferentes: o núcleo, onde se produzem as reações nucleares
que transformam a massa em energia através da fusão nuclear, a zona radiativa e a zona de
convecção. O interior do Sol não é diretamente observável, já que a radiação é completamente
absorvida (e reemitida) pelo plasma do interior solar, e o Sol em si mesmo é opaco à radiação
electromagnética. Porém, da mesma maneira que a sismologia utiliza ondas geradas por
terremotos para revelar o interior da Terra, a heliosismologia utiliza ondas de pressão
(infravermelho) atravessando o interior do Sol para medir e visualizar o interior da estrutura
solar.[39] Modelos de computador também são utilizados como instrumentos teóricos para
investigar camadas mais profundas do Sol.[40]
Núcleo
Acredita-se que o núcleo do Sol estende-se do centro solar até 0,2 a 0,25 raios solares.[41] O centro
do Sol possui uma densidade de até 150 g/cm³,[42][43] 150 vezes a densidade da água na Terra, e
uma temperatura de cerca de 13 600 000 K. Análises recentes da missão SOHO indicam que a
rotação do núcleo solar é mais rápida que a do restante da zona de radiação.[41] Atualmente, e
durante grande tempo da vida solar, a maior parte da energia produzida pelo Sol é gerada por
fusão nuclear via cadeia próton-próton, convertendo hidrogênio em hélio.[44] Menos de 2% do
hélio gerado no Sol provém do ciclo CNO. O núcleo solar é a única parte do Sol que produz energia
em quantidade significativa via fusão. O restante do Sol é aquecido pela energia transferida do
núcleo para as regiões externas. Toda a energia produzida pela fusão precisa passar por várias
camadas até a fotosfera antes de escapar para o espaço como luz solar ou energia cinética de
partículas.[45][46]
Produção de energia
A densidade de potência é de cerca de 194 µW/kg de matéria,[50] e, embora visto que a fusão
ocorra no relativamente pequeno núcleo solar, a densidade da potência do plasma nesta região é
150 vezes maior.[51] Em comparação, o calor produzido pelo corpo humano é de 1,3 W/kg, cerca de
600 vezes maior do que no Sol, por unidade de massa.[52]
Mesmo tomando em consideração apenas o núcleo solar, com densidades 150 vezes maior do que a
densidade média da estrela, o Sol produz relativamente pouca energia, a uma taxa de 0,272 W/m³.
Surpreendentemente, essa potência é muito inferior àquela gerada por uma vela acesa.[nota 2] O
uso de plasma na Terra com parâmetros similares ao do núcleo solar é imprático, se não
impossível: mesmo uma modesta usina de 1 GW requereria cerca de 5 bilhões (5 mil milhões) de
toneladas métricas de plasma.
A taxa de fusão nuclear depende muito da densidade e da temperatura do núcleo: uma taxa um
pouco mais alta de fusão faz com que o núcleo aqueça, expandindo as camadas exteriores do Sol, e
consequentemente, diminuindo a pressão gravitacional exercida pelas camadas externas e a taxa
de fusão. Com a diminuição da taxa de fusão, as camadas externas contraem, aumentando sua
pressão contra o núcleo solar, o que novamente aumentará a taxa de fusão fazendo repetir-se o
ciclo.[54][55]
Os fótons de alta energia (raios gamas) gerados pela fusão nuclear são absorvidos por núcleos
presentes no plasma solar e reemitidos novamente em uma direção aleatória, dessa vez com uma
energia um pouco menor. Depois são novamente absorvidos e o ciclo se repete. Como
consequência, a radiação gerada pela fusão nuclear no núcleo solar demora muito tempo para
chegar à superfície. Estimativas do tempo de viagem variam entre 10 a 170 mil anos.[56]
Após passar pela camada de convecção até a superfície "transparente" da fotosfera, os fótons
escapam como luz visível. Cada raio gama no núcleo solar é convertido em vários milhões de
fótons visíveis antes de escaparem no espaço. Neutrinos também são gerados por fusão nuclear no
núcleo, mas, ao contrário dos fótons, raramente interagem com matéria. A maior parte dos
neutrinos produzidos acabam por escapar do Sol imediatamente. Por vários anos, medidas do
número de neutrinos produzidos pelo Sol eram três vezes mais baixas do que o previsto. Este
problema foi resolvido recentemente com a descoberta dos efeitos da oscilação de neutrinos. O Sol
de fato produz o número de neutrinos previsto em teoria, mas detectores de neutrinos na Terra
não detectavam dois terços deles porque os neutrinos mudavam de sabor.[57]
Zona de radiação
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Zona de convecção
A zona de convecção é a camada externa do Sol, que ocupa a região entre 0,7 raios solares do
centro (200 000 km abaixo da superfície solar) até a superfície. Nesta região, o plasma solar não é
denso ou quente o bastante para transferir o calor do interior do Sol para fora via radiação — em
outras palavras, não é opaco o suficiente. Como resultado, convecção térmica ocorre na medida em
que colunas térmicas carregam material quente para a superfície solar. Quando a temperatura
deste material cai na superfície, o material cai na direção da base da zona de convecção, onde
recebe calor do topo da zona de radiação, recomeçando o ciclo novamente. Na superfície solar, a
temperatura cai para 5 700 K, e a densidade, para 0,2 g/m³ (cerca de 1/10 000 da densidade do ar
ao nível do mar).[43]
A convecção turbulenta desta parte do interior solar gera um pequeno dínamo magnético que
produz pólos norte e sul magnéticos em toda a superfície do Sol.[43] As colunas térmicas são
células de Bénard, e portanto, tendem a serem prismas hexagonais.[60]
Fotosfera
Atmosfera
A camada mais fria do Sol é a região de temperatura mínima, localizada 500 km acima da
fotosfera, que possui uma temperatura de 4 100 K.[61] Esta parte do Sol é fria o suficiente para
suportar moléculas simples como monóxido de carbono e água, estas que podem ser detectadas
por seus espectros de absorção.[67]
Acima da camada de temperatura mínima localiza-se a cromosfera, camada que possui cerca de
2 000 km de espessura e é dominada por espectros de emissões e linhas de absorção.[61] O nome
desta camada provém do grego "chroma", que significa "cor", porque a cromosfera é visível como
um flash colorido no início e fim de um eclipse total do Sol.[51] A temperatura da cromosfera
aumenta gradualmente com a altitude, chegando a até 20 000 K no topo.[61] No topo da
cromosfera, hélio torna-se parcialmente ionizado.[68]
Acima da cromosfera localiza-se a zona de transição solar, uma camada fina com cerca de 200 km
de espessura. Nela, a temperatura aumenta rapidamente de 20 000 K para níveis próximos a
1 000 000 K.[69] O aumento rápido da temperatura é facilitado pela ionização completa do hélio
na região de transição, que diminui significantemente o resfriamento radiativo do plasma.[68] A
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Composição química
O Sol é composto primariamente dos elementos químicos hidrogênio e hélio; estes compõem
74,9% e 23,8%, respectivamente, da massa do Sol na fotosfera.[75] Todos os elementos mais
pesados, chamados coletivamente de metais na astronomia, compõem menos de 2% da massa
solar. Os elementos químicos mais abundantes são oxigênio (compondo cerca de 1% da massa do
Sol), carbono (0,3%), néon (0,2%), e ferro (0,2%).[76]
O Sol herdou sua composição química do meio interestelar do qual foi formado: o hidrogênio e o
hélio foram produzidos na nucleossíntese do Big Bang, enquanto que os metais foram produzidos
por nucleossíntese estelar em gerações de estrelas que completaram sua evolução estelar, e
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retornaram seus materiais para o meio interestelar antes da formação do Sol.[76] A composição
química da fotosfera é normalmente considerada representativa da composição do Sistema Solar
primordial.[77] Porém, desde que o Sol foi formado, o hélio e os metais presentes nas camadas
externas gradualmente afundaram em direção ao centro. Portanto, a fotosfera presentemente
contém um pouco menos de hélio e apenas 84% dos metais que o Sol protoestrelar tinha; este era
composto de 71,1% hidrogênio, 27,4% hélio, e 1,5% metais, em massa.[75]
Fusão nuclear no núcleo do Sol modificou a composição química do interior solar. Atualmente, o
núcleo do Sol é composto em 60% por hélio, com a abundância de metais não modificados. Visto
que o interior do Sol é radiativo e não convectivo, o hélio e outros produtos gerados pela fusão
nuclear não subiram para camadas superiores.[76]
As abundâncias dos metais descritas acima são tipicamente medidas utilizando espectroscopia da
fotosfera do Sol, e de medidas da abundância destes metais em meteoritos que nunca foram
aquecidos a temperaturas acima do ponto de fusão.[78] Acredita-se que estes meteoritos retenham
a composição do Sol protoestelar, e portanto, não sejam afetados pelo afundamento dos elementos
mais pesados.
Durante a década de 1970, extensiva pesquisa foi realizada sobre as abundâncias dos elementos do
grupo 8 no Sol.[79][80] Apesar disso, a determinação da abundância de certos elementos tais como
cobalto e manganês fora difícil até 1978 por causa de suas estruturas hiper-finas.[79]
A força vibracional de todos os elementos ionizados do grupo 8 foi produzida pela primeira vez
durante a década de 1960,[81] e melhorias nas forças de oscilamento foram produzidas em
1976.[82] Em 1978, as abundâncias de elementos ionizados do grupo 8 foram produzidas.[79]
Em 1983, uma nova teoria argumentando que o fracionamento do Sol é o que causa a relação entre
as composições isotópicas dos gases nobres dos planetas e do vento solar.[85]
Campo magnético
O Sol é uma estrela magneticamente ativa, suportando um forte campo magnético, cujas condições
mudam constantemente, variando de ano para ano e revertendo-se em direção aproximadamente
a cada 11 anos, em torno do máximo solar.[87] O campo magnético do Sol gera vários efeitos que
são chamados coletivamente de atividade solar. Estes incluem as manchas solares na superfície do
Sol, as erupções solares e as variações no vento solar.[88] Efeitos da atividade solar na Terra
incluem auroras em médias a altas latitudes, a disrupção de comunicação de rádio e potência
elétrica. Acredita-se que a atividade solar tenha tido um importante papel na formação e evolução
do Sistema Solar. A atividade solar constantemente muda a estrutura da ionosfera terrestre.[89]
Toda a matéria no Sol está presente na forma de gás e plasma, devido à sua alta temperatura. Isto
torna possível rotação diferencial, com o Sol girando mais rápido no seu equador (onde o período
de rotação é de 25 dias) do que em latitudes mais altas (com o período de rotação solar sendo de 35
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Ciclo solar
Manchas solares
O número de manchas solares visíveis no Sol não é constante, mas varia ao longo de um ciclo de 11
anos chamado de ciclo solar. No início do ciclo solar (no chamado período de atividade mínima),
poucas manchas são visíveis, e por vezes nenhuma é vista. Estas que aparecem estão em altas
latitudes solares. À medida que o ciclo solar continua, o número de manchas aumenta, e as
manchas movem-se em direção ao equador solar, um fenômeno descrito pela lei de Spörer.
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Uma teoria recente argumenta que instabilidades magnéticas existentes no núcleo do Sol
causariam flutuações com períodos de 41 000 ou 100 000 anos. Isto poderia explicar melhor as
idades do gelo do que os ciclos de Milankovitch.[98][99]
Evolução
O Sol formou-se cerca de 4,57 bilhões (4,567 mil milhões) de anos atrás quando uma nuvem
molecular entrou em colapso.[100] Evolução estelar é medida em duas maneiras: através da
presente idade da sequência principal do Sol, que é determinada através de modelagens
computacionais de evolução estelar; e nucleocosmocronologia.[101] A idade medida através destes
procedimentos está de acordo com a idade radiométrica do material mais antigo encontrado no
Sistema Solar, que possui 4,567 bilhões (4,567 mil milhões) de anos.[102][103]
O Sol está aproximadamente na metade da sequência principal, período onde o qual fusão nuclear
fusiona hidrogênio em hélio. A cada segundo, mais de 4 milhões de toneladas de matéria são
convertidas em energia dentro do centro solar, produzindo neutrinos e radiação solar. Nesta
velocidade, o Sol converteu cerca de 100 massas terrestres de massa em energia, desde sua
formação até o presente. O Sol ficará na sequência principal por cerca de 10 bilhões (10 mil
milhões) de anos.[104]
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Em cerca de 5 bilhões (5 mil milhões) de anos, o hidrogênio no núcleo solar esgotará. Quando isto
ocorrer, o Sol entrará em contração devido à sua própria gravidade, elevando a temperatura do
núcleo solar até 100 milhões de kelvins, suficiente para iniciar a fusão nuclear do hélio, produzindo
carbono, entrando na fase do ramo gigante assimptótico.[35]
O destino da Terra é precário. Como uma gigante vermelha, o Sol terá um raio máximo maior de
250 UA, maior do que a órbita atual da Terra.[105] Porém, quando o Sol tornar-se uma gigante
vermelha, a estrela terá perdido cerca de 30% de sua massa atual, devido à massa perdida no vento
solar, com os planetas afastando-se gradualmente do Sol, à medida que o Sol perde massa. Este
fator por si mesmo provavelmente seria o suficiente para permitir que a Terra não fosse engolida
pelo Sol, visto que a Terra afastar-se-ia o suficiente da estrela, mas pesquisas recentes mostram
que a Terra será engolida pelo Sol devido à forças de maré.[105][106]
Mesmo que a Terra não seja incinerada pelo Sol, a água do planeta evaporará, e a maior parte de
sua atmosfera escapará para o espaço. De fato, o Sol gradualmente torna-se mais brilhante com o
passar do tempo, mesmo na sequência principal (10% a cada 1 000 000 000 anos), com sua
temperatura de superfície gradualmente aumentando com o tempo. O Sol foi no passado menos
brilhante, sendo que no início possuía 75% da luminosidade atual, uma possível razão pela qual
vida em terra firme somente existiu nos últimos 1 000 000 000 anos. Em outros 1 000 000 000
anos, o aumento da temperatura fará com que a superfície da Terra torne-se quente demais para
possibilitar a existência de água líquida, e portanto, impossibilitará vida na Terra em sua forma
atual.[105][107]
A fusão de hélio sustentará o Sol por cerca de 100 milhões de anos, quando então o hélio no núcleo
solar esgotará. O Sol não possui massa o suficiente para converter carbono em oxigênio, e
portanto, não explodirá como uma supernova. Ao invés disso, após o término da fusão de hélio,
intensas pulsações térmicas farão com que o Sol ejete suas camadas exteriores, formando uma
nebulosa planetária. O único objeto que permanecerá após a ejeção será o extremamente quente
núcleo solar, que resfriará gradualmente, permanecendo como uma anã branca com metade da
massa atual (com o diâmetro da Terra) por bilhões (mil milhões) de anos. Este cenário de evolução
estelar é típico de estrelas de massa moderada e baixa.[108][109]
Luz solar
A luz solar é a principal fonte de energia da Terra. A constante solar é a quantidade de potência
que o Sol deposita por unidade de área diretamente exposta para luz solar. A constante solar é
igual a aproximadamente 1 368 W/m² a 1 UA do Sol, ou seja, na ou próxima à órbita da Terra,[110]
sendo que o planeta recebe por segundo 50 000 000 GW.[nota 4] Porém, a luz solar na superfície da
Terra é atenuada pela atmosfera terrestre, diminuindo a potência por unidade de área recebida na
superfície para aproximadamente 1 000 W/m² no zênite, em um céu claro.[112] A energia solar
pode ser coletada através de uma variedade de processos sintéticos e naturais.
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A luz solar é indispensável para a manutenção de vida na Terra, sendo responsável pela
manutenção de água no estado líquido, condição indispensável para permitir vida como se
conhece, e, através de fotossíntese em certos organismos (utilizando água e dióxido de carbono),
produz o oxigênio (O2) necessário para a manutenção da vida nos organismos dependentes deste
elemento e compostos orgânicos mais complexos (como glucose) que são utilizados por tais
organismos, bem como outros que alimentam-se dos primeiros. A energia solar também pode ser
capturada através de células solares para a produção de eletricidade ou efetuar outras tarefas úteis
(como aquecimento). Mesmo combustíveis fósseis, tais como o petróleo, foram produzidos via luz
solar — a energia existente nestes combustíveis foi originalmente convertida de energia solar via
fotossíntese, em um passado distante.[113]
Eclipses do Sol
Sistema planetário
O Sol, como várias outras estrelas, possui seu próprio
sistema planetário, que é o Sistema Solar, constituído de
todos os corpos celestes que orbitam em torno do Sol
devido à atração gravitacional solar. Estes corpos estão
divididos em três categorias principais: planetas, planetas
anões e corpos menores, bem como seus respectivos
satélites.[115]
Plutão foi considerado desde sua descoberta em 1930 até 2006 como o nono planeta do Sistema
Solar. Em 2006, a União Astronômica Internacional criou a classificação de planeta anão.
Presentemente, o Sistema Solar possui cinco planetas anões: Plutão, Eris, Haumea, Makemake, e
Ceres.[116] Todos são plutoides,[117] com exceção de Ceres, localizado no cinturão de asteroides. O
número de planetas anões poderá crescer nos próximos anos na medida em que novos plutoides
são descobertos.[118]
Os corpos menores pertencem a vários grupos de objetos. Entre Marte e Júpiter localiza-se o
cinturão de asteroides, com asteroides troianos nas órbitas de Júpiter e Neptuno. Além da órbita
de Neptuno localiza-se o cinturão de Kuiper. Entre 20 a 100 mil UA do Sol localiza-se a Nuvem de
Oort, hipotetizada como a fonte de cometas do Sistema Solar.[119]
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A massa de todos estes objetos constituem em conjunto apenas uma pequena porção da massa
total do Sistema Solar (0,14%), com o Sol concentrando a maior parte da massa total do Sistema
Solar (99,86%).[120] O espaço entre corpos celestes dentro do Sistema Solar não é vazio, sendo
preenchido por plasma proveniente do vento solar, bem como poeira, gás e partículas elementares,
que constituem o meio interplanetário.[115]
Acredita-se que a órbita do Sol em torno do centro da Via Láctea seja elíptica, com a adição de
perturbações devido aos braços espirais galácticos e de distribuição não uniforme de massa na
galáxia. Além disso, o Sol oscila para cima e para baixo, relativo ao plano galáctico, cerca de 2,7
vezes por órbita. Isto é similar ao funcionamento de um oscilador harmônico simples sem força de
arrasto. Cientistas afirmaram que os eventos de passagem do Sistema Solar nos braços espirais de
maior densidade muitas vezes coincidem com eventos de extinção em massa na Terra,
possivelmente devido a um aumento de eventos de impacto causado por distúrbios gravitacionais
de estrelas próximas.[128] O Sistema Solar completa uma órbita em torno do centro da Via Láctea
(um ano galáctico) a cada 225-250 milhões de anos,[129] com o Sol tendo completado entre 20 e 25
órbitas desde a sua formação. A velocidade orbital do Sistema Solar em torno do centro da galáxia
é de cerca de 251 km/s.[26] Nessa velocidade, o Sol toma cerca de 1,4 mil anos para percorrer um
ano-luz, ou oito dias para percorrer 8 UA.[130]
A moção do Sol relativa ao baricentro do Sistema Solar é complicada por perturbações dos
planetas. A cada séculos, essa moção alterna entre retrógrada e prógrada.[131]
Problemas teóricos
Por muitos anos o número de neutrinos elétron solares detectado na Terra era de um terço a
metade do número predito no modelo solar padrão. Essa anomalia foi chamada de problema dos
neutrinos solares. Teorias que foram propostas para resolver o problema tentaram ou reduzir a
temperatura do interior solar para explicar os números menores, ou argumentaram que neutrinos
elétron podem oscilar — mudar de sabor — durante a jornada do núcleo solar para a Terra, para os
neutrinos tau e múon, ambos indetectáveis com a tecnologia da época.[132] Vários observatórios de
neutrinos foram construídos na década de 1980 para medir o fluxo de neutrinos solares o mais
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Não se sabe mecanismos de aquecimento ondular são efetivamente responsáveis pelo aquecimento
da coroa solar. Análises mostram que todos os tipos de ondas exceto ondas de Alfvén dissipam-se
antes de chegar na coroa solar.[138] Além disso, ondas de Alfvén não dissipam-se com facilidade na
coroa solar. Consequentemente, pesquisas sobre o problema do aquecimento da coroa solar estão
centralizadas sobre mecanismos magnéticos de aquecimento.[69]
Modelos teóricos do desenvolvimento do Sol sugerem que, entre 3,8 a 2,5 bilhões de anos atrás,
durante o arqueano, o Sol possuía apenas 75% do brilho atual. Com essa potência, a energia solar
recebida pela Terra não seria suficiente para sustentar água no estado líquido e, portanto, vida não
poderia ter se desenvolvido durante esse período.[nota 5][140] Porém, estudos geológicos mostram
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Outras anomalias
Moção do baricentro do Sistema
Solar, relativo ao Sol O Sol está atualmente comportando-se inesperadamente em
várias maneiras:[142][143]
O Sol está no meio de um período de atividade mínima do ciclo solar, muito mais longo, e com
uma percentagem de dias onde o Sol não possui nenhuma mancha solar, do que o esperado;
desde maio de 2008, várias predições foram feitas indicando o aumento iminente da atividade
solar, todas elas refutadas.
O brilho atual do Sol é menor do que o usual durante o período de atividade mínima do ciclo
solar.
Nas últimas duas décadas, a velocidade do vento solar caiu 3%, sua temperatura caiu 13%, e
sua densidade, 20%.
O campo magnético do Sol possui apenas metade da força registrada no último período de
atividade mínima do ciclo solar, em 1987. Como resultado, a heliosfera, que preenche o
Sistema Solar, diminuiu de tamanho, resultando no aumento da radiação cósmica atingindo a
Terra e a sua atmosfera.
História de observação
Na antiguidade
Durante a era do Império Romano, o aniversário do Sol era um feriado celebrado como Sol Invicto
("Sol não-conquistado"), logo após o solstício de inverno; pode ter sido um antecedente do Natal.
Com respeito a estrelas fixas, o Sol, relativo à Terra, aparenta girar uma vez por ano em torno da
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eclíptica, pelo zodíaco, fazendo com que astrônomos gregos considerassem o Sol como um dos sete
planetas (do grego planetes, que significa "perambulador"), etimologia explicando o nome dos sete
dias da semana em vários idiomas.[144][145][146]
Uma das primeiras pessoas a oferecer uma explicação científica ou filosófica do Sol foi o antigo
filósofo grego Anaxágoras de Clazômenas, que chegou à conclusão de que o Sol era uma bola
enorme de metal em chamas maior do que até o Peloponeso, e não a biga de Hélio.[147] Por ensinar
esta heresia, Anaxágoras foi preso pelas autoridades locais e condenado à morte, tendo, no
entanto, sido solto através da intervenção de Péricles. Eratóstenes, no século III a.C., estimou que
a distância entre o Sol e a Terra de "estádios de miríades 400 e 80 000", cuja tradução é ambígua,
visto que pode significar 4,08 milhões de estádios (755 mil km) ou 804 milhões de estádios (148 a
153 milhões de km); o último valor possui apenas uma pequena percentagem de diferença com o
valor aceitado atualmente. No século I a.C., Ptolomeu estimou a distância entre o Sol e a Terra
como 1 210 vezes o raio terrestre.[148]
Em 1672, Giovanni Cassini e Jean Richer determinaram a distância entre a Terra e Marte e, com os
novos dados, foram capazes de calcular a distância entre a Terra e o Sol. Isaac Newton observou a
luz solar utilizando um prisma, mostrando que a luz solar é feita de várias cores[152] e, em 1800,
William Herschel descobriu a radiação infravermelha também utilizando um prisma exposto à luz
solar. A descoberta foi realizada após Hershel ter notado os novos raios, localizados além da parte
vermelha da luz visível do espectro solar.[153] Durante o século XIX, estudos de espectroscopia
avançaram significantemente e Joseph von Fraunhofer fez as primeiras observações de linhas de
absorção no espectro solar - devido à sua descoberta, as linhas de absorção mais fortes do espectro
são comumente chamadas de linhas de Fraunhofer. Uma observação detalhada do espectro solar
revela um número de cores desaparecidas, que aparecem como bandas pretas.[154] Ainda não se
sabem as causas de algumas destas bandas pretas.[154]
A fonte de energia do Sol foi um significante mistério durante os primeiros anos da era científica
moderna. Uma sugestão feita por Lord Kelvin descreveu o Sol como um corpo celeste líquido, em
resfriamento gradual, cuja energia emitida seria proveniente de uma fonte interna de calor.[155]
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Foi somente em 1904 que uma solução substanciada foi proposta. Ernest Rutherford sugeriu
desintegração radioativa no interior do Sol como a fonte de energia solar.[158] Porém, foi Albert
Einstein que forneceu a pista essencial da fonte de energia solar, através da equação E= mc².[159]
Em 1920, Arthur Eddington propôs que a pressão e a temperatura do núcleo solar poderiam
produzir uma reação de fusão nuclear, em que átomos de hidrogênio (prótons) são fundidos entre
si formando núcleos de hélio, resultando na produção de energia, e da perda de massa solar.[160] A
preponderância de hidrogênio no Sol foi confirmada em 1925 por Cecilia Payne-Gaposchkin. O
conceito teórico de fusão foi desenvolvido na década de 1930 pelos astrofísicos Subrahmanyan
Chandrasekhar e Hans Bethe, sendo o último o primeiro cientista a calcular em detalhes as duas
reações nucleares primárias que alimentam o Sol.[161][162]
Em 1957, um ensaio de seminário foi publicado por Margaret Burbidge, chamado de "Síntese dos
Elementos nas Estrelas",[163] demonstrando que a maior parte dos elementos químicos no
universo foi sintetizada por reações nucleares dentro de estrelas, como o Sol.
Em 1980, a Solar Maximum Mission foi lançada pela NASA. Este satélite artificial foi projetada
para observar raio gama, raios X e raios ultravioleta das erupções solares durante um período de
alta atividade solar e luminosidade solar. Porém, apenas alguns meses depois do lançamento, uma
falha eletrônica fez com que a espaçonave entrasse em standby, permanecendo três anos neste
estado inativo. Em 1984, a missão STS-41-C do ônibus espacial Challenger recuperou o satélite,
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Lançado em 1991, o satélite artificial japonês Yohkoh ("Raio de Sol") observou erupções solares no
comprimento de onda raio X. Data obtida pelo satélite permitiram que cientistas identificassem
vários tipos diferentes de erupções, e também demonstraram que as camadas da coroa solar além
das regiões de atividade máxima eram muito mais dinâmicas e ativas do que o previsto. A Yohkoh
observou um ciclo solar completo, mas entrou em standby mode quando um eclipse solar em 2001
fez com que o satélite perdesse sua mira no Sol. Foi destruída em sua reentrada na atmosfera
terrestre em 2005. O satélite Hinode, foi lançado em 2006, continuará com os estudos tomados
pela Yohkoh.[168]
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sol 19/34
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Em agosto de 2018 a NASA lançou a Parker Solar Probe, equipamento que tem como objetivo fazer
observações e coletar dados do interior da coroa solar.[176]
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sol 20/34
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imagem na retina ser a mesma, o calor não pode dissipar rápido o possível devido ao tamanho
maior da imagem. Mesmo rápidas observações com binóculos sem filtros no meio-dia podem
causar cegueira permanente.[185]
A observação direta de eclipses solares parciais são perigosas porque as pupilas dos olhos não
estão adaptadas ao grande contraste de brilho: a pupila dilata de acordo com a quantidade de luz
total no campo de visão, não de acordo com o objeto mais brilhante no campo de visão. Durante
eclipses parciais, a maior parte da luz solar é bloqueada pela Lua, passando à frente do Sol, mas as
partes da fotosfera não cobertas pela Lua possuem o mesmo brilho de superfície do que durante
um dia normal. A observação direta do Sol nessas circunstâncias aumenta o diâmetro da pupila de
2 mm para 6 mm, e nesse caso cada célula da retina exposta à luz solar recebe cerca de 10 vezes
mais luz do que a observação do Sol em um dia normal, podendo lesionar ou matar essas células,
resultando em manchas de cegueira permanente no campo de visão.[186] O perigo não é
imediatamente percebido por observadores inexperientes e crianças devido à ausência de dor, com
os observadores não notando de imediato que sua visão está sendo destruída. Os mesmos
princípios aplicam-se para eclipses totais do Sol, com exceção da fase de totalidade, embora esta
fase seja de curta duração, e observação direta nesta fase deve ser realizada com cuidado.
Um raro fenômeno óptico que pode ocorrer logo após o nascer do Sol, ou antes do pôr-do-sol, que
é conhecido como brilho verde. O brilho é causado pela luz do Sol, esse estando um pouco abaixo
do horizonte, sendo refracionada em direção ao observador, geralmente através de inversão
térmica. A refração de luz de comprimento de ondas menores (violeta, azul e verde) é maior do que
aquela que ocorre em luz de comprimento de ondas maiores (amarelo, laranja e vermelho). As
luzes violeta e azul dispersam-se mais do que a luz verde, fazendo com que a luz observada seja
vista como verde.[189]
A luz ultravioleta do Sol possui propriedades anti-sépticas, e pode ser utilizada no saneamento de
objetos e água. Raios ultravioleta possuem um papel importante na produção de vitamina D no
corpo humano, embora em excesso causem queimaduras solares.[190] A luz ultravioleta é
fortemente atenuada pela camada de ozônio, e portanto a quantidade de luz ultravioleta varia
bastante com a latitude, sendo parcialmente responsável por várias adaptações biológicas em seres
vivos, incluindo variações da cor da pele humana em várias regiões da Terra.[191]
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sol 21/34
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Ver também
Classificação estelar
Eclipse solar
Eclíptica
Energia solar
Lista das estrelas mais brilhantes
Ponto antissolar
Sistema Solar
Notas
1. Na astronomia, "elementos pesados", ou "metais", referem-se a todos os elementos químicos
com exceção do hidrogênio e do hélio.[34]
2. A potência de uma vela acesa típica é de 10 a 100 W.[53]
3. A atmosfera terrestre no nível do mar possui uma densidade de partículas de 2 x 1025 m−3.
4. 1 GW equivale à produção de uma grande usina termoelétrica ou usina nuclear.[111]
5. A primeira evidência sólida de vida na Terra data de 3,4 bilhões (3,4 mil milhões) de anos
atrás.[139]
6. Na época, no século XIX, datando antes da descoberta da datação radiométrica, não havia
evidências científicas indicando que a Terra era muito mais antiga do que cientistas da época
acreditavam, possuindo na verdade cerca de 4,5 bilhões (4,5 mil milhões) de anos.
7. Apesar de que exposição ambiental para radiação ultravioleta contribua para o
envelhecimento acelerado das camadas exteriores dos olhos e na formação de cataratas, a
preocupação com observações impróprias de eclipses solares é a formação de cegueira de
eclipses, ou queimaduras da retina.
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Thompson, M.J. (2004). «Solar interior: Helioseismology and the Sun's interior». Astronomy
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sol 33/34
05/06/2023, 14:55 Sol – Wikipédia, a enciclopédia livre
Ligações externas
«Sonda SOHO (Solar & Heliospheric Observatory) da NASA.» (http://sohowww.nascom.nasa.
gov/) (em inglês)
«National Solar Observatory.» (http://www.nso.edu) (em inglês)
«Astronomy Cast: o Sol.» (http://www.astronomycast.com/astronomy/episode-30-the-sun-spot
s-and-all/) (em inglês)
«Galeria de imagens espetaculares do Sol de várias instituições, do The Boston Globe.» (htt
p://www.boston.com/bigpicture/2008/10/the_sun.html) (em inglês)
«Observações de satélite da luminosidade solar.» (http://www.acrim.com) (em inglês)
«Sun Trek, um website educacional sobre o Sol.» (http://www.suntrek.org) (em inglês)
«SST, o Telescópio Solar Sueco de 1-metro.» (http://www.solarphysics.kva.se/) (em inglês)
«Animação da estrutura do Sol da Universidade de Glamorgan.» (http://alienworlds.glam.ac.u
k/sunStructure.html) (em inglês)
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