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NÍVEL OLÍMPICO

ASTRONOMIA
2. SISTEMA SOLAR

A teoria mais aceita atualmente sugere que o Sistema Solar surgiu de uma nuvem primitiva de gás
e poeira ao redor de 4,6 bilhões de anos. A gravidade fez com que esta névoa sofresse uma contração,
num processo que durou dezenas de milhões de anos, até que a maior parte de sua massa se concentrasse
no centro do sistema. Devido à turbulência, o núcleo original começou a girar com velocidade cada vez
maior, dando ao restante da névoa a forma de um disco.
A temperatura do centro da nuvem foi aumentando à medida que ela se comprimia, até se tornar quente
o suficiente para que o Sol começasse a brilhar. Enquanto isso, a periferia do disco foi se esfriando,
permitindo que a matéria se solidificasse. À medida que as partículas colidiam, elas foram se unindo,
formando corpos cada vez maiores. Esses corpos são atualmente os oito planetas que giram em torno do
Sol. Essa teoria foi proposta, primeiramente, pelo francês Pierre Simon de Laplace e vem sofrendo
aperfeiçoamentos desde então.
O sistema solar é formado pelo Sol, planetas e seus satélites – como a Terra e a Lua, outros corpos
menores – como cometas e asteróides, além do meio interplanetário.

2.1. SOL
O Sol é, entre os corpos celestes, aquele que mais influencia as nossas vidas. Foi chamado de
Hélio pelos gregos, Mitras pelos persas e Rá pelos egípcios, para citar algumas culturas. O Sol é o centro
gravitacional do sistema solar. Em torno dele orbitam os outros corpos, e é ele que mantém o sistema
coeso. Mas, o que é o Sol? O Sol é uma estrela. Dentre as estrelas existentes no Universo, o Sol pode ser
classificado como uma estrela típica, das mais comuns que existem no Universo. Por ser uma estrela, o
Sol é uma fonte de energia. De toda energia existente na superfície da Terra, a maior parte é proveniente
do Sol que fornece 99,98% dela. O brilho dos corpos do sistema solar é constituído, basicamente, pela
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reflexão da luz solar em sua superfície. O Sol é uma massa que se mantém coesa pela sua própria força
de gravidade. O mesmo ocorre com os planetas. Por que a diferença, então? A resposta é que o Sol
possui uma massa muito grande. Grande o suficiente para que a contração provocada pela força da
gravidade torne tão altas as densidades e temperaturas em seu centro que passam a ocorrer as reações de
fusão nuclear, com enorme produção de energia. É esse processo que caracteriza uma estrela e que não
ocorre nos planetas. O Sol é uma esfera gasosa cuja temperatura na superfície é de cerca de 5 500º. No
núcleo solar a temperatura atinge 15 milhões de graus. Sua massa é composta por 73% de hidrogênio, o
primeiro elemento químico da tabela periódica, e também o mais abundante no Universo. O restante é
constituído basicamente por hélio. A energia do Sol vem de seu núcleo, composto pelos gases
hidrogênio e hélio.

FOTO DA NASA: A foto do sol mais próxima já feita na história.

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Reações nucleares transformam o hidrogênio em hélio e liberam uma enorme quantidade de energia.
Essas reações são milhões de vezes mais poderosas do que as reações nucleares produzidas na Terra. E
nosso planeta recebe apenas uma pequena parte da energia produzida.

O Sol encontra-se a uma distância média de 149,6 milhões de quilômetros da Terra. Isso equivale a
cerca de 8 minutos-luz, isto é, a luz do Sol demora esse tempo para chegar à Terra. A segunda estrela
mais próxima é Próxima Centauri, que se encontra a uma distância 270 mil vezes maior, assim sua luz
demora 4 anos e 4 meses para chegar até nós!

2.1 PLANETAS E SEUS STÉLITES

A União Astronômica Internacional em sua Assembléia Geral de 24 de agosto de 2006 aprovou


resolução segundo a qual um planeta é um corpo celeste que:

(a) está em órbita ao redor do Sol;


(b) tem forma determinada pelo equilíbrio hidrostático (arredondada) resultante do fato de que sua
força de gravidade supera as forças de coesão dos materiais que o constituem;
(c) Possuir a sua órbita livre, o que quer dizer que o caminho que o planeta faz não pode ser
influenciado ou obstruído por nenhum outro planeta.

Ao redor do Sol orbitam oito planetas conhecidos. Em ordem de proximidade média ao Sol são eles:
Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno.
Os planetas podem ser divididos em dois tipos: planetas telúricos (similares à Terra) e planetas jovianos
(similares a Júpiter).
 Os planetas telúricos são: Mercúrio, Vênus, Terra e Marte.
 Os jovianos são: Júpiter, Saturno, Urano e Netuno.

Os planetas Telúricos
São pequenos, de baixa massa e compostos basicamente por elementos pesados. São também
chamados de planetas internos por serem os mais próximos ao Sol. Possuem poucos ou nenhum satélite e
são desprovidos de anéis. A superfície é sólida e a atmosfera é tênue, comparada com a massa do planeta.
Os planetas telúricos apresentam ou apresentaram atividade vulcânica, causando modificações importantes
em sua estrutura interna e na superfície.

Os planetas Jovianos
São grandes em dimensão e massa, como Júpiter. Os planetas jovianos, também chamados gigantes,
são compostos basicamente por hidrogênio e hélio. Por isso, apesar de sua grande massa, são menos
densos. Não possuem superfície sólida e sua atmosfera densa. Possuem tipicamente muitos satélites e todos
exibem anéis. A existência de uma atmosfera depende da massa do planeta e de sua temperatura. Esta, por
sua vez, depende inicialmente da sua distância ao Sol. Os planetas menores e mais quentes (mais próximos
do Sol) têm mais dificuldade em manter uma atmosfera. Por outro lado, os elementos mais leves escapam
mais facilmente do planeta. Assim, os planetas telúricos tendem a reter quase que somente elementos mais
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pesados em sua atmosfera. Já os planetas gigantes conseguem reter uma maior quantidade de material,
inclusive os elementos mais leves.

2.1.1. MERCÚRIO

Segundo planeta mais denso, tem a orbita de maior excentricidade. Mercúrio é o planeta que
passa a maior parte do tempo sendo o mais próximo da Terra. Possui atmosfera muito tênue e campo
magnético 1% da terra. Mercúrio é o planeta mais próximo do Sol. Seu nome latino corresponde ao do
deus grego Hermes, filho de Zeus. É o menor entre todos os planetas. Sua superfície está coberta por
crateras resultantes do impacto de corpos menores. Possui uma atmosfera muito tênue, quase
desprezível, por isso existe uma incrível variação da temperatura entre o dia e a noite: de –170 graus
(lado oculto do Sol) a +430 graus centígrados (lado iluminado pelo Sol). Sua órbita é a mais excêntrica
dos planetas. Das inúmeras crateras existentes, destaca-se a Bacia Caloris, com 1.300 quilômetros de
diâmetro, quase 1/3 do diâmetro do planeta. Mercúrio é menor até que os dois maiores satélites naturais
do sistema solar, as luas Ganimede e Titã, embora seja mais massivo. O planeta é formado de
aproximadamente 70% de material metálico e 30% de silicatos.

Ambos os diâmetros (equatorial e polar) são de 4.878 quilômetros, e a translação ao redor do Sol se
efetua em 88 dias, enquanto a rotação ocorre em 58 dias, 15 horas, 27 minutos e 42 segundos.

2.1.2. VÊNUS

Vênus é o nome latino da deusa grega do amor, Afrodite. Facilmente identificável no céu, esse
planeta é também chamado de Estrela D'Alva ou estrela matutina. É o mais brilhante dos planetas, com
órbita situada entre a de Mercúrio e a da Terra. Como é um planeta interior, apresenta fases semelhantes
às da Lua, se observado com um instrumento de pequeno porte. Ao telescópio, não mostra na superfície
marcas bem definidas, pois é coberto por atmosfera espessa, composta em pelo menos 95% de gás
carbônico, o que acarreta temperaturas superiores a 464ºC, por conta do efeito estufa (mais quente,

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portanto, que Mercúrio). A pressão atmosférica de Vênus é bastante alta, cerca de 100 vezes maior que a
da Terra.
As nuvens venusianas são formadas por gotículas de ácido sulfúrico, composto extremamente
corrosivo. Ambos os diâmetros do planeta são de 12.104 quilômetros. O raio de Vênus somente pode ser
determinado com o uso de radares ou de sondas espaciais.

Vênus possui rotação retrógrada, isto é, ele gira em sentido contrário ao da maior parte dos
movimentos do sistema solar. É também o único planeta em que o tempo de rotação (243 dias) supera o
de translação em torno do Sol (225 dias). Assim, o dia em Vênus dura mais que o ano!

2.1.3. MARTE

Marte é o planeta telúrico mais distante do Sol. Seu nome refere-se ao deus latino da guerra, cujo
correspondente grego é Ares.

Possui uma atmosfera tênue, cujo componente principal é o gás carbônico (95 %). Sua cor
avermelhada é devida à poeira que cobre parcialmente a sua superfície. Parte desta é recoberta por lava
solidificada, formando grandes planícies. Mas existem também crateras de impacto e montanhas. A
maior montanha do sistema solar está em Marte. É o monte Olimpo, um vulcão extinto, que possui 25
km da base ao topo! A temperatura na superfície oscila entre -90 e 30ºC. Seu diâmetro equatorial é de
6.794 quilômetros, enquanto o polar equivale a 6.760 quilômetros. A translação em torno do Sol se
realiza em 687 dias, e a rotação em 24 horas, 37 minutos e 22 segundos. Sua massa é 10,7% da terrestre.
Possui duas luas, Fobos e Deimos, ambas descobertas em 1877 pelo astrônomo americano Asaph Hall.

São pequenos e possuem forma irregular, como a de uma batata. São provavelmente asteróides,
capturados pela gravidade do planeta.

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FOBOS

Fobos é uma pequena lua, rochosa e irregular. É provavelmente um asteróide capturado pela gravidade
de Marte. Esta lua aproxima-se de Marte cerca de 1,8 metros a cada 100 anos. Isto provocará uma
colisão entre os dois astros em aproximadamente 50 milhões de anos.

2.1.4. JÚPITER

Júpiter é o maior planeta do sistema solar, sendo seu raio cerca de 11 vezes maior que o da Terra.
É o protótipo dos planetas jovianos, os gigantes gasosos. Coincidentemente, o seu nome latino
corresponde em grego a Zeus, o maior dos deuses do Olimpo. Apesar de possuir, provavelmente, um
núcleo formado por materiais pesados, ele é composto basicamente por hidrogênio e hélio na forma
gasosa. Assim, Júpiter, como os demais planetas jovianos, não possui uma superfície sólida como os
planetas terrestres. Sua atmosfera é também formada por hidrogênio e hélio. Ela é bastante espessa e
determina a aparência do planeta. A imagem de Júpiter mostra uma série de bandas coloridas paralelas
ao seu equador, que correspondem a nuvens de diferentes movimentos, temperatura e composição
química. Uma estrutura bastante interessante é a chamada Grande Mancha Vermelha. Como as bandas,
ela também corresponde a um fenômeno meteorológico, por assim dizer. Ela é muito grande (10.000 x
25.000 quilômetros), muito maior que a Terra, por exemplo. É uma estrutura bastante estável, no sentido
de que persiste há muito tempo.
Hoje conhecemos 79 satélites de Júpiter, mas esse número continua a crescer em virtude de novas
descobertas. Entretanto, quatro deles destacam-se por seu tamanho: Io, Europa, Ganímedes e Calisto.
São chamados satélites galileanos, pois foram descobertos por Galileu, no início do século XVII.
Ganímedes é o maior satélite do sistema solar. Io e Europa são similares aos planetas telúricos, formados
basicamente por rochas. Io possui vulcões ativos e Europa uma atmosfera de oxigênio, além de um
possível oceano de água líquida sob uma crosta de gelo. De todos os satélites do sistema solar, apenas 5
possuem atmosferas: Europa, Io, Ganímedes, Titã (Saturno) e Tritão (Netuno). Além dos satélites,
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Júpiter possui um anel, como os demais planetas jovianos. Esse anel é bastante fino e escuro, diferente
do de Saturno, que é bastante brilhante e define a aparência do planeta. Júpiter emite mais energia do
que recebe do Sol e este excesso deve ser de origem gravitacional.

O diâmetro equatorial equivale a 142.796 quilômetros; já o polar é de 133.515 quilômetros.


Júpiter tem uma massa 318 vezes superior à da Terra, e sua rotação se dá em cerca de 9,9 horas (é
impossível determinar com exatidão, pois a velocidade de rotação joviana varia com a latitude, uma vez
que se trata de um planeta essencialmente gasoso), enquanto a translação ao redor do Sol se dá em 4.329
dias (cerca de 11,8 anos terrestres). É visível a olho nu e sua massa supera em 2,5 vezes a massa somada
de todos os outros planetas do Sistema Solar.

LUAS GALILEANAS

Quando Galileu apontou seu telescópio para o céu em 1609, ele mudou a história da ciência e da
humanidade. Uma das descobertas que Galileu fez naquele ano é que há luas girando em torno de
Júpiter. Galileu descobriu as quatro maiores delas, hoje chamadas de luas galileanas. Hoje conhecemos
79 luas orbitando em torno deste planeta. Algumas das luas de Júpiter são maiores do que Mercúrio e
Plutão. As luas de Júpiter dão um espetáculo à parte. Europa é coberta de gelo e provavelmente esconde
um oceano líquido abaixo desta camada. Io é uma lua fascinante, possui mais de 80 vulcões ativos que
expelem enxofre. Ganimedes é a maior lua do Sistema Solar, maior do que Mercúrio e Plutão. Calisto é
coberta de crateras, vales e montanhas.

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2.1.5. SATURNO

O nome desse planeta vem do deus romano que ensinou aos homens a agricultura, e é por alguns,
associado ao deus grego Cronus. É o sexto planeta do Sistema Solar, pela ordem de afastamento do Sol,
e o segundo em volume, com diâmetro equatorial de 120 835 quilômetros e diâmetro polar de 107 785
quilômetros, com densidade oito vezes menor que a da Terra. Distingue-se dos demais planetas do
Sistema Solar por possuir um vasto sistema de anéis. Os anéis são compostos por partículas de gelo e
poeira, cujos tamanhos vão desde um milésimo de milímetro até dezenas de metros. Apesar de sua
grande extensão - o raio externo. Enquanto os anéis de Saturno são conhecidos há bastante tempo, os
anéis dos demais planetas jovianos só foram descobertos na década de 70.

Sua translação em torno do Sol se completa em 10 752 dias (cerca de 29 anos terrestres), e a
rotação, na zona equatorial, em pouco mais de 10,6 horas (o valor exato é incerto). Saturno possui É
PLANETA que possui o maior número de luas descoberta, em 2019 foram descobertas mais 20 luas,
chegando a um total de 82. A maior delas se chama Titã. É o segundo maior satélite do sistema solar.
Possui um núcleo rochoso, recoberto por um manto de gelo de compostos orgânicos. Sua espessa
atmosfera é formada principalmente por nitrogênio e contém também moléculas orgânicas complexas,
estrutura que se supõe ser similar à atmosfera terrestre primitiva. A temperatura máxima na superfície de
Titã é de 100 graus centígrados.

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2.1.6. URANO

O sétimo planeta do Sistema Solar, pela ordem de afastamento do Sol e historicamente, o primeiro
descoberto pela astronomia moderna. Seu
descobridor foi o astrônomo inglês William
Herschel, em 13 de março de 1781. De início,
Herschel pensou que se tratasse de um cometa.
Cinco meses depois, o astrônomo francês Pierre
Simon de Laplace constatou que o “cometa” na
verdade era um planeta. Em boas condições de
visibilidade, Urano é visível a olho. Tem um
diâmetro equatorial de 51 800 quilômetros, e o
polar é de 48 692 quilômetros. Seus
movimentos de translação ao redor do Sol e
rotação se completam, respectivamente, em 30
687 dias (84 anos terrestres) e 17,2 horas, sendo
sua rotação retrógrada. Descobriu-se em 1977
que ele é cercado por vários anéis que lembram
os de Saturno, mas são bem mais tênues. Urano
possui 27 satélites naturais. As 27 luas de Urano
foram batizadas com nomes de personagens de
William Shakespeare ou versos do poeta inglês
Alexander Pope.

Urano, cujo nome refere-se ao deus grego


que personifica o céu, deve possuir um núcleo
rochoso similar ao da Terra recoberto por um
manto de gelo. Assim, ele é diferente de Júpiter
e Saturno na estrutura interna. Sua atmosfera é
composta basicamente por hidrogênio e hélio,
mas contém também um pouco de metano. Uma
das características mais interessantes deste
planeta é seu eixo inclinado 98º em relação ao plano de sua órbita. Além disto, o sentido da rotação
deste planeta é retrógrado. Supõe-se que isso se deva ao efeito de um grande impacto.

2.1.7. NETUNO

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Netuno é o nome latino de Possêidon, o deus grego dos mares. Possui uma estrutura interna muito
similar a Urano, sendo formado por rochas e gelo. É O oitavo e último planeta em ordem de afastamento
do Sol, e o segundo descoberto na era moderna. Foi, também, o primeiro descoberto a partir de cálculos,
antes de sua observação óptica. Essa descoberta se deve ao astrônomo francês Urbain Jean Joseph
Leverrier (1811-1877), que previu corretamente sua existência em 1846, utilizando-se de cálculos
baseados nas irregularidades da órbita de Urano. Em 23 de setembro do mesmo ano, o astrônomo
alemão Johann Gottfried Galle (1812-1910) encontrou a posição do planeta, que também havia sido
fixada pelo inglês John Couch Adams (1819-1892), que não conseguiu mobilizar astrônomos ingleses a
procurarem o astro. A atmosfera, composta de hidrogênio, hélio, metano e amoníaco, contém várias
características marcantes, como a Grande Mancha Escura, a Pequena Mancha Escura e a Patineta. A
translação se completa em 60 190 dias (164,8 anos terrestres), enquanto a rotação em 15 horas e 48
minutos. Possui 13 satélites e um sistema de anéis. Dentre seus satélites, destaca-se Tritão. É um satélite
ativo possuindo os chamados vulcões de gelo. Dentre todos os corpos do sistema solar, a atividade
vulcânica só está presente na Terra, Vênus, Io e Tritão.

2.1.8. O EXCLUÍDO: PLUTÃO

Até meados de 2006, Plutão era oficialmente tido como o nono planeta do Sistema Solar. O
“rebaixamento” aconteceu em 24 de agosto de 2006, quando a União Astronômica Internacional (IAU)
votou uma nova definição de planeta, que só considerava um objeto como tal se ele estivesse
relativamente sozinho na região de sua órbita. Como Plutão é apenas um dos muitos objetos do chamado
cinturão de Kuiper, a IAU optou por reclassificá-lo, dando a ele o status de “planeta anão”. Plutão teve
sua descoberta anunciada em 13 de março de 1930 por Clyde Tombaugh, astrônomo americano, após a
série de pesquisas iniciada pelo astrônomo Percival Lowell. Embora no início os astrônomos pensassem
que ele fosse muito maior, hoje se sabe que tanto o diâmetro como a massa de Plutão são inferiores aos
da Lua. Sua translação em torno do Sol se realiza em 90 553 dias (cerca de 248 anos terrestres), e a
rotação em 6,3 dias, em sentido retrógrado. Em certas épocas, Plutão invade a órbita de Netuno. No
periélio, Plutão dista 4,5 bilhões de quilômetros do Sol, e no afélio, 7,5 bilhões de quilômetros. Plutão
possui três luas: Caronte, descoberta em 1978, e Nix e Hidra, descobertas em 2005.

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2.2. ASTERÓIDE

Os asteróides são corpos rochosos de estrutura metálica que orbitam em torno do sol como os
planetas, mas que possuem uma massa muito pequena em comparação a eles. Seu diâmetro pode
alcançar centenas de quilômetros, mas também pode ser de alguns poucos metros. Não costumam ter
uma forma definida, apresentando as mais diversas aparências. Concentram-se, em sua maioria, em um
anel entre as órbitas de Marte e Júpiter. Os grandes asteróides são esféricos, mas os menores podem
possuir formas irregulares (como a de batatas). A maior parte deles são formados basicamente por
rochas (silicatos). Porém, alguns podem ser metálicos (ferro).

2.3. COMETAS

Cometas são corpos celestes de massa pequena e órbitas irregulares. São praticamente bolas de
neve, rocha e poeira congeladas. Entre os cometas mais conhecidos está Halley. Sua irregularidade
orbital os traz para muito próximo ao Sol e os jogam para além da órbita do planeta-anão Plutão.
As órbitas dos cometas possuem inclinações as mais variadas, com excentricidades bastante altas e
raios muito grandes, maiores que os dos planetas mais distantes. Quanto à sua composição, o núcleo de
um cometa é um aglomerado de matéria sólida: grãos de poeira e gelo de materiais orgânicos. Quando
um deles se aproxima do Sol, o material de sua superfície sublima, formando uma nuvem de gás e poeira
ao seu redor. Essa é a chamada coma. O movimento do cometa, em combinação com a ação do vento
solar, forma duas caudas: a de gás e a de poeira.
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UM EXEMPLO DE ÓRBITA DE COMETA

2.4. CINTURÃO DE ASTERÓIDES

Imagine o que aconteceria se um planeta fosse quebrado em milhares de pedacinhos e esses


pedacinhos fossem espalhados ao longo de sua órbita. Um cinturão de asteróides é aproximadamente
isso. O diâmetro dos asteróides pode chegar a centenas de quilômetros. O maior deles, Ceres, tem um
diâmetro de 974 quilômetros.

É um conjunto de milhões de pedregulhos espaciais que giram em torno do Sol, entre as órbitas de
Marte e Júpiter. Mais da metade da massa total da cintura está contida nos quatro objetos de maior
tamanho: Ceres, 4 Vesta, 2 Palas e 10 Hígia. Ceres, o maior e o único planeta anão do cinturão, possui
um diâmetro de 950 km e tem o dobro do tamanho do segundo maior objeto.

2.5. CINTURÃO DE KUIPER


O Cinturão de Kuiper é uma área do sistema solar que se estende desde a órbita de Netuno. A
existência desta região foi sugerida pelo astrônomo Gerard Kuiper (1905-1973) em 1951. Já foram
catalogados mais de mil outros pequenos objetos transnetunianos. Acredita-se que nesta região existam
mais de 100 mil pequenos corpos celestes. Este cinturão contém milhares de pequenos corpos, estes com
formação semelhante à dos cometas. A diferença é que estes pequenos corpos nunca volatizaram seus
gelos, de maneira que não possuem nem coma nem cauda, isso se dá por eles estarem orbitando longe do
calor do Sol.
Destes, são conhecidos doze com diâmetro de quase ou mais de 1000 km. Há inclusive um
corpo, Éris, que tem maior massa que Plutão, apesar de ser ultrapassado em volume, segundo as novas
medições da sonda espacial New Horizons.
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2.6. NUVEM DE OORT

É uma nuvem esférica de planetesimais voláteis que se acredita localizar-se a cerca de um ano-luz,
do Sol. Isso significa que ela está a aproximadamente um quarto da distância a Proxima Centauri,
a estrela mais próxima do Sol. O cinturão de Kuiper e o disco disperso, as outras duas regiões
do Sistema Solar que contêm objetos transnetunianos, localizam-se a menos de um milésimo da
distância estimada da nuvem de Oort. A parte externa da nuvem de Oort define o limite cosmográfico do
Sistema Solar e a região de influência gravitacional do Sol.

2.7. METEOROS. METEORITOS E METEORÓIDES

Qual a diferença entre meteoro, meteoróide e meteorito? Um meteorito é um objeto sólido que
atingiu a superfície terrestre. O meteoro é o fenômeno que ocorre quando um corpo entra na atmosfera
terrestre e deixa um rastro luminoso provocado pelo atrito - são as chamadas estrelas cadentes. O corpo
que entra na atmosfera é o meteoróide. Os meteoróides são fragmentos de cometas ou asteróides. Os
menores são desintegrados pelo atrito com a atmosfera e apenas os maiores podem chegar à superfície
da Terra. Esses meteoritos são, em sua maior parte, originários de asteróides. Os cometas deixam atrás
de si rastros de poeira que formam tubos com diâmetros da ordem de 10 a 50 milhões de km!! Se a Terra
atravessa um desses anéis de poeira, ocorre a chamada chuva de meteoros. É por isso que existem
determinadas épocas do ano para que isso ocorra: é quando a Terra atravessa o rastro de um cometa
importante.
Hoje a teoria mais aceita para a extinção dos dinossauros é a de um impacto de um meteorito
ocorrido no México, próximo à Península de Yucatan, por volta de 65 milhões de anos atrás. Segundo
pesquisas recentes, esse meteorito teria um diâmetro de cerca de 10 km. A cratera formada teria entre
200 a 250 quilômetros de diâmetro, e é denominada Cratera de Chicxulub. O choque teria levantado
uma enorme quantidade de poeira, que teria bloqueado os raios solares e levado ao resfriamento drástico
da superfície terrestre por vários meses. Isso teria provocado a morte das plantas e dos animais que delas
se alimentavam. A energia estimada para esse impacto corresponde a cinco bilhões de bombas nucleares
como a que foi lançada em Hiroshima.

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