A Roda Do Tempo - Encruzilhadas Do Crepúsculo Livro 10

Machine Translated by Google

Mat Cauthon foge com a filha das Nove Luas enquanto a Sombra e o
Império Seanchan montam uma perseguição implacável. De sua
parte, as Aes Sedai sentem um imenso fluxo de Poder em um posto
avançado no extremo oeste e temem que seja obra dos Renegados
ou mesmo da própria Sombra.
A herdeira do Trono de Andor, cercada por inimigos e amigos

sinistros planejando sua destruição, pode cair para a Sombra e
arrastar o Dragão Renascido com ela, e Egwene al'Vere sitia o centro
de poder das Aes Sedai, mas ela deve vencer rapidamente para
evitar que o Asha'man seja o único capaz de defender o mundo do
Dark One.
Depois de limpar a metade masculina da Verdadeira Fonte, Rand

al'Thor é forçado a correr grandes riscos sem saber ao certo quem
são seus aliados e quem são seus inimigos.
Robert Jordan
encruzilhada no crepúsculo
A Roda do Tempo - 10
ePub r1.0
macjaj 08/09/14
Encruzilhada de
Título Original:
Crepúsculo
Robert Jordan, 2003
Design e ilustração da capa: OPALWORKS
Mapas: Ellisa Mitchell
Ilustrações interiores: Mathew C. Nielsen & Ellisa Mitchell Tradução:

Mila López Díaz-Guerra
Editor digital: macjaj
ePub base r1.1

Para Harriet
Então agora sempre
e
E quando chegar a hora, acontecerá que, sendo
derrotou a Dark Hunt, quando a mão direita
vacilar e a esquerda perder o rumo, o
a humanidade chegará à Encruzilhada no crepúsculo e tudo o que é,

tudo o que foi e tudo o que será se equilibrará na ponta de uma
espada enquanto os ventos da Sombra se elevam.
As
profecias de
A partir de
Dragão
Tradução atribuída a Jain Charin, conhecido como Jain, o

Gallopador, pouco antes de seu desaparecimento
PREFÁCIO
Vislumbres da Malha
Odel Ituralde detestava esperar, embora soubesse muito bem que

ser soldado consistia principalmente nisso: R
esperar a próxima batalha, esperar que o inimigo se movesse,

esperar que ele cometesse um erro. Ele observou, tão imóvel quanto
as árvores, a floresta congelada. O sol estava a meio caminho de
seu zênite e não fornecia calor. O vapor exalado enquanto ele
respirava se condensou e cobriu o bigode bem aparado e o pêlo
preto de raposa que enfeitava o capuz com uma camada branca de
gelo. Ele estava feliz por ter o capacete pendurado no punho de sua
sela. O peitoral recolhia o frio e o irradiava através da jaqueta e de
todas as roupas de lã, seda e linho por baixo. Eu podia até sentir o
frio na sela de Dardo, como se o castrado branco fosse
feito de leite congelado. O capacete teria entorpecido seu cérebro,
deixando-o tonto.
O inverno chegara tarde, e muito, a Arad Doman, mas ele o fizera

com entusiasmo. Em menos de um mês, ele passou do calor do
verão — estendido de forma não natural até o outono
— para o inverno completo. As folhas que resistiram à longa seca do

verão congelaram antes de mudar de cor e agora brilhavam como
estranhas esmeraldas cobertas de gelo ao sol da manhã. De vez em
quando, um dos cerca de vinte mercenários ao redor dele chutava o
cobertor de neve profundo, até os joelhos. Tinha sido uma longa
viagem e eles ainda tinham que ir mais longe, quer o dia fosse bom
ou ruim. Nuvens escuras moviam-se pelo céu ao norte.
Iuralde não precisava da previsão do tempo de seu rabdomante para

saber que a temperatura cairia antes do anoitecer. Até então eles
teriam que ser abrigados.
"Não é um inverno tão rigoroso como era há dois anos, não é, meu
senhor?" Jalam comentou. O jovem oficial alto tinha o dom de ler os
pensamentos de Iuralde. Seu tom de voz era alto o suficiente para os
outros ouvirem. Ainda assim, suponho que alguns homens devem
estar sonhando com ponche quente agora. Não estes, é claro, que
são incrivelmente abstinentes.
Todos bebem chá, eu acho. Chá gelado. Se tivessem algumas varas

de bétula para se chicotear, estariam se despindo para banhos de
neve.
— Eles vão ter que ficar de roupa por enquanto — disse Iuralde
secamente —, mas podem tomar um chá gelado esta noite, se
tiverem sorte.
Seu comentário provocou algumas risadas. Risos tranquilos.
Ele havia escolhido esses homens cuidadosamente, e eles sabiam

as consequências de fazer barulho na hora errada.
Ele não gostaria de uma xícara de ponche fumegante, nem mesmo

de chá, mas fazia muito tempo que os mercadores não traziam chá
para Arad Doman. Fazia muito tempo que nenhum mercador
estrangeiro se aventurava além da fronteira com Saldeia.
Quando recebeu notícias do mundo exterior, estava tão velho quanto

um pão de um mês.
Isto é, se não fosse apenas um boato para começar.
Não que realmente importasse muito que fosse, no entanto. Se fosse

verdade que a Torre Branca estava dividida e em conflito, ou se
homens estavam se reunindo em Caemlyn que canalizavam...
Bem, o mundo teria que ficar sem Rodel Ituralde até que Arad
Doman recuperasse a unidade. No momento, lidar com Arad Doman
era trabalho mais do que suficiente para qualquer homem em sã
consciência.
Ele considerou mais uma vez as ordens que enviara, com um dos
cavaleiros mais rápidos que tinha, a todos os nobres leais ao rei.
Embora divididos por velhas brigas e ressentimentos, pelo menos
ainda tinham isso em comum.
Eles reuniriam suas tropas e marchariam quando as ordens do Lobo

chegassem; enquanto continuasse a gozar do favor do rei.
Eles até se escondiam nas montanhas e esperavam se ordenados.
Ah, é claro que eles ficariam eriçados e alguns amaldiçoariam seu

nome, mas eles obedeceriam. Eles sabiam que o Lobo ganhava
batalhas; além do mais, eles sabiam que ele ganhava guerras. Eles o
chamavam de Pequeno Lobo quando achavam que ele não podia
ouvi-los, mas ele não se importava se eles enfatizassem sua baixa
estatura – bem, não muito – desde que marchassem quando e onde
ele dissesse.
Logo eles estariam em um duro galope para montar uma armadilha
que não seria acionada por vários meses, colocando-o em risco a
longo prazo. Havia muitas maneiras pelas quais os planos
complexos poderiam desmoronar, e esse plano foi colocado em
camadas sobre camadas de estratégia.
Tudo iria desmoronar antes de começar se sua tentativa de colocar a

isca falhasse. Ou se alguém ignorou sua ordem de evitar os
mensageiros do rei. No entanto, todos conheciam seus motivos, e
até os mais teimosos os compartilhavam, embora muito poucos
estivessem dispostos a falar abertamente sobre o assunto. Ele
próprio havia se movido como um espectro soprado por uma
tempestade desde que recebera a última ordem de Alsalam. Dentro
da manga, sob a renda que caía sobre a luva reforçada com aço, o
papel estava dobrado. Eles tinham uma última chance, muito
pequena, de salvar Arad Doman. Talvez até para salvar Alsalam de
si mesmo antes que o Conselho de Mercadores decidisse colocar
outra pessoa no trono do palácio.
Ele tinha sido um bom líder por mais de vinte anos. A Luz gostaria
que fosse assim novamente.
Um estalo alto fez com que a mão de Iuralde fosse até o punho da
espada. Ouviu-se um suave rangido de couro e metal enquanto os
outros afrouxavam as alças de suas armas. Nenhum outro ruído. A
floresta estava silenciosa como um túmulo. Não passara de um galho
quebrando sob o peso da neve. Depois de alguns segundos, Ituralde
relaxou... tanto quanto ele conseguiu relaxar desde que as histórias
do norte do Dragão Renascido aparecendo no céu sobre Falme
tinham chegado.
Talvez esse homem realmente fosse o Dragão Renascido e talvez

ele realmente tivesse aparecido no céu, mas verdade ou não, essas
histórias incendiaram Arad Doman. Iuralde tinha certeza de que
poderia apagar aquele fogo se
ele tinha carta branca, e não era se gabar. Ele sabia do que era
capaz em batalha, campanha ou guerra. Mas desde que o Conselho
decidiu que era melhor para a segurança do rei tirá-lo
clandestinamente de Bandar Eban, Alsalam parecia ter enfiado na
cabeça que ele era a reencarnação de Artur Hawkwing. Sua
assinatura e selo foram afixados em resmas de ordens desde então,
saindo de onde quer que o Conselho o mantivesse escondido. Os
componentes do referido órgão recusaram-se terminantemente a
dizer onde estava, nem mesmo a Iuralde. Todas as mulheres do
Conselho com quem ele havia se confrontado eram evasivas, seus
olhares se tornando inescrutáveis à menor menção ao rei. Quase se
podia acreditar que eles não sabiam onde estava Alsalam.
Uma ideia ridícula, claro. O Conselho não tirou os olhos do rei.

Iuralde sempre achara que as casas mercantis se intrometiam
demais, mas desejava que o fizessem agora.
O incompreensível era que se calassem, pois um soberano que

prejudicava o comércio não permanecia no trono por muito tempo.
Ele foi fiel aos seus juramentos e, além disso, Alsalam era um amigo,
mas as ordens enviadas pelo rei não teriam causado mais caos ou
sido escritas de propósito. Nem podiam ser esquecidos: Alsalam era
o rei. Mas ele ordenou que Ituralde marchasse para o norte o mais
rápido possível contra um grande influxo de Dragonsworn que
estavam se reunindo lá, de acordo com informações dos espiões
secretos de
Alsalam. Então, dez dias depois, ainda sem ver nenhum

Dragonsworn, veio uma ordem para se mover para o sul novamente
a toda velocidade contra outra reunião que nunca se materializou.
Ele foi ordenado a concentrar sua
tropas para defender Bandar Eban, quando um ataque triplo poderia
tê-lo feito; ou dividi-los, quando um golpe forte poderia ter feito tanto;
para assediar uma área que ele sabia que os Dragonsworn haviam
abandonado; e fugir de onde ele sabia que eles estavam
acampados.
Pior ainda, as ordens de Alsalam foram diretamente para os nobres

poderosos que deveriam seguir Ituralde, enviando Machir em uma
direção, Teacal em outra, Rahman em uma terceira.
Como resultado, batalhas campais eclodiram quatro vezes entre as

unidades do exército, uma vez que se chocaram no meio da noite
enquanto marchavam de acordo com as ordens do monarca e
esperavam encontrar o inimigo. E enquanto isso o número de
Dragonsworn tinha aumentado, assim como sua confiança.
Iuralde havia conquistado vitórias — em Solanje e Maseen, no lago

Somal e Kandelmar — e os senhores de Katar aprenderam a lição
de não vender os produtos de suas minas e forjas aos inimigos de
Arad Doman, mas as ordens de Alsalam sempre lançadas perdem
suas conquistas.
No entanto, o último pedido tinha sido diferente. Para começar, um

Homem Cinzento havia matado Lady Tuva para evitar que a
mensagem chegasse às suas mãos. Ele não sabia por que a Sombra
temeria aquela ordem mais do que qualquer uma das outras, mas
era mais uma razão para agir rapidamente, antes que Alsalam o
contra-ordenasse. Isso abriu muitas possibilidades, e Iuralde havia
pesado todas as que viu. No entanto, os bons começaram ali,
naquele dia. Quando você tem apenas uma pequena chance de
sucesso, você precisa pegá-los rapidamente e aproveitá-los.
O grito estridente de um gaio da neve foi ouvido à distância, seguido
por um segundo e um terceiro. Levando as mãos à boca, Iuralde
repetiu os três gritos penetrantes. Alguns segundos depois, um
cavalo castrado pinto de cor clara apareceu das árvores, montado
por um cavaleiro encapuzado com uma capa branca listrada de
preto. Tanto o homem quanto o cavalo teriam sido difíceis de
localizar na floresta nevada se tivessem permanecido imóveis. O
cavaleiro parou ao lado de Iuralde. Ele era um homem grande que
carregava uma única espada de lâmina curta, e um arco e aljava
embainhados estavam amarrados à sua sela.
"Parece que todos eles vieram, meu senhor," ele disse em sua voz
rouca característica enquanto empurrava o capuz para trás.
Alguém tentou enforcar Donjel quando jovem, embora o motivo tenha

sido esquecido ao longo dos anos. O que restava de seu cabelo
curto era um cinza de aço. O remendo de couro escuro que cobria a
órbita vazia de seu olho direito era um lembrete de outra bagunça
juvenil. Ainda assim, mesmo que tivesse apenas um olho, era o
melhor batedor que Iuralde conhecia. Quase todos eles, de qualquer
forma”, continuou ele. Eles colocaram dois círculos concêntricos de
sentinelas ao redor do pavilhão. Eles são vistos a mais de um
quilômetro de distância, mas ninguém chegaria perto sem que
aqueles no pavilhão ouvissem o alarme a tempo de escapar. Que
eles podem ser contados pelos rastros, eles não trouxeram mais
homens do que você disse que eles poderiam trazer.
Claro que isso", acrescentou ele, fazendo uma careta, "ainda deixa
você em uma desvantagem considerável.
Ituralde assentiu. Ele havia oferecido a Fita Branca, e os homens

com quem iria se encontrar a aceitaram. Foram três dias em que os
homens prometeram — pela Luz, por suas almas e sua esperança
de salvação — não sacar armas nem derramar sangue. No entanto,
o
A fita branca não tinha sido usada na guerra atual, e havia homens
hoje em dia que tinham ideias estranhas sobre onde estava a
salvação. Por exemplo, aqueles que se autodenominavam
seguidores do Dragão.
Iuralde tinha fama de arriscar, mas não corria riscos desnecessários.

O truque era saber quais poderiam ser executados. E, às vezes, em
saber quais tinham que ser executados.
Da dobra na boca da bota ele tirou um pequeno pacote embrulhado

em seda oleada e costurada, e o estendeu para Donjel.
"Se eu não chegar a Coron Ford em dois dias, leve isso para minha
esposa."
O batedor guardou a trouxa debaixo da capa em algum lugar, tocou a

testa em saudação e virou o cavalo para oeste. Ele havia recebido as
mesmas instruções de Iuralde em ocasiões anteriores, geralmente às
vésperas de uma batalha. Desejo à Luz que esta não tenha sido a
hora que Tamsin teve de abrir aquele pacote. Ela iria atrás dele, ele a
avisara; seria o primeiro episódio conhecido de alguém vivo
perseguindo uma pessoa morta.
"Jaalam", chamou Iuralde, "vamos ver o que nos espera em , O

pavilhão de caça de Lady Osana. Ele clicou nos Dardo e o outros e
eles começaram atrás.
O sol atingiu seu zênite e começou a afundar enquanto cavalgavam.

As nuvens escuras do norte se aproximaram e o frio ficou mais
intenso. Não havia nenhum som além do ranger de neve congelada
sob os cascos dos cavalos. Parecia que a floresta estava vazia,
exceto por eles. Iuralde não viu as sentinelas de que Donjel havia
falado. O conceito deste homem do que poderia ser localizado a
mais de um quilômetro de distância diferia do que a maioria pensaria.
Eles estariam esperando por você
curso. E observando para ter certeza de que não estava sendo
seguido por um exército, faixa branca ou não. Certamente muitos
deles tinham razões que consideravam suficientes para atacá-lo com
flechas. Um lorde poderia prometer a Fita Branca para seus homens,
mas todos eles se sentiriam comprometidos? Às vezes havia riscos
que alguém tinha que correr.
Por volta do meio da tarde, o chamado pavilhão de caça de Osana

surgiu entre as árvores, um conjunto de torres pálidas e cúpulas
esguias e pontiagudas que não estariam deslocadas entre os
palácios de Bandar Eban.
As caçadas de Osana sempre foram do homem ou do poder, seus

troféus numerosos e notáveis apesar de sua relativa juventude, e as
"festas de caça"
que aconteceram lá teriam levantado sobrancelhas até mesmo na

capital. O
prédio abandonado mostrava sinais de ter sido saqueado. As janelas

quebradas pareciam bocas com dentes pontiagudos, e em nenhuma
delas havia um lampejo de luz ou movimento. Ainda assim, a neve
que cobria o espaço livre ao redor do pavilhão foi pisoteada por
cascos de cavalo. Os portões da cerca do pátio principal, ornados
com florões de latão, estavam abertos, e Iuralde passou por eles
sem parar ou desacelerar, seguido por seus homens. Os cascos dos
cavalos chacoalhavam nos paralelepípedos, onde a neve havia
derretido em uma massa lamacenta.
Nenhum criado veio cumprimentá-lo, embora ele também não

esperasse que o fizessem. Osana havia desaparecido no início dos
tumultos que agora sacudiam Arad Doman como um cachorro
sacudindo um rato entre os dentes, e seus retentores haviam se
movido rapidamente com outros membros de sua casa, aceitando
qualquer posição na casa.
servidão. Hoje, aqueles sem mestres morreram de fome ou se
tornaram bandidos. Ou em Dragonsworn. Iuralde desmontou ao pé
dos largos degraus de mármore do pátio, entregou as rédeas a um
de seus mensageiros e Jaalam ordenou que os homens Dardo se
refugiassem em qualquer abrigo que pudessem encontrar para eles
e seus animais. Olhando para as varandas de mármore e as amplas
janelas que cercavam o pátio, os homens se moveram como se
esperassem que uma flecha de besta mordesse entre suas
omoplatas. As portas do estábulo estavam ligeiramente abertas,
mas, apesar do frio, espalhavam-se pelos cantos do pátio,
aconchegando-se com os cavalos, onde ainda podiam observar em
todas as direções. Se o pior acontecesse, talvez alguns pudessem
escapar.
Ituralde tirou as luvas, enfiou-as debaixo do cinto, verificando as

pontas dos punhos enquanto subia os degraus com Jaalam.
A neve estalava sob suas botas, pisada por outros pés e congelada
novamente. Ele se absteve de olhar para qualquer lugar, menos para
a frente.
Ele tinha que parecer se sentir extraordinariamente seguro, como se

fosse absolutamente impossível que os acontecimentos se
desenrolassem de forma diferente do que ele havia previsto.
A autoconfiança foi uma das chaves para a vitória. Que a outra parte
acreditasse que alguém se sentia muito seguro às vezes era quase
tão bom quanto se sentir realmente seguro. No topo da escada,
Jaalam abriu uma das altas portas esculpidas puxando o anel
dourado. Ituralde tocou o adorno parecido com uma toupeira com o
dedo para verificar se ainda estava no lugar
- suas bochechas estavam tão frias que ela não percebeu a pequena
estrela de veludo preto grudada em sua pele -
antes de cruzar a soleira e entrar tão seguro de si como se estivesse
indo para um baile.
Estava tão frio no salão cavernoso quanto do lado de fora, e a

respiração se transformou em finas nuvens de vapor. Estando
apagado, o amplo espaço parecia já estar envolto na última luz do
pôr-do-sol. O chão era um mosaico colorido de caçadores e animais,
e alguns dos ladrilhos tinham lascas, como se pesos pesados
tivessem sido arrastados sobre eles ou talvez derrubados.
Além de um pedestal virado que poderia ter sustentado um pote ou

uma pequena estátua, o salão estava vazio. O que os servos não
levaram quando fugiram, os bandidos levaram há muito tempo.
Esperava-os um homem de cabelos brancos e rosto mais emaciado
do que quando Iuralde o vira pela última vez. Seu peitoral estava
amassado e o brinco que ele usava era uma simples argola de ouro,
mas a renda em sua roupa era imaculada, e a reluzente lua
crescente vermelha ao lado de seu olho esquerdo não estaria fora de
lugar na corte em tempos melhores.
"Pela Luz, seja bem-vindo sob a Fita Branca, Senhor Iuralde — ele
cumprimentou formalmente com uma leve reverência.
"Pela Luz, estou sob a Fita Branca, Lorde Shimron", respondeu

Iuralde, curvando-se por sua vez.
Shimron tinha sido um dos conselheiros mais confiáveis de Alsalam.

Pelo menos, até ele se juntar aos Dragonsworn. Agora ele ocupava
uma posição de destaque em seus conselhos. Meu mesnadero é
Jaalam Nishur e a casa Ituralde é responsável por cumprir sua
palavra de honra, assim como por todos aqueles que vieram comigo.
Antes do próprio Rodel, não existira nenhuma casa de Ituralde, mas

Shimron respondeu ao aceno de cabeça de Jaalam, com a mão
sobre o coração.
“Honra corresponde à honra. Você gentilmente me seguirá, Lord
Iuralde? ele disse enquanto se endireitava atrás do arco.
Restavam apenas as dobradiças das grandes portas do salão de

baile, embora Iuralde achasse difícil imaginar que os ladrões as
tivessem levado. Sua ausência deixou um arco pontudo aberto o
suficiente para dez homens passarem ao mesmo tempo. Dentro da
sala oval sem janelas, meia centena de lanternas de todas as formas
e tamanhos mantinham as sombras afastadas, embora a luz mal
alcançasse o teto abobadado.
Separados em cada extremidade da grande sala, ao longo das

paredes pintadas, havia dois grupos de homens; e, se a Fita Branca
os havia induzido a dispensar seus capacetes, todos os duzentos ou
mais usavam armaduras, e certamente nenhum havia largado sua
espada. De um lado estavam alguns senhores domani tão poderosos
quanto Shimron - Rajabi, Wakeda, Ankaer
- cada um cercado por grupos de senhores e plebeus menores e

grupos menores de dois ou três, nos quais não havia nobres.
Os Dragonsworn tinham conselhos, mas nenhum comandante.
Ainda assim, cada um desses homens era um líder por direito

próprio, alguns com dezenas de seguidores e alguns com milhares.
Nenhum parecia feliz por estar ali, e um ou dois lançaram olhares
hostis para o lado oposto da sala, onde cinquenta ou sessenta
Taraboneses estavam em um grupo compacto, do qual também se
dirigiam olhares carrancudos.
Todos seriam jurados pelo dragão, mas os Domani e os Taraboners

não gostavam muito um do outro. Iuralde quase sorriu para os
estranhos. Ele não contava com metade de tantos aparecendo.
— Lorde Rodel Ituralde vem sob a Faixa Branca. A voz de Shimron
ecoou na abóbada escura onde a luz das lanternas não alcançava.
Que qualquer um que entretenha pensamentos violentos examine
seu coração e considere sua alma. E com essas palavras as
formalidades terminaram.
"Por que Lord Iural está oferecendo a fita branca?" Wakeda exigiu,
uma mão apoiada no punho de sua espada e a outra em punho no
quadril oposto. Ele não era um homem alto, embora fosse mais alto
que Iuralde, mas era tão orgulhoso como se o trono fosse dele. As
mulheres já o achavam bonito. Agora, um lenço preto, amarrado em
ângulo, cobria a órbita vazia de seu olho direito perdido, e sua
verruga era uma ponta de flecha preta apontando para a cicatriz
grossa que descia pela bochecha até a testa. Você está planejando
se juntar a nós? Ou ele está tentando nos pedir para nos render?
Todos sabem que o Lobo, além de audacioso, é astuto.
Iuralde enlaçou as mãos atrás das costas para evitar tocar no rubi
que adornava sua orelha esquerda. Também era do conhecimento
de todos que seu gesto denotava irritação, e às vezes ele o fazia de
propósito, mas agora ele precisa mostrar uma atitude calma. Mesmo
que aquele homem estivesse mexendo no nariz! Não. Calma. Os
duelos eram travados em um momento de raiva, mas ele veio aqui
para um tipo diferente de luta que exigia calma. Palavras podem ser
armas mais mortais do que espadas.
"Todo mundo aqui sabe que temos outro inimigo ao sul", disse ele
com voz firme. O seanchan devorou Tarabon.
Ele olhou para os rostos do Tarabonese, que saudou suas palavras

com gestos
impassível. Ele nunca conseguira ler rostos taraboneses. Entre os
bigodes grotescos — que pareciam presas peludas, piores que os
Saldeus! — e os véus absurdos, era como se estivessem usando
uma máscara, e a luz tênue das lanternas não ajudava exatamente.
Mas ele os tinha visto velados em malha, e ele precisava deles.
"Eles invadiram Almoth Plain e ainda estão se movendo para o

norte", continuou ele. A intenção deles é óbvia: eles pretendem
capturar Arad Doman também. Eles pretendem dominar o mundo
inteiro, eu temo.
"Senhor Ituralde quer saber quem vamos apoiar se esses seanchan

nos invadirem?" perguntou Wakeda.
"Eu sinceramente espero que você lute por Arad Doman, Lorde
Wakeda," Ituralde respondeu suavemente.
Wakeda ficou lívido com o insulto direto, e seus homens foram para
as espadas.
"Os refugiados trouxeram a notícia de que Aiel está na planície

agora", disse Shimron rapidamente, como se temesse que Wakeda
rompesse o noivado da Fita Branca. Nenhum dos homens de
Wakeda sacaria suas armas a menos que ele o fizesse ou
ordenasse. Eles lutam pelo Dragon Reborn, de acordo com relatos.
Ele deve tê-los enviado, talvez para nos ajudar.
Ninguém jamais derrotou um exército Aiel, nem mesmo Artur

Hawkwing. Você se lembra de Bloody Snow, Lord Iuralde, quando
éramos mais jovens? Eu acho que você vai concordar comigo que
nós não os derrotamos, não importa o que os historiadores digam, e
eu não posso acreditar que os Seanchan são tão fortes quanto nós
éramos então. Ouvi dizer que os seanchan estão indo para o sul,
longe da fronteira. Não, desconfio que a próxima notícia que chegar
até nós será que eles estão se retirando da planície, não que estão
avançando em nossa direção. —
Como comandante de campo, ele não era ruim, mas sempre fora
pedante.
Ituralde sorriu. As notícias vinham do sul mais rápido do que de

qualquer outro lugar, mas ele temia ter que trazer à tona o assunto
do Aiel, e então talvez eles pensassem que ele estava tentando
enganá-los. Aiel na planície de Almoth; Era algo que ele mesmo
achava difícil de acreditar.
Ele não comentou que se Aiel fosse enviado para ajudar os

Dragonsworn, eles provavelmente teriam aparecido no próprio Arad
Doman.
"Eu também perguntei aos refugiados, e eles me falaram sobre

invasores Aiel, não exércitos." O que quer que os Aiel estejam
fazendo na planície, pode ter retardado o avanço do seanchan, mas
não os fez recuar. Suas feras voadoras começaram a explorar este
lado da fronteira. Isso não soa como um retiro.
Com um floreio, ele tirou o papel dobrado da manga e o ergueu para

que todos vissem a Mão e a Espada impressas na cera azul-
esverdeada. Como vinha fazendo ultimamente, usara uma faca
quente para separar o selo real de um lado, deixando-o intacto, para
que pudesse mostrá-lo aos céticos sem quebrá-lo. Havia muitos
desses quando souberam de algumas das ordens de Alsalam.
"Tenho ordens do rei Alsalam para reunir o máximo de homens que

puder, onde quer que os encontre, e atacar o Seanchan o mais forte
que puder." - Respiração profunda. Ali ele corria outro risco, e
Alsalam poderia ter sua cabeça decepada, a menos que os dados
estivessem a seu favor. Eu ofereço uma trégua. Eu prometo em
nome do rei não fazer nenhum movimento hostil contra você
enquanto o seanchan for uma ameaça para Arad Doman, se você
por sua vez
você promete o mesmo e luta ao meu lado contra eles até que sejam
repelidos.
A resposta foi um silêncio atordoado. Rajabi, com seu pescoço de

touro, foi deixado inteiro. Wakeda mordeu o lábio como uma
garotinha assustada.
"Eles podem ser recusados, Lorde Iuralde?" Lord Shimron

murmurou. Eu enfrentei suas... Aes Sedai acorrentadas em Almoth
Plain, assim como você.
Botas chiaram no chão enquanto os homens se arrastavam,

colocando seu peso ora em um pé, ora no outro. Nenhum deles
gostava de pensar que estavam indefesos contra um inimigo, mas já
tinha estado bastante com Iturade e Shimron nos estágios iniciais
daquele confronto para saber como era aquele inimigo.
"Eles podem ser recusados, Lorde Shimron", respondeu Iuralde,
"mesmo com suas... pequenas surpresas." Uma maneira estranha de

descrever a terra explodindo sob os pés, e batedores montando o
que parecia ser Shadowspawn, mas ele não precisava apenas
parecer confiante, ele tinha que agir e falar de acordo. Além disso,
quando você sabe o que o inimigo pode fazer, você se adapta. Isso
tinha sido uma parte essencial da arte da guerra antes que o
seanchan surgisse. A escuridão reduzia a vantagem do seanchan,
assim como as tempestades, e um rabdomante sempre sabia
quando um estava chegando. Um homem sensato para de mordiscar
quando chega ao osso — continuou; mas, até agora, os seanchan
cortaram a carne em fatias finas antes de colocá-la na boca.
Pretendo dar-lhes uma perna dura para que possam morder.
Além do mais, eu tenho um plano para eles morderem tão rápido que
eles quebram os dentes no osso antes de rasgarem um bocado de
carne.
Nós vamos. Eu dei minha palavra. Você vai fazer isso?

Ele teve dificuldade em não prender a respiração. Todos os homens
pareciam absortos em si mesmos. Eu podia vê-los ruminando. O
Lobo tinha um plano. O seanchan havia acorrentado Aes Sedai e
eram bestas voadoras e só a Luz sabia o que mais.
Mas o Lobo tinha um plano. eles os queimam O lobo.
"Se há um homem que pode derrotá-los, é você, Lorde Ituralde",

disse Shimron finalmente. dou minha palavra.
-E eu! Rajabi gritou. Vamos levá-los de volta através do oceano para

onde eles vieram!
Surpreendentemente, Wakeda gritou sua aceitação com igual

entusiasmo, e então houve um rugido de vozes gritando que eles
prometeriam ao rei, que esmagariam o seanchan, e alguns até
proclamaram que seguiriam o Lobo até o Poço de Ruína.
Tudo muito gratificante, mas Iuralde tinha ido lá para outra coisa.
"Se você espera que lutemos por Arad Doman", uma voz se elevou
acima das outras, "então pergunte-nos!"
Os homens que se comprometeram dando sua palavra baixaram a

voz para murmúrios raivosos e começaram a murmurar maldições
baixinho.
Iuralde escondeu sua satisfação por trás de uma expressão afável e

virou-se para o orador do lado oposto da sala. O homem de Tarabon
era magro, com um nariz aquilino que fazia o véu parecer uma tenda.
Ainda assim, seus olhos eram duros e perspicazes.
Alguns dos taraboneses franziram a testa, como se estivessem

aborrecidos por ele ter falado; de modo que, aparentemente, eles
também não tinham um líder, como foi o caso do
domani. O importante, porém, era que ele havia falado. Iuralde
esperava obter a resposta dos juramentos feitos, mas eles não eram
necessários para seu plano. Os dos Taraboneses sim.
Pelo menos com eles as chances de funcionar eram cem vezes

maiores. Ele deu ao homem um aceno cortês.
— Ofereço-lhe a chance de lutar por Tarabon, meu estimado senhor.

Os Aiel estão causando alguma confusão na planície; refugiados
comentaram sobre isso. Diga-me, uma pequena companhia de seus
homens, uma centena ou mais, poderia atravessar a planície
aproveitando essa desordem e entrar em Tarabon, se suas
armaduras fossem listradas como as usadas por aqueles que lutam
pelo seanchan?
Seria impossível para o rosto do Taraboner se contrair, mas isso

aconteceu, e então foi a vez dos homens daquele lado da sala
xingarem baixinho e murmurarem com raiva. Chegaram notícias
suficientes ao norte para saber que um novo rei e panarca havia sido
colocado em tronos pelo seanchan e jurado fidelidade a uma
imperatriz do outro lado do oceano Arician. Era lógico que eles não
gostassem de ser lembrados de quantos de seus compatriotas
estavam lutando por aquela imperatriz. A maioria dos Seanchan
presentes na Planície Almoth eram Taraboneses.
"E o que uma pequena empresa poderia fazer?" o homem magro

grunhiu.
"Muito pouco", respondeu Iuralde. Mas e se houvesse cinquenta

dessas empresas? Ou cem? "Esses Taraboneses poderiam ter, no
total, esse número de homens." E se todos atacassem no mesmo
dia, em toda Tarabon? Eu mesmo cavalgaria com eles, então
como todos os meus homens que poderiam receber armaduras de
Tarabon. Então você saberia que isso não é simplesmente uma
estratégia para tirá-lo do caminho.
Atrás dele, o Domani começou a protestar em voz alta.
Wakeda - quem diria! - o máximo.
O plano do Lobo era bom, mas eles o queriam no comando. A

maioria dos taraboneses começou a discutir entre si se tantos
homens poderiam atravessar a planície sem serem detectados,
mesmo que o fizessem em grupos tão pequenos, sobre o uso dessas
pequenas empresas, sobre se estariam dispostas a usar armaduras
marcadas com as franjas sechan. Os taraboneses discutiam tão
facilmente quanto os saldeus e com o mesmo calor. Não o homem
de nariz adunco.
Ele segurou o olhar de Iuralde com firmeza, e então deu um leve

aceno de concordância com a cabeça. Era difícil dizer com aquele
bigode grosso, mas Iuralde parecia que ele estava sorrindo.
A tensão que mantinha seus ombros apertados desapareceu.
O cara não teria concordado enquanto os outros discutiam se não

tivesse mais autoridade do que as aparências sugeriam. Os outros
iriam, ele estava convencido. Eles cavalgariam para o sul com ele
até o coração do que os Seanchan consideravam deles, e os
atingiriam em cheio no rosto. Os taraboneses iriam querer ficar
depois, naturalmente, e continuar a luta em sua própria pátria. Era o
mínimo que podia esperar. O que deixaria ele e os poucos milhares
de homens que poderia trazer com ele na posição de serem caçados
e perseguidos de volta ao norte através da planície de Almoth.
Perseguidos e perseguidos com ferocidade, se a Luz quisesse.
Ele sorriu de volta para o Taraboner, se fosse um sorriso.
Com alguma sorte, os generais enfurecidos não perceberiam para

onde ele os estava levando até que fosse tarde demais. E
se eles o notassem... Bem, ele tinha outro plano na reserva.
Elmon Valda apertou mais a capa enquanto caminhava pela neve

entre as árvores. Frio e regular, o vento sussurrava através dos
galhos cobertos de neve, um som enganoso baixo na luz úmida e
cinzenta. Atravessou a grossa lã branca como uma gaze e o
congelou até o núcleo. O acampamento que se estendia na floresta
ao redor deles mergulhou em profundo silêncio. O
exercício proporcionou um pouco de calor, mas na situação atual os

homens se amontoavam, a menos que fossem forçados a se mover.
Ele parou e torceu o nariz ao sentir um fedor repentino, um fedor de

vinte montes de esterco cheios de larvas tão repulsivo que faria você
engasgar.
Mas, em vez disso, seu rosto ficou sombrio. O acampamento não

tinha a precisão que ele gostava. As barracas ficavam em grupos
aleatórios, onde os galhos cresciam mais grossos, e com os cavalos
amarrados nas proximidades, em vez de enfileirados, como deveriam
ter sido. Era o tipo de desleixo que levava à sujeira. Se deixados sem
supervisão, os homens enterravam o esterco de cavalo sob algumas
pás de terra para acabar com ele rapidamente e cavavam latrinas
onde não teriam que andar muito no frio. Qualquer um de seus
oficiais que permitisse tal coisa deixaria de ser um oficial e
aprenderia diretamente a usar uma pá.
Ele estava olhando ao redor do acampamento para encontrar a fonte
do fedor quando de repente o fedor desapareceu. Não que o vento
tenha mudado; o cheiro simplesmente sumiu. O choque durou
apenas um instante, e ele continuou andando com uma carranca
ainda mais pronunciada. A praga tinha vindo de algum lugar.
Ele iria descobrir quem pensasse que a disciplina tinha sido relaxada
e dar-lhes uma punição exemplar.
A disciplina tinha que ser rigorosa, agora mais do que nunca.
Na beira da ampla clareira ele parou novamente. A cobertura de

neve apresentava uma aparência lisa e intocada, embora o
acampamento, escondido pelas árvores, se estendesse por todo o
espaço aberto. Sem deixar a cobertura da folhagem, ele
esquadrinhou o céu. Nuvens cinzentas corriam por ela, bloqueando o
sol do meio-dia. Um movimento fugaz a fez recuperar o fôlego antes
de perceber que era apenas um pássaro, um pequeno pacote
marrom, cauteloso com os falcões, voando baixo. Ele soltou uma
risada ressentida.
Fazia pouco mais de um mês desde que o maldito seanchan engoliu

Amador e a Fortaleza da Luz em uma mordida, mas ele aprendeu a
desenvolver novos instintos. Homens inteligentes aprenderam,
enquanto os tolos...
Ailron tinha sido um tolo, apaixonado por velhas histórias de glória

embelezadas e aprimoradas ao longo do tempo e pela nova
esperança de poder verdadeiro para sua coroa. Ele se recusou a ver
a realidade diante de seus olhos, e o resultado foi o Desastre de
Ailron. Valda a ouvira chamar de Batalha de Jeramel, mas apenas de
alguns poucos nobres que conseguiram escapar, atordoados como
bois estupefatos por um golpe na nuca, mas ainda tentando
mecanicamente.
minimizar os eventos. Ele se perguntou como Ailron havia chamado
aquilo quando as bruxas Seanchan domesticadas começaram a
fazer trapos ensanguentados de suas fileiras organizadas. Ele ainda
via isso em sua mente, a terra se transformando em fontes de fogo.
Ela continuou a vê-lo em seus sonhos. Bem, Ailron estava morto, sua
vida interrompida enquanto tentava fugir do campo de batalha e sua
cabeça exposta em uma lança tarabonese. Uma morte adequada
para um tolo. Ele, por outro lado, tinha mais de nove mil Crianças
agrupadas. Um homem com visão das coisas poderia tirar muito
disso em tempos como os que correm hoje.
Na extremidade da clareira, logo além da linha das árvores, havia um

barraco tosco, com os buracos entre as pedras cheios de tufos de
grama marrom que outrora pertenceram a um cisquero e consistia
em um único quarto. Tudo indicava que o homem havia deixado o
local há muito tempo; o telhado de palha estava meio desmoronado
e o que quer que cobrisse as janelas estreitas havia desaparecido,
substituído agora por cobertores escuros. Havia dois guardas
postados na porta mal ajustada, sujeitos corpulentos com emblemas
de cajado vermelho-sangue atrás do Sol Flamejante em suas capas.
Eles envolveram seus braços ao redor de seus corpos e bateram
seus pés contra o frio. Nenhum deles teria empunhado a espada a
tempo de ser de alguma utilidade para eles se Valda fosse um
inimigo. Os interrogadores gostavam de trabalhar dentro de casa.
Eles assistiram sua chegada com rostos de pedra e fizeram uma

saudação apática. Para eles, quem não usasse o cajado de pastor
não merecia mais, ainda que fosse o capitão-general das Crianças.
Um abriu a boca como se perguntasse o motivo de sua visita, mas
Valda se colocou entre eles e abriu a porta.
porta áspera. Pelo menos eles não tentaram impedi-lo. Se tivesse,
teria matado os dois.
Ao ouvi-lo entrar, Asunawa ergueu os olhos da mesa torta onde

estava lendo um pequeno livro. Uma de suas mãos ossudas estava
fechada em torno de uma caneca de estanho de onde emanava o
aroma de especiarias. A cadeira de espaldar, o único móvel da sala
além da mesa, parecia frágil, mas alguém a havia reforçado com
laços de couro cru.
Valda apertou os lábios para não sorrir. O Alto Inquisidor da Mão da

Luz exigia um telhado de verdade, não uma tenda, mesmo que fosse
de palha e exigisse alguns remendos, além de vinho quente, quando
ninguém provava vinho de qualquer tipo há uma semana. Mesmo
fogos de cozinha foram proibidos desde antes do Desastre para
evitar que a fumaça revelasse sua posição. Embora a maioria dos
Filhos desprezasse os interrogadores, eles tinham Asunawa com um
olhar estranho, como se os cabelos grisalhos e o rosto esquelético
de um mártir fizessem dele o epítome de todos os ideais dos Filhos
da Luz. Foi uma surpresa para Valda quando ela descobriu; ele
duvidava que o próprio Asunawa soubesse. De qualquer forma,
havia interrogadores suficientes para causar problemas. Nada que
ele não pudesse lidar, mas era melhor evitar esse tipo de conflito. No
momento.
"Está quase na hora," ele disse enquanto fechava a porta atrás dele.
Você está preparado?
Asunawa não fez nenhum movimento para se levantar ou pegar o

manto branco dobrado na mesa ao lado dela. Não havia Sol
Flamejante nele, apenas o cajado vermelho-sangue. Em vez disso,
ele cruzou as mãos sobre o livro, cobrindo as páginas. Valda pensou
que era de o caminho do
Luz ,
Manto. Leitura rara para o Alto Inquisidor, mais adequada para novos
recrutas; os que não sabiam foram ensinados a ler para que
pudessem estudar as palavras de Mantelar.
— Chegaram-me informações sobre a presença de um exército

andoriano em Murandy, meu filho. Talvez no interior do país.
"Murandy está muito longe daqui", comentou Valda, como se não

tivesse reconhecido um velho tema de debate que estava
recomeçando. Um debate que Asunawa muitas vezes parecia
esquecer que já havia perdido. Mas o que alguns andorranos
estavam fazendo em Murandy? Se havia alguma verdade nos
relatórios; muitos não passavam de fantasias de viajantes envoltas
em mentiras. Andor. O mero nome era como um espinho na memória
de Valda. Morgase estava morta, ou então ela era a serva de algum
seanchan. Seanchan não respeitava outros títulos além dos seus.
Morta ou serva, ela estava fora de seu alcance e, mais importante,
seus planos para Andor desmoronaram. Galadedrid deixou de ser
uma alavanca útil para apenas mais um jovem oficial, extremamente
popular entre os soldados comuns. Bons oficiais nunca foram
populares. Mas Valda era um homem pragmático. O passado era
passado. Os planos para Andor foram substituídos por outros.
— Não tão longe se formos para o leste através de Altara ao norte,

meu filho. O seanchan não pode ter se espalhado para longe de
Ebou Dar ainda.
Valda estendeu as mãos para aproveitar o calor diminuído que

irradiava do fogo da lareira e suspirou. Eles se espalharam como
uma praga em Tarabon e aqui em Amadicia.
Por que aquele homem achava que Altara era diferente?

"Esquecer as bruxas em Altara?" Devo lembrá-lo disso com seu
próprio exército? A menos que já estejam em Murandy, agora. —
Essa informação, aquela sobre as bruxas a todo vapor, eu acreditei.
Apesar de si mesmo, ele levantou a voz. Talvez aquele suposto
exército andoriano de que lhe falaram seja o das bruxas! Eles deram
Caemlyn para al'Thor, não se esqueça!
E Illian, e a metade oriental! Você realmente acredita que as bruxas

estão divididas? Voce acredita nisso? Ele respirou lenta e
profundamente para se acalmar. Ou tente. Cada uma das histórias
do leste era pior que a anterior.
Uma rajada de ar soprou pela chaminé, enviando faíscas para a sala,

fazendo-o recuar com uma maldição. Maldito barraco de camponês!
Até a chaminé foi mal construída!
Asunawa fechou o livro abruptamente entre as palmas das mãos.
Suas mãos estavam entrelaçadas como se estivesse rezando, mas

seus olhos fundos pareciam subitamente mais quentes do que as
brasas do fogo.
"Eu acho que as bruxas deveriam ser destruídas!" É isso que eu

penso!
"Eu ficaria contente em saber como o seanchan os doma." "Com

bruxas suficientes domadas, ele poderia expulsar al'Thor de Andor,
de Illian, e de qualquer outro lugar onde ele pudesse ter residido
como a própria Sombra."
Superaria o próprio Hawkwing!
"Eles devem ser destruídos," Asunawa teimosamente reiterou.
"E nós com eles?" perguntou Valda.
Houve uma batida na porta, e em resposta ao curto 'entre' de

Asunawa, um dos guardas apareceu na porta, em posição de
sentido, e saudou com um punho em seu peitoral.
"Meu Senhor Alto Inquisidor, o Conselho dos Ungidos nos
encontramos aqui,” ele anunciou respeitosamente.
Valda esperou. O velho tolo ainda estava discutindo sobre a mesma
coisa enquanto os dez capitães sobreviventes esperavam do lado de
fora, montados e prontos para partir? O que foi feito foi feito. O que
tinha que ser feito.
"Se a Torre Branca cair, estou satisfeito," Asunawa finalmente

respondeu. Por agora. Eu vou participar dessa reunião.
"Então eu também estou satisfeito." Valda sorriu friamente.
Vou providenciar a queda de todas as bruxas juntas. "Claro que eu

tentaria." Eu sugiro que você tenha seu cavalo pronto. Temos um
longo caminho a percorrer antes que a noite caia. Se Asunawa o viu
ou não com ele era outra questão.
Gabrelle gostava de andar a cavalo pela floresta nevada com Logain

e Toveine. Ele sempre liderava o caminho, deixando-os segui-lo em
uma aparência de intimidade, desde que não ficassem muito para
trás. No entanto, as duas Aes Sedai raramente falavam mais do que
o absolutamente necessário, mesmo quando estavam realmente
sozinhas. Eles estavam longe de serem amigos.
Na verdade, Gabrelle muitas vezes desejava que Toveine pedisse

para ficar quando Logain propusesse uma dessas saídas.
Teria sido muito bom estar realmente sozinho.
Segurando as rédeas em uma mão e segurando o manto forrado de

pele de raposa com a outra, ela se permitiu sentir o frio, só um pouco
e só sentir a sensação revigorante que ele trazia. A cobertura de
neve não era profunda, mas o frio da manhã era intenso. Nuvens
cinzentas anunciavam mais neve, e logo. Um pássaro com grandes
asas voou acima. Talvez uma águia; pássaros não eram seu ponto
forte. Plantas e minerais pararam
enquanto os estudava, como com livros e manuscritos, embora estes
pudessem desmoronar entre os dedos se fossem muito antigos.
Ainda assim, ele mal conseguia distinguir o pássaro tão alto, mas
uma águia se encaixava na paisagem. Ao redor havia terra
arborizada e moitas densas cresciam entre as árvores que estavam
mais distantes. Grandes carvalhos, pinheiros e abetos altíssimos
haviam matado a maior parte da vegetação rasteira, embora aqui e
ali os densos remanescentes marrons de uma trepadeira resistente,
esperando a primavera ainda distante, se agarrassem a uma rocha
ou saliência baixa de pedra cinzenta.
Ela guardou cuidadosamente na memória, como no exercício de uma

noviça, aquela paisagem fria e solitária.
Sem mais ninguém à vista, exceto seus dois companheiros, ele

quase podia imaginar que estava em outro lugar além da Torre
Negra. Agora esse nome horrível veio facilmente à mente.
Algo tão real quanto a Torre Branca, e não mais "o assim chamado"
para quem olhava para os grandes edifícios de pedra do quartel,
onde centenas de homens estavam alojados em treinamento, e as
pessoas ali cresciam ao seu redor. Ele estava morando nesta cidade
por quase duas semanas, e ainda havia partes da Torre Negra que
ele não tinha visto. Seu complexo se estendia por quilômetros,
cercado pelo início de uma parede de pedra negra. Ainda assim, ela
quase poderia esquecê-lo aqui na floresta.
Quase. Exceto pelo conjunto de sensações e emoções – a essência

de Logain Ablar – que estava sempre presente em algum canto de
sua mente como uma consciência constante de cautela controlada,
de músculos sempre à beira da tensão. Um lobo à espreita pode se
sentir assim, ou talvez um leão. A cabeça do homem continuou se
movendo; mesmo ali ele observava os arredores como se esperasse
um ataque.
Ela nunca tivera um Guardião — para os Browns eles eram uma
extravagância inútil; um servo podia fazer qualquer coisa que
precisasse —
e era uma sensação estranha fazer parte de um vínculo, mas ainda

mais estar do lado errado, por assim dizer. Pior do que do lado
errado: esse elo exigia que ele obedecesse e estava cheio de
proibições. Então não era realmente o mesmo que se relacionar com
um Guardião. As irmãs não forçaram os Guardiões a obedecer. Bem,
não frequentemente. E as irmãs não amarravam os homens à força
há séculos. Ainda assim, forneceu-lhe um assunto fascinante para
estudo. Ele havia trabalhado na interpretação do que sentia.
Às vezes, ele quase podia ler a mente de Logain. Outras vezes era
como tatear em um poço de mina sem uma lanterna.
Supôs que também tentaria estudar a situação se tivesse o pescoço

estendido na costeleta do carrasco. O que, em um sentido muito real,
era o que havia de errado com ele. Ele podia senti-los tão bem
quanto vice-versa.
Ele não deve esquecer isso. Algum Asha'man poderia pensar que as
Aes Sedai haviam se resignado ao cativeiro, mas apenas um tolo
acreditaria que cinqüenta e uma irmãs presas à força aceitariam a
situação em sua totalidade, e Logain não era tolo.
Além disso, ele sabia que eles haviam sido enviados para destruir a
Torre Negra. Mas se ele suspeitasse que eles ainda estavam
tentando encontrar uma maneira de acabar com a ameaça de
centenas de homens capazes de canalizar... Luz, presos como
estavam pelo vínculo, um simples comando poderia detê-los em
suas trilhas! "Você não fará nada para prejudicar a Torre Negra." Ele
não entendia por que aquela ordem não havia sido dada, mesmo que
apenas por precaução. Eles tinham que fazer isso. Se eles
falhassem, o mundo estaria condenado.
Logain virou-se em sua cadeira, uma figura imponente de ombros
largos envolta em uma jaqueta perfeitamente ajustada, preta como
breu, sem um único toque de cor exceto pela Espada de Prata e o
Dragão esmaltado preso às pontas em seu pescoço.
Sua capa preta foi jogada para trás, como se recusasse a deixar o
frio tocá-lo. Talvez fosse assim; esses homens pareciam acreditar
que tinham que lutar contra tudo, o tempo todo. Logain sorriu para
ela – de forma tranqüilizadora? – e Gabrelle piscou.
Ele transmitiu muita ansiedade através do vínculo? Era uma dança

tão delicada tentar controlar as emoções, oferecer as reações certas.
Era quase como passar no teste do xale, onde cada trama tinha que
ser feita exatamente de uma maneira, sem a menor hesitação,
apesar de qualquer tipo de preconceito, distração, apenas essa
provação continuou e continuou.
O homem voltou sua atenção para Toveine, e Gabrelle soltou um

suspiro suave. Então, não tinha sido nada mais do que um sorriso.
Um gesto amigável. Ele era muitas vezes bom. Teria sido fofo se
fosse algo diferente do que era.
Toveine sorriu de volta, e Gabrelle teve que fazer um esforço para

não balançar a cabeça em surpresa, e não pela primeira vez.
Abaixando um pouco o capuz, como que para afastar o frio, para
esconder o rosto enquanto lhe dava um campo de visão para espiar,
ela observava disfarçadamente a irmã Ruiva.
Tudo o que ela sabia sobre a outra mulher indicava que ela mantinha
seu ódio na superfície, se é que o mantinha, e Toveine detestava
homens que canalizavam tão profundamente quanto qualquer Red
Gabrelle conhecia.
Qualquer Vermelho desprezaria Logain Ablar depois das alegações

que ele fez de que o Ajah Vermelho o tinha.
tinha empurrado para se tornar um dragão falso. Embora ele não
falasse mais sobre isso, o estrago estava feito. Havia irmãs cativas
que olhavam para as Vermelhas como se acreditassem que elas,
pelo menos, haviam caído em uma armadilha pela qual eram
responsáveis. E, no entanto, Tovaine sorria para ele quase como
uma garotinha boba! Gabrelle mordeu o lábio inferior com
perplexidade. Sim, Desandre e Lemai tinham ordenado que todos
tentassem manter uma relação cordial com o Asha'man que tinha
seus laços — os homens tinham que confiar uns nos outros antes
que pudessem fazer qualquer coisa útil; mas, embora Tovaine
tivesse admitido que tinha que ser assim, ela se irritava abertamente
a cada comando de qualquer das irmãs.
Ele odiava abrir mão do comando para eles e poderia ter recusado
se a própria Lemai não fosse também Vermelha. Ele também odiava
o fato de ninguém reconhecer sua autoridade depois que ele os
levou ao cativeiro. E, no entanto, foi quando ele começou a sorrir
para Logain.
E pensando bem, como Logain, estando unido a ela pelo vínculo,

interpretaria aquele sorriso como algo além de engano? Gabrelle
também cutucou esse núcleo de vez em quando sem desamarrá-lo
remotamente. Ele sabia muito sobre Toveine, embora conhecê-la
Ajah fosse o suficiente. Ainda assim, Gabrelle sentiu tão pouca
desconfiança no homem quando olhou para a Irmã Vermelha quanto
quando olhou para ela. Isso não significava que Logain não fosse
cauteloso; ele desconfiava de todos, aparentemente. Mas ele era
menos cauteloso com qualquer irmã do que com algum Asha'man.
Isso também não fazia sentido.
Ele não é estúpido, lembrou a si mesmo. Então porque? E
também por que a atitude de Tovaine? o que será

tramando?
De repente, Red deu a ela aquele sorriso aparentemente afetuoso e

falou como se Gabrelle tivesse feito uma de suas perguntas em voz
alta.
"Com você por perto, é quase como se eu não existisse." Você o fez
seu prisioneiro, irmã.
Pego de surpresa, Gabrelle corou apesar de si mesma. Toveine

nunca conversou, e dizer que desaprovava a situação de Gabrelle
com Logain era um eufemismo. Seduzi-lo parecia a maneira mais
óbvia de se aproximar dele o suficiente para descobrir seus planos,
suas fraquezas... Afinal, mesmo ele sendo um Asha'man, ela era Aes
Sedai muito antes de ele nascer, e estava longe disso, ser inocente
em relação aos homens. Logain ficou tão chocado quando percebeu
o que ela estava fazendo que quase pareceu a Gabrelle que ele era
o inocente. Que tonta. Domani acabou escondendo muitas surpresas
e algumas armadilhas, a pior de todas que nunca poderia revelar a
ninguém. Algo que, no entanto, temia-se que Toveine soubesse, pelo
menos em parte. Mas então qualquer irmã que seguiu seu exemplo
deve ter sabido também.
Nenhum deles havia falado sobre o problema ou acreditava que o

fariam, é claro. Logain podia mascarar o vínculo — de uma maneira
grosseira que ele achava que ainda lhe permitia encontrá-lo, não
importa o quanto escondesse suas emoções —, mas às vezes,
quando compartilhavam um travesseiro, o homem deixava cair a
máscara.
No mínimo, os resultados foram... devastadores. Então não houve

nenhuma medida calma, nenhum estudo frio. Nem mesmo uma
pitada de razão.
Ele rapidamente chamou a imagem da paisagem nevada novamente

e concentrou sua mente nela. Árvores, pedregulhos e neve branca e
lisa. Neve lisa e fria.
Logain não virou a cabeça para olhar para ela ou deu qualquer sinal
de ter sentido alguma coisa, mas o vínculo disse a ela que ele estava
ciente de sua perda momentânea de controle. O homem
transbordava de presunção! E satisfação!
Ele mal conteve sua raiva. Mas ele esperaria que ela ficasse furiosa,
mesmo que a Luz o derrubasse! Ele tinha que saber como ela se
sentia sobre ele. Ainda assim, o cara deve ter achado hilário que ela
se deixasse levar por sua raiva, a julgar por sua alegria
transbordante! E ele nem tentou esconder isso!
Gabrelle notou o sorriso de Toveine, mas ela teve apenas um

momento para se perguntar por quê.
Eles haviam passado a manhã sozinhos, mas então outro cavaleiro

apareceu por entre as árvores, um homem de preto, sem capa, que
virou o cavalo na direção deles ao vê-los e cravou os calcanhares
nos flancos do animal para fazê-lo acelerar o passo. apesar do fato
de que eles estavam andando. De neve.
Logain, a calma personificada, freou seu cavalo para esperar, mas

Gabrelle ficou tensa quando ela parou sua montaria ao lado dele. As
sensações transmitidas pelo vínculo haviam mudado.
Agora eram os de um lobo agachado e pronto para atacar a qualquer

momento. Ele teria esperado ver suas mãos no punho de sua
espada, em vez de repousar sobre o punho de sua sela.
O recém-chegado era quase tão alto quanto Logain, com cabelos

loiros ondulados caindo sobre seus ombros largos, e ele tinha um
sorriso encantador. Gabrelle suspeitava que o cara sabia que ela era
charmosa; ele era bonito demais para não saber, muito mais bonito
do que Logain, cujo semblante havia sido endurecido e aguçado
pelas forjas da vida. A do jovem ainda estava mole.
Em suma, a Espada e o Dragão adornavam o pescoço de seu

Jaqueta. Ela olhou para as duas irmãs com um brilho nos olhos
azuis.
"Você está dormindo com os dois, Logain?" ele perguntou em sua

voz profunda. O rechonchudo tem uma aparência fria, mas o outro
parece bem quente.
Toveine soltou um silvo irritado, e Gabrelle cerrou os dentes. Ela não

tinha sido particularmente cuidadosa em esconder o que estava
fazendo – ela não era uma Cairhienin para esconder em particular o
que a envergonhava em público – mas isso não significava que
piadas fossem feitas sobre isso. Pior ainda, o cara falava como se
fossem prostitutas de taverna seminuas!
"Eu não quero ouvir você dizer isso de novo, Mishraile," ele avisou.
Faça login em um tom calmo.
Gabrelle percebeu que o link havia mudado novamente. Agora

estava frio; Tanto que a neve parecia quente em comparação.
Quanto a um túmulo parecer quente. Ela já tinha ouvido esse nome
antes, Atal Mishraile, e sentiu a desconfiança de Logain quando ele
disse isso — muito mais do que ele mostrou para Toveine ou ela —
mas agora era uma sensação de matar.
Ele quase quis rir. O homem a mantinha prisioneira e estava disposto

a agir com violência para defender sua reputação? Sim, por um lado
deu vontade de rir, mas ao mesmo tempo percebeu o detalhe.
Mesmo o menor pedaço de informação poderia ser útil para ele. O
menino não deu nenhum sinal de ter ouvido a ameaça. Seu sorriso
não mudou nem um pouco.
"O M'Hael diz que você pode ir se quiser." Não entendo por que você
quer lidar com recrutamento.
"Alguém tem que fazer isso", disse Logain com indiferença.

Gabrelle trocou um olhar intrigado com Toveine. Por que a Logain
queria lidar com o recrutamento?
Eles tinham visto grupos de Asha'man retornando dessa tarefa, e

sempre chegavam cansados de viajar longas distâncias e também
sujos e irritados. Aparentemente, os homens que anunciavam o
Dragão com grande alarde nem sempre eram bem recebidos,
mesmo antes de as pessoas saberem o que realmente estavam
procurando. E por que ela e Toveine não sabiam nada sobre isso até
agora? Gabrelle poderia jurar que Logain contou tudo a ela quando
eles se deitaram juntos.
“Há muitos Dedicados e soldados para fazer esse tipo de trabalho.

Mishraile deu de ombros. Claro que também entendo que te
aborrece ocupar-se o tempo todo com o treinamento.
Quero dizer, ensinar tolos a se esgueirar pela floresta e escalar

penhascos como se não tivessem a menor ideia. Mesmo uma cidade
decadente deve parecer mais interessante. Seu sorriso mudou para
um que era presunçoso, desdenhoso e nada encantador. Talvez se
você perguntar ao M'Hael, ele o deixará participar de suas aulas no
palácio. Então você não ficaria entediado, é claro.
O rosto de Logain não mudou de expressão, mas Gabrelle sentiu um

lampejo de raiva através do vínculo.
Ela tinha ouvido algumas fofocas sobre as aulas particulares de

Mazrim Taim, mas tudo o que as irmãs realmente sabiam era que
Logain e seus comparsas não confiavam em Taim ou em qualquer
um que frequentava essas aulas, e Taim não parecia confiar
também. Infelizmente, o que as irmãs aprenderam sobre essas aulas
era muito limitado; nenhum deles estava ligado a um homem da
facção de Taim. Alguns pensaram que a desconfiança se devia ao
fato de ambos os homens terem afirmado ser o Dragão Renascido,
ou mesmo
que era um sinal da demência à espreita. Gabrelle não havia
detectado nenhuma evidência de loucura em Logain, e ela estava tão
vigilante para qualquer sinal disso quanto para qualquer indício de
que o homem iria canalizar. Se ela ainda estava apegada a ele
quando perdeu a cabeça, isso poderia afetá-la também. No entanto,
o que quer que tenha causado a rixa entre os Asha'man teve que ser
explorado.
O sorriso de Mishraile foi simplesmente apagado pelo olhar que

Logain deu a ele.
"Aproveite suas pequenas cidades", ele finalmente disse enquanto

virava seu cavalo. O clique agudo do calcanhar fez o animal voar
enquanto ele acrescentava em voz alta: “A glória espera por alguns
de nós, Logain.
"Ele pode não desfrutar de seu dragão por muito tempo,"
Logain resmungou, mantendo um olho no outro homem enquanto ele

galopava. Fale mais sobre a conta.
Gabrelle não achou que ela quis dizer seu comentário sobre ela e
Toveine, mas o que mais poderia ser? E por que ele estava de
repente preocupado? Ele escondeu muito bem, especialmente
considerando o vínculo, mas ele estava. Leve, às vezes parecia que
saber o que se passava na cabeça do homem confundia ainda mais
as coisas!
Inesperadamente, Logain voltou seu olhar para os dois com uma

expressão questionadora. Um novo tópico de preocupação deslizou
pelo link. Em direção a eles? Ou - uma ideia estranha -
por eles?
"Receio que teremos que interromper nossa caminhada", disse ele

depois de um momento. Eu tenho que cuidar de certos preparativos.
Ele não colocou sua montaria em um galope, mas deu um passo

mais rápido de volta para a cidade do que quando eles partiram.
ele. Ele estava focado em algo, absorto em pensamentos, Gabrelle
adivinhou. O link praticamente zumbiu. Ele deve ter montado apenas
por instinto.
Eles não tinham ido muito longe quando Toveine puxou seu cavalo
para perto do de Gabrelle. Ela se inclinou para frente em sua cadeira
para fixar a outra mulher com um olhar intenso enquanto olhava
rapidamente para Logain, como se temesse que o homem se virasse
e os pegasse conversando. Ele nunca parecia prestar atenção ao
que o link transmitia a ele. O esforço dividido em ambas as coisas a
fez cambalear na cadeira, com o perigo de sofrer uma queda.
"Nós temos que ir com ele," o Vermelho sussurrou. Custe o que

custar, você tem que conseguir. Vendo as sobrancelhas de Gabrelle
se erguerem, Toveine pelo menos teve a graça de corar, mas isso
não a impediu de insistir. Não podemos nos dar ao luxo de ser
deixados para trás”, ele apressou-se a acrescentar.
Aquele homem não desistiu de suas ambições quando veio aqui.
Seja qual for o mal que ele planeje, não podemos fazer nada se não
estivermos com ele quando ele tentar realizá-lo.
"Eu posso ver o que está bem debaixo do meu nariz,"
Gabrelle respondeu secamente, aliviada quando Toveine apenas

assentiu e ficou em silêncio.
Gabrelle mal conseguia controlar o medo que estava começando a

invadi-la. Tovaine nunca pensou sobre o que ele deve perceber
através do vínculo? Algo que sempre esteve presente na conexão
com Logain — determinação — agora parecia afiado e duro como
uma faca. Ele pensou que sabia o que significava desta vez, e saber
disso deixou sua boca seca.
Contra quem ela não conhecia, mas estava convencida de que

Logain Ablar estava cavalgando para a guerra.
Yukiri descia lentamente por um dos amplos corredores que
entravam na Torre Branca descrevendo uma espiral; ele se sentia tão
irascível quanto um gato faminto. Ela quase não conseguia ouvir o
que a irmã que caminhava ao lado dela estava dizendo. A luz da
manhã ainda estava fraca, abafada pela neve pesada que caía em
Tar Valon, e os andares intermediários da Torre estavam tão frios
quanto o inverno de Borderlands.
Bem, talvez nem tanto, ele admitiu depois de um momento.
Fazia anos desde que ele viajou tão ao norte, e a memória ampliou o
que não reduziu. Esta foi a razão pela qual os dados escritos eram
tão importantes. Exceto quando você não ousava colocar nada por
escrito. Ainda assim, o frio era intenso. Apesar da engenhosidade e
habilidade dos construtores, o calor das grandes caldeiras do porão
nunca atingiu essa altura. As correntes agitavam as chamas dos
candeeiros de pé dourados, e algumas rajadas eram fortes o
suficiente para agitar as pesadas tapeçarias espalhadas pelas
paredes brancas, retratando flores primaveris, florestas, pássaros e
animais exóticos, alternando com cenas dos triunfos da Torre que
nunca ser exibido nas áreas públicas abaixo. Seus próprios
aposentos, com suas lareiras acesas, teriam sido muito mais
acolhedores em outros dias.
Notícias do mundo exterior fervilhavam em sua cabeça, apesar de

seus esforços para evitá-las. Ou melhor, mais frequentemente, a falta
de notícias. O que os agentes de Altara e Arad Doman estavam
relatando era tudo confusão, e os poucos relatórios que chegavam
de Tarabon eram alarmantes.
Rumores colocaram os líderes das Borderlands em qualquer lugar

entre The Blight e
Amadicia, passando por Andor, e nos Ermos de Aiel; o único fato
confirmado era que nenhum deles estava onde deveria estar:
guardando a fronteira de La Llaga.
Os Aiel estavam por toda parte e finalmente fora do controle de

al'Thor, ao que parecia, se eles alguma vez estiveram sob seu
controle. As últimas notícias de Murandy a fizeram querer ranger os
dentes e chorar ao mesmo tempo, enquanto em Cairhien... Irmãs por
todo o Palácio do Sol, algumas suspeitas de serem rebeldes e
nenhuma de ser leal, e ainda nenhuma palavra de Coiren e sua
embaixada desde que deixaram a cidade, embora devessem ter
retornado a Tar Valon há muito tempo. E se isso não bastasse, o
próprio al'Thor havia desaparecido como uma bolha de sabão
novamente.
Era verdade o que se dizia que ele havia destruído pela metade o
Palácio do Sol? Light, aquele homem ainda não podia enlouquecer!
Ou talvez a oferta estúpida de "proteção" de Elaida o tivesse
assustado a ponto de se esconder?
Alguma coisa o assustou? Ele a assustou. E também para o resto da

Antecâmara, por mais que quisessem fingir que não se importavam.
A única verdade era que qualquer uma dessas coisas era tão sem
importância quanto uma gota em uma tempestade de água. Saber
disso não melhorou nem um pouco seu humor. Preocupar-se em ser
preso em um mar de rosas, mesmo que os espinhos pudessem
eventualmente matar, era um luxo se você tivesse uma ponta de faca
presa em suas costelas.
"Toda vez que ela deixou a Torre nos últimos dez anos foi para cuidar
de seus próprios negócios, então não há relatórios recentes para
verificar", murmurou seu companheiro. É difícil descobrir exatamente
onde ele esteve e mantê-lo... discreto.
Com o cabelo loiro escuro preso em pentes de marfim, Meidani era
alta e esbelta o suficiente para parecer desequilibrada no busto, um
efeito ainda mais acentuado por seu corpete justo bordado em prata
velha e a postura curvada com que ela caminhava para aproximá-la.
ao ouvido de Yukiri. Seu xale estava puxado para baixo em torno de
seus pulsos, de modo que as longas franjas cinzentas se arrastavam
nos azulejos.
"Fique ereto," Yukiri rosnou baixinho. Não tenho ouvidos entupidos.
A outra mulher sentou-se abruptamente, um leve rubor manchando

suas bochechas. Agarrando o xale entre os antebraços, ela meio que
virou a cabeça para olhar para Leonin, seu Guardião, que os seguia
a uma distância discreta. Se mal ouviam o leve tilintar dos sinos de
prata presos às tranças negras do homem, ele não conseguia ouvir
nada do que falavam em tom moderado.
Leonin conhecia apenas o essencial — muito pouco, na verdade,

exceto que sua Aes Sedai queria certas coisas dele; isso era o
suficiente para um bom Guardião — e ele poderia causar problemas
se soubesse demais, mas eles também não precisavam sussurrar.
Quando as pessoas viam alguém sussurrar, elas queriam descobrir
qual segredo guardavam.
No entanto, o outro Gray não era a causa da irritação de Yukiri mais

do que o mundo exterior, mesmo que a mulher fosse um corvo com
penas de cisne. Bem, não a causa principal. Muito desagradável, um
rebelde fingindo lealdade.
Mas ela estava feliz por Saerin e Pevara a terem convencido a não
entregar Meidani e suas irmãs gralhas à lei da Torre. Agora suas
asas estavam cortadas e eram úteis. Para isso, eles poderiam obter
um certo grau de clemência quando enfrentassem a justiça. Claro,
quando o juramento que havia cortado o
asas para Meidani, a própria Yukiri pode se encontrar implorando por
misericórdia. Rebeldes ou não, o que ela e os outros fizeram com
Meidani e seus cúmplices era um crime tão punível quanto o
assassinato. Ou traição. Um juramento de obediência pessoal
- feito no próprio Bastão Juramentado e sob coação - chegou muito

perto da Compulsão, que era claramente proibida, pois não era
realmente determinada. Ainda assim, às vezes era preciso borrar o
gesso para tirar as vespas com a fumaça, e o Ajah Negro era um
ninho de vespas com ferrões venenosos. A lei se cumpriria com o
tempo - sem lei não havia nada -, mas o que ela tinha que se
preocupar era se sobreviveria à tarefa de descobrir o ninho de
vespas, em vez do castigo imposto pela lei.
Os cadáveres não precisam se preocupar com punições.
Ela fez um gesto curto para Meidani continuar, mas assim que a
outra mulher abriu a boca, três Browns viraram uma esquina de outro
corredor logo à frente deles, exibindo seus xales como se fossem
verdes. Yukiri conhecia Marris Thornhill e Doraise Mesianos de
dentro para fora, da mesma forma que Sitters conhecia irmãs de
outros Ajahs que passavam longos períodos na Torre, o que era
suficiente para identificar rostos com nomes e pouco mais.
Afável e absorta em seus estudos, ela os teria descrito se tivesse

sido pressionada por sua opinião. Elin Warrel tinha sido promovida
ao xale tão recentemente que ela ainda se curvava instintivamente.
No entanto, em vez de se curvar a uma babá, os três olharam para
Yukiri e Meidani como gatos olhariam para cães desconhecidos. Ou
talvez o contrário. Nem o menor indício de afabilidade naqueles
olhares.
"Posso lhe perguntar sobre um ponto da lei Arafelina, Colonizador?"
Meidani perguntou tão facilmente como se isso fosse realmente o

que ela pretendia dizer o tempo todo.
Yukiri assentiu, e Meidani começou a tagarelar sobre direitos de

pesca em rios ou lagos, uma escolha muito pouco inspirada. Um
magistrado pode pedir a uma Aes Sedai para ouvir um caso de
direitos de pesca, mas apenas para afirmar sua própria opinião se
pessoas poderosas estiverem envolvidas e ele estiver preocupado
com um apelo ao trono.
Um único Guardião seguiu os Browns - Yukiri não conseguia se

lembrar se era de Marris ou de Doraise - um cara atarracado, rosto
redondo e rosto duro com cabelos escuros amarrados no topo da
cabeça, que olhou para Leonin e as espadas que ele carregado nas
costas com uma desconfiança sem dúvida transmitida por sua Aes
Sedai. Os dois mais velhos passaram pelo corredor de cabeça
erguida, enquanto o recém-promovido os seguia ansioso para não
ficar para trás. O Guardião caminhava atrás deles irradiando a
atitude de um homem em um campo inimigo.
A hostilidade era muito comum nos dias de hoje.
As paredes invisíveis entre os Ajahs, outrora grossas o suficiente

para esconder os mistérios de cada Ajah, tornaram-se muralhas de
pedra com fosso; abismos profundos e largos. As irmãs nunca
deixavam a seção de Ajah sozinhas, muitas vezes levando seus
Guardiões até mesmo para a biblioteca e salas de jantar, e sempre
usavam seus xales como se alguém pudesse confundir sua Ajah se
não o fizessem. A própria Yukiri usava seu melhor, bordado com fios
prateados e dourados e com franjas tão compridas que chegavam
até os tornozelos, então ela supôs que ela também estava exibindo
um pouco de Ajah. e ultimamente
ele tinha começado a pensar que doze anos sem um Guardião eram
suficientes. Uma ideia horrível, uma vez que ele localizou sua fonte.
Nenhuma irmã deveria precisar de um Guardião dentro da Torre
Branca.
Não pela primeira vez, veio-lhe a ideia de que alguém tinha que
mediar entre os Ajahs, e o mais rápido possível, ou os rebeldes
saltariam pela porta da frente, ousados como ladrões, e esvaziariam
a casa enquanto os outros brigavam por ela. .que conseguiu o
estanho da tia-avó Sumi. Mas o único fim do fio que ela podia ver
para começar a resolver a disputa era Meidani e seus amigos
admitindo publicamente que os rebeldes os enviaram à Torre para
espalhar rumores - histórias que eles ainda insistiam que eram
verdadeiras! - que o Ajah Red havia criado Faça login como um
dragão falso. Seria verdade? Sem Pevara saber? Era impossível
imaginar que uma babá, especialmente Pevara, pudesse ser
enganada assim. De qualquer forma, a essa altura, muitas outras
coisas haviam se empilhado em cima daquela pequena parte de toda
a bagunça, tanto que não importava muito por conta própria. Além
disso, ele estragaria a ajuda de dez das quatorze mulheres que ele
sabia que de fato não eram Ajah Negra – sem mencionar que o que
os outros estavam fazendo provavelmente viria à tona – antes que o
calor se acalmasse. desencadeie esse assunto.
Ele sofreu um calafrio que nada tinha a ver com as correntes no

corredor. Ela ou qualquer outra pessoa que revelasse a verdade
morreria antes que a tempestade acabasse, por suposto acidente ou
na cama. Ou ela simplesmente desapareceria, aparentemente
deixando a Torre, para nunca mais ser vista.
Disso ela tinha certeza.
Qualquer evidência seria enterrada tão profundamente que nem

um exército com pás nunca a extrairia. Até os rumores podiam ser
cobertos com uma camada de gesso. Já havia acontecido antes. O
mundo e a maioria das irmãs ainda acreditavam que Tamra Ospenya
havia morrido em sua cama. Ela mesma havia acreditado. Eles
devem ter a Ajah Negra empacotada e amarrada o máximo possível
antes de arriscarem agir abertamente.
Meidani continuou seu relatório assim que os Browns estavam a uma

distância segura, mas ficou em silêncio novamente momentos depois
quando, logo à frente deles, uma mão grande e peluda de repente
empurrou para o lado uma tapeçaria por trás. Uma corrente de ar
gelada jorrou pela porta que escondia a tapeçaria de pássaros
coloridos das Floodlands, e um sujeito corpulento com uma jaqueta
marrom grossa de trabalho recuou no corredor puxando um carrinho
de mão carregado de lenha.
jaqueta, estava empurrando na outra extremidade. Trabalhadores

comuns; nenhum ostentava a Chama Branca no peito.
Ao ver duas Aes Sedai, os homens largaram a tapeçaria às pressas,

empurraram o carrinho de mão contra a parede enquanto tentavam
se curvar e quase derrubaram a carga, forçando-os a agarrar
freneticamente o carrinho de mão torto enquanto subiam. Sem
dúvida, eles esperavam terminar seu trabalho sem encontrar
nenhuma irmã.
Yukiri sempre sentiu pena das pessoas que tinham que carregar
lenha, água e tudo mais pelas rampas dos empregados desde o
térreo, mas ela passou pelos dois homens com a testa franzida.
As conversas durante a caminhada não chegavam a ouvidos

indesejados, e os corredores das áreas comuns pareciam um bom
lugar para conversar pessoalmente.
Privado com Meidani. Muito melhor do que seus próprios aposentos,
onde qualquer proteção contra espionagem serviria apenas para
anunciar a todos no setor de Grey Ajah que ele estava discutindo
algo secreto e, pior ainda, com quem. Atualmente havia apenas
cerca de duzentas irmãs na Torre, um número que o grande edifício
poderia engolir e dar a impressão de estar deserto; e como todos
estavam mantendo distância, as áreas comuns deveriam estar
vazias. É o que eu tinha pensado.
Ele contava com servos uniformizados correndo de um lado para o

outro para verificar os pavios das lamparinas e os níveis de óleo, e
trabalhadores comuns não-servos carregando cestas de vime com a
Luz sabia o quê. Eles estavam sempre ocupados no início do dia,
preparando a Torre para o dia, mas eles fizeram reverências
apressadas e rapidamente fugiram de uma irmã. A uma distância da
qual eles não podiam ouvir.
Os servos da Torre sabiam ser discretos, principalmente porque

qualquer servo flagrado espionando uma irmã era jogado porta afora.
Considerando a atmosfera na Torre, os criados foram especialmente
rápidos em evitar ouvir o que não deveriam.
O que não lhe ocorrera era que tantas irmãs haviam escolhido sair
de seus aposentos, em grupos de duas ou três, apesar da
madrugada e do frio: as vermelhas tentando encarar qualquer um
que encontrassem, exceto outras vermelhas; os Verdes e os
Amarelos disputando a coroa da arrogância; e os marrons
fazendo todo o possível para superar os dois. Alguns brancos, todos
menos um sem um Guardião, tentaram manter um ar de raciocínio
desapaixonado mesmo quando se assustaram com seus próprios
passos. Um pequeno grupo desapareceu de vista e não foi mais do
que alguns minutos antes de outro aparecer, então Meidani passou
tanto tempo conversando sobre pontos da lei quanto ela deu seu
relatório.
Pior de tudo, em duas ocasiões Grays sorriu com o que parecia ser
alívio ao ver os outros de seu Ajah, e teria se juntado se Yukiri não
tivesse balançado a cabeça. O que a deixou muito brava, porque
estava claro para todos que ela tinha um motivo especial para ficar
sozinha com Meidani.
Mesmo que a Ajah Negra não percebesse, havia muitas irmãs que
espionavam outras Ajahs hoje; e, apesar dos Três Juramentos, as
coisas que contavam cresciam à medida que eram transmitidas.
Com Elaida tentando subjugar os Ajahs pela força bruta, essas
histórias resultavam em punições com muita frequência e, na melhor
das hipóteses, a melhor coisa a fazer era fingir que tais punições
haviam sido auto-infligidas por motivos próprios. Yukiri já havia
sofrido uma daquelas punições e ela absolutamente não queria
passar dias esfregando o chão novamente, especialmente agora,
quando ela tinha mais no prato do que podia comer.
E optar pela alternativa, que era uma visita privada à Silviana, não
era melhor, mesmo que economizasse tempo! Elaida parecia mais
feroz do que nunca desde que começou a ligar para Silviana para
seus chamados castigos particulares. A Torre inteira ainda estava
fervendo ao custo disso.
Por mais que ela odiasse admitir, todas essas coisas a tornavam
cuidadosa na maneira como ela olhava para as pessoas.
irmãs eu vi Se você mantiver seu olhar por muito tempo, pode
parecer que você está espionando a si mesmo. Se você desviasse o
olhar rápido demais, alguém parecia suspeito, com o mesmo
resultado. Ainda assim, foi preciso um grande esforço para não olhar
atentamente para um par de Amarelos caminhando por um corredor
cruzado como rainhas através de seu palácio.
Como Atuan Larisett não tinha Guardião, o Guardião moreno e

atarracado que o seguia à distância deve ter sido de Pritalle
Nerbaijan, uma mulher de olhos verdes que poupou em grande parte
o nariz saldeu. Yukiri sabia muito pouco sobre Pritalle, mas
descobriria mais depois de vê-la conversando em particular com
Atuan. A mulher de Tarabone, com seu vestido cinza de gola alta e
barras amarelas e um xale de seda, era muito atraente.
Seus cabelos escuros, presos em finas tranças encimadas por

contas coloridas que chegavam à cintura, emolduravam um rosto
que era perfeito sem ser bonito. Ela era até bastante modesta,
considerando que ela era uma Amarela. No entanto, ela era a mulher
que Meidani e os outros estavam tentando investigar sem serem
descobertos; a mulher cujo nome eles temiam falar em voz alta,
exceto depois de uma forte salvaguarda.
Atuan Larisett era uma das três únicas irmãs negras que Talene
conhecia. Eles foram organizados em grupos chamados
"núcleos" formados por três mulheres, e cada uma conhecia outra de

um núcleo diferente que seus dois companheiros não conheciam.
Atuan era aquele “mais um” que Talene conhecia, então havia
esperança de que ela pudesse levá-los a mais dois.
Pouco antes de o par desaparecer de vista em uma esquina, Atuan

olhou para o topo do corredor em espiral. Seu olhar apenas vacilou
sobre Yukiri, mas foi o suficiente para fazer seu coração pular na
garganta. Ele continuou andando, mantendo um gesto
se acalmou com um esforço, e arriscou um olhar rápido quando eles
viraram uma esquina. Atuan e Pritalle já haviam percorrido um trecho
do corredor, a caminho do anel externo. O Guardião estava entre as
duas mulheres e o campo de visão de Yukiri, mas também não olhou
para trás. Pritalle balançou a cabeça.
A algo que Atuan disse? Eles estavam muito longe para Yukiri ouvir
qualquer coisa, exceto o leve estalo dos calcanhares do Guardião
bronzeado enquanto ele andava. Foi apenas um olhar passageiro.
Claro que sim. Ela apressou o passo para sair de vista se algum
deles olhasse para trás e soltasse um suspiro que ela nem tinha
percebido que estava segurando. Meidani fez o mesmo, e seus
ombros caíram.
Estranho como isso nos afeta, pensou Yukiri, endireitando os

ombros.
Quando souberam que Talene era uma Amiga das Trevas, a mulher
já havia sido protegida e presa. "E ainda assim nos assustou tanto
que deixou nossas bocas secas", ela admitiu para si mesma.
Bem, o que eles fizeram para forçá-la a falar também deixou suas
bocas secas de medo, mas descobrir a verdade fez suas línguas
parecerem trapos. Agora eles tinham Talene mais firmemente
amarrado do que Meidani, ainda mais guardado, embora ela
parecesse estar andando livremente – como manter uma Sitter
prisioneira sem que ninguém percebesse era algo que nem mesmo
Saerin conseguira descobrir – e Talene estava pateticamente ansioso
para fornecer até mesmo a menor informação que ela sabia ou
mesmo suspeitava, na esperança de salvar sua vida, embora ela não
tivesse outra escolha. Alguém que dificilmente poderia ser temido.
Quanto ao resto...
Pevara tentou argumentar que Talene devia estar errado sobre
Galina Casban, e ficou furioso por um dia quando finalmente se
convenceu de que sua irmã vermelha era realmente negra. Ele ainda
estava falando sobre estrangular Galina com as próprias mãos. A
própria Yukiri sentiu uma fria indiferença quando Temaile Kinderode
foi nomeado. Se houvesse Amigos das Trevas na Torre, o lógico era
que alguns deles seriam Grey, embora talvez o fato de ela não gostar
de Temaile a ajudasse a encarar dessa forma. Ela permaneceu
imperturbável quando juntou dois e dois e percebeu que Temaile
havia deixado a Torre no momento em que três irmãs haviam sido
mortas. Isso forneceu mais nomes de mulheres para suspeitar,
outras irmãs que haviam saído então também, mas Galina e Temaile
e as outras estavam fora da Torre, fora de alcance por enquanto, e
apenas aquelas duas eram amigas das trevas com certeza.
Atuan, claramente da Ajah Negra, movia-se à vontade pela Torre,

sem controle e livre dos Três Juramentos. E até que Doesine
conseguisse interrogá-la em segredo — um negócio difícil, mesmo
para uma babá do Ajah de Atuan, já que tinha que ser segredo de
todos — tudo o que podiam fazer era observar.
Vigilância remota, cautelosamente discreta.
Era como viver com uma víbora vermelha, nunca sabendo quando
você ia ficar cara a cara com ela, nunca sabendo quando ela poderia
morder. Era como viver em um ninho de víboras vermelhas e ver
apenas uma delas.
De repente, Yukiri percebeu que o corredor largo e curvo estava

deserto até onde podia ver à frente e, olhando para trás, viu apenas
Leonin. Era como se a Torre estivesse vazia
exceto os três. Nada se movia, exceto as chamas bruxuleantes dos
abajures. Fique quieto.
"Desculpe, Colono", disse Meidani com uma ligeira careta.
Vê-la tão de repente me surpreendeu. Onde ele estava indo? Ah sim.

Acho que Celestine e Annarid estão tentando descobrir quem são
seus amigos íntimos no Amarillo. “Celestine e Annharid foram
cúmplices de Meidani na conspiração, ambos amarelos.
Havia dois de cada Ajah, exceto o Vermelho, é claro, que veio a

calhar. Receio que não vá adiantar muito. Ele tem um grande círculo
de amigos, ou tinha antes... a situação atual entre os Ajahs. Havia
uma pitada de satisfação em sua voz, apesar de seu semblante
calmo; ela ainda era uma rebelde, apesar do juramento adicionado.
Investigar todos eles será difícil, se não impossível.
"Esqueça-a por um momento." Yukiri teve que fazer um esforço para

não esticar o pescoço e olhar em todas as direções.
Uma tapeçaria de grandes flores brancas balançava levemente, e a

Babá ficou em silêncio até ter certeza de que era uma corrente de ar
e não outro criado emergindo da rampa dos empregados. Eu nunca
conseguia me lembrar onde essas saídas estavam localizadas. O
novo assunto que ele queria discutir era tão perigoso, à sua maneira,
quanto falar sobre Atuan. Ontem à noite lembrei-me de que você era
uma novata com Elaida, e amigas íntimas, se bem me lembro. Seria
uma boa ideia renovar essa amizade.
"Isso foi há alguns anos", disse a outra mulher com firmeza, puxando
o xale sobre os ombros e se encolhendo como se de repente
estivesse com frio.
Elaida quebrou, muito corretamente, quando foi promovida a Aceita.

Eles poderiam tê-la acusado de favoritismo se eu estivesse em uma
aula que ela foi designada para ensinar.
"Melhor você não ter sido a favorita," Yukiri argumentou secamente.
A ferocidade atual de Elaida tinha precedentes. Antes de partir para

Andor anos atrás, ela havia pressionado tanto aqueles que ela
favorecia que as irmãs tiveram que intervir mais de uma vez. Siuan
Sanche tinha sido um deles—estranho, agora que ela pensou sobre
isso—embora Siuan nunca tivesse precisado ser resgatada de níveis
exigidos em tarefas que ela não podia alcançar. Estranho e triste.
"Mesmo assim, você fará o possível para renovar essa amizade",

acrescentou.
Meidani deu duas dúzias de passos pelo corredor, abrindo e

fechando a boca, ajustando e reajustando o xale, encolhendo os
ombros como se quisesse se livrar de uma mutuca e olhando para
todos os lados, menos para Yukiri. Como essa mulher foi capaz de
agir como Gray uma vez com tão pouco autocontrole?
"Eu tentei," ele finalmente disse em voz baixa, ainda evitando os

olhos de Yukiri. Várias vezes. O Guardião, Alviarin, sempre me
desencorajava: a Amyrlin estava ocupada; Eu tinha encontros; Eu
precisava descansar. Sempre havia alguma desculpa. Acho que
Elaida não quer retomar uma amizade que deixou há mais de trinta
anos.
Assim, os rebeldes também se lembraram dessa amizade. Como

eles pensariam em tirar vantagem disso? Para espionar, com
certeza.
Ele teria que descobrir como Meidani iria transmitir o que aprendeu.
De qualquer forma, os rebeldes forneceram a ferramenta e ela a
usaria.
"Alviarin não vai atrapalhar você." Ele deixou a Torre ontem, ou

talvez anteontem. Ninguém sabe ao certo. Mas as empregadas
dizem que ela levou uma muda de roupa com ela, então é provável
que ela não volte por alguns dias, no mínimo.
"Onde ele foi com este tempo?" Meidani franziu a testa. Está
nevando desde ontem de manhã, e antes era ameaçador.
Yukiri se levantou e usou as duas mãos para virar a outra mulher de

frente para ela.
"A única coisa que te preocupa, Meidani, é que ele se foi", afirmou
com firmeza. Para onde Alviarin teria ido com aquele tempo? Você
tem um caminho claro para chegar a Elaida e aproveitará isso. E
você vai ficar de olho caso alguém leia os papéis de Elaida.
Certifique-se de que ninguém o pegue assistindo.
Talene havia dito que a Ajah Negra sabia tudo o que saía do
escritório de Amyrlin antes de ser anunciado, então eles precisavam
de alguém próximo a Elaida se quisessem descobrir como tal coisa
aconteceu. Claro, Alviarin viu tudo antes de Elaida assinar, e
assumiu mais autoridade do que qualquer outro Guardião na
memória, mas isso não era motivo para acusá-la de Darkfriend. Nem
ao contrário. Seu passado também estava sendo investigado. Ele
também fica de olho em Alviarin o máximo possível, mas o
importante são os papéis de Elaida.
Meidani suspirou e relutantemente acenou com a cabeça.
Ela tinha que obedecer, mas sabia do perigo adicional que corria se
Alviarin fosse um Amigo das Trevas. Ainda assim, a própria Elaida
poderia ser Ajah Negra, o que quer que Saerin e Pevara dissessem.
Um Amigo Sombrio do Assento de Amyrlin. Essa era uma ideia para
encolher o coração de qualquer um.
"Yukiri!" a voz de uma mulher chamou de uma área do corredor

acima.
Uma babá da antecâmara da torre não pulou como uma cabra

assustada com o nome dela, mas Yukiri sim. Se ele não estivesse
segurando Meidani, ele teria
caído; e ainda assim as duas mulheres cambaleavam como
fazendeiros bêbados em uma dança da colheita.
Recuperando-se, Yukiri ajeitou o xale e adotou uma carranca que

não se desvaneceu quando viu quem estava correndo em sua
direção. Seaine deveria ficar em seus aposentos, cercada pelo maior
número possível de irmãs Brancas quando não estava com Yukiri ou
uma das outras babás que sabiam sobre Talene e a Ajah Negra, mas
ali estava ela, correndo pelo corredor.
acompanhado apenas por Bernaile Gelbarn, uma Tarabona

atarracada que também era outra das Gralhas de Meidani. Leonin
recuou e fez uma reverência formal para Seaine, as pontas dos
dedos sobre o coração.
Meidani e Bernaile foram estúpidos o suficiente para trocar um

sorriso. Eles eram amigos, mas deveriam perceber que nunca se
sabia quem poderia estar assistindo. Yukiri não estava com humor
para sorrisos.
"Pegando um pouco de ar, Seaine?" ele disse secamente.
Saerin não vai achar graça quando eu contar a ela. Nem uma pitada.
E nem eu, Seaine.
Meidani soltou um som gutural abafado, e a cabeça de Bernaile

sacudiu, de modo que as contas das múltiplas tranças tilintaram
quando colidiram umas com as outras. Os dois olharam para uma
tapeçaria que supostamente representava a humilhação da rainha
Rhiannon, e apesar da calma estampada em seus rostos, era óbvio
que eles gostariam de se encontrar em outro lugar. Aos seus olhos,
os Sitters deveriam ser os mesmos. E eles eram.
Usualmente. De certo modo. Leonin não conseguiu ouvir uma

palavra do que foi dito, mas é claro que ele sentiu o humor de
Meidani e deu outro passo para trás. Ainda de olho no corredor,
escusado será dizer. Um bom homem. Um homem prudente e
inteligente.
Seaine tinha percebido o suficiente para ficar envergonhado.
Em um gesto inconsciente, ela alisou o vestido bordado de branco na

bainha e no corpete, mas quase imediatamente suas mãos se
fecharam sobre o xale e suas sobrancelhas franziram teimosamente.
Seaine tinha sido teimosa desde seu primeiro dia na Torre. Ela era
filha de um marceneiro de Lugard, a quem convenceu a comprar dois
ingressos para ela e sua mãe.
Passagem para dois a montante, mas apenas um a jusante.
Teimosa e segura de si. E muitas vezes tão alheio ao mundo exterior

quanto qualquer Brown. White costumava ser assim, toda lógica e
sem discernimento.
"Eu não preciso me esconder do Ajah Negro, Yukiri", disse ele.
Yukiri se encolheu. Aquela mulher foi uma tola em nomear a Ajah

Negra em um espaço aberto. O corredor ainda estava deserto nos
dois sentidos até onde a curva do traçado permitia, mas a falta de
cautela levou a um maior descuido. Ela também podia ser teimosa
quando precisava, mas pelo menos tinha mais cérebro do que um
ganso para discernir quando e onde. Ela abriu a boca para lhe dizer
quatro verdades, mas a outra mulher a venceu.
"Saerin me disse que eu poderia ir atrás de você." Os lábios de

Seaine se apertaram e o sangue manchou suas bochechas por ter
que pedir permissão ou ter que pedir. Era compreensível que sua
situação a incomodasse, é claro. Mas foi estúpido da parte dele não
aceitar. Preciso falar com você em particular, Yukiri. Sobre o segundo
mistério.
Por um momento, Yukiri ficou tão surpresa quanto Meidani e Bernaile

pareciam estar. Eles poderiam fingir que não
eles ouviram, mas isso não fechou seus ouvidos. Segundo mistério?
A que Seaine estava se referindo? A não ser que…
Eles falariam sobre o que os levou à caça à Ajah Negra? Perguntar-

se por que os chefes dos Ajahs se encontravam em segredo deixou
de ser urgente em comparação com encontrar Amigos das Trevas
entre as irmãs.
"Tudo bem, Seaine", disse ele, mais calmo do que se sentia.

Meidani, vá com Leonin pelo corredor até onde você vê Seaine e eu
na curva. Cuidado com alguém se aproximando desse lado. Bernaile,
faça o mesmo no corredor.
Eles começaram a andar antes que ela terminasse de falar, e assim

que eles estavam longe o suficiente, ela se virou para Seaine. E
bem?
Para grande surpresa de Yukiri, o brilho do sol envolveu a Saidar

irmã Branca,
que teceu uma barreira ao redor de ambas para que ninguém

ouvisse a conversa. Isso foi uma clara sugestão de segredos para
quem viu.
É melhor ser algo importante.
"Pense nisso logicamente." A voz de Seaine estava calma, mas ela

ainda segurava o xale com as mãos cerradas. Sua postura era tão
ereta que se elevava sobre Yukiri, apesar de não ser muito mais alta
que a média.
Já faz mais de um mês, quase dois, desde que Elaida veio ao meu
quarto, e quase duas semanas desde que você encontrou Pevara e
eu. Eu já estaria morto se o Ajah Negro soubesse alguma coisa
sobre mim. Pevara e eu estaríamos mortos antes de Doesine, Saerin
e vocês nos encontrarem.
Portanto, eles ignoram. Eles não sabem nada sobre nenhum de nós.
Admito que fiquei com medo no começo, mas agora tenho total
controle de mim mesma. Não há razão para o resto de vocês
continuarem me tratando como um novato.
Uma certa irritação invadiu a calma. E um novato sem cérebro, a

propósito.
"Você vai ter que falar com Saerin," Yukiri disse secamente.
Saerin estava no comando desde o início – depois de quarenta anos

na antecâmara representando os Browns, Saerin era muito bom em
estar no comando – e ela não tinha intenção de objetar a menos que
fosse necessário, e não sem fazê-lo. privilégio que ela dificilmente
poderia reivindicar nas atuais circunstâncias.
Seria tão inútil quanto tentar impedir que uma pedra rolasse ladeira
abaixo. Se Saerin pudesse ser convencido, Pevara e Doesine
concordariam, e ela não se oporia.
"Bem, e aquele 'segundo segredo'?" Chá você quer dizer as reuniões

dos chefes dos Ajahs?
O rosto de Seaine assumiu uma expressão teimosa de mula, e Yukiri

quase esperava vê-la levantar as orelhas. Então ele soltou um
suspiro profundo.
"A cabeça de seu Ajah influenciou a escolha de Andaya para o

Salão?" Quero dizer mais do que o normal.
"Ele fez, sim," Yukiri respondeu cautelosamente.
Todos estavam convencidos de que Andaya entraria na antecâmara

um dia, talvez daqui a quarenta ou cinquenta anos, mas Serancha
quase a nomeou, quando o método usual era discutir o assunto até
chegar a um consenso sobre dois ou três candidatos e depois uma
votação. .segredo. No entanto, esse era o negócio de cada Ajah, tão
secreto quanto o nome e o título de Serancha.
-Eu sabia. Seaine assentiu animadamente, o completo oposto de seu

comportamento habitual. Saerin diz que Juilaine também foi
escolhida a dedo dos Browns, o que aparentemente não é a maneira
usual, e Doesine diz o mesmo sobre Suana, embora tenha hesitado
antes de admitir qualquer coisa. acho o mesmo suana
pode ser a cabeça de Amarelo. De qualquer forma, ela foi colona por
quarenta anos pela primeira vez, e você sabe que é incomum sentar
em uma cadeira depois de ser colona por tanto tempo. E
Ferane deixou seu posto em Blanco há menos de dez anos; ninguém

jamais havia entrado na Antecâmara novamente depois de um
período tão curto. Para piorar a situação, Talene diz que os Verdes
propõem candidatos e que seu Capitão General escolhe um, mas
Adelorna nomeou Rina sem ter proposto candidatos previamente.
Yukiri mal conseguiu reprimir uma careta. Todos suspeitavam de

quem estava liderando outros Ajahs, caso contrário ninguém teria
notado as reuniões em primeiro lugar.
No entanto, dizer os nomes em voz alta era indelicado, para dizer o

mínimo. Qualquer um que não fosse um Sitter poderia ser punido por
isso. Claro que ela e Seaine sabiam sobre Adelorna. Em sua ânsia
de agradar a si mesma, Talene havia revelado todos os segredos dos
Verdes sem ser perguntado.
Todos se sentiram envergonhados, exceto a própria Talene. Pelo

menos isso explicava por que os Verdes ficaram furiosos quando
Adelorna foi açoitada. Ainda assim, Capitão General era um título
ridículo, não importa como Battle Ajah o chamassem. Pelo menos o
Primeiro Adido descreveu o que Serancha fez, até certo ponto.
No corredor, Meidani e seu Guardião estavam na curva, bem à vista,

aparentemente conversando baixinho, embora um ou outro
continuasse olhando para a curva. Na direção oposta, Bernaile
também estava à vista. Sua cabeça continuou girando enquanto
tentava observá-la e Seaine, mantendo-se atento a qualquer um que
se aproximasse. Sua inquietação constante, apoiando-se ora em um
pé e ora no outro, chamaria a atenção, mas qualquer irmã que
saísse do
Só o complexo de sua Ajah estava pedindo problemas, e ela sabia
disso. A conversa tinha que terminar logo.
"Cinco Ajahs," Yukiri começou, levantando um dedo, "tiveram que

escolher novos Colonos depois que as mulheres que eles tinham na
Antecâmara se juntaram aos rebeldes." Seaine assentiu, e Yukiri
levantou outro dedo. Cada um daqueles Ajahs escolheu uma mulher
como Colonizadora que não era a...
escolha lógica. Seaine assentiu novamente. Um terceiro dedo juntou-

se aos outros dois. Os Browns tiveram que escolher dois novos
Colonizadores, mas você não mencionou Shevan. Há algo...
estranho sobre ela? Yukiri perguntou fazendo uma careta.
-Não. De acordo com Saerin, Shevan certamente teria sido o único a

substituí-la quando ela decidiu deixar o cargo, mas…
"Seaine, se o que você está tentando insinuar é que os chefes de

Ajahs conspiraram sobre quem entraria no Salão (e garanto que é a
ideia mais louca que já ouvi!), então se é isso que você está
sugerindo , por que eles escolheriam cinco mulheres duvidosas e
uma que não é?
“Sim, é isso que eu sugiro. Desde que você praticamente me

manteve trancado a sete chaves, tive mais tempo para pensar do
que poderia ocupar com isso. Juilaine, Rina e Andaya me deram
uma dica, e Ferane me fez decidir verificar os fatos.
O que Seaine quis dizer quando Andaya e os outros lhe deram uma
gorjeta? Ah, claro. Rina e Andaya não tinham mais idade para estar
na Antecâmara. O hábito de não falar sobre a idade rapidamente se
tornou o hábito de também não pensar nisso.
"Dois podem ser uma coincidência", continuou ele.
Seaine – até três, embora isso beirasse a credulidade, mas cinco

define o padrão. Com exceção de Blue, Brown foi o único Ajah a ter
dois Sitters se juntando aos rebeldes. Talvez haja uma razão pela
qual eles escolheram uma irmã duvidosa e outra que não é, se eu
conseguir descobrir. Mas há um padrão, Yukiri, um enigma, e seja
razoável ou não, algo me diz que devo descobrir antes que os
rebeldes cheguem. Faz-me sentir como se tivesse a mão de alguém
no meu ombro, mas quando me viro não vejo ninguém.
O que beirava a credulidade era a ideia de que os chefes de Ajahs

estavam conspirando para começar. Por outro lado, pensou Yukiri,
uma conspiração de Sitter é bizarra, e eu estou em uma. E havia o
simples fato de que ninguém fora de um Ajah deveria saber quem
era seu chefe, mas, contra toda a tradição, os chefes de Ajah
sabiam.
"Se houver um enigma", ele respondeu cansado, "você tem muito

tempo para resolvê-lo." Os rebeldes não poderão deixar Murandy
antes da primavera, não importa o que tenham dito ao povo, e a
marcha rio acima levará meses, se conseguirem manter seu exército
unido por tanto tempo. — No entanto, não duvidei de que
conseguiriam; já não-. Volte para o seu quarto antes que alguém nos
veja plantados aqui, isolados por segurança, e reflita sobre o seu
enigma — disse ele, mas não acidamente, pousando a mão no braço
de Seaine. Você terá que nos aturar cuidando de você até termos
certeza de que você está seguro.
A expressão no rosto de Seaine poderia ser descrita como mal-

humorada para qualquer um que não fosse uma babá.
"Vou falar com Saerin novamente", disse ela, mas o brilho ao seu
redor desapareceu.
Saidar
Enquanto ele a seguia com os olhos e a observava se juntar a

Bernaile, depois do que as duas mulheres caminharam pelo corredor
em direção ao complexo do Ajah, ambas tão cautelosas quanto os
cervos quando os lobos estão à espreita, Yukiri sentiu-se pesada. Foi
uma pena que os rebeldes não pudessem chegar antes do verão.
Pelo menos isso reuniria os Ajahs de novo, e as irmãs não seriam
forçadas a se esgueirar pela Torre Branca.
E também ter asas, já pronto para pedir, pensou com tristeza.
Determinada a controlar seu humor, ela foi ao encontro de Meidani e

Leonin. Ela tinha uma irmã negra para investigar, e pelo menos a
investigação era um quebra-cabeça que ela sabia como lidar.
Os olhos de Gawyn se abriram na escuridão quando uma nova onda

de frio tomou conta do loft. As grossas paredes de pedra do celeiro
normalmente protegiam das geadas noturnas, pelo menos das mais
toscas. Vozes lá embaixo falavam em sussurros, mas não havia
nenhum tom de ansiedade nelas. Ele tirou a mão da espada que
havia deixado no chão ao lado dele e ajustou as luvas. Como o resto
dos Cubs, ele dormia com todas as roupas que podia vestir.
Certamente era hora de acordar alguns dos homens deitados ao seu
redor para pegar o relógio, mas ele estava bem acordado agora e
duvidava que algum dia adormecesse novamente. Em todo caso,
seu descanso sempre foi inquieto, povoado por sonhos
perturbadores, assombrado pela imagem da mulher que ele
amavam. Ele não sabia o paradeiro de Egwene ou se ela ainda
estava viva. Ou se ele o teria perdoado. Ele se sentou e a palha que
ele havia jogado sobre si mesmo para se aquecer escorregou de sua
capa. Então ele amarrou o cinto da espada.
Enquanto percorria as formas escuras de homens dormindo em

fardos de palha, o suave raspar de botas em degraus de madeira lhe
disse que alguém estava subindo a escada para o sótão. Uma figura
indistinta apareceu no topo da escada e ficou esperando por ele.
"Lorde Gawyn?" A voz profunda de Ragar perguntou suavemente

com o sotaque Domani que ele não havia perdido em seus seis anos
de treinamento em Tar Valon. A voz retumbante do primeiro-tenente
era sempre surpreendente vinda de um homem pequeno que mal
alcançava o ombro de Gawyn.
Ainda assim, se houvesse outras vezes, certamente Ragar seria um

Guardião agora. Achei conveniente acordar você. Uma irmã acabou
de chegar. A pé. Um mensageiro da Torre. Ele quer ver a irmã que
está no comando aqui. Ordenei a Tomil e seu irmão que a levassem
à casa do prefeito antes de irem para a cama.
Gawyn suspirou. Ele deveria ter ido para casa quando voltou para
Tar Valon para encontrar os Cubs sendo expulsos da cidade, em vez
de ficarem presos lá durante o inverno. Especialmente quando ele
tinha certeza de que Elaida queria todos eles mortos. Sua irmã
Elayne finalmente alcançaria Caemlyn, se ela já não estivesse lá.
Claro, qualquer Aes Sedai faria com que a herdeira de Andor
chegasse a Caemlyn a tempo de reivindicar o trono antes de
qualquer outro pretendente. A Torre Branca não abriria mão da
vantagem de ter uma rainha que também fosse Aes Sedai. Por outro
Por outro lado, também era possível que Elayne estivesse a caminho
da Torre Branca neste exato momento. Ela não sabia como havia se
envolvido com Siuan Sanche ou até onde esse envolvimento havia
ido – sua irmã sempre pulava em uma piscina antes de testar sua
profundidade – mas Elaida e a Antecâmara da Torre poderiam querer
interrogá-la completamente, ou mesmo a herdeiro do trono ou não.
Ou que ela era rainha. No entanto, ele estava convencido de que
eles não a responsabilizariam por nada. Ela ainda era mais uma
Aceita. Ele ficava repetindo isso para si mesmo com frequência.
O problema mais recente era que agora havia um exército entre ele e
Tar Valon. Pelo menos vinte mil soldados deste lado do rio Erinin e,
acreditava-se, tantos na margem oeste. Eles devem ter apoiado as
Aes Sedai a quem Elaida chamou de rebeldes. Quem mais iria
cercar Tar Valon? No entanto, a maneira como aquele exército
apareceu de repente, como se aparecesse do nada no meio da
nevasca, foi o suficiente para ainda lhe dar arrepios ao pensar nisso.
Rumores e alarmes sempre precederam qualquer grande força
armada em marcha.
Sempre. Viera como os espíritos, em silêncio. Ainda assim, o

exército era tão real quanto a rocha, então Gawyn não podia mais
entrar em Tar Valon para descobrir se Elayne estava na Torre, nem
marchar para o sul. Qualquer exército notaria um contingente de
mais de trezentos homens em movimento, e os rebeldes seriam
indelicados com os Cubs. Mesmo que fosse sozinho, as viagens de
inverno eram muito lentas e, se esperasse até a primavera, levaria o
mesmo tempo para chegar a Caemlyn. Encontrar passagem em um
navio era igualmente impossível. O cerco atrapalharia
irremediavelmente o tráfego fluvial. Ele estava irremediavelmente
preso em um engarrafamento.
E agora uma Aes Sedai estava chegando no meio da noite.
Não ia simplificar as coisas.
"Vamos ver que notícias ele traz", disse ele calmamente,

gesticulando para Ragar descer a escada primeiro.
Vinte cavalos, com suas selas empilhadas juntas, espremiam cada

centímetro do celeiro escuro que não era ocupado pelos estábulos
das duas dúzias de vacas leiteiras da Sra. Millin, então ele e Ragar
tiveram que abrir caminho. as portas largas. O único calor vinha dos
animais adormecidos. Os dois homens que guardavam os cavalos
eram sombras silenciosas, mas Gawyn sentiu seus olhares seguindo
ele e Ragar na noite fria. Eles saberiam sobre o mensageiro e
estariam adivinhando.
No céu claro, a lua pálida ainda fornecia bastante luz. A cidade de

Dorlan brilhava com a neve. Aconchegados em suas capas, os dois
caminharam em silêncio ao longo do que havia sido o caminho que
levava a Tar Valon de uma cidade muito distante, caminhando com
dificuldade enquanto afundavam na neve até os joelhos.
Atualmente, ninguém viajava naquela direção de Tar Valon, exceto

para ir a Dorlan, e não havia razão para fazê-lo no inverno. Por
tradição, a cidade fornecia queijo à Torre Branca e a mais ninguém.
Era uma pequena aldeia de quinze casas de pedra cinza com

telhados de ardósia, neve empilhada até o fundo das janelas do
andar térreo. A uma curta distância atrás de cada casa ficavam os
estábulos, todos agora abarrotados de homens e cavalos, além de
vacas. Quase toda Tar Valon teria esquecido a existência de
Dorlan. Quem pensou de onde vieram os queijos?
Parecia um bom lugar para se esconder. Até agora.
Todas as casas da aldeia, exceto uma, estavam escuras. A luz

filtrava-se pelas persianas de várias janelas do apartamento do
mestre Burlow, tanto no andar de cima quanto no andar de baixo.
Garon Burlow teve a infelicidade de possuir a maior casa de Dorlan,
além de ser o prefeito. Os aldeões que tinham feito mudanças em
suas casas para ter uma cama para uma Aes Sedai devem ter se
arrependido, mas Mestre Burlow, além disso, tinha dois quartos
vazios.
Chutando o degrau da frente para tirar a neve das botas, Gawyn

bateu na porta sólida do prefeito com o punho. Ninguém respondeu,
e depois de um momento ele levantou o trinco e fez sinal para Ragar
entrar primeiro.
A sala, com vigas expostas no teto, era bastante grande para uma
casa de fazenda, e estava cheia de vários aparadores abertos,
cheios de estanho e faiança vitrificada, e uma mesa longa e polida
com cadeiras de espaldar alto ao redor. Todas as lamparinas a óleo
estavam acesas, um desperdício no inverno, quando algumas velas
de sebo podiam passar, mas as chamas na lareira mal haviam
pegado as toras ainda e não tinham aquecido o ar. Ainda assim, as
duas irmãs que tinham quartos no andar de cima estavam descalças
no piso de madeira nua de tapetes, suas capas forradas de pele
jogadas para trás sobre suas camisolas. Katerine Alruddin e Tarna
Feir observaram uma mulher miúda em um traje de montar escuro
com barras amarelas e uma capa que estava encharcada de neve
até os quadris. Ele havia chegado o mais perto possível da lareira e
estava aquecendo as mãos, tremendo e parecendo cansado.
Andando pela neve, tinha que haver
Levou dois ou três dias desde Tar Valon, e até a Aes Sedai esfriava.
Ela deve ter sido a irmã de quem Ragar tinha falado, mas comparada
com as outras, a atemporalidade mal mostrava em seu rosto. Para
falar a verdade, em comparação com os outros dois, ela mal foi
notada.
A ausência do prefeito e de sua esposa fez o nó no estômago de

Gawyn apertar um pouco mais, embora ele quase esperasse não vê-
los. Eles estariam lá atendendo as Aes Sedai, oferecendo-lhes
bebidas quentes e comida apesar da hora tardia, a menos que
tivessem sido mandados para a cama para os três sozinhos.
O que significava que certamente era um tolo por querer saber que
mensagem trazia. Mas ele já sabia disso antes de sair do celeiro.
"... o barqueiro disse que ficaria onde desembarcamos até que a

cerca fosse levantada", a pequena mulher estava dizendo cansada
quando Gawyn entrou, "mas ele parecia tão assustado que deve
estar a léguas rio abaixo agora." Sentindo o frio da porta, ele virou a
cabeça e um pouco da fadiga sumiu de seu rosto quadrado. Gawyn
Trakand,” ele meditou. Tenho ordens para você do Trono de Amyrlin,
Lorde Gawyn. "Ordens?" Gawyn repetiu, tirando as luvas e
prendendo-as no cinto para ganhar tempo. Ele decidiu que falar
francamente para variar seria a melhor coisa a fazer.
E por que Elaida me enviaria ordens? Por que ele os obedeceria,

caso os enviasse? Ele me expulsou, e os Cubs também.
Ragar assumiu uma postura respeitosa em relação à Aes Sedai, com

as mãos cruzadas atrás das costas, e lançou um rápido olhar de
soslaio para Gawyn. Eles não falariam com
intempestivo, o que quer que Gawyn dissesse, mas os Cubs não
compartilhavam suas ideias. As Aes Sedai fizeram o que fizeram, e
nenhum homem saberia por quê até que uma irmã lhe contasse. Os
Cubs haviam se comprometido com a Torre Branca de todo o
coração, com absoluta lealdade.
"Isso pode esperar, Narenwin," Katerine retrucou enquanto ajustava

sua capa. O cabelo preto caía sobre os ombros, meio emaranhado,
como se ela tivesse passado um pente com pressa e deixado pela
metade.
Ele irradiava uma intensidade que lembrava a Gawyn um lince à

espreita. Ou talvez um alerta para qualquer armadilha. Ela deu a ele
e Ragar apenas meio olhar.
Tenho negócios urgentes na Torre. Diga-me como encontrar aquela

vila de pescadores. Esteja ou não o barqueiro que o trouxe,
encontrarei alguém para me atravessar para o outro lado.
"E eu," disse Tarna, com um aceno teimoso, seus olhos azuis
penetrantes como lanças. Em contraste com Katerine, o longo cabelo
loiro de Tarna estava penteado como se uma empregada o tivesse
feito antes de descer. Ainda assim, ela parecia tão focada quanto seu
parceiro, embora mais no controle de si mesma. Também tenho
motivos urgentes para chegar à Torre sem mais delongas. Ela deu
um aceno de cabeça para Gawyn, e um mais suave para Ragar, frio
como o mármore de que ela parecia ser feita. No entanto, foi mais
amigável do que o gesto que ele deu a Katerine e o que ele recebeu
em troca. Sempre havia tensão entre as duas mulheres, embora
pertencessem à mesma Ajah. Eles não se apreciavam, talvez até
tivessem antipatia um pelo outro. Com a Aes Sedai era difícil ter
certeza.
Gawyn não se arrependeria de ver nenhum deles partir.
Tarna chegara a Dorlan apenas um dia após o aparecimento do

misterioso exército, e qualquer que fosse o
Da maneira como as Aes Sedai organizavam essas coisas, ele
imediatamente removeu Lusonia Cole de seu quarto no andar de
cima e despojou Covarla Baldene do comando das outras onze irmãs
que já estavam na cidade. A julgar pela maneira como ela se
encarregava de tudo, você pensaria que ela era uma Verde,
questionando as irmãs sobre a situação, inspecionando
cuidadosamente os Lobinhos diariamente, como se procurasse por
Guardiões em potencial. Ter um Vermelho observando-os assim fez
os homens começarem a espiar por cima dos ombros.
Pior ainda, Tarna passava longas horas cavalgando, qualquer que

fosse o clima, tentando encontrar algum local para lhe mostrar o
caminho para a cidade, além do cerco.
Mais cedo ou mais tarde, ele lideraria os batedores dos sitiantes até
Dorlan.
Katerine chegara no dia anterior, furiosa por a estrada para Tar Valon
ter sido cortada, e prontamente assumira o comando de Tarna e o
quarto de Covarla. Embora ele não usasse sua autoridade da mesma
maneira. Ela evitou as outras irmãs e se recusou a contar a ninguém
por que ela havia desaparecido de Dumai Wells ou onde ela estava.
Mas ela também havia inspecionado os Cubs. Com ar de mulher
examinando um machado que pretende usar, sem se importar com o
sangue que possa ser derramado.
Ele não ficaria surpreso se ela tentasse intimidá-lo para abrir

caminho para as pontes que levavam à cidade. Para dizer a verdade,
ele ficaria muito feliz se eles fossem embora. Claro, quando eles se
fossem, ele teria que lidar com Narenwin. E com as ordens de
Elaida.
“É menos que uma aldeia, Katerine”, disse a irmã, tremendo, “há

apenas três ou quatro barracas de pescadores um dia inteiro de
marcha por terra, rio abaixo.
Ainda mais daqui. Ela levantou um pouco a saia úmida.

e aproximou-o do fogo. Podemos encontrar uma maneira de enviar
mensagens para a cidade, mas vocês dois são necessários aqui.
A única coisa que impediu Elaida de enviar cinquenta irmãs ou mais

em vez de apenas eu foi a dificuldade de conseguir que um pequeno
barco cruzasse o rio sem ser visto, mesmo no escuro.
Devo admitir que fiquei surpreso ao saber que havia irmãs tão
próximas de Tar Valon. Nas circunstâncias atuais, todas as irmãs que
estão fora da cidade precisam…
Tarna a cortou com uma mão firme para cima.
“Elaida nem pode saber que estou aqui. Katerine fechou a boca e
franziu a testa, com o queixo erguido, mas deixou a outra ruiva
continuar. Que ordens ele lhe deu em relação às irmãs em Dorlan,
Narenwin?
Ragar olhou para o chão de madeira. Ele havia entrado na batalha

sem vacilar, mas apenas um tolo queria estar perto de discutir com
Aes Sedai. A mulher mais baixa tocou sua saia por mais alguns
momentos.
"Fui ordenado a me colocar no comando das irmãs que encontrei

aqui", respondeu ele com rigidez, "e fazer o que pudesse." Depois de
um momento ela suspirou e relutantemente se corrigiu: "Das irmãs
que encontrei aqui sob o comando de Covarla." Mas sem dúvidas…
Desta vez foi Katerine quem a interrompeu.
'Eu nunca ordenei Covarla, Narenwin, então essas ordens não se

aplicam a mim. De manhã vou procurar aquelas três ou quatro
cabanas de pescadores.
-Mas…
"Já chega, Narenwin," Katerine insistiu, sua voz gélida.

Você pode fazer os arranjos com Covarla. A mulher de cabelos
negros lançou à irmã de Ajah um olhar interrogativo.
lateral—. Acho que você pode vir comigo, Tarna. Em um barco de
pesca haverá espaço para dois.
Tarna inclinou a cabeça ligeiramente, possivelmente em

agradecimento. Feito o trabalho, os dois Vermelhos fecharam suas
capas e se dirigiram para a porta mais distante. Narenwin lançou um
olhar irritado para trás e voltou sua atenção para Gawyn, sua
expressão mudando para uma máscara de calma.
"Você teve notícias da minha irmã?" ele perguntou antes que a

mulher tivesse tempo de abrir a boca. Você sabe onde é?
A mulher estava muito cansada. Piscou e Gawyn
ele quase a viu pensar em uma resposta que não esclareceria nada.
Parando a meio caminho da porta, foi Tarna quem respondeu: —
Elayne estava com os rebeldes quando a vi pela última vez. Todas as

cabeças se viraram em sua direção. Mas sua irmã não está em
perigo de punição,” ele continuou calmamente, “então tire isso de
sua mente. A Aceita não pode escolher a quais irmãs obedecer. Eu
te dou minha palavra; sob a lei, você não pode sofrer danos
duradouros com isso. Ele parecia não perceber o olhar gelado de
Katerine ou os olhos arregalados de Narenwin.
"Você poderia ter me contado antes," Gawyn respondeu secamente.
Ninguém repreendeu a Aes Sedai, não mais de uma vez, mas ele
não se importou mais. A surpresa dos outros dois foi porque Tarna
sabia sobre Elayne ou porque ela havia contado a eles? O que você
quer dizer com ele não vai tomar "dano duradouro"?
A irmã de cabelo loiro claro soltou uma risada.
"Eu não posso prometer que você não terá alguns vergões se você
cometer muitos erros." Mas Elayne é
uma Aceita, não Aes Sedai, e isso a protege de punições mais
severas se uma irmã a desencaminhar. Você nunca perguntou,
Gawyn. Além disso, ela não precisa ser resgatada, mesmo que você
pudesse. Ele está com Aes Sedai. Agora você sabe tudo o que
posso dizer sobre ela. E vou dormir algumas horas antes do
amanhecer. Deixo você com Narenwin.
Katerine a seguiu com seu olhar sem mudar sua expressão nem um
pouco; uma mulher de gelo e olhos de um felino à caça.
Então ela também saiu da sala tão rapidamente que seu manto
ondulou atrás dela.
"Tarna está certa," Narenwin disse uma vez que a porta se fechou
atrás de Katerine. A mulher miúda não daria um bom show de
compostura e mistério Aes Sedai na companhia das outras duas,
mas sozinha ela conseguiu muito bem. Elayne está ligada à Torre
Branca. Assim como você, não importa o quanto fale sobre expulsão.
A história de Andor compromete você com a Torre.
"Nós, Lobinhos, estamos comprometidos com a Torre por nossa

própria iniciativa, Narenwin Sedai", disse Ragar, curvando-se
formalmente. O olhar da Aes Sedai permaneceu fixo em Gawyn.
Fechou os olhos e teve que fazer um esforço para não esfregá-los
com as palmas das mãos. Os Cubs estavam comprometidos com a
Torre Branca, sim. Ninguém esqueceria que eles lutaram no próprio
complexo da Torre para impedir o resgate de Amyrlin deposta. Para o
bem ou para o mal, esse ato os acompanharia até o túmulo.
Ele também foi marcado por ela e por seus próprios segredos.
Depois desse derramamento de sangue, foi ele quem deixou Siuan

Sanche escapar. O principal, porém, foi que Elayne o amarrou à
Torre Branca, assim como Egwene al'Vere, e ele não sabia qual era a
amarração.
mais forte, seja o amor por sua irmã ou o amor de seu coração.
Desamarrar um era desatar os três, e enquanto vivesse não poderia
abandonar Elayne ou Egwene.
"Você tem minha palavra de que farei o meu melhor", disse ele,
cansado. O
que Elaida quer de mim?
O céu acima de Caemlyn estava claro, e a pálida esfera dourada do

sol estava perto de seu zênite. Lançava uma luz brilhante sobre o
cobertor branco que cobria os campos ao redor, mas não fornecia
calor. Ainda assim, a temperatura estava mais quente do que
Davram Bashere esperava que fosse em sua terra natal, Saldaea,
embora ele não se arrependesse de usar seu novo manto forrado de
zibelina. De qualquer forma, estava frio o suficiente para que a
respiração congelasse em seu bigode grosso, colocando mais
mechas brancas nele do que anos poderiam explicar. De pé na neve
até os tornozelos entre as árvores nuas de uma elevação a cerca de
uma légua ao norte de Caemlyn, ele observava através de uma
longa viseira dourada a atividade no terreno baixo a leste e sul, a
cerca de um quilômetro e meio de distância. Atrás de suas costas,
ela o aninhou no ombro com impaciência, mas o homem ignorou a
castanha. Ele não gostava de ser plantado, não se mexer, mas
Rápido
Rápido
Às vezes você tinha que fazer isso, nem que você quisesse, nem
que você não quisesse.
Lá embaixo, um acampamento crescia entre as árvores espalhadas

dos dois lados da estrada para Tar Valon. Os soldados
descarregavam suprimentos de carroças, cavavam latrinas,
armavam barracas e construíam galpões com arbustos e galhos de
árvores, espalhados em grupos de tamanhos variados, cada nobre
mantendo o seu por perto.
masculino. Eles esperavam ficar lá por um tempo. A julgar pelas
fileiras de cavalos amarrados e o tamanho do acampamento,
Bashere estimou cinco mil homens, cerca de cem. de lutadores; com
arqueiros, ferreiros, arqueiros, armeiros, lavadeiras, carroceiros e
companheiros de acampamento esse número certamente duplicaria,
embora, como sempre, eles montassem acampamento nos
arredores. A maioria dos campistas passou mais tempo olhando para
a ascensão de Bashere do que trabalhando. Aqui e ali um soldado
também parava em sua tarefa para dar uma olhada no terreno alto,
mas os tenentes e brigadeiros rapidamente os faziam voltar ao
trabalho. Os nobres e oficiais que cavalgavam de um lado para o
outro pelo acampamento não olharam uma única vez para a colina
que Bashere viu. Uma dobra no chão os escondia da cidade, embora
ele pudesse ver as paredes cinzentas com listras prateadas de sua
posição. A cidade sabia que eles estavam lá, é claro; anunciaram-se
naquela manhã com trombetas e estandartes à vista das paredes.
Mas fora do alcance das flechas, é claro.
Cercar uma cidade com muros altos e fortes medindo mais de seis
léguas de circunferência não era tarefa fácil, e neste caso foi
dificultada pelo Baixo Caemlyn, um labirinto de casas e lojas de
pedra e tijolo, armazéns sem janelas e grandes mercados que se
estendiam fora das paredes. No entanto, sete outros acampamentos
foram montados ao redor da cidade, onde eles poderiam controlar
cada passagem, cada portão grande o suficiente para permitir uma
incursão do lado de fora. Eles já tinham patrulhas e provavelmente
observadores rondando os prédios agora desertos de Lower
Caemlyn.
Pequenos grupos podem entrar na cidade e até mesmo alguns
animais de carga na calada da noite, mas não o suficiente para
alimentar uma das maiores cidades do mundo. A fome e a doença
acabaram com mais cercos do que espadas ou máquinas de assalto.
A única questão era se eles derrubariam os sitiados ou os sitiantes
primeiro.
O plano aparentemente tinha sido bem elaborado por alguém, mas o

que desconcertou Bashere foram os estandartes do acampamento à
vista. Sua viseira de óculos era boa, feita por um Cairhienin chamado
Tovere, um presente de Rand al'Thor, e ele conseguia distinguir a
maioria das bandeiras quando elas tremulavam na brisa. Ele
conhecia o suficiente dos trajes andorianos para identificar o
Carvalho e Machado de Dawlin Armaghn, e as cinco Estrelas de
Prata de Daerilla Raened, e vários outros emblemas de nobres
menores que apoiavam a reivindicação de Naean Arawn ao Trono do
Leão e à Coroa de Rosa. Andor. No entanto, lá embaixo também
estava a sombria Muralha Vermelha de Jailin Maran, o par de
Leopardos Brancos de Carlys Ankerin e a Mão Alada dourada de
Eram Talkend.
Eles teriam sido noivos sob juramento à rival de Naean, Elenia

Sarand. Vê-los com os outros era como ver lobos com cães de caça
compartilhando uma refeição. Com um barril de bom vinho aberto,
para completar.
Dois outros estandartes enfeitados com ouro também estavam em

exibição, pelo menos duas vezes o tamanho dos outros, embora
pesados demais para que ocasionais rajadas de vento fizessem
muito mais do que agitá-los levemente. Eles brilhavam com o brilho
da seda grossa. No entanto, ele tinha visto ambos claramente um
tempo antes, quando os vassalos subiam e desciam a elevação que
escondia seu acampamento, as bandeiras
ondulando ao galopar. Um era o Leão de Andor, branco sobre
vermelho, idêntico ao que brilhava nas altas torres redondas que
faziam parte da muralha da cidade. Em ambos os casos significava a
declaração do direito de alguém ao trono e à coroa.
A segunda grande faixa proclamava a mulher lançando o desafio

contra Elayne Trakand. Quatro luas prateadas em um campo azul
crepuscular, o sinal da Casa de Marne. Isso tudo foi em apoio a
Arymilla Marne? Há um mês, ele teria tido sorte se alguém além de
sua própria casa ou aquele imbecil do masin Caeren lhe oferecesse
uma cama para passar a noite!
"Eles nos ignoram," Bael rosnou. Eu poderia derrotá-los antes do pôr

do sol e matá-los todos antes de voltar, e ainda assim eles fingem
que não existimos.
Bashere olhou de lado para o Aiel. De lado e para cima. Ele

estendeu o pé bom e comprido. O véu preto que cobria seu rosto
revelava apenas os olhos cinzas de Bael e um pedaço de pele
coriácea. Bashere esperava que o Aiel estivesse apenas afastando o
frio. Ela segurava suas lanças curtas e escudo de couro em suas
mãos, e carregava seu arco embainhado nas costas e sua aljava no
quadril, mas era o véu que realmente contava. Não era o momento
certo para o Aiel partir para uma matança. Vinte passos descendo a
encosta, outros trinta Aiel estavam sentados em seus calcanhares,
indiferentemente segurando suas armas. Um dos três estava com o
rosto descoberto, então talvez a razão pela qual os outros dois o
usavam fosse por causa do frio. Embora com o Aiel nunca se
soubesse nada com certeza.
Embaralhando rapidamente várias maneiras de focar o assunto,

Bashere decidiu levar isso de ânimo leve.
"Elayne Trakand não gostaria disso, Bael, e caso você tenha
esquecido como é ser jovem, isso significa que Rand al'Thor também
não vai gostar."
Bael rosnou bruscamente.
“Melaine me contou o que Elayne Trakand disse. Não devemos fazer

nada por ele. Isso é estupido.
Quando um inimigo vem até você, você usa quem dança as lanças
ao seu lado. Eles jogam a guerra da mesma forma que jogam o jogo
da casa?
“Somos estranhos, Bael. Isso conta em Andor.
O corpulento Aiel rosnou novamente.
Não havia sentido em tentar explicar a política envolvida. A ajuda

externa poderia custar a Elayne o que ela estava tentando ganhar, e
seus inimigos sabiam disso e sabiam que ela sabia, então eles não
temiam Bashere ou Bael ou a Legião do Dragão, por mais
numerosos que fossem. De fato, apesar do cerco, ambos os lados
fariam grandes esforços para evitar uma batalha campal. Era uma
guerra, mas de manobras e escaramuças a menos que alguém
cometesse um erro, e o vencedor seria aquele que conquistasse
uma posição invulnerável ou forçasse o oponente a uma
indefensável.
Certamente Bael não veria isso diferente de Para Daes Dae'mar .
ser honesto, Bashere encontrou muita semelhança entre um e outro.
Com o Flagelo à sua porta, Saldaea não podia se permitir disputar o

trono. Tiranos podiam ser tolerados, e a Praga era rápida em
exterminar os tolos e os gananciosos, mas mesmo esse tipo peculiar
de guerra civil permitiria que a Praga engolisse Saldeia.
Ele examinou o acampamento novamente pelo visor, tentando

discernir como uma tola descarada como Arymilla Marne poderia ter
conseguido o apoio de Naean Arawn e Elenia Sarand. Aqueles dois
eram ambiciosos e
egoístas, cada um totalmente convencido de seu direito ao trono, e
se entendia bem a intrincada rede que os andorinos usavam para
decidir essas questões, tanto um como outro tinham mais
fundamento para suas aspirações do que Arymilla. Não, não havia
lobos e cães-lobo lá embaixo, mas alguns lobos decidiram seguir um
cãozinho. Talvez Elayne soubesse por quê, mas raramente trocava
bilhetes com ele, breves e pouco informativos. Havia muito risco de
alguém descobrir e pensar que ela estava conspirando com ele. Sim,
era muito parecido com o jogo da casa.
"Parece que alguém vai dançar as lanças", disse Bael, e Bashere

abaixou o tubo ornamentado para ver para onde o Aiel estava
apontando.
Houve um fluxo constante de pessoas fugindo da cidade por dias

antes do cerco ser colocado, mas alguém saiu tarde demais.
Meia dúzia de carroças cobertas de lona foram paradas na estrada

para Tar Valon, logo fora do perímetro de Lower Caemlyn, e foram
cercadas por cinquenta cavaleiros sob uma bandeira que,
balançando ao vento, parecia representar um grande urso ou cão de
caça. correndo, em um campo esquartejado em branco e azul.
Pessoas abatidas amontoadas de um lado, encolhidas em suas

capas, os homens abaixando a cabeça, as crianças agarradas às
saias de suas mães. Alguns dos cavaleiros haviam desmontado para
saquear as carroças; baús e caixas e até o que pareciam roupas já
estavam pontilhando a neve. Eles provavelmente estavam
procurando dinheiro ou bebida, embora qualquer outra coisa de valor
que aparecesse acabasse nos alforjes de alguém. Logo alguém
cortaria os arreios da equipe, ou talvez eles simplesmente levassem
as carroças. Carroças e cavalos sempre foram úteis para um
exército, e as regras peculiares desta peculiar guerra civil andorrana
não pareciam
dar muita proteção para quem estava no lugar errado na hora errada.
Então os portões da cidade começaram a se abrir e logo, quando a
brecha se alargou, lanceiros de jaqueta vermelha galoparam de sob
o arco de seis metros de altura; o sol brilhava em suas moharras,
couraças e elmos, e os cascos dos cavalos trovejavam pelos
mercados compridos e desertos. A guarda da rainha saiu. Ou alguns
guardas, pelo menos.
Bashere virou sua viseira de óculos nas carroças.
Aparentemente, o oficial sob a bandeira do urso, se fosse um urso,

tinha feito suas contas rapidamente. Cinquenta para duzentos não
era uma proporção muito satisfatória, especialmente com apenas
alguns vagões em jogo. Os homens que haviam desmontado
saltaram para as selas imediatamente e, assim que Bashere se
concentrou neles, eles partiram em um galope, para o norte, em
direção a ele, bandeira azul e branca tremulando no mastro. A
maioria das pessoas que se reuniram na beira da estrada correu
atrás deles, sua perplexidade tão óbvia como se Bashere pudesse
ver seus rostos, mas então alguns rapidamente juntaram seus
pertences espalhados na neve e voltaram para jogá-los nas
carroças. .
A chegada dos guardas, que detiveram as montarias ao redor das

carroças depois de alguns minutos, pôs fim a isso. Os guardas
começaram a incitar as pessoas em direção às carroças.
Alguns ainda tentavam se esquivar para pegar algum bem valioso, e

um homem sacudiu os punhos para um guarda em protesto; O
guarda era um oficial, por causa das plumas brancas no capacete e
da faixa vermelha no peito, mas ele se inclinou na sela e deu um
golpe com as costas da mão no peito.
bochecha do homem. O sujeito caiu para trás como uma pedra, e
depois de um momento em que o tempo pareceu parar, todos que
ainda não haviam entrado nas carroças se apressaram a fazê-lo,
exceto dois homens que o pegaram pelos ombros e tornozelos. ela
havia caído e eles se moviam tão rápido quanto seu peso morto
permitia. Uma mulher no último vagão da fila já estava martelando as
rédeas para virar a equipe e voltar para a cidade.
Bashere baixou a viseira para examinar o acampamento, depois

espiou novamente para dar uma olhada melhor. Os homens
continuaram a cavar latrinas com pás e enxadas, enquanto outros
descarregavam sacos e barris de carroças.
Nobres e oficiais cavalgavam pelo acampamento, supervisionando o

trabalho. Tudo tão quieto quanto um rebanho de gado pastando.
Finalmente, alguém apontou para a elevação entre eles e a cidade, e
depois outra e outra, e os homens montados começaram a trotar,
dando ordens claramente. Nesse momento, o porta-bandeira avistou
o acampamento, bem no alto.
Bashere enfiou a viseira debaixo do braço e franziu a testa.
Eles não tinham sentinelas em terreno elevado para avisá-los do que

poderia estar acontecendo do outro lado do rebanho.
Mesmo com a certeza de que ninguém ia brigar com eles, aquilo era
estúpido. Também poderia ser útil se os outros campos agissem de
forma tão descuidada e se ninguém corrigisse o erro. Ele bufou
irritado, seu bigode se contraindo.
Seria útil se ele lutasse contra os sitiantes.
Ele olhou e viu que as carroças já estavam a meio caminho do

Portão de Tar Valon com sua escolta de guarda. Os motoristas
dispararam os tiros como se sentissem neles a respiração dos
perseguidores.
a nuca. Ou talvez fosse por causa do oficial da gangue, que estava
segurando a espada acima da cabeça por algum motivo.
"Não haverá dança hoje", disse Bashere.
"Então eu tenho coisas melhores para fazer durante o dia do que

assistir alguns pantaneiros cavando buracos", respondeu Bael. Que
você sempre encontre água e sombra, Davram Bashere.
"No momento eu prefiro ter pés secos e um fogo quente," Bashere

murmurou sem pensar; então ele desejou não ter dito isso. Um
homem poderia tentar matá-lo se você atropelasse suas
formalidades, e os Aiel fossem tão formais quanto estranhos.
No entanto, Bael jogou a cabeça para trás e riu.
— Os Wetlanders o viram de cabeça para baixo
a todo, Davram Bashere.
Um gesto curioso de sua mão direita fez o outro Aiel ficar de pé e

correr para o leste em um trote confortável e longo. A neve não
parecia lhes apresentar nenhuma dificuldade.
Guardando a viseira do óculos na bainha de couro pendurada no

punho da sela, Bashere montou e virou a baía para o oeste. Sua
própria escolta esperava do outro lado da elevação e veio atrás dele,
com nada além do suave rangido do couro, nem o menor tilintar do
metal desalinhado. Eles eram menos do que a escolta de Bael, mas
eram homens duros de suas propriedades em Tyr, e ele os levou
para a Praga muitas vezes antes de levá-los para o sul. Cada um
tinha sua parte da estrada para observar, à frente ou atrás, à
esquerda ou à direita, para cima ou para baixo, e as cabeças
estavam constantemente se virando. Eu esperava que eles não
estivessem fazendo isso
maneira mecânica. Aqui a floresta não era densa e os galhos das
árvores estavam nus, exceto por alguns carvalhos e ciprestes,
pinheiros e abetos, mas o chão coberto de neve era ondulado e cem
cavaleiros podiam ser encontrados a cinquenta passos
despercebidos. Não que eu esperasse que tal coisa acontecesse,
mas o que te matou sempre foi o que você não esperava.
Inconscientemente, ele soltou o laço que prendia a espada à bainha.

O inesperado era de se esperar.
Tumad liderou a escolta, como fazia na maioria dos dias quando

Bashere não tinha tarefa mais importante para o jovem tenente.
Bashere estava preparando. Ele pensou com clareza e viu além do
que estava na frente de seu nariz; ele estava destinado a ocupar um
posto mais alto se vivesse o suficiente.
Ele era alto, embora trinta centímetros mais baixo que Bael; naquele
dia ele exibiu um gesto descontente como se fosse um segundo
nariz.
"O que te incomoda, Tumad?"
“O Aiel estava certo, meu senhor. Ele puxou irritado sua barba preta.
Esses andorranos cospem aos seus pés. Não gosto de me virar
enquanto zombam de nós.
Bem, ele ainda era jovem.
"A nossa situação é chata para você?" Basher riu. Você precisa de
mais emoções? Tenobia fica a apenas cinqüenta léguas ao norte de
nós e, a acreditar nos rumores, ela traz consigo Ethenielle de
Kandor, Paitar de Arafel e até mesmo aquele shienário, Easar. Todos
os poderosos das Fronteiras vêm atrás de nós, Tumad. Aqueles
andorianos em Murandy também não gostam de nós em Andor, ouvi
dizer, e se aquele exército de Aes Sedai à frente deles não os
despedaçar ou já não o fez, eles podem vir atrás de nós. Na
verdade, o mesmo pode ser feito pelas Aes Sedai,
antes ou depois. Lutamos pelo Dragão Renascido, e acho que
nenhuma irmã esquecerá isso. E depois há o seanchan, Tumad.
Você realmente acha que não vamos mais vê-los? Eles virão contra
nós ou vice-versa; um ou outro é inevitável. Vocês, jovens, não
sabem ver as emoções quando estão subindo no bigode!
Risos baixos surgiram dos homens atrás deles, homens da idade de

Bashere em sua maioria, e até Tumad mostrou dentes brancos
enquanto sorria. Todos já haviam participado de campanhas antes,
embora nunca uma tão estranha quanto esta. Bashere se endireitou,
olhando para a frente, e observou o caminho entre as árvores,
embora não prestasse muita atenção.
Para dizer a verdade, Tenobia o preocupava. Apenas a Luz sabia por

que Easar e os outros decidiram deixar a Fronteira da Praga de uma
vez, muito menos levar tantos soldados quanto os rumores diziam
que eles haviam trazido para o sul. Mesmo reduzindo pela metade o
número de rumores.
Sem dúvida, eles tinham razões que consideravam boas e

suficientes; e sem dúvida Tenobia os compartilhava. Mas ele a
conhecia; ele a ensinou a montar, ele a viu crescer, ele deu a ela a
Coroa Quebrada quando ela assumiu o trono.
Ela era uma boa líder, nem muito dura nem muito branda, inteligente,
embora nem sempre judiciosa, corajosa sem ser imprudente, mas
impulsiva era um termo contido para descrevê-la. Às vezes, até
chamá-la de cabeça quente era um eufemismo. E ele estava tão
certo quanto podia estar de que tinha seu próprio objetivo, qualquer
que fosse o propósito que os outros pudessem ter: a cabeça de
Davram Bashere. Nesse caso, ele não achava provável que se
contentasse com outro período de exílio, tendo chegado tão longe.
Quanto mais um espinho entre os dentes a incomodava, mais difícil
era convencê-la a parar de tocá-lo com a língua. Foi
um bom problema. Ela deveria estar em Saldeia, cuidando do
Flagelo, mas ele deveria estar lá também. Ela poderia acusá-lo de
pelo menos dupla traição pelo que ele fez desde que veio para o sul,
mas ainda assim Bashere não viu que ela tinha escolha. Rebelião –
Tenobia poderia definir isso em termos muito gerais quando quisesse
– era uma acusação terrível, mas ela queria manter a cabeça contra
seu corpo um pouco mais. Sim, o problema era complicado.
O acampamento de cavalaria leve deixado para trás após a batalha

de Illian e Seanchan, cerca de oito mil, era maior do que o da estrada
para Tar Valon, mas não estava disperso. As fileiras de cavalos com
estacas eram uniformes, com uma forja de ferreiro em cada
extremidade, estendendo-se entre fileiras de tendas igualmente
retas, cinzentas ou brancas, embora agora fortemente remendadas.
Até o último homem poderia estar montado e pronto para lutar antes
que cinquenta contados a partir do toque da trombeta, e as
sentinelas foram posicionadas de modo que os outros tivessem esse
tempo e muito mais. Até as tendas e carroças das escoltas, cem
passos ao sul das restantes, eram mais ordenadas do que os
soldados que sitiavam a cidade, como se tivessem seguido o
exemplo dos Saldeus. De certa forma, pelo menos.
Entrando com sua escolta, notou que os homens se moviam

rapidamente, com determinação, quase como se o sinal para montar
tivesse sido dado. Mais de um estava com a espada
desembainhada. Ele ouviu vozes chamando por ele; mas ao notar a
multidão de pessoas, a maioria mulheres, reunidas no centro do
acampamento, sentiu um súbito entorpecimento. Ele cravou os
calcanhares e começou a galope. Ele não sabia se os outros o
seguiam ou Rápido
não. Ele não ouviu nada além do sangue latejando em seus ouvidos;
ele não conseguia ver nada, exceto a multidão reunida em frente à
sua tenda de teto pontudo. A loja que ele dividia com Deira.
Ele não parou o cavalo quando alcançou a multidão; ele

simplesmente pulou da cadeira e correu assim que atingiu o chão.
Ele ouvia as pessoas falando sem entender o que diziam. Eles se

separaram para abrir caminho para ele entrar na tenda ou ele os
teria atropelado.
Assim que cruzou as abas da entrada, parou. A barraca, que era

grande o suficiente para acomodar vinte soldados, estava lotada de
mulheres, esposas de nobres e oficiais, mas ele logo avistou sua
esposa, Deira, sentada em uma cadeira dobrável no centro dos
tapetes que cobriam o chão. , e a dormência desapareceu como por
magia. Ele sabia que tinha que morrer um dia - ambos morreriam -
mas a única coisa que temia era viver sem ela. Então ela notou
algumas das mulheres ajudando-a a baixar o vestido até a cintura
enquanto outra pressionava um pano branco dobrado contra o braço
esquerdo de Deira; o tecido estava ficando vermelho de sangue, que
escorria por seu braço e pingava de seus dedos em uma bacia
colocada no tapete. Havia bastante sangue no recipiente.
Ela o viu ao mesmo tempo, e seus olhos brilharam em um rosto

muito pálido.
"Isso acontece para contratar estranhos, marido," ela disse

ferozmente, acenando com a longa adaga em sua mão direita para
ele.
Tão alta quanto a maioria dos homens - vários dedos mais alta que
ele - e bonita, seu rosto emoldurado por cabelos pretos com asas
brancas, ela possuía uma presença dominante que se tornava
dominante quando
ele ficou com raiva Mesmo quando era óbvio que ela mal conseguia
se manter de pé. A maioria das mulheres ficaria nervosa por estar
nua da cintura para cima na frente de tantas pessoas, com o marido
presente, mas não Deira.
"Se você não insistisse em sempre se mover como o vento,

poderíamos ter bons homens de nossas próprias propriedades para
cuidar do que fosse necessário", acrescentou.
"Uma briga com os servos, Deira?" ele perguntou, levantando uma

sobrancelha. Eu nunca imaginei que você seria capaz de se envolver
com eles com facas.
Várias mulheres lhe deram olhares de lado frios. Nem todos os

casamentos eram tratados como os dois. Alguns os consideravam
estranhos, pois raramente gritavam um com o outro.
Deira fez uma careta para ele, então deu uma risada curta e
involuntária.
“Vou começar do começo, Davram. E eu vou devagar para que você

possa entender,” ele acrescentou com uma sugestão de sorriso,
parando para agradecer as mulheres que cobriram seu torso nu com
um lençol de linho. Voltando da cavalgada, encontrei dois estranhos
vasculhando nossa barraca. Eles sacaram suas adagas, então é
claro que eu bati em um com uma cadeira e esfaqueei o outro. Ele
franziu a testa enquanto olhava para a ferida em seu braço. Não
muito certo, já que ele conseguiu me tocar. Então Zavion e outros
entraram, e os dois caras fugiram pela fresta que conseguiram abrir
nos fundos da loja.
Várias mulheres assentiram severamente enquanto
eles agarraram os cabos das adagas que todos carregavam.
"Eu disse para eles irem atrás deles, mas eles insistiram em tratar
este arranhão," Deira acrescentou severamente.
As mulheres tiraram as mãos dos punhais e coraram, embora
nenhuma delas mostrasse qualquer remorso por desobedecer.
Eles se encontraram em uma situação muito delicada. Eles deviam

fidelidade a sua esposa, bem como a ele; mas por mais que Deira
quisesse chamar o ferimento de arranhão, ela poderia ter sangrado
até a morte se eles a tivessem abandonado para ir atrás dos ladrões.
"Em qualquer caso," Deira continuou, "ordenei que uma busca fosse
feita." Não será difícil localizá-los. Um tem um galo na cabeça e o
outro está sangrando,” ele terminou com um aceno de cabeça
satisfeito.
Zavion, a ruiva e rija Senhora de Gahaur, ergueu uma agulha

enfiada.
"A menos que você tenha um interesse repentino em bordados, meu

senhor, posso sugerir que você se aposente?" ele perguntou
friamente.
Bashere inclinou a cabeça ligeiramente em aquiescência. Deira não

gostava de ser vista sendo costurada. Ele também não gostava de
ver.
Do lado de fora da loja, ele parou para anunciar em voz alta que sua
esposa estava bem e sendo atendida, e para que todos
continuassem com suas tarefas. Os homens se afastaram depois de
expressar sua esperança de que Deira se recuperasse logo, mas
nenhuma das mulheres se moveu de seu lugar. Davram não os
pressionou. Eles ficariam até que a própria Deira aparecesse, o que
quer que ele dissesse, e um homem sensato tentasse evitar batalhas
que não só estavam perdidas de antemão, mas seria tolice insistir
em perder.
Tumad estava esperando por ele atrás do grupo amontoado; Ele

caminhou ao lado de Bashere, que caminhava com as mãos
apertadas atrás das costas.
Ele esperava que isso ou algo assim acontecesse há muito tempo,
mas quase chegou a acreditar que não aconteceria. E em nenhum
momento ele imaginou que Deira estava prestes a morrer por isso.
"Ambos os homens foram encontrados, meu senhor," ele relatou.
tumad- Pelo menos eles se encaixam na descrição que Lady Deira

deu.
Bashere virou a cabeça em direção a ele, uma expressão assassina

no rosto, e o jovem apressou-se a acrescentar: "Eles estavam
mortos, meu senhor, logo fora do acampamento." Ambos foram
esfaqueados com uma lâmina estreita. Ele tocou um dedo na base
do crânio, logo atrás da orelha. Tinha que ser o trabalho de mais de
um, a menos que ele fosse tão rápido quanto uma víbora.
Basher assentiu. A morte muitas vezes era o preço do fracasso. Dois

para gravar e quantos para silenciá-los?
Quantos restaram e quanto tempo levaria até que tentassem

novamente? E
o pior de tudo, quem estava por trás disso? A Torre Branca? Os

renegados?
Aparentemente, uma decisão havia sido tomada para ele.
Ninguém, exceto Tumad, estava perto o suficiente para ouvi-lo, mas

ele ainda falava baixinho, escolhendo as palavras com cuidado. Às
vezes, o preço do descuido também era a morte.
"Você sabe onde encontrar o homem que veio me ver ontem?"

Procure por ele e diga que eu aceito, mas haverá mais alguns dos
quais conversamos.
Os flocos brancos e fofos caindo em Cairhien diminuíram um pouco

a luz do sol da manhã, diminuindo apenas seu brilho. Da janela alta e
estreita do Palácio do Sol, com as boas vidraças montadas para
bloquear o frio, Samitsu podia ver claramente os andaimes de
madeira acima.
assomava ao redor do setor desmoronado do palácio, seus blocos
de pedra quebrados ainda cobertos de escombros e suas torres
escalonadas parando abruptamente, longe de se igualar à altura das
outras torres. Uma delas, a Torre do Sol Nascente, não existia mais.
Várias das lendárias "Torres Infinitas" surgiram dos flocos brancos
balançando ao vento, enormes torres quadradas com imensos
contrafortes, muito mais altas do que qualquer palácio, apesar de
estar localizado na colina mais alta de uma cidade de colinas. Eles
também estavam cercados por andaimes e ainda não haviam sido
totalmente reconstruídos vinte anos depois que o Aiel os incendiou;
talvez em mais vinte anos eles estivessem terminados. Não havia
trabalhadores em nenhuma das tábuas dos andaimes, é claro, com
aquele tempo.
Ela se pegou desejando que a neve também lhe desse uma folga.
Quando Cadsuane partiu há uma semana, deixando-a no comando,

sua tarefa parecia simples: garantir que Cairhien não fervesse
novamente. Na época parecia um trabalho fácil, embora ele não
tivesse se envolvido muito com política, digamos.
Apenas um nobre mantinha uma força armada considerável, e

Dobraine era cooperativo, na maior parte, aparentemente querendo
manter as coisas quietas. Claro, ele aceitou essa nomeação tola
como Regente de Cairhien do Dragão Renascido.
O menino também havia nomeado
homem "Administrador"
que há um mês de
se Tear, um
rebelara
contra ele! Se ele tivesse feito o mesmo com Illian... E parecia mais
provável.
Esses compromissos dariam às irmãs muitos problemas antes que
as coisas voltassem aos trilhos! No entanto, Dobraine só parecia
fazer uso de seu novo
posição para liderar a cidade. E silenciosamente angariar apoio para
a reivindicação de Elayne Trakand ao Trono do Sol se ela
conseguisse. Samitsu se contentou em deixar por isso mesmo, já
que não se importava com quem estava sentado no Trono do Sol.
Ele realmente se importava pouco com Cairhien.
Os flocos caindo do lado de fora da janela giravam em um

redemoinho como um caleidoscópio branco. Tão calmo. Você já
valorizou a tranquilidade? Pelo menos ele não se lembrava de ter
feito isso.
Nem a possibilidade de Elayne Trakand assumir o trono nem o novo

título de Dobraine causaram tanta consternação quanto os rumores
ridículos - persistentemente ridículos - de que o menino al'Thor
estava a caminho de Tar Valon para se submeter a Elaida, embora
ela não tivesse feito nada. para silenciá-los.
Essa história deixou todos, de nobres a cavalariços, quase com

medo de respirar, o que foi útil para manter a paz. O Jogo das Casas
havia parado; bem, comparado a como as coisas normalmente eram
em Cairhien. Provavelmente os Aiel que se reuniram na cidade do
enorme acampamento a alguns quilômetros a leste também
contribuíram, tanto quanto a maioria das pessoas os odiava. Todos
sabiam que estavam seguindo o Dragão Renascido, e ninguém
queria correr o risco de se encontrar no lado errado das lanças de
Aiel. O jovem al'Thor era muito mais útil ausente do que presente.
Rumores vindos do oeste de Aiel atacando por toda parte —
saqueando, queimando, matando indiscriminadamente, alegavam os
mercadores — deram ao povo mais uma razão para evitar confrontos
com os que estavam ali.
De fato, parecia que não havia estrepe capaz de tirar os Cairhienins

de sua tranqüilidade, a não ser
da ocasional briga de rua entre os forasteiros e os moradores da
cidade, que consideravam essas pessoas barulhentas e vestidas de
forma tão estranha quanto os Aiel e um inimigo muito mais fácil de
combater. A cidade estava movimentada até o topo, com pessoas
dormindo onde quer que pudessem se abrigar do frio, embora a
comida fosse suficiente, se não demais, e o comércio fosse melhor
do que o esperado no inverno. De modo geral, ela deveria estar
convencida de que estava cumprindo as instruções de Cadsuane tão
bem quanto poderia desejar. Apenas Cadsuane esperaria mais. Ele
sempre fez.
"Você está me ouvindo, Samitsu?"
Com um suspiro, Samitsu virou as costas para a calma vista da

janela, forçando-se a não alisar a saia com listras amarelas.
Os sinos de prata Jakanda com os quais ela adornava seu cabelo

tilintaram suavemente, mas seu som não lhe deu conforto naquele
dia. Na melhor das hipóteses, ele não se sentia inteiramente em
casa em seus aposentos do palácio, apesar do fato de que o fogo
crepitante na ampla lareira de mármore irradiava calor e a cama no
quarto ao lado tinha edredons e travesseiros da melhor qualidade, de
penas de ganso. Os três quartos que compunham seus aposentos
eram excessivamente ornamentados no severo estilo cairhienin, com
o gesso branco do teto formando quadrados entrelaçados, as largas
molduras das cornijas ricamente douradas e os painéis de madeira
das paredes polidos para um brilho suave. ainda escuro. Os móveis
eram ainda mais escuros, maciços, com linhas finas de folha de ouro
e incrustações de marfim em forma de cunha em padrões.
Os tapetes Tearian floridos nesta sala

eles pareciam deslocados em suas cores berrantes em comparação
com todo o resto, enfatizando a rigidez de tudo ao seu redor.
Ultimamente tudo o lembrava de uma gaiola.
O que realmente a incomodava, no entanto, era a mulher com

cabelos na altura dos ombros em cachos que estava no centro do
tapete, as mãos nos quadris, o queixo erguido beligerantemente e
uma carranca que escureceu seus olhos azuis.
Sashalle usava o anel da Grande Serpente na mão direita, é claro,

mas também usava um colar e uma pulseira Aiel — contas grossas
de prata e marfim esculpidas em padrões intrincados —
berrantes em contraste com o vestido marrom de gola alta que

usava. era obviamente bom e bem feito. Não que fossem peças
toscas, mas... eram atraentes, e não do tipo que uma irmã usaria.
A excentricidade daquelas joias poderia ser a chave para muitas

coisas, se Samitsu conseguisse encontrar a razão por trás disso.
Os Sábios, especialmente Sorilea, olharam para ela como se ela

fosse uma tola por não saber das coisas sem perguntar e se
recusaram a se dar ao trabalho de responder. Eles faziam isso com
muita frequência. Especialmente Sorilea. Samitsu não estava
acostumada a ser tratada como uma idiota, e ela não gostava muito
disso.
Não pela primeira vez, ela achou difícil encontrar o olhar da outra
irmã. Sashalle era a principal razão pela qual ela não estava
satisfeita, não importa o quão bem tudo estivesse indo.
O mais irritante é que Sashalle era vermelha e, no entanto, apesar

de sua Ajah, ela jurou fidelidade ao jovem al'Thor. Como poderia
qualquer Aes Sedai jurar lealdade a alguém ou a qualquer coisa que
não fosse a própria Torre Branca? Como, em nome da Luz, uma
Vermelha poderia jurar fidelidade a um homem que ela canalizou?
Talvez Verin estivesse certo sobre o
ta'veran
mudança de chance causada pelo . Samitsu não conseguia pensar

em outra razão para que trinta e uma irmãs, cinco delas Ruivas,
fizessem tal juramento.
-Eu ouvi você. Lady Ailil recebeu propostas de nobres que

representam a força principal da casa Riatin — respondeu ele com
muito mais paciência do que realmente sentia. Eles querem que ela
assuma o cargo de Nobre Chefe de Riatin e ela quer a aprovação da
Torre Branca. Pelo menos, a aprovação da Aes Sedai.
Para fazer mais do que lutar com os olhos — e provavelmente perdê-

la —, ele se mudou para uma mesa de abrunheiro sobre a qual um
jarro de prata com incrustações douradas estava em uma bandeja de
prata, e da qual exalava um leve aroma de amora. Encher um copo
com vinho quente era uma desculpa para quebrar o contato visual
fugaz. Precisar de uma desculpa a fez largar a jarra na bandeja com
um baque. Ele evitou olhar para Sashalle com muita frequência.
Mesmo assim, ela percebeu que ele estava olhando para ela de lado.
Para sua frustração, ela não conseguia se virar para encontrar seu
olhar.
"Diga a ele que não, Sashalle", acrescentou. Seu irmão ainda estava
vivo quando foi visto pela última vez, e a rebelião contra o Dragão
Renascido não é algo com que a Torre se preocupe; especialmente
agora que acabou. A memória de Toram Riatin fugindo através de
uma névoa estranha que poderia solidificar e matar, uma névoa
resistente ao Poder Único, brilhou em sua mente. A Sombra havia
saído dos muros de Cairhien naquele dia.
Ele percebeu que sua voz soara tensa com o esforço de conter uma
espécie de tremor. Não por medo, mas por raiva.
Esse foi o dia em que ele falhou em Curar o jovem al'Thor. Ele
odiava fracassos, odiava lembrar deles. E não
ele teria que se explicar. A principal força da casa Riatin não é o
todo. Aqueles que ainda estão do lado de Toram irão se opor à sua
irmã, pela força das armas, se necessário. E, claro, fomentar a
inquietação dentro das próprias casas não é uma forma de manter a
paz. Há um equilíbrio precário agora, Sashalle, mas há um equilíbrio
e não devemos perturbá-lo. Ele conseguiu se conter antes de
acrescentar que Cadsuane ficaria descontente se eles fizessem tal
coisa. Isso não teria muito peso na posição de Sashalle.
"A agitação surgirá quer a encorajemos ou não", afirmou a outra irmã

com firmeza. A carranca desapareceu assim que Samitsu mostrou
que a estava ouvindo, embora o queixo rígido permanecesse. Talvez
fosse mais teimosia do que beligerância, embora isso pouco
importasse. A mulher não discutiu nem tentou convencê-la; ele
simplesmente declarou sua posição. E a coisa mais irritante era que
ele obviamente estava fazendo isso como uma cortesia para com
ela. O Dragão Renascido é o arauto da agitação e mudança,
Samitsu. O arauto anunciado. E se não for, estamos em Cairhien.
Você acha que eles realmente pararam de jogar? A superfície da
água pode parecer calma, mas os peixes nunca param de nadar.
Daes Dae'mar
Um Vermelho elogiando o Dragão Renascido como um demagogo de

rua! Luz!
"E se você estiver errado?" — Apesar de si mesma, Samitsu ele

cuspiu as palavras.
Sashalle — caramba! — permaneceu perfeitamente composto.
"Ailil renunciou a qualquer reivindicação ao Trono do Sol em favor de

Elayne Trakand, que é o que o Dragão Renascido deseja, e ela está
disposta a jurar lealdade a ela se quiser."
pergunto. Toram liderou um exército contra Rand al'Thor. Eu digo que
vale a pena fazer a mudança e vale a pena o risco, e eu vou deixar
você saber.
Os sinos no cabelo de Samitsu tilintaram com um aceno irritado da

cabeça, e a mulher mal conseguiu evitar suspirar novamente.
Dezoito dessas irmãs seguidoras do Dragão ainda estavam em
Cairhien - Cadsuane havia levado algumas com ela e enviado
Alanna de volta para levar mais algumas - e outras das dezoito, além
de Sashalle, estavam acima dela, mas o Sábio Aiel as impediu de
ficando em seu caminho. Inicialmente, ele desaprovou a forma como
isso foi feito – a Aes Sedai não podia ser aprendiz de ninguém! Era
ultrajante! — mas na prática tornava seu trabalho mais fácil. Assim
eles não interferiam nem tentavam assumir o comando, com os
Sábios dirigindo suas vidas e vigiando-os em todas as horas.
Infelizmente, por alguma razão desconhecida, os Sábios viam
Sashalle e as outras duas irmãs que haviam sido neutralizadas nos
poços de Dumai de forma diferente. Neutralizado. Ele sentiu um leve
calafrio com o pensamento, mas apenas um leve, e seria menor se
ele descobrisse como Damer Flinn havia curado o incurável. Pelo
menos alguém poderia Curar a neutralização, mesmo que fosse um
homem. Um homem que liderou. Luz.
O pavor do passado tornou-se uma mera preocupação uma vez que

se acostumasse com isso.
Ela tinha certeza de que Cadsuane teria acertado as coisas com os

Sábios antes de partir se soubesse dessa diferença no tratamento de
Sashalle, Irgain e Ronaille. Pelo menos ela pensou que estava
segura. Esta não foi a primeira vez que ela foi pega em um dos
esquemas do lendário Green. Cadsuane poderia ser mais astuto que
um Azul,
truques dentro de confabulações envoltas em estratagemas e todos
eles escondidos atrás de mais planos. Alguns estavam destinados a
fracassar para ajudar outros a terem sucesso, e apenas Cadsuane
sabia quais eram quais, não um pensamento nada tranquilizador. De
qualquer forma, aquelas três irmãs eram livres para ir e vir à vontade,
para fazer o que quisessem. E eles certamente não se sentiram
compelidos a seguir a diretriz de Cadsuane ou a irmã que ele
designara para levá-la adiante.
Apenas seu juramento insano a al'Thor os guiava ou limitava.
Samitsu nunca se sentiu fraca ou incapaz em sua vida, exceto

quando seu Talento falhou, mas agora ela desejava que Cadsuane
voltasse e assumisse o comando. Algumas palavras ditas ao ouvido
de Ailil teriam abafado o desejo da nobre de se tornar Chefe Nobre, é
claro, mas não adiantaria nada se ela não encontrasse uma maneira
de desviar Sashalle de seu propósito.
Mesmo que Ailil temesse que seus segredos tolos fossem

divulgados, a contradição no que a Aes Sedai disse a ela poderia
muito bem fazê-la decidir que era melhor tentar desaparecer em
suas posses de campo em vez de arriscar ofender uma irmã, não
importa o que ela fizesse. Cadsuane ficaria chateado se perdesse
Ailil. A própria Samitsu ficaria chateada. Ailil era um canal para o
meio das tramas que estavam sendo tramadas entre os nobres, um
indicador de que tais intrigas ainda eram insignificantes, improváveis
de causar qualquer perturbação séria. O maldito Vermelho sabia
disso. E uma vez que Sashalle desse a permissão a Ailil, seria para
ela que ele correria com notícias, não para Samitsu Tamagowa.
Enquanto Samitsu lutava com seu dilema, a porta do corredor se

abriu, revelando um Cairhienin de pele pálida.
pálido e severo de semblante, cerca de trinta centímetros mais baixo
do que qualquer uma das duas Aes Sedai. Seu cabelo grisalho
estava preso em um coque baixo e justo, e ela usava um vestido
sem adornos de um cinza tão escuro que era quase preto, o
uniforme atual dos servos do Palácio do Sol. Os servos nunca se
anunciaram ou pediram permissão para entrar, mas Corgaide
Marendevin não era um empregado comum; o pesado anel de
chaves prateado pendurado em sua cintura era um símbolo de seu
escritório. Quem quer que governasse Cairhien, o Guardião das
Chaves, na verdade administrava o Palácio do Sol, e não havia nada
submisso em Corgaide. Ele fez uma pequena reverência,
cuidadosamente apontada para um ponto intermediário entre
Samitsu e Sashalle.
"Me pediram para relatar qualquer coisa incomum", disse ele ao ar,
embora tenha sido Samitsu quem perguntou. Certamente ela havia
notado a luta pelo poder entre os dois ao mesmo tempo que eles
mesmos. Poucas coisas sobre o palácio lhe escaparam. Disseram-
me que há um Ogier nas cozinhas. Ele e um jovem estão
supostamente procurando trabalho de alvenaria, mas ele nunca tinha
ouvido falar de um Ogier e um pedreiro Tsofu humano trabalhando
juntos. E a missiva de que não disponíveis de qualquer lugar no
passo
haverá
futuro pedreiros
próximo,
Ogier
quando
perguntados depois… do incidente. A pausa foi quase passo
imperceptível e sua expressão grave não mudou, mas metade das

fofocas sobre o ataque ao Palácio do Sol culpou al'Thor por isso e a
outra metade a Aes Sedai. Alguns mencionaram os Renegados, mas
apenas para combiná-los com al'Thor ou as Aes Sedai.
Com os lábios franzidos em pensamento, Samitsu tirou a maldita

bagunça que os Cairhienins estavam fazendo de sua mente.
com qualquer coisa que tocassem. Negar o envolvimento da Aes
Sedai foi inútil; os Três Juramentos eram válidos até um ponto em
uma cidade onde um simples "sim" ou "não" podia dar origem a seis
rumores contraditórios. Mas um Ogier... As cozinhas do palácio
raramente admitiam a passagem de transeuntes, mas os cozinheiros
certamente dariam uma refeição quente a um Ogier porque era uma
raridade ver um. Ao longo do ano passado, os Ogiers foram vistos
ainda menos do que o habitual. Um ainda era encontrado de vez em
quando, mas andando o mais rápido que um Ogier podia e
raramente parando em um lugar por mais tempo do que para passar
a noite.
Eles quase nunca viajavam com humanos, muito menos trabalhavam

com eles. No entanto, esse casal despertou um formigamento em
sua mente. Na esperança de se lembrar do que quer que fosse, ela
abriu a boca para fazer algumas perguntas.
"Obrigado, Corgaide", Sashalle respondeu com um sorriso. Você tem

sido uma grande ajuda, mas você se importaria de nos deixar em
paz?
Tratar grosseiramente o Guardião das Chaves era uma boa maneira

de se encontrar com lençóis sujos, comida mal temperada, penicos
não esvaziados, mensagens perdidas e milhares de inconvenientes
que poderiam amargar a vida de qualquer um e deixá-lo em uma
lama grossa sem atingir o objetivo. lugar nenhum e não fazer nada;
no entanto, a julgar pela reação de Corgaide, o sorriso pareceu
atenuar suas palavras. A mulher de cabelos grisalhos inclinou
levemente a cabeça em concordância e novamente fez a menor
reverência possível. Nesta ocasião, obviamente dedicado a Sashalle.
Assim que a porta se fechou atrás da governanta, Samitsu deixou

cair a taça de prata na bandeja com tanta força que o vinho quente a
fez se contorcer.
espirrou no pulso e depois virou-se para a irmã Vermelha. Ele estava
a um passo de perder o controle de Ailil e agora o próprio Palácio do
Sol parecia estar escorregando por entre seus dedos!
Corgaide ficar calado sobre o que viu ali era tão provável quanto criar
asas e voar, e tudo o que dissesse se espalharia rapidamente pelo
palácio e infectaria todos os criados, até os homens que limpavam os
estábulos. A última reverência que ele fez deixou bem claro o que ele
pensava. Luz, como ele odiava Cairhien! A cortesia entre irmãs
estava arraigada, mas Sashalle não estava acima dela o suficiente
para segurar a língua diante desse desastre, e pretendia fazê-lo sem
hesitação.
Ela franziu a testa para a outra irmã, e então ela viu o rosto de
Sashalle - ela realmente o viu, talvez pela primeira vez - e de repente
ela soube por que isso a incomodava tanto, talvez até por que era
tão difícil para ela olhar diretamente para o irmã vermelha.
Não era mais um rosto de Aes Sedai, atemporal e sem idade.
Quase ninguém notou até que foi apontado para eles, mas para
outra irmã era inconfundível. Talvez houvesse restos, pedaços e
peças que faziam Sashalle parecer mais bonita do que realmente
era, mas ainda assim qualquer um poderia estimar uma idade para
ela, mais ou menos em um ponto antes da maturidade. A descoberta
congelou a língua de Samitsu.
O que se sabia sobre as mulheres neutralizadas era pouco mais do

que boatos. Eles fugiram e se esconderam de outras irmãs;
finalmente, eles morreram. Normalmente, eles costumavam morrer
imediatamente.
A perda da mulher foi mais
Saidar
do que a maioria das mulheres

neutralizadas poderia suportar por muito tempo. Mas era tudo fofoca;
Até onde ela sabia, por muito tempo ninguém tinha
coragem suficiente para descobrir mais coisas. O medo, quase
sempre relegado ao canto mais escuro da mente de cada irmã, de
que ela pudesse encontrar o mesmo destino qualquer dia em um
momento desprotegido, impedia que alguém quisesse saber muito
sobre isso. Até as Aes Sedai conseguiam desviar o olhar quando não
queriam ver. Sempre havia rumores, quase nunca mencionados e
tão vagos que ele não conseguia se lembrar de onde haviam sido
ouvidos pela primeira vez, sussurros quase inaudíveis, mas sempre
flutuando no ar. Um que Samitsu se lembrava apenas pela metade,
até então, dizia que uma mulher neutralizada ficava mais jovem, se
vivesse. Sempre lhe parecera absurdo; até agora. Recuperar a
capacidade de canalizar não havia devolvido tudo a Sashalle. Mais
uma vez ela teria que trabalhar com o Poder por anos para alcançar
o semblante que proclamaria sua Aes Sedai para qualquer irmã que
a visse. Ou...
talvez ele não a recuperasse? Parecia inevitável, mas este era um

território desconhecido. E se seu rosto havia mudado, algo mais nela
havia mudado? Um calafrio mais intenso do que aquele que a ideia
da neutralização havia causado a Samitsu estremeceu.
Talvez fosse melhor que ele tivesse ido lentamente tentando

descobrir o modo de cura de Damer.
Sashalle tocou seu colar Aiel; Ela não parecia estar ciente da afronta
de Samitsu ou de seu escrutínio.
“Pode não ser nada, ou pode valer a pena conferir”, disse ele,
“mas Corgaide estava apenas relatando o que tinha ouvido. Se

quisermos descobrir alguma coisa, teremos que ir e ver por nós
mesmos. Sem mais delongas, ela pegou sua saia e se dirigiu para a
porta, deixando Samitsu sem escolha a não ser segui-la ou ficar ali.
Era intolerável! No entanto, ficar estava fora de questão.

A irmã Ruiva não era mais alta do que ela, mas teve que se apressar
para acompanhar Sashalle enquanto se movia rapidamente pelos
corredores largos e de cúpula quadrada. Era impossível avançar a
menos que ele começasse a correr. Ele estava fumegando, mas
ficou quieto, embora tivesse que cerrar os dentes. Discutir com outra
irmã em público não era apropriado, na melhor das hipóteses. Pior
ainda, sem dúvida, era que também seria inútil. E só serviria para
aprofundar o buraco em que se encontrava. Eu tive uma tremenda
vontade de chutar alguma coisa.
Lâmpadas de chão colocadas em intervalos regulares forneciam

ampla luz mesmo nas partes mais escuras dos corredores, mas a
decoração pouco acrescentava de cor além da ocasional tapeçaria
com todos os componentes dispostos de forma ordenada, fossem
eles animais que foram caçados ou bravamente lutou em uma
batalha. Alguns nichos de parede continham porcelana Mariner ou
ornamentos de ouro, e em alguns corredores as cornijas formavam
frisos, a maioria sem pintura. Isso foi tudo.
Cairhienin escondia a opulência em público, como faziam muitas

outras coisas. Os criados que se movimentavam pelos corredores
como filas de formigas usavam uniformes cor de carvão, exceto
aqueles a serviço dos nobres moradores do palácio, que pareciam
notáveis em comparação com os demais, com as golas e às vezes
as mangas - até uma ou dois com o paletó e o vestido completo —
com as cores da casa, assim como as insígnias das casas bordadas
no peito; quase pareciam estranhos entre os outros. Mas ambas
mantiveram os olhos baixos e mal pararam tempo suficiente para se
curvar para as duas irmãs quando elas passaram por elas. O Palácio
do Sol exigia centenas de servos, e
Parecia que todos estavam correndo por aí esta manhã, ocupados
com suas tarefas.
Havia também nobres ao longo dos corredores, curvando-se

cautelosamente para as Aes Sedai enquanto passavam, talvez com
uma saudação – cuidadosamente equilibrada entre uma ilusão de
igualdade e o verdadeiro estado das coisas – dita em voz baixa que
não foi muito longe.
Eles provaram o velho ditado de que tempos estranhos faziam

estranhos companheiros de viagem. Velhas inimizades foram
deixadas de lado diante de novos perigos.
Temporariamente. Aqui, dois ou três senhores cairhienin pálidos em

jaquetas de seda escura, seus peitorais sulcados com finas faixas
coloridas, e alguns com a frente de suas cabeças raspadas e
empoadas à maneira de soldados, passeavam com um número igual
de outros homens. Tearians morenos em suas jaquetas listradas de
mangas bufantes coloridas. Lá, uma nobre Tearian, usando um gorro
justo de fios de pérolas, um vestido de brocado colorido e uma gola
de renda clara, caminhava de braços dados com uma nobre
Cairhienin mais baixa, seu cabelo penteado em uma intrincada torre
de cachos que excedia até mesmo a cabeça de sua companheira, a
renda cinza-escura de seu pescoço roçando seu queixo, e as finas
listras das cores de sua casa em cascata pela frente de sua saia de
seda escura cheia. Todos como almas amigas e fiéis confidentes.
Alguns pares foram mais chocantes do que outros.
Ultimamente, várias mulheres começaram a usar roupas bizarras

sem parecer notar como atraíam os olhares dos homens e até faziam
os servos terem que trabalhar duro para não olhar para elas.
Leggings e jaquetas apertadas que mal cobriam os quadris não eram
roupas.
apropriado para uma mulher, não importa quanto trabalho de
bordados e enfeites com pedras preciosas que os casacos
carregavam. Colares, pulseiras e pequenos feixes de penas
coloridas destacaram ainda mais a extravagância da roupa. E
aquelas botas tingidas de cores vivas, com saltos que somavam

trinta centímetros de altura para uma mulher e davam a impressão
de que corriam o risco de cair a cada balanço.
"Escândalo," Sashalle resmungou ao ver duas mulheres, puxando

sua saia com desgosto.
"Escândalo," Samitsu murmurou de volta antes que ela pudesse se

conter, então fechou a boca para que seus dentes estalassem juntos.
Ele teve que controlar sua língua. Expressar sua concordância só

porque sentia o mesmo era um hábito que ela não podia permitir com
Sashalle.
No entanto, ela não pôde deixar de olhar para o par de mulheres

com um ar de desaprovação. E com um pouco de surpresa. Um ano
atrás, Alaine Chuliandred e Fionnda Annariz estariam em desacordo.
Ou melhor, eles teriam feito seus mercenários serem. Claro, quem
teria imaginado ver Bertome Saighan andando calmamente com
Weiramon Saniago sem que nenhum dos dois homens pegasse a
adaga no cinto? Tempos estranhos e companheiros de viagem
estranhos. Eles estavam jogando o Jogo das Casas, sem dúvida,
manobrando para obter vantagem, como sempre faziam, mas as
linhas divisórias que antes haviam sido esculpidas em pedra agora
eram desenhadas na água. Tempos realmente estranhos.
As cozinhas localizavam-se no piso mais baixo acima do nível da

rua, nas traseiras do palácio, e eram um conjunto de salas com
paredes de pedra e vigas expostas.
nos telhados, espalhados em torno de uma sala comprida e sem
janelas cheia de fogões de ferro, fornos de tijolos e lareiras de pedra
esculpida, e o calor era suficiente para fazer qualquer um esquecer
que estava nevando lá fora ou mesmo que era inverno.
Normalmente, cozinheiros e ajudantes de cozinha de rosto suado,

em uniformes tão escuros quanto os dos criados de qualquer outro
lugar do palácio sob seus aventais brancos, estariam correndo de um
lado para outro preparando a refeição do meio-dia, amassando pães
em longas mesas polvilhadas de farinha. , borrifando com seu suco a
carne assada e os pássaros que giravam em espetos sobre o fogo
das lareiras. Agora, apenas os cães barulhentos e babando se
mexiam, ansiosos para obter sua parte dos assados. Cestos de
nabos e cenouras ainda estavam descascados e picados, e cheiros
doces e pungentes exalavam das panelas deixadas no fogo. Até os
porteiros, meninos e meninas que enxugavam disfarçadamente o
rosto com os aventais, estavam parados na beira de um grupo de
mulheres amontoadas em torno de uma das mesas. Da porta,
Samitsu vislumbrou a nuca de um Ogier que se projetava acima das
mulheres; mesmo sentado à mesa, ele era mais alto do que a
maioria dos homens estaria de pé, e isso ajudava. Ela colocou a mão
no braço de Sashalle e, estranhamente, a mulher parou onde
estavam sem protestar.
"...desapareceu sem deixar nenhuma pista de onde estava indo?"

perguntou o Ogier naquele momento com um estrondo profundo
semelhante a um movimento da terra. Suas longas orelhas tufadas,
saindo do cabelo escuro, compridas até a gola alta de sua jaqueta,
balançavam para frente e para trás inquietos.
"Ah, vamos parar de falar dele, mestre Ledar", respondeu a voz de

uma mulher com um tremolo que parecia muito
ensaiado-- Mal, isso é o que era. Ele destruiu metade do palácio com
o Poder Único. Aquilo feito. Ele poderia transformar seu sangue em
gelo só de olhar para você e matá-lo com a mesma rapidez. Milhares
morreram em suas mãos. Dezenas de milhares!
Oh, como eu gosto pouco de falar sobre ele.
"Para alguém que gosta de falar pouco sobre qualquer coisa, Eldrid
Methin, você quase não fala sobre qualquer outra coisa," a voz de
outra mulher disse asperamente. Atarracada e bastante alta para
uma Cairhienin, quase tão alta quanto a própria Samitsu e com
alguns fios de cabelo grisalho escapando sob seu gorro branco, ela
deve ter sido a chefe de cozinha de plantão, porque todos que
Samitsu viu foram rápidos em concordar com a cabeça. suas
palavras e risadinhas, depois acrescentando "Ah, você está certa,
Sra. Beldair" em um tom particularmente bajulador.
"Mas isso não é algo que deveríamos estar fofocando, mestre

Ledar", a mulher atarracada continuou.
É coisa de Aes Sedai, quer dizer, e não para pessoas como você e
eu.
Conte-nos mais sobre as Fronteiras.
Você realmente viu trolocs?
"Aes Sedai", um homem murmurou. Escondido pelas pessoas ao

redor da mesa, deve ter sido o parceiro de Ledar, já que Samitsu não
viu nenhum homem adulto na cozinha naquela manhã. Diga-me,
você realmente acredita que eles ligaram aqueles homens de quem
você falou, aqueles Asha'man?
Como Guardiões? E aquele outro que morreu? Você não disse como
aconteceu.
"Bem, foi o Dragão Renascido que o matou," Eldrid retrucou

novamente.
E de que outra forma uma Aes Sedai pode amarrar um homem? Oh,
eles eram terríveis, aqueles Asha'man. Eles poderiam transformar
você em pedra com um olhar, garoto, eles poderiam. Você pode
distingui-los apenas olhando para eles, sabe? Olhos brilhantes como
brasas, um horror, sim.
"Cala a boca, Eldrid," a Sra. Beldair insistiu com firmeza.
Eles podem ou não ter sido Asha'man, Mestre Underhill. Talvez eles
estivessem ligados e talvez não. Tudo que eu ou qualquer outra
pessoa posso dizer é que eles estavam com ele. A ênfase na palavra
deixou muito claro a quem ele se referia; talvez Eldrid achasse Rand
al'Thor temível, mas a mulher nem queria falar seu nome. E logo
depois que ele saiu, de repente as Aes Sedai estavam dizendo a
eles o que fazer e eles fizeram. Claro, qualquer tolo sabe que é
melhor fazer o que uma Aes Sedai diz. De qualquer forma, esses
caras se foram agora.
Por que está tão interessado neles, Mestre Underhill? Esse seu
nome é andorrano?
Ledar jogou a cabeça para trás e riu, um som estrondoso que

encheu a cozinha. Suas orelhas se contraíram violentamente.
"Ah, nós gostamos de saber tudo sobre os lugares que visitamos,

Sra.
Beldair", respondeu ele. As Fronteiras, você diz? Você pode pensar

que está frio aqui, mas já vi árvores estalando e estalando como
castanhas no fogo do frio nas Fronteiras. No rio você tem blocos de
gelo flutuando a jusante, mas vimos rios tão largos quanto o
Alguenya congelados para que as caravanas mercantes possam
atravessá-los com carroças carregadas. E homens pescando através
de buracos no gelo, que tinha um palmo de espessura. À
noite, cortinas de luz aparecem no céu que parecem crepitar, e tão

brilhantes que extinguem o brilho das estrelas, e…
Até a Sra. Beldair estava se inclinando para o Ogier, sua atenção

concentrada, mas um dos jovens ajudantes de cozinha, muito baixo
para ver além da barreira formada pelos adultos, olhou para trás
dela, os olhos arregalados.
pratos ao conhecer Samitsu e Sashalle. Seu olhar fixou neles, como
se estivesse preso, mas ele tateou com uma mão até que pegou a
manga da Sra. Beldair e puxou. Na primeira vez, a mulher a sacudiu
sem olhar para o menino. No segundo puxão, ela virou a cabeça com
uma carranca, mas a carranca desapareceu em um instante quando
ela também viu a Aes Sedai.
"A graça esteja com você, Aes Sedai", disse ela, enfiando
apressadamente as mechas soltas sob o boné enquanto se curvava.
O
que posso te servir?
Ledar ficou em silêncio no meio da frase, suas orelhas se contraindo.
Eles ficaram tensos por um momento. Ele não olhou para a porta.
"Queremos falar com seus visitantes", disse ele.
Sashalle quando ela entrou na cozinha. Não interromperemos o ritmo

de trabalho em sua cozinha por muito tempo.
“Claro, Aes Sedai. Se a mulher atarracada ficou surpresa com o fato

de duas Aes Sedai quererem falar com os visitantes da cozinha, ela
não demonstrou. Sua cabeça girou para um lado e para o outro para
abranger toda a equipe, ele bateu palmas e começou a dar ordens.
Eldrid, esses nabos não vão descascar sozinhos. Quem é
responsável pelo molho de figo? Não é fácil conseguir figos secos!
Onde você tem sua concha para regar a carne, Kasi? "Andil, corra,
vá buscar..." Maçanetas e panelas espalhadas em todas as direções,
e logo o barulho de panelas e colheres ecoava pela cozinha, embora
fosse óbvio que todos estavam tentando fazer o mínimo de barulho
possível para manter a cozinha. não perturbe a Aes Sedai. E você
também podia ver que eles estavam fazendo um esforço para nem
mesmo olhar em sua direção, mesmo que isso significasse torcer
seus corpos em uma postura estranha.
O Ogier ficou de pé, a cabeça quase roçando as grossas vigas do
teto. Seu traje era semelhante ao que Samitsu se lembrava de
encontros anteriores com Ogier, uma jaqueta longa e de cor escura
que se alargava nas botas de punho. As manchas na jaqueta
indicavam que ele havia viajado muito; os Ogiers eram muito
exigentes e escrupulosos.
Ele virou a cabeça apenas parcialmente para ela e Sashalle para se

curvar, e esfregou o nariz largo como se coçasse, escondendo
parcialmente o rosto largo, mas parecia jovem para a raça Ogier.
“Perdoe-nos, Aes Sedai,” ele murmurou, “mas não temos escolha a

não ser continuar nossa jornada. Ele se abaixou para pegar uma
enorme bolsa de couro com um cobertor enrolado e amarrado no
topo; várias formas quadradas estavam marcadas na bolsa, ao redor
das outras coisas que ela havia guardado dentro, e ela a pendurou
no ombro pela alça larga. Os bolsos largos de sua jaqueta também
estavam cheios de formas angulares. Temos um longo caminho a
percorrer antes que a noite caia.
Seu companheiro, porém, permaneceu sentado, com as mãos

estendidas sobre o tampo da mesa; ele era um jovem de pele clara,
com uma barba de oito dias, e parecia ter dormido mais de uma noite
em sua jaqueta marrom amarrotada. Ele olhou desconfiado para a
Aes Sedai com olhos escuros que lembravam os de uma raposa
encurralada.
"Onde você está indo que você não pode chegar antes do
anoitecer?" Sashalle não parou até estar na frente do jovem Ogier,
perto o suficiente para que ela tivesse que esticar o pescoço para
olhar para ele, embora o fizesse de uma maneira que parecia mais
graciosa do que forçada, como se tivesse que ser. . Você está a
caminho da assembléia do
que ouvimos falar, no Ledar? É assim passo
Shangai, maese…
que você se chama, certo?
As orelhas altas se contraíram violentamente, depois ficaram

imóveis, e os olhos do tamanho de xícaras se estreitaram em uma
expressão quase tão cautelosa quanto a do jovem, fazendo as
pontas pendentes de suas sobrancelhas roçarem suas bochechas.
"Ledar, filho de Shandin, neto de Koimal, Aes Sedai", ele respondeu

com relutância. Mas não vou ao Big Stump. Bem, se os Anciões não
me deixassem chegar perto o suficiente para ouvir o que estava
sendo dito. Ele deu uma risada baixa que soou forçada. Não temos
tempo para chegar aonde vamos esta noite, Aes Sedai, mas cada
liga que deixamos para trás é uma liga que não precisaremos viajar
amanhã. Temos que seguir nosso caminho. O jovem com a barba
por fazer levantou-se, passando a mão nervosamente pelo longo
cabo da espada em seu cinto, mas não fez nenhum movimento para
pegar a bolsa e o cobertor enrolado aos pés, ou seguir em frente.
enquanto se dirigia para a porta que dava para a rua, nem mesmo
quando o Ogier virou a cabeça e disse: “Temos que ir, Karldin.
Sashalle agilmente entrou no caminho do Ogier para Mesmo que ela

tivesse que dar três passos para cada um dele.
"Você estava pedindo um emprego como pedreiro, mestre Ledar",

disse ele em um tom de não tolerar bobagens, "mas suas mãos não
são calejadas como as de qualquer pedreiro que eu tenha visto."
Seria melhor você responder minhas perguntas.
Suprimindo um sorriso triunfante, Samitsu se aproximou da irmã

Vermelha. Então Sashalle pensou que poderia empurrá-la de lado e
descobrir o que estava acontecendo, hein? Bem, ele teve uma
surpresa.
"Você deve ficar mais um pouco", disse ele ao Ogier em voz baixa; o
barulho na cozinha impediria qualquer um de ouvir, mas não havia
necessidade de arriscar. Quando cheguei ao Palácio do Sol, já tinha
ouvido falar de um jovem Ogier, amigo de Rand al'Thor. Ela deixou
Cairhien há alguns meses na companhia de um jovem chamado
Karldin.
Não é mesmo, Loial?
As orelhas do Ogier caíram frouxamente. O jovem murmurou uma

maldição que não deveria ter proferido na frente das irmãs.
"Eu vou quando eu quiser ir, Aes Sedai", ele respondeu secamente,
mas em voz baixa. Ele dividia seu olhar principalmente entre Samitsu
e Sashalle, embora ficasse de olho em qualquer um dos
trabalhadores da cozinha se aproximando. Ele também não queria
que ninguém ouvisse.
Antes de ir, quero algumas respostas.
O que aconteceu com... meus amigos? E para ele. Ele ficou louco?
Loial soltou um suspiro profundo e fez um gesto pacificador com uma

de suas enormes mãos.
"Calma, Karldin", ele murmurou. Rand não gostaria Você vai

começar um problema com a Aes Sedai. Vá com calma.
Se alguma coisa, a carranca de Karldin se aprofundou. De repente,

ocorreu a Samitsu que ele poderia ter lidado melhor com o assunto.
Aqueles não eram os olhos de uma raposa encurralada, mas de um

lobo. Ele havia se acostumado demais com Damer, Jahar e Eben,
amarrados e dominados. Talvez isso fosse demais, embora Merise
estivesse fazendo um esforço com Jahar – esse era o estilo de
Merise –
mas parecia que o horror de ontem poderia se transformar na

complacência de hoje depois de se ver exposto a uma situação
perigosa por tempo suficiente. Karldin Manfor também era Asha'man,
mas não estava preso nem dominado. você estaria abraçando
metade masculina do Poder? Ele quase riu. Os pássaros voaram?
Sashalle observou o jovem com uma carranca inquisitiva, com as

mãos ainda na saia, mas Samitsu estava feliz por não ver o Saidar
brilho ao seu redor. O Asha'man sentiu quando uma mulher agarrou

o Poder, e isso poderia fazer com que ele agisse...
precipitadamente.
Claro, os dois juntos poderiam lidar com isso - eles poderiam, se ele
já tivesse o Poder? Sim claro que sim. Claro! — mas seria muito
melhor não precisar.
Claro, Sashalle não estava fazendo nada agora para assumir o

comando, então Samitsu colocou a mão no braço esquerdo do
jovem. Através da manga parecia uma barra de ferro. Então ele
estava tão inquieto quanto ela. Como ela? Luz, Damer e os outros
dois tinham estragado todos os seus instintos! "Ele parecia tão são
para mim como a maioria dos homens da última vez que o vi," ela
disse suavemente, com apenas uma leve ênfase.
Nenhum dos funcionários da cozinha estava por perto, mas alguns

começaram a olhar furtivamente para a mesa. Loial suspirou
profundamente de alívio, um som como o vento soprando pela boca
de uma caverna, mas Samitsu não desviou sua atenção de Karldin.
Não sei onde ele está, mas há alguns dias ele ainda estava vivo.
Alanna tinha sido tão pouco comunicativa quanto um mexilhão
fechado, fora isso, e dominadora também, o bilhete de Cadsuane
agarrado em sua mão. Receio que Fedwin Morr tenha sido
envenenado até a morte, mas não faço ideia de quem lhe deu o
veneno. Para sua surpresa, Karldin apenas balançou a cabeça com
um sorriso pesaroso e murmurou algo incompreensível sobre o
vinho. Quanto aos outros, eles se tornaram Guardiões por vontade
própria. -Assim
voluntariamente como qualquer homem fez qualquer coisa. Claro,
seu Roshan não queria ser um Guardião até que ela decidiu que
queria que ele fosse. Mesmo uma mulher que não era Aes Sedai
geralmente conseguia que um homem decidisse do jeito que ela
queria. Eles pensaram que era uma escolha melhor, mais segura...
do que voltar para... os outros como você. Você vê, o dano feito aqui
foi feito com . Você entende quem deve estar por trás de tudo isso,
não é? Saidin
Foi uma tentativa de matar a pessoa cuja
sanidade você temia.
Isso também não o surpreendeu. Que tipo de homens eram esses

Asha'man? Sua chamada Torre Negra era um poço de assassinato?
No entanto, a tensão em seu braço se afrouxou e de repente ele era
apenas um jovem cansado de viajar precisando se barbear.
-Luz! ele exclamou. O que fazemos agora, Loial?
Aonde vamos?
"Eu... eu não sei", respondeu o Ogier, os ombros curvados de

cansaço, as orelhas caídas. Eu tenho…
Temos que encontrá-lo, Karldin. Como seja. Não podemos desistir

agora. Temos que informá-lo que fizemos o que ele nos pediu.
Até onde podemos.
Samitsu se perguntou o que al'Thor havia pedido a eles. Com

alguma sorte, ele poderia aprender muito com aqueles dois. Um
homem cansado, ou um Ogier, que se sentia solitário e perdido,
estava pronto para responder a perguntas.
Karldin pulou um pouco, sua mão apertando o punho de sua espada

enquanto Samitsu mal segurou um juramento quando uma
empregada correu para a cozinha, suas saias dobradas quase até os
joelhos.
"Lorde Dobraine foi morto!" a empregada gritou.
Vamos todos acabar mortos em nossas camas! Eu vi os mortos

andando com meus próprios olhos, velho Maringil, e minha mãe diz
que os espíritos matam você se um assassinato foi cometido!
Eles... Ela ficou em silêncio, boquiaberta, ao perceber a presença da

Aes Sedai, então derrapou até parar no chão, a saia ainda enrolada.
O pessoal da cozinha também congelou, todos observando as duas
irmãs de lado para ver o que elas estavam fazendo.
"Não Dobraine," Loial gemeu, suas orelhas achatadas contra sua

cabeça. Ele nao. Ele parecia tão zangado quanto triste, a expressão
glacial. Samitsu não conseguia se lembrar de ter visto um Ogier
zangado.
-Qual o seu nome? Sashalle exigiu da empregada antes que Samitsu

tivesse tempo de abrir a boca.
Como você sabe que ele foi assassinado? Como você sabe que ele
está morto?
A mulher engoliu em seco, os olhos fixos no olhar frio de Sashalle.
"Ceria, Aes Sedai", ela respondeu hesitante, dobrando os joelhos em

uma reverência, então percebendo que sua saia ainda estava
enrolada. Ele o soltou e alisou-o rapidamente, a vermelhidão de suas
bochechas se aprofundando. Céria Doinal. Dizem... Todo mundo diz
que Lorde Dobraine é... quero dizer, ele... quero dizer...
— Ela engoliu em seco novamente. Todos dizem que o quarto dele

está cheio de sangue. Eles o encontraram deitado em uma grande
poça. Com a cabeça cortada, dizem.
"Muitas coisas são ditas", disse Sashalle severamente, "e geralmente

não são verdadeiras. Samitsu, você virá comigo. Se Lorde Dobraine
estiver ferido, você pode fazer algo por ele. Loial, Karldin, vocês
também virão. Não quero
fora da minha vista antes que eu tenha a chance de fazer algumas
perguntas.
"Para o inferno com suas perguntas!" o jovem Asha'man gritou alto

enquanto colocava seus pertences no ombro. Eu estou indo!
"Não, Karldin," Loial disse delicadamente enquanto colocava sua

mão enorme no ombro de seu companheiro. Não podemos sair sem
saber o que aconteceu com Dobraine. Ele é um amigo meu e de
Rand.
Não podemos. De qualquer forma, para onde vamos com pressa?
Karldin desviou o olhar; Eu não tinha resposta para isso.
Samitsu fechou os olhos e respirou fundo, mas foi inútil, e ela seguiu
Sashalle para fora da cozinha, novamente correndo para
acompanhar o ritmo acelerado da outra mulher. Na verdade, ele
estava quase correndo; Sashalle estabeleceu um ritmo ainda mais
rápido do que antes.
Um murmúrio de vozes se ergueu atrás deles assim que saíram pela

porta. Certamente os funcionários da cozinha sobrecarregaram a
empregada pedindo detalhes que ela certamente inventaria quando
não soubesse a resposta.
Dez versões diferentes do que aconteceu se espalhariam das

cozinhas, se não houvesse tantas pessoas trabalhando lá. Pior
ainda, dez versões diferentes do que havia acontecido na cozinha
viriam à tona, cada uma aumentando os rumores de que Corgaide já
estava começando. Ele não conseguia se lembrar de um dia em que
as coisas tivessem dado tão errado para ele, tão repentinamente,
como alguém escorregando em um pedaço de gelo e imediatamente
esbarrando em outro, e depois em outro.
Depois disso, Cadsuane faria luvas com sua pele!
Pelo menos Loial e Karldin também seguiam Sashalle.

Ele ainda poderia tirar proveito de qualquer coisa que descobrisse
para eles e, assim, salvar algo do desastre.
Trotando ao lado de Sashalle, ela viu os dois jogarem

olhares rápidos para trás. O Ogier andava a passos curtos para não
ultrapassá-los, e sua testa estava franzida de preocupação.
Para Dobraine, com certeza, mas talvez também por terem realizado
sua misteriosa tarefa apenas "até onde podiam". Essa era uma
pergunta que ele pretendia responder. O jovem Asha'man não teve
problemas para acompanhá-lo, embora sua expressão fosse de
teimosa relutância e sua mão continuasse acariciando o punho de
sua espada. O perigo nele não estava no aço. Ele estava olhando
cautelosamente para as costas da Aes Sedai à sua frente, uma vez
encontrando o olhar de Samitsu com outro fulminante. Ainda assim,
ele foi sensato o suficiente para manter a boca fechada. Yellow disse
a si mesma que teria que encontrar uma maneira de fazê-lo abri-la
mais tarde para mais do que mostrar os dentes em um rosnado.
Sashalle nem uma vez olhou para trás para ter certeza de que
ambos os estavam seguindo; Claro que ele tinha que ouvir os passos
pesados do Ogier nos ladrilhos. Seu rosto estava pensativo, e
Samitsu daria quase tudo para saber o que ele estava pensando.
Sashalle teria jurado fidelidade a Rand al'Thor, mas que proteção
esse compromisso dava a um Asha'man?
Afinal, era Vermelho. E isso não mudou junto com seu rosto.
Luz, este pode ser o pior pedaço de gelo de todos os tempos!
Foi uma longa e árdua subida das cozinhas até os aposentos de

Lorde Dobraine na Torre da Lua Cheia, geralmente reservada para
visitantes nobres de alto escalão, e durante todo o caminho Samitsu
teve provas de que Ceria não estava longe de ser a primeira a
chegar. descobrir o que os sempre anônimos "eles"
tinham a dizer. Em vez de fluxos intermináveis de criados indo e

vindo pelos corredores, havia pequenos grupos
Eles conversavam em sussurros nervosos. Vendo as Aes Sedai, eles
se separaram apressadamente e correram em todas as direções. Um
punhado ficou boquiaberto ao ver um Ogier andando pelos
corredores do palácio, mas na maioria quase todos fugiram. Os
nobres que tinham visto antes haviam desaparecido por completo,
sem dúvida de volta a seus próprios aposentos para refletir sobre
quais oportunidades e riscos a morte de Dobraine poderia oferecer a
eles. O que quer que Sashalle pensasse, Samitsu não tinha mais
dúvidas. Se Dobraine estivesse vivo, seus próprios servidores já
teriam desmentido os rumores.
Para mais confirmação, o corredor que levava aos aposentos de

Dobraine estava lotado de criados de rosto lívido, mangas nas cores
azul e branco da Casa Taborwin enroladas acima dos cotovelos.
Alguns soluçaram e outros pareciam perdidos quando a pedra

fundamental desapareceu sob seus pés. A uma palavra de Sashalle,
eles se separaram para abrir caminho para a Aes Sedai com
movimentos mecânicos ou como se estivessem bêbados. Olhares
atordoados passaram pelo Ogier sem realmente entender o que
viram. Apenas alguns se lembraram de fazer uma reverência
simulada.
Lá dentro, a antecâmara estava quase tão cheia de servidores de

Dobraine, a maioria deles olhando fixamente e parecendo
atordoados, como se tivessem sido atingidos por uma marreta.
O próprio Dobraine jazia imóvel em uma maca no meio da vasta

sala, a cabeça ainda pressionada contra o tronco, mas os olhos
fechados e uma camada semi-seca de sangue de um longo corte em
seu crânio cobrindo suas feições imóveis. Da boca frouxa escorrera
um fio escuro. Quando a Aes Sedai entrou, dois servos, com
lágrimas escorrendo pelo rosto, pararam enquanto cobriam o rosto
com um pano branco. Parecia
Dobraine não estava respirando e havia cortes sangrentos na frente
de sua jaqueta, adornados com finas listras coloridas que chegavam
até os joelhos. Ao lado da maca, uma mancha escura, maior que o
corpo de um homem, manchava o tapete Tearian em um padrão
labiríntico de verde e amarelo. Qualquer um que tivesse perdido
tanto sangue tinha que estar morto. Dois outros homens jaziam
esparramados no chão, um com os olhos vidrados da morte fixos no
teto, o outro de lado, uma faca com cabo de marfim saindo de suas
costelas, onde a lâmina evidentemente atingiu seu coração.
Cairhienin baixinho e de pele clara, ambos usavam o uniforme de
servos do palácio, mas um servo nunca carregava uma adaga com
cabo de madeira como as que estavam ao lado de cada um dos
cadáveres. Um homem da Casa Taborwin, que tinha um pé jogado
para trás para chutar um dos mortos, hesitou ao ver as duas irmãs,
mas prontamente chutou um dos corpos nas costelas de qualquer
maneira. Obviamente, comportar-se com o devido decoro estava
longe de ser a ideia de qualquer um na época.
"Retirem esse pano," Sashalle ordenou aos homens na maca.
Samitsu, veja se ainda pode ajudar Lorde Dobraine.
Acredite no que ela acreditava, Samitsu já havia se aproximado de

Dobraine instintivamente, mas o comando – era claramente um
comando! – fez seu passo vacilar por um instante.
Com os dentes cerrados, ele avançou, ajoelhando-se

cuidadosamente ao lado da maca, do lado oposto, onde a mancha
escura ainda estava úmida, para colocar as mãos na cabeça
ensanguentada de Dobraine. Ela nunca se importou em sujar as
mãos de sangue, mas as manchas na seda de um vestido não
podiam ser limpas facilmente.
a menos que fosse canalizado, e ele ainda sentia uma pontada de
culpa por desperdiçar o uso do Poder em algo tão prosaico.
As tramas necessárias foram uma ação reflexa para ela, a ponto de

ela abraçar a Fonte e Mergulhar no senhor Cairhienin sem sequer
pensar. E ela piscou surpresa. O instinto a aproximou, embora ela
tivesse certeza de que havia três cadáveres na sala, mas ainda havia
uma faísca de respiração em Dobraine; uma pequena chama
bruxuleante que o choque do Cure poderia extinguir. A impressão da
Cura que ela conhecia.
Seus olhos procuraram pelo Asha'man de cabelos claros. Ele estava

agachado ao lado de um dos servos mortos, examinando
calmamente o cadáver, alheio aos olhares chocados dos servos
vivos. Uma das mulheres de repente notou Loial parado na porta, os
olhos arregalados como se o Ogier tivesse se materializado do nada.
Com os braços cruzados sobre o peito e uma expressão severa no
rosto, Loial parecia estar montando guarda.
"Karldin, você sabe o tipo de cura que Damer Flinn usa?"
perguntou Samitsu. Aquele que usa todos os Cinco Poderes de uma

vez?
O jovem fez uma pausa e olhou para cima com uma carranca.
"Flin?" Eu nem sei do que vocês estão falando. Eu não tenho muito
talento para curar, de qualquer maneira. Ele olhou para Dobraine e
acrescentou: "Ele parece morto para mim, mas espero que você
possa salvá-lo". Ele estava nos poços de Dumai.
Dizendo isso, ele voltou a vasculhar a jaqueta do criado morto.
Samitsu lambeu os lábios. Em situações como essa, quando todas

as escolhas possíveis eram ruins, a alegria de
preenchido com fluxos
Saidar
ele sempre
unidos de parecia
Ar,
diminuído.
Energia e Água Cuidadosamente
em um tecido, o básico
da Cura que qualquer irmã conhecia. Ninguém na memória viva tinha

o Talento de Cura tão forte quanto ela, e a maioria das irmãs eram
limitadas no que podiam curar, algumas pouco mais do que
contusões.
Ela sozinha era capaz de curar quase tão bem quanto um círculo
conectado.
As irmãs não conseguiam regular a tecelagem nem muito nem

pouco, nem muito; grande parte nem sequer tentou aprender. Ela
tinha sido capaz de fazê-lo desde o início. Oh bem, ela não podia
curar uma coisa em particular e deixar tudo igual, como Damer
podia; o que ele fez afetaria tudo, desde as facadas até o nariz
entupido de que Dobraine também sofria. O
Aprofundamento descobrira tudo o que havia de errado com ele.
Mas ele poderia fazer as piores feridas desaparecerem como se

nunca tivessem existido, ou Curar para que fosse como se a pessoa
tivesse passado alguns dias se recuperando por conta própria, ou
qualquer outra coisa. Cada modo exigia o mesmo esforço para ela,
mas não para o paciente.
Quanto menor a mudança feita no corpo, menor a quantidade de
força consumida. Só que, com exceção do corte no crânio, os
ferimentos de Dobraine eram todos graves, quatro perfurações
profundas nos pulmões, duas das quais também haviam ferido de
raspão o coração. A Cura mais forte o mataria antes mesmo que as
feridas se fechassem, enquanto a Cura mais fraca o traria a si por
tempo suficiente para ele engasgar com seu próprio sangue.
Ele tinha que escolher um meio-termo e torcer para não cometer um

erro.
Eu sou a melhor que já existiu, ela pensou com firmeza.
Cadsuane lhe contara. Sou a melhor!". alterando

O tecido levemente, ele o deixou penetrar no homem imóvel.
Alguns dos criados gritaram alarmados quando o corpo de Dobraine

convulsionou. Sentou-se no meio do caminho com os olhos
afundados e bem abertos o suficiente para que um som que soasse
muito parecido com um longo estertor saísse de sua boca.
Então seus olhos rolaram para trás e, escorregando dos braços de

Samitsu, ela caiu pesadamente na maca. Apressadamente, Amarela
reajustou a trama e mergulhou novamente, prendendo a respiração.
Ela viveu. Por um fio de cabelo, e tão fraco que ele ainda poderia
morrer, mas não seriam essas facadas que acabariam com ele,
exceto indiretamente. Mesmo através do sangue seco que cobria o
cabelo raspado em sua testa, Samitsu podia ver a linha rosa
enrugada de uma cicatriz recente em seu crânio. Ele teria outros
iguais sob sua jaqueta, e poderia sufocar um pouco quando se
esforçasse demais, se recuperasse; no entanto, no momento, ele
vivia, e isso era o que importava. Ainda havia a questão de quem o
queria morto e por quê.
Ele liberou o Poder e cambaleou para ficar de pé. Esvaziar-se de

Saidar
sempre a fazia se sentir cansada. Um dos servos, boquiaberto,

entregou-lhe o pano que estava prestes a colocar sobre o rosto de
seu senhor, e Amarela o usou para enxugar as mãos.
"Leve-o para sua cama," ele ordenou. Faça-o beber o máximo de

água adoçada com mel que puder. Você precisa recuperar a força o
mais rápido possível. E encontre uma Mulher Sábia, uma...
Leitor? Sim, um leitor. Você também vai precisar. "Estava fora de

suas mãos agora, e as ervas poderiam ajudar."
Pelo menos eles não iriam machucá-la, vindo de um Reader, e na

pior das hipóteses a mulher garantiria que ela recebesse água com
mel suficiente, mas não muito.
Com muitas reverências e murmúrios apreciativos, quatro dos
criados carregaram a maca e levaram Dobraine para os aposentos
mais privados de seus aposentos.
A maioria dos outros servos correu atrás deles, suas expressões

aliviadas, e o resto correu para o corredor. Um instante depois,
houve gritos de alegria e aplausos, e Samitsu ouviu seu nome ser
chamado com tanta frequência quanto o de Dobraine. Foi muito
gratificante. E teria sido muito mais se Sashalle não tivesse sorrido
enquanto assentiu com aprovação.
Aprovador! E por que não um tapinha na cabeça, já colocado?
Karldin não havia prestado a menor atenção ao processo de Cura,

que Samitsu sabia. Depois de terminar de revistar o segundo
cadáver, levantou-se e atravessou a sala em direção a Loial, a quem
tentou mostrar algo, algo que escondia com o corpo, sem que a Aes
Sedai percebesse. Loial pegou - um papel dobrado de cor creme - da
mão do Asha'man, ergueu-o e desdobrou-o com dedos grossos,
ignorando a carranca do Karldin.
"Mas isso não faz sentido", murmurou o Ogier, franzindo a testa

enquanto lia. Em absoluto. A menos que...” Ele parou, suas longas
orelhas se contraindo enquanto ele trocava um olhar tenso com o
jovem de cabelos claros, que assentiu brevemente.
Oh, este é um negócio ruim, muito ruim,' ele disse então. Se

houvesse mais de dois, Karldin, se eles descobrissem... Mais uma
vez ele cortou a frase com o movimento frenético de cabeça do
jovem.
"Dê-me isso para ler, por favor", disse Sashalle, estendendo a mão, e
apesar do "por favor", não era um pedido.
Karldin tentou arrancar o papel da mão de Loial, mas o Ogier o
entregou calmamente a Sashalle, que o leu sem mudar de
expressão, depois o passou para Samitsu. Era um papel grosso, liso,
caro e de aparência recente. Samitsu teve que lutar contra a vontade
de erguer as sobrancelhas enquanto lia.
"Por minha ordem, os portadores desta nota devem remover de

meus aposentos certos objetos conhecidos por eles, e removê-los do
Palácio do Sol. Eles devem ter acesso aos meus aposentos
sozinhos, com qualquer assistência que necessitem, e manteve
silêncio sobre este assunto." , em nome do Dragão Renascido e sob
pena de incorrer em seu desagrado.
»Dobraine Taborwin»
Ele tinha visto os escritos de Dobraine com bastante frequência

reconhecer a caligrafia redonda como sua.
"Obviamente, alguém tem um falsificador muito bom a seu serviço",

disse ele, ganhando um olhar rápido e desdenhoso de Sashalle.
"É improvável que ele o tenha escrito e que seus próprios homens o
tenham esfaqueado por engano", disse La Roja rispidamente. Ele
olhou alternadamente entre Loial e o Asha'man. O que eles poderiam
ter encontrado?
Ele demandou.
O que você teme que eles possam encontrar? Karldin encontrou seu
olhar com outra expressão vazia.
"Eu quis dizer o que eles estavam procurando", respondeu Loial.

Eles tinham que estar aqui para roubar alguma coisa. Mas suas
orelhas tufadas bateram tão violentamente que quase vibraram antes
que ele pudesse controlá-las. Em sua maioria, os Ogiers eram
terríveis mentirosos, pelo menos quando eram jovens.
“O que você sabe é importante. Os cachos de Sashalle balançaram
quando sua irmã balançou a cabeça lentamente. E
nenhum de nós irá embora até que eu saiba também.
"E como você planeja pará-lo?" A suavidade das palavras de Karldin

as tornou mais perigosas. Ela encontrou o olhar de Sashalle
desapaixonadamente, como se ela não se importasse com nada no
mundo. Oh sim; um lobo, não uma raposa.
"Achei que não ia te encontrar", exclamou Rosara Medrano, que

entrou naquele momento de silêncio perigoso, ainda com a capa
forrada de pele e luvas vermelhas; Alta, com uma tez tão escura
quanto um Aiel bronzeado pelo sol, seu capuz estava jogado para
trás, expondo seu cabelo preto preso com pentes de marfim
esculpidos. Havia manchas úmidas de neve derretida nos ombros da
capa. Ele tinha saído à primeira luz para encontrar especiarias para
temperar um ensopado de peixe de sua lágrima natal. Ele poupou
apenas um olhar passageiro para Loial e Karldin e não perdeu tempo
em se interessar por Dobraine. Um grupo de irmãs entrou na cidade,
Samitsu. Eu andei como um louco para chegar lá primeiro, mas eles
provavelmente estão entrando em Cairhien agora. Há Asha'man com
eles, e um desses Asha'man é Logain!
Karldin deu uma risada áspera, e Samitsu de repente se perguntou

se ela viveria o suficiente para Cadsuane esfolá-la.
1
HORA DE PARTIR
euA Roda do Tempo gira, e as eras vêm e vão e eles deixam para
trás memórias que se tornam lendas.
A lenda se desvanece, torna-se mito, e até mesmo o mito foi

esquecido muito antes da época que o viu nascer de novo. Em uma
era chamada de terceira por alguns, uma era por vir, uma era há
muito passada, um vento começou a soprar nas colinas de Rhannor.
O vento não foi um começo, pois não há começo nem fim no eterno
giro da Roda do Tempo. Mas isso foi um começo.
Originando-se entre os bosques e vinhas que cobriam grande parte

das colinas escarpadas, as fileiras de oliveiras perenes e vinhas
limpas, desfolhadas até a primavera, o vento frio soprava para
noroeste através das prósperas fazendas que pontilhavam a
paisagem.
entre as colinas e a grande baía de Ebou Dar. A terra ainda estava
em pousio de inverno, mas homens e mulheres já começavam a
lubrificar relhas de arados e checar arreios para o próximo plantio.
Eles prestaram pouca atenção às fileiras de carroças pesadamente
carregadas indo para o leste ao longo das calçadas empoeiradas,
carregando pessoas que usavam roupas estranhas e falavam com
sotaques estranhos.
Muitos dos estranhos pareciam ser também fazendeiros, com

implementos familiares amarrados às caixas dos veículos e, dentro,
as mudas desconhecidas com raízes enroladas em panos ásperos,
mas se dirigiam para terras mais distantes. Nada relacionado à sua
vida. A mão do seanchan repousava levemente sobre aqueles que
não se opunham ao seu governo, e a vida dos fazendeiros nas
Colinas Rhannor não havia mudado.
Para eles, a chuva ou sua falta sempre foi a verdadeira líder.
O vento soprava de noroeste através da vasta extensão azul-

esverdeada da baía, onde centenas de navios enormes balançavam
ancorados no mar agitado, alguns com proas achatadas e velas de
faca, atravessadas em costelas, e outros longas e grossas. com
homens trabalhando neles para equipá-los com velas e cordames
iguais aos dos navios mais largos.
Ainda assim, não havia tantos navios à tona quanto havia alguns
dias antes. Muitos jaziam em águas rasas, destroços carbonizados
tombados de lado, molduras carbonizadas assentadas na profunda
camada cinza de lodo como esqueletos enegrecidos.
Barcos menores deslizavam pela baía, inclinando-se sob velas

triangulares ou impulsionados por remos como insetos aquáticos de
muitas pernas, quase todos transportando trabalhadores ou
suprimentos para os navios que navegavam.
eles ainda estavam flutuando. Outros barcos e barcaças estavam
atracados ao que pareciam troncos de árvores com os galhos
cortados saindo da água azul-esverdeada, e deles os homens
mergulhavam carregando pedras para descer mais rápido na água
até os navios afundados, onde amarravam cordas para eles, o que
quer que pudesse ser içado para salvá-lo. Seis noites atrás, a morte
havia caminhado até lá; o Poder Único havia matado homens e
mulheres e afundado navios na escuridão perfurados por parafusos
de prata e bolas de fogo.
Agora a baía, fervilhando de atividade apesar do mar agitado,

parecia calma em comparação. O swell agitado espumava o ar que
soprava para o norte e oeste através da foz do rio Eldar, onde se
alargava na baía; norte, oeste e interior.
Sentado de pernas cruzadas em cima de uma pedra seca coberta de

musgo na margem do rio cercada de juncos, Mat encolheu os
ombros contra o ar e praguejou para si mesmo. Não havia ouro a ser
ganho, nem mulheres, nem dança, nem diversão, e muito
desconforto. Em suma, era o último lugar que eu normalmente
escolheria para estar. O sol se ergueu um pouco acima do horizonte,
o céu era de um cinza-ardósia pálido, e pesadas nuvens roxas do
mar ameaçavam chover. O inverno dificilmente parecia inverno sem
neve — ele não tinha visto um único floco em Ebou Dar — mas um
vento frio e úmido da manhã do mar servia para gelar um homem até
a medula, assim como a neve.
Fazia seis noites desde que ele tinha saído da cidade em uma
tempestade, mas seu quadril, atormentado com pontadas dolorosas,
parecia pensar que ele ainda estava ensopado até os ossos e
agarrado a uma sela. Nenhum homem andaria por sua própria
vontade
naquele clima ou naquela hora do dia. Eu gostaria que ele tivesse
trazido uma capa. Eu gostaria que ele tivesse ficado na cama.
As ondulações da terra escondiam Ebou Dar, uma milha ao sul, e

também o escondiam da cidade, mas não havia uma única árvore ou
qualquer coisa mais alta do que os arbustos à vista. Estar ao ar livre
assim o fez sentir como se tivesse formigas rastejando em sua pele.
No entanto, você deve estar seguro. Sua jaqueta de tecido marrom

simples e boné não eram nada parecidos com as roupas com que
ele tinha sido visto na cidade. Em vez de seda preta, um cachecol de
lã encardido escondia a cicatriz ao redor de sua garganta, e a gola
de sua jaqueta estava virada para cima para cobrir isso também.
Nem um traço de renda ou ponto de bordado. Uma roupa sem graça

o suficiente para um fazendeiro ordenhando vacas.
Nenhuma das pessoas que ele tinha que evitar o reconheceria se o

vissem. Ele não iria a menos que chegasse muito perto. Ainda assim,
ele puxou o boné um pouco mais para baixo.
"Você pretende ficar aqui por muito mais tempo, Mat?"
A jaqueta azul escura esfarrapada de Noal já tinha visto dias

melhores, mas ele também.
Curvado, de cabelos brancos e nariz quebrado, o velho estava

agachado sob a pedra, pescando no rio com uma haste de bambu. A
maioria de seus dentes estava faltando, e às vezes ele tocava uma
das lacunas com a língua como se estivesse surpreso por encontrá-
la vazia. Está frio, caso você não tenha notado. Todo mundo acha
que é mais quente em Ebou Dar, mas o inverno é frio em qualquer
lugar, mesmo em lugares que fazem Ebou Dar parecer com Shienar
em comparação. Meus ossos morrem de um bom fogo. Ou pelo
menos para um cobertor. Um homem pode se sentir muito
confortável enrolado em um cobertor, se estiver
protegido do ar. Você vai fazer mais do que olhar para o rio?
Quando Mat apenas deu-lhe um olhar de soslaio, Noal deu de

ombros e continuou a observar atentamente a boia de madeira
alcatroada balançando entre os juncos espalhados. De vez em
quando ele abria e fechava uma de suas mãos nodosas como se os
dedos tortos estivessem muito frios, mas se sim, a culpa era dele. O
velho tolo havia entrado em águas rasas para coletar alevinos como
isca, usando uma cesta meio submersa presa na beira do rio na
beira da água. Apesar de seus protestos sobre o clima, Noal o
acompanhou até o rio sem que ele pedisse.
Pelo que ele disse, todas as pessoas com quem ele se importou
estavam mortas há muitos anos e, na verdade, ele parecia quase
desesperado por companhia. Devia estar desesperado para decidir
ficar com ele quando poderia estar a cinco dias de Ebou Dar agora.
Você poderia cobrir uma boa distância em cinco dias se tivesse uma
razão e um bom cavalo. O próprio Mat havia pensado no assunto
muitas vezes.
Na margem oposta do Eldar, meio escondido por uma das ilhotas

pantanosas que pontilhavam o rio, um barco a remo recuou e um
tripulante se levantou e vasculhou os juncos com um longo arpão.
Outro remador o ajudou a pegar o que ele havia enganchado no
barco. A essa distância, parecia um grande saco. Mat deu de ombros
e olhou para baixo. Eles ainda estavam encontrando corpos, e ele
era o responsável. Os inocentes morreram junto com os culpados. E,
se ninguém fez nada, então apenas os inocentes morreram. Ou eles
tiveram a mesma má sorte. Talvez pior, dependendo de como você
olha para isso.
Ele franziu a testa, irritado. Droga, ele estava se transformando em
um maldito filósofo! Assumir a responsabilidade consumia toda a
alegria da vida e tornava um homem amargo.
O que ele queria agora era bastante vinho quente em uma taverna
aconchegante com música alta e uma donzela gorda e bonita
sentada em seu joelho, em algum lugar longe de Ebou Dar. Muito
longe. Em vez disso, o que ele tinha eram obrigações que não podia
ignorar e um futuro que não o seduzia. Ser não parecia ajudar, se era
assim que o Padrão era moldado para a influência de alguém.
ta'veran
Bem, pelo menos ele teve sorte. Afinal, ele ainda estava vivo e não
acorrentado em uma
cela. Dadas as circunstâncias, poderia ser considerado sorte.
De sua posição, ele tinha uma visão bastante clara além da última
ilhota pantanosa do rio. A espuma soprada pelo vento flutuou pela
baía em direção à terra como bancos de névoa, mas não espesso o
suficiente para esconder o que ele precisava ver.
Ele estava tentando somar em sua cabeça, contando navios à tona e

naufragados.
Mas continuei perdendo o número que estava indo pensando que

tinha contado duas vezes alguns navios e tinha que começar de
novo. Também interferindo em seus pensamentos estavam os
fuzileiros que haviam sido capturados novamente. Ele tinha ouvido
falar que na forca do Rahad, do outro lado da baía, mais de cem
cadáveres foram exibidos com cartazes indicando "assassinato" e
"rebelião" como os crimes cometidos. Normalmente, Seanchan eram

executados no bloco do carrasco e em estacas de empalamento,
exceto Sangue, para o qual o cordão de estrangulamento era usado,
mas a propriedade tinha que se contentar com o enforcamento.
Então, maldito seja, eu fiz tudo o que pude, ele pensou
amargamente. Não adiantava se sentir culpado porque isso era tudo
que ele podia fazer. De nada! Ele tinha que se concentrar nas
pessoas que haviam escapado.
O Atha'an Miere que conseguiu apreender navios na baía para fugir,

e embora eles pudessem ter capturado alguns navios menores,
qualquer um que eles pudessem embarcar e capturar na calada da
noite, a idéia era levar o maior número possível.
possível seu. Com milhares de fuzileiros navais trabalhando como

prisioneiros no Rahad, isso significava grandes navios,
forçosamente, o que significava navios seanchan. Muitos dos
próprios navios dos Marinheiros eram grandes o suficiente, é claro,
mas até então todos haviam sido despidos de velas e cordames para
equipá-los no estilo seanchan. Se ele pudesse calcular quantos
navios grandes restaram, ele poderia ter uma ideia de quantos
Atha'an Miere alcançaram a liberdade. Liberar os Detectores de
Vento tinha sido a coisa certa a fazer, a única coisa que ele podia
fazer; mas, além dos enforcamentos, centenas e centenas de corpos
foram arrastados para fora da baía nos últimos cinco dias, e só a Luz
sabia quantos mais haviam sido arrastados para o mar. Os coveiros
trabalhavam do nascer ao pôr do sol, e os cemitérios estavam
transbordando de mulheres e crianças chorando. De homens
também. Não poucos deles tinham sido Atha'an Miere, sem ninguém
para lamentá-los enquanto eram despejados em valas comuns, e ele
queria ter uma ideia do número que havia guardado para compensar
suas suspeitas sombrias do número que ele havia matado. .
No entanto, calcular quantos navios haviam chegado ao Mar das

Tempestades era difícil, fora a questão de perder a conta.
Ao contrário das Aes Sedai, as

Os detectores de vento não tinham restrições ao uso Poder como
uma arma, não quando a segurança de sua própria estava em
perigo, eles certamente teriam tentado parar a perseguição antes de
começar. ninguém saiu em Ninguém é perseguido em um navio em
chamas. o Seanchan, com seus damane
, eles tinham ainda menos escrúpulos em revidar.
Relâmpagos ziguezagueando pela chuva, numerosos como lâminas

de grama, bolas de fogo
no céu,
alguns do tamanho de cavalos, as
lhamas
baía
e as
parecia embrulhada
em pontas, mesmo cheias uma
em
dica que o show noturno fez o de
tempestade do que uma comparação
Iluminador
em
parece poupar
. Sem virar a cabeça eu poderia
contar dezenas de lugares onde os quadros carbonizados de um

grande navio saindo da água rasa ou do casco enorme pedaço de
um barco com uma proa achatada estava lado, com as ondas do
porto lambendo o convés calcanhares, e havia o dobro de lugares
onde as costelas As manchas enegrecidas que eram visíveis eram
mais finas, os restos de Sulcadores de fuzileiros navais.
Aparentemente eles não queriam deixar seus próprios barcos nas
mãos de quem
eles haviam escravizado. Três dúzias bem na frente dele, e isso sem
contar os navios afundados ao lado dos quais havia barcos
trabalhando para tirar as coisas. Talvez um marinheiro distinguisse
os grandes navios dos sulcadores pela parte superior do mastros
saindo da água, mas isso foi deixado de fora do seu conhecimento.
De repente, uma velha lembrança veio à sua mente; eu sei

preocupado como carregar navios para um ataque do mar e quantos
homens poderiam ser espremidos em quanto espaço e durante
quanto tempo. Não era realmente uma memória sua, pois pertencia a
uma antiga guerra entre
Fergansea e Moreina, mas parecia. Entender
que ele não tinha realmente vivido uma daquelas memórias de

as vidas de outros homens em sua cabeça sempre o pegavam de
surpresa, então talvez fossem dele de certa forma. Na verdade, eles
eram mais precisos do que os que ele tinha para algumas partes de
sua própria vida. Os barcos de que ele se lembrava eram menores
do que a maioria na baía, mas o ponto de partida era o mesmo.
"Eles não têm navios suficientes", ele murmurou. O Seanchan tinha

ainda mais em Tanchico do que aqueles que vieram para cá, mas as
perdas na baía foram suficientes para mudar as coisas.
"Navios suficientes para quê?" perguntou Noé. Nunca vi tantos em

um só lugar na minha vida. Essa foi uma declaração de peso vindo
dele. A acreditar em Noal, ele tinha visto tudo e quase sempre maior
ou mais imponente do que o que estava bem debaixo do seu nariz.
Teria sido dito em Campo de Emond que ele não era pródigo com os
fundos do saco da verdade. Matt balançou a cabeça.
“Eles não têm navios suficientes para levá-los para casa.
"Nós não temos que ir para casa. Nós alcançamos,” disse a voz de
uma mulher atrás dela, arrastando suas palavras enquanto falava.
Ele não pulou exatamente quando ouviu o sotaque seanchan, mas

estava perto, até reconhecer quem havia falado.
Egeanin estava franzindo a testa, seus olhos azuis como adagas,

mas não dirigidos a ele. Pelo menos, assim parecia a Mat. Ela era
alta e magra, com feições duras e tez pálida, apesar de ter passado
a vida no mar. Seu vestido era de um verde berrante o suficiente
para combinar com os ciganos, ou quase isso, e vários bordados de
florzinhas amarelas e botões brancos na gola alta e na parte de
baixo.
comprimento das mangas. Ela usava um lenço florido amarrado
firmemente sob o queixo, segurando no lugar uma peruca de longos
cabelos negros que caíam sobre os ombros e meio caminho pelas
costas. Ela odiava o cachecol e o vestido, que não cabiam nela, mas
suas mãos checavam a cada poucos minutos para ver se a peruca
não estava torta. Isso o preocupava mais do que suas roupas,
embora a palavra "preocupação" fosse um eufemismo.
Ela só suspirou quando teve que cortar as unhas, mas quase teve
um ataque, o rosto corado e os olhos arregalados, quando Mat disse
que ela deveria raspar a cabeça completamente. O
estilo de corte de cabelo que ela usava antes, raspado acima das
orelhas para que houvesse uma capa parecida com um solidéu e
uma mecha espessa pendurada em seu ombro, proclamava que ela
pertencia ao Sangue Seanchan, um nobre menor.
Mesmo alguém que nunca tinha visto um seanchan teria se lembrado

dela. Ele havia concordado com relutância, mas então beirava a
histeria até que ele pudesse cobrir seu crânio raspado.
Mas não pelas razões que a maioria das mulheres teria ido ao fundo
do poço. Não; entre os seanchan, apenas a família imperial raspou a
cabeça inteira. Homens que sofriam de calvície colocaram uma
peruca assim que a falta de cabelo começou a ser perceptível.
Egeanin teria preferido morrer antes que alguém pensasse que ela
estava fingindo pertencer à família imperial, mesmo pessoas que
nunca teriam pensado em tal ideia. Bem, fingir uma coisa dessas
acarretava a pena de morte entre os seanchan, mas Mat nunca teria
imaginado que tomaria dessa forma. O que importava mais uma
sentença de morte quando você já estava com o pescoço esticado
no cepo? O
corda de estrangulamento, se aplicável. Para ele seria a forca.
Enfiando a faca meio desembainhada na manga, ele pulou da pedra.

Ele pousou mal e estava prestes a cair; Ele mal conteve um
estremecimento quando seu quadril lhe deu um soco afiado. Mas ele
fez.
A mulher era uma nobre e uma capitã do mar, e ela já estava

fazendo tentativas suficientes para estar no comando que ela estava
mostrando a ele também outras fraquezas, dando-lhe uma chance
maior de sucesso. Fora ela quem viera pedir ajuda, não o contrário,
mas isso contava muito pouco para a mulher.
Encostado na pedra, os braços cruzados, ele fingiu estar ocioso

enquanto chutava os tufos de grama seca para fazer a dor passar. E
foi tão intenso que o suor brotou em sua testa apesar do vento frio.
Fugir no meio da tempestade o fez recuar na recuperação de seu
quadril, e ele ainda não havia recuperado o terreno perdido.
"Você tem certeza sobre os fuzileiros navais?" -te pergunto.
Não havia sentido em mencionar a falta de navios novamente.
De qualquer forma, muitos colonos Seanchan haviam se espalhado

de Ebou Dar, e muito mais, ao que parecia, de Tanchico. Quaisquer
que fossem os navios que tivessem, agora não havia poder na terra
capaz de erradicar todos os seanchan.
A mulher colocou as mãos na peruca novamente, mas hesitou ao

notar as unhas, em vez disso, colocou-as debaixo dos braços,
franzindo a testa.
"E quanto aos fuzileiros navais?" ele respondeu.
Ela sabia que ele estava por trás da fuga dos Detectores de Vento,
mas nenhum deles havia mencionado isso explicitamente.
Egeanin sempre tentou evitar falar sobre o Atha'an Miere. Além de

todos os navios afundados e
os mortos, libertar foi outro crime
damane punido com
morte, além de ser considerado repugnante do
ponto de vista seanchan, tão desprezível quanto estupro ou abusar

de crianças. Claro que ela mesma ajudou libertar damane , embora,
na sua opinião, esse fosse o menor de seus crimes. No entanto, ele
também evitou que tema. Houve alguns que ele não falou.
—Isso se você tem certeza sobre os Detectores de Vento que foram

capturados. Eu ouvi fofocas sobre cortar as mãos sobre o cachorro.
Mat engoliu para se livrar do gosto de bile. Tinha visto matar homens,
tinha matado homens com seus próprios mãos. Luz o ajude, ele
havia matado uma mulher uma vez!
Tempo! Nem as memórias mais sombrias daqueles outros homens

queimaram tanto quanto isso, e alguns desses memórias eram
horríveis o suficiente para ter que afogá-los em vinho quando eles
vieram à tona. Mas a ideia de cortar deliberadamente as mãos de
alguém seu estômago revirou.
Egeanin ergueu a cabeça e por um momento
Por um momento, Mat pensou que ia ignorar sua pergunta.
"Aposto que são fofocas ouvidas de Renna", disse ele ao enquanto

fazia um gesto dispensando o assunto. Algum sul'dam
damane
eles falam sobre essas bobagens para assustar
os recalcitrantes quando são amarrados à coleira pela primeira vez,

mas ninguém fez isso por... seiscentos ou
setecentos anos. Bem, não muitos, e as pessoas que não Você pode
controlar sua propriedade sem... mutilá-la.
sei'mosiev , para começar. Seus lábios se torceram em um zombaria,

embora não estivesse claro se era por causa do mutilação ou por
sei'mosiev .
“Quer eles percam prestígio ou não, eles perdem,” Mat retrucou.

Para os Seanchan, sei'mosiev
foi muito mais do que humilhado, mas

Mat duvidava que alguém capaz de cortar deliberadamente o mão
para uma mulher pode se sentir humilhado o suficiente matar-se- A
Augusta Senhora Suroth está entre aquelas
"não muitos"?
Egeanin lançou-lhe um olhar tão zangado quanto o seu.
e, ela ficou em seus quadris, inclinando-se para a frente com os pés

separados como se estivessem no convés de um navio e estava
prestes a advertir um marinheiro com poucos luzes.
"A Augusta Senhora Suroth não tem esses idiotas!" Eles damane ,
são de propriedade da imperatriz, então viva
para sempre. Suroth poderia cortar suas próprias mãos damane
imediatamente se ele ordenasse aos imperiais que fizessem algo

assim. E isso caso ele desse tal ordem; não ouvi nunca maltrate os
seus. vou tentar explicar
maneira que você entende. Se seu cachorro foge, você não o mutila.
Você bate nele para que ele saiba que não deveria fazer isso de
novo e você colocá-lo de volta em seu canil. Além disso, o damane
seu…
"Muito valioso," Mat terminou secamente.
Eu tinha ouvido essa frase ad nauseam.
A mulher ignorou seu sarcasmo ou talvez nem tenha notado.
percebido. Mat sabia por experiência que se uma mulher não queria
ouvir algo ignorou até que um
Ele estava começando a duvidar que ele tinha dito alguma coisa.
"Você está finalmente começando a entender," Egeanin continuou.
enquanto acena com a cabeça. para aqueles
damane
que tanto
você se preocupa, eles provavelmente nem saíram vergões neste

momento. Seu olhar se desviou para o barcos na baía e aos poucos
foi adquirindo um aspecto de perda que acentuou o olhar duro em
seu rosto. Deles polegares passaram sobre as almofadas dos outros
dedos. Não Você pode imaginar o que isso me custou,” ele
damanedisse calmamente.
sul'dam
Ela e contratar um
. Embora valha a pena até o último

trono que paga, é claro. O nome dela é Seris. Bem treinado,
receptivo.
Ela se empanturraria de nozes mergulhadas em mel se você

deixasse, mas ela nunca fica enjoada, ou fica de mau humor como
alguns ficam.
Pena que tive que deixá-la em Cantorin. Acho que não a verei
novamente. Ele suspirou com pesar.
"Tenho certeza de que ela sente sua falta tanto quanto você sente
dela", disse Noal, exibindo um sorriso desdentado que qualquer um
pensaria ser sincero. Talvez fosse. Ele argumentou que tinha visto
coisas piores do que isso, se isso fosse de alguma utilidade.
damane
da'covale
e os
Egeanin enrijeceu e franziu a testa como se não acreditasse em sua

compreensão. Ou talvez ele apenas percebeu que estava olhando
para os navios na baía. A verdade é que ele deliberadamente virou
as costas para o mar.
"Dei ordens para que ninguém se afastasse das carroças", disse ele
com firmeza. Certamente as tripulações de seus navios prontamente
obedeceram a esse tom. Ele virou a cabeça como se esperasse que
Mat e Noal agissem da mesma maneira.
"Uau, você pediu isso?" Mat mostrou os dentes com um sorriso. Ele
sabia como dar aquele sorriso atrevido que quase dava um golpe na
maioria dos tolos presunçosos. Egeanin não era tola, pelo menos
quase nunca, mas era vaidosa. Nobre e capitão do mar. Mat não
sabia o que era pior. Bah, os dois! Bem, eu estava indo para lá
agora. A menos que você não tenha terminado de pescar, Noal.
Podemos esperar um pouco, se você ainda não terminou.
No entanto, o velho já estava jogando na água os alevinos de prata

que sobraram na cesta. Apesar de ter sofrido uma grave fratura nas
mãos, talvez em mais
Certa vez, a julgar por sua aparência retorcida, ele habilmente
enrolou a linha de pesca ao redor da vara de bambu. No curto
espaço de tempo em que estava pescando, ele havia pescado quase
uma dúzia de peixes, o maior com trinta centímetros de
comprimento, e os espetou pelas guelras em uma cana rendilhada;
ele os colocou na cesta antes de pegá-la. Ele alegou que, se
conseguisse encontrar as pimentas certas, faria um ensopado de
peixe – pimentas Shara, nada menos! E por que não da lua? — um
ensopado que a faria esquecer seu quadril. Pelo que Noal passou a
dizer sobre as pimentas, Mat suspeitava que qualquer esquecimento
estaria mais focado em beber cerveja suficiente para acalmar a
língua ardente do que no sabor.
Egeanin, que estava esperando impaciente, também não estava

prestando atenção na careta de Mat, então Mat colocou um braço
em volta dos ombros dela. Se eles vão voltar, é melhor eles irem.
Ela encolheu os ombros. Essa mulher fazia as solteironas que ele

conhecera parecerem garotas de taverna em comparação.
"Nós deveríamos ser amantes, você e eu," ele a lembrou.
"Não há ninguém aqui para nos ver," Egeanin rosnou.
"Quantas vezes eu tenho que te dizer, Leilwin?" Esse era o nome

que a mulher usava agora; segundo ela, ele era de Tarabon. De
qualquer forma, não soava como seanchan. Se nem dermos as
mãos a menos que alguém esteja olhando, vamos parecer um casal
de amantes muito estranho aos olhos de quem nos olha sem que
saibamos.
Egeanin bufou com desdém, mas ela o deixou colocar o braço de

volta ao redor dela e colocar o dela ao redor dele, embora ela lhe
desse um olhar de advertência ao mesmo tempo.
Matt balançou a cabeça. Ela era mais louca do que uma cabra se ela
achava que ele gostava disso. Quase todas as mulheres tinham
alguns acolchoamentos sobre os músculos, pelo menos as mulheres
que o atraíam, mas abraçar Egeanin era como abraçar um poste de
cerca. Quase tão duro e definitivamente tão duro.
Ela não entendia o que Domon viu nela. Talvez ele não tivesse dado
uma escolha ao Illian. Afinal, ele a comprara, como quem compra um
cavalo. Mesmo que eu seja amaldiçoado, nunca vou entender esses
seanchan, pensou. Não que eu quisesse também. Só ele precisava.
Quando eles se viraram, ele deu uma última olhada na baía e quase
desejou que não tivesse feito isso. Dois pequenos barcos surgiram
através da névoa espessa que se arrastava lentamente rio abaixo.
Deslizando contra o vento. A hora de partir já havia passado.
Eram duas longas milhas do rio até a Great North Causeway através
de uma região ondulante, coberta de grama e arbustos murchos, e
pontilhada de moitas de arbustos de videira emaranhados, densos
demais para serem atravessados, mesmo quando quase nus. As
elevações não mereciam o nome de colinas, pelo menos não para
alguém que havia escalado as Colinas de Areia e as Montanhas de
Névoa quando criança —
havia lacunas em sua memória, mas ele conseguia se lembrar de

coisas; no entanto, em pouco tempo ele estava feliz por ter seu braço
em volta de alguém.
Ele estava sentado imóvel naquela pedra sangrenta por muito tempo.
A pontada afiada em seu quadril havia se reduzido a uma dor surda,
mas ainda o deixava mancando, e se ele não tivesse um ponto de
apoio, teria cambaleado pelas encostas. E
não que ele estivesse se apoiando em Egeanin, é claro, mas segurá-

lo o ajudava a manter o equilíbrio. A mulher fez uma careta para ele
como se pensasse que ele estava tentando tirar vantagem.
"Se você tivesse feito o que foi dito", ele rosnou, "você não faria.
Eu deveria te carregar carregado.
Mat mostrou os dentes novamente, desta vez sem tentar disfarçar o

sorriso como um sorriso. A maneira como Noal passou por eles sem
esforço, apesar de carregar a cesta de peixes em um quadril e a vara
de pescar na outra mão, foi embaraçosa. Por mais desgastado que
parecesse, esse homem era muito dinâmico. Às vezes aconteceu.
Seu caminho se ramificava para o norte do Circuito do Céu, com

suas arquibancadas longas e abertas, com assentos de pedra polida
onde, em tempos mais quentes, espectadores ricos sentavam em
almofadas sob toldos de lona colorida para observar seus cavalos
correrem.
Agora os toldos e postes estavam guardados, os cavalos — aqueles

que o Seanchan não havia confiscado — em suas baias de campo, e
os assentos estavam vazios, exceto por um punhado de crianças
correndo para cima e para baixo nas arquibancadas jogando "você
leva ela". ». Mat adorava cavalos e corridas, mas seus olhos
varreram o Circuito e se fixaram em Ebou Dar. Cada vez que subiam
uma elevação, podiam ver a enorme muralha branca, tão larga que
uma passarela contornava a cidade de seu topo; olhar era uma
desculpa para parar por um momento. Mulher estúpida! Uma
sugestão de mancar não significava que ela estava pegando carona
nele! Se ele conseguiu manter o bom humor, enfrentar os problemas
e não protestar, por que ela não conseguiu?
Dentro da cidade, os telhados e paredes brancas, as cúpulas e as

esbeltas torres nevadas brilhavam na luz cinzenta da manhã; uma
imagem de serenidade. Ele não conseguia ver as lacunas onde os
prédios haviam queimado até o chão. Uma longa fila de carrinhos de
fazendeiros puxados
por bois, eles chacoalhavam sob o enorme portão em arco que dava
para a Great North Causeway, homens e mulheres a caminho dos
mercados da cidade com o que restava para vender tão tarde no
inverno, e no meio deles uma caravana de mercadores com grandes
carroças cobertas de lona, puxadas por troncos de seis ou oito
cavalos e carregando mercadorias de onde só a Luz sabia de onde.
Outras sete caravanas, compostas de quatro a dez carroças,
esperavam na fila à beira da estrada que os guardas do portão
terminassem a inspeção. O comércio nunca cessou enquanto o sol
brilhava, quem governava uma cidade governava, a menos que
houvesse uma luta acontecendo. Às vezes nem era interrompido
então. O rio de gente que corria na direção oposta era composto
principalmente por seanchan, soldados em fileiras ordenadas em
suas armaduras segmentadas e listras pintadas e capacetes que
lembravam cabeças de insetos enormes, alguns marchando a pé e
outros a cavalo, nobres que sempre eles estavam montados,
vestindo capas ornamentadas, roupas de montaria plissadas e véus
de renda, ou calças largas e jaquetas compridas. Os colonos de
Seanchan também continuaram a sair da cidade, carroças e mais
carroças cheias de fazendeiros e artesãos e as ferramentas de seus
ofícios. Os colonos começaram a deixar a cidade assim que
desembarcaram, mas levaria semanas até que todos fossem
embora. Era uma cena plácida, dia de trabalho normal e comum se
não se soubesse o que estava por trás disso; ainda assim, toda vez
que chegavam a um lugar onde os portões podiam ser vistos, sua
mente voltava ao que havia acontecido seis noites antes, e ele se
encontrava lá novamente, naqueles mesmos portões.
A tempestade se alastrou enquanto cruzavam a cidade saindo do
palácio de Tarasin. A chuva descia em baldes, martelando a cidade e
deixando os paralelepípedos escorregadios sob os cascos dos
cavalos, enquanto o vento uivava do Mar de Tempestades
empurrando a chuva como estilingues e sacudindo as capas para
que os tentantes não se molhassem. foi uma causa perdida. Nuvens
escondiam a lua, e o dilúvio parecia absorver a luz das lanternas
montadas em longas varas carregadas por Blaeric e Fen, que
marchavam à frente deles a pé. Então eles entraram na longa
passagem através da parede, e pelo menos eles estavam fora da
chuva. O vento soava como o lamento agudo de uma flauta no túnel
de teto alto. Os guardas do portão estavam do outro lado da
passagem, e quatro deles também carregavam lanternas nas pontas
de longas varas. Doze outros, meio Seanchan, seguravam alabardas
que podiam derrubar um homem montado de sua sela. Dois
Seanchan, capacetes removidos, espiaram da baía iluminada do
quartel construído na parede rebocada, e sombras móveis atrás
deles revelaram mais dentro. Muitos para forçar a passagem sem
fazer barulho; talvez muitos até mesmo para romper. Não sem que
tudo explodisse como fogos de artifício do Iluminador explodindo em
sua mão.
Ainda assim, o perigo – o maior perigo – não estava com os guardas.

Uma mulher alta, de rosto rechonchudo, com um vestido azul escuro
de saia dividida exibindo listras vermelhas com relâmpagos
prateados saiu da guarita. Enrolada em sua mão esquerda estava
uma longa alça prateada, cuja extremidade oposta a ligava a uma
mulher de cabelos grisalhos em um vestido cinza escuro, que ainda
a exibia.
um sorriso saudoso. Mat sabia que eles estariam lá. Agora o
Seanchan tinha em todas as
sul'dam portas.
e damane
Pode até haver outro par dentro, ou dois. Não estavam disposto a
deixar qualquer mulher capaz de canalizar escapar de suas redes. A
cabeça de raposa de prata presa sob a camisa sentia frio contra sua
pele; não para ele frio que indicava que alguém estava abraçando a
Fonte nas imediações, mas por causa da geada noturna acumulada
que seu corpo frio não podia aquecer, mas ainda assim ele continuou
esperando para sentir o outro. Luz, sim, eu estava fazendo
malabarismo com fogos de artifício naquela noite, e com os fusíveis
acenderam!
Talvez os guardas tenham ficado desconcertados
uma nobre deixou Ebou Dar no meio da noite e com isso tempo,
acompanhado por mais de uma dezena de criados e uma linha de
cavalos de carga indicando uma longa jornada, mas Egeanin
pertencia ao Sangue, como seu
capa com o bordado de uma águia com asas preto e branco

estendidos e os dedos compridos das luvas vermelhas, adaptado
para unhas. Soldados normais não.
questionou o que o Sangue decidiu fazer, nem mesmo se Ele era de

sangue baixo. O que não significava que não havia requisitos.
Qualquer um era livre para deixar a cidade quando queria, mas o
seanchan anotou os movimentos de damane , e havia três na
comitiva, cabeças baixas e rostos cobertos pelos capuzes de mantos
cinzentos, cada um Adão
a uma sul'dam
que se unia pela correia prateada da

montaria.
sul'dam
carnudo caminhava ao lado deles sem
basta dar uma olhada, passarela à frente. Não
No entanto,
damane
examinou cada mulher intensamente
era dele que eles estavam passando, e Mat prendeu a respiração

enquanto damane
ficou na frente do último monte e franziu a testa

ligeiramente entre as sobrancelhas. Mesmo com a sorte dele, eu não
apostaria que um seanchan não reconheceria o rosto atemporal de
uma Aes Sedai se ela olhasse sob o capô. Havia Aes Sedai retido
como ,
damane
mas quais eram as chances de
que os três de Egeanin eram? Luz, quais são as chances será que
alguém do Sangue baixo possuía três?
A mulher de rosto rechonchudo fez um barulho como estalando a

língua, semelhante ao que se faria com seu a'damdamane
lapdog, enquanto puxava o , e a seguiu andando atrás

marath'damane
dela. Eles procuraram. Matt acreditava que
tentando escapar da coleira, ele não
damane
iria se afogar. O barulho dos dados rolando na sua cabeça tinha

começado de novo, alto o suficiente para rivalizar o estrondo de um
trovão distante. Algo ia dar errado; isto Eu sabia. O oficial de serviço,
um seanchan de olhos atarracados rasgado como um saldaenino
mas com a tez de um tom ruão, cobre claro, curvou-se cortesmente e
convidou Egeanin para entrar na guarita para uma bebida de vinho
quente enquanto um escriba
anotou as informações sobre o . Todos os
damane
Os quartéis que Mat tinha visto eram lugares austeros, mas o a luz
das lâmpadas que saíam pelas fendas das setas fez com que Parece
quase apetitoso. Também um nepente deve ter parecer apetitoso
para uma mosca. Ele estava feliz que o a chuva escorria do capuz e
escorria por seu rosto. A) Sim escondia o suor causado pelos nervos.
asiático de suas facas, que repousavam sobre a protuberância
alongada que Foi anexado à frente da cadeira. colocado assim
nenhum dos soldados deveria notá-lo. sob seu
mãos podiam sentir a respiração da mulher que estava embrulhada

no pano, e seus ombros estavam rígidos do tensão de esperar que
ele gritasse por socorro a qualquer momento. Selucia manteve sua
montaria perto dele e
olhou para ele da proteção do capô abaixado, escondido a trança
dourada, sem desviar o olhar mesmo quando sul'dam
a damane
Eles passaram por ela. Um grito de Selucia teria lebre levantada

tanto quanto uma de Tuon. Eu assumi que o A ameaça da faca
manteve os dois em silêncio.
— eles tinham que acreditar que ele estava tão desesperado ou tão
louco o suficiente para usá-lo - mas ainda não os tinha tudo comigo
Havia tantas coisas naquela noite que Eu não podia ter certeza,
tantos pendurados na balança, tantos que eles haviam torcido.
Eu me lembrei de ter
conteúdo
respirando,
imaginando quando alguém perceberia que o
pacote que ela carregava tinha bordados ricos e ela ficaria surpresa
que ele não se importava se a chuva o encharcava, e amaldiçoando-
se por se enforcar só porque
Eu tinha em mãos. Em sua memória tudo parecia passar muito

devagar. Egeanin desmontou e entregou as rédeas a Domon, que os
tirou com um arco, de sua
cadeira. O capuz de Domon foi jogado para trás o suficiente para

mostrar que um lado de sua cabeça foi raspado cabeça e cabelo
restante amarrado em um rabo de cavalo pendia até o ombro. Gotas
de chuva caíram do
barba curta de illiano, mas illiano conseguiu adotar o comportamento

rígido oportuna de um alto servo so'jhin ,
hereditária de um membro do Sangue e, conseqüentemente, quase
igual ao sangue. Inquestionavelmente muito acima qualquer soldado
comum. Egeanin olhou para
Mat e a trouxa que ele carregava na cadeira com a cara de uma

máscara petrificada que poderia passar por arrogância se alguém Eu
não sabia que ela estava aterrorizada com o que eles estavam
fazendo.
O alto
sul'dam
damane
se virou e
e seu
Eles voltaram em ritmo acelerado depois de completar sua inspeção.

vanin, que estava atrás de Mat dirigindo um dos
fileiras de cavalos de carga, inclinou-se para o lado da sela e cuspiu.
Mat não sabia por que esse detalhe ficou preso em sua memória,
mas ficou. Vanin cuspiu, e então as trombetas soaram, uma explosão
penetrante à distância, atrás dele, bem ao sul da cidade, onde os
homens planejaram queimar os suprimentos Seanchan armazenados
ao longo da Bay Causeway.
O oficial da guarda hesitou com o toque, mas de repente houve o

repique alto de um sino na própria cidade, e depois outro, e então
parecia que centenas estavam soando o alarme no meio da noite
enquanto no escuro. havia mais relâmpagos no céu do que uma
tempestade jamais havia gerado, enquanto os raios branco-azulados
descarregavam dentro das paredes e banhavam o túnel em luz
bruxuleante. Foi então que a gritaria explodiu em meio a explosões e
gritos na cidade.
Por um instante, Mat amaldiçoou os Detectores de Vento por se

moverem mais cedo do que o prometido. Mas então ele percebeu
que os dados pararam de rolar em sua cabeça. Por quê? Isso o fez
querer amaldiçoar de novo e de novo, mas não havia tempo nem
para isso. Instantaneamente, o oficial estava correndo, dando ordens
aos homens que saíam da guarita, enviando um correndo para a
cidade para ver do que se tratava o alarme, enquanto posicionava os
outros contra qualquer ameaça, fosse de dentro ou de fora. A mulher
de rosto rechonchudo correu para se juntar aos soldados, assim
como outro par de mulheres junto com a que saiu correndo da
guarita.
seu damane
E Mat e os outros galoparam na tempestade,
levando consigo três Aes Sedai,
Adão
duas delas escaparam
sequestraram a
e
herdeira do
Trono de
damane
Seanchan Crystal, enquanto atrás dele explodiu
sobre Ebou Dar uma tempestade muito pior.
os raios
mais
grama
inúmeras lâminas de …
Com um calafrio, Mat se obrigou a voltar ao presente.
Egeanin fez uma careta para ele e lhe deu um empurrão exagerado.
"Amantes de braços dados não vão rápido."
resmungou o jovem. Eles andam. A mulher tomou um ar.
depreciativo. Domon deve ter ficado cego de amor. ou isso ou aquilo

deram-lhe muitos golpes na cabeça.
De qualquer forma, o pior já havia passado. O tapete esperou que

deixar a cidade teria sido o pior. não tinha voltado para sentir os
dados desde então, e eles sempre foram um mau sinal. Ele havia
enlameado sua trilha o máximo possível, e ele tinha a convicção de
que alguém como
sorte como ele para separar o ouro da escória. O
Os buscadores já estavam seguindo a trilha de Egeanin antes

daquela noite, e agora também a perseguiriam pelo cargo roubar,
mas damane
as autoridades presumiriam que
fugiria a todo galope e se encontraria a muitas léguas de distância de

Ebou Dar até então, não sentado do lado de fora da cidade. Nada,
exceto a coincidência do momento relacionado a Tuon.
Ou com ele, e isso era importante. Claro que Tylin teria

apresentaram suas próprias acusações contra ele - nenhuma mulher
perdoaria um homem que a amarrou e a colocou sob uma cama,
mesmo que ela tivesse sugerido
ela mesma - mas, com um pouco de sorte, ela não estaria sob
suspeitar de qualquer outra coisa que aconteceu naquela noite. Com
Felizmente, ninguém, exceto Tylin, se lembraria dele. Para o Em
geral, amarrar uma rainha como se ela fosse um porco para levá-lo
ao mercado seria suficiente para levar um homem morte, mas tive
que contar menos do que algumas cebolas podre ao lado do
desaparecimento da Filha dos Nove
Moons, e o que o brinquedo de Tylin tem a ver com isso? Ainda o
incomodava que o considerassem um parasita — pior ainda, um
animal de estimação! —, mas tinha suas vantagens.
Ele pensou que estava a salvo — do seanchan, em todo caso,

embora
—, houvesse um ponto que o incomodava como um espinho no

calcanhar. Bem, havia vários, a maioria às custas de Tuon, mas este
tinha um ponto muito, muito longo. O desaparecimento de Tuon
deveria ter sido tão chocante quanto o desaparecimento do sol ao
meio-dia, mas o alarme não havia sido dado. Nada! Nenhum anúncio
de recompensa, nenhuma oferta de resgate, nenhum soldado de
olhos penetrantes procurando cada carroça e carroça por
quilômetros, vasculhando o campo para encontrar cada buraco ou
buraco onde uma mulher pudesse se esconder. Velhas lembranças
lhe diziam algo sobre rastrear membros da realeza sequestrados,
mas, além dos enforcamentos e dos barcos queimados na baía,
Ebou Dar parecia a mesma vista de fora do dia anterior ao
sequestro. Egeanin argumentou que a busca seria feita sob o mais
estrito sigilo, e muitos Seanchan possivelmente nem sabiam que
Tuon havia desaparecido.
Sua explicação incluía o choque para o império e os presságios para

o sei'taer
Retorno e a perda de, e ele disse isso como se acreditasse em cada
palavra, mas Mat se recusou a comprá-lo. Seanchan eram pessoas

estranhas, mas ninguém poderia ser estranho assim. A calma de
Ebou Dar deu-lhe arrepios. Ele sentiu uma armadilha naquela
quietude. Quando chegaram à Great North Causeway, ele agradeceu
que a cidade estivesse escondida atrás de colinas baixas.
A calçada era uma via larga, uma estrada comercial principal larga o
suficiente para cinco ou seis carroções passarem confortavelmente
de cada vez, e a superfície de
terra e argila compactada que centenas de anos de uso haviam

endurecido quase tão duro quanto os antigos paralelepípedos com
um canto ou borda ocasional projetando-se vários centímetros acima
do solo. Mat e Egeanin atravessaram apressados a calçada, Noal
logo atrás deles, entre uma caravana de mercadores que
ruidosamente em direção à cidade guardada por uma mulher de
rosto cheio de cicatrizes e dez homens de olhos duros equipados
com armaduras, bergantines e uma fileira de carroças de colonos de
formas estranhas. com picos nas extremidades e rumo ao norte,
alguns puxados por cavalos ou mulas e outros por bois. Agrupados
em torno das carroças, meninos descalços usavam bastões para
conduzir cabras de quatro chifres com longos cachos pretos e vacas
grandes, brancas e de papada. Um homem no final da fileira de
carroças, vestido com calças largas azuis e um boné redondo
vermelho, conduzia um enorme touro corcunda puxando uma corda
grossa amarrada a uma argola que perfurava o nariz do animal.
Exceto por suas roupas, ele poderia ser de Dois Rios. Ele olhou para
Mat e os outros, que estavam andando na mesma direção, como se
fosse falar, mas então balançou a cabeça e continuou andando sem
olhar para eles novamente. Lidando com a claudicação de Mat, eles
não estavam se movendo rápido, e os colonos continuaram sua
marcha em um ritmo lento, mas constante.
Encolhendo os ombros e segurando o lenço sob o queixo com a mão

livre, Egeanin soltou a respiração e afrouxou os dedos que haviam
cravado no lado de Mat quase dolorosamente. Depois de um
momento, ela se endireitou e olhou para as costas do fazendeiro que
estava se afastando como se ele fosse vir atrás dele para dar um
tapa no fazendeiro e no touro. Como se isso não bastasse, uma vez
que o agricultor
A vinte passos de distância, a mulher fez uma careta para uma
companhia de soldados Seanchan marchando pelo centro da
calçada em um ritmo que logo ultrapassaria os colonos, cerca de
duzentos homens em uma coluna de quatro, seguidos por uma
coleção heterogênea de carroças puxadas por mulas e cobertas com
lona apertada. O centro da estrada foi deixado livre para o tráfego
militar. Meia dúzia de oficiais montados, com elmos enfeitados com
plumas finas e cobrindo tudo, exceto os olhos, cavalgavam à frente
da coluna, sem olhar nem para a esquerda nem para a direita, seus
mantos vermelhos cuidadosamente espalhados sobre as ancas dos
cavalos.
A bandeira tremulando atrás dos oficiais mostrava o que parecia ser

uma ponta de flecha prateada estilizada, ou talvez uma âncora,
atravessada por uma longa flecha e um raio dourado, com letras e
números abaixo que Mat não conseguiu distinguir enquanto o vento
açoitava a tela. constantemente de cada lado.
Os homens que conduziam os vagões de suprimentos usavam

jaquetas azuis escuras e calças largas, além de bonés quadrados
vermelhos e azuis, mas os soldados eram mais visíveis do que a
maioria dos seanchan, com sua armadura segmentada listrada de
azul e branco. e listras vermelhas orladas de amarelo dourado, os
capacetes pintados com as quatro cores de modo a assemelhar-se a
cabeças de aranhas horríveis. Um grande distintivo com a âncora -
Mat pensou que deveria ser uma âncora
- e a flecha e o raio estavam colocados na frente do capacete, e

todos os homens, exceto os oficiais, carregavam um arco de curva
dupla ao lado, com uma aljava cheia de flechas de um lado do cinto,
equilibrando a espada curta no lado oposto.
— Arqueiros de navio — rosnou Egeanin, olhando para os soldados.
Ela havia parado de segurar o lenço com a mão livre, mas ainda
estava em punho.
Lutadores de taverna. Eles sempre causam problemas quando

passam muito tempo em terra firme.
Pareciam a Mat bem treinados. Ainda assim, ele não tinha ouvido
falar de soldados que não entravam em brigas, especialmente
quando estavam bêbados ou entediados, e soldados entediados
tendiam a ficar bêbados. No canto de sua mente, ele se perguntou
até onde aqueles arcos iriam, mas era um pensamento distraído. Ele
não queria nada com nenhum soldado Seanchan. Se dependesse
dele, não teria mais nada a ver com nenhum soldado. Mas,
aparentemente, sua sorte não foi tão grande. O destino e a sorte
eram diferentes, infelizmente.
Duzentos passos, no máximo, decidiu. Uma boa besta os superaria,

ou qualquer arco de Dois Rios.
"Nós não vamos nos encontrar em uma taverna", ele murmurou

baixinho, "e eles não estão brigando agora." Então não vamos
começar um só porque você estava com medo de que um fazendeiro
fosse falar com você. A mulher cerrou os dentes e deu-lhe um olhar
forte o suficiente para quebrar seu crânio. Mas era verdade. Ela
estava com medo de abrir a boca para alguém que pudesse
reconhecer seu sotaque. Era uma boa precaução, ela pensou, mas
tudo parecia fazê-la estremecer.
Teremos um alferes nos fazendo perguntas se continuar olhando

para eles assim. As mulheres ao redor de Ebou Dar têm a reputação
de serem recatadas”, ele mentiu. O que ela sabia dos costumes
locais?
Egeanin olhou para ele, franzindo a testa - talvez tentando discernir o

que 'modesto' significava - mas parou de encarar os arqueiros. Agora
só parecia pronto para morder, em vez de atacar.
"Esse cara é tão escuro quanto um Atha'an Miere," Noal murmurou
distraidamente enquanto observava os soldados que passavam.
Escuro como um Sharani. Mas eu poderia jurar que ele tem olhos
azuis. Já vi pessoas assim antes, mas onde?
Tentando esfregar as têmporas, quase bateu a cabeça na vara de

pescar e deu um passo como se quisesse perguntar ao cara onde
ele nasceu.
Com uma guinada, Mat agarrou sua manga.
— Vamos voltar ao circo, Noal. Agora. Nunca deveríamos ter saído.
"Eu te disse isso", disse Egeanin, balançando a cabeça

bruscamente.
Mat gemeu, mas tudo que ele podia fazer era continuar andando. Ah,
sim, eles já deveriam ter ido embora. Ele só esperava que não
tivesse decidido tarde demais.
2
DOIS CAPITÕES
cerca de duas milhas ao norte da cidade um grande outdoor UMA de

tela azul, extendido entre dos altos palos y sacudido por el viento,
anunciaba el Gran Espectáculo Ambulante y Magnífica Exhibición de
Maravillas y Portentos de Valan Luca en llamativas letras rojas lo
bastante grandes para poder leerlas desde la calzada, situada a un
centenar de pasos ao este. Para quem não sabia ler, pelo menos
apontava para a localização de algo fora do comum. Este foi o maior
show itinerante do mundo, afirmou o outdoor.
Luca reivindicou muitas coisas boas, mas Mat sentiu que tinha que
dizer a verdade sobre isso. A parede de lona do show, com quase
três metros de altura e firmemente fincada no chão, circundava tanto
espaço quanto uma cidade de bom tamanho.
As pessoas que passavam olhavam para a placa com curiosidade,
mas fazendeiros e comerciantes tinham seus próprios empregos e
colonos seu futuro, então ninguém se desviava por ali.
Cordas grossas amarradas a postes no chão deveriam atrair

multidões para a ampla porta em arco atrás da placa, mas ninguém
estava esperando para entrar; não naquela época Ultimamente eram
poucos os que vinham a qualquer hora. A queda de Ebou Dar só
causou um ligeiro declínio no público, uma vez que as pessoas
perceberam que a cidade não seria saqueada e que não teriam que
fugir para salvar suas vidas, mas com o Retorno, com todos aqueles
navios e colonos, quase todos decidiram economizar seu dinheiro
para necessidades mais urgentes. Dois homens corpulentos,
embrulhados em capas que pareciam ter saído de uma loja de
trapos, montavam guarda sob a placa para barrar quem quisesse dar
uma espiada sem pagar, mas mesmo esses curiosos eram poucos
nos dias de hoje.
O casal, um com o nariz torto sobre o bigode espesso e o outro com

um olho só, estava de cócoras e jogando dados.
Surpreendentemente, Petro Anhill, o homem forte do show, assistiu

os dois adestradores de cavalos brincarem, seus braços –
mais longos que as pernas de muitos homens – cruzados sobre o

peito. Ele era mais baixo do que Mat, mas duas vezes mais largo, e
seus ombros esticados contra o casaco azul grosso que sua esposa
o obrigava a usar para evitar o frio. Petro parecia absorto nos dados,
mas não estava jogando nada, nem centavos. Ele e sua esposa,
Clarine, uma domadora de cães, economizavam cada centavo que
lhes restava e, em todas as oportunidades, Petro falava sem parar
sobre a pousada que pretendiam comprar um dia. Ainda mais
O surpreendente era que Clarine estava ao seu lado, envolta em
uma capa escura e aparentemente tão absorta no jogo quanto o
marido.
Petro olhou cautelosamente por cima do ombro para o acampamento

quando viu Mat e Egeanin agarrados um ao outro, fazendo com que
Mat franzisse a testa. As pessoas olhando por cima dos ombros
nunca era um bom sinal. No entanto, o rosto gordo e escuro de
Clarine abriu um sorriso. Como quase todas as mulheres da série,
ela acreditava que Egeanin e ele tinham um relacionamento
amoroso. O cavalariço de nariz torto, um Thearian de ombros largos
chamado Col, aceitou a aposta – algumas moedas de cobre –
enquanto lançava um olhar lascivo para Egeanin. Ninguém além de
Domon a consideraria bonita, mas para alguns tolos a nobreza
conferia beleza. Ou dinheiro, e uma nobre tinha que ser rica. Alguns
achavam que qualquer nobre dama que deixasse o marido por gente
como Mat Cauthon também estaria disposta a deixá-lo; levando o
seu dinheiro, é claro. Essa foi a história que Mat e os outros
espalharam para explicar por que fugiram do seanchan: um marido
cruel e amantes fugindo. Todos eles tinham ouvido essas histórias
contadas por menestréis ou livros - embora raramente na vida real -
com frequência suficiente para aceitá-las como verdadeiras. Col
manteve a cabeça baixa, no entanto. Egeanin -Leilwin- já havia
sacado a faca que levava no cinto contra um malabarista de
espadas, um homem bonito que havia superado suas insinuações
convidando-a para tomar um copo de vinho em seu carrinho, e
ninguém duvidava que ele teria usado o arma, se o cara tivesse
insistido em sua reivindicação minimamente.
Assim que Mat alcançou o homem forte, Petro disse baixinho:
— Há soldados Seanchan conversando com Luca, cerca de vinte

deles. Bem, o oficial está falando com ele.
Ele não parecia assustado, mas havia linhas em sua testa que
mostravam preocupação, e ele colocou o braço em volta dos ombros
de sua esposa de forma protetora. O sorriso de Clarine desapareceu
e ela estendeu a mão para colocar a mão em cima da do marido.
Confiavam no julgamento de Valan, à sua maneira, mas sabiam do

risco que corriam. Ou eles achavam que sabiam. O que eles
pensavam já era um grande risco.
-O que eles querem? Egeanin exigiu, afastando-se de Mat antes que

ele tivesse a chance de abrir a boca. Na verdade, ninguém esperava
que ele fizesse isso.
"Segure isso", disse Noal, entregando a cesta e a vara de pescar

para o cara caolho, que ficou boquiaberto. Em seguida, colocou a
mão nodosa no paletó, onde guardava duas facas compridas.
Podemos chegar aos nossos cavalos? perguntou Petro. O homem

forte olhou para ele incerto. Mat não era o único que tinha dúvidas de
que Noal estava em seu juízo perfeito.
"Eles não parecem interessados em procurar", disse Clarine

rapidamente, dando a Egeanin uma insinuação de uma reverência.
Todos deveriam fingir que Mat e os outros faziam parte do show, mas
poucos conseguiram fazer isso com Egeanin. O oficial está na
carroça de Luca há mais de meia hora, mas os soldados ficaram ao
lado dos cavalos o tempo todo.
— Acho que não vieram atrás de você — acrescentou Petro

respeitosamente, dirigindo-se novamente a Egeanin.
Por que ele seria diferente? Certamente ele praticou receber nobres
naquela pousada. nós só queríamos isso
não fique surpreso ou preocupado ao vê-los. Tenho certeza que Luca
vai expulsá-los sem problemas. Apesar de seu tom, as linhas em sua
testa não desapareceram. A maioria dos homens ficaria chateada se
sua esposa fugisse, e um nobre pudesse descarregar o peso de sua
raiva nos outros. Um show itinerante, passando por estranhos, era
um alvo fácil, sem complicações adicionais. Você não precisa se
preocupar com alguém dizendo algo fora do lugar, minha senhora.
Petro olhou para os adestradores de cavalos e acrescentou: — Não
é mesmo, coronel?
O de nariz torto balançou a cabeça, os olhos fixos nos dados que

estava jogando na palma da mão. Ele era um cara grande, embora
não tão grande quanto Petro, e o homem forte podia endireitar
ferraduras apenas com as mãos.
mãos.
"Todo mundo gosta de uma chance de cuspir nas botas de um nobre

de vez em quando", o caolho resmungou enquanto olhava para a
cesta de peixes. Ele era quase tão alto e de ombros largos quanto
Col, mas sua tez era como couro enrugado e ainda tinha menos
dentes que Noal. Ele olhou de lado para Egeanin, abaixou a cabeça
e acrescentou: "Com licença, minha senhora."
Além disso, assim todos nós ganhamos algum dinheiro, que

ultimamente tem sido muito pouco. Certo, Cole? Todo mundo fala
sobre como aqueles seanchan vão pegar todos nós, talvez nos
enforcar como aqueles fuzileiros navais. Ou que eles nos ponham
para trabalhar limpando os canais do outro lado da baía para eles.
Os tratadores de cavalos estavam cuidando de tudo o que o show
precisava, desde ajudar com as meias dos cavalos e limpar as
gaiolas dos animais até colocar e derrubar a parede de lona, mas o
cara estremeceu como se o pensamento de remover o lodo do
canais do Rahad era uma possibilidade pior do que ser enforcado.
"Eu disse algo sobre falar?" Col protestou, levantando as mãos. Só

perguntei quanto tempo íamos ficar aqui, só isso. Só perguntei
quando iríamos ver um pouco desse dinheiro.
“Ficamos aqui enquanto eu disser que ficamos. Era incrível como

Egeanin conseguia fazer aquele sotaque Seanchan soar sem
levantar a voz, como uma espada saindo de sua bainha.
Você verá seu dinheiro quando chegarmos ao nosso destino.
Haverá um pouco mais para aqueles que me servirem lealmente.
E uma sepultura fria para quem pensa em traição.
Col puxou o manto remendado mais apertado ao redor dele e

arregalou os olhos em uma tentativa de parecer indignado, ou talvez
inocente, mas a impressão que dava era que esperava que a mulher
chegasse perto o suficiente para roubar a bolsa de dinheiro dele.
Matt cerrou os dentes. Para começar, era seu ouro que Egeanin
estava prometendo tão liberalmente. Ele tinha seu próprio dinheiro,
mas não o suficiente para isso. E o mais importante era que ele
estava tentando se colocar no comando novamente. Luz, se não
fosse por ele, ela ainda estaria em Ebou Dar tramando como iludir os
Seekers, ou talvez já estivesse sendo interrogada. Se não fosse por
ele, nunca teria ocorrido a ela ficar perto da cidade para escapar da
perseguição ou encontrar um esconderijo no show de Luca. Mas por
que os soldados vieram? O seanchan teria enviado cem homens,
mil, se tivessem a menor noção da presença de Tuon ali. Se
suspeitassem de Aes Sedai... Não, Petro e Clarine não sabiam que
estavam ajudando a esconder Aes Sedai, mas teriam mencionado a
chegada de e já que os soldados não perseguiriam irmãs sem
sul'dam
damane
elas. Ele passou os dedos pela cabeça de raposa através da jaqueta.
Ele o usava dormindo ou acordado, e isso poderia lhe dar algum

sinal de alerta.
Ele nunca considerou ir atrás dos cavalos, e não só porque Col e

uma dúzia de outros como ele estariam correndo para o seanchan
antes que ele estivesse fora de vista. Não que eles sentissem
alguma animosidade especial em relação a ele ou Egeanin, que ele
soubesse – até Rumann, o malabarista de espadas, parecia ter se
juntado alegremente a uma contorcionista chamada Adria –, mas
alguns caras simplesmente não resistiriam a ganhar um pouco mais
de ouro. De qualquer forma, os dados não rolaram dentro de sua
cabeça anunciando perigo. E por trás daquelas paredes de lona
havia pessoas que ele não podia deixar.
"Se eles não estão procurando, então não precisamos nos

preocupar", disse ele com confiança. Mas obrigado pelo aviso, Petro.
Eu não gosto de surpresas. O homem forte fez um pequeno gesto
como se dissesse que não importava, mas Egeanin e Clarine
olharam para Mat como se estivessem surpresos ao vê-lo ali. Até
mesmo Col e o outro caolho piscou para ele. Foi preciso um grande
esforço para ele não ranger os dentes novamente. Vou dar uma volta
até o carrinho de Luca e ver o que consigo descobrir.
Leilwin, vá com Noal encontrar Olver e fique com ele. — Eles

gostavam do menino, todos gostavam dele, e assim ele se livrava
deles por um tempo.
Eu poderia escutar melhor quando estou sozinho. E se eles tivessem

que fugir, Egeanin e Noal pelo menos ajudariam o menino a escapar.
A Luz gostaria que as coisas não chegassem a isso. Não teria outro
resultado senão o desastre.
"Bem, acho que ninguém vive para sempre", comentou.
Noal enquanto ele voltava para pegar a cesta e a bengala.

Porra, ele fez uma cabra com cólica parecer alegre em comparação!
Na verdade, a testa de Petro enrugou ainda mais.
Os homens casados sempre pareciam preocupados, uma das razões

pelas quais Mat não tinha pressa em ser um deles. Noal
desapareceu na curva da parede de lona e o caolho observou
tristemente o peixe ir embora. Esse era outro que parecia não estar
inteiramente em seu juízo perfeito. Certamente ele tinha uma esposa
lá fora.
Mat puxou o chapéu quase sobre os olhos. Os dados ainda não

soaram. Ele tentou não pensar em quantas vezes quase teve sua
garganta cortada ou seu crânio rachado sem ouvir os dados. Mas
eles teriam que soar se houvesse perigo real.
Naturalmente sim.
Ele não tinha dado três passos para dentro quando Egeanin o
alcançou e colocou o braço em volta de sua cintura. Mat parou e
olhou para ela sombriamente. Ela resistiu às suas ordens como uma
truta resistindo a um anzol, mas isso estava além da teimosia.
"Que diabos está fazendo?" E se aquele oficial Seanchan te

reconhecer? Isso era tão improvável quanto o próprio Tylin aparecer,
mas qualquer coisa que pudesse fazê-lo ir embora valia a pena
aproveitar.
"Quais são as chances desse cara me conhecer?" ela zombou. Eu

não tenho...” Seu rosto se contraiu por um momento.
Ele não tinha muitos... amigos deste lado do oceano, e em Ebou Dar,
nenhum. Seus dedos roçaram as pontas do cabelo falso que caía
sobre seu seio. De qualquer forma, com isso nem minha própria mãe
me reconheceria. No final da frase, sua voz ficou sombria.
Mat ia quebrar um dente se continuasse apertando assim.
Fique plantado lá no meio,

discutir com ela seria totalmente inútil, mas a memória de como ela
olhou para aqueles soldados Seanchan ainda estava fresca.
"Não atire em ninguém olhares fulminantes", alertou.
Melhor ainda, não olhe para ninguém.
"Sou um ebudário recatado." A maneira como ele disse soou como

um desafio. Você pode assumir a liderança. E isso soou como um
aviso.
Luz! Quando uma mulher não estava à altura, ela podia tornar as
coisas muito difíceis para você, e Egeanin nunca estava à altura. Ele
certamente corria o risco de quebrar um dente. Do outro lado da
entrada, a rua principal do espetáculo serpenteava entre vagões
ciganos, casinhas sobre rodas com lanças de tiro levantadas contra
os assentos dos motoristas e lojas cercadas do tamanho de
pequenas casas. A maioria dos vagões era pintada de cores vivas,
em todos os tons de vermelho e verde, amarelo ou azul, e muitas
das lojas também eram coloridas, algumas até listradas. Aqui e ali,
plataformas de madeira onde os artistas faziam suas apresentações
ficavam nas laterais da rua, embora suas bandeirinhas coloridas
estivessem começando a parecer um pouco sujas. A vasta extensão
de terra, quase trinta passos de largura e achatada por milhares de
pés, era realmente uma rua, uma das várias que passavam pelo
recinto do espetáculo. O vento carregava as tênues faixas cinzentas
de fumaça que subiam das finas chaminés que atravessavam os
tetos das carroças e de algumas lojas. A maioria dos artistas estaria
tomando café da manhã, se ainda não estivessem na cama. Eles
geralmente ficavam acordados até tarde – uma regra que Mat
aprovava – e ninguém iria querer comer sentado ao lado deles.
luzes de fora naquele frio. A única pessoa que ele viu foi Aludra, com
as mangas do vestido verde-escuro enroladas nos antebraços e
batendo alguma coisa com um almofariz e pilão de bronze em uma
mesa que se desdobra na lateral de sua carroça, esta de um azul
profundo, apenas à direita, na esquina de uma das ruas laterais mais
estreitas.
Perdida em seu trabalho, a esbelta mulher Tarabona não viu Egeanin

e Mat, que, no entanto, não podiam deixar de olhar para ela.
Com cabelo escuro trançado em tranças finas até a cintura, Aludra

era provavelmente a mais exótica das maravilhas do show de Luca.
Ele a anunciou como uma Iluminadora e, ao contrário de muitos
outros artistas e presságios, era isso que Luca alegava, embora o
próprio Luca provavelmente não acreditasse. Mat se perguntou o que
ele estava batendo. E se explodisse. Ele havia prometido revelar o
segredo dos fogos de artifício para ela se descobrisse a resposta
para um enigma, embora até agora não lhe tivesse ocorrido nenhum
palpite. Mas eu descobriria. De uma forma ou de outra. Egeanin
enfiou um dedo em suas costelas.
"Nós deveríamos ser amantes, assim como você continua me

lembrando," ela resmungou. Quem vai acreditar se você olhar para
outra mulher como se estivesse com fome?
"Eu sempre olho para mulheres bonitas, você não percebeu?"
Mat respondeu, exibindo um sorriso atrevido.
A seanchan ajustou o cachecol com mais energia do que o

necessário, com um grunhido de desprezo, e Mat ficou satisfeito.
Essa veia puritana da mulher vinha a calhar de vez em quando.
Egeanin estava fugindo por sua vida, mas ainda era seanchan, e já
sabia muito sobre ele, demais para seu gosto. De jeito nenhum
Ela ia confiar nele com todos os seus segredos. Nem mesmo
aqueles que ele ainda não conhecia.
A carroça de Luca estava bem no centro do complexo, a melhor

localização, o mais longe possível dos cheiros das gaiolas de
animais e estábulos que se alinhavam na parede de lona. Era
lúgubre mesmo em comparação com os outros no show, uma coisa
vermelha e azul que brilhava como o melhor trabalho de laca, e toda
a sua superfície salpicada de estrelas douradas e cometas.
As fases da lua, em prata, seguiam umas às outras, logo abaixo do

teto. Até a lareira de estanho estava pintada com anéis vermelhos e
azuis. Um cigano teria corado. De um lado da carroça havia duas
fileiras de soldados Seanchan de capacete junto com seus cavalos,
suas lanças com borlas verdes exatamente no mesmo ângulo de
inclinação. Um dos homens segurava as rédeas de outra montaria,
um belo cavalo castrado marrom com uma garupa forte e bons
tornozelos. A armadura azul e verde dos soldados parecia opaca e
monótona ao lado da carroça de Luca.
Mat não ficou surpreso ao ver que ele não era o único interessado no
seanchan. Usando um gorro de tricô escuro -
tricô longo com um pompom na ponta - drapeado para cobrir a

cabeça raspada, Bayle Domon sentou-se sobre os calcanhares com
as costas contra uma das rodas da carroça verde que pertencia a
Petro e Clarine , cerca de trinta passos atrás dos soldados. Os cães
de Clarine, uma coleção heterogênea de pequenos animais,
dormiam amontoados sob a carroça. O
corpulento Illian fingiu esculpir um pedaço de madeira, mas tudo o

que fez até agora foi uma pequena pilha de lascas a seus pés.
Mat desejou que o cara deixasse crescer um bigode para cobrir o

lábio superior ou então
Raspe o resto da barba. Alguém poderia ligar um Illian a Egeanin.
Blaeric Negina, um sujeito alto que se apoiava no carrinho como se

estivesse fazendo companhia a Domon, não hesitou em cortar sua
mecha shienária para não chamar atenção, embora passasse a mão
pelo cabelo escuro recém-crescido com tanta intensidade. com que
frequência Egeanin verificava sua peruca. Talvez eu devesse usar
um chapéu.
Em suas jaquetas escuras com punhos puídos e botas gastas,

ambos podiam passar por pessoas do entretenimento, talvez
cavalariços, exceto para outros que tinham esse trabalho. Eles
observaram o Seanchan enquanto tentavam fingir que não estavam
olhando, mas Blaeric teve mais sucesso, como era de se esperar de
um Guardião. Ele parecia ter toda a sua atenção em Domon, exceto
por um ocasional olhar aparentemente aleatório para os soldados.
Domon franziu a testa para o seanchan quando ele não estava

olhando carrancudo para o pedaço de madeira em suas mãos, como
se apenas ordenando ele pudesse transformá-lo em uma bela
escultura. Aquele homem tinha levado a sério o fato de ser
so'jhin
Mat estava tentando descobrir algo para se aproximar da carroça de

Luca e escutar sem ser visto pelos soldados, quando a porta na
parte de trás da carroça se abriu e um Seanchan de cabelos claros
desceu as escadas; Ele colocou o capacete adornado com uma fina
pena azul no momento em que suas botas atingiram o chão. Luca
veio por trás, resplandecente em seu traje escarlate bordado com
sóis dourados, curvando-se desajeitadamente enquanto seguia o
oficial. Luca possuía pelo menos duas dúzias de jaquetas, a maioria
delas vermelhas e algumas bregas. Por sorte sua carroça era muito
grande, ou não haveria lugar para todos eles.
Ignorando Luca, o oficial Seanchan montou em seu cavalo castrado,
ajustou sua espada e gritou ordens que arremessaram seus homens
rapidamente sobre as selas e em uma coluna de dois que desceu a
passagem em direção à entrada. Luca os seguiu com os olhos, sem
apagar o sorriso, pronto para fazer outra reverência se algum deles
se virasse para olhar.
Mat ficou parado de um lado da rua, bem fora do caminho, e fingiu

ficar boquiaberto enquanto os soldados passavam. Não que algum
deles se dignou a olhar em sua direção - o oficial estava olhando
para frente e seus soldados também -, mas ninguém prestou atenção
a um caipira ou se lembrou dele.
Para sua surpresa, Egeanin olhou para o chão, segurando o lenço

amarrado sob o queixo, até que o último cavaleiro passou. Ela
levantou a cabeça para segui-los com os olhos e franziu os lábios
por um momento.
"Acontece que eu conheço aquele garoto," ele disse baixinho,

arrastando suas palavras. Levei para Falme no . Seu servo morreu
no Audaciosomeio da viagem e ele pensou que poderia usar um dos
meus tripulantes. Eu tive que colocá-lo em seu lugar. Ter-se-ia dito
que ele pertencia ao Sangue por causa do escândalo que causou.
"Trovão e relâmpagos e faíscas," Mat amaldiçoou. Com quantas

outras pessoas ele teria entrado em confronto, deixando seu rosto
gravado em sua memória? Para Egeanin, provavelmente centenas.
E
ele a deixou andar de peruca e outras roupas para todos os

disfarces!
Centenas? Muito provavelmente havia milhares. Ele era capaz de

irritar um tijolo.
De qualquer forma, o oficial foi embora. Mat expirou lentamente. A

sorte ainda estava do seu lado.
mais tarde. Às vezes ele achava que era a única coisa que o impedia
de chorar como um bebê. Ele caminhou até Luca para descobrir o
que os soldados queriam.
Domon e Blaeric alcançaram Luca tão rapidamente quanto ele e

Egeanin, a carranca no rosto redondo de Domon se aprofundando
quando ele olhou para o braço de Mat sobre o ombro de Egeanin. O
Illian entendeu a necessidade de tal paródia, ou assim ele disse, mas
parecia pensar que poderia ser feito sem sequer tocar as mãos. Mat
retirou o braço - não havia necessidade de fingir: Luca sabia a
verdade, de tudo - e Egeanin começou a soltá-lo também, embora,
depois de olhar para Domon, ela passou os braços em volta da
cintura de Mat com mais força. sem que sua expressão mudasse
minimamente. Domon manteve uma carranca, mas agora olhando
para o chão. Mat concluiu que entenderia o seanchan pouco antes
de entender as mulheres. Ou que os Illians, disseram fora de
sintonia.
"Cavalos," Luca rosnou antes que Mat entrasse na frente dele. Seu
olhar raivoso abrangeu todos eles, mas ele concentrou sua raiva
principalmente em Mat. Um pouco mais alto do que ele, Luca
estendeu a mão para olhá-lo.
Era isso que eu queria. Mostrei a ele a cela que me isenta de

requisitar cavalos para a loteria, assinada pela própria Augusta Lady
Suroth, mas ele ficou impressionado? Ele não se importava em
resgatar um seanchan de alto escalão. Cerandin não era de alto
escalão e, mais do que resgatá-la, fornecera-lhe um meio de viajar
como artista contratado, mas Luca sempre exagerava as coisas a
seu favor.
“Eu não sei por quanto tempo essa isenção será válida de qualquer
maneira. O seanchan precisa conseguir cavalos, não importa o quê.
Eles poderiam voltar qualquer dia para levá-los embora! Seu rosto
estava ficando quase tão vermelho quanto sua jaqueta, e ele
continuou batendo o dedo nele.
O peito de Mat. Você vai tirar meus cavalos de mim! Como faço para
mover meu show sem cavalos?
Responda-me isso, se puder. Eu estava pronto para sair assim que

visse a loucura desencadeada na baía, até que você me
pressionasse. Você vai ter minha cabeça cortada! Eu poderia estar a
mais de cem milhas daqui se não fosse por você, aparecendo no
meio da noite e se intrometendo em seus esquemas absurdos! Eu
não estou ganhando um centavo aqui!
Não houve espectadores suficientes nos últimos três dias para pagar
a comida que os animais consomem em um! O que eu digo em um?
No meio! Eu deveria ter saído há um mês! Antes de! Eu deveria ter
feito isso!
Mat quase riu quando Luca falou indignado. Cavalos. Isso foi tudo;
apenas cavalos. Além disso, a ideia de que as carruagens pesadas
do espetáculo pudessem viajar mais de 160 quilômetros em cinco
dias era tão ridícula quanto a carroça de Luca. O
homem poderia ter partido um mês antes, dois meses, se não fosse
por querer extrair até o último cobre que pudesse de Ebou Dar e
seus conquistadores Seanchan. E quando chegou a hora de
convencê-lo a ficar seis noites atrás, foi tão fácil quanto cair da cama.
Em vez de rir, Mat colocou a mão no ombro de Luca.
O cara era um pavão vaidoso além de ganancioso, mas não havia

sentido em irritá-lo mais do que ele já estava.
— Se você tivesse saído naquela noite, Luca, você acha que alguém
acharia suspeito? Você teria feito os seanchans destruindo suas
carroças antes de você ter andado duas léguas.
Você poderia dizer que eu te salvei disso. Luke grunhiu. Algumas

pessoas eram incapazes de ver além de seus narizes. De qualquer
forma, você não precisa mais se preocupar. Assim que Thom volta
do
cidade, podemos fazer quantos quilômetros você quiser.
Luca pulou tão de repente que Mat deu um passo para trás em
alarme, mas tudo o que o homem fez foi pular e girar de prazer.
Domon olhou para ele com os olhos arregalados, e até mesmo
Blaeric olhou para ele. Às vezes, Luca parecia um completo idiota.
Luca começou a pular quando Egeanin empurrou Mat para longe.
"Assim que Merrilin retornar?" Dei ordens para que ninguém saia
daqui!
Seus olhos alternaram dele para Luca com raiva fria e lancinante.
Espero que minhas ordens sejam cumpridas!
Luca parou de se empinar abruptamente e olhou de lado para ela,

então de repente se curvou com tantos floreios que você
praticamente podia ver a capa que ela estava vestindo. Quase dava
para ver o bordado no manto!
Eu pensei que ele tinha uma mão com as mulheres, cara, ele tinha.
"Você comanda, minha adorável senhora, e eu corro para obedecer."

Ele se endireitou e deu de ombros se desculpando. Mas o Mestre
Cauthon tem o ouro, e temo que as ordens de ouro tenham
precedência para mim. O baú cheio de moedas naquela mesma
carroça foi toda a pressão necessária para convencê-lo.
ta'veran
Talvez a ida de Mat tenha ajudado, mas por ouro suficiente Valan
Luca ajudaria a sequestrar o próprio Escuro.
Egeanin respirou fundo, pronto para repreender Luca ainda mais,

mas o homem se virou e subiu correndo os degraus para entrar em
sua carroça, gritando:
"Latela!" Lattelle! Todo mundo precisa ser acordado imediatamente!
Estamos partindo finalmente, assim que Merrilin voltar!

Louvado seja a Luz!
Um momento depois, ele reapareceu, quase arrastando sua esposa

pela pequena escada, colocando uma capa de veludo preto
enfeitada com lantejoulas brilhantes. Ela era uma mulher de rosto
severo e, ao ver Mat, torceu o nariz como se cheirasse mal e lançou
a Egeanin um olhar que faria seus ursos treinados subirem em
árvores. Latelle não gostava da ideia de uma mulher deixar o marido,
mesmo sabendo que era mentira.
Por sorte, ela parecia adorar Luca por algum motivo, e gostava de
ouro quase tanto quanto ele. Luca correu para o carrinho mais
próximo e bateu na porta com o punho, enquanto Latelle fez o
mesmo no próximo.
Sem perder tempo, Mat correu por uma das ruas laterais.
Mais como um beco, comparado à rua principal, serpenteava entre o

mesmo tipo de carrinhos e lojas, todos bem fechados por causa da
fumaça fria e ondulante das chaminés de metal.
Não havia plataformas para os artistas aqui, apenas varais entre os

carrinhos, e aqui e ali alguns brinquedos de madeira espalhados pelo
chão. Aquela rua era apenas para casas e sua estreiteza de
propósito para desencorajar intrusos.
Ele se moveu rapidamente apesar de seu quadril — exercitá-lo

andando quase fez a dor desaparecer — mas ele não deu dez
passos antes que Egeanin e Domon o alcançassem. Blaeric havia
desaparecido, provavelmente para informar às irmãs que ainda
estavam a salvo e que finalmente estavam partindo. As Aes Sedai,
posando como servas de Egeanin, preocupadas que o marido de sua
amante as pegasse, estavam fartas de ficar isoladas na carroça,
para não falar de compartilhá-la com a....
Mat tinha feito isso de propósito, porque assim as Aes Sedai ficavam
de olho no
sul'dam
sul'dam já
por sua vez, isso o salvou de ser importunado pelas Aes Sedai. Ele
estava feliz que Blaeric o salvou de ter que visitar a carroça
novamente. Uma ou outra irmã o chamava quatro ou cinco vezes por
dia desde que haviam fugido da cidade, e ele vinha quando
precisava, mas nunca era uma experiência agradável.
Egeanin não colocou o braço em volta dele desta vez.
Ele caminhou ao lado dela, olhando para frente, sem se preocupar

em verificar a colocação da peruca para variar. Domon seguiu com o
passo desajeitado de um urso, murmurando baixinho em seu forte
sotaque illiano. O gorro mostrava a forma abrupta como sua barba
escura terminava na metade das orelhas, e acima dela apenas a
sombra tênue do cabelo começando a crescer. Isso o fez parecer...
inacabado.
"Um navio com dois capitães está fadado ao desastre", comentou

Egeanin, dando ao seu sotaque peculiar um toque exagerado de
paciência. Seu sorriso experiente dava a impressão de machucar
seu rosto.
"Não estamos em um navio", respondeu Mat.
"O princípio fundamental é o mesmo, Cauthon!" Você é um agricultor.

Eu sei que em uma situação difícil você é válido. Ele lançou um olhar
severo para Domon. Foi ele quem carregou Mat, ligando seus
destinos, quando ela pensou que estava contratando seus serviços.
Mas esta situação requer bom senso e experiência.
Estamos nos movendo por águas perigosas e você não tem

conhecimento do comando.
"Mais do que você pode imaginar," ele respondeu secamente.
Ele poderia ter dividido uma lista de batalhas que ele se lembrava de
liderar, mas apenas um historiador teria identificado a maioria delas,
e talvez nem mesmo um historiador. De qualquer forma, ninguém
acreditaria. ele não daria
Crédito se alguém fez tal reclamação. Você e Domon não deveriam
estar se preparando? Você não quer deixar nada para trás, eu acho.
Tudo o que a mulher possuía já estava guardado na carroça que ela

e Mat dividiam com Domon – um arranjo estranho para dizer o
mínimo – mas ela se apressou, esperando que ele tivesse entendido
a dica. Além disso, seu ponto de destino já estava à vista.
A barraca azul brilhante, amontoada entre uma carroça pintada de

amarelo esmeralda e outra pintada de verde esmeralda, mal cabia
três berços, mas acomodar todas as pessoas que ele
contrabandeara de Ebou Dar exigia subornos para fazer. os ocupava
licença e mais subornos para que fossem admitidos por outros. O
que ele conseguira alugar era o que os proprietários queriam lhe dar.
A preços adequados para uma boa pousada.
Juilin, um homem moreno de compleição compacta e cabelos pretos

bem curtos, estava sentado de pernas cruzadas no chão em frente à
loja com Olver, um menino pequeno e magro, embora não tão magro
como quando o vi. , e curto para seus dez anos, que era a idade que
ele dizia ter. Nenhum dos dois usava paletó, apesar do vento, e
brincavam de cobras e raposas em um tabuleiro que o pai do menino
morto havia desenhado para eles em um pedaço de pano vermelho.
Olver jogou os dados, contou cuidadosamente os pontos e
considerou seu movimento na teia de linhas pretas e flechas. Ele se
endireitou ao ver Mat.
De repente, Noal apareceu do fundo da loja, ofegante como se

tivesse corrido. Juilin olhou para o velho com surpresa, e Mat franziu
a testa. Ele havia dito a Noal para ir direto para lá. Onde
teria sido? Noal olhou para ele com expectativa, sem um pingo de
culpa ou constrangimento, apenas ansioso para ouvir o que Mat
tinha a dizer.
"Você sabe alguma coisa sobre o seanchan?" Julien perguntou a ele.
também focando sua atenção em Matt.
Uma sombra se moveu atrás das abas da entrada da tenda, e uma

mulher de cabelos escuros, sentada na ponta de um dos catres,
envolta em um velho manto cinza, inclinou-se para colocar a mão em
seu braço. E para dar a Mat um olhar desconfiado. Thera era bonita,
se você gosta de lábios que sempre pareciam carnudos, e Juilin
parecia gostar deles, a julgar pelo jeito que ela sorriu
tranquilizadoramente para ele enquanto acariciava sua mão. Ela
também era Amathera Aelfdene Casmir Lounault, Panarca de
Tarabon, que era quase tanto quanto uma rainha. Ou, pelo menos,
tinha sido. Juilin sabia disso, assim como Thom, mas nenhum deles
havia pensado em contar a Mat até chegarem ao show de Luca. Ele
supôs que não importava muito, entre todo o resto. Ela respondeu
mais prontamente a Thera do que a Amathera, não exigiu nada além
da companhia de Juilin, e parecia improvável que alguém a
reconhecesse ali. De qualquer forma, Mat esperava sentir algo mais
por Juilin do que gratidão por resgatá-la, porque, é claro, o que ele
sentia por ela era algo mais. Quem era ele para dizer que um
Panarca destronado não poderia se apaixonar por um farejador?
Coisas estranhas aconteceram, embora de repente nada lhe
ocorresse.
"Eles só queriam ver a cela de cavalo de Luca", ele respondeu, e

Juilin assentiu, obviamente relaxando um pouco.
— Ainda bem que não contaram os cavalos estacados. — O celular
listava exatamente quantos cavalos Luca tinha permissão para
manter.
O seanchan poderia ser generoso em suas recompensas; mas dada

a necessidade de selas e baús de carruagem, eles não estavam
dispostos a dar a ninguém uma licença para administrar um negócio
de cavalos.
Na melhor das hipóteses, eles teriam levado os extras. Na pior das

hipóteses... O farejador deu de ombros. Outro otimista.
Com um sobressalto, Thera de repente puxou a capa com mais força

e recuou. Juilin olhou para trás de Mat e a expressão em seus olhos
endureceu; o Tearian poderia igualar os Guardiões quando se tratava
de mostrar dureza. Egeanin não pareceu entender a dica, olhando ao
redor da loja com uma carranca irritada. Domon estava ao seu lado
com os braços cruzados, chupando entre os dentes em um gesto de
absorção ou paciência forçada.
"Arrume a barraca, Sandar", ordenou Egeanin. O show sai assim que

Merrilin retorna. Mandíbulas cerradas e nenhum olhar dirigido a Mat.
Ou quase. Certifique-se de que sua esposa não cause problemas.
Nos últimos tempos, Thera tinha sido uma criada, a propriedade da

da'covale , Augusta Senhora Suroth, até que ela era quase tão
da'covale
que Juilin roubou. Para Egeanin, roubar é
tão ruim quanto
damane
libertar - posso montar
Vento ? Olver exclamou, pulando de pé.

Posso Mat? Posso, Leilwin?
Egeanin sorriu para o menino. Mat não a viu sorrir para mais
ninguém, nem mesmo para Domon.
"Ainda não", disse Matt. Não até que estivessem tão longe de Ebou
Dar que a possibilidade de alguém se lembrar do cinza que ganhou
corridas com um garoto montado
nas costas era muito remoto. Talvez em alguns dias.
Juilin, você se importa de avisar os outros? Blaeric já sabe, então

está cuidando das irmãs.
Juilin não perdeu tempo a não ser entrar na tenda para tranquilizar
Thera. A mulher parecia precisar de reafirmação frequente. Ao sair,
disse a Olver que guardasse o jogo e ajudasse Thera com a
bagagem até que voltasse, depois colocou o chapéu de cone e
começou a andar, vestindo o paletó. Ele nem mesmo olhou para
Egeanin de passagem. Ela o considerava um ladrão, algo ofensivo
em si mesmo para um localizador de ladrões, e o Tearian também
não pensava muito nela.
Mat começou a perguntar a Noal onde ele estava, mas o velho

correu atrás de Juilin, virando a cabeça e gritando que ajudaria a
avisar os outros que o show estava a caminho. Bem, dois
espalhariam a notícia mais rápido do que um — Vanin e os quatro
Braços Vermelhos sobreviventes dividiam uma tenda lotada do outro
lado do complexo, enquanto o próprio Noal dividia outra com Thom e
os dois servos, Lopin e Nerim, na extremidade oposta. — e a
pergunta poderia esperar. Ele provavelmente estava atrasado para
deixar seu peixe em algum lugar seguro. De qualquer forma, a
pergunta de repente não parecia importar.
O alvoroço de pessoas chamando os cavaleiros para trazerem seus

baús e os gritos de outros exigindo a plenos pulmões o que estava
acontecendo começaram a ressoar no acampamento. Adria, uma
mulher esbelta, veio correndo descalça enquanto vestia uma túnica
verde florida e entrou na carroça amarela onde morava com outras
quatro contorcionistas.
Na carroça verde alguém gritou com voz rouca que havia gente
tentando dormir.
Um punhado de crianças, filhos de artistas e alguns artistas
passaram correndo e Olver ergueu os olhos do jogo que estava
dublando. Era seu bem mais precioso e se não fosse por isso ele
obviamente teria corrido atrás deles. Levaria muito tempo até que o
show estivesse realmente pronto, mas não foi isso que fez Mat
gemer. Dentro de sua cabeça, ele acabara de ouvir o barulho dos
dados sangrentos rolando novamente.
3
UMA GAMA DE CORES
Mnão sabia se xingava ou chorava. Os soldados se foram e prestes

a deixar Ebou Dar e sua poeira para trás, parecia não haver razão
para os dados, mas nunca houve uma maldita razão que ele viu até
que fosse tarde demais. O que quer que estivesse por vir poderia ser
dias no futuro ou apenas uma hora a partir de agora, mas ele nunca
foi capaz de discernir com antecedência. A única certeza era que
algo importante – ou terrível – iria acontecer e que ele não poderia
evitar. Às vezes, como na outra noite nos portões, ele não entendia
por que os dados rolaram mesmo depois que eles pararam. A única
coisa que ele sabia com certeza era que, por mais que os dados o
fizessem se debater como um bode sarnento, uma vez que
começassem, ele não queria que parassem.
Nunca. Mas eles fizeram. Mais cedo ou mais tarde, eles sempre
paravam.
"Você está bem, Matt?" Oliver perguntou. Aqueles seanchan não

podem nos pegar. Ele tentou dar a sua voz um tom de convicção,
mas havia um leve indício de dúvida nela.
Mat de repente percebeu que estava olhando para o espaço.
Egeanin fez uma careta para ele, acariciando sua peruca

distraidamente; Era óbvio que ela estava furiosa por ele a ter
ignorado. Havia uma expressão pensativa nos olhos de Domon; se
ele não estivesse decidindo se ficaria ou não chateado com o
comportamento de Egeanin, Mat comeria o chapéu. Até Thera o
observava de dentro da barraca, o tempo todo tentando ficar fora da
vista de Egeanin. Eu não conseguia explicar. Só um homem com
mingau no lugar do cérebro acreditaria que estava recebendo avisos
do tilintar dos dados que ninguém podia ver.
Ou talvez um homem marcado pelo Poder. Ou pela Escuridão.
Ele não queria que nenhuma dessas coisas fosse suspeita dele.
E o que aconteceu na outra noite nos portões poderia se repetir.
Não, isso não era um segredo que ele queria revelar. Não adiantaria
nada.
“Eles nunca vão nos pegar, Olver, nem você nem eu. Ele bagunçou o
cabelo do menino e Olver sorriu de orelha a orelha, a confiança
facilmente restaurada. Não enquanto mantivermos os olhos abertos
e não perdermos a cabeça.
Lembre-se, você pode encontrar uma saída para qualquer

dificuldade se mantiver seus olhos e mente alertas, mas se não o
fizer, você tropeçará em seus próprios pés. Olver assentiu
seriamente, mas Mat pretendia que suas palavras fossem um
lembrete para os outros. Ou talvez para si mesmo. Luz, não havia
como nenhum deles
fique mais alerta. Exceto por Olver, que estava encarando tudo como
uma grande aventura, todos estavam nervosos e nervosos com
qualquer coisa desde antes de deixarem a cidade. Vá ajudar Thera
como Juilin lhe disse, Olver. Uma rajada de vento soprou através da
jaqueta e o fez estremecer.
“E coloque uma jaqueta; Está frio — acrescentou enquanto o menino

passava por Thera e entrava na barraca. Ruídos de dentro indicavam
que Olver tinha começado a trabalhar, com ou sem paletó, mas
Thera continuou agachada na entrada da barraca, seus olhos nunca
deixando os de Mat. Se não fosse ele se preocupar, o menino
poderia pegar pneumonia.
Assim que Olver desapareceu na tenda, Egeanin se aproximou dele,

com as mãos nos quadris novamente, e Mat gemeu por entre os
dentes.
"Vamos esclarecer as coisas agora, Cauthon", disse ele

asperamente. Agora! Não permitirei que a viagem seja naufragada
porque você contradiz o que eu ordeno.
"Não há nada para esclarecer", respondeu ele. Nunca fui funcionário

contratado por você, e não há mais o que falar.
De alguma forma, a mulher conseguiu fazer seu rosto endurecer e

expressar tão claramente como se estivesse gritando com ela que
ela não via as coisas dessa maneira. Esta mulher era tão tenaz como
uma tartaruga quando tinha algo em suas mandíbulas, mas tinha que
haver alguma maneira de abrir a dela para ela soltar sua perna.
Porra, se ele queria ficar sozinho com os dados rolando em sua
cabeça, mas isso era melhor do que ter que ouvi-los enquanto
discutia com ela. Vou ver Tuon antes de partirmos.
As palavras saíram de sua boca antes que seu cérebro pudesse

assimilá-las. Percebeu que
eles estavam agachados ali por um tempo agora, nublados e
lentamente solidificando.
O sangue deixou as bochechas de Egeanin assim que o nome de

Tuon saiu de sua boca, e houve um grito de Thera seguido pelo
estalo da lona quando as abas da entrada se fecharam. A antiga
Panarca havia assimilado muitos costumes Seanchan enquanto era
propriedade de Suroth, assim como muitos de seus tabus. No
entanto, Egeanin foi feito de material mais duro.
-Por que? Ele demandou. E quase sem respirar ela continuou,

ansiosa e furiosa em igual medida: "Você não deve chamá-la assim."
Você deve mostrar respeito. 'Mais difícil em alguns aspectos.
Mat sorriu, mas a mulher não pareceu achar graça. eu respeito?
Havia algum respeito em colocar uma mordaça na boca de alguém e

enrolá-la em uma tapeçaria? Ligar para Tuon Augusta Mistress ou
qualquer outra coisa assim não iria mudar isso. Claro, se Egeanin
fosse libertada, ela ainda não estava disposta a falar Tuon. Se ele
pudesse fingir que o
damane menos
sequestro
do
não que
tinha falar sobre
acontecido,
ele o faria, e realmente, ele estava tentando. Leve, mas se ela

tivesse tentado não notar enquanto estava acontecendo. Em sua
opinião, qualquer outro crime que ele cometeu era insignificante em
comparação com
isso.
"Porque eu quero falar com ela," ele respondeu.
E porque não? Ele tinha que, mais cedo ou mais tarde. Agora as
pessoas trotavam para cima e para baixo na rua, homens seminus
com camisas largas e mulheres com os cabelos ainda enrolados em
lenços de dormir, alguns puxando cavalos e outros apenas indo de
um lado para outro, aparentemente sem se importar com nada. Um
garoto magro, um pouco maior que Olver, deu cambalhotas assim
que
as pessoas deixaram um buraco, praticando ou talvez jogando.
O cara sonolento na carroça verde ainda não tinha aparecido.
O Greatest Roadshow de Valan não começaria por várias horas.
Houve muito tempo.
"Você pode vir comigo," ela sugeriu no tom de voz mais inocente que
ela conseguiu reunir. Deveria ter lhe ocorrido antes.
O convite fez Egeanin endurecer como uma vara. Parecia

absolutamente impossível que sua pele ficasse mais pálida, mas
ficou.
"Você vai mostrar a ele o devido respeito", disse ele com voz rouca,
segurando o lenço com as duas mãos como se tentasse apertar
ainda mais a peruca preta. Vamos Bayle. Eu quero ter certeza de
que minhas coisas estão armazenadas corretamente.
Domon hesitou quando a mulher se virou e caminhou rapidamente

pela multidão, sem olhar para trás, e Mat o olhou com cautela. Ele
tinha vagas lembranças de uma briga no barco de Domon, uma vez,
mas vaga era o melhor que podia dizer por eles. Thom era amigável
com Domon, um ponto a favor de Illian, mas ele ainda era o homem
de Egeanin por completo, disposto a apoiá-la em qualquer coisa, até
mesmo em sua antipatia por Juilin, e Mat não confiava nele mais do
que ela. O que significava pouco. Egeanin e Domon tinham objetivos
próprios, e Mat Cauthon manter sua pele inteira não era um fator
para eles. Para dizer a verdade, duvidava que o homem realmente
confiasse nele; Claro, nenhum deles tinha escolha no momento.
"Então a sorte me pica", murmurou Domon, coçando o cabelo crespo

que estava começando a crescer sobre sua orelha esquerda. O que
quer que você esteja fazendo, pode ser mais do que você pode lidar.
Acho que ela é mais forte do que você pensa.

"Egeanin?" Matt perguntou incrédulo. Ele olhou em volta
rapidamente para ver se havia alguém por perto que tivesse ouvido
seu deslize. Alguns olharam para ele e Domon enquanto passavam,
mas apenas de passagem, sem interesse. Luca não era o único
ansioso para sair de uma cidade onde o fluxo de público para o show
havia secado e onde a noite iluminada pelos raios que
transformaram a baía em um inferno era uma lembrança fresca.
Todos eles teriam fugido naquela primeira noite, deixando-o sem

nenhum lugar para se esconder, se não fosse por Luca convencê-los
a isso. O ouro prometido tornou Luca muito persuasivo. Eu sei que é
mais resistente do que botas velhas, Domon, mas botas velhas não
contam para mim. Esta não é uma porra de um navio, e eu não vou
deixá-la assumir o comando e estragar tudo.
Domon fez uma careta como se Mat fosse um idiota.
“Estou falando da garota, cara. Você acha que ficaria tão calmo se
tivesse sido sequestrado no meio da noite? O que quer que você
esteja fazendo, com toda essa bobagem sobre ela ser sua esposa,
tome cuidado ou ela vai raspar sua cabeça de seus ombros.
"Foi apenas uma falha crítica," Mat resmungou. Quantas vezes tenho
que repetir? Perdi a coragem por um momento. -
Ah, e sim. Descobrir quem era Tuon enquanto lutava com ela teria
deixado um maldito Trolloc histérico.
Domon grunhiu em descrença. Bem, não era exatamente a melhor

desculpa que ele tinha inventado. No entanto, com exceção de
Domon, todos que o ouviram balbuciar aceitaram sua explicação. Ou
ela pensou que eles a aceitaram, pelo menos. A língua de Egeanin
enrolaria ao pensar em Tuon, mas ela teria muito a dizer se
pensasse que ele estava falando sério.
Ele provavelmente teria enfiado a faca nele. O illian olhou na direção
que Egeanin tinha ido e balançou a cabeça.
“Tente segurar sua língua de agora em diante. Por exemplo…
Leilwin quase tem um ataque toda vez que se lembra do que você
disse. Eu a ouvi murmurar baixinho, e você pode apostar que a
própria garota não aceitou melhor. Você continua "brincando" com
ela e todos nós podemos acabar com a cabeça mais baixa. Ele
arrastou um dedo pela garganta expressivamente, então deu um
breve aceno de cabeça antes de espreitar pela multidão atrás de
Egeanin.
Mat cuidou dele e balançou a cabeça também.
Tá duro? Sim, ela era a Filha das Nove Luas e tudo mais, e ela
conseguiu deixá-lo nervoso com um olhar, lá no Palácio Tarasin,
quando ele pensou que ela era apenas mais uma nobre Seanchan
com um nariz empinado, mas isso era apenas porque ela não parou
de aparecer quando você menos esperava. Só por isso.
Duro? Mas parecia uma boneca de porcelana preta. Como poderia

ser difícil?
Você mal me impediu de quebrar seu nariz e talvez mais, ele

lembrou a si mesmo.
Ele tinha sido muito cuidadoso para não repetir o que Domon
chamou de "absurdo", mas a verdade era que ele iria se casar com
ela. A ideia o fez suspirar. Era tão certo quanto a profecia, o que era,
de certa forma. Ele não conseguia entender como tal casamento
poderia acontecer; Parecia impossível, dadas as circunstâncias, e
ela não choraria se fosse assim. Mas ele sabia que isso não
aconteceria. Por que ele sempre tinha que encontrar mulheres
sangrentas atacando-o com facas ou tentando chutar sua cabeça?
Não era justo.
Ele tentou ir diretamente para a carroça onde Tuon e Selucia
estavam detidos, vigiados por Setalle Anan; o estalajadeiro podia
fazer uma pedra parecer macia ao lado dela. Em suma, uma nobre
mimada e uma donzela não poderiam incomodá-lo, especialmente
com um braço vermelho de guarda do lado de fora. Pelo menos eles
não tinham sido dados a ele até agora, ou Mat teria descoberto.
Apesar de seu propósito, ele se viu vagando pelas ruas
Ao sinuosas
todo havia que se
muito estendiam
movimento, pelo complexo.
fossem eles
largos ou estreitos. Homens passavam apressados, conduzindo

cavalos brincando e puxando as rédeas, muito tempo sem exercício.
Outros estavam desmontando barracas e guardando coisas em

carrinhos de armazenamento, ou puxando trouxas embrulhadas em
pano, baús reforçados com latão e barris e latas de todos os
tamanhos das carroças semelhantes a casas que estavam ali há
meses, descarregando parte disso para que pudesse ser embalado.
tudo de novo para a viagem, tudo enquanto enganchando os tiros. O
burburinho era constante: cavalos relinchando, mulheres gritando por
crianças, crianças gritando por brinquedos perdidos ou pela pura
alegria de gritar, homens perguntando em voz alta quem estava com
os arreios ou quem havia pegado uma ferramenta emprestada. Um
grupo de acrobatas, mulheres esbeltas e musculosas trabalhando
em cordas penduradas em postes altos, cercaram um dos
cavalariços, todos agitando os braços e falando alto, e ninguém
estava ouvindo. Mat ficou parado por um momento tentando
entender sobre o que eles estavam discutindo, mas finalmente
decidiu que nem eles sabiam. Dois homens sem paletós rolavam no
chão travados em uma luta assistida pelo que certamente foi a causa
de
Uma costureira esbelta e de olhos ardentes chamada Jameine
entrou na briga, mas Petro apareceu e os forçou de lado antes que
Mat tivesse tempo de apostar no vencedor.
Ele não tinha medo de ver Tuon novamente. Claro que não.
Ele não se aproximou dela depois de colocá-la naquela carroça para

dar-lhe tempo para se acalmar. Isso foi tudo. Só que...
Calma, foi o que Domon disse sobre ela, e era verdade.
Seqüestrada no meio da noite, arrastada na tempestade por pessoas

que poderiam cortar sua garganta, que ela soubesse, e ela tinha sido
de longe a mais calma de todas. Luz, em vista de sua atitude, dir-se-
ia que ela mesma havia planejado! Então ela o fez sentir como se a
ponta de uma faca o tivesse arranhado entre as omoplatas, e agora,
pensando nela, parecia o mesmo novamente. E os dados
continuavam tinindo dentro de seu crânio.
Essa mulher não vai propor a troca de votos agora, pensou ele,
rindo, mas até para ele parecia forçado. Ainda assim, não havia
absolutamente nenhuma razão para ele ter medo. Sua atitude era de
cautela lógica, não de medo.
O espetáculo poderia ter o tamanho de uma cidade não pequena,

mas só se podia perambular por ele por um certo tempo antes de ter
que refazer seus passos. Logo — muito cedo
— ele se viu olhando para a carroça sem janelas pintada de púrpura

desbotada e cercada por carroças de armazenamento cobertas de
lona, à vista da paliçada de cavalos ao sul. As carroças de esterco
não haviam sido esvaziadas naquela manhã e o fedor era forte. O
vento também carregava um fedor pungente das jaulas de animais
mais próximas, um odor almiscarado de grandes felinos e ursos e a
Luz sabia o que mais. além dos carrinhos
armazenamento e paliçadas uma seção da parede de lona caiu e
outra começou a tremer quando os homens soltaram os cabos de
sustentação que seguravam os postes. O sol, agora meio escondido
por nuvens escuras, percorrera metade ou mais do arco ao meio-dia,
mas ainda era cedo.
Harnan e Metwyn, dois dos Braços Vermelhos, já haviam atrelado o

primeiro par de cavalos à vara da carroça roxa e estavam quase
terminando de atrelar o segundo par. Soldados bem treinados da
Red Hand Company estariam prontos para ir enquanto as pessoas
do show continuariam a descobrir para que lado os cavalos deveriam
ficar. Mat havia ensinado a Companhia a agir rápido quando
necessário. Seus próprios pés se arrastavam como se estivesse
andando na lama.
Harnan, com aquela tatuagem absurda de um falcão na bochecha,

foi o primeiro a ver. O líder de patente de maxilar proeminente
continuou a apertar uma cinta de guarnição enquanto trocava olhares
com Metwyn, um cairhienin de rosto infantil cuja aparência desmentia
sua idade e fraqueza por brigas de taverna.
Eles não precisavam parecer surpresos.
-Vai tudo bem? Eu quero estar no meu caminho em breve. Ele

esfregou as mãos para se aquecer e olhou inquieto para a carroça
roxa. Eu deveria ter trazido um presente para ela, algumas joias ou
flores. Ambas as coisas funcionavam com a maioria das mulheres.
"Bem o suficiente, meu senhor," Harnan respondeu em um tom

cauteloso. Sem gritar, sem gritar, sem chorar. Ele também olhou para
a carroça de lado, como se não pudesse acreditar em suas próprias
palavras.
"O silêncio me agrada", disse Metwyn, enfiando uma das rédeas em
um anel na coleira de um cavalo. Quando uma mulher começa a
chorar, a única coisa a fazer é ir embora se você valoriza sua pele, e
não podemos simplesmente jogar isso na beira da estrada. Mas ele
também olhou para a carroça e balançou a cabeça em descrença.
Mat não teve escolha a não ser entrar, então ele fez. Levou apenas
duas tentativas, um sorriso congelado no rosto, para subir o pequeno
lance de degraus de madeira pintada na parte traseira da carroça.
Ele não estava com medo, mas mesmo um tolo entenderia tal
situação o suficiente para ficar nervoso.
Apesar de não ter janelas, o interior do vagão era bem iluminado por
quatro lamparinas de espelho acesas abastecidas com bom óleo, de
modo que não havia cheiro de mofo. Claro, com o fedor lá fora, teria
sido difícil de ver. Ele tinha que encontrar um lugar melhor para
estacioná-lo. Um pequeno fogão de tijolos, com uma porta de ferro e
um fogão, fazia o interior parecer um forno em comparação com o
exterior. Não era um veículo grande e cada centímetro de parede
que podia ser usado estava coberto com armários ou prateleiras ou
ganchos para pendurar roupas e toalhas e coisas do gênero, mas a
mesa suspensa, presa por cordas, estava enfiada no teto, para que
as três mulheres que o ocupavam não ficassem amontoadas.
Eles não poderiam ser mais diferentes. A Sra. Anan, uma mulher
régia com pinceladas grisalhas no cabelo, estava sentada em uma
das duas camas estreitas construídas contra as paredes e parecia
estar focada no bastidor, não dando a impressão de ser uma dama.
Guardião. Uma grande argola de ouro adornava cada uma de suas
orelhas e sua faca de noivado pendia de um colar de prata ajustado
ao pescoço com o cabo de pedras vermelhas e brancas apoiado no
início do busto, visível através do decote estreito e profundo de seu
vestido. que tinha um lado de sua saia amarrado com pontos para
que suas anáguas amarelas pudessem ser vistas. Ele tinha outra
faca, esta com uma longa lâmina curva, enfiada no cinto, mas esse
era o costume em Ebou Dar. Setalle se recusou a usar uma fantasia,
o que também não era ruim.
Ninguém tinha motivos para correr atrás dela, e encontrar roupas

para todos os outros já tinha sido um problema. Selucia, uma mulher
bonita de tez cremosa, estava sentada de pernas cruzadas no chão
entre as camas; um lenço escuro cobria sua cabeça raspada, e seu
rosto tinha uma expressão mal-humorada, embora geralmente
exibisse dignidade suficiente para fazer a sra. Anan parecer frívola
em comparação.
Seus olhos eram tão azuis quanto os de Egeanin e mais penetrantes,

e ele fizera mais barulho ao raspar o resto do cabelo do que
Egeanin. Ela não gostou do vestido azul ebudário que lhe deram
porque achava que o decote profundo era indecente, mas disfarçava-
a tão eficazmente como se estivesse usando uma máscara.
Poucos homens que vissem o busto impressionante de Selucia

conseguiriam manter os olhos em seu rosto por muito tempo. O
próprio Mat teria apreciado a vista por um momento ou dois, mas lá

estava Tuon, sentado no único banco da carroça, um livro
encadernado em couro no colo, e ele teve dificuldade em olhar para
qualquer outra coisa. Sua futura esposa.
Luz!
Tuon era pequena, não apenas baixa, mas quase tão magra quanto
um menino, e seu vestido de pano esvoaçante
Brown, comprado de um dos funcionários do programa, a fazia
parecer uma criança vestida com as roupas de sua irmã mais velha.
Não era o tipo de mulher que ele gostava, especialmente com
apenas uma sombra de alguns dias de cabelo preto crescido
cobrindo seu couro cabeludo. No entanto, se você ignorar isso, ela
era bonita - de um jeito tranquilo - com aquele rosto em forma de
coração e lábios carnudos, e seus olhos grandes, como piscinas
escuras de serenidade. Essa calma absoluta quase o enervou.
Nem mesmo uma Aes Sedai seria serena em suas circunstâncias.
Os malditos dados rolando em sua cabeça não estavam exatamente

ajudando.
"Setalle me manteve informado", ele falou lentamente, seu tom frio

quando Mat fechou a porta. Mat aprendera a notar diferenças no
sotaque seanchan; Tuon fez o som de Egeanin como se a boca da
mulher estivesse cheia de mingau, mas todos eles tinham aquela
qualidade arrastada, aquela pronúncia lenta. Ele me contou a história
que você inventou sobre mim, Toy. Tuon insistia em chamá-lo assim,
como fazia no palácio de Tarasin. Ele não se importou então. Bem,
não muito.
"Meu nome é Mat..." ele começou.
Ele nem percebeu de onde vinha a xícara de barro que apareceu na

mão dela, mas conseguiu cair no chão a tempo de a xícara bater
contra a porta em vez de bater em sua cabeça.
"Você disse que eu sou um servo, Toy?" Se seu tom tinha sido frio
antes, agora era como o inverno mais rigoroso.
Ele mal levantou a voz, mas também soou duro como gelo.
Sua expressão teria feito um juiz enforcado parecer um maluco.
Um servo ladrão? — O livro escorregou

de seu colo enquanto se levantava e se abaixava para pegar o
penico de tampa branca. Um servo desleal?
"Vamos precisar disso", disse Selucia com deferência, pegando o

recipiente dele. Ela o colocou de lado com cuidado e se agachou aos
pés de Tuon quase como se estivesse pronta para se jogar em Mat,
de tão engraçada a cena. Embora não houvesse muita coisa que
parecesse engraçada na época.
A Sra. Anan alcançou uma das prateleiras.
acima de sua cabeça e entregou outra xícara a Tuon.
"Temos muitos destes", ele murmurou.
Mat lançou-lhe um olhar indignado, mas os olhos castanhos da

mulher brilharam com diversão. Diversão! Eu deveria ficar de olho
naqueles dois! Um punho bateu na porta da frente.
"Você precisa de ajuda aí?" Harnan perguntou incerto. Mat se

perguntou a qual dos dois ele estava se dirigindo.
"Tudo está sob controle", respondeu Setalle enquanto calmamente

passava a agulha pelo tecido de bordado que estava esticado pelo
bastidor. Olhando para ela, ele teria dito que não havia nada mais
importante do que seu trabalho. Continue com o seu trabalho e não
demore. — Ela não era ebudária, mas certamente assimilou
completamente os costumes do país. Depois de um momento, houve
o som de botas descendo os degraus do lado de fora. Parecia que
Harnan também havia passado muito tempo em Ebou Dar.
Tuon virou a outra xícara em suas mãos como se examinasse as

flores pintadas nela, seus lábios se torcendo em um sorriso tão fraco
que poderia até ter sido obra da imaginação de Mat. Ela era muito
bonita quando sorria, mas aquele sorriso tinha sido um daqueles que
indicavam que ela sabia
coisas que ele não sabia. Ele acabaria tendo urticária se continuasse
fazendo isso.
“Eu não quero ser conhecido como um servo, Toy.
"Meu nome é Mat, não... aquele outro," ele disse enquanto se

levantava e cautelosamente testou sua reação no quadril.
Para sua surpresa, não doeu mais do que antes de ele se jogar no
chão de madeira. Tuon ergueu uma sobrancelha e pesou o copo em
sua mão. Eu não ia contar ao pessoal do entretenimento que eu
havia sequestrado a Filha das Nove Luas”, acrescentou, exasperado.
"A Augusta Lady Tuon, seu caipira!" Selucia disse secamente. Use o
véu!
O véu? Tuon tinha usado um no palácio, mas não desde então. A

garotinha gesticulou com deferência, como uma rainha dando sua
reverência.
"Não importa, Lúcia. Ele ainda é ignorante.
Temos que educá-lo. Mas você vai mudar essa história, Toy.
Eu não vou ser um servo.
"É tarde demais para mudar alguma coisa", disse Mat, mantendo um
olho no copo. As mãos da garota pareciam frágeis, com as unhas
compridas do passado agora cortadas, mas ele se lembrava de
como ela era rápida.
Ninguém está pedindo para você ser um servo. Luca e sua esposa
sabiam a verdade, mas tinha que haver uma razão para todos
justificarem que Tuon e Selucia fossem confinados e guardados na
carroça. A solução perfeita foi que foram duas empregadas, prestes
a serem demitidas por roubo, que tentaram entregar sua amante,
revelando sua fuga com seu amante. De qualquer forma, Mat achou
que era o motivo perfeito. Para as pessoas do show foi outro detalhe
que deu mais verdade ao idílio. Ele pensou que Egeanin ia engolir
sua língua enquanto ele explicava isso para ele.
para Lucas. Talvez ele soubesse como Tuon reagiria. Luz, eu
gostaria que os dados parassem. Como um homem poderia pensar
com aquele barulho na cabeça?
"Eu não podia deixar você lá para dar o alarme", ele continuou
pacientemente. Isso era verdade, por outro lado.
Eu sei que a Sra. Anan explicou a você. Pensou em acrescentar que

dissera aquela tolice de ser sua esposa com os nervos à flor da pele.
Ele deve ter pensado que era um completo caipira! No entanto, ele
achou melhor não tocar no assunto novamente. Se ela estava
disposta a ignorá-lo, tanto melhor. Eu sei que ele já te disse isso,
mas prometo que ninguém vai te machucar. Nós não queremos um
resgate, queremos apenas escapar com nossas cabeças presas em
nossos corpos. Assim que eu puder pensar em uma maneira de
mandá-lo de volta com segurança, farei isso. Eu prometo. Até lá,
tentarei deixá-lo o mais confortável possível. Você terá que aturar o
resto.
Um clarão de fogo pareceu crepitar nos olhos escuros de Tuon,

como um relâmpago no céu noturno.
"Aparentemente eu vou ter uma chance de ver o que suas

promessas valem a pena, Toy", foi sua resposta, no entanto.
A seus pés, Selucia sibilou como um gato encharcado e meio que

virou a cabeça, aparentemente para protestar, mas Tuon acenou
com a mão esquerda e a mulher de olhos azuis corou e ficou em
silêncio. O Sangue usava uma linguagem manual semelhante à das
Donzelas para falar com seus servos de alto escalão. Mat desejou
ter entendido esses sinais.
"Responda-me uma pergunta, Tuon", disse ele.
Ela pensou ter ouvido Setalle murmurar 'tolo', e Selucia apertou a

mandíbula quando uma expressão perigosa irradiava dos olhos de
Tuon, mas se a garota insistisse
chamá-lo de Brinquedo, mesmo que a Luz o consumisse se ele se
dirigisse a ela com qualquer título.
-Quantos anos você tem? — Ele tinha ouvido falar que ela era
apenas alguns anos mais nova que ele, mas vê-la naquele vestido
parecia impossível.
Para sua surpresa, a faísca ameaçadora se transformou em chamas.
Não apenas relâmpagos, desta vez. Ele deveria ter caído frito,
derrubado.
Tuon jogou os ombros para trás e se ergueu em toda a sua altura.

Com o que tal coisa implicava, é claro; Mat duvidava que ele
chegaria a um metro e meio, sem ficar na ponta dos pés, não importa
o quanto ele se esticasse.
"Meu décimo quarto dia do nome verdadeiro será daqui a cinco

meses", disse ele em um tom que estava longe de ser frio. Na
verdade, teria aquecido melhor a carroça do que o fogão. Mat sentiu
a esperança aumentar por um momento, mas ela não havia
terminado. Espere um minuto.
Você mantém seus nomes de nascimento aqui, certo? Será meu

vigésimo aniversário. Satisfeito, Toy? Você estava com medo de ter
roubado uma...
garota? A última palavra soou quase como um silvo.
Mat acenou com as mãos na frente dele, negando vigorosamente a

sugestão. Quando uma mulher começava a assobiar como um
aquecedor de água fumegante, um homem com metade de um
cérebro encontrava uma maneira de acalmá-la rapidamente.
A garota agarrou a xícara com tanta força que os tendões se

destacaram nas costas de sua mão. Agora que ele pensou sobre
isso, ele não tinha certeza de que na primeira vez ele realmente
tentou bater nele. Ele tinha mãos muito rápidas.
"Eu só queria saber, só isso", ele apressou-se a explicar. Fiquei
curioso, era apenas um tópico de conversa. Eu sou apenas um
pouco mais velho.
-Vinte. Adeus à ideia de que Tuon era jovem demais para se casar
até
em três ou quatro anos. Qualquer coisa que se interpusesse entre
ele e o dia do casamento seria bem-vinda.
Tuon estudou o rosto dela com desconfiança, a cabeça levemente

inclinada para o lado; depois colocou a xícara na cama ao lado da
sra. Anan e voltou a sentar-se no banco, com tanto cuidado em
arrumar a saia larga de pano como se fosse um vestido de seda. No
entanto, ela continuou a examiná-lo por trás de seus longos cílios.
"Onde está o seu anel?" Ele demandou.
Num gesto inconsciente, Mat tocou o dedo da mão esquerda, onde

normalmente usava o anel.
"Eu nem sempre uso." "Não considerando que todos no palácio de

Tarasin sabiam que ele estava usando."
Além disso, ela teria chamado a atenção em sua atual roupa

desalinhada. De qualquer forma, não era o selo dele, apenas um
pedaço do julgamento de um escultor. Engraçado como a mão dela
parecia muito mais leve sem ele.
Também. Curioso também o fato de ela ter mencionado isso.
Bem, e se ele fez? Luz, aqueles dados o fizeram assustar uma

sombra e pular assustado com um suspiro. Ou talvez ela fosse a
causa; uma ideia perturbadora.
Ela foi até a cama vazia para se sentar, mas Selucia se lançou sobre
ela tão rápido que teria causado inveja a qualquer um dos acrobatas,
esparramando-se com as mãos sob a cabeça. O
movimento fez seu lenço torcer, mas a mulher rapidamente o

endireitou, tudo sem tirar os olhos dele, frio e orgulhoso como uma
rainha. Mat olhou para a outra cama, e a Sra. Anan colocou o
bastidor de lado o suficiente para alisar ostensivamente sua saia e
deixar claro que ela não tinha intenção de compartilhar uma única
coisa.
polegada de colchão Maldita mulher, ela se comportou como se
estivesse protegendo Tuon dele! Mulheres Eles pareciam sempre
unir forças sem dar chance um ao outro.
um homem. Bem, até agora ele tinha conseguido
impedir Egeanin de assumir o comando, e ele não estava disposto a

ser intimidado por Setalle Anan ou um peituda ou a poderosa
Augusta Lady Filha de
as nove malditas luas! Eu simplesmente não conseguia me dar a

eles lutando para encontrar um lugar para sentar.
Encostado a um armário com gavetas ao pé da
cama em que a Sra. Anan estava sentada, ela tentou pensar Que
dizer. Eu nunca tive problemas em saber o que dizer para uma
mulher, mas o som ensurdecedor dos dados
seu cérebro estava embaralhado. As três mulheres dedicadas

olhares de desaprovação - eu praticamente podia ouvi-los dizer
endireitar-se!” então ele sorriu. para muitos
As mulheres achavam aquele sorriso encantador. tuon lançado uma

longa baforada que não parecia nada satisfeita.
"Você se lembra do rosto de Hawkwing, Toy?" —
Eu pergunto.
A Sra. Anan piscou surpresa, e Selucia
sentou-se na cama, franzindo a testa...
ele! Por que aquela carranca para ele? Tuon continuou olhando para
ele, com mãos entrelaçadas no colo, frias e serenas como um
Radiestesia do Dia Solar.
O sorriso de Mat congelou. Luz, como você sabia ela isso? Como ele
poderia saber disso?
deitar ao sol
ambas as mãos em um
queimando, segurando seu lado na tentativa
de evitar que a vida da ferida escapasse e
perguntando se valeu a pena o esforço. Aldeshar valeu
foi terminado uma sombra a batalha
agachado
após
instante
juntos e
esse dia.
escondeu o homem alto
uma
do sol, ele armadura,
uma
segurando o capacete com
eu sei
uma
sob o
braço, olhos
Sombrio
afundado emoldurando um nariz
aquilinos. «Você
lutou bem contra dias -disse que
outros antes
eu hoje, Culin,
muitos
comigo?». Último suspiro, com voz
paz
seu Artur Hawkwing
memorável. Você vai viver?
em
estar de frente
. Ele odiava evocar a morte. outra dúzia de
choques passaram por sua mente, memórias antigas que agora

eram dele. Artur Paendrag não tinha sido um um homem que era
fácil de se conviver mesmo
antes das guerras começarem.
Ele respirou fundo e escolheu suas palavras com cuidado.

Não era hora de começar a cuspir no
Língua Antiga.
-Claro que não! ele mentiu. As mulheres despachadas sem rodeios

para o homem que não era capaz de mentir com convicção-. Luz,
Hawkwing morreu há mil anos! O que tipo de pergunta é essa?
A garota lentamente abriu a boca e por um instante Mat tinha certeza

de que ela ia responder com outro pergunta.
"Uma pergunta boba, Toy", ele finalmente respondeu, sem embargo-.

Não sei porque veio na minha cabeça.
A tensão nos ombros de Mat afrouxou um pouco. De ta'veran
curso. Era com ele
. As pessoas fizeram e disseram coisas
que ele não faria ou diria em outras circunstâncias.
Coisas relativamente absurdas. No entanto, algo assim poderia ser

tremendamente irritante quando era sua vez
muito perto.
"Meu nome é Mat. Matt Cauthon. — Para o caso que você fez,
poderia ter economizado a saliva.
"Não sei o que farei depois de voltar a Ebou Dar, Brinquedo. Eu não
decidi. Talvez isso faça você. Não és da'covale bonito o suficiente
para servir como um derramador, mas talvez Estou feliz por tê-lo
como tal. Mas você acabou de pegar emprestado
certas promessas e agora eu mesmo tenho que fazer uma.
Contanto que você faça o que disse, não tentarei escapar ou trair
você de forma alguma ou causar discórdia entre seus seguidores.
Acho que cobre tudo o que você precisa.
A Sra. Anan ficou boquiaberta para ela, e Selucia fez um barulho na

garganta, mas Tuon não pareceu notar a reação das duas mulheres.
Ela olhou para ele com expectativa, esperando por uma resposta.
Mat também fez um ruído gutural. Não um soluço, apenas um som.

O semblante de Tuon era tão impassível quanto uma máscara
severa de cristal escuro. Sua calma era insana, mas o último fazia
um maluco parecer são! Ela teria que estar louca se achasse que ele
acreditaria nessa oferta. Mas a coisa é, eu pensei que ele estava
falando sério. Ou ela era honesta ou ela era uma mentirosa melhor
do que ele esperava ser. Novamente ele teve aquela sensação
inquietante de que a garota sabia coisas que ele não sabia. Ridículo,
é claro, mas o sentimento estava lá. Ele engoliu em seco para soltar
o nó na garganta. Um grande nó.
"Bem, isso compromete você," ele disse para ganhar tempo,
"mas e a Selucia?" -Hora de? Ele era incapaz de pensar com

aqueles dados batendo em seu crânio.
"Selucia obedece aos meus desejos, Toy," Tuon disse

impacientemente. A mulher de olhos azuis se endireitou e olhou para
ele como se estivesse indignada por ele ter questionado tal coisa.
Para a criada de uma nobre, ela podia ser feroz quando se decidia a
isso.
Mat não sabia o que fazer ou dizer. Sem pensar, ele cuspiu na palma
da mão e estendeu a mão como se estivesse selando um acordo
com um cavalo.
"Seus modos são... primitivos," Tuon disse secamente, mas ele

cuspiu na palma da mão e apertou sua mão.
mão-. «Assim está escrito o negócio; É assim que o negócio é feito."
O que significa aquela frase na sua lança, Toy?
Ele choramingou então, e não porque a garota tivesse lido a

inscrição na Língua Antiga dele. Mesmo uma fodida pedra teria
choramingado.
ashandarei Os dados
pararam
no instante em que ele tocou a mão dela. Luz, o que aconteceu?
Knuckles bateu na porta e seus nervos estavam tão desgastados

que ele se moveu sem pensar, girando nos calcanhares quando uma
faca apareceu em cada uma de suas mãos, pronta para atirar em
quem entrasse.
"Fique atrás de mim", ele retrucou.
A porta se abriu e Thom enfiou a cabeça para fora. Ela estava com o
capuz levantado, e Mat notou que estava chovendo lá fora. Entre
Tuon e os dados, ele não ouvira o som da chuva batendo no teto da
carroça.
"Espero não ter interrompido nada", disse Thom.
enquanto acariciava o bigode branco com os nós dos dedos.
Mat sentiu seu rosto esquentar. Setalle havia ficado paralisada com a
agulha de bordar, enfiada com linha azul, suspensa no ar, sem enfiá-
la no tecido, e suas sobrancelhas pareciam querer subir até a linha
do cabelo. Na beirada da outra cama tensa, Selucia observou com
considerável interesse enquanto ele enfiava as facas nas mangas
novamente. Mat nunca teria adivinhado que ela era uma daquelas
que gostava de homens perigosos. O
tipo de mulher que vale a pena evitar; eles costumavam encontrar

uma maneira de tornar um homem perigoso. Ele não olhou para
Tuon. Ela provavelmente estava olhando para ele como se ele
estivesse dando cambalhotas, como Luca. Só porque ele não queria
se casar não significava que ele queria que sua futura esposa
pensasse que ele era um idiota.
"O que você descobriu, Thom?" ele perguntou bruscamente.
Algo tinha acontecido, ou os dados não teriam rolado. Ele teve uma
ideia que fez seu cabelo ficar em pé. Era a segunda vez que eles
estavam na presença de Tuon. A terceira, contando os portões de
saída de Ebou Dar.
Três malditas vezes, e todas ligadas a ela.
Mancando um pouco, o homem de cabelos brancos terminou de

passar enquanto puxava o capuz para trás e fechava a porta atrás de
si. A mancada era resultado de uma lesão antiga, não um problema
na cidade. Alto, magro e de pele coriácea, com olhos azuis
penetrantes e um bigode nevado que chegava abaixo do queixo, ele
parecia que iria virar a cabeça onde quer que fosse, mas ele tinha
praticado a mistura com o olho nu, e suas cores brilhantes Jaqueta
Bronze escuro e uma capa de pano marrom eram apropriadas para
um homem com algum dinheiro para gastar, mas não muito.
“Há muitos rumores sobre ela nas ruas”, disse ele, acenando para
Tuon, “mas nada sobre seu desaparecimento. Convidei alguns
oficiais Seanchan para beber, e eles parecem pensar que ele está
confortavelmente no palácio de Tarasin ou em uma excursão de
inspeção. Eu não percebi que eles estavam escondendo nada, Mat.
Eles não sabem.
"Você esperava uma declaração pública, Toy?" a garota perguntou

incrédula. Do jeito que as coisas estão, Suroth pode estar pensando
em tirar a própria vida por vergonha. Você espera que eu espalhe um
presságio tão ruim para o Retorno para o mundo inteiro saber
também?
Então Egeanin estava certo. Ainda parecia impossível. E, comparado

com o lançamento dos dados, não parecia nada importante. O que
foi que aconteceu? Eles só apertaram as mãos, nada
mais. Aperte as mãos e faça um acordo. Ele pretendia fazer sua
parte, mas o que os dados lhe disseram? Que ela cumpriria a dela?
Ou o que não? Quem sabe se os nobres Seanchan tinham o hábito
de se casar... O que ele disse que ia fazer? Cobre.
Talvez eles se casassem com vermes o tempo todo.
"Há mais uma coisa, Mat", Thom continuou, olhando para Tuon
pensativo e com uma pitada de surpresa.
De repente, ocorreu a Mat que a garota não parecia muito

preocupada com a possibilidade de Suroth cometer suicídio.
Talvez ela fosse tão durona quanto Domon acreditava. O que os

malditos dados estavam tentando lhe dizer? Isso era o importante.
Então Thom continuou, e Mat esqueceu como Tuon e até os dados

podiam ser difíceis.
Tylin está morto. Eles mantêm isso em segredo por medo de

tumultos, mas um dos guardas do palácio, um jovem tenente que
não aceitava bem o conhaque, me disse que planejam realizar seu
funeral e a coroação de Beslan no mesmo dia.
-Quão? Matt exigiu. Tylin era mais velho que ele, mas não tanto! A
coroação de Beslan. Luz! Como Beslan iria engolir isso se odiava o
seanchan? Seu plano era incendiar os suprimentos na Bay
Causeway.
Ele teria tentado uma revolta se Mat não o tivesse convencido de

que só resultaria em massacre, não em seanchan.
Thom hesitou, alisando o bigode com o polegar.
Ele finalmente suspirou.
— Ela foi encontrada em seu quarto na manhã seguinte à nossa

partida, Mat, ainda com as mãos e os pés amarrados. Eles tinham...
Eles tinham arrancado a cabeça dele.
Mat não percebeu que seus joelhos cederam até que ele se viu
sentado no chão; dirija-o
fiação. Ele ainda parecia ouvi-la: "Você vai acabar sem cabeça se
você não for cuidadoso, leitão, e isso não me incomoda.
gostaria". Setalle se inclinou sobre a cama estreita para aperte sua

bochecha com a mão em um gesto de comiseração.
"Os Detectores de Vento?" Ele disse com uma voz que soou oco.
Não precisei adicionar mais.
"De acordo com o que aquele tenente me disse, o seanchan culpou a

Aes Sedai. Porque Tylin havia emprestado os juramentos sãochan.
Isso será o que anunciarão no sua cerimônia fúnebre.
“Tylin morreu na mesma noite em que as meninas escaparam.
Detectores de Vento, e os seanchan acreditam que os Aes Sedai os

matou? “Eu não imaginei Tylin morto. "Vou a tenho você para o
jantar, pombinha. Isso não faz sentido, Thom.
O ex-menestrel hesitou e franziu a testa para o refletir.
“Parte disso pode ser uma manobra política, Mat. Esse tenente disse
que eles tinham certeza de que os Detectores de Os ventos correram
rápido demais para permanecer e desviar do seu caminho, e a rota
mais curta para fora damane
palácio das cabines do não passa perto
Os aposentos de Tylin.
Matt resmungou. Eu tinha certeza que não. E, embora seja lá fora,

ele não podia fazer nada sobre isso também.
-As
marath'damane
eles tinham motivos para matar Tylin

Selucia de repente interveio. Eles devem ter temido damane
uma
outros seguem seu exemplo. Que motivo os que você referiu tinham?
Nem. a mão da justiça
requer razão e prova, inclusive para e
damane
da'covale
. Ele falava como se estivesse lendo algo escrito.
em um papel. E ele espiou Tuon com o canto do olho.

Mat olhou para ela também, mas se a mulher diminuta havia usado
as mãos para dizer a Selucia o que dizer, elas agora repousavam em
seu colo. Ela o observava com uma expressão neutra.
"Tão profunda era sua afeição por Tylin?" Ele perguntou em um tom
circunspecto.
-Sim. Não. Droga, ele a apreciava! Ele se virou enquanto passava os

dedos pelo cabelo, removendo o boné.
Ele nunca esteve tão feliz por se livrar de uma mulher, mas isso...!
E eu a deixei amarrada e amordaçada para que ela não pudesse
pedir socorro, presa fácil para ele, acrescentou gholam
amargamente. Ele
estava procurando por mim. Não balance a cabeça, Thom. Você

sabe disso tão bem quanto eu.
-Que e um… ? gholam
perguntou Tuon.
"Um Shadowspawn, minha senhora," Thom respondeu.
Suas sobrancelhas estavam franzidas com preocupação. Ele não era

de se preocupar facilmente, mas qualquer um, exceto um idiota, se
preocuparia. Ele gholam
se parece com um
passar homem,
por um
mas pode
pequeno buraco
ou por baixo de uma porta, e é forte o suficiente para...” Ele

pigarreou.
Ok, chega disso. Mat, mesmo que houvesse uma centena de

guardas ao redor dele, eles não seriam capazes de impedir isso.
que.
Ela não precisaria de cem guardas se não tivesse um

relacionamento com Mat Cauthon.
-Um
gholam
Tuon murmurou, franzindo a testa. De repente,
ele bateu com força na cabeça de Mat com os nós dos dedos. Ele
colocou a mão na cabeça e se virou para a garota, olhando para ela
incrédulo. Estou feliz que você mostre lealdade a Tylin, Toy,”
ele disse com uma voz severa, “mas eu não vou ceder a
superstições. Eu não vou permitir. Isso não honra Tylin.
Pela abençoada Luz, a morte de Tylin parecia preocupá-la tão pouco
quanto a possibilidade de Suroth cometer suicídio! Com que tipo de
mulher ele iria se casar?
Quando um punho bateu na porta novamente, ele nem se deu ao

trabalho de se levantar. Ele se sentia entorpecido por dentro e cru
por fora. Blaeric entrou na carroça sem pedir permissão, seu manto
marrom escuro pingando água. Era uma roupa velha, esfarrapada
em alguns lugares, mas ele não parecia se importar se a chuva
penetrasse nela. O
Guardião ignorou todos, exceto Mat, ou quase todos. Ele realmente

olhou para o busto de Selucia por um momento!
"Joline quer ver você, Cauthon", disse ele, ainda olhando para a
mulher. Luz! Era a única coisa que faltava para torná-lo um dia
perfeito.
"Quem é Joline?" Tuon exigiu.
"Diga a ele que irei assim que estivermos a caminho, Blaeric", disse
ele, ignorando a garota. Bem, ele só precisava ouvir mais
reclamações da Aes Sedai agora!
— Ele quer ver você agora, Cauthon.
Com um suspiro, Mat se levantou e pegou o boné do chão. Blaeric

parecia pronto para arrastá-lo para fora, se não. Em seu estado de
espírito atual, ele pensou que poderia enfiar uma faca nas costelas
do homem se tentasse. E acabar com o pescoço quebrado como
pagamento por todos os seus problemas, porque um Guardião não
se deixou esfaquear assim. Ele tinha certeza de que já havia morrido
no tempo que lhe foi concedido, e não em uma de suas antigas
memórias. Seguro o suficiente para não correr riscos que ele poderia
evitar.
"Quem é Joline, Toy?" Se eu não soubesse o que aderindo a isso,

ele teria pensado que Tuon estava com ciúmes.
"Uma maldita Aes Sedai", ele murmurou enquanto puxava o boné
para baixo na cabeça, e recebeu um pequeno aplauso naquele dia
quando Tuon partiu.
seu queixo caiu em choque.
Ele saiu e fechou a porta atrás de si antes que pudesse falar

novamente. Um pouco de alegria. Uma borboleta em uma grande
pilha de merda. Tylin morto, e você ainda pode carregar essa morte
para os Detectores de Vento, o que quer que Thom dissesse. E
também sobre Tuon e a porra dos dados. Uma borboleta muito
pequena em uma enorme pilha de estrume.
O céu estava agora coberto de nuvens escuras e a chuva era

constante. Um ensopabobos, o que diriam em casa.
Começou molhando o cabelo dele, apesar do boné, e escorreu pela

jaqueta assim que ele saiu. Blaeric não pareceu notar; ele nem
mesmo abotoou o manto. Tudo o que Mat podia fazer era curvar os
ombros e chapinhar nas poças cada vez maiores das ruas de terra.
Quando chegasse ao carrinho para pegar uma capa, estaria
encharcado de qualquer maneira. Além disso, o clima estava de
acordo com seu humor.
Para sua surpresa, apesar da chuva, muito trabalho havia sido feito
no pouco tempo que passara lá dentro. A parede de lona tinha
desaparecido em ambas as direções até onde a vista alcançava,
assim como metade das carroças de armazenamento que uma vez
cercaram a de Tuon.
O mesmo aconteceu com os animais que foram submetidos às

paliçadas. Uma grande jaula de barras de ferro, na qual cavalgava
um leão de crina negra, chacoalhava em direção à calçada puxada
por um tronco que se arrastava, os cavalos tão indiferentes ao felino
aparentemente adormecido atrás deles quanto à chuva. Alguns
artistas também estavam indo em direção à calçada, embora como
eles determinaram a ordem da marcha fosse um mistério. A maioria
das lojas havia desaparecido; em um lugar faltavam três vagões
seguidos, e em outro, um em cada dois, enquanto em outra parte o
Os veículos que esperavam ainda estavam em uma massa sólida. A
única coisa que provava que o pessoal do entretenimento não estava
espalhando era o próprio Luca, que, protegido por uma capa
vermelha, descia uma rua, parando de vez em quando para dar
tapinhas no ombro de um homem ou murmurar algo para uma
mulher que gostava ela. fez rir Se o show tivesse sido desfeito, Luca
teria ido atrás daqueles que tentaram sair. Ele manteve o show unido
mais pela persuasão do que por qualquer outra coisa, e ele nunca
deixou ninguém ir embora sem tentar convencê-los em vozes roucas.
Mat sabia que deveria se sentir bem por ver Luca ainda por perto,
embora nunca lhe tivesse ocorrido que o homem fugiria com o ouro,
mas no momento duvidava que algo pudesse mudar seu estado
entorpecido e sensação de raiva.
A carroça para a qual Blaeric o levou era quase tão grande quanto a
de Luca, mas em vez de pintar era caiada. O branco havia
desbotado e manchado há muito tempo, e a chuva estava
desbotando um pouco mais para um tom de cinza onde a madeira
não estava completamente nua. A carroça pertencia a uma trupe de
palhaços, quatro homens taciturnos que pintavam o rosto para fazer
o seu ato, encharcando-se de água e batendo uns nos outros com
bexigas de porco infladas; fora isso, o resto do tempo eles gastavam
dinheiro bebendo tanto vinho quanto podiam pagar. Com o que Mat
pagara de aluguel, eles poderiam estar bêbados por meses, e ele
levara ainda mais tempo para encontrar alguém para hospedá-los.
Quatro cavalos peludos e de aparência indescritível já estavam

atrelados à carroça, e Fen Mizar, o outro Guardião de Joline, estava
sentado no banco do motorista, envolto em uma capa cinza,
segurando as rédeas. seus olhos puxados
eles olharam para Mat como um lobo olharia para um cão de rua
atrevido.
Os Guardiões não gostaram do plano de Mat desde o início,

convencidos de que poderiam ter colocado as irmãs em segurança
assim que passassem pelos muros da cidade. Talvez eles tivessem,
mas os seanchan estavam procurando obstinadamente por mulheres
que canalizavam – aparentemente o local do show havia sido
revistado quatro vezes nos dias da queda de Ebou Dar – e só teria
levado um deslize para que todos acabassem. Panela Pelo que
Egeanin e Domon contaram, os Seekers foram capazes de fazer
uma pedra contar tudo o que viu. Felizmente, nem todas as irmãs
estavam tão convencidas quanto as Guardiãs de Joline. As Aes
Sedai tendiam a ficar nervosas quando discordavam sobre o que
fazer.
Quando Mat alcançou os degraus traseiros da carroça, Blaeric o

deteve colocando a mão em seu peito.
O rosto do Guardião era como uma escultura, tão indiferente à chuva

que escorria por suas bochechas como um pedaço de madeira.
— Fen e eu agradecemos por tirá-la da cidade, Cauthon, mas isso

não pode continuar. As irmãs estão amontoadas, dividindo a carroça
com aquelas outras mulheres, e não se dão bem. Haverá problemas
se não encontrarmos outra carroça.
"É sobre isso que você queria falar comigo?" Mat perguntou com
raiva enquanto levantava a gola de sua jaqueta e a ajustava, mas
não ajudou muito. Suas costas estavam encharcadas, e sua frente
não estava muito melhor. Se Joline o tivesse chamado para reclamar
da hospedagem novamente...
— Ela lhe dirá o que é, Cauthon. Mas lembre-se o que eu te disse.
Resmungando baixinho, Mat subiu os degraus
manchado de lama e entrou fechando atrás das costas não de um

bateu, mas quase.
A carroça foi disposta mais ou menos como o
ocupado pelo Tuon, embora com quatro leitos, dois deles recolhidos
contra a parede acima dos outros dois. Não Eu não tinha ideia de
como as mulheres conseguiam dormir, mas ele supôs que não era
de uma forma pacífica. O
atmosfera dentro do vagão quase chiou quando
gordura em uma chapa quente. Em cada um dos dois camas

inferiores três mulheres sentadas, cada
observando quem estava na frente ou fazendo
ignore-os. Joline, que nunca havia sido detida
O que
damane
, se comportou como se os três
sul'dam
não
existia. Entretido em ler um pequeno livro
encadernado em madeira, era a cara de um Aes
Sedai e arrogância apesar do lindo vestido azul usado, última

propriedade de uma mulher
que ensinou truques aos leões. As outras duas irmãs
por outro lado, eles sabiam pessoalmente o que era ser Edesina,
olhando desconfiada para os três uma mão perto da faca em seu
damanesul'dam
com
cinto, enquanto o
Os olhos de Teslyn continuavam se movendo e olhavam para

qualquer sul'dam
qualquer coisa, exceto enquanto suas mãos cerradas furaram a saia

de pano escuro. Mat não sabia como havia Egeanin coagiu aquelas
três mulheres a
damane
ajudar alguns a escapar de ser
; mas mesmo que devessem
perseguido como Egeanin, eles não tinham
mudaram sua atitude em relação às mulheres que canalizaram.
Bethamin, alto e escuro como Tuon, com um
Vestido ebudário com decote muito profundo e saia cosida a

um lado acima do joelho para expor uma anágua vermelha
desbotada, ela parecia uma mãe esperando o inevitável mau
comportamento de seus filhos, enquanto a loira Cogumelo, com um
vestido cinza de gola alta que a cobria completamente, dava a
impressão de estudar alguns cães perigosos que tem que ser
enjaulado mais cedo ou mais tarde. Renna, aquela que havia falado
sobre cortar mãos e pés, também fingia estar lendo, mas a cada
poucos minutos seus olhos castanhos enganosamente afáveis se
elevavam do volume fino para examinar a Aes Sedai e, quando o
faziam, ela sorria.
maneira desagradável. Mat sentiu vontade de xingar antes que

qualquer uma das mulheres sequer abrisse a boca. Um homem
sábio ficava longe quando as mulheres brigavam, especialmente se
houvesse Aes Sedai entre elas, mas sempre que ele ia para aquela
carroça era a mesma coisa.
“É melhor que seja importante, Joline. Ele desabotoou a jaqueta e

tentou sacudir um pouco da água da roupa.
Ele achou que o melhor seria torcê-lo. Acabei de descobrir que ele
matou estamos com
gholam
Tylin
disposição
na
para noite em
reclamar. que partimos que ele e eu não
Joline apontou para a página com um marcador bordado e fechou o

livro antes de falar. As Aes Sedai nunca se apressavam; eles
simplesmente esperavam que os outros se apressassem. Sem ele,
eu provavelmente estaria usando o também agora, mas também não
conhecia nenhuma Adão
Aes
Sedai
que se destacasse por ser grata. Joline ignorou o que ele disse sobre
Tylin.
"Blaeric me informou que o show já está em andamento," ele

começou friamente, "mas você tem que parar com isso." Luca só vai
ouvir você. Seus lábios se apertaram ligeiramente quando ele disse o
último. As Aes Sedai não
eles estavam acostumados a ser ignorados, e os verdes não eram
muito bons em esconder seu descontentamento.
Temos que abandonar a ideia do Lugard por enquanto.
Temos que pegar a balsa do outro lado da baía e seguir para Illian.
De todas, essa foi a pior sugestão que ele fez a ela, embora ele não
quis dizer isso como uma sugestão, é claro; ele era pior do que
Egeanin nesse aspecto. Com metade do show já na estrada, ou
quase isso, levaria o dia todo para simplesmente levar todos até a
doca da balsa, além de dirigir até a cidade. Indo para Lugard
afastaria o show do seanchan o mais rápido possível, enquanto eles
tinham soldados acampados ao longo de toda a fronteira com Illian e
talvez além. Egeanin estava relutante em contar o que ela sabia,
mas Thom tinha seus próprios meios de aprender essas coisas. No
entanto, Mat não se deu ao trabalho de sorrir com dentes. Ele não
tinha necessidade.
"Não," Teslyn disse firmemente, seu sotaque Illian aparecendo.
Inclinando-se atrás de Edesina, o maxilar duro e firme dava-lhe o ar

de quem mastiga pedras durante três refeições por dia, mas havia
em seus olhos uma pitada de nervosismo das últimas semanas. Não,
Joline. Eu te disse. Não vamos correr esse risco!
O que
damane Não podemos!
-Luz! Joline retrucou, jogando o livro no chão. Controle-se, Teslyn! Só

porque você foi mantido prisioneiro por um tempo não é motivo para
desmoronar!
"Separar-me?" desmoronar? Deixe-os colocar a coleira em você e

depois conversamos! Teslyn levou a mão ao pescoço como se ainda
sentisse o roçar do
Adão —.
Ajude-me a convencê-la, Edesina. Vai nos pegar
cadeia novamente se a deixarmos!
Edesina encostou-se na parede atrás do
cama; Ela era uma mulher magra e atraente de preto cabelo na

altura da cintura, e estava sempre em silêncio quando o Vermelho e
o Verde discutiam, como faziam tantas vezes muitas vezes. Mas
Joline nem sequer olhou para ela.
rebelde
"Você pede ajuda a alguém, Teslyn?" Deveríamos deixando-a com o

seanchan! Escute-me. Você pode sinta-se tão bem quanto eu. Você
realmente concordaria em executar um maior risco para evitar um
menor?
-Menos! gritou Teslyn. Você não sabe nada sobre...!
Renna segurou o livro com o braço esticado e o largou.
cair no chão com um baque forte.
"Se meu senhor nos der licença por um tempo, ainda temos nossas
Adão
em breve poderemos ensinar estes
meninas a se comportarem bem novamente. Seu sotaque tinha

qualidade musical, mas o sorriso em seus lábios não refletia em seus
olhos. Nunca funciona deixá-los ficar assim.
Cogumelo assentiu severamente e se levantou como se para pegar

as alças.
"Acho que terminamos com eles", disse ele.

Adão
Bethamin, ignorando os olhares escandalizados de os outros dois -

mas existem
sul'dam outros meios para
tranquilize essas meninas. Posso sugerir ao meu senhor que volta

em uma hora? Eles vão te dizer o que você quer saber sem eles
brigando, uma vez que eles possam se sentar novamente.
Ele falou como se ele realmente quisesse dizer diga isso. Joline
olhou para os três com indignação
sul'dam
descrença, mas Edesina sentou-se ereta e estava segurando a faca

do cinto com uma expressão determinada, enquanto Teslyn era
quem agora havia encolhido, inclinando-se para frente.
contra a parede, as mãos entrelaçadas na cintura.
"Isso não será necessário", respondeu Mat depois de um momento.

Só um momento. Por mais satisfatório que fosse ter Joline
"acalmada", Edesina poderia sacar sua faca e isso seria uma
agitação, não importa o quê. De que perigo maior você está falando,
Joline? Que perigo é maior agora do que seanchan?
Joline!
La Verde decidiu que seu olhar intenso não impressionou Bethamin,

e então ela o virou para Mat. Se ela não fosse uma Aes Sedai, Mat
teria dito que ela estava de mau humor. Joline não gostava de se
explicar.
— Se você insiste em saber, alguém está canalizando. Teslyn e

Edesina assentiram, a irmã Vermelha com relutância, a irmã Amarela
enfática.
-No acampamento? Matt perguntou, alarmado. Sua mão direita

moveu-se por vontade própria para apertar a cabeça de raposa
prateada que pendia sob sua camisa, mas o medalhão não esfriou.
"Longe", respondeu Joline, ainda com relutância. Fazia o norte.
"Muito mais longe do que qualquer um de nós deve ser capaz de

perceber uma canalização", acrescentou Edesina, uma pitada Saidar
de medo em sua voz. A quantidade que está sendo manuseada tem

que ser
imensa, inconcebível.
Ela ficou muda com o olhar duro de Joline, que se virou para Mat
como se decidisse o quanto dizer a ele.
“A essa distância,” ela continuou, “eu não podia ver todas as irmãs
na Torre canalizando. Tem que ser
Os Renegados, e o que quer que estejam fazendo, não queremos
chegar mais perto do que o necessário.
Mat ficou em silêncio por um momento; então, finalmente, ele disse:

“Se for longe, então vamos em frente com o plano.
Joline começou a discutir novamente, mas Mat não se deu ao

trabalho de ouvir. Toda vez que ela pensava em Rand ou Perrin, um
redemoinho de cores surgia em sua cabeça. Ele supôs que era parte
de ser. Desta vez ela
ta'veran não tinha
seus
pensado
amigos,
em
mas
nenhum
as cores de
de
repente surgiram, um leque de mil arco-íris. Desta vez, eles quase

formaram uma imagem, um vago vislumbre de como um homem e
uma mulher podem ser sentados no chão, olhando um para o outro.
Desapareceu instantaneamente, mas ele sabia com tanta certeza
quanto seu próprio nome: não era o Forsaken. Era Rand.
E ela não pôde deixar de se perguntar o que Rand estava fazendo

quando os dados pararam.
4
A HISTÓRIA DE UMA BONECA
FUryk Karede estava sentado em sua mesa olhando fixamente para

os papéis e mapas espalhados à sua frente.
As duas lamparinas a óleo estavam acesas na escrivaninha, embora

ele não precisasse mais delas. O sol devia estar espreitando no
horizonte, mas desde que despertou de um sono irregular e recitou
suas devoções à imperatriz, que viva para sempre, vestiu apenas o
manto verde imperial escuro que alguns insistiam em chamar de
preto. , e tinha sentado lá sem se mover desde então. Ele nem se
barbeou.
A chuva havia parado e ele pensou em dizer a seu servo Ajimbura

que abrisse uma janela para deixar entrar ar fresco em seu quarto no
The Wandering Woman. O ar fresco pode limpar sua cabeça. Mas
nos últimos cinco dias houve períodos de calma que
terminavam com chuvas repentinas, e sua cama ficava entre as
janelas. Eles já tiveram que estender o colchão e os lençóis na
cozinha uma vez antes
seran.
Um grito abafado e um rosnado satisfeito de Ajimbura o fizeram olhar

para cima; o homenzinho franzino e esquelético exibiu um grande
rato espetado na ponta de sua longa faca. Não era a primeira vez
que Ajimbura matava naquele quarto ultimamente, algo que Karede
jurava que não teria acontecido se Satelle Anan ainda fosse a
proprietária da pousada, embora o número de ratos em Ebou Dar
parecesse ter aumentado antes da primavera. O próprio Ajimbura
tinha o ar de um rato enrugado, seu sorriso em partes iguais de
presunçoso e selvagem. Depois de mais de trezentos anos sob o
domínio do império, as tribos das montanhas Kaensada ainda eram
meio civilizadas e menos da metade domesticadas. O homem usava
o cabelo — ruivo escuro com mechas brancas — trançado em um
rabo de cavalo grosso que chegava à cintura, para ser um belo troféu
se ele alguma vez encontrasse o caminho de volta para aquelas
colinas altas e caísse em uma das montanhas sem fim. conflitos
entre famílias ou tribos, e insistiu em beber de um copo de prata que
qualquer um que o examinasse veria que era o topo do crânio de
alguém.
— Se estiver disposto a comer isso — disse Karede como se

houvesse alguma dúvida —, limpe-o no estábulo, onde ninguém o
verá.
Ajimbura comia tudo, exceto lagartos, que eram proibidos em sua

tribo por algum motivo que ele nunca havia explicado a ela.
"Claro, grande senhor", respondeu o homem, encolhendo os ombros,

o que passou por um
reverência entre os seus. Conheço bem os costumes do povo da
cidade e não vou envergonhar o altivo senhor.
Depois de quase vinte anos ao seu serviço, se Karede não o tivesse

lembrado, Ajimbura teria esfolado o rato e o assado sobre as chamas
da pequena lareira de tijolos.
Ele libertou a carcaça do animal da ponta da faca e colocou-a em

uma pequena bolsa de lona que guardou em um canto para mais
tarde, depois limpou cuidadosamente a lâmina antes de embainhar a
arma e sentar-se sobre os calcanhares aguardando ordens de
Karede. Ele ficaria assim o dia todo, se necessário, tão
pacientemente quanto um. Karede nunca da'covale entendeu
exatamente por que Ajimbura deixou sua casa fortificada no topo da
colina para seguir um Guarda da Morte. Era uma vida muito mais
confinada do que jamais conhecera e, além disso, Karede quase o
matara três vezes antes de fazer essa escolha.
Afastando os pensamentos de seu servo, ele voltou sua atenção

para o que estava sobre a mesa, embora não tivesse intenção de
pegar sua pena ainda. Ele havia sido promovido a oficial-general por
conseguir um pequeno sucesso nas batalhas com o Asha'man em
dias em que poucos o haviam alcançado, e agora, por ter liderado
tropas contra homens que canalizavam, havia aqueles que achavam
que ele deveria ter conhecimento que compartilhava para . Ninguém
teve que lutar contra tal coisa chamadas
marath'damane
Aes Sedai
em
revelaram
séculos,
sua arma e desde que as

desconhecida a
apenas algumas léguas dele, muito se pensou em como tornar seu

poder inútil. Esse não era o único requisito na mesa. Além das
habituais requisições e relatórios que exigem sua assinatura, quatro
lordes e cinco ladys
eles haviam solicitado seus comentários sobre as forças organizadas
em Illian contra eles, e seis outras damas e cinco lordes pediram sua
opinião sobre o problema especial de Aiel, mas esses assuntos
seriam decididos em outro lugar, e provavelmente já haviam sido
decididos. Suas observações serviriam apenas na disputa interna
sobre quem controlava o quê no Retorno. De qualquer forma, a
guerra sempre foi o segundo chamado do Olho da Morte.
Ah, sim, os guardas estavam sempre lá onde quer que uma grande
batalha fosse travada como a mão da espada da imperatriz, então
ela vivia para sempre, para atacar seus inimigos estando ou não
presente, sempre na vanguarda onde a luta era mais feroz, mas seu
primeiro dever era proteger as vidas e as pessoas da família
imperial. Com suas próprias vidas, se necessário, e dando-lhes
voluntariamente. E nove noites atrás a Augusta Lady Tuon havia
desaparecido como se engolida pela tempestade. Ele não pensava
nela como a Filha das Luas Novas; ele não podia até saber que não
estava mais sob o véu.
Tampouco havia considerado tirar a própria vida, embora a vergonha

o ferisse profundamente. Recorrer à maneira fácil de escapar do
opróbrio foi deixado para o Sangue; o Olho da Morte lutou até o fim.
Musenge comandava a guarda pessoal de Tuon, mas cabia a ele,
como oficial sênior da Guarda deste lado do Oceano Ariciano, trazê-
la de volta em segurança. Cada canto da cidade estava sendo
revistado com uma desculpa ou outra, e cada embarcação maior que
um barco a remo, mas na maioria dos casos era realizada por
homens que não sabiam o que procuravam, inconscientes de que o
destino do Retorno poderia depende de sua diligência. Era seu
dever. Claro, a família imperial era dada a intrigas
mais complicado do que o resto do Sangue, e August Lady Tuon
muitas vezes jogava um jogo verdadeiramente profundo com astúcia
e habilidade mortal. Poucos sabiam que ela havia desaparecido duas
vezes antes e que havia sido deixada para morrer e até mesmo os
preparativos foram feitos para a cerimônia fúnebre, tudo organizado
por ela. No entanto, se ela tivesse desaparecido por qualquer motivo,
ele tinha que encontrá-la e protegê-la. Até agora eu não tinha a
menor ideia de como.
Engolido pela tempestade. Ou talvez pela Dama das Sombras.
Houve inúmeras tentativas de sequestrá-la ou assassiná-la,

começando no dia de seu nascimento. Se a encontrasse morta, teria
que descobrir quem a matara, quem dera a ordem, e vingá-la a todo
custo. Isso também era seu dever.
Um homem esguio entrou na sala vindo do corredor sem bater. Pela

jaqueta rústica que usava, poderia ser um dos cavalariços da
estalagem, mas nenhum local tinha aquele cabelo claro e olhos
azuis, que varriam o quarto como se para memorizar tudo nele. Ele
enfiou a mão no paletó e Karede pensou em duas maneiras
diferentes de matá-lo com as próprias mãos no breve momento que
o homem levou para retirar uma pequena placa de marfim bordada
com ouro e gravada com o Corvo e a Torre.
Os Buscadores da Verdade não precisavam ligar. Matá-los era muito

desaprovado.
— Vá embora — disse o Seeker a Ajimbura enquanto guardava o

distintivo assim que teve certeza de que Karede o havia reconhecido.
O homenzinho agachou-se imóvel, as sobrancelhas do Seeker
levantadas em surpresa. Mesmo nas Colinas Kaensada todos
sabiam que a palavra de um Seeker era lei. Bem, talvez não nas
cidades fortificadas mais remotas; não se eles acreditassem que
ninguém sabia da presença do Seeker lá. Mas Ajimbura sabia o que
esperar.
"Espere lá fora", ordenou Karede bruscamente, e Ajimbura ele se

juntou prontamente.
"Eu ouço e obedeço, senhor supremo," ele murmurou. Antes de sair,

no entanto, ele estudou abertamente o Seeker como se quisesse ter
certeza de que o Seeker sabia que ele havia dado uma boa olhada
em seu rosto. Um dia ele ia cortar a cabeça.
"Uma coisa muito preciosa, a lealdade", disse o homem de cabelos

claros, olhando para a mesa depois que Ajimbura fechou a porta
atrás de si. Está envolvido nos planos de Lorde Yulan, General
Karede? Ele não esperava que um Olho da Morte fizesse parte
disso.
Karede retirou dois pesos de papel de bronze em forma de leões e

deixou o mapa de Tar Valon que eles seguravam se enrolar sobre si
mesmo. O outro ainda não havia sido desenrolado.
— Você deve perguntar a Lorde Yulan, Buscador. A lealdade ao

Trono de Vidro vale mais do que o sopro da vida, seguido de perto
pelo saber quando calar. Quanto mais você fala sobre uma coisa,
mais pessoas saberão sobre ela que não deveriam.
Ninguém além da família imperial repreendeu um Seeker ou quem

quer que fosse a Mão que os guiava, mas o sujeito não parecia ser
afetado por isso. Em vez disso, ele se sentou na cadeira estofada da
sala, juntou as mãos nas pontas dos dedos em um ângulo agudo e
olhou por cima do ápice para Karede, que tinha a opção de mover
sua própria cadeira ou deixar o homem quase sozinho. de costas. A
maioria das pessoas ficaria muito nervosa tendo um Seeker atrás
delas; isso a deixaria nervosa até mesmo por ser
com um Seeker na mesma sala. Karede escondeu um sorriso e não
se mexeu. Ele só tinha que virar a cabeça ligeiramente, e ele foi
treinado para ver claramente o que ele pegou com os cantos dos
olhos.
"Você deve estar orgulhoso de seus filhos", disse o Seeker. Dois

seguindo seus passos no Olho da Morte, e o terceiro aparece na lista
dos mortos honrosamente. Sua esposa ficaria muito orgulhosa.
"Qual é o seu nome, Buscador?"
O silêncio que se seguiu foi ensurdecedor. Se foram poucos os que

repreenderam os Buscadores, menos ainda perguntaram seus
nomes.
"Mor," a resposta finalmente veio. Almurat Mor.
Então Mor. Nesse caso, ele tinha um ancestral que viajou com
Luthair Paendrag e estava orgulhoso com razão. Sem acesso a livros
genealógicos, o que nenhum dos dois tinha permissão para fazer,
da'covale
Karede não sabia dizer se alguma das
ascendência era histórias sobre
verdadeira -
sua
havia própria
possibilidade de que ele também tivesse um ancestral que seguira o

grande Hawkwing. -mas não importava. Homens que tentavam se
apoiar nos ombros de seus ancestrais em vez de nos próprios pés,
muitas vezes acabavam com a cabeça mais baixa, especialmente o
"Me chame de Furik". Ambos somos propriedade do Trono de Vidro.
O que você quer de mim, Almurat? Não para conversar sobre minha
da'covale .
família, eu acho.
Se seus filhos estivessem com problemas, o cara não os teria

mencionado tão cedo, e Kalia já estava além do sofrimento. Com o
canto do olho, ele viu a luta em que lutava se espalhar pelo rosto do
Seeker, embora ele a escondesse bem o suficiente. O homem tinha
perdido o controle da entrevista... como devia ter esperado.
aconteceu, mostrando seu distintivo como se um Guarda da Morte
não estivesse disposto a enfiar uma adaga em seu coração sob
comando.
"Vou te contar uma história", disse Mor lentamente, "e então você me
diz o que pensa." Seus olhos se fixaram em Karede, estudando-o,
avaliando-o, pesando-o como se estivesse em uma plataforma de
leilão, à venda. Isso nos chamou a atenção há alguns dias. Por
'nosso' ele quis dizer os Buscadores. Começou entre os locais, até
onde pudemos descobrir, embora ainda não tenhamos encontrado a
fonte original. Parece que uma garota com sotaque Seandarese
andou saqueando ouro e joias dos mercadores aqui em Ebou Dar. O
título de Filha das Nove Luas foi mencionado. Ele fez um gesto de
indignação e, por um momento, as pontas de seus dedos ficaram
brancas de tanto pressionar uma contra a outra com força. Nenhum
dos moradores parece entender o que esse título significa, mas a
descrição da garota é surpreendentemente precisa.
Surpreendentemente exato. E ninguém se lembra de ter ouvido esse

boato antes da noite seguinte... A descoberta do assassinato de
Tylin,” ele terminou, preferindo se referir ao evento menos
desagradável para definir a data.
— Sotaque seandarese — repetiu Karede sem rodeios, ao que Mor

assentiu. E esse boato se espalhou para nosso próprio povo.
Não era uma pergunta, mas Mor assentiu novamente. Um sotaque

de Seandaré e uma descrição exata, duas coisas que nenhum local
poderia inventar. Alguém estava jogando um jogo muito perigoso.
Perigoso para si mesmo e para o império. Como o Palácio Tarasin

recebeu os últimos acontecimentos? — Haveria Ouvintes entre os
criados e até, neste
alturas, provavelmente entre os próprios servos ebudários, e o que
os Ouvintes ouviram foi imediatamente passado para os Buscadores.
Mor entendeu a pergunta, é claro. Não havia necessidade de

mencionar o que não deveria ser mencionado. Sua resposta foi em
um tom indiferente.
“A comitiva da Augusta Senhora Tuon continua a se comportar como

se nada tivesse acontecido, exceto que Anath, sua Palavra de
Verdade, entrou em reclusão, mas me disseram que isso não é
incomum para ela. A própria Suroth fica mais consternada em
particular do que em público.
“Ele dorme mal, dá um tapa em seus favoritos e teve sua

propriedade açoitada por ninharias. Ele ordenava a morte de um
Buscador todos os dias até que as coisas fossem resolvidas, e só
reverteu essa ordem esta manhã, quando percebeu que ficaria sem
Buscadores antes que seus dias terminassem. Ele deu de ombros
um pouco, talvez para indicar que este era o nosso pão de cada dia
para os Seekers, talvez aliviado por ter escapado por pouco. É
compreensível. Se for chamado a prestar contas, ele vai implorar
para ter a Morte de Dez Mil Lágrimas. Outros do Sangue que sabem
o que aconteceu andam com cem olhos. Alguns até fizeram arranjos
para um funeral em silêncio, antecipando qualquer eventualidade.
Karede queria dar uma boa olhada no rosto do homem. Ele era
imune a insultos – isso fazia parte do treinamento – mas isso... Ele
empurrou a cadeira para trás, levantou-se e sentou-se na beirada da
mesa. Mor o encarou, tenso para se defender de um ataque, e
Karede respirou fundo para reprimir sua raiva.
"Por que você veio até mim se acha que o Olho da Morte está
envolvido nisso?" O esforço para manter seu tom de voz quase o
sufocou. Desde o
Os primeiros Guardas da Morte juraram sobre o cadáver de Luthair
Paendrag defender seu filho, nunca houve uma traição entre os
Guardas! Nunca!
Mor relaxou aos poucos ao perceber que Karede não queria matá-lo,
pelo menos não agora, mas havia uma leve camada de suor em sua
testa.
"Ouvi dizer que um Guarda da Morte pode ver o respiração de uma

borboleta Você tem algo para beber?
Karede apontou a mão para a lareira de tijolos, onde uma taça e uma
jarra de prata estavam perto do fogo para se aquecer.
Eles estavam lá, intocados, desde que Ajimbura os trouxe quando

Karede acordou.
"O vinho pode ter esfriado agora, mas sirva-se." E quando sua
garganta estiver molhada, você responderá minha pergunta.
Ou você suspeita dos Guardas ou quer me enredar em algum jogo

seu e, pelos meus olhos, saberei se é um ou outro e por quê.
O cara caminhou até a lareira, mantendo um olhar de soslaio sobre

ela, mas quando ele se abaixou para pegar a jarra ele franziu a testa,
então deu um pequeno sobressalto. Ao lado da taça estava o que
parecia ser uma tigela de borda de prata, com um pé de prata em
forma de chifre de carneiro.
Luz do céu! Quantas vezes ele disse a Ajimbura para não deixar isso
transparecer? Não havia dúvida de que Mor havia identificado o
objeto pelo que era. Então aquele homem considerou possível a
traição na Guarda, certo?
"Me sirva também, por favor."
Mor piscou consternado - ele estava segurando o que obviamente

era o único copo - e então um brilho de compreensão surgiu em seus
olhos. Um brilho inquieto. Ele encheu a tigela também, não sem uma
pitada de hesitação, e enxugou a mão no paletó antes de
pegue a tigela Todos os homens tinham um limite, até mesmo um
Seeker, e se um homem fosse levado a esse limite poderia ser muito
perigoso, mas também o desestabilizava. Karede pegou o cálice feito
de um fragmento de crânio com as duas mãos, ergueu-o e baixou a
cabeça.
"Pela imperatriz, que ela viva para sempre em honra e glória."
Morte e desonre seus inimigos.
"Pela imperatriz, que ela viva para sempre em honra e glória", repetiu
Mor, inclinando a cabeça e erguendo o copo. Morte e desonre seus
inimigos.
Karede levou o copo de Ajimbura aos lábios e notou que o outro

homem o observava beber. O vinho estava realmente frio, as
especiarias tinham um gosto amargo e havia um leve sabor amargo
de polimento de prata; disse a si mesmo que o gosto empoeirado de
um morto era apenas sua imaginação. Mor tomou mais da metade
de seu vinho em goles apressados; então ele olhou para o vidro,
aparentemente percebendo o que havia feito, e seu esforço para
recuperar o controle de si mesmo era óbvio.
— Furyk Karede — disse ele com eficiência —, nascido há quarenta

e dois anos, filho de tecelões, propriedade de um certo Khalid
Magonine, um artesão de Ancarid. Escolhido aos quinze anos para
seu treinamento no Olho da Morte.
Citado duas vezes por heroísmo e mencionado em despachos três

vezes, e mais tarde, como veterano de sete anos, nomeado para a
guarda pessoal da Augusta Senhora Tuon em seu nascimento. Esse
não era o nome dele na época, é claro, mas mencionar seu nome de
nascimento teria sido um insulto. Nesse mesmo ano, sendo um dos
três sobreviventes do primeiro atentado contra sua vida,
escolhido para o treinamento de oficiais. Em serviço durante a
Revolta de Muyami e o Incidente de Jianmin, mais citações por
heroísmo, mais citações em despachos, e novamente designada
para a guarda pessoal da Senhora Augusta pouco antes de seu
primeiro dia de nome verdadeiro. Mor estudou seu vinho e de
repente olhou para cima. A seu pedido. Algo incomum. No ano
seguinte, você sofreu três ferimentos graves protegendo-a com seu
corpo contra outro grupo de assassinos. Ele te deu seu bem mais
precioso, uma boneca. Depois de mais anos de serviço distinto, com
mais citações e citações, você foi selecionado para a guarda pessoal
da própria Imperatriz, que ela viva para sempre, e serviu nessa
capacidade até ser nomeado para acompanhar o Augusto Lord Turak
a estas terras com o . Os tempos mudam e os homens mudam; mas,
antes de ir proteger o trono, fez mais dois pedidos para ser
designado
Hailene
para a guarda pessoal da
Senhora Augusta Tuon. Muito incomum.
E você manteve a boneca até que ela foi destruída no Grande

Incêndio de Sohima, cerca de dez anos atrás.
Não pela primeira vez, Karede ficou feliz com o treinamento que lhe
permitiu manter o rosto impassível, não importa o quê. As
expressões estampadas no rosto podiam revelar muito a um
oponente. Lembrou-se do rosto da garota que colocara aquela
boneca em sua maca. Eu ainda podia ouvi-la: Você protegeu minha
vida, então você deve ter Emela para cuidar de você em troca, ela
havia dito. Não pode realmente protegê-lo, é claro; é apenas uma
boneca. Mas guarde-o para lembrá-lo de que sempre o ouvirei se
disser meu nome. Se eu ainda estiver vivo, é claro."
"Minha honra é a lealdade", disse ele, colocando cuidadosamente a

xícara de Ajimbura na mesa para não derramar vinho nos papéis.
Tantas vezes assim
Se o homem polisse a prata, Karede duvidava que ele se desse ao
trabalho de lavar a tigela. Lealdade ao trono. Por que você veio até
mim?
Mor se mexeu um pouco para que a cadeira ficasse entre eles. Sem
dúvida, ele achava que dava a impressão de estar calmo, mas
obviamente estava preparado para deixar cair a taça de vinho. Ele
tinha uma faca dentro da jaqueta e outra nas costas, na altura dos
rins, e provavelmente mais uma pelo menos.
—Três pedidos para se juntar à guarda pessoal do Augusta Senhora

Tuon. E você ficou com a boneca.
"Eu entendo isso", disse-lhe Karede secamente. Os guardas não

deveriam mostrar apreço por aqueles que foram enviados para
proteger. O Olho da Morte só serviu ao Trono de Vidro, quem quer
que estivesse no trono, com todo o seu coração e toda a sua
lealdade. Mas ela se lembrou do rosto sério da garota, já ciente de
que ela poderia não viver para cumprir seu dever e ainda assim
tentar fazê-lo de qualquer maneira, e ela ficou com a boneca.
Mas há mais nisso do que o boato de uma garota, certo?
"O sopro de uma borboleta", o cara murmurou. É um prazer

conversar com alguém que tem uma visão tão profunda.
damane
Na noite em que Tylin foi assassinado, duas das guaritas do palácio

de Tarasin foram roubadas. Ambos eram anteriormente Aes Sedai.
Não parece muita coincidência?
— Qualquer coincidência me parece suspeita, Almurat. Mas o que

isso tem a ver com rumores e... outros assuntos?
“Esse emaranhado é mais emaranhado do que você imagina.
Várias outras pessoas deixaram o palácio naquela noite, incluindo

um jovem que era o favorito de Tylin, quatro homens que sem dúvida
eram soldados e um homem mais velho,
um certo Thom Merrilin, ou assim se chamava, que deveria ser um

criado, mas que traiu muito mais educação do que se poderia
esperar. Em um momento ou outro, todos foram vistos com Aes
Sedai, que por acaso estava na cidade antes que o império os
reivindicasse. Concentrado, o Seeker inclinou-se ligeiramente para a
frente nas costas da cadeira.
Talvez Tylin tenha sido morta não porque ela jurou fidelidade, mas
porque ela aprendeu coisas que eram perigosas. Talvez ela tenha
sido descuidada no que revelou ao menino na cama, e o menino
relatou a Merrilin. Vamos chamá-lo assim até descobrirmos um nome
melhor. Quanto mais aprendo sobre esse homem, mais intrigante ele
fica: conhecedor do mundo, linguagem educada, trato fácil com
nobres e coroas. Um cortesão, de fato, se alguém não sabia que ele
era um servo. Se a Torre Branca tivesse certos planos para Ebou
Dar, enviaria um homem para realizá-los.
planos. Sem pensar, Karede pegou o copo de Ajimbura e estava

prestes a beber antes que ela percebesse o que estava fazendo. Ele
continuou segurando o recipiente, no entanto, para não revelar sua
agitação. Todos - pelo menos aqueles que ele conhecia - estavam
convencidos de que o desaparecimento de Tuon tinha a ver com a
luta para suceder a imperatriz, mesmo que ela vivesse para sempre.
Assim era a vida da família imperial.
Afinal, se a Senhora Augusta morresse, outro herdeiro teria de ser

nomeado. Se eu estivesse morto. E se não... A Torre Branca teria
enviado seus melhores se o plano fosse levá-la embora. Isto é, se o
Seeker não estivesse tentando envolvê-lo em algum jogo próprio. Os
Seekers poderiam tentar enganar qualquer um, menos a própria
imperatriz, mesmo que ela vivesse para sempre.
“Você trouxe essa ideia para seus superiores e eles a rejeitaram, ou

então você não teria vindo até mim. Isso, ou...
Você não mencionou isso para ela, não é? Por quê?
—Um emaranhado muito mais emaranhado do que cabe imagine,"

Mor murmurou enquanto olhava para a porta.
como se ele suspeitasse que eles estavam ouvindo escondido. Por

que ele estava sendo cauteloso agora? tem muitas... complicações.
Lady levou os dois para fora damane
Egeanin Tamarath, que havia feito negócios com Aes Sedai

anteriormente. Negociações apertadas, a propósito. Muito estreito.
Ela obviamente liberou os outros para cobrirdamane sua fuga.
Egeanin deixou a cidade naquela mesma noite, com três damane
em sua comitiva e também, acreditamos, Merrilin damane
e os outros. Não sabemos quem foi o terceiro Suspeitamos que

alguém importante entre os Atha'an
Miere ou talvez uma Aes Sedai que estava escondida na cidade,

mas identificamos a estreita ligação
sul'dam
você usou e há um
entre dois deles e Suroth, que por sua vez
tem muitas ligações com a Aes Sedai. -Apesar de tudo sua cautela,
Mor disse que como se não fosse a quitação de relâmpago. Não é à
toa que ele estava nervoso.
Nós vamos. Suroth conspirou com Aes Sedai e teve corrompido pelo
menos alguns dos Seekers situados acima de Mor, e a Torre Branca
enviou homens
no comando de um de seus melhores elementos para realizar
realizar determinadas ações. Tudo plausível. Quando eles o tiveram
enviado com os Forerunners foi ordenado a assistir ao Sangue no
caso de alguém denotar ambição excessiva.
Sempre houve uma possibilidade, tão longe do
império, que eles tentaram estabelecer seus próprios reinos. E
ele mesmo havia enviado homens para uma cidade que ele conhecia
que cairia não importa o que fosse feito para defendê-lo, então que
eles prejudicaram o inimigo por dentro.
"Você sabe em que direção eles partiram, Almurat?"
Moore balançou a cabeça.

“Eles foram para o norte, e Jehannah foi mencionada nos estábulos
do palácio, mas isso parece uma tentativa óbvia de engano. Eles
terão mudado de direção na primeira oportunidade. Verificamos
barcos grandes o suficiente para transportar o grupo através do rio,
mas barcos desse tamanho vêm e vão o tempo todo. Não há
controle neste site, nenhuma ordem.
“Isso me dá muito o que pensar.
O Seeker estremeceu ligeiramente, mas pareceu compreender que

tinha conseguido todo o compromisso que Karede estava disposto a
dar. Ele assentiu.
“O que quer que você decida fazer, você deve saber disso.
Você pode estar se perguntando como a garota extorquiu dinheiro

desses comerciantes. Aparentemente ela estava sempre
acompanhada por dois ou três soldados. A descrição de sua
armadura também foi muito precisa. Ele estendeu a mão um pouco
como se fosse tocar o manto de Karede, mas sensatamente o deixou
cair para o lado. Quase todo mundo chama isso de preto.
Me entende? O que quer que você decida, não demore. Mor ergueu
o copo.
À sua saúde, general. Furyk. Para sua saúde e para o império.
Karede esvaziou o copo de Ajimbura sem hesitar.
O Seeker saiu tão repentinamente quanto entrou, e momentos

depois que a porta se fechou atrás dele, ela se abriu novamente para
deixar Ajimbura entrar. O homenzinho lançou um olhar acusador
para a tigela de caveiras, que ainda estava nas mãos de Karede.
"Você sabia desse boato, Ajimbura?" Perguntar se o cara estava

ouvindo era como perguntar se o sol nasceu de manhã. De qualquer
forma, ele não negou.
"Eu não sujaria minha língua com essa porcaria, excelente senhor",
ele respondeu, endireitando-se.
Karede deu-se ao luxo de suspirar. Fosse o desaparecimento de
Lady Tuon por causa dela ou de outra pessoa, ela estava em grande
perigo. E se o boato fosse algum ardil de Mor, a melhor maneira de
quebrar o jogo de outra pessoa era torná-lo seu.
"Prepare minha navalha." Sentou-se e pegou a pena com a mão

direita, segurando a manga com a esquerda para que a tinta não
entrasse.
Você encontrará o Capitão Musenge e entregará isso a ele quando

ele estiver sozinho. Volte rápido; Terei mais instruções para você.
Pouco depois do meio-dia do dia seguinte, atravessou a baía na

balsa que partia de hora em hora, de acordo com o toque preciso
dos sinos. Era uma lenta barcaça, balançando à medida que os
longos remos a impeliam sobre as águas agitadas da baía. As
cordas que prendiam meia dúzia de carroças cobertas de lona de um
mercador rangiam a cada solavanco, os cavalos batiam
nervosamente e os remadores tinham que empurrar os cocheiros e
guardas contratados que queriam esvaziar seus estômagos ao mar.
Alguns caras não tinham resistência para o movimento da água. A
própria mercadora, uma mulher de rosto roliço e tez acobreada,
estava na proa envolta em um manto escuro, balançando
suavemente com os movimentos da balsa, o olhar fixo no cais que se
aproximava, sem prestar atenção em Karede, que estava do lado
dele. Se apenas pela sela de seu castrado castanho, ele certamente
sabia que era seanchan, mas o manto cinza liso que ele usava
escondia sua jaqueta verde enfeitada em vermelho, então se ela o
tivesse notado, ela pensaria que ele era apenas um soldado comum .
. Não um colono, por causa da espada pendurada ao seu lado.
Talvez na cidade houvesse olhos mais perspicazes, apesar das
medidas tomadas para evitá-los, mas contra isso ele não podia fazer
nada. Com alguma sorte, ela tinha um dia, talvez dois, antes que
todos percebessem que ela não voltaria para a pousada depois de
um tempo.
Ele subiu na sela assim que a balsa bateu contra os pilares

revestidos de couro do cais, e foi o primeiro a sair quando a porta de
carga se abriu enquanto o mercador empurrava os carroceiros e os
barqueiros desamarravam as rodas. Manteve Aldazar uma
um passo lento pelos paralelepípedos - ainda escorregadios da

chuva matinal, os restos espalhados de esterco de cavalo e os
excrementos de um rebanho de ovelhas - e só deixou a baía acelerar
seu passo quando chegaram à calçada de Illian, se o mantivessem
bem. trotando mesmo assim. A impaciência foi um erro ao iniciar
uma jornada que você não sabia quanto tempo duraria.
As estalagens que ladeavam a calçada no final do cais eram edifícios

de telhado plano, rebocados com gesso branco lascado e rachado e
desbotados ou sem sinalização na fachada. Essa calçada marcava a
margem norte do Rahad, e homens com roupas rudes descansando
em bancos do lado de fora das estalagens o seguiram com os olhos
quando ele passou por eles. Não por ser seanchan; ele suspeitava
que eles não poderiam dar uma cara melhor a ninguém a cavalo.
Para falar a verdade, qualquer um que tivesse duas moedas para
roubar.
Ele logo os ultrapassou, no entanto, e nas horas seguintes passou

por olivais e pequenas fazendas onde os braceros estavam
acostumados com os transeuntes na estrada e assim continuou seu
trabalho sem olhar para cima. De qualquer forma, o trânsito estava
leve, um punhado de carroças agrícolas de rodas altas e, em duas
ocasiões,
caravanas de mercadores a caminho de Ebou Dar cercados por
guardas contratados. A maioria dos motoristas e comerciantes
ostentava a característica barba de Illian. Era curioso que Illian
continuasse a enviar suas mercadorias para Ebou Dar enquanto
lutava contra o império, mas as pessoas deste lado do Mar Oriental
eram muitas vezes peculiares, com costumes estranhos e pouco
parecidas com as histórias contadas sobre a terra natal do grande
Ebou Dar. Muitas vezes nada igual. Você tinha que entendê-los,
naturalmente, se quisesse integrá-los ao império, mas esse
entendimento era mais importante para os outros. Ele devia sua
tarefa.
As fazendas deram lugar a terras arborizadas e matos.
Quando localizou o que procurava, sua sombra estava se alongando

diante dele e o sol estava a menos da metade do horizonte. Um
pouco mais adiante, Ajimbura estava agachado no lado norte da
calçada, tocando uma flauta de junco, a própria imagem de um
vagabundo preguiçoso. Antes que Karede o alcançasse, ele enfiou a
flauta no cinto, pegou o manto marrom e desapareceu no mato e nas
árvores. Olhando para trás para ver que a estrada também estava
vazia naquela direção, Karede virou para o dossel no mesmo ponto.
Aldazar
O homenzinho esperou fora de vista da estrada, em um bosque de

algum grande pinheiro, o mais alto com mais ou menos trinta metros.
Ele fez uma reverência e subiu na sela castanha com os quatro
remos brancos. Ele insistiu que pés brancos em um cavalo traziam
boa sorte.
"Por aqui, alto senhor?" ele perguntou, e quando Karede respondeu

com um aceno de concordância, ele virou sua montaria para
cavalgar mais fundo na floresta.
Eles só tiveram que percorrer uma distância, não mais que a metade
milha, mas ninguém passando pela calçada iria
suspeitava do que esperava naquela ampla clareira.
Musenge trouxe uma centena de guardas em bons cavalos e a vinte

Ogier Gardeners, todos com armadura completa, bem como como
animais de carga para transportar provisões para duas semanas. O
cavalo de carga em que Ajimbura tinha vestida no dia anterior, a
armadura de Karede seria encontrada entre eles. Um grupo de
espera estava
sul'dam ao lado
damane
suas montarias, algumas acariciando os seis acorrentados.
Quando Musenge clicou em sua montaria para
encontrar-se com Karede acompanhado por Hartha, o Jardineiro

Major, que caminhava ao seu lado com uma expressão severa e o
machado de cabo verde no ombro, uma das mulheres, Melitene, sua
der'sul'dam
do August Lady Tuon, subiu para
montaria e se juntou aos dois.
Musenge e Hartha colocaram seus punhos em seus corações e

Karede respondeu ao cumprimento, mas seus olhos procuraram o
. Uma em particular, uma mulher miúda que
damanesul'dam
uma
com um rosto quadrado e tez escura acariciou seu cabelo. O rosto
de alguém estava sempre
damane
enganando
Envelheceram lentamente e viveram muito tempo, mas o este tinha

uma diferença que Karede tinha aprendido a reconhecer como
pertencentes aos chamados Aes
Sedai.
"Que desculpa você usou para tirá-los todos da sala?"
cidade ao mesmo tempo? -Eu pergunto.
"Exercício, oficial general," Melitene respondeu com um sorriso

malicioso. Todo mundo sempre acredita no exercício. "Foi dito que a
Augusta Lady Tuon não realmente precisava treiná-la der'sul'dam
propriedade ou sua , mas Melitene,
sul'dam com menos
cabelos pretos do que grisalhos em seus longos cabelos, ela era

uma
especialista em mais do que apenas seu ofício e ela sabia o que
Karede estava realmente perguntando a ela. Ele havia perguntado
Musenge com dois de nós queria ficar,
damane se
general. podia.
A este Nenhum
respeito, não.
Quanto a Mylen... Deve ser a velha Aes Sedai. Depois de deixar a

cidade, dissemos a eles por que tínhamos saído. É sempre melhor
saber o que esperar. Desde então, tivemos que tranquilizar Mylen.
Mylen a adora
damane
Adore
como a Senhora
se ela já
Augusta.
estivesse
Todos
sentada eles
no a amam,
Trono de mas
Vidro.
Se Mylen colocar as mãos em uma dessas 'Aes Sedai'", ela riu,
"teremos que estar prontos para que a mulher não fique tão
maltratada que não valha a pena colocar a corrente.
"Eu não vejo o que há de engraçado nisso para rir," Hartha

resmungou. O Ogier era ainda mais grisalho e maltratado do que
Musenge, com longos bigodes grisalhos e olhos como pedras negras
que olhavam através de seu capacete. Ele era jardineiro desde antes
do nascimento do pai de Karede, talvez antes do avô dela.
Não temos um alvo. Tentamos apanhar o vento com uma rede.
Melitene rapidamente voltou a ficar séria, e Musenge começou a

olhar com uma expressão mais severa do que Hartha, se isso fosse
possível.
Em dez dias, as pessoas que procuravam estariam a quilômetros de

distância. O melhor elemento que a Torre Branca poderia comandar
não seria tão incompetente a ponto de seguir para o leste depois de
tentar o ardil de Jehannah, nem tão estúpido a ponto de seguir direto
para o norte, embora isso deixasse uma área vasta e crescente no
horizonte.
"Então temos que espalhar nossas redes o mais rápido possível",
disse Karede, "e espalhá-las bem".
Musenge e Hartha concordaram com a cabeça. Para o Olho da

Morte, o que tinha que ser feito foi feito.
Até pegar o vento.

5
O FORJAMENTO DE UM MARTELO
CEle caiu facilmente na Através dos do do tarde uma pesar

escorregadia floresta
coberta de
o solo.
um
eram as sombras
com
neve, pela luz do
sol. O que
a luz da lua
clara
quase
para
deles olhos frios Um vento agitou seu
um
pelagem grossa, de repente
volta, trazida
ele o
e
coração o
batia
odiava
de
que
eflúvio o fez eriçar
uma
e com mais do que sentido para o Nascituro.
Eu
odeio uma certeza absoluta de
Não mais rápido, até a morte
a morte se aproximando. havia uma escolha,
ele correu
não.
Perrin acordou abruptamente na escuridão profunda que antes do

amanhecer, sob um dos vagões de abastecimento de rodas altas. O
frio do chão tinha entrado em seu ossos apesar da capa forrada de
pele e dois cobertores, e
soprava uma brisa intermitente, nem forte nem constante para
considerá-la um vento leve, mas era gelado. Quando coçou o rosto
com a mão enluvada, o gelo esmagou sua barba curta.
Pelo menos não parecia ter nevado mais durante a noite. Muitas
vezes ele acordou coberto de flocos apesar do abrigo de uma
carroça, e as nevascas dificultavam a vida dos batedores.
Desejava poder falar com Elyas como falava com os lobos.
Então ele não teria que suportar essa espera interminável. O
cansaço se agarrava a ele como uma segunda pele; ele não

conseguia se lembrar da última vez que tinha desfrutado de um sono
profundo durante a noite. O sono, ou a falta dele, não parecia
importante de qualquer maneira. Atualmente, apenas o fogo da raiva
o mantinha em movimento.
Ele não achava que foi o sonho que o acordou. Todas as noites ela ia
para a cama esperando pesadelos, e todas as noites eles chegavam
na hora. Na pior das hipóteses, ele encontrou Faile morta ou nunca a
encontrou. Eles o acordaram banhado em um suor gelado. Ele
dormiu com tudo, menos horrível, ou foi apenas meio acordado por
Trollocs cortando-o vivo para a maconha ou um Draghkar sugando
sua alma. Este sonho estava desaparecendo rápido, como um
normal, mas ainda se lembrava de ser um lobo e cheirar... o quê?
Algo que os lobos odiavam mais do que o Myrddraal. Algo que um
lobo sabia que o mataria. O conhecimento que ele tinha no sonho se
foi; restavam apenas vagas impressões. Ele não estivera no Sonho
do Lobo, aquele reflexo deste mundo onde os lobos mortos viviam e
os vivos podiam consultá-los. O Sonho do Lobo sempre ficou
indelével em sua mente depois que ele partiu, quer ele tenha vindo
conscientemente ou não. No entanto,
esse sonho ainda parecia real e, de certa forma, urgente.
Deitado de costas, imóvel, ele enviou sua mente para o caça ao lobo.
Eu tentei usá-los para que
Ajudaram em sua caça, mas sem resultado. convencê-los de que

eles estavam interessados nos assuntos das duas pernas foi difícil,
para dizer o mínimo. Eles evitaram grandes grupos de homens e
para eles meia dúzia era suficiente ótimo ficar longe. os homens
caçavam
qualquer animal e a maioria tentaria matar um lobo basta vê-lo. Sua

mente não encontrou nada, mas então, depois de um tempo, ele
percebeu lobos, à distância. Eu não poderia dizer quão longe, mas
era como pegar um sussurro quase inaudível. Muito longe. Que
estranho. Apesar dos povos espalhadas, as fazendas e até a cidade
ocasional, que era uma área ótima para lobos, com florestas na
maior parte intacto, repleto de veados e caça menos.
Havia sempre uma formalidade para falar com um rebanho do qual

não fazia parte. educadamente enviado seu nome entre os lobos, ele
touro
Homem jovem
, compartilhou seu cheiro, e
Urso Alto
recebeu o deles em troca, e
, Linha
Apanhador de
Folhas
Branco , Caneta
névoa do
Trovão , e muito mais. Foi
um rebanho numeroso, e uma
Apanhador
fêmea que
de
Folhas
ele transmitia um ar de segurança calma, ele era o líder deles.
Caneta , inteligente e em seu auge, era seu parceiro.
Eles tinham ouvido falar estavam ansiosos para
touro
Homem jovem
Dente
fale com o amigo do lendário primeiro
Comprimento,
duas pernas que aprenderam a falar com lobos depois um período

de tempo que carregava a impressão de eras desapareceu nas
brumas do passado. Foi tudo um torrente de imagens e lembranças
de cheiros que sua mente se transformou em palavras, como as
palavras que eu pensei
de alguma forma, tornaram-se imagens e cheiros compreensíveis
para eles.
Quero saber uma coisa, pensou ele, assim que os cumprimentos

terminaram. O que um lobo odiaria mais do que o Nascituro? Ele
tentou recordar o cheiro do sonho, acrescentar algo, mas ele sumiu
de sua memória. Algo que um lobo sabe que significa morte.
O silêncio respondeu e um fio de medo se fundiu com ódio,

determinação e relutância. Ele já havia sentido o medo nos lobos
antes - acima de tudo, eles temiam o incêndio que assolava a
floresta, ou assim ele teria dito -, mas esse era o tipo de medo
formigante que fazia um homem estremecer. coisas. Entrelaçado
com a resolução de continuar, não importa o quê, era um sentimento
próximo ao pavor.
Os lobos nunca experimentaram esse tipo de terror. Só estes

sentiram.
Um por um, eles desapareceram de sua consciência, um ato

deliberado de excluí-lo, até que apenas
Apanhador de Folhas. "A Última Caçada está chegando", ele

finalmente disse, e então ele também se foi.
"Eu te ofendi? Ele lançou seu pensamento. Se o fiz, foi sem saber."
Mas não obteve resposta. Pelo menos aqueles lobos não falariam
com ele por muito tempo.
"A Última Caçada se aproxima." Isso era o que os lobos chamavam

de Última Batalha, o Tarmon Gai'don. Eles sabiam que estariam lá,
no último confronto entre Luz e Sombra, embora o porquê fosse algo
que eles não pudessem explicar.
Algumas coisas foram preordenadas, tão certas quanto o sol e a lua

nascendo e se pondo, e estava escrito que muitos lobos morreriam
na Última Caçada. O que eles temiam era outra coisa. Perrin teve um
forte pressentimento de que
teria que estar lá também, ou pelo menos deveria estar lá; mas, se a
Última Batalha acontecesse logo, ele não estaria. Ele tinha uma
tarefa diante dele que ele não poderia fugir - não fugiria! - nem
mesmo por Tarmon Gai'don.
Afastando medos indescritíveis como a Última Batalha de sua mente,

ele tirou suas manoplas e procurou no bolso de sua jaqueta o
pedaço de corda de couro cru que ele mantinha lá. Em um ritual
matinal, seus dedos deram outro nó mecanicamente, e então ela
deslizou os dedos ao longo do cordão, contando. Vinte e dois nós.
Vinte e duas manhãs desde que Faile foi sequestrado.
A princípio, ele não pensou que seria necessário manter a contagem.

Naquele primeiro dia, ele pensou que estava entorpecido e frio, mas
concentrado; olhando para trás, no entanto, ele viu que havia sido
dominado por uma raiva sem limites e uma necessidade imperiosa
de encontrar o Shaido o mais rápido possível.
Homens de outros clãs faziam parte do grupo que sequestrara Faile,

mas de acordo com as evidências eram principalmente Shaido, e era
assim que ele pensava neles. A necessidade de arrancar Faile de
seu poder antes que ela se machucasse o agarrou pela garganta até
que ele quase engasgou. Ela resgataria as outras mulheres
capturadas com ela, é claro, mas às vezes ela tinha que recitar seus
nomes em sua cabeça para ter certeza de que não os esqueceria
completamente. Alliandre Maritha Kigarin, rainha de Ghealdan e seu
vassalo. Ainda parecia absurdo que alguém tivesse feito um
juramento de fidelidade a ele, especialmente uma rainha — ele era
um ferreiro! Bem, ele estava, mas tinha responsabilidades para com
Alliandre, que não estaria em perigo se não fosse por ele. Bain do
Blackrock Shaarad, e Chiad do Stony River Goshien, damas de lança
que seguiram Faile para
Ghealdan e Amadicia. Eles também enfrentaram Trollocs em Dois
Rios, quando ele precisava de alguém que pudesse segurar uma
arma, e isso lhes dava o direito de pedir sua ajuda. Arrela Shiego e
Lacile Aldorwin, duas jovens tolas que pensavam que poderiam
aprender a ser Aiel ou alguma versão estranha do Aiel. Eles juraram
fidelidade a Faile, assim como Maighdin Dorlain, um refugiado sem
um tostão que Faile cuidou ao incluí-la em sua servidão. Ele não
podia abandonar o povo de Faile.
Arquivo em Bashere t'Aybara.
A ladainha deu a ela, sua esposa, o fôlego de sua vida. Com um

gemido, ele apertou o cordão com tanta força que os nós se
destacaram dolorosamente em uma mão calejada de tanto martelar
em uma forja. Luz, vinte e dois dias!
Trabalhar com ferro lhe ensinara que a pressa estragava o metal,

mas ele agira precipitadamente no início, viajando para o sul através
de acessos criados por Grady e Neald, os dois Asha'man, para onde
as pegadas haviam sido encontradas. sul novamente, na direção que
as pegadas apontavam, assim que o Asha'man pudesse criar outro
acesso. E enquanto ela roía as unhas a cada hora que eles
precisavam fazer uma pausa na criação do anterior e mantê-lo
aberto para todos passarem, sua mente estava consumida com o
pensamento de libertar Faile a todo custo. O que ele recebeu foram
dias de dor intensa enquanto os batedores se espalhavam cada vez
mais longe no deserto sem localizar o menor vestígio por que alguém
havia passado, até que ele percebeu que eles tinham que refazer
seus passos, desperdiçando dias, para cobrir o solo dos Asha'
homem os fez ponte com suas abordagens, e
procure qualquer indicação do ponto onde o Shaido mudou de
direção.
Eu deveria saber que eles iriam. Viajar para o sul os levaria a terras
mais quentes, sem a neve tão estranha aos Aiel, mas também os
aproximaria do seanchan de Ebou Dar. Ele sabia sobre o seanchan,
e deveria saber que o Aiel também saberia!
Seu objetivo era pilhagem, não combate. Dias de progresso lento,

com seanchan e batedores se espalhando à frente, dias forçaram
paradas
damane em que
irritantes,
nevascas
até que
cegaram
finalmente
até Aiel
Jondyn
Barran
encontrou uma árvore arranhada por uma carroça e Elyas

desenterrou uma lança quebrada de Aiel debaixo da neve. E
Perrin finalmente virou para o leste, no máximo dois dias ao sul de

onde ele havia viajado pela primeira vez. Ele queria uivar quando
percebeu isso, mas manteve o controle.
Não poderia desmoronar; não quando Faile dependia dele. Foi então
que ele começou a medir sua raiva, quando começou a forjá-la.
Os seqüestradores haviam se adiantado demais na pressa, mas a

partir de então ele passou a ser tão cauteloso quanto em uma forja.
Sua raiva havia sido temperada, endurecida e moldada para um
propósito.
Desde que eles pegaram a trilha Shaido novamente, eles não

pularam mais do que a distância que os batedores teriam coberto,
para frente e para trás, entre o nascer e o pôr do sol, e graças a
Deus eles foram sábios, porque o Shaido mudou. várias vezes,
ziguezagueando para a frente, quase como se não conseguissem
decidir qual caminho seguir. Ou talvez eles tenham se desviado para
se juntar a mais deles. A única coisa que tinham para guiá-los eram
trilhas não muito recentes, sinais de
acampamentos enterrados na neve, mas mesmo assim todos os
batedores concordaram que o número de Shaido havia aumentado
muito. No mínimo, devia haver dois ou três septiares juntos, talvez
mais; uma presa temível para caçar. Lenta, mas seguramente, eles
foram encurtando distâncias. Isso era o importante.
Os Shaido cobriram mais terreno em sua marcha do que ele teria

imaginado possível considerando seus números e a neve, mas eles
não pareciam se importar se alguém os estava seguindo ou não.
Talvez pensassem que ninguém se atreveria a fazê-lo. Às vezes eles
acampavam vários dias no mesmo lugar. Forje a raiva com um
propósito. Como gafanhotos humanos, os Shaido deixaram em seu
rastro cidades, aldeias e fazendas arrasadas, armazéns e qualquer
coisa de valor saqueada, homens e mulheres capturados e
arrebanhados junto com o gado. Muitas vezes não havia mais
ninguém quando eles chegavam, apenas casas vazias, pois as
pessoas que fugiam precisavam encontrar comida em outro lugar
para sobreviver até a primavera. Eles haviam entrado em Altara
atravessando o Eldar, onde antes havia uma balsa entre duas
aldeias, nas margens arborizadas do rio, usada por mascates e
fazendeiros locais, não comerciantes. Perrin não sabia como o
Shaido havia cruzado para a margem oposta, mas ele fez o
Asha'man criar acessos. Apenas os píeres de pedra em ambas as
margens restaram da balsa, e as poucas estruturas que não foram
queimadas estavam desertas, exceto por três cães selvagens
esqueléticos que fugiram ao ver os humanos.
A raiva endureceu em forma de martelo.
Na manhã do dia anterior eles chegaram a uma aldeia onde dois

punhados de pessoas atordoadas com rostos manchados olhavam
para as centenas de lanceiros e arqueiros cavalgando para fora da
floresta com
primeira luz, precedida pela Águia Vermelha de Manetheren e pela
Cabeça do Lobo Carmesim, pelas Estrelas Prateadas de Ghealdan e
pelo Açor Dourado de Mayene, e seguida por longas filas de
carroças de rodas altas e fileiras de cavalos frescos. Ao ver Gália e
os outros Aiel, essas pessoas saíram de seu estupor e correram para
as árvores em pânico. Capturar alguns deles para responder a
perguntas tinha sido difícil; eles estavam dispostos a morrer correndo
antes de deixar um Aiel chegar perto deles. Não mais do que uma
dúzia de famílias viviam em Brytan, mas o Shaido tinha levado nove
rapazes e moças, junto com todos os seus animais, apenas alguns
dias atrás. Dois dias. Um martelo era uma ferramenta com um
propósito e um objetivo.
Ele sabia que precisava ser cuidadoso ou perderia Faile para

sempre, mas cautela demais poderia levá-la a perdê-la. Mais cedo
no dia anterior, ele havia dito aos que iam na frente para explorarem
mais longe do que antes, continuassem e voltassem depois de um
dia inteiro, a menos que encontrassem o Shaido primeiro. Logo o sol
nasceria, e em poucas horas, no máximo, Elyas, Gaul e os outros
retornariam – as Donzelas e os homens de Dois Rios que podiam
rastrear uma sombra através da água. Tão rápido quanto o Shaido
se movia, os batedores podiam se mover mais rápido. Eles não
foram impedidos por famílias, carroças e cativos.
Desta vez eles poderiam dizer a ele exatamente onde os Shaido

estavam. Eles iriam. Eu tive essa sensação. A certeza corria em
suas veias. Ele encontraria Faile e a libertaria. Que antes de tudo,
mesmo viver, enquanto lhe restasse um sopro de vida para realizá-lo,
mas agora ele era um
martelo, e se houvesse uma maneira de fazer isso, de qualquer
maneira, ele pretendia esmagar esses Shaido em pedaços.
Apartando las mantas, volvió a meterse los guanteletes, recogió el

hacha que tenía en el suelo a su lado, una hoja en forma de media
luna con un afilado y pesado peto en el lado opuesto, y rodó sobre sí
mismo para salir de debajo de a carroça; ele se levantou na neve
gelada e pisoteada.
Ao redor havia fileiras de carroças no que haviam sido os campos de

Brytan. A chegada de mais estranhos, tantos e armados, e brandindo
estandartes desconhecidos, foi mais do que os sobreviventes da
aldeia foram capazes de absorver. Assim que Perrin os deixou, eles
fugiram para a floresta, levando o que podiam carregar nas costas ou
em trenós toscos. Eles fugiram tão rapidamente como se Perrin
fosse outro Shaido, sem olhar para trás por medo de serem
perseguidos.
Enquanto ele enfiava o cabo do machado no grosso laço de couro de

seu cinto, uma sombra mais densa ao lado de uma carroça próxima
ficou mais alta, silhuetada na figura de um homem encapuzado que
parecia negro no escuro. Perrin não ficou surpreso; as paliçadas de
cavalos próximas enchiam o ar com o cheiro de várias centenas de
animais de carga, montarias, cavalos frescos e parelhas de carroças,
para não mencionar o cheiro doce de esterco, mas ele ainda sentiu o
cheiro do outro ao acordar. O cheiro humano se destacou acima dos
outros. Além disso, Aram estava sempre lá quando Perrin acordava,
esperando. Uma lua minguante, baixa no céu, ainda lançava luz
suficiente para que ele pudesse distinguir o rosto do outro homem,
embora não claramente, assim como o punho da espada, encimado
por um pomo dourado, projetando-se diagonalmente acima do
ombro. Aram tinha sido um cigano, mas Perrin duvidava
que ele estaria de novo, embora ainda estivesse vestindo uma
jaqueta listrada berrante. Agora havia uma dureza no rosto de Aram
que as sombras da lua não escondiam. Seu comportamento indicava
sua prontidão para desembainhar a espada, e desde que Faile foi
sequestrado, a raiva parecia ser uma parte constante de seu cheiro.
Muita coisa mudou quando Faile foi levado. De qualquer forma,

Perrin entendeu a raiva. Ela não tinha – não realmente – antes de
Faile ser tirado dela.
"Eles querem vê-lo, Lorde Perrin", disse Aram, acenando para duas
formas escuras um pouco mais longe entre as fileiras de carroças.
As palavras saíram acompanhadas por uma baforada de vapor no ar
frio.
Eu disse a eles para deixar você dormir. “Foi uma falha de Aram,
cuidar muito dele sem ser solicitado.
Perrin cheirou o ar, separando o eflúvio daquelas duas sombras do

cheiro mascarador dos cavalos.
"Eu vou pegá-los agora." Faça com que se Vivaz , Aram.
preparem. Sua intenção era estar a cavalo antes que o resto do

acampamento acordasse. Parte disso era porque ficar parado era
algo superior a ele.
Ficar parado não atingiu o Shaido. Em parte, ele também fez isso
para evitar ter que estar na companhia de alguém enquanto podia
evitá-lo.
Ele teria saído com os batedores se os homens e mulheres que

cuidavam disso não fossem tão melhores no trabalho do que ele.
"Sim, meu senhor."
O cheiro de Aram assumiu uma espécie de aspereza enquanto ele

corria pela neve, mas Perrin mal percebeu. Apenas algo importante
tiraria Sebban Balwer de seus cobertores antes do amanhecer, e
quanto a Selande Darengil…
Mesmo com o grosso manto de Balwer, ele parecia magro, o capuz
quase cobrindo seu rosto magro. Mesmo que tivesse ficado ereto em
vez de encolher os ombros, seria trinta centímetros mais alto que o
Cairhienin, que não era alto.
Apoiando-se nos próprios braços, saltou alternadamente num pé e

no outro tentando evitar o frio que devia ter penetrado em suas
botas.
Selande, vestida com uma jaqueta e calças escuras de homem,

tentou com bastante sucesso ignorar o frio, apesar de exalar uma
nuvem de névoa a cada respiração que dava. Ela estava tremendo,
mas conseguiu se empolgar mesmo enquanto estava de pé, um lado
da capa jogado para trás, a mão enluvada no punho da espada. Seu
capuz estava puxado para trás, expondo seu cabelo curto, exceto
por um rabo de cavalo na parte de trás que estava amarrado na nuca
com uma fita escura. Selande era a líder daqueles tolos que queriam
ser uma imitação de Aiel. Aiel que carregava espadas. Seu cheiro
era espesso e suave, como geléia. Estava preocupada.
Balwer cheirava... a atenção intensa, claro que sempre era o caso,

embora nunca houvesse calor em sua intensidade, apenas
concentração.
O homenzinho magricela parou de se empinar para fazer uma

reverência rápida.
"Lady Selande tem notícias que eu acho que você deveria ouvir de
seus próprios lábios, meu senhor." A voz fina de Balwer era seca e
concisa, assim como seu dono. Soaria o mesmo com o pescoço na
costeleta do carrasco. Milady, por favor. Ele era apenas um
secretário, para Faile e ela, um tipo sensível e retraído
principalmente, e Selene era nobre, mas Balwer disse isso de uma
forma que soava mais do que apenas um pedido.
A mulher deu-lhe um olhar duro de soslaio enquanto sacudia
levemente a espada, e Perrin ficou tenso para agarrá-la. Ele
realmente não achava que ela atacaria Balwer, mas ele não tinha
muita certeza com ela ou qualquer um de seus amigos ridículos para
dar isso como certo.
Balwer apenas a observou com a cabeça inclinada para o lado, seu

cheiro transmitindo impaciência, não preocupação. Jogando a
cabeça para trás bruscamente, Selande voltou sua atenção para
Perrin.
— Vejo você, Lorde Perrin Olhos Dourados — ela começou com o

sotaque seco de Cairhien, mas, ciente de que ele tinha pouca
resistência com sua pretensa formalidade de Aiel, ela se apressou.
— Aprendi três coisas esta noite. A primeira, e menos importante, é
que Haviar informou que Masema enviou outro piloto de volta para
Amadicia ontem.
Nerion tentou segui-lo, mas o perdeu.
"Diga a Nerion que eu disse que ele não precisa seguir ninguém",
disse Perrin secamente. E para Haviar o mesmo. Eles deveriam
saber! Eles têm que observar, ouvir e relatar o que veem e ouvem,
nada mais. Me entendeu? Selande assentiu, uma pontada de medo
em seu cheiro por um instante. Com medo dele, Perrin supôs, que
ele estava bravo com ela. Olhos amarelos em um homem deixavam
algumas pessoas nervosas.
Ele tirou a mão do machado e amarrou ambos firmemente atrás das

costas.
Haviar e Nerion eram mais uma das duas dúzias de jovens

seguidores tolos de Faile, um Tearian, o segundo um Cairhienin.
Faile usara todos eles como informantes, algo que ainda irritava
Perrin por algum motivo, embora ela tivesse dito na cara dele que
espionar era assunto de sua esposa. Um homem tinha que ouvir com
atenção quando achava que sua esposa estava brincando, porque
talvez
Eu não. A ideia de espionar o deixava desconfortável, mas se Faile
os usava para isso, o marido também poderia quando necessário.
Mas só esses dois.
Masema parecia convencido de que todos, exceto os Amigos das

Trevas, estavam destinados a segui-lo mais cedo ou mais tarde,
embora pudesse ficar desconfiado se muitos deixassem o
acampamento de Perrin para se juntar a ele.
"Não chame isso de Masema, nem mesmo aqui", acrescentou

bruscamente. Há algum tempo, o homem conhecido como Masema
Dagar havia morrido e ressuscitado da sepultura como o Profeta do
Senhor Dragão Renascido, e ultimamente ele estava mais sensível
do que nunca sobre a menção de seu nome anterior.
Deslize para o lugar errado e você pode se considerar sortudo se

alguns de seus bandidos apenas açoitarem você assim que o
encontrarem sozinho.
Selande assentiu de novo, séria, e desta vez sem cheirar a medo.
Light, esses idiotas do Faile foram tão tolos que não discerniram o
que eles tinham a temer.
"Quase amanhecendo," Balwer murmurou, estremecendo e puxando

sua capa para mais perto dele. As pessoas não vão demorar a
acordar, e alguns assuntos são melhor discutidos fora de vista. Se
minha senhora, por favor, continuar... Mais uma vez, suas palavras
foram mais do que uma sugestão. Os outros lacaios de Selande e
Faile só serviram para causar problemas, Perrin entendeu, e por
alguma razão Balwer parecia estar tentando provocá-la até a morte,
mas curiosamente ela estremeceu de vergonha e murmurou um
pedido de desculpas.
A escuridão certamente estava diminuindo, percebeu Perrin, pelo

menos para seus olhos. O céu ainda parecia preto, pontilhado de
estrelas brilhantes, mas ele quase podia distinguir as cores das seis
finas listras que
cruzaram a jaqueta de Selande. Pelo menos distinguia um do outro.
Ele grunhiu para si mesmo quando percebeu que havia acordado
mais tarde do que o habitual. Ele não podia permitir que a exaustão o
dominasse, cansado como estava! Ela tinha que ouvir o relatório de
Selande — Masema enviando cavaleiros não teria incomodado a
mulher, já que ela fazia isso quase diariamente — mas ela não podia
deixar de procurar ansiosamente por Aram e.... Seus ouvidos
Vivaz
captaram
atividade os sons
nas
da
paliçadas
dos cavalos, mas ainda não havia sinal de sua autoria.
— A segunda coisa, milorde — continuou Selande — é que Haviar

viu barris de peixe e carne salgada com as marcas do Altar, muitos
deles. Ele diz que também há Altaranes entre o povo de Mas... do
Profeta. Alguns parecem artesãos, e um ou dois podem ser
comerciantes ou funcionários. De qualquer forma, pessoas
estabelecidas e respeitáveis, e algumas parecem duvidar de que
tenham tomado a decisão certa. Algumas perguntas podem revelar
de onde vêm o peixe e a carne. E
talvez aumentar o número de informantes para você.
"Eu sei de onde vêm o peixe e a carne, e você também", disse

Perrin, irritado. As mãos entrelaçadas atrás das costas se apertaram.
Ele esperava que a velocidade com que se moviam impedisse

Masema de enviar grupos de ataque para saquear. Isso é o que eles
eram, como o Shaido, se não pior.
Eles ofereciam às pessoas a chance de jurar lealdade ao Dragão
Renascido, e aqueles que recusavam, às vezes até aqueles que
simplesmente hesitavam, eram mortos com fogo e aço. De qualquer
forma, quer eles seguissem Masema ou não, aqueles que fizeram o
juramento tiveram que fazer doações generosas para apoiar a causa
do Profeta,
enquanto aqueles que morreram eram simplesmente Amigos das
Trevas e seus bens foram confiscados. Sob a lei de Masema, os
ladrões perdiam uma mão, mas nada que seus saqueadores faziam
era roubo, segundo ele.
Sob suas leis, assassinato e uma série de outros crimes mereciam o

enforcamento, mas um número considerável de seus seguidores
parecia preferir matar a fazer juramentos. Havia mais saques dessa
forma, e para alguns deles o assassinato era um passatempo
divertido antes do jantar.
"Diga a eles para ficarem longe daqueles Altaranes", continuou

Perrin. As fileiras de Masema acolhem todos os tipos de pessoas e,
mesmo que tenham dúvidas, não demorará muito para que cheiram
a fanatismo como todos os outros.
Então eles não hesitariam em estripar um vizinho, muito menos

alguém que fizesse a pergunta errada. O que eu quero saber é o que
Masema está fazendo, o que ela está planejando.
Que este homem estava tramando algo parecia óbvio. Masema

afirmou que era uma blasfêmia tocar o Poder Único, exceto Rand, e
que tudo o que ela queria era se juntar a ele no leste. Como sempre,
o pensamento de Rand foi acompanhado por um turbilhão de cores,
embora desta vez mais vívido do que o normal; no entanto, a raiva
evaporou na mente de Perrin. Blasfêmia ou não, Masema concordou
em viajar, que envolvia não apenas canalização, mas canalização de
homens. E o que quer que ele dissesse, ele tinha feito isso para ficar
no oeste o maior tempo possível, não para ajudar a resgatar Faile.
Perrin costumava confiar nas pessoas até que elas se mostrassem
indignas, mas assim que sentiu o cheiro de Masema, percebeu que o
homem era tão louco quanto um cão raivoso e ainda menos
confiável.
Ele havia pensado em como parar esse ardil, fosse o que fosse.
E como parar os assassinatos e incêndios. Masema tinha dez ou

doze mil homens, talvez mais — o sujeito era pouco comunicativo
sobre isso, e a maneira como eles acampavam, em uma bagunça
espalhada, tornava impossível contá-los — enquanto os que
seguiam Perrin eram menos. de um quarto, várias centenas de
homens. eles motoristas de carroças, carregadores e outros que
mais atrapalhariam do que ajudariam na luta; no entanto, com três
Aes Sedai e dois Asha'man, para não mencionar seis Aiel Sábios, ele
poderia parar Masema. Os Sábios e as duas Aes Sedai estariam
ansiosos para participar. Ou mais do que apenas bem arranjado, no
mínimo. Eles queriam Masema morto. No entanto, espalhar o
exército de Masema geraria centenas de gangues menores que se
espalhariam por Altara e além, ainda saqueando e matando por si
mesmos, em vez de em nome do Dragão Renascido. Interromper o
Shaido terá o mesmo resultado, pensou, afastando o pensamento de
sua mente.
Parar Masema levaria um tempo que ele não tinha. Este homem teria
que esperar até que Faile estivesse seguro. Até que os Shaido
fossem reduzidos a lascas.
"Qual é a terceira coisa que você aprendeu esta noite, Selande?" ele
perguntou bruscamente. Para sua surpresa, o cheiro de preocupação
da mulher aumentou.
"Haviar viu alguém", respondeu lentamente. Ele não me disse no

início.
Sua voz endureceu por um momento.
Tomei as medidas cabíveis para que isso não volte a acontecer. Ela
respirou fundo, parecendo lutar consigo mesma, e então deixou
escapar, "Masuri Sedai visitou Mase... o Profeta." É verdade, meu
senhor, acredite em mim!
Haviar a viu em mais de uma ocasião. Ela foge para o
acampamento, encapuzada, e
Ele caminhou da mesma forma, mas viu o rosto dela claramente
duas vezes.
Ambas as vezes ela estava acompanhada por um homem e às vezes

outra mulher. Haviar não viu o homem com clareza suficiente para ter
certeza, mas a descrição se encaixa em Rovair, o Guardião de
Masuri, e Haviar não tem dúvidas de que a outra mulher é Annoura
Sedai.
Ela ficou em silêncio, seus olhos brilhando sombriamente ao luar,

fixos nele. Luz, ela estava mais preocupada em como ele iria reagir
do que no que isso implicava!
Ele forçou seus punhos a se abrirem. Masema desprezava as Aes

Sedai tanto quanto os Amigos das Trevas; ele quase os considerava
como tal. Por que eu daria as boas-vindas a duas irmãs? Por que
eles iriam para Masema?
A opinião de Annoura sobre Masema estava escondida atrás de

mistério e conversa fiada que poderia significar qualquer coisa, mas
Masuri deixou claro que Masema tinha que ser morto como um cão
raivoso.
“Certifique-se de que Haviar e Nerion fiquem de olho na aparência

das irmãs e vejam se podem espionar um de seus encontros com
Masema.
"Haviar poderia estar errado?" Não, havia relativamente poucas

mulheres no acampamento de Masema, relativamente falando, e era
improvável que o Tearian confundisse Masuri com uma daquelas
velhas de olhos sujos.
Normalmente, o tipo de mulher que seguia Masema fazia os homens

parecerem ciganos em comparação. Mas diga-lhes para terem
cuidado. É
melhor deixar a oportunidade passar do que ser pego. Eles não vão
fazer muito bem a ninguém pendurado em uma árvore. Perrin sabia
que suas palavras eram duras e tentou suavizar sua voz. Isso lhe
custou mais desde o sequestro de Faile. Você fez bem, Selande.
"Pelo menos ele não parecia
Gritando-. Você, Haviar e Nerion. Faile ficaria orgulhoso se
soubesse.
Um sorriso iluminou o rosto da mulher, que se endireitou um pouco

mais se isso fosse possível. Orgulho, limpo e intenso, o orgulho da
realização, sobrepujou quase todos os outros aromas em seu
perfume!
“Obrigado, meu senhor. Obrigado!
Qualquer um teria pensado que ele havia lhe dado um prêmio.
Talvez sim, pensando nisso. Embora, pensando bem, Faile não se

divertisse por ela estar usando seus informantes ou mesmo sabendo
que eles existiam. Em sua época, o pensamento de Faile estar
chateado o teria deixado inquieto, mas isso foi antes de ele ouvir
sobre seus espiões. E sobre aquele pequeno negócio da Coroa
Quebrada que Elyas deixara escapar. Todos diziam que as esposas
guardam bem seus segredos, mas havia limites!
Enquanto ele ajustava sua capa sobre seus ombros estreitos Com
uma mão, Balwer levou a outra à boca e tossiu.
“Bem dito, meu senhor. Muito bem dito. Minha senhora, sem dúvida
desejará transmitir as instruções de Lorde Perrin o mais rápido
possível. Não adiantaria deixar um mal-entendido estragar tudo.
Selande assentiu sem tirar os olhos de Perrin. Ele abriu a boca, e

Perrin teve certeza de que ele queria dizer algo como se esperasse
encontrar água e sombra. Luz, água era algo que eles tinham em
abundância, mesmo que a maior parte estivesse congelada, e
naquela época do ano ninguém precisava de sombra nem no meio
do dia!
Certamente era isso que ele ia dizer, porque hesitou antes de dizer:
"A graça esteja com você, meu senhor". Se posso ser tão ousado,
Grace tem sido propícia a Lady Faile com
seu.
Perrin curvou a cabeça em agradecimento. Havia um gosto de cinza

em sua boca. Grace tinha um jeito curioso de ser propícia a Faile,
dando-lhe um marido que ainda não a tinha encontrado depois de
mais de duas semanas de busca. As Donzelas alegaram que sim,
que não seriam maltratadas, mas tinham que admitir que esses
Shaido já haviam
gai'shain
quebrado seus caminhos de centenas de maneiras diferentes.
Em sua opinião, ser sequestrado era abuso
demais. Cinzas muito amargas.
"A senhora vai se sair muito bem, milorde," Balwer murmurou, seu
olhar seguindo Selande até que ela desapareceu na escuridão entre
as carroças. Sua aprovação foi uma surpresa; ele tentou convencer
Perrin a não usar Selande e suas amigas, alegando que elas eram
cabeçudas e irresponsáveis. Ele tem o instinto necessário. Os
Cairhienins geralmente o têm, e os Thearians até certo ponto, pelo
menos os nobres, especialmente quando eles... Ele parou
abruptamente, olhando para Perrin com cautela. Se fosse outro
homem, Perrin teria pensado que ele havia falado demais, mas
duvidava que Balwer cometesse esse tipo de deslize. O cheiro do
homem permaneceu estável, não os altos e baixos de alguém se
sentindo inseguro.
Posso comentar um ou dois pontos do seu relatório, milorde?
O ranger da neve sob os cascos de um cavalo anunciou a

aproximação de Aram, conduzindo o garanhão pardo de Perrin e seu
próprio cavalo castrado cinza. Os dois animais estavam tentando
mordiscar um ao outro, e Aram os manteve bem separados, embora
não sem dificuldade. Balwar suspirou.
"Você pode dizer qualquer coisa na frente de Aram, Mestre Balwer."

afirmou Perrin.
O homenzinho inclinou a cabeça em aquiescência, mas também

suspirou novamente. Todos no acampamento sabiam que Balwer
tinha um talento especial para juntar rumores, comentários que
ouviam e coisas que as pessoas tinham feito para formar uma
imagem do que realmente aconteceu ou poderia acontecer, e o
próprio Balwer considerava isso parte de seu trabalho como
secretário, mas para alguma razão ele gostava de fingir que não
fazia tal coisa. Era uma simulação inofensiva, e Perrin geralmente
jogava junto com ela.
"Caminhe atrás de nós por um tempo, Aram", disse ele enquanto

tomava as rédeas dele. Vivaz
Tenho que falar
Balwer com
em o Mestre
particular.
O suspiro de Balwer foi tão pequeno que Perrin quase não o ouviu.
Aram ficou para trás sem dizer uma palavra quando eles começaram
a andar. A neve gelada estalou sob seus pés, mas seu cheiro voltou
a ser delicado; e vibrante. Um odor fraco e pungente. Desta vez
Perrin o reconheceu, embora não prestasse mais atenção do que de
costume. Aram tinha ciúmes de qualquer um que passasse tempo
com ele, exceto Faile. Perrin não sabia como impedir algo assim e,
de qualquer forma, ele estava tão acostumado com a possessividade
de Aram quanto com a forma como Balwer saltitava ao lado dele,
olhando para trás para ver se Aram estava perto o suficiente para
ouvir. , até que finalmente ele resolveu falar. O cheiro forte de
suspeita de Balwer, estranhamente seco e nem mesmo quente, mas
ainda assim suspeito, contrapontou o ciúme de Aram. Você não pode
mudar homens que não querem mudar.
As paliçadas dos cavalos e as carroças de suprimentos estavam
localizadas no centro do acampamento, onde os ladrões teriam
dificuldade em alcançá-los, e embora o céu ainda parecesse preto
aos olhos de quase
todos, os condutores de carroças e os carregadores, que dormiam
perto de suas cargas, já estavam acordados e enrolando seus
cobertores; alguns arranjaram abrigos feitos de galhos de pinheiro e
outros pequenos galhos de árvores recolhidos da floresta ao redor,
para o caso de serem necessários para outra noite. Fogueiras
estavam começando a ser acesas, sobre as quais foram colocadas
panelas pretas, embora houvesse pouco para comer, exceto mingau
ou feijão.
A caça contribuía com um pouco de carne de veados e coelhos,

perdizes, galinholas e afins, mas isso não somava muito com tantas
pessoas para alimentar, e eles não tinham ido a nenhum lugar para
obter suprimentos desde que cruzaram o Eldar. Uma sucessão de
reverências e murmúrios de "Bom dia, meu senhor"
e "Luz esteja com você, meu senhor" seguiu Perrin, mas os homens
e mulheres que o viram pararam de reforçar seus abrigos e alguns
começaram a desmontá-los, como se eles sentiram sua
determinação na maneira como ele andava. Eles teriam que saber
suas intenções agora. Desde o dia em que percebera o erro que
cometera, eles não passavam duas noites no mesmo lugar. Ele
retribuiu os cumprimentos sem diminuir a velocidade.
O resto do acampamento formava um círculo apertado em torno dos

cavalos e carroças, de frente para a floresta circundante, com os
homens de Dois Rios divididos em quatro grupos e os lanceiros de
Ghealdan e Mayene separados um do outro. Quem quer que viesse
contra eles, de qualquer direção, seria recebido pelos arcos longos e
cavalaria treinada de Dois Rios. Não era uma aparição inesperada
do Shaido que Perrin temia, mas Masema. O homem parecia segui-
lo humildemente; mas, além das notícias dos ataques, nove
ghealdanos e oito mayenianos haviam desaparecido nas últimas
duas semanas.
semanas, e ninguém acreditava que tivessem desertado. Antes
disso, no dia em que Faile foi sequestrado, vinte Mayenians foram
emboscados e todos foram mortos, e todos estavam convencidos de
que os perpetradores tinham sido homens de Masema. Então havia
uma paz inquieta, um tipo estranho de paz pegajosa, mas apostar
uma moeda de cobre nisso porque duraria era sempre perder aquela
moeda.
Masema fingiu não perceber que a paz estava em perigo, mas seus
seguidores pareciam se importar e, independentemente do que
Masema fingisse, eles seguiram suas diretrizes. De alguma forma,
porém, Perrin pretendia que durasse até que Faile estivesse livre.
Tornar seu acampamento uma noz muito difícil de quebrar era uma
maneira de fazer a paz durar.
Os Aiel insistiram em comer sua pequena porção do estranho bolo,

embora houvesse menos de cinquenta deles contando que serviram
gai'shain
baixas e
aos
escuras. Sábios,
As
únicas Perrin
tendas parou para
erguidas
estudar
além do
as
Aiel tendas
em todo o
acampamento foram as de Berelain e suas duas criadas, do outro

lado do acampamento, não muito longe das poucas casas de Brytan.
As infestações de moscas e piolhos os tornavam inabitáveis mesmo

para os soldados mais endurecidos que buscavam abrigo do frio, e
os estábulos eram péssimas construções em ruínas, explodindo de
ar e abrigando insetos piores do que os das casas. As Donzelas e
Gália, o único homem de Aiel que não era, estavam se encontrando
com os batedores, e as tendas de Aiel ainda estavam em silêncio,
embora a gai'shain ,
fumaça saindo de algumas das aberturas deixasse claro que o café

da manhã estava sendo preparado para eles. Uns ou servi-lo.
Annoura era a conselheira de Berelain e geralmente dividia sua
barraca, mas
gai'shain
Masuri e
Seonid se encontraria com os Sábios, talvez até ajudando-os com o
café da manhã. Eles ainda
gai'shain
estavam
fato de tentando
que os
esconder
Sábios os
consideravam aprendizes, embora todos no acampamento já

devessem saber.
Qualquer um que visse uma Aes Sedai carregando lenha ou água ou

ouvisse que uma havia sido espancada poderia entender.
As duas Aes Sedai juraram fidelidade a Rand — novamente as cores

giraram em sua cabeça em uma explosão de tons; novamente eles
desapareceram sob a raiva sempre presente, mas Edarra e os outros
Sábios foram encarregados de ficar de olho neles.
Apenas as próprias Aes Sedai sabiam o quanto seus juramentos as

prendiam ou quanto espaço de manobra elas tinham entre as
palavras, então ninguém tinha permissão para pular a menos que um
Sábio dissesse "sapo".
Seonid e Masuri haviam dito que Masema deveria ser morto como
um cão raivoso, e os Sábios não poderiam concordar mais.
Ou assim alegaram. Eles não tinham Três Juramentos que os

ligassem à verdade, embora na realidade aquele Juramento em
particular cometesse a Aes Sedai mais na forma do que na
substância. E Perrin se lembrou de um dos Sábios dizendo a ele que
Masuri achava que o cachorro louco poderia ser acorrentado.
Nada de pular, desde que um Sábio não dissesse "sapo". Era como
um quebra-cabeça de ferreiro com pontas afiadas nas peças de
metal. Ele tinha que descobrir isso, mas se cometesse um erro ao
girar, poderia cortar o dedo até o osso.
Com o canto do olho, ele viu Balwer olhando para ele, os lábios
franzidos em pensamento.
Um pássaro estudando algo desconhecido, não com medo ou Vivaz
com fome, apenas curioso. Pegou as rédeas de e

ele continuou andando tão rápido que o homenzinho teve que
alongar seus passos em pequenos saltos para alcançá-lo.
Homens de Dois Rios ocupavam o segmento do acampamento

adjacente ao Aiel, voltado para nordeste, e Perrin pensou em desviar
um pouco para o norte até onde os lanceiros de Ghealda estavam
acampados, ou para o sul até a seção de Mayen mais próxima, mas
respirando fundo, ela se forçou a conduzir seu cavalo através de
seus amigos e vizinhos. Eles estavam todos acordados, encolhidos
em suas capas, jogando os galhos restantes de seus abrigos em
fogueiras de cozinha ou cortando o resto do coelho frio da noite
anterior para adicionar ao mingau em panelas. As conversas
pararam e o cheiro de cautela ficou mais forte quando as cabeças se
ergueram para olhá-lo. As pedras de amolar pararam no meio da
passagem sobre as lâminas, depois retomaram seu sussurro
sibilante. O arco longo era a arma de sua escolha, mas todos
carregavam uma adaga grande ou uma espada curta, ou às vezes
uma espada comum, e levavam lanças e alabardas e outros bastões
longos encimados por lâminas e pontas estranhas que o Shaido não
havia pensado.
digno de seu uso, vale a pena continuar sua pilhagem.
Lanças estavam acostumadas a eles, e mãos treinadas em bastões

de luta em competições de férias não encontraram muita diferença
em nenhum dos pólos, uma vez que o peso do metal em uma
extremidade foi levado em consideração. Seus rostos mostravam
fome, cansaço e circunspecção.
Alguém soltou um grito apático de "Olhos Dourados!", mas ninguém

atendeu, algo que teria agradado a Perrin um mês antes. Muita coisa
havia mudado desde que Faile fora levado.
Seu silêncio era sombrio agora. O jovem Kenly Maerin, suas

bochechas ainda pálidas onde ele
Raspou o que era apenas uma tentativa de barba, ele evitou os olhos
de Perrin, e Jori Congar, sempre pronto para pegar cada objeto
pequeno e valioso que ela viu e beber qualquer coisa que pudesse
colocar as mãos, cuspiu com desprezo quando Perrin passou por
ela. . Ban Crawe deu-lhe um soco no ombro por isso, com força, mas
também não olhou para Perrin.
Dannil Lewin levantou-se enquanto se contorcia
do bigode grosso, que parecia ridículo sob o nariz grande.
"Alguma ordem, Lorde Perrin?"
O Magro Dannil pareceu aliviado quando Perrin balançou a cabeça e

rapidamente se sentou novamente, olhando para a panela mais
próxima como se estivesse ansioso para devorar seu mingau
matinal.
Talvez fosse assim; ninguém estava com o estômago cheio naqueles

dias, e Dannil nunca tinha comido sobras de carne. Atrás de Perrin,
Aram fez um som de desgosto muito parecido com um rosnado.
Havia outras pessoas lá além do povo de Dois Rios, mas sua atitude
não era melhor. Bem, Lamgwin Dorn, um sujeito corpulento com o
rosto cheio de cicatrizes, assentiu. Ele tinha a aparência de um
brigão de taverna, mas agora ele era seu servo pessoal quando ela
precisava de um, o que não era frequente, e talvez ela só quisesse
estar em boas relações com seu empregador. Mas Basel Gill, o
outrora gorducho estalajadeiro que Faile tomara enquanto dobrava
seus cobertores com cuidado exagerado, mantendo a cabeça calva
shambayan
abaixada, e a
, eu sei
primeira
empregada de Faile, Lini Eltring, uma mulher ossuda cujo coque
branco apertado a tornava. foi, ela se endireitou depois de mexer
uma panela, os lábios finos franzidos, e levantou a colher de pau
comprida como se quisesse afastar Perrin. Breane Taborwin, os
olhos escuros ferozes em sua pele pálida
Cairhienina deu um tapa forte no braço de Lamgwin e fez uma careta
para ele. Ela era sua companheira, embora não sua esposa, e a
segunda das três servas de Faile. Eles perseguiriam o Shaido até a
morte se precisassem, e se jogariam no pescoço de Faile quando a
encontrassem, mas apenas Lamgwin deu a ela um leve aceno de
respeito. Talvez de Jur Grady ele tivesse recebido mais deferência
— os Asha'man também foram ignorados por quem eram, e nenhum

deles demonstrou animosidade em relação a Perrin; mas apesar do
barulho das pessoas pisando na neve congelada e xingando
enquanto escorregavam, Grady ainda estava enrolado em
cobertores, roncando, sob um abrigo feito de galhos de pinheiro.
Perrin passou por seus amigos, vizinhos e criados e se sentiu
sozinho. Um homem só podia proclamar sua fidelidade muito antes
de renunciar. O
coração de sua vida estava em algum lugar a nordeste. Tudo voltaria

ao normal quando ele a trouxesse de volta.
Uma paliçada afiada de dez passos de largura circundava o

acampamento, e Perrin dirigiu-se para a extremidade da seção de
lanceiros de Ghealdan, onde os degraus haviam sido deixados em
ângulo para que os homens montados pudessem ejetar, embora
Balwer e Aram tivessem que se alinhar no outra extremidade, a
passagem estreita. No pelotão masculino de Dos Ríos, uma pessoa
a pé teria que girar e girar para passar. A borda da floresta estava a
pouco mais de cem passos de distância, um tiro fácil para a proa de
Dois Rios, e as enormes árvores ergueram bem alto o dossel. Alguns
eram desconhecidos de Perrin, mas havia pinheiros e olmos entre
eles, com cerca de três ou quatro passos de espessura na base, e
carvalhos ainda maiores. Árvores daquele tamanho matavam
qualquer planta maior que grama e arbustos pequenos que
tentassem crescer.
abaixo deles, deixando grandes espaços entre eles, mas sombras
mais escuras que a noite preenchiam esses espaços.
Era uma floresta antiga, que poderia engolir exércitos inteiros sem
deixar um único osso.
Balwer o seguiu por todo o caminho antes de decidir que estava o

mais sozinho possível com Perrin agora.
"É sobre os cavaleiros que Masema enviou, meu senhor," ele

começou, puxando sua capa mais apertada em torno de si, lançando
um olhar desconfiado para Aram, que respondeu com um olhar
gelado.
"Sim, eu sei que você acha que eles vão ver os Mantos Brancos",
disse Perrin. Ele estava ansioso para ir e ficar ainda mais longe de
seus amigos.
Ele colocou a mão que segurava as rédeas na sela, mas evitou

colocar o pé no estribo. Ele balançou a cabeça para cima e para
baixo, impaciente também. É igualmente possível que
Vivaz
Masema
para o estivesse
seanchan.
enviando mensagens
"Como você diz, meu senhor, uma possibilidade viável, é claro." No

entanto, posso sugerir novamente que a opinião de Masema sobre
as Aes Sedai é muito parecida com a dos Mantos Brancos? Na
verdade, é idêntico.
Se dependesse dele, nem uma única irmã seria deixada viva. O

ponto de vista seanchan é mais... pragmático, se é que posso
chamar assim. Menos de acordo com Masema, em qualquer caso.
“Por mais que você odeie os Mantos Brancos, Mestre Balwer, eles
não são a raiz de todo mal. E Masema já lidou com o seanchan
antes.
"Como você diz, meu senhor." O rosto de Balwer não mudou, mas o
homem cheirava a dúvida. Perrin não podia provar os encontros de
Masema com o seanchan e contar a qualquer um como ele só
descobriu.
aumentaria suas dificuldades atuais. Isso deu problemas a Balwer,
pois ele era um homem que gostava de provas. Quanto às Aes Sedai
e às Sábias, meu senhor... As Aes Sedai sempre agem como se
pensassem que sabem mais do que todos os outros, exceto talvez
outra Aes Sedai. Parece-me que os Sábios são os mesmos.
Perrin bufou, sua respiração fumegando no ar.
"Diga-me algo que eu não sei." Como por que Masuri gostaria de se
encontrar com Masema e por que os Sábios permitem isso. Eu
apostaria contra um prego de ferradura Vivaz
que
isso
ele
sem
não
sua
fez
permissão primeiro.
Annoura era outra história, mas no caso dela ela agiria por conta
própria. Parecia improvável que o fizesse por insistência de Berelain.
Ajustando a capa em volta dos ombros, Balwer olhou para além das
fileiras de estacas afiadas, em direção ao acampamento, nas tendas
Aiel, estreitando os olhos como se pudesse ver através das paredes
de lona.
"Há muitas possibilidades, meu senhor," ele disse irritado.
Para quem faz um juramento, tudo o que não é proibido é permitido,

e tudo o que não foi ordenado pode ser ignorado.
Outros realizam ações que acreditam que ajudarão seu senhor sem
primeiro pedir permissão. Aes Sedai e Sábios se enquadram em uma
dessas categorias, ao que parece; mas, como as coisas estão, dizer
mais seria especular.
“Eu poderia perguntar. A Aes Sedai não pode mentir, e se Eu a

empurro com força suficiente para que Masuri me diga a verdade.
Balwer fez uma careta como se de repente seu estômago doesse.
"Talvez, meu senhor." Pode ser. Muito provavelmente, ele lhe daria
algo que soasse verdadeiro. As Aes Sedai têm experiência nisso,
como você sabe. De qualquer forma, meu senhor, Masuri se
perguntaria como você sabia o que
pergunte, e isso poderia levá-la a Haviar e Nerion. Nas
circunstâncias atuais, quem sabe para quem ele pode contar? A
sinceridade nem sempre é o melhor caminho. Às vezes, algumas
coisas precisam ser feitas atrás de máscaras, por segurança.
"Eu lhe disse que as Aes Sedai não eram confiáveis", disse Aram
bruscamente. Eu o avisei, Lorde Perrin. Ele parou quando Perrin
levantou a mão, mas o fedor de raiva vindo do menino era tão forte
que Perrin teve que exalar para limpar seus pulmões. Uma parte dele
queria tomar aquele cheiro profundamente e deixá-lo consumi-lo.
Ele estudou Balwer cuidadosamente. Se as Aes Sedai podiam

distorcer a verdade até que não se pudesse distinguir de cima para
baixo, e eles sabiam, até onde alguém poderia confiar? Confiança
sempre foi o problema.
Ele tinha aprendido isso com lições muito difíceis. Ainda assim, ele
controlou firmemente sua raiva. Um martelo tinha que ser usado com
cuidado, e ele trabalhava em uma forja onde um erro poderia
arrancar seu coração do peito.
"As coisas mudariam se alguns dos amigos de Selande começassem

a passar mais tempo entre os Aiel?"
Afinal, eles querem ser Aiel. Isso lhes daria uma boa desculpa. E
talvez um deles pudesse fazer amizade com Berelain e seu
conselheiro.
"Seria possível, meu senhor," Balwer respondeu após uma ligeira

hesitação. O pai de Lady Medore é um Grão-Senhor da Lágrima, o
que lhe dá classificação suficiente para se aproximar do Mayene
Prime, e também uma razão. Possivelmente um ou dois dos
Cairhienin também ocupam uma posição alta o suficiente. Encontrar
aqueles que vivem entre os Aiel será ainda mais fácil.
Perry assentiu. Cuidado infinito com o martelo, por mais que se
quisesse esmagar tudo ao seu alcance.
"Então faça." Mas, Mestre Balwer, você tem tentado... me levar a

isso desde que Selande partiu.
A partir de agora, se você tiver alguma sugestão, por favor, faça-o.
Mesmo se eu disser "não" a nove seguidos, sempre ouvirei um

décimo. Não sou um homem inteligente, mas estou disposto a ouvir
as pessoas que são, e acho que você é. Mas não tente me incitar na
direção que você quer que eu vá. Não gosto disso, Mestre Balwer.
O homenzinho piscou, então, nada menos, curvou-se, as mãos

entrelaçadas na cintura. Ele cheirava surpreso. E satisfeito.
Satisfeito?
"Como você diz, meu senhor", ele respondeu. Meu antigo mestre não
gostava que eu fizesse sugestões a menos que pedisse. Não
cometerei o mesmo erro novamente, garanto.
Ele olhou para Perrin e pareceu chegar a uma decisão. Se me

permite dizer, acho que servir a você... agradável de maneiras que
eu não esperava. Você é o que parece ser, meu senhor, sem agulhas
de veneno escondidas para enredar os incautos. A visão do meu
antigo senhor era conhecida de todos, mas acho que você é
igualmente perspicaz, de uma maneira diferente.
Acho que me arrependeria de deixar o seu serviço. Qualquer homem

diria essas coisas para manter seu emprego, mas estou falando
sério.
Agulhas envenenadas? Antes de entrar em seu serviço, o emprego

anterior de Balwer tinha sido como secretário de uma nobre
murandiana que caiu em desuso e não podia mais mantê-lo em seu
posto. Murandy deve ser um lugar mais difícil do que Perrin
imaginava.
"Não vejo razão para você deixar meu serviço." Apenas me diga o
que você quer fazer e deixe-me decidir, não tente
para me empurrar E esqueça os elogios.
“Eu nunca lisonjeio, meu senhor. Mas sou hábil em me adaptar às

necessidades de meu senhor; É uma exigência da minha profissão.
O
homenzinho curvou-se novamente.
Ele nunca tinha sido tão cerimonioso. Se não tiver mais perguntas,
milorde, posso chamar Lady Medore?
Perry assentiu. Balwer curvou-se uma terceira vez enquanto

caminhava de volta, depois dirigiu-se para o acampamento, sua capa
esvoaçando atrás dele enquanto ele serpenteava entre as estacas
afiadas como um pardal saltando na neve. Ele era um cara estranho.
"Eu não confio nele," Aram murmurou, seu olhar seguindo Balwer. E
nem de Selande e aquela turma. Eles vão se aliar às Aes Sedai,
lembre-se do que eu lhe digo.
"Você tem que confiar em alguém", disse Perrin asperamente.
A questão era em quem. Ele subiu na sela e bateu os calcanhares

nos flancos do marrom. Um martelo de descanso era inútil.
6
O CHEIRO DE UM SONHO
EO ar frio parecia limpo e fresco para as narinas de Perrin enquanto

ele galopava pela floresta, a brisa carregada com o frio da neve
chutando branca. Lá fora, ele podia esquecer de velhos amigos
dispostos a Vivaz bombas
acreditar nos
sob
piores os cascos
rumores. Ele
poderia tentar esquecer Masema e as Aes Sedai e os Sábios.
No entanto, os Shaido foram soldados dentro de seu crânio como um

quebra-cabeça de ferro que não cedeu, não importa o quanto ele o
girasse. Ele queria rasgá-lo, mas isso nunca funcionou com um
quebra-cabeça de ferreiro.
Depois de um curto galope completo, ele diminuiu o passo do cavalo

com uma pontada de culpa. A escuridão sob o dossel da floresta era
profunda, e afloramentos rochosos entre as árvores altas alertavam
para outros abaixo.
a neve, uma centena de lugares onde um cavalo galopando poderia
quebrar uma perna, e isso sem contar as tocas de esquilos,
trincheiras e tocas de texugos. Não havia razão para correr riscos.
Um galope não libertaria Faile uma hora antes e, de qualquer forma,
um cavalo não conseguiria manter esse ritmo por muito tempo. A
neve estava na altura do joelho em alguns lugares onde havia se
empilhado, e no resto também era bastante profunda. No entanto,
ele foi para o nordeste. Escoteiros viriam daquela direção, com
notícias de Faile. Com notícias do Shaido de pelo menos um local.
Ele esperava isso inúmeras vezes, rezou para que fosse assim, mas
sabia que naquele dia a notícia chegaria. No entanto, saber disso
aumentou sua ansiedade. Encontrá-los foi apenas o primeiro passo
para resolver o quebra-cabeça. A raiva fez sua mente correr de uma
coisa para outra; mas o que quer que Balwer dissesse, Perrin sabia
que ele era, na melhor das hipóteses, metódico, não perspicaz, e
carente de inteligência teria de se contentar com uma reflexão
metódica. De algum modo.
Aram o alcançou, galopando seu cavalo, então freou sua caminhada,

vindo um pouco atrás e ao lado de Perrin, como um cão de caça.
Perrin o deixou. Aram nunca cheirava bem quando o tinha montado a
seu lado. O ex-cigano não disse uma palavra, mas as rajadas de ar
gelado traziam seu cheiro, um misto de raiva, suspeita e
descontentamento.
Ele estava sentado tão tenso quanto uma mola de relógio em sua
cadeira, olhando sombriamente a floresta, como se esperasse que o
Shaido surgisse de repente de trás de uma árvore.
Na verdade, quase tudo poderia estar escondido naquela folhagem

sem ser visto pela maioria dos homens. Lá onde o céu foi
vislumbrado entre o dossel do
Os topos já eram de um cinza escuro, mas por enquanto a falta de
claridade mergulhava a floresta em sombras mais escuras que a
noite e as próprias árvores pareciam imensas colunas de escuridão.
Ainda assim, até mesmo a mudança de tonalidade de uma gralha
empoleirada em um galho coberto de neve, suas penas eriçadas por
causa do frio, chamou a atenção de Perrin, assim como um
andorinhão, mais preto que escuro, erguendo cautelosamente a
cabeça em outro galho. Ele também sentiu o cheiro de ambos. Um
leve sopro de homem veio do alto, em um enorme carvalho cujos
galhos eram grossos como um pônei. Os Ghealdanos e Mayenianos
tinham suas patrulhas montadas circulando o acampamento a vários
quilômetros de distância, mas Perrin preferia confiar nos homens de
Dois Rios para vigiar nas proximidades. Ele não tinha homens
suficientes para cercar completamente o acampamento, mas eles
estavam acostumados com a floresta e com a caça que de outra
forma poderia caçá-los, bem como sentir o movimento que uma
sentinela que pensasse mais em soldados e soldados sentiria falta
da guerra.
Os gatos que desciam das montanhas à procura de ovelhas podiam

passar despercebidos a olho nu, e ursos e javalis muitas vezes
voltavam para emboscar seus perseguidores. Dos galhos a dez ou
quarenta pés acima do solo, os homens podiam ver qualquer coisa
se movendo abaixo a tempo de alarmar o acampamento e, com seus
arcos longos, conseguiam fazer com que qualquer um que tentasse
invadir sua posição pagasse caro.
No entanto, a presença das sentinelas era um fato que lhe passava

pela mente tão fugazmente quanto a gralha. Sua atenção estava
focada à frente, através das árvores e sombras, esperando o
primeiro sinal do retorno dos batedores.
Vivaz
Subitamente
ele levantou
Vaporoso
enquanto cabeça
seus
e bufou,
olhos
exalando
reviravam de
medo quando pararam de repente, enquanto o cinza de Aram

relinchou e estremeceu. Perrin inclinou-se para a frente para dar um
tapinha no pescoço do garanhão trêmulo, mas sua mão congelou no
meio do caminho quando suas narinas pegaram um leve indício de
enxofre queimando no ar, um cheiro que fez os pelos de sua nuca se
arrepiarem. Quase enxofre queimado; isso era apenas uma imitação
grosseira desse fedor. Cheirava a...
aberração, a algo que não era deste mundo. O cheiro não era fresco
— você nem poderia chamar o fedor de "fresco" — mas também não
era velho. Uma hora, talvez menos. Mais ou menos na hora em que
ele acordou, talvez. Quando ele sonhou com aquele cheiro.
"O que é, Lorde Perrin?" Aram estava tendo problemas para

controlar seu cavalo, que estava girando em círculos, lutando contra
as rédeas, tentando galopar em qualquer direção enquanto ele fugia.
Aram ainda estava puxando o freio quando ele já havia
desembainhado sua espada com o punho da cabeça do lobo. Ele
praticava com ele diariamente, por horas a fio se tivesse a chance, e
aqueles que sabiam dessas coisas diziam que era bom. Você será
capaz de distinguir um fio preto de um branco aqui, mas para mim
ainda não é dia. Não vejo absolutamente nada.
"Guarde isso", ordenou Perrin. Desnecessário. As espadas seriam

inúteis, em qualquer caso. Ele pacientemente conseguiu que o
animal trêmulo se movesse novamente, mas seguiu o rastro do mau
cheiro, examinando o chão coberto de neve. Ele conhecia aquele
fedor, e não apenas do sonho.
Não demorou muito para ele encontrar o que
Vivaz
procurava, e bufou agradecido quando Perrin o parou a alguma

distância de um afloramento de pedra cinza em forma de laje.
cerca de dois passos de largura, projetando-se para a direita.
A neve ao redor era lisa e intocada, mas a superfície rochosa

inclinada estava coberta de pegadas de cachorro, como se uma
matilha tivesse passado por ela no caminho. Nem a escuridão nem
as sombras impediram os olhos de Perrin de vê-los claramente.
Impressões maiores que a palma de sua mão, impressas na pedra
como se fosse lama. Ele deu um tapinha no pescoço novamente.
Não é à toa que o animal estava com medo.
Vivaz
“Volte para o acampamento e encontre Dannil, Aram. Diga a ele que

ordenei a todos que sejam informados de que Hounds of the Dark
One passou por aqui, talvez uma hora atrás. E guarde sua arma.
Você não gostaria de tentar derrubar um Darkhound com uma
espada, confie em mim.
"Cães do Escuro?" Aram exclamou, olhando para as sombras

profundas entre as árvores. Havia um pavor ansioso em seu cheiro
agora. A maioria dos homens teria rido disso por histórias infantis ou
contos de viajantes, mas os ciganos vagavam pelos campos e
sabiam o que podiam encontrar na natureza. Aram embainhou sua
espada na bainha em suas costas com óbvia relutância, mas
manteve a mão direita levantada, a meio caminho do punho.
Como você mata um Dark Hound? Eles podem ser mortos? "É claro
que também pode ser que ele não estivesse totalmente ciente disso."
“Fique feliz por não ter que tentar, Aram. Vá fazer o que eu disse.
Todo mundo tem que estar atento para que eles voltem, embora eu
não ache que isso vá acontecer, mas é melhor ficar atento. Perrin
lembrou-se de um confronto com um bando, e que ele havia matado
um. Ele acreditava que o havia matado depois de atingi-lo com três
parafusos. O
Shadowspawn não morreu assim. Moiraine teve que acabar com o
bando usando fogo compacto. Certifique-se de que tanto as Aes
Sedai quanto os Sábios saibam disso; e também o Asha'man.
Nenhum deles provavelmente saberia tecer fogo compacto —
eles poderiam não admitir que conheciam um tecido proibido, mesmo

que soubessem, e talvez também não soubessem — mas talvez
soubessem algo mais que pudesse funcionar.
Aram estava relutante em deixar Perrin sozinho e demorou até que

Perrin ordenou secamente que ele fosse embora; então ele se virou
e foi em direção ao acampamento deixando um rastro de cheiro para
se sentir injustiçado e magoado; como se dois homens estivessem
mais seguros do que um. Assim que Aram estava fora de vista,
Perrin dirigiu para o sul, na direção tomada pelos Hounds Vivaz
of the Dark One. Ela não queria companhia para isso, nem mesmo a
de Aram. Só porque as pessoas às vezes notavam a nitidez de sua
visão não era motivo para se gabar disso ou de seu olfato. Já havia
muitas razões para evitá-lo e não era necessário adicionar mais.
Pode ser uma coincidência que essas criaturas tenham passado tão
perto do acampamento, mas os últimos anos fizeram coincidências
despertarem sua inquietação.
Muitas vezes não eram coincidências, pelo menos o que costumava

ser entendido como tal. Essa era outra faceta de sua influência no
Padrão, uma faceta que ele poderia
ta'veran
ter dispensado.
mais
Parecia
inconvenientes do ter
que
benefícios, mesmo quando parecia agir a favor de alguém. Era

possível que o que ele favorecia em um momento pudesse se voltar
contra ele no próximo. E sempre havia outra possibilidade: ser
destaque no Padrão, e
ta'veran
alguns dos Renegados poderiam usá-lo para encontrá-lo, ou assim
lhe disseram. Talvez algum Shadowspawn pudesse também.
A trilha que ele estava seguindo devia ter quase uma hora, mas
Perrin sentiu um aperto entre as omoplatas, um formigamento no
couro cabeludo. O céu ainda estava cinza escuro quando espiava
através das copas das árvores, até mesmo para seus olhos. O sol
ainda não havia espreitado no horizonte. Exatamente aquela hora
antes do amanhecer foi um dos piores momentos para correr para a
Caçada Selvagem, quando a escuridão estava dando lugar ao dia,
mas a luz ainda não havia chegado. Pelo menos não havia
encruzilhadas por perto, nem cemitérios, mas as únicas pedras da
lareira para tocar estavam em Brytan, e ele também não sabia o
quão seguras eram aquelas cabanas. Ele fez uma anotação mental
da localização de um riacho próximo, do qual o acampamento era
abastecido com água quebrando o gelo. Tinha apenas dez ou doze
passos de largura e menos de um metro de profundidade, mas
colocar um riacho entre os Hounds e um deveria detê-los.
Claro, enfrentá-los também supostamente teria o mesmo efeito, e ele

viu os resultados de fazer tal coisa. Ele cheirou a brisa procurando
aquela velha trilha. E o vislumbre de um mais recente. Encontrar tais
seres de surpresa seria mais do que desagradável. ele sentia os
eflúvios quase tão facilmente quanto Perrin, e às vezes os
identificava mais cedo, mas toda vez que Vivaz o urso pardo mexia,
Perrin o forçava a continuar.
Havia muitas pegadas espalhadas na neve, a dos cascos dos

cavalos de patrulha que iam e vinham, o coelho e a raposa
ocasionais, mas as únicas deixadas pelos Cães do Escuro eram
onde a pedra se projetava da neve. . o cheiro de enxofre
A queimadura era mais forte naqueles lugares, mas ainda havia uma
trilha no meio para levá-lo ao próximo ponto onde havia marcas. As
enormes pegadas se sobrepunham, e era impossível dizer quantos
Hounds of the Dark One haviam passado, mas se cada pedra tinha
um degrau ou seis, a superfície de todas as que haviam passado
estava cheia de pegadas de lado a lado.
Um pacote maior do que os dez que ele tinha visto fora de Illian.
Muito maior. Era por isso que não havia lobos na área? Ele tinha
certeza de que a certeza da morte certa que sentira no sonho era
algo real, e nesse sonho ele havia sido um lobo.
Quando a trilha começou a virar para o oeste, a suspeita aumentou

dentro dele à medida que a trilha fazia uma curva.
Os Cães do Escuro haviam circundado completamente o

acampamento, passando logo ao norte por um lugar onde várias
árvores enormes estavam meio derrubadas, apoiadas pelas
adjacentes; cada um tinha um pedaço cortado ao longo do tronco
fendido. Os rastros cobriam um afloramento rochoso liso e liso como
mármore polido, exceto por uma rachadura, fina como um fio e reta
como um fio de prumo, que o dividia de um lado para o outro. Nada
resistiu a um Asha'man abrir um portão, e aqui dois foram abertos.
Um pinheiro grosso que havia caído tinha uma seção de quatro
passos de largura queimada, mas o corte das bordas queimadas
estava tão limpo como se tivesse sido feito com uma serraria. No
entanto, os Hounds of the Dark One não pareciam estar interessados
nesta evidência do One Power. A matilha não tinha parado ali mais
do que tinha parado em qualquer outro lugar, nem sequer abrandou.
ir, que Perrin podia ver. Os Cães do Escuro podiam correr mais
rápido que cavalos e por mais tempo, e havia pouca diferença de
intensidade de um lugar para outro no fedor deixado para trás. Em
dois pontos desse circuito ele seguira uma bifurcação na trilha, mas
eram apenas os lugares de onde a matilha vinha do norte e ia para o
sul.
Uma volta ao redor do acampamento, e depois a caminho do que ou

de quem quer que estivessem procurando.
Obviamente, não era ele. Talvez a matilha tenha se virado porque

eles o sentiram, sentiram alguém, mas Perrin duvidava instante em
ta'veran que
entrar no os Cães do Escuro
acampamento se
tivessem
tivessem
hesitado
ido atrás
um
dele. A
matilha que ele enfrentou há muito tempo entrou na cidade de Illian,

embora ele não tenha tentado matá-lo até mais tarde.
No entanto, os Hounds of the Dark One relatariam o que viram da

maneira como ratos e corvos fizeram? O pensamento fez sua
mandíbula apertar. Atrair a atenção do Escuro era algo que qualquer
homem em sã consciência temia; agora também poderia interferir em
seu propósito de libertar Faile. Isso o preocupava mais do que
qualquer outra coisa. Ainda assim, havia maneiras de combater o
Shadowspawn; para lutar contra o Forsaken, já colocado. Qualquer
coisa que estivesse entre ele e Faile, seja Hounds of the Dark One,
Forsaken, ou qualquer outra coisa, ele encontraria uma maneira de
contornar isso ou atravessá-lo, custasse o que custasse. Ela só
podia sentir o máximo de medo de cada vez, e todo o seu medo
estava focado em Faile. Não havia espaço para mais.
Antes de chegar ao ponto em que havia começado a busca, o ar

carregava o cheiro de homens e cavalos, penetrando no vento
gelado, e ele puxou as rédeas para
desacelere e desacelere
Vivaz
até parar completamente. Ele avistara
cinquenta ou sessenta cavalos cem passos à frente. Por fim, o sol

havia espreitado no horizonte e começava a lançar raios oblíquos
através do dossel da floresta; refletiu na neve e suavizou um pouco a
escuridão, embora ainda houvesse sombras profundas, riscadas
entre os finos raios de luz. Algumas dessas sombras os envolviam. O
pelotão montado não estava longe de onde encontraram os primeiros
rastros dos Cães do Escuro, e eles divisaram o manto verde e a
jaqueta listrada de vermelho de Aram, roupas ciganas que
contrastavam com a espada amarrada nas costas. A maioria dos
cavaleiros usava capacetes de aros vermelhos em forma de potes e
mantos escuros sobre couraças vermelhas; as longas fitas
vermelhas das lanças esvoaçavam na brisa enquanto os soldados
tentavam vigiar em todas as direções. O Prime de Mayene
frequentemente cavalgava pela manhã com uma grande escolta da
Guarda Alada.
Ele se moveu para evitar um encontro com Berelain, mas então ele
viu três mulheres altas andando entre os cavalos, seus longos xales
escuros jogados sobre suas cabeças e envolvendo a metade
superior de seus corpos; ele hesitou. Os Sábios cavalgavam quando
necessário, embora com relutância, mas caminhar uma milha ou
duas pela neve em pesadas saias de lã não era motivo suficiente
para forçá-los a cavalgar. Seonid ou Masuri estavam quase
certamente nesse grupo também, embora o Aiel parecesse gostar de
Berelain por algum motivo que ele não entendia muito bem.
Ele não pretendia se juntar aos cavaleiros, quem quer que estivesse
com eles, mas a hesitação lhe custou a chance de escapar. Um dos
Sábios, parecia a ela.
que era Carelle, uma mulher ruiva que sempre tinha uma expressão
desafiadora em seus olhos azuis - ela levantou a mão para apontar
em sua direção e todo o grupo se virou; os soldados viraram os
cavalos e espiaram por entre as árvores que os separavam, as
lanças na ponta de uma longa extensão de aço meio dobrada. Era
improvável que pudessem vê-lo claramente através das lacunas de
sombras profundas e raios brilhantes de luz do sol. Ele ficou
surpreso que o Sábio o tivesse visto, embora Aiel geralmente tivesse
uma visão muito boa.
Masuri estava lá; Ela era uma mulher magra, envolta em um manto
cor de bronze e montada em uma égua malhada. E então havia
Annoura, um pouco atrás de sua égua castanha, mas identificável
pelas dezenas de tranças saindo de seu capuz. A própria Berelain —
alta e bela, com longos cabelos negros e uma capa vermelha forrada
de pêlo preto — cavalgava à frente do grupo em um belo castrado
castanho. No entanto, uma pequena falha diminuiu a beleza da
mulher: ela não era Faile.
Outra grande falha a estragava no que dizia respeito a ele. Ele

soubera do sequestro de Faile por ela, bem como dos contatos de
Masema com o seanchan, mas quase todos no acampamento
acreditavam que ele havia dormido com ela na mesma noite em que
Faile foi sequestrado e a mulher não fez nada para corrigir tal fofoca.
Não era exatamente o tipo de boato que ele poderia pedir a ela para
negar publicamente, mas ela poderia ter dito algo, dito a suas
empregadas para refutá-lo, qualquer coisa. Pelo contrário, ela ficou
calada enquanto suas criadas sussurravam como papagaios, o que
deu combustível à história. Em Dois Rios, esse era o tipo de
reputação que, uma vez pendurada em um homem, ele não
conseguia se livrar dela.
Ele evitara Berelain desde aquela noite e agora teria se afastado
mesmo depois de ter sido visto, mas o Diretor pegou uma cesta com
alças de argola carregada pela donzela que o acompanhava - uma
mulher gorda envolta em um manto azul e dourado. alguma coisa
para os outros e levou seu castrado castanho até ele. Sozinho.
Annoura ergueu a mão e disse algo para ele, mas Berelain nem
olhou para trás. Perrin tinha certeza de que ela o seguiria aonde quer
que ele fosse, e como era, partir só faria as pessoas pensarem que
ele queria ficar sozinho com ela. Ele bateu os pés com a intenção de
se juntar a todos, por menor que fosse - e Vivaz segui-lo de volta ao
grupo, se quisesse -, mas a mulher chutou o cavalo em trote,
desconsiderando o quão difícil era o terreno. saltando sobre um
afloramento rochoso, o manto vermelho ondulando atrás dele,
interceptando-o no meio do caminho. Relutantemente, porém, ela
teve que admitir que ela era uma boa amazona. Não tão bom quanto
Faile, mas melhor que a maioria.
“Sua carranca é realmente feroz. Ele riu baixinho enquanto estava na

frente de . Pela maneira
Vivaz
como
parecia segurava
pronta
as
para
rédeas,
bloquear seu
caminho se ele tentasse contorná-la. Esta mulher não tinha um pingo

de vergonha!
Sorria e eles pensarão que estamos flertando. Ele lhe entregou a
cesta grosseiramente. Pelo menos isso deve fazer você sorrir.
Ouvi dizer que você não tomou café da manhã. Ele encolheu os
ombros. Você nem se limpou, aparentemente. Sua barba também
pode usar um corte. Um marido preocupado e um tanto desgrenhado
resgatando sua esposa faz uma figura romântica, mas ele pode não
causar uma impressão tão boa nela se parecer desalinhado.
Nenhuma mulher o perdoaria por estragar sua imagem de você.
Subitamente surpreso, Perrin pegou a cesta e colocou-a na alça alta

da cadeira, esfregando o nariz inconscientemente. Ele estava
acostumado a um certo cheiro de Berelain, geralmente o de um lobo
em caça, cuja presa ele era, mas agora ele não irradiava aquele
cheiro à espreita.
Nem a menor dica. Ela cheirava paciente como uma rocha, e

divertida, com um tom de medo. Ela certamente nunca teve medo
dele que Perrin se lembrava. E por que ele tinha que ser paciente?
E, dito fora do caminho, o que o divertiu? Um gato da montanha com
cheiro de cordeiro não poderia tê-lo desconcertado mais.
Confusa ou não, seu estômago roncou com os aromas vindos da

cesta coberta. Galinhola grelhada, a menos que estivesse errada, e
pão fresco, ainda quente. A farinha era escassa e o pão era tão raro
na dieta quanto a carne. Algunos días no comía, eso era cierto, a
veces porque se le olvidaba, y cuando se acordaba era una lata
porque tenía que aguantar el acoso de Lini y Breane o el vacío que le
hacía gente con la que había crecido, sólo para conseguir un prato
de comida. Agora, ter comida na frente de seu nariz deu água na
boca.
Seria desleal comer algo carregado por Berelain?
"Obrigado pelo pão e pela galinhola", ele disse asperamente,
"mas a última coisa que eu quero é que as pessoas pensem que

estamos flertando." E embora não seja da sua conta, lavo-me
quando posso. Não é fácil com este tempo.
Além disso, eu não cheiro pior do que todo mundo. Pior do que seu
sim, ela percebeu de repente. Não havia o menor vestígio de suor ou
sujeira sob seu leve perfume floral. Irritou-o ter notado que ela
cheirava a perfume ou que cheirava a limpeza. Parecia uma traição.
De repente, os olhos de Berelain se arregalaram, mostrando
surpresa — por quê? —, mas então ele suspirou sem perder o
sorriso, que estava começando a parecer uma careta forçada e uma
pitada de irritação misturada com seu cheiro.
"Já montei sua barraca." Eu sei que há uma bela banheira de cobre
em uma de suas carroças. Você não terá jogado isso. As pessoas
esperam que um nobre pareça nobre, Perrin, e isso inclui parecer
apresentável, mesmo que exija esforço. Há um acordo entre eles e
você.
Você deve dar a eles o que eles esperam, bem como o que eles
precisam ou querem, ou eles perderão o respeito e começarão a se
ressentir por fazer com que eles o percam. Francamente, nenhum de
nós pode permitir que você deixe uma coisa dessas acontecer.
Estamos todos longe de casa, cercados por inimigos, e acredito
firmemente que talvez você, Lorde Perrin Olhos Dourados, seja
nossa única chance de permanecer vivo para voltar para nossas
casas. Sem você, tudo vai desmoronar. E
agora sorria, porque se estamos flertando, não estamos falando de

outras coisas.
Perrin mostrou os dentes. Os Mayenianos e os Sábios os

observavam; mas, a cinquenta passos e com uma luz tão fraca,
passaria por um sorriso. Perder o respeito? Berelain tinha ajudado a
despojá-lo de qualquer respeito que os Dois Rios pudessem ter
sentido, para não mencionar os servos de Faile.
Pior ainda, Faile também lhe dera uma versão daquela palestra
sobre o dever de um nobre de dar às pessoas o que elas esperam,
em mais de uma ocasião. O que o incomodava era ouvir justamente
essa mulher ecoando sua esposa.
"Do que estamos falando, então, que você nem confia em seu
próprio povo?" ele perguntou.
O rosto de Berelain permaneceu relaxado e sorridente, mas a
corrente de medo em seu cheiro se intensificou. Não havia pânico
chegando, mas ele se sentia em perigo. Mãos enluvadas agarraram
as rédeas com muita força.
"Eu tive meus farejadores bisbilhotando o acampamento de Masema,

fazendo 'amigos'. Não funciona tão bem quanto ter informantes lá,
mas eles pegaram vinho que supostamente foi roubado de mim e
aprenderam algumas coisas ouvindo. Ela olhou para ele intrigada por
um momento, sua cabeça inclinada para um lado.
Luz! Ele sabia que Faile usava Selande e aqueles outros idiotas
como espiões; Mas se tivesse sido ela quem lhe dissera!
Certamente Gendar e Santes, seus farejadores, tinham visto Haviar

e Nerion no acampamento de Masema. Balwer teria de ser avisado
antes de jogar Medore em cima de Berelain e Annoura. Uma boa
bagunça seria montada com isso. Vendo que ele não disse nada, a
mulher continuou.
"Coloquei algo naquela cesta além de pão e galinhola." Um...
documento que Santes encontrou ontem cedo, trancado na

escrivaninha de Masema. O próprio tolo não pode ver uma fechadura
sem querer saber o que ela esconde. Se ele não conseguia parar de
vasculhar o que Masema trancou, ele deveria ter memorizado isso
em vez de tirá-lo, mas o que está feito está feito. Não vá lê-lo onde
eles possam vê-lo depois do que me custou organizar tudo isso para
manter isso em segredo! ela acrescentou asperamente quando ele
começou a levantar a tampa da cesta, revelando um pacote
embrulhado em pano, e o cheiro de ave assada e pão quente
permeava o ar. eu vi o
Homens Masema seguem você acima. Eles podem estar espionando
agora!
"Eu não sou um idiota", ele rosnou.
Ele sabia que Masema o mantinha sob vigilância. A maioria dos

seguidores do homem era gente da cidade, e a maioria do resto era
tão desajeitada na floresta que até uma criança de dez anos de Dois
Rios teria vergonha deles. O que não significava que um ou dois não
estivessem escondidos em algum lugar nas árvores, perto o
suficiente para espiar das sombras. Eles sempre mantinham
distância, pois por causa de seus olhos dourados eles achavam que
ele era algum tipo de Cria das Sombras meio manso, então ele
raramente detectava seus cheiros; além disso, naquela manhã sua
mente estava ocupada com outras coisas.
Ele empurrou o pano para o lado e viu uma galinhola quase tão
grande quanto uma galinha de bom tamanho, sua pele dourada e
crocante. Ele arrancou uma das coxas da ave ao enfiar a mão
embaixo do embrulho e tirou uma folha de papel grosso de cor
creme, dobrada em quatro. Não se importando que ficasse graxa,
desdobrou o lençol sobre o pássaro, não sem alguma dificuldade
porque estava de luvas, e leu enquanto mordiscava a coxa. Para
quem assistisse, parecia que ele estava estudando em qual parte da
galinhola ele iria afundar os dentes em seguida. Um grosso selo de
cera verde, quebrado de um lado, estava impresso com o que
parecia a Perrin como três mãos, todas com o indicador e o dedo
mínimo levantados e o resto dobrado. As letras, em caligrafia fluida,
estavam escritas de forma estranha, algumas irreconhecíveis, mas o
texto podia ser lido com um pouco de esforço.
“O portador disso está sob minha proteção pessoal. Em nome da
imperatriz, que ela viva para sempre, dê a ela tudo o que ela precisa
em seu serviço ao império e não fale disso para ninguém além de
mim.
»Pelo seu selo
Suroth Sabelle Meldarath
de Asinbayar e Barsabba
Augusta Lady».
"A imperatriz", Perrin sussurrou suavemente, suave como o ferro

roçando a seda. Confirmação das relações de Masema com o
seanchan, embora ele não precisasse de nenhuma. Não era o tipo
de história sobre a qual Berelain mentiria para ele. Suroth Sabelle
Meldarath tinha que ser alguém importante para entregar esse tipo
de documento. Isso vai acabar com ele assim que Santes
testemunhar onde ele o encontrou. "Em seu serviço ao império?"
Masema sabia que Rand havia lutado contra o seanchan!
O arco-íris explodiu dentro de sua cabeça e depois desapareceu.
Aquele homem era um traidor!
Berelain riu como se tivesse dito algo espirituoso, mas agora era
óbvio que seu sorriso foi forçado.
“Santes me disse que ninguém o viu na agitação de montar

acampamento, então deixei ele e Gendar voltar com meu último
barril de bom vinho Tunaighan.
Ele os esperava de volta uma hora depois do anoitecer, mas nenhum

deles voltou. Eu acho que eles podem estar dormindo fora da farra,
mas eles nunca...
Ela parou com um som assustado, olhando para ele, e então Perrin
percebeu que ela havia inadvertidamente mordido o osso da coxa
dele em dois.
"Estou com mais fome do que pensava," ele resmungou.
Ele cuspiu os pedaços de osso na palma da luva e os jogou no chão.

É mais seguro presumir que Masema sabe que isso está em sua
posse. Espero que você tenha uma grande escolta ao seu redor o
tempo todo, não apenas quando estiver cavalgando.
"Gallenne colocou cinquenta homens dormindo ao redor da minha

barraca ontem à noite", ele respondeu, ainda olhando para ele, e
Perrin suspirou.
Qualquer um teria pensado que ele nunca tinha visto ninguém

morder um osso.
"O que Annoura disse a você?"
— Ela queria que eu entregasse para ela destruir, para que, se me

pedissem, eu pudesse dizer que não tinha e que não sabia onde
estava, e ela ratificasse. Duvido que isso satisfaça Masema, no
entanto.
"Não, eu duvido que ele se contentaria com isso." E Annoura tinha

que saber disso também. As Aes Sedai podiam ser teimosas ou até
mesmo tolas de vez em quando, mas nunca eram estúpidas. Ele lhe
disse que iria destruí-lo ou que se você desse a ele ele poderia
destruí-lo?
Berelain franziu a testa pensativamente e levou um longo tempo.
alguns segundos para responder.
"Que iria destruí-lo." O cavalo chutou impaciente, mas a mulher o

controlou sem esforço e sem prestar atenção. "Não consigo pensar
no que mais eu gostaria disso", acrescentou depois de uma pausa.
Masema não me parece alguém que se deixe persuadir por...
pressão. “O que eu quis dizer foi chantagem. Nem podia Perrin
imaginar Masema sentado de braços cruzados com isso.
Especialmente se a chantagem vier de uma Aes Sedai.
Escondendo seus movimentos fingindo arrancar a outra coxa do
pássaro, ele conseguiu dobrar a
papel e guarde-o em uma manga; a manopla o impediria de cair.
Ainda era um teste. Mas de que?
Como esse homem poderia ser um fanático do Dragon Reborn e um

traidor?
Ele teria retirado o documento de...? A quem? Algum colaborador

que ele havia capturado? E por que ele a trancaria se não fosse por
ele? Ele havia se encontrado com Seanchan. Como ele pretendia
usá-lo? Quem sabe o que um homem com esse papel poderia exigir.
Perry suspirou profundamente. Muitas perguntas e nenhuma
resposta. As respostas exigiam uma mente mais ágil que a dele.
Talvez Balwer tivesse alguma noção sobre isso.
Tendo provado a comida, seu estômago o impeliu a devorar a coxa

em sua mão e o resto do pássaro também, mas Perrin fechou a
tampa da cesta com firmeza e tentou dar uma mordida medida.
Havia uma coisa que ele poderia descobrir por si mesmo.
"O que mais Annoura disse sobre Masema?"
"Nada, além do fato de que é perigoso e que eu deveria evitá-lo,

como se eu não soubesse muito bem." Ele não gosta dele e não
gosta de falar sobre ele. Houve outra breve pausa, e então ele
acrescentou: "Por quê?" “O diretor Mayene estava acostumado a
intrigas políticas e sabia ler nas entrelinhas.
Perrin deu outra mordida para se dar algum tempo enquanto

mastigava e engolia. Ele, por outro lado, não estava acostumado a
intrigas, mas tinha sido exposto o suficiente para saber que revelar
demais poderia ser perigoso. E
também revelando muito pouco, o que quer que Balwer dissesse.
“Annoura tem se encontrado com Masema em
segredo. E também Masuri.

O sorriso forçado de Berelain não desapareceu, mas o alarme
aumentou de seu cheiro. Ele começou a se virar na cadeira como se
estivesse olhando para as duas Aes Sedai, mas se conteve. Ele
lambeu os lábios.
"As Aes Sedai sempre têm seus motivos", disse ele simplesmente.
Uau, ela se preocupou com a reunião do conselheiro com Masema

ou com ele sabendo disso ou...? Perrin odiava todas essas
complicações. Eles eram um obstáculo no caminho do que realmente
importava. Leve, ele havia comido a segunda coxa! Esperando que
Berelain não notasse, ele jogou os ossos fora às pressas. Seu
estômago roncou por mais.
Os soldados do Prime mantiveram distância, mas Aram havia

encurtado a distância um pouco, inclinando-se para frente para
espiá-los através das árvores. Os Sábios ainda estavam de pé ao
lado e conversando entre si, aparentemente inconscientes de que
estavam com neve até os tornozelos ou que o vento gelado havia
soprado e sacudido as pontas de seus xales. De vez em quando, um
dos três também olhava para Perrin e Berelain. O conceito de
intimidade pessoal nunca impediu uma Sábia de meter o nariz no
que queria, quando queria. Nisso eram como as Aes Sedai. Masuri e
Annoura também os observavam, embora parecessem manter
distância um do outro. Perrin teria apostado que, se os Sábios não
estivessem lá, as duas irmãs teriam usado o Poder Único para ouvir
o que estavam falando. Os Sábios provavelmente também sabiam
como fazê-lo; e permitiu que Masuri visitasse Masema. Alguma das
duas Aes Sedai mostraria os dentes se visse os Sábios ouvindo com
o Poder?
Annoura parecia tão cautelosa com os Sábios quanto ela.

A própria Masuri. Luz, ele não tinha tempo para essa bagunça
espinhosa! Mas ele não tinha escolha a não ser viver no meio de tal
matagal.
"Acho que eles têm o suficiente para bater na língua", disse ele. Nem
era que eles precisavam de mais do que tinham antes.
Ela enfiou as alças da cesta na maçaneta da cadeira e clicou nas

Vivaz
laterais. Comer um pássaro não podia ser desleal.
Berelain não o seguiu imediatamente, mas antes que ele chegasse

onde esperava, Aram o alcançou e se moveu ao lado dele.
"Vou descobrir o que Annoura está fazendo", disse ele com

determinação, olhando para frente. Havia uma expressão dura em
seus olhos.
Perrin teria pena de Annoura se não fosse pelo fato de que ele
mesmo estava disposto a obter respostas certas ou erradas dele.
Na verdade, as Aes Sedai raramente precisavam de compaixão e

raramente respondiam ao que não queriam responder. Um instante
depois, Berelain era todo sorrisos e jovialidade novamente, embora o
cheiro de determinação ainda estivesse em seu cheiro, quase
superando o cheiro de medo.
“O jovem Aram tem nos contado tudo sobre Heart Venom vagando
por essas florestas com a Caçada Selvagem, Lorde Perrin. Você
acha que pode ser verdade?
Lembro-me de ouvir essas histórias no berçário. Sua voz soou

inconsequente e divertida, alta o suficiente para os outros ouvirem.
As bochechas de Aram ficaram vermelhas e alguns dos homens

atrás dele riram.
A risada deles foi interrompida quando Perrin lhes mostrou as
pegadas.
marcado na pedra lisa em forma de laje.

7
O QUEBRA-CABEÇA DO FERREIRO
CQuando o riso morreu, Aram sorriu presunçosamente, e sem o

medo que ele exalou antes em seu cheiro. Parecia que ele próprio
havia seguido a trilha e que já sabia o quanto havia para saber sobre
o assunto.
Ninguém, no entanto, prestou atenção em sua carranca ou em

qualquer outra coisa além das enormes pegadas de cachorro
gravadas na pedra, ou mesmo na explicação de Perrin de que os
Cães do Escuro haviam desaparecido há muito tempo. Claro, ele não
iria dizer a eles como ele sabia disso, mas ninguém parecia notar o
detalhe. Um dos fachos oblíquos da luz da manhã caiu diretamente
sobre a pedra lisa e cinzenta, iluminando-a perfeitamente. ele havia
se acostumado com o fedor de enxofre queimado - pelo Vivaz
menos ele apenas
para trás bufou
-,
mas empurrou
os outros
as orelhas
cavalos
Eles recuaram assustados da pedra inclinada. Nenhum dos
humanos, exceto Perrin, detectou o fedor, então a maioria
resmungou com o comportamento indisciplinado das montarias; eles
olhavam para a pedra e as estranhas marcas como se fosse uma
curiosidade em exibição em um show itinerante.
A gorda criada de Berelain gritou quando viu os rastros e cambaleou

a ponto de cair de sua égua gordinha e agitada, mas o diretor
apenas pediu a Annoura distraidamente para atendê-la enquanto ela
olhava para as marcas tão inexpressivamente, como se fosse Aes
Sedai. Ainda assim, suas mãos apertaram as rédeas até que o couro
de suas luvas se apertou sobre seus dedos. Bertain Gallenne, major
da Guarda Alada, com seu capacete vermelho com asas em relevo e
encimado por três belas plumas escarlates, estava no comando da
escolta de Berelain naquela manhã, e forçou o alto cavalo castrado
preto que ele montava a descer. depois desceu da sela para a neve
profunda, tirou o elmo e fez uma careta para a rocha lisa com o único
olho. Um remendo de couro escarlate cobria a órbita vazia do outro;
a alça apertava seus cabelos grisalhos na altura dos ombros. Sua
careta denotava que ele esperava problemas, mas ele era um
daqueles que sempre viam a pior possibilidade primeiro. Perrin
supôs que em um soldado isso era melhor do que nem sempre ver o
melhor.
Masuri desmontou também, mas assim que atingiu o chão parou,

segurando as rédeas de sua égua malhada, e lançou um olhar
incerto para o Aiel. Alguns dos soldados Mayenianos murmuraram
inquietos ao perceberem o detalhe, embora já deveriam estar
acostumados com isso agora. Annoura cobriu ainda mais o rosto
com o capuz como se não quisesse ver o
balançou e deu uma sacudida forte no servo de Berelain; a mulher
olhou para ela atordoada e surpresa. Por outro lado, Masuri
esperava ao lado de sua égua com uma atitude paciente que só
estragou o gesto aparentemente inconsciente de alisar a saia de seu
hábito de montaria de seda. As Sábias trocaram um olhar em
silêncio, seus rostos tão impassíveis quanto as irmãs.
Carelle estava de um lado de Nevarin, uma mulher magricela de

olhos verdes, e Marline do outro lado, esta de olhos azuis
crepusculares e cabelos pretos, apenas parcialmente cobertos pelo
xale, ocorrência rara no Aiel. Todos os três eram altos, tão altos
quanto alguns homens, e nenhum parecia ser mais do que alguns
anos mais velho que o próprio Perrin, mas eles não teriam alcançado
essa atitude de autoconfiança calma sem serem mais velhos do que
seus rostos sugeriam.
Apesar dos longos colares e pesadas pulseiras de ouro e marfim que

usavam, as saias e xales escuros e cheios, também escuros e quase
cobrindo as blusas brancas, eram roupas de fazenda, mas não havia
dúvida de quem tinha a vantagem. Aes Sedai.
Verdade seja dita, o que às vezes parecia menos claro era quem
estava no comando, eles ou Perrin.
Nevarin finalmente assentiu, dando-lhe um sorriso caloroso e

aprovador. Perrin nunca a vira sorrir. Não que Nevarin ficasse
carrancudo, mas geralmente parecia estar procurando alguém para
repreender.
Foi só quando esse aceno de cabeça veio que Masuri entregou as

rédeas a um dos soldados. Seu Guardião estava longe de ser visto,
e sua ausência deve ter sido obra dos Sábios, já que Rovair estava
sempre agarrado a ela como um estreptococo. A irmã arregaçou a
saia e caminhou pela neve, que era mais espessa.
profundamente ao redor da pedra que ele se aproximou. Lá ele
começou a passar as mãos sobre as impressões, obviamente
canalizando, embora nada tenha acontecido a olho nu que Perrin
pudesse apreciar. Os Sábios a observavam atentamente; Claro, os
tecidos de Masuri tinham que ser visíveis para eles. De sua parte,
Annoura não demonstrou interesse. As pontas das tranças da Irmã
Cinzenta balançaram quando a mulher balançou a cabeça sob o
capuz, ao que ela empurrou sua égua junto com a da donzela, fora
da linha de visão dos Sábios, embora fazendo isso ele estivesse
mais longe de Berelain, e um teria adivinhado que Berelain exigiria
seu conselho naquele momento. Annoura realmente evitou os Sábios
tanto quanto possível.
"Contos para o amor do fogo que andam", ele murmurou Gallenne

enquanto empurrava o castrado para longe da pedra e olhava de
soslaio para Masuri. Ele respeitava as Aes Sedai, mas poucos
homens queriam estar perto de uma ao canalizar.
Embora eu não saiba por que estou surpreso depois de tudo que vi
desde que deixei Mayene. Concentrando-se nas pegadas, Masuri
não pareceu notá-lo.
Houve alguma agitação entre os lanceiros montados, como se eles

realmente não tivessem acreditado em seus próprios olhos até que
seu comandante confirmasse, e alguns deles começaram a cheirar a
medo agitado, como se esperassem que os Cães do Escuro
aparecessem. do nada, de repente das sombras. Perrin não
conseguia distinguir aromas individuais entre tantos, mas o medo
fedorento era tão forte que tinha que vir de muitos, não apenas de
alguns.
Gallenne pareceu sentir o cheiro de Perrin; ele tinha seus defeitos,

mas liderava soldados há muito tempo.
Ele pendurou o capacete no longo punho de sua espada e sorriu. O
tapa-olho deu à careta um ar macabro, o de um homem que viu uma
piada com a morte à sua frente e torceu para que os outros também
vissem.
"Se os Black Dogs nos incomodarem, vamos salgar seus ouvidos",

ele anunciou em voz alta e alegremente. É o que você faz nas
histórias, certo?
O sal é derramado em seus ouvidos e eles desaparecem. Alguns dos

lanceiros riram, embora o fedor do medo não tenha diminuído
apreciavelmente.
As histórias relacionadas ao amor ao fogo eram uma coisa, e outra

bem diferente que essas mesmas histórias andavam em carne e
osso.
Gallenne dirigiu seu corcel preto em direção a Berelain e colocou a

mão enluvada no pescoço da castanha. Ela lançou a Perrin um olhar
pensativo, que Perrin manteve impassível, recusando-se a entender
a dica. O que quer que ela tenha a dizer, diga na frente de Aram e
dele. Gallen suspirou.
“Eles manterão sua coragem, minha senhora,” ele assegurou

calmamente,
“mas a verdade é que nossa posição é precária, com inimigos por

toda parte e suprimentos acabando.
Shadowspawn só vai piorar as coisas. Meu dever é com você e

Mayene, minha senhora. E com todo o respeito a Lorde Perrin, você
pode querer mudar seus planos.
A raiva ferveu dentro de Perrin. Aquele homem abandonaria Faile!

Mas Berelain falou antes que ele tivesse tempo de sugerir.
“Não haverá mudanças, Lord Gallenne. Às vezes era fácil esquecer

que ela era uma governante, pequena como Mayene era, mas havia
um timbre real em sua voz que seria adequado para a rainha de
Andor. De costas retas, a mulher fez a sela parecer um trono, e ela
falou alto o suficiente para que todos ouvissem sua decisão e firme o
suficiente para que eles entendessem.
que já foi levado. Se estivermos cercados por inimigos, seguir em
frente é tão seguro quanto voltar ou desviar. No entanto, mesmo que
voltar ou desviar fosse dez vezes mais seguro, ele ainda seguiria em
frente. Minha intenção é garantir a libertação de Lady Faile, mesmo
que tenhamos que lutar contra mil Hounds of the Dark One e Trollocs
também. Eu jurei fazê-lo!
Um rugido de aplausos respondeu a ele, enquanto os soldados da

Guarda Alada gritavam e agitavam suas lanças no ar, fitas vermelhas
esvoaçando. O cheiro de medo permanecia, mas a atitude deles era
de estarem dispostos a abrir caminho através de qualquer número de
Trollocs em vez de cair em descrédito aos olhos de Berelain.
Gallenne os comandava, mas eles gostavam mais de seu líder,
apesar de sua reputação entre os homens. Ou talvez justamente por
isso, em parte. Berelain havia impedido Tear de engolir Mayene
colocando um homem que a achava bonita contra outro. De sua
parte, Perrin achou difícil não suspirar de surpresa. Sua voz soava
tão determinada quanto ele!
Ele cheirava a resolução! Gallenne inclinou a cabeça grisalha em

aceitação contra sua vontade, e Berelain deu um pequeno aceno de
cabeça satisfeito antes de voltar sua atenção para a Aes Sedai
parada ao lado da pedra.
Masuri havia parado de passar as mãos sobre ele e estava olhando

para as impressões, batendo o lábio pensativamente com um dedo.
Ela era uma mulher bonita sem ser bonita, embora parte disso
pudesse ser devido ao seu status de Aes Sedai.
Muitas vezes era difícil distinguir uma irmã nascida em uma fazenda
onde os frutos tinham que ser meticulosamente colhidos do chão de
uma nascida em um palácio esplêndido. Perrin a tinha visto
corada e zangada, exausta e prestes a não aguentar mais, mas
apesar das dificuldades da viagem e da vida nas tendas de Aiel,
seus cabelos e roupas escuros pareciam ter uma empregada para
cuidar dela.
Poderia ter sido encontrado em uma biblioteca.
"O que você descobriu, Masuri?" perguntou Berelain.
Masuri, se você me fizer um favor. Masuri!
Ele falou o nome secamente, e a Aes Sedai deu um pulo como se

estivesse surpresa ao descobrir que não estava sozinha.
Possivelmente ele se assustou; em muitos aspectos, ela parecia

mais com a Ajah Verde do que com a Marrom, mais focada na ação
do que na contemplação, direta e nunca vaga, mas capaz de se
perder completamente em qualquer coisa que despertasse seu
interesse. Ela juntou as mãos na cintura e abriu a boca, mas em vez
de falar hesitou e lançou um olhar interrogativo para os Sábios.
"Fale, moça," Nevarin pediu impacientemente, colocando as mãos

nos quadris em meio a um tilintar de pulseiras. A carranca a fez
parecer mais severa do que o normal, mas nenhuma das expressões
dos outros Sábios também foi mais aprovadora. Três carrancas
seguidas como três corvos de olhos claros empoleirados em uma
cerca. Não estamos deixando você exercitar sua curiosidade
simplesmente. Diga o que for. Conte-nos o que você descobriu.
As bochechas de Masuri ficaram vermelhas, mas a irmã falou

imediatamente, os olhos fixos em Berelain. Ele não gostava de ser
chamado em público, embora todos soubessem de seu
relacionamento com os Sábios.
Relativamente pouco se sabe sobre os Hounds of the Dark One, mas

estudei algo sobre eles, mas pouco. Ao longo dos anos eu tropecei
na trilha
de sete rebanhos, cinco deles em duas ocasiões e três vezes os
outros dois. A vermelhidão começou a desaparecer de sua pele e
gradualmente seu tom soava como se ela estivesse dando uma
palestra. Alguns historiadores antigos dizem que há apenas sete
rebanhos, outros que há nove, ou treze, ou qualquer outro número
que considerem de especial importância; mas, durante a Guerra dos
Trollocs, Sorelana Alsahhan escreveu sobre "as cem matilhas de
cães das sombras que caçavam à noite", e, ainda antes, Ivonell
Bharatiya supostamente escreveu sobre
"cães gerados pelas sombras tão numerosos que superaram os

pesadelos da humanidade. Embora, para dizer a verdade, esses
escritos possam ser apócrifos. De qualquer forma, ele...” Ele
gesticulou, como se tentasse encontrar uma palavra. "Cheiro"
não seria o termo correto, nem "gosto". A percepção de cada pacote

é única, e posso dizer com certeza que nunca encontrei este antes,
por isso sabemos que o número sete está errado. Se o número
correto é nove ou treze ou qualquer outra coisa, as histórias dos
Cães do Escuro são muito mais comuns do que os próprios
Darklings, e aqui, bem ao sul da Praga, suas supostas aparições são
extremamente raras. Outra coisa incomum é que pode haver até
cinquenta feras neste pacote.
Dez ou doze é o limite usual. Uma máxima útil: duas singularidades

combinadas requerem atenção rigorosa.
Ele fez uma pausa com um dedo levantado para enfatizar o último;
então ele assentiu quando pensou que Berelain o havia pegado e
apertou as mãos novamente.
Uma rajada de ar soprou seu manto marrom-amarelado sobre um

ombro, mas a irmã não pareceu notar.
“Sempre há um senso de urgência na trilha dos Hounds of the Dark
One, mas isso varia dependendo de vários fatores e não tenho
certeza de todos eles. Essa trilha tinha uma forte justaposição de…
Poderia ser chamada de
“impaciência”, mas não é forte o suficiente; É como chamar uma

facada de
'picada', mas terá que servir. Não importa o que as histórias digam...
A propósito, Lord Gallenne, o sal não faz mal aos Cães do Escuro.
Então ela não estava tão absorta em pensamentos, afinal. O que
quer que os contos digam, eles nunca caçam aleatoriamente,
embora eles matem se surgir a oportunidade e você não interfira em
sua perseguição. Para eles, a caça é primordial. Sua presa é sempre
importante para a Sombra, mesmo que às vezes não entendamos o
porquê. Eles são conhecidos por passar por cima dos grandes e
poderosos para matar um simples fazendeiro ou artesão, ou entrar
em uma cidade ou vila e sair sem matar, embora obviamente tenham
ido por algum motivo. Minha primeira ideia do que os trouxe aqui
devo descartar, pois eles seguiram sua partida. Seu olhar disparou
sobre Perrin, tão rápido que Perrin duvidou que alguém mais tivesse
notado. Em vista disso, acho que eles não vão voltar. Ah sim, e eles
se foram por uma hora ou mais. Receio que seja tudo o que lhe
posso dizer.
Nevarin e os outros Sábios assentiram com aprovação quando ele

terminou; um leve tom rosado tingiu as bochechas de Masuri
novamente, embora tenha desaparecido rapidamente quando ela
assumiu a máscara de serenidade da Aes Sedai. Uma rajada de ar
levou seu cheiro até Perrin, surpreso e satisfeito; e irritado para se
entregar.
"Obrigado, Masuri Sedai", disse Berelain, inclinando ligeiramente a

cabeça, ao que a irmã
Ele respondeu com um gesto semelhante. Você nos deu
tranquilidade.
O cheiro de medo entre os soldados realmente começou a

desaparecer, embora Perrin tenha ouvido Gallenne murmurar
baixinho:
O ouvido aguçado de Perrin captou algo mais entre o bater dos

cascos dos cavalos e a risada baixa e aliviada dos homens.
O chilrear de um chapim azul soou ao sul, fora do alcance de

qualquer pessoa ali, seguido imediatamente pelo grito estridente de
uma pega. Outro chapim azul chamou, mais perto, seguido mais uma
vez pela pega, e os dois sons se repetiram uma terceira vez, ainda
mais perto. Podia haver chapim-azul e pega em Altara, mas Perrin
sabia que os pássaros que ouvira carregavam arcos longos de Dois
Rios. O chamado do chapim azul significava que os homens estavam
se aproximando, mais do que alguns e talvez hostis. Por outro lado,
a pega, que algumas pessoas chamam de pássaro ladrão em casa
por causa de seu hábito de roubar objetos brilhantes...
Perrin passou o polegar pela ponta do machado, mas esperou os

próximos dois chamados, perto o suficiente para que os outros
pudessem ouvi-los.
"Você ouviu isso?" ele disse, olhando para o sul como se tivesse
acabado de ouvir. Minhas sentinelas localizaram Masema. Suas
palavras trouxeram atenção, escutando, e vários homens assentiram
enquanto as chamadas se aproximavam ainda mais. Está vindo por
aqui.
Murmurando maldições, Gallenne colocou seu capacete e montou.

Annoura pegou as rédeas e Masuri começou a refazer seus passos
pela neve, em direção a sua égua malhada. Os lanceiros se
ajeitaram em suas cadeiras e começaram a exalar
para raiva, bem novamente misturado com medo. Para eles,
Masema tinha uma dívida de sangue com a Guarda Alada, mas
ninguém estava disposto a cobrar com apenas cinquenta homens,
especialmente quando Masema sempre era apoiado por cem.
"Eu não estou fugindo dele", anunciou Berelain, olhando para o sul,
seu rosto frio e sombrio. Te esperamos aqui.
Gallenne abriu a boca e tornou a fechá-la sem dizer uma palavra;

para ela, pelo menos. Ele inalou profundamente e começou a berrar
ordens, desdobrando seus homens; fazer isso não foi uma tarefa
fácil. Embora os espaços entre as árvores fossem largos, uma
floresta não era o lugar ideal para lanceiros.
Qualquer carga se quebraria desde o início, e espetar um homem

com uma lança era difícil quando ele podia se esconder atrás de um
tronco de árvore e sair pelas costas. Gallenne tentou alinhá-los na
frente de Berelain, colocando-se entre ela e os homens que se
aproximavam, mas a mulher deu-lhe um olhar penetrante e o major
mudou de ordem, alinhando os lanceiros em uma única linha sinuosa
que se projetava ao redor dos enormes enxames de os enxames,
troncos, mas centrados nele. Gallenne enviou um soldado de volta
ao acampamento e o guarda galopou, agachado na sela e a lança
abaixada como se estivesse atacando, o mais rápido que podia,
apesar da neve e do terreno irregular. Berelain ergueu uma
sobrancelha ao ouvir isso, mas não disse nada.
Annoura começou a conduzir sua égua castanha em direção a

Berelain, mas parou quando Masuri a chamou. A Irmã Brown havia
alcançado sua égua malhada, mas ela ainda estava parada na neve,
cercada pelos Sábios, que eram altos o suficiente para não
parecerem uma mulher adulta em comparação. Annoura hesitou até
que Masuri a chamou de volta.
novamente, mais urgente desta vez, e Perrin pensou tê-la ouvido
suspirar profundamente antes de caminhar até eles e desmontar.
O que quer que o Aiel tivesse a dizer - tão baixinho que Perrin não
podia ouvi-los, agrupados na frente de Annoura com suas cabeças
inclinadas perto dela - a irmã Tarabonese não gostou.
Seu rosto ainda estava escondido sob o capuz, mas suas tranças
balançaram quando ela balançou a cabeça, então se virou
abruptamente e colocou o pé no estribo.
Masuri não falou, deixando para os Sábios darem sua opinião, mas
então ela colocou a mão no braço de Annoura e murmurou algo que
fez os Tarabonese encolherem os ombros e os Sábios assentiram
em concordância. Então Annoura puxou o capuz para trás e esperou
que Masuri montasse em sua égua antes de fazer o mesmo, então
as duas irmãs se moveram atrás da linha de lanceiros e ficaram ao
lado de Berelain, enquanto os Sábios tomaram uma posição. de
Perrin. A boca larga de Annoura estava virada para baixo, mal-
humorada, seus polegares esfregando nervosamente.
"O que você está planejando?" Perrin perguntou, tentando não

esconder suas dúvidas. Talvez os Sábios tivessem permitido que
Masuri se encontrasse com Masema, mas ainda sustentavam que,
na opinião deles, seria melhor que o homem morresse. As Aes Sedai
não podiam usar o Poder como arma a menos que estivessem em
perigo, mas os Sábios não tinham tal proibição. Ele se perguntou se
eles estavam ligados.
Ele sabia mais sobre o Poder Único do que queria, e o suficiente

sobre os Sábios para ter certeza de que Nevarin estaria no controle
se eles formassem um círculo.
Annoura abriu a boca, em seguida, fechou-a com o toque de

advertência de Carelle e olhou para Masuri. Irmã Brown apertou os
lábios e balançou
Ela balançou a cabeça ligeiramente, o que não pareceu aplacar
Annoura.
Suas mãos enluvadas agarraram as rédeas com tanta força que

tremeram. Nevarin olhou para Perrin, de sua posição do outro lado
de Berelain, como se estivesse lendo seus pensamentos.
"Planejamos levá-lo de volta ao acampamento são e salvo, Perrin

Aybara", disse ele secamente. Você e Berelain Paeron.
Planejamos que o maior número possível de pessoas sobreviva hoje

e nos próximos dias. Você tem algo a objetar?
"Só não faça nada a menos que eu diga." A resposta do Sábio pode
significar muitas coisas. Nada de nada.
Nevarin balançou a cabeça em aborrecimento, e Carelle riu como se

Perrin tivesse feito uma grande piada. Nenhum dos Sábios pareceu
achar necessário dar qualquer outro tipo de resposta.
Eles foram ordenados a obedecê-lo, mas sua ideia de obediência

não se encaixava com nenhuma de suas ideias. Ele agora podia
sentar e esperar por uma resposta melhor; antes que os porcos
crescessem asas.
Estava nas suas mãos pôr fim a esta situação. Eu sabia que poderia
fazê-lo. O que quer que os Sábios planejassem, encontrar Masema
tão longe do resto do acampamento, quando esse homem tinha que
saber quem havia roubado o documento seanchan, era como
esperar conseguir manter a mão longe da bigorna antes que o
martelo batesse. . Berelain teve quase tantos problemas para
obedecer às ordens quanto os Sábios, embora Perrin pensasse que
obedeceria se ordenasse uma retirada para o acampamento. Bem,
ele pensava assim, apesar do fato de seu eflúvio revelar que ele
havia se desligado. Ficar era correr um risco absurdo. Disso eu tinha
certeza de que o
convenceria No entanto, ele também não queria fugir daquele
homem. Uma parte dele lhe dizia que era um tolo, mas a maior parte
dele fervia de raiva, e ele achava difícil controlar. Aram veio para o
lado dela, franzindo a testa, mas pelo menos ele não tinha
desembainhado sua espada. Empunhar uma arma poderia ser como
jogar uma brasa em um palheiro, e a hora de enfrentar Masema
ainda não havia chegado. Perrin colocou a mão em seu machado.
Ainda não.
Apesar dos fachos de luz oblíquos que penetravam pelos galhos

grossos, a floresta como um todo permanecia envolta na sombra da
madrugada. Mesmo ao meio-dia estaria escuro. Os sons chegaram
primeiro aos seus ouvidos — o bater surdo dos cascos na neve, a
respiração pesada dos cavalos incitados a acelerar — e então houve
uma multidão de cavaleiros, uma multidão dispersa avançando para
o norte através das árvores altas quase à distância de um braço.
apesar da neve e do terreno acidentado. Não era cem, mas duas ou
três vezes esse número. Um cavalo caiu com um relincho e ficou
esparramado sobre seu cavaleiro, sacudindo-se violentamente, mas
nenhum dos outros sequer diminuiu a velocidade até que, a cerca de
setenta ou oitenta passos, o homem na frente levantou a mão e
todos eles pararam de repente. levantando jatos de neve, os cavalos
espumando e bufando e bufando alto. Aqui e ali lanças se
projetavam dos cavaleiros.
A maioria não tinha armadura, e muitos usavam apenas um peitoral

ou elmo, mas espadas, machados e maças pendiam das selas. Os
raios de sol iluminavam alguns rostos, homens com expressões
sombrias e olhos frios que pareciam nunca ter sorrido e nunca
sorririam.
Passou pela cabeça de Perrin que talvez ele estivesse errado em
não anular a resolução de Berelain. Isso era o que levava a decisões
precipitadas, deixando a raiva pensar por ele. Todos sabiam que
Berelain saía a galope de manhã, e Masema talvez estivesse
desesperado para recuperar o documento seanchan.
Mesmo com as Aes Sedai e os Sábios, uma luta na floresta acabaria

sendo sangrenta, uma verdadeira batalha campal onde homens – e
mulheres – podiam morrer sem nem mesmo ver quem os havia
matado. Se não houvesse testemunhas, os bandidos ou mesmo o
Shaido sempre poderiam ser culpados. Já havia acontecido antes. E
se houvesse testemunhas, Masema não teria escrúpulos em
enforcar algumas dúzias, alegando que os culpados haviam sido
punidos. No entanto, era provável que ele quisesse manter Perrin
Aybara vivo ainda por algum tempo, e não devia ter contado com a
presença dos Sábios e de outra Aes Sedai. Pontos insignificantes
para a vida de cinquenta e tantas pessoas depender. Muito
insignificante para a vida de Faile depender. Perrin soltou o laço que
prendia o machado ao cinto.
Ao lado dela, Berelain cheirava a calma fria e determinação de aço.

Curiosamente, nada assustador. Nem a menor dica. Aram cheirava
a... excitação.
Os dois grupos se entreolharam em silêncio, até que por fim Masema

deu um passo à frente, seguido por apenas dois homens; todos os
três puxaram seus capuzes para trás.
Nenhum usava capacete ou qualquer outra peça de armadura.
Como Masema, Nengar e Bartu eram shienários, mas, como ele,

haviam raspado a mecha do topo de suas cabeças, deixando seus
crânios nus, como crânios. A chegada do Dragão Renascido quebrou
todos os laços, incluindo aqueles que comprometeram aqueles
homens para lutar contra a Sombra ao longo de La Llaga.
Nengar e Bartu tinham uma espada amarrada às costas e outra

pendurada na sela, e Bartu, o mais baixo dos três, tinha um estojo de
arco de cavalaria e uma aljava amarrados à sela também. Pelo
menos que se veja, Masema estava desarmado. O Profeta do
Dragon Lord Reborn não precisava de nenhuma arma. Perrin ficou
satisfeito ao ver Gallenne de olho nos homens que Masema havia
deixado para trás, pois havia algo em Masema que chamava a
atenção. Talvez fosse apenas por saber quem ele era, mas isso era o
suficiente e mais do que suficiente.
Masema parou seu alazão esguio a alguns passos de Perrin. O
Profeta era um homem carrancudo, de rosto sombrio, estatura

mediana, com uma cicatriz branca desbotada na bochecha, vestindo
uma jaqueta marrom surrada e um manto escuro puído nas pontas.
Masema não se importava com a aparência, muito menos com a

própria. Atrás dele, os olhos de Nengar e Bartu brilhavam com ardor,
mas os de Masema, profundos e quase negros, eram como brasas
em uma forja, como se o sopro de ar pudesse abaná-los em brasa a
qualquer momento, e seu eflúvio era o acrimônia abrasadora de pura
insanidade. Ele ignorou os Sábios e as Aes Sedai com um desprezo
que não se deu ao trabalho de esconder. Para ele, os Sábios eram
ainda piores que as Aes Sedai; Além de cair em profanação ao usar
o Poder Único, sua condição de Aiel, como se isso não bastasse, os
tornava culpados de um duplo pecado.
Os lanceiros da Guarda Alada poderiam ser meras sombras sob as

árvores.
"Você vai a um piquenique?" ele disse, olhando para a cesta

pendurada na cadeira de Perrin.
Normalmente, a voz de Masema era tão intensa quanto seu olhar,

mas agora soava zombeteira e seus lábios se curvaram enquanto
falava.
Desvie os olhos para Berelain. Ele tinha ouvido os rumores, é claro.
Uma onda de raiva atacou Perrin, mas ele a deteve e a empurrou

para trás. Ele o incorporou ao resto, dobrando-o e dobrando-o
firmemente. Sua raiva tinha um alvo e ele não a desperdiçaria
descontando em outro. Sentindo o humor de seu cavaleiro, ele
recuou Vivaz
os lábios e mostrou
castrado os
de dentes para
Masema, e o
Perrin
teve que contê-lo com força.
"Hounds of the Dark One aqui na noite passada", disse ele, seu tom
não muito suave, mas ele não poderia colocar uma voz melhor nele.
Eles se foram, e Masuri não acha que eles vão voltar, então não há
com o que se preocupar.
Masema não cheirava a preocupação. Seu único cheiro era o da

loucura, sempre. O alazão de repente empurrou a cabeça para a
frente agressivamente,
Vivaz Ele era mas
um Masema
bom
puxou-
cavaleiro,
o para
mas
trás.
tratava
seus cavalos como tratava as pessoas.
Pela primeira vez ele olhou para Masuri. Talvez seus olhos
brilhassem mais ardentemente, se tal coisa fosse possível.
"A Sombra pode ser encontrada em qualquer lugar", declarou ele,

uma declaração apaixonada de verdade inquestionável. Ele não tem
nada a temer da Sombra que segue o senhor Dragão Renascido,
que a Luz abençoe seu nome. Mesmo na morte você encontrará a
vitória final da Luz.
A égua de Masuri se encolheu como se aqueles olhos a tivessem

queimado, mas a irmã controlou o animal com um movimento das
rédeas, mantendo o olhar de Masema com o sigilo de Aes Sedai, tão
calmo quanto um lago congelado. Não havia nada que sugerisse que
ela estava se encontrando secretamente com esse homem.
"O medo é um poderoso estímulo à engenhosidade e determinação

quando bem controlado", respondeu o
irmã-. Se não temêssemos nossos inimigos, restaria apenas o
desdém, e o desdém leva o inimigo à vitória. — Parece que Masuri
estava falando com um simples fazendeiro que acabara de conhecer.
Annoura, que estava assistindo a cena, parecia se sentir mal. Ele
estava com medo de que seu segredo fosse revelado? Que seus
planos para Masema serão arruinados?
Seus lábios se curvaram novamente em um sorriso ou um escárnio.

A Aes Sedai parecia deixar de existir para ele quando voltou sua
atenção para Perrin.
“Alguns seguidores do Dragon Lord encontraram uma cidade

chamada So Habor. Era assim que ele sempre chamava seus
apoiadores; eles estavam realmente seguindo o Dragão Renascido,
não ele. O fato de ser ele quem lhes dizia o que fazer, quando e
como era um mero detalhe. Uma cidade de três ou quatro mil
habitantes, a um dia de viagem ou talvez menos, a sudoeste.
Aparentemente ele escapou da visita do Aiel e sua colheita no ano
passado foi boa apesar da seca. Eles têm armazéns cheios de
cevada, milho e aveia, além de outras necessidades, imagino. Eu sei
que você está com pouca forragem. Para seus homens, bem como
para seus cavalos.
"E como é que seus armazéns estão cheios nesta época do ano?"
Berelain se inclinou para frente, franzindo a testa, seu tom quase
inquisitivo e bastante incrédulo.
Franzindo a testa, Nengar colocou a mão na espada pendurada em

sua sela. Ninguém questionou o Profeta do Lorde Dragão. Nem
ninguém duvidou dele. Ninguém que queria ficar vivo. Ouviu-se o
rangido do couro quando os lanceiros se moveram em suas
montarias, mas Nengar não lhes deu atenção.
O cheiro de loucura de Masema deslizou nitidamente pelas narinas

de Perrin. Masema estudou Berelain; parecia não ter notado Nengar
e
os lanceiros ou a possibilidade de os homens começarem a se matar
a qualquer momento.
"Por uma questão de ganância", ele finalmente disse. Os

comerciantes de grãos em So Habor supostamente pensaram em
obter um lucro maior mantendo seus estoques até o inverno elevar
os preços. Mas eles geralmente vendem no oeste, em Ghealdan e
Amadicia, e os eventos lá e em Ebou Dar os fizeram temer que
qualquer coisa que eles enviassem fosse confiscada.
A ganância os abandonou quando eles encontraram seus armazéns

cheios e seus bolsos vazios. Um toque de satisfação entrou na voz
de Masema. Ele desprezava a ganância. Na verdade, ele
desprezava qualquer fraqueza humana, grande ou pequena. Acho
que agora eles vão ceder seus grãos a um preço muito barato.
Perrin sentiu o cheiro de uma armadilha, e isso não exigia o nariz de

um lobo. Masema tinha seus homens e cavalos para alimentar e, por
mais que saqueassem os campos por onde passavam, não poderiam
estar em muito melhor forma do que o povo de Perrin. Por que ele
não enviou alguns milhares de seus seguidores a esta cidade para
aproveitar tudo nela? Um dia de caminhada para trás. Isso o
afastaria ainda mais de Faile e talvez daria tempo ao Shaido para
ganhar terreno novamente. Seria esse o motivo de uma oferta tão
peculiar? Ou foi para atrasar sua partida do Ocidente, onde seus
amigos Seanchan estavam por perto?
"Talvez haja tempo para visitar essa cidade depois que minha esposa
estiver livre."
Mais uma vez, os ouvidos de Perrin captaram o som fraco de

homens e cavalos avançando pela floresta antes de qualquer outra
pessoa, desta vez vindo do oeste, do acampamento. O
O mensageiro de Gallenne deve ter galopado todo o caminho.
"Sua esposa", disse Masema sem rodeios, lançando a Berelain um

olhar que fez o sangue de Perrin ferver. Até a diretora corou, embora
seu rosto permanecesse sereno. Você realmente acha que vai ter
notícias dela hoje?
-Sim. A voz de Perrin era tão fria quanto a de Masema, e mais dura.
Sua mão apertou a maçaneta da cadeira, acima das alças da cesta
de Berelain, para não puxá-la em direção ao machado. Libertá-la
vem em primeiro lugar. E liberte os outros.
Seremos capazes de encher nossas barrigas até explodir quando

isso for feito, mas as primeiras coisas primeiro.
O som de cavalos se aproximando agora era audível para todos.

Uma longa fila de lanceiros apareceu do oeste, movendo-se através
das árvores sombrias com outra fila de cavaleiros atrás, as couraças
e fitas vermelhas de Mayen intercaladas com as couraças e fitas
verdes de Ghealdan. As linhas se estendiam do lado oposto de
Perrin até abaixo da massa de cavaleiros que aguardavam Masema.
Homens a pé iam de árvore em árvore, carregando os arcos Dois
Rios. Perrin se pegou desejando que eles não tivessem deixado o
acampamento muito desprotegido.
Talvez Masema tivesse sido forçado a agir pelo roubo daquele

documento seanchan, mas ele era um guerreiro veterano lutando ao
longo da Praga e contra os Aiel, e talvez tivesse planejado mais do
que simplesmente sair para encontrar Berelain. Era como outro
quebra-cabeça de ferreiro: mover uma peça para deslocar outra
apenas o suficiente para deixar uma terceira deslizar livremente. Um
acampamento com uma defesa fraca poderia ser invadido, e nessas
matas os números contavam tanto quanto o número de pessoas.
eles canalizaram Será que Masema gostaria de manter seu segredo
a ponto de tentar selá-lo ali mesmo? Perrin percebeu que sua mão
tinha ido para o machado, mas não o removeu.
Na massa de seguidores de Masema, os cavalos se moviam

nervosamente em resposta aos solavancos de seus cavaleiros; os
homens gritaram e acenaram com as armas, mas o próprio Masema
assistiu à chegada dos lanceiros e arqueiros sem nenhuma mudança
de expressão, mais ou menos sombria.
Como se fossem pássaros pulando de galho em galho.
Seu cheiro ainda era louco, penetrante, inalterado.
"O que tem que ser feito para servir a Luz, está feito", disse ele
quando os recém-chegados pararam, a cerca de duzentos passos de
distância. Era um alcance fácil para um arqueiro de Dois Rios, e
Masema tinha visto demonstrações disso, mas não deu nenhum
sinal de alerta de que as flechas poderiam estar apontadas para seu
coração. Todo o resto é insignificante, dispensável! Tudo! Lembre-se
disso, Perrin Golden Eyes.
Ele virou seu alazão de volta sem mais delongas e dirigiu-se para os
homens que esperavam, seguidos por Nengar e Bartu, os três
conduzindo seus cavalos a galope, sem se importar se quebravam
uma perna ou quebravam a cabeça. O enorme grupo ficou para trás
e se mudou para o sul.
Os homens da retaguarda pararam para arrastar uma forma flácida

de debaixo do cavalo ferido, encerrando a agonia do animal com
uma punhalada rápida no pescoço. Então eles começaram a estripar
e cortar. Tanta carne não podia ser desperdiçada. Deixaram o
cavaleiro no mesmo lugar onde o haviam jogado.
"Ele acredita em cada palavra que diz", pensou Annoura,
"mas aonde suas crenças o levam?"

Perrin pensou em perguntar a ela, sem rodeios, para onde ela
achava que suas crenças estavam levando Masema, para onde ela
queria levá-lo; mas de repente Annoura recuperou a calma
impenetrável das Aes Sedai. A ponta de seu nariz afilado ficou
vermelha de frio; Ela olhou para ele com uma expressão fria e
impassível. Receber uma resposta de uma Aes Sedai com essa
expressão seria tão provável quanto pegar aquela pedra marcada
com as pegadas dos Shadow Hounds. Ele teria que deixar as
perguntas para Berelain.
O homem que conduzia os lanceiros de repente esporeou seu

cavalo. Era um sujeito baixo e compacto, usando um peitoral de
prata e um capacete de viseira barrada adornado com três plumas
brancas. Gerard Arganda era um homem durão, um soldado que
havia subido de baixo, contra todas as probabilidades, para se tornar
o primeiro capitão da escolta de Alliandre. Ele não gostava de Perrin,
que havia conduzido sua rainha para o sul sem uma boa razão e,
assim, fez com que ela fosse sequestrada, mas Perrin imaginou que
ele pararia e prestaria seus respeitos a Berelain ou conversaria com
Gallenne.
Arganda tinha grande respeito por Gallenne e muitas vezes passava

algum tempo com ele, ambos fumando seu cachimbo.
O ruão, no entanto, passou voando por Perrin e os outros, enquanto

Arganda cravava os calcanhares nos flancos do animal na tentativa
de acelerar seu galope. Quando Perrin viu para onde o homem
estava indo, ele entendeu. Um único cavaleiro nas costas de um
animal de pelo cinza se aproximou do leste em um ritmo constante, e
ao lado dele um Aiel avançou em raquetes de neve.
8
REDEMOINHOS DE CORES
Errin não percebeu que ela havia se mudado até Vivaz
encontrado
dobrado sobre o pescoço de
Seguindo Arganda como um relâmpago. A neve não era menos

profundo nem o terreno menos acidentado nem a luz melhor, mas
Vivaz
ele correu pelas sombras, relutante em deixar o Roan ainda estava

na liderança, e Perrin o cutucou para galopar mais rápido. O
cavaleiro que se aproximava era Elias, com a barba estendida sobre
o peito, um chapéu de abas largas sombras sobre seu rosto e o
manto forrado de pele pendurada nas costas. O Aiel foi um dos
Donzelas, com o escuro envolto na
shofa cabeça e o
capa branca eles usavam para se camuflar na neve jogado sobre o

paletó e a calça, em tons
cinza, marrom e verde. Elyas e uma das Donzelas, sem a

Fora isso, significava que Faile havia sido encontrado. Tinha que seja
isso.
Arganda conduzia o seu cavalo, sem se importar se o ruão lhe partia

o pescoço ou o fazia quebrá-lo, saltando sobre afloramentos
rochosos, cortando a neve quase a galope, levantando jatos de
pólvora branca, mas alcançou-o assim que Vivaz
chegou a Elias e perguntou com voz dura: "Você viu a rainha,

Machera?" Está viva? Responda-me, cara!
A empregada, Elienda, com o rosto queimado de sol sem expressão,

ergueu a mão para Perrin. Poderia ter sido uma saudação ou um
gesto de simpatia, mas ele não interrompeu seu passo rítmico. Com
Elyas ali para se reportar a ele, ela faria o mesmo com os Sábios.
"Você a encontrou?" A garganta de Perrin ficou subitamente seca

como areia. Eu esperei tanto por isso! Arganda arreganhou os
dentes em um grunhido abafado atrás das barras de sua viseira,
ciente de que Perrin não estava perguntando sobre Alliandre.
"Encontramos o Shaido que estamos rastreando", respondeu Elyas

cautelosamente, ambas as mãos apoiadas no punho de sua cadeira.
Mesmo ele, o lendário Dente Longo que viveu e correu com os lobos,
mostrou a tensão de muitos quilômetros e pouco sono. A exaustão
transparecia na frouxidão de todo o seu rosto, realçada pelo brilho
amarelo-dourado de seus olhos sob a aba do chapéu. Cabelos
grisalhos riscavam sua barba e cabelos grossos, compridos até a
cintura e amarrados na nuca com um cordão de couro, e pela
primeira vez no conhecimento de Perrin ele parecia velho. Eles estão
acampados em torno de uma cidade de bom tamanho que tomaram,
em terreno montanhoso, cerca de quarenta
milhas daqui. Eles não têm sentinelas nas imediações e os mais
distantes parecem estar mais cientes de possíveis tentativas de fuga
de prisioneiros do que qualquer outra coisa, então conseguimos
chegar perto o suficiente para dar uma boa olhada.
No entanto, Perrin, há mais do que pensávamos. Pelo menos nove

ou dez septiares, de acordo com as Donzelas. Contando as... ou as
pessoas vestidas de branco, em todo caso, poderia gai'shain haver
tantas pessoas naquele campo quanto em Mayene ou Ebou Dar.
Não sei quantos serão guerreiros, mas dez mil pode ser uma
subestimação, a julgar pelo que vi.
Nós de desespero apertaram e torceram no estômago de Perrin. Sua

boca estava tão seca que ele não seria capaz de falar mesmo que
Faile milagrosamente aparecesse diante dele. Dez mil e até mesmo
tecelões, ferreiros e velhos que passavam seus
algai'd'siswai
dias relembrando os velhos tempos sentados na sombra –
agarrariam uma lança se atacados. Ele tinha menos de dois mil

lanceiros, que estariam em menor número em uma partida contra um
número igual de Aiel. Havia menos de trezentos homens de Two
Rivers capazes de causar estragos à distância com seus arcos, mas
sem parar dez mil. Uma quantidade tão grande de Shaido rasgaria a
ralé assassina de Masema em pedaços tão facilmente quanto um
gato faria com um ninho de ratos. Mesmo contando o Asha'man e as
Aes Sedai... Edarra e os outros Sábios não eram exatamente
generosos no que lhe contavam sobre os Sábios, mas ele sabia que
em dez septiares poderia haver cinquenta canalizadoras, talvez
mais. Talvez menos também –
não havia um número específico definido – mas ainda assim não

importaria.
Com grande esforço, sufocou o desespero que o dominava,
esmagou-o até restar apenas filamentos contorcidos, consumindo
sua fúria lancinante. Desespero não tinha lugar em um martelo.
Fossem dez septiares ou todo o clã Shaido, eles ainda tinham Faile e
ele tinha que encontrar uma maneira de levá-la embora.
"O que importa quantos são?" perguntou Aram. Quando os Trollocs

atacaram Two Rivers, havia milhares, dezenas de milhares, mas nós
os matamos mesmo assim. O Shaido não pode ser pior que os
Trollocs.
Perrin piscou, surpreso ao encontrar o jovem atrás dele, sem

mencionar Berelain, Gallenne e a Aes Sedai. Na pressa de chegar a
Elias, esquecera-se de todo o resto. Vagamente visíveis através das
árvores, os homens que Arganda trouxe para confrontar Masema
ainda estavam grosseiramente alinhados em duas linhas, mas a
escolta de Berelain havia formado um amplo círculo centrado em
Elyas e voltado para fora.
Os Sábios ficaram do lado de fora do círculo ouvindo o relato de

Elienda com rostos sérios. A empregada falava em sussurros e
ocasionalmente balançava a cabeça. Sua opinião sobre a situação
não era mais otimista que a de Elias. Perrin percebeu que devia ter
perdido a cesta em sua louca corrida, pois agora estava pendurada
na cadeira de Berelain. No rosto do Prime havia uma expressão de...
poderia ser pena?
Mesmo que a Luz o queimasse, ele estava cansado demais para

raciocinar com clareza! Seu próximo erro pode ser o último; para
Fail.
— Pelo que entendi, Cigano — disse Elyas com moderação
—, foram os Trollocs que o atacaram em Dois Rios e você conseguiu

matá-los.
pegá-los em uma manobra de pinça. Você tem algum plano fabuloso
para pegar o Shaido em outra pinça?
Aram deu-lhe um olhar furioso e ressentido. Elyas o conhecia antes

de empunhar uma espada, e Aram não gostava de ser lembrado
daqueles tempos, apesar de suas roupas vistosas.
"Seja dez septiares ou cinquenta", rosnou Arganda, "tem que haver

alguma maneira de libertar a rainha." E os outros também, claro. E
aos outros. Seu rosto endurecido estava franzindo a testa com raiva,
mas ele cheirava a desespero, a uma raposa pronta para morder a
própria perna para escapar da armadilha.
Eles aceitariam...? Eles aceitariam um resgate? O Ghealdan olhou

em volta até ver Marline passando pela Guarda Alada. O
Sábio conseguiu andar em ritmo regular e firme apesar da neve, sem

a menor oscilação. Os outros Sábios e Elienda não eram mais
visíveis entre as árvores. Aqueles Shaido aceitariam um resgate...
Sage? O título soou como uma reflexão tardia. Ele não acreditava
mais que o Aiel com eles tivesse algo a ver com o sequestro, mas
seu preconceito contra o Aiel ainda estava presente.
-Não sei. Marline não pareceu notar seu tom. Braços cruzados sobre
o peito, ele estava olhando para Perrin em vez de Arganda.
Era um daqueles olhares em que uma mulher pesava e media um

homem até conseguir transformá-lo em um terno completo ou dizer
quando ele trocou de cueca pela última vez. Isso o deixaria
desconfortável uma vez, quando ele tinha tempo para essas coisas.
Não havia oferta de conselho em seu tom quando ele falou
novamente, apenas uma declaração de fatos. Era até possível que
esse fosse o seu propósito. A sua prática nas zonas húmidas de
pagar resgates vai contra a nossa
Alfândega. Eles
gai'shain
podem ser doados ou trocados por , mas não são animais não
parecem
gai'shain
para
mais
serem
seguir as
colocados
pessoas
das venda.
zonas
No entanto,
húmidas e .
os
Eles Shaido
levam tudo
em vez de apenas o quinto. Talvez eles coloquem um preço.
ji'e'toh
gai'shain
"Minhas joias estão à sua disposição, Perrin", disse Berelain, sua voz
calma e seu rosto firme. Se necessário, Grady ou Neald podem
trazer mais Mayene. E também ouro.
Gallenne limpou a garganta.
"Os altarans estão acostumados com bandidos, minha senhora,

nobres vizinhos e bandidos", disse ele lentamente, sacudindo as
rédeas na palma da mão. Embora relutante em contradizer Berelain,
ele estava claramente determinado a fazê-lo. Não há lei nesta área
tão longe de Ebou Dar, exceto aquela imposta pelo senhor ou
senhora do lugar. Nobres ou plebeus, eles estão acostumados a
pagar quem não podem lutar, e eles sabem imediatamente quando é
possível e quando não é. É totalmente ilógico que nenhum deles
tenha tentado comprar sua segurança e, no entanto, só vimos um
rastro de ruínas por onde os Shaido passaram, só ouvimos falar de
pilhagem desenfreada. Eles podem aceitar uma oferta de resgate e
até mesmo tomá-la, mas pode-se confiar neles para dar algo em
troca? Apenas fazer a oferta nos privaria de nossa verdadeira
vantagem, que é o fato de que eles não sabem que estamos aqui.
Annoura balançou a cabeça ligeiramente; Foi um gesto mínimo, mas
Gallenne viu e franziu a testa. Você discorda, Annoura Sedai? ele
perguntou educadamente. E com uma pitada de surpresa.
Às vezes, a Grey era até tímida, especialmente para uma irmã, mas
ela nunca vacilava.
ao expressar sua opinião quando discordava do conselho dado a
Berelain.
Desta vez, porém, Annoura hesitou e o cobriu ajustando sua capa e

arrumando cuidadosamente as dobras do pano; As Aes Sedai
podiam se isolar do frio ou do calor quando quisessem, não afetadas
pela temperatura quando todos ao seu redor estariam encharcados
de suor ou lutando para evitar que seus dentes batessem. Uma Aes
Sedai que prestava atenção na temperatura estava ganhando tempo
para pensar, geralmente uma forma de esconder o que estava
pensando. Depois de atirar um pouco de cenho franzido em Marline,
ela finalmente chegou a uma decisão e o leve cenho franzido
desapareceu.
"Negociar é sempre melhor do que brigar", ele disse friamente em

seu sotaque de Tarabon, "e em uma negociação a confiança é
sempre uma questão de medidas de precaução, não é?"
Temos que considerar cuidadosamente quais precauções tomar.
Há também a questão de quem entraria em contato com eles.
Os Sábios podem não ser mais sacrossantos, pois participaram da

Batalha dos Poços de Dumai. Uma irmã, ou um grupo de irmãs, pode
ser melhor, mas você ainda precisa planejar com cuidado. Estou
disposto a…
"Sem resgate," Perrin interrompeu, e quando todos olharam para ele,

quase em desânimo, e o rosto de Annoura ilegível, ele repetiu mais
duramente. Sem resgate. “Eu não pagaria aqueles Shaido por
fazerem Faile sofrer. Ela ficaria com medo, e eles teriam que pagar
por isso, não lucrar com isso. Além disso, Gallenne estava certo.
Nada que ele tivesse visto em Altara ou Amadicia ou mesmo antes,
em Cairhien, sugeria que o Shaido pudesse ser confiável para honrar
qualquer acordo. Seria o mesmo que confiar em ratos de celeiro ou
larvas de lagarta
nas colheitas. Elyas, quero ver seu acampamento. Quando menino,
ele conheceu um cego, Nar Torfinn, com seu rosto enrugado e
cabelos brancos esparsos, que poderia desmontar qualquer quebra-
cabeça de ferreiro pelo toque. Durante anos, Perrin tentou repetir tal
façanha, sem sucesso. Ele tinha que ver como as peças se
encaixavam antes de entender. Aram, vá encontrar Grady e diga a
ele para me encontrar o mais rápido possível na área de viagens.
Era assim que chamavam o lugar onde chegavam ao final de cada
salto e partiam para o próximo.
Era mais fácil para o Asha'man criar um acesso em um lugar que o

tecido do anterior já havia tocado.
Aram assentiu rapidamente, virou seu cavalo cinza e acelerou em

direção ao acampamento, mas Perrin viu discussões, perguntas e
preocupações refletidas nos rostos ao seu redor.
Marline ainda o observava, como se de repente não tivesse muita

certeza do que era, e Gallenne estava franzindo a testa para as
rédeas em suas mãos, sem dúvida vendo que as coisas dariam
errado não importa o que ele fizesse, mas havia uma expressão no
rosto de Berelain. perturbada e seus olhos refletiam objeções; por
sua vez, Annoura apertou a boca de modo que seus lábios formaram
uma linha fina. Aes Sedai não gostava de ser interrompida e, tímida
como era para uma irmã, parecia pronta para desabafar seu
descontentamento. Arganda, com o rosto corado, abriu a boca com a
clara intenção de gritar; ele tinha feito tantas vezes desde que sua
rainha foi sequestrada.
Não adiantava ficar para ouvir.
Perrin acertou os saltos e fez
Vivaz corra pela linha da
Guarda Alada em direção à área de árvores quebradas. Não a

galope, mas também não lentamente,
um trote rápido entre os troncos altos, as mãos apertando as rédeas,
os olhos procurando Grady na escuridão manchada.
Elyas o seguiu em seu cavalo castrado sem dizer uma palavra.
Até agora Perrin acreditara firmemente que não havia espaço em

seu ser para mais um pingo de medo, mas o silêncio de Elias
aumentou o peso. O outro homem nunca tinha visto um obstáculo
sem também ver uma maneira de contorná-lo, e seu silêncio falava
de montanhas intransponíveis. Tinha que haver uma maneira, no
entanto. Quando chegaram ao afloramento rochoso de aparência
lisa, Perrin foi para frente e para trás nos fachos de luz oblíquos, ao
Vivaz
redor de árvores caídas
incapaz e
de entre
ficar as restantes,
parado. Ele
teve que se mover. Tinha que haver um jeito. Sua mente era como
um gato enjaulado.
Elyas desmontou e se agachou, franzindo o cenho, ao lado da rocha

cortada, ignorando os puxões de seu castrado nas rédeas e suas
tentativas de recuar. Ao lado da pedra, o tronco grosso de um
pinheiro que atingira cinquenta passos longos estava apoiado em
uma extremidade pelos restos estilhaçados de seu toco, alto o
suficiente para que Elyas pudesse passar por baixo dele sem se
agachar. Os raios brilhantes do sol que perfuravam o dossel da
floresta em outros lugares pareciam acentuar as sombras quase na
escuridão ao redor do afloramento trilhado, mas isso não o impedia
mais do que era para Perrin.
Seu nariz se contraiu quando ele sentiu o cheiro de enxofre
queimando ainda no ar.
"Pensei ter sentido esse fedor no caminho para cá." Espero que você
tenha mencionado isso a ele, se não tiver outras coisas em mente.
Um grande rebanho. Maior do que qualquer coisa que eu já tenha
visto ou ouvido.
"Isso é o que Masuri disse", disse Perrin distraidamente.
Por que Grady estava tão atrasado? Quantos habitantes Ebou Dar
tinha? Esse era o tamanho do acampamento Shaido.
Ela disse que havia encontrado o rastro de sete alcatéias, e que este
não a tinha visto antes.
"Sete", exclamou Elyas surpreso. Até uma Aes Sedai precisa ter se
movido muito para conseguir isso.
Quase tudo o que é dito sobre os Hounds of the Dark One é

resultado do medo que as pessoas têm do escuro. Ele fez uma
careta para as pegadas na rocha lisa, balançou a cabeça, e sua voz
tinha um tom triste enquanto falava. Houve um tempo em que eles
eram lobos. As almas dos lobos, em todo caso, presas e pervertidas
pela Sombra.
Esse foi o material usado para criar os Hounds of the Dark One, os
Shadow Brothers. Acho que é por isso que os lobos terão que estar
na Última Batalha. Ou talvez os Hounds of the Dark One tenham sido
criados porque os lobos estarão lá, para combatê-los. Às vezes, o
Padrão gira tão bem que uma renda Sovarra parece um pedaço de
barbante em comparação. Seja como for, aconteceu há muito tempo,
durante a Guerra Trolloc, pelo que entendi, e a Guerra das Sombras
antes disso. Os lobos têm memórias que remontam ao passado
distante. O que um lobo sabe nunca é realmente esquecido
enquanto houver lobos vivos. Mas eles evitam falar sobre os Hounds
of the Dark One e também os evitam. Cem lobos podem morrer
tentando matar um Irmão das Sombras. O que é pior, se eles
falharem, o Cão do Escuro pode devorar as almas daqueles que
ainda não estão totalmente mortos, e em um ano ou mais haveria um
novo bando de Irmãos das Sombras que nem se lembrariam de estar
lá.
houve um tempo em que eles eram lobos. Enfim, espero que seja
assim e eles não se lembrem.
Perrin parou, embora estivesse ansioso para continuar se movendo.
Irmãos das Sombras. O nome que os lobos deram aos Cães do

Escuro assumiu um significado mais sinistro.
"Eles podem comer a alma de um homem, Elyas?" De um homem

capaz de falar com lobos, digamos.
Elias deu de ombros. Tanto quanto eles sabiam, apenas um punhado

de pessoas poderia fazer o que eles fizeram. A resposta a essa
pergunta talvez só fosse conhecida no momento da morte. A coisa
realmente importante agora era que, se eles já haviam sido lobos,
deveriam ser espertos o suficiente para relatar o que haviam
descoberto.
Masuri havia insinuado isso. Era absurdo esperar o contrário. Quanto

tempo levaria para eles reportarem? Quanto tempo ele teve para
libertar Faile?
O ranger da neve esmagada pelos cascos anunciou a chegada dos

cavaleiros, e Perrin apressou-se a dizer a Elyas que os Cães do
Escuro haviam contornado o acampamento, que trariam notícias
disso a quem tivessem que relatar.
"Eu não me preocuparia muito, garoto", respondeu o homem mais

velho, observando atentamente os cavalos que se aproximavam. Ele
empurrou-se para fora da pedra e começou a se esticar para soltar
os músculos rígidos de estar em uma sela por tanto tempo. Elyas
teve o cuidado de não ser pego examinando o que aos olhos dos
outros estaria envolto em sombras.
Parece que eles estavam caçando algo mais importante do que

você.
Eles vão continuar até encontrá-lo, mesmo que leve um ano. Não te
preocupes. Vamos resgatar sua mulher antes que os Hounds of the
Dark One relatem que
você estava aqui Havia determinação em sua voz e em seu perfume

também, mas não muita esperança. Na verdade, quase nada.
Lutando contra o desespero, recusando-se a ser
Para pegá-lo novamente, Perrin o fez se mover para Vivaz eu sei

frente e para trás no momento em que Berelain e sua escolta
apareceram por entre as árvores, Marline montada nas costas de
Annoura. Assim que a Aes Sedai diminuiu a velocidade, a Sage de
olhos azuis crepusculares deslizou para o chão, escovando a saia
volumosa para cobrir as meias escuras. Outra mulher poderia estar
nervosa em mostrar as pernas, mas não Marline.
Ela acabou de vestir a roupa. Annoura era quem parecia

desconfortável; sua expressão azeda e descontente dava a seu nariz
a aparência de um bico. Ela ficou em silêncio, mas deu a impressão
de estar pronta para morder. Certamente ela deve ter sido
convencida de que sua proposta de negociar com o Shaido seria
aceita, especialmente com o apoio de Berelain e a postura
aparentemente neutra de Marline na pior das hipóteses. Os Greys
eram mediadores e negociadores, árbitros e corretores de acordos.
Pode ter sido o celular dele. O que mais, se não?
Um problema que ele teve que deixar de lado e ao mesmo tempo

mantê-lo em mente. Ele tinha que estar ciente de qualquer coisa que
pudesse interferir na libertação de Faile, mas o problema que
precisava resolver ficava a sessenta quilômetros a nordeste.
Enquanto os Guardas Alados formavam seu círculo protetor entre as

árvores maciças ao redor da área de Viagem, Berelain conduziu sua
montaria e o acompanhou para frente Vivaz e para trás,
tentando iniciar uma conversa com Perrin, persuadindo-o a comer o

resto de sua comida. Ela cheirava insegura, duvidosa da decisão
tomada por ele. Talvez ele esperasse convencê-lo
tente o resgate. Perrin não diminuiu a velocidade e Vivaz se recusou
a prestar atenção na mulher. Realizar essa tentativa era apostar tudo

em um lance de dados. Ele não podia jogar com Faile como aposta.
Metódico como no trabalho em uma forja, esse era o caminho. Leve,
mas como ele estava cansado. Ele se enrolou com mais força em
torno de sua raiva, mergulhando em seu fogo para obter energia.
Gallenne e Arganda chegaram pouco depois de Berelain à frente de

uma coluna dupla de lanceiros ghaldanos em couraças polidas e
elmos cônicos reluzentes, intercalados com os mayenianos sob as
árvores.
Berelain irradiava uma pitada de irritação em seu cheiro, se afastou

de Perrin e cavalgou em direção a Gallenne. Eles colocaram suas
montarias juntos, joelho a joelho, e o homem de um olho abaixou a
cabeça para ouvir o que o Prime tinha a dizer.
A mulher falou baixinho, mas Perrin sabia qual era o assunto da

conversa, pelo menos em parte. De vez em quando um deles o
seguia com os olhos enquanto ele ia e . Arganda plantou seu olhou
para o sul em
Vivaz ruão
direção na
ao parte de trás de
acampamento,
um
ainda ponto
como e
uma
estátua, mas irradiando impaciência como o fogo irradiava calor.
Era a visão de um soldado em morion, espada e armadura de prata,

seu rosto duro como pedra, mas seu cheiro lhe dizia que estava à
beira do pânico. Perrin se perguntou como ele cheirava.
Você não podia sentir seu próprio cheiro a menos que estivesse
dentro de casa. Ele não achava que cheirava a pânico, apenas medo
e raiva. Tudo voltaria ao normal quando ele tivesse Faile de volta.
Tudo voltaria ao normal. Para frente e para trás, aqui e ali.
Por fim, Aram apareceu com um Jur Grady bocejando montado em

um cavalo castrado escuro, tão escuro que a faixa branca em seu
focinho o fazia parecer quase preto. Daniel e
uma dúzia de homens de Two Rivers, trocando lanças e alabardas
por enquanto em favor de seus arcos longos, cavalgava atrás deles,
mas não muito perto. Grady, um sujeito baixo e atarracado, com um
rosto enrugado já começando a enrugar, apesar de mal ter chegado
à meia-idade, parecia um fazendeiro sonolento, apesar da espada de
cabo longo na cintura e da jaqueta que usava. um broche de espada
de prata preso ao colarinho alto, mas ele havia deixado a fazenda
para trás para sempre, e Dannil e os outros invariavelmente
mantinham distância dele. Eles fizeram isso com Perrin também, e
ficaram para trás e olharam para o chão, embora às vezes
lançassem olhares rápidos e embaraçados para ele ou para Berelain.
Isso não importava. Tudo voltaria ao normal.
Aram tentou levar Grady a Perrin, mas o Asha'man sabia por que
havia sido chamado. Com um suspiro, ele desmontou ao lado de
Elyas, que se agachou em uma mancha de sol para estender um
mapa na neve e apontar o dedo para um ponto que indicava
distância e direção, descrevendo em detalhes para onde eles
queriam ir. clareira em uma encosta que estava quase voltada para o
sul, e o cume que coroava o monte com três cortes como três
entalhes. Distância e direção eram suficientes, se tais dados fossem
precisos, mas quanto melhor a imagem formada na mente de um
Asha'man, mais perto ele chegaria do ponto exato.
“Não há espaço para erros aqui, garoto. Os olhos de Elyas

pareceram brilhar com a intensidade de seu olhar. Outros pensariam
qualquer coisa do Asha'man, mas ele não se intimidou por eles. Há
muitas colinas e cumes naquela terra, e o acampamento principal
fica a pouco mais de um quilômetro e meio do outro lado desta
colina.
Haverá sentinelas, pequenos grupos que acampam em locais

diferente a cada noite, talvez menos de uma milha no lado oposto.
Se você nos colocar muito longe do ponto, eles nos localizarão com
certeza.
Grady encontrou seu olhar sem piscar. Então ele assentiu e passou
os dedos grossos pelo cabelo enquanto inalava profundamente. Ele
parecia tão cauteloso quanto Elyas. E tão exausto quanto o próprio
Perrin.
"Você está suficientemente descansado?" -te pergunto Perrin.

Homens cansados cometeram erros, e erros com o Poder Único
podem ser mortais.
Eu mando Neald aqui?
Grady olhou para ele sonolento, então balançou a cabeça.
“Fager não está mais descansado do que eu. Talvez ainda menos.
Eu sou mais forte que ele, um pouco. É melhor que eu faça isso.
Ele se virou para o norte e, sem aviso, uma linha vertical azul-
prateada apareceu ao lado da pedra rastreada. Annoura puxou sua
égua para trás com um suspiro quando a linha de luz se alargou em
um portão, um buraco no ar mostrando uma clara luz do sol em
terreno íngreme, entre árvores muito menores do que aquelas ao
redor de Perrin e as outras. O pinheiro partido estremeceu ao perder
outra fatia fina, rachada, e a parte restante caiu no chão com um
baque que abafou parcialmente a neve e fez os cavalos recuarem e
bufarem. Annoura olhou para o Asha'man e seu rosto ficou severo,
mas Grady apenas piscou.
"Você acha que é o lugar certo?" perguntou a Elyas, que se limitou a

acenar com a cabeça depois de ajustar melhor o chapéu.
Aquele aceno era tudo o que Perrin estava esperando. Ele abaixou a
cabeça e dirigiu pela entrada para uma camada de neve Vivaz
marrom
acima dos
boletos. Era uma pequena clareira, mas o céu com nuvens brancas
no alto fazia parecer muito aberta contra a floresta deixada para trás.
A luz era quase ofuscante em comparação, embora o sol ainda
estivesse escondido atrás do cume coberto de árvores acima da
clareira. O
acampamento Shaido ficava do outro lado daquele cume. Perrin

olhou para o cume, desejando. Foi preciso um esforço imenso para
ficar onde estava, em vez de galopar em busca de Faile. Ela se
forçou a se virar para encarar a entrada de carros assim que Marline
passou por ela.
Vivaz ,
Ainda estudando-o, mal tirando os olhos dele o tempo suficiente para

caminhar pela neve sem tropeçar, a mulher deu um passo para o
lado e deixou Aram e os homens de Dois Rios passarem.
Acostumados à Jornada, senão ao Asha'man, eles nem abaixaram a
cabeça para evitar o topo da abertura, exceto o mais alto deles. De
repente Perrin percebeu que o acesso era maior que o primeiro feito
por Grady. Nesse ele teve que desmontar para passar por isso. Era
uma ideia vaga, tão irrelevante quanto o zumbido de uma mosca.
Aram foi direto para Perrin, o rosto tenso e cheirando a impaciência e
ânsia de seguir em frente.
Assim que Dannil e os outros saíram do caminho, eles calmamente

desmontaram e colocaram suas flechas em seus arcos, examinando
as árvores ao redor. Gallenne apareceu em seguida, examinando
severamente a folhagem ao redor, como se esperasse que um
inimigo surgisse de repente; meia dúzia de Mayenians marcharam
atrás dele, o
que tinha que curvar lanças decoradas com fitas vermelhas.
Houve uma longa pausa em que o acesso permaneceu vazio; mas

assim que Perrin decidiu voltar para ver o que estava segurando
Elyas, o homem barbudo apareceu liderando sua montaria, com
Arganda e seis Ghealdanos em seus calcanhares; Um profundo
descontentamento estava estampado em seus rostos. Suas
couraças e elmos reluzentes não estavam à vista, e por sua carranca
você diria que foram obrigados a tirar as calças.
Perrin assentiu para si mesmo. Claro. O acampamento Shaido ficava

do outro lado do monte, assim como o sol. A armadura brilhante teria
sido como espelhos. Eu deveria ter pensado nisso.
Ele ainda deixou seu medo levá-lo à impaciência e impedi-lo de

pensar com clareza. Ele deve ter uma mente clara, agora mais do
que nunca. Qualquer detalhe que ele ignorasse naquele momento
poderia matá-lo e deixar Faile nas mãos do Shaido. No entanto, era
mais fácil dizer que ele tinha que deixar o medo de lado do que fazê-
lo.
Como não ter medo do Faile? Ele tinha que controlá-lo, mas como?
Para sua surpresa, Annoura atravessou a entrada de automóveis,

bem na frente de Grady, que conduzia seu baio escuro. Como
sempre que Perrin a vira passar por um portão, a mulher estava
debruçada sobre a égua até onde o punho da sela permitia, fazendo
uma careta para o buraco criado pela maculada metade masculina
do Poder; assim que o atravessou, esporeou sua montaria o mais
alto possível, sem entrar nas árvores. Grady deixou a porta se
fechar, deixando a imagem roxa de uma barra vertical gravada nas
retinas de Perrin, e Annoura se virou.
Ele deu de ombros e desviou os olhos para encarar Marline e Perrin.
Se ela não fosse uma Aes Sedai, Perrin teria pensado que ela estava
prestes a explodir de raiva e ressentimento.
Berelain deve ter dito a ele para ir com ela, mas não foi o diretor que
ela culpou por ter que estar lá.
- De agora em diante continuamos a pé - anunciou Elyas em voz

baixa, que mal se ouvia por cima do ruído ocasional dos cascos dos
cavalos. Ele havia dito que os Shaido não estavam alertas e quase
não tinham sentinelas, mas falava como se estivessem a vinte
passos de distância. Um homem a cavalo se destaca. Os Shaido não
são cegos; Eles estão apenas considerando que são Aiel, o que
significa que eles têm visão duas vezes mais aguçada do que
qualquer um de vocês, então não fique de frente para o horizonte
quando escalarmos o cume.
E tente fazer o mínimo de barulho possível. Eles também não são

surdos. Eles vão encontrar nossos rastros eventualmente, o que não
pode ser evitado com a neve, mas temos que evitar que eles
descubram que estivemos aqui até depois de partirmos.
Já irritado por ter que largar a armadura e o morion, Arganda

começou a discutir as ordens dadas por Elyas. Não totalmente tolo,
ele mantinha um tom baixo que não ressoava, mas era soldado
desde os quinze anos, liderara tropas contra Mantos Brancos,
Altaranes e Amadicians e, como ele gostava de apontar, havia lutado
no Guerra de Aiel e sobreviveu à Batalha da Neve Sangrenta, em Tar
Valon.
Ele conhecia o Aiel e não precisava de um arqueiro barbudo para lhe

dizer como calçar as botas. Perrin o soltou, enquanto o homem
protestava enquanto repreendia dois de seus soldados para controlar
seus cavalos. Ele não era realmente tolo, ele estava apenas com
medo de sua
Rainha. Gallenne deixou todos os seus homens para trás,
murmurando que as lanças eram completamente inúteis sem
cavalgadas e que provavelmente quebrariam seus pescoços se ele
os fizesse andar qualquer distância. Ele também não era estúpido,
mas sempre via o lado ruim primeiro. Elyas assumiu a liderança, e
Perrin o seguiu apenas o tempo que levou para mover a viseira do
óculos, montada em um tubo de bronze grosso, de suas algemas
Vivaz
para o bolso do paletó.
A vegetação rasteira crescia em manchas sob as árvores, que eram

principalmente pinheiros e abetos, bem como touceiras de outras
espécies que estavam nuas e da cor cinzenta do inverno, e o solo
não era mais íngreme que o Sand Hills em casa, embora mais
rochoso, não apresentava problema para Dannil e os outros homens
de Dois Rios, que subiram a saliência com flechas enganchadas em
seus arcos, vigilantes, quase tão silenciosos quanto uma respiração.
Aram, também acostumado com a floresta, estava perto de Perrin
com sua espada desembainhada. Uma vez ele começou a abrir
caminho através de um emaranhado de trepadeiras grossas com sua
espada até Perrin o parar com uma mão em seu braço, mas mesmo
assim ele mal fez mais barulho do que ele fez enquanto caminhava
na crosta de neve quebradiça. Ele não ficou surpreso ao ver que
Marline se movia entre as árvores como se ela tivesse crescido em
uma floresta em vez de Aiel Waste, onde qualquer coisa que
pudesse ser chamada de árvore dificilmente existia e a neve era
desconhecida, embora ela esperasse todos os seus colares. e as
pulseiras faziam algum barulho ao balançar. De sua parte, Annoura
subiu quase tão sem esforço quanto o Aiel, lutando um pouco com
sua saia, mas evitando agilmente os espinhos afiados de garras de
gato secas e trepadeiras sarmentosas. A Aes Sedai costumava dar
um jeito de te surpreender com alguma coisa.
Também
ele conseguiu ficar de olho em Grady, embora o Asha'man parecesse
focado em onde ele punha os pés para andar. Às vezes ele
suspirava alto e parava por um momento enquanto fazia uma careta
até o topo, mas de alguma forma ele conseguia não ficar para trás.
Gallenne e Arganda não eram jovens, e não estavam acostumados a

andar quando podiam cavalgar, então começaram a ofegar enquanto
subiam e às vezes paravam de árvore em árvore, mas estavam tão
atentos um ao outro quanto pisaram no chão em que pisaram, sem
vontade de deixar que o outro os ultrapassasse. Os quatro lanceiros
de Ghealdan, por outro lado, escorregaram, tropeçaram em raízes
escondidas na neve, pegaram bainhas de espadas em arbustos e
murmuraram maldições quando caíram sobre pedras ou picadas por
espinhos. Perrin começou a cogitar a ideia de ordenar que voltassem
para esperar com os cavalos. E também para bater na cabeça deles
e deixá-los lá para pegá-los quando voltassem.
De repente, dois Aiel apareceram da vegetação rasteira diante de

Elias, seus véus negros cobrindo seus rostos até os olhos, seus
mantos brancos jogados atrás deles, suas lanças e escudos nas
mãos. Eram Donzelas de Lança por sua estatura, embora não
menos perigosas do que quaisquer outras, e em um piscar de olhos
as cordas de nove arcos se retesaram e as flechas apontaram para o
coração dela.
algai'd'siswai
"Você pode acabar se machucando assim, Tuandha", murmurou

Elyas.
Sulin, você já deve saber.
Perrin gesticulou para os homens de Dois Rios abaixarem seus

arcos e para Aram fazer o mesmo com sua espada. Como Elyas, ele
sentiu o cheiro das duas mulheres antes que elas saíssem do
esconderijo. As
As Spear Maidens trocaram um olhar atordoado, mas removeram
seus véus, deixando-os pendurados sobre seus peitos.
"Você tem uma boa visão, Elyas Machera", disse Sulin.
Nervosa e castigada pelo tempo, com uma cicatriz na bochecha, ela

tinha olhos azuis tão penetrantes que podiam perfurar como
furadores de gelo. Mas agora eles ainda refletiam surpresa.
Tuandha era mais alta e mais jovem, e poderia ser considerada

bonita não fosse a falta do olho direito e a cicatriz que ia do queixo
até abaixo do queixo. Estava puxando sua boca de modo que
parecia ter um sorriso, mas esse
shofa
era o único
esperar dela. sorriso que se podia
"Suas jaquetas são diferentes", disse Perrin.
Tuandha franziu a testa para o dela, todo cinza, verde e marrom, e

depois para o de Sulin, exatamente o mesmo. Suas camadas
também. Elyas devia estar cansado para cometer tal deslize. Eles
não se mudaram, não é?
"Não, Perrin Aybara", respondeu Sulin. Os Shaido parecem

preparados para ficar em um lugar por um tempo. Ontem à noite eles
forçaram as pessoas a deixar a cidade e seguir para o norte.
Aqueles que deixam ir. Ela balançou a cabeça levemente, ainda

perturbada pelo fato de que o Shaido forçava as pessoas que não os
seguiam a se tornarem. Seus amigos, Jondyn Barran, Get Ayliah e
Hu Marwin,
ji'e'toh
foram atrás dessas

conseguiam
pessoas
aprender
gai'shain para
alguma
ver
irmãs se
coisa. Nossas
lanceiras
e a Gália estão circundando o acampamento novamente. Ficamos

aqui esperando que Elyas Machera voltasse para você. Sua voz
raramente continha emoção, e agora não havia a menor, mas
cheirava a tristeza. Venha, eu vou te mostrar.
As duas Donzelas se viraram e começaram a subir em direção ao

cume; Perrin correu atrás deles,
esquecendo de todos os outros. A uma curta distância do topo, eles
se agacharam, depois caíram de quatro, e ele seguiu o exemplo,
arrastando o último dos Spans pela neve; no topo da colina, ele
espiou por uma árvore que coroava o topo. Ali a floresta terminava,
dando lugar a arbustos dispersos e mudas de árvores isoladas
descendo a encosta.
Ele estava alto o suficiente para ver várias léguas de terreno

montanhoso e cumes nuas até um ponto onde a faixa escura da
floresta começava novamente. Ele podia ver tudo o que queria ver e
muito menos do que precisava.
Ele havia tentado imaginar o acampamento Shaido pela descrição de

Elyas, mas a realidade superava em muito o que ele havia
imaginado. Um pouco menos de mil passos abaixo havia um
aglomerado de Aiel e outras tendas, e dezenas de carroças,
carroças, pessoas e cavalos. Estendia-se por uma boa milha em
todas as direções, desde as paredes de pedra cinzenta de uma
cidade até a metade do caminho até a próxima elevação.
Eu sabia que o outro lado devia ser o mesmo. Não era uma cidade
grande, como Caemlyn ou Tar Valon - cerca de quatrocentos passos
ao longo do lado que eu podia ver e mais estreita nos outros,
aparentemente - mas ainda era uma cidade com muros e torres altas
e o que parecia ser uma fortaleza no extremo norte. Ainda assim, o
acampamento Shaido a engoliu inteira. Faile estava em algum lugar
naquele vasto mar de pessoas.
Procurou o visor no bolso, lembrando-se no último momento de

proteger a ponta do tubo com a mão. O sol era uma esfera dourada
quase acima dele, a meio caminho de seu zênite. Um reflexo casual
das lentes poderia estragar tudo. Grupos de pessoas pareciam
aproximar-se do espectador, suas feições claras, pelo menos para
seus olhos. mulheres com cabelo comprido
xales escuros caídos sobre os ombros, adornados com dezenas de
colares; outros com menos coleiras ordenhando cabras; outros
vestidos às vezes carregando lanças e baldes;
pergunte a
bruxa
outros espiando dos capuzes
profundos de grossas túnicas
brancas enquanto corriam pela neve, quase se transformando em

lama ao pisoteá-la. Havia homens e meninos também, mas seu olhar
os varreu, com desejo, sem prestar atenção neles. Milhares e
milhares de mulheres, contando apenas as que vestiam branco.
— Muitos — sussurrou Marline, e Perrin baixou o visor para encará-

la.
Os outros se juntaram a ele e às Donzelas, todos deitados em fila na

neve ao longo da borda do cume. Os homens de Two Rivers lutaram
para evitar que as cordas de seus arcos tocassem a neve sem
erguer os arcos acima da linha do cume.
Arganda e Gallenne estavam usando seus próprios óculos para

inspecionar o acampamento abaixo, e Grady estava espiando a
encosta com o queixo nas mãos, tão concentrado quanto os dois
soldados.
Talvez ele estivesse usando o Poder de alguma forma. Da mesma

forma, Marline e Annoura olharam ao redor do acampamento, a Aes
Sedai lambendo os lábios e o Sábio franzindo a testa. Perrin não
achava que Marline pretendia falar em voz alta.
"Se você acha que eu vou me retirar só porque há mais Shaido do

que eu esperava," ele começou acaloradamente, mas ela o
interrompeu encontrando seu olhar impassível.
“Há Sábios demais, Perrin Aybara. Para onde quer que olhe, vejo
uma mulher canalizando. Um momento aqui, outro ali, pois os Sábios
não canalizam todos os
tempo, mas eles estão em todos os lugares que você olha. Muitos
para serem os Sábios de dez septiares.
Perrin inalador hondo.
"Quantos você acha que existem?" -Eu pergunto.
"Acho que talvez todos os Shaido Wise Ones estejam lá embaixo",

disse Marline, tão calmamente como se estivesse discutindo o preço
da cevada.
Tudo o que pode canalizar.
Todas elas? Isso não fazia sentido! Como todos eles poderiam estar
agrupados aqui, quando o Shaido parecia estar espalhado por toda
parte?
Pelo menos ela tinha ouvido histórias do que deviam ser ataques de
Shaido por toda Ghealdan e Amadicia, histórias de ataques e saques
aqui em Altara muito antes de Faile ser tomada, e rumores de ainda
mais longe. Por que estariam todos juntos? Se o Shaido pretendia se
reunir lá, todo o clã... Não, ele tinha que se ater ao que eram fatos
comprovados. E foi mais do que suficiente.
-Quantos? ele perguntou novamente em um tom razoável.
"Não rosne para mim, Perrin Aybara. Eu não sei exatamente quantos
Shaido Sages ainda estão vivos. Até os Sábios morrem de doenças,
picadas de cobra, acidentes. Alguns morreram nos poços de Dumai.
Encontramos cadáveres que eles deixaram abandonados, e eles

tiveram que levar o máximo que puderam para enterrá-los
adequadamente. Nem mesmo o Shaido pode ter abandonado todos
os costumes. Se todos os que ainda estão vivos estão lá embaixo,
assim como os aprendizes que eles podem canalizar, então eu
estimo cerca de quatrocentos. Talvez mais, mas sem chegar a
quinhentos. Havia menos de quinhentos Sábios Shaido canalizando
antes de cruzarmos a Muralha do Dragão, e talvez cinquenta
aprendizes. -A maioria dos
os agricultores teriam demonstrado mais emoção ao falar de cevada.
Ainda examinando o acampamento Shaido, Annoura fez um som

engasgado, quase um soluço.
"Quinhentos?" Luz! Metade da Torre com um único clã? Ó Luz!
"Nós podemos nos esgueirar à noite", Dannil murmurou no final da

fila de homens, "assim como você fez no acampamento dos Mantos
Brancos, lá atrás.
Casa.
Elyas soltou um grunhido que podia significar qualquer coisa, mas

não parecia esperançoso. Sulin bufou com desdém.
“Nós não podíamos entrar naquele acampamento. Não sem ter uma
chance real de sair dela.
Eles o amarrariam como uma cabra para o espeto antes que você
passasse pelas primeiras barracas.
Perrin assentiu lentamente. Ele havia pensado em se esgueirar sob o

manto da escuridão e esgueirar Faile de alguma forma.
E os outros, claro. Ela não iria embora sem os outros. No entanto,

ele nunca acreditou realmente que funcionaria; não com o Aiel, e o
tamanho do acampamento havia apagado o último raio de
esperança. Eu poderia vagar por dias entre tantas pessoas sem
encontrá-la.
De repente, ele percebeu que não precisava mais reprimir o

desespero. A raiva ainda estava lá, mas agora estava fria como aço
de inverno e ele não detectou nem mesmo o menor indício do
desespero que uma vez ameaçou afogá-lo. Havia dez mil no
acampamento e quinhentas mulheres canalizando
algai'd'siswai
—
sabia;
Gallenne
prepare-se para
o pior e todas as surpresas serão agradáveis — quinhentas mulheres

que não hesitariam em usar o Poder como arma, e localizar Faile era
como
encontrar um floco em um prado coberto de neve. Mas, quando tanto
estava se acumulando, simplesmente não havia sentido em se
desesperar. Você tinha que levar as coisas a sério e aguentar firme,
ou afundaria sob o peso. Além disso, ele agora podia ver o quebra-
cabeça. Nat Torfinn sempre insistiu que qualquer quebra-cabeça
poderia ser resolvido quando você descobrisse onde empurrar e
onde puxar.
Ao norte e ao sul, a terra havia sido desmatada a uma distância

maior além da cidade do que no lado da elevação onde ele estava.
Fazendas espalhadas, sem fumaça saindo da chaminé, pontilhavam
a paisagem, e cercas ladeavam os campos cobertos de neve, mas
mesmo um punhado de homens tentando se aproximar de qualquer
direção se destacava tanto que poderia muito bem ser anunciado
com dicas de trombetas, agitar bandeiras e carregar tochas acesas.
Parecia haver uma estrada que conduzia mais ou menos para o sul
através das fazendas, e outra para o norte.
Provavelmente não lhe faria nenhum bem, mas nunca se sabe.
Talvez Jondyn trouxesse alguma informação sobre a cidade, embora

não pudesse ver que bem isso faria com a cidade no meio do
acampamento Shaido. A Gália e as Donzelas, circundando o
perímetro, podiam dizer-lhe o que havia do outro lado do cume
seguinte. A sela naquela elevação tinha a aparência de uma calçada
indo para o leste. Curiosamente, havia um grupo de moinhos de
vento a pouco mais de 800
metros ao norte da sela, suas longas lâminas brancas girando

lentamente, e parecia haver outros no alto da colina abaixo. Uma
fileira de arcos, como os de uma ponte longa e estreita, se estendia
pela encosta desde os moinhos mais próximos até as muralhas da
cidade.
"Alguém sabe o que é isso?" ele perguntou enquanto apontava.
Examinando-o pela viseira, nada revelou, exceto que parecia ser

construído da mesma pedra cinzenta das paredes. Era muito estreito
para ser uma ponte. Não tinha grades e não parecia haver nada que
precisasse ser atravessado por uma ponte.
"É para carregar água", respondeu Sulin. Estende-se por cerca de

cinco milhas, até um lago. Não sei por que eles não construíram a
cidade mais perto, mas a maior parte do terreno ao redor do lago
parece que ficará lama quando esfriar. Ele já não tropeçava em
palavras desconhecidas para o Aiel, como “lama”, embora ainda
houvesse uma pitada de temor em “lago”, com a ideia de tanta água
reunida em um só lugar. Pensando em cortar o abastecimento de
água? Isso os expulsaria, sem dúvida. Sulin conhecia bem a luta
pelo precioso líquido. A maioria das lutas em Wasteland começou
por causa da água.
Mas eu não acho...
O redemoinho de cores explodiu na cabeça de Perrin; foi uma

explosão de tonalidades tão forte que fez desaparecer a visão e a
audição. Exceto pela capacidade de ver cores, é claro. Eram uma
grande onda, como se cada vez que ele os empurrasse para longe
de sua cabeça eles construíssem uma represa que agora estoura
sob o impulso imparável da torrente silenciosa, girando em
redemoinhos silenciosos tentando arrastá-lo para o fundo. Uma
imagem se formou no centro do turbilhão, Rand e Nynaeve sentados
no chão, um de frente para o outro, tão claros como se estivessem
diante dele. Ela não tinha tempo para Rand agora. Agora não!
Abrindo caminho através das cores como um homem se afogando
até a superfície, ele as forçou para fora de sua cabeça.
A visão e a audição, o mundo ao seu redor, reapareceram com um
estrondo violento, quase o esmagando. "...é uma loucura," Grady
estava dizendo com uma campainha para tocar.
preocupado-. Ninguém pode lidar com o suficiente para que Saidin

ele possa percebê-lo tão longe! Ninguém!
"Ninguém pode lidar tanto com outra pessoa também," Saidar , mas
Marline murmurou.
-Os renegados? A voz de Annoura tremeu. Os que não conhecemos.
Renegados usando algum O… O
sa'angreal
próprio Escuro.
Os três estavam olhando para o noroeste, e se Marline parecia mais

calma do que Annoura ou Grady, ela cheirava tão assustada e
preocupada quanto eles. Com exceção de Elyas, os outros
observavam os três com a expressão de quem espera o anúncio de
que uma nova Ruptura do Mundo havia começado. O rosto de Elyas
mostrava resignação. Um lobo morderia uma rocha que o arrastaria
para a morte, mas ele também sabia que a morte viria mais cedo ou
mais tarde e não poderia ser combatida.
"É Rand," Perrin murmurou em uma voz oca. Ele estremeceu com o
novo ataque de cores tentando retornar, mas ele as esmagou. Isso
depende dele.
Ele cuidará disso, seja o que for. Todos estavam olhando para ele
agora, até mesmo Elyas. Preciso de prisioneiros, Sulin. Pela força
eles têm que deixar grupos de caça.
Elyas diz que eles têm sentinelas a vários quilômetros de distância,

pequenos grupos. Você pode me pegar prisioneiros?
"Ouça-me com atenção", disse Annoura, falando apressadamente.
Ele se sentou na neve o tempo suficiente para alcançar Marline e
pegar a capa de Perrin. Algo está acontecendo, talvez maravilhoso,
talvez horrível, mas em qualquer caso
momentoso, mais do que qualquer outra coisa registrada na história
conhecida! Temos que saber o quê! Grady pode nos levar até lá,
perto o suficiente para ver. Eu poderia mover você se eu conhecesse
a trama. Temos que saber!
Perrin encontrou seu olhar, levantou a mão, e a mulher ficou em

silêncio, com a boca aberta. Não era fácil para uma Aes Sedai calar
a boca, mas Annoura calou.
“Eu disse a você o que é. Nosso dever de casa está bem ali na
nossa frente. sulina...
Sulin virou a cabeça alternadamente para ele, para o Aes Sedai,

para Marline. Finalmente, ele deu de ombros.
"Você descobrirá pequenas coisas úteis se as questionar."
Eles vão abraçar a dor e rir de você. E envergonhar será um

processo lento... se aqueles Shaido ainda puderem ser
envergonhados.
"O que quer que eu descubra será mais do que sei agora",
respondeu ele.
Sua tarefa estava diante dele. Um quebra-cabeça para resolver,

libertar Faile e destruir o Shaido. Isso era tudo o que importava. Por
cima de tudo.
9
ARMADILHAS
reclamou novamente que os outros Sábios são tímidos Faile concluiu

submissa enquanto ajustava a cesta alta que E
carregava em um ombro, mudando seu peso de um pé para o outro

na neve lamacenta. A cesta não pesava muito, embora estivesse
cheia de roupas sujas, e sua túnica branca era grossa e quente,
assim como duas camisolas, mas as botas de couro macio,
branqueadas para serem brancas também, mal protegidas da neve
fria. — Recebi ordens para relatar exatamente o que a Sábia
Sevanna disse — apressou-se a acrescentar.
Someryn era uma das "outras" Sábias, e sua boca se fechou com a
palavra "tímida".
Abatido, era tudo o que Faile conseguia ver do rosto de Someryn.

Eles foram necessários
gai'shain
manter um comportamento humilde, especialmente se eles não
fossem Aiel, e embora ela olhasse através de seus cílios para
vislumbrar a expressão do Sábio, a outra mulher era mais alta do
que muitos homens, até mesmo Aiel; uma mulher gigantesca de
cabelos louros muito mais alta que ela. O que vi principalmente foi o
enorme busto de Someryn, com o início dos seios expostos por usar
os laços da blusa soltos até o meio do peito, embora parcialmente
coberto pela enorme coleção de colares cobertos de gotas de fogo,
esmeraldas, rubis e opalas, três fios de pérolas grossas de
comprimento escalonado e correntes de ouro intrincadas. A maioria
dos Sábios parecia não gostar de Sevanna, que "falou pelo chefe"
até que um novo chefe do clã fosse eleito, um evento que
provavelmente não aconteceria tão cedo, e tentou minar sua
autoridade quando eles não lutaram entre si. Eles não formavam
panelinhas, mas muitos compartilhavam o amor de Sevanna pelas
joias do pântano, e alguns até começaram a usar anéis, como ela.
Someryn levava na mão direita uma enorme opala que brilhava em
vermelho cada vez que a mulher ajustava o xale, e na esquerda uma
grande safira rodeada de rubis. No entanto, ele não adotou roupas
de seda. Ela usava uma blusa branca lisa de Wasteland, e a saia e o
xale eram de tecido pesado, tão escuro quanto o lenço dobrado que
apertava suas têmporas para manter o cabelo loiro na altura da
cintura longe do rosto. O frio não parecia incomodá-la nem um
pouco.
algode
Ambos estavam um pouco além do que Faile acreditava ser a

fronteira entre o campo de Shaido e os — os prisioneiros —
gai'shain
embora não houvesse realmente dois campos. Alguns dormiam entre

os Shaido, mas o resto era mantido no gai'shain
centro das lojas, a menos que estivessem fazendo algum trabalho
designado, longe do impulso da liberdade, como gado cercado por
um muro de Shaido. A maioria dos homens e mulheres que
passavam por eles usavam as vestes brancas de , embora poucos
fossem tão finamente
gai'shain tecidos
Faile. quanto
Com
os que
tantos
cobriam
para vestir, os
Shaido vasculharam qualquer pano branco que pudessem encontrar,

de modo que alguns se enrolaram em camadas de linho grosso ou
veludo ou mesmo pano de tenda áspero, e muitas das roupas
estavam manchadas de lama ou lama. Apenas ocasionalmente um
deles tinha a altura e os olhos pálidos de um Aiel. A grande maioria
eram Amadicians de pele corada, Altarans gai'shain de pele morena
e Cairhienins pálidos, junto com o mercador ocasional de Illian ou
Tarabon ou de qualquer outro lugar que teve o azar de se encontrar
no pior lugar na pior hora.
Os Cairhienin foram os mais antigos e os mais resignados com sua

situação, além do punhado de Aiel vestidos de branco, mas todos
mantiveram os olhos baixos e continuaram seus negócios o mais
rápido que a neve e a lama permitiam. Esperava-se deles humildade
e obediência, bem como entusiasmo em adotar ambas.
Qualquer coisa menos resultou em lembretes dolorosos.
gai'shain
Faile também gostaria de se apressar. A coisa dos pés frios era
apenas uma pequena parte desse desejo; e menos ainda o desejo
de Sevanna de lavar suas roupas.
Muitos olhos podiam vê-la parada ali à vista de Someryn; e embora o

capuz profundo escondesse seu rosto, o largo cinto de brilhantes
correntes de ouro em volta da cintura, e o colar curto combinando,
marcavam-na como uma das servas de Sevanna.
Ninguém os chamou assim - aos olhos do Aiel, para ser um servo
humilhante - mas isso é o que eles eram, pelo menos o moradores
de zonas húmidas, apenas sem remuneração, com menos direitos e
menos liberdade do que qualquer servidor os que eu tinha ouvido
falar. Mais cedo ou mais tarde, Sevanna acabaria descobrindo que
os Sábios pararam
gai'shain
para lhes fazer perguntas. Sevanna tinha mais de cem servos e

aumentando esse número, e Faile
Eu tinha certeza de que cada um deles repetia o Você sabia cada

palavra que a ouvia pronunciar.
Foi uma armadilha brutalmente eficaz. Sevanna era uma amante

dura, de uma forma muito particular; eu não falei com brusco e
raramente denotava raiva, mas o mais
pequena infração, o menor deslize de atitude e a comportamento, foi

imediatamente punido com a vara ou a trela, e todas as noites era
escolhido entre todos os gai'shain
para os cinco que a teriam agradado, exceto que dia e mais punições
foram aplicadas, às vezes deixando-os amarrado e amordaçado a
noite toda, além de espancá-los, apenas para encorajar o bom
comportamento nos outros.
Faile não queria pensar no que aquela mulher pediria como punição
para um espião. Por outro lado, os Sábios tinham deixou claro que
quem não contou o que ouviu, qualquer um que tentou esconder ou
reter parte de algo, enfrentaria um futuro incerto, certamente
terminando em um poço raso. Danos a um além
gai'shain
permitido pelos limites da disciplina era uma violação da teia de

honra
ji'e'toh
e obrigação que governava
as vidas dos Aiel, mas aparentemente as dos
gai'shain
as zonas húmidas pareciam estar fora de vários padrões.
Mais cedo ou mais tarde, um lado ou outro da armadilha fecharia de

golpe. O que até agora mantinha aberta a
mandíbulas das ações era que o Shaido parecia considerar

deles
das zonas húmidas como uma equipa de carroças
gai'shain
ou uma manada de animais, embora na verdade os animais tenham

recebido um tratamento muito melhor. De vez em quando, gai'shain
alguém tentava escapar, mas fora isso os mestres simplesmente lhes

davam comida e abrigo, os faziam trabalhar e os puniam se
vacilassem. Os Sábios não esperavam que eles desobedecessem,
Sevanna não esperava que eles a espionassem, assim como não
esperariam que um cavalo de tração cantasse.
Mais cedo ou mais tarde, porém... E essa não foi a única armadilha
em que Faile foi pego.
"Sage, não tenho mais nada a relatar", ele murmurou quando

Someryn ficou em silêncio. A menos que alguém fosse
completamente insano, não se levantava uma Sábia até que ela
desse permissão. A sábia Sevanna fala abertamente na nossa
frente, mas quase não diz nada.
A mulher alta permaneceu em silêncio e, após intermináveis

momentos, Faile ousou erguer os olhos um pouco mais alto.
Someryn estava olhando para algo sobre a cabeça de Faile e seu

queixo caiu de espanto.
Franzindo o cenho, Faile tirou a cesta do ombro e olhou para trás,

mas não viu nada que justificasse a expressão de Someryn, apenas
o acampamento espalhado, com as tendas baixas e escuras de Aiel
misturadas com tendas pontiagudas e tudo mais.
castanho claro, outros verdes ou azuis ou vermelhos ou até listrados.

Os Shaido pegavam qualquer coisa de valor quando atacavam,
qualquer coisa que pudesse ser útil, e nunca deixavam para trás
nada parecido com uma loja.
Como era, eles mal tinham abrigos suficientes para se abrigar.
Havia dez septiares reunidos ali, mais de setenta mil Shaido e quase
tantos por sua conta. Mas onde quer que eu gai'shain
olhasse eu só
via
a agitação de sempre: Aiel em vestes escuras cuidando de seus
negócios entre os cativos vestidos de branco correndo de um lado
para o outro. Um ferreiro trabalhava o fole da forja em frente a uma
oficina aberta, ferramentas dispostas sobre uma pele de touro
curtida; as crianças conduziam rebanhos de cabras balindo com a
ajuda de paus; um mercador exibia suas mercadorias em um
pavilhão aberto de lona amarela, de castiçais dourados e tigelas de
prata a potes de ferro e chaleiras, todos saqueados.
Um homem esbelto, conduzindo um cavalo pelas rédeas, conversava

com um Sábio de cabelos grisalhos chamado Masalin, sem dúvida
procurando uma cura para alguma doença que o animal tinha, a
julgar pela maneira como apontava repetidamente para a barriga do
cavalo. . Nada que pudesse explodir Someryn.
Assim que Faile estava prestes a virar a cabeça novamente, ela

notou um Aiel de cabelos pretos olhando para o outro lado.
Não só o cabelo era escuro, mas era preto como um corvo, uma
coisa muito rara entre os Aiel. Mesmo vendo-a por trás, pensou ter
reconhecido Alarys, outra das Sábias. Havia mais de quatrocentos
Sábios no acampamento, mas Faile rapidamente aprendeu a
conhecê-los de vista. Confundir um Sábio com um tecelão ou um
oleiro era a maneira mais rápida de ganhar uma surra.
Pode não ter significado nada que Alarys estivesse completamente

imóvel e olhando na mesma direção que Someryn, ou mesmo que
ela tivesse deixado seu xale escorregar para o chão, só que atrás
dela Faile reconheceu outro Sábio, também olhando para o noroeste
e dando um tapa. aqueles que passavam. Essa tinha que ser Jesain,
uma mulher que teria sido chamada de baixinha mesmo se não fosse
Aiel, com uma juba espessa de cabelo tão vermelho que faria o fogo
empalidecer em comparação e
um caractere correspondente. Masalin estava conversando com o
homem a cavalo e gesticulando em direção ao animal. Ela não
canalizou, mas três Sábios que canalizaram estavam olhando na
mesma direção. Só uma coisa poderia explicar: eles estavam
observando alguém canalizado lá em cima, no cume arborizado da
colina além do acampamento. Se ela fosse uma Sábia canalizando
ela não os teria feito olhar.
Era uma Aes Sedai? Ou mais de um? Melhor não deixar sua
esperança despertar. Era muito cedo.
Um tapa a fez cambalear e ela quase deixou cair a cesta.
"O que você está fazendo parado aí como um idiota?" ele rosnou
Someryn. Continue com seu trabalho. Vá, antes que eu…!
Faile saiu, segurando a cesta em uma mão e com a outra enrolando

a bainha de sua túnica para evitar que ela raspasse na neve
lamacenta, o mais rápido que podia sem escorregar e cair na lama.
Someryn nunca bateu em ninguém e nunca levantou a voz.
Se ele tivesse feito as duas coisas, seria melhor se afastar dela mais
cedo ou mais tarde. Submissa e obedientemente.
O orgulho a incitava a manter uma atitude de rebelião fria, uma

recusa calma a se curvar, mas o bom senso a advertia de que, se o
fizesse, seria observada duas vezes mais do que era agora. O
Shaido tomaria os pântanos como animais de estimação, mas eles

gai'shain
não eram totalmente cegos. Eles tinham que pensar que ele aceitara
o cativeiro como algo inexorável se quisesse ter uma chance de
escapar, e isso não estava fora de sua mente.
Quanto antes melhor. Certamente antes que Perrin os alcançasse.
Ela nunca duvidou que Perrin os estava seguindo, que ele iria
encontrá-la de um jeito ou de outro - aquele homem atravessaria
uma parede se entrasse em sua cabeça! - mas ela tinha que fugir
primeiro. Ela era filha de
Um soldado. Ele sabia o número do contingente Aiel, ele sabia o
quão forte Perrin era, então ele tinha que chegar até ele antes que
houvesse um choque de forças.
Houve o pequeno detalhe de escapar do Aiel, primeiro.
O que os Sábios estariam olhando? As Aes Sedai ou os Sábios que

viajaram com Perrin? Luz, eu esperava que não, ainda não! Mas
havia outras coisas que tinham precedência, e a lavanderia não era a
menos importante. Ele carregou a cesta para o que restava de
Malden City, andando pelo fluxo constante de . Os que vinham
gai'shain
da cidade carregavam dois
equilibrados
pesados
nas pontas baldes
de uma
vara pendurada nos ombros, enquanto os carregados por quem

voltava para casa balançavam, vazios, nas varas. Com tanta gente
no acampamento, era preciso muita água, e foi assim que chegou
até eles, balde por balde. Era fácil distinguir aqueles que haviam sido
habitantes de Malden. Em uma região tão ao norte de Altara, sua
pele era mais clara do que azeitonada, gai'shain
e alguns
até tinham
olhos azuis, mas todos cambaleavam, como se estivessem

atordoados. O ataque Shaido, escalando as muralhas à noite, havia
rompido as defesas antes que a maioria dos aldeões tivesse ideia de
que estavam em perigo, e eles ainda pareciam incapazes de
acreditar no que suas vidas haviam se tornado.
No entanto, Faile procurou um rosto em particular, um que ela
esperava que não estivesse carregando água naquele dia.
Ele estava procurando por ela desde que o Shaido acampou aqui
quatro dias atrás. Ele a viu junto aos portões da muralha, que
estavam abertos contra as paredes de granito. Era uma mulher de
branco, mais alta do que ela, carregando uma cesta achatada de pão
no quadril, o capuz puxado para trás o suficiente para revelar um
pouco de cabelo ruivo escuro. Chiad parecia estar estudando o
portões reforçados com ferro que não serviram para proteger
Malden, mas ele virou as costas para eles assim que Faile se
aproximou. Pararam lado a lado, sem olhar um para o outro,
enquanto fingiam acomodar melhor suas respectivas cestas. Não
havia motivo para os dois não se falarem, mas ninguém gai'shain
deve
lembrar se
de
que foram capturados juntos. Bain e Chiad não eram observados tão
de perto quanto aqueles que trabalhavam para Sevanna, mas isso
poderia mudar se alguém se lembrasse desse detalhe. A gai'shain
maioria dos que
estavam à vista eram , e do oeste da Muralha do Dragão, mas havia

muitos que aprenderam a bajular relatando rumores e gai'shain
histórias. A maioria das pessoas fazia o que era preciso para

sobreviver, e algumas sempre tentavam entrar, quaisquer que
fossem as circunstâncias.
"Eles foram embora na primeira noite em que estivemos aqui",

murmurou Chiad. Bain e eu os conduzimos para as árvores e
cobrimos a trilha no caminho de volta. Ninguém parece ter notado
sua ausência, até onde eu sei. Com tantos, é um milagre que
gai'shain esses Shaido percebam que alguém escapa.
Faile deu um pequeno suspiro de alívio. Três dias se passaram.
O Shaido notou os fugitivos. Poucos conseguiam desfrutar de mais

de um dia de liberdade, mas as chances de sucesso aumentavam a
cada dia que passava sem serem capturados, e parecia certo que o
Shaido estaria em movimento no dia seguinte ou no dia seguinte.
Eles não pararam tanto tempo desde que a capturaram. Ele
suspeitava que talvez eles estivessem tentando retornar à Muralha
do Dragão e cruzar de volta para Wasteland.
Não foi fácil convencer Lacile e Arrela a irem sem ela. O que
finalmente os conquistou foi o argumento de que eles poderiam dizer
a Perrin onde ela estava, bem como o aviso do número de Shaido lá
e a notícia de que Faile já havia feito sua fuga bem planejada e que
qualquer interferência dele poderia colocar ela em apuros, pôr em
perigo o plano e ela. Ele se certificou de que acreditassem nele de
todo o coração — de certa forma, ele tinha um plano para escapar;
vários, na verdade, e um deles tinha que trabalhar - mas até aquele
momento ela estava meio convencida de que as duas mulheres
decidiriam que seu juramento a ela exigia que ficassem ao seu lado.
Juramentos de água eram mais fortes do que juramentos de lealdade
de certa forma, embora deixassem espaço de manobra suficiente
para fazer coisas estúpidas em nome da honra. Para dizer a
verdade, ele não sabia se aqueles dois encontrariam Perrin, mas
eles estavam livres de qualquer maneira, e havia apenas duas outras
mulheres com quem se preocupar. Claro, a ausência de três dos
servos de Sevanna seria notada imediatamente, dentro de horas, e
os melhores rastreadores seriam enviados para trazê-los de volta.
Faile estava acostumada com a floresta, mas sabia muito bem que
não era páreo para os rastreadores de Aiel. Para fugir das
"correntes" foi uma experiência muito desagradável quando eles

foram recapturados. Para De Sevanna, é melhor morrer tentando.
gai'shain
Na melhor das hipóteses, ele nunca teria a chance de tentar uma

segunda vez.
gai'shain
"O resto de nós terá uma chance melhor se você e Bain vierem
conosco", ela sussurrou. O fluxo de homens e mulheres de branco
carregando água continuou, e ninguém parecia prestar atenção
neles, mas nas últimas duas semanas a cautela se tornara
profundamente arraigada nela. Luz,
mais parecia dois anos! Que diferença pode haver em ajudar Lacile e
Arrela a chegar à floresta e
ajudar o resto de nós a ir mais longe?
Era perder tempo. Ele sabia bem qual era a diferença; Bain e Chiad
eram amigos e haviam lhe ensinado o Costumes de Aiel, sobre ele e
até um
ji'e'toh
pouco da língua
sinal, e não se surpreendeu quando Chiad virou ligeiramente sua

cabeça para olhar para ela com uma expressão em seus olhos
cinzas ele não tinha nenhuma mansidão. E
gai'shain
nem o
havia em sua voz, embora falasse baixinho.
— Vou ajudá-lo a ir o mais longe possível porque não é justo Que o

Shaido te abrace. Você não segue o . Mim ji'e'toh
sim. Se eu jogar fora minha honra e obrigações só porque o Shaido

eles têm, então vou deixá-los decidir como eu vou para atuar. Eu vou
usar branco por um ano e um dia e então eu vou eles vão largar ou
eu vou embora, mas eu não vou desistir do que sou. Sem dizer mais
nada, Chiad se afastou.
entre a multidão de
gai'shain .
Faile começou a levantar a mão para detê-la e então ele largou. Eu

já havia feito essa pergunta antes e ele havia recebido uma resposta
mais cortês; ao perguntar sobre Mais uma vez ele insultou seu
amigo. Ele teria que se desculpar.
Para não pedir a ajuda de Chiad - a mulher não negaria - mas

porque ele também tinha sua própria honra, embora ele não tenha
ji'e'toh . Eu não ofendi amigos por
seguido mais tarde para esquecê-lo ou esperar que eles o

esquecessem. Sem As desculpas teriam que esperar, no entanto.
eles não deveriam ser visto conversando por um longo tempo.
Malden tinha sido uma cidade próspera, produzindo boa lã e grande

quantidade de bom vinho,
mas agora tinha sido reduzido a ruínas dentro do paredes. Das

casas com telhados de ardósia havia tantos de madeira como de
pedra, e o fogo tinha
espalhar incontrolavelmente durante os saques. O extremo sul da
cidade era uma pilha de vigas carbonizadas decoradas com
pingentes de gelo e paredes enegrecidas sem teto.
Todas as ruas, fossem de paralelepípedos ou terra batida, estavam

cobertas de cinzas cinzentas sopradas do ar e misturadas com neve
derretida, e toda a cidade cheirava a madeira queimada.
Aparentemente, a água tinha sido algo que Malden nunca tinha

faltado; mas, como todos os Aiel, ela era altamente valorizada pelo
Shaido e não sabia nada sobre apagar incêndios. Havia poucas
coisas em Aiel Waste que poderiam queimar. Se eles tivessem
parado o saque quando o fogo começou, eles certamente teriam
deixado as chamas consumirem toda a cidade, e de fato hesitaram
em desperdiçar a água antes de forçar os homens em filas com
baldes, e deixar os homens que Malden conseguiu seus carros-
bomba para fora. Faile tinha imaginado que o Shaido gai'shain
pelo
menos
recompensaria esses homens, permitindo que eles saíssem com as

pessoas que eles não estavam interessados em fazer, mas os
homens que bombeavam a água eram jovens e fortes, exatamente o
tipo de pessoa que o Shaido queria. O Shaido mantinha algumas
regras relativas aos — mulheres grávidas e com filhos gai'shain
menores de dez anos foram
autorizadas a sair, assim como os meninos menores de dezesseis

anos e os ferreiros da cidade, que se sentiam perplexos gai'shain
agradecidos
— mas gratidão não se encaixava nessas regras.
gai'shain
A mobília estava empilhada nas ruas, grandes mesas viradas e
cadeiras e baús ornamentados, e às vezes um cabide lascado ou
pratos quebrados. Havia roupas espalhadas por toda parte, casacos,
calças e vestidos, o
mais esfarrapado. Qualquer coisa que fosse ouro ou prata ou que
tivesse pedras preciosas ou fosse útil ou comestível tinha sido
apreendida pelo Shaido, mas os móveis deviam ter sido levados no
frenesi do saque e depois abandonados por quem os transportava ao
decidir que um pouco de douração nas bordas ou bela escultura não
valia o esforço. Os Aiel não usavam cadeiras de qualquer maneira,
exceto para chefes, e não havia espaço nas carroças e carroças
para nenhuma daquelas mesas pesadas.
Alguns Shaido ainda perambulavam pela cidade em busca de casas,

pousadas e lojas em busca de algo que pudessem ter perdido, mas a
maioria das pessoas que Faile via carregava baldes. Os Aiel não
tinham interesse em cidades, exceto gai'shain
como armazéns a
par serem
de
saqueados.
Donzelas
Um
passou por
ele, usando as pontas cegas de suas lanças para cutucar um homem

nu aterrorizado com os braços amarrados atrás das costas em
direção aos portões da cidade. Ele deve ter pensado que poderia se
esconder em um sótão ou porão até que o Aiel partisse, e as Servas
sem dúvida pensaram em procurar naqueles lugares por qualquer
esconderijo de moedas ou prata. Quando um homem corpulento
vestido de uniforme entrou na frente dela, Faile desviou para
contorná-lo o melhor que pôde.
Um sempre dava lugar a qualquer Shaido.

pergunte a bruxa
algai'd'siswai
gai'shain
"Você é muito bonita", o Aiel disse a ela, ficando no caminho dela.
novo a caminho.
Ele era o maior homem que Faile já tinha visto, com uns bons dois
metros de altura e um corpo atarracado. Não era gordo - eu nunca
tinha visto um Aiel gordo antes - mas era muito largo. O homem
arrotou; cheirava a vinho. bêbado Aiel realmente tinha visto, como
eles tinham
encontrei todos aqueles barris de vinho lá em Malden.
No entanto, ele não sentiu medo. eu conheço-os gai'shain
puniria por várias infrações, muitas vezes
transgressões que poucos moradores de zonas húmidas entendido,

mas as vestes brancas também davam uma certa proteção, e ela
tinha outra proteção também.
-Sou
gai'shain
Sábia Sevanna", disse ele, no tom
mais obsequioso que soube dar à sua voz. Para sua consternação,
ele tinha dominado isso muito bem. Não Sevanna Você vai gostar
que eu fique por perto e deixe meus deveres para bater papo. Ele
novamente tentou passar o homem ao redor e Ela pulou quando ele
agarrou seu braço com um grande mão que poderia ter circulado
duas vezes e ainda tem alguns centímetros de sobra.
“Sevanna tem centenas de
gai'shain
. não vai perder
menos um por uma ou duas horas.
A cesta caiu no chão quando ele a ergueu no ar com seu facilidade

de quem levanta um travesseiro. Antes que eu falhe Eu tive tempo
para saber o que estava acontecendo, eu tinha preso debaixo de um
braço, com o dela preso contra o lados. Ele abriu a boca para gritar,
e o homem usou o mão livre para pressionar seu rosto contra seu
peito. o cheiro de pano suado encheu suas narinas. a única coisa
que eu vi era o tecido de uma cor entre cinza e marrom. onde eles
estariam colocar essas duas donzelas? Algumas damas de lança
não gostam disso!
Eles permitiriam que você fizesse algo assim! Qualquer Aiel que o
viu interviria! Ele não podia
gai'shain
esperar ajuda deles. sim
Eu tive sorte, um ou dois podem correr para ajudar, mas a primeira

lição que se aprendeu foi que
gai'shain
mesmo
uma ameaça de violência levou alguém a ser amarrado pelo

tornozelos, cabeça baixa e açoitado até
uivo. Pelo menos, foi a primeira lição que os habitantes das zonas
húmidas que aprenderam; o Aiel já sabia: um
gai'shain
ele foi proibido de reagir com violência em qualquer circunstância.
O que não a impediu de chutar furiosamente o homem. Pelo

resultado que teve, teria dado tanto se tivesse chutado uma parede.
O cara começou a andar, levando-a para algum lugar. Ele deu uma
mordida que o recompensou com um bocado de pano áspero e sujo
enquanto seus dentes deslizavam sobre o músculo duro que não lhe
dava chance de agarrar. Parecia ser feito de pedra. Faile gritou, mas
o grito foi abafado até em seus ouvidos.
De repente, o monstro que a carregava parou.
"Eu fiz este profundo
gai'shain
Eu, Nadric disse a voz
de outro homem."
Faile sentiu o baque da risada no peito contra o qual seu rosto

estava pressionado antes que ela o ouvisse. Ele continuou chutando
e se contorcendo e tentando gritar, mas seu captor parecia não notar
seus esforços.
"Agora pertence a Sevanna, Siblingless," respondeu o gigante...

Nadric?...
em um tom de desprezo. Sevanna pega o que ela quer, e eu pego o

que eu quero. É o novo estilo.
"Sevanna pegou", o outro homem respondeu calmamente, "mas eu

nunca dei a ela." Eu nunca propus fazer um acordo por ela. Você
desistiu de sua honra porque Sevanna desistiu da dela?
Houve um longo silêncio quebrado apenas por ruídos abafados de

Faile, que não parava de lutar, não conseguia parar de lutar, embora
seus esforços fossem como os de um bebê de fraldas.
"Ela não é bonita o suficiente para brigar," disse Nadric finalmente,

que não parecia nem um pouco assustado, ou mesmo preocupado.
Suas mãos se abriram e os dentes de Faile se soltaram de sua

jaqueta tão de repente que ela pensou que tinha ido embora.
ela havia arrancado um ou dois, mas ela caiu no chão de costas e o
golpe esvaziou o ar de seus pulmões, além de deixá-la atordoada ao
bater com a cabeça também. Quando quis recuperar o fôlego e usar
as mãos para se levantar, o grandalhão estava andando pelo beco e
quase chegara à rua; pois ela estava em um beco agora, Faile
percebeu, um caminho estreito de terra espremido entre dois prédios
de pedra. Ninguém teria visto o que o homem estava fazendo ali.
Tremendo - ela não estava tremendo, era apenas um
estremecimento! - ela cuspiu o gosto de pano sujo e suor de Nadric
de sua boca, e olhou para as costas do gigante que se afastava. Se
ele tivesse a faca que mantinha à mão, ele o teria espetado com ela.
Uma parte dela sabia que essa ideia era ridícula, mas ela estava se
agarrando a qualquer coisa para alimentar sua raiva, mesmo que
apenas pelo calor que a raiva lhe dava. Para ajudá-la a parar de
tremer. Ela o teria esfaqueado uma e outra vez até que ela não
pudesse levantar os braços de exaustão.
Ele se levantou com as pernas trêmulas e apalpou os dentes com a

língua. Todos em perfeito estado; nenhum estava quebrado ou
faltando. Seu rosto estava dolorido da jaqueta áspera de Nadric e
seus lábios estavam machucados, mas ela não estava ferida. Ele
repetiu isso para si mesmo. Ela não estava ferida e estava livre para
sair do beco. Bem, quão livre era qualquer um que vestisse as
roupas de . Se havia muitos como Nadric que não viam a proteção
gai'shainde tais roupas,
começando então
a ordem
desmoronar estava
entre os Shaido.
O acampamento seria um lugar mais perigoso, mas a desordem

proporcionaria mais oportunidades de fuga. foi assim
Como devo abordar o assunto? Ele havia descoberto algo que
poderia ajudá-la. Eu gostaria que parasse de tremer.
Finalmente, relutantemente, ele olhou para seu salvador. Ele havia

reconhecido a voz. O homem ficou bastante distante, observando-a
calmamente, sem fazer nenhuma tentativa de oferecer-lhe conforto.
Faile pensou que ela teria gritado se ele a tivesse tocado. Outra
estupidez, já que ele tinha acabado de resgatá-la, mas isso não
tornava isso menos verdadeiro.
Rolan era apenas uma mão mais baixo que Nadric e quase tão largo,
e ela tinha boas razões para cortá-lo também. Não era Shaido, mas
um dos Sem-Irmão, os homens que deixaram seus clãs porque não
queriam seguir Rand al'Thor. Na verdade, foi ele quem a "criou". É
Mera'din verdade que ele
a impediu
congelar
de
na noite
após seu sequestro, envolvendo-a em sua própria jaqueta, mas ela

não precisaria cobri-la se ele não tivesse cortado até o último ponto
de suas roupas gai'shain
para começar. A primeira parte de fazer alguém era sempre

desnudá-lo, mas esse costume não era motivo para perdoá-lo pelo
que havia feito.
gai'shain
"Obrigado", disse ele, embora a palavra tivesse um gosto amargo em

sua língua.
"Eu não peço gratidão," ele respondeu suavemente. E não olhe para
mim como se quisesse me morder porque não conseguiu morder
Nadric.
Faile fez uma careta que fingia ser um sorriso, embora dificilmente
parecesse; naquele momento ele se sentiu incapaz de fingir
humildade mesmo que quisesse.
Então ele se virou e caminhou firmemente em direção à rua. Em vez

disso, ele tentou andar com firmeza, mas suas pernas ainda tremiam
tanto que ele estava balançando. os que passavam na rua
gai'shain
carregando baldes mal prestava atenção nele. Poucos cativos
queriam compartilhar os problemas uns dos outros; eles tiveram o
suficiente com os deles.
Alcançando o cesto de roupa caído, ela soltou um suspiro.
Estava deitado de lado e as blusas brancas e as saias de seda

escura estavam espalhadas no chão sujo, manchado de lama e
cinzas. Pelo menos ninguém os pisou. Qualquer um que estivesse
carregando água a manhã toda e ainda tivesse o resto do dia pela
frente fazendo a mesma coisa poderia ter sido perdoado por não se
esquivar das roupas, considerando que havia roupas espalhadas por
toda parte que haviam sido cortadas dos habitantes de Malditos fatos
Eu teria tentado perdoá-los. Ela endireitou a cesta e começou a
recolher as roupas, mas antes de guardá-las as sacudiu para
remover
gai'shain
qualquer lama e cinzas que pudessem se soltar, tomando cuidado

para não esfregar o que ficou preso. Ao contrário de Someryn,
Sevanna começou a usar seda. Era a única coisa que ele usava. Ela
estava tão orgulhosa dessas sedas quanto de suas joias, e
igualmente possessiva de ambas. Ela não se divertiria se alguma
daquelas roupas não voltasse completamente limpa.
Quando Faile colocou a última blusa em cima de tudo, Rolan chegou

ao lado dela e ergueu a cesta com uma das mãos. Prestes a atacar
ela — ela poderia carregar seus fardos, muito obrigado! — ela
engoliu as palavras.
Seu cérebro era a única arma real que ela possuía e ela teve que
usá-lo em vez de deixar o gênio controlá-la. Rolan não apareceu ali
por acaso. Isso seria levar a credulidade a extremos exagerados. Ela
o tinha visto com frequência desde que foi capturada, muito mais
frequentemente do que poderia ser atribuído ao acaso. Ele a estava
seguindo. O que ele disse a Nadric? eu nem sei
ele não cedeu a Sevanna ou se ofereceu para fazer um acordo por
ela. Embora ele tenha sido o único a capturá-la, Faile tinha a
sensação de que o homem desaprovava fazer isso com os pântanos
– quase todos os irmãos
ainda
pensavam
parecia
assim
reivindicar
seus mas ele
direitos sobre
gai'shain
ela.
Faile estava convencido de que ela não precisava temer que ele
tentasse forçá-la. Rolan teve a oportunidade de fazê-lo quando a
despiu e a amarrou, e ele poderia ter "afirmado seus direitos"
então. Talvez ele não gostasse de levar as mulheres dessa maneira.

De qualquer forma, os Sem-Irmãos eram quase tão estranhos entre
os Shaido quanto os próprios pântanos. Nenhum Shaido realmente
confiava neles, e os próprios Brotherless muitas vezes davam a
impressão de manter distância, como homens que aceitavam o que
consideravam ser um mal menor em vez de enfrentar um maior, mas
não tinham mais tanta certeza de que o outro estava errado. O
escolhido foi realmente menos ruim. Se ela pudesse fazer amizade
com Rolan, ele poderia estar inclinado a ajudá-la. Não para escapar,
é claro – isso seria pedir demais –
mas... ou não seria?
A única maneira de descobrir era tentar.
"Obrigado", ele repetiu, e desta vez ele sorriu.
Surpreendentemente, ele respondeu com outro sorriso.
Mínimo, apenas uma dica, mas os Aiel não foram efusivos.
Eles podiam parecer imperturbáveis até que alguém se acostumasse

com eles.
Eles andaram alguns passos em silêncio, lado a lado, ele carregando

a cesta em uma mão e ela enrolando a bainha de seu manto branco.
Parecia que eles estavam dando um passeio.
Se alguém apertasse os olhos, é claro. Alguns dos que passaram

gai'shain olharam para eles com surpresa, mas depois baixaram os
olhos novamente. Fail não sabia
ela estava pensando em como começar a conversa — ela não queria
que ele pensasse que ela estava flertando; talvez ele gostasse de
mulheres, afinal, mas Rolan estava na frente dele, poupando-o da
dor de cabeça.
"Eu tenho observado você", disse ele. Você é forte, com um

temperamento explosivo, e não tem medo, eu acho. A maioria dos
habitantes das zonas húmidas está meio louca de medo. Eles
intimidam até serem punidos, e então choramingam e se acovardam.
Acho que você é uma mulher de muito "tenho medo", respondeu ele,
"mas
tento
mostrar-se
não demonstrar". Chorar é inútil. “A maioria dos homens acreditava

nisso. As lágrimas podem ser um obstáculo se você se empolgar
com elas, mas algumas lágrimas à noite podem ajudá-lo a passar o
dia seguinte.
Há momentos para chorar e momentos para rir. Eu gostaria de ver

você rir.
Faile riu, mas foi uma risada seca.
"Tenho poucos motivos para rir enquanto estou de branco, Rolan."
Ela olhou para ele de soslaio. Seria pressa? No entanto, o homem

assentiu.
"Ainda assim, eu gostaria de vê-lo." Sorrir lisonjeia seu rosto. O
riso a ajudaria ainda mais. Não tenho esposa, mas às vezes consigo
fazer uma mulher rir. Ouvi dizer que você tem um marido, certo?
Assustada, Faile tropeçou nos próprios pés e agarrou o braço dele
para se apoiar. Ela retirou a mão rapidamente e olhou para ele por
baixo do capuz.
Rolan parou o suficiente para que ela recuperasse o equilíbrio e

continuou andando quando ela o fez. Sua expressão não traiu nada
mais do que uma leve curiosidade. Apesar de Nadric, de acordo com
o costume de Aiel, era a mulher que dava o primeiro passo se um
homem despertasse.
seu interesse. Uma maneira de acordá-lo era dar-lhe presentes.
Outros, fazê-la rir. Adeus à ideia de que não gostava de mulheres.
“Tenho um marido, Roland, e o amo muito. Muito. Não Estou ansioso

para voltar ao seu lado.
— O que acontece enquanto você está gai'shain
não se pode
contar com quem tira a roupa branca — comentou ele baixinho
—, mas talvez vocês, pântanos, não vejam assim. Ainda assim,

pode-se sentir muito solitário quando se está. Talvez pudéssemos
conversar de vez em quando.
gai'shain
O homem queria vê-la rir, e ela não sabia se ria ou chorava.
Ele estava dizendo a ela que não tinha intenção de desistir de

despertar seu interesse. As mulheres Aiel admiravam a
perseverança em um homem. Ainda assim, se Chiad e Bain não
quisessem ou não pudessem ajudá-lo além da linha da floresta,
então Rolan era sua melhor esperança. Ele se considerava capaz de
convencê-lo, se lhe dessem tempo. Bem, é claro que ele era capaz;
os fracos de coração nunca conseguiram! Rolan era um pária
desprezado que os Shaido aceitaram apenas porque precisavam de
sua lança. Mas ele ia ter que dar a ela uma razão para persistir.
"Eu gostaria disso," ela respondeu cautelosamente.
Um pouco de flerte pode ser necessário, afinal; mas, depois de lhe

ter dito que amava o marido, não pôde continuar a olhá-lo com os
olhos de um cordeiro morto e sem fôlego. Não que ela pretendesse ir
tão longe – ela não era uma Domani! – embora houvesse uma
chance de que ela chegasse perto disso. Por enquanto, não faria mal
lembrá-lo de que Sevanna havia usurpado seu "direito".
"Mas tenho trabalho a fazer", acrescentou, "e duvido que Sevanna
gostaria que eu passasse algum tempo conversando com você em
vez de cuidar de minhas tarefas."
Rolan assentiu novamente e Faile suspirou. Ele podia fazer uma

mulher rir, afirmou, mas certamente não falava muito. Ela teria que
trabalhar para torná-lo mais comunicativo se quisesse obter mais do
que piadas que ele não entenderia. Mesmo com a ajuda de Chiad e
Bain, o humor de Aiel ainda era incompreensível para ela.
Tinham chegado à ampla praça em frente à fortaleza, no extremo

norte da cidade; a massa altaneira de pedras cinzentas não servira
mais para proteger os vizinhos do que as muralhas. Faile pensou ter
visto a nobre que governara Malden e tudo num raio de trinta
quilômetros, uma bela e digna viúva de meia-idade entre os
carregadores de água.
gai'shain
Homens e mulheres vestidos de branco, carregando baldes, lotavam

a praça pavimentada. No lado leste da praça, uma parede cinza de
cerca de dez metros de altura, que parecia ser uma seção da parede
externa, era na verdade a parede de uma enorme cisterna
alimentada por um aqueduto.
Quatro bombas de água, cada uma manejada por um par de

homens, bombeavam água para encher os baldes, embora mais
derramassem no chão do que os homens teriam permitido se
soubessem que Rolan estava perto o suficiente para vê-lo. Faile
havia pensado em escapar rastejando pelo aqueduto em forma de
túnel, mas não havia como manter nada seco e, para onde quer que
ele os levasse, eles ficariam ensopados até os ossos e
provavelmente congelariam até a morte antes de percorrerem um
quilômetro e meio pelo rio. neve. .
Havia dois outros lugares na cidade para tirar água, ambos
alimentados por condutos subterrâneos de pedra, mas ao pé da
parede da cisterna havia uma mesa de madeira escura e robusta,
com as pernas esculpidas na forma de uma pata de leão.
Antigamente havia sido uma mesa de banquete, com incrustações

de marfim no topo, mas os pedaços de marfim haviam sido
arrancados e agora havia várias tinas sobre a mesa. Ao lado da
mesa havia dois baldes de madeira e, em uma extremidade, sobre o
fogo feito de cadeiras quebradas, uma panela de cobre fumegava.
Faile duvidava que Sevanna levasse sua roupa suja para a cidade
para poupar as filhas do trabalho de levar água para as lojas, mas,
por qualquer
gai'shain motivo, Faile
Havia
ficou
muitos
agradecido.
que tinham levado
a saber. Havia dois cestos sobre a mesa, mas só uma mulher

trabalhava; Ela usava um cinto e um colar de ouro, e se lavava com
as mangas do vestido branco enroladas o máximo possível para não
cair na água da banheira.
Quando Alliandre viu Faile se aproximando com Rolan, endireitou-se

e enxugou os braços nus no pano branco.
Alliandre Maritha Kigarin, pela graça da Rainha da Luz de Ghealdan,

Defensora da Muralha de Garen e uma dúzia de outros títulos, tinha
sido uma mulher elegante e reservada, com um porte circunspecto e
majestoso. Alliandre ainda era bonita, mas tinha gai'shain
uma expressão perpetuamente atormentada. Com as manchas
úmidas nas roupas e as mãos enrugadas de tanto ficar na água, ela
passaria por uma linda lavadeira. Vendo Rolan largar a cesta e sorrir
para Faile antes de sair, e Faile sorrir de volta, ela ergueu uma
sobrancelha interrogativamente.
"Foi ele que me capturou", disse Faile enquanto tirava as roupas da
cesta e as colocava sobre a mesa. Mesmo estando cercado apenas
por ele, era melhor conversar enquanto gai'shain trabalhava. Ele é
um dos Brotherless e eu não acho que ele aprova que isso seja feito
para os pântanos. Acho que pode nos
gai'shain ajudar.
"Eu entendo", respondeu Alliandre. Então ela gentilmente escovou as

costas das vestes de Faile com uma mão.
Franzindo o cenho, ela se virou para olhar para trás.
Por um momento ele olhou para a lama e as cinzas que a cobriam

dos ombros para baixo; então ela ficou vermelha.
"Eu caí", ele apressou-se a explicar. Ele não podia contar a Alliandre
o que havia acontecido com Nadric. Ele não achava que seria capaz
de contar a ninguém. Roland se ofereceu para me levar cesta.
"Se ele me ajudasse a escapar, eu até me casaria com ele", disse

Alliandre com um encolher de ombros. Ou não, dependendo do que
ele queria. Ele não é muito bonito, mas não seria desagradável. E
meu marido, se eu fosse casada, nunca teria que descobrir. Se eu
tivesse meio cérebro, ficaria muito feliz por ter me recuperado e não
faria perguntas para as quais não queria ouvir as respostas.
Esmagando a blusa entre as mãos, Faile cerrou os dentes.
Alliandre era sua vassala, através de Perrin, e ele a cumpria muito

bem, pelo menos quando se tratava de seguir ordens, mas a relação
se tornou tensa. Eles concordaram que deveriam pensar como
servos, tentar ser servos se quisessem sobreviver, mas isso
significava que ambos tinham visto um ao outro se curvar e obedecer
rapidamente. As punições de
mão, uma vez que ela se decidiu, e um
gai'shain Sevanna
dia Faile
segurou
recebeu
sua
ordens
de açoitar Alliandre. O que era pior, Alliandre recebera ordens de

retribuir o favor duas vezes. Segurar o braço para trás significava
provar o mesmo, além disso, a outra mulher teve que suportar uma
dose dupla nas mãos de alguém que não teria vergonha de soltar o
braço. Era impossível que o relacionamento não fosse afetado
quando seu vassalo chutou e gritou duas vezes seguidas por sua
causa.
De repente, ela percebeu que a blusa que estava torcendo era uma
das mais manchadas quando a cesta caiu. Seus dedos afrouxaram e
ele examinou o tecido ansiosamente. Não parecia ter tocado o tecido
com a poeira e a lama. Por um momento ele ficou aliviado, depois
aborrecido por se sentir assim. O mais irritante era que o alívio não
passava.
"Arrela e Lacile fugiram há três dias", disse ele calmamente.
Eles devem estar bem longe agora. Para onde foi Maighdin?
A testa da outra mulher se enrugou em uma carranca preocupada.
“Ele está tentando se infiltrar na loja de Therava. Passamos por ela e

um grupo de Sábios e, pelo que ouvimos, eles pareciam se juntar a
Sevanna. Maighdin me entregou sua cesta e disse que ia tentar. Eu
acho... acho que o desespero dele é tanto que ele está se arriscando
demais,” ela disse com um tom de desesperança em sua própria voz.
Já deveria ter chegado.
Faile respirou fundo e soltou o ar lentamente. Todos estavam

desesperados. Ela havia reunido suprimentos para a fuga - facas,
comida, botas, calças e jaquetas masculinas que se encaixavam
bastante bem, todas escondidas.
cuidadosamente nos carrinhos; as roupas brancas serviriam como
cobertores, assim como capas para se misturar com a paisagem
nevada — mas a oportunidade de usar todos esses preparativos não
parecia mais próxima agora do que no dia em que foram capturados.
Apenas duas semanas. Vinte e dois dias para ser exato. Não havia
passado tempo suficiente para que alguma coisa mudasse, mas sua
pretensão de serem servos os estava mudando, apesar de tudo o
que fizeram para evitar isso.
Apenas duas semanas, e eles obedeciam prontamente a qualquer

comando, sem pensar, preocupados com as punições e se estavam
agradando Sevanna. O pior é que eles se viam agindo assim, que
sabiam que uma parte deles estava se moldando contra a vontade
deles. No momento, eles podiam dizer a si mesmos que estavam
simplesmente fazendo o que era necessário para evitar suspeitas até
que pudessem escapar, mas as reações eram mais automáticas a
cada dia. Quanto tempo levaria para que a ideia de fugir se tornasse
um sonho sombrio à noite, depois de um dia sendo perfeito tanto em
pensamento quanto em ação?
Até agora, ninguém se atreveu a fazer
gai'shain essa
e pergunta
Faile
em
sabia
voz
que
alta,
ela
mesma tentava não pensar nisso, mas a pergunta estava sempre
tocando a borda estreita que separava o subconsciente do
consciente. De certa forma, ele temia que ela desaparecesse.
Quando tal coisa aconteceu, ele já teria uma resposta?
Não foi sem esforço que ele se forçou a sair do desânimo.
Essa foi a segunda armadilha que só a força de vontade manteve

aberta.
"Maighdin sabe que precisa ser cuidadoso."
ele afirmou com uma voz firme. Não vai demorar, Alliandre.
"E se eles a surpreenderem?"

"Você não vai se surpreender!" Faile implorou secamente. Se ela
fosse pega... Não. Ela tinha que pensar no sucesso, não na derrota.
Os fracos de coração nunca triunfaram.
Lavar a seda levava muito tempo. A água com que enchiam os

baldes nas bombas das cisternas era gelada, mas misturá-la nas
tinas com a água recolhida quente da panela de cobre a aqueceu
adequadamente; seda não podia ser lavada em água quente. Com a
temperatura do ar tão baixa, colocar as mãos nas banheiras era
muito agradável, mas quando você as tirava o frio era duas vezes
mais forte.
Não havia sabonete, pelo menos não um que fosse suave o

suficiente, então eles tiveram que molhar cada saia e blusa uma a
uma e esfregar suavemente a roupa. Em seguida, foi colocado em
um pedaço de feltro e enrolado suavemente para drenar o máximo
de água possível.
A roupa molhada foi novamente submersa em outra cuba que foi

preenchida com uma mistura de água e vinagre - reduzindo assim a
perda de cor e aumentando o brilho da seda - após o que foi
novamente enrolada no velo. As peças de pelúcia foram então
espremidas e estendidas ao sol onde possível para secar, enquanto
as roupas de seda foram penduradas em um poste horizontal,
sombreadas por um pavilhão de lona áspera montado em um lado do
galpão. o quadrado, e foram alisados manualmente para remover
rugas. Felizmente, nada precisava ser passado. Ambas as mulheres
sabiam como tratar a seda, mas passá-la exigia experiência que
faltava a ambas. Nenhum de Sevanna tinha, nem mesmo Maighdin,
embora ela tivesse sido criada de uma dama antes de entrar a
serviço de Faile, mas Sevanna não deu desculpas. Toda vez que
Faile ou Alliandre iam pendurar outra peça de roupa, verificavam as
que já gai'shain
estavam penduradas e esticavam as que pareciam precisar de mais

endireitamento.
"Aí vem a Aes Sedai", disse Alliandre com amargura quando Faile
começou a colocar água quente em uma das banheiras.
Galina era Aes Sedai, e como tal ela tinha o semblante atemporal e o
anel dourado da Grande Serpente em seu dedo, mas ela também
usava as
vestes brancas de seda tão grossas quanto o tecido dos gai'shain
outros, nada
menos! Um cinto largo e intrincado de ouro e gotas de fogo

apertavam sua cintura e uma gargantilha alta combinando, joias
dignas de uma rainha. Ela era Aes Sedai, e às vezes ela saía do
acampamento sozinha, mas sempre voltava, vindo rapidamente
quando um Sábio acenava para ela, especialmente Therava, cuja
tenda ela frequentemente compartilhava. De certa forma, isso era a
coisa mais estranha de todas. Galina sabia quem era Faile, quem era
seu marido e a conexão de Perrin com Rand al'Thor, e ameaçou
contar a Sevanna a menos que Faile e seus companheiros
roubassem algo da tenda onde a própria Galina dormia. Essa era a
terceira armadilha que havia sido preparada para eles. Sevanna era
obcecada por al'Thor; ela tinha uma crença insana de que ela iria se
casar com ele de alguma forma, e se ela descobrisse sobre Perrin,
seria impossível para Faile sair de sua vista por tempo suficiente
para pensar em fugir. Eu a usaria como uma cabra amarrada a uma
estaca como isca para um leão.
Faile tinha visto Galina se encolher e se encolher, mas agora a irmã

atravessava a praça como uma rainha, desdenhando a multidão ao
seu redor; uma Aes Sedai da cabeça aos pés. O que deixou em
aberto a questão de por que ela ainda estava aqui quando Therava
parecia aproveitar todas as oportunidades para humilhá-la.
Galina parou a um passo da mesa e os observou com um sorriso
que poderia ser melhor descrito como pena.
"Você não está fazendo muito progresso em sua tarefa", disse ele.
Ele não quis dizer lavanderia.
Foi a vez de Faile falar, mas Alliandre a venceu, soando ainda mais
azeda do que antes.
“Maighdin foi buscar sua vara de marfim esta manhã, Galina.
Quando veremos parte dessa ajuda que você nos prometeu? O
auxílio para sua fuga foi a cenoura oferecida pela Aes Sedai, presa
ao bastão da ameaça para revelar quem era Faile. Até agora, porém,
ele havia usado apenas o bastão.
"Você foi à loja Therava esta manhã?" ele exclamou Galina, que
estava lívida.
Faile percebeu então que o sol estava começando a descer em

direção ao horizonte ocidental, e seu coração começou a bater
dolorosamente. Maighdin deveria tê-los conhecido há muito tempo. A
Aes Sedai parecia ainda mais chocada do que ela.
-Esta manhã? Galina repetiu, olhando para trás. Ela pulou e

engasgou quando Maighdin apareceu de repente da multidão de
pessoas que lotavam a praça.
gai'shain
Ao contrário de Alliandre, a mulher de cabelos dourados vinha

endurecendo dia a dia desde sua captura. Seu desespero não era
menor, mas parecia centrar-se inteiramente na determinação.
Ela sempre teve uma postura mais adequada a uma rainha do que a
uma dama de companhia, embora muitas delas o fizessem.
Mas desta vez ele tropeçou por eles, com os olhos embaçados, e
enfiou a mão no balde de água para levá-lo à boca e beber.
ansiosamente, depois do que ela enxugou os lábios com as costas
mano.
"Quero matar Therava quando partirmos", disse ele com a voz rouca.
Eu gostaria de matá-la agora. Seus olhos azuis ganharam vida e
queimaram novamente. Você está segura, Galina. Ele pensou que
tinha ido roubar. Ele não tinha começado a procurar.
Algo aconteceu... e ele foi embora. Depois de me deixar amarrado

para cuidar de mim mais tarde. O calor em seu olhar desapareceu
para dar lugar a uma expressão de perplexidade. O que é isso,
Galina? Até eu posso sentir isso, e minha habilidade é tão mínima
que aqueles Aiel decidiram que eu nem era perigoso.
Maighdin podia canalizar, mas não de forma confiável e muito pouco.

Por tudo que Faile sabia, a Torre Branca a teria expulsado em
questão de semanas e ela alegou que nunca esteve lá, então sua
habilidade não seria de muita utilidade em sua fuga. Faile teria
perguntado sobre o que ele estava falando, mas ela não teve
chance. Galina ainda estava pálida, mas, fora isso, todas as Aes
Sedai estavam calmas. Exceto que agarrou o capuz de Maighdin
– e o cabelo por baixo dele – e puxou sua cabeça para trás.
"Você não se importa com o que é", disse ele friamente. Não é
assunto teu. A única coisa que você tem que se preocupar é
conseguir o que eu quero. E você deve estar muito preocupado.
Antes que Faile pudesse se mover para defender Maighdin, outra

mulher usando o largo cinto dourado sobre suas vestes brancas
apareceu e puxou Galina para o lado, derrubando-a no chão.
Rechonchuda e pouco atraente, Aravine tinha um ar cansado,
evasivo e um ar de resignação na primeira vez que Faile a viu, no dia
em que a amadiciana lhe entregou o cinto de ouro que agora usava e
lhe disse que estava a serviço de
Senhora Sevanna. No entanto, os dias intermediários endureceram
Aravine ainda mais do que Maighdin.
"Você está louco para colocar as mãos em uma Aes Sedai?"
Galina estalou quando ela se levantou. Ela limpou a poeira de suas

vestes de seda e dirigiu toda a sua fúria para a mulher gorda. Eu vou
fazer você...
"Você quer que eu diga a Sevanna que você estava maltratando uma
delas?" Aravine respondeu friamente. Sua gai'shain pronúncia era
culta. Ela
pode ter sido uma comerciante de renome ou talvez até mesmo uma
nobre, mas ela nunca falou do que ela era antes de vestir branco. A
última vez que Therava pensou que você enfiasse o nariz onde ela
não queria, todos a cem passos podiam ouvir você gritando e
suplicando.
Galina tremia de raiva, e era a primeira vez que Faile via uma Aes
Sedai tão superada. Com esforço óbvio, ela recuperou o controle de
si mesma. O justo. Quando ele falou, sua voz gotejou com acrimônia.
“Nós, Aes Sedai, fazemos o que fazemos por nossas próprias

razões, Aravine. Razões que você nunca poderia entender. Você vai
se arrepender de ter contraído essa dívida quando decidir cobrá-la
de mim. Você vai se arrepender profundamente. Dando uma última
sacudida em suas roupas, ela se afastou, agora não como uma
rainha desprezando a ralé, mas como uma ovelha leopardo ousando
entrar em seu caminho. Aravine ficou olhando para ela,
aparentemente nem um pouco impressionado e nem inclinado a
falar.
"Sevanna reivindica você, Faile", foi tudo o que ela disse.
Faile não se deu ao trabalho de perguntar para quê. Ele

simplesmente enxugou as mãos, abaixou as mangas e seguiu o
Amadician, prometendo a Alliandre e Maighdin que voltaria o mais
rápido possível. Sevanna ficou fascinada por todos os três.
Maighdin, a única empregada de uma verdadeira nobre
sua
gai'shain
Alliandre e a
Ela
própria parecia
Faile,
se
uma importar
mulher
tanto quanto
poderosa o
a rainha
suficiente
entre
para ter
uma rainha como sua vassala, e às vezes ela chamava um deles

para ajudá-la a trocar de roupa ou tomar banho no banheiro ...
grande banheira de cobre que ele usava com mais frequência do que
a loja de vapor ou apenas para servir vinho. No resto do tempo, eles
recebiam as mesmas tarefas que os outros servos, mas Sevanna
nunca perguntou se eles haviam recebido trabalho ou se os
isentaram de atender sua ligação. O
que quer que Sevanna quisesse, Faile sabia que ela ainda era
responsável pela lavanderia junto com as outras duas mulheres.
Sevanna queria o que queria quando queria, e não aceitava

desculpas.
Faile não precisava ser mostrado o caminho para a tenda de

Sevanna, mas Aravine liderou o caminho através da multidão de
carregadores de água até chegarem às primeiras tendas de Aiel,
depois apontaram na direção oposta à tenda de Sevanna. .
"Por aqui primeiro", disse ele.
Faile não se moveu de seu lugar.
-Por que? ela perguntou desconfiada. Na verdade, havia homens e

mulheres entre os servos de Sevanna que tinham inveja da atenção
que Sevanna prestava a Alliandre, Maighdin e a si mesma, e embora
Faile nunca tivesse notado isso em Aravine, alguns dos outros
poderiam muito bem ter tentado colocá-los em problemas. .
transmitindo ordens falsas.
"Você vai querer ver isso antes de se apresentar para Sevanna,

confie em mim."
Faile abriu a boca para exigir mais explicações, mas Aravine

simplesmente se virou e foi embora. Faile pegou sua saia e a seguiu.
Havia carrinhos e carrinhos de todas as formas e tamanhos entre as
lojas, suas rodas substituídas por patins. A maioria estava
abarrotada de trouxas, caixotes e barris, suas rodas amarradas
sobre a carga, mas ela não precisou seguir Aravine muito longe
antes de ver uma carroça vazia que havia sido esvaziada. Só que
agora não estava vazio.
Duas mulheres estavam deitadas nas tábuas ásperas, nuas e

cruelmente amarradas com as mãos e os pés, tremendo de frio, mas
ofegantes como se tivessem corrido.
As cabeças das duas mulheres estavam penduradas em uma

postura cansada, mas como se de alguma forma soubessem que
Faile estava lá, ambas ergueram a cabeça. Arrela, uma Tearian que
era quase tão alta quanto muitas mulheres Aiel, desviou o olhar
envergonhada, enquanto Lacile, uma Cairhienin baixa e esguia, ficou
vermelha escarlate.
"Eles foram trazidos de volta esta manhã", relatou Aravine, mantendo

um olho no rosto de Faile. Eles serão desamarrados antes do
anoitecer, pois esta é a primeira vez que tentam escapar, embora eu
duvide que eles consigam andar antes de amanhã.
"Por que você me trouxe para ver isso?" Fail perguntou.
Eles tinham sido muito cuidadosos em manter a relação entre eles

escondida.
“Você esquece, minha senhora, que eu estava lá quando eles te

vestiram de branco. Aravine a observou por um momento, então de
repente pegou as mãos de Faile e as virou para que as dela
ficassem entre as da outra mulher. Dobrando os joelhos quase até os
joelhos, ela disse rapidamente: “Pela Luz e minha esperança de
renascimento, eu, Aravine Carnel, juro fidelidade e obediência em
todas as coisas a Lady Faile t'Aybara.
Além de Lacile, ninguém parecia notar; o Shaido que passava não

prestou atenção a duas mulheres
gai'shain
. Faile puxou as mãos para trás.
"Como você sabe esse nome?" Ele teve que dar algo além da pilha,
é claro, mas escolheu Bashere's quando percebeu que nenhum dos
Shaido tinha ideia de quem era Davram Bashere. Além de Alliandre e
os outros, apenas Galina sabia a verdade. Ou assim ele havia
pensado. E quem te contou?
"Estou ouvindo, minha senhora. Eu ouvi Galina falando com você

uma vez. A ansiedade tomou conta de sua voz. Eu não contei a
ninguém. Ela não parecia surpresa que Faile quisesse esconder seu
nome, embora estivesse claro que t'Aybara não significava nada para
ela. Talvez Aravine Carnel não fosse seu nome verdadeiro, ou pelo
menos não exatamente. Neste lugar os segredos devem ser
guardados assim como em Amador. Eu sabia que essas duas
mulheres eram suas, mas não contei a ninguém. Eu sei que você
pretende escapar. Tenho essa certeza desde o segundo ou terceiro
dia, e nada que vi desde então me convenceu do contrário. Aceite
meu juramento e me leve com você. Posso ajudar e, além disso, sou
confiável. Eu provei isso guardando seus segredos.
Por favor. As duas últimas palavras soaram forçadas, como alguém

que não estava acostumado a dizê-las. Então, ela era uma nobre,
não uma comerciante.
A única coisa que ele havia mostrado era que podia espionar e
descobrir segredos, mas essa era uma habilidade útil em si.
Por outro lado, Faile sabia de pelo menos dois que tentaram escapar
gai'shain e foram
delatados por outros.
Houve realmente pessoas que tentaram varrer de dentro para fora

em quaisquer circunstâncias. Mas Aravine já sabia o suficiente para
fazer tudo acontecer. Faile pensou novamente na faca que ela havia
escondido. Uma mulher morta não podia entregar ninguém. Mas a
faca estava a meia milha de distância
À distância, ela não conseguia pensar em uma maneira de esconder
o corpo e, além disso, a mulher poderia ter conquistado o favor de
Sevanna simplesmente dizendo a ela que acreditava que Faile
estava planejando a fuga.
Ela pegou as mãos de Aravine nas suas e falou tão rápido quanto a
outra mulher.
"Pela Luz, eu aceito seu juramento e defenderei e protegerei você e

os seus através da guerra e seus perigos, através do inverno e seus
rigores, e todo o tempo que joga em você." Agora, você conhece
mais alguém em quem podemos confiar? Não estou falando de
pessoas que você acha que podem ser confiáveis, mas você sabe
que elas podem ser confiáveis.
"Não neste, minha senhora," Aravine respondeu severamente.
No entanto, seu rosto brilhou com alívio. Ela não tinha certeza se
Faile a aceitaria. Foi esse alívio, mais do que qualquer outra coisa,
que fez Faile inclinar-se a confiar nela. Que ele se curvou, o que não
significa que ele se curvou totalmente. Metade trairia sua própria
mãe na esperança de comprar sua liberdade, e a outra metade está
com muito medo de tentar ou muito atordoada para confiar que não
entrará em pânico. Tem que haver alguém, e estou de olho em uma
ou duas pessoas, mas quero ter muito cuidado. Um erro é mais do
que eu posso pagar.
"Sim, com muito cuidado", concordou Faile. Sevanna realmente

mandou me chamar? Porque se ele não...
Aparentemente ele a chamou, e Faile correu para a loja de Sevanna

—
mais rápido do que ela gostaria, para ser honesta; irritou-a obedecer
apressadamente para não incorrer no desagrado de Sevanna, mas
ninguém lhe prestou a menor atenção quando ela entrou e esperou
humildemente pelas abas da frente.
A tenda de Sevanna não era do estilo baixo de Aiel, mas com
paredes de lona vermelha e tão grande que exigia dois postes
centrais e era iluminada por pelo menos uma dúzia de lâmpadas
espelhadas. Dois braseiros dourados forneciam um pouco de calor e
enviavam fios de fumaça saindo das aberturas no teto, mas estava
um pouco mais quente por dentro do que por fora.
Tapetes luxuosos — antes de serem estendidos, a neve havia sido

retirada do chão — formavam um piso em vermelhos, verdes e azuis,
desenhos de labirintos, flores e animais Tearians.
Almofadas de seda com borlas estavam espalhadas nos tapetes, e

em um canto havia uma cadeira enorme, entalhada e pesadamente
dourada. Faile não tinha visto ninguém sentado nele, mas sua
presença deveria evocar um chefe de clã, até onde ela sabia. Ela
ficou feliz em ficar em silêncio e seus olhos baixaram para o lado.
Outros com cintos e colares de ouro, um dos três um homem
barbudo, ficavam ao longo de uma parede Sevanna
gai'shain
da
estava
loja,
lá; e
caso seu
também
serviço
Therava.
fosse necessário.
Sevanna era uma mulher alta, um pouco mais alta que a própria
Faile, com olhos verdes pálidos e cabelos como ouro fiado. Ela
poderia ter sido bonita se não fosse pela insinuação marcada de
ganância em torno de sua boca cheia. Na verdade, havia pouco
sobre ela que a marcava como Aiel, além de seus olhos, seu cabelo
e sua pele queimada de sol.
Ela usava uma blusa de seda branca, um kilt de montaria, também

de seda, embora cinza-escuro, e o lenço dobrado nas têmporas era
uma profusão de carmesim e dourado. Também seda. Enquanto a
mulher se movia, botas vermelhas espreitavam sob a dobra de sua
saia. Anéis de pedras preciosas adornavam cada dedo, e colares e
braceletes de pérolas grossas, diamantes lapidados e rubis do
tamanho de ovos de pombos, safiras, esmeraldas e gotas de fogo
faziam qualquer coisa que Someryn tivesse parecendo nada.
Nenhuma dessas joias era de fabricação Aiel. Therava, por outro
lado, era a própria imagem de um Aiel, em roupas de pano escuro e
branco, suas mãos nuas e seus colares e pulseiras de ouro e marfim.
Nada de anéis ou pedras preciosas algode , para ela.
Mais alta que muitos homens, com cabelos ruivos escuros com
mechas brancas, ela era uma águia de olhos azuis que parecia
capaz de devorar Sevanna como se ela fosse uma ovelha aleijada.
Faile preferiria enfurecer Sevanna dez vezes a unir Therava, mas as
duas mulheres sentaram-se frente a frente em uma mesa incrustada
com marfim e turquesa, e Sevanna encontrou o olhar furioso de
Therava com um olhar igualmente hostil.
"O que está acontecendo hoje é perigoso", disse Therava com a

atitude de quem está cansado de repetir a mesma coisa. E talvez
prestes a tirar a faca do cinto. A mulher acariciava o punho enquanto
falava, e não inteiramente inconscientemente, pareceu a Faile.
Temos que colocar a maior distância possível entre nós e o que quer
que seja, e o mais rápido possível. Há montanhas a leste. Assim que
chegarmos a eles, estaremos seguros até reunirmos todos os
septiares.
Septiares que nunca teriam se separado se você, Sevanna, não

estivesse tão segura de si mesma.
"Você está falando sobre estar seguro?" Sevanna riu.
Você ficou tão velho e desdentado que precisa comer pão e leite?
Vamos a ver. Essas montanhas de que você fala, a que distância

estão?
Quantos dias, ou semanas, teríamos que rastejar pela maldita neve?
Ele gesticulou para a mesa que os separava.

sobre o qual havia um mapa estendido e sustentado por duas tigelas
douradas e um pesado candelabro dourado de três braços. Os
mapas eram desprezados pela maioria dos Aiel, mas Sevanna
gostava deles junto com outros costumes do pântano.
O que quer que tenha acontecido está muito distante, Therava.
Você admitiu que é assim, como todos os Sábios. Esta cidade está
cheia de comida, o suficiente para nos alimentar por semanas se
ficarmos aqui. Quem pode nos desafiar se o fizermos? E se
ficarmos... Você já ouviu os corredores, o que as mensagens dizem.
Em duas ou três semanas, quatro semanas no máximo, outros dez
septianos terão se juntado a mim. Talvez mais! A essa altura, a neve
já terá derretido, se acreditarmos nos pântanos desta cidade.
Viajaremos rapidamente em vez de ter que arrastar tudo em patins.
Faile se perguntou se algum dos vizinhos
lama mencionada.
"Outros dez septiares se juntarão a você", disse Therava, sua voz

monótona, exceto pelas duas últimas palavras. Sua mão se fechou
no punho da faca. Você fala pelo chefe do clã, Sevanna, e eu fui
escolhido para aconselhá-lo como chefe, que deve atender a essas
recomendações para o bem do clã.
Aconselho-o a ir para o leste e continuar nessa direção. Os outros

septianos podem se juntar a nós naquelas montanhas assim como
fazem aqui, e se passarmos fome pelo caminho, quem entre nós não
conhece as dificuldades?
Sevanna tocou seus colares; uma grande esmeralda em sua mão

direita brilhava como fogo verde à luz das lâmpadas de assoalho.
Seus lábios se apertaram como se a pedra preciosa despertasse sua
avidez. eu poderia ter conhecido
privações, mas apesar da falta de calor na tenda não as queria mais.
"Falo pelo chefe e digo que ficamos aqui." Havia mais do que uma
pitada de desafio em sua voz, mas a mulher não deu a Therava
chance de aceitar. Ah, vejo que Faile veio. Meu bom e obediente. Ele
puxou algo embrulhado em um pedaço de pano sobre a mesa. Você
reconhece gai'shain
isso, Faile Bashere?
O que Sevanna segurava na mão era uma faca de lâmina de um

único fio, com uma mão e meia de comprimento, uma ferramenta
comum do tipo que milhares de fazendeiros carregam. Apenas Faile
identificou o padrão de rebites no cabo de madeira e o entalhe na
borda.
Era a faca que ele havia roubado e escondido com tanto cuidado.
Não disse nada.
Não havia nada a dizer. Eles eram
gai'shain
proibidos de possuir qualquer arma,
até mesmo uma faca, exceto quando cortavam vegetais para

cozinhar.
Ele não pôde deixar de estremecer quando Sevanna continuou.
"Que bom que Galina trouxe isso para mim antes que você pudesse
usá-lo." Para qualquer finalidade. Se você tivesse esfaqueado
alguém, eu teria que estar muito zangado com você.
Galina? Claro. As Aes Sedai não os deixariam escapar antes que

fizessem o que queriam.
“Ela está em choque, Therava. —Risada de Sevanna parecia

divertido. Galina sabe o que é exigido do Faile gai'shain ,
Bashere. O que devo fazer com ela, Therava? Esse é um conselho
que você pode me dar. Vários foram mortos por
gai'shain
esconder armas, mas eu
odiaria
perdê-la.
Therava colocou um dedo sob o queixo de Faile, inclinou a cabeça

para cima e olhou em seus olhos. Faile encontrou o olhar sem piscar,
mas sentiu os joelhos fraquejarem. Ele não tentou se convencer de
que era por causa do frio.
Ela sabia que não era covarde, mas quando Therava olhou para ela,
sentiu-se como um coelho nas garras daquela águia, vivo e
esperando que seu bico caísse sobre ele. Fora Therava quem a
mandara espionar Sevanna e, por mais circunspectos que os outros
Sábios tivessem sido, Faile não tinha dúvidas de que Therava
cortaria sua garganta sem questionar se ela falhasse. Não fazia
sentido fingir que a mulher não a assustava. Ele só tinha que
controlar esse medo.
Sim, eu poderia.
“Eu acho que ele planejava escapar, Sevanna. Mas eu acho que ele
pode aprender a fazer o que ele disse.
A mesa de madeira rústica havia sido colocada entre as barracas, no

espaço vazio mais próximo da de Sevanna, a cerca de cem passos
de distância. A princípio, Faile pensou que o constrangimento de
estar nu seria o pior de todos; isso e o frio gelado que lhe dava
arrepios. O sol estava baixo no céu, o ar havia esfriado e seria muito
mais frio antes do amanhecer. Ele tinha que estar lá até o
amanhecer.
Os Shaido eram adeptos de aprender o que envergonhava os

pântanos e usavam a vergonha como punição.
Ela pensou que ia morrer de vergonha toda vez que alguém olhasse
para ela, mas o Shaido que passava nem parou. Por si só, a nudez
não era motivo de vergonha entre os Aiel. Aravine apareceu diante
dela, mas parou apenas o suficiente para sussurrar:
"Mantenha sua coragem", e imediatamente ele saiu.
Depois de um tempo, o constrangimento de Faile deixou de

incomodá-la. Eles amarraram suas mãos atrás das costas, depois os
tornozelos, dobrando as pernas para segurá-las pelos cotovelos.
Agora entendia que Lacile e Arrela

eles vão suspirar Nessa posição, era preciso um grande esforço para
respirar. O frio penetrou cada vez mais fundo até que ela estremeceu
incontrolavelmente, mas mesmo isso logo se tornou secundário. As
cãibras começaram a tomar conta de suas pernas, ombros, flancos;
os músculos doloridos pareciam queimar, contraindo-se cada vez
mais. Ele se concentrou na ideia de não gritar. Isso se tornou o
centro de sua existência. Eu não ia... gritar.
Mas oh, Luz, como doeu!
“Sevanna ordenou que você ficasse aqui até o amanhecer, Faile

Bashere, mas ela não disse que você não podia ter companhia.
Ele teve que piscar várias vezes antes de poder ver claramente.
O suor ardia em seus olhos. Como ela poderia suar quando estava
congelada até o âmago? Rolan estava diante dela, estranhamente,
carregando um par de braseiros de bronze cheios de brasas
brilhantes avermelhadas, com pedaços de pano enrolados em uma
perna de cada braseiro para proteger as mãos do calor.
Vendo-a olhando para os braseiros, o homem deu de ombros.
“Em outros dias, passar a noite ao ar livre não teria me incomodado,

mas fiquei um pouco mole desde que cruzei a Muralha do Dragão.
Faile quase pulou quando Rolan colocou os braseiros embaixo da

mesa. A cor subia pelas rachaduras entre as tábuas. Seus músculos
ainda estavam atormentados com cãibras, mas oh, bendito calor! Ele
estremeceu quando o homem colocou um braço em volta de seu
torso e o outro em seus joelhos dobrados. De repente, Faile
percebeu que a pressão em seus ombros havia desaparecido. Ele
tinha... a apertado. Uma das mãos do homem começou a massagear
uma de suas coxas, e Faile quase gritou quando os dedos se
moveram.
Eles afundaram nos músculos contraídos, mas os sentiram
começando a relaxar. Eles ainda doíam, assim como a massagem,
mas a dor na coxa apertada era de um tipo diferente. Não que fosse
diminuir a velocidade, exatamente, mas Faile percebeu que
aconteceria se Rolan continuasse pressionando.
"Você não vai se importar se eu ocupar o tempo fazendo alguma

coisa enquanto tento descobrir uma maneira de fazer você rir, não
é?" -Eu pergunto.
De repente, Faile percebeu que ela estava rindo, e não por histeria.
Bem, apenas parcialmente.
Ela foi amarrada como um ganso para ser colocada no forno

enquanto ela foi salva do frio pela segunda vez pelo mesmo homem
que ela pensou que não iria esfaquear; Sevanna a observaria como
um falcão de agora em diante, e Therava poderia estar tentando
matá-la como lição para os outros, mas ela sabia que ia escapar. Se
uma porta se fechava, outra sempre se abria. Eu ia escapar. Ele riu
até que as lágrimas vieram aos seus olhos.
10
UM FAROL
a donzela perturbada estava mais acostumada a
euAmassando o pão do que apertando fileiras de botões minúsculos,

mas finalmente ela terminou de fechar o traje de montar verde-
escuro de Elayne, curvou-se e deu alguns passos para trás, sua
respiração ofegante, embora fosse difícil dizer se era devido ao
esforço de concentração. na difícil tarefa ou estar na presença do
herdeiro do trono.
Talvez o anel da Grande Serpente na mão esquerda de Elayne

também tivesse algo a ver com isso. Um pouco mais de trinta
quilômetros, como os moscas corvo, iriam da mansão da Casa
Matherin até o rio Erinin e todo o seu grande comércio, mas a
distância era muito maior em quilômetros reais para cobrir as
montanhas Chishen, então as pessoas do lugar estavam mais
acostumadas às incursões de ladrões de gado através da fronteira
com Murandy do que a qualquer
tipo de visita, especialmente um visitante que incluía o herdeiro do
trono e uma Aes Sedai no mesmo pacote. A honra parecia mais do
que qualquer um dos servos poderia suportar. Elsie estava
enfurecedoramente
conscienciosa ao dobrar o vestido de seda azul que Elayne usara na

noite anterior e colocá-lo em um grande baú de viagem de couro, um
dos dois no camarim de seus aposentos; tão meticulosamente lenta,
Elayne quase assumiu a tarefa sozinha. No começo ele dormiu mal,
acordando de forma irregular, e depois dormiu até tarde quando
finalmente conseguiu adormecer. Ele mal podia esperar para voltar
para Caemlyn. Esta era a quinta vez que passava a noite fora da
cidade desde que soubera que a cidade estava ameaçada, e em
cada saída passava um dia visitando três ou quatro mansões de
campo, cinco de uma só vez, todas propriedades.
mulheres ligadas à Casa Trakand por sangue ou
juramento, e cada visita levava tempo. A pressa do tempo a

sobrecarregou, mas era necessário dar a imagem certa.
Roupas de montaria eram necessárias para viajar de mansão em

mansão para não chegar amassada e com aparência de fugitiva,
mas ela tinha que se trocar antes de se acomodar para passar a
noite ou apenas por algumas horas. Metade dessas horas podiam
ser gastas trocando o traje de montaria para o vestido e vice-versa,
mas as roupas de montaria sinalizavam urgência e necessidade,
talvez desespero, enquanto o diadema da herdeira e um vestido
bordado enfeitado com renda, tirados de um conjunto de malas de
viagem e colocados após a lavagem, refletiam segurança e força. Ela
teria levado sua empregada com ela para causar uma
impressão melhor se Essande tivesse conseguido
acompanhá-la.
apressado no auge do inverno, embora Elayne suspeitasse que a
lentidão da mulher de cabelos brancos a fizera morder a língua de
frustração. Ainda assim, Essande não teria sido tão lenta quanto
aquela jovem de olhos de corça, Elsie.
Por fim, Elsie entregou-lhe a capa forrada de pele carmesim com um

laço, e Elayne rapidamente atirou a roupa em volta dos ombros. Um
fogo ardia na lareira de pedra, mas a sala estava longe de ser
quente, e Elayne ultimamente não conseguia ignorar o frio com
resultados confiáveis. A garota continuou a se curvar enquanto
perguntava se poderia chamar alguns homens para trazer a
bagagem, se Sua Majestade estivesse bem. A primeira vez que a
chamou assim, Elayne explicou gentilmente que ainda não era
rainha, mas Elsie parecia horrorizada com a ideia de tratá-la
simplesmente como milady ou mesmo princesa, embora na verdade
esta última fosse considerada uma termo desatualizado.
Apropriado ou não, Elayne sempre ficava satisfeita ao ouvir alguém

reconhecer seu direito ao trono assim, mas ela estava muito cansada
esta manhã para sentir qualquer coisa além de ansiedade em seguir
seu caminho. Sufocando um bocejo, ela disse secamente a Elsie
para ir buscar os homens e se apressar, então se dirigiu para a porta
de lambris. A garota correu para abrir a porta para ele, então
demorou mais do que se ela mesma tivesse feito isso, enquanto se
curvava novamente antes de abrir e outra depois. As culotes de seda
fizeram um som raivoso de uma perna contra a outra quando ela saiu
do quarto calçando as luvas. Se Elsie a tivesse atrasado mais um
instante, quase certamente teria gritado.
No entanto, foi a garota que gritou antes
Elayne teria dado três passos; foi um uivo horrorizado

que parecia arrancar de sua garganta. A capa ondulava enquanto
Elayne se virava rapidamente nos calcanhares enquanto abraçava a
Fonte Verdadeira e sentia a poderosa onda de fluir através dela.
Elsie estava de pé na
Saidar faixa de carpete que corria pelo centro do corredor, olhando

na direção oposta, ambas
as mãos pressionadas contra a boca. Naquela direção, dois

corredores laterais cruzavam o principal, mas não se via uma alma.
"E aí, Elsie?" Elayne exigiu. Ele tinha várias tramas prontas para
tomar forma, desde uma simples teia de ar até uma bola de fogo que
demoliria metade das paredes à sua frente, e em seu humor atual ele
queria usar qualquer uma delas para atacar com o Poder. . . Na
melhor das hipóteses, seu humor estava mal-humorado ultimamente.
A menina olhou para trás, trêmula, e se antes seus olhos pareciam

esbugalhados, agora davam a impressão de que iam saltar das
órbitas. Suas mãos ainda estavam pressionadas sobre a boca como
se quisesse segurar outro grito. De cabelos escuros, alta e seios
generosos, vestida com o uniforme azul e cinza da casa dos
Matherin, ela não era realmente uma menina - ela poderia ser quatro
ou cinco anos mais velha que Elayne - mas pelo jeito que ela se
portava Difícil pensar nela de outra maneira.
"E aí, Elsie?" E não responda que nada, porque parece que você viu
um fantasma.
A garota deu de ombros.
"E eu vi," ele disse hesitante. O fato de ela omitir um título ao se

dirigir a Elayne mostrava como ela estava chateada. Lady Nelein,
avó de Lorde Aedmun. Ela morreu quando eu era pequena, mas
lembro que até Lorde Aedmun teve o cuidado de não despertar seu
mau humor e que as donzelas
eles pularam quando eu olhei para eles, assim como outras senhoras
e senhores visitantes também.
Todos tinham medo dele. Ela estava bem ali na minha frente, e
parecia tão brava...” Ela parou e corou quando Elayne riu.
Foi mais uma risada de alívio do que qualquer outra coisa. O Ajah
Negro não a seguiu até a mansão do Lorde Aedmun. Não havia
assassinos à espreita com facas em punho, nenhuma irmã leal a
Elaida que quisesse levá-la de volta para Tar Valon. Às vezes ele
sonhava com essas coisas, todas no mesmo sonho. Ela deixou
escapar tão relutante como sempre, arrependida quando aquela
plenitude de
Saidar
alegria e ,
vida desapareceu dentro dela. Matherin
a apoiou, mas Aedmun teria
Casa.
"Os mortos não podem prejudicar os vivos, Elsie," ele disse

suavemente.
E se ela se obrigou a falar assim, foi porque ela riu, para não
mencionar o desejo de dar um tapa na cara daquela coisa boba. Eles
não pertencem mais a este mundo e não podem tocar em nada nele,
incluindo pessoas. A garota assentiu e se curvou novamente, mas
você podia dizer pelos olhos arregalados e lábios trêmulos que ela
não estava convencida. Elayne não teve tempo para ser
condescendente, no entanto. Vá chamar os homens para cuidar da
minha bagagem, Elsie," ele ordenou com firmeza, "e não se
preocupe com os fantasmas.
Com outra reverência, a garota saiu correndo, virando a cabeça de

um lado para o outro para que Lady Nelein não saísse das paredes
com lambris.
Fantasmas! Essa menina era burra! Matherin era uma casa antiga,
embora não importante e grande. A escadaria principal da mansão,
que descia para o hall, era larga e tinha um corrimão de mármore. O
lobby em si era muito
ampla, com azulejos cinza e azul e lâmpadas espelhadas que
pendiam do teto por correntes. Não havia dourado e muito pouco
embutido, mas baús e armários esculpidos cobriam as paredes do
salão; em um dos lados havia duas cortinas. Um deles representava
homens caçando leopardos a cavalo, uma modalidade arriscada, na
melhor das hipóteses; no outro, as mulheres da Casa Matherin
apresentaram uma espada à primeira rainha de Andor, um evento
que Matherin valorizava e que pode ou não ter ocorrido.
Aviendha já estava esperando lá embaixo, andando

impacientemente pelo corredor, e Elayne suspirou ao vê-la. Eles
teriam compartilhado um quarto se não fosse pela implicação de que
Matherin não poderia receber adequadamente dois visitantes
eminentes, mas Aviendha realmente não entendia que quanto menor
a casa, maior o orgulho. Casas menores muitas vezes tinham pouco
mais do que isso. Ela teria entendido o orgulho, pois ela quase
irradiava um orgulho feroz e força. De ombros retos e mais alta ainda
que Elayne, com seu xale escuro grosso cobrindo sua blusa clara e
um lenço cinza dobrado nas têmporas e segurando seus longos
cabelos ruivos, ela era a própria imagem de uma Sábia, apesar de
parecer ser. ano mais velho que Elayne. Os Sábios que canalizavam
muitas vezes pareciam muito mais jovens do que eram, e Aviendha
também tinha uma postura digna. Bem, pelo menos naquela época,
embora as duas tivessem dado risadinhas como garotinhas tolas
com bastante frequência. Desnecessário dizer que a única joia que
ela usava era um longo colar de prata kandoriano, um broche de
âmbar em forma de tartaruga e uma pulseira de marfim, enquanto os
Sábios sempre
usavam muitos colares e pulseiras, mas Aviendha ainda não era um
Sábio, apenas um aprendiz.
Elayne nunca pensou em Aviendha pelo termo "meramente" de

forma alguma, o que levava a problemas de tempos em tempos. Às
vezes, parecia-lhe que os Sábios a consideravam uma espécie de
aprendiz, ou pelo menos uma estudante. Uma ideia absurda, claro,
mas às vezes...
-Você dormiu bem? — perguntou Aviendha, ajustando o xale quando

Elayne chegou ao pé da escada. Seu tom era casual, mas a
ansiedade cintilou em seus olhos verdes. Você não gostaria que eles
trouxessem vinho para você dormir, não é? Eu me certifiquei de que
o que você comeu no jantar estava aguado, mas eu vi você olhar
para a jarra de vinho.
"Sim, mãe," Elayne respondeu com uma doçura enjoativa em sua

voz.
Nenhuma mãe. Eu me perguntei como Aedmun tinha colocado as

mãos em uma colheita tão boa. Foi uma pena regá-lo. E bebi o leite
de cabra antes de dormir. "Se havia uma coisa que lhe causava
enjoos matinais, era leite de cabra!" E pensar que ele gostava...
Aviendha colocou as mãos nos quadris com uma atitude que era o
retrato de tamanha indignação que Elayne riu.
Estar grávida tinha seus inconvenientes, que iam desde mudanças

repentinas de humor até sentir-se sempre cansada, até desconforto
nos seios, mas em certos aspectos o pior eram os mimos e cuidados
que eram dispensados a ela. Todos no palácio sabiam que ela
estava grávida – muitos já sabiam antes dela, cortesia das visões de
Min e ela falando demais – e ela não achava que tinha sido tão
mimada quando criança. Mesmo assim, suportou todas as
inconveniências com toda a graça de que era capaz. Quase sempre.
Sozinho
Eles tentaram ser úteis. Mas ela desejou que todas as mulheres que
sabiam sobre sua gravidez não pensassem que era por isso que ela
se tornara estúpida. Quase todas as mulheres que ele conhecia. E
aqueles que nunca tiveram filhos eram os piores.
Pensando em seu bebê — às vezes ela desejava que Min tivesse

dito se era menino ou menina, ou melhor, que Aviendha ou Birgitte
lembrassem exatamente o que Min havia dito; Min sempre tinha
razão, mas os três haviam bebido muito vinho naquela noite, e Min já
tinha ido embora muito antes de Elayne perceber e poder perguntar
a ela: "Pensar na criatura crescendo dentro dela sempre trouxe Rand
à tona". cabeça, assim como pensar nele a lembrou do bebê. Um
seguiu o outro tão inevitavelmente quanto o creme sobe quando o
leite é cozido. Ela sentia muita falta de Rand, mas não sentia falta
dele. Uma parte dele, a "sensação" dele, estava sempre presente em
um canto de sua mente, a menos que mascarasse a ligação, junto
com sua percepção de Birgitte, sua outra Guardiã. No entanto, o
vínculo tinha seus limites. Ele estava em algum lugar no oeste, longe
o suficiente para que ela soubesse apenas que ele ainda estava vivo
e pouco mais. Nada mais, na verdade, embora ele achasse que teria
notado se estivesse gravemente ferido. Ela não tinha certeza se
queria saber o que ele estava fazendo. Depois de deixá-la, ele
passou algum tempo em algum lugar bem ao sul, mas naquela
mesma manhã ele viajou para o oeste. Para dizer a verdade, era
desconcertante senti-lo em uma direção e de repente senti-lo em
outra, ainda mais distante. Talvez ele estivesse perseguindo inimigos
ou fugindo deles ou qualquer outra das milhares de possibilidades
que existiam. Ele esperava que fosse algo inócuo que o fizera viajar.
Ele ia morrer cedo demais - os canalizadores masculinos sempre
morriam fazendo isso -
mas ela queria fervorosamente mantê-lo vivo o maior tempo
possível.
"Ela está bem", disse Aviendha, quase como se tivesse lido seus
pensamentos. Elas compartilhavam sua própria percepção uma da
outra desde que foram adotadas como primeiras irmãs, mas não era
tão próximo quanto o vínculo que as duas e Min compartilhavam com
Rand. Se ele se deixar matar, vou cortar suas orelhas.
Elayne piscou, depois riu de novo; Depois de um olhar surpreso,

Aviendha juntou-se ao riso. Não era nada engraçado, exceto talvez
por um Aiel — o senso de humor de Aviendha era muito estranho —
mas Elayne não conseguia parar de rir, e Aviendha parecia estar
rindo também. Abalados pela risada, eles se abraçaram e ficaram
assim por alguns instantes. A vida era muito estranha. Se alguém lhe
dissesse há alguns anos que dividiria um homem com outra mulher
— com mais duas! — ele o teria chamado de louco. A própria ideia
teria sido indecente. Mas ela amava Aviendha tanto quanto amava
Rand, só que de uma maneira diferente, e Aviendha amava Rand
tanto quanto ela.
Negar tal coisa seria negar Aviendha, e isso seria tão impossível
quanto sair de sua própria pele. As Aiel, irmãs ou amigas próximas,
muitas vezes se casavam com o mesmo homem e raramente o
deixavam ter uma opinião sobre o assunto.
Ela ia se casar com Rand e Aviendha também, assim como Min.
O que alguém dizia ou pensava não importava; Não havia como

voltar atrás. Se ele vivesse até a hora chegar.
De repente, ela teve medo de que sua risada estivesse beirando as

lágrimas. Luz, por favor, não seja uma daquelas mulheres que
choravam à toa quando estavam grávidas. Já era ruim o suficiente
não saber se ela ficaria triste ou furiosa a qualquer momento. poderia
passar
horas em que se sentia perfeitamente normal, mas também havia
horas em que se sentia como uma bola de criança quicando por uma
escada sem fim. Esta manhã ele parecia estar na escada.
"Ele está bem e vai ficar bem", sussurrou Aviendha ferozmente,

como se tentasse garantir a sobrevivência de Rand matando
qualquer coisa que o ameaçasse.
Com as pontas dos dedos, Elayne enxugou uma lágrima.
da bochecha de sua irmã.
"Ela está bem e vai ficar bem," ela concordou calmamente.
Saidin
Mas ele não podia matar o , e a infecção da metade masculina do

Poder era o que iria matá-lo.
As lâmpadas penduradas no teto piscaram em conjunto quando uma

das portas altas que davam para fora se abriu, deixando entrar uma
rajada de ar mais frio que a temperatura do corredor, e as duas
mulheres se separaram um pouco, quebrando o abraço, e elas
apenas continuaram de mãos dadas. Elayne fez seu rosto assumir
uma expressão serena e impassível digna de uma Aes Sedai. Ela
não podia permitir que ninguém a visse aparentemente procurando
conforto em um abraço. Um líder, ou alguém que aspirasse a ser,
não tinha o menor sinal de fraqueza ou lágrimas; não em público Já
havia rumores suficientes sobre ela, tanto negativos quanto positivos.
Foi benevolente ou cruel, imparcial ou arbitrário, generoso ou
ganancioso, tudo dependendo de qual versão foi ouvida. Pelo menos
as opiniões estavam a par, mas se alguém dissesse que viu o
herdeiro do trono aconchegado nos braços de seu companheiro,
poderia acrescentar uma história de medo à mistura, e se seus
inimigos pensassem que ela estava com medo, se tornariam mais
ousados. E mais forte. Covardia era o tipo de boato
que grudava como lama gordurosa; nunca poderia ser
completamente limpo, não importa o quanto se lavasse. A história
falava de mulheres que haviam perdido suas chances de ter acesso
ao Trono do Leão por nenhuma outra razão clara em que se basear.
A aptidão era um requisito para um líder bem-sucedido, e a
sabedoria era muito a desejar, embora as mulheres que careciam de
ambos tivessem subido ao trono e de alguma forma conseguido, mas
poucas - e nenhuma daquelas que ele queria do seu lado - apoiariam
um covarde. .
O homem que entrou, virando-se para fechar a enorme porta atrás

de si, tinha apenas uma perna e usava uma muleta. Apesar do forro
de lã, a manga da jaqueta de lã grossa mostrava o desgaste do
atrito.
Fridwyn Ros, outrora soldado, administrou a propriedade de Lorde

Aedmun com a ajuda de um guarda-livros que piscou consternado ao
ver o herdeiro do trono, que ficou boquiaberto com o anel da Grande
Serpente, e que ele rapidamente voltou para seus livros, aliviado,
assim que percebeu que Elayne não tinha negócios com ele. Ele
provavelmente temia um penhor sobre as contas da mansão. Mestre
Ros olhou para o anel com surpresa, é claro, mas ele sorriu com
prazer para a herdeira do trono e lamentou tão sinceramente não
poder cavalgar pela causa dela que, se fosse um mentiroso, já teria
enganado Aedmun. e o contador, tudo o que possuíam entre os dois.
Elayne não temia que ele espalhasse histórias falsas.
A muleta chacoalhou ritmicamente enquanto atravessava o salão, e

o homem conseguiu fazer uma reverência decente apesar disso,
incluindo Aviendha na saudação. No começo ele se assustou
com ela, mas ele captou, surpreendentemente rápido, a amizade
entre eles, e se ele não confiava inteiramente em uma Aiel, pelo
menos a aceitava. Você não poderia pedir tudo.
"Os homens estão amarrando sua bagagem aos animais de carga,

minha rainha, e sua escolta espera por você." Ele era um daqueles
que se recusava a chamá-la de qualquer outra coisa que não fosse
"minha rainha", mas havia uma pitada de hesitação em sua voz

quando ele mencionou a escolta. Ele rapidamente o cobriu com uma
tosse, após o que se apressou em acrescentar: “Os homens que
enviamos com você estão todos montados nas melhores condições
possíveis. Homens jovens, em sua maioria, e alguns mais
experientes, mas todos sabem qual lado do bando é o ponto.
Eu gostaria que pudéssemos lhe fornecer mais, mas eu já lhe disse

que quando Lorde Aedmun soube que outros estavam reivindicando
o que é seu por direito, ele decidiu não esperar até a primavera,
convocou seus mercenários e partiu para Caemlyn. Tivemos
algumas nevascas desde então, mas talvez você já esteja na metade
do caminho. Esperançosamente, nas etapas. Seu olhar tinha
convicção, mas ele sabia melhor do que ela que se a sorte lhe desse
as costas, Aedmun e seus mercenários poderiam perecer naqueles
degraus.
"Matherin sempre foi leal à Casa Trakand," Elayne respondeu, "e eu

confio que ele sempre será."
Eu aprecio a lealdade de Lorde Aedmun e a sua, Mestre Ros.
Ela não estava insultando a Casa Matherin ou ele prometendo se

lembrar de sua ajuda ou oferecendo recompensas, mas o sorriso
largo de Mestre Ros revelou que ele já havia dado a ela toda a
recompensa que ela queria. Matherin receberia recompensas, se as
ganhasse, mas não podiam ser oferecidas como quem dá um lance
em um cavalo.
Mestre Ros a escoltou até a porta com o bater ritmado de sua muleta
e fez uma reverência para ela na larga porta de granito onde servos
em casacos pesados esperavam no frio intenso com uma taça de
vinho quente, que Elayne recusou educadamente. Até que ele
tivesse a chance de se acostumar com o ar cortante, ele queria que
ambas as mãos mantivessem sua capa fechada. Ainda assim,
Aviendha teria encontrado uma maneira de fazê-lo rejeitá-la.
Mas ela tomou uma bebida, puxando o xale sobre a cabeça e sobre
os ombros, a única concessão que fez ao frio da manhã. Ela estava
isolada do frio, é claro. Elayne mostrou a ela como era feito. Elayne
tentou novamente afastar o frio dela e, para sua surpresa, funcionou.
Não exatamente—ela ainda se sentia um pouco—mas isso era
melhor do que congelar.
O céu estava claro e o sol brilhava logo acima das montanhas, mas
nuvens de tempestade podiam se formar do outro lado dos picos ao
redor a qualquer momento.
Seria melhor chegar ao seu primeiro ponto de destino naquele dia o

mais rápido possível. Infelizmente, seu alto
espirituosa
castrado preto
seu fazia
nome jus
e ao
ficou
em suas duas patas traseiras enquanto bufava, exalando nuvens de

vapor como se nunca tivesse usado uma rédea; por sua vez, a égua
cinzenta de pernas compridas e pescoço arqueado que Aviendha
montava havia enfiado na cabeça seguir o exemplo do cavalo
castrado e estava empinando na neve profunda e tentando ir a
qualquer lugar, exceto para onde a garota do estábulo tentasse levá-
la. . Era um animal com mais caráter do que Elayne teria escolhido
para sua irmã montar, mas Aviendha ficou determinada depois de
saber o nome da égua.
significava 'lança' na Língua Antiga. As garotas do estábulo pareciam

mulheres
Siswai
muito capazes, mas aparentemente acharam que deveriam acalmar
os animais antes de entregá-los. Elayne teve que fazer um grande
esforço para não gritar com eles que ela já havia conseguido
dominá-los antes que eles vissem.
espirituosa
Sua escolta já havia montado para não ficar na neve; havia cerca de
vinte cavaleiros em jaquetas vermelhas com colarinhos brancos e as
couraças e elmos polidos da Guarda Real. A dúvida de Mestre Ros
podia ser explicada pelo fato de as jaquetas dos cavaleiros serem de
seda, assim como a calça vermelha com uma faixa branca nas
laterais e a renda transparente que rematava as golas e os punhos.
Na verdade, sua aparência era mais cerimonial do que eficaz. Ou
talvez fosse porque eram todas mulheres. Não era comum ver
mulheres em empregos que exigiam o uso de armas, apenas a
guarda mercante ocasional ou uma rara mulher que acabava no
exército em tempos de guerra. Elayne não conhecia nenhum grupo
de soldados feminino antes que o dela fosse criado. Exceto pelas
Donzelas, é claro, mas sendo Aiel, as coisas mudaram.
Ela esperava que as pessoas os achassem esnobes de sua parte e

muito decorativos com todas aquelas rendas e seda. Os homens
tendiam a subestimar uma mulher que carregava armas até que ela
fosse confrontada com uma.
Os soldados em uma escolta geralmente tentavam parecer tão

ferozes que ninguém ousaria tentar nada contra eles, mas seus
inimigos encontrariam uma nova maneira de atacar, mesmo que ela
tivesse toda a Guarda Real ao seu redor.
Seu objetivo era ter uma escolta que seus inimigos dispensariam até
que fosse tarde demais para fazer qualquer coisa além de se
arrepender. Ele pretendia mudar os uniformes para torná-los mais
visíveis, em parte para alimentar esse erro e em parte para atiçar o
orgulho.
de mulheres como soldados distintos do resto, mas ela não tinha
dúvidas. Todos eles, desde os guardas mercantes até as caçadoras
do Chifre, foram cuidadosamente escolhidos por sua habilidade,
experiência e coragem. Elayne colocaria sua vida em suas mãos. Eu
já fiz isso.
Uma mulher esbelta usando os dois nós dourados de tenente nos

ombros de seu casaco vermelho cumprimentou Elayne com um
braço sobre o peito, e seu castrado ruão balançou a cabeça para
cima e para baixo, os sinos de prata em sua crina tilintando
suavemente. saudação também.
“Estamos prontos, minha senhora, e a área está livre. Caseille

Raskovni era uma das que haviam trabalhado como guarda
mercante e seu sotaque arafelino não era o de uma mulher educada,
mas seu tom de voz soava forte, do tipo que não permitia bobagens.
Ela usou o título correto para se dirigir a ela e continuaria a fazê-lo
até que Elayne fosse coroada, mas ela estava disposta a lutar para
ganhar essa coroa para Elayne.
Poucos, muito poucos, homens ou mulheres, entraram na lista da

Guarda Real, a menos que estivessem preparados para fazê-lo. Os
homens que o Mestre Ros desistiu também estão prontos.
Por mais preparados que possam estar.
Com um pigarro, o mordomo moveu a muleta e olhou para a neve na

frente de suas botas. Elayne entendeu o que Caseille queria dizer.
Mestre Ros conseguiu reunir onze homens do domínio para enviar a
Caemlyn, equipando-os com alabardas, espadas curtas e quaisquer
peças de armadura que pudessem ser encontradas: nove elmos
antigos sem viseiras protetoras e sete couraças com amassados que
os tornavam vulneráveis.
Suas montarias não eram ruins apesar de terem a pelagem densa de

inverno; mas embora seus cavaleiros estivessem envoltos em capas
grossas, Elayne viu que oito deles não precisariam se barbear mais
do que uma vez por semana, se é que precisavam.
Os homens que Mestre Ros descrevera como experientes tinham

rostos enrugados, mãos ossudas e provavelmente não conseguiam
juntar uma dentadura inteira. Ele não mentiu ou tentou economizar;
Aedmun teria reunido todos os homens aptos na área para levar
consigo e os equiparia com o melhor que tinha. A mesma coisa tinha
acontecido em todos os lugares.
Parece que um grande número de homens fortes e saudáveis

estavam espalhados por Andor tentando alcançá-la em Caemlyn.
E agora provavelmente ninguém entraria na cidade até que tudo

estivesse decidido, pois mesmo que ele procurasse diariamente,
seria difícil encontrar qualquer um dos grupos. Ainda assim, esse
punhado segurava suas alabardas como se soubesse como usá-las.
Claro, não era tão difícil ficar parado na sela com a ponta romba da
alabarda apoiada no estribo.
"Visitamos dezenove dessas propriedades no país, irmã", disse

Aviendha calmamente, aproximando-se dela até que seus ombros se
tocaram, "e contando isso, reunimos duzentos e cinco meninos
jovens demais para saber lutar e velhos quem deve saber lutar."
tendo deixado a lança há muito tempo. Eu não te perguntei antes.
Você conhece seu povo e seus costumes. Vale a pena o tempo que
você está gastando com isso?
“Ah, sim, irmã. Elayne também falou baixinho para que o soldado e
os servos que antes mancassem não pudessem ouvi-la. Mesmo as
melhores pessoas podem se tornar teimosas como mulas se
perceberem que você quer
comportar-se de uma determinada maneira. Especialmente se eles
percebessem que a ajuda que eles tinham tão meticulosamente
reunidos e oferecidos, e um deles aceitou, não era o que ele estava
procurando. Agora todos naquela cidade rio abaixo sabem que estou
aqui, assim como metade das fazendas por quilômetros ao redor. Ao
meio-dia, a outra metade saberá, e amanhã, a próxima cidade, e
mais fazendas. As notícias se espalham lentamente no inverno,
especialmente neste território. Eles sabem que eu reivindiquei o
trono, mas se eu ganhar o trono amanhã ou morrer amanhã, eles
podem não descobrir até meados da primavera, talvez até o verão.
Mas hoje eles sabem que Elayne Trakand está viva, que visitou a
propriedade vestida de sedas e joias e que convocou homens sob
sua bandeira. As pessoas que moram a trinta quilômetros daqui vão
dizer que me viram e tocaram minha mão. Poucas pessoas podem
dizer uma coisa dessas sem defender quem eles afirmam ter visto, e
quando você fala por um, você acaba apoiando-os. Há homens e
mulheres em dezenove lugares em Andor falando sobre ver o
herdeiro do trono na última semana, e a cada dia a área coberta por
esses comentários se espalha como uma mancha de tinta.
“Se eu tivesse tempo, visitaria todas as cidades de Andor.
Não vai influenciar o que acontece em Caemlyn, mas pode importar

muito depois que ele vencer. Ela não estava disposta a admitir
qualquer outra possibilidade além de vencer.
Especialmente considerando quem tomaria o trono se ela falhasse.

Quase todas as rainhas de nossa história passaram os primeiros
anos de seu governo garantindo o apoio do povo, Aviendha, e
algumas nunca o fizeram, mas tempos mais difíceis estão à frente do
que agora. Posso não ter um ano antes de precisar de todos os
Andoreños atrás de mim. Mal posso esperar até ter o trono.
Tempos muito difíceis estão se aproximando, e eu tenho que estar
preparado. Andor tem que estar pronto, e é meu trabalho prepará-lo,”
ele terminou com firmeza.
"Acho que vou aprender muito com você sobre ser um Sábio", disse
Aviendha, sorrindo e tocando a bochecha de Elayne.
Para sua vergonha, Elayne ficou vermelha escarlate.
Suas bochechas estavam quentes! Talvez ter mudanças de humor

fosse pior do que ser mimado e cuidado. Luz, e meses do mesmo o
esperavam! Não pela primeira vez, ela sentiu uma ponta de
ressentimento contra Rand. Foi ele quem fez isso com ela — sim,
tudo bem, ela contribuiu; na verdade, ela o havia instigado a fazer
isso, mas isso não tinha nada a ver com isso — ela fez isso e saiu
com um sorriso presunçoso. Ok, ele duvidava que fosse realmente
petulante, mas podia imaginar tudo muito bem. Que ele fique tonto
em uma hora e choroso na outra, vamos ver se ele gostou! Não
consigo pensar direito!, disse a si mesma, irritada. Isso foi culpa dele
também.
Por fim, as moças do estábulo se acalmaram o suficiente para

espirituosa
Siswai
sim
que as damas as montassem, e Aviendha
subiu na sela da sela de pedra com muito mais agilidade do que

jamais demonstrara antes, depois do que ajeitou a saia volumosa
para ajustá-la. suas pernas, tanto quanto possível. Ela ainda
acreditava que suas pernas superavam qualquer cavalo, embora ela
tivesse se tornado uma amazona aceitável. Ainda assim, ele ainda
tinha uma propensão a mostrar surpresa quando a montaria
obedecia às suas ordens. ele tentou se levantar nas patas traseiras
enquanto
espirituosa
Elayne o montava, mas ela o conteve rapidamente e com mais força

do que normalmente teria
feito. Suas mudanças de humor a levaram a um medo repentino por

Rand, e como ela não podia garantir sua segurança,
pelo menos havia um macho na mão que ela forçaria a fazer o que
ele tinha que fazer.
Seis das guardas lideraram a marcha da mansão, caminhando

lentamente, a neve não permitindo mais nada, enquanto o resto da
escolta seguia ela e Aviendha em colunas ordenadas; a mulher que
fazia a retaguarda conduzia os animais de carga. Os homens locais
seguiam atrás em uma fila esfarrapada, levando seu próprio alforje,
um animal peludo carregado de potes e trouxas e até meia dúzia de
galinhas vivas. Alguns aplausos os saudaram enquanto passavam
pela vila de casas com telhados de palha e pela ponte de pedra que
atravessava um riacho gelado sinuoso, assim como aplausos de
“Elayne e a Lily!” e
“Trakand! Trakand!” e "Matherin up!"
Mas ele viu uma mulher chorando nos braços do marido, e lágrimas
no rosto do homem também, e outra mulher de costas para os
cavaleiros, a cabeça baixa, recusando-se até mesmo a olhar. Elayne
esperava mandar seus maridos e filhos para casa.
Haveria pouca luta em Caemlyn, a menos que ela cometesse um

erro, mas haveria, e uma vez que a Coroa de Rosas fosse dela, as
batalhas a aguardavam. Ao sul estavam os Seanchan, e ao norte
Myrddraal e Trollocs esperavam para partir para Tarmon Gai'don.
Nos próximos dias, Andor exigiria o sangue de filhos e maridos.
Droga, ela não ia chorar!
Do outro lado da ponte, o sapato subia novamente em uma encosta

íngreme entre pinheiros, abetos e ciprestes, mas faltava pouco
menos de um quilômetro e meio para o prado da montanha para o
qual se dirigiam. Na neve que brilhava ao sol da manhã ainda havia
pegadas de onde o acesso havia partido
um sulco profundo no manto branco. Poderia ter sido aberto mais
perto da casa, mas a possibilidade de haver alguém no local onde o
acesso foi aberto era sempre um perigo. Ele circulou Aviendha
quando eles entraram no Brilho do Prado. Ela havia aberto o acesso
lá da parada anterior na tarde de ontem, que ela
Saidar
pudesse tecer uma
casa
acesso de
de campo
volta a a cem milhas
Caemlyn; no
ao norte,
entanto,
para
ver
Aviendha inchar com Power deu uma pausa a Elayne. Quem fazia o
acesso a Caemlyn acabava sempre tecendo todas as outras até a
volta, pois memorizava o terreno de cada lugar que seu acesso
tocava, mas nas cinco viagens feitas Aviendha pedira para fazer a
primeira. Talvez ela só quisesse praticar, como ela alegou, mas ela
tinha pouco mais prática do que o Aiel, e então outra possibilidade
lhe ocorreu. Talvez Aviendha estivesse tentando impedi-lo de
canalizar, pelo menos até certo ponto. Porque eu estava grávida.
A tecelagem que as tornou irmãs da mesma mãe não teria sido
possível se uma das duas estivesse grávida porque o nascituro teria
compartilhado o vínculo, algo que um feto não poderia sobreviver
porque não era forte o suficiente para isso. Mas certamente uma das
Aes Sedai do palácio a teria avisado se fosse necessário evitar a
canalização durante a gravidez.
É claro que muito poucas Aes Sedai tiveram filhos. Talvez eles não
soubessem. Ela sabia que havia muitas coisas que as Aes Sedai
ignoravam, por mais que fingissem o contrário para o resto do mundo
- ela mesma se aproveitava dessa presunção de tempos em tempos
- embora fosse muito estranho que eles desconheciam algo tão
importante para a maioria das pessoas: as mulheres. Era como se
um pássaro
sabia comer qualquer semente ou grão, exceto o cevada, algo
supostamente tão comum; Porque sim não ele sabia como comê-lo,
o que mais ele poderia ignorar? Não No entanto, os Sábios tiveram
filhos e não comentaram nada a respeito…
De repente se preocupa com seu bebê e canal
e o que as Aes Sedai sabiam ou não sabiam eram relegadas de seu

mente. Eu podia sentir alguém canalizando. Nao a Saidar
Aviendha, nem para ninguém nas montanhas circundantes ou para

ninguém por perto, longe disso. foi ótimo
distância, como um farol brilhante em cima de um cume no meio da

noite. Um cume muito, muito distante. Não só podia imaginar a
quantidade de One Power que foi Eu precisava para que eu pudesse
percebê-lo de tal distância.
Toda mulher capaz de canalizar no mundo tinha que estar sentindo

isso. E apontar exatamente na direção onde estava acontecendo. O
farol foi
Oeste. Nada havia mudado no vínculo com Rand, não poderia ter
identificado exatamente onde ele estava com um margem de cem
milhas, mas de repente ele sabia.
"Ele está em perigo", disse ele. Devemos ir com ele, Aviendha.
Aviendha se sacudiu e parou de olhar para o oeste.
O brilho ainda a envolvia, e Elayne sentiu que havia absorvido da

Fonte até o limite, mas enquanto o Aiel Saidar
virou-se para ela, ela percebeu que a quantidade de que abraçado

começou a diminuir.
“Não, Elayne, não devemos ir.
Atordoada, Elayne virou-se na cadeira para olhá-la.

em hito.
"Você quer deixá-lo?" A isso? -Ninguém aguentava Então, Saidar ,

nem mesmo o círculo mais forte, sem ajuda.
supostamente, havia tal coisa, maior do que
sa'angreal
nenhum outro jamais criou, e se o que ele tinha ouvido sobre ele era
É verdade que isso poderia absorver tal quantidade. Pode ser. Mas,
até onde ele sabia, nenhuma mulher poderia usá-lo e continuar viver;
não sem ele saber que
ter’angreal fazendo
ninguém de propósito,
tinha visto tal e deixá-la
ferramenta. Tal
quantidade de Poder Único poderia acabar com as cadeias de

montanhas de uma só vez! Nenhuma irmã tentaria tal coisa, exceto
talvez uma das Ajah Negras. Ou, pior ainda, um dos Renegados.
Talvez mais de um. O que mais poderia ser se não? E Aviendha

simplesmente fingiu ignorá-lo quando não pôde deixar de saber que
Rand estava lá!
As mulheres da guarda, alheias ao que estava acontecendo,

esperavam pacientemente em seus cavalos, de olho na linha de
árvores que cercava o prado e pouco se preocupando com isso
depois da recepção na mansão da propriedade, embora Caseille as
observasse de longe. atrás, os dois com uma leve carranca atrás das
barras da viseira do capacete. Ele sabia que eles nunca atrasavam a
abertura de um acesso. Os homens da fazenda se reuniram em
torno do animal de carga e estavam tocando os embrulhos,
aparentemente discutindo se eles incluíam isso ou aquilo. Aviendha
aproximou sua égua cinzenta do cavalo preto de Elayne e falou
baixinho para que os outros não ouvissem.
“Não sabemos de nada, Elayne. Nem mesmo se ele estiver

dançando as lanças ou se isso for algo diferente. Se ele dançar as
lanças e aparecermos de repente, ele nos atacará antes de saber
quem somos? Devemos distraí-lo porque ele não está nos
esperando e dar a seus inimigos uma chance de vencer? Se ele
morrer, descobriremos quem o matou e acabaremos com eles, mas
se o encontrarmos agora, ficaremos cegos e podemos causar um
desastre.
"Nós poderíamos fazer isso com cuidado", Elayne sugeriu

suavemente. Irritou-a ser assim e também mostrar isso, mas
lidar com suas mudanças de humor e tentar não deixá-la dominar
completamente era a única coisa que ele se sentia capaz de Faz-.
Não temos que viajar para o ponto exato. Ele tocou seu bolsa, onde
guardava a pequena escultura em marfim que representava uma
mulher sentada, e ela parecia
broche de âmbar de sua irmã significativamente. Luz, Aviendha,

temos
agreste
e nem você nem eu somos
precisamente indefesos. —Light, quão petulantes eles soaram suas

palavras. Eu sabia perfeitamente que os dois juntos, com agreste
e tudo, seriam como moscas lutando contra um incêndio contra o

que ele podia perceber, mas ainda uma picada de voar na hora certa
pode ser de alguma utilidade. E não Você vem a mim com isso eu
colocarei o bebê em perigo. Min disse que Ele nasceria forte e
saudável. Você mesmo me disse. Isso significa que vou viver pelo
menos o suficiente para minha filha nascermos. "Eu esperava que
fosse uma menina."
espirituosa Ele escolheu aquele momento para dar uma mordida na

Siswai
égua cinzenta, e respondeu da mesma forma, e durante Por um

momento Elayne estava ocupada controlando o castrado, impedindo
Aviendha de acabar no chão, e diga a Caseille que eles não
precisavam de ajuda, e quando o O assunto estava encerrado, ele
não estava mais irritado. sentiu o impulso de dar um soco entre as
orelhas. espirituosa Além de fazer o animal obedecer, Aviendha
Ele se comportou como se nada tivesse acontecido.
Seu rosto emoldurado pelo xale escuro tinha uma leve carranca nele.
de incerteza, mas essa incerteza não tinha nada a ver com ver com
montagem
"Eu te falei sobre os anéis em Rhuidean," ele começou.
lentamente, e Elayne assentiu com impaciência.
Qualquer mulher que quisesse se tornar uma Sábia tinha que passar
por um antes de iniciar o seu
ter’angreal
ensino. Era algo parecido com o usado com ter’angreal

os noviços no teste para ascender a Aceito na Torre Branca, exceto
que no Wasteland uma mulher viu toda a sua vida. Todas as suas
vidas possíveis, na verdade, cada decisão que ele tomava era
diferente, uma gama infinita de vidas baseadas em escolhas
diferentes. Ninguém se lembra de tudo, Elayne, apenas fragmentos
isolados. Eu sabia que amaria Rand al'Thor...” Ainda havia
momentos em que usar apenas seu primeiro nome na frente dos
outros a deixava desconfortável. E que encontraria irmãs conjugais.
Na maioria das coisas, tudo o que se retém é uma vaga impressão
delas, na melhor das hipóteses. Às vezes, uma dica de aviso. Acho
que se o encontrarmos agora, algo muito ruim vai acontecer. Talvez
um de nós morra, ou talvez ambos, apesar do que Min disse.” O fato
de ela ter falado o nome de Min sem hesitar deu uma ideia de sua
preocupação. Ele não a conhecia muito bem e geralmente se referia
a ela como Min Farshaw. Talvez ele morra. Talvez algo mais
aconteça. Eu não tenho certeza. Podemos todos sobreviver e,
quando o encontrarmos, nos sentaremos ao redor de uma fogueira
enquanto eles assam, mas há um aviso em minha mente.
pecaras
Elayne abriu a boca, furiosa. Então ele a fechou novamente

enquanto a raiva desaparecia como água escapando por um buraco,
e seus ombros se curvaram. Talvez o palpite de Aviendha fosse
verdade, e talvez não, mas o fato era que seus argumentos tinham
sido bons desde o início. A ignorância implicava um grande risco, e
executá-lo poderia levar ao desastre. O farol irradiava mais
intensamente. E ele estava lá, exatamente no farol. Não foi o vínculo
que lhe disse; Não tão longe, mas eu sabia. E ela também sabia que
deveria deixá-lo cuidar de si mesmo enquanto ela cuidava de Andor.
"Eu não tenho nada para te ensinar sobre ser uma Sábia, Aviendha,"
ela disse calmamente. Você já é muito mais sábio do que eu. Para
não mencionar mais corajosa e mais sábia.
Voltamos a Caemlyn.
Aviendha corou um pouco com o elogio – às vezes ela podia ser

muito sensível – mas ela abriu a porta sem perder tempo, uma visão
giratória de um dos estábulos do Palácio Real que se alargou até um
buraco no ar, através do qual ela balançou. do prado para os
paralelepípedos limpos, não importando que estivessem a quase
trezentos quilômetros de distância. A percepção de Birgitte, em
algum lugar do palácio, de repente surgiu na mente de Elayne.
Birgitte estava com dor de cabeça e enjoo no estômago, condições

que se tornaram comuns naqueles dias, mas que combinavam
perfeitamente com o humor de Elayne.
Devo deixá-lo cuidar de si mesmo, ela pensou enquanto atravessava

a calçada. Luz, quantas vezes você pensou isso?
Isso não importava. Rand era o amor de sua vida e a alegria de seu
coração, mas Andor era seu dever.
11
FALAR SOBRE DÍVIDA
A posição do acesso era tal que Elayne parecia sair do euum buraco
na parede que dá para a rua e para uma praça que, por razões de
segurança, estava marcada com barris cheios de areia colocados
sobre a calçada. Curiosamente, ele não percebeu uma única mulher
canalizando no palácio, embora abrigasse mais de cento e cinquenta
com a habilidade. Alguns estariam estacionados nas muralhas
externas da cidade, é claro, longe demais para ela sentir qualquer
coisa além de um círculo contíguo, e alguns estariam fora da cidade;
no entanto, alguém no palácio estava quase sempre usando o , seja
tentando forçar uma das cativas a admitir que ela realmente podia
ver tecidos One Power ou simplesmente
Saidar
para
sem
suavizar
ter que
as rugas
aquecer um em um
ferro. xale
Mas
sul'dam
Naquela manhã nada era perceptível. A arrogância dos Windfinders
era igual à pior demonstrada por qualquer Aes Sedai, mas mesmo
isso deveria ter sido superado pelo que eles deviam estar sentindo.
Elayne teve a sensação de que, se subisse até a janela mais alta,

conseguiria ver os tecidos daquele imenso farol, embora estivesse a
centenas de léguas de distância. Ela se sentiu como uma formiga
que acaba de tomar consciência das montanhas, uma formiga
comparando a Espinha do Mundo com as colinas que sempre a
dominaram.
Sim, mesmo os Detectores de Vento tiveram que se sentir

insignificantes diante disso.
Localizados na ala leste do palácio e voltados ao norte e ao sul por

estábulos de pedra branca pura de dois andares, os estábulos reais
eram tradicionalmente destinados aos cavalos e carruagens
pessoais do soberano, e Elayne hesitou em usá-los antes. Trono do
Leão seja reconhecido como seu. Os degraus que levavam ao trono
eram tão delicados quanto qualquer dança da corte, e se essa dança
às vezes se assemelhava a uma briga de taverna, você ainda tinha
que pisar com graça e precisão para alcançar seu objetivo. Fazer
uso dos serviços inerentes ao cargo antes da confirmação da
nomeação custou a algumas mulheres a chance de governar. No
final, ela decidiu que não era uma transgressão que a faria parecer
excessivamente arrogante. Além disso, a construção dos estábulos
reais era relativamente pequena e não recebeu nenhum outro uso.
Havia menos pessoas aqui para se manterem longe de uma abertura

de garagem. Na verdade, quando ele entrou por ela, o pátio de
paralelepípedos estava vazio, exceto por um cavalariço de jaqueta
vermelha, que estava em uma das portas em arco do estábulo e se
virou para gritar alguma coisa.
interior; várias dúzias mais saíram enquanto ela se afastava do
espaço quadrado marcado
espirituosa
com
retornado barris.
com
Afinal,
uma
ele poderia
comitiva de
ter
poderosos
senhores e senhoras, ou talvez fosse apenas o que eles esperavam.
Caseille conduziu as mulheres da guarda pelo portão, ordenando

que a maioria delas desmontasse e cuidasse de suas montarias. Ela
e outras seis mulheres seguiram nas costas dos animais, espiando
além das cabeças das pessoas a pé. Mesmo aqui, Caseille não a
deixaria desprotegida.
Particularmente aqui, onde ele esteve em maior perigo do que em

qualquer casa de campo que visitou. Os homens de Matherin
estavam ao redor, afastando os cavalariços e os guardas enquanto
olhavam boquiabertos as varandas e colunatas de pedra branca que
se projetavam para o pátio, e as torres esguias e cúpulas douradas
além. Parecia menos frio do que nas montanhas — impedi-lo de
tocá-la, tanto quanto podia no momento, não a deixava
completamente alheia às mudanças —
mas as pessoas e os animais continuavam a exalar baforadas de
vapor. O cheiro de esterco de cavalo era forte por trás do ar puro da
montanha. Um banho quente em frente a uma lareira crepitante seria
bem-vindo. Então ele teria que mergulhar de volta na tarefa de
garantir o trono, mas agora um longo banho seria o ideal.
Alguns garçons vieram correndo. Um pegou as rédeas com

espirituosa
uma reverência rápida para Elayne, mais preocupado em manter o

castrado alto fora do caminho de Elayne enquanto ela desmontava
do que em prestar reverência a ela, e o outro curvou-se e ficou
curvando-se, as mãos entrelaçadas nos estribos para segurá-lo.
Nem
ele poupou mais do que um olhar para o prado nevado da montanha
onde normalmente haveria um muro de pedra.
A essa altura, os trabalhadores do estábulo já estavam acostumados

com os portões. Elayne tinha ouvido falar que eles ganhavam
bebidas grátis em tavernas se gabando de quantas vezes eles viam
o Poder sendo usado e as coisas que eles supostamente tinham
visto serem feitas com ele. Elayne podia imaginar como seriam
essas histórias quando chegassem aos ouvidos de Arymilla. Ela
gostou muito da ideia dessa mulher roendo as unhas.
Ela mal havia plantado o pé na calçada quando foi cercada por um

grupo de guardas com seus chapéus carmesim com penas brancas
coladas em suas abas largas, e seus baldrics de renda vermelha
adornados com um leão branco bordado, cruzando na alça de ombro
os peitorais polidos. Caseille esperou até então para levar o resto da
escolta aos estábulos. Os substitutos estavam igualmente alertas,
olhos correndo em todas as direções, mãos posicionadas perto dos
punhos de suas espadas, exceto Deni, uma mulher larga e de rosto
plácido carregando uma longa clava reforçada com bronze. Havia
apenas nove deles. Apenas, Elayne pensou amargamente. "Só
preciso de nove guardas no Palácio Real!" — mas todos eram
espadachins experientes. As mulheres no "comércio de espadas",
como Caseille o chamava, tinham que ser boas, ou mais cedo ou
mais tarde seriam mortas por algum cara cuja única vantagem era a
força bruta suficiente para derrubá-la. Deni não tinha habilidade com
uma espada, mas os poucos homens que testaram seu clube se
arrependeram. Apesar de seu tamanho, Deni era rápida e não tinha
ideia do que era uma luta justa; ou praticar, diga-se de passagem.
Rasoria, o corpulento segundo tenente no comando, pareceu aliviado
quando os cavalariços
espirituosa
lideraram. Se as mulheres da
escolta de Elayne
tivessem feito as coisas à sua maneira, não deixariam ninguém se

aproximar dela, a não ser elas mesmas. Bem, talvez não fosse muito
exagero, mas eles olhavam desconfiados para quase todos, exceto
Birgitte e Aviendha. Rasoria, uma Tearian apesar de seus olhos azuis
e cabelos loiros, que ela usava curtos, era uma das piores; ela até
insistira em ficar de olho nas cozinheiras que preparavam a comida
de Elayne e provavam tudo antes de servi-la. Elayne não protestou,
por mais excessivo que pudesse parecer.
Uma experiência com uma droga misturada com vinho era mais que
suficiente, mesmo sabendo que viveria o suficiente para dar à luz
seu bebê. Mas não foi a desconfiança de seu guarda ou sua
necessidade que fez sua boca apertar. Era Birgitte, abrindo caminho
pela multidão no pátio, mas não na direção deles.
Aviendha foi o último a sair do portão, é claro, depois de se certificar

de que todos haviam passado, e antes que ela o banisse em um
piscar de olhos, Elayne foi em sua direção, começando a andar tão
de repente. pule para manter o anel protetor em torno dele. No
entanto, tão rápido quanto ela se movia, Birgitte, seu rabo de cavalo
grosso chegando à cintura, chegou primeiro e ajudou Aviendha a
descer do cavalo e entregou as rédeas da égua a um cavalariço de
rosto comprido que parecia quase tão comprido quanto as pernas.
Aviendha sempre teve mais dificuldade em descer de um cavalo do
que em montá-lo, mas Birgitte tinha O que
Siswai mais em mente do que ajudá-la. Elayne e sua escolta

chegaram bem a tempo de ouvi-lo dizer a Aviendha em voz baixa e
apressada:
"Você bebeu o leite de cabra?" Você dormiu o suficiente? Se
sente…? Ele deixou a frase inacabada e respirou fundo antes de se
virar para olhar para Elayne, que parecia calma, e não surpresa ao
vê-la ali mesmo. O link funcionou nos dois sentidos.
Birgitte não era grande, embora parecesse mais alta do que Elayne
pelos saltos das botas, tanto quanto Aviendha, mas geralmente tinha
uma presença grande que era reforçada pelo uniforme de capitão-
general da Guarda Real, uma jaqueta curta de lã. uma gola alta
branca, quatro nós dourados no ombro esquerdo e quatro faixas
douradas em ambos os punhos.
Afinal, ela era Birgitte Silverbow, uma heroína lendária, embora

afirmasse que essas histórias eram exageradas quando não eram
inventadas. No entanto, ela ainda era a mesma mulher que fez todas
as coisas que estavam no coração dessas lendas, e mais algumas.
Agora, apesar de sua aparente compostura, o desconforto coloria
sua preocupação com Elayne, que ele transmitia através do link junto
com sua dor de cabeça e azia.
Ele sabia muito bem que Elayne odiava ser controlada pelas costas.
Essa não era a única razão para a irritação de Elayne, mas o link
comunicava a Birgitte o quão zangada ela estava.
Aviendha calmamente tirou o xale da cabeça e o colocou sobre os

ombros, tentando dar a imagem de uma mulher que não tinha feito
nada de repreensível e que não tinha absolutamente nada a ver com
quem o fez. Ela teria se não fosse por ela arregalar os olhos para
adicionar um toque de inocência. De certa forma, Birgitte teve uma
má influência sobre ela.
"Eu bebi o leite de cabra", disse Elayne categoricamente, ciente de
que as mulheres da guarda cercavam os três enquanto olhavam para
fora, olhando ao redor do pátio, das varandas, dos telhados;
certamente quase todo mundo estava ouvindo. Eu dormi bastante.
Há mais alguma coisa que você queira me perguntar? A ênfase na
última palavra fez as bochechas de Aviendha ficarem levemente
vermelhas.
"Acho que tenho todas as respostas que preciso por enquanto",

disse Birgitte sem uma pitada do rubor que Elayne esperava ver
nela. A mulher sabia muito bem que estava cansada, sabia que devia
estar mentindo sobre dormir o suficiente.
Inquestionavelmente, o link às vezes é inconveniente. Ela havia

bebido apenas meio copo de vinho aguado na noite anterior, mas já
estava começando a sofrer com a dor de cabeça e azia de Birgitte.
Nenhuma das Aes Sedai com quem ela havia falado sobre o vínculo
havia mencionado algo do tipo, mas ela e Birgitte se espelhavam,
tanto física quanto emocionalmente, com muita frequência. Este
último apresentava problemas reais, considerando que seu humor
estava em constante mudança.
Fisicamente, às vezes ela conseguia não deixar que isso a afetasse

ou retardá-lo, mas hoje ela sabia que teria que sofrer com isso até
que Birgitte fosse curada. Ele acreditava que o fato de vivenciarem
essa reflexão se devia ao fato de serem ambas mulheres. Ninguém
era conhecido por ter ligado outra mulher.
Um Guardião era um macho, tão certo quanto um touro era macho.

Todo mundo sabia disso, e poucas pessoas paravam para pensar
que qualquer coisa que "todo mundo soubesse"
merecia um exame minucioso.

Ser pega em uma mentira, ao tentar seguir o comando de Egwene
de viver como se ela já tivesse feito os Três Juramentos, fez Elayne
ficar na defensiva, o que por sua vez a fez explodir.
"Dyelin voltou?"
"Não", disse Birgitte secamente, e Elayne suspirou.
Dyelin esteve ausente da cidade por dias, desde antes do exército de

Arymilla aparecer. Ele havia levado Reanne Corly para fazer
sucessos e acelerar a Jornada, e muito dependia de seu retorno.
Das notícias que trouxe. Ou se ele trouxe mais do que notícias.
Escolher quem seria a rainha de Andor era bastante simples, se você

resumisse ao essencial. Havia mais de quatrocentas casas no reino,
mas apenas dezenove eram fortes o suficiente para que outros
seguissem seu exemplo. Geralmente os dezenove
— ou a maioria — apoiavam a herdeira do trono, a menos que ela

fosse obviamente incompetente. A Casa Mantear havia perdido o
trono para a Casa Trakand quando Mordrellen morreu porque
Tigraine, a herdeira do trono, havia desaparecido, e apenas os
meninos permaneceram em Mantear. E porque Morgase Trakand
conseguiu o apoio de treze casas. Apenas dez dos dezenove eram
necessários para ascender ao trono, de acordo com a lei e a
tradição.
Mesmo aqueles pretendentes que ainda achavam que o trono

deveria ser deles geralmente se juntavam ao resto, ou pelo menos
ficavam quietos e desistiam de sua reivindicação quando outra
mulher tinha dez casas atrás dela.
As coisas já estavam ruins quando ela tinha três rivais declarados,

mas agora Naean e Elenia se uniram em apoio a Arymilla Marne,
nada menos, o contendor com
A menos provável das três, e isso significava que Elayne tinha duas
casas — duas grandes o suficiente para carregar peso, pois Matherin
e as outras dezoito que ela visitara eram pequenas demais — a sua,
Trakand, e a casa Taravin de Dyelin, contra seis. Ah, sim, Dyelin
insistiu que Carand, Coelan e Renshar se juntassem a ela, junto com
Norwelyn, Pendar e Traemane, mas os três primeiros queriam a
própria Dyelin no trono, e os outros três pareciam ter entrado em
hibernação. No entanto, Dyelin permaneceu firme em sua lealdade e
incansável em seu trabalho em nome de Elayne. Ela persistiu em
sua opinião de que algumas das casas que estavam em silêncio
poderiam ser persuadidas a endossá-la. Escusado será dizer que
Elayne não podia abordá-los diretamente, mas Dyelin podia. E agora
a situação estava beirando a gravidade. Seis casas apoiavam
Arymilla, e só um tolo pensaria que ela não havia enviado
mediadores para sondar as outras. Ou que alguns pudessem ouvi-lo
porque ele já tinha seis.
Embora Caseille e seus guardas tivessem deixado o pátio, Elayne e

os outros tiveram que abrir caminho entre a multidão, pois os
homens de Matherin finalmente desmontaram e estavam em fúria.
As alabardas pousavam no chão enquanto tentavam descarregar a
vara no pátio, depois as pegavam e largavam novamente. Um dos
meninos estava perseguindo uma galinha que de alguma forma
havia se soltado e estava escorregando entre as pernas dos cavalos,
enquanto um dos homens mais velhos gritava encorajamento,
embora não ficasse claro se era o menino ou a galinha. . Um alferes
de rosto enrugado com uma mecha de cabelo branco, vestindo uma
jaqueta vermelha desbotada que estava muito apertada em sua
barriga, estava tentando restaurar
a ordem com a ajuda de outro guarda não muito mais jovem que ele;
Certamente os dois voltaram de sua aposentadoria, como muitos
haviam feito.
Mas outro dos meninos parecia prestes a levar sua montaria

desgrenhada para dentro do próprio palácio, e Birgitte teve que
mandá-lo sair do caminho para que Elayne pudesse passar. O
menino, um garoto de bochechas felpudas que não devia ter mais de

quatorze anos, olhou boquiaberto para Birgitte como fizera no
palácio. Sem dúvida, a arqueira era muito mais pitoresca em seu
uniforme do que a herdeira do trono em seu traje de montaria, e a
herdeira do trono já tinha sido vista.
Rasoria o empurrou para longe do velho alferes enquanto balançava

a cabeça.
"Eu não tenho nenhuma maldita idéia do que fazer com eles,"
Birgitte resmungou enquanto uma empregada em um uniforme

vermelho e branco pegava a capa e as luvas de Elayne no pequeno
hall de entrada. Pequeno baseado no Palácio Real.
Com lâmpadas de chão douradas piscando entre estreitas colunas

brancas caneladas, era cinquenta por cento maior que o salão
principal de Matherin, embora o teto não fosse tão alto.
Outra empregada com o Leão Branco no lado esquerdo da frente de

seu uniforme, uma menina não muito mais velha do que o menino
que tentara levar o cavalo até lá, entregou-lhe uma bandeja de prata
esculpida em forma de cordas entrelaçadas, com taças altas. com
vinho quente antes que as carrancas simultâneas de Aviendha e
Birgitte a fizessem recuar com admiração. Malditos garotos
adormecem se estiverem de guarda", continuou ele.
Birgitte ainda fez uma careta para a empregada enquanto ela se

afastava. Os velhos ficam acordados, mas metade não lembra o que
diabos fazer se virem alguém
tentando escalar a porra da parede, e a outra metade não conseguiu
nem mesmo afastar seis pastores com um cachorro.
Aviendha ergueu uma sobrancelha para Elayne e assentiu.
"Vocês não estão aqui para lutar", Elayne lembrou a eles quando
eles começaram a descer um corredor de azulejos azuis forrado com
luminárias de chão e baús incrustados, com Birgitte e Aviendha
flanqueando-a e os guardas espalhados alguns passos à frente e
atrás.
Luz, eu devia ter bebido o vinho!, pensou. Sua cabeça latejava no

mesmo ritmo que a de Birgitte, e ela esfregou as têmporas,
perguntando-se se deveria ordenar que seu Guardião viesse curá-la
imediatamente.
Mas Birgitte tinha outras ideias. Ela olhou para Rasoria e para os que
estavam à sua frente, depois olhou por cima do ombro e fez sinal
para que os que estavam atrás se afastassem.
Que estranho. Ela havia escolhido todas as mulheres da Patrulha e

confiava nelas. Ainda assim, quando ele falou, foi em um sussurro
apressado, sua cabeça perto da de Elayne.
“Algo aconteceu pouco antes de você voltar. Eu estava pedindo a

Sumeko para me curar antes do seu retorno e de repente ela
desmaiou. Seus olhos rolaram para trás em sua cabeça e ele caiu no
chão. E não foi o único. Ninguém vai admitir nada, pelo menos para
mim, mas os outros Membros que eu vi estão morrendo de medo,
assim como os Windfinders. Nenhum deles poderia cuspir, mesmo
que precisasse. Você voltou antes que eu pudesse encontrar uma
irmã, mas suspeito que qualquer uma delas teria me dado um olhar
inexpressivo também. No entanto, eles vão te dizer.
O palácio precisava da população de uma grande cidade para

manter as coisas funcionando, e os servos começaram
Homens e mulheres uniformizados estavam prestes a aparecer,
correndo pelos corredores, encostados nas paredes ou se
escondendo nos corredores laterais para abrir espaço para a escolta
de Elayne, então Elayne explicou o pouco que sabia em um tom
igualmente sombrio. tanto quanto possível. Ele não se importava se
alguns rumores chegassem às ruas e, inevitavelmente, a Amrymilla,
mas as histórias sobre Rand podiam ser tão ruins quanto as sobre os
Renegados no momento em que passaram por algumas versões
distorcidas. Pior, de certa forma.
Ninguém acreditaria que os Renegados estavam tentando colocá-la

no trono como uma marionete.
“De qualquer forma”, finalizou, “não tem nada a ver conosco e com o
que acontece aqui.
Ela pensou que tinha falado de forma convincente, muito fria e

objetiva, mas Aviendha estendeu a mão para apertar sua mão, que
para um Aiel era como um abraço reconfortante com pessoas à vista,
e a simpatia de Birgitte fluía pela sala. Era mais do que simpatia; era
o sentimento compartilhado de uma mulher que já havia sofrido a
perda que temia e muito mais. Gaidal Cain estava perdido para
Birgitte com tanta certeza como se estivesse morto, e ainda por
cima, as memórias das vidas passadas da mulher estavam
desaparecendo. Ele mal se lembrava claramente de qualquer coisa
que tivesse acontecido antes da fundação da Torre Branca, e não de
tudo. Algumas noites, o medo de que Gaidal também desaparecesse
de sua memória, de que ela perdesse toda a lembrança de conhecê-
lo e amá-lo, a mantinha acordada até que bebesse tanto conhaque
quanto pudesse engolir. Essa foi uma solução ruim, e Elayne desejou
poder dar a ele uma melhor, mas ela sabia que suas próprias
memórias de Rand só morreriam com ela, e ela não podia imaginar o
horror de saber que essas memórias poderiam
abandoná-la Ainda assim, ela esperava que alguém curasse a
ressaca de Birgitte imediatamente, antes que sua cabeça explodisse
como um melão azedo. Sua habilidade de cura não era tão boa e
Aviendha não era melhor.
Apesar da emoção que sentiu em Birgitte, ela manteve o rosto calmo

e indiferente.
"Os Esquecidos," ele murmurou secamente. E eu fico. Não era um

termo para sair por aí pronunciando alegremente.
Bem, desde que não tenha nada a ver conosco, isso me traz frescor.
Um grunhido que deveria ser uma risada traiu sua mentira. Claro
que, embora Birgitte dissesse que nunca tinha sido um soldado, ela
tinha um ponto de vista.
Normalmente, um soldado só podia esperar obstáculos e

complicações, mas ainda assim tinha que fazer seu trabalho.
Eu me pergunto o que eles pensam disso — acrescentou ele,

acenando para quatro Aes Sedai que tinham acabado de sair de um
corredor cruzado no final do corredor.
Vandene, Merilille, Sareitha e Careane estavam com as cabeças

juntas enquanto caminhavam, ou melhor, as três últimas estavam
amontoadas em torno de Vandene, inclinando-se para ela e falando
enquanto gesticulavam com urgência para que as franjas de seus
xales balançassem. Vandene caminhava devagar como se estivesse
sozinha, sem prestar atenção neles. Ela sempre foi magra, mas o
longo vestido verde, com flores bordadas nas mangas e ombros,
estava solto como se tivesse sido feito sob medida para uma mulher
maior, e os cabelos brancos reunidos na nuca pareciam precisar de
uma escovação.
Sua expressão era sombria, mas isso pode não ter nada a ver com o
que as outras irmãs estavam dizendo a ela. Ele estava assim desde
o assassinato de sua irmã. Elayne teria apostado que aquele vestido
era de Adeleas. Desde o assassinato, Vandene usava os vestidos da
irmã mais
muitas vezes do que a deles. Embora isso não explicasse por que
suas roupas eram grandes demais para ele. As duas mulheres eram
do mesmo tamanho, mas o apetite de Vandene havia morrido com
sua irmã. Seu gosto pela maioria das coisas parecia ter morrido
naquele momento.
Sareitha, uma morena cujo rosto quadrado e escuro ainda não tinha
o ar atemporal, viu Elayne naquele momento e colocou a mão no
braço de Vandene como se fosse levá-la para o corredor. Sacudindo
a mão do Tearian, Vandene caminhou sem dar um olhar de
passagem para Elayne, desaparecendo no corredor lateral. Duas
mulheres com vestes brancas de noviças, que vinham seguindo as
outras a uma distância respeitosa, fizeram rápidas reverências às
outras irmãs e correram atrás de Vandene. Merilille, uma mulher
baixinha com um vestido cinza escuro que fazia sua pele pálida
cairhienina parecer marfim, olhou para eles como se fosse segui-los.
Careane ajustou o xale de franjas verdes sobre os ombros mais
largos do que muitos homens e trocou algumas palavras calmas com
Sareitha. Os dois se viraram para cumprimentar Elayne enquanto ela
se aproximava, curvando-se quase tão profundamente quanto os
noviços tinham feito uma reverência para eles. Merilille notou os
guardas e piscou; então ele notou Elayne e pulou. Sua reverência
correspondia à das noviças.
Merilille usava o xale havia mais de cem anos; Careane, com mais
de cinquenta anos, e até mesmo Sareitha o usaram por mais tempo
do que Elayne Trakand, mas a posição entre as Aes Sedai era
igualada pela força no Poder, e nenhuma das três era mais do que
moderadamente forte entre as irmãs.
Aos olhos das Aes Sedai, o aumento da força dava, se não mais
sabedoria, pelo menos mais peso às opiniões. Com bastante
distância, essas opiniões tornaram-se
ordens. Às vezes Elayne achava que o jeito dos Membros era
melhor.
"Eu não sei o que é", ela disse antes que qualquer uma das outras
Aes Sedai tivesse a chance de falar, "mas não há nada que
possamos fazer sobre isso, então é melhor pararmos de nos
preocupar." Já temos coisas suficientes para começar a nos
preocupar com outros que não podemos influenciar.
Rasoria virou a cabeça, franzindo a testa e obviamente se

perguntando o que havia perdido, mas as palavras aliviaram a
ansiedade nos olhos escuros de Sareitha. Talvez não no resto de sua
pessoa, pois suas mãos se moviam como se para alisar sua saia
marrom, mas ainda assim ela estava disposta a ser guiada por uma
irmã de posição tão proeminente como Elayne. Às vezes era
vantajoso ser alto o suficiente para reprimir objeções com uma frase.
Careane já havia recuperado a compostura, se é que já a havia

perdido. A calma combinava bem com ela, embora ela parecesse
mais um motorista de carroça do que uma Aes Sedai, apesar de
suas vestes de seda e semblante atemporal e acobreado. Claro que
os verdes eram geralmente feitos de tecido mais duro do que os
marrons. A aparência de Merilille não era nada serena.
Seus olhos arregalados e lábios entreabertos a fizeram parecer

assustada.
Embora isso fosse normal para ela.
Elayne continuou pelo corredor, esperando que as três continuassem

seus negócios, mas Merilille foi ao lado de Birgitte. Das três, a Cinza
deveria ter tomado a iniciativa, mas ela desenvolveu uma tendência
a esperar que alguém lhe dissesse o que fazer, e se afastou
silenciosamente quando Sareitha educadamente pediu a Birgitte que
desse espaço para ela. As irmãs eram infalivelmente
cortês com ela quando ela atuou como capitão-general, mas em vez
disso tentou ignorá-la em seu papel como Guardiã. Aviendha não foi
tratada com civilidade por Careane, que abriu uma lacuna entre ela e
Elayne. Qualquer um que não tivesse treinado na Torre Branca era
um Espontâneo por definição, e Careane desprezava o Espontâneo.
Os lábios de Aviendha se apertaram, embora ela não tenha sacado a
faca nem mesmo feito uma intenção, pelo que Elayne agradeceu
interiormente. Sua primeira irmã podia ser... precipitada às vezes.
Embora, pensando bem, nesse ponto eu teria dispensado um pouco
em breve de Aviendha. A tradição proibia ser rude com outra Aes
Sedai em qualquer circunstância, mas Aviendha poderia ter
arreganhado os dentes e levantado a faca para o deleite de seu
coração.
Talvez isso tenha sido suficiente para os três partirem, embora um

pacote de nervos.
Careane não pareceu notar o olhar frio nos olhos verdes, que a
notaram.
"Eu disse a Merilille e Sareitha que era algo sobre o qual não
podíamos fazer nada", Careane começou calmamente. Mas não
deveríamos estar preparados para fugir se ele se aproximar?
Não há vergonha em fugir disso. Mesmo unidos, seríamos como

mariposas combatendo um incêndio na floresta.
Vandene não quis nos ouvir.
"Nós realmente deveríamos pensar em fazer alguns preparativos,

Elayne," Sareitha murmurou distraidamente, como se estivesse
fazendo listas em sua cabeça. Quando você não faz planos, é
quando você gostaria de ter feito.
Há vários volumes na biblioteca aqui que não podem ser deixados.

Acho que alguns deles nem estão na biblioteca da Torre.
-Sim. A voz de Merilille estava ofegante e tão ansiosa quanto seus
grandes olhos escuros.
Sim, nós realmente devemos estar prontos para ir. Talvez...
Talvez não devêssemos esperar.
Sair por necessidade não seria uma violação do nosso acordo.
Tenho certeza que não. Apenas Birgitte olhou para ela, mas ela deu
de ombros.
— Se formos — disse Careane como se Merilille não tivesse falado

—, teremos que levar todos os Membros conosco. Se os deixarmos
dispersar, só a Luz sabe o que farão ou quando os apanharemos
novamente, especialmente agora que alguns aprenderam a Viajar.
Não havia azedume em seu tom, embora apenas Elayne das irmãs
do palácio soubesse Viajar. Parecia importante para Careane que os
Membros tivessem começado na Torre Branca, embora a maioria
tivesse sido expulsa e alguns tivessem fugido. Ela mesma havia
identificado nada menos que quatro, incluindo um fugitivo.
Pelo menos não foram espontâneos.
No entanto, Sareitha franziu os lábios. Para ela, era importante que

várias Allegadas pudessem tecer acessos; e sua ideia deles era
muito diferente do que Careane pensava. Normalmente, ela limitava
suas objeções a ocasionais carrancas ou zombarias, já que Elayne
havia deixado bem claro seu ponto de vista, mas o estresse da
manhã parecia ter afrouxado sua língua.
"Claro que temos que levá-los", disse ele secamente, "ou então eles
vão começar a dizer que são Aes Sedai assim que estivermos fora
de vista deles."
Qualquer mulher que afirme que foi expulsa da Torre há mais de

trezentos anos irá reivindicar qualquer coisa!
Eles deveriam ser vigiados de perto, se você quer minha opinião, em
vez de deixá-los correr livremente,
à vontade, especialmente aqueles que podem viajar. Eles podem ter
ido para onde você os enviou e voltado tão longe, Elayne, mas
quanto tempo vai demorar até que um deles não volte?
Anote minhas palavras: quando um deles escapar, outros o seguirão,

e nos encontraremos em uma grande confusão em nossas mãos da
qual nunca nos livraremos.
"Não há razão para irmos a lugar nenhum", Elayne respondeu com

firmeza, tanto para os guardas quanto para as irmãs. Aquele farol
distante ainda estava onde ele o havia notado pela primeira vez, e se
ele se moveu, não havia razão para ele se mover na direção de
Caemlyn, muito menos para chegar lá, mas um boato de que as Aes
Sedai planejavam fugir pode ser suficiente para causar uma
debandada, multidões lutando com unhas e dentes para chegar aos
portões e escapar do que assustou as Aes Sedai. Um exército
saqueando a cidade não causaria tantas baixas. E aqueles três
estavam conversando sobre isso como se ninguém estivesse
ouvindo, exceto as cortinas nas paredes!
Merilille tinha uma certa desculpa, mas não as outras.
"Vamos ficar aqui, conforme ordenado pelo assento de Amyrlin, até

que ela ordene o contrário", acrescentou. Os Membros continuarão a
ser tratados com cortesia até serem recebidos na Torre, e isso
também é uma ordem da Amyrlin, como você bem sabe. E você
continuará ensinando Detectores de Vento e ganhando a vida, como
Aes Sedai deve fazer.
Devemos lidar com apaziguar os medos das pessoas, não espalhar

conversa fiada aos quatro ventos que desencadeia o pânico.
Bem, talvez ele tivesse falado com firmeza demais.
Sareitha olhou para os azulejos como uma noviça repreendida.
Merilille se encolheu novamente com a menção dos Detectores de

Vento, mas isso foi
esperar. Os outros davam aulas, mas as mulheres dos Marinheiros
seguravam Merilille com tanta força quanto seus aprendizes. Ela
dormia em seus aposentos e normalmente não era vista sem que
dois ou três deles a acompanhassem, ou melhor, ela os seguisse
mansamente. Eles se recusaram a aceitar qualquer outra atitude que
não a de submissão de sua parte.
"Claro, Elayne", disse Careane rapidamente.
Claro. Nenhum de nós ousaria sugerir que desobedecessemos a

Amyrlin. Hesitante, ela ajustou o xale verde com franjas sobre os
braços, aparentemente interessada em não fazer nada além de tal
coisa. Ela lançou um olhar solidário para Merilille. Mas falando das
mulheres dos fuzileiros navais, você poderia dizer a Vandene para
participar das aulas? Quando Elayne não disse nada, sua voz
assumiu um tom que poderia ser definido como taciturno se ela não
fosse uma Aes Sedai. De acordo com ela, ela está muito ocupada
com aqueles dois fugitivos, mas ela tem tempo suficiente para me
manter conversando algumas noites até eu adormecer. Aquele casal
já está tão intimidado que nem gritaria se o vestido pegasse fogo.
Eles não precisam de sua atenção.
Ele poderia cuidar de sua parte no ensino daqueles malditos

espontâneos. Vandene tem que começar a se comportar como uma
Aes Sedai também!
Não que a posição de Elyane fosse alta ou não, ou que ele a tivesse
repreendido ou não, ele deu a ela um olhar maligno que levou alguns
segundos para reprimir. Foi Elayne quem fez o acordo que exigia que
as Aes Sedai ensinassem os Windfinders, mas até agora ela não
conseguiu dar mais do que um punhado de lições, citando assuntos
mais urgentes e importantes. Além disso, as mulheres dos fuzileiros
navais consideravam uma professora dos confinados em terra
como um empregado, ainda que uma Aes Sedai, e um empregado
com menos status do que um grumete, despreocupadamente. Um
grumete que poderia tentar escapar disso.
Ela ficava pensando que Nynaeve tinha ido embora para evitar dar
essas lições. Certamente nenhum dos dois esperava acabar na
situação de Merilille, mas mesmo algumas horas já eram ruins o
suficiente.
"Ah, não, Careane", disse Sareitha, ainda evitando os olhos de

Elayne. E
o de Merilille. Em sua opinião, o Grey tinha entrado nesse acordo e,

portanto, merecia o que quer que acontecesse, mas ele não tentou
esfregar sal nas feridas. Vandene está devastada por sua irmã, e
Kirstian e Zarya a ajudam a manter sua mente longe das coisas. O
que quer que ela pensasse dos outros Próximos, ela admitiu que
Zarya era uma fugitiva desde que ela era uma que Careane havia
reconhecido, e se Kirstian fosse necessariamente uma mentirosa,
sua própria mentira a faria pagar caro. Os fugitivos não eram
tratados com gentileza.
Eu também passo horas com ela e ela quase nunca fala sobre outra
coisa além de Adeleas. É como se ele quisesse adicionar minhas
memórias às dele. Eu acho que ela deveria ter o tempo que ela
precisa, e esses dois a impedem de ficar sozinha com muita
frequência. Ele olhou para Elayne e respirou fundo. No entanto,
ensinar os Detectores de Vento é, claro, um grande desafio. Talvez
uma hora de vez em quando servisse para tirá-la de seu desânimo,
mesmo que apenas para deixá-la furiosa. Você não concorda,
Elayne? Apenas uma ou duas horas, de vez em quando.
"Vandene terá todo o tempo que ele precisar e quer lamentar sua
irmã", disse Elayne categoricamente. E esse assunto não será
discutido novamente.
Careane suspirou profundamente e arrumou o xale. Sareitha
suspirou fracamente e começou a girar o anel da Grande Serpente
no dedo indicador de sua mão esquerda.
Talvez eles tivessem notado seu humor, ou talvez fosse apenas

porque nenhum deles queria outra sessão com os Detectores de
Vento. A expressão de surpresa permanente de Merilille não mudou;
Claro, suas sessões duravam o dia todo e a noite toda, a menos que
Elayne conseguisse tirá-la de lá, e os Detectores de Vento estavam
cada vez menos dispostos a deixá-la ir, não importa o quanto Elayne
forçasse as coisas.
Pelo menos ele conseguiu não ser afiado com os três.
Foi difícil para ele, especialmente com Aviendha. Elayne não sabia o
que faria se perdesse a irmã. Vandene não só lamentou a morte de
sua irmã, mas estava procurando o assassino de Adéleas, e não
havia dúvida de que o culpado devia ser Merilille Ceandevin,
Careane Fransi ou Sareitha Tomares. Um deles ou, pior ainda, mais
de um. Era difícil acreditar que Merilille fosse a autora do
assassinato, considerando as condições em que ela se encontrava
atualmente, mas também não era fácil acreditar nisso de qualquer
irmã. Como Birgitte havia apontado, um dos piores Amigos das
Trevas que ela já conhecera, durante a Guerra dos Trollocs, era um
garoto que parecia afabilidade em pessoa e que se assustou com um
barulho ligeiramente alto. E
que envenenou o abastecimento de água de uma cidade. A proposta

de Aviendha era interrogar as três, o que deixou Birgitte horrorizada,
mas sua irmã ficou muito menos intimidada com as Aes Sedai do
que no início.
Eles deveriam manter boas maneiras até que houvesse provas para
fazer uma acusação. Então não haveria cortesia.
“Oh,” Sareitha disse, iluminando-se de repente. Ali está o Capitão
Mellar. Ele voltou a ser um herói enquanto você esteve fora, Elayne.
Aviendha agarrou o cabo da faca em seu cinto, e Birgitte ficou tensa.

O rosto de Careane tornou-se impassível, frio, e até Merilille
conseguiu fazer uma reprovação altiva. Nenhuma das irmãs
escondia sua antipatia por Doilin Mellar.
De rosto estreito, ele não era bonito, nem mesmo atraente, mas se
movia com a agilidade ágil de um espadachim que revelava força
física. Como capitão da escolta de Elayne, ele ostentava três nós
dourados de patente usados pelos soldados nos ombros de seu
peitoral polido. Um observador ignorante poderia pensar que ela
superava Birgitte. Os babados de renda branca que adornavam o
pescoço e os punhos eram duas vezes mais volumosos e duas
vezes mais longos que os usados por qualquer mulher na guarda,
mas, novamente, ela não havia colocado o baldric, talvez porque
cobriria uma das faixas .conjuntos de três nós dourados.
Ele proclamou que não havia nada que ele queria mais na vida do
que comandar sua escolta, mas ele falava frequentemente de
batalhas que ele havia lutado como mercenário.
Aparentemente, ele nunca esteve do lado perdedor, e a vitória muitas

vezes se deveu a seus esforços não reconhecidos no campo de
batalha.
Ele agitou seu chapéu, habilmente controlando a espada com uma

mão, então deu a Birgitte outra reverência ligeiramente mais leve
com um braço cruzado sobre o torso em saudação.
Elayne conseguiu dar um sorriso.
“Sareitha disse que você voltou a ser um herói, capitão Mellar.
Como é isso?
"Simplesmente meu dever para com minha rainha." Apesar de seu

tom excessivamente modesto, seu sorriso era mais
mais quente do que deveria. Metade do palácio pensava que ele era
o pai do bebê de Elayne, e seu fracasso em reprimir aquele boato
parecia fazê-lo acreditar que ele tinha uma chance. No entanto, o
sorriso não teve reflexo em seus olhos, que permaneceram frios
como a morte. Cumprir meu dever com você é um prazer, minha
rainha.
"O capitão Mellar liderou outra surtida ontem sem ordens", disse
Birgitte, seu tom cuidadosamente monótono. Desta vez, a luta quase
transbordou para o portão de Far Madding, que ele havia ordenado
que ficasse aberto na expectativa de seu retorno.
Elayne sentiu o rosto endurecer.
"Ah, não," Sareitha protestou. Não aconteceu assim de jeito nenhum.

Cem homens armados de Lorde Luan tentaram chegar à cidade à
noite, mas saíram tarde demais e o sol os pegou.
Assim como os homens de Lord Nasin três vezes mais. Se o capitão

Mellar não tivesse aberto os portões e liderado o resgate, eles teriam
sido despedaçados à vista das muralhas. Desta forma, ele conseguiu
salvar oitenta homens para sua causa.
Sorrindo, Mellar se deleitou com os elogios da Aes Sedai como se

não tivesse ouvido a crítica de Birgitte. Claro, ela também não
parecia estar ciente dos olhares de desaprovação de Careane e
Merilille.
"Como você sabia que eles eram homens de Lorde Luan, capitão?"
Elayne perguntou baixinho. Um leve sorriso, que deveria ter dado a
Mellar um sinal de advertência, apareceu no rosto de Birgitte. Claro
que o homem era um daqueles que pareciam não acreditar que este
era um Guardião. Mesmo que ele acreditasse, poucas pessoas,
exceto Guardiões e Aes Sedai, sabiam o que era.
que conferiu o título. Se alguma coisa, a expressão de Mellar ficou
mais presunçosa.
“Eu não fui pela bandeira, minha rainha. Qualquer um pode usar um.
Reconheci Jurad Accan com minha viseira. Accan é fiel a Luan ao pé

da letra.
Eu o identifiquei uma vez...” Ele fez um gesto de desprezo. O resto

foi apenas um pouco de exercício.
"E esse Jurad Accan trouxe alguma mensagem de Lorde Luan? Algo
assinado e selado afirmando o apoio da Casa Norwelyn a Trakand?"
"Nada escrito, minha rainha, mas como eu disse...
"Lorde Luan não decidiu a meu favor, capitão."
O sorriso de Mellan desapareceu um pouco. Não estava acostumada

a ser interrompida.
"Mas, minha rainha, Lady Dyelin diz que Luan pode ser dado como
certo do seu lado." Que Accan apareceu é a prova de…
"De nada, capitão," Elayne o cortou friamente. Lorde Luan pode

finalmente estar do meu lado, mas até que isso seja dito, o que você
me deu são oitenta homens para vigiar. “Oitenta em cem. E quantos
dela esse homem tinha perdido? E ele colocou Caemlyn em perigo,
mesmo que a Luz o queimasse!
Já que você pode tirar uma folga de seus deveres de dirigir minha
escolta para liderar surtidas, você também achará isso para tomar
providências para ficar de olho neles. Não pouparei ninguém que
sirva nas paredes para essa tarefa. Coloque Mestre Accan e seus
companheiros para treinar os homens que trouxe das propriedades.
Isso os manterá ocupados e longe de problemas durante a maior
parte do dia, mas deixo a responsabilidade de mantê-los longe das
paredes e de qualquer conflito para você, capitão. Você pode ir
cuidar disso agora.
Mellar olhou para ela em choque. Ele nunca tinha chamado sua
atenção e ela não se divertia quando o fazia, especialmente na frente
de tantas testemunhas. Agora não havia sorrisos excessivamente
calorosos. Sua boca se torceu e um brilho sombrio apareceu em
seus olhos. Mas ela não teve escolha a não ser curvar-se
bruscamente, murmurar "Como minha rainha ordena" com voz rouca
e sair com toda a dignidade que conseguiu reunir. Antes de dar três
passos, ele estava andando pelo corredor como se quisesse
atropelar qualquer um que ficasse em seu caminho.
Elayne achou que deveria avisar Rasoria para ter cuidado. Era
possível que esse homem estivesse tentando acalmar sua raiva
descontando em quem tinha visto e ouvido a cena.
Merilille e Careane assentiram em acenos quase idênticos; se

dependesse deles, Mellar já teria sido lido há muito tempo e, de
preferência, expulso do palácio.
Sareitha disse cautelosamente: "Mesmo se ele estivesse errado, e

eu não tenho certeza se ele estava, o capitão Mellar salvou sua vida
correndo o risco de sua própria vida, Elayne, e a de Lady Dyelin
também." Era realmente necessário envergonhá-lo na nossa frente?
“Nunca pense que não estou pagando minhas dívidas, Sareitha.
Elayne sentiu Aviendha segurar uma mão e Birgitte a outra. Ele os

apertou levemente. Quando cercado por inimigos, era uma sorte ter
uma irmã e uma amiga por perto. Vou tomar um banho quente, e a
menos que um de vocês queira esfregar minhas costas...
Se dieron cuenta de… que les estaba diciendo que se marcharan y

lo hicieron, aunque con más estilo que el capitán Mellar, Careane y
Sareitha comentando si las Detectoras de Vientos querrían tomar
lecciones o no ese día, y Merilille tratando de mirar en todas
direcciones a
esperando desviar de qualquer Atha'an Miere.
Mas sobre o que falariam depois? Se ela teve uma discussão com o
pai de seu bebê? Se eles conseguiram esconder sua culpa no
assassinato de Adeleas?
Eu sempre pago minhas dívidas, Elayne pensou enquanto seu olhar

os seguia. E eu ajudo meus amigos a resolverem os deles.
12
UM TRATO
Tomar banho não era difícil, embora Elayne tivesse que esperar no
corredor, onde as correntes de ar tremeluziam D
nas lâmpadas espelhadas, franzindo a testa para as portas

esculpidas em leões de seus aposentos enquanto Rasoria e dois dos
guardas entravam e revistavam. Assim que tiveram certeza de que
nenhum assassino estava à espreita e guardas foram postados no
corredor e na sala de estar, Elayne entrou e encontrou Essande de
cabelos grisalhos esperando no quarto com Naris e Sephanie, as
duas moças, donzelas que ele estava ensinando.
Essande era esguia, com o Lírio Dourado de Elayne bordado no lado

esquerdo do peitoral, e uma grande dignidade destacada por seu
movimento vagaroso, embora parte disso se devesse à idade e às
articulações doloridas que ela se recusava a reconhecer. Naris e
Sephanie foram
irmãs de rosto fresco, atarracadas e de olhos tímidos, orgulhosas de
seus uniformes e felizes por terem sido escolhidas para essa tarefa
em vez de limpar as salas de aula, mas que pareciam quase tão
intimidadas por Essande quanto por Elayne.
Havia outras empregadas mais experientes disponíveis, mulheres

que trabalhavam no palácio há anos, mas infelizmente era mais
seguro ir com garotas que estavam procurando qualquer trabalho
que pudessem encontrar.
Em uma extremidade da sala, os tapetes foram enrolados e duas

tinas de cobre colocadas em cima de camadas de tecido felpudo
espalhadas sobre os azulejos cor-de-rosa, prova de que a notícia da
chegada de Elayne a precedeu. Os criados tinham um talento
especial para descobrir o que estava acontecendo que os
informantes da Torre teriam invejado. Um bom fogo na lareira e as
portas envidraçadas aqueceram o quarto depois de caminhar pelos
corredores, e Essande só esperava ver Elayne entrar no quarto para
mandar Sephanie correr para buscar os homens com a água quente.
Eles o traziam em baldes de parede dupla com tampa para não
esfriar no caminho das cozinhas, embora provavelmente fossem
retardados um pouco pelos guardas, que verificavam se não havia
facas escondidas a água.
Aviendha olhou para a segunda banheira quase tão desconfiada

quanto Essande olhou para Birgitte, uma porque ela ainda estava
preocupada em mergulhar na água, e a outra porque ela ainda não
conseguia aceitar que ninguém, exceto as pessoas estritamente
necessárias, tivessem que estar presentes durante o banho. banho,
mas a mulher de Cabelos Brancos não perdeu tempo levando Elayne
e Aviendha silenciosamente para o camarim, onde outro fogo em
uma lareira de mármore havia banido o frio do ar. Foi um grande
alívio ter Essande para que o
Ela ajudou a tirar o traje de montaria, sabendo que tinha mais do que
uma preparação apressada e uma exibição de segurança pela frente
enquanto se preocupava com a rapidez com que poderia chegar ao
próximo destino.
Outros pretextos a esperavam, a Luz auxiliando-a e outras

preocupações, mas ela estava em casa e isso contava muito.
Ele quase podia esquecer aquele farol brilhando no oeste. Quase.
Bem, nada realmente, mas pelo menos ela poderia parar de surtar
sobre isso, desde que ela não pensasse muito sobre isso.
No momento em que foram despidos - Aviendha dando um tapa nas

mãos de Naris e removendo pessoalmente suas jóias, fingindo que
Naris não existia e suas roupas haviam tirado por conta própria quem
sabe como - no momento em que estavam envoltos em roupões de
seda e seus cabelos amarrados Em uma toalha branca."
Três vezes Aviendha tentou enrolar a toalha em volta de si mesma, e

só quando ela se desfez em torno de seus ombros pela terceira vez
ela permitiu que Naris o fizesse, murmurando algo sobre ficar tão
macia que ela precisaria de alguém. para envolvê-la em breve.
amarrando as botas, até que Elayne riu e se juntou, jogando a

cabeça para trás para que Naris tivesse que começar a enxugar o
cabelo novamente - quando tudo terminou e eles estavam de volta
ao quarto , as banheiras estavam cheias e o cheiro de óleo de rosas
que havia sido derramado na água permeava o ar. Os homens que
trouxeram a água tinham ido embora, é claro, e Sephanie esperou
com as mangas arregaçadas até os cotovelos, para o caso de
alguém querer esfregar as costas. Birgitte estava sentada em uma
arca turquesa incrustada ao pé da cama, os cotovelos sobre os
joelhos.
Elayne permitiu que Essande a ajudasse a tirar o roupão verde-claro,
então imediatamente entrou na banheira e mergulhou até o pescoço
na água um fio de cabelo muito quente. Essa postura deixou seus
joelhos para fora, mas manteve a maior parte de seu corpo
submerso e ela suspirou, sentindo a exaustão deixá-la e o langor
tomar conta dela. Talvez a água quente fosse o maior presente da
civilização.
Aviendha, olhando para a outra banheira, pulou quando Naris tentou

tirar o roupão, este lavanda com mangas largas bordadas com flores.
Fazendo uma careta, ela finalmente permitiu e entrou

cautelosamente na água, embora tenha pegado o sabonete redondo
das mãos de Sephanie e começado a se esfregar vigorosamente.
Com energia, mas ao mesmo tempo tomando cuidado para não

derramar nem um pouco de água sobre a borda da banheira. Os Aiel
usavam água para tomar banho, como nas barracas de vapor,
principalmente para lavar a espuma ensaboada que faziam das
folhas grossas que cresciam no Deserto, mas a água suja ainda era
usada para irrigar as plantações.
Elayne lhe mostrara duas das grandes cisternas que ficavam sob
Caemlyn, alimentadas por um par de rios subterrâneos e grandes o
suficiente para que a extremidade oposta se perdesse de vista na
floresta de espessas colunas e sombras, mas Aviendha tinha no
sangue o árido Yermo. .
Ignorando os olhares aguçados de Essande — a mulher raramente

dizia mais do que duas palavras se não precisasse, e ela achava que
hora do banho não era hora de conversar —, Birgitte conversava
enquanto tomavam banho, embora tomasse cuidado com o que
dizia. de Naris e Sephanie. Eles provavelmente não seriam pagos
por outra casa, mas as empregadas fofocavam quase tão alto.
entusiasmo como os homens; Era quase uma tradição.
Alguns rumores valeram a pena fomentar, no entanto.
Principalmente, Birgitte falou de duas enormes caravanas de

mercadores que chegaram no dia anterior de Tear, as carroças
carregadas até a borda com grãos e carne salgada, e outra de Illian
com óleo, sal e peixe defumado. Era sempre bom lembrar às
pessoas que a comida não parava de chegar à cidade. Poucos
mercadores ousavam viajar pelas estradas de Andor no inverno, e
nenhum carregava nada tão barato quanto comida; mas, graças aos
portões, Arymilla podia interceptar quantos mercadores quisesse e
ainda morrer de fome antes que Caemlyn sentisse as primeiras
dores no estômago.
Os Detectores de Vento, que fizeram a maioria desses acertos,

relataram que o Grão-Senhor Darlin—que usou o título de Regente
da Lágrima em nome do Dragão Renascido, nada menos!—foi
cercado na Cidadela por nobres de quem eles queriam o Dragão fora
Rasgar, mas mesmo eles eram improváveis de tentar parar um
negócio próspero no grão, particularmente porque eles acreditavam
que os Parentes que acompanhavam os Windfinders eram Aes
Sedai. Não que houvesse qualquer tentativa real de engano, mas
anéis da Grande Serpente haviam sido feitos para Membros que
haviam passado no teste para Aceito antes de serem expulsos da
Torre; e se alguém chegou à conclusão errada, não foi porque
ninguém mentiu.
A água ia perder calor se ela esperasse muito mais, Elayne decidiu,

então ela pegou o sabonete com aroma de rosas de Sephanie e
deixou Naris esfregar suas costas com uma escova de cabo longo.
Se houvesse notícias de Gawyn ou Galad, Birgitte teria mencionado
imediatamente.
Eu estava tão ansioso para conhecer algo como Elayne, e eu não

teria
conseguiu mantê-lo. O retorno de Gawyn era um boato que eles
esperavam fervorosamente que se espalhasse pelas ruas.
Birgitte estava fazendo bem seu trabalho como capitã-general, e

Elayne pretendia mantê-la nessa posição, se pudesse convencê-la,
mas ter Gawyn ali permitiria que ambos relaxassem um pouco. A
maioria dos soldados da cidade eram mercenários, e havia apenas o
suficiente para guarnecer os portões da cidade e expor ao longo dos
quilômetros de muralha que cercavam a Cidade Nova, mas ainda
havia mais de trinta companhias, cada uma com seu próprio
capitão... inevitavelmente transbordando de orgulho e obcecado por
precedência - e todos prontos para entrar em uma briga por qualquer
desprezo percebido de outro capitão por um tapa em mim lá. Gawyn
havia treinado toda a sua vida para comandar exércitos. Ele cuidaria
dos lutadores e a deixaria livre para lidar com a garantia do trono.
Fora isso, ele queria que ela estivesse fora da Torre Branca.
Ele rezou para que um de seus mensageiros tivesse conseguido

alcançá-lo e que seu irmão já estivesse descendo o rio. Fazia mais
de uma semana desde que Egwene sitiou Tar Valon com seu
exército, e seria um destino cruel para Gawyn se ver preso entre seu
juramento de defender a Torre e seu amor por Egwene.
Pior ainda, esse juramento já havia sido quebrado uma vez, ou pelo
menos contornado, por seu amor por Egwene. Se Elaida alguma vez
suspeitasse que Gawyn havia ajudado na fuga de Siuan, qualquer
crédito que ele teria recebido por apoiá-la para substituir Siuan como
Amyrlin evaporaria como uma gota de orvalho, e se ele ainda
estivesse ao alcance de Elaida quando ela descobrisse, Gawyn
acabaria em uma cela e poderia se considerar sortudo se escapasse
do golpe do carrasco. Elayne não guardou rancor dele porque
Eu teria ajudado Elaida; Eu não sabia o suficiente na época para
tomar outra decisão. Também muitas irmãs se sentiram confusas
com o que estava acontecendo. Muitos pareciam ainda estar.
Como ela ia pedir a Gawyn que entendesse o que algumas Aes

Sedai não entendiam?
Quanto a Galad... Ele era incapaz de gostar dele; sem dúvida ele
guardava ainda mais rancor contra Gawyn. Galad deve ter pensado
que um dia ele seria o Príncipe da Espada, até que Gawyn nasceu.
Suas primeiras lembranças dele eram de um menino, um jovem, já
se comportando mais como um pai ou tio do que um irmão, que deu
a Gawyn suas primeiras aulas de esgrima. Lembrou-se de que
temera abrir a cabeça de Gawyn com a espada de treino. Mas ele
nunca sofreu mais do que os hematomas que qualquer menino
poderia esperar durante seu aprendizado. Ah, sim, Galad sabia o
que era certo e estava disposto a fazê-lo a qualquer custo para
qualquer um, incluindo ele mesmo. Leve, mas ele havia começado
uma batalha campal para ajudar ela e Nynaeve a escapar de
Samara, e certamente ele sabia do risco desde o início! Galad
gostava de Nynaeve, ou gostava dele há algum tempo - era difícil
imaginar que ele ainda se sentiria da mesma maneira, sendo um
Manto Branco agora, e só a Luz sabia onde ele estava e o que
estava fazendo - mas a verdade era que ele havia começado essa
luta para resgatar sua irmã. Ele não podia aprovar que ela
pertencesse aos Filhos da Luz, ele não gostava dela, mas ainda
esperava que ela estivesse segura e bem. E que ela poderia voltar
para Caemlyn, de volta para casa.
Notícias sobre ele teriam sido quase tão bem-vindas quanto sobre
Gawyn. Isso a surpreendeu, mas era verdade.
“Duas outras irmãs vieram enquanto você estava fora. Eles ficam em
El Cisne de Plata. Birgitte disse isso de uma maneira que parecia
que eles tinham se mudado para a estalagem simplesmente porque
todas as camas do palácio estavam ocupadas. Um Verde com dois
Guardiões e um Cinza com um.
Eles chegaram separados. Um amarelo e um marrom saíram no

mesmo dia, então ainda há dez no total. O Amarelo seguiu para o
sul, em direção a Far Madding, e o Brown, para o leste.
Sephanie, esperando pacientemente na banheira de Aviendha sem

nada para fazer, trocou um olhar com a irmã por cima da cabeça de
Elayne e sorriu.
Como muitos na cidade, eles sabiam que a presença de Aes Sedai

no Cisne Prateado significava que a Torre Branca apoiava Elayne e a
Casa Trakand. Essande, que observava as duas garotas como um
falcão, acenou com a cabeça; ela também sabia.
Até os varredores de rua e os trapeiros sabiam que a Torre havia

sido dividida, mas mesmo assim o nome tinha peso, além de ser
uma imagem de força que nunca falhava. Todos sabiam que a Torre
Branca havia apoiado todas as rainhas legítimas de Andor. Na
verdade, a maioria das irmãs queria uma governante que também
fosse Aes Sedai, a primeira em mil anos e a primeira desde a
Quebra do Mundo a ser reconhecida abertamente como Aes Sedai,
mas Elayne não ficaria surpresa ao descobrir que era uma irmã no
acampamento de Arymilla, mantendo-se discretamente fora de vista.
A Torre Branca nunca colocou todo o seu dinheiro em um cavalo, a
menos que a corrida fosse fraudada.
"Já chega", disse ela, afastando-se irritada das cerdas do pincel.

Bem treinada, a garota colocou sua escova em um banquinho e lhe
entregou uma esponja illian, que Elayne usou para começar a
enxaguar o sabão. Eu gostaria de saber o que aquelas irmãs
estavam fazendo. Eram como um grão de areia em seu sapato, tão
pequeno que ninguém pensaria que seria um incômodo, mas quanto
mais o tempo passava, maior parecia. As irmãs do Cisne Prateado
estavam se transformando em uma China de bom tamanho só por
estarem ali.
Desde antes de sua chegada a Caemlyn, o número da estalagem

havia mudado com frequência, algumas irmãs partindo a cada
semana e algumas chegando para substituí-las.
O cerco não mudou nada; era tão inconcebível que os soldados que
cercavam Caemlyn tentassem impedir uma Aes Sedai de ir aonde
ela quisesse, como fariam os nobres rebeldes de Tear.
Por um tempo também havia irmãs Vermelhas na cidade fazendo

perguntas sobre homens indo para a Torre Negra, mas quanto mais
descobriam, mais descontentes ficavam, e as duas últimas deixaram
a cidade no dia seguinte ao aparecimento de Arymilla.
paredes. Todas as Aes Sedai que entravam na cidade eram vigiadas

de perto, e nenhuma das Vermelhas havia chegado perto do Cisne
Prateado, então parecia improvável que as irmãs que se abrigavam
lá fossem enviadas por Elaida para sequestrá-la. Por algum motivo,
Elayne imaginou pequenos grupos de Aes Sedai espalhados da
Praga ao Mar das Tempestades, e um vai e vem ininterrupto de
irmãs entre a coleta e o compartilhamento de informações. Uma ideia
rara. As irmãs usavam informantes para monitorar o mundo e
raramente compartilhavam o que descobriam, a menos que fosse
uma ameaça para elas.
Torre. Certamente aqueles no Cisne estavam entre as irmãs que não
participaram dos conflitos na Torre, esperando para ver se era
Egwene ou Elaida que tinha acabado de terminar o Trono de Amyrlin
antes de falar. Isso era errado — uma Aes Sedai deveria defender o
que ela acreditava ser certo sem se preocupar se escolheria o lado
vencedor! —, mas isso a deixava nervosa por outro motivo.
Recentemente, um dos observadores do Cisne ouviu um nome

perturbador sussurrado e rapidamente silenciado, como se temesse
que estivesse sendo ouvido pela pessoa errada: Cadsuane. Esse
não era um nome comum.
E Cadsuane Melaidhrin esteve intimamente associado a Rand

enquanto ele estava em Cairhien.
Vandene não tinha em alta conta a mulher, descrevendo-a como

teimosa e teimosa, mas Careane quase desmaiou de choque ao
ouvir seu nome.
Aparentemente as histórias que a cercavam passaram a ser o

mesmo que lendas. Tentar lidar com o Dragão Renascido sozinha
era o tipo de coisa que Cadsuane Melaidhrin faria. Não que Elayne
se importasse com qualquer coisa entre Rand e qualquer Aes Sedai,
exceto que ele poderia ofendê-la fora de controle - às vezes aquele
homem era teimoso demais para ver onde ele era melhor servido! -
mas por quê? Por que uma irmã em Caemlyn mencionou o nome
dela? ? E por que outro a fez calar a boca?
Apesar da água quente, ela estremeceu ao pensar em todas as teias

que a Torre Branca teceu ao longo dos séculos, tão finas que
ninguém além das irmãs que as teciam podia vê-las, tão intrincadas
que ninguém, exceto aquelas irmãs, poderia desvendá-las. A Torre
fiava redes; os Ajahs teciam redes; até irmãs separadas teciam
redes. Às vezes, esses truques se misturavam como
se apenas uma mão os guiasse. Outras vezes, eles destruíram um
ao outro. Foi assim que o mundo foi forjado por três mil anos.
Agora a Torre havia se dividido perfeitamente em três partes, um

terço para Egwene, um para Elaida e um que ficava à parte. Se
esses dois últimos estivessem em contato, trocando informações –
fazendo planos? – as implicações…
Um repentino tumulto de vozes, abafado pela porta fechada, fez com

que ela se endireitasse. Naris e Sephanie gritaram e pularam nos
braços uma da outra, olhando para a porta com os olhos
arregalados.
"Que diabos...?" Gemendo, Birgitte se levantou do baú e saiu do

quarto, batendo a porta atrás dela. A gritaria se intensificou.
Não parecia que os guardas estavam lutando; eles apenas pareciam

estar discutindo alto, e o vínculo transmitia principalmente raiva e
frustração a Elayne, junto com a dor de cabeça sangrenta, mas ela
saiu da banheira e estendeu os braços para Essande colocar o
roupão. A calma da mulher grisalha, e talvez a de Elayne,
tranquilizou as duas empregadas, que coraram quando Essande
olhou para elas, mas Aviendha pulou da banheira, derramando água
por todos os lados, e correu, pingando, para o camarim.
Elayne esperava vê-la voltar com a faca, mas em vez disso voltou
envolta no brilho do sol e segurando a tartaruga âmbar em uma das
mãos. Com a outra, ele estendeu a Elayne
Saidar que havia tirado de
seu coldre, uma
antiga escultura de marfim na forma de uma mulher coberta apenas

Aviendha
agreste de
não cabelo.
usava Exceto
nada
pela
além
toalha
de uma enrolada
película
em
de
sua cabeça,
umidade em
seu corpo, e ela acenou para que Sephanie se afastasse quando a

empregada tentou colocar seu roupão. Faca ou sem faca, Aviendha
ainda tendia a considerar um confronto
como se fosse lutar com uma faca e precisasse de liberdade de
movimento.
"Mantenha isso na cômoda", disse Elayne, entregando o de agreste
marfim para Essande. Aviendha,
precisamos...
eu realmente não acho que
A porta abriu uma fresta e Birgitte enfiou a cabeça para dentro,

franzindo a testa. Naris e Sephanie deram um pulo, não tão calmas
quanto pareciam.
"Zaida quer ver você," Birgitte rosnou para Elayne. Eu disse que ele
teria que esperar, mas... De repente ela soltou um grito e cambaleou
para dentro; ela recuperou o equilíbrio depois de dar dois passos e
se virou rapidamente para encarar a mulher que a havia empurrado.
A Senhora das Ondas do clã Catelar entrou silenciosamente, as

pontas de sua faixa vermelha intrincada balançando enquanto ela
passava; não dava a impressão de ter empurrado ninguém.
Dois Detectores de Vento a seguiram e um deles fechou a porta na

cara do Rasoria enfurecido. As três mulheres balançavam quase
tanto quanto Birgitte quando ela andava com suas botas de salto
alto. Zaida era baixinha, com mechas grisalhas nos cabelos
cacheados, mas seu rosto moreno era daqueles que ficam lindos
com o passar dos anos, e essa beleza era realçada pela corrente de
ouro, carregada de pequenos medalhões, que ligava um dos brincos
de ouro grosso com nariz. E o mais importante era seu ar de
comando. Não por arrogância, mas por certeza de que seria
obedecida. Os Windsensors olharam para Aviendha, ainda envolto
no brilho do Poder, e o rosto anguloso de Chanelle se contraiu,
embora além de um murmúrio de Shielyn sobre "a garota Aiel" estar
pronta para canalizar, eles ficaram em silêncio e esperaram. Os oito
brincos nas orelhas de Shielyn a marcaram como
Windfinder de uma Dama das Ondas, e a corrente de honra de
Chanelle ostentava quase tantos medalhões de ouro quanto os de
Zaida. Ambas eram mulheres de autoridade, e era óbvio pela forma
como se levantavam e se moviam, mas ainda assim não era preciso
saber nada sobre o Atha'an Miere para saber à primeira vista que
Zaida din Parede ocupava o primeiro lugar.
"Você deve ter tropeçado em suas botas, Capitão General,"
ele murmurou com um leve sorriso em seus lábios cheios enquanto

uma de suas mãos escuras e tatuadas brincava com a caixa de
perfume dourada que estava pendurada em seu peito.
Um obstáculo, as botas.
Ela e os dois Detectores de Vento estavam descalços, como sempre.

As solas dos pés do Atha'an Miere eram duras como solas de
sapatos, não afetadas por decks ásperos e ladrilhos frios.
Curiosamente, além de blusas e calças de seda brocada de cores
vivas, os três usavam uma estola branca larga que pendia abaixo da
cintura e quase escondia a multidão de colares.
"Eu estava tomando banho", disse Elayne, sua voz tensa.
Como se não pudessem vê-la com o cabelo preso em uma toalha e o

roupão grudado no corpo por causa da umidade. Essande estava
quase tremendo de indignação, o que significava que ela estava fora
de si de raiva. A própria Elayne quase se sentiu assim.
E vou continuar tomando assim que vocês se forem. Falo com você
quando terminar. Se você quer a Luz. -Uau! Se eles entraram em
seus aposentos, deixe-os ruminar o que eles achavam disso como
uma formalidade!
"Que a graça da Luz esteja com você também, Elayne Sedai", Zaida
respondeu suavemente. Ele olhou para Aviendha com uma Saidar
sobrancelha erguida, embora não por causa do brilho do

Zaida não estava canalizando, nem mesmo por causa de sua nudez,
já que os fuzileiros eram bastante despreocupados com isso, pelo
menos quando não tinham pessoas do continente à vista. Você
nunca me convidou para tomar banho com você, embora fosse
educado, mas não vamos falar sobre isso. Ouvi dizer que Nesta din
Reas Two Moons está morto, morto pelo seanchan.
Lamentamos sua perda.
As três mulheres dedilharam suas estolas e levaram os dedos aos

lábios, mas Zaida parecia tão impaciente com as formalidades
quanto Elayne. Sem levantar a voz ou apressar as palavras, ela
continuou falando, quase direto ao ponto e surpreendentemente
abrupto para uma mulher da Marinha.
"Os Doze Melhores dos Marinheiros devem se reunir para eleger

outra Dama dos Navios." O que está acontecendo no ocidente deixa
claro que não pode haver atrasos.
A boca de Shielyn se apertou e Chanelle levou a caixa de perfume

ao nariz como se quisesse extinguir o cheiro de alguma coisa.
Seu perfume pungente era tão intenso que cortou o cheiro de óleo de
rosas que permeava a sala.
Independentemente da descrição que lhe deram do que perceberam,

Zaida não denotava preocupação nem nada além de certeza. Seu
olhar permaneceu firme no rosto de Elayne.
"Temos que estar preparados para o que está por vir", continuou ele,
"e para isso precisamos de uma Dama dos Navios." Você prometeu
vinte amantes em nome da Torre Branca. Não posso levar Vandene
neste momento de luto por ela, ou por você, mas levarei os outros
três. O resto é uma dívida da Torre comigo e espero que seja
liquidada logo. Mandei um aviso para as irmãs hospedadas no Cisne
Prateado para ver se alguma delas quer honrar a dívida da Torre,
mas mal posso esperar pela resposta. Se o
Light quer, esta noite vou tomar banho com outras Damas das Ondas
em Illian Bay.
Foi preciso um grande esforço para Elayne manter o rosto

impassível. A mulher estava simplesmente anunciando que pretendia
coletar todas as Aes Sedai ao redor de Caemlyn e levá-las embora?
E ele falou como se não fosse deixar nenhum dos Detectores de
Vento. Isso fez o coração de Elayne afundar. Até Reanne retornar,
havia sete Membros fortes o suficiente para abrir um portão, mas
dois deles não podiam torná-los maiores do que o suficiente para
caber em uma carroça. Sem os detectores de vento, os planos para
manter Caemlyn abastecido de Tear e Illian eram problemáticos na
melhor das hipóteses. O
Cisne de Prata! Light, quem quer que Zaida tivesse enviado

descobriria até o último ponto e vírgula do acordo que ela havia feito!
Egwene não iria agradecê-lo por jogar aquela porcaria na frente de
todo mundo. Ele achava que nunca tinha tido tantos problemas
desabar sobre ele no decorrer de uma frase curta.
"Sinto muito por sua perda, e a do Atha'an Miere", disse ele,

pensando rapidamente. Nesta din Reas era uma grande mulher.
“Bem, ela tinha sido uma mulher poderosa com uma personalidade
forte. Elayne se contentou em escapar com mais do que apenas o
mudo interior depois de seu reencontro com ela. Falando em
mudanças, ela não podia perder tempo se vestindo. Zaida pode não
ter esperado. Ela apertou o roupão com o cinto. Nós temos que
conversar. Mande trazer vinho para nossos convidados, Essande, e
chá para mim. Chá fraco. Ela suspirou ao sentir o aviso repentino
através do vínculo de Birgitte.
Na pequena sala de estar. Quer me acompanhar, Senhora das

Ondas?
Para sua surpresa, Zaida apenas acenou com a cabeça como se

esperasse que isso acontecesse. Isso fez
Elayne começou a pensar na participação de Zaida no acordo entre
eles. As ofertas; na verdade eram dois e isso poderia ser a chave.
Ninguém esperava que a pequena sala de estar fosse usada a essa

hora, então a temperatura estava baixa mesmo depois que Sephanie
correu para acender as lascas sob os tocos de carvalho na ampla
lareira branca com uma roda de faísca e saiu da sala com a mesma
pressa.
As chamas saltaram das lascas e atingiram o tronco que repousava

sobre os andiros enquanto as mulheres se acomodavam nas
cadeiras de espaldar baixo e grosseiramente esculpidas que
estavam dispostas em semicírculo na frente da lareira. Ou seja, eles
assumiram suas posições, Elayne meticulosamente ajeitando o
roupão sobre os joelhos e desejando que Zaida estivesse uma hora
atrasada para estar devidamente vestida, enquanto os Detectores de
Vento esperavam que a Senhora das Ondas tomasse seu assento,
depois se mudaram para posição, um de cada lado de Zaida. Birgitte
estava na frente da mesa, com as mãos nos quadris, os pés bem
separados, a expressão tempestuosa. O vínculo transmitia o desejo
claro de torcer o pescoço de um Atha'an Miere. Aviendha estava
encostada com indiferença em um dos aparadores, e mesmo quando
Essande trouxe seu roupão e o segurou significativamente à sua
frente, ela simplesmente o vestiu e caiu na mesma posição
novamente, com os braços cruzados sobre o peito. Ela havia soltado
a tartaruga, mas ainda segurava a tartaruga em sua mão, e Elayne
suspeitou que ela estava pronta para abraçar o Poder novamente em
um instante. No entanto, nem o olhar frio de Aviendha nem a
carranca de Birgitte afetaram minimamente as mulheres Saidar
Mariner. Eles eram quem eram e sabiam disso.
,
"O Atha'an Miere recebeu a promessa de vinte amantes", disse
Elayne, enfatizando levemente o plural. Zaida havia dito que eles
haviam prometido a ela, que ela cobraria a dívida, mas o acordo
havia sido feito com Nesta din Reas. Claro, Zaida adivinhou que
talvez ela seria a próxima Dama dos Navios.
Professores adequados e selecionados pelo Amyrlin Seat. Eu sei

que os Atha'an Miere se orgulham de manter seus acordos cem por
cento, e a Torre os mantém também. Mas você sabe que quando as
irmãs aqui concordaram em ensiná-lo, foi temporário. E era um
acordo completamente separado daquele feito com a Dama dos
Navios. Você admitiu quando concordou em deixar os Windfinders
tecerem portais para trazer suprimentos para Caemlyn de Illian e
Tear. Certamente você não teria se envolvido nos assuntos do
aterrado por qualquer motivo além de fechar um acordo. Mas se
você sair, sua ajuda acaba e, consequentemente, nossa obrigação
de ensinar também acaba.
Temo que você também não vá buscar professores no Cisne

Prateado. O Atha'an Miere terá que esperar até que a Amyrlin os
envie. De acordo com o acordo feito com a Dama dos Navios.
Pena que ele não pudesse dizer a eles para ficarem longe da
pousada, mas talvez já fosse tarde demais para isso, e qualquer
motivo que ele pudesse pensar parecia em vão.
Um argumento que desmoronou porque não tinha base para enfocá-

lo só faria Zaida se fortalecer. Os Atha'an Miere eram negociantes
ferozes. Escrupuloso, mas feroz. Eu tive que ir muito devagar, com
muito cuidado.
"Minha irmã tem você, Zaida din Parede", riu Aviendha, batendo em
sua coxa.
Na verdade, pendurado pelos tornozelos.

Elayne reprimiu uma onda de irritação. Aviendha gostou das chances
que teve de beliscar os narizes das mulheres dos Marinheiros — ela
começou a fazer isso durante a fuga de Ebou Dar e não parou desde
então —, mas não era hora para isso.
Chanelle endureceu, a calma em seu rosto desaparecendo sob uma

expressão de raiva. A mulher esbelta havia sido alvo das
provocações de Aviendha em mais de uma ocasião, incluindo o
infeliz episódio em que ela bebeu um Aiel muito forte. E estava
envolvido ele estava agora viu, mas sabia sobre
oosquai
ele e que
, envolvido
Chanelle teve no brilho
que ser do ! Zaida
carregada não
para a
cama, vomitando o tempo todo; Ele levantou uma mão peremptória

direção
na
do
Detector de Vento. O brilho desapareceu e a tez de Chanelle

assumiu uma
Saidaroosquai cor mais
escura, talvez de um rubor ou talvez de raiva.

"O que você diz pode ser verdade", respondeu Zaida, o que não
estava longe de ser um insulto, especialmente se fosse dirigido a
uma Aes Sedai. De qualquer forma, Merilille não fazia parte disso.
Ela concordou em ser uma das professoras muito antes de vir para
Caemlyn e virá comigo para continuar seus ensinamentos.
Elayne respirou fundo. Ele nem estava em posição de tentar discutir

com Zaida sobre isso. Grande parte da influência da Torre Branca
residia no fato de manter sua palavra tão infalivelmente quanto os
Marinheiros; que era conhecido por obedecer. Ah, sim, as pessoas
diziam que era preciso ouvir com muita atenção para ter certeza de
que uma Aes Sedai havia prometido o que você achava que ela
havia prometido, e muitas vezes isso era verdade; mas, uma vez que
a promessa era evidente, valia tanto quanto um juramento do
Luz. Os Detectores de Vento provavelmente não deixariam Merilille
escapar. Eles quase nunca a deixavam fora de vista.
“Você pode ter que devolver para mim se eu precisar para algo em
particular. "Se Vandene e seus dois auxiliares encontrassem provas
de que ele pertencia à Ajah Negra." Se isso acontecer, providenciarei
para que alguém a substitua. "E
eu não tinha ideia de quem poderia ser."
"Ele ainda tem o resto de seu ano de serviço." Pelo menos um ano,
dependendo do negócio. Zaida fez um gesto como se estivesse
fazendo uma concessão. Mas contanto que você entenda que o
substituto dela terá que chegar antes que ela vá embora. Eu não vou
deixá-la ir sem alguém tomar seu lugar.
"Acho que isso vai servir", disse Elayne calmamente. E tanto que ele
teria que servir, já que não tinha outra escolha!
Zaida conseguiu sorrir e deixou que o silêncio se prolongasse.
Chanelle mexeu os pés, mas mais por impaciência do que porque ia

se levantar; A Dama das Ondas não vacilou. Ele obviamente queria
outra coisa, estava tentando fazer outro acordo e claramente queria
que Elayne falasse primeiro. Elayne se preparou para que a outra
mulher quebrasse o silêncio. As chamas da lareira arderam e
estalaram, lançando faíscas pela chaminé e irradiando um calor
bem-vindo para o quarto, mas o roupão molhado absorveu o frio do
ar e o passou para sua pele.
Ignorar o frio era ótimo, mas como se poderia ignorar o frio e a

umidade ao mesmo tempo? Ela segurou o olhar de Zaida sem vacilar
e respondeu ao seu sorriso insinuado com um idêntico.
Essande voltou, seguida por Naris e Sephanie, que traziam

bandejas, uma com um bule de prata em forma de leão e delicadas
xícaras de porcelana verde marinha, a outra com taças de prata
batida.
e um jarro de gargalo alto que cheirava a especiarias.
Todos beberam vinho, exceto Elayne, que não teve escolha. A jovem
olhou para o chá e suspirou. Ele podia ver o fundo do copo sem
dificuldade. Se eles tivessem preparado mais fraco, ele teria lhe dado
água!
Depois de um momento, Aviendha atravessou a sala para colocar

sua taça de vinho na bandeja em um dos aparadores e se serviu de
uma xícara de chá. Ele deu um leve aceno com a cabeça para
Elayne e deu-lhe um sorriso que misturava simpatia com uma
sugestão de que ele realmente preferia chá fraco a vinho. As
primeiras irmãs compartilharam o mal e o bem. Birgitte sorriu por
cima da borda de sua taça de prata e começou a beber metade de
uma bebida. O vínculo transmitia sua diversão com o mau humor de
Elayne. E a dor de cabeça continuou, sem diminuir nem um pingo.
Elayne esfregou as têmporas. Ela deveria ter dito a Merilille para
curar a mulher assim que a viu.
Vários Membros superavam Merilille em Cura, mas ela era a única

irmã no palácio com habilidade até mesmo decente.
"Você realmente precisa de mulheres para fazer esses acessos",

disse Zaida de repente. Sua boca carnuda parou de sorrir. A mulher
não gostou de ter falado primeiro.
Elayne tomou um gole do pobre chá de imitação e não respondeu.
"Talvez a Luz queira que eu deixe um Windfinder ou dois aqui",

continuou Zaida. Por um tempo determinado.
Elayne franziu a testa como se estivesse considerando suas

palavras. Ele precisava dessas malditas mulheres, e mais de uma ou
duas.
"O que você pediria em troca?" ele disse longamente.
“Uma milha quadrada de terra ao longo do rio Erinin. De boa terra,

olho, nada pantanoso ou pantanoso. Terá que pertencer ao Atha'an
Miere para sempre. Sujeito às nossas leis, não às de Andor —
acrescentou como se fosse um detalhe secundário que dificilmente
valeria a pena mencionar.
Elayne engasgou com o chá. O Atha'an Miere odiava deixar o mar,

odiava perdê-lo de vista. E Zaida estava pedindo um pedaço de terra
a mil milhas da água salgada mais próxima? E pedindo para ser
entregue absolutamente, disse fora do caminho. Cairhienin e
Murandians e até mesmo Altarans derramaram sangue tentando
apreender pedaços de Andor, e os andoreans derramaram sangue
para mantê-los. Ainda assim, uma milha quadrada era um pedaço
pequeno e um pequeno preço a pagar para manter Caemlyn
abastecido. Ele não ia deixar Zaida saber disso, no entanto. E se os
Marinheiros começassem a negociar diretamente em Andor, então as
mercadorias andorianas poderiam viajar nos porões do Marinheiro
em qualquer lugar que os Marinheiros navegassem, ou, por falar
nisso, em qualquer lugar. Certamente Zaida já havia percebido isso,
mas não havia sentido em deixá-la ver que Elayne também havia
percebido isso. O vínculo do Guardian pedia cautela, mas havia
momentos para ousadia, como Birgitte deveria saber melhor do que
ninguém.
'Às vezes o chá vai para o lugar errado. “Não era mentira; apenas
uma evasão. Por um quilômetro quadrado em Andor, mereço mais
do que dois detectores de vento. O Atha'an Miere tem vinte amantes
e mais por ajudar a usar a Bacia dos Ventos, e quando elas forem
embora você terá vinte para substituí-las. você tem vinte e um
Detectores de vento com você. Por um quilômetro e meio de Andor,
pegarei todos os vinte e um, e mais vinte e um para substituí-los
quando eles se forem, enquanto as Aes Sedai estiverem ensinando
as mulheres dos Marinheiros. Melhor não deixar a mulher pensar que
era sua maneira de rejeitar a oferta.
Claro, os impostos de fronteira usuais se aplicariam a qualquer

mercadoria que passasse daquela terra para Andor.
Zaida levou a taça de prata aos lábios e, quando a baixou, exibia um

pequeno sorriso. Mas pareceu a Elayne que era mais alívio do que
triunfo.
“Os bens que entram em Andor, mas não os que descem o rio para a
nossa terra. Eu poderia deixar três Detectores de Vento.
Por meio ano, digamos. E eles não serão usados para combate.
Não permitirei que meu povo morra por você, nem outros andorinos
se zangarão conosco porque os fuzileiros mataram os seus.
"Eles só serão obrigados a abrir os portões", disse Elayne,
"embora o façam sempre que necessário". - Luz! Como se ele

pretendesse usar o Poder como arma!
As mulheres Marinheiros o fizeram sem muita hesitação, mas ela

estava se esforçando muito para se comportar como Egwene exigia,
como se já tivesse feito os Três Juramentos. Além disso, se ela
destruísse aqueles acampamentos fora dos muros ou permitisse que
outros o fizessem, nem uma única Saidar
casa em Andor
a apoiaria.
Eles devem ficar até que minha coroa esteja segura, seja por meio
ano ou mais. “A coroa seria dela muito antes disso, mas como sua
velha ama, Lini, costumava dizer, contava-se as ameixas na cesta,
não as da árvore. No entanto, quando a coroa fosse dele, ele não
precisaria dos Detectores de Vento para
fornecendo Caemlyn, e, para ser honesta, ela adoraria tirá-los de sua
vista. Mas três não é o suficiente.
Você vai querer Shielyn, pois ela é seu detector de vento. Vou ficar
com os outros.
Os medalhões da corrente de honra de Zaida
Eles balançaram suavemente quando a mulher balançou a cabeça.
“Talaan e Metarra ainda são aprendizes. Eles precisam voltar a

treinar. Os demais também têm serviços. Quatro podem ser
dispensados até que sua coroa esteja segura.
A partir daí foi só pechinchar. Elayne nunca esperou ficar com os

aprendizes, e também contava com o fato de as Senhoras das
Ondas não serem capazes de poupar seus Localizadores de Vento.
A maioria das Wave Mistresss tinha seus Windfinders e Blade
Masters como conselheiros e era tão impensável que eles
desistissem deles quanto era para Elayne desistir de Birgitte.
Zaida tentou excluir outros também, por exemplo, detectores de

vento em grandes navios, como sulcadores e skimmers, mas isso
teria desqualificado a maioria, então Elayne recusou, além de se
recusar a diminuir suas demandas, a menos que Zaida aumentasse
sua oferta. O que a mulher fez pouco a pouco, cedendo a
contragosto a cada concessão. Mas não tão lentamente quanto
Elayne esperava. Era óbvio que a Dama das Ondas precisava desse
tratamento tanto quanto precisava de mulheres que pudessem tecer
acessos.
"Pela Luz, está combinado", ele finalmente conseguiu dizer, beijando

as pontas dos dedos da mão direita e depois colocando-os nos
lábios de Zaida. Aviendha sorriu, obviamente impressionado.
Birgitte manteve o rosto impassível, mas o vínculo revelou que ela

achava difícil acreditar que Elayne tivesse saído tão bem do acordo.
"Está acordado, pela Luz", murmurou Zaida. Os dedos que roçaram
os lábios de Elayne eram duros e calejados, embora a mulher não
puxasse uma corda por muitos anos. Ela parecia satisfeita o
suficiente para alguém que tinha desistido de nove dos quatorze
Detectores de Vento que foram colocados sobre a mesa. Elayne se
perguntou quantas daquelas nove eram mulheres cujos navios o
Seanchan havia destruído em Ebou Dar. Perder um navio era um
assunto sério entre os Atha'an Miere, por qualquer motivo, e talvez
motivo suficiente para querer ficar um pouco mais longe de casa.
Isso não importava.
Chanelle parecia mal-humorada, suas mãos tatuadas apertando os

joelhos de sua calça de brocado, mas não tão mal-humorada quanto
se poderia esperar de uma mulher da Marinha que teria que ficar no
chão um pouco mais. Estaria no comando dos Windfinders restantes
e não gostou que Zaida tivesse aceitado seu relato para Elayne e
Birgitte. Chega de Atha'an Miere andando pelo palácio como se
pertencesse a eles, dando ordens a torto e a direito. Claro, Elayne
suspeitava que Zaida tinha vindo para a entrevista sabendo que
deixaria alguns de seu grupo para trás, e Chanelle tinha vindo
sabendo que ela ficaria no comando. Isso também não importava
muito, ou que vantagem Zaida esperava ganhar para se tornar a
Dama dos Navios. Que ele viu um era tão claro como a água. A
única coisa que importava era que Caemlyn não passaria fome.
Isso... e o maldito farol que ainda brilhava no oeste.
Não, ela seria rainha, e ela não poderia agir como uma lunática.
Caemlyn e Andor eram tudo com que ele se importava.

13
CABEÇAS DE ASSINATURA
Aida e os dois Windfinders deixaram os aposentos de COM Elayne

com movimentos graciosos e aparentemente sem pressa, mas quase
tão sem cerimônia quanto entraram, um mero desejo de que a Luz
iluminasse Elayne e a mantivesse.
No caso de Atha'an Miere, foi como fugir sem dizer uma palavra.
Elayne concluiu que, se Zaida se tornaria a próxima Dama dos

Navios, ela deveria ter uma rival que ela esperava obter uma boa
vantagem.
Pode ser vantajoso para Andor que Zaida alcance o trono do Atha'an
Miere ou seja lá como os Marinheiros o chamassem; nem que
tivesse sido um acordo nem que não fosse, ela sempre teria em
mente que Andor a havia ajudado e isso só podia ser positivo.
Embora se ela falhasse, seu rival saberia
que havia recebido favor de Andor. No entanto, era tudo 'talvez'
e 'se'. O momento presente era outra coisa.
"Não espero que ninguém abale um embaixador", disse ele baixinho

assim que as portas se fecharam atrás deles, "mas no futuro quero
ter privacidade em meus aposentos." Nem mesmo embaixadores
poderão entrar assim. me expliquei bem?
Rasoria assentiu, rosto duro; mas pelo rubor que iluminou suas
bochechas, ela estava mortificada por ter deixado as mulheres dos
Marinheiros passarem, assim como Birgitte; o link... ele vibrou e se
contorceu até que a própria Elayne sentiu seu rosto corar de
vergonha.
"Não que você tenha feito algo errado, exatamente, mas que não vai
acontecer de novo." "Light, ela estava falando como uma tola agora!"
Não vamos nos referir a isso novamente — ele terminou com a voz
tensa. Oh maldita Birgitte e maldito link!
Zaida deveria ter sido impedida de entrar, mas adicionar uma intensa
humilhação à enxaqueca da outra mulher era um insulto à injúria! E
Aviendha não tinha o direito de sorrir daquele jeito...
daquele jeito doce. Elayne não sabia como ou quando sua irmã
descobriu que ela e Birgitte às vezes se espelhavam, mas Aviendha
achou hilário. Seu senso de humor pode ser áspero às vezes.
"Eu acho que vocês dois vão fazer o outro derreter um dia", disse ela
entre risos. Claro que você já fez essa brincadeira, Birgitte Trahelion.
Birgitte deu-lhe uma carranca; Um constrangimento repentino e
avassalador surgiu no vínculo, e ele fingiu uma expressão tão
inocente que seus olhos pareciam saltar de seu rosto.
Melhor não perguntar, Elayne decidiu. Quando você faz perguntas,

Lini costumava dizer, você tem que ouvir as respostas.
Quer você queira ou não." Ela não queria ouvir nada; especialmente
não com Rasoria olhando para os azulejos e o resto dos guardas
atentos, fingindo não ouvir. Ela nunca tinha percebido o quão valiosa
era a privacidade até perdê-la completamente. Ou quase
completamente.
"Vou terminar meu banho agora," ele anunciou calmamente.
Inferno e relâmpago, que piada Birgitte fez com ele? Algo que a fez...
derreter?
Bah, não poderia ser muito quando ele não sabia o que era.
Infelizmente a água do banho esfriou. Finalmente, estava quente.

Uma temperatura na qual ele não tinha vontade de sentar. Um pouco
mais de esfregar com sabão teria sido bom, mas não à custa de
esperar até que as banheiras fossem esvaziadas balde por balde e a
água quente voltasse.
Todo o palácio já devia saber que ela havia retornado, e a criada-

chefe e o secretário-chefe estariam ansiosos para fazer seus
relatórios. Eles eram diários quando ele estava na cidade, então eles
ficariam duplamente ansiosos, já que ele havia perdido um dia.
O dever vinha antes do prazer, se você quisesse governar um país.

E isso dobrou se você estivesse tentando ganhar o trono para
começar.
Aviendha tirou a toalha da cabeça e sacudiu o cabelo,

aparentemente aliviada por não ter que voltar para a água. Foi para o
camarim e antes de chegar à porta já havia tirado o roupão; Quando
Elayne e as empregadas entraram, ela já havia vestido a maior parte
de suas roupas.
Ela apenas resmungou um pouco antes de permitir que Naris

terminasse de vesti-la, embora pouco restasse além de entrar na
saia de tecido grosso. Ela deu um tapa nas mãos da empregada e
amarrou as botas macias.
Para Elayne não era tão simples. A menos que houvesse uma
emergência, seria um descaso para Essande se eles não
discutissem a escolha do guarda-roupa. Com os servos que
mantinham um relacionamento próximo, sempre havia um equilíbrio
delicado a ser mantido. Sem exceção, uma camareira sabia mais
sobre os segredos de sua patroa do que imaginava, além de vê-la
em seu pior estado, mal-humorada, cansada, chorando no
travesseiro de raiva ou desânimo. O respeito tinha que funcionar nos
dois sentidos ou a situação se tornava insustentável. Aviendha já
havia se sentado em um dos bancos acolchoados, deixando Naris
escovar o cabelo antes que Elayne vestisse um vestido cinza de
tecido fino, com bordados verdes na gola alta e nas mangas, e
enfeitado com pele de raposa. Não era tanto que fosse difícil para ela
escolher, mas que Essande não parava de trazer roupas de seda
com pérolas, safiras ou gotas de fogo, cada uma mais cheia de
bordados. Embora o trono ainda não lhe pertencesse, Essande
insistia em vesti-la todos os dias como uma rainha pronta para dar
uma audiência.
Ele tinha motivos para fazê-lo na época, quando delegações de

mercadores vinham diariamente apresentar petições ou
cumprimentar, especialmente pessoas de fora, que esperavam que
os problemas de Andor não afetassem o comércio. O velho ditado de
que quem controlava Caemlyn controlava Andor nunca foi realmente
verdade e, aos olhos dos mercadores, suas chances de ganhar o
trono diminuíram com a chegada do exército de Arymilla aos portões
da cidade.
Eles podiam contar as casas agrupadas de cada lado com a mesma

facilidade com que contavam moedas. Agora até os mercadores de
Andorra evitavam o palácio e não se aproximavam da Cidade Interior
para que ninguém pensasse que eles
eles tinham ido para lá. E os banqueiros vinham encapuzados e em
carruagens anônimas. Até onde ela sabia, nenhum deles desejava o
seu mal, e certamente nenhum deles queria irritá-la, mas também
não queriam irar Arymilla. Ainda assim, os banqueiros se reuniram, e
até agora ele não tinha ouvido falar de nenhum mercador pedindo a
Arymilla. Esse seria o primeiro sinal de que sua causa estava
perdida.
Colocar o vestido levou o dobro do tempo que normalmente levaria,

pois Essande deixou Sephanie ajudá-la. A garota ofegava o tempo
todo, ainda não acostumada a vestir outra pessoa e com medo de
errar sob o escrutínio de Essande. Muito mais medo do que cometer
isso na frente de sua amante, Elayne suspeitou. A apreensão tornou
a garota atarracada desajeitada, o que por sua vez a fez agir mais
meticulosamente, o que por sua vez a fez se preocupar mais em
cometer erros, de modo que o resultado foi que ela se movia mais
devagar do que a mulher mais velha em seus piores momentos.
Eventualmente, no entanto, Elayne conseguiu se sentar em frente a
Aviendha enquanto Essande passava um pente de marfim em seu
cabelo ondulado. Para Essande, deixar que uma das garotas
enfiasse um vestido em Elayne ou abotoasse os botões era uma
coisa, outra bem diferente arriscar-se a emaranhar o cabelo com
qualquer uma delas.
Ele só havia passado o pente meia dúzia de vezes quando Birgitte

apareceu na porta. Essande bufou, e Elayne imaginou a mulher
estremecendo. Essande cedera à presença de Birgitte durante os
banhos, embora com relutância, mas o vestiário era sacrossanto.
Surpreendentemente, Birgitte apenas respondeu ao olhar de

desaprovação da empregada com outro apaziguador.
Normalmente, ele se abstinha de ir ao limite com ela que Elayne

exigia.
“Dyelin está de volta, Elayne. Traga companhia. Os ilustres chefes de
Mantear, Haevin, Gilyard e Northan. Por alguma razão, o link
transmitiu lampejos de perplexidade e irritação.
Apesar de sua dor de cabeça compartilhada, Elayne teria saltado de

alegria. Se Essande não estivesse com o pente enfiado no cabelo,
talvez tivesse.
Quatro! Ele nunca acreditou que Dyelin faria tanto sucesso. Sim, ela
esperava e rezava por isso, mas não tinha ilusões, muito menos em
menos de uma semana. Na verdade, ele tinha certeza de que Dyelin
voltaria de mãos vazias. Quatro a colocaram em pé de igualdade
com Arymilla. Era irritante pensar em estar "em pé de igualdade"
com essa mulher tola, mas era a verdade.
Mantear, Haevin, Gilyard e Northan.
Por que não Chandra? Esta era a quinta casa que Dyelin entraria em
contato. Não. Ele tinha mais quatro casas e não ia se preocupar em
perder uma.
— Sirva-os na sala de estar principal até eu chegar, Birgitte.
A pequena sala de estar bastava para Zaida (esperava que a Dama

das Ondas não tivesse notado o desprezo), mas quatro nobres
chefes de casas exigiam algo mais formal. E peça à primeira
empregada para preparar os quartos. -Quartos de dormir. Luz! O
Atha'an Miere teria que se apressar para abrir espaço. Até eles
saírem, a maioria das camas que não tinham dois ocupantes tinha
três. Essande, o vestido de seda verde com safiras, eu acho. E
safiras para o cabelo também. Os grandes.
Birgitte saiu ainda se sentindo confusa e irritada. Por quê?
Ele não teria pensado que deixaria Dyelin esperando por causa de
Zaida, teria? Oh Luz, ela estava confusa agora porque Birgitte estava
confusa; sim
não impedisse que esse sentimento crescesse, os dois acabariam
tontos!
Quando a porta se fechou, Essande foi até o armário mais próximo

com um sorriso que poderia ser descrito como triunfante.
Elayne sorriu para si mesma enquanto Aviendha afastava Naris com

o pente e amarrava um lenço cinza-escuro nas têmporas para
afastar o cabelo do rosto.
Ela precisava de algo para tirá-la dessa espiral vertiginosa.
"Talvez você devesse usar sedas e pedras preciosas mais uma vez,
Aviendha," ele disse em um tom de zombaria afetuosa. Dyelin não
vai se importar, é claro, mas os outros não estão acostumados com
Aiel. Eles podem pensar que estou entretendo um trabalhador
estável.
Ela estava brincando – eles mexiam com suas roupas a cada poucos
dias, e Dyelin olhava para Aviendha com desconfiança, não importa
o que ela estivesse vestindo – mas sua irmã fez uma careta para os
armários que revestiam a parede, então assentiu e acenou. o banco
acolchoado.
"Só para que esses Noble Heads tenham uma boa impressão." Não
pense que vou fazer isso a qualquer momento. É como um favor
para você.
Apenas fazendo um favor a si mesma, ela examinou os vestidos que

Essande trouxe com grande interesse antes de se decidir por um de
veludo azul escuro com barras verdes e uma rede de cabelo
prateada. Eram suas roupas, feitas para ela, mas desde sua
chegada a Caemlyn ela evitava usá-las como se estivessem
infestadas de aranhas-crânio.
Acariciando as mangas, hesitou como se fosse mudar de ideia, mas

finalmente permitiu que Naris abotoasse os minúsculos botões de
pérolas.
Ela recusou a oferta de Elayne de usar esmeraldas que teriam
Combinava perfeitamente com o vestido, e ela manteve o colar de

prata esculpido em flocos de neve e a grossa pulseira de marfim,
mas no último momento ela prendeu a tartaruga âmbar no ombro.
"Você nunca sabe quando pode ser necessário", disse ele.
"Melhor prevenir do que remediar," Elayne concordou. Essas cores

combinam muito com você. Era verdade, mas Aviendha corou.
Elogiando-a por quão bem ela disparou um arco e quão rápido ela
correu ele aceitou como merecido, mas o fato de que ela era bonita
levou algum tempo para se acostumar. Essa era uma parte de si
mesma que ela havia esquecido até recentemente.
Essande balançou a cabeça em desaprovação, sem saber que o

broche era um. Âmbar não
agreste
combinava com veludo azul.
cabo de Ou talvez
chifre que fosse a faca
Aviendha
com
enfiou
sob o cinto de veludo. A mulher de cabelos grisalhos certificou-se de

que Elayne vestisse uma pequena adaga adornada com safiras na
bainha e no punho, pendurada em um cinto de ouro trançado. Tudo
tinha que ser perfeito para obter a aprovação de Essande.
Rasoria saltou quando Aviendha entrou na sala vestida de veludo. As

mulheres da guarda nunca a tinham visto em roupas além de Aiel.
Aviendha franziu a testa como se a mulher tivesse rido, e sua mão
apertou o cabo da faca, mas felizmente sua atenção foi desviada por
uma bandeja coberta de pano na longa mesa contra a parede.
Trouxeram a comida de Elayne enquanto se vestiam. Empurrando

para o lado o pano listrado de azul, Aviendha tentou aguçar o apetite
de Elayne sorrindo e comentando como o molho de ameixa seca
deve ser, e exclamando para as grossas fatias de carne de porco
raladas. fatias? Band-aids, foi
como eles se pareciam Rasoria pigarreou e mencionou que uma
lareira aconchegante ardia na sala de estar dos aposentos. Eu ficaria
encantado em levar a bandeja para Lady Elayne. Todo mundo estava
tentando fazê-lo comer direito, ou o que eles queriam dizer com
"corretamente", mas isso era ridículo. O molho era uma massa
congelada que grudava no prato se fosse virada!
Ela tinha os Ilustres Chefes de quatro casas esperando por ela, e

eles estavam lá há muito tempo. Ela comentou sobre tal coisa,
embora sugerisse que ambos comessem se estivessem com fome.
Na verdade, ele deu a entender que poderia insistir para que eles
comam.
Isso foi o suficiente para Aviendha cobrir a bandeja com o trapo

novamente, estremecendo ao mesmo tempo, e Rasoria também não
perdeu mais tempo.
Era apenas um pequeno trecho pelo corredor gelado até a sala de

estar oficial, e além deles havia apenas as cortinas coloridas de
inverno que balançavam nas correntes do corredor, mas as mulheres
da guarda formaram um círculo em torno de Elayne e Aviendha e
observaram enquanto se espera que Trollocs apareça. Foi apenas
com algum esforço que Elayne conseguiu convencer Rasoria de que
não havia necessidade de vasculhar a sala de estar antes de entrar.
Os guardas a serviam e a obedeciam, mas também haviam jurado

mantê-la viva, e podiam mostrar um carinho por esse compromisso,
pois Birgitte a fazia decidir se seria uma Guardiã, uma Capitã
General ou uma irmã mais velha a qualquer momento. .
Provavelmente por causa do incidente com Zaida, Rasoria gostaria

que os senhores e senhoras esperando lá dentro para depor as
armas! Também pode ter a ver com a ameaça de ingerir aquele
molho pastoso. No entanto, após uma breve discussão, Elayne e
Aviendha entraram na sala juntas.
a porta larga; e sozinho A sensação de satisfação de Elayne, no
entanto, durou pouco.
A sala era grande, projetada para acomodar confortavelmente

dezenas de pessoas, um espaço coberto de painéis escuros, tapetes
nos azulejos e cadeiras de espaldar alto dispostas em arco diante de
uma lareira alta de mármore branco com finas veias vermelhas. Ali
importantes dignitários podiam ser recebidos com mais honra do que
numa audiência diante do trono, pois era mais íntima. As chamas
lambendo os troncos da lareira mal tiveram tempo de aquecer o ar
frio, mas certamente não foi por isso que Elayne sentiu como se
tivesse levado um soco no estômago. Agora ela entendia a
perplexidade de Birgitte.
Dyelin estava aquecendo as mãos na frente da lareira e se virou

quando eles entraram. A mulher de rosto firme, com finas rugas nos
cantos dos olhos e uma mecha grisalha nos cabelos dourados, não
perdeu tempo em se trocar quando chegou ao palácio e ainda estava
com um traje de montar cinza escuro que tinha algumas manchas de
a pintura. passeio no cume Sua reverência limitava-se a uma
curvatura mínima no pescoço e nos joelhos, mas não era indelicado.
Dyelin sabia quem ela era tão bem quanto Zaida – a única joia que
ela usava era um pequeno broche Taravin Oak and Owl no ombro,
uma afirmação óbvia de que a Distinguished Head de Taravin não
precisava de mais nada – e com todos quase morreu para provar sua
lealdade a Elayne. .
"Milady Elayne," ele cumprimentou formalmente, "é uma honra

apresentar Lord Perival, Ilustre Chefe da Casa Mantear.
Um garoto loiro bonito com uma jaqueta azul simples se afastou do

caleidoscópio de quatro tubos,
apoiado em um pé dourado mais alto do que ele, do qual ele estava
olhando. Ela tinha uma taça de prata na mão que Elayne esperava
que não contivesse vinho, ou pelo menos muito aguado se
contivesse. Em uma das mesas laterais havia várias bandejas com
canecas e copos. E com uma chaleira ornamentada que ele sabia
que poderia conter esse tipo de água suja.
"Um prazer, minha senhora Elayne," ele disse em uma voz

esganiçada enquanto corava e conseguia fazer uma reverência
aceitável apesar de uma ligeira falta de jeito em dominar a espada
amarrada em sua cintura. A arma parecia enorme para ele. A Casa
Mantear apoia a Casa Trakand.
Elayne respondeu com outra reverência atordoada.
estendendo mecanicamente os voos da saia.
"Lady Catalyn, Alta Chefe da Casa Haevin," Dyelin continuou.
"Elayne," uma jovem de olhos escuros murmurou ao lado dela,

roçando as culotes verde-escuras e fazendo uma leve reverência
que poderia significar uma reverência, mas provavelmente estava
apenas tentando imitar Dyelin. Ou talvez ela só quisesse evitar bater
o queixo no enorme broche esmaltado preso à gola alta de seu
vestido, representando o Urso Azul de Haevin. Seu cabelo estava
preso em uma rede de cabelo prateada também adornada com o
Urso Azul, bem como um grande anel com a mesma insígnia. Um
pouco de orgulho excessivo do lar, talvez. Apesar de sua arrogância
fria, ela era tratada como mulher apenas por cortesia, suas
bochechas ainda tinham a redondeza da infância.
Haevin apoia a Casa Trakand, obviamente, ou ela não estaria aqui.

Dyelin apertou os lábios levemente e deu à garota um olhar duro que
ela pareceu não notar.
"Lorde Branlet, Alto Chefe da Casa Gilyard," ele continuou.
Outro garotinho, este com cachos escuros rebeldes, vestido com

uma túnica verde com bordados dourados nas mangas, colocou o
copo apressadamente em uma mesa lateral como se não se sentisse
confortável em segurá-lo. Seus olhos azuis eram grandes demais
para seu rosto e ele quase tropeçou em sua espada ao se curvar.
"Tenho o prazer de anunciar que a Casa Gilyard está endossando a

Casa de Trakand, Lady Elayne." No meio da frase sua voz mudou de
um timbre soprano para um baixo e o menino ficou mais vermelho
que Perival.
"E Lorde Conail, Alto Chefe da Casa Northan," Dyelin terminou.
Conail Northan sorriu por cima da borda de seu copo.
Alto e esguio, com uma jaqueta cinza cujas mangas eram cortadas
para cobrir seus pulsos ossudos, ele tinha um sorriso encantador,
olhos castanhos alegres e um nariz adunco proeminente.
— Tiramos a sorte pela ordem em que seríamos apresentados a

você e eu tirei a vara mais curta. Northan apoia Trakand. Você não
pode deixar um tolo como Arymilla assumir o trono. Ele controlava a
espada com agilidade suave e pelo menos tinha crescido; mas se ela
tivesse dezesseis meses depois, Elayne comeria as botas de cano
alto que o menino usava, e as esporas de prata também.
A juventude de todos eles não era uma surpresa, é claro, mas

Elayne esperava que Conail tivesse alguém com cabelos grisalhos
ao seu lado para aconselhá-lo e que os outros fossem
acompanhados por seus guardiões para mantê-los seguros.
guardado. Não havia mais ninguém na sala além de Birgitte, que
estava de pé na frente das janelas em arco, com os braços cruzados
sobre o peito. A luz brilhante do meio-dia que penetrava pelas
janelas fazia dela a silhueta de desgosto.
"Trakand dá as boas-vindas a todos vocês, e eu os dou as boas-

vindas ao meu", disse Elayne, reprimindo o desânimo. Não
esquecerei seu apoio, nem Trakand também. Ele deve ter deixado
transparecer um pouco de seu embaraço quando a boca de Catalyn
se apertou e seus olhos brilharam.
"Já passei da idade da tutela, como você deve saber, Elayne", disse
ele, com a voz tensa. Meu tio, Lorde Arendor, disse no Festival das
Luzes que eu estava o mais pronto possível, e que era melhor me
dar rédea solta então ou daqui a um ano. Para falar a verdade, acho
que ele gostaria de ter mais tempo livre para caçar enquanto ainda
está em condições de fazê-lo. Ele sempre gostou de caçar e é
bastante velho. Mais uma vez, ele não percebeu a carranca de
Dyelin. Ela e Arendor Haevin deviam ter mais ou menos a mesma
idade.
"Eu também não tenho um tutor," Branlet disse incerto, seu timbre
quase tão agudo quanto o de Catalyn.
Dyelin deu-lhe um sorriso simpático e afastou o cabelo da testa, mas

não demorou muito para que os fios caíssem.
"Mayv estava cavalgando sozinha, como ela gostava de fazer, e seu

cavalo atolou em um buraco de esquilo", a mulher explicou
calmamente. Quando a encontraram, já era tarde demais. Houve
alguma... discussão sobre quem deveria tomar seu lugar.
– Eles estão discutindo há três meses – resmungou Branlet.
Por um instante, ele pareceu mais jovem que Perival, uma criança
tentando encontrar o caminho sem ninguém para lhe dizer.
Ele vai mostrar-. Não devo contar a ninguém, mas posso contar a
você. Você vai ser a rainha.
Dyelin pôs a mão no ombro de Perival e o menino se endireitou,

embora ainda fosse mais baixo que ela.
“Lorde Willin teria acompanhado Lorde Perival,” ele disse,
“mas os anos o deixaram acamado. No final, a idade alcança a todos

nós. Ela olhou para Catalyn novamente, mas a garota agora estava
olhando para Birgitte com os lábios franzidos.
Willin disse para lhe dizer que ele envia seus melhores desejos para
você e alguém que ele considera um filho.
"Tio Willin me disse para respeitar e defender a honra de Mantear e

Andor", disse Perival, tão sério quanto só um menino poderia ser.
Vou tentar, Elayne. Vou tentar com todas as minhas forças.
"Tenho certeza que você vai," ela respondeu, conseguindo trazer um

pouco de calor à sua voz. Ele queria que eles fossem embora e
fizessem a Dyelin algumas perguntas muito específicas, mas não
podia ser; de momento não. Independentemente de sua idade, eram
todos altos chefes de casas poderosas, e ele deveria oferecer-lhes
refrescos e pelo menos um pouco de conversa antes que fossem
trocar de roupa de viagem.
"Ele é realmente o Capitão Geral da Guarda Real?" Catalyn

perguntou enquanto Birgitte entregava a Elayne uma fina xícara de
porcelana azul com água quente levemente escurecida pelo chá. A
garota falou como se Birgitte não estivesse presente. Ela ergueu
uma sobrancelha antes de recuar, mas Catalyn parecia ter muita
prática em não ver o que ela não queria. A taça de vinho em sua
mão gorducha exalava o cheiro adocicado e pungente de
especiarias. Não havia uma mísera gota de mel no chá de imitação
ruim de Elayne.
"Sim, e ele também é meu Guardião", respondeu ele.
Educadamente.
Tão preparada quanto ela poderia estar! Certamente a garota tinha

tomado isso como um elogio. Ele merecia uma surra por sua falta de
tato, mas não se pode chicotear um Cabeça-grande. Não quando ele
precisava de seu apoio.
Os olhos de Catalyn dispararam para as mãos de Elayne, mas o anel

da Grande Serpente não mudou a frieza de sua expressão.
"Eles te deram isso?" Não sabia que você foi promovido a Aes Sedai.
Achei que a Torre Branca o tivesse mandado para casa.
Quando sua mãe morreu. Ou talvez por causa dos problemas que
ouvimos que a Torre tem. Imagine, Aes Sedai lutando como
fazendeiros no mercado. Mas como ele pode ser um general ou
Guardião sem uma espada? De qualquer forma, minha tia Evelle diz
que uma mulher deve deixar as armas para os homens. Você não
ferra seu cavalo quando tem um ferreiro para fazer isso, nem moe
sua farinha quando tem um moleiro. "Uma frase de Lady Evelle, com
certeza."
Elayne controlou a expressão em seu rosto, ignorando os insultos

mal enterrados.
“Um exército é a espada de um general, Catalyn. Gareth Bryne diz

que um general usando a arma de outro está confundindo o trabalho.
O nome também não pareceu impressioná-la. Mas até os filhos dos
mineiros nas Montanhas da Névoa conheciam o nome de Gareth
Bryne!
Aviendha apareceu ao lado de Elayne, sorrindo como se Eu adoraria

a chance de falar com a garota.
"Espadas são inúteis", disse ele docemente.
Docemente! Avienda! Elayne não tinha percebido que sua irmã podia
fingir tão bem. Ela também tomou um copo de vinho condimentado.
Seria demais esperar que ele continuasse bebendo chá amargo por
afeição fraternal.
—. Você deve aprender a lidar com a lança. Também a faca e o arco.
Birgitte Trahelion poderia acertar você entre os olhos a duzentos
passos com seu arco. Talvez trezentos.
-A lança? Catalyn perguntou fracamente. E então, em um tom

ligeiramente incrédulo, ele repetiu: “Entre meus olhos?
"Eu não apresentei você à minha irmã", disse Elayne.
Aviendha, Lady Catalyn Haevin. Catalyn, Aviendha dos Nove Vales

do Taardad. Talvez ela devesse ter dito ao contrário, mas Aviendha
era sua irmã, e mesmo um Nobre Chefe tinha que concordar em ser
apresentado à irmã do herdeiro do trono.
Avienda é Aiel. Estude para ser sábio.
A boca da garotinha estúpida estava aberta desde o início, seu

queixo mergulhando cada vez mais para baixo a cada frase até que
ela estava como um peixe ofegante fora d'água.
Muito satisfatório. Aviendha deu um pequeno sorriso a Elayne, seus

olhos verdes brilhando com aprovação sobre sua taça de vinho.
Elayne manteve o rosto impassível, mas queria sorrir de volta.
Os outros eram mais fáceis de lidar, muito menos irritantes.
Perival e Branlet estavam visitando Caemlyn e, portanto, o palácio

pela primeira vez, e eram tímidos a ponto de não dizerem duas
palavras seguidas, a menos que alguém quase os forçasse a sair.
Conail pensou que a alegação de Aviendha de ser Aiel devia ser

uma piada, e quase levou uma facada no peito de Aviendha por cair
na gargalhada, mas felizmente ele achou que era uma piada
também. Aviendha assumiu uma compostura gélida que a faria
parecer uma Sábia em suas roupas habituais; vestida de veludo, sua
aparência de dama da corte era acentuada, porém
para mexer com sua faca. E Branlet continuou olhando para Birgitte.
Demorou um pouco para Elayne perceber que ele a observava andar
com as botas de salto alto - na verdade, aquelas calças largas eram
muito apertadas em seus quadris -, mas ela apenas suspirou. Por
sorte Birgitte não percebeu, pois o vínculo teria revelado a ela
mesmo que o arqueiro quisesse escondê-lo. Birgitte gostava que os
homens a olhassem.
Homens adultos. Teria sido um desserviço à sua causa se seu

Guardião tivesse dado uma surra no jovem Branlet.
O que eles estavam mais interessados em saber era se Reanne

Corly era uma Aes Sedai. Nenhum dos quatro tinha visto uma irmã
antes, mas eles acreditavam que ela tinha que ser, já que ela podia
canalizar e transportar eles e seus mercenários por centenas de
quilômetros em um único passo.
Era uma boa oportunidade para praticar a evasão sem mentir,

auxiliado pelo anel da Grande Serpente em seu dedo. Uma mentira
mancharia seu relacionamento com os quatro desde o início, mas
também não fazia sentido esperar que rumores de ajuda da Aes
Sedai vazassem para Arymilla se a verdade fosse espalhada
abertamente ao mesmo tempo. Claro, os quatro estavam ansiosos
para explicar quantos mensageiros haviam trazido, pouco mais de
três mil ao todo, quase metade deles besteiros ou alabardeiros que
seriam especialmente úteis nas paredes.
Foi uma força considerável para quatro casas terem sido capazes de
reunir no momento em que Dyelin veio para o apoio, embora,
naturalmente, nenhuma casa gostaria que seu Nobre Chefe ficasse
sem proteção adequada nos dias de hoje. O
sequestro não era um recurso desconhecido quando o trono estava

em disputa.
Conail falou assim, entre risos; Parecia que ele achava tudo para rir.
Branlet assentiu e passou seu
dedos pelo cabelo Elayne se perguntou quantas de suas inúmeras
tias, tios e primos sabiam que ela se foi e o que fariam quando
descobrissem.
"Se Dyelin quisesse esperar alguns dias", disse Catalyn, "ele poderia
ter trazido mais do que esses mil e duzentos homens." Era a terceira
vez em tantas frases que ele conseguia enfatizar que seu
contingente era o maior por uma margem considerável. Mandei um
aviso a todas as casas comprometidas com Haevin.
"E eu a todos os noivos de Northan", acrescentou.
Conail. Sorrindo, é claro. Northan pode não ter tantas lâminas quanto
Haevin ou Trakand... ou Mantear,” ele acrescentou com um aceno
para Perival, “mas quem marchar quando as Águias chamarem
marchará para Caemlyn.
"Eles não poderão marchar muito rápido no inverno", comentou.
Perival em silêncio e, surpreendentemente, por iniciativa própria,

sem que ninguém lhe tivesse falado. Acho que o que quer que
façamos, terá que ser com as tropas que temos agora.
Conail riu e deu-lhe um tapinha amigável no ombro enquanto lhe

dizia para se animar, porque todos os homens presos estavam a
caminho
Caemlyn para apoiar Lady Elayne. Ela olhou mais de perto para
Perival. Os olhos azuis do menino encontraram os dela e
sustentaram seu olhar por um momento antes de ele olhar para
baixo timidamente.
Ele pode ser uma criança, mas ele sabia no que estava se metendo
melhor do que Conail ou Catalyn, que começou a dizer a eles
novamente quantos mercenários ela havia trazido e quantos mais
Haevin poderia convocar, como se todos, exceto Aviendha, não
soubessem. exatamente o que era. número que poderia
agrupando cada casa com soldados e fazendeiros que empunharam
uma alabarda ou lança na guerra, bem como aldeões que podiam
ser chamados em tempos de necessidade.
Ou com bastante precisão. Lord Willin fizera um bom trabalho com

Perival. Agora era a vez dela evitar que tudo desse errado.
Finalmente chegou a hora de trocar beijos, com Branlet corando até

a raiz do cabelo, Perival piscando timidamente enquanto Elayne se
inclinava para ele, e Conail jurando nunca mais lavar o rosto.
Catalyn respondeu com um beijo surpreendentemente hesitante na

bochecha de Elayne, como se tivesse acabado de ocorrer a ela que
ela consentiu em elevar Elayne acima dela, mas depois de um
momento ela acenou para si mesma e a expressão de orgulho frio
reapareceu, envolvendo-a como um homem. um manto Uma vez que
os quatro rapazes estivessem sob os cuidados dos criados que os
levariam até seus aposentos –
Elayne esperava que a criada tivesse tido tempo de prepará-los
– Dyelin encheu sua taça de vinho e se acomodou em uma das

alcovas, poltronas com um suspiro cansado.
— Uma boa semana de trabalho como nunca fiz, se assim posso

dizer. Eu imediatamente descartei Candraed.
Nunca pensei que Danine seria capaz de tomar uma decisão e só

levou uma hora para provar que ela estava certa, embora eu tivesse
que ficar por três para não ofendê-la.
Aquela mulher fica na cama até o meio-dia, incapaz de decidir de

que lado do colchão se levantar! O resto estava bastante disposto a
cair em si com apenas um pouco de persuasão.
Ninguém com bom senso quer arriscar que Arymilla assuma o trono.
Ele fez uma careta para sua taça de vinho por um momento, então
olhou para Elayne.
Ele nunca hesitou em falar o que pensava, achando ou não que
Elayne concordaria, e isso era obviamente o que ele estava tentando
fazer no momento.
“Talvez tenha sido um erro passar esses Próximos como Aes Sedai,
por mais ambíguos que tenhamos sido sobre isso. Talvez seja
demais pedir-lhes que aguentem a pressão e talvez nos coloquem
em perigo. Esta manhã, sem motivo aparente, a Sra.
Corly estava olhando para o espaço, boquiaberta como um aldeão

entrando na cidade. Acho que ele quase não conseguiu tecer o
acesso para nos trazer aqui. Isso teria sido maravilhoso, com todos
alinhados esperando para atravessar o milagroso buraco no ar que
não se materializou. Sem mencionar que ela teria me deixado preso
na companhia de Catalyn por apenas a Luz sabe quanto tempo.
Menina odiosa! Há uma boa cabeça lá se alguém cuidar dela por
alguns anos, mas tem uma dose dupla de língua de víbora Haevin.
Elayne cerrou os dentes. Ele sabia o quão doloroso os Haevins

podiam ser. A família inteira se orgulhava disso! E não havia dúvida
de que Catalyn o fez. Elayne estava cansada de explicar o que
estava acontecendo hoje para assustar qualquer mulher que ela
canalizasse. Ela estava cansada de ser lembrada do que estava
tentando esquecer.
Aquele maldito farol ainda brilhava no oeste, algo impossível tanto

pelo tamanho quanto pela duração.
Estava assim há horas, sem mudar! Qualquer um que canalizasse

tanto tempo sem descanso já teria desmaiado de exaustão a essa
altura. E o maldito Rand al'Thor estava bem ali, bem no centro. Não
havia dúvida! Ele ainda estava vivo, mas essa convicção só a fez
querer esbofeteá-lo por
forçá-la a passar por isso. Bem, seu rosto não estava à mão, mas...
Birgitte deixou cair a taça de prata na mesa lateral tão abruptamente

que o vinho saltou no ar. Alguma lavadeira suava para tirar a mancha
da manga do paletó e uma empregada teria que trabalhar horas para
devolver o esmalte à mesa.
-Crianças! o arqueiro deixou escapar. As pessoas morrerão pelas

decisões que tomarem e as crianças serão condenadas, Conail mais!
Você ouviu, Dyelin. Ele quer desafiar o campeão de Arymilla como a
porra do Artur Hawkwing! Hawkwing nunca lutou contra o campeão
sangrento de ninguém, e sendo mais jovem que Lord Northan, ele
sabia que era tolice apostar tanto em um duelo sangrento, mas
Conail acha que pode ganhar o trono sangrento para Elayne com
sua espada sangrenta!
"Birgitte Trahelion está certa," Aviendha interveio ferozmente.
Suas mãos apertaram a saia, se contorcendo.
Conail Northan é um tolo! Mas como alguém pode seguir aqueles

garotos na dança das lanças? Como alguém pode pedir que eles
liderem?
Dyelin olhou para os dois e optou por responder primeiro a Aviendha.

Era óbvio que ela ficou surpresa com o traje do Aiel.
Claro, também a intrigava que Aviendha e Elayne tivessem se

adotado como irmãs; e, para começar, que Elayne tinha um Aiel
como amigo. Que Elayne optasse por incluir essa amiga nos
conselhos era algo que ela tolerava, embora deixasse patente sua
tolerância.
— Tornei-me Nobre Chefe de Taravin aos quinze anos, quando meu

pai foi morto em uma escaramuça nas Marcas de Altaran. Meus dois
irmãos mais novos morreram lutando contra ladrões de Murandy
naquele mesmo ano.
Ouvi os conselheiros, mas fui eu quem disse aos cavaleiros de
Taravin onde atacar, e ensinamos aos altaranos e murandianos a
procurar em outro lugar seus assaltos. As circunstâncias escolhem
quando as crianças crescem, Aviendha, não nós. E quando os
tempos difíceis chegam, um Nobre Cabeça que é criança tem que
deixar de ser criança.
“Quanto a você, Lady Birgitte,” ele continuou em um tom mais seco,

“sua linguagem, como sempre, é... cáustica.
Ele não perguntou como Birgitte presumia saber tanto sobre Artur
Hawkwing, coisas que nenhum historiador sabia, mas ele olhou para
ela de forma avaliadora. Branlet e Perival aceitarão meu conselho, e
acho que Catalyn também, por mais que eu me arrependa do tempo
que terei que passar com aquela garota.
Quanto a Conail, ele não é o primeiro jovem a acreditar que é

invencível e imortal. Se você não consegue mantê-lo sob controle
como Capitão General, sugiro que tente caminhar por ele.
Do jeito que ele estava olhando para aquelas suas calças, ele vai te
seguir para onde você quiser levá-lo.
Elayne sacudiu a raiva intensa que a enchia. Não era uma raiva
própria, como a que sentira a princípio por Dyelin ou por Birgitte por
derramar o vinho. Era de Birgitte. Ele não queria dar um tapa em
Rand. Bem, sim, mas isso era uma questão separada. Luz, Conail
também olhou para Birgitte?
"Eles são chefes ilustres de suas casas, Aviendha", explicou.
Elayne. Ninguém em suas casas vai me agradecer por tratá-los de

forma diferente, muito pelo contrário. Os homens que cavalgam por
eles lutarão por suas vidas, mas é Perival e Branlet, Conail e Catalyn
que eles cavalgam, não eu. Porque eles são os Chefes Distintos.
Aviendha franziu a testa e cruzou os braços como se estivesse

segurando o xale com força, mas assentiu. De forma
rispida e relutantemente – ninguém chegou a uma posição tão
proeminente entre os Aiel sem anos de experiência e sem a
aprovação dos Sábios – mas ela assentiu.
“Birgitte,” Elayne continuou, “você terá que lidar com eles, do Capitão
General ao Noble Head. Cabelos grisalhos não os tornariam
necessariamente mais sábios, e certamente não tornaria mais fácil
lidar com eles. Eles ainda terão suas próprias opiniões. E, se eles
tivessem anos de experiência para dar peso a essas opiniões, é
provável que estivessem dez vezes mais convencidos de que sabiam
o que fazer melhor do que você. Ou que eu
Ela fez um grande esforço para não ter um timbre agudo em sua voz,
e Birgitte deve ter notado o esforço. No mínimo, o fluxo de raiva que
passava pelo link cessou de repente. Não que tenha desaparecido;
ele estava simplesmente arrasado —
Birgitte gostava de ser olhada por homens, pelo menos quando ela
queria, mas ela odiava quando alguém dizia que eles estavam
tentando chamar sua atenção — mas ela ainda entendia o perigo de
ambos darem vazão às suas emoções. .
Dyelin começou a bebericar seu vinho, ainda olhando para Birgitte.

Apenas um punhado de pessoas sabia a verdade que Birgitte queria
tanto manter escondida, e Dyelin não era uma delas. Mas o arqueiro
foi descuidado o suficiente – um deslize aqui, um deslize ali – para
que a outra mulher estivesse convencida de que havia algum
mistério por trás dos olhos azuis de Birgitte. Só a Luz sabia o que ele
pensaria se resolvesse o mistério. Do jeito que estava, os dois eram
como óleo e água.
Eles podiam até discutir sobre qual caminho era para cima ou para
baixo e, claro, sobre qualquer coisa. Desta vez, era óbvio que Dyelin
achava que tinha vencido, sem dúvida.
“Seja como for, Dyelin,” Elayne continuou, “eu gostaria que você
tivesse trazido seus conselheiros com eles. O que está feito está
feito, mas Branlet, em particular, me preocupa. Se Gilyard me acusar
de sequestrá-lo, as coisas vão piorar do que estavam em vez de
melhorar.
Dyelin descartou isso com um aceno.
"Você não conhece bem os Gilyards, não é?" Da forma como lutam
entre si, provavelmente não vão notar a ausência do garoto antes do
verão e, se o fizerem, nenhum deles se oporá ao que ele fez. Nem
vai admitir que ele estava tão ocupado discutindo sobre quem
deveria ser seu guardião que se esqueceu de ficar de olho nele. E
segundo, nenhum deles admitirá que não foi consultado
previamente. De qualquer forma, Gilyard apoiaria Zaida em vez de
Marne e eles não gostam muito mais de Arawn ou Sarand.
— Espero que você esteja certo, Dyelin, porque delego a

responsabilidade de lidar com qualquer Gilyard irado que apareça
aqui para você. E já que você vai aconselhar os outros três, você
pode amarrar Conail para que ele não faça algo estúpido.
Apesar de sua explicação sobre os Gilyards, Dyelin se encolheu um

pouco com a primeira investida de Elayne. A segunda a fez suspirar.
E Birgitte desatou a rir.
"Se você tiver algum problema, eu posso lhe emprestar um par de

calças e algumas botas para que você possa andar por ele.
"Algumas mulheres são capazes de picar um peixe acenando, Lady

Birgitte," Dyelin murmurou. Outros têm que arrastar a isca por todo o
lago.
Isso fez Aviendha rir, mas a raiva de Birgitte começou a borbulhar

sobre o vínculo. Uma rajada de ar frio soprou no quarto quando a
porta se abriu e Rasoria chamou a atenção.
"A empregada-chefe e o escriturário-chefe chegaram, minha senhora
Elayne", anunciou ele. Sua voz sumiu no final, como se ele tivesse
captado o clima da sala.
Até uma cabra cega teria notado, com Dyelin exibindo um sorriso
que lembrava um gato lambendo os lábios em um laticínio e Birgitte
franzindo a testa para Dyelin e Aviendha, e Aviendha escolhendo
esse momento para lembrar que Birgitte era Silverbow Birgitte, então
ela olhou para baixo , tão envergonhada como se tivesse rido de um
Sábio. Às vezes Elayne desejava que todos os seus amigos
pudessem se dar tão bem quanto ela e Aviendha, mas por algum
motivo eles sempre conseguiam bater de frente e ela supôs que
realmente não podia esperar outra coisa de pessoas reais. Perfeição
era coisa de livros e histórias de menestréis.
"Traga-os", disse ele a Rasoria. E não nos incomode a menos que a

cidade esteja sob ataque. A menos que seja importante,” ele se
corrigiu. Nas histórias, as mulheres que davam ordens assim sempre
pareciam convocar o desastre. Às vezes as histórias tinham
ensinamentos, se a gente soubesse procurá-los.
14
O QUE SABEM
Alwin Norry, secretário-chefe, e Reene Harfor, criada-chefe, entraram

juntos, ele se curvando desajeitadamente, H
por falta de prática, enquanto o dela era gracioso, nem muito

profundo nem muito leve. Eles não poderiam ser mais diferentes.
A Sra. Harfor tinha um rosto redondo e majestoso, o cabelo preso em

um coque grisalho alto. Mestre Norry era alto e esguio como uma
pernalta, o cabelo ralo espetado atrás das orelhas como penas
brancas. Cada um deles carregava uma pasta de couro cheia de
papéis, mas a mulher segurava a sua ao lado, como se não
amassasse o tabardo escarlate que usava, que sempre parecia
recém-passado, não importava a hora ou quanto tempo ela estivesse
acordada, enquanto ele apertou o dele contra seu torso estreito
como se quisesse cobrir manchas de tinta velha.
tinta, várias das quais podiam ser vistas em seu tabardo, incluindo
uma grande que terminava a cauda do Leão Branco com uma mecha
preta. Curvando-se, eles imediatamente colocaram alguma distância
entre os dois sem olhar diretamente um para o outro.
Assim que a porta se fechou atrás de Rasoria, ele irradiou ao Saidar
proteção contra redor de
ouvidos
Aviendha,
indiscretos que
ao
teceu
redor da um brilho
sala. O
de
que quer
que fosse dito entre eles agora era o mais seguro possível, e
Aviendha saberia se alguém tentasse ouvir com o Poder. Ela era
muito boa com esse tipo de tecido.
"Sra. Harfor, por favor, comece", disse Elayne.
Ele não ofereceu um assento ou vinho, é claro. Mestre Norry teria

ficado horrorizado com tal lapso de protocolo, e a Sra. Harfor até
ofendida. Do jeito que estava, Norry olhou de lado para Reene, que
apertou os lábios. Mesmo após uma semana de reuniões, ficou claro
que ambos não gostavam de ter que apresentar seus relatos com o
outro escutando. Tinham muita inveja do que consideravam seu
feudo, ainda mais porque a Primeira Donzela havia invadido uma
terra que poderia ter sido considerada responsabilidade de Mestre
Norry. Claro, a administração do palácio sempre esteve nas mãos da
empregada-chefe, e suas novas atribuições podem ser consideradas
uma extensão disso.
Mas não seria Halwin Norry quem diria tal coisa. As toras queimando
na lareira se estabeleceram com um estalo alto e enviaram uma
chuva de faíscas pela chaminé.
"Estou convencida de que o Segundo Bibliotecário é um...
espião, minha senhora," a Sra. Harfor finalmente começou,

ignorando Norry como se assim pudesse fazê-lo desaparecer. Ele
havia resistido a qualquer
A pessoa sabia que ela estava procurando espiões no palácio, mas
que o chefe dos funcionários soubesse disso parecia irritá-la mais do
que tudo. A única autoridade que ele tinha sobre ela, se é que se
podia considerar tal, era pagar as contas do palácio, e Norry nunca
se opôs a nenhum gasto, mas mesmo esse pouco era demais para o
seu gosto.
A cada três ou quatro dias, o Mestre Harnder visita uma estalagem

chamada The Ring and Arrow, supostamente para a cerveja do
estalajadeiro, um certo Millis Fendry, mas a Sra. que voa para o
norte. Ontem, três das Aes Sedai hospedadas no Cisne de Prata
encontraram uma desculpa para visitar O Anel e a Flecha, apesar de
atender a clientes muito menos do que o Cisne.
Tanto na saída quanto na volta, eles foram encapuzados e se

encontraram em particular com a Sra. Fendry por mais de uma hora.
Todos os três pertencem ao Brown Ajah. Receio que isso indique
quem tem Mestre Harder em seu pagamento.
— Cabeleireiros, lacaios, cozinheiros, o mestre marceneiro, pelo

menos cinco dos escriturários de mestre Norry, e agora um dos
bibliotecários. Inclinando-se para trás em sua cadeira com as pernas
cruzadas, Dyelin acrescentou acidamente: "Há alguém que não
vamos descobrir, mais cedo ou mais tarde, que é um espião, Sra.
Harfor?"
Norry esticou o pescoço desajeitadamente; ele pegou como uma

afronta pessoal a má fé de seus escribas.
"Espero que você esteja chegando ao fundo desse barril, minha

senhora," a Sra. Harfor respondeu presunçosamente. Ela não foi
perturbada por espiões e Noble Heads.
Os espiões eram uma praga que ela pretendia erradicar do palácio

com a mesma certeza de mantê-lo livre de pulgas e ratos, embora
tivesse sido forçada a aceitar a ajuda deles.
de Aes Sedai com ratos recentemente, enquanto nobres poderosos
eram, como chuva ou neve, efeitos da natureza a serem suportados
até que passassem, mas nada para pirar. Há um limite de pessoas
de quem você pode comprar e um limite de pessoas que podem ou
querem pagar.
Elayne tentou se lembrar de Mestre Harder, mas a única imagem que

lhe veio à mente foi a vaga figura de um homem gorducho e careca,
piscando constantemente. Ele já havia servido sua mãe e, tanto
quanto podia se lembrar, a rainha Mordrellen antes. Ninguém
comentou que ele também serviu o Brown Ajah. Em todos os
palácios dos governantes, da Espinha do Mundo ao Oceano
Ariciano, havia informantes da Torre.
Qualquer governante com meio cérebro tomava isso como certo.
Certamente o seanchan logo estaria sob observação da Torre

também, se já não estivessem. Reene havia descoberto vários
espiões para a Ajah Vermelha, certamente legados do tempo de
Elaida em Caemlyn, mas essa bibliotecária foi a primeira a trabalhar
para outra Ajah. Elaida não gostaria que outros Ajahs soubessem o
que estava acontecendo no palácio enquanto ela atuava como
conselheira da rainha.
"Pena que não temos nenhuma história falsa que queremos que o
Brown Ajah acredite que são verdadeiras", disse ele com desdém.
A pena era que eles e os Vermelhos soubessem da existência das

Alegadas. No mínimo, eles tinham que saber que havia um grande
número de mulheres no palácio que podiam canalizar, e não levaria
muito tempo para descobrir quem eram. Isso criaria mais ou menos
problemas no futuro, mas tais dificuldades ainda estavam por vir.
"Sempre planeje com antecedência", Lini costumava dizer, "mas se
você se preocupar demais com o que acontecerá no próximo ano,
poderá tropeçar no que acontecerá no dia seguinte."
"Deixe o Mestre Harder ser vigiado e tente descobrir quem são seus
amigos." Isso terá que ser suficiente por enquanto', concluiu.
Alguns espiões dependiam de seus próprios ouvidos, seja para

rumores ou para ouvir atrás de portas; outros soltaram a língua com
algumas taças de vinho. O primeiro passo para combater o trabalho
de um espião era descobrir como o que ele estava vendendo chegou
até ele.
Aviendha bufou alto e começou a estender a saia para sentar no

tapete antes de perceber o que estava vestindo. Em vez disso, com
um olhar de advertência para Dyelin, ela se sentou ereta na beirada
de uma cadeira, a própria imagem de uma dama da corte de olhos
brilhantes. Exceto que uma dama da corte não teria passado o
polegar sobre a ponta de seu canivete.
Se ela tivesse feito as coisas do jeito dela, Aviendha teria cortado a

garganta de todos os espiões na primeira chance que tivesse.
A espionagem era abjeta aos seus olhos, embora Elayne explicasse

que cada espião descoberto era uma ferramenta que eles poderiam
usar para fazer seus inimigos acreditarem no que eles queriam.
Nem significava que todos os espiões trabalhavam para um inimigo.

A maioria dos descobertos pela primeira donzela recebeu dinheiro de
mais de uma mão, e entre os identificados estavam o Rei Roedran
de Murandy, vários Grão-Senhores e Damas Tearianas, alguns
nobres Cairhienin e alguns mercadores.
Havia muitas pessoas interessadas no que estava acontecendo em

Caemlyn,
seja pelo efeito que possa ter no comércio ou por outras razões. Às
vezes parecia que todo mundo estava espionando todo mundo.
"Sra. Harfor, você não encontrou nenhum informante da Torre

Negra", disse Elayne.
Como a maioria das pessoas que ouviram falar da Torre Negra,

Dyelin estremeceu e tomou um longo gole de vinho, mas Reene
apenas estremeceu levemente. Ele decidiu ignorar o fato de que eles
eram homens que canalizavam, já que ele não podia mudar as
coisas. Para ela, a Torre Negra era... um aborrecimento.
“Eles não tiveram tempo, minha senhora. Deixe um ano passar e

você encontrará lacaios e bibliotecários levando seu dinheiro
também.
-Eu acho que sim. "Uma ideia terrível." Que mais você tem que
entrar em contato conosco hoje?
“Eu tive uma conversa com Jon Skellit, minha senhora. Muitas vezes,
o homem que troca de paletó uma vez está disposto a trocá-lo
novamente, e Skellit é um deles. — Skellit, um barbeiro, foi
comprado pela Casa Arawn, que atualmente fazia dele um homem
de Arymilla.
Birgitte engoliu um palavrão pela metade; por alguma razão, ele teve
o cuidado de não xingar Reene Harfor.
"Você teve uma conversa com ele?" ele perguntou com voz forçada.
Sem consultar ninguém?
"Pelos seios de uma mãe que amamenta!" ele exclamou Dyelin, que
não tinha tais escrúpulos com a primeira donzela.
Era a primeira vez que Elayne a ouvia usar tal linguagem.
Mestre Norry piscou e quase deixou cair sua pasta, então se ocupou
olhando para qualquer lugar, menos para Dyelin. A primeira donzela,
no entanto, apenas fez uma pausa.
até ter certeza de que ela e Birgitte não diriam mais nada, e então
ela continuou calmamente.
“Skellit estava à beira de um doce e parecia o momento certo.
Um dos homens que ele dá seus relatórios para tirá-los da cidade

ainda não voltou, enquanto o outro quebrou a perna.
As ruas ficam geladas quando o sol se põe. Ele disse isso em um

tom tão leve que parecia mais como se ele tivesse planejado a
queda do indivíduo. Em tempos difíceis, habilidades incríveis foram
reveladas nas pessoas mais inesperadas. Skellit concorda em
entregar pessoalmente sua próxima comunicação aos campos. Viu
fazer um acesso e não terá que fingir terror. "Parece que ela mesma
havia testemunhado a saída de carroças de mercadores através de
buracos no ar durante toda a sua vida."
"E o que vai impedir aquele barbeiro de fugir assim que ele estiver
fora da porra da cidade?" Birgitte exigiu irritada, começando a andar
na frente da lareira com as mãos cruzadas atrás das costas. Do jeito
que ela se sentiu, a trança loira grossa deveria ter ficado em pé.
Se ele sair, Arawn pagará a outra pessoa e você terá que descobrir o
espião novamente. Luz, Arymilla deve ter descoberto os acertos
assim que chegou, e Skellit tem que saber. O
pensamento de Skellit fugindo não era o que a incomodava, ou pelo

menos não era só isso. Os mercenários entenderam que haviam sido
contratados para manter os soldados afastados, mas por algumas
moedas de prata permitiriam que uma ou duas pessoas passassem
pelos portões à noite, em uma direção ou outra. Para seu modo de
pensar, uma ou duas pessoas não poderiam fazer mal algum. Birgitte
não gostou de ser lembrada.
"A ganância irá impedi-la, minha senhora", disse a Sra. Harfor
calmamente.
O pensamento de ganhar ouro de Lady Elayne, assim como de Lady

Naean, é suficiente para fazer o pulso de um homem vibrar. É certo
que Lady Arymilla já deve ter ouvido falar sobre os acessos, mas
isso dá mais credibilidade às razões de Skellit para ir pessoalmente.
"E se a ganância dele for tão grande que ele tenta ganhar ainda mais
ouro trocando sua jaqueta pela terceira vez?" perguntou Dyelin.
Poderia causar grandes... danos, Sra. Harfor.
"Lady Naean quer enterrá-lo sob o monte de neve mais próximo,

minha senhora, como eu fiz com que você entendesse bem." O tom
de Reene ficou um pouco seco.
Ela nunca ultrapassaria os limites, mas não gostava de ninguém

pensando que ela era descuidada. Lady Naean nunca foi paciente,
como imagino que você saiba. De qualquer forma, as notícias que
temos dos campos são muito poucas, para dizer o mínimo, e Skellit
pôde ver algumas coisas que gostaríamos de saber.
"Se esse homem nos disser em que acampamento Arymilla, Elenia e

Naean estarão e quando, eu entregarei o ouro a ele com minhas
próprias mãos", disse Elayne lentamente. Elenia e Naean ficaram
perto de Arymilla, ou ela os aproximou, e a própria Arymilla era muito
menos paciente do que Naean, e muito menos propensa a acreditar
que qualquer coisa poderia funcionar sem sua presença. Ele
passava metade do dia indo e voltando de um acampamento para
outro e nunca dormia no mesmo duas noites seguidas que ninguém
conhecesse.
Essa é a única coisa que você pode nos dizer sobre os campos que
me interessam.
“Como você diz, minha senhora. Reene inclinou a cabeça. Eu

cuidarei disso. Ela também muitas vezes tentava não dizer as coisas
na frente de Norry, mas não dava a mínima.
sinais de que ele tinha ouvido algo parecido com uma reconvenção.
Desnecessário dizer que Elayne não tinha certeza se seria capaz de

repreendê-la abertamente. Mesmo que o fizesse, a Sra.
Harfor ainda cumpriria seus deveres adequadamente e certamente

continuaria a procurar espiões incansavelmente, mesmo porque a
presença deles no palácio era uma afronta para ela, mas Elayne
ainda poderia se deparar com dezenas de inconvenientes. ...
aborrecimentos diários ou pequenos que amarguravam sua vida sem

poder atribuir nenhum diretamente à primeira donzela.
"Devemos seguir os passos da dança tanto quanto nossos servos",

sua mãe lhe disse uma vez.
Você sempre pode contratar novos retentores e gastar todo o tempo

que tem ensinando-os e treinando-os até que eles aprendam apenas
para se encontrar de volta ao ponto de partida, ou você pode aceitar
as regras como elas e viver confortavelmente enquanto passa seu
tempo governando."
"Obrigado, Sra. Harfor", disse ele, pelo qual recebeu outra reverência
meticulosa. Reene Harfor era outra que conhecia seu valor. Mestre
Norry...
O homem parecido com um guindaste se encolheu e parou de franzir

a testa para Reene. De certa forma, ele considerava o acesso como
algo dele, não algo para brincar.
"Sim minha senhora. Claro. Sua voz era plana como um tom de
cinza. Acredito que Lady Birgitte já o tenha informado das caravanas
mercantes ao retornar à cidade.
Por um momento seus olhos pousaram em Birgitte com uma

expressão de reprovação. Nunca lhe ocorreria incomodar Elayne,
mesmo que ela gritasse com ele, mas ele vivia de acordo com suas
próprias regras e, embora sem explosões - ou pelo menos
Menos que Elayne esperava; não parecia haver muito fogo em Norry
— ele se sentia mal por Birgitte tê-lo privado da oportunidade de
listar as carroças, barris e barris que haviam chegado. Ele amava
suas figuras.
"Ele fez", ela respondeu com uma pitada de desculpas, não tanto
para envergonhá-lo. Receio que algumas mulheres da Marinha
estejam nos deixando. A partir de hoje teremos apenas metade para
acesso.
Os dedos do homem roçaram levemente a superfície da pasta como

se estivessem tateando os papéis dentro. Elayne nunca o tinha visto
consultar um.
-Oh. Nós vamos. Nós... nós daremos um jeito, minha senhora.
Halwin Norry sempre conseguiu. Para continuar, houve outros nove

incêndios criminosos ao longo de ontem e ontem à noite, um pouco
mais do que o habitual. Três tentativas foram feitas para incendiar
armazéns onde os alimentos são armazenados.
Nenhum foi bem sucedido, apresso-me a acrescentar. Ele pode ter

se apressado, mas o fez no mesmo tom monótono. Se assim posso
dizer, as rondas dos guardas patrulhando as ruas estão surtindo
efeito, pois o número de assaltos e roubos caiu para pouco mais do
que o normal para esta época do ano, mas parece claro que há uma
mão orientando o que dos incêndios. Dezessete prédios foram
destruídos, todos menos um desabitado. Sua boca se apertou em
desaprovação; Levaria muito mais do que um cerco para ele deixar
Caemlyn. E, na minha opinião, todos esses incêndios foram
localizados de tal forma que os carros de água ficaram o mais longe
possível dos armazéns onde foram realizadas as tentativas
fracassadas. Agora acho que todos os incêndios que tivemos nestas
semanas seguem o mesmo padrão.
"Birgitte..." Elayne disse.

"Posso tentar determinar a localização dos armazéns em um mapa",
respondeu a mulher em dúvida, "e colocar mais guardas nas ruas
mais distantes, mas ainda resta muito ao acaso." Ele não olhou para
a Sra.
Harfor, mas Elayne percebeu um leve tom de rubor em seu vínculo.
Qualquer um pode carregar um isqueiro na bolsa e, com um pouco

de canudo seco, leva apenas um minuto para acender o fogo.
"Faça o que puder", Elayne disse a ele. Seria pura sorte se um

incendiário fosse pego em flagrante, e um milagre se o incendiário
pudesse dizer algo além de que o dinheiro havia sido dado a ele por
alguém encapuzado.
Rastrear esse ouro até Arymilla, Elenia ou Naean exigiria a sorte de

Mat Cauthon. Tem mais alguma coisa, Mestre Norry?
O homem desviou os olhos enquanto se acariciava com os nós dos

dedos no nariz.
“Estou... er... informado,” ele começou hesitante, “que Marne, Arawn

e Sarand receberam recentemente grandes empréstimos contra os
rendimentos de suas propriedades.
As sobrancelhas da Sra. Harfor se ergueram antes que a mulher

pudesse controlá-las. Elayne olhou para sua xícara e descobriu que
estava vazia. Os banqueiros nunca contavam a ninguém quanto
haviam emprestado a quem ou contra o quê, mas Elayne se absteve
de perguntar como ela sabia. Seria... embaraçoso para ambos. Ela
sorriu quando sua irmã pegou a xícara dela e franziu a testa quando
Aviendha voltou com uma xícara cheia. Parecia querer fazê-lo beber
chá fraco até escorrer de seus olhos! O leite de cabra era melhor,
mas ele se contentaria com aquela água suja. Bem, eu seguraria a
maldita taça, mas não ia beber.
"Os mercenários," Dyelin rosnou, seus olhos brilhando com raiva que
teria feito um urso se encolher. Isto
Já disse e repito: o problema de quem aluga sua espada é que ela
pode ser vendida para outro licitante. Desde o início, ela se opôs a
contratar mercenários para ajudar a defender a cidade, embora o
fato fosse que sem eles Arymilla poderia ter entrado com seu
exército por qualquer portão que escolhesse, ou quase.
Caso contrário, eles não teriam homens suficientes para guardar

adequadamente todos os portões, muito menos os muros.
Birgitte também se opôs aos mercenários, mas aceitou os

argumentos de Elayne, embora com relutância. Ele ainda
desconfiava deles, mas agora ele balançou a cabeça. Sentada no
braço de uma cadeira perto da lareira, ela descansou a bota
equipada com esporas no assento.
“Mercenários se preocupam com suas reputações, não com sua

honra. Mudar de lado é uma coisa, mas vender para abrir uma porta
é outra. Uma empresa que fizesse uma coisa dessas nunca mais
seria contratada, em lugar nenhum. Arymilla teria que oferecer o
suficiente para um capitão viver o resto de sua vida como um lorde, e
também convencer seus homens de que eles poderiam fazer o
mesmo.
Norry limpou a garganta. Até isso soava monótono de certa forma.
“Parece que eles já fizeram empréstimos contra a mesma renda

duas ou até três vezes. Claro que os banqueiros... ignoram isso,
ainda.
Birgitte começou a praguejar, depois ficou em silêncio. Dyelin fez

uma careta para o vinho, e havia intensidade suficiente em seu olhar
para azedá-lo. Aviendha apertou a mão de Elayne, leve e rápido. os
troncos
eles estalaram em meio a uma chuva de faíscas, algumas das quais
quase atingiram o tapete.
'Empresas mercenárias terão que ser vigiadas. Elayne levantou a

mão para silenciar Birgitte.
A outra mulher não disse uma palavra, mas o vínculo falou alto e
claro. Você terá que encontrar homens em algum lugar para assumir
a tarefa. -Luz! Parecia que eles estavam se protegendo de tantas
pessoas dentro da cidade quanto fora! Não vai demorar muito, mas
precisamos saber se eles começam a agir de forma estranha ou
secreta, Birgitte. Esse pode ser o único aviso que temos.
"Eu queria saber o que fazer se uma das empresas fosse vendida",
disse Birgitte secamente.
Saber que não será suficiente, a menos que você tenha homens
correndo para uma porta que você suspeita que vai se render.
Metade dos soldados da cidade são mercenários e metade do resto

são velhos que vivem de sua pensão há alguns meses.
Alterarei o destino dos serviços em intervalos irregulares. Será mais

difícil para eles entregarem um portão se não tiverem certeza de
onde ficarão estacionados no dia seguinte, mas isso não tornará isso
impossível.
Por mais que ele protestasse que não era um general, ele tinha visto
mais batalhas e cercos do que dez generais vivos, e ele sabia muito
bem como essas coisas aconteciam. Elayne quase desejou ter vinho
em sua taça. Quase.
"Existe alguma chance, mestre Norry, de que os banqueiros

descubram o que você sabe?" Antes que os empréstimos entrem em
vigor. — Se eles descobrirem, alguns podem decidir que preferem ter
Arymilla no trono, já que ela poderia esvaziar os cofres do país para
pagar esses empréstimos. Havia uma possibilidade de que ele
fizesse uma coisa dessas.
Os mercadores seguiam os ventos da política, independentemente
do rumo que soprassem. Os banqueiros eram conhecidos por terem
tentado influenciar os eventos.
"Na minha opinião, não parece provável, minha senhora."
Eles teriam que... uh... fazer as perguntas certas para as pessoas

certas, mas os banqueiros geralmente são... uh... reservados uns
com os outros. Sim, parece-me improvável. No momento.
De qualquer forma, nada poderia ser feito a respeito.
Exceto dizer a Birgitte que uma nova fonte de assassinos e

sequestradores pode surgir. Pela expressão dura em seu rosto e o
repentino sentimento ameaçador no vínculo, ela já tinha percebido.
Haveria pouca chance de manter a escolta abaixo de uma centena
de mulheres agora. Se alguma vez houve.
"Obrigado, mestre Norry", disse Elayne. Você se saiu bem, como

sempre. Avise-me imediatamente se notar qualquer indicação de que
os banqueiros levantaram essas questões.
"Claro, milady", o homem murmurou, abaixando a cabeça como uma

garça atacando um peixe. Milady é muito gentil.
Quando Reene e Norry saíram da sala - ele segurou a porta para ela,
curvando-se um pouco mais graciosamente do que de costume, e
ela assentiu levemente ao passar por ele no corredor
- Aviendha não desfez a proteção que continha. Assim que a porta

se fechou — silenciosamente, pois a salvaguarda abafou todo o som
— ele anunciou: “Alguém tentou ouvir.
Elayne balançou a cabeça. Impossível saber quem – uma irmã

negra? Um Membro curioso? - mas pelo menos
ele não havia alcançado seu propósito. Não que fosse provável que
alguém pudesse passar por uma proteção de Aviendha, talvez nem
mesmo os Esquecidos, mas sua irmã a teria avisado imediatamente
se alguém o tivesse feito.
Dyelin recebeu o anúncio de Aviendha com menos desenvoltura e

murmurou algo sobre as mulheres dos Marinheiros. Ele não ficou
nem um pouco chateado quando soube da partida de metade dos
Detectores de Vento; Reene e Norry não estando presentes. Mas
agora ele exigia saber tudo o que aconteceu.
"Eu nunca confiei em Zaida", ele rosnou quando Elayne terminou de

explicar. Este acordo parece bom para o comércio, suponho, mas
não ficaria surpreso se ele tivesse encomendado um detector de
vento para ouvir. Ela me parece uma mulher que quer saber tudo,
para o caso de ser útil para ela um dia. Dyelin geralmente não
hesitava, mas agora ela hesitou enquanto girava o cálice entre as
palmas das mãos. Tem certeza de que... o farol não pode nos
machucar, Elayne?
“Tão certo quanto posso ter, Dyelin. Se eu fosse quebrar o mundo

como uma noz, já o teria feito. Aviendha riu, mas Dyelin
empalideceu. Uau! Às vezes você tinha que rir apenas para não
chorar.
"Se ficarmos aqui muito tempo depois que a Sra. Harfor e Norry
partiram, alguém começará a se perguntar por quê", disse Birgitte.
Ele gesticulou em direção às paredes, apontando para a proteção
que não podia ver, mas sabia que ainda estava lá. As reuniões
diárias com a primeira empregada e o chefe de escritório sempre
escondiam algo mais.
Todos se aglomeraram ao redor de Birgitte enquanto ela afastava
algumas tigelas de porcelana marinha de uma mesa lateral e tirava
um mapa muito amassado de dentro de sua jaqueta. Ele sempre o
carregava lá, exceto quando dormia, e depois o guardava debaixo do
travesseiro. Estendido, com copos vazios nos cantos para apoiá-lo, o
mapa mostrava Andor do rio Erinin até a fronteira entre Altara e
Murandy. Na verdade, pode-se dizer que mostrava a nação inteira, já
que o que estava mais a oeste esteve apenas metade sob o controle
de Caemlyn por gerações. Não era uma obra-prima da cartografia
para começar, e as rugas borravam muitos detalhes, mas mostrava o
terreno razoavelmente bem, com todas as vilas e cidades, estradas,
pontes e vaus delineados. Elayne empurrou a xícara até o braço
para evitar derramá-la acidentalmente no mapa e manchá-la ainda
mais. E para se livrar do chá de imitação nojento.
'As Fronteiras seguiram em frente', relatou Birgitte, apontando para

um ponto na floresta ao norte de Caemlyn, acima da linha de terra
mais ao norte de Andor, 'mas eles não cobriram muito terreno. Nesse
ritmo, levará um longo mês antes que eles se aproximem de
Caemlyn.
Dyelin virou a taça de prata, olhando para o vinho, depois ergueu os

olhos de repente.
"Pensei que vocês, nortistas, estivessem acostumados à neve, Lady

Birgitte." Mesmo agora ela tinha que investigar, e dizer a ela para não
fazer isso só a deixaria dez vezes mais certa de que Birgitte estava
escondendo algo e vinte vezes mais determinada a descobrir o que
era.
Aviendha fez uma careta para ela – quando ela não estava dominada
por Birgitte, às vezes ela se tornava ferozmente protetora dos
segredos do arqueiro – mas a própria Birgitte encontrou o olhar de
Dyelin impassível, o link não mostrando nenhum sinal de alarme. Ela
passou a se sentir confortável com a mentira de suas origens.
“Faz muito tempo que não estou em Kandor. — Essa era a verdade,
embora o tempo decorrido fosse muito mais do que Dyelin podia
imaginar. Naquela época não havia sequer um país chamado
Kandor. Mas não importa o que você está acostumado.
Mover duzentos mil soldados no inverno, sem falar que só a Luz

sabe quantos seguidores do acampamento, vai muito devagar.
O que é pior, enviei a Sra. Ocalin e a Sra. Fote para visitar algumas
cidades a alguns quilômetros ao sul da fronteira.
Sabeine Ocalin e Julanya Fote eram Membros que canalizavam.
Dizem que os aldeões acham que o povo das Terras Fronteiriças

acampou durante o inverno.
Elayne estalou a língua enquanto olhava carrancudo para o mapa e

traçava as distâncias com um dedo. Ele contava com a notícia da
presença do povo de Borderlands, se não com seu apoio. A notícia
de um exército daquele tamanho penetrando Andor o teria precedido
como um fogo seco na pradaria. Só um tolo pensaria que tinham
vindo todas aquelas centenas de léguas para tentar conquistar
Andor, mas quem ouvisse especularia sobre suas intenções e o que
fazer com elas, uma opinião diferente em cada boca. Ou seja, uma
vez que o novo começou a se espalhar. Quando tal coisa
acontecesse, ela teria uma vantagem sobre todos os outros. Para
começar, eu tinha concordado com
Nortenhos entrando em Andor, e sua partida também foi organizada.
A escolha não foi difícil. Detê-los teria resultado em derramamento

de sangue, se houvesse alguma chance de fazê-lo, e tudo o que eles
queriam era uma ponte para continuar até Murandy, onde eles
acreditavam que encontrariam o Dragão Renascido. Isso também
era obra dele. Eles ocultaram sua razão para procurar Rand, e ela
não estava disposta a fornecer uma localização verdadeira,
especialmente considerando que uma dúzia de Aes Sedai estava
viajando com eles e também ocultaram esse detalhe. Mas uma vez
que a notícia de seu avanço chegou aos ouvidos dos Grandes
Chefes…
"Deve funcionar", ele meditou. Se necessário, nós mesmos iremos

semear rumores sobre os nortistas.
"Deve funcionar", concordou Dyelin, acrescentando sombriamente,

"desde que Bashere e Bael mantenham seus homens sob controle."
Vai ser uma mistura explosiva de pessoas de Borderlands, Aiel e
Legião do Dragão, todos agrupados a poucos quilômetros um do
outro. E não vejo como garantir que o Asha'man não faça algo
maluco. Ele terminou com uma fungada desdenhosa. Em sua
opinião, para escolher se tornar Asha'man, um homem tinha que ser
louco para começar.
Avienda assentiu. Ela discordava de Dyelin quase tão

frequentemente quanto de Birgitte, mas quando se tratava do
Asha'man era algo que eles concordavam.
"Vou garantir que o povo de Borderlands fique longe da Torre Negra",

assegurou-lhes.
Elayne, embora já tivesse feito o mesmo antes. Até Dyelin sabia que
Bael e Bashere controlariam suas forças; nenhum dos dois homens
ele queria uma batalha desnecessária, e é claro que Davram
Bashere não lutaria contra seus compatriotas. Mas qualquer um tinha
o direito de não se sentir seguro sobre o Asha'man e o que eles
poderiam fazer. Elayne deslizou o dedo da estrela de seis pontas que
identificava Caemlyn para aqueles poucos quilômetros de terra que o
Asha'man usurpou. A Torre Negra não estava marcada no mapa,
mas ele sabia exatamente onde estava. Pelo menos era um ponto
bem afastado da calçada de Lugard. Levar os nortistas para o sul até
Murandy sem perturbar o Asha'man não seria difícil.
Ela apertou os lábios enquanto pensava que não deveria perturbar

esses homens, mas não havia nada a ser feito sobre isso tão cedo,
então ela empurrou os homens de jaqueta preta de lado em sua
mente. Coisas que não podiam ser consertadas agora teriam que ser
consertadas mais tarde.
-E os outros? — Ela não precisava ser mais explícita. Seis grandes

casas permaneciam indecisas, pelo menos a favor de Arymilla ou
dela. Dyelin sustentou que todos eles viriam a Elayne eventualmente,
mas até agora não havia sinal de fazê-lo.
Sabeine e Julanya também procuraram notícias desses seis. As

duas mulheres haviam passado os últimos vinte anos como
mascates e estavam acostumadas a viagens difíceis, dormindo em
celeiros ou debaixo de árvores e ouvindo tanto o que as pessoas não
diziam quanto o que diziam. Eles eram exploradores perfeitos. Seria
uma grande perda ter que trocá-los para manter a cidade abastecida.
“Rumores colocam Lord Luan em uma dúzia de lugares diferentes,

leste e oeste. Fazendo uma careta para o mapa enrugado como se a
posição de Luan fosse marcada nele, Birgitte murmurou uma
maldição mais alto do que o momento justificava, certamente
porque agora a Sra. Harfor não estava lá. Sempre na próxima cidade
ou duas além. Lady Ellorien e Lorde Abelle parecem ter
desaparecido completamente, por mais difícil que seja para um
Nobre Chefe. Pelo menos, a Sra. Ocalin e a Sra. Fote não foram
capazes de saber nada sobre eles ou qualquer um dos mercenários
da Casa Pendar ou da Casa Traemane.
Nem homens nem cavalos. Agora isso é incomum. Alguém tem se

esforçado muito.
"Abelle era sempre um fantasma quando queria," Dyelin murmurou,

"sempre capaz de te pegar desprevenido."
Ellorien... Ela passou os dedos pelos lábios e suspirou. Essa mulher

é muito visível para desaparecer. A menos que ele esteja com Abelle
ou Luan. Ou com ambos. Ele não gostou dessa ideia, o que quer que
ele dissesse.
"Quanto aos nossos outros 'amigos'", continuou Birgitte, “Lady

Arathelle cruzou a fronteira de Murandy cinco dias atrás, aqui. Ele
tocou o mapa levemente, cerca de trezentos quilômetros ao sul de
Caemlyn. Quatro dias atrás, Lorde Pelivar atravessou a cinco ou seis
milhas daquele ponto, e Lady Aemlyn aqui a mais cinco ou seis.
"Eles não combinam", disse Dyelin, acenando com a cabeça.
Eles trouxeram murandianos? Não? Excelente. Eles podem estar a

caminho de sua propriedade, Elayne. Se eles se afastarem,
saberemos com certeza. — Essas três casas eram as que mais lhe
despertavam ansiedade.
"Sim, eles podem ir para casa," Birgitte concordou, relutantemente

como sempre fazia quando concordava com Dyelin. Ela jogou a
trança por cima do ombro, segurando-a quase como Nynaeve fazia.
Homens e cavalos devem estar exaustos depois de marchar para
Murandy no inverno, mas tudo o que podemos ter certeza é que eles
estão em movimento.
Aviendha bufou. Em seu elegante vestido de veludo foi um som
surpreendente.
"Você sempre tem que assumir que o inimigo fará o que você não
quer que ele faça." O que decidirá o que menos gostaria que ele
fizesse. E então faça planos sobre isso.
"Aemlyn, Arathelle e Pelivar não são inimigos", ele protestou.
Dyelin sem muita convicção. Por mais que ele acreditasse que seu
endosso chegaria a tempo, esses três anunciaram seu apoio à
própria Dyelin para assumir o trono.
Elayne no sabía de ninguna reina a la que hubiesen forzado a ocupar

el solio —esa clase de cosas no se reflejarían en la historia, de todos
modos—, pero Aemlyn, Arathelle y Pelivar parecían dispuestos a
intentarlo y no con vistas a ganar poder para sim mesmos. Dyelin
não queria o trono, mas dificilmente seria uma líder passiva. O fato é
que o último ano do reinado de Morgase Trakand foi marcado por um
erro após o outro, e poucos sabiam ou acreditavam que durante esse
tempo ela havia sido mantida em cativeiro por um dos Renegados.
Algumas casas queriam alguém no trono, exceto outro Trakand. Ou
assim pensavam.
"E qual é a última coisa que queremos que eles façam?"
disse Elayne. Se eles se dispersarem para suas respectivas

propriedades, ficarão fora do negócio até a primavera, e até lá tudo
estará decidido. "Seria assim, se a Luz quisesse." Mas e se eles
continuarem para Caemlyn?
“Sem os Murandianos, eles não têm mercenários suficientes para

desafiar Arymilla. Birgitte coçou a bochecha enquanto estudava o
mapa. Se eles não sabem até agora que Aiel e a Legião do Dragão
não estão nisso, eles não vão demorar muito para descobrir, mas
eles vão querer errar do lado da cautela.
Nenhum deles parece tolo o suficiente para provocar uma briga que
não pode vencer quando não há razão para fazê-lo. Eu diria que eles
vão acampar em
em algum lugar a leste ou sudeste, onde eles podem seguir o curso

dos eventos e talvez influenciá-los.
Dyelin terminou o vinho, que já devia estar frio, suspirou fundo e foi
encher o copo.
"Se eles vierem para Caemlyn," ele disse severamente, "então eles
esperam que Luan ou Abelle ou Ellorien se juntem a eles."
Talvez os três.
"Então devemos descobrir como impedi-los de chegar a Caemlyn

antes que nossos planos se concretizem, e sem criar inimizade
permanente com eles." Elayne forçou sua voz a soar tão firme e
confiante quanto a de Dyelin estava desanimada. E
temos que planejar o que fazer caso eles cheguem aqui cedo
demais. Se isso acontecer, Dyelin, você terá que convencê-los de
que a escolha é entre Arymilla e eu. Caso contrário, nos
encontraremos em um emaranhado do qual talvez nunca
emergiremos, e Andor conosco.
Dyelin fez um som como se tivesse levado um soco. A última vez

que as casas foram divididas igualmente entre três pretendentes ao
Trono do Leão tinha sido quase quinhentos anos atrás, e houve sete
anos de guerra antes que uma rainha fosse coroada. Até então,
todos os três candidatos originais haviam morrido.
Sem pensar, Elayne pegou a xícara e tomou um gole. O chá esfriou,

mas o gosto de mel encheu sua boca. Mel!
Ela olhou para Aviendha com espanto, e os lábios de sua irmã se

curvaram em um leve sorriso. Um sorriso conhecedor, como se
Birgitte não soubesse exatamente o que tinha acontecido.
Mesmo seu vínculo estranhamente intensificado não a fazia ter o

mesmo gosto que Elayne, mas ela certamente teria provado
surpresa e prazer no chá. Inclinando-se sobre os quadris, ela adotou
uma atitude de reprovação. Ou melhor, ele tentou, porque, apesar de
tudo, um sorriso também apareceu em seu rosto.
seu rosto. De repente, Elayne percebeu que a dor de cabeça de
Birgitte havia desaparecido. Ele não sabia quando tinha passado,
mas certamente não estava mais lá.
"Esperar pelo melhor e planejar o pior", disse ele. Às vezes o melhor

acontece.
Dyelin, alheio ao mel ou qualquer coisa além do fato de que os três

estavam sorrindo, bufou alto.
“E às vezes não. Se o seu plano inteligente for exatamente como

planejado, Elayne, não precisaremos de Aemlyn ou Ellorien ou dos
outros, mas é um jogo terrível. Para dar errado, tudo o que você
precisa fazer é…
O lado esquerdo da porta se abriu para revelar uma rajada de frio e

uma mulher com bochechas rosadas, olhos gélidos e o nó dourado
de um segundo tenente em seu ombro.
Talvez ele já tivesse ligado antes, mas se ligou, a salvaguarda

abafou o som.
Como Rasoria, Tzigan Sokorin tinha sido um caçador do Chifre antes

de se juntar à escolta de Elayne. Aparentemente, houve uma troca
de guarda.
"A sábia Monaelle deseja ver Lady Elayne", anunciou.
Tzigan enquanto ela se endireitava. A Sra. Karistovan a acompanha.
Ela poderia dizer a Sumeko que a veria mais tarde, mas não
Monaelle. O
povo de Arymilla não impediria um Aiel mais do que uma Aes Sedai,
mas apenas algo importante teria trazido um Sábio para a cidade.
Birgitte também sabia disso e imediatamente começou a dobrar o
mapa novamente. Aviendha deixou a trama da proteção se dissipar e
liberou a Fonte.
"Peça para eles entrarem", disse Elayne.
Monaelle não esperou que Tzigan cedesse; Assim que a proteção se

foi, ele entrou na sala em meio ao tilintar de multidões de
braçadeiras.
ouro e marfim enquanto ela baixava o xale dos ombros até as dobras
dos braços por causa da diferença de temperatura.
Elayne não sabia quantos anos Monaelle tinha — os Sábios não

eram tão reticentes sobre a idade quanto as Aes Sedai, mas
evitavam isso — embora pela aparência ela não tivesse superado
sua idade madura. Seu cabelo loiro na altura da cintura tinha reflexos
avermelhados, mas não o menor indício de branco.
Baixa para um Aiel, mais do que Elayne, com um rosto amável e

maternal, ela dificilmente era forte o suficiente no Poder para ser
aceita na Torre, mas essa força não contava entre os Sábios, e entre
eles ela tinha um posição muito alta. . E mais para Elayne e
Aviendha, pois ela havia sido a matrona de seu nascimento como
primeiras irmãs. Elayne curvou-se, ignorando o som de
desaprovação de Dyelin, e Aviendha curvou-se, curvando-se sobre
as mãos. Além dos deveres devidos a sua matrona pelo costume de
Aiel, ela ainda era aprendiz de Wise, afinal.
"Suponho que sua necessidade de privacidade acabou, já que você

removeu a proteção", disse Monaelle, "e é hora de eu verificar você,
Elayne Trakand." Deve ser feito duas vezes por mês até o final do
período. "Por que ela estava franzindo a testa para Aviendha?" Oh
Light, o vestido de veludo!
"E vim ver o que você está fazendo", acrescentou Sumeko, entrando
atrás do Sábio. Sumeko era uma mulher imponente, de constituição
sólida, com ar de autoconfiança; Ela usava um vestido de pano
amarelo bem feito, cingido com um cinto vermelho, e adornava os
cabelos pretos e lisos com pentes de prata; um broche redondo
esmaltado de prata brilhava na gola alta do vestido. Poderia ter
passado por uma nobre ou um comerciante
próspero Ele já havia demonstrado certa timidez, pelo menos quando
estava com a Aes Sedai, mas não mais. Nem com Aes Sedai nem
com soldados da Guarda da Rainha. Você pode ir,”
ele disse a Tzigan. Isso não lhe diz respeito. Nem com nobres, disse
fora de sintonia. Você também pode ir, Lady Dyelin, e você, Lady
Birgitte. Ele olhou para Aviendha, como se estivesse pensando em
adicioná-la à lista.
"Aviendha pode ficar", disse Monaelle. Ele está perdendo muitas

aulas e isso ele deve aprender mais cedo ou mais tarde.
Sumeko concordou com a cabeça, mas manteve uma atitude de fria

impaciência em relação a Dyelin e Birgitte.
"Lady Dyelin e eu temos negócios a discutir", disse Birgitte enquanto

enfiava o mapa dobrado em sua jaqueta vermelha e se dirigia para a
porta. Vou lhe dizer esta noite o que inventamos, Elayne.
Dyelin lançou-lhe um olhar penetrante, quase tão penetrante quanto

o que dera a Sumeko, mas ela pousou a taça de vinho em uma das
bandejas e fez sua reverência habitual para Elayne, depois do que
esperou com visível impaciência enquanto Birgitte se aproximava
para murmurar. do outro lado, ouviu algo de Monaelle, ao qual o
Sábio respondeu brevemente, mas igualmente baixinho. O que eles
estavam cochichando?
Provavelmente de leite de cabra.
Assim que a porta se fechou atrás de Tzigan e das outras duas

mulheres, Elayne se ofereceu para pedir mais vinho, já que o que
havia nas jarras estava frio, mas Sumeko recusou bruscamente e
Monaelle recusou educadamente, embora distraidamente. A Sábia
estava estudando Aviendha com tanta intensidade que o rosto da
jovem ficou vermelho e ela desviou o olhar enquanto segurava a
saia.
"Não chame Aviendha por causa de seu traje, Monaelle", disse

Elayne. Fui eu que pedi para ele
colocá-lo, e ela concordou em me fazer um favor.
Apertando os lábios, a Sábia refletiu antes de responder.
"As primeiras irmãs devem favorecer uma à outra," ele respondeu

finalmente. Você conhece seu dever para com seu povo, Aviendha.
Até agora, você fez bem uma tarefa difícil. Você tem que aprender a
viver em dois mundos, então é apropriado que você se acostume a
usar essas roupas. Aviendha começou a relaxar. Até que Monaelle
continuou
-: Mas não muito. A partir de agora, você passará uma noite nas
barracas a cada três dias. Amanhã você pode voltar comigo. Você
tem muito a aprender mesmo antes de se tornar um Sábio, e esse é
seu dever tanto quanto ser um cordão de ligação.
Elayne estendeu a mão e tocou a mão de sua irmã, e quando

Aviendha tentou se libertar depois de um aperto, ela segurou.
Aviendha hesitou por um momento, depois continuou segurando a de

Elayne. De uma maneira estranha, ter Aviendha confortara Elayne na
ausência de Rand; ela não era apenas uma irmã, mas uma irmã que
também o amava. Eles podiam compartilhar forças e fazer o outro rir
quando quisessem chorar, e podiam chorar juntos quando
necessário.
Passar uma noite em cada três sozinho certamente significaria

passar uma noite em cada três chorando. Light, o que Rand estava
fazendo?
Aquele terrível farol a oeste ainda brilhava tão forte quanto antes, e
Elayne não duvidou nem por um momento que ele estava no centro
de tudo. Nem uma partícula havia mudado em seu vínculo, mas ele
não tinha dúvidas.
De repente, ele percebeu que estava apertando a mão de Aviendha

com uma força terrível e que Aviendha estava fazendo o mesmo.
Eles afrouxaram os dois ao mesmo tempo, mas não se soltaram.
—Os homens causam problemas mesmo quando estão ausentes
—Smith Avienda.
"Eles fazem, sim," Elayne concordou.
A troca fez Monaelle sorrir. Ele era uma das poucas pessoas que
sabiam sobre sua conexão com Rand e quem era o pai do bebê de
Elayne. Por outro lado, nenhum dos Membros tinha notícias disso.
"Eu acho que você já deixou um homem lhe causar tantos problemas
quanto ele podia, Elayne," Sumeko comentou afetadamente.
Membros A Regra
seguia
dos
as regras
para Novatos e Aceitos, proibindo não apenas crianças, mas

qualquer coisa que pudesse levá-las a tê-las, e elas a aplicavam
rigorosamente. Uma vez, um Membro teria engolido sua língua antes
de sugerir a uma Aes Sedai que ela não estava à altura do
Governante. No entanto, muita coisa mudou desde então. Devo
viajar para Tear hoje para trazer uma carga de grãos e óleo amanhã,
e está ficando tarde; Então, se você acabou de falar sobre homens,
sugiro que deixe Monaelle começar a falar sobre o que ela está aqui
para fazer.
Monaelle posicionou Elayne na frente da lareira, perto o suficiente

para que o calor das toras quase consumidas fosse quase
desconfortável - era melhor se a mãe estivesse quente, ela explicou -
e então o brilho do fogo a Saidar
envolveu e ela começou a tecer. fios de Energia. , Fogo e terra.

Aviendha observou
quase tão avidamente quanto Sumeko.
-O que é? Elayne perguntou enquanto o tecido apertava ao redor

dela e afundava nela. É como o Aprofundamento? "Todas as Aes
Sedai no palácio a haviam Aprofundado, embora apenas Merilille
tivesse suficiente destreza de Cura para usá-la, mas nem elas nem
Sumeko foram capazes de
dizer muito mais além de que ela estava grávida. Ele sentiu um leve
formigamento, uma espécie de zumbido dentro dele.
"Não seja boba, garota", disse Sumeko, absorta.
Elayne ergueu uma sobrancelha e até considerou colocar o anel da

Grande Serpente sob o nariz de Sumeko, mas a mulher de
bochechas redondas não pareceu notar o gesto, então talvez ela
também não tenha notado o anel. Ela estava inclinada para frente,
espiando como se pudesse ver o tecido dentro do corpo de Elayne.
"Os Sábios aprenderam a Cura comigo", continuou ele.
E de Nynaeve, suponho”, ele admitiu depois de um momento.
Oh, Nynaeve teria explodido como fogos de artifício Lightbringer se

ela tivesse ouvido isso. Claro, Sumeko a havia superado há muito
tempo. E aprenderam de maneira simples com as Aes Sedai.
Um bufo desdenhoso, como o som de uma tela rasgando, denotava

o que Sumeko considerava o caminho "simples", o único tipo de cura
que as Aes Sedai conheciam há milhares de anos. Isso é algo típico
dos Sábios.
"Chama-se acariciando o bebê", explicou Monaelle em uma voz

abstrata, focada quase inteiramente no tricô. Uma simples
investigação para descobrir o que afligia alguém era fácil, pensando
bem, e já teria acabado, mas o Sábio mudou os fluxos, e o zumbido
dentro de Elayne variou de tom à medida que penetrava mais fundo.
Pode ser parte da Cura, uma espécie de Cura, mas sabemos disso
desde antes de sermos enviados para a Terra das Três Dobras.
Algumas maneiras pelas quais os fluxos são usados são

semelhantes ao que Sumeko Karistovan e Nynaeve al'Meara nos
ensinaram. Em Acariciando o Bebê, descobre-se a saúde da mãe e
da criança, e mudando os tecidos, alguns problemas podem ser
descobertos.
de qualquer um, mas eles não funcionam em uma mulher que não
está grávida. Nem, é claro, em um homem.
O zumbido ficou mais alto até que pareceu a Elayne que o mundo
inteiro devia estar ouvindo. Ele teve a impressão de que seus dentes
estavam vibrando. Uma ideia anterior voltou a ele.
"A canalização pode prejudicar a criatura?" Se eu canalizar, quero

dizer.
"O mesmo que respirar." Monaelle deixou o tecido desaparecer e

sorriu.
Você carrega dois. É muito cedo para dizer o sexo, mas eles estão
bem de saúde, e você também.
Dois! Elayne compartilhou um grande sorriso com Aviendha.
Ela quase podia sentir o prazer de sua irmã. Eu ia ter gêmeos. Os

bebês de Rand. Um menino e uma menina, ele esperava, ou dois
meninos. Gêmeos seriam todos os tipos de dificuldades para a
sucessão. Ninguém havia alcançado a Coroa da Rosa com o apoio
do mundo inteiro.
Sumeko fez um barulho gutural enquanto gesticulava

impacientemente para Elayne, e Monaelle assentiu.
“Faça exatamente como eu lhe disse e você verá.
Ela observou como Sumeko abraçou a Fonte e formou a trama, e

assentiu novamente. O Tipo rechonchudo o deixou penetrar em
Elayne e estremeceu como se fosse ela quem estivesse sentindo o
zumbido.
“Você não terá que se preocupar com enjoos matinais,” Monaelle

continuou, “mas às vezes você vai achar difícil canalizar. Os fios
podem escorregar como graxa ou finos como névoa, então você terá
que tentar de novo e de novo para fazer ou manter a trama mais
simples. Isso pode piorar à medida que a gravidez avança e você
não poderá canalizar durante o trabalho de parto e o parto.
luz, mas a habilidade retornará logo após o nascimento das criaturas.
Em breve, você também terá mudanças de humor, se ainda não
começou, chorosa em um momento e irritada no outro.
O pai de seus bebês se sairá bem se agir com prudência e manter a

maior distância possível.
"Ouvi dizer que você já deu uma boa olhada esta manhã,"
Sumeko murmurou. Ela soltou o tecido, endireitou e ajustou o cinto

vermelho em volta da cintura. Isso é extraordinário, Monaelle.
Nunca pensei que houvesse um tecido que só fosse usado com uma
mulher grávida.
Os lábios de Elayne se apertaram, mas ela apenas comentou:
"E todas essas coisas que você conhece desse tecido, Monaelle?"
“Era melhor que as pessoas pensassem que seus bebês eram de

Doilan Mellar. Os filhos de Rand al'Thor se tornariam alvos, caçados
por medo ou ódio ou para tirar vantagem, mas ninguém se importaria
com os de Mellar, talvez nem mesmo ele mesmo.
Foi o melhor e não havia mais nada para falar.
Monaelle jogou a cabeça para trás e riu alto.
desejo que ela teve que enxugar suas lágrimas com seu xale.
“Sei de tudo isso por ter tido sete filhos e três maridos, Elayne
Trakand. A canalização protege você dos enjoos matinais, mas
também compensa de outras maneiras. Vamos, Aviendha, você tem
que tentar também. Com cuidado. Exatamente como eu fiz.
Avidamente, Aviendha abraçou a Fonte, mas antes de começar

Saidar
a tecer os fios, ela o soltou e virou a cabeça para olhar para a parede
escura de painéis. Para oeste. Assim como Elayne, Monaelle e
Sumeko. O farol que brilhou por
tanto tempo tinha simplesmente desaparecido. Um momento Saidar
antes de estar lá, houve aquele clarão rugindo de , e então ele se foi
como se nunca tivesse existido. O busto generoso de Sumeko subiu

quando a mulher inalou profundamente.
"Acho que algo muito maravilhoso ou muito terrível aconteceu hoje",

ele murmurou. E acho que tenho medo de descobrir qual das duas
coisas foi.
"Maravilhoso", disse Elayne. Estava acabado, o que quer que fosse,

e Rand ainda estava vivo. Isso foi maravilhoso o suficiente.
Monaelle olhou para ela interrogativamente. Sabendo como ela sabia

sobre o vínculo, ela poderia desvendar o resto, mas a Sábia apenas
tocou um de seus colares pensativamente. De qualquer forma, ele o
tiraria de Aviendha em pouco tempo.
Uma batida na porta fez todos pularem. Todos, menos Monaelle. A

Sábia, fingindo não notar o choque das outras mulheres, concentrou-
se um pouco mais do que o necessário em ajustar o xale, o que
destacou a diferença. Sumeko tossiu para esconder seu
constrangimento.
"Vá em frente", disse Elayne em voz alta. Foi preciso quase um grito
para ser ouvido pela porta, mesmo sem proteção.
Caseille enfiou a cabeça para fora, chapéu na mão, depois entrou,

fechando cuidadosamente a porta atrás de si.
A renda branca na gola e nos punhos brilhava limpa, assim como a

guarnição da faixa, e o peitoral brilhava como se tivesse acabado de
ser polido, mas ele obviamente voltou ao trabalho assim que se
limpou e se trocou depois de viagem.
“Desculpe interromper, minha senhora, mas achei que você deveria
saber imediatamente. As mulheres dos fuzileiros estão frenéticas, as
que ainda estão aqui. Aparentemente, um de seus aprendizes está
desaparecido.
-Que mais? Elayne perguntou. O desaparecimento de um aprendiz já

era ruim o suficiente, mas havia algo no rosto de Caseille que
anunciava algo mais.
"O guarda azeri acabou de me informar que viram Merilille Sedai

saindo do palácio três horas atrás", explicou Caseille com relutância.
Merilille e uma mulher que usava uma capa e abafado.
Levaram cavalos e uma mula carregada de trouxas. Yurith diz que a

outra mulher tinha tatuagens nas mãos. Milady, ninguém foi instruído
a vigiar...
Elayne acenou para ele.
“Ninguém fez nada de errado, Caseille. Ninguém será culpado.
"Não entre os guardas, pelo menos." Que bagunça. Talaan e

Metarra, os dois aprendizes Windfinders, eram muito fortes no Poder,
e se Merilille tivesse conseguido convencer qualquer um deles a
tentar se tornar Aes Sedai, ela também teria se convencido de que
levar a garota para onde ela poderia ser listada em o livro de noviças
era motivo suficiente para evitar sua própria promessa de ensinar os
Windfinders. Que ficariam mais do que chateados com a perda de
Merilille e mais do que furiosos com o desaparecimento do aprendiz.
Eles com certeza culpariam qualquer um que ficasse na frente deles,
e Elayne quem mais.
"As notícias sobre Merilille se espalharam?" - Eu pergunto.
"Ainda não, minha senhora, mas quem selou seus cavalos e

carregou a mula não vai segurar a língua." Os cavalariços não têm
muito o que falar.
fofoca "Nesse caso, foi mais um incêndio no mato do que uma
bagunça, e muito pouca chance de apagá-lo antes que se
espalhasse para os celeiros."
"Espero que você jante comigo mais tarde, Monaelle, mas agora
você vai ter que me dar licença", disse Elayne. Nem que tivesse
obrigação com sua matrona nem que não tivesse, não esperou uma
resposta da mulher. Tentar apagar o fogo pode ser suficiente para
evitar que os celeiros queimem. Pode ser-. Caseille, informe Birgitte
e diga a ela que quero que ela envie uma ordem para os portões
imediatamente, caso Merilille seja vista. Eu sei, eu sei, talvez ela já
esteja fora da cidade, e os guardas não barrariam uma Aes Sedai de
qualquer maneira, mas talvez eles possam atrasá-la ou assustar seu
companheiro para se esconder na cidade. Sumeko, você quer pedir
a Reanne para designar todos os Membros que não podem viajar
para vasculhar a cidade? É um tiro no escuro, mas Merilille pode ter
pensado que era tarde demais para viajar. Peça-lhes que verifiquem
todas as pousadas, incluindo o Cisne Prateado, e…
Ela esperava que Rand tivesse feito algo maravilhoso naquele dia,
mas não podia perder tempo pensando nisso. Ela tinha que ganhar
um trono e lidar com algum Atha'an Miere zangado antes que eles
descarregassem sua raiva nela, ela esperava. Em suma, o dia
estava indo como qualquer outro desde que ele havia retornado a
Caemlyn, o que significava que ele estava com as mãos ocupadas.
15
ESCURIDÃO CRESCENTE
O sol da tarde era uma bola cor de sangue sobre os telhados e

lançava uma luz resplandecente sobre o E
acampamento, um conjunto espaçado de paliçadas de cavalos,

carroças cobertas de lona, carroças de rodas altas e barracas de
todos os tamanhos e tipos, com a neve entre pisoteado a lamacento.
Não era a hora do dia ou o tipo de lugar que Elenia teria escolhido
para cavalgar. O cheiro de carne cozinhando nas grandes panelas
pretas de ferro foi o suficiente para revirar seu estômago. A
temperatura gélida gelou sua respiração e prometeu a chegada de
uma noite fria, e o ar penetrou em sua melhor capa vermelha,
independentemente do forro de pele branca e grossa. A pele de
raposa da neve deveria ser mais quente do que outras peles, mas
nunca pareceu assim para ela.
Mantendo a capa fechada com a mão enluvada, ele avançou,
tentando o seu melhor – se não com muito sucesso – para não
tremer. Dado o tempo, o mais lógico seria ele passar a noite ali, mas
ainda não sabia onde ia dormir. Na tenda de algum nobre menor,
sem dúvida, com o senhor ou a senhora despejados para encontrar
refúgio em outro lugar e tentando fazer uma cara de bravo de
qualquer maneira, mas Arymilla gostava de mantê-la nervosa até o
último momento, com as camas e tudo mais .
Assim que uma incerteza se dissipou, outra a substituiu.
Obviamente, a mulher pensou que a dúvida constante a deixaria

inquieta, talvez até ansiosa para agradá-la. Nada poderia estar mais
longe da verdade, mas não foi o único erro de cálculo de Arymilla,
começando com a crença de que Elenia Sarand teve suas garras
cortadas.
Ele tinha apenas quatro homens escoltando-os com os dois Golden

Boars em suas capas - e, claro, sua empregada, Janny, sua capa
enrolada até que ela parecia um pedaço de pano verde empoleirado
na sela - e ela não o tinha visto. O acampamento a mais um
indivíduo que ele sabia de fato abrigar até um mínimo de lealdade a
Sarand. Aqui e ali alguns dos grupos de homens amontoados ao
redor das fogueiras, com suas lavadeiras e costureiras, exibiam a
Raposa Vermelha da Casa Anshar, e uma dupla coluna de cavaleiros
com o Martelo Alado dos Baryns passou por ela em seu caminho. um
passo lento, os rostos endureceram atrás das barras das viseiras dos
capacetes. Eles contavam pouco, a longo prazo. Karind e Lir foram
gravemente queimadas por serem lentas quando Morgase assumiu o
trono.
Desta vez, eles levariam Anshar e Baryn para onde quer que
houvesse uma vantagem no instante em que a vissem claramente,
abandonando
Arymilla tão rapidamente quanto eles correram para se juntar a ela.
Quando chegou a hora.
A maioria dos homens andando pela neve lamacenta ou olhando

esperançosamente para aqueles potes imundos eram recrutas,
fazendeiros e moradores da cidade reunidos por seus senhores
enquanto partiam, e alguns usavam qualquer tipo de insígnia de casa
em suas jaquetas esfarrapadas e camadas remendadas.
Era praticamente impossível distinguir pretensos soldados de

ferreiros, arqueiros e afins, já que quase todos carregavam algum
tipo de espada ou machado no cinto. Leve, um bom número de
mulheres carregava facas tão compridas que mereciam ser
chamadas de espadas curtas, mas não havia como dizer à esposa
de um fazendeiro recrutado por um carroceiro: elas usavam o
mesmo tipo de tecido áspero, tinham as mesmas mãos. grosseiros e
as mesmas faces de cansaço. De qualquer forma, não importava.
Este cerco de inverno foi um erro terrível - os mercenários
começariam a morrer de fome muito antes de senti-lo na cidade -
mas deu a ela uma chance, e quando houve uma brecha, ela atacou.
Elenia manteve o capuz puxado para trás por tempo suficiente para
mostrar suas feições claramente, apesar do vento cortante, e
gentilmente inclinou a cabeça para qualquer idiota sujo que olhasse
em sua direção, ignorando os estremecimentos surpresos de alguns
em sua condescendência.
A maioria se lembraria de sua afabilidade, se lembraria dos Javalis

Dourados que sua escolta usava e saberia que Elenia Sarand os
havia notado. Sobre essas fundações surgiu o poder. Uma Insigne
Head, como uma rainha, estava no topo de uma torre composta de
pessoas. É verdade que os de baixo eram tijolos do barro mais
macio.
mais baixo, mas se aqueles tijolos comuns quebrassem, a torre
cairia. Isso era algo que Arymilla parecia ter esquecido, se é que ela
sabia. Elenia duvidava que Arymilla falasse com alguém abaixo de
um mordomo ou criado pessoal. Se ela tivesse sido...
prudente, ela mesma teria trocado algumas palavras em cada

fogueira, talvez segurando uma mão suja de vez em quando,
lembrando as pessoas de que já se conheceram antes ou pelo
menos fingindo o suficiente para parecer assim. Pura e simples,
Arymilla não tinha inteligência para ser rainha.
O acampamento cobria mais terreno do que muitas cidades; era

mais um agrupamento de cem deles de tamanhos variados do que
um acampamento, então ele estava livre para vagar sem se
preocupar muito em se aproximar dos limites externos, mas mesmo
assim foi cuidadoso. Os sentinelas seriam corteses, a menos que
fossem completos idiotas, mas certamente teriam suas ordens. Em
princípio, ele aprovava que as pessoas fizessem o que ele mandava,
mas seria melhor evitar quaisquer incidentes embaraçosos.
Especialmente dadas as prováveis consequências se Arymilla
acreditasse que ele tentara escapar.
Ela já havia sido forçada a suportar uma noite fria dormindo na tenda
de um soldado imundo, um refúgio que não merecia o nome, cheio
de insetos e buracos mal remendados, sem mencionar o fracasso de
Janny em ajudar com seu vestido e acrescentar a isso ... um pouco
quente sob os cobertores de imitação surrados, e isso tinha sido
apenas um pretenso desprezo. Ok, tinha sido um verdadeiro
desprezo, mas ele duvidava que Arymilla fosse esperta o suficiente
para pegá-lo.
Light, pensar que eu tinha que ter cuidado com isso... aquele idiota
com cérebro de mosquito! Ela puxou o manto mais apertado na
tentativa de fingir que o frio era devido a um
reação ao vento gelado. Havia coisas melhores em que pensar.
Coisas mais importantes. Ele acenou para um jovem com um lenço

escuro enrolado na cabeça; Os olhos do menino se arregalaram e
ele recuou como se tivesse lhe dado uma olhada ruim. Seu idiota
estúpido!
Era irritante pensar que, a apenas alguns quilômetros de distância,

aquela pirralha Elayne estaria sentada quente e confortável no
Palácio Real, atendida por dezenas de criados bem treinados e
provavelmente com nada mais do que alguns pensamentos em sua
cabeça que não Não vou mais além disso, o que vestir naquela noite
para o jantar que os cozinheiros do palácio preparariam. Rumores
diziam que ela estava grávida, possivelmente de um dos guardas.
Talvez fosse assim. Elayne nunca teve um senso de decência melhor
do que sua mãe.
Dyelin era o cérebro aqui, uma mente afiada e perigosa apesar de

sua patética falta de ambição, talvez a conselho de uma Aes Sedai.
Pelo menos tinha que haver uma verdadeira Aes Sedai entre todos
esses rumores absurdos.
Havia tantas fábulas saindo da cidade que era difícil distinguir a

verdade do absurdo — mulheres marinhas fazendo buracos no ar?
Que tolice solene! — mas ainda assim estava claro que a Torre
Branca teria interesse em colocar um dos seus no trono.
E como? No entanto, Tar Valon parecia ser pragmático quando se

tratava desses assuntos. A história deixou claro que quem chegasse
ao Trono do Leão logo descobriria que era ela quem a Torre havia
favorecido desde o início. As Aes Sedai não perderiam o contato
com Andor por falta de sagacidade, principalmente com a Torre
dividida. Elenia tinha tanta certeza disso quanto de seu próprio
nome. Na verdade, se metade do que ele tinha ouvido sobre a
situação na Torre fosse verdade, a próxima rainha de Andor poderia
ser encontrada em
posição de exigir o que quisesse em troca de manter essa conexão
intacta.
De qualquer forma, ninguém colocaria a Coroa da Rosa em suas

cabeças antes do verão, e muita coisa poderia mudar antes disso.
Vários.
Ele estava fazendo sua segunda ronda de acampamento quando,

vendo outro pequeno grupo montado à sua frente, caminhando
lentamente através das fogueiras na última luz do dia, ele fez uma
careta e puxou as rédeas.
As mulheres usavam capas e capuzes bem apertados, um de seda

azul-escuro debruado com pele preta, o outro de tecido marrom liso,
mas a Chave Tríplice de prata que se destacava nas capas dos
quatro mensageiros as identificava claramente. Elenia podia imaginar
inúmeras pessoas que seriam mais fáceis de encontrar do que
Naean Arawn. Ainda assim, embora Arymilla não tivesse
expressamente proibido que eles se encontrassem por enquanto
– Elenia ouviu e sentiu seus dentes rangerem e forçou sua

mandíbula a se abrir – era mais sensato não forçar as coisas.
Especialmente quando parecia que não havia nada a ganhar com tal
reunião.
Infelizmente, Naean a viu antes que ela pudesse se virar. A mulher

falou apressadamente com sua escolta e, quando os servos e a
criada se curvaram, ela arrastou o cavalo preto na direção de Elenia
a um ritmo tal que os cascos do animal enviaram torrões de lama
para o ar. É assim que a Luz queimará aquele tolo! Por outro lado,
saber o que estava perseguindo Naean em tal imprudência poderia
ser valioso, enquanto ignorá-lo poderia ser perigoso. Ele podia, mas
descobrir também trazia perigo.
"Fique aqui e lembre-se que você não viu nada", Elenia estalou em
sua pequena comitiva, batendo os saltos nas laterais
vento do
Branco
sem esperar resposta.
Ele não precisava de reverências bombásticas e reverências toda

vez que se virava; que eles eram apropriados era o suficiente e seu
povo sabia o que esperar, então eles fizeram o que ela disse, nem
mais nem menos.
Os que ele tinha que se preocupar eram todos os outros, mesmo se

eles se queimassem! Quando o baio de pernas compridas avançou,
a capa de Elenia escorregou de sua mão, a roupa ondulando atrás
dela como o emblema carmesim de Sarand.
Ela se recusou a pegar sua capa e acenar os braços freneticamente

na frente dos fazendeiros e Light só sabia quem, então o vento
cortante perfurou seu traje de montaria, outro motivo para aumentar
sua irritação.
Pelo menos Naean teve o bom senso de desacelerar e encontrá-la

um pouco mais da metade do caminho, ao lado de duas carruagens
pesadamente carregadas, lanças apoiadas na lama. A fogueira mais
próxima estava a vinte passos de distância, e as tendas mais
próximas ainda mais distantes, suas abas de entrada bem
amarradas contra o frio. Os homens ao lado do fogo observavam a
grande panela de ferro colocada sobre o fogo, vapor subindo e um
fedor que era suficiente para fazer Elenia querer vomitar, mas pelo
menos o vento que trouxe o mau cheiro levaria suas palavras e eles
não seria ouvido. Ainda assim, o que Naean tinha a dizer era melhor
que fosse importante.
Com um rosto pálido como marfim e emoldurado pelo pêlo preto do

forro, haveria quem a considerasse bonita apesar da leve aspereza
ao redor da boca e dos olhos frios como gelo. De costas retas e de
aparência calma, ela dava a impressão de que o
acontecimentos não a afetaram. Sua respiração, transformada em
névoa branca, era regular.
"Você sabe onde vamos dormir esta noite, Elenia?" —
ele perguntou friamente.
Elenia não fez nenhum esforço para conter um olhar feroz.
-Isso é o que queres? "Arriscar incorrer no desagrado de Arymilla por

uma pergunta estúpida!" O pensamento de incorrer no desagrado de
Arymilla, que isso era algo que ela tinha que evitar, o fez gemer.
Você sabe tanto quanto eu, Naean. Ele freou e já estava virando sua
montaria quando Naean falou novamente com uma pitada de
veemência.
“Não se faça de boba comigo, Elenia. E não me diga que você não
está tão disposto quanto eu a morder seu pé para escapar dessa
armadilha. Ok, podemos pelo menos fingir boas maneiras?
Elenia a manteve
Vento
Branco
meio virada para longe da outra mulher,
olhando para ela de lado, além da borda de seu capuz forrado de

pele. Dessa forma, ele ficava de olho nos homens amontoados ao
redor da fogueira mais próxima; não havia bandeiras desfraldadas de
qualquer casa. Eles podem pertencer a qualquer um deles. De vez
em quando um homem ou outro olhava para as duas damas
montadas, mas seu verdadeiro interesse era chegar o mais perto
possível do fogo para se aquecer. Isso e quanto tempo levaria para a
carne cozinhar até quase se desfazer em uma pasta. Esse tipo de
pessoa parecia capaz de comer qualquer coisa.
"Você acha que pode escapar?" ele perguntou baixinho.
As boas maneiras eram muito boas, mas não à custa de ficar

parados para que todos os vissem juntos por mais tempo do que o
absolutamente necessário. No entanto, se Naean
Eu sabia de uma maneira de escapar... Quão? A promessa de apoiar
Marne que você assinou já se espalhou por metade de Andor agora.
Além disso, você não pode pensar que Arymilla vai simplesmente
deixar você ir assim.
Naean deu de ombros, e Elenia não pôde deixar de sorrir com força.
A mulher não era tão afetada quanto fingia. No entanto, ele
conseguiu manter sua voz impassível quando respondeu.
“Eu vi Jarid ontem, Elenia, e mesmo à distância você podia ver sua
expressão tempestuosa enquanto galopava com o risco de quebrar o
pescoço de sua montaria, e o dele também. Se você conhece seu
marido, ele já está planejando uma maneira de tirá-la dessa. Eu
cuspiria no olho do Escuro por você. -Isso foi verdade; Jarid iria.
Estou convencido de que você entenderá que o melhor seria eu fazer
parte desses planos.
“Meu marido assinou o mesmo compromisso que você, Naean, e ele

é um homem de honra.
Muito honroso para ela, puro e simples, mas os desejos de Elenia

tinham sido seu guia desde antes dos votos matrimoniais. Jarid tinha
assinado o compromisso porque ela havia escrito para ele dizendo
que o fizesse, embora ele não tivesse escolha do jeito que as coisas
estavam; e, embora com relutância, ele a quebraria se ela fosse
louca o suficiente para pedir a ele. Claro que havia a dificuldade de
deixá-lo saber o que ele queria agora. Arymilla teve muito cuidado
para não chegar a menos de um quilômetro e meio dele. Ela tinha
tudo sob controle – até onde ela podia, considerando as
circunstâncias
– mas ela precisava deixar Jarid saber apenas para que ele não a
“tirasse” disso.
Cuspir no olho do Escuro? Eu poderia arrastar os dois para o

desastre na crença de que ele a estava ajudando, e pode até ter feito
isso sabendo que seria sua ruína.
Foi preciso um grande esforço para evitar que a frustração e a raiva

repentinas aparecessem em seu rosto, mas ela escondeu a tensão
por trás de um sorriso. Ele se orgulhava de ser capaz de sorrir em
qualquer situação.
O sorriso agora tinha uma pitada de desdém.
“Não estou planejando nada, Naean, e tenho certeza que Jarid

também não. Mas se eu estivesse planejando algo, por que incluiria
você?
"Porque se eu não estiver incluída nesses planos", a outra mulher

respondeu sem rodeios, "Arymilla vai descobrir sobre eles." Ela será
uma tola que não vê nada, mas verá quando lhe disserem para onde
olhar. E você pode se encontrar compartilhando uma barraca com
seu noivo todas as noites, sem mencionar a proteção de seus
mercenários.
O sorriso de Elenia desapareceu, mas sua voz ficou gelada, tão fria
quanto o nó repentino em seu estômago.
"Você deve ter cuidado com o que diz, ou Arymilla pode pedir ao
Taraboner para brincar de berço com você novamente." Para dizer a
verdade, acho que posso pelo menos garantir isso.
Parecia impossível para o rosto de Naean ficar mais pálido, mas

ficou. Na verdade, a mulher balançou na cadeira e agarrou o braço
de Elenia como se quisesse não cair.
Uma rajada de ar golpeou sua capa e ele não fez nada para segurá-
la. Nem fez o menor esforço para esconder seu medo. Talvez seja só
que ele não conseguia mais esconder isso. Sua voz tornou-se
ofegante, cheia de pânico.
“Eu sei que você e Jarid estão planejando algo, Elenia. Eu sei!
Leve-me com você e... E eu entregarei Arawn a você
assim que estiver livre de Arymilla.
Uau. Ela com certeza tinha que estar desesperada para fazer tal
oferta.
"Você quer atrair mais atenção do que você já tem?" Elenia estalou
quando ela se livrou da mão da outra mulher. Ele e o castrado preto
pisaram nervosamente ao perceber o humor de vento do
Branco seus cavaleiros, e Elenia puxou as rédeas para controlar seu

baio. Dois dos homens parados perto do fogo abaixaram a cabeça
apressadamente. Sem dúvida, eles acreditavam que os dois nobres
estavam discutindo no pôr do sol cinza e não queriam atrair um
pouco dessa raiva para si. Sim, tinha que ser isso. Eles podiam
fofocar, mas sabiam que não deviam se envolver nos confrontos de
seus superiores.
“Não tenho planos de fugir. Nenhum”, acrescentou em um tom muito

baixo. Ele fechou a capa novamente e virou a cabeça para olhar as
duas carroças e as lojas mais próximas. Se Naean estivesse com
medo o suficiente... Quando houve uma brecha...
Ninguém estava perto o suficiente para ouvi-los, mas ela ainda

manteve o tom baixo. As coisas podem mudar, claro. Quem sabe?
Se eles mudarem, eu prometo a você pela Luz e pela minha

esperança de salvação e renascimento que não partirei sem você.
Uma esperança repentina surgiu no rosto de Naean. E agora era

hora de lançar o anzol. Isto é, se eu tiver em minha posse uma carta
escrita com sua própria caligrafia, assinada e selada, na qual você
renuncia explicitamente ao seu apoio a Marne, por sua própria
vontade, e jura que a Casa Arawn apoiará minha ascensão ao trono.
Pela Luz e pela esperança de sua salvação e renascimento.
Não vou admitir mais nada.

Naean jogou a cabeça para trás e lambeu os lábios. Seus olhos
corriam de um lugar para outro como se procurassem ajuda ou uma
fuga. O cavalo preto continuou a bufar e chutar, mas a mulher
apenas apertou as rédeas o suficiente para impedi-lo de fugir, e
mesmo isso parecia ser feito sem perceber. Sim, eu estava com
medo. Mas não tanto que não soubesse o que era exigido dele.
A história de Andor tinha muitos exemplos para ignorar. Havia

milhares de possibilidades desde que nada fosse escrito, mas a
mera existência de tal carta colocaria o bocado entre os dentes da
outra mulher e as rédeas nas mãos de Elenia. Se tornado público,
significaria a destruição de Naean, a menos que Elenia fosse tola o
suficiente para admitir coação. Naean poderia tentar resistir depois
dessa revelação, mas mesmo uma casa onde houvesse muito
menos antagonismos do que a de Arawn, muito menos primos, tias e
tios dispostos a competir uns com os outros para minar sua
autoridade, estaria dividida. As casas menores que foram anexadas
a Arawn por gerações procurariam proteção em outro lugar. Em
questão de anos, se não antes, Naean se tornaria a Nobre Chefe dos
restos de uma casa em desgraça.
Oh sim; isso já havia acontecido antes.
“Já estamos juntos há muito tempo. Elenia agarrou as rédeas.
Eu não gostaria que as pessoas batessem na língua. Talvez

tenhamos oportunidade de falar a sós novamente antes que Arymilla
assuma o trono. "Que ideia horrível!"
—. Pode ser.
A outra mulher exalou como se soltasse todo o fôlego de seu corpo,

mas Elenia continuou a girar seu cavalo, nem rápido nem devagar,
mas sem parar até que Naean exclamou:
-Espera!
Ele olhou para trás e fez exatamente isso: esperar. Sem dizer uma
palavra. O que ele tinha a dizer ele já havia dito.
A única coisa que restava era ver se a mulher estava desesperada o

suficiente para se colocar em suas mãos. Ele deveria estar. Ela não
tinha Jarid para trabalhar para ela.
Na verdade, qualquer um da Casa Arawn que sugerisse que Naean

deveria ser resgatado certamente acabaria preso por ir contra o
desejo expresso de Naean. Sem Elenia, ela envelheceria em
cativeiro. No entanto, com a carta, Elenia poderia dar a ele uma
aparência completa de liberdade. Aparentemente, ela era inteligente
o suficiente para perceber isso. Ou talvez ele estivesse com muito
medo do Taraboner.
"Vou dar a você o mais rápido possível", ele finalmente concordou,

sua voz resignada.
"Ficarei encantado em vê-lo", murmurou Elenia, mal se preocupando

em esconder sua satisfação. "Mas não demore muito", ele estava
prestes a acrescentar, mas se conteve a tempo.
Naean seria derrotado, mas mesmo um inimigo derrotado ainda

poderia enfiar uma faca em suas costas se provocado demais.
Além disso, ele temia a ameaça de Naean tanto quanto Naean temia
a dele. Talvez mais. No entanto, enquanto Naean não soubesse
disso, sua faca estava cega.
Enquanto cavalgava de volta para seus mensageiros, Elenia se

sentiu mais otimista do que desde... Já que seus "resgatadores"
eram os homens de Arymilla. Talvez desde antes de Dyelin

aprisioná-la em Aringill, embora lá ela nunca tivesse perdido a
esperança. Sua prisão tinha sido a casa do governador, confortável o
suficiente mesmo que ele tivesse que dividir aposentos com Naean.
Não é preciso dizer que o
A comunicação com Jarid não apresentou o menor problema, e ele
pensou que eles tinham feito algum progresso com os guardas da
rainha em Aringill. Um grande número deles tinha acabado de chegar
de Cairhien e eles não tinham... certeza de que lado sua lealdade
estava.
Agora, o encontro casual com Naean a animara tanto que ela sorriu
para Janny e prometeu renovar todo o seu guarda-roupa quando
chegassem a Caemlyn.
O que arrancou um sorriso adequadamente agradecido da mulher de

bochechas rechonchudas. Elenia sempre comprava vestidos novos
para sua empregada quando estava se sentindo especialmente
generosa, todos bons o suficiente para satisfazer um próspero
comerciante. Era uma forma de garantir lealdade e discrição, e
durante vinte anos Janny se saiu bem em ambas.
A essa altura o sol era uma mera borda vermelha acima das árvores,
e era hora de encontrar Arymilla para que ela pudesse dizer onde
dormiria naquela noite. A Luz gostaria que fosse uma cama decente,
em uma barraca quentinha, onde não houvesse muita fumaça, e com
um jantar decente antes. Nas atuais circunstâncias eu não poderia
pedir mais. No entanto, nem mesmo esse detalhe afetou seu humor.
E ele não apenas acenou para os grupos de homens e mulheres que
passou, ele sorriu para eles. Não demorou muito para ele acenar
com a mão.
As coisas estavam indo melhor do que estavam há muito tempo.
Naean não só tinha sido descartada como rival ao trono, mas tinha
as mãos e os pés amarrados, o que poderia ser o suficiente
- seria o suficiente! - para Karind e Lir serem adicionados. E
havia aqueles que aceitariam qualquer um que não fosse um

Trakand no trono. Ellorien, por exemplo. Morgase mandara açoitá-la!
Ellorien apoiaria qualquer um que não fosse um Trakand. Também
Aemlyn, Arathelle e Abelle foram
possibilidades se as ofensas que lhes foram feitas fossem
exploradas.
Talvez também Pelivar ou Luan. Ele tinha pessoas testando o

terreno.
E ela não iria estragar a vantagem de Caemlyn como aquele

moleque Elayne tinha.
Historicamente, o controle de Caemlyn era suficiente por si só para

ter o apoio de quatro ou cinco casas ao mesmo tempo.
menos.
Certamente, o tempo seria a chave ou toda a vantagem iria para

Arymilla, mas Elenia já podia se ver sentada no Trono do Leão, com
as Grandes Cabeças de joelhos para jurar fidelidade a ela. Ele já
tinha a lista de quais Noble Heads teriam que ser substituídos.
Ninguém que se opusesse a ele teria ocasião de lhe causar

problemas mais tarde. Uma série de acidentes infelizes resolveria
isso. Pena que ele não pudesse escolher substitutos a dedo, mas
acidentes podiam acontecer com uma frequência incrível.
Seu devaneio feliz foi quebrado pelo homem magricela que de

repente apareceu ao seu lado em um cinza atarracado; seus olhos
brilhavam febrilmente na luz fraca. Por alguma razão, Nasin tinha
galhos verdes presos em seu cabelo ralo e grisalho, como se tivesse
escalado uma árvore. Sua jaqueta de seda vermelha estava tão
pesadamente bordada com flores coloridas que mais parecia um
tapete Illian. Era ridículo. E ele também era o Nobre Chefe da casa
mais poderosa de Andor. E ele estava louco.
"Elenia, meu precioso tesouro," ele gargalhou, espirrando saliva

enquanto falava, "sua presença é um doce presente para meus
olhos."
Você faz o mel parecer amargo e as rosas maçantes.

Instintivamente, Elenia recuou apressadamente para trás e para
vento do
Branco a direita, colocando o

A égua marrom de Janny entre ela e o homem.
"Eu não sou sua noiva, Nasin," ela retrucou, furiosa por ter que dizer
isso em voz alta e fazer com que todos a ouvissem.
Sou casado, seu velho idiota! Esperar! Ele acrescentou, levantando a

mão.
A ordem e o gesto imperativos foram dirigidos a seus mensageiros,

que estavam com as mãos nas espadas e encaravam Nasin. Cerca
de trinta ou quarenta homens usando a insígnia da Estrela e da
Espada da Casa Caeren seguiram os nobres e não hesitariam em
matar qualquer um que julgassem ameaçar seu Nobre Chefe. Na
verdade, alguns já haviam sacado suas armas. Eles não iriam
machucá-la, é claro. Nasin mandaria enforcá-los mesmo que
sofresse apenas um arranhão.
Luz não sabia se ria ou chorava.
"Você ainda tem medo daquele jovem idiota, Jarid?" Nasin exigiu
quando ele virou sua montaria para segui-la. Ele não tem o direito de
continuar incomodando você. O melhor homem ganhou, e ele
deveria aceitar isso. Eu vou desafiá-lo! Uma de suas mãos, ossuda
sob a luva de couro vermelha apertada, tocou uma espada que ele
provavelmente não segurava há vinte anos. Vou matá-lo como um
cachorro por te assustar!
Elenia deslocada
Vento
Branco
então ele circulou
ao redor de Janny, que murmurou desculpas a Nasin e fingiu tentar

tirar sua égua do caminho quando o que ela estava realmente
fazendo era colocá-la entre o homem e sua amante.
Elenia fez uma anotação mental para adicionar alguns bordados aos
vestidos que compraria para ela. Em seu maluco, Nasin podia mudar
num piscar de olhos das palavras melosas de amor cortês para
apalpá-la como uma prostituta de taverna de classe baixa. Eu não
pude tolerar isso; novamente não, e menos ainda em público. sem
frear
olhando para o cavalo, forçou um sorriso preocupado, embora, para
falar a verdade, tenha demorado mais para sorrir do que para fingir
ansiedade.
“Você sabe que eu não deixaria dois homens lutarem por mim,
Nasin. Sua voz soava ofegante e inquieta, mas ele não tentou
controlá-la já que aquele timbre era bastante apropriado. Como eu
poderia amar um homem com sangue nas mãos?
O velho ridículo franziu a testa e o nariz comprido também, até que

Elenia começou a se perguntar se ela não tinha ido longe demais.
Ele era mais louco que uma cabra, mas não em todos os sentidos.
Nem sempre.
"Eu não tinha percebido que você era tão... sensível," ele finalmente
disse. Tudo isso enquanto tentava contornar Janny e chegar até ela.
Seu rosto decrépito se iluminou.
Mas eu deveria ter adivinhado. Vou me lembrar disso a partir de

agora.
Jarid vai viver. Desde que não te incomode. De repente, ela pareceu
notar Janny pela primeira vez e, com uma careta de irritação, ergueu
o punho. A mulher gorda se preparou para o golpe, sem vacilar, e
Elenia cerrou os dentes. seda bordada Decididamente impróprio para
uma empregada, mas Janny tinha merecido.
"Lorde Nasin, procurei por você em todos os lugares", disse a voz

afetada de uma mulher, e os movimentos circulares eles pararam.
Elenia deu um suspiro de alívio quando Arymilla se aproximou com

sua comitiva, e ela teve que reprimir uma raiva repentina por seu
alívio.
Arymilla usava roupões de seda verde ricamente bordados com

renda sob o queixo e nos pulsos. Ele tinha uma constituição
rechonchuda que beirava a corpulência, seu sorriso era vago e seus
olhos castanhos estavam sempre abertos em falso interesse, mesmo
quando não havia nada para se interessar. Falta de
esperto o suficiente para perceber a diferença, apenas esperto o
suficiente para saber que havia coisas que deveriam interessá-lo, e
ele não queria que ninguém pensasse que ele havia perdido. Sua
única preocupação real era seu próprio conforto e a renda para
garanti-lo, e a única razão pela qual ele queria o trono era que os
cofres reais pudessem lhe proporcionar mais conforto do que a renda
de qualquer Chefe Nobre. Sua comitiva era maior que a de Nasin,
embora apenas metade fosse de mercenários usando as quatro luas
de prata de sua casa. A maioria dos outros eram bajuladores e
bajuladores, nobres de segunda ordem de casas menores e outros
dispostos a lamber a mão de Arymilla em troca de um lugar próximo
no poder. Ela adorava ser lisonjeada. Havia também Naean, à beira
do grupo, com seus servos e sua empregada, aparentemente
tranquilos e no controle novamente. Mas ele mantinha distância de
Jaq Lounalt, um sujeito magricela com um daqueles ridículos véus de
Taraboner cobrindo o bigode enorme e, sob o capuz do manto, um
gorro cônico que o elevava ridiculamente alto. O cara também sorriu
demais. Ele não parecia um homem que poderia levar alguém a
mendigar com apenas algumas cordas.
"Arymilla", disse Nasin com um timbre intrigado, depois do que

franziu a testa para o punho como se estivesse surpreso ao
encontrá-lo levantado. Ele baixou a mão para a maçaneta da cadeira
e sorriu para a mulher tola. Arymilla, minha querida,” ele
cumprimentou calorosamente. Aparentemente, por algum motivo, ele
estava meio convencido de que Arymilla era sua filha; e seu favorito,
disse fora de sintonia. Elenia uma vez o ouvira relembrar longamente
com ela sobre sua "mãe", sua esposa, morta há trinta anos. Arymilla
os tinha
arranjou para levar sua parte da conversa embora ele nunca tenha
conhecido Miedelle Caeren que Elenia soubesse.
Ainda assim, apesar dos sorrisos paternais de Arymilla, seus olhos

vasculharam a multidão a cavalo atrás dela e seu rosto relaxou ao
encontrar Sylvase, sua neta e herdeira, uma jovem robusta e plácida
que segurou seu olhar, sem sorrir, e então puxou o capuz escuro,
com acabamento de pele, mais abaixo. Ele nunca sorriu ou franziu a
testa ou mostrou qualquer emoção que Elenia tenha visto, e ele
manteve uma expressão bovina invariável. Ele obviamente também
tinha a inteligência de uma vaca. Arymilla manteve Sylvase mais sob
controle do que Elenia ou Naean, pois, enquanto o fizesse, não havia
perigo de Nasin ser forçado a desistir do noivado. Ele era louco, sem
dúvida, mas era astuto.
"Eu confio que você vai cuidar bem da minha pequena Sylvase,
Arymilla,"
ele murmurou. Há caçadores de fortunas em todos os lugares e eu

quero que a querida menina esteja segura.
— É claro que eu cuido dela — disse Arymilla, passando com sua

égua gorda por Elenia sem dar-lhe um único olhar, embora quase se
encostassem.
Seu tom era meloso e repugnantemente afetuoso. Você sabe que

vou mantê-la tão segura quanto eu. Ele sorriu aquele sorriso tolo e
colocou o manto de Nasin em volta dos ombros, alisando-o como um
xale em torno de um ente querido aleijado. Está muito frio aqui fora
para você. Eu sei o que você precisa. Uma barraca quente e um
pouco de vinho quente.
Terei todo o gosto em ordenar à minha criada que o prepare para si.
Arlene, acompanhe Lorde Nasin até sua tenda e faça um bom vinho
quente para ele.
Uma mulher esbelta em sua comitiva deu uma sacudida violenta, e

então ele lentamente guiou sua montaria para frente enquanto
puxava para trás o capuz de sua capa azul simples,
revelando um rosto bonito e um sorriso trêmulo. De repente, todos os

lambe-cubos e rabugentos estavam ajustando suas capas ou luvas,
olhando para qualquer lugar, menos para a empregada de Arymilla.
Especialmente as mulheres.
Qualquer um deles poderia ter sido escolhido, e eles sabiam disso.
Curiosamente, Sylvase não desviou o olhar. Era impossível ver seu

rosto escondido nas sombras do capuz, mas sua cabeça se virou
para seguir a esbelta mulher com os olhos.
Nasin arreganhou os dentes enquanto sorria, dando-lhe uma

semelhança maior do que o normal com uma cabra.
-Sim. Sim, o vinho quente vai ficar bem. Arlene, certo? Vamos,
Arlene, boa menina. Uau, você está com frio? A garota gritou quando
ele balançou a ponta de sua capa sobre seus ombros, puxando-a
para perto até que ela quase foi derrubada da cadeira.
Você vai se aquecer na minha barraca, eu prometo. Sem olhar para

trás, ele se afastou em um ritmo lento, rindo satisfeito e falando em
sussurros com a garota que carregava debaixo do braço. Seus
mercenários os seguiram, acompanhados pelo ranger de couro e o
lento bater de cascos na lama. Um deles riu como se outro tivesse
dito algo engraçado.
Elenia balançou a cabeça em desgosto. Colocar uma mulher bonita

na frente de Nasin para distraí-lo era uma coisa — ela nem precisava
ser bonita; qualquer mulher que o velho tolo pudesse encurralar
estava em perigo — mas usar a própria empregada era repugnante.
Embora não tanto quanto o próprio Nasin.
"Você prometeu mantê-lo longe de mim, Arymilla", disse ele em voz

baixa e tensa. Aquele miserável lascivo teria esquecido sua
existência por enquanto, mas ele se lembraria dela no instante em
que a visse. Você prometeu mantê-lo ocupado.
O rosto de Arymilla ficou mal-humorado e ela ajustou as luvas, mal-
humorada. eu não tinha recebido o que
ela queria e isso, para ela, era um grande pecado.
"Se você quer estar a salvo de admiradores, você deve ficar perto de
mim em vez de vagar sozinho."
Posso impedi-lo de atrair homens? E eu salvei você. Mas eu não

ouvi você me agradecer por isso.
Elenia cerrou os dentes com tanta força que começaram a doer.

Fingir apoiar esta mulher por opção foi o suficiente para fazê-lo
querer morder. Suas escolhas ficaram muito claras: escrever para
Jarid ou passar uma longa lua de mel com seu
"noivo". Luz teria escolhido a segunda se não tivesse certeza de que

Nasin a trancaria em alguma casa de campo isolada e, depois que
ela tivesse que aguentar a patada dele, ele teria esquecido que ela
estava lá. E eu a teria deixado lá. No entanto, Arymilla insistiu na
charada. Ele insistia em muitas coisas, algumas absolutamente
insuportáveis, mas elas tinham que ser suportadas. No momento.
Talvez, quando as coisas se acalmassem, o mestre Lounalt pudesse
oferecer suas atenções a Arymilla por alguns dias.
Ela puxou um sorriso de desculpas de algum lugar e forçou a cabeça

a inclinar como se fosse mais uma daquelas sanguessugas
lambendo bundas olhando para ela avidamente.
Afinal, se ela rastejasse diante de Arymilla, isso só provaria que eles

tinham o direito de fazê-lo também. Sentir seus olhares a fez querer
tomar um banho. E se humilhar na frente de Naean o fez querer
gritar.
“Você tem toda a gratidão em mim, Arymilla. "Bem, isso não era
mentira. Toda a gratidão nela mais ou menos correspondia ao desejo
de estrangulá-la.
Muito devagar. No entanto, ele teve que respirar fundo antes de dizer
o seguinte. Desculpe minha demora, por favor. -Dois
palavras muito amargas. Nasin me deixou muito chateado.
Você sabe como Jarid reagiria se descobrisse o comportamento de

Nasin. Sua voz assumiu um timbre cortante no final, mas a mulher
tola deu uma risadinha divertida. Diversão!
"Claro que peço desculpas, Elenia. Ele riu jovialmente. Você só

precisava pedir. Jarid é impetuoso, certo?
Você deve escrever para ele e dizer-lhe o quão feliz você está.
Porque você é, certo? Você pode ditar a carta para minha secretária.
Eu odeio tinta em meus dedos, você não?
— Claro que estou feliz, Arymilla. Como não poderia ser?
Desta vez, sorrir foi fácil. Aquela mulher se achava muito esperta.
Usar sua secretária descartou qualquer possibilidade de tintas

invisíveis, mas ele poderia dizer a Jarid sem hesitação para não
fazer nada sem seu conselho, e o estúpido pensaria que ele estava
apenas obedecendo a ela.
Assentindo com uma presunção presunçosa, Arymilla tomou as

rédeas, e seu círculo de tiralevitas seguiu o exemplo. Se ele
colocasse uma panela na cabeça e dissesse que era um chapéu,
todo mundo colocava panelas.
"Está ficando tarde", disse ele, "e eu quero sair de manhã cedo." A
cozinheira de Aedelle Baryn preparou um excelente ágape para nós.
Você e Naean cavalgarão ao meu lado, Elenia.
Ele disse isso como se estivesse concedendo uma honra a eles, e

eles não tiveram escolha a não ser agir como se fosse e ficar um de
cada lado. E Sylvase, claro. Vamos Silvestre.
A neta de Nasin veio com sua égua, mas não com a altura de três
anos, mas seguiu um pouco atrás, com os bajuladores de Arymilla se
aglomerando atrás dela, pois ela não os convidara para cavalgar ao
seu lado. Apesar do vento gelado que sacudia suas capas, várias
das mulheres e
dois ou três homens tentaram, sem sucesso, puxar conversa com a
moça, que raramente falava mais do que duas palavras ao mesmo
tempo. Ainda assim, não tendo nenhum Chefe Nobre para bajular, a
herdeira de um Chefe Nobre serviria, e alguns dos homens poderiam
aspirar a se casar com ela também.
Certamente um ou dois deles estavam agindo como guardas -
ou pelo menos espiões - para garantir que a garota não tentasse se

comunicar com ninguém em sua casa. Essa gangue acharia
excitante tocar o limite do poder. Elenia tinha seus próprios planos
para Sylvase.
Arymilla era outra que ficava feliz em conversar quando qualquer

outra pessoa com bom senso teria se aconchegado sob seu capuz, e
sua conversa não parou enquanto eles avançavam na luz fraca,
pulando do que a irmã de Lir ofereceria para o jantar para os planos
dele. coroação. Elenia prestou-lhe atenção suficiente para poder
assentir com um murmúrio de aprovação nos momentos que
pareciam apropriados. Se a tola quisesse oferecer uma anistia
juramentada a quem se opusesse a ela, não seria Elenia Sarand
quem lhe diria que ela era uma idiota. Já era doloroso o suficiente ter
que... sorrir como um tolo para aquela mulher sem prestar atenção
no que ela estava falando.
Então algo que Arymilla disse perfurou suas orelhas como um prego.
"Você e Naean não vão se importar em dividir a cama, não é?"

Parece que estamos com falta de lojas decentes aqui.
Ele continuou a tagarelar, mas por um momento Elenia não ouviu

uma única palavra. Ela se sentiu como se tivesse sido enfiada na
neve. Ela virou a cabeça ligeiramente e encontrou o olhar chocado
de Naean. Arymilla não podia estar ciente de seu encontro casual;
ainda não.
E mesmo que ela soubesse, por que oferecer a eles a oportunidade
de estarem juntos para tramar? Seria uma armadilha? Haveria
espiões que ouviriam o que eles diziam? A empregada de Naean
ou...? Janny? O mundo parecia girar sobre si mesmo.
Manchas pretas e prateadas flutuaram diante dos olhos de Elenia, e

ela pensou que ia desmaiar.
De repente, ela percebeu que Arymilla havia dito algo diretamente

para ela e estava esperando uma resposta com uma carranca de
crescente impaciência.
Freneticamente ele tentou recuperar o controle e se lembrar. Sim eu

fiz.
"Uma carruagem dourada, Arymilla?" “Que ideia ridícula.
Já posto, viajar na carroça de um cigano! -. Uau, fantástico! Você tem

ideias maravilhosas!
A risada satisfeita de Arymilla acalmou a respiração pesada de

Elenia. Essa mulher era uma completa idiota.
Talvez fosse verdade que havia falta de lojas adequadas. Muito

provavelmente, ele pensou que eles estavam seguros agora.
Domesticado. Elenia transformou seu sorriso forçado em uma

risadinha. Mas ele deixou de lado qualquer idéia de que o Taraboner
"entreteve" a mulher, nem mesmo por uma hora. Com a assinatura
de Jarid naquela promessa, só havia uma maneira de abrir caminho
para o trono. Tudo estava ao alcance e pronto para ir. A única
questão era se Arymilla ou Nasin morreriam primeiro.
A noite fechou-se ao redor de Caemlyn com um frio intenso tornado

mais penetrante pelo vento. Aqui e ali um brilho de luz de uma janela
do andar superior indicava que as pessoas ainda estavam
acordadas, mas a maioria das venezianas estavam fechadas e uma
fina lasca de lua baixa no céu parecia destacar a escuridão. Até a
neve
cobria telhados e empilhava-se nas fachadas dos edifícios, onde
escapava ao trânsito diurno, tinha uma tonalidade acinzentada. O
homem envolto da cabeça aos pés em uma capa preta, andando

sobre paralelepípedos cobertos de neve derretida, atendia pelo nome
de Daved Hanlon ou Doilan Mellar com igual facilidade; um nome era
apenas um paletó, e um homem trocava de paletó quando
necessário. Ele tinha usado vários diferentes ao longo dos anos. Por
su gusto, habría estado con los pies en alto, delante de un buen
fuego en el Palacio Real, con una jarra en la mano, una botella de
brandy al lado y una complaciente zorra en sus rodillas, pero tenía
que cumplir los deseos de outra pessoa. Pelo menos era melhor
caminhar até lá, na Cidade Nova. Era preciso ter cuidado, com
aquela lama gelada sob os pés onde um passo descuidado poderia
levar a se espalhar no chão, mas ainda não parecia tão fácil
escorregar aqui como nas ruas íngremes do Inner City.
Além disso, a escuridão lhe convinha.
Havia poucas pessoas quando ele saiu, e o número foi diminuindo à

medida que a escuridão se aprofundava. As pessoas inteligentes
ficavam em casa quando a noite caía. De vez em quando, figuras
indistintas deslizavam para as sombras mais densas, mas depois de
um breve exame de Hanlon eles dobravam a esquina ou recuavam
para um beco, tentando abafar suas maldições movendo-se
desajeitadamente por uma neve que, para garantir. não tinha estado
no sol o dia todo. Ele não era grande, e apenas um pouco mais alto
do que a média, com sua espada e peitoral escondidos sob o manto,
mas os agressores procuravam fraqueza e hesitação, e ele se movia
com uma autoconfiança segura que deixava claro que não estava
com medo. aos saqueadores. Essa atitude
Sua segurança era reforçada pela longa adaga escondida em sua
mão direita enluvada.
Caminhava atento ao aparecimento de patrulhas de guarda, embora

não esperasse ver nenhuma. Saqueadores e invasores teriam
procurado outros locais se o guarda estivesse por perto.
Claro, ele poderia tirar os guardas barulhentos do caminho com uma

palavra, mas ele preferia que não houvesse observadores de
qualquer tipo e nenhuma pergunta sobre por que ele estava tão
longe do palácio e a pé. Seus passos vacilaram quando duas
mulheres com capas grossas apareceram em uma encruzilhada um
pouco mais adiante, mas continuaram andando sem olhar em sua
direção e ele respirou mais aliviado.
Pouquíssimas mulheres se aventuravam a sair àquela hora da noite

sem serem acompanhadas por um homem munido de espada ou
porrete, e mesmo sem ver seus rostos eu apostaria um punhado de
ouro contra uma maçã escalfada que aquelas duas eram Aes Sedai.
Ou então uma daquelas raras mulheres que ocupavam a maior parte

dos leitos do palácio.
Lembrar-se deles a fez franzir a testa e ela sentiu uma coceira entre
as omoplatas como o roçar de urtigas. O que quer que estivesse
acontecendo no palácio era o suficiente para fazê-la coçar.
A coisa das mulheres marinhas já era ruim o suficiente, e não

apenas porque elas se pavoneavam pelos corredores daquela
maneira sedutora e depois puxavam uma faca de um homem. Nem
lhe passou pela cabeça bater em um depois de perceber que eles e
as Aes Sedai estavam se olhando como gatos estranhos em uma
caixa. E obviamente, por mais impossível que parecesse, as
fuzileiros femininos eram os maiores felinos. Os outros eram piores,
de certa forma.
O que quer que os rumores dissessem, ele conhecia a aparência de

uma Aes Sedai e as rugas não entraram nisso. Ainda assim, alguns
deles podiam canalizar, e ela teve a inquietante ideia de que todos
eles o faziam. O que não fazia sentido. Talvez as mulheres dos
Marinheiros tivessem algum tipo de isenção especial, mas quando se
tratava desses Membros, como Falion os chamava, sabia-se que se
três mulheres que pudessem canalizar e não fossem Aes Sedai
sentassem na mesma mesa, as Aes Sedai eles apareciam antes de
terminarem uma jarra de vinho e ordenavam que fossem embora e
nunca mais se falassem. E eles se certificariam de que também o
fizessem.
Isso era um fato conhecido. Mas aquelas mulheres instaladas no

palácio, mais de cem, faziam reuniões particulares e circulavam
entre as Aes Sedai com tanta calma, sem que nenhuma delas as
olhasse mal. Bem, pelo menos até aquele dia. Embora, o que quer
que os tenha feito amontoar-se como galinhas assustadas, também
deixou as Aes Sedai igualmente nervosas. Havia muitas coisas
estranhas para o seu gosto.
Quando as Aes Sedai agiam de forma estranha, era hora de um

homem buscar a segurança de sua própria pele.
Com uma maldição, ele se forçou a sair de seu devaneio. Um

homem tinha que cuidar de sua pele à noite também, e deixar a
concentração diminuir não era a maneira de fazer isso. Pelo menos
ele não tinha parado, nem mesmo desacelerado. Depois de mais
alguns passos, ele sorriu levemente e apalpou a lâmina da adaga
com o polegar. O vento soprou pela rua e parou; assobiou nos
telhados e silenciou; e nos breves silêncios intermediários ele ouvira
o leve estalar na neve das botas que o seguiram desde pouco depois
de deixar o palácio.
Na encruzilhada seguinte, virou à direita sem alterar o ritmo regular e
sem pressa; então rapidamente ele pressionou as costas contra a
parede de um estábulo na esquina. As portas largas estavam
fechadas e certamente trancadas por dentro, mas o cheiro de
cavalos e esterco permeava o ar frio. A estalagem do outro lado da
rua também estava fechada, as janelas escuras e as venezianas
fechadas, e o único som além do vento era o guinchar do sinal
oscilante que ela não conseguia distinguir no escuro. Não havia
ninguém para ver o que eles não deveriam.
Ele foi avisado pelo som de botas lutando para mantê-lo à vista por
muito tempo, e então uma cabeça encapuzada apareceu
cautelosamente na esquina. Não com cautela suficiente, é claro. Sua
mão esquerda disparou até o capuz para agarrar sua garganta ao
mesmo tempo em que a direita golpeou com a adaga em um
movimento treinado. Ele quase esperava encontrar um peitoral ou
uma cota de malha sob a jaqueta do homem e estava preparado
para tal contingência, mas mais de uma polegada de aço afundou
facilmente abaixo do esterno do sujeito. Ele não sabia por que uma
facada naquele ponto parecia paralisar os pulmões de um homem
para que ele não gritasse e engasgasse com seu próprio sangue,
mas ele sabia que sim.
Ainda assim, esta noite não havia tempo a perder. Só porque não
havia guardas na época não significava que as coisas
permaneceriam as mesmas por muito tempo. Com um puxão rápido,
ele bateu a cabeça do homem contra a parede de pedra do estábulo,
forte o suficiente para quebrar seu crânio, então enfiou a adaga até o
punho, sentindo a lâmina arranhar enquanto perfurou a espinha do
homem.
Sua respiração não vacilava - matar era algo para ser feito de vez
em quando, nada para ficar nervoso - mas ele rapidamente abaixou
o corpo na neve, encostado na parede, e, agachando-se ao lado
dele, limpou-o. lâmina no manto escuro do morto quando ele colocou
a outra mão sob a axila para remover a manopla reforçada com aço.
Ele virou a cabeça para um lado e para o outro, examinando a rua
em ambas as direções, sondando rapidamente o rosto do homem no
escuro. O toque do início de uma barba revelou a ela que era de fato
um menino, mas nada mais. Homem, mulher ou criança, ele não se
importava - os tolos se comportavam como se as crianças não
tivessem olhos para ver ou línguas para contar o que viam - mas ele
desejava que houvesse um bigode ou um nariz bulboso, qualquer
coisa que lhe trouxesse algo memória e revelar quem aquele cara
tinha sido. Um aperto na manga do morto revelou-lhe roupas de
pano, nem finas nem particularmente grosseiras, e um braço
musculoso que poderia ter pertencido a um escriturário, carroceiro ou
lacaio.
Para qualquer homem, de certa forma; assim como a jaqueta.
Ele vasculhou o corpo, vasculhando os bolsos do sujeito, e

encontrou um pente de madeira e um novelo de barbante, que jogou
de lado. No cinto do morto sua mão parou.
Nela estava pendurada uma bainha de couro vazia. Nenhum homem

teria sacado uma adaga depois que o aço de Hanlon perfurou seus
pulmões. Naturalmente, um homem tinha boas razões para carregar
uma faca sacada ao caminhar à noite, mas a razão mais lógica no
momento era enfiá-la nas costas de alguém ou cortar uma garganta.
No entanto, a pausa foi breve. Sem perder tempo com especulações,

ele cortou as tiras da bolsa de dinheiro. O peso das moedas que ele
esvaziou em uma mão e
colocou-o rapidamente no próprio bolso e revelou que não eram de
ouro, com certeza não havia nem prata, mas um saco de dinheiro
cortado e vazio faria qualquer um que encontrasse o corpo pensar
que tinha sido vítima de assaltantes. Ele se levantou, escorregou em
sua manopla e guardou sua arma novamente no chão escorregadio,
mantendo sua adaga agarrada ao seu lado sob o manto, seus olhos
vigilantes. Ele não relaxou até estar a um quarteirão de distância do
homem morto, e mesmo assim ele mal baixou a guarda.
A maioria das pessoas que ouviram falar dessa morte aceitaria a

história de assassinato por roubo que ele deixou consertada, exceto
quem enviou o cara.
Segui-lo desde o palácio significava que ele havia sido enviado, mas
quem? Ele tinha certeza de que qualquer uma das mulheres da
Marinha que quisesse vê-lo com uma faca em suas costelas o teria
feito pessoalmente. E por mais que os Membros o irritassem apenas
por estarem ali, elas pareciam mulheres discretas e quietas. Era
verdade que as pessoas que rotineiramente evitavam atenção eram
muitas vezes aquelas que recorriam à contratação de um assassino
à noite, mas ele nunca havia trocado mais de três palavras seguidas
com nenhum deles e certamente não tentara apalpar nenhum deles.
. Parecia mais provável que fosse a Aes Sedai, mas ele tinha certeza
de que não havia feito nada para levantar suspeitas. Ainda assim,
qualquer um deles pode ter suas próprias razões para querê-lo
morto. Com a Aes Sedai você nunca conheceu. Birgitte Trahelion era
uma garota estúpida que parecia pensar que ela realmente era um
personagem de conto de fadas, talvez até mesmo a verdadeira
Birgitte, se é que alguma vez existiu uma verdadeira Birgitte, embora
houvesse uma chance de ela pensar que ele era uma ameaça à sua
vida.
posição. Ela pode ser uma prostituta, andando pelos corredores com
aquelas calças, mas ela ainda tinha um olhar frio. Este era o tipo que
ordenaria que a garganta de alguém fosse cortada sem piscar um
olho. No entanto, a última possibilidade era a que mais o
preocupava. Seus próprios chefes não eram aqueles em quem
confiavam e nem sempre eram confiáveis. E Lady Shiaine Avarhin,
que estava transmitindo suas ordens, foi quem o convocou e o fez
sair à noite. Assim como eles o seguiram, faca na mão. Ele não
acreditava em acaso, o que quer que as pessoas dissessem sobre
esse al'Thor.
A ideia de voltar ao palácio de repente passou pela sua cabeça. Ele

tinha ouro armazenado; ele poderia comprar sua saída dos portões
tão facilmente quanto qualquer outro ou simplesmente ordenar que
um deles fosse aberto o tempo suficiente para ele sair a cavalo. Mas
isso significaria passar o resto de sua vida cuidando de suas costas,
e qualquer um que chegasse perto poderia ser a pessoa enviada
para matá-lo.
Nem era muito diferente da vida que levava agora. Exceto pela
certeza de que mais cedo ou mais tarde alguém colocaria veneno em
sua sopa ou enfiaria uma faca em suas costelas.
Além disso, Birgitte, aquela cadela de olhos duros, era a mais

provável de ser culpada. Ou uma Aes Sedai. Ou talvez ela tenha
ofendido aqueles Próximos de alguma forma. No entanto, sempre
valeu a pena ser cauteloso. Seus dedos flexionaram em torno do
punho da adaga. Por enquanto levava uma boa vida, com muitos
confortos e muitas mulheres para impressionar ou assustar a se
submeter aos desejos de um capitão da Patrulha, mas viver fugindo
era sempre preferível à morte iminente.
Não foi fácil encontrar a rua certa, muito menos a casa certa
- uma rua estreita parecia muito com outra quando a escuridão os

engolia - mas ele foi com ela.
cuidadoso e finalmente se viu batendo nas portas duplas de um
prédio alto e sombrio que poderia pertencer a um próspero, mas
discreto comerciante. Só ele sabia que não era. Avarhin era uma
casa insignificante, desaparecida segundo alguns, mas da qual ainda
restava uma filha, e Shiaine era o dono do dinheiro.
Uma das portas se abriu e Hanlon rapidamente ergueu a mão para

proteger os olhos do clarão repentino da luz. A mão esquerda; a
direita, que segurava a adaga, a mantinha escondida e pronta.
Com os olhos semicerrados, ele espiou por entre os dedos e

reconheceu a mulher parada na porta com um simples vestido de
solteira escuro. Isso também não o fez baixar a guarda nem um
pouco.
"Dê-me um beijo, Falion", disse ele ao entrar. Com um olhar

malicioso, ele tentou atraí-la para ele. Usando a mão esquerda, é
claro.
A mulher de rosto comprido se livrou de sua mão e fechou a porta

firmemente atrás dele.
"Shiaine está trancada com um visitante no quarto do andar de

cima", disse ele calmamente, "e a cozinheira está no quarto dela."
Não há mais ninguém na casa. Pendure a capa no cabide. Direi a ele

que você veio, mas talvez tenha que esperar.
Hanlon limpou o olhar malicioso e baixou a mão. Apesar do rosto

atemporal, o melhor que se podia dizer de Falion era que ela era
uma boa moça, e mesmo isso seria um exagero, com seu olhar frio e
comportamento ainda mais frio, para completar. Ela não era o tipo de
mulher com quem ele escolheria para trocar carícias, mas
aparentemente um dos Escolhidos a estava punindo e ele deveria
fazer parte da punição, o que mudou as coisas; até certo ponto.
Nunca o incomodou brincar com uma mulher que não tinha escolha,
e certamente Falion não tinha nenhum. Seu vestido de solteira não
era uma farsa; ela fazia o trabalho de quatro ou cinco mulheres,
empregadas, empregadas e garotinha, dormindo quando podia e
curvando o pescoço sempre que Shiaine franzia a testa. Suas mãos
estavam ásperas e avermelhadas de lavar roupas e esfregar o chão.
No entanto, ele certamente sobreviveria ao seu castigo, e a única
coisa que faltava a Hanlon era uma Aes Sedai que guardava rancor
contra ele. De qualquer forma, não quando as circunstâncias
pudessem mudar antes que ela tivesse a chance de enfiar uma faca
em seu coração. Chegar a um acordo com ela tinha sido fácil, pois
ela parecia uma mulher prática. Quando os outros podiam vê-los, ele
a abraçava sempre que ela estava ao alcance, e se chegasse a hora,
ele a levaria para seu quartinho sob o beiral. Lá, eles bagunçaram as
roupas na cama estreita e depois se sentaram nela e trocaram
informações enquanto aguentavam o frio. Embora, a pedido dela, ele
tenha deixado alguns hematomas nela, apenas no caso de Shiaine
pensar em examiná-la para verificar. Ele esperava que a mulher não
esquecesse que tinha sido por ordem dela.
-Onde estão os outros? ele perguntou enquanto tirava sua capa e a

pendurava no cabide esculpido com estampa de leopardo. O som de
suas botas nos ladrilhos ecoou no teto alto do salão. Era um espaço
magnífico, com cornijas pintadas e várias cortinas valiosas sobre os
painéis esculpidos, que haviam sido polidos até um brilho tênue, bem
iluminado por luminárias de piso espelhadas e dourados suficientes
para caber no próprio Palácio Real, mas para assustá-lo. a
temperatura estava muito mais quente do que lá fora. Falion ergueu
uma sobrancelha para a adaga em sua mão e a embainhou com um
sorriso tenso. Ele poderia puxá-la mais rápido do que qualquer um
imaginaria, e sua espada quase tão rapidamente. As ruas
Eles estão cheios de ladrões à noite. Apesar do frio, ele tirou as
manoplas e as prendeu abaixo do cinto. Caso contrário, ele teria
dado a impressão de que se sentia em perigo. Se o pior
acontecesse, o peitoral seria suficiente.
"Eu não sei onde Marillin está," ela respondeu, olhando para trás
enquanto ela já estava se virando e juntando suas saias para subir
as escadas. Ele saiu antes do pôr do sol.
Murellin está no estábulo com seu cachimbo. Podemos conversar

depois que eu avisar Shiaine que você chegou.
Enquanto ele a seguia com o olhar enquanto ela subia as escadas,

ele grunhiu. Murellin, um sujeito grande que Hanlon não gostava de
ter nas costas, "se perdia" no celeiro atrás da casa sempre que
queria fumar um cachimbo porque Shiaine não gostava do cheiro do
tabaco grosso que ele usava; e como ele geralmente levava um copo
de cerveja ou mesmo uma caneca grande com ele, não era provável
que ele voltasse tão cedo. Marilin o preocupou mais. Ele também era
Aes Sedai, aparentemente sob o comando de Shiaine tanto quanto
Falion ou ele mesmo, mas com ela ele não tinha acordos. Também
não houve luta, mas por princípio ele desconfiava de qualquer Aes
Sedai, Ajah Negra ou não. Para onde ele teria ido? Para fazer o que?
O que um homem não sabia poderia matá-lo, e Marillin Gemalphin
passou muito tempo fazendo coisas que ele não sabia nada. Ele
estava chegando à conclusão de que havia muito sobre Caemlyn
que ele não sabia. Era hora de descobrir, se ele queria viver.
Uma vez que Falion desapareceu no andar de cima, ele foi direto do
corredor frio para a cozinha nos fundos da casa. A sala com paredes
de azulejos estava vazia, é claro - a cozinheira foi esperta o
suficiente para não enfiar o nariz para fora de seu quarto no porão,
uma vez que ela foi mandada para fora da sala.
noite — e a lareira e os fornos de ferro preto estavam frios agora,
mas havia um pequeno fogo na grande lareira de pedra que fazia da
cozinha um dos poucos cômodos quentes da casa.
Comparado com o resto, é entendido. Shiaine era mesquinha, exceto

quando se tratava de seu próprio conforto. Havia apenas um fogo lá
no caso de ele querer vinho quente ou gemada à noite.
Hanlon tinha ido à casa mais de uma dúzia de vezes desde sua
chegada a Caemlyn, e sabia em que armário os temperos eram
guardados e em qual cômodo da cozinha nunca faltava um barril de
vinho. Sempre um bom vinho. Shiaine não economizou nisso. Pelo
menos ele não o fez quando pretendia bebê-la.
Quando Falion voltou, ele tinha o pote de mel e um prato de gengibre

e cravo na mesa larga da cozinha, bem como um jarro cheio de
vinho, e ele estava atiçando o fogo com o atiçador.
Shiaine podia dizer 'venha agora' e isso significava 'agora', mas

quando ele queria deixar um esperando, ele poderia manter um até
quase o amanhecer antes de recebê-lo. Essas ligações sempre lhe
custavam horas de sono, maldita mulher!
"Quem é o visitante?" -Eu pergunto.
"Ele não deu seu nome." Eu não,” Falion respondeu, puxando uma
cadeira perto da porta do corredor para que ela não fechasse. Dessa
forma, um pouco do calor escassa escaparia, mas ela queria ouvir
Shiaine se ele a chamasse. Ou talvez ela quisesse ter certeza de
que a outra mulher não escutasse. Ele é um homem alto, rijo e
magro, com ar de soldado. Um oficial graduado ou talvez um nobre,
por causa de seus modos, e Andoreño, por causa de seu sotaque.
Ele parece inteligente e cauteloso. Suas roupas são bastante
simples, embora caras, e ele não usa anéis ou broches.
Ela fez uma careta para a mesa, virou-se para um armário aberto
perto da porta do corredor e colocou outra caneca de estanho ao
lado da que ela trouxe para ele. Não lhe passou pela cabeça colocar
dois. Ela tinha o suficiente para preparar o vinho para ele. Não
importa quão Aes Sedai ela fosse, ela era a serva.
No entanto, a mulher sentou-se à mesa e empurrou o prato de

especiarias para o lado, como se esperasse que ele o preparasse,
nada menos.
"Mas Shiaine teve dois visitantes ontem, menos cuidadoso do que

esse cara", Falion continuou. Um, o que veio de manhã, usava os
Javalis Dourados de Sarand nos punhos das luvas. Ele
provavelmente pensou que ninguém notaria os pequenos detalhes,
se isso lhe ocorresse. Ele era um homem de meia-idade, gorducho,
de cabelos loiros, que desprezava tudo e elogiava o vinho como se
estivesse surpreso por encontrar uma boa safra na casa. Eu queria
que Shiaine me batesse por não mostrar o devido respeito. Até isso
foi dito com uma voz calma e comedida. A única vez que ele a viu
mostrar algum impulso foi quando Shiaine a atingiu com a coleira.
Um provinciano que raramente esteve em Caemlyn, mas acha que
sabe como seus superiores se comportam, eu diria.
Ele pode ser reconhecido por uma verruga no queixo e uma pequena
cicatriz em forma de meia-lua ao lado do olho esquerdo.
O sujeito que veio à tarde era baixo e moreno, de nariz afilado e

olhos cautelosos, sem marcas ou cicatrizes que eu pudesse ver,
embora usasse um anel quadrado de granada na mão esquerda.
Ele era econômico nas palavras, mas carregava uma adaga com as
quatro Luas de Prata da Casa Marne no punho.
Hanlon cruzou os braços e encostou-se ao lado da lareira; ela

manteve o rosto impassível, embora quisesse franzir a testa. eu
tinha-me convencido
que o plano era que Elayne alcançasse o trono, embora o que
aconteceu em seguida permanecesse um mistério para ele. Ele tinha
sido prometido a essa mulher como uma rainha. Se ela estava ou
não usando uma coroa quando a pegou não dava a mínima, exceto
que tornou a história mais picante - quebrar aquela égua orgulhosa e
colocar a sela nela seria um prazer absoluto, mesmo que ela fosse
filha de um fazendeiro. , especialmente depois que ela foi morta! O
pirralho deu um corte como aquele naquele mesmo dia, na frente de
todas aquelas mulheres! — mas ter negócios com Sarand e Marne
indicava que Elayne poderia estar destinada a morrer sem coroa.
Talvez, apesar de todas as promessas de que poderia rolar com uma
rainha, ele tivesse sido colocado onde pudesse matá-la no momento
escolhido, quando a morte dela tivesse o resultado específico que
Shiaine buscava. Ou melhor, o Escolhido que lhe dera instruções.
Moridin, o indivíduo foi chamado, um nome que Hanlon nunca tinha
ouvido antes de entrar nesta casa. Isso não o incomodou. Se um
homem teve a coragem de se identificar como um dos Escolhidos,
ele não era estúpido o suficiente para questioná-lo. A possibilidade
de que não fosse nada mais do que uma adaga assassina em todo o
plano o incomodava.
Contanto que o punhal fizesse o trabalho, o que importava se ele

quebrasse ao fazê-lo? Muito melhor ser a mão no punho do que a
lâmina.
"Você viu ouro mudar de mãos?" -Eu pergunto-.
Você ouviu alguma coisa?
"Eu teria dito a você", disse ele friamente. E de acordo com nosso
acordo, é minha vez de perguntar.
Hanlon conseguiu esconder sua irritação por trás de uma expressão

de expectativa. Aquela mulher tola sempre perguntava sobre as Aes
Sedai que estavam no palácio ou sobre aquelas chamadas Membros
ou sobre as mulheres dos Marinheiros.
Perguntas estúpidas, como quem era amigo de quem, e

quem inimigo Quem estava falando em particular com quem ou
quem estava evitando quem. O que ele os ouvira dizer? Como se ele
não tivesse mais nada a ver com seu tempo do que espreitar os
corredores para espioná-los. Ela nunca mentiu para ele — havia uma
boa chance de que ela descobrisse a verdade, mesmo que estivesse
presa nesta casa como uma donzela; afinal de contas, ela era Aes
Sedai — mas estava achando cada vez mais difícil encontrar
qualquer coisa que ele já não lhe tivesse contado, e estava
convencida de que tinha de dar informações se esperasse recebê-las
em troca. Ainda assim, ele teve algumas fofocas naquele dia que
algumas das mulheres fuzileiros navais tinham ido embora e que
todas elas estavam no limite durante a maior parte do dia e pulando
por nada, como se fossem pingentes de gelo nas costas. Ele teria
que se contentar com isso. O que ele precisava saber era
importante, não fofoca sangrenta.
No entanto, antes que ela pudesse perguntar a ele, a porta da frente

se abriu. Murellin era tão grande que quase enchia a porta, mas
ainda assim o frio cortante entrou em uma rajada que sacudiu a
pequena fogueira e enviou faíscas pela chaminé até que o grande
homem fechou a porta. Ele não deu sinal de sentir frio; Claro que sua
jaqueta marrom parecia tão grossa quanto duas juntas.
Além disso, o homem não só tinha o tamanho de um boi, mas

também seu curto alcance. Ele deixou cair uma caneca alta de
madeira na mesa com um baque, enganchou os polegares no cinto
largo e olhou para Hanlon com ressentimento.
"Você está brincando com minha esposa?" ele resmungou.
Hanlon saltou. Não porque tivesse medo de Murellin, já que ele

estava do outro lado da mesa. O que o assustou foi a Aes Sedai se
levantando rapidamente da cadeira e pegando a jarra de vinho. Ele
derramou o gengibre e os cravos nele, acrescentou uma colher de
mel e girou o
jarro como se fosse misturar tudo; então ela usou uma dobra de sua
saia para pegar o atiçador do fogo e o mergulhou no vinho sem
verificar se já estava quente o suficiente. Em nenhum momento ele
olhou para Murellin.
-Sua esposa? Hanlon perguntou cautelosamente. ao qual o outro

homem respondeu com um sorriso.
-Quase. A senhora achou que eu poderia usar o que você não usa.
De qualquer forma, Fally e eu nos aquecemos à noite.
Murellin deu a volta na mesa, ainda sorrindo, mas agora na direção

da mulher. Um grito ecoou no corredor e o homem parou com um
suspiro, seu sorriso apagado.
"Falion!" A voz distante de Shiaine chamou secamente.
—. Leve Hanlon para cima agora e apresse-se!
Falion deixou cair a jarra na mesa com tanta força que o vinho
derramou pela borda, e ele se dirigiu para a porta antes que Shiaine
terminasse. Quando a outra mulher falou, Falion correu para
obedecer. Hanlon também se apressou, embora motivado por outro
motivo. Ele alcançou Falion e agarrou seu braço quando ela pisou no
primeiro degrau. Uma rápida olhada atrás dela revelou que a porta
da cozinha estava fechada. Talvez Murellin tenha sentido o frio.
Ainda assim, ele falou baixinho.
"O que foi aquilo?" -Eu pergunto.
"Não é da sua conta," ela respondeu secamente. Você pode me dar

algo para fazê-lo dormir? Qualquer coisa que eu possa colocar no
vinho? Qualquer coisa será tomada, independentemente do seu
sabor.
"Se Shiaine pensa que eu não estou obedecendo suas ordens, é

claro que é problema meu, droga, e você tem que entender que é o
caso se seu maldito cérebro é capaz de pensar mais do que duas
idéias."
Ela inclinou a cabeça e olhou para ele com altivez, fria como um
peixe.
-Isso não tem nada a ver com você. No que diz respeito a Shiaine,
eu ainda pertenço a você quando você está aqui. Tem coisas que
mudam, sabe? De repente, algo invisível agarrou seu pulso com
força e puxou sua mão para fora da manga. Algo mais agarrou seu
pescoço e apertou até que era impossível para ela inalar. Ele tateou
inutilmente com a mão esquerda em busca da adaga. O tom da
mulher permaneceu frio. Presumi que outras coisas mudariam de
acordo, mas Shiaine não pensa logicamente.
Ele diz que quando o Grande Lorde Moridin quiser reduzir minha
punição, ele dirá. Moridin me deu ela, e Murellin é sua maneira de
garantir que eu entenda isso. Sua maneira de garantir que eu saiba
que sou seu cachorro até que ele diga o contrário. De repente, ele
respirou fundo e a pressão foi liberada do pulso e pescoço de
Hanlon. Nunca o ar tinha um gosto tão doce. Você pode obter o que
eu pedi? ela perguntou, tão calma como se ela não tivesse apenas
tentado matá-lo com o Poder. A mera ideia de que isso o havia
tocado deu arrepios em Hanlon.
"Posso..." ele começou com a voz rouca, parando para engolir

enquanto esfregava a garganta. Era como se o laço do carrasco a
tivesse segurado com força.
Posso arranjar-te algo que te faça dormir um sonho do qual nunca

mais vais acordar. "Assim que fazer isso não fosse perigoso, ele a
estriparia como um ganso." Ela bufou com desdém.
“Eu seria o primeiro que Shiaine suspeitaria, e não importa se eu

cortar meus pulsos agora ou me opor a qualquer coisa que ela
decida fazer. Tudo que você tem a fazer é dormir durante a noite.
Deixe o pensamento para mim e será melhor para nós dois. Ele
colocou a mão no poste.
esculpindo no corrimão e olhou para as escadas. Ir. Quando diz
agora, é agora.
Pena que não podemos enforcá-la como um ganso esperando a

faca. Ele a seguiu, e seus passos nos degraus ecoaram no corredor;
então lhe ocorreu o pensamento de que não ouvira o visitante partir.
A menos que a casa tivesse uma saída secreta que ele não
conhecia, havia apenas a porta da frente no corredor, além da porta
da cozinha, e você tinha que passar por ela para chegar a outra
porta nos fundos do prédio. Nesse caso, parecia que ele ia encontrar
aquele soldado. Talvez fosse para ser uma surpresa. Com um
movimento sub-reptício, ele afrouxou a adaga em sua bainha.
Como esperado, na sala de estar um fogo ardia na ampla lareira de

mármore com veios azuis.
Era uma sala que valia a pena saquear, com vasos de porcelana
Mariner nas mesas laterais com bordas douradas e tapetes e tapetes
que renderiam um bom dinheiro. Só que agora um dos tapetes não
valia nada. Quase no centro da sala havia um embrulho coberto com
um cobertor, e se o cara embaixo dele não tivesse manchado de
sangue nele, Hanlon comeria as botas saindo da beirada.
Shiaine estava sentado em uma cadeira esculpida; Ela era uma

mulher bonita, usando um vestido de seda azul bordado com ouro,
cingido com um cinto de ouro trançado e um colar de ouro grosso em
volta do pescoço esguio.
Seu cabelo castanho lustroso caía sobre seus ombros, embora

estivesse amarrado para trás em uma rede de renda. À primeira vista
ela parecia delicada, mas suas feições tinham algo da astúcia
vulpina e seu sorriso nunca se refletia em seus grandes olhos
castanhos. Nesses momentos
ele usou um lenço com borda de renda para limpar uma pequena
adaga que estava encimada por uma gota de fogo no punho.
— Vá dizer a Murellin que tenho um... caroço para ele se desfazer

mais tarde, Falion. — ele disse perfeitamente calmo.
Falion manteve o rosto impassível e frio como mármore, mas antes

de sair correndo da sala fez uma reverência que talvez não tivesse
um certo servilismo.
Observando a mulher e sua adaga com o canto do olho, Hanlon

caminhou até o embrulho coberto e se abaixou para pegar uma
ponta do cobertor. Olhos azuis vítreos permaneceram abertos em um
rosto que, se estivesse vivo, teria sido considerado duro. Os mortos
sempre pareciam mais suaves. Aparentemente ele não tinha sido tão
cauteloso nem tão inteligente quanto Falion acreditava que ele fosse.
Hanlon soltou a ponta do cobertor e se endireitou.
"Ele disse algo para aborrecê-la, minha senhora?" -Eu pergunto

suavemente- Quem era?
Ele disse várias coisas. Ele pegou a adaga e examinou a pequena

lâmina para se certificar de que estava limpa, então a enfiou em uma
bainha incrustada de ouro que ele usava na cintura.
Diga-me, o bebê de Elayne é seu?
"Eu não sei quem o gerou", disse ele, franzindo a testa. Por que,
minha senhora? Você acha que eu fiquei mole? A última puta que
disse que eu a engravidei, eu a coloquei em um poço para esfriar a
cabeça dela e fiz com que ela ficasse lá. Em uma das mesas laterais
havia uma jarra de vinho de gargalo comprido e duas taças de prata
em uma bandeja. Isso é seguro para beber?
ele perguntou enquanto olhava para os óculos. Ambos tinham vinho

no fundo, mas um pouco "adicionado" a um
Um deles poderia ter feito do morto uma presa fácil.
"Catrelle Mosenain, filha de um ferreiro Maerone", disse a mulher tão

levemente como se fosse do conhecimento geral, e Hanlon quase se
encolheu de surpresa. Você abriu a cabeça dela com uma pedra
antes de jogá-la no poço, sem dúvida para salvá-la de se afogar.
"Como diabos ele sabia o nome daquela cadela, muito menos o

detalhe da pedra?" Até ele tinha esquecido como se chamava. Não,
duvido que fosse tão suave, mas não gostaria de descobrir que
estava beijando Lady Elayne sem me informar. Não, eu não gostaria
de nada.
De repente, franzindo a testa para o lenço manchado de sangue em

sua mão, ela se levantou agilmente até a lareira e o jogou nas
chamas.
Ele ficou ali, aquecendo-se, sem olhar para Hanlon.
“Você pode providenciar para que alguns dos seanchan escapem?
Melhor se puderem ser os dois tipos, os que chamam" — pronunciou

sul'dam
e aqueles que chamam damane
os termos estranhos com
certa dificuldade —, mas se não puder, serve. então, com alguns

libertarão alguns dos outros.
sul'dam
deles, eles
-Talvez. Trovões e relâmpagos, ele pulou de uma coisa para outra

ainda mais do que Falion esta noite. Não será fácil, minha senhora.
Estão todos bem conservados.

"Eu não perguntei se era fácil", disse ele sem levantar os olhos das
chamas. Você pode tirar os guardas das mercearias? Eu ficaria
satisfeito se alguns deles queimassem.
Estou cansado de tentativas que sempre falham.
"Eu não posso fazer isso", ele murmurou. A menos que você queira
que eu me esconda imediatamente depois. Eles mantêm um registro
de comandos que fariam um Cairhienin encolher. E não faria muito
bem de qualquer maneira.
com aquelas malditas entradas pelas quais mais carrinhos chegam a
cada dia. "Para dizer a verdade, não me arrependi de nada disso."
Ele estava preocupado com os meios usados, é claro, mas isso não
o incomodava. De qualquer forma, ele esperava que o palácio fosse
o último lugar em Caemlyn a passar fome; ele havia sobrevivido a
cercos em ambos os lados das linhas e não tinha intenção de voltar
a ferver suas botas para estoque. No entanto, Shiaine queria
incêndios.
“Outra resposta que eu não pedi. A mulher balançou a cabeça, ainda

olhando para as chamas, não para ele. Mas talvez algo possa ser
feito a respeito. Quão perto você está de... se deliciar com a afeição
de Elayne? ele perguntou afetadamente.
"Mais do que no dia em que cheguei ao palácio," ele rosnou, olhando

para as costas da mulher.
Ele teve o cuidado de não ofender aqueles que o Escolhido colocou

acima dele, mas esta cadela estava testando sua paciência. Eu
poderia quebrar aquele pescoço fino como um galho! Para que suas
mãos não fossem para a garganta da mulher, ele encheu um dos
copos e segurou-o sem a intenção de beber. Com a mão esquerda, é
claro.
Só porque já havia um homem morto no chão não significava que ele

não tinha planos para dois corpos. Mas tenho que ir devagar. Não é
como encurralá-la em um canto e deslumbrá-la até que ela derreta.
"Acho que não", disse Shiaine com a voz embargada. Ela não é o
tipo de mulher com quem você está acostumado a lidar.
-Ele estava rindo? Do? Foi apenas com grande esforço que ele se
impediu de jogar o copo e estrangular aquele cara com cara de
raposa.
De repente, a mulher se virou, e Hanlon piscou quando ela

casualmente colocou a adaga de volta na bainha. não havia
Visto puxar a maldita arma! Ele tomou um gole de vinho sem pensar
e quase engasgou ao perceber o que tinha feito.
"Você gostaria de ver Caemlyn demitido?" ela perguntou.
"Muito, se eu tiver boa companhia às minhas costas e passagem

livre para os portões." "O vinho não pode ser perigoso." Duas xícaras
significavam que ela também bebera, e se ela tivesse tomado a do
morto, não haveria veneno suficiente para deixar um camundongo
doente. É isso que você quer? Eu sigo ordens, assim como qualquer
outra pessoa. “Ele fez quando parecia provável sobreviver a eles ou
quando eles vieram dos Escolhidos.
Desobedecê-los era tolice; de tolos mortos. Mas às vezes ajuda

saber mais do que "vai lá e faz isso e aquilo". Se você me contar o
que está fazendo aqui em Caemlyn, posso ajudá-lo a alcançar seu
objetivo mais cedo.
-Claro. Shiaine sorriu com dentes, embora seus olhos

permanecessem impassíveis como um pedaço de rocha. Mas
primeiro me diga por que você tem sangue fresco em sua luva. Ele
retribuiu o sorriso dela.
"Um assaltante azarado, minha senhora." “Talvez ele tenha enviado

o homem ou talvez não, mas acrescentou o pescoço da mulher à
lista daqueles que pretendia cortar. E, claro, eu também poderia
acrescentar o de Marillin Gemalphin.
Afinal, o único sobrevivente era aquele que podia contar o que havia
acontecido.
16
A QUESTÃO DAS NEGOCIAÇÕES
O sol da manhã estava nascendo no horizonte, deixando a parte

mais próxima de Tar Valon ainda na sombra, mas a E
neve que cobria tudo brilhava. A própria cidade parecia brilhar por
trás das paredes brancas, todas magnificamente coroadas com
torres e estandartes, mas para Egwene, sentada em seu cavalo
castrado na margem do rio acima da cidade, parecia mais distante
do que realmente estava. O Erinin inchou mais de duas milhas neste
ponto, e o Alindrelle Erinin e Osendrelle Erinin, que fluíam em ambas
as extremidades da ilha, devem ter sido quase a metade disso, de
modo que Tar Valon parecia estar no meio de um grande lago. ,
inalcançável apesar das imensas pontes que atravessavam a
corrente acima dela para que os navios pudessem navegar
facilmente por baixo dela. A própria Torre Branca, um
sólido pináculo cor de osso elevando-se a uma altura incrível no
coração da cidade, encheu seu próprio coração com um desejo
furioso por casa. Não por Dois Rios, mas pela Torre. Aquela era sua
casa agora. Uma fina coluna de fumaça chamou sua atenção, uma
tênue linha preta subindo na margem oposta atrás da cidade, e ele
franziu a testa. ele chutou a neve, mas um Daishar tapinha no
pescoço foi suficiente para acalmar o ruão.
Sua amazona precisaria de muito mais para se acalmar. A saudade

era o menos importante. Minúsculo, comparado ao resto.
Com um suspiro, ele descansou as rédeas no alto pomo da sela e

espiou pela longa viseira de bronze. A capa escorregou, expondo um
ombro, mas ele ignorou o frio que fez sua respiração fumegar e
levantou a mão para proteger a lente frontal do brilho do sol. As
paredes pareciam se aproximar de repente.
Concentrou-se nos braços altos e curvos do Porto Norte que se

projetavam rio acima. As pessoas se moviam propositalmente em
cima das ameias que cercavam o porto, mas ela mal conseguia
distinguir homens de mulheres àquela distância.
Ainda assim, ela estava feliz por não estar usando a estola de sete
cores e que seu rosto estava escondido pelo capuz no caso de
alguém aqui ter um visor mais poderoso que o dela. A larga boca do
porto artificial estava bloqueada por uma imensa corrente de ferro,
estendida vários metros acima da água.
Pequenos pontos na superfície – pássaros pesqueiros mergulhando

no porto – demonstravam a magnitude da cadeia.
Seriam necessários dois homens para erguer um dos elos de um

passo. Um barco a remo poderia passar por baixo dessa barreira,
mas nenhum navio de qualquer tamanho passaria a menos que a
Torre Branca permitisse.
Claro, a corrente era apenas para manter os inimigos afastados.
"Lá estão eles, mãe," Lord Gareth Bryne murmurou, e Egwene

baixou a viseira.
O general deles era um homem atarracado, usando uma couraça

simples e gasta sobre o paletó marrom, sem um toque de ouro ou
bordado. Seu semblante rude e envelhecido podia ser visto atrás das
barras de seu capacete, e os anos lhe deram uma espécie de calma
reconfortante. Bastava olhar para Gareth Bryne para saber que se o
Poço da Perdição se abrisse diante dele, o homem suprimiria seu
medo e faria o que precisava ser feito.
E outros homens seguiriam. Ele provou em campo de batalha após

campo de batalha que segui-lo era o caminho para a vitória. Um bom
homem para ter ao seu lado. Os olhos de Egwene seguiram a
direção indicada pela mão enluvada, rio acima.
De um ponto de terra cinco, seis — não, sete — barcos fluviais

começavam a surgir, navegando rio abaixo pelo Erinin.
Eram grandes navios, como se entende por via navegável, um com

três mastros; suas velas triangulares ondulavam, seus longos remos
cavando com força na água azul-esverdeada para aumentar um
pouco mais a velocidade. Tudo na nave traía um desejo ardente de
se mover rapidamente, a ânsia de chegar a Tar Valon agora! O rio
era fundo o suficiente aqui para que os barcos pudessem navegar
quase a poucos passos das margens em alguns lugares, mas eles
atravessaram a água quase em fila indiana, tão perto do centro da
corrente do Erinin quanto a força do vento levaria. remadores
permitidos. Marinheiros agarrados às pontas dos postes observavam
as margens e não procuravam possíveis baixios.
Na verdade, eles não tinham nada a temer, desde que ficassem fora
do alcance da proa. É verdade que, de onde Egwene estava sentada
a cavalo, ela poderia ter incendiado todos os navios ou simplesmente
feito buracos em seus cascos para que afundassem. Em questão de
segundos. Mas isso significaria que alguns dos que estavam a bordo
se afogariam. As correntes eram fortes, a água estava gelada e a
distância para nadar até a praia era longa; Até para quem sabe
nadar. Mesmo uma única morte transformaria seu uso do Poder em
uma arma. Ela tentou agir como se já tivesse feito os Três
Juramentos e eles protegeram esses navios dela e de quaisquer
outras irmãs. Uma irmã que havia jurado no Bastão Juramentado
não poderia usar esses tecidos mesmo que se forçasse a fazê-lo,
talvez nem fosse capaz de realizá-los, a menos que estivesse
convencida de que estava em perigo imediato pelos navios. Mas,
aparentemente, nem os capitães nem as tripulações pareciam
acreditar em tal coisa.
À medida que os navios se aproximavam, gritos abafados pela

distância atravessavam a água. Ela e Gareth foram apontados pelos
vigias nos ninhos de corvos, e ficou imediatamente óbvio que eles a
tomaram por uma Aes Sedai com seu Guardião.
Ainda assim, os capitães não estavam dispostos a correr o risco de

que não fosse. Um instante depois, o ritmo dos remos aumentou. Só
um pouquinho, mas os remadores trabalharam duro para conseguir
esse pouquinho. Uma mulher no tombadilho do primeiro navio,
certamente o capitão, acenou com os braços como se precisasse de
mais esforço, e um punhado de homens começou a correr ao longo
do navio, apertando uma linha ou soltando outra para mudar o
ângulo do navio. velas, embora Egwene não visse nada a ganhar
com isso. Nos conveses estavam homens
Não eram marinheiros, e a maioria estava amontoada nas grades da
amurada, alguns espiando pelas viseiras. Alguns pareciam calcular a
distância que faltava para alcançar a segurança do porto.
Egwene pensou em tecer um sinalizador, uma explosão de luz,

talvez acompanhada por um estrondo alto, logo acima dos navios.
Isso deixaria claro para qualquer um que os montasse e tivesse meio
cérebro que nem a velocidade nem a distância os protegiam, apenas
o compromisso dos Três Juramentos. Eles deveriam saber que
estavam a salvo das Aes Sedai. Egwene exalou alto, balançou a
cabeça e se repreendeu. Aquele tecido simples também chamaria
atenção na cidade, certamente muito mais do que a aparência de
uma irmã solteira. As irmãs costumavam ir às margens do rio para
contemplar Tar Valon e a Torre. Mesmo que a única reação à sua
exibição de luzes fosse outra exibição de réplica, uma vez que essa
competição começasse, poderia ser muito difícil parar. Uma vez
iniciados, problemas como esse podem aumentar até ficarem fora de
controle. Do jeito que estava, já havia uma chance muito boa disso
acontecer, e ainda mais nos últimos cinco dias.
"O capitão do porto não deixou entrar mais de oito ou nove navios
por vez desde que chegamos aqui", comentou.
Gareth quando o navio líder passou por eles, mas os capitães

parecem ter calculado o tempo e o tempo. Outro punhado aparecerá
em breve, chegando à cidade no momento em que a Guarda da
Torre estiver convencida de que esses caras estão realmente vindo
para se alistar. Jimar Chubai sabe que deve me impedir de colocar
meus homens naqueles barcos. Ele tem mais guardas nos portos do
que em qualquer outra posição, exceto torres de pontes, e
muitos em outros sites, até onde eu sei. No entanto, isso vai mudar.
A chegada dos navios começa com a primeira luz do dia e continua
quase até o anoitecer, aqui e também em Puerto del Sur. Este grupo
não parece carregar tantos soldados quanto a maioria.
Qualquer plano é brilhante até o dia chegar, mãe, mas depois você
tem que se adaptar às circunstâncias para não acabar
sobrecarregado.
Egwene fez um som irritado. Devia haver um total de duzentos

passageiros ou mais naqueles sete navios.
Alguns seriam mercadores ou comerciantes ou outros viajantes

inocentes, mas o sol baixo brilhava em capacetes e couraças e
discos de aço costurados em guarda-costas de couro.
Quantos navios chegavam por dia? Qualquer que fosse o número,

um fluxo constante de homens invadia a cidade para se alistar sob o
comando do major Chubai.
"Por que os homens sempre correm para
matar ou ser morto? ela murmurou irritada.
Lorde Gareth olhou para ela calmamente. Montado no cavalo, um

enorme castrado castanho com uma linha branca no nariz, ele
parecia uma estátua.
Às vezes, Egwene achava que entendia um pouco como Siuan se

sentia em relação a esse homem. Às vezes ela achava que valeria a
pena qualquer esforço para assustá-lo, apenas pela pura alegria de
vê-lo perder a fleuma.
Infelizmente, ela sabia a resposta para sua pergunta tão bem quanto
ele.
Pelo menos quando se tratava de homens se tornando soldados. Ah,

sim, houve muitos que correram em apoio a uma causa ou em
defesa do que achavam certo, e alguns que buscavam aventura,
qualquer que fosse a ideia que tivessem do que era. Ainda assim, a
verdade pura e simples era que, empunhando uma lança ou uma
lança, um homem poderia ganhar o dobro por dia do que ganharia.
por andar atrás do arado de outro homem, e triplicou se conseguisse
cavalgar bem o suficiente para se juntar à cavalaria. Arqueiros e
besteiros estavam em um meio-termo. O homem que trabalhou para
outra pessoa pode sonhar em ter sua própria fazenda ou loja um dia,
ou um começo para essa conquista para seus filhos, mas certamente
ele já ouviu milhares de histórias de homens que se alistaram por
cinco ou dez anos e voltaram para casa com ouro suficiente para
viver confortavelmente, ou de outros que se tornaram generais e até
senhores. Para um homem pobre, Gareth disse sem rodeios, olhar
para a ponta de uma lança pode ser uma visão melhor do que a
traseira do cavalo de batalha de outro homem. Mesmo que com o
pique fosse mais provável que morresse do que ganhasse glória e
fortuna. Uma maneira amarga de olhar para isso, mas Egwene supôs
que a maioria dos homens naqueles navios também viam assim.
Claro que ela reuniu seu exército dessa maneira. Para cada homem
que queria ver o usurpador ser expulso do Trono de Amyrlin, para
cada homem que sabia com certeza quem era Elaida, havia dez —
se não cem — que se juntaram a ela pelo pagamento. Alguns dos

homens do navio levantaram as mãos para que os guardas nas
muralhas do porto pudessem ver que não tinham armas.
"Não", disse ele, e Lord Gareth suspirou.
“Mãe, enquanto os portos permanecerem abertos, Tar Valon comerá

melhor do que nós e, em vez de enfraquecer de fome, a Guarda da
Torre ficará mais forte e mais numerosa. Sua voz ainda estava
calma, mas suas palavras não eram tranquilizadoras. Duvido muito
que Elaida permita que Chubai saia e nos ataque, tanto quanto eu
gostaria que ele fizesse.
Cada dia que você espera aumenta a conta do açougueiro que

teremos que
pagar mais cedo ou mais tarde. Desde o primeiro momento eu disse
que no final teria que ser um assalto e isso não mudou, mas todo o
resto mudou. Mande as irmãs colocarem eu e meus homens dentro
das muralhas agora, e eu posso levar Tar Valon.
Não será sem sangue. Nunca é. Mas eu posso tomar a cidade para
você. E eles morrerão menos do que se você adiar.
O estômago de Egwene deu um nó e apertou até que ela mal

conseguia respirar. Cuidadosamente, passo a passo, ela realizou
exercícios de iniciante para soltá-lo. As margens continham o rio,
guiando-o sem controlá-lo. A calma a envolveu, a penetrou.
Muitas pessoas começaram a ver usos para portões e, de certa

forma, Gareth representava o pior deles. Seu ofício era a guerra e
ele era muito bom nisso. Assim que soube que um portal podia
transportar muito mais do que um pequeno grupo de pessoas ao
mesmo tempo, percebeu as implicações. Mesmo as muralhas de Tar
Valon, situadas fora do alcance de qualquer catapulta de assalto que
não estivesse montada em um navio e construída com o Poder para
que mesmo a maior catapulta não pudesse amassá-las, poderiam
muito bem ser feitas de papel.
exército que poderia viajar. Mas, quer Gareth Bryne soubesse ou

não, outros homens aproveitariam a ideia. Aparentemente, o
Asha'man já tinha feito isso. A guerra sempre foi horrível, mas ia ser
ainda mais.
"Não", ele repetiu. Eu sei que as pessoas vão morrer antes que isso
acabe. — A Luz a ajudou, ela podia vê-la morrer apenas fechando os
olhos. Ainda assim, mais pessoas morreriam se ele tomasse as
decisões erradas, e não apenas aqui.
Eu tenho que manter a Torre Branca viva para lutar em Tarmon

Gai'don, ficar entre o mundo e o Asha'man, e a Torre morrerá se ela
se tornar irmã.
irmãs lutando nas ruas de Tar Valon. “Tal coisa aconteceu uma vez.
Ele não podia se dar ao luxo de passar um segundo. Se a Torre
Branca morrer, a esperança morre. Eu não deveria ter que repetir
isso para você. ele bufou e sacudiu a cabeça para cima Daishar e
para baixo, puxando o cabresto como se sentisse sua irritação, mas
Egwene segurou as rédeas com firmeza e guardou a viseira no
estojo de couro que carregava na sela. As aves pararam de pescar e
levantaram voo quando a grossa corrente que fechava o Porto Norte
se soltou e começou a descer. Afundaria o suficiente na água antes
que o primeiro navio chegasse à foz. Há quanto tempo ela não chega
a Tar Valon pela mesma rota? Além da memória, parecia. Uma era
atrás. Era outra mulher que desembarcou na praia para ser recebida
pela Mestra das Noviças.
Gareth balançou a cabeça, estremecendo ao mesmo tempo.
Ele nunca desistiu, não é?
“Você tem que manter a Torre Branca viva, mãe, mas meu trabalho é
entregá-la a você. A menos que as coisas tenham mudado que eu
não saiba. Vejo irmãs sussurrando e espiando por cima do meu
ombro, embora não saiba por quê. Se você ainda quer a Torre, terá
que lançar o ataque, e melhor mais cedo ou mais tarde.
De repente a manhã parecia mais escura, como se as nuvens

tivessem escondido o sol. O que quer que ele fizesse, os mortos iam
se empilhar como feixes de lenha, mas ele precisava manter a Torre
Branca viva. Tinha que fazê-lo.
Quando não havia boas opções, era preciso escolher a menos ruim.
"Já vi o suficiente aqui", disse ele calmamente. Dando uma última

olhada na fina coluna de fumaça subindo atrás da cidade, ele se
virou
Daishar
em direção à folhagem que se erguia a cem passos da praia, onde
sua escolta esperava entre as sempre-vivas e as faias e bétulas
nuas.
Duzentos cavaleiros leves, vestidos com couraças de couro fervido

ou jaquetas cobertas com discos de metal, sem dúvida chamariam a
atenção para sua aparição na margem do rio, mas Gareth a
convencera da necessidade desses homens com suas lanças leves
e arcos curtos. Inconfundivelmente, a fumaça na margem oposta
subia de carroças ou provisões em chamas.
Pequenas picadas, mas não falharam nenhuma noite; às vezes era

um, às vezes dois ou três, até que todos procuravam fumaça todas
as manhãs quando acordavam. Caçar os assaltantes tinha sido
impossível até agora. Tempestades repentinas foram desencadeadas
sobre os perseguidores ou vendavais gelados ou as pegadas
simplesmente desapareceram de repente, com a neve lisa e macia,
como se recém caída, além das últimas marcas dos cascos. O
resíduo de tecido deixava bem claro que eles estavam sendo
ajudados por Aes Sedai, e não havia sentido em arriscar a ideia de
que Elaida não tinha homens e talvez irmãs também deste lado do
rio. Poucas coisas agradariam mais a Elaida do que colocar as mãos
em Egwene al'Vere.
Eles não eram sua escolta inteira, é claro. Além de Sheriam, sua
Guardiã, ela havia saído naquela manhã acompanhada de outras
seis Aes Sedai, e as que estavam com Guardiãs as levaram com
elas, de modo que atrás das irmãs havia oito homens com capas de
cores inconstantes que ondulavam como o vento. agitou-os de
maneira vertiginosa, além de fazer desaparecer partes dos homens e
cavalos camuflando-se com as cores dos troncos das árvores.
Conscientes do perigo - pelo menos dos assaltantes - cientes de que
seus Aes
Sedai estavam tensos como fontes prestes a brotar, observando o
bosque ao redor como se os cavaleiros não estivessem ali. A
segurança de sua própria Aes Sedai era sua principal preocupação e
eles não confiavam em ninguém com essa segurança. Sarin, um
cara de barba preta e costas gordas, não porque fosse muito baixo,
mas muito largo, estava tão perto de Nisao que parecia diminuir
ainda mais o pequenino Amarelo.
Jori conseguiu parecer imponente ao lado de Morvrin, embora ele

fosse mais baixo que ela; embora tão largo quanto Sarin, era muito
baixo, mesmo para um Cairhienin. Os três Guardiões de Myrelle – os
três que ela admitiu ter – se aglomeraram ao redor dela a ponto de
ela não conseguir mover seu cavalo sem empurrar o deles para fora
do caminho. O Setagana de Anaiya, esbelto, moreno e tão bonito
quanto pouco atraente, quase conseguiu envolvê-la sozinho, e
Tervail, com seu nariz proeminente e rosto cheio de cicatrizes, fez o
mesmo com Beonin. Carlinya não tinha Guardião, o que não é
incomum para um Branco, mas ela examinou os homens de seu
capuz profundo e forrado de pele como se pensasse em encontrar
um.
Não muito tempo atrás, Egwene teria hesitado antes de ser vista com
aquelas seis mulheres. Eles e Sheriam juraram fidelidade a ele por
várias razões, e nem eles nem Egwene queriam que tal coisa fosse
conhecida ou mesmo suspeitada.
Ela tinha sido o meio de influenciar os eventos tanto quanto podia

quando todos pensavam nela como uma figura de proa, uma criança
Amyrlin que o Salão da Torre podia usar como quisesse e a quem
ninguém prestava atenção. A Antecâmara havia perdido sua
concepção errônea dela quando ela o fez declarar guerra a Elaida,
finalmente admitindo sua intenção desde que fugiram da Torre, mas
isso só fez a Antecâmara ficar parada.
A antecâmara — como os Ajahs — se preocuparia com o que ele
faria em seguida e tentaria descobrir como garantir que o que quer
que fosse tivesse sua aprovação. Os Sitters ficaram surpresos
quando Egwene aceitou sua sugestão de criar um conselho, com
uma irmã de cada Ajah, para aconselhá-la com sua sabedoria e
experiência. Ou talvez pensassem que o sucesso da declaração de
guerra havia subido à cabeça dele.
Claro, ela havia dito a Morvrin, Anaiya e as outras para se

certificarem de que elas eram as irmãs escolhidas, e todas as seis
tinham prestígio suficiente em seus Ajahs para fazê-lo; e eles
conseguiram, embora por uma margem estreita. A essa altura, ele já
vinha recebendo conselhos dela há semanas, embora nem sempre
os seguisse, só que agora não havia mais necessidade de organizar
reuniões furtivas ou passar mensagens secretamente.
No entanto, alguém aparentemente se juntou a eles enquanto

Egwene olhava para a Torre.
Sheriam, vestindo a estola azul do escritório sobre o manto, fez uma

reverência muito formal de sua cadeira. A mulher de cabelos ruivos
podia agir com incrível formalidade de vez em quando.
“Mãe, sente-se Delana deseja falar com você,” ela anunciou como se
Egwene não pudesse ver a robusta irmã Grey montada em uma
égua cinzenta quase tão escura quanto a montaria de Sheriam.
Sobre um assunto de alguma importância, em suas palavras. O leve
indício de aspereza significava que Delana não tinha contado a ela
qual era o negócio e Sheriam não deve ter gostado disso. Ela
poderia ser muito ciumento de sua posição.
"Em particular, por favor, mãe", disse Delana, afastando o capuz

escuro para revelar seus cabelos quase prateados. Seu tom de voz
era
Profundo para uma mulher, mas não havia nele a urgência de
alguém com negócios urgentes para tratar.
Sua presença era em si uma surpresa. Delana frequentemente

apoiava Egwene na Antecâmara da Torre, quando os Sitters
questionavam se uma decisão em particular dizia respeito à guerra
contra Elaida. Isso significava que a Antecâmara era obrigada a
apoiar as ordens de Egwene como se estivessem em pleno
consenso. Eles queriam derrubar Elaida; mas se ele a tivesse
deixado em suas mãos, a Antecâmara não teria feito nada além de
discutir. Honestamente, porém, o apoio de Delana nem sempre foi
bem-vindo. Um dia ela poderia agir como a cara de um negociador
Grey em busca de consenso, e no próximo ela seria tão estridente
em seus argumentos que todos os Sitters que a ouviram se irritaram
com ela. Também havia causado um rebuliço de outras maneiras.
Em pelo menos três ocasiões, ele exigiu que o Salão fizesse uma
declaração formal de que Elaida pertencia à Ajah Negra, o que
inevitavelmente levou a um silêncio constrangedor até que alguém
anunciasse que a sessão estava encerrada. Poucos estavam
inclinados a falar abertamente da Ajah Negra. Em vez disso, Delana
discutiu tudo, desde como encontrar roupas adequadas para
novecentos e oitenta e sete noviças até se Elaida tinha algum apoio
secreto entre as irmãs, outro tópico que levantou bolhas na maioria
das Aes Sedai. A questão agora era por que ela tinha saído tão cedo
e sozinha.
Ele nunca se aproximou de Egwene sem estar na companhia de um

ou mais Sitters. Os olhos azuis pálidos de Delana revelaram tão
pouco quanto seu semblante de Aes Sedai.
"Enquanto cavalgamos", respondeu Egwene.
Queremos um pouco de privacidade", acrescentou quando Sheriam

abriu
a boca-. Fique mais para trás com os outros, por favor. Os olhos
verdes do Guardião adquiriram uma dureza que quase parecia raiva.
Eficiente em seu papel de Guardiã e com ciúmes dele, ela depositou
suas esperanças em Egwene e não fez segredo de sua aversão por
ser excluída de qualquer reunião que Amyrlin realizasse. Irritada ou
não, ela inclinou a cabeça em conformidade após uma ligeira
hesitação. Sheriam nem sempre sabia quem era o chefe, mas agora
sabia.
A terra se elevava do rio Erinin; não em colinas, mas simplesmente

subindo em direção ao monstruoso pico a oeste, tão imenso que
parecia ridicularizar o termo "montanha". O Monte do Dragão teria
superado qualquer outro cume, mesmo da Coluna Vertebral do
Mundo; na região relativamente plana ao redor de Tar Valon, sua
crista nevada parecia alcançar o céu, especialmente quando um fio
de fumaça subia do pico irregular, como aconteceu então. Um fio de
fumaça naquela altura seria algo completamente diferente quando
visto de perto. As árvores pararam de crescer na metade da encosta
de Dragonmount, e ninguém jamais conseguiu chegar ao topo ou
mesmo perto dela, embora suas encostas estivessem repletas de
ossos daqueles que tentaram. Nem ninguém explicou por que
alguém queria experimentá-lo. Às vezes, a longa sombra noturna da
montanha se estendia até a cidade. As pessoas que viviam na região
estavam acostumadas a ver o Monte do Dragão dominando a
paisagem, assim como estavam acostumados com a Torre Branca
erguendo-se acima das muralhas da cidade e visível por quilômetros.
Ambos eram complementos imutáveis integrados à paisagem, que ali
esteve e sempre estará.
Foram as colheitas e os ofícios que ocuparam a vida de

o povo e o alimentou, não as montanhas ou as Aes Sedai.
Nas pequenas aldeias de dez ou doze casas de pedra com telhados

de palha ou ardósia, e nas cidades ocasionais com cem casas,
crianças brincando na neve ou carregando baldes de água de poços
paravam para olhar as crianças. a cavalo pelos caminhos de terra
que serviam de estradas quando não estavam cobertos de neve.
Eles não carregavam estandarte, mas alguns soldados usavam a
Chama de Tar Valon bordada em seus mantos ou mangas de
jaquetas, e os estranhos mantos dos Guardiões revelavam que pelo
menos algumas das mulheres eram Aes Sedai. Mesmo tão perto da
cidade, as irmãs não tinham sido muito vistas até recentemente, e
elas ainda eram algo que fazia os olhos das crianças brilharem.
Claro, os próprios soldados certamente estavam muito próximos em
sua lista de maravilhas. As fazendas que forneciam comida para Tar
Valon cobriam grande parte do país, com campos cercados de
paredes de pedra ao redor de casas que cresceram ao longo dos
anos e celeiros altos de pedra ou tijolo, com bosques e bosques e
bosques entre eles, e os grupos que as crianças da fazenda
costumavam correr a uma curta distância com a matilha, saltando
pela neve como lebres. A agitação do inverno mantinha a maioria
dos adultos dentro de casa, mas aqueles que se aventuravam do
lado de fora, empacotados com montes de roupas para evitar o frio,
mal poupavam os soldados, os Guardiões ou as Aes Sedai. A
primavera chegaria em breve, e com ela o tempo de arar e plantar, e
o que as Aes Sedai fizessem não teria influência nisso. Eu gostaria
que a Luz não.
Não havia sentido em ter guardas a menos que eles estivessem
marchando como se esperassem um ataque, e Lord Gareth havia
organizado um grande grupo de cavaleiros na vanguarda, bem como
linhas nos flancos, com outros na retaguarda, enquanto liderava a
maior parte dos soldados. o grupo logo atrás dos Guardiões que
seguiam Sheriam e o
"conselho" em seus calcanhares. Todos formaram um longo círculo

ao redor de Egwene, e Egwene quase podia imaginar que estava
cavalgando sozinha com Delana se não olhasse em volta. Ou se ele
olhou para frente. Em vez de incitar o Assistente Cinzento a falar —
havia um longo caminho até o acampamento e ninguém tinha
permissão para abrir um portão onde a tecelagem pudesse ser vista;
então havia muito tempo para ouvir o que Delana tinha a dizer.”
Egwene comparou as fazendas pelas quais passaram com as de
Two Rivers.
Talvez tenha sido a percepção de que Dois Rios não era mais "casa"
que o fez olhar para eles. Reconhecer a verdade nunca poderia ser
uma traição, mas ela precisava se lembrar de Dois Rios. Você
poderia esquecer quem era se esquecesse de onde veio, e às vezes
a filha do estalajadeiro de Emond's Field parecia uma estranha.
Qualquer uma dessas fazendas teria sido bastante chocante
localizada perto de Emond's Field, embora exatamente por que ele
não conseguisse descobrir. Forma diferente das casas, inclinação
diferente dos telhados. E aqui os telhados eram mais frequentemente
de ardósia do que de palha, quando se podia vê-los sob a neve que
em muitos casos se acumulava sobre eles. Claro, agora havia menos
palha e mais pedra e tijolo em Dois Rios do que antes. Eu tenho
visto; no . As mudanças vieram tão lentamente que você nunca
percebeu que Tel'aran'rhiod elas se aproximavam de você ou
aconteciam rápido demais para o conforto, mas
eles chegaram Nada permaneceu inalterado, mesmo que se
acreditasse que sim. Ou espere por isso.
"Alguns pensam que você vai vinculá-lo como seu Guardião," Delana
de repente disse calmamente. Ele falou como se eles estivessem
tendo uma conversa inconsequente, e toda a sua atenção estava
aparentemente focada em puxar o capuz. Ela cavalgava bem,
acompanhando os movimentos de sua égua com tanta facilidade que
parecia não perceber a presença do animal. Alguns pensam que
talvez você já tenha. Faz tempo que não como, mas só de saber que
seu Guardião está lá, você fica mais tranquilo. Se o certo for
escolhido.
Egwene ergueu uma sobrancelha. Ela se orgulhava de não ficar

boquiaberta com a mulher; Em nenhum momento lhe passou pela
cabeça que esse seria o tema da conversa.
"Quero dizer Lord Gareth", acrescentou Delana. Ele passa muito

tempo com você. Ele é consideravelmente mais velho do que é típico
para um Guardião, mas os Verdes geralmente escolhem um homem
mais experiente como seu primeiro Gaidin. Eu sei que você nunca
teve um Ajah, mas muitas vezes penso em você como um Verde. Eu
me pergunto se Siuan se sentirá aliviado ou chateado se você ligar
para ele. Às vezes eu vou para o primeiro, e às vezes para o último.
O relacionamento deles, se é que se pode chamar assim, é muito
peculiar, embora ela não pareça nem um pouco envergonhada.
"Você terá que perguntar a Siuan sobre isso." O sorriso de Egwene

tinha algo azedo. Verdade seja dita, assim era seu tom. Ela mesma
não conseguia entender por que Gareth Bryne havia oferecido sua
lealdade a ela, mas a Antecâmara da Torre tinha coisas melhores
para gastar seu tempo do que fofocando como aldeões.
Você pode dizer com quem você acha que eu não vinculei
ninguém, Delana. Lord Gareth passa tempo comigo, como você diz,
porque eu sou a Amyrlin e ele é meu general. Você também pode
lembrá-los disso. “Então Delana a viu como uma Verde. Ele era o
Ajah que ela teria escolhido, embora na verdade ela só quisesse um
Guardião. Mas Gawyn estava em Tar Valon ou a caminho de
Caemlyn e, de qualquer forma, não seria encontrado tão cedo. Ele
acariciou seu pescoço desnecessariamente e tentou não deixar o
sorriso se transformar
Daishar em uma carranca hostil. Foi bom esquecer a Antecâmara,

entre outras coisas, por um tempo. O Salão a fez entender por que
Siuan parecia um urso com dor de dente com tanta frequência
quando ela era Amyrlin.
"Eu não vou dizer que se tornou um assunto para muita discussão,"
Delana murmurou. No momento.
Ainda assim, há algum interesse na possibilidade de você vincular

um Guardião e quem seria. Duvido que Gareth Bryne se considere
uma escolha sensata. Ele se virou na cadeira para olhar para trás.
Lorde Gareth, acreditava Egwene, mas quando a Babá se virou
novamente, ela acrescentou calmamente: — Sheriam nunca foi
escolhida por você como Guardiã, é claro, mas você deve saber que
os Ajahs colocaram aqueles para cuidar de você também. Sua égua
era mais baixa que isso, então ela teve que levantar o rosto para
olhar para Egwene, o que Daishar ,
ela tentou fazer sem ser óbvia. Aqueles olhos azuis desbotados de
repente ficaram muito penetrantes. Pensava-se que Siuan poderia
estar lhe dando conselhos demais... bem, depois da maneira como
você conseguiu fazer a declaração de guerra contra Elaida. Mas ela
ainda se ressente da mudança em sua posição, certo? Sheriam
agora é vista como a mais provável de ser a instigadora. Em
qualquer
De qualquer forma, os Ajahs querem ser avisados se você decidir
fazer outra surpresa.
"Agradeço o aviso", disse Egwene educadamente. Instigador? Ele

havia mostrado à Antecâmara que ele não seria seu fantoche, mas a
maioria ainda achava que ele tinha que ser de alguém. Pelo menos
ninguém suspeitava da verdade sobre seu conselho. Era de se
esperar que ninguém soubesse.
"Tem outra coisa que você precisa ter cuidado," Delana continuou; a
intensidade de seu olhar desmentia o tom inconsequente de sua voz.
Você pode ter certeza de que qualquer conselho que um deles lhe
der vem direto do chefe de seu Ajah, e como você sabe, o chefe de
um Ajah e seus Sitters nem sempre concordam. Fazer um caso
excessivo pode colocá-lo contra a antecâmara. Lembre-se de que
nem todas as decisões dizem respeito à guerra, mas você desejará
que algumas delas sejam resolvidas à sua maneira.
"Uma Amyrlin deve ouvir todos os lados antes de tomar qualquer

decisão", respondeu Egwene, "mas vou me lembrar de sua
advertência quando avisado, filha." "A Delana achou que ela era
burra?" Ou ele estava tentando irritá-la? A raiva levou a decisões
precipitadas e palavras impensadas que às vezes eram difíceis de
retirar. Ela não entendeu o propósito de Delana, mas quando os
Sitters não conseguiram manipulá-la de uma forma, eles tentaram de
outra. Ele tinha muita prática em esquivar-se da manipulação desde
que se tornara Amyrlin. Ele inalou profunda e regularmente e
procurou o equilíbrio da calma, que encontrou. Ultimamente, ele
também tinha muita prática nisso.
O Cinza olhou para ela, mas focado além de seu capuz, sua
expressão totalmente inexpressiva.
No entanto, seus olhos estavam agora muito, muito penetrantes,
como furadores.
"Você poderia pedir a opinião deles sobre a negociação com

Elaida…, mãe.
Egwene quase sorriu. A pausa tinha sido deliberada. Delana

aparentemente não gostou de ser chamada de "filha" por uma
mulher mais jovem que a maioria das noviças; mais jovens do que a
maioria dos que vieram da própria Torre, não muitos dos novos.
Claro, a própria Delana era jovem demais para ocupar o cargo de

babá. E ela não sabia como domar seu temperamento tão bem
quanto a filha de um estalajadeiro.
"E por que eu perguntaria uma coisa dessas?"
“Porque o assunto surgiu na Antecâmara nos últimos dias. Não como

uma proposta, mas foi mencionado, muito discretamente, por Varilin
e Takima, e também por Magla. E Faiselle e Saroiya se interessaram
pelo que tinham a dizer sobre isso.
Calma ou não, uma pitada de raiva brotou dentro de Egwene, e

esmagá-la não foi tarefa fácil. Esses cinco foram colonizados antes
da divisão na Torre, mas mais importante, eles foram divididos entre
as duas principais facções que lutavam pelo controle da Antecâmara.
Na verdade, eles estavam divididos entre seguir Romanda ou
Lelaine, e esses dois se oporiam mesmo que isso significasse afogar
os dois. Eles também mantiveram um forte controle sobre seus
seguidores.
Você pode pensar que os outros entraram em pânico com os

acontecimentos, mas não Romanda ou Lelaine. Fazia meia semana
que o assunto de Elaida e a tomada da Torre havia sido quase
substituído por conversas preocupadas sobre aquela erupção de
Poder incrivelmente forte e incrivelmente longo. A maioria queria
saber o que havia causado isso e a maioria tinha medo de descobrir.
Até o dia anterior, Egwene não conseguira convencer a Câmara de
que não havia perigo em um pequeno grupo. todas as irmãs ainda
pareciam estar prendendo a respiração até que Akarrin e os outros
voltaram. Cada Ajah queria um representante, mas Akarrin tinha sido
a única Aes Sedai a se voluntariar para fazê-lo.
No entanto, nem Lelaine nem Romanda pareciam
preocupados. Por mais colossal e prolongada que tenha sido a

demonstração de Poder, ela também ocorreu longe e não causou
nenhum dano que eles notassem; se fosse obra dos Renegados,
como parecia certo, a chance de descobrir algo havia sido reduzida
ao mínimo, e a possibilidade de que eles pudessem fazer algo para
contrariar era ainda mais reduzida. Desperdiçar tempo e esforço no
impossível era absurdo quando uma tarefa importante os aguardava
bem na frente deles. Eles disseram isso, embora rangendo os dentes
para concordar em algo.
Mas eles também concordaram que Elaida deveria ser despojada do

Bastão e da Estola, e Romanda havia expressado quase tanto fervor
quanto Lelaine, apesar do fato de que a deposição por Elaida de
uma Amyrlin que havia sido Ajah Blue havia despertado a raiva de
Lelaine, a proclamação de Elaida de que o Ajah foi dissolvida, a
irritou ao máximo. E agora eles permitiram falar de negociação?
Não fazia sentido.

Egwene não se importou se Delana ou qualquer outra pessoa
suspeitasse que Sheriam e os outros eram algo mais do que um
bando de cães postados para vigiá-la, mas ela os chamou
bruscamente. Eles eram espertos o suficiente para guardar os
segredos que precisavam ser guardados, pois seus próprios Ajahs
descascariam sua pele se nem metade dela viesse à luz, então sem
pressa eles avançaram e cavalgaram em grupo ao redor dela, seus
rostos como máscaras. serenidade e paciência Aes Sedai.
Então Egwene disse a Delana para repetir o que ela havia dito.
Apesar de seu pedido inicial para falar com ela em particular, o Cinza
apenas se encolheu antes de cumprir a ordem. E aí acabou a calma
e a paciência.
"Isso é loucura", disse Sheriam antes que alguém tivesse a chance

de abrir a boca. Ela parecia zangada e talvez um pouco assustada.
Isso mesmo.
O nome dela estava na lista dos condenados à neutralização. É

impossível para qualquer um deles pensar que a negociação é
viável.
"Eu duvido muito", disse Anaiya secamente. Seu rosto pouco

atraente era mais de camponesa do que de irmã Azul, e ela usava
roupas simples, mas bem vestidas, pelo menos em público, mas
manejava seu cavalo castrado com a mesma habilidade com que
Delana conduzia sua égua.
Poucas coisas perturbaram a calma de Anaiya. É claro que não

havia Blues entre os Sitters que falavam sobre negociação. O ar de
Anaiya era o de um soldado incomum, mas para os Azuis esta era
uma guerra sem trégua. Elaida deixou a situação muito clara.
"Elaida é irracional", declarou Carlinya, balançando a cabeça com

tanta violência que seu capuz caiu de seus ombros e seus curtos
cachos escuros balançaram. Ele puxou o capuz de volta com um
gesto irritado. Carlinya raramente mostrava o menor sinal de
emoção, mas sua palidez
Suas bochechas estavam quase tão coradas quanto as de Sheriam,
e sua voz tinha um tom quente. Não há como ela pensar que vamos
rastejar de volta para ela agora.
Como Saroiya pode acreditar que Elaida concordaria com qualquer

outra coisa?
"No entanto, rastejar é o que Elaida exigia," Morvrin murmurou

acidamente.
Seu rosto redondo e normalmente plácido tinha uma expressão

azeda, e suas mãos gordinhas apertavam as rédeas. Ele olhou tão
severamente para um bando de pegas voando de um bosque de
bétulas no ritmo dos cavalos que alguém poderia pensar que eles
iriam despencar do céu. Às vezes, Takima gosta do som de sua voz.
Ele tinha que estar falando para ser ouvido.
"Faiselle deve gostar também," Myrelle disse severamente, olhando

para Delana como se ela pensasse que era culpa dela. O gênio da
mulher de pele morena era bem conhecido, mesmo entre os Verdes.
Eu nunca teria esperado que ele dissesse tais coisas. Ela nunca
tinha agido como uma tola.
"Eu não posso acreditar que Magla estava falando sério", disse
Nisao, olhando para eles um por um. É impossível. Para começar,
por mais que ela odeie dizer isso, Romanda a tem tão amarrada que
Magla grita toda vez que Romanda espirra, e a única pergunta que
Romanda tem é se Elaida deve ou não ser açoitada antes de ser
exilada.
A expressão de Delana era tão fleumática que ela devia estar

reprimindo um sorriso petulante.
Obviamente, essa era exatamente a reação que ele esperava.
Romanda controla Saroiya e Varilin com a mesma firmeza, e Takima

e Faiselle não dão um passo sem a permissão de Lelaine, mas isso
não significa que eles não disseram o que disseram. Não
No entanto, acho que suas conselheiras estão mais próximas do que
a maioria das irmãs pensa, mãe. Ele ajustou as luvas, olhando de
lado para Egwene.
Você pode cortar isso pela raiz se agir com firmeza. Parece que você
terá o apoio necessário dos Ajahs. E a minha, claro, na Antecâmara.
Meu e mais, o suficiente para pará-lo.
Como se eu precisasse de apoio para conseguir algo assim; pode

ser Delana estava apenas tentando agradar a ela. Ou mostrar que
apoiar Egwene era tudo com que ele se importava.
Beonin cavalgara silenciosamente, agarrada à capa e olhando para

um ponto entre as orelhas de sua égua marrom, mas de repente ela
balançou a cabeça. Seus grandes olhos azul-acinzentados
geralmente a faziam parecer assustada, mas agora eles olhavam por
baixo do capô com fúria ardente enquanto passavam de uma mulher
para outra, incluindo Egwene.
"Por que a negociação deve ser descartada?" Sheriam piscou

surpresa, e Morvrin franziu a testa, mas Beonin continuou,
direcionando sua raiva para Delana agora, seu sotaque Tarabon
mais forte do que nunca. Nós somos Greys, você e eu. Negociamos,
mediamos. Elaida levantou as condições mais onerosas, mas é isso
que costuma acontecer no início das negociações. Podemos reunir a
Torre Branca e garantir a imunidade de todos se conversarmos sobre
isso.
"Nós também julgamos", Delana retrucou, "e Elaida foi julgada." Isso
não era exatamente verdade, mas ela parecia mais surpresa com a
partida de Beonin do que qualquer um dos outros. Sua voz gotejava
com acrimônia. Talvez você esteja disposto a negociar ser
chicoteado com a bengala. Eu não, e acho que você encontrará mais
alguns que também não são.
"A situação mudou", insistiu Beonin. Ele estendeu a mão para
Egwene, quase suplicante. Elaida não teria feito a proclamação que
fez em relação ao Dragão Renascido a menos que o tivesse em sua
posse, de uma forma ou de outra. O surto de foi um aviso. Os
Renegados devem estar Saidar
em movimento, e a Torre Branca deve...
"Basta", interrompeu Egwene. Você está disposto a entrar em

negociações com Elaida? Com os Sitters da Torre? ele se corrigiu.
Elaida nunca negociaria.
"Sim", disse Beonin com fervor. A matéria pode resolvido a contento

de todos. Eu sei que pode.
"Então você tem minha permissão."
Imediatamente, todos, exceto Beonin, começaram a falar ao mesmo

tempo tentando dissuadi-la, chamando isso de loucura. Anaiya gritou
tanto quanto Sheriam enquanto gesticulava e os olhos de Delana se
arregalaram em uma expressão próxima ao horror. Algumas das
escoltas começaram a olhar as irmãs tanto quanto olhavam as
fazendas por onde passavam, e houve certa agitação entre as
Guardiãs, que certamente não precisavam do link na hora para saber
que suas Aes Sedai estavam chateadas, mas mantiveram suas
cabeças. seu site. Os sábios ficaram fora do caminho quando as Aes
Sedai começaram a levantar a cabeça.
voz.
Egwene ignorou os gritos e gestos. Ele havia considerado todas as

possibilidades que podia pensar para acabar com esse conflito e
manter a Torre Branca intacta e unida. Ele havia conversado por
horas com Siuan, que tinha mais motivos do que ninguém para
querer derrubar Elaida.
Se tivesse salvado a Torre, Egwene teria se rendido a Elaida,

esquecendo se aquela mulher tinha vindo legalmente para o Trono
de Amyrlin. Siuan quase teve um ataque ao ouvir tal sugestão, mas
mesmo assim, e mesmo
Relutantemente, ele concordou que preservar a Torre tinha
precedência sobre todas as outras considerações. Beonin tinha um
sorriso tão lindo que parecia um crime apagá-lo. Quando ele falou,
ele levantou a voz apenas o suficiente para se fazer ouvir.
— Você abordará o assunto com Varilin e os outros que Delana

indicou, e providenciará contatos com a Torre Branca.
Estas são as condições que aceitarei: Elaida deve renunciar e ir para

o exílio. “Porque Elaida nunca aceitaria o retorno das irmãs que se
rebelaram contra ela. Uma Amyrlin não tinha voz sobre como uma
Ajah era conduzida, mas Elaida havia declarado que as irmãs que
haviam fugido da Torre não pertenciam mais a nenhuma Ajah.
Segundo ela, eles teriam que pleitear a reintegração nas Ajahs
depois de cumprir uma pena sob seu controle direto. Elaida não
reuniria a Torre, apenas a desmembraria mais do que já era. São os
únicos termos de acordo que aceitarei, Beonin. Os únicos. Me
entendeu?
Os olhos de Beonin reviraram; ela teria caído do cavalo se Morvrin

não a tivesse pegado, murmurando baixinho enquanto ele a agarrava
e lhe dava um tapa no rosto, e não levemente.
Os outros olhavam para Egwene, como se não a conhecessem.
Até a Delana, que deve ter planejado algo assim desde a primeira
palavra. Eles foram detidos pelo desmaio de Beonin, e o círculo de
soldados ao redor deles parou ao comando de Lord Gareth. Alguns
olharam para as Aes Sedai, sua ansiedade palpável apesar de seus
rostos escondidos atrás das barras de seus capacetes.
"Hora de voltar para o acampamento", disse ele.
Egwene. Silenciosamente. O que tinha que ser feito, foi feito.
Talvez desistir teria fechado a lacuna no

Torre, mas não achei que fosse possível. E agora as coisas poderiam
levar as Aes Sedai a se enfrentarem nas ruas de Tar Valon, a menos
que ele encontrasse uma maneira de fazer seu plano funcionar.
Temos trabalho a fazer”, disse ele enquanto tomava as rédeas, “e
não temos muito tempo. Ele rezou para que fosse o suficiente.
17
SEGREDOS
Uma vez que Delana teve certeza de que sua semente você
perniciosa tinha se enraizado, ela murmurou que seria melhor se
eles não fossem vistos retornando ao acampamento juntos, e se
esgueirou, colocando sua égua em um trote rápido pela neve,
deixando os outros seguirem. avançando em um silêncio
constrangedor quebrado apenas pelo ranger da neve sob os cascos
dos cavalos. Os Guardiões mantiveram distância, e os soldados de
escolta voltaram sua atenção para as fazendas e bosques, sem dar
um único olhar às Aes Sedai que Egwene viu. No entanto, os
homens nunca sabiam quando calar a boca.
Dizer a um homem para ser discreto só o fazia fofocar ainda mais,

apenas com bons amigos em quem confiava, é claro, como se eles
por sua vez não fossem contar a quem quisessem.
Eu gostaria de ouvi-los. Talvez as Guardiãs fossem diferentes — as
Aes Sedai insistiam nisso, aquelas com as Guardiãs —, mas os
soldados com certeza falariam sobre a discussão das irmãs, e com
certeza diriam que Delana tinha sido expulsa com caixas ruins. A
mulher tinha planejado cuidadosamente. Se essa semente pudesse
frutificar, o que cresceria seria mais nocivo do que ervas daninhas ou
hera estranguladora, mas a Babá Cinzenta se protegeu
perfeitamente de assumir a culpa. A verdade sempre aparecia no
final, mas quando o fim chegava, a verdade muitas vezes estava tão
enredada com boatos, especulações e mentiras que a maioria das
pessoas não acreditava.
"Espero não ter que perguntar se algum de vocês Eu tinha ouvido

algo sobre isso.
Egwene falou em um tom despreocupado, aparentemente

absorvendo a paisagem pela qual cavalgavam, mas ficou satisfeita
quando todos negaram imediatamente e com grande indignação,
incluindo Beonin, que moveu suas mandíbulas doloridas para
encarar Morvrin. Egwene confiava neles até onde achava prudente
— eles não poderiam ter feito tais juramentos sem a intenção de
mantê-los; não, a menos que pertencessem à Ajah Negra, uma
possibilidade inquietante que explicava sua relutância — mas mesmo
um juramento de fidelidade deixava espaço para a pessoa mais fiel
fazer algo terrível na crença de que era para o próprio bem. E as
pessoas que juraram sob coação tendem a procurar brechas e
espaço de manobra.
“A verdadeira questão,” ele continuou, “é o que Delana estava

fazendo. 'Não havia necessidade de eu explicar nada; não aquelas
mulheres, todas especialistas no Jogo das Casas. Se Delana tivesse
simplesmente procurado impedir as negociações
com Elaida, mantendo seu nome fora de cena, ela deveria ter falado
com Egwene em particular a qualquer momento. Os Sitters não
precisavam de desculpa para ir ao escritório da Amyrlin. Ou ela
poderia ter usado Halima, que dormia em um catre na barraca de
Egwene na maioria das noites, apesar de ser a secretária dos Greys.
Egwene tinha um problema com dores de cabeça e algumas noites
apenas as massagens de Halima aliviavam a dor para que ela
pudesse dormir. De fato, uma nota anônima teria sido suficiente para
que ele apresentasse à Antecâmara um edital proibindo
negociações. Mesmo o mais exigente dos Sitters teria admitido que a
conversa sobre o fim do conflito estava no âmbito da questão da
guerra. Mas obviamente Delana queria que Sheriam e os outros
soubessem também. Sua fofoca maliciosa era uma flecha apontada
para outro alvo.
"Provocando conflito entre os chefes dos Ajahs e os Sitters", opinou

Carlinya, fria como a neve. Ou talvez entre os próprios Ajahs. Ele
ajeitou a capa, fortemente bordada de branco sobre branco, mas
forrada de grosso pelo preto, com o ar despreocupado de quem
discute o preço de um carretel de linha.
Por que ela iria querer uma coisa dessas eu não entendo, mas esses
serão os resultados a menos que sejamos muito cuidadosos, e ela
não poderia saber que seríamos cuidadosos ou tinha algum motivo
para isso, então, naturalmente, um desses motivos ou ambos devem
ser seu objetivo.
"A primeira resposta que vem à mente nem sempre é a correta,

Carlinya", argumentou Morvrin. Não sabemos se Delana planejou
sua atuação com tanto cuidado quanto você afirmou, ou se seu
raciocínio seguiu a mesma linha. —Sturdy Brown acreditava mais no
bom senso
do que na lógica, ou assim ela alegou, mas na realidade ela parecia
misturar ambos, uma combinação que a tornava muito realista e
desconfiada de respostas rápidas ou fáceis.
O que também não era ruim. Delana pode tentar influenciar alguns
dos Sitters em algum assunto que seja importante para ela. Talvez
ele espere que Elaida seja declarada da Ajah Negra, afinal. Além dos
resultados, seu alvo pode ser algo que nem suspeitamos. Os colonos
podem ser tão mesquinhos quanto qualquer um. Pelo que sabemos,
ela pode ter rancor contra um dos que ela nomeou desde que ela era
uma novata e fazia suas aulas. É melhor nos concentrarmos no que
virá disso, em vez de vacilar até não sabermos mais. Seu tom era
tão plácido quanto seu rosto largo, mas a compostura fria de Carlinya
se transformou em desdém frio por um instante.
Seu racionalismo fez poucas concessões às fragilidades humanas.

Ou qualquer um que discordasse dela.
Anaiya riu, um som quase maternal e alegre que fez com que sua
montaria se descontrolasse alguns passos antes que ela controlasse
as rédeas, forçando-a a voltar a andar. Uma dona de casa
camponesa maternal, divertindo-se com as travessuras dos outros
na aldeia: essa era a impressão que ela dava. Até algumas irmãs
foram tolas o bastante para vê-la assim; e descartá-lo.
“Não fique de mau humor, Carlinya. Você certamente está certo.
Não, Morvrin, você provavelmente está certo. Ainda assim, acho que
estamos em posição de destruir qualquer esperança que você tenha
de semear discórdia. Seu tom não soou divertido todo esse tempo.
Nenhum dos Blues brincou sobre qualquer coisa que pudesse
atrapalhar a remoção de Elaida.
Myrelle assentiu abruptamente, então piscou surpresa quando Nisao
disse: "Você pode se arriscar a parar com isso, mãe?" Amarelinho
raramente falava. Não quero dizer o que quer que Delana tente. Se
pudermos decidir o que é — acrescentou ele apressadamente,
gesticulando para Morvrin, que havia aberto a boca novamente.
Nisao parecia uma menina ao lado das outras mulheres, mas seu
gesto foi peremptório. Ela era uma Amarela, afinal de contas, com
toda a autoconfiança que isso implicava, e não estava disposta a
desistir de ninguém em quase todas as circunstâncias. O que estou
falando é conferenciar com os Sitters na Torre.
Por um breve momento, todos olharam para ela.
queixos caídos, até mesmo Beonin.
"E por que queremos permitir uma coisa dessas?" Anaiya finalmente
respondeu em um tom perigoso. Não viemos aqui para "falar" com
Elaida. Agora ela era uma dona de casa do campo com uma faca de
açougueiro escondida atrás das costas; e pretende usá-lo.
Nisao olhou para ela e cheirou desdenhosamente pelo nariz.
"Eu não disse que queríamos fazer isso. Perguntei se poderíamos

arriscar pará-lo.
-Não vejo diferença. A voz de Sheriam estava fria e seu rosto estava
pálido. Por raiva, pareceu a Egwene, embora também pudesse ser
por medo.
"Então pense um pouco e talvez você a veja," Nisao disse

secamente. Tão duro quanto uma lâmina e tão afiada. No momento
os comentários sobre as negociações estão limitados a cinco.
Acertado e de forma muito discreta, mas será que vai continuar?
Assim que se espalhar a notícia de que as conversações foram
propostas e
foram rejeitados, quanto tempo levará para o desânimo se instalar?
Não, me escute até o fim! Todos clamamos por justiça com uma raiva
justificável e, no entanto, aqui estamos, olhando para as muralhas de
Tar Valon enquanto Elaida ocupa a Torre. Estamos aqui há quase
duas semanas e pelo que todos podem ver podemos ficar dois anos
ou vinte. Quanto mais continuarmos assim, sem nada acontecer,
mais as irmãs começarão a tentar justificar os crimes de Elaida, mais
elas começarão a pensar que temos que unir a Torre a todo custo.
Você quer esperar até que as irmãs comecem a voltar, uma a uma,
com Elaida? Quanto a mim, não estou com vontade de ficar na beira
do rio enfrentando aquela mulher com o Ajah Azul e você como
companhia. Pelo menos as negociações farão com que todos vejam
que algo está sendo feito.
"Ninguém vai voltar para Elaida," Anaiya protestou enquanto se

mexia na cadeira, embora uma carranca preocupada tivesse
aparecido em seu rosto e ela falou como se fosse cuidar disso. A
Torre atraiu todas as Aes Sedai. Certamente até as irmãs Black
ansiavam por uma Torre que fosse indivisível novamente. E lá
apareceu, a alguns quilômetros de distância, mas aparentemente
fora de alcance.
"As conversas podem nos dar tempo, mãe", disse Morvrin com
relutância, e ninguém poderia ter dado à sua voz um timbre mais
relutante. Sua carranca era pensativa e nada satisfeita. Mais
algumas semanas e, enquanto isso, Lord Gareth pode encontrar os
navios que precisamos para bloquear os portos. Isso mudaria tudo, a
nosso favor. Sem os meios para obter comida e boca para fora, a
cidade estará morrendo de fome dentro de um mês.
Egwene manteve o rosto calmo com grande esforço. Não havia
chance de conseguir que os navios bloqueassem os portos, embora
nenhum deles soubesse disso. Mas Gareth deixou isso claro para ela
muito antes de deixar Murandy. A princípio, ele esperava comprar
navios enquanto marchavam para o norte ao longo do Erinin e usá-
los para transportar suprimentos quando chegassem a Tar Valon,
depois afundá-los nas bocas do porto. O uso de portais para chegar
a Tar Valon havia cobrado seu preço de várias maneiras. As notícias
do cerco se espalharam da cidade com os primeiros navios a zarpar
após a chegada do exército, e agora, até onde Egwene havia
enviado cavaleiros para o norte e para o sul, os capitães dos navios
providenciavam o que precisava ser feito. em barcos de
ancoradouros fluviais bastante distantes da costa.
Nenhum capitão estava disposto a ter seu navio tirado dele.
Gareth se reportava apenas a ela, e seus oficiais reportavam apenas

a ele, mas ainda assim qualquer irmã poderia saber se ela havia
falado com algum dos soldados.
Por sorte, nem mesmo as irmãs que procuravam Guardiões

conversavam com os soldados. Eles eram geralmente vistos como
uma gangue de ladrões e pessoas sem instrução que só tomavam
banho por acaso se tivessem que atravessar um riacho. Eles não
eram o tipo de homem com quem qualquer irmã sairia a menos que
ela precisasse. Ficou mais fácil guardar segredos, e alguns deles
eram essenciais. Inclusive, às vezes, segredos guardados para
quem aparentemente estava do seu lado. Egwene se lembrava de
não pensar assim antes, mas isso era parte do que a filha de um
estalajadeiro fora forçada a deixar para trás. Este era outro mundo
com regras diferentes do Campo de Emond. Um passo em falso
significava ser chamada à presença do Círculo de Mulheres.
Aqui, isso significava morte ou pior, e não apenas para ela.
"Os Sitters restantes na Torre devem estar dispostos a conversar",

disse Carlinya com um suspiro.
Eles precisam saber que quanto mais tempo o cerco durar, maior a
chance de Lord Gareth encontrar os navios. No entanto, não sei por
quanto tempo continuarão as conversas quando perceberem que
nossa intenção não é desistir.
— Elaida vai insistir nesse ponto — murmurou Myrelle, parecendo

não discutir, mas estar falando consigo mesma, e Sheriam
estremeceu e puxou o manto para mais perto, como se tivesse
deixado o frio chegar até ela.
Apenas Beonin parecia satisfeita, sentada na cadeira com

expectativa, o cabelo cor de mel emoldurando um largo sorriso sob o
capuz. No entanto, ele não enfatizou sua posição. Ela era uma boa
negociadora, em todos os aspectos, e sabia quando esperar.
"Eu disse que você poderia começar", disse Egwene. Não que ele
tivesse dito isso com outra intenção além de ganhar tempo, mas se
você queria viver de acordo com os Três Juramentos, então você
tinha que manter o que disse. Egwene mal podia esperar para
segurar o Bastão Juramentado. Então seria muito mais fácil. Apenas
certifique-se de tomar muito cuidado com o que diz. A menos que
pensem que criamos asas para voar até lá, eles devem presumir que
descobrimos a Jornada, mas não podem ter certeza até que alguém
confirme.
Convém-nos que continuem com essa incerteza. Isso deve ser um

segredo
você deve guardar tão zelosamente quanto as nossas toupeiras na
Torre.
Myrelle e Anaiya reagiram com um sobressalto a isso, e Carlinya

olhou ao redor com medo, embora nenhum dos Guardiões ou
soldados estivesse perto o suficiente para ouvir, a menos que
alguém gritasse. Morvrin meramente mostrou uma expressão ainda
mais azeda. Até Nisao franziu a testa, embora não tivesse nada a ver
com a decisão de enviar secretamente irmãs à Torre, supostamente
em resposta ao chamado de Elaida. O Salão adoraria saber que
havia dez irmãs na Torre tentando minar a posição de Elaida de
qualquer maneira que pudessem, mesmo que o esforço
aparentemente tivesse sido infrutífero até agora, mas é
desnecessário dizer que os Sitters não estariam nele.
Absolutamente encantado ao perceber que tinha sido mantido em

segredo porque essas mulheres temiam que um dos Sitters pudesse
ser Black Ajah. Revelar tal coisa seria o mesmo que Sheriam e os
outros revelarem os juramentos feitos a Egwene. As consequências
para eles não seriam muito diferentes. Até agora, o Salão não havia
ordenado que ninguém fosse açoitado, mas com a forma como a
maioria dos Sitters se irritou com a questão do controle de Egwene
sobre a guerra, não seria surpreendente se eles aproveitassem a
oportunidade para mostrar que ainda tinham uma certa quantidade
de poder, autoridade enquanto expressam seu desagrado com força.
Aparentemente, Beonin foi a única a se opor a essa decisão -
pelo menos até ficar claro que os outros iriam continuar com ela de
qualquer maneira -, mas ela também suspirou trêmula, e havia uma
pitada de tensão em torno de seus olhos. No caso dele, era bem
possível que a súbita percepção do
responsabilidade que assumira tinha algo a ver com seu estado de
espírito. Simplesmente encontrar alguém na Torre que estivesse
disposto a conversar poderia ser uma tarefa assustadora. Seus
informantes em Tar Valon só podiam oferecer rumores sobre o que
estava acontecendo dentro da Torre; as notícias da própria Torre
chegavam aos poucos, à medida que as irmãs se aventuravam nela
para vislumbrar o mundo desperto, mas cada pedacinho dela
indicava que
Tel'aran'rhiod Elaida governava
decreto e
por
capricho, sem
que nem mesmo o Salão soubesse. O rosto de Beonin assumiu um

tom acinzentado, a ponto de dar a impressão de que ele se sentia
pior do que Nisao. A aparência de Anaiya e dos outros era tão
sombria quanto a morte.
Uma onda de pessimismo tomou conta de Egwene. Essas mulheres

estavam entre as mais fortes contra Elaida, até mesmo a preguiçosa
Beonin, que sempre queria falar em vez de agir.
Bem, os Greys se destacaram por acreditar que qualquer coisa

poderia ser resolvida falando o que fosse preciso. Ele deveria tentar
isso em um Trolloc algum dia, ou apenas um salteador, e ver até
onde ele chegou! Sem Sheriam e os outros, a resistência a Elaida
teria quebrado antes mesmo de ter a chance de gelar.
E, no entanto, ele estava prestes a ir para o inferno. No entanto,

Elaida ainda estava abrigada na Torre com a mesma firmeza de
antes, e depois de tudo o que haviam sofrido, tudo o que haviam
feito, parecia que até Anaiya acreditava que tudo iria desmoronar e
terminar em desastre.
Não! Egwene respirou fundo, endireitou os ombros e endireitou-se na
cadeira. Ela era a Amyrlin legítima, apesar do que o Salão poderia
ter pensado que ela estava recebendo quando
ela havia sido promovida e precisava manter viva a rebelião contra
Elaida para ter alguma esperança de fechar a brecha na Torre. Se
isso exigisse uma negociação simulada, não seria a primeira vez que
as Aes Sedai fingiriam mirar em um alvo quando seu alvo era outro.
Ele faria o que fosse preciso para manter a rebelião viva e derrubar
Elaida. O que fosse necessário.
"Fale o máximo que puder", disse ele a Beonin. Você pode falar
sobre qualquer coisa desde que mantenha o que precisa ser mantido
em segredo, mas não concorde com nada e mantenha-os falando.
A Cinza cambaleou em sua cadeira; certamente, ele parecia estar

em pior condição do que Anaiya. Parecia que ia vomitar.
Quando o acampamento estava à vista, com o sol quase na metade

do zênite, a escolta da cavalaria leve se separou e voltou para o rio,
deixando Egwene e as irmãs sozinhas com os Guardiões no último
quilômetro da cavalgada na neve.
Lorde Gareth fez uma pausa como se quisesse falar com ela
novamente, mas finalmente virou seu cavalo baio e trotou atrás da
cavalaria para alcançá-la enquanto os cavaleiros desapareciam de
vista atrás de um bosque. Ele não trazia suas divergências ou
discussões onde qualquer um pudesse ouvi-lo, e acreditava que
Beonin e os outros eram o que todos pensavam que eram: os cães
de guarda dos Ajahs. Isso a deixou um pouco triste por ter que
esconder as coisas dele, mas quanto menos deles conhecessem o
segredo, mais provável era que continuasse assim.
O acampamento era uma extensão de tendas de todo tipo, tamanho,

cor e estado de conservação, quase cobrindo um vasto prado
arborizado, a meio caminho entre Tar Valon e Dragonmount, dentro
de um anel de
paliçadas de cavalos, filas de carroças e carroças de quase tantos
tipos quantos veículos. A fumaça subia das chaminés em vários
lugares alguns quilômetros atrás da linha das árvores, mas os
fazendeiros locais não chegavam perto, exceto para vender ovos,
leite e manteiga, ou às vezes quando alguém precisava da Cura de
algum acidente, e eles não o faziam. Não havia sinal do exército que
Egwene havia conduzido até ali.
Gareth havia concentrado suas forças ao longo do rio, alguns

ocupando as cidades-ponte em ambas as margens e o resto no que
eles chamavam de acampamentos de reserva, situados onde os
homens poderiam correr para ajudar na luta se houvesse uma fuga
das forças da cidade, apenas no caso ele estava errado sobre o
major Chubai.
"Você sempre tem que pensar na possibilidade de que as suposições

que você está fazendo estejam erradas", ele disse a ela.
Ninguém se opôs às posições que ele expôs; bem, geralmente, não.

Havia sempre um número maior ou menor de irmãs que rapidamente
criticavam qualquer detalhe, mas dominar as cidades-ponte era a
única maneira de sitiar Tar Valon, afinal.
Ou seja, por terra. E muitas Aes Sedai ficaram satisfeitas por não ter
soldados à vista, embora não tenham deixado suas mentes para
isso.
Três Guardiões em capas cambiantes saíram do acampamento

enquanto Egwene e os outros se aproximavam dele. Um deles era
muito alto e o outro muito baixo, de modo que pareciam estar
colocados de maneira escalonada. Eles se curvaram para Egwene e
as irmãs e acenaram para os outros Guardiões atrás.
Todos eles tinham o olhar perigoso de homens tão seguros de si que

não precisavam convencer ninguém de quão perigosos eram.
eles eram, o que de alguma forma tornava tal condição mais
evidente. "Um Guardião em estado de repouso e um leão
descansando", dizia um velho ditado entre as Aes Sedai. O resto foi
perdido ao longo dos anos, mas nada mais precisava ser dito.
As irmãs não estavam totalmente confiantes em relação à

segurança, mesmo em um acampamento cheio de Aes Sedai, dadas
as circunstâncias. Os Guardiões patrulhavam atentamente por
quilômetros ao redor, como leões fazendo suas rondas.
Anaiya e os outros, exceto Sheriam, se dispersaram assim que

chegaram à primeira fileira de lojas, passando pelas carroças. Cada
um procuraria o chefe de seu Ajah para relatar a marcha para o rio
de Egwene acompanhado por Lord Gareth e, mais importante, para
se certificar de que os chefes dos Ajahs soubessem que alguns
Sitters estavam falando sobre negociações com Elaida e que
Egwene havia sido empresa.
Teria sido mais fácil se ela soubesse quem eram essas mulheres,
mas nem mesmo os juramentos de fidelidade incluíam revelar tal
informação. Myrelle quase engoliu a língua quando Egwene sugeriu.
Ser colocada em um trabalho para o qual não foi treinada não era
exatamente a melhor maneira de aprender, e Egwene sabia que
ainda tinha muito a aprender sobre ser a Amyrlin. Muito a aprender e
ao mesmo tempo muito trabalho a fazer.
"Se você me dá licença, mãe," Sheriam disse enquanto Beonin, a

última a sair, desaparecia nas tendas seguida por seu Guardião de
rosto cheio de cicatrizes.
Eu tenho a mesa com pilhas de papéis. A falta de entusiasmo em

sua voz era compreensível. A estola do Guardião veio com pilhas e
pilhas de relatórios para classificar e documentos para preparar.
Apesar de seu zelo pelo
Pelo resto do trabalho, que neste caso era manter o acampamento
funcionando, quando Sheriam se deparou com outra pilha de papéis,
ela foi ouvida murmurando desejos fervorosos de que ela desejava
ainda ser a Mestra das Noviças.
Ainda assim, assim que Egwene lhe deu permissão, ele colocou seu
inseto de patas pretas em trote, provocando uma dispersão de um
grupo de trabalhadores vestidos com jaquetas toscas e lenços
enrolados na cabeça, carregando grandes cestos nas costas. Um
deles caiu de bruços na lama semicongelada. O Guardião de
Sheriam, Arinvar, um esbelto cairhienin com as têmporas grisalhas,
parou o tempo suficiente para se certificar de que o sujeito estava de
pé, então clicou sua roda escura atrás da irmã, deixando o
trabalhador com suas maldições. ao riso de seus pares. Todo mundo
sabia que quando uma Aes Sedai queria ir a algum lugar, você saía
do caminho dela.
O que derramou da cesta do cara e se espalhou pelo chão chamou a

atenção de Egwene e a fez estremecer: uma grande pilha de farinha
coagulada por gorgulhos a ponto de parecer haver tantos pontos
pretos em movimento quanto o pó de grãos moídos. Os
trabalhadores tinham que levar a farinha estragada para os lixões.
Não fazia sentido se incomodar em peneirar o que estava infestado
de pragas – apenas uma pessoa faminta comeria – mas havia muitas
cestas de farinha ou grãos para jogar fora diariamente. Na verdade,
metade dos barris de carne de porco salgada e carne bovina que
foram abertos para uso fediam tanto que tudo o que eles podiam
fazer era enterrá-los.
Para servos e trabalhadores, pelo menos aqueles que já haviam

morado em acampamentos, isso não era novidade. Algo pior do que
usual, mas não incomum. Entre as Aes Sedai, porém, era motivo de
profunda preocupação. Cada barril de carne, cada saco de grãos ou
farinha tinha sido embrulhado em pano de Preservação assim que foi
comprado, e tudo o que estava protegido por Preservação não podia
ser trocado até que o pano fosse removido.
Mas ainda assim a carne apodreceu e os insetos se multiplicaram.
Era como se ele próprio estivesse falhando. Era mais fácil fazer uma
irmã fazer piadas
Saidar
sobre
sobre isso.a Ajah Negra do que fazê-la falar
Um dos homens rindo notou que Egwene os observava e deu uma

cotovelada no sujeito sujo de lama, que moderou sua linguagem,
mas não muito.
Ela até franziu a testa como se fosse culpa dela que ele tivesse
caído. Com o rosto meio escondido pelo capuz e a estola de Amyrlin
dobrada e guardada na bolsa do cinto, ela aparentemente foi tomada
por um dos Aceitos, nem todos tinham roupas suficientes para se
vestir adequadamente como deveriam, ou talvez um visitante.
Havia mulheres entrando sorrateiramente no acampamento que

muitas vezes escondiam seus rostos em público até saírem,
estivessem vestidas com sedas finas ou tecidos ásperos, e fazer
uma careta azeda para um estranho ou Aceito era certamente muito
mais seguro do que fazer qualquer coisa. Aes Sedai. Parecia
estranho para ele não ter todos se curvando e curvando.
Ela estava a cavalo desde antes do amanhecer, e se um banho

quente estava fora de questão - a água tinha que ser puxada de
poços que haviam sido cavados a mais de meia milha do
acampamento, fazendo com que até as irmãs mais irritadas em
limpeza fossem medidas — se um banho longo e quente não
pudesse ser, pelo menos ela gostaria de voltar ao chão. Ou melhor
ainda,
coloque os pés em um banquinho. Além disso, recusar-se a deixar o
frio chegar a ela não era nada como aquecer as mãos sobre um
braseiro aconchegante. Além disso, sua mesa estaria cheia de pilhas
de papéis. Na noite anterior, dissera a Sheriam que lhe passasse os
relatórios sobre o estado de conservação das carroças e os
suprimentos de forragem para os cavalos. Eles seriam secos e
chatos, mas ele fazia verificações diárias em diferentes enredos para
que ele pelo menos soubesse se o que as pessoas estavam dizendo
a ele era baseado em fatos ou pensamentos ilusórios. E sempre
havia relatos dos "olhos e ouvidos". O que os Ajahs decidiram
entregar ao Trono de Amyrlin pode ser uma leitura fascinante em
comparação com o que Siuan e Leane entregaram de seus
informantes. Não que houvesse contradições, mas o que os ajahs
optaram por guardar para si poderia apresentar conclusões
interessantes. O dever e o desejo de se sentir confortável a
empurraram para seu escritório — apenas outra loja, na verdade,
embora todos se referissem a ela como o escritório da Amyrlin —,
mas esta era uma chance de olhar ao redor sem tudo mais,
preparado às pressas antes de sua chegada. Ele puxou o capuz um
pouco mais para baixo para esconder melhor o rosto e bateu
suavemente os calcanhares nos flancos, lama semicongelada, mas
ninguém parecia reconhecê-la ou sua montaria. Em contraste com as
ruas quase vazias, as calçadas de madeira, que nada mais eram do
que Daishar . tábuas
toscas pregadas em pedaços de troncos, moviam-se levemente sob

o peso das pessoas. Um punhado de homens, destacando-se do
fluxo de mulheres como passas em uma torta barata, caminhou duas
vezes mais longe.
mais rápido que o resto. Com exceção dos Guardiões, os homens
terminaram seus negócios entre as Aes Sedai o mais rápido
possível. A maioria das mulheres estava com os rostos cobertos e o
hálito vaporizado pelas aberturas dos capuzes, mas ainda era fácil
distinguir as Aes Sedai dos visitantes se seus mantos eram lisos ou
bordados e forrados de pele. A multidão se separou no ritmo de uma
irmã. Qualquer outra mulher tinha que ziguezaguear para andar. Não
que houvesse muitas irmãs do lado de fora naquela manhã gélida. A
maioria seria encontrada coletada em suas lojas. Sozinhos ou em
grupos de dois ou três, eles liam ou escreviam cartas ou
perguntavam aos visitantes que informações lhes traziam. O que
seria ou não compartilhado com o resto da Ajah, pelo menos com
qualquer outra pessoa.
O mundo via a Aes Sedai como um monólito, imponente e sólido, ou

assim havia visto antes que a atual divisão da Torre se tornasse de
conhecimento público, mas a verdade simples era que cada Ajah era
uma comunidade separada e a Antecâmara sua. verdadeiro ponto de
encontro, e as próprias irmãs eram pouco mais que uma assembléia
de eremitas trocando três palavras a mais do que o estritamente
necessário com apenas alguns amigos. Ou com outra irmã com
quem tinham algum propósito em comum. Não importa o que
mudasse na Torre, Egwene estava convencida de que sempre seria
a mesma. Não adiantava fingir que a Aes Sedai tinha sido ou seria
outra coisa senão Aes Sedai, um grande rio que corre adiante, com
todas as fortes correntes escondidas em seu interior, alterando seu
curso com lentidão imperceptível. Ela havia construído às pressas
algumas barragens naquele rio, desviando um córrego aqui e outro
ali por suas próprias razões, mas ainda sabia que eram.
construções temporárias. Mais cedo ou mais tarde, essas correntes
profundas enfraqueceriam suas presas. Ele só tinha que rezar para
que eles aguentassem o tempo suficiente. Ore e sustente-os com
todas as suas forças.
De vez em quando, uma Aceita com as sete listras coloridas no

capuz de seu manto branco aparecia na multidão, mas a maioria
eram noviças em túnicas brancas de lã. Apenas um punhado dos
vinte e um aceitos no acampamento possuíam mantos com faixas,
reservando seus vestidos com faixas para ensinar ou ajudar as
irmãs, mas um grande esforço foi feito para que todos os noviços
usassem branco o tempo todo. , mesmo que tivessem apenas uma
mudança. .
Inevitavelmente, os Aceitos tentaram se mover com a graça de uma

Aes Sedai, e um ou dois quase conseguiram, apesar da inclinação
das calçadas por onde andavam, mas os noviços andavam quase
tão rápido quanto os poucos homens vistos, indo para fazer recados
ou correr para aulas em grupos de seis ou sete.
A Aes Sedai não tinha tantas noviças para ensinar há muito tempo,
desde antes da Guerra Trolloc, quando havia tantas outras Aes
Sedai, e o resultado de conhecer quase mil alunos tinha sido um
caos total. organizados em "famílias". O termo não era estritamente
oficial, mas era usado até pelas Aes Sedai que não gostavam de
aceitar nenhuma mulher que o solicitasse.
Agora todas as noviças sabiam onde deveriam estar e quando, e

todas as irmãs podiam pelo menos saber. Sem falar que o número
de vazamentos caiu. Essa sempre foi uma preocupação das Aes
Sedai, e várias centenas dessas mulheres podiam alcançar o xale.
Nenhuma irmã queria perder um dos
aqueles, ou nenhum, realmente; Pelo menos não antes da decisão
de mandar uma mulher embora.
De vez em quando, ainda havia mulheres que se esgueiravam

quando percebiam que o treinamento era mais difícil do que
esperavam e que o caminho para o xale da Aes Sedai era mais
longo do que pensavam; mas, além do fato de que as famílias
facilitavam o controle sobre elas, a fuga parecia menos atraente para
as mulheres que tinham cinco ou seis primos, como se chamavam,
para se apoiar.
A uma curta distância do pavilhão quadrado que servia como

antecâmara da Torre, Egwene virou por uma rua lateral. A Daishar
calçada em frente ao pavilhão de lona bege estava vazia – a
Antecâmara não era um lugar para onde alguém ia sem motivo para
ir lá – mas as paredes de lona remendadas eram mantidas
abaixadas quando não havia motivo para ir a público. era impossível
saber quem poderia sair do pavilhão a qualquer momento. Qualquer
Sitter saberia à primeira vista, e ela preferia evitar conhecer alguns
Sitters ainda mais do que outros. Lelaine e Romanda, por exemplo,
que
Daishar
resistiram à sua
autoridade tão mecanicamente quanto se opuseram. Ou qualquer um

dos que começaram a falar sobre negociações.
Ela não podia acreditar que eles estavam apenas fazendo isso para
levantar o ânimo; nesse caso, eles não teriam feito isso em
sussurros. Mas as maneiras tinham que ser mantidas, por mais que
ela quisesse esbofetear alguém, mas ninguém pensaria que ela
estava esnobando-os se não a vissem.
Um leve brilho prateado brilhou à frente, atrás da alta parede de lona

que cercava uma das duas áreas de viagem do acampamento, e um
um momento depois, duas irmãs saíram pelas abas da entrada.
Nem Phaedrine nem Shemari eram fortes o suficiente para tecer um

acesso sozinhas, mas juntas Egwene supôs que poderiam fazer um
grande o suficiente para passar. De cabeças juntas e absortos na
conversa, os dois – curiosamente – estavam abotoando suas capas.
Egwene manteve a cabeça desviada enquanto passava por ele. Os

dois Browns a ensinaram como noviça, e Phaedrine ainda parecia
surpresa por ela ser a Amyrlin. Esbelta como uma garça, ela era bem
capaz de atravessar a lama para perguntar se ele precisava de
ajuda.
Shemari, uma mulher vigorosa e de rosto quadrado que parecia mais

um Verde do que uma bibliotecária, exibia um comportamento
adequado além do necessário. Muito além. Suas profundas
reverências, condizentes com uma noviça, carregavam pelo menos
uma pitada de zombaria, por mais calma que fosse sua expressão,
especialmente porque ela era conhecida por ter se curvado quando
viu Egwene a cem passos de distância.
Ele se perguntou para onde eles tinham ido. Em algum lugar dentro
de casa, talvez; ou pelo menos mais quente que o acampamento.
Desnecessário dizer que ninguém acompanhava as idas e vindas

das irmãs, nem mesmo os Ajahs. A tradição governava o
comportamento de todos, e a tradição desencorajava fortemente
perguntas diretas sobre o que uma irmã fazia ou para onde ela tinha
ido. Muito provavelmente, Phaedrine e Shemari tinham ido fazer um
de seus "olhos e ouvidos" falar com eles cara a cara. Ou talvez para
encontrar um livro em uma biblioteca. Eles eram Brown, afinal. Ainda
assim, ela não pôde deixar de pensar no comentário de Nisao sobre
as irmãs se esgueirando de volta com Elaida. Não foi difícil contratar
um barqueiro para fazer a travessia até a cidade, onde havia
dezenas de barcos.
pequenas entradas para os cais, mas se souber criar um acesso não
terá de correr o risco de chegar ao rio e procurar barcos. Uma irmã
solteira retornando à Torre com o conhecimento daquele tecido
acabaria com sua principal vantagem. E não havia como detê-lo.
Exceto para manter forte a oposição a Elaida. Ou faça as irmãs
acreditarem que pode haver um fim rápido para a situação.
Eu gostaria que houvesse uma maneira de chegar lá.
Logo além da área de viagem, Egwene freou seu cavalo e franziu a

testa para uma longa tenda com paredes de lona mais remendadas
do que as da antecâmara. Una Aes Sedai caminaba pavoneándose
por la acera —la capucha de la capa de color azul oscuro le ocultaba
la cara, pero las novicias y los demás se quitaban de su camino
como nunca habrían hecho con una comerciante, por ejemplo— y se
detuvo delante de a loja; Ele a encarou por um longo momento antes
de empurrar a aba para penetrá-la, sua relutância tão óbvia como se
ele a tivesse proclamado em voz alta. Egwene nunca tinha estado lá
antes. Ele podia sentir aquele canalizando dentro, embora
fracamente. A quantidade necessária era
Saidar
surpreendentemente pequena. Uma
visita rápida da Amyrlin
não chamaria muita atenção. E eu realmente queria ver o que ele

tinha posto em movimento.
Ele desmontou na frente da tenda e depois se deparou com uma

pequena dificuldade. Não havia para onde. A Amyrlin sempre
Daishar
castrado;
tinha
dezenas alguém
de
amarrado
noviças
para
passaram
tomar
correndo as rédeas
por ela
do
sem lhe
dar um olhar, confundindo-a com um dos visitantes. A essa altura,

até o último noviço conhecia todos os Aceitos de vista, mas poucos
tinham visto a Amyrlin de perto. Egwene nem tinha o semblante
intemporal dizer-lhes que era Aes Sedai. Com uma risada apática,
ele enfiou a mão na bolsa em seu cinto. A estola lhes mostraria
quem era, e então ele poderia ordenar que alguém segurasse seu
cavalo por alguns minutos. A menos que pensassem que era uma
piada de mau gosto.
Alguns dos noviços de Emond Field tentaram arrancá-la para que ela
não os colocasse em apuros.
Não, isso ficou para trás e resolvido.
De repente, a aba se abriu e Leane apareceu, prendendo sua capa

verde escura com um fecho prateado em forma de peixe. A capa era
de seda e ricamente bordada com fios de prata e ouro, assim como o
corpete do traje de montaria.
Também a parte de baixo das luvas tinha bordados.
Leane cuidou muito bem de seu traje desde que se juntou ao Ajah
Verde. Seus olhos se arregalaram ao ver Egwene, mas seu
semblante acobreado imediatamente voltou em branco. Ele
imediatamente entendeu a situação e levantou a mão para parar um
novato que parecia estar sozinho. Os noviços foram para a aula em
família.
"Qual é o seu nome, pequena?" Leane mudou de muitas maneiras,

mas sua eficiência permaneceu intacta.
Bem, exceto quando ela queria. A maioria dos homens virou barro de
oleiro em suas mãos quando a voz de Leane ficou lânguida, mas ela
nunca desperdiçou essa qualidade com as mulheres. Você vai fazer
uma missão para uma irmã?
A noviça, uma mulher de olhos claros que se aproximava da meia-

idade, com a tez perfeita de quem nunca passou um dia de trabalho
no campo, ofegou antes de se recuperar o suficiente para se curvar,
abrindo a saia branca habilmente, típico da prática. Leane, tão alta
quanto a maioria dos homens, mas esbelta, graciosa e bonita,
também não tinha aquela aparência.
atemporal, mas seu rosto era um dos dois mais conhecidos no
acampamento. As noviças apontaram com admiração para a irmã
que uma vez foi a Guardiã e foi neutralizada e depois curada para
que ela pudesse canalizar novamente, embora não tão fortemente
quanto antes. E o que havia mudado em Ajah! As mais recentes
mulheres de branco já tinham aprendido que tal coisa nunca tinha
acontecido, mas infelizmente o contrário começava a fazer parte da
herança popular. Era difícil fazer uma noviça andar devagar quando
você não podia ver que ela arriscava acabar com suas aspirações
pelo xale ao definhar e perder o Poder Único para sempre.
"Letice Murow, Aes Sedai", a mulher respondeu respeitosamente

com um sotaque cantante de Murand. Parecia querer acrescentar
algo, talvez um título, mas uma das primeiras lições de entrar na
Torre era que se deixava para trás o que havia antes. Foi uma dura
lição para alguns, especialmente aqueles com títulos. Vou visitar
minha irmã. Não a vejo há mais de um minuto desde antes de deixar
Murandy. “As que eram familiares foram colocadas em diferentes
famílias de noviças, assim como as mulheres que se conheciam
antes de entrar no livro de noviças. Tal medida incentivava novas
amizades e cortava as inevitáveis tensões quando um aprendia mais
rápido que o outro ou tinha maior potencial. Ele também não tem
aulas até a tarde, e...
"Sua irmã vai ter que esperar um pouco mais, pequena.
Leane a interrompeu. Segure o cavalo da Amyrlin.
Letice deu um pulo e olhou para Egwene, que finalmente conseguiu

tirar seu roubo da bolsa. Ele entregou as rédeas para a Daishar
mulher, puxou o capuz para trás e puxou a estreita sobre os faixa de
ombros.
pano
ombros. Leve como uma pena dentro da bolsa, a estola assumiu seu
verdadeiro peso quando usada. Siuan afirmou que às vezes cada
mulher que a usava podia ser sentida pendurada nas pontas, um
lembrete constante de responsabilidade e dever, e Egwene
acreditava nisso de todo o coração. O murandiano olhou para ela
mais boquiaberto do que para Leane, e levou mais tempo para reagir
antes de se curvar. Sem dúvida, ele tinha ouvido falar que Amyrlin
era jovem, mas parecia improvável que ele tivesse pensado muito
em quão jovem exatamente.
"Obrigada, pequena," Egwene disse calmamente. Houve um tempo

em que parecia estranho chamar uma mulher dez anos mais velha
de "pequena".
Com o tempo tudo mudou. Não vai demorar. Leane, você quer pedir
a alguém para ir buscar um porteiro para cuidar? Agora que estou
fora da cadeira, prefiro continuar
Daishar
irmã. pé, e Letice deveria poder ver a
"Eu vou cuidar disso pessoalmente, mãe."
Leane curvou-se graciosamente para ela e foi embora, nunca

insinuando que havia mais para eles do que este encontro casual.
Egwene confiava nela mais do que Anaiya ou mesmo Sheriam. Ele

certamente não tinha segredos com ela, não mais do que tinha com
Siuan. Mas a amizade deles era de fato um segredo que precisava
ser guardado.
Para começar, Leane tinha agentes dentro de Tar Valon, embora não
na própria Torre, e seus relatórios chegaram a Egwene e a mais
ninguém. Em segundo lugar, Leane foi mimada por se ajustar tão
bem à sua posição atual, muito inferior, e foi bem recebida por todas
as irmãs, mesmo porque ela era a prova viva de que a neutralização,
o maior medo de qualquer pessoa, Aes Sedai, era reversível. Eles a
receberam de braços abertos e,
já que agora ela estava abaixo da metade das irmãs do
acampamento, elas frequentemente falavam na frente dela de
assuntos que não gostariam que Amyrlin soubesse.
Então Egwene nem olhou para ele ao sair, mas deu um sorriso para
Letice – que corou e fez uma reverência novamente – e então entrou
na barraca, tirando as luvas e colocando-as debaixo do cinto.
No interior, oito luminárias de chão revestiam as paredes entre baús

baixos de madeira. Os candeeiros, um um pouco dourado desbotado
e o resto de ferro pintado, todos tinham um número diferente de
braços, mas proporcionavam uma boa iluminação, embora houvesse
menos luz do que lá fora. Uma coleção de mesas que pareciam vir
de sete cozinhas de fazenda diferentes estava enfileirada no centro
do chão de lona, com os bancos das três mais distantes ocupados
por meia dúzia de noviças, suas capas dobradas ao lado; todos eles
estavam envoltos no brilho do Poder. Tiana, Mestra das Noviças,
pairava ansiosamente ao redor dela, caminhando entre as mesas;
Surpreendentemente, Sharina Melloy, uma das noviças de Murandy,
fez o mesmo.
Bem, Sharina não estava exatamente por perto; ele apenas

observava calmamente, e talvez não devesse ter ficado surpreso ao
encontrá-la ali. Ela era uma avó de aparência régia, com cabelos
grisalhos presos em um coque baixo e apertado; ela liderara uma
família muito grande com mão firme e parecia ter adotado todas as
outras noviças como netas ou netas de uma irmã. Fora ela quem os
organizara nessas pequenas famílias, sozinha e aparentemente pelo
puro desgosto de ver todos vagando à vontade. A reação da maioria
Das Aes Sedai foi um silêncio hermético se elas foram lembradas de
tal coisa, embora tenham aceitado o acordo com bastante rapidez,
percebendo que era muito mais fácil organizar as aulas e
acompanhar o que as noviças estavam fazendo. Tiana estava
inspecionando o trabalho que estava sendo feito por aqueles que
estavam ensinando na época com tanta atenção que sua tentativa de
fingir que Sharina não estava ali era óbvia. Baixa e pequena, com
grandes olhos castanhos e bochechas com covinhas, Tiana parecia
jovem apesar de seu semblante atemporal, especialmente em
contraste com o rosto enrugado e quadris largos da noviça alta.
As duas Aes Sedai canalizando na mesa mais próxima da entrada,

Kairen e Ashmanaille, também tiveram audiência: Janya Frende,
uma Colona de Brown, e Salima Toranes, uma Colona de Yellow.
Todas, Aes Sedai e noviças, realizaram a mesma tarefa. Na frente de
cada uma delas, uma densa rede tecida de Terra, Fogo e Ar cercava
uma pequena tigela ou xícara ou recipiente similar, tudo feito pelos
ferreiros do acampamento, que não conseguiam entender por que as
irmãs queriam esses objetos artesanais. sem falar no fato de ter que
fazê-los tão delicadamente como se fossem de prata. Um segundo
tecido, composto de Terra e Fogo, penetrou em cada rede para tocar
o recipiente, que gradualmente ficou branco. Em todos os casos,
muito, muito lentamente.
A habilidade de tecelagem melhorou com a prática, mas dos Cinco

Poderes, a chave era a Terra e, além da própria Egwene, apenas
nove irmãs no acampamento - junto com duas das Aceitas e quase
duas dúzias de noviças - tinham força suficiente.
os tecidos para trabalhar. No entanto, entre

Havia poucas irmãs que queriam gastar tempo com isso.
Ashmanaille, tão esbelta que parecia mais alta do que realmente era,
tamborilou os dedos no tampo da mesa de cada lado do copo de
metal simples à sua frente, franzindo a testa impacientemente
quando a borda da rosa branca.
um pouco acima do meio do recipiente . Os olhos azuis de Kairen

olhavam tão friamente para o cálice alto com o qual ele estava
trabalhando, com apenas uma fina borda branca visível na parte
inferior, que parecia que seu olhar seria suficiente para quebrá-lo.
Deve ter sido Kairen quem Egwene viu entrar na loja.
No entanto, nem todos foram tão sem entusiasmo. Janya, magra, em

seu vestido de seda bronze claro, seu xale marrom com franjas nos
braços, observou Kairen e Ashmanaille fazerem isso com o desejo
de quem gostaria de poder fazer o mesmo. Janya queria saber tudo,
como foi feito e por que aconteceu dessa maneira. Ela havia
experimentado uma grande decepção quando se tornou impossível
para ela criar -
apenas três irmãs além de Elayne tiveram sucesso até agora, com
ter’angreal
resultados muito desiguais - então ela se esforçou muito para

aprender essa habilidade mesmo depois que o teste foi aprovado.
—, claro que podia, havia falta de força no uso da Terra.
Salima foi a primeira a notar Egwene. De rosto redondo e tez quase

tão escura quanto carvão, ele olhou para ela sem expressão, as
franjas amarelas de seu xale balançando levemente enquanto ele se
curvava com precisão e medida adequadas. Promovido a Colono em
Salidar, Salima fazia parte de um padrão perturbador: muitos
Colonos jovens demais para o trabalho. Salima tinha sido Aes Sedai
por apenas trinta e cinco anos, e uma mulher raramente era
nomeada para tal posição.
que ela não usava o xale há um século ou mais. Em outras palavras,
Siuan viu um padrão nele e o achou perturbador, embora não
pudesse dizer por quê. Sempre deixava Siuan desconfortável por
não entender nenhum padrão.
Ainda assim, Salima havia apoiado a declaração de guerra a Elaida e

costumava apoiar Egwene no Salão. Mas nem sempre, e não nisso.
"Mãe," ele cumprimentou friamente.
Janya ergueu a cabeça e sorriu. Ela também havia apoiado a guerra

e, exceto por Lelaine e Lyrelle, duas dos Azuis, ela era a única que
havia sido Colonizadora antes de a Torre ser dividida, e se ela não
apoiava invariavelmente Egwene, ela apoiava.
Como sempre, ele falou com pressa.
"Eu nunca deixarei de me maravilhar com isso, mãe." É

simplesmente incrível. Eu sei que não devemos mais nos
surpreender quando você levanta algo que ninguém tinha pensado.
Às vezes acho que insistimos demais em fazer as coisas de uma
certa maneira, convencidos do que éramos capazes de fazer e do
que não éramos. No entanto, descubra como fazer…! Ele fez uma
pausa para respirar, e Salima aproveitou a interrupção para intervir
suavemente. E friamente.
cuendillar
"Eu ainda acho que é errado", disse ele com firmeza.
Admito que a descoberta foi brilhante de sua parte, mãe, mas a Aes
Sedai não deveria criar coisas para... vendê-las. Salima usava o
termo com todo o desdém de uma mulher que aceitava os aluguéis
de suas propriedades em Tear sem sequer pensar de onde vinham.
Não era uma atitude incomum, apesar do fato de que a maioria das
irmãs vivia da generosa mesada anual da Torre. Ou eles tinham
antes da Torre ser dividida. E ainda por cima", continuou ele, "quase
metade do
irmãs forçadas a fazer isso são amarelas. Recebo reclamações
diariamente.
Nós, pelo menos, temos usos mais importantes para o nosso tempo
do que fazer… bugigangas. Isso lhe rendeu um olhar de
Ashmanaille, um Cinza, e um olhar de Kairen, que era Azul, mas
Salima a ignorou. Ela era uma daquelas amarelas que pareciam
pensar nos outros Ajahs como meros complementos dos seus, o
que, é claro, era o único que lhes servia de alguma utilidade.
"E os novatos não deveriam estar fazendo uma tecelagem tão

complexa", acrescentou Tiana, juntando-se a eles. A Mestra das
Noviças nunca teve vergonha de se dirigir aos Sitters ou à Amyrlin.
Sua expressão estava descontente e ela não parecia perceber que o
gesto fez suas covinhas se destacarem mais, dando-lhe a aparência
de mau humor. É uma descoberta extraordinária e eu certamente
não me oponho à troca, mas algumas dessas garotas mal
conseguem fazer uma bola de fogo mudar de cor sem hesitação.
Permitir que manuseiem tecidos como este só tornará mais difícil

impedi-los de pular em coisas que não controlam, e a Luz sabe como
isso já é complicado. Eles podem até se machucar.
"Bah, bobagem," Janya exclamou, acenando com a mão esbelta com

desdém. Todas as garotas que foram escolhidas já podem criar três
bolas de fogo ao mesmo tempo e isso requer apenas um pouco mais
de poder. Não há perigo desde que uma Aes Sedai supervisione o
que eles fazem, e sempre há algum. Eu vi a escala de serviço. Além
disso, o que ganhamos em um dia nos dará o suficiente para pagar o
exército por uma semana ou mais, mas as irmãs sozinhas não
podem produzir tanto. Ele estreitou os olhos ligeiramente, dando a
sensação de estar
vendo algo através de Tiana. A avalanche de palavras não parou,
embora parecesse que ela estava falando sozinha, pelo menos na
metade. Teremos que ter cuidado com as vendas. Os Mariners têm
um apetite voraz por ele e ainda há muitos de seus navios cuendillar
em
Illian e Tear. E os nobres de lá também o procuram com avidez, mas

mesmo a fome mais voraz tem um limite. Ainda não tenho certeza se
é melhor aparecer tudo de uma vez ou deixá-lo. Mais cedo ou mais
tarde, o preço do vai começar a cair. De repente, ela piscou e olhou
primeiro para Tiana e depois para Salima, a cuendillar
cabeça inclinada para um lado. Você entende o que quero dizer,

certo?
Salima franziu a testa e puxou o xale sobre os ombros.
Tiana levantou as mãos em um gesto exasperado. Egwene

permaneceu em silêncio. Pela primeira vez ela não sentiu vergonha
de ser elogiada por uma de suas supostas descobertas.
Ao contrário de quase tudo, exceto a Jornada, esta era realmente

dele, embora Moghedien tivesse delineado como alcançá-la antes de
escapar. A mulher realmente não sabia como fazer nada - pelo
menos ela não revelou tal conhecimento, não importa o quanto ela a
pressionasse, e ela não tinha faltado nisso - mas Moghedien tinha
um traço marcante de ganância, e mesmo na Era das Lendas ele
tinha sido um luxo altamente valorizado. Ela sabia o suficiente
cuendillar
sobre o processo de fabricação para Egwene
descobrir o resto. De qualquer forma, não importava quem objetasse

ou com que força objetasse; a necessidade de dinheiro significava
que a produção continuaria. Embora, para ela, quanto mais tempo
levasse para vender qualquer um desses itens, melhor.
cuendillar
Sharina bateu palmas ruidosamente na parte de trás da loja, fazendo
com que todos retrucassem.
cabeça nessa direção. Kairen e Ashmanaille também se viraram, e
Blue soltou até mesmo os fluxos, de modo que o copo ricocheteou
no tabuleiro com um tinido. Isso era um sinal de tédio.
O processo teria que recomeçar desde o início, embora encontrar o

lugar certo fosse muito difícil e algumas irmãs aproveitassem todas
as oportunidades para fazer outra coisa durante a hora que tinham
que passar na loja todos os dias.
Uma hora, ou até terminarem o item que começaram, uma de duas

coisas. Isso deveria forçá-los a se esforçar mais para dominar a
técnica, mas muito poucos progrediram até agora.
"Bodewin, Nicola, vão para sua próxima aula," ele ordenou.
Sharina. Ele não falava alto, mas seu timbre tinha força para cortar
um murmúrio de vozes, muito menos o silêncio da loja.
Você tem tempo suficiente para lavar as mãos e o rosto. Vamos,

apresse-se. Você não quer que eles lhe dêem um relatório ruim.
Bode — Bodewhin — moveu-se rapidamente, soltando o Saidar

bracelete inacabado em um dos baús ao longo cuendillar
da
para parede
alguém
terminar, então pegou sua capa.
De bochechas cheias e bonita, ela usava o cabelo escuro em uma

longa trança, embora Egwene não tivesse certeza de ter recebido
permissão do Círculo de Mulheres. Claro, aquele mundo já havia
sido deixado para trás para a garota.
Ao colocar as luvas e sair da barraca, Bode não ergueu os olhos

nem olhou na direção de Egwene. Ela obviamente ainda não
entendia por que uma noviça não conseguia parar para conversar
com a Cadeira Amyrlin sempre que quisesse, mesmo que tivessem
crescido juntos.
Egwene adoraria conversar com Bode e alguns dos outros, mas uma
Amyrlin também tinha lições a aprender.
aprender. Uma Amyrlin tinha muitas obrigações, poucos amigos e
nenhum amor por ninguém. Além disso, mesmo o que poderia ser
considerado favoritismo para com as meninas Two Rivers - o que
pode não ser - só tornaria a vida das outras noviças miserável. E
você também não me faria nenhum favor com a Antecâmara, pensou
com amarga ironia. No entanto, ele gostaria que as garotas Two
Rivers entendessem.
A outra noviça que Sharina nomeou não se levantou do banco nem

parou de canalizar. Os olhos negros de Nicola brilharam para
Sharina.
"Eu poderia ser a melhor nisso se me permitisse praticar de

verdade", ela resmungou mal-humorada. Estou melhorando. Eu sei
que é assim. Eu tenho o Talento da Predição, sabe? Como se uma
coisa tivesse alguma coisa a ver com a outra.
Tiana Sedai, diga a ele que posso ficar mais tempo.
Vou terminar esta tigela antes da minha próxima aula e tenho certeza
de que Adine Sedai não se importará se eu me atrasar um pouco. Se
a aula começasse cedo, ela não chegaria apenas um pouco atrasada
se chegasse atrasada até terminar a tigela; na hora em que estivera
trabalhando, conseguira deixar apenas metade dela branca.
Tiana abriu a boca; mas antes que ele tivesse a chance de

pronunciar uma palavra, Sharina levantou um dedo e em um instante
ergueu o segundo. Deve ter tido um significado especial, porque
Nicola empalideceu, largou os lenços instantaneamente e levantou-
se com tanta pressa que moveu o banco, ganhando uma carranca
das outras duas noviças que o dividiam. Eles curvaram suas cabeças
para seu trabalho de uma vez, porém, e Nicola quase jogou a tigela
inacabada em um baú antes de pegar sua capa. Para surpresa de
Egwene, uma mulher que ela não havia notado, vestida com um
jaqueta marrom curta e calças largas, ela pulou de pé de onde
estava sentada no chão atrás das mesas. Franzindo o cenho, os
olhos azuis de Areina olharam nitidamente para todos os presentes,
após o que a garota correu para fora da loja atrás de Nicola, tanto a
imagem de descontentamento quanto de mau humor. Ver os dois
juntos deixou Egwene inquieta.
"Eu não sabia que amigos podiam entrar", disse ela. Nicola ainda
está causando problemas? Nicola e Areina tentaram chantageá-la, e
também Myrelle e Nisao, mas não foi isso que ela quis dizer; isso
também era segredo.
"Melhor a garota ser amiga de Areina do que de um dos cavalariços",

comentou Tiana, bufando com desdém. A gente tem duas grávidas,
sabe? E mais dez que possivelmente são. No entanto, essa garota
precisa de mais amigos. Os amigos serão o que a fará mudar.
Ela foi interrompida quando duas outras noviças de branco entraram

apressadas na tenda, tagarelando, então pararam quando
encontraram Aes Sedai logo à frente. Eles se curvaram
apressadamente e se dirigiram para os fundos da loja a um gesto de
Tiana. Eles colocaram as capas dobradas em um banco e pegaram
uma taça parcialmente branca e uma taça quase completamente
branca de cima de um baú. Sharina os observou enquanto eles
começavam a trabalhar, então pegou sua própria capa, que colocou
sobre os ombros, antes de ir para a frente da loja.
“Se você me dá licença, Tiana Sedai,” ele disse, com uma reverência
que parecia quase dirigida a um de seus iguais.
Disseram-me para ajudar com a refeição do meio-dia hoje e eu não

gostaria de
preconceito contra os cozinheiros. Seus olhos escuros se voltaram
para os de Egwene e ele acenou para si mesmo.
"Vá, então," Tiana respondeu secamente.
Eu odiaria saber que você foi açoitado por estar atrasado.
No mínimo imperturbável, Sharina curvou-se novamente, nem

apressada nem lentamente, para Tiana, para os Sitters, para Egwene
- dando-lhe outro olhar afiado, mas breve demais para descartar
como ofensivo - e quando as lapelas dela A entrada se fechou atrás
dela. bufou em exasperação.
“Nicola causa menos problemas do que alguns,” ela disse mal-

humorada, e Janya balançou a cabeça.
“Sharina não causa problemas, Tiana. Ele falou tão rápido como
sempre, mas baixinho para que sua voz não chegasse ao fundo da
tenda. Desentendimentos entre irmãs não deveriam ser divulgados
na frente das noviças. Especialmente quando o desacordo era sobre
outro novato. Ela conhece as regras melhor do que qualquer um já
aceito e nunca ultrapassa a marca. Ela nunca se esquiva de uma
tarefa, mesmo a mais desagradável, e é a primeira a ajudar quando
outro novato precisa. Sharina é quem ela é, simplesmente.
Luz, você não pode ser intimidada por um novato.
Tiana ficou tensa e abriu a boca com raiva, mas uma vez que Janya
começou a falar, não foi tarefa fácil entrar em cena.
"Por outro lado, Nicola é a causa de todos os tipos de problemas,

mãe," o Brown continuou apressadamente. Desde que descobrimos
que ela tinha Previsão, ela vem fazendo duas ou três previsões por
dia, de acordo com seu relato. Ou melhor, segundo Areina. Nicola é
inteligente o suficiente para saber que todos nós sabemos que ela
não consegue se lembrar do que prevê, mas parece que
Areina está sempre presente para ouvi-lo e lembrá-lo.
E para ajudá-la a interpretá-lo. Alguns são os tipos de coisas que

qualquer um no acampamento com pouco entendimento e uma
mente ingênua poderia inventar, como batalhas com o seanchan ou
o Asha'man, ou uma Amyrlin aprisionada, ou o Dragão Renascido
fazendo nove coisas impossíveis, ou visões. que poderia ser de
Tarmon Gai'don ou o produto da indigestão. E
todos os outros apenas indicam que Nicola deveria ter permissão

para ir mais rápido com suas aulas. Ela é sempre muito gananciosa
para isso.
Acho que até quase todos os novatos deixaram de acreditar nele.
— Ela mete o nariz em tudo também — interveio Salima no momento

em que Janya lhe deu uma chance. Ela e seu amiguinho, ambos.
Seu rosto permaneceu calmo e frio, e ela ajeitou o xale como se toda
a sua atenção estivesse nele, embora continuasse com alguma
pressa, talvez temendo que o Marrom voltasse a falar. Ambos foram
açoitados por escutar conversas entre irmãs, e eu mesmo peguei
Nicola tentando dar uma espiada em uma das áreas de viagem. Ele
disse que só queria ver como um acesso era aberto, mas acho que o
que ele estava tentando fazer era aprender a trama. Eu posso
entender a impaciência, mas a trapaça não pode ser tolerada. Acho
que Nicola não vai mais receber o xale e, francamente, comecei a
me perguntar se ela não deveria ser expulsa, e logo. O livro dos
noviços estará aberto a qualquer pessoa" - ele terminou com um
olhar vazio para Egwene - "mas não precisamos baixar
completamente o nível exigido.
Encarando, Tiana teimosamente apertou os lábios, trazendo as

covinhas novamente. Quase se podia esquecer que ela usava o xale
há mais de trinta anos e tomá-la por uma noviça.
"Enquanto eu for a Mestra das Noviças, a decisão de expulsar uma
garota é minha," ela argumentou acaloradamente, "e eu não vou
perder uma garota com o potencial de Nicola." Nicola seria muito
forte no poder um dia. Ou de Sharina,” ela adicionou com uma
careta, alisando sua saia irritada. O potencial de Sharina era
extraordinário para dizer o mínimo, muito superior a qualquer irmã na
memória viva, exceto Nynaeve, e à frente de Nynaeve também.
Alguns pensaram que poderia ser o mais forte possível, embora isso
fosse apenas especulação. Se Nicola está incomodando você, mãe,
eu cuido disso.
"Só curiosidade", respondeu Egwene cautelosamente, engolindo a

sugestão de que a noviça e sua amiga deveriam ser observadas de
perto. Ele não queria falar sobre Nicola. Seria muito fácil encontrar-
se no dilema de ter que mentir ou revelar assuntos que você não
ousou trazer à tona. Pena que Siuan não teve permissão para
organizar duas mortes discretas.
Sua cabeça se ergueu em choque com tal ideia. Tanta coisa mudou
desde Campo de Emond? Ele sabia que teria que ordenar que
homens fossem mortos em batalha mais cedo ou mais tarde, e
acreditava que poderia ordenar uma morte se fosse necessário. Se
uma morte impedisse a morte de milhares de pessoas ou centenas
de milhares, não seria correto dar tal ordem? Mas o perigo que
Nicola e Areina representavam era simplesmente o de revelar
segredos que causariam inconveniência a Egwene al'Vere. Ah,
Myrelle e os outros com certeza teriam sorte se saíssem impunes
com algumas bengalas simples, e sem dúvida considerariam isso
mais do que um incômodo, mas o desconforto, por maior que fosse,
não era motivo suficiente para matar.
De repente ela percebeu que estava franzindo a testa e que Tiana e
as duas Sitters a observavam; Janya nem se deu ao trabalho de
esconder sua curiosidade atrás de uma máscara de compostura.
Para encobrir, Egwene virou um olhar carrancudo para a mesa onde
Kairen e Ashmanaille estavam trabalhando novamente. O branco na
xícara de Ashmanaille havia subido um pouco mais, mas em pouco
tempo Kairen a alcançou. Na verdade, ele a superou, pois sua xícara
era duas vezes mais alta.
"Sua habilidade está melhorando, Kairen", disse ele com aprovação.
Blue olhou para ela e respirou fundo. Seu rosto oval tornou-se a
imagem cuspida da fria tranquilidade ao redor daqueles olhos azuis
gélidos.
“Não é preciso muita habilidade, mãe. Tudo o que você precisa fazer
é criar um tecido e esperar. A última palavra carregava um tom de
acrimônia. E, dito do nada, houve uma ligeira hesitação diante da
denominação "mãe". Kairen havia deixado Salidar em uma missão
muito importante que a viu desmoronar, embora não por culpa dela,
e encontrá-los em Murandy descobriu que tudo o que ela havia
deixado para trás havia sido virado de cabeça para baixo. oitenta
graus e uma garota de que ele se lembrava. como uma noviça
estava usando a estola de Amyrlin. Kairen estava passando muito
tempo com Lelaine ultimamente.
"Ele está melhorando... algumas coisas," Janya disse com uma

carranca para a irmã Azul. Como o resto dos Sitters, Janya deve ter
se convencido de que o Salão estava se fazendo de marionete
promovendo Egwene, mas ela parecia ter aceitado que a jovem
usava a estola e merecia o respeito de todos. Claro, duvido que
consiga alcançar Leane no
a menos que se aplique, pelo menos a você, mãe. Verdade seja dita,
o jovem Bodewhin poderia alcançá-la. Quanto a mim, não gostaria
de ser superado por um novato, mas suponho que haja quem não
pense assim.
As bochechas de Kairen ficaram vermelhas, e Blue olhou para seu

copo. Tiana bufou com desdém.
"Bodewin é uma boa menina, mas ela passa mais tempo rindo e
brincando com as outras noviças do que se aplicando se Sha..." Ele
inalou profundamente. Se você não assistir. Ontem, ela e Althyn
Conly tentaram fazer dois objetos de uma vez só para ver o que
aconteceria, e ambos os objetos derreteram em uma gosma sólida.
Inútil para venda, é claro, a menos que alguém pudesse ser
encontrado que quisesse um par de taças meio ferro, meio
cuendillar
anguladas. E só a Luz sabe o que
acontecido
poderia
com as
ter
meninas.
Eles não pareciam estar feridos, mas quem sabe o que pode
acontecer da próxima vez?
"Certifique-se de que não haja uma próxima vez", disse Egwene

distraidamente, sua atenção na xícara de Kairen.
A linha do alvo subiu de forma constante. Quando Leane fez essa

trama, o ferro preto ficou branco como se o metal estivesse sendo
cuendillar
rapidamente imerso em
mudança leite.
foi
Para
feita em a própria
um
Egwene,
piscar de
olhos, de
preto para branco em uma fração de segundo. Teria que ser Kairen e
Leane, mas mesmo Leane não foi rápido o suficiente.
Kairen precisava de tempo para melhorar. Dias? Semanas?
Custe o que custar, porque qualquer outra coisa seria um desastre,

tanto para as mulheres envolvidas quanto para os homens que
morreriam lutando nas ruas de Tar Valon. E talvez para a Torre. De
repente, Egwene ficou feliz por ter aprovado a sugestão de Beonin.
Diga a Kairen
por que ela tinha que se esforçar mais poderia estimulá-la a se
esforçar mais, mas esse era outro segredo para manter até que
fosse a hora de revelá-lo ao mundo.
18
UMA CONVERSA COM SIUAN
CQuando Egwene saiu da barraca, eles haviam sido levados, é

Daishar , claro, mas a estola de sete cores que se projetava do
capuz funcionou melhor do que o semblante de uma Aes Sedai para
abrir caminho entre a multidão.
Ela avançou em uma seqüência contínua de reverências, com o

aceno ocasional de um Guardião ou um artesão que tinha alguns
negócios a tratar nas lojas das irmãs. Alguns noviços gritaram ao ver
a estola de Amyrlin, e famílias inteiras saíram do calçadão e se
curvaram na rua lamacenta. Desde que fora forçada a ordenar uma
punição para algumas das garotas de Dois Rios, espalhou-se entre
as noviças a notícia de que Amyrlin era tão dura quanto Sereille
Bagand e que era melhor não incorrer em seu desagrado; nem
despertar seu gênio, que
poderia explodir como um fogo feroz. Tampoco es que la mayoría de
ellas supiera suficiente historia para tener una idea real de quién
había sido Sereille, pero ese nombre había sido sinónimo de
rigurosidad y mano de hierro durante cien años en la Torre y las
Aceptadas se aseguraban de que las novicias asimilaran detalles
como esse. Felizmente, o capuz cobria o rosto de Egwene; no
momento em que a nona família de noviços saltou da calçada como
um bando de lebres assustadas para abrir caminho para ele, ele
estava rangendo os dentes com tanta força que olhar para seu rosto
teria reforçado sua reputação de mascar ferro e cuspir pregos.
Ela tinha uma sensação horrível de que ao longo dos séculos os

Aceitos usariam seu nome para assustar os noviços como agora
usavam o de Sereille. Claro, a pequena questão de recuperar a Torre
Branca tinha que ser resolvida primeiro. Pequenas irritações teriam
que esperar.
Ele pensou que seria capaz de cuspir pregos sem ter que mastigar
ferro.
A multidão se reduziu a nada em torno do escritório da Amyrlin, que

não era nada mais do que uma tenda pontiaguda com paredes de
lona marrom remendada, apesar do nome.
Como a Antecâmara, era um lugar a ser evitado, a menos que

houvesse negócios a serem feitos ali ou alguém fosse convocado.
Ninguém foi simplesmente convidado a ir ao Salão ou ao escritório

da Amyrlin. Mesmo o convite mais inócuo para um ou outro lugar era
uma ordem para denunciar, fato que transformava essa simples
barraca em um refúgio. Egwene entrou, afastando as lapelas, tirando
a capa com um suspiro de alívio. Um par de braseiros dava à sala
um calor agradável em comparação com o exterior, quase não
emitindo fumaça. No ar havia um
o aroma leve e doce de ervas secas que foram espalhadas sobre as
brasas.
"Pelo jeito que essas garotas tolas estão se comportando, você

pensaria que eu..." ele começou com um grunhido, então ficou em
silêncio.
Ele não ficou surpreso ao ver Siuan ao lado da mesa; Ela estava
usando um vestido de pano azul simples, embora bem cortado, e ela
estava segurando uma pasta de couro contra o peito. Como Delana,
a maioria das irmãs ainda parecia acreditar que o trabalho de Siuan
era ensinar sua etiqueta e fazer recados, ambos com relutância, mas
ela sempre estava lá de manhã cedo, algo que parecia ter passado
despercebido até agora.
Siuan tinha de fato sido uma Amyrlin mastigadora de ferro, embora

ninguém - a menos que a tivessem conhecido antes -
teria dito isso. As noviças apontavam para ela com a mesma

frequência que Leane, mas com um ar de dúvida de que ela era
realmente quem as irmãs diziam que ela era. Bonita, se não bonita,
com uma boca delicada e cabelos escuros lustrosos na altura dos
ombros, Siuan parecia mais jovem ainda que Leane, apenas alguns
anos mais velha que Egwene. Ela teria passado por uma das Aceitas
se não fosse pelo xale de franjas azul que estava jogado sobre seus
braços. Essa era a razão pela qual ele sempre usava, para evitar
erros embaraçosos. Seus olhos, no entanto, haviam mudado tão
pouco quanto seu temperamento, e eram furadores azuis gélidos
perfurando a mulher cuja presença foi uma surpresa.
Halima foi realmente bem-vinda, mas Egwene não esperava vê-la

esparramada nas almofadas coloridas empilhadas ao lado da
barraca, com a cabeça apoiada em uma das mãos. Enquanto Siuan
era bonita, o tipo de jovem — ou aparentemente jovem —
que fazia
sorrindo tanto para homens quanto para mulheres, Halima era
deslumbrante, com enormes olhos verdes em um rosto perfeito e um
busto firme e generoso, do tipo que fazia os homens engolirem em
seco e as mulheres franzirem a testa. Não que Egwene franzisse a
testa ou acreditasse nas histórias espalhadas por mulheres
ciumentas sobre como Halima atraía homens simplesmente por ser
quem ela era. Afinal, ela não podia deixar de ter sua aparência. Mas
mesmo que sua posição como secretária de Delana fosse
obviamente uma questão de caridade por parte da irmã Gray – uma
mulher do campo com pouca educação, Halima escreveu com a falta
de jeito de uma criança pequena – Delana costumava mantê-la
ocupada o dia todo com alguma coisa. Ele raramente aparecia antes
de dormir e quase sempre era porque tinha ouvido que Egwene
estava com uma de suas dores de cabeça. Nisao não conseguiu
aliviar essas dores de cabeça, mesmo usando o novo Heal, mas as
massagens de Halima fizeram maravilhas quando a dor era tão
intensa que fez Egwene chorar.
"Eu disse a ela que você não tinha tempo para visitas esta manhã,
mãe," Siuan relatou secamente, pegando a capa de Egwene com a
mão livre, ainda olhando carrancudo para a mulher esparramada nas
almofadas. Mas, para o caso que ele fez comigo, teria sido muito
melhor se eu tivesse começado a brincar de berço comigo mesmo
em vez de desperdiçar minha saliva. Ele pendurou o manto em um
cabide grosseiro e bufou com desdém. Talvez se ele usasse calças e
tivesse bigode, ele me ouviria. Siuan parecia acreditar em todos os
rumores sobre os supostos estragos de Halima entre os mais belos
artesãos e soldados.
O engraçado era que Halima parecia se divertir com sua reputação.

Talvez até gostasse dela. A mulher deu uma risada baixa e gutural e
se esticou nas almofadas.
como um gato Ela tinha uma fraqueza lamentável por corpetes
decotados, o que era inacreditável com o tempo, e ela quase
escorregou para fora do vestido de seda verde com barras azuis.
A seda não era o tipo de tecido que uma secretária usaria, mas a
caridade de Delana era grande; ou era a dívida que ele devia a ela.
"Você parece preocupada esta manhã, mãe", a mulher de olhos

verdes murmurou, "e você saiu cavalgando muito cedo, tentando não
me acordar." Achei que você poderia querer conversar. Você não
teria tantas dores de cabeça se falasse mais sobre suas
preocupações. Pelo menos você sabe que comigo você pode fazer
isso. Ela olhou para Siuan, que a olhava com um olhar arrogante e
desdenhoso, e deu outra risada profunda. E você sabe que eu não
quero nada de você, ao contrário dos outros.
Siuan bufou novamente e lentamente colocou a pasta na mesa, bem

entre o tinteiro e a caixa de areia. Ele até brincou com o porta-
canetas. Egwene reprimiu um suspiro com esforço.
Halima não pedia nada além de um berço na barraca para estar à

mão se Egwene tivesse uma de suas dores de cabeça, e dormir lá
tinha que dificultar o cumprimento de seus deveres para Delana.
Além disso, Egwene gostava de sua atitude descontraída, direta e
franca.
Era tão fácil falar com Halima e esquecer por um tempo que era o
Assento de Amyrlin, uma saída que ele não podia nem ter com
Siuan. Ela lutou para ser reconhecida como Aes Sedai e Amyrlin, e
esse reconhecimento permaneceu tênue. Cada erro em seu papel
como Amyrlin tornaria mais fácil cair no próximo, e no próximo, e no
seguinte, até que ela voltasse à posição de ser considerada uma
criança brincando. Isso fez de Halima um luxo precioso além do que
suas massagens continuaram com as enxaquecas. Para sua
irritação, porém, quase todas as mulheres no acampamento
pareciam compartilhar o ponto de vista de Siuan, com a possível
exceção de Delana. O Cinza parecia muito pudico para empregar um
atrevido. De qualquer forma, se a mulher perseguia homens ou até
pulava sobre eles, isso não importava agora.
“Receio ter trabalho a fazer, Halima,” ele disse enquanto tirava as

luvas. Muito trabalho, diariamente. Os relatórios de Sheriam ainda
não estavam na mesa, é claro, mas ela os enviaria em breve, junto
com alguns pedidos que ela achava que mereciam a atenção de
Egwene. Apenas alguns; dez ou doze apelações de queixas sobre as
quais Egwene deveria governar como Amyrlin. Tal coisa não poderia
ser feita sem examinar os casos e fazer perguntas se um julgamento
justo deveria ser proferido. Talvez você queira comer comigo. Se
terminasse a tempo, não teria que se contentar com uma refeição ali
mesmo no escritório. Na verdade, não demorou muito para o meio-
dia. Então podemos conversar.
Halima sentou-se com um sobressalto, seus olhos brilhando e seus

lábios se contraindo, mas sua carranca desapareceu tão
rapidamente quanto apareceu. Ainda assim, havia um traço de
ardência em seus olhos. Se ela fosse uma gata, teria as costas
arqueadas e o rabo eriçado como um raspador. Ela se levantou
graciosamente das almofadas e alisou a saia sobre os quadris.
-De acordo. Se você tem certeza que não quer que eu fique.
Com um timing incrível, Egwene começou a sentir uma ardência

atrás dos olhos, um precursor familiar de uma terrível dor de cabeça,
mas ela ainda balançou a cabeça.
cabeça e repetiu que tinha que trabalhar. Halima hesitou por um
momento, sua boca se apertou novamente, suas mãos apertadas em
sua saia, então ela puxou sua capa do gancho e saiu da barraca sem
se preocupar em jogá-la sobre os ombros. Sua saúde poderia sofrer
saindo assim, com o frio lá fora.
"Aquele peixeiro genial vai colocá-la em apuros mais cedo ou mais

tarde," Siuan resmungou antes que as abas do bilhete parassem de
balançar. Carrancuda, ela puxou o xale sobre os ombros. Ele se
segura quando você está na frente dele, mas não se esquiva de usar
sua linguagem mais áspera comigo.
Comigo ou com qualquer outra pessoa. Ela foi ouvida gritando com
Delana.
Desde quando uma secretária grita com a patroa, que também é

irmã? Um Sentado! Não entendo por que Delana aguenta isso.
"Isso é assunto de Delana, me parece." “Questionar as ações de

outra irmã era tão proibido quanto interferir nelas. Apenas por
costume, não por lei, mas ainda assim alguns costumes eram tão
fortes quanto a lei. Ele não teria que lembrar Siuan de tal coisa,
exatamente.
Egwene esfregou as têmporas e cuidadosamente se sentou na

cadeira atrás da mesa, mas a cadeira balançou de qualquer maneira.
Projetado para ser dobrado e armazenado em um carrinho, as
pernas tinham o mau hábito de dobrar quando não deveriam, e
nenhum dos carpinteiros conseguiu consertá-las após várias
tentativas. A mesa também dobrou, mas ficou mais firme. Egwene
desejou ter a chance de comprar outra cadeira em Murandy, mas
havia tantas coisas para comprar e dinheiro não era suficiente para
tudo, especialmente se ela já tivesse uma cadeira. Pelo menos ele
tinha conseguido um par de abajures e um para cima da mesa, todos
os três de ferro pintado de vermelho, embora com espelhos que não
eram.
eles tinham bolhas. Ter uma boa luz não parecia evitar suas dores de
cabeça, mas ainda era melhor do que tentar ler com algumas velas
de sebo e uma lanterna. Se Siuan sentiu censura em seu
comentário, ela não levou as coisas mais devagar por isso.
"Ele é mais do que gênio." Uma ou duas vezes ele me deu a

impressão de que estava prestes a me bater. Acho que você tem
bom senso suficiente para se conter, mas nem todo mundo é Aes
Sedai. Estou convencido de que de alguma forma ele conseguiu
quebrar o braço de um carroceiro. Ele diz que caiu, mas eu pensei
que ele estava mentindo para mim pelo jeito que ele desviou os
olhos e pelo tremor de sua boca. Você não gostaria de admitir que
uma mulher puxou seu ombro para trás, não é?
"Pare com isso, Siuan," Egwene pediu cansada.
Certamente aquele homem tentou tomar certas liberdades.
“Tinha que ser isso. Não foi explicado como Halima poderia ter
quebrado o braço de um homem. Qualquer que fosse a descrição
feita da mulher, o termo "muscular" não se encaixava.
Em vez de abrir a pasta que Siuan havia deixado sobre a mesa, ela
colocou as mãos em cada lado dela. Dessa forma, ele evitou levá-los
à cabeça. Talvez se ele ignorasse a dor, ela desaparecesse. Além
disso, para variar, ele tinha informações para compartilhar com
Siuan.
"Aparentemente, alguns dos Sitters estão falando sobre negociar

com Elaida", ele começou.
Mantendo o rosto inexpressivo, Siuan se sentou em um dos bancos

frágeis e escutou atentamente; apenas seus dedos se moviam, como
se acariciassem sua saia, até que Egwene terminou de falar. Então
ela cerrou os punhos e murmurou algumas maldições que soaram
altas mesmo vindo dela, começando com o desejo de
que todos se afogariam em tripas de peixe de uma semana e depois
rolariam ladeira abaixo a toda velocidade. O fato de terem saído de
um rosto bonito e jovem os fez soar pior.
"Eu acho que você fez a coisa certa ao deixá-lo ir em frente", ele
murmurou uma vez que suas tiradas terminaram. O assunto vai se
espalhar, agora que começou, e assim você se adianta. Acho que a
coisa do Beonin não deveria me surpreender. Ela é ambiciosa, mas
sempre pensei que ela teria corrido de volta para Elaida se Sheriam
e os outros não a tivessem puxado. Com os olhos fixos em Egwene
como se para dar peso às suas palavras, ele se apressou. Queria
que Varilin e aquela turma tivessem me surpreendido, mãe.
Descontando os Blues, seis Sitters de cinco Ajahs fugiram da Torre
depois que Elaida encenou seu golpe. Seus lábios se torceram em
uma carranca quando ele disse a última. E aqui temos um de cada
um desses cinco. Estive ontem à noite, na Torre…
Tel'aran'rhiod
"Eu acredito que você foi sábio," ele interrompeu.
secamente Egwene.
Às vezes, Siuan parecia não saber o que significava ser cuidadoso.

Havia dezenas de irmãs esperando ansiosamente por sua vez de
usar a contagem dos Sonhos em sua posse, a maioria para visitar a
Torre, e embora Siuan ter’angreal
não fosse exatamente proibida, ela chegou muito perto. Ele poderia
ter esperado para sempre sem que o Salão concordasse em usá-lo
por uma única noite. Além das irmãs que a culparam pela quebra da
Torre –
ela não tinha sido acolhida tão calorosamente quanto Leane, por
causa disso, e ninguém a mimava – além disso, muitos se
lembravam de sua grosseria ao ensinar quando ela era uma criança.
deles.
.
os poucos que sabiam usar aquele tipo de Siuan não ter’angreal
tinham paciência com tolos, e todos eles eram
primeiras vezes que entraram no agora
Tel'aran'rhiod
, assim que
tinham que compartilhar o turno de Leane quando ele queria Visite o

Mundo dos Sonhos. Se alguma irmã
surpreso ali, o "quase banimento" se tornaria um veto retumbante Ou

pior ainda, iniciar uma investigação para descobrir quem lhe
emprestou o que
ter’angreal
ele poderia acabar desmascarando Leane.
-No
Tel'aran'rhiod
Eu sou uma mulher diferente com roupas
diferente cada vez que eu viro uma esquina", disse ele.
Siuan, afastando-o com um aceno. Era uma
boas notícias, embora provavelmente aquelas
mudanças tiveram mais a ver com a falta de controle do que fazendo

isso de propósito. A confiança de Siuan nela próprias habilidades às
vezes superavam o que seria justificado-. A questão é que ontem à
noite eu vi uma lista parcial de Settled e consegui ler quase todos os
nomes antes que a folha mudou para uma notação com a conta de
Tel'aran'rhiod
vinhos. — Isso era uma coisa comum onde
nada permaneceu o mesmo por muito tempo, a menos que fosse um

reflexo de algo permanente no mundo desperto. Anda já Forae foi
promovido pelos Greys, Rina Hafden pelos Greens e Juilaine
Madonne para os Browns. Nenhum tem usava o xale há mais de
setenta anos, no máximo. Elaida tem a mesmo problema que nós,
mãe.
"Entendo", disse Egwene lentamente. caiu em conta que ele estava

massageando sua têmpora. a dor lancinante atrás dos olhos não
parou. E ficaria mais intenso. Sempre aconteceu assim. Quando a
noite chegasse, eu estaria lamentando ter dito a Halima para ir
embora. Sob mão com firmeza e moveu meia polegada para o
deixou a pasta na frente dele e depois voltou para

colocá-lo onde estava antes. E os outros? Eles tiveram que substituir
seis Sitters.
—Ferane Neheran entrou para as Brancas e Suana Dragand para as

Amarelas. Ambos estiveram na Antecâmara antes,”
Siuan admitiu. Era apenas uma lista parcial e eu não consegui ler
tudo. Ela endireitou as costas e ergueu o queixo em um gesto
teimoso. Se um ou dois tivessem sido nomeados mais cedo do que o
habitual, seria chocante.
Embora às vezes aconteça, não acontece com frequência, e com

estes há onze, talvez doze, entre nós e a Torre. Não acredito em
coincidências tão grandes. Quando os peixeiros compram pelo
mesmo preço, pode apostar que todos beberam na mesma pousada
na noite anterior.
“Você não precisa me convencer, Siuan. Com um suspiro, Egwene

recostou-se na cadeira, agarrando automaticamente a perna da
cadeira que sempre tentava dobrar quando ela fazia isso. Não havia
dúvida de que algo estranho estava acontecendo, mas o que isso
significava? E quem poderia influenciar a escolha dos Sitters em
todas as Ajahs? Em todos, exceto Azul, pelo menos; eles haviam
escolhido uma babá, mas Moria era Aes Sedai há mais de cem anos.
E talvez Red também não tenha sido afetado; ninguém sabia que
mudanças haviam ocorrido entre os Red Sitters, se é que havia
alguma. O Preto pode estar atrás disso, mas o que ele ganharia a
menos que todos aqueles jovens Sitters fossem Pretos? Tal coisa
não parecia possível; se o Ajah Negro tivesse muita influência, o
Salão teria sido feito inteiramente de Amigos das Trevas há muito
tempo. No entanto, se havia um padrão e não era apenas um acaso,
então tinha que haver alguém envolvido. O simples fato de
embaralhar as possibilidades e impossibilidades fez com que o
dor maçante atrás dos olhos tornou-se um pouco mais intensa.
"Se isso for um acaso, Siuan, você vai se arrepender de cada ideia
que parecia um quebra-cabeça para você." Ele forçou um sorriso
enquanto falava para tirar o ferro de suas palavras.
Uma Amyrlin tinha que ter cuidado com o que dizia.
Agora que você me convenceu de que existe um quebra-cabeça,

quero que você o resolva. Quem é responsável e qual é o propósito.
Até descobrirmos isso, não saberemos de nada.
"Você só quer isso?" Siuan perguntou secamente.
Antes do jantar ou depois?
"Para mais tarde será o suficiente, suponho", ele retrucou.
Egwene, que então respirou fundo com a expressão envergonhada

no rosto da outra mulher. Não fazia sentido tirar sua dor de cabeça
com Siuan. As palavras de uma Amyrlin tinham poder e, às vezes,
consequências; Eu tinha que me lembrar disso. Mas será suficiente
se for o mais rápido possível”, acrescentou em um tom mais suave.
Eu sei que você estará com tanta pressa quanto possível.
Enojado ou não, Siuan pareceu entender que a explosão de Egwene

não era apenas sobre seu sarcasmo. Apesar de sua aparência
jovem, ele tinha anos de experiência interpretando o que um rosto
refletia.
"Você quer que eu vá encontrar Halima?" ele perguntou quando

começou a se levantar. A falta de acrimônia na pronúncia do nome
da mulher deu uma medida de sua preocupação. Eu não vou
demorar muito.
"Se eu me deixasse tirar o melhor de cada dor de cabeça, nunca

conseguiria fazer nada no final", disse Egwene, abrindo a pasta.
Bem, o que você tem para mim hoje? Ele manteve as mãos nos
papéis, no entanto, para evitar levá-los à cabeça.
Uma das tarefas de Siuan todas as manhãs era coletar o que as
Ajahs queriam compartilhar de suas redes de informantes, junto com
o que as irmãs haviam passado para suas Ajahs e elas decidiram
passar para Egwene. Era um estranho processo de peneiração, mas
ainda oferecia uma imagem do mundo quando adicionado ao que
Siuan tinha. Ela conseguiu manter o controle dos agentes que
haviam sido dela como Amyrlin pelo simples expediente de se
recusar a dizer quem eles eram apesar de todos os esforços do
Salão, e no final ninguém poderia refutar que aqueles olhos e
ouvidos eram de dela, a Amyrlin e que eles deveriam, por direito,
reportar-se a Egwene.
Ah, havia resmungos intermináveis, é claro, e ainda havia de vez em

quando, mas ninguém podia negar os fatos.
Como sempre, o primeiro relato não veio de um Ajah ou Siuan, mas

de Leane, escrito em finas folhas de papel com uma caligrafia
elegante. Egwene não sabia exatamente por quê, mas nunca poderia
haver dúvida de que qualquer escrita de Leane era obra da mão de
uma mulher. Cada página ele segurava perto da chama do abajur
depois de ler, certificando-se de que queimasse até quase tocar seus
dedos, então se desintegrava em cinzas. Nem ela nem Leane se
importavam que, comportando-se quase como estranhos em público,
um desses relatórios caísse nas mãos erradas.
Pouquíssimas irmãs sabiam que Leane tinha informantes em Tar

Valon. Talvez ela fosse a única irmã que os tinha. Manter um olhar
atento sobre o que estava acontecendo na rua enquanto ignorava o
que estava acontecendo em casa era uma falha humana
característica, e a Luz sabia que a Aes Sedai tinha tantas falhas
quanto qualquer outra.
qualquer um. Infelizmente, Leane não tinha quase nada de novo para
relatar.
Seus agentes na cidade reclamaram que as ruas sujas se tornaram

cada vez mais perigosas após o anoitecer e pouco seguras à luz do
dia. O crime era quase inexistente em Tar Valon, mas agora a
Guarda da Torre havia deixado as ruas para patrulhar os portos e as
torres das pontes. Exceto pela cobrança de taxas alfandegárias e
compra de suprimentos, ambos feitos por intermediários, a Torre
Branca parecia ter sido totalmente isolada da cidade. Os grandes
portões pelos quais o público entrava na Torre estavam trancados, e
ninguém tinha visto uma irmã fora do complexo desde o início do
cerco, se não antes.
Todos eram confirmações do que Leane havia relatado

anteriormente. A última página, no entanto, fez Egwene erguer as
sobrancelhas. Rumores circulavam nas ruas de que Gareth Bryne
havia encontrado um caminho secreto para a cidade e que um dia
ele apareceria dentro dos muros com todo o seu exército.
"Leane teria apontado isso se alguém tivesse usado uma palavra que
soasse como se significasse acessos," Siuan disse rapidamente,
notando a expressão de Egwene. Ele já havia lido todos os relatórios
antes, é claro, e sabia o que Egwene estava lendo na página que
estava segurando. Movendo-se no banco instável, Siuan quase caiu
no tapete porque não prestou atenção.
No entanto, ele não demorou para isso. E você pode ter certeza que
Gareth não perdeu nada,” ela continuou, endireitando-se.
Não que seus soldados sejam tolos o suficiente para querer desertar
agora e ir para a cidade, mas ele sabe quando manter a boca
fechada. Só tem fama de
atacar onde seria impossível fazê-lo. Ele fez o impossível com
frequência suficiente para que as pessoas esperassem que ele o
fizesse. Isso é tudo.
Escondendo um sorriso, Egwene colocou o papel que falava de Lord

Gareth na chama e observou enquanto ele se torcia e queimava.
Alguns meses atrás, Siuan teria feito um comentário azedo sobre o
homem em vez de elogiá-lo. Teria sido 'gareth Bryne', não 'Gareth'.
Siuan não podia deixar de lavar a roupa e engraxar as botas, mas
Egwene a vira olhar para ele nas poucas vezes em que o homem
estivera no acampamento das Aes Sedai. Olhando para ele e depois
fugindo com ele olhando para ela. Siuan escapando! Ela tinha sido
uma Aes Sedai por mais de vinte anos, dos quais ela tinha sido uma
Amyrlin por dez, mas ela tinha tão pouca ideia de como lidar com o
amor quanto um pato com uma ovelha.
Egwene esmagou as cinzas e esfregou as mãos, seu sorriso

desapareceu. Ele não podia falar sobre Siuan. Ela também estava
apaixonada, mas nem sabia onde diabos Gawyn estava ou o que
faria se descobrisse. Ele se devia a Andor, e ela à Torre. E a única
maneira de atravessar aquele precipício, de ligá-lo, poderia levá-lo à
morte. Era melhor deixá-lo ir, esquecê-lo. O que seria tão fácil quanto
esquecer seu próprio nome. E
eu ligaria. Eu sabia. Claro, ele não poderia encaderná-lo sem saber

onde estava, sem ter as mãos nele, então tudo estava de volta à
estaca zero. Os homens eram... um aborrecimento!
Ela colocou os dedos nas têmporas e pressionou, embora isso não

fizesse nada para aliviar a dor latejante, e tirou Gawyn de sua mente.
O mais longe possível. Ela achou que era uma amostra do que era
ter um Guardião, pois sempre havia algo de Gawyn no canto de sua
mente. E com
propensão a explodir em sua consciência no momento mais
inoportuno.
Ele se concentrou no que tinha em mãos e pegou a próxima folha.
Para os informantes, era como se grande parte do mundo tivesse

desaparecido. Poucas notícias vieram das terras ocupadas pelos
seanchan, e o que veio foi dividido entre descrições fantasiosas das
feras seanchan, transmitidas como prova de que usavam
Shadowspawn, histórias horríveis de mulheres sendo testadas para
ver se deveriam ser reduzidas a histórias deprimentes de...
aceitação. Aparentemente, os seanchan não eram piores
governantes do que quaisquer outros e melhores do que
damane
alguns –
contanto que não fosse uma canalizadora –
e muitas pessoas pareciam ter
desistido da ideia de resistir ao invasor uma vez que se tornou óbvio

que eles o seanchan os deixou seguir com suas vidas. Os de Arad
Doman eram quase tão ruins e não passavam de boatos, admitidos
como tal pelas irmãs que escreveram os relatórios, mas incluídos
simplesmente para refletir o estado do país. O rei Alsalam estava
morto.
Não, ele começou a canalizar e ficou louco. Rodel Ituralde, o Grande

Capitão, também havia morrido, ou usurpado o trono, ou estava
invadindo Saldeia.
Da mesma forma, todo o Conselho de Mercadores morreu, ou fugiu

para o campo, ou iniciou uma guerra civil sobre quem seria o
próximo rei. Qualquer rumor pode ser verdade. Ou nenhum. Os
Ajahs estavam acostumados a ver tudo, mas agora um terço do
mundo estava envolto em uma névoa espessa com apenas
pequenas aberturas. Ou, pelo menos, se houvesse uma visão mais
clara, nenhum Ajah se dignou a compartilhar o que viu.
Outro problema era que os Ajahs consideravam coisas diferentes
como dignas de suma importância e ignoravam todas as outras. Por
exemplo, os Verdes estavam principalmente preocupados com
histórias de exércitos de Borderlands perto de New Braem, a
centenas de léguas da Praga que eles deveriam guardar. Seu
relatório falava de pessoas das nações fronteiriças e apenas deles,
como se algo tivesse que ser feito a respeito e feito agora. Não que
eles sugerissem alguma coisa ou mesmo insinuassem, mas ainda
assim a frustração era clara na caligrafia apertada e apressada que
estava se espalhando urgentemente pela página.
Egwene sabia a verdade da situação por Elayne, mas estava

satisfeita em deixar os Verdes morderem seus punhos por enquanto,
já que Siuan descobrira por que eles não eram rápidos em consertar
as coisas. De acordo com seu agente em New Braem, o povo de
Borderlands estava acompanhado por um grupo de cinquenta a cem
irmãs, talvez duzentas. O número de Aes Sedai não era certo e devia
estar inchado, é claro, mas sua presença era um fato que os Verdes
deviam estar cientes, embora os relatórios enviados a Egwene nunca
o mencionassem.
Nenhum Ajah havia mencionado essas irmãs em seus relatórios.
No entanto, no final, não importava se havia duzentos ou dois.
Ninguém poderia saber ao certo quem eram essas irmãs ou por que
estavam aqui, mas meter o nariz certamente seria interpretado como
interferência. Parecia estranho que elas estivessem presas em uma
guerra entre as Aes Sedai e ainda estivessem cautelosas em
interferir no que outra irmã fazia por hábito, mas felizmente elas
estavam.
"Pelo menos eles não estão sugerindo que enviemos ninguém para
Caemlyn." Egwene piscou; o pau atrás do
Seus olhos se estreitaram enquanto ele seguia a caligrafia apertada.
Siuan bufou com desdém.
"E por que eles sugeririam isso?" Até onde eles sabem, Elayne está
deixando Merilille e Vandene guiá-los, então eles estão convencidos
de que terão sua rainha Aes Sedai e, por último, mas não menos
importante, uma verde. Além disso, enquanto o aspirante a
Asha'man ficar longe de Caemlyn, ninguém quer arriscar provocá-
los. Do jeito que está, seria como tentar pegar vespas marinhas com
as mãos, e até os Verdes sabem disso. De qualquer forma, isso não
impedirá nenhuma irmã, Green ou não, de se apaixonar por
Caemlyn. Apenas uma visita discreta para ver alguns de seus
informantes. Ou para fazer um vestido ou comprar uma sela ou só a
Luz sabe por quê.
"Mesmo os Verdes?" Egwene perguntou secamente.
Todos pensavam que os Marrons eram assim e os Brancos eram

assim, mesmo quando provados errados, mas às vezes ele se
irritava um pouco ao ouvir que todos os Verdes eram considerados
cortados do mesmo pano. Talvez fosse porque ela parecia uma
Verde, ou como se tivesse sido, o que era estúpido.
A Amyrlin pertencia a todos os Ajahs e a nenhum” — ela ajustou a

estola sobre os ombros para se lembrar do que aquelas sete listras
representavam — “e ela nunca fez parte de nenhum deles para
começar. Ainda assim, ela se sentia... Não apegada, porque isso era
excessivo, mas ela se identificava com as mulheres da Ajah Verde.
"Quantas irmãs estão faltando, Siuan?" Mesmo os mais fracos

podem viajar para qualquer lugar que desejarem se se unirem, e eu
gostaria de saber onde eles estiveram.
Siuan ficou pensativo por alguns segundos.

"Cerca de vinte, eu acho," ele finalmente disse. Talvez um pouco
menos. O número muda de um dia para o outro. Na verdade,
ninguém mantém pontuação. Nenhuma irmã o toleraria.
Ele se inclinou para frente, com cuidado para manter o equilíbrio

desta vez, pois as pernas irregulares faziam o banco inclinar.
Até agora, você fez um verdadeiro jogo de malabarismo, mãe, mas

isso não pode durar. No final, o Hall descobrirá tudo o que acontece
em Caemlyn. Eles podem aceitar que os prisioneiros de Seanchan
foram mantidos em segredo, porque eles pensariam que era obra de
Vandene ou Merilille, mas eles já sabem que há mulheres Mariner
em Caemlyn e eles descobrirão sobre o acordo com eles mais cedo
ou mais tarde. E da presença das Alegadas, se não dos seus planos
para elas. Siuan bufou novamente, embora fracamente. Mesmo ela
não tinha certeza do que pensava sobre a ideia das Aes Sedai se
aposentarem como Membros, muito menos como outras irmãs a
receberiam. Meus informantes ainda não tiveram um vislumbre disso,
mas alguém o fará, sem dúvida. Você não pode demorar mais ou nos
encontraremos nadando em meio a um cardume de cação feroz.
"Um dia desses", murmurou Egwene, "terei que ver aqueles cação
de que você sempre fala." Ela levantou a mão quando a outra mulher
abriu a boca. Algum dia. O acordo com as mulheres Mariner vai
causar problemas — confessou ele —, mas quando os Ajahs
começarem a ter alguma noção disso, não perceberão
imediatamente o que é. Irmãs ensinando mulheres marinhas em
Caemlyn? Isso é algo que nunca foi ouvido, mas quem vai fazer
perguntas ou interferir contra todos os costumes? Tenho certeza de
que haverá todo tipo de resmungos, talvez algumas perguntas
apresentadas no
Antecâmara, mas antes que venha à tona que é um acordo, já terei
apresentado meu plano para os Membros.
"E você acha que isso não vai afiar os dentes deles?" Siuan mal se
preocupou em esconder sua descrença. Na verdade, ele franziu a
testa.
"Vai causar controvérsia", admitiu Egwene diplomaticamente.
Um eufemismo. O que isso causaria seria um motim. A coisa mais

próxima de um motim já vista entre as Aes Sedai. Mas a Torre vinha
declinando no último milênio, se não mais, e ele pretendia pôr fim a
esse declínio. Mas minha intenção é ir devagar. As Aes Sedai ficarão
relutantes em falar sobre idade, Siuan, mas logo perceberão que
jurar pela Vara do Juramento encurta nossas vidas pelo menos pela
metade. Ninguém quer morrer antes da hora.
“Isto é, se eles estão convencidos de que realmente existe um

Membro com seiscentos anos de idade,” Siuan disse relutantemente,
e Egwene suspirou impaciente.
A longevidade reivindicada pelos Membros era outra coisa sobre a

qual Siuan não estava convencido. Egwene apreciou o conselho de
Siuan e que ela não dizia apenas o que queria ouvir, mas às vezes
era tão reticente quanto Romanda ou Lelaine.
"Se necessário, Siuan, deixarei as irmãs conversarem com algumas

mulheres cem anos ou mais velhas do que qualquer uma delas," ela
disse irritada. Eles podem tentar descartá-los como espontâneos ou
mentirosos, mas Reanne Corly pode provar que ela estava na Torre
e quando. E também outros.
Esperançosamente, eu posso convencer as irmãs a concordarem em

serem liberadas dos Três Juramentos para que possam se retirar
para os Membros antes de descobrirem sobre o acordo com o
Atha'an Miere. E, uma vez que aceitem que qualquer irmã pode ser
libertada do
Jura, não será tão difícil convencê-los a deixar as irmãs fuzileiros
irem embora. Além disso, os outros termos do acordo são ninharias.
Como você continua repetindo, é preciso habilidade e uma mão
esquerda para fazer qualquer coisa na Antecâmara, mas a sorte é
uma obrigação.
Bem, serei o mais astuto e astuto possível, e quanto à sorte, por uma
vez parece que a tenho do meu lado.
Siuan estremeceu, limpou a garganta e hesitou, mas no final ela teve

que concordar. Ele até admitiu que Egwene poderia conseguir, com
sorte e bom timing.
Não que ela estivesse convencida sobre os Membros ou sobre lidar

com o Atha'an Miere, mas o que Egwene estava propondo fazer era
tão ultrajante que parecia que a maior parte passaria pelo Salão
antes que os Assistentes percebessem o que estava acontecendo.
eles.
Egwene estava pronta para jogar essa carta. Qualquer coisa

apresentada à antecâmara quase sempre era contestada por um
número suficiente de irmãs para dificultar, na melhor das hipóteses,
chegar a um consenso, e nada havia sido feito na antecâmara sem
submetê-lo ao mínimo a um consenso simples e, em geral, ao
plenário. Sem dúvida, não havia razão para que isso fosse diferente.
Enquanto os Verdes se concentravam no povo das Terras

Fronteiriças, os Cinzas tinham sua atenção voltada para o sul no
momento. Todos os Ajahs ficaram fascinados com os relatos de Illian
e Tear sobre o grande número de espontâneos entre os Marinheiros,
o que lhes parecia interessante se fosse verdade, embora parecesse
haver grande dúvida de que fosse verdade, ou então as irmãs teriam
se apaixonado ciente antes. Por fim e por fim,
como algo assim poderia ser escondido? Nenhum mencionou que
eles simplesmente tomaram o que viram na superfície como
garantido, sem olhar mais fundo. No entanto, os Greys ficaram
fascinados com a constante ameaça de Seanchan a Illian e o recente
cerco de Tear's Citadel. As guerras e a ameaça de guerra sempre
foram uma grande atração para os Greys, pois eles se dedicavam a
acabar com os conflitos. E para expandir sua influência,
naturalmente; toda vez que os Greys encerravam uma guerra com
um tratado, aumentavam a influência de todas as Aes Sedai, mas a
deles mais do que o resto. No entanto, a negociação com o
seanchan parecia fora de questão, pelo menos por meio de Aes
Sedai, e o sentimento de indignação ao ver sua tarefa frustrada era
evidente nas frases curtas sobre as incursões dos seanchan na
fronteira e no aumento da força de Lord Gregorin. , Regente do
Dragão Renascido em Illian, um título que já era motivo de alguma
preocupação. Lágrima também teve seu Regente do Dragão
Renascido, Grão-Senhor Darlin Sisnera, que foi assediado na
Cidadela pelos nobres que se recusaram a aceitar Rand. Era uma
cerca muito estranha. A Cidadela tinha suas próprias docas e os
inimigos de Darlin não podiam cortar os suprimentos, embora
tivessem o resto da cidade sob seu controle, e pareciam contentes
em esperar que algo acontecesse. Ou talvez eles simplesmente não
soubessem o que mais poderiam fazer. Apenas os Aiel conseguiram
tomar a Cidadela de assalto, e ninguém jamais conseguiu matá-la de
fome. Os Grays tinham algumas esperanças em seu papel em Tear.
A cabeça de Egwene se ergueu enquanto ela lia o que estava escrito

na parte inferior da página, e rapidamente colocou a página para
baixo para ler a próxima. Os Grays tinham expectativas em Tear.
Aparentemente, um
Gray deixando a Cidadela e foi seguido para uma reunião com o
Grão-Senhor Tedosian e a Grã-Senhora Estanda, dois dos mais
proeminentes entre os sitiadores.
"Merana", ele exclamou. Dizem que foi Merana Ambrey, Siuan. Num
gesto inconsciente, esfregou a têmpora.
A pressão dolorosa atrás dos olhos aumentou um pouco mais.
"Talvez sua intervenção faça algum bem." Siuan se levantou e

caminhou até uma pequena mesa, encostada na parede de lona,
onde vários copos díspares e duas jarras estavam em uma bandeja.
A jarra de prata continha vinho condimentado e a jarra de cerâmica
de vidro azul continha chá, mas ambos haviam sido colocados ali à
primeira luz e o conteúdo havia esfriado há muito tempo. Ninguém
esperava que Egwene cavalgasse até o rio.
Contanto que Tedosian e os outros não percebam para quem ele

realmente trabalha. O xale escorregou de um ombro ao toque do
jarro de cerâmica, e ele o embrulhou brevemente enquanto
canalizava Fireglow para aquecer o conteúdo. Eles não vão confiar
nela para negociar de boa fé se descobrirem que ela é uma
defensora do Dragão Renascido. Ela encheu uma xícara de
generosa de mel,
Saidar
estanho
mexeu e
com
levou a chá, acrescentou
xícara para
uma
Egwene.
colherada
Talvez te ajude com
a enxaqueca. É uma espécie de chá de ervas que Chesa encontrou,

mas o mel deixa o sabor mais agradável.
Egwene tomou um pequeno gole, pousando a xícara com um

arrepio. Se tinha um gosto tão forte com mel, ela não queria imaginar
como seria sem ele. Talvez a dor de cabeça fosse preferível.
"Como você pode levar esse assunto com tanta calma, Siuan?" A
aparição de Merana em Tear é o primeiro teste
real temos. Vou aceitar seu enigma sobre os Colonizadores como
uma coincidência e não isso.
A princípio, eram apenas rumores dos relatórios de Ajah ou dos

olhos e ouvidos de Siuan. Havia Aes Sedai em Cairhien e elas
pareciam se mover livremente dentro e fora do Palácio do Sol
enquanto o Dragão Renascido estava lá. Então os rumores se
tornaram mais indecisos, mais perturbadores.
Os informantes de Cairhien não quiseram contar. Ninguém queria

repetir o que seus agentes disseram. Havia Aes Sedai em Cairhien e
elas pareciam seguir as ordens do Dragão Renascido. E o pior foram
os nomes que vazaram. Alguns eram de mulheres que estiveram em
Salidar, entre as primeiras a se opor a Elaida. Ninguém tinha falado
de Compulsão em voz alta que Egwene soubesse, mas sem dúvida
eles estavam pensando nisso.
"Não adianta puxar o cabelo quando o vento não está soprando em

sua direção", disse Siuan, sentando-se no banco. Ela fez menção de
cruzar as pernas, mas imediatamente plantou os dois pés no chão ao
sentir o banco balançar. Resmungando baixinho, ela ajustou o xale
com um encolher de ombros, forçando-a a recuperar o equilíbrio
novamente com outra oscilação.
Você tem que orientar as velas para aproveitar o empurrão do vento,

soprar onde soprar. Fique calmo e você voltará à terra. Perca a
coragem, e você vai cair. Às vezes, Siuan falava como se ainda
trabalhasse em um barco de pesca. Acho que você precisa de mais
de uma nave para que isso funcione, mãe.
Fazendo uma careta, Egwene empurrou o copo mais para trás. O

gosto deixado em sua língua era pelo menos tão ruim quanto a dor
de cabeça.
"Siuan, se você vir uma maneira de tirarmos vantagem disso,
gostaria que você me dissesse." Eu nem quero pensar em usar o
fato de que Rand poderia ter usado a Compulsão nas irmãs.
Eu nem quero considerar a possibilidade de que ele tenha feito algo

assim.
E também não era a possibilidade de que ele soubesse fazer uma

trama tão hedionda ou que estivesse em condições de fazê-la em
alguém. Ela sabia disso - outro pequeno presente de Moghedien - e
desejou poder esquecer como fazer isso.
— Neste caso, mais do que aproveitar, trata-se de antecipar os

resultados. Eventualmente, teremos que enfrentar o problema e
talvez dar uma lição, mas você não quer que nenhuma irmã vá atrás
dele agora, e essas histórias de Cairhien deixam todos cautelosos. A
voz de Siuan estava calma, mas seus dedos brincavam com coisas
revelando sua agitação interior. Nenhuma Aes Sedai poderia discutir
o assunto com tanta calma. Ao mesmo tempo, uma vez que todos
tenham pensado nisso, eles entenderão que isso torna absurda a
conversa sobre ele se submeter a Elaida. Eles poderiam ter enviado
irmãs para vigiá-lo, mas não aceitariam irmãs que querem derrubar
Elaida.
Entender isso dará um pouco de coragem àqueles que começaram a

pensar que talvez Elaida o tenha na coleira. O que deixará uma
razão a menos para alguém considerar se submeter a ela.
"E Cadsuane?" perguntou Egwen. De todos os nomes que vieram de

Caemlyn, foi o que causou mais comoção entre as irmãs. Cadsuane
Melaidhrin era uma lenda, e havia tantas versões contra a lenda
quanto a favor. Algumas irmãs estavam convencidas de que devia
ser um engano; Cadsuane devia estar morto. Outros pareciam
desejar que ela fosse.
Tem certeza de que ele ainda estava em Cairhien depois que Rand
desapareceu?
"Eu me certifiquei de que meus agentes não a deixassem fora de

vista assim que o nome dela aparecesse," Siuan respondeu, não
parecendo nada calmo agora. Não sei se ela é uma Amiga das
Trevas, só suspeito, mas posso garantir que ela estava no Palácio do
Sol uma semana depois que ele desapareceu.
Egwene fechou os olhos com força e pressionou as pontas das mãos

contra as pálpebras, mas as estocadas rítmicas não fizeram nada
para aliviá-la. Talvez Rand estivesse na companhia de uma irmã
negra ou estivesse. Talvez ele tivesse usado a Compulsão na Aes
Sedai. Era errado fazer isso com qualquer um, mas usá-lo na Aes
Sedai era de certa forma pior, mais ameaçador. Se ele ousasse fazer
algo contra a Aes Sedai, então as chances de levar aqueles que não
podiam se defender seriam multiplicadas por cem. No final, ela teria
que lidar com ele.
Ela havia crescido com Rand, mas não podia deixar que isso a
influenciasse. Ele era o Dragão Renascido, a esperança do mundo e,
ao mesmo tempo, talvez a maior ameaça que o mundo enfrentava. A
maior? O seanchan poderia causar tanto dano quanto o Dragon
Reborn. E ela mesma ia fazer uso da possibilidade de que Rand
tivesse usado a Compulsão da Irmã.
Verdadeiramente o Assento de Amyrlin era uma mulher que não era

a filha de um estalajadeiro.
Ela fez uma careta para a xícara de estanho com o nome errado de
chá, pegou-a e se forçou a beber o líquido fétido, apesar de
engasgar e engasgar com ele. Talvez o gosto repugnante a tenha
feito esquecer a dor de cabeça.
Ele deixou cair o copo com um barulho alto de metal na madeira,

momento em que Anaiya entrou na loja, os cantos da boca voltados
para baixo e uma carranca no rosto.
"Akarrin e os outros voltaram, mãe", ela anunciou.
Moria me disse para informá-lo que ela convocou a Antecâmara para

os Sitters ouvirem o relatório que eles trazem.
"E também Escaralde e Malind", anunciou Morvrin, entrando atrás de

Anaiya, acompanhada por Myrelle. O Verde era a imagem da raiva
controlada, se tal coisa fosse possível, com sua tez morena
impassível e olhos ardendo como brasas, mas a expressão de
Morvrin fez a de Anaiya parecer satisfeita em comparação. Eles
estão enviando Noviços e Aceitos a toda velocidade para encontrar
todos os Sitters,” disse o Brown. Não conseguimos descobrir nada
que Akarrin descobriu, mas acho que Escaralde e os outros estão
tentando usá-lo para empurrar o Salão em direção a alguma coisa.
Olhando para os resíduos escuros no fundo do copo, Egwene

suspirou. Ela tinha que estar lá também, e agora ela teria que
enfrentar os Sitters com dor de cabeça e aquele gosto horrível na
boca. Talvez pudesse considerar isso uma penitência pelo que ia
fazer com a Antecâmara.
19
SURPRESAS
PPor costume, a Antecâmara relatou suas sessões para a Amyrlin,

mas não havia nada que os obrigasse a esperar por ela antes de
começarem, o que significava que ela poderia ter muito pouco
tempo. Egwene queria pular e seguir direto para o grande pavilhão
antes que Moria e os outros dois fizessem a surpresa pretendida.
Surpresas na Antecâmara raramente eram boas. E piores foram
aqueles que chegaram aos próprios ouvidos depois. Ainda assim, as
regras que eram lei e não costume tinham que ser seguidas para a
Amyrlin entrar no Salão, então ela ficou onde estava e enviou Siuan
para buscar Sheriam para que o Guardião das Crônicas pudesse
anunciá-la adequadamente. Siuan disse a ela que era realmente
apenas para avisar os Sitters de sua
presença — sempre havia assuntos que eles queriam discutir sem o
conhecimento da Amyrlin — e sua voz não soava inteiramente
brincalhona.
De qualquer forma, não adiantava ir para a antecâmara até que não

conseguisse entrar. Ela reprimiu a impaciência, massageando as
têmporas enquanto tentava ler mais alguns relatórios de Ajah.
Apesar da bebida repulsiva, ou talvez por causa dela, a dor de
cabeça fazia as palavras piscarem na página toda vez que ela
piscava, e Anaiya e as outras duas não eram exatamente calmantes.
Assim que Siuan saiu, Anaiya jogou o manto para trás e sentou-se
no banco que Siuan havia desocupado - apesar de suas pernas
irregulares, o banco não parecia balançar sob seu peso - e começou
a especular sobre o que Siuan havia deixado para trás. e os outros
estavam fazendo. Ela não era uma mulher instável, então suas
suposições foram medidas considerando as circunstâncias, mas não
menos perturbadoras por isso.
"Pessoas assustadas fazem coisas tolas, mãe, mesmo que sejam

Aes Sedai", ele murmurou enquanto punha as mãos nos joelhos,
"mas pelo menos você pode ter certeza de que Moria será firme em
relação a Elaida, pelo menos a longo prazo. ." Ele culpa Elaida pela
morte de todas as irmãs que morreram após a deposição de Siuan.
Moria quer ser açoitado por cada uma dessas mortes antes de ser
levado perante o carrasco. Ela é dura, mais dura que Lelaine em
alguns aspectos. Mais rigoroso, na verdade. Ela não teria escrúpulos
sobre as coisas que Lelaine seria avessa. Tenho muito medo de que
ele pressione por um ataque à cidade o mais rápido possível. Se os
Renegados estão agindo tão abertamente, em tal escala, então uma
Torre tocada, mas inteira, é melhor do que uma Torre dividida. Ao
Pelo menos, temo que seja assim que Moria vê as coisas.
Afinal, por mais que queiramos evitar que algumas irmãs matem
outras, não seria a primeira vez. A Torre resistiu por muito tempo e
se curou de muitas feridas. Também podemos curá-la disso.
A voz de Anaiya combinava com sua expressão, carinhosa, paciente

e reconfortante, mas fazer esses comentários era como o som de
unhas arranhando um quadro-negro. Luz, embora Anaiya dissesse
que era isso que ela temia que Moria pensasse, ela parecia muito de
acordo com a ideia. Ela era atenciosa, imperturbável e sempre
cuidadosa com suas palavras. Se ela era a favor do ataque, quantos
outros também eram?
Como sempre, a atitude de Myrelle foi tudo menos contida.
Variável e exaltada era a melhor maneira de descrevê-la. Ele não

reconheceria a paciência mesmo se mordesse o nariz. Ela andava
de um lado para o outro até onde os limites da loja permitiam,
chutando a bainha do vestido e às vezes uma das almofadas
empilhadas contra a parede antes de se virar para continuar sua
caminhada.
"Se Moria está com medo o suficiente para pressionar pelo ataque,
então ela está em pânico." Uma Torre atingida demais para segurar
não será capaz de resistir aos Renegados ou a qualquer outra
pessoa. Malind é quem deveria preocupá-lo. Ele está sempre
repetindo que o Tarmon Gai'don pode explodir a qualquer momento.
Eu o ouvi dizer que o que sentimos poderia muito bem ser os

primeiros golpes da Última Batalha. E que a próxima vez poderia ser
aqui. Que lugar melhor do que Tar Valon para a Sombra atacar?
Malind nunca teve medo de tomar uma decisão difícil ou ir embora

quando achava necessário. Eu deixaria Tar Valon e a Torre
imediatamente se acreditasse que isso nos manteria seguros para o
Tarmon Gai'don. Ele vai propor levantar o cerco e fugir para qualquer
lugar que os Renegados não possam nos encontrar até que
estejamos prontos para contra-atacar. Se você colocar bem a
questão na Antecâmara, pode até obter apoio do plenário do
consenso.
A própria ideia fez as palavras tremerem mais na página diante de

Egwene. Morvrin, com o rosto implacável, apenas ficou de pé e
retribuiu cada sugestão com uma resposta curta.
"Ainda não sabemos o suficiente para ter certeza de que foram os

Renegados."
"Você não sabe disso até que ela diga." "Talvez tenha sido e talvez
não tenha sido." "Uma suposição não é evidência." Dizia-se que
Morvrin não acreditaria que era madrugada até que tivesse visto o
sol com seus próprios olhos. Sua voz firme não tolerava bobagens,
especialmente tirar conclusões precipitadas.
Nem ajudou a aliviar uma enxaqueca. Ele realmente não se opôs às

sugestões, ele apenas manteve a mente aberta. Quando uma pedra
precisava ser removida, uma mente aberta podia desviar para um
lado ou para o outro para contorná-la.
Egwene fechou a pasta que continha os relatórios com um estrondo.

Entre o gosto repugnante em sua língua e o latejar doloroso em sua
cabeça – para não mencionar a tagarelice incessante! – ela não
conseguia se concentrar na leitura.
As três irmãs olharam para ela com surpresa. Ela deixou claro há
muito tempo que estava no comando, mas tentou não mostrar seu
temperamento. Juramentos de lealdade ou não, era fácil chamar
uma jovem de pavio curto exibindo um mau humor. O
que a deixou mais irritada, o que por sua vez piorou sua dor de
cabeça, o que...
"Já esperei o suficiente," ela anunciou, forçando-se a manter seu tom

leve, embora sua dor de cabeça
deu uma ligeira borda abrupta. Talvez Sheriam pensasse que ele a
encontraria na antecâmara.
Pegou sua capa e saiu para o frio lá fora, ainda a pendurando-a nos
ombros; Morvrin e os outros dois hesitaram apenas um momento
antes de ir atrás dela. Acompanhá-la até a antecâmara poderia dar a
impressão de que eles eram sua comitiva, mas eles deveriam
observá-la e, além disso, Egwene imaginou que Morvrin estava
ansioso para ouvir o que Akarrin tinha a relatar e o que Moria e os
outros pretendiam fazer com isso. . .
Nada muito difícil de lidar, Egwene esperava; nada parecido com o

que Anaiya e Myrelle pensavam. Se necessário, ele poderia tentar
aplicar as Regras da Guerra; mas mesmo que isso funcionasse,
governar por decreto tinha suas desvantagens.
Quando as pessoas tinham que obedecer em uma coisa, sempre

encontravam uma saída em outra, e quanto mais eram obrigadas a
obedecer, mais buracos encontravam para sair. Era um equilíbrio
natural que não podia ser evitado. Pior ainda, ele havia aprendido
como era fácil se acostumar com as pessoas que se mantinham
firmes quando falavam. Um acabou assumindo isso como a coisa
mais natural do mundo e então, quando prontamente pararam de
obedecer, pegaram um desprevenido.
Além disso, com a cabeça latejando - estava latejando agora, não

uma dor lancinante, não tão intensa - ela estava predisposta a atacar
qualquer um que lhe desse o olhar errado, e mesmo quando as
pessoas tivessem que engolir, tal coisa aconteceria.
ficar preso e não foi fácil passar.
O sol estava em seu zênite como uma bola dourada no céu azul,
onde havia nuvens brancas ocasionais, mas não fornecia calor,
apenas obscurecia as sombras e brilhava na neve intocada. O ar
ainda estava tão cortante como quando ele estivera na
Rio. Ela ignorou o frio, recusou-se a deixá-lo afetá-la, mas só os
mortos não perceberiam, a respiração de todos fumegando diante de
seus rostos. Era hora do almoço, mas era impossível alimentar
tantos noviços de uma só vez, então Egwene e sua escolta
passaram por um fluxo de mulheres vestidas de branco que pularam
da calçada para deixá-las passar e se curvaram na rua. Egwene
tinha dado um passo tão rápido que as noviças quase sempre eram
deixadas para trás antes que tivessem tempo de fazer mais do que
abrir as saias.
A antecâmara não ficava longe, e apenas em quatro pontos eles

tiveram que atravessar as ruas enlameadas. Falara-se em fazer
pontes de madeira altas o suficiente para passar por baixo, mas as
pontes sugeriam uma permanência no acampamento que ninguém
queria. Nem as irmãs que falaram das pontes pressionaram para que
fossem construídas. O que deixou a única solução para atravessar
devagar, tomando o cuidado de recolher bem a saia e a capa se não
quisesse ficar com lama até os joelhos. Pelo menos quando eles se
aproximaram da antecâmara, a multidão restante nas ruas se reduziu
a nada.
Não havia ninguém na loja; ou quase ninguém.
Nisao e Carlinya já esperavam em frente ao grande pavilhão de lona

remendada; A Pequena Amarelinha mordeu o lábio inferior e olhou
ansiosamente para Egwene. Carlinya era a personificação da
serenidade, o olhar frio, as mãos entrelaçadas na cintura. Só que ela
havia esquecido sua capa, lama manchando a bainha de sua saia
clara e os curtos cachos escuros de seu cabelo precisavam de uma
boa escovação.
Curvando-se, os dois se juntaram a Anaiya e os outros dois a uma

curta distância atrás de Egwene. Todos começaram a falar em
sussurros, mas os fragmentos que
Egwene ouviu que eles eram inócuos, sobre o tempo ou quanto
tempo mais teriam que esperar. Lá eles não deveriam deixar que se
visse que tinham uma relação próxima com ela.
Beonin veio correndo pela calçada, exalando a névoa de sua

respiração irregular, e parou abruptamente; ela olhou para Egwene
antes de se juntar aos outros. A tensão em torno de seus olhos azul-
acinzentados era mais perceptível do que antes. Talvez ele pensasse
que isso afetaria suas negociações. Mas ele sabia que essas
conversas seriam uma farsa, um simples truque para ganhar tempo.
Egwene controlou a respiração e praticou os exercícios de iniciante,

mas nenhum deles foi eficaz para a dor de cabeça.
Eles nunca foram.
Não havia sinal de Sheriam entre as lojas em qualquer direção, mas

eles não estavam sozinhos na calçada em frente ao pavilhão.
Akarrin e as outras cinco irmãs que a acompanhavam, uma de cada

Ajah, esperavam em grupo do outro lado da porta. A maioria curvou-
se distraidamente, mas manteve distância.
Talvez tivessem sido avisados para não dizer nada a ninguém até
falarem diante da antecâmara. Egwene só teria que exigir o relatório
ali mesmo, é claro. Pode até ser dado à Amyrlin.
Certamente sim. Por outro lado, as relações de Amyrlin com os Ajahs

eram sempre tensas, muitas vezes incluindo o Ajah ao qual ela
pertencia antes de ascender. Quase tão delicado quanto com a
antecâmara. Egwene forçou um sorriso e gentilmente inclinou a
cabeça. E se enquanto sorria ele cerrava os dentes, ótimo; que a
ajudou a ficar quieta.
Nem todas as irmãs pareciam ter notado sua presença. Akarrin,

esbelta em um vestido de pano marrom simples e uma capa com
bordados surpreendentemente intrincados
em verde, ele olhava para o espaço e acenava para si mesmo de vez
em quando. Aparentemente, ele estava ensaiando o que diria lá
dentro. Ele não era forte no poder; se alguma coisa, pouco mais que
Siuan. No entanto, apenas uma outra das seis, Therva, uma mulher
esbelta com uma túnica de montaria amarela e uma capa amarela,
igualava seu nível. Isso deu uma ideia de como as irmãs estavam
assustadas com o estranho farol. Os mais fortes deveriam ter
Saidar
se voluntariado para a tarefa que lhes fora confiada; mas, exceto

pela própria Akarrin, a falta de zelo era perceptível. Seus
companheiros também não pareciam muito entusiasmados. Shama
normalmente mantinha uma grande reserva, apesar dos olhos que
lhe davam um olhar de choque contínuo e agora pareciam prestes a
saltar das órbitas de preocupação. Ele estava olhando para a
entrada da Antecâmara, fechada por suas lapelas grossas, suas
mãos tocando sua capa como se não pudesse mantê-las quietas.
Reiko, uma arafelina azul atarracada, manteve os olhos baixos, mas
os sinos de prata presos ao seu longo cabelo preto tilintaram
baixinho como se ela estivesse balançando a cabeça encapuzada.
Apenas o rosto do Therva de nariz comprido tinha uma expressão de

absoluta serenidade, imperturbável e inabalável, mas isso em si era
um mau sinal.
A irmã Amarela estava naturalmente nervosa. O que eles viram?
E o que Moria e os outros dois Sitters estavam fazendo?
Egwene controlou sua impaciência; era óbvio que a antecâmara não

havia iniciado a sessão. Ela estava reunindo, mas vários Sitters
passaram por ela e entraram no pavilhão sem pressa.
Salima hesitou por um momento como se fosse dizer alguma coisa,

mas então ela se curvou ligeiramente, ajustando seu xale amarelo
com franjas sobre a cabeça.
ombros e entrou no pavilhão. Kwamesa olhou para Egwene com seu
nariz afiado apontando para cima enquanto ele se curvava para ela e
continuou a olhar para Anaiya e os outros brevemente; Claro, o Gray
magro sempre olhou para todos assim. Ela não era alta, mas ela
tentou parecer alta. Berana — seu rosto uma máscara de arrogância,
seus grandes olhos castanhos frios como a neve — parou para se
curvar para Egwene e fazer uma careta para Akarrin.
Depois de alguns longos momentos, talvez percebendo que Akarrin

nem estava olhando para ela, ela alisou desnecessariamente sua
saia branca bordada de prata, ajustou o xale em volta dos braços e
escorregou entre as abas da entrada como se por acaso estivesse
lá. estava indo nessa direção. Os três estavam entre os Sitters que
Siuan havia marcado como muito jovens. Assim como Malind e
Escaralde. No entanto, Moria era Aes Sedai havia cento e trinta
anos. Luz, Siuan viu conspirações em tudo!
Justo quando Egwene estava começando a pensar que sua cabeça

ia explodir de frustração ou dor de cabeça, Sheriam apareceu de
repente, arregaçando a saia e a capa enquanto quase corria pela rua
lamacenta.
"Sinto muito, mãe", disse ela, ofegante, apressadamente canalizando

para longe a lama que espirrou nela e caiu como poeira seca na
calçada quando ela limpou a saia. Eu... Ouvi dizer que a Antecâmara
estava em sessão, e entendi que você estaria me procurando, então
vim o mais rápido possível. Sinto muito.
Então Siuan continuou procurando por ela.
"Você está aqui", disse Egwene com firmeza. A mulher deve ter
ficado muito chateada para se desculpar na frente dos outros; de
Akarrin e seu grupo, mais do que de Anaiya e os outros.
Mesmo que as pessoas soubessem o que

Atenha-se a isso, ela tendia a tomar um pelo que parecia, e o
Guardião não deveria ser visto se desculpando e torcendo as mãos.
Ela teria que saber disso. Entre e me avise.
Sheriam respirou fundo, puxou o capuz para trás, ajustou sua

estreita estola azul e se colocou entre as lapelas do pavilhão.
Sua voz ressoou claramente pronunciando as frases rituais: "Lá vem,

lá vem!"
Egwene mal esperou que ele terminasse com "a Chama de Tar
Valon, o Assento de Amyrlin" antes de entrar e passar pelo anel de
braseiros e luminárias de chão que revestiam as paredes do
pavilhão. As lamparinas davam uma boa luz, e os braseiros, que
exalavam um cheiro de lavanda naquele dia, aqueceu todo o quarto.
Nenhum deles queria ter que ignorar o frio quando o verdadeiro calor
podia ser sentido.
A disposição do pavilhão seguia as regras antigas, salvo uma ligeira

modificação permitida pelo fato de não se encontrarem na Torre
Branca, na grande câmara circular chamada Antecâmara da Torre.
Ao fundo, um banco simples, mas bem polido, erguia-se sobre uma
plataforma forrada de tecido listrado com as sete cores das Ajahs.
Isso e a estola que Egwene usava eram certamente os dois únicos
lugares no acampamento onde a Ajah Vermelha estava
representada. Alguns dos Azuis pediram que a cor fosse removida,
pois Elaida aparentemente mandara pintar o trono chamado Assento
de Amyrlin e uma nova estola tecida sem o azul incluído, mas
Egwene tomou partido. Se tivesse que pertencer a todos os Ajahs e
nenhum, então seria todos os Ajahs. Sobre os tapetes coloridos que
cobriam o chão, duas fileiras de bancos inclinados da entrada em
grupos de três, acima de gavetas cobertas com panos nas cores dos
Ajahs. Isto é, seis Ajahs. Por tradição, os dois
Os colonos mais velhos podiam reivindicar os lugares mais próximos
do Assento de Amyrlin para seus Ajahs, então o Amarelo e o Azul
ocuparam esses lugares. A próxima coisa era uma questão de quem
vinha primeiro e queria se sentar lá, e os primeiros sempre escolhiam
o lugar de seu Ajah.
Havia apenas nove assistentes presentes, muito poucos para a

antecâmara começar a sessão, legalmente falando, mas uma
mudança de assento imediatamente chamou sua atenção.
Romanda já estava tomando seu lugar, não surpreendentemente,

com um banco vazio entre ela e Salima, e Lelaine e Moria ocupando
os bancos azuis no final.
Romanda, seu cabelo grisalho preso em um coque apertado, era a

Colona mais velha e quase sempre a primeira a chegar ao seu lugar
quando a Antecâmara estava em sessão. Lelaine, a próxima em
idade, apesar de seu lustroso cabelo escuro, parecia incapaz de
deixar a outra mulher vencê-la até mesmo por uma pequena coisa.
Os homens que haviam colocado as caixas –
guardadas ao longo das paredes de lona até que uma sessão fosse
convocada – deviam ter acabado de sair pela saída dos fundos, já
que Kwamesa, sentada no banco, era a única Colona Cinzenta, e
Berana, que estava subindo na dela. na época, a única Blanca. Mas
Malind, um andorrano de rosto redondo e olhos de águia e o único
verde presente, obviamente entrou antes deles e, curiosamente,
sentou-se no banco dos verdes perto da entrada do pavilhão.
Normalmente, quanto mais perto da Amyrlin, melhor. E, bem em
frente a ela, Escaralde estava sentada diante das caixas forradas de
pano marrom, conversando tranquilamente com Takima. Quase tão
baixa quanto Nisao, Takima era uma mulher quieta, parecida com um
pássaro, mas ela podia ser forte quando queria, e akimbo ela parecia
uma
Um pardal ousado com as penas afofadas para parecer maior.
Pelo jeito que ela olhava para Berana, era o local que a incomodava.
Era tarde demais para mudanças nesta sessão, claro, mas de
qualquer forma, Escaralde retribuiu o olhar de Takima, já adulto,
como se esperasse ter que brigar pelo seu lugar. Egwene ficou
impressionada como Escaralde conseguiu fazer isso. A inundação,
compreensível, porque era alguns centímetros mais curta que Nisao.
Tinha que ser pura força de vontade. Escaralde nunca recuou
quando achou que estava certo. E sempre achei que tinha. Se o que
Moria realmente queria era atacar Tar Valon imediatamente e o que
Malind realmente queria era a retirada, o que Escaralde queria?
Apesar da opinião de Siuan de que o anúncio de sua chegada pelos

Sitters não deveria ser pego de surpresa, a entrada de Egwene não
causou comoção. Quaisquer que fossem as razões de Malind e dos
outros para convocar a sessão da Antecâmara, eles não haviam
considerado o assunto sensível o suficiente para os Sitters
discutirem a portas fechadas, então havia pequenos grupos de
quatro ou cinco Aes Sedai ao redor. , atrás dos bancos dos Sitters.
de seus Ajahs, e curvou-se para Egwene enquanto ela passava para
seu próprio assento. Os Sitters apenas olharam para ela ou talvez
inclinaram levemente a cabeça. Lelaine a olhou friamente, então
franziu a testa ligeiramente para Moria, uma mulher de aparência
bastante comum em um vestido simples de tecido azul. Na verdade,
sua aparência era tão comum que a qualidade atemporal de seu
rosto poderia passar despercebida à primeira vista. Romanda foi
uma daquelas que baixou a cabeça ligeiramente, perdida em
pensamentos. Dentro da antecâmara, o assento de Amyrlin
ainda era o Assento de Amyrlin, embora um pouco menos do que
fora do complexo. Na Antecâmara os Sitters sentiram seu poder. De
certa forma, pode-se dizer que a Amyrlin é a primeira entre iguais
aqui. Bem, talvez um pouco mais do que isso, mas não muito mais.
Siuan disse que havia tantas Amyrlin que falharam em considerar os
Sitters como iguais a ponto de acreditar que a diferença era maior do
que realmente era. Era como correr ao longo de uma parede estreita
com mastins ferozes de cada lado. Mais do que estar atento aos
cães, era preciso ter cuidado para manter o equilíbrio e não dar um
passo em falso.
Ele desabotoou o manto enquanto entrava na gaveta coberta com o

pano listrado e o dobrou no banco antes de se sentar.
Os bancos eram duros, e alguns Sitters levavam almofadas com eles

quando achavam que a sessão seria longa. Egwene preferiu não
fazer isso. A proibição de discursos raramente impedia pelo menos
uma ou duas mulheres de alongar seus comentários, e um assento
duro ajudava a não adormecer nas mais pesadas.
Sheriam assumiu a posição do Guardião, de pé à esquerda da

Amyrlin, e então eles apenas esperaram. Egwene pensou que talvez
devesse ter trazido uma almofada.
Os outros bancos estavam começando a se encher, embora

lentamente. Aledrin e Saroiya juntaram-se a Berana; a primeira era
roliça o suficiente para que as outras duas parecessem esbeltas ao
lado dela. Claro que as linhas verticais em forma de volutas ao longo
da saia de Saroiya causavam esse efeito de qualquer forma,
enquanto as mangas brancas largas de Aledrin e a peça larga da
mesma cor na parte frontal do vestido produziam o efeito oposto. .
Aparentemente, os três estavam tentando descobrir se os outros
sabiam o que estava
eles balançaram a cabeça e lançaram olhares rápidos para os Blues,
os Browns e os Greens. Varilin, uma mulher ruiva mais alta do que a
maioria dos homens, sentou-se ao lado de Kwamesa, ajustando e
endireitando seu xale repetidamente enquanto seus olhos corriam
rápida e repetidamente de Moria para Scaralde e para Scaralde.
Magla, com o xale de franjas amarelas apertada sobre os ombros

largos, e Faiselle, uma Domani de rosto quadrado em um vestido
verde bordado com ornamentos, entraram no pavilhão naquele
momento, ambas fingindo que não tinham se visto apesar de uma da
outra. ... que suas saias roçavam. Magla estava do lado de
Romanda, enquanto Faiselle estava do lado de Lelaine, e os dois
grupos não se misturavam. Mais irmãs foram chegando, pouco a
pouco, Nisao e Myrelle entre meia dúzia de mulheres que passavam
atrás de Magla e Faiselle.
Morvrin já estava entre os Browns, atrás de Takima e Escaralde, e

Beonin estava em uma ponta dos Greys, atrás de Varilin e Kwamesa.
Nesse ritmo, metade das Aes Sedai no acampamento estariam se
aglomerando no pavilhão em pouco tempo.
Enquanto Magla se dirigia para os assentos dos Amarillas, Romanda

se levantou.
"Agora somos mais de onze, então podemos começar agora."
Sua voz tinha um timbre surpreendentemente alto.
Qualquer um pensaria que ela tinha uma bela voz para cantar, se
pudesse imaginar Romanda cantando. Seu semblante sempre
parecia mais inclinado a franzir a testa, ou pelo menos um pouco
desaprovador. Não acho que seja necessário fazer desta uma
sessão formal”, acrescentou, enquanto Kwamesa se levantava.
Eu nem entendo por que precisa ser uma sessão, mas se não
houver outra escolha, vamos direto ao assunto e acabar logo com
isso.
Alguns de nós têm assuntos mais importantes para tratar. Como
você sem dúvida terá, mãe.
Ele disse a última coisa enquanto abaixava a cabeça e em um tom

talvez um pouco respeitoso demais. Claro, sem ir longe demais para
chamar de sarcasmo.
Ele era esperto demais para se mostrar; Raramente um tolo

alcançava o status de Sentada ou o mantinha por muito tempo, e
Romanda manteve seu assento na Antecâmara por quase oitenta
anos. Esta foi a segunda vez que ela se apresentou como um
Colonizador. Egwene respondeu com outro leve aceno de cabeça,
seu olhar frio. Um reconhecimento de que a palavra havia sido
dirigida a ele e que ele havia captado o tom. Um equilíbrio mantido
com muito cuidado.
Kwamesa olhou em volta com a boca aberta, perguntando-se se teria

que dizer as frases que a babá mais jovem sempre tinha o cuidado
de proferir, abrindo uma sessão formal da antecâmara. A posição de
Romanda deu a ela considerável influência e uma medida de
autoridade, mas outros poderiam invalidar sua posição sobre isso.
Vários Sitters franziram a testa ou se mexeram em seus assentos,
mas nenhum falou.
Lyrelle entrou no pavilhão e dirigiu-se aos bancos dos Blues como se

estivesse deslizando pelo chão. Alta para uma cairhienin, o que a
tornava estatura média em quase todos os outros lugares, ela
parecia graciosa em seu vestido de seda com barras azuis e
bordados vermelhos e dourados no corpete, e seus movimentos
eram graciosos. Alguns diziam que ela havia sido dançarina antes de
entrar na Torre como noviça. Em comparação, Samalin, a Verde com
cara de vulpino que entrou atrás dela, dava a impressão de ter um
andar viril, embora não houvesse nada de estranho nela.
a irmã murandiana. Os dois pareceram surpresos ao ver Kwamesa
de pé e correram para seus lugares. Independentemente disso,
Varilin começou a puxar a manga de Kwamesa até que o Arafeline
finalmente se sentou. O rosto de Kwamesa era uma máscara de
calma fria, mas ele conseguiu fazer com que irradiasse desagrado.
O protocolo foi muito importante.
"Talvez haja uma razão para uma sessão formal." A voz de Lelaine
parecia baixa depois de ouvir a de Romanda. Ela ajeitou o xale como
se tivesse todo o tempo do mundo e levantou-se graciosamente,
evitando deliberadamente olhar para Egwene.
Além de muito bonita, Lelaine era a personificação da dignidade.
Aparentemente, o início das negociações com Elaida foi autorizado”,

disse ele friamente.
Entendo que sob as Regras de Guerra não precisamos ser

consultados sobre isso, mas também acho que devemos discutir isso
em sessão, especialmente considerando que muitos de nós
enfrentaremos a neutralização se Elaida mantiver algum poder.
Esse termo, neutralização, não carregava mais o calafrio que tinha

antes de Siuan e Leane serem Curados, mas murmúrios surgiram
das Aes Sedai amontoadas atrás dos bancos. A notícia das
negociações aparentemente não se espalhou tão rápido quanto
Egwene esperava. Ela não sabia se as irmãs estavam nervosas ou
consternadas, mas era óbvio que estavam surpresas.
Incluindo alguns dos Assentados.
Janya, que havia entrado enquanto Lelaine falava, parou

abruptamente de modo que outro grupo de irmãs que entrou quase
colidiu com ela. Era óbvio pelo jeito que ela franziu os lábios que
Romanda também não sabia, e as expressões entre os Sitters mais
jovens variavam da calma fria de Berana à surpresa de Samalin.
passando pelo horror genuíno de Salima. Na verdade, Sheriam
balançou por um momento. Egwene esperava que a mulher não
vomitasse na frente da Antecâmara.
No entanto, ainda mais interessantes foram as reações que, segundo

Delana, falaram em negociação.
Varilin estava imóvel no banco, parecendo reprimir um sorriso

enquanto olhava para a saia dela, mas Magla lambeu os lábios
incerta e olhou de soslaio para Romanda. Saroiya fechou os olhos e
moveu a boca como se estivesse murmurando uma oração.
Faiselle e Takima olharam para Egwene com uma carranca quase

idêntica. Então ambos notaram o gesto do outro e pularam, embora
rapidamente adotassem uma atitude de serenidade tão régia que
parecia mais que uma zombaria. Foi muito estranho. Sem dúvida, a
essa altura, Beonin já havia informado a todos o que Egwene havia
dito; mas, com exceção de Varilin, os outros pareciam inquietos. Era
impossível que eles realmente pensassem que poderiam negociar o
fim do conflito.
Todas as mulheres nesta antecâmara arriscavam-se à neutralização

e execução simplesmente por estarem ali. Se alguma vez houve um
caminho de volta além de depor Elaida, ele foi apagado meses atrás,
quando esta antecâmara foi escolhida. A partir daí não havia mais
volta.
Lelaine parecia muito satisfeita com as reações às suas palavras - na

verdade, ela estava tão satisfeita quanto um gato em uma leiteria;
mas antes que pudesse se sentar no banco, Moria se levantou como
uma mola, chamando a atenção de todos e provocando mais
murmúrios. Ninguém descreveria Moria como graciosa, mas a Illian
não era de se levantar.
"Isso tem que ser discutido", disse ele, "mas isso será mais tarde."
Esta antecâmara foi convocada por três colonos que levantaram a
mesma questão. E essa questão deve ser tratada antes de qualquer
outra. O que Akarrin e seu grupo descobriram?
Solicito que sejam trazidos para apresentar seu relatório à

antecâmara.
Lelaine fez uma careta para seu companheiro Azul, e ela era muito
boa em franzir a testa, seus olhos penetrantes como furadores, mas
a lei da Torre era, pela primeira vez, muito clara nesse ponto, e bem
conhecida de todos. Muitas vezes nem um nem o outro aconteceu.
Com a voz trêmula, Sheriam pediu a Aledrin, o mais novo depois de
Kwamesa, para buscar Akarrin e os outros e levá-los à presença da
Antecâmara. Egwene decidiu que seria melhor falar com ela assim
que a sessão terminasse.
Se Sheriam continuasse a se comportar assim, logo seu trabalho

como Guardiã seria nada menos que inútil.
Delana entrou rapidamente no pavilhão entre um grupo de irmãs; ela

foi a última babá a chegar e já estava acomodada em seu banco,
ajeitando o xale em volta dos cotovelos, quando a roliça Senta
Branca voltou com as seis irmãs e as levou até Egwene.
Eles devem ter deixado suas capas na calçada, porque nenhum

deles estava usando. Delana os observou, uma carranca incerta
dobrando suas sobrancelhas. Ele parecia sem fôlego, como se
tivesse corrido para o pavilhão.
Aledrin parecia pensar que, quer a sessão fosse formal ou não, ela
deveria pelo menos agir com a devida cerimônia.
"Você foi chamado perante a Antecâmara da Torre para relatar o que

viu", disse ele em seu forte sotaque de Tarabon. O
contraste entre cabelo loiro escuro e olhos castanhos não era

incomum para Tarabon, embora ele usasse o
cabelo puxado para trás em uma rede de renda branca em vez de
tranças de contas. Exorto-vos a falar sobre isso sem evasivas ou
omissões e a responder a todas as perguntas de forma completa,
sem excluir nada.
Prometa que o fará, pela Luz e sua esperança de salvação e

renascimento, ou sofrerá as consequências. “As irmãs que uma vez
estabeleceram esta parte do protocolo da Antecâmara sabiam muito
bem a ampla margem que os Três Juramentos permitiam. Um pouco
de imprecisão aqui, um pouco de imprecisão ali, e todo o significado
do que se dizia poderia ser interpretado exatamente ao contrário,
enquanto cada palavra dita fosse verdadeira.
Akarrin passou pelo processo, dizendo as palavras em voz alta e

com uma pitada de impaciência, e os outros cinco fizeram o mesmo
com vários graus de formalidade e afetação. Muitas irmãs não foram
convocadas antes da antecâmara em toda a sua vida. Aledrin
esperou até que todos repetissem cada palavra antes de retornar ao
seu banco.
"Diga-nos o que você viu, Akarrin", disse Moria assim que a White
Sitter se virou.
Aledrin ficou tensa, e quando ela se sentou seu rosto estava

completamente inexpressivo, mas duas manchas vermelhas
marcavam suas bochechas. Moria deveria ter esperado; Ele deve ter
sido muito impaciente.
Por tradição - havia muito mais tradições e costumes do que leis, e a

Luz sabia que havia mais leis do que qualquer um realmente sabia,
algumas muitas vezes deixadas de lado ao longo dos séculos como
contraditórias, mas a tradição e o costume governavam. até onde a
lei da Torre podia, talvez mais
— por tradição, Akarrin dirigiu sua resposta ao Trono de Amyrlin.

"O que vimos, mãe, foi um buraco gigantesco, mais ou menos
circular, no chão", disse ele, balançando a cabeça como se quisesse
enfatizar suas palavras. Ela parecia escolher cada um deles com
muito cuidado, como se quisesse ter certeza de que todos a
entendiam perfeitamente. Originalmente, poderia ter sido uma
circunferência perfeita, como meia bola, mas as bordas haviam
desmoronado em alguns lugares. O buraco tem cerca de três milhas
de diâmetro e cerca de uma milha e meia de profundidade. Alguém
engasgou, e Akarrin franziu a testa como se quem quer que fosse
tivesse tentado interrompê-la. No entanto, ele continuou sem parar.
Não conseguimos acertar a profundidade. O fundo é coberto com
água e gelo.
Acreditamos que no final acabará por se tornar um lago. De qualquer

forma, conseguimos estabelecer nossa posição exata sem muita
dificuldade e estamos preparados para afirmar que o buraco está
localizado onde a cidade chamada Shadar Logoth costumava estar.
Ela ficou em silêncio e, por alguns momentos, tudo o que se ouviu foi
o farfalhar das saias do nervoso arrastar das Aes Sedai.
Egwene também gostaria. Luz, um buraco
Esse tamanho engoliria metade de Tar Valon!
"Você tem alguma ideia... de como esse buraco foi criado, Akarrin?"
ele perguntou finalmente. Ela se sentiu muito orgulhosa de quão
firme sua voz soou. Sheriam estava tremendo!
Ele esperava que ninguém mais notasse. As ações de um Guardião

sempre espelhavam as da Amyrlin. Se a Guardiã mostrasse medo,
muitas irmãs pensariam que ela estava com medo e isso era algo
que ela não queria que ninguém acreditasse.
“Fomos todos escolhidos porque temos uma certa capacidade de

interpretar resíduos, mãe. melhor que o
maioria, para dizer a verdade. "Então eles não foram escolhidos
simplesmente porque nenhum dos mais fortes estaria interessado."
Havia uma lição nisso. O
que as Aes Sedai faziam raramente era tão simples quanto parecia à
primeira vista. Egwene desejou não ter que reaprender lições que
achava que conhecia muito bem. Nisain é o melhor de todos nós
nisso", continuou ela.
Akarrin. Com sua permissão, mãe, vou deixá-la responder.
Nisain alisou nervosamente a saia de pano escuro e limpou a

garganta. Ela era uma Grey esguia, esguia, com um queixo pontudo
e olhos incrivelmente azuis. Ela tinha uma certa reputação em
questões de direito e tratados, mas estava obviamente nervosa em
falar com a antecâmara. Ela olhou diretamente para Egwene com a
atitude de quem teria preferido não ver todos os Sitters reunidos.
usado lá, mãe, não fiquei surpreso ao encontrar resíduos quase tão
grossos quanto a neve. Havia um notável toque murandiano em seu
sotaque, um som cantante. Mesmo depois de todo esse tempo, eu
deveria ter conseguido
— Dada a quantidade de
Saidar
ter alguma ideia do que havia sido
tecido se tivesse alguma semelhança com o que eu conheço, mas

nada me era familiar. Eu segui o rastro do tecido, mãe, e não fez o
menor sentido. Nem. Na verdade, era tão estranho como se não
existisse...” Ele limpou a garganta novamente e engoliu em seco.
Seu rosto ficou um pouco pálido.
Como se não tivesse sido tecido por uma mulher. Naturalmente,

pensamos que tinha que ser o Forsaken, então tentei ressonância.
Todos nós fizemos isso. Ela meio que se virou para apontar para
seus companheiros, mas se virou rapidamente. Ela definitivamente
preferia olhar para Egwene do que para os Sitters, que eram todos
inclinando-se para a frente, atento à mulher. Não sei o que foi feito,
além de escavar a terra de uma área de mais de três milhas de
diâmetro, nem como foi feito, mas é indiscutível que também foi
usado.
Saidin . A ressonância era tão forte que
poderíamos cheirá-la. Havia mais usado do que muito mais, Saidin
como
Dragonmount
Saidar , comparado a um sopé. E isso é tudo que posso dizer, mãe.
Um som se espalhou pelo pavilhão; a do ar exalado pelas irmãs que

estavam prendendo a respiração. A exalação de Sheriam parecia
mais alta, mas talvez fosse porque ela era a mais próxima de
Egwene. Ela se forçou a manter o rosto impassível. O Forsaken e um
tecido que poderia reduzir metade de Tar Valon a escombros. Se
Malind propusesse a fuga, ela poderia forçar as irmãs a ficar e
enfrentar isso? Ele poderia abandonar Tar Valon, a Torre, e a Luz
sabia quantas dezenas de milhares de vidas?
"Há alguma outra pergunta?" ele perguntou.
"Eu tenho um para fazer", respondeu Romanda secamente. Sua

calma não tinha sido abalada nem um pouco.
Mas não essas irmãs. Se ninguém mais quiser fazer uma pergunta a
eles, tenho certeza de que ficarão felizes em se retirar dos holofotes
da Antecâmara.
Não era exatamente seu lugar sugerir isso, mas também não era
exatamente seu lugar, então Egwene deixou para lá. Descobriu-se
que ninguém mais tinha perguntas para Akarrin e seus
companheiros, e Romanda os agradeceu por seus esforços de uma
maneira surpreendentemente calorosa. Mais uma vez, isso também
não era exatamente coisa dela.
"Para quem é a sua pergunta?" Egwene perguntou enquanto Akarrin
e os outros cinco corriam para se juntar ao grupo.
número crescente de irmãs amontoadas entre as luminárias de chão
e os braseiros. Como Romanda havia dito, eles estavam ansiosos
para sair dos holofotes da Antecâmara, mas não queriam perder o
que resultou de seu trabalho. Foi preciso um grande esforço para
Egwene evitar que sua voz tivesse um timbre seco. Romanda fingiu
não notar. Ou talvez ele simplesmente não tenha notado.
"Para Moria," ele respondeu. Suspeitamos dos Renegados desde o

início. Sabíamos que o que quer que tivesse acontecido era muito
poderoso e muito distante. Na verdade, a única coisa nova que
sabemos é que Shadar Logoth desapareceu e, a partir disso, só
posso dizer que o mundo está melhor sem aquele covil do mal das
Sombras. Ele fixou o Blue Sitter com a carranca que tinha feito
muitas Aes Sedai se encolherem como noviças. Minha pergunta é
esta. Alguma coisa mudou para nós?
"Eu deveria," Moria respondeu, encontrando o olhar da outra mulher

sem hesitação. Ela não teria tanto tempo quanto Romanda na
Antecâmara, mas a posição dos Sitters deveria ser comparável. Há
muito que nos preparamos para o caso de os Renegados nos
atacarem. Todas as irmãs sabem como formar um círculo se estiver
ao seu alcance ou juntar-se a um que não formaram até que cada
uma atinja os treze anos. Todos devem ser incluídos neles, mesmo
os novatos, mesmo os mais novos.
Lelaine ergueu os olhos para ela; mas por mais que quisesse
repreender Moria, ambos pertenciam à mesma Ajah. No mínimo,
eles devem dar a imagem de formar uma frente comum. Ainda
assim, o esforço de não falar fez com que seus lábios se
apertassem.
De sua parte, Romanda não tinha essa inibição.

"É necessário que você explique o que todos nós aqui já sabemos?"
Fizemos esses preparativos. Esqueceste-te? Desta vez sua voz era

afiada.
Acessos de raiva eram proibidos na Antecâmara, mas aguilhões não.
No entanto, se Moria sentiu o soco, ele não deu sinal disso.
além de ajustar seu xale.
— Tenho que explicar desde o início porque não pensamos a fundo.
Malind, nossos círculos podem resistir ao que Akarrin e Nisain

descreveram?
A despecho de la ferocidad de sus ojos, la carnosa boca de Malind

siempre parecía presta a la sonrisa, pero su actitud era muy seria
cuando se puso de pie y miró a las Asentadas de una en una como si
quisiera que sus palabras se quedaran grabadas nelas.
-Não podem. Mesmo que rearranjemos as coisas para que as irmãs

mais fortes estejam sempre no mesmo círculo, o que significa que
elas devem viver, comer e dormir juntas se tiverem que colidir a
qualquer momento, ainda seríamos ratos contra um gato. Um
número suficiente de camundongos pode eventualmente superar até
mesmo um enorme gato faminto, mas não antes que muitos
camundongos morram. No entanto, se muitos desses ratos
morrerem, a Torre Branca morre. Mais uma vez, a exalação geral dos
presentes se espalhou como um sopro de inquietação por todo o
pavilhão.
Egwene conseguiu manter o rosto composto, mas teve que se forçar

a abrir as mãos apertadas na saia. O que ele iria propor, atacar ou
fugir? Light, como ela poderia se opor? Nem que fossem do próprio
Ajah nem que não fossem, Lelaine não aguentava mais a pressão.
"O que você sugere, Moria?" ele perdeu a cabeça. Mesmo que
pudéssemos reunir a Torre hoje, isso não mudaria os fatos.
Moria sorriu, como se o outro Azul tivesse
Disse exatamente o que eu esperava que alguém dissesse.
“Mas devemos mudar os fatos. O fato atual é que nossos círculos

mais fortes são muito fracos. Nós não temos tanto menos que será
melhor que nos
agreste
esqueçamos
deles. Ainda assim,
havia algo não
na
tenho
Torre que faria
sa'angreal
certeza se
alguma diferença significativa. Como, então, fortalecemos nossos

círculos? Forte o suficiente, devemos esperar, para enfrentar o que
aconteceu em Shadar Logoth e pará-lo. Escaralde, o que você tem a
dizer sobre isso?
Assustada, Egwene se inclinou para frente. Eles estavam

trabalhando juntos, mas com que propósito?
Ela não foi a única que percebeu que os três Sitters que convocaram
a Antecâmara estavam de pé. Ao não se sentar, Moria e Malind
fizeram uma declaração óbvia. Escaralde endireitou-se como uma
rainha, mas a pequena Brown parecia bem ciente de todos os
olhares que iam dela para Malind e de volta para Moria, e
demasiados carrancudos e rostos impassíveis. Ela ajustou o xale
duas vezes antes de falar, e quando o fez, foi como se estivesse
dando uma palestra, sua voz fraca, mas enérgica.
— Os textos antigos são explícitos, embora pouco estudados, receio.
Eles juntam poeira em vez de leitores. Os escritos coletados nos

primeiros dias da Torre deixam claro que os círculos não se
limitavam a treze na Era das Lendas. O mecanismo exato, ou devo
dizer o equilíbrio exato, é desconhecido, mas não deve funcionar.
muito difícil de deduzir. Para aqueles de vocês que não passaram o
tempo que deveriam na biblioteca da Torre, a maneira de aumentar o
tamanho de um círculo envolve...” Pela primeira vez, ela hesitou e
fez um esforço visível para continuar. Implica a inclusão de homens
que canalizam.
-Você sugere? Faiselle exigiu enquanto se levantava abruptamente,

embora ela se sentasse imediatamente, como se temesse que
alguém pudesse pensar que ela estava fazendo isso para apoiar os
outros três.
"Peço que a antecâmara seja limpa!" Magla interveio, levantando-se.

Ela era Illian, como Moria, e a agitação fez seu sotaque mais
perceptível. Este não é um assunto para discutir na frente de
ninguém, exceto da antecâmara em sessão fechada.
Ela também caiu no banco assim que terminou, e fez isso com uma
carranca raivosa, os ombros largos curvados, as mãos abrindo e
fechando na saia.
"Temo que seja tarde demais para isso agora", disse Moria em voz
alta. E teve que levantá-lo para se fazer ouvir acima do murmúrio
excitado das irmãs atrás dos bancos, como o zumbido de uma
colméia colossal em alvoroço. O que foi dito está dito e muitas irmãs
ouviram isso para que ninguém tente manter isso em segredo agora.
Seu busto subiu quando ela respirou fundo; sua voz subiu um degrau
mais alto. Apresento à Antecâmara a proposta de que cheguemos a
um acordo com a Torre Negra para que possamos incluir homens em
nossos círculos conforme necessário. Que sua voz soasse um pouco
estrangulada no final não era de admirar. Poucas Aes Sedai podiam
pronunciar esse nome sem desgosto, se não com ódio total. Seu
som teve o efeito de silenciar
O zumbido de vozes soou e houve silêncio completo por dois ou três
segundos.
-É uma loucura! Sheriam gritou, sua calma quebrada em mais de

uma maneira. O Guardião não participou das discussões na
Antecâmara. Ele não podia nem entrar no Salão sem acompanhar a
Amyrlin.
Com o rosto vermelho escarlate, Sheriam se endireitou, talvez para

enfrentar a repreensão inevitável ou talvez para se defender. No
entanto, a Antecâmara tinha outras coisas em mente para pensar em
repreendê-la.
Saltando de seus bancos apenas o tempo suficiente para dar sua

opinião, os Sitters começaram a falar, a gritar, às vezes tirando a
palavra.
"Insanidade não chega nem perto de descrevê-lo!" gritou Faiselle.
"Como vamos nos aliar a homens que canalizam?" gritou Varilin ao

mesmo tempo.
"Esses aspirantes a Asha'man estão contaminados!" Saroiya berrou

sem o menor indício da alardeada reserva da Ajah Branca. Suas
mãos apertadas em seu xale, ela tremeu tão violentamente que as
longas franjas brancas tremeram. Contaminado com a infecção do
Dark One!
"Mesmo sugerir tal coisa nos coloca contra tudo o que a Torre Branca
simboliza", afirmou Takima asperamente. Ganharíamos o desprezo
de qualquer mulher chamada Aes Sedai, as Aes Sedai que estão em
seus túmulos há séculos!
"Só um Amigo das Trevas sugeriria uma coisa dessas!" Apenas um

amigo sombrio! Magla gritou, até mesmo sacudindo o punho com
uma raiva que ele não se deu ao trabalho de esconder.
Moria empalideceu com a acusação, então ficou vermelho de raiva.

Egwene não sabia que lado escolher. A Torre Negra foi criação de
Rand, e talvez necessária se eles tivessem alguma esperança de
vencer a Última Batalha, mas o Asha'man
eram homens que canalizavam, algo temido há três mil anos, e
canalizavam os maculados pela Sombra. O próprio Saidin Rand era
homem um
que
podia canalizar; mas sem ele, a Sombra poderia ganhar Tarmon

Gai'don. A Luz a ajudaria por considerá-lo tão friamente, mas era a
dura verdade. Qualquer que fosse sua posição sobre o assunto, as
coisas estavam ficando fora de controle no momento. Escaralde
trocou insultos com Faiselle, ambos a plenos pulmões. Insultos sem
paliativos!
Na antecâmara! Saroiya havia abandonado os últimos resquícios da

frieza da Ajah Branca e estava gritando com Malind, que estava
gritando com ela, ambos ao mesmo tempo. Teria sido um milagre se
um deles tivesse entendido o que o outro estava dizendo, e talvez
obrigado por isso.
Surpreendentemente, nem Romanda nem Lelaine tinham falado

desde que isso começou. Eles ficaram sentados olhando um para o
outro, sem piscar. Certamente os dois estavam tentando descobrir
qual posição o outro adotaria para adotar exatamente o oposto.
Magla desceu de seu banco e foi em direção a Moria com o ar

furioso de alguém ansioso para entrar em conflito. Sem palavras,
mas socos. Magla tinha o dela apertado, nas laterais. Seu xale caiu
no chão, sem que ela percebesse.
Egwene se levantou e abraçou a fonte. Exceto por certas funções

prescritas com precisão, a canalização no Salão era proibida – outro
costume que apontava para dias sombrios na história do Salão –
mas ele fez uma trama simples de Ar e Fogo.
"Uma proposta foi feita para a antecâmara", disse ele, e deixou cair o
. Não custava
Saidar
tanto
de
quanto
longe,
antes.
mas pelo Não que
menos
fosse
não era fácil,
tão
nem
difícil.
UMA
a lembrança da doçura do Poder permaneceu, o suficiente para
sustentá-la até a próxima vez.
Ampliadas pela tecelagem, suas palavras ecoaram pelo pavilhão

como um trovão. As Aes Sedai recuaram, estremecendo e cobrindo
os ouvidos. O silêncio que se seguiu parecia incrivelmente alto.
Magla ficou boquiaberta para ela, então estremeceu ao perceber que
estava parada no meio dos bancos dos Blues. Desapertando os
punhos apressadamente, ela se abaixou para pegar o xale e voltou
correndo para o seu lugar.
Sheriam chorou sem cobertura. Não poderia ter sido tão alto.
"Uma proposta foi feita para a antecâmara", Egwene repetiu no

profundo silêncio. Seguindo o grito ampliado pelo Poder, a voz ecoou
em seus ouvidos. Talvez tivesse sido mais forte do que ele pensava.
Este tecido não foi projetado para espaços confinados, nem mesmo
cercados por paredes de lona. Em que se baseia o seu apoio a uma
aliança com a Torre Negra, Moria? Sentou-se assim que terminou de
falar. Qual foi a sua posição sobre isso?
Que dificuldades isso lhe causou? Como ele poderia usar isso a seu
favor? Sim, que a Luz a ajude. Essas foram as duas primeiras ideias
que me vieram à mente. Se ao menos Sheriam limpasse os olhos e
recuperasse sua presença de espírito. Era o Assento de Amyrlin e
ele precisava de um Guardião, não de uma galinha.
Demorou alguns minutos para a ordem ser restabelecida. As Sitters

alisaram suas roupas desnecessariamente, evitando os olhos umas
das outras e principalmente evitando as irmãs amontoadas atrás dos
bancos.
Os rostos de alguns dos Sitters ficaram vermelhos, e desta vez não

de raiva. Os Sitters não gritavam uns com os outros como lavradores
na tosquia. E menos na frente de outras irmãs.
"Estamos diante de duas dificuldades aparentemente
intransponíveis", disse Moria finalmente. Sua voz estava fria e fria
novamente, mas ainda havia um toque de vermelhidão em suas
bochechas. Os Renegados descobriram uma arma que não
podemos combater; eles o descobriram ou o encontraram;
certamente eles o teriam usado mais cedo se o tivessem. Uma arma
que não podemos igualar, embora só a Luz saiba por que queremos.
Mas o mais importante é que não podemos pará-lo ou sobreviver. Ao
mesmo tempo, os... Asha'man cresceram como ervas daninhas.
Relatórios confiáveis apontam para um número igual ao de todas as
Aes Sedai vivas. Mesmo que esse número tenha sido inflacionado,
não podemos nos dar ao luxo de considerá-lo excessivamente
exagerado. E mais homens chegam diariamente. Os informantes
concordam com isso de maneira tão geral que deve ser dado como
certo. Devemos capturar esses homens e domá-los, é claro, mas os
negligenciamos por causa do Dragão Renascido. Nós colocamos o
assunto em espera para lidar com eles mais tarde.
A amarga realidade é que já é tarde demais para tentar capturá-los.

São muitos. Talvez já fosse tarde quando soubemos o que eles
estavam fazendo.
“Se não podemos domá-los, então temos que controlá-los de alguma

forma. Um acordo com a Torre Negra (o termo "aliança"
seria muito forte), um acordo cuidadosamente formulado, nos

permitiria dar os primeiros passos em direção ao propósito de
proteger o mundo deles.
Também podemos incluí-los em nossos círculos. Moria ergueu o

dedo indicador em um gesto de advertência enquanto seu olhar
varria os bancos, mas sua voz permaneceu fria e controlada. E firme.
Devemos deixar bem claro que sempre será uma irmã que combina
os fluxos. Não estou sugerindo que um homem controle um círculo
colegiado, em
absoluto! No entanto, com homens nos círculos podemos ampliá-los.
Mesmo assim a Luz queira, podemos ser capazes de amplificá-los o
suficiente para combater essa arma Renegada. Mataremos duas
lebres com uma cajadada só.
Mas essas duas lebres são leões, e se não atirarmos a pedra, uma
delas vai nos matar. É simples assim.
O silêncio caiu. Exceto por Sheriam. Encolhida a poucos metros de

Egwene, os ombros tremendo, ela ainda soluçava baixinho. Então
Romanda soltou um suspiro alto.
"Talvez possamos ampliar os círculos o suficiente para combater os

Renegados", disse ele calmamente. De alguma forma, o fato de ele
falar tão suavemente deu mais peso às suas palavras do que se ele
tivesse gritado.
Talvez possamos controlar o Asha'man. Mas, em qualquer um

desses dois contextos, "talvez" seja um termo inconsistente.
"Quando você está se afogando, você se agarra a qualquer galho

que passa, mesmo que você não saiba se ele aguentará seu peso
até você segurá-lo," Moria respondeu em um tom igualmente calmo.
A água não fechou sobre nossas cabeças, Romanda, mas estamos
afundando.
Estamos afundando.
Novamente houve silêncio, exceto pelo gemido de Sheriam. Essa

mulher estava completamente fora de controle? Claro, nenhum dos
Sitters tinha uma boa cara, nem mesmo Moria ou Malind ou
Escaralde. Não era uma perspectiva agradável diante deles. O rosto
de Delana ficou pálido. Parecia que ia vomitar antes de Sheriam.
Egwene se levantou apenas o suficiente para fazer a pergunta

necessária. Mesmo quando o que foi proposto era inconcebível, o
ritual tinha que ser seguido. Talvez com mais razão em um caso
como este.
"Quem se opõe a esta proposta?"
Não havia falta de oradores na época, embora todos tivessem

conseguido recuperar o controle o suficiente para seguir o protocolo.
Vários Assistentes se moveram ao mesmo tempo, mas Magla foi a

primeira a se levantar, e os outros sentaram-se novamente sem
qualquer sinal de impaciência. Faiselle foi o próximo, e Varilin seguiu
Faiselle.
Depois foi a vez de Saroiya e finalmente a de Takima.
Todos falaram longamente, Varilin e Saroiya beirando os discursos

proibidos, e todos se expressaram da maneira mais eloquente
possível. Ninguém chegou a Settled se não tivesse a eloquência
necessária. Mesmo assim, logo ficou claro que eles estavam
repetindo os mesmos argumentos em outras palavras.
Os Renegados e suas armas nunca foram mencionados. O tema dos

Sitters era a Torre Negra. A Torre Negra e o Asha'man. A primeira foi
uma ferida na face do mundo, uma ameaça tão grande quanto a
própria Última Batalha. O próprio nome sugeria uma conexão com a
Sombra, sem mencionar que era um tapa direto na Torre Branca. O
presumido Asha'man — nenhum pronunciou o nome sem
acrescentar “presumido” ou dizê-lo com um tom de escárnio;
significava "guardião" ou "defensor" na Língua Antiga, e era tudo
menos isso — os aspirantes a Asha'man eram homens que
canalizavam!
Homens condenados a enlouquecer se a metade masculina do

Poder não os matasse primeiro. Insano empunhando o Poder Único.
De Magla a Takima, todos eles emprestaram cada grama de horror

que sentiram às suas palavras.
Três mil anos de terror no mundo, e antes disso a Quebra do Mundo.
Homens como esses destruíram o mundo, destruíram a Era das

Lendas e transformaram a face do mundo em desolação. para
aqueles que era para
aqueles que lhes pediram para se aliar. Se o fizessem, seriam

anatematizados em todas as nações, e com razão. Eles seriam
desprezados por todas as Aes Sedai, e com razão. Não poderia ser.
Impossível.
Quando Takima finalmente se sentou, ajustando cuidadosamente

seu xale, ela exibia um sorriso leve, mas muito satisfeito.
Juntos, eles conseguiram fazer o Asha'man parecer mais temível,

mais perigoso, do que os Renegados e o Last Stand juntos. Talvez
até igual ao próprio Dark One. Como Egwene havia começado as
perguntas rituais, era sua vez de terminar, então ela se levantou.
"Quem apoia um acordo com a Torre Negra?" Se antes parecia

silêncio no pavilhão, agora que Sheriam finalmente sufocou os
soluços, embora as lágrimas ainda brilhassem em seu rosto, quando
a mulher engoliu em seco, soou como um grito no silêncio profundo
que se seguiu. pergunta.
O sorriso de Takima se contorceu quando Janya se levantou assim

que Egwene disse a última palavra.
"Mesmo um galho fino é melhor do que nenhum quando você está se

afogando", disse ele. Prefiro tentar do que confiar na esperança até
me afogar. “Ele tinha o mau hábito de falar quando não deveria.
Samalin se levantou ao lado de Malind, e então Salima, Berana e

Aledrin se levantaram juntos, Kwamesa ficando para trás por uma
fração de segundo. Nove Sentados em pé, enquanto os segundos se
arrastavam.
Egwene percebeu que estava mordendo o lábio e parou

rapidamente, esperando que ninguém tivesse notado. Senti a
pressão dos dentes na carne. Eu gostaria que não houvesse sangue.
Nem é
ninguém estava olhando para ela. Todos pareciam estar prendendo a
respiração.
Romanda estava franzindo a testa para Salima, que estava olhando

para frente, seu rosto pálido e seus lábios trêmulos. A irmã Tearian
pode não ser capaz de esconder seu medo, mas ela foi inflexível
sobre sua decisão. Romanda acenou com a cabeça lentamente,
então, inacreditavelmente, levantou-se. Ela também decidiu violar o
costume de não falar.
"Às vezes temos que fazer coisas que não queremos fazer", disse
ela, encontrando os olhos de Lelaine.
Lelaine encontrou o olhar do Amarelo de cabelos grisalhos sem

vacilar.
Seu rosto parecia porcelana. Seu queixo levantou lentamente, então

ela estava de repente de pé, olhando impacientemente para Lyrelle,
que ficou boquiaberta para ela por um momento antes de se sentar.
Todos ficaram atordoados. O silêncio foi absoluto. Acabou-se.
Ou quase. Egwene pigarreou na tentativa de chamar a atenção de

Sheriam. A seguir cabia ao Guardião, mas Sheriam enxugou as
lágrimas enquanto seus olhos percorriam os bancos como se
estivesse contando quantos Sitters estavam de pé e esperando
descobrir que havia contado errado. Egwene pigarreou mais alto, e a
mulher se encolheu e se virou para olhar para ela.
Mesmo assim, parecia levar uma eternidade para lembrar de sua

obrigação.
"Existe um consenso simples," ele anunciou com uma voz trêmula,

"um acordo será buscado com... com a Torre Negra." Ela respirou
fundo, endireitou-se e sua voz se firmou. Ele estava em terreno
familiar novamente.
No interesse da unidade, peço que se chegue a um consenso em

plenário.
Era um pedido importante. Mesmo nas questões que podiam ser
decididas por simples consenso, a unanimidade era sempre
preferível, sempre se fazia um esforço para alcançá-la. Para alcançá-
lo, horas, dias, poderiam ser discutidos, mas o esforço não cessaria
até que todos os Sitters concordassem, ou ficasse claro como o dia
que não poderia haver acordo. Um pedido importante, um chamado
que serviu de estímulo para todas as irmãs. Delana sentou-se como
uma marionete se movendo contra sua vontade e olhou em volta
incerta.
"Eu não suporto isso", declarou Takima, indo contra todo o decoro.
Não importa o que digam, não importa quanto tempo dure a sessão,
eu não posso e não vou! Não o farei!
Ninguém mais se levantou. Faiselle se mexeu no banco, como se

estivesse prestes a se sentar, depois ajustou o xale e novamente deu
a impressão de que pretendia se levantar. Isso foi o mais próximo
que um deles chegou. Saroiya estava mordendo os dedos com uma
expressão aterrorizada e Varilin tinha a expressão de alguém que
recebeu um golpe de martelo entre as sobrancelhas. Magla agarrou
as pontas do banco com as mãos cerradas, segurando e olhando
sem ver os tapetes aos seus pés. Ela obviamente estava ciente do
olhar carrancudo de Romanda na parte de trás de sua cabeça, mas
sua única reação foi curvar os ombros.
A intervenção de Takima deveria ter encerrado o assunto.
Não adiantava buscar o consenso do plenário quando alguém deixou

bem claro que não apoiaria a proposta. Mas Egwene decidiu jogar
sua própria carta com decoro e sem quebrar o protocolo.
Alguém se sente compelido a deixar seu lugar?
por isto? ele perguntou alto e claro.

Suspiros ecoaram pelo pavilhão, mas Egwene prendeu a respiração.
Isso poderia dividi-los, mas seria melhor se a ruptura acontecesse
naquele momento, à vista de todos, se fosse acontecer. Saroiya
olhou para ela com os olhos arregalados, mas nenhum dos dois se
moveu de seu lugar.
"Então vamos continuar com isso", disse ele. Cuidadosamente, com

cuidado. Levará tempo para planejar exatamente quem fará contato
com a Torre Negra e o que será dito a eles. Tempo para ela colocar
algumas salvaguardas, ela esperava. Luz, ela ia ter que fazer
malabarismos para lidar com isso.
Primeiro, alguma sugestão para nossa… embaixada?

20
À NOITE
MMuito antes de a sessão terminar, apesar de estar sentada na capa

dobrada, as nádegas de Egwene estavam
dormentes do banco de madeira dura.
Depois de ouvir discussões intermináveis, ele desejou que seus

ouvidos tivessem adormecido também. Sheriam, forçada a ficar de
pé, colocou seu peso ora em um ora no outro como se desejasse ter
uma cadeira. Ou talvez apenas sentar no tapete.
Egwene poderia ter ido embora, libertando-se a si mesma e a

Sheriam. Nada exigia a presença da Amyrlin, e seus comentários
foram ouvidos educadamente na melhor das hipóteses. Depois
disso, a antecâmara galopou em sua própria direção. Isso não tinha
nada a ver com a guerra, e com o pedaço entre os dentes, o Salão
não estava disposto a deixá-lo tomar as rédeas. poderia ter ido
embora
a qualquer hora - com uma breve pausa nas discussões para o
cerimonial exigido - mas se ela saísse, temia que a primeira coisa
que encontraria pela manhã seria a apresentação de um plano
finalizado e decisivo, um que os Sitters já estavam realizando. fora e
ela não teria nenhuma noção até que ela o lesse. Pelo menos, esse
era seu medo no início.
Quem falou mais extensivamente não foi uma surpresa; já não.

Magla e Saroiya, Takima, Faiselle e Varilin, todos visivelmente
confusos quando outra babá falou. Sim, eles aceitaram a decisão da
Antecâmara, pelo menos na aparência.
A alternativa era ceder seus assentos; por mais que a antecâmara

estivesse disposta a lutar pelo consenso, se necessário, uma vez
que um curso de ação fosse decidido, qualquer que fosse o tipo de
consenso, esperava-se que o todo o seguisse ou pelo menos não
ficasse no caminho. . realização. Esse era o ponto.
O que exatamente constituía impedimento? Desnecessário dizer que

nenhum dos cinco falou contra um Sitter de sua própria Ajah, mas os
outros quatro se levantaram no momento em que qualquer Sitter
retomou seu assento, e todos os cinco se o Sitter fosse Azul. E quem
teve a palavra falou muito persuasivamente sobre por que as
sugestões do orador anterior estavam totalmente erradas e talvez
como pedir problemas. Não que houvesse algum conluio real que
Egwene pudesse ver. Eles se entreolharam com tanta cautela quanto
com os outros e se entreolharam tão ou mais sombrios que os
outros; era óbvio que eles não confiavam em nenhum dos outros
para defender seu caso.
De qualquer forma, pouco do que foi sugerido veio a se conformar.
Os Sitters discordaram sobre quantas irmãs deveriam ser enviadas
para a Torre Negra e quantas de cada Ajah, e quando deveriam ir e o
que deveriam exigir e o que poderiam aceitar e o que rejeitar
completamente. Em um assunto tão delicado, qualquer erro pode
levar ao desastre. Além disso, todos os Ajah, exceto Amarelo, se
consideravam singularmente qualificados para liderar a missão,
desde a insistência de Kwamesa de que o objetivo era negociar
algum tipo de tratado, até a afirmação de Escaralde de que o
conhecimento histórico era necessário para uma empreitada tão
incomum e sem precedentes. Berana chegou a apontar que tal
acordo tinha que ser alcançado com pura racionalidade; lidar com o
Asha'man sem dúvida inflamaria as paixões, e nada menos que uma
lógica fria levaria ao desastre imediato. Na verdade, ele falou
apaixonadamente sobre isso.
Romanda queria que o grupo fosse liderado por um Amarelo, mas

como parecia não haver necessidade da Cura, ela teve que se
contentar com uma posição de insistência teimosa de que qualquer
outra pessoa poderia ser influenciada pelos interesses de sua Ajah e
esquecer o propósito. o que eles estavam fazendo.
O apoio entre as sereias do mesmo Ajah era apenas enquanto não

se opunham abertamente, e dois Ajahs não estavam dispostos a
participar muito, além do fato de terem concordado em enviar uma
embaixada à Torre Negra.
Se deveria ser chamado de 'embaixada' ainda estava em disputa

mesmo por aqueles que eram a favor desde o início. A própria Moria
parecia surpresa com a ideia.
Egwene não era a única que achava tediosa a sucessão constante

de respostas e contra-respostas, a
triturando cada ponto até que não sobrasse nada e você tivesse que
começar de novo. Algumas irmãs localizadas atrás dos bancos
começaram a sair. Outros os substituíram e também foram embora
depois de algumas horas. No momento em que Sheriam pronunciou
a frase ritual "Vá com a Luz", a noite havia caído e apenas algumas
dúzias de mulheres restavam além de Egwene e das Sitters, várias
das quais estavam cambaleando e parecendo roupas de lavanderia.
E nada havia sido decidido além de que mais conversas precisavam
ser feitas para tomar decisões.
Do lado de fora, um crescente pálido estava pendurado em um

manto preto aveludado pontilhado de estrelas brilhantes, e o ar
estava frio. Com a respiração ficando branca, Egwene se afastou da
Antecâmara, sorrindo ao ouvir os Sitters seguindo atrás, alguns
ainda discutindo. Romanda e Lelaine foram juntas, mas a voz clara e
poderosa de Amarelo estava quase gritando, e a de Azul não ficou
muito atrás. Eles geralmente discutiam quando eram forçados a ficar
juntos, mas essa era a primeira vez que Egwene os via juntos
voluntariamente sem que fosse necessário. Sheriam relutantemente
se ofereceu para recolher os relatórios sobre os reparos da carroça e
a forragem que ela havia pedido naquela manhã, mas a mulher
cansada não escondeu seu alívio quando Egwene lhe disse para ir
para a cama. Com uma reverência apressada, ela se apressou para
a noite, puxando seu manto apertado ao redor dela. A maioria das
lojas estava escura, reduzida a meras sombras ao luar. Poucas irmãs
ficavam acordadas muito depois do anoitecer. Nunca havia muito
óleo para lamparinas e velas.
Por enquanto, a demora nas decisões combinava muito bem com
Egwene, mas essa não era a única razão pela qual ela estava
sorrindo. Em algum momento das discussões, sua dor de cabeça
havia desaparecido completamente. Ela não teria dificuldade em
adormecer esta noite. Halima sempre remediava isso, mas seus
sonhos foram perturbados quando ela lhe deu uma de suas
massagens. Bem, poucos sonhos pacíficos ele teve, mas aqueles
eram mais sombrios do que quaisquer outros e, estranhamente, ele
nunca conseguia se lembrar de nada, exceto que eles eram
sombrios e inquietos. Sem dúvida, ambos se deviam a certos traços
de dor que os dedos de Halima não conseguiam aliviar. Ainda assim,
o último tinha sido inquietante por si só. Ele havia aprendido a se
lembrar dos sonhos, e deveria se lembrar deles. Mas, sem dor de
cabeça, esta noite ele não teria problemas para alcançá-lo, e sonhar
era a coisa menos importante que ele tinha que fazer.
Como o Hall e seu escritório, sua loja ficava em uma pequena

clareira com seu próprio trecho de calçadão e as lojas mais próximas
uma dúzia de espanhóis para dar alguma privacidade à Amyrlin. Pelo
menos, essa foi a explicação dada ao espaço deixado; agora pode
até ser verdade. Egwene al'Vere não era mais irrelevante. Não era
uma loja grande, apenas cerca de quatro passos de lado, e dentro
dela havia quatro baús com bordas de metal cheios de roupas contra
uma parede, dois catres, uma pequena mesa redonda, um braseiro
de cobre, uma pia. espelho de corpo inteiro e uma das poucas
cadeiras de verdade no acampamento. Era uma peça simples com
um pouco de entalhe; ocupava muito espaço, mas era confortável e
um luxo quando você sentia vontade de se sentar com as pernas
dobradas e ler. Quando eu tinha tempo para ler algo por puro prazer.
O outro beliche era para Halima e
Egwene ficou surpresa por não encontrá-la ali, esperando por ela.
No entanto, a loja não estava vazia.
"Você só comeu pão no café da manhã, mãe", disse Chesa com um

tom levemente reprovador quando Egwene entrou.
A empregada de Egwene usava um vestido cinza simples que exibia

seu corpo quase atarracado, e ela estava sentada no banco da loja
remendando meias à luz de uma lamparina a óleo. Ela era bonita,
sem uma única mecha grisalha no cabelo, mas às vezes parecia que
estivera a serviço de Egwene a vida toda, e não apenas desde
Salidar.
Ela certamente tomou todas as liberdades de uma antiga serva,

incluindo o direito de repreendê-la. Você não comeu nada ao meio-
dia que eu saiba", ela continuou, segurando uma meia branca para
observar o remendo que ela estava fazendo no calcanhar, "e o jantar
esfriou na mesa cerca de uma hora atrás.
Ninguém me pergunta, mas se perguntassem, eu diria que essas

suas dores de cabeça são porque você não come. Você é muito
magro.
Com isso, ela largou a meia na cesta de costura e se levantou para

pegar a capa de Egwene. E para exclamar que ela estava fria como
gelo. Na lista da mulher, essa era outra causa das dores de cabeça.
As Aes Sedai andavam indiferentes ao frio congelante ou ao calor
opressivo, mas o corpo era sábio, fosse ou não. Era melhor
embrulhar-se bem com roupas. E use calcinha vermelha.
Todos sabiam que a cor vermelha era mais quente. E também comer
ajudava. O estômago vazio sempre acabava causando calafrios. Ele
nunca a teria visto tremer, não é?
"Obrigada, mãe", disse Egwene levemente, provocando uma risada

baixa e curta da outra mulher. E um olhar chocado. Apesar das
liberdades
Ela bebia, Chesa era uma firme defensora das regras, a ponto de
fazer Aledrin parecer relaxado.
Em substância, pelo menos, já que nem sempre na forma.
Não estou com dor de cabeça hoje, e devo isso ao chá que você fez.
— Talvez tenha sido a bebida. Horrível como tinha gosto, como
remédio, não era pior do que ficar sentado em uma sessão de
antecâmara por mais de meio dia. E eu não estou realmente com
muita fome. Um muffin será suficiente.
Claro, não foi tão fácil assim. A relação entre patroa e empregada
nunca foi tão simples. Você viveu lado a lado, e eu te vi em seus
piores momentos, eu conhecia todos os seus defeitos e suas
fraquezas. Com a empregada não havia intimidade.
Chesa resmungou e resmungou o tempo todo enquanto ele a

ajudava a se despir e, finalmente, envolta em um roupão — seda
vermelha, naturalmente, bordada com a mais fina renda de Murandia
e bordada com flores de verão; um presente de Anaiya
— Egwene deixou que ele tirasse a toalha de linho que cobria a

bandeja da mesa redonda.
O ensopado de lentilhas era uma massa congelada na tigela, mas

um pouco de Poder Canalizado resolveu isso e, com a primeira
colherada, Egwene descobriu que estava com apetite.
Ela terminou tudo e também o pedaço de queijo branco com veios

azuis e as azeitonas ligeiramente murchas e os dois pãezinhos
crocantes, embora tivesse que remover gorgulhos de ambos.
Como não queria dormir logo, só bebeu um copo de vinho

apimentado, que também teve que esquentar e que tinha um gosto
um pouco amargo, mas Chesa sorriu com aprovação, como se
tivesse limpado a bandeja. Egwene olhou para os pratos, vazios,
exceto por caroços de azeitona e algumas migalhas, e percebeu que
era realmente isso que ela havia feito.
Assim que foi espremida na cama estreita, com dois cobertores
macios e um edredom puxado até o queixo, Chesa pegou a bandeja
do jantar e se dirigiu para a porta, onde parou.
"Você quer que eu volte, mãe?" Se você tiver uma dessas dores de
cabeça... Bem, aquela mulher encontrou companhia, ou então ela já
estaria aqui. Havia um distinto tom desdenhoso nas palavras "aquela
mulher". Eu poderia fazer outro jarro de infusão. Peguei as ervas de
um vendedor ambulante que disse que eram excelentes para
enxaquecas. E também para distúrbios nas articulações e na barriga.
"Você realmente acha que ela é uma idiota, Chesa?" Egwene

murmurou.
Enrolada na cama, ela se sentia sonolenta. Eu queria dormir, mas

ainda não.
Para dores de cabeça e articulações e barriga? Nynaeve morreria de

rir se ouvisse. Talvez tenha sido todo aquele balbucio da Sitter que
acabou com a dor de cabeça. Halima flerta, eu acho, mas não acho
que tenha passado do flerte.
Por um momento Chema ficou em silêncio e manteve lábios

franzidos.
“Isso me deixa... nervoso, mãe,” ele disse finalmente. Há algo

estranho sobre esta Halima, mãe. Eu noto isso sempre que está por
perto. É como sentir alguém se esgueirando atrás de você, ou notar
um homem observando você enquanto você está tomando banho,
ou...” Ele riu, mas era um som desconfortável. Eu não sei como
descrevê-lo. Algo simplesmente não está certo, não é como deveria
ser.
Egwene suspirou e se aconchegou ainda mais debaixo das cobertas.
"Boa noite, Chasa. Ele canalizou brevemente e apagou a lâmpada,

deixando a tenda envolta em profunda escuridão. Vá dormir na sua
cama esta noite. “Halima pode ficar chateada se ela vier e encontrar
outro em seu
beliche. Ele realmente teria quebrado o braço de um homem?
Certamente ele deve tê-la provocado de alguma forma.
Ele queria sonhar naquela noite, ter sonhos pacíficos — pelo menos,
que pudesse se lembrar deles; ela tinha poucos que poderiam ser
assim definidos — mas havia outro tipo de sono que ela tinha que
entrar primeiro, e para isso ela não precisava adormecer por algum
tempo. Nem precisava de um daqueles que a Antecâmara guardava
com tanto ciúme. Entrar em transe leve ter’angreal
era tão fácil quanto escolher fazê-lo,
principalmente quando estava tão cansada, e... ... desencarnada,

flutuava em uma escuridão infinita, cercada por um mar infinito de
luzes, um imenso redemoinho de pontinhos que brilhavam mais
brilhantes que as estrelas, estrelas na noite mais clara, mais
numerosas que as estrelas. Eram os sonhos de todas as pessoas do
mundo, de todos os mundos, reais ou possíveis, mundos tão
estranhos que ele não conseguia entender, todos visíveis ali, no
pequeno vazio entre ele e o mundo desperto, o espaço infinito entre
a realidade e sonhos. Alguns desses sonhos ele reconhecia só de
olhar para eles. Todos pareciam iguais, mas ela os identificava com
tanta certeza quanto identificava os Tel'aran'rhiod rostos
das
irmãs. Ele evitou alguns. Os de Rand estavam sempre protegidos, e

ela temia que ele soubesse se tentasse examiná-los. O escudo o
impediria de vê-los de qualquer maneira. Pena não saber onde
alguém estava em seus sonhos; ali, dois pontos de luz podiam se
encontrar lado a lado enquanto os sonhadores estavam a milhares
de quilômetros de distância. Os homens de Gawyn a puxaram e
Egwene fugiu. Os sonhos de Gawyn tinham seus próprios perigos,
entre os quais seu desejo de mergulhar neles. Os Nynaeves
conseguiram
Eles pararam por um momento e a fizeram querer colocar medo no
corpo da mulher tola, mas Nynaeve conseguiu ignorá-la até agora, e
Egwene não se sentiria tentada a arrastá-la contra sua vontade. Mas
não foi por falta de desejo. .
Tel'aran'rhiod
Movendo-se sem se mover, ele procurou um sonhador em particular.

Um de dois, pelo menos; qualquer um deles faria. As luzes pareciam
girar ao seu redor, passando com tanta velocidade que se tornaram
rastros borrados enquanto ela flutuava imóvel naquele mar estrelado.
Ele esperava que pelo menos um daqueles que procurava estivesse
dormindo agora.
A Luz sabia que era tarde demais para qualquer um. Vagamente
consciente de seu corpo no mundo desperto, ela se sentiu bocejar e
enfiar as pernas sob as cobertas.
Então ela viu o ponto de luz que estava procurando, e ele cresceu
abruptamente diante de seus olhos enquanto se aproximava dela,
passando de uma estrela no céu a uma lua cheia e então uma
parede brilhante que preenchia seu campo de visão. pulsando como
algo para respirar Ele não a tocou, é claro; que poderia levar a todos
os tipos de complicações, mesmo com o sonhador. Além disso, seria
embaraçoso entrar no sonho de alguém acidentalmente. Ela
espalhou sua consciência pelo espaço minúsculo entre ela e o
sonho, e falou com cuidado para que não fosse ouvido como um
grito. Ele não tinha corpo; não tinha boca, mas falava.
ELAYNE, EU SOU EGWENE. ENCONTRE-ME NO LUGAR DE
SEMPRE. Ela não achava que alguém a ouviria, não sem que ela
percebesse, mas ainda assim não havia sentido em correr riscos
desnecessários.
O ponto de luz se apagou. Elayne havia acordado, mas ela se

lembraria e saberia que a voz não havia sido
apenas parte de um sonho.
Egwene moveu-se... para o lado. Ou talvez fosse mais como

terminar um passo que eu não tinha terminado de dar. Foi um pouco
dos dois. Ele se mudou e...
Ele se viu em uma pequena sala, vazia, exceto por uma mesa de
madeira arranhada e três cadeiras de espaldar reto. Pelas duas
janelas dava para ver que era noite escura, mas mesmo assim havia
uma espécie de luz estranha, diferente da da lua ou da lâmpada ou
do sol.
Não parecia vir de lugar nenhum: simplesmente era. No entanto, foi o

suficiente para ver claramente aquele pequeno e triste quarto. Os
painéis de madeira empoeirados das paredes estavam roídos por
insetos, e a neve havia vazado pelos vidros quebrados das janelas,
acumulando-se em uma camada de galhos e folhas mortas. Quer
dizer, às vezes havia neve no chão, assim como galhos e folhas
secas. A mesa e as cadeiras ficaram no mesmo lugar, mas cada vez
que Egwene desviava o olhar, a neve desaparecia quando ela olhava
de volta para o mesmo lugar, enquanto as folhas e galhos apareciam
em lugares diferentes, como se tivessem sido deixados para trás. o
vento Eles até mudaram quando eu olhei para eles, apenas
aparecendo aqui ou ali.
Isso já não lhe parecia mais estranho do que a sensação de olhos

invisíveis observando.
Nenhuma das coisas era verdadeiramente real; eles apenas existiam

como tudo nele como um reflexo da realidade
Tel'aran'rhiod
, e um sonho, tudo
misturado.
No Mundo dos Sonhos, tudo ao redor parecia deserto, mas esta sala
tinha a qualidade do vazio que só poderia vir de um lugar que estava
realmente abandonado no mundo desperto. Até alguns meses atrás,
este pequeno quarto tinha sido o escritório de Amyrlin, na estalagem
que havia sido chamada de Torre.
Chica, e na cidade de Salidar, resgatada da floresta que a invadiu,
para transformá-la no núcleo da resistência contra Elaida. Se ele
saísse agora, veria brotos de árvores espreitando da neve no meio
das ruas que deram tanto trabalho para limpar. As irmãs continuaram
viajando para Salidar para verificar os pombais, todas com medo de
que qualquer pombo enviado por seus informantes cairia em outras
mãos, mas apenas no mundo desperto. Visitar os pombais teria sido
tão inútil quanto esperar que os pombos o encontrassem por milagre.
Animais domesticados pareciam não ter reflexo no Mundo dos
Sonhos, e nada feito nele poderia tocar o mundo desperto. As irmãs
com acesso aos Dreamers tinham lugares melhores para visitar do
que esta cidadezinha deserta de Altara, e certamente ninguém tinha
motivos para ir lá em seus sonhos. Era um dos lugares do mundo
ter’angreal onde Egwene podia ter certeza de que não seria pega de
surpresa; em muitos outros, descobriu-se que havia pessoas que
espionavam. Ou que transmitiam profunda tristeza.
Ele odiava ver o que Dois Rios havia se tornado desde sua partida.
Ele tentou dissipar sua impaciência enquanto esperava que Elayne

aparecesse. Elayne não era uma sonhadora e ela gostaria de
aconselhar
ter’angreal precisava.
o uso de Sem
um
dúvida,
Aviendha ele também
para onde estava
indo. Ainda assim, os minutos se arrastaram, e Egwene se viu

andando de um lado para o outro no piso de madeira áspero, irritada.
O tempo passou diferente aqui. podem ser minutos na Tel'aran'rhiod
vice-versa. Era possível que
hora
Elayne
no mundo
estivesse se de vigília,
movendo ou
rápido
como o vento. Egwene conferiu sua roupa, um traje de montaria

cinza com bordado verde no corpete e em faixas largas.
na saia — ela havia pensado no Ajah Verde? — e uma simples rede
de cabelo que prendia seu cabelo para trás. Desnecessário dizer que
a longa e estreita estola de Amyrlin estava pendurada em seu
pescoço. Ele fez a roupa desaparecer e, depois de alguns
momentos, deixou-a reaparecer. Era uma questão de permitir que
reaparecesse, não de pensar conscientemente sobre isso. A estola
era parte de como ela se sentia agora, e era Amyrlin que precisava
falar com Elayne.
A mulher que finalmente apareceu na sala, no entanto, de repente

não era Elayne, mas Aviendha, vestida de forma impressionante com
seda azul e bordados prateados, a gola e os punhos enfeitados com
renda clara. A grossa pulseira de marfim esculpida que ela usava
combinava com este vestido, assim como a de Dream, que pendia
de um cordão em volta do pescoço, ter’angreal um anel de pedra
estranhamente retorcido salpicado de cores.
"Onde está Elayne?" Egwene perguntou inquieta. Ele está bem?
A Aiel olhou-se com espanto e de repente apareceu vestida com

uma saia larga e escura, uma blusa branca, o xale sobre os ombros
e um lenço dobrado e preso nas têmporas para prender os cabelos
ruivos que chegavam às têmporas. estava na vida real, suspeitava
Egwene. Tudo era mutável no Mundo dos Sonhos. Um colar de prata
envolvia sua garganta, um intrincado trabalho de fileiras de discos
que os kandoreses chamavam de flocos de neve, um presente que a
própria Egwene lhe dera há muito tempo.
"Não foi possível fazer isso funcionar", ele respondeu.
Aviendha enquanto tocava o anel torcido que pendia

acima do colar. Os fluxos estavam constantemente vazando dele. É
para os bebês. Ele sorriu de repente e seus olhos, verdes como
esmeraldas, quase brilharam.
Ele tem um bom temperamento de vez em quando. Ele largou o anel

e pulou em cima dele.
Egwene respirou ruidosamente pelo nariz.
Bebês? Então seria mais de um. Era raro Aviendha aceitar o fato de
que Elayne estava grávida, pois Egwene estava convencida de que
Aiel amava Rand. É claro que os costumes de seu povo eram
peculiares, para dizer o mínimo.
Eu nunca esperaria isso de Elayne! Não de Rand! Para falar a

verdade, ninguém havia mencionado que ele era o pai e também não
cabia perguntar algo assim, mas ele sabia contar; além disso,
duvidava que Elayne tivesse dormido com outro homem. Então ele
notou que ela estava vestida com um pano escuro e grosso e um
xale ainda mais grosso que o de Aviendha. Duas roupas Rivers, do
tipo que uma mulher usaria em uma sessão do Círculo de Mulheres
quando, digamos, uma garota tola engravida e não mostrava sinais
de se casar. Ela respirou fundo e mais uma vez voltou ao seu traje
de montar bordado verde. O resto do mundo não era como Dois
Rios.
Light, ela tinha ido longe demais para saber pelo menos isso.
Ele não precisava gostar, mas tinha que aceitar.
"Contanto que ela e os... bebês estejam bem." — Luz, quantos? Mais
de um pode causar complicações. Não; Eu não ia perguntar.
Certamente Elayne teria a melhor parteira de Caemlyn. Era melhor
mudar de assunto imediatamente. Você sabe alguma coisa sobre
Rand? Ou Nynaeve? Eu tenho que dizer a ela algumas coisas por
fugir com ele.
"Não sabemos nada sobre nenhum deles", disse ele.

Aviendha enquanto ajustava seu xale com tanto cuidado
como uma Aes Sedai evitando os olhos da Amyrlin.
Seu tom soou cauteloso também?
Egwene estalou a língua, irritada consigo mesma.
Eu estava realmente começando a ver conspirações em todos os

lugares e a suspeitar de tudo. Rand tinha escondido, nada mais.
Nynaeve era Aes Sedai, livre para fazer o que quisesse. Mesmo
quando a Amyrlin dava ordens, as Aes Sedai muitas vezes
encontravam uma maneira de fazer exatamente o que queriam.
De qualquer forma, a Amyrlin daria uma boa olhada em Nynaeve

al'Meara quando ela estivesse dentro do alcance. Quanto ao Rand…
"Receio que haja problemas vindo em sua direção", disse ele.
Um belo bule de prata apareceu sobre a mesa em uma bandeja de

prata batida, junto com duas delicadas xícaras de porcelana verde.
Um fio de vapor saiu do bico. Ela poderia ter feito o chá aparecer
diretamente nas xícaras, mas servi-lo parecia parte de oferecer o chá
a alguém, embora um chá fugaz tão inconsistente quanto um sonho.
Você poderia morrer de sede se quisesse beber o que encontrasse
nele mais com algo que você mesmo criou, mas este chá tinha gosto
de se as folhas tivessem saído de um barril recente e tivessem
acabado de Tel'aran'rhiod
adicionar a
medida
certa de mel. Ele se sentou em uma das cadeiras e tomou um gole

de sua xícara enquanto explicava o que havia acontecido na
Antecâmara e por quê.
Após as primeiras palavras, Aviendha segurou sua xícara sem beber
e olhou para Egwene sem piscar. Sua saia escura e blusa clara se
transformaram no , jaqueta e calça em tons de cinza pergunte e
marrom
bruxa
que
perdiam se
nas
sombras. Seus longos cabelos foram repentinamente encurtados e

escondidos por um véu preto pendurado sobre o peito. Ainda mais
incongruente era que ele
shofa
ainda
estava usando o
pulseira de marfim no pulso, embora as damas de lança não
usassem jóias.
"Tudo isso pelo farol que sentimos", ela murmurou, quase para si
mesma, quando Egwene terminou de falar. Porque eles acreditam
que os Shadow Fouls têm uma arma. — Uma maneira estranha de
ver isso.
"E o que mais poderia ser?" Egwene perguntou curiosa. Algum dos
Sábios disse alguma coisa? “O tempo em que eu acreditava que as
Aes Sedai possuíam todo o conhecimento já passou, e os Sábios às
vezes revelavam certas informações que assustavam até a irmã
mais imperturbável.
Aviendha franziu a testa, e suas roupas voltaram a ser saia, blusa e

xale, e depois de um momento para o vestido de seda azul com
renda, desta vez com o colar kandoriano e pulseira de marfim.
Naturalmente, o anel de Dream continuou pendurado no cordão de
couro, inalterado. Um xale apareceu ao redor de seus ombros. Fazia
muito frio no quarto, mas parecia improvável que essa roupa de
renda fina azul-clara proporcionasse calor.
"Os Sábios são tão incertos quanto suas Aes Sedai."
Embora não tão assustado, eu acho. A vida é um sonho do qual

todos acabamos acordando. Dançamos as lanças com a Murcha das
Folhas. Aquele nome do Escuro sempre parecera estranho a
Egwene, pois vinha do Deserto sem árvores. Mas ninguém entra na
dança com a certeza de que vai viver ou que vai vencer. Não acho
que os Sábios estejam considerando uma aliança com o Asha'man.
Isso é sensato? ele perguntou cautelosamente. Pelo que você diz,
não tenho certeza se você quer.
"Não vejo outra opção", admitiu Egwene com relutância.
Esse buraco tem três milhas de diâmetro. Esta é a única esperança

que temos, pelo que vejo.
"E se os Shadow Fouls não possuíssem uma arma?" Aviendha fez a
pergunta sem tirar os olhos da xícara de chá.
De repente, Egwene percebeu o que a outra mulher estava fazendo.
Aviendha estava se preparando para ser uma Sábia, e não importa o

que ela vestisse, ela estava agindo como uma Sábia. Essa foi
provavelmente a razão para o xale fino. Parte de Egwene queria
sorrir. Sua amiga havia mudado; Ela não era mais a Lanceira de
cabeça quente que ele conhecera. Outra parte dela lembrava que os
Sábios nem sempre tinham os mesmos objetivos das Aes Sedai. O
que as irmãs valorizavam muito muitas vezes não significava nada
para os Sábios. Entristecia-a ter que pensar em Aviendha como um
Sábio em vez de apenas um amigo. Um Sábio estaria preocupado
em conseguir o que fosse melhor para o Aiel e não para a Torre
Branca. Ainda assim, a pergunta era boa.
“Teremos que lidar com a Torre Negra mais cedo ou mais tarde,
Aviendha, e Moria estava certo; já existem muitos Asha'man para
considerar domar todos eles. E isso assumindo que ousamos domá-
los antes da Última Batalha. Talvez um sonho me mostre outro
caminho, mas até agora nenhum. Nenhum de seus sonhos lhe fizera
bem até agora.
Bem, na verdade não. Isso pelo menos nos dá o começo de uma

maneira de lidar com eles. Em qualquer caso, será feito. Isto é, se os
colonizadores forem capazes de concordar com algo além do fato de
que eles têm que tentar se comprometer. Então temos que suportar.
Talvez seja o melhor a longo prazo.
Aviendha sorriu enquanto bebia. Não era um sorriso divertido; por

alguma razão, ele parecia aliviado. No entanto, seu tom soou sério.
"Vocês Aes Sedai sempre pensam que o
os homens são tolos. Tenha cuidado com aqueles Asha'man.
Mazrim Taim está longe de ser tolo, e acho que ele é um homem
muito perigoso.
"A antecâmara está ciente disso", disse secamente Egwene. Era

perigoso, claro. Em quanto a o outro, talvez digno de nota. Não sei
por
do que estamos falando sobre isso Não está mais em minhas mãos.
Isto importante é que as irmãs finalmente decidirão que o Torre
Negra não é mais motivo para não se aproximar Caemlyn, já que
vamos falar com eles de qualquer maneira.
Na próxima semana ou amanhã você vai se encontrar irmãs que vão

parar simplesmente para visitar
Elayne e veja como vai o cerco. o que temos que decidir é como
manter escondido o que queremos seguir escondido. Tenho algumas
sugestões e espero
você tem mais.
A ideia de uma Aes Sedai desconhecida aparecendo no Palácio Real

agitou Aviendha ao ponto de sua
pergunte a bruxa
vestido passou rapidamente do terno de seda para o y deste para a

saia de pano e a blusa de , e de algode
volta para
começar enquanto eles estavam conversando, embora ela não

parecesse notar.
conta. Na verdade, ela não tinha nada a temer se os Aes Visitando
Sedai descobriu os Membros ou os e
sul'dam
damane
cativos ou lidar com as mulheres dos fuzileiros navais, mas

certamente ele estava preocupado com as repercussões que tinha
para Elayne.
A coisa de Atha'an Miere não só trouxe à tona o pergunte a bruxa,

mas também um escudo de pele de touro junto ao sela, com três
lanças curtas Aiel. Egwene se perguntou perguntar se houve um
problema especial com os Detectores dos Ventos — qualquer
problema além dos habituais, compreensível, mas ele se conteve. Se
Aviendha não
mencionado, então era algo que ela e Elayne queriam resolver
sozinhas. Certamente ela teria dito isso se houvesse alguma coisa
que Egwene precisasse saber. Ou não?
Egwene suspirou e colocou a xícara na mesa, da qual logo

desapareceu, esfregando os olhos. Realmente, agora a desconfiança
fazia parte de seu ser; e sem ela era altamente improvável que ele
sobrevivesse. Pelo menos ele nem sempre teve que agir de acordo
com suas suspeitas; não com um amigo.
"Você está cansada", disse Aviendha, mais uma vez vestida com sua
blusa branca, saia e xale escuro, uma Sábia com penetrantes olhos
verdes preocupados. Você não dorme bem?
"Eu durmo bem," Egwene mentiu com um leve sorriso.
Aviendha e Elayne tinham suas próprias preocupações para abordar

também o assunto de suas dores de cabeça. Bem, não consigo
pensar em mais nada,” ele disse enquanto se levantava.
E você? Então terminamos,” ela continuou quando a outra mulher

balançou a cabeça. Diga a Elayne para cuidar de si mesma. E você
cuida dela. E seus bebês.
"Eu vou", respondeu Aviendha, agora com o vestido de seda azul.

Mas você também tem que se cuidar. Acho que você trabalha
demais. Durma bem e acorde,” ele adicionou suavemente; era a
fórmula de Aiel para dizer "boa noite". E
depois disso desapareceu.
Egwene franziu a testa para o local onde sua amiga estivera um

momento antes. Ele não trabalhou muito. Só o necessário.
Ela voltou ao seu corpo e descobriu que estava dormindo

profundamente.
Isso não significava que ela estava dormindo, ou não exatamente.

Seu corpo dormia, respirando lenta e profundamente, mas ela flutuou
apenas o tempo suficiente para os sonhos virem.
Eu poderia ter esperado até que eu acordasse e me lembrasse deles

enquanto eu os escrevia no
caderninho que ela mantinha no fundo de um dos baús de roupas,
enfiado entre as roupas íntimas finas que ela não tiraria até a
primavera. Mas observar os sonhos enquanto eles vinham
economizava tempo. Achei que isso poderia ajudá-la a descobrir o
que significavam. Pelo menos, aquelas que eram mais do que
fantasias noturnas comuns.
Havia muitos deles, muitas vezes envolvendo Gawyn, um homem

alto e maravilhoso que a tomava nos braços e dançava com ela e
fazia amor com ela. Houve um tempo, mesmo em seus sonhos,
quando ela se esquivou de pensamentos de fazer amor com ele. Ela
ficou vermelha quando acordou e se lembrou.
Agora isso parecia bobo, infantil. Algum dia, de alguma forma, ela o
vincularia como seu Guardião, se casaria com ele e faria amor com
ele até que ele implorasse por misericórdia. Mesmo em seus sonhos,
essa ideia a fazia rir. Outros sonhos não foram tão agradáveis. Ele
caminhou por um manto de neve até a cintura e entre árvores que
cresciam juntas, sabendo que tinha que chegar à beira da floresta.
Mas mesmo quando ela vislumbrou aquela borda à frente, em um
piscar de olhos ela estava se afastando, deixando-a no dossel para
continuar avançando aos trancos e barrancos. Ou ele empurrava
uma grande mó em um declive íngreme, mas toda vez que estava
prestes a chegar ao topo, ele escorregava e caía e via a grande mó
rolar até o fundo, então ele tinha que descer e começar de novo. ,
apenas cada vez que a inclinação era maior do que antes. Ele sabia
o suficiente sobre sonhos para entender de onde vinham, mesmo
que não tivessem nenhum significado especial; nada além do fato de
que ela estava cansada e ainda tinha uma tarefa aparentemente
interminável pela frente. No entanto, nada é
poderia fazer sobre isso. Ele sentiu seu corpo tremer com sonhos
laboriosos e tentou relaxar os músculos. Esse meio-sono era pouco
mais benéfico do que ficar acordada, e menos ainda se ela se
virasse e virasse a noite toda. Seus esforços tiveram algum
resultado. Pelo menos ela só se contorcia em um sonho em que era
forçada a puxar uma carroça carregada da Aes Sedai por uma
estrada lamacenta.
Surgiram outros sonhos que não eram nem uma coisa nem outra.
Mat estava em um boliche no gramado da aldeia. As casas com

telhados de palha eram vagas, oníricas — às vezes os telhados
eram de ardósia; às vezes as casas pareciam de pedra, às vezes de
madeira, mas ele era cristalino, vestido com uma boa jaqueta verde e
aquele chapéu preto de abas largas, exatamente como ela o viu no
dia em que chegou a Salidar.
Nenhuma outra pessoa podia ser vista. Esfregando a bola entre as

mãos, Mat deu uma corrida curta e a jogou na grama macia. As nove
varas caíram, espalhadas como se tivessem sido chutadas. Mat se
virou e pegou outra bola, e os tacos estavam de volta. Não, era um
novo conjunto de tacos. Os de antes ainda estavam deitados onde
haviam caído.
Novamente ele jogou a bola, um lance sem levantar o braço acima

do ombro. E Egwene queria gritar. Os gravetos não eram pedaços de
madeira, mas homens parados ali, observando a bola rolar em
direção a eles. Nenhum deles se moveu até que a bola os lançou no
ar. Mat se virou para pegar outra bola e novos bastões apareceram,
outros homens, plantados em formação entre aqueles que jaziam
esparramados no chão, como se estivessem mortos. Não; eles
estavam realmente mortos.
Despreocupado, Mat se lançou.
Foi um sonho real; Egwene sabia muito antes de desaparecer. Um

vislumbre do futuro que poderia acontecer,
um aviso de algo que deve ser observado. Sonhos reais eram
sempre possibilidades, não certezas — ela muitas vezes tinha que
lembrá-lo; Sonhar não era prever, mas essa era uma possibilidade
perigosa. Disso ele não tinha dúvidas. E um Iluminador fazia parte
disso. Mat conheceu um Iluminador uma vez, mas isso foi há muito
tempo. Isso era algo mais recente. Os Iluminadores foram dispersos
e suas sedes desapareceram.
Houve uma que até fez seu trabalho em um show itinerante com o
qual Elayne e Nynaeve fizeram uma turnê por um tempo. Mat
poderia encontrar um iluminador em qualquer lugar. Ainda assim, era
apenas um futuro possível. Sangrento e fatal, mas só possível.
Ainda assim, ele já havia sonhado pelo menos duas vezes. Não
exatamente o mesmo sonho, mas sempre com o mesmo significado.
Isso o tornaria mais propenso a se apresentar? Ela teria que pedir
aos Sábios para descobrir, e ela estava ficando relutante em fazê-lo.
Cada pergunta que ela fazia revelava algo para eles, e os objetivos
dele não eram os dela. Para salvar o maior número possível de Aiel,
eles deixariam a Torre Branca ser arrasada. Ela tinha que pensar em
algo mais do que um povo, do que uma nação.
Mais sonhos.
Ele estava subindo um caminho estreito e pedregoso até a face de

um penhasco imponente. Nuvens a cercavam, obscurecendo o chão
abaixo e o cume acima, mas ela ainda sabia que ambos estavam
longe. Ele teve que plantar seus pés com muito cuidado. O caminho
era uma saliência instável mal larga o suficiente para ficar em pé, um
ombro pressionado contra a face do penhasco, e estava repleto de
pedras tão grandes quanto punhos que poderiam virar sob um passo
em falso e jogá-la sobre a borda no vazio. . Quase parecia o
sonhos com rodas de moinho e puxando carrinhos, mas Egwene
sabia que era um sonho real.
De repente, a saliência desmoronou com o estrondo de pedra

estilhaçada, e Egwene agarrou-se freneticamente à face do
penhasco, tateando para encontrar onde se segurar. Seus dedos
deslizaram em uma pequena rachadura e sua queda foi interrompida
com um puxão violento que quase deslocou seus braços.
Com os pés balançando nas nuvens, ele escutou o fragmento da

borda deslocado atingir o penhasco até que o som se perdeu sem
que a pedra tivesse atingido o fundo. Ele teve um vislumbre da forma
borrada da saliência quebrada à sua esquerda. Ele estava a quase
três metros de distância; para suas chances de alcançá-la, não
importava que ele estivesse a quase um quilômetro e meio de
distância. Na direção oposta, a névoa escondia o que restava da
trilha, mas Egwene achou que devia estar ainda mais longe.
Ele não tinha força em seus braços. Ela não conseguia se levantar,
apenas ficar ali, pendurada na ponta dos dedos, até cair. A borda da
rachadura parecia tão afiada quanto uma faca sob seus dedos.
De repente, das nuvens, uma mulher apareceu, descendo a face

escarpada do penhasco com a agilidade de quem desce uma
escada. Ele tinha uma espada amarrada às costas. Seu rosto
tremeluziu, nunca se tornando preciso, mas a espada parecia sólida
como rocha. A mulher alcançou Egwene e estendeu a mão para ela.
mano.
"Nós podemos chegar ao topo juntos", disse ela com um sotaque

arrastado familiar.
Egwene afastou o sono como uma víbora. Ele sentiu seu corpo
estremecer, ouviu-se gemer em seu sono, mas por um momento não
pôde fazer nada. Ela havia sonhado com seanchan antes, com um
seanchan ligado a ela de alguma forma.
de qualquer maneira, mas este era um seanchan que a salvaria.
Não!
Eles colocaram uma corrente nele, eles o fizeram. Ela prefere

damane morrer a
deixar
um seanchan salvá-la! Passou muito tempo antes que ele pudesse

se forçar a se acalmar em seu corpo adormecido. Ou talvez
parecesse que muito tempo havia se passado. Um seanchan, não;
isso nunca!
Aos poucos, os sonhos voltaram.
Ele estava subindo outro caminho por uma falésia envolta em

nuvens, mas esta era uma larga saliência de rocha branca
suavemente pavimentada e não havia pedras soltas. O penhasco em
si era branco como giz e liso como se tivesse sido polido.
Ele subiu rapidamente, percebendo imediatamente que a saliência

estava subindo em espiral. O penhasco era realmente uma agulha
de pedra.
Assim que concebeu essa ideia, ele se viu acima, em um disco liso e
polido envolto em névoa. Não foi muito suave, na verdade. Um
pedestal ficava bem no centro daquele círculo e servia de suporte
para uma lamparina de vidro transparente. A chama da lâmpada
queimava forte e firme, sem vacilar. Também era branco.
De repente, um par de pássaros saiu da névoa, dois corvos negros

como a noite. Eles voaram rapidamente sobre o pináculo, atingiram a
lâmpada e voaram sem parar. A lâmpada balançou em seu pedestal,
lançando gotas de óleo. Algumas dessas gotículas pegaram fogo no
ar e desapareceram. Outros caíram ao redor da coluna, todos
sustentando uma pequena e bruxuleante chama branca. E a
lâmpada continuou a cair, prestes a cair.
Egwene acordou bruscamente na escuridão. Eu sabia. Pela primeira
vez ele sabia exatamente o que um sonho significava. Mas por que
sonhar com um seanchan salvando-a e depois com o seanchan
atacando a Torre Branca? Um ataque que abalou os Aes
Sedai em suas fundações e que ameaçava a própria Torre.
Claro, era apenas uma possibilidade. No entanto, eventos em

sonhos verdadeiros eram mais prováveis do que outros.
Ela pensou que ele estava considerando as coisas com calma, mas
sentindo o roçar áspero das abas na entrada, ela quase abraçou a
Fonte Verdadeira.
Ela se apressou através de exercícios de principiante para recuperar

o controle: água fluindo sobre pedras lisas; o vento soprando pela
grama. Luz, sim, ela estava com medo. Ele teve que fazer dois para
recuperar a calma.
Ele abriu a boca para perguntar quem era.
"Dormindo?" A voz de Halima sussurrou suavemente. Sua voz soou

sugestiva, quase animada. Bem, eu não me importaria de ter uma
boa noite de sono.
Egwene ficou muito quieta enquanto ouvia a outra mulher tirar a

roupa para ir para a cama. Se ele descobrisse que ela estava
acordada, ele teria que falar com ela, e nesse ponto, seria
embaraçoso. Ela tinha certeza de que Halima tinha encontrado
companhia, embora não para a noite. A mulher podia fazer o que
quisesse, é claro, mas mesmo assim Egwene estava desapontada.
Desejando que ela ainda estivesse dormindo, ela voltou a dormir, e

desta vez ela não parou no meio do caminho, mas adormeceu
completamente.
Chesa apareceu muito cedo para trazer seu café da manhã em uma
bandeja e a ajudou a se vestir. Na verdade, era de manhã cedo e a
primeira luz mal aparecia, então tivemos que acender a lâmpada
para ver alguma coisa. As brasas do braseiro haviam se apagado
durante a noite, naturalmente, e o frio na atmosfera tinha um toque
de cinza. Talvez fosse nevar. Halima colocou sua muda de roupa e
vestido de seda, brincando sobre como ela
Eu gostaria de ter uma empregada, enquanto Chesa prendia as
fileiras de botões que fechavam a parte de trás do de Egwene. A
mulher atarracada estava séria, ignorando minimamente Halima.
Egwene ficou em silêncio. Ele não disse nada a Halima porque ela
não era sua serva e ele não tinha o direito de estabelecer regras
para ela.
Assim que Chesa terminou de abotoá-lo e deu um tapinha no braço

de Egwene, Nisao entrou na tenda, deixando entrar uma lufada de ar
frio. Pelo vislumbre do lado de fora antes que as abas se fechassem
atrás dela, Egwene viu que estava cinza do lado de fora. Realmente
parecia que ia nevar.
"Eu tenho que falar com a mãe a sós", disse Nisao, segurando seu
manto apertado como se ela já sentisse a neve. Um tom tão firme
era incomum para a mulher pequena.
Egwene acenou para Chesa.
"Não deixe seu café da manhã esfriar," ela disse antes de se curvar e
sair.
Halima parou e olhou para Nisao e Egwene; depois pegou o manto

de onde o havia deixado, ao pé do catre.
"Eu acho que Delana tem trabalho para mim," ele disse em um tom
que parecia irritado.
Nisao fez uma careta para as costas da mulher quando ela Saidar
saiu, mas sem dizer nada ela o abraçou e teceu uma proteção contra
ouvidos indiscretos ao redor dela e de Egwene. Sem pedir

permissão.
"Anaiya e seu Guardião estão mortos", ele anunciou.

Alguns dos trabalhadores que trazem os sacos de carvão ouviram
um barulho ontem à noite, como alguém rolando no chão, e,
curiosamente, todos correram para ver o que estava acontecendo.
Eles encontraram Anaiya e Setagana deitados na neve, mortos.

Egwene sentou-se lentamente em sua cadeira, que não parecia
muito confortável no momento. Anaya morta. Ela não tinha nenhum
traço bonito, exceto seu sorriso, mas quando ela sorria confortava
tudo ao seu redor. Uma mulher com um rosto pouco atraente que
gostava de enfeitar seus vestidos com renda.
Egwene sabia que teria que se sentir triste por Setagana também,
mas ele era um Guardião. Se ele tivesse sobrevivido a Anaiya, era
improvável que sua vida tivesse sido muito longa.
-Quão? -Eu pergunto. Nisao não teria tecido um Salvaguardar

apenas para informá-lo da morte de Anaiya.
O rosto de Nisao se contraiu e, apesar da salvaguarda, ele olhou

para trás como se temesse que alguém estivesse ouvindo atrás das
abas da entrada.
— Os trabalhadores acharam que tinham comido cogumelos ruins.

Alguns fazendeiros não têm o cuidado de escolher o que pretendem
vender, e um fungo da espécie errada pode paralisar os pulmões ou
inflamar a traqueia, sufocando-a até a morte.
Egwene assentiu com impaciência. Afinal, ele cresceu em uma

cidade rural. Parece que todos estão inclinados a aceitar essa
explicação”, continuou Nisao, embora sem pressa. Suas mãos
abriram e fecharam sobre as bordas de sua capa, e ela parecia
relutante em chegar a uma conclusão. Não houve ferimentos ou
ferimentos de qualquer tipo.
Não há razão para pensar que foi outra coisa senão o resultado da
ganância de um fazendeiro que vendia cogumelos ruins.
Mas...” Ele suspirou, olhou para trás novamente e baixou a voz.
Acho que foi por causa da conversa sobre a Torre Negra na

Antecâmara, mas fiz uma ressonância magnética. Ele os matou.
Uma careta de desgosto cruzou seu rosto por

Saidin um momento
Creio que
fugaz.
alguém teceu correntes de ar ao redor de suas cabeças até sufocá-
las. Ela estremeceu e puxou seu manto mais apertado.
Egwene também gostaria de se encolher. Ele ficou surpreso que não.

Anaya morta. sufocado. Uma maneira deliberadamente cruel de
matar, usada por alguém que esperava não deixar vestígios.
"Você contou a mais alguém?"
"Claro que não," Nisao respondeu indignado.
Eu vim aqui diretamente. Ou pelo menos assim que eu soube que

você estava acordado.
-Pena. Você terá que explicar por que não relatou antes. Isso não é
algo que podemos manter em segredo.
Bem, a Amyrlin havia retido coisas mais importantes pelo bem da

Torre, na opinião dele. Se houver um homem entre nós que canalize,
então as irmãs devem ser avisadas. Era improvável que um
canalizador masculino se escondesse entre os trabalhadores ou
soldados, mas era ainda menos provável que ele tivesse ido lá para
matar uma irmã e seu Guardião.
O que levantou outra questão. Por que Aninha? Talvez ele estivesse
no lugar errado na hora errada?
Onde eles morreram?
“Perto das carroças no lado sul do acampamento.
Não sei por que eles estavam lá àquela hora da noite.
A menos que Anaiya fosse à latrina e Setagana acreditasse que ela

precisava de proteção mesmo lá.
"Então você vai ter que descobrir, Nisao." O que Anaiya e Setagana
fizeram lá fora quando todos estavam dormindo? Por que eles foram
mortos? Você vai manter isso em segredo. Até que você possa me
dar razões, ninguém além de nós dois deve saber que você está
investigando o caso.
Nisao abriu a boca e fechou.

"Você tem que fazer o seu dever", ele murmurou baixinho.
Ele não era bom em guardar segredos importantes, e ele sabia

disso.
A última que ela tentou salvar a levou diretamente a ter que jurar
fidelidade a Egwene. Isso vai parar as negociações de um acordo
com a Torre Negra?
"Duvido", disse Egwene, cansada. Luz, como eu poderia estar

cansado já? O sol ainda nem tinha nascido. De qualquer forma, o
que eu acredito é que teremos outro dia muito longo. E o melhor que
podia esperar dele era passar a noite sem dor de cabeça.
21
UMA MARCA
lviarin atravessou a calçada deixando-a fechar
UMA atrás dela em uma linha de fundo branco azulado que acabou
desaparecendo, e quase imediatamente ele espirrou por causa da
poeira levantada por seus sapatos. Um segundo espirro a sacudiu, e
o seguinte trouxe lágrimas aos seus olhos.
Sem nenhuma luz além da do balão flutuando à sua frente, o

depósito de paredes ásperas, esculpido na rocha três níveis abaixo
da biblioteca da Torre, estava vazio, exceto pela poeira acumulada
ao longo dos séculos. Ele teria preferido voltar diretamente para seus
aposentos na Torre, mas sempre havia a chance de tropeçar em um
criado da limpeza e então ele teria que se livrar do cadáver e torcer
para que ninguém se lembrasse de que essa pessoa havia sido visto
entrando em seus aposentos.
mesaana tinha
ordenado a manter a máscara e não levantar a menor suspeita, o
que parecia uma precaução exagerada quando o Ajah Negro
transitava pela Torre impunemente desde a sua fundação, mas
quando um dos Escolhidos deu uma ordem apenas um tolo
desobedeceu. Pelo menos se houvesse a menor chance de ser
descoberto.
Irritado, Alviarin canalizou a poeira para o chão, fazendo-o com tanta

violência que as lajes de pedra deveriam ter sacudido.
Você não teria que passar pela mesma coisa toda vez se apenas
empilhasse a poeira em um canto em vez de espalhá-la. Ninguém
tinha descido tanto em anos, então ninguém notaria que o quarto
havia sido limpo. Mas sempre havia alguém que fazia o imprevisível.
Ela mesma agia assim muitas vezes, e não estava disposta a correr
o risco de ser descoberta por um erro estúpido.
Ainda assim, ela resmungou baixinho enquanto canalizava para

limpar a lama avermelhada de seus sapatos e as dobras de sua saia
e capa. Era improvável que alguém o reconhecesse como vindo de
Tremalking, a maior ilha dos Marinheiros, mas ele poderia se
perguntar onde tinha ido para ficar enlameado.
O complexo da Torre deve ter sido enterrado sob a neve, exceto

onde foi removido, limpando o solo congelado. Ainda resmungando,
ele mudou de canal para abafar o rangido das dobradiças
enferrujadas enquanto abria a porta de madeira áspera. Havia uma
maneira de tecer e escondê-lo, para que ela não tivesse que fazer
isso todas as vezes - ela tinha certeza que havia -, mas Mesaana se
recusou a mostrá-lo a ela.
Mesaana era o verdadeiro motivo de sua raiva. A Escolhida ensinou

o que ela queria e nada mais, ela fez insinuações
sobre a existência de maravilhas e depois não as revelou.
E ele a usou como uma garota de recados. Ela era a chefe do

Conselho Superior e sabia de cor os nomes de todas as irmãs
negras sem exceção, o que Mesaana não sabia dizer. A Escolhida
pouco se importava com quem cumpria suas ordens, desde que
fossem cumpridas e ao pé da letra. Muitas vezes ele queria que
Alviarin lidasse consigo mesmo, forçando-a a lidar com mulheres e
homens que pensavam que eram seus iguais porque também
serviam ao Grão-Senhor. Muitos Amigos se consideravam iguais às
Aes Sedai, ou mesmo superiores. Para piorar a situação, Mesaana o
proibira de dar uma lição exemplar até mesmo para um deles.
Ratinhos imundos, incapazes de canalizar, e ela tinha que ser legal
só porque um deles poderia estar servindo a outro dos Escolhidos!
Ficou claro que Mesaana não tinha certeza. Ele era um dos
Escolhidos, e sua falta de certeza a obrigou a sorrir para aqueles que
eram menos que a poeira da rua.
A bola de luz pálida flutuou à frente para iluminar seu caminho, e

Alviarin deslizou pelo áspero corredor de pedra, alisando a poeira
atrás com leves tramas de Ar para não deixar vestígios de sua
passagem, enquanto listava várias "pérolas".
ele gostaria de liberar para Mesaana. Naturalmente, ela não diria

nada a ele, o que só aumentou sua irritação. Criticar um Escolhido
mesmo nos termos mais brandos era um caminho curto para a dor,
talvez a morte. Para dizer a verdade, quase certamente ambos. Com
os Escolhidos, humilhar-se e obedecer era a única maneira de
sobreviver, e o primeiro era tão importante quanto o último. A
recompensa da imortalidade merecia um pouco de humilhação. Com
ela eu teria todo o poder que
ele queria, muito mais do que qualquer Amyrlin já teve. No entanto, a
primeira coisa era sobreviver.
Assim que alcançou o topo da primeira rampa que levava aos níveis
superiores, ele parou de se preocupar em cobrir seus rastros. Havia
muito menos poeira ali e estava entrecruzado com marcas de
carrinho de mão e sapatos; outro conjunto de pegadas passaria
despercebido. Ainda assim, ele andou rapidamente.
Normalmente, ela era impulsionada pelo pensamento de viver para

sempre, de acabar exercendo o poder através de Mesaana como ela
agora fazia através de Elaida. Bem, quase o mesmo; esperar levar
Mesaana ao estado de docilidade de Elaida era muito ambicioso,
mas ele poderia amarrar cordas à mulher para garantir sua própria
promoção. Naquele dia, sua mente voltou várias vezes ao fato de
que estivera ausente da Torre por quase um mês. Mesaana não se
incomodaria em manter Elaida sob controle durante sua ausência,
embora a Escolhida certamente a culparia se algo desse errado.
Claro que Elaida estava devidamente amedrontada depois da última
vez. Ela implorou para ser poupada do castigo privado nas mãos da
Mestra das Noviças. Bem, é claro que ela estava muito amedrontada
para cruzar a linha. Claro que sim.
Alviarin empurrou Elaida para o canto de sua mente, mas continuou

andando rápido.
Uma segunda rampa a levou ao porão superior, onde ela deixou a

bola de luz desaparecer e soltou o . Aqui as sombras Saidar eram
pontuadas por áreas mal iluminadas que quase se tocavam, graças

aos candeeiros colocados em suportes de ferro ao longo das
paredes de pedra, cuidadosamente esculpidas a este nível.
Nada se moveu, exceto um rato que fugiu com um leve tamborilar de

patas nos ladrilhos. Isso quase a fez sorrir. Quase. Os olhos do
Grande Senhor alcançaram
todos os cantos da Torre agora, embora ninguém parecesse ter
notado que as salvaguardas haviam falhado. Ele não achava que era
obra de Mesaana; as salvaguardas simplesmente não funcionavam
mais como deveriam. Havia... lacunas. Claro, ela não se importava
se o animal a visse ou relatasse o que tinha visto, mas ela ainda
rapidamente se abaixou em uma estreita escada em espiral. Poderia
haver pessoas nesse nível, e as pessoas não eram confiáveis como
ratos.
Talvez, ele pensou enquanto subia, ele pudesse testar Mesaana

naquele incrível brilho de Poder, desde que fosse...
delicado. A Escolhida poderia pensar que ela estava escondendo

algo se não mencionasse. Qualquer mulher que canalizasse, em
qualquer lugar do mundo, devia estar se perguntando o que havia
acontecido. Ele só teria que tomar cuidado para não dizer nada que
sugerisse que ele havia visitado o local. Muito tempo depois que a
irradiação cessou, é claro — ela não era estúpida o suficiente para
simplesmente pular em uma coisa dessas! —, mas Mesaana parecia
pensar que Alviarin deveria fazer suas "tarefas"
sem descansar um momento. Esta mulher realmente acreditaria que

ela não tinha nenhum negócio próprio para cuidar? Era melhor agir
como se ele não os tivesse. Pelo menos por enquanto.
Nas sombras no topo da escada, ela parou diante de uma porta

pequena e simples, grosseiramente acabada deste lado, para
recuperar a compostura enquanto dobrava a capa e a colocava
sobre o braço. Mesaana era uma das Escolhidas, mas ainda era
humana. Eu cometi erros. E a mataria em um piscar de olhos se ela
fizesse um.
Humilhe-se, obedeça e sobreviva. E seja sempre cauteloso.
Ele sabia disso muito antes de encontrar um dos Renegados. Ela

pegou a estola branca de Guardian de sua bolsa, colocou-a em volta
do pescoço e abriu a porta uma fresta.
porta com atenção para ouvir. Silêncio, como esperado.
Ela foi até o Nono Repositório e fechou a porta atrás de si. Do lado
de dentro, a porta ainda era simples, mas fora polida até obter um
brilho suave.
A biblioteca da Torre estava dividida em doze repositórios, pelo

menos no que dizia respeito ao conhecimento público; a Nona era a
menor e era dedicada a textos de várias formas de aritmética, mas
ainda era uma grande câmara oval com uma cúpula achatada como
teto, ladeada por fileiras e mais fileiras de altas prateleiras de
madeira, cada uma cercada por uma passagem estreita que correu
quatro passos do piso de ladrilhos de sete cores. Escadas altas
penduradas ao lado das prateleiras, montadas sobre rodas no chão e
nas passarelas para facilitar o movimento. Havia lamparinas de metal
envoltas em vidro, com pés tão pesados que eram necessários três
ou quatro homens para mover uma. O fogo era uma preocupação
constante na biblioteca. Lâmpadas de chão brilhavam para iluminar o
caminho para qualquer irmã que quisesse encontrar um livro ou um
manuscrito encaixotado, mas um carrinho contendo três grandes
volumes encadernados em couro estava no meio de um corredor,
exatamente onde ela se lembrava de ter sido visto pela última vez.
ele havia passado. Ele não entendia por que havia necessidade de
diferentes formas de aritmética ou por que tantos livros haviam sido
escritos sobre isso, e apesar do fato de que a Torre ostentava a
maior coleção de livros do mundo, tratando de todos os assuntos
possíveis, parecia que a maioria delas não. das Aes Sedai
concordava com ela. Ela nunca tinha visto outra irmã no nono
depósito, e era por isso que o usava para suas chegadas.
Nas largas portas em arco, que estavam abertas,

ela escutou até se convencer de que o corredor do outro lado estava
deserto e então saiu. Qualquer um ficaria surpreso se ele de repente
se interessasse pelos livros daquele repositório.
Enquanto corria pelos corredores principais, onde os ladrilhos

estavam alinhados nas cores dos Ajahs, ocorreu-lhe que a biblioteca
estava mais silenciosa do que de costume, mesmo com poucas
irmãs na Torre naqueles dias. Uma ou duas irmãs sempre eram
vistas lá, mesmo que apenas os bibliotecários —
na verdade, alguns dos Browns tinham aposentos nos andares

superiores, além de seus aposentos na Torre — mas as grandes
figuras de três metros ou mais esculpidas nas paredes dos
corredores, que representavam pessoas com roupas extravagantes e
animais estranhos, poderiam ser os únicos habitantes da biblioteca.
As correntes de ar faziam as correntes nas quais as lâmpadas
pendiam a dez passos de altura rangerem levemente. Os passos de
Alviarin soaram excepcionalmente altos, ecoando no teto
abobadado.
-Em que posso te ajudar? perguntou uma voz calma.
mulher pelas costas.
Assustada, Alviarin girou nos calcanhares, prestes a largar a capa,

antes de recuperar o controle.
"Eu só queria dar uma volta pela biblioteca, Zemaille", respondeu ele,
e imediatamente sentiu um lampejo de irritação.
Se ela estava nervosa o suficiente para se explicar para um

bibliotecário, então ela realmente precisava se controlar antes de se
reportar a Mesaana. Ele quase quis contar a Zemaille o que estava
acontecendo em Tremalking, só para ver se a mulher se encolheu.
A expressão calma na pele escura da irmã
Brown não mudou, mas uma pitada de alguma emoção

indecifrável alterou o timbre de sua voz. Alta e esbelta, Zemaille
sempre usava aquela máscara de reserva e indiferença, mas Alviarin
suspeitava que ela fosse menos tímida do que fingia; e menos
amigável.
“É muito compreensível. A biblioteca é um lugar tranquilo e é um

momento muito triste para todos nós. Mais triste para você, é claro.
"Claro", repetiu Alviarin, virando-se. Momentos tristes? Para ela em

particular? Ela pensou em levar a mulher para um canto isolado onde
pudesse interrogá-la e se livrar dela, mas então se deu conta de
outra Brown, uma mulher roliça de tez mais escura ainda que
Zemaille, que os observava de um ponto mais abaixo. corredor.
Aiden e Zemaille eram fracos no Poder, mas vencê-los ao mesmo
tempo seria difícil, se não impossível. Por que os dois estavam lá
embaixo? Raramente eram vistos, pois se trancavam nos quartos do
andar de cima que compartilhavam com Nyein, a terceira irmã
Mariner, e no chamado Decimo Terceiro Repositório, onde eram
guardados relatórios secretos. Os três trabalhavam lá, alegremente
imersos em suas tarefas. Ela continuou andando, tentando se
convencer de que estava ficando nervosa sem motivo, mas isso não
fez nada para acalmar o formigamento entre suas omoplatas.
A ausência de bibliotecários guardando a entrada principal aumentou

esse sentimento. Sempre havia bibliotecários em todas as entradas
para garantir que nenhum pedaço de papel saísse da biblioteca sem
o conhecimento deles. Alviarin canalizou para empurrar uma das
altas portas esculpidas antes de alcançá-la; Deixando-a aberta,
desceu correndo os largos degraus de mármore. O caminho largo,
ladeado de carvalhos, que
A estrada que levava à alta Torre estava limpa de neve, mas se não
estivesse, ela teria usado o Poder para derreter a neve em seu
caminho e fazê-los pensar o que quisessem se a vissem.
Mesaana deixou bem claro o preço de arriscar alguém aprendendo

Travelweave ou mesmo sabendo que tal coisa existia; caso contrário,
teria viajado de lá para seu destino. Com a Torre à vista, pairando
sobre as copas das árvores e brilhando à luz pálida do sol da manhã,
ele teria chegado lá em um passo.
Em vez disso, ele conteve o desejo de correr.
Não era incomum encontrar os corredores altos e largos da Torre

vazios. Alguns servos com a Chama de Tar Valon no peito se
curvaram ao passar, mas eram tão insignificantes quanto as
correntes de ar que agitavam as chamas das lâmpadas e as
tapeçarias nas paredes nevadas. Naqueles dias, as irmãs ficavam na
seção de Ajah o máximo possível e, a menos que a Aes Sedai que
encontrassem fosse um membro de seu próprio núcleo, não
adiantaria saber que ela pertencia à Ajah Negra. Ela os conhecia,
mas não o contrário. Além disso, ela não estava disposta a se expor
a ninguém que ela não precisasse. Talvez um dia um desses
maravilhosos instrumentos do Age of Legend de que Mesaana falou
lhe permitisse interrogar imediatamente qualquer irmã, se o
Escolhido realmente os pegasse, mas agora era tudo uma questão
de deixar pedidos criptografados em travesseiros ou pontos. O que
antes se traduzia em respostas quase instantâneas agora parecia
levar uma eternidade. Então ele notou um criado careca e atarracado
engolindo em seco enquanto se curvava para ele, e Alviarin suavizou
o rosto. Ele se orgulhava de sua fria impassibilidade, sua
Sempre mostre uma expressão serena. De qualquer forma, andar
pela Torre com o cenho franzido não a levava a lugar algum.
Havia uma pessoa na Torre que ela sabia onde encontrar, alguém de
quem ela poderia exigir respostas sem medo do que a mulher
pensasse. Mesmo assim, alguma cautela era necessária, é claro –
perguntas feitas de forma descuidada revelavam mais do que a
maioria das respostas merecia – mas Elaida lhe contaria tudo. Com
um suspiro, ele começou.
Mesaana lhe contara outra maravilha da Era das Lendas que Alviarin
gostaria muito de ver, algo chamado "elevador". As máquinas
voadoras pareciam muito mais impressionantes, é claro, mas era
muito mais fácil imaginar um dispositivo mecânico que se
transportasse rapidamente de um andar para o outro.
Não que eu tivesse certeza de que realmente houvesse prédios

várias vezes mais altos que a Torre Branca - em todo o mundo, nem
mesmo a Cidadela das Lágrimas rivalizava com a Torre em altura -,
mas só de saber sobre "elevadores" fazia subir os corredores
espirais e lances de escada parecem trabalhosos.
Parou no escritório da Amyrlin, três andares acima, mas, como

esperava, os dois quartos estavam desertos, as mesas vazias
polidas até brilhar. Os próprios quartos pareciam vazios, sem
cortinas nas paredes, sem decorações, nada além de mesas e
cadeiras e lâmpadas apagadas. Elaida raramente descia de seus
aposentos, quase no topo da Torre. Na época isso parecia aceitável,
pois isolava ainda mais a mulher do resto da Torre. Poucas irmãs
fizeram essa subida por vontade própria.
Naquele dia, porém,

quando Alviarin já havia subido quase oitenta vãos, ele considerou
seriamente que Elaida se movesse para baixo.
Como esperado, a antessala de Elaida estava vazia, embora uma

pasta de papéis colocada sobre a mesa indicasse que alguém
estivera lá. Mas não havia pressa em ver o conteúdo e decidir se
Elaida precisava de uma punição por isso. Alviarin largou a capa
sobre a mesa e abriu a porta que dava para os aposentos, recém
esculpida com a Chama de Tar Valon e esperando para ser dourada
pelo artesão.
Ele ficou surpreso com o súbito alívio que sentiu quando viu Elaida
sentada atrás da escrivaninha severamente esculpida e dourada,
com a estola de sete cores - não, agora seis - em volta do pescoço e,
acima da cabeça, a Chama de Alcatrão. Valon, formado com pedras
da lua no encosto alto da cadeira. A preocupação insinuada que ele
não tinha permitido vir à tona até agora tinha sido a possibilidade de
que a mulher tivesse morrido em algum acidente absurdo. Isso
explicaria o comentário de Zemaille. Escolher uma nova Amyrlin
levaria meses, mesmo com os rebeldes e tudo mais os ameaçando,
e seus dias como Guardiã estariam contados. Mas o que realmente a
surpreendeu não foi o alívio, mas a presença de mais da metade dos
Assistentes da Antecâmara, de pé diante da mesa em seus xales
franjados. Elaida sabia que não deveria realizar esse tipo de reunião
sem sua presença. O enorme relógio dourado encostado na parede,
uma peça excessivamente brega, badalou duas vezes para a hora
alta e figurinhas esmaltadas representando Aes Sedai se espalharam
pelas minúsculas portas da frente enquanto Alviarin abria a boca
para dizer ao Assentado com quem eu tinha que falar. a Amyrlin em
privado. Eles iriam embora sem protestar. Um Guardião não tinha
autoridade para ordená-los, mas eles sabiam que sua autoridade ia
além do que sua roubou lhe dava, mesmo que eles não tivessem
ideia de quão longe isso realmente ia.
"Alviarin," Elaida disse em um tom surpreso, antes que ela tivesse

tempo de dizer qualquer coisa. Seu rosto duro se suavizou em uma
expressão que parecia quase satisfeita, e sua boca brevemente
insinuou o início de um sorriso. Fazia muito tempo que Elaida não
tinha motivos para sorrir.
Fique aí e fique quieto até que eu tenha tempo de lidar com você
— ordenou ele, gesticulando imperiosamente para um canto da sala.
Os Sitters arrastaram os pés e ajustaram seus xales. Suana, uma

mulher atarracada, lançou um olhar duro para Alviarin, e Shevan, alto
como um homem e anguloso, olhou para ela sem expressão, mas os
outros desviaram os olhos.
Aturdida, Alviarin estava plantada no tapete colorido, a boca aberta.

Isso não podia ser mera rebelião da parte de Elaida –
ela deveria ter enlouquecido! – mas pelo Grão-Senhor, o que

aconteceu para dar a ela essa coragem? Que?
Elaida deu um tapa no tampo da escrivaninha com tanta força que

fez uma das caixas laqueadas chacoalhar.
"Quando eu digo fique nesse canto, filha, eu espero que você me

obedeça," ele insistiu em um tom baixo e perigoso, seus olhos
brilhando. Ou devo chamar a Mestra das Noviças para que essas
irmãs possam testemunhar seu castigo "privado"?
O rosto de Alviarin ficou vermelho, em parte de humilhação e em

parte de raiva. Ter que ouvir essas coisas
na frente de qualquer um, e em seu rosto! O medo ferveu dentro dele
também, agitando sua bile. Algumas palavras dele e Elaida
enfrentariam a acusação de enviar irmãs ao desastre e ao cativeiro,
não uma, mas duas vezes. Rumores dos eventos em Cairhien já
começaram a circular; rumores obscuros, mas que ganhavam
certeza dia a dia. E quando se soube que, além disso, Elaida havia
enviado cinquenta irmãs para tentar derrotar centenas de machos
canalizadores, mesmo a existência das irmãs rebeldes acampadas
no inverno em Murandy com seu exército não a impediria de manter
a roubo de Amyrlin em seu poder. . seus ombros; ou sua cabeça. Ele
não podia ousar agir assim. A menos... A menos que ele pudesse
desacreditá-la como Ajah Negra. Isso pode lhe dar algum tempo. Só
um pouco, é claro, uma vez que os fatos sobre os poços de Dumai e
a Torre Negra fossem divulgados, mas Elaida poderia estar disposta
a agarrar a palha. Não, era impossível, não podia ser possível. A
fuga estava fora de questão. Para começar, se Elaida pretendesse
prestar queixa, a fuga apenas confirmaria as acusações. Por outro
lado, Mesaana a encontraria e a mataria se ela fugisse.
Tudo isso passou por sua mente enquanto ela se dirigia para a
esquina, os pés pesados como chumbo e o comportamento de uma
noviça penitente. Tinha que haver uma maneira de se recuperar do
que quer que tivesse acontecido. Sempre havia um jeito. Eu teria
orado se o Grande Senhor ouvisse as orações.
Elaida a observou por um momento, então assentiu com um ar

satisfeito. No entanto, seus olhos ainda brilhavam de emoção.
Ele levantou a tampa de uma das caixas laqueadas, tirou um

pequeno entalhe de marfim escurecido pelo tempo em forma de
tartaruga e segurou-o entre os dedos ao lado.
que a acariciava. Acariciar as estatuetas naquela caixa era um hábito
que ele tinha quando queria se acalmar.
“Bem”, ele disse, “você estava me explicando por que eu deveria

entrar em negociações.
"Nós não estamos pedindo permissão, mãe," Suana retrucou,

levantando o queixo. Era grande e quadrado, e ele tinha arrogância
suficiente para apontá-lo para qualquer um. Uma decisão deste tipo
corresponde à Antecâmara. Na Ajah Amarela há uma forte opinião a
favor. "O que significava que ela estava decididamente a favor
disso." Ele era chefe da Ajah Amarela, a Grande Tecelã, coisa que
Alviarin sabia porque a Ajah Negra conhecia os segredos de todas
as Ajahs, ou quase todas, e na opinião de Suana sua opinião era a
opinião de sua Ajah.
Doesine, o outro Amarelo presente, olhou para Suana, mas

permaneceu em silêncio. Pálido e magro como um menino, Doesine
dava a impressão de não querer estar ali, como um menino bonito e
mal-humorado que foi levado a algum lugar pela orelha. Muitas
vezes os Sitters se levantavam quando a cabeça de seu Ajah tentava
pressioná-los, mas não era fora de questão que Suana tivesse
encontrado uma maneira de fazê-lo.
"Muitos brancos também apoiam as conversas", disse Ferane,

franzindo a testa distraidamente para uma mancha de tinta em um de
seus dedos gorduchos. É o curso mais lógico que podemos seguir,
dadas as circunstâncias atuais.
Ela era a Grande Raciocinadora, chefe da Ajah Branca, mas não

parecia tão inclinada quanto Suana a aceitar suas opiniões como as
de toda a Ajah.
Bem, um pouco menos do que ela.
Ferane costumava ser tão distraído quanto o pior dos Browns — o

cabelo preto comprido que
emoldurava o rosto redondo que precisava ser escovado e parecia
ter colocado algumas franjas do xale no chá do café da manhã —
mas era capaz de identificar a menor falha na lógica de uma
discussão. Ela poderia estar sozinha lá, já que ela não achava que
precisava da ajuda dos outros White Sitters.
Elaida se recostou na cadeira e franziu a testa enquanto seus dedos

acariciavam a tartaruga mais rapidamente, e Andaya se apressou a
falar sem olhar diretamente para Elaida enquanto fingia ajustar o xale
de franjas cinza sobre os braços.
"A questão, mãe, é que devemos encontrar uma maneira de acabar

com isso pacificamente", disse ela, seu sotaque de Tarabon
fortemente acentuado, como sempre acontecia quando ela se sentia
desconfortável. Ela estava quase sempre insegura na presença de
Elaida, e olhava para Yukiri como se esperasse seu apoio, mas a
mulher esbelta e pequena virou a cabeça levemente para o lado. A
notória teimosia de Yukiri era chocante para uma mulher tão
pequena; ao contrário de Doesine, ela não teria cedido sob a
pressão, então por que ela estava aqui se não queria estar?
Percebendo que estava contando apenas consigo mesma, Andaya
se apressou. Não pode ser permitido lutar nas ruas de Tar Valon.
Não na Torre. Especialmente este último.
Outra vez não. Até agora, os rebeldes parecem satisfeitos em

esperar e vigiar a cidade, mas isso não pode durar. Eles
redescobriram como Viajar, mãe, e usaram isso para mover um
exército por centenas de léguas. Temos que começar as
negociações antes que eles decidam usar a Jornada para levar seu
exército a Tar Valon, ou tudo estará perdido mesmo se vencermos.
Com os punhos cerrados, Alviarin engoliu em seco.
Ele pensou que seus olhos acabariam saindo das órbitas.

Que os rebeldes sabiam Viajar? Que já estavam em Tar Valon? E
aqueles tolos queriam negociar? Ele podia ver planos

cuidadosamente traçados evaporando como névoa ao sol de verão.
Talvez o Lorde das Trevas ouvisse se ele orasse fervorosamente.
A carranca de Elaida não desapareceu, mas ela cuidadosamente

soltou a tartaruga de marfim e sua voz soou quase normal. Como
sua voz normal era antes de Alviarin assumir o controle, com um tom
de aço sob a suavidade de suas palavras.
"Os Marrons e os Verdes também apoiam as negociações?"
"Os Browns..." Shevan começou, franzindo os lábios e obviamente

mudando o que ele ia dizer. Ela dava a impressão de estar
perfeitamente composta, mas inconscientemente esfregou os
polegares compridos contra os indicadores ossudos. Os Browns são
muito claros sobre os precedentes históricos. Todos vocês leram os
relatórios secretos, ou deveriam ter lido. Toda vez que a Torre era
dividida, o desastre acontecia no mundo.
Com a Última Batalha se aproximando e a Torre Negra existindo, não

podemos nos dar ao luxo de permanecer divididos um dia a mais do
que o necessário.
Parecia impossível que a expressão de Elaida ficasse mais

tempestuosa, mas a menção da Torre Negra o fez.
"E os Verdes?" Sua voz ainda estava controlada.
Todos os três Assistentes Verdes estavam lá, indicando um apoio

muito forte entre seus Ajah ou uma forte pressão da cabeça do
Verde. Sendo a mais velha, Talene deveria ter respondido a Elaida –
os Verdes apegaram-se à hierarquia em tudo – mas a loira alta olhou
para Yukiri por algum motivo e então, também surpreendentemente,
ela olhou para Doesine, após o que
Ela olhou para o chão e tocou sua saia de seda verde. Rina franziu
ligeiramente a testa e torceu o nariz arrebitado em perplexidade, mas
ela usava o xale há pouco menos de cinquenta anos, então caberia a
Rubinde responder. Uma mulher atarracada, esta parecia gorda ao
lado de Talene e quase tão pouco atraente, apesar de seus olhos
azul-safira.
"Fui instruído a apresentar os mesmos pontos que Shevan", disse

ele, ignorando o olhar assustado que Rina lhe lançou. Obviamente,
houve pressão de Adelorna, a "Capitã General" do Verde, e ficou
claro que Rubinde não concordava se não se importava de mostrá-lo
em público. O Tarmon Gai'don se aproxima, a Torre Negra é uma
ameaça quase tão perigosa quanto a Última Batalha, e o Dragão
Renascido se foi, se não morto. Não podemos mais continuar
divididos. Se Andaya pode convencer os rebeldes a se juntarem à
Torre, então devemos permitir que ela tente.
"Eu entendo," Elaida disse categoricamente. Mas, curiosamente, o

tom de sua pele melhorou e a sugestão de um sorriso apareceu em
seus lábios novamente. Depois, é claro, convença-os a voltar, se
puder. Mas meu decreto ainda está de pé. A Ajah Azul não existe
mais, e todas as irmãs que seguem aquela criança, Egwene al'Vere,
devem receber sua punição sob minha supervisão antes de serem
readmitidas em qualquer Ajah. Eu pretendo soldar a Torre em uma
arma para uso em Tarmon Gai'don.
Ferane e Suana abriram a boca, o protesto refletido em seus rostos,

mas Elaida os silenciou levantando a mão.
“Eu falei, filhas. agora deixa-me e cuidar
suas... conversas.
Os Sitters não tiveram escolha a não ser obedecer ou entrar em

rebelião aberta. O que era direito do Salão era direito dele, mas o
Salão raramente ousava infringir muito a autoridade do Trono de
Amyrlin. Não, a menos que o Salão estivesse unido contra a Amyrlin,
e este Salão não estava em nenhum momento.
A própria Alviarin cuidara disso. Eles saíram, Ferane e Suana com as

costas retas e lábios apertados, e Andaya quase escorregando.
Nenhum deles se dignou a olhar na direção de Alviarin. Ela mal

esperou que a porta se fechasse depois da última.
“Isso não muda nada, Elaida, você tem que perceber isso, sem
dúvida. Você tem que pensar com clareza, não cair em um ataque.
Ele sabia que estava falando bobagem, mas não conseguia parar.
O desastre em Dumai Pits, o desastre quase certo na Torre Negra,

eles ainda podem derrubá-lo. Você precisa que eu fique com a Vara
e a Estola.
Você precisa de mim, Elaida. Eu...” Ela fechou a boca antes que sua
língua estragasse tudo. Ainda tinha que haver um jeito.
"Estou surpresa que você tenha voltado", disse Elaida enquanto se

levantava e alisava a saia de barra vermelha. Ela não tinha desistido
de se vestir como se ainda fosse uma Vermelha.
Curiosamente, ele estava sorrindo enquanto andava ao redor da

mesa. Não uma dica, mas um sorriso cheio e satisfeito curvou seus
lábios. Você tem se escondido em algum lugar da cidade desde que
os rebeldes chegaram?
Achei que tivesse pegado um navio assim que soube que eles
estavam aqui. Quem teria pensado que eles redescobriram a
Jornada? Imagina o que podemos
fazer uma vez que sabemos como fazer isso. Sorrindo, ele cruzou o
tapete.
“Ok, vamos ver. O que eu tenho que temer de você? As histórias de

Cairhien são o assunto da Torre, mas mesmo que haja irmãs que
obedecem ao menino al'Thor, o que eu não acredito, todos culpam
Coiren. Ela tinha a responsabilidade de trazê-lo aqui, e na cabeça
das irmãs é como se ela já tivesse sido julgada e condenada. Ele
parou na frente de Alviarin, encurralando-a no canto. O sorriso não
se refletiu em seus olhos por um único momento. Ele sorriu e seus
olhos brilharam.
Alviarin não conseguia desviar os olhos daquele olhar. Na última

semana também ouvimos muito sobre aquela “Torre Negra”. Seus
lábios se curvaram em desgosto quando ele falou o nome.
Aparentemente, há ainda mais homens do que você pensava.
Mas todos pensam que Toveine deve ter tido o bom senso de saber
disso antes de atacar. Tem havido muitas discussões sobre o
assunto. Se ela rastejar de volta derrotada, ela vai levar a culpa.
Então suas ameaças...
Alviarin cambaleou e colidiu com a parede, fazendo-a piscar para

afastar os pontinhos pretos que apareceram diante de seus olhos,
antes mesmo de perceber que a outra mulher a havia esbofeteado.
Sua bochecha já estava inchada. Ele envolveu Saidar
pudesse reagir, Elaida e
cortando a protegeu
seu
antes
contato com que
o brilho
Poder.
do
Mas
sol
Elaida
não tinha intenção de usar o Poder. Ele puxou um punho para trás.
Ainda sorrindo.
Lentamente, ele respirou fundo e baixou o punho. Porém, ele não

removeu o escudo.
"Você realmente usaria isso?" ele perguntou em um tom quase

afável.
A mão de Alviarin caiu rapidamente do cabo da faca em sua cintura.
Agarrá-la foi um movimento reflexivo; mas mesmo que Elaida não
tivesse tomado o Poder, matá-la quando tantos Sitters sabiam que
eles estavam juntos teria sido uma boa maneira de se matar. Ainda
assim, seu rosto se iluminou quando Elaida bufou com desprezo.
“Estou ansioso para ver seu pescoço esticado na costeleta do

carrasco por traição, Alviarin, mas até que eu tenha a prova de que
preciso, ainda há coisas que podem ser feitas. Você se lembra de
quantas vezes fez Silviana vir me punir em particular?
Espero que você se lembre, porque você vai sofrer dez vezes mais a
cada dia que eu sofri. E... ah sim! Ele arrancou o roubo do Guardião
dela. Como ninguém conseguiu encontrá-lo quando os rebeldes
chegaram, pedi à antecâmara para removê-lo como Guardião. Não
para a antecâmara completa, é claro. Você ainda pode ter alguma
influência lá. Mas foi surpreendentemente fácil obter o consenso dos
que estavam na sessão naquele dia. Uma Guardiã deve estar com
sua Amyrlin, não vagando como ela quer. Pensando bem, você pode
não ter nenhuma influência, já que acabou se escondendo todo esse
tempo na cidade. Ou você voltou de navio para ver o desastre,
pensando que poderia recuperar algo das ruínas?
"Tanto faz. Teria sido melhor para você embarcar no primeiro navio
que pudesse encontrar que partisse de Tar Valon.
Mas tenho que admitir que a ideia de imaginar você se esgueirando

de cidade em cidade, com vergonha de mostrar o rosto para outra
irmã, parece pequena comparada à satisfação que sentirei ao ver
você sofrer. E agora, fora da minha vista antes que eu decida que é o
bastão em vez do
Cinta Sílvia. Ela jogou a estola branca no chão, deu as costas para
ele Saidar
e, soltando-o, caminhou em direção à ,
cadeira como
tivesse se a outra
deixado de mulher
existir.
Alviarin não só saiu, como correu como se a respiração dos Cães do

Escuro estivesse em seu pescoço. Ele não tinha sido capaz de
pensar desde que ouvira a palavra traição. Esse termo, ecoando em
sua cabeça, a fez querer uivar. Traição só podia significar uma coisa:
Elaida sabia disso e estava procurando provas. Que o Lorde das
Trevas tenha misericórdia dela. Mas eu nunca tive.
A misericórdia era para aqueles que temiam ser fortes. Ela não tinha
medo. Era um recipiente cheio de terror.
Ele desceu a Torre correndo e, se passou por algum criado nos

corredores, não o viu. O terror cegou seus olhos para qualquer coisa
que não estivesse diretamente em seu caminho. Ele correu todo o
caminho até o sexto nível, para seus aposentos. Pelo menos ele
esperava que eles ainda estivessem. Os quartos com varandas para
a grande praça que se abria antes da Torre ficavam com a posição
de Guardião. Por enquanto era suficiente que ele ainda tivesse
quartos. E
uma chance de viver.
Os móveis ainda eram as peças domani deixadas pelo ocupante

anterior, todas de madeira listrada pálida incrustada com
madrepérola e âmbar. No quarto, ela abriu um dos armários e caiu
de joelhos, empurrando os vestidos de lado para vasculhar um
pequeno baú na parte de trás, uma caixa de cerca de sessenta
centímetros de lado que tinha sido dela por muitos anos.
A escultura era complexa, mas tosca — fileiras de nós variados —
aparentemente feitas por um escultor com mais ambição do que

habilidade. Suas mãos tremiam quando ela levou a caixa para uma
mesa e a deixou cair sobre ela para limpar as mãos suadas no
vestido.
O truque para abri-lo foi

uma simples questão de estender os dedos o máximo possível para
apertar simultaneamente quatro nós do mesmo tamanho, nenhum
deles igual. A tampa se ergueu um pouco e Alviarin a empurrou para
trás, revelando seu bem mais precioso, embrulhado em um pequeno
pacote de pano marrom para não chocalhar se a empregada
sacudisse a caixa.
A maioria dos servos da Torre não arriscaria roubar, mas a maioria

não significava tudo.
Por um momento, Alviarin olhou para o pacote. Seu bem mais

precioso, algo da Era das Lendas, mas ele nunca ousara usá-lo.
Apenas em uma emergência terrível, Mesaana o havia avisado, a
mais terrível necessidade, mas que necessidade maior poderia haver
do que agora?
Mesaana alegou que o objeto poderia ser martelado sem quebrar,

mas Alviarin o desembrulhou com o cuidado que teria ao manusear
um pedaço de vidro soprado, revelando uma varinha vermelha
reluzente não maior que o dedo indicador, completamente polida,
exceto pela borda romba. algumas linhas trabalhavam na superfície
ter’angreal e se
conectavam
umas às outras em um padrão sinuoso. Ele abraçou a Fonte e tocou

o desenho com fluxos de Fogo e Terra, finos como cabelos, em duas
das conexões. Isso não seria necessário na Era das Lendas, mas
algo chamado "fluxos permanentes" não existia mais. Um mundo
onde quase tudo poderia ser usado por pessoas incapazes de
canalizar era estranho e incompreensível para ele. Por que tal coisa
foi permitida?
ter’angreal
Seu polegar apertou uma ponta de sua varinha – o One Power não
era suficiente por si só – e ele caiu pesadamente na cadeira,
recostando-se contra a parte inferior das costas sem tirar os olhos do
objeto. Feito.
Agora ela se sentia vazia

vasto espaço vazio com medos esvoaçando no escuro como
enormes morcegos. Em vez de embrulhá-lo, ele o guardou e se
levantou para volta no armário. Até que ele soubesse que
ter’angreal
, colocar
ela
a caixa
estava
de
segura, ele
não tinha intenção de deixar aquela varinha fora de seu alcance.
Mas tudo o que ela podia fazer agora era sentar e esperar,
balançando para frente e para trás com as mãos entre os joelhos.
Ele não conseguia parar de balançar mais do que conseguia parar os
gemidos baixos que vinham de entre seus dentes. Desde a fundação
da Torre, nenhuma irmã foi acusada de ser membro da Ajah Negra.
Ah, sim, havia suspeitas sobre certas irmãs, e Aes Sedai tinha sido
morta de tempos em tempos para garantir que essas suspeitas não
se transformassem em algo mais, mas nenhuma acusação oficial
havia sido feita. Se Elaida falou claramente sobre o corte do
carrasco, ela estava perto de apresentar queixa. Muito perto. Irmãs
negras também desapareceram quando as suspeitas se tornaram
muito fortes. A Ajah Negra permanecera escondida a qualquer custo.
Eu gostaria de poder parar de gemer.
De repente, a luz na sala diminuiu, e a câmara foi envolta em

redemoinhos de sombras crepusculares. A luz do sol parecia incapaz
de penetrar pelas vidraças. Em um instante Alviarin se prostrou de
joelhos, baixando o olhar. Ela estremeceu com a ansiedade de
despejar seus medos, mas com a Escolhida era preciso manter a
forma.
"Eu vivo para servir, Distinta Senhora", disse ele, e nada mais. Ele
não podia perder um momento, pelo menos uma hora gritando de
dor.
Ela apertou as mãos para evitar que tremessem.

"Qual é a grave emergência, pequena?" Era a voz de uma mulher,
mas soava como um carrilhão de cristal.
Uma campainha irritante. Apenas irritante. O carrilhão raivoso

significaria morte instantânea. Se você acha que vou levantar um
dedo para devolver a estola do seu Guardião, está muito enganado.
Você ainda pode fazer o que eu quero que você faça, com um pouco
mais de esforço. E você pode considerar seus castigos com a Mestra
das Noviças como um pequeno corretivo de minha parte.
Avisei-te para não pressionares a Elaida com tanta força.
Alviarin engoliu os protestos. Elaida não era o tipo de mulher que

poderia ser quebrada sem pressionar com força. Mesaana deve
saber. Mas protestar pode ser perigoso com os Escolhidos.
Com eles muitas coisas eram perigosas. De qualquer forma, a

correia de Silviana era uma ninharia comparada ao machado do
carrasco.
"Elaida sabe disso, Distinta Senhora," ele declarou enquanto

levantava os olhos.
Na frente dela estava uma mulher de luz e sombra, vestida de luz e

sombra, todo preto profundo e branco prateado que alternava de um
para o outro.
Olhos prateados fizeram uma careta de um rosto de fumaça, lábios

prateados desenhados em uma linha fina. Era apenas Ilusão e, na
realidade, nada melhor do que Alviarin poderia ter feito. Um
vislumbre de seda verde bordada com intrincadas faixas de bronze
surgiu quando Mesaana deslizou pelo tapete domani. Mas Alviarin
não percebia os tecidos que criaram a Ilusão mais do que os que a
mulher usara para chegar lá ou para mergulhar o quarto na sombra.
Pelo que ele sentiu – nada – era como se Mesaana não estivesse
canalizando! O desejo de possuir esses dois segredos
Normalmente era tão intenso que doía, mas agora ele mal sentia.
"Você sabe que eu sou da Ajah Negra, Alta Dama," ele continuou. Se
você me pegou, então você tem alguém cavando fundo. Dezenas de
nós podem estar em perigo, talvez todos nós.
"Melhor representar uma ameaça tão grande quanto possível se ele

quisesse uma resposta."
Pode até ser verdade.
Mas a resposta de Mesaana foi um aceno de mão prateada

descartando o assunto. Seu rosto brilhava como uma lua ao redor de
olhos mais negros que brasas.
-Isso é ridículo. Elaida é incapaz de decidir se a Ajah Negra existe ou

não. Você está apenas tentando se salvar de alguma dor.
Talvez um pouco mais irá tirá-lo do seu erro.
Alviarin começou a implorar quando Mesaana levantou a mão mais

alto e uma trama que ela se lembrava muito bem formada no ar. Ele
tinha que fazer a mulher entender! De repente, as sombras na sala
tremeram. Tudo parecia mudar de lado à medida que a escuridão
engrossava em aglomerados noturnos. E então a escuridão
desapareceu.
Assustado, Alviarin encontrou mãos suplicantes estendidas em

direção a uma mulher de olhos azuis, de carne e osso, vestida com
uma túnica verde-bronze bordada. Uma mulher tentadoramente
familiar que parecia beirar a maturidade. Ela sabia que Mesaana
andava pela Torre disfarçada como uma das irmãs, embora nenhuma
das Escolhidas que ela tinha visto mostrasse qualquer sinal de
atemporalidade, mas ela não conseguia combinar aquele rosto com
um nome. E ele também percebeu outra coisa. O rosto mostrava
medo. Escondido, mas assustador.
"Ela tem sido muito útil", disse Mesaana, sua voz não traindo o
menor medo e tocando a memória de Alviarin, que quase a
reconheceu, "e agora vou ter que matá-la."
"Você é sempre... um desperdício", respondeu uma voz áspera que

soava como osso podre sendo esmagado sob os pés.
Alviarin caiu em estado de choque ao ver a figura alta de um homem

vestido com uma armadura preta, todas as placas sobrepostas como
as escamas de uma serpente, parado diante de uma janela. No
entanto, não era um homem. Aquele rosto lívido não tinha olhos,
apenas pele branca e lisa onde deveriam estar.
Alviarin já conhecera Myrddraal antes, enquanto servia o Grão-

Senhor, e até conseguira sustentar seus olhares sem olhos sem
sucumbir ao terror daqueles olhares, mas ele a arrastou pelo chão
até que suas costas colidiram com uma perna. Os Assombradores
eram iguais como gotas de água, altos, esbeltos e idênticos, mas
este era uma cabeça mais alto e parecia que o medo irradiava dele,
medo que ia até os ossos. Sem pensar, ele procurou a Fonte. Ele
estava prestes a gritar. A Fonte havia desaparecido! Não era
blindado; simplesmente não havia nada ali que ela pudesse abraçar!
O Myrddraal olhou para ela e sorriu. Os Haunters nunca sorriam.
Nunca. Sua respiração veio em um suspiro estrangulado.
"Pode ser útil," o Myrddraal murmurou em sua voz.
Ele não gostaria que a Ajah Negra fosse destruída.
"Quem é você para desafiar um dos Escolhidos?" Mesaana exigiu

com desprezo, estragando sua performance lambendo os lábios.
"Você acha que a Mão das Sombras é apenas um nome?" A voz do

Myrddraal não estalou mais. Oco, parecia ribombar em cavernas de
tamanho inimaginável. A criatura crescia enquanto falava,
aumentando de tamanho até que sua cabeça roçou o teto, com
quase dois palmos de altura.
Você foi convocado e não veio. Minha mão vai longe, Mesaana.
Tremendo visivelmente, a Escolhida abriu a boca talvez para

implorar, mas de repente um fogo negro chamejou ao seu redor e a
mulher gritou enquanto suas roupas se desfaziam em cinzas. Faixas
de chamas negras prenderam seus braços ao lado do corpo,
enroladas firmemente em torno de suas pernas, e uma bola preta
fervente apareceu em sua boca, forçando suas mandíbulas a se
abrirem. Ela ficou se contorcendo, nua e indefesa, e a expressão de
seus olhos revirados fez Alviarin quase se sujar.
"Você quer saber por que um dos Escolhidos deve ser punido?" A
voz era mais uma vez um som rouco de ossos se esfregando e o
Myrddraal era mais uma vez um pouco mais alto que os outros
Assombradores, mas isso não enganou Alviarin. Você quer
testemunhar isso? -te pergunto.
Ela deveria ter caído no chão e implorado por sua vida, mas ela não
conseguia se mover, não conseguia desviar o olhar daquele olhar
sem olhos.
"Não, Grande Senhor," ele conseguiu responder, sua boca estava

seca como um trapo. Eu sabia. Não podia ser, mas ele sabia. Ela
percebeu que as lágrimas escorriam por suas bochechas.
O Myrddraal sorriu novamente.
“Muitos caíram de alturas maiores por querer saber demais.
O Haunter deslizou em direção a ela. Não; o Assombrado n.
O Grão-Senhor, na pele de um Myrddraal, deslizou em direção a ela.
Ele andava sobre pernas, mas não havia outra descrição para a
maneira como se movia. A forma pálida vestida de preto se inclinou
sobre ela, e Alviarin teria gritado quando ela tocou um dedo em sua
testa. Ele teria gritado se pudesse fazer um som. Deles
Os pulmões eram como sacos vazios de ar. O toque tornou-se
abrasador como ferro quente. Vagamente, a mulher se perguntou por
que não cheirava a própria carne queimada. O Grande Senhor se
endireitou, e a dor intensa diminuiu e desapareceu. O
mesmo não aconteceu com o terror de Alviarin.
"Você está marcado como meu," a voz rouca do Grão-Senhor

declarou. Mesaana não irá prejudicá-lo agora. A menos que eu lhe
dê permissão. Você encontrará aqueles que ameaçam minhas
criaturas aqui e os entregará a mim. Ele virou as costas para ela e a
armadura escura caiu de seu corpo. Alviarin ficou surpreso quando
caiu no chão acarpetado com um estrondo em vez de simplesmente
desaparecer.
Ela estava vestida de preto agora, e a mulher não sabia dizer se era
seda, couro ou qualquer outra coisa. Sua escuridão parecia absorver
a luz do quarto. Mesaana começou a se debater em suas amarras,
emitindo gritos abafados através de sua mordaça.
"Vá agora", disse o Grande Senhor, "se você quiser viver a próxima
hora."
O som de Mesaana aumentou para um uivo desesperado.
Alviarin não sabia como saiu de seus aposentos — não entendia

como se levantava quando suas pernas pareciam gelatina —, mas
se viu correndo pelos corredores, com as saias arregaçadas até os
joelhos, trotando o mais rápido possível. ela podia. De repente, o
topo de uma escada apareceu na frente dela e ela se deteve por
pouco antes de cair no vazio. Encostada na parede, trêmula, ela
começou a descer o lance curvo dos degraus de mármore branco.
Em sua mente, ele podia ver seu corpo se despedaçando enquanto
descia as escadas.
Inspirando ofegantes e roucos que pareciam vir de uma garganta

ferida, ele pegou uma mão
tremendo na frente. Seus pensamentos estavam tumultuados, caindo
e rolando uns sobre os outros como ela teria feito se tivesse descido
as escadas correndo. O Grande Senhor a havia marcado como sua.
Seus dedos deslizaram sobre a pele lisa e perfeita. Ele sempre
valorizou o conhecimento - o poder cresceu com ele - mas ele não
queria saber o que estava acontecendo na sala que ele deixou. Eu
gostaria de nem saber que algo estava acontecendo. O Grão-Senhor
a marcou, mas Mesaana encontraria uma maneira de matá-la por
saber. O Grande Senhor a havia marcado e lhe dado uma ordem. Ele
poderia viver se descobrisse quem estava caçando a Ajah Negra.
Endireitando as costas com um esforço, ela rapidamente enxugou as

lágrimas de suas bochechas. Ela não conseguia tirar os olhos das
escadas que desciam diante dela. Certamente Elaida suspeitava
dela; mas se fosse apenas isso, ainda havia tempo para liderar sua
própria caçada. Ele só tinha que incluir Elaida nele como uma
ameaça que tinha que ser encerrada.
Entregue-os ao Grande Senhor. Seus dedos roçaram sua testa

novamente. Ele tinha a Ajah Negra sob seu comando. Pele lisa e
perfeita. Talene estivera nos aposentos de Elaida. Por que ele olhou
para Yukiri e Doesine daquele jeito? Talene era negra, embora não
soubesse que Alviarin também era, claro. Haveria alguma marca no
espelho? Haveria algo que os outros pudessem ver? Se ele tivesse
que armar um ardil para os pretensos caçadores de Elaida, Talene
poderia ser um ponto de partida.
Ele tentou traçar a rota que qualquer mensagem boca a boca teria
tomado antes de chegar a Talene, mas ele não conseguia parar de
olhar para as escadas, vendo seu corpo tombar e quebrar quando
ele caiu no fundo dos degraus. O Grande Senhor a havia marcado.
22
UMA RESPOSTA
PEvara esperou com alguma impaciência enquanto o O Aceito

magro colocou a bandeja de prata ao lado da mesa e tirou o pano
que cobria o prato de bolos. Baixa e séria, Pedra não era preguiçosa
ou ressentida por ter que passar a manhã fazendo recados para uma
babá, mas simplesmente fazia seu trabalho com cuidado meticuloso,
qualidades úteis a serem cultivadas. Ainda assim, quando a Aceita
perguntou se ela serviria o vinho, Pevara respondeu com um timbre
de voz um tanto seco.
“Nós vamos fazer isso nós mesmos, pequena. Você pode esperar na
ante-sala. "Ele estava prestes a dizer a ele para voltar aos estudos."
Pedra estendeu sua saia branca de faixas em um gracioso laço sem

dar o menor sinal de
perturbado como os Aceitos costumavam fazer quando um
Colonizador sinalizava irritabilidade. Muitas vezes, o Aceito
interpretava qualquer azedume na voz de um Sitter como uma
opinião sobre seu treinamento para alcançar o xale, como se os
Sitters não tivessem outras preocupações.
Pevara esperou até que a porta se fechasse atrás de Pedra e o

trinco estalou, antes de assentir em aprovação. "Essa será
promovida a Aes Sedai em breve", afirmou. Era satisfatório quando
qualquer mulher pegava o xale, mas especialmente quando as
chances da mulher não tinham sido muito promissoras no início.
Pequenos prazeres pareciam as únicas coisas disponíveis hoje.
"Mas nenhum de nós, eu acho", foi a resposta de sua surpreendente

convidada, que se afastou de seu exame da fileira de miniaturas da
família morta de Pevara na lareira de mármore esculpida. Ela não
tem certeza sobre os homens. Acho que eles a deixam nervosa.
Certamente Tarna nunca perdeu a paciência com os homens ou

qualquer coisa, pelo menos não desde que ela alcançou o xale
apenas vinte anos atrás. Pevara lembrou-se de uma noviça muito
nervosa, mas a mulher de cabelos claros e olhos azuis agora estava
sólida como uma rocha. E quase tão quente como uma rocha no
inverno. Ainda assim, havia algo naquele rosto frio e orgulhoso, algo
em sua boca, que a fez parecer inquieta esta manhã. Pevara não
conseguia imaginar o que poderia deixar Tarna Feir nervosa.
A questão, porém, era por que ele tinha ido vê-la.
Estava beirando a impropriedade para ele fazer uma visita particular

a qualquer Sitter, especialmente uma Red. Tarna ainda mantinha
seus quartos lá, no setor Ajah.
Vermelho, mas enquanto ela tivesse sua nova posição, ela não era
mais uma parte dele, apesar do bordado carmesim em seu vestido
cinza escuro. Atrasar a mudança para seus novos aposentos poderia
ser interpretado como uma demonstração de delicadeza por quem
não a conhecia.
Qualquer coisa fora do comum deixou Pevara desconfiada desde

que Seaine a arrastou em sua caça ao Ajah Negro. E Elaida confiava
em Tarna, assim como confiara em Galina; era sensato ser muito
cauteloso com qualquer pessoa em quem Elaida confiasse. Apenas
o pensamento de Galina
– que a Luz a queime para sempre! – ainda o fazia ficar tenso, mas
havia uma segunda conexão. Galina mostrou um interesse especial
em Tarna como noviça. É verdade que Galina havia se interessado
por qualquer novato ou Aceito que ela achasse que poderia se juntar
aos Vermelhos, mas esse era outro motivo para ser cauteloso.
Escusado será dizer que Pevara não deixou transparecer nada em

sua expressão. Ele tinha sido Aes Sedai por muitos anos para cair
nessa.
Sorrindo, ele pegou o jarro de prata de gargalo alto na bandeja, que

exalava um aroma doce de especiarias.
"Você aceitaria um pouco de vinho, Tarna, com meus parabéns pela

sua promoção?"
Taça de prata na mão, eles se sentaram em poltronas adornadas

com entalhes em espiral, um estilo que havia saído de moda em
Kandor há quase cem anos, mas que Pevara gostava. Não via
motivo para trocar de mobília ou qualquer outra coisa para seguir os
caprichos da moda. As cadeiras lhe serviram desde que foram feitas
e eram confortáveis com a adição de algumas almofadas. Ainda
assim, Tarna sentou-se rigidamente na beirada do assento. Ninguém
teria descartado sua atitude como lânguida, mas ela estava
inegavelmente desconfortável.
"Não tenho certeza se posso ser parabenizada por isso", disse ela,
tocando a estreita estola vermelha em volta do pescoço. O tom exato
não foi prescrito, exceto que qualquer um que o visse deveria
chamá-lo de vermelho, e ela havia escolhido um escarlate profundo
que quase brilhava. Elaida insistiu e eu não pude recusar. Muita
coisa mudou desde que saí da Torre, tanto por dentro quanto por
fora. Alviarin fez com que todos olhassem... cautelosamente para o
Guardião.
Suspeito que alguns deles vão querer ser açoitados quando eu

finalmente voltar. E Elaida...” Ele fez uma pausa para beber vinho,
mas depois baixou o copo e retomou a conversa em uma direção
diferente. Muitas vezes ouvi você chamar de não convencional. Eu
até ouvi que você disse uma vez que gostaria de ter um Guardião.
"Já me chamaram de coisas piores do que 'não convencionais'",

disse Pevara secamente. O que ele estava prestes a dizer sobre
Elaida? Pela sua forma de se expressar, qualquer um pensaria que,
por ela, ele teria rejeitado a roubada do Guardião. Estranho.
Tarna não era exatamente tímida ou tímida. Ficar quieto seria

melhor; especialmente em relação aos Guardiões. Ele deve ter
falado demais se isso era assunto de fofoca.
Além disso, se você ficasse quieto por tempo suficiente, a outra

pessoa sempre acabaria falando apenas para preencher o vazio.
Muitas coisas poderiam ser descobertas com o silêncio. Ele bebeu

lentamente seu vinho. Tinha muito mel para o gosto dela e pouco
gengibre.
Ainda muito rígida, Tarna levantou-se e foi até a lareira, onde ficou
olhando as miniaturas dispostas em seus suportes lacados de
branco.
Ela estendeu a mão para tocar uma das formas ovais de marfim, e
Pevara sentiu os ombros ficarem tensos contra sua vontade.
Jorge, seu irmão mais novo,

Ele tinha apenas doze anos quando morreu em uma revolta dos
Amigos das Trevas. Em sua família, eles não tinham condições de
comprar miniaturas de marfim, mas quando ele tinha dinheiro
encontrou um pintor que sabia como capturar suas memórias. Um
menino muito bonito, Georg, alto para sua idade e sem um pingo de
medo. Muito depois do evento, Pevara descobriu como seu irmão
mais novo havia morrido. Com uma faca na mão, ao lado do corpo
de seu pai e tentando proteger sua mãe da multidão.
Quantos anos se passaram. De qualquer forma, todos eles teriam

morrido há muito tempo, assim como seus filhos e netos. Mas certos
ódios nunca morreram.
"Eu entendo que o Dragon Reborn é," Tarna ta'veran —
finalmente disse, ainda olhando para o retrato de Georg. Você acha

que isso altera as chances em algum lugar? Ou somos nós que
mudamos o futuro, passo a passo, até nos encontrarmos onde nunca
esperávamos estar?
-Que queres dizer? Pevara perguntou em um tom um pouco mais

seco do que ela gostaria. Ela não gostou que a outra mulher
estivesse olhando tão atentamente para o retrato de seu irmão
enquanto falava de um homem que podia canalizar, mesmo que
fosse o Dragão Renascido. Ela mordeu o lábio para não dizer a
Tarna para se virar e olhar para ela. Você não podia ler a expressão
em um rosto quando a pessoa estava de costas.
“Não previ grandes dificuldades em Salidar. E também não foi um

grande sucesso, mas dei de cara com...” Será que ele balançou a
cabeça ou simplesmente mudou o ângulo em que olhava para a
miniatura? Ele falou devagar, mas com um tom de urgência
lembrada. Eu havia deixado uma treinadora de pombos a um dia de
carro da cidade, mas levei menos de meio dia para voltar e encontrá-
la.
ela, e depois de soltar os pássaros com as cópias do meu relatório,
fui tão rápido que tive que pagar e despedir a mulher porque não
consegui acompanhar. Não sei quantos cavalos usei. Às vezes o
animal estava tão exausto que eu tinha que mostrar meu anel para
que em um estábulo eles o admitissem em troca de outro, mesmo
colocando dinheiro. E por viajar tão rápido, cheguei a uma cidade em
Murandy ao mesmo tempo que um... grupo de recrutamento. Se eu
não estivesse tão assustado com a Torre pelo que vi em Salidar, teria
ido até Ebou Dar e pegado um navio para Illian e depois subindo o
rio, mas o pensamento de vir tão ao sul em vez de seguir norte, de
esperar um navio, me fez correr para Tar Valon.
E foi assim que os conheci naquela cidade e os vi.
"Para quem, Tarna?"
“Para o Asha'man. A mulher se virou então. Seus olhos ainda eram

como gelo azul, mas havia uma tensão neles. Ela segurava o copo
com as duas mãos, como se tentasse absorver o calor. Eu não sabia
o que eles eram na época, é claro, mas eles recrutaram abertamente
homens para seguir o Dragão Renascido, e achei prudente ouvir
antes de dizer qualquer coisa.
Felizmente fiz assim. Havia seis deles, Pevara, seis homens de

jaqueta preta. Dois com alfinetes de espada de prata presos à gola
do casaco estavam testando os homens para ver se eles poderiam
ser ensinados a canalizar. Oh, eles não disseram isso
imediatamente. Empunhando relâmpagos, eles chamavam.
Empunhe relâmpagos e monte no trovão. Mas ficou muito claro para
mim, se não para os tolos, do que eles estavam falando.
"Sim, ainda bem que você não disse nada", murmurou Pevara.
Seis machos canalizando seria mais do que apenas perigoso para

uma irmã solteira. Nossos informantes referem-se muito a esses
grupos de recrutamento, que
apareceram de Saldaea a Tear, mas ninguém parece ter ideia de
como detê-los. Ela quase mordeu o lábio novamente. Esse era o
problema de falar. Às vezes era dito mais do que deveria ser dito.
Curiosamente, seu comentário afrouxou um pouco a tensão de

Tarna, e ela voltou para seu assento e se recostou, embora ainda
houvesse uma pitada de cautela em seu comportamento. Escolheu
as palavras com cuidado, parando para levar o copo aos lábios,
embora, Pevara percebeu, não bebesse.
“Tive muito tempo para pensar enquanto subia o rio no barco.
Muito tempo depois que o estúpido capitão nos encalhou uma vez
com tanta força que abriu um buraco no casco. Passei dias tentando
pegar outro barco depois que chegamos à costa e mais dias
procurando um cavalo. O fato de seis desses homens terem sido
enviados para uma aldeia finalmente me convenceu. Ah, e também
que a área circundante não era muito populosa. Eu acho... acho que
é tarde demais.
"Elaida acha que pode domar todos eles", comentou Pevara,

evasiva. Ele já havia se exposto demais.
"Domar eles?" Quando eles podem enviar seis para uma cidade
pequena e viajar? Tanto quanto posso ver, há apenas uma solução.
Nós...” Tarna respirou fundo, tocando a estola vermelha brilhante

novamente, mas agora parecia mais um gesto de arrependimento do
que ganhar tempo. As irmãs Vermelhas devem tomá-las como
Guardiãs, Pevara.
Isso foi tão surpreendente que Pevara piscou. Se ela tivesse sido um
pouco menos controlada, seu queixo teria caído.
"Você está de brincadeira?"
Aqueles olhos azuis gélidos sustentaram seu olhar sem vacilar.
O pior já passou - o inconcebível disse em voz alta

alto - e Tarna era uma mulher de pedra novamente.
"Isso não é algo para brincar. A outra opção é deixá-los soltos à

vontade. O que mais pode ser feito? As irmãs Vermelhas estão
acostumadas a enfrentar tais homens e preparadas para correr os
riscos necessários. Qualquer outro encolheria.
Cada irmã terá que levar mais de uma, mas os Verdes parecem lidar
muito bem com essa situação. No entanto, acho que os Verdes
desmaiariam se tal coisa fosse sugerida a eles. Nós… As irmãs
Vermelhas farão o que tem que ser feito.
"Você mencionou isso para Elaida?" Pevara perguntou, e Tarna

balançou a cabeça com impaciência.
"Elaida acredita no que você disse." Ela...” A mulher loira fez uma
careta para seu vinho antes de continuar. Elaida muitas vezes
acredita no que quer acreditar e vê o que quer ver.
Tentei trazer à tona o assunto do Asha'man no primeiro dia após meu

retorno. Nada que sugira vinculação; ela não. Não sou estúpida. Ela
me proibiu de mencioná-los a ela. Mas você é... não convencional.
"E você acha que eles podem ser domados depois de amarrados?"
Não sei o que algo assim poderia fazer com a irmã que
compartilhava o vínculo e, para dizer a verdade, não quero saber.
Pevara percebeu que agora era ela quem tentava ganhar tempo.
Quando a conversa começou, ele não tinha ideia de que rumo iria
tomar, mas teria apostado tudo o que possuía que nunca chegaria a
isso.
"Tal poderia ser o fim, e talvez fosse impossível", disse a outra

mulher friamente. Era uma pedra. De qualquer forma, não vejo outra
maneira de lidar com esses Asha'man. As irmãs vermelhas têm que
ligá-los como
Guardiões. Se a possibilidade existir, estarei entre os primeiros, mas
tem que ser feito.
Ela sentou-se calmamente bebendo seu vinho, e por alguns longos

segundos Pevara só conseguiu olhar para ela com desânimo.
Nada que Tarna disse provava que não era da Ajah Negra, mas ela
também não podia desconfiar de todas as irmãs que não podiam
provar isso.
Bem, ele podia e fazia, no que dizia respeito à questão dos negros,
mas havia outros assuntos que ele tinha que resolver. Ela era uma
babá, não apenas um cão de caça. Ele deve pensar na Torre Branca
e nas Aes Sedai que ficavam longe da Torre. E no futuro.
Ele colocou os dedos na bolsa bordada e tirou um pedaço de papel

enrolado em um tubo fino. Fiquei com a impressão de que deveria
brilhar com letras de fogo. Até aquele momento, ela era uma das
duas únicas mulheres na Torre que sabiam o que estava escrito nela.
Mesmo depois de tê-lo retirado, ela hesitou antes de entregá-lo a
Tarna.
"Isto é de um de nossos agentes em Cairhien, mas Toveine Gazal o

enviou.
Os olhos de Tarna se ergueram para o rosto de Pevara quando ela

mencionou o nome de Toveine, depois baixaram novamente para ler
o jornal. Seu rosto de pedra não mudou mesmo quando ele terminou
e deixou o papel enrolar em sua mão.
"Isso não muda nada", disse ele, impassível, friamente.
Isso só torna minha sugestão mais urgente.
“Pelo contrário, isso muda tudo. Pevara suspirou.
—. Mude o mundo inteiro.

23
ENFEITES
A atmosfera na sala era apenas o suficiente
euEstava mais quente do que lá fora, de modo que as janelas

estavam embaçadas nas molduras pintadas de vermelho, além do
vidro ter bolhas, mas Cadsuane olhava para fora como se pudesse
ver claramente a paisagem sombria. Ainda assim, ele podia ver
claramente o suficiente. Alguns infelizes, enfiados em roupas e
chapéus que mal distinguiam os homens das mulheres pelas saias
ou calças largas, caminhavam pelos campos lamacentos que
cercavam a casa, e às vezes se abaixavam para pegar um punhado
de terra e senti-la. Não demoraria muito para que começassem a
arar e adubar, mas apenas sua inspeção indicou a chegada da
primavera em uma data antecipada. Além dos campos, a floresta era
uma coleção
de galhos escuros e nus contra o céu cinza da manhã. Uma boa
camada de neve teria feito a paisagem parecer menos inóspita, mas
nevava aqui raramente e raramente, e raramente havia vestígios da
nevasca anterior quando a próxima vinha. Ainda assim, Cadsuane
podia pensar em alguns lugares melhores para seus propósitos, com
a Espinha do Mundo a pouco mais de um dia de cavalgada para
leste. Quem pensaria em olhar dentro das fronteiras de Tear? Mas
tinha sido fácil convencer o menino a ficar neste lugar? Com um
suspiro, ela virou as costas para a janela, sentindo os ornamentos
dourados balançando em seus cabelos, as pequenas luas e estrelas,
os passarinhos e peixes. Ultimamente ele estava muito consciente
deles.
Consciente?
Bah! Ultimamente ele tinha considerado dormir com eles.
A sala era grande, mas sem adornos, como a própria casa, com
cornijas de madeira entalhada pintadas de vermelho. Os móveis
também eram pintados em cores vivas, mas não em dourado; as
duas grandes lareiras eram de pedra lisa, embora bem construídas,
e os sólidos ferros de metal forjado eram claramente destinados mais
para uso prolongado do que para decoração. Os fogos nas lareiras
eram pequenos porque ele insistira neles, e as chamas ardiam
baixas sobre as lascas meio queimadas, mas ambas eram
suficientes para aquecer suas mãos, que era o que ele queria.
Se ela tivesse sido deixada por conta própria, Algarin a teria cercado
com calor sufocante e criados, embora poucos ainda estivessem
empregados. Como um Lorde da Terra de segunda ordem, ele
estava longe de ser rico, embora pagasse suas dívidas tanto em
substância quanto em forma, mesmo quando a maioria dos outros o
fazia.
Os homens teriam visto isso como o oposto de uma dívida.
A porta não entalhada do corredor se abriu — todos os criados de

Algarin eram quase tão velhos quanto ele, e embora mantivessem
tudo arrumado e limpo e as lamparinas cheias de óleo e os pavios
aparados, parecia que as dobradiças da casa da porta estavam não
é lubrificada regularmente — a porta se abriu para dar passagem a
Verin, ainda vestida para viajar com um simples terno de pano
marrom com saia rasgada, a capa dobrada sobre o braço enquanto
alisava os cabelos grisalhos.
Uma expressão irritada se espalhou pelo rosto quadrado da irmã

atarracada, e ela balançou a cabeça.
— Bem, deixei as mulheres Mariner em Tear, Cadsuane. Não me

aproximei da Cidadela, mas ouvi dizer que o Grão-Senhor Astoril
havia parado de reclamar de suas articulações e voltou para dentro
de Darlin. Quem imaginaria que Astoril sairia de sua inatividade,
muito menos ficaria do lado de Darlin? As ruas estão cheias de
mercenários, a maioria se embebedando e brigando uns com os
outros quando não estão lutando contra o Atha'an Miere. Há tantos
Marinos na cidade quanto todos os outros juntos.
Harine ficou horrorizado. Ela correu para os navios assim que

conseguiu alugar um barco, esperando ser nomeada Senhora dos
Navios e consertar tudo. Parece inquestionável que Nesta din Reas
está morta.
Cadsuane deixou a mulher baixinha e gordinha conversar.
Verin não era tão ignorante quanto parecia.
Alguns Browns podiam realmente tropeçar nos próprios pés sem

notá-los, mas Verin era um dos que mostravam uma atitude de
distanciamento do mundo que era artificial. Ele parecia pensar que
Cadsuane aceitava aquela
atitude como real, mas se algo tinha que ser levantado, ele o fazia.
E o que ele não disse também pode ser revelador. Cadsuane

confiava na outra irmã menos do que gostaria.
Infelizmente, Min deve ter escutado no
porta, e a jovem teve pouca paciência.
"Eu disse a Harine que isso não aconteceria assim," ele protestou
quando irrompeu na sala. Eu disse a ela que ela seria punida pelo
acordo que fez com Rand. Só então ela se tornará a Senhora dos
Navios, e se isso será daqui a dez dias ou daqui a dez anos, não
posso dizer. Esbelta e bonita, alta com botas de salto alto e seus
cachos escuros roçando seus ombros, Min tinha uma voz grave e
feminina, mas ela usava uma jaqueta vermelha e calças azuis de
menino. A jaqueta era bordada com flores coloridas nas lapelas e
mangas, e a calça com franjas nas laterais, mas ainda era uma
roupa masculina.
"Você pode entrar, Min", disse Cadsuane calmamente.
Ele usou um tom que normalmente fazia as pessoas se sentarem

eretas e prestarem atenção. Pelo menos aqueles que a conheciam,
mesmo que fosse acima. Manchas vermelhas apareceram nas
bochechas de Min. Receio que a Dama das Ondas já saiba o
máximo que pode sobre sua visão.
Mas, a julgar pelo seu ar de urgência, talvez você tenha interpretado

a auréola de outra pessoa e queira me contar o que viu. A habilidade
peculiar da garota havia sido útil no passado e, sem dúvida, poderia
ser útil novamente. Pode ser. Até onde Cadsuane sabia, ela não
mentia sobre o que via nas imagens e auréolas que percebia
flutuando ao redor das pessoas, mas também nem sempre era muito
aberta. Principalmente quando se trata de
pessoa que Cadsuane queria conhecer acima de todas as outras.
Apesar da vermelhidão em suas bochechas, Min ergueu o queixo em

um gesto teimoso. Ela havia mudado desde Shadar Logoth, ou talvez
tivesse começado antes, mas de qualquer forma a mudança não foi
para melhor.
“Rand quer que você vá vê-lo. Ele me disse que ele perguntou, então
não seja intransigente.
Cadsuane apenas olhou para ela e deixou o silêncio se arrastar.
Intransigente? Definitivamente não tinha sido uma mudança para

melhor.
"Diga a ele que irei quando puder", disse ele por fim.
Feche bem a porta quando sair, Min.
A jovem abriu a boca como se fosse acrescentar alguma coisa, mas

pelo menos ela tinha bom senso suficiente para mantê-lo quieto.
Ele até fez uma reverência razoável, apesar daquelas botas

ridículas, e fechou a porta com firmeza atrás de si. Na verdade, ele
quase bateu a porta.
Verin balançou a cabeça novamente e soltou uma risada que só ela

parecia um pouco divertida.
“Ela está apaixonada pelo menino, Cadsuane. E, diga-se o que

disser, ela se deixa levar pelo coração, que guardou no bolso do
menino. Acho que ela estava com medo de que ele caísse morto em
cima dela, e você sabe como algo assim faz uma mulher querer
continuar.
Cadsuane franziu os lábios. Verin sabia mais sobre esse tipo de

relacionamento do que ela mesma - ela nunca foi a favor de tê-lo
com seus Guardiões, como alguns Verdes faziam, e com outros
homens estava completamente fora de questão - mas a mulher
Brown não estava longe. a marca e quase tinha acertado o prego na
cabeça sem saber. . Ou pelo menos ele achava que a outra irmã não
sabia que Min estava ligada ao menino al'Thor. Ela só sabia porque a
menina tinha dito
mais do que a conta em um momento de descuido. Mesmo a ostra
mais apertada acabaria desistindo de sua carne assim que abrisse a
primeira rachadura na concha. Às vezes ele até dava uma pérola
inesperada. Sim, estivesse ou não apaixonada por ele, Min iria
querer manter o menino vivo, mas não mais do que ela.
Verin jogou a capa no encosto alto da cadeira e foi até a lareira mais
próxima para estender as mãos na frente do fogo e aquecê-las. Verin
não parecia estar deslizando, mas seus movimentos eram mais
graciosos do que seu tamanho poderia sugerir. Quanto daquela
mulher seria uma farsa?
Com o tempo, todas as Aes Sedai se esconderam atrás de várias

máscaras.
Acabou virando um hábito.
"Acho que a situação em Tear ainda pode ser resolvida

pacificamente", disse ela enquanto olhava para as chamas, quase
como se estivesse falando consigo mesma. Ou como se quisesse
que Cadsuane acreditasse que sim. Hearne e Simaan estão bastante
desesperados, com medo de que outros Grão-Senhores retornem de
Illian e os prendam na cidade. Talvez eles estivessem dispostos a
aceitar Darlin, considerando suas outras opções. Estanda é feita de
uma pasta mais forte, mas se ela puder ser convencida de que se
beneficiaria do arranjo...
"Eu disse para você não se aproximar deles", ele a interrompeu.
Cadsuane severamente.
A mulher atarracada piscou para ela com surpresa.
-Não o fiz. As ruas estão cheias de boatos, e eu sei como misturar e

peneirar para obter um pouco de verdade. Eu vi Alanna e Rafela,
mas me agachei atrás de um vendedor ambulante que estava
gritando as empanadas que ele carregava em um carrinho antes que
eles me vissem. Tenho certeza que eles não me viram. —Ele fez um
Ele fez uma pausa, obviamente esperando que Cadsuane explicasse
por que ele havia ordenado que ela evitasse as irmãs também.
"Tenho que ir ver o menino agora, Verin", disse ele em vez disso.
Esse era o problema de concordar em aconselhar alguém.
Mesmo que alguém conseguisse colocar todas as condições que ela

queria, ou quase todas, ela teria que ir mais cedo ou mais tarde
quando a chamassem. Ainda assim, isso lhe deu uma desculpa para
evitar a curiosidade de Verin. A resposta foi simples. Se você tentou
resolver todos os problemas, acabou sem resolver nenhum deles. E,
com alguns problemas, a longo prazo, não importava como eles
fossem corrigidos.
Mas não responder deixou Verin com algo em que pensar; um pouco
de manteiga escorregadia para as patas. Quando Cadsuane se
sentia insegura com alguém, ela queria que essa pessoa também se
sentisse insegura com ela.
Verin pegou a capa e saiu da sala com ela.
Ele estava planejando acompanhá-la? Mas quando eles saíram da

sala, eles encontraram Nesune andando rapidamente pelo corredor.
Ele parou abruptamente. Exceto por um punhado de pessoas,
ninguém jamais conseguiu ignorar Cadsuane, mas Nesune
conseguiu muito bem, mantendo os olhos em Verin.
"Então você está de volta, certo?" A melhor coisa sobre alguns

Browns era sua maneira de dizer o óbvio.
Pelo que me lembro, você escreveu algo sobre os animais das

Terras Afogadas. “O que significava que Verin tinha feito isso;
Nesune lembrou-se de tudo o que viu; uma qualidade útil se
Cadsuane confiasse nela o suficiente para usá-la. Lorde Algarin me
mostrou a pele de uma grande serpente que ele afirma vir das Terras
Afogadas, mas estou convencido de que é a mesma que eu vi...
Verin lançou um olhar impotente por cima do ombro para Cadsuane
como a mulher mais velha. alta a levou embora
segurando na manga; mas antes que eles tivessem dado três passos
pelo corredor, ela estava mergulhada em uma discussão sobre
aquela cobra absurda.
Foi uma situação surpreendente e um tanto perturbadora. Nesune

era leal a Elaida, ou tinha sido, enquanto Verin era um dos que
queriam remover Elaida. Ou tinha sido. E agora eles estavam
conversando amigavelmente sobre cobras. O fato de ambos terem
jurado lealdade ao menino al'Thor poderia ser atribuído à sua
condição, fazendo com que ele inconscientemente tecesse a Malha
ao seu redor, mas esse ta'veran ,
juramento foi suficiente para eles ignorarem sua posição oposta

sobre quem detinha o trono de Amyrlin? ? Ele gostaria de saber
disso.
Nenhum de seus ornamentos a protegia contra a luz. Claro ta'veran
que ela não conhecia a função de dois dos peixes e de uma das
luas, mas não parecia provável que eles fizessem isso.
A explicação pode ser tão simples quanto Verin e Nesune sendo

Brown.
Os Browns podiam esquecer qualquer coisa quando estavam

estudando alguma coisa. cobras
Bah! Os pequenos enfeites balançaram quando ela balançou a

cabeça antes de se virar, deixando os dois Browns andando na
direção oposta atrás dela.
O que o menino iria querer? Ela nunca gostou de atuar como

conselheira, necessária ou não.
As correntes nos corredores moviam as poucas tapeçarias nas

paredes, todas antiquadas e parecendo que haviam sido
desmontadas e penduradas de novo muitas vezes. A casa tinha
crescido mais como uma velha casa de fazenda desconexa do que
um grande edifício, com acréscimos adicionados à medida que os
fundos e os membros da família cresciam. A Casa Pendaloan nunca
foi rica, mas houve épocas em que seus membros eram numerosos.
Os resultados foram perceptíveis
apenas em tapeçarias antiquadas e gastas. As cornijas eram
pintadas em ricos vermelhos, azuis ou amarelos, mas os corredores
variavam em largura e altura, e às vezes eram ligeiramente
enviesados. Janelas que antes davam para os campos agora se
abriam para pátios – geralmente vazios, exceto por alguns bancos –
existindo apenas para a luz. Às vezes não havia como ir daqui para
lá a não ser pegando uma galeria que dava para um daqueles pátios.
As colunas eram principalmente feitas de madeira, embora
magnificamente pintadas, se não esculpidas.
Em uma dessas galerias, com grossas colunas verdes, duas irmãs

observavam juntas a atividade no pátio.
Pelo menos era o que faziam quando Cadsuane abriu a porta da

galeria.
Beldeine a observou partir e ficou tensa, torcendo o xale de franjas

verdes que ela usava há menos de cinco anos. Bonita, com maçãs
do rosto salientes e olhos castanhos ligeiramente oblíquos, ela ainda
não tinha a qualidade da atemporalidade, e parecia mais jovem que
Min, especialmente quando lançou a Cadsuane um olhar gélido e
saiu correndo na direção oposta.
Merise, sua companheira, cuidou dela, sorrindo divertidamente

enquanto ajustava seu xale de franjas verdes. Alta e estranhamente
séria, seu cabelo puxado para trás de seu rosto pálido e preso com
força, Merise não era muito de sorrir.
"Beldeine está começando a se preocupar que ela ainda não tem um

Diretor", ela disse com um sotaque Tarabon quando Cadsuane veio
para ficar ao lado dela, embora seus olhos azuis imediatamente se
voltassem para o pátio. Parece que ele está pensando em pegar um
Asha'man, se ele conseguir encontrar um. Eu disse a ele para falar
com Daigian. Mesmo que isso não a ajude, ajudará Daigian.
Todos os Guardiões que eles tinham estavam reunidos no pátio
pavimentado de pedra, em mangas de camisa apesar do frio, a
maioria sentado nos bancos de madeira pintada e observando dois
deles praticarem com espadas de madeira.
Jahar, um dos três de Merise, era um jovem bonito e bronzeado.
Os sinos de prata amarrados nas pontas das duas longas tranças

tilintaram com o ataque feroz. Ele se moveu como um aguilhão preto
desencadeando um ataque de raio. Não havia a menor brisa, mas a
estrela de oito pontas, como uma agulha dourada de bússola,
parecia girar contra os cabelos de Cadsuane. Se o tivesse segurado
na mão, teria sentido claramente sua vibração.
Claro, ele já sabia que Jahar era um Asha'man, e a estrela não teria
apontado para ele, mas apenas indicava que um homem capaz de
canalizar estava por perto. Ele descobriu que quanto mais homens
havia com essa habilidade, mais forte a estrela vibrava. O oponente
de Jahar, um sujeito muito alto, de ombros largos, rosto duro e uma
corda trançada amarrada nas têmporas grisalhas para prender o
cabelo na altura dos ombros, não era o segundo Asha'man abaixo,
mas seus modos eram igualmente mortais. Lan não parecia ser tão
rápido, mas... ele se movia com a graça de um gato. Sua arma de
tala atada estava sempre no lugar certo para deter a de Jahar,
sempre afastando o jovem um pouco mais de sua linha.
De repente, a espada de madeira de Lan bateu na lateral de Jahar

com um estalo alto, um golpe fatal de uma lâmina. Quando o jovem
se encolheu com a força do golpe, Lan deslizou de volta para a
posição, com a arma levantada em ambas as mãos.
Nethan, outro dos Guardiões de Merise, levantou-se; Ele era um cara

magro, com pinceladas brancas no
templos, e alto, embora uns trinta centímetros mais baixo que Lan.
Jahar fez sinal para que ele não se movesse e ergueu sua espada
de treino novamente, exigindo ruidosamente outra chance.
"Como está Daigian?" perguntou Cadsuane.
"Melhor do que eu esperava," Merise admitiu. Ele passa muito tempo

em seu quarto, mas relega o choro à privacidade.
O olhar da mulher desviou-se dos homens praticando com espadas

para um banco pintado de verde, onde o grisalho Tomas, Guardião
de Verin, estava sentado ao lado de um sujeito mais velho com
apenas uma franja de cabelo branco. Damer queria testar sua cura
nela, mas Daigian recusou. Embora ele nunca tivesse um Guardião,
ele sabe que a dor de um Gaidin morto faz parte da lembrança dele.
Estou surpreso que Corele consideraria permitir isso.
A irmã Tarabonese balançou a cabeça e olhou para Jahar.
Os Guardiões de outras irmãs não a interessavam, pelo menos não

como os dela.
“Os Asha'man lamentam a perda de um deles, assim como os

Guardiões. Eu pensei que talvez Jahar e Damer estivessem apenas
seguindo a liderança dos outros, mas Jahar diz que é o jeito deles
também. Não interferi, é claro, mas os vi beber em memória do
jovem Eben. Eles não mencionaram seu nome em nenhum
momento, mas eles tinham uma taça cheia de vinho para ele.
Bassane e Nethan sabem que podem morrer a qualquer dia e
aceitam. Jahar aguarda a morte; ele espera por isso todos os dias.
Para ele, cada hora é quase certamente a última de sua vida.
Cadsuane mal se impediu de olhar para a outra mulher.
Merise não costumava falar muito. O rosto da mulher de Tarabone

parecia calmo e sua atitude era impassível, mas algo a incomodava.
"Eu sei que você pratica coligação com ele muitas vezes", disse
Cadsuane gentilmente, sem tirar os olhos do pátio. A delicadeza era
uma obrigação ao falar com outra irmã de seu Guardião. Essa era
parte da razão pela qual ele continuava olhando para o pátio,
franzindo a testa. Você já decidiu se o garoto al'Thor conseguiu
Shadar Logoth?
Ele realmente conseguiu limpar a metade masculina da Fonte?
Corele também praticava coligação com Damer, mas a Amarela

estava tão concentrada em seus esforços fúteis para raciocinar sobre
como fazer com ele Saidar
o que ele estava fazendo
com ela que ela nem
Saidin
teria notado a mácula do Escuro descendo por sua garganta.
Pena que ele não tinha alcançado o xale cinquenta anos depois de
tê-lo recebido; nesse caso ela mesma teria se ligado a um daqueles
homens e não teria que perguntar. Mas mais cinqüenta anos
significariam que Norla teria morrido em sua casinha nas Black Hills
antes de Cadsuane Melaidhrin ir para a Torre Branca. Isso mudaria
muito a história. Em primeiro lugar, não haveria muita chance de ter
sido encontrado, nem mesmo remotamente, nas atuais
circunstâncias. Então ele perguntou delicadamente e esperou.
Merise ficou em silêncio e muito quieta por um longo momento, e

então ela suspirou.
"Não sei, Cadsuane. Ele é um oceano
Saidar
calmo que o levará

aonde você quiser, desde que você conheça as correntes e deixe
que elas o arrastem. A avalanche de pedras em chamas.
Saidin … é uma
Montanhas de gelo colidindo umas com as outras. Parece mais limpo

do que quando colidi com Jahar pela primeira vez, mas qualquer
coisa pode estar escondida nesse caos. Qualquer coisa.
Cadsuane assentiu. Ela não tinha certeza se esperaria qualquer
outra resposta. Por que ele teria certeza sobre uma das duas
questões mais importantes do mundo quando não conseguia
encontrá-la em tantas perguntas mais simples? No pátio, a espada
de madeira de Lan parou, não acompanhada por um estalo desta
vez, mas meramente roçando a garganta de Jahar, e o homem mais
velho recuou graciosamente, assumindo uma postura de atenção.
Nethan se levantou novamente, e novamente Jahar gesticulou para
que ele se sentasse enquanto ele levantava sua arma com raiva e se
preparava. O terceiro Guardião de Merise, Bassane, um sujeito baixo
e largo quase tão moreno quanto Jahar apesar de ser um Cairhienin,
riu e fez um comentário rude sobre homens excessivamente
ambiciosos tropeçando em sua própria arma.
Tomas e Damer trocaram um olhar e balançaram a cabeça; nessa

idade, os homens há muito pararam de fazer provocações.
O barulho de madeira contra madeira recomeçou.
Os outros quatro Guardiões não eram os únicos espectadores nos

treinos de Lan e Jahar no pátio. A garota esbelta com cabelo escuro
trançado em uma trança, olhando ansiosamente de um banco
vermelho, era o foco do olhar carrancudo de Cadsuane.
A garota teria que enfiar seu anel da Grande Serpente debaixo do

nariz das pessoas para ser reconhecida como uma Aes Sedai, o que
ela era, mesmo que apenas tecnicamente. Não era apenas por
causa do rosto jovem de Nynaeve; Beldeine parecia tão jovem
quanto.
Nynaeve saltava para cima e para baixo no banco, sempre prestes a

ficar de pé. De vez em quando sua boca se movia como se ele
estivesse proferindo palavras silenciosas de encorajamento, e às
vezes suas mãos também se viravam como se demonstrasse como
Lan deveria ter movido a espada.
Uma garota frívola, cheia de paixão, que raramente mostrava que
tinha cérebro. Min não foi a única a ter jogado seu coração e cérebro
em um poço para um homem.
De acordo com os costumes do falecido Malkier, o ponto vermelho

na testa de Nynaeve indicava seu casamento com Lan, embora os
Amarelos raramente se casassem com seus Guardiões. Para dizer a
verdade, pouquíssimas irmãs o fizeram. Claro, Lan não era o
Guardião de Nynaeve, por mais que ele e a garota fingissem o
contrário. A quem Lan pertencia era um assunto que eles evitavam
como ladrões se esgueirando pela noite.
O mais interessante, o mais perturbador, eram as joias que Nynaeve

usava, um colar longo e um cinto fino de ouro, com pulseiras e anéis
combinando, incrustados de pedras vermelhas, verdes e azuis
berrantes que contrastavam com o vestido amarelo rasgado que ela
usava. E ele também usava aquela peça peculiar, na mão esquerda,
composta por anéis presos a uma pulseira com correntes chatas. Era
um , e muito mais forte do que o agreste conjunto de ornamentos
que ela usava na cabeça. Os outros eram muito parecidos com seus
próprios ornamentos, de simples fabricação criada durante
ter’angreal a Quebra
uma
do
Aes Mundo,
Sedai
quando
podia
encontrar muitas mãos voltadas contra ela, especialmente as dos

homens que canalizavam.
Curioso pensar que também se chamavam Aes Sedai.
Seria como conhecer um homem chamado Cadsuane.
A pergunta — esta manhã parecia cheia de perguntas, e o sol ainda

não passara do meio-dia — a questão era se a garota usava aquelas
joias por causa do menino al'Thor ou por causa do Asha'man. Ou por
Cadsuane Melaidhrin? Nynaeve mostrou sua lealdade a um jovem
de seu próprio povo, e também mostrou sua desconfiança dele. Ele
tinha uma cabeça, quando decidiu usá-la.
Sem
No entanto, até que essa pergunta fosse respondida, confiar na
garota era muito perigoso. O problema era que havia poucas coisas
nos dias de hoje que não pareciam perigosas.
"Jahar está ficando mais forte," Merise disse de repente.
Por um instante, Cadsuane franziu a testa para o outro Verde.
Mais forte? A camisa do jovem estava começando a grudar nas

costas de suor, enquanto Lan parecia não ter nem suado.
Então ele entendeu. Merise estava se referindo ao Poder.
Cadsuane apenas ergueu uma sobrancelha interrogativamente.
Ele não conseguia se lembrar da última vez que deixou a surpresa

transparecer em seu rosto. Deve ter sido há tantos anos, em Black
Hills, que ela começou a ganhar os ornamentos que agora usava.
"No começo eu pensei que a forma de treinamento Asha'man, a

pressão, já o tinha levado ao seu pico," Merise continuou, franzindo a
testa para os dois homens lutando com espadas de treino. Não; era
para Jahar que ele olhava assim.
Era apenas uma leve ruga entre os olhos, mas ele guardou suas
carrancas para aqueles que podiam vê-las e perceber seu
descontentamento.
Em Shadar Logoth, pensei que devia estar imaginando coisas.
Três ou quatro dias atrás, quase me convenci de que estava errado.

Agora tenho certeza que estou certo. Se os homens ganham força
aos trancos e barrancos, é impossível calcular o quão fortes eles se
tornarão.
Ela não expressou sua preocupação óbvia, é claro: que o menino

pudesse ser mais forte do que ela. Dizer tal coisa teria sido
inconcebível de muitas maneiras, e mesmo que Merise tivesse se
acostumado a fazer o inconcebível, a maioria das irmãs desmaiaria
com o mero pensamento.
ideia de amarrar um homem que ela canalizou - ela nunca se sentiu
à vontade para falar sobre isso. Cadsuane o fez, mas mesmo assim
manteve um tom neutro. Luz, como ela odiava ser delicada! Ou pelo
menos a necessidade de ser.
“Você parece feliz, Merise. “Os Guardiões de Merise sempre

pareciam ser; ele sabia como lidar bem com eles.
"Ele está furioso com..." A outra mulher esfregou o lado de sua

cabeça como se sentisse o nó de sensação que ela sentia através do
vínculo. Eu estava realmente desconfortável!
—. Não é raiva. É frustração. Ele enfiou a mão na bolsa de couro

verde e tirou um pequeno alfinete esmaltado, uma figura sinuosa
vermelha e dourada parecendo uma serpente com pernas e crina de
leão. Não sei onde o garoto al'Thor conseguiu isso, mas deu para
Jahar. Aparentemente, para o Asha'man, é como pegar o xale. Tive
que tirá-lo, naturalmente; Jahar ainda está no estágio de aprender a
aceitar apenas o que eu digo que ele pode fazer. Mas ele se sente
tão abalado com essa coisa... Devo devolver? De certa forma, agora
viria da minha mão.
As sobrancelhas de Cadsuane começaram a se erguer antes que a

mulher pudesse controlá-las. Merise estava pedindo conselhos sobre
um de seus Guardiões? Bem, sim, foi ela quem sugeriu que ele
apalpasse o menino, mas esse grau de intimidade era...
inconcebível? Bah!
“Não tenho dúvidas de que o que você decidir será a coisa certa a
fazer.
Dando uma última olhada em Nynaeve, ela deixou a mulher alta

acariciando o alfinete esmaltado com o polegar e olhando para o
pátio, franzindo a testa. Lan acabara de derrotar Jahar novamente,
mas o jovem estava de volta à sua posição original, exigindo outra
luta. O que quer que Merise decidisse, ela já havia descoberto algo
de que não gostava. As ligações entre Aes Sedai e Guardiões
sempre foram
tão claro quanto o relacionamento; a Aes Sedai ordenou e o
Guardião obedeceu. Mas se Merise, nada menos, estava vacilando
em um alfinete – Merise, liderando seus Guardiões com mão firme –
então novos limites teriam que ser estabelecidos, pelo menos com os
Guardiões que canalizavam. Não parecia provável que sua ligação
pudesse ser interrompida agora; Beldeine era a prova disso. As
pessoas nunca mudaram, mas o mundo sim, e com uma
regularidade alarmante. Não havia escolha a não ser aceitá-lo, ou
pelo menos lidar com isso. De vez em quando, com sorte, você pode
influenciar a direção das mudanças; mas mesmo que um fosse
interrompido, apenas outro poderia ser iniciado.
Como esperado, a porta dos aposentos do menino al'Thor estava

guardada. Alivia estava lá, é claro, sentada em um banco ao lado da
porta, com as mãos entrelaçadas pacientemente no colo. A
seanchan de cabelos claros se autonomeou a protetora do menino,
se é que podia ser chamado assim. Alivia deu a ele o crédito por
libertá-la do colar, mas no fundo havia algo mais.
Min não gostava dele, e não era uma questão de ciúmes. Alivia
parecia não saber
damane nada sobre
mulher.
No relação
entanto, entre
havia um homem
uma
conexão uma
entre
ela e o menino, uma conexão que se revelava em olhares que

transmitiam determinação da parte dela e esperança da dele, por
mais difícil que fosse acreditar. Até que Cadsuane descobrisse o que
era, não faria nada para separá-los. Os penetrantes olhos azuis do
seanchan olhavam Cadsuane com respeitosa cautela, mas não viam
nenhum inimigo nela. Alivia não fazia rodeios com aqueles que
considerava inimigos do menino al'Thor.
A outra mulher de guarda era da mesma altura que Alivia, embora

não pudessem ser mais diferentes e não apenas
porque os olhos de Elza eram castanhos e seu rosto tinha o ar
atemporal de uma Aes Sedai, enquanto a seanchan tinha pequenas
rugas nos cantos dos olhos e algumas mechas brancas no cabelo.
Elza levantou-se de um salto ao ver Cadsuane e parou em frente à
porta, ajeitando o xale.
"Ele não está sozinho", disse ela com uma pitada de calor em sua
voz.
"Você bloquearia meu caminho?" Cadsuane perguntou com igual

frieza. O Andorra Green deveria ter se afastado.
Elza estava longe o suficiente abaixo dela em poder para que ela
não duvidasse, mas ela se manteve firme e seu olhar realmente ficou
mais aquecido.
Era um dilema. Cinco outras irmãs que estavam na casa juraram

fidelidade ao menino, e as que haviam sido leais a Elaida olharam
para Cadsuane como se desconfiassem de suas intenções em
relação a ele. O que levantava a questão de por que Verin não agia
assim, naturalmente. Mas apenas Elza tentou mantê-la longe dele. A
atitude da mulher cheirava a ciúmes, o que não fazia sentido. Ela
não poderia ter se considerado mais adequada para aconselhá-lo, e
se houvesse qualquer indício de que Elza queria o menino, seja
como homem ou como Guardião, Min estaria mostrando os dentes
para ela. Nesse aspecto a garota tinha instintos muito aguçados.
Cadsuane teria cerrado os dentes se fosse o tipo de mulher que os
cerrava.
Justamente quando ela pensou que teria que ordenar que Elza se
afastasse, Alivia se inclinou em direção a ela. "Ele mandou chamá-la,
Elza", relatou com seu sotaque arrastado.
Ela vai ficar brava se não a deixarmos entrar. Com a gente, não com
ela. Deixa acontecer.
Elza olhou para o seanchan com o canto do olho, os lábios curvados

em um sorriso de escárnio. Alivia estava muito acima
ela estava no Poder — na verdade, Alivia estava muito acima de
Cadsuane —, mas era espontânea e mentirosa, do ponto de vista de
Elza. A mulher de cabelos escuros não parecia aceitar que Alivia
tivesse sido o resto de sua história, pelo menos. Ainda assim, Elza
olhou damane ,
para
Cadsuane, depois para a porta atrás dela, e ajeitou o xale.

Obviamente, ele não queria que o menino ficasse com raiva. Não
com ela.
"Vou ver se ele pode ver você agora", disse ele quase mal-
humorado.
Deixe-o ficar aqui,” ele acrescentou, dirigindo-se a Alivia, seu tom

mais curto, antes de se virar e bater suavemente na porta. Uma voz
masculina deu permissão do outro lado do painel de madeira e a
mulher abriu apenas o suficiente para entrar e fechou atrás dela.
"Você deve desculpá-la", comentou Alivia com aquele sotaque

irritantemente lento. Acho que o que acontece com ele é que ele leva
seu juramento muito a sério. Ela não está acostumada a servir a
ninguém.
"As Aes Sedai mantêm sua palavra", disse Cadsuane com frieza.
Essa mulher o fez sentir como se sua fala fosse rápida e fria como a
de um Cairhienin!
—. Temos que fazer isso.
"Eu acho que você faz. Assim como você sabe que eu também
obedeço. Devo-lhe qualquer coisa que ele me peça.
Um comentário fascinante e uma abertura; mas, antes que ele

pudesse tirar vantagem dela, Elza foi embora. Atrás dela vinha
Algarin, a barba branca quase aparada. Ele se curvou para
Cadsuane com um sorriso que aprofundou suas rugas. A jaqueta
simples de tecido escuro, feita quando ele era mais jovem, era
grande demais para ele agora, e seu cabelo lhe dava pouca
cobertura. Não havia chance de descobrir por que ele havia visitado
o menino al'Thor.
"Ele vai ver você agora", disse Elza secamente.
Não demorou muito para que Cadsuane rangesse os dentes.
Alivia teria que esperar. e Algarin.
O menino estava de pé quando Cadsuane entrou, quase tão alto e

de ombros largos quanto Lan; Ele usava uma jaqueta preta com
bordados dourados nas mangas e gola alta. Apesar do bordado,
parecia muito com as jaquetas Asha'man para ela gostar, mas ela
não disse nada. Ele curvou-se cortesmente, levou-a a uma cadeira
almofadada em frente à lareira e perguntou se ela gostaria de vinho.
Acrescentou que o da jarra — que estava sobre uma mesa lateral
com dois copos — havia esfriado, mas que ele poderia pedir mais.
Cadsuane tinha trabalhado duro para forçá-lo a se comportar
educadamente, para que pudesse usar qualquer jaqueta que
quisesse. Havia coisas mais importantes para guiá-lo. Ou empurre-o
ou puxe-o, se necessário. Ela não ia perder tempo falando sobre
suas roupas.
Com um aceno educado, ele recusou o vinho.
Uma taça de vinho oferecia muitas possibilidades — beber quando

você precisava de alguns segundos para pensar; olhar para dentro
quando você queria evitar seus olhos - mas esse jovem tinha que ser
constantemente vigiado. Seu semblante traía quase tão pouco
quanto o de uma irmã. Com seu cabelo ruivo escuro e olhos azul-
acinzentados, ele poderia passar por um Aiel, mas poucos Aiel
tinham olhos tão frios. Eles fizeram o céu da manhã que ela estava
olhando um tempo antes parecer quente em comparação.
Mais frio do que antes de Shadar Logoth. E, infelizmente, mais difícil

também.
Eles também pareciam... cautelosos.
"Algarin tinha um irmão que podia canalizar", disse o menino quando

ele se virou para a cadeira em frente.
Na metade da volta ele tropeçou. Ele agarrou o braço da cadeira
enquanto soltava uma risada seca, fingindo que havia tropeçado nos
próprios pés. E ele não tinha agarrado um –
Saidin Cadsuane o viu cambalear enquanto o fazia – ou suas

armadilhas o teriam avisado. Corela disse que só precisava dormir
um pouco mais para se recuperar de Shadar Logoth. Luz, ele tinha
que manter o menino vivo ou tudo seria em vão!
"Eu sei", ele respondeu. E como Algarin poderia ter contado tudo a
ele, acrescentou: “Fui eu quem capturou Emarin e o levou a Tar
Valon. Tinha sido estranho para alguns que Algarin fosse grato a ela
por isso, mas seu irmão mais novo sobreviveu à domesticação por
mais de dez anos, uma vez que ela o ajudou a se reconciliar. Os
irmãos eram muito próximos.
As sobrancelhas do menino franziram quando ele se sentou no sofá.

Eu não tinha contado a ele.
"Algarin quer ser testado", anunciou.
Cadsuane sustentou seu olhar sem vacilar, calmamente, e segurou

sua língua. Os filhos de Algarin eram casados; os que ainda vivem.
Talvez ele estivesse disposto a dar aquele pedaço de terra aos seus
descendentes. De qualquer forma, um macho a mais ou a menos
que ela pudesse canalizar não importava neste momento. A menos
que fosse o garoto olhando para ela.
Depois de um momento, ele moveu o queixo em sinal de

assentimento. Ele a estava testando?
"Nunca tenha medo de que eu pare de lhe dizer quando você

comporta-te como um tolo, rapaz.
A maioria das pessoas se lembrava depois de uma reunião que ela

tinha uma língua afiada. Este jovem tinha que ser lembrado de
tempos em tempos. O menino grunhiu. Ou talvez fosse uma risada.
Ou um som lamentável. Cadsuane se lembrou
mesmo que ele queria que eu lhe mostrasse algo, embora ele não
parecesse saber o quê. Isso não importava. Ele tinha uma lista para
escolher e ele tinha apenas começado com ela.
Parecia que o rosto do menino era uma pedra esculpida em sua

inexpressividade, mas ele ficou de pé e começou a andar de um lado
para o outro da lareira até a porta, com as mãos apertadas atrás das
costas.
"Eu tenho conversado com Alivia sobre o seanchan", disse ele. Eles
chamam seu exército de Exército Invencível por um bom motivo.
Ele nunca perdeu uma guerra. Batalhas, sim, mas nunca uma
guerra. Quando perdem uma batalha, sentam-se e estudam o que
fizeram de errado ou o que o inimigo fez de certo. Então eles mudam
o que precisam mudar para vencer.
"Um curso de ação muito inteligente", disse Cadsuane quando ele

parou de falar. Era óbvio que ele estava esperando um comentário.
Conheço homens que agem da mesma forma. Davram Bashere, por
exemplo. Gareth Bryne, Rodel Ituralde, Agelmar Jagad. Até Pedron
Niall o fez, quando estava vivo. Todos são considerados grandes
capitães.
"Sim", o menino concordou, ainda andando. Ele não olhou para ela,
ou talvez nem a tenha visto, mas ouviu. Você tinha que confiar nela
para prestar atenção também. Cinco homens, todos eles grandes
capitães. O seanchan faz isso do primeiro ao último. É assim que
eles têm feito isso por mil anos.
Mudam o que têm que mudar, mas não desistem.
"Você está considerando a possibilidade de que eles não possam ser

derrotados?" ele perguntou calmamente.
A tranquilidade sempre era aconselhável até que os fatos fossem

conhecidos, e geralmente depois disso também. O menino virou-se
para ela, tenso, os olhos como lascas de gelo.
"Eu posso vencê-los a tempo," ele respondeu, lutando para manter
seu tom educado. Isso foi bom. Quanto menos vezes ele tivesse que
mostrar a ela que podia e puniria violações de suas regras, melhor.
Mas...” Ele parou com um gemido quando o som de vozes discutindo

veio do corredor.
Um instante depois a porta se abriu e Elza entrou de costas, ainda

discutindo alto e tentando parar duas outras irmãs estendendo os
braços.
Erian, com a tez pálida iluminada, empurrou o outro Verde. Sarene,

uma mulher tão bonita que fazia Erian parecer quase sem atrativos,
tinha uma expressão mais calma, como seria de esperar de um
branco, mas ela balançou a cabeça em exasperação e com força
suficiente para fazer as contas coloridas nas tranças finas tilintarem.
Sarene tinha um temperamento, embora geralmente o mantivesse
sob controle.
"Bartol e Rashan estão vindo para cá," Erian anunciou em voz alta;
sua agitação trouxe seu sotaque illiano. Eram seus dois Guardiões,
que ele havia deixado em Cairhien. Não mandei buscá-los, mas
alguém viajou com eles. Uma hora atrás, eu os senti de repente mais
perto, e agora, mais perto ainda. Eles vêm em nossa direção.
"E meu Vitalien está vindo também", anunciou.
Sareno. Acho que ele estará aqui em algumas horas.
Elza baixou os braços, embora a julgar pela tensão nas costas ela
ainda estivesse olhando para as outras duas irmãs.
"Meu Fearil estará aqui em algumas horas, também," ele murmurou.
Ele era seu único Guardião; diziam que eram casados, e os Verdes
que se casavam raramente tomavam outra
Guardião ao mesmo tempo. Cadsuane se perguntou se Elza teria
dito isso se os outros não tivessem falado.
"Eu não pensei que isso fosse acontecer tão cedo," o garoto disse
suavemente. Suavemente, mas havia um timbre de aço em sua voz.
Mas eu não teria que confiar no rumo dos acontecimentos para me
agradar, teria, Cadsuane?
"Os eventos nunca esperam por ninguém", disse ele.
ela enquanto ela se levantava.
Erian deu de ombros como se tivesse acabado de perceber sua

presença, embora Cadsuane tivesse certeza de que seu rosto estava
tão vazio quanto o do menino. E certamente tão pedregoso. O que
havia trazido esses Guardiões de Cairhien e quem Viajou com eles
eram problemas suficientes para se preocupar, mas ele achava que
tinha outra resposta para o menino e teria que pensar
cuidadosamente sobre como aconselhá-lo sobre isso. Às vezes, as
respostas eram mais complicadas do que as perguntas.
24
UMA TEMPESTADE GANHA FORÇA
EO sol do meio da tarde deveria ter entrado oblíquo pelas janelas do

quarto de Rand, mas lá fora havia uma chuva forte e todas as
lâmpadas estavam acesas para combater a escuridão do crepúsculo.
O trovão fez as vidraças tilintarem.
Foi uma tempestade violenta que desceu da Muralha do Dragão

mais rápido que um cavalo galopando e trouxe consigo um frio mais
intenso, quase intenso o suficiente para nevar. Os pingos de chuva
que salpicavam a casa eram granizo, e apesar das toras queimando
na lareira de pedra o quarto estava frio.
Deitado na cama com os pés calçados um em cima do outro, ele

tentava colocar seus pensamentos em ordem, olhando fixamente
para o dossel. Ele poderia ignorar a tempestade, mas Min, aninhado
debaixo de seu braço, era outro.
o negócio. Não que ela quisesse distraí-lo; Eu consegui sem tentar.
O que ele iria fazer com ela? E com Elayne e Aviendha. Esses dois
eram apenas uma vaga presença em sua mente, encontrando-se tão
longe em Caemlyn. Pelo menos ele supôs que eles ainda estavam
lá. Era arriscado tomar qualquer coisa como certa com aqueles dois.
O que eu senti deles naquele momento foi um senso áspero de
direção e a certeza de que eles estavam vivos. No entanto, o corpo
de Min pressionado contra seu lado, e o vínculo a fez tão vibrante em
sua mente quanto em sua carne. Era tarde demais para mantê-la
segura, para manter Elayne e Aviendha a salvo?
"O que faz você pensar que pode manter alguém seguro? Lews
Therin sussurrou dentro de sua cabeça. Agora o morto era um velho
amigo. Nós todos vamos morrer.
A única coisa que você pode esperar é não matá-los você mesmo."
Um velho amigo que não era bem-vindo, mas do qual ele não
conseguia se livrar. Ele não temia mais matar Min, Elayne ou
Aviendha mais do que temia enlouquecer. Ou pelo menos não mais
louco do que já era, com um homem morto dentro da cabeça e às
vezes um rosto borrado que ele quase reconhecia. Ela deveria
arriscar perguntar a Cadsuane sobre qualquer um deles?
"Não confie em ninguém", murmurou Lews Therin, que Então ele

soltou uma risada zombeteira. Nem em mim."
Sem aviso, Min lhe deu um soco nas bochechas.
costelas com força suficiente para fazê-lo soltar um gemido.
"Você está ficando triste, pastor," ele rosnou. sim você começa a se
preocupar comigo de novo, eu juro que...
Ele tinha muitas maneiras de rosnar, ah sim, cada uma de acordo

com as diferentes sensações percebidas através do vínculo.
Havia a ligeira irritação que vinha a ele agora, desta vez tingida de
preocupação, e às vezes havia uma sugestão de
veementemente, como se ele estivesse se segurando para não
esmagar a cabeça dela. Houve um grunhido que quase o fez rir
- ou tão perto de rir como ele esteve em muito tempo - com a

sensação divertida em sua mente, e aquele outro grunhido gutural
que teria feito seu sangue ferver mesmo sem o vínculo. .
"Esqueça isso agora", disse ela em advertência antes que ele tivesse
tempo de tirar a mão de suas costas, e, rolando para o lado, ela se
levantou da cama para endireitar o casaco enquanto lhe entregava a
mão. Ele deu um olhar de reprovação.
Desde que eles se uniram, ele leu sua mente ainda melhor, e ele
tinha sido incrivelmente bom nisso antes. O que você vai fazer com
eles, Rand? O que Cadsuane vai fazer? Um relâmpago brilhou atrás
das janelas, quase brilhante o suficiente para abafar a luz das
lâmpadas, e trovões ressoaram contra as vidraças.
Eu ainda não fui capaz de imaginar com antecedência o que você vai
fazer, Min. Por que seria diferente hoje?
O edredom grosso mergulhou sob ele enquanto ele balançava as

pernas para o lado da cama e se sentava para olhar para a jovem.
Sua mão quase instintivamente foi para o lado de seus ferimentos,
mas ele se deteve a tempo, mudando o movimento para abotoar o
paletó. Metade curadas e nunca totalmente curadas, aquelas duas
feridas sobrepostas doíam de Shadar Logoth. Ou talvez fosse mais
consciente da dor latejante, do calor febril que irradiava, como um
forno, em uma área menor que a palma de sua mão. Ele esperava
que pelo menos um deles começasse a se curar com o
desaparecimento de Shadar Logoth. Talvez não tenha passado
tempo suficiente para ele notar uma mudança. Não foi o lado onde
Min o socou - ela sempre foi muito cuidadosa com isso,
embora não com o resto de seu corpo, mas ela acreditava que tinha
mantido a dor escondida dele. Não fazia sentido dar-lhe mais
preocupações. A preocupação em seus olhos, em sua mente, tinha
que ser por Cadsuane. Ou para os outros.
A casa grande e todos os prédios ao redor estavam lotados agora.

Era inevitável que mais cedo ou mais tarde alguém tentasse usar os
Guardiões deixados para trás em Cairhien; Suas Aes Sedai não
anunciaram com grande alarde que iriam encontrar o Dragão
Renascido, mas também não foram particularmente discretos. Ainda
assim, Rand não previra a aparição daqueles que vieram com eles:
Davram Bashere com uma centena de seus cavaleiros leves
saldeus, que desmontaram sob uma chuva torrencial, resmungando
sobre selas surradas; e mais de meia dúzia de Asha'man de jaqueta
preta, que, por algum motivo, não havia se abrigado da chuva.
Eles cavalgavam com Bashere, mas claramente separados em dois

grupos que mantinham certa distância um do outro o tempo todo e
exalavam um forte sopro de suspeita vigilante. E um dos Asha'man
foi Logain Ablar. Conecte-se! Um Asha'man ostentando a Espada e o
Dragão na gola de sua jaqueta!
Tanto Bashere quanto Logain queriam falar com ele, mas não na
frente de ninguém, especialmente na frente um do outro, parecia.
No entanto, inesperada ou não, sua visita não foi a mais

surpreendente. Rand pensara que as oito Aes Sedai deviam ser
amigas de Cadsuane, mas podia jurar que a mulher ficara tão
surpresa quanto ele ao ver a maioria delas. Mais estranho ainda,
todos, exceto um, pareciam estar com o Asha'man! Não como
prisioneiros, e certamente não como guardas, mas Logain estava
relutante em explicar o assunto na presença de Bashere, e Bashere
estava relutante em dar a Logain uma chance de falar sozinho com
Rand em primeiro lugar. Agora
todos estavam se secando e se acomodando em seus quartos
enquanto ele tentava organizar seus pensamentos. Na medida do
possível, com Min por perto. O que Cadsuane faria?
Bem, ela havia tentado pedir seu conselho, mas os acontecimentos

haviam sobrecarregado os dois. O que quer que Cadsuane
pensasse, a decisão já estava tomada. Novamente um relâmpago
atravessou as janelas.
Cadsuane era como um raio, nunca se sabia quando ia cair.
Alivia poderia acabar com ela, murmurou Lews Therin.
Vai nos ajudar a morrer; Ele vai tirar Cadsuane do caminho se você
mandar.
Não quero matá-la, Rand respondeu mentalmente ao morto. Eu não

posso pagar isso
morrer".
Lews Therin sabia disso tão bem quanto ele, mas mesmo assim
resmungou baixinho. Desde Shadar Logoth, ele parecia ser um
pouco menos insano às vezes. Ou talvez fosse que ele fosse um
pouco mais louco. Afinal, ele estava falando com um homem morto
em sua mente como a coisa mais normal do mundo, e isso
dificilmente estava em seu juízo perfeito.
"Você tem que fazer alguma coisa", disse Min, cruzando os braços. A
auréola de Logain continua a indicar glória, mais forte do que nunca.
Talvez ele ainda pense que é o verdadeiro Dragão Renascido. E há
algo... sombrio nas imagens que vi ao redor de Lord Davram. Se ele
se voltar contra você ou se morrer... Ouvi um dos soldados dizer que
Lorde Dobraine pode morrer. Perder um deles seria um golpe. Perder
todos os três significaria um revés que levaria um ano para se
recuperar.
“Se você viu, então vai acontecer. Eu faço o que está ao meu
alcance, Min, não posso me preocupar com o que está acontecendo
fora do meu alcance.
Ela deu a ele um daqueles olhares que as mulheres sempre têm,

como se pretendesse começar uma discussão. Uma batida suave na
porta a fez virar a cabeça, e Min mudou de posição.
Rand suspeitava que ela tivesse colocado uma daquelas facas de

arremesso na mão e a estivesse escondendo atrás do pulso. Ele
tinha mais facas escondidas nele do que Thom Merrilin. Ou o que
Mat. Um redemoinho de cores surgiu em sua mente, quase
resolvendo... O quê? Um homem no banco de uma carroça? Em
todo caso, não era o rosto que às vezes aparecia em seus
pensamentos e a cena desapareceu em um instante, sem o traço da
vertigem que geralmente acompanhava o rosto.
"Vá em frente", ele respondeu enquanto se levantava.
Elza abriu sua saia verde escura em um elegante arco ao entrar, com
os olhos brilhando. Ela era uma mulher de aparência agradável com
o comportamento frio e desdenhoso de um gato, e ela não parecia
notar Min. De todas as irmãs que juraram lealdade a ela, Elza era a
mais entusiasmada. O único, para dizer a verdade.
Os outros tiveram suas razões para prestar o juramento e, é claro,

nem Verin nem as irmãs que vieram procurá-lo nos poços de Dumai
tiveram realmente uma escolha antes de um; mas apesar da
aparente frieza de Elza, a mulher parecia queimar ta'veran
por dentro
com sua paixão ao
vê-lo chegar a Tarmon Gai'don.
“Você disse para avisar quando o Ogier chegasse,” ele anunciou,

seus olhos nunca deixando o rosto de Rand por um momento.
-Leal! Min gritou em júbilo, enfiando a faca na manga enquanto

passava correndo por Elza; ela piscou ao ver a arma. Eu teria
matado Rand por sair
que você vá para o seu quarto antes que eu te veja! “O link indicava
que as palavras que ele dirigiu ao Ogier eram uma piada.
Em parte.
"Obrigado," Rand respondeu, ouvindo a alegria na sala de estar, a

risada de Min ecoou pela de Loial, como um terremoto ou trovão no
céu.
Talvez a paixão da Aes Sedai chegasse a querer saber do que ela

estava falando com Loial, porque seus lábios se apertaram e ela
hesitou antes de se curvar novamente e sair do quarto. Uma breve
pausa nas exibições de alegria sinalizou a passagem da Aes Sedai
pela sala de estar, e sua retomada sinalizou sua partida. Só então
Rand agarrou o Poder. Ele sempre se certificava de que ninguém o
visse fazendo isso.
O fogo fluía para dentro dele mais quente que o sol, e o frio, tão
intenso que fazia a pior nevasca parecer primavera, tudo um
redemoinho rugindo que minimizou a tempestade lá fora e ameaçou
varrê-lo em um momento de descuido. Agarre-se a uma luta pela
sobrevivência. Mas a cor verde das cornijas tornou-se subitamente
Saidin foi
mais intensa, o preto do paletó e o dourado do bordado. Ele podia

distinguir o grão das cabeceiras esculpidas da cama, as marcas de
lixa deixadas pelo artesão tantos anos atrás.
Saidin
Ele o fazia se sentir como se estivesse meio cego e sem graça sem
ele. Isso era parte do que ele sentia.
Limpo, murmurou Lews Therin. Puro e limpo novamente."
Eu fui. A mácula que havia contaminado a metade masculina do

Poder desde que a Quebra se foi. Mas isso não o impediu de sentir a
náusea, a vontade violenta de se dobrar e vomitar no chão.
O quarto girou em torno dele por um instante, e Rand teve que

alcançar um dos postes da cama para se equilibrar. Eu não sabia
porque eu sentia isso
desconforto, uma vez que a infecção tenha desaparecido. Lews
Therin não sabia ou não queria dizer. Mas tontura era a razão pela
qual ele não deixaria ninguém vê-lo agarrá-lo se pudesse evitar. Elza
Saidin pode ter desejado vê-lo chegar à Última Batalha, mas muitos
outros desejavam sua queda, e nem todos eram Amigos das Trevas.
Naquele momento de fraqueza, o morto tentava alcançar o .
Rand podia sentir seus esforços
Saidin
ansiosos.
pará-lo do
Foi
que mais difícil
antes? De para
certa você
forma,
Lews Therin parecia mais uma parte sólida dele desde Shadar
Logoth. Isso não importava. Ele tinha muito tempo antes de morrer.
Só tinha que durar até então.
Ele respirou fundo, ignorando os traços ainda persistentes de tontura

e estômago revirando, e se dirigiu para a sala de estar, em direção
ao estrondo do trovão.
Min estava no centro da sala, segurando uma das mãos de Loial e

sorrindo para ele. Ele teve que usar os dois para tirar o do Ogier e
mesmo assim não foi suficiente para encobri-lo. Entre a cabeça de
Loial e o teto de gesso havia apenas um espaço de pouco menos de
trinta centímetros.
Ele estava vestindo uma jaqueta limpa de tecido azul-escuro, largada

na parte inferior sobre calças largas, até o topo de suas botas de
cano alto, mas pela primeira vez os bolsos não estavam inchados
com as formas angulares dos livros. Seus olhos, do tamanho de
xícaras de chá, brilharam ao ver Rand, e o sorriso em sua boca larga
realmente dividiu seu rosto em dois. As orelhas tufadas espreitando
para fora do cabelo desgrenhado se contraíram de prazer.
"Lorde Algarin tem quartos de hóspedes Ogier, Rand," sua voz

retumbou como uma batida profunda de tambor. Imagina? Seis! Eles
não são usados há algum tempo, é claro, mas são arejados toda
semana para que não haja cheiro de mofo, e a roupa de cama é de
alta qualidade.
Eu pensei que teria que dobrar de volta em uma cama de tamanho
humano.
Ummm. Não vamos ficar aqui muito tempo, não é? Suas longas
orelhas se inclinaram um pouco, então começaram a se contorcer
nervosamente.
Eu não acho que devemos. Quer dizer, eu poderia me acostumar a

ter uma cama de verdade, e isso não funcionaria se eu estivesse
com você. Quero dizer… Bem, você sabe o que quero dizer.
“Eu sei,” Rand disse suavemente. Ele poderia ter rido da

consternação do Ogier. Ele deveria ter rido. Ultimamente, o riso
parecia iludi-lo. Rand girou uma rede contra ouvidos curiosos ao
redor da sala e deu um nó Saidin . Os últimos vestígios de náusea
que o
tecido afrouxou começaram a desaparecer instantaneamente.

Normalmente ele poderia controlá-lo com algum esforço, mas era
inútil quando ele não precisava. Algum de seus livros molhou? A
principal preocupação de Loial ao chegar foi verificar o estado de
seus livros.
De repente, ocorreu a Rand que ele havia chamado a tecelagem do

Poder de "tecendo uma teia". Seria assim que Lews Therin diria. Isso
vinha acontecendo com ele com muita frequência; as voltas de fala
do homem se intrometiam em sua mente ou memórias misturadas
com as dela. Ele era Rand al'Thor, não Lews Therin Telamon. Ele
teceu uma proteção e amarrou a teia, ele não teceu uma rede e a
amarrou. No entanto, ambas as declarações vieram à mente com
igual facilidade.
-Mim
William de
a partir de
Maneches
ensaios
se molhou, ele comentou
Loial parecia enojado enquanto esfregava o lábio superior com um

dedo grosso como uma salsicha. Ele não tinha se barbeado
corretamente, ou havia apenas o começo de um bigode sob o nariz
largo?
—. Pode haver manchas nas páginas. Eu não deveria ter sido tão
descuidado com um livro. e meu livro
notas também ficaram um pouco molhadas. Mas a tinta não
escorreu.
Você ainda pode ler tudo, embora realmente devesse fazer um caso
para proteger... Lentamente sua testa enrugou, de modo que as
pontas de suas longas sobrancelhas roçaram suas bochechas. Você
parece cansado, Rand. Você parece cansado, Min.
"Ele está ocupado, mas está dando um tempo", disse Min na

defensiva, e Rand sorriu.
Apenas. Min sempre o defendeu, até mesmo para seus amigos.
Você está descansando, pastor,” ele acrescentou enquanto soltava a

mão enorme de Loial e ficava em seus quadris. Sente-se e
descanse.
Vamos, Loial, sente-se. Eu vou acabar com um torcicolo de dobrar

meu pescoço para olhar para você.
Loial deu uma risada baixa, que no seu caso soou como o urro
abafado de um touro, enquanto examinava uma das cadeiras de
espaldar reto com ar de dúvida.
Comparada a ele, ela parecia feita para uma criança.
-Pastor. Você não pode imaginar como eu gosto de ouvir você

chamá-lo de pastor, Min.” Ele se sentou cautelosamente. A cadeira
esculpida simples rangeu sob seu peso, e seus joelhos ficaram
erguidos. Desculpe Rand, mas é engraçado, e não ouvi muito do que
rir nos últimos meses. — A cadeira aguentou. Olhando rapidamente
para a porta que dava para o corredor, ela acrescentou em um tom
levemente alto: “Karldin não tem muito senso de humor.
"Você pode falar livremente", Rand disse a ela. Estamos seguros

com uma... uma salvaguarda. Ele quase disse um escudo, o que não
era a mesma coisa. Só ele sabia que era.
Ele estava cansado demais para se sentar, assim como estava
cansado demais para dormir na maioria das noites – seus ossos
doíam – então ele foi até a lareira para ficar ali.
As rajadas de ar que deslizaram pelo tiro sacudiram o

chamas nas toras e às vezes um pouco de fumaça penetrava no
quarto; Rand podia ouvir a chuva batendo nas janelas, mas o trovão
havia diminuído. Talvez a tempestade estivesse acabando. Ela juntou
as mãos atrás dela e virou as costas para o fogo.
"O que os Anciões disseram, Loial?"
Em vez de responder imediatamente, Loial olhou para Min como se

procurasse encorajamento ou apoio. Sentada de pernas cruzadas
em uma cadeira, a garota sorriu e acenou para ele, e o Ogier
suspirou profundamente, um som como o vento soprando através de
cavernas profundas.
Rand. Todos,
“Karldin e eu visitamos todos os
degrau
exceto o de Xangai, é claro. Não pude ir lá, mas deixei uma

mensagem em todos os lugares que visitei, e Daiting não fica muito
longe de Xangai. Alguém vai te levar até lá. O Big Stump se encontra
em Xangai e isso atrairá multidões. Esta é a primeira vez que um
Grande Tronco foi convocado em um milênio, desde que os humanos
lutaram na Guerra dos Cem Anos, e foi a vez de Shangtai. Eles
devem estar pensando em algo muito importante, mas ninguém me
disse por que foi chamado.
Eles não dizem nada sobre um Stump até que você tenha uma
barba,”
ele resmungou, tocando a ponta de bigode em seu queixo largo.
Aparentemente, ele pensou em remediar essa falta, embora não

tivesse muita certeza de que conseguiria. Loial tinha agora noventa
anos, mas para a raça Ogier ainda era um jovem.
"E os Anciões?" Rand perguntou pacientemente.
Você tinha que ser paciente com Loial; com qualquer Ogier. Eles não
viam o tempo como os humanos – entre os humanos, quem pensaria
de quem seria a vez depois de mil anos? – e Loial tendia a se
espalhar sempre que tinha chance. Muito longo e apertado.
O Ogier torceu as orelhas e olhou para Min novamente; Ele recebeu
um sorriso encorajador em troca.
"Bem, como eu estava dizendo, visitei todos os degrau exceto
Xangai. Karldin não queria entrar neles. Preferia dormir todas as

noites ao ar livre, debaixo de alguns arbustos, a ficar um minuto sem
energia. Rand não disse nada, mas Loial ergueu as mãos dos
joelhos, as palmas voltadas para ele, como se o amigo o tivesse
incentivado.
Estou nisso, Rand. Já vou. Fiz o que pude, mas não sei se foi
suficiente. Nas Fronteiras me disseram para
esses
ir para
assuntos casa
para e deixar
pessoas
degrau
mais sábias e maduras. A mesma coisa aconteceu em Shadoon e

Mardoon, na Costa das Sombras. Os outros concordaram em
guardar os portões dos Atalhos. Receio que eles realmente não
degrau
pensem que haja algum perigo, mas eles concordaram, então você
pode contar com eles sendo controlados. E tenho certeza que
alguém levará a mensagem para Xangai. Os Anciões de Shangtai
nunca gostaram de ter um portão para os Atalhos. Devo ter ouvido o
major Haman dizer uma centena de vezes que ele era perigoso. Eu
sei que você vai
concordar em ficar de olho

passo
nela.
Rand assentiu lentamente. Os Ogiers nunca mentiram, ou pelo

menos os poucos que tentaram eram tão ruins que raramente
tentavam uma segunda vez. A palavra de um Ogier era levada tão a
sério quanto o juramento de qualquer outra pessoa. Os portões para
os Atalhos seriam bem guardados. Exceto aqueles nas Fronteiras e
nas montanhas ao sul de Amadicia e Tarabon.
Podia-se viajar, de um portão a outro, da espinha dorsal do mundo

ao Oceano Ariciano, das Fronteiras ao Mar das Tempestades, tudo
através de um mundo estranho que de alguma forma parecia estar
fora do tempo, ou talvez paralelo
A este. Uma marcha de dois dias pelos Atalhos poderia levar cem
milhas ou quinhentas, dependendo dos caminhos escolhidos. E
se você estivesse disposto a correr os riscos envolvidos. Nos Atalhos

era fácil morrer, ou pior. Os Atalhos se tornaram obscuros e
corruptos há muito tempo. No entanto, isso não importava para os
Trollocs, pelo menos quando o Myddraal os pressionava a fazê-lo.
Trollocs se importavam apenas em matar, especialmente quando
liderados pelo Myddraal. E haveria nove portões para os Atalhos
deixados desprotegidos, com o perigo de qualquer um deles se abrir
e Trollocs saindo às dezenas de milhares. Colocar qualquer tipo de
guarda sem a cooperação deles seria quase impossível. Muita gente
não acreditava na existência do Ogier, e dos que acreditavam,
poucos gostariam degrau
de se intrometer em algo
assim sem
permissão. Talvez o Asha'man estivesse disposto, se houvesse um

número suficiente deles em quem pudesse confiar.
De repente ele percebeu que não era o único que estava cansado.
Loial parecia abatido, exausto.
Sua jaqueta estava amarrotada e solta nele. Era perigoso para um

Ogier passar muito tempo ao ar livre, e Loial havia saído de degrau
casa há uns bons cinco anos. Talvez aquelas breves visitas nos
últimos meses não tenham sido suficientes para ele.
“Talvez você devesse ir para casa agora, Loial. O
passo
Xangai fica a apenas alguns dias daqui.
A cadeira de Loial rangeu de forma alarmante quando o Ogier saltou

de surpresa. Seus ouvidos também se animaram em um gesto de
alarme.
“Minha mãe estará lá, Rand. Ela é uma oradora famosa.
Você nunca perderia um Big Stump.
"Ele ainda não pode voltar de Two Rivers", respondeu Rand.
Supostamente, a mãe de Loial também

ela era uma boa caminhante, mas mesmo para os Ogiers havia
limites.
"Você não conhece minha mãe," Loial murmurou como um tambor

tocando sombriamente. E ainda terá Erith a reboque. Com certeza
que sim.
Min se inclinou para o Ogier, um brilho perigoso em seus olhos.
"Eu sei pelo jeito que você fala sobre Erith que você quer casar com
ela, então por que você está fugindo dela?
Rand a observou da lareira. Casado.
Aviendha deu como certo que ele iria se casar com ela e também
Elayne e Min, estilo Aiel. Aparentemente, Elayne pensou o mesmo,
por mais estranho que possa parecer. Pelo menos era o que ele
acreditava. E o que Min estava pensando? Eu nunca disse isso.
Ele nunca deveria ter deixado que eles o amarrassem. O vínculo os

mergulharia em uma dor intensa quando ele morresse.
Agora as orelhas de Loial se contraíram cautelosamente.
Aquelas orelhas eram uma das coisas que tornavam os Ogier tão
maus mentirosos. Loial fez gestos apaziguadores, como se a garota
fosse maior que ele.
"Bem, sim, eu quero me casar com ela, Min. Claro que quero."
Erith é linda e muito perspicaz. Já lhe disse com que atenção ele me
ouve quando explico...?
Sim, claro que eu lhe disse. Digo para todos que conheço. Eu quero
casar com ela. Mas ainda não. Não é como vocês humanos, Min.
Você faz tudo o que Rand pede para você fazer. Erith vai querer que
eu me acomode e fique em casa. As esposas Ogier nunca deixam
seus maridos irem a lugar algum ou fazer qualquer coisa por mais de
alguns dias. Tenho meios para não terminar meu vejo o que Rand
está
passo
livro,
fazendo?
e como
Tenho
vou
certeza fazer
que isso
você se
fez não
um
monte de coisas
desde que saí de Cairhien e sei que nunca vou conseguir escrever
direito.
Erith não entenderia. Min, você está bravo comigo?
"O que faz você pensar que eu estou com raiva?"
Loial suspirou alto e com um alívio tão óbvio que Rand o encarou.
Light, o Ogier realmente acreditava que ela queria dizer que não
estava com raiva!
Rand estava ciente das apalpadelas quando se tratava de mulheres,

mesmo com Min – talvez especialmente com ela – mas Loial faria
bem em aprender muito mais do que aprendeu antes de se casar
com sua amada Erith. Caso contrário, ela acabaria esfolando-o como
uma cabra doente. Seria melhor tirá-lo da sala antes que Min fizesse
o trabalho de Erith para ela. Rand limpou a garganta.
"Pense nisso esta noite, Loial", disse ele. Talvez você tenha mudado
de ideia pela manhã. Parte dele esperava que Loial o fizesse. O
Ogier estava longe de casa há muito tempo. Outra parte dele,
porém... Ele poderia usar Loial se o que Alivia lhe dissera sobre o
seanchan fosse verdade. Às vezes ele se enojava.
De qualquer forma, agora tenho que falar com Bashere. E com

Loggin. Sua boca se apertou com o nome.
O que Logain estava fazendo vestido com a jaqueta preta de

Asha'man?
Loial não se levantou da cadeira. Na verdade, sua expressão ficou

mais preocupada, suas orelhas erguidas e suas sobrancelhas
penduradas.
“Rand, há algo que preciso lhe contar sobre as Aes Sedai que vieram
conosco.
O relâmpago brilhou do lado de fora novamente enquanto o Ogier

falava, e o trovão ressoou mais alto do que nunca. Com algumas
tempestades, um pouco de calma significava que o pior ainda estava
por vir.
"Eu disse para você matar todo mundo quando tivesse a chance", riu
Lews Therin. Eu te disse".
"Você tem certeza que eles foram ligados, Samitsu?" Cadsuane

perguntou com firmeza. E alto o suficiente para ser ouvido sobre o
trovão rolando sobre a casa. Trovões e relâmpagos combinam bem
com seu humor. Ele teria gostado de rosnar. Levou todo o seu
treinamento e experiência para continuar sentada em silêncio e
tomando chá. Ela não tinha deixado suas emoções tomarem conta
dela há muito tempo, mas ela queria morder algo. Ou alguém.
Samitsu também estava segurando uma xícara de porcelana, mas

ela ainda não tinha tomado um gole e não atendeu a oferta de
Cadsuane para se sentar com ela. A irmã mais magra virou as
costas para as chamas da lareira à esquerda, e os sinos em seu
cabelo escuro tilintaram quando ela balançou a cabeça. Ela não se
preocupou em secar o cabelo direito e ele estava úmido nas costas.
Seus olhos castanhos tinham uma expressão inquieta.
"Não é o tipo de pergunta que você faria a uma irmã, não é,

Cadsuane?" E é claro que eles não me contaram. Quem diria algo
assim? A princípio, pensei que talvez tivessem feito como Merise e
Corele. E pobre Daigian. - Um leve gesto compassivo apareceu em
seu rosto. Ele conhecia por experiência a dor de Daigian por sua
perda.
Qualquer irmã que tivesse sobrevivido ao seu primeiro Guardião

sabia disso muito bem. Mas é óbvio que Toveine e Gabrelle estão
ambas com Logain. Acho que Gabrielle está dormindo com ele. Se
há uma ligação, foram os homens que a fizeram.
"Alternando", murmurou Cadsuane, embora tivesse levado a xícara
aos lábios. Alguns diziam que a alternância era um jogo limpo, mas
ela nunca acreditou em uma luta justa. Ou você lutou ou não lutou, e
nunca foi um jogo. A justiça era para pessoas que se mantinham
afastadas, seguras, conversando enquanto outras sangravam.
Infelizmente, havia pouco que ela pudesse fazer além de tentar
encontrar uma maneira de equilibrar as coisas. O
equilíbrio não era nada parecido com a equidade. Isso foi uma
bagunça. Estou feliz por você ter me avisado antes de enfrentarmos
Toveine e os outros, mas quero que você volte para Cairhien amanhã
cedo.
"Não havia nada que eu pudesse fazer, Cadsuane," Samitsu

comentou acidamente. Metade das pessoas para quem eu dei um
pedido começaram a verificar com Sashalle para ver se estava certo,
e a outra metade me disse na minha cara que ela já havia pedido
outra coisa. Lord Bashere a convenceu a libertar os Guardiões (não
tenho ideia de como ela descobriu isso), e ela convenceu Sorilea, e
não havia nada que eu pudesse fazer para impedir. Sorilea agiu
como se eu tivesse acabado de abdicar! Ele não entende e deixou
bem claro que pensa que sou uma tola.
Não adianta eu voltar lá a menos que você queira que eu leve as

luvas para Sashalle.
“O que eu quero é que você fique de olho nela, Samitsu.
Só isso. Eu quero saber o que essas irmãs Dragonsworn fazem

quando nem os Sábios nem eu estamos olhando para eles com um
chicote na mão.
Você sempre foi muito observador.
Paciência não era uma das qualidades de Cadsuane, mas às vezes

era necessária com Samitsu. Yellow era observadora e inteligente, e
tenaz a maior parte do tempo, sem mencionar que ela era
atualmente a
Ela era a mais habilidosa em Cura - pelo menos até Damer Flinn
aparecer - mas ela poderia passar por alguns obstáculos incríveis em
termos de perder sua autoconfiança. A varinha nunca funcionou em
Samitsu, mas alguns tapinhas nas costas sim e era ridículo não usar
o que funcionava. Enquanto Cadsuane a lembrava de quão esperta
ela era, quão habilidosa em Curar –
isso sempre foi preciso com Samitsu; ele poderia entrar em

depressão por ser incapaz de Curar uma pessoa morta — pronto, a
irmã Arafelina começou a recuperar a compostura. E
autoconfiança.
"Você pode contar com Sashalle para não trocar suas meias sem
que eu saiba", afirmou ela resolutamente. Na verdade, Cadsuane
não esperava menos. Mas, se você não se importa que eu pergunte,
por que você está aqui, em uma ponta de lágrima? Com a
autoconfiança restaurada, o tom de voz de Samitsu reduziu ao
mínimo a polidez; ela não era uma flor encolhida, exceto quando sua
confiança vacilava. O que o jovem al'Thor vai fazer? Ou devo dizer o
que você vai ver com isso?
"Ele está tentando algo muito perigoso", respondeu Cadsuane.
O relâmpago brilhou do lado de fora das janelas em um ziguezague

prateado em um céu tão negro quanto a noite.
Ele sabia exatamente o que estava fazendo. O que ela não sabia era
se deveria detê-lo.
"Isso tem que acabar!" Rand trovejou enquanto os estrondos no céu

o ecoavam. Ele havia tirado a jaqueta antes de começar a reunião
que tinha agora, e arregaçou as mangas da camisa para revelar os
dragões escarlates e dourados enrolados em seus braços, suas
cabeças de crina dourada descansando nas costas de suas mãos.
Ele queria que o homem na frente dele se lembrasse toda vez que
ele olhava para ele que ele estava diante do Dragão Renascido. Mas
suas mãos estavam cerradas para que ele não cedesse às
instigações de Lews Therin e estrangulasse o maldito Logain Ablar.
Eu só precisava de uma guerra com a Torre Branca, e seu maldito
Asha'man não vai me colocar em uma contra aquelas mulheres! Eu
me expressei claramente?
Logain, com as mãos apoiadas no punho da espada, não vacilou. Ele

era um homem grande, embora mais baixo que Rand, com um olhar
firme que não indicava que ele havia sido repreendido e exigia uma
explicação.
A espada de prata e o dragão vermelho e dourado brilhavam à luz

das lâmpadas na gola alta de sua jaqueta preta, que parecia recém-
passada.
"Você está dizendo para liberá-los?" ele perguntou calmamente. As

Aes Sedai vão liberar os nossos que tomaram?
-Não! Rand respondeu secamente. E com acrimônia. O feito feito

está.
Merise ficou tão chocada quando ele sugeriu que ela soltasse
Narishma que alguém poderia pensar que ele estava pedindo para
ela deixar um cachorrinho na beira da estrada. E ele suspeitava que
Flinn se agarraria a Corele com tanta força quanto ela se agarrava a
ele; ele tinha certeza de que havia algo mais entre aqueles dois do
que o vínculo. Bem, se uma Aes Sedai podia amarrar um canalizador
masculino, por que uma bela mulher não se contentaria com um
velho desgraçado? Mas você percebe a bagunça que você fez,
certo? Do jeito que está, o único homem capaz de canalizar o desejo
de Elaida vivo sou eu, e isso é só até que a Última Batalha termine.
Quando ele descobrir isso, ele redobrará seus esforços para matar
todos vocês.
como seja. Não sei como o outro grupo reagirá, mas Egwene sempre
foi uma negociadora dura. Talvez eu tenha que abrir mão de
Asha'man para ser preso pelas Aes Sedai até que eles tenham
tantas Aes Sedai quanto você. Isto é, se eles não decidirem que
todos vocês devem morrer assim que eles puderem providenciar
isso. O que está feito está feito, mas não pode haver mais!
Logain enrijeceu um pouco com cada palavra, mas seu olhar fixou o
de Rand sem vacilar.
Estava claro como o dia que ele estava ignorando os outros na sala.
Min não quis participar dessa reunião e saiu para ler; Rand não
conseguia entender os livros de Herid Fel, mas ela era fascinada por
eles. No entanto, Rand insistiu que Loial ficasse para trás, e o Ogier
fingiu estar observando as chamas na lareira.
Exceto quando ele olhou para a porta, orelhas em tufos se

contorcendo, como se estivesse se perguntando se ele deveria
escapar despercebido no rugido da tempestade. Davram Bashere
— de cabelos grisalhos com olhos escuros e oblíquos, nariz adunco

e bigode espesso que caía nas laterais da boca —
parecia mais baixo do que estava ao lado do Ogier. Ele também

carregava uma espada, mais curta que a de Logain e com uma
lâmina serpentina. Bashere encarou sua taça por mais tempo do que
em qualquer outro lugar, mas cada vez que seus olhos encontravam
os de Logain, ela passava o polegar pelo punho de sua espada em
um gesto inconsciente. Ou Rand pensou que ele estava
inconsciente.
"Taim deu a ordem", argumentou Logain com um ar de frio

desconforto por ter que se explicar na frente dos outros. Um súbito
relâmpago atingiu perto da casa, iluminando seu rosto em um jogo
lívido de luz e sombra, fazendo-o parecer uma máscara turva de
escuridão.
Tomei como certo que a ordem veio de você. -Os olhos dele
eles desviaram em direção a Bashere e seus lábios se apertaram.
Taim faz um monte de coisas que as pessoas pensam que são suas
instruções,” ele continuou relutantemente, “mas ele tem seus
próprios planos. Flinn, Narishma e Manfor estão na lista de
desertores, assim como todos os Asha'man que você escolheu para
ficar com você. E ele tem um círculo de vinte ou trinta homens que
mantém ao seu lado e os treina em particular. Todos os homens que
usam o dragão em sua jaqueta pertencem a esse grupo, exceto eu, e
eu os teria impedido de tê-lo se tivesse ousado. O que quer que você
tenha feito, é hora de você voltar seus olhos para a Torre Negra
antes que Taim a divida mais do que a Torre Branca. Se ele o fizer,
você descobrirá que a maioria deles é leal a ele, não a você.
Eles o conhecem. A maioria de vocês nunca os viu.
Rand abaixou as mangas irritado e afundou em uma cadeira.
O que ele estava fazendo não era da conta de Logain. O homem

sabia que estava limpo, mas não conseguia
Saidin
acreditar
limpeza
que
era de a
Rand ou
de qualquer outro homem. Ele achava que o Criador havia decidido

estender a mão misericordiosa depois de três mil anos sofrendo com
aquela mancha? O Criador criou o mundo e depois deixou a
humanidade fazer dele o que quisesse, um paraíso ou o Poço da
Perdição, como quisessem.
O Criador deu à luz muitos mundos, vendo-os florescer ou morrer,
continuando a criar incontáveis outros mundos. Um jardineiro não
chorava por cada flor que caía.
Por um momento pensou que essas reflexões deviam ser de Lews

Therin. Ele nunca tinha pensado dessa maneira sobre o Criador ou
sobre qualquer coisa, que ele pudesse se lembrar.
Mas ele podia sentir Lews Therin concordando com as palavras de

outro. Ainda assim, não era o tipo de reflexão
teria feito antes de Lews Therin aparecer. Quanto espaço foi deixado
entre os dois?
"Taim terá que esperar," ele disse cansado. Quanto tempo Taim
poderia esperar? Ele ficou surpreso que Lews Therin não gritou com
raiva, incitando-o a matar aquele homem. Se ao menos essa falta de
reação o tivesse feito se sentir melhor. Você veio apenas para ter
certeza de que Logain chegou até mim em segurança, Bashere, ou
para me dizer que alguém havia esfaqueado Dobraine? Ou você
também tem alguma tarefa urgente para mim?
Bashere ergueu uma sobrancelha ao ouvir o tom de Rand e cerrou

os dentes ao olhar para Logain, mas depois de um momento ele
bufou com tanta força que seu bigode espesso deveria ter se
contraído.
"Dois homens revistaram minha loja", disse ele enquanto colocava

sua taça de vinho em uma mesa azul contra a parede.
Um trazia um bilhete que até eu juraria que era de minha própria

caligrafia se eu não soubesse que não tinha. Era para levar
"certos objetos". Loial me conta que o cara que esfaqueou Dobraine

tinha o mesmo tipo de bilhete, também aparentemente escrito por
Dobraine.
Até um cego poderia ver o que eles estavam procurando se ele

apenas pensasse um pouco. Dobraine e eu somos os candidatos
mais prováveis para segurar os selos para você. Você tem três e diz
que outros três quebraram. Talvez a Sombra saiba onde está o
sétimo.
Loial parou de olhar para o fogo e virou-se enquanto o saldeu falava,

com os ouvidos rígidos.
"Isso é muito sério, Rand," ele retrucou naquele momento. Se

alguém quebrar os selos da prisão do Dark One, ou talvez apenas
mais um ou dois, o Dark One pode se libertar. Nem você pode
enfrentá-lo! Quero dizer, eu sei o que o
As profecias dizem sobre você, mas isso tem que ser uma forma
figurada de falar.
Até mesmo Logain parecia preocupado, seus olhos estudando Rand

como se medindo suas chances em um confronto com o Escuro.
Rand recostou-se na cadeira, tomando cuidado para não deixar
transparecer seu cansaço. Os selos da prisão do Escuro de um lado
e Taim dividindo o Asha'man do outro. O sétimo selo já havia sido
quebrado?
A Sombra já estava começando a fazer seus primeiros movimentos

na Última Batalha?
“Você me disse algo uma vez, Bashere. Se seu inimigo oferece dois
brancos…
"Ataca um terceiro," Bashere terminou prontamente, e Rand

assentiu. De qualquer forma, ele já tinha se decidido. O trovão
sacudiu os vidros das janelas.
A tempestade estava ganhando força.
“Eu não posso lutar contra a Sombra e o seanchan ao mesmo

tempo. Estou enviando vocês três para fazerem uma trégua com o
seanchan.
A estupefação deixou Bashere e Logain sem palavras. Até que eles

começaram a discutir, tirando a palavra. Loial simplesmente parecia
prestes a desmaiar.
Elza não conseguia ficar quieta enquanto Fearil relatava o que havia
acontecido desde que ela deixara Cairhien sem ele. Não foi a voz
áspera do homem que a irritou. Ele odiava raios e gostaria de ser
capaz de isolar o quarto com uma proteção contra a visão através
das janelas da mesma forma que ele o havia isolado contra ouvidos
indiscretos. Ninguém acharia estranho seu desejo de intimidade, já
que ela passara vinte anos convencendo a todos de que era casada
com ele.
homem de cabelos claros. Apesar de sua voz, Fearil era o tipo de
homem com quem uma mulher se casaria, alto, magro e muito
bonito. A forma dura de sua boca tornava seu rosto mais atraente,
para dizer a verdade. Claro, alguém pode achar curioso o fato de que
ele nunca teve mais de um Guardião ao mesmo tempo se pensar
sobre isso.
Era difícil encontrar um homem que tivesse as qualificações exigidas,

mas talvez ela devesse começar a procurá-lo. A luz de outro
relâmpago iluminou a janela novamente.
"Sim, sim, tudo bem", ela finalmente o interrompeu. Você fez a coisa
certa, Fearil. Teria sido chocante se você fosse o único que se
recusasse a encontrar sua Aes Sedai.
Uma sensação de alívio surgiu através do vínculo. Ela era muito

rigorosa com suas ordens, e embora o homem soubesse que não
podia matá-lo —
ou que não deveria, pelo menos —, para puni-lo bastava mascarar o

vínculo e assim não compartilharia sua dor; e também uma
salvaguarda para que seus gritos não fossem ouvidos. Ele não
gostava de gritar quase tanto quanto de relâmpagos.
"É melhor você estar comigo", acrescentou. Pena que o selvagem

Aiel ainda segurava Fera, embora ela tivesse que questionar a
Branca para explicar exatamente por que ela havia feito o juramento
antes de confiar nela.
Até a viagem a Cairhien, ele não sabia que compartilhava algo com
Fera.
Uma pena que ela não estivesse com nenhuma de suas irmãs
principais, mas apenas ela havia sido enviada para Cairhien, e assim
como Fearil não questionava as ordens, ela não questionava as que
recebia. Parece-me que algumas pessoas vão ter que morrer muito
em breve. "Assim que eu decidi quem." Fearil inclinou a cabeça e
uma onda de prazer atravessou o laço.
Vocês
gostava de matar. Enquanto isso, você matará qualquer um que

ameace o Dragon Reborn. A qualquer um.
Afinal, era algo que ela havia entendido com clareza cristalina
enquanto os selvagens a mantinham cativa.
O Dragão Renascido teve que chegar vivo à Última Batalha, ou como

o Grão-Senhor iria derrotá-lo lá?
25
QUANDO USAR JÓIAS
PErrin andava impacientemente para cima e para
baixo nos tapetes floridos que cobriam o chão da loja, movendo-se

desconfortavelmente sob a jaqueta de seda verde escura que ela
raramente usava desde que Faile mandara fazer para ela. Sua
esposa disse que o intrincado bordado de prata fazia seus ombros se
destacarem, mas o largo cinto de couro do qual pendia o machado, o
primeiro tão simples quanto o segundo, só mostrava que ele era um
tolo enjoado. De vez em quando calçava as luvas ou olhava com
raiva para a capa forrada de pele, pendurada nas costas de uma
cadeira, pronta para ser vestida. Duas vezes, ele tirou uma folha de
papel da manga e a desdobrou para estudar o esboço de Malden
enquanto andava. Esta era a cidade onde Faile estava sendo
mantido prisioneiro.
Jondyn, Get e Hu alcançaram o Malden em fuga, mas a única coisa
útil que encontraram foi aquele mapa, e conseguir que alguém
ficasse tempo suficiente para pegá-lo tinha sido uma tarefa árdua.
Os fortes o suficiente para lutar morreram ou estavam vestindo as

roupas do Shaido; os únicos que
gai'shain
fugiram
muito foram
jovens, os
os velhos, os
doentes e os
aleijados. De acordo com Jondyn, a ideia de que alguém pudesse

forçá-los a voltar e lutar contra o Shaido os fez apressar sua marcha
para o norte, em direção a Andor e à segurança. O mapa era um
quebra-cabeça com seu labirinto de ruas e a fortaleza da senhora e a
grande cisterna no extremo nordeste. Suas possibilidades o atraíram.
Mas eram possibilidades apenas se ele encontrasse uma solução
para o quebra-cabeça maior não mostrado no mapa, que era o
gigantesco acampamento Shaido que cercava a cidade murada, sem
mencionar os quatrocentos ou quinhentos Sábios Shaido que eles
podiam canalizar. Então o mapa voltou para sua manga e ele
continuou andando.
A própria loja de listras vermelhas o irritava tanto quanto o mapa,

assim como os móveis, com as cadeiras douradas que se dobravam
para armazenamento e a mesa com tampo de mosaico que não
dobrava, o espelho de corpo inteiro e a pia e até os troncos
reforçados com metal alinhados ao longo da parede externa.
Mal havia luz lá fora e todas as doze lâmpadas estavam acesas,

seus espelhos brilhando. Os braseiros que tinham combatido o frio
da noite ainda continham algumas brasas. Ela até mandara remover
as duas cortinas de seda de Faile, bordadas com fileiras de pássaros
e flores, e pendurá-las nos postes do teto. Ele deixara Lamgwin
aparar a barba e barbear as bochechas e o pescoço.
pescoço; ele se lavou e vestiu roupas limpas. A barraca estava
armada como se Faile fosse voltar a qualquer momento de um
passeio a cavalo. E tudo para que os outros olhassem para ele e
vissem um maldito lorde, para que se sentissem seguros. E
cada detalhe a lembrou de que Faile não tinha saído para cavalgar.
Ele tirou uma das luvas, apalpou o bolso de sua jaqueta e passou os
dedos pelo cordão de couro dentro. Agora havia trinta e dois nós. Ele
não precisava de nada para lembrá-lo, mas às vezes ele ficava
acordado a noite toda na cama em que Faile não dormia, contando
aqueles nós. De alguma forma, eles se tornaram uma conexão com
ela. De qualquer forma, a vigília era melhor do que os pesadelos.
"Se você não se sentar, ficará cansado demais para ir até So Habor,
mesmo com a ajuda de Neald", disse Berelain em um tom que soou
um pouco divertido. Só de ver você me deixa exausto.
Ele conseguiu não encará-la. Vestida com um traje de montaria de

seda azul-escuro, uma gargantilha larga de ouro incrustado de fogo
amarrada ao redor de sua garganta, e a estreita coroa Mayene que
segurava um açor dourado em voo acima de sua testa, a Mayene
Prime estava sentada em cima de seu manto carmesim em um dos
cadeiras dobráveis, com as mãos no colo e segurando as luvas. Ela
tinha um ar tão composto e composto como uma Aes Sedai e
cheirava a... paciência.
Perrin não entendia por que havia parado de cheirar como se fosse
um cordeiro gordo preso nas sarças, pronto para ser comido, mas
estava quase agradecido por isso. Era bom ter alguém com quem
conversar sobre Faile. Ela ouviu e cheirou compaixão.
“Eu quero estar aqui se... quando a Gália e as Donzelas trouxerem

alguns prisioneiros. O lapso o fez torcer o
gesto tanto quanto a pausa. Era como se ele tivesse hesitado.
Mais cedo ou mais tarde eles capturariam algum Shaido, mas

aparentemente essa não era uma tarefa fácil. Fazer prisioneiros era
inútil a menos que eles pudessem ser movidos, e o Shaido só
poderia ser chamado de descuidado em comparação com os outros
Aiel. Sulin também fora paciente em explicar isso a ele. No entanto,
estava se tornando cada vez mais difícil para ele ser paciente. Por
que Arganda está atrasada? ele rosnou.
Como se a pronúncia do nome do Ghealdan tivesse feito parecer,

Arganda passou pelas abas da entrada; seu semblante parecia uma
escultura em pedra e seus olhos estavam fundos. Aparentemente ele
dormiu tão pouco quanto Perrin. O homem mais baixo usava o
peitoral de prata, mas não o capacete. Ele ainda não tinha se
barbeado esta manhã, e os cabelos grisalhos sombreavam suas
bochechas.
Pendurado em uma de suas mãos enluvadas, uma bolsa de couro

inchada tilintou quando ele a deixou cair sobre a mesa ao lado de
outras duas que já estavam lá.
"Do cofre da rainha," ele disse sarcasticamente. Nos últimos dez

dias, ele dissera pouco que não soasse azedo. O suficiente para
cobrir nossa parte e muito mais. Tive que quebrar a fechadura e
colocar três homens para guardar o baú. É uma tentação até para os
melhores, com a fechadura quebrada.
"Bom, bom", disse Perrin, tentando não soar muito impaciente em

sua voz. Ele não dava a mínima se Arganda tinha que colocar uma
centena de homens em guarda para proteger o cofre de sua rainha.
Sua bolsa era a menor das três e ele teve que coletar até o último
pedaço de ouro e prata que conseguiu encontrar para enchê-la. Ele
jogou o manto sobre os ombros, pegou os três
malas e passou pelo homem em direção à luz plúmbea da manhã.
Para seu desgosto, o acampamento havia assumido uma aparência

mais permanente, embora não tivesse sido de propósito, e não havia
nada que ele pudesse fazer sobre isso.
Muitos dos homens de Two Rivers dormiam em tendas agora, feitas

de lona marrom, remendadas em vez de listradas como as dele, mas
grandes o suficiente para caber oito ou dez homens em cada uma,
com as varas esfarrapadas fincadas na frente da tenda, e os outros
tinham trocaram seus abrigos temporários nos arbustos por
pequenas cabanas feitas de galhos entrelaçados. As lojas e cabanas
estavam, na melhor das hipóteses, em fileiras sinuosas, nada como
as fileiras retas vistas entre os ghealdanos e os mayenianos, mas
ainda tinha um ar de vilarejo, com trilhas e trilhas através da neve
pisada, expondo a terra congelada. Uma cerca de pedra cercava
todas as fogueiras, onde grupos de homens se amontoavam,
envoltos em capas e capuzes para se proteger do frio, esperando o
café da manhã.
Foi o que havia naqueles potes pretos que fizeram Perrin se mexer
naquela manhã. Com tantos homens caçando, as presas estavam se
tornando escassas nas redondezas, e todo o resto estava se
esgotando. Agora saíam para procurar bolotas guardadas pelos
esquilos, para depois moê-las e assim espalhar a aveia, mas era
preciso ter fome para engolir aquele mingau. A maioria dos rostos
que Perrin podia ver olhava ansiosamente para os potes. A última
das carroças passou chacoalhando por uma abertura no anel de
estacas que cercava o acampamento, os motoristas cairhienin
amontoados até as orelhas e curvados em seus assentos como
sacos de lã escuros.
Tudo o que foi carregado nos carrinhos

empilhados no centro do acampamento. Vazios, eles jogavam e
pulavam nos sulcos deixados pelas carruagens anteriores,
avançando em fila indiana até desaparecerem na floresta ao redor.
A aparição de Perrin com Berelain e Arganda atrás dele causou um

rebuliço, embora não entre os homens famintos de Dois Rios. Alguns
lhe deram um aceno cauteloso — um ou dois idiotas fizeram
reverências desajeitadas! —, mas a maioria ainda evitava olhar para
ele quando Berelain estava presente. Idiotas.
Capuzes idiotas! No entanto, havia muitas outras pessoas reunidas a

alguma distância da loja listrada de vermelho, amontoadas nos
caminhos abertos entre as lojas. Um soldado Mayeniano sem
armadura e com uma jaqueta cinza veio correndo com a égua branca
de Berelain e se abaixou para pegar o estribo. Annoura já estava
montada em uma égua esbelta com cabelos muito escuros. Tranças
de contas finas espreitavam da frente de seu capuz e caíam sobre
seu peito; a Aes Sedai deu a impressão de não notar a mulher que
deveria aconselhar. Com as costas rígidas, ele olhou para as tendas
Aiel baixas, onde nada se movia, exceto os finos fios de fumaça que
saíam das aberturas. Gallenne, com seu capacete vermelho, couraça
e tapa-olho, mais do que compensava a falta de atenção da irmã
Tarabonese. Assim que Berelain apareceu, ele gritou uma ordem que
chamou a atenção de cinquenta soldados da Guarda Alada como
estátuas, suas longas lanças adornadas com fitas vermelhas retas, e
enquanto a mulher montava Gallenne gritou outra ordem, em
resposta à qual os homens montaram seus cavalos juntos.
Arganda fez uma careta para as tendas Aiel e outra para os

Mayenians, então caminhou até onde
um número igual de lanceiros Ghealdanos esperava, em armaduras
reluzentes e elmos verdes cônicos; Ele falou baixinho com o cara
que iria liderá-los, um homem magro chamado Kireyin, que Perrin
suspeitava ser de origem nobre pelo olhar altivo atrás das barras de
seu elmo prateado. Arganda era tão baixo que Kireyin teve que se
abaixar para ouvir o que ele dizia; Ver a si mesmo naquela
necessidade fez o rosto do homem mais alto ficar mais gelado. Um
dos soldados atrás de Kireyin carregava um mastro com uma
bandeira com as estrelas de prata de seis pontas de Ghealdan em
um fundo vermelho, em vez de uma lança com fitas verdes, e um
cavaleiro da Guarda Alada carregava o Açor Dourado de Ghealdan.
campo azul.
Aram também estava lá, embora de lado e despreparado para

montar. Vestido com sua jaqueta verde, com o punho de sua espada
saindo de trás de seu ombro, ele compartilhou suas carrancas
ciumentas entre Mayenians e Ghealdans. Quando viu Perrin, sua
carranca ficou carrancuda e ele passou rapidamente pelos homens
de Dois Rios que esperavam o café da manhã.
Ele não parou para se desculpar quando esbarrou em alguém.
Aram tinha ficado cada vez mais suscetível, falando curta ou

provocativamente com todos, exceto Perrin, à medida que os dias
passavam e tudo o que podiam fazer era sentar e esperar.
No dia anterior, ele quase brigou com um par de Ghealdans por

algum motivo, nenhum deles se lembrava muito depois de terem sido
separados, exceto que Aram disse que os Ghealdans não tinham
respeito e os Ghealdans disseram que o menino tinha uma língua
ruim. . Essa foi a razão pela qual o ex-cigano ficou no acampamento
naquela manhã. As coisas já iam ser difíceis o suficiente.
Então Habor sem a necessidade de Aram começar uma briga
quando Perrin não estava assistindo.
"Fique de olho em Aram," ele ordenou em voz baixa enquanto Dannil

lhe trazia seu baio. E fique de olho em Arganda”, acrescentou
enquanto colocava as malas nos alforjes e fechava as fivelas. O
peso da contribuição de Berelain compensou a sua e a de Arganda
combinadas.
Bem, ela tinha motivos para ser generosa. Seus homens estavam
tão famintos quanto os outros. Arganda tem o ar de um homem difícil
pronto para fazer algo estúpido. Ele se contorceu um pouco,

balançando a cabeça para cima e para baixo enquanto Perrin
pegava as rédeas, mas o garanhão rapidamente se acomodou sob
sua mão firme, mas gentil.
Dannil alisou o bigode, que parecia presas, com uma junta

avermelhada pelo frio e olhou para Arganda, depois do que exalou
com força; a respiração tornou-se vaporosa imediatamente.
"Vou ficar de olho nele, Lorde Perrin," ela murmurou enquanto

puxava sua capa para ajustá-la. Mas o que quer que você diga,
estou no comando, assim que você estiver fora de vista, ele não
ouve nada do que digo.
Infelizmente isso era verdade. Perrin teria preferido levar Arganda e

deixar Gallenne, mas nenhum dos dois quis aceitar o acordo. O
Ghealdan admitiu que homens e cavalos começariam a morrer de
fome em breve, a menos que comida fosse encontrada em algum
lugar, mas ele não consentiria em passar um dia mais longe de sua
rainha do que já estava. De certa forma, ele parecia mais
desesperado do que Perrin, ou talvez apenas mais disposto a ceder
ao desespero. Se dependesse dele, Arganda teria se aproximado um
pouco mais do Shaido a cada dia até se encontrar bem debaixo de
seus narizes.
Perrin estava disposto a morrer para libertar Faile. Arganda parecia
prestes a morrer, sem mais delongas.
“Faça o que puder para impedi-lo de fazer algo estúpido, Dannil.
Depois de um momento, ele acrescentou: "Contanto que não envolva

entrar em conflito." Afinal, ele só podia esperar que Dannil segurasse
o cara até certo ponto. Havia três Ghealdans para cada dois homens
de Two Rivers, e Faile nunca seria libertado se eles acabassem se
matando. Perrin quase deitou a cabeça no flanco de . Luz, como
estava cansado, e não via o fim da estrada à sua frente, não
importava para onde
difícil
olhasse.
O lento bater de cascos anunciou a chegada de Masuri e Seonid,

seguidos de perto por seus três Guardiões, seus mantos quase os
fazendo desaparecer e parte de suas montarias. As duas Aes Sedai
estavam vestidas de seda, e sob o manto escuro de Masuri havia um
grosso colar de ouro e outro de pérolas de vários fios. Uma pequena
gema branca pendia acima da testa de Seonid de uma fina corrente
dourada, presa em seu cabelo. Annoura relaxou e se acomodou em
uma postura mais relaxada na sela.
Nas tendas de Aiel, os Sábios observavam uma fila de seis mulheres

altas com a cabeça envolta em xales escuros. Os moradores de So
Habor certamente seriam tão hostis aos Aiel quanto o povo de
Malden, mas até agora Perrin não tinha certeza se os Sábios
deixariam qualquer irmã acompanhá-los. Eles tinham sido a última
razão para esperar.
Sobre as copas das árvores, a borda dourada-avermelhada do sol

começava a espreitar.
"Quanto mais cedo chegarmos lá, mais cedo estaremos de volta",

disse ele enquanto subia na sela. Enquanto eu passava pela
abertura aberta na paliçada para o
carroças, homens de Dos Ríos começaram a repor as estacas que
faltavam.
Cuidado não faltava a ninguém perto da ralé de Masema.
Eram cem passos até a linha das árvores, mas Perrin percebeu o
movimento, alguém a cavalo se esgueirando para as sombras mais
profundas do dossel.
Um dos vigias de Masema, sem dúvida, retornando para relatar ao

Profeta que Perrin e Berelain haviam deixado o acampamento. Por
mais rápido que fosse, não chegaria a tempo. Se Masema quisesse
ele ou Berelain mortos, como parecia provável, teria de esperar por
outra oportunidade.
No entanto, Gallenne não estava disposto a correr riscos. Ninguém

tinha visto o cabelo de Santes ou Gendar, os dois farejadores de
Berelain, desde o dia em que não voltaram do acampamento de
Masema, e para Gallenne essa mensagem era tão clara quanto suas
cabeças em um saco. Ele havia posicionado seus lanceiros em uma
elipse ao redor de Berelain antes de chegarem às árvores. E também
em torno de Perrin, mesmo que por acaso.
Se pudesse, Gallenne teria trazido todos os cavaleiros da Guarda

Alada, talvez novecentos, ou, melhor ainda, convencido Berelain a
não ir. Perrin havia tentado isso também, embora com tão pouco
sucesso quanto ele.
Berelain ouviu o que lhe foi dito, mas depois fez exatamente o que
ele queria.
A falha foi a mesma. Às vezes, um homem não tinha escolha a não

ser aceitá-lo. Quase sempre, já que ele não podia evitar.
As árvores maciças e os afloramentos rochosos surgindo na neve

quebraram a formação, é claro, mas o grupo ainda fez uma visão
colorida na luz fraca da floresta, com as fitas vermelhas
ondulando pelo ar nos raios oblíquos do sol e os cavaleiros de
armadura vermelha desaparecendo momentaneamente atrás dos
imponentes carvalhos e ciprestes. As três Aes Sedai marcharam
atrás de Perrin e Berelain, seguidas por seus Guardiões, todos eles
examinando a folhagem ao redor deles, e então o homem
carregando o estandarte de Berelain. A aparente vastidão da floresta
era enganosa e inadequada para formações de linha e bandeiras
coloridas, mas acrescente a isso as sedas bordadas, pedras
preciosas, uma coroa e Guardiões em suas capas cambiantes e era
uma visão quase imponente.
Perrin teria rido, embora sem muita alegria.
"Quando você for comprar um saco de farinha, use roupas simples

para que o vendedor pense que você não pode pagar mais do que
deveria", disse Berelain, parecendo ter lido seus pensamentos.
Quando você quiser carregar uma carrada inteira de farinha, use
joias para que ela pense que você pode pagar o máximo que ela
conseguir.
Perrin deu uma risada curta apesar de si mesmo.
Parecia muito com algo que Mestre Luhhan dissera uma vez para ele
enquanto lhe dava uma cotovelada nas costelas com o comentário
de que era uma piada e um olhar em seus olhos que indicava que
era algo mais do que isso: Vista-se com roupas ruins quando quiser
um pequeno favor, e com boas roupas quando se quer um
importante». Ele estava muito feliz por Berelain não cheirar mais
como um lobo caçando.
Pelo menos isso tirou uma preocupação dele.
Logo chegaram ao fim da fila de carroças, que já havia parado

quando chegaram à área de Viagens.
Machados e suor haviam removido as árvores rachadas das

calçadas, deixando uma pequena clareira que já estava lotada antes
de Gallenne desdobrar seu anel de fogo.
lanceiros ao redor do perímetro, voltados para fora. Fager Neald, um
dândi murandiano com pontas de bigode engomadas, estava lá,
montado em um castrado com rodas. Sua jaqueta não teria chamado
a atenção de alguém que nunca tinha visto um Asha'man; o outro
que ele tinha era preto também, e pelo menos ele não tinha os
alfinetes no pescoço para marcá-lo como tal. A cobertura de neve
não era profunda, mas os vinte homens de Dois Rios, liderados por
Wil al'Seen, também estavam em seus cavalos em vez de
desmontados para que seus pés não congelassem. Ele parecia
muito mais forte do que quando deixaram Dois Rios com ele, arcos
longos pendurados nas costas, aljavas cheias de flechas e espadas
de vários tipos penduradas em seus cintos.
Perrin esperava poder mandá-los para casa logo, ou melhor ainda,

levá-los ele mesmo para casa.
A maioria deles tinha um cajado de batalha apoiado em suas selas,

mas Tod al'Caar e Flinn Barstere carregavam estandartes, o Lobo
Vermelho de Perrin e a Águia Vermelha de Manetheren. A mandíbula
forte de Tod era teimosa, enquanto Flinn, um sujeito alto e magro de
Watcher's Hill, tinha uma expressão mal-humorada. Ele
provavelmente não se divertiu com sua tarefa, e talvez Tod também
não. Wil deu a Perrin um daqueles olhares francos e inocentes que
enganavam tantas garotas em casa — Wil gostava demais do
bordado em sua jaqueta de férias e adorava passar por aquelas
bandeiras, provavelmente na esperança de que alguma mulher
pensasse que eram dela. — mas Perrin deixou passar.
Apertando o manto como se a brisa suave fosse um vendaval,

Balwer desajeitadamente estalou seu ruão para se aproximar de
Perrin. Dois dos asseclas de Faile o seguiram com expressões
desafiadoras. Os olhos azuis de Medore
eram chocantes em seu rosto Tearian; Claro, sua jaqueta também,
com suas mangas bufantes listradas verdes, ficou estranha nela com
aquele busto enorme. A filha de um Grão-Senhor, ela era uma nobre
por completo, e roupas masculinas não combinavam com ela. Latian,
cairhienin e pálido, com um paletó quase tão escuro quanto o de
Neald, embora adornado com quatro listras vermelhas e azuis na
frente, não era muito mais alto do que ela, e o fato de ele cheirar pelo
nariz afiado de frio e esfregá-lo fez ele parece muito menos
competente. Outra surpresa foi que nenhum deles carregava uma
espada.
"Meu senhor, minha senhora diretora", disse Balwer naquela voz

seca enquanto se inclinava para frente em sua cadeira, como um
pardal balançando a cabeça em um galho. Seus olhos se voltaram
para a Aes Sedai que os seguia, mas esse era o único sinal de que
ele havia notado as irmãs. Meu senhor, lembrei-me que tenho um
conhecido em So Habor, um cuteleiro que viaja com suas
mercadorias, mas ele pode estar em casa e não o vejo há vários
anos. Era a primeira vez que ele mencionava ter um amigo em algum
lugar, e uma cidade perdida no norte de Altara parecia um lugar
peculiar para se ter um, mas Perrin assentiu.
Ele suspeitava que esse suposto amigo fosse mais do que Balwer
disse. Ele estava começando a suspeitar que havia mais no próprio
Balwer do que o homenzinho deixava transparecer.
"E seus companheiros, Mestre Balwer?" O rosto de Berelain estava

sereno sob o capuz forrado de pele, mas ela cheirava divertida. Ela
estava bem ciente de que Faile havia usado seus jovens seguidores
como espiões, e estava convencida de que Perrin estava fazendo o
mesmo.
"Eles queriam sair um pouco, Milady Diretora," o homenzinho ossudo

respondeu com uma voz inexpressiva. eu respondo de
eles, meu senhor. Eles prometeram não causar problemas e é
possível que esta excursão seja instrutiva para eles.
Seu cheiro também era divertido – um cheiro de mofo para ele –

embora com um toque de irritação.
Balwer sabia que Berelain sabia, o que ele não gostava, mas ela
nunca fez um comentário claro sobre isso. Definitivamente havia
mais em Balwer do que ele estava deixando transparecer.
O homem deve ter tido suas razões para levá-los com ele.
Ele conseguiu conquistar todos os jovens seguidores de Faile de

uma forma ou de outra, e os fez ouvir as conversas e assistir entre
os Ghealdans, os Mayenians e até os Aiel. Segundo ele, o que os
amigos faziam ou diziam podia ser tão interessante quanto o que os
inimigos planejavam, e era quando se tinha certeza de que eram
amigos. Claro, Berelain sabia que eles também estavam espionando
seu povo.
E Balwer também sabia que ela sabia disso. E ela sabia que ele...
Ele era muito sofisticado para um ferreiro do interior.
"Estamos perdendo tempo", disse Perrin. Abra o acesso, Neald.
O Asha'man sorriu para ele e acariciou seu bigode grudento
— Neald estava sorrindo demais desde que encontraram o Shaido;

talvez ele estivesse ansioso para testar sua força contra eles - ele
sorriu e gesticulou exageradamente com um mano.
"Como você comanda", ele respondeu alegremente, e a familiar linha

de luz apareceu e se alargou até formar um buraco no ar.
Sem esperar por ninguém, Perrin atravessou um campo coberto de

neve, cercado por um muro baixo de pedra, em uma paisagem de
colinas suavemente onduladas que pareciam quase sem árvores em
comparação com a floresta que ele havia deixado para trás, a
poucos quilômetros de distância.
a alguns quilômetros de So Habor, a menos que Neald tivesse
cometido um erro substancial. Nesse caso, Perrin pensou que
poderia arrancar aquele bigode ridículo. Como ele poderia se sentir
alegre?
No entanto, logo ele estava marchando para o oeste ao longo de

uma calçada sob um céu cinzento de chumbo, as carroças de rodas
altas fazendo barulho atrás dele e as longas sombras do amanhecer
se estendendo à frente. ele puxou as rédeas, querendo galopar, mas
difícil Perrin o manteve em um trote constante, em um ritmo que as
carruagens podiam seguir. Os mayenianos de Gallenne marcharam
pelos campos que ladeavam a calçada para manter a formação do
anel ao redor dele e de Berelain, e isso significava ter que atravessar
os muros baixos de pedra que separavam os campos um do outro.
Alguns tinham portões que ligavam a propriedade de um fazendeiro

a outro, provavelmente para compartilhar os cavalos de tração, e
passavam por eles, e em outros saltavam sobre eles
espetacularmente com alças de lança balançando ao vento,
colocando em risco as pernas de seus cavalos. próprios pescoços.
Na verdade, Perrin se importava menos com o destino de seus
pescoços.
Wil e os dois jovens tolos que carregavam o Lobo Vermelho e a

Águia Vermelha juntaram-se ao porta-bandeira de Mayen atrás das
Aes Sedai e dos Guardiões, mas os outros Dois Rios se espalharam
pelos lados, flanqueando a fila de bigas. Havia muitos deles para ter
menos de vinte homens protegendo-os, mas os motoristas ficariam
aliviados em vê-los. Não que um ataque de bandidos ou Shaido
também fosse esperado, mas ninguém se sentia confortável fora da
proteção do acampamento. De qualquer forma, lá eles seriam
capazes de ver qualquer ameaça muito antes que estivesse sobre
eles.
As colinas baixas e suaves não permitiam ver muito longe, mas era
uma área rural, com casas de pedra com telhados de palha e
celeiros espalhados pelos campos, sem terreno acidentado em
nenhum lugar. Até mesmo a maioria dos pequenos bosques que
cresciam nas colinas foi cortada para lenha. De repente, Perrin
percebeu que, embora a neve na estrada não fosse fresca, os únicos
rastros eram os dos cavaleiros de Gallenne à frente.
Ninguém se movia em nenhuma das casas escuras ou estábulos;

nenhuma fumaça saía das amplas chaminés. O campo parecia
absolutamente silencioso e deserto. Os pelos de sua nuca se
arrepiaram.
Uma exclamação de uma das Aes Sedai o fez olhar para trás, e ele
seguiu a direção que o dedo de Masuri apontava, para o norte, em
direção a uma forma no ar. À primeira vista, poderia ter sido tomado
por um grande morcego deslizando para o leste em suas asas com
nervuras; um morcego estranho com um pescoço comprido e uma
cauda longa e fina balançando atrás dele. Gallenne murmurou uma
maldição e levou o visor ao olho. Perrin teve uma boa visão da
criatura sem ajuda, até mesmo distinguindo a figura de um humano
agarrado às suas costas, montando-o como um cavalo.
"Seanchan", disse Berelain, cuja voz, como sua cheiro, denotava

preocupação.
Perrin virou-se na sela para acompanhar o vôo do animal até que o

brilho do sol nascente o forçou a desviar o olhar.
"Nada que nos preocupe", disse ele. Se Neald tivesse errado, eu o

estrangularia.
26
E ASSIM HABOR
RAcontece que Neald, que teve que ficar para manter o acesso
aberto até que Kireyin e os Ghealdans passassem, colocou o buraco
no ar muito perto do local pretendido. Ele e Kireyin galoparam até
eles no momento em que Perrin subia um cume e freava o cavalo,
com a cidade de So Habor à frente, atravessando um pequeno rio
que atravessava um par de pontes em arco de madeira. Perrin não
era militar, mas soube imediatamente por que Masema deixara
aquele lugar em paz.
Anexada ao rio, a cidade tinha duas enormes muralhas de pedra

pontilhadas de torres, a interna mais alta que a externa. Havia duas
barcaças amarradas a um longo cais que se estendia ao longo do
muro perto do rio, de ponte em ponte, mas seus amplos portões,
reforçados com ferro e trancados, pareciam ser
os únicos acessos naquela grossa parede de pedra cinzenta,
rematada em sua totalidade com ameias. Construído para afastar
nobres vizinhos gananciosos, So Habor não teria nada a temer da
multidão do Profeta, mesmo aos milhares. Qualquer um que tentasse
forçar sua entrada naquela cidade precisaria de máquinas de cerco e
paciência, e Masema se sentia mais confortável aterrorizando
cidades e vilarejos que não tinham muros ou defesas.
"Bem, que alegria ver pessoas em cima daquelas paredes", disse

Neald. Eu estava começando a pensar que todos nesta área
estavam mortos e enterrados. Seu tom era apenas meio humorístico,
e seu sorriso parecia forçado.
"Enquanto eles estiverem vivos para nos vender grãos..."
Kireyin murmurou em sua voz entediada e nasal.
Ele desabotoou seu elmo prateado de plumas brancas e o colocou

no alto pomo de sua sela. Seus olhos passaram por Perrin e se
detiveram brevemente em Berelain antes de se voltar para a Aes
Sedai para se dirigir a eles no mesmo tom carregado de tédio.
Vamos ficar aqui ou continuar?
Berelain ergueu uma sobrancelha em um olhar perigoso, como

qualquer homem com meio cérebro teria notado.
Kireyin não percebeu.
Perrin sentiu os cabelos da nuca começarem a se arrepiar a cada

poucos minutos, ainda mais desde que avistaram a cidade.
Talvez fosse apenas a parte de lobo dele que não gostava de

paredes, mas ele duvidava.
As pessoas em cima do muro apontavam o dedo para eles e alguns

os observavam através de óculos. Pelo menos estes seriam capazes
de distinguir claramente os estandartes, mas todos seriam capazes
de ver claramente os soldados, as tiras das lanças esvoaçando na
brisa da manhã. E os primeiros carros da fila que se estendia pela
estrada,
fora de sua vista. Talvez todos os fazendeiros estivessem lotados na
cidade.
"Nós não viemos aqui para ficar presos", disse ele.
Berelain e Annoura haviam planejado como abordar So Habor. O

senhor ou senhora local teria ouvido falar dos ataques de Shaido a
alguns quilômetros ao norte de sua posição, e também poderia saber
da presença do Profeta em Altara. Uma coisa ou outra seria
suficiente para qualquer um errar por precaução; os dois juntos
seriam suficientes para as pessoas atirarem flechas antes de
perguntar quem. De qualquer forma, era altamente improvável que
eles recebessem soldados estrangeiros e os deixassem passar pelos
portões neste momento. Os lanceiros permaneciam espalhados ao
longo da elevação, uma demonstração de que os visitantes tinham
uma tropa armada mesmo que não quisessem usá-la. Não que So
Habor fosse ficar impressionado com uma centena de homens, mas
a armadura polida dos Ghealdanos e a armadura vermelha dos
Guardas Alados indicavam que os visitantes não eram vagabundos
trapaceiros. Os homens de Dois Rios não impressionariam ninguém
até usarem seus arcos, então eles ficaram para trás com as
carruagens para manter o ânimo dos condutores.
Era tudo estupidez complexa, ostentação e fingimento, mas Perrin

era um ferreiro de campo, não importa o quanto ele fosse chamado
de meu senhor. O Prime de Mayene e uma Aes Sedai eram os que
deveriam saber como agir em tal situação.
Gallenne desceu a encosta em direção ao rio em um ritmo lento, seu

elmo carmesim brilhante apoiado na sela, as costas muito retas.
Perrin e Berelain seguiram um pouco atrás, com Seonid entre eles e
Masuri e Annoura de cada lado, as Aes Sedai com os capuzes
jogados para trás para que qualquer um nas paredes pudesse vê-los.
e sabia reconhecer os rostos atemporais que Aes Sedai podia ver os
três. As Aes Sedai eram bem-vindas em quase todos os lugares,
mesmo onde as pessoas prefeririam o contrário. Atrás deles
marchavam os quatro porta-estandartes, com os Guardiões
espalhados pelo meio usando suas capas que confundiam os olhos.
E Kireyin com seu elmo reluzente descansando em sua coxa, sua
boca carrancuda por ser relegado a cavalgar com os Guardiões, e
olhares altivos para Balwer, que seguia atrás com seus dois
companheiros. Ninguém lhe disse que ela poderia ir, mas ninguém
lhe disse que ela também não podia. Ele assentiu cada vez que o
nobre olhava para ele, então continuou a estudar as muralhas da
cidade à frente.
Perrin não conseguia afastar a sensação de desconforto ao se

aproximarem da cidade. Os cascos dos cavalos ecoaram com um
ruído surdo quando eles entraram na ponte mais ao sul, uma
estrutura ampla que se erguia acima do rio que fluía rapidamente, de
modo que uma barcaça como as amarradas no cais poderia segurá-
la. Nenhum dos dois barcos largos e chatos estava pronto para
montar um mastro. Um deles estava um pouco submerso na água e
encostado nas cordas de amarração esticadas, e o outro também
parecia abandonado. Um odor pungente e fétido flutuando no ar o
fez esfregar o nariz. Ninguém mais pareceu notar.
Perto do final da ponte, Gallenne parou. Os portões fechados,

reforçados com tiras de ferro preto com mais de trinta centímetros de
largura, o teriam obrigado a parar de qualquer maneira.
"Ouvimos falar dos problemas que assolam esta terra", ele gritou
para os homens no topo do muro,
conseguindo fazer suas palavras soarem formais, apesar de falar a
plenos pulmões, "mas estamos apenas de passagem e estamos aqui
para negociar, não causar problemas".
Queremos comprar grãos e outras coisas que precisamos, não

brigar. Tenho a honra de anunciar a Berelain sur Paendrag Paeron,
Chefe de Mayene pela Graça da Luz, Defensor das Ondas, Distinto
Chefe da Casa Paeron, que deseja falar com o senhor ou senhora
desta terra. Tenho a honra de anunciar Perrin t'Bashere Aybara… —
Ele acrescentou
Senhor de Dois Rios e alguns outros títulos Perrin tinha tão pouco
direito quanto o primeiro e nunca tinha ouvido falar antes, e então ele
passou a apresentar a Aes Sedai com o título honorífico completo e
adicionando seu Ajah. Foi realmente um recital impressionante.
Quando ele terminou, houve apenas silêncio.
No alto das ameias, homens de rosto sujo trocavam olhares vazios e

murmúrios rápidos enquanto brincavam nervosamente com bestas e
bastões de combate. Apenas alguns usavam capacetes e algum tipo
de armadura. A maioria usava jaquetas toscas, mas Perrin pensou
ter visto em uma delas o que poderia ser seda sob uma camada de
sujeira. Não era fácil distinguir com tanta lama seca.
"Como sabemos que você está vivo?" uma voz rouca finalmente
gritou de volta.
Berelain piscou surpreso, mas ninguém riu. Foi estúpido, mas

mesmo assim Perrin sentiu os pelos da nuca se arrepiarem.
Algo estava muito errado ali. A Aes Sedai não pareceu notar nada.
Claro, as Aes Sedai podiam esconder qualquer coisa por trás de
suas máscaras impassíveis de serenidade fria. As contas nas
tranças de Annoura tilintaram quando a mulher balançou a cabeça.
Masuri lançou um olhar frio para os homens na parede.
"Se eu tiver que provar que estou viva, você vai se arrepender,"
Seonid disse em seu forte sotaque Cairhienin, um pouco mais

acalorado do que seu rosto sugeria. E se continuar apontando essas
bestas para mim, vai se arrepender ainda mais. Vários homens se
esforçaram para erguer as bestas que seguravam para mirar em
direção ao céu. Mas nem todos.
Houve mais sussurros ao longo da parede, mas alguém deve ter

reconhecido a Aes Sedai. Finalmente, as portas se abriram em
enormes dobradiças enferrujadas. Um fedor repulsivo saiu da cidade,
o mesmo que Perrin já havia cheirado, mas mais forte.
Lama velha e suor, lixo podre, penicos há muito vazios. As orelhas

de Perrin tentaram cair para trás.
Gallenne ergueu o elmo pela metade como se fosse colocá-lo de

volta antes de empurrar seu cavalo para os portões. Perrin bateu
difícil
os calcanhares para ir para trás enquanto soltava o grampo que

prendia o
machado ao cinto.
Do outro lado das portas, um homem sujo com uma jaqueta rasgada
bateu na perna de Perrin com o dedo indicador, depois se afastou
rapidamente com uma mordida. O cara tinha sido solta e sua
difícil gordo
pele
uma vez,
pendurada.
mas agora sua jaqueta estava

"Eu só queria ter certeza," ele resmungou enquanto coçava
distraidamente. Meu senhor — acrescentou ele com um momento de
atraso. Seus olhos pareciam focar no rosto de Perrin pela primeira
vez, e os dedos com os quais ele estava coçando de repente
congelaram. Afinal, olhos dourados não eram comuns.
"Você vê muitos mortos-vivos?" Perrin perguntou ironicamente na

tentativa de fazer uma piada
enquanto acaricia o pescoço da castanha. Um cavalo de guerra
treinado queria ser recompensado por proteger seu cavaleiro.
O cara se encolheu como se o cavalo tivesse mostrado os dentes

para ele novamente; sua boca se torceu em um sorriso quando o
homem deu um passo para o lado.
Até que ele encontrou a égua de Berelain. Gallenne estava bem

atrás dela, ainda parecendo que ia colocar o capacete enquanto
tentava olhar em seis direções ao mesmo tempo com seu único olho.
"Onde está seu senhor ou senhora?" exigiu o diretor impaciente.

Mayene era uma nação pequena, mas Berelain não estava
acostumada a ser ignorada. Todos os outros parecem sem palavras,
mas ouvi você usar sua língua. E bem? Fala, cara.
O cara olhou para ela, lambendo os lábios.
"Lorde Cowlin... Lorde Cowlin está... fora da cidade, minha senhora."

Seus olhos foram para os de Perrin, então rapidamente se
afastaram. Os comerciantes de grãos… Você quer falar com eles.
Eles sempre podem ser encontrados em La Gabarra Dorada. Por ai.
Ele ergueu a mão, apontando vagamente para a cidade, depois saiu
correndo, olhando por cima do ombro como se tivesse medo de ser
seguido.
"Acho que devemos procurar em outro lugar", comentou.
Perrin. Aquele cara estava assustado com mais do que apenas olhos
dourados. O lugar parecia... torto.
"Já estamos aqui e não há outro lugar", disse Berelain com

naturalidade. Com a peste, Perrin não conseguia sentir o cheiro de
seus eflúvios; ela teria que se contentar com o que ouviu e viu, e o
rosto da mulher estava tão calmo quanto o de uma Aes Sedai. Eu
estive em cidades que cheiravam pior do que isso,
Perrin. Uau sim. E se esse Lorde Cowlin não estiver aqui, não será a
primeira vez que negociei com mercadores. Você realmente não
acredita que eles viram os mortos andarem, acredita?
O que pode ser um homem que diz uma coisa dessas senão um
tolo?
De qualquer forma, os outros começavam a entrar pelas portas,

embora agora o fizessem sem a ordem mantida durante a
aproximação. Ivierno e Alharra seguiam logo atrás de Seonid como
dois cães de guarda, um de pele clara, o outro de pele escura, e
ambos prontos para cortar gargantas em um piscar de olhos. Eles
perceberam a atmosfera de So Habor. Kirklin, cavalgando ao lado de
Masuri, parecia determinado a não esperar nem por aquele piscar de
olhos; sua mão repousava no punho de sua espada. Kireyin cobriu o
nariz com a mão e a expressão em seus olhos parecia dizer que
alguém iria pagar por forçá-lo a cheirar isso. Medore e Latian não
pareciam estar se sentindo muito bem, mas Balwer apenas olhou em
volta, inclinando a cabeça, e então os levou para uma rua estreita
que levava ao norte. Como Berelain havia dito, eles já estavam lá.
As faixas coloridas pareciam completamente deslocadas para Perrin

enquanto ele caminhava pelas ruas sinuosas e lotadas da cidade.
Alguns eram bastante largos para o tamanho de So Habor, mas
pareciam apertados, como se os prédios de pedra de ambos os
lados fossem mais altos do que os dois ou três andares que
realmente eram e estivessem prestes a desabar sobre sua cabeça,
pois se isso não bastasse A imaginação também fazia as ruas
parecerem sombrias. O céu não estava tão escuro. Muita gente lotou
o pavimento sujo dos trilhos, mas não o suficiente para justificar a
ausência dos moradores de todas as fazendas
abandonados na área, e todos andavam rápidos, de cabeça baixa.
Mas não com a diligência de quem vai para um lugar, mas com a de
quem quer sair o mais rápido possível. Ninguém olhou para ninguém.
E, embora tivessem um rio praticamente à sua porta, também
haviam esquecido como era se lavar. Perrin não viu um único rosto
sem uma camada de sujeira ou uma roupa que não parecesse ter
sido usada por uma semana inteira e trabalhada nela; e na lama. A
praga piorou à medida que se aprofundavam na cidade. Perrin supôs
que a gente acaba se acostumando com qualquer coisa. O pior,
porém, era a quietude.
As aldeias às vezes eram silenciosas, embora não tão silenciosas

quanto os bosques, mas em uma cidade havia sempre um murmúrio
fraco, o barulho de mercadores fazendo negócios e pessoas
cuidando de seus negócios. Então Habor nem sussurrou; ele mal
respirava.
Conseguir direções mais precisas provou ser difícil, pois a maioria

das pessoas se afastava se falassem, mas finalmente eles
desmontaram em frente a uma pousada de aparência próspera, um
prédio de três andares de pedra cinzenta. a fachada onde se lia o
nome: La Gabarra Dorada. Havia até um toque de ouro nas letras do
letreiro, assim como na pilha de grãos que aparecia na barca,
descoberta, como se jamais fosse embarcada.
Nenhum cavalariço saiu do estábulo anexo à pousada, então os

porta-estandartes tiveram que cuidar de segurar os cavalos, uma
tarefa que não os agradou. Tod estava tão concentrado em observar
a confusão de pessoas sujas passando por ele enquanto acariciava
o punho de sua espada curta que quase pegou dois de seus dedos
enquanto segurava as rédeas.
difícil
O Mayean e o Ghealdan pareciam querer erguer lanças em vez de
estandartes. Os olhos de Flinn estavam arregalados. Apesar do sol
da manhã, a luz parecia... sombria. Entrar na estalagem não
melhorou as coisas.
À primeira vista, a sala comum confirmava a prosperidade do

negócio, com mesas redondas e cadeiras polidas em vez de bancos
sob um teto alto de vigas maciças. As paredes tinham pinturas de
campos de cevada, aveia e milheto amadurecendo sob um sol
escaldante; Na lareira esculpida da ampla lareira de pedra branca
havia um relógio pintado de cores vivas. A lareira, no entanto, estava
escura e a temperatura era quase tão fria quanto lá fora. O
relógio parou e o polimento da caixa estava opaco. Uma camada de

poeira cobriu tudo. Os únicos ocupantes da sala eram seis homens e
cinco mulheres reunidos em torno de uma mesa oval, maior que as
demais, no centro da sala.
Quando Perrin e os outros entraram, um dos homens pulou de pé

com uma maldição, o rosto pálido sob a camada de terra seca. Uma
mulher rechonchuda com longos cabelos oleosos levou a taça de
estanho aos lábios e tentou engolir tão rápido que o vinho escorreu
pelo queixo. Perrin pensou que talvez fossem seus olhos. Pode ser.
"O que aconteceu nesta cidade?" Annoura perguntou com firmeza,

jogando para trás sua capa como se houvesse um bom fogo
queimando na lareira.
O olhar calmo que passou por todos os que estavam sentados à

mesa os deixou paralisados. Foi então que Perrin percebeu que nem
Masuri nem Seonid o seguiram para dentro. Duvidava muito que
tivessem ficado esperando na rua com os cavalos. Quem sabe o que
eles e seus Guardiões estavam fazendo.
O homem que havia se levantado segurou a gola de sua jaqueta com
o dedo. A roupa tinha sido um pano azul fino, com uma fileira de
botões dourados de cima a baixo, mas parecia que o cara estava
jogando comida em si mesmo por um tempo agora. Talvez mais
comida do que ele havia comido. Sua pele pendia também.
"O-o que aconteceu, Aes Sedai?" -engasgando.
"Cala a boca, Miguel! disse uma mulher emaciada apressadamente.

Seu vestido escuro tinha bordados na gola alta e nas mangas, mas a
lama obscurecia as cores claramente.
Seus olhos eram como poços, tão fundos. O que te faz pensar que
algo aconteceu, Aes Sedai?
Annoura teria respondido, mas Berelain deu um passo à frente

quando a Aes Sedai abriu a boca.
"Estamos procurando os comerciantes de grãos", disse ele.
A expressão de Annoura não mudou, mas a mulher fechou a boca

com um estalo alto.
As pessoas reunidas à mesa trocaram longos olhares.
A mulher esquelética olhou para Annoura por um momento, então

seu olhar mudou para Berelain; era evidente que ele notou as sedas
e as gotas de fogo. E na cabeceira.
Ela abriu a saia em um arco.
“Nós somos a Guilda Comercial de So Habor, minha senhora.
O que sobrou de...” Ela parou, inalando profunda e trêmula. Eu sou

Rahema Arnon, minha senhora. O que podemos lhe servir?
Os mercadores pareceram se animar um pouco ao saber que seus

visitantes tinham vindo atrás de grãos e outras coisas que podiam
fornecer, como óleo de cozinha e lamparina, feijão, agulhas e pregos
para ferraduras, tecidos, velas e uma dúzia de outras coisas que
podiam fornecer.
Eles eram necessários no acampamento. Pelo menos eles não
pareciam mais tão assustados. Qualquer comerciante comum que
ouvisse a lista enumerada por Berelain teria dificuldade em não sorrir
avidamente, mas esse grupo...
A Sra. Arnon pediu ao estalajadeiro que lhes trouxesse vinho
- o melhor, e rápido, rápido - mas quando uma mulher de nariz

comprido enfiou a cabeça hesitantemente na sala comunal, a Sra.
Arnon teve que correr até ela e agarrá-la pelos braços. a manga suja
para que não desaparecesse novamente. O cara da jaqueta
manchada chamou alguém chamado Speral para trazer as garrafas
de amostra; mas, depois de repetir a chamada três vezes sem obter
resposta, ele riu nervosamente e correu para a sala dos fundos, só
para voltar em um momento segurando três grandes recipientes
cilíndricos de madeira em seus braços, que deixou cair sobre a
mesa. Os outros — homens com rostos gordurosos e mulheres se
coçando sem parecer notar — exibiam um repertório de sorrisos
nervosos enquanto se curvavam para Berelain e lhe ofereciam um
assento à cabeceira da mesa oval.
Perrin enfiou as luvas debaixo do cinto e ficou ao lado de um dos

murais, observando.
Eles concordaram em deixar a negociação para Berelain. Ela

admitira a contragosto que ele sabia mais sobre cavalos do que ela,
mas em vez disso ela havia negociado acordos envolvendo a venda
de vários anos de pescados de pregos. Annoura sorriu
maliciosamente com a sugestão de que um garoto do campo
cabeça-de-vento estivesse envolvido nisso. Ele não o chamava
assim – ele poderia chamá-lo de “meu senhor” tão facilmente quanto
Masuri ou Seonid – mas era óbvio que ele considerava algumas
coisas muito além de seus meios. levante-se agora
atrás de Berelain, ele não sorria e estudava os mercadores como se
quisesse memorizar seus rostos.
O estalajadeiro trouxe vinho em taças de estanho que tinham visto

um pano de polimento pela última vez semanas, senão meses atrás,
mas Perrin apenas olhou para o vinho e o girou. A Sra. Vadere, a
estalajadeira, tinha sujeira sob as unhas, e a sujeira se incrustou em
seus dedos como parte de sua pele. Perrin notou que Gallenne, de
pé na parede oposta com uma mão no punho de sua espada, estava
segurando sua taça também, e Berelain nem sequer tocou na dele.
Kireyin cheirou seu vinho, bebeu até esvaziar o copo e pediu à Sra.
Vadere que lhe trouxesse uma jarra.
"Um pouco de caldo encorpado, para dizer o melhor que você tem",
disse à mulher com sua voz anasalada, sem tirar os olhos do vinho,
"mas vai ajudar a passar o fedor."
A mulher olhou para ele sem expressão, depois levou uma caneca
alta para a mesa sem dizer uma palavra. Kireyin pareceu interpretar
seu silêncio como respeito.
Mestre Crossin, o sujeito do casaco manchado de comida,

desatarraxou as tampas dos recipientes de madeira e derramou
amostras dos cereais descascados que eles tinham para oferecer,
fazendo pequenos montes sobre a mesa: painço amarelo, aveia
marrom, cevada um tom de marrom ... algo mais escuro. Não deve
ter chovido antes da colheita.
"Melhor qualidade, como você pode ver", disse ele.
-Sim o melhor. O sorriso desapareceu do rosto da Sra. Arnon, e ela

se forçou a sorrir novamente. Vendemos apenas o melhor.
Para as pessoas que promoviam seus produtos como os melhores,

eles não pareciam se esforçar muito para negociar e pechinchar.
Perrin tinha visto homens e mulheres em Dois
Rios vendendo fardos de lã e tabaco para mercadores de Baerlon e
sempre desdenhando ofertas de compradores; às vezes eles
protestavam que os comerciantes estavam tentando levá-los à
falência, embora o preço fosse o dobro do ano anterior, ou chegavam
a sugerir que eles poderiam esperar até o próximo ano para vender
tudo. Era uma dança tão complexa quanto qualquer outra em um
feriado.
"Acho que podemos baixar ainda mais o preço para uma quantidade
tão grande", disse um careca a Berelain, coçando a barba grisalha.
Era curto e gorduroso o suficiente para grudar em sua pele. Perrin
sentiu vontade de se coçar só de ver o cara fazer isso.
"Foi um inverno rigoroso", a mulher de rosto redondo murmurou.

Apenas dois dos outros mercadores se preocuparam em franzir a
testa para ela.
Perrin largou o copo em uma mesa próxima e caminhou até o grupo

reunido no centro da sala. Annoura deu-lhe um olhar intenso e de
advertência, mas vários dos mercadores olharam para ele com
curiosidade. E com suspeita. Gallenne tinha feito as apresentações
novamente, mas essas pessoas não sabiam exatamente onde
Mayene estava ou quão poderosa ela era, e para eles Dois Rios não
significava nada além de um bom tabaco.
O tabaco Dos Ríos era famoso em todos os lugares. Se não fosse a

presença de uma Aes Sedai, seus olhos poderiam tê-los assustado.
Todos ficaram em silêncio enquanto Perrin pegava um punhado de
painço, as pequenas esferas lisas e de um amarelo profundo na
palma da mão. Aquele grão foi a primeira coisa limpa que ele viu na
cidade. Largando o punhado de painço de volta na mesa, ele
alcançou a tampa de um dos recipientes. O
fio cortado na madeira não estava gasto. A capa

encaixa muito bem. A Sra. Arnon desviou os olhos dos dele e lambeu
os lábios.
"Quero ver os grãos nos armazéns", disse Perrin. Metade das

pessoas na mesa tremeu. A Sra. Arnon sentou-se com um ar
ofendido.
Não vendemos o que não temos. Você pode assistir nossos

trabalhadores carregando cada saco em seus carrinhos, se você
quiser passar horas no frio.
— Eu ia sugerir uma visita a um armazém — disse Berelain,

levantando-se, tirando as luvas do cinto e começando a calçá-las. Eu
nunca compraria grãos sem ver a loja.
A Sra. Arnon vacilou. O careca apoiou a cabeça na mesa.
Mas ninguém falou.
Os mercadores desanimados não se preocuparam em recolher suas

capas antes de levá-los para a rua. O ar soprava mais forte, frio
como só um vento de fim de inverno poderia ser, quando as pessoas
já pensavam na primavera, mas não pareciam notar. A maneira
como ele curvava os ombros não tinha nada a ver com o frio.
"Vamos agora, Lorde Perrin?" Flinn perguntou ansiosamente quando

Perrin e os outros apareceram. Este lugar me faz querer tomar um
banho. Annoura lançou-lhe um olhar tal ao passar por ele que o fez
encolher-se como qualquer um dos mercadores e Flinn tentou um
sorriso apaziguador, mas foi um gesto forçado e tarde demais, já que
a mulher o havia deixado para trás.
"O mais rápido possível", respondeu Perrin.
Os mercadores caminhavam rapidamente pela rua, de cabeça baixa

e sem olhar para ninguém. Berelain e Annoura conseguiram segui-
los sem pressa, como se estivessem deslizando, um tão
autoconfiante quanto o outro, duas grandes damas passeando.
andando sem se preocupar com a sujeira no chão, ou o fedor no ar,
ou as pessoas sujas que olhavam para eles e às vezes corriam o
mais rápido que podiam. Gallenne tinha acabado de colocar o elmo e
segurava visivelmente o punho da espada com as duas mãos, pronto
para desembainhá-la. Kireyin estava com o capacete apoiado no
quadril, a outra mão ocupada com a taça de vinho. Ele lançou
olhares desdenhosos para as pessoas que passavam apressadas e
cheiraram o vinho como se fosse um ungüento para combater o
fedor da cidade.
Os armazéns estavam localizados em uma rua pavimentada, pouco

mais larga que uma carroça, entre as duas muralhas da cidade. O
cheiro não era tão ruim aqui, perto do rio, mas a rua varrida pelo
vento estava deserta, exceto por Perrin e os outros.
Não havia sequer um cão vadio à vista. Os cães desapareciam

quando uma cidade passava fome, mas por que uma cidade com
grãos para vender passaria fome?
Perrin apontou para um armazém aleatório de dois andares como

qualquer outro, um prédio de pedra sem janelas com um par de
portas largas de madeira mantidas fechadas por uma barra tão
grossa e sólida quanto as vigas da Barca Dourada.
De repente, os mercadores se lembraram de que haviam esquecido

de trazer homens para levantar as barras e se ofereceram para ir
buscá-las. Lady Berelain e Annoura Sedai podiam descansar em
frente à chaminé da Barca Dourada enquanto os trabalhadores se
reuniam. Eles tinham certeza de que a Sra. Vadere começaria um
incêndio. Todos ficaram em silêncio quando Perrin alcançou sob a
madeira grossa e a levantou dos suportes de madeira. A barra era
pesada, mas ele recuou carregado com ela para dar espaço para
ela, virou-a e deixou-a cair na rua com um estrondo. O
mercadores olharam para ele. Provavelmente era a primeira vez que
viam um homem em roupas de seda fazer algo que pudesse ser
chamado de trabalho.
Kireyin revirou os olhos e cheirou o vinho novamente.
"Lanternas", disse a Sra. Arnon fracamente.
Vamos precisar de lanternas ou tochas. Sim…
Uma bola de fogo parecia flutuar acima da mão de Annoura; lançava

luz suficiente na manhã plúmbea para que as pessoas lançassem
uma sombra tênue no pavimento de pedra e nas paredes. Alguns
mercadores protegiam os olhos com as mãos. Depois de um
momento, Mestre Crossin puxou uma argola de ferro e abriu os
portões.
O cheiro lá dentro era o familiar aroma pungente de cevada, quase

forte o suficiente para abafar o fedor da cidade; já outra coisa.
Formas pequenas e escuras corriam nas sombras além da luz
projetada pela esfera de Annoura. Perrin poderia ter visto melhor
sem ele, ou poderia ter percebido algo no escuro. A esfera brilhante
irradiava uma grande piscina de luz e isolava o que estava além.
Perrin cheirava a gatos, mais selvagens do que domesticados. E
também ratos. Um guincho repentino na escuridão nos fundos do
armazém, que foi abruptamente interrompido, indicou o encontro de
gato e rato. Sempre havia ratos nos celeiros e gatos que os
caçavam; era algo normal e, portanto, reconfortante. Quase o
suficiente para acalmar sua inquietação. Quase. Cheirava como
outra coisa e era um cheiro que ele deveria reconhecer. Um bufo
feroz na parte de trás do armazém se transformou em crescentes
uivos de dor que cessaram abruptamente.
Aparentemente, os ratos So Habor às vezes invertem os papéis de

presa e caçador. Os pelos da nuca de Perrin se eriçaram novamente,
mas certamente não havia nada ali que o Escuro queria que ele
visse.
espião A maioria dos ratos eram apenas isso, ratos.
Não demorou muito para entrar no armazém. Sacos ásperos

enchiam o espaço escuro, empilhados no alto de paletes de madeira
para isolá-los do chão de pedra. Filas e mais fileiras de pilhas
empilhadas quase até o teto, e provavelmente o mesmo no nível
superior. Mesmo que não fosse, aquele prédio armazenava grãos
suficientes para alimentar seu povo por semanas. Ele foi até a pilha
mais próxima, enfiou a faca em um dos sacos e cortou as fibras
grossas de juta. Uma torrente de grãos de cevada derramou da
fenda. E, claramente visível à luz da esfera radiante de Annoura,
cintilantes manchas pretas. Gorgulhos.
Quase tantos quanto grãos de cevada. Seu cheiro era mais intenso
que o do cereal. Gorgulhos. Eu gostaria que o cabelo em sua nuca
parasse de se levantar a cada poucos minutos. O frio deveria ter sido
suficiente para matar os gorgulhos.
Aquele saco era a prova e seu nariz agora identificava o cheiro de

gorgulho, mas ele foi para outro saco, e depois outro, e outro,
rasgando-os com a faca. Todos eles derramaram uma torrente de
cevada escura e gorgulhos pretos.
Os mercadores estavam amontoados na porta, suas silhuetas

recortadas contra a luz do lado de fora, mas a esfera brilhante de
Annoura iluminou seus rostos em profundo relevo. rostos
preocupados. Rostos de desespero.
"Ficaríamos felizes em peneirar todos os sacos que vendemos",

disse a Sra. Arnon, hesitante. Por apenas um pequeno custo
adicional…
"Pela metade do último preço que ofereci," Berelain a interrompeu

bruscamente, franzindo o nariz em desgosto e levantando as saias
para afastá-la dele.
os gorgulhos correndo entre os grãos de cevada. Você nunca seria
capaz de removê-los todos.
"E sem sacos de milho", acrescentou Perrin severamente.
Seus homens precisavam de comida, assim como os soldados, mas

os grãos de milho eram um pouco maiores que os gorgulhos.
Não importa o quanto eles os peneirassem, o resultado seria o

mesmo peso de grãos que os gorgulhos. Em vez de painço, vamos
levar mais feijão. Mas você também terá que jogá-los fora.
De repente, ouviu-se um grito da rua. Não gato ou rato, mas um

homem aterrorizado. Perrin nem percebeu que havia sacado o
machado até encontrar a maçaneta em sua mão enquanto
empurrava os mercadores para longe da porta. Eles se amontoaram,
lambendo os lábios e nem tentando ver quem havia gritado.
Kireyin estava de costas para a parede de um armazém do outro

lado da rua; seu capacete brilhante com a pluma branca apareceu
caído no chão, ao lado da taça de vinho. A espada do homem estava
meio desembainhada, mas ele parecia petrificado, olhando com os
olhos arregalados para a parede do prédio de onde Perrin acabara
de sair. Perrin tocou seu braço e Kireyin pulou sobressaltado.
"Havia um homem", disse o Ghealdan incerto. Estava bem ali. Ele

olhou para mim e...” Ele esfregou a mão no rosto. Apesar do frio, sua
testa brilhava de suor. Passou pela parede. Fez.
Você tem que acreditar em mim. Alguém gemeu; um dos

mercadores, acreditava Perrin.
"Eu também vi o homem", disse Seonid atrás dele, e então foi Perrin
quem pulou. Seu nariz era inútil neste lugar!
Dando uma última olhada na parede que Kireyin havia apontado, a
Aes Sedai se afastou dela com óbvia relutância. Seus Guardiões
eram homens altos e a diminuíam, mantendo distância suficiente
para lhe dar espaço para desembainhar suas espadas. Embora
Perrin não tivesse ideia do que os Guardiões de olhos severos iriam
lutar, se chegasse a isso, se Seonid estivesse falando sério.
"É difícil para mim mentir, Lorde Perrin," Seonid disse secamente
quando ele expressou sua dúvida, mas seu tom era
instantaneamente tão sério quanto seu rosto; o olhar em seus olhos
era tão intenso que por si só começou a enervar Perrin. Os mortos
caminham por So Habor. Lord Cowlin fugiu da cidade com medo do
espírito de sua esposa.
Aparentemente, havia dúvidas sobre como ela morreu. Raro é o

homem ou mulher nesta cidade que não viu um morto-vivo e muitos
viram mais de um.
Alguns dizem que há pessoas que morreram pelo toque de uma

pessoa morta. Não pude verificar isso, mas há pessoas que
morreram de medo e outras de susto. Ninguém sai à noite em So
Habor, ou entra num quarto sem avisar. As pessoas atacam sombras
e qualquer coisa inesperada com a primeira coisa à mão e às vezes
encontram um marido, esposa ou vizinho morto a seus pés. Isso não
é histeria em massa ou um conto para assustar crianças, Lorde
Perrin. Nunca ouvi falar de nada parecido, mas é real. Você tem que
deixar um de nós aqui para fazer o que pudermos.
Perrin balançou a cabeça lentamente. Ele não podia se dar ao luxo

de perder uma Aes Sedai se quisesse libertar Faile. A Sra. Arnon
desatou a chorar.
"Então Habor terá que enfrentá-la morto sozinho", disse ela entre
soluços.
No entanto, o medo dos mortos explicava apenas parte do que
estava acontecendo lá. Talvez as pessoas estivessem com muito
medo de pensar em se lavar, mas não parecia provável que o medo
afetasse a todos dessa maneira. E gorgulhos prosperando no
inverno, no frio congelante? Havia algo muito pior em So Habor do
que espíritos andando, e seus instintos lhe diziam para dar o fora
dali, sem olhar para trás. Eu gostaria de poder ter feito isso.
27
O QUE DEVERIA SER FEITO
O trabalho de joeiração foi realizado na margem nevada do rio

euleste, onde nenhum obstáculo detinha o cortante vento norte.
Homens e mulheres da cidade carregavam sacos pelas pontes em
carroças de quatro cavalos e carroças de um cavalo, e até mesmo
com carrinhos de mão desenhados à mão. Geralmente os
compradores levavam seus próprios carrinhos para os armazéns ou,
na pior das hipóteses, os grãos e os feijões secos tinham de ser
transportados apenas para o cais, mas Perrin não estava disposto a
enviar seus motoristas para So Habor.
Ou para qualquer outro seu, disse fora de sintonia. O que quer que
afligisse aquela cidade poderia ser contagioso.
Além disso, os motoristas já estavam bastante nervosos, franzindo a

testa para os vizinhos imundos, que não diziam uma palavra, mas
riam com vontade.
nervosismo quando o dele
olhos
acidentalmente esbarrou no de
alguém. A imagem apresentada pelos mercadores carrancudos que

supervisionavam o trabalho não era melhor. Na Cairhien nativa dos
carroceiros, os mercadores eram pessoas limpas e respeitáveis, pelo
menos na superfície, que raramente vacilavam só porque viam
alguém se mover com o canto do olho. Entre los mercaderes, con su
tendencia a observar con recelo a cualquiera que no conocieran, y
los vecinos, que arrastraban los pies de regreso por los puentes,
obviamente reacios a volver tras las murallas de su ciudad, los
conductores de los carros tenían los nervios de ponta. Eles estavam
reunidos em pequenos grupos, homens e mulheres de pele clara em
roupas escuras segurando os cabos de suas facas e olhando para os
aldeões mais altos como se fossem assassinos insanos.
Perrin cavalgava lentamente de um lado para o outro em seu cavalo,

de olho no trabalho de joeirar, examinando a fila de carroças que se
estendia até o topo da colina e desaparecia atrás do cume
esperando a carga, ou as carroças, as carroças e as carrinhos de
mão da cidade atravessando as pontes. Ele fez questão de estar à
vista. Ele não entendia muito bem por que sua displicência fingida
deixaria alguém à vontade, mas parecia fazê-lo. Pelo menos era algo
de que ninguém fugia, embora todos ainda estivessem olhando
desconfiados para os moradores de So Habor. Eles também
mantinham distância, e era melhor que fosse assim. Se o
pensamento de que alguma dessas pessoas poderia não estar viva
entrasse em suas cabeças Cairhienin, metade delas chicotearia seus
cavalos para fugir no local. A maior parte do resto provavelmente não
esperaria muito depois do anoitecer. Esse tipo de história pode fazer
você perder a cabeça.
cabeça para ninguém vem à noite. O sol pálido, quase escondido por
nuvens cinzentas, ainda estava a meio caminho de seu zênite, mas
com o passar do tempo ficou mais claro que eles teriam que passar a
noite ali. Talvez mais de um. A mandíbula de Perrin estava apertada
com o esforço de não ranger os dentes, e até mesmo Neald
começou a evitar seus olhares carrancudos. Ele não gritou com
ninguém. Eu só queria.
A separação foi um processo árduo. Cada último saco tinha que ser
aberto e esvaziado em grandes cestos de vime, e eram necessárias
duas pessoas para manusear um e jogar os grãos ou feijões no ar. O
vento frio afastou os gorgulhos em borrifos de manchas pretas, e

homens e mulheres contribuíram soprando o ar com uma espécie de
leque trançado de duas mãos. A forte correnteza arrastava tudo o
que caía no rio; mas em pouco tempo a neve pisoteada na margem
era uma massa cinzenta e lamacenta coberta de insetos mortos ou
semimortos de frio, e uma generosa camada de grãos de aveia e
cevada polvilhados com feijão vermelho. Nunca faltou uma nova
camada para substituir a esmagada pelos pés na neve. No entanto, o
que restava nos cestos estava perfeitamente limpo quando foi
colocado de volta nos sacos de juta grosseiros, que as crianças
viraram de cabeça para baixo e espancaram com paus para se livrar
dos gorgulhos. Uma vez cheios novamente, os sacos iam para as
carroças Cairhienin assim que eram fechadas, mas as pilhas de
sacos vazios cresciam a um ritmo prodigioso.
difícil
Perrin estava encostado no pomo da sela tentando calcular
se seriam necessárias duas carroças dos armazéns para encher

uma de suas carroças com grãos, quando Berelain levou sua égua
branca até ele, segurando sua capa escarlate fechada com uma das
mãos. .
Com seu semblante atemporal sereno e inescrutável, Annoura
diminuiu a velocidade de sua montaria alguns passos como se
quisesse deixá-los sozinhos e manter sua conversa privada, mas
ficou perto o suficiente para ouvir qualquer coisa que não fosse
sussurrada sem truques. Por mais serena que fosse sua expressão,
seu nariz aquilino lhe dava uma aparência voraz hoje. Suas tranças
de contas lembravam a crista abaixada de alguma águia estranha.
"Você não pode salvar a todos," Berelain começou calmamente.

Longe do fedor da cidade, Perrin sentiu o cheiro dela, tingido de
urgência e raiva aguda.
Às vezes é preciso escolher. Então Habor é o dever de Lord Cowlin.

Ele não tinha o direito de abandonar seu povo.
Então, ela não estava brava com ele. Perrin franziu a testa. Ele
achava que se sentia culpado? Com a vida de Faile em um lado da
balança, os problemas de So Habor não moveram a balança nem um
pouco. Ainda assim, ele virou a baia para olhar para as muralhas
cinzentas da cidade do outro lado do rio, não para as crianças de
olhos fundos empilhando sacos vazios. Um fez o que podia. O que
eu tinha que fazer.
"Annoura tem alguma idéia do que está acontecendo aqui?" ele

rosnou.
Silenciosamente, mas de alguma forma ele não tinha dúvidas de que

as Aes Sedai o ouviram.
"Eu não sei muito sobre o que Annoura pensa," ele respondeu.
Berelain, sem fazer o menor esforço para baixar a voz. Não era só
que ela não se importava com quem pudesse ouvi-la, ela queria ser
ouvida. Ela não é mais tão comunicativa como costumava ser. Ou
como eu pensei que era.
Cabe a ela consertar o que ela quebrou. Sem olhar para a Aes
Sedai, ele se virou e partiu em sua égua.
Annoura permaneceu onde estava, os olhos fixos no rosto de Perrin,
sem piscar. , sim, mas ainda assim você é apenas um fio no — Você
é Renascido é
ta'veran
Malha,
apenas um como
fio a
eu.
ser
Em
tecido última
no
análise,
Padrão.
mesmo
Nem
o Dragão
mesmo um fio
decide como será tecido.
ta'veran
"Esses fios são pessoas", disse Perrin cautelosamente.

Às vezes, talvez as pessoas não queiram ser tecidas no Padrão sem
eles.
"E você acha que isso muda alguma coisa?" Sem esperar por uma
resposta, ela agarrou as rédeas e chutou sua égua marrom de
tornozelos finos em um galope atrás de Berelain, sua capa
ondulando atrás dela.
Ela não era a única Aes Sedai que queria falar com Perrin.
"Não," ela respondeu Seonid com firmeza depois de ouvi-la, dando

um tapinha no pescoço de Seonid. Desta vez, porém, era o difícil
piloto
se que precisava
acalmar.
Perrin queria deixar So Habor. Eu já disse não, e eu quis dizer isso.
A mulher pálida e pequena era como uma escultura de gelo, tão

rígida era sua postura na cadeira. Apenas seus olhos eram brasas
ardentes escuras e ela cheirava a raiva ofendida, mal contida.
Seonid era tímido perto dos Sábios, mas não era um Sábio. Atrás
dela, o rosto escuro de Alharra parecia pedra; cabelos grisalhos
grisalhos seu cabelo preto encaracolado como geada. O rosto de
Ivierno estava vermelho por cima do bigode pontiagudo. Eles tiveram
que aturar o que se passou entre sua Aes Sedai e os Sábios, mas
ele não estava... O vento açoitou suas capas, deixando suas mãos
livres para levá-las à espada se necessário. acenando para
vento, as camadas mudavam em tons de cinza e marrom, azul e
branco. Era menos perturbador do que vê-los fazer desaparecer
partes de um homem. Algo menos perturbador.
"Se necessário, enviarei Edarra para trazê-lo de volta", avisou Perrin.
O rosto da mulher permaneceu impassível e seus olhos ardendo,

mas um calafrio a percorreu, fazendo com que a pequena pedra
branca pendurada acima de sua testa balançasse. Não por medo do
que os Sábios fariam com ela se tivessem que levá-la de volta, mas
pela mesma reação de ofensa provocada por Perrin que deu a seu
cheiro a sensação pungente de um espinheiro.
Perrin estava começando a se acostumar a ofender as Aes Sedai.
Não era um costume recomendado para um homem sensato, mas

parecia não haver maneira de contornar isso.
-E você? perguntou Masuri. Você também quer ficar em So Habor?
A mulher esbelta tinha a reputação de ser franca, tão direta quanto

um verde, apesar de ser parda.
"E você não ia mandar Edarra atrás de mim também?" Ele

respondeu calmamente, no entanto. Há muitas maneiras de servir e
nem sempre podemos escolher a maneira como gostaríamos.
"O que, pensando bem, foi uma maneira de ir direto ao ponto, de

certa forma." Ela ainda não tinha ideia de por que estava visitando
Masema em segredo. Ela suspeitaria que ele sabia? O rosto de
Masuri era uma máscara inexpressiva. O Kirklin's estava entediado,
agora que eles estavam fora de So Habor. O cara conseguiu dar a
impressão de ser relaxado quando na verdade estava sentado ereto
na cadeira, sem se importar com o mundo ou com o cérebro
completamente vazio. Quem acreditaria que de Kirklin
é que ele era um daqueles que voltavam no dia seguinte para
receber outro gato por uma lebre.
Os vizinhos trabalhavam mecanicamente enquanto o sol se erguia

no céu como quem queria se absorver na tarefa de esquecer alguma
coisa e temia que as lembranças voltassem se parasse. Perrin
concluiu que So Habor o estava deixando louco. Ainda assim, ele
achava que estava certo. O ar fora dos muros ainda parecia sombrio,
como se uma nuvem pairasse sobre a cidade.
Ao meio-dia, os motoristas limparam trechos de neve na encosta do

rio para preparar fogueiras e fazer chá com folhas que já haviam sido
preparadas três ou talvez quatro vezes. Na cidade não havia chá
para comprar. Alguns dos motoristas olhavam para as pontes como
se pensassem em entrar em So Habor para ver se encontravam algo
para comer. Um olhar para as pessoas enlameadas e cobertas de
sujeira que trabalhavam nos cestos de peneirar os fez pegar seus
saquinhos de aveia e bolotas moídas. Pelo menos eles sabiam que a
mistura estava limpa.
Alguns olharam para os sacos já carregados nas carroças, mas o

feijão tinha que ser demolhado e o grão passado pelos grandes
moinhos que haviam permanecido no acampamento, e isso depois
que os cozinheiros tiraram tantos gorgulhos quantos achavam que os
homens eles não seriam capazes de engolir.
Perrin não estava com fome, mesmo com o pão mais branco, mas
estava bebendo o que parecia ser chá de uma xícara de lata
amassada quando Latian o encontrou. O Cairhienin não se dirigiu a
ele diretamente. Em vez disso, o homem baixo de jaqueta listrada
escura passou a cavalo pela fogueira onde Perrin estava, então freou
um pouco mais na encosta.
desmontado e
ele ergueu a pata dianteira de seu castrado, que examinou com uma
carranca. Claro, ele não olhou para cima para ver se Perrin estava se
aproximando.
Com um suspiro, Perrin devolveu a xícara amassada à mulher gorda

que a emprestara, uma motorista grisalha que abriu a saia em um
arco, sorriu e balançou a cabeça para Latian.
Ela provavelmente era dez vezes melhor em se esgueirar do que ele.

Neald, agachado perto do fogo, mãos fechadas sobre outra caneca
de lata, riu tanto que teve que enxugar as lágrimas.
Talvez ele estivesse começando a ficar louco. Light, como alguém

poderia ter uma ideia engraçada naquele lugar. Latian se endireitou
apenas o suficiente para se curvar a Perrin.
"Eu vejo você, meu senhor", disse ele, antes de se abaixar para
pegar a perna do mesmo cavalo novamente, como um idiota.
Os cavalos não levantam as pernas assim, a menos que você queira

levar um coice. Claro, para ser honesto, Perrin estava apenas
esperando bobagem. Primeiro, o jogo de Latian de ser Aiel, com o
cabelo comprido amarrado na nuca numa imitação pobre do corte de
cabelo estilo Aiel, e agora ele estava brincando de espião. Perrin
colocou a mão no pescoço do castrado e tranquilizou o animal,
adotando um ar de interesse enquanto olhava para o capacete
completamente intacto. Exceto por um amassado na ferradura que
poderia quebrar em poucos dias se não fosse alterado. Suas mãos
desejavam agarrar as ferramentas de um ferreiro. Pareciam anos
desde a última vez que ele havia trocado de ferraduras ou trabalhado
em uma forja.
"Mestre Balwer lhe envia uma mensagem, meu senhor", disse Latian
calmamente, com a cabeça baixa. Seu amigo é
viajando vendendo suas mercadorias, mas ele é esperado de volta
amanhã ou no dia seguinte. Ele diz para perguntar se está tudo bem
se nos encontrarmos com você então. Olhando sob a barriga de seu
cavalo para as pessoas que joeiravam grãos à beira do rio, ele
acrescentou: “Embora não pareça provável que você consiga ir mais
cedo.
Perrin fez uma careta para os trabalhadores e para a fila de carroças

que esperavam sua vez de serem carregadas, para a meia dúzia
mais ou menos que já tinha suas capas de lona amarradas. Uma
dessas carroças carregava couro para remendar botas, velas e
coisas do gênero. Mas não petróleo.
E se a Gália e as Donzelas trouxessem notícias de Faile? Que a

tinham visto, por exemplo? Ela daria qualquer coisa para falar com
alguém que a tivesse visto, que pudesse dizer que ela não havia sido
ferida. E se o Shaido estivesse de repente em movimento?
"Diga a Balwer para não demorar muito", ele rosnou.
—. Quanto a mim, sairei em uma hora.
E assim o fez, exatamente como havia prometido. A maioria das

carroças e motoristas teriam que ficar e fazer a jornada de um dia até
o acampamento, assim como Kireyin e seus soldados de capacete
verde para protegê-los, com ordens de que ninguém deveria
atravessar as pontes. De olhos frios, aparentemente totalmente
lhe recuperado
que ele
de
estava seu colapso,
pronto e
o Ghealdan
disposto. Com
assegurou-
certeza, quer
tivesse dado essa ordem ou não, voltaria a So Habor só para se

convencer de que não tinha medo. Perrin não perdeu tempo
tentando convencê-lo a desistir. Para começar, Seonid tinha que ser
encontrado. Não que ela estivesse se escondendo, mas a Aes Sedai
tinha ouvido falar de sua partida e, deixando seus Guardiões
cuidando de seu cavalo à vista de todos, ela começou a andar,
tentando se colocar entre
Ela e Perrin os carros. Ainda assim, a pálida Aes Sedai não
conseguia esconder seu cheiro e, mesmo que pudesse, não sabia
que era necessário. Ela ficou surpresa quando Perrin a encontrou
imediatamente e indignada quando ele a levou ao seu.
difícil
cavalo, uma hora antes de Ainda
Perrin assim,
partir antes
de So que houvesse
Habor, a Guarda
Alada formando seu círculo de armaduras vermelhas ao redor de

Berelain, os homens de Dois Rios flanqueando as oito carruagens
carregadas chacoalhando atrás. dos três estandartes restantes e
Neald sorrindo de orelha a orelha, nada menos; sem falar nas
tentativas de conversar com as Aes Sedai. Perrin não sabia o que
fazer se o cara estivesse realmente enlouquecendo. Assim que o
cume escondeu So Habor atrás dele, ele sentiu o nó de tensão entre
seus ombros que prendia suas costas sem que ele percebesse
afrouxar. Dessa forma, ele só tinha mais dez, além do nó de
impaciência em seu estômago. A óbvia compaixão de Berelain não
conseguiu afrouxá-los.
A entrada de carros de Neald os levou do campo de neve até a

pequena clareira na área de Travel, entre as árvores altas, quatro
léguas de distância, mas Perrin não esperou que o punhado de
carroças cruzasse a entrada.
Ele pensou ter ouvido Berelain fazer um som irritado enquanto batia
os calcanhares
difícil
em um trote leve, de volta ao acampamento.
Ou talvez tivesse sido uma das Aes Sedai.
Sim, isso era mais provável.
Uma atmosfera de quietude envolveu o acampamento enquanto ele

passava pelas tendas e barracos dos homens de Dois Rios. O sol
não tinha viajado muito longe em sua curva descendente no céu
cinzento, mas não havia panelas ou fogueiras à vista, e muito poucos
homens se reuniram.
ao redor das fogueiras, encolhidos em suas capas e olhando para as
chamas.
Um punhado de homens estava sentado nos bancos toscos que Ban

Crawe sabia construir; o resto estava de cócoras ou em pé. Nenhum
olhou para cima; e é claro que ninguém veio ao seu encontro para
cuidar do cavalo também. Não era quietude, ele percebeu. Era
tensão. O cheiro de alguma forma o lembrou de um arco dobrado
quase se partindo. Eu quase podia ouvir o rangido.
Ao desmontar em frente à tenda listrada de vermelho, Dannil

apareceu na direção das lojas Aiel, caminhando rapidamente.
Sulin e Edarra, um dos Sábios, o seguiram, mantendo o ritmo, mas

parecendo sem pressa. O rosto de Sulin era uma máscara de couro
bronzeada pelo sol. O de Edarra, pouco visível sob o xale escuro
enrolado na cabeça, era a imagem da calma. Apesar de suas saias
esvoaçantes, ela caminhava tão silenciosamente quanto a Donzela
de Cabelos Brancos; não havia sequer um tilintar das pulseiras ou
colares de marfim e ouro. Dannil mastigou a ponta do bigode
espesso, tirando alguns dedos da espada e a enfiando
distraidamente de volta na bainha tosca. Puxando e empurrando. Ele
respirou fundo antes de falar.
“As Donzelas trouxeram cinco Shaido, Lorde Perrin.
Arganda os levou para as tendas Ghealdan para interrogatório.
Masema está com eles.
Perrin afastou a presença de Masema no acampamento.
"Por que você deixou Arganda levá-los?" perguntou Edara.
Dannil não poderia tê-la impedido, mas os Sábios eram outra

história.
Edarra não parecia ser muito mais velha que Perrin, mas ainda
assim seus frios olhos azuis davam a impressão de que ela tinha
visto muito mais do que ele jamais veria. Ela cruzou os braços em
meio a um tilintar de pulseiras. E com um certo ar de impaciência.
“Até os Shaido sabem como abraçar a dor, Perrin.
Levará dias para fazê-los falar, e parecia não haver razão para
esperar.
Se os olhos de Edarra eram frios, os de Sulin eram como pedaços de

gelo.
“Minhas irmãs de lança e eu poderíamos ter feito isso um pouco mais

rápido, um pouco, mas Dannil Lewin disse que você não queria que
ele brigasse com elas. Gerard Arganda é um homem impaciente e
desconfia de nós.
Ele falou como se fosse cuspir, se não fosse Aiel.
De qualquer forma, você não obterá muito deles. Eles são cães de
pedra. Eles vão dobrar lentamente e o mínimo possível. Nisso, é
sempre necessário juntar um pouco aqui com um pouco ali para
obter um quadro completo.
Abrace a dor. Tinha que haver dor ao questionar um homem. Até

agora ele não tinha deixado essa ideia tomar forma em sua mente.
Mas para resgatar Faile...
“Alguém escova enquanto eu
difícil
Ele ordenou duramente.
entreguei as rédeas para Dannil.

A área de Ghealdan do acampamento não poderia ser mais diferente
dos abrigos toscos e barracas colocadas ao acaso dos homens de
Dois Rios. Lá, as tendas pontiagudas estavam em fileiras retas, a
maioria com o cone de lanças colocado na frente das abas da
entrada e cavalos selados e amarrados a um lado, prontos para
montar.
O balançar das caudas dos cavalos e as fitas das lanças esvoaçando

ao vento era a única coisa
confuso parecia. Os caminhos entre as lojas eram todos da mesma
largura e uma linha reta poderia ter sido traçada entre as fileiras de
fogueiras. Até as dobras das lonas, desde quando as barracas foram
arrumadas no fundo das carroças até a chegada da neve, estavam
marcadas em linhas retas. Tudo ordenado e metódico.
Havia um cheiro de mingau e bolotas no ar; alguns homens de paletó

verde raspavam o almoço de pratos de latão com os dedos.
Outros já estavam lavando as panelas. Ninguém denotava a menor

tensão.
Eles estavam simplesmente comendo e realizando tarefas, ambos

com quase a mesma falta de prazer. Era algo que tinha que ser feito.
Um grande grupo de homens formou um amontoado perto das

estacas afiadas na borda externa do acampamento.
Apenas metade usava as jaquetas verdes e as couraças polidas dos

lanceiros de Ghealdan. Alguns dos outros carregavam lanças e
espadas amarradas à cintura sobre paletós amarrotados, que eram
de seda fina ou tecido bom como meros trapos, mas nenhum deles
podia ser considerado limpo a não ser em comparação com So
Habor. Era fácil distinguir os homens de Masema, mesmo por trás.
Perrin sentiu outro cheiro ao se aproximar do círculo de homens. A

carne assada. E houve um som abafado que ele tentou não ouvir.
Quando ele começou a abrir caminho a cotoveladas, os soldados se
viraram para olhá-lo e recuaram relutantemente. Os homens de
Masema o encararam, murmurando algo sobre olhos amarelos e
Cria das Sombras. De qualquer forma, Perrin conseguiu chegar à
frente.
Quatro homens altos, com cabelos ruivos ou louros e vestidos em
tons de marrom e cinza,
pergunte a bruxa jaziam
aos
com os pulsos
tornozelos na
amarrados
altura dos rins e
com pedaços de galhos grossos presos atrás dos joelhos e joelhos.

Seus rostos estavam cobertos de inchaços e contusões e mordaças
foram colocadas entre os dentes. O quinto homem estava nu,
amarrado a quatro estacas fortes fincadas no chão, seus quatro
membros tão tensos que seus tendões se destacavam. Mesmo
assim, ele se contorceu tanto quanto suas amarras permitiam e
através dos trapos enfiados em sua boca você podia ouvir seus
gritos abafados de dor. Algumas brasas formaram uma pequena
pilha em sua barriga e exalaram uma leve fumaça. O cheiro que
Perrin notara era o de sua carne carbonizada. As brasas grudavam
na pele tensa do homem, e cada vez que seus solavancos rolavam
no chão, um cara sorridente com uma jaqueta verde encardida se
agachava ao lado dele e com uma pinça a substituía por outra dos
beicinhos. , em torno do qual a neve tinha derretido formando um
círculo de lama. Perrin o conhecia. Seu nome era Hari e ele gostava
de colecionar orelhas, que então amarrava em um cordão de couro.
Ouvidos de homens, mulheres, crianças; Hari não se importava se

eles pertenciam a um ou outro.
Sem pensar, Perrin deu um passo à frente e chutou a pequena pilha

de brasas da barriga do Shaido. Alguns pularam em Hari, que pulou
para trás, soltando um grito assustado que se transformou em um
uivo quando ele colocou a mão no pote.
Ele rolou para o lado, segurando a mão queimada enquanto olhava
para Perrin; era um rato com corpo de homem.
"O selvagem está apenas fazendo comédia, Aybara", disse Masema.
Perrin nem tinha notado o homem, cujo rosto era como uma pedra
sombria esculpida sob o crânio raspado. Seus olhos escuros e febris
continham um certo desdém. O cheiro de loucura se misturou com o
de carne queimada. Eu conheço-os. Eles fingem sentir dor, mas não
a sentem; não como qualquer outro homem.
Você tem que estar disposto e pronto para bater em uma pedra para
fazê-la falar.
Arganda, rígido ao lado de Masema, agarrou o punho da espada

com tanta força que sua mão tremeu.
"Talvez você esteja disposto a perder sua esposa, Aybara," ele disse
com uma voz áspera, "mas eu não vou perder minha rainha!"
"Tinha que ser feito", disse Aram em um tom entre suplicante e

exigente. Ele estava do outro lado de Masema, segurando as pontas
do manto verde dela como se quisesse manter as mãos longe da
espada pendurada nas costas. O brilho em seus olhos era quase tão
intenso quanto o de Masema. Você me ensinou que um homem faz o
que deve.
Perrin forçou os punhos a se abrirem. Faça o que tinha que ser feito;
por Faille.
Berelain e as Aes Sedai se aproximaram, abrindo caminho entre a

multidão. A diretora torceu o nariz levemente ao ver o homem
amarrado às estacas.
Pela expressão impassível, diria que as três Aes Sedai olhavam para
um pedaço de madeira. Edarra e Sulin estavam com eles,
aparentemente tão inalterados quanto as Aes Sedai. Alguns
soldados Ghealdanos fizeram uma careta para os dois Aiel e
murmuraram baixinho, Masema franziu a testa, e homens de rosto
sujo olharam para o Aiel e para a Aes Sedai.
mas a maioria se afastou dos três Guardiões, e pelo menos não, eles
foram empurrados por seus companheiros. alguns tolos eles
conheciam os limites da estupidez. Os olhos ardentes de Masema
olhou para Berelain antes
que o cara decidiu fingir que a mulher não existia.
Alguns tolos não tinham limites.
Perrin se inclinou, desamarrou a mordaça do homem amarrado as

estacas e tirou a bola de trapos da boca. Ele retirou o dedos bem a
tempo de não receber uma mordida tão feroz difícil
como eu poderia dar isso Imediatamente, o Aiel jogou o voltou e

começou a cantar com uma voz profunda e clara.
empréstimos as lanças... enquanto o sol nasce
uma
seu
zênite. Você empresta
as lanças... enquanto o sol se põe
uma
seu
crepúsculo empréstimos as
uma
a morte?
lanças... Quem teme Você
empresta as lanças... Ninguém

que
sabe! eu
Masema riu no meio da música. Para Perrin
os cabelos de sua nuca se arrepiaram. nunca ouvi rir Masema. Era

um som desagradável.
Ele não queria perder um dedo, então puxou o machado do presilha

do cinto e empurrou cuidadosamente o queixo do homem com o topo
da pá para fechar a boca.
Olhos cor de céu olhavam para ele de um rosto bronzeada pelo sol
em que nenhum medo se refletia. O
homem sorriu.
"Eu não estou pedindo que você traia seu povo", começou Perrin.
Sua garganta doía pelo esforço de manter a voz baixa.
quieto-. Você Shaido capturou alguns
mulheres. Só quero saber como recuperá-los. Um é chamado

Falha. Ela é tão alta quanto suas mulheres, com olhos nariz escuro e
oblíquo, firme e lábios carnudos. Uma mulher lindo. Se você a visse,
você se lembraria dela. Você já viu? Ele empurrou o machado e
sentou-se.
O Shaido o encarou por um momento, depois levantou a cabeça.
cabeça e começou a cantar novamente, nunca tirando os olhos

Perrin. Era uma música alegre, com o ritmo animado de uma dança.
Eu conheci um homem de um para um
país distante.
Seus olhos eram dourados, seu
cérebro atrofiado.
A fumaça que
vai
perguntou
na
me mão ele
pegar,
disse
que
colocar a poderia
isso uma me
terra mostrar
inundada.
cabeça no
chão
o ar os sem
pés, parar ele disse que
podia
em
dançar
pedra
bem mulher.
para
que como um e ele disse até se transformar
poderia seja
esse pé
Ele se foi quando eu pisquei.
O Shaido jogou a cabeça para trás e riu com vontade.
desejo, como se eu estivesse esparramado em um colchão de

penas.
"Se... se você não pode fazer isso, então vá embora", disse ele.
desesperadamente Aram. Eu cuidarei disso.
O que tinha que ser feito. Perrin olhou para os rostos estava ao seu
redor. Arganda agora o observava com tanta Eu odeio como Shaido.
Masema, que cheirava a loucura e ele transbordava de ódio
desdenhoso. Você tinha que estar disposto e preparado para golpear
uma pedra. Edarra, tão inescrutável sua expressão como a da Aes
Sedai, cruzada
calmamente em seus braços. Até o Shaido sabia como abraçar a dor

Levaria dias. Sulin, com a cicatriz
Através da pele coriácea de sua bochecha, seu olhar impassível e
seu perfume implacável. Eles se curvariam lentamente, e o mínimo
possível. Berelain, cheirando a julgamento, um governante que
sentenciou homens à morte e não perdeu uma única noite de sono
por causa disso. O que tinha que ser feito. Disposto e pronto para
bater uma pedra. Abrace a dor. Oh, luz, falha.
O machado pesava menos que uma pena quando ele o pegou; a

arma desceu como um martelo na bigorna e a lâmina pesada cortou
o pulso da mão esquerda do Shaido.
O homem gemeu de dor, então se sentou em convulsões, gemendo,

propositalmente salpicando o rosto de Perrin com o sangue que
jorrou de seu pulso.
"Cure-o", Perrin ordenou à Aes Sedai enquanto dava um passo para

trás. Ele não fez nenhum movimento para enxugar o rosto; o sangue
estava começando a permear sua barba. Ele se sentia vazio. Ele não
poderia ter levantado o machado novamente se sua vida
dependesse disso.
"Você é louco?" Masuri exclamou furiosamente. Não podemos

devolva-lhe a mão!
"Eu disse curá-lo!" ele gritou.
Seonid já havia se movido, juntando suas saias para andar

rapidamente, e se ajoelhou ao lado da cabeça do homem. Ele estava
mordendo o cotoco do pulso em uma tentativa inútil de estancar o
sangramento com a pressão dos dentes. Mas não havia medo em
seus olhos. Nem mesmo em seu cheiro. nem mesmo uma dica
Seonid pegou a cabeça do Shaido em suas mãos e de repente o

homem estremeceu e seus braços se agitaram violentamente. O
sangramento diminuiu enquanto ele continuava a tremer e o fluxo de

sangue foi cortado.
completamente antes que ele desabasse no chão, seu semblante
pálido. Hesitante, ele levantou o braço esquerdo para olhar a pele
lisa que agora cobria o coto. Se havia uma cicatriz, Perrin não a viu.
O homem mostrou os dentes para ela. Ele ainda não cheirava a
medo. Seonid também cambaleou como se estivesse exausto ao
limite. Alharra e Ivierno deram um passo em sua direção, mas a
mulher os fez parar com um gesto e se levantou sozinha, suspirando
profundamente.
"Disseram-me que você pode passar dias sem conseguir dizer muito
mais do que nada", começou Perrin.
A voz era muito alta em seus ouvidos. Não tenho tempo para você
mostrar o quão duro ou corajoso você é.
Eu sei que você é corajoso e forte. Mas minha esposa está

prisioneira há muito tempo. Você será separado e será questionado
sobre algumas mulheres. Se você os viu e onde.
Essa é a única coisa que eu quero saber. Não haverá brasas ou

qualquer outra coisa; apenas perguntas. Mas se alguém se recusar a
responder ou se suas respostas forem muito diferentes, todos
perderão alguma coisa. Ele ficou surpreso ao descobrir que ele
poderia balançar o machado depois de tudo.
A lâmina da arma foi tingida de vermelho.
"Duas mãos e dois pés," ele continuou friamente. Leve, sua voz
soava como gelo. Ele era gelo até o núcleo. Isso significa que você
terá quatro chances de responder a mesma coisa. E se todos vocês
ainda permanecerem em silêncio, eu não vou matá-los. Encontrarei
uma aldeia para deixá-lo, algum lugar onde você possa mendigar,
onde as crianças jogarão uma moeda para o feroz Aiel sem mãos
nem pés. Pense nisso e decida se vale a pena manter minha esposa
longe de mim.
Até Masema o encarava, como se nunca tivesse visto o homem à

sua frente empunhando uma
Machado. Quando Perrin se virou para sair, os homens de Masema e
os Ghealdanos se separaram na frente dele como se estivessem
abrindo espaço para um pelotão de Trollocs.
No caminho, encontrou a paliçada e os bosques cem passos adiante,

mas não mudou de direção. Machado na mão, ele continuou
andando até que foi cercado por árvores e o cheiro do acampamento
ficou para trás.
O cheiro de sangue o carregava com ele, pungente e metálico.
Ele não podia fugir disso.
Ele não poderia dizer quanto tempo ele andou pela neve. Ele mal
notou os feixes de luz oblíquos que cortavam as sombras sob o
dossel da floresta. Ele podia sentir o sangue pegajoso em seu rosto
e barba.
Estava começando a secar. Quantas vezes ele disse que faria

qualquer coisa para ter Faile de volta? Você fez o que tinha que
fazer. Para Faile, tanto faz.
De repente, ele ergueu o machado acima da cabeça com as duas

mãos e o atirou com toda a força. A arma girou no ar até bater no
tronco grosso de um carvalho com um golpe retumbante.
Exalando o ar que parecia estar preso em seus pulmões, Perrin

sentou-se pesadamente em um afloramento rochoso tão largo e alto
quanto um banco, cotovelos nos joelhos.
"Você pode ir agora, Elyas", disse ele cansado. Eu posso sentir seu
cheiro.
O outro homem saiu das sombras, os olhos amarelos brilhando

levemente sob a aba larga do chapéu. Comparados a ele, os Aiel
eram barulhentos.
Ajustando a longa faca em seu cinto, ele se sentou na pedra ao lado

de Perrin, mas por um tempo ele apenas passou os dedos sobre a
barba grisalha que se espalhava sobre seu peito. Ele acenou para o
machado preso no carvalho.
"Eu lhe disse uma vez para mantê-lo até que você começasse a
gostar de usá-lo demais." Você já começou? No acampamento?
-Não! Perrin balançou a cabeça. Isso não! Mas…
"Mas o que, garoto?" Eu acho que você quase com medo Masema.
Só você também cheira a medo.
"Já era hora daquele homem ficar com medo de alguma coisa,"
Perrin resmungou, encolhendo os ombros desconfortavelmente. Era
muito difícil dizer algumas coisas em voz alta.
Talvez fosse hora de falar sobre isso também. O machado.
Eu não senti isso da primeira vez; só lembrando. Foi quando conheci

a Gália e os Mantos Brancos tentaram nos matar. Mais tarde, lutando
contra os Trollocs em Two Rivers, eu não tinha certeza. Mas então,
nos poços de Dumai, sim.
Estou com medo na batalha, Elyas, com medo e triste de nunca mais
ver Faile. Seu coração se contraiu em seu peito até doer. Falha. Só
que... ouvi Grady e Neald comentarem sobre o que acontece com
eles quando pegam o Poder. Dizem que se sentem mais vivos.
Minha boca está seca de medo na batalha, mas me sinto mais viva
do que nunca, exceto quando Faile está em meus braços. Eu não
acho que eu poderia suportar se me sentisse assim sobre o que
acabei de fazer lá. Eu não acho que Faile me aceitaria se chegasse
a isso.
Elias recomeçou.
"Eu não acho que essa característica esteja em você, garoto."
Ouça-me, o perigo se manifesta de maneira diferente em homens

diferentes.
Alguns agem com a fria precisão de um relógio, mas você nunca me

impressionou como tal. Quando seu coração começa a bater forte,
seu sangue aquece. É lógico que seus sentidos também estejam
aguçados. Você fica alerta. Talvez você morra em cinco minutos ou
talvez em um segundo, mas agora você não está
morto, e você sabe disso das pontas do cabelo às unhas dos pés.
Assim são as coisas. Não significa que você goste.
"Eu gostaria de acreditar nisso", disse Perrin simplesmente.
"Viva enquanto eu viver e você vai acreditar", disse Elyas secamente.

Até lá, pense que vivi mais do que você e que estive lá antes de
você.
Os dois homens estavam sentados olhando para o machado.
Perrin queria acreditar. Agora o sangue na lâmina do machado

parecia preto. O sangue nunca pareceu tão preto para ele. Há
quanto tempo? Do ângulo dos feixes de luz que filtravam pelas
árvores, o sol estava se pondo.
Seus ouvidos captaram o ruído da neve sob os cascos movendo-se

lentamente em sua direção. Depois de alguns minutos, Neald e Aram
apareceram; o ex-cigano apontou para os trilhos e o asha'man
balançou a cabeça impaciente. Era uma trilha clara, mas na verdade
Perrin não apostaria que Neald seria capaz de segui-la.
Ele era um homem da cidade.
"Arganda achou que devíamos esperar até que sua raiva passasse",
disse Neald, recostando-se na cadeira e estudando Perrin. Parece-
me que você não pode estar mais calmo. Ele acenou com a cabeça,
uma pitada de satisfação em sua boca. Ele estava acostumado a que
as pessoas tivessem medo dele por causa de sua jaqueta preta e do
que ela representava.
"Eles conversaram", continuou Aram, "e todos deram as mesmas

respostas. Sua carranca traiu que ele não tinha gostado deles.
Acho que a ameaça de deixá-los mendigar os assustou mais do que

o seu machado. Mas eles alegaram que nunca tinham visto Lady
Faile. Ou nenhum dos outros.
Poderíamos tentar as brasas novamente. Talvez isso os faça
lembrar.
Seu tom era ansioso? Para encontrar Falha ou para usar brasas?
Elias franziu o cenho.
“Eles lhe darão as respostas que você mesmo lhes deu quando
perguntou. Eles vão te dizer o que você quer ouvir. Ainda assim, era
um tiro no escuro.
Existem milhares de Shaido e milhares de prisioneiros. Você poderia

viver toda a sua vida entre tantas pessoas e conhecer apenas
algumas centenas para lembrar.
"Então temos que matá-los", disse Aram sombriamente. Sulin diz que
as Servas tiveram o cuidado de prendê-los quando estavam
desarmados, para que pudessem ser interrogados. Eles não podem
ser feitos. Se um deles escapar,
gai'shain
informará ao Shaido
que
estamos aqui. Então eles vão nos atacar.
As juntas de Perrin pareciam enferrujadas e doíam quando ele se

levantou. Ele não podia simplesmente deixar o Shaido ir.
“Eles podem ser vigiados, Aram. A pressa quase o fez perder Faile
para sempre. Precipitação. Que palavra inofensiva para cortar a mão
de um homem. E tudo em vão. Ele sempre tentou pensar devagar e
agir devagar. Agora ele tinha que pensar, mas cada pensamento o
machucava. Faile estava perdido em um mar de prisioneiros vestidos
de branco. Talvez outros saibam onde fica,” ele murmurou enquanto
se virava para voltar ao gai'shain acampamento. Mas como você
coloca as mãos em qualquer um dos Shaido? Eles nunca foram
autorizados a deixar o acampamento, exceto com um gai'shain
guarda.
"O que há com isso, garoto?" Elias perguntou.
Perrin sabia o que ele queria dizer sem olhar. O machado.

"Deixe-o ficar lá para o primeiro que o encontrar." Sua voz era
áspera. Talvez algum menestrel tolo invente uma história sobre ela.
Ele foi em direção ao acampamento sem olhar para trás. Com o cinto
vazio, o cinto largo parecia leve demais. Tudo em vão.
Três dias depois, as carroças voltaram de So Habor carregadas até a

borda, e Balwer entrou na loja de Perrin com um homem alto e
barbado, vestindo uma jaqueta de pano suja e uma espada que
parecia estar em muito melhor estado de conservação. A princípio
Perrin não o reconheceu com um mês de barba. Então ele sentiu o
cheiro do homem.
"Eu não esperava ver você de novo", disse ele.
Balwer piscou, o que foi como um susto para qualquer outra pessoa.
Sem dúvida, o homenzinho queria surpreendê-lo.
"Eu estive procurando por... Maighdin," Tallanvor respondeu

secamente, "mas o Shaido se moveu mais rápido do que eu."
Mestre Balwer disse que você sabe onde ele está.
Balwer lançou ao jovem um olhar penetrante, mas quando falou sua

voz era tão seca e impassível quanto seu cheiro.
“Mestre Tallanvor chegou a So Habor pouco antes de eu partir, meu

senhor. Foi puro acaso que nos conhecemos. Mas talvez tenha sido
um golpe de sorte.
Talvez eu tenha alguns aliados para você. Vou deixá-lo explicar para
você.
Tallanvor fez uma careta para suas botas e não disse nada.
"Aliados?" repetiu Perrin. Qualquer coisa que não seja um exército

fará pouco bem, mas aceitarei qualquer ajuda que você possa me
dar.
Tallanvor olhou para Balwer, que respondeu com uma leve
reverência e um sorriso encorajador. O homem sem barba
ele inalou profundamente.
“Quinze mil seanchan, bem perto. Na verdade, o A maioria é

Tarabonese, mas eles andam sob bandeiras seanchan. E... E eles
têm pelo menos uma dúzia.” Ele damane
falou mais rápido, como se impulsionado pela urgência, pela uma

necessidade de terminar antes de Perrin
interromperia. Eu sei que é como aceitar a ajuda do Dark One, mas

eles também perseguem o Shaido e eu aceitaria para a ajuda do
Dark One para libertar Maighdin.
Perrin olhou para os dois homens por alguns segundos; esculpir

dedilhando o cinto da espada nervosamente,
tanto que Balwer era como um pardal esperando para ver damane
em que direção um grilo pularia. Seanchan. E . Sim, isso seria como

aceitar a ajuda do Escuro.
"Sente-se e me conte sobre aqueles seanchan", disse ele.

28
UM buquê de botões de rosa
DDesde o dia em que deixaram Ebou Dar, viajar com o Grande

Espetáculo Viajante de Valan Luca e a Magnífica Exibição de
Maravilhas e Prodígios tinha sido tão desagradável quanto Mat
imaginara em seus momentos mais sombrios. Para começar, choveu
quase diariamente por várias horas, e uma vez por três dias
seguidos sem parar, chuvas frias de inverno, quase granizo, e garoas
geladas que encharcavam seu casaco pouco a pouco e antes que
você percebesse você estava tremendo A água escorria pela estrada
de terra batida como se fosse pavimentada, deixando, na pior das
hipóteses, uma fina camada de lama escorregadia, mas a longa fila
de carroças, cavalos e pessoas também não viajava muito quando o
sol brilhava. No início, o pessoal do entretenimento estava muito
ansioso para
deixar a cidade onde relâmpagos afundaram navios à noite e
estranhos assassinatos fizeram todos olharem para trás dele, para
fugir de um ciumento nobre de Seanchan que estaria perseguindo
ardentemente sua esposa e que poderia descarregar sua raiva em
qualquer pessoa associada a ele. desaparecer arrancando-o de suas
garras. A princípio, eles tinham ido tão rápido quanto os cavalos
podiam puxar as carroças, incitando os animais a acelerar o passo, a
deixar mais um quilômetro para trás. Mas cada milha percorrida fazia
com que se sentissem muito mais longe do perigo, muito mais
seguros, e quando chegou a primeira tarde da viagem...
"Você tem que cuidar dos cavalos", explicou Luca, olhando para o
calado desamarrado de sua carroça de cor berrante e que os
carregadores carregavam na garoa leve em direção às fileiras de
animais estacados. O sol descera um pouco mais da metade para
oeste, mas gavinhas cinzentas já estavam saindo das tendas dos
buracos de fumaça e das chaminés de metal das carroças. Ninguém
nos segue, e é um longo caminho até Lugard.
Bons cavalos são difíceis de encontrar e caros. Luca franziu a testa e

balançou a cabeça. Falar de despesas sempre azedava seu gesto.
Ele poupou cada centavo, exceto no que dizia respeito à sua esposa.
Não há muitos lugares entre aqui e ali que valham a pena parar por
mais de um dia. A maioria das cidades não forneceria uma entrada
aceitável, mesmo que toda a população aparecesse, e você nunca
sabe como as pessoas de uma cidade responderão até que o show
comece. No entanto, você não me paga o suficiente para desistir do
que posso ganhar. Ele puxou sua capa carmesim bordada mais
apertada contra a umidade e olhou por cima do ombro para seu
carrinho. O ar carregava um cheiro de algo azedo através do
chuvisco. Mat duvidava que ele quisesse comer qualquer coisa que a
esposa de Luca fizesse. Tem certeza de que ninguém está nos
seguindo, certo, Cauthon?
Mat puxou o gorro para baixo com raiva e rangeu os dentes

enquanto caminhava entre as lojas e as carroças multicoloridas.
Não lhe pagou o suficiente? Pela quantia oferecida, Luca deveria

estar disposto a galopar seus animais até Lugard. Bem, não
exatamente a galope — ele também não queria domar os cavalos —,
mas aquele pé-verde vaidoso teria que dar um passo rápido.
A uma curta distância da carroça de Luca, Chel Vanin estava

sentado em um banquinho de três pernas, seu corpo transbordando,
mexendo uma espécie de guisado escuro em uma panela pendurada
sobre um pequeno fogo. A chuva escorregou da aba larga de seu
chapéu e pingou na panela, mas o homem gordo não pareceu notar
ou se importar. Gorderan e Fergin, dois dos Braços Vermelhos,
murmuraram maldições enquanto enfiavam estacas no chão
lamacento para forçar os ventos da barraca de lona suja que
compartilhavam com Harnan e Metwyn.
E com Vanin também, mas Vanin tinha habilidades que ele achava
que o colocavam acima de tarefas como armar barracas, e os Braços
Vermelhos concordaram com pouca relutância.
Vanin era um grande conhecedor de cuidados com cavalos, o melhor

rastreador e ladrão de cavalos do lugar, por mais improvável que
pudesse parecer, e isso era verdade para qualquer país que lhe
viesse à mente.
Fergin viu Mat e engoliu um palavrão quando o martelo bateu em seu

dedão do pé em vez de bater na estaca da barraca. Ele largou o
martelo, enfiou o dedo no
boca e se agachou protestando enquanto o chupava.
"Nós vamos ter que ficar ao ar livre a noite toda nesta chuva para
ficar de olho nessas mulheres, meu senhor." Você não poderia
contratar um desses caras para fazer esse trabalho e pelo menos
não ficaríamos molhados até que fosse necessário?
Gorderan cutucou Fergin no ombro com um dedo grosso. Ele era tão
largo quanto Fergin era magro, e Tearian apesar de seus olhos
cinzas.
"Os meninos vão armar a barraca e roubar qualquer coisa que não
esteja pregada." Outro movimento do dedo.
Você quer que um desses amigos estrangeiros pegue minha besta

ou minha sela? É uma boa cadeira.
Fergin fez uma careta e resmungou, mas pegou o martelo e limpou a

lama de sua jaqueta. Ele era um bom soldado, mas não muito
inteligente.
Vanin cuspiu pelo buraco entre os dentes e quase errou o pote. O

ensopado cheirava bem depois do que Latelle estava cozinhando,
mas Mat decidiu que também não comeria lá. Batendo a colher na
borda da panela para limpá-la, o gordo ergueu o rosto redondo e
olhou para Mat com as pálpebras inchadas, o que muitas vezes o
fazia parecer meio adormecido, mas só um tolo se deixaria enganar
por isso.
"Nesse ritmo, chegaremos a Lugard perto do final do verão. Se

chegarmos lá.
"Nós chegaremos lá, Vanin", disse Mat com mais certeza do que
sentia no momento. A jaqueta de pano áspera que havia secado
algumas horas atrás estava encharcada em alguns lugares e a água
escorria por suas costas.
Era difícil se sentir seguro quando a chuva gelada

deslizou um pela espinha. O inverno está quase acabando.
Vamos nos mover mais rápido quando a primavera chegar. Já verás.

Estaremos em Lugard no meio da primavera.
Ele não estava muito certo sobre isso também. No primeiro dia só
percorreram duas léguas e depois, se percorreram duas e meia, foi
um feito e tanto. Não havia muitas cidades que pudessem ser
chamadas de cidades ao longo da Great North Causeway, que
começou a mudar de nome rapidamente à medida que o show
progredia nessa direção. As pessoas o chamavam de 'Ebou Dar
Causeway' ou 'the Ferry Causeway' ou às vezes apenas 'the
Causeway', como se houvesse apenas um.
Mas Luca parava em todas as cidades — fossem elas de fato ou só

tivessem nome — vilas ou vilas muradas com ares de seis ruas e
uma imitação pobre de uma praça toscamente pavimentada.
Demorou quase meio dia para montar o espetáculo e colocar a
parede de lona em volta, com aquela enorme faixa com grandes
letras vermelhas e azuis penduradas na entrada: O Grande
Espetáculo Itinerante de Valan Luca. Luca não conseguiu deixar
passar a oportunidade de conseguir um grande público. Ou o
dinheiro em seus bolsos. Ou a chance de mostrar a ele uma de suas
capas vermelhas e aproveitar a adulação. Ele gostava disso quase
tanto quanto do dinheiro. Quase.
A raridade de artistas e animais enjaulados de terras distantes foi

suficiente para atrair pessoas. Na verdade, bastavam animais de
terras não tão distantes; poucos haviam se afastado o suficiente de
seus campos para ver um urso, muito menos um leão. Só os
aguaceiros deixavam o público rarefeito e quando chovia forte os
malabaristas e acrobatas se recusavam a se apresentar sem ter
algum tipo de proteção sobre eles.
suas cabeças. O que fez Luca andar de um lado para o outro, às
vezes em silêncio carrancudo, às vezes falando loucamente sobre
encontrar lonas suficientes para cobrir cada número ou fazer uma
barraca grande o suficiente para segurar o show inteiro. Uma loja!
Suas alegações eram, no mínimo, grandiosas. E por que não um
palácio sobre rodas, aliás?
Ainda assim, se Luca e o lento progresso do show fossem tudo o que

o preocupava, Mat teria sido um homem feliz. Às vezes, duas ou três
caravanas lentas de colonos Seanchan que haviam começado mais
cedo passavam com suas estranhas carroças de bico e seu gado de
aparência estranha ou ovelhas ou cabras antes que a primeira
carroça do show começasse. Às vezes, colunas de soldados
Seanchan passavam por eles, fileiras de homens com capacetes
com cabeça de inseto e cavaleiros em suas armaduras de malha de
malha listrada. Em uma ocasião, os cavaleiros foram montados por
criaturas com escamas de bronze semelhantes a felinos do tamanho
de um cavalo. Exceto que eles tinham três olhos, é claro. Cerca de
vinte desses animais movendo-se em um trote sinuoso mais rápido
que um cavalo. Nem o cavaleiro nem a montaria mostraram qualquer
interesse no espetáculo, mas relinchando e
tempestade
os cavalos
empinando nos
de exposição
arreios. Leões,
enlouqueceram
leopardos e
ao
ursos
passar,
rugiram de
suas jaulas, e o cervo peculiar se lançou contra as grades em uma

tentativa inútil de escapar. Levou horas para acalmar todos o
suficiente para que as carroças começassem a se mover novamente,
e Luca insistiu que os problemas fossem resolvidos primeiro.
tempestade
arranhões de animais enjaulados. Os animais foram um grande
investimento.
Por duas vezes, oficiais com capacetes longos e de plumas finas

decidiram verificar a cela de isenção de cavalos de Luca; Mat
começou a suar frio, suando gotas do tamanho de uvas até que eles
saíram satisfeitos. À medida que o show se movia para o norte, o
número de seanchan na calçada diminuiu, mas Mat ainda suava
quando via outro grupo, fosse de soldados ou colonos. Pode ser
verdade que Suroth estava mantendo o desaparecimento de Tuon
em segredo, mas o seanchan estaria procurando por ela. O desastre
poderia acontecer se apenas um oficial intrometido verificasse o
número na cela em relação ao número de cavalos. Depois disso, ele
vasculharia as carroças, sem dúvida achava que podia. Ou que uma
mulher ociosa seja canalizada entre os menestréis, os equilibristas e
os contorcionistas. Então eu estava suando gotas como ameixas!
Infelizmente, nem todos tiveram o apreço devido à sua própria pele.
sul'dam
Nos arredores de uma cidadezinha chamada Weesin, um punhado

de casas com telhado de palha onde nem Luca achava que
conseguiriam dois cobres, Mat se protegia da chuva persistente com
uma grossa camada de pano quando viu os três Aes. Sedai entra na
sala, esgueirando-se para o recinto do show com o pôr do sol. O
trovão retumbou ao longe. Eles estavam vestidos com capas
escuras, seus capuzes puxados para baixo, mas Mat não tinha
dúvidas de quem eles eram. Na chuva, eles passaram a dez passos
dele, sem saber de sua presença, mas o medalhão de prata que ele
usava sob a camisa ficou frio contra sua pele. Pelo menos um deles
estava canalizando ou abraçando o Poder. Maldição, se eles não
fossem mais loucos que cabras.
Assim que as Aes Sedai desapareceram entre as carroças e tendas,
mais três figuras encapuzadas correram atrás delas. Uma dessas
mulheres tinha uma visão melhor; Ele levantou a mão para apontar
para ele, mas os outros apenas pararam por um momento, então
correram atrás da Aes Sedai. Mat quase praguejou, mas se conteve.
Foi acima disso. Se ele listasse as pessoas que não gostaria de ver
vagando por onde uma patrulha seanchan pudesse vê-las, as Aes
Sedai e Aes Sedai estariam quase no mesmo nível de Tuon e
Selucia.
sul'dam
"Quero saber o que eles querem", disse Noal atrás dele, e Mat pulou,
enviando uma torrente de chuva pelo capuz e pelo pescoço.
Se ao menos o velho ossudo parasse de se aproximar dele.
"Isso é o que eu pretendo descobrir," ele murmurou enquanto

ajeitava sua capa. Ele não sabia por que se incomodava.
Sua jaqueta estava apenas um pouco úmida, mas sua camisa de

linho estava encharcada.
Curiosamente, Noal havia parado de segui-lo quando chegou à

carroça listrada de cinza com a tinta branca manchada onde as Aes
Sedai dormiam. O velho gostava de meter
sul'dam o nariz em
Talvez
tudo.
ele tivesse
decidido que estava bastante molhado. Blaeric e Fen já estavam

enrolados em seus cobertores embaixo da carroça, aparentemente
alheios à chuva e à lama, mas Mat não apostaria que nenhum dos
dois estava dormindo. Na verdade, um sentou-se enquanto Mat
subia os degraus da carroça. Fosse o que fosse, ele não disse nada,
mas Mat podia sentir os olhos do homem sobre ele.
Ainda assim, ele não hesitou e não se incomodou em bater.
O interior estava lotado com as seis mulheres de pé, ainda

segurando suas capas encharcadas nas mãos.
Duas lâmpadas montadas em balancins nas paredes forneciam boa
luz, mais do que ele desejaria, de qualquer forma. Seis rostos se
voltaram para ele com aquelas expressões geladas que as mulheres
davam a um homem quando ele estragava tudo. O ar na carroça
cheirava a lã molhada e como se um raio tivesse acabado de cair; ou
pode ser baixado a qualquer momento.
A chuva tamborilava no telhado e trovões retumbavam, mas a

cabeça de raposa não transmitia mais frieza do que qualquer outra
peça de prata. Talvez Blaeric e Fen o tivessem deixado passar
pensando que iriam arrancar sua cabeça. Ou talvez eles
simplesmente não quisessem correr o risco de serem roubados. É
claro que um Guardião estava disposto a morrer se sua Aes Sedai
decidisse que era necessário. Matt Cauthon No. Ele fechou a porta
com o quadril. Já não lhe dava picadas. bem muito raro Tempo.
Repreendendo-os por terem saído, Edesina sacudiu o cabelo preto,

que caía pelas costas, e disse ferozmente: “Mestre Cauthon,
agradeço-lhe por me resgatar do seanchan e lhe mostrarei minha
gratidão, mas há limites. Eu não sou seu servo, então você pode me
dar ordens. Não havia seanchan na aldeia e mantivemos nossos
rostos escondidos. Você não precisava mandar... seus cães atrás de
nós. O olhar que ele deu aos três seanchan poderia ter ovos fritos.
Edesina tinha parado de ficar nervosa perto de qualquer um com
sotaque seanchan. Ele queria se vingar, e eles estavam à mão. Mat
confiou no lendário autocontrole das Aes Sedai para evitar que a
situação se transformasse em violência. Ele esperava que já não
tivesse ido longe demais para ele aguentar assim. Velhas memórias
evocaram Aes sul'dam
Sedai explodindo como armazéns Lightbringer.

O rosto escuro de Bethamin não mostrou nenhum sinal de alarme.
Ela tinha acabado de sacudir a capa e estava pendurando-a em um
cabide enquanto Edesina falava, depois alisou o vestido até os
quadris. Ela estava vestindo uma saia verde desbotada esta noite.
Ela protestou que as roupas ebudarianas eram indecentes e que Mat
deveria encontrar outro tipo de vestido para ela agora que estavam
longe da costa, mas na verdade a mulher preenchia muito bem o
decote estreito e baixo. No entanto, ela se expressou de uma
maneira que era muito maternal para o gosto dele.
"É verdade que eles mantiveram seus rostos escondidos, meu

senhor", disse ele com o sotaque peculiar que parecia desenhar as
palavras, "e eles não se separaram." Nenhum deles tentou fugir. Eles
se comportaram muito bem. "Como uma mãe elogiando suas filhas."
Ou talvez como um treinador de cães elogiando os animais. O
Cogumelo loiro assentiu com aprovação.
Como treinador de cães, definitivamente.
— Se meu senhor quiser mantê-los confinados, podemos sempre

usar o
— acrescentou Renna com exagerada
Adão
efusão.
ser
Eles
deixados
realmente
soltos.
não devem
Ele até se curvou para ela, estilo seanchan, curvando-se em um
ângulo reto da cintura. Seus grandes olhos castanhos tinham uma
expressão esperançosa. Teslyn saltou, apertando a capa molhada
contra o peito. Ela certamente não tinha superado seu medo de
unhas, não importa o quanto sua expressão fosse a de alguém
capaz de roer unhas. Joline, altiva como sul'dam
sempre, enrijeceu, seus olhos brilhando. Por mais calma que fosse a
Aes Sedai, quando seus olhos brilhavam, os relâmpagos podiam ser
descarregados. Isso costumava acontecer muito com mulheres
bonitas.
"Não", disse Mat apressadamente. Não precisa chegar a isso. Você

vai me dar esses potes e eu vou me livrar deles. —
Luz, por que ela teve que carregar aquelas mulheres? O que parecia
uma boa ideia, então, parecia uma estupidez solene em
retrospectiva. O que todos vocês devem fazer é ter cuidado.
Ainda estamos a pouco mais de trinta milhas de Ebou Dar e as

estradas estão cheias de sangrentos seanchan. Ele deu aos três um
olhar de desculpas. Afinal, eles estavam do lado dele. De sul'dam
certo modo. Eles não tinham para onde ir, exceto para Egeanin, e
descobriram quem estava lidando com o dinheiro. As sobrancelhas
de Bethamin se ergueram em surpresa. Os nobres Seanchan não se
desculparam, nem mesmo com um olhar.
"Os soldados Seanchan passaram pela aldeia ontem," Teslyn

comentou, seu sotaque Illian soando muito forte. Os olhos brilhantes
de Joline se voltaram para ela, mas Teslyn a ignorou e se virou para
pendurar a capa. Eles fizeram perguntas sobre estranhos na estrada.
E alguns protestaram que tinham sido enviados para o norte.
Ele olhou para as meninas, então rapidamente
sul'dam
desviou o olhar
e respirou fundo. O Retorno parece estar indo para o leste. Os

soldados acreditam que o Exército Invencível entregará Illian à
imperatriz antes do final da primavera. A própria cidade e o resto do
país. “As Aes Sedai deveriam desistir de seu país de nascimento
quando entrassem na Torre Branca, mas para um Illian a cidade de
Illian era 'a Cidade', e sabia-se que ele se referia à capital.
"Isso é bom", disse Mat pensativo, quase falando para si mesmo. Os

soldados sempre davam muito a língua e essa era uma das razões
pelas quais não revelava seus planos às tropas até o último
momento.
As sobrancelhas finas de Teslyn se arquearam e Mat acrescentou:

“Isso significa que a estrada para Lugard estará livre na maior parte
do caminho. O aceno de cabeça de Teslyn foi
rude e não muito satisfeito. Muitas vezes, o que as Aes Sedai
deveriam fazer estava longe do que elas realmente faziam.
"Nós não falamos com ninguém, meu senhor, nós apenas ficamos de
olho nas meninas", acrescentou Bethamin, arrastando suas palavras
mais do que nunca, e o seanchan geralmente falava como mel sendo
derramado em uma tempestade de neve. Era óbvio que ela estava
sul'dam
dando as cartas entre os três, mas ela olhou para os outros antes de
, continuar. Nos bairros do Ebou Dar apenas se falava de Illian. Uma
nação rica e uma cidade rica onde
sul'dam muitos ganhariam
fortuna. O
novos
último foi
nomes.
dito como e
se o
dinheiro não fosse importante em comparação com a obtenção de

um novo nome. Deveríamos ter percebido que você gostaria de
saber sobre essas coisas. Outro suspiro profundo quase a fez
escorregar de seu decote. Se tiver alguma dúvida, meu senhor,
diremos o que sabemos.
Renna curvou-se para ele novamente, sua expressão melancólica.
"Nós também podemos ouvir nas cidades e aldeias onde paramos,

meu senhor," Mushroom estalou. As meninas podem não, mas
podemos ser confiáveis.
Uau, quando uma mulher se ofereceu para ajudá-lo, ela sempre
começava colocando você em uma panela de água quente e
adicionando combustível ao fogo? O rosto de Joline se transformou
em uma máscara de gelo desdenhosa. O seanchan não merecia sua
atenção; que deixou claro com um único olhar. E foi o tolo Mat
Cauthon que recebeu um olhar gelado.
Edesina apertou os lábios e seus olhos perfuraram como brocas nele

e no. Até Teslyn conseguiu parecer indignada.
sul'dam pelo Ela também
resgate, mas estava
era
grata
Aes Sedai.
E sua carranca foi dirigida a ele. Mat suspeitava que a mulher pularia
como um sapo assustado se um deles lhe desse um tapa.
sul'dam
"O que eu quero", ela explicou pacientemente, "é que todos vocês
fiquem na carroça." “Você tinha que ser paciente com as mulheres,
incluindo Aes Sedai. Ele estava aprendendo muito bem. Ao menor
rumor de que há uma Aes Sedai neste show, estaremos até o
pescoço em seanchan procurando por ela. E ter mulheres seanchan
também não nos fará bem. Em um caso ou outro, alguém virá para
farejar o que está por trás disso mais cedo ou mais tarde, e todos
nos encontraremos em uma confusão. Não se mostre. Você deve ser
discreto até estar mais perto de Lugard. Não é pedir muito, certo?
Um relâmpago brilhou na cabine e um trovão retumbou acima, tão

perto que a carroça tremeu.
Aparentemente, com o passar dos dias, ele descobriu que era pedir
demais. Ah, sim, as Aes Sedai mantinham os capuzes abaixados
quando saíam — a chuva lhes dava uma boa desculpa para isso; a
chuva e o frio —
mas uma ou outra andava no banco da carroça a maior parte do

tempo e não fazia nenhum esforço para se passar por empregadas
para o pessoal do entretenimento. Não que eles dissessem quem
eram, é claro, nem davam ordens a ninguém ou falavam com
ninguém além de si mesmos, mas que empregada esperava que as
pessoas se afastassem para deixá-la passar?
Eles também iam às aldeias e às vezes às cidades se tivessem

certeza de que não havia seanchan. Quando uma Aes Sedai tinha
certeza de alguma coisa, não havia como voltar atrás. Duas vezes
eles correram de volta quando encontraram uma cidade meio cheia
de colonos Seanchan em seu caminho para o norte. Eles lhe
contaram o que descobriram em suas visitas. Isso é o que ele
pensou. Teslyn parecia genuinamente grata; Estilo Aes Sedai, isso é.
e Edesina. À sua maneira.
Apesar de suas diferenças, Joline, Teslyn e Edesina se amontoavam

como um bando de gansos. Se alguém viu
um, eu vi os três. Provavelmente foi porque você se deparou com
eles quando eles saíram para passear, todos perfeitamente
amortecidos em suas capas, e em um minuto Bethamin, Renna e
Seta estavam logo atrás deles. Ah sim, como se não fosse sobre
eles, claro, mas sem perder de vista "as meninas". Bandos de
gansos. Até um cego podia ver que havia tensão entre os dois
grupos de mulheres. E ele também veria que nenhum deles era
servo. As Aes ocupavam posições de autoridade respeitadas sul'dam
e agiam quase tão arrogantemente quanto as Aes Sedai.
No entanto, ele permaneceu fiel à história contada.
Bethamin e as outras duas eram tão cautelosas com outros

Seanchan quanto as próprias Aes Sedai, mas também seguiam Aes
Sedai quando iam para uma cidade ou vila, e Bethamin sempre
relatava pedaços de conversa que ela pegava, enquanto Renna
exibia um sorriso obsequioso e Seta interveio para indicar que "as
meninas" tinham perdido isto ou aquilo, ou que alegavam não ter
ouvido; nunca se pode ter certeza com alguém que teve a audácia
de se chamar de Aes Sedai; talvez Mat devesse reconsiderar
amarrá-los à coleira, apenas até que fosse seguro.
Suas histórias não eram muito diferentes daquelas que as irmãs lhe
contavam. Fofocas de moradores sobre o que eles ouviram ao
passar por Seanchan.
Muitos dos colonos estavam nervosos, suas cabeças cheias de

histórias sobre o selvagem Aiel saqueando e arrasando Altara,
embora todos os moradores locais dissessem que era em algum
lugar mais ao norte. Alguém de posição mais alta parecia pensar o
mesmo, porém, porque muitos colonos foram desviados para o leste,
na direção de Illian. Uma aliança havia sido feita com alguém
poderoso que, aparentemente, daria acesso ao
Augusta Lady Suroth para muitos países. As mulheres se recusaram
a se convencer de que não precisavam saber dos rumores. Eles
também não conseguiram entregar o . Para falar a verdade, aquelas
correntes eram
havia
a única
prateado alavanca
e as três que ela
esteiras para
De uma Aes
a'damsul'dam
Sedai! Ah! Ela
pressionar
também não a Aes
tinha Sedai. Gratidão.
pensado em
colocar aqueles colares de volta nas irmãs. Bem, não com muita
frequência. Fui bem apanhado. Uau sim.
Era verdade que ele não precisava das informações que ele
melhores,
sul'dam
as
e
pessoas as
em Aes Sedai
quem
tinham.
confiava
Ele tinha
passavam.
fontes
Bem, ele
confiou em Thom, quando conseguiu evitar que o menestrel de

cabelos brancos brincasse de Cobras e Raposas com Olver ou
ficasse absorto em uma carta muito amassada que ele mantinha
enfiada na frente do paletó. Thom poderia entrar em uma sala
comunal, contar uma história, talvez fazer algum malabarismo e sair
sabendo o que estava na cabeça de cada homem ali. Mat confiava
em Juilin também — ela era quase tão boa nisso quanto Thom, sem
fazer malabarismos ou contar histórias —, mas Juilin sempre insistia
em pegar Thera, recatadamente em seu braço, quando entravam na
cidade. Segundo ele, era para Thera se acostumar com a liberdade.
Ela estava sorrindo para ele, com aqueles enormes olhos brilhantes
e aquela boquinha carnuda que parecia pedir para ser beijada.
Talvez fosse verdade que ela tinha sido a Panarca de Tarabon, como
Juilin e Thom alegaram, mas Mat estava começando a duvidar disso.
Ele tinha ouvido alguns contorcionistas brincarem sobre como a
empregada tarabonesa estava esgotando o farejador teariano a
ponto de ele mal ter forças para andar. Panarca ou serva, no entanto,
Thera ainda fez menção de se ajoelhar ao som de um sotaque
arrastado.
Mat supôs que qualquer Seanchan que lhe perguntasse obteria tudo
o que ela sabia dela, começando com Juilin Sandar e terminando
com a carroça em que as Aes Sedai estavam, todas as respostas
oferecidas enquanto ela estava prostrada de joelhos. Neste jogo,
Thera era um perigo maior do que a Aes Sedai e os tabuleiros. Mas
Juilin se irritou com a menor sugestão de que seu companheiro não
era muito confiável, acenando sul'dam
com
como a vara
se
de bambu
estivesse
pensando em esmagá-la na cabeça de Mat. Não havia solução, mas

Mat encontrou um paliativo, uma forma de ter um pequeno aviso se o
pior acontecesse.
"Claro que posso segui-los", disse Noal com um sorriso que revelou
o amassado em seus dentes e indicou que isso seria brincadeira de
criança.
Colocando um dedo nodoso em seu nariz torto, ele enfiou a mão no

interior de sua jaqueta onde guardava suas facas.
Tem certeza de que não é melhor garantir que aquela mulher não
possa falar com ninguém? É só uma sugestão, rapaz. Se você disser
não, então não.
Mat colocou a maior ênfase em dizer "não". Ele havia matado uma
mulher e deixado outra para ser picada. Ele não estava disposto a
adicionar um terço à sua consciência.
"Parece que Suroth fez uma aliança com algum rei", relatou Juilin
com um sorriso enquanto levava uma taça de vinho apimentado aos
lábios. Pelo menos Thera parecia fazê-lo sorrir mais. A mulher
estava aninhada ao lado do banco de Juilin na tenda lotada que
compartilhavam, a cabeça apoiada no colo do Sniffer, a outra mão
acariciando suavemente seus cabelos. Pelo menos há muita
conversa sobre um novo aliado poderoso. E esses colonos estão
morrendo de medo do Aiel.
"Aparentemente, a maioria dos colonos foi desviada para o leste",
relatou Thom, olhando tristemente para seu copo. Assim como Juilin
parecia mais feliz a cada dia, ele parecia mais triste.
Noal estava do lado de fora, projetando sua sombra sobre Juilin e

Thera, enquanto Lopin e Nerim, os dois servos Cairhienin, sentados
de pernas cruzadas nos fundos da loja, tinham trazido suas cestas
de costura e examinavam os casacos finos que Mat havia trazido.
Ele estava em Ebou Dar para o caso de precisarem de algum reparo,
então a lojinha ainda estava lotada. E muitos soldados também”,
continuou Thom. Tudo indica que vão cair sobre Illian como um
martelo.
Bem, pelo menos ele sabia que estava ouvindo a pura verdade vindo
deles. Nada de palavras vagas de Aes Sedai com várias
interpretações ou tentando bajular
sul'dam
com bajulação.
Bethamin e Seta até
aprenderam a se curvar. De alguma forma, ele se sentiu mais

confortável com Renna, que estava curvada na cintura. Parecia um
gesto sincero. Estranho, mas sincero.
No que lhe dizia respeito, fosse cidade ou vila, Mat daria apenas uma
rápida olhada, a gola do casaco levantada e o chapéu puxado para
baixo, antes de voltar para o salão de exposições. Raramente usava
capa.
Uma capa poderia dificultar o acesso às facas que ele carregava por
todo o corpo. Não que eu esperasse precisar deles também.
Foi apenas uma medida de precaução.
Nada de beber, dançar ou jogar. Principalmente esse último. O

som de dados tilintando em uma mesa na sala comunal de uma
pousada o atraiu, mas sua grande sorte com os dados certamente
atrairia a atenção, mesmo supondo que ninguém sacasse uma faca
dele, e nesta parte de Altara tanto homens quanto mulheres
carregava facas presas
cintos de segurança e estavam dispostos a usá-los. Ele queria
passar despercebido, então passou pelas mesas de dados,
respondeu com um aceno impassível para as garçonetes da taverna
que sorriam para ele, e nunca bebiam mais do que uma taça de
vinho e geralmente nem isso.
Afinal, ele tinha trabalho a fazer no show.
Ou algum tipo de trabalho. Ele começou isso na primeira noite depois

de deixar Ebou Dar, e foi um trabalho árduo.
"Eu preciso que você venha comigo," ele disse então enquanto abria
o armário embutido na lateral do carrinho, debaixo da cama.
Ele mantinha o baú de ouro lá, tudo ganho honestamente através do

jogo. Ou o mais honestamente possível. A maior parte vinha de uma
corrida de cavalos, e sua sorte não era melhor do que a de qualquer
homem quando se tratava de cavalos. Quanto ao resto... Se um
homem quisesse jogar dados ou cartas ou jogar moedas, ele tinha
que estar disposto a perder. Domon, sentado na outra cama e
esfregando os pelos que começavam a crescer em seu crânio
raspado, havia aprendido a lição. O cara deveria ter aceitado dormir
no chão como uma coisa boa, mas no começo ele insistiu em jogar
toss-ups com Mat na segunda cama todas as noites. Egeanin
ocupou o outro, é claro. Jogar moedas so'jhin
era
fácil tão
quanto dados.
Contanto que eles não caíssem de lado, como ele às vezes fazia.
Mas foi Domon quem sugeriu, não ele. Até que Mat ganhou quatro
noites seguidas e na quinta noite a moeda caiu três vezes seguidas.
Agora eles dormiam em turnos na cama. Mas esta noite foi a vez de
Domon no chão.
Ele encontrou a pequena bolsa de camurça que estava procurando,
enfiou-a no bolso do paletó e se levantou, fechando o armário com
um chute.
"Você tem que vê-la mais cedo ou mais tarde", disse ele. E
eu preciso passar a ferro as arestas. O que ele precisava era de

alguém para ser o objeto da ira de Tuon, alguém que o fizesse
parecer aceitável em comparação, mas ele não poderia dizer isso à
mulher, poderia? Você é um nobre seanchan e pode me impedir de
estragar tudo.
"Por que você precisa suavizar as coisas?" O sotaque parcimonioso

de Egeanin soou áspero. A mulher estava parada na porta da
carroça, as mãos nos quadris, os olhos azuis penetrantes como
brocas sob a peruca preta. Por que você precisa ver? Você ainda
não fez o suficiente?
"Não me diga que você tem medo dele," Mat zombou, evitando
responder. Que resposta ele poderia dar que não soasse insana?
Você poderia pegá-la debaixo do braço quase tão facilmente quanto
eu. Mas prometo que não vou deixá-la cortar suas cabeças ou
chicoteá-los.
"Egeanin não tem medo de nada, garoto," ele rosnou.
Domon de forma protetora. Se ele não for, então saia cortejando a

garota sozinho. E fique a noite toda se quiser.
Egeanin continuou a encarar Mat. Ou golpeando algo através dele.

Então ele olhou de volta para Domon, seus ombros um pouco
curvados, e ele pegou sua capa do cabide.
"Afaste-se, Cauthon", disse ele com um grunhido. Se tiver que ser

feito, é melhor ser o mais rápido possível e se livrar dele. Ela saiu
correndo da carroça e Mat teve que se apressar para alcançá-la.
Qualquer um teria pensado que ela não queria ficar sozinha com
Domon, por mais absurdo que isso pudesse parecer.
Do lado de fora da carroça roxa sem janelas, negra na noite, uma
sombra se separava das mais densas. A lua falciforme rompeu as
nuvens tempo suficiente para Mat reconhecer o rosto comprido de
Harnan.
"Tudo quieto, meu senhor," o líder relatou.
Mat assentiu e respirou fundo enquanto tocava a bolsa de camurça.

O ar estava limpo graças à chuva e ao fato de que a carroça estava
longe das paliçadas dos cavalos. Tuon deve ter ficado aliviado por se
livrar do cheiro de esterco e do fedor pungente das jaulas dos
animais. À sua esquerda, os vagões dos artistas eram tão escuros
quanto os vagões de armazenamento cobertos de lona à sua direita.
Não havia mais sentido em esperar.
Ele levemente empurrou Egeanin escada acima.
Havia mais pessoas dentro do que Mat esperava.
Setalle estava sentada em uma das camas, trabalhando em seu

bastidor de novo, e Selucia estava de pé atrás, franzindo a testa sob
o lenço. Noal estava sentado na outra cama e aparentemente estava
absorto em pensamentos, enquanto Tuon estava sentado de pernas
cruzadas no chão jogando Snakes and Foxes com Olver. O menino
se virou com um sorriso de orelha a orelha quando Mat entrou.
"Noal está nos contando sobre Co'dansin, Mat", ele exclamou. É

outro nome que Shara tem. Você sabia que os Ayyad tatuam seus
rostos? É assim que eles chamam as mulheres que canalizam em
Shara.
— Não, eu não sabia disso — disse Mat, olhando severamente para

Noal. Como se não bastasse que Vanin e os Braços Vermelhos
estivessem ensinando maus hábitos ao menino, por que não?
mencionar as coisas que ele conseguiu de Juilin e Thom, apenas
Faltava que agora Noal enchesse a cabeça de bobagens inventado.
De repente, Noal deu um tapa na coxa e sentou-se.
erguido.
-Eu me lembro agora! ele exclamou, e então o
velho tolo começou a recitar.
A fortuna cruza o firmamento como o sol
com ele os
corvos.faz voar com raposas do que
A alma, olho a
É o sorte
seu
seu
exata,
relâmpago passageiro que
para ele
arrebata as luas para o céu.
O velho de nariz quebrado olhou em volta como se percebendo que

outra pessoa havia entrado.
“Eu tenho tentado me lembrar disso. pertence aos Profecias do

Dragão.
"Muito interessante, Noal," Mat murmurou. As cores eles giraram em
sua cabeça assim como eles tinham de manhã quando a Aes Sedai
teve um ataque de pânico. O
redemoinho desapareceu sem deixar uma imagem desta vez, mas

Mat congelou como se tivesse passado o
noite dormindo ao ar livre em couros. Só faltou isso alguém o

conectou com as Profecias. talvez em alguns momento você pode
recitar tudo para nós na íntegra, mas não agora, ok?
Tuon ergueu os olhos para ele e o observou através dos olhos dela.
abas; parecia uma boneca de porcelana preta com vestido muito

grande para o tamanho dela. luz, mas o que ela tinha cílios tão
longos. A menina ignorou
Egeanin como se não existisse, e, para falar a verdade, Egeanin

estava tentando por todos os meios fingir ser
parte de um dos armários embutidos na parede. Adeus à esperança
de diversão estratégica.
"Brinquedo não significa ser rude", comentou.
Tuon com aquele sotaque lento de mel. É que nunca o ensinaram a

ter boas maneiras. Mas é tarde, mestre Charin, e é hora de Olver ir
para a cama.
Você quer acompanhá-lo até sua loja? Jogaremos outra vez, Olver.
Quer que eu te ensine a jogar pedrinhas?
Bem, claro que você faria. O menino quase se contorceu ao dizer

isso, de pura excitação. Ela gostava de qualquer coisa que desse à
mulher uma chance de sorrir, para não mencionar a chance de dizer
coisas pelas quais ela deveria ter levado um tapa até que suas
orelhas inchassem e ficassem maiores do que já eram. Desde que
Mat descobrisse qual de seus 'tios' estava lhe ensinando tais
coisas... Mas o menino pegou as peças do jogo e enrolou
cuidadosamente o pano desenhado em um tabuleiro sem que lhe
dissessem duas vezes.
Ele até fez uma reverência impecável ao agradecer à Senhora

Augusta antes de deixar que Noal o conduzisse para fora da carroça.
Mat assentiu em aprovação. Ele havia ensinado o menino a se
curvar, mas Olver costumava zombar deles quando ela era uma
mulher bonita. Como ele descobriu quem tinha...
"Existe uma razão para você me interromper, Toy?" Tuon perguntou

friamente. É tarde, e eu estava pensando em ir para a cama.
Mat curvou-se e deu a ela seu melhor sorriso.
Ele podia ser educado mesmo que ela não fosse.
"Eu só queria ter certeza de que você estava bem."
Esses vagões são desconfortáveis para viajar

calçadas. E eu sei que você não está muito feliz com as roupas que
consegui encontrar para você. Achei que isso faria vocês se sentirem
um pouco melhor.
Ele tirou a bolsa de camurça do bolso e ofereceu a ela com um

floreio.
Selucia ficou tensa, seus olhos azuis se aguçando, mas Tuon acenou
com seus dedos finos, e a donzela rechonchuda se acalmou. Um
pouco.
Ele geralmente gostava de mulheres mal-humoradas, mas se ele

estragasse tudo, ele iria bater bem na bunda dela.
Ele manteve o sorriso com algum esforço, e até conseguiu acentuá-

lo um pouco.
Tuon examinou a bolsa, virando-a várias vezes nas mãos antes de

desamarrar o barbante e esvaziar o conteúdo em seu colo; era um
pesado colar de ouro cravejado de âmbar esculpido. Uma peça cara,
e de fabricação seanchan, ainda por cima. Ele estava orgulhoso de
ter encontrado aquela joia. Pertencia a um acrobata que o havia
recebido de um oficial Seanchan que estava apaixonado por ela,
mas concordou em vendê-lo agora que o oficial estava atrasado. Não
combinava com seu tom de pele, o que quer que isso significasse.
Mat sorriu e esperou. As joias sempre abrandaram o coração
feminino.
Mas nenhuma das mulheres reagiu como ele esperava.
Tuon ergueu o colar para o nível do rosto com as duas mãos,

estudando-o como se nunca tivesse visto nada parecido em sua
vida. A boca de Selucia se curvou em um sorriso de escárnio. Setalle
abaixou a armação de joelhos e olhou para Mat; as grandes argolas
de ouro em suas orelhas balançaram quando a mulher balançou a
cabeça.
De repente Tuon jogou o colar de volta por cima do ombro para

Selucia.
"Eu não gosto disso", disse ele. Você quer mantê-lo, Selucia?
O sorriso de Mat desapareceu um pouco. A mulher de pele cremosa

pegou o colar entre o polegar e o indicador, como se estivesse
segurando um rato morto pelo rabo.
"Uma peça para uma dançarina de karité usar com o véu", disse ele
secamente. Com um movimento de seu pulso, ela jogou o colar para
Egeanin enquanto ela retrucava: "Coloque-o!"
Egeanin pegou a peça no ar pouco antes de atingi-lo no rosto. O

sorriso de Mat desapareceu completamente. Ele esperava uma
explosão de Egeanin, mas Egeanin desajeitadamente desfez o
broche e puxou a pesada peruca para prendê-la na nuca. Seu rosto
teria sido esculpido pela neve a julgar pelo seu vazio.
"Vire-se", ordenou Selucia, e foi uma ordem, sem dúvida. Deixe-me

vê-lo.
Egeanin se virou. Duro como um pau, mas virado.
Setalle olhou para ela atentamente, balançando a cabeça em

perplexidade, então olhou para Mat com um aceno de cabeça
diferente antes de retornar ao bordado. As mulheres tinham tantas
maneiras de balançar a cabeça quanto de olhar para você. Isso
indicava que ele era um tolo, e se ele perdesse as nuances mais
sutis, ele estava feliz por isso. Ele duvidava que eles tivessem
gostado deles. É assim que um raio o atinge. Então ele comprou um
colar para Tuon, deu para Selucia bem debaixo do nariz dela, e
agora pertencia a Egeanin?
"Ele veio com um novo nome", comentou Tuon pensativo. Como ele
se chama agora?
"Leilwin", respondeu Selucia. um nome apropriado para uma

dançarina de karité. Leilwin Sem Navio, talvez?
"Leilwin Shipless", concordou Tuon.

Egeanin se encolheu como se cada palavra fosse um tapa na cara.
-Posso me aposentar? ele perguntou com fria formalidade.
enquanto dobra na cintura em um arco.
"Se você quer ir, vá," Mat rosnou. Trazê-la aqui não tinha sido uma
idéia muito boa, mas talvez ela pudesse se recuperar um pouco sem
a presença da mulher.
"Por favor, posso ir embora?" repetiu Egeanin, que estava com os

olhos fixos no assoalho e caiu de joelhos.
Tuon ainda estava sentada no chão, as costas muito retas e olhando

através da outra mulher como se ela não a visse. Os olhos de
Selucia varreram Egeanin de cima a baixo e seus lábios franziram.
Setalle passou a agulha pelo tecido esticado da armação. Nenhum
prestou atenção em Mat. Egeanin inclinou a cabeça para o chão, e
Mat reprimiu um juramento enquanto a mulher beijava as tábuas.
"Por favor", disse Egeanin com a voz rouca.
Peço permissão para retirar.
"Vá embora, Leilwin", disse Selucia, fria como uma rainha falando
com um ladrão de galinhas, "e não quero ver seu rosto novamente a
menos que esteja coberto por um véu de Shea dançante."
Egeanin recuou para a porta com as mãos e os joelhos, tão rápido

que o queixo de Mat caiu, e ela quase caiu da escada.
Mat conseguiu sorrir novamente com esforço. Não havia muito

sentido em ficar mais tempo, mas ele tentaria fazer uma saída digna.
"Bem, suponho...
Tuon mexeu os dedos, ainda sem olhar para ele, e Selucia ele
interrompeu abruptamente.
— A Senhora Augusta está cansada, Toy. Você tem a permissão dele
para sair.
"Olha, meu nome é Mat", ele respondeu. Um nome simples.
Um nome simples. Matt.
Pela falta de reação de Tuon, a garota poderia ter sido uma boneca
de porcelana. Ainda assim, Setalle largou o bordado e se levantou,
uma mão descansando levemente no punho da adaga curvada
enfiada em seu cinto.
“Jovem, se você acha que vai continuar vagando por aqui até nos ver
prontos para dormir, está muito enganado. Ela falou com um sorriso,
mas sua mão estava na faca e ela era ebudariana o suficiente para
esfaquear um homem se ela quisesse. Tuon ainda era uma boneca,
uma rainha em seu trono vestida por algum erro com roupas que não
lhe pertenciam. Matt saiu.
Egeanin estava apoiada com uma mão na lateral da carroça, a

cabeça pendurada. A outra mão agarrou o colar preso ao pescoço.
Harnan se moveu, uma curta distância no escuro, apenas o

suficiente para ser visto que ele ainda estava lá. Um homem
inteligente, mantendo-se longe de Egeanin na época. Mat estava
muito irritado para agir com inteligência.
"O que é tudo isso?" Ele demandou. Você não precisa mais se
ajoelhar diante de Tuon. E Selucia? Ela é uma maldita donzela! Eu
nunca vi ninguém agir de forma tão submissa à sua rainha como
você tem feito a ela.
Sombras cobriam o rosto severo de Egeanin, mas sua voz parecia

exausta.
“A Senhora Augusta é... quem ela é. Lúcia é dele
Nenhum dos Low Bloods ousaria olhar na cara dele, e talvez nenhum
so'jhinso'jhin
dos High Bloods. O broche estalou quando a mulher o arrancou dela.
Claro que agora não pertenço mais a nenhuma classe do

Sangue. Ele se inclinou para trás e jogou a joia o mais forte que pôde
na escuridão da noite, o mais longe possível.
Mat abriu a boca. Ele poderia ter comprado uma dúzia de belos
cavalos com o que pagou por aquela coisa e ainda ter dinheiro
sobrando. Ele a fechou novamente sem dizer nada. Ele pode não ser
sempre inteligente, mas ele era inteligente o suficiente para saber
quando estava em perigo de uma mulher realmente tentar esfaqueá-
lo. E ele sabia de outra coisa também.
Se Egeanin se comportasse assim perto de Tuon e Selucia, então

sul'dam
era melhor ela se certificar de que eles nunca fossem trazidos não
sei
para perto dela. Só a Luz sabia o que eles fariam se Tuon

começasse a sacudir os dedos.
O que o deixou com uma tarefa difícil pela frente. Bem, ele odiava
trabalhar, mas essas velhas memórias mantinham sua cabeça cheia
de batalhas. Ele também odiava lutar — alguém podia acabar morto!
— mas era melhor do que trabalhar.
Estratégia e tática. Estude o terreno, estude o inimigo, e se você não

conseguiu vencer de um jeito, procure outro.
Na noite seguinte, ele voltou sozinho para a carroça roxa e, quando

Olver terminou sua aula de seixos com Tuon, Mat habilmente
conseguiu induzi-la a jogar. A princípio, sentado no chão em frente à
mulher miúda, separado pelo tabuleiro, ele hesitou entre ganhar ou
perder. Algumas mulheres gostavam de sempre ganhar, mas o
homem tinha que dificultar para elas.
Outros gostaram que o homem ganhasse, ou pelo menos que

ganhasse mais vezes do que perdesse. Ele não entendia um ou
outro - ele gostava de ganhar e quanto mais fácil melhor - mas era
assim que era. Quando ele ainda não tinha decidido sobre um ou
outro, Tuon o deixou sem escolha no assunto. No meio do jogo, Mat
percebeu que o havia levado para uma armadilha da qual não
conseguia sair. seus seixos brancos
eles tinham seus negros presos em todos os lugares. Foi uma vitória
limpa e retumbante para a jovem.
"Você não toca muito bem, Toy," ele disse sarcasticamente.
Apesar de seu tom, seus olhos enormes e límpidos o estudaram

friamente, pesando e avaliando. Um homem poderia se perder em
olhos assim.
Mat sorriu e se despediu antes que alguém pudesse pensar em

expulsá-lo. Estratégia. Pense adiante. Faça o inesperado.
Na noite seguinte, ela trouxe uma pequena flor de papel vermelho

que havia sido feita por uma das costureiras do desfile. E
ofereceu para a atordoada Selucia. Setalle ergueu as sobrancelhas e

até Tuon pareceu surpreso. táticas. Confundir o inimigo. Venha para
pensar sobre isso, mulheres e batalhas não eram tão diferentes.
Ambos envolveram um homem em névoa e poderiam matá-lo
acidentalmente. Se alguém foi descuidado.
Ele visitava a carroça roxa todas as noites para um jogo de

pedrinhas sob os olhos atentos de Setalle e Selucia, concentrando-
se no tabuleiro quadrado.
Tuon era muito bom e, sem perceber, Mat se viu observando a

maneira como ela movia as pedrinhas, os dedos curvados para trás
de uma maneira curiosamente graciosa. Ela estava acostumada a ter
unhas compridas e tomar cuidado para não quebrá-las. Seus olhos
também eram um perigo. Era preciso ter a cabeça limpa para jogar
pedrinhas ou para a batalha, e aquele olhar parecia penetrar em seu
cérebro. No entanto, ele se jogou no jogo e conseguiu vencer quatro
jogos em sete, além de chegar ao empate. Tuon ficou satisfeito
quando ela ganhou e determinado quando perdeu, sem fazer birra
como Mat temia, sem fazer nenhum comentário mordaz além de
continuar a chamá-lo de Toy, dificilmente um vestígio daquela altivez
régia e gelada, pelo menos por tanto tempo.
eles jogaram Ela simplesmente gostou do jogo e riu alegremente
quando ele conseguiu uma configuração de fuga inteligente. Ela
parecia outra mulher quando se perdeu no tabuleiro do jogo.
Uma flor de pano azul seguiu a de papel vermelho, e dois dias

depois uma flor de seda rosa com pétalas estendidas, do tamanho
da palma da mão de uma mulher. Ambos foram entregues a Selucia,
cujos olhos azuis ficaram cada vez mais desconfiados ao pousar
nele, mas Tuon disse que ela poderia ficar com as flores e ela as
guardou com cuidado, embrulhadas em um pano de linho. Mat
deixou passar três dias sem dar um presente, e depois trouxe um
pequeno buquê de botões de rosa feitos de seda vermelha, com
caules e folhas que pareciam naturais, só que mais perfeitos. Ela
pediu à costureira para fazer no mesmo dia em que trouxe a primeira
flor de papel.
Selucia deu um passo à frente e estendeu a mão para receber os

botões de rosa com um leve sorriso, mas Mat se sentou e colocou o
ramalhete ao lado do quadro, um pouco mais perto de Tuon. Mat não
disse nada e Tuon nem olhou para ele.
Mat enfiou a mão nos saquinhos de couro onde estavam as

pedrinhas e tirou uma de cada, girando-as entre as mãos até não
conseguir nem saber qual era qual, então apresentou os punhos
cerrados. Tuon hesitou por um momento, observando seu rosto sem
expressão, então tocou sua mão esquerda. Mat abriu, revelando o
seixo branco brilhante.
"Mudei de ideia, Toy," ela murmurou enquanto colocava a pedrinha

branca cuidadosamente na interseção de duas linhas, perto do
centro do tabuleiro.
Você joga muito bem.

Matt piscou. Ele sabia o que estava fazendo? Selucia estava atrás de
Tuon, aparentemente absorta no tabuleiro quase vazio.
Setalle virou uma página de seu livro e se moveu um pouco para

obter uma luz melhor. Não Claro que não. Ele quis dizer seixos.
Se ele suspeitasse de seu verdadeiro jogo, ele o colocaria na rua.

Qualquer mulher faria. Ele tinha que dizer seixos. Essa foi a noite em
que eles empataram, cada um controlando metade do tabuleiro em
grupos soltos e irregulares. Para falar a verdade, naquela noite a
jovem conquistou uma vitória.
"Eu mantive minha palavra, Toy," ela disse naquele jeito arrastado de
falar enquanto ele colocava as pedrinhas de volta nas sacolas.
Nenhuma tentativa de escapar ou renegar promessas. Isso é
restritivo. Ele gesticulou em direção ao interior da carroça. Eu quero
fazer caminhadas. Eu vou fazer isso depois de escurecer. Você pode
me acompanhar. Seus olhos piscaram sobre o ramalhete, depois
para o rosto de Mat. Então você pode ter certeza que eu não vou
fugir.
Setalle marcou a página do livro com um dedo fino e olhou para ele.
Selucia, de pé atrás de Tuon, olhou para ele. Por mais absurdo que
possa parecer, a jovem manteve sua palavra. Para andar à noite,
quando a maioria das pessoas no show já estaria dormindo, nada ia
acontecer, especialmente com ele lá para garantir que fosse assim.
Então, por que ele sentiu que estava perdendo o controle da
situação?
Tuon concordou em ir de capa com o capuz puxado para trás, o que

foi um alívio. Cabelos pretos cresciam em seu crânio raspado, mas
até agora era pouco mais do que uma pequena camada de
penugem, e ao contrário de Selucia, que
certamente ela dormiu sem tirar o lenço, Tuon não mostrou nenhuma
inclinação para cobrir o dela.
Uma mulher do tamanho de uma criança, com cabelo mais curto do

que qualquer homem que não fosse careca, teria atraído a atenção
mesmo à noite. Setalle e Selucia sempre seguiam a curta distância
no escuro, a empregada para ficar de olho na patroa, com ar
protetor, e Setalle para ficar de olho na empregada. Pelo menos era
o que Mat achava que estava fazendo. Às vezes parecia que os dois
o observavam.
Ambos mantinham um tratamento muito amigável, considerando que

eram guardiões e prisioneiros. Mat ouvira Setalle avisar Selucia que
ele era um malandro com as mulheres; Bem, que maneira de falar
sobre ele! E Selucia respondeu calmamente que sua patroa
quebraria os braços se ela a desrespeitasse minimamente; como se
não fossem prisioneiros.
Pensou em aproveitar esses passeios para saber mais sobre Tuon

—
não falava muito enquanto jogavam pedrinhas — mas ela era muito
boa em ignorar suas perguntas ou mudar de assunto, geralmente
desviando para ele.
"Dos Rios é uma região de florestas e fazendas", disse ele enquanto

caminhavam pela rua principal do complexo. As nuvens escondiam a
lua e os vagões de cores berrantes eram apenas formas escuras e
indistinguíveis e as plataformas onde os artistas trabalhavam, meras
sombras alinhadas na rua. Todos cultivam tabaco e criam ovelhas.
Meu pai também tem vacas e negocia cavalos, mas principalmente
fumo e ovelhas de ponta a ponta da região.
"Seu pai negocia cavalos", Tuon murmurou. E o que você está

fazendo, Toy?
Mat olhou para as duas mulheres dez passos atrás. Setalle poderia
não estar perto o suficiente para ouvir se ele mantivesse um tom
baixo, mas decidiu ser honesto. Além disso, um profundo silêncio
envolveu o local do show. Talvez ela o tenha ouvido, e ela sabia o
que ele tinha feito em Ebou Dar.
"Sou jogador", respondeu.
"Meu pai disse que ele era um jogador", Tuon meditou.
Ele morreu por causa de uma aposta ruim.
E como alguém poderia descobrir o que isso significava?
"O que você faz para se divertir, Tuon?" Mat perguntou outra noite,
enquanto caminhavam por uma fileira de gaiolas, todas construídas
para preencher uma estrada inteira. Simplesmente porque você
gosta. Além de jogar pedrinhas. Apesar de estar dez metros atrás,
ele quase podia sentir Selucia se eriçar ao ouvi-lo usar o nome da
garota, mas Tuon não parecia se importar. Ou assim ele acreditava.
— respondeu enquanto — treino cavalos e na qual dormia um leão.
O animal
damane
esquadrinho
era apenas
uma
uma
jaula
grande
sombra deitada na palha atrás das grades. Ele realmente tem uma
juba preta? Não há leões com jubas pretas em Seanchan.
O que você treinou? Por diversão?
damane
Luz!
-Cavalos? Que tipo de cavalos? —Pode ser de . Por diversão.
batalha, se ele também treinou damane
— A Sra. Anan me disse que você é um canalha, Toy. Sua voz era
impassível, não fria. Sereno. Seu rosto escondido nas sombras do
capuz virou-se para ele. Quantas mulheres você já beijou? O leão
acordou e soltou uma espécie de tosse, um som profundo que faria
qualquer um arrepiar os cabelos. Tuon nem pestanejou.
"Parece que vai chover de novo", disse Mat em voz baixa.
Selucia vai me esfolar se você voltar encharcada. Ele a ouviu rir

baixinho. O que ele disse para fazê-la rir?
Claro, sempre havia um preço a pagar. Talvez as coisas tenham

saído do jeito dele ou talvez não, mas quando você pensa que sim,
você sempre paga um preço.
"Gangue de papagaios", queixou-se a Egeanin.
O sol da tarde, uma bola avermelhada meio escondida atrás das

nuvens, roçou o horizonte, lançando longas sombras sobre o
complexo. Para variar, não chovia e, apesar do frio, eles estavam
sentados sob a carroça verde que compartilhavam, curvados,
jogando pedrinhas, à vista de quem passava. Muitos passaram;
homens correndo para fazer alguma tarefa de última hora; crianças
que costumavam até o último momento rolar argolas em poças de
lama e jogar bolas antes do anoitecer; mulheres com as saias
levantadas, olhando para a carroça enquanto passavam, e Mat
conhecia sua expressão mesmo com os capuzes puxados para trás.
Rara foi a dançarina que falou com Mat Cauthon.
Irritado, ele sacudiu as pedrinhas pretas que segurava na mão

esquerda.
"Eles terão seu ouro quando chegarmos a Lugard", acrescentou.
Essa é a única coisa com que eles deveriam se preocupar, manter o

nariz fora do meu negócio.
"Você não pode culpá-los", respondeu Egeanin sem tirar os olhos do

tabuleiro. Nós deveríamos ser um casal de amantes em fuga, mas
você passa mais tempo com... ela do que comigo. Ele ainda tinha
dificuldade em não ligar para Tuon Augusta Mistress.
Você se comporta como um homem de namoro.
Ele estendeu a mão para colocar a pedra e então se levantou

parar, sem deixar ir. Você não acha que ela vai completar a
cerimônia, acha?
Você não pode ser tão tolo.
"Que cerimônia?" Do que vocês estão falando?
"Você a chamou de sua esposa três vezes naquela noite em Ebou

Dar," ele respondeu lentamente. Você realmente não sabe? Uma
mulher diz três vezes que um homem é seu marido e ele diz três
vezes que ela é sua esposa, e eles se casam. Normalmente também
há bênçãos, mas é dizer isso na frente de testemunhas que torna o
casamento. Você realmente não sabia?
Mat riu e deu de ombros para sentir a faca pendurada atrás de seu
pescoço.
Uma boa faca dava a um homem uma sensação de conforto. Mas

sua risada soou rouca.
-Mas ela não disse nada. Ele tinha uma maldita mordaça na boca
dela até então! Então, o que quer que eu diga, não significa nada.
Mas ele sabia o que Egeanin ia responder. Eu sabia, tão certo
quanto a água estava molhada.
Disseram-lhe com quem ia se casar.
"Com o Sangue não importa." Às vezes, um nobre de um extremo do

império se casa com uma nobre que mora do outro lado.
Um casamento arranjado. Na família imperial são sempre assim. Se

eles não querem esperar até que possam estar juntos, todos
reconhecem o casamento com essa fórmula onde quer que estejam.
Desde que o façam na frente de testemunhas, antes de um ano e um
dia, o casamento é legal. Você realmente não sabia?
E tanto! Mas ainda assim as pedrinhas caíram de sua mão e se

espalharam pelo tabuleiro, quicando por toda parte. A maldita garota
sabia disso. Talvez ele pensasse que tudo isso era uma aventura ou
um jogo. Talvez eu achasse que ser sequestrado era engraçado pra
caralho!
como treinar cavalos ou ! A verdade é
damane que era uma truta esperando
que ela puxasse o anzol.
Ele não chegou perto da carroça roxa por dois dias. Não havia
sentido em fugir - ele estava com o maldito anzol na boca e o pusera
em si mesmo -, mas não precisava engolir o maldito anzol.
Embora, por mais triste que fosse, era apenas uma questão de
quando ela puxaria a linha.
Apesar do lento progresso do espetáculo, eles finalmente chegaram

à balsa que cruzava o Eldar de Alkindar, na margem oeste, até
Coramen, a leste. lado. O sol estava alto e quase não havia nuvens
no céu, e as poucas que havia eram brancas como lã recém-lavada.
Talvez não chovesse naquele dia. Era uma encruzilhada importante,
com navios mercantes do rio acima ancorados em algumas docas e
grandes balsas semelhantes a barcaças indo de uma cidade para
outra, impulsionadas por remos longos e pesados. Aparentemente, o
seanchan pensou o mesmo.
Eles tinham acampamentos militares montados fora de ambas as

cidades e, a julgar pelos muros de pedra começando a ser erguidos
ao redor dos acampamentos e pelas estruturas de pedra sendo
construídas no interior, eles não tinham intenção de sair tão cedo.
Mat cruzou com os primeiros vagões, montados em . O
Pontos castrado castanho parecia bastante comum ao olho

desinformado; Não pareceria estranho se fosse montado por um cara
com uma jaqueta de tecido rústica e um gorro de lã puxado para
baixo sobre as orelhas para evitar o frio. Ele não estava realmente
planejando galopar para o terreno acidentado das colinas
arborizadas que Coramen havia passado. Eu pensei assim, mas não
ele estava falando sério sobre isso. A garota ia puxar a isca, quer ela
corresse ou não. Então ele se sentou empoleirado no final de Pontos
uma das docas da balsa, observando-a rolar pelo espetáculo e
depois chacoalhar pela aldeia. Nos cais estava seanchan, um
pelotão de homens corpulentos em armadura segmentada de azul
escuro e dourado, liderado por um jovem oficial com uma fina pluma
azul em seu capacete de aparência estranha. Eles pareciam estar lá
para manter a ordem, mas o oficial verificou a cela de isenção de
cavalos de Luca, e Luca perguntou se o nobre senhor conhecia
algum lugar conveniente fora da cidade para montar seu show. Mat
teria explodido em lágrimas. Soldados em armaduras listradas
podiam ser vistos na rua atrás dele, entrando e saindo de lojas e
tavernas. Um desceu com suas longas asas com nervuras e pousou
do lado de fora de um dos acampamentos do outro lado do rio. Três
ou quatro das criaturas com pescoço de cobra estavam
empoleiradas no chão.
tocar
Devia haver centenas de soldados naqueles campos. Talvez mil.
E Luca ia dar o show.
Em seguida, uma das balsas esbarrou nos pára-lamas forrados de

cânhamo no final do cais e a rampa desceu para o vagão roxo e sem
janelas até o cais de pedra. Setall estava dirigindo. Selucia sentou-se
de lado, espiando sob o capuz de um manto vermelho desbotado. Do
outro lado, envolto em um manto escuro para que nem um
centímetro de seu corpo aparecesse, estava Tuon.
Mat achou que seus olhos iam saltar das órbitas.
Isto é, se seu coração não tivesse saltado do peito primeiro. Os

dados começaram a clicar dentro de sua cabeça com aquele som
tilintar de rolar em cima de uma mesa. Desta vez os Olhos do Escuro
iam sair; eu sabia.
Não havia nada que ela pudesse fazer a não ser ficar ao lado da
carroça roxa e caminhar como se a vida fosse maravilhosa, e
continuar pela larga rua principal passando pelos gritos de
mercadores e vendedores ambulantes vendendo suas mercadorias.
E de soldados seanchan. Eles não estavam marchando em formação

agora, e observavam com interesse as carroças de cores vivas que
passavam.
Ande ao lado da carroça e espere Tuon gritar.
Ele havia dado sua palavra, mas uma pessoa presa diria qualquer
coisa para afrouxar suas algemas. Tudo o que ele tinha que fazer era
levantar a voz e chamar mil soldados Seanchan para resgatá-lo. Os
dados rolaram e rolaram na cabeça de Mat. Cavalgue e espere até
que os Olhos do Escuro saiam.
Tuon não pronunciou uma única palavra. Ele estava olhando com
curiosidade para tudo sob a borda de seu amplo capuz; curiosa mas
cautelosamente, mantendo o rosto escondido e até as mãos, toda
ela envolta naquele manto escuro.
Ela estava até encostada em Setalle como uma criança buscando

proteção de sua mãe no meio de uma multidão de estranhos. Ele
não disse uma palavra até que eles passaram pelos portões de
Coramen e, ruidosamente, se dirigiram para a base de uma elevação
atrás da cidade, onde Luca já estava reunindo as carroças para o
show. Foi então que Mat realmente soube que não havia
escapatória. Ela ia puxar o anzol bem, oh sim. Ele estava apenas
esperando o momento certo para chegar.
Mat garantiu que todos os seanchan ficassem dentro das carroças

naquela noite. E também a Aes Sedai. Que ele saiba, ninguém tinha
visto
sul'dam o
nenhum, mas
damane
dessa vez as Aes Sedai não discutiram. Nem
Tuon. Ele exigiu algo que fez as sobrancelhas de Setalle subirem

quase até a linha do cabelo. Ela expressou isso como um pedido, de
certa forma um lembrete de uma promessa que ele havia feito, mas
Mat conhecia uma demanda quando era feita por uma mulher.
Bem, um homem tinha que confiar na mulher com quem ia se casar.

Ele disse a ela que tinha que pensar sobre isso, só para que a garota
não começasse a pensar que poderia conseguir qualquer coisa que
quisesse dele. Ele estava refletindo durante todo o dia que Luca fez
sua apresentação no show, pensativo e suando enquanto dezenas
de seanchan apareceram para olhar boquiabertos para os artistas.
Ele pensou nisso enquanto as carroças serpenteavam para o leste
pelas colinas, movendo-se mais devagar do que nunca, mas ele já
sabia a resposta que daria.
No terceiro dia depois de deixar o rio para trás, eles chegaram à

cidade de sal de Jurador, e ele disse a Tuon que o faria. Ela sorriu
para ele e os dados de repente ficaram em silêncio em sua cabeça.
Eu sempre me lembraria disso. Ela sorriu e então os dados pararam.
Ela teria explodido em lágrimas!
29
ALGO QUE PISCA HESISTENTEMENTE
Isso é loucura,” Domon retumbou, os braços cruzados.
e situado no vagão como se estivesse bloqueando a saída. Talvez E
tenha sido isso que ele fez. Sua mandíbula se projetava

beligerantemente, destacando-se sob a barba curta, mas ainda mais
longa que seu cabelo, e ele abria e fechava as mãos como se fosse
dar um soco ou agarrar algo duro. Ele era um cara largo, aquele
Domon, e não tão grosso quanto parecia à primeira vista. Se
possível, Mat preferiu evitar socos e brigas.
Ele terminou de amarrar o lenço de seda preta em volta do pescoço,

cobrindo a cicatriz, e enfiou as pontas sob o paletó.
A possibilidade de que houvesse alguém em Jurador que

conhecesse um homem de Ebou Dar que usava um lenço preto...
Bem, as chances pareciam boas mesmo sem a sua sorte. Claro que
sempre houve
Ele tinha que contar com o fator ser, mas se isso o ta'veran levasse a
encontrar Suroth
ou um punhado de servos do palácio de Tarasin, mesmo que ele

ficasse na cama com um cobertor enrolado na cabeça, o encontro
ainda aconteceria.
Às vezes era preciso confiar na sorte. O problema era que quando

ele acordou de manhã, os dados começaram a rolar em sua cabeça
novamente.
E eles ainda estavam tocando dentro de seu crânio.
"Eu prometi", disse ele.
Foi ótimo voltar a usar roupas decentes. A jaqueta era de um tecido

verde fino, bem cortado, chegando quase até os joelhos e até a boca
virada para cima de suas botas. Não tinha bordados – talvez um ou
outro ficasse bem –
mas tinha um pouco de renda nos punhos. E uma bela camisa de

seda. Eu gostaria de ter um espelho. Você precisava parecer o seu
melhor em um dia como este. Ele pegou a capa da cama e a colocou
sobre os ombros. Nada de mau gosto, como o de Luca. De cor cinza
escuro, quase tão escuro quanto a noite. Apenas o forro era
vermelho.
O fecho era um simples fecho de nó prateado, do tamanho de seus

polegares.
"Ela deu sua palavra, Bayle", disse Egeanin. Sua palavra. Ele nunca
a violará. Falou com absoluta convicção. Pelo menos, com mais
convicção do que Mat tinha. Mas às vezes um homem tinha que
correr riscos, mesmo que estivesse colocando o pescoço para fora.
eu tinha prometido.
E ele estava contando com sua sorte.

"Ainda é uma loucura", resmungou Domon. Mas ela relutantemente
se afastou da porta enquanto Mat colocava seu chapéu preto de
abas largas.
Isto é, quando Egeanin fez sinal para ele com um aceno curto. No
entanto, sua carranca não foi apagada.
A mulher seguiu Mat para fora da carroça, também franzindo a testa
e acariciando sua peruca preta. Talvez ela ainda estivesse
desconfortável com isso, ou talvez não combinasse tão bem com um
mês de cabelo por baixo. Não era o suficiente ir de cabeça
descoberta, de qualquer maneira. Não até que houvesse pelo menos
mais cem milhas entre eles e Ebou Dar.
Pode não ter sido seguro até que cruzaram Murandy pelas
montanhas Damona.
O céu estava claro, o sol apenas espreitando no horizonte, ainda

invisível atrás da parede de lona do complexo, e o ar era ameno
apenas quando comparado a uma tempestade de neve.
Não com aquela frieza clara de uma manhã de fim de inverno em

Dos Ríos, mas com aquele frio que penetrava pouco a pouco e
transformava o hálito em névoa. O pessoal do entretenimento corria
de um lado para o outro como formigas desenfreadas que foram
chutadas no formigueiro, enchendo o ar com perguntas barulhentas
querendo saber quem havia rearranjado os anéis de malabarismo ou
emprestado o par de leggings vermelhas com lantejoulas ou movido
sua plataforma de atuação. Parecia o início de um tumulto, mas na
verdade não havia raiva em nenhuma das vozes. Eles gritavam e
agitavam os braços o tempo todo, mas nunca chegavam a brigas
quando uma apresentação estava no horizonte, e de alguma forma
todos os artistas estariam no lugar e prontos antes que os primeiros
espectadores tivessem acesso. Eles demorariam para fazer as malas
e pegar a estrada, mas atuar significava dinheiro, e para isso eles se
moviam com diligência.
"Você realmente acha que pode se casar com ela," Egeanin

murmurou, caminhando ao lado dele, seus passos tão rápidos que
ela chutou a bainha de sua saia de pano marrom desgastada.
Não havia nada refinado sobre Egeanin. Nem que

Se ela estava usando um vestido ou não, parecia que ela precisava
de uma espada na ponte de seu navio. Não há outra explicação para
isso. Bayle está certo. Você está louco!
"A questão é," Mat disse com um sorriso, "você pretende se casar
comigo?" Às vezes, as pessoas mais díspares se casam. "Quando
você sabia que seria enforcado, tudo o que podia fazer era olhar
para a forca com um sorriso." Então Mat sorriu e a deixou ali,
franzindo a testa. Ele pensou tê-lo ouvido murmurar maldições
baixinho, embora Mat não entendesse o porquê.
Ela não era a única a se casar com a última pessoa no mundo que
ela queria.
Uma nobre, toda fria reserva e altivez, quando o que ele gostava
eram garçonetes com sorrisos prontos e olhos promissores. O
herdeiro de um trono, e não um trono qualquer: o Trono de Vidro, o
trono imperial de Seanchan. Uma mulher que fez sua cabeça girar
como um pião e o deixou se perguntando se ele a estava mantendo
em cativeiro ou o contrário. Quando o destino agarrou um pelo
pescoço, a única coisa que restava a fazer era sorrir.
Ele continuou andando graciosamente até que a carroça roxa sem

janelas apareceu, e então ele perdeu o passo.
Um grupo de acrobatas, quatro homens flexíveis que atendiam pelo

nome artístico de Hermanos Chavana, embora fosse óbvio que eram
de países diferentes, não apenas de mães diferentes, saíram
correndo de uma carroça verde próxima gritando e gesticulando
violentamente uns para os outros. Eles olharam para a carroça roxa
e depois para Mat, mas estavam muito envolvidos na discussão e
correndo muito rápido para prestar muita atenção nela.
Gorderan estava encostado em uma das rodas roxas, coçando a

cabeça enquanto olhava carrancudo para as duas mulheres ao pé da
escada.
do vagão. Duas mulheres. Ambos envoltos em capas escuras, seus
rostos escondidos, embora não houvesse dúvidas sobre o lenço
florido que estava pendurado do lado de fora do capuz do mais alto.
Nós vamos. Eu deveria ter adivinhado que Tuon gostaria de ser
acompanhada por sua empregada. Os nobres nunca iam a lugar
algum sem uma empregada. Aposte um centavo ou uma coroa, no
final tudo se resume a jogar os dados.
Ele tivera ocasião de traí-lo. No entanto, ele estava apostando em

uma mulher fazendo a mesma escolha duas vezes seguidas.
Ou que foi feito por duas mulheres. Que tolo apostaria nisso? De
qualquer forma, ele tinha que jogar os dados. O fato é que eles já
haviam começado a atirar.
Ele respondeu ao olhar frio de Selucia com um sorriso e tirou o

chapéu para fazer uma graciosa reverência para Tuon. Não muito
exagerado, apenas um leve floreio com a capa.
"Pronto para ir às compras?" "Não demorou muito para que ele

acrescentasse 'minha senhora', mas até que você achasse
adequado chamá-lo pelo nome..."
"Já faz uma hora, Toy", disse Tuon friamente. Ele casualmente
levantou a ponta de sua capa e pegou o forro de seda vermelha e a
jaqueta antes de soltar a roupa. A renda combina com você.
Talvez eu ordene a eles que coloquem em suas roupas se eu fizer

um derramador.
O sorriso de Mat desapareceu por um instante. Ela poderia da'covale
fazer isso mesmo se ela se casasse com ele? Ele teria que perguntar
a Egeanin. Luz, por que as mulheres nunca facilitaram as coisas?
"Você gostaria que eu o acompanhasse, meu senhor?"
Gorderan perguntou lentamente, sem olhar diretamente para as

mulheres. Ele enganchou os polegares no cinto, também sem olhar
diretamente para Mat. Só para carregar os pacotes, talvez.
Tuon não disse uma palavra, apenas olhou para Mat, esperando, os
grandes olhos ficando mais frios a cada segundo.
Os dados estalaram e saltaram em sua cabeça. Ele apenas hesitou

um instante antes de dispensar o braço vermelho com um aceno de
cabeça. Bem, talvez alguns segundos. Ele tinha que confiar em sua
sorte.
Confie no sabor disso
Na palavra da menina.
morte
. Ele pisou nessa ideia. Esta não era uma canção, e nenhuma
memória antiga poderia guiá-lo. Os dados continuavam rolando
dentro de sua cabeça.
Com uma leve reverência, ele ofereceu seu braço, que Tuon
examinou como se nunca tivesse visto um antes, seus lábios grossos
franzidos. Depois pegou o manto e partiu com Selucia em seus
calcanhares, e Mat teve que acelerar o passo para acompanhá-lo.
Não, as mulheres nunca facilitaram as coisas.
Apesar da madrugada, dois homens musculosos munidos de

porretes já estavam guardando a entrada, assim como um terceiro,
este com uma jarra de vidro para pegar as moedas e jogá-las por
uma fenda na caixa reforçada de ferro que a continha.
estava no chão. Os três pareciam desajeitados demais para passar

uma moeda de cobre sem cair de cara no chão, mas Luca não queria
arriscar. Vinte ou trinta pessoas já esperavam entre as grossas
cordas que levavam à enorme placa azul com o nome do espetáculo.
Infelizmente, Latelle também estava lá, carrancuda, usando um
vestido de lantejoulas carmesim e uma capa de lantejoulas azul. A
esposa de Luca era uma domadora de ursos.
Mat achou que as pobres criaturas estavam fazendo os truques com
medo de que a mulher os mordesse.
"Tudo está sob controle", disse ele à mulher. Confie em mim, não há
nada para se preocupar. "Pelo que serviu para você, você poderia
ter guardado a saliva.
Latelle o ignorou, olhando para Tuon e Selucia com uma carranca

preocupada.
Ela e o marido eram os únicos na série que sabiam quem eram.
Parecia não haver razão para avisar a nenhum deles sobre a partida
desta manhã. Luca teria um ataque. O olhar que Latelle fixou em Mat
não era preocupado, apenas duro como pedra.
"Lembre-se", disse ele calmamente, "se você nos enviar para o forca,
você comanda a si mesmo.
Então ele cheirou alto pelo nariz e olhou novamente para as pessoas
que esperavam para entrar. Latelle era ainda melhor do que Luca em
calcular o peso de uma bolsa de dinheiro antes que o cordão fosse
desfeito.
Ela também era dez vezes mais forte que o marido. Os dados
continuaram rolando. Fosse o que fosse que os colocou em
movimento, Mat ainda não havia chegado ao ponto fatídico. Para o
ponto de viragem.
"Ela é uma boa esposa para Mestre Luca", ele murmurou.
Tuon quando eles deram alguns passos.
Mat olhou para ela e ajustou o chapéu mais de perto. Não havia
zombaria na voz da garota. Ele odiava tanto Luca?
Ou ele quis dizer que este era o tipo de esposa que ela seria? OU…?
Que o assam; ele ficaria tão maluco quanto achava que Domon
estava tentando entender essa mulher. Ela tinha que ser a razão pela
qual ele sentiu os dados em sua cabeça. eu ia fazer?
Era uma curta caminhada até a cidade pela estrada de terra que
serpenteava entre as colinas, aqui sem árvores, mas estava
pontilhada de pessoas da mesma forma que moinhos e salinas
pontilhavam as encostas. Com os olhos fixos à frente, caminhavam
com um ar tão resoluto que pareciam não ver ninguém diante deles.
Mat se esquivou de um homem
com um rosto redondo que quase o atropelou, obrigando-o a saltar
para fora do caminho para não colidir com um velho de cabelos
brancos que dava um bom ritmo às suas pernas compridas e
magras. Por sua vez, isso o colocou na frente de uma garota
gordinha, que teria esbarrado nele se Mat não tivesse pulado
novamente.
"Você está praticando uma dança, Toy?" Tuon perguntou, olhando

para ele por cima do ombro magro. Sua respiração fumegava na
frente de seu capuz. Não é muito gracioso.
Mat abriu a boca para apontar o quão movimentada era a estrada, e

de repente percebeu que não estava mais vendo ninguém além dela
e Selucia. As pessoas que estavam ali um momento antes haviam
desaparecido, a estrada estava vazia até onde a vista alcançava, até
onde ele fazia uma curva. Ele virou a cabeça lentamente. Ninguém
entre eles e o show, apenas aqueles que esperavam na fila, que
parecia não mais do que alguns minutos antes. Além do recinto do
espetáculo, o sapato virou em direção às colinas, em direção a uma
floresta distante.
Vazio. Nenhuma alma podia ser vista. Ela colocou os dedos no peito,
sentindo a cabeça da raposa através da jaqueta. Uma simples peça
de prata pendurada em um cordão de couro. Ele queria senti-la fria
como gelo. Tuon ergueu uma sobrancelha. A expressão de Selucia
deixou claro que ela o achava um tolo.
"Bem, eu não posso comprar um vestido para você se ficarmos

aqui", disse Mat. Esse era o motivo da excursão, sua promessa de
encontrar algo melhor para Tuon do que vestidos grandes demais
para ela e que a faziam parecer uma criança em roupas de adulto.
Pelo menos, ele tinha certeza de que era o que havia prometido, e
ela estava absolutamente certa. A alfaiataria das costureiras do
desfile teve a aprovação de Tuon, mas não os tecidos
que eles tinham. Os figurinos dos artistas brilhavam com lantejoulas,
miçangas e cores ricas, mas o material era geralmente barato. O
melhor conservado e usado até se desgastar. Jurador vivia do sal, no
entanto, e o sal ganhava muito dinheiro. Com certeza, as lojas da
cidade ofereceriam qualquer tipo de material que uma mulher
pudesse desejar.
Desta vez não houve movimento dos dedos. Tuon compartilhou um

olhar com Selucia. A mulher mais alta balançou a cabeça e franziu a
testa, a boca apertada. Então foi Tuon quem balançou a cabeça. E
eles enrolaram suas capas e começaram a caminhar em direção aos
portões reforçados da cidade. Mulheres!
Novamente ele teve que se apressar para alcançá-lo. Afinal, eles

eram seus prisioneiros. Eles foram. As sombras se estendiam muito
à frente deles. Essas pessoas lançaram uma sombra antes de
desaparecerem? Nem ele se lembrava de ter visto a névoa de
respiração de qualquer um deles.
Bem, o que isso importava? Eles haviam desaparecido e ele não ia

virar a cabeça se perguntando de onde tinham vindo e para onde
tinham ido. Certamente tinha algo a ver com isso. Ele ia com ser
ta'veran esquecer isso. Eu ia fazer isso. O som dos dados não
deixava espaço para mais nada.
As sentinelas no portão não pareciam curiosas sobre os estranhos,

ou pelo menos um homem e duas mulheres a pé.
Companheiros de rosto duro, com couraças pintadas de branco e

capacetes cônicos com cristas que pareciam rabos de cavalo,
olhavam impassíveis para as mulheres encapuzadas, olhando para
Mat por algum motivo com desconfiança, depois se viraram, se
apoiaram em suas alabardas e olharam fixamente para a estrada.
Eles eram locais, com certeza, mas não seanchan. Os comerciantes
de sal e a senhora local, Aethelaine, que aparentemente fez tudo o
que os comerciantes de sal lhe disseram, tinham
fez os Juramentos de Retorno sem hesitação e se ofereceu para
pagar um imposto sobre o sal antes de ser solicitado. Com o tempo,
o seanchan sem dúvida estabeleceria algum tipo de posto oficial lá
para manter as coisas sob controle, mas por enquanto havia coisas
mais importantes para usar seus soldados.
Mat havia enviado Thom e Juilin para se certificar de que não havia
seanchan em Jurador antes de concordar com esta excursão. Um
tolo poderia tropeçar em sua própria sorte se não fosse cuidadoso.
Jurador era uma cidade próspera e com muita atividade, com ruas
pavimentadas, a maioria largas e todas ladeadas por prédios de
pedra e telhados com telhas avermelhadas. Casas e estalagens
alternavam com estábulos e tavernas em uma barulhenta confusão
de marteladas na bigorna de um ferreiro aqui e o chocalhar de teares
de tecelagem de tapetes ali, e por toda parte, parecia, tanoeiros
martelando faixas de ferro nos barris para transportar sal. Os
vendedores ambulantes vendiam alfinetes e fitas, tortas de carne e
castanhas assadas em bandejas, ou nabos murchos e ameixas de
aparência lamentável em carrinhos. Em todas as ruas, homens e
mulheres montavam guarda sobre as mercadorias expostas em
mesas estreitas em frente às suas lojas, apregoando ruidosamente
as várias mercadorias lá dentro.
Identificar as casas dos mercadores de sal foi fácil, com três andares
em vez de dois na maioria das vezes e oito vezes mais espaçosas
do que quaisquer outras, todas com uma galeria colunada com vista
para a rua e protegida por treliças de ferro forjado branco entre as
colunas.
As janelas mais baixas da maioria das casas tinham treliças, embora

nem sempre pintadas. Era uma reminiscência de Ebou Dar, mas
havia pouco mais.
lembrar a capital, exceto pela tez azeitonada de seu povo. Não havia
decotes profundos que revelassem o início do busto ou saias
franzidas com pontos para mostrar as anáguas coloridas.
As mulheres usavam vestidos de gola alta, até o queixo, com

bordados, poucos nos do povo e profusos entre os mais ricos, que
também usavam capas bordadas de cima a baixo e, sobre o rosto,
véus transparentes que pendiam dos cabelos pentes esculpidos em
ouro ou marfim, engastados nos coques escuros. As jaquetas curtas
dos homens eram quase tão ornamentadas e em cores igualmente
intensas, e fossem ricos ou pobres, os homens carregavam uma
longa faca no cinto, com uma lâmina ligeiramente menos curvada
que a de Ebou Dar. Todos, ricos e pobres, tendiam a acariciar o cabo
de uma faca como se esperassem uma briga, então nesse aspecto
talvez fosse a mesma coisa.
Do lado de fora, o palácio de Lady Aethelaine era indistinguível das

mansões dos mercadores de sal, mas localizava-se na praça
principal da cidade, um amplo espaço pavimentado com pedra polida
onde uma grande fonte redonda de mármore lançava os jatos de
água. No entanto, as pessoas enchiam baldes e jarras de barro em
canos que despejavam água em bacias de pedra localizadas nos
cantos de outras praças. A grande fonte exalava um cheiro de
salmoura. Era um símbolo da prosperidade da cidade, pois a água
era bombeada dos mesmos recursos naturais dos quais o sal era
extraído nas colinas circundantes. Mat tinha visto grande parte da
cidade quando o sol estava apenas na metade do seu zênite.
Sempre que Tuon e Selucia avistavam uma loja com sedas expostas
do lado de fora, paravam nas mesas estreitas para tocar nos rolos de
tecido e trocar.
sussurrando com as cabeças juntas, e acenou para as atenções dos
mercadores vigilantes. Ficaram de olho nas mulheres, desconfiados,
até perceberem que Mat estava com eles. Em suas roupas
grosseiras, gastas e largas demais, não pareciam clientes para
comprar sedas. Mat, com o manto puxado para trás de um lado para
revelar o forro, fez. No entanto, sempre que ele tentava se interessar
ou se aproximava o suficiente para ouvir o que eles estavam falando,
as mulheres se calavam e o par de olhos escuros e o par de olhos
azuis olhavam para ele friamente do fundo de seus capuzes até que
ele um passo ou dois para trás. Então Selucia abaixava a cabeça
para a de Tuon, e o farfalhar e o toque de sedas vermelhas, sedas
azuis, sedas verdes, sedas lisas e brilhantes e sedas brocadas
recomeçavam.
Jurador era uma cidade muito rica. Ainda bem que ele tinha uma
bolsa cheia de ouro no bolso do paletó. Mas nenhum dos materiais
parecia ser o certo. Infalivelmente, Tuon balançava a cabeça e as
duas mulheres andavam pela multidão, com Mat correndo para
acompanhar a próxima barraca que tinha sedas.
Os dados continuavam estalando dentro de sua cabeça.
Eles não eram os únicos do show que tinham vindo para a cidade.
Mat avistou Aludra, o rosto emoldurado por tranças de contas,
andando pela multidão ao lado de um homem grisalho que devia ser
um negociante de sal, a julgar pelo número de flores bordadas e
beija-flores que cobriam sua jaqueta de seda.
O que o Lightbringer quer de um comerciante de sal? O que quer

que Aludra estivesse dizendo a ele, o homem tinha um sorriso
satisfeito que acentuou as rugas em seu rosto quando ele assentiu.
Tuon apertou a dela novamente, e as duas mulheres caminharam até
a loja ao lado, ignorando as reverências do dono.
Bem, a maioria deles foi endereçada a Mat. Talvez o idiota magricela

tenha pensado que queria comprar seda para si mesmo.
Ele não teria perdido a chance de conseguir duas ou três novas

jaquetas de seda, mas quem pensaria em jaquetas quando ele
estava esperando que aqueles malditos dados parassem?
Apenas com um pequeno bordado, nas mangas e ombros.
Thom passou, embrulhado em sua capa cor de bronze, coçando o

bigode e bocejando como se tivesse ficado acordado a noite toda. O
que também pode ser. O menestrel não voltou a beber, mas Lopin e
Nerim reclamaram que ele ficou acordado até tarde com uma
lamparina acesa para ler e reler sua preciosa carta. O
que haveria de tão fascinante em uma carta de uma mulher morta?
Uma mulher morta. Luz, talvez aquelas pessoas na estrada...!
Não; Eu não ia pensar sobre isso, ou falar sobre isso.
Tuon puxou um pedaço de seda e o soltou enquanto ela se virava

sem tentar mais nada. Selucia lançou ao comerciante atarracado um
olhar tal antes de seguir a jovem que a mulher retribuiu um olhar
indignado. Mat deu-lhe um sorriso. Comerciantes ofendidos
poderiam levar o guarda da cidade a fazer perguntas, e quem sabia
aonde a coisa poderia levar? Ele sabia que seu sorriso poderia
aplacar a maioria das mulheres. A comerciante de rosto redondo
zombou e começou a alisar o pedaço de pano com tanto cuidado
como se estivesse aconchegando um bebê. A maioria das mulheres,
Mat pensou com amargura.
Descendo a rua, uma mulher com uma capa comum abaixou o capuz
e Mat engasgou.
Edesina colocou de novo, mas sem pressa, e de qualquer maneira

De alguma forma, o dano já havia sido feito ao expor um rosto
atemporal de Aes Sedai para qualquer um que soubesse o que viu
para reconhecer. Ninguém deu qualquer sinal de ter notado alguma
coisa, mas Mat não conseguia distinguir todos os rostos.
Alguém estava pensando em uma recompensa? Não haveria

seanchan em Jurador agora, mas eles passaram pela cidade.
Edesina dobrou uma esquina e duas figuras de manto escuro a

seguiram. Dois. Restava apenas
sul'dam
uma delas para guardar
Aes
duas
Sedai?
Ou Joline ou Teslyn estavam por perto e ele não percebeu? Ele

esticou o pescoço procurando na multidão outra capa comum, mas
todas as que viu eram bordadas em maior ou menor grau.
De repente, ocorreu-lhe e foi como uma marreta entre os olhos.

Todas as capas tinham bordados. Onde estavam os malditos Tuon e
Selucia? Os dados rolaram mais rápido?
Respirando pesadamente, ela ficou na ponta dos pés, mas a rua era
um rio de capas bordadas, jaquetas bordadas e vestidos bordados.
Isso não significava que eles queriam escapar.
Tuon havia dado sua palavra; ela havia perdido uma oportunidade
perfeita para traí-lo. Mas tudo o que qualquer um deles precisava
fazer era dizer três palavras, e qualquer um que as ouvisse
certamente reconheceria o sotaque Seanchan. Isso pode ser
suficiente para colocar os cães de caça no rastro. Havia duas lojas à
frente que pareciam expor tecidos, uma de cada lado da rua. Em
nenhum deles havia mulheres com capas escuras nas mesas da
frente. Eles poderiam ter dobrado uma esquina, mas Mat teve que
confiar na sorte. O dele era especialmente bom quando se tratava de
jogar aleatoriamente. Malditas mulheres.
Devem ter pensado que era um

maldito jogo. Foi assim que a Luz o derrubou... Deixe seu destino
decidir.
Fechou os olhos, deu meia-volta no meio da rua e deu um passo. Ao

acaso. Ele esbarrou em alguém, tão forte que ambos gemeram.
Abrindo os olhos, ele se deparou com o olhar fulminante de um
sujeito musculoso de boca pequena com pequenos padrões em
espiral mal bordados nos ombros de sua jaqueta tosca, mexendo no
punho de sua faca curva. Matt não se importou.
Localizava-se exatamente em linha reta com uma das duas lojas.
Ele colocou o chapéu na cabeça e começou a correr. Os dados

bateram mais alto.
Prateleiras divididas repletas de rolos de tecido cobriam as paredes

da loja do chão ao teto, e mais peças de material estavam
empilhadas em mesas compridas. A proprietária era uma mulher
magricela com uma grande verruga no queixo, e sua assistente,
esbelta, bonita, com um olhar raivoso. Mat entrou correndo na loja,
bem a tempo de ouvir o que o dono estava dizendo.
"Pela última vez, se você não me disser por que entrou, vou mandar
Nelsa buscar o guarda." Tuon e Selucia, com os rostos ainda
escondidos atrás dos capuzes, caminharam lentamente ao longo de
uma parede de tecido, parando para tocar um pedaço, mas
ignorando a mulher.
"Eles estão comigo", disse Mat sem fôlego. Ele tirou a bolsa do bolso
e a jogou na mesa mais próxima. O barulho alto do metal que fez ao
atingir a madeira trouxe um largo sorriso ao rosto magro do
mercador. Dê a eles o que eles querem,” Mat disse a ele. Então ele
se virou para Tuon e acrescentou com firmeza: "Se você vai comprar
alguma coisa, terá que estar aqui. Já fiz bastante exercício esta
manhã.
Se pudesse, teria engolido suas palavras assim que as dissesse.

Falar com uma mulher assim era pedir que a irascibilidade dela
explodisse na sua cara como um fósforo de Aludra. Mas os grandes
olhos de Tuon olharam para ele da proteção do capuz, e seus lábios
grossos se curvaram levemente em um sorriso. Era um sorriso
disfarçado, para ela, não para ele. Só a Luz sabia o que significava.
Ele odiava quando as mulheres faziam isso. Pelo menos os dados
não pararam.
Então tinha que ser um bom sinal?
Tuon não precisava de palavras para fazer suas escolhas; Ele

apontou uma peça após a outra e mediu com suas pequenas mãos
escuras a quantidade que o dono tinha que cortar com uma tesoura
grande. A mulher não delegou o trabalho ao seu assistente, o que
não foi tão ruim, considerando a importante venda. Seda vermelha
de vários tons passava por aquelas tesouras compridas e afiadas, e
seda verde de vários tons, e tons de azul que Mat nem sabia que
existiam. Tuon escolheu algumas peças de linho fino de várias
espessuras e vários cortes de tecidos ricamente coloridos – ele
consultou Selucia sobre isso em sussurros suaves – mas a maioria
era de seda. A bolsa de Mat pesava consideravelmente menos do
que ele esperava quando a colocou de volta.
Uma vez que todos aqueles pedaços de pano foram cuidadosamente

dobrados e amarrados, em seguida, embrulhados em um pedaço
maior de linho grosso – sem custo extra, muito obrigado – eles
formaram um pacote do tamanho de um pacote de mascate. Ele não
ficou nem um pouco surpreso por ter que carregá-lo nos ombros,
com o chapéu pendurado em uma das mãos. Um bem vestido,
comprado
seda uma mulher, e ela continuou encontrando uma maneira de fazer
você trabalhar! Talvez ela o estivesse fazendo pagar por ter falado
com firmeza com ela.
Ele atraiu muitos olhares tolos enquanto seguia as duas mulheres

pela cidade em seu caminho para a calçada. Caminhavam tão cheios
de si como gatos recheados de creme. Mesmo envoltos em capas e
capuzes, a postura de suas costas proclamava isso. O sol ainda
tinha um longo caminho a percorrer para atingir seu zênite, mas a fila
de pessoas esperando para entrar para ver o espetáculo se estendia
pela estrada quase até a cidade. A maioria estava atordoada e
apontada como se ele fosse um palhaço pintado. Um dos garotos
corpulentos que guardavam a caixa de dinheiro deu-lhe um pequeno
sorriso revelando lacunas em seus dentes e abriu a boca para dizer
algo, mas Mat deu-lhe um olhar tão severo que o cara decidiu olhar
para as moedas que passavam. os locais para a jarra de vidro e para
a caixa. Mat pensou que nunca ficara tão aliviado por se encontrar
dentro do recinto do show.
Antes que ele e as duas mulheres tivessem dado três passos para
dentro, Juilin veio correndo, e - quem diria - ele não tinha Thera ou
seu boné vermelho com ele. O rosto do farejador parecia uma
escultura de carvalho velho. Olhando para as pessoas que
passavam, ele falou em tom baixo. Baixo e urgente.
"Eu ia procurar por você." Este é Egeanin; Ela está ferida.
Se apresse.
O timbre da voz do homem dizia tudo e mais, e Mat percebeu que os

dados batiam como tambores agora. Ele jogou o pacote de pano
para os garçons, avisando-os para guardá-lo com tanto cuidado
quanto a caixa de dinheiro ou ele jogaria as mulheres em cima deles,
mas não.
ele esperou para ver se eles o levavam a sério. Juilin refez seus
passos e Mat correu atrás dele pela larga rua principal do show onde
a multidão barulhenta e admirada presenciou o número dos quatro
irmãos Chavana, que, nus da cintura para cima, empoleirados um
em cima do outro. outro; e os contorcionistas de calças transparentes
e coletes brilhantes sentados sobre suas próprias cabeças; e uma
equilibrista em leggings de lantejoulas azuis subindo uma escada de
madeira alta para começar seu ato. Pouco antes de chegar à
plataforma do equilibrista, Juilin virou em uma das ruas laterais onde
várias linhas de lavanderia foram estendidas de loja em loja e entre
vagões; os artistas esperavam sua vez de atuar sentados nas
calçadas ou nas escadas dos vagões e as crianças corriam
brincando com bolas e argolas. Mat agora sabia para onde estavam
indo, mas o farejador estava correndo rápido demais para fugir dele.
Mais à frente, ele viu a carroça verde. Latelle estava agachado para
olhar para baixo, e Luca, em uma de suas capas vermelhas
berrantes, estava acenando com as mãos para afastar um par de
malabaristas. As duas mulheres, de calças largas e rostos pintados
de branco como nobres bobos, olharam sob a carroça antes de
obedecer. Aproximando-se, Mat viu o que chamou a atenção das
mulheres. Sentado sob a carroça em mangas de camisa, Domon
embalou o corpo inerte de Egeanin em seus braços. Os olhos da
mulher estavam fechados e um fio de sangue escorria pelo canto de
sua boca. Sua peruca estava torta. Por alguma razão, isso se
destacou. Egeanin sempre se certificou de que ela estava bem
vestida. Os dados chacoalhavam em sua cabeça.
"Isso pode ser uma catástrofe," Luca rosnou, dividindo seu olhar
carrancudo entre Mat e Juilin. Mas era uma carranca irritada, não
preocupada. Você pode ter me levado ao desastre!
Ele enxotou um bando de crianças que observavam atônitas e

rosnou para uma mulher atarracada com uma saia de lantejoulas
prateadas cintilantes. Miyora estava fazendo truques em seus
leopardos que nem Latelle teria tentado, mas ela apenas balançou a
cabeça antes de continuar seu caminho. Ninguém levou Luca tão a
sério quanto o próprio Luca.
Ele se encolheu quando Tuon e Selucia vieram correndo e pareciam

prestes a mandá-los embora, mas pensaram melhor.
Na verdade, ele começou a franzir a testa pensativamente. E
com preocupação. Aparentemente, sua esposa não lhe contou que

Mat e as duas mulheres haviam deixado o complexo, e eles
obviamente estavam em algum lugar. A mulher de olhos azuis
carregava a trouxa de pano nas costas, os braços jogados para trás,
embora estivesse muito ereta apesar da trouxa.
Alguém poderia pensar que, como criada de uma dama, ela estaria
acostumada a carregar coisas, mas seu rosto refletia irritação
frustrada. Latelle a olhou de cima a baixo, então deu a Mat outro
olhar desdenhoso, como se ele fosse o culpado pela seanchan
esticando seu peito volumoso. A esposa de Luca era muito boa em
olhar, mas a expressão severa de Tuon fez o olhar de Latelle quase
afável. Um juiz assistindo sob o capô; um juiz pronto para proferir a
sentença.
Por um momento, Mat não se importou com o que a mulher pensava.

Esses malditos dados. Ele empurrou o manto para trás e caiu sobre
um joelho para tocar os dedos na garganta de Egeanin. O pulso era
fraco e irregular.
-O que aconteceu? -Eu pergunto-. Você mandou chamar uma das
irmãs?
Mover Egeanin poderia ser suficiente para matá-lo, mas ainda havia
tempo para a Cura se a Aes Sedai se apressasse. Ele não estava
prestes a dizer esse nome, porém, com as pessoas passando,
parando para olhares curiosos antes que Luca ou Latelle a
enxotassem. Todos a obedeciam mais prontamente do que ele.
Latelle foi a única que realmente o obedeceu prontamente.
"Rena!" Domon deixou escapar o nome. Apesar da sombra de seu

cabelo curto e aquela barba Illian que ele deixou nua em seu lábio
superior, ele não parecia ridículo agora, mas assustado e mortal;
uma mistura perigosa. Eu a vi esfaquear Egeanin pelas costas e
fugir. Se eu pudesse pegá-la, teria quebrado seu pescoço, mas
minha mão era a única coisa que impedia o sangue de Egeanin de
fluir.
Onde estão aquelas malditas Aes Sedai? ele gritou. Adeus ao

cuidado com o que foi dito.
"Bem aqui, Bayle Domon," Teslyn anunciou friamente, correndo ao

lado de Thera, que olhou aterrorizada para Tuon e Selucia e agarrou-
se ao braço de Juilin, gritando, com os olhos baixos. Do jeito que ele
começou a tremer, ele poderia acabar no chão a qualquer momento.
A Aes Sedai de olhos duros fez uma careta como se tivesse

mastigado um punhado de rosa mosqueta com o que viu à sua
frente, mas rapidamente se abaixou sob a carroça ao lado de Domon
e agarrou a cabeça de Egeanin com as mãos ossudas.
"Joline é melhor nisso do que eu", ele murmurou para si mesmo.
dentes - mas talvez eu possa...

A cabeça da raposa prateada congelou contra o peito de Mat, e os
olhos de Egeanin se arregalaram e ela estremeceu tão violentamente
que sua peruca caiu e Domon quase escorregou de seus braços.
As convulsões duraram apenas o suficiente para ela se sentar meio

sentada, com as mãos cerradas; então ele caiu contra o peito de
Domon, ofegante, e o medalhão era mais uma vez uma simples peça
de prata forjada.
Mat quase se acostumou com essa sensação. Ele odiava se

acostumar com isso.
Teslyn também ficou mole e quase desmaiou de não Talvez fosse

porque Domon estendeu a mão para segurá-la.
"Obrigada," ela disse depois de um momento, parecendo ter as

palavras arrancadas dela, "mas eu não preciso de ajuda." Ele usou a
lateral da carroça para se preparar e se levantar, o olhar frio de Aes
Sedai desafiando qualquer um a comentar. A lâmina desviou ao
atingir uma costela e assim errou o coração. Agora ele só precisa
descansar e comer.
Ele nem tinha parado para pegar uma capa, ele caiu Matt na conta.
Em uma extremidade da rua estreita, um grupo de mulheres em
capas de lantejoulas estava do lado de fora de uma loja de listras
verdes, seus olhares atentos. No outro extremo, meia dúzia de
homens e mulheres em jaquetas listradas brancas e leggings justas,
acrobatas a cavalo, olharam para Teslyn e falaram em sussurros,
suas cabeças juntas. Tarde demais para se preocupar que alguém
soubesse reconhecer um rosto de Aes Sedai. Tarde demais para se
preocupar que um deles reconheceria a Cura quando a vissem
sendo executada. Os dados clicaram no
cabeça de Matt. Eles não pararam; o jogo ainda não acabou.
"Quem está procurando por ela, Juilin?" -Eu pergunto-. Juilin!
O farejador lançou outro olhar para Tuon e Selucia e sussurrou para

Thera, dando um tapinha na mulher trêmula.
— Vanin e os braços vermelhos, e Lopin e Nerim. esqueça também.

Ele disparou antes que eu pudesse pegá-lo. Mas no meio disso...”
Ele parou de tranqüilizar Thera por um momento para gesticular em
direção à rua principal. O murmúrio de vozes era audível mesmo
aqui. Basta pegar uma dessas capas e você pode passar pelas
primeiras pessoas a sair. Se tentarmos parar todas as mulheres com
seus capuzes levantados ou até mesmo tentar olhar para dentro,
teremos um tumulto em nossas mãos. Essas pessoas são
suscetíveis.
"Uma catástrofe," Luca gemeu enquanto puxava sua capa para mais
perto dele. Latelle colocou o braço em volta dele. Deve ter sido como
ser confortado por um leopardo, mas Luca não parecia muito
confortado de qualquer maneira.
-Luz! Por quê? Matt rosnou. Renna, sempre pronta para lamber meu
pulso! Eu pensei que se alguém pudesse desmoronar seria…!
Ela nem olhou para Thera, mas Juilin deu-lhe um olhar sombrio.
Domon se levantou, com Egeanin em seus braços. A mulher lutou

debilmente no início - a seanchan não era o tipo de mulher para ser
carregada como uma boneca - mas eventualmente ela pareceu
perceber que se ela se levantasse cairia de cara no chão.
Ele se recostou no peito do Illian com uma expressão ressentida.
Domon iria descobrir; mesmo quando uma mulher precisava de

ajuda, se ela não quisesse, ela fazia você pagar por isso.
"Eu sou a única que conhece o seu segredo," ela falou lentamente,
sem vida. O único que poderia descobri-lo, pelo menos. Ele deve ter
pensado que não havia perigo de voltar para casa quando eu estava
morto.
-Que segredo? perguntou Matt.
A mulher hesitou por algum motivo e franziu a testa, os olhos no

peito de Domon. Finalmente ele suspirou.
“Renna foi acorrentada uma vez. E também Bethamin e Seta.
Eles podem canalizar. Ou talvez aprender a fazê-lo, não sei. Mas ele
a'dam
trabalhou nesses três. Talvez funcione com todos os Mats com os —

sibilou
dentes
cerrados. Uau, isso seria um chute na sul'dam cabeça
do seanchan. Luca e
sua esposa trocaram um olhar perplexo. O queixo de Teslyn caiu, a

compostura da Aes Sedai varrida em choque. Selucia, no entanto,
fez um som raivoso, olhos azuis brilhando, e largou a trouxa de pano
antes de dar um passo em direção a Domon. Um movimento de
dedos de Tuon a parou em seu caminho, embora seu corpo
tremesse.
O rosto de Tuon era uma máscara escura e inescrutável; mas não

gostou do que ouviu. Lógico, se você pensou que ele disse que
treinou. Oh, se um relâmpago o dividisse! Como se isso não
bastasse, a mulher com quem ele iria se casar também poderia
canalizar?
damane
O som de cascos anunciou a chegada de Harnan e dos outros

Braços Vermelhos, trotando rapidamente pelas passagens estreitas
entre tendas e carroças.
Suas espadas estavam embainhadas sob suas capas, e Metwyn

uma adaga quase tão longa quanto uma espada curta; Gorderan
tinha sua pesada besta pendurada na sela, já pronta e pronta. Levou
um minuto para a manivela presa ao cinto dele esticar o cabo grosso,
mas
Então eu só tinha que encaixar o parafuso. Harnan carregava um
arco de cavalaria de curva dupla, com uma aljava cheia de flechas
em seu quadril. Fergin liderava pelas rédeas.
Pontos
Harnan, com uma tatuagem grosseira de um falcão na bochecha,

não se incomodou em desmontar. Ele olhou Tuon e Selucia com
desconfiança, e Luca e Latelle quase duas vezes mais desconfiados;
então ele se recostou na cadeira.
"Renna roubou um cavalo, meu senhor," ele disse calmamente.
Ele atropelou um dos porteiros na entrada ao sair. Vanin a seguiu.
Ele diz que a mulher pode chegar a Coramen esta noite. Era para lá
que ele se dirigia. Ele se move muito mais rápido que as carroças,
mas anda sem sela; com sorte, podemos alcançá-lo. —
Ele falou como se a coisa da sorte estivesse fora da caixa. Os

homens da Companhia confiavam mais na sorte de Mat Cauthon do
que ele.
Eles realmente não pareciam ter muita escolha. Os dados ainda

estavam ressoando em sua cabeça, então ainda havia uma chance
de que eles caíssem a seu favor. Uma possibilidade muito remota. O
destino de Mat Cauthon.
"Coloque seu pessoal na estrada o mais rápido possível, Luca",

disse ele enquanto
Pontos
subia. Deixe a parede de lona e qualquer outra coisa que não possa
ser
arrumada rapidamente nos carrinhos. Saia assobiando

-Você ficou louco? Lucas desabafou. Se eu tentar expulsar as
pessoas, um tumulto vai acontecer! E eles vão querer seu dinheiro
de volta!
Light, o cara continuaria pensando em dinheiro mesmo que estivesse

com a cabeça no bloco do carrasco.
"Então pense no que vai acontecer com você se mil seanchan te

encontrar aqui amanhã." Mat falou o mais friamente que pôde.
Se ele falhasse em sua tentativa, o seanchan acabaria com o show

de Luca rapidamente.
não importa o quão rápido eles incitassem as parelhas de cavalos
com seus chicotes. Luca também sabia disso, a julgar pela forma de
sua boca, como se tivesse acabado de morder uma ameixa podre.
Mat ignorou o homem. Os dados batiam em sua cabeça, mas ainda
não haviam parado.
Juilin, deixe todo o ouro para o Luca, exceto uma bela bolsa.
"Talvez o cara pudesse sair do aperto com um suborno assim que o

seanchan visse que ele não tinha sua maldita Filha das Nove Luas."
Juntem todos e saiam a galope o mais rápido possível. Quando você

perder a cidade de vista, vá para a floresta. Eu vou te encontrar.
-A todos? Juilin protegeu Thera com seu corpo e acenou brevemente

para Tuon e Selucia.
Deixe aqueles dois em Jurador e o seanchan pode se contentar em

recuperá-los. Pelo menos vai atrasá-los um pouco.
Você não parou de repetir que os liberaria mais cedo ou mais tarde.
Mat procurou os olhos de Tuon. Olhos escuros enormes e claros em

um rosto sereno e inexpressivo. Ela havia empurrado o capuz um
pouco para trás para que Mat pudesse ver seu rosto perfeitamente.
Se ele a deixasse para trás, então a garota não seria capaz de
pronunciar as palavras; ou se o fizesse, ele estaria longe demais
para que isso importasse. Se ele a deixasse para trás, ele nunca
descobriria por que ela usava aqueles sorrisos misteriosos ou o que
estava por trás do mistério.
Luz, ele era estúpido! ele chutou o chão impaciente.
Pontos
"Todo mundo", disse ele. Tuon assentiu levemente, como se fosse

para si mesma? Por que ele assentiu? Vamos — disse ele a Harnan.
Eles tiveram que andar com os cavalos no meio da multidão para
sair do complexo, mas assim que chegaram à calçada, Mat começou
a Pontos
galope com seu
,
cabeça baixa para que seu chapéu não explodisse, a capa
esvoaçando atrás dele. Não era uma marcha que pudesse sustentar
um cavalo por muito tempo. A estrada serpenteava entre colinas e
cruzava cumes esporadicamente quando a colina não era muito alta.
Atravessaram riachos rasos, levantando jatos de água, e passaram

trovejando por pontes baixas de madeira que atravessavam riachos
mais profundos. As árvores começaram a aparecer novamente nas
encostas, pinheiros e ciprestes que se destacavam com o seu verde
entre os ramos nus das espécies caducifólias.
Em algumas das colinas havia fazendas, casas baixas de pedra com

telhados de telhas e celeiros mais altos, e ocasionalmente uma
aldeia de oito ou dez moradias.
A alguns quilômetros do show, Mat avistou um homem gordo

andando um pouco à frente, sentado como um saco de sebo em sua
sela. Ele montava um marrom de pernas compridas que engolia o
chão em um trote constante. Um ladrão deveria ter um olho para
escolher um bom cavalo. Ao ouvir o som de cascos, Vanin olhou
para trás, mas apenas diminuiu a velocidade, não parou. Péssimo
negócio.
ao lado do marrom, Vanin
Quando Mat ficou com ele, Pontos
ele cuspiu.
"A melhor coisa que pode acontecer é encontrarmos seu cavalo

preso para que eu possa rastreá-lo a pé de lá", ele murmurou. Ela se
move mais rápido do que eu esperava, cavalgando sem sela. Se
empurrarmos, talvez possamos alcançá-la ao anoitecer. Se o cavalo
não tropeçar ou morrer, será na hora de chegar a Coramen.
Mat ergueu a cabeça para olhar o sol, que estava quase no zênite.
Era um longo caminho a percorrer em menos de meio dia. Se eles se

virassem, estariam a uma boa distância de Jurador para o
pôr do sol, na companhia de Thom, Juilin e os outros.
Com Tuon. Com o seanchan sabendo que eles tinham que caçar Mat
Cauthon. O homem que havia sequestrado a Filha das Nove Luas
não teria tanta sorte de sair do solo. E em algum transe sendo
da'covale
colocariam a cabeça de Luca em uma feito no
estaca. dia seguinte,
Luca e
eles
Latelle, e
Petro e Clarine e os outros. Uma floresta de estacas empaladas.
Os dados clicaram e pularam dentro de sua cabeça.
"Nós podemos fazer isso", disse ele. Eles não tinham outra escolha.
Vanin cuspiu.
Havia apenas uma maneira de percorrer uma grande distância a

cavalo rapidamente, se alguém quisesse chegar ao fim em um
cavalo vivo. Então eles conduziram os animais a uma caminhada de
um quilômetro e depois a um trote por mais um quilômetro. O
mesmo a trote rápido e depois a galope, para depois voltar a andar.
O sol começou a se pôr e os dados continuaram a rolar.

Contornaram colinas escassamente arborizadas e limparam cristas
de colinas coroadas por vegetação.
Riachos que podiam ser atravessados em três passos e que mal

molhavam os cascos dos cavalos, e córregos com trinta passos de
largura, com pontes retas de madeira ou às vezes de pedra. O sol
estava se pondo cada vez mais baixo em direção ao horizonte e os
dados rolavam cada vez mais rápido. Estavam quase chegando ao
Eldar e não havia sinal de Renna a não ser arranhões na terra
endurecida da estrada que Vanin apontava como placas de
sinalização.
"Estamos chegando perto", murmurou o gordo.
embora ele não parecesse feliz.
Então eles contornaram uma colina e viram outra ponte baixa à

frente. Depois disso, a estrada virou para o norte para cruzar o
próximo serrijón por uma passagem. O sol, roçando os cumes dos
morros, os atingiu em cheio no
olhos. Coramen estava do outro lado daquelas montanhas.
Mat abaixou o chapéu para proteger os olhos e esquadrinhou a

estrada em busca de uma mulher, alguém, montado ou a pé, e seu
coração afundou.
Vanin amaldiçoou e apontou.
Um castanho coberto de suor e espuma subia a encosta do outro

lado do rio enquanto uma mulher estalava em seus flancos,
incitando-o a prosseguir. Renna devia estar ansiosa para chegar ao
seanchan para não ter saído da estrada. Devia estar a duzentos
passos de distância, mas poderia muito bem estar a duzentas
milhas. Sua montaria estava à beira do colapso, mas a mulher
poderia desmontar e correr à vista das guarnições antes que a
alcançassem. Ele só tinha que chegar ao topo do colo, cerca de
quinze metros mais alto.
- Milorde? disse Harnan, que tinha uma flecha presa à corda e seu
arco meio erguido. Gorderan segurou a pesada besta contra seu
ombro, uma seta grossa na fenda.
Mat sentiu algo dentro dele tremular instável e morrer. Não sabia
que. Algo. Os dados trovejaram.
"Atire", ele ordenou.
Ele queria fechar os olhos. A besta fez um estalo; a flecha traçou

uma linha preta no ar. Renna caiu para a frente enquanto se
ajoelhava de costas. Ela quase conseguiu se levantar, apoiando-se
no pescoço da castanha, quando a flecha de Harnan a atingiu.
Lentamente, ele caiu do cavalo, rolando ladeira abaixo, saltando

sobre as mudas de árvores, girando cada vez mais rápido até parar
com um respingo no riacho. Por um instante, ele flutuou de cabeça
para baixo contra o
praia e então a corrente a varreu e a levou embora, sua saia
ondulando acima da superfície. Flutuou lentamente em direção aos
Eldar.
Talvez, com o tempo, chegasse ao mar. E com ela havia três. O
fato de os dados terem parado de rolar era quase sem importância.
Com ela havia três. Nunca, pensou ela, enquanto Renna

desaparecia de vista em uma curva do riacho. Mesmo que isso
signifique minha morte, nunca, nunca."
Voltando para o leste, eles não pressionaram os cavalos. Não fazia

sentido e Mat se sentia exausto. Ainda assim, eles não pararam,
exceto para dar um descanso aos cavalos e beber.
Ninguém queria falar.
Era madrugada quando chegaram a Jurador, a cidade uma massa

escura com as portas trancadas.
Algumas nuvens escondiam a lua. Surpreendentemente, a parede de

lona do show de Luca ainda estava no lugar, além da cidade. E
com dois homens musculosos, envoltos em cobertores e roncando

sob a grande placa, guardando a entrada. Mesmo da estrada, no
escuro, era óbvio que carroças e barracas enchiam o complexo do
outro lado da parede de lona.
"Pelo menos posso dizer a Luca que ele não terá que correr depois
de tudo", comentou Mat, cansado, enquanto fazia o sinal.
algumas horas.
Pontos Talvez deixemos um buraco virando dormir por Por todo o

ouro que lhe dera, Luca teria que emprestar sua própria carroça; mas
conhecendo-o, Mat esperava que ele tivesse uma pilha de palha
limpa em algum lugar. Amanhã eles partiriam para encontrar Thom e
os outros. E com Tuon. No dia seguinte, depois de descansar.
Uma enorme surpresa o esperava dentro da grande carroça de Luca.
Era muito espaçoso, considerando que era uma carroça, e tinha uma
mesa estreita colocada
no centro e oco para caminhar ao seu redor. Mesa, prateleiras e
armários, todos bem polidos para brilhar. Tuon estava sentado em
uma cadeira dourada — Luca tinha que ter uma cadeira, e uma
dourada ainda por cima, quando todo mundo tinha que se contentar
com banquinhos! — com Selucia atrás dela. Um sorridente Luca
observou Latelle entregar a Tuon uma bandeja de bolos recém-
assados, ainda fumegantes, que a jovem diminuta examinou como
se realmente fosse comer algo preparado pela esposa de Luca.
Tuon não ficou nem um pouco surpreso ao ver Mat entrar na carroça.
"Ela foi capturada ou está morta?" ela perguntou enquanto pegava

um cupcake com os dedos curvados daquele jeito gracioso.
"Ele está morto", disse ele, cansado. Lucas, em nome da Luz, por
que...?
"Eu te proíbo, Toy!" Tuon retrucou, apontando o dedo indicador para

ele. Eu o proíbo de lamentar a morte de um traidor! Ele suavizou um
pouco a voz, mas a manteve firme. Ele merecia a morte por trair o
império, e ele teria traído você com a mesma facilidade. Isso é o que
eu estava tentando fazer, trair você. O que você fez foi justo e legal,
e assim determino. Seu tom indicava que se ele estava qualificando
algo, a definição era correta e indiscutível.
Mat apertou as pálpebras por um momento.
"Todo mundo ainda está aqui?" Ele demandou.
"Claro," Luca respondeu, ainda sorrindo como um cretino. A

senhora... a Senhora Augusta, desculpe-me, Senhora Augusta. Ele
fez uma reverência profunda. Ele conversou com Merrilin e Sandar,
e… Bem, veja como foi.
Uma mulher muito persuasiva, sra. A Senhora Augusta.
Cauthon, em relação ao meu ouro, você me ordenou

Mas Merrilin disse que cortaria minha garganta primeiro, e Sandar
ameaçou quebrar minha cabeça e... Ele parou ao ver o olhar intenso
de Mat, então sorriu novamente. Olha o que a senhora me deu! Abriu
a portinha de um dos armários e tirou um pedaço de papel dobrado,
que segurava com reverência com as duas mãos.
Era papel grosso, branco como a neve; caro-. Uma autorização.
Sem lacre, é claro, mas assinado. O Grande Show Itinerante de

Valan Luca e a Magnífica Exibição de Maravilhas e Presságios está
agora sob a proteção pessoal da Augusta Senhora Tuon Athaem
Kore Paendrag.
Todos saberão o que isso significa, é claro. Eu poderia viajar para

Seanchan. Eu poderia fazer meu show para a imperatriz! Então viva
para sempre”, ele apressou-se a acrescentar, curvando-se para Tuon
novamente.
Tudo em vão, pensou Mat sombriamente. Ele caiu em uma das

camas e apoiou os cotovelos nos joelhos, ganhando um olhar
bastante significativo de Latelle.
Certamente apenas a presença de Tuon a impediu de bater nele!
Tuon levantou uma mão peremptória, uma boneca de porcelana

preta, mas uma rainha por completo, apesar de seu vestido
excessivamente grande.
"Você não usará isso exceto em caso de necessidade, Mestre Luca."

Uma necessidade urgente!
"Claro, Senhora Augusta, claro." Luca se inclinou várias vezes como

se fosse beijar as tábuas do piso a qualquer momento.
Tudo em vão!
“Eu fiz menção específica de quem não está sob minha proteção,
Toy. Tuon deu uma mordida na massa, delicadamente limpando uma
migalha de seus lábios com o dedo.
Adivinha qual nome está no topo dessa lista? Ele sorriu. Não era
um sorriso malicioso. Outro daqueles sorrisos dela, para si mesma,

de diversão ou prazer por algo que ele não conhecia.
De repente, ele notou algo. Preso em seu ombro estava o pequeno

ramalhete de botões de rosa de seda que ele lhe dera.
Apesar de tudo, Mat riu. Ele jogou o chapéu no chão e riu

incontrolavelmente. Tanto esforço, tanto esforço, e eu nem conhecia
aquela mulher! Nem uma pitada! Ele riu até suas costelas doerem.
30
O QUE O JÚRI PODE FAZER
Ao longe, a Torre Branca era perfeitamente delineada pelo sol

nascente no horizonte, mas o frio da noite anterior E
parecia aumentar e, das nuvens cinzentas que cruzavam o céu, a

neve ameaçava. O inverno estava minguando, mas havia se
arrastado além da época em que a primavera deveria ter começado.
Os sons da manhã penetraram na tenda de Egwene apesar de
estarem isolados de tudo ao seu redor. O
acampamento parecia estar agitado. Os braceros estariam

carregando água dos poços e carregando mais estoques de lenha e
carvão em carroças. As empregadas estariam limpando o café da
manhã das irmãs, e as noviças do segundo turno na sala de jantar
estariam correndo até lá para tomar o seu enquanto o primeiro e o
terceiro turnos iriam para suas aulas.
Foi um dia importante, mesmo que nenhum deles soubesse.
Com certeza, ao longo do dia chegaria ao fim das negociações

espúrias que se faziam em torno de uma mesa em um pavilhão
instalado ao pé da ponte que levava a Tar Valon, em Darein.
Espúrio em ambos os lados.
Os invasores de Elaida continuaram a atacar impunemente através

do rio. De qualquer forma, a de hoje seria a última reunião por um
tempo.
Egwene olhou para o desjejum, suspirou e pegou um grão de preto

do mingau fumegante; ele limpou os dedos em um guardanapo de
linho sem examiná-lo de perto o suficiente para confirmar que era um
gorgulho. Se você não sabia ao certo, então se importava menos
com o que restava na tigela. Ele colocou uma colherada na boca e
tentou se concentrar na doçura das fatias finas de damasco seco que
Chesa misturou na massa.
Alguma coisa rangeu entre seus dentes?
"'Tudo alimenta e enche o estômago, então não pense nisso', minha

mãe costumava dizer", murmurou Chesa como se estivesse falando
consigo mesma.
Era sua maneira de aconselhar Egwene, sem cruzar a linha entre a

dama e a donzela. Pelo menos ela a avisou quando Halima não
estava por perto, e a outra mulher saiu cedo naquela manhã. Chesa
estava sentada em um dos baús de roupas para o caso de Egwene
querer alguma coisa ou precisar fazer alguma coisa, mas de vez em
quando seus olhos vagavam pela pilha de roupas que precisavam
ser levadas para as lavadeiras. Ele não se importava em consertar
ou consertar na frente de Egwene; mas, a seu ver, separar as roupas
para a lavanderia seria cruzar essa linha.
Egwene apagou sua careta de nojo e estava prestes a dizer à mulher

para ir tomar café da manhã — Chesa considerou
outra infração para comer na frente dela - mas quando ela abriu a
boca, Nisao entrou na loja envolto no brilho do . Antes que as Saidar
abas se fechassem, Egwene vislumbrou Sarin, o Guardião de Nisao,
careca, gordo e de barba negra. A irmãzinha estava com o capuz
puxado para trás, colocado cuidadosamente sobre os ombros para
que o veludo amarelo do forro pudesse ser visto, mas ela se
encolheu no manto como se estivesse muito frio. Ele não disse nada,
apenas deu a Chesa um olhar penetrante. Ela esperou pelo aceno
de cabeça de Egwene antes de pegar sua capa e sair correndo. Ela
não veria o brilho do Poder, mas sabia quando sua senhora queria
privacidade.
"Kairen Stang está morto", disse Nisao sem preâmbulos. Seu

semblante estava calmo, sua voz firme; e frio. Tão baixa que Egwene
parecia alta ao lado dela, ela se levantou como se estivesse se
esforçando para ganhar mais um centímetro. Nisao não costumava
fazer isso. Sete irmãs já haviam feito ressonância magnética antes
de eu chegar. Não cabe . Seu pescoço estava Saidin quebrado.
duvido que
ela foi morta com Shattered. Era como se tivesse sido torcido uma
volta completa. Pelo menos foi rápido. Nisao respirou fundo e
trêmulo, então percebeu o que ela tinha feito e se endireitou ainda
mais. Seu Guardião está sofrendo os efeitos do assassinato.
Alguém lhe deu uma mistura de ervas para colocá-lo para dormir,
mas quando ele acordar, haverá problemas para lidar com isso.
Ela não deu sua habitual inflexão desdenhosa como Amarelo ao

mencionar ervas, o que indicava o grau de seu choque, não importa
o quão calmo seu semblante estivesse.
Egwene largou a colher na mesa de centro e recostou-se na cadeira,

que de repente não parecia mais confortável. Agora, o próximo
melhor depois de Leane foi Bode Cauthon. Um novato.
Ele tentou não pensar no que mais Bode era. Com algum
Com mais dias de prática, Bode poderia ter feito o trabalho quase tão
bem quanto Kairen. Quase. No entanto, ele não mencionou esse
assunto. Nisao conhecia alguns segredos, mas não todos.
— Anaiya e agora Kairen. Ambos da Ajah Azul. Você sabe se Havia

alguma outra conexão entre eles?
-Não. Nisao balançou a cabeça. Anaiya era Aes Sedai havia

cinquenta ou sessenta anos quando Kairen veio para a Torre, se bem
me lembro. Talvez eles tivessem amigos em comum.
Não sei, mãe. Sua voz parecia cansada e seus ombros caíram
ligeiramente. Suas investigações sorrateiras sobre a morte de Anaiya
não a levaram a lugar algum, e ela deve ter imaginado que Egwene
iria acrescentar o caso Kairen.
"Investigue", ordenou Egwene. Com discrição. “Este segundo

assassinato ia causar agitação suficiente para ela piorar. Ela estudou
a outra mulher por alguns segundos. Nisao teria tentado justificar-se
com os fatos ou afirmar que duvidara desde o início, mas até então
sempre fora modelo da confiança e certeza absoluta da Ajah
Amarela. Mas não agora-. Há muitas irmãs abraçando o
"Já vi várias, mãe", Nisao respondeu friamente, levantando o queixo

em um gesto que beira o desafio.
Saidar ?
No entanto, depois de
um momento, o brilho ao redor dela desapareceu. Ele ajustou sua

capa, como se tivesse perdido calor de repente. Duvido que isso
teria feito algum bem a Kairen. Sua morte foi muito repentina.
Ainda assim, faz a pessoa se sentir mais... segura.
Depois que a mulherzinha se foi, Egwene ficou sentada mexendo o

mingau com a colher. Não viu mais manchas pretas, mas havia
perdido o apetite. Finalmente, ele se levantou, colocou a estola em
volta do pescoço.
de sete cores e jogou o manto sobre os ombros. Não podia deixar-se
dominar pelo pessimismo, e hoje menos do que nunca.
Ele tinha que seguir exatamente a rotina marcada, naquele dia mais
do que nunca.
Do lado de fora, carroças de rodas altas chacoalhavam pelos sulcos

gelados das ruas do acampamento, carregadas de barris de água ou
pilhas de madeira rachada e sacos de carvão; os motoristas e os
caras que vinham atrás se amontoavam em suas capas contra o frio.
Como sempre, famílias de noviços desciam apressadas pelos
calçadões, geralmente conseguindo se curvar às Aes Sedai pelas
quais passavam sem diminuir a velocidade. Deixar de cumprimentar
uma irmã com o devido respeito poderia ser punido com uma
chicotada de bengala, mas chegar atrasado para as aulas era
igualmente punível, e os professores eram geralmente menos
tolerantes do que as Aes Sedai que encontravam, para que
pudessem pelo menos considerar as razões para uma noviça.
correndo por eles.
Escusado será dizer que as mulheres de branco ainda saltaram para

longe ao ver a estola listrada espreitando sob o capuz de Egwene,
mas Egwene se recusou a deixar as noviças azedarem seu humor -
mais do que já havia feito. na rua gelada, às vezes quase caindo
antes que seus primos os pegassem.
"Primos" era como os membros da mesma família passaram a

chamar uns aos outros, e de alguma forma isso parecia ter estreitado
seu relacionamento, como se fossem realmente parentes e fossem
verdadeiros primos. As que a deixavam de mau humor eram as
poucas Aes Sedai que ela via nas ruas, deslizando pelos calçadões
no meio da multidão.
sucessão constante de arcos. Ele viu apenas cerca de uma dúzia,
mas três em cada quatro estavam envoltos no brilho do Poder, assim
como no manto. Na maioria das vezes eles andavam em pares,
seguidos por tantos Guardiões quantos eles tinham. Eles também
pareciam estar em alerta, quer ele os cercasse ou não, seus
Saidar
capuzes constantemente virando de um lado para o outro para

observar quem estivesse à vista.
Lembrou-lhe a época em que uma epidemia de febre tifoide irrompeu

em Dos Ríos e todos saíram para a rua com um lenço embebido em
conhaque pressionado contra o nariz - Doral Barran, o Zahorí na
época, disse que isso ajudaria a evitar a doença, contágio — todos
com seus lenços e observando uns aos outros para ver quem seria o
próximo a pegar as manchas e adoecer.
Onze pessoas morreram antes que a doença seguisse seu curso,

mas só um mês após a última pessoa ter adoecido é que as pessoas
largaram seus lenços. Por muito tempo ele associou o cheiro de
conhaque ao medo. Eu quase podia sentir o cheiro agora. Duas
irmãs foram assassinadas entre si por um homem que estava
canalizando, sem falar que aparentemente se movia como Pedro
pela casa delas. O medo estava se espalhando entre as Aes Sedai
mais rápido do que a febre tifoide.
A barraca que ele usava como estudo já estava quente quando ele
chegou; o braseiro exalava um perfume de rosas. As luminárias de
chão e a luminária de mesa estavam acesas. Sua rotina era bem
conhecida. Ele pendurou a capa no cabide no canto e sentou-se
atrás da mesa, agarrando automaticamente a perna instável da
cadeira que sempre tendia a dobrar. Eu só tinha que seguir a rotina.
No dia seguinte, ele anunciaria o que havia sido feito.
Sua primeira visita foi uma grande surpresa, talvez a última mulher
que ele esperava ver entrar na loja. Theodrin era um moreno esguio
e de bochechas rosadas, um Domani de pele acobreada com lábios
teimosos. Ao mesmo tempo, ela sempre parecia rápida em sorrir. Ela
deslizou pelos tapetes gastos, quase quase roçando a mesa com as
franjas de seu xale. Curvando-se totalmente formalmente, Egwene
estendeu a mão esquerda para que o anel da Grande Serpente fosse
beijado. A formalidade foi recebida com formalidade.
"Romanda gostaria de saber se é possível que ela se junte a você

hoje, mãe", disse o magro Brown. Suavemente, mas também havia,
sutilmente, um tom teimoso em sua voz.
"Diga a ela que a verei quando ela quiser, filha", ele respondeu.
Egwene, tenha cuidado. Theodrin curvou-se novamente sem mudar

sua expressão.
Ao sair, a Marrom passou por uma das Aceitas, que entrou na

barraca, puxando para trás seu capuz branco listrado. Emara era
muito magra e baixa como Nisao. Parecia que um vento forte a
levaria para longe, embora lidasse com os noviços sob sua
responsabilidade com mão firme; mais firme do que muitas irmãs.
Claro, ela também era exigente consigo mesma, e a vida de uma

noviça deveria ser difícil. Os olhos cinzentos de Emara se desviaram
para as franjas do xale de Theodrin e seus lábios se curvaram em
uma carranca desdenhosa, que ela rapidamente apagou para abrir a
saia nevada em uma reverência para Egwene. As bochechas de
Theodrin coraram.
Egwene bateu a mão com força na mesa, fazendo o tinteiro e a caixa

de areia chacoalharem.
"Você esqueceu a devida cortesia para um Aes?"
Sedai, pequena? ele perguntou duramente.

Emara empalideceu - afinal, a Amyrlin ganhou uma certa reputação -
e imediatamente se curvou profundamente para Theodrin, que
respondeu com um aceno rígido antes de sair da tenda com passos
muito mais rápidos do que quando entrou.
A mensagem que Emara balbuciou com um sotaque illiano

acentuado pelo nervosismo foi um pedido de Lelaine para se
encontrar com Amyrlin. Houve um tempo em que Romanda e Lelaine
não eram tão formais, aparecendo na loja sem avisar e sempre que
tinham vontade, mas a declaração de guerra a Elaida mudou muito
as coisas. Não tudo, mas o suficiente para se contentar com agora.
Egwene deu a mesma resposta a Lelaine que tinha dado a
Romanda, embora em um tom mais brusco, e Emara quase caiu ao
fazer uma reverência, depois do que praticamente correu para fora
da barraca. Outro passo dado para reafirmar a lenda de Egwene
al'Vere, o Assento Amyrlin que fez Sereille Bagand parecer macia
como um travesseiro de penas em comparação.
Assim que o Aceito saiu, Egwene ergueu a mão e franziu a testa

para o que estivera cobrindo; uma folha de papel dobrada em quatro
que Theodrin depositara sobre a mesa enquanto beijava o anel dela.
A carranca se aprofundou quando ele a desdobrou. A escrita na
página era fluida e precisa, mas havia uma mancha de tinta em uma
das bordas. E Theodrin era muito elegante com sua escrita. Talvez
ela estivesse tentando se encaixar na ideia geral dos Browns.
Romanda enviou duas irmãs para Cairhien através do Viaje para

investigar uma determinada história que tem o
Amarelo sentado. Não sei o que é, mãe, mas vou descobrir. Ouvi um
deles mencionar Nynaeve, não como se ela estivesse em Cairhien,
mas como se o boato estivesse relacionado a ela de alguma forma.
O tolo tinha assinado a nota!
"O que é isso, mãe?"
Egwene deu um pulo de susto, por pouco conseguindo agarrar a

perna da cadeira antes que ela cedesse e batesse em seus ossos no
tapete. Então ele focou sua sobrancelha em Siuan, que acabara de
entrar na loja com seu xale azul franjado sobre os braços e suas
pastas de couro apertadas contra o peito. As sobrancelhas da mulher
se ergueram um pouco no início de Egwene.
"Leia," ela disse irritada, entregando-lhe o papel. Este não era um

bom momento para se assustar ou ficar nervoso!
Você já ouviu falar do Kairen? Sim, eu tinha que saber, é claro, mas
ainda assim Egwene acrescentou: "Você fez as mudanças
necessárias?" -As mudanças necessárias. Luz falou tão
pomposamente quanto Romanda. Eu estava tenso. Só no último
momento ela se lembrou de abraçá-lo e tecer uma proteção contra
Saidar ouvidos indiscretos; e só depois que a ala estava instalada lhe
ocorreu que talvez aquele não fosse o melhor momento para alguém
pensar que ele tinha negócios particulares com Siuan.
Siuan não estava nervoso. Ele havia resistido a tempestades.
E alguns diriam que ele conseguiu se manter à tona e não se afogar.

Para ela, este era apenas um dia ventoso.
"Não até que tenhamos certeza sobre os barcos, mãe," ele disse
calmamente, colocando as pastas na mesa e emoldurando-as com
precisão.
entre o tinteiro e a caixa de areia. Quanto menos tempo Bode tiver
para pensar sobre isso, menor será a chance de ele entrar em
pânico.
"Calma como a água de um lago."
Nem mesmo o assassinato de duas irmãs perturbou Siuan.
Tampouco substituíram um deles por um novato matriculado há

alguns meses. No entanto, ele franziu a testa enquanto lia a nota.
— Primeiro Faolain se esconde — grunhiu sem tirar os olhos do

papel — e agora Theodrin entrega isso a você em vez de mim.
Aquela garota tola tem menos cérebro do que um pássaro bobo!
Parece que o que ele quer é que alguém descubra que ele não perde
Romanda de vista em seu nome. — Não perca de vista. Uma
maneira muito educada de nomear “espião”. Ambos tinham muita
prática no uso de eufemismos.
Isso combinava com ser Aes Sedai. Mas hoje os eufemismos

deixaram Egwene eriçada.
"Talvez seja isso que ele quer." Talvez ela esteja cansada de
Romanda dizendo a ela o que fazer, o que dizer, o que pensar. Eu
tive um Aceito aqui alguns minutos atrás que zombou do xale de
Theodrin, Siuan.
"Romanda tenta mandar em todo mundo", comentou.
Siuan enquanto fazia um gesto de desprezo. E o que você tem que

pensar. Quanto ao resto, as coisas vão mudar quando Theodrin e
Faolain puderem fazer um juramento no Oathrod. Eu não acho que
ninguém está realmente insistindo que eles sejam submetidos ao
teste do xale neste momento. Até então, eles terão que aceitar as
coisas como elas vêm.
“Isso não é suficiente, Siuan. Egwene conseguiu manter o nível de

tom, mas demorou um pouco. No mínimo, suspeitara no que estava
metendo esses dois quando ordenou que se envolvessem com
Romanda e Lelaine. Era necessário saber o que os dois Sitters
estavam fazendo,
e ele ainda precisava saber, mas tinha uma obrigação com eles.
Eles foram os primeiros a jurar fidelidade a ele e por iniciativa

própria. Amém para…—. Muitas das coisas ditas de Theodrin e
Faolain também podem ser ditas de mim. Se algum Aceito puder
desrespeitá-las... Bem, nesse caso ela não tinha medo disso, mas as
irmãs eram outra história, especialmente os Colonizadores.
Siuan, não tenho esperança de unificar a Torre se as Aes Sedai

duvidarem da minha capacidade.
Siuan ressoou alto.
“Mãe, agora até Lelaine e Romanda sabem que você é realmente o

Trono de Amyrlin, admitam ou não. Aqueles dois não teriam ouvido
nem mesmo a orientação de Deane Aryman. Acho que estão
começando a ver você como outra Edarna Noregovna.
"Pode ser", disse Egwene friamente. Deane foi considerado o

salvador da Torre Branca após o desastre de Bonwhin com Artur
Hawkwing. Edarna foi considerada a mulher mais politicamente
experiente a usar a Vara e a Estola. Ambas tinham sido Amyrlins
muito fortes. Mas, como você mesmo me ensinou, tenho que me
certificar de não acabar como Shein Chunla.
Shein começou como uma Amyrlin forte, governando firmemente a

Torre e o Salão, e terminou como uma marionete que fazia
exatamente o que lhe mandavam. Siuan assentiu em aprovação e
concordância. Era verdade que ela estava ensinando a Egwene a
história da Torre e muitas vezes trazia à tona as Cadeiras de Amyrlin
que haviam cometido um passo em falso com consequências
terríveis. Incluindo ela mesma.
"No entanto, isso é outro assunto", ele resmungou.
Siuan enquanto bate a nota contra os dedos

—. Quando ela colocar as mãos em Theodrin, ela vai desejar ser
uma novata. E Faolain! Se você acha que pode relaxar agora, eu juro
que vou estripar vocês dois como rosnadores do porto!
"Quem você vai estripar?" Sheriam perguntou enquanto atravessava

a enfermaria em uma rajada de vento frio.
Mais uma vez, Egwene quase caiu da calçada. Ela precisava

conseguir outro que não tendesse a dobrar toda vez que ela se
movesse. Aposto que Edarna nunca pulou como se um espinho
estivesse preso em suas costas.
"Ninguém com quem você se importe," Siuan respondeu

calmamente, segurando a folha de papel em uma das chamas do
abajur. Queimou rápido, até onde seus dedos conseguiram segurar,
e então ela o esmagou entre as mãos e limpou as cinzas. Apenas
Egwene, Siuan e Leane sabiam a verdade sobre Faolain e Theodrin.
E as próprias duas irmãs, é claro. Embora houvesse muitas coisas
que nenhum deles conhecia.
Sheriam recebeu o desprezo com serenidade. A mulher ruiva parecia

totalmente recuperada de seu colapso na Antecâmara.
Pelo menos ele havia recuperado a maior parte de seu ar de

dignidade. Seus olhos puxados pareciam refletir alguma tensão
enquanto observava Siuan queimar o bilhete, e ele tocou a estreita
estola azul em volta dos ombros como se lembrasse a si mesmo que
a roupa ainda estava lá. Ela não tinha que receber ordens de Siuan –
no final, colocar seu Guardião naquela posição parecia muito duro
para Egwene – mas Sheriam sabia que Siuan também não precisava
receber ordens dela. O que tinha que irritá-la, agora que Siuan
estava tão abaixo dela em Poder quanto ela deveria estar.
irritá-la por saber que havia segredos que ela não conhecia. No
entanto, Sheriam teria que enfrentá-lo.
Ele também trouxe um pedaço de papel, que colocou sobre a mesa,

na frente de Egwene.
"Encontrei Tiana no caminho para cá, mãe, e ela Ele disse para te
dar isso.
"Este" era o relatório diário dos fugitivos, embora já não fosse feito
todos os dias, nem mesmo todas as semanas, já que os noviços
estavam organizados em famílias. Os primos se apoiaram para
superar frustrações e lágrimas, e conseguiram convencer um ao
outro a não cometer o terrível erro de fugir. Apenas um nome
apareceu na página: Nicola Sotomonte.
Egwene suspirou e largou o papel. Ela imaginou que a ânsia de

aprender de Nicola a teria mantido aqui, não importa o quão
frustrada ela se sentisse. Ainda assim, ele não podia dizer que se
arrependia de ter perdido a visão. Nicola era conivente e sem
escrúpulos, disposta a tentar chantagear ou fazer qualquer coisa que
ela achasse que funcionaria a seu favor.
Ele provavelmente teve ajuda. Areina não se oporia a roubar cavalos

para os dois fugirem.
De repente, a data escrita ao lado do nome chamou sua atenção.
Na verdade, duas datas, marcadas com pontos de interrogação.
Os nomes dos meses raramente eram colocados, pelo menos o dia

do mês, exceto em documentos oficiais e tratados. "Assinado, selado
e testemunhado na cidade de Illian no décimo segundo dia de
Saven, no Ano da Graça..." Assim como em relatórios dessa
natureza e ao registrar o nome de uma mulher no livro de noviças.
Para coisas comuns, bastava colocar "tantos dias antes ou depois de
um feriado desses". Datas por escrito sempre foram um pouco
estranhas para ele.
Ela teve que contar nos dedos para ter certeza do que viu.
"Nicola fugiu três ou quatro dias atrás, Sheriam, e Tiana relata isso
agora?" Você nem sabe ao certo se já se passaram três ou quatro
dias?
“Os primos de Nicola a cobriram, mãe. Sheriam balançou a cabeça

com pesar, mas, curiosamente, havia uma sugestão de sorriso que
parecia divertido. Ou até admirado. Não por amor; aparentemente
eles estavam felizes em ver a menina ir e temiam que ela fosse
trazida de volta.
Ele era muito petulante ao custo de seu Talento de Predição.
Receio que Tiana esteja muito zangada com eles. Nenhum deles
poderá sentar-se confortavelmente em suas aulas hoje, ou talvez em
alguns dias. Tiana diz que pretende dar a eles uma ração de coleira
todas as manhãs em vez de café da manhã até que Nicola seja
encontrada. No entanto, acho que ele vai ceder. Com a fuga de
Nicola sendo descoberta tão tarde, pode demorar um pouco para
localizá-la.
Egwene deu de ombros ligeiramente. Ela se lembrava muito bem de

suas visitas ao escritório da Mestra das Noviças, cargo então
ocupado pela mesma mulher que agora estava diante dela. Sheriam
tinha um braço forte. Um lote diário seria tremendo.
Mas esconder a fuga de um fugitivo era mais sério do que fugir

depois do expediente ou fazer travessuras. Ele empurrou o relatório
de lado.
"Tiana cuidará do assunto como achar melhor", declarou.
Sheriam, houve alguma mudança no que as irmãs falam sobre meu

sonho? — Ela havia revelado seu sonho sobre um ataque de
seanchan na manhã seguinte, e as mulheres para quem ela disse
olharam para ela apaticamente, aparentemente devido à recente
morte de Anaiya. Isso chocou a todos.
Em vez de responder, Sheriam limpou a garganta e alisou a saia.
“Você pode não estar ciente disso, mãe, mas uma das primas de
Nicola é Larine Ayellan. De Emond's Field — acrescentou, como se
Egwene não soubesse muito bem.
Ninguém pensaria que você estava mostrando favoritismo se

poupasse toda a família. Se ela se compromete ou não, Tiana está
disposta a ser muito dura com eles nesse meio tempo. Eles vão
passar mal.
Egwene se inclinou para trás — lentamente, na perna bamba da

cadeira — e franziu a testa para a outra mulher. Larine tinha quase a
idade dela e eles foram amigos íntimos durante a adolescência. Elas
passaram horas juntas, conversando e praticando tranças no cabelo
quando o Círculo de Mulheres disse que elas atingiram a maioridade.
Apesar disso, Larine tinha sido uma das poucas garotas em Emond's
Field que parecia aceitar que Egwene era realmente o Trono de
Amyrlin, embora sua maneira de demonstrar isso fosse mantendo
distância. Mas Sheriam achava que ele teria favoritos? Até Siuan
pareceu surpreso.
“Você, precisamente, Sheriam, deve saber que a disciplina das

noviças é responsabilidade da Mestra das Noviças. A menos que a
garota seja abusada, é claro, e não foi isso que você sugeriu.
Além disso, se Larine acha que pode se safar ajudando um fugitivo

hoje... ajudando um fugitivo, Sheriam!... o que ela acha que pode
fazer amanhã sem ser punida? Você alcançará o xale se tiver
coragem de assumi-lo e perseverar em seu propósito. Não vou
empurrá-la para um caminho que a leve à expulsão por mau
comportamento. Nós vamos. O que eles dizem sobre o meu sonho?
Os olhos oblíquos de Sheriam se voltaram para os de Siuan.
Luz, aquela mulher achou que ela estava sendo dura porque Siuan
estava presente, porque Siuan poderia ir com ela?
histórias por aí? Você deve saber o que esperar; ela tinha sido a
Mestra das Noviças.
“A opinião entre as irmãs, mãe,” o Guardião disse finalmente,
“ainda é que o seanchan está a mil milhas de distância, que eles não
sabem Viajar, e que se eles marcharem para Tar Valon, nós iremos
descubra antes que eles o façam." chegaram a duzentas léguas.
Siuan murmurou algo baixinho que soou invectivo, mas não

surpresa. Egwene também gostaria de praguejar. A preocupação
com o assassinato de Anaiya não tinha nada a ver com a apatia das
irmãs: elas simplesmente não acreditavam que Egwene fosse uma
Dreamer.
Anaiya sim, mas ela estava morta. Siuan e Leane também pensavam
assim, mas nenhum deles estava em uma posição alta o suficiente
para ter sua opinião ouvida com mais do que cortesia impaciente, se
é que havia alguma coisa. E claramente Sheriam não pensava
assim. Ela manteve seu voto de lealdade tão escrupulosamente
quanto Egwene poderia desejar, mas ninguém podia ser obrigado a
acreditar em nada. Isso só os fez dizer o que você queria, mas nada
mudou.
Quando Sheriam foi embora, Egwene começou a refletir sobre o que

a levara à loja. Era apenas para apontar que Larine seria punida? Eu
duvidei. Mas ele não disse mais nada, além de responder às
perguntas que ela lhe fizera.
Pouco depois, Myrelle chegou, seguida de perto por Morvrin.
Egwene notou que eles cortaram o contato com a Fonte antes de

entrar na tenda, deixando seus Guardiões esperando do lado de
fora. Mesmo nos breves momentos em que as lapelas foram
puxadas para trás quando eles entraram, Egwene viu que os homens
pareciam alertas, mais do que o normal para um Guardião.
Os olhos grandes e escuros de Myrelle brilharam ao ver Siuan, e
suas narinas se contraíram. O rosto redondo de Morvrin permaneceu
impassível como pedra, mas ela roçou a saia marrom com as duas
mãos, como se removesse algo grudado nela. Talvez tenha sido um
gesto inconsciente. Ao contrário de Sheriam, eles tinham que
obedecer às ordens de Siuan e nenhum deles gostou nem um
pouco. Não que Egwene quisesse esfregar seus narizes em alguma
coisa, mas ela confiava em Siuan e, praguejando ou não, não podia
confiar neles. Não na medida em que ele confiava em Siuan. Além
disso, havia momentos em que era inconveniente, se não impossível,
dizer diretamente às irmãs que haviam feito o juramento o que ele
queria que fosse feito. Siuan podia levar mensagens, e assim
Egwene tinha certeza de que seria obedecida.
Ele prontamente perguntou a eles o que estava sendo dito sobre seu
sonho, mas, como esperado, suas respostas coincidiram com as de
Sheriam. O seanchan estava longe. E
eles saberiam com bastante tempo se tal coisa mudasse. A história

era a mesma há uma semana e meia. Para cormo…
"Seria diferente se Anaiya estivesse viva", disse Morvrin, balançando

para frente e para trás em um dos bancos instáveis colocados na
frente da mesa. Apesar de seu volume, ele fez isso com facilidade e
graça. Anaiya era famosa por seu conhecimento do arcano. Sempre
achei que deveria ter escolhido Brown. Se eu tivesse dito que você
era um Dreamer...” Seus dentes se fecharam quando sua boca se
fechou ao ver o olhar afiado de Egwene. De repente, Myrelle pareceu
muito interessada em aquecer as mãos no braseiro.
Nem nenhum deles. Exceto por Siuan e Leane, ninguém em todo o

acampamento acreditava que Egwene
Eu tive um sonho real. Varilin assumira o comando das conversas em
Darein, habilmente transferindo Beonin para um papel menor, e
continuava encontrando desculpas para não transmitir o aviso do
sonho agora.
Talvez em alguns dias, quando as conversas tomarem um rumo mais

fluido. Como se fossem algo mais do que irmãs andando pela
mesma coisa sem dizer uma palavra que pudesse induzir o outro
lado a recuar por se sentir ofendido. Ninguém exceto Siuan e Leane;
pelo menos ele achava que eles acreditavam nele.
Myrelle virou as costas para o braseiro como se quisesse evitar

colocar a mão nas brasas.
"Mãe, eu estive refletindo sobre o dia em que Shadar Logoth foi

destruído..." Ela parou e voltou para o braseiro quando uma mulher
de rosto comprido em um vestido azul profundo entrou na tenda
carregando um banco de ouro. Três pernas pintadas com espirais de
cores fortes.
Maigan era linda, com olhos grandes e lábios carnudos, mas parecia
ser toda alongada. Ele deu um aceno frio para Morvrin e ignorou
Myrelle de uma forma bastante significativa.
"Eu trouxe meu próprio assento hoje, mãe," ela disse enquanto se
curvava até onde ela podia carregar um banquinho. O seu parece
muito instável, se assim posso dizer.
Não foi surpresa que, após a morte de Anaiya, a Ajah Azul tivesse
nomeado outra irmã para o "conselho consultivo" de Egwene, que se
recomendou à Luz quando soube quem eles haviam escolhido.
Maigan tinha sido uma das aliadas de Siuan quando ela era Amyrlin.
"Você se importa se eu mandar Siuan tomar chá, mãe?" Maigan
perguntou enquanto se sentava. Você deve ter um novato ou um
Aceito para fazer recados para você, mas Siuan servirá.
"As noviças devem assistir às aulas, filha", respondeu Egwene — e,

mesmo com as famílias arranjadas, os Aceitos mal têm tempo para
se dedicar aos próprios estudos. “Além do fato de que ele teria que
mandar o noviço ou o Aceito para fora e ficar no frio sempre que
quisesse conversar com alguém em particular. Em primeiro lugar,
seria muito difícil para quem ainda não sabia como não sentir o frio
ou o calor e, em segundo lugar, seria como colocar um banner do
lado de fora da loja que indicasse a quem estivesse dentro que algo
estava sendo falou sobre isso poderia merecer a pena espionar.
Siuan, você poderia, por favor, buscar um pouco de chá? Tenho
certeza que todos nós poderíamos usar uma xícara de chá quente.
Maigan levantou uma mão esbelta de dedos longos enquanto Siuan

se dirigia para a entrada.
— Tenho um pote de mel de menta na minha loja — disse ele

imperiosamente. trazê-lo para você E não se preocupe com nada.
Lembro que você gostava muito de doces. Vamos, apresse-se.
Maigan tinha sido uma aliada, mas agora ela era uma das muitas
irmãs que culpavam Siuan pelo colapso da Torre Branca.
"O que você disser, Maigan," Siuan respondeu submissamente, até

mesmo dobrando os joelhos um pouco antes de sair correndo.
E ele se apressou. Maigan era tão alta quanto Myrelle ou Morvrin, e

no caso de Morvrin não havia ordens ou juramentos para protegê-la.
A mulher de rosto comprido deu um pequeno aceno de cabeça
satisfeito. Siuan teve que implorar para ser readmitido na Ajah Azul,
eo
boato de que Maigan foi quem insistiu na coisa da mendicância.
Morvrin pediu licença e seguiu Siuan, talvez com a intenção de

alcançá-la por algum motivo, mas Myrelle pegou um dos bancos e
começou uma disputa com Maigan sobre quem poderia ignorar o
outro de forma mais convincente. Egwene não entendia a
animosidade entre as duas mulheres.
Às vezes as pessoas simplesmente não gostavam umas das outras.

De qualquer forma, tal atitude não deu origem a uma conversa.
Egwene aproveitou a oportunidade para dar uma olhada nas folhas
nos arquivos de Siuan, mas não conseguia se concentrar nos
rumores de Illian ou fofocas em Cairhien. Parecia não haver nada
que justificasse a afirmação de Theodrin sobre uma história que
deixou os Assistentes Amarelos em alvoroço. Siuan teria contado a
ele, se ela soubesse de alguma coisa.
Maigan e Myrelle a observavam como se observá-la virar folhas de

papel fosse a atividade mais interessante do mundo. Ela os teria
mandado embora, mas queria saber o que Myrelle estava pensando
no dia em que Shadar Logoth foi varrido da face da terra, e ela não
podia mandar um deles embora sem contar ao outro também.
Malditos dois!
Quando Siuan entrou carregando uma bandeja de madeira com um

bule de prata e xícaras de porcelana - assim como o pote de mel de
Maigan com vidro branco -, ela foi seguida até a tenda por um
soldado de peitoral e cota de malha, um jovem shienário com o
cabelo raspado, exceto por um trava no topo de sua cabeça. Jovem,
mas sem o frescor da juventude. A bochecha queimada de sol de
Ragan tinha uma cicatriz branca e enrugada de uma flecha, e havia
uma dureza em seu rosto que só pode ser mostrada.
o rosto de um homem que convive com a morte a qualquer hora.
Enquanto Siuan distribuía os copos, ele se curvou, uma mão

segurando o capacete em seu quadril, a outra descansando no
punho de sua espada.
Nada em sua expressão indicava que eles já haviam se conhecido

antes.
"Uma honra servir você, mãe," ele cumprimentou formalmente.
Lord Bryne me envia. Ele deseja que eu o informe que, pelas

indicações, os invasores parecem ter cruzado para este lado do rio
na noite passada. Com Aes Sedai. Lord Bryne dobrou as patrulhas.
Ele aconselha que as irmãs não se afastem do acampamento.
Para evitar incidentes.
"Você pode me dar permissão, mãe?" Siuan disse inesperadamente

no tom levemente envergonhado de alguém que precisa
urgentemente ir ao banheiro.
"Sim, sim", respondeu Egwene, simulando uma campainha

impaciente, mal esperando que a mulher saísse correndo da tenda
antes de continuar: "Diga a Lorde Bryne que as Aes Sedai vão onde
quiserem, quando quiserem." Ele fechou a boca. Ela estava prestes
a chamá-lo de 'Ragan', mas seu gesto serviu para fazê-la parecer
mais severa. Ou assim eu esperava.
"Vou dizer a ele, mãe", respondeu o homem, curvando-se

novamente. Alma e coração para servi-lo.
Maigan sorriu levemente ao sair.
Ele desprezava os soldados - os Guardiões eram necessários e

úteis, mas em sua opinião os soldados faziam bagunça que outros
tinham que consertar e limpar - e apoiava qualquer coisa que
parecesse indicar uma brecha entre Egwene e Gareth Bryne. Ou
talvez fosse melhor dizer que Lelaine a apoiava. Nisso, Maigan era a
mulher de Lelaine até as unhas dos pés. Por sua parte,
Myrelle parecia simplesmente confusa. Ele sabia que Egwene se
dava bem com Lord Gareth.
Egwene levantou-se e serviu-se de uma xícara de chá; ele colocou

um pouco do mel de Maigan. Suas mãos não estavam tremendo. Os
barcos já estavam em posição. Em poucas horas, Leane pegaria
Bode e sairia do acampamento antes de explicar o que eles iriam
fazer. Larine tinha que conseguir o que merecia, e Bode tinha que
fazer o que era certo.
Egwene era mais jovem que Bode quando foi enviada para caçar
irmãs negras. Os Shienarians serviram em sua guerra contra a
Sombra no Flagelo, de coração e alma.
As Aes Sedai, e aquelas que se tornariam Aes Sedai, serviam à

Torre. Uma arma mais forte contra a Sombra do que qualquer
espada, e não menos afiada para uma mão desavisada.
Quando Romanda chegou acompanhada por Theodrin, que

empurrou sua lapela de lado para que ela entrasse, a Amarela de
cabelos grisalhos fez uma reverência adequada, nem uma fração a
mais ou a menos do que a conveniência exigida de uma babá de
Amyrlin. Eles não estavam na Antecâmara agora. Se a Amyrlin era
apenas a primeira entre iguais aqui, em seu escritório ela era um
pouco mais, mesmo para Romanda. Mas ele não fez nenhum
movimento para beijar o anel de Egwene. Tudo tinha um limite. Ele
olhou para Myrelle e Maigan como se estivesse pensando em pedir
para elas irem embora. Ou talvez envie para ele. Os Sitters
esperavam ser obedecidos, mas nenhum era de sua Ajah. E eles
estavam no escritório da Amyrlin.
No final, ela não fez nenhum dos dois, apenas deixando Theodrin
tirar sua capa com suas bordas de flores amarelas bordadas e servir
uma xícara de chá para ela. Theodrin, sem ser pedido ou ordenado,
retirou-se para um canto, onde ela já começou a torcer o xale.
apertando a boca carrancuda, enquanto Romanda se sentava em um
banquinho vazio. Apesar das pernas instáveis, a Babá conseguiu dar
a impressão de se sentar na Antecâmara da Torre, ou talvez em um
trono, enquanto ajustava o xale de franjas amarelas que usava sob o
manto.
"As conversas não estão indo bem", ele começou com aquela voz
alta e musical. Era como se ele estivesse fazendo uma proclamação.
Varilin morde o lábio em frustração. Também Magla está frustrada,

aliás, e até Saroiya. Quando Saroiya começa a ranger os dentes, a
maioria das irmãs já está gritando. Com exceção de Janya, todos os
Sitters que ocupavam uma posição antes da divisão da Torre
entraram nas negociações.
Afinal, eles estavam conversando com mulheres que conheceram na

Antecâmara naquela época. Beonin tinha sido relegado quase a
fazer recados.
Romanda provou o chá e depois segurou a xícara ao lado do pires, o

braço estendido para o lado, sem dizer uma palavra.
Theodrin saiu correndo do canto para pegar a xícara e colocá-la na

bandeja, adicionando mais mel antes de levá-la de volta para a Babá
e retornar ao canto dela.
Romanda provou o chá mais uma vez e assentiu com aprovação.
As bochechas de Theodrin coraram.
"O curso das negociações é o esperado", disse Egwene

cuidadosamente. Romanda se opôs a qualquer tipo de conversa,
espúria ou não. E ele sabia o que ia acontecer esta noite. Manter a
Antecâmara ignorante disso teria sido um tapa na cara
desnecessário. O coque apertado de Romanda balançava para cima
e para baixo quando a mulher assentiu.
"Eles já descobriram algo para nós", disse ele. Elaida não permitirá
que os Sitters que falem em seu nome
dar uma polegada. Ela está entrincheirada na Torre como um rato em
uma parede. A única maneira de tirá-la é colocar toupeiras em sua
toca.
Myrelle fez um ruído gutural que lhe rendeu um olhar surpreso de

Maigan. Os olhos de Romanda permaneceram fixos nos de Egwene.
"Elaida será removida de uma forma ou de outra", disse a jovem

Amyrlin calmamente, pousando sua xícara de chá no pires.
Sua mão não estava tremendo. O que essas mulheres descobriram?

Quão?
Romanda franziu a testa ligeiramente, olhando para o chá como se

afinal não tivesse mel suficiente. Ou desapontado por Egwene não
ter dito mais nada.
Então ela se moveu no banco com a atitude de uma espadachim se

preparando para outro ataque, erguendo a espada.
"As coisas que você disse sobre os Membros, mãe, sobre haver mais
de mil em vez de algumas dúzias ou alguns terem quinhentos ou
seiscentos anos." Ele balançou a cabeça diante da impossibilidade
de tais afirmações. Como tudo isso poderia escapar da Torre? Ele
não estava fazendo uma pergunta, ele estava fazendo uma careta.
"Até recentemente, não sabíamos quantos Espontanes havia entre

os Marinheiros", Egwene respondeu suavemente.
E ainda não sabemos ao certo quantos realmente existem. —
Desta vez, a careta de Romanda foi mais pronunciada. Os Amarelos

foram os primeiros a confirmar a presença de centenas de fuzileiros
espontâneos, e apenas em Illian.
Primeiro ponto da luta para Egwene.
Mas um golpe não foi suficiente para derrubar Romanda. Nem

mesmo a machucando seriamente.
"Teremos que pegá-los assim que nosso negócio aqui terminar",
disse ele sombriamente.
Deixar algumas dúzias em Ebou Dar e Tar Valon, só para nos ajudar
a rastrear os fugitivos, era uma coisa, mas não podemos permitir que
mil espontanes permaneçam... organizados.
O tom de desprezo evidente em toda a frase tornou-se mais

acentuado nessa última palavra, na ideia de que ali se organizavam
os espontâneos. Myrelle e Maigan ouviram atentamente. Maigan até
se inclinou um pouco para frente.
Nenhum deles sabia mais sobre o assunto do que os boatos

espalhados por Egwene, que todos presumiam ter vindo dos
informantes de Siuan.
“Bem mais de mil”, corrigiu Egwene, “e nenhum espontâneo.
São todas mulheres mandadas pela Torre, exceto algumas fugitivas

que escaparam da captura. Ele não levantou a voz, mas fez cada
ponto com firmeza, segurando o olhar de Romanda.
De qualquer forma, como você propõe que eles sejam capturados?

Eles estão espalhados por todos os países, engajados em todos os
tipos de ocupações. Ebou Dar foi o único lugar onde se encontraram
ou se encontraram por acaso, e todos fugiram quando o seanchan
chegou. Desde a Guerra dos Trollocs, os Membros deixaram a Torre
saber apenas o que eles queriam que ela soubesse. Dois mil anos,
escondidos sob o nariz da Torre Branca. Seu número tem crescido
enquanto o das irmãs na Torre tem diminuído. Como você propõe
que eles sejam encontrados agora, entre todos os espontâneos que
estão fervilhando e que a Torre dispensou porque eles eram "muito
velhos" para se tornarem noviços? As Allegadas não têm nada que
as distinga e as destaque, Romanda. Eles usam o Poder quase com
a mesma frequência que as Aes Sedai, mas mostram sinais de
envelhecimento como qualquer outra pessoa.
mais devagar. Se eles querem ficar escondidos, nunca podemos
encontrá-los. E com isso Egwene acertou vários outros golpes, sem
receber nenhum. Havia uma fina camada de suor na testa de
Romanda, um claro sinal de desespero em uma Aes Sedai. Myrelle
estava sentada ereta, mas Maigan parecia prestes a cair de cara,
não importa o quão estável fosse seu banco. Romanda lambeu os
lábios.
“Se eles canalizarem, acabarão parecendo atemporais.
Se eles envelhecem, eles não podem canalizar com tanta frequência,

afinal. E nem de um jeito nem de outro podem viver quinhentos ou
seiscentos anos! “Aparentemente, as pretensões acabaram.
“Há apenas uma diferença real entre as Aes Sedai e os Membros,”

Egwene disse calmamente, mas mesmo assim suas palavras
pareciam altas. Até Romanda parecia estar prendendo a respiração.
Eles deixaram a Torre Branca antes de jurar em Oathwand. -Ei!
Já foi dito.
Romanda estremeceu como se tivesse recebido um golpe fatal.
"Você ainda não fez os juramentos", disse ele com voz rouca.
Quer dizer que vai relegá-las?, que vai pedir às irmãs que as
releguem?
Myrelle – ou Maigan – sufocou um suspiro. Talvez eram duas horas.
-Não! Egwene negou secamente. Os Três Juramentos são o que as

Aes Sedai nos juram e eu os levarei no Oathwand assim que for
nosso! Ela respirou fundo e moderou seu tom, mas também se
inclinou para a outra mulher na tentativa de envolvê-la, incluí-la. Para
convencê-la Ele quase estendeu a mão. Até agora, as irmãs se
aposentaram para passar seus últimos anos em paz e sossego,
Romanda. Não seria melhor se aqueles
não foram seus últimos anos? Se as irmãs recuassem com os
Membros, elas poderiam prendê-los à Torre e então não haveria
necessidade de uma caçada inútil. Se ele já tinha chegado tão longe,
poderia muito bem ir até o fim. O Oath Rod pode desvincular e
também vincular.
Maigan caiu de joelhos no tapete e tropeçou em seus pés,

escovando sua saia tão indignada como se ela tivesse sido
empurrada. O semblante moreno de Myrelle parecia ter empalidecido
um pouco.
Lentamente, Romanda colocou sua xícara na beirada da mesa e se

levantou, puxando o xale sobre ela. Com o rosto impassível, ele
olhou para Egwene enquanto Theodrin colocava o manto bordado
amarelo sobre os ombros dela, fechava o fecho e arrumava as
dobras com tanto cuidado quanto uma dama de honra.
“Quando criança, sonhava em ser Aes Sedai. Desde o dia em que

cheguei à Torre Branca, tentei viver como uma Aes Sedai.
Eu vivi como uma Aes Sedai e vou morrer como uma Aes Sedai.
Você não pode pagar algo assim!
Virando-se para sair, ela derrubou o banco em que estava sentada,

mas não pareceu notar.
Theodrin correu atrás dela; Curiosamente, seu rosto mostrava

preocupação.
"Mãe..." Myrelle respirou fundo, seus dedos apertando a saia verde.

Mãe, você está mesmo sugerindo que...? Ele não terminou a frase,
incapaz, ao que parecia, de pronunciá-la. Maigan sentou-se no
banco como se tentasse não cair do chão.
novo.
"Afirmei os fatos", respondeu Egwene calmamente. Qualquer

decisão será tomada na Antecâmara. Diga-me, criança, você
escolheria morrer quando ainda pudesse estar vivo e servindo à
Torre?
Irmã Verde e Irmã Azul trocaram um olhar; então eles perceberam o
que estavam fazendo e viraram a cabeça, novamente agindo como
se o outro não existisse. Nenhum dos dois respondeu, mas Egwene
quase podia ver por trás de seus olhos o enxame agitado de seus
pensamentos. Depois de alguns momentos, ele se levantou e
endireitou a perna do banco.
Mesmo isso não os fez reagir além de se desculpar automaticamente

por deixá-la lidar com isso sozinha. Então eles caíram de volta em
um silêncio pensativo.
Egwene tentou se concentrar nas páginas dos arquivos de Siuan – o

conflito da Cidadela ainda estava em um impasse, e ninguém admitiu
ter ideia de como isso terminaria – mas logo depois que ela partiu,
Romanda chegou.
Lelaine.
Ao contrário de Romanda, a esbelta Blue Seater veio sozinha e se

serviu do chá. Sentando-se no banco vazio, ela empurrou sua capa
forrada de pele para trás sobre ambos os ombros, pendurada em um
broche de prata com grandes safiras. Ela também estava com o xale;
os Colonizadores costumavam tê-lo por hábito. Lelaine era mais
direta que Romanda, ou essa era a impressão que ela dava ao
mundo exterior. Havia um brilho penetrante em seus olhos.
"A morte de Kairen coloca outro obstáculo na possibilidade de fazer

qualquer tipo de acordo com a Torre Negra", ele murmurou sobre a
borda da caneca, inalando o vapor. E há a questão de cuidar do
pobre Llyw. Talvez Myrelle queira levá-la.
Dois de seus três Guardiões já haviam pertencido a outra irmã.
Ninguém mais salvou dois Guardiões cujas Aes Sedai morreram.

Egwene não foi a única que notou uma ênfase especial nessas
palavras. O rosto de Myrelle ficou completamente pálido. Ele tinha
dois segredos a esconder e um deles era que seus Guardiões não
eram três, mas quatro. Desistir do vínculo Lan Mandragoran de
Moiraine com ela era algo que não tinha sido feito em centenas de
anos. Agora era considerado o mesmo que amarrar um homem
contra sua vontade, algo que não era feito há mais de cem anos.
"Eu tenho o suficiente com três", ele sussurrou com uma voz baixa.
—. Você me dá licença, mãe?
Maigan riu baixinho quando Myrelle saiu correndo da tenda. Mas não
tão rápido que ela não o abraçou antes que as abas das passagens
caíssem atrás dela.
Saidar
"Claro," Lelaine comentou, trocando um olhar divertido com o outro

Azul, "ela se casa com seus Guardiões." Com todos. Talvez o pobre
Llyw não seja páreo para um marido.
"Ele é tão grande quanto um cavalo", Maigan parafraseou. Apesar de

sua alegria pela partida apressada de Myrelle, não havia malícia em
sua voz. Eu estava simplesmente afirmando um fato.
Na verdade, Llyw era um homem muito grande. Conheço um jovem

Blue que poderia pegá-lo. Ela não está interessada em homens a
esse respeito.
Lelaine assentiu de uma forma que demonstrou que a jovem Azul

havia encontrado seu Guardião.
“Os verdes podem ser muito raros. Veja Elayne Trakand, por
exemplo. Nunca pensei que Elayne escolheria o Verde. Eu a
selecionei para Blue. A garota tem um instinto para correntes na
política. Embora também tenda a entrar em águas mais profundas do
que
isso seria seguro. Você não acha, mãe? Sorrindo, ela tomou um gole
de chá.
Esta não foi a sondagem sutil de Romanda, foi uma estocada dupla,
com a espada aparecendo do nada. Lelaine sabia sobre Myrelle e
Lan? Ele havia enviado alguém para Caemlyn e, em caso afirmativo,
o que e quanto havia descoberto? Egwene se perguntou se
Romanda também se sentira confusa e atordoada.
"Você acha que o assassinato de Kairen impedirá que um acordo

seja alcançado?" ele perguntou. Pelo que sabemos, pode ser o
Logan de volta para se vingar. "Por que diabos ele disse isso?" Ela
teve que segurar a língua e manter a cabeça no lugar.
Ou, mais provavelmente, algum pobre tolo de uma fazenda vizinha

ou de uma das aldeias da ponte.
O sorriso de Lelaine se alargou, e era provocador, não divertido. Luz,

aquela mulher não demonstrava tanto desrespeito há meses.
"Se Logain estivesse querendo vingança, mãe, suponho que ele

estaria na Torre matando Rojas." Apesar de seu sorriso, sua voz era
fria e impassível. Um contraste perturbador.
Talvez essa fosse sua intenção. Talvez seja uma pena que ele não
esteja fazendo isso. Eu poderia derrubar Elaida. Mas seria uma final
mais fácil do que merece. Não, a morte de Kairen não impedirá um
acordo mais do que a de Anaiya, mas ambas as mortes combinadas
deixarão as irmãs ainda mais preocupadas com salvaguardas e
restrições.
Podemos precisar desses homens, mas precisamos ter certeza de

que estamos no controle. Um controle completo.
Egwen assentiu. levemente. Eu concordei, mas...
"Podemos ter dificuldade em fazê-los aceitar isso", argumentou.

Dificuldades. Naquele dia eu estava
ostentando um verdadeiro talento no uso de eufemismos.
"O vínculo do Guardian pode ser ligeiramente modificado", Maigan

interrompeu. Do jeito que está agora, você pode conseguir que um
homem faça o que quiser com um pequeno aguilhão, mas a
necessidade desse incentivo pode ser facilmente removida.
"Isso lembra muito o Compulsion", disse ele.
Egwen com firmeza. Ele aprendera o tecido com Moghedien, mas

apenas para trabalhar em contra-atacar. Era abjeto privar outra
pessoa de sua vontade, de todo o seu ser. Alguém Compelido fez
qualquer coisa que lhe foi dito. Qualquer coisa. E
acreditando que foi por escolha. Só de pensar nisso a fazia se sentir

suja.
No entanto, Maigan encontrou seu olhar quase tão impassível quanto

Lelaine, e seu rosto estava tão frio quanto sua voz.
“A Compulsão foi usada em irmãs em Cairhien. Isso parece ser

seguro agora. Mas eu estava me referindo ao link, algo totalmente
diferente.
"Você acha que pode convencer o Asha'man a aceitar o vínculo?"

Egwene não conseguiu esconder a descrença em sua voz. Além
disso, quem vai realizar essa articulação? Mesmo que todas as irmãs
sem Guardiã tivessem um Asha'man, e todos os Verdes levassem
dois ou três, não há irmãs suficientes. Isto é, se você encontrar
alguém que não se importe de se relacionar com um homem que vai
enlouquecer.
Maigan acenou para cada ponto como se aceitasse. E ela ajustou a

saia como se não estivesse realmente ouvindo.
"Se o link pode ser alterado de uma maneira, pode ser alterado de
outras", disse ele quando Egwene terminou.
Pode haver uma maneira de anular o compartilhamento e talvez um
pouco da percepção que o link implica. Talvez então a loucura não
fosse um problema. Seria um tipo diferente de vínculo, nada como o
Guardião.
Tenho certeza que qualquer um concordaria que isso não seria como
ter um Guardião. Qualquer irmã se ligaria a qualquer número de
Asha'man que fosse necessário.
De repente, Egwene percebeu o que estava acontecendo. Lelaine

ainda estava sentada lá, aparentemente olhando para o chá em sua
xícara, mas o que ela estava fazendo era observá-la através de seus
cílios. E usando Maigan como uma mulher de palha. Lutando contra
sua raiva, Egwene não precisou trazer um tom frio à sua voz. Parecia
frio.
“Isso é exatamente uma reminiscência da Compulsão, Lelaine. É
Compulsão, e nenhum eufemismo ou trocadilho vai mudar isso.

Então eu vou avisar qualquer um que sugira isso. E mandarei açoitar
quem for além de sugerir. A compulsão é proibida e continuará sendo
proibida.
"Como você diz", foi a resposta de Lelaine, que poderia significar

qualquer coisa. O que veio a seguir foi mais deliberado. A Torre
Branca comete erros de vez em quando. É impossível viver ou
avançar sem cometê-los. Mas vivemos e seguimos em frente. E,
embora às vezes precisemos esconder nossos erros, sempre que
possível os corrigimos. Mesmo quando é doloroso.
Ele colocou a xícara na bandeja e saiu com Maigan em seus

calcanhares.
Maigan abraçou a Fonte antes mesmo de sair da loja.
Lelaine não.
Por um tempo, Egwene concentrou-se em manter a respiração

regular.
Ele realizou o exercício do rio contido pelas margens. Lelaine não
havia dito exatamente que Egwene al'Vere como Amyrlin era um erro
que poderia ter que ser corrigido, mas ela chegou perto.
Ao meio-dia, Chesa trouxe a comida de Egwene em outra bandeja
de madeira: pão crocante com apenas uma ou duas manchas
escuras de aparência suspeita, e guisado de lentilhas com fatias de
nabo coriáceo e cenoura lenhosa e pedaços de algo que poderia ser
carne de cabra. Ele só conseguia engolir uma colherada. Não era
com Lelaine que ela estava preocupada.
Lelaine a havia ameaçado antes, mas não desde que ela deixou
claro que ela era a Amyrlin e não uma marionete. Em vez de comer,
ela olhou para o relatório de Tiana ao lado da mesa.
Nicola pode não ter chegado ao xale apesar de todo o seu potencial,
mas a Torre tinha uma longa experiência em pegar mulheres
teimosas e imperfeitas e transformá-las em confiantes Aes Sedai.
Larine tinha um grande futuro pela frente, mas precisava aprender a
obedecer às regras antes de aprender quais poderiam ser quebradas
e como. A Torre Branca era boa em ensinar ambos, mas as primeiras
coisas primeiro. O futuro de Bode seria brilhante. Seu potencial
quase igualava o de Egwene. Mas, fosse ela uma Aes Sedai, uma
Aceita ou uma noviça, a Torre exigia que ela fizesse o que fosse
necessário para a Torre. Aes Sedai, Aceito ou novato.
Chesa foi rápida em mostrar sua decepção quando voltou para

encontrar a bandeja quase intacta, especialmente depois de
encontrar seu café da manhã praticamente intocado. Egwene
considerou justificar-se com uma dor de estômago, mas descartou.
Depois que o chá de Chesa funcionou em suas enxaquecas - pelo
menos por alguns dias, até que elas voltaram mais severas do que
nunca - a mulher gorda acabou com uma coleção de remédios de
ervas para qualquer doença que ela comprou de qualquer vendedor
ambulante, e cada mais repulsivo no sabor do que o anterior. A
empregada tinha um jeito tão desmoralizado que se achava
engolindo aquelas misturas para que ele não se preocupasse. Às
vezes, surpreendentemente, funcionavam, mas nunca eram algo que
Egwene queria colocar na boca. Ele disse a Chesa para levar a
bandeja e prometeu que comeria mais tarde. Sem dúvida, ele
apareceria com um jantar grande o suficiente para alimentar um
peru.
A ideia a fez querer sorrir – Chesa não saía de seu lado, torcendo as
mãos, até que ela comeu até a última migalha – mas seus olhos
voltaram para o relatório de Tiana. Nicola, Larine e Bode. A Torre
Branca era um proprietário muito rigoroso e exigente. "A menos que
a Torre esteja em guerra por consenso do Salão, a Amyrlin não
pode..." Mas a Torre estava em guerra.
Ela não sabia quanto tempo ficou ali sentada, olhando para o pedaço
de papel com um único nome, mas quando Siuan voltou, ela já tinha
se decidido.
Um proprietário rigoroso e exigente que nunca deu favores.
"Leane e Bode foram embora?" -Eu pergunto.
“Duas horas atrás, pelo menos, mãe. Leanne teve que leve Bode
para seu posto e depois desça o rio.
Egwene assentiu.
Daishar … -Não. A essa
"Por favor, peça para eles selarem."
altura, já havia pessoas que reconheceram o cavalo de Amyrlin.

muito. Não houve tempo para discussão ou explicação. Não havia
tempo para sentar. E
reunir autoridade e afirmá-la. Mande-os selar comigo na esquina de

duas Bela ruas ao norte.
— Também quase todos sabiam e sabiam que era a montaria de
Siuan.
Bela
"O que você vai fazer, mãe?" Siuan perguntou preocupado.

-Vou dar um passeio. E, Siuan... não conte a ninguém.
Ela encontrou os olhos da outra mulher e os sustentou com seu

olhar.
Siuan tinha sido Amyrlin, e capaz de fazer uma pedra desviar o olhar
mais cedo. Egwene era Amyrlin agora. Para ninguém, Siuan. Ir. E
apresse-se.
Ainda franzindo a testa, Siuan saiu apressado. Assim que ficou

sozinha, Egwene tirou sua estola, dobrou-a cuidadosamente e
colocou-a na bolsa. Seu manto era de tecido bom e forte, mas muito
simples.
Sem a estola saindo do capuz, ele poderia passar por qualquer um.
A calçada em frente à loja estava vazia, é claro, mas assim que

atravessou a rua gelada se viu andando pelo fluxo habitual de
noviços, alguns aceitos e, ocasionalmente, uma Aes Sedai. As
noviças dobravam os joelhos enquanto caminhavam, as Aceitas se
curvavam ao passar ao perceberem que a saia por baixo do manto
não era branca, e as Aes Sedai passavam com os rostos escondidos
nos capuzes. Se alguma notou que ela não estava acompanhada por
um Guardião não importava muito, pois havia irmãs que não tinham.
E
nem todos foram envoltos pelo brilho de Só a maioria.
Saidar .
A dois quarteirões de seu estúdio, ele estava na beira da calçada de

tábuas, de costas para as mulheres que passavam apressadas.
Ele tentou não ficar impaciente. O sol estava a meio caminho do pôr-
do-sol, uma esfera dourada espetada pelo pico irregular de
Dragonmount. A sombra da montanha já se espalhava pelo
acampamento, deixando as tendas na penumbra do crepúsculo.
Finalmente Siuan apareceu, montado em . A pequena Bela
égua
desgrenhada caminhou confiante pela rua escorregadia, mas Siuan

agarrou as rédeas e a sela como se
Eu estava com medo de cair. Talvez ele tivesse. Siuan era uma das
piores amazonas que Egwene já vira. ela relinchou baixinho ao Bela
reconhecer Egwene. Siuan puxou o capuz solto e abriu a boca, mas
Egwene ergueu a mão em advertência antes que pudesse falar.
Você poderia dizer em seus lábios que ele ia dizer "mãe". E
provavelmente alto o suficiente para ser ouvido a cinquenta passos

de distância.
"Nem uma palavra para ninguém," Egwene avisou baixinho. Sem

notas ou dicas também. "Isso cobriria tudo." Fique com Chesa até eu
voltar. Eu não quero que você se preocupe.
Siuan assentiu com relutância. O conjunto de sua boca era quase

taciturno. Egwene suspeitou que ela estava certa ao acrescentar
'notas' e 'dicas'. Deixando a outrora Amyrlin parecendo uma garota

mal-humorada, ela montou
Bela .
A princípio, ele teve que andar com a robusta égua pelos sulcos
gelados das ruas do acampamento. E porque qualquer um ficaria
Bela
surpreso se visse Siuan andando mais rápido do que andando. Ela

tentou cavalgar como Siuan, balançando incerta, agarrando-se ao
alto pomo da sela com uma mão e às vezes com as duas. Verdade
seja dita, ele também sentiu que estava prestes a cair. ele virou a
cabeça Bela
para olhar para ela. Ele sabia quem estava com ele e sabia que
Egwene cavalgava muito melhor do que isso. A jovem continuou a
imitar Siuan e tentou não pensar na posição do sol. Ela continuou
assim até sair do acampamento, passando pelas fileiras de carroças,
até que as primeiras árvores a esconderam das barracas e carroças.
Então ele se inclinou sobre a maçaneta da cadeira para aproximar o
rosto da juba de
Bela .
"Você me tirou de Dois Rios", ele sussurrou. Você pode correr tão
rápido agora? Ele se endireitou e afundou
calcanhares.
Bela
Daishar
não podia galopar como , mas seu robusto
patas moviam-se rapidamente pela neve. Em
vezes tinha sido um cavalo de tração, não um cavalo de tração.
corridas ou batalhas, mas deu tudo o que tinha, estendendo o

Daishar
pescoço com tanta coragem quanto em seu melhor momentos. Ele

correu enquanto o sol descia
pôr do sol como se de repente o firmamento fosse manchado de

gordura. Egwene recostou-se na cadeira e incentivou a égua em
uma corrida contra a estrela que o jovem Eu sabia que não poderia
ganhar. Mas mesmo que ele não pudesse ganhar o sol, ainda havia
tempo. Ele tocou no ritmo definido por os cascos do
Bela , e a égua correu.
Crepúsculo os envolveram, e então a escuridão, antes que Egwene

vislumbrou a lua brilhando nas águas da Erinina. Ainda havia tempo.
Foi quase o mesmo ponto onde estivera com Gareth, observando os
navios
Bela
rios em direção a Tar Valon. ai
Estou ouvindo.
Fique quieto. E então, um juramento abafado. os rosnados e abafada
fricção de homens arrastando um
carga pesada na neve, tentando ficar quieto.
Ele virou
Bela na direção dos sons, através do
árvores. As sombras se moveram, e Egwene ouviu o Houve um

sussurro de aço saindo das cápsulas.
Então um homem murmurou, quase em voz baixa:
“Eu conheço aquele pônei. Pertence a uma das irmãs, a que já foi
Amyrlin. Embora não pareça. não mais velho do que a que dizem ser
Amyrlin agora.
— Bela não é um pônei,” Egwene disse secamente.
Leve-me ao Bode Cauthon.

Uma dúzia de homens saiu das sombras da noite por entre as
árvores e a rodeou e à égua.
Todos pareciam pensar que era Siuan; melhor ainda. Para eles, uma
Aes Sedai era uma Aes Sedai, e eles a levaram até onde Bode
estava montado Bela
em um cavalo que não era mais alto que um manto escuro. Além
disso,
seu
vestido era escuro. À noite, o branco teria se destacado.
Bode reconheceu A também, e
Bela
estendeu a mão para coçar a orelha da
égua carinhosamente quando Egwene parou ao lado dele.
"Você vai ficar no chão," ela disse calmamente.
Você vai voltar para mim quando acabar.
Bode puxou a mão para trás como se a voz de Egwene tivesse sido
um beijinho.
-Por que? ele perguntou, mas não exigente. Pelo menos foi o que ele
aprendeu. Posso fazer-lo. Leane Sedai me explicou, e eu consigo.
-Eu sei que você pode. Mas não tão bem quanto eu. Ainda não. Isso
soou muito crítico, algo que a outra garota não merecia. Eu sou o
assento de Amyrlin, Bode. Algumas decisões só podem ser tomadas
por mim. E não devo pedir a um novato que faça certas coisas
quando posso fazê-las melhor. Talvez esse raciocínio não fosse
muito mais suave, mas ela não conseguia explicar a Bode sobre
Larine e Nicola, ou o preço que a Torre Branca cobrava de todas as
suas filhas. A Amyrlin não podia dizer a um noviço o primeiro, e um
noviço não estava preparado para aprender o último.
Mesmo na calada da noite, a postura dos ombros de Bode deixava

claro que ele não entendia, mas também aprendera a não discutir
com uma Aes Sedai. Assim como soubera que Egwene era uma Aes
Sedai. O resto eu aprenderia com o tempo. A Torre dedicaria o que
fosse preciso para ensiná-lo.
Bela
Egwene desmontou e entregou as rédeas a um dos soldados; ela

arregaçou as saias para caminhar pela neve em direção aos sons
tensos de arrastar. Era um grande barco, rebocando-se sobre o
cobertor de neve como um trenó. Um trenó volumoso que exigia
manobras laboriosas por entre as árvores, embora com menos
xingamentos quando os homens que puxavam e empurravam
perceberam que Egwene estava seguindo logo atrás. A maioria era
muito cuidadosa com o que dizia quando uma Aes Sedai estava por
perto, e mesmo que não conseguissem ver o rosto dela, na
escuridão e com o capuz puxado para trás, quem mais poderia ser
encontrado ali, à beira do rio? E se eles soubessem que não era a
mesma mulher que originalmente os acompanharia, quem
questionaria uma Aes Sedai?
Eles abaixaram o barco no rio, tomando cuidado para não fazer

barulho ao entrar na água, e seis homens subiram nele para colocar
os remos nos remos forrados de trapos. Os homens andavam
descalços para evitar o ruído de uma bota raspando as placas do
casco. Barcos menores navegavam naquelas águas, mas esta noite
eles tinham que vencer as correntes. Um dos homens na margem
ofereceu a mão a Egwene para ajudá-la a entrar no barco, e ela se
acomodou no assento da proa, mantendo o manto fechado. O barco
afastou-se da margem, deslizando silenciosamente, exceto pelo
murmúrio abafado dos redemoinhos criados pelos remos enquanto
se moviam pela água.
Egwene olhou para frente, para o sul. Para Tar Valon. As paredes
brancas brilhavam à luz da lua minguante, e o brilho das lâmpadas
através das janelas dava à cidade um brilho difuso, quase como se a
cidade estivesse abraçando o . A Torre Branca se destacava mesmo
no escuro: o
Saidar
imponente volume brilhava ao luar com janelas iluminadas. Algo
passou pela estrela e Egwene prendeu a respiração. Por um
instante, pensou ter visto um Draghkar; um mau sinal, precisamente
nesta noite. Ele disse a si mesmo que era apenas um morcego. A
primavera estava perto o suficiente para os morcegos se
aventurarem. Ele puxou o manto mais apertado em torno de si e
olhou para a cidade que estava se aproximando cada vez mais.
À medida que a muralha de Puerto del Norte assomava à frente do

barco, os remadores inverteram o impulso na água, recuando; faltava
um fio de cabelo para que a proa tocasse a parede, junto à boca do
porto. Egwene quase estendeu a mão para evitar a pedra pálida
antes que o barco batesse na parede. Esse impacto teria sido ouvido
pelos soldados em serviço de guarda. Os remos, no entanto, fizeram
apenas um pequeno ruído gorgolejante ao recuar, e o barco parou
em um ponto em que Egwene poderia ter tocado a enorme corrente
cruzada de um lado para o outro na boca, os enormes elos emitindo
seu próprio brilho opaco. dos remos, da gordura que os cobria.
Mas não havia necessidade de tocá-los. E também não havia razão

para esperar. Egwene o abraçou, mal consciente da sensação Saidar
de felicidade
enchia
que
de
vida
antes que os lenços estivessem no lugar. Terra, Fogo e Ar

envolveram a corrente; Terra e Fogo a tocaram. O ferro preto de
repente irradiou branco, por toda a boca.
Egwene teve tempo apenas de sentir alguém abraçando a Fonte a

uma curta distância acima dela na parede, e então algo atingiu o
barco, atingiu-a, e ela sentiu o frio da água ao seu redor,
aproximando-se dela, correndo para dentro dela. o nariz e a boca.
Escuridão.
Egwene sentiu algo duro por baixo. Ele ouviu vozes de mulheres.
Voces excitadas.
-Sabe quem é?
-Bem bem. Sem dúvida, alcançamos mais de
o que esperávamos.
Algo pressionou seus lábios e um líquido quente, com um leve sabor

de menta, entrou em sua boca. Ela engoliu convulsivamente e de
repente percebeu que estava com frio, tremendo. Ele abriu os olhos
de repente. E
ficaram no rosto de uma mulher que segurava sua cabeça e seu

copo. As lanternas seguradas pelos soldados que se aglomeravam
ao redor dele davam luz suficiente para distinguir aquele rosto
claramente. Um semblante atemporal. Foi dentro do Porto Norte.
"É isso, pequena", disse a Aes Sedai, encorajadoramente. Beba tudo

Uma dose forte, por enquanto.
Egwene tentou empurrar a xícara para longe, tentou abraçá-la, mas

Saidar sentiu-se afundar de volta na escuridão.
Eles estavam esperando por ela. Alguém a havia traído. Mas quem?
EPÍLOGO
UMA RESPOSTA
e olhou pela janela para a chuva constante que caía de um céu

cinza. Outra tempestade estava descarregando da espinha R
dorsal do mundo. Da Muralha do Dragão.
Achei que a primavera chegaria logo. No final, sempre vinha. Ali, em

Tear, em vez de em casa, embora não houvesse sinal dela.
Relâmpagos riscavam o céu em rastros azul-prateados que se
bifurcavam, e o estrondo do trovão levou longos segundos para soar.
Relâmpago distante. As feridas em seu lado doíam. Luz, as garças
gravadas em suas palmas doíam, depois de tanto tempo.
Às vezes, a dor é a única coisa que permite que você saiba que está
vivo, sussurrou Lews Therin, mas Rand ignorou a voz em sua mente.
A porta se abriu atrás dele, e Rand virou a cabeça para olhar para o
homem que entrou na sala.
estar. Bashere usava uma jaqueta curta de seda cinza, uma roupa de
alto brilho, e carregava o cajado do marechal saldeu – um cajado de
marfim encimado por uma cabeça de lobo dourada – enfiado em seu
cinto, junto com sua espada embainhada. As botas de boca torneada
foram polidas para brilhar. Rand teve o cuidado de não mostrar seu
alívio. Eles tinham ido muito tempo.
-E bem? ele perguntou.
"Seanchan são tratáveis", respondeu Bashere.
Eles são como chocalhos, mas são tratáveis. No entanto, eles

exigem uma reunião com você pessoalmente. O Marechal de
Saldaea não é o Dragão Renascido.
"Com esta Senhora Suroth?"
Basher balançou a cabeça.
-Não. Aparentemente, um membro de sua família imperial chegou.

Suroth quer que você conheça uma pessoa que eles chamam de
Filha das Nove Luas.
Ao longe, um relâmpago brilhou; o estrondo do trovão rasgou o ar.

Na tempestade que se aproxima, cavaleiros do
vento, cavalgamos no estrondo do trovão.
Entre relâmpagos ofuscantes dançamos, e
em dois desmembramos o mundo.
Fragmento de um poema anônimo supostamente escrito no final da

Era anterior, chamado por alguns
de Terceira Era.
Às vezes atribuído ao Dragão Renascido.

GLOSSÁRIO
ESCLARECIMENTO DAS DATAS DESTE GLOSSÁRIO
O calendário Tomano (criado por Toma dur Ahmid) foi adotado

aproximadamente dois séculos após a morte dos últimos machos
Aes Sedai e registrado os anos após a Quebra do Mundo (DD).
Muitos anais foram destruídos durante as Guerras Trolloc, de modo

que, quando as guerras terminaram, houve uma disputa sobre o ano
exato em que foram encontrados no antigo sistema.
Tiam de Gazar propôs um novo calendário, em comemoração à

suposta libertação da ameaça Trolloc, em que os anos seriam
marcados como Ano Livre (AL). O calendário de Gaza ganhou ampla
aceitação vinte anos após o fim da guerra. Artur Hawkwing tentou
estabelecer um novo anuário que começaria a partir da data de
fundação de seu império (DF, Da Fundação), mas apenas
historiadores
atualmente se referem a ele. Após a destruição generalizada,
mortalidade e desintegração da Guerra dos Cem Anos, Uren din
Jubai Flying Gull, um estudioso das Ilhas dos Navegantes, concebeu
um quarto calendário, que foi promulgado pelo Panarca Farede de
Tarabon. O calendário Farede —iniciado na data arbitrariamente
determinada do fim da Guerra dos Cem Anos—, que registra os anos
da Nova Era (NE), é o utilizado hoje.
aprofundando
: 1) A habilidade de usar o One Power para diagnosticar condições
físicas e doenças.
2) A capacidade de encontrar depósitos de minério de metal com o

One Power. O fato de esta ser uma habilidade perdida para as Aes
Sedai há muito tempo pode explicar porque o nome foi associado a
outra habilidade.
amigos, o
: Mesmo durante a Guerra dos Trollocs, há mais de dois mil anos

(por volta de 1000-1350 dC), a Torre Branca ainda mantinha suas
próprias e expulsava mulheres que não estavam à altura. Um grupo
de mulheres, com medo de voltar para casa no meio de uma guerra,
fugiu para Barashta (perto de onde Ebou Dar está hoje), o mais
longe possível do conflito na época. Eles se autodenominavam
Allegadas ou Kindred; eles mantinham seu grupo em segredo e
ofereciam um refúgio seguro para outros que haviam expulsado. Con
el tiempo, el hecho de entrar en contacto con mujeres a las que se
les ordenaba abandonar la Torre las condujo a abordar a las fugitivas
y, aunque las razones exactas quizá no se sepan nunca, las
Allegadas empezaron a aceptar también a las que huían da Torre.
Eles tomaram muito cuidado para que essas jovens não

descobrissem nada sobre seu grupo até terem certeza de que as
Aes Sedai não desceriam de repente sobre eles para arrastá-los de
volta à Torre.
Afinal, era do conhecimento geral que os fugitivos sempre eram

pegos, mais cedo ou mais tarde, e os Membros sabiam que, a
menos que mantivessem sua organização em segredo, eles mesmos
seriam severamente punidos.
Os Membros não sabiam que as Aes Sedai sabiam de sua existência
quase desde o início, mas a guerra em curso não lhes deu tempo
para lidar com eles. No final do conflito, a Torre percebeu que não lhe
convinha desmantelar o grupo das Alegadas.
Até então, a maioria dos fugitivos havia conseguido escapar, apesar

do que a Torre proclamava; mas, uma vez que os Membros
começaram a
ajudá-los a fugir, a Torre sabia exatamente para onde ele estava indo
qualquer fugitivo, e assim começou a recuperar nove em cada dez.
Posição Os Membros se mudavam de Barashta de tempos em
tempos (o que mais tarde chamado Ebou Dar) com o propósito de
manter em segredo sua existência e o número de membros do
grupo, sem sua permanência durou mais de dez anos para não
correr o risco de que alguém notaram que eles não envelhecem em
uma taxa normal, a Torre acreditava que eles eram muito poucos,
além de cumprir rigorosamente o preceito de não convocar o
atenção. Com o objetivo de usar as Alegadas como armadilha para
os fugitivos, a Torre decidiu deixá-los em paz, ao contrário do que
tinham feito com qualquer outro grupo similar ao longo de sua
história, bem como manter sua existência em segredo de qualquer
pessoa que não seja Aes Sedai.
As Alegadas não têm leis, mas sim regras baseadas em parte

daqueles estabelecidos pela Torre Branca para noviços e aceitos, e
em em parte devido à necessidade de preservar seu sigilo. Como
seria de esperar dado as origens das Alegadas, a manutenção de
suas regras é rigorosa com todos os seus membros.
Contatos recentes entre Aes Sedai e Allegadas - embora tais

circunstância é conhecida apenas por um punhado de irmãs -
trouxe várias surpresas, incluindo o fato de haver o dobro de

Relacionadas que a Aes Sedai, assim como algumas das primeiras
superam em um século a idade que qualquer Aes Sedai atingiu
desde antes da Guerra dos Trollocs. O efeito que essas descobertas
pode ter tanto na Aes Sedai quanto na Família ainda não Vejo. (Ver
filhas de
Silêncio, o
; círculo de
trabalho dele
Apontar,
).
Arad Doman
Uma nação localizada às margens do Oceano Arician. No
atualmente sofre os estragos de uma guerra civil, além dos sofridos
por simultaneamente contra aqueles que se declararam partidários
de Dragão Renascido. Em Arad Doman, o monarca (rei ou rainha) é
eleito por um conselho dos chefes das guildas mercantis (os
Conselhos de Comerciantes), que são quase sempre mulheres. O
escolhido, homem ou mulher, deve pertencer à classe nobre, não à
classe mercantil, e sua escolha é para sempre. Legalmente, o
monarca tem autoridade absoluta, mas é ele pode destronar com os
votos de três quartos do Conselho. O real líder é o Rei Alsalam
Saeed Almadar, Senhor de Almadar, Chefe Insigne da casa de
Almadar. Seu paradeiro atual está envolto em mistério.
Asha'man
: 1) Na Língua Antiga, "Guardião" ou "Guardiões", mas sempre com o

significado de um defensor da justiça. 2) O nome dado a ambos os
grupo de homens que vieram para o que hoje é chamado de Torre
Black, perto de Caemlyn, em Andor, para aprender a canalizar, como
uma de suas fileiras. A sua formação centra-se nos diferentes modos
de use o One Power como uma arma; uma vez que eles aprenderam
a compreender Saidin a -a metade masculina da Fonte-, eles são
obrigados a realizar todos os tipos de tarefas
e trabalhar com o Poder, o que implica mais uma mudança no que
diz respeito às normas da Torre Branca. Um homem que acaba de se
juntar é chamado
"soldado" e veste um casaco preto de gola alta, ao estilo andorrano.

Ao sendo promovido a "Dedicado" adquire o direito de usar um
alfinete de prata, chamada «espada», na ponta do pescoço.
Promoção para Asha'man concede o direito de usar a insígnia de
"dragão", o alfinete de esmalte em ouro e vermelho, no pico oposto.
Embora muitas mulheres, incluindo esposas, fogem quando
descobrem que seus parceiros podem canalizar, um considerável
dos homens da Torre Negra são casados e Eles usam uma versão
do vínculo dos Guardiões com suas Aes Sedai para criar um vínculo
com suas esposas. Este mesmo vínculo, alterado para obrigar à
obediência, começou recentemente a ser usado para capturar
também Aes Sedai.
vespa do mar
: Uma pequena criatura aquática gelatinosa que
Produz uma picada dolorosa com seu toque.
Balwer, Seban
: Ex-secretário de Pedron Niall (o capitão-general do Filhos da Luz)

oficialmente, embora secretamente ele fosse seu mestre de
espionagem. Atrás do A morte de Niall, Balwer ajudou Morgase (ex-
rainha de Andor) a escapar do seanchan em Amador por motivos
próprios, e agora trabalha como Secretário de Perrin t'Bashere
Aybara e de Faile ni Bashere t'Aybara. Perrin ele começa a suspeitar
que Balwer é mais do que aparenta.
Armas Vermelhas, o
: Soldados da Red Hand Company que foram
escolhido para desempenhar uma missão policial a título temporário,

a fim de evitar outros soldados da Companhia causam problemas ou
danos em uma cidade ou uma cidade. Assim chamados porque,
enquanto realizam sua tarefa, carregam consigo largas braçadeiras
vermelhas que cobrem as mangas quase cheio. Geralmente são
escolhidos entre os homens mais velhos e fidedigno. Uma vez que
qualquer dano causado deve ser pago as Armas Vermelhas que
estão de serviço, eles lutam pelo reinado de paz e ordem. Entre as
Armas Vermelhas um certo número de homens para escoltar Mat
Cauthon a Ebou Dar. (Ver empresa do
Mano
Roja ).
buscadores, o
: Ou, mais formalmente, os Seekers of Truth, é um organização
policial e de espionagem pertencente ao trono imperial da'covale
seanchan. Enquanto eles são principalmente de propriedade e

propriedade da família imperial, eles têm poderes quase ilimitados.
Eles podem até prender um Membro de sangue por não responder
suas perguntas ou não cooperar totalmente com eles, e são os
próprios Seekers que definem o nível de cooperação exigida, apenas
sujeita a modificação pela própria empresa.
imperatriz. Os Seekers que são têm uma tatuagem em cada

da'covale
ombro com um corvo e uma torre. Ao contrário do Olho da Morte,

Os buscadores não gostam de exibir seus corvos, em parte porque
isso envolve revelar quem e o que eles são.
caça selvagem,
a : Muitos afirmam que o Dark One (muitas vezes referido como

Sinister ou Old Sinister em Tear, Illian, Murandy, Altara e Ghealdan)
sai à noite para caçar almas com os "cães negros" ou Hounds do
Dark One. Isso é chamado de Caça Selvagem.
Muitos acreditam que o simples fato de vê-lo passar significa a morte

iminente, seja da pessoa que o viu ou de um de seus entes queridos,
e é considerado particularmente perigoso encontrá-los em uma
encruzilhada no crepúsculo, assim que o sol se põe ou pouco antes
do nascer do sol. (Ver ).
cães do
Escuro
cachorros, o
: Os primeiros Cubs eram jovens que foram instruídos pelos

Guardiões na Torre Branca e que lutaram contra aqueles de seus
mestres que tentaram libertar Siuan Sanche quando ela foi deposta
como a Sede de Amyrlin. Liderados por Gawyn Trakand, os Cubs
permaneceram leais à Torre Branca e se envolveram em
escaramuças com os Mantos Brancos sob o comando de Elmon
Valda. Eles acompanharam a delegação de irmãs notáveis a
Cairhien para conhecer o Dragão Renascido, e enfrentaram Aiel e
Asha'man em batalha nos poços de Dumai. Ao retornarem a Tar
Valon, descobriram que estavam impedidos de entrar na cidade.
Os Cubs vestem jaquetas verdes, com o emblema do Javali Branco

de Gawyn; Aqueles que lutaram contra seus mestres em Tar Valon
usam um broche de prata, em forma de torre, preso à gola de sua
jaqueta.
Eles aceitam recrutas onde quer que vão, mas não admitem
veteranos ou homens mais velhos que eles. Um requisito é que o
recruta deve estar disposto a renunciar a toda lealdade, exceto aos
Leõezinhos. Os membros mais velhos ensinam aos recrutas as
técnicas dos Guardiões, pois desistiram de ser instruídos por eles, e
vários rejeitaram ofertas de Aes Sedai para se juntar a eles. Em
muitos aspectos, eles parecem ser totalmente alheios à Torre e à
Aes Sedai. Isso se deve em parte às suas suspeitas de que não
pretendiam sobreviver à expedição a Cairhien.
calendário : Uma semana tem dez dias, e um mês, vinte e oito; O

ano é composto por treze meses. Vários feriados não fazem parte de
nenhum mês, incluindo o Dia Solar (o mais longo do ano), o Dia de
Ação de Graças (celebração quadrienal, no equinócio da primavera),
e o Dia da Salvação das Almas, também chamado de Dia de Finados
(festa decenal, em o equinócio de outono). Embora os meses
tenham nomes - Taisham, Jumara, Saban, Aine, Adar, Saven,
Amadaine, Tammaz, Maigdhal, Choren, Shaldine, Nesan e Danu -
eles raramente são usados, exceto em documentos oficiais e pelos
oficiais. Para a maioria das pessoas, é suficiente respeitar o
temporadas.
: Vejo
capitão de
Espadas
capitão de
lanças
lanças
capitão de
: Na maioria das nações, em circunstâncias normais As mulheres
nobres não conduzem pessoalmente suas escoltas para a batalha.
Em vez disso, contratam um soldado profissional, quase sempre um

plebeu, que é responsável pelo treinamento dos mesnaderos, bem
como pela dirija-os. Dependendo do país, esse homem pode ser
chamado de Capitão de Spears, Capitão de Espadas, Mestre de
Cavalos ou Mestre de Lanças. Frequentemente, e talvez
inevitavelmente, surgem rumores sobre outro tipo de relação entre a
nobre e a guerreira além daquela de patrona e assalariado. Às
vezes, esses rumores são verdadeiros.
capitão geral
: 1) Posto militar do chefe da Guarda Real de Andor.
Esta posição é atualmente ocupada por Lady Birgitte Trahelion. 2)

Título que possui a cabeça do Ajah Verde, embora apenas as irmãs
do Ajah Verde o conheçam.
Verde. Esta posição é atualmente ocupada por Adelorna Bastine, na

Torre, e Myrelle Berengari no contingente rebelde Aes Sedai
comandado por Egwene al'Vere.
Não.
:
arquivos 1) Na Língua Antiga, "Garra do Falcão". 2) Nome adotado
pelos jovens Cairhienins e Tearians que tentam seguir o . Eles têm
ji'e'toh
jurou fidelidade a Faile ni Bashere t'Aybara e secretamente agir como

ela exploradores e espiões.
círculo de
trabalho dele
Apontar,
: O conselho de administração do Allegadas. Posição que nenhum

dos membros do grupo jamais soube como se organizam as Aes
Sedai sua própria hierarquia - conhecimento que só é adquirido
quando um Aceito passou em seu teste para o xale - o Alegadas não
baseiam sua hierarquia na força com o Poder, mas sim dão grande
importância para a idade, para que a mulher mais velha esteja
sempre acima dos mais novos. Consequentemente, o Círculo de
Tricô (nome escolhido, como o de Allegadas, por seu caráter
inofensivo) é formado pelas treze mulheres idosas residentes em
Ebou Dar naquela tempo, e o mais velho recebe o título de Reitor. De
acordo com regras, todos terão que deixar o posto quando chegar a
hora de mover, mas enquanto residirem em Ebou Dar, eles têm
autoridade absoluta sobre Membros, até certo ponto, qualquer
Cadeira Amyrlin invejaria. (Ver amigos, o
).
empresa do
Mano
: Vejo
Shen an
Roja
Calhar
.
Camaradas, o
: Corpo militar de elite de Illian atualmente comandado pelo Primeiro

Capitão Demetre Marcolin. Os Companheiros fornecem escoltas
para o rei de Illian e guardam pontos-chave em toda a nação. Além
disso, os Companheiros têm sido tradicionalmente usados em
batalha para atacar as posições inimigas mais fortes e tirar proveito
de seus pontos fracos, bem como para cobrir a retirada do rei, caso
haja necessidade. Ao contrário da maioria das unidades de elite de
sua classe, os forasteiros não são apenas bem-vindos em suas
fileiras (exceto Thearians, Altarans e Murandians), eles podem até
chegar ao posto mais alto; o mesmo vale para os plebeus, o que
também não é comum. O uniforme dos Companheiros consiste em
uma jaqueta verde, peitoral adornado com as Nove Abelhas de Illian
e um elmo cônico com uma viseira de fendas de aço. O primeiro
capitão usa quatro tranças douradas nos punhos e uma pluma de
três finas penas douradas no capacete. Os tenentes usam duas
divisas amarelas em seus punhos e duas penas verdes finas,
enquanto os subtenentes usam uma divisa amarela e uma pena
verde. As insígnias dos porta-bandeiras são dois chevrons amarelos
abertos nos punhos e uma pena da mesma cor, e os homens do
pelotão usam apenas um chevron aberto, também amarelo.
Consolidação,
a : Quando os exércitos enviados por Artur Hawkwing sob o

comando de seu filho Luthair desembarcaram em Seanchan, eles
encontraram um mosaico inconstante de dezenas de nações,
frequentemente em guerra umas com as outras e muitas vezes
governadas por Aes Sedai. Como não havia equivalente à Torre
Branca, as Aes Sedai agiram em favor de seus próprios interesses e
poder usando o Poder Único. Eles formavam pequenos grupos e
constantemente intrigavam uns com os outros. Em grande parte,
foram essas maquinações em benefício próprio e as guerras
resultantes entre milhares de nações que permitiram que os
exércitos a leste do Oceano Ariciano começassem a conquista de
um continente inteiro e seus descendentes para terminá-lo. Essa
conquista, no curso da qual os descendentes dos exércitos originais
se tornaram Seanchan à medida que conquistavam os nativos, durou
mais de novecentos anos e é conhecida como a Consolidação.
Corenne : Na Língua Antiga, "o Retorno". Um nome dado pelos

Seanchan tanto à frota de milhares de navios quanto às centenas de
milhares de soldados, artesãos e outros que carregarão esses navios
e que virão atrás dos Forerunners para recuperar as terras roubadas
dos descendentes de Artur Hawkwing. (Ver precursores ).
cuendillar
: Uma substância supostamente indestrutível criada durante a Era
das Lendas.
Absorve qualquer força que tente quebrá-lo, aumentando assim sua

dureza. Embora o conhecimento para criá-lo se acreditasse ter sido
perdido para sempre, rumores de novos itens começaram a se
espalhar fabricado com ele. Também é conhecida como pedra do
coração.
da'covale
: 1) Na Língua Antiga, "aquele que é possessão" ou "pessoa que é

propriedade". 2) Entre os seanchan, termo muito utilizado, junto com
o de 'propriedade' para 'escravos'. A escravidão tem um longo e
incomum entre os seanchan, pois há escravos com possibilidade de
ascender a posições de grande poder e autoridade, mesmo sobre
aqueles que Eles são livres. (Ver so'jhin ).
Senhoradas
Tons
: termo Seanchan para se referir à morte.
defensores do
cidadela, a
: unidade militar de elite de Tear. O real
Capitão da Cidadela (o comandante dos Defensores) é Rodrivar

Tiera. Apenas Thearians são admitidos a esse corpo, e geralmente
Os funcionários são da nobreza, embora muitas vezes pertençam a
casas menores ou para ramos menores de casas importantes. Os
Defensores são responsáveis salvaguarda da imensa fortaleza
chamada Citadel of Tear - que às vezes referido como "a Rocha" ou
"a Pedra", principalmente em escritos antigo—, na cidade de mesmo
nome, bem como a defesa da cidade e as tarefas de uma força
policial ou de uma guarda cidadã ou outras organização semelhante.
Exceto em tempos de guerra, seus deveres raramente são Eles os
levam para longe da cidade. Tal como acontece com todas as
unidades de elite, eles são o núcleo em torno do qual o exército é
formado. O uniforme de Defenders é composto por uma jaqueta
preta com mangas acolchoadas, listrado de preto e dourado, com
punhos pretos, peitoral polido e elmo com aro de aço e viseira de
fenda. O Capitão da Cidadela ostenta três penas brancas curtas no
capacete e nos punhos da jaqueta, três divisas douradas
entrelaçadas em uma faixa branca. Os capitães carregam duas
penas brancas e uma trança dourada nos punhos brancos; os
tenentes, uma pena branca e chevron preto nos punhos brancos; os
tenentes, uma pena preta curta e punhos brancos, sem tranças. O
Os porta-estandartes usam punhos de ouro em suas jaquetas, e os

homens da pelotão, os punhos listrados em preto e dourado.
Depósito : Seção da Biblioteca da Torre. Há doze depósitos públicos

conhecidos, e em cada um deles são mantidos livros e relatórios
referente a um determinado tópico ou tópicos. Há outro depósito
décimo terceiro, conhecido apenas pelas Aes Sedai e contendo
documentos, relatos e histórias a que só a Amyrlin, a
Guardião das Crônicas e dos Sitters da Antecâmara da Torre; e,
claro, um punhado de bibliotecários encarregados de manter aquele
depósito.
der'morat
: 1) Na Língua Antiga, "mestre treinador". 2) Entre seanchan o termo

é aplicado para indicar um eminente treinador e especialista em uma
das disciplinas exóticas, alguém que treina outros, para exemplo, o .
Los pode
para
desfrutar
acertar a
de
mora
uma posição
der'morat
social muito importante, e o mais alto é detido pelos , que são

sul'dammorat
equiparar-se a oficiais militares de alta patente. (Ver
).
Erit
: Filha de Iva, neta de Alar. Um jovem e atraente Ogier com quem
Loial intenção de se casar, embora no momento ele fuja dela.
Multar, Padam : O ex-Dark Friend agora é algo muito pior e mais

poderoso e tanto inimigo dos Renegados quanto de Rand al'Thor,
que odeia com paixão. Ele foi visto pela última vez em Far Maddig,
com Toram.
Riatina.
Fel, Herid : Autor de
razão sem razão
, entre outros livros. Fel era um estudante (e professor) de história e

filosofia na Academia Cairhien. encontrei morto em seu escritório,
despedaçado.
Gregorin
: Seu nome completo é Gregorin Panar de Lushenos. Membro de
Conselho dos Nove de Illian atualmente atuando como Administrador
do Dragão Renascido em Illian.
Guarda Alada, o
: Guarda pessoal e unidade militar de Mayene Principal elite daquele

país. Membros da Guarda Alada usam roupas brilhantes couraças
vermelhas, capacetes da mesma cor e em forma de sino, que por as
costas descem até a nuca, e lanças adornadas com fitas igualmente
vermelho. Os capacetes dos oficiais têm asas esculpidas nas laterais
e penas finas denotam classificação.
guarda
real, o
: unidade militar de elite de Andor. Em tempos de paz o Guarda é

responsável por fazer cumprir a lei da rainha e guardar o pedido. O
uniforme da Guarda Real é composto de almilla vermelha, malha e
peitoral polidos, manto vermelho vivo e elmo cônico, com a viseira de
barras. Oficiais de alto escalão usam nós de graduação em seus
ombreiras e às vezes usam esporas douradas em forma de cabeça
de leão.
Uma adição recente à Guarda Real é a escolta pessoal do herdeiro

do trono, composto inteiramente de mulheres com o único com
exceção de seu capitão, Doilin Mellar.
guardas de
a
Morte
: A unidade militar de elite do império seanchan, composta por
humanos e Ogier. todos os membros humanos do Olho da Morte
nascem escravos e da'covale
são escolhidos
jovens para servir a imperatriz, de quem são propriedade.
Fanaticamente leais e ferozmente orgulhosos, muitas vezes exibem

o
corvos tatuados em seus ombros, a marca de um dos da'covale
imperatriz. Os membros da Ogier são conhecidos como Jardineiros e

são os da'covale
os únicos que não são. Apesar disso, os Jardineiros são tão

fanaticamente leal como o Olho da Morte humano, e até mesmo
mais temido. Humanos ou Ogier, os Olhos da Morte não são apenas
dispostos a morrer pela imperatriz e pela família imperial, mas sim
acreditar que suas vidas pertencem à imperatriz para ela dispor a ela
critério. Os capacetes e armaduras de sua unidade são lacados em
verde escuro e vermelho sangue, e os escudos, em preto; suas
lanças e espadas carregam também borlas pretas. (Ver
da'covale ).
Hailene
: Na língua antiga, "Precursores" ou "Aqueles que vêm antes".
Termo aplicado pelo seanchan à enorme força expedicionária

enviada através do Oceano Arician para explorar as terras
governadas por Arthur Asa de Falcão. Atualmente sob o comando da
Augusta Senhora Suroth, cujas Hailene ,
fileiras foram aumentadas pelo recrutamento nos países

conquistados, eles superaram em muito seus objetivos originais.
Hanlon, Dave
: A Dark Friend, ex-comandante dos Leões
Brancos a serviço do Renegade Rahvin na época em que ele

Caemlyn sob seu governo usando o nome falso de Lord Gaebril.
Depois, Hanlon levou os Leões Brancos a Cairhien com ordens de

fomentar a rebelião contra o Dragão Renascido. Os Leões Brancos
foram destruídos por uma "bolha do mal", e Hanlon foi instruído
retornar a Caemlyn, onde, sob o nome de Doilin Mellar, agradou a
Elayne, a herdeira do trono. Segundo rumores, ele muito mais do
que insinuar-se com ela.
filhas de
Fique
:
quieto Durante a história da Torre Branca (mais de três mil anos),
várias mulheres que foram expulsas não quiseram aceitar seus
destino e tentou se agrupar. Esses grupos - ou pelo menos quase
todos eles -
foram espalhados pela Torre Branca assim que sua presença foi
descoberta.
existência, e seus componentes foram severa e publicamente

punidos a fim de para ter certeza de que chegasse aos ouvidos dos
outros e servisse de lição. As membros do último grupo disperso
chamavam-se Filhas do Silêncio (794-798 NE), e era composto por
dois Aceitos, aos quais a Torre expulsaram, e vinte e três outras
mulheres que eles prenderam e treinaram.
Todos foram levados para Tar Valon e punidos; aos vinte e três
inscrito no livro dos noviços. Apenas um deles, Saerin Asnobar,
conseguiu pegue o xale (Ver ).
amigos, o
Luz
Filhos
: Uma associação que não deve submissão a nenhum reino, que
mantém crenças ascéticas estritas e é dedicado a derrotar o Dark e
para a destruição de todos os Darkfriends. Fundada durante o
Guerra dos Cem Anos para Lothair Mantelar perseguir o crescimento
número de Amigos das Trevas, foi transformado durante a guerra em
um organização de marcado caráter militar, de crenças
extremamente rígidos, entre os quais se destaca a certeza de que
são os únicos que Eles estão de posse da verdade. Eles professam
um profundo ódio pelos Aes Sedai, que eles consideram, como seus
apoiadores, Amigos Reivindicações. Conhecido depreciativamente
como White Cloaks, anteriormente estavam alojados em Amador,
capital da Amadicia, mas foram forçado a fugir quando o seanchan
conquistou a cidade. seu emblema É um sol dourado em um fundo
branco. (Ver
interrogadores
).
Iluminadores, Corporação de
: Uma organização que mantém o segredo da
processo de fabricação de fogos de artifício. O nome da Corporação

vem dos grandes espetáculos, chamados iluminações, que eles
fornecem aos governantes e às vezes aos grandes senhores.
Eles também vendem foguetes menos chamativos para uso de

outros cidadãos, mas com avisos severos sobre as consequências
desastrosas que eles podem derivar da tentativa de saber o que está
dentro. Uma vez o A corporação tinha sedes em Cairhien e Tanchico,
mas ambas foi destruído. Além disso, os membros da Corporação
em Tanchico eles resistiram à invasão do seanchan e os
sobreviventes eles foram
da'covale
, de modo que a Corporação deixou de existir. Sem feitos, porém,

alguns Iluminadores escaparam do domínio seanchan e talvez Talvez
exibições de fogos de artifício mais impressionantes possam ser
vistas em Um futuro próximo. (Ver
da'covale
).
interrogadores
: Uma ordem dos Filhos da Luz que se chama a Mão da Luz, cuja
missão é descobrir a verdade na controvérsia e desmascarar os
Amigos das Trevas. Em sua busca pela verdade e Light, eles
normalmente usam a tortura como método de interrogatório; seu
atitude normal é conhecer a verdade de antemão, com a qual eles
devem apenas forçar suas vítimas a confessar. Às vezes eles agem
como se estivessem fora dos Filhos e do Conselho dos Ungidos, um
corpo autoridade máxima entre os Filhos. O líder dos interrogadores
é o Inquisidor Supremo, atualmente Rhadam Asunawa, que faz parte
do Conselho dos Ungidos. Sua bandeira é uma vara de pastor
vermelho-sangue.
Sinal
: Primeira rainha de Andor (cerca de 994-1020 AL). Na morte de
Artur Hawkwing, Ishara convenceu seu marido, um dos generais
mais poderosos de Hawkwing, que ele iria levantar o cerco de Tar
Valon e o Ele acompanharia Caemlyn com todos os soldados que
pudesse tirar do caminho.
Exército. Enquanto outros tentavam dominar todo o império de

Hawkwing e falhou, Ishara aproveitou uma pequena parte e a
alcançou objetivo. Hoje, quase todas as casas nobres de Andor são
descendentes de em maior ou menor grau de Ishara, e o direito de
reivindicar o Trono da León depende igualmente de pertencer à
linhagem direta da referida rainha
bem como o número de linhagens relacionadas a ele que podem ser
estabelecidas de forma confiável.
hierarquia de
marinho : O Atha'an Miere, ou os Marinheiros, são governados pela
Atha'an Miere Senhora dos Navios. Na execução de sua tarefa, ela
tem a ajuda do Detector de Vento da Senhora dos Navios e do
Mestre de Armas. Nas fileiras imediatamente abaixo estão os
Senhores das Ondas dos clãs, cada um auxiliado por seu Detector
de Vento e Mestre de Espadas correspondentes. Em seguida estão
os Navigators (capitães de navios) de seus respectivos clãs, que por
sua vez contam com a ajuda de seu Windfinder e Cargo Master. A
Senhora dos Navios Windfinder tem autoridade sobre todos os
Wavelords dos clãs Windfinders, que, por sua vez, têm autoridade
sobre todos os Windfinders de seus respectivos clãs. Da mesma
forma, o Weapons Master tem autoridade sobre todos os
Blademasters e os Swordmasters sobre os Cargo Masters de seus
clãs. O posto não é hereditário entre os fuzileiros navais. São os
Doze Primeiros do Atha'an Miere que elegem, para toda a vida, a
Dama dos Navios; essas mulheres são as doze Damas das Ondas
mais velhas dos clãs. A Dama do Clã das Ondas é escolhida pelos
Doze Navegantes Sênior de seu Clã, que são conhecidos pelo título
abreviado dos Doze Primeiros, designação que também é usada
para designar os Navegantes Sênior que por acaso estão presentes
em qualquer lugar. Da mesma forma, a Dama das Ondas pode ser
removida pelo voto desses mesmos Doze Primeiros. Na verdade,
qualquer um, exceto a Dama dos Navios, pode ser demitido – o que
abrange todas as patentes, até mesmo marinheiros – seja por
covardia ou outras ofensas. Quando uma Dama dos Navios ou Dama
das Ondas morre, seu Windfinder é forçado a servir outra mulher de
posição inferior, diminuindo assim sua própria posição também.
Kaensada : Uma região de Seanchan povoada por tribos

montanhosas pouco civilizadas.
Essas tribos brigam muito entre si, assim como as famílias da

mesma tribo. Cada tribo tem seus próprios costumes e tabus, e
esses tabus muitas vezes não têm sentido para quem não pertence a
eles. Eles evitam principalmente entrar em contato com os outros
moradores mais civilizados de Seanchan.
Catar : Uma cidade em Arad Doman famosa por suas minas e forjas.
Katar é tão próspera que seus nobres precisam ser lembrados de
tempos em tempos de que fazem parte de Arad Doman.
Legião
de
dragão, a : Uma grande unidade de infantaria militar que jurou
lealdade ao Dragão Renascido e foi treinada por Davram Bashere de
acordo com as diretrizes elaboradas por ele e Mat Cauthon, que
radicalmente diferente daquelas comumente usadas pelos soldados
a pé. Embora muitos de seus membros participem por iniciativa
própria, um grande número de homens desta Legião é reunido por
grupos de recrutamento da Torre Negra, que primeiro reúne todos os
machos em uma área que desejam seguir o Dragon Reborn e,
apenas depois de conduzi-los por aproximações perto de Caemlyn,
eles verificam qual deles pode ser ensinado a canalizar. Aos Os
demais, a grande maioria, são enviados para os campos de
Treinamento Basher.
Mestre do
lanças
: Vejo
lanças
capitão de
mestre do
Cavalos
: Vejo
capitão de
lanças
marath'damane
: Na Língua Antiga, "Aqueles Que Devem Ser Amarrados" e também

"aquele que deve ser amarrado na coleira". Termo usado por
seanchan para designar mulheres capazes de canalizar, mas
aquelas que damane
eles ainda não colocaram a coleira
medidas de comprimento: 1 mão = 10 cm; 1 pé = 30cm; 3 pés = 1

passo (90
cm); 2 degraus = 1 vão (1,8 m); 1000 vãos = 1,8 km; 1 légua = 7,3
km.
Mera'din
: Na Língua Antiga, "os sem Irmãos". Nome adotado, como uma

associação guerreira, pelos Aiel que deixaram clã e septiar e eles se
juntaram ao Shaido porque não podiam aceitar Rand al'Thor, um
habitante das zonas húmidas, como ele ou porque se recusavam
Car'a'carn a admitir a sua
revelações sobre a história e as origens do Aiel. defeito de clã e
septiar por qualquer motivo é considerado abominável entre os Aiel,
e é por isso que nem mesmo as próprias associações guerreiras do
Shaido queriam admiti-los em suas fileiras e, consequentemente,
formaram seus próprios associação, os Sem Irmãos.
mesnaderos
: Soldados que devem fidelidade ou fidelidade a um senhor ou
senhora em especial.
moeda
: Depois de muitos séculos de comércio, os tipos de moeda são os
mesmos em todos os países: coroas (as maiores em tamanho),
marcos e pence. As Coroas e molduras podem ser cunhadas em
ouro ou prata, enquanto as moedas de um centavo podem ser de
prata ou cobre; um centavo deste último liga é muitas vezes
chamada de "cobre", simplesmente. Dependendo de nações, no
entanto, essas moedas são de diferentes tamanhos e pesos.
Mesmo na mesma nação, moedas de diferentes tamanhos foram

cunhadas.
e pesos por diferentes réguas. Por causa do comércio, as moedas de

muitos países estão em quase qualquer lugar. Por esse motivo,
Banqueiros, agiotas e comerciantes usam escalas para determinar a
valor de qualquer moeda. Mesmo grandes quantidades de moedas
por esse motivo. O único papel-moeda são os "cartões de valores»
que os banqueiros estendem, garantindo a sua apresentação a
entrega de uma certa quantidade de ouro ou prata. Por causa da
grande distância entre cidades, o tempo que leva para viajar de uma
para outra e o dificuldades em realizar transações à distância, uma
carta de valores cem por cento de seu valor é aceito em uma cidade
próxima ao banco que emitiu, mas é possível que em uma cidade
mais distante apenas para um valor mais baixo. Geralmente, uma
pessoa rica que vai fazer uma longa viagem levará um ou mais
cartões de valor para trocar por dinheiro Quando você precisar.
Cartas de títulos geralmente são aceitas apenas por banqueiros ou
comerciantes, e nunca são utilizados em lojas e outros
estabelecimentos.
morada : Na Língua Antiga, "treinador". Entre os seanchan é usado

para designar aqueles que treinam e são responsáveis por
disciplinas exóticas, por morat'tocante
por exemplo, um
manipulador ou cavaleiro de também chamado
tocar
informalmente "voando". (Ver
der'morat
).
Mulheres sábias
: Tratamento honorífico dado em Ebou Give às mulheres notável por
suas incríveis habilidades para curar quase qualquer ferida.
Tradicionalmente, o distintivo de uma Mulher Sábia é um cinto

vermelho. Sim, bem algumas pessoas notaram que uma grande
parte das mulheres sábias Ebudarianos —se não a maioria— não
são de Altara, quanto menos da própria Ebou Dar, que era
desconhecida até recentemente, e poucos sabem, é que as
mulheres sábias são realmente Membros que usam várias versões
de Cura e que aplicam ervas e emplastros apenas como cobertura.
Com o voo das Allegadas de Ebou Dar depois que o seanchan
tomou a cidade, não há mais mulher lá Eu sabia. (Ver
amigos, o
).
núcleo
: Unidade básica de organização - na verdade, uma célula - na Ajah
Preto. O núcleo é composto por três irmãs que se conhecem; cada
membro de um núcleo encontra uma irmã negra pertencente a outro.
precursores, o
: Vejo
Hailene .
Primeiro adicionado
: Título dado ao chefe da Ajah Cinzenta. Esta posição o A Serancha
Colvine detém hoje, na Torre Branca. É detido por uma mulher muito
exigente e maníaca.
profeta, o
: Ou, mais formalmente, o Profeta do Senhor do Dragão. uma vez

conhecido como Masema Dagar, um soldado xiita que teve uma
revelação e decidiu que havia sido chamado para divulgar a notícia
do renascimento do Dragão. Você acredita que nada —
absolutamente nada! — é mais importante do que reconhecer o
Dragão Renascido como a Luz feita carne e que deve ser
pronto para quando for necessário agir; Para isso, ele e seus
seguidores usar qualquer meio para forçar os outros a cantar os
louvores do Dragão Renascido. Ele renunciou a qualquer outro nome
que não o de Profeta, e desencadeou o caos em grande parte de
Ghealdan e Amadicia, do que controla grandes áreas. Ele se
encontrou com Perrin Aybara, a quem Rand mandou chamá-lo e, por
razões desconhecidas, ficou com ele.
embora isso atrase sua partida para ir ao local do Dragão Renascido.

punhos do
Céu, o
: Corpo de Infantaria Leve Seanchan cujos membros são levados

para a batalha nas costas de criaturas voadoras chamadas alcançar
. São homens ou mulheres pequenos, em grande parte devido ao

limite de alcançar
peso do que um
pode carregar nas costas a qualquer distância.
Considerado um dos soldados mais durões do exército, eles são

usado principalmente para ataques, ataques surpresa em posições
do retaguarda inimiga e onde a velocidade de localização é
transcendental soldados em um só lugar.
Razão Sênior
: Título dado ao chefe da Ajah Branca. Está
cargo é ocupado por Ferane Neheran até hoje, na Torre Branca.

ferano Sedai é um dos dois únicos chefes de Ajah atualmente
ocupando um assento na Antecâmara da Torre.
Renegados, os
: Nome dado a treze das mais poderosas Aes Sedai conhecidas.
já conheci, que se juntou às fileiras da Sombra durante a Era da

Lenda e foram confinados junto com o Dark quando a Perfuração foi
selada novamente em sua prisão. Embora por muito tempo tempo
acreditava-se que só eles deixaram a Luz durante a Guerra do
Shadow, na verdade houve outros que fizeram isso também; esses
treze são apenas a classificação mais alta entre eles. O número dos
abandonados (que se autodenominam "os Escolhidos") foi um pouco
reduzido desde quando acordaram até o momento presente. aqueles
que sobreviveram são Demandred, Semirhage, Graendal, Mesaana,
Moghedien e outros dois que reencarnou em novos corpos e recebeu
novos
nomes: Osan'gar e Aran'gar, embora seja possível que Osan'gar

também seja morta. A vida abandonada é sempre incerta. tem
recentemente apareceu um homem que se chama Moridin, e que
poderia ser outro dos os mortos Forsaken retirados do túmulo pelo
Dark One. A mesma possibilidade se encaixaria em relação à mulher
chamada Cyndane; mas, dado percebeu que Aran'gar era um
homem e agora ele reencarnou como uma mulher, seria inútil
especular sobre a identidade de Moridin e Cyndane até que se saiba
mais.
devolver o
: Vejo
Corenne
.
cães do
Escuro
: Shadowspawn que foram formados a partir de material Canino
corrompido pelas sombras. Embora semelhante aos cães em sua
forma básica, são mais escuros que a noite e grandes como pôneis,
com pesando várias centenas de quilos. Eles costumam ir em
pacotes de dez ou doze indivíduos, embora tenham sido vistos
vestígios de um rebanho maior. Não Eles deixam pegadas impressas
em solo macio, mas permanecem marcadas na superfície.
pedra. Eles são frequentemente acompanhados por um cheiro de

enxofre queimado.
Eles normalmente não se aventuram se chover; mas, se já estiverem

em execução, a chuva não é suficiente para detê-los. Uma vez que
eles foram na trilha de alguém, você tem que enfrentá-los e derrotá-
los ou então a morte da vítima é inevitável. Isso só pode ser evitado
quando a presa consegue colocar uma corrente de água entre ela e
os Hounds, já que eles não eles vão atravessar Ou assim é suposto.
Seu sangue e saliva são venenosos; sim uma gota de qualquer
toque na pele, a vítima morrerá muito lentamente e dolorosamente.
(Ver
Caça Selvagem, a
).
sangue, o
: Termo usado pelo seanchan para designar a nobreza, da que

existem diferentes graus. Membros do High Blood raspam seus lados
da cabeça e pinte várias unhas - quanto mais alto o posto, mais
unhas pintadas - mas um membro do Sangue inferior, o Sangue
inferior, apenas as unhas dos dedinhos serão pintadas. Além de
pertencer a ela por nascimento, tal dignidade pode ser obtida por
promoção, que com Muitas vezes é uma recompensa por grandes
conquistas ou serviços ao império.
Seandar
: A capital imperial de Seanchan, localizada no nordeste do
continente Seanchan. É também a maior cidade do império.
sei'mosiev
: Na Língua Antiga, "olhos inferiores" ou "visão inferior". Entre os

seanchan, dizer que alguém 'tornou-se uma pessoa 'perdeu
" significa
sei'mosievsei'taer
que
a face'. (Ver
).
sei'taer
: Na Língua Antiga, "olhos altos" ou "olhar para frente". Entre os

seanchan, refere-se a honra ou prestígio, a capacidade de sustentar
o olhar de alguém É possível "ser" ou "ter", o que significa que
sei'taer
tal pessoa possui honra e prestígio, e também "colhe" ou "perde"
sei'taer
. (Ver
sei'mosiev
).
Shara
: Terra misteriosa localizada a leste de Aiel Waste, protegida por
ambos sua orografia inóspita como se por muros construídos pelo
homem. Pouco eu sei sabe sobre Shara, pois seu povo se esforça
para manter segredo a sua cultura. Os Sharani negam que a Guerra
Trolloc os afetou, apesar da alegação do Aiel em contrário. Eles
também negam ter conhecimento da tentativa de invasão de Artur
Hawkwing, apesar da versão dos fuzileiros navais como testemunhas
oculares. A pouca informação que vazou revela que os Sharani são
governados por um monarca
absoluto chamado Sh'boan se feminino e Sh'botay se masculino. O
monarca governa como único líder por exatamente sete anos e
depois morra. O governo passa para as mãos de seu parceiro, que
então escolhe um novo companheiro ou companheira e reina até
morrer após sete anos. Esse padrão permaneceu praticamente
inalterado desde os tempos antigos.
do Desmembramento. As pessoas acreditam que as mortes são

simplesmente o
"Vontade da Malha."
Em Shara existem canalizadores, conhecidos como Ayyad, que são

tatuados o rosto ao nascer. As mulheres ayyad aplicam
rigorosamente as leis em relação à sua classe. A prefeitura entre
Ayyad e não-Ayyad é penalizado com a morte para o segundo, e
também para o Ayyad se mostra que um forçou o outro. Se houver
um filho desta união, deixado à inclemência dos elementos para
morrer. para os meninos Ayyad são considerados criadores simples
para mulheres Ayyad. A vinte e um anos - ou antes, se mostrarem
sinais de começar a canalizar - o Ayyad matá-los e cremar os
cadáveres. Supostamente o Ayyad apenas canalizado se ordenado
pelo Sh'boan ou o Sh'botay, que sempre se cerca de Mulheres
ayyad.
Nem mesmo o nome desta terra é conhecido com certeza. Sabe-se

que os nativos o chamam por muitos nomes diferentes, incluindo
Shamara, Co'dansin, Tomaka, Kigali e Shibouya.
Shen an
Calhar
: Na Língua Antiga, "Companhia da Mão Vermelha". 1) A lendário
grupo de heróis autores de grandes feitos e que finalmente morreu
defendendo Manetheren quando a nação foi destruída durante a
Guerra dos Trollocs. 2) Uma unidade militar composta quase
casualmente por Mat Cauthon e organizado no estilo do forças de
combate existentes durante o que é considerado o apogeu do artes
marciais, nos tempos de Artur Hawkwing e os séculos imediatamente
precedente.
Sisnera, Darlin
: Um Grão-Senhor das Lágrimas que uma vez se rebelou contra

Rand al'Thor, mas agora serve como Regente do Dragão Renascido
em Rasgar.
so'jhin
: A tradução que melhor se adapta a esta locução da Língua Antiga

seria "o alto entre os baixos", embora alguns o interpretem com o
significado de "tanto o céu quanto o vale", entre algumas outras
possibilidades. é o termo que os So'jhin
seanchan usam para designar servos
da'covale
hereditário de alto escalão Ou são propriedade, embora ocupem
posições de considerável autoridade e muitas vezes poder. mesmo o

sangue procede com muito cuidado com os da
so'jhin
família imperial, a quem o
sangue, o
; da'covale
A própria imperatriz fala com eles como iguais. (Ver
).
Taborwin, Breane
: Uma vez uma nobre chata de Cairhien que agora, depois de

perdendo fortuna e posição social, ela não é apenas uma serva, mas
mantém um relacionamento romântico sério com um homem que ela
uma vez teria admirado com desprezo
Taborwin, Dobraine
: Um nobre senhor Cairhienin que atualmente serve como

Administrador do Dragão Renascido em Cairhien.
Tarabon
: Nação banhada pelo Oceano Ariciano. Outras vezes, um país com
grande desenvolvimento comercial, exportador, entre outros
produtos, de tapetes, corantes e fogos de artifício produzidos pela
Illuminators Corporation. Em decadente e enfraquecido pelos
estragos da guerra civil e conflitos movida contra Arad Doman e os
apoiadores do Dragon Reborn, foi um "fruto maduro" com a chegada
dos seanchan, que agora exercem um aperto firme sobre esta nação
ocupada. Eles destruíram a casa do capítulo da'covale
se a Illuminators Corporation tivesse feito quase todos os seus

membros. A maioria dos taraboneses parece estar grata por os
seanchan restauraram a ordem, e desde que eles permitem que eles
continuem continuar com suas vidas com pouca interferência, eles
não querem se envolver em mais batalhas para tentar expulsar o
seanchan de sua nação. No entanto, existe alguns nobres e
soldados que ficam fora da esfera de influência seanchan e esperam
recuperar suas terras.
Tecelão Sênior
: Título dado ao chefe da Ajah Amarela. Esta posição o Suana
Dragand detém hoje, na Torre Branca. Suana Sedai é uma dos dois
únicos chefes de Ajah atualmente ocupando um assento no
Antecâmara da Torre.
Toco, o
: Assembleia pública do Ogier. As montagens podem ser de um

único stedding
ou vários e são presididos pelo Conselho de Anciãos de um, mas

apenas passo
um Ogier adulto pode falar perante o Stump ou eleger um advogado

para representá-lo. Essas montagens geralmente são realizadas no
toco mais alto grande de um e
passo
às vezes duram vários anos. Quando um
problema afetando todos os Ogier, o Great Stump é convocado e ele

venha Ogier de todos para deliberar sobre o assunto degrau
em
pergunta. Os
degrau
revezam sendo o anfitrião que hospeda o
Grande celebração do Stump.

unidades de peso
: 1 barra = 5kg; 10 vezes = 1 jarda (50 kg); 1 quintal métrica = 100kg;
10 quintais métricos = 1 tonelada.

A Roda Do Tempo - Encruzilhadas Do Crepúsculo Livro 10

Enviado por

Dados do documento

Direitos autorais

Formatos disponíveis

Compartilhar este documento

Compartilhar ou incorporar documento

Opções de compartilhamento

Você considera este documento útil?

Este conteúdo é inapropriado?

Direitos autorais:

Formatos disponíveis

A Roda Do Tempo - Encruzilhadas Do Crepúsculo Livro 10

Enviado por

Direitos autorais:

Formatos disponíveis

Machine Translated by Google

Machine Translated by Google

A herdeira do Trono de Andor, cercada por inimigos e amigos

Depois de limpar a metade masculina da Verdadeira Fonte, Rand

Robert Jordan, 2003

Design e ilustração da capa: OPALWORKS

Mapas: Ellisa Mitchell

Ilustrações interiores: Mathew C. Nielsen & Ellisa Mitchell Tradução:

Editor digital: macjaj

ePub base r1.1

Então agora sempre

derrotou a Dark Hunt, quando a mão direita

vacilar e a esquerda perder o rumo, o

a humanidade chegará à Encruzilhada no crepúsculo e tudo o que é,

Tradução atribuída a Jain Charin, conhecido como Jain, o

Odel Ituralde detestava esperar, embora soubesse muito bem que

esperar a próxima batalha, esperar que o inimigo se movesse,

O inverno chegara tarde, e muito, a Arad Doman, mas ele o fizera

— para o inverno completo. As folhas que resistiram à longa seca do

Iuralde não precisava da previsão do tempo de seu rabdomante para

Todos bebem chá, eu acho. Chá gelado. Se tivessem algumas varas

Ele havia escolhido esses homens cuidadosamente, e eles sabiam

Ele não gostaria de uma xícara de ponche fumegante, nem mesmo

Quando recebeu notícias do mundo exterior, estava tão velho quanto

Isto é, se não fosse apenas um boato para começar.

Não que realmente importasse muito que fosse, no entanto. Se fosse

Eles reuniriam suas tropas e marchariam quando as ordens do Lobo

Eles até se escondiam nas montanhas e esperavam se ordenados.

Ah, é claro que eles ficariam eriçados e alguns amaldiçoariam seu

Tudo iria desmoronar antes de começar se sua tentativa de colocar a

Talvez esse homem realmente fosse o Dragão Renascido e talvez

Uma ideia ridícula, claro. O Conselho não tirou os olhos do rei.

O incompreensível era que se calassem, pois um soberano que

Alsalam. Então, dez dias depois, ainda sem ver nenhum

Pior ainda, as ordens de Alsalam foram diretamente para os nobres

Como resultado, batalhas campais eclodiram quatro vezes entre as

Iuralde havia conquistado vitórias — em Solanje e Maseen, no lago

No entanto, o último pedido tinha sido diferente. Para começar, um

Alguém tentou enforcar Donjel quando jovem, embora o motivo tenha

Ituralde assentiu. Ele havia oferecido a Fita Branca, e os homens

Iuralde tinha fama de arriscar, mas não corria riscos desnecessários.

Da dobra na boca da bota ele tirou um pequeno pacote embrulhado

O batedor guardou a trouxa debaixo da capa em algum lugar, tocou a

"Jaalam", chamou Iuralde, "vamos ver o que nos espera em , O

O sol atingiu seu zênite e começou a afundar enquanto cavalgavam.

Por volta do meio da tarde, o chamado pavilhão de caça de Osana

As caçadas de Osana sempre foram do homem ou do poder, seus

que aconteceram lá teriam levantado sobrancelhas até mesmo na

prédio abandonado mostrava sinais de ter sido saqueado. As janelas

Nenhum criado veio cumprimentá-lo, embora ele também não

Ituralde tirou as luvas, enfiou-as debaixo do cinto, verificando as

Ele tinha que parecer se sentir extraordinariamente seguro, como se

Estava tão frio no salão cavernoso quanto do lado de fora, e a

Além de um pedestal virado que poderia ter sustentado um pote ou

"Pela Luz, estou sob a Fita Branca, Lorde Shimron", respondeu

Shimron tinha sido um dos conselheiros mais confiáveis de Alsalam.

Antes do próprio Rodel, não existira nenhuma casa de Ituralde, mas

Restavam apenas as dobradiças das grandes portas do salão de

Separados em cada extremidade da grande sala, ao longo das

- cada um cercado por grupos de senhores e plebeus menores e

Os Dragonsworn tinham conselhos, mas nenhum comandante.

Ainda assim, cada um desses homens era um líder por direito

Todos seriam jurados pelo dragão, mas os Domani e os Taraboners

Ele olhou para os rostos do Tarabonese, que saudou suas palavras