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1.

O URAGUAI

publicado em 1769, com o objetivo de exaltar as


políticas de Marquês de Pombal contra os jesuítas. O
fundo histórico é o que chamamos de Guerras
Guaraníticas, ou seja, as disputas entre jesuítas
europeus e indígenas no território de Sete Povos das
Missões, que, hoje, conhecemos como Rio Grande
do Sul.

Características Estruturais

Classifica-se o texto como poema épico, uma vez


que as características do gênero, como presença de
narrador, personagem heroico, enredo, tempo e
espaço, além de referências aos outros grandes
textos épicos, como Os Lusíadas, Eneida e Odisseia,
estão presentes. O texto é dividido em 5 cantos
(enquanto Os Lusíadas, inspiração de Basílio da
Gama, tem 10), não contém estrofação regular e possui, ao longo da narração, 1377 versos
brancos, ou seja, sem rimas. O poema traz personagens fictícias (Sepé, Cacambo, Lindoia,
Tanajura etc.) e um herói real: o General Gomes Freire de Andrade, general e braço direito
de Marquês de Pombal na política.

Escola Literária “Este lugar delicioso e triste,


Cansada de viver, tinha escolhido
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A obra pertence ao período literário do Para morrer a mísera Lindóia.


arcadismo, movimento posterior ao Lá reclinada, como que dormia,
barroco e anterior ao romantismo. Esse Na branda relva e nas mimosas flores,
movimento é conhecido, também, por Tinha a face na mão e a mão no tronco
neoclassicismo, uma vez que retoma à Dum fúnebre cipreste, que espalhava
tradição clássica greco-romana. Em ‘O Melancólica sombra. Mais de perto
Uraguai’, podemos encontrar elementos Descobrem que se enrola no seu corpo
característicos do arcadismo, como o Verde serpente, e lhe passeia e cinge
bucolismo, a celebração da natureza e a Pescoço e braços, e lhe lambe o seio.”
idealização da mulher (Lindoia).

Personagens

Dentre as personagens, temos o chefe da expedição, General Gomes Freire de Andrade,


que é o herói português da trama, e os índios Sepé e Cacambo, que são os heróis indígenas.
Temos também o vilão na figura do padre Balda, que queria controlar os indígenas e casar
seu filho bastardo, Baldeta, com Lindoia, a esposa de Cacambo. Outras figuras importantes
são Catâneo, chefe das tropas espanholas, Caitutu, o irmão de Lindoia, e Tanajura, a
feiticeira que mostra à Lindoia a visão premonitória o grande terremoto de Lisboa em 1755.

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Enredo

▪ Canto I

O primeiro canto começa com um preâmbulo não-narrativo


e, a partir do verso 21, começa o enredo. Inicialmente, há a
saudação ao General Gomes Freire de Andrade e a
chegada de Catâneo, chefe das tropas espanholas. O
General Andrade explica as razões da guerra. Acontece a
primeira entrada dos portugueses enquanto esperam reforço
espanhol. O poeta apresenta já o campo de batalha
coberto de destroços e de cadáveres, principalmente de
indígenas, e, voltando no tempo, apresenta um desfile do
exército luso-espanhol, comandado por Gomes Freire de
Andrade.

▪ Canto II

Trata da partida do exército luso-castelhano. Os indígenas prisioneiros são, enfim, soltos e, aí, é
relatado o encontro entre os caciques (chefes) Sepé e Cacambo com o comandante
português Gomes Freire de Andrade, à margem do rio Uruguai. O acordo é impossível porque
os jesuítas portugueses se negavam a aceitar a nacionalidade espanhola. Ocorre, então, o
combate entre os índios e as tropas luso-espanholas. Os índios lutam valentemente, mas são
vencidos pelas armas de fogo dos europeus. Sepé morre em combate e Cacambo comanda a
retirada. Vale lembrar que ambos os personagens indígenas representam lideranças, uma não
exclui a outra.
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▪ Canto III

Neste canto, temos a descrição do acampamento de Gomes Freire de Andrade, o sonho de


Cacambo com Sepé, que incentiva o guerreiro a incendiar o acampamento inimigo; a
subsequente prisão e morte de Cacambo, a mando do antagonista, o padre espanhol Balda e
as previsões que Tanajura faz a Lindoia do terremoto de Lisboa e a reconstrução da cidade pelo
Marquês de Pombal. São as previsões da feiticeira Tanajura que abalam Lindoia a ponto de
não suportar mais a vida.

▪ Canto IV

No Canto IV, temos os acontecimentos mais importantes do poema: o plano do padre Balda
para casar Lindoia e seu filho bastardo Baldeta. Lindoia decide se deixar picar por uma serpente,
após ouvir as previsões da feiticeira Tanajura. Ocorre, então, a queima da aldeia e a entrada
do exército no templo. Após a chegada das tropas de Gomes Freire, os índios se retiram após
queimarem a aldeia.

▪ Canto V
No último canto do poema, Basílio da Gama expressa suas opiniões críticas a respeito dos
jesuítas. O poeta responsabiliza os jesuítas pelo massacre dos índios pelas tropas luso-espanholas.
Sabe-se que havia a necessidade de produzir textos que agradassem ao Marquês de Pombal,
quem lutou pela expulsão dos jesuítas, e O Uraguai faz um exímio trabalho. Nessa parte, ainda,
ocorre uma homenagem ao general Gomes Freire de Andrade, que age com ética e respeito
perante os sobreviventes.

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2. QUARTO DE DESPEJO

Quarto de despejo: Diário de uma


favelada é um relato autobiográfico de
Carolina Maria de Jesus, publicado em
1960, que reúne entradas no diário da
então catadora de papel, mãe solo e
moradora da Favela do Canindé, em São
Paulo, de 1955 a 1960. É uma das duas
substituições recentes na lista de obras
literárias cobradas pelo vestibular da UFPR.

Mais que o enredo, é importante salientar


questões de forma e contexto, para
entender a importância da obra da
autora para a Literatura Brasileira e o
que esperar da prova. Fonte: https://www.brasildefato.com.br/2020/11/27/programa-bem-viver-adentra-vida-e-obra-da-
escritora-carolina-maria-de-jesus

Biografia da autora
Carolina Maria de Jesus nasceu em 1914, em Minas Gerais, e se mudou para São Paulo
ainda muito jovem, onde trabalhou como empregada e catadora de papel, para sustentar
seus três filhos, que criava sozinha. Carolina escrevia sobre seu cotidiano na extinta favela
do Canindé, na Zona Norte de São Paulo, até que, em 1958, conheceu o jornalista Audálio
Dantas, que forneceu suporte e auxílio para a publicação de seus diários. Ainda que tivesse
estudado somente dois anos em uma escola formal, a autora, desde cedo, demonstrava
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interesse pela escrita e pela leitura. Ela escrevia em cadernos que recolhia dos lixos e lia o
que lá encontrava.

“15 de julho de 1955. Aniversário de minha filha Vera Eunice. Eu pretendia comprar um
par de sapatos para ela.”

Contexto literário
Quarto de Despejo foi publicado no
auge da terceira fase do
Modernismo, ou no que é chamado
de literatura pós-moderna e, com
uma tiragem inicial de
aproximadamente 10 mil
exemplares, a publicação foi um
sucesso, despertando interesse em
grandes personalidades da
literatura, como Clarice Lispector.

Fonte: https://www.quatrocincoum.com.br/br/artigos/literatura/os-lacos-que-unem-clarice-e-carolina

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Gênero literário
O livro reproduz o diário de Carolina Maria de Jesus,
em que é narrado seu dia a dia enquanto catadora
de papel, mãe e moradora da favela do Canindé,
bem como seus sonhos, anseios e pensamentos
íntimos. Em seu relato, ela descreve a dor causada
pela fome, desigualdade social, sofrimento e
violência política que sofria, com uma linguagem
singular, objetiva e marcada pela oralidade, numa
mistura de informalidade de quem não teve muito
estudo, com o que aprendeu lendo sozinha. Seu
texto é considerado um dos marcos da literatura
feminina no Brasil e, segundo Audálio Dantas, o
jornalista que lhe ajudou a ser publicada, tentou-se
reproduzir da maneira mais fiel a forma com que a
autora escrevia em seus cadernos, sem correções e
edições que se adequassem à gramática formal,
mas maquiassem a importância da linguagem
condizente com o contexto. Fonte: https://brasil.elpais.com/cultura/2021-11-30/o-que-audalio-
dantas-fez-com-carolina-maria-de-jesus.html

“Tem pessoas que, aos sábados, vão dançar. Eu não danço. Acho bobagem ficar
rodando para aqui, para ali. Eu já rodo tanto para arranjar dinheiro para comer.”
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Personagens
As personagens são as pessoas que Carolina conhecia ou ouvia falar em seu cotidiano. Desde
sua família, com seus três filhos, Vera Eunice, José Carlos e João José, até personalidades
políticas, como o Dr. Adhemar Barros. Há também, figuras como Senhor Manuel, Cigano
Raimundo, Julita, Orlando e o sem-nome Pai da Vera. O jornalista Audálio Dantas também
aparece no texto.

Temas Fome – custo de vida alto e a dificuldade de catar papel na chuva;


▪ Situação precária de vida na favela – denúncias sociais;
▪ Violência entre os próprios favelados;
▪ Situação da mãe-solo;
▪ Alcoolismo e abuso de substâncias;
▪ Violência doméstica, machismo e racismo;
▪ Situação política – comentários sobre J.K., Adhemar Barros, Jânio Quadros;
▪ Literatura como sobrevivência;
▪ Analfabetismo e a crença de que a educação transforma vidas.

“17 de maio – Levantei nervosa. Com vontade de morrer. Já que os pobres estão mal
colocados, para que viver? Será que os pobres de outro País sofrem igual aos pobres
do Brasil? Eu estava discontente que até cheguei a brigar com o meu filho José Carlos
sem motivo.”

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3. CASA DE PENSÃO

Autor: Aluísio Azevedo (1857 – 1913)


Ano de Publicação: 1884
Movimento Literário: Naturalismo
Gênero: Romance
Foco narrativo: Narrador em 3ª pessoa,
onisciente e onipresente.

Enredo “Amâncio, em uma cama muito


cortinada e muito larga, dormia
A trama do livro gira em torno de Amâncio
Vasconcelos, jovem maranhense que se muda profundamente, de barriga para o ar,
para uma pensão do Rio de Janeiro na pernas abertas e braços atirados sobre a
expectativa de aproveitar a boa vida que uma desordem das colchas e dos lençóis. No
grande capital poderia oferecer. chão, ao lado do escarrador, um
travesseiro caído, e em torno, por todo o
Amâncio é um rapaz provinciano e
mimado que faz parte de uma família rica que desarranjo da alcova, roupas
morava no interior de Maranhão. Ele é espalhadas.
mandado pelo pai para a corte com o objetivo O Coqueiro olhou um instante para ele,
de cursar medicina.
sem pestanejar; depois, sacou
O problema é que, mesmo tento algum tranqüilamente o revólver da algibeira e
talento, Amâncio não queria ter que se esforçar deu-lhe um tiro à queima-roupa.
para exercer a profissão de médico, já que,
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dada a riqueza do pai, o jovem não precisaria Amâncio soltou um ai.


do diploma. Na verdade, Amâncio estava mais
A segunda bala já o não pilhou, mas o
interessado em aproveitar a “boa vida” que o
irmão de Amélia, abstrato, pateta,
Rio de Janeiro da época poderia oferecer,
como noitadas, bebedeiras e mulheres. continuava a disparar os outros tiros até
que a arma lhe caiu das mãos.
Depois que chega ao Rio de Janeiro,
Amâncio passa a morar na casa de pensão de [...]
qualidade duvidosa de Mme. Brizard e João
Coqueiro, envolvendo-se em diversas situações Então, fechou novamente os olhos
indesejadas. O motivo pelo qual ele se envolve estremecendo, esticou o corpo - e uma
nessas situações é que se julga esperto o palavra doce esvoaçou-lhe nos lábios
suficiente para tirar vantagens das situações entreabertos, coimo um fraco e
que iam aparecendo. lamentoso apelo de criança:
Nessa casa de pensão, Amâncio conhece – Mamãe!
Amélia, irmã de João Coqueiro. João Coqueiro
permite que Amâncio e Amélia tenham E morreu.”
relações porque está interessado no dinheiro do
(Casa de Pensão, Aluísio de Azevedo)
jovem maranhense.
Amélia exige que Amâncio se case com É importante lembrar:
ela, mas ele não quer o compromisso. Amâncio
é acusado de seduzir Amélia. É julgado O livro é baseado em um caso real,
inocente, mas acaba morto João Coqueiro, conhecido como Questão Capistrano:
irmão de Amélia. um crime ocorrido em 1876/1877.

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4. SAGARANA

Sagarana é o primeiro livro de João Guimarães Rosa, publicado em 1946. É composto por
9 contos (que o autor chama de novelas) que tratam de temas regionalistas universalistas,
ou seja, apesar de se passar no
sertão de Minas Gerais, a obra
trata de temas comuns à toda
condição humana, como
questões existenciais. O título
do livro é um hibridismo: saga
(radical de origem germânica
que significa canto heroico,
lenda) + rana (palavra de
origem tupi que significa
‘semelhante’), ou seja,
Sagarana significa algo como
uma saga. A obra, ainda,
pertence à Terceira Geração
do Modernismo, conhecida
como Geração de 45,
marcada pelo regionalismo. Fonte: http://www.elfikurten.com.br/2015/12/joao-guimaraes-rosa-pensares-e-saberes.html

“As ancas balançam, e as vagas de dorsos, das vacas e touros, batendo com as caudas,
mugindo no meio, na massa embolada, com atritos de couros, estralos de guampas, estrondos
e baques, e o berro queixoso do gado junqueira, de chifres imensos, com muita tristeza,
saudade dos campos, querência dos pastos de lá do sertão...
[...]
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Boi bem bravo, bate baixo, bota baba, boi berrando... Dança doido, dá de duro, dá de dentro,
dá direito... Vai, vem, volta, vem na vara, vai não volta, vai varando...”

Características

A linguagem apresentada na
obra é única: repleta de
neologismos, figuras de
linguagem e recursos que trazem
uma ambientação muito
sinestésica, como um arranjo
sonoro de palavras. Suas histórias
contêm fabulações e parece
haver mini enredos dentro de
cada novela. Os contos são
ligados entre si pelo espaço em
que acontecem, além de terem
temáticas, por vezes, similares. A
animalidade é um recurso muito
presente: em todo conto ou há
animais que são quase humanos
ou humanos que são quase
híbridos. Fonte: https://www.conradoleiloeiro.com.br/peca.asp?ID=856849

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Outra característica importante para compreender Sagarana é a presença de provérbios
e canções populares como epígrafes, no início de cada conto, que dão uma prévia do
que irá ser abordado, além de atestarem o gosto do autor pela cultura popular.

Enredos

▪ O Burrinho Pedrês:

O primeiro conto da obra trata do afogamento de um


grupo de vaqueiros que tentam atravessar um córrego
cheio. O protagonista é o Sete-de-Ouros, um burrinho já
velho, calmo e contemplativo, que deve servir de
montaria, porque não há cavalos suficientes para os
vaqueiros conduzirem uma grande boiada. Esse conto
é um exemplo das produções em fábula, que
apresentam a questão da animalidade rosiana.

▪ A volta do marido pródigo:

O protagonista do conto é Laio (Lalino Salãthiel), que


abandona o lar em que vivia com a esposa e parte
para o Rio de Janeiro, onde gasta seu dinheiro na
esbórnia e na folia. Quando o dinheiro acaba, Laio
resolve voltar para casa, mas é tratado com desprezo
especialmente pela esposa, que estava de caso com
um espanhol. O segundo conto apresenta questões
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políticas, visto que Laio acaba sendo cabo eleitoral do


Major, o que demonstra a visão crítica de Guimarães
Rosa com a política da época, especialmente no
interior, em que o coronelismo e as trocas de favores
prevalecem.
Fonte: Poty Lazarotto.

▪ Sarapalha

O conto trata da história de dois primos, Primo Ribeiro e Primo Argemiro, que estão para
morrer de malária. Os primos, com a proximidade da morte, deliram e revivem agruras e
desencantos do passado, o que traz à tona velhas feridas entre os dois envolvendo a então
namorada de Ribeiro, Luísa. O terceiro conto possui uma linguagem muito particular, que
acompanha os delírios de febre dos primos. Sabe-se que Guimarães Rosa, além de
diplomata, poliglota e artista, também foi médico, o que faz com que sua prosa seja uma
grande mistura entre oralidade, ciência e repertório.

▪ Duelo

O quarto conto, cujo tema é vingança, trata da história de Turíbio Todo, que surpreende
Silvana, sua esposa, com o amante Cassiano Gomes. Na busca por vingança, Turíbio acaba
assassinando Levindo Gomes, irmão de Cassiano. Cassiano busca vingar a morte de irmão,
e Turíbio foge para São Paulo. Quando Cassiano morre, de doença, Turíbio resolve voltar
para casa e encontra, no caminho, Vinte-e-Um, amigo de Cassiano, que o embosca no
meio da mata. Duelo pode ser lido como uma alegoria da fatalidade e do destino: ainda
que alguém tenha um objetivo fixo em mente, por vezes, as coisas se decidem sozinhas.

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▪ Minha Gente

Nesse conto, uma espécie de paródia das histórias de


amor, um narrador diz ter ido passar uns dias na fazenda
de seu tio Emílio, que se localiza no Saco do Sumidouro.
Ao mencionar, no início do conto, uma partida de
xadrez, o narrador estabelece uma metáfora para as
relações humanas do conto, especialmente nas esferas
política e amorosa. Há várias personagens além de Maria
Irma, o 'Moço' narrador e Ramiro, com várias outras
intrigas dentro do enredo principal.

▪ São Marcos

Nesse conto, o narrador, José (ou Izé), sai para caçar e


se encontra com duas personagens no percurso: João
Mangolô e Aurísio. Depois de ridicularizar Mangolô e
provocar Aurísio, o narrador entra na mata e fica cego.
Desesperado, apela para a Oração de São Marcos e
acaba retornando à casa de Mangolô, que tinha
amarrado um pano nos olhos do retrato do narrador. Fonte: Poty Lazarotto.

▪ Corpo Fechado

O conto trata da história de Manuel Fulô, um valentão de um vilarejo chamado Lajinha, que
é desafiado por Targino, valentão que ameaçou a noiva de Manuel. Para salvar sua noiva,
Manuel dá sua mula para Toniquinho das Pedras. Toniquinho, que tem “alma de pajé”,
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fecha o corpo de Fulô, que enfrenta e mata Targino. Nesse sétimo conto, a animalidade é
um dos principais recursos utilizados por Guimarães Rosa: tanto a mula, verdadeiramente
não-humano, como o próprio Manuel Fulô que, por vezes, é descrito como um humano
com mais características dos seres não racionais que de gente.

▪ Conversa de bois

Nesse conto, Manuel Timborna narra a história do menino Tiãozinho e do carreador Agenor
Soronho, que levam para uma vila, em um carro de boi, uma carga de rapadura e o corpo
do pai de Tiãozinho, que havia morrido naquele dia mais cedo. Durante o caminho, os bois
conversam entre si sobre o momento em que assassinaram Soronho, pai de Tiãozinho. O
oitavo e penúltimo conto dialoga muito com o primeiro, 'O Burrinho Pedrês', uma vez que
fala sobre justiça entre os animais e a crueldade entre os humanos, em uma espécie de
alegoria.

▪ A hora e a vez de Augusto Matraga

O conto que encerra Sagarana traz a história do filho de coronel Augusto Matraga (nascido
Augusto Esteves, depois Nhô Augusto), que, abandonado pela esposa, apanha de seus
capangas, que também o abandonaram, até quase morrer. É encontrado por Mãe
Quitéria e Pai Serapião, que o salvam da morte. Matraga quer confessar seus pecados, e
depois de sair, sem destino, montado em seu burrico, encontra um vilarejo e decide
defender um inocente que estava na mira de jagunços. Matraga embarca, então, em uma
jornada pela redenção e perdão divino a qualquer custo, ainda que entrasse no céu
através da violência.

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5. MORTE VIDA E SEVERINA

Biografia do autor
João Cabral de Melo Neto (1920 – 1999), conhecido
como o poeta engenheiro, é considerado um dos
poetas mais marcantes da terceira geração
modernista, tido como o ‘pai’ do construtivismo,
ainda que rejeitasse rotulações. Pernambucano
nascido em Recife, filho de uma abastada família de
senhores de engenho, sendo primo de outros
grandes nomes do Brasil do século XX, como o
também poeta Manuel Bandeira e o sociólogo
Gilberto Freyre. Tendo passado boa parte da vida
atuando como diplomata brasileiro em diversos
países, João Cabral morou por longos anos na
Espanha, mais precisamente em Sevilha, o que
acabou inserindo elementos da cultura local em
Fonte: https://curriculo.sedu.es.gov.br/blogteca/tag/joao-cabral-
sua escrita de-melo-neto/s

Enredo
A obra Morte e Vida Severina é um poema de construção dramática com exaltação à
tradição pastoril. Ele foi adaptado para o teatro, a televisão, o cinema e transformado em
animação. A obra é carregada de pessimismo e dramas humanos, além disso mostra à
indiscutível capacidade de adaptação dos retirantes nordestinos. Também se mostra
chocante pelo realismo demonstrado na universalidade da condição de miséria do
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retirante, desbancando a identidade pessoal.

O poema narra a história de Severino, um retirante nordestino que, como tantos outros
como ele, deixa sua terra em busca de uma vida melhor no litoral. O protagonista caminha
junto do Rio Capibaribe rumo à foz do mesmo, em Recife, na esperança de encontrar uma
vida mais digna e livre de privações como a fome e a seca. Entretanto, em sua caminhada,
o que Severino mais encontra é a morte. Tanto no sertão, quanto na zona da mata, tudo
que o retirante vê é a morte e aquilo que descreve como ‘vida severina’, aquela em que
‘se morre de velhice antes dos 30’ e ‘de um pouco de fome por dia’. Tal situação, diferente
do que era esperado por ele, não muda ao chegar ao litoral. A morte também está ali, pois
não há emprego ou lugar para aqueles que retiram viver de modo decente. Sem nenhuma
esperança, Severino cogita se matar, jogando-se nas águas do Capibaribe, na esperança
do rio lhe proporcionar uma morte rápida. É neste momento que surge o Seu José, mestre
carpina, e o ‘auto de natal’ de fato começa. Seu José passa a conversar com Severino e,
enquanto tenta dissuadi-lo de suicidar-se, recebe a notícia de que seu filho nasceu. Tal
sequência de cenas se apresenta ao retirante (que assiste como um expectador mudo)
como um auto de natal de fato: o ‘menino Jesus’ nasce, recebe presentes e é louvado
com esperança por todos. Após isso, o mestre carpina encerra a peça com uma fala direta
ao retirante, como uma forma de colocar um ponto final às dúvidas do mesmo sobre se
vive ou morre:

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- Severino retirante,

deixe agora que lhe diga:

eu não sei bem a resposta

da pergunta que fazia,

se não vale mais saltar

fora da ponte e da vida;

nem conheço essa resposta,

se quer mesmo que lhe diga;

é difícil defender,

só com palavras, a vida,

ainda maus quando ela é

esta que vê, severina;

mas se responder não pude

à pergunta que fazia,

ela, a vida, a respondeu


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com sua presença viva.

E não há melhor resposta

que o espetáculo da vida:

vê-la desfiar seu fio,

que também se chama vida,

ver a fábrica que ela mesma,

teimosamente, se fabrica,

vê-la brotar como há pouco

em nova vida explodida;

mesmo quando é assim pequena

a explosão, como a ocorrida;

mesmo quando é uma explosão Material extra


como a de há pouco, franzina;

mesmo quando é a explosão

de uma vida severina.

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6. ÚLTIMOS CANTOS
(Morte Vida e Severina, João Cabral de Melo Neto)

Biografia do autor
Patrono da cadeira 15 da ABL (Academia
Brasileira de Letras), o maranhense Antônio
Gonçalves Dias (1823 – 1864) sagrou-se como
um dos maiores poetas do romantismo
brasileiro, mais especificamente, sendo
lembrado como o poeta do Indianismo
Romântico, parte da 1a geração do
Romantismo. Advogado de formação, atuou
como professor, etnólogo e jornalista em sua
época, sendo reconhecido ainda em vida e
celebrado até os dias de hoje.
Fonte: https://mundoeducacao.uol.com.br/literatura/goncalves-diaspoeta-

Simplificando... ufanista.htm

Autor: Gonçalves Dias (1823 – 1864) Análise dos principais


Ano de Publicação: 1851
Período: Romantismo – 1ª Geração – Indianismo
Poemas
Gênero: Poesia

Sobre a obra 1. Gigante de Pedra


Publicado em 1851, o livro Últimos Cantos Na primeira parte do poema percebe-
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marca o fim de um ciclo poético do autor, se a apresentação do Gigante de Pedra


iniciado em Primeiros Cantos, de 1846, seguidos (Pedra da Gávea) uma personificação de
de Segundos Cantos, de 1848. Nesta terceira uma montanha para homenagear a cidade
coletânea de seus poemas, que segue a mesma do Rio de Janeiro. Ainda nessa primeira
distribuição da primeira coletânea (Poesias parte tem a questão da exaltação da
Americanas, Poesias Diversas e Hinos). natureza, isso pode ser percebido quando o
poema faz referência as nuvens, ao mar, aos
É na primeira parte do livro, Poesias ventos...
Americanas, onde encontramos os poemas que
marcaram a fase do indianismo-nacionalismo, Na segunda parte temos a questão da
aquelas onde o índio idealizado, o bom passagem do tempo, também temos a
selvagem, é a figura principal. Destacam-se aqui recuperação dos povos indígenas e
os seguintes poemas: O Gigante de pedra; I- continua a questão da exaltação da
Juca-Pirama; Marabá; Canção do Tamoyo e a natureza.
Mangueira. Na terceira parte recupera-se o foco
A segunda parte tem-se as Poesias Diversas do Gigante de Pedra, o qual continua
e os Hinos, aqui destacam-se as questões do deitado, dormindo. E mostra a questão da
lirismo amoroso, do culto à infância, poema de extensão corporal desse gigante, que vai
homenagem, nessa parte da obra encontram-se desde o céu até o mar.
os poemas mais diversificados desta fase do Na quarta parte é retomado a questão
autor, indo desde de a retomada do formato de do contato e o choque entre culturas,
cantiga medieval, à tematização do amor vejamos que nessa parte tem-se uma
romântico (quase impossível e cheio de cheio descrição dos guerreiros indígenas e do
de amargura) e reflexões sobre o tempo e a vida surgimentos dos portugueses, então
percebe-se a partir desse trecho a saída do
Gigante para chegar o que o habita.

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.

Na quinta parte, tem-se a recuperação possui olhos claros, pele alva e cabelos
da mudanças não só do tempo mas também cor de ouro (loiro) e justamente por isso,
da terra, também tem a questão da por ser uma mestiça, ela é desprezada
construção das cidades. A partir disso, por sua tribo, pois ela difere de seu povo.
percebe-se que existe um movimento, mas o A partir disso, fica claro que esse poema,
Gigante ainda dorme, no entanto se um dia
mostra a negação dos indígenas ao
ocorrer algum problema, por exemplo, a
branco.
pátria acabar é possível que esse Gigante saia
e vá para o mar.

4. Canção do Tamoyo
2. I-Juca-Pirama
Nesse poema é tratado sobre as
Nesse poema é apresentado não só a
bravura mas também a covardia de um trajetórias indígenas, mostrando o
determinado índio o I-Juca-Pirama. Esse índio é indígena como herói. O poema enfatiza
capturado, por uma tribo inimiga, durante a a questão do índio guerreiro e da
guerra. Essa tribo tem como intenção de seguir o exaltação de combater e de lutar. Trata
ritual de matá-lo e comê-lo, lembrando aqui a o índio como um ser valente, corajoso,
questão da antropofagia que no poema remete forte que pode lutar qualquer guerra.
a questão de que quando capturava-se um
guerreiro a pessoa que capturou tornava-se um
vencedor, no entanto ainda significava que o
índio capturado combateu, isto é, lutou a guerra, 5. Mangueira
e por conta disso, quem o capturou deveria
comê-lo para absorver as suas qualidades boas.ccccv Nesse poema é tratado a questão
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No entanto, o poema narra que esse índio pede da exaltação da natureza, isso é
misericórdia, pois ele tem seu velho pai, o qual mostrado a partir da descrição de um
depende de seus cuidados, devido ser cego.
árvore mangueira. O poema mostra a
Quando isso é relato por I-Juca-Ipirama a tribo
beleza e a importância da árvore
decide libertá-lo, pois não querem absorver
qualidades de um índio covarde, eles enxergam relatando que ela faz o pássaro cantar,
isso como algo negativo. Quando I-Juca-Pirama que apresenta um abrigo ao viajante
retorna a sua casa, seu pai ao tocar a cabeça que passa por ali, abriga o enamorado,
do filho, percebe que ele está sem cabelos o acalma a dores da alma e celebra a
que remete que ele seroa comido, seu pai com estação do verão.
muita tristeza e vergonha pede que seu filho seja
corajoso e volte ao embate para defender a sua
honra. Então, aqui temos essa trajetória do índio
que é capturado, volta para casa, mas com o
pedido do seu pai ele volta para o embate e
defende sua honra, passando de um índio
covarde para corajoso e valente.

3. Marabá
Esse poema trata da questão da
miscigenação do índio e do branco. Isso é
apresentado a partir da índia Marabá, a qual

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7. NOVE NOITES

Autor: Bernardo Carvalho (1960)


Ano de Publicação: 2002
Período: Literatura Contemporânea
Gênero: Romance
Foco narrativo: O foco vai se alterando no
decorrer do livro: uma parte é diálogo,
outra é em 1ª pessoa e outra em 3ª pessoa

Enredo “Eu não podia ter imaginado que a


aldeia não ficava na praia, mas morro
A narrativa é baseada em um fato real,
que ocorreu em 02 de agosto de 1939. Esse fato acima, até ele me falar da Floresta
é a morte de Buell Quain, um etnólogo Interior, governada por um chefe que
americano que, aos 27 anos de idade, mantinha um dente de baleia
cometeu suicídio, sem motivos aparentes, na pendurado no peito como símbolo de
frente de dois índios Krahôs, João e Ismael. poder. Na ilha, os chefes eram sagrados,
assim como tudo que eles tocavam. As
Os Krahôs são índios jês que habitam a
área brasileira que compreende as fronteiras aldeias na costa foram aculturadas
entre os estados do Maranhão, Piauí e Tocantins. pelos invasores de outras ilhas, que por
sua vez foram influenciados pelos
São duas as narrativas do livro, que vão se
europeus. Só os nativos do interior
cruzando, construindo uma espécie de
mantinham intacto aquilo que ele
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biografia dupla de Buell Quain.


procurava: uma sociedade em que, a
A primeira narrativa envolve um jornalista despeito da rigidez das leis, os próprios
e pesquisador interessado em escrever um texto indivíduos decidiam os seus papéis
sobre os motivos que levaram Quain a se dentro de uma estrutura fixa e de um
suicidar. Esse narrador não é identificado, mas
repertório predeterminado. Havia um
sua investigação o leva ao depoimento que
leque de opções, embora restrito, e uma
Manoel Perna deu sobre as últimas nove noites
que passou com Quain. Perna e Quain mobilidade interna. Foi o que ele me
passaram nove noites juntos ao viajarem de disse. sempre teve fascínio pelas ilhas.
Carolina até a região da Cabeceira. São universos isolados.”

A segunda narrativa envolve a narração (Nove Noites, Bernardo Carvalho).


epistolar de Manoel Perna sobre os relatos que
Quain deixou, antes de se suicidar, em sete
cartas a figuras próximas suas: Eric Quain, É importante lembrar:
Thomas Young, Heloisa Torres, Angelo Sampaio,
Ruth Benedict, Manoel Perna e Charles Kaiser. A obra, ficcional, mistura ficção com
Há uma suposição da existência de uma oitava eventos reais, e o autor chega, por
carta, que poderia esclarecer a real motivação exemplo, a inserir fotos de personagens
para o suicídio de Quain. A morte Perna, que reais ou imaginários da década de 1930
não deixou nenhum registro sobre Quain, fez na história. O real motivo para o suicídio
com que o narrador-invetigador preenchesse de Buell Quain não foi descoberto
lacunas com a imaginação, inventando a devido às lacunas do ocorrido,
oitava carta. Portanto, existe uma combinação fornecendo abertura para suposições.
da memória e da imaginação.

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8. O LIVRO DAS SEMELHANÇAS

Autora: Ana Martins Marques (1977)


Ano de Publicação: 2015
Período: Literatura Contemporânea
Gênero: Poesia

Características da obra
Trata-se de uma reunião de poemas tematizando o cotidiano e o amor, a
divididos em quatro seções: seção tem relação com a cartografia
Livro; devido à imagem do mapa que seria
central para a construção das
Cartografias;
metáforas porque perpassa todos os
Visitas ao lugar-comum; poemas. Além disso, é verificável uma
O Livro das Semelhanças. série de encontros e desencontros da
seção.
Com poemas diversificados, a obra de
Ana Martins Marques apresenta o cotidiano e o A terceira seção, denominada
incorpora à experiência literária, recupera-se, “Visitas ao lugar-comum”, apresenta
portanto, o mundo como temática/conteúdo poemas mais curtos, os títulos são
da literatura. Pode-se atribuir ao título da obra números (1,2,3 etc.) e a temática parte
“O Livro das Semelhanças” essa característica
dos dizeres populares/expressões
da obra de estabelecer um diálogo, por meio
comuns.
dos poemas, com os
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conhecimentos/experiências do leitor. Assim, A quarta seção, denominada “O


“O Livro das Semelhanças” tem um eu-poético Livro das Semelhanças”, é a parte mais
explorador, que trabalha com o mundo extensa da obra, os poemas são
real/cotidiano, fazendo com que o leitor tenha
variados, com temáticas e estruturas
uma maior proximidade com a literatura.
diversificadas. Destaca-se muito, na
A primeira seção, denominada “Livro”, seção, o uso da intertextualidade, que
apresenta poemas cuja temática está pode se relacionar também ao título da
relacionada com a forma/estrutura de um livro, obra por ser uma “semelhança”.
mas não restrita a ela, pois a criação poética,
apesar de contemplar elementos constitutivos
de um livro (capa, título, dedicatória, nome do
autor, entre outros poemas.), apresenta Conceitos importantes:
ideias/perspectivas que refletem o livro e suas
características, bem como a funcionalidade de
seus recursos. É preciso enfatizar que os Metapoesia
elementos constitutivos de um livro, utilizados
como temática dos poemas, não exercem a Poesia que fala de poesia. Um fazer
função tematizada, por exemplo, o poema poético que tematiza/reflete a poesia.
“contracapa” é um dos poemas da seção
“Livro”, mas não exerce a função de Metaliteratura
contracapa da obra “O Livro das
Semelhanças”. A literatura que tematiza/reflete a
literatura.
A segunda seção, denominada
“Cartografias”, apresenta poemas mais líricos,

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Seção: Livros O poema porte da expressão
“Dobrar a língua”, que é popularmente
utilizada para exigir que o que foi dito
Capa seja moderado, corrigido ou retirado. O
poema trabalha com a concepção de
Um biombo que ao “dobrar a língua” deixamos de
entre o mundo e o livro falar algo, a possibilidade de falar estaria
relacionada ao ato de desdobrar a
língua, pois seria o oposto.
Biombo seria um objeto utilizado como
divisória móvel que serve para dividir ou Seção: O Livro das
demarcar espaços. A capa, elemento
constitutivo do livro, pode ser entendida como Semelhança
uma barreira/divisão entre o mundo e o livro,
o mundo real e a experiência literária. Poema de trás pra frente

Seção: Cartografias A memória lê o dia


de trás pra frente
Você assinala no mapa
o lugar prometido do encontro acento um poema em outro poema
para o qual no dia seguinte me dirijo como quem acende um cigarro no
com apenas café preto o bilhete só de ida do outro
metrô a pressa feroz do desejo
deixando no entanto esquecido sobre a mesa que vestígio deixamos
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o mapa que me levaria do que não fizemos?


onde? como os buracos funcionam?

Além do mapa ser retratado e ser um somos cada vez mais jovens
componente essencial do poema, pois ele nas fotografias
norteia as ações é possível verificar que o
poema apresenta um lirismo amoroso, o de trás para frente
encontro, muito recorrente na seção, é a memória lê o dia
desejado de forma intensa, no verso em que é
declarado que teria ido apenas com “o No poema há comparações,
bilhete só de ida” denota um certo impulso afirmações e indagações, que
permeado pelo desejo do encontro. representam o caráter reflexivo do eu-
lírico. O poema já sugere uma leitura de
Seção: Visitas ao lugar-comum baixo para cima pelo título, as inversões
trabalham de modo distinto com os
levamentos realizados, essa
possibilidade pode ser relacionada com
3 a ausência de pontuação que
Dobrar a língua
proporciona um encadeamento
e ao desdobrá-la
(Enjambement) do poema,
deixar cair
indiferentemente da forma que for lido.
uma a uma
palavras O encadeamento é um recurso muito
não ditas utilizado na obra “O Livro das
Semelhanças.”

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