Você está na página 1de 43

Bases

celulares:
Neurônios
Unidade básica do sistema nervoso, são células extremamente excitáveis
elétrica e quimicamente (altera ativamente o potencial da membrana em
resposta a algum estímulo elétrico, físico ou químico, gerando um efeito).

São responsáveis pela recepção, transmissão e processamento de estímulos,


influenciam diversas atividades do organismo e liberam neurotransmissores
e outras moléculas informacionais. Os neurônios são formados por:

CORPO CELULAR OU PERICÁRIO:

É o centro Biosintético do neurônio. Contém o núcleo (possui também a


cromatina sexual, se, do sexo feminino). Possui Corpúsculos de Nissl que são
RER do neurônio responsável por síntese proteica (neurotransmissores)
sendo mais abundante nos neurônios motores.
DENDRITOS:
 O Golgi, também implicado na síntese dessas substâncias e no seu
acondicionamento, é volumoso e localiza-se geralmente próximo ao Aumentam consideravelmente a superfície celular, especializados na função
núcleo. de receber os estímulos do meio ambiente, de células epiteliais, sensoriais ou
 O retículo endoplasmático liso é abundante e, logo abaixo da de outros neurônios.
membrana plasmática, forma as cisternas que sequestram Ca2+ e
contêm proteínas.
 As mitocôndrias, presentes por todo o neurônio, estão relacionadas AXÔNIO:
com a elevada necessidade energética, especialmente para os
Prolongamento eferente e único por célula, especializado na condução de
gradientes eletroquímicos do impulso nervoso.
impulsos que transmitem informações do neurônio para outras células
 Os lisossomos são numerosos devido à intensa renovação da
(nervosas, musculares, glandulares). Geralmente, o axônio se origina de uma
membrana plasmática e de outros componentes celulares
estrutura piramidal do corpo celular, denominada cone de implantação. Os
Com o envelhecimento, corpúsculos residuais contendo lipofuscina, um axônios podem dar origem a ramificações em ângulo reto denominadas
pigmento castanho-amarelado, concentram-se, o que pode comprimir as colaterais
organelas e o núcleo, afetando as suas atividades.
*Acúmulos anormais de proteínas é comum em doenças neurológicas:  Neurônios Motores (eferentes): Recebem as informações do SNC e
as transmitem para os músculos e glândulas do corpo;
Ex.: Acúmulo excessivo de tau é característico da doença de Alzheimer
 Neurônios de associação (ou interneurônios): São encontrados no
Alfa-Sinucleina em Parkinson
nos centros nervosos da medula espinal no SNC e conectam os
neurônios aferentes aos eferentes, interpretando estímulos
sensoriais.
CLASSIFICAÇÃO MORFOLÓGICA:

Bipolar: Possuem apenas dois prolongamentos partindo do corpo celular, um


axônio e outro prolongamento que pode se ramificar em dendritos Os locais de contato entre dois neurônios ou entre um neurônio e a célula
efetora são os locais de sinapses (do grego synapsis, conexão).
Multipolar: Muitos prolongamentos celulares saindo do pericário.
 Quando o axônio de um neurônio faz contato com o dendrito de
Pseudounipolar: pericário conecta-se a apenas um prolongamento, o axônio
outro neurônio, tem-se a sinapse axodendrítica;
[Célula de purkinje: são os únicos neurônios do cerebelo capazes de  quando o axônio contacta o corpo celular, a sinapse axossomática
transmitir impulsos eferentes formados no córtex cerebelar, são multipolares  e, quando o contato é entre axônios, a sinapse axoaxônica
com a forma do corpo celular piriforme.]

CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO COM A FUNÇÃO:

 Neurônios Sensitivos (aferentes): Recebem os estímulos recebidos


de fora do corpo e produzidos internamente e os transmitem ao
Sistema Nervoso Central (SNC); (Meio externo  meio interno)
Células da glia:
Existe cerca de 10 células da glia para 1 neurônio. O aumento do lactato do líquido cefalorraquidiano é um marcador potencial
para a meningite bacteriana que pode fornecer informações de diagnóstico
ASTRÓCITOS:
precoce.
São células de forma estrelada com múltiplos processos irradiando do corpo
celular. Os astrócitos ligam os neurônios aos capilares sanguíneos e à pia-
máter (tunica delgada camada de tecido conjuntivo que reveste o sistema MICRÓGLIA:
nervoso central). O encontro entre o vaso sanguíneo e o prolongamento do
Menor célula da neuroglia, Só encontrada no SNC tanto na subs. cinzenta
astrócito é chamado de pés vasculares. Através deles, nutrientes são levados
quanto branca. São as únicas células gliais de origem mesenquimal
para os neurônios e neurotransmissores e íons em excesso, como o K+
(originam-se na medula óssea)
decorrente da intensa atividade neuronal, são retirados do fluido
extracelular. As células da micróglia são fagocitárias, participam da inflamação e da
reparação do sistema nervoso central.
Além da função de sustentação, transferem moléculas e íons do sangue para
os neurônios, logo controle iônico e nutrição. Quando ativadas, as células da micróglia retraem seus prolongamentos,
assumem a forma dos macrófagos e tornam-se fagocitárias e apresentadoras
Só existem no SNC, na substância cinza são chamados de Astrocito
de antígenos
protoplasmático (+ curto) e na branca de Astrócito fibroso (+ longo)

OLIGODENDRÓCITOS:
CÉLULAS EPENDIMÁRIAS:
Apenas no SNC
São células epiteliais colunares que apresentam cílios, o que facilita a
movimentação do líquido cefalorraquidiano (LCR). Elas se colocam lado a Na substância branca, os oligodendrócitos, através de seus prolongamentos,
lado e unem-se por desmossomos, lembrando um tecido epitelial, mas não envolvem segmentos de vários axônios (até 60), produzindo a bainha de
se apóiam sobre uma lâmina basal. mielina que serve de isolante elétrico para os neurônios do sistema nervoso
central.
Produzem o líquido cerebrospinal (líquido incolor proteico, que se comunica
com o encéfalo e a medula espinhal) O axônio e a bainha envoltória constituem a fibra nervosa. O envolvimento
por mielina não é contínuo ao longo do axônio. Ocorre em pequenos
segmentos de 1 a 2mm. Entre estes, há uma área nua do axônio, o nódulo de
Ranvier, de cerca de 1µm, onde há uma alta densidade de canais de Na+ .

Como a mielina funciona como um isolante, as alterações da polaridade da


membrana acontecem somente nos nódulos de Ranvier. Portanto, o impulso
“salta” de um nódulo de Ranvier para outro (condução saltatória), sendo
extremamente rápida e gastando menos energia. A condução é mais rápida
nos axônios com maior diâmetro e com mais mielina

CÉLULAS DE SCHWANN:
Localizadas no SNP.

Também forma a bainha de mielina, porém, no sistema nervoso periférico.


Cada célula de Schwann forma mielina em torno de um segmento de um
único axônio. Não possuem prolongamentos e com seu próprio corpo, dando
até mais de 50 voltas, envolvem o axônio e formam a fibra nervosa mielínica,
que contém os nódulos de Ranvier.
Neurotransmissores:
São mediadores químicos (também chamados de ligantes endógenos) que NT do tipo aminas são sintetizadas a partir de aminoácidos essenciais com
cumpre determinado requisitos. ação enzimática.

■ É sintetizado no neurônio pré-sináptico e armazenado no terminal pré- Os neurotransmissores aminoácidos e aminas são pequenas moléculas
sináptico antes do lançamento. orgânicas que são armazenados em vesículas sinápticas e delas liberados.

■ É liberado pelo neurônio pré-sináptico quando potenciais de ação  neuropeptídeos (compostos de cadeias de aminoácidos)
despolarizar o terminal (mediado principalmente por Ca2 +). armazenadas e liberadas de grânulos secretores. São divididos em
cinco grupos:
■ Possui alvo específico que contém receptores para o neurotransmissor.
1. Taquicininas (peptídeos do intestino cerebral). Esse grupo inclui a
■ Quando aplicado artificialmente a uma célula pós-sináptica, o substância P, que afeta a vasoconstrição e é um neurotransmissor da coluna
neurotransmissor gera a mesma resposta que estimularia o neurônio pré- vertebral envolvido na dor.
sináptico.
2. Hormônios neuro-hipofisários. Ocitocina envolvida nas funções mamárias
e foi identificada como "hormônio do amor" por seu papel no vínculo de
pares e nos comportamentos materno e vasopressina, um hormônio
Classificação bioquímica de neurotransmissores antidiurético.
Os principais neurotransmissores estão dentro de uma de três categorias 3. Hormônios liberadores hipotalâmicos. Esse grupo inclui o hormônio
químicas: liberador de corticotropina, envolvido na resposta ao estresse, e a
somatostatina, um inibidor do hormônio do crescimento.
 aminoácidos: como o aspartato, ácido gama-aminobutírico (GABA),
glutamato e glicina. 4. Peptídeos opióides. Este grupo é assim chamado por sua semelhança com
 aminas: inclui dopamina, noradrenalina e Epinfrina (essas três são os opiáceos, permitindo que o neuropeptídeo se ligue aos receptores dos
conhecidas como catecolaminas), serotonina (5-hidroxitriptamina) e opiáceos. Inclui as endorfinas e encefalinas.
histamina e acetilcolina (ACh)
5. Outros neuropeptídeos. Esse grupo inclui peptídeos que não se encaixam
perfeitamente em outra categoria.
de outro transmissor na fenda sináptica ou atividade no circuito neuronal.
Esses tipos de mecanismos permitem que o sistema nervoso obtenha
modulações complexas do processamento de informações modulando a
neurotransmissão.

Após a liberação do neurotransmissor na fenda sináptica e sua ligação com


os receptores pós-sinápticos da membrana, o transmissor restante deve ser
removido para evitar mais transdução de sinal excitatório ou inibitório. Essa
remoção pode ser realizada

(a) pela recaptação ativa da substância de volta ao terminal pré-


sináptico:

Os neurotransmissores que são removidos da fenda sináptica pelos


Classificação funcional de neurotransmissores mecanismos de recaptação incluem as aminas biogênicas (dopamina,
noradrenalina, epinefrina, histamina e serotonina). O mecanismo de
Neurotransmissores podem ser classificados pelo efeito típico que eles recaptação é mediado por transportadores ativos, que são proteínas
induzem no neurônio pós-sináptico. transmembranares que bombeiam o neurotransmissor de volta através da
O efeito de um neurotransmissor no neurônio pós-sináptico é determinado membrana pré-sináptica.
pelo receptor pós-sináptico e não pelo próprio transmissor. (b) pela quebra enzimática do transmissor na fenda sináptica:
Assim, o mesmo neurotransmissor liberado do mesmo neurônio pré- Um exemplo de um neurotransmissor que é eliminado da fenda sináptica
sináptico em duas células pós-sinápticas diferentes pode causar diferentes por ação enzimática é a ACh. A enzima acetilcolinesterase (AChE), localizada
efeitos, dependendo dos receptores aos quais o transmissor se liga. na fenda sináptica, decompõe a ACh após ter atuado na membrana pós-
Os neurotransmissores que geralmente apresentam efeito excitatório sináptica.
incluem ACh, catecolaminas, glutamato, histamina, serotonina e alguns dos (c) pela difusão do neurotransmissor
neuropeptídeos.
distante na região da sinapse ou no local da ação (por exemplo, no caso de
Os neurotransmissores inibidores geralmente incluem GABA, glicina e alguns hormônios que atuam nas células-alvo distantes dos terminais sinápticos).
dos peptídeos. Alguns neurotransmissores agem diretamente para excitar ou
inibir um neurônio pós-sináptico, mas outros neurotransmissores agem
apenas em conjunto com outros fatores. Essas vezes são chamadas de
neurotransmissores condicionais; isto é, sua ação é condicionada à presença
AS BASES DA
COMUNICAÇÃO CELULAR
Membrana Plasmática
MODELO SANDUÍCHE:
 O primeiro modelo de membrana plasmática proposto, chamado de modelo sanduíche. Acreditava-se que a bicamada
fosfolipídica estava envolta por 2
folhetos de proteínas. Após várias
análises, o modelo foi descartado
e o utilizado atualmente é o
modelo mosaico fluido.

O MODELO MOSAICO FLUIDO:


 Atualmente aceito
 Bicamada fosfolipídica caracterizada como um mosaico fluído,
porque possui proteínas imersas, que não ficam estáticas na
bicamada.
 Os fosfolipídios são o principal componente da bicamada lipídica.
Entre os fosfolipídios há diversos tipos de proteínas que exercem
inúmeras funções
CLASSIFICAÇÃO DAS MEMBRANAS QUANTO À PERMEABILIDADE –

A constituição de colesterol + fosfolipídios é essencial para a definição de permeabilidade seletiva da membrana.

Membranas permeáveis: são membranas que deixam difundir o solvente e o soluto.

Membranas semipermeáveis: são membranas que deixam difundir apenas o solvente, impedindo a difusão do soluto, apenas osmose.

Membranas impermeáveis: são membranas que não deixam difundir nem o solvente e nem o soluto.

Componentes da membrana plasmática:


FOSFOLIPÍDIOS:
são o principal componente da bicamada lipídica. Eles são anfipáticos, ou
seja, exibem uma porção polar (hidrofílica), a cabeça, e uma porção apolar
(hidrofóbica), a cauda, que corresponde a duas cadeias de ácidos graxos,
sendo uma delas geralmente insaturada, o que provoca uma pequena
dobra na cauda que também auxilia na fluidez.

Devido a polaridade dos fosfolipídios, quando em solução, tendem a buscar


uma conformação mais energeticamente favorável, no qual sua parte polar
fica em contato a solução polar e a parte apolar não, geralmente essa
conformação é esférica.

Quando monocamada é chamada de micela, e quando bicamada, é


chamada lipossomo.
PROTEÍNAS DE MEMBRANA: Não necessariamente atravessam a membrana, as que atravessam
são chamadas transmembranas.
Quanto a função:

Podem ser proteínas estruturais, enzimas, de ancoragem, ligantes que


ancoram o citoesqueleto à matriz extracelular, proteínas canais e  Periféricas ou extrínsecas: encontram-se nas faces interna ou
carreadores (permitem a passagem de substâncias), proteínas receptoras externa, ligadas a lipídeos ou proteínas (Não estão em contato com a
que geralmente correspondem à porção oligossacarídica das glicoproteínas e parte lipídica diretamente). São extraídas por métodos que
dos glicolipídios e ligam-se a mediadores químicos que influenciam o preservam a integridade da membrana, como variação de pH,
funcionamento celular. eliminação de Ca2+ e tratamento com EDTA.

Quanto a estrutura:

 Proteínas integrais (ou intrínsecas): estão associadas aos lipídeos de


membrana. Correspondem a cerca de 70% das proteínas de
membrana, para sua extração é necessário dissolver a membrana
com solventes orgânicos.
Transporte por membrana
DIFUSÃO SIMPLES  Canais Iônicos: são formadas por proteínas que formam canais que
se estendem por toda membrana e impedem que o soluto entre em
A difusão simples consiste na passagem das moléculas do soluto, do meio
contato com a membrana. Ex.: Aquaporinas: canais especializados
hipertônico para o hipotônico diretamente pela membrana plasmática.
em transporte de água
Devido membrana plasmática ser anfipática, moléculas polares tem
dificuldade de atravessar a membrana (interagem tranquilamente com a face
externa que é negativamente carregada, mas não com o interior da
membrana). Moléculas pequenas e apolares, como, por exemplo, O2, CO2,
nitrogênio (N2) ou seja: gases, e moléculas pequenas, polares e não
carregadas, como H2O, ureia, glicerol e etanol, atravessam rapidamente a
membrana por difusão simples, deslizando entre as moléculas de lipídios a
favor do gradiente de concentração.

A velocidade de penetração é proporcional a diferença de concentração.


Quanto maior a diferença, mais rápido o processo.

DIFUSÃO FACILITADA:

Transferência de solutos (moléculas grandes que não conseguem atravessar


via difusão simples) do meio hipertônico para o hipotônico através de canais
iônicos e permeases (ambos os meios tipicamente seletivos).

As permeases, podem sofrer mudanças estruturais para garantir a passagem


de um determinado soluto. A substância a ser transportada liga-se à proteína
e essa sofre mudanças que garantem o transporte da substância até o outro
lado da membrana.
Ex.: Glicose que precisa da Insulina para ativar o sítio da proteína e conseguir BOMBA DE SÓDIO E POTÁSSIO (Transporte ativo primário):
atravessar através de uma permease.
Para que o equilíbrio metabólico seja mantido, é necessário que a
Há 3 classes de permeasse: monotransporte (transferem apenas 1 soluto por concentração de sódio seja mantida mais alta no meio extracelular, e a de
vez), cotransporte (transfere 2 solutos simultaneamente na mesma direção) potássio deve ser maior no meio intracelular, para que a emissão de impulso
e contratransporte (2 solutos simultaneamente em diferentes sentidos), nos nervosos possa ser garantida, entretanto, em virtude de permeases que
2 últimos casos obrigatoriamente deve haver 2 solutos para o transporte agem tentando equilibrar as diferenças de concentração, são necessárias um
ocorrer. tipo especifico de permeases denominadas “bombas”

O bombeamento não é simultâneo:

 é necessário que 3 moléculas de Na+, se liguem a proteína,


juntamente com uma ATP (que é quebrada em ADP, a quebra de ATP
é exergônica libera energia que trona a proteínas capaz de mudar
sua conformação).
 O transportador libera 3 Na+ para o exterior e liga 2 K+ do exterior
da célula
 O fosfato do ATP que foi quebrado sai  a Desfosforilação favorece
o retorno da antiga conformação a proteína.
 O transportador libera 2 K+ para o interior da célula

.
OSMOSE:
Transporte ativo secundário:
Transporte de solvente do meio hipotônico para o hipertônico. Pode alterar
Os gradientes instituídos pelo transporte ativo primário armazenam energia.
o volume da célula e em casos de excesso pode levar a lise celular.
O transporte ativo secundário usa a energia armazenada nesses gradientes,
para mover outras substâncias contra seus próprios gradientes.

Transporte Ativos (Com gasto direto de ATP) O transporte ativo secundário permite o movimento de determinado ion a
favor do seu gradiente de concentração se associado ao transporte contra o
Ocorrem no sentido contrário ao gradiente de concentração.
gradiente de concentração de outras substâncias (uma co-transportadora).

Ex.: Glicose (nos epitélios e nos enterócitos é transportada por transporte


ativo secundário, em outros tecidos é por difusão facilitada) nos enterócitos:
A glicose é transportada para dentro da maioria das células contra seu
grande gradiente de concentração (há maior concentração de glicose no
meio intracelular que no extra).

Este transporte é independente da influência da insulina, processo que é


mediado por um transportador, no qual o movimento da glicose é acoplado
ao gradiente de concentração do sódio, que é transportado para o interior
da célula ao mesmo tempo

O transporte ativo secundário transporta dois solutos ao mesmo tempo, um


a favor de gradiente o outro contra. O transporte aproveita do gradiente de
concentração de um soluto para transportar também (contra – antiporte, ou
a favor – simporte), ou seja, de forma secundária, outro soluto que vai contra
gradiente.

A concentração dos íons sódio é muito alta no exterior e muito baixa no Há dois tipos de transportadores SGLT. A absorção intestinal de glicose é
interior, o que proporciona a energia para o transporte (proveniente do mediada pela SGLT1 onde há o co-transporte de um íon sódio para uma
gradiente de concentração do sódio). O gradiente de concentração do íon molécula de glicose, esse transportador tem alta afinidade pela glicose, mas
sódio é mantido pela Na/K ATPase. baixa capacidade. A reabsorção renal de glicose é feita pela SGLT1 e SGLT2
esta última possui baixa afinidade pela molécula de glicose, porem e alta
capacidade, realizando o co-transporte de dois íons sódio para cada molécula
Uma propriedade especial da proteína responsável pelo transporte é a de glicose.
mudança de conformação que permite a movimentação do sódio para o
interior, somente após a fixação de uma molécula de glicose, após a fixação A presença de SGLT nos enterócitos tornam a absorção de glicose mais
de ambas, a alteração conformacional ocorre automaticamente, e o sódio e a eficaz, já que proporcionam a entrada contra o gradiente de concentração
glicose são transportados para o interior da célula ao mesmo tempo. (coisa que a GLUT não faria, já que é transporte passivo)

Esse fenômeno explica o funcionamento de soro (fisiológico ou caseiro):

A hidratação só ocorrerá se houver um gradiente osmótico, a SGLT torna-se


responsável pela criação desse gradiente, ao transportar Na+ apenas com a
glicose (e vice-versa) a presença de glicose + sódio no soro facilita a criação
de um gradiente osmótico, permitindo por osmose a hidratação.
Interação neurotransmissor e receptor:
RECEPTORES:
São macromoléculas que quando interagem com seu ligante gera um efeito.

Tipos de receptores:

 Receptores proteicos de membrana


 Receptores intracelulares
 Receptores enzimáticos (podem ser receptores de membrana ou
intracelulares)

RECEPTORES DE MEMBRANA:
NEUROTRANSMISSORES:  Acoplados e enzima
 Acoplados a proteína G
São mediadores químicos criados por neurônio e armazenados em vesículas,
 Canais iônicos
com capacidade de se ligar a um receptor e gerar um efeito. Outras
definições incluem: Ligante endógeno - substância criada no interior do
organismo que pode ativar ou inativar um receptor, podendo a ativação
aumentar ou diminuir uma função celular particular. Cada ligante pode
interagir com múltiplos subtipos de receptores. Agonista - substância
química capaz de se ligar a um receptor e gerar resposta.
Canais Iônicos

Classificação estrutural: de acordo com a quantidade de subunidades Regulados por estresse mecânico:
Estímulo mecânico “estira” a membrana
plasmática da célula, essa deformação abre os
canais.

Receptores regulados por voltagem (VOC) - Voltage operated


channel.

Consistem em subunidades alfa associadas a subunidade beta. A


subunidades beta estão organizadas em domínios homólogos (sendo um
desses domínios protonado (apresenta carga positiva).

Classificação de acordo com a Abertura:

 Regulados por Voltagem (VOCs)


 Regulados por Ligantes Extracelulares (Receptores Ionotrópicos)
 Regulados por Ligantes Intracelulares (Receptores
metabotrópicos/ Segundos Mensageiros e Proteínas G)
 Regulados por Estímulos Mecânicos
Durante o repouso, o domínio protonado está mais próximo a carga negativa O filtro de seletividade consegue inclusive separar a água que solvata o ión,
(interior da membrana). Quando há a despolarização da membrana, as do mesmo.
cargas positivas repelem o domínio protonado, fazendo com que ele se mova
para cima, abrindo o canal. Quando o canal é aberto é uma subunidade
localizada internamente percebe a alteração e fecha com um determinado Canais regulados por ligante
delay.
extracelular (Receptores
O processo de abertura/ fechamento gera um período refratário absoluto os ionotropicos)
canais sódio dependentes da voltagem estão inativados, portanto nessa
situação não è possível fazer com que ele dispare outro potencial de ação. Após se ligarem a ligante endógeno, permite a
passagem de íons.

Ex.: Receptor gabaergico permite a entrada de cloreto

Na ausência do neurotransmissor, o poro do receptor está frequentemente


fechado. Quando o neurotransmissor se liga a sítios específicos na região
extracelular do canal, ele induz uma mudança conformacional – uma
delicada torção das subunidades –, a qual, em microssegundos, causa a
abertura do poro. A consequência funcional depende de quais íons podem
atravessar o poro.

Se os canais ativados por transmissores são permeáveis ao Cl–, o efeito final


será de hiperpolarização da célula pós-sináptica. Como a hiperpolarização
tende a levar o potencial de membrana para longe do limiar de geração do
potencial de ação, o efeito é denominado inibitório. A hiperpolarização
transitória do potencial de membrana pós-sináptico causada pela liberação
de neurotransmissor pela pré-sinapse é denominada potencial inibitório pós-
sináptico (PIPS).
Já no período refratário relativo os canais sódios estão fechados, mas podem
ser abertos por um estímulo que ultrapassa o limiar. É equivalente ao
período de repouso do VOC.
RECEPTOR REGULADO POR PROTEINA G

A proteína G é uma proteína periférica e intracelular heterotrimérica Composto por 7 domínios. Com alças extracelulares e intracelulares e alça
(subunidades alfa, beta e gama). Consideramos as subunidades beta e gama aminoterminal e carboxiterminal. Geralmente o ligante interage com as alças
como uma única unidade ou complexo porque se unem a membrana por E2 e E3. E a proteína G com as alças C3 e C4.
uma mesma ligação

MECANISMO DE TRANSDUÇÃO:

O ligante interage com o GPCR, gerando mudanças conformacionais na


estrutura do receptor. Uma proteína auxiliar, guanosine nucleotide
A unidade alfa fica em contato com uma molécula de GDP (Guanosina
exchange factor (GEF), que desloca o GDP e dá lugar à ligação do GTP,
difostato) o que caracteriza seu estado inativo, quando em contato com uma
configurando o estado ativo dessa proteína.
molécula de GTP, torna-se ativa
Com a proteína G ativa, há 3 possibilidades:
Os receptores acoplados a proteína G (GPCR -G protein
 A subunidade alfa ativa diretamente o canal.
coupled receptor):
 A subunidade beta e gama ativa o canal
 A proteína G ativa uma enzima efetora que produz um segundo
mensageiro que ativa um canal
A subunidade alfa ao ser ativada (introdução de GTP), se desloca até uma
Enzima Efetora, que utiliza um substrato para a produção de um segundo
mensageiro.

A subunidade alfa possui propriedade GTPásica: consegue desfosforilar GTP,


transformando-o em GDP e inativando-se.

MECANISMO ESPECÍFICOS:
Gs:

após a interação ligante com as


alças extracelulares do GPCR, há a
mudança de conformação do
Tipos de Proteína G: receptor, a subunidade α da
proteína Gs, que interage com o
Existem mais de 20 tipo, sendo as principais: nucleotídeo guanílico, catalisa a
troca de GDP por GTP, assumindo
Gs – Estimulatória. estimulam a adenilato ciclase através de receptores beta
a forma ativa.
adrenérgicos e aumentam a condutância do cálcio no coração

Gi – Inibitória. - Parecem ter múltiplas formas de inibir a adenilato ciclase


através de receptores alfa2-adrenérgicos A porção α da proteína separa-se
do complexo βγ e desloca-se até a
G0 – Fecha canais de Calcio
Enzima Adenilato ciclase (AC),
Gq – Abre canais de cálcio ativando-a.

Mecanismo de produção de 2º mensageiros (produtos) A adenilato ciclase utiliza ATP para a


produção AMPc (Adenosina
Monofosfato cíclico)
Proteína Gi

inibe a atividade da enzima Adenilato Ciclase. Diminuindo a concentração de


AMPc intracelular.

O aumento na concentração de AMPc intracelular culmina na ativação da Em cardiomiócitos:


proteína cinase dependente de AMPc (PKA). Essa enzima é composta por
Gs – Ativada pela adrenalina, aumenta frequência cardiaca
duas subunidades: uma reguladora (R), com alta afinidade pelo AMPc, e uma
catalítica (C). Na ausência de AMPc, a subunidade C torna-se inativa pela Gi – ativada pela AcetilColina, dimui a frequência cardiaca.
formação de um complexo tetramérico R2C2. A ligação do AMPc à
Em músculo liso:
subunidade R induz mudanças conformacionais que resultam consequente
ativação da PKA. PKA estando ativa pode fosforilar estruturas, resultando na Gq/11- Adrenalina, contração.
reposta específica para o ligante.
Gs- Diminui a concentração de Ca2+, provocando relaxamento
Proteína Gq:

Subunidade alfa ativa a enzima PLC (Fosfolipase C). Depois de ativada ela
degrada o fosfatidil inositol 4,5 bifosfato (PIP2) presente na membrana

Gerando 2 produtos:

1,4,5 trifosfato de inositol (IP3) e 1,2 diacilglicerol (DAG).

O IP3, dada sua estrutura hidrossolúvel, migra pelo citosol e se liga a


receptores específicos de IP3 no retículo endoplasmático e mitocôndrias,
promovendo a liberação de Ca+2 no citosol e aumentando a concentração
desse íon de forma brusca até cerca de 10-6 M. O íon cálcio funciona como
um terceiro mensageiro que desencadeia respostas intracelulares, como
exocitose nos neurônios e nas células endócrinas, contração muscular e
rearranjos do citoesqueleto durante os movimentos ameboides.

O DAG fica associado à membrana plasmática devido à sua estrutura


hidrofóbica, tendo a função de ativar a proteína cinase C (PKC), uma enzima Se o ligante permanecer conectado a GPCR a célula
ligada à membrana plasmática que promove a fosforilação em diversas pode ativar uma cinase (a GRK) que fosforila o
proteínas intracelulares. receptor. O receptor fosforilado perde a
capacidade de ativar a proteína G. Outras
proteínas, como a β-Arrestina, se liga a ele e o
dessensibilize e/ou leve a sua internalização para
que a sinalização cesse
Bases celulares da
Eletrofisiologia
Bioletrogênese

Células possuem ddp – diferença de potencial eletrolítico entre o meio


extracelular e intracelular.

A membrana neuronal é uma bicamada fosfolipídica (devido a camada


lipídica íons não conseguem atravessar livremente, necessitando de canais
iônicos) rodeada por fluido aquoso, no qual estão dissolvidos íons em
diferentes concentrações.

Porém a membrana é Devido ao gradiente de concentração, há um grade efluxo de íons K+, para o
muito mais permeável aos meio extracelular, esse efluxo torna o meio intracelular mais negativo
ions K, permitindo que (devido ao ânions orgânicos em relação ao extracelular. O acúmulo de carga
eles atravessem a MP para negativa interna atrai novamente os íons K+. Ou seja, devido ao gradiente
o meio extracelular com eletro (atrai os íons para o interior da célula) e química (o pressiona para fora
muito mais facilidade. da célula) os íons K+ ficam entrando e saindo, chamamos essa característica
de potencial de equilíbrio do Ion.

Obs: o momento em que suas carga intracelulares e extracelulares se


igualam= apoptose

Além disso, há a presença de bombas de sódio


e potássio que intensificam esse gradiente
movendo os ions contra seus gradientes de
concentração. Para manter o potencial da
membrana, as células mantêm uma baixa
concentração de íons sódio (Na + ) e altos
níveis de íons potássio (K + ) dentro da célula
(intracelular). A bomba de sódio-potássio
move três íons Na + para fora da célula e traz
dois íons K + para dentro da célula. Isso
remove essencialmente uma carga positiva do espaço intracelular. O
potencial resultante da membrana é conhecido como potencial de repouso.

O gradiente eletroquímico é mantido por:

 A presença de cargas opostas e móveis


 A propriedade isolante da membrana,
 a tríade LIC-Membrana-LEC que mantêm as cargas separadas
 Via de locomoção de cargas

Alterações do potencial de repouso podem ser hiperpolarizantes ou


despolarizantes
A mudança no potencial de repouso de uma célula é chamada de POTENCIAL
Despolarização – Vm menos negativo. Ex.: entrada de carga positiva na célula
GRADUADO, ou ELETROTÔNICO.
Hiperpolarização – Vm mais negativo. Ex.: aumento da carga negativa no
Os potenciais graduados são sinais de força variável que percorrem
interior da célula
distâncias curtas e perdem força à medida que percorrem a célula. Pode ser:

sublimiar: não deflagra um potencial de ação

supralimiar: deflagra um potencial de ação


Potencial de ação: A despolarização que causa potenciais de ação é alcançada de formas
diferentes em diferentes neurônios:
Os potenciais de ação são resultados de grandes despolarizações muito
 Pode ser causada pela entrada de Na+ através de canais iônicos
breves que ocorrem devido a estímulos (E) supralimiares e percorrem longas
sensíveis ao estiramento da membrana (mecanorreceptores).
distâncias por um neurônio sem perder força. Estímulos que não atingem o
limiar, simplesmente não geram PA (ou tudo ou nada) O Na+ atravessa a membrana através desses canais. A entrada de Na+
despolariza a membrana; isto é, a superfície interna da membrana torna-se
menos negativa em relação a superfície externa.
A  Em interneurônios, a despolarização é, em geral, causada pela
entrada de Na+ através dos canais que são sensíveis aos
neurotransmissores liberados por outros neurônios.

Se essa despolarização chamada de gerador de potencial, atinge um nível


crítico (chamado de limiar), a membrana gerará um potencial de ação. Os
potenciais de ação são causados pela despolarização da membrana além do
limiar.

Condução do potencial de ação:

A propagação de um potencial de ação ao longo do axônio é semelhante à


propagação da chama ao longo do pavio.

Quando uma porção da membrana axonal é despolarizada suficientemente


primeira parte, chamada de fase ascendente, é caracterizada por uma rápida
para atingir o limiar, os canais de sódio e potássio dependentes de voltagem
despolarização da membrana.
se abrem e o potencial de ação é iniciado. Entretanto o canal de sódio abre
Essa alteração no potencial de membrana continua até o Vm atingir o valor primeiro
máximo de pico, de aproximadamente 40 mV (neurônio está carregado
Na fase ascendente, o influxo de carga positiva (apenas o Na+) se difunde
positivamente em relação ao lado externo) é chamada de pico de
dentro do axônio e despolariza os segmentos adjacentes da membrana, e
ultrapassagem.
quando atinge o limiar, os canais de sódio dependentes de voltagem se
FASE ASCENDENTE: abrem nessa porção da membrana.

Geração de potencial de ação:


Dessa forma, o potencial de ação faz seu caminho ao longo do axônio até Os canais de Potássio operado por voltagem finalmente se abrem,
alcançar o terminal axonal, assim iniciando a transmissão sináptica. permitindo o efluxo de K+. O efluxo de potássio, gera a repolarização da
Membrana

HIPERPOLARIZAÇÃO:

A última parte da fase descendente é chamada de undershoot, ou


hiperpolarização pós-potencial. Por fim, há uma restauração gradual do
potencial de repouso. O potencial de ação dura cerca de 2 milissegundos
(ms), do início ao fim.

Um potencial de ação iniciado em uma extremidade de um axônio apenas se


propaga em um sentido; ele não volta pelo caminho já percorrido. Isso
ocorre porque a membrana por onde passou está refratária como resultado
da inativação dos canais de sódio recém-utilizados.

 Os canais de sódio operados por voltagem seguem a seguinte ondem


de conformação:

Fechado (não condutor) Aberto (condutor)  Inativo (Não condutor e


não responde a PA)  Fechado (Não condutor)

A inativação dos canais de sódio é o principal responsável pelo potencial


ser unidirecional

O pico do PA, corresponde ao momento em que os VOCS de Na se


inativam.

FASE DESCENDENTE:

Repolarização do meio interno da membrana.


1) Período refratário absoluto – representa um momento em que a célula Fatores que influenciam a velocidade de propagação:
não consegue receber um segundo estímulo. Pois os canais de sódio
estarão inativados nesse momento. Lembrem que uma célula só é  Diâmetro da fibra (axônio)
estimulada quando um canal de sódio é aberto. Se ele está fechado, não  Mielinização: impede que a energia proveniente seja dissipada,
teremos como estimulá-la, independente da grandeza do estímulo. exceto nos nódulos de ranvier

2) Período refratário relativo –durante esse período a célula poderá receber


um segundo estímulo e responder ao mesmo, mas sua intensidade deverá Como a intensidade do estímulo é codificada?
ser maior, pois a célula estará hiperpolarizada e mais distante do atingir seu
limiar de excitação. Se a intensidade de um estímulo for maior ou menor, a velocidade de
propagação e a magnitude (pico) é mesma, a intensidade é codificada pela
quantidade de disparos de PA, quanto maior o estímulo maior a frequência.

A Geração de Múltiplos Potenciais de Ação

Se a amplitude ou a duração da corrente estimulatória for suficientemente


aumentada, vários potenciais de ação ocorrem. Assim, a frequência de
disparos de potenciais de ação reflete a magnitude da corrente
despolarizante. Essa é uma das formas pelas quais a intensidade do estímulo
é codificada no sistema nervoso.
Frequência de PA= intensidade do estimulo Uma vez que os neurotransmissores liberados tenham interagido com
receptores pós-sinápticos, eles devem ser removidos da fenda sináptica para
Embora a frequência de disparos aumente com a quantidade de corrente
permitir um novo ciclo de transmissão sináptica. Uma maneira de isso
despolarizante, existe um limite para a taxa na qual um neurônio possa gerar
acontecer é por simples difusão das moléculas de neurotransmissor através
potenciais de ação. A frequência máxima de disparos é de cerca de 1.000 Hz;
do líquido extracelular para longe das sinapses.
uma vez que um potencial de ação é iniciado, é impossível iniciar outro
durante cerca de 1 ms. Esse período de tempo é chamado de período Entretanto, para a maioria dos neurotransmissores, a difusão é auxiliada por
refratário absoluto. sua recaptação para dentro do terminal pré-sináptico. A recaptação ocorre
por ação de transportadores proteicos específicos para neurotransmissores
presentes na membrana pré-sináptica.
Devido a bainha de mielina ser Isolante:
Uma vez dentro do citosol do terminal, os neurotransmissores podem ser
Só há canais de Na+ da região internodo, logo em axônios mielinizados recarregados nas vesículas sinápticas ou degradados por enzimas, sendo seus
podemos chamar o PA de P. Internodo. produtos reciclados.

Nas regiões mielinizadas há o PE. Potencial eletrotônico: alteração de Transportadores de neurotransmissores também existem nas membranas da
voltagem passiva pela difusão de Na nos nodos. glia, que envolvem a sinapse e auxiliam na remoção de neurotransmissores
da fenda sináptica. A ação do neurotransmissor também pode ser terminada
por degradação enzimática na própria fenda sináptica
Neurotransmissão:

Um auto-receptor é um tipo de receptor localizado nas membranas de pré-


sinápticos células nervosas. Ele serve como parte de um feedback negativo
circuito em transdução de sinal. Só é sensível aos neurotransmissores ou Integração Sináptica:
hormônios liberados pelo neurônio em que o auto-receptor se senta. As
consequências da ativação desses receptores variam, mas um efeito comum
é a inibição da liberação de neurotransmissores e, em alguns casos, da
Pós-sinaptica:
síntese de neurotransmissores. Isso permite que o terminal pré-sináptico
regule a si próprio. Os autorreceptores parecem funcionar como um tipo de PEPS: O receptor responde de maneira EXCITATÓRIA a ação do NT, causando
válvula de segurança, a fim de reduzir a liberação quando a concentração de despolarização na membrana pós-sináptica (p.e.entrada de Na ou Ca)
neurotransmissores atinge valores muito altos no terminal pré-sináptico.

Somação de PEPSs:
Degradação:
Sobreposição de estímulos. Há dois tipos de somação:

A somação espacial consiste em adicionar PEPSs gerados simultaneamente


em muitas sinapses em um dendrito. Quando dois ou mais sinais pré-
sinápticos de entrada estão ativos simultaneamente, seus PEPSs se somam

A somação temporal consiste em adicionar PEPSs gerados na mesma sinapse


e que ocorrem em uma rápida sucessão, dentro de intervalos de 1 a 15 ms:
quando a mesma fibra pré-sináptica dispara potenciais de ação em uma
rápida sucessão, seus PEPSs individuais se somam.

Dessensibilizarão de receptor (internalização):

Receptores são endocitados

Inativação do receptor:

Excitação por derivação:

A estimulação excitatória produz uma corrente pós-sináptica de entrada que


se difunde até o corpo celular, onde pode ser registrada como um PEPS.

Infra-regulação (Down-Regulation):

Uso crônico de agonista, leva a diminuição da quantidade de receptores.


Inibição por derivação: Quando os sinais excitatório e inibitório são
estimulados simultaneamente, a corrente de despolarização vaza para fora
antes de atingir o corpo celular.

PIPS: O receptor responde de maneira INIBITÓRIA, causa hiperpolarização na


membrana pós-sináptica

Supra-regulação: Uso crônico de antagonista gera uma adaptação do


neurônio pré-sinaptico:
A contração muscular esquelética 1. Um potencial de ação ocorre no axônio de um neurônio motor alfa.

2. A ACh é liberada pelo terminal axonal do neurônio motor alfa na junção


neuromuscular.

3. Os canais dos receptores nicotínicos (ionotrópicos) abrem-se, permitindo o


influxo de Na+, e o sarcolema pós-sináptico despolariza (PEPS).

4. Os canais de sódio dependentes de voltagem no sarcolema são abertos e


um potencial de ação é gerado na fibra muscular, o qual se espalha pelo
sarcolema.

A despolarização do sarcolema se propaga da superfície para o interior da


fibra através dos túbulos-T. Junto aos túbulos se encontram as cisternas do
retículo sarcoplasmático formando uma estrutura denominada Tríade. Na
membrana dos túbulos se encontram proteínas integrais que a transfixam
chamadas Proteínas DHP por terem afinidade por dihidropiridina.

A despolarização do túbulo T induz a alteração da conformação das proteínas


DHP, os seus canais são abertos efluindo cálcio do retículo para o citoplasma
da fibra muscular.

---------------------------------------////////////////////////---------------------------------

Excitação
O filamento fino é constituído por actina filamentosa (Act-F), que é formada
por dois filamentos de actina globular (Act-G) entrelaçados, por
Tropomiosinas fixadas sobre Act-F por e Troponina. A Troponina é composta
de três subunidades chamadas Troponina C (que tem afinidade por Cálcio,
TnC), Troponina I ou A (TnI) cujo possui afinidade com a actina, e, Troponina
T (TnT) se conecta com a tropomiosina.

O filamento grosso é constituído por moléculas de miosina, na qual as


extremidades se encontram duas cabeças globulares

Contração

A contração somente será possível caso íons de cálcio


(Ca2+) sejam exportados dos retículos sarcoplasmáticos
e façam uma ligação a troponina C, sendo que esta
movimenta os filamentos de tropomiosina,
desbloqueando os sítios de ligação entre actina e
miosina.
1. O Ca2+ liga-se à subunidade da troponina C.

2. A tropomiosina muda de posição e os locais de ligação da miosina com a


actina ficam expostos (os sítios de ligação Tropomiosina-actina são
afastados).

3. As cabeças da miosina têm atividade atpásica (hidrolisam ATP em ADP + P)


quando possuem adp, possuem alta afinidade com a actina e se os sítios
estiverem próximos, conectam-se, gerando a contração.

Numa reação que envolve a hidrólise de ATP, tem-se o deslizamento dos


filamentos finos em relação aos filamentos grossos, com consequente
encurtamento dos sarcômeros (aproximação dos discos Z), ou seja,
contração. A "busca" de novo ATP pela cabeça de miosina faz com que ela se
desligue da actina provocando um relaxamento muscular.

Quando atp está conectado a miosina, a afinidade diminui e as proteínas se


separam

Rigor Mortis –

Horas após a morte, os músculos se contraem. Como não há reposição de


ATP, estes músculos permanecem contraídos já que não há "desligamento"
do binding actina-miosina.

Ou seja, ADP+P = afinidade entre miosina+actina

ATP = falta de afinidade, relaxamento

Relaxamento

1. Quando os PEPSs deixam de ocorrer, o sarcolema e os túbulos T retornam


ao seu potencial de repouso.

2. O Ca2+ é sequestrado pelo RS por uma bomba dependente de ATP


(transporte ativo, já que vai contra o gradiente de concentração)
3. Devido a diminuição da concentração de ATP, os locais de ligação da Músculo liso:
miosina na actina são cobertos pela tropomiosina. Impedindo a ligação da
Noraepinefrina interage com com GPCR Gq/11.
actina e logo provocando o relaxamento
Culmina na ativação da enzima PLC (Fosfolipase C) que degrada o fosfatidil
Agora você pode entender por que a morte provoca enrijecimento dos
inositol 4,5 bifosfato (PIP2) presente na membrana. Gerando 2 produtos:
músculos, uma condição conhecida como rigor mortis. A falta de ATP nas
células musculares impede o desligamento das cabeças de miosina com a 1,4,5 trifosfato de inositol (IP3) e 1,2 diacilglicerol (DAG).
actina. O resultado é a formação de ligações permanentes entre os
filamentos grossos e finos
O IP3, se liga a receptores específicos no retículo endoplasmático e
mitocôndrias, promovendo a liberação de Ca+2 no citosol.

O DAG fica associado à membrana plasmática devido à sua estrutura


hidrofóbica, tendo a função de ativar a proteína cinase C (PKC), uma enzima
ligada à membrana plasmática que promove a fosforilação em diversas
proteínas intracelulares.
O aumento do Cálcio intracelular, faz com que o Ca2+ se ligue na
calmodulina, formando o complexo CA-CAM.O complexo ativa a quinase de
cadeia leve da miosina (MLCK– myosin light chain kinase), ativando-a.

A MLCK fosforila a MLC (MLCK + ATPADP + MLC+ P)

A MLC fosforilada interage com a actina, formando pontes


cruzadas de actina-miosina, processo que dá início à
contração da célula muscular lisa vascular.

DAG também pode fosforila a MLC.

PKC também

Enzima Adenilato ciclase (AC) é ativada. utiliza ATP para a produção AMPc
(Adenosina Monofosfato cíclico)
Relaxamento de musculo liso:
O aumento na concentração de AMPc intracelular culmina na ativação da
Proteina Gs
proteína cinase dependente de AMPc (PKA).
 A PKA, fosforila canais de Potássio (K+): sai mais K+ da célula, MOVIMENTOS REFLEXOS (baixa complexidade)
levando a hiperpolarização. Se a célula hiperpolarizar, os canais de
cálcio voltagem dependentes deixarão de se abrir, e dessa forma - Evocados por estímulos específicos
não entrará cálcio na célula. Sem o cálcio, a célula muscular lisa - Estereotipados e Inatos (Não dependem de experiência prévia)
não se contrai, provocando o relaxamento.
 Fosforila a SERCA ( sarco/endoplasmic reticulum Ca2+-ATPase), - Podem ser condicionados
uma enzima que se localiza no retículo sarcoplasmático e tem a
função de retirar cálcio do citoplasma e colocá-lo no retículo
sarcoplasmático utilizando ATP como moeda energética.
 Mas O principal mecanismo de ação do AMPc no relaxamento do
músculo liso vascular é pela fosforilação via PKA, da quinase da
cadeia leve da miosina c

O relaxamento consiste em uma série coordenada de etapas, que atua para


desfosforilar (portanto, inativar) a miosina-CL,

PKA:

A PKA no músculo estriado= fosforilação de canais de cálcio voltagem


dependentes: Ao fazer isso, os canais se abrem, entra mais cálcio na célula
muscular cardíaca e ela pode se contrair melhor. Efeito final=contração.
PKA no músculo liso: Diminui a concentração de Ca2+, provocando o
relaxamento.

A proteína Gs é, como vimos, excitatória (provoca contração) para o músculo


cardíaco, mas inibitória para o músculo liso.
Já a proteína Gi é inibitória para o músculo cardíaco, mas é excitatória para o
músculo liso.

* O Viagra (sildenafil) é um inibidor de fosfodiesterase: ele atua deixando os


níveis de AMPc altos, o que provoca maior ativação da PKA.
A contração muscular resulta das ações individuais e combinadas de
unidades motoras. Por exemplo, o bíceps e o tríceps formam um par
antagonista que regula a posição do antebraço. Se o músculo bíceps estiver
relaxado ou se o músculo tríceps estiver contraído, o antebraço é estendido.

Os neurônios motores inferiores são controlados por sinapses no corno


ventral. Existem apenas três fontes principais de entradas para um neurônio
motor alfa.

 A primeira são células ganglionares da raiz dorsal com axônios


provenientes de um dispositivo sensorial especializado no interior do
músculo, conhecido como fuso muscular. Essa entrada fornece um
sinal de retroalimentação, informando o comprimento do músculo.
 A segunda fonte provém de neurônios motores superiores
localizados no córtex cerebral motor e no tronco encefálico. Essa
entrada é importante para o início e para o controle do movimento
voluntário
 A terceira e maior delas deriva de interneurônios da medula
espinhal. Essa entrada pode ser excitatória ou inibitória e faz parte
da circuitaria que gera os programas motores espinhais.

O sistema nervoso usa vários mecanismos para controlar a força da


contração muscular de uma forma gradual e precisa. A primeira forma de
controle da contração muscular pelo SNC é variando a taxa de disparo dos
neurônios motores. O neurônio motor alfa comunica-se com a fibra
muscular, liberando o neurotransmissor acetilcolina (ACh) na junção A segunda maneira pela qual o SNC gradua a contração muscular é
neuromuscular, a sinapse especializada entre o nervo e o músculo recrutando unidades motoras sinérgicas adicionais. A tensão extra provida
esquelético pelo recrutamento depende de quantas fibras musculares há nessa unidade.
Nos músculos antigravitacionais da perna (músculos que se opõem à
gravidade quando se fica de pé), cada unidade motora tende a ser rapidamente em exaustão quando estimuladas em alta frequência por longos
relativamente grande, com uma média de inervação de mais de mil fibras períodos.
musculares para um único neurônio motor alfa. Em contrapartida, os
Assim, existe um tipo de unidade motora lenta que contém apenas fibras
músculos menores que controlam os movimentos dos dedos das mãos e a
vermelhas lentamente fatigantes, e existem dois tipos de unidades motoras
rotação dos olhos são caracterizados por terem uma razão de inervação
rápidas, cada uma contendo fibras brancas, ou FR ou FF
muito menor, como até três fibras musculares por neurônio motor alfa. Em
geral, os músculos com uma maior quantidade de pequenas unidades
motoras podem ser mais finamente controlados pelo SNC.

AS FIBRAS MUSCULARES
Diferentes tipos de fibras:

As fibras musculares vermelhas (escuras) são caracterizadas por uma grande


quantidade de mitocôndrias e enzimas especializadas para o metabolismo
oxidativo energético. Às vezes chamadas de fibras lentas (S), elas são
relativamente lentas para contrair, mas podem sustentar a contração por um
longo tempo sem fadiga. São normalmente encontradas nos músculos
antigravitacionais das pernas e do tronco.

Em contrapartida, as fibras musculares claras (brancas) contêm poucas Correlação Clinica:


mitocôndrias e utilizam principalmente o metabolismo anaeróbio (sem
oxigênio). Estas fibras, às vezes chamadas de fibras rápidas (F), contraem de A esclerose lateral amiotrófica (ELA) é uma doença particularmente cruel.
forma rápida e poderosa, mas também fadigam mais rapidamente do que as ngo de 1 a 5 anos, todo o movimento voluntário é perdido. Andar, falar,
fibras lentas. As fibras rápidas podem ser ainda divididas em dois subtipos: engolir e respirar vão gradualmente se deteriorando. A morte geralmente é
fibras resistentes à fadiga (FR), que geram contrações moderadamente fortes causada pela falha dos músculos respiratórios. A ELA é relativamente rara,
e rápidas e são relativamente resistentes à fadiga; fibras facilmente fatigáveis
afetando em torno de uma em cada 20 mil pessoas.
(FF), que geram as contrações mais fortes e rápidas, mas entram
a patologia associada à ELA é a degeneração dos grandes neurônios No nível mais baixo, a retroalimentação sensorial é utilizada para manter a
motores alfa. postura, o comprimento e a tensão muscular, antes e após cada movimento
voluntário
Muitos pacientes com ELA apresentam níveis elevados de glutamato em
seus líquidos cerebrospinais. A excitotoxicidade é apontada como a causa
da alta incidência incomum de ELA na Ilha de Guam, que ocorreu antes da
O movimento balístico: uma vez iniciado, não pode ser alterado é muito
Segunda Guerra Mundial. Foi sugerida uma causa ambiental, que pode ter
rápido para ser ajustado por retroalimentação sensorial.
sido a ingestão de nozes cicadáceas, que contêm um aminoácido
excitotóxico. Além disso, estudos indicam que na ELA um transportador de Esse movimento, porém, não ocorre na ausência de informação sensorial. A
glutamato pode estar defeituoso, provocando, portanto, uma exposição informação sensorial prévia ao início do movimento foi crucial para decidir
mais prolongada dos neurônios em atividade ao glutamato extracelular. quando iniciar o arremesso. E a informação sensorial durante o movimento
também é importante, não necessariamente para o movimento em questão,
Um subproduto tóxico do metabolismo celular é a molécula carregada
mas para melhorar movimentos similares subsequentes
negativamente O2 – , chamada de radical superóxido. Os radicais
superóxidos são extremamente reativos e podem provocar danos celulares
irreversíveis.

A GERAÇÃO DE PROGRAMAS MOTORES ESPINHAIS PARA A


LOCOMOÇÃO:
O sistema motor central está organizado em níveis hierárquicos de controle,
com o prosencéfalo no topo e a medula espinhal na base.

No nível mais alto, a informação sensorial gera uma imagem mental do corpo
e sua relação com o ambiente.

No nível intermediário, as decisões táticas baseiam-se nas memórias das


informações sensoriais de movimentos passados.

Você também pode gostar