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QUESTÕES FISIOLOGIA CARDIACA

ELETRODINAMICA
01) Como se da a concentração de íons Na, K e Ca no corpo humano?
Na+ > no meio extracel (íon despolarizante)
K+ > no meio intracel (íon repolarizante)
Ca++ > no meio extracel (íon despolarizante)

02) As células do coração assim como os neurônios são excitáveis (autodespolarizam), dessa forma, quais
são os dois tipos de potencial de ação em células cardíacas?
Resposta rápida: miocitos, fibras de purkinje (musculares)
Resposta lenta: células nodais

03) A fase rápida é composta por 5 fazes (de 0 à 4), quais são elas?

Fase 0  fase de despolarização ou ascendente


Está relacionado ao influxo de Na para dentro da célula por canais de
cálcio voltagem dependente, (que podem ser bloqueados pela TTX e
fármacos anti arritmias) que abrem e inativam abruptamente com o
estimulo de despolarização. No meio da fase de despolarização abrem os
canais de Ca lentos voltagem dependente (tipo L). Eles se abrem a
medida que a VM se torna menos negativa. (entra Na > Ca )

Fase 1  Repolarização precoce


Com a inativação dos canais de Na, abrem-se os de K ito –
voltagem dependentes para fora (para que os íons de K saiam da
célula) repolarizando precocemente a célula, uma vez que há
maior condutância ao K do que ao Ca que ainda está entrando
lentamente na célula, até que ambos se igualem. (entra K > Ca,
depois K = Ca)
OBS condutância: capacidade de permitir a passagem de tal íon

Fase 2  Fase de Platô


Ao se igualarem as condutâncias de K e Ca, há um equilíbrio de cargas, ou seja, o potencial de membrana
fica estável. Durante a parte constante da fase 2, o influxo de Ca é contrabalanceado pelo efluxo de K ( via
canais que conduzem correntes ito, ik, ikl.) A ito é a responsável pela fase 1 e só se inativa ao final da fase 2.
(A fase de platô é diferente nas células atriais e ventriculares). Com a entrada de cálcio a Voltagem de
Membrana (VM) fica positiva, ao nível de atingir o limiar de despolarização novamente. Entretanto a
condutância de K subitamente diminui devido a retificação para dentro (canais ikl e ik, retificadores tardios
– dois tipos: iKs lento e iKr rapido), ou seja, canais que colocam K
para dentro, contra seu gradiente que seria para fora, uma vez que
tem mais K dentro da célula.
Fase 3  Repolarização
O processo de repolarização final começa ao final da fase 2,
quando o efluxo de K começa a exceder o influxo de Ca. Há três
correntes de K que atuam na fase 3. A corrente de efluxo (ito) e
as de retificação tardias ajudam (ikr e iks) a inicia a repol. Os
canais de Ikl contribuem, não para o inicio da repol, mas para sua
velocidade. Enquanto isso, os canais de Ca estão inativos.

Fase 4  Restauração das concentrações Iônicas


A bomba de sódio e potássio (Na/K) coloca o sódio que entrou na despol para fora, assim como o excesso
de íons Ca que entrou, que sai pelo antiporte de Na/Ca e pela bomba de Calcio. Não há canais de Na nem
Ca abertos nessa fase, somente vazadores de K sempre abertos.

04) Qual a ação da tetrodotoxina (TTX) e fármacos contra arritmias em relação a fase 0 (despolarização)?
A ttx e os fármacos antiarrítmicos atuam no bloqueio dos canais de Na+ voltagem dependente, ou seja,
não há mais a abertura e o influxo de íons sódio, não ocorrendo a despolarização da célula cardíaca

05) Qual a importância do íon cálcio para a célula muscular cardíaca?


O íon cálcio é muito importante porque é o responsável pela forca de
contração. Essa se inicia com a entrada de cálcio na célula na fase 0 e
seu pico é na fase 2, onde tem mais canais de Ca abertos.

06) O que causa o Potencial de Ação prolongado e o Platô na célula


muscular cardíaca, diferentemente da muscular esquelética?
São duas grandes diferenças nas características de membrana das células que explicam isso. Primeiro, a
presença de diferentes canais de Na+. O potencial de ação do musc esquelético é causado quase que
inteiramente pela abertura subta de canais de Na rápidos, o que permite que uma grande quantidade de
íons entre em pouco tempo. Após o fechamento desses canais ocorre a repolarização em
aproximadamente 1ms. No músculo cardíaco, alem dos canais de Na rápidos, há a presença de canais
lentos, que, diferente dos anteriores, abrem mais lentamente e fecham-se mais lentamente, permitindo
que muito mais íons Na entrem na célula. Assim, há o aumento do período de despolarização e a fase
platô.
Alem disso, a entrada de íons Calcio durante a fase platô permite a contração muscular, diferentemente do
musc esq. onde, os íons cálcio são provenientes do reticulo sarcoplasmático. O segundo fator é que a
célula cardíaca tem a permeabilidade ao íon K reduzida após o inicio do PA, ou seja, os íons K não saem da
celula tão rápido quanto na esquelética, impedindo a repolarização rápida da cel cardíaca.
07) Qual a diferença da fase de Platô na célula muscular atrial e ventricular?
As células ventriculares são levemente despolarizantes, porque tem mais canais de cálcio em sua
membrana, assim, entra-se mais cálcio, conferindo maior força de contração para a célula. As células
atriais têm platô estável ou repolarizante.

08) Qual a diferença do período refratário na célula cardíaca e qual a vantagem?


O período refratário é o período no qual a cel cardíaca não pode ser excitada por já estar com seus canais
de Na inativados. O PRA e o PRR são muito mais longos na cel do coração, o que impede esse órgão de
entrar em titânia e fadiga.

09) Quais são os canais de K+ abertos em cada fase da resposta rápida?


Fase 0: não há canais de K abertos
Fase 1: canais transitórios para fora, não o tempo todo. (Ito- voltd.)
Fase 2: corrigir o excesso da entrada de Ca, impedindo que o potencial de membrana fique positivo e
despolarize de novo. Ainda presença de ito ativo (inativa no final da 2) e correntes ik para dentro começam
ao final da 2(voltd.)
Fase 3: retificadores para fora (ik) tipo lento e rápido iks e ikr
Fase4: canais sempre abertos de K, que se fecham com a despolarização.

10) Por que a célula cardíaca não hiperpolariza como no músculo esquelético?
Porque na fase 3 (repolarização) há a presença de canais de K retificadores para dentro, que impedem a
hiperpolarização, o que é vantajoso uma vez que facilita o próximo PA.
11) Como se da a Resposta Lenta?
A resposta lenta acontece nas células nodais (sinoatrial e
atrioventricular). A principal diferença, é que as células nodais
não são despolarizadas pelo íon sódio, e sim, o íon cálcio. Tudo começa com a despolarização do nodo
sinoatrial (NSA), aonde o PA abre canais de cálcio, promovendo a fase 0. No final da fase 3 (e ao longo da
4), há a abertura de canais Funny, grandes canais de sódio que permitem, também, a passagem de
potássio. Eles são voltagem dependentes, e colocam k para fora auxiliando a repolarização. A partir de
certo ponto, esse canal para de colocar K para fora e coloca Na para dentro. Esse caráter dual confere a
célula o caráter autodespolarizante,
e o caráter levemente despolarizante (entrada de na) da fase 4. A partir disso surgem outras diferenças
como: a fase 0 menos íngreme, a ausência de fase 1 e 2, a fase 4 é levemente despolarizante.

12) Qual a influencia das vias simpáticas e parassimpáticas na contração cardíaca?


Essas vias não interferem na contração cardíaca e sim na frequência cardíaca, aumentando ou diminuído-a.

13) Quais fatores afetam a contratilidade cardíaca?


Aumentam a frequência: estimulo simpático (catecolaminas: norepinefrina), agonista beta-adrenérgico,
antagonista muscarínico, hiperparatireoidismo.
Diminuem a frequência: estimulo parassimpático (acetilcolina), agonista muscarinico, beta-bloqueador,
isquemia (as cels se rompem liberando K intracel), bloqueador de canal de Ca ou Na.

14) Como a Hipercalemia afeta o Potencial de Ação?


Para a célula repolarizar é preciso que o K presente no interior da célula saia. Com muito K no meio
extracelular, os íons ficam presos no interior, ou seja, o acumulo de íons positivos dentro da membrana
celular deixam a célula parcialmente despolarizada, diminuindo a amplitude do PA.
ELETROCARDIOGRAFIA

Quando o impulso cardíaco passa pelo coração, uma corrente elétrica se propaga do coração para
os tecidos adjacentes, e uma pequena parte também se propaga até a superfície do corpo. Essa corrente
pode ser medida através de eletrodos do eletrocardiograma (ECG) colocados sobre a pele, que registram o
potencial elétrico gerado por essas correntes.

 AS ONDAS DO ECG NORMAL

O ECG normal é composto pela onda P, pelo complexo QRS e onda T. A onda P é produzida pelo potencial
elétrico gerado na despolarização atrial (antes do átrio se contrair). O complexo QRS é gerado quando os
ventrículos se despolarizam, também antes de sua contração. A onda T é a onda repolarizante, pois ocorre
enquanto o ventrículo está se restabelecendo do estado de despolarização, segundos após a mesma.

 O CAMINHO PERCORRIDO PELO ESTIMULO DESPOLARIZANTE

O inicio do impulso começa no Nó Sinoatrial (NSA), por ser auto despolarizante


(devido aos canais funny), disparando em alo circular nas células que circundam o coração
propagando do átrio direito (parte de cima) para o sentido esquerdo baixo. Passa de um
átrio para o outro pelo feixe de Bachman, despolarizando o átrio esquerdo.
Esse impulso chega, então, ao Nó Atrioventricular (NAV), que
inibe os disparos anteriores para que esses que despolarizaram as células atriais não
despolarizem as células ventriculares também, sendo, por isso, o marca-passo do
ventrículo.
Pouco tempo depois da despolarização o ventrículo contrai. A
despolarização ventricular não é celula a celula, porque o NSA fez uma
onda de bloqueio local, transmitindo o impulso somente pelo feixe de HIS, que passa a
ser uma condução mais lenta, permitindo que o ventrículo
encha e feixe suas câmaras.
Após isso, chegam as células de purkinjie, que são parecidas com as neurais, e juntas por
GAP. A condução pelas fibras de purkinjie são relativamente mais rápidas que as do
feixe de his.
RELEMBRANDO
O que são os canais funny? São
grandes canais de sódio voltagem dependentes que
permitem, também, a passagem de potássio. Quando a cel
está mais despolarizada, ele faz com que ela volte ao
repouso, e quando está em repouso ele promove a
despolarização. Se abrem ao final da fase 3 promovendo a
saída de K, e continuam abertos na fase 4, agora
colocando Na para dentro, o que promove a
despolarização, ate chegar o limiar de excitabilidade,
abrindo canais de Ca voltagem dependente.

PARA A LEITURA DO ELETRO


Cada 10 linhas horizontais no papel de registro,
correspondem a 1mv. Acima da linha de base são valores positivos, e abaixo, negativos. As linhas verticais
são as linhas de calibragem do tempo, cada quadradinho pequeno corresponde a 0,04s.

 ENTENDENDO AS ONDAS E OS INTERVALOS

Onda P: despolarização atrial, que leva à contração atrial (sístole atrial).


Intervalo PQ: corresponde ao atraso fisiológico na condução da onda elétrica gerada na despolarização
atrial dentro do nó av. enchimento do ventrículo.

Obs: enquanto isso o atrio repolariza mas está oculto porque o complexo QRS é mais representativo que
ele.
Intervalo ST: ventrículo relaxa (despolarizado)
T- repolarização ventricular
Intervalo QT: tempo que leva para o ventrículo despolarizar e relaxar

O complexo QRS: despolarização ventricular – antes da contração ventricular

 PROBLEMAS SIMPLES DO ELETROCARDIOGRAMA

Não tem onda P: não despolariza o átrio, logo, o mesmo não contrai. Obs: o átrio só bombeia 15 -20% do
sangue para o ventrículo.

Complexo QRS largo: significa (genericamente) o bloqueio de um dos ramos de condução

Onda T e P próximas: maior frequência, taquicardia

Ondas T e P afastadas: bradicardia


 ELETRODOS DO ELETROCARDIOGRAMA

Eletrodo do braço direito ( - )  porque ele mede a onda se afastando dele

Eletrodo do pé esquerdo ( + )  porque mede a onda se aproximando dele

Eletrodo do braço esquerdo ( o )  neutro, porque ele mede a onda se afastando e


se aproximando dele

Eletrodo do pé direito (terra)  não tem a ver com vetorial

OBS: INFARTO NO ECG

Uma das principais causas de infarto é a isquemia. Com a


ausência de oxigênio, as células entram em apoptose e lise,
liberando seu conteúdo intracelular, causando processo
inflamatório. O ion mais concentrado é o K, o que irá
causar uma hipercalemia local, logo, mais potássio no meio
extracelular dificulta a repolarização celular, nas que estão
vivas. Ou seja, a célula fica mais despolarizada em repouso,
mais positiva. Pode-se observar um supra nivelamento ST

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