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Deteção, seleção e incentivo de talentos

Talento: “aptidão digna de nota, natural ou adquirida, física ou intelectual para o


desempenho ou exercício de uma ocupação”
 Talento motor: crianças que possuem um bom reportório motor, movimentos
fluidos e seguros e que rapidamente aprendem.
 Talento para o desporto: individuo acima da média na disponibilidade para os
programas de treino e na capacidade desportiva geral ou em certos desportos.
 Talento num único desporto: potencial ou elevado grau de dotação para a
obtenção de elevados rendimentos num dado desporto.
Características comuns e essenciais:
 Interesse e empenhamento na área de excelência escolhida;
 Vontade de realizar um trabalho intenso para obter elevada expressão na
atividade escolhida;
 Capacidade e facilidade de aprendizagem.
Um talento desportivo:
 Corresponde a um grau de dotação para obter elevadas prestações na
estrutura multifacetada do rendimento;
 É um individuo que apresenta fatores endógenos especiais os quais sob
influência de condições exógenas ótimas, possibilitam prestações desportivas
elevadas.
Deteção de talentos: identificação do talento entre vários desportistas, efetuada pelas
instituições competentes a diferentes níveis, para favorecer o desenvolvimento do
talento desportivo.
 Para identificar:
 Relações com os requisitos de prestação ao mais alto nível;
 Instrumentos e métodos adequados a uma correta avaliação.
 Critérios de identificação de talentos:
 Os critérios dependem da especificidade de cada modalidade.
 Ex:
Futebol: Natação:
 Capacidade aeróbia  Capacidade aeróbia
 Capacidade anaeróbia  Capacidade anaeróbia
 Coordenação  Densidade corporal
 Resistência à fadiga  M.S compridos
 Resistência ao stress  Pés compridos
 Inteligência tática  Diâmetro biacromial

Seleção de talentos: decisão relativa à formação e à entrada em competição de um


desportista numa certa modalidade num determinado momento por período
atribuído.

 Via natural: por influência do meio e/ou por coincidência, acontece uma
descoberta individual da modalidade para a qual o talento melhor se adequa.
 Via científica: através de métodos de prospeção seletiva de crianças e de jovens
que possibilitem a comprovação de existência de habilidades naturais para um
dado desporto.
Quem selecionar?
 Crianças e jovens que apresentam um conjunto de capacidades e qualidades
que permitam admitir uma probabilidade elevada de obter ótimas prestações
desportivas.
Processo de seleção de talentos
 É importante ter em conta:
- Um modelo de rendimento superior;
- O grau de maturação do atleta;
- As capacidades bio fisiológicas;
- A influência do meio;
- A influência do genótipo;
- O caráter psicológico;
- O modelo técnico e tático da modalidade.
Etapas seleção desportiva:

Incentivo de talentos: medidas que devem ser tomadas com desportistas jovens e
dotados no sentido de desenvolver aptidões e técnicas especificas numa modalidade.

Para o incentivo de talentos:


 É essencial promover o reportório motor no processo de aprendizagem através
de exercícios fundamentais, com múltiplas valências, alicerces e divertidos.
 Os princípios de treino refletem-se na competição e as exigências da
competição determinam o conteúdo, o voluma e a intensidade do treino.
 É desejável a colaboração entre as instituições escolares e os clubes
desportivos.
 Deve ser acompanhado por um processo pedagógico.
 Orientação para uma perspetiva de acesso à performance individual máxima.

Métodos de incentivo de talentos:


 Deixar desenvolver: através do jogo as crianças e os jovens aperfeiçoam as suas
capacidades desportivas.
 Reduzir a margem de liberdade: começar o mais cedo possível a impor as
cargas mais elevadas.
 Pluralidade deliberada: da pluridisciplinaridade para a especialização, da
formação geral para os conteúdos de treino específicos.
O desenvolvimento do talento:
o Processo de transformação ativa com um acompanhamento pedagógico
controlado pelo treino, dando as bases para o alto nível de performance.
o Não está comprovado que a participação precoce no treino desportivo seja
crucial para o sucesso no futuro.
o Mas existem períodos críticos para as aquisições motoras, dependentes da
maturação, das experiências disponibilizadas e da motivação intrínseca.

Promoção e orientação de talentos:


o Promoção: conjunto de medidas de enquadramento técnico, pedagógico,
médico, tecnológico e social, fundamentais para o desenvolvimento das
capacidades motoras e desportivas dos jovens talentos.
o Orientação: processo sistemático de orientação para a especialização
desportiva, de acordo com as potencialidades do desportista e do
desenvolvimento de fatores fundamentais para a sua prestação.

Quando aparece um talento?


 Referências para que possa perspetivar a obtenção futura de níveis de alto
rendimento, evitando assim, caracterizar como talento os melhores dos menos
maus;
 Um talento apenas se pode revelar ou confirmar ao longo do processo de
preparação, logo, o processo de seleção não é isolado do processo de
preparação;
 Muitas vezes um praticante evidencia-se dos restantes apenas porque o seu
processo de maturação física está mais adiantado;
 A um praticante que apresente aptidões acima da média, deve ser
proporcionado enquadramento e preparação de acordo com as suas superiores
potencialidades.

Treinar um talento:
 Avaliar as potencialidades e não apenas os resultados/classificações;
 Apesar das aptidões acima da média de um praticante, respeitar as
características do treino de cada etapa de formação;
 Estar consciente da insegurança das previsões que são feitas nestas idades;
 Evitar expectativas demasiado elevadas e combater essa tendência no
praticantes, pais e dirigentes;
 Evitar o elogio fácil e em excesso, face aos resultados em competição;
 Manter um relacionamento justo e imparcial com esse praticante, sem
transmitir aos restantes a ideia que existe uma situação distinta e privilegiada
do referido jovem;
 Admitir as situações de mudança de escalão, se esta passagem vier em
benefício da progressão do praticante e nunca por outros tipos de interesses;
 Possibilitar a inclusão desse praticante em grupos especiais de treino que
melhor respondem às exigências de preparação, que lhe devem ser
proporcionadas (ex: seleções).
Especialização precoce VS Preparação desportiva precoce
Especialização: visa o curto prazo, espremer o miúdo para o rendimento
Preparação: visa o futuro, dar alicerces necessário para o atleta em que modalidade
for tenha sucesso no futuro

Especialização precoce: treino crianças e adolescentes com o sentido de potenciar a


sua formação desportiva especializada, e com isso, obter resultados num determinado
desporto ou modalidade desportiva de uma forma rápida.

 Potencialização dos jovens para se atingir resultados desportivos...


 Preparação dos praticantes orientada e potencializada de forma unilateral
(trabalha-se apenas um lado dos membros) prematuramente;
 Regimes de treino com um elevado ritmo no incremento das cargas;
 Treino com uma grande componente de intensidade e especialidades de um nº
limitado de gestos técnicos;
 Visa a rápida obtenção de resultados;
 Limita a evolução posterior;
 Reduz o tempo de atividade desportiva;
 Pode impedir a chegada ao alto nível;
 Esgotam prematuramente a sua capacidade de prestação
 Abandono prematuro da atividade

A obsessão pelo fascínio da vitória e tudo o que a rodeia tem vindo a provocar
especializações de indivíduos em idades cada vez mais baixas.

Razões que conduzem a uma especialização precoce:


 Modelos de referência para a preparação dos jovens, orientados segundo os
modelos dos adultos;
 A vitória como principal referência de sucesso para pais, dirigentes, publico em
geral e para os próprios treinadores;
 Os interesses e as motivações dos adultos sobrepõem-se aos dos praticantes,
retirando as oportunidades de desenvolvimento pessoal, de integração e da
sua autoestima;
 Valorização do sucesso da ação e da classificação final obtida deixando para 2º
plano o ensino da execução correta dos elementos fundamentais da
modalidade;
 Comportamento e as atitudes dos espectadores e acompanhantes das
competições dos mais jovens semelhante ao das competições dos adultos

Consequências da especialização precoce:


 Atrasos no crescimento e desenvolvimento;
 Hipertrofia muscular excessiva,
 Processo de ossificação prematura;
 Traumatismo epifisário, articulares, ligamentares e tendinosos;
 O coração as articulações e a coluna vertebral são afetadas de modo
duradouro;
 Passa-se do acidental ao crónico;
 Aparecem perturbações psicológicas;
 Provoca a destruição prematura do organismo;
 Danos com consequências irreversíveis;
 Este “crimes” por vezes só se revelam a longo prazo;
 Os melhores resultados são obtidos aos 15/16 anos;
 Maior risco de lesão;
 Inconsistência do desempenho de competições;
 Desenvolvimento...

Motivos de abandono precoce:


 Organização muito rígida do treino;
 Cargas excessivas e monótonas;
 Estagnação dos resultados;
 Insucesso nas competições;
 Saturação do treino;
 Aversão à prática desportiva;
 Problemas escolares e familiares resultantes da preparação intensa;
Casos de especialização precoce:
 O problema não é só o grande número de horas de treino semanal;

Preparação precoce: aprendizagem e aperfeiçoamento de habilidades fundamentais


e de cariz multilateral (vários estímulos de várias ordens, várias modalidades) em
idades baixas, independentemente da natureza ou características da especialidade
desportiva.

“Processo permanente que começa cedo na vida de uma criança e acaba tarde numa
fase avançada na carreia desportiva”

 Formação multilateral com reflexos a longo prazo no rendimento


 Processo pedagógico unitário de formação e educação no treino desportivo;
 Treino com uma orientação multivariada;
 Não pretende criar as condições para os êxitos imediatos
 Deve ser realizado através de cargas d treino de carater multilateral

Necessidades de preparação precoce

 Primado da preparação multilateral sobre preparação especializada


 Adequar o treino à idade biológica dos praticantes
 Assegurar a preponderância de desenvolvimento das técnicas desportivas
sobre o aumento da capacidade funcional do organismo

Benefícios de uma preparação precoce:


 Desenvolvimento multilateral do individuo;
 Criação de uma alfabetização motora;
 Período ideal para o desenvolvimento das capacidades coordenativas (ponto de
vista qualitativo do gesto);
 Criação de hábitos desportivos;
 Combate ao sedentarismo;
 Desenvolvimento social do individuo;
 Contacto e aceitação das regras.

A preparação desportiva precoce torna se assim uma necessidade contemporânea (de


hoje) perante um quotidiano infantil e juvenil empobrecido de estímulos motores.

Características dos treinadores da preparação precoce:


 Treinadores pacientes, pouco preocupados em espantar o grande público com
os palmarés das crianças;
 Investem numa formação geral a longo prazo, não intensiva;
 Introduzem progressivamente a especialização;
 O desenvolvimento equilibrado dos seus alunos permite depois, duráveis
performances de adultos;
 Os atletas ignoram o desgaste prematuro e a saturação precoce.

Especialização Precoce Estimulação Precoce

 Estimulação e
desenvolvimento para o  Estimulação de acordo com
resultado; as necessidades biológicas
VS da criança;
 Orientação educativa para o
imediato;  Desenvolvimento
 Limita a evolução multilateral/global;
progressiva e leva ao  Longo prazo.
abandono precoce.
.

Quando iniciar a especialização?


Indicadores a ter em conta:
 O desenvolvimento físico e psíquico do individuo nas fases evolutivas;
 A idade, a partir dos estudos retrospetivos, em que os atletas de alto nível
iniciaram a sua preparação especializada;
 A reação do organismo da criança às cargas especializadas;
Quando iniciar a preparação?
 Preparação desportiva iniciada nos 1ºs níveis de escolaridade em articulação
com a escola;
 Pelos melhores professores ou técnicos desportivos;
 Como referência axial a saúde física e mental da criança;
 O respeito pela sua individualidade biológica;
 A observância das particularidades de cada especialidade desportiva;
 Criação de condições para otimização do rendimento.

Idade cronológica VS Idade Biológica

O nível de maturação é um fator importante a ter em conta:


 Grande variabilidade nas idades cronológicas;
 Relativiza e dificulta a valorização do individuo;
Níveis de desenvolvimento maturacional:
 Na criança de desenvolvimento normal a idade cronológica e a idade biológica
coincidem;
 Na criança avançada

Avaliação maturacional:
 Consiste na determinação da idade biológica (escalões jovens) - fornece
informações sobre o estado de maturação óssea;
 Detetar atrasos maturacionais (causa de abandono precoce da atividade
desportiva;
 Predizer a altura na idade adulta.

Treino das capacidades nas crianças e nos jovens


Condição física: são um conjunto de atributos que as pessoas possuem ou adquirem e
que se relaciona com a capacidade de realizar uma atividade física. Na maiota dos
desportos a condição física é determinante
 Ocupa um lugar de destaque na estrutura de rendimento da generalidade das
modalidades desportivas; (maior parte das modalidades desportivas dependem
da condição física, ex: maratona depende mt da condição física, mas o tenis de
mesa depende mais da condição técnica)
 A sua relevância do perfil de exigências motoras de cada atividade desportiva;
 É o conceito que reúne, de forma complexa, as várias capacidades motoras
Treino da condição física:
 1º objetivo em si próprio, melhorar a condição física para melhorar a saúde e o
bem estra geral
 2º o treino das capacidades motoras é determinante na elevação de
rendimento numa modalidade;
 3º o aumento da coindicai física permite o aperfeiçoamento dos gestos
técnicos para níveis de execução de maior complexidade e eficiência;
 4º executar as técnicas e as ações táticas com maior velocidade, de forma
continua mantendo a qualidade do movimento apesar da fadiga.
Quais são as capacidades motoras?
 Capacidades condicionais (âmbito quantitativo): determinadas pelas
componentes energéticas, isto é, predominam os processos metabólicos nos
músculos e sistemas orgânicos. Dependem mais da capacidade de energia.
 Capacidades coordenativas (âmbito qualitativo): determinadas pelas
componentes onde predominam os processos de condução do Sistema
Nervoso central. Tem a com a qualidade do gesto. Ex: equilibrio
 Coordenativo – condicionais complexas: determinadas pelas componentes
energéticas e também predominam os processos de condução do SNC ex:
velocidade e flexibilidade.

Coordenativas: antecipação; diferenciação; ritmo; observação...


Capacidades coordenativas: devem ser desenvolvidas em idades mais baixas.
 Refletem a capacidade de executar movimentos de vários graus de dificuldade,
rapidamente, com grande precisão e eficiência, de acordo com os objetivos
específicos de treino. Combinação da coordenação com a precisão.
 Ações e reações precisas, variáveis e rápidas nas situações desportivas, para
dominar situações do movimento imprevistas ou difíceis, solicita uma
coordenação motora de qualidade.
 A coordenação:
 Geral: executar racionalmente várias habilidades motoras, sem relação com
a especialização do desporto;
 Especifica: executar vários movimentos no desporto selecionado,
rapidamente e perfeitamente, com facilidade e precisão.
 Assegurar a eficiência do trabalho conjunto de diferentes órgãos, sistemas ou
partes do corpo, orientados para a resolução de uma tarefa motora, ou seja,
até a níveis interno (órgãos) precisam de coordenação para a eficiência venha a
tona conseguir executar com pouco dispêndio de oxigénio ex: caixa torácica
bem desenvolvida.
 Assume uma função de condução e articulação de vários processos envolvidos
numa mesma ação.
 Assumida pelos processos sensório-motores da condução de movimentos e dos
mecanismos coordenativos neles contidos. A informação chega de forma visual
ou auditiva e damos uma resposta motora que o sistema nervoso dá para a
execução de determinado gesto técnico.
 Compete fazer convergir para o mesmo fim as várias funções orgânicas e
psíquicas;
 Articula as diferentes capacidades motoras, os vários músculos entre si (têm de
se coordenar, pois, estão vários músculos a contrair ao mesmo tempo), as
fibras musculares de um mesmo músculo, os vários segmentos corporais.

 Importância das capacidades coordenativas:


 A capacidade de coordenação é uma condição prévia do domínio de situações
motrizes que necessitam de uma ação rápida e dirigida para um objetivo. Se me
esquecer delas não posso exigir a qualidade do gesto.
 A habilidade é uma qualidade de grande importância para a prevenção de
acidentes (colisões, quedas, etc). Ex: rugby, um individuo mais coordenado
consegue fugir mais rapidamente a esse contacto físico
 O treino das capacidades coordenativas:
 É a prioridade das prioridades, na etapa inicial de formação;
 Influi no ritmo e consistência das aquisições técnicas e táticas;
 Influi também na condição física, através da economia energética que
proporciona ao gesto motor.
 Pressupostos do treino das capacidades coordenativas:
 O organismo encontra-se mais cedo preparado para o desenvolvimento da
coordenação motora do que para o desenvolvimento dos fatores
determinantes da condição física;
 A possibilidade da fácil aprendizagem é tanto mais desenvolvida, quanto
maior for o seu reportório motor;
 As capacidades de coordenação desenvolvem-se sob o signo da
complexidade, da diversidade e da continuidade;
 As falhas da capacidade de coordenação são o resultado de uma
insuficiente estimulação ao longo dos 1ºs anos de vida;
 A repetição frequente permite alcançar não só a aprendizagem do gesto,
mas também a precisão e a estabilização do movimento.
 Tipos de capacidades coordenativas:
 Capacidade de ligação: de movimentos de diferentes segmentos corporais, de
movimentos isolados orientados para o mesmo fim
 Capacidades de diferenciação:
 Coordenativo-condicionais complexas:
 Velocidade;
 Flexibilidade.
 Velocidade: é a capacidade de reagir com a maior rapidez possível a um estímulo e
realizar movimentos com diferentes resistências com a maior rapidez possível na
unidade de tempo.
 Fatores condicionantes da velocidade:
 Potência lática;
 Capacidade lática (no final dos 100m já esta a entear o acido lático e o
atleta consegue sobre grandes concentrações de acido lático ter um grande
desempenho);
 Força rápida reativa (partida dos blocos);
 Frequência gestual (capacidade gestual de em segundos levar o joelho na
corrida por exemplo);
 Amplitude gestual (e capacidade de ter a passada larga);
 Técnica.
 Tipos de velocidade (tem a ver com a genética e com a capacidade das fibras
brancas):
 Velocidade de reação- capacidade de responder o mais rapidamente a um
estímulo (período de latência). A velocidade de reação pode ser observada
entre um estímulo e a resposta correspondente. E está ligada diretamente à
predominância das chamadas fibras de contração rápida.

 Simples:  Complexa:
O estímulo é conhecido Para um determinado
e a ele corresponde estímulo é necessário
uma resposta também escolher a resposta de
conhecida. vários possíveis
Ex: partidas de Ex: JDC e desportos de
atletismo combate

Como podemos melhorar a velocidade de reação?


 Técnicas de treino mental aumentando a capacidade de concentração;
 Com o treino é possível reduzir as reações simples perante um sinal
acústico;
 A experiência motora do atleta;
 A observação do objeto que provoca o estímulo;
 Diminuir a dispersão através de exercícios eficazes;
 Antecipação do movimento.

 Velocidade de aceleração- é a capacidade de o atleta acelerar rapidamente


a partir da posição de repouso e alongar o período de aceleração. A
definição da carga para o seu desenvolvimento está ligada ao treino do
sistema aláctico (sistema anaeróbio e não forma ácido lático) e ao trabalho
de ritmo para as diferentes distâncias.
 Velocidade máxima (sprint)- a velocidade maximal ou velocidade de sprint
é caracterizada como a capacidade de o atleta se deslocar com um
dispêndio máximo de força a uma velocidade tão grande quanto possível.
Pode ser cíclica (natação) ou acíclica (futebol). Carga no âmbito do treino
anaeróbio.
 Velocidade de execução- é caracterizada pela rapidez de contração máxima
de um músculo ou de uma cadeia de músculos, durante um único gesto
técnico. O seu desenvolvimento é complexo, estando intimamente ligado à
força explosiva (combinação da força com a velocidade) cuja carga de
treino é definida neste âmbito.
 Velocidade de resistência- a velocidade de resistência é a capacidade de o
atleta resistir ao aparecimento da fadiga com cargas de intensidade
submaximal ou mesmo maximal. O seu desenvolvimento tem como
objetivo evitar que se produza uma quebra após a obtenção de velocidade
maximal. Mobilização do sistema anaeróbio láctico.

 Velocidade- diferentes fases/manifestações:

 Treino da velocidade com crianças e jovens:


 A velocidade máxima parece ser geneticamente ser determinada;
 O que não foi desenvolvido a tempo não é alcançável mais tarde

Necessidade do treino da velocidade o mais cedo possível.


 Idade pré-escolar:
 Enorme aperfeiçoamento nos movimentos de corrida;
 Excelente melhoria na velocidade de corrida;
 Recomendável grande variedade de exercícios de velocidade.
 6-10 anos:
 A frequência e velocidade dos movimentos sofre o mais alto incremento.
- Desenvolvimento do sistema nervoso (melhoria da condução nervosa).
- Eficácia das alavancas.
 Melhoria na velocidade de reação
 Exercícios simples de formação geral: circuitos, estafetas, etc
 10-12 anos:
 Diminuição do tempo de reação, aproximando dos valores adultos;
 Melhorias notáveis de desempenho perante treinos bissemanais (em
termos de velocidade);
 Realizar exercícios de reação que desenvolvam a velocidade de aceleração.
 12-14 anos:
 No final da puberdade o tempo de reação atinge os valores dos adultos;
 A frequência de movimentos atinge o seu ponto máximo entre os 13 e os
15 anos;
 Grandes ganhos de velocidade:
- Elevação dos níveis de testosterona;
- Aumento da capacidade anaeróbia (trabalhar com a capacidade de ácido
lático- mais perto dos 14 anos).
 Inicio do treino anaeróbio.
 14-16 anos:
 Pode-se iniciar o treino sem grandes restrições físicas e coordenativas;
 O treino corresponde ao treino dos adultos (com as devidas adaptações)

 Metodologia do treino da velocidade na criança e no adolescente:


 O treino deve começar muito cedo;
 O 1º e o 2º ciclo escolares constituem a melhor idade de aprendizagem
 O treino deve ser orientados para todos os domínios da velocidade
 Os dois componentes principais são a coordenação e a força
 Abordar a velocidade de um modo variado, divertido e lúdico
 No treino de velocidade cíclica, os tempos de carga devem ser no máximo entre
3-5 segundos;
 No treino de velocidade de aceleração a distância utilizada deve ser de 15-30
metros;
 No treino da velocidade máxima a distância utilizada deve ser de 20-30 metros
com partidas lançadas (já vem com movimento até à linha de partida, assim
que chega a ela é que começo a contabilizar o tempo);
 O treino de velocidade resistente deve acontecer só na fase de
desenvolvimento muscular e as distâncias um pouco superiores às da
competição;
 As pausas devem assegurar a recuperação completa;
 O treino da velocidade tem uma íntima ligação com o processo de
aperfeiçoamento técnico e técnico tático;
 O treino da velocidade deve realizar-se ao longo de toda a época;
 O trabalho da velocidade deve ocorrer no início da sessão de treino (com a
exceção da velocidade resistente);
 Evitar a “barreira da velocidade” através da alternância de intensidades e/ou
das resistências mecânicas a vencer.

 Flexibilidade:
 É a capacidade que uma articulação possui de executar movimento de
grande amplitude, solicitando, sobretudo, a elasticidade muscular.
 Implica a melhoria progressiva e contínua da amplitude dos movimentos de
uma articulação ou grupo de articulações.
 Possibilita a prevenção de lesões a nível de várias estruturas, tal como a
qualidade de execução do gesto motor.
 Depende de:
- Fatores de mobilidade/estabilidade;
- Idade/sexo;
- Fatores hereditários;
- Treino/tipo de atividade;
- Alterações pós lesão e/ou inatividade (é feita uma imobilização do
barco/perna e a articulação fica rígida então perde-se flexibilidade).
 Formas de manifestações da flexibilidade:
 Existência de movimento:
 Estática: está relacionada com a amplitude de movimento sem
ênfase na velocidade. A capacidade de manter posturas estáticas
que implica, grandes alongamentos de certos músculos.
 Dinâmica: está relacionada com a habilidade para realizar gestos ou
movimentos de grande amplitude. E com a habilidade para
conseguir uma determinada amplitude a uma velocidade normal ou
elevada.
 Forças que originam a ação:
 Ativa: é a máxima amplitude articular que o atleta pode realizar
graças à contração dos músculos agonistas (o músculo principai da
ação).
 Passiva: é a máxima amplitude articular que um individuo pode
atingir através de forças exteriores (ajuda de alguém), graças à
capacidade de alongamento ou de relaxamento dos músculos
antagonistas.
 Localização corporal:
 Geral: é a amplitude normal dos principais sistemas articulares
 Especifica: é a amplitude de uma determinada articulação para a
execução de movimentos específicos de uma atividade física.
 Flexibilidade Vs Alongamento
É fundamental distinguir a noção de programa de treino de flexibilidade, dos
alongamentos, feitos no aquecimento (preparar o organismo para uma sessão de
treino) ou no final da sessão (retorno à calma).
O treino de flexibilidade é planeado, intencional, regular e tem como objetivo
aumentar a amplitude dos movimentos de uma ou mais articulações de uma forma
progressiva e duradoura.
 Fatores condicionantes da flexibilidade:
 Idade
 Sexo
 Nível de treino (principal fator que influencia o treino de flexibilidade)
 Fadiga (mais fadiga menos flexibilidade)
 Temperatura (no verão mais fácil de trabalhar flexibilidade)
 Estados emotivos (stress)
 Hora (mais flexibilidade nas primeiras horas do dia, mas não logo após levantar)
 Benefícios do treino de flexibilidade:
 Maior eficácia/eficiência de certos movimentos devido ao aumento de
amplitude e à melhoria da ativação do par agonista/antagonista.
 Maior eficácia/eficiência na produção motora, dado que o músculo apresenta
maior capacidade de acumular energia elástica.
 Maior amplitude de trabalho, logo maior capacidade de força e velocidade.
 Maior capacidade de produzir alterações rápidas do estado passivo para o
ativo.
 Melhor proteção dos elementos contráteis do músculo;
 Contribui para diminuir as forças de stress articular;
 Reduz o risco de lesões musculo-tendinosas;
 Contribui para uma melhor vascularização do músculo;
 Princípios do treino de flexibilidade:
 Capacidades condicionais:
Falta a resistência!!!!

Força: (a capacidade realmente condicional; a que todas as outras realmente


condicionam)
 Capacidade do ser humano, com base em processos metabólicos e de
enervação (dependente do sistema nervoso), vencer (pegar na cadeira e ter
força para subi-la) ou opor-se (pego na cadeira e não consigo levantá-la, ou
seja, não tenho força) (várias forças de manifestação da força) a uma
resistência através da sua estrutura muscular.
 A estrutura muscular pode desenvolver força sem encurtamento e
alongamento (musculo fica numa posição que não alonga nem encurta, mas
está a afazer força/força isométrica), com encurtamento (está a vencer a
força/concêntrico), ou com alongamento (a fibra esta a fazer força mas esta a
alongar/excêntrico).
Força explosiva: (posso trabalhar com crianças de idades mais baixas, força explosiva
nestas idades deve ser trabalhada com o peso do próprio corpo). Desempenho de
força a alta velocidade, conjugar a força com a velocidade de execução.
 É a expressão de força típica das crianças e dos jovens.
 É a componente explosiva da força e traduz-se no produto desta velocidade de
execução do movimento, ou seja, a maior velocidade a que um determinado
movimento é realizado.
 A potência muscular é a “chave” da maioria das performances desportivas.
Atletas que têm muita força explosiva tiram muito proveito da maioria das
atividades desportivas.
 É aquela que podemos trabalhar primeiro em crianças e jovens, aquela que é
mais natural de trabalhar não pondo em causa o desenvolvimento das crianças
e jovens; se for com carga tem de ser com uma carga baixa para poder fazer
força explosiva se forem cargas alta o mesmo já não acontece.
Força da resistência:
 É a capacidade do músculo, ou grupo muscular, realizar sucessivas ações
(dinâmicas e/ou estáticas) durante um longo período de tempo.
 Capacidade mista de força e de resistência.
 Manifesta-se na possibilidade de realizar esforços de força em atividades de
média e longa duração, resistindo à fadiga e mantendo o funcionamento
muscular em níveis elevados
Força máxima:
 Também chamada de força pura ou apenas força muscular, pode definir-se
como a maior tensão que um músculo, ou um grupo muscular, é capaz de
exercer para se opor, apenas uma vez, a uma determinada resistência (uma
repetição máxima).
Carga/Força:

 Características da carga:
 Efeito de treino:
- Cargas máximas;
Força máxima
- Cargas inferiores ao máximo
Força de
com repetições máximas (fadiga);
resistência
- Cargas inferiores ao máximo
Força explosiva
com velocidade máxima.

A carga de treino:
No treino da força máxima são as tensões musculares máximas que
provocam os maiores ganhos de força, contudo no âmbito do treino com
jovens e crianças, as cargas com características máximas estão de todo
abolidas pelos danos que podem provocar.

Força máxima:
 As idades mais favoráveis para o início do treino da força máxima são:
os 12-14 anos para as raparigas e os 14-15 anos para os rapazes,
embora com bastante prudência (raparigas começam mais cedo porque
a sua maturação é mais cedo)
 Este tipo de foça pode ser desenvolvido sem restrições a partir dos 16-
18 anos, para as raparigas e os 18-20 anos para os rapazes.
Força explosiva:
 O início do treino da força explosiva tem em sua fase alta de
desenvolvimento entre os 11 e os 14 anos para as raparigas e entre os
11 e os 15 anos para os rapazes.
Força resistente:
 O treino da força resistente inicia-se entre os 12 e os 14 anos para os
rapazes.
 No entanto este tipo de treino com as devidas precauções, pode iniciar-
se a partir dos 9-10 anos para ambos os casos.
 Períodos favoráveis:
Idade pré-escolar:
 Não está indicado o treino de força;
 Estimular para o movimento é suficiente;
 Indicados os exercícios com obstáculos.
Primeira idade escolar (6-10):
 Exercícios dinâmicos;
 Reforço harmonioso (bilateral) do aparelho de suporte
 Formas lúdicas, variadas e motivantes.
10-12 anos:
 Fortalecimento de diversos grupos musculares
 Privilegiar o treino em circuito
 Possibilidade de utilizar cargas externas e simples:
- Bolas medicinais;
- Anéis de ferro;
- Sacos de areia;
- Etc.
Puberdade:
 Inicio do trabalho de força especifica
 Controle e atenção sobre as cargas
 Deve ser trabalhado essencialmente através de circuitos adaptados à idade
 Utilização de pesos e halteres, mas ter sempre em atenção a técnica e
execução
 Volume de treino deve situar-se a uma nível médio/baixo e a intensidade deve
ser baixa
Importância do treino de força:
 A força é uma capacidade, motora fundamental para a realização do
movimento humano e, muito em particular, das prestações desportivas
 O aumento de sedentarismo provoca uma redução cada vez maior da
utilização dessa capacidade
 Importância crucial na prevenção de lesões musculares
 Importante para a melhoria da performance do atleta
Objetivos para o treino da força:
 Aprendizagem dos gestos técnicos
 Segurança
 Prevenção
 Compensação
 Desenvolvimento
Aprendizagem dos gestos técnicos:
 O atleta só aprende aquilo que faz
 Manter a atenção permanente na forma como se realiza o exercício
 Melhor técnica, maior progressão, menor risco de lesão:
- Supervisão constante do treinador;
- Escolher o momento ideal para informar das correções
- 1º a essência e posteriormente os detalhes
 Evitar a instalação de erros grosseiros

 Nos exercícios gímnicos:


- Posições iniciais básicas
 Exercícios com sobre-cargas:
- As pegas;
- Os levantamentos;
- A respiração.
Objetivos de segurança:
 A organização do espaço;
 A realização dos exercícios;
 As ajudas durante os exercícios.
Objetivos de prevenção:
 Combater o défice de força devido ao sedentarismo, má nutrição ou
maturação, etc
 As regiões musculares fundamentais:
- Região lombar;
- Região dorsolombar e cervical
Objetivos da compensação:
 Compensar problemas posturais motivados por diversas causas;
 Otimização da estrutura muscular.
Princípios metodológicos do treino da força com crianças e jovens:
 O princípio essencial do treino é a aplicação de exercícios abrangentes, isentos
de risco de lesões e que favorecem a capacidade de performance;
 O treino da força na criança e no adolescente deve visar o desenvolvimento
geral harmonioso;
 Exercícios de carater lúdico em correlação com o treino de coordenação;
 O treino da força máxima não é recomendável;
 Fortalecimento da musculatura postural e de suporte;
 O aumento da exigência deve incidir sempre sobre o volume e não sobre a
intensidade;
 Treino complementar dos músculos menos solicitados de forma a prevenir
possíveis desequilíbrios musculares;
 Treino de força variado;
 Atenção redobrada às pausas suficientes.
Aspetos a ter em conta no treino da força com crianças e jovens:
 Com cargas adicionais, total prioridade aos exercícios executados nas posições
de sentados e deitado;
 Treino de força base, organizado sobre a forma de circuito;
 Treino de impulsão através de saltos múltiplos, privilegiar o salto a dois pés;
 Privilegiar o treino do tronco antes dos braços e das pernas;
 Exercícios de carater dinâmico e concêntrico;
 Durante os 1ºs anos de prática devem privilegiar-se os exercícios de caráter
geral.

Recomendações para o treino da força com crianças e jovens:


1. Começar por estimular o desenvolvimento da força recorrendo a exercícios que
utilizam o peso do corpo do atleta (saltar, lançar, trepar, puxar, empurrar, etc)
2. Posteriormente realizar exercícios contra resistências ligeiras (bolas medicinais,
sacos de areia, pesos livres ligeiros, trabalho a pares, etc)
3. Por último recorrer a exercícios que possibilitem um aumento progressivo das
cargas (máquinas de musculação, halteres, etc)
Treino da força com crianças e jovens:
 Treino em circuito:
 Alternativa rápida e eficaz para o desenvolvimento da força;
 Organizado e planeado cuidadosamente para responder melhor às
necessidades do atleta;
 Organização correta é a chave para um treino em circuito agradável, eficaz
e bem-sucedido.

Tática: “comportamento racional, regulado pela própria capacidade de performance


do atleta e do adversário, bem como pelas condições exteriores (condições
climatéricas por exemplo), numa competição desportiva individual ou em equipa”.

 Geral: regras da ação tática (ex: comportamento ofensivo, defensivo e


transição). Comportamento táticos globais que são transversais nas várias
modalidades.
 Específica: própria da modalidade desportiva e necessita de um treino
específico (ex: pontapé de canto)
Deve ser baseada:
 Capacidade cognitiva, inteligência do “jogo”;
 Capacidades técnicas, qualidade técnica, ferramentas para pôr em prática a
tática;
 Capacidades psicofísicas, capacidade física que os atletas possam ter, parte
física tem a parte psíquica principalmente na resistência, aguentar o cansaço, a
pressão, se o atleta psicologicamente não estiver bem vai condicionar a sua
ação.
É a capacidade baseada em processos cognitivos de receção, transmissão, análise de
informações, elaboração de resposta e execução da ação motora, concretizada com
uso de uma técnica especifica, implicando uma tomada de decisão, o qual reflete o
nível de capacidade técnica....

Objetico da tática: comportamento optimizado em competição

Plano de carreira do jovem atleta


As mais elevadas performances desportivas só podem ser atingidas se forem
adquiridas as bases necessárias desde a infância e adolescência. (Temos de ter
consciência enquanto técnicos desportivos que as crianças e jovens só podem
ambicionar ter uma carreira de sucesso, em termos desportivos, se passarem por
experiências e forem contruídos os alicerces para que ele possa lá chegar).

 Programação a longo prazo das condições de evolução da performance


(projetar um futuro).
 Definição das etapas necessárias ao longo do tempo em função da idade de
performance máxima e das condições gerais.

Na programação do treino a longo prazo, devemos ter em conta:


 A complexidade dos conteúdos de treino (complexidade)
 As exigências da modalidade (especificidade)
Processo de treino a longo prazo (o plano de carreira prevê):
 Objetivos programáticos ou competitivos
 Métodos de desenvolvimento das capacidades
 Conteúdos de cada etapa de treino
 Organização da carga adaptada à idade
 Em função da idade: capacidade que oferece cada fase de desenvolvimento
(idades sensíveis).
 Em função da modalidade: “modalidades precoces” (patinagem artística,
ginástica de aparelhos, natação); “modalidades tardias” (atletismo de fundo).

Formação geral:
 Etapa de encorajamento de talentos (têm de se divertir, fazer amigos, etc)
 Treino motor base (dar aquilo que ele precisa em termos de capacidades
motoras)
 Desenvolvimento das capacidades de coordenação
 Aprendizagem de habilidades e de combinações motoras simples (ser
competente do ponto de vista físico e motor)
 Decorrer numa atmosfera alegre para permitir um maior número de
experiências motoras e psíquicas (se a atmosfera for alegre e essa atmosfera
tem de existir no treino)
 Assegurar uma formação polivalente (pois não estamos na especialização)
 Respeitar a progressividade das cargas
 Aumento da complexidade, velocidade e precisão do movimento

Objetivos do treino dos jovens: deteção das qualidades específicas e das capacidades
de desenvolvimento individual na modalidade desportiva considerada.

Treino dos jovens:


- Treino de base;
- Treino de aperfeiçoamento;
- Treino de transição;
- Treino de alto rendimento.

Treino de base
Objetivos:
 Formação polivalente orientada para uma modalidade;
 Métodos e conteúdos de treino polivalentes;
 Aquisição de capacidades técnicas fundamentais.
Treino de aperfeiçoamento:
 Aperfeiçoamento e evolução das bases até então adquiridas;
 Uma maior orientação em direção às exigências específicas da modalidade;
 Especificação crescente dos métodos e dos conteúdos de treino;
 Criação de condições para o futuro treino de alta performance;
 Aumento do volume e intensidade de treino;
 Competições “nas pegadas do treino” sem preparação específica para a
competição;
 Programação do treino deve estar correlacionada com a idade da performance
máxima para cada modalidade.
Treino de transição:
 Passagem do treino dos jovens para o treino de alta performance;
 Bases de uma programação eficaz de treino de alto nível;
 Decisão para o seguimento do desenvolvimento da performance desportiva;
 Procura do aumento de capacidade de carga do organismo;
 Periodização múltipla repetindo conteúdos de uma exigência superior;
 Aumento das cargas de competição específica;
 Clara dinâmica de carga-recuperação;
 Primeiras experiências de métodos de treino específico não utilizadas;
 Recurso periódico a processos de diagnóstico da performance, análise da
competição, controlo de todas as capacidades, avaliação do treino.
Treino de alto nível:
 Conduzir à performance individual máxima;
 Alcançar o aumento máximo possível de volume e de intensidade do treino;
 Aumentar a especificidade dos métodos e dos conteúdos de treino;
 Aperfeiçoar, estabilizar e permitir a utilização variável da técnica desportiva;
 Melhorar ou manter a capacidade máxima de tempo possível.

Inicio das diferentes fases de treino


Etapas de formação desportiva: diferentes autores, diferentes propostas

Modelo das etapas de desenvolvimento do atleta a longo prazo – LTAD


1. Fundamental (6-8 F/ 6-9 M):
 Necessidade de amostra de uma vasta gama de atividades de
movimento divertido, brincalhão em ambientes criativos;
 Nenhuma especialização desportiva específica, é adotada uma
abordagem multi-habilidades;
 Ênfase no desenvolvimento de movimentos e habilidades básicas e não
em competições formais;
 Pais envolvidos, apoiando e encorajando a participação em diversas
atividades, tantas quanto possível;
 Velocidade, potência e resistência desenvolvidas através de jogos e
desafios;
 Oportunidade para um ótimo desenvolvimento da velocidade;
 Não periodização e muita diversão.
2. Aprender a treinar (8-11 F/ 9-12 M):
 Começar a introduzir habilidades básicas e uma adaptação física às
atividades preferidas;
 Começar a reduzir o número de desportos/atividades, mas é
recomendado manter três;
 Foco no domínio de competências básicas, através da prática desportiva
regular em ambiente de diversão, utilizando a aprendizagem pela
descoberta;
 Ênfase no aprender a treinar e a praticar, e não em resultados de
desempenho, mas introduzir elementos de competição adequados (25%
do programa de treino).
3. Treinar para o treino (11-15F/ 12-16M):
 Programas individualizados baseados no desenvolvimento individual;
 Desenvolvimento progressivo das capacidades técnicas, táticas e
metais;
 Equipas divididas em grupos de maturação precoce, média e tardia para
o trabalho da condição física;
 Meninas e meninos podem ou não treinar juntos, dependendo da
natureza de atividade;
 Controlo regular da estatura no sentido de identificar períodos-chave
para um treino apropriado a ter um benefício ótimo;
 Check-ups médicos regulares, apropriados e sensíveis com
monitorização músculo-esquelética;
 Deve ser evitada excessiva e repetida atividade aeróbia para perda de
peso.
4. Treinar para competir (15-17F/16-18M):
 Focar no diagnóstico individual de pontos fortes e fracos para selecionar
a disciplina/posição e conceber o programa em conformidade;
 Todo o ano de treino está em alta intensidade e especificidade;
 Estruturas das atividades do treino deve simular diversas condições
realistas da competição;
 Estruturas de suporte chave, tais como as relacionadas com condição
física, psicologia e nutrição, são individualizadas e integradas;
 Atletas esforçam-se para vencer competições cuidadosamente
selecionadas, mas a ênfase é na aprendizagem a partir dessas
experiências, e não apenas no ganhar.
5. Treinar para ganhar (>17F/>18M):
 Assume que todas as capacidades relevantes forma desenvolvidos;
 Foco no treino da otimização do desempenho ou escolher competições
especialmente selecionadas;
 Importância das pausas planeadas para evitar o esgotamento e lesões;
 Diminuição do treino geral, mas um aumento significativo das cargas de
treino específicas da modalidade;
 Desenvolvida uma abordagem da Multi-periodização.
6. Manutenção (depende do individuo e da modalidade):
 Atletas iniciam atividades alternativas após a retirada do desporto
competitivo (ex: treinador, competição de veteranos, outros desportos
de lazer);
 Os atletas devem considerar uma diminuição do treino se estiverem
acostumados a competir a alto nível.
Literacia física: o somatório de diferentes habilidades e convém ser mais vastas e
diversificadas para mais tarde especializar.

Estratégias nas etapas de desenvolvimento do atleta a longo prazo


1) Fundamental: constituir habilidades motoras globais
2) Aprender a treinar: aprender todas as habilidades desportivas fundamentais
3) Treino para treinar: construir o “motor” e conciliar habilidades desportivas
específicas
4) Treinar para competir: afinar o “motor”, as habilidades e o desempenho
5) Treinar para ganhar: maximizar o desempenho, as habilidades e o “motor”
6) Manutenção: ajustar/ reter jogadores/ atletas para
treinadores/administradores.

Estratégias do treino na etapa 1:


 Incorporar divertimento e participação
 Encorajamento geral, desenvolvimento geral
 Introduzir ABCs do atletismo – agilidade, equilíbrio, coordenação, velocidade
 Incluir noções básicas do atletismo – corrida, salto, arremesso
 Introduzir as regras simples e ética desportiva
 Observação para avaliar e identificar as variações-chave do desenvolvimento
(ex: altura, peso, capacidade)
 Não incluir periodização, mas usar programas bem estruturados
 Incentivar atividades físicas 5-6 vezes por semana.

Estratégias do treinador na etapa 2:


 Estimular habilidades desportivas em geral
 Reconhecer que é uma etapa importante de aprendizagem de todas as
habilidades básicas desportivas, que devem ser aprendidas antes da passagem
à fase seguinte;
 Compreender o desenvolvimento mental/cognitivo e emocional
 Introduzir preparação mental
 Incorporar de forma apropriada e ponderada, bola medicinal, bola suiça e
exercícios de força com o próprio corpo
 Perceber a identificação de talentos e o seu desenvolvimento
 Distinção entre periodização simples e dupla (apesar da periodização dupla ser
mais comum)
 Se existir um desporto favorito, garantir que pelo menos 50% do tempo é
destinado a outros desportos/atividades que desenvolvem uma serie de
competências.
Estratégias do treinador na etapa 3:

Bloco 4: Estratégia de desenvolvimento das capacidades físicas

Capacidade física: Possibilidades quantitativas e qualitativas, prontas a ser utilizadas


em ações motoras com um objetivo preciso.

Capacidade de performance DESPORTIVA

Interação entre os pré-requisitos individuais da performance e as exigências objetivas


da performance

Pré-Requisitos individuais:

-Psicocognitivos;
-Neuromusculares;
-Energético-orgânicos;
-Constitucionais.

Melhoria das performances individuais:

-Qualidade do movimento;
-Comportamento tático;
-Funções e estrutura orgânica;
-vontade e motivação.

 Capacidade de aprendizagem de habilidades motoras; coordenativas;


velocidade; flexibilidade; força; resistência e competitiva na modalidade
específica.
Desenvolvimento da capacidade de performance desportiva em treino

Diferentes formas de exercício:

 Exercícios de desenvolvimento geral; específicos e de competição.

Fatores que influenciam as Capacidades Motoras

Fases sensiveis do treino: períodos limitados de tempo na vida do individuo, onde


existe uma resporta mais intensa do que noutros períodos, a determinados estimulos
do ambiente exterior.
Desenvolvimento da velocidade com crianças e jovens

-Método das repetições;


-Pausa entre repetições 5-10 min;
-6 seg de duração máxima do esforço cíclico;
-Ocupar apenas uma parte da sessão de treino
-Trabalhada no início da unidade de treino;
-1º treino da velocidade acíclica e depois cíclica;
-Utilização de um mesmo exercício no máximo 5 semanas.

Velocidade de reação e aceleração: Sprint de 20 m com partida de pé (crianças e


jovens não treinados);

Velocidade máxima: sprint de 30 m lançado;

Velocidade resistência: sprints de 7x30m corrida em vai-vem;

Sessão de treino da velocidade: Aquecimento específico; sem fadiga; maior rapidez


possível; combinado com outras capacidades; melhoria da capacidade de
concentração;

Flexibilidade:

 Dar prioridade aos métodos ativos;


 Não bloquear a respiração durante o exercício;
 Fazer alongamento com suavidade e sem insistências;
 Flexibilidade presente em todos os treinos;
 Programa completo depois do treino;
 Integrado no aquecimento;
 Não realizar flexibilidade imediatamente antes do treino de velocidade ou
força.
Provocar o alongamento muscular de 20 a 30 segundos;
Com praticantes mais velhos pode ser utilizada uma contração isométrica de 7 seg
antes de alongar o musculo, e de seguida alongar por mais 7 seg.

Resistência: Métodos contínuos; na corrida tipos de corrida de velocidade;

Hierarquia da unidade de treino:

 Coordenação;
 Aprendizagem técnica;
 Treino técnico;
 Velocidade;
 Força rápida;
 Força de resistência;
 Resistência.

Bloco 5: Treino das capacidades técnicas e táticas na criança e


no jovem

Técnica
Prática para resolver o mais rápido racionalmente um determinado problema
no movimento;
Sucessão de movimento coordenados, que mantém características moveis, que
podem sofrer modificações de cada personalidade.

Mestria técnica: Domínio perfeito e económico do movimento desportivo, que


permite atingir resultados máximos em condições competitivas difíceis.

Importância da técnica:

 Se não houver estimulação existe risco de uma grande diferença entre a


capacidade técnica e a condição física;
 Uma insuficiência no desenvolvimento impede performances elevadas numa
determinada modalidade.
 Não tem a mesma importância em todas as modalidades, logo não deve ter a
mesma ponderação no processo de treino.

Treinabilidade da técnica:
 Os atletas mais bem preparados no ponto de vista da coordenação tem mais
facilidade na aprendizagem de gestos técnicos.
 É necessário a aprendizagem da técnica desde muito cedo se quisermos obter
performances extraordinárias (mesmo em final de carreira).
Etapas da aprendizagem técnica:
 Desenvolvimento polivalente: capacidade de coordenação, enriquecimento do
reportório motor e de experiência motriz, aquisição de habilidades técnicas de
base;
 Preparação geral: afinação da correlação entre as técnicas desportivas e a
preparação física geral;
 Preparação especifica: domínio da técnica automatizada, otimizada e
individualizada, com uma preparação física especifica.
Fases de aprendizagem da técnica:
 Comunicação e conceção: conhecimento do movimento a aprender, conceção
de um plano de ação; com base na capacidade de observação e
conceptualização serve-se da sua pouca experiência motriz e do seu nível
motor de partida.
 Coordenação grosseira: 1ªs tentativas de execução com indicações verbais
simples; aprendizagem da estrutura global do movimento deve ser adquirida;
investimento excessivo da força, irregularidade da execução, movimentos
desastrados, falhas de ritmo e insuficiente precisão no movimento.
 Coordenação fina: aprendizagem da execução motriz assegurada até ao
detalhe; investimento de força bem calculados, ritmo correto, volume e
amplitude de movimentos corretos; precisão crescente do movimento resulta
de um melhor tratamento de informação verbal.
 Aperfeiçoamento e disponibilidade variável: execução nas situações mais
difíceis e inusitadas; automatização parcial da cadeia motriz possibilita uma
maior concentração nos pontos críticos do movimento; o movimento passa a
ser exato, regular e harmonioso.

Realização de uma técnica desportiva


Decomposição do ato motor:
 Ação de pré-motriz: preparação através de um programa de movimento
 Ação motriz: realização do programa motor que foi antecipado pelo
pensamento
 Ação pós-motriz: apreciação do movimento comparando o realizado com o
pensado (base para um novo)

Estagnação na evolução técnica:


 Sobreabundância de informação
Causa: excesso de informação verbal
Para evitar: reduzir a informação verbal, com pausas suficientes para permitir a
assimilação.
 Ensino exagerado pelo cansaço
Causa: trabalho técnico muito intensivo originando fadiga pronunciada
Para evitar: estar atento ao menor sintoma de fadiga acumulada
 Falta de informação
Causa: incorretas representações do movimento e não compreensão da instrução
Para evitar: controlar a compreensão do movimento levantando questões
 Falta de motivação
Causa: atenção insuficiente ou mudança de humor
Para evitar: instruções pedagógicas corretas
Condição física deficiente
 Causa: desfasamento entre o saber-fazer técnico e o nível de capacidade física
 Para evitar: assegurar um aperfeiçoamento geral e específico da componente
física mãos mais fracas

Idade pré-escolar:
- Aquisição de uma grande quantidade de habilidades motrizes, muito mais do que
técnicas particulares
- Reportório motor é mais o resultado de imitações e experiências do que de reflexões.

1ª idade escolar:
- Capacidade de aprendizagem motora relativamente desenvolvida;
- Procurar aumentar o repertório e a experiência motora;
- Alguma capacidade de realizar performances apreciáveis;
- Crianças empenhadas num início de processo de treino;
- Praticar um treino adaptado, mas logo orientado para a técnica.

2ª idade escolar:
- Idade mais favorável para uma formação técnica geral de base;
- “Idade de ouro” da aprendizagem para treinar movimentos importantes que serão
realmente apreendidos numa fase posterior;
- Aprendizagem por imitação de modelos e não por longas explicações verbais.

Treino técnico na puberdade:


- Exige uma coordenação complexa perturbada pelo crescimento rápido;
- Consolidação de habilidades já adquiridas em detrimento de novas aquisições;
- Quando já existe uma boa experiência de treino, o treino técnico não perde
capacidades.

Treino técnico na adolescência:


- Utilizar técnicas de grande e muito grande dificuldade;
- Rápida capacidade de assimilação;
- Desenvolvimento das qualidades de observação e coordenação.

Metodologia do treino técnico:


 Maior treino técnico nos iniciados porque o desempenho desportivo a realizar
tem um nível mais elevado;
 O treino nos iniciados deve ter 60-70% de desenvolvimento da técnica;
 Considerando a competição como uma motivação, podemos combinar a
aprendizagem da técnica em bruto com elementos de técnica refinada;
 Desenvolvimento da técnica em paralelo com os fatores limitativos da
performance;
 Sistematização dos objetivos a atingir nas diferentes etapas com a atribuição de
um grau de qualidade técnica;
 O elevado nível técnico exige uma intelectualização do processo técnico.

Importância do feedback no treino técnico:


 Motivação: funciona como prémio e fomenta a participação do praticante, toma
conhecimento da eliminação dos erros e da sua progressão;
 Técnica: modifica a execução, fornecendo informação objetiva sobre aquilo que
está a ser efetuado;
 Reforço: informa se há progressos na aprendizagem, se mantém o erro ou se
confirma a execução correta.

Reflexão da aprendizagem da técnica:


• Para saber ensinar é fundamental saber corrigir;
• Maior preocupação na correção do conteúdo do exercício e menos na forma;
• Qualidade de informação no momento oportuno e não quantidade de informação;
• Linhas de comunicação com base na confiança em quem está a ensinar e na sua
importância;

Tática:
Geral- regras gerais da ação tática (comp. Of. Def. Trans)
Especifica- própria da modalidade desportiva e necessita de um treino específico
(pontapé de canto).

Baseada na:
- Capacidades cognitivas;
- Capacidades técnicas;
- Capacidades psicofísicas.

Objetivo da tática: comportamento otimizado em competição graças à utilização de


todas as capacidades e habilidades individuais (técnicas, físicas, psíquicas, volitivas,
intelectuais).

Importância da tática:
• Desempenha um papel cuja importância varia de acordo com a modalidade (ex.:
Maratona e Futebol);
• Influência o movimento para que ele seja o mais eficaz possível no momento certo
(ex.: Ginástica...);
• Utilizada para que o compromisso das forças seja adequado e económico (ex.:
Ciclismo);
• Manipula o desenrolar da competição em condições que variam constantemente
(ex.: Futsal, Andebol...);
• Importante para todas as disciplinas, mas mais para as de tomada de decisão (ex.:
Basquetebol, Boxe...);
• Nos desportos cíclicos corresponde a um conhecimento de base geral (ex.: Natação).

Organização: todas as medidas tomadas antes da competição


Conduta: condução adequada da competição pelo atleta em condições ótimas.

Princípios do treino da tática:


• Parte integrante do processo de treino;
• Relação direta com as capacidades técnicas e psico-físicas;
• Apreendida sob o aspeto de comparação especifica com a modalidade;
• A formação tática divide-se em formação teórica e prática;

Formação tática teórica:


• Desenvolver nos atletas as capacidades intelectuais necessárias ao sucesso da sua
participação;
• Conhecimentos específicos da modalidade (regulamento, regras de jogo e
organização);
• Inteligência de jogo (conceção lógica, ligeira, original e crítica);
• Aprender soluções de potenciais alternativas de ação;
• Capacidade de receção e tratamento da informação através da atenção direcionada;
• Desenvolvimento das qualidades de sensibilidade e vontade.

Formação tática prática:


• Aquisição de habilidades e comportamentos táticos;
• Repetição de esquemas comportamentais táticos;
• Automatização parcial dos componentes do ato tático;
• Conhecer as suas possibilidades e limites para se empenhar ao máximo na ação
tática.

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