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Universidade de Coimbra

Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física

DIDÁCTICA DA EDUCAÇÃO FÍSICA E DO DESPORTO ESCOLAR


RESUMOS PARA AVALIAÇÃO ESCRITA

Índice
1. FUNÇÃO DOS PROGRAMAS .................................................................................... 2

2. CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO FÍSICA SEGUNDO O PROGRAMA ............ 2

3. CONCEITO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR ................................................. 3

4. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA EDUCAÇÃO FÍSICA .................................. 3

5. FINALIDADES .................................................................................................................. 4

6. QUADRO DE EXTENSÃO DA EDUCAÇÃO FÍSICA ........................................... 5

7. DIFERENCIAÇÃO DA EDUCAÇÃO FÍSICA POR CICLOS DE ENSINO...... 6

8. ÁREA DO TREINO DAS CAPACIDADES E CONHECIMENTOS E


ATITUDES ................................................................................................................................. 8

9. CONDIÇÕES DE APLICAÇÃO DOS PROGRAMAS E DE


DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO FÍSICA ........................................................... 8

10. PROJECTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA DA ESCOLA ........................................... 10

11. PLANO DE TURMA ...................................................................................................... 12

11.1 Princípios de Elaboração do Plano de Turma ....................................... 12

11.2 A Dimensão Operacional do Plano ....................................................... 14

11.3 Avaliação .............................................................................................. 16


1. FUNÇÃO DOS PROGRAMAS

 Definição de uma proposta que adopte uma perspectiva de


desenvolvimento;
 Expressão de consenso em torno de objectivos, conteúdos e meios
de formação específicos da Educação Física;
 Expressão da individualização e autonomização da Educação Física
como disciplina curricular, tornando-a essencial e única;
 Meio de orientação profissional;
 Meio de garantia de condições materiais e de formação;
 Meio de compromisso e responsabilização das autoridades escolares.

Os programas não são factores fracturantes de domínios. As actividades


associam e integram todos esses factores e portanto não se deve promover a
segmentação por domínios.

Os programas organizam-se em torno da diferenciação e relação dos


tipos de actividade característicos da Educação Física.

Representam listas de competências situadas nas divisões temporais do


ensino básico bem como os processos que permitem realizar os objectivos.
Não são estanques, nem limitativas, mas sim orientações/guias a que o
professor deve atender e adaptar mediante o contexto em que se presencia,
em coordenação com o departamento da disciplina.

2. CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO FÍSICA SEGUNDO O


PROGRAMA

Apropriação das habilidades técnicas e conhecimentos, na elevação das


capacidades do aluno e na formação das aptidões, atitudes e valores,
proporcionadas pela exploração das suas possibilidades de actividade física
adequada – intensa, saudável, gratificante e culturalmente significativa.

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3. CONCEITO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

Processo racional, intencional e sistematizado que consiste em garantir


que cada aluno possa apropriar-se de habilidades técnicas e
conhecimentos; apropriação esta assente no desenvolvimento de
capacidades e formação de aptidões, atitudes e valores visando a plenitude
das suas potencialidades de actividades física significativa, multilateral e
eclética.

4. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA EDUCAÇÃO FÍSICA

1º A garantia de actividade física correctamente motivada,


qualitativamente adequada e em quantidade suficiente, indicada pelo
tempo de prática nas situações de aprendizagem, isto é, no treino e
descoberta das possibilidades de aperfeiçoamento pessoal e dos
companheiros.
2º A promoção da autonomia, pela atribuição, reconhecimento e
exigência de responsabilidades efectivas aos alunos, nos problemas
organizativos e de tratamento das matérias que podem ser assumidos e
resolvidos por eles.
3º A valorização da criatividade, pela promoção e aceitação da iniciativa
dos alunos, orientando-a para a elevação da qualidade do seu empenho
e dos efeitos positivos das actividades.
4º A orientação da sociabilidade no sentido de uma cooperação efectiva
entre os alunos, associando-a não só à melhoria da qualidade das
prestações, especialmente nas situações de competição entre equipas,
mas também ao clima relacional favorável ao aperfeiçoamento pessoal e
ao prazer proporcionado pelas actividades.

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5. FINALIDADES

 Melhoria da aptidão física, elevando as capacidades físicas;


 Promover a aprendizagem de conhecimentos relativos aos processos
de elevação e manutenção das capacidades física;
 Assegurar a aprendizagem de um conjunto de matérias representativas
das diferentes actividades físicas:
o Actividades desportivas;
o Actividades expressivas;
o Actividades de exploração da natureza;
o Jogos tradicionais e populares.
 Promover o gosto pela prática regular e assegurar a compreensão da
sua importância;
 Promover a formação de hábitos, atitudes e conhecimentos relativos à
interpretação e participação nas estruturas sociais:
o Iniciativa e responsabilidade social;
o Ética desportiva;
o Higiene e segurança;
o Consciência cívica.

O conteúdo de cada matéria encontra-se especificado em três níveis:

 Introdução, representando a aptidão específica ou preparação de base;


 Elementar, representativo do domínio da matéria nos seus elementos
principais e com carácter formal;
 Avançado, estabelecendo os conteúdos e formas de participação nas
actividades típicas da matéria ao nível superior.

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6. QUADRO DE EXTENSÃO DA EDUCAÇÃO FÍSICA

Matérias Nucleares (blocos/etapas comuns)

 Possibilita o apetrechamento das escolas com um conjunto mínimo de


condições materiais;
 Garante a homogeneidade nacional do currículo real (conjunto formado
pelas matérias mais representativas e decisivas para o desenvolvimento
multilateral do aluno);
 São elas: Atletismo, Ginástica, Dança, Raquetes, Patinagem,
Orientação, Jogos Populares, Luta, Basquetebol, Andebol, Futebol e
Voleibol.

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Matérias Alternativas

 A adoptar localmente (decisão pertencente ao professor e


departamento);
 Permite aproveitar as potencialidades da escola e meio envolvente;
 Permite incluir outras experiências para alunos com aptidões mais
elevadas.

7. DIFERENCIAÇÃO DA EDUCAÇÃO FÍSICA POR CICLOS


DE ENSINO

1º Ciclo:

Formação das competências fundamentais em cada área da Educação Física,


através de formas típicas da infância e de práticas que favoreçam a preparação
para actividades características das etapas seguintes.

A realização do programa proporciona um contraste com a sala de aula que


pode favorecer a adaptação da criança ao contexto escolar. A principal
exigência do currículo é a continuidade e a regularidade de actividade física
adequada, pedagogicamente orientada pelo professor.

Visa um carácter lúdico numa atitude e ambiente pedagógico de exploração e


descoberta de novas possibilidades de ser e realizar(-se). Neste entendimento,
reconhecem-se na actividade lúdica das crianças determinadas formas típicas
da infância (ou introduzidas pelo professor, preparatórias das etapas seguintes
de desenvolvimento).

 Perspectiva de realização das potencialidades de adaptação oferecidas


pela infância.
 Perspectiva de valorização pedagógica da expectativa das crianças de
serem “já” capazes de tarefas mais ousadas e aliciantes.

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Blocos:

1º e 2º anos – Perícia e Manipulação, Deslocamentos e Equilíbrios, Jogos,


Dança, Percurso na Natureza

3º e 4º anos – Ginástica, Jogos, Patinagem, Dança, Percurso na Natureza

2º e 3º Ciclos:

Designado de bloco estratégico (devido a referir-se ao tronco comum, pois no


Ensino Secundário os cursos diferenciam-se e podem-se diluir as
oportunidades). No 5º ano, procura-se assentar bases que possibilitem o
desenvolvimento posterior, procedendo à revisão e recuperação de alunos,
com referência às competências a atingir no final do ciclo. No 9º ano, visa-se a
revisão das matérias, aperfeiçoamento/recuperação de alunos, com referência
às competências a atingir no fim do ciclo.

Secundário:

No 10º ano, procura-se proceder à revisão/reforço de matérias com níveis


inferiores e avanço nas matérias carenciadas e experimentação de actividades
alternativas. Mantendo a variedade e a possibilidade de desenvolvimento ou
descoberta de outras actividades, nos 11º e 12º anos. Nestes anos propõem-
se, ainda, a leccionação de duas matérias de Desportos Colectivos, uma de
Ginástica ou de Atletismo, uma de dança e duas das restantes

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8. ÁREA DO TREINO DAS CAPACIDADES E
CONHECIMENTOS E ATITUDES

No quadro de composição curricular, não surge a área do “treino das


capacidades físicas”, nem as que representam os “conhecimentos” e as
“atitudes”. Segue-se o princípio de que essas áreas deverão ser tratadas, não
só como características ou elementos intrínsecos à actividade motora dos
alunos, mas também, através da exercitação e exigências específicas em
todas as aulas, qualquer que seja a matéria/tema principal da aula (e
obviamente de maneira adequada a esse tema, quer como condição ou
complemento de aprendizagem, quer como compensação ou “contraste”).

Não existe indicação para a criação de aulas de condição física ou


aprendizagem de conhecimentos. Adequação das áreas à matéria/tema
principal da aula. Tem que existir intencionalidade do professor no
desenvolvimento destas áreas.

9. CONDIÇÕES DE APLICAÇÃO DOS PROGRAMAS E DE


DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO FÍSICA

Os programas de Educação Física foram concebidos numa lógica de projecto


numa dupla perspectiva:

 Desenvolvimento dos alunos;


 Desenvolvimento da Educação Física Escolar.

Desde que estejam asseguradas pelo sistema educativo as condições


essenciais de realização da Educação Física na escola, a exequibilidade deste
programa depende da capacidade de mobilização do departamento de
Educação Física em torno dos objectivos da disciplina, desenvolvendo
estratégias que possibilitem a sua consecução.

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Sugestões metodológicas ao Departamento de Educação Física:

a) Decisões ao nível do Currículo dos Alunos


 Incluir no Projecto Educativo de Escola e Projecto Curricular
de Escola, intenções educativas que valorizem a área da
Educação Física na formação dos jovens, bem como as
condições necessárias para que sejam assumidos.
 Articular os Projectos de Educação Física no âmbito do
território educativo, promovendo a cooperação entre escolas.
 Combinar o currículo nas escolas em curso, permitindo
aumentar a coerência no percurso educativo dos alunos.
 Definir matérias alternativas de acordo com as potencialidades
do meio e características do meio em que se insere.
b) Decisões ao nível dos Recursos Temporais
 Organização de horários deve assegurar 3 dias de prática não
consecutivas, preconizando-se 3 dias de 45 minutos de aula.
 Assegurar tempo útil de 45 minutos, negociando com os órgãos
responsáveis da escola na definição de critérios que visem
favorecer o enquadramento horário das aulas.
 Turmas do mesmo ano de escolaridade poderão ser
agregadas nos mesmos tempos lectivos permitindo que os seus
professores apliquem estratégias de potencialização da
aprendizagem. Este princípio enquadra-se desde que
estrategicamente definida visando aumentar a quantidade de
prática, reforçar as práticas de ensino, promover a realização de
objectivos do domínio social pela novidade e consequente
adaptação do comportamento individual.
c) Decisões ao nível dos Recursos Materiais
 Aplicação dos programas depende da polivalência dos
espaços, partindo do pressuposto que no mesmo espaço seja
possível realizar actividades díspares, de forma a que o professor
possa optar pela matéria a abordar.
 Importa definir um plano de rotação das turmas pelos espaços,
de acordo com os seguintes critérios: 1) objectivos dos programas

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para cada ano de curso; 2) características das diferentes etapas
ao longo do ano lectivos e; 3) Caracterização das possibilidades
de cada espaço de aula.
 É de grande importância uma correcta caracterização dos
espaços de forma a possibilitar a rentabilização dos mesmos. É
possível, igualmente, se possível, estabelecer protocolos com
instituições que possuam instalações e/ou equipamentos que
permitam a utilização pontual, ampliando os benefícios educativos
da disciplina.
d) Decisões ao nível dos Recursos Humanos
 A realização de processos coerentes de formação contínua de
professores é outro dos factores de desenvolvimento da
Educação Física.
 O departamento de Educação Física tem a responsabilidade de
apresentar propostas a incluir no plano de formação da escola,
ajustadas às necessidades e prioridades identificadas,
valorizando a formação recíproca, através de encontros de
apresentação e análise de experiências pedagógicas
significativas (investigação-acção).

10. PROJECTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA DA ESCOLA

O Projecto de Educação Física da escola constitui-se como referência


fundamental para a orientação e organização do trabalho do conjunto dos
professores e de cada um em particular (à escala plurianual e anual).

Deverão constar do Projecto de Educação Física:

 Composição do currículo dos alunos;


 Actividades de enriquecimento curricular (Desporto Escolar e outras);
 Características gerais da população escolar;
 Características dos recursos e plano de desenvolvimento;
 Possibilidades e limitações de professores e seu plano de formação.

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As decisões possuem um alcance plurianual que representam uma
dinâmica de desenvolvimento das condições de realização das actividades
educativas e também do processo curricular – articulação vertical do currículo e
elevação das metas e resultados que traduzem a realização dos objectivos de
cada ano de curso e as competências de ciclo do Programa de Educação
Física e do Currículo Nacional.

No processo de desenvolvimento curricular de cada escola ou agrupamento de


escolas, admite-se a hipótese de se seleccionarem objectivos mais ou
menos ambiciosos de acordo com as características da população
escolar, mantendo a referência fundamental das competências definidas para
cada ciclo de escolaridade.

Assim, a Avaliação Inicial é um processo decisivo, permitindo ao professor


orientar e organizar o seu trabalho, adequando os níveis de objectivos e/ou
procedendo a alterações ou reajustes na composição curricular à escala anual
e/ou plurianual.

Estas decisões de orientação e compromisso curricular são facilitadas se os


professores de cada ano de escolaridade se reunirem (Conferências
Curriculares), para confrontarem as informações recolhidas na avaliação
inicial.

No protocolo de avaliação inicial, as situações de avaliação e procedimentos


de observação e recolha de dados, deverão considerar os aspectos críticos do
percurso de aprendizagem em cada matéria e sintetizar o grau de exigência de
cada nível do programa, nos critérios e indicadores de observação acertados
entre todos. É importante um sistema de registo traduzível por todos na
mesma linguagem de forma a tentar uniformizar procedimentos e
entendimentos.

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11. PLANO DE TURMA

11.1 Princípios de Elaboração do Plano de Turma


A sua aplicação não será uma simples sequência de exercitação das acções
indicadas em cada matéria, em blocos sucessivos, concentrando em cada
bloco, a abordagem de uma matéria num número pré-determinado de aulas.

Periodização por Blocos (tradicional)

 Horários – referem quantas turmas têm Educação Física em cada


momento da semana, mais o número de espaços disponíveis e matérias
apropriadas a cada espaço (vinculo espaço-matéria, as matérias são
seleccionadas em função do sítio onde decorre a aula);
 Determinação da duração de permanência em cada espaço;
 No início de cada ano lectivo o Professor conhece imediatamente o que
vai leccionar e quando, sendo que todos os alunos praticam o mesmo,
numa “suposta igualdade de oportunidades”;
 A periodização resulta numa sucessão de blocos de matérias,
normalmente em função do seu valor formativo, do gosto de que ensina,
da aceitação por quem aprende e, sobretudo, do que é permitido pelos
recursos materiais e espaços.

Vantagens Desvantagens
Redução da incerteza do Não respeito pelo princípio da
professor continuidade e regularidade
Aulas monotemáticas facilitam Não respeito pelas características
planeamento e intervenção individuais
pedagógica
Gestão de recursos facilitada Gestão dos recursos escassos
(previsão) dificultada
Momentaneamente, aproxima-se Momentaneamente afasta-se da
da motivação dos alunos motivação dos alunos
Facilita a aquisição de Dificulta a retenção a longo prazo
aprendizagem na aprendizagem

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Aplicação dos programas pressupõem a organização do ano lectivo por
etapas e não por uma sucessão de blocos de matérias. O respeito pelo
princípios da igualdade de oportunidades não pode ser entendido como o
arranjo da aprendizagem em função do acesso igual à exercitação das
matérias, mas sim o arranjo das situações em função das necessidades
individuais – Igualdade nas oportunidades de superação das dificuldades
próprias. A periodização por etapas resulta num ensino diferenciado e
ajustado às necessidades contextuais dos elementos da turma.

O Plano da Turma deverá considerar:

1) Actividade da turma orienta-se para a realização do conjunto dos


objectivos das matérias nucleares, de acordo com as decisões
anteriores do Departamento de Educação Física e com a qualidade
determinada pelas possibilidades de cada aluno;
2) O professor deverá explicitar os objectivos aos seus alunos,
“negociando” com eles os níveis de desempenho para determinados
prazos, na interpretação da prática das competências prioritárias. É
imprescindível que os alunos conheçam o que se espera deles;
3) A actividade formativa é tão global quanto possível e tão analítica
quanto necessária;
4) Ao longo do ano lectivo devem prever-se períodos em que é
predominantemente determinada matéria (“aprendizagem
concentrada”) e períodos de revisão/aperfeiçoamento posteriores, em
ciclos mais curtos ou em partes de aula sistematicamente mantidas num
determinado número de semanas (“aprendizagem distribuída”) de
forma a garantir a consecução dos objectivos no final do ano de
escolaridade, numa perspectiva de concretização das competências de
ciclo;
5) Os períodos especificamente dedicados ao tratamento de uma
matéria em que a turma está empenhada nas mesmas actividades,
deverá ser precedida pela preparação dos alunos com mais
dificuldades nessa matéria.

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6) O plano de turma deve estruturar-se em torno da periodização do
treino/elevação das capacidades motoras. Deve igualmente
salvaguardar a inclusividade e a diferenciação dos processos de treino
de acordo com as possibilidades e limitações de cada um;
7) Considera-se possível e desejável a diferenciação de objectivos
operacionais e actividades formativas para alunos e/ou subgrupos
distintos, para corresponder ao princípio metodológico segundo o qual
a actividade formativa proporcionada aos alunos deve ser tão colectiva
quanto possível e tão individualizada quanto o necessário;
8) A formação de grupos é um elemento chave na estratégia de
diferenciação do ensino. Os diferentes modos de agrupamento devem
ser considerados processos convenientes, em períodos limitados do
plano de turma, como etapa necessária à formação geral de cada aluno;
9) As actividades de aprendizagem que se referem aos conhecimentos
dos processos de desenvolvimento e manutenção da aptidão física
deverão ser considerados no processo de planeamento.

11.2 A Dimensão Operacional do Plano

1ª Etapa – Avaliação Inicial

 Determinar o nível dos alunos nas diversas matérias (de forma a


definir objectivos anuais) de acordo com os objectivos de partida para
esse ano (avaliação inicial);
 Detectar os alunos com dificuldades na maioria das matérias;
 Determinar as matérias “problemáticas” para a maioria dos alunos;
 Determinar as capacidades condicionais “problemáticas”;
 Período em que se faz a revisão das matérias abordadas no ano
anterior (pressupõe trabalho do grupo em decisões plurianuais e em
passagem de informação entre professores);
 Período em que pode ser útil (nos casos de novos professores ou de
grupos especiais) investir no estabelecimento de hábitos de
trabalho, rotinas de organização e de regras de conduta;

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 Período em que pode ser útil (mais frequentemente nos casos de
transição de ciclo) investir na integração social de alunos;
 Período em que se elevam índices de rendimento nas capacidades
condicionais.

Sentido das Decisões

Realização dos objectivos do nível estabelecido para o ano em questão, em


cada matéria nuclear, dedicando-se mais tempo de prática qualitativamente
apropriada nas matérias em que o aluno revela mais dificuldades.

2ª Etapa – Intermédia/Principal

Estimativa do conteúdo dos conjuntos de aulas com objectivos comuns e


respectiva duração, da definição dos grupos de trabalho (e características
globais das actividades de aprendizagem – tendo em conta os objectivos a
atingir) e localização dos momentos privilegiados de recolha de dados
para certificação da consecução dos objectivos.

Estimativa porque é pela avaliação formativa (ou seja, em função das


aquisições conseguidas) que, na verdade, se espera que se definam.

3ª Etapa – Avaliação Final/Revisão/Consolidação das Matérias

 Revisão/consolidação das matérias;


 Apresentação de níveis mais ambiciosos para casos pontuais;
 Recuperação de alunos com dificuldades mais significativas,
procurando tirar partido das adaptações/aperfeiçoamentos, entretanto
reveladas por esses alunos;
 Preparação de matérias a abordar no ano seguinte.

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11.3 Avaliação

Normas de homogeneização da interpretação de sucesso é dificultada pela:

 Disparidade de condições de trabalho entre escolas;


 Disparidade de currículos entre escolas.

Não sendo possível, nem desejável, garantir o “mesmo” currículo a todos os


alunos, é, todavia desejável que se procure determinar um patamar no qual se
possam inserir todos os alunos, que demonstrem possuir as competências
essenciais promovidas pela Educação Física.

A determinação da fronteira entre o aluno apto e não apto na Educação


Física tem de assentar em pressupostos que conjuguem a grande
diversidade de condições das escolas, as diferentes capacidades dos
alunos e aos próprios princípios do programa quanto à sua gestão e eventual
diferenciação das matérias que compõem o currículo.

Limites de um sistema flexível:

 Respeito pelo primado das matérias nucleares;


 Respeito pela diversidade que as áreas representam numa perspectiva
de complemento (ecletismo);
 Aplicação no fim de ciclo;
 Aplicação condicionada ao currículo da escola (sistema aberto).

Referência do Sucesso

1ª – Objectivos a atingir no fim do ciclo

2ª – Objectivos a atingir em cada nível de cada matéria (introdutório, elementar,


avançado)

Grau de Sucesso

Determinado com base nos critérios de avaliação estabelecidos pelo


departamento de Educação Física e pelo Professor.

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Operacionalização

 Consideração das 3 áreas (actividades físicas no âmbito das matérias,


aptidão física, conhecimentos);
 É o grupo/departamento que determina os critérios de distinção
entre os níveis;
 Para a avaliação segundo os níveis é de grande importância existir
consenso entre Professores quanto ao significado de cada nível;
 Para cada aluno selecciona-se o conjunto de matérias em que
apresenta melhor desempenho, de entre os que foram leccionados e
avaliados, segundo estipulações apresentadas em seguida:

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