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UNIVERSIDADE PITÁGORAS UNOPAR


SISTEMA DE ENSINO A DISTÂNCIA
LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA

ENAILE ROSA DA SILVA NASCIMENTO

CARÊNCIA DE ESTRUTURA FÍSICA PARA AS AULAS DE


EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO FUNDAMENTAL

Cidade
2020
Cidade
2020

PIRIPIRI-PI
2022
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ENAILE ROSA DA SILVA NASCIMENTO

CARÊNCIA DE ESTRUTURA FÍSICA PARA AS AULAS DE


EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO FUNDAMENTAL

Projeto de Ensino apresentado à Universidade


Pitágoras Unopar, como requisito parcial à
conclusão do Curso de Licenciatura em
Educação Física.

Docente supervisor: Thiago de Angilli Dias


Andrade.

PIRIPIRI-PI
2022
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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..............................................................................................................6
1 CARÊNCIA ESTRUTURAL DA EDUCAÇÃO FÍSICA NAS ESCOLAS................7
2 JUSTIFICATIVA.....................................................................................................8
3 PARTICIPANTES...................................................................................................9
4 OBJETIVOS.........................................................................................................10
5 PROBLEMATIZAÇÃO..........................................................................................11
6 REFERENCIAL TEÓRICO..................................................................................13
7 METODOLOGIA..................................................................................................18
8 CRONOGRAMA...................................................................................................20
9 RECURSOS.........................................................................................................21
10 AVALIAÇÃO.........................................................................................................22
CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................23
REFERÊNCIAS...........................................................................................................24
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INTRODUÇÃO

A realização da prática da Educação Física (EF) nas escolas engloba uma


gama de fatores, os quais tendem a interferir não apenas no aproveitamento da
disciplina, mas nos inúmeros benefícios proporcionados por ela. Dentre esses
fatores, a presença de uma estrutura física adequada deve ser evidenciada como de
grande interferência na prática esportiva.
Com isso, compreende-se a discrepância entre as estruturas do ensino
público para o privado, bem como as consequências observadas na metodologia
adotada pelos professores. Assim, observa-se que a carência estrutural vai muito
além da ausência de um espaço apropriado ou de materiais adequados, ela é um
fator que demonstra a segregação de duas realidades distintas no que tange o
ensino da Educação Física.
Dessa forma, o presente projeto apresenta na “Introdução”, os elementos
cruciais da pesquisa, além de contextualizar a temática da carência estrutural na
prática da Educação Física nas escolas. Consequentemente, na etapa da
justificativa, serão abordados os motivos que nortearam a escolha do tema, seguido
pela descrição dos participantes, ou seja, a quem se destina o projeto.
Em seguida, são mostrados os objetivos gerais e específicos, a
problematização em torno do assunto e o referencial teórico, o qual busca confrontar
as ideias dos autores sobre as principais causas da carência de estrutura física no
ambiente escolar. Nesse contexto, o projeto é finalizado abordando a metodologia
empregada na construção da pesquisa, o cronograma, recursos materiais e
humanos utilizados, avaliação do alcance dos objetivos e as considerações finais.
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1 CARÊNCIA ESTRUTURAL DA EDUCAÇÃO FÍSICA NAS ESCOLAS

A Educação Física enquanto disciplina agrega ao currículo escolar muito


mais do que apenas conhecimento teórico, ela proporciona bem-estar físico,
mental e cognitivo, estimula a cooperação e o trabalho em equipe, além do
desenvolvimento e emprego das inúmeras práticas esportivas existentes. Dessa
forma, os alunos carecem de uma estrutura física que permita a execução das
aulas práticas de forma segura e proveitosa.
Dessa maneira, Severo e Carvalho (2015) explicam que compreender o
espaço físico como um componente crucial para a EF, permite ressignificar e dar
um novo entendimento à prática pedagógica. Para isso, a infraestrutura das
escolas deve ser um ambiente que instigue, bem como os materiais didáticos à
disposição, os quais devem atender às necessidades dos alunos.
É importante ressaltar que, segundo a WHO (2010), a prática de
atividades físicas moderadas a vigorosas devem ser de 420 minutos por semana
para o público infantojuvenil. Sabendo que nessa faixa etária se passam, em
média, cinco horas por dia no ambiente escolar, este poderia contribuir e ser
mais decisivo em relação às atividades físicas em aulas práticas.
Em contrapartida, Silva e Silva (2021), apontam que, com o
desenvolvimento das aulas de Educação Física em um local diferente da sala de
aula habitual, os alunos podem sentir-se mais livres, pois há um contraste
evidente com outras disciplinas. Sob essa perspectiva, a EF representa uma
área que proporciona além de aprendizado sobre a cultura do movimento
corporal, possibilita que o educando compreenda com autonomia as diversas
formas culturais do movimento.
Dessa forma, é essencial que haja um planejamento do plano disciplinar
e a delimitação dos principais problemas de infraestrutura para assim, iniciar um
percurso de mudanças que só tende a trazer benefícios aos atores envolvidos.
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2 JUSTIFICATIVA

A escolha por desenvolver um projeto voltado à temática dos problemas infra


estruturais que dificultam ou muitas vezes impedem a prática da disciplina de
Educação Física, advém do reconhecimento da importância que as atividades físicas
podem trazer ao engrandecimento disciplinar e ao bem-estar dos alunos.
Além disso, procura-se conhecer os problemas existentes nos espaços
escolares e se são estes os principais responsáveis pela pouca adesão da EF em
seu caráter prático. Entende-se que haja uma ampla gama de atividades a serem
desenvolvidas, as quais englobam jogos, brincadeiras e práticas esportivas,
requerendo um ambiente apropriado para sua execução.
Portanto, o presente trabalho se torna relevante, pois visa observar e
discorrer sobre as nuances da carência de estrutura física nas escolas, confrontando
a visão dos autores sobre a temática e, desenvolvendo assim, novas ideias e
propostas à resolução do assunto.
Assim, a observação das divergências no desenvolvimento da disciplina na
realidade das escolas públicas em contraste com as privadas gerou uma curiosidade
maior em entender sobre o tema em questão e quais as possíveis soluções
encontradas pelo corpo docente e gestores afim de reduzir essas diferenças.
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3 PARTICIPANTES

O percurso bibliográfico do presente projeto é voltado principalmente


para alunos a partir do 7º e 8°ano do Ensino Fundamental, pois objetiva avaliar
os impactos que uma infraestrutura inadequada causa às aulas de Educação
Física. Reconhecendo a importância da disciplina desde os anos escolares
iniciais, entende-se que durante a fase da puberdade, a qual ocorre em média
aos 12 anos para as meninas e aos 14 para os meninos, a prática de atividade
física e incentivo ao esporte deva ser empregada de maneira mais incisiva.
Por esse motivo, os participantes escolhidos para compor a pesquisa
devem estar nesse período de transição entre a infância e a adolescência, pois
os mesmos começarão a desenvolver sua autonomia e liberdade de escolha,
conhecerão e entenderão as práticas que mais lhes favorecer, para assim,
contribuir com seu crescimento e desenvolvimento biopsicossocial.
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4 OBJETIVOS

A presente pesquisa tem como objetivo geral analisar a carência de


infraestrutura para prática da disciplina de Educação Física dos alunos a partir
do 7º (sétimo) ano do ensino fundamental, por se tratar de uma etapa
transicional para o corpo e para a mente.
Aliado ao objetivo geral, foram estabelecidos os seguintes objetivos
específicos: descrever de que forma a disciplina de Educação Física é abordada
no ambiente escolar; conhecer as especificidades do público-alvo em relação à
disciplina de EF; e finalmente identificar os principais problemas encontrados na
estrutura física das escolas que impedem ou dificultam a modalidade prática da
disciplina de Educação Física.
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5 PROBLEMATIZAÇÃO

O ensino da Educação Física nas escolas veio após um longo e árduo


percurso. Primeiramente, tratava-se de uma prática restrita apenas aos militares
e, com a sua implementação nas escolas, acabava sendo praticada
principalmente por alunos do sexo masculino devido sua marginalização pelos
pais das meninas, as quais acabavam sendo impedidas de praticar as
atividades.
Eventualmente, com as mudanças na legislação, a prática da disciplina
passou a ser melhor recebida pelos pais, alunos e corpo docente, os quais
passaram a visualizá-la observando suas características e benefícios ao bem-
estar dos jovens.
Em contrapartida, Justino (2020) expõe a preocupante situação advinda
dos avanços tecnológicos, de modo que esses passam a induzir um estilo de
vida sedentário aos jovens, podendo gerar prejuízos a longo prazo. O
sedentarismo em razão do uso constante da tecnologia, pode ocasionar
problemas à saúde. Desta forma, cabe à Educação Física escolar a contribuição
para a formação do indivíduo, por meio de atividades corporais que tragam
benefícios à saúde.

É tarefa da Educação Física Escolar, portanto, garantir o acesso dos


alunos às práticas da cultura corporal, contribuir para a construção
de um estilo pessoal de praticá-las, e oferecer instrumentos para que
sejam capazes de apreciá-las criticamente, sendo seus principais
objetivos: beneficiar o desenvolvimento motor; integrar socialmente;
colaborar para que os alunos adquiram autoconfiança; melhorar a
autoestima; trabalhar a expressão do aluno; reduzir o estresse pelas
pressões dia a dia; cooperar para um estilo de vida melhor; contribuir
para resolução de problemas; favorecer o autoconhecimento
(PINHEIRO FILHO; FÁVARO, 2021).

No entanto, apesar de haver uma gama de fatores favoráveis ao ensino-


aprendizado da EF citados pelos autores, ainda há empecilhos, os quais
dificultam a efetividade da disciplina, como a falta de infraestrutura presente em
muitas escolas, a ausência de recursos materiais importantes para as
dinâmicas, jogos e brincadeiras, e o pouco incentivo à prática esportiva.
No tocante aos problemas de infraestrutura Souto et al. (2021) explica
que:
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Na Educação Física essa infraestrutura desempenha papel


importante para a realização das aulas práticas e teóricas, uma vez
que a presença de espaço é condição primordial às manifestações
corporais a partir das atividades propostas. [...] a existência de
materiais, equipamentos e instalações adequadas é importante e
necessária para as aulas de Educação Física, sua ausência ou
insuficiência podem comprometer o alcance do trabalho pedagógico.

Os autores abordam uma questão recorrente, principalmente nas


escolas públicas. Por se tratar de uma disciplina passível de abranger as
modalidades teórica e prática, acaba sendo necessário o uso de uma
metodologia específica para resolver o problema em questão, além da
participação de alguns atores da sociedade, os quais podem contribuir para a
mudança desse cenário.
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6 REFERENCIAL TEÓRICO

A prática da Educação Física vem ganhando mais espaço com o passar do


tempo, pois com a mudança do cenário de saúde do país, as doenças crônicas
passaram a ocupar a posição que antes pertenciam às doenças transmissíveis, de
modo que, aliado a uma alimentação saudável, praticar atividades físicas são fatores
crucial para reduzir o risco de diabetes, hipertensão, câncer, entre tantas outras, as
quais afetam adultos e crianças.
Diante disso, o ensino da disciplina desde os primeiros anos escolares,
tende a impulsionar e estimular melhores hábitos de vida. No entanto, para que a
implementação da disciplina no ambiente escolar como matéria obrigatória,
percorreu-se um longo caminho.
Quanto a isso, Raasch et al. (2019) expõe que depois de sua implantação no
currículo, a EF desempenhou um caráter higienista. Devido a influência sofrida pelo
movimento higienista, ela tornou-se responsável pelas mudanças na situação de
saúde populacional, isto é, garantir que a população tivesse um corpo saudável e
mais resistente ao adoecimento, permitindo uma melhora no condicionamento da
raça humana. Essa modalidade de pensamento, possui relação com hábitos de
higiene e saúde, tendo por objetivo a prática do exercício e atividades físicas,
buscando desenvolver os aspectos físicos e morais dos indivíduos.
Consequentemente, entendeu-se a importância e a necessidade do ensino-
aprendizado da Educação Física nas escolas e, por meio da implementação dos
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs: Educação Física/Secretaria da Educação
– Brasília: MEC/SEF,1998), a disciplina passou a ser contemplada no Ensino
Fundamental e Médio, possuindo como objetivos gerais segundo Pinheiro Filho e
Fávaro (2021):

Fazer com que o aluno seja capaz de participar de atividades


corporais, respeitando as diferenças físicas e pessoais de cada um;
respeitar e ser solidário com os amigos; conhecer e valorizar as
diferentes manifestações culturais e as diferentes pessoas de
diferentes grupos sociais; conhecer ambientes saudáveis e se portar
de forma higiênica, conhecendo condições dignas; conhecer padrões
de beleza e estética, dentro da cultura evitando o preconceito gerado
pela mídia; conhecer e organizar locais para que sejam promovidas
atividades corporais de lazer, tendo respeito com o cidadão.
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Os autores apontam a importância de desenvolver no público infanto-juvenil,


por meio da disciplina, a noção do trabalho em equipe e de conviver com as
diferenças, as quais ficam cada vez mais evidentes à medida em que avançam os
anos escolares.
É necessário frisar que é no ambiente escolar que muitas crianças têm um
primeiro contato com as atividades físicas, evidenciando o quanto a disciplina é
crucial na promoção do desenvolvimento cognitivo, motor e auditivo. Esse primeiro
momento de forma planejada, permite que as crianças compreendam e se adaptem
não apenas nas escolas, mas em outros ambientes os quais tenha acesso.
(MIQUELIN, 2014).
Desta forma, alguns critérios são importantes para melhorar a realização da
Educação Física Escolar, como a contratação de professores qualificados da
disciplina, sua democratização, garantindo o direito de todos os alunos praticarem a
EF e possuir acesso tanto aos esportes, quanto às brincadeiras. Vale ressaltar que o
emprego de atividades bem desenvolvidas e materiais adequados, geram uma
fascinação aos alunos e contribuem para a integração entre eles e com os docentes.
(PRADO, 2015).
Sendo assim, há uma gama de atividades que podem ser exploradas pelos
professores, bem como uma variedade de funções desempenhadas por eles,
elencadas por Betti, Ferraz e Dantas (2011) os quais apontam que os docentes,

Elaboram, implementam e avaliam programas de ensino que


tematizam, do ponto de vista didático-pedagógico, as brincadeiras e
o jogos, o esportes, as lutas, as ginásticas, as danças, exercícios
físicos, atividades rítmicas e etc., com propósitos educacionais
explícitos e implícitos, quer dizer, com intenção de influenciar a
formação dos sujeitos considerando que a tematização didático-
pedagógica faz-se a partir de sentidos culturais e potencialidades de
estimulação do organismo humano que se apresentam naquelas
manifestações (brincadeira, jogo e etc.) ligadas à tradição da
Educação Física, tradição esta que se renova (ou deve se renovar,
sob pena de desatualizar-se) em consonância com os contextos
sócio-históricos, que são mutáveis.

Observa-se que muito pode ser feito pelos professores e os mesmos devem
estar atentos às peculiaridades de cada alunos, pois a faixa etária influencia suas
ações, o diálogo com a turma e o nível das atividades praticadas.
Em relação a isso, Carvalho (2021), afirma que cabe ao professor propor
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atividades direcionadas, tendo em vista a faixa etária dos alunos, principalmente


aqueles que estão nos anos finais do ensino fundamental (6º ao 9º ano) abrangendo
dos 11 aos 14 anos de idade. Nesta etapa da vida, é esperado um conhecimento
maior sobre as práticas da disciplina por parte dos alunos, reconhecendo os
desafios que os mesmos enfrentam durante essa fase da vida, eles também podem
conhecer de forma mais eficaz as dimensões, as regras e compreender o que está
sendo praticado. Durante esses anos, torna-se possível elevar o nível de dificuldade
dos movimentos, garantir a reflexão e o diálogo sobre os métodos usados na prática,
entre outros outras questões.
Contudo, é durante essa fase que ocorre a puberdade, a qual gera
incontáveis mudanças à nível biológico, psicológico e social. Tais mudanças
interferem diretamente na realização das atividades práticas, como explica Barreira
e Silva (2021):

Com o aumento de massa muscular, os meninos desenvolvem


também a resistência, a velocidade e a força, aqueles que atingem
sua maturação biológica precocemente possuem maior capacidade
metabólica. Enquanto nas meninas pode-se observar uma evolução
no desempenho motor após o primeiro fluxo menstrual, entretanto as
meninas que têm sua maturação biológica cedo, possuem certa
desvantagem comparado às que possuem maturação normal. [...]
Meninas podem ter a mesma idade e podem estar passando por
diferentes momentos em relação a maturação, o que pode interferir
nas habilidades e qualidades físicas.

É observado pelos autores, as constantes mudanças da fase de puberdade,


a qual pode gerar um desafio maior ao sexo feminino, no tocante às atividades
realizadas na escola. Esses fatores, se não trabalhados adequadamente, podem
afetar a participação nas aulas e o interesse pela disciplina.
Concomitantemente, a participação nas aulas tende a reduzir com o tempo,
apresentando-se menor durante o Ensino Médio. Assim, deve-se alterar essa
realidade com urgência, pois estudos apontam uma crescente evasão desses alunos
das aulas de EF, além disso, eles se veem desmotivados com as propostas e
métodos desenvolvidos, dando pouco importância à disciplina no Ensino Médio
(SILVA; SILVA, 2021).
Em conjunto com esse afastamento dos alunos, um fator se torna agravante
e determinante para a ausência das atividades práticas da disciplina, sendo este a
falta de estrutura física adequada nas escolas, pois como afirmam Severo e
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Carvalho (2015), a realidade da EF escolar necessita de mais do que apenas


reparar e construir espaços, visto que, é possível se valer de ambiente e materiais
diversificados. Contudo, acredita-se que as condições materiais, sejam elas
instalações, material didático e espaço físico, interferem significativamente da prática
pedagógica.
Desta maneira, a aula de educação física por vezes pode ser tida apenas
como um momento de diversão e prática de esporte. Tal fato acarreta
consequências durante a compra de material pedagógico, pois a disciplina não tem
preferência para obter o que necessita para o desenvolvimento das atividades
curriculares, adquirindo no máximo uma bola, corda e um espaço vazio (JESUS,
2014).
Para que haja uma infraestrutura do ambiente escolar adequada, alguns
requisitos são abordados por Souto et al., (2021), tais como:

A disponibilidade de salas de aulas espaçosas, arejadas e


iluminadas, com mobílias apropriadas e acesso ao serviço de água,
esgoto e eletricidade, somado ao espaço físico adequado ao
tamanho da turma e as características das atividades práticas a
serem realizadas de modo a proporcionar boa visibilidade aos
envolvidos e audição aos comandos e orientações das atividades,
condição que se justifica por ser fundamental para a formação
humana, logo, devendo estar em constante movimento de
reestruturação.

Contrariando o que foi apontado pelos autores como ideal, a realidade


observada no país é outra, pois Carvalho, Barcelos e Martins (2020) expõem que de
acordo com o Censo Escolar de 2017, seis em cada dez escolas públicas no país
não possuíam quadras esportivas, fato que se torna alarmante se considerar que o
Brasil foi sede de grandes eventos esportivos à nível internacional. Dessa forma,
mesmo com os investimentos em esporte que garantem alto rendimento, ainda é
comum a falta de infraestrutura básica para a prática desportiva no ambiente
escolar, bem como da própria disciplina de Educação Física.
Corroborando os autores, Ferreira Neto (2020) quantificou em sua pesquisa
os índices apresentados nas diversas partes do país em relação à carência de
estrutural no tocante à prática de Educação Física, no qual ele destaca que,

A região Sul apresenta baixas temperaturas e ainda assim 75% dos


espaços escolares desportivos estão em desacordo, visto que não
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possuem cobertura nem materiais em número suficiente e em boa


qualidade, [...] em Maringá-PR, foram apuradas queixas de
professores sobre a temática infraestrutura escolar. Quando
pensadas exclusivamente como elemento de superação da ausência
de recursos materiais, essas queixas identificam um pensamento
ingênuo e descontextualizado. Na região Nordeste [...] as condições
da infraestrutura escolar quanto ao quesito espaço físico, materiais
didáticos e equipamentos esportivos destinados à disciplina de
Educação Física, em escolas públicas de Sobral-CE e escolas
estaduais da Bahia. No estado baiano, verificou-se um
desinvestimento, pois, das 1.456 escolas estaduais, 46 (3,15%)
possuem quadras cobertas, 795 (54,6%) possuem quadras sem
cobertura e 615 (42,2%) não possuem quadras.

Observando esses dados, constata-se que essa carência de investimentos é


uma realidade que percorre todo país, gerando uma sobrecarga nos professores, os
quais, muitas vezes acabam optando por seguir apenas a modalidade teórica da
disciplina.
No entanto, o ambiente ideal para a realização das atividades físicas deve
se adequar ao tamanho do grupo e às características da atividade, devendo possuir
iluminação e ventilação adequadas, além de uma temperatura agradável. O piso (da
sala, quadra, pista) deve ser antiderrapante, livre de buracos e objetos em que se
possa tropeçar, com o intuito de evitar quedas. O uso do espaço precisa garantir boa
visualização do professor e boa audição das orientações para a prática (FIGUEIRA;
PEREIRA; SOARES, 2015).
Portanto, entende-se que há muito a ser conquistado para a obtenção de um
ambiente escolar apropriado para a realização de atividades físicas, como Ferreira
Neto (2020) explica, para que haja uma modificação no sistema de educação
bancária para um processo de educação libertadora, deve-se mudar as estruturas
sociopolíticas, especialmente as de ordem política e econômica e as de grande
impacto na sociedade. É inegável que para ocorrer uma mudança significativa e
relevante, o primeiro passo é alterar a base piramidal da estrutura educacional, ou
seja, sua infraestrutura.
Desta forma, lutar para que essas mudanças ocorram, não depende apenas
da luta solitária de poucas pessoas. As escolas, juntamente com outros atores da
sociedade precisam ir em busca de legislações mais rigorosas no tocante às
carências espaciais e garantir às crianças e adolescentes melhores oportunidades
para a prática da Educação Física segura e efetiva.
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7 METODOLOGIA

Os cientistas e pesquisadores costumam aplicar um conjunto de


procedimentos para o desenvolvimento de seus estudos, de modo a lhes conferir
maior respaldo e manter uma sistematização das diversas temáticas abordadas.

A ciência tem suas regras e são elas que conferem cientificidade e


validade ao que é produzido e reproduzido no universo científico.
Cada área do conhecimento é constituída por um conjunto de
técnicas especializadas de pesquisa, que variam conforme a
natureza e as características de seu objeto de estudo. Mas todas as
áreas do conhecimento compartilham um conjunto de princípios
gerais, que denominamos como método científico (GUERRA, 2014).

Com esse intuito, o percurso metodológico de escolha para o


desenvolvimento da pesquisa foi o da pesquisa bibliográfica com abordagem
qualitativa e caráter descritivo. De acordo com Prodanov e Freitas (2013), esse tipo
de pesquisa permite ao pesquisador o acesso a todo material que possa ter relação
com o tema escolhido.
No tocante à abordagem qualitativa, Brito, Oliveira e Silva (2021) explicam
se tratar de estudos que não possam ser quantificados, pois se baseia em
significados, motivações, em entender o quão complexos possam ser os fenômenos
avaliando seu caráter subjetivo.
Em relação ao caráter descritivo do projeto, Oliveira (2011) aponta:

Esse tipo de pesquisa busca descrever um fenômeno ou situação em


detalhe, especialmente o que está ocorrendo, permitindo abranger,
com exatidão, as características de um indivíduo, uma situação, ou
um grupo, bem como desvendar a relação entre os eventos.

Com isso, os dados foram coletados por meio de artigos, revistas, livros e
outros trabalhos científicos disponíveis em sites, de modo que os mesmos deveriam
ser disponibilizados com texto completo, de forma gratuita, no idioma português,
escolhendo pesquisas a partir de 2010. Assim, foram descartadas as pesquisas que
não abrangessem tais critérios.
19

Concomitantemente, os trabalhos escolhidos para compor a presente


pesquisa deveriam ter relação com a temática da carência de estrutura física na
prática da Educação Física nas escolas, sejam aqueles que abordassem
diretamente a temática, quanto aqueles que permitiram introduzir o contexto da
mesma.
Dessa forma, alguns termos foram utilizados com o intuito de facilitar a
pesquisa, dentre eles estão: “Educação Física em ambiente escolar”; “Problemas
para a prática de educação física nas escolas”; “Carência de estrutura física para a
disciplina de educação física nas escolas”; e “Educação Física na puberdade”.
Com a aplicação desses termos, foram selecionados 15 artigos para
composição do referencial teóricos, os quais se encaixam nos critérios pré-
estabelecidos.
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8 CRONOGRAMA

Segue abaixo um quadro constando as etapas da pesquisa e os meses nos


quais elas foram sendo desenvolvidas. O cronograma permite muito mais do que a
organização do projeto, pois serve para distribuir o tempo do pesquisador,
permitindo assim que nenhuma etapa seja descumprida.

Meses AGO SET OUT NOV DEZ

Atividades

Levantamento X
bibliográfico
Elaboração do projeto X

Coleta de dados X X

Análise dos dados X X


coletados
Envio na plataforma X
para conceito
Apresentação do TCC X

O levantamento bibliográfico é a etapa na qual é estabelecida a temática e a


disponibilidade de materiais suficientes para compor a pesquisa. A elaboração do
projeto e coleta de dados se complementam por se tratar da busca pelos trabalhos
científicos que irão compor a pesquisa e sua aplicação na mesma. Na etapa de
análise de dados, as informações colhidas serão tratadas e empregadas para
alcance dos objetivos. Por fim, após concluído, o projeto será enviado para
plataforma e o trabalho de conclusão de curso apresentado para avaliação.
21

9 RECURSOS

Toda pesquisa tende a gerar despesas ao autor e estas são denominadas


recursos, podendo ser tanto humanos quanto materiais. Sendo assim, o quadro
abaixo dispõe os recursos empregados durante todo percurso do projeto.

RECURSOS TOTAL DE RECURSOS TOTAL DE


HUMANOS UNIDADES MATERIAIS UNIDADES

Professor licenciado
1 Artigos em PDF 18
em Educação Física
Professor licenciado
1 Computador 1
em Letras/Português
Professor de
Metodologia e
Caderno
Consultoria em 1 1
Trabalhos Científicos.

Caneta 1

Revistas 3
22

10 AVALIAÇÃO

A avaliação de um projeto de pesquisa ocorre a partir das atividades


anteriormente expostas no cronograma, observando se as mesmas foram
contempladas de acordo com o período previsto. Por meio da avaliação, é possível
verificar se os objetivos foram alcançados, se os recursos estavam dentro do
orçamente estabelecidos, se não houveram atrasos em algumas das etapas da
pesquisa, observando a necessidade de reajustes.
Durante o processo de produção da pesquisa, não houveram contratempos,
tal fato ocorre devido ao seguimento da avaliação, a qual é uma etapa constante.
Dessa forma, a construção do projeto ocorreu baseado constantemente no
seguimento da metodologia e sem imprevistos.
Como métodos de avaliação, o presente projeto contará com:
1) Observação;
2) Fotos e/ou vídeos;
3) Ficha de avaliação.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente projeto permitiu o conhecimento da importância da disciplina


de Educação Física e de que modo a falta de uma estrutura física adequada
afeta o desenvolvimento metodológica da matéria. Além disso, observando as
peculiaridades do público-alvo foi suscitado o problema da evasão que ocorre
nas aulas práticas.
Mediante o confronto de ideias dos autores, confrontou-se o espaço
físico ideal para o ambiente escolar e a realidade vivenciada em todo país da
falta de investimento na infraestrutura das escolas, as quais optam muitas vezes
pela realização da EF teórica em detrimento da prática.
A pesquisa mostrou-se de grande valia por evidenciar os benefícios da
educação física para a saúde biopsicossocial das crianças e adolescente, bem como
permitiu conhecer o desenvolvimento histórico da disciplina, desde sua
implementação até os dias atuais.
Sendo assim, o projeto poderá contribuir e incitar futuras pesquisas, as
quais podem incentivar ainda mais a mudança do cenário causado pela carência
estrutural principalmente nas escolas públicas, contribuindo também para a
realização constante de atividades físicas e práticas esportivas impulsionadas
pelas escolas.
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REFERÊNCIAS

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Curso (Licenciatura em Educação Física) - Centro Universitário do Planalto Central
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https://dspace.uniceplac.edu.br/bitstream/123456789/1140/1/Let%C3%ADcia
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BETTI, M.; FERRAZ, O. L.; DANTAS, L. E. P. B. T. Educação Física Escolar: estado


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https://www.scielo.br/j/rbefe/a/fXMBxzhw98N3yfWyZfMhxDf/?format=pdf&lang=pt.
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BRITO, A. P. G.; OLIVEIRA, G. S.; SILVA, B. A. A importância da pesquisa


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https://revistas.fucamp.edu.br/index.php/cadernos/article/view/2354. Acesso em 20
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CARVALHO, J. V. S. Contribuição da Educação Física Escolar para a Formação


Integral do Indivíduo nos Anos Finais do Ensino Fundamental. 2021. Trabalho
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FERREIRA NETO, R. B. Infraestrutura escolar e Educação Física: tensões e


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Disponível em: https://publicacoes.fcc.org.br/eae/article/view/6547/3970. Acesso em
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