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Como pode-se apreciar, a carreira esportiva está atravessada por diferentes fases
ou etapas: iniciação, aprendizagem, começo da carreira esportiva, competição no
alto desempenho e retirada esportiva (Stambulova, 2007). Traçar uma linha de
tempo e analisar todas as etapas pelas quais transita um atleta de alto
desempenho é um trabalho muito extenso. Cada uma delas oferece muita
informação de índole psicológica, resultante da complexidade que significa
abordar um estilo de vida com fortes compromissos e responsabilidades desde
idades tão precoces e conseguir mantê-lo durante o tempo todo.
Para conseguir compreender com detalhe cada elemento deste material, serão
definidos a seguir os termos de alto desempenho e elite.
Elite é um grupo minoritário de pessoas que têm um status superior ao resto dos
seres que convivem em sociedade.
Alto Desempenho:
Retirada
Desenvolvim Aperfeiçoam Realocação
ento ento
•
Juventude
.
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Modelo vocacional
A autoeficácia
Este processo em que o atleta fa z uma análise de si mesmo tem como sustento
confrontar o que ele deseja (expectativas de resultado) com o potencialmente
provável (autoeficácia). É indispensável que o atleta de alto desempenho realize
o que Savickas (2005) e Hartung, Porfeli & Vondracek (2008) expõem como
competências ou estratégias de adaptação. Tais competências ou estratégias são
utilizadas para assumir responsabilidades com suas tarefas, com o objetivo de
dispor de uma boa planificação, montar seu projeto de vida, somado ao fato de
acomodar os processos de adaptação, principalmente nos ambientes
profissionais, pessoais, esportivos, familiares, etc.
A intenção neste artigo é contextualizar quais são as etapas pelas quais o sujeito
atleta passa para chegar ao alto desempenho. Embora seja um assunto que
convoca os treinadores, também é importante para os profissionais que
acompanham a formação do atleta. A referência tomada será Seirul.lo Var gas,
coordenador esportivo do Futbol Club Barcelona e preparador físico do time
profissional durante muitos anos. Ele não é só considerado um grande treinador a
nível mundial, mas também o mentor de um modelo de treinamento que
revolucionou o mundo da preparação física nos deportes coletivos.
Esta proposta é uma construção ideal que deve ser ajustada à situação real de
cada jogador ou pelo menos a cada grupo de jogadores, para que a iniciação no
esporte que praticam promova a obtenção dos resultados desejados nas
idades posteriores, sem cair na pressão do resultado imediato e precoce que só
pode ser uma consequência do próprio talento e nunca a finalidade destas
Fases iniciais.
Cada jogador deve montar um projeto pessoal de vida esportiva, ajustando-o a
suas necessidades e conquistas, única opção se quiser obter ótimos resultados
nos momentos fundamentais de sua vida esportiva. Logo, seu talento pessoal e a
sorte definirão a exata validez do processo e da forma de haver adaptado o
jogador (Seirul.lo, 2005).
Na etapa A da iniciação, as fases são demarcadas a cada dois anos, uma vez
que estes processos psico-fisio-sociais são modificados rápida e
significativamente nessas idades precoces. Enquanto que na etapa 8, as
fases são de 4 anos, ajustando-se a ciclos Olímpicos que são, possivelmente,
um objetivo prioritário da etapa de alto rendimento e podem ser ajustados para
bienais para os campeonatos mundiais de quaisquer destas especialidades. A
construção de um projeto de vida esportiva está sujeita a processos de maturação
e desenvolvimento do indivíduo, e as idades que propomos são apenas
aproximadas, mas em qualquer caso válidas para a maioria dos indivíduos.
A. De iniciação à prática.
8. De obtenção de alto desempenho.
C. De funcionalidade decrescente.
Cada uma das três etapas ocorre em períodos de 10-12 anos e se subdivide
em fases:
Al-. Fase da prática regular não específica (idade de 5-7 anos).
A2-. Fase da formação genérica polivalente (idade de 8-10
anos).
A3-. Fase da preparação multilateral orientada (idade de 11-13
anos). A4-. Fase da iniciação específica (idade de 14-16 anos).
81-. Fase da especialização (idade de 17-19 anos).
82-. Fase do aperfeiçoamento (idade de 20-23 a nos).
83-. Fase da estabilidade e do alto rendimento (idade de 24-28 anos).
Cl-. Fase da conservação do rendimento (idade de 29-34 anos).
C2-. Fase da adaptação compensatória à redução do rendimento (idade de 33-38
anos).
C3-. Fase da readaptação funcional para o rendimento não competitivo (idade de
30-41 anos).
É imprescindível que todo atleta seja orientado em sua vida esportiva por um
projeto que permita evitar erros muito frequentes quando se precipitam os
acontecimentos esportivos e não se respeitam temporariamente os grandes
critérios de otimização do indivíduo (Seiru-lo, 2005).
A-1: É uma prática regular adicionada à que a criança realiza em sua escola.
Pelo menos duas sessões além das que haja em sua prática escolar, e com
prática escolar nos referimos à Educação Física.
A-3: De maneira progressiva, realizar uma prática orientada aos esportes e depois
ao esporte no qual for mostra ndo maior eficiência. Começa-se a perfilar a
especialidade esportiva.
Com o que vimos anteriormente, podemos começar a pensar que os atletas que
praticam esportes individuais apresentam um nível de estudos (tanto finalizados
como em cur so) inferior ao dos atletas que praticam esportes coletivos. Além
disso, os atletas de esportes individuais sentem com maior dificuldade a
conciliação da vida esportiva e acadêmica. Deve-se considerar a variável
"econômica", já que nos esportes coletivos a repercussão social e a expectativa
econômica são mais altas. Por este motivo as estatísticas nos indicam que há
uma maior formação acadêmica no esporte individual, já que as possibilidades
de viver do esporte (expectativas econômicas) são menores e vão sendo
conscientizados de incluir sua formação enquanto estão na ativa, considerando-
se que o ritmo de cur so não será o mesmo de um estudante "normal" (com
normal nos referimos a não atleta), enquanto em esportes com mais retribuição
econômica (futebol, basquete...) há menos atletas formados porque investem
todo seu tempo no esporte. Outra variável a ser considerada é a quantidade de
horas de dedicação, já que quando comparamos esportes dentro dos individuais,
os esportes como a natação têm uma grande carga horária, o que impossibilita a
conciliação entre esporte e estudos, enquanto o atletismo, por exemplo, apesar
de sua carga horária, deixa margem para poder ter mais tempo de estudo.
Autores como Stambulova (2010) mostram como os atletas possuem uma idade
média de 22.7±6.7 anos no caso dos que se dedicam ao alto desempenho.
Segundo Park, Lavalle e Tod (2012), as idades compreendidas entre os 16 e 26
anos contêm a etapa em que os sujeitos-atletas encontram maiores limitações
para harmonizar carreira esportiva e acadêmica.