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ESTUDO DO COMPORTAMENTO É A ETOLOGIA

NA EQUITAÇÃO OS ESPECIALISTA DOMINAM A


ARTE DE DOMAR CAVALOS
Autor: Jeferson Fernandes – Hipologista, graduado pela PUC-
PR no curso de ciências eqüinas. Horsemanship especialista em
doma e treinamento de cavalos, cursos, estágios e assistência na
área com os principais profissionais desde 12 anos de idade e
hoje aos 35 anos após trabalhar com animais de diferentes raças
e modalidades e c pelo mundo, domina as diferentes técnicas de
comunicação e persuasão para o desenvolvimento da
equitação que aliado a formação acadêmica proporciona o
entendimento claro das etapas de adaptação físicas e
psicológica no processo de doma e treinamento
de cavalos.

Módulo: Horsemanship nível 1


Disciplina: Etologia da equitação a arte de domar cavalos
Sumário:
· Introdução · 5 aspecto da · Modelagem de
doma racional comportamento
· Registro histórico

· Teoria do comportamento
· 1º Doma de manejo · Reflexo condicionado
> Imprinting > Aprendizagem
> Comportamento clássico
> Alimentação > Ensinamento
> Comportamento Operante
> Higiene e profilaxia > Memória
> Expectativa e propósito
> Natureza da aprendizagem
· Conceito de Doma > Repetição
Conceito de Horsemanship · 2º Iniciação > Ancoragem
> Comunicação
Doma racional > Estereotipagem
Doma Tradicional > Dessensibilização
> Retidão

· Cronograma de · 3º Cuidados com a boca · Estímulos


> Contingência de 3 termos
trabalho > Mastigação
> Comandos
> Aceitação de comandos
> Recompensa
> Contato e pressão
> Punição

· Iniciação, Primeira Semana · 4º Adaptação física


> 1º dia
> 2º dia · 5º treinamento Conclusão
> 3º dia > Desde potro
> 4º dia Biografia do autor
> Conformação
> Preparo Mental Referências biográficas
> Nutrição
· Iniciação, Segunda semana > Treinos ·Textos complementares
> 5º dia 1 A equitação mecânico-
> 6º dia etológico
> 7º dia 2 – A auto-observação e as
> 8º dia relações
3 – A Desmistificação do Método
de “IMPRINTING” 4 – A lógica do
· adaptação física cavalo
> 1ª semana 5 – Os cavalos podem falar?
> 2ª semana
6 – O cavalo que pensa
> 3ª semana
> 4ª semana
APRESENTAÇÃO

Nesta disciplina de Etologia da Equitação a arte de domar um


cavalo, será demonstrada os métodos, as técnicas e os
processosestudados da doma racional, aprimorados e utilizados
pelos melhores horsemanship, a intenção é que você entenda e
desenvolva suas habilidades de manuseio e equitação.

A doma é à base da relação entre o cavalo e cavaleiro,


o conhecimento desta arte leva ao entendimento de muitas
ações e reaçõesque temos nessa relação onde devemos em
muitos casos, mesmo com cavalos velhos, voltar e reconstruir
essa relação para que se possa obter harmonia e a compreensão
daquilo que ambos desejam.

A doma deve ser um processo amplo de ensinamento ao cavalo,


com o uso de técnicas que priorizem a adaptação física e
psicológica sem o uso de violência, objetivando a
domesticação, manejo e treinamento sem dor e sem medo para
ganhar a confiança e lealdade do cavalo nas atividades que
planejamos para o animal.

A etologia, estudo do comportamento, proporciona noções claras de


como se comportar e saber o que, quando e como ensinar o
que queremos ao cavalo é a transformação de um reflexo selvagem
em um reflexo condicionado. Toda pessoa que mexe ou pretende
lidar com cavalos, deve ter conhecimento de como é o estudo do
comportamento eqüino, vai agregar qualidade e entendimento
da relação que o cavalo tem da gente “os predadores seres
humanos”.

Para o horsemanship não é necessário ter força e destreza,


basta ter paciência e conhecimento para obter bons resultados.
REGISTRO HISTÓRICO

Pelo andar da história o cavalo esteve junto ao homem que sempre


utilizou de diversas técnicas para o animal colaborar com suas
necessidades, primeiramente alimentícia e conseqüentemente para
transporte, instrumentos de guerras e conquista até chegar aos
tempos atuais para o uso também de esporte e lazer.
Cada povo desenvolveu as suas técnicas de doma e treinamento,
chineses, árabes, turcos da península ibérica, os índios das
Américas e também dos colonos até a realeza européia, enfim
essas técnicas muitas vezes foram aprimoradas quase que
instintivamente por poucos seres humanos com sensibilidade para
entender e sentir o que era necessário fazer para ter o cavalo o seu
lado como um parceiro com confiança um com o outro.

Essa odisseia da humanidade pode ter começado a 6000 e 4000


antes de cristo como evidência pinturas rupestres e estudos fosseis,
porém o primeiro estudo registrado remonta a 3750 anos atrás por
KIKULI povo Hitita , China e Mongólia, com o 1º tratado de
alimentação, manejo e adestramento o cavalo.

Já Xenophon, foi coronel da cavalaria Espartana é considerado o


pai da equitação clássica onde escreveu seu tratado de equitação,
totalmente preservado, cujo nome The art of Horsemanship .

Somente a partir do Renascimento, ano 1450, a equitação é vista


como uma arte e passam a surgir novos mestres como Grisone
Gutemberg (1561), Plunivel(1629) escritores e cavaleiros do
surgimento da alta escola, a primeira linha de ensino da equitação.

O conceito racional do bem estar animal esteve em pauta pela


primeira vez por William Cavendisch(1676) cujo a evolução da alta
escola deu-se por métodos baseado na paciênci, compreensão e
sem uso da violência.
Em 1733 Gueriniere(1751) formo a escola de equitação.

“Recomendo a leitura de o texto completar 1 , autor André Bez, descreve com maestria o sua visão
do conceito comportamental da relação histórica entre homem e cavalo. “
CONCEITO DE DOMA

O conceito da doma parte do pressuposto errôneo, que muito se vê


e se fala, de que é o ato de montar em um cavalo xucro, onde na
verdade a doma deve ser interpretada como um processo de
ensinamento ao eqüino em que desejamos um reflexo condicionado
e está aprendizagem pode ser iniciada logo após o nascimento e
que continua durante o crescimento ou mesmo pela vida adulta do
cavalo, o ato de montar o cavalo nas primeiras vezes é uma das
etapas da doma e claro uma das mais importantes a analisar o fato
de que montá-los é intensificador e o objetivo principal na relação
entre cavalos e cavaleiros, as outras etapas são determinantes
também para o bem estar das duas partes da relação.
Clique na imagem abaixo para assistir o vídeo.

"O vídeo é um estudo de caso com o resultado da relação formada


através da doma racional"

Domar é estabelecer uma relação harmônica e não traumática.

Domar é persuadir desde os primeiros contatos.

Domar é interagir e não apenas ver.

Domar é uma arte e a matéria prima é o cavalo, o cavalo domado


deve ser uma obra de arte.

E a arte de domar, é dar forma a todas as grandes virtudes que o


cavalo tem.
CONCEITO DE HORSEMANSHIP

O conceito de horsemanship serve para aqueles que desejam


aprimorar o trato fino com o cavalo e desenvolver a sensibilidade e
percepção do comportamento eqüino, as respostas perante uma
ação natural ou condicional.

Conhecer a natureza do cavalo forma de comunicação em manada


e seus comportamentos, a psicologia, os instintos e ainda questão
como conformação, alimentação, ossificação e o manejo em geral é
muito importante, digo até fundamental para os horsemanship ou
simplesmente domadores e cavaleiros, assim aqueles que assim
desejarem desenvolver a arte deveram preparasse, estudar,
observar e claro praticar para adquirir experiência.

Com a prática, o horsemanship vai construir uma rotina de trabalho


e autocontrole emocional que lhe permite lograr a evolução
na relação de confiança entre as partes, respeitando o tempo em
que o cavalo necessita para adaptar-se aos ensinamentos
propostos, alias cabe ao homem na relação a consciência
dos limites da aprendizagem, pois constantemente o animal
parecer pré-disposto a fazer mais e melhor.

“Recomendo a leitura de o texto completar 2 , autor Amwell, 14


de fevereiro de 1953, a resenha voltada ao desenvolvimento
humano, do auto-controle e o entendimento das relações“.
DOMA RACIONAL

Dentre as especialidades no mercado eqüestre, estes


conhecimentos são mais empregados por domadores e
horsemanship, ainda sim treinadores e criadores também
devem conhecer a disciplina e praticá-las, a amplitude de
segmentos e viés que o estudo do comportamento apresenta ao
ser humano conduz uma relação com o cavalo de pertencimento ao
um grupo na nossa linguagem ou da manada na linguagem deles.

O principal conceito a ser trabalhada na relação com os cavalos


está na inversão dos instintosnaturais do comportamento
clássico de fuga e medo, o eqüino sempre esteve no papel de
presa é esta atitude que deve ser substituída e dar ao animal a
confiança de que nós seres humanos estamos a seu lado como
parte da manada. Naturalmente o animal tende a ir contra uma
ação a reação deve ser
trabalhada na doma para que haja compreensão no ato desejado.

A doma racional quando feita com maestria o animal estará sempre


pré-disposto a fazer mais e melhor, como eu disse nas linhas
acima, caso isso não ocorra, certamente os limites da capacidade
do animal foi ultrapassado, está é a base para o entendimento
do que é racional na doma, o respeito aos limites físicos e
psicológicos do cavalo é a primeira racionalidade que deve ser
imposta.

A doma racional não implica em apenas trabalhar o cavalo montado,


essa é uma etapa e que jamais deve ser a primeira.

Ensinar a aprender o que queremos ensinar, com paciência a


virtude das virtudes e que sustenta o conhecimento, as
técnicas e a sensibilidade no trato com cada cavalo, em cada
temperamento que eles possuem com mais ou menos intensidade.
Os primeiros encontros com o cavalo são primordiais para
determinar o tipo de relação que iremos estabelecer com ele, se
acertado e racional de acordo com o caráter e temperamento
ganha-se a confiança com o tempo e que permitirá acordar as
necessidades de cada um, cavalo e horsemanship. Adentrando na
doma racional a construção de um plano de trabalho pelo
profissional (ou aprendiz) deve ser clara para progresso dos
ensinamentos em cada etapa proposta nas domas, seja pela
doma de manejo, de equitação ou treinamento. Para execução
do plano devem-se ter ferramentas, assim como qualquer
profissão, para lidar com o cavalo na doma racional o redondel é
parte primordial para se
obter bons resultados pelo fato de poder trabalhar com o animal em
liberdade sem que ele saia do perímetro de ação,
outros instrumentos como guias longas, cilhão, embocaduras e
rédeas também são utilizados no processo assim como outros,
menos utilizados.

A doma racional foi aprimorada em diversos estilos de


equitação, surgindo assim vertentes que adaptaram novas técnicas
ao método racional, os objetivos são os mesmo, porém o
modelo pode ser diferente cabendo ao horsemanship a utilização
daquele onde obtém melhores resultados. O doma racional
aprimorou as técnicas de aprendizagem do cavalo, como repetição,
recompensa e punição e são usadas pelos diferentes métodos
de doma como o Join-up (conjução), doma índia, retidão,
treinamento esportivos e até mesmo na doma tradicional.

"Recomendo a leitura do texto complementar 4, A lógica


do cavalos, onde é exemplificado atitudes de cavalos e cavaleiros"
Clique abaixo para assistir o vídeo

"O vídeo é uma análise crítica do texto , A lógica do cavalo, pelo


autor do e-book Jeferson Fernandes"
DOMA TRADICIONAL

Enrustida com mais ou menos profundidade na cultura de povos


pelo mundo todo, a doma tradicional visa a dominância do cavalo
muitas vezes através de métodos físicos e demonstração de força,
são interpretadas, por ambos, como um duelo entre homem e cavalo
em que sempre há um vencedor e um perdedor a cada “round”,
portanto muitas vezes no para o animal a luta perdura por tempos
nessa relação, obtendo assim os ditados populares que
costumamos escutar como: cuidado esse cavalo é ligeiro dos pés,
cavalo picador, se boleia pra... , não confia nele, ele doma a rédea.

A doma tradicional desconhece e menospreza o potencial da


inteligência do cavalo.
A doma tradicional muitas vezes usa de artifícios não éticos
e desnecessários como manear, palanquear, golpear a boca,
amarrações e outros aspectos que causam traumas e
reações indesejadas para nós e principalmente pelos cavalos
que sofrem esses abusos físicos e psicológicos gerando neles dor e
medo.

Muitas vezes o nosso gestual ou a maneira que nos comportamos


é de certa forma tradicional, quando não avaliamos e até ignorando
a presença do outro ser vivo, no caso o cavalo.

Mesmo o horsemanship não sendo adepto ao sistema tradicional,


em alguns momentos pode involuntariamente ocorrer atitudes que
vão de encontro a compreensão dos comportamentos clássicos e
condicionados, ocorrem principalmente pela perda da paciência
ou pelo simples desconhecimento da etologia eqüina, da sua
natureza.

,
Clique na imagem do vídeo para assistir
5 ASPECTOS DA DOMA RACIONAL
Para se conquistar bons resultados na construção
comportamental devemos nos ater a esses cinco aspectos que
compõe um processo detalhado do trabalho de doma, iniciação e
treinamento.
O cavalo aos dois anos de idade ainda não está totalmente
formado, uma vez que ainda se encontra em fase de crescimento
psicológica, ósseo, articular e muscular. Sendo assim, ele necessita
de muita atenção e ajuda para promoção do fortalecimento
de sua musculatura e esqueleto, uma vez que as probabilidades
de lesões, nos animais em crescimento são maiores.

Para GOODSHIP E BIRCH, os cavalos têm um sistema biológico


de grande capacidade de adaptação. Cada cavalo possui um
sistema particular que o torna apto à atividade exercida
especificamente. Devido a isso, é importante adequar o
treinamento de cada cavalo para que ele tenha capacidade de
adaptar-se à função desejada.
1º - DOMA DE MANEJO

O cavalo é manso? É a pergunta ideal para entender o que é a


doma de manejo, amansamento seria um termo mais popular para
descrever o que se trata estes ensinamentos de manejo que estão
relacionados ao dia a dia do cavalo, como por exemplo, por o
cabresto, escovação de pelos e crinas, soltar e pegar no piquete,
pegar nos pés e mãos do animal, casqueamento, alimentação. A
doma de manejo é basicamente toda a rotina diária cujo
necessitamos que o cavalo acostumasse e se adapte de modo que
não tenha medo e nem resistência aos afazeres de manejes e
criatórios.
A mansidão do cavalo permite a segurança em momentos
vulneráveis do manejo eqüino.

Animais sem contato com o ser humano, não possuem nenhum


manejo, são totalmente xucros e com instinto de fuga deliberado,
este é o principal objetivo a se trabalhar na doma de manejo, fazer
com que o cavalo entenda que não somos uma ameaça e sim um
porto seguro de fonte de alimento e cuidados básicos para sua
sobrevivência. Aqueles animais que já possuem algum contato
devem ser trabalhados constantemente para que não percam as
noções de relações básicas que queremos com ele.

Ø Imprinting - A julgar que todo cavalo nasce com zero de


manejo, em algum momento devemos começar a cultivar essa
relação e criara rotina e repetições são fundamentais para o
desenvolvimento social do eqüino, uma das primeiras técnicas
nesse processo é o IMPRINTING desenvolvida em recém
nascidos, nas primeiras horas
de vida, para que eles logo aprendam a não temer o ser humano e
deve ser cultivado periodicamente nos primeiros meses para que o
potrinho não se esqueça da relação, neste processo de imprinting o
objetivo está em tirar as coscas de virilha, orelhas, acostumá-lo ao
toque e com a nossa aproximação assim como no cabresteamento
e condução do potro.

“Recomendo a leitura do texto complementar 3 , Autora: Dra.


Adriana Busato, Médica Veterinária, Professora de Equídeocultura.
A Desmistificação do Método de “IMPRINTING” onde descreve
estudos, aplicações e resultados sobre a técnica.”

Ø Alimentação - Na maioria dos casos, devido aos métodos de


criação não há possibilidade e nem estrutura para se manejar
potrinhos e desenvolver o imprinting, sendo assim, temos animais
maiores e com muita força, sobre ano ou em ponto de doma com
2 e 3 anos sem nenhum manejo desenvolvido, nessas situações o
uso do arraçoamento é a maneira mais persuasiva para conquistar
a atenção e gerar o interesse do cavalo no homem e
conseqüentemente permitir a aproximação e o contato. As
civilizações históricas assim como os índios domesticavam
cavalos selvagens usando desta tática de restringir o cavalo da
água e de alimento para ai oferecer de forma controlada afim da
aproximação, atualmente apenas em casos mais extremos de
caráter do equino é aconselhável a restrição de água ou
alimentos, pois na grande maioria apenas com a oferta de ração já
é suficiente para se atingir o resultado.
Higiene e profilaxia - Então, estabelecido o contato com o cavalo
a continuidade da doma de manejo, no trabalho diário e com os
cuidados básicos, o animal vai se sentindo cada vez mais
confiante a receber e interagir com o ser humano que deve respeitar
os limites de intimidade que cada animal quer, com o tempo e a
repetição, as condições tendem a melhorar para obter um
cavalo realmente manso. Alerto o fato para se evitar e cuidar com
atitudes que possa criar traumas no cavalo, o que poderá
retroceder toda evolução do processo ou mesmo deixar vestígios
por toda vida do animal.

Na imagem do vídeo abaixo contém o link para assistir.

“Neste vídeo a demonstração de docilidade e compreensão das 3


potras xucra, resultado claro da doma de manejo desde o
nascimento, que foram posteriormente domadas nas vídeos
aulas desta disciplina da escola equestre de treinamentos“
O mínimo cuidado necessário para a saúde de potros, o manejo
amansa o animal.

2º INICIAÇÃO

É um termo relativamente novo para descrever os primeiros


ensinamentos ao cavalo que irá ser montado pela primeira vez. O
cavaleiro Monty Robert usou essa termologia para colocar seu
método na etapa inicial de doma e assim a expressão se firmou e
Ø Comunicação dos cavalos é feita através de expressões
corporais, então todo gestual deve ser feito de forma cautelosa e
clara com o animal, sem sustos e intensidade desnecessária.

A iniciação evoluiu no processo da doma de cavalos


quando conseguimos entender como se dá a comunicação entre
eles em manada, ao natural, da égua com o potro ou da égua
madrinha (líder da manada) com o grupo e a partir do
momento que conseguimos reproduzir essa comunicação, nos
colocamos no mesmo grupo, ou seja, falamos a mesma
linguagem “equus” que é baseada em expressões corporais e que
nos põe em condições de líder da manada no qual o cavalo irá
voltar a sua atenção e logo seguir e colaborar com o que
propomos a ele. Monty Robert foi o grande disseminador deste
método (linguagem) que é chamado de Juin-up, em portuguesa
conjunção, o domínio da linguagem natural dos cavalos
proporciona ao praticante uma facilidade na relação entre cavalo
e horsemanship. Animais muito manejados tendem a ter maiores
dificuldade na comunicação justamente por já terem uma
linguagem própria de relação com ser humano e não aquela natural
de manada.

O cavalo é sim capaz de entender a comunicação através de sons


e na iniciação é onde começamos a introduzir determinados sons
para determinados reflexos condicionados.

O cavalo junto por opção e não por imposição, conjunção, atenção,


relação de manada.

Clique na imagem abaixo para ver o vídeo.

“O vídeo mostra um pequeno trecho de Monty Robert fazendo a


conjunção (juin-up)"
"Tenha sempre em mente o fato de que o cavalo não erra. Todas as
ações do cavalo foram provavelmente motivadas por você,
principalmente se forem potros ainda não iniciados. Nós, os
cavaleiros, podemos fazer muito pouco no que diz respeito a
ensinar cavalo, o que podemos criar é um ambiente em que ele
queira aprender.

Criar uma relação baseada na confiança, uma relação que faça com
que o cavalo queira a conjunção, queira ser parte do time, vestir
a mesma camisa. A minha opinião é que o cavalo
iniciado "convencionalmente" cria uma relação de inimizade com as
pessoas para as quais trabalha. Pode até concordar em fazer
o que as pessoas querem, mais sua atitude será sempre
relutante."

Autor: Monty Robert (EUA).

Conhecer, tocar, tirar as coscas do cavalo com contato


Ø Dessensibilização objetiva o contato intenso com o animal das
mais variadas formas é uma das técnicas mais importantes para o
cavalo se sentir seguro com a presença do ser humano
onde deixamos de ser uma ameaça justamente por adquirir o
contato em suas partes vulneráveis sem lhe causar dor ou
sofrimento. A doma índiacomo é conhecida usa como base a
dessensibilização intensa para iniciação de potros, primeiramente
no tato no qual o horsemanship toca, aperta, bate (na
intensidade certa), esfrega, pendura, sobe e desce do animal até
chegar a um ponto em que o cavalo se acostuma e para de reagir
ao contato. Posteriormente a dessensibilização passa pelo uso de
objetos que é conhecido como banho de manta, banho de sela,
banho de cordas, banho de saco e tem o mesmo objetivo de gerar
o contado de objetos com o cavalo até o entendimento de que
aquele objeto não lhe trás risco a sua saúde ou vida.
Clique na imagem do vídeo abaixo para assisti-lo

“No vídeo um trecho de demonstração da doma índia, baseada na


dessensibilização"

Ø Retidão, ensinamentos de contenção e direção que desejamos


que o cavalo entenda este trabalho é realizado desmontado, o
chamado “trabalho de baixo”, essa é uma das mais antigas
técnicas praticadas. O ato de cabrestear um potro é um trabalho
de retidão, portanto na doma esse método usa de ferramentas
como guias (longas cordas) e rédeas, podendo ser elásticas. O
trabalho deve ser primeiro visando a contenção conhecido como
trabalho de guia, esta etapa é feita em círculos menores e
maiores usando apenas um guia posteriormente o trabalho passa
a usar as duas guias onde deve ser dado o ensinamento de
direção e contato com a boca, por exemplo, conter a guia da
direta o cavalo virar para direita e assim visse versa, como
também o comando de diminuir velocidade, parar
e recuar. Este trabalho é importante para que o cavalo saiba o que
fazer e reagir aos comandos de rédeas ao ser montar nas primeiras
vezes.

Charreteamento é um trabalho de retidão onde o cavalo aprende


comandos de baixo.
O PAPEL DA DESSENSIBILIZAÇÃO
NA DOMA RACIONAL

Autor: Bruno Melo - Hipologista e horsemanship

A palavra dessensibilização engloba muitos fatores no meio


do cavalo, o animal em seu modo clássico” natural” se
encontra na natureza como uma preza e isso está muito
incorporado em seus instintos, tendo em vista que o cavalo das
prezas quadrúpedes é um animal que não tem nenhum acessório
de defesa para o embate, como chifres por exemplo que grande
parte dos quadrúpedes que se encontram nessa escala de prezas
tem para se defender. Tendo em
vista esse fator o cavalo tem seus instintos de fuga muito
bem aguçados, por tanto tudo que submete o contato do ser
humano com cavalo deve ser feito com muita ênfase nessa questão
de que o cavalo tem a fuga muito explicito em suas atitudes,
porém ai esta o grande x da questão, o cavalo tem muita
necessidade de ter um líder em quem ele confie sua própria
vida e é ai que entra o horsemanship!

Quando falamos em dessensibilização pensamos somente


no contato corporal como cabrestear, escovação, manejo em geral,
mas na verdade a dessensibilização já esta atuante no primeiro
contato visual com o animal, onde nossa intenção maior neste
caso é o enfrentamento do animal com seus próprios medos,
onde nele esta explicita o instinto de preza do cavalo, e
queremos com esse enfrentamento do cavalo com seus próprios
medos fazer com que ele entenda que nossa maior intenção é
que ele nos tenha como membro de sua manada mais não
só um membro qualquer, queremos ser o seu líder, mais
lembre se que liderança não é sinônimo de superioridade ou que
façamos de uma forma opressiva, ele só terá você como um
líder com muita paciência, respeito, admiração e principalmente
a grande chave desse contexto seu animal precisa ter confiança
em seu líder.

Na doma racional muito mais precisamos dar ênfase


nesses princípios, pois muitas vezes nosso primeiro contato com
o animal caso você seja um contratado para domar tal animal vai
ser aos seus dois anos de idade ou mais! Neste momento você
precisa estar em perfeito conhecimento de suas ações.
Neste ensejo utilizamos a técnica denominada de doma índia,
que caracteriza se por dessensibilizar o cavalo por modo de
ações corporais intensas, colocamos o cavalo no redondel
e lhe apresentamos uma situação de preza predador, onde o
mesmo vai ligar o modo fuga e é ai que o seu conhecimento da
técnica vai lhe ajudar a mostrar para o animal que você não é um
predador e sim alguém que não vai lhe apresentar perigo, tocando
e esfregando seu corpo em partes vitais do cavalo, como, jugular,
cernelha, barriga, virilha e membros, todos esses pontos são fatais
em um encontro da preza com o predador, tocando nesse
pontos chaves você vai intensificar a vontade do animal em fugir
dessa situação, mais com conhecimento da técnica se colocando
em pontos estratégicos para a sua segurança conseguira mostrar
pro seu animal que mesmo tocando em seus pontos vitais você
não irá lhe oferecer nenhum risco de vida, conseguindo assim
com que o potro se acalme e comece a lhe olhar com outros
olhares , não mais de predador mais sim de alguém que tem a
chance de lhe tirar a vida mais não o faz mostrando assim que
pode ser um líder deste potro. Intensifique essa técnica com
contatos diários.
Concluímos então que a dessensibilização esta diretamente ligada
a sua convivência com o cavalo ou seja desde seu nascimento ou
no momento que recebemos esse animal para doma racional e
para mim Bruno em meu primeiro contato com essa técnica não
deixei mais de utiliza-la, pois considero essencial para a boa
construção de um laço de amor, respeito, admiração e
principalmente confiança!Não esqueça que para exercer esta
técnica você precisa de um conhecimento profundo, para que
não criar traumas, nem para o cavalo nem para o cavaleiro e
lembre-se o erro sempre é do ser humano o cavalo é um reflexo
de suas atitudes!
Clique na imagem abaixo para assistir o vídeo.

"vídeo demonstração do trabalho de dessensibilização na doma


racional "
Trabalho de guia nos primeiros contatos na boca do cavalo,
contenção e direção.

É primordial que o dentista veterinário faça o exame clínico e


tome os devidos cuidados necessários para que se comece a doma
e se introduza a embocadura, o que evitará inúmeras reações
desnecessárias.

Alguns profissionais fazem a iniciação sem o uso de embocaduras e


utilizam de ferramentas como cabrestos especiais ou o
hackamore para iniciar o potro na montaria sem que haja
contato na boca, deixando este processo para outras etapas
onde o animal já responde a comandos, estás técnicas
funcionam bem também, porém eu acredito que o cuidado com
a boca deva começar no primeiro dia tendo assim mais
tempo para dessensibilização e costume com a boca do
animal e proporcionando uma evolução mais lenta e gradual
evitando ao máximo, reações e discordâncias do animal.
Ø Mastigação quando o processo de cuidado é feito de forma
lenta, a mastigação do bridão (mascar freio) é a primeira etapa, se
trata da introdução da embocadura na boca do animal para que
ele se acostume com essa ferramenta e acomode e
confortavelmente na boca.

Os primeiros segundos da sua vida com um bridão, mastigar e


acostumar .

Ø Comandos e aceitação, referisse ao trabalho de retidão, da

Ø Contato e pressão com as guias nos trabalhos de retidão, a


O trabalho de guia com rédeas de borracha, o cavalo gera posição
de trabalho com a sua própria intensidade de contato na boca .
A imagem abaixo contém o link para assistir o vídeo, clique!

“Este vídeo demonstra as rédeas normais sobre a sela e o cavalo


enfrenando naturalmente, buscando acomodar a posição de sua
cabeça, ”
4º ADAPTAÇÃO FÍSICA

Momento dedicado a três aspectos essenciais para uma boa


da doma racional, juntas, a preparação física do cavalo que
visa ganho de resistência e fortalecimento e executada
simultaneamente ao desenvolvimento das andaduras de
passo, trote e galope. Trabalho que dura em torno de 30 dias e
que começa assim que o cavalo sai da iniciação no redondel e
vai para o piquete ou pista, durante esse período os trabalhos
devem ser voltados ao tempo de trabalho ao passo, trote e
galope, aumentando gradativamente a duração de cada
andadura. O descanso é parte importante neste período, para
baixar e mesmo zerar os níveis de stress imposto ao organismo e
que mantém a integridade corpórea e permite uma melhor
performance da adaptação ao treinamento.
Neste momento o cuidado com a boca também já pode
ser intensificado para o estilo de equitação, com contato ou sem
contato, sempre de forma gradual e confortável.

Na doma existe a necessidade de um treinamento específico


almejando adaptar o exercício ao crescimento do cavalo e
aprendizagem. O treinamento adequado faz com que o
cavalo trabalhe sem dor, sem preocupação e estresse,
aumentando o aprendizado, a confiança e o conhecimento que o
cavaleiro tem sobre o cavalo treinado. Atualmente as
linhagens genéticas produzem animais cada vez mais
inteligentes, além disso, o uso de técnicas de ensino muito
eficientes fazem com que o cavalo esteja apto a evoluir nos
treinamentos rapidamente, mais rápido do que a sua adaptação
física, osteomuscular, exigindo assim que o horsemanship
respeite os limites do corpo do animal se tornando assim o
limitador da evolução do treinamento. Diante das
exigências, se o cavalo for bom e inteligente sempre atenderá ao
que se pede e o que se ensina, porém seu corpo não estará
preparado para o que se pede, lesionando-se.

Espaço bom, piso bom, tempo bom para sair pela primeira vez do
redondel e passear. Situações às quais os cavalos não estão
habituados provocam uma tensão no organismo. Essa tensão foi
nomeada de síndrome do estresse pelo cientista Hans
Selye(1936). O estresse é a resposta não especifica do corpo a
qualquer exigência, e que passa por três fases:
1º - Alarme de reação ; constitui na primeira manifestação de
estresse, que pode ser uma agressão leve ou pesada.

2º - Fase de resistência ; está direcionada ao agente especifico


onde atua. É quando há um equilíbrio hormonal com as alterações
ocorridas durante o alarme.

3º - Período de esgotamento ; no estagio mais avançado da


resposta o organismo não consegue acompanhar a adaptação ao
estresse submetido.

Para WENHOLZ, os resultados de pesquisas mostram que


causando pequenos níveis de estresse, o organismo pode adaptar-
se ao estresse imposto, porém em níveis maiores a probabilidade é
de provocarem lesões. Sem esquecer que uma adaptação requer
um equilíbrio nutricional, complemento mineral junto a sua
alimentação.

Um processo de adaptação ao exercício é um ciclo vicioso, ocorre


de acordo com o estresse imposto moderadamente no qual o
organismo tende se adequar e surgi outro estresse e uma nova
adaptação e assim por diante, por isto essa adaptação ocorre de
forma lenta e gradativa durante cada treino. O cavalo deve terminar
seus treinos sempre estando apto fisicamente ao próximo dia de
treino.
Durante a iniciação, primeira etapa, o controle da intensidade física
é uma variável inconstante a cada animal, então para amenizar o
desgaste do animal o ideal é aplicar um bom descanso, de 3 dias
consecutivos pois o eqüino necessita de 72 horas para eliminar
do seu corpo todo acido lático acumulado do exercício. Na primeira
face da iniciação onde se ensina os comandos básicos de
andaduras, parar, virar e recuar em que o processo dura de 8 a
10 dias de trabalhos no redondel é aconselhável que tenha uma
pausa no meio deste período e outra pausa para descanso após, ai
então é que cavalo e domador devem começar o processo de
adaptação osteomuscular ao exercício de acordo com o ciclo
vicioso.

Na segunda etapa, que deve durar 30 dias ou mais, se adapta


o cavalo a uma prática de exercícios que o leve a adquirir
resistência para suportar o início dos treinamentos, o trote é
necessário, pois é esse andamento o grande responsável para uma
adaptação do organismo ao exercício, obtendo um fortalecimento de
tendão, ligamento e músculo para uma melhor absorção de impacto.

Na terceira etapa, que vai até os três anos de idade, deve-se manter
os minutos de passo e trote (curto a médio) que antecedem
os treinos, para manter constantemente o processo de
fortalecimento e adaptação. Neste período deve ser feito um
trabalho de médio a leve esforço, como flexionamento, guia e
os ensinamentos de manobras de forma gradativa. Uma noção de
quanto se deve exigir nos treinos é não passar de 2/4 do limite do
cavalo.
Na quarta etapa, a partir dos três anos de idade, deve-se manter
os minutos de passo e trote (curto a médio) que antecedem os
treinos. Neste período em que os treinamentos são mais
avançados, se exige mais do cavalo, deve-se programar os treinos
da semana para obter dois dias de treinos fortes e exigentes e
outros dias em exterior, treino aeróbico e anaeróbico.

Galopar com retidão, impulso, consistência, juntos "cavalo e


cavaleiro" em um único movimento.

Os cavalos não estão aptos a treinamentos tão novos, não


culpamos provas específicas a idade, pois elas são
economicamente viáveis. Os horsemanship devem adaptar seus
treinamentos para que cavalos tenham um crescimento natural e
que os treinos não afetem esse aspecto.
Pude concluir que a falta de adaptação aos exercícios
proporciona índices de lesões principalmente nos membros. O
trabalho de fortalecimento e adaptação tende a ser lento e
gradativo, para que haja possibilidade de se adaptar ao
treinamento exigido, dividido em iniciação, treino de adaptação a
exercícios, treinamento básico e treinamento avançado,
adaptando o exercício ao crescimento do cavalo, possibilitando
o animal desempenhar 100% de seu potencial físico. Com um
acompanhamento nutricional, um manejo correto e plano de
treinamento, o cavalo irá prolongar sua vida atlética,
aumentar sua capacidade de aprendizado, maturidade mental
e sempre estará bem fisicamente para suportar os treinos e
as competições.
5º TREINAMENTO

A alguns aspectos no treinamento de um cavalo que devemos levar


em consideração e que desenvolvam um treino adaptado com a
individualidade de cada animal.

DESDE POTRO, segundo o MANUAL VETERINÁRIO


DO DESEMPENHO DO CAVALO, quando potro é importante ter
espaço para correr e brincar, pois começa desde sedo a preparação
de sua forma física e das suas habilidades motoras.

CONFORMAÇÃO, segundo WENHOLZ, é importante lembrar que


a conformação do cavalo geralmente é de bastante significância.
A iniciação antes do tempo pode prejudicar a conformação do
mesmo. É necessário saber analisar qual a morfologia ideal para o
que se
deseja do cavalo, evitando assim o esforço do cavalo numa situação
em que não está pré-disposto. A estrutura do animal não
deve apresentar nenhuma deformidade berrante que venha
acometer a absorção do impacto por igual em todo seu organismo.

PREPARO MENTAL, o preparo mental de um cavalo varia de


acordo com a sua aceitabilidade do que é exigido em treinamento,
sem maior resistência . Num treino adequado o cavalo tem
um menor estresse, um melhor aprendizado e melhor preparo
mental, que culmina em um melhor desempenho. Sempre é bom
treinar, lidar e exigir de acordo o preparo mental do animal,
pois este preparo pode ser fundamental para o sucesso dos
treinamentos
(GARY LAVIN, 2001).

NUTRIÇÃO, segundo o Manual Veterinário de Desempenho do


Cavalo, o reforço mineral é adquirido externamente junto à
alimentação. Esse complemento é uma dieta correta para um
bom crescimento do sistema esquelético. Esses fatores estão
ligados às taxas de cálcio e ao fósforo, elas têm que estar em uma
relação de 1,5 até 2 de cálcio por um de fósforo, quando esta
relação ultrapassa dois por um é maior a probabilidade de
problemas
ortopédicos.

TREINOS, estabelecer um rotina e treinamento, com


descansos regulares para restabelecer condicionamento e um plano
de trabalho semanal que tenha de incluso treino aeróbicos , treino
anaeróbico, treinos avançados e treinos de relaxamento com por
o aumento de tamanho e força do osso, tendo está força
bem trabalhada trará muita influência nos degraus de
desenvolvimento do
treinamento. No treinamento há certos exercícios, atividades e
situações que requerem um controle para proteção do cavalo novo
como: peso do cavaleiro, círculos fortes, grandes e pequenos ou
longas distâncias em alta velocidade. As rotinas de círculos
fazem com que o osso perca elasticidade e essas perdas causam
fadigas e estresse.

Para HAY, existem muitas dúvidas sobre o tipo de treinamento, se


é muito, pouco ou ideal. Basta saber que cada cavalo tem seu
próprio limite, ou esperá-lo, o mais importante é dar condições a
este cavalo de estar apto em prosseguir seus treinamentos. Deve-se
saber que
O trabalho forçado todos os dias pode levar o cavalo a um nível de
estresse muito alto, por isso é recomendado o trabalho de três a
cinco dias por semana tento pelo menos dois dias de folga.

Deve-se começar com um trabalho de forma diária e consistente,


a rotina dia após dia é essencial para o trabalho de fortalecimento e
evolução. Um exercício de 20 a 30 minutos pode ser ideal para o
fortalecimento da maioria dos cavalos, porem isto varia de
acordo com cada cavalo. Segundo o Manual Veterinário de
Desempenho do Cavalo é mais eficiente trabalhar um cavalo, em
seu fortalecimento, de 10 a 15 minutos em trote curto ou 20
minutos em trote alongado do que correr 5 km ao galope curto, este
exercício inclui na melhora do fortalecimento pulmonar, de tendão,
músculo e ligamento
primeiro das articulações seguido pelos ossos. Veja a elaboração
do exercício: Primeiramente andar ao passo por um determinado
tempo em uma distância considerável para que o organismo
acostume a percorrer longas distâncias. Após perceber que o cavalo
suportará esta distância ao passo, comece o exercício ao trote.
Deve-se começar o trabalho no trote percorrendo curtas distâncias,
a partir do momento em que se percebe que o cavalo está mais
relaxado deve-se aumentar a distância do treinamento para
fadiga e fortalecimento de articulações e ossos. Após percorrer a
distância ao passo e também ao trote, com o cavalo se sentindo
relaxado, deve-se começar o treinamento ao galope
começando a percorrer distâncias confortáveis em uma
velocidade pequena preparando-se para o início de treinamentos.

Segundo DENOIX e PAILLOUX, os músculos peitorais têm a ação


de limitar a extensão de seus membros. Eles estão envolvidos
em movimentos simultâneos de alongamento e encurtamento, e
caso não estejam preparados adequadamente, não terão o
alongamento desejado. Como possivelmente esses músculos não
possuem um suporte adequado e um bom trabalho vascular,
freqüentemente, produtos metabólicos não serão eliminados e
ficarão acumulados resultando em mialgias que podem interferir na
amplitude do movimento ou baixando a resistência.

Os treinamentos aeróbicos são atividades prolongadas com


esforço mediano e mais de uma constância duradoura como trote,
galope curto a 20 km/h.
Os treinamentos anaeróbicos são atividades de pequenas durações
e com grande esforço.

MODELAGEM DE
COMPORTAMENTO
· É o processo de reforçar diferentemente uma resposta através
de métodos seqüenciais.
O cavalo tende a ser um repetidor, facilita o
treinamento quando vem de uma experiência boa, quando a 1ª
resposta obtida seja a correta.

Na relação com os cavalos em diversas vezes iremos utilizar


de comandos que geram um comportamento, desde chamar o
animal com gritos de VEM VEM... até uma sincronia de movimentos
comandado apenas com balanço do corpo. Para modelar
o comportamento do cavalo e desenvolver a equitação com
qualidade se aplica técnicas de ensino e aprendizagem que estarão
ligados a um ou mais comandos e que no qual é recompensado ou
punido conforme o comportamento.

“Recomendo a leitura do texto complementar 5 Os cavalos podem


falar? , onde estudos científicos mostram a inteligência e
capacidade do cavalo”

Reflexo Condicionado – todo comportamento operante tem


um disparador, os comandos seja gestual, sonoro ou
mecânico. Os comandos também podem ser disparadores de
sensações como medo, fome, excitação e outros. No
desenvolvimento da relação, os primeiros comandos a serem
trabalhados são em geral de sensações, como “BOM
GAROTO”, eu uso sempre o “GOOD girl e boy”, disparando
sempre que o cavalo acerta positivamente, busco desde a doma
de manejo deixar claro o que é o acerto (good) do errado (não),
a técnica de privação é uma poderosa reforçadora , e consiste em
interromper por um período de tempo o reforçador positivo ,
água ou alimento, ao matar a sede do cavalo mais intenso
o reforço se torna , então ao ofertar a água ao cavalo usa-
se comando positivo (good boy), ao matar a sede se tem uma
liberação de hormônios e muito prazer é esse o reflexo, a sensação
de prazer, que foi condicionada ao comando sonoro de “GOOD
BOY” , tornando-o uma recompensa positiva para a resposta que
esperamos nos treinamentos.

A resposta ao 1º sinal deve ser a desejada, chamado de comando


único, não dar 4, 5 sinais para se ter o comportamento.

Regularidade nas recompensas e punições, para se ter um reflexo


limpo e exato do comportamento desejado.

Menos de 5 segundospara entender, seja uma punição


o recompensa o estímulo deve ser imediato e no horsemanship se
torna até automático.

Desencorajar resposta indesejável com punição consistente e


Encorajar resposta correta com recompensa imediata.

Para que o reflexo condicionado se mantenha, é necessário


que periodicamente o reforcemos, é qualquer estímulo que
mantenha ou fortaleça o comportamento que esta produzindo.
Exemplificando de acordo com o reflexo do reforçado positivo, o
GOOD BOY, não é necessário privá-lo de água novamente,
usar o disparador para reforçar na oferta controlada de água em
momentos como após um treino ou cavalgadas, trás resultados
sendo assim a técnica de reforçamento continuo é importante
para se obter novos padrões
Ø Ensinamento, para se começar a ensinar é preciso se ater as
escalas de exigências, na qual o animal se apóia em
um ensinamento para começar a aprender outros comportamentos
operantes, deve ter ferramentas e recursos físicos para que
o comportamento surja sem maiores resistência nas primeiras
vezes.
Ø Memória é a retenção da aprendizagem, somente animais
capazes de aprender e pode, é claro, ser chamado de sistema de
memória. As propriedades características de um sistema de
memória são essas: (a) registrar ("saber de cor"), (b) "estocar" e (c)
lembrar quando estimulado adequadamente.

Ø Expectativa e propósito, a antecipação, uma capacidade que


somente algumas espécies exibem na verdade, todos aqueles, e
somente aqueles, capazes de aprender a esperar uma
conseqüência, seja reforço ou punição, quando confrontados com
determinados estímulos ou quando se empenham em determinadas
atividades. Então, se um animal for capaz de aprender, então terá
expectativas, as quais, por sua vez, auxiliarão na aprendizagem. O
nível de desempenho dos animais superiores é bastante sensível
ao
valor do resultado (recompensa ou punição), os cavalos são
capazes de regular o esforço que empenham na realização de algo.
A outra face da expectativa é, obviamente, a surpresa. Se a
expectativa for quantificada, a surpresa também o será recíproca ou
complementar da primeira.
Ø Natureza da aprendizagem, a experiência (aprendizagem
Ø Repetição e consistência é a chave do sucesso que ajudam o
cavalo a aprenderem determinados comportamentos e entender
certos comandos. Na serie de repetições é que verificamos se
houve o entendimento através de testes sem o reforço ou punição,

Ø Ancoragem Uma boa maneira de começar a entender os usos


da ancoragem é considerar como isso pode ser aplicado no
contexto do ensino e da aprendizagem. O processo da ancoragem,
por exemplo, é um meio efetivo de solidificar e transferir
experiências de aprendizagem. Na sua forma mais simples, a "
ancoragem" envolve estabelecimento de uma associação entre uma
sugestão externa ou estímulo e uma experiência interna ou estado,
como o exemplo de Pavlov.

Ø Estereotipagemsignifica impressão solidificada e é aquele


comportamento concebido automaticamente pelo cavalo, desde
aprendido e muito repetido o animal é capaz de fazer um percurso
sozinho sem o comando do cavaleiro ou até mesmo sem o próprio
cavaleiro.
Ø Os comandos (1) que geram os estímulos na equitação podem
ser através do contato na boca (rédeas), nas pernas e muitas vezes
conjugados com comandos sonoros e de equilíbrio para se obter
Ø Recompensa é qualquer estímulo que mantenha ou fortaleça o
comportamento que a esta produzindo, é tudo aquilo que o animal

exemplo da privação ou uma espora contínua, uma pegada mais


firme nas rédeas.

Punição, qualquer estímulo que possa alterar a probabilidade de


uma resposta, tudo aquilo que gere desconforto, incomodo ao
cavalo. O limite entre punição e agressão é variável para muitas
pessoa sendo mais uma questão ética de cada individuo a
intensidade de punições que mantenham o bem estar do animal.

A punição negativa algo ruim começa , como uma chicotada ou um


contato mais firme de pernas, esporas.

A punição positiva algo bom termina , como a repetição e o


trabalho, sem o descanso.
“Recomendo a leitura do texto complementar 6 O cavalo que
pensa, onde a Equine Research Foundation na Califórnia (EUA)
desenvolve um trabalho que busca comprovar níveis mais altos de
inteligência em eqüinos”
CRONOGRAMA PRÁTICO DO
TRABALHO DE DOMA RACIONAL

PRIMEIRA SEMANA

O objetivo deste início de doma é fazer com que o cavalo aceite o


cavaleiro em seu lombo, sem exigência de andamentos, apenas
subir e descer ou montar e desmontar de forma que o animal esteja
calmo e parado para que permita esse gesto. É possível que alguns
cavalos não se enquadrem nos termos e etapas desta iniciação,
aqueles com mais dificuldade (rebeldes) é recomendável o
prolongamento deste período até que a aceitação seja plena,
nos casos de animais mansos, onde parece que a aceitação ao
objetivo se dá já no primeiro dia, por exemplo, o recomendável
é que o horsemanship não antecipe as etapas para se obter a
adaptação plena.

1º dia – conhecer o cavalo, começar a entender sua personalidade


e o nível de manejo que ele apresente para o inicio da atividade, se
xucro é necessário que se faça a doma de manejo.

O potro sendo manso e acostumado com a presença humana,


na cocheira, primeiro se faz a dessensibilização do nosso contato,
ou seja, devemos tocá-lo, abraçar, encostar, apertar com
firmeza e tracionar sua cernelha como se estivéssemos pendurado,
fazendo com que ele se acostume com o tato nas variadas partes
do seu corpo. Esse processo ajuda o horsemanship a
mapear o temperamento do animal e estabelece o inicio da
relação e o nosso objetivo.

Desde já, devemos estabelecer comandos de acerto ( good )


e erro ( no ) e constantemente usar nas ocasiões em que
desejamos reforçar o comportamento que desejamos ou
dispensamos.

Ao fim da dessensibilização damos inicio aos cuidados com a


boca, introduzir a embocadura para que fique mastigando,
ajustando cabeçada para que fique confortavelmente acomodado
de 30 á 60 minutos, e assim acostume também com o bridão.

2º dia – levamos o cavalo ao local da iniciação, ideal que seja


em um redondel próprio para o trabalho, onde primeiramente
repete-se o processo de dessensibilização e após, ainda ao
cabresto, devemos verificar se o animal será capaz de andar em
torno de nós respeitando o limite imposto pelo cabo do cabresto.

Desde já, introduzimos comandos de andamentos ao passo, trote,


galope e parada sempre reforçando ao acerto ou erro do animal.

Na continuação do trabalho é feito a comunicação, na


linguagem selvagem dos cavalos, onde buscamos a atenção e
a conjunção, esse processo pode ser cansativo para o cavalo e
cavaleiro, em liberdade (sem o cabresto) o animal é tocado
em diferentes andamentos nas duas direções (uso da guia,
corda, para facilitar a tocada), a intenção é que o cavalo de três
sinais que são: manter as orelhas voltadas ao domador
(atenção), mascar com a boca (submissão), baixar a cabeça
(permissão), esses sinais são usados entre eles para definir
limites hierárquicos e comportamentais. A conseqüência desta
comunicação é fazer com que o animal pare e mantenha a
atenção no domador quando não mais tocado e em um processo
de aproximação e afastamento siga o horsemanship como um
líder de manada. Atenção, pois que este trabalho necessita de
um estudo para identificar sinais, algumas vezes tão sutis e quase
imperceptíveis ao olhar humano que não tem a pratica do método.

Começamos nesse dia o processo de retidão e será simultâneo aos


cuidados da boca , colocando o bridão no animal iniciamos de
forma leve um trabalho de guia ao passo e trote visando a
aceitação da pressão da embocadura.

Para finalizar o dia um ultimo trabalho de dessensibilização, porém


agora com a um banho de manta, onde colocamos calmamente
sobre seu lombo e esfrega-se sobre pescoço e garupa.

Corcovear é uma reação totalmente compreensiva na doma,


principalmente no primeiro aperto

3º dia – o trabalho deste dia consiste na repetição, iniciando pela e


comunicação, a evolução do processo se dará principalmente na
retidão e dessensibilização onde iremos repetir o banho de manta
e na seqüência o banho de sela ou cilhão (equipamento
próprio para retidão) e apertar pela primeira vez o animal com a
barrigueira, devemos ter cuidado nesse momento no qual o cavalo
provavelmente irá corcovear em uma reação natural até que se
acalme e pare de reagir. Na retidão, primeiro repetiremos o
trabalho de guiacom a embocadura e introduziremos o trabalho de
charreteamento com duas guias onde devemos dar os primeiros
comandosde virar para direita, esquerda e parada através da
conexão com a boca do animal, atenção com a
sensibilidade individual do cavalo para não causar muitas reações,
saiba que uma resistência sempre haverá, afinal é um trabalho
novo onde ele precisa entender o que desejamos, cabe a nós usar
da paciência e de recursos que facilitem o aprendizado.

Acostumar bem com as indumentárias no redondel, fazendo


trabalho de guia.

4º dia -O trabalho inicia-se com mais uma seção de


dessensibilização onde buscamos apoiar o nosso corpo sobre
o lombo do cavalo, fazendo com que ele aceita nosso peso sem
fugir e nem reagir.

Neste dia não faremos mais a comunicação, começando com


o trabalho de guia seguido de nova dessensibilização com banho
de sela e o aperto da sela, novamente o animal pode corcovear
então o deixe acostumar-se com a sela para repetir o
trabalho de charreteamento.
Apoiar totalmente o corpo sobre o lombo, posição que nos permite
sair ao menor sinal de reação nas primeiras montadas de um potro.

Além de apoiar devemos alçar o corpo como se estivéssemos


montados.

Finalizado os trabalhos da semana devesse dar dois ou três dias de


descanso para recuperação corporal após essas intensas e novas
experiências e atividades.
SEGUNDA SEMANA

Nesta segunda semana começa com a repetição e todo o processo


realizado na 1ª semana e o objetivo inicial será montar o cavalo,
desenvolver os andaduras montado e reforçar os comandos,
ensinados no charreteamento, virar direita, esquerda, parar, reduzir
a velocidade.

Para montaria inicial é recomendado o uso de equipamento de


segurança, capacete e colete.
Montar a primeira vez necessita de muito controle nas emoções e
nas reações a atitude do cavalo.

5º dia - repetir para relembrar a comunicação, dessensibilização


e retidão. Esse é o dia que o cavalo deve ser montado a primeira
vez, ideal que tenhamos a ajuda de alguma pessoa que fique no
controle
do cavalo ao cabresto e que faça o mesmo se movimentar para os
lados inicialmente, para concluir a etapa diária fazemos com que o
cavalo ande, ao passo com tranqüilidade e logo desmontar e
desencilhar.

6º dia – neste momento deve-se levar o animal e logo encilhar


para começar o serviço com o trabalho de guia apenas, não sendo
necessário charreteamento, pois os comandos e cuidados com
a boca são feitos montados a partir de agora. Esse trabalho do
dia objetiva andar ao passo com consistência no redondel, virar
direita e esquerda, parar e avançar ao trote por 2 ou 3 círculos, para
cada lado.
Andar, virar e parar é o queremos nas primeiras montas no cavalo.

7º dia - começar o serviço com o trabalho de guia, o dia objetiva


andar ao passo no redondel, virar direita e esquerda, parar e
avançar ao trote até adquirir uma consistência, trabalhar comando
de transição de trote/passo e também passo/trote e por fim avançar
para o galope por 2 ou 3 círculos, para cada lado.

8º dia – neste dia de trabalho o cavalo é encilhado na cocheira e


levado ao redondel para começar o serviço com o trabalho de guia,
o dia objetiva andar ao passo com no redondel, virar direita e
esquerda, parar e avançar ao trote até adquirir uma
consistência, trabalhar comando de transição de trote/passo e
também passo/trote e por fim avançar para o galope por 2 ou 3
círculos, para cada lado.
Dois ou três dias de descanso para recuperação corporal após essa
semana intensa de novas experiências e atividades.
ADAPTAÇÃO FÍSICA –
CRONOGRAMA DE TRABALHO
PARA EVOLUÇÃO GRADUAL DE
RESISTÊNCIA.

O começo da preparação física do cavalo que está iniciado, ou seja,


aceita ser montado, entende comando básicos dos andaduras e
direção, portanto o animal deve ser montado e ir ao local onde irá
ser realizado trabalhado, piquete (campo) ou na pista. O objetivo
principal deste processo é a resistência do organismo do cavalo a
realizar o aquecimento mínimo, para os futuros treinamentos, nos 3
andamentos.

Estudos mostram que um aquecimento mínimo esta em torno de 5


passo/5 trote/5 galope em minutos e o aquecimento ideal de
manutenção da condição física é 10 passo/ 10 trote/ 10 galope em
minutos de trabalho. Sempre dividindo o tempo de trabalho do
andamento para direita e esquerda, exemplo galopar na 5 minutos
na mão direita e outros cinco minutos na mão esquerda e assim
também ocorre nas diagonais ao trote.
Ao sair do redondel é que vemos o que construímos nesses
primeiros dias de doma.
1º semana – neste trabalho o cavalo deve, inicialmente, acostumar
com o local de treinamento, andando até relaxar no ambiente e no
andamento. Visando uma resistência de 5 minutos ao trote. Deve-se
fazer o andamento do passo antes e após o exercício, lubrificação
articular e desaquecimento do animal.
2º semana – neste trabalho o cavalo deve, posteriormente, visar a
resistência de 10 minutos ao trote.

3º semana – neste trabalho o cavalo chegará à resistência de 15


minutos ao trote e realizar os primeiros galopes.

4º semana neste trabalho o cavalo deve alcançar a resistência para o


aquecimento, nos três andamentos.
Continuação – programa de desenvolvimento físico, o processo de
adaptação osteomuscular evolui pelos próximos meses de doma e
anos de treinamento, observando a idade de crescimento, aos três
anos, que é o definidor de intensidade do trabalho, manobras e
atividades mais moderadas até o animal atingir a idade. Mesmo antes
ou depois dos 3 anos, visando o bem estar e melhor desempenho, o
programa semana ideal de trabalho físico deve incluir os 4 conceitos
de preparação. O exterior que se trata do passeio o a pratica de outra
atividade fora da sua rotina promove uma qualidade no equilíbrio do
cavalo, uma adaptação osteomuscular por percorrer outros ambientes
(pisos) e proporcionar o beneficio a saúde psicológica do animal. A
manutenção se trata do aquecimento mínimo ou máximo. Treinos
aeróbicos são baseados no aprimoramento cardiorrespiratório, o
anaeróbicos são promotores do desenvolvimento corpóreo e potencial
na execução de atividade.
Conclusão

O e-book tratou do tema etologia na equitação a arte de domar


cavalos, o estudo do comportamento operante está ligado
diretamente à doma racional, pois é este o momento da vida do
eqüino que julgo o mais importante, pelo fato que é nesse momento
é que construímos e intensificamos a relação entre cavalo e
homem, uma relação mau acabada aqui, deixará vestígios por toda
a vida o eqüino.
Apresentou-se aqui uma visão ampla de todos os princípios,
métodos e técnicas para desenvolvimento do comportamento que
desejamos na equitação com cavalos, cabendo ao leitor o
aprimoramento e a pratica de cada um desses segmentos, quero
aqui nessa disciplina eqüestre, concluir a importância da base
comportamental, independente do esporte ou da utilidade, pois é
uma questão de respeito com o cavalo oferecer o melhor
entendimento, de forma clara e objetiva, da relação que se passará
a ter onde o entendimento passa por respostas e valores instintivos
que podem ser com mais ou menos intensidade modificada pelo
contato com o homem.
Lembro que o intuito é compreender e permitir que a natureza do
cavalo não seja subestimada e tanta pouco eliminada, cabendo a
nós consolidar a relação com a aceitação do que é o natural para o
cavalo e útil para nós.

· Biografia do autor

Desde a minha infância aos 8 anos de idade que venho


aprimorando a equitação, paixão imediata, começando no escola
eqüestre da hípica catarinense, aos 10 anos ganhei meu primeiro
cavalo, da raça árabe no qual praticava hipismo rural e
posteriormente baliza e tambor. Aos 12 anos fiz meu primeiro curso
de treinamento com Zé Paraguaio, onde comecei a ficar mais
familiarizado com a arte de ensinar, a principio era o meu próprio
cavalo o cobaia, ai não parei mais buscar as técnicas o
conhecimento para o trabalho de adestramento e também com
trabalho de gado, tive professores
como Leandro Amaral, Jango Salgado, Franco Bertolane, Golbery
Vasconcelo, Mauricio Costa, Marcelo Fonseca e outros, muitos
amigos eu fiz, muita informação e experiência troquei. O ápice em
minha vida veio através da graduação no curso de Ciências
Equinas, foram anos estudando e falando só sobre cavalos foi ai que
meu lado horsemanship aflorou e evoluiu para alguns níveis acima,
pois o universo apresentado a mim deu ampla condições para um
entendimento maior das relações, a natureza do animal, enfim sou
muito grato e me sinto um privilegiado de ser um HIPOLOGISTA
formado e poder compartilhar todo o conhecimento que continuei
aprimorando, de mochila nas costa rumo a Europa, trabalhei com
cavalos de salto na Inglaterra, a principio limpando baias, depois de
cavaleiro até me dirigir a Itália para montar e treinar cavalos.
Voltando ao Brasil montei meu centro de treinamento e que por
alguns anos segui na doma e nas aulas de equitação, com
propostas vim para Curitiba e pude ampliar meu leque de
experiências com animais de corrida, salto, marcha, rédeas, tambor,
freio de ouro. Ao final dessa pequena e bem resumida história de
vida quero deixar aqui o que tenho certeza, que não importa a raça
ou o esporte todos os cavalos são animais que merecem o respeito
e a consciência de eles que me ensinam a respeitar a vida, pois sem
eles a vida, não tem graça nenhuma.
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www.geocities.com/prev_osteoporose/estrutura

NICOLETTI, S. Literatura Técnica Continuada de L.E.R –Fascículo 2. Disponível em:


www.bristol.com.br/espaco_saude/ler_fisio_estrutur...
TEXTO COMPLEMENTAR 1

A EQUITAÇÃO MECÂNICO-ETOLÓGICA

Tomamos esta nomenclatura, equitação mecânico-etológica, por


entender que esta sem aquela ou aquela sem esta não pode fazer
sentido. Pelo simples fato desta atividade ser, seja no esporte ou no
lazer, o resultado da harmonia e sincronicidade de movimentos que
possa vir a ser produzidos por dois seres vivos e que, este
resultado, é diretamente proporcional a esta harmonia.

O outro pilar que compõe a nomenclatura é o aspecto mecânico,


porém a mecanicidade é temperada pelo estado de ânimo, seja do
cavalo ou do cavaleiro. A etologia, ciência que pretende elucidar, à
medida que progride, o comportamento dos seres, colabora, ou
pode colaborar sobremaneira na equitação e principalmente no
hipismo, onde esta equitação é posta a prova sobressaltando os
ânimos, ampliando, amplificando e potencializando as síndromes
comportamentais.

A mecanicidade do conjunto não é complicada. O complicado, ou,


melhor dizendo, sofisticado, são as crenças e associações que o
cavaleiro vai tomando a si como verdades na aplicação da arte,
engendrando soluções que estão, na maioria das vezes, tentando
corrigir aspectos dos mais naturais como o medo, a defesa ou o
condicionamento de reações que provém de uma maneira incorreta
de agir ou de interpretar em relação ao cavalo, que se expressa por
reações e não age impulsionado por conceitos associativos
intelectuais ou valores morais como querem crer alguns.

O homem, ao longo do tempo, desde que capturou o cavalo para


fins de transporte, vem explorando os recursos desta brilhante
"máquina". No princípio o observava, quando a avidez ou a
necessidade o levava, unicamente ao consumo de sua carne, mas,
para comê-lo, tinha que capturá-lo e passou a observar e conhecer
seus hábitos, então alguém imaginou que poderia usá-lo também
como transporte, pois seu desenho anatômico sugeria que seu
dorso poderia carregar homens. A partir daí surgiu à questão que
até hoje persiste: Como fazer para que ele colabore comigo? E,
então, iniciaram-se as tentativas. Mas o que temos nós com isso? O
que nos afeta esse conhecimento tão longínquo? TUDO. Afinal, se
estamos aqui sobrevivendo, é porque um ancestral nosso também
sobreviveu e, assim, apontam os mais recentes estudos da genética
e suas particularidades, a informação não se perde, e sim é
transmitida, de geração em geração, através dos genomas e, sabe-
se lá o que ainda está por revelar-se.

Nossos ancestrais tinham, basicamente, três meios de transporte:


Os do próprio corpo (andar e correr); Cavalgar; e Navegar. Então
toda a informação percebida, compreendida e capturada por nossos
ancestrais está ai, ou, melhor dizendo, está aqui. Isso mesmo, está
aqui dentro de nós, nos nossos genes.

Você já deve ter percebido que ou como determinadas maneiras de


lidar com cavalos não lhe pareça adequada, e chega até a aviltar-se,
mas ao intelectualizar esta percepção, você sentencia-se: O que
entendo eu de cavalos (ou de iniciação de potros)? Muito! Pois o
que você percebe como um insight, a ciência da equitação
descortina dia-a-dia e, mesmo o que não era comumente conhecido,
como os métodos atuais de doma e iniciação de potros, a exemplo
do que nos trouxe o notável Monty Roberts, já era, pela maioria, algo
tido como o caminho certo. Esse insight merece uma profunda
reflexão. Como poderiam tantos leigos saber de que maneira se
inicia um potro, ao menos conceitualmente? É simples. Através da
própria sabedoria. Isso mesmo. Da sabedoria contida em nossos
arquivos genéticos.

É mister aqui se abrir um parêntesis. Muitas doutrinas escolásticas e


vivenciais, uma boa parte delas de origem milenar, traz como
verdade absoluta às faculdades latentes no Homem, e, entre essas
faculdades, está a sabedoria ou faculdade do saber.

A questão principal é os estados emocionais que se instalam nos


cavaleiros, pois se o cavaleiro está cheio de crenças de como
conseguir isso ou como resolver aquilo, faz-se necessário uma
parada. Em estados de ânimo alterados não se obtém resultados
satisfatórios em nossas montarias. Ou você também pode continuar
tentando, tentando...

Autor: André Bez cavaleiro, iniciador de potros e professor de


etologia e comportamento eqüino no campus da PUC-Pr.
TEXTO COMPLENTAR 2

A auto observação e as relações


Quando se diz que simpatiza com uma pessoa, não quer dizer que
se simpatiza com a tal pessoa em sua totalidade. Existem nela
aspectos que não gostamos. Mas, os lados que nos agradam são
suficientes para deixar os outros na sombra. Ocasionalmente, esta
ordem do que gostamos e do que nos desgosta se modifica e os
lados que nos desagradam aparecem em primeiro plano e neste
momento não gostamos de tal pessoa. Em nossas relações
humanas, esta e uma situação muito comum. Se não trabalharmos
conosco e permitirmos que as faces de desgosto nos façam pensar
e sentir negativos e nos agradar identificar-nos com elas, as
relações costumam converter-se em algo infeliz. Uma vez que nos
identificamos e chegamos a ser muito negativos com uma pessoa,
algo se deteriorou .É nossa culpa. Não nos trabalhamos. Nunca se
pensou que deveria fazê-lo talvez, ou se foi estúpido o bastante para
imaginar que as relações humanas se estabeleciam por si mesmas.
Requerem um trabalho consciente dos dois lados. Se uma pessoa
trabalha e a outra não o faz, quer dizer que tem que trabalhar
duramente ---ou se torna impossível--.O que trabalha consigo se
nega a queixar-se ou acusar. Ela se enfurece porque não pode
conseguir que ele se torne negativo--- ou vice e versa-

Se nenhuma das partes trabalha, então servem a um dos propósitos


da Vida Orgânica , o qual é alimentar a “Lua”. Brigam como gatos,
expõem suas antipatias mutuas, suas criticas e ódios--- toda a
infernal seqüência de emoções e pensamentos negativos---
estabelecem vibrações de uma certa “longitude de onda” que são
transmitidas á “Lua” e usadas por ela, a qual esta abaixo de nós de
ordem descendente da criação. Ninguém que está em nível mais
elevado necessita alimento de um tipo tão sujo. É preciso se dar
conta que a maioria das pessoas está freqüentemente, senão
sempre, em um estado negativo --- inclusive nós mesmos--- e
elabora alimento psicológico de má qualidade. Vivemos em um
Universo no qual se faz uso de tudo e tudo é útil para alguma coisa.
Assemelha-se a uma granja bem administrada. Nada se desperdiça.
Se fizemos mal uso das nossas energia psíquicas, o que produzirão
é usado para alguma outra coisa. Nossas emoções negativas, que
desfrutamos sordidamente, mesmo que sejam inúteis para nós,
emprega-se como esterco em uma granja. Tenhamos em conta a
enorme quantidades destas emoções que se produz a todo
momento, por todo o mundo.

Imaginar estas coisas ajuda a captar o terrível significado desta


parte do ensinamento do Trabalho--- que diz que o mundo humano
está governado, não pelo sexo como pensam alguns, mas pelas
emoções negativas-- Para um ser que está na Lua e tem um órgão
de visão que corresponde, não as vibrações do Sol mas, ás
vibrações negativas, a Terra deve lhe parecer um planeta coberto de
chamas.

Retornaremos ao que nos faz simpatizar com alguns aspectos de


uma pessoa e com outros não. Não vemos a outra pessoa através
do seu “Eu” Imaginário. Considera-se a si mesma como uma
pessoa--- como uma unidade---.Seu “Eu” Imaginário a induz a
pensar assim. Mas nós a vemos diferente. Vemos como se
estivesse feita de lados diferentes que são completamente
contraditórios. Ela o ignora. E diz: “Simpatiza comigo?”---como se
fosse uma só pessoa. Se respondermos que gostamos de algumas
partes dela, isso produziria um choque. A quem produz choque? A
seu “Eu” Imaginário não é percebido por ela---nem por nós
tampouco. Não é percebido por nós porque a vemos como muitas e
não uma só. Assim continua o jogo da vida. Mas se tal pessoa
começar a observar-se a si mesma e se der conta lentamente--- e
com tanta lentidão--- que não é um “Eu”, mas sim muitos “Eus”
embrulhados em papel celofane com a etiqueta de “Eu”, começará a
ser uma pessoa diferente. Começará a trabalhar consigo. Verá
através da presunçosa e vã ilusão do “Eu” Imaginário. Começará a
ver-se como nós a vemos. E se agora lhe dissermos que gostamos
de algumas partes dela e não de outras, ela não se sentirá
mortalmente ofendida ou ferida. Tornar-se-á muito mais forte e não
será tão vulnerável nem se transtornará com tanta facilidade.

Duas pessoas que alcançaram esta etapa de consciência


aumentada e assim, de desenvolvimento interior, serão capazes de
estabelecer relações que antes eram impossíveis. As duas são
conscientes dos seus lados negativos, dos quais devem separar-se,
com os quais não devem se identificar, nem desfrutar, nem colocar
neles o sentimento de “Eu”. Tais pessoas, ao conhecer, fazer e ao
permanecer, digamos, na entrada do Trabalho, são tão diferentes
das pessoas adormecidas na vida que é coisa de não acreditar.

Para aqueles que não podem se observar e, em conseqüência não


podem receber o Trabalho, este comentário pode ser útil. Podem ver
que os outros tem muitos lados dos quais gostam de alguns e não
gostam de outros. Não há dúvida que admitirão isto. Mas, não vêm a
mesma coisa neles mesmos porque estão enfeitiçados pelo “Eu”
Imaginário que os faz acreditar que são uma só pessoa, e não
muitas. Não acreditam ter lados diferentes--- o que significa
diferentes “Eus”--- e assim não podem entrar no Trabalho. Talvez
sua cegueira se deva a outra razão além do “Eu” Imaginário. Talvez
sua soberba não lhes permita enfrentá-lo. Mas, geralmente se deve
a que o “Eu” Imaginário bloqueia o caminho que conduz á auto
observação.

Bem, cada vez que virmos um lado de uma pessoa do qual não
gostamos, tratemos de defini-lo o mais claramente possível.
Tratemos de achar a mesma coisa em nós mesmos mediante a auto
observação. Isto pode ajudar a quem lhe parecer impossível se alto
observar sem ajuda alguma. As pessoas não o fazem na vida. Mas,
se supõe que as pessoas no Trabalho o façam. Mais tarde devem
fazê-lo.
Autor: Amwell, 14 de fevereiro de 1953.

TEXTO COMPLEMENTAR 3

A Desmistificação do Método de “IMPRINTING”

O treinamento comportamental de potros recém nascidos conhecido


como Imprinting (traduzido literalmente como Impressão) foi
largamente veiculado e popularizado no mundo hípico em 1991 pelo
Médico Veterinário norte-americano Robert Miller. Imprinting em
etologia é o processo no qual um animal jovem aprende a
reconhecer indivíduos específicos (no caso a mãe) e outros
indivíduos de sua espécie. Esse processo, em geral é uma resposta
automática a estímulos específicos quando o animal é sensível a
estes estímulos (período sensitivo).
O exemplo mais conhecido é o dos patinhos e gansinhos, cujo
estímulo de Imprinting ao sair do ovo é seguir a primeira coisa que
ele enxergar em movimento. Assim, é comum vermos estes animais
seguindo crianças e cães e não suas mães porque eles foram a
primeira coisa que eles viram se mover (estímulo) ao eclodirem do
ovo (período sensitivo).

Robert Miller publicou livros e vídeos com base na idéia de que o


lapso de tempo de até 2 horas após o nascimento seria o período
sensitivo do potrinho, uma vez que é nesse tempo que o potro
aprende a reconhecer e seguir sua mãe. Ele preconiza que se
houver interação com o potrinho nesta “janela” de tempo (por vezes
antes mesmo de o potro levantar e mamar) – o homem poderia
moldar permanentemente o comportamento e a personalidade do
recém nato para que o animal fique mais manejável, calmo,
confiante e por tabela tornar-se um cavalo mais fácil de treinar no
futuro.

Isso aconteceria por vários fatores. Inicialmente porque o potro faria


a ligação com o homem ao mesmo tempo em que faria com a sua
mãe e nesse caso não veria o homem como um predador; o potro
reconheceria o homem como dominante e se submeteria sem medo;
o potro poderia ser dessensibilizado permanentemente à estímulos
comuns que ele encontrará ao longo da vida (como ao barulho da
tosquiadeira, tocarem em suas orelhas, olhos e patas, introdução do
dedo em suas narinas, etc).

Nos Estados Unidos, muitos anúncios de potros à venda citam que


este ou aquele potro teve trabalho de Imprinting ao nascer, dando
uma possível “garantia” de um animal mais calmo e manejável.

Eu conheço um Haras de Cavalos de Equitação Clássica que


trabalha com Imprinting aqui no Brasil e eles me afirmaram que tem
ótimos resultados, uma vez que eles querem que os cavalos fiquem
submissos e calmos o mais rápido possível para que possam ser
vendidos para qualquer tipo de cavaleiro. Eles acreditam que o
Imprinting seria o primeiro passo para uma performance superior no
futuro. Eles me disseram que é muito mais fácil lidar com um potro
recém-nascido do que depois tentar controlar um potro de mais de 3
meses de idade que não será tão colaborativo e com certeza já é
muito maior e mais forte. Outro ponto que citam é que o potrinho fica
bem mais calmo e sociável para com a pessoa que fez o
treinamento, facilitando tratamentos e cuidados posteriores.

Por outro lado o Método do Dr. Miller foi combatido por alguns outros
veterinários e hipologistas que sugeriam que o treinamento de
Imprinting poderia estressar desnecessariamente o potrinho recém-
nascido por atrasar o tempo que o potro leva para ingerir o colostro.
Argumentavam também que se o método fosse feito incorretamente
poderia produzir um potro menos manejável ao crescer porque
interferiria com a ligação do potro com a mãe criando um potro
“mimado” pelo homem que não respeitaria o espaço do ser humano
(o que pode vir a ser muito perigoso conforme o potro cresce) e que
poderia produzir um potro completamente insensível aos estímulos e
sem respostas instintivas, tornando-o mais difícil de treinar e por
vezes criando cavalos agressivos e não submissos, como muitas
vezes acontece no caso de potros órfãos amamentados na
mamadeira.

Com base nestas opiniões opostas, dois trabalhos científicos em


Imprinting acabaram de ser publicados pela Universidade do Texas
que clarearam muita coisa.

Os dois trabalhos concluíram que o treinamento de Imprinting


verdadeiro - onde o que é aprendido é fixado por um longo tempo –
não acontece nos eqüinos. Os pesquisadores conduziram dois
estudos onde dividiam os potros em grupos que não recebiam
treinamento de Imprinting (grupo controle), grupos que receberam
Imprinting logo após o nascimento e grupos que receberam o
treinamento em vários intervalos de tempo diferentes.

Os pesquisadores seguiram toda a técnica de Imprintingdo Dr. Miller


e depois soltaram os potros no pasto com suas mães com mínimo
contato com seres humanos. Depois os potros eram recolhidos e
testados para taxa cardíaca, comportamento e resposta aos
estímulos dados no treinamento de Imprinting.

O primeiro estudo focalizou a eficácia do treinamento de Imprinting.


Foi observado o quanto de informações referentes ao treinamento
foi retida pelos potros e por quanto tempo. Dos 47 potros do estudo,
25 sofreram Imprinting e 22 não. Com um e dois meses de vida, os
potros que tiveram o treinamento tiveram melhor resposta aos
estímulos e menor taxa cardíaca do que os do grupo controle. Já
aos três meses os potros não apresentaram diferenças significantes
do grupo controle.

Concluiu-se que as sessões de treinamento precoce foram se


“apagando” com o tempo, o que não deveria ocorrer se o
Imprintingverdadeiro tivesse ocorrido.

O segundo estudo focou na busca do período de tempo ideal para


se processar o treinamento de Imprinting. Foram usados 131 potros
divididos em 7 grupos. O primeiro não teve treinamento (controle); o
segundo foi treinado logo após o nascimento; o terceiro foi treinado
ao nascer e reforçado às 12, 24 e 48 horas de vida. Os outros quatro
grupos tiveram um único treinamento respectivamente com 12, 24,
48 e 72 horas após o nascimento.

Depois disso os potros foram soltos no pasto com suas mães por
seis meses, quando então foram testados para resposta aos
estímulos do treinamento, taxa cardíaca e comportamento. Os
resultados foram muito similares ao do primeiro estudo e não
apresentaram diferenças significativas entre nenhum dos grupos
estudados.

Os pesquisadores concluíram que o que realmente funciona com


eqüinos não é o treinamento de Imprinting e sim o treinamento
regular que neste caso deve ser confirmado constantemente ou será
esquecido. Como ponto positivo do método eles afirmam que o
treinamento dos potros iniciando o mais cedo possível tem melhores
resultados, uma vez que os potros logo aprendem a não temer o ser
humano e a colaborar com o manejo, desde que os estímulos sejam
repetidos com relativa freqüência.

Finalmente, provou-se que não há necessidade da presença do


proprietário ou do veterinário na madrugada, na hora do nascimento
especificamente para treinar o potro. O treinamento do potro pode
ser iniciado a qualquer momento, de 24 horas a 3 dias ou mais de
vida sem diferença significante na qualidade da resposta. Entretanto,
se o trabalho não for continuado com sessões subseqüentes todo o
treino será perdido.

Percebam, portanto, como na maioria das vezes a ciência acaba por


provar o que as pessoas que trabalham com cavalos já perceberam
há muito tempo atrás. No ramo do cavalo, a capacidade de
observação aliada ao bom senso ainda trazem os melhores
resultados.

Autora: Dra. Adriana Busato, Médica Veterinária, Professora de


Equídeocultura , Juíza da ABCCH.

TEXTO COMPLEMENTAR 4
A lógica do cavalo

Assistir a um cavaleiro treinando bem um cavalo de qualquer


modalidade é uma cena um tanto quanto chata. Parece que não
está acontecendo nada! Muitas pessoas ficam impressionadas com
métodos de treinamento que nada mais são do que uma série de
repetidos ataques contra o cavalo porque estas cenas são bem mais
dramáticas de se ver.

Entretanto, dominar fisicamente um cavalo não ensina nada a ele.


Para controlar um cavalo deve-se usar a força mental e não a força
física. O treinamento do cavalo começa com nosso entendimento do
funcionamento de sua mente. Devemos compreender o que é lógico
para o cavalo . A mente do cavalo não funciona como a nossa. Eles
não associam eventos ou uma seqüência de ações na mesma
relação que o ser humano racionaliza os fatos. Assim, para bem
treinar um cavalo, deve-se entender como funciona a sua lógica e
basear seu treinamento nisso.

Já sabemos que o cavalo é um animal de presa e acreditem, eles


também sabem disso! Quando nos aproximamos de um cavalo, ele
não tem como saber qual é a nossa intenção. Ele só pode observar
nossas ações e então decidir se vai esperar ou fugir.

Sabendo disso, o primeiro passo no treinamento de qualquer cavalo


é conseguir que o cavalo aceite calmamente a sua presença
próxima a ele ou ao seu grupo sem percebê-lo como um possível
predador. Nessa hora é importante adotar uma postura calma e
relaxada e não encarar o cavalo diretamente nos olhos.

O próximo passo na comunicação, após obter sua aceitação pelo


cavalo ou pela manada é conseguir o controle. Com a linguagem
corporal correta, obtém-se a atenção do grupo e o estabelecimento
da liderança. Inicialmente usamos a linguagem corporal para brincar
com os cavalos, depois para manter a atenção deles e finalmente
utilizamos nossas ações para criar um corredor de pressões que
leva o cavalo a um determinado comportamento ou resposta. Após
essa resposta estar fixada no solo, transferimos os mesmos
conceitos para o trabalho montado. Quando feito corretamente, todo
esse sistema é muito lógico do ponto de vista do cavalo. Não há
necessidade de restrições físicas ou punições e o cavalo nunca se
sente “atacado” pelo homem, visto nessa hora como um predador.

Um bom exemplo de como o homem substitui a lógica do cavalo


pela humana é a seguinte situação: quando um cavalo está nervoso
ou com medo, ele fica tenso e levanta a cabeça. A lógica humana
diz que o cavalo deve trabalhar com a cabeça baixa e o pescoço
arqueado. Portanto, o cavalo terá a cabeça “amarrada” com
diferentes tipos de rédeas na posição desejada até que ele
“entenda” que deve manter a cabeça daquela maneira. Entretanto,
se a tensão for causada pelos métodos de treinamento que estão
amedrontando ou confundindo o animal, o problema só vai piorar.
Do ponto de vista do cavalo, as rédeas obrigando-o a manter a
cabeça na posição são só uma forma de agressão. Se as técnicas
de treinamento levarem em conta a lógica do cavalo e o cavalo se
mantiver relaxado, sua cabeça e pescoço eventualmente chegarão
na posição desejada sem qualquer tipo de restrição mecânica. Claro
que isso pode levar mais tempo do que muitos cavaleiros estão
dispostos a esperar...

Pessoas que tentam treinar cavalos pedindo-lhes uma tarefa e


posteriormente punindo-os de alguma maneira quando eles não
“entendem” o que foi pedido, estão no caminho errado. Esses
cavaleiros pensam que estão ensinando uma lição ao cavalo, mas o
cavalo percebe as “correções” apenas como agressões ou ataques
do predador. Nenhum aprendizado real acontece. Em uma luta física
com o cavalo, a única lição que ele aprenderá é que o maior e o
mais forte vencem.

É muito importante que os treinadores percebam que os cavalos não


entendem e nem reconhecem os sentimentos humanos, mas que
esses sentimentos muitas vezes criam conflitos no treinamento. Se
não houver planejamento no trabalho do cavalo, as reações do
cavaleiro serão guiadas por sentimentos e instintos. Como o ser
humano é um predador natural com instinto de combate, a primeira
coisa que o homem faz em situações de frustração é lutar. E quanto
mais amedrontado ficar, maior a reação de luta. Quando um
cavaleiro promove uma grande cena na frente da assistência,
mostrando brutalmente como ele lida com aquele enorme e perigoso
cavalo, muitas vezes o que ele teme é que as pessoas percebam
que na verdade ele não está realmente no controle.

O real treinamento envolve o domínio da mente do animal. Devem-


se introduzir novas tarefas à sua rotina sistematicamente, de
maneira lógica do ponto de vista do cavalo e de acordo com seus
instintos naturais para obtenção da máxima performance.

Autor: Desconhecido, de acordo com o autor do e-book Jeferson


Fernandes- Hipologista, graduado pela PUC-Pr – material colhido
para estudos.

TEXTO COMPLEMENTAR 5

Os cavalos podem falar?

Esqueça os comandos básicos como: “Passo”, “trote”, “Oha”. Os


cavalos podem aprender um vocabulário de aproximadamente 300
palavras, de acordo com as últimas pesquisas!

Até então se acreditava que os cavalos não tinham grande


capacidade de entender ou associar as palavras do ser humano com
comandos ou ações, agindo exclusivamente por instinto. Isso se
devia porque o cavalo não se utiliza tanto da comunicação oral entre
seus pares como se utiliza do gestual da face, das orelhas e
movimentação corporal.

Com relação aos comandos verbais clássicos que os cavalos


normalmente aprendem para trabalhar na guia ou mesmo montados,
pensava-se que o comando era obedecido mais pelo tom de voz
utilizado (por exemplo a palavra “paaaasso” para o animal reduzir a
velocidade e a palavra “trote” dita rispidamente para aumentar a
velocidade), do que pela própria palavra em si.

O trabalho foi publicado pela Dra Marthe Kiley-Worthington da


Universidade de Devon (Inglaterra), uma das mais conhecidas
especialistas em comportamento eqüino e levou 5 anos.

A Dra obteve resultados impressionantes. Os cavalos aprenderam e


distinguiram entre substantivos, verbos e adjetivos como “mole” e
“duro”. Apresentaram sinais também de compreender termos
emocionais como “feliz” e “medo”.

No estudo, os cavalos foram mantidos em grupos familiares e


iniciaram o treinamento desde o nascimento. Toda semana, por 15
minutos, os cavalos eram levados a um picadeiro fechado onde
cada um tinha um voluntário humano para ajudar no treinamento.

Foram ensinadas palavras para objetos como baldes e cabrestos.


Para ensinamento de verbos, as ações eram executadas por gestos
quando as palavras eram proferidas. Depois que os cavalos
aprendiam as palavras, os gestos não eram mais feitos.
As técnicas utilizadas para o ensinamento dos cavalos foram as
mesmas utilizadas em estudos de compreensão com crianças que
ainda não aprenderam a falar.

Os animais depois de treinados conseguiam distinguir entre baldes


vermelhas ou azuis com apenas ordens verbais e fazer as ações
pedidas como “chute o balde azul” ou “pegue o cobertor”. Alguns
animais considerados mais inteligentes produziram reações a
palavras ditas emocionais como “assustado”.

Por exemplo, bastava dizer a palavra “bocejo” para que um dos


cavalos do experimento fizesse a ação. O cavalo reagia apenas à
palavra, sem qualquer gesto por parte da pessoa e reagia a
qualquer pessoa que dissesse a palavra.

Obviamente, em função da sua estrutura física, os cavalos não


poderiam aprender a falar. Mas o estudo da Dra Marthe demonstrou
que os cavalos possuem um poder de compreensão muito superior
do que o suspeitado previamente. Os cavalos com os quais ela
trabalhou compreendem um vocabulário de pelo menos 300
palavras.

Por outro lado, terão esses animais apenas aprendido truques?


Quanto eles podem realmente entender? Sempre se presumiu que o
que separa os homens dos animais é a consciência de si próprio e o
uso da linguagem.
A pesquisa em outros animais, particularmente primatas, tem
mostrado que a coisa não é bem assim. Há alguns anos, o cientista
comportamental Roger Fouts impressionou toda a comunidade
científica ao ensinar um chimpanzé a falar utilizando a linguagem
dos sinais. Mais recentemente uma pesquisa da Universidade da
Pensylvania comprovou que os porcos são tão ou mesmo mais
inteligentes que os chimpanzés!

Autora da pesquisa, Marthe Kiley-Worthington da Universidade de


Devon (Inglaterra), resenha descritiva Adriana Busato

TEXTO COMPLEMENTAR 6

O cavalo que pensa

Como os animais processam as informações do ambiente que os


envolve? Quão complexas são suas imagens mentais e sua
capacidade de conceitualização de situações? Quão inteligente
pode ser um cavalo? Estas são questões interessantes e perguntas
similares estão no centro de um campo acadêmico relativamente
novo chamado de cognição animal (cognição = ato de adquirir
conhecimento; percepção).

Nos últimos anos, o estudo sistemático da “inteligência” animal tem


sido um dos tópicos importantes da psicologia comparativa em geral.
No cavalo, ainda não foi feita muita pesquisa científica, mas existem
alguns bons trabalhos.

Os primeiros trabalhos relacionando cognição e capacidades de


aprendizado são de 1990 e incluíam estudos clássicos de
percepção, discriminação de formas simples (triângulo, círculo,
quadrado, etc), testes em labirintos e testes de memória. Algumas
das habilidades observadas podem ser explicadas como simples
respostas associativas do tipo estímulo-resposta. (Como receber um
choque cada vez que toca no triangulo e receber comida cada vez
que escolhe o círculo). Esse tipo de resposta requer muito pouca
habilidade cognitiva ou raciocínio. Tanto o homem quanto o cavalo
se utilizam destas ferramentas para aprender e responder ao
ambiente. A questão é em que grau de complexidade um cavalo
pode pensar e compreender. Com os resultados dessa linha de
pesquisa, os estudiosos perceberam que os cavalos são muito bons
em tarefas simples associativas. Também foi demonstrado que os
cavalos aprendem mais rápido com reforço positivo (agrado ou
comida cada vez que faz a tarefa corretamente) do que com reforço
negativo (choque ou chicotada cada vez que erra a tarefa). Ainda foi
visto que os cavalos aprendem melhor com reforço e repetição do
que com punição e comprovaram que o cavalo tem boa memória e
tendência a repetir o que ele fez na primeira vez (tende a repetir
sempre o primeiro caminho escolhido em um labirinto ou a primeira
reação a um evento novo). Note que esses resultados só serviram
para corroborar cientificamente o que qualquer pessoa que viva no
meio do cavalo já sabe há muito tempo...

Atualmente a equipe da Equine Research Foundation na Califórnia


(EUA) desenvolve um trabalho que busca comprovar níveis mais
altos de inteligência em eqüinos, como a capacidade de desenvolver
e aplicar conceitos.

Neste trabalho, os cavalos são expostos a um estímulo, que no caso


é um painel mostrando duas imagens de um círculo vazado e outra
de um circulo cheio. O cavalo toca no círculo vazado e recebe
comida e toca no círculo cheio e nada acontece. Logo o cavalo
aprende a ir diretamente ao circulo vazado e a ignorar o circulo
cheio. O painel é apresentado com os círculos nas mais diferentes
posições para checar se a escolha não é simplesmente ao acaso.
Depois disso, o cavalo é apresentado a um painel com outras
formas como triângulos ou quadrados, também com suas versões
cheias e vazadas. Se o cavalo responde tocando imediatamente a
forma diferente vazada, existe evidência de que o cavalo
compreendeu e generalizou o conceito cheio-vazado para as
diferentes formas geométricas.

Perceba que ainda tudo o que se faz com cavalos cientificamente no


que se refere a capacidade de aprendizado e conceitualização é em
um nível muito simples do ponto de vista do homem.
Todos nós que conhecemos e trabalhamos com cavalos temos
muitas histórias demonstrando que os cavalos podem fazer bem
mais do que responder a tarefas mentais simples. Com referência à
inteligência dos cavalos, todos nós conhecemos cavalos que
conseguem abrir qualquer tipo de tranca da porta da baia, outros
que abrem portões de piquetes e ainda os cavalos do tipo “Houdini o
mágico” que conseguem soltar qualquer tipo de nó quando
amarrados ou tirar qualquer tipo de cabresto. Como eles fazem
isso? Com uma boa dose de persistência e uma vez que aprendem
como se soltar não esquecem. A recompensa (a liberdade) pelo
esforço faz com que eles fiquem cada vez mais persistentes em
suas tentativas, o que os transforma em artistas da fuga. Esse tipo
de atitude não demonstra o quanto um cavalo pode ser inteligente?
Não para os cientistas. Eles alegam que isso poderia ser obtido com
técnicas de treinamento. O grande desafio para os estudiosos atuais
é conseguir montar experimentos que demonstrem as habilidades
do cavalo de maneira científica e mensurável.

Autor: Equine Research Foundation na Califórnia (EUA), pesquisa


sobre inteligência equina.
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contato@redeequestre.com

  
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