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História Militar

História Militar, século XVIII


Frederico II da Prússia
Conde de Lippe

COR CAV Amado Rodriguess


Professor de História Militar
Arte Militar séc. XVIII
Escola de Sargentos do
Exército

Exércitos modernos

Tratado Vestefália 1648

Equilíbrio de forças entre potências.

Exércitos como garante da independência.

Criação exércitos permanentes e profissionais às ordens


do monarca em guerra e em paz:

Grandes despesas do erário na sua manutenção


Guerras limitadas de desgaste e assédio.
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Exércitos modernos
1ª metade do séc. XVIII – aperfeiçoamentos técnicos:
• Espingarda de pederneira, baioneta de Vauban.

2ª metade do séc. XVIII:


• Desenvolvimento da artilharia

Surge a ordem linear pelo fogo, substituindo a


ordem profunda pelo choque dos terços.
Dispositivos longos na frente e estreitos em
profundidade.

Espingarda com baioneta equipa unidades (como a


Infantaria), conjugando fogo e choque.
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Frederico II, Rei da Prússia, veio com a sua


organização mudar os campos de batalha
Modernos.

Ordem linear pelo fogo.


• Preparação, Instrução e Treino prévio dos
soldados para:
Desenvolver a linha em frente ao inimigo
Obter o máximo volume de fogos

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• Especialização da Infantaria.
Ordem dispersa.
Necessidade de bater o inimigo sem
empenhamento decisivo, utilizando o terreno e
utilizando a escaramuça.

• Nobres comandavam exércitos


• Classes mais humildes forneciam os soldados
• Regulamento de disciplina muito severo

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D. Pedro II (1683 a 1706)

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O reinado de D. Pedro II foi caracterizado pela
centralização do poder régio num regime conhecido
como absolutismo. Aboliu definitivamente as cortes e
Reinou com a ajuda de secretários de estado.

O Ministro de D. Pedro II, o Conde da Ericeira,


desenvolveu o país (num período de paz) na
agricultura, na indústria e no comércio celebrando, em
1703, o tratado de Methuen.

O desenvolvimento económico do Brasil (o 3º Império)


foi fundamental para as políticas do rei e com a
descoberta das minas de ouro, tornou-se uma peça
fundamental para o desenvolvimento de Portugal.
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D. Pedro II reinou em paz, só interrompida pela


Exército

participação na Guerra de Sucessão, em Espanha


(1703 a 1707).

Durante esta guerra, o exército português


comandado por D. António Luís de Sousa,
Marquês das Minas, invadiu a Espanha e
entrou vitorioso em Madrid.

Reorganizou a estrutura do exército,


substituindo piques por mosquetes.
As unidades continuam a ser os terços.

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D. João V (1706 a 1750)

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D. João V, o Magnânimo, herdou o reino com 17 anos e


durante o seu reinado, beneficiando do comércio e do
ouro do Brasil, apoiou a cultura nas artes, na literatura
e na ciência.

Foi o primeiro rei a nunca convocar cortes,


estabelecendo como único principio de Reinado - o
Poder Real - reunindo o poder político com o poder
militar no reino.

Reorganizou o Exército e a Marinha, esta última


importante para a manutenção das colónias, passando
Portugal a ser de novo uma das potências navais da
Europa.
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O seu reinado ficou famoso pela tendência do monarca em copiar Luís XIV
e a corte francesa

Jardins do Palácio de Queluz Palácio, basílica e convento de Mafra


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Aqueduto das águas livres Biblioteca do Palácio de Mafra

Com as riquezas do Brasil o Magnânimo mandou contruir obras


publicas e monumentos que ainda hoje perduram.

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O ouro do Brasil deu ao soberano e à maioria


dos nobres a possibilidade de ostentarem
opulência como nunca anteriormente
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O reinado de D. João V foi caracterizado por cinquenta anos


de paz, só interrompidos pela participação na Guerra de
Sucessão, em Espanha (1707) e uma curta intervenção
(1716 e 1717) que resolveu levar a efeito para ajudar o Papa
e Veneza a combater os Turcos

Após a crise sucessória em Espanha, D. João V, vai


reorganizar o exército nacional. Em 1707 promulga as
“Novas Ordenanças”, substituindo os Terços de
Infantaria por Regimentos composto por 12
companhias.

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Na infantaria e cavalaria, o regimento era constituído


por 12 companhias e 2 regimentos constituíam uma
brigada

Após o tratado de paz de Utrecht, que pôs fim à guerra de sucessão espanhola,
o efetivo foi reduzido e em 1735, D. João V, vai adotar o batalhão (600
homens) como unidade tática de infantaria.

Adotou a espingarda de pederneira para toda a Infantaria, assim como a


constituição de unidades de Granadeiros.

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Apesar destas reformas, o estado do exército era deplorável e


evidente a sua impotência para entrar logo em campanha
devido à falta de pagamento dos soldos, de instrução militar,
de armamento e de enquadramento militar.

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• Agenda
• A Arte Militar Moderna. Séc. XVIII.
• Manobra de Frederico II, da Prússia

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Frederico II Rei da Prússia


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O Exército Prussiano
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Na época, o Estado que ditava as regras no campo


militar era a Prússia sob a égide de Frederico II.

Entendia que a estratégia devia ser ofensiva,


caminhando para os conceitos da guerra absoluta de
movimento e choque, em que a batalha destinada a
destruir os exércitos inimigos devia constituir a
finalidade suprema de uma campanha.

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Essa escola defendia uma disciplina dura, um


treino intenso, constante aperfeiçoamento técnico
e profissionalismo.

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Tática de Frederico II.


A sua ação tática baseia-se na mobilidade dos
fogos de artilharia e na manobra que concentra
os fogos da infantaria seguida do seu poder de
choque e das cargas de cavalaria em ação
decisiva, em geral num flanco do adversário.

Materializou a ordem obliqua, com um exército


reduzido e mais manobrável.
O treino permitiu que passasse rapidamente da
coluna de marcha para a linha com grande
precisão, em frente ao adversário
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Esta capacidade de manobra é utilizada para concentrar forças


quando e onde necessárias.

Tal ação tática para ser executada necessita de aturado treino.

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Utilizou como arma portátil a espingarda de pederneira com baioneta, que


transformava o infante simultaneamente em elemento de fogo e elemento de
choque, e beneficiou de um grande desenvolvimento da artilharia

As armas ligeiras (espingardas) possuíam uma cadência de tiro muito


superior o que permitiu diminuir o número de fileiras e manter a mesma
densidade de fogo
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British Land Pattern Musket

“Brown Bess”

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Os dispositivos ficaram com frentes mais longas e profundidades mais


pequenas, a chamada “Ordem Linear pelo Fogo”

O combate começava com descargas de artilharia e da infantaria, ao que


se seguia a luta corpo-a-corpo

A decisão era obtida pelo choque da infantaria e da cavalaria

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Os dispositivos por serem longos são difíceis de manobrar pelo que se pratica a
acção paralela e frontal comandados com forte disciplina

A hierarquia militar tornava-se cada vez mais


profissional, dado que o avanço tecnológico
exigia mais conhecimentos técnicos

Formação em Ordem Linear


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Começa a surgir a necessidade de uma logística que


permitisse uma maior reabastecimento de munições
face ao aumento de fogo da artilharia e infantaria

Surge a necessidade de um maior treino, planeamento e


execução com eficácia, face aos custos elevados para
manutenção de exército

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As praças-fortes continuam a ser elemento essencial no apoio aos


exércitos

Para as forças amigas continuam a ser a solução para as situações


defensivas, constituem bases de manobra e centros de reabastecimentos

Para as forças inimigas continuam a ser pontos fortes que não podem ser
ignorados porque teriam a sua retaguarda ameaçada

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Frederico II através de uma boa utilização dos


aperfeiçoamentos técnicos, de um treino intenso e de uma
disciplina muito dura, consegue tirar o máximo de
rendimento do seu exército

Batalha de Hohenfriedberg 1745


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A infantaria estava organizada em


Regimentos compostos por 2 Batalhões a
6 Companhias e divididos em:
Regimentos de Linha
Regimentos de Guarnição
Regimentos de Inf. Ligeira

A Brigada era composta por 2 Regimentos


ou seja 4 Batalhões.
O Batalhão era a unidade tática composta
por 6 companhias, 5 de fuzileiros e 1 de Batalha de Zondorf 1758
granadeiros
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A infantaria treinava intensamente a execução do fogo, a pé firme e


em marcha e as evoluções táticas feitas em marcha cadenciada, 75
passos p/ minuto, em que os homens se mantinham bem alinhados

Estes movimentos eram bastante


treinados e consistiam em fazer
passar rapidamente da coluna de
marcha para linha de batalha
(linear) e na rápida adoção do
dispositivo em quadrado para
receber a cavalaria
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Passagem da coluna de marcha para linha de batalha


(linear).

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Introduz grandes inovações na artilharia, organizada


em “artilharia de sítio”, “artilharia regimental” (servida
por soldados de infantaria), “artilharia pesada” e fez
surgir a “artilharia a cavalo” (para proteção da
cavalaria).

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A cavalaria estava organizada em


“couraceiros” destinados nas cargas a
galope para se obter o máximo de
choque

Os “dragões” e hussardos” utilizadas na


chamadas cargas “a varrer” e em
missões de cobertura, exploração,
incursão e reconhecimento

Hussardos de Frederico II
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Ordem Obliqua

Na manobra tática a ação baseia-se na mobilidade


dos fogos de artilharia e na manobra que concentra
os fogos da infantaria, seguida do seu poder de
choque e as cargas de cavalaria, em ação decisiva,
num ponto da frente adversária, normalmente uma
ala.

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Ação sem a cobertura de uma guarda avançada

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Acção sob a cobertura de uma guarda avançada
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Ação sob a cobertura de uma guarda avançada

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A manobra de Frederico, resumidamente,


assentava em 3 pressupostos:
Manobra de Envolvimento
Liberdade de Acção (Surpresa e segurança)
Concentração de Esforços (Ponto vulnerável)

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Frederico sublinhava que as guerras deviam ser


curtas, mas com intensidade, procurando tomar a
iniciativa no ataque, colocando o In em desvantagem.
Para isso Frederico II obedecia a 4 princípios fundamentais:
Disciplina e Treino
“…temer mais os chefes que o inimigo…”

Apoio Logístico na campanha


“…os alicerces de um exército estão no estômago…”

Ofensiva para a solução objetiva dos conflitos


“…as guerras só se decidem nas batalhas…”

Praticabilidade do emprego de meios


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Outra característica era a forte disciplina incutida no seu


exército, em que os homens eram treinados para actuarem
como autómatos, e em resultado da aplicação desta regra a
perfeição do fogo e do movimento alcançada era grande

Batalha de Kolin 1757

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Frederico II da Prússia, sublinhava, que as guerras


deveriam ser o mais breves possível, mas intensas, e que
se deveria ter a iniciativa do ataque, escolhendo o melhor
momento para com isso obter vantagem sobre o inimigo.

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Na sua Teoria de Guerra, Frederico II assinalava como traves


mestras da sua estratégia, “…a observância da concentração
de recursos…para destruir as forças adversárias…que são o
objetivo essencial dos exércitos…”

Batalha de Leuthen 5 Dec 1757


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Reinado D. José (1750 a 1777)

D. José I Marquês de Pombal

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Reinado D. José (1750 a 1777)

D. José, o Reformador, devido às grandes reformas feitas em Portugal no seu


reinado e no desenvolvimento da agricultura, do comércio e da industria.

Terminou com a escravatura em Portugal Continental, libertou os Índios do


Brasil e acabou com a distinção entre cristãos-novos e cristãos-velhos.

Detentor de um poder absoluto imposto pelo seu ministro, Marquês de Pombal,


foi alvo um atentado, que levou ao “Processo dos Távoras”.

Reorganizou o exército, sob orientação do Conde de Lippe, desenvolveu a


marinha, recuperou e construiu novas fortificações militares nas fronteiras.

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Em 1 de novembro de 1755, Lisboa sofreu um terramoto que
a destruiu, encetando-se o projeto de reconstruir uma “Lisboa
Nova” Pombalina.

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D. José concedeu plenos poderes a um ex-


diplomata, Sebastião José de Carvalho e Melo,
representante da baixa aristocracia.

A forma de governar do Marquês de Pombal


insere-se na evolução que se fazia sentir há mais
de um século. Com ele o absolutismo atingiu o
seu ponto mais elevado, iniciava o regime que
ficou conhecido por «despotismo esclarecido»

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A coberto do absolutismo real, intentou


transformar, por decretos, segundo as ideias
económicas e políticas francesas, a estrutura da
caduca sociedade portuguesa

Perante o poder real todas as classes eram


niveladas, os privilégios baseados na
hereditariedade e na tradição eram abolidos.

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Quando o Marquês de Pombal ascende ao poder e


inicia a sua luta contra a nobreza está a hostilizar os
quadros superiores do exército. Estas perseguições
à nobreza estavam a afastar os chefes militares.

O marquês de Pombal não queria um exército forte


comandado por aristocratas que podiam por em
causa o poder absoluto do rei

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Reinado D. José (1750 a 1777)

Na Europa decorria a Guerra dos Sete Anos (1756-63), na sequência


deste conflito Inglaterra e França entraram em guerra devido à
disputa dos territórios ultramarinos da américa do Norte (Canadá).

Portugal tentou conservar-se neutro durante a Guerra dos Sete Anos


(1756-63), continuado a politica de diplomacia de D.Pedro II e de D.
João V.

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Convidado a aderir ao lado da França e da


Espanha e a declarar guerra à Grã-
Bretanha (visto que D. José I estava
casado com uma Bourbon, D. Mariana
Vitória), Portugal recusou.

A recusa de Portugal deve-se ao facto da política externa


portuguesa girar em torno da antiga aliança com a Inglaterra
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Faltava a Portugal um sistema defensivo (o exército) forte,


disciplinado e bem comandado

Esta situação procurou o Marquês de Pombal


evitar porque sabia que um exército forte podia
constituir uma ameaça ao seu despotismo

Perante a ameaça derivada do Pacto de Família, o marquês de


Pombal contrata Conde de Lippe para reorganizar a defesa do reino.

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O conde de Lippe chega a Portugal em Julho de 1762

Traz consigo elevado número de


oficiais, seis regimentos de
infantaria, um regimento de
cavalaria, armamento e munições

Neste período as hostilidades entre


Portugal e a Espanha já tinham iniciado,
o que dará origem à chamada
Campanha de 1762: A Guerra
Fantástica
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Reinado D. José (1750 a 1777)

Esta guerra - conhecida como Guerra Fantástica - desenrolou-se em


duas fases e distintos teatros de operações entre 16 de Março de
1762 e 25 de Março de 1763.

Batalha de Minden 1759

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Esta guerra - conhecida como Guerra


Exército

Fantástica - desenrolou-se em duas fases e


distintos teatros de operações

Na Primeira Fase, o exército espanhol


invadiu Trás-os-Montes (Maio, 1762), com
o intuito de passar o Douro, em Vila Nova
de Foz Coa e de entrar no Minho, vindo de
Chaves

Face ao fracasso as forças espanholas


acabam por retirar
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Esta guerra - conhecida como Guerra


Fantástica - desenrolou-se em duas fases e
distintos teatros de operações

Na Segunda Fase, os Espanhóis


transpuseram o rio Coa (Julho, 1762),
invadindo a Beira, apoderando-se de
Castelo Rodrigo, Almeida e Vila Velha de
Rodão

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Os luso-ingleses ripostaram, atacando Valência de Alcântara


Exército

(Agosto), ao que se seguiu toda uma série de marchas e


contramarchas dos dois exércitos na Beira e no Alto Alentejo,
pontilhadas de escaramuças e destruições, mas sem qualquer
batalha decisiva

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Na França, a paz do tratado de Paris, de


1763, punha termo à “Guerra dos Sete
Anos” e fazia suspender as operações entre
Portugal e Espanha

Pelo tratado de 3 de Fevereiro de 1763


foram restituídas a Portugal, as praças de
Almeida e Chaves (tomadas logo no início
da campanha) e, na América do Sul, a
colónia de Sacramento

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Reinado D. José (1750 a 1777)

Esta campanha leva o Marquês de Pombal a


reconsiderar sobre o valor de um bom exército e a
necessidade da sua eficiência para afirmar perante
outras potências a existência real da nação

O Conde de Lippe é contratado para reorganizar o


exército português, segundo os novos conceitos de
Frederico II da Prússia.

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A Reorganização do Conde Lippe

Conde de Schaumberg-Lippe

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A Reorganização do Conde Lippe
Durante as Campanhas da Restauração foram introduzidas
reformas (Schomberg) com base na doutrina francesa de
Turenne.

No reinado de D. João V o exército é equipado com a


espingarda de pederneira, mas a artilharia não foi melhorada.

Antes do início da guerra D. José I tomou uma série de medidas


(aumento de efectivos) que tinham como objectivo melhorar o
valor das forças armadas do reino sem que alterassem a
verdadeira capacidade defensiva da nação.

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O Exército Português antes do Conde de Lippe

Estas medidas não aumentaram o valor do


exército

Ao nível da organização, da disciplina e de treino, o


exército atingia níveis muito baixos que provocavam a
perda de coesão, da força moral e da operacionalidade

Confundia-se a prioridade dos objetivos nacionais,


nomeadamente os da segurança, em detrimento
da política absolutista do Marquês de Pombal

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O Exército Português antes do Conde de Lippe
O Conde Lippe na sua reorganização introduz os princípios da
escola militar prussiana de Frederico II

O espanhol Conde de Aranda invade Portugal em 1762, durante o governo pombalino,


conquistando Salvaterra e ameaçando Lisboa.
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O Exército Português antes do Conde de Lippe

Essa escola defendia uma disciplina dura, um treino intenso,


constante aperfeiçoamento técnico e profissionalismo

A sua ação tática baseia-se na mobilidade dos fogos de


artilharia e no tiro indireto, na manobra que concentra os fogos
da infantaria seguida do seu poder de choque e as cargas de
cavalaria em ação decisiva, em geral num flanco

Esta ação tática só era possível com um aturado treino, o que


não era prática no exército português

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A Reorganização do Conde Lippe

As principais reformas de Lippe foram nos métodos de instrução,


disciplina e sistema defensivo das fronteiras

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A Reorganização do Conde Lippe

O exército de 1ª linha passava a ser constituído com 25


regimentos de infantaria, 1 de voluntários reais, 1 da armada,
10 de cavalaria e 4 de artilharia.

Nos terços de auxiliares e nas organizações das capitanias-


mores e companhias de ordenanças não foi introduzida
qualquer reforma, além de um plano de uniformes para os
seus oficiais

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A Reorganização do Conde Lippe

Colocação das tropas sempre em treino com


frequentes exercícios de tática nos seus
campos de instrução e manobra

O recrutamento da tropa de linha passou a


ser regional, por distritos

O fardamento passou a ser mais “uniforme”

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A Reorganização do Conde Lippe

Mandou construir várias fortalezas como o do forte


da Graça em Elvas (inicialmente chamado Forte de
Lippe), que completaram o sistema defensivo das
fronteiras.

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A Reorganização do Conde Lippe

Grande impulso ao levantamento de plantas e cartas


militares dada a necessidade que o conhecimento do
terreno tinha para as manobras tácticas e para a
execução das obras defensivas

Publicação do novos regulamentos de infantaria e


cavalaria (1763 e 1764), com a modernização da
organização tácticas destas forças de acordo com os
princípios militares da época

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Publicação do novos regulamentos de infantaria e


cavalaria (1763 e 1764), com a modernização da
organização tácticas destas forças de acordo com os
princípios militares da época

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Publicação de regulamentos sobre a forma com


deviam ser feitos o recrutamento, sobre justiça e
disciplina militares, sobre os recursos financeiros,
armamento, munições, víveres e fardamentos

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Ao serviço de Portugal e dos Portugueses
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CAPÍTULO 7:
HISTÓRIA MILITAR SÉC. XIX-XX. PERÍODO CONTEMPORÂNEO

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