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Escola de Sargentos do

Exército

Posto e Nome do palestrante

Ao serviço de Portugal e dos Portugueses


Data da apresentação (por extenso)
Escola de Sargentos do
Exército

História Militar

Das Civilizações Clássicas à Alta


Idade Média
Bárbaros e Islamitas

COR CAV Amado Rodrigues


Ao serviço de Portugal e dos Portugueses
Professor de História Militar
Invasões Bárbaras e Islamitas
Escola de Sargentos do
Exército

Capítulo 2 História Militar das Civilizações Clássicas à Alta Idade Média

Agenda

• 203. Os Reinos Bárbaros

• 204. Organização Militar dos Visigodos

• 205. Os Árabes

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Os Reinos Bárbaros

Organização Militar dos Visigodos

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Os Reinos Bárbaros
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O «bárbaro» era para os Romanos, um homem que fala uma linguagem


incompreensível e cuja civilização, para aqueles, é ainda primitiva.

Os Romanos consideram bárbaros


os montanheses e nómadas do
norte de África, os Árabes, os
Alanos do Mar Negro os Celtas da
Bretanha, os Germanos que
habitam além do Danúbio e Reno,
os povos da Península Ibérica antes
de se romanizarem.

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Em finais do séc. IV o Império romano desagregava-se devido a lutas pelo


poder, pela corrupção e dissolução da sociedade romana.

Com o avanço do Hunos que


vinham das estepes da Mongólia,
Visigodos e Ostrogodos
atravessaram o Danúbio fugindo
ao invasor e instalaram-se em
território Romano.
Foi o início de uma série de
Invasões que modificaram o mapa
da Europa Romana.

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Não tendo capacidade para


impedir estas invasões ou
para expulsar os bárbaros o
governo imperial recorre a
uma velha tática
incorporando-os no Império
e colocando-os ao seu
serviço, como povos
federados.

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Nos finais do século V


Pelo ano de 409 entraram os Alanos, os Vândalos e os
Suevos na Hispânia Romana: a Península Ibérica.

Os dois primeiros dominando a


Lusitânia, e os últimos
fixaram-se na região do Minho
e Galiza.

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Os Visigodos, sob o
comando do rei Vália
penetraram na Península
Ibérica, em 415 como povo
federado do Império
Romano.
Os Alanos e os Suevos
viram-se acantonados na
franja ocidental.
Os Vândalos passaram ao
Norte de África.
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O domínio visigodo foi alastrando


até que, no reinado de Leovigildo,
incluía toda a Península, com a
absorção dos Suevos em 585.

À unidade política seguiu-se a


unidade religiosa, quando
Recaredo (586-601) se converteu
ao Cristianismo. Este reino,
Visigodo, durou até 711, ano em
que se desmoronou perante a
invasão árabe.
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A conversão dos visigodos ao catolicismo foi um passo


importante para promover a união da sociedade
ibérica.

Foi também revogada a lei que proibia o casamento


entre Visigodos e Ibero-Romanos.

O latim substituiu a língua goda e passou a ser a


língua oficial.

Na Península Ibérica, como em toda a Europa, a


cultura romana sobrepõe-se à cultura bárbara.

A unificação de vencidos e vencedores foi assim mais


fácil e muitas das estruturas administrativas romanas
permaneceram no reino visigodo.
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Organização Militar Visigoda


A educação dos visigodos era desenvolvida com a finalidade de formar
combatentes robustos, ágeis e hábeis no manejo das armas

Depois de terminar a sua preparação, o mancebo recebia do pai ou do


seu chefe, o escudo e a lança (ou dardo), perante uma assembleia em
que todos, mesmos os servos, compareciam armados.

A partir de então não se separavam mais das suas armas que após a sua
morte eram colocadas no seu túmulo.

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O serviço militar era obrigatório tanto para o mais
elevado dos nobres como para o mais humilde dos
servos.
A sociedade dominada pelos visigodos era essencialmente
aristocrata e a hierarquia militar correspondia em grande parte a
uma hierarquia civil. Por isso, aos cargos civis mais elevados
estava sempre ligada a correspondente autoridade militar.

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Nas classes nobres o dever militar


consistia em servir a cavalo.

A infantaria era constituída pelas


classes inferiores e incluía a décima
parte dos servos que os senhores
deviam trazer consigo à guerra.

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Apenas uma parte do exército era Constituída na sua maioria pela
permanente. guarda real e guardas pessoais
da grande nobreza, os
Guardingos.

Bucelários, homens livres,


profissionais de guerra a quem
se pagava soldo ou se cediam
terras em prémio dos seus
serviços

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Os Gardingos criavam a sua própria


clientela, obrigando-os por sua vez a
prestar-lhes serviço militar,
designando-se por Saiões.

Guerreiros visigodos séc. V

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O modelo militar visigodo assentava na hoste.


A hoste estava organizada em tiufadias de 1000 guerreiros
dividida em dois quingentários, organizados de modo próximo
ao dos romanos com cinco centúrias.
Cada centúria tinha dez esquadras comandadas por um
decano.

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O modelo militar visigodo assentava na hoste.


O comando das forças pertencia por direito ao mais nobre mas
havia também chefes militares que tinham conquistado esta
distinção pelo seu bravo comportamento em combate.

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A infantaria era a principal força do exército.
Defendiam-se com um escudo grande, um casco (capacete) simples e
com armas ofensivas, dispunha inicialmente de dardos, machados e
mais tarde de espadas e adagas.

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A cavalaria utilizava o escudo e o elmo ou


simples casco de ferro ou de couro que
inicialmente eram usados apenas pelos
chefes ou homens ricos, em especial os
cascos de metal.

As armas ofensivas eram a lança, espada


de bronze ou ferro, e o manchete ou
cutelo.
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A infantaria lançava dardos com grande


destreza provocando sobre o inimigo
uma chuva mortífera.
Formavam em ordem dispersa, lançando
os dardos e avançavam para o IN num
dispositivo em cunha.

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Dúvidas?

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Árabes

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O Islão nasceu na Arábia, no início do século VII da era cristã e
assenta como o cristianismo em um só Deus, neste caso Alá.

Em poucos anos, os árabes convertidos a esta nova religião,


ocuparam importantes províncias de Bizâncio, invadiram o
reino Persa e fundaram um imenso império.
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Os êxitos fulgurantes dessas primeiras conquistas devem-se, sem dúvida


à rapidez do ataque, à mobilidade dos cavaleiros lançados através das
estepes e dos desertos, mas, principalmente, à fraca resistência dos
inimigos.

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A segunda vaga de conquistas, no fim do século VII e


início do século VIII, no Norte de África, revelou-se
demorada e difícil porque os Berberes ofereceram
obstinada resistência. No entanto as conquistas avançam e
Cartago (698), Tânger (705) e Ceuta (709) caem em seu
poder.

Em 710, um grupo de berberes comandados por Tarife,


desembarcaram na Península e saquearam um local que
passou a chamar-se Tarifa

A facilidade com que esta operação foi levada a cabo


motivou a execução de uma operação de maior
envergadura

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Em 711, um exército com cerca de 12.000 homens
comandados por Tarik Ibn Ziyad (Tárique) iniciou a conquista
da Península Ibérica
Em quatro anos os árabes conquistaram quase toda a
Península Ibérica com exceção de uma zona Norte, as serras
das Astúrias.

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Em quatro anos os árabes conquistaram quase


toda a Península Ibérica com exceção de uma
zona Norte, as serras das Astúrias.

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Em resultado da conquista, os árabes são agora


senhores de todas as rotas comerciais, terrestres ou
marítimas, que ligam o Mediterrâneo ao Extremo
Oriente

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Organização Militar Árabe-Berbere

Os exércitos árabes eram


constituídos, predominantemente,
por cavaleiros apoiados por peões e
arqueiros cujas táticas consistiam
em ataques impetuosos e maciços
de cavalaria ligeira que se repetiam
em sucessivas cargas

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O cavalo era a sua principal arma de guerra mas não
deixavam, os árabes, de possuir uma infantaria numerosa e
forte.

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• Tática Árabe
• Dispositivo em cinco corpos, a Tabia.
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1- Vanguarda com bandeira
2/3- Alas
2 3
5 4- Retaguarda
5- Centro com soberano e
estado maior.
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Organização Militar

As tropas árabes eram recrutadas em


regime de voluntariado devendo cada tribo
fornecer um certo contingente de homens

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Finda a guerra as tropas recolhiam aos


seus trabalhos rurais ou ofícios livres
mantendo-se apenas ao serviço o
núcleo de soldados pagos que
mantinham um efetivo mínimo
permanente do exército e a guarda
pessoal do califa que chegou a ser de
600 homens.

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A organização militar árabe assentava numa hierarquia mais


ou menos rígida
Alguns dos postos militares, assim como as funções
correspondentes, foram adotados pelos exércitos cristãos o
que demonstra a influência que os árabes tiveram na nossa
organização militar

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Caso do «Adail», do «Almocadén», do


«Alcaide», do «Almogávar»

Por vezes apenas o nome era


adotado como é o caso do «Alferes»
que entre os árabes queria apenas
dizer cavaleiro.

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O armamento sofreu várias


modificações, no contacto com os
cristãos.

Muitas armas e processos de guerra


foram adotados pelos árabes.

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As espadas árabes mais características chamavam-se «al-


fanges» ou «cimitarras» e eram curvas, largas e curtas.
Também usavam espadas retas idênticas às dos cristãos.

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A lança tinha o ferro com formas diversas


e era mais leve que a dos cristãos pois
servia também para ser arremessada.

A «azagaia» era uma lança, mais


comprida e leve (tendo algumas 4 metros
de comprido) e era uma arma de
arremesso.

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Para a proteção individual usavam um


capacete ou «morrião» de metal e por
vezes ricamente decorado mas também
podia ser de couro de búfalo ou de boi.
Utilizavam para defesa uma “darga”,
escudo individual.

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Frequentemente estas proteções


eram usadas por baixo de outras
roupas.

Utilizavam também um escudo


com diversas formas e feito de
materiais variados.

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Na arte de fortificar os árabes introduziam algumas influências
orientais, construindo os castelos em locais estratégicos e em
sobre apoio.

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Um aspeto inédito dos exércitos árabes era o dos serviços.


Grupos especializados constituíam uma autêntica engenharia
que improvisava pontes, abria valas, levantava as proteções
dos arraiais ou executava outros trabalhos de organização do
terreno. Tinham também um rudimentar serviço de saúde, com
médicos e mulheres enfermeiras, e um serviço religioso.

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Este povo permaneceu até 1492 na Península


Ibérica, data em que os reis católicos de Espanha
conquistaram o último reino mouro, Granada.

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CAPÍTULO 3
Reconquista Cristã.
Fundação do Reino de Portugal.

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