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HISTÓRIA MILITAR

História Militar
Guerra Colonial (1961-1974)
Reorganização do Exército em África

COR CAV Amado Rodrigues


Professor de História Militar
HISTÓRIA MILITAR
• Agenda

• Revolução do 25 de Abril de 1974


– Antecedentes
– A Revolta das “Caldas”
– A revolução dos Cravos

CFS/HGM 3
25 DE ABRIL
25 DE ABRIL

• A instauração do Estado Novo


• Instabilidade e incapacidade
governativa dos vários governos
republicanos que se sucederam após
a implantação da república em 1910.
• Golpe Militar em 1926 (Ditadura
Militar) dissolução do parlamento e
suspensão da constituição de 1911.
• Ditadura Nacional em 28 de Março
de 1928, com Óscar Carmona eleito
por sufrágio direto e Salazar como
ministro das finanças.
Golpe Militar em 1926, Liderado pelo general Gomes da Costa.
• Salazar como Presidente do
Conselho de Ministros 1932
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• A instauração do Estado Novo


• Em 1933, nova Constituição. Com esta
Constituição, foi criado um regime
pessoal, autocrático e repressivo, que se
designou por República Corporativista ou
Estado Novo, muito próximo dos regimes
autoritários seguidores de Mussolini, ou
do Espanhol Franco.
• Mais do que o Presidente da República,
que continuou a ser eleito por sufrágio
direto e universal, Salazar tornou-se o
novo "Chefe" da Nação.

Oliveira Salazar, Presidente do Conselho de Ministros


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Portugal no pós guerra.


• Após a segunda guerra mundial, Portugal e
Espanha, ao contrário dos países do resto da
Europa Ocidental, que evoluíram para
governos democráticos, mantiveram os
regimes políticos totalitários de inspiração
fascista.
• No plano externo, Salazar, presidente do
Conselho de Ministros, beneficiou do apoio
dos Aliados devido à colaboração discreta
de Portugal na 2ª Guerra Mundial, que
mantinha uma “neutralidade colaborante” e
após o conflito, durante a chamada guerra
fria com a cedência das bases das Lajes aos
Churchil; Roosvelt e Staline na conferência de Ialta, Fevereiro 1945.
Estados Unidos da América.
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• Os anos de crise
• A Crise Económica
• O choque petrolífero, que ocorreu a
partir de 1973, vem agravar a já muito
difícil situação económica nacional,
provocando uma subida da taxa de
inflação e uma diminuição do valor real
dos salários.
• O Estado perante este cenário não
consegue sequer fazer face às despesas
correntes, as poucas receitas obtidas
eram canalizadas para o insuportável
financiamento da guerra em África que Reação a uma emboscada numa picada em África.
em 1974, levava 13 anos de duração.
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• A sociedade em convulsão
• Além do problema económico, Portugal
vivia como referido, num regime político
totalitarista e ditatorial, assente na censura
e na repressão da polícia política.
• Na Europa vivia-se um período de pós
guerra em que os direitos do cidadão e a
democratização levam a uma mudança
acelerada da sociedade.
Os ecos dessa mudança chegam no final
da década de 60 a Portugal com
manifestações estudantis, severamente
reprimidas pelo poder instituído.

Manifestação estudantil em Coimbra, 1968.


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• Outro acontecimento da maior relevância


neste período foi a substituição, por
incapacidade do velho ditador, por
Marcello Caetano na presidência do
Conselho de Ministros, em 1968. O seu
senado apelidado de “Primavera
Marcelista” por uns e por “Renovação na
Continuidade” por outros, não passou de
uma operação de mera cosmética.
• Acima de tudo isto, aquilo que os
Portugueses mais ansiavam era a
liberdade, o fim da repressão e da
censura, a legalização dos sindicatos,
direitos cívicos básicos (de que gozava o
resto da Europa) e o fim da Guerra em
África.

General António Spínola.


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• Guerra em África
• O problema central e agonizante dos problemas
económicos, políticos e sociais de Portugal, na
época retratada, foi sem dúvida a guerra em
África, que não tinha um fim à vista.
• Salazar, teimando na multirracialidade e
pluricontinentalidade do estado Português,
privilegiou a vertente militar para a resolução
da questão ultramarina sem olhar a sacrifícios
Humanos, Sociais e Económicos da Nação.
• Perante este cenário de crise nas Forças
Armadas, algumas vozes se levantam para que
outra via fosse tomada: - a da política em
detrimento da militar para resolução do
conflito.

Marcello Caetano, Presidente do Conselho de Ministros de 1968 a


1974.
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• O Movimento Militar
• Passado o ano de 73, novos eventos vão colocar em
cheque a governação e a sua solução para África,
designadamente, o lançamento do livro “Portugal e o
Futuro”, do general Spínola, em Fevereiro de 1974, no
qual se expunha uma posição totalmente divergente da
do governo, para o fim da guerra.
• No dia 5 de Março de 1974, o MOFA, juntou-se em
Cascais e seguindo a linha de Spínola (para uma
solução política do conflito) veicula um documento
intitulado: “O Movimento, As Forças Armadas e a
Nação”, que preconizava o derrube do Regime para
avançar com a política de África.
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• A revolta das Caldas


• A reação do governo foi rápida. Logo em 14 de
Março, veio o chefe do governo impor às chefias
militares, uma prova de apoio inequívoco,
promovendo a célebre cerimónia do “Beija-mão da
brigada do reumático”, como ficou conhecido, mas
onde não estiveram presentes, nem o CEMGFA
General Costa Gomes, nem o seu Vice, General
António de Spínola, tendo sido ambos demitidos
após a recusa de comparência.
• Em 16 de Março de 1974, após a demissão dos
generais, alguns oficiais do MFA colocados no RI5,
nas Caldas da Rainha, viram nesta demissão uma
oportunidade de derrubar o regime e colocar Spínola
numa posição destacada após a revolta, à frente do
movimento.

Reunião das chefias militares em 14 de Março de 1974.


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• A revolta das Caldas
• Contando, em princípio, com o apoio
de outras unidades, decidem-se na
madrugada do dia 16 de Março de
1974, marchar sobre Lisboa com os
objetivos de controlar o aeroporto e a
rotunda da Encarnação (Relógio),
onde aguardariam pelas outras
unidades que efetivamente nunca
saíram dos quartéis nessa noite.
• Antes da chegada a Lisboa a coluna
das Caldas da Rainha é instada a
voltar para trás, por oficias do
Movimento, recolhendo ao quartel nas
Caldas da Rainha que é cercado e
ocupado por forças afetas ao regime.
• No final Marcello Caetano afirma:
“Reina a ordem em todo o país.”
• Mas esta “ordem” iria durar pouco
tempo.

Cerco do RI 5 após a marcha sobre Lisboa.


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• Operação Fim-Regime
• Após o 16 de Março o MFA toma uma atitude
mais cautelosa e elabora um plano de operações
que levasse a um golpe de estado que destitui-se
o governo baseado na surpresa, coordenação e
concentração de forças.
• Após a conclusão da ordem de operações e dos
contactos estabelecidos com os oficiais
apoiantes do movimento espalhados pelas
Unidades militares do pais, é tomada a decisão
de avançar com a Operação Fim–Regime na
madrugado do dia 25 de Abril de 1974.
• Os principais objetivos militares, (e depois das
observações feitas por Otelo e Monge no 16 de
Março), foram a ocupação do Terreiro do Paço, a
defesa do Banco de Portugal a tomada do
aeroporto e o controlo dos meios de
comunicação social.

Plano da Operação Fim-Regime.


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• Pelas 22h55m, com o major Otelo Saraiva de


Carvalho no comando das operações a partir
do posto de comando do MFA no quartel da
Pontinha, é colocada no ar a canção: “E
Depois do Adeus” cantada por Paulo
Carvalho, através dos emissores associados
de Lisboa, pondo de prevenção as unidades
afetas ao MFA.

• Pelas 0h25m a Rádio Renascença transmite o


“Grândola Vila Morena” de Zeca Afonso,
dando luz verde à operação.
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• Salgueiro Maia chegado ao largo do Carmo


posicionou as forças de Santarém de modo a
que o quartel da GNR ficasse cercado.

• Marcello Caetano acabou por se entregar ao


fim da tarde, não a Salgueiro Maia, mas ao
General António Spínola, para que “o poder
não caísse na rua!”
Saí do Carmo a bordo do “chaimite” Bula sob
as vaias da multidão.
• O regime de 48 anos tinha caído.

Salgueiro Maia, comandante das Forças Revolucionárias de


Santarém.
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• Pós 25 d4e Abril
•Deposto o regime e apoiado o Movimento é revelado
o programa do MFA, (resumido no programa dos três
D, (Democratizar; Descolonizar; Desenvolver), que se
propôs rapidamente a:

• - Desmantelar os órgãos políticos do Estado


Novo,

• -Suprimir a polícia política (PIDE/DGS)

• -Restabelecer a liberdade de pensamento e de


livre expressão,

• - Reconhecer os partidos políticos e as


organizações sindicais,

• -Estabelecer de imediato negociações com os


movimentos independentistas das colónias,

• - Realizar eleições livres em 1975.

• Com este programa pretendeu o MFA entregar


o poder através de um governo provisório, a
“Junta de Salvação Nacional”.

Comunicado da Junta de salvação Nacional na madrugada do 25 de


Abril.
25 DE ABRIL
• Pós 25 d4e Abril

• Seguiu-se no entanto um período de grande


agitação social, política e militar conhecido como
o PREC (Processo Revolucionário em Curso),
marcado por manifestações, ocupações, governos
provisórios, nacionalizações e confrontos
militares, apenas terminado com o 25 de
Novembro de 1975
• Finalmente, o Partido Socialista vence as
primeiras eleições livres, em 25 de Abril de 1975.
• Forma-se o I Governo Constitucional de
Portugal, chefiado por Mário Soares. Tomada de posse do General Ramalho Eanes como Presidente da República.
• Ramalho Eanes, ganha as eleições presidenciais
em 27 de Junho de 1976.
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• O 25 de Abril Hoje

• Atualmente celebramos o 25 de Abril de


74, em Democracia e Liberdade, num
país, orgulhoso do seu passado e ciente
do caminho a percorrer no futuro, graças
aos militares, oficiais, sargentos e praças,
que idealizaram um dia, um futuro
melhor para todos os Portugueses.

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