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Nos primeiros anos da década de 70, a Guerra Colonial começou a pesar sobre o
exército. O sentimento de luta por uma causa perdida transformou um movimento
de oficiais num movimento revolucionário.
• O Movimento dos Capitães nasceu em julho de 1973, como forma de protesto
contra dois diplomas legais que facilitavam o acesso dos oficiais milicianos ao
quadro permanente do exército.
• O Movimento contava com os generais Costa Gomes e Spínola. Rapidamente
as reivindicações adquiriram um carácter político, orientado para a
democratização do regime e para o fim da guerra em África.
Face à situação e ao impacto do livro de Spínola, Marcello Caetano retificou a
orientação da política colonial, em 5 de março.
• Convocou os oficiais generais das Forças Armadas para uma sessão onde
seria reiterada a sua lealdade ao Governo.
• Costa Gomes e Spínola não compareceram à reunião e foram, no dia 14 de
março, demitidos dos seus cargos.
O movimento passou a ser chamado de Movimento das Forças Armadas e
acreditava na urgência de um golpe militar que restaura-se as liberdades cívicas e
permitisse a solução para o problema colonial.
Depois de uma tentativa precipitada, em março, que as forças governativas
controlaram com facilidade, o MFA preparou minuciosamente a operação militar que
iria pôr fim ao Estado Novo.
Operação “Fim-Regime”
A operação do Movimento das Forças Armadas decorreu sob a coordenação do
major
Otelo Saraiva de Carvalho, de acordo com um plano previamente definido.
• Tudo começou após a transmissão pela rádio das canções senha: E depois do
Adeus, Paulo de Carvalho e Grândola, Vila Morena, de Zeca Afonso.
A caminho da democracia
Entre a Revolução dos Cravos e a institucionalização de um regime pluralista
democrático (1976), o país enfrentou um período de grande instabilidade.
Tensões político-ideológicas
Os anos de 1974 e 1975 ficaram marcados por uma enorme agitação social, pela
multiplicação dos centros de poder e por violentos confrontos políticos.
O “período Spínola”
Depois do golpe militar verificava-se uma onda de reivindicações laborais, greves e
manifestações, provocadas pelos anseios de justiça social. Carente de autoridade e
incapaz de assumir uma liderança país, o I Governo Provisório demitiu-se, deixando
o presidente Spínola sozinho.
Na prática, o poder político dividia-se em dois polos opostos: um grupo de afeto ao
General Spínola e uma comissão coordenadora do MFA e os seus apoiantes.
• Spínola, mais moderado e com ideias de um projeto federalista para África, foi
perdendo terreno para as forças esquerdistas do MFA, adeptas da
independência dos territórios ultramarinos e da revolução social.
• A nomeação do brigadeiro Vasco Gonçalves para chefiar o II Governo
Provisório e a presença reforçadas de militares no elenco governativo provam
a perda de influência do presidente.
António de Spínola reconheceu o direito dos povos africanos e, na sequência de
uma manifestação em seu apoio falhada, demitiu-se em 30 de setembro.
Face à situação, a Junta da Salvação Nacional propõe Costa Gomes para a
Presidência da República.
Processo de descolonização