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1- Agem como marcapasso, definindo o ritmo da excitação elétrica que provoca a contração do
coração.
2- Formam o sistema de condução do coração, uma rede de fibras musculares cardíacas
especializadas que oferecem uma via para que cada ciclo de excitação cardíaca se propague
pelo coração. O sistema de condução garante que as câmaras do coração sejam estimuladas
de modo a se contrair coordenadamente, o que torna o coração uma bomba eficaz. Como
você verá mais adiante neste capítulo, os problemas com as fibras autorrítmicas podem
resultar em arritmias, em que o coração se contrai de modo irregular, muito rápido ou muito
lento.
Por conta própria, as fibras autorrítmicas do nó SA iniciariam um potencial de ação a cada 0,6 s, ou
100 vezes por minuto. Assim, o nó SA define o ritmo de contração do coração – é o marcapasso
natural. Esta frequência é mais rápida do que a de qualquer outra fibra autorrítmica. Como os
potenciais de ação do nó SA se espalham ao longo do sistema de condução e estimulam outras áreas
antes que estas sejam capazes de produzir um potencial de ação no seu próprio ritmo, mais lento, o
nó SA age como o marcapasso natural do coração. Os impulsos nervosos da divisão autônoma do
sistema nervoso (SNA) e hormônios transportados pelo sangue (como a epinefrina) modificam sua
sincronização e força a cada batimento cardíaco, mas não estabelecem o ritmo de base. Em uma
pessoa em repouso, por exemplo, a acetilcolina liberada pela parte parassimpática do SNA atrasa a
estimulação do nó SA para a cada aproximadamente 0,8 s, ou 75 potenciais de ação por minuto
(Figura 20.10B).
No músculo, o período refratário é o intervalo de tempo durante o qual uma segunda contração não
pode ser acionada. O período refratário de uma fibra muscular cardíaca dura mais tempo do que a
contração propriamente dita (Figura 20.11). Como resultado, outra contração não pode começar até
que o relaxamento esteja bem encaminhado. Por esta razão, a tetania (contração mantida) não
pode ocorrer no músculo cardíaco como no músculo esquelético. A vantagem é evidente, se você
considerar como os ventrículos trabalham. Sua função de bombeamento depende da alternância
entre contração (quando ejetam sangue) e relaxamento (quando se enchem). Se o músculo cardíaco
pudesse sofrer tetania, o fluxo sanguíneo cessaria.
Eletrocardiograma
Conforme os potenciais de ação se propagam ao longo do coração, eles produzem correntes
elétricas que podem ser detectadas na superficie do corpo. O eletrocardiograma (ECG) é um
registro desses sinais elétricos. O ECG é composto pelo registro do potencial de ação produzido por
todas as fibrasImusculares do coração durante cada batimento cardiaco. O instrumento utilizado
para registrar as alterações é um eletrocardiógrafo.
Na prática clínica, posicionam-se eletrodos nos braços e pernas (derivações dos membros) e em seis
posições do tórax (derivações torácicas) para registrar o ECG. O eletrocardiógrafo amplifica os sinais
elétricos do coração e produz 12 traçados diferentes a partir das distintas combinações de
derivações de membros e tórax. Cada eletrodo no membro e tórax registra uma atividade elétrica
discretamente diferente, por causa da diferença em sua posição em relação ao coração. Ao
comparar estes registros entre si e com registros normais, é possível determinar (1) se a via
condutora está anormal, (2) se o coração está dilatado, (3) se determinadas regiões do coração
estão danificadas e (4) a causa da dor torácica.
Em um registro típico, três ondas claramente reconhecíveis aparecem a cada batimento cardíaco
(Figura 20.12). A primeira, chamada onda P, é um pequeno desvio para cima no ECG. A onda P
representa a despolarização atrial, que se propaga do nó SA ao longo das fibras contráteis em
ambos os átrios. A segunda onda, denominada complexo QRS começa com uma deflexão para
baixo, continua como uma grande onda vertical triangular, e termina como uma onda descendente.
O complexo QRS representa a despolarização ventricular rápida, conforme o potencial de ação
se propaga ao longo das fibras contráteis ventriculares. A terceira onda é um desvio para cima em
forma de cúpula chamada de onda T. Indica a repolarização ventricular e ocorre apenas quando
os ventrículos começam a relaxar. A onda T é menor e mais larga do que o complexo QRS, porque a
repolarização ocorre mais lentamente do que a despolarização. Durante o período de platô da
despolarização constante, o traçado do ECG é reto.
Figura 20.12 Eletrocardiograma (ECG) normal. Onda P = despolarização atrial; complexo QRS = início da
despolarização ventricular; onda T = repolarização ventricular.
Na leitura de um ECG, o tamanho das ondas pode fornecer indícios de anomalias. Ondas P maiores
indicam aumento das dimensões de um átrio; uma onda Q alargada pode indicar um infarto agudo
do miocárdio e uma onda R alargada geralmente indica ventrículos aumentados. A onda T é mais
plana do que o normal quando o músculo cardíaco não está recebendo oxigênio suficiente – como
por exemplo na doença da artéria coronária. A onda T pode estar elevada na hiperpotassemia (nível
de K+ elevado no sangue).
A análise de um ECG também envolve medir os intervalos de tempo entre ondas, que são chamados
intervalos ou segmentos. Por exemplo, o intervalo PQ é o tempo desde o início da onda P até o início
do complexo QRS. Representa o tempo de condução do início da excitação atrial até o início da
excitação ventricular. Dito de outro modo, o intervalo PQ é o tempo necessário para que o potencial
de ação avance pelos átrios, nó atrioventricular e fibras restantes do sistema de condução. Quando
o potencial de ação é forçado a desviar de um tecido cicatricial causado por distúrbios como uma
doença da artéria coronária e febre reumática, o intervalo PQ se alonga.
O segmento ST, que começa no fim da onda → e termina no início da onda T, representa o momento
em que as fibras contráteis ventriculares são despolarizadas durante a fase de platô do potencial de
ação. O segmento ST está elevado (acima da linha de base) no IAM e deprimido (abaixo da linha de
base) quando o músculo cardíaco não recebe oxigênio suficiente. O intervalo QT se estende do início
do complexo QRS até ao final da onda T. É o tempo a partir do início da despolarização ventricular
até o fim da repolarização ventricular. O intervalo QT pode ser prolongado por dano miocárdico,
isquemia miocárdica (diminuição do fluxo sanguíneo) ou anormalidades de condução.
Às vezes, é útil avaliar a resposta do coração ao estresse do exercício físico (provas de esforço).
Embora artérias coronárias estreitadas consigam transportar sangue oxigenado suficiente enquanto
a pessoa está em repouso, elas não serão capazes de atender a um aumento da demanda
miocárdica de oxigênio durante o exercício extenuante. Esta situação cria alterações que podem ser
vistas em um eletrocardiograma.
Batimentos cardíacos anormais e um fluxo sanguíneo inadequado para o coração podem ocorrer
momentaneamente ou de modo imprevisível. Para detectar esses problemas, utiliza-se a
eletrocardiografia ambulatorial contínua. Neste procedimento, a pessoa usa um monitor portátil
(monitor Holter), que registra um ECG continuamente por 24 h. Eletrodos conectados ao tórax são
conectados ao monitor, e as informações sobre a atividade do coração são armazenadas no monitor
e recuperadas mais tarde pela equipe médica.
1- Um potencial de ação cardíaco surge no nó SA. Ele se propaga ao longo do músculo atrial e para
baixo em direção ao nó AV em cerca de 0,03 s. Enquanto as fibras contráteis atriais se despolarizam,
a onda P aparece no ECG.
2- Depois do inicio da onda P, os átrios se contraem (sístole atrial). A condução do potencial de ação
se desacelera no AV, porque as fibras têm diâmetros muito menores e menos junções
comunicantes. (O trânsito diminui de modo semelhante quando uma rodovia com quatro pistas se
estreita para uma só pista em uma área de reforma!) O 0,1 s de atraso resultante possibilita tempo
para os átrios se contraírem, aumentando assim o volume de sangue nos ventrículos antes de a
sístole ventricular começar.
3- O potencial de ação se propaga rapidamente de novo depois de entrar no fascículo AV. Cerca de
0,2 s após o início da onda P, ele se propagou ao longo dos ramos, ramos subendocárdios e todo o
miocárdio ventricular. A despolarização progride para baixo pelo septo, para cima a partir do ápice, e
para fora da superfície do endocárdio, produzindo o complexo QRS. Ao mesmo tempo, ocorre a
repolarização atrial, mas esta normalmente não é evidente em um ECG, porque os complexos QRS
maiores a mascaram.
4- A contração das fibras contráteis ventriculares (sístole ventricular) começa pouco depois do
complexo QRS aparecer e continua durante o segmento S-T. Conforme a contração prossegue do
ápice à base do coração, o sangue é espremido para cima em direção às válvulas semilunares.
5- A repolarização das fibras contráteis ventriculares começa no ápice e se espalha por todo o
miocárdio ventricular. Isso produz a onda T do ECG em cerca de 0,4 s depois do início da onda P.
6- Logo após a onda T começar, os ventrículos começam a relaxar (diástole ventricular). Em 0,6 s, a
repolarização ventricular está completa e as fibras contráteis ventriculares estão relaxadas.
Durante o próximo 0,2 s, as fibras contráteis dos átrios e ventrículos estão relaxadas. Em 0,8 s, a
onda P aparece novamente no ECG, os átrios começam a se contrair, e o ciclo se repete.
Como você acabou de ver, os eventos no coração ocorrem em ciclos que se repetem durante toda a
sua vida. A seguir, veremos como as mudanças de pressão associadas ao relaxamento e à contração
das câmaras do coração possibilitam que o coração alternadamente se encha com sangue e depois o
ejete para a aorta e tronco pulmonar.
Sístole atrial
Durante a sístole atrial, que dura cerca de 0,1 s, os átrios estão se contraindo. Ao mesmo tempo, os
ventrículos estão relaxados.
Sístole ventricular
Durante a sístole ventricular, que dura cerca de 0,3 s, os ventrículos se contraem. Ao mesmo tempo,
os átrios estão relaxados na diástole atrial.
Período de relaxamento
Durante o período de relaxamento, que dura cerca de 0,4 s, os átrios e os ventrículos estão
relaxados. Conforme aumenta a frequência cardíaca, o período de relaxamento torna-se cada vez
mais curto, enquanto a duração da sístole atrial e da sístole ventricular se encurta apenas
discretamente.
Bulhas cardíacas
A ausculta, o ato de ouvir sons do corpo, geralmente é feita com um estetoscópio. O som dos
batimentos cardíacos é decorrente principalmente da turbulência do sangue causada pelo
fechamento das valvas cardíacas. O fluxo tranquilo do sangue é silencioso. Compare os sons de
corredeiras ou de uma cachoeira com o silêncio de um rio que flui lentamente.
Durante cada ciclo cardíaco, existem quatro bulhas cardíacas, mas em um coração normal apenas a
primeira e a segunda bulhas cardíacas (B1 e B2) são auscultadas com um estetoscópio. A Figura
20.14C mostra a sincronização das bulhas cardíacas em relação aos outros eventos do ciclo cardíaco.
A primeira bulha (B1), a qual pode ser descrita como um som de tum, é mais forte e um pouco mais
longa do que a segunda bulha. B1 é causada pela turbulência do sangue associada ao fechamento
das valvas AV logo depois de a sístole ventricular começar. A segunda bulha (B2), que é mais breve e
não tão forte quanto a primeira, pode ser descrita como um som de tá. B2 é causada pela
turbulência no sangue associada ao fechamento das valvas do tronco pulmonar e da aorta no início
da diástole ventricular. Apesar de B1 e B2 serem decorrentes da turbulência do sangue associada ao
fechamento de valvas, são mais bem auscultadas na superfície do tórax em locais que são um pouco
diferentes das localizações das valvas (Figura 20.15). Isto porque o som é transportado pelo fluxo
sanguíneo para longe das valvas. B3, que normalmente não é intensa o suficiente para ser
auscultada, é decorrente da turbulência do sangue durante o enchimento ventricular rápido, e B4 é
ocasionada pela turbulência do sangue durante a sístole atrial.
Figura 20.15 Bulhas cardíacas. Localização das valvas (roxo) e dos focos de ausculta (vermelho) das
bulhas cardíacas.
3) Descrever o automatismo cardíaco e sua regulação pelo SNA.
Figura 9-13. Inervação simpática e parassimpática do coração. (Os nervos vagos cardíacos são nervos
parassimpáticos.) AV, atrioventricular; SA, sinoatrial.
A estimulação vagal, leve a moderada, reduz a frequência cardíaca frequentemente até cerca da
metade do valor normal. Além disso, a estimulação intensa dos vagos pode interromper por
completo a excitação rítmica do nodo sinusal ou pode bloquear a transmissão do impulso
cardíacodos átrios para os ventrículos pelo nodo A-V. Em ambos os casos, os sinais excitatórios não
são conduzidos para os ventrículos. O batimento ventricular pode ser interrompido por 5 a 20
segundos, mas então algum ponto das fibras de Purkinje, mais comumente na porção septal
interventricular do feixe A-V, desenvolve ritmo próprio, causando contração ventricular na
frequência de 15 a 40 batimentos por minuto. Esse fenômeno é denominado escape ventricular.
No nodo sinusal, o estado de hiperpolarização torna o potencial “de repouso” da membrana das
fibras sinusais consideravelmente mais negativo que o usual, isto é, de −65 a −75 milivolts, em lugar
dos −55 a −60 milivolts normais. Portanto, a subida inicial do potencial de membrana sinusal,
decorrente do influxo de sódio e cálcio, exige muito mais tempo para atingir o potencial limiar para a
excitação. Esse requisito reduz em muito a frequência da ritmicidade dessas fibras sinusais. Se o
estímulo vagal for suficientemente intenso, é possível interromper por completo a autoexcitação
desse nodo.
No nodo A-V, o estado de hiperpolarização provocado pela estimulação vagal faz com que fique mais
difícil para as pequenas fibras atriais que chegam ao nodo gerarem eletricidade suficiente para
excitar as fibras nodais. Portanto, o fator de segurança para a transmissão do impulso cardíaco pelas
fibras transicionais para as fibras do nodo A-V diminui. A redução moderada simplesmente retarda a
condução do estímulo, mas a redução mais intensa bloqueia completamente esse processo.
No nodo A-V e nos feixes A-V, o aumento da permeabilidade ao sódio-cálcio torna mais fácil para o
potencial de ação excitar as porções sucessivas do sistema condutor, reduzindo o tempo de
condução entre os átrios e os ventrículos.
O aumento da permeabilidade aos íons cálcio é no mínimo parcialmente responsável pelo aumento
da força de contração do miocárdio, sob a influência de estímulo simpático, já que o cálcio
desempenha potente papel na excitação e nos processos contráteis das miofibrilas.
O débito cardíaco é a quantidade de sangue que o coração bombeia a cada minuto e é uma medida
importante da função cardíaca. O débito cardíaco é controlado por vários mecanismos que ajudam a
manter um fluxo sanguíneo adequado para atender às necessidades do corpo. Aqui estão os
principais mecanismos de controle do débito cardíaco:
1. *Lei de Frank-Starling*: Este mecanismo afirma que, quanto maior for o volume de sangue que
entra no coração (pré-carga), maior será a força da contração cardíaca. Isso ajuda o coração a se
adaptar às mudanças nas demandas de bombeamento de sangue.
4. *Regulação da Frequência Cardíaca*: A frequência cardíaca é regulada pelo nódulo sinoatrial (SA)
e pelo nódulo atrioventricular (AV) no coração. Esses centros de marcapasso controlam a rapidez
com que o coração bate, influenciando diretamente o débito cardíaco.
5. *Controle Químico*: Substâncias químicas no sangue, como íons de cálcio e potássio, afetam a
excitabilidade das células cardíacas e, portanto, a força de contração do coração. O equilíbrio iônico
é crucial para a função cardíaca adequada.
Esses mecanismos interagem e se ajustam de acordo com as necessidades do corpo para manter o
débito cardíaco adequado. Qualquer desequilíbrio nesses mecanismos pode levar a problemas
cardíacos e circulatórios.
Débito cardíaco
Embora o coração tenha fibras autorrítmicas que possibilitam a ele bater de modo independente,
seu funcionamento é regulado por eventos que ocorrem em todo o corpo. As células do corpo
precisam receber uma certo aporte de oxigênio do sangue a cada minuto para manter a saúde e a
vida. Quando as células estão metabolicamente ativas, como durante o exercício, elas gastam ainda
mais oxigênio do sangue. Durante os períodos de repouso, a demanda metabólica celular é reduzida,
e a carga de trabalho do coração diminui.
O débito cardíaco (DC) é o volume de sangue ejetado pelo ventrículo esquerdo (ou ventrículo
direito) na aorta (ou tronco pulmonar) a cada minuto. O débito cardíaco é igual ao volume sistólico
(VS), o volume de sangue ejetado pelo ventrículo a cada contração, multiplicado pela frequência
cardíaca (FC), a quantidade de batimentos cardíacos por minuto:
= 5.250 mℓ/min
= 5,25 ℓ/min
Este volume é próximo do volume total de sangue, que é de cerca de 5 ℓ em um homem adulto
típico. Assim, todo o volume de sangue flui pelas circulações pulmonar e sistêmica a cada minuto.
Fatores que aumentam o volume sistólico ou a frequência cardíaca normalmente elevam o DC.
Durante o exercício leve, por exemplo, o volume sistólico pode aumentar para 100 m ℓ /batimento,
e a frequência cardíaca para 100 bpm. O débito cardíaco então seria de 10 ℓ /min. Durante o
exercício intenso (mas ainda não máximo), a frequência cardíaca pode acelerar para 150 bpm e o
volume sistólico pode subir para 130 mℓ/batimento, resultando em um débito cardíaco de 19,5
ℓ/min.
A reserva cardíaca é a diferença entre o débito cardíaco máximo de uma pessoa e o débito cardíaco
em repouso. A pessoa média tem uma reserva cardíaca de quatro ou cinco vezes o valor de repouso.
Os atletas de endurance de elite têm uma reserva cardíaca sete ou oito vezes o seu DC de repouso.
As pessoas com cardiopatia grave podem ter pouca ou nenhuma reserva cardíaca, o que limita a sua
capacidade de realizar até mesmo as tarefas simples da vida diária.
e (3) póscarga, a pressão que tem de ser sobrepujada antes que possa ocorrer ejeção do sangue a
partir dos ventrículos.
Précarga | Efeito do alongamento
A maior précarga (estiramento) nas fibras musculares cardíacas antes da contração aumenta a sua
força de contração. A précarga pode ser comparada ao estiramento de uma faixa de borracha.
Quanto mais esticada está a faixa de borracha, com mais força ela retornará quando liberada.
Dentro de certos limites, quanto mais o coração se enche de sangue durante a diástole, maior será a
força de contração durante a sístole. Esta relação é conhecida como a Lei de FrankStarling Do
coração. A précarga é proporcional ao volume diastólico final (VDF) (o volume de sangue que enche
os ventrículos no final da diástole). Normalmente, quanto maior é o VDF, mais forte é a contração
seguinte.
Dois fatores chave determinam o VDF: (1) a duração da diástole ventricular e (2) o retorno venoso,
o volume de sangue que retorna ao ventrículo direito. Quando a frequência cardíaca aumenta, a
duração da diástole é menor. Menos tempo de enchimento significa um VDF menor, e os ventrículos
podem se contrair antes que sejam devidamente preenchidos. Por outro lado, quando o retorno
venoso aumenta, um maior volume de sangue flui para os ventrículos, e o VDF é aumentado.
Quando a frequência cardíaca ultrapassa cerca de 160 bpm, o volume sistólico geralmente declina
em decorrência do tempo de enchimento curto. Nestas frequências cardíacas rápidas, o VDF é
menor, e a précarga é menor. As pessoas que têm frequências cardíacas de repouso mais lentas
geralmente têm grandes volumes sistólicos de repouso, porque o tempo de enchimento é
prolongado e a précarga é maior.
A lei de FrankStarling do coração equaliza o volume ejetado pelos ventrículos direito e esquerdo e
mantém o mesmo volume de sangue que flui para as circulações sistêmica e pulmonar. Se o lado
esquerdo do coração bombeia um pouco mais de sangue do que o lado direito, o volume de sangue
que retorna para o ventrículo direito (retorno venoso) aumenta. O aumento do VDF faz com que o
ventrículo direito se contraia com mais força no próximo batimento, trazendo os dois lados de volta
ao equilíbrio.
Contratilidade
O segundo fator que influencia o volume sistólico é a contratilidade do miocárdio, a força de
contração em uma dada précarga. As substâncias que aumentam a contratilidade são agentes
inotrópicos positivos; aqueles que diminuem a contratilidade são os agentes inotrópicos negativos.
Assim, para uma précarga constante, o volume sistólico aumenta quando uma substância inotrópica
positiva está presente. Os agentes inotrópicos positivos muitas vezes promovem o influxo de Ca2+
durante potenciais de ação cardíacos, o que aumenta a força da contração seguinte. A estimulação
da parte simpática da divisão autônoma do sistema nervoso (SNA), hormônios como a epinefrina e a
norepinefrina, o aumento do nível de Ca2+ no líquido intersticial e fármacos digitálicos têm efeitos
inotrópicos positivos. Em contraste, a inibição da parte simpática do SNA, a anoxia, a acidose, alguns
anestésicos e o aumento no nível de K+ no líquido intersticial têm efeitos inotrópicos negativos. Os
bloqueadores dos canais de cálcio são fármacos que podem ter um efeito inotrópico negativo,
reduzindo o influxo de Ca2+, diminuindo assim a força da contração cardíaca.
Póscarga
A ejeção de sangue do coração começa quando a pressão no ventrículo direito excede a pressão no
tronco pulmonar (cerca de 20 mmHg), e quando a pressão no ventrículo esquerdo excede a pressão
na aorta (cerca de 80 mmHg). Nesse momento, a pressão mais elevada no sangue faz com que os
ventrículos pressionem as válvulas semilunares a abrir. A pressão que precisa ser superada antes de
que uma válvula semilunar possa abrir é denominada póscarga. Um aumento da póscarga faz com
que o volume sistólico diminua, de modo que mais sangue permanece nos ventrículos no final da
sístole. As condições que podem aumentar a póscarga incluem a hipertensão (pressão arterial
elevada) e o estreitamento das artérias pela aterosclerose (ver o verbete sobre a doença da artéria
coronária na seção Distúbios | Desequilíbrios homeostáticos, no final deste capítulo).
O centro cardiovascular no bulbo controla tanto os nervos simpático (azul) quanto parassimpático
(vermelho) que inervam o coração.
O aumento da temperatura corporal, como ocorre durante a febre ou os exercícios extenuantes, faz
com que o nó SA libere impulsos mais rapidamente, aumentando assim a frequência cardíaca. A
diminuição da temperatura corporal reduz a frequência e a força de contração cardíacas.
sanguíneos específicos. O sangue flui de regiões de maior pressão para regiões de menor pressão;
quanto maior a diferença de pressão, maior for o fluxo sanguíneo. Mas quanto maior a resistência,
menor o fluxo sanguíneo.
Pressão arterial
Como você acabou de ver, o sangue flui de regiões de maior pressão para regiões de menor pressão;
quanto maior a diferença de pressão, maior for o fluxo sanguíneo. A contração dos ventrículos
produz a pressão arterial (PA), a pressão hidrostática exercida pelo sangue nas paredes de um vaso
sanguíneo. A PA é determinada pelo débito cardíaco (ver Seção 20.5), volume de sangue e
resistência vascular (descrita sucintamente). A PA é mais alta na aorta e nas grandes artérias
sistêmicas; em um adulto jovem em repouso, a PA sobe para cerca de 110 mmHg durante a sístole
(contração ventricular) e cai para cerca de 70 mmHg durante a diástole (relaxamento ventricular). A
pressão arterial sistólica (PAS) é a maior pressão alcançada nas artérias durante a sístole e a pressão
arterial diastólica (PAD) é a pressão arterial mais baixa durante a diástole (Figura 21.8). Conforme o
sangue sai da aorta e flui ao longo da circulação sistêmica, sua pressão cai progressivamente à
medida que a distância do ventrículo esquerdo aumenta.
A pressão arterial diminui para cerca de 35 mmHg conforme o sangue passa das artérias sistêmicas
para as arteríolas sistêmicas e para os capilares, onde as flutuações de pressão desaparecem. Na
extremidade venosa dos capilares, a pressão sanguínea caiu para cerca de 16 mmHg. A pressão
sanguínea continua caindo conforme o sangue entra nas vênulas sistêmicas e então nas veias,
porque esses vasos estão mais distantes do ventrículo esquerdo. Por fim, a pressão sanguínea
alcança 0 mmHg quando o sangue flui para o ventrículo direito.
Resumido:
A pressão arterial é uma medida da força exercida pelo sangue contra as paredes das artérias à
medida que o coração bombeia o sangue pelo sistema circulatório. É um indicador importante da
saúde cardiovascular e é frequentemente expresso como duas medidas: pressão arterial sistólica e
pressão arterial diastólica.
- Representa a pressão nas artérias quando o coração está se contraindo (sístole) e bombeando
sangue para o sistema circulatório.
- Reflete a força necessária para empurrar o sangue para fora do coração e para as artérias.
- Reflete a resistência das artérias ao fluxo sanguíneo quando o coração está em repouso.
- Volume Sanguíneo e Elasticidade das Artérias: O volume sanguíneo total e a elasticidade das
paredes das artérias também desempenham papéis importantes. O aumento do volume sanguíneo
ou a perda de elasticidade podem elevar a pressão arterial.
- Outros Fatores: Fatores como idade, dieta, exercício, estresse e genética podem afetar a pressão
arterial.
Manter a pressão arterial dentro de uma faixa saudável é essencial para prevenir doenças
cardiovasculares. Pressão arterial elevada (hipertensão) pode aumentar o risco de condições como
acidente vascular cerebral, doença cardíaca e insuficiência renal. Portanto, a regulação adequada
dos componentes sistólico e diastólico da pressão arterial é crucial para a saúde geral do sistema
cardiovascular.
O centro cardiovascular recebe informações das regiões superiores do encéfalo e dos receptores
sensitivos (Figura 21.12). Os impulsos nervosos descem do córtex cerebral, sistema límbico e
hipotálamo para afetar o centro cardiovascular. Por exemplo, mesmo antes de começar uma corrida,
sua frequência cardíaca pode aumentar em decorrência dos impulsos nervosos transmitidos do
sistema límbico ao centro CV. Se a sua temperatura corporal aumentar durante uma corrida, o
hipotálamo envia impulsos nervosos para o centro CV. A resultante dilatação dos vasos sanguíneos
da pele possibilita que o calor se dissipe mais rapidamente pela superfície da pele. Os três tipos
principais de receptores sensitivos que fornecem informações ao centro cardiovascular são os
proprioceptores, os barorreceptores e os quimiorreceptores. Os proprioceptores monitoram os
movimentos das articulações e músculos e fornecem informações ao centro cardiovascular durante
a atividade física. Sua atividade é responsável pelo rápido aumento da frequência cardíaca no início
do exercício. Os barorreceptores monitoram as alterações na pressão e distendem as paredes dos
vasos sanguíneos, e os quimiorreceptores monitoram a concentração de vários produtos químicos
no sangue.
O centro cardiovascular também envia continuamente impulsos para o músculo liso nas paredes dos
vasos sanguíneos por meio dos nervos vasomotores. Estes neurônios simpáticos emergem da
medula espinal em todos os nervos espinais torácicos e nos primeiros um ou dois nervos espinais
lombares e, em seguida, passam para os gânglios do tronco simpático (ver Figura 15.2). De lá, os
impulsos se propagam ao longo dos neurônios simpáticos que inervam os vasos sanguíneos das
vísceras e áreas periféricas. A região vasomotora do centro cardiovascular envia continuamente
impulsos por estas vias às arteríolas de todo o corpo, mas especialmente àquelas da pele e das
vísceras abdominais. O resultado é um estado moderado de contração tônica ou vasoconstrição,
chamado tônus vasomotor, que define o nível de repouso da resistência vascular sistêmica. A
estimulação simpática da maior parte das veias provoca vasoconstrição, que move o sangue para
fora dos reservatórios de sangue venoso e aumenta a pressão arterial.
Reflexos barorreceptores
Os barorreceptores, receptores sensitivos sensíveis à pressão, estão localizados na aorta, nas
artérias carótidas internas (artérias do pescoço que fornecem sangue ao encéfalo) e outras grandes
artérias do pescoço e do tórax. Eles enviam impulsos para o centro cardiovascular para ajudar a
regular a pressão sanguínea. Os dois reflexos barorreceptores mais importantes são o reflexo do
seio carótico e o reflexo da aorta.
Os barorreceptores da parede dos seios caróticos iniciam o reflexo do seio carótico, que ajuda a
regular a pressão sanguínea no encéfalo. Os seios caróticos são pequenas ampliações das artérias
carótidas internas direita e esquerda, um pouco acima do ponto em que elas se ramificam da artéria
carótida comum (Figura 21.13). A pressão arterial distende a parede do seio carótico, o que estimula
os barorreceptores. Os impulsos nervosos se propagam dos barorreceptores do seio carótico para os
axônios sensitivos nos nervos glossofaríngeos (IX) para o centro cardiovascular no bulbo. Os
barorreceptores da parede da parte ascendente da aorta e arco da aorta iniciam o reflexo da
aorta, que regula a pressão arterial sistêmica. Os impulsos nervosos dos barorreceptores aórticos
chegam ao centro cardiovascular via axônios sensitivos do nervo vago (X).
Quando a pressão arterial cai, os barorreceptores são menos distendidos e enviam impulsos
nervosos em uma frequência mais lenta ao centro cardiovascular (Figura 21.14). Em resposta, o
centro CV diminui a estimulação parassimpática do coração por meio dos axônios motores dos
nervos vago e aumenta a estimulação simpática do coração via nervos aceleradores cardíacos. Outra
consequência do aumento na estimulação simpática é o aumento na secreção de epinefrina e
norepinefrina pela medula da glândula suprarrenal. Conforme o coração bate mais rápido e com
mais força, e a resistência vascular sistêmica aumenta, o débito cardíaco e a resistência vascular
sistêmica aumentam, e a pressão arterial aumenta até o nível normal.
Figura 21.13 Inervação do coração pelo SNA e reflexos barorreceptores que ajudam a regular a pressão
arterial.
Reflexos quimiorreceptores
Os quimiorreceptores, receptores sensitivos que monitoram a composição química do sangue, estão
localizados perto dos barorreceptores do seio carótico e do arco da aorta em pequenas estruturas
chamadas glomos caróticos e glomos paraaórticos, respectivamente. Estes quimiorreceptores
detectam mudanças nos níveis sanguíneos de O2, CO2 e H+. Hipoxia (baixa disponibilidade de O2),
acidose (aumento na concentração de H+) ou hipercapnia (excesso de CO2) estimulam os
quimiorreceptores a enviar impulsos ao centro cardiovascular. Em resposta, o centro CV aumenta a
estimulação simpática de arteríolas e veias, provocando vasoconstrição e aumento da pressão
sanguínea. Estes quimiorreceptores também fornecem informações ao centro respiratório no tronco
encefálico para ajustar a frequência respiratória.
Figura 21.14 Regulação por feedback negativo da pressão sanguínea via reflexos barorreceptores.
7) Reconhecer ajustes do ritmo do coração feitos a curto e longo prazo considerando a influência
do estresse e hábitos de vida.
O ritmo cardíaco é ajustado a curto e longo prazo, e esses ajustes podem ser influenciados pelo
estresse e pelos hábitos de vida. Vou explicar como esses fatores afetam o ritmo cardíaco:
2. Estresse Crônico: O estresse crônico pode ter efeitos negativos a longo prazo no coração. Pode
contribuir para o desenvolvimento de condições como hipertensão arterial e doenças cardíacas, que
podem afetar o ritmo cardíaco. A gestão do estresse é fundamental para manter a saúde cardíaca.
Vários fatores psíquicos podem desencadear ou piorar as condições de pacientes cardíacos, uma vez
que o estado emocional e psicológico desempenha um papel significativo na saúde cardíaca. Aqui
estão alguns dos principais fatores psíquicos que podem afetar pacientes cardíacos:
1. Estresse: O estresse crônico ou agudo pode levar a um aumento na pressão arterial e frequência
cardíaca, o que pode sobrecarregar o coração. Pessoas com problemas cardíacos são
particularmente sensíveis ao estresse, e isso pode desencadear ou piorar condições como a angina.
3. Depressão: A depressão está associada a um maior risco de doenças cardíacas e pode agravar as
condições existentes. Além disso, pacientes cardíacos deprimidos podem ter dificuldade em seguir
um plano de tratamento adequado.
4. Raiva e Hostilidade: Emoções como raiva intensa e hostilidade estão ligadas a um risco
aumentado de doenças cardíacas. Essas emoções podem desencadear eventos cardiovasculares
agudos, como ataques cardíacos.
5. Solidão e Isolamento Social: A falta de suporte social e sentimentos de solidão podem aumentar o
risco de problemas cardíacos. O apoio emocional e social desempenha um papel crucial na
recuperação e na gestão de doenças cardíacas.
6. Insônia e Distúrbios do Sono: A privação do sono e distúrbios do sono podem contribuir para o
aumento do risco cardiovascular. Pacientes cardíacos que não conseguem dormir adequadamente
podem enfrentar complicações adicionais.
8. Negligência Médica: Algumas pessoas com condições cardíacas podem negligenciar o tratamento
médico devido a fatores psicológicos, como negação ou medo de procedimentos médicos, o que
pode levar a complicações.
10) Identificar o papel da visita domiciliar para pacientes vulneráveis (idosos, por exemplo).
7. Promoção da Adesão ao Estilo de Vida Saudável: Os idosos com problemas cardíacos podem se
beneficiar de orientações específicas sobre como incorporar hábitos de vida saudáveis, como uma
dieta balanceada e exercícios, em sua rotina diária. Os profissionais de saúde podem adaptar essas
orientações ao ambiente doméstico do paciente.
8. Coordenação de Cuidados: A visita domiciliar permite uma melhor coordenação entre os vários
profissionais de saúde envolvidos no cuidado do paciente, incluindo médicos, enfermeiros,
fisioterapeutas e assistentes sociais. Isso ajuda a garantir que o paciente receba um cuidado
abrangente e integrado.