Você está na página 1de 48

Cotovelo

Cotovelo

Índice
1 – INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 4

2 – ANATOMIA ........................................................................................................................................... 4

2.1 – Ossos ................................................................................................................................................ 4

2.1.1- Úmero ........................................................................................................................................ 4

2.1.2 - Ulna ........................................................................................................................................... 5

2.1.3 - Rádio ......................................................................................................................................... 6

2.2 – Sistema ligamentar........................................................................................................................... 7

2.3 - Neuroanatomia ............................................................................................................................... 9

2.3.1 - Nervo Mediano ......................................................................................................................... 9

2.3.2 - Nervo Musculo-Cutâneo ......................................................................................................... 10

2.3.3 - Nervo Radial ........................................................................................................................... 11

2.3.4 – Nervo ulnar ............................................................................................................................. 12

2.4 – Sistema muscular ........................................................................................................................... 13

2.4.1 - Braquial ................................................................................................................................... 13

2.4.2 - Bíceps Braquial ....................................................................................................................... 13

2.4.3 - Braquioradial........................................................................................................................... 14

2.4.4 - Tríceps Braquial ...................................................................................................................... 15

2.4.5 - Ancôneo .................................................................................................................................. 16

2.4.6 – Supinador ............................................................................................................................... 16

2.5 – SISTEMA VASCULAR ................................................................................................................ 18

2.5.1 - Sistema Arterial ...................................................................................................................... 18

2.5.2 - Sistema Venoso ....................................................................................................................... 18

2.6 – Inervação autônoma ....................................................................................................................... 19

3- FISIOLOGIA ARTICULAR .................................................................................................................. 19

3.1 - Flexão ............................................................................................................................................. 20

3.2 - Extensão ......................................................................................................................................... 20

3.3 - Pronação / Supinação ..................................................................................................................... 21

4 - DISFUNÇÕES SOMÁTICAS – descrição, avaliação e correção ......................................................... 21

4.1 – Disfunções em lateralidade ............................................................................................................ 22

4.1.1 - Lateralidade interna umeroulnar ............................................................................................. 22

COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 1


Cotovelo

4.1.2 - Lateralidade externa umeroulnar ............................................................................................ 22

4.2 – Teste de mobilidade das lateralidades ........................................................................................... 23

4.3 – Técnicas de correção para as disfunções em lateralidade .............................................................. 24

4.3.1 - Técnica articulatória para o cotovelo ...................................................................................... 24

4.3.2 - Técnica de lift-off para o cotovelo .......................................................................................... 25

4.3.3 - Técnica de thrust para disfunção em lateralidade interna ....................................................... 26

4.3.4 – Técnica de Mill’s para lateralidade interna umeroulnar ......................................................... 27

4.3.5 - Técnica de thrust para disfunção em lateralidade externa ...................................................... 28

4.4 – Disfunções da cabeça do rádio ...................................................................................................... 29

4.4.1 - Disfunção anterior da cabeça do rádio .................................................................................... 29

4.4.2 - Disfunção posterior da cabeça do radio .................................................................................. 30

4.5 – Teste de mobilidade da cabeça do rádio ........................................................................................ 30

4.6 - Técnicas de correção para as disfunções da cabeça do rádio ......................................................... 32

4.6.1 - Técnica de thrust para cabeça do radio posterior .................................................................... 32

4.6.2 - Técnica de thrust para cabeça do rádio anterior ...................................................................... 32

4.6.3 - Técnica de thrust para cabeça do rádio anterior sentado ........................................................ 34

4.7 – Disfunções rotacionais da ulna ...................................................................................................... 34

4.7.1 - Disfunção em rotação interna da ulna ..................................................................................... 34

4.7.2 - Disfunção em rotação externa da ulna ........................................................................................ 35

4.8 - Teste de mobilidade para a ulna ..................................................................................................... 36

4.9 – Técnicas de correção para as disfunções de rotação da ulna ......................................................... 37

4.9.1 – Técnica de energia muscular para disfunção em rotação interna da ulna .............................. 37

4.9.2 – Técnica de energia muscular para disfunção em rotação externa da ulna.............................. 38

5 – TÉCNICAS DE TECIDOS MOLES .................................................................................................... 39

5.1 - Técnica de liberação do músculo bíceps braquial .......................................................................... 39

5.2 - Técnica de liberação do músculo tríceps braquial.......................................................................... 39

5.3 - Técnica de liberação do músculo braquial ..................................................................................... 40

5.4 - Técnica de liberação do músculo supinador................................................................................... 40

5.5 - Técnica de liberação do músculo pronador .................................................................................... 41

5.6 - Técnica de liberação dos músculos flexores de punho................................................................... 41

5.7 - Técnica de liberação dos músculos extensores de punho............................................................... 42

COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 2


Cotovelo

5.8 - Técnica de liberação do músculo braquirradial .............................................................................. 42

5.9 - Técnica de liberação do músculo pronador redondo ...................................................................... 43

6 – PATOLOGIAS DO COTOVELO ........................................................................................................ 43

6.1 – Epincondilites ................................................................................................................................ 43

6.1.1 - Epicondilite lateral .................................................................................................................. 43

6.1.2 - Epicondilite medial ................................................................................................................. 44

6.1.3 - Epicondilite de origem cervical .............................................................................................. 44

6.2 - Síndrome do pronador redondo ...................................................................................................... 44

6.3 - Síndrome do nervo ulnar ................................................................................................................ 45

7 – TESTES ORTOPÉDICOS .................................................................................................................... 45

7.1 - Teste de epicondilite lateral ou cotovelo de tenista ........................................................................ 45

7.2 - Teste de epicondilite medial ou cotovelo de golfista ..................................................................... 46

8 - REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................................. 46

COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 3


Cotovelo

1 – INTRODUÇÃO
A junção entre o úmero, rádio e ulna formam a articulação do cotovelo. Essa
articulação esta localizada entre outra duas (ombro e punho). Essa localização expõe
essas articulações a repercussões disfuncionais oriundas das duas direções.

2 – ANATOMIA

2.1 – Ossos

2.1.1- Úmero
Articulando-se de forma proximal com a cavidade glenóide da escapula e de
forma distal com o rádio e com a ulna, esse osso, classificado como osso longo, é a
porção mais proximal do membro superior.

Em sua extremidade distal, partindo da diáfise do úmero, pode se observar uma


ligeira curva no sentido anterior, ou seja, são projetadas para frente, formando um
ângulo de aproximadamente 45graus com a diáfise (vista lateral) e um alargamento de
sua estrutura antes cilíndrica (vista anterior), formando uma estrutura denominada
cristas supracondilares medial e lateral. O ápice dessas expansões são denominados
epicôndilos medial e lateral
que são locais destinados a
fixação de músculos e
ligamentos.

Articulação úmero-ulnar

Entre os epicôndilos estão localizadas as estruturas que irão se articular com o


rádio e com a ulna que são o capítulo (lateral) e a tróclea (medial), respectivamente.

COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 4


Cotovelo

O capítulo tem um formato


arredondado (convexo) o que permite se
articular com a cabeça do rádio que possuí
uma superfície articular côncava. Já a
tróclea tem um formato semelhante ao de
uma “polia ou de um carretel” permitindo a
conexão segura e estável com a incisura
troclear da ulna que tem o formato
semelhante ao de uma “chave inglesa”.

Outra característica anatômica


importante da porção distal do úmero são as
fossas coronóide e radial, localizadas na porção
anterior e a fossa do olecrano localizada na
porção posterior do úmero. Essas estruturas
permitem a amplitude completa de movimento
da articulação do cotovelo, retardando o choque
ósseo, ou seja, durante a extensão máxima o
olecrano da ulna penetra na fossa do olecrano
do úmero permitindo com que a extensão atinja
180ᴼ de amplitude. O mesmo acontece no
momento da flexão máxima do cotovelo quando
o processo coronóide e a cabeça do rádio
ocupam as fossas coronóide e radial,
respectivamente.

2.1.2 - Ulna
A Ulna é um osso longo posicionado medialmente
no antebraço se articulando com o úmero e o rádio na sua
porção proximal e com o rádio na sua porção distal.

Conforme dito anteriormente, a ulna em sua porção


proximal tem um formato semelhante ao de uma “chave
inglesa” formada pela junção do processo coronóide com o

COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 5


Cotovelo

olecrano, sendo a “boca dessa chave” denominada incisura troclear que irá se articular
com a tróclea do úmero.

Além da articulação com o úmero,


a ulna se articula com o rádio através da
incisura radial que esta localizada
lateralmente ao processo coronóide. Essa
superfície articular (côncava) recebe a
cabeça do rádio (convexa) permitindo com
que ocorra movimentos de rotação
essenciais ao movimento de pronação e
supinação do antebraço.

Outro acidente ósseo importante


da ulna é a tuberosidade da ulna localizada
inferiormente ao processo coronóide, destinado a fixação muscular.

2.1.3 - Rádio
Conforme descrito anteriormente, o rádio
articula-se em sua porção proximal com o úmero e com a
ulna através da relação entre a porção côncava (face
superior) da cabeça do rádio e o capítulo e entre a cabeça
do rádio (circunferência) e a incisura radial da ulna,
respectivamente.

Abaixo da cabeça do rádio existe uma porção


estreitada denominada colo do rádio e abaixo deste
observa-se um projeção medial denominada tuberosidade
do rádio, destinada a fixações musculares.

O rádio, didaticamente, pode ser dividido em


borda anterior, lateral, medial e posterior. A borda
anterior inicia na tuberosidade do rádio e forma a linha
obliqua do rádio. Já, a borda lateral é a mais externa e convexa e a borda medial é a
mais interna e pode ser chamada de borda interóssea pela fixação da membrana
interóssea nessa região.

COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 6


Cotovelo

2.2 – Sistema ligamentar


Os ligamentos colaterais do cotovelo são faixas triangulares fortes que são
espessamentos medial e lateral da cápsula fibrosa.

O ligamento colateral radial (lateral) estende-se do epicôndilo lateral do úmero e


fixa-se distalmente no ligamento anular do rádio. Esse ligamento envolve a cabeça do
rádio na incisura radial da ulna, formando a articulação radioulnar proximal, permitindo
o movimento de pronação e supinação do antebraço.

O ligamento colateral ulnar (medial), se estende do epicôndilo medial do úmero


até o processo coronóide e o olécrano da ulna, sendo dividido em três porções: anterior,
semelhante a um cordão e é considerada a porção mais forte; posterior, é considerada a
porção fraca; e oblíqua, delgada.

COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 7


Cotovelo

COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 8


Cotovelo

2.3 - Neuroanatomia
O membro superior é inervado pelo plexo braquial que se origina dos ramos
ventrais dos nervos espinhais C5, C6, C7, C8 e T1. A fusão dessas raízes forma os
troncos superior, médio e inferior, ou seja, as raízes de C5 e C6 formam o tronco
superior, a raiz de C7 forma o tronco médio e as raízes de C8 e T1 formam o tronco
inferior.

Os troncos superior, médio e inferior emitem fibras anteriores e posteriores que


irão formar os fascículos de onde se formarão os nervos terminais. Vale salientar que as
fibras anteriores se destinarão a inervar a região anterior do braço e antebraço, ou seja,
os músculos flexores, e as fibras posteriores irão inervar a região posterior, ou seja, os
músculos extensores.

2.3.1 - Nervo Mediano


Formado pelos fascículos medial e lateral (divisão anterior dos troncos superior,
médio e inferior), o nervo mediano possui fibras de C5, C6, C7, C8 e T1.

Em seu trajeto descendente pelo braço o nervo mediano se localiza lateral à


artéria braquial e segue cruzando inferiormente a aponeurose bicipital e passando entre

COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 9


Cotovelo

as duas fixações proximais do músculo pronador redondo, se posicionando posterior ao


flexor superficial dos dedos e em seguida junto a membrana interóssea.

Em seu trajeto ele inerva todos


os músculos flexores e pronadores do
antebraço, exceto o m. flexor ulnar do
carpo e a porção medial do flexor
profundo dos dedos.

2.3.2 - Nervo Musculo-Cutâneo


Formado pelos fascículos lateral (divisão anterior dos troncos superior e médio),
o nervo músculo-cutâneo possui fibras de C5, C6 e C7.

Em seu trajeto descendente pelo braço o nervo músculo-cutâneo cruza o


músculo coracobraquial e segue em seu trajeto descendente pelo braço entre os
músculos braquial e bíceps braquial emergindo superficialmente lateralmente ao tendão
do bíceps braquial.

Em seu trajeto ele inerva todos os músculos da região anterior do braço e a pele
da região Antero lateral do antebraço.

COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 10


2.3.3 - Nervo Radial
Formado pelos fascículos posteriores (divisão posterior dos troncos superior,
médio e inferior), o nervo radial possui fibras de C5, C6, C7, C8 e T1).

Em seu trajeto descendente pelo braço o nervo radial segue junto ao úmero
(sulco radial) e próximo ao cotovelo ele passa entre os músculos braquiorradial e
braquial e ao nível do epicôndilo lateral divide-se em ramos superficial e profundo.

O ramo superficial segue sobre o braquiorradial inervando a metade lateral da


mão, até a falange proximal do dedo médio. O ramo profundo penetra pelo músculo
supinador e vai inervar o próprio músculo e todos os outros músculos extensores do
membro superior.

Vale salientar que no seu trajeto, todos os nervos do membro superior estão
susceptíveis a sofrer compressões devido a relação direta com as diferentes interfaces.
Os músculos extensores do braço, bem como, o braquiorradial e os extensores radial
longo e curto do carpo recebem a sua inervação antes da divisão em superficial e
profundo.
2.3.4 – Nervo ulnar
Formado principalmente pelas
raízes de C8 e T1 tem seu trajeto
descendente pela região medial da braço
cruzando o cotovelo posteriormente ao
epicôndilo medial do úmero, em uma
região denominado túnel cubital,
seguindo pela região antero-medial do
antebraço até atingir a mão.

O nervo ulnar penetra na mão


por um canal superficial situado entre
pisiforme e hamato por cima do
ligamento anular do carpo. Está coberto
por uma expansão do tendão do flexor
ulnar do carpo.
Cotovelo

2.4 – Sistema muscular

2.4.1 - Braquial
Estende do processo coronóide da ulna até a superfície
anterior do úmero. É exclusivamente flexor do cotovelo. Sua
inervação é feita pelo nervo musculocutâneo (C5, C6 e C7).

2.4.2 - Bíceps Braquial


Posicionado sobre o braquial, tem duas fixações proximais: a porção longa, no
tubérculo supraglenóide; e a porção curta, no processo coracóide. As duas porções se
fixam distalmente na tuberosidade do rádio. Sua aponeurose se une com a aponeurose
profunda que cobre a origem dos músculos flexores do antebraço. A eficácia do bíceps é
máxima quando o cotovelo se encontra a 90 graus. É também o supinador mais

COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 13


Cotovelo

importante, já que quando o antebraço se encontra em


pronação, o tendão do bíceps se enrola no colo do rádio.

É inervado pelo nervo musculocutâneo (C5, C6 e C7).

2.4.3 - Braquioradial
Estende-se do processo estilóide do rádio até a margem externa (crista supra-
condilar) do úmero. Sua função principal é a flexão do cotovelo. É acessório da
supinação quando o antebraço está em pronação máxima. É inervado pelo nervo radial
(C5, C6, C7 e C8).

COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 14


Cotovelo

2.4.4 - Tríceps Braquial


O músculo tríceps braquial tem 3 fixações proximais
sendo duas no úmero (cabeça medial e lateral) e uma no
tubérculo subglenoideo. Esses três ventres se unem em um
tendão comum que se fixará no olecrano. Seu ângulo de
eficácia máxima se encontra com flexão do cotovelo de 20 a
30 graus.

É inervado pelo nervo radial (C5, C6, C7 e C8).

COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 15


Cotovelo

2.4.5 - Ancôneo
O músculo ancôneo é um pequeno músculo triangular que se estende do
epicôndilo lateral do úmero até a face posterior da ulna. Agonista do tríceps recebe
inervação do nervo radial (C5, C6, C7 e C8).

2.4.6 – Supinador
O músculo supinador tem sua fixação proximal por baixo da cavidade sigmóide
da ulna, no quarto superior do bordo externo da ulna na parte posterior do ligamento
anular e no ligamento lateral externo. Sua fixação distal esta na face antero - externa do
rádio, desde o ligamento anular até a inserção do pronador redondo.

É inervado pelo nervo radial (C5, C6, C7 e C8)

2.4.7 - Pronador Redondo

Sua fixação proximal ocorre no epicôndilo medial e outro no processo


coronóide, dirigindo-se obliquamente para baixo e para fora para se fixar distalmente na
parte média da face externa do rádio.

É inervado pelo nervo mediano (C5, C6, C7, C8 e T1).

COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 16


Cotovelo

2.4.8 - Pronador Quadrado

Possui suas fixações no quarto inferior da borda anterior


da ulna por meio de um tendão largo e na face anterior do quarto
inferior do rádio. É inervado pelo nervo mediano (C5, C6, C7,
C8 e T1).

COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 17


Cotovelo

2.5 – SISTEMA VASCULAR

2.5.1 - Sistema Arterial


Quando as artérias subclávias originadas do arco aórtico (esquerda) e do tronco
braquiocefálico (direita) atingem o altura da primeira costela são chamadas de artéria
axilar e ao nível da crista do tubérculo menor são chamadas de artéria braquial.

A artéria braquial é relativamente superficial seguindo pela borda medial do


bíceps braquial e próxima ao cotovelo se posiciona em um plano mediano, entre o
tendão do bíceps e o nervo mediano

Na altura do cotovelo a artéria braquial se divide em artéria radial e ulnar. A


artéria radial segue seu trajeto descendente coberta pelo músculo braquirradial e
próxima ao punho ela emerge lateralmente ao tendão do músculo flexor radial do carpo
(nessa região a artéria braquial pode ser facilmente palpada).

A artéria ulnar segue seu trajeto descendente coberta pelo músculo com origem
no epicôndilo medial e segue sobre o músculo flexor profundo dos dedos. Em sua
porção distal ela emerge lateralmente ao tendão do músculo flexor ulnar do carpo (nessa
região a artéria braquial pode ser facilmente palpada).

2.5.
2 -

COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 18


Cotovelo

Sistema Venoso
As veias palmares dirigem-se
para o dorso da mão que juntamente
com as veias dorsais formam a veias
cefálica e basílica. A veia cefálica
ascende lateralmente no antebraço e
braço e atingindo o ombro na região do
sulco deltopeitoral e passando por baixo
da clavícula termina na veia axilar. Já, a
veia basílica ascende medialmente no
antebraço e ao atingir a metade do braço
se torna profunda, terminando na veia
axilar.

2.6 – Inervação autônoma


O tônus das artérias é controlado pelo sistema nervoso simpático, e esse, quando
relacionado ao controle dos vasos sanguíneos do membro superior, esta localizado na
região cervicotorácica.

3- FISIOLOGIA ARTICULAR
O complexo articular do cotovelo é composto por três articulações: umeroulnar,
umerorradial e Radioulnar proximal, permitindo com que ocorram os movimentos de
flexão, extensão, pronação e supinação.

A tróclea e o capítulo do úmero articulam-se com a incisura troclear da ulna e


com a face superior ligeiramente côncava da cabeça do rádio, respectivamente. Por essa

COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 19


Cotovelo

razão existem articulações úmero-ulnar e úmero-radial. Estas duas articulações realizam


movimentos de flexão e extensão.

A articulação radioulnar proximal é uma articulação sinovial do tipo trocóide,


que permite movimento da cabeça do rádio sobre a ulna. A cabeça do rádio articula-se
com a incisura radial da ulna e é mantida na posição pelo ligamento anular.

3.1 - Flexão
É o movimento de aproximação do
antebraço em relação ao braço podendo atingir
145 graus quando realizado de forma ativa e
160 graus se realizado de forma passiva (devido
a acomodação da massa muscular).

3.2 - Extensão
É o afastamento do antebraço
em relação ao braço podendo atingir
180 graus devido a presença da fossa do
olecrano.

COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 20


Cotovelo

3.3 - Pronação / Supinação


Considerando a articulação radio-ulnar proximal, o
movimento de pronação e supinação ocorre devido a rotação
da cabeça do rádio em torno do seu próprio eixo. Essa
rotação, conforme dito anteriormente é garantida pelo
ligamento anular.

No final da pronação a cabeça do rádio realiza um


deslizamento posterior e no final da supinação um
deslizamento anterior.

No movimento de prono-supinação a ulna também


realiza pequenos movimentos rotacionais. Considerando-se
um eixo axial que passa na linha média do antebraço (entre o
radio e a ulna), a ulna realiza:

ü um movimento de rotação interna na supinação, pois


aproxima-se desse eixo

ü um movimento de rotação externa na pronação, pois afasta-se desse eixo.

4 - DISFUNÇÕES SOMÁTICAS – descrição, avaliação e


correção
Podem-se distinguir duas classes de causas de disfunção do cotovelo: as causas
diretas e indiretas.

I. Causas diretas

- problemas posturais;

- torções ou rotações forçadas do antebraço;

- traumas e gestos não controlados.

II. Causas indiretas

- disfunções metaméricas cervicais;

- adaptações de disfunções do ombro repercutindo sobre o cotovelo;

COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 21


Cotovelo

- adaptações de disfunções do punho repercutindo sobre o cotovelo.

4.1 – Disfunções em lateralidade

4.1.1 - Lateralidade interna umeroulnar


Esta disfunção se produz por um movimento forçado do cotovelo com o punho
em extensão promovendo um deslizamento lateral interno do úmero em relação à ulna e
radio, ou da ulna e radio em relação ao úmero, aumentando assim o valgo fisiológico.

A fixação desta disfunção é conseqüência de hiperatividade dos músculos radiais


e braquiorradial.

Pode ocasionar sintomas locais:

• dor na região externa da


articulação radioumeral devido a
compressão local;

• dor na região interna da


articulação devido ao
tensionamento do ligamento
lateral interno.

Esta disfunção pode estar associada a disfunção em rotação externa da ulna e a


uma disfunção de posterioridade da cabeça do radio.

4.1.2 - Lateralidade externa umeroulnar


É uma disfunção menos frequente que a anterior, provavelmente pela angulação
fisiológica da articulação do cotovelo.

COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 22


Cotovelo

Esta disfunção se produz por um traumatismo em tração (segurar cargas


pesadas), ocorrendo um fechamento a interlinha articular interna e abertura da interlinha
articular externa.

A fixação desta disfunção é conseqüência de hiperatividade dos músculos


pronador redondo e braquial

Pode ocasionar sintomas locais:

• dor na parte externa do cotovelo


devido a tensão dos ligamentos
lateral externo e anular.

Esta disfunção pode estar associada a


disfunção em rotação interna da ulna e a
uma disfunção de anterioridade da
cabeça do radio.

4.2 – Teste de mobilidade das lateralidades


Paciente sentado e osteopata em pé na sua frente.

Com o ombro a 90º e o cotovelo estendido, o osteopata deve posicionar o punho


do paciente entre seu tronco e seu cotovelo. Em seguida deve tomar contato com a
região tênar das suas mãos na região medial e lateral da articulação do cotovelo com o
antebraço em posição neutra de prono-supinação.

COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 23


Cotovelo

Estabilizando a região distal do antebraço, o osteopata deve efetuar movimentos


de translação medial e lateral na articulação do cotovelo, percebendo a presença ou
ausência do jogo articular.

4.3 – Técnicas de correção para as disfunções em lateralidade

4.3.1 - Técnica articulatória para o cotovelo


Esta técnica poder ser utilizada para as disfunções de lateralidade interna ou
externa umeroulnar.

Paciente em decúbito dorsal.

Osteopata em pé em finta anterior ao lado do paciente posicionando o membro


superior em 90 graus de abdução e antebraço em posição neutra de pronação-supinação.

Quando existe a disfunção em lateralidade interna, é colocada uma rotação


medial no ombro do paciente, apoiando-o sobre uma toalha no epicôndilo medial (para
evitar o contato doloroso com a maca).

Quando é a disfunção de lateralidade externa, é colocada rotação lateral do


ombro, apoiando o epicôndilo lateral na maca. A mão interna estabiliza o ombro e a

COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 24


Cotovelo

mão externa na borda lateral da mão do paciente. O movimento, rítmico e lento deve
ocorrer no sentido da circundução.

4.3.2 - Técnica de lift-off para o cotovelo


Essa técnica é utilizada para corrigir a disfunção de lateralidade interna do
cotovelo. Paciente e osteopata sentados.

Paciente posicionado com o membro superior em 90 graus de abdução e rotação


interna. Seu antebraço fica em posição neutra de pronação-supinação, com a porção
medial (epicôndilo) do cotovelo em contato com o esterno do Osteopata.

Mão proximal sensitiva posicionada em pinça (polegar e indicador) na interlinha


articular e cotovelo estabilizando o ombro do paciente.

Mão distal toma contato com o punho.

O osteopata deve reduzir os parâmetros para buscar a barreira motriz, realizando


uma projeção anterior do seu esterno enquanto estabiliza seu ombro e seu punho.

COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 25


Cotovelo

Após chegar à barreira, o osteopata deve realizar um impulso em alta velocidade


projetando seu esterno anteriormente no sentido de abertura da interlinha articular.

4.3.3 - Técnica de thrust para disfunção em lateralidade interna


O paciente se encontra sentado, com flexão de ombro de 90 graus, antebraço em
prono-supinação neutra e cotovelo em extensão.

O osteopata fica em pé em frente ao paciente, em finta anterior, apoiando o


punho do paciente entre seu tronco e seu cotovelo.

Sua mão externa toma contato proximalmente no antebraço para controlar a


flexão-extensão do cotovelo.

Sua mão interna toma contato com o “calcanhar da mão” no epicôndilo medial,
enquanto os dedos envolvem a parte posterior da articulação. O antebraço deve estar
perpendicular a articulação do cotovelo.

Deve-se buscar a barreira motriz regulando a flexão-extensão com a mão externa


e levando a mão interna no sentido da translação lateral.

O thrust se realiza de forma balística no sentido da translação lateral do


cotovelo.

COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 26


Cotovelo

4.3.4 – Técnica de Mill’s para lateralidade interna umeroulnar


Paciente em decúbito dorsal com o membro superior abduzido em cerca de 45º.

Osteopata sentado ao lado do paciente, na altura do tórax e voltado para seus


pés.

Deve-se posicionar o ombro do paciente em rotação medial, deixando o


epicôndilo medial apoiado na coxa do osteopata.

A mão interna toma um contato sensitivo com o polegar e indicador na


interlinha da articulação radioumeral, e o antebraço estabiliza o ombro do paciente na
maca.

A mão externa toma um contato com o punho do paciente.

Deve-se buscar a barreira motriz regulando a flexão-extensão do cotovelo,


levando o punho do paciente na direção do solo e a coxa do osteopata na direção do
teto. Assim que atingir a barreira, é realizado um thrust aumentando esses parâmetros.

COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 27


Cotovelo

4.3.5 - Técnica de thrust para disfunção em lateralidade externa


O paciente se encontra sentado, com flexão de ombro de 90 graus, antebraço em
prono-supinação neutra e cotovelo em extensão.

O osteopata fica em pé em frente ao paciente, em finta anterior, apoiando o


punho do paciente entre seu tronco e seu cotovelo.

Sua mão interna toma contato proximalmente no antebraço para controlar a


flexão-extensão do cotovelo.

Sua mão externa toma contato com o “calcanhar da mão” no epicôndilo lateral,
enquanto os dedos envolvem a parte posterior da articulação. O antebraço deve estar
perpendicular a articulação do cotovelo.

Deve-se buscar a barreira motriz regulando a flexão-extensão com a mão interna


e levando a mão externa no sentido da translação medial.

O thrust se realiza de forma balística no sentido da translação medial do


cotovelo.

COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 28


Cotovelo

4.4 – Disfunções da cabeça do rádio

4.4.1 - Disfunção anterior da cabeça do rádio


Esta disfunção pode ser provocada por uma extensão forçada do cotovelo em
supinação. Devido à tração contrária dos músculos flexores ocorre uma fixação anterior
da cabeça do rádio pelo espasmo dos músculos bíceps e pronador redondo.

Quando sintomática, pode causar dor ligamentar pela tensão do feixe anterior do
ligamento lateral externo do cotovelo e dor na região antero - externa do cotovelo. Além
disso, o paciente poderá apresentar limitação e dor na extensão e pronação do cotovelo.

COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 29


Cotovelo

Na palpação que sempre deve ser feita de forma bilateral e comparativa, a


cabeça do rádio encontra-se mais dolorosa e anterior de um lado, e com restrição ao
deslizamento posterior em pronação e flexão do cotovelo.

4.4.2 - Disfunção posterior da cabeça do radio


Esta disfunção pode ser provocada por um movimento de pronação forçada
ocorrendo fixação posterior da cabeça do radio por um espasmo do supinador, que
produz um bloqueio do menisco presente na articulação.

Quando sintomática, pode causar dor na parte posteroexterna do cotovelo e


também limitação na extensão e na supinação do antebraço. A extensão passiva pode ser
dolorosa. A dor é produzida por tensão do feixe posterior do ligamento lateral externo
do cotovelo.

Na palpação que sempre deve ser feita de forma bilateral e comparativa, a


cabeça do rádio encontra-se mais dolorosa e posterior de um lado, e com restrição ao
deslizamento anterior em supinação e extensão do cotovelo.

4.5 – Teste de mobilidade da cabeça do rádio


O paciente encontra-se sentado com o cotovelo a 90º de flexão.

O osteopata toma contato uma das mãos na parte distal do antebraço do paciente
para controlar os movimentos.

COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 30


Cotovelo

Com sua outra mão, tomar contato sensitivo com o dedo indicador no epicôndilo
lateral e o dedo médio na cabeça do rádio. O contato no epicôndilo serve como
referência.

O osteopata deve induzir os movimentos de pronação e supinação até sua


amplitude máxima e perceber o comportamento da cabeça do rádio.

Durante o movimento de pronação máxima, espera-se que a cabeça do rádio


desloque no sentido posterior, enquanto que na supinação a cabeça do rádio deve
deslocar-se no sentido anterior.

ü Caso a cabeça do rádio não se desloque posteriormente no final da


pronação, existe uma disfunção de anterioridade.

ü Caso a cabeça do rádio não se desloque anteriormente no final da


supinação, existe uma disfunção de posterioridade.

COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 31


Cotovelo

4.6 - Técnicas de correção para as disfunções da cabeça do rádio

4.6.1 - Técnica de thrust para cabeça do radio posterior


Paciente em decúbito dorsal com membro superior em abdução (30-45º).

Osteopata em pé em finta anterior na altura do tórax do paciente, olhando para


seus pés.

Sua mão externa toma um contato com o punho do paciente sendo que o dedo
mínimo fica entre o polegar e o indicador do paciente realizando o movimento de
pronação do antebraço e flexão do punho.

A mão interna toma contato com o polegar na parte posterior da cabeça do radio.
É uma técnica dinâmica na qual o osteopata deve buscar a barreira da cabeça do radio
realizando movimentos simultâneos de:

• extensão do cotovelo com

• pronação e flexão do punho

• anteriorização da cabeça do radio com o polegar

Após encontrar a barreira articular o Osteopata deve realizar um impulso em alta


velocidade e baixa amplitude aumentando os parâmetros descritos anteriormente, em
especial a anteriorização da cabeça do rádio.

4.6.2 - Técnica de

COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 32


Cotovelo

thrust para cabeça do rádio anterior


Paciente em decúbito dorsal.

Osteopata em pé em finta anterior na altura da pelve do paciente olhando para


sua cabeça.

Sua mão interna toma contato no punho do paciente e levar o cotovelo a 90


graus de flexão inicialmente, com o antebraço pronado.

Sua mão externa tomar contato com os dedos índice e médio na região anterior
da cabeça do rádio fazendo um tissue pull para aprofundar o contato e levar a cabeça do
rádio no sentido anterior.

O osteopata deve reduzir os parâmetros fazendo translação anterior da cabeça do


rádio e aumentando a flexão do cotovelo até encontra a barreira. O thrust se realiza com
tração da cabeça do radio na direção anterior e aumentando levemente a flexão do
cotovelo.

COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 33


Cotovelo

4.6.3 - Técnica de thrust para cabeça do rádio anterior sentado


Paciente sentado com membro superior em 90 graus de flexão de ombro.

Osteopata em pé em finta anterior. A mão distal toma um contato no punho do


paciente. A outra mão toma contato com os dedos na parte posterior do cotovelo e
palma da mão no epicôndilo medial de maneira que o polegar tome um contato na parte
anterior da cabeça do radio.

Levar o antebraço em pronação máxima aumentando o contato na cabeça do


radio. O thrust se realiza num impulso com o polegar na cabeça do rádio levando a
mesma de medial para lateral, o que acaba gerando uma posteriorização.

4.7 – Disfunções rotacionais da ulna

4.7.1 - Disfunção em rotação interna da ulna


Esta disfunção é ocasionada por um desequilíbrio miofascial, sendo que a ulna
encontra-se fixada em rotação interna, no sentido do eixo axial que se localiza entre o
radio e ulna. Durante a supinação, fisiologicamente a ulna realiza uma pequena rotação
se aproximando desse eixo médio.

O mecanismo disfuncional ocorre devido um movimento de supinação forçada,


ou até mesmo de maneira adaptativa/secundária a outras disfunções. A rotação interna
da ulna é fixada por hiperatividade do músculo supinador.

COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 34


Geralmente o paciente não relata
dor, somente limitação de movimento
de pronação. Pelo fato dessa disfunção
ser causada especialmente por
distúrbios miofasciais recomenda-se
que sua correção seja efetuada por
técnicas de tecidos moles ao invés de
técnicas de alta velocidade.

Esta disfunção pode estar


associada a uma lateralidade externa do
cotovelo e/ou a disfunção anterior da
cabeça do rádio.

4.7.2 - Disfunção em rotação externa da ulna


Esta disfunção é ocasionada por
um desequilíbrio miofascial, sendo que
a ulna encontra-se fixada em rotação
externa, se afastando do eixo axial que
se localiza entre o radio e ulna. Durante
a pronação, fisiologicamente a ulna
realiza uma pequena rotação se
afastando desse eixo médio.

O mecanismo disfuncional ocorre devido um movimento de pronação forçada,


ou até mesmo de maneira adaptativa/secundária a outras disfunções. A rotação externa
da ulna é fixada por hiperatividade dos músculos pronadores (redondo e quadrado).
Cotovelo

Geralmente o paciente não relata dor, somente limitação de movimento de


supinação. Pelo fato dessa disfunção ser causada especialmente por distúrbios
miofasciais recomenda-se que sua correção seja efetuada por técnicas de tecidos moles
ao invés de técnicas de alta velocidade.

Esta disfunção pode estar associada a uma lateralidade interna do cotovelo e/ou
a disfunção posterior da cabeça do rádio.

4.8 - Teste de mobilidade para a ulna


Paciente em decúbito dorsal com o cotovelo a 90 graus. O Osteopata toma
contato com a mão interna no punho do paciente e a outra mão posicionada:

• com o dedo indicador na fossa entre epicôndilo lateral e o olecrano

• dedo médio na fossa entre epicôndilo medial e olecrano.

Realizar movimentos de pronação e supinação do antebraço e sentir o


deslocamento do olecrano.

ü Na pronação (rotação externa da ulna), o olecrano se desloca lateralmente, ou


seja, ocorre um fechamento da fossa entre o olecrano e epicôndilo lateral.

ü Na supinação (rotação interna da ulna), o olecrano se desloca medialmente, ou


seja, ocorre um fechamento da fossa entre o olecrano e epicôndilo medial.

COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 36


Cotovelo

Caso a ulna apresente restrição para realizar um dos movimentos, existe uma
disfunção que é denominada no sentido livre de movimento da ulna, seja em rotação
interna ou externa.

4.9 – Técnicas de correção para as disfunções de rotação da ulna

4.9.1 – Técnica de energia muscular para disfunção em rotação interna da ulna


Paciente em decúbito dorsal.

Osteopata em pé, em finta anterior na altura da pelve do paciente, olhando para


sua cabeça.

Sua mão externa


toma contato no punho do
paciente levando cotovelo
a 90 graus e pronação
máxima.

A mão interna vai


tomar um contato proximal
na ulna, sendo que o dedo
indicador fica posterior e o
polegar anteriormente à
ulna.

Inicialmente deve-
se realizar uma compressão
da ulna no sentido da maca com o intuito de relaxar o sistema capsuloligamentar do

COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 37


Cotovelo

cotovelo. Em seguida, levar a ulna em pronação máxima no sentido da correção


(rotação externa) e pedir contrações isométricas em supinação com duração entre 3-5
segundos. Ao final de cada contração, o Osteopata deve encontrar a nova barreira em
pronação ou rotação externa da ulna.

4.9.2 – Técnica de energia muscular para disfunção em rotação externa da


ulna
Paciente em decúbito dorsal.

Osteopata em pé, em finta anterior na altura da pelve do paciente, olhando para


sua cabeça.

Sua mão externa toma


contato no punho do paciente
levando cotovelo a 90 graus e
supinação máxima.

A mão interna vai


tomar um contato proximal na
ulna, sendo que o dedo
indicador fica posterior e o
polegar anteriormente à ulna.

Inicialmente deve-se realizar uma compressão da ulna no sentido da maca com o


intuito de relaxar o sistema capsuloligamentar do cotovelo. Em seguida, levar a ulna em
supinação máxima no sentido da correção (rotação interna) e pedir contrações
isométricas em pronação com duração entre 3-5 segundos. Ao final de cada contração, o
Osteopata deve encontrar a nova barreira em supinação ou rotação interna da ulna.

COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 38


Cotovelo

5 – TÉCNICAS DE TECIDOS MOLES

5.1 - Técnica de liberação do músculo bíceps braquial


Paciente em decúbito dorsal.

Osteopata sentado ao lado do


paciente posicionando o membro
superior em 90 graus de abdução e
pronação,apoiando-o sobre a coxa. A
mão interna apóia a parte posterior do
cotovelo e a mão externa na região do
punho do paciente.

O stretching deve ocorrer no


sentido da extensão e rotação interna
do ombro, pronação e extensão do
cotovelo.

5.2 - Técnica de liberação do músculo tríceps braquial


Paciente em sentado.

Osteopata em pé atrás do paciente


posicionando o membro superior em flexão
máxima de ombro e cotovelo, somado a rotação
externa. A mão interna traciona o punho e a
mão externa permanece na região da borda
lateral da escápula, fixando-a.

O stretching deve ocorrer aumentando


os parâmetros da posição inicial.

COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 39


Cotovelo

5.3 - Técnica de liberação do músculo braquial


Paciente em decúbito
dorsal.

Osteopata sentado ao
lado do paciente posicionando
o membro superior em 90
graus de abdução e apoiando-
o sobre a coxa. A mão interna
apóia a parte posterior do
cotovelo e a mão externa na
região do punho do paciente.

O stretching deve
ocorrer no sentido da rotação interna do ombro, supinação e extensão do cotovelo.

5.4 - Técnica de liberação do músculo supinador


Paciente em decúbito dorsal.

Osteopata em pé ao lado do
paciente posicionando o membro
superior em 90 graus de flexão de
ombro. A mão interna apóia o
cotovelo e a mão externa na região
do punho do paciente com o polegar
apoiando a região anterior e os
dedos na região posterior do punho.

O stretching deve ocorrer no


sentido da pronação e extensão do
cotovelo.

COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 40


Cotovelo

5.5 - Técnica de liberação do músculo pronador


Paciente em decúbito
dorsal.

Osteopata em pé ao lado
do paciente posicionando o
membro superior em 90 graus de
flexão de ombro. A mão externa
apóia a região posterior do
cotovelo e a mão interna na
região do punho do paciente com
o polegar na região posterior e os
dedos na região anterior.

O stretching deve ocorrer


no sentido da supinação e
extensão do cotovelo.

5.6 - Técnica de liberação dos músculos flexores de punho


Paciente em decúbito
dorsal.

Osteopata sentado ao
lado do paciente posicionando o
membro superior em 90 graus de
abdução e apoiando-o sobre a
coxa. A mão interna apóia a
parte posterior do cotovelo e a
mão externa na palma da mão do
paciente.

O stretching deve ocorrer


no sentido da extensão do
cotovelo e punho.

COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 41


Cotovelo

5.7 - Técnica de liberação dos músculos extensores de punho


Paciente em decúbito
dorsal.

Osteopata sentado ao
lado do paciente posicionando o
membro superior em 90 graus
de abdução e pronação,
apoiando-o sobre a coxa. A mão
interna apóia a parte posterior
do cotovelo e a mão externa
dorso da mão do paciente.

O stretching deve
ocorrer no sentido da flexão do punho e extensão do cotovelo.

5.8 - Técnica de liberação do músculo braquirradial


Paciente em decúbito dorsal.

Osteopata sentado ao lado do


paciente posicionando o membro
superior em 90 graus de abdução e
antebraço em posição neutra,
apoiando-o sobre a coxa. A mão
interna apóia o cotovelo e a mão
externa na borda lateral da mão do
paciente.

O stretching deve ocorrer no


sentido do desvio ulnar e extensão do
cotovelo.

COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 42


Cotovelo

5.9 - Técnica de liberação do músculo pronador redondo


Paciente em decúbito dorsal.

Osteopata sentado ao lado do paciente posicionando o membro superior em 90


graus de flexão de cotovelo e pronação máxima. A mão interna fixa o músculo pronador
redondo e a mão externa posicionada no punho do paciente promove o movimento de
supinação.

O stretching deve ocorrer pela combinação da fixação do pronador associada ao


movimento de supinação.

6 – PATOLOGIAS DO COTOVELO

6.1 – Epincondilites

6.1.1 - Epicondilite lateral


Conhecida também como cotovelo de tenista a epicondilite lateral é causada por
movimentos repetitivos de extensão do punho e/ou de supinação de antebraço associada
ou não a disfunções diretas.

Os sinais clínicos evidentes são dor no epicôndilo lateral, pontos dolorosos na


palpação do supinador e/ou nos músculos extensores do punho e dor na contração
isométrica e no alongamento desses músculos.

COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 43


Cotovelo

6.1.2 - Epicondilite medial


Conhecida também como cotovelo de golfista é menos freqüente que
epicondilite lateral. Sua etiologia esta relacionada aos movimentos repetitivos de flexão
e de pronação associada ou não disfunções diretas.

Os sinais clínicos evidentes são dor na parte medial e anterior do epicôndilo


medial, pontos dolorosos na palpação do pronador redondo e/ou flexor ulnar do carpo,
dor na contração isométrica e no alongamento desses músculos.

6.1.3 - Epicondilite de origem cervical


Existem fatores importantes em C5, C6 e C7 que podem desencadear dor no
epicôndilo, ou provocar o aumento e a manter uma epicondilite já existente. Afeta os
esclerótomos e às vezes os miótomos dos músculos que se fixam no epicôndilo, entre
outros o supinador. A posterioridade cervical geralmente está homolateral, em C5, C6 e
C7. Na avaliação, haverá dor a palpação do epicôndilo, sensibilidade muscular no
miótomo e dermalgia reflexa no nível correspondente. Os movimentos do cotovelo
estão relativamente livres.

Pode ocorrer uma combinação de disfunções cervicais e lesões articulares do


cotovelo. A lesão neurovascular metamérica cervical manifesta uma modificação da
vascularização local, o que favorece a inflamação do tendão, devido às pressões
mecânicas. As lesões mecânicas do cotovelo em lateralidade provocam um estado de
exigência permanente das inserções tendinosas. O mais freqüente, do ponto de vista
mecânico, é a lesão de C5, C6 e C7, lesão de rotação interna da ulna, lateralidade
interna do cotovelo e lesão posterior da cabeça do radio.

6.2 - Síndrome do pronador redondo


Este músculo tem dois feixes pelos quais passa o nervo mediano. A etiologia
desta síndrome pode ser um traumatismo do cotovelo, ou microtraumatismos repetidos
em supinação ou pronação. O músculo pode se contraturar e provocar a irritação do
nervo. Normalmente os sintomas são dor nesta zona, parestesia no território sensitivo do
nervo mediano, sobretudo os dedos indicador e médio. O diagnóstico pode ser realizado
pelo teste de Tinel, posicionando o antebraço em extensão e supinação e realizar

COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 44


Cotovelo

percussão sobre o nervo. É positivo se produzir dor e parestesia. Também podemos


perceber se os sintomas são despertados no teste do pronador redondo.

6.3 - Síndrome do nervo ulnar


O nervo ulnar passa na fossa entre o epicôndilo medial e olecrano. Quando
existe uma disfunção em lateralidade externa, o nervo é estirado para fora; e quando
existe uma lesão de lateralidade interna é deslocado para dentro.

Como sintoma o paciente relata parestesia e dor no borda ulnar do antebraço e


nos últimos dois dedos. Os sinais evidenciados são dor na palpação do canal epicôndilo-
olecraneano, acompanhado ou não de parestesias.

7 – TESTES ORTOPÉDICOS

7.1 - Teste de epicondilite lateral ou cotovelo de tenista


O avaliador deve fixar o
antebraço do paciente e pedir para
fechar a mão e estender o punho.
Nessa posição, aplicar com a mão
externa uma pressão sobre o dorso
forçando o movimento no sentido da
flexão.

Caso o paciente relate uma


dor súbita no epicôndilo lateral o
teste é considerado positivo

COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 45


Cotovelo

7.2 - Teste de epicondilite medial ou cotovelo de golfista


Deve-se fixar o antebraço do
paciente e pedir para fechar a mão e
flexionar o punho.

Nessa posição, aplicar com a


mão externa uma pressão sobre a
mão do paciente, forçando o
movimento no sentido da extensão.

Caso o paciente relate uma


dor súbita no epicôndilo medial o
teste é considerado positivo

8 - REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

American Association of Colleges of Osteopathic Medicine (AACOM).Glossary of Osteopathic


terminology. Nov 2011.

CHAITOW, L. Técnicas de Energia muscular. 2001. Manole.

CHILA, A. G. Foundations of osteopathic medicine, 3 ed. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins;
2010.

DÂNGELO, JG e FATTINI CA. Anatomia humana sistêmica e segmentar. 1998. Atheneu.

DIGIOVANNA, E; SCHIOWITZ, S. An Osteopathic Aproach to Diagnosis and Treatment, 2nd


Edition. Lippincott, 1997.

GREENMAN, PE. Princípios da medicina manual. 2ª Ed. 2001. Manole

KAPANDJI, AI. Fisiologia Articular. 2000 .Panamericana

LEWIT, K. A Manipulação na reabilitação do Sistema Locomotor. 3 ed. São Paulo: Santos, 2000.

MAGEE, DJ. Avaliação musculoesquelética. 2005. Manole.

MOORE KL, DALLEY, AF. Anatomia orientada para clínica. 2007. Guanabara Koogan.

COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 46


Cotovelo

NETTER. Atlas de Anatomia Humana. 6 ed. Elsevier, 2015.

PARSONS, J; MARCER, N. Osteopathy: Models for Diagnosis, Treatment and Practice. 1 ed. Elsevier
Health Sciences, 2006.

PETTY, N; MOORE, A; Maitland, G. Neuromusculoskeletal Examination and Assessment. 2 ed.


New York: Churchill Livingstone, 2001.

SAMMUT, E.A, SEARLE-BARNES, P.J, SEARLE-BARNES, P. Osteopathic Diagnosis. 1 ed.


Cheltenham: Nelson Thornes, 1998.

SIMONS, D. G, TRAVELL, J. G, SIMONS, L.S. Myofascial Pain and Dysfunction. Vol. 1. 2 ed.
Williams & Wikins, 1998.

SIZINO H e XAVIER R. Ortopedia e traumatologia, princípios e prática. 4ª Ed. 2008 . Artmed.

SOBOTTA, Johannes. Atlas de Anatomia Humana. 21ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000

STONE, C. Science in the Art of Osteopathy: Osteopathic Principles and Practice. Nelson Thornes,
1999.

WARD, R. Foundations for Osteopathic Medicine. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins,
2003.

WEINSTEIN SL e BUCKWALTER JA. Ortopedia de Turek: princípios e sua aplicação, 5ª Ed. 2000.
Manole.

COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 47

Você também pode gostar