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Contração Muscular

A unidade motora é a menor unidade funcional do sistema nervoso, sendo formado por um
neurônio motor e fibras musculares que ele enerva. Logo, cada conjunto de fibra muscular vai
ser enervada por um neurônio motor e esse conjunto é a unidade motora. Toda vez que o PA
foi gerado no neurônio motor todas as fibras musculares enervadas por ele serão contraídas

Existem diferentes tipos de unidades motoras, variando pela quantidade de fibras musculares.

Ex: Músculo orbicular dos lábios, média de cinco a três fibras musculares por neurônio. Já o quadrícepes
possui cerca de 300 fibras musculares por neurônio. A potencia de contração que 3 ou 300 fibras
contraindo vão gerar será diferente, pois o refinamento da contração será diferente e melhor quando a
unidade motora é menor (menos fibras)

De acordo com o neurônio motor que esta associado a essas fibras existem aquelas que
contraem mais rápido ou mais lentamente, isso depende do diâmetro do axônio. Logo, o
neurônio motor determina a especialização da fibra muscular, se vão ser de contração rápida
ou lenta.

Fibra rápida Fibra lenta Fibra intermediária

- Cor branca - Cor vermelha - Cor rosada

- Fibras tipo 1 - Fibra tipo 2B - Fibra tipo 2A

- Pouca mioglobina - Muita mioglobina

- Pouco -Muito sarcossoma


sarcossoma

OBS: A grande quantidade de sarcossoma tem a ver com o quantidade de aporte sanguíneo
que chega na região. A respiração aeróbica com um suporte de sangue mantido permite que o
músculo faça uma contração por mais tempo, logo, o músculo lente é aquele que cansa
menos, participando do suporte de postura, por exemplo.

No período embrionário os mioblastos são formados a partir da camada mesodérmica, essas


células se fusionam formando uma fibra alongada e multinucleada, que é a miofibrila. Essa
fibra possui todos os seus núcleos na periferia.

Várias miofibrilas se organizam para formar uma fibra muscular, as várias fibras musculares
vão se organizar para formar um fascículo muscular e os vários fascículos musculares vão
formar o músculo.

Cada célula muscular, cada fascículo e cada músculo é revestido por um tecido conjuntivo, que
serve para proteção, suporte vascular, nutrição, etc...

 Epimísio
 Perimísio
 Endomísio

A miofibrila vai formar a fibra muscular, sendo o conjunto de organização de proteínas


contráteis da célula muscular.

O músculo possui o retículo sarcoplasmático e os túbulos T, que compõe uma tríada funcional
importante para a contração muscular. O túbulo T está ao redor de todas as miofibrilas que
compõe a fibra muscular, estando distribuído em determinado ponto especifico ao longo do
sarcômero. Além disso, o túbulo T esta aberto na membrana do músculo, permitindo que o
meio extracelular também penetre por esse túbulo até o íntimo desse músculo, na miofibrila
mais no centro da fibra muscular.

O PA trafega pelo túbulo T e despolariza o músculo como um todo.

A contração de músculo se da por despolarização da membrana pelo neurônio e a membrana


varia na região sináptica, logo, quem esta perto desse contato sináptico vai aproveitar a
despolarização. No meio da fibra não há diferença de despolarização que faz com que ocorra a
contração, porém pelo túbulo T, que está aberto para o meio extracelular, a despolarização da
membrana também cruza toda a parede do túbulo T, fazendo com que a parede desse túbulo
despolarize. Com isso, a fibra muscular pode contrair como um todo, com todos os seus
compartimentos de miofibrilas respondendo ao estímulo externo do neurônio.

O retículo sarcoplasmático tem como função primordial o acúmulo de cálcio dentro da célula,
sendo esse íon necessário para a contração. Esse retículo se adaptou para ter cisternas mais
dilatadas, que vão ser reservatório de cálcio. Essas cisternas estão associadas com a parede do
túbulo T, logo, a despolarização que passa pelo túbulo T vai gerar abertura de canais de cálcio
que iniciam a contração.

A organização de actina e miosina, com outras proteínas, no músculo estriado delimita uma
sequência de sarcômeros, que é a menor unidade funcional da contração muscular. O
sarcômero é delimitado por dois discos Z. No disco Z estão ancoradas as actinas e proteínas
regulatórias associadas, que formam o filamento fino, indo em direção ao centro do
sarcômero. No meio do sarcômero há a linha m, que é o delimitando não contrátil do
sarcômero, sendo formada pelo corpo da proteína miosina e a cabeça da miosina voltada para
a linha Z

Corpo central da miosina é não contrátil e os braços são retrateis, possuindo cabeças que formam as cadeias leves
da miosina que podem ser moduladas durante a movimentação.

Iniciado o estímulo de contração, na presença de cálcio, a actina é levada ao centro do


sarcômero, levando ao encurtamento desse.

Quando o sarcômero contrai ele encurta, tracionando a linha Z para o centro e com isso a actina é puxada para o
centro do sarcômero. A tensão final do produto de encurto de todos os sarcômeros da miofibrila é a tensão dos
tendões (tensão = força)
A actina é um duplo filamento contorcido e o filamento de actina (filamento delgado) é
composto por:

 Duplo filamento de actina


 Filamentos de tropomiosina
 Troponina C, I E T

Existe a actina globular (actina G), que se une com outras actinas globulares formando uma
actina filamentar (actina F).
A troponina é uma proteína com três subunidades, com uma subunidade para se ligar a actina
(troponina I), a outra a tropomiosina (troponina T). A terceira subunidade tem afinidade para
se ligar a cálcio (troponina C) e quando esse íon se liga, isso gera um deslocamento mecânico
pela mudança do peso molecular da troponina, fazendo com que essa proteína desloque a
tropomiosina de cima dos centros ativos. Com isso, o sitio de ligação com a miosina passa a
ficar livre.

Já o filamento espesso é composto por miosina, que é uma proteína que tem o corpo e
cabeças projetadas paralelas ao corpo, que tem organização mais moveis e que realizam o
movimento de tração com a actina. Cada cabeça de miosina pode ter sua especialização, o que
explica diferente os tipos proteínas de miosina. A cabeça da miosina tem função de ATPase,
permitindo que ela se aproxime do filamento de actina fazendo uma ligação fraca e comece o
processo de ligação com a actina se o cálcio tiver permitido.

A miosina também tem, de acordo com cada subunidade de miosina, propriedades


diferenciadas em termo de velocidade de ATPase, de tempo de ligação com a actina, de tempo
em que ela vai se ligar e tracionar, etc. A particularidade da estruturada de cada miosina
permite que se tenha especializações da fibra muscular, como manter mais tempo a
contração, contração mais rápida, etc.

O neurônio motor possui uma grande arborização que se ramifica em muitos terminais para
formar a unidade motora. Além disso, o neurônio motor tem especialização do numero de
vesículas sinápticas que possui e que libera quando a despolarização chega.

A especialização principal da placa motora (terminal pós sináptico do músculo) são as


invaginações, pois quanto maior a área de absorção do neurotransmissor maior a possibilidade
de influxo de sódio e mais garantido que esse músculo vai despolarizar e contrair
Quando o neurônio motor dispara o PA, essa onda despolarizante é propagada até o terminal
axonal e isso induz os eventos de liberação do neurotransmissor, que é a abertura de canais de
cálcio regulados por voltagem, permitindo o influxo de cálcio. O influxo desse íon faz com que
a vesícula ancorada na membrana seja liberada e faz com que as vesículas que não estavam
ancoradas sejam movimentadas para se ancorarem para o próximo sinal que chegar.

OBS: Proteínas esner se enovelam junto com a esnep para fusionar a vesícula no terminal.
Com isso, o influxo de cálcio induz a formação de um poro no terminal axonal por essas
proteínas, fazendo com que o conteúdo da vesícula seja incorporado a membrana do terminal
axonal.

A ação da aceticolina no músculo estriado esquelético leva a despolarização e a contração, já


no músculo estriado cardíaco leva a hiperpolarização e o relaxamento.

• Contração

O motoneurônio dispara o PA, que é propagado até terminal axonal, fazendo com que vesícula
ancoradas na membrana liberem o neurotransmissor (acetilcolina), que vai se ligar ao receptor
nicotínico, que é permeável ao Na+. A entrada desse íon leva ao sarcolema da fibra muscular
esquelética a despolarizar e essa despolarização por ser muito grande gera um potencial de
placa motora (PPM). Esse PPM serve como estímulo para ativar canais de Na+ dependentes de
voltagem que estão adjacentes àquela sinapse, gerando um novo influxo de sódio na fibra
muscular, fazendo com que esse PA continue se propagando.

Quando o sarcolema é despolarizado, essa despolarização também para o túbulo T,


propagando o PA e gerando uma onda de despolarização.Essa onda passa pelas cisternas e se
propaga para todas as membranas, inclusive a do retículo sarcoplasmático. Com isso há a
abertura de canais iônicos no retículo, gerando um efluxo de cálcio para o sarcoplasma. Esse
íon vai se ligar a troponina C, fazendo com que essa e outras troponinas se movimentem. A
troponina T se movimenta, levando consigo a tropomiosina, acarretando o desmascaramento
do sítio de ligação entre a actina e a miosina. Quando isso ocorre, no subfragmento S1 da
miosina há a quebra de ATP e a energia gerada é utilizada para que a miosina levante sua
cabeça, se ligando ao sítio da actina, deslizando sobre ela. Esse processo leva ao encurtamento
do sarcômero, gerando assim a contração muscular.
Quando o sarcossoma libera o ATP essa molécula se liga ao subfragmento S1 causando o
desligamento da actina com a miosina

• Ciclo das pontes cruzadas/ Movimento de catraca

É o movimento de contração envolvendo as proteínas contráteis do músculo propriamente


dito.

O cálcio atua no filamento de actina, tornando o sítio de ligação da actina livre para a miosina
se ligar e iniciar a contração. A miosina hidrolisa do ATP, ficando energizada ligada ao ADP e
usa essa energia para aproximar sua cabeça (cadeia pesada) da actina.

A ligação da miosina com a actina é a ponte cruzada, que traciona a actina até o centro da
miosina. Ao formar a ponte cruzada a miosina perde a afinidade com o ADP, pois induz o
movimento da cabeça da miosina, tracionando a actina, ocasionando uma depressão mecânica
entre a cabeça e o braço, fazendo com que o ADP seja liberado.

Quando a miosina libera o ADP ela volta a ter um sítio de alta afinidade com o ATP livre. Logo,
quando uma nova ATP se liga a esse sítio e isso faz com que a miosina perca a afinidade com a
actina.

OBS: Enquanto a ponte cruzada está ligada tensão muscular esta sendo gerada, quando o ATP
desliga a ponte cruzada esse ciclo de ponte cruzada para de gerar tensão.

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