Compostos por numerosas fibras, cada uma delas formadas por
subunidades ainda menores Sarcolema: membrana celular da fibra muscular. Em cada extremidade da fibra muscular, essa camada superficial do sarcolema (camada de polissacarídeos e fibras colágenas), funde se com uma fibra do tendão. A fibra do tendão, por sua vez, agrupa-se em feixes para formar os tendões dos músculos que se inserem nos ossos. Miofibrilas: Cada fibra muscular apresenta milhões de miofibrilas. São compostas por vários filamentos de actina e miosina. Organização: 1. Faixa I: clara, apenas filamentos de actina-> isotrópicas 2. Faixa A: escura, apenas filamentos de miosina-> anisotrópicas 3. Pontes cruzadas: pequenas projeções laterais dos filamentos de miosina 4. Disco Z: onde as extremidades dos filamentos de actina estão ligadas. Conecta uma miofibrila a outra Sarcômero: segmento da miofibrila entre dois discos Z. Fibra muscular contraída: filamentos de actina se sobrepõem completamente aos filamentos de miosina. Moléculas filamentosas de titina mantém os filamentos de miosina em seus lugares
Sarcoplasma: liquido intracelular entre as miofibrilas. Apresenta muito K,
Mg e fosfato, alem de muitas mitocondrias. Essas mitocondrias fornecem as miofibrilas que se contraem, grande quantidade de energia na forma de ATP. Retículo sarcoplasmático: Importante pro controle da contração muscular. Fibras de contração rápida: RS extensos.
Mecanismo geral da contração muscular
1. Os PAs cursam pelo nervo motor até as terminações nas fibras musculares 2. Em cada terminação, o nervo secreta pequena quantidade no neurotransmissor acetilcolina 3. Acetilcolina age em área local da membrana da fibra muscular para abrir canais de cátion, regulados por acetilcolina; 4. Há a difusao de Na pro lado interno da membrana das fibras musculares. Isso causa a despolarização que abre canais de Na dependentes de voltagem, gerando PA. 5. PA se propaga por toda a membrana 6. PA despolariza a membrana muscular, e grande parte da eletricidade do PA flui pro centro da fibra muscular. Ai, ela faz com que o RS libere grande quantidade de Ca armazenados nesse retículo 7. Ions Ca ativam forças atrativas entre os filamentos de actina e miosina, fazendo com que deslizem ao lado um do outro, que é o processo contratil 8. Após poucos segundos, ions Ca são bombeados de volta pro RS pela bomba de Ca da membrana, onde permanecem armazenados até que um novo PA muscular se inicie. Essa remoção dos ions Ca das miofibrilas fazem com que a contração muscular cesse. Mecanismo molecular da contração muscular Deslizamento dos filamentos na contração: No estado relaxado, as extremidades dos filamentos de actina que se estendem de dois disco Z mal se sobrepõem. No contraído, filamentos de actina são tracionados por entre os filamentos de miosina, de forma que suas extremidades se sobrepõem. Contração muscular ocorre por mecanismo de deslizamento dos filamentos. Esse deslizamento resulta da força gerada pela interação das pontes cruzadas dos filamentos de miosina com os filamentos de actina Em condições de repouso, essas pontes ficam inativas. PA passa pela fibra muscular: RS libera grande quantidade de Ca que rapidamente circula pelas miofibrilas. Ca ativa forças entre os filamentos de actina e miosina, e a contração se inicia. Para a continuação dessa contração, há a quebra de ATP em ADP para liberar energia.
A molecula de miosina: é composta 2 cadeias pesadas e 4 cadeias
leves. As duas pesadas formam uma cauda, e uma ponta de cada dessas cadeiais forma a cabeça. As cadeias leves ajudam no funcionamento da cabeça durante a contração. Filamentos de miosina: Formados por muitas moleculas de miosina. O braço estende a cabeça pra fora do corpo. As projeções do braço e da cabeça formam as pontes cruzadas. Cada ponte cruzada é flexível nas dobradiças. A cabeça de miosina funciona como uma ATPase: ela permite que o ATP seja quebrado em ADP liberando energia que será usada na contração. Os filamentos de actina são compostos por actina, tropomiosina e troponina: Filamento duplo de duas moléculas de actina F. Cada filamento dupla hélice da actina F é composto por moléculas de actina G polimerizadas. Ligada a cada molécula de actina G existe uma molécula de ADP: essas partes interagem com as pontes cruzadas dos filamentos de miosina. Tropomiosina: Estão em dupla hélice. Em repouso, elas recobrem as áreas ativas de filamento de actina, impedindo que ocorra atração entre os filamentos de actina e miosina. Troponina: complexo de 3 subunidades proteicas que se ligam aos lados das moléculas de tropomiosina: 1. Troponina I: forte afinidade com a actina 2. Troponina T: forte afinidade com a tropomiosina 3. Troponina C: forte afinidade com íons Ca. O filamento puro de actina, na falta do complexo troponina-tropomiosina (mas em presença de ions Mg e ATP), se liga fortemente as cabeças das moléculas de miosina. Se o complexo troponina-tropomiosina for adicionado ao filamento de actina, a união entre actina e miosina não ocorre. Pra que haja contração, o complexo troponina-tropomiosina deve ser inibido. Quando íons Ca se ligam a troponina C, o complexo troponina muda de conformação e traciona a molécula de tropomiosina, descobrindo assim os locais ativos da actina, permitindo que atraiam as pontes cruzadas das cabeças de miosina, fazendo com que haja contração. Teoria walk along da contração: íons Ca se ligam aos locais ativos dos filamentos de actina ativando-os, e então as pontes cruzadas das cabeças dos filamentos de miosina são atraídas pelos locais ativos dos filamentos de actina, produzindo a contração-> a cabeça de miosina se inclina em direção ao braço e leva com ela o filamento de actina (força de deslocamento), as cabeças se inclinam pra frente e pra trás ao longo do filamento de actina. Quanto maior o número de pontes cruzadas ligadas ao filamento de actina, maior será a força da contração. ATP fornece energia pra contração: 1. Antes do início da contração, as pontes cruzadas das cabeças se ligam ao ATP, clivando-o em ADP. A cabeça se estende em direção ao filamento de actina mas ainda não se liga a ele. 2. Complexo troponina-tropomiosina se liga aos íons Ca e os locais ativos do filamento de actina são descobertos e a cabeça de miosina se liga a eles. 3. Essa ligação inclina a cabeça em direção ao braço da ponte cruzada 4. Cabeça inclinada: liberação de ADP e do íon fosfato que estavam ligados a cabeça. No local onde foi liberado ADP, uma nova molécula de ATP se liga. Essa ligação causa o desligamento da cabeça pela actina. 5. O processo ocorre sucessivamente ate que os filamentos de actina puxem a membrana Z contra as extremidades dos filamentos de miosina ou até que a carga muscular seja forte demais para que ocorra mais tração. O grau de superposição dos filamentos de actina e de miosina determina a tensão que e desenvolvida pelo musculo que se contrai
Efeito do comprimento muscular sobre a força de contração do musculo
intacto total: Tensão ativa: aumento da tensão que ocorre na contração Eficiência da contração muscular: Eficiência máxima só ocorre quando a contração muscular ocorre em velocidade moderada (nem muito lento nem muito rápido) Contração: excitação elétrica instantânea do nervo muscular ou breve estimulo elétrico, originando contração leve e abrupta que dura segundos. Contração isotônica x isométrica Isométrica: musculo não encurta durante a contração. Só registra a variação da força da própria contração muscular. Isotônica: musculo encurta, mas sua tensão permanece constante por toda a contração. Depende da carga contra a qual o musculo se contrai, além da inercia da carga. Fibras musculares lentas x rápidas Lentas (tipo I, músculo vermelho) 1. Fibras pequenas 2. Inervados por fibras nervosas pequenas 3. Sistemas dos vasos sanguíneos e dos capilares mais extensos para suprir quantidades extras de oxigênio 4. Muitas mitocôndrias-> maior quantidade de oxigênio 5. Muita mioglobina dando a aparência avermelhada. Rápidas (tipo II, musculo branco) 1. Fibras grandes pra grande força de contração 2. RS muito extenso pra rápida liberação de Ca pra desencadear a contração 3. Muitas enzimas glicolíticas-> rápida liberação de energia 4. Suprimento de sangue menos extenso 5. Menor número de mitocôndrias 6. Déficit de mioglobina (musculo branco) Unidade motora: todas as fibras musculares são inervadas por uma só fibra nervosa. Pequenos músculos: mais fibras nervosas e menos musculares-> reagem rapidamente e o controle é preciso Grandes músculos: muitas fibras musculares em uma única unidade motora-> não necessitam de um controle refinado Somação de forças: Soma de abalos individuais para aumentar a intensidade da contração total-> somação por frequência ou por fibras múltiplas. Somação por fibras múltiplas: SNC envia sinal fraco para que o musculo se contraia, as menores unidades motoras do musculo podem ser estimuladas em preferência às unidades maiores. Sinal aumenta-> unidades motoras cada vez maiores começam também a serem excitadas. Isso se chama gradação. Pequenos motoneurônios são na medula espinal são mais excitáveis que os maiores, sendo naturalmente excitados primeiro. Somação por frequência e tetanização: Segunda contração é somada a anterior, de forma que a força total de contração aumenta progressivamente com o aumento da frequência. Frequência atinge um nível crítico-> contrações ficam mais rápidas-> contração total do musculo fica uniforme e contínua: tetanização-> capacidade máxima. Tônus do musculo esquelético: mesmo em repouso, apresentam certa tensão. Resulta de baixas frequências de impulsos nervosos vindos da medula espinal. Fadiga muscular: Surge da incapacidade contrátil e do processo metabólico da fibras musculares de continuar a mesma quantidade de trabalho. Coativação dos músculos antagonistas e agonista nos lados opostos de uma articulação
Hipertrofia muscular: Massa muscular aumenta-> aumento do número
de filamentos de actina e miosina em cada fibra muscular, promovendo o aumento dessa fibra. Sistema enzimático que fornece energia também aumenta-> possibilita o rápido suprimento de energia-> muitas ptns contráteis.
Atrofia muscular: Massa muscular diminui-> degradação das ptns
contráteis Ajuste do comprimento dos músculos: hipertrofia-> sarcômeros são adicionados as extremidades das fibras musculares. Atrofia-> sarcômeros podem desaparecer. Hiperplasia das fibras musculares: número de fibras aumenta independente do processo de hipertrofia Rigor mortis: Após horas de morte o corpo entra em rigidez cadavérica. Músculos se contraem e ficam rígidos mesmo sem potenciais de ação. Essa rigidez resulta de toda a perda de ATP que e necessário para a separação das pontes cruzadas dos filamentos de actina durante o processo de relaxamento
Excitação do músculo esquelético: transmissão
neuromuscular e acoplamento excitação-contração
As fibras musculares esqueléticas são inervadas por grandes fibras nervosas
mielinizadas que se originam nos grandes neurônios motores nos cornos anteriores da medula espinal. Cada terminação nervosa faz uma junção neuromuscular com a fibra muscular próxima a sua porção media. Placa motora Fibra nervosa forma um complexo de terminais nervosos ramificados que se invaginam na superfície extracelular da fibra muscular. Fenda sináptica: espaço entre o terminal e a membrana da fibra Fendas subneurais: aumentam a superfície de contato No terminal axonal há muitas mitocôndrias que fornecem ATP como fonte de energia que é usada para a síntese de acetilcolina (transmissor excitatório). Espaço sináptico: presença de acetilcolinesterase que degrada a acetilcolina após ela ser liberada.
Secreção de acetilcolina pelos terminais nervosos
Barras densas: presentes na superfície interna da membrana neural. Nos dois lado de cada barra densa estão presentes canais de Ca controlados por voltagem. PA se propaga para o terminal-> canais se abrem e permitem que o Ca entre pro terminal nervoso-> ions Ca exercem atração sobre as vesículas de acetilcolina-> vesículas fazem exocitose-> liberam acetilcolina
Receptores de acetilcolina são canais iônicos controlados por
acetilcolina. Cada receptor é um complexo composto por 5 unidades proteicas: duas alfa e o resto beta, gama e delta. Eles formam o canal tubular. O canal se mantem fechado, até que duas moléculas de acetilcolina se liguem as subunidades alfa-> canal de abre-> Ca, Na e K se movimentam por esses canais (entra Na que controla o efluxo de K, já que este é mais concentrado na parte interna) -> ocorre o potencial da placa motora-> PA ao longo da fibra muscular-> contração. Depois, acetilcolinesterase degrada a acetilcolina no espaço sináptico. Potencial de placa motora: são muito fracos para desencadear um PA, porém, produzem fracas alterações locais de voltagem na placa motora- > ai faz com que canais de Na se abram e assim ocorra o PA. Curare: Bloqueia o efeito controlador da acetilcolina sobre os canais colinérgicos, competindo pelos receptores da acetilcolina-> baixa amplitude de potencial de placa motora. Fadiga da junção neuromuscular: sinapses são superexcitadas Miastenia grave: causa paralisia muscular devido a incapacidade das junções neuromusculares transmitirem sinais suficientes das fibras nervosas para as fibras musculares-> pacientes desenvolveram anticorpos que bloqueiam ou destroem seus próprios receptores colinérgicos, na membrana pós-sináptica da junção neuromuscular
Potencial de ação muscular
A fibra muscular esquelética é tão grande que o PA na superfície não provoca fluxo de corrente no interior da fibra-> a corrente tem que penetrar profundamente na fibra muscular até as proximidades das miofibrilas. Isso se dá pela propagação dos PAs pelos túbulos transversos (túbulos T), que penetram a fibra muscular. Os PAs nos túbulos T provocam liberação de ions Ca no interior da fibra muscular, perto das miofibrilas, causando então a contração-> acoplamento excitação-contração. Acoplamento excitação-contração Túbulos T se comunicam com o liquido extracelular circundante da fibra muscular. Esses túbulos são extensões internas da membrana celular. PA se propaga pela membrana da fibra muscular-> se propaga ao longo dos túbulos T para o interior da fibra muscular-> as correntes elétricas que circundam esses túbulos T então provocam a contração muscular. RS: composto por cisternas terminais, que fazem contato com os túbulos T e longos tubos longitudinais que circundam todas as superfícies das miofibrilas que realmente se contraem. 1. No interior de seus túbulos vesiculares existe um excesso de ions Ca e estes são liberados de cada vesícula quando um PA ocorre em um túbulo T adjacente 2. O PA no túbulo T provoca fluxo de corrente para as cisternas do RS no ponto em que tocam o túbulo T, a variação de voltagem é detectada por receptores de canal de rianodina (nas cisternas adjacentes do RS) 3. A ativação desses receptores desencadeia a abertura de canais de liberação de Ca das cisternas e em seus túbulos longitudinais associados. 4. Ca é liberado para o sarcoplasma que banha as miofibrilas causando a contração. A bomba de Ca remove os ions Ca do liquido miofibrilar, depois da contração: localizada nas paredes do RS, ela bombeia o Ca de volta para os túbulos sarcoplasmáticos. Dentro do reticulo existe a calsequestrina-> captura o Ca.